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2ª Série Resolução das provas BIOLOGIA 1 PROFESSOR DANIEL QUESTÃO 01| PARTE I No esquema abaixo as setas indicam o sentido de circulação do sangue. Com base no esquema e em seus conhecimentos, responda: a) Que tipos de vasos sanguíneos estão represen- tados em A, B e C? A,B e C representam vasos sanguíneos sendo A- veia, B- artéria e C- capilar. b) Estabeleça três diferenças entre os vasos A e B? Vaso A tem parede fina, pequena elastici- dade, apresenta válvulas e geralmente conduz sangue venoso. Vaso B tem parede espessa, grande elasticidade, não apresenta vávulas e geralmente conduz sangue aretrial. c) Que eventos importantes ocorrem no vaso C? No vaso C ocorrem trocas gasosas, trocas de nutrientes e de excretas entre o sangue e os tecidos. PARTE II O trecho da música descreve uma condição fisiológica e contém um erro: Hoje só acredito No pulsar das minhas veias E aquela luz que havia Em cada ponto de partida Há muito me deixou Há muito me deixou (Coração Alado Raimundo Fagner) a) Encontre o erro. No pulsar das minhas veias. b) Explique o que está errado. As veias não pulsam. A pulsação ocorre com as artérias. QUESTÃO 02| A figura representa o esquema da estrutura interna do coração de um mamífero. Com base nele, responda ao que se segue. a) Identifique os vasos de números 1, 2, 3, 4 e 5. 1 e 2 são as veias cavas, 3 é a artéria pulmonar, 4 é a artéria aorta e 5 são as veias pulmonares. b) Quais vasos representados conduzem sangue arterial? Os vasos 4 e 5 conduzem sangue arterial. c) Quais vasos participam da pequena circulação? Os vasos 3 e 5 participam da pequena circulação.

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2ª Série

Resolução das provas

BIOLOGIA 1 PROFESSOR DANIEL

QUESTÃO 01|

PARTE I No esquema abaixo as setas indicam o sentido de circulação do sangue. Com base no esquema e em seus conhecimentos, responda:

a) Que tipos de vasos sanguíneos estão represen-tados em A, B e C?

A,B e C representam vasos sanguíneos

sendo A- veia, B- artéria e C- capilar.

b) Estabeleça três diferenças entre os vasos A e B?

Vaso A tem parede fina, pequena elastici-

dade, apresenta válvulas e geralmente

conduz sangue venoso. Vaso B tem parede

espessa, grande elasticidade, não apresenta

vávulas e geralmente conduz sangue aretrial.

c) Que eventos importantes ocorrem no vaso C?

No vaso C ocorrem trocas gasosas, trocas

de nutrientes e de excretas entre o sangue e

os tecidos.

PARTE II O trecho da música descreve uma condição fisiológica e contém um erro:

Hoje só acredito No pulsar das minhas veias

E aquela luz que havia Em cada ponto de partida

Há muito me deixou Há muito me deixou

(Coração Alado – Raimundo Fagner)

a) Encontre o erro.

No pulsar das minhas veias.

b) Explique o que está errado.

As veias não pulsam. A pulsação ocorre com as artérias.

QUESTÃO 02|

A figura representa o esquema da estrutura interna do coração de um mamífero. Com base nele, responda ao que se segue.

a) Identifique os vasos de números 1, 2, 3, 4 e 5.

1 e 2 são as veias cavas, 3 é a artéria

pulmonar, 4 é a artéria aorta e 5 são as veias

pulmonares. b) Quais vasos representados conduzem sangue arterial?

Os vasos 4 e 5 conduzem sangue arterial. c) Quais vasos participam da pequena circulação?

Os vasos 3 e 5 participam da pequena

circulação.

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QUESTÃO 03|

PARTE I

Analise o gráfico a seguir.

Variação das pressões arteriais sistólica e diastólica (mmHg) de acordo com a idade (anos)

de um indivíduo saudável.

O gráfico representa dados das pressões arteriais de um indivíduo saudável. a) Explique o que é pressão arterial sistólica e diastólica.

Pressão arterial sistólica é a pressão arterial

no momento da contração (sístole)

ventricular e pressão arterial diastólica é a

pressão no momento do relaxamento

(diástole) ventricular.

b) Com base nos dados apresentados no gráfico, qual é a pressão arterial sistólica e diastólica, respectivamente, de um indivíduo de 20 anos?

Pelos dados do gráfico um indivíduo de 20

anos tem pressão de 120/80 mmHg.

PARTE II

Quais as diferenças entre soro e vacina?

Vacina contém antígenos, é uma forma de

imunização ativa e é usada para prevenção

enquanto soro contém anticorpos, é uma

forma de imunização passiva e é usada para

tratamento.

QUESTÃO 04|

O hormônio leptina é produzido pelo tecido adiposo, e atua na regulação da sensação de fome e saciedade. Deficiências na produção desse hormônio estão associadas ao desenvolvimento de obesidade, que é o acúmulo de gordura acima de 20% a massa do corpo. A deficiência na produção de leptina ocorre quando o indivíduo é homozigoto recessivo (indivíduos homozigotos dominantes ou heterozigotos produzem quantidades suficientes de leptina) para o gene que condiciona a produção deste hormônio. Considere um casal, ambos com produção normal de leptina e heterozigotos (assim como os pais do rapaz e os pais da moça), porém o irmão do rapaz e a irmã mais nova da moça são obesos por deficiência de leptina. a) Qual a probabilidade desse casal ter uma criança que desenvolva obesidade por deficiência de leptina?

1/4 ou 24%

b) Qual a probabilidade desse casal ter uma criança normal e do sexo masculino?

3/8 ou37,5%

c) Em que parte do sistema nervoso estão localizados os centros da fome e da saciedade?

Os centros da fome e da saciedade situam-

se no hipotálamo em nível de sistema

nervoso central.

QUESTÃO 05|

Durante a realização de exercícios físicos intensos de média duração, como uma corrida de 400 metros, a principal fonte energética utilizada para a contração dos músculos de um atleta é a reserva de carboidratos que se encontra no interior de suas células musculares. Essa reserva de carboidratos, no interior das células mencionadas, corresponde a moléculas de

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a) amido, o qual é sintetizado a partir da ligação de aminoácidos. b) amido, o qual é sintetizado a partir da ligação de moléculas de glicose. c) ácidos graxos, os quais são sintetizados a partir da ligação de aminoácidos. d) glicogênio, o qual é sintetizado a partir da ligação de moléculas de glicose. e) glicogênio, o qual é sintetizado a partir da ligação de aminoácidos.

Gabarito: Letra D

As células musculares armazenam glico-

gênio, carboidrato que funciona como fonte

de energia, e que é sintetizado a partir da

união de moléculas de glicose.

QUESTÃO 06|

A imagem representa uma ilustração retirada do livro De Motu Cordis, de autoria do médico inglês Willian Harvey, que fez importantes contribuições para o entendimento do processo de circulação do sangue no corpo humano. No experimento ilustrado, Harvey, após aplicar um torniquete (A) no braço de um voluntário e esperar alguns vasos incharem, pressionava-os em um ponto (H). Mantendo o ponto pressionado, deslocava o conteúdo de sangue em direção ao cotovelo, percebendo que um trecho do vaso sanguíneo permanecia vazio após esse processo (H – O).

Disponível em: www.answer.com. Acesso em: 18 dez. 2012 (adaptado).

A demonstração de Harvey permite estabelecer a relação entre circulação sanguínea e a) pressão arterial. b) válvulas venosas. c) circulação linfática. d) contração cardíaca. e) transporte de gases.

Gabarito: Letra B O experimento de Harvey comprovou a existência de estruturas das válvulas venosas. Essas estão presentes nas veias e nos vasos linfáticos e são responsáveis de impedir retorno do sangue venoso para o sentido contrário do fluxo, por isso, quando ele empurrou o sangue do ponto H para o O, o sangue não retornou e preencheu novamente o vazo.

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BIOLOGIA 2 PROFESSOR EDUARDO

QUESTÃO 01|

A figura ilustra três respostas das células de uma angiosperma em relação a diferentes hormônios vegetais.

a) Qual seta indica a ação correta das auxinas? Justifique sua escolha.

A ação das auxinas está indicada pela seta 2, que demonstra o crescimento celular, através de seu alongamento. b) Que efeito é esperado em uma planta após a retirada dos ramos que contêm as gemas apicais? Justifique sua resposta.

A auxina nos ramos (gemas) apicais inibe o crescimento das gemas laterais, portanto, quando as gemas apicais são retiradas, o crescimento das gemas laterais é estimulado. QUESTÃO 02|

Foi realizado um experimento para verificar a influência do fotoperíodo na floração de uma espécie de planta. O grupo 1 foi submetido a um fotoperíodo em que o tempo de escuro era menor que o período crítico para floração; o grupo 2, a um tempo de escuro maior que o crítico para floração; o grupo 3 foi submetido ao mesmo período de escuro que o grupo 2, mas com uma breve exposição à luz no meio do período escuro. Na figura estão representados os grupos e o resultado obtido nos grupos 1 e 2.

Com base nessas informações, responda ao que se segue. a) Na situação 3, a planta floresce ou não?

Não floresce. b) Justifique sua resposta, considerando a ação dos dois principais fitocromos reguladores do fotope-ríodo nas plantas.

A planta submetida ao experimento é de dia curto. Para produzir o hormônio florígeno ela deve passar por um regime de escuro contínuo. Dessa forma, o seu fitocromo passa para a forma inativa e ela floresce. Caso a planta receba iluminação durante o período escuro, o seu fitocromo passa para a forma ativa e ela não produzirá o hormônio da floração. QUESTÃO 03|

As folhas da planta Mimosa pudica, popularmente conhecida como sensitiva ou dormideira, dobram-se rapidamente quando estimuladas mecanicamente, conforme ilustrado na figura a seguir.

A partir das informações, faça o que se pede. a) Como é denominado esse tipo de movimento das folhas da referida planta?

O movimento de fechamento dos folíolos da mimosa, causado pela estimulação mecâ-nica (abalo), é denominado seismonastismo. b) Explique o mecanismo da resposta iônica que provoca as alterações no turgor das células do pulvino que levam ao fechamento dos folíolos.

As células que perdem o turgor, murcham, porque ocorreu a saída de íons potássio (K+) de seus vacúolos. As células que preservam o turgor ganham água, por osmose, porque seus vacúolos mantêm-se hipertônicos em relação às células anexas. Nos vacúolos das células que mantêm o turgor ocorreu a entrada de íons potássio (K+).

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QUESTÃO 04|

Hormônios são substâncias produzidas por um determinado grupo de células ou tecidos e estimularão, inibirão ou modificarão a resposta fisiológica e o desenvolvimento de outras regiões do próprio organismo. Nas plantas, eles também são chamados de fitormônios e participam de diferentes fases do desenvolvimento vegetal.

Sobre os fitormônios, responda aos itens a seguir.

a) Muitas espécies de plantas ornamentais e frutíferas são podadas entre as estações reprodutivas.

Que tipo de resposta fitormonal essa poda costuma desencadear e qual a sua consequência?

Ao se cortar os ramos mais antigos, desaparece o efeito de dominância apical, provocado pela alta produção de auxinas nessa região. Isso faz os meristemas laterais se desenvolverem em novos ramos e flores.

b) Quais são os efeitos do fitormônio etileno?

O fitormônio etileno induz o amadure-cimento dos frutos e atua na abscisão (queda) das folhas de algumas plantas.

QUESTÃO 05|

Na figura ilustrada, observa-se o fototropismo do caule, e o seu desenvolvimento depende da concentração de AIA em regiões específicas do vegetal. Em relação à concentração de AIA, para o

crescimento desse vegetal, assinale a alternativa CORRETA. a) A concentração de AIA é distribuída de maneira uniforme na região apical do caule. b) A concentração do AIA é maior no lado I. c) A região II foi a que mais cresceu. d) Na raiz, a distribuição na concentração de AIA é a mesma observada no caule. e) O AIA é sintetizado por todo o vegetal e não apresenta dominância apical.

Gabarito: Letra B

A concentração do AIA é maior no lado I. Nesse local, a auxina acelera o crescimento celular e provoca a curvatura do caule em direção à luz.

QUESTÃO 06|

As plantas são capazes de reagir a estímulos ambientais, produzindo movimentos. Entre os tipos de movimento, destacam-se os tropismos e os nastismos ou nastias. Considere as afirmativas abaixo sobre esses tipos de movimento vegetal, assinalando com V as verdadeiras e com F as falsas.

( ) Tropismos resultam do crescimento de uma planta, ou parte dela, em resposta a um estímulo externo e dependem da posição do estímulo.

( ) Nastismos ocorrem em resposta a um estímulo externo, mas o movimento independe da posição do fator estimulante.

( ) As gavinhas das plantas que se enrolam em diversos tipos de suporte apresentam um tipo de tropismo denominado gravitropismo.

( ) Como exemplo de nastismo, pode-se citar as folhas de Mimosa pudica (sensitiva ou dorme-dorme), que se fecham quando são tocadas.

( ) O crescimento diferencial de uma planta observado durante o fototropismo positivo resulta da ação do fitormônio giberelina sobre o alongamento celular.

Assinale a sequência CORRETA de preenchimento dos parênteses, de cima para baixo. a) V – V – F – F – V. b) V – V – F – V – F. c) F – F – V – F – V. d) V – V – F – F – F. e) F – F – V – V – F.

Gabarito: Letra B

O enrolamento de gavinhas em um suporte caracteriza o movimento denominado tigmotropismo. O crescimento diferencial de uma planta durante o fototropismo positivo resulta do fitormônio ácido indol-acético (AIA) sobre o alongamento celular.

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L. PORTUGUESA PROFESSORA RAFAELA

QUESTÃO 01|

Analise a charge.

a) Sintaticamente, como se classifica a expressão “Meu querido”? A escolha desse termo é coerente com as intenções da primeira personagem? Fundamente sua resposta.

A expressão “meu querido” é um vocativo, utilizado por Michel Temer para se referir ao interlocutor com quem ele quer estabelecer diálogo. O termo é coerente porque Temer quer demonstrar zelo e afeto ao candidato político Henrique Meirelles, que pertence ao mesmo partido do presidente. O vocativo afetuoso demonstra o interesse de apoiar o candidato nas eleições, revelando uma relação de proximidade. b) A reação da segunda personagem é fundamental para revelar o tom de crítica política pretendido pelo chargista. Considerando-se o contexto político a que a charge se refere, explique a crítica que se pretendeu fazer.

O chargista critica o fato de que não é interessante para nenhum candidato ser apoiado pelo atual presidente, nem para Henrique Meirelles, do próprio partido de Temer. Isso porque Michel Temer é um presidente que vem sofrendo grande rejeição social e seu apoio poderia atrapalhar a candidatura de Meirelles. Essa crítica fica implícita na ironia do texto, ao mostrar o comportamento exagerado de Meirelles, que foge pelos fundos e pede ajuda a alguém no celular para se livrar do apoio de Temer.

QUESTÃO 02|

Leia estes versos:

a) Como se classificam as três orações desse período? Reescreva a frase acrescentando conjunções adequadas na segunda e na terceira orações, a fim de se estabelecer o sentido que a frase pretende explicitar.

As três orações são coordenadas assim-déticas. Com o acréscimo das conjun-ções a frase fica: “as horas passam e os homens caem, mas a poesia fica”. b) Considerando o conteúdo da frase, comente que visão Emilio Moura tem sobre o papel da poesia. Fundamente sua resposta.

Emílio Moura tem uma percepção de que a poesia transcende o tempo e o homem. Enquanto o tempo e o homem são considerados finitos, limitados, a poesia é, para ele, eterna, duradoura, marcante. Ela possui relevância profunda, significado consistente frente ao resto, por isso é mais importante do que as horas e os homens.

QUESTÃO 03|

Leia o editorial.

Sem brilho nos olhos

Brasil claudica no objetivo de despertar a ambição de seus jovens

Pobre da sociedade que fracassa em despertar a ambição de seus jovens. Ambição em seu melhor sentido, de querer alcançar algo mais na vida do que o lugar onde nasceu lhe oferece – uma chama que cabe à escola acender e sustentar. O Brasil claudica nesse objetivo. Reportagem de domingo (19) na Folha revelou a parcela de alunos da rede pública que almejam um curso superior de quatro anos ou uma pós-graduação: 43,5%. Em contraste, entre os que estudam em colégios particulares o grupo dos ambiciosos sobe a 70%. E não se trata só de condição socioeconômica, visto que mesmo entre alunos de renda similar aos da escola pública essa parcela soma 60%, distância ainda significativa perante os da rede oficial de ensino. Mesmo que se somem ao contingente que depende da educação pública os 9% que pelo menos sonham com um diploma de tecnólogo, ou outra graduação com duração de dois anos, ainda assim haverá quase uma metade de moças e rapazes que se contentam

“As horas passam, os homens caem,

a poesia fica.” Emilio Moura.

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em interromper sua formação no nível médio, ou menos. É pouco, pouco demais. Numa economia complexa como a contemporânea, o patamar secundário de educação não basta para franquear acesso aos melhores empregos e mesmo à fruição plena do que o universo da cultura tem para oferecer. Faltará, afinal, repertório e tirocínio para separar o joio do trigo na mixórdia de informações veiculada por meios digitais. São diversos os motivos apontados para explicar esse germe perpetuador da desigualdade social, mas convém destacar um: a ausência de estímulos adequados logo na primeira infância. Eles começam em casa. Há muito se sabe que o grau de escolaridade dos pais e até dos avós tem correlação com o desempenho e a progressão escolar de crianças e jovens. Fatores como exposição precoce a vocabulário variado e leitura em voz alta para os filhos podem ter efeito considerável. Sendo o nível socioeconômico no domicílio dos já nascidos uma variável que não se pode alterar, compete ao poder público contrabalançar as carências daí decorrentes com serviços qualificados. Os primeiros são creches e pré-escolas. Elas têm a função de prover os incentivos necessários e também orientar os pais sobre o que podem fazer no ambiente doméstico em prol do aprendizado. Outros problemas e deficiências vão se apresentar nos anos subsequentes de ensino na rede pública, mas essa é a base fundamental, sem a qual nada pode melhorar como deve.

Jornal Folha de São Paulo – 21/08/2018 –

[email protected]

a) Releia: “Outros problemas e deficiências vão se apresentar nos anos subsequentes de ensino na rede pública, mas essa é a base fundamental, sem a qual nada pode melhorar como deve”. Classifique sin-taticamente as duas primeiras orações dessa frase.

“Outros problemas e deficiências vão se apresentar nos anos subsequentes de ensino na rede pública” oração coordenada assindética. “mas essa é a base fundamental” oração coordenada sindética adversativa. b) Segundo o editorial do jornal Folha de São Paulo, “o Brasil claudica no objetivo de despertar a ambição de seus jovens”. Explique por que isso é grave e como a escola, especialmente nos anos iniciais, falha nesse propósito.

Isso é grave porque, ao não despertar a ambição de seus jovens, o Brasil perde a oportunidade de capacitá-los para o mercado de trabalho competitivo com o qual eles se depararão. Muitos jovens, sem perspectivas ou grandes objetivos, desestimulados pela escola e pela sociedade, deixam de seguir no

estudo, de fazer um curso técnico ou superior, e acabam enterrando seu futuro. Sem a ambição de buscar sua capacitação educacional e cultural, esses jovens tornam-se menos preparados e perpetuam o ciclo da desigualdade social. A escola falha nesse propósito porque, especialmente nos anos iniciais, não orienta pais e filhos sobre a importância da escolarização e do aprendizado dos alunos. A escola, especialmente a pública, não dispõe de um serviço qualificado nem estimula a criança a querer estar nesse espaço para aprimorar seu conhecimento.

QUESTÃO 04|

Observe a tirinha Mafalda, de Quino.

a) Releia: “Nossa geração é diferente. É a geração da tecnologia, da era espacial, da eletrônica, etc., portanto não vou cair na mediocridade do corte e costura!”. Como se classifica a oração sublinhada no trecho? Considerando o que Susanita afirma até o terceiro parágrafo, o que o leitor imagina ao ler essa oração?

Essa é uma oração coordenada sindética conclusiva. O leitor imagina que Susanita renega o passado das mães, que se conformavam em assumir papéis considera-dos femininos pela sociedade, submissas a uma cultura machista. Imagina-se que Susanita romperá com o passado de opressão a que se submeteram as mulheres, tornando-se uma mulher livre, autônoma e que faz o que quer, inclusive assumir papéis antes considerados masculinos, como os que se relacionam ao universo da ciência.

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b) É possível afirmar que Susanita assume o mesmo discurso de Mafalda em relação ao assunto abordado por elas? Fundamente sua resposta considerando as posições defendidas por Susanita e a reação de Mafalda ao longo do texto.

Susanita não assume o mesmo discurso de Mafalda, que é uma feminista declarada. Susanita parece feminista, mas seu comportamento, ironicamente, continua retrógrado e submisso. Ela continuará desempenhando a mesma função de costureira da mãe, a diferença é que irá usar a tecnologia a seu favor, comprando uma máquina de tricô elétrica. Esse comportamento hipócrita diverge do real comportamento de Mafalda porque Mafalda demonstra satisfação até o momento quando pensa que Susanita age como feminista, mas, ao perceber que a amiga é hipócrita, é uma falsa feminista, Mafalda fica decepcionada, frustrada.

QUESTÃO 05|

Observe o quadro.

KUCZYNSKIEGO, P. Ilustração,2008. Disponível em: http://capu.p|. Acesso em: 3 ago. 2012.

O artista gráfico polonês Pawla Kuczynskiego nasceu em 1976 e recebeu diversos prêmios por suas ilustrações. Nessa obra, ao abordar o trabalho infantil, Kuczynskiego usa sua arte para

a) difundir a origem de marcantes diferenças sociais.

b) estabelecer uma postura proativa da sociedade.

c) provocar a reflexão sobre essa realidade.

d) propor alternativas para solucionar esse problema.

e) retratar como a questão é enfrentada em vários países do mundo.

Gabarito: Letra C A imagem do artista gráfico Pawla Kuczynskiego tem como objetivo provocar a reflexão sobre a triste realidade do trabalho infantil, já que retrata o contraste entre dois meninos de idade aparentemente semelhantes, sendo que, enquanto um brinca, o outro trabalha.

QUESTÃO 06|

Observe o texto.

A tirinha denota a postura assumida por seu produtor frente ao uso social da tecnologia para fins de interação e de informação. Tal posicionamento é expresso, de forma argumentativa, por meio de uma atitude a) crítica, expressa pelas ironias. b) resignada, expressa pelas enumerações. c) indignada, expressa pelos discursos diretos. d) agressiva, expressa pela contra-argumentação. e) alienada, expressa pela negação da realidade.

Gabarito: Letra A A postura assumida pelo produtor da charge frente ao uso da tecnologia para fins interativos é altamente crítica, porque há demonstração de oposições entre as máximas colocadas nos retângulos e as atitudes e falas das personagens que representam o homem, estando presente a figura de linguagem conhecida como ironia.

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LITERATURA PROF. BRUNO MALAVOLTA

QUESTÃO 01|

Oswald de Andrade percorre um caminho, desde o

lançamento de Pau Brasil, em 1924, à redação do

Manifesto Antropófago, de 1928, que propiciou uma

revisão total da cultura, língua e sociedade

brasileira. Leia dois poemas, a seguir transcritos, de

Pau Brasil, e responda ao que segue.

Erro de português

Quando o português chegou

Debaixo duma bruta chuva

Vestiu o índio

Que pena!

Fosse uma manhã de sol

O índio tinha despido

O português.

Oswald de Andrade

ANDRADE, O. Obras completas, Volumes 6-7. Rio de Janeiro:

Civilização Brasileira, 1972.

Pronominais

Dê-me um cigarro

Diz a gramática

Do professor e do aluno

E do mulato sabido

Mas o bom negro e o bom branco

Da Nação Brasileira

Dizem todos os dias

Deixa disso camarada

Me dá um cigarro.

Oswald de Andrade

ANDRADE, O. Obras completas, Volumes 6-7. Rio de Janeiro:

Civilização Brasileira, 1972.

a) O projeto estético de Oswald de Andrade visava

não só a revisar a história do Brasil, mas também a

língua portuguesa falada no Brasil. É possível inferir

um projeto de afirmação do português brasileiro no

segundo poema de Oswald de Andrade?

Oswald faz uma revisão crítica do português brasileiro, no sentido de valorizar seus desvios da norma padrão como uma espécie de patrimônio cultural nacional. No referido poema, Oswald propõe uma complexa oposição entre o “professor”, o “aluno” e o “mulato sabido”, que falavam o português através do uso da ênclise (“Dê-

me um cigarro”), e o “bom negro e o bom branco / da nação brasileira”, que faziam o uso informal da próclise (“Me dá um cigarro”). Essa inversão da lógica valorativa de nosso idioma performa uma ironia deliciosa em um poema como “Pronominais”, de forma a carnavalizar as relações sociais do Brasil a partir da observação de seus usos da língua, sempre no sentido de se valorizar o brasileiro acima do colonizador português. b) Que tipo de relação é possível estabelecer entre

a inversão que propõe Oswald do processo

colonizatório e a aculturação linguística do

português europeu sobre o Brasil?

Oswald inverte a lógica colonizatória na medida em que retira a autoridade de fala do colonizador e a coloca sobre o colonizado. Assim, não apenas dá dignidade à figura do brasileiro, que jamais se adequara de fato à cultura da metrópole portuguesa, mas sobretudo retira o título de colonizador e catequista dessa metrópole, passando o brasileiro a ser responsável pelo seu próprio processo de aculturação e miscigenação cultural. Em outras palavras, no poema de Oswald o brasileiro encontra-se, pela primeira vez, como senhor de sua própria cultura, e não subalterno.

QUESTÃO 02|

Leia o trecho de Macunaíma para responder às

seguintes questões.

“A inteligência do herói estava muito perturbada.

Acordou com os berros da bicharia lá em baixo nas

ruas, disparando entre as malocas temíveis. E

aquele diacho de sagüi-açu que o carregara pro alto

do tapiri tamanho em que dormira. . . Quê mundo

de bichos! quê despropósito de papões roncando,

mauaris juruparis sacis e boitatás nos atalhos nas

socavas nas cordas dos morros furados por grotões

donde gentama saía muito branquinha

branquíssima, de certo a filharada da mandioca!... Á

inteligência do herói estava muito perturbada. As

cunhas rindo tinham ensinado pra ele que o sagüi-

açu não era sagüim não, chamava elevador e era

uma máquina. De-manhãzinha ensinaram que

todos aqueles piados berros cuquiadas sopros

roncos esturros não eram nada disso não, eram

mas cláxons campainhas apitos buzinas e tudo era

máquina. As onças pardas não eram onças pardas,

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se chamavam fordes hupmobiles chevrolés dodges

mármons e eram máquinas. Os tamanduás os

boitatás as inajás de curuatás de fumo, em vez

eram caminhões bondes autobondes anúncios-

luminosos relógios faróis rádios motocicletas

telefones gorjetas postes chaminés. . . Eram

máquinas e tudo na cidade era só máquina! O herói

aprendendo calado. De vez em quando estremecia.

Voltava a ficar imóvel escutando assuntando

maquinando numa cisma assombrada. Tomou-o um

respeito cheio de inveja por essa deusa de deveras

forçuda, Tupã famanado que os filhos da mandioca

chamavam de Máquina, mais cantadeira que a

Mãe-D'água, em bulhas de sarapantar.”

Macunaíma, Mário de Andrade

a) Obra máxima para representar a Antropofagia de

Oswald de Andrade, Mário de Andrade escreve

Macunaína tendo em vista dar continuidade e

expressão às ideias lançadas no manifesto

oswaldiano de 1928, mesmo ano do lançamento do

romance rapsódico. Encontre um trecho do texto

que demonstre que Mário, a partir de Macunaíma,

promove uma inversão no processo colonizatório

brasileiro, e justifique sua escolha.

Todo o trecho apresentado pela questão refere-se, na verdade, a um processo de inversão da lógica colonizatória. Notada-mente, a passagem em que Macunaíma passa a interpretar as máquinas da cidade como “bichos” serviria bem à justificativa, uma vez que é Macunaíma quem lê os signos da civilização ocidental, e não os códigos dessa civilização ocidental que servem de base à interpretação da cultura Tupy, como é o caso de “Iracema”. O trecho mais per-tinente para a resposta seria: “Quê mundo de bichos! Quê despropósito de papões roncando, mauaris juruparis sacis e boitatás nos atalhos nas socavas nas cordas dos morros furados por grotões donde gentama saía muito branquinha branquíssima, de certo a filharada da mandioca!... Á inteligên-cia do herói estava muito perturbada.” b) Por que Mário escolhe a cidade de São Paulo

para promover as peripécias centrais de

Macunaíma?

São Paulo é, no momento de escrita de Macunaíma, de 1928, o centro econômico consolidado do país, além de ser o berço da primeira geração modernista. O autor intentou, pois, provocar um grande contraste e paradoxo entre as diversas

realidades do Brasil, notadamente a do interior indígena e mítico do Amazonas e a da modernidade carnavalizada de São Paulo, urbanizada desde as primeiras crises do café na primeira década do século XX. Em verdade, à essa época, São Paulo e Rio de Janeiro duelavam pela hegemonia do pensamento intelectual do país; se o Rio de Janeiro era marcado pela tradição, São Paulo era marcado pela rejeição ao nacionalismo romântico e a tentativa de revisão crítica da nacionalidade brasileira. Mário de Andrade fez parte deste projeto, o que explicaria a sua escolha de São Paulo para a viagem de Macunaíma.

QUESTÃO 03|

Leia o trecho do capítulo V - Piaimã, de

Macunaíma, e responda ao que segue.

Uma feita a Sol cobrira os três manos duma

escaminha de suor e Macunaíma se lembrou de

tomar banho. Porém no rio era impossível por

causa das piranhas tão vorazes que de quando em

quando na luta pra pegar um naco de irmã

espedaçada, pulavam aos cachos pra fora d'água

metro e mais. Então Macunaíma enxergou numa

lapa bem no meio do rio uma cova cheia d'água. E

a cova era que-nem a marca dum pé-gigante.

Abicaram. O herói depois de muitos gritos por

causa do frio da água entrou na cova e se lavou

inteirinho. Mas a água era encantada porque aquele

buraco na lapa era marca do pezão do Sumé, do

tempo em que andava pregando o evangelho de

Jesus pra indiada brasileira. Quando o herói saiu do

banho estava branco louro e de olhos azuizinhos,

água lavara o pretume dele. E ninguém não seria

capaz mais de indicar nele um filho da tribo retinta

dos Tapanhumas.

Nem bem Jiguê percebeu o milagre, se atirou na

marca do pezão do Sumé. Porém a água já estava

muito suja da negrura do herói e por mais que Jiguê

esfregasse feito maluco atirando água pra todos os

lados só conseguiu ficar da cor do bronze novo.

Macunaíma teve dó e consolou:

— Olhe, mano Jiguê, branco você ficou não, porém

pretume foi-se e antes fanhoso que sem nariz.

Maanape então é que foi se lavar, mas Jiguê

esborrifara toda a água encantada pra fora da cova.

Tinha só um bocado lá no fundo e Maanape

conseguiu molhar só a palma dos pés e das mãos.

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Por isso ficou negro bem filho da tribo dos

Tapanhumas. Só que as palmas das mãos e dos

pés dele são vermelhas por terem se limpado na

água santa. Macunaíma teve dó e consolou:

— Não se avexe, mano Maanape, não se avexe

não, mais sofreu nosso tio Judas!

E estava lindíssima na Sol da lapa os três manos

um louro um vermelho outro negro, de pé bem

erguidos e nus. Todos os seres do mato espiavam

assombrados.

Mário de Andrade, Macunaíma

a) Explique, a partir do trecho em questão, por que

Mário de Andrade defende a ideia, em seu romance

rapsódico, de que o brasileiro não possuía caráter.

A ausência absoluta de caráter no brasileiro possui duas explicações: uma, de que Macunaíma, alegoria crítica e irônica o Brasil, é composto das piores características nacionais, sendo uma espécie de personificação maligna dessas: sem caráter ético, portanto; a segunda, mais condizente com a pergunta, de que a sua personalidade é composta por uma junção não ordenada e carnavalizada de muitas outras personalidade supranacionais, tendo o tupy e o ritual antropofágico como seu eixo central: sem caráter (personalidade) definido e definitivo, portanto. b) O que simboliza para a construção modernista

de um projeto identitário nacional a passagem

transcrita?

A passagem faz um jogo irônico com as teorias racistas de século XIX, que foram as principais teorias de compreensão do Brasil até as modernas teorias sociológicas. As teorias de Arthur de Gobineau defenderiam a superioridade do homem branco sobre o negro e o índio, e a decadência da “raça mestiça”. Assim, o momento em que Macunaíma deixa de ser um índio negro para tornar-se branco, seguido por seus irmãos, um mulato e um negro, é uma espécie de revisão irônica e carnavalesca dessas teorias racistas, adiantando em alguns anos o mito das três raças desenvolvido por Darcy Ribeiro em seu livro “Casa grande e senzala”.

QUESTÃO 04|

Leia os trechos abaixo de Macunaíma e Iracema

para responder às questões seguintes.

No fundo do mato-virgem nasceu Macunaíma, herói

de nossa gente. Era preto retinto e filho do medo da

noite. Houve um momento em que o silêncio foi tão

grande escutando o murmurejo do Uraricoera, que

a índia, tapanhumas pariu uma criança feia. Essa

criança é que chamaram de Macunaíma.

Macunaíma, Mário de Andrade

Além, muito além daquela serra, que ainda azula no

horizonte, nasceu Iracema.

Iracema, a virgem dos lábios de mel, que tinha os

cabelos mais negros que a asa da graúna e mais

longos que seu talhe de palmeira.

O favo da jati não era doce como seu sorriso; nem

a baunilha recendia no bosque como seu hálito

perfumado.

Iracema, José de Alencar

a) Faça a comparação de um trecho de cada um

dos textos acima para provar que Mário de Andrade

se aproveita parodicamente do romance indianista

de Alencar.

Muitos trechos poderiam ser usados na direção de se demonstrar o evidente intertexto entre Alencar e Mário. A escolha mais acertada, talvez, seria o das primeiras frases, sendo essas “Além, muito além daquela serra, que ainda azula no horizonte, nasceu Iracema” e “No fundo do mato-virgem nasceu Macunaíma, herói de nossa gente”, em que Mário imita a estrutura sintática e semântica de Alencar com precisão, porém subvertendo seu conteúdo para a ironia. Os recursos de idealização tão presentes na caraterização da índia Iracema ganham, em Macunaíma, um caráter dessacralizado e zombeteiro, típico da primeira geração de nosso modernismo.

b) Quais as diferenças entre os projetos de

identidade nacional propostos por Mário e Alencar

em seus respectivos textos?

Alencar faz uma revisão eurocêntrica da

história, ou seja, em favor da narrativa oficial

da colonização, idealizada e heroica. Já

Oswald irá inverter esse pensamento, ou seja,

colocará o índio como centro dessa

perspectiva. E, para escapar à idealização da

ideia de cultura e nacionalidade, tornará essa

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narrativa irônica e carnavalesca. Em outras

palavras, o projeto cultural de Oswald é uma

grande paródia do projeto de Alencar. Se na

narrativa de Alencar o purismo predomina

sobre a visão da nacionalidade, a mistura e a

agregação de vários elementos estrangeiros

estará presente na narrativa modernista.

QUESTÃO 05|

Vício na fala

Para dizerem milho dizem mio

Para melhor dizem mió

Para pior pió

Para telha dizem teia

Para telhado dizem teiado

E vão fazendo telhados. (Oswald de Andrade)

Sobre o poema de Oswald de Andrade, julgue as

seguintes proposições:

I. O poema de Oswald de Andrade volta-se contra o

preconceito linguístico e nos chama a atenção para

a necessidade de uma espécie de ética linguística

pautada na diferença entre as línguas, nesse caso

em uma única língua.

II. O poema critica a maneira de falar do povo

brasileiro, sobretudo das classes incultas que

desconhecem o nível formal da língua.

III. Para ele, os falantes que dizem “mio”, “mió”,

“pió”, “teia”, “teiado”, de certa forma, constroem um

“telhado”, ou seja, criam novas formas de pronúncia

que se sobressaem, em muitos casos, à norma

culta.

IV. A palavra “vício”, encontrada no título do poema,

denota certo preconceito linguístico do autor, que

julga a norma culta superior ao coloquialismo

presente na fala das pessoas menos esclarecidas.

a) Todas estão corretas.

b) I e III estão corretas.

c) I, III e IV estão corretas.

d) II e III estão corretas.

e) Nenhuma está correta

Gabarito: Letra B

Em razão do projeto político do autor e da

escola literária à qual Oswald de Andrade

pertencia, podemos afirmar que o “vício” é,

na verdade, uma virtude, uma marca de

regionalismo importante para a construção

da identidade nacional, bandeira defendida

pelos primeiros modernistas. Por intermédio

da linguagem, Oswald conseguiu contrastar

as diferenças entre a classe culta e a classe

operária, essa última responsável por usar

variantes e regionalismos. Contudo, não há

intenção preconceituosa no posicionamento

de Oswald, que sempre buscou a valorização

do Brasil real presente na linguagem

empregada pelo povo.

QUESTÃO 06|

O poema de Oswald de Andrade remonta à ideia de que a brasilidade está relacionada ao futebol. Quanto à questão da identidade nacional, as anotações em torno dos versos constituem a) direcionamentos possíveis para uma leitura crítica de dados histórico-culturais. b) forma clássica da construção poética brasileira. c) rejeição à ideia do Brasil como o país do futebol. d) intervenções de um leitor estrangeiro no exercício de leitura poética. e) lembretes de palavras tipicamente brasileiras substitutivas das originais.

Gabarito: Letra A

As anotações junto aos versos ao longo do poema possibilitam direcionamentos pos-síveis para uma leitura crítica de dados histórico-culturais por parte dos leitores, como a que explica que Brasil é o país do futebol, ou que Cette não é um número, mas sim um time. Além disso, o todo do poema explicita a supremacia do futebol como marca de brasilidade.