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UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO
FACULDADE DE CIÊNC1AS FARMACÊUTICAS
Programa de Pós-Graduação em Fánnaco e Medicamentos
Área de Insumos Farmacêuticos
ATIVIDADE ANTIINFLAMATÓRIA, TOXICIDADE E
ASPECTOS QUÍMICOs DO ÓLEO-RESINA DE COPAÍBA,
PROVENIENTE DE DIFERENTES ESPÉCIES,
E DE SUAS RESPECTIVAS FRAÇÕES
Ricardo· Gomide Woisky do Rio
Tese para obtenção do grau de
DOUTOR
Orientador:
Prof. Dr Jayme Antônio Aboin Sertié
São Paulo
2001
R585a
DEDALUS - Acervo - CQ
I I I1II II II30100003903
Ficha Cata lográ ficaElaborada pela Divisão de Biblioteca e
Documentação do Conjunto das Químicas da USP.
Rio, Ricardo Gomide Woisky do ~Atividade anti inflamatória, toxicidade e fitoquímica do I
óleo-resina de copaíba, proveniente de diferentes espécies, ede suas respectivas frações / Ricardo Gomide Woisky doRio. -- São Paulo, 200 I.
130p.
Tese (doutorado) - Faculdade de Ciências Farmacêuticasda Universidade de São Paulo. Departamento de Farmácia.
Orientador: Sertié, Jayme Antônio Aboin
1. Fitoterapia 1. T. 11. Sertié, Jayme Antônio Aboin,orientador.
615.32 CDD
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RICARDO GOMIDE WOISKY DO RIO
ATIVIDADE ANTIINFLAMATÓRIA, TOXICIDADE E
ASPECTOS QUÍMICOS DO ÓLEO-RESINA DE COPAÍBA, PROVENIENTE
DE DIFERENTES ESPÉCIES, E DE SUAS RESPECTIVAS FRAÇÕES
Comissão Julgadora
Tese para obtenção do grau de
DOUTOR l
/ ./ /
4 411 /ic~ ,:/~Prof Dl'JáYrn~Atítônio ;M5oin Sêrtié
OrientadorlPresidente
/
/ Prof. Dr Antônio Salatino
1Q. Examinador
Prof. Dr Paulo Roberto Hrihorowitsch Moreno
2Q• Examinador
Prof. Dr Massuo Jorge Kato
3Q• Examinador
Profa Dra Elfriede Marianne Bacchi
4Q• Examinador
São Paulo, 08 de junho de 2001
- .]
Dedico este trabalho aos meus amigos e amigas
___ ~,l.IIl<'=-~ _
AGRADECIMENTOS
Ao meu orientador, PIOf. Dr Jayme Antônio Aboin Sertié, pela orientação,
amizade e cafezinhos para animar o dia.
Ao doutorando Valdir Florêncio Junior da UFRJ pela análise fitoquímica.
Ao PIOf. Dr Antônio Altair Magalhães de Oliveira do Departamento de
Análises Clínicas e Toxicológicas pelas análises hematológicas.
Ao Prof. Dr Antônio Salatino do Departamento de Botânica do IB pelo uso
de seu laboratório para a destilação dos óleos-resinas de copaíba.
Ao PIOf. Dr José Carlos de Freitas e à Bianca do Departamento de
Fisiologia mpelos ensaios de citotoxicidade.
À Dra Nilsa Sumie Yamashita Wadt da UMC pela ajuda nos trabalhos
experimentais de toxicidade subcrônica.
À técnica Guiomar Wiezel do Departamento de Farmacologia do ICB pela
ajuda em todos os trabalhos experimentais.
Ao mestrando Marcelo Rodrigues do Departamento de Farmacologia do
ICB pelo auxílio no trabalho experimental.
À Elisabete C. de Souza Paiva, secretária do Programa de Pós-Graduação
em Fármaco e Medicamentos pela solicitude com que sempre nos acompanhou.
À Benedita E. S. de Oliveira, Elaine Midori Ychico e Jorge A. de Lima da
secretaria de Pós-Graduação pela presteza com que sempre nos atenderam.
Ao CNPQ pelo auxílio financeiro.
A todos que direta ou indiretamente auxiliaram neste trabalho.
-
I.
RESUMO
Espécies do gênero Copaifera (Leguminosae) são nativas de regiões
tropicais da América Latina e África. No Brasil, seu óleo-resina é amplamente
utilizado em medicina popular como antiinflamatório, antisséptico e cicatrizante.
No presente trabalho, avaliou-se, em uma primeira fase, a atividade
antiinflamatória em modelo experimental agudo das seguintes amostras de óleo
resina: comercial, gentilmente cedida pela empresa Pronatus, Copaifera reticulata,
C. multijuga e C. paupera. As amostras foram administradas pela via oral, sendo
selecionada, das amostras identificadas botanicamente, a C. reticulata por
apresentarem maior atividade. A amostra comercial também foi ensaiada no
modelo experimental acima.
Os óleo-resinas foram analisados por cromatografia gasosa acoplada à
espectrometria de massas tendo revelado a presença de sesquiterpenos e
diterpenos. Foram identificados vinte e dois compostos na amostra comercial e
vinte seis na amostra de C. reticulata. Deste total, seis substâncias foram comuns a
ambas as amostras. A seguir, os óleos-resinas foram destilados e separadas suas
respectivas frações sesqui e diterpênicas. Tanto os óleos-resinas quanto suas
frações foram avaliados farmacologicamente.
As atividades farmacológicas testadas foram: atividade antiinflamatória
aguda, subcrônica, crônica e ensaios de toxicidade aguda, subcrônica e
citotoxicidade.
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A atividade antiinflamatória foi testada em cinco modelos: edema de pata
induzido pela carragenina, nistatina e miconazol; indução de fonnação de tecido
granulomatoso e dennatite induzida pelo óleo de cróton. Nos modelos utilizados
as doses testadas foram de 2,47 rnl/kg (DEso no modelo da carragenina) para a
amostra comercial e suas frações sesqui e diterpênicas e 2,02 rnl/kg (Dose
equipotente no modelo da carragenina) para a amostra de C. reticulata e suas
frações sesqui e diterpênicas). Em todos os ensaios realizados com as amostras,
evidenciaram-se intensa atividade antiflogística, com exceção da C. reticulata que
apresentou elevada toxicidade no modelo de indução do tecido granulomatoso.
Nos ensaios de toxicidade aguda, a amostra C. reticulata (DLso = 4,48
m1Ikg) apresentou toxicidade maior que a amostra comercial (DLso > 12,35 m1Ikg).
Suas frações sesquiterpênicas foram bem menos tóxicas que seus correspondentes
óleos-resinas com DLso maiores que 9,14 e 20 m1Ikg, respectivamente para C.
reticulata e amostra comercial: Por outro lado, a fração resinosa (diterpênica)
apresentou alta toxicidade com DLso superiores a 2,85 e 1,2? rnl/kg,
respectivamente para a amostra comercial e C. reticulata.
Nos ensaios de toxicidade subcrônica confmnou-se a toxicidade menor para
a fração sesquiterpênica da amostra de C. reticulata. O óleo-resina de C. reticulata
apresentou toxicidade renal e alterações hepáticas indicando que pode haver um
comprometimento hepático.
sUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO 1
1. 1 Plantas medicinais 1
1.2 Processo inflamatório 7
1.3 Constituintes de plantas com atividade antiinflamatória 13
1.4 Estudo de plantas do gênero Copaifera 17
2 OBJETIVOS 20
3 MATERIAL E MÉTODOS 21
3.1 Material 21
3.2 Métodos 22
3.2.1 Estudos fitoquímicos 22
3.2.2 Avaliação farmacológica 23
3.2.2.1 Edema de pata induzido pela carragenina 23
3.2.2.2 Edema de pata induzido pela nistatina 24
3.2.2.3 Edema de pata induzido pelo miconazol 25
3.2.2.4 Formação de tecido granulomatoso 26
3.2.2.5 Dermatite induzida pelo óleo de cróton 27
3.2.2.6 Toxicidade 29
3.2.2.6.1 Estudos de toxicidade aguda 29
3.2.2.6.2 Estudos de toxicidade subcrônica 30
3.2.2.6.3 Estudos de citotoxicidade 31
3.2.3 Análise estatística 32
4 RESULTADOS 33
4.1 Estudos fitoquímicos 33
4.2 Avaliação farmacológica 36
4.2.1 Edema de pata induzido pela carragenina 36
4.2.1.1 Determinação da DEso da amostra CAM 37
4.2.1.2 Atividade da amostra CAM e de suas frações 41
4.2.1.3 Avaliação das amostras CM, CP e CR frente à amostra CAM 45
4.2.1.4 Determinação da Dose Equipotente da amostra CR 46
4.2.1.5 Atividade da amostra CR e de suas frações
4.2.2 Edema de pata induzido pela nistatina
4.2.3 Edema de pata induzido pelo miconazol
4.2.4 Fonnação de tecido granulomatoso
4.2.5 Dennatite induzida pelo óleo de cróton
4.2.6 Toxicidade
4.2.6.1 Estudos de toxicidade aguda
4.2.6.2 Estudos de toxicidade subcrônica
4.2.6.2.1 Toxicidade subcrônica da amostra CAM
4.2.6.2.2 Toxicidade subcrônica da amostra CR
4.2.6.2.3 Toxicidade subcrônica da amostra CRD
4.2.6.3 Estudos de citotoxicidade
5 DISCUSSÃO
6 CONCLUSÃO
7 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
APÊNDICE
48
52
59
62
65
68
68
70
70
75
82
88
90
107
108
126
1. INTRODUÇÃO
1.1. PLANTAS MEDICINAIS
Remonta às civilizações antigas o uso empírico de drogas de ongem
vegetal, animal e mineral para o tratamento de doenças (SNEADER, 1985). As
primeiras informações relativas à utilização de vegetais para fms terapêuticos são
encontradas nos escritos do imperador chinês Shen Nung (3.000 a.e.), no Código
de Hamurabi (2.000 a. C.), no Papiro de Ebers (1.500 a.C.) e Galeno (131 d.e.)
(KüRüLKüVAS & BURCKHALTER, 1988).
Desde o início da colonização do Brasil, os primeiros viajantes ficaram
surpresos diante da exuberância da vegetação e do uso pelos indígenas de várias
plantas na cura de doenças. Poucos povos primitivos adquiriram conhecimento tão
vasto e complexo sobre as propriedades medicinais de seu ambiente botânico
quanto os indígenas sul-americanos (LÉVI-STRAUSS, 1987). A utilização de
plantas medicinais no Brasil pela população foi influenciada pela riqueza da flora
associado ao uso milenar de ervas pelos pajés tanto dos nativos brasileiros quanto
dos oriundos do continente africano trazidos como escravos.
Entretanto, a pesquisa sistemática de plantas medicinais iniciou-se somente
no século XIX, quando o farmacêutico alemão Friederich Wilhelm Setümer isolou
a morfma, substância responsável pela ação hipnoanalgésica do ópio. Assim como
a morfina, muitos outros fármacos, que compõem o arsenal terapêutico atual,
resultaram da purificação de extratos vegetais e do isolamento de seus princípios
1
ativos (KOROLKOVAS & BURCKHALTER, 1988; CARLINI, 1985). Na
literatura científica são descritos vários exemplos como os alcalóides, antibióticos,
vitaminas e hormônios (KOROLKOVAS & BURCKHALTER, 1988; ANSEL &
POPOVICH,1990).
Um exemplo clássico é a utilização das cascas do salgueiro, Salix alba,
planta que habita locais úmidos. O uso popular desta casca, como antitérmico,
antimalárico e em estados gripais, disseminou-se por todo o mundo. Das cascas
dessa espécie isolou-se o. ácido salicílico que após pequena modificação, deu
origem ao ácido acetilsalicílico, um dos medicamentos mais utilizados em todo o
mundo (DI STASI, 1996; FONT QUER, 1967).
A descoberta da peni1cilina em 1929 por Fleming e sua purificação em
1940 deu origem à pesquisa de novos antibióticos em larga escala, pois
demonstraram ser menos tóxicos em seres humanos e mais eficazes que as
sulfonamidas (DAVIS, 1968).
Apesar da descoberta de inúmeras substâncias de ongem natural com
propriedades medicinais, o uso desses compostos foi relegado a segundo plano em
função do enorme progresso alcançado em sínteses químicas. Contudo, a partir
dos fatos envolvendo os medicamentos talidomida e dietilestilbestrol evidenciou
se a necessidade de se aprofundar as pesquisas de toxicidade (GILMAN et aI.,
1987; KOROLKOVAS & BURCKHALTER, 1988).
O custo de pesquisa envolvendo novas drogas sintéticas elevou-se
consideravelmente, contribuindo para uma redescoberta dos produtos naturais.
Estima-se que o custo de um novo fánnaco para ser lançado no mercado, pronto
2
para o consumo, seja de US$ 500 a US$ 800 milhões. Para cada produto novo
sintético colocado no mercado temos a pesquisa de 23.000 substâncias e para cada
fitoterápico lançado são pesquisados cerca de 400 compostos. O custo de pesquisa
e desenvolvimento para drogas sintéticas chega a ser 15% do faturamento da
empresa (FERREIRA, 1998). No caminho oposto do custo crescente de drogas
sintéticas temos o mercado de fitoterápicos em expansão. A indústria farmacêutica
na Europa e Estados Unidos movimenta um mercado de aproximadamente oito
bilhões de dólares anuais. Além disso, segundo estudos da OMS, cerca de 80% da
população mundial encontra nas medicinas tradicionais formas para satisfazerem
suas necessidades de cuidados primários à saúde, destacando-se a utilização de
preparados à base de plantas (FARNSWORTH et al., 1986).
Outra fonte de dados sobre compostos de origem natural vem da pesquisa
básica na área de química de produtos naturais. Sabe-se que fungos, bactérias e,
principalmente, as plantas têm uma enorme capacidade de biossintetizar
substâncias. Os produtos oriundos do metabolismo secundário desempenp.am uma
função importante no sistema de defesa da planta frente a doenças e herbívoros
(HARBORNE, 1988; GOTTLIEB & KAPLAN, 1982; COLEY, 1980). E, muitas
dessas substâncias demostraram ter atividade farmacológica para seres humanos
aumentando ainda mais o interesse na pesquisa desses compostos. Cjtando como
exemplo, Hypericum perforatum que causa fotossensibilização em animais
provocando sérios danos à derme e o Viscum album tóxico para mamíferos e não
para aves. Essas duas plantas são, atualmente, utilizadas em fitoterapia pelo
homem como antidepressivo e antitun'loral, respectivamente.
3
Apesar da efetiva contribuição da medicina folclórica na introdução de
drogas novas à terapêutica, uma parcela muito pequena de espécies vegetais foi até
agora investigada quanto à identificação de princípios ativos naturais (ANSEL,
1990). Estima-se que a flora brasileira disponha de cerca de 120.000 espécies
vegetais e apesar dessa grande diversidade o Brasil ainda mantém uma atuação
modesta em relação à pesquisa sistemática nesta área e temos ainda o agravante de
que esta exuberante flora pode estar sendo perdida pelo desmatamento e
desaparecimento dos povos da floresta (BRITO & BRITO, 1993; CARLINI, 1988;
GOTTLIEB & MORS, 1978; SIMÕES et aI., 1999).
Diante deste notável império vegetal, o Brasil é um país onde a fitoterapia
encontra um vasto campo para se desenvolver. XAVIER (1991) aponta os
seguintes aspectos primordiais para o progresso da fitoterapia no Brasil: (a)
incentivo ao desenvolvimento científico e tecnológico da fitoterapia, estimulando
sobretudo a formação de recursos humanos e científicos de profissionais
envolvidos com a mesma; (b) desenvolvimento de uma infraestrutura de produção,
calcada no cultivo racional dos taxons, minimizando desta forma a sua exploração
predatória, responsável já por traços nítidos de sua extinção em algumas regiões
do país; (c) reestruturação da política nacional de produção e controle de qualidade
(atualmente incipiente), suprindo a demanda e resguardando satisfatoriamente a
segurança do consumidor.
No Brasil, o estudo farmacológico de plantas medicinais reveste-se
de fundamental importância na introdução à terapêutica de novos fármacos de
origem vegetal, levando-se em conta que aproximadamente 90% das matérias-
4
primas fannacêuticas são importadas e cerca de 80% da população brasileira não
tem acesso aos medicamentos essenciais (BRASIL-CENTRAL DE
MEDICAMENTOS, 1987). A fitoterapia possibilitaria a essa população de mais
baixa renda, que não tem acesso aos medicamentos industrializados, um
medicamento mais barato e de qualidade comprovada (AKERELE, 1988;
MARINI-BETTàLO, 1980).
CARLINI (1988) propõe que o estudo fannacológico de extratos de plantas
brasileiras conste de três etapas. Primeiramente, os testes fannacológicos devem
ser realizados ao acaso, preferencialmente com vegetais utilizados na medicina
popular. Comprovada sua atividade, parte-se para o fracionamento do, extrato
bruto e para os testes fannacológicos das respectivas frações. A seguir, realiza-se o
estudo fannacológico detalhado de substâncias ativas, eventualmente obtidas em
estado puro. Segundo BACCHI (1987), o extrato bruto com ação fannacológica
comprovada e baixa toxicidade' pode ser utilizado na terapêutica com vantagens
sobre substâncias puras dele isolados. A atividade terapêutica do ex~ato bruto
deve-se, muitas vezes, a um conjunto de substâncias com ação sinérgica que
contribui para a obtenção de melhores resultados do que com os compostos
isolados.
Algumas iniciativas foram desenvolvidas no Brasil, como a que foi
proposta pela CEME em 1982: o Programa de Pesquisa de Plantas Medicinais.
Este projeto teve como objetivo o desenvolvimento de uma terapêutica alternativa
e complementar, com embasamento científico, através do estabelecimento de
medicamentos originados a partir da determinação do real valor fannacológico de
5
preparações de uso popular à base de plantas medicinais. Estes preparados seriam
submetidos a uma completa bateria de testes, através dos quais haveria ou não a
confinnação das propriedades terapêuticas a eles atribuídas. A confinnação da
eficácia e tolerabilidade terapêuticas permitiria inclusão das espécies vegetais
estudadas à Relação Nacional de Medicamentos Essenciais-RENAME (BRASIL
CENTRAL DE MEDICAMENTOS, 1990). Recentemente o Ministério da Saúde,
através da Agência Nacional de Vigilância Sanitária, publicou a Resolução-RDC
nº 17 de 24/02/00 que dispõe sobre o registro de fitoterápicos, que também vem
contribuir para a correta utilização dos medicamentos à base de plantas.
Atualmente o estudo de plantas medicinais, ou mais abrangentemente
produtos naturais, está relacionado com vários temas polêmicos, a saber:
conservação do meio-ambiente, bio-pirataria e preservação dos povos indígenas.
FARNSWORTH (1988), analisando informações sobre as 119 drogas derivadas de
plantas que são hoje utilizadas correntemente no mundo, verificou que 74% delas
têm o mesmo uso que o das plantas das quais derivaram. Isto reforça a idéia de
que a pesquisa de novos fármacos tem muito a ganhar com uma abordagem
etnofarmacológica. Essa abordagem, sendo feita por instituições de pesquisa de
certa forma ajudaria na preservação do conhecimento indígena e do meio
ambiente. Com a publicação da Lei nº 9.279 de 14/05/96 que trata da questão das
patentes aliada à ação dos institutos de pesquisa e universidades, poder-se-ia em
parte coibir a evasão de potenciais fitoterápicos através da bio-pirataria.
6
1.2. PROCESSO INFLAMATÓRIO
A inflamação é a reação do organismo frente a um estímulo exógeno ou
endógeno capaz de gerar agressão celular. A resposta inflamatória ocorre no tecido
conjuntivo vascularizado e nos seus componentes extravasculares. Pode ser
caracterizada como um processo de defesa em muitas patologias, entretanto, em
seu decurso podem oCOrrer efeitos deletérios para o organismo (TROWBRIDGE
& EMLING, 1996; COTRAN et al.,1996).
Os fatores que podem desencadear a inflamação são múltiplos e de natureza
variável podendo ser dos seguintes tipos: 1) biológicos - seres vivos que no tecido
produzem inflamação, como bactérias, vírus, protozoários, helmintos, etc. Estes
representam a causa mais freqüente do processo inflamatório; 2) químicos
produtos químicos de natureza bastante variada como ácidos, álcalis, cáusticos,
óleo de cróton, terebentina, nitrato de prata, formaldeído e proteínas vegetais
(carragenina). Substâncias liberadas de células ou tumores em pr~cesso de
necrobiose; 3) fisicos - calor excessivo causando queimaduras, frio intenso
(congelamento), radiação, eletricidade ou ação de fatores mecânicos como
traumatismos, fraturas, etc; 4) imunológicos - embora sejam de natureza química
ou celular agrupam-se separadamente por constituir uma resposta inflamatória
bastante complexa, além do que muitas inflamações incluem na sua patogenia um
mecanismo de natureza imune, como a participação do complemento (GARCIA
LEME, 1977).
7
Qualquer que seja o agente lesivo a resposta inflamatória aguda tem
duração relativamente curta caracterizando-se por um ou mais dos sinais clássicos:
dor, calor, eritema, edema e perda de função; exsudação de líquido e de proteínas
plasmáticas e migração de leucócitos, predominantemente neutrófil'os, são as
principais características. Observam-se alterações no calibre vascl.11ar com
aumento do fluxo sangüíneo e a circulação tomando-se mais lenta, o sangue fica
mais viscoso devido à saída de líquido da circulação e aderência de leucócitos na
parede do vaso para preparar a migração para o tecido. A microvascularização
sofre alterações estruturais acarretando no aumento da permeabilidade vascular
por contração da célula endote1ial desencadeada por mediadores como histamina,
bradicinina, leucotrienos, etc; agressão endotelial direta resultando em necrose ou
agressão mediada por leucócitos também são fatores que contribuem no aumento
da permeabilidade vascular. A fagocitose e a liberação de enzimas por macrófagos
e por neutrófilos constituem dois dos principais beneficios derivados da
acumulação de leucócitos no foco inflamatório. (RYAN & MAJNO, 1977;
GARCIA-LEME, 1989, COTRAN et al., 1996).
A interação de leucócitos com o endotélio de vênulas pós-capilares
(marginação leucocitária) está entre as primeiras respostas da defesa do hospedeiro
à injúria ou infecções. Os leucócitos, envoltos pela camada de eritrócitos, ocupam
a área central da corrente sangüínea (zona axial) e o plasma a área mais adjacente
ao endotélio (zona plasmática). A posição das células nos vasos depende do seu
tamanho relativo. Em mamíferos, os glóbulos brancos ocupam o centro da
corrente sangüínea e os glóbulos vermelhos, a periferia. Em outras classes,
8
anfibios por exemplo, o tamanho celular é inverso e se observa disposição celular
no vaso oposta àquela observada em mamíferos (FAHREUS, 1929).
Durante o desenvolvimento da resposta inflamatória, a distribuição dos
leucócitos e eritrócitos circulantes altera-se. Nos estágios iniciais do processo
inflamatório, por ação de mediadores químicos, ocorre vasodilatação, com
conseqüente diminuição da velocidade do fluxo sangüíneo e aumento da
permeabilidade vascular. Assim, a zona axial torna-se relativamente mais ampla e
a zona plasmática reduzida com o deslocamento dos leucócitos para essa região
(FLOREY, 1970; WILHELM, 1977). Nestas condições, leucócitos passam
rolando sobre o endotélio com velocidade menor que os eritrócitos, localizados
agora no centro da corrente sangüínea, e passam então a aderir, momentaneamente
à parede do vaso. A duração do contato celular aumenta gradualmente, fmalmente,
os leucócitos permanecem aderidos ao endotélio. O comportamento de rolar e a
aderência destas células ocorrem em vênulas da microcirculação, especialmente
em vênulas pós-capilares e somente quando a lesão é muito extens~ pode-se
observar esse comportamento dos leucócitos nas arteríolas (MAYROVITZ et al.,
1980).
Em vênulas pós-capilares da microcirculação, a aderência está inicialmente
localizada nas proximidades do foco da lesão. À medida que progride a reação
inflamatória, toda a superficie endotelial do vaso sangüíneo é recoberta por
leucócitos aderentes (ALLISON et aI., 1955). A lactoferrina, proteína básica
contida nas granulações específicas dos neutrófilos, parece exercer atividade
promotora da aderência celular uma vez que estudos realizados in vitro com esta
9
proteína purificada têm demonstrado a indução da aderência de neutrófilos a
monocamadas de células endoteliais mantidas em cultura (BOXER et aI., 1982;).
As moléculas de adesão são estruturas expressas na superficie celular,
sendo responsáveis pelo reconhecimento de outras células, componente da matriz
extracelular ou de superfícies sintéticas. Muitas dessas estruturas de superfície
estão ligadas ao citoesqueleto celular por uma cauda citoplasmática e estão
situadas de maneira tal que possam mediar a·comunicação entre as membranas
celulares. Embora não se conheça o mecanismo exato de transmissão dessas
informações da superfície celular para o núcleo, receptores de superficie podem
emitir sinais orientando eventos celulares que podem mudar o fenótipo,
movimento, expressão gênica ou ativação geral do estado de uma célula
(RAMPART, 1994). As moléculas de adesão estão classificadas em cinco grandes
grupos conforme sua estrutura química, e muitas desempenham funções
importantes na interação dos leucócitos com as células endoteliais como:
integrinas, imunoglobulinas, seletinas, caderinas e carboidratos (ALBELDA &
BUCK, 1990; CARLOS & HARLAN, 1990; OSBORN, 1990; VADAS &
GAMBLE, 1990).
A ocorrência de manifestações tão uniformes em vários tipos de lesão
indica que os fenômenos característicos da inflamação são devidos à liberação e
atuação de substâncias endógenas - os mediadores químicos da resposta
inflamatória. Originam-se no plasma na forma de precursores a serem ativados ou
estão em grânulos intracelulares; dese~penham, em sua maioria, sua atividade
10
biológica através da ligação a receptores específicos em células alvo; são capazes
de estimular a liberação de mediadores por parte das próprias células alvo; atuam
sobre um ou mais tipos de células alvo; uma vez ativados e liberados da célula a
maioria desses mediadores têm duração curta; a maioria tem efeitos
potencialmente nocivos (COTRAN et al., 1996).
A histamina é considerada como o principal mediador da fase imediata do
aumento da permeabilidade vascular e está amplamente distribuída nos mastócitos
presentes no tecido conjuntivo, é também encontrada em basófilos e plaquetas
sangüíneas. Diversos estímulos podem liberar a histamina pré-formada em
grânulos de mastócitos, como por exemplo traumatismos, reações imunes,
fragmentos de complemento etc. Com ação semelhante à histamina, a serotonina é
encontrada em plaquetas sangüíneas e em células enterocromafinicas (COTRAN
et al., 1996).
As prostaglandinas formàm-se a partir do ácido araquidônico liberado dos
fosfolipídeos da membrana das células lesadas por ação catalítica da f~sfolipase
A2, fosfolipase C e lipase digliceridica. As enzimas cicloxigenase e hiperoxidase
catalisam as etapas seqüenciais da síntese dos prostanóides (prostaglandinas
clássicas e tromboxanos), enquanto as lipoxigenases transformam o ácido
araquidônico em leucotrienos e outros compostos (eicosanóides), envolvidos em
diferentes ações. As prostaglandinas são vasodilatadoras, exceto tromboxano A2.
Este último estimula a agregação plaquetária, ao contrário da prostacic1ina. A
PGD2 é liberada pelos mastócitos ativados por estímulos alérgicos ou outros. A
PG~ inibe a ação de linfócitos e outras células que participam das respostas
11
, alérgicas ou inflamatórias. Além de promoverem vasodilatação, as prostaglandinas
sensibilizam os nociceptores (hiperalgesia) e estimulam os centros hipotalâmicos
. da termorregulação. Os leucotrienos aumentam a permeabilidade vascular e
atraem os leucócitos para o sítio da lesão (FUCHS & WANNMACHER, 1992).
Diversos fenômenos da inflamação são mediados por proteases
plasmáticas. Os componentes do Sistema Complemento como o C3a e o CSa
influenciam os fenômenos vasculares aumentando a permeabilidade vascular e
promovem a adesão, quimi<:>taxia e ativação leucocítária. O Sistema Cinina resulta,
em última instância, na liberação do peptídeo vasoativo bradicinina, um potente
agente que aumenta a permeabilidade vascular. A etapa final do Sistema de
Coagulação é a conversão de fibrinogênio em fibrina onde são formados
fibrinopeptídeos que induzem aumento da permeabilidade vascular e atividade
quimiotática em relação a neutrófilos.
A inflamação crônica é de duração mator com destruição tecidual e
tentativas de cura, ocorrendo a proliferação de vasos sangüíneos e tecido
conjuntivo. Ao contrário da inflamação aguda que tem basicamente infiltração
neutrofilica, a inflamação crônica caracteriza-se por infiltração de macrófagos,
linfócitos e plasmócitos refletindo uma reação persistente à agressão. O macrófago
é a figura central na inflamação crônica produzindo uma série de substâncias
biologicamente ativas sendo que algumas delas são fatores quimiotáticos, podem
ser tóxicas para as células, e induzem proliferação de fibroblastos.
12
1.3. CONSTITUINTES DE PLANTAS COM ATIVIDADE
ANTIINFLAMATÓRIA
Encontramos no reino vegetal várias classes de compostos com atividade
fannacológica sendo a maioria decorrente do metabolismo secundário.
Basicamente, há três pontos de origem e produção de compostos secundários,
diferenciados segundo seus precursores: 1) ácido chiquímico, como precursor de
inúmeros compostos aromáticos; 2) aminoácidos, fonte de alcalóides e peptídeos;
3) acetato, que através de duas rotas biossintéticas origina compostos, como
poliacetilenos, terpenos, esteróides e outros. Analisando-se apenas os metabólitos
secundários obtidos de espécies lenhosas que apresentam algum tipo de atividade
biológica, encontramos um número de 940 compostos naturais ativos, distribuídos
em dezenas de classes distintas de substâncias químicas. Esses dados não incluem
os componentes naturais obtidos de espécies não lenhosas, o que provavelmente
indicaria a presença de um número bem maior de substâncias. A Figura 1 mostra
a distribuição de grupos substâncias isoladas a partir de espécies lenhosas com
atividade farmacológica já descrita na literatura (DI STASI, 1996).
13
de compostos mostraram ter atividade, destacando-se algumas.
14
benzenóides
f1avonóides
Grupos de compostos
terpenos
Iignanas
cumarinas
alcalóides
300
400
100
200
Nas últimas décadas houve um grande avanço no entendimento da
Fig. 1 Distribuição de substâncias naturais biologicamente ativas presentesem espécies lenhosas, nas classes químicas de compostossecundários (DI STASI, 1996).
Número de
compostos com
diferentes
atividades
farmacológ icas
desenvolvimento de novas substâncias com atividade antiflogística. Várias classes
bioquímica da fisiopatologia da inflamação, favorecendo a descoberta e o
- Ácidos carboxílicos fenólicos, fenóis, flavonóides e
derivados de fenilpropanos
Após o desenvolvimento do ácido acetilsalicílico a partir do ácido
salicílico, vários análogos estruturais foram testados sem o mesmo sucesso obtido
com o AAS. Outras plantas foram investigadas por conterem ácido salicílico ou
álcool salicílico, como por exemplo Populus tremula, Filipendula ulmaria e
Gaultheria procumbens. Foram isolados de Primula ssp. os ésteres 4 e 5 do ácido
metoxisalicílico e testados frente a sistemas de cicloxigenase. O 4-metil éster do
ácido metoxisalicílico foi o inibidor mais ativo apresentando um valor de 50 % a
uma concentração de 250 J..lM. Os compostos eugenol, rimoI e carvacrol
encontrados nos óleos essenciais de Syzygium aromaticum, Thymus vulgaris e
Ledum palustre podem ser considerados como estruturas análogas às dos
derivados salicílicos. Estes compostos apresentam resultados in vitro semelhantes
aos encontrados para a indometacina. O composto carvacrol apresentou atividade
inibitória sobre a cicloxigenase somente na presença de adrenalina usada como
cofator (WAGNER et aI., 1987a; WAGNER et aI., 1987b
).
Outra classe de compostos bastante interessante são os flavonóides,
principalmente por apresentarem baixa toxicidade e exibirem atividade
farmacológica. Entre os compostos investigados temos a galangina, catequina e
quercetina que apresentam ação sobre a cicloxigenase (EVANS et aI., 1987;
KIMURA et al., 1986).
Vários trabalhos descrevem a atividade inibitória dos compostos fenólicos
no modelo do sistema de 5-lipoxigenase. A presença de uma estrutura catecólica
15
--~ir' ,- .- (l ~ ..,' ~g" 'T'O:C~;", ... ~·,."~.~c··ZIm "'.\'. .... .. 5: A. _. ~, ',. _.
16
parece ser essencial para a atividade inibitória da 5-lipooxigenase, o que pennite
sugerir que tais inibidores atuem por mecanismo de supressão do radical oxigênio
livre. Verificou-se que compostos mais polares como os ácidos cafeico e
clorogênico foram inativos, portanto um certo grau de lipossolubilidade parece ser
requisito necessário para um inibidor de lipoxigenase. Segundo YOSHIMOTO et
al. (1983) e RaPE et al. (1983) os fenóis puros (eugenol e timol) e os flavonóides
somente apresentam atividade farmacológica quando aplicados topicamente,
contudo esses mesmos compo~tos quando presentes em extratos totais, apresentam
atividade farmacológica quando administrados por via oral.
- estruturas análogas ao ácido araquidônico
Uma substância isolada da família Zingiberaceae, o gingerol, apresentou
poderosa atividade inibitória da cicloxigenase. Os alquilcatecóis de Toxicodendron
radicans de cadeia C17 ou CI5, com vários graus de insaturação , conhecidos como
urushiol, apresentaram atividade no teste de cicloxigenase. Retinóides que
apresentam um grupamento ácido como vitamina A e etretina foram eficientes
contra lipoxigenase a uma concentração de 50 JlM.
- triterpenos , esteróides e sesquiterpenos
A maior parte desse tipo de substâncias exerce sua atividade antiflogística
por intervenção nos mecanismos de reação imunológica. Como exemplo, a hiper
reatividade do sistema complemento, caracterizado pela formação de imuno
complexos e fatores de inflamação humoral, é um fator que contribui para o
quadro clínico da artrite reumatóide. Um inibidor clássico da via do complemento
é o ácido rosmarínico e outros ésteres do ácido cafeico. O ácido a, f3-boswellico
!"
extraído de Boswellia serrata também é um potente inibidor a uma concentração
de O, 1 ~M. Outras substâncias como a ·aescina, saikosaponinas de Bupleurum
falcatum e saponinas de Dodonea viscosa agem inibindo o sistema complemento.
(WAGNER et al., 1987b; WAGNER et aI., 1996; HIAI et aI., 1981).
1.4. ESTUDO DE PLANTAS DO GÊNERO COPA/FERA
O gênero Copaifera L. (Fabaceae) é nativo de regiões tropicais da América
Latina (DWYER, 1951), desde o Brasil até Honduras, onde 30 espécies são
descritas, e no oeste da África com 4 espécies descritas (DWYER, 1954).
Conhecida no Brasil como copaibeiras e populannente como pau d'óleo, as
árvores são encontradas com freqüência na Amazônia e em regiões centrais do
Brasil, são bastante ramificadas e chegam a medir de 18 a 30 metros de altura.
à óleo-resina de copaíba é obtido a partir de perfurações no tronco da
árvore da qual exsuda um líquido de consistência viscosa com coloraçãQ variando
do amarelo claro até colorações escuras. A partir do óleo-resina obtém-se o
destilado por destilação à vácuo com rendimento de 60-90% (LEUNG, 1980). Das
15 espécies encontradas no Brasil (FREIZB, 1937), as mais conhecidas pelo
emprego medicinal são: Copaifera ojjicinalis, C. reticulata, C. langsdorfii e C.
multijuga. O óleo, segundo alguns autores, tem a função de proteger a planta do
ataque de herbívoros e microrganismos, especialmente fungos (DWYER, 1954).
GABRIEL SOARES DE SOUZA (1540-1592), em seu "Tratado
Descritivo do Brasif' (CARRARA & MElRELLES, 1996), menciona o uso do
11 : '1 '1 i.: c ,i~
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Uoiversi~;\l'-.I d~ f-ião Paulo-
17
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óleo de copaíba para fins medicinais sendo conhecido pelos indígenas como
"árvore da virtude". As propriedades medicinais do óleo de copaíba já eram
conhecidas pelos nativos Latino-Americanos que provavelmente observaram os
animais deixando-se impregnar pelo óleo que exsudava do seu tronco para curar
feridas.
Na região amazônica o óleo é conhecido em mercados populares por vários
nomes: panchimouti, copaibarana, copaibo, copaiva etc. No Brasil o óleo-resina
tem amplo uso na medicina popular como antiinflamatório quando administrado"
oralmente ou aplicado topicamente (BASILE et al., 1988). Observam-se, também,
os seguintes usos: antitumoral, antitetânico, antisséptico urinário, broncodilatador,
anti-sifilítico e cicatrizante (LEWIS & ELVIN-LEWIS, 1977; DE FEO, 1992)
Entre as várias propriedades do óleo de copaíba, as seguintes têm sido
estudadas cientificamente: antiinflamatória (BASILE et al., 1988), analgésica
(FERNANDES et al., 1992), cercaricida (GILBERT et aI., 1972), veneno de peixe
(MAHAJAN et al., 1972), repelente de insetos (LACEY et al., 1981; JüNES et al.,
1983), antimicrobiana (LIMA et al., 1995), antiúlcera (PAIVA, et al., t998) e
antitumoral (OHSAKI et al., 1994).
O estudo químico do óleo-resina de copaíba revelou a presença de
sesquiterpenos e diterpenos, variando qualitativa e quantitativamente de acordo
com a procedência e a espécie estudada. Os seguintes pesquisadores investigaram
fitoquimicamente o óleo de copaíba: MONACHE et al., 1971, LANGENHEIM et
aI., 1986, MACEDO & LANGENHEM, 1989, VEIGA-Jr et aI., 1995, PINTO et
al., 1997 e MONTI et aI., 1999.
18
o uso de Ressonância Magnética Nuclear permite traçar um perfil básico
para Os óleos de copaíba podendo d}stribuí-Ios em três grupos com relação à
composição apoIar (hidrocarbonetos sesquiterpênicos): (I) ricos em cariofileno,
(II) ricos em l3-bisaboleno e (lII) mistos (cariofileno e l3-bisaboleno). Com relação
à composição polar (ácidos diterpênicos) caracterizam-se dois tipos: alto e baixo
teores de compostos furânicos (GRAMOSA et aI., 1996). Para alguns compostos
isolados de espécies de Capaifera como cariofileno e calameneno (sesquiterpenos)
são atribuídas propriedades antiinflamatórias, espasmolíticas e antibacterianas
(FERRARl et aI., 1971).
O uso popular na região amazônica e a crescente industrialização e
comercialização por laboratórios de fitoterapia estimularam a avaliação
antiínflamatória do óleo-resina de copaíba. No presente estudo foram escolhidas
amostras de espécies identificadas botanicamente e uma amostra comercial da
região de Manaus largamente' utilizada como fitoterápico.
19
2. OBJETIVOS
Constituem objetivos do presente trabalho avaliar:
I. Atividade antiin:flamatória das seguintes amostras:
Ia.
• amostra comercial da região de Manaus
Ib. Das três amostras ~baixo selecionar a que tiver maior atividade:
• amostra da espécie Copaifera reticulata
• amostra da espécie Copaifera multijuga
• amostra da espécie Copaifera paupera
11. Toxicidades aguda e subcrônica das amostras comercial da região de
Manaus e da espécie Copaifera reticulata
111. Citotoxicidade da amostra da espécie Copaifera reticulata
IV. Composição química das amostras comercial da região de Manaus e da
espécie Copaifera reticulata, e suas respectivas frações.
20
3. MATERIAL E MÉTODOS
3.1. MATERIAL
Óleo-resina: o material foi obtido através de coleta de árvores de várias
espécies da região próxima a Manaus pela empresa Pronatus do Amazonas Ind. E
Com. F. Cosmo LT (amostra designada pela sigla CAM). As amostras de
Copaifera multijuga (CM) ~ C. paupera (CP) foram fornecidas pela Universidade
Federal do Acre. A amostra de C. reticulata (CR) foi fornecida pelo IBAMA de
Belém/PA. As amostras CAM e CR foram submetidas a uma destilação
fracionada a 125-140°C sob pressão reduzida afun de se obter seu óleo essencial
ou destilado e sua respectiva resina. Sendo as frações denominadas por: CAMD
(destilado da amostra CAM), CAMR (resina da amostra CAM), CRD (destilado
da amostra CR) e CRR (resina da amostra CR).
Animais: utilizaram-se ratos Wistar machos (180±20 g) e camundongos
Swiss machos pesando entre 25 e 30 g, estes últimos utilizados somente no ensaio
de dermatite pelo óleo de cróton. Os animais foram mantidos em gaiolas
apropriadas no mínimo por uma semana antes do início dos experimentos com
fornecimento de ração Nuvilab CR-l® (Nuvital) e água ad libitum. A ração foi/
interrompida 24 horas antes dos experimentos. Em cada experimento os animais
foram divididos em grupos com 5 ou 6 animais em cada grupo.
21
3.2. MÉTODOS
3.2.1. Estudos fitoquímicos: As amostras CAM e CR foram analisadas
pelo Doutorando Valdir Veiga Junior do Centro de Tecnologia do Instituto de
Química da UFRJ. Os componentes do óleo-resina foram detectados através de
técnicas cromatográficas e espectroscópicas, utilizando-se cromatografia gasosa de
alta resolução e cromatografia gasosa de alta resolução acoplada a espectrometria
de massas. Os compostos foram identificados utilizando-se o conjunto de dados de
índice de Kóvats e espectrometria de massas. Os índices de Kóvats foram obtidos
em coluna SE-54, comparados com dados de padrões e de índices de literatura. Os
espectros de massas foram obtidos por impacto de elétrons, em aparelho HP-5897
com analisador quadrupolo, comparados com espectros padrões e com a
espectroteca Wiley. A programação utilizada foi uma taxa de 2°C/min, de 110 a
l30°C, seguida de taxa de 8,5°C/rilin até 290°C. O hidrogênio foi utilizado como
gás de arraste a uma vazão de 2 ml/min. A injeção foi realizada em mod~ split,
com uma divisão de 1:20. As temperaturas do injetor e do detetor foram de 270°C
e de 300°C, respectivamente. Foram injetados 2 !lI de solução c1orofónnica (ou
em dic1orometano) dos óleos citados. Utilizou-se uma coluna de 25 m de
comprimento, 0,25 mm de diâmetro interno e 0,25 !lm de espessura de fase do tipo
SE-54 (5% fenil e 1% vinil em metil silicone).
22
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3.2.2. Avaliação farmacológica
3.2.2.1. Edema de pata induzido pela carragenina
o efeito inibitório de diferentes doses da amostra CAM sobre o edema de
pata induzido pela carragenina foi comparado ao controle (óleo de milho Mazola)
com o objetivo de se verificar a relação dose/efeito e estabelecer a DEso.
Comparou-se a DEso da amostra aos efeitos inibitórios do fosfato dissódico del
dexametasona (Prodome), fenilbutazona cálcica (Boehringer De Angeli) e ao
grupo controle.
Administrou-se o óleo-resina (CAM) por via oral, dissolvido no óleo de
milho, nas doses 0,90 mL/kg, 1,26 mL/kg, 1,76 rnL/kg, 2.47 mL/kg, 3,46 mL/kg,
4,84 mL/kg, 6,78 mL/kg. A dexametasona e a fenilbutazona foram administradas
nas doses de 0,2 mg/kg (BASILE et aI., 1988) e 50 mg/kg (SERTIÉ et aI., 1988),
respectivamente.
Sessenta minutos após a administração oral das drogas, injetou-se
subcutaneamente 0,1 mL de carragenina (Sigma, Lambda tipo IV) a 1 % em
solução fisiológica estéril na região subplantar da pata posterior esquerda de cada
animal não anestesiado e 0,1 mL de solução fisiológica estéril na mesma região da
pata posterior direita, conforme técnica descrita por WINTER et aI. (1962).
o volume das patas até a articulação tíbio-társica foi determinado por
período de 24 horas (com leituras na 1ª, 3ª ,5ª ,7ª ,9ª e 24ª horas) após a injeção da
carragenina pelo método pletismográfico de VAN ARMAN et al. (1965). Aos 300
23
minutos registrou-se o pico máximo do edema experimental. O deslocamento da
coluna de mercúrio foi medido com auxílio de transdutor de pressão modelo P 23
ID e registrado no polígrafo Gould, modelo RS 3400.
Também foram avaliadas as amostras CM, CP e CR (dose de 2,47 rnL/kg,
DEso determinada com a amostra CAM) comparando-as com a amostra CAM
(2,47 mL/kg) A amostra CR (2,02 mL/kg, dose equipotente - DEq - à DEso
determinada para CAM) foi avaliada frente às drogas padrões dexametasona e
fenilbutazona. As frações CAMD, CAMR (2,47 mL!kg), CRD e CRR (2,02
rnL/kg) também foram avaliadas. Todos os ensaios foram feitos comparando-se ao
grupo controle, 4,0 rnL/kg (óleo de milho Mazola).
O aumento percentual das patas foi calculado através da expressão:
E(%) = ~Q X 100Vo
Onde:
E(%) ~ aumento percentual do volume da pata esquerda
Vo ~ volume da pata direita (solução fisiológica)
vx ~ volume da pata esquerda (carragenina)
3.2.2.2. Edema de pata induzido pela nistatina
o edema de pata induzido pela nistatina segue metodologia preconizada por
SCHIATTI et al. (1970). Injetou-se subcutaneamente 0,1 mL (47.600 U) de
suspensão de nistatina a 9,°% (Squibb) na região subplantar da pata posterior
24
esquerda de cada animal não anestesiado. Na pata posterior direita, injetou-se
volume equivalente de solução fisiológica estéril.
Após seis horas, os animais foram tratados por via oral com as amostras
CAM (2,47 rnL/kg) e CR (2,02 rnL/kg), com indometacina (Sigma) na dose de
5,0 mg!kg (ARRIGONI-MARTELLI et al., 1971) e com óleo de milho Mazola
(4,0 rnL/kg).
O volume das patas até a articulação tíbio-társica foi determinado pelo
método pletismográfico des~rito por VAN ARMAN et al. (1965) na 6ª, 8ª, 10ª
(pico máximo do edema experimental), 12ª, 24ª e 48ª hora após a injeção da
nistatina. O deslocamento da coluna de mercúrio foi medido com o auxílio de
transdutor de pressão modelo P 23 ID e registado no polígrafo Gould, modelo RS
3400. Calculou-se o aumento percentual do volume das patas.
As amostras CAMD (2,47 rnL/kg) versus CAM (2,47 rnL/kg) e CRD (2,02
rnL/kg) versus indometacina também foram avaliadas e comparadas ao grupo
controle (óleo de milho Mazola).
3.2.2.3. Edema de pata induzido pelo miconazol
O edema de pata induzido pelo miconazol segue metodologia preconizada
por HANADA et al. (1994). Injetou-se subcutaneamente 0,1 roL de uma solução
composta por nitrato de miconazol (Searle), (2,0 mg por pata), dissolvido em uma
solução 0,5% de CMC em solução fisiológica estéril na região subplantar da pata
posterior esquerda de cada animal não anestesiado. Na pata posterior direita,
25
injetou-se volume equivalente de solução 0,5% de CMC em solução fisiológica
estéril.
Após sessenta minutos, os animais foram tratados por via oral com as
amostras CAM (2,47 mL!kg) e CR (2,02 mL!kg), com nimesulida (Schering
Plough) na dose de 2,5 mgikg (SWINGLE & MOORE, 1984) e com óleo de milho
Mazola (4,0 rnL/kg).
O volume das patas até a articulação tíbio-társica foi determinado pelo
método pletismográfico descrito por VAN ARMAN et alo (1965) na 5ª, 7ª, 9ª, 24ª
(pico máximo do edema experimental), 48ª, 72ª, 96ª hora após a injeção do
miconazol; as leituras diárias foram efetuadas até o décimo primeiro dia. O
deslocamento da coluna de mercúrio foi medido com o auxílio de transdutor de
pressão modelo P 23 ID e registado nO polígrafb Gould, modelo RS 3400.
Calculou-se o aumento percentual das patas.
3.2.2.4. Formação de tecido granulomatoso
O efeito da administração oral das amostras CAM (2,47 rnL!kg), CR, CRD
e CRR (todas na dose de 2,02 rnL/kg) na inibição da fonnação de tecido
granulomatoso induzido por cilindros de algodão foi avaliado segundo
metodologia preconizada por MEIER et alo (1950), modificada por
NIEMEGGERS et a!. (1975).
Em condições assépticas e sob anestesia com éter etílico, efetuou-se incisão
longitudinal ventral em cada animal e implantou-se através de divulsão do tecido
26
subcutâneo quatro cilindros de algodão hidrófilo branco (Johnson & Johnson) de 5
mm de comprimento pesando 40 mg cada, em quatro pontos eqüidistantes da
incisão. Os cilindros de algodão foram previamente esterilizados por
autoclavagem em lotes de quatro unidades pesando 160 mg e, imediatamente antes
do implante, foram tratados com solução de ampicilina a 10% (Biossintética).
Administraram-se, a seguir, por via oral, doses únicas diárias das amostras,
0,2 mg/kg (BASILE et al., 1988) de dexametasona (Prodome) e óleo de milho
Mazola (4,0 rnL/kg). O tra,tamento foi iniciado duas horas após o implante dos,
cilindros de algodão e prolongou-se por seis dias.
No sétimo dia, os animais foram sacrificados com éter etílico e os
granulomas foram removidos por dissecação e submetidos à secagem em estufa a
60°C por 24 horas.
Em seguida, seus pesos brutos foram determinados em balança analítica
(Marte); o peso do granuloma foi calculado pela diferença entre os pesos secos
inicial e fmal.
3.2.2.5. Dermatite induzida pelo óleo de cróton
O método utilizado foi o descrito por TUBARO et al. (1985) modificado
por SERTIÉ et aI. (1991), no qual a inflamação cutânea foi induzida pela
aplicação de 200 Jlg de óleo de cróton (Sigma) dissolvidos em 20 JlL de
acetona/água (7:3) na superficie da orelha direita dos camundongos. Na orelha
esquerda, foi aplicado o mesmo volume de acetona/água. Trinta minutos após a
27
aplicação deste estímulo, foi realizado o tratamento tópico na orelha estimulada,
em seis animais por grupo, com a amostra CR (0,747 J..lL/orelha/20 J..lL solvente),
naproxeno (1,0 mg/orelha/20 J..lL solvente) e o controle. A dose administrada para
a amostra CR foi calculada em função do peso médio da orelha do animal. A
resposta antiinflamatória foi avaliada após 6 horas da aplicação do estímulo,
quando os animais foram mortos e un:'l.a amostra de 6 mm de diâmetro da orelha
foi retirada e estabelecida a diferença do peso entre a amostra da orelha controle
(esquerda) e a orelha estimulada (direita), os resultados obtidos foram expressos
em peso (mg).
Para avaliar a amostra CRI) foi feita uma modificação do método
preconizado por SERTIÉ et aI. (1991) no qual a amostra ensaiada e a droga padrão
são dissolvidas no solvente acetona/água (7:3). A modificação realizada foi a de
substituir o solvente por uma emulsão composta por Polawax 16%,
Propilenoglicol 5%, óleo mineral 2% e água q.s.p. A amostra CRD foi dissolvida
na emulsão até a obtenção da concentração 0,747 J..lL/orelha/30 mg emulsão e a
droga padrão solubilizada para obter concentração de 1,0 mg/orelha/30 mg
emulsão. O grupo controle foi representado pela emulsão. A aplicação do óleo de
cróton segue o mesmo procedimento adotado por SERTIÉ et aI. (1991).
28
---
3.2.2.6. Toxicidade
3.2.2.6.1. Estudos de toxicidade aguda
Para a detenninação da Dose Letal 50% (DLsü) (THOMPSON & WEIL,
1952; BRITO, 1994; CHAN et al., 1982) foram realizados ensaios, administrando
se doses únicas e observando-se número de mortes no período de 72 horas, com as
amostras:
(I) CAM nas doses de 9,49 e 13,28 ml/kg (doses utilizadas na detenninação
da DEsü da amostra CAM, que é igual a 2,47 ml/kg), 9,88 ml/kg (4 x DEsü de
CAM) e 12,35 ml/kg (5 x DEsü de CAM);
(11) CAMD na dose de 20,0 ml/kg (54% de 15 x DEsü de CAM);
(III) CAMR na dose de 2,85 ml/kg (46% de 2,5 x DEsü deCAM);
As porcentagens acima indicam a quantidade das frações presentes no óleo
resina bruto (amostra CAM).
(IV) CR nas doses de 3,48, 4,04 (2 x DEq de CR), 4,69 e 5,44 ml/kg, com
razão igual a 1,16. As doses foram calculadas a partir da DEq da amostra CR, que
é igual a 2,02 mJJkg ;
(V) CRD nas doses de 3,05 ml/kg (64% de 4,76 ml/kg - DLsü máxima de
CR) e 9,14 ml/kg (64% de 4,76 ml/kg);
(VI) CRR nas doses de 1,10, 1,29 e 1,52 ml/kg (36% de 4,22 ml/kg - DLsü
mínima de CR) com razão igual a 1,18.
29
As porcentagens acima indicam a quantidade das frações presentes no óleo
resina bruto (amostra CR).
Os animais (5 por grupo) foram tratados, em dose única, por via oral e
avalioú-se, após 72 horas, o número de animais mortos. O padrão de
comportamento dos animais (depressão, excitação, convulsão, estereotipia,.piloereção, diarréia) foi observado diariamente durante o penodo do experimento.
3.2.2.6.2. Estudos de toxicidade subcrônica
O ensaio de toxicidade subcrônica seguiu metodologia preconizada por
CHAN et aI. (1982), modificada por SERTIÉ et a!. (1988); BRITO (1994);
SERTIÉ et a!. (1990) realizado com as amostras CAM nas doses de 2,47 e 4,84
ml/kg, CR na dose de 2,02 ml/kg e CRD na dose de 2,02 ml/kg com grupos de
seis ou cinco animais. Avaliou-se a toxicidade com as doses sendo administradas
diariamente por 30 dias e de dois em dois dias a contar do primeiro, m~diu-se o
consumo médio de ração e água. O peso corporal foi anotado individualmente. No
31Q dia os animais foram pesados, sacrificados e os seguintes órgãos frescos foram
pesados em balança analítica (Marte): figado, rins, baço, pulmão e coração.
Cálculou-se o peso relativo de cada órgão em função de seu peso corporal. O
padrão de comportamento dos animais (depressão, excitação, convulsão,
estereotipia, píloereção, diarréia e constipação) foi observado diariamente durante
o penodo do experimento.
30
--------~-...._O:~-----------~-
A toxicidade subcrônica foi avaliada ainda através de determinação de
parâmetros bioquímicos e hematológicos (STEVENS & GALLO, 1982), com
exceção da amostra CAM. As análises hematológicas e bioquími.cas foram
realizadas no Depto de Análises Clínicas e Toxicológicas da Faculdade de
Ciências Farmacêuticas da USP. As análises bioquímicas realizadas foram:
dosagem de uréia, aspartato transferase, fosfatase alcalina, creatinina, alanina
transferase e proteínas totais.
As amostras de sangpe dos animais foram coletadas da artéria abdominal,
com seringa de plástico contendo 500 J.J1 de EDTA 0,2 M, sob anestesia com éter
etílico.
3.2.2.6.3. Estudos de citotoxicidade
Os ensaios foram realizados em ovos de ouriço do mar segundo
metodologia desenvolvida por FREITAS & SAWAYA (1986). Utilizou-se a
espécie Lytechinus variegatus. Os animais foram induzidos a eliminarem os
gametas pela injeção de KCI 0,5 N na cavidade celômica (perivisceral). Após o
término da eliminação dos gametas, os óvulos foram colocados em um recipiente
com água do mar filtrada. Os espermatozóides foram coletados, concentrados e
mantidos à baixa temperatura até o uso. Após a liberação dos gametas, 50 ~l de
espermatozóides, diluídos em 2450 ~l de água do mar filtrada, foram colocados
junto aos óvulos para promover a fecundação. Após ocorrer a fecundação, os
zigotos (inóculo) foram distribuídos em frascos, sendo que cada experimento
31
possuia um frasco controle e frascos testes, em escala logarítmica da dose. Todos
os frascos continham água do mar filtrada (1,0 rnl) no qual a amostra foi
dissolvida e o inóculo(l,O rnl) totalizando 2,0 rnl de solução. A amostra CR foi
adicionada logo após a fecundação e os ovos mantidos no banho com agitação
suave. Após ocorrer a primeira divisão (aproximadamente 40 minutos), uma
alíquota de 500 ~l da cada frasco foi retirada e fixada no mesmo volume de
formalina 10 %. Para cada amostra fixada contou-se, em microscópio, 100
embriões para a obtenção da percentagem de alterações ou de inibição da divisão.
Foram realizados dois tipos de ensaios: a) o óleo-resina dissolvido na água
do mar com agitação por vórtex por 5 minutos nas doses de 10,0, 5,0, 2,5, 1,25 e
0,625 ~ de óleo/rnl de água do mar com inóculo; b) óleo-resina dissolvido em
água do mar e dimetil sulfóxido (DMSO) com agitação por vórtex por 5 minutos
nas doses de 7,5, 5,0, 2,5 e 1,25 ~l/rnl.
3.2.3. Análise estatística
Os resultados foram submetidos à análise de variância, seguido de Tukey
ou teste "1" de Student (programa Instat lI). O método de determinação da DEso foi
a regressão linear modelo I (SOKAL & ROHLF, 1969).
32
4. RESULTADOS
4.1. Estudos fitoquímicos
Da destilação fracionada do óleo-resina de copaíba da amostra CAM
obteve-se 54,0 % de destilado, equivalente ao total de sesquiterpenos e 46,0 % de
resina, equivalente ao total de diterpenos. Da amostra CR obteve-se 64,0 % de
destilado equivalente à fraç&o sesquiterpênica e 36,0 % de diterpenos.
A análise por cromatografia gasosa-espectrometria de massas da amostra
CAM revelou a presença de 13 compostos sesquiterpênicos e 10 diterpênicos
(Tabela 1 e Figura ·40 em apêndice), para a amostra CR 15 compostos
sesquiterpênicos e 15 diterpênicos (Tabela 2 e Figura 41 em apêndice).
33
Tab.l Composição química do óleo-resina de copaíba da amostra CAM.COMPOSTOS
a-cubebenoa-copaeno~-cubebeno
~-carioflleno
a-bergamotenoa-humulenoa-amorfeno
D-germacrenop-bisaboleno8-cadinenocariofllenolmultigenol
óxido de cariofllenototal de sesquiterpenos
eperuato de metilaclerodenoato de tnetila
copalato de metilacolavenato de metila
hardwickiato de metilapinifolato de dimetila
agatato de metilall-hidroxi-copalato de metilall-acetoxi-copalato de metila
Não identificadototal de diterp'enos
PERCENTUAL1,821,920,72
36,042,885,440,921,970,630,860,350,390,54
54,480,390,368,852,531,170,838,834,6416,641,28
45,52
34
Tab.2 Composição química do óleo-resina de copaíba da amostra CR.COMPOSTOS
B-elemeno~-cariofileno
a-bergamotenoa-gualeno~-farneseno
a-humulenovalenceno
a-aromadendrenoa-selineno
Não identificado~-bisaboleno
~-sesquifelandreno
a-bisabolenocedrol
cubenoltotal de sesquiterpenos
16-caurenocaurano
Não identificadoclerodanoato de metilalabdanoato de metila
Não identificadocativato de metilaNão identificado
caurenoato de metilacopalato de metila
cauranoato de metilalabdadienoato de metila
danielato de metilapinifolato de dimetila
agatato de dimetilatotal de diterp'enos
PERCENTUAL4,473,4010,700,561,230,401,17
10,966,701,64
22,391,362,190,360,64
68,160,650,420,241,760,830,471,450,867,110,566,991,237,121,810,36
31,84
35
4.2. Avaliação farmacológica
4.2.1. Edema de pata induzido pela carragenina
A injeção intraplantar de 0,1 mL de carragenina a 1% em solução
fisiológica provocou incremento progressivo no volume das patas a partir de 60
minutos após a injeção do agente flogístico. A análise das Tabelas 3 e 4 permite
observar que o tempo em que ocoma o pico de edema máximo variava segundo o
biotério de origem dos animais. Assim, os ratos provenientes do Biotério Central
do Instituto de Ciências Biomédicas da USP (lCBUSP) apresentaram pico de
edema máximo na 5ª hora (Tabela 3); já, nos fornecidos pelo Biotério da
Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia da USP (VETUSP) o pico de
edema máximo foi atingido na 7ª hora (Tabela 4).
Tab.3 Determinação do pico de edema máximo de pata de rato induz~do pelacarrag~nina emratqs provenientes do biotério central do ICBUSP.
Aumento do volUine da pata (%),
Animais lªhora 3ªhora 5ªhora 7ªhora 9ªhora 24ªhora
1 18,18 56,06 55,00 40,91 38,10 18,18
2 27,27 54,55 65,00 54,55 40,91 23,81
3 18,18 45,46 55,00 42,86 33,33 19,05
4 21,51 66,67 75,00 56,52 40,91 30,00
5 16,67 59,09 73,68 61,91 37,92 30,00
6 27,27 54,55 56,52 41,67 36,36 27,27
Média 21,51 56,06 63,37 49,74 37,92 24,72Erro Padrão 1,93 2,82 3,79 3,69 1,18 2,14
36
37
TabA Determinação do pico de edema máximo de pata de rato induzido pelacarragenina em ratos provenientes do biotério central da VETUSP.
Aumento do volume da pata (%)
Animais lªhora 3ªhora 5ªhora 7ªhora 9ªhora 24ªhora
1 14,29 62,50 62,50 62,50 50,00 50,00
2 14,29 62,50 44,44 50,00 50,00 25,00
3 8,70 50,00 55,56 62,50 62,50 37,50
4 10,00 37,50 50,00 58,33 37,50 25,00
5 . 19,05 53,13 53,13 58,33 50,00 34,38
6 13,27 53,13 53,13 58,33 50,00 , 34,38
Média 13,27 5~,13 53,13 58,33 50,00 34,38Erro Padrão 1,49 3,79 2,44 1,86 3,23 3,79
4.2.1.1. Determinação da DEso da amostra CAM
o efeito do pré-tratamento pela via oral com a amostra CAM na inibição
do edema foi avaliado aos 420 minutos após a injeção da carragenina (tempo de
evolução do edema máximo em ratos provenientes da VETUSP). A porcentagem
de redução do volume das patas, neste tempo, variou de 49,49 (1,26 mL/kg) a
32,66 % (4,84 mL/kg) com a amostra CAM (Tabela 5).
38
Tab. 5 Efeito, após 420 minutos, da administração pela via oral da amostraCAM na evolução do edema de pata induzido pela carragenina em ratosprovenientes da VETUSP.
Aumento do volume da pata (%)
Controleóleo de milho CAM (mL/kg)
(mL/kg)Animais 4,0 0,90 1,26 1,76 2,47 3,46 4,84 6,78
1 65,12 49,04 45,00 45,85 45,45 35,79 33,33 30,43
2 52,38 45,46 49,49 40,91 45,00 25,00 32,66 30,43
3 80,95 47,62 61,90 55,00 41,87 45,00 35,00 30,43
4 57,14 47,37 45,00 50,00 40,00 30,00 26,32 33,33
5 70,00 52,38 40,00 44,44 40,00 36,84 36,84 38,10
6 65,12 52,38 55,56 38,89 38,89 42,11 31,82 30,00
Média 65,12 49,04 49,49 45,85 41,87 35,79 32,66 32,12Erro
Padrão 4,08 1,16 3,27 2,42 1,13 3,03 1,47 1,29
o pré-tratamento pela via oral com a amostra CAM inibiu o
desenvolvimento do edema de maneira dose-dependente no intervalo de dose
entre 1,26 mL/kg a 4,84 mLlkg. A evolução dos valores experimentais estão
expressos na Figura 2.
52
aurrentodovolurreda 42
pata(%)
32
-0.04576 0.10037 0.24551 0.39270 0.53008 0.68485 0.83123
logdose
Fig. 2 Efeito da administração, pela via oral, após 420 minutos, daamostra CAM no edema de pata induzido pela carragenina emratos. Reta experimental da relação dose-efeito no intervalo dedose entre 0,90 e 6,78 m1!kg. Cada ponto representa a média ±
E.P.M. de 6 animais.
39
A regressão linear (Figura 3) ··obtida da relação dose-efeito da amostra
40
0.684850.10037 0.2~1 0.39270
logdose
20
Fig. 3 Efeito da administração, pela via oral, após 420 minutos, da amostraCAM no edema de pata induzido pela carragenina em ratos.Regressão linear da relação dose-efeito no intervalo de dose entre1,26 e 4,84 ml/kg. r = - 0,7497 e y = 52,8602 - 29,8382 x.
•60
ti.aumen O
do 50
volume I.
da 40-1 • •
pata(%) 30
linear r = - 0,7497. O valor da dose eficaz média 50% (DEso) foi de 2,47 ml/kg.
CAM entre as doses de 1,26 a 4,84 ml/kg apresentou coeficiente de correlação
--- ---~'"'..---..--
4.2.1.2. Atividade da amostra CAM e de suas frações
Após a determinação da DEso da amostra CAM (2,47 mLlkg) procedeu-se
ao estudo comparativo frente às drogas padrões dexametasona (0,2 mglkg) e
fenilbutazona (50,0 mglkg) (Tabela 6).
Tab. 6 Efeito, após 420 minutos, da administração pela via oral da amostraCAM e de drogas padrões no edema de pata induzido pelacarragenina em ratos.
Aumento do volume da pata (%)
Controle/óleo de CAM Dexametasona FenilbutazonaAnimais milho 4,0 mLlkg 2,47 mLlkg 0,2 mg!kg 50,0 mglkg
1 75,00 44,44 25,00 55,55
2 75,76 55,55 22,22 50,00
3 78,95 55,55 31,58 55,55
4 78,95 50,00 23,53 50,00
5 72,22 44,44 16,67 50,00
6 73,68 50,00 21,05 52,11
75,76 50,00* 23,34 52,11MédiaErro 1,12 2,03 2,01 2,59
Padrão*significativamente diferente do controle e da dexametasona (Tukey; p<O,OOl).
41
42
Fig. 4 Efeito da administração, pela via oral, da amostra CAM (2,47mLlkg), dexametasona (0,2 mglkg) e fenilbutazona (50,0 mglkg) noedema de pata induzido pela carragenina em ratos. Cada pontorepresenta a média ±E.P.M. de 6 animais.
A Figura 4 mostra a evolução do edema de pata induzido pela carragenina
90 ~-contr
80 -cam(1)
~-dexa
S 70 -fenil='- --. 60o ;:.R;> o'--"
o ~ 50"c;) ~.s o.. 40l=: ~(1)"'0
30~ 20
10O
1 3 5 7 9 24
tempo(hs)
em ratos tratados com a amostra CAM e padrões administrados pela via oral.
(a) significativamente diferente do controle e da dexametasona (Tukey; p<O,OOl)(b) significativamente diferente do controle (Tukey, p<0,05) e da dexametasona
(Tukey; p<O,OOl)
43
Fig. 5. Efeito da administração pela via oral, na dose de 2,47 mL/kg,das amostras CAM e CAMD no edema de pata induzido pelacarragenina em ratos. Cada ponto representa a média ± E.P.M.de 6 animais.
(a) significativamente diferente do controle (Tukey; p<O,OS)
A seguir avaliou-se o efeito das amostras CAMD (Figura 5) e CAMR
8)-+-contr
-;uj -""cam
I -'-camdO) (í)e~-. ~0:;:R;>~ 40Oro"'O~
:I)00.$5cd0)"'0 ~eª 10
O
1 ·3 5 7 9 24
tempo(hs)
carragenina em ratos.
(Figura 6) na dose de 2,47 mL/kg sobre o edema de pata induzido pela
(a) CAM significativamente diferente do controle (Tukey; p<O,Ol) e CAMRsignificativamente diferente do controle (Tukey; p<O,OOl)
44
Fig.6 Efeito da administração pela via oral, na dose de 2,47 mL/kg, dasamostras CAM e CAMR no edema de pata induzido pelacarragenina em ratos. Cada ponto representa a média ± E.P.M.de 6 animais.
l20 l-+-contr
-+-cam
~ 100 ~ "r" -'-carnr~
Q)
8 ali=,-. I a-';::R0 0;;> '-"o~ 00~"So~
"S 40Q)
8
ª ~
O
1 3 5 7 9 24tempo(hs)
4.2.1.3. Avaliação das amostras CM, CP e CR frente à amostra CAM
Foi avaliado o efeito das amostras CM, CP e CR sobre o edema de pata
induzido pela carragenina em ratos. O estudo foi feito comparando-se com a
amostra CAM utilizando-se para as amostras a dose de 2,47 rnL/kg administrada
pela via oral (Tabela 7 e Figura 7).
Tab. 7 Efeito, após 300 minutos, da administração pela via oral das amostrasCAM, CM, CP e CR no edema de pata induzido pela carragenina em ratos.
Aumento do volume da pata (%)
Animais Controle/óleo de CAM CM CP CRmilho 4,0 rnL/kg 2,47 2,47 rnL/kg 2,47 2,47
rnL/kg rnL/kg rnL/kg1 75,00 70,00 25,00 77,78 53,89
2 92,28 65,98 55,55 40,00 60,00
3 94,12 66,67 33,33 62,50 55,56
4 100,00 68,42 66,67 57,57 55,56
5 100,00 58,82 81,25 50,00 44,44
6 92,28 65,98 52,36 57,57 53,89
Média 92,28 65,98 * 5236 ** 5757 ** 53 89 **, , ,
Erro Padrão 4,59 1,92 10,39 6,32 2,57
* significativamente diferente do controle (Tukey; p<O,OI)** significativamente diferente do controle (Tukey; p<O,001)
45
CAM:
4.2.1.4. Determinação da Dose Equipotente da amostra CR
46
crcpcm
y ml/kg (Dose Equipotente de CR)
"f,h.'.~Ü,
contr cam
(a) significativamente diferente do controle (Tukey; p<O,Ol)(b) significativamente diferente do controle (Tukey; p<O;OOl)
12010080(i)
40
20O
Efeito, após 300 minutos, da administração pela via oral, na dose de2,47 ml/kg, das amostras CAM, CM, CP e CR no edema depata induzido pela carragenina em ratos. Cada ponto representaa média ± E.P.M. de 6 animais.
53,89 (% de inibição de CR)
65,98 (0/0 de inibição de CAM) - 2,47 mJJkg (DEso de CAM)
Com os dados obtidos na Tabela 7 calculou-se, a seguir, a dose
Iy = 2,02 m1Ikg I
ro"'O
Q)
E..2--o~> e--o ro"'O~o~~
5E
ª
Fig.7
equipotente da amostra CR por extrapolação do resultado obtido com a amostra
_.----.._- -_._------_.
47
Fig. 8 Efeito da administração pela via oral das amostras CAM (2,47m1Ikg) e CR (2,02 m1Ikg) no edema de pata induzido pelacarragenina em ratos. Cada ponto representa a média ± E.P.M. de 6ammms.
Prosseguindo, comparou-se o efeito da amostra CAM (2,47 m1Ikg) com a
"\
100 -, -+-contr
~--1 ~ -'-camd
00--1 r .......... ..........cr. "'t:)
(1)
§ 70...... ---- roo~>~o d 50
"'t:)"d
.s o.. 40~ 30~ 20
10O
1 3 5 7 9 24
tempo(hs)
da doses.
de pata induzido pela carragenina em ratos objetivando-se avaliar a equipotência
amostra CR (2,02 m1Ikg) (Figura 8) administradas pela via oral sobre o edema
(a) CR significativamente diferente do controle (Tukey; p<O,OI)(b) CR e CAM significativamente diferente do controle (Tukey; p<O,OOI)
4.2.1.5. Atividade da amostra CR e de suas frações
(Tabela 8 e Figura 9).
A amostra CR (2,02 m1Ikg), administrada pela via oral, foi avaliada frente
48
55,84
45,46
55,84
54,55
60,00
55,56
63,64
Fenilbutazona50,Om~
66,67
50,00
57,90
47,37
42,86
52,38
52,86
Dexametasona0,2m~
71,47
72,73
70,00
77,78
68,42
68,42
71,47 *
CR2,02 m1Ikg
Aumento do volume da pata (%)
97,54
118,00
100,00
100,00
91,30
85,00
90,91
Controle/óleo demilho 4,0 m1Ikg
1
2
3
4
5
6
MédiaErro
Padrão 4,73 1,44 3,44 2,50
Animais
às drogas padrões dexametasona (0,2 mg/kg) e fenilbutazona (50,0 mg/kg) no
pico de edema máximo (300 minutos), seguindo o mesmo modelo experimental
Tab. 8 Efeito, após 300 minutos, da administração pela via oral da amostra CR ede drogas padrões no edema pe pata induzido pela carr~geninaem ratos.
* significativamente diferente do controle e dexametasona (Tukey; p<O,01), efenilbutazona (Tukey; p<0,05).
49
120~contr
~ 100 - -cr"'tj
Q) I r .J..~_ -'-fenilE::s,-.... rol 1..- T ~ -+-dexa-~0 0>----o ~ (j)"'tj~
00..E 40Q)
E
ª ~
o1 .3 5 7 9 24
tempo(hs)
Fig. 9 Efeito da administração pela via oral da amostra CR (2,02 ml!kg),dexametasona (0,2 mglkg) e fenilbutazona (50,0 mg/kg) no edema depata induzido pela carragenina em ratos. Cada ponto representa amédia ±E.P.M. de 6 animais.
(a) significativamente diferente do controle (Tukey; p<O,Ol), fenilbutazona edexametasona (Tukey; p<O,OOl)
(b) significativamente diferente do controle e dexametasona (Tukey; p<O,01), efenilbutazona (Tukey; p<0,05)
(c) significativamente diferente do controle (Tukey; p<O,OOl) e dexametasona(Tukey; p<O,Ol)
(d) significativamente diferente do controle (Tukey; p< 0,05) e dexametasona(Tukey; p<O,OOl)
------
50
As amostras CRD (2,02 mlJkg) (Figura 10) e CRR (2,02 mlJkg) (Figura
11) foram avaliadas pela via oral frente à amostra CR (2,02 mlJkg) no edema de
pata induzido pela carragenina em ratos.
l:l-+-contr
~----cr
C'j~ -+-crd
"'O0e ffi=~--z.00>--oC'j 4)"'O~oc.
+->s=0
:jsã ~l
1 3 5 7 9 24
telll'o(hs)
Fig. 10 Efeito da administração pela via oral no edema de pata induzidopela carragenina em ratos com as amostras CR e CRD, na dosede 2,02 mlJkg. Cada ponto representa a média ± E.P.M. de 6ammalS.
(a) CR significativamente diferente do controle (Tukey; p<O,Ol) e CRDsignificativamente diferente do controle (Tukey; p<O,OS)
IL-'-.4 $.- 2,0 p '. -~, .."- .~ )
_Mil d pq ~~; iMW"5 U .--~
Fig. 11 Efeito da administração pela via oral no edema de pata induzidopela carragenina em ratos com as amostras CR e CRR, na dosede 2,02 m1JKg. Cada ponto representa a média ± E.P.M. de 6animais.
51
~l -+-contre;:s
00-1"O T ~crQ)
e ít}-i v-- ~" """-crr=',,-..-,
(í)o~>~oc\s 50"01a
40o~~= ?{)Q)
e~ª 10o
1 3 5 7 9 24
tempo(hs)
(a) CR significativamente diferente do controle (Tukey; p<O,OS) e CRRsignificativamente diferente do controle (Tukey; p<O,OI)
(b) significativamente diferente do controle (tukey; p<O,OS)
52
4.2.2. Edema de pata induzido pela nistatina
o edema de pata induzido pela nistatina evoluiu progressivamente até a
10ª hora com aumento de volume das patas de 60,0% (Tabela 9).
Tab. 9 Determinação do pico de edema máximo de pata induzido pela nistatinaem ratos. ..
Aumento do volume da pata (%)
Animais 4ª hora 6ª hora 8ª hora 10ª hora 12ª hora 24ª hora 48ª hora
1 22,73 55,00 48,01 68,42 57,00 53,81 47,37
2 20,83 42,80 60,00 65,00 65,00 65,00 35,14
3 20,83 43,48 38,10 60,08 50,00 45,00 30,00
4 17,39 36,36 42,86 50,00 50,00 45,00 25,00I~.
5 25,00 45,83 59,09 59,09 70,00 66,67 40,00
6 18,18 33,33 40,00 57,90 50,00 47,37 33,33
Média 20,83 42,80 48,01 60,08 57,00 53,81 35,14Erro Padrão 1,15 3,11 3,90 2,59 3,56 4,03 3,19
o efeito da administração pela via oral da amostra CAM na dose 2,47
mlIkg foi avaliado na 6ª , 8ª, 10ª, 12ª, 24ª e 48ª hora após a administração da
nistatina (Figura 12). O óleo-resina e a droga padrão indometacina (5,0 mg/kg)
foram administrados na 6ª hora e a leitura foi realizada no tempo de edema
máximo (l0ª hora) (Tabela 10).
,_=.... &81 tt«;n =:
53
1'ab. 10 Efeito, na IOª hora, da administração pela via oral da amostra CAM e daindometacina no edema de pata induzido pela l}Ístatinª el!l ratos.
Aumento do volume da pata (%)
Animais Controle/óleo de CAM indometacinamilho 4,0 mlIkg 2,47 mlIkg 5,O,mg!kg
1 68,42 50,00 47,37
2 65,00 45,00 36,36
3 60,08 42,86 40,96
4 50,00 47,37 42,11
5 59,09 40,00 36,84
6 57,90 45,00 42,11
Média 60,08 45,04 * 40,96Erro Padrão , . 2,59 1,42 1,65* significativamente diferente do controle (Tukey; p<O,OO I)
54
(a) significativamente diferente do controle (Tukey; p<O,OOI)(b) significativamente diferente do controle (Tukey; p<O,OS)(c) significativamente diferente do controle (Tukey; p<O,Ol)
Fig. 12. Efeito da administração pela via oral no edema de pata induzidopela nistatina em ratos com a amostra CAM (2,47 ml/kg) e daindometacina (S,O mglkg). Cada ponto representa a média ±E.P.M. de 6 animais
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4 6 8 10 12 24 48
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CAM. A dose utilizada para as amostras foi de 2,47 ml/kg (Figura 13).
55
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~o. 20Q)
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O
o efeito da amostra CAMD, administrada pela via oral, foi avaliado sobre
o edema de pata induzido pela nistatina em ratos e comparado com a amostra
Fig. 13. Efeito da administração pela via oral no edema de pata induzido pelanistatina em ratos com as amostras CAM e CAMD, na dose de 2,47tnlJkg. Cada ponto representa a média ±E.P.M. de 6 animais
(a) significativamente diferente do controle (Tukey; p<O,OI)(b) CAM significativamente diferente do controle (Tukey; p<O,OS) e CAMD
significativamente diferente do controle (Tukey; p<O,Ol)(c ) CAM significativamente diferente do controle (Tukey; p<O,OI) e CAMD
significativamente diferente do controle (Tukey; p<O,OS)
fi • t . ti'1ítfi"tflt'*:11iP..,'t1::;;
56
o efeito das amostras CR e CRD, na dose de 2,02 ml/kg, foi avaliado
comparativamente com a indometacina (5,0 mg/kg) sobre o edema de pata
induzido pela nistatina em ratos. Os resultados obtidos encontram-se na Tabela
11 e Figuras 14 e 15.
"
Tab. 11 Efeito, na 10ª hora da administração pela via oral da amostra CR e da,'Ij~1
indometacina no edema de pata induzido pela nistatina em ratos.Aumento do volume da pata (%)
Animais Controle/óleo de CR indometacinamilho 4,0 ml/kg 2,02 mlIkg 5,0 mglkg
1 47,63 54,55 52,17 \1
2 63,64 50,00 30,44 11
3 63,64 46,00 43,51 lil
4 63,64 40,00 47,83
5 54,17 45,46 45,46
6 58,33 40,00 41,67
Média 58,54 46,00 * 43,51Erro Padrão 2,66 2,32 3,01* significativamente diferente do controle (Tukey; p<0,05)
57
(a) significativamente diferente do controle (Tukey; p<O,OI)(b) significativamente diferente do controle (Tukey; p<O,OS)(c) significativamente diferente do controle (Tukey; p<O,OOl)
Fig. 14 Efeito da administração pela via oral no edema de pata induzidopela nistatina em ratos com a amostra CR (2,02 m1Ikg) eindometacina (5,0 mglkg). Cada ponto representa a média ±E.P.M. de 6 animais
-+-contr70l -cr
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4 6 8 10 12 24 48
tempo(hs)
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ª OI I I I I I I I
4 6 8 10 12 24 48
tempo(hs) 4:1
Fig. 15 Efeito da administração pela via oral no edema de pata induzidopela nistatina em ratos com a amostra CRD (2,02 mJJkg) eindometacina (5,0 mglkg). Cada ponto representa a média ±E.P.M. de 6 animais
(a) CRD significativamente diferente do controle (Tukey; p<0,05)(b) significativamente diferente do controle (Tukey; p<O,00 I)
I ""
faculdad" L .> r , ...,~vlll!(;~!I
Universidade de São Paul
4.2.3. Edema de pata induzido pelo miconazol
o edema de pata induzido pelo miconazol evoluiu progressivamente até a
11ª hora com aumento de volume das patas de 46 % e decaimento, a partir desse
ponto, até o 11º dia após a administração do agente flogístico (Tabela 12).
Tab. 12 Determinação do pico de edema máximo de pata de rato induzido pelomiconazo1. ,
Aumento do volume da pata (%)
Animais 5ªhora 7ªhora 9ªhora 11ªhora 24ªhora 48ªhora 72ªhora 96ªhora 120ªhora. ,
1 4,35 18,18 18,18 30,00 30,00 20,00 10,00 10,00 10,53
2 4,55 20,00 30,00 50,00 50,00 20,00 15,79 15,00 16,67
3 12,50 27,27 25,64 55,00 33,33 19,05 20,00 14,29 20,00
4 9,09 20,00 25,00 46,00 20,00 21,25 10,53 11,11 11,11
5 9,09 14,29 25,00 50,00 33,03 22,22 13,08 11,11 11,77
6 9,09 20,00 30,00 45,00 31,82 25,00 9,09 15,00 16,67
Média 8,08 19,96 25,64 46,00 33,03 21,25 13,08 12,75 14,46Erro
Padrão 3,17 1,72 1,78 3,51 3,95 0,87 1,71 0,92 1,58
o efeito da administração pela via oral das amostras CAM na dose 2,47
m1Ikg e CR na dose de 2,02 m1Ikg foi avaliado na 5ª, 7ª, 9ª, 11ª, 24ª hora, 2º dia
e, assim, subsequentemente até o 11Q dia após a administração do agente
edematogênico. O óleo-resina e a droga padrão nimezulida (2,5 mg/kg) foram
administrados uma hora após a injeção intraplantar do agente flogístico e a
leitura do pico de edema máximo foi realizada na 11ª hora.
A Figura 16 mostra que a amostra CAM apresentou aumento do volume
da pata de 33%, resultado próximo ao observado com a droga padrão utilizada
(32%), sendo que para o controle o valor foi de 46%. Para a amostra CR o
59
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61
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5 7 9 TI ~ 43 72 9) ]J):W~
tempo(hs)
Fig. 17 Efeito da administração pela via oral da amostra CR (2,02 ml/kg) e dadroga padrão nimezulida (2,5 mglkg) no edema de pata induzidopelo miconazol em ratos. Cada ponto representa a média ±E.P.M. de 6 animais
(a) significativamente diferente do controle (Tukey; p<O,OOl)(b) significativamente diferente do controle (Tukey; p<O,Ol)
4.2.4. Formação de tecido granulomatoso
A administração pela via oral das amostras CAM (2,47 m1Ikg) e CRD na
dose de 2,02 m1Ikg inibiram de fonna significativa a fonnação de tecido
granulómatoso como mostram as Figuras 18 e 19. Foram realizados três
experimentos com a amostra CR e ao longo do tratamento ocorreram óbitos no
2º, 3º, ou 4º dia. No último dia do experimento o grupo, inicialmente com seis
animais, ficava reduzido a\.2 ou 3 animais o que inviabilizava estatisticamente
o ens8.1o.
62
(a) significativamente diferente do controle (Tukey; p<0,05) e significativamentediferente da dexà.Illetasona (Tukey; p<O,OOI)
63
dexa
a
cal1l
350
300,-....OQ
8 250--ou(1)ti)
200~
8o-ª
15050o
100~
~(1)Q.,
50
O
contr
Fig.18 Efeito da administração pela via oral da amostra CAM (2,47 m1Jkg)e da dexametasona (0,2 rnglkg) na inibição da formação de tecidogranulornatoso induzida por cilindro de algodão em ratos. Cadabarra representa á média ± E.P.M. de 6 animais.
350..-...eJ)
3008~
ou 250(l)cn.~
8 200o--';:s§ 150MeJ)
o~ 100ocn.(l)
~ 50
O
crntr crd dexa
Fig.19 Efeito da administração pela via oral da amostra CRD (2,02 ml/kg) eda dexametasona (0,2 mglkg) na inibição da formação de tecidogranulomatoso induzida por cilindro de algodão em ratos. Cadabarra representa a média ± E.P.M. de 6 animais.
(a) significativamente diferente do controle e da dexametasona (Tukey; p<O,OOl)
64
4.2.5. Dermatite induzida pelo óleo de cróton
Após indução de dermatite pelo óleo de cróton e aplicação tópica das
amostras CR e CRD na dose de 0,747 J..lllorelha e do naproxeno (1,0 mg/orelha)
foram obtidos os resultados expressos nas Tabelas 13 e 14 e Figuras 20 e 21.
Tab. 13 Efeito inibitório da amostra CR e da droga padrão na dermatiteinduzida pelo óleo de cróton.
Aumento do peso da orelha (%)Aniinais controle CR naproxeno
(aceto~a/água) (0,747 ttllorelha) (1?0 mglorelha)1 84,17 12,50 14,292 66,67 40,00 11,913 87,50 50,00 14,294 83,33 28,57 0,005 100,00 32,88 16,676 83,33 33,33 14,29
Média 84,17 32,88 * 11,91Erro Padrão 4,36 5,09 2,46
* significativamente diferente do controle (Tukey; p<O,OOI) e naproxeno(Tukey; p<O.OI).
Tab. 14 Efeito inibitório da amostra CRD e da droga padrão na dermatiteinduzida pelo óleo. de cróton.
Aumento do peso da orelha (%)Animais controle CRl> naproxeno
(eniul~ão) (0,747 gllorelha) (1,0 mg/orelha)1 44,60 37,72 55,702 49,30 58,00 40,303 69,22 32,80 23,204 121,00 15,70 34,405 34,50 29,30 34,906 96,70 40,60 19,30
Média 69,22 35,69 * 34,63ErroPadrãó 13,72 5,70 5,30
* significativamente diferente do controle (Tukey; p<O,05)
65
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contr Cf naprox ':1··
Fig.20 Efeito inibitório da amostra CR (0,747 J.lVorelha) e donaproxeno (1,0 mg/orelha) na dermatite induzida pelo óleo decróton. Cada barra representa a média ± E.P.M. de 6 animais.
(a) significativamente diferente do controle (Tukey; p<O,OOI) esignificativamente diferente do naproxeno (Tukey; p<O,OI)
(a) significativamente diferente do controle (Tukey; p<O,OS)
67
Fig.21 Efeito inibitório da amostra eRD (0,747 J,J1Jorelha) e donaproxeno (1,0 mg/orelha) na dermatite induzida pelo óleo decróton. Cada barra representá a média ± E.P.M. de 6 animais.
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68
4.2.6. Toxicidade
4.2.6~1. Estudos de toxicidade aguda
A administração oral da amostra CAM na dose de 9,49 ml/kg não
ocasionou nenhum óbito mas alguns animais apresentaram sinais de diminuição
da motilidade espontânea. Quando a dose foi aumentada para 13,28 ml/kg dois
animais foram a óbito e ,ps demais apresentaram sinais semelhantes aos
observados com a dose anterior. Duas outras doses foram administradas: 9,88 e
12,35 ml/kg e todos os animais sobreviveram indicando que a DLso para a
amostra CAM é superioF a 12,35 ml/kg.
Para a amostra CAMD administrou-se a dose de 20,0 ml/kg não
ocasionando óbitos ou alterações comportamentais indicando que a DLso é
superior a 20,0 ml/kg.
A amostra CAMR foi ensaiada na dose de 2,85 ml/kg, dose na qual não
ocorreram óbitos nem alterações comportamentais, indicando que a sua DLso é
maior que 2,85 ml/kg.
Dose (ml/kg) Nº Mortos/Total animais OLso
ml!kg.
ml!kg.
69
4,48 ml/kg
(4,22 a 4,76 ml/kg)
0/5
0/5
4/5
5/5
3,48
4,04
4,69
5,44
Os ensaios de toxicidade para a amostra CR apresentaram os resultados
Com a amostra CRR ensaiaram-se três doses: 1,09, 1,29 e 1,52 ml!kg.
A amostra CRD, ensaiada nas doses 3,05 e 9,14 ml!kg, não apresentou
descritos na Tabela 15 e calculou-se sua Dbso a partir desses dados observados.
óbito ou alterações comportamentais indicando que sua OLso é superior a 9,14
Tab. 15 Detenninação da DLso, pela via oral, da amostra CR em ratosj!0r 72 horas.
Nesta última dose dois animais morreram indicando que a DLso é superior a 1,29
70
4.2.6.2. Estudos de toxicidade subcrônica
4.2.6.2.1. Toxicidade subcrônica da amostra CAM
A variação do peso relativo (peso do órgão/peso corporal) do figado, rins e
baço nos animais tratados, diariamente, durante 3Odias com a amostra CAM nas
doses de 2,47 e 4,84 mlJkg encontra-se representado pelas Figuras 22, 23 e 24.
Não houve alterações no coração e pulmões.
..
0,08 -, h
0,07
o 0,06;>.-~ 0,05-Q)1-0
o 0,0400Q)Q., ~
0,03
0,02
0,01
° contr cam-2,47 cam4,84
Fig. 22 Peso relativo do figado de rato após 30 dias de tratamento pela viaoral da amostra CAM nas doses de 2,47 e 4,84 mlJkg. Cada barrarepresenta a média ± E.P.M. de 6 animais.
(a) significativamente diferente do controle (Tukey; p<O,OOl)(b) significativamente diferente do controle (Tukey; p<O,001) e
significativamente diferente de CAM- 2,47 (Tukey; p<O,OS)
o,oo:J1 a
0,0085O>.- 0,008. ...-~-Q)~
~ O,fIJ15Q)
~
QtIJ1,
0,~5
contr cam-2,47 cam-4,84
Fig. 23 Peso relativo dos rins de rato após 30 dias de tratamento pela viaoral da amostra CAM nas doses de 2,47 e 4,84 m1Jkg. Cada barrarepresel'lta a média ± E.P.M. de 6 animais.
(a) significativamente diferente do controle (Tukey; p<O,OS)
71
(a) significativamente diferente do controle (Tukey; p<O,OOI) esignificativamente diferente de CAM-2,47 (Tukey; p<O,OS)
Fig. 24 Peso relativo do baço de rato após 30 dias de tratamento pela viaoral da amostra CAM nas doses de 2,47 e 4,84 m1Ikg. Cada barrarepresenta a média ± E.P.M. de 6 animais.
72
cam-~47 cam-4,84
0,001
contr
0+-1 -
0,0015
0,003
0,0025
0,002
o,(ffi)
o>• ...-i
~~
(1)~
o'(J'J(1)
o.
73
250 l
--+-contr
---cam-2,47r-....
200 100-+-cam-4,84
'-'"-~M 150O
~u 100~~
~ 50
O
Os gráficos das Figuras 25, 26 e 27 mostram o aumento do peso corporal,O consumo de ração e água, respectivamente, no ensaio feito por um período detrinta dias administrando-se doses diárias,. pela via oral, de 2,47 m1Jkg e 4,84m1Jkg da amostra CAM.
o 3 6 9 12 15 18 21 24 TI 30
dias
Fig. 25 Evolução do peso corporal de ratos, após trinta dias de tratamento pelavia oral da amostra CAM nas doses diárias de 2,47 e 4,84 m1Jkg. Cadaponto representa a média de 6 animais.
'ti.
74
--+-con tr-cam-~47
-cam-4,84
o 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 22 24 26 28 30dias
O 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 22 24 26 28 30
Fig. 26 Consumo de ração durante 30 dias de tratamento pela via oralda amostra CAM nas doses diárias de 2,47 e 4,84 ml/kg. Cadaponto representa a média de 6 animais.
dias
Fig. 27 Consumo de água durante 30 dias de tratamento pela via oral daamostra CAM nas doses diárias de 2,47 e 4,84 ml/kg. Cadaponto representa a média de 6 animais.
.......... contr300 -, ---c a m - 2,47
-'-cam-4,84
--.. 250OI}'-'O 200~C\So-C\S~
150
100
550r--.. 5008 450'-'
C\S 400,~ 350
300250 I i i i i I I i i I I
4.2.6.2.2. Toxicidade subcrônica da amostra CR
A variação do peso relativo (peso do órgão/peso corporal) do flgado, rins e
baço nos animais tratados, diariamente, durante 30 dias com a amostra CR na
dose de 2,02 ml!kg encontra-se representado pelas Figuras 28, 29 e 30. Não
houve alterações no coração e pulmões.
0,07 I a
o,~
0,05O;> 0,(».-~-Q) 0,03~
O~ 0,02Q)
~
0,01
O
contr cr-2,02
Fig. 28 Peso relativo do flgado de rato após 30 dias de tratamentopela via oral da amostra CR na dose de 2,02 m1/kg. Cadabarra representa a média ± E.P.M. de 5 animais para ocontrole e 4 para a amostra CR.
(a) diferença para o controle extremamente significativa (teste" t "; p<O,OOOl)
75
O,W.., ,a
O,aRS
O O,aE.>.-~-~ 0,0075OCf)Q.)o..
0,007
o,anscontr cr-~02
Fig. 29 Peso relativo dos rins de rato após 30 dias de tratamentopela via oral da amostra CR na dose de 2,02 ml/kg. Cadabarra representa a média ± E.P.M. de 5 animais para ocontrole e 4 para a amostra CR.
(a) diferença para o controle extremamente significativa (teste" t "; p<O,OOOl)
76
0,003
0,0025
o0,002>"-~-(1)
0,0015$..ol
oCI)(1)
~ 0,001
o,ro>.s
O
contr cr-2, 02
Fig. 30 Peso relativo do baço de rato após 30 dias de tratamentopela via oral da amostra CR na dose de 2,02 mlJkg. Cadabarra representa a média ± E.P.M. de 5 animais para ocontrole e 4 para a amostra CR..
(a) significativamente diferente do controle (teste "t"; p = 0,0494)
77
78
-contr~ 300 ~ -cr-2,ü2OI)
~;'-" 250ta.... 200ofr 150oCo)
o 100cn50 I
11<L>o..O
1 4 7 10 13 16 19 22 25 28 31
dias
o consumo de ração e água, respectivamente, no ensaio feito por trinta dias com a
Fig. 31 Evolução do peso corporal de ratos, após 30 dias de tratamento pela viaoral da amostra CR na dose diária de 2,02 ml/kg. Cada ponto representaa média de 5 animais para o controle e 4 para a amostra CR.
Os gráficos das Figuras 31, 32 e 33 mostram o aumento do peso corporal,
amostra CR administrando-se dose diária de 2,02 ml/kg.
(a) significativamente diferente do controle (teste "t"; p=0,0317)(b) significativamente diferente do controle (teste "t"; p=0,0133)(c) diferença para o controle muito significativa (teste "t"; p = 0,0084)(d) diferença para o controle muito significativa (teste "t"; p = 0,0053)(e) diferença para o controle muito significativa (teste "t"; p = 0,0074)
-'-contr
79
~~
----c r - 2, 02
~
o 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 22 24 26 28 30
dias
dias
o 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 22 24 26 28 30
250-contr
200 l -'Õij
cr-2,02
"'-"
~~150
~ 100M
50O
500C 4005 300~ 200,~ 100
O I I .I I I I I I I I i I i I
Fig. 33 Consumó de água durante 30 dias de tratamento pela via oral da amostraCR na dose diária de 2,02 tn1Jkg. Cada ponto representa a média de 5animais para o controle e 4 para a amostra CR.
Fig. 32 Consumo de ração durante 30 dias de tratamento pela via oral da amostraCR na dose diária de 2,02 mI/kg. Cada ponto representa a média de 5animais para o controle e 4 para a amostra CR.
Decorridos trinta dias, os animais foram sacrificados e verificados os
parâmetros hematológicos e bioquímicos (Tabelas 16, 17, 18 e 19).
Amostra Eritr. Hb Ht VCM (Jl) HCM (f.1f.1g) CHCM (%)
(106/mm3) (g%) (%)
80
PT
6,8 ± 0,1d6,40 ± 0,03
URÉIA
mgldl
46,4 ± 1,8
62,5 ± 4,lc
ALT = alanina transferasePT = proteínas totais
VCM = volume corpuscular médioHCM = hemoglobina corpuscular médiaCHCM = concentração de hemoglobina corpuscular média
CR
Controle 46,8 ± 2,8 45,8 ± 5,4 34,8 ± 4,1 1,1 ± 0,1
52,8 ± 4,8 593 ± 1 2a 51,5 ± 9,2 1 7 ± °2b
" "
Amostra AST ALT ALP CREAT
U/L U/L U/L mgldl
(a) não muito significativamente diferente do controle (teste "t"; p=0,0673)(b) muito significativamente diferente do controle (teste "t"; p=0,0046)(c) muito significativamente diferente do controle (teste "t"; p=0,0055)(d) muito significativamente diferente do controle (teste "f'; p=0,0066)
(a) significativamente diferente do controle (teste "t"; p=0,0182)(b) significativamente diferente do controle (teste "t"; p=0,044)(c) significativamente diferente do controle (teste "t"; p=0,0403)(d) significativamente diferente do controle (teste "t"; p=0,0241)
Legenda:Eritr. = eritrócitosHb = hemoglobinaHt = hematócrito
Controle 5,0 ± 0,2 15,7 ± 0,2 43,8 ± 0,2 87,6 ± 3,8 31,4 ± 1,4 35,6 ± 0,5
CR 5,4 ± 0,2 14 °± °6a 39,3 ± 2,lb 73,3 ± 4,2c 26,0 ± 1,ld 35,8 ± 0,5, ,
Tab. 16 Valores de hemograma do grupo controle e do tratado com a amostraCR na dose de 2,02 m1Jkg ao final de trinta dias de tratamento. Cada valorrepresenta a média ± E.P.M. de 4 (CR) e 5 (Controle) animais.
Tab. 17 Série bioquímica do grupo controle e do tratado com a amostra CR nadose de 2,02 m1Jkg ao final de trinta dias de tratamento. Cada valor representa amédia ± E.P.M. de 4 (CR) e 5 (Controle) animais.
Legenda:AST = aspartato transferaseALP = fosfatase alcalinaCREAT = creatinina
81
LEU
(/mm3)
7.000 ± 573
5.000 ± 1192
(%)
MON
3,8 ± 1,0
4,0 ± 1,8
LIN
(%) (%)
0,2 ± 0,2 78,8 ± 2,4
° 77,0 ± 1,73
ausente =
raro = rdiscreto = dmoderado= macentuado = a
(%)
0,8 ± 0,5
°BAS = basófJ10s LEU = leucócitos
LIN = linfócitosMON = mon6citos
(%)
15,8 ± 2,4
17,3 ± 0,5
(%)
0,6 ± 0,4
1,8 ± 1,2CR
Controle
Amostra BAST SEG EOS BAS
Tab. 19 Alterações eritrocitárias individuais do grupo controle e do tratado comtra CR na dose de 2.02 mlJkg ao final de trinta dias de tratament,
Tab. 18 Leucograma do grupo contróle e do tratado com a amostra CR na dosede 2,02 m1Jkg aó final de trinta dias de tratamento. Cada valor representa a média± E.P.M. de ~(CR) e 5 (Controle) animais.
Legenda:BAST = bastonetesSEG = segmentadosEOS = eosinófilos
, . ..Amostra MICRO MACRO HIPÓ POLI CREN ALVO
Controle -- -- -- -- -- --Controle -- -- -- m -- --Controle -- m -- n'I. m --
Controle -- -- -- a -- --Controle -- a m m -- --
CR -- a m m -- m
CR -- a d m a --Clt -- m -- m a r
CR m d d r a --Legenda:MICRO = tnicrocitoseMACRO = macrocitoseHIPO = hipocromiaPOLI = policromasiaCREN = crenadasALVO = hemáceas em alvo
i".~ ..} _"~"... ,.~_~... ,.'-' ,...1,::- = ~ ~~ ~,~;~" .,f'.......2:,,~~:....~;:'.;" J, ~!~ .... _ ~-,- .t+ ,,._ 41---- #I.&e,: iMi'lW!kªU . ••"4lI4neu qXZ.,A,PSW:;U s. ... ..w----
~ o
o efeito sobre o peso relativo do figado e rins da administração oral diária
e por trinta dias da amostra CRD na dose de 2,02 m1Ikg está representado pelas
Figuras 34 e 35, respectivamente.
o,(J7 I a
o,OS
O 0,(1);;>.-~
.~ 0,(»~
~ 0,00Q.
0,02
0,01
O
contr crd-2,02
Fig. 34 Peso relativo do figado de rato após 30 dias de tratamentopela via oral da amostra CRD na dose de 2,02 m1Ikg. Cadabarra representa a média ± E.P.M. de 5 animais.
(a) diferença para o controle extremamente significativa (teste" t "; p<O,OOOI)
82
It
IR%. )ii. li;, ; . .--,",.~--~
83
0,(0) I a
0,<m5O>.-d o,~-Q)~
O~ 0,0075~
Itil.
0,007I
jj!
<~I!
0,00í5 '
contr crd-402
Fig. 35 Peso relativo dos rins de rato após 30 dias de tratamento pela viaoral da amostra CRD na dose de 2,02 m1Ikg. Cada barra representaa média ± E.P.M. de 5 animais.
(a) diferença para o controle muito significativa (teste" t "; P = 0,0016)
I
administrando-se dose diária de 2,02 mlJkg da amostra CRD.
,
84
dias
12 15 18 21 24 27 3096
-contr
-crd-2,02
3o
dias
'Iculdaao uu lu., .~.,~I __."'0-Universidade di São Paulo
o 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 22 24 26 28 30
Fig. 36 Evolução do peso corporal de ratos, após 30 dias de tratamentopela via oral da amostra CRD na dose diária de 2,02 mlJkg.Cada ponto representa a média de 5 animais
Fig. 37 Consumo de ração durante 30 dias de tratamento pela via oral daamostra CRD na dose diária de 2,02 mlIkg. Cada pontorepresenta a média de 5 animais.
300
250
200
150
100
50o I I i i i I I i i i I I I I , I
Os gráficos das Figúras 36, 37 e 38 mostram o aumento do peso corporal,
-contr
300 l ---crd-2,02
,,-.... 25000'-"
ta 200~oE:-o 150ooti:!Q) 100c::l.
50
'bO'-"o
~t':Se
o consumo de ração e~ respectivamente, no ensaio feito por trinta dias
-contr
-crd-2,02
~:l
~',I'
Jtt
r,I
"
"l~l
'li.
.f
85
dias
o 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 22 24 26 28 30
Fig. 38 Consumo de águà durante 30 dias de tratamento pela via oral daamostra CRD na dose diária de 2,02 m1Ikg. Cada pontorepresenta a média de 5 animais
450
.-....400-E 350'-'
C':S 300.~ 250
200150 I I i { I j. I I I I I I I I I
-_._----------_._---------- ----------
parâmetros hematológicos e bioquímicos (Tabelas 20,21 e 22).
Decorridos trinta dias, os animais foram sacrificados e verificados os
"-,
86
ausente =raro = rdiscreto = dmoderado= macentuado = a
,
AMOSTRA MICRO MACRO HIPO POLI CREN ALVO
Controle -- -- m a -- --Controle -- -- m a -- --Controle -- -- m a -- --Controle -- -- m a -- --
\.
CRD -- -- d a -- --CRD -- -- m a -- --CRD -- -- d a -- r
CRD -- -- -- a -- --CRD -- -- -- a -- --
Tab. 20 Alterações eritrocitárias individuais do grupo controle e do tratado comCRD na dose de 2.02 mlJkg ao final de trinta dias d
Legenda:MICRO = microcitoseMACRO = macrocitoseRIPa = hipocromiaPOLI = policromasiaCREN = crenadasALVO = hemáceas em alvo
Amostra :8AST SEG EOS DAS LIN MON
Tâb. 22 Série bioquímica do grupo controle e do tratado com a amostra CRD nadose de 2,02 m1Jkg ao fmal de trinta dias de tratamento. Cada valor representa amédia ± E.F.M. de 5 animais.
Tab. 21 Leucograma do grupo controle e do grupo tratado com à amostra CRDao fmal de trinta dias de tratamento. Cada valor representa a média ± E.P.M. de 5(CR) ou 4 (Controle) animais.
'.'11
87
PTr'
UREIA
mg/dl
38,6 ± 2,3 6,5 ± 0,1
40,8 ± 1,4 6,4 ± 0,1
mg/dl
CREAT
0,8 ± 0,1
0,7 ± 0,04
ALP
UIL
154,4±5I,I
116,6 ± 35,6
ALT =alanina transferasePT = proteínas totais
35,6 ± 3,4
62,4 ± 2,2~
35,4 ± 6,0
47,8 ± 4,3
Controle
CRD
Amostra AST ALT
UIL UIL
(a) considerado extremamente significativo em relação aocontrole (teste "t"; p==O,0002)
(a) não muito significativamente diferente do controle (teste "t"; p=O,0662)
(%) (%) (%) (%) (%) (%)
Controle 2,8± 1,1 13,3 ± 1,7 0,3 ± 0,3 ° 79,0 ± 2,1 4,8 ± 0,7
CRD 6,0 ± I,Oa IO,2± 1,5 0,6 ± 0,4 ° 79,2 ± 2,4 4,0 ± 1,6
Legenda:BAST:::: bastonetes BAS= basófilosSEG= segmentados LIN= linfócitosEOS= eosinófilos MON = monócitos
Legenda:AST = aspartato transferaseALP = fosfatase alcalinaCltEAT == creatininà
39.
4.2.6.3. Estudos de citotoxicidade .
Os resUltados dos ensaios de citoxicidade com a amostra CR solubilizada
88
Inibição da divisão celular (%)\
CR+DMSO '"DOSE CR + AGITAÇAO(J,.L1 óleo/ ml água mar)
10,000 -------------- 100,00 ± 0,00
7,500 100,00 ± 0,00 * ----------------
5,000 80,57 ± 2,25 84,59 ± 5,69
2,500 62,36 ± 9,71 61,63 ± 0,68
1,250 49,36 ± 2,90 38,34 ± 8,85
0,625 --------------- 35,57 ± 1,46
com DMSO e sob vórtex estão descritos na Tabela 23 e representados na Figura
Tab. 23 Efeito da administração da amostra CR sobre o desenvolvimentode ovos de ouri~o do mar.
* cada valor (%) representa a média ± E.P.M. da inibição da divisão celularem relação ao controle (ausência de inibição) de três valores.
A amostra C:fU) foi avaliada no mesmo intervalo de dose não ocorrendo
Fig. 39 Efeito da administração da amostra CR, solubilizada em DMSO, e atravésde vórtex sobre o desenvolvimento de ovos de ouriço do mar. Dosesadministradas no intervalo entre 10 e 0,625 J,J1 óleo/ml de água mar.Cada barra representa a média ± E.P.M. de três valores.
89
0,6251,252,557,5
concentração(ul/ml)
10
inibição da divisão celular
120 I IiIdmso
o 100 .-j - - II!!I a g i ta ç ã ol('jrn.- ,,-....~ ~ 80-o '-"('j ~
-o '3 60~-u-. Q)._ o
~ 40l=:.-
20
O
5. DISCUSSÃO
o óleo-resina de copaíba é extraído do tronco de árvores do gênero
Copaifera através de perfuração até o cerne. O que se observa, no entanto, é a
derrubada da árvore com o auxílio de machado para a obtenção do óleo. Esse
método é bastante utilizado pelos seringueiros na entressafra da extração da
borracha. A planta é muito difundida por toda a região amazônica e a população a
utiliza para diversos fms: cicatrizante, antiinflamatória, antisséptica, expectorante
etc (BASILE et al., 1988).
O óleo de copaíba foi inicialmente estudado quanto à sua propriedade
antiinflamatória por BASILE et alo (1988) e sua composição química vem sendo
bastante pesquisada atualmente por pesquisadores brasileiros (PINTO et al., 1997;
VEIGA-JR et al., 1995).
Os terpenóides, classe de compostos encontrados no óleo-resina de copaíba,
distribuem-se amplamente na natureza e são encontrados em abundância nas
plantas superiores. O número de diferentes terpenóides isolados de fontes naturais
é de aproximadamente vinte mil, muito superior ao de qualquer outro grupo de
produtos naturais. Os terpenóides vegetais têm papel proeminente nas discussões
sobre ecologia química, pois desempenham funções importantes como repelente
de insetos, feromônios, hormônios vegetais etc. As moléculas de terpenóides estão
envolvidas em quase todas as interações possíveis entre plantas e entre plantas e
animais (TERANlSHI et al., 1993).
90
Os terpenóides são deftnidos como produtos naturais cuja estrutura pode ser
dividida em unidades de isopreno e, por isso, esses compostos são chamados de
isoprenóides. As unidades de isopreno originam-se biossinteticamente do acetato
pela via do ácido mevalônico e' têm cadeias ramiftcadas, com cinco átomos de
carbono que contém uma dupla ligação (HARBORNE, 1988).
Segundo BASILE et alo (1988) o óleo-resina de copaíba apresenta em sua
composição compostos terpênicos. A análise qualitativa mostrou a presença de
ácido copálico e sesquiterp~nos como l3-bisaboleno, l3-carioftleno, l3-cubeleno,
aromadendreno, l3-elemeno, humuleno e a-copaeno. Os compostos presentes em
maior quantidade foram o l3-bisaboleno, l3-carioftleno e l3-cubeleno.
A destilação fracionada das amostras CAM e CR do óleo-resina de copaíba
foi realizado no Laboratório de Fitoquímica do Instituto de Biociências da USP.
Da destilação obteve-se a fração destilado cuja composição química é constituída
por sesquiterpenos, moléculas com quinze átomos de carbono e a fração resina
composta por diterpenos, substâncias com vinte átomos de carbono. O maior
rendimento de destilado da amostra CR (64%) em comparação à amostra CAM
(54%) acarreta na maior fluidez de CR facilitando sua solubilização nas
experimentações farmacológicas.
Comparando-se a fração sesquiterpênica das duas amostras observa-se que
apenas quatro substâncias, de um total de vinte e três compostos identiftcados
nestas frações, são comuns a ambas: l3-carioftleno, a-bergamoteno, a-humuleno e
l3-bisaboleno. Os ácidos diterpênicos presentes nas duas amostras totalizam vinte e
cinco compostos, sendo que vinte e um foram aqui identiftcados. Desse total
91
apenas duas substâncias são comuns às duas amostras: copalato de metila e
pinifolato de dimetila ('tabelas I e 2 e Figura 42 em apêndice).
Constata-se que as duas amostras apresentam grandes diferenças em relação
à sua composição química confmnando dados de literatura que evidenciam a
riqueza de compostos presentes em amostras de óleo-resina de copaíba de várias
espécies (CASCON et al., 1996~ FERRARI et aI., 1971~ GRAMOSA et al., 1996~
LANGENHEIM et al., 1986; PINTO et al., 1997; VEIGA-IR et al., 1995).
A análise de uma amostra de C. reticulata coletada em Belém, estado do
Pará (CRP), revela a presença de 18 compostos sesquiterpênicos e 4 diterpênicos
(Tabelas 24 e 25 em apêndice) que não são encontrados na composição da
amostra aqui estudada (CR). Analisando amostras de C. multijuga, coletadas em
dezembro (CM-I) e agosto (CM-2) da mesma árvore na reserva Ducke, Manaus,
estado do Amazonas, evidenciaram-se diferenças quanto à composição química.
Observa-se a presença 19 compostos comuns às duas amostras de um total de 27
identificados em ambas (Tabela 25 em apêndice). Outra amostra de C. ml!ltijuga
(CM-3) coletada em Manaus mas em região diversa das duas amostras acima
verifica-se que 10 substâncias estão presentes em CM-3 e que não ocorrem tanto
em CM-I quanto em CM-2. Esses dados demonstram que há uma variação na
composição química de amostras de espécies de Copaifera tanto intra-específica
como inter-específica. Os dados fitoquímicos das amostras CRP, CM-I, CM-2 e
CM-3 foram fornecidos pelo Instituto de Química da UFRJ.
Sob o aspecto quantitativo a amostra CAM apresenta grandes quantidades
de p-cariofileno (36,04%) na fração sesquiterpênica e quantidades consideráveis
92
de copalato de metila (8,85%), agatato de metila (8,83%) e l1-acetoxi-copalato de
metila (16,64%). Enquanto que a amostra CR contém como principais compostos,
na fração sesquiterpênica, o a-aromadendreno (10,96%) e o l3-bisaboleno
(22,39%). Na fração resinóide destacam-se o caurenoato de metila (7,11%),
cauranoato de metila (6,99%) e danielato de metila (7,12%) (Tabelas 1 e 2).
A amostra CRP apresenta o sesquiterpeno l3-cariofileno como sendo o
majoritário, contribuindo com 40,22% do total do óleo-resina, enquanto que'em
CR representa somente 3,40% do total. O composto l3-bisaboleno que representa
22,39% da amostra CR está presente na amostra CRP em apenas 0,75% do total.
Evidenciando-se diferenças quantitativas entre amostras da mesma espécie.
Os ensaios farmacológicos foram realizados com ratos provenientes dos
biotérios do ICBUSP e da FMVZUSP por uma questão de programação e
disponibilidade desses animais pelos referidos biotérios. Ao longo do período
experimental observou-se que os animais provenientes do ICBUSP apresentavam
pico de edema máximo aos 300 minutos após a administração do agente flogístico
e os animais oriundos da FMVZUSP pico aos 420 minutos após a injeção da
substância edematogênica (Tabelas 3 e 4).
Essa diferença de resposta inflamatória com a mesma raça de animais pode
estar relacionada às condições de manejo peculiares a cada biotério. Os biotérios
das duas institutições seguem normas padrões de criação mas podem ocorrer
variações como alimentação - uso de ração de marcas diferentes - ou maior ou
menor carga bacteriana já que se constatou a presença de bactérias do gênero
Mycoplasma de forma endêmica nos biotérios da USP. No entanto, para uma
93
conclusão mais precisa dever-se-ia aprofundar em estudos hematológicos,
histológicos e bioquímicos com os animais· dos dois biotérios (ROSENKRANZ et
aI., 1987; LAUDO TÉCNICO-BIOTÉRIO CENTRAL-ICBUSP, 1998).
É conhecido que a inflamação é uma resposta do tecido à qualquer tipo de
injúria, seja induzida por agente mecânico, químico ou por microrganismos. Esta
resposta inflamatória envolve um complexo conjunto de ativações enzimáticas,
liberação de mediadores, extravasamento de fluídos corpóreos, migração celular,
colapso e reparo tissular (COTRAN et al., 1996).
Os efeitos antiinf1amatórios podem ser obtidos por uma grande variedade
de agentes químicos não existindo correlação evidente entre suas atividades
farmacológicas e estruturas químicas. Este fato, associado à complexidade do
processo inflamatório, demonstra que o uso de diferentes modelos experimentais
são essenciais nas triagens farmacológicas de substâncias potencialmente
antiinf1amatórias (BASILE et al.,' 1988).
A carragenina é um mucopolissacarídeo obtido de algas marjnhas da
espécie Chondros crispus e tem sido utilizada tradicionalmente em laboratório
para induzir edema agudo de pata em animais (WINTER et al., 1962). Muitos
mediadores estão envolvidos no edema induzido pela carragenina, incluindo
histamina, serotonina, cininas e as PGs (WILLIS, 1969 ). É necessário considerar
o papel desses mediadores no edema induzido pela carragenina, obtendo-se
informações quanto à natureza da irritação, sítio de resposta inflamatória e o
padrão dos mediadores fannacológicos liberados (DI ROSA & SORRENTINO,
1970).
94
---
Este .modelo de inflamação é identificado por três diferentes fases de
liberação de mediadores durante o desenvolvimento do edema.
A partir de experimentos usando antagonistas de histamina e serotonina ,
determinou-se uma fase inicial em que há liberação de histamina e serotonina no
período de °a 1,5 h, cujos mediadores são liberados ao mesmo tempo e em
concentração satisfatória para produzir efeitos sobre a permeabilidade vascular. A
segunda fase da resposta inflamatória (1,5 a 2,5 h) é mediada por cininas, com
papel transitório de aumelltar a permeabilidade vascular após a injeção de
carragenina (DI ROSA & SORRENTINO, 1970). A última fase da resposta
inflamatória (2,5 a 6,Oh) é mediada por uma substância que não é a histamina,
serotonina ou cininas mas demonstra-se que a prostaglandina está presente em
exsudatos induzidos por carragenina (WILLIS, 1969).
Os antiinflamatórios não esteroidais (AINES) agem pela inibição da
ciclooxigenase e demonstrou-se essa atividade através de ensaios correlacionando
essa inibição tanto in vitro quanto in vivo (VANE, 1971). Foi estabelecido que a
isoforma ciclooxigenase-1 elabora prostaglandinas envolvidas no processo de
citoproteção, enquanto a ciclooxigenase-2 é induzida no local da inflamação
(VANE, 1994). Os antiinflamatórios esteroidais impedem que os neutrófilos
participem da resposta inflamatória aguda e, desse modo, diminuem a quantidade
de enzimas, tais como a fosfolipase A2 para a síntese de prostaglandinas
(VINEGAR et al., 1982).
Foi estabelecida uma correlação dose-efeito (Figura 3) com a amostra
CAM, que era a disponível no momento, da qual determinou-se sua DEso que foi a
95
dose de trabalho no decurso das experimentações farmacológicas. O efeito da
administração oral da amostra CAM inibiu o desenvolvimento do edema de pata
induzido pela carragenina em ratos de maneira dose-dependente resultado
semelhante ao encontrado por BASILE et al., (1988) pesquisando outra amostra de
óleo-resina de copaíba.
A análise da Figura 4 revela que a amostra CAM, na dose de 2,47 ml/kg,
inibiu significativamente o desenvolvimento do edema com comportamento
semelhante à droga padrão fenilbutazona, um AINE consagrado na terapêutica, a
partir da 5ª hora após a administração da carragenina, contudo, dentro das doses
utilizadas á. dexametasona mostrou-se claramente mais eficaz. Esse resultado
evidencia que o óleo-resina reduz o edema induzido pela carragenina somente em
altas doses sugerindo uma baixa atividade dos componentes antiínflamatórios da
mistura e/ou as suas presenças em baixas concentrações. Esse dado pode
eventualmente representar unia limitação para seu uso prolongado pela
possibilidade de aparecimento de efeitos deletérios ao organismo.
As frações CAMD e CAMR (Figuras 5 e 6) inibem o edema induzido pela
carragenina de forma semelhante ao observado com a amostra CAM na dose de
2,47 tn1Jkg. A porcentagem de destilado presente na amostra CAM é de 54% e de
resina é de 46% o que leva a supor que a ação antiinflamat6ria de CAM é devido à
ação conjunta das duas frações. No entanto, as amostras CAMD e CAMR quando
administradas isoladamente inibem o edema de pata induzido pelo mesmo agente\
flogístico, demonstrando haver urtla equipotência com a amostra CAM na dose de
2,47 m1Ikg. Esse resultado indica que esta atividade decorra tanto de
96
sesquiterpenos, presentes na amostra CAMD, quanto dos' diterpenos, presentes na
amostra CAMR.
Na Figura 7 e Tabela 7 amostras de outras espécies de copaíba
apresentaram resultados semelhantes entre si quando testadas na dose de 2,47
m1Ikg tendo como referência a amostra CAM. Dentre as amostras estudadas
destaca-se a amostra CR pois esta mostrou-se mais eficaz que a amostra CAM e
foi a que apresentou menor desvio padrão denotando maior sensibilidade na ação
antiinf1amatória. Além disso,\é a que apresentou menor viscosidade facilitando sua
solubilização nos solventes utilizados nos ensaios fannacológicos, sendo ainda a
amostra que se obteve em maior quantidade.
A seguir, comparou-se a atividade antiinf1amatória entre as amostras CAM
e CR com a finalidade de se estabelecer uma equipotência das doses (Figura 8).
Pelo resultado apresentado a dose de 2,02 m1Ikg utilizada para CR é equipotente a
2,47 m1Ikg utilizada para a amostra CAM.
No ensaio com as drogas padrões a amostra CR inibiu significativamente o
edema induzido pela carragenina (Tabela 8 e Figura 9), no entanto mostrou-se
menos potente que a dexametasona e fenilbutazona na 3ª e 5ª horas. A partir da 7ª
hora teve comportamento semelhante à fenilbutazona, contudo a dexametasona
mostrou-se claramente mais eficaz. Apesar da amostra CR ter uma potência maior
que a amostra CAM podemos reafmnar as mesmas observações feitas em relação
à amostra CAM no que se refere à dose uti.lizada ser relativamente elevada,
podendo limitar seu uso em terapias prolongadas.
97
FERNANDES et al. (1992) encontraram valores de inibição do edema de
pata induzido pela carragenina de até 65% em relação ao controle quando foi
administrado, p.O., o óleo-resina de C. cearensis na dose de 500 mg/kg
(aproximadamente 0~5 ml/kg). Neste trabalho não é descrita a composição química
do óleo-resina mas tomando-se por base a composição de C. cearensis (Tabelas
24 e 25 em anexo) cedida pelo IQUFRJ observa-se uma grande variação dos
compostos identificados quando comparados com as amostras CAM e CR. Em
outro artigo, BASILE et al. (1988) determinaram a dose eficaz 50% igual a 1,79
mlJkg. Esta dose provoca uma inibição do edema de pata induzido pelo mesmo
agente flogístico de aproximadamente 40% em relação ao controle. Neste trabalho
alguns compostos foram identificados que não estão presentes nas amostras
estudadas. A diferença na atividade antiinflamatória poderia ser explicada pela
variação na composição química dos diferentes óleos pesquisados.
O edema de pata induzido pela nistatina é um modelo utilizado na triagem
fannacológica de drogas AINEs e esteróides caracterizando-se p0t: reação
inflamatória de média duração atingindo efeito máximo seis a oito horas após a
injeção da nistina (SeRIATTI et al., 1970; ARRIGONI-MARTELI et aI., 1971;
BASILE et àl., 1984).
A nistatina é um antibiótico poliênico que altera a membrana do lisossoma
determinando a liberação do conteúdo intracelular de natureza predominantemente
enzimática. A teação destas substâncias com substratos citoplasmáticos e
extracelulares constitui fator importante na reação inflamatória do tecido. Rá um
interesse crescente no estudo desse modelo, pois especula-se, na patogenia da
98
artrite reumatóide, sobre a importância da fragilidade da membrana lisossômica,
que rompe-se com facilidade liberando seu conteúdo no espaço extracelu1ar
(SCHIATTI et al., 1970).
Tanto a amostra CAM quanto a CR inibiram significativamente o edema
induzido pela nistatina (Figuras 12 e 14) com atividade semelhante à droga
padrão indometacina, agente AINE clássico, utilizada em modelo de inflamação
subcrônico. As frações CAMD (Figura 13) e CRD (Figura 15) apresentaram
inibição com comportamel\to semelhante à amostra CAM e a droga padrão
indometacina, respectivamente. Cabe salientar que, os dados obtidos neste modelo
indicam que o óleo-resina e suas frações, provenientes de diferentes amostras,
foram capazes de inibir o processo inflamatório subcrônico já desencadeado,
aspecto relevante na terapêutica de diversas patologias clinicas. Outro aspecto a
ser destacado é a atividade prolongada da amostra indicando que provavelmente
não está sendo devidamente metabolizada e/ou é eliminada mais lentamente pelo
orgamsmo.
O miconazol é um derivado imidazólico utilizado como agente antimicótico
de largo espectro de ação. Apesar do uso da nistatina (um composto poliênico),
como agente flogístico padrão (SCHIATTI et al., 1970), o econazol vem sendo
estudado desde os anos 80 na indução de inflamação aguda na cavidade pleural,
bem como seu mecanismo de ação(OGA et al., 1983; HANADA et aI., 1985;
HANADA & OGA, 1991). O miconazol, um análogo estrutural do econazol, foi
utilizado como agente flogístico em pata de rato e pesquisaram-se as alterações no
99
100
local da inflamação e os mecanismos implicados neste evento (HANADA et al.,
1994).
No edema induzido pelo miconazol, considerado um modelo de inflamação
crônico também houve inibição do edema de pata para as amostras CAM e CR
(Figuras 16 e 17). Ao longo de todo o experimento as amostras tiveram
comportamento semelhante, no pico de edema máximo (11ª hora), à droga padrão
nimesulide e ambas inibiram significativamente em comparação ao grupo
controle. A nimesulide parece ser um fraco inibidor de prostaglandinas, no
entanto, inibe a função leucocitária, principalmente de leucócitos
polimorfonucleares no que se refere à liberação de seus mediadores (GILMAN et
al., 1987). Como as amostras apresentaratn inibição do edema de forma
semelhante ao observado com a nimesulide, seriatn, então, eventualmente, seus
mecanismos de ação coincidentes aos descritos em relação à droga padrão?
As amostras CAM e eRD inibiram de forma significativa a formação de
tecido granulomatoso em ratos (Figuras 18 e 19), porém com atividade
antiinflamatória inferior à da dexametasona. Este modelo permite avaliar o
estímulo do componente proliferativo do processo inflatnatório (SWINGLE &
SHIDEMAN, 1972). Os eventos envolvidos na formação do granuloma no local
de implante dos cilindros de álgodão compreendem inicialmente o acúmulo de
fluido e material protéico com infiltração de neutrófilos. O granuloma no sétimo
dia de evolução é caracterizado pela formação de cápsula fibrosa vascularizada,
que contém nbroblastos e células mononucleares infiltrantes (BAILEY et al.,
-
1982). :Provavelmente, ocorra inibição da migração leucocitária, especialmente os
mononuc1eares.
O método de indução por granuloma caracteriza-se por um processo
inflamatório no qual o animal é submetido ao estresse da operação e de um longo
período sob anestesia acarretando numa debilidade no pós-operatório. Talvez por
essa razão a amostra CR tenha se mostrado bastante tóxica nesse modelo, no qual
foi submetida a três experimentos e os animais iam a óbito no 22, 3º ou 42 dia de
experimentação. ,
O óleo de cróton é um irritante vascular, e as drogas antiinflamatórias não
esteroidais são inibidoras da dermatite induzida pelo óleo de cróton e de seus
derivados, em inflamações, vasculares típicas (SWINGLE et al., 1981). A
dermatite induzida pelo óleo de cróton é um modelo experimental utilizado para
demonstrar o efeito tópico de drogas antiinflamatórias. A resposta inflamatória é
geralmente quantificada pela medida do aumento de peso das orelhas de
camundongos em um intervalo de tempo único, onde o efeito do óleo de cróton é
máximo.
No modelo do óleo de cróton a amostra CR e CRD inibiram de forma
significativa a inflamação contudo a amostra CR apresentou menor efeito
inibitório que o observado com o naproxeno, droga clássica que age sobre a
enzima cic100xigenase tendo uma potência vinte vezes maior que a aspirina, inibe
a função leucocitária e apresenta menor efeito colateral que seus derivados
estruturais (Figuras 20 e 21). No ensaio com a amostra CRD optou-se pelo uso de
uma emulsão como excipiente para solubilizar a amostra pois esta tem a
101
102
característica de ser volátil e houve perda de material quando efetuou-se o ensaio
padrão com o veículo acetona/água. No· entanto, verificou-se comportamento
semelhante ao naproxeno podendo indicar uma potência equivalente a essa droga
padrão. a naproxeno foi utilizado na forma de pó que pode não ter tido uma boa
solubilização na emulsão dificultando a sua absorção dando um resultado abaixo
do esperado como visto no experimento feito com a amostra CR.
a levantamento bibliográfico de atividade antiinflamatória dos compostos
presentes nas duas amostras estudadas mostrou que apenas o cariofileno foi
pesquisado mais detalhadamente. MARTIN et al. (1993) demonstraram que o J3
cariofileno inibiu o edema de pata induzido pela carragenina de maneira dose
dependente nas doses de 150 e 300 mg/kg; no edema de pata induzido por PGE1 o
J3-cariofileno inibiu nas doses de 300 e 600 mg/kg sendo que aos 45 minutos após
a administração do agente flogístico obteve-se o máximo de atividade.
Em outro trabalho, SHIMIZU et al. (1990) constataram a atividade
inibitória do óxido de cariofileno na contração de íleo de cobaia induzida por
histamina sugerindo que se houver uma ação antiinflamatória esta poderia ser por
interferência no processo de permeabilidade vascular mediada pela histamina.
Os dois óleos pesquisados apresentam cariofileno em sua composição e
apenas a amostra CAM tem óxido de cariofileno mas em pequena proporção,
0,54%. Apesar da amostra CAM conter 360/0 de cariofileno e a amostra CR
somente 3,4%, esta última apresentou-se mais ativa nos modelos de inflamação
aqui estudados.
Os experimentos de toxicidade aguda revelaram que a amostra CR
(DLso = 4,48 ml/kg) (Tabela 15) mostrou-se bem mais tóxica que a amostra CAM
(item 4.2.6.1) com DLso > 12,35 m1Ikg. Éste fato também é observado no ensaio
feito na formação de tecido granulomatoso (item 4.2.4), no qual os animais
tratados com a amostra CR não resistiram até o fmal do experimento. As frações
destilado (CAMD > 20 m1Ikg e CRD > 9,14 ml/kg) mostraram-se bem menos
tóxicas que as frações resina (CAMR > 2,85 m1Ikg e CRD > 1,29 ml/kg) (item
4.2.6.1) indicando que a toxiçidade do óleo-resina tanto da amostra CAM quanto
da CR está associada, em grande parte, à sua fração diterpênica.
No levantamento bibliográfico feito para os compostos das duas amostras,
um trabalho descreve a toxicidade do óleo essencial de Cannabis sativa sobre
planárias. Dois de seus componentes também são encontrados nas amostras, o 13
cariofileno que não apresentou toxicidade e o óxido de cariofileno que mostrou-se
ser altamente tóxico (FOURNIER et al., 1978).
A amostra CR apresentou baixa margem de segurança evidenciada por sua
baixa atividade antiinf1amatória necessitando de uma alta dose para fazer efeito.
Para a amostra CR a DLso foi pouco mais que o dobro da DEso. BASILE et aI.
(1988) e FERNANDES et alo (1992) obtiveram valores parecidos para DLso, 3,79
e 3,1 ml/kg (valores aproximados), respectivamente, mostrando que o óleo-resina
de copaíba não apresenta alta margem de segurança. Çontudo, com a obtenção da
fração destilado da amostra a toxicidade diminui drasticamente aumentando· a
margem de segurança, uma vez que a amostra continua tendo ação
antiinf1amatória na dose eficaz estabelecida para seu correspondente óleo-resina.
103
A amostra CAM foi submetida ao estudo de toxicidade subcrônica na dose
de 2,47 m1Ikg (OEso) e na dose de 4,84 mlIkg. Ao fmal de 30 dias de tratamento,
com doses diárias, constataram-se alterações nos pesos do figado, rins e baço
(Figuras 22, 23 e 24). Com relação ao figado houve um aumento de peso dose
dependente. Para o baço houve alteração significativa na maior dose (4,84 ml/kg).
Analisando a evolução do peso corporal ao longo do tratamento constata-se que
houve uma alteração não muito significativa para a maior dose no 28Q e 31Q dia
sugerindo que o peso corporal manteve-se com uma taxa normal de crescimento
ao longo da experimentação.
A amostra CR indicou toxicidade subcrônica na dose de 2,02 ml!kg.
Fígado, rins e baço apresentaram alterações de peso bastante significativas
(Figuras 28, 29 e 30). O peso corporal evoluiu sem alterações até o 13Q dia e a
partir do 16Q dia começou a apresentar diminuição de peso significativa, mantendo
esse comportamento até o 31Q dia quando já apresentava alterações significativas
de peso. O consumo de ração foi menor, ao longo do tratamento, para <? grupo
tratado o mesmo não ocorrendo com relação ao consumo de água onde os dois
grupos não apresentaram diferenças (Figuras 31,32 e 33).
Os valores diminuídos de Ht e VCM e normais de Eritrócitos (Tabela 16)
podem sugerir uma microcitose eritrocitária apesar de esta não ser sido detectada
(Tabela 19). Os valores alterados de hemoglobina de CR (Tabela 16),
hipocromia, policromasia, hemácias crenadas e em alvo (Tabela 19) podem
indicar uma anemia pré-existente pois em alterações eritrocitárias de CRD
(Tabela 20) tanto o controle como o grupo tratado apresentam hipocromia e
104
policromasia. A microcitose detectada em CR pode ser justificada por uma
possível anemia pré-existente.
Para a amostra CR, as análises bioquímicas (Tabela 17) indicam somente
uma alteração não muito significativa de ALT não havendo alteração de AST nem
de ALP. Espera-se que, em uma lesão ou disfunção hepática, esses valores estejem
aumentados (LIMA et al., 1977). ALP é considerado um marcador de necrose e
seu valor não alterado indica que não houve, toxicidade hepática. No entanto, o
valor de PT encontra-se ~uído de forma muito significativa indicando um
comprometimento hepático em relação à perda de capacidade de síntese protéica.
o valor aumentado de creatinina de forma muito significativa (quase 600/0) indica
dano glomerular e talve~ tubular e o valor aumentado de uréia confIrma dano renal
(PESCE & KAPLAN, 1987).
o peso aumentado de fígado e rins pode ter sido causado por formação de
edema.
o tratamento por 30 dias com a amostra CRD apresentou aumento muito
significativo de peso para fígado e rins (Figuras 34 e 35). Ao longo do
experimento não houve alteração de peso do grupo tratado. O consumo de água e
ração ficaram inalterados quando comparados ao controle. A Tabela 20 mostra
alterações eritrocitárias tanto no controle quanto no grupo tratado que estão
comentadas acima.
A análise bioquímica mostrou uma alteração de ALT extremamente
significativa, no entanto todos os outros parâmetros permaneceram inalterados
nada podendo-se afirmar sobre uma possível hepatoxicidade (Tabela 22).
BIBLIOTECAFaculdade da C:ênciz." F:lr,r" 'Jl/::a;
Universidade de SoJo P,,!)Ir
105
Creatinina e uréia não apresentann alterações indicando , apesar do aumento de
peso dos rins, não haver toxicidade renal (Tabela 22).
Comparando as amostras CAM, CR e CRD com relação aos parâmetros
peso de figado, rins, baço e peso corporal, CR apresentou alterações significativas
para todos. CAM e CRD não mostraram alterações significativas para peso de
baço e peso corporal. Na avaliação bioquímica a amostra CR evedenciou
toxicidade renal e possivelmente hepática, enquanto CRD não evedenciou
toxicidade. Essas diferenças entre as amostras poderiam ser explicadas em função
de suas composições químicas, no entanto fica claro que o fracionamento do óleo
resma, obtendo-se seu destilado (fração sesquiterpênica), diminui
consideravelmente as toxicidades aguda e crônica.
Os resultados de citotoxicidade evideciaram que a fração destilado (CRD)
da amostra ca mostrou-se bem menos tóxica. Na maior dose (lO J.lVml água do
mar) CRI) não provocou inibição 'sobre o desenvolvimento de ovos de ouriço do
mar. O efeito da adição de tensoativo praticamente não alterou o resultado de
citotoxicidade. Não há na literatura científica relato de citotoxicidade para o óleo
resina de copaíba, no entanto MALPEZZI et alo (1994) relatam citotoxicidade
quase mil vezes menor para outro produto natural, extrato hidroalcoólico de
Petiveria alliacea.
106
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107
6. CONCLUSÕES
1) A amostra comercial de óleo de copaíba, proveniente de Manaus, bem
como suas frações sesquiterpênica e diterpênica apresentam atividade
antiinflamatória nos modelos estudados.
2) A amostra da espécie Capaifera reticulata, proveniente de Belém-PA,
bem como suas frações ~esquiterpênica e diterpênica apresentam atividade
antiinflamatória nos modelos estudados.
3) A amostra da espécie Capaifera reticulata apresentou toxicidade maior
que a amostra comercial.
4) As frações sesquiterpênicas das duas amostras estudadas apresentam
toxicidade menor do que seus correspondentes óleo-resinas.
5) As frações diterpênicas das duas amostras estudadas apresentam
toxicidade maior do que seus correspondentes óleo-resinas.
6) As amostras comercial e Capaifera retuculata apresentaram os seguintes
compostos sesquiterpênicos em comum: [3-cariofileno, u-bergamoteno, u
humuleno e [3-bisaboleno. Para os ácidos diterpênicos somente duas substâncias
são comuns a ambas as amostras: ácido copálico e ácido pinifólico.
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125
APÊNDICE
Tab.24 Composição sesquiterpênica de amostras de C. multijuga (CM-I, CM-2 eCM-3), C. reticulata (CRM e CR), comercial (CAM) e C. cearensis (CC).
COMPOSTOS CM-I CM-2 CM-3 CRM CR CAM CCa-elemeno - - p p~-elemeno - - - - p
a-cubebeno p p p p - p p~-cubebeno - - - - - - pa-copaeno p p p p - p p
calareno p p p plongifoleno - - p p - - p~-cariofileno p p p p p p p
a-bergamoteno p p p p p p pa-guaieno - - - - p~-farneseno - - - - p
~-sesquifelandreno - - p p p - pa-humuleno p p p p p p pvalenceno - - - - p
a-curcumeno p p - p - - pa-amorfeno - - - - - p
gama-amorfeno p p p p - - pO-germacreno p p p p - p p
a-aromadendreno p - - - p - pB-germacreno p - p p - - pa-bisaboleno - - - - p~-bisaboleno - - p p p p p
gama-cadineno p p p põ-cadineno p p p p - p pa-cadineno p p p p - - pa-selíneno - - - p p - p
j3-vetiveneno p p p p - - pa-cariofilenol p - p - - p p
ledol - - p - - - pmultigenol - - - p - P
óxido de cariofileno p p p p - p Pguaiol - - p - - - pcedrol p - p p p - p
cubenol - - - - pcadaleno p - p p - - pa-cadinol p p - p - - P
óxido de ~-bisaboleno - - p~-bisabolol - - p p - - p
acetoxi-cariofileno - - p- : ausênciap : presença
126
..........
_.-
- --_.-
Tab.25 Composição diterpênica de amostras de C. multijuga (CM-I, CM-2 eCM-3), C. reticulata (CRM e CR), comercial (CAM) e C. cearensis (CC).
COMPOSTOS CM-I CM-2 CM-3 CRM CR CAM CC3-metil-6-pentanoato de metila - - - - - - p
16-caureno - - - p pcaurano - - - - p
clerodanoato de metila - - - - p pclerodenoato de metila - - - - - plabdanoato de metila - - - - p
cativato de metila - - - - - p14-norcadin-S-en-4-ona p p
caurenoato de metila - - - p pcauranoato de metila - - - - p
labdadienoato de metila - - - - pdanielato de metila '\ - - - - p
colavenato de metila - - - p - p phardwickiato de metila - - - p - p p
eperuato de metila - p p - - p pcopalato de metila p p p p p p p
pinifolato de dimetila - p p - p pclorechinato de metila - - - p
c1erodadendioato de dimetila - - - - - - pclerodanoato de metila - - - - p p p
agatato de dimetila p p p p pagatato de metila - - - - - p
ll-hidroxi-copalato de metila - p p - - p11-acetoxi-copalato de metila - - p p - pl1-acetoxi-agatato de metila p p
- : ausênciap: presença
127
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Fig. 40 Cromatograma em fase gasosa do óleo-resina de copaíba da amostra
comercial proveniente da região de Manaus.
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Fig. 41 Cromatograma em fase gasosa do óleo-resina de copaíba da amostra da
espécie Copaifera reticulata proveniente de Belém/PA.
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Fig. 42 Terpenóides identificados nos óleos-resinas de copaíba das amostras
comercial, proveniente da região de Manaus, e da espécie Copaifera
reticulata proveniente de BelémlPA. A: ~-cariofileno; B: u
bergamoteno; C: a-humuleno; O: ~-bisaboleno; E: ácido copálico; F:
ácido pinifólico.
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ABSTRACT
Species of the genus Copaifera (Leguminosae) are native of tropical
regions in Latin America and Africa. In Brazil, its oil-resin is wideIy utiIized in
popular medicine as anti-inflammatOIY, antiseptic and cicatrizing medicine.
In the present work, we initia11y evaluated the acute anti-inflammatory
activity of the following samples: commercial, Copaifera reticulata, C. multijuga
and C. paupera. AlI th~ sampIes were administered by oral route. This initial
pharmacological evaluation revealed that the C. reticulata was c1early more
effective. In the second part of this work, the C. reticulata and the commercial
sampIes, kind1y provided by Pronatus-Manaus, were investigated.
The oil-resins of the selected samples were analyzed by gas
chromatography connected with mass spectrometry, revealing the presence of
sesquiterpens and diterpens. Twenty two compounds in the commercial sampIe
and twenty six in the C. reticulata were identified. Then afier, the oil-resins were
distilled and separated in their respective sesqui and diterpens fractions. Both oil
resins and their fractions were pharmacologically evaluated.
The pharmacological evaluations were: acute, sub-chronic and chronic anti
inflammatory activities and acute, sub-chronic toxicities and cito-toxicities assays.
The anti-inflammatory activity was studied in five experimental models:
carrageenan, nistatin and miconazole paw oedema; induction of granulomatous
tissue formation and croton oil dermatitis. The administered doses by oral route
were 2.47 ml/kg (EQso for carrageenan model) to commercial·sample and its
sesqui and diterpens fractions, and 2.02 ml/kg to C. reticulata sample and its
sesqui and diterpens fractions. AlI the assays carried out with the selected samples
showed intense anti-flogistic activity, except for C. reticulata that exhibited high
toxicity in the granulomatous tissue model.
In the acute toxicity studies, C. reticulata (LDso = 4.48 mlJkg) revealed
greater toxicity in comparison with the commercial sample (LDso > 12.35 ml!kg).
Its sesquiterpens fractions were less toxic that its correspondent oil-resins with
LOso higher than 9.14 and 20 m1Jkg, for C. reticulata and commercial sample,
respectively. On the other hand, resin fraction (diterpenic) presented high toxicity
with LDso higher than 2.85 and 1.29 mlJkg for commercial and C. reticulata
samples, respectively.
The sub-chronic assays, confmned the less toxicity for the C. reticulta
sesquiterpenic fraction. The C. reticulata oil-resin presented renal toxicity and
hepatics alterations.