bem estar 05-08-12

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Page 1: Bem estar  05-08-12
Page 2: Bem estar  05-08-12

Editorial

Converse mais consigo mesmo. Você pode ter muito aaprender (ou a descobrir) com o “carinha” que mora aídentro. O exercício do diálogo interno é o primeiro passopara a busca de autoconhecimento, que, por sua vez, é abase para a transformação pessoal, tema da reportagem decapa deste domingo. Entenda a transformação, na verdade,como um aperfeiçoamento (afinal, não é para isso queexistimos, para evoluir em todos os campos, inclusive oespiritual?). O processo que nos conduzirá ao estágio deseres humanos melhores passa pelo reconhecimento denossos defeitos, e, a partir disso, começar a erradicá-los afim de que eles não mais aprisionem nossas virtudes.

24

Tel Aviv, Jerusalém, Mar Morto eCesareia: a história viva de Israel,viagem inesquecível

14

Aos 73 anos de idade, 54 de televisão,Jonas Bloch ainda mostra vigor na pelede um chefão na novela “Máscaras”

11

Psicólogo escreve sobre a importânciade enfrentarmos o egoísmo eaprendermos a doar presença, adevolver os cuidados que recebemos

Poesia

SAUDADE

A saudade é uma andorinha,

mas uma andorinha estranha:

quando num peito se aninha,

as outras não acompanha…

Saudade - coisa que a gente

não explica nem traduz;

faz do passado, presente,

e traz sombras, sendo luz…

Saudade - febre que a gente

sem querer, pode apanhar,

nunca mata de repente,

vai matando, devagar…

Saudade - a princípio é pena

que nos deixa uma partida;

depois é dor que condena

a morrer dentro da vida…

se é triste sentir saudade,

muita saudade de alguém,

maior infelicidade

é não tê-la de ninguém.

Adelaide (Yde) Schloenbach Blumenschein

COMPORTAMENTOCrianças e adultos viciados eminternet, que não conseguem sedesconectar do universo on-line,precisam passar por uma “dietadigital” e redescobrir o convíviosocial, defente autor canadensePáginas 6 e 7

SAÚDEMenos bem-sucedida do que em

crianças, imunização de adultos écapaz de erradicar ou controlardiversas doenças como sarampoe poliomelite, entre outrasPáginas 8 e 9

EVENTOEspecialistas do Brasil e domundo discutem as novastécnicas da ortodontia emcongresso na CapitalPágina 10

Agência O Globo/Divulgação

Luiza Dantas/Divulgação

Turismo

Rubens Cardia

Televisão

Transformação éaperfeiçoamento

Josinel B.Carmona

DIÁRIO DA REGIÃO

Editor-chefeFabrício Carareto

[email protected]

Editora-executivaRita Magalhães

[email protected]

CoordenaçãoLigia Ottoboni

[email protected]

Editor de Bem-Estar e TVIgor Galante

[email protected]

Editora de TurismoCecília Demian

[email protected]

Editor de ArteCésar A. Belisário

[email protected]

Diretora SuperintendenteRosana Polachini

[email protected]

Pesquisa de fotosMara Lúcia de Sousa

DiagramaçãoCristiane Magalhães

Tratamento de ImagensArthur Miglionni, Humberto

Pereira e Luciana Nardelli

MatériasAgência Estado

Agência O Globo

TV Press

2 / São José do Rio Preto, 5 de agosto de 2012 DIÁRIO DA REGIÃO

Page 3: Bem estar  05-08-12

PRINCÍPIOSDA HARMONIA

Esoterismo

José Trigueirinho Netto

Sempre que trabalhamos em grupo, é me-

lhor confirmar entre nós os pontos concor-

dantes e não os divergentes. Esse é um signi-

ficativo princípio para estar em harmonia. E

a ele devemos acrescentar a disposição de ir

além do que somos, a intenção de colaborar

com energias superiores. Assim promove-

mos de maneira efetiva a evolução do serviço

que prestamos.

É nossa responsabilidade a construção da

harmonia no âmbito humano, porém tendo

em vista o universo. Para chegarmos a com-

preender isso, foram-nos dados através dos

tempos ensinamentos, inspirações e o exem-

plo de grandes benfeitores da humanidade.

Sempre fomos informados de que a vida é

una e de que somos parte do Infinito. Temos

necessariamente de estar em harmonia com

tudo que nos cerca. Mas como viver essa rea-

lidade com todo o ser?

Se quisermos transcender nossa atual eta-

pa, precisamos fazer um voto, uma promessa

a nós mesmos: em todas as circunstâncias,

cooperar com o mais elevado. O que então re-

conhecermos como superior receberá nossa

adesão. E assim vamos nos adaptando a ou-

tra ordem de vida, vamos captando uma no-

va e mais ampla razão para a existência. Va-

mos subindo até ver quão pequenos eram os

motivos que antes tínhamos para viver. Mas

é bom que se diga: temos de deixar de lado

todas as resistências ao progresso para coope-

rar com o que está acima.

Reconhecermo-nos parte do Infinito é

um desafio. Temos de lembrar que cada pen-

samento nosso, cada sentimento, cada movi-

mento e cada respiração influem na vasti-

dão que é o Infinito. Essa influência existe,

mesmo que dela não tenhamos a mínima no-

ção. Mas o cuidado com o que emitimos é

fundamental para uma integração positiva e

consciente.

Diz-nos Morya que, se um ser humano

consegue um pensamento de qualidade, na-

quele mesmo instante presta ajuda a alguém

que pode estar do outro lado do mundo. Há

uma constante comunicação entre todos.

Nossas realizações são de suma importância

para o universo. Até mesmo a intenção de

criar harmonia se transmite, e a humanidade

inteira pode responder, cada indivíduo a par-

tir do ponto evolutivo em que está.

Se temos verdadeira aspiração de vencer

fronteiras, podemos passar por um processo

libertador, pois hoje energias imateriais co-

meçam a atuar na esfera terrestre, e isso se re-

flete nos seres humanos. Podemos viver sob

leis imateriais, ver nascer em nós faculdades

inusitadas. E o primeiro passo para isso é

não considerar as próprias resistências e pro-

curar a harmonia.

É possível, pois, participar consciente-

mente da evolução. É possível melhorar o

destino do planeta, aliviar o sofrimento dos

reinos da natureza e estimular o desenvolvi-

mento, bastando que predomine em nós a de-

voção aos princípios da harmonia. �

ServiçoExtraído do boletim “Sinais de Figueira” (Irdin Editora), deTrigueirinho (www.trigueirinho.org.br). Palestras do autorpoderão ser ouvidas, gratuitamente, no site:www.irdin.org.br, ou no grupo de estudos, que se reúneàs quintas-feiras, às 20 horas, na rua Porfírio Pimentel,55, Bom Jesus (2ª travessa acima da Av. Alberto Andaló).Mais informações: [email protected]

José Trigueirinho Netto éfilósofo espiritualista, autor de77 livros, com cerca de 2,5milhões de exemplarespublicados até o momento, emais de 1,7 mil palestrasgravadas ao vivo

Se quisermos transcender, precisamos fazer uma promessa a nós

mesmos: em todas as circunstâncias, cooperar com o mais elevado

Quem é

DIÁRIO DA REGIÃO São José do Rio Preto, 5 de agosto de 2012 / 3

Page 4: Bem estar  05-08-12

Viemos ao mundo para crescer

e fazer a diferença. Mas a

mudança começa dentro de nós

Gisele [email protected]

Dalai Lama, o mais alto sacerdote do budismo ti-

betano, disse certa vez: “Se você quer transformar o

mundo, experimente primeiro promover seu aper-

feiçoamento pessoal e realizar inovações no seu pró-

prio interior. Essas atitudes se refletirão em mudan-

ças positivas no seu ambiente familiar. Deste ponto

em diante, as mudanças se expandirão em propor-

ções cada vez maiores. Tudo o que fazemos produz

efeito, causa algum impacto.”

Mas como é possível ser diferente do que somos

hoje no mundo atual diante de inúmeras situações

negativas que parecem delinear a cada dia a forma

como conduzimos nossa existência?

A chave para essa transformação certamente é a

mudança profunda na consciência e na postura a

partir do seu interior.

O primeiro passo para nossa transformação ínti-

ma é passarmos a nos auto-observar e nos reconhe-

cermos imperfeitos. Mas essa viagem interior que le-

va ao autoconhecimento requer muito diálogo inter-

no, seja para identificar nossas crenças, as máscaras

que foram criadas para nos proteger, compreensão

da sombra, para depois sim, conseguirmos encon-

trar o verdadeiro eu, aquilo que somos em essência,

e que sempre é muito melhor daquela pessoa que

nos fizeram acreditar que éramos.

Mas para atingirmos este estágio é preciso com-

prometimento em querer realmente se conhecer,

sem medos, resistências, boicotes, para que possa-

Autoconhecimento

REFORMAÍNTIMA

4 / São José do Rio Preto, 5 de agosto de 2012 DIÁRIO DA REGIÃO

Page 5: Bem estar  05-08-12

mos atingir um estágio de paz e harmo-

nia interna que todos ansiamos. Autoco-

nhecimento é a base para alcançarmos a

sabedoria que irá permitir essa transfor-

mação. E transformar é dar nova forma,

tornar diferente do que era, modificar.

Ney Prieto Peres, diretor fundador

do Instituto Brasileiro de Pesquisas Psi-

cobiofísicas (IBPP), fala no livro “Ma-

nual Prático do Espírita” (Ed. Pensamen-

to) que uma reforma íntima vai nos levar

a essa transformação. Trata-se de um pro-

cesso contínuo de autoconhecimento, de

conhecimento da nossa intimidade espi-

ritual, modelando-nos progressivamente

na vivência do evangelho, em todos os

sentidos da nossa existência. É a

transformação do homem velho, car-

regado de tendências e erros secula-

res, no homem novo, atuante na im-

plantação dos ensinamentos do divi-

no mestre, dentro e fora de si.

“A reforma íntima é o meio de nos li-

bertarmos das imperfeições e de fazer-

mos objetivamente o trabalho de burila-

mento dentro de nós, conduzindo-nos

compativelmente com as aspirações que

nos levam ao aprimoramento do nosso

espírito”, justifica Peres. Essa reforma

precisa ser feita primeiramente dentro

de nós mesmos, o que se refletirá depois

em todos os campos de nossa existência,

no nosso relacionamento com familia-

res, colegas de trabalho, amigos.

Carregamos defeitos que aprisionam

nossas virtudes, nos tornando muitas ve-

zes medíocres, egoístas, vaidosos, orgu-

lhosos, fúteis e materialistas. É preciso

fazer uma verdadeira faxina interna, eli-

minando tudo o que nos afasta da nossa

evolução.

Busca de propósito“Um processo de transfor-

mação depende de um desejo

real. Se a transformação é física

ou mental, o importante é que

ela tenha um sentido para a pró-

pria pessoa”, diz o psicólogo

cognitivo-comportamental Ale-

xandre Cáprio.

Toda alteração cognitiva e

comportamental que esteja den-

tro do conceito de evolução da

pessoa cria uma cadeia de efei-

tos positivos. A motivação, au-

toestima e aceitação social au-

mentam, o que faz com que a vi-

da se torne mais atraente e le-

ve. Mudar para melhor, ressal-

ta, é aceitar nosso processo de

evolução. É entender que não

nascemos sabendo tudo e não

morreremos sabendo tudo. Tra-

ta-se de buscar sempre mais, de

ter a ambição, o desejo de me-

lhorar todos os dias, como se

fôssemos eternos aprendizes. O

mais importante é que aprovei-

temos cada oportunidade ou ca-

da problema que surja em nos-

so caminho para construir essa

escada que nos projetará cada

vez mais alto.

“Viemos com um propósito

de vida e um dos grandes desa-

fios que enfrentamos é desco-

brir qual é ele”, diz a professor

de ioga e meditação Salvador

Hernandes. E essa descoberta

se faz por meio das fases. Vá-

rias filosofias trabalham com a

ideia de que a cada período o

ser humano passa por uma fase

de transformação, e essas fases

acabam proporcionando opor-

tunidades de crescimento.

“Em cada uma das fases, desen-

volvemos um determinado as-

pecto, passamos por minados

desafios e em cima disso temos

a oportunidade de nos transfor-

mar, fazer nossas conquistas e

atingir a felicidade”, diz. É isso

o que move o ser humano.

“O ser humano a cada dia

tem se tornado mais egoísta e

acredita no que é negativo e

que as coisas convergem para

baixo”, diz o consultor e escri-

tor Marilam Sales, autor de li-

vros como “Eu Quero” (ed. All

Print). Para que isso não acon-

teça, é preciso transformar nos-

sa mente, a parte predominan-

te da nossa alma, acordar de

manhã e acreditar que esse se-

rá o melhor dia de nossas vi-

das. “Precisamos saber que o

ontem já passou e nem sabe-

mos se haverá amanhã e, dessa

forma, conseguimos começar a

trabalhar a mente e a autoesti-

ma”, argumenta.

Segundo ele, temos de pre-

parar nossa mente para acredi-

tar que podemos viver bem den-

tro das possibilidades e trans-

formar essa mente muitas ve-

zes acomodada em uma mente

produtiva, empreendedora. Is-

so é um exercício diário. Fo-

mos colocados neste mundo pa-

ra sermos felizes e temos de

transformar o que nos faz infeli-

zes. “Assim como a lagarta que

se transforma em uma linda

borboleta antes tem uma cami-

nhada, precisamos entrar em

um casulo para levar nossa

mente à reflexão e transformar

nosso pensamento”, diz Sales.

Para que ocorra essa

autotransformação, é preciso,

em primeiro lugar, uma mu-

dança de consciência”, reforça

a socióloga Luciana Ferraz,

coordenadora da Brahma Ku-

maris, organização internacio-

nal que trabalha pela paz mun-

dial por meio da transformação

pessoal. É preciso entender que

não somos um corpo, mas que

temos um corpo, que é um ins-

trumento de ação e um veículo

de expressão. Portanto, a felici-

dade, a paz, o amor não virão

através dele. “O corpo é um veí-

culo, mas nós somos o motoris-

ta”, diz.

Temos de entender tam-

bém que fazemos parte de algo

maior, de uma família univer-

sal e estender nossa visão para

o outro. “Tudo está interligado

e o que acontece comigo”, res-

salta, “acontece com o outro,

portanto, não posso ser feliz so-

zinho. Para que o mundo possa

melhorar, temos de estender

nossa visão.”

Outra questão que tem de

ser compreendida segundo ela

é que, assim como cada um de

nós tem sua casa, existe uma ca-

sa maior, que é o planeta e, e se

não cuidarmos dela, algo catas-

trófico irá acontecer com o

mundo e destruir a todos nós.

“Para isso, é preciso que haja

uma mudança de estilo de vi-

da. Precisamos viver de for-

ma mais simples e natural e

desenvolver a ética do cuida-

do”, diz. � (GB)

Da lagarta à borboleta

Trabalhe sua mente. Toda vez que surgir umaideia negativa, rejeite. Tenha em mente que vocênasceu para ser feliz

Trabalhe sua felicidade interior

Acredite que você pode ser feliz. Não seuna a pessoas negativas. Se isso acontecer,irá se tornar mais negativo que elas. Tenteajudá-las a se tornar mais positivas. Se elas

não aceitarem, se afaste

Procure a companhia de pessoas positivas,que você goste, que o coloquem para cima e olevem para o crescimento

Faça aquilo que gosta. Se não gosta, seesforce e, se não funcionar, procure outrascoisas que o agradem

Fonte: Marilam Sales

DIÁRIO DA REGIÃO São José do Rio Preto, 5 de agosto de 2012 / 5

Page 6: Bem estar  05-08-12

Você não consegue se desconectar da internet

e enxerga a vida só através da tela de um

computador? Está na hora de fazer uma “dieta”

Jéssica [email protected]

O excesso do uso de tecnologias

pode transformar as pessoas em obe-

sos virtuais. Parece exagero, mas é

exatamente isso que o segundo livro

do canadense Daniel Sieberg “Digi-

tal Diet” (Dieta Digital) afirma. Se-

gundo o autor, abusar dos bits e

bytes pode causar obesidade digital.

Ele propõe um programa em quatro

etapas para acabar com a dependên-

cia e encontrar o equilíbrio.

De acordo com Sieberg, a obesi-

dade digital apresenta alguns sin-

tomas, como não conseguir se des-

grudar da internet e perder a cone-

xão com o mundo.

Essa obsessão por estar o tempo

todo conectado já tem nome: “Fo-

mo”, sigla em inglês para “Fear of

missing out” (medo de perder algu-

ma coisa). É uma sensação que as pes-

soas têm de que, se não estiverem co-

nectadas com o mundo virtual, po-

dem perder as fofocas, festas, notí-

cias, entre outras coisas nem sempre

importantes.

A psicóloga Sylvia Van Enck, co-

laboradora do Pró-AMITI do Nú-

cleo de Dependência de Internet do

Instituto de Psiquiatria do Hospital

das Clínicas, em São Paulo, diz que

é possível identificar o uso excessivo

de internet como dependência quan-

do a pessoa passa a usar essa ferra-

menta de maneira que prejudique a

vida pessoal, o trabalho, os estudos,

as relações de amizade. Os depen-

dentes de internet podem apresen-

tar irritação, agressividade e violên-

cia diante da frustração de não poder

usar o computador.

O vício e a dependência pode cau-

sar outros problemas, como para a

saúde física e mental, segundo a psi-

cóloga Veruska Marques de Almei-

da. “Um exemplo é o sedentarismo,

que ocorre quando a pessoa deixa

de praticar exercícios para passar

mais horas na internet. Esses casos

têm maior incidência em crianças

e adolescentes que utilizam estes

recursos como forma de se dis-

trair”, afirma. O convívio social e

familiar também podem ser com-

prometido com o uso excessivo da

internet.

Para a especialista, é fundamental

se desligar do virtual para se conectar

com a vida, com as pessoas. “É impor-

tante passar um tempo com os ami-

gos, familiares, dar atenção às pes-

soas com quem convivemos, nos rela-

cionarmos com o outro sem que isso

seja por meio virtual. O ideal seria

uma administração do tempo: reser-

var tempo para o relacionamento fa-

miliar, o relacionamento social e até

o virtual”, recomenda Veruska.

Sylvia diz que, normalmente, a

pessoa pode tentar de alguma for-

ma controlar esse uso. Por exem-

plo, fazendo uma agenda para que

ela possa organizar a rotina e abrir

espaço para as demais atividades.

“Mas quando ela não consegue is-

so e passa a ser a única atividade

que a pessoa exerce no seu período

do dia ou da noite, então nós pode-

mos considerar como alguém ne-

cessitando mesmo de ajuda.”

Comportamento

OBESIDADEDIGITAL

Depois de tentar impor limites no

uso do computador, sem muito

sucesso, Rosimeire Ferreira Silva,

41, resolveu tomar uma atitude

mais radical. “Eu desliguei

totalmente o computador. Sei que

é importante, mas eles vão ficar

um tempo sem até entenderem

que ná é brincadeira, é coisa séria”

6 / São José do Rio Preto, 5 de agosto de 2012 DIÁRIO DA REGIÃO

Page 7: Bem estar  05-08-12

Como é o tratamento

‘Precisei desligar’

1º Não usar smartphone, tablet ou acessar as redessociais como o Facebook e Twitter, por um ou dois dias. Oobjetivo é avaliar como a tecnologia domina seu dia a dia e oimpacto que tem em suas relações interpessoais

2º Faça um balanço do número de gadgets, redessociais e blogs que acessa. A dica é guardar tudo em umacaixa por um dia, esse tempo deve ser gasto para fazer umacoisa de cada vez, por exemplo, ouça música sem fazer maisnada

3º Restabeleça relações pessoais que possam ter sidoafetadas de alguma maneira pelo uso da tecnologia. A partirdesse passo, pode começar a reintroduzir a tecnologia aospoucos

4º Incorpore as tecnologias que sejam realmentenecessárias e algumas que ajudam a gerenciar a sua vida.Uma recomendação de Sieberb é sempre se livrar de algoquando adquirir um serviço ou objeto novo

Fonte: Daniel Sieberg, autor do livro “The Digital Diet”

A psicóloga Silvana Parrei-

ra de Jesus explica que esse ti-

po de dependência precisa de

tratamento. “Em relação aos ví-

cios tecnológicos, hoje é deno-

minado de “Nomofobia”, uma

fobia ou sensação de angústia

que surge quando alguém se

sente impossibilitado de se co-

municar por uma aparelho ce-

lular ou aparelho móvel.

Quando percebemos que esse

vício ou fobia atrapalha ao

ponto de pessoas se comunica-

rem mais por meio das redes

sociais do que pessoalmente,

é necessário tratamento psico-

lógico terapêutico”, diz.

O Hospital das Clínicas, em

São Paulo, criou um programa

para o tratamento da dependên-

cia de internet. Segundo a psi-

cóloga Sylvia Van Enck, o pro-

grama atende adultos, adoles-

centes e os pais de adolescen-

tes. No HC, as pessoas que pre-

cisam de ajuda falam da dificul-

dade que estão tendo com a in-

ternet. “A pessoa, tendo interes-

se, marca uma triagem, depois

formamos grupos que são aten-

didos uma vez por semana, no

HC, e lá eles passam por uma

avaliação psiquiátrica e psicoló-

gica para serem encaminhados

para o tratamento de grupo. Es-

se atendimento tem uma pro-

posta de 18 semanas consecuti-

vas, em que são trabalhados os

aspectos de conscientização do

uso da internet”, explica.

A psicóloga diz que as pes-

soas em tratamento gradativa-

mente percebem o que elas es-

tão deixando de viver enquan-

to estão conectadas, e o que, de

alguma maneira, facilita essa

busca para o computador. O tra-

balho desenvolvido no HC ain-

da faz com as pessoas vejam co-

mo estão de se refugiando de al-

guma dificuldade maior que te-

nham, usando o computador

como forma de alívio e prazer.

Assim, os dependentes de in-

ternet podem identificar com-

petências, novos interesses e

abrir o caminho para outras

áreas da vida. “O papel da fa-

mília é muito importante,

por esse motivo fazemos o

acompanhamento da famí-

lia”, afirma Sylvia.

As informações sobre o tra-

tamento de dependência de in-

ternet do Hospital das Clínicas

podem ser acessadas no site

www.dependenciadeinternet.

com.br. Na página, os interessa-

dos podem agendar um horário

para consulta. O tratamento é

gratuito. (JR)

A nova geração de crianças

e adolescentes já nasceram co-

nectadas. Hoje, é comum ver

crianças pequenas que já sa-

bem utilizar o computador,

mesmo que seja apenas para jo-

gar, ou utilizar o celular para fa-

lar com os pais e enviar mensa-

gens para os amigos. O proble-

ma é que, nesse caso, as crian-

ças precisam que os pais moni-

torem o uso excessivo das tec-

nologias para que eles não se-

jam as novas vítimas da depen-

dência de internet.

A psicóloga Veruska Marques

de Almeida afirma que a nova ge-

ração tem acesso maior às tecnolo-

gias. “As crianças que estão nas-

cendo conhecem estes aparelhos

tecnológicos cedo como os brin-

quedosdainfância. Entretanto,de-

vemos nos lembrar que é possível

viver sem essas tecnologias. O

ideal é policiar nossos hábitos na

utilização desses recursos para que

continuem facilitando nosso dia a

dia, sem nos prejudicar”, alerta.

Para a psicóloga Sylvia Van

Enck, existe uma preocupação em

relação ao uso desmedido e sabe-

se que uma das causas do incenti-

vo é a compra dos celulares. “A

maioria dos jovens e grande parte

das crianças já tem o seu celular,

com todos esses acessos, e isso é

um motivo de preocupação por-

que acaba gerando apego, depen-

dência”, diz.

Segundo a especialista, os pais

podem colocar limites nos filhos.

Por exemplo, limitar o uso em al-

gumassituações, como irpara aes-

cola e não levar o celular, ou levar -

mas na condição de que seja usado

nos intervalos ou no momento em

que a escola permite.

A psicóloga Silvana Parreira

de Jesus complementa dizendo

que os pais devem fazer com que

as crianças utilizem as tecnologias

parareaisnecessidades,quenão fa-

çam uma troca com a comunica-

ção visual, isto é, na relação com o

outro.“Para osatuais viciadosnes-

sa tecnologia, oriento que bus-

quem tratamento desse vício e as-

simmodifiquemoscomportamen-

tos, não ficando tão dependentes e

prejudicando sua vida e seu círcu-

lo social”, recomenda.

A orientação de Sylvia é que as

crianças possam usar a internet

em determinados momentos e in-

tercalar com atividades como es-

porte, tempo para os estudos. “O

que nós percebemos é que quando

chega nesse uso abusivo o contro-

le ficamuitodifícil easpessoasaca-

bam se distanciando do convívio

familiar, e os pais, para evitar con-

frontos, acabam cedendo. O im-

portante seria manter o computa-

dor num ambiente que seja co-

mum à família, para que os pais

possa monitorar o que os filhos es-

tão acessando.” � (JR)

A empresária Rosimeire

Ferreira Silva, 41, sabe bem

o que é impor limites aos fi-

lhos quando se trata de inter-

net. A filha mais velha, Julia-

ni Vitória Silva, 8, pediu que

ela comprasse um computa-

dor. O pedido foi atendido.

“Ela começou a deixar de fa-

zer os deveres escolares para

entrar no Facebook. Colo-

quei o limite de que ela só

iria entrar de sábado e do-

mingo, quando estou em ca-

sa e posso ver com quem ela

conversa”, conta.

Mas Juliani não obede-

ceu a mãe e continuou a aces-

sar a rede social e deixar os

estudos de lado. “Ela conti-

nuou desobedecendo, esque-

ce da vida quando está conec-

tada, e eu desliguei totalmen-

te o computador. Eu sei que

é importante para aprender,

fazer pesquisas escolares,

mas eles vão ficar sem até en-

tenderem que não é brinca-

deira, é coisa séria. No come-

ço ela não gostou, mas de-

pois acabou concordando”,

diz a mãe.

Rosimeire lembra que

até o filho mais novo, o pe-

queno Otávio Miguel Silva,

4, já sabe ligar o computador

para jogar. Para a empresá-

ria, as crianças aprendem

com muita facilidade e os

pais precisam impor limites

para que o acesso à internet

não se torne um problema

no futuro. (JR)

Quatro passosda dieta digital

Edvaldo

Santos

30/7

/2012

Conexão ‘de berço’

DIÁRIO DA REGIÃO São José do Rio Preto, 5 de agosto de 2012 / 7

Page 8: Bem estar  05-08-12

Vacinação infantil no Brasil

é exemplar, o problema

está no convencimento

dos mais velhos

Elen [email protected]

Em gotinhas ou em inje-

ções, doses de saúde têm sido

disponibilizadas em todo o

mundo para imunizar a popu-

lação, na procura de prevenir e

erradicar várias doenças. Em-

bora os estudos não tenham pa-

rado para obter novas desco-

bertas nessa área, uma batalha

p a r a l e l a é m a n t e r a

conscientização nas pessoas so-

bre a importância de manter a

vacinação sempre em dia.

A preocupação é em razão

da cultura de “esquecer” ou

não achar necessárias as vaci-

nas de reforço ou indicadas es-

pecificamente para a fase adul-

ta. O problema, no entanto,

não é exclusivo do Brasil, e foi

tema de discussão da Socieda-

de Brasileira de Imunização

(SBIm), na 14ª Jornada Nacio-

nal de Imunizações, em Salva-

dor, Bahia, no mês passado.

A abordagem tem seus mo-

tivos. A cobertura vacinal em

crianças e adolescentes tem

atingido números muito posi-

tivos devido às campanhas e

parcerias feitas em toda a socie-

dade para promover e oferecer

cada vez mais pontos de distri-

buição de vacinas.

O assunto chega às casas pe-

la televisão, revistas, pelo rá-

dio, jornais, de boca em bo-

ca, no carro de som do bair-

ro e por informação de pro-

Saúde

ADULTOSVACINADOS

8 / São José do Rio Preto, 5 de agosto de 2012 DIÁRIO DA REGIÃO

Page 9: Bem estar  05-08-12

fissionais de saúde. A dedicação

para manter as crianças vacina-

das e imunes a doenças que cau-

savam sérios problemas à saúde

pública é exemplar, o que não

acontece, contudo, com os pró-

prios adultos.

As medidas preventivas para a

saúde são deixadas de lado e substi-

tuídas pelas horas de trânsito, traba-

lho, horas extras e cursos para bus-

car uma promoção profissional. A

saúde, que é a responsável por man-

ter toda essa disposição e empenho,

nunca é prioridade. A verdade é que

o adulto tem o hábito de procurar

ajuda somente quando sente que al-

go realmente não vai bem.

Segundo a presidente da SBIm-

Rio de Janeiro, a pediatra Isabella

Ballalai, a estratégia para reverter

esse quadro é sempre a informa-

ção. Uma parceria com o Minis-

tério da Saúde pode facilitar es-

se canal de divulgação, uma vez

que os próprios profissionais de

saúde são o conato direto para

informar e mostrar a necessida-

de da vacinação.

A imunização também dos adul-

tos é uma forte ferramenta para garan-

tiraerradicaçãodedoençascomoava-

ríola e o controle do sarampo, polio-

mielite, rotavírus, entre outras. “Man-

ter a caderneta atualizada não é para

proteger apenas um, mas em relação à

proteção de todo um grupo. Quanto

mais pessoas mantêm-se vacinadas,

menorachance da circulaçãodeagen-

tes e transmissão para outras. É uma

proteção indireta e garante a qualida-

dedevidaparatodos”,destacaopedia-

tra Renato Kfouri, presidente da

SBIm-Nacional.

Prevenção reconhecida

De acordo com dados da

SBIm, a Organização Mundial da

Saúde (OMS) evita 3 milhões de

mortes todos os anos com as medi-

das preventivas da vacinação. No

entanto, a organização chama a

atenção para esses espaços criados

pela população, o que pode abrir

caminho para o retorno de doen-

ças como o sarampo.

A pediatra Isabella Ballalai

lembra que, décadas atrás, doen-

ças como poliomielite, rubéola, té-

tano, difteria e sarampo causavam

muitas enfermidades, hospitaliza-

ções, deixavam sequelas e até leva-

vam à morte. “O sarampo era a

doença que mais matava. Depois,

os índices de mortalidade infantil

mudaram muito com a vacina-

ção”, diz.

Depois do episódio da Revolta

Vacina, no início da década de

1920, no Rio de Janeiro, nunca ne-

nhum outro movimento brasilei-

ro levantou uma bandeira contra a

vacinação, reconhecendo a impor-

tância da imunização.

Estratégias

O profissional de saúde está ha-

bilitado a observar o calendário va-

cinal das pessoas e indicar uma

atualização de vacinas. Esse proce-

dimento ajuda a diminuir

o número de adultos com vaci-

nas atrasadas.

Algumas campanhas de saúde

vão até mais longe. Para evitar o

avanço desses números de adultos

displicentes, não só disponibili-

zam os pontos de vacinação em

praças, escolas, igrejas e shoppin-

gs, mas formam parcerias para che-

gar a ambientes de trabalho. Os re-

sultados são positivos, mas é preci-

so, sempre, conscientização para a

proteção coletiva.

Entre as vacinas que precisam

receber doses de reforço na fase

adulta estão a febre amarela e a du-

pla tipo adulto – protege contra

difteria e tétano adulto –, que de-

vem ser tomadas uma vez a cada

dez anos, e a influenza sazonal, re-

comendada anualmente. No caso

da vacina da gripe, amplamente

divulgada nos últimos anos após a

pandemia da HIN1, em 2009, o

comportamento displicente do

adulto brasileiro é a crença de que

adoecerá, caso seja vacinado.

Os efeitos negativos são des-

mistificados por Kfouri. Ele diz

que há a possibilidade de algumas

sensações adversas, mas muito

brandas, e não somente com a va-

cina da gripe. Os pais, por exem-

plo, notam quando os filhos ficam

mais irritados ou sonolentos em

uma eventual vacina, mas isso é

passageiro. Nem por isso usam is-

so como desculpa para deixar de

levar a criança para tomar as pró-

ximas doses.

“Reações podem dar, mas em

qualquer vacina, como uma febre

leve ou uma dor local, mas são mui-

to passageiras e previstas, e com cer-

teza compensam pelo afastamento

do risco da doença”, diz o pediatra.

Outras crenças fazem ligação

das vacinas com o desenvolvimen-

to de câncer, autismo ou esclerose

múltipla, no caso direcionada a

crianças. Equívocos como esses

compreendem questões defendi-

das por algumas doutrinas médi-

cas e o uso de medicamentos alo-

páticos, o que só atrasa o avanço

da erradicação de mais doenças.

“O motivo maior é a não infor-

mação, por isso temos de traba-

lhar, informar e fazer campanhas

educativas”, destaca a pediatra Isa-

bella Ballalai, presidente da SBIm-

Rio de Janeiro. � (EV)

Desinformação cria alguns ‘mitos’

DIÁRIO DA REGIÃO São José do Rio Preto, 5 de agosto de 2012 / 9

Page 10: Bem estar  05-08-12

Congresso de

ortodontia reúne

profissionais para

debater e conhecer

novidades na

área ortodôntica e

trocar experiências

Elen [email protected]

Compartilhar técnicas ino-

vadoras, discutir temas contem-

porâneos nacionais e interna-

cionais e apresentar aparelhos

novos. Esse é o foco do encon-

tro entre ortodontistas brasilei-

ros e de várias partes do mundo

no 18º Congresso Brasileiro de

Ortodontia - Orto 2012.

O evento, que ocorre en-

tre os dias 27 e 29 de setem-

bro, em São Paulo, é a porta

de entrada para a exposição e

troca de novas ideias e estu-

dos, além de experiências

bem-sucedidas entre os pro-

fissionais da área. Automati-

camente, o que mostra-se efi-

caz é incorporado ao trabalho

diário dos ortodontistas, dan-

do mais e melhores opções de

tratamento para os pacientes.

A programação prevê a

participação de 12 professo-

res internacionais, 200 con-

gressistas nacionais e exposi-

ção de 400 painéis de ativida-

des científicas e mesas clíni-

cas. De acordo com o coorde-

nador científico do Orto

2012, o ortodontista Flávio

Cotrim, há ainda 15 cursos

nacionais na grade educacio-

nal e o comparecimento de

cerca de 5 mil congressistas.

“Apoiando essa grande

iniciativa estarão ainda cerca

de 80 expositores comerciais

do setor, apresentando produ-

tos nacionais e importados

que mostrarão o que há de

mais atual em tecnologia pa-

ra nossa profissão.”

A escolha dos assuntos, se-

gundo o coordenador científi-

co do evento, procurou ser

bem abrangente e atual. A se-

leção também se baseou em

acrescentar temas de grande

interesse clínico dos ortodon-

tistas com a finalidade de se-

rem facilmente incorporadas

ao trabalho nos consultórios,

uma vez que os ortodontis-

tas, como profissionais de

saúde que são, têm de ter o co-

nhecimento técnico ligado à

evolução da ciência.

“Esses assuntos devem ser

ministrados por professores

e profissionais que ancorem

sua experiência clínica em

forte base científica. Isso por-

que uma programação de con-

teúdos baseados em evidên-

cias dará ao congressista a se-

gurança necessária para por

em prática esses conhecimen-

tos”, destaca Cotrim.

Entre os temas discutidos

e abordados inclusos na pro-

gramação científica estão

“Distúrbios do sono” ,

“Disjunção maxilar”, “Estéti-

ca facial”, “Oclusão e ATM”

e “Aparelhos ortodônticos au-

toligáveis”. Um dos partici-

pantes das conferências é o

ortodontista Daniel Ianni Fi-

lho, coordenador da Alpha

Smile Centro de Cursos e Pes-

quisas Odontológicas, em

Campinas.

O tema abordado pelo pro-

fissional será “Mordida aber-

ta esquelética cirúrgica trata-

da sem cirurgia ortognática –

Atualidades e avanços em

diagnóstico e tratamento”.

Ele explica que o interesse na

área surgiu depois de se frus-

trar no tratamento de uma

pré-adolescente, ocasião em

que aplicou tudo o que conhe-

cia-se sobre mordida aberta

convencionalmente.

“O que parecia fácil era

muito difícil e na época não

tinha subsídios de diagnósti-

co suficientes para entender,

classificar e fazer a previsão

de crescimento. Hoje, sabe-

mos que há a possibilidade

de autocorreção, mas um ter-

ço evolui para mordida aber-

ta dentoalveolar ou esqueléti-

ca”, informa. �

Serviço

18ºCongresso Brasileiro de Ortodontia,dodia 27ao29desetembro, das 9hàs19h, noPavilhãoAzul da ExpoCenterNorte, em SãoPaulo

Evento

Todos pela sua bocaTEMASDA PROGRAMAÇÃOCIENTÍFICA

Ancoragem absolutacom mini-implantes

Aparelhos ortodônticosautoligáveis

Biomecânica emortodontia

Diagnóstico eplanificação do tratamento

Disjunção maxilar

Distúrbios do sono

Estética facial

Fios ortodônticos

Imaginologia emortodontia

Oclusão e ATM �

Saibaw

ww

.sxc.hu/Divulgação

10 / São José do Rio Preto, 5 de agosto de 2012 DIÁRIO DA REGIÃO

Page 11: Bem estar  05-08-12

A vida só vale a pena quando temperada de compaixão. Cuidar é o exercitar

da gratidão, uma oportunidade de melhorar esse mundo cheio de desequilíbrios

Josinel B. CarmonaPsicólogo

“Visto que nossa vida come-

ça e termina com a necessidade

de afeto e cuidados, não seria

sensato praticarmos a compai-

xão e o amor ao próximo en-

quanto podemos?”

Essa proposição é atribuída

ao atual Dalai Lama. Que ver-

dade mais profunda!

Numa vida não interrompi-

da por nenhum acidente ou

doença fatal, certo é que todos

fomos crianças e seremos ido-

sos. Duas das fases mais impor-

tantes da vida; duas lindas fa-

ses da vida e tenho certeza que

não estou romantizando, basta

apenas um pouco de sensibili-

dade e coragem para olhar para

uma criança e um idoso para

perceber sua fragilidade, sua ne-

cessidade de assistência e com-

panhia. Não me refiro apenas a

um cuidar técnico, falo de um

olhar carinhoso e amoroso.

Quando apelo para a neces-

sidade de coragem, estou falan-

do de um medo que parece nos

rondar quando estamos diante

desses dois extremos da vida.

Podemos experimentar medo

de não saber o que fazer, medo

da proximidade, medo de emo-

ções profundas de amor, medo

da entrega, medo de tocar e ser

tocado, medo da vida e medo

da morte. A coragem se refere a

enfrentar as próprias barreiras

e travas emocionais, enfrentar

o egoísmo e aprender a doar

presença, sorriso, o cuidar, a

fraternidade de assistir um que

ainda nada pode fazer e só pre-

cisa receber para crescer e ou-

tro que já não pode mais fazer e

precisa receber para manter-se

vivo, alegre e saudável.

Como é profunda e verda-

deira essa reflexão!

Agora que não somos mais

crianças e ainda não idosos, é

nossa oportunidade de, no mí-

nimo, devolver aquilo que rece-

bemos: os cuidados que nos

permitiram estar aqui.

Nem sempre pensamos

nisso, talvez para mantermos

a cômoda atitude do nada em

relação ao outro numa

vivência cada vez mais auto-

centrada e egoísta.

Nessa sociedade violenta,

que precisa criar um estatuto

para proteger a criança, delega-

cias da mulher, filas especiais

para idosos e gestantes, leis pa-

ra as minorias, estamos cheios

de exemplos de nosso míope

olhar para a vida e suas verda-

deiras necessidades, para o ou-

tro e suas necessidades. Quan-

to medo temos de perceber que

nos afastamos de maneira peri-

gosa de valores importantes da

vida. Que comodismo delator

de uma patologia coletiva: não

sabemos cuidar.

A vida só vale a pena quan-

do temperada de compaixão e

amor, esse é o verdadeiro senti-

do da assistência e da materni-

dade. Cuidar é o exercitar da

compaixão e da gratidão.

Acredito que ter a possibili-

dade de cuidar e poder oferecer

qualquer coisa, por menor que

seja, a alguém que precise, con-

tribuir para criar uma sensação

de conforto e acolhimento, isso

é uma oportunidade valiosa de

melhorar esse mundo cheio de

desequilíbrios e sofrimento.

Fica aqui uma reflexão so-

bre o que cada um pode fazer

para melhorar a vida, para ge-

rar um sorriso, aquecer um co-

ração e afastar a solidão, o aban-

dono, a rejeição, o descaso e a

ingratidão.

o ser humano é gregário,

nos reconhecemos através do

outro, precisamos do outro pa-

ra nos sentirmos amados, admi-

rados e queridos, nossa impor-

tância pessoal passa pelo outro,

mas nem sempre percebemos

que somos o outro do outro. �

A criança e o idosoRubens Cardia

www.sxc.hu/Divulgação

DIÁRIO DA REGIÃO São José do Rio Preto, 5 de agosto de 2012 / 11

Page 12: Bem estar  05-08-12

Mayana Neiva se distingue com personagem sedutora e misteriosa em “Amor Eterno Amor”

TV Press

A exótica harmonia de

Mayana Neiva explica a diversi-

dade de suas personagens na te-

vê. Atualmente na pele da mis-

teriosa Elisa, em “Amor Eter-

no Amor”, a breve trajetória da

atriz na tevê tem sido ascenden-

te. Sua primeira aparição foi há

cinco anos, como a antagonista

Heliana da microssérie “A Pe-

dra do Reino”, de Luiz Fernan-

do Carvalho. Foi quando ela te-

ve de raspar a cabeça para a his-

tória gravada no sertão da Pa-

raíba, terra natal da atriz de 29

anos. No ano seguinte, viveu a

ex-modelo Karina na densa mi-

nissérie “Queridos Amigos”,

quando chamou atenção de

Maria Adelaide Amaral, que lo-

go a escalou para viver a explo-

siva Desirée no “remake” de

“Ti-Ti-Ti”. Na verdade, a

atriz de olhos expressivos e bo-

ca carnuda possui uma extrava-

gância que se destaca nos pa-

péis mais exuberantes. Foi jus-

tamente por isso que Mayana

explica que decidiu entrar na

trama das seis suavizando ao

máximo suas expressões fa-

ciais. “Trabalhei com o olhar

puro e curioso da Audrey Tau-

tou no longa ‘Amélie Poulan’ e

com uma ‘boca de desejo’.

Construí a Elisa a partir dessa

contradição”, entrega.

Na história de Elizabeth

Jhin, a identificação da atriz

com a personagem começa na

simpatia pela religião espírita,

a mesma da atriz. “Se você já

tem familiaridade com o assun-

to, se apropria muito melhor

dele. Mas a trama fala de valo-

res do ser humano”, observa

Mayana, que não disfarça a pos-

sível e crescente vilania da per-

sonagem, que finge ser o amor

de infância do protagonista Ro-

drigo, de Gabriel Braga Nunes.

“O público está muito com o

pé atrás com ela. Mas a Elisa, as-

sim como eu, tem muita curio-

sidade com a vida, uma sede de

viver enorme, mas é bem mais

contida. Eu sou de gargalhadas

altas”, diverte-se.

Especializada em Drama

pela Faculdade de Artes Cêni-

cas de São Francisco, na

Califórnia, Mayana morou

tempos nos Estados Unidos

até decidir voltar ao Brasil pa-

ra seguir a carreira de atriz.

Foi quando chamou a atenção

de um olheiro que a convidou

a participar do concurso Miss

Paraíba 2003, de onde saiu ven-

cedora. “Ser miss foi mais uma

personagem para mim. Sem-

pre fui desengonçada. Queria é

que as pessoas me conheces-

sem para levar público para a

minha peça. Mas me orgulho

de ter representado meu esta-

do”, avalia.

O que Mayana realmente se

orgulha é de seu meteórico re-

conhecimento na Globo. Sem

sair do ar desde a sua estreia,

mesmo que seja através de rápi-

das participações em produ-

ções, como na novela “Cordel

Encantado”, nas minisséries

“Dercy de Verdade” e “Dalva e

Herivelto - Uma Canção de

Amor” ou no seriado “Som &

Fúria”, a atriz atribui, diploma-

ticamente, suas personagens de

destaque à generosidade das

equipes que têm trabalhado.

“Estava louca para ser dirigida

pelo Papinha. Todo mundo di-

zia que eu ia amar essa equipe e

não deu outra”, elogia, referin-

do-se ao diretor Rogério Gomes,

responsável pela trama das seis.

“Aqui (osdiretores) PedroVascon-

cellos e a Roberta Richards foram

atores. Isso muda tudo na hora de

dirigir atores. A Roberta chega a

dartoquesnomeuouvidoaomedi-

rigir”, elogia.

Na trama das seis, a atriz

tem ficado a semana inteira no

Rio para conseguir gravar cer-

ca de 15 cenas diárias na histó-

ria de Filipe Miguez e Izabel

de Oliveira. “Gente, aqui não

tem glamour nenhum. É só

suor! É um sacerdócio de se-

gunda a sábado. Mal tenho tem-

po de cuidar de mim. Quando

chega domingo, estou exausta

de viver outras pessoas e só pen-

so em ser eu, pelo menos um

pouquinho”, brinca, antes de

emendar. “Nessas horas, só

lembro do Jorginho Fernando

em ‘Ti-Ti-Ti’ me ensinando a

me divertir quando tinha 22 ce-

nas para gravar. Ele dizia: ‘se

apropria do cenário, solta o in-

consciente e brinca!’. Isso fez

toda a diferença na minha vi-

da”, destaca.

Entonação libertária

O papel dos sonhos de

Mayana Neiva é interpretar

uma cantora na tevê. A atriz,

que mora em São Paulo, já che-

gou a ter três bandas de rock pa-

ralelamente à carreira de atriz.

O último grupo musical, forma-

do nos Estados Unidos, onde

morou, chamava-se Lunik em

homenagem ao satélite soviéti-

co. Para a atriz, o canto, diferen-

temente da interpretação, tem

uma vertente mais autoral. “O

ator vive em seus personagens.

Você nunca sabe direito quem

ele é. O cantor não. E cantar

me libera. Quando fazia show,

chegava em casa calminha”,

lembra, saudosista. �

Perfil

INTENSIDADE LATENTE

Há poucos meses, emCannes, Mayana Neivaestreou o longa argentino“Infância Clandestina”,onde vive uma guerrilheirados anos 70. “Ele foiaplaudido de pé por 15minutos. Foi lindo. Me sentitotalmentelatino-americana”, valoriza.No final de 2012, entra emcircuito o longa “Vendedorde Passados”, dirigido porLula Buarque de Hollanda,da Conspiração Filmes, noqual Mayana contracenacom Lázaro Ramos

Durante as gravaçõesde “Ti-Ti-Ti”, Mayanaoperou o joelho e até hojefaz sessões de fisioterapiapara normalizer osmovimentos na região

A atriz nasceu emCampina Grande, naParaíba, mas deixou suacidade natal aos 15 anosde idade. Foi fazer o “highschool” na Califórnia, nosEstados Unidos

Apesar do insistentesotaque nordestino deMayana, a atriz nãoprecisou fazer sessões defonoaudiologia para viverElisa. A personagemtambém exigia um levesotaque interiorano

Atriz, de olhosAtriz, de olhos

expressivos e bocaexpressivos e boca

carnuda, possui umacarnuda, possui uma

extravagância que seextravagância que se

destaca nos papéisdestaca nos papéis

mais exuberantesmais exuberantes

Instantâneas

Jorge Rodrigues Jorge/Divulgação

TV - 12 / São José do Rio Preto, 5 de agosto de 2012 DIÁRIO DA REGIÃO

Page 13: Bem estar  05-08-12

‘Se arrependimentomatasse...’Nado Grimberg foi quem sugeriu que seu personagem,

o Ruço de “Cheias de Charme”, da Globo, tivesse tran-

ças. “Mas dói muito”, confessa, entre risos. Apesar da

dor, o ator, que garante adorar o penteado, ainda precisa

conviver com as brincadeiras de parte do elenco. “Eles

ficam me sacaneando porque falei que ficaria assim o

ano todo. Mas não dá”, admite.

Pato BrancoA partir do dia 24 de agosto, às 20h30, o Canal Viva re-

prisará a segunda temporada do seriado “Toma Lá, Dá

Cá”. O elenco é composto por Adriana Esteves, Miguel

Falabella, Marisa Orth, Diogo Vilela, Arlete Salles,

Stella Miranda e Fernanda Souza, entre outros. O pro-

grama foi exibido originalmente entre 2007 e 2009.

Olho gordoPela primeira vez na carreira, Sheron Menezes interpre-

tará uma vilã. Em “Lado a Lado”, próxima novela das

seis da Globo, a atriz será Berenice, uma jovem que divi-

de o cortiço com Isabel, de Camila Pitanga. “Ela é inve-

josa e fará tudo para atrapalhar a vida da colega. Essa per-

sonagem é mesquinha e acredita que a beleza é suficien-

te para conseguir o que ela quer”, conta, aos risos, João

Ximenes Braga que assina o folhetim com Claudia La-

ge. A trama deve estrear em setembro.

Luz na passarelaA Record marcou a estreia do “Top Model – O Reali-

ty”, quadro do “Tudo É Possível”, para o próximo

dia 19. As 24 candidatas estão confinadas em Itu, in-

terior de São Paulo, na casa de Ana Hickmann, apre-

sentadora da produção ao lado de Ticiane Pinheiro.

Os testes de vídeo, passarela e fotos serão realizados

a partir do dia 15. Entre os jurados estão Zeca

Abreu, dono de uma agência de modelos, e os consul-

tores Gustavo Sarti e Matheus Mazzafera. A vence-

dora ganha um contrato de R$ 150 mil para ser mo-

delo exclusiva da marca Ana Hickmann.

Virando gentegrandeAs inscrições para o “reality show” “Quem Quer Casar

com Meu Filho?”, da Band, estão abertas no portal

“www.band.com.br/quemquercasarcommeufilho”. A

produção busca mães que desejam encontrar uma mu-

lher para seus marmanjos e rapazes que desejam sair da

casa dos pais e que ainda buscam um amor. De acordo

com o formato do programa, a primeira temporada será

composta por cinco homens de diferentes idades, cujas

pretendentes foram selecionadas pelas mães deles. Em

determinado momento, eles decidirão se querem casar

ou permanecer sob os cuidados da mãe. O programa de-

ve estrear em novembro.

Homem de féRodrigo Lombardi será Theo em “Salve Jorge”, substi-

tuta de “Avenida Brasil”, na Globo. Na trama, ainda pe-

queno, o personagem ficou soterrado durante uma en-

chente em Petrópolis, na região serrana do Rio, onde

morava. Após ser dado como morto, o menino foi acha-

do por um vizinho embaixo dos escombros. O garoto foi

resgatado no Dia de São Jorge. Desde então, até mesmo

na fase adulta, ele não sai de casa sem uma medalha e fi-

ta do santo guerreiro. Por enquanto, o ator segue gravan-

do na Turquia, com os demais integrantes do elenco. A

novela é de Glória Perez e estreia em outubro.

Outro formatoO filme “Xingu”, de Cao Hamburger, está sendo edita-

do e em 2013 estreará na Globo como minissérie. A pro-

dução será exibida em quatro episódios com material

inédito e contará a saga dos irmãos Villas Boas, que des-

bravam as florestas do Brasil Central. A obra é protago-

nizada por João Miguel, Felipe Camargo e Caio Blat,

que vivem Claudio, Orlando e Leonardo Villas Boas,

respectivamente.

‘Se ela dança...’O quadro “Dança da Galera”, do “Domingão do

Faustão”, será gravado a partir de outubro. Por enquan-

to, uma equipe do programa viaja em diferentes cidades

em busca das candidatas para a segunda edição do proje-

to. Apesar disso, a exibição do quadro só acontece no pri-

meiro semestre de 2013.

Aluno aplicadoPaulo Rocha tem feito aulas de fotografia para viver o fo-

tógrafo Fábio no “remake” de “Guerra dos Sexos”, pró-

xima novela das sete da Globo. Além disso, o ator fre-

quenta classes com uma professora para atenuar o sota-

que lusitano. Recentemente, Paulo Rocha assinou con-

trato com a Globo com exclusividade até 2015. A nove-

la, escrita por Silvio de Abreu, estreia em outubro.

Vai e voltaA nova temporada da série “Louco Por Elas”, da Globo,

estreia em outubro. A produção deve ser interrompida

por três semanas em dezembro por conta das festivida-

des de fim de ano e voltará ao ar com inéditas em janeiro

de 2013. João Falcão, autor e diretor geral do projeto, já

está envolvido com os 18 episódios encomendados pela

emissora.

Rebelde sem causaJuliana Paiva está em contagem regressiva para a estreia

da nova temporada de “Malhação”, a partir do próximo

dia 13. Para viver a rebelde Fatinha, a atriz precisou mu-

dar o visual e agora está com os cabelos louros e compri-

dos. Na trama, a adolescente adora sentar no fundo da

sala de aula, seduz os garotos e exagera na maquiagem.

Apesar desta propaganda toda, ela é romântica e vir-

gem. Ao longo da história, ela irá se apaixonar por Bru-

no, de Rodrigo Simas, que não dará bola para a moça.

Imensidão azulEm “Passado Próximo”, título provisório da substituta

de “Máscaras”, na Record, Juliana Silveira será Isabel.

Na trama, assinada por Gisele Joras, a moça é uma arqui-

teta de sucesso, que nas horas vagas pratica pesca subma-

rina. Para não fazer feio em cena, a atriz tem feito mergu-

lhos e pesca submarina com frequência. A novela estreia

em outubro.

Agora vaiFinalmente o seriado policial “A Teia” sairá do papel. A

produção, que será dirigida por Márcio Garcia, tem dire-

ção de núcleo de Rogério Gomes, o Papinha. Estão pre-

vistos 10 episódios e a estreia só deve acontecer no se-

gundo semestre de 2013. Com texto de Bráulio Manto-

vani e Carolina Kotscho, o projeto luta para conseguir

formar o elenco, que está cada vez mais disputado pelas

produções da Globo.

Exercício de estiloAs gravações de “Subúrbia”, nova minissérie assinada

pelo diretor Luiz Fernando Carvalho, já começaram. A

trama, assinada pelo diretor e por Paulo Lins, contará a

história de Conceição, ou Ceição, uma bela jovem negra

e pobre, nascida no interior de Minas e que mudou para

o Rio de Janeiro. Por conta da sua beleza, ela passará por

diversas provações ao longo da vida. Os atores do proje-

to não são consagrados. Entre as locações, estão os bair-

ros de Madureira, Piedade e Ilha do Governador, na Zo-

na Norte do Rio. A produção irá ao ar em novembro e

terá oito capítulos. �

ZappingTV Press

Pedro Paulo Figueiredo /Divulgação

DIÁRIO DA REGIÃO São José do Rio Preto, 5 de agosto de 2012 / 13 - TV

Page 14: Bem estar  05-08-12

Colecionador de vilões na teledramaturgia, JonasBlochse sobressai como poderosochefãode ‘Máscaras’

TVPress

Jonas Bloch é daqueles atores que ri

com os olhos enquanto conversa. Por isso

se difere tanto da maioria de seus persona-

gens na tevê, quase sempre vilões. Como o

misterioso Big Blond, o poderoso chefão da

máfia de “Máscaras”, da Record, que alter-

na sua bipolaridade com a paixão explícita

por Eliza, protagonista vivida por Paloma

Duarte. Com inacreditáveis 73 anos de ida-

de, este ator mineiro, descendente de ju-

deus ucranianos, pai da atriz Débora Bloch

e sobrinho neto de Adolpho Bloch - funda-

dor da extinta Manchete - percorreu diver-

sas emissoras em seus 54 anos de profissão.

Tamanha dedicação à carreira deixou mar-

cas no diretor e ator, que pensa em se apo-

sentar em breve. “Quero colocar o pé no

freio, escolher melhor e dizer mais ‘nãos’.

Mas gosto da profissão. Ainda fico excitado

quando entro no estúdio”, afirma, apertan-

do os olhos azuis pouco antes de avaliar

seus seis anos na Record. “Quando cheguei

na emissora e vi todo o elenco que era da

Globo, falei: ficou alguém lá para apagar a

luz?’”, diverte-se Jonas, com seu “physique

du rôle” do Leste europeu, que definiu gran-

de parte de seus personagens na tevê. “Se a

história se passava no Nordeste ou se tinha

algum sinhozinho, eu estava fora”, admite,

aos risos.

Pergunta - O Big Blond é um dos mui-tos vilões que você já viveu na tevê. Co-mo você o diferenciou para não cair no lu-gar-comum?

Jonas Bloch - No início eu estava preo-

cupado se ele seria um vilão igual aos ou-

tros. Mas percebi que não era e isso me agra-

dou muito. Ele é um vilão apaixonado pela

Eliza (personagem da Paloma Duarte), tem

sonhos internacionais, é um outro tipo de

malvado. Pensei em começar a fazê-lo mais

racional, mais frio. Em televisão é assim:

você inicia de um jeito e logo vem o autor e

o diretor modificando. Mas ele acabou vi-

rando um personagem emocional, sanguí-

neo e calculista. O Lauro César tem uma

tradição de dramaturgia muito grande e fez

uma proposta muito interessante para o

Big Blond, totalmente fora dos padrões de

televisão. Ele acaba sendo um galã. Tem

um envolvimento político e aborda questio-

namentos distantes do universo dos perso-

nagens de televisão usando metáforas. Ele

quebra um pouco os clichês das novelas e

seus estereótipos.

Pergunta - Você define o Big Blondcomo um poderoso chefão. Teve algu-ma inspiração na trilogia do FrancisFord Coppola?

Jonas Bloch - Acho que não. Cheguei a

conversar sobre isso com o autor e diretor,

mas criamos um personagem próprio, real-

mente diferente de todos os vilões que fiz,

principalmente na Record, que eram empre-

sários e grandes canalhas. Esse é uma mistu-

ra. Fico surpreso porque o público gosta

muito dele. Percebo pelos meus colegas da

novela, que dizem que o Big Blond é sem-

pre assunto nas redes sociais.

Pergunta - Você pode explicar comofoi essa composição?

Jonas Bloch - De muitas formas. Mas os

autores costumam dizer que tem uma hora

que os personagens falam sozinhos. Você

não precisa mais criar. Comecei a fazê-lo co-

mo uma pessoa bipolar, que tem rompan-

tes. Cheguei a gravar cenas assim, em que

ele estava em um estado e, de uma hora para

outra, tinha uma explosão. Depois ele ficou

mais comedido. Agora ele passa por uma sé-

rie de transformações, ganha e perde poder.

Isso é bem interessante porque não é

monocórdio. Ele é um vilão apaixonado,

que é capaz de fazer loucuras pela mulher.

Isso é uma coisa rara na vilania.

Pergunta - Já que você “coleciona” vi-lões na tevê, a que atribui tantasescalações voltadas para a maldade?

Jonas Bloch - Mas também já fiz ho-

mens bons! (risos). Os meus vilões realmen-

te são mais marcantes. As pessoas sempre

lembram mais deles. Fiz desde o bandidão

barra pesada em “Corpo Santo” (na extinta

Manchete), como fiz um canalha em “A Via-

gem”. Com a idade, você vai fazendo mais

empresários, caras poderosos. Mas eles são

muito interessantes. Têm um fogo de ambi-

ção e poder que gera interesse no público.

Alguns eu tento fazer maus mesmo. Na épo-

ca que fiz o Russo, do “Corpo Santo”, que

foi um sucesso imenso, havia uma

glamourização da bandidagem. Um margi-

nal foi fotografado e virou capa de revista. A

tendência, até pouco tempo atrás, era mos-

trar que o herói do garoto do morro era o tra-

ficante. Depois que houve aquela invasão às

Entrevista

DOCES TIRANOS

Jonas Bloch, em forma aos 73: “Meus vilões são realmente mais marcantes”

Luiza Dantas/Divulgação

TV - 14 / São José do Rio Preto, 5 de agosto de 2012 DIÁRIO DA REGIÃO

Page 15: Bem estar  05-08-12

favelas no Rio de Janeiro, em

que os bandidos saíram com o

rabo entre as pernas, os heróis

passaram a ser os caras do Bope

(Batalhão de Operações Poli-

ciais Especiais). As pessoas real-

mente têm de ter antipatia pelo

comportamento dos vilões. O

vilão tem um egoísmo exacerba-

do e doentio. Ele é capaz de ma-

tar, de qualquer coisa para ob-

ter o que quer. São obsessivos e

não têm humanidade alguma.

Pergunta - Você começoua gravar “Máscaras” com adireção do Ignácio Coquei-ro, mas há quase dois me-ses o Edgard Miranda pas-sou a dirigir a trama. De queforma essa alteração refletiuno elenco?

Bloch - Eu já tinha trabalha-

do com o Ignácio na Globo em

“Mulheres de Areia”, “A Via-

gem” e “Malhação”. Ele é um

querido, um diretor competen-

tíssimo. O Ignácio passou por

vários problemas difíceis nessa

novela. Tinha de gravar em um

navio com passageiros. Você

não pode pedir para uma pes-

soa que pagou por um cruzeiro

ficar quieta porque vai ter uma

gravação. Isso gerou uma ten-

são grande e muita pressa em fa-

zer. Não dava para cumprir os

prazos e ele não conseguiu fa-

zer o trabalho como gostaria.

Quando pintou a crise, que exis-

te em qualquer emissora, ele

foi escolhido como responsá-

vel. Não quero fazer julgamen-

to nenhum, mas ele é um gran-

de diretor e ser humano. Isso é

um dos privilégios na Record.

Os diretores são como amigos.

Conversamos muito sobre vida

pessoal, almoçamos juntos, te-

mos uma relação gostosa.

Pergunta - Na Globo nãoera assim?

Bloch - Nem sempre. Na Re-

cord não tem nariz empinado,

gente achando que o poder faz

dele um ser especial. O Edgard

(Miranda) é outro querido e su-

pertalentoso. Veio com uma

responsabilidade grande. En-

controu um suporte e uma tra-

ma mais estruturada para traba-

lhar. Está fazendo um trabalho

muito bonito. Com essa crise

toda, todo mundo tentou dar

uma ajeitada para melhorar a

qualidade. Fomos discutir er-

ros e não passamos recibo que a

novela é ruim. Ela não é ruim!

Começou confusa para o gran-

de público e foi sendo conserta-

da. Hoje o assédio nas ruas é im-

pressionante. A imprensa falou

mal da audiência como se man-

ter o ibope às 23h30 fosse a mes-

ma coisa que às 21h.

Pergunta - A Record já deudois dígitos nesse horáriocom “Os Mutantes”.

Bloch - Se formos avaliar a

qualidade artística de um traba-

lho pelo ibope, o que falamos

do “Big Brother Brasil”? Por-

que aquilo tem audiência! O

Van Gogh seria um pintor de

segunda categoria porque não

vendeu quadros quando era vi-

vo? Isso é uma coisa ridícula.

Falam que um filme rendeu

não sei quantos bilhões. E, às

vezes, o filme é uma porcaria!

Tem hora que isso enche o sa-

co. Nessa novela, o elenco che-

gou a fazer uma carta tentando

ser o mais diplomático possí-

vel. Dizemos que acreditáva-

mos nesse trabalho. Assumi-

mos que ele tem coisas criticá-

veis, mas a novela é muito boa

e tem muita gente que me abor-

da. Não é possível que seja uma

novela que ninguém vê. Isso

não é verdade. E se ninguém

vê, isso não quer dizer que ela

seja ruim.

Pergunta - Que diferençasna trama você destaca com aentrada do Edgard?

Bloch - Estamos com pes-

soas na edição da novela que fa-

zem milagres. A equipe deu

uma melhorada. Tem um novo

conceito de luz. O Edgard é

muito caprichoso. Fizemos

uma cena de tiroteio na praia e

levamos três dias gravando,

mesmo com a novela atrasada,

para você ver o capricho que é.

Na minha carreira, já vi fechar

a TV Rio, Excelsior, Tupi,

Manchete, um monte de emis-

soras. Não é justo que a impren-

sa queira demonizar a Record.

É uma empresa que investiu

muito, contratou todo o pes-

soal da Globo, está fazendo um

trabalho bom. Ainda estão

aprendendo e vão descobrir o

caminho das pedras aos pou-

cos. As pessoas têm uma expec-

tativa de êxito na Record como

se fosse a Globo, que está há 50

anos estruturada no mercado

com toda a competência. A Glo-

bo deve ser aplaudida de pé

também. Quando não tinha

concorrência nenhuma, fazia

um padrão de qualidade lá em

cima.

Pergunta - Que balanço vo-

cê faz da sua carreira desde aestreia em 1958? São 54anos de tevê desde o iníciono programa “Câmera 1”, naTupi.

Bloch - Eu era um menino.

Era aluno da Fundação Brasi-

leira de Teatro e adorava o pro-

grama “Câmera 1”. Um dia, en-

trei em uma lotação e quem es-

tava lá era o Jacy Campos, dire-

tor e apresentador da produ-

ção. Quando descemos da lota-

ção, estava chovendo e eu tinha

um guarda-chuva. Não aguen-

tei, ofereci carona e disse: “Sou

fã do seu programa e aluno de

teatro”. Na mesma hora ele dis-

se que estava precisando de um

garçom alemão e queria que eu

o fizesse na outra semana. Fi-

quei dois anos no programa.

Um dia, ele me ligou e disse:

“Essa semana, você vai ser o pa-

pel-título do programa”. Avisei

a escola inteira, meus amigos,

minha família, todo mundo.

Fui pegar o texto e o título era

“A Morte do Estafeta” (risos).

Antes mesmo de entrar o letrei-

ro, eu vinha em uma bicicleta,

atravessava um caminhão e

morria (risos).

Pergunta - O que mais mar-cou você nessa trajetóriacom mais de 30 novelas?

Bloch - Tive um problema

inicial com televisão. Tive uma

formação muito intensa no tea-

tro com o pessoal da antiga.

Muita gente vinha do rádio,

das telenovelas mexicanas, dos

dramalhões. O teatro exige

uma impostação de voz mais al-

ta. Para televisão e cinema, essa

característica não é boa. Por is-

so, perdi muitos papéis. Tive

uma luta muito grande para

procurar algo menos imposta-

do. Isso foi um dos problemas

do início da minha carreira que

me marcou muito. Sabia que

era uma questão de ajustes e, la-

mentavelmente, 98% dos dire-

tores não trabalham atores. Bas-

tava algum diretor me dizer pa-

ra fazer “menor”. Mas não.

Simplesmente falavam que eu

não servia. Tem muito diretor

inseguro para explicar porque

o ator não serve, pois a maioria

não tem formação de ator. Hoje

em dia tem gente mais esperta

e sintonizada. Os atores brasi-

leiros têm uma qualidade dife-

renciada. Temos uma naturali-

dade inata nas artes, uma ma-

neira de expressão mais viva,

intuitiva e menos técnica. Isso

fica mais caloroso na tela. Não

é à toa que exportamos novelas

para o mundo inteiro.

“Câmera 1” (Tupi, 1958)- diversos personagens,dentre eles, no episódio“A Morte do Estafeta”

“Algemas de Ouro”(Record, 1969) - participação

“Canção para Isabel”(Tupi, 1976) - participação

“Sem Lenço e SemDocumento” (Globo, 1977) -Jacques

“Pai Herói” (Globo,1979) - Rafael

“Olhai os LíriosdoCampo”(Globo,1980) - Simão

“Sétimo Sentido” (Globo,1982) - Jaime

“Novo Amor” (Manchete,1986) - Mário

“Corpo Santo”(Manchete, 1987) - Russo

“Olho por Olho”(Manchete, 1988) - Flores

“Top Model” (Globo,1989) - Jacques

“Mulheres de Areia”(Globo, 1993) - Walter

“A Viagem” (Globo,1994) - Ismael

“Irmãos Coragem”(Globo, 1995) - Siqueira

“Quem é Você” (Globo,1996) - Sacha

“Perdidos de Amor”(Band, 1996) - Quintino

“Malhação” (Globo,1998) - Tatuí

“Pecado Capital” (Globo,1998) - Altino

“Garret” (RTP, 2000) -Dumond

“O Quinto dos Infernos”(Globo, 2002) - Francisco I,Imperador da Áustria

“Jamais Te Esquecerei”(SBT, 2003) - Antônio

“Os Ricos TambémChoram” (SBT, 2005) -Antônio

“Bicho do Mato”(Record, 2008) - Ramalho

“Amor e Intrigas”(Record, 2009) - Camilo

“Bela, A Feia” (Record,2010) - Ricardo

“Máscaras” (Record,2012) - Big Blond

Há exatos 40 anos Jonas Blo-

ch começou uma carreira para-

lela à de ator. Formado em

1972 em Belas Artes pela

UFMG, ele também cursou Ar-

tes Visuais e, desde então, traça

um outro caminho artístico ao

longo das últimas décadas.

Quando não está em estúdios,

sets de filmagem ou nos palcos,

certamente o ator está pensan-

do em seus desenhos ou nas es-

culturas de pedra sabão, resina

ou silicone de figuras circenses

e dançarinas. “Quero saborear

o tempo de vida que me resta

me dedicando mais a esse traba-

lho”, observa.

Seus trabalhos são vendi-

dos em um pequeno bistrô em

Minas, onde permanecem suas

raízes desde que saiu de Belo

Horizonte, sua cidade natal, pa-

ra começar a carreira de ator.

“Não vendo as peças profissio-

nalmente. Quando vejo que al-

guma escultura não está tão

boa, coloco uma assinatura fal-

sa”, assume, aos risos.

Mestre exigente

Para Jonas Bloch, o palco

pode estar em uma sala de au-

la. Muitas vezes o ator atuou

como professor de faculda-

des renomadas, como a USP.

Professor de Artes Cênicas

durante anos, Jonas foi mes-

tre de grandes nomes da tele-

visão, como Paulo Betti e

Eliane Giardini, entre ou-

tros, que foram seus alunos

na USP. “Só gosto de dar au-

la para alunos apaixonados.

Não gosto de aluno mais ou

menos, de gente que quer vi-

rar ator para aparecer na tele-

visão. Isso não me interessa.

As pessoas querem fazer ce-

ninhas, não querem atuar,

aprender”, critica. �

Trajetória televisiva

Inspirações talhadas

DIÁRIO DA REGIÃO São José do Rio Preto, 5 de agosto de 2012 / 15 - TV

Page 16: Bem estar  05-08-12

André Marques volta a gravar “Malhação”,

programa que marcou sua estreia na tevê

TV Press

Gravar uma novela virou uma realidade dis-

tante para André Marques, que está no “Vídeo

Show” há 12 anos. Mas foi na primeira tempora-

da de “Malhação”, em 1995, que o apresentador

conquistou a simpatia dos jovens e, durante mais

de cinco anos, encarnou o malandro Mocotó. Ago-

ra, quase 13 anos depois, André volta a dar expe-

diente nos estúdios do Projac no mesmo persona-

gem que o lançou na televisão. “Foi uma homena-

gem bem bacana. Quando me ligaram, nem acre-

ditei. Achei que era trote e disse que eu precisava

falar com meu chefe antes de decidir qualquer coi-

sa”, conta ele, que faz uma participação de oito ca-

pítulos na nova leva de episódios do seriado infan-

tojuvenil, que estreia no próximo dia 13.

Na trama, Alexandre Ferreira – nome de regis-

tro de Mocotó – está paquerando uma mulher

quando deixa o carro sem freio e bate com o “len-

dário” Mocotó Móvel. Como está com os docu-

mentos do veículo atrasados, é detido ao ser abor-

dado por policias. E, como punição, é obrigado a

prestar serviço comunitário restaurando o mobi-

liário urbano, limpando ruas e outras atividades.

É cumprindo essa pena que o rapaz, hoje com 32

anos, aparece na porta do colégio desta tempora-

da e pede para usar o banheiro. Ao se identificar

como Alexandre, é confundido com um orienta-

dor vocacional aguardado no local e aproveita is-

so para tentar levar vantagem. “Ele chega para os

alunos e diz que vão todos pintar obras na rua, var-

rer calçada, enfim, desenvolver práticas que fa-

çam eles pensarem e descobrirem talentos. Com

isso, coloca-os para fazerem suas tarefas”, adianta.

Para aparecer por quase duas semanas no seria-

do, André gravou cerca de um mês. Período em

que ficou se dividindo entre suas cenas e a apre-

sentação do “Vídeo Show”. “Eu só toparia se não

ficasse afastado. Minha prioridade é o programa,

já estou lá há 12 anos”, atesta ele, que passou dois

anos como repórter da revista eletrônica diária na

época em que Miguel Falabella estava no coman-

do. Como não gosta de decorar o texto, costuma

pegá-lo em cima da hora e usar suas próprias pala-

vras e expressões em cena, o que facilitou a man-

ter a jornada dupla. “Foi a minha espontaneidade

que fez com que eu permanecesse tanto tempo no

projeto. Então, não teria sentido eu voltar para o

mesmo papel, mas com um comportamento dife-

rente”, analisa.

Mas o trabalho no seriado não foi suficiente

para que André sentisse falta de atuar nos folhe-

tins. Na verdade, ele deixa claro que essa é uma si-

tuação que não passa por sua cabeça. “Achei baca-

na, curti e pude recordar vários momentos. Mas

prefiro não fazer novelas. Meu foco é a carreira de

apresentador mesmo”, garante ele, que chega a di-

zer que trocaria sem hesitar a vaga de mocinho de

um trama de horário nobre pelo posto que hoje

ocupa no “Vídeo Show”. “Sinto falta de atuar,

sim, mas tenho outras vontades em relação à tele-

visão. No teatro, ainda quero montar um monólo-

go, mas meu trabalho como DJ não permitiu isso

até hoje”, diz.

Por mais satisfeito que se mostre com sua

atual posição na emissora, André entrega qual é o

seu maior sonho profissional atualmente: um pro-

grama de auditório. Já chegou a discutir sobre es-

ses planos com a direção da Globo. Mas, até ago-

ra, tudo não passou de apenas boas conversas.

“Me dão força, falam que vamos fazer. Tenho a

ideia, mas também quero que seja bem feito. Ter

só por ter não me interessa”, frisa ele, que apresen-

tou por um mês o “Vídeo Game Verão”, durante

as férias de Angélica, no fim da tarde, no início

deste ano. �

“Malhação” - A nova temporada estreia dia13 de agosto, às 17h30, na Globo

Inside

Caixinhadelembranças

“Quando me ligaram, nem

acreditei. Achei que era trote”,

diz André Marques, quando

soube do convite para voltar ao

personagem que o lançou na

televisão nos anos 1990

Luiz

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TV - 16 / São José do Rio Preto, 5 de agosto de 2012 DIÁRIO DA REGIÃO

Page 17: Bem estar  05-08-12

Aos80anos, odiretorReynaldo Boury anima-se coma repercussão da versãonacional de“Carrossel”, do SBT

TV Press

Reynaldo Boury chegou a

pensar que sua relação com a te-

vê já tivesse chegado ao fim.

Em 2000, o diretor de clássicos

como “Sinhá Moça”, de 1986, e

“Tieta”, de 1989, foi aposenta-

do pela Globo. Passou uma dé-

cada longe das novelas brasilei-

ras até que surgiu o convite pa-

ra assumiu a direção de teledra-

maturgia do SBT. “Foi um so-

pro de vida! Eu sentia muita fal-

ta de trabalhar. Teledramatur-

gia é a única coisa que sei fa-

zer”, conta o diretor-geral do

“remake” de “Carrossel”. Aos

80 anos, sendo 58 dentro dos es-

túdios – ele estreou como auxi-

liar de câmara na extinta Tupi,

em 1954 – Boury exibe expe-

riência e fôlego ao analisar sua

trajetória e indicar os rumos da

teledramaturgia do SBT, incen-

tivada pelo atual sucesso da ver-

são brasileira da trama infantil.

“Vamos investir em mais pro-

duções para jovens e crianças.

A violência domina a tevê. ‘Car-

rossel’ surge como uma boa op-

ção”, acredita o diretor, natural

de São Paulo.

Com pouco mais de dois me-

ses de exibição “Carrossel” deve fi-

car no ar até os 300 capítulos. Nada

que intimide Boury que, entre seus

feitos na tevê, dirigiu a novela de

maior duração da história da tele-

dramaturgia nacional: “Reden-

ção”, de 596 capítulos, exibida pela

TV Excelsior, em 1966. “O impor-

tante é ter uma história envolvente

e equilíbrio por trás dos bastidores.

Estamos trabalhando com cerca de

20 crianças. É necessário respeitar

o horário delas e manter a qualida-

de técnica ao longo da produção”,

analisa.

Pergunta - A versão nacio-

nal de “Carrossel” não chegaa ter a repercussão da trama

original – exibida pelo mesmo

canal, em 1991, quando inco-

modou a audiência do “Jornal

Nacional” e da novela “O Do-

no do Mundo”, da Globo –, e

tem média de 12 pontos no

ibope. O resultado está den-

tro do esperado?

Reynaldo Boury - Claro! Eu

esperava menos (risos). O SBT

sempre esteve no segundo lugar e

sentia-se muito bem assim. Perder

o posto para a Record foi um golpe

paraa emissora. Atualmente, “Car-

rossel” conseguiu a vice-liderança

no ibope, chamou uma fila de

anunciantesparaohorárioerevigo-

rou nossa vontade de fazer mais te-

ledramaturgia. Os tempos são ou-

tros, a equipe não esperava

que a versão brasileira repe-

tisse os números alcançados

no início dos anos 90. A pre-

visão era ficar entre sete e oi-

to pontos. Passar disso com

folga e tranquilidade é muito

bom.

Pergunta - Você assina a

direção-geral da novela, mas

não costuma dirigir cenas

que envolvem muitas crian-

ças. É difícil para você lidar

com o elenco infantil?

Boury - Não tenho mais idade

para manter a disciplina de 20

crianças em fase de superatividade

(risos). Tenho dois diretores auxi-

liares que têm mais intimidade

com o elenco do que eu. Eles ficam

no estúdio. Da minha sala, dou os

comandos da cena. Quando algo

saierrado,voulápessoalmenteedi-

go o que quero. O trabalho funcio-

na muito bem assim. Não é a pri-

meira vez que trabalho com crian-

ças, mas em “Sonho Meu” (1993)

eram apenas cinco. Aos 80 anos, a

gente fica um pouco mais impa-

ciente (risos).

Pergunta - Este ano você

completa 58 anos de televi-

são. É possível eleger o mo-

mento mais marcante de sua

trajetória?

Boury - São vários. Mas como

só posso citar um, vou evitar a nos-

talgia e apostarem um fatorecente.

Em 2000, a Globo me aposentou e,

pelos serviçosprestados aocanal ao

longo de quase 30 anos, me ofere-

ceu uma boa pensão vitalícia. Mas

souumvelhomalucoqueadoratra-

balhar. É claro que o dinheiro inte-

ressa, mas não consigo ficar para-

do. Acabei aceitando convites ex-

tras, auxiliando afiliadas da Globo,

produzindo novelas em Angola,

projetos que duraram pouco tem-

po. Em 2010, estava de pijamas em

casa, no ócio criativo e recebi uma

ligação do autor Tiago Santiago

me chamando para trabalhar em

“Amor&Revolução”.Depoisdefi-

car parado tanto tempo, foi uma

emoçãomuito forte voltar adirigir.

Pergunta - “Amor e Revolu-ção” não obteve a repercus-são esperada. Como você lidacom os sucessos e fracassosde sua carreira?

Boury -Tentoencararostraba-

lhos de maior e menor repercussão

da mesma forma. É claro que uma

novelacombomíndicesdeaudiên-

cia deixa o clima dos bastidores

mais leve, sem pressão. Mas essa

questão do êxito é sempre relativa.

Já dirigi grandes sucessos, mas

que não me davam prazer em

trabalhar. Enquanto me di-

verti muito realizando tra-

mas de menor apelo popular,

como é o caso da novela que

fiz com o Tiago. Dirigi mui-

tas novelas na Globo. E

aprendi que é preciso respei-

tar o seu contrato com a

emissora. E isso significa en-

carar qualquer tipo de traba-

lho. Nem sempre apareceuma

“Tieta” (1989) na vida de um dire-

tor de tevê.

Pergunta - Como assim?Boury -Anovelatinhatudopa-

radarcertoefoialémdasexpectati-

vas. Sinto muito orgulho desse tra-

balho.Osatoresestavam totalmen-

te empenhados. Dos protagonis-

tas aos secundários, todos mui-

to afinados com seus persona-

gens. Os autores nunca atrasa-

vam o texto, coisa rara em se

tratando de novelas. E a partir

do sucesso, se tornou clássica. �

“Carrossel” – SBT – de

segunda a sexta, às 20h30

Cinco Perguntas

SEM LARGAR O OSSOPedro Paulo Figueiredo/Divulgação

“Não tenho

mais idade

para manter a

disciplina de

20 crianças

em fase de

superatividade”,

brinca

Reynaldo

Boury, 80

anos, diretor

de “Carrossel”

DIÁRIO DA REGIÃO São José do Rio Preto, 5 de agosto de 2012 / 17 - TV

Page 18: Bem estar  05-08-12

Falta consistência na trama central de “Avenida Brasil”. Ação da mocinha

às avessas falha ao não ter perspectiva em seus planos de vingança

TV Press

João Emanuel Carneiro tem

uma história instigante nas

mãos com sua “Avenida Bra-

sil”. Mas faltou densidade à tão

esperada vingança de Nina, in-

terpretada por Débora Fala-

bella, o que pode esvaziar a so-

brevivência da trama principal.

Em seu “momento algoz”, a

ação da mocinha às avessas fa-

lha ao não ter perspectiva em

seus planos de vingança contra

a carrasca de sua infância, Car-

minha, vivida por Adriana Es-

teves. Após a volta da família

de Tufão, interpretado por Mu-

rilo Benício, do exílio em Cabo

Frio, Nina não terá espaço para

continuar maltratando Carmi-

nha. A única solução será ten-

tar controlar os atos da vilã. O

que pode deixar tal vingança - e

a ação - estagnada.

O tenso embate entre as

duas, aliás, nem faz muito senti-

do. Em sua vingança, o prazer

de Nina é repetir os maus tra-

tos que Carminha havia feito

com ela. Entretanto, foi a pró-

pria Nina que decidiu se sub-

meter à condição de serviçal ao

se infiltrar na casa da inimiga

como empregada, mesmo ten-

do dinheiro para realizar ou-

tras estratégias. A vingança de

Nina parece inconsistente e

contraditória para uma perso-

nagem que se apresentou tão re-

voltada desde o início. Além

disso, a personagem de Debo-

ra Falabella não tem nenhu-

ma outra prova contra Car-

minha além das fotos em que

a vilã está com seu amante

Max, vivido por Marcelo No-

vaes. Nina parece uma ama-

dora ao subestimar a rival.

Com as atenções voltadas

para essa nova fase, outros nú-

cleos começam a fazer figura-

ção. A monótona e entediante

trama de Cadinho teve sua par-

ticipação reduzida drasticamen-

te. Nem a entrada da veterana

Betty Faria conseguiu dar gás e

movimentação à história

poligâmica. A função do nú-

cleo encabeçado por Alexan-

dre Borges era ser um alívio

cômico da novela diante de

tantas situações pesadas de

vingança. Mas também per-

deu espaço para história en-

tre Leleco e companhia, vivi-

do por Marcos Caruso.

Sobra até para quem come-

çou na trama principal. Exem-

plo disso é a apagada participa-

ção de Marcelo Novaes duran-

te a maior parte dos capítulos.

Seu personagem, que antes fi-

cava atrás de Carminha, agora

está sob o controle de Nina.

Assim como Lucinda e Nilo,

interpretados respectivamen-

te por Vera Holtz e José de

Abreu, dois experientes ato-

res que foram quase esqueci-

dos diante do embate entre as

protagonistas.

Com uma nova trama se re-

desenhando, João Emanuel

tem recursos para evitar a mo-

notonia de antes. A persegui-

ção entre Carminha e Nina po-

de ainda vir a ser o filão da no-

vela, mas não deve ser exausti-

vamente explorada. E deman-

da mais consistência. �

“Avenida Brasil” - De segunda

a sábado 21 h, na Globo.

Crítica

TAPA BURACOS

Cauã

Reymond e

Debora

Falabella em

cena de

“Avenida

Brasil”:

vingança de

Nina parece

inconsistente

Divulgação

TV - 18 / São José do Rio Preto, 5 de agosto de 2012 DIÁRIO DA REGIÃO

Page 19: Bem estar  05-08-12

Record aposta alto com transmissão de Jogos Olímpicos e conquista audiência

TV Press

Certos hábitos são difíceis

de superar. Não foi por outro

motivo que Ana Paula Padrão

confundiu-se semana passada

e, em plena transmissão dos Jo-

gos Olímpicos pela Record, avi-

sou ao telespectador que ele es-

tava assistindo ao “Jornal da

Globo”. Em grande parte, tam-

bém é o hábito que garante

uma audiência inercial para a

Globo. Depois de quatro déca-

das na liderança, é muito difí-

cil romper com o costume e li-

gar o televisor em outro canal.

Por isso os investimentos

milionários da Record para su-

perar a tradição. Os gastos mi-

ram especialmente em esporte,

pois pelo time do coração o tor-

cedor é capaz de realizar o su-

premo esforço de mudar de

emissora. As brigas têm sido

boas, especialmente pelos direi-

tos de transmissão do

Brasileirão e dos campeonatos

estaduais de futebol que, no

ano passado, ficaram com a Glo-

bo até 2014. Estima-se que o va-

lor dos próximos contratos po-

de encostar na casa do bilhão

de reais por ano.

No caso de Londres, a Re-

cord teria pagado cinco vezes

mais do que a Globo desembol-

sou pela Olimpíada de Pequim.

Até agora valeu a pena. Primei-

ro porque é a primeira vez que

a Globo não exibe uma Olim-

píada. Depois pelo ibope. A

abertura dos Jogos teve razoá-

vel audiência na sexta, mas

abaixo da rival. No fim de sema-

na, venceu na manhã de sábado

e ficou encostada na rival du-

rante a tarde de domingo.

Declarações oficiais das

emissoras no “Jornal da Re-

cord” e no “Jornal Nacional”

sobre como seriam as trans-

missões dos Jogos deixaram

claro a importância do espor-

te na estratégia das concor-

rentes. Tanto que, para não

ter de exibir a logomarca da

Record em suas notícias so-

bre a Olimpíada, a Globo pre-

feriu pagar à OBS (Olympic

Broadcast Services) por um

serviço que teria de graça.

Uma pena que tamanho in-

vestimento não tenha ainda se

transformado, por parte da Re-

cord, em uma transmissão

mais apurada. Na abertura dos

Jogos, os comentários dos locu-

tores sobre o espetáculo dirigi-

do pelo cineasta Danny Boyle

foram aquém do conhecimento

médio de um fã de “rock’n’

roll”. E, comparada à Sport

TV, canal por assinatura que

também transmite a Olimpía-

da, faltou mais informação so-

bre alguns esportes olímpicos.

Como ainda resta uma semana

para os Jogos terminarem, a dis-

puta promete engrossar. �

Ponto de Vista

BATALHA DO ESPORTEAna Paula Padrão: na semana passada, ela confundiu-se durante transmissão dos Jogos pela Record e avisou ao telespectador que ele estava assistindo ao “Jornal da Globo”

Divulgação

DIÁRIO DA REGIÃO São José do Rio Preto, 5 de agosto de 2012 / 19 - TV

Page 20: Bem estar  05-08-12

Novelas mostram enriquecimento

súbito de personagens como

válvula de escape da realidade

TV Press

As novelas costumam refletir

algumas situações e dilemas da so-

ciedade. Não é à toa que a mobili-

dade social é um dos aspectos

mais recorrentes nas tramas. Di-

versas histórias abordam o enri-

quecimento repentino de perso-

nagens, seja por herança ou sor-

te, o que gera um sentimento

de identificação dos telespecta-

dores. Isso ocorreu recentemen-

te em “Fina Estampa”, da Glo-

bo, e “Vidas em Jogo”, da Re-

cord, onde os protagonistas ga-

nharam na loteria. E, atualmen-

te, na bem-sucedida “Cheias de

Charme”. A ascensão repenti-

na das três empregadas pelo su-

cesso artístico denota também

uma espécie de loteria na tra-

ma. Ou seja, o assunto sempre

produz tramas que fazem o pú-

blico sonhar. “Cada telespecta-

dor se coloca no lugar do perso-

nagem e se pergunta: ‘O que eu

faria se enriquecesse da noite

para o dia?’. Isso mexe com os

desejos mais latentes de uma so-

ciedade que está em franco cres-

cimento econômico”, argumen-

ta o doutor em Teledramatur-

gia Brasileira e Latino-america-

na pela USP, Mauro Alencar.

A mobilidade social pode alte-

rar a imagem de alguém dentro

da sociedade. As pessoas come-

çam a se olhar e enxergar os ou-

tros de formas diferentes. “É per-

ceptível que as coisas ficam mais

fáceis quando se é rico. A ima-

gem é tudo hoje em dia. O teles-

pectador procura sonhar a partir

daquela imagem construída”,

aposta Aguinaldo Silva, autor de

“Fina Estampa”.

Antes reservadas a papéis se-

cundários ou sem grande impor-

tância, as empregadas alcança-

ram espaço de protagonistas em

“Cheias de Charme”. Na trama

de Filipe Miguez e Izabel de Oli-

veira, as domésticas de Taís Araú-

jo, Isabelle Drummond e Lean-

dra Leal obtiveram sucesso

através de um vídeo postado na

internet. A partir de situações

raras como estas, o público con-

segue traçar uma linha de iden-

tificação para sonhar e se proje-

tar. Mas, segundo alguns auto-

res, não é necessariamente a os-

tentação da riqueza súbita que

atrai a audiência. “O público

não cansou de ver histórias

boas. Mas o povo brasileiro es-

tá em um momento em que es-

tá muito feliz com ele, vaidoso,

está gostando de se ver”, avalia

Izabel, pontuando um dos mo-

tivos de ter três domésticas no

eixo central da trama. De acor-

do com a antropóloga e profes-

sora da PUC-Rio, Sônia Giaco-

mini, o público não credita ape-

nas ao sucesso a identificação

de grupos sociais a certos nú-

cleos da novela, mas sim às his-

tórias instigantes. “Sempre há

o núcleo pobre e o núcleo aris-

tocrático. Essa abertura social é

essencial para fecundar a imagi-

nação das pessoas a se move-

rem socialmente”, analisa.

A herança inesperada é ou-

tro recurso muito utilizado na

teledramaturgia para justificar a

ascensão social repentina. É bas-

tante comum personagens serem

agraciados com grandes quantias

de dinheiro de parentes que nun-

ca ouviram falar ou que reapare-

cem depois de anos. É o caso do

papel de Gabriel Braga Nunes

em “Amor Eterno Amor”. Na tra-

ma de Elizabeth Jhin, o persona-

gem Rodrigo descobre que é o

único herdeiro de uma grande

fortuna deixada pela mãe biológi-

ca. “O dinheiro não mudou a es-

sência do personagem, mas ele

passou a ter outro comportamen-

to, um figurino mais sóbrio, ficou

mais sofisticado e usou esse di-

nheiro que surgiu para ajudar as

pessoas”, explica Gabriel.

Outra forma bastante utiliza-

da para alterar a vida de algum

personagem é a loteria. Em “Fina

Estampa”, Aguinaldo Silva utili-

za o enriquecimento repentino

de Griselda, vivida por Lília Ca-

bral, como artifício para modifi-

car completamente um persona-

gem em um curto espaço de tem-

po. “Manter a simplicidade aju-

dou a Griselda a fazer tanto suces-

so com o público. É como se,

mesmo sem ganhar na loteria,

o telespectador pudesse se ver

ali. Funciona como um espe-

lho de projeção social para

Circuito Interno

RODA DAFORTUNA

TV - 20 / São José do Rio Preto, 5 de agosto de 2012 DIÁRIO DA REGIÃO

Page 21: Bem estar  05-08-12

quem assiste”, deduz o autor.

A incerteza da loteria dá subsí-

dios para que os telespectadores

possam sonhar a partir dessa his-

tória. “Todo mundo pode ganhar

na loteria. E a ficção tem de ser

instigante e atiçar o sonho das

pessoas. O público busca uma

emoção e vivencia o que a realida-

de nem sempre permite”, afirma

Sônia. Caso semelhante ocorreu

na novela “Vidas em Jogo”, da Re-cord. Na trama de Cristianne Fri-dman, 10 amigos pobretões ga-nham na loteria o prêmio de R$200 milhões. Nesse caso, no en-tanto, a história tem umaconotação social ao mostrar quecada um deles só poderá ter aquantia integral do prêmio apóscumprir metas, como ser menosavarento ou dar mais atenção aosfilhos, por exemplo.

Na novela “Corrida do Ouro”, de 1974, cinco personagensrecebiam uma grande quantidade de dinheiro como herança deum excêntrico milionário. Mas, para usufruir o ganho,precisavam cumprir certas imposições do testamento

O personagem Baltazar, de Alexandre Nero, virou motoristade Crô, interpretado por Marcello Serrado, após o mordomoherdar parte da fortuna deixada pela patroa Tereza Cristina, deChristiane Torloni, em “Fina Estampa”

Ao saber que seu personagem iria ganhar na loteria em“Aquele Beijo”, Raoni Carneiro também decidiu fazer umaaposta. O ator resolveu jogar e foi sorteado com o tímidoprêmio de R$ 682,09

Para promover a novela “Vidas em Jogo”, a Record fez umachuva de notas falsas e verdadeiras nas ruas Uruguaiana e Setede Setembro, no Centro do Rio de Janeiro

Dinheirofácil

Instantâneas

Por diversas vezes, a

ética e a moral são postas

em debate nas telenove-

las. Como no caso de “Pe-

cado Capital”. A trama

original, escrita por Jane-

te Clair em 1975, e adapta-

da por Glória Perez em

1998, traz o personagem

Carlão no centro de um di-

lema quando ele se apro-

pria de uma mala de di-

nheiro, fruto de um roubo

a banco. Nesse caso, quan-

do o telespectador se pro-

jeta na história, esbarra

com julgamentos éticos e

se envolve de forma ainda

mais opinativa. “Esse te-

mas são retratos da cultu-

ra brasileira. O telespecta-

dor valoriza de forma posi-

tiva ou negativa. Ele pode

até se ver naquele papel,

mas vai partir mais para a

acusação dos outros”,

aponta a antropóloga

Sônia Giacomini.

Já em “Cobras & La-

gartos”, escrita por João

Emanuel Carneiro, o ma-

landro Foguinho, perso-

nagem de Lázaro Ramos,

recebe uma herança que

não era destinada a ele.

Mesmo sabendo que aque-

le dinheiro não lhe perten-

cia, não hesitou em aceitá-

lo. “O personagem era co-

mo se fosse uma caricatu-

ra do Brasil. Ele era o típi-

co esperto que só queria

se dar bem. Um canalha,

mas com delicadeza e sim-

patia. É por isso que ele

fez sucesso. O povo se

identificou com essa pose

de anti-herói. O que ele fa-

zia não tinha uma malda-

de carregada”, defende

Lázaro. Para Sônia, em al-

guns casos, a ficção conse-

gue abordar a desejada as-

censão social e os reflexos

desse desejo na sociedade.

“Essa malandragem do

personagem é recorrente

na cultura brasileira. A

ideia do jeitinho brasilei-

ro e deter de ser dar bem a

qualquer custo é uma rea-

lidade para todos. É crível

existir uma trajetória pare-

cida”, conclui. �

DIÁRIO DA REGIÃO São José do Rio Preto, 5 de agosto de 2012 / 21 - TV

Page 22: Bem estar  05-08-12

MALHAÇÃO - 17H50

Segunda-feira - RosárioePenhaembar-camsemCidaparaoshow.CidaeCon-rado são fotografados juntos no aero-porto. Inácio convida Dinha para ficaremsuacasa. Isadora fica irritadaaoveras fotos do marido com Cida na inter-net. Tom diz para as Empreguetes queSocorrovaicantarnolugardeCida.San-dro perde o carro. Chayene proíbe So-corro de cantar com as Empreguetes.Cida chega apressada ao local doshow. Conrado garante a Elano que vaireconquistarCida.Terça-feira - Laércio avisa Chayene queHumbertonãoconseguiu impedir queoreality show fosse ao ar. Dinha fala de

Rosário e Inácio a repreende. Conradoe Elano pensam em Cida. Inácio sonhacom Rosário e se surpreende ao ver Di-nha. Messias se emociona com a soli-dariedade dos condôminos do Casa-grande. Penha se preocupa com San-dro.PenhaavisaaLygiaqueSamuelsu-miu e a advogada se desespera. Doispoliciais chegam para prender Sandro.Rodineidecide irparaBerlimcomLiara.Quarta-feira - Samuel convence Gilsona lhedaraulasdesurfe.Niltinhose insi-nuapara Isadora. LiaraeRodineiprepa-ram a viagem para Berlim. Penha deci-devoltarparaoRiodeJaneiro.Chayenemanda Laércio contar para Eloy a notí-

ciadequeSandrofoipreso.Tomdesco-bre que o DVD do show das Empregue-tesfoipirateado.SandroconfessaaEla-no que pegou o DVD. Cida chega deviagem e Sônia repreende Isadorapor discutir com ela. Conrado arru-ma emprego como vendedor deuma loja de sapatos.Quinta-feira - PenhapensaemmanterSandro na cadeia. Rosário afasta Tom.GilsondeixaSamuel ficar emsua casa,e ele dá notícias para a mãe. Rosáriopensa em Inácio. Conrado pede novachance para Cida. Sandro lamenta tererrado com Penha. Gilson percebe o in-teresse de Samuel em Bebel. Rosário

decide ir à comemoração do bufê. Wal-mir fala que Sandro poderá ter regaliasna cadeia em troca de favores paraseus amigos. Inácio fica encantado aoverRosáriona festado bufê.Sexta-feira - Gilson não reconhece Ly-gia.SamuelsaiparaumbarcomBebel.Dinhareagecomdespeitoaoverotrata-mento que Romana dá a Rosário. Patri-ck se revolta com Penha. Ariela propõeemprego a Gracinha. Isadora e Niltinhose beijam. Samuel se irrita ao ver Lygiana casa de Gilson. Dinha mostra paraRosário que está namorando com Iná-cio. Lygia conta para Gilson a verdadesobre Samuel. Inácio vê Rosário indo

embora. Inácio rejeita Dinha. Samuelvolta para casa. Rosário pensa em Fa-bian.Sábado - Sandro pede para Elanodefendê-lo no caso do roubo do DVDdas Empreguetes. Gilson e Samuel co-meçam a se entender. Fabian fica ani-madoaosaberqueRosáriosedeclarouuma ‘fabianática’ para os jornalistas.Isadora vê Conrado admirando Cida erepreende o marido. Cida conta para aimprensaqueé filhadeSarmento.San-dro procura emprego. Samuel e Lygiaseacertam.PenhachamaOttopara jan-tar em sua casa. Inácio namora Dinha.Rosáriose encontra com Fabian.

AVENIDA BRASIL - 21H00

AMOR ETERNO AMOR - 18H15

Segunda-feira - Jorginho não conse-guenenhumainformaçãocomSantia-go. Ele fala para Lucinda sobre a visi-ta do filho de Tufão. Suelen exige queRoni se empenhe no futebol. Olenkatenta defender Monalisa na reuniãoda diretoria do Divino. Roni tenta seaproximar de Leandro. Olenka e Silasdiscutem por causa de Monalisa. Elapede perdão à amiga. Max não aten-de o telefonema de Carminha e elase irrita. Alexia apressa Cadinho paracumprir o horário estipulado no con-trato com Verônica. Jorginho entra nacasa de Santiago.Terça-feira - Leleco manda Tessália irao baile com Darkson. Roni reclama

ao ver Leandro dançando com Bever-ly.Darkson beija Tessália ese declaraparaela.Leleco recebeMuricyemsuacasa.Suelen,Ronie Leandrodançamjuntos. Leleco esconde a ex-mu-lher debaixo da cama e faz uma de-claração de amor para Tessália.Verônica se recusa a aceitar Mo-nalisa como sua vizinha. Cadinhochega atrasado à casa de Noêmiae reclama do café da manhã.Olenka termina com Silas. Jorgi-nho procura Lucinda. Carminha fo-ge de casa e Nina vai atrás dela.Quarta-feira -Muricy estranha o desa-parecimento de Nina, depois de elatersaídoparaprocurarCarminha.Ze-

zé acusa Janaína de ser cúmplice deNina. Carminha sofre um acidentede carro. Leleco quer se encontrarcom Muricy e marca novo encontrocoma ex-mulher. Ágata sofre e Tufãoa conforta. Dolores exige se casarcom Diógenes. Silas e Darkson seconsolam. Olenka e Monalisa rea-tam a amizade.Quinta-feira - TufãoficasabendoqueocarrodeCarminha foi encontrado eNi-na se preocupa. Cadinho reclama docontrato que fez com Alexia, Verônicae Noêmia. Tufão descobre que Carmi-nha esteve em um bar próximo ao lo-cal onde o carro foi encontrado. Lucin-da avisa Tufão que Carminha está no

depósito de lixo. Tufão pede para Mo-nalisa não se mudar do Dinivo. Nilo éexpulsodoflate jurasevingardeNina.Tufãoe famíliadiscutemumapossívelinternação de Carminha. Nilo revela àCarminhaqueNina ficoucomodinhei-ro dosequestro.Sexta-feira - Carminha tenta conven-cerNiloa ficardoseu lado.Max telefo-na para Nina. Tufão flagra Carminhadandoseusobjetos,comoroupasere-lógioparaNilo.CarminhaconfrontaNi-na.JorginhoeTufãosaemparaconver-sar. Alexia avisa a Cadinho que elesvão sair com Verônica e Noêmia. San-tiago se preocupa em deixar Nilo sozi-nho com Lucinda. Roni conversa com

Diógenes sobre Dolores. Leandro ten-taseduzir Suelen. JanaínaouveMaxeNinaconversando.Sábado - Janaína comenta com Zezéque está desconfiada de Nina. Jorgi-nho pede que Lucinda conte o que Ni-natemcontraamãe.JanaínadestrataNina e Zezé fica satisfeita. Max re-preende Nina por sua vingança contraCarminha. Jorginho fica com ciúmesde Débora. Nilo segue Max até o localondeguardaoseubarco,eoavisapa-ra se afastar de Carminha enquanto étempo. Tufão mente sobre Muricy pa-ra Adauto. Carminha tenta se contro-larnafrentedeTufão.Jorginhoassisteaum jogodePicolé no colégio.

Segunda-feira -Elisaencontraacon-cha que Rodrigo perdeuno rio e elese impressiona. Beatriz decide nãoir à polícia. Elisa e Fernando elabo-ram um plano. Miriam conta paraRodrigo que o computador de Bea-triz foi invadidoporumhacker.ElisapegaoaneldoMarajánagavetadoquarto de Rodrigo. Laís fica anima-da ao ver as fotos antigas de seupai. Priscila volta para casa e se re-conciliacomLaura.Pedrodescobremais uma pista sobre o sequestrodeRodrigoeDimas ficanervoso.Terça-feira - Miriam fica desnortea-da ao ver o anel no dedo de Elisa ea destrata. Pedro tenta tranquilizar

Miriam. Com ciúmes, Valéria atra-palha a gravação de comercial deJosué.Jaciravoltadeviagemequersaber notícias de Tobias. Angélicacomeçaaserecuperar.Lauraconvi-da Gil e Débora para sair com ela eHenrique. Priscila destrata Dimas.Laís vê Julinho beijando outramenina e fica arrasada. Miriamreclama por Rodrigo ter dado oanel para Elisa.Quarta-feira - Elisa mente para Ro-drigoeodeixa confuso.Henrique fi-caanimadocomaideiadesaircomGil e Débora. Priscila diz a Miriamque não acredita na história doanel. Rodrigo encontra uma antiga

foto de Salvador Borges e fica intri-gado. Valéria e Josué se beijam.Zenóbio influencia Melissa e a fazsair de casa. Clara implora para Mi-riam levá-la à casa de Rodrigo. Me-lissa anda por entre os carros, des-norteada com a influência deZenóbio.Quinta-feira -ClarapedeaRodrigoacaixinha de música. Melissa amea-ça Elisa. Dimas reza pedindo prote-ção ao filho. Elisa chega à mansãoatordoadaecontaaRodrigoqueSo-lange está com uma doença termi-nal. Lexor envia Seth para ficar per-to de Zenóbio. Fernando fica empéna frente de Miriam e finge estar

surpreendido. Valéria reclama comJosué por ter descumprido sua pro-messa. Elisa vê a foto antiga queRodrigo achou. Marlene e Eduardodiscutem.Sexta-feira - Rodrigo conta para Te-resaarevelaçãoqueElisafezsobreSolange. Verbena aparece no so-nho de Melissa. Gil leva Jáqui parao encontro com Henrique e Laura.Elisa fotografa o antigo retrato queRodrigo encontrou e mostra paraMelissa. Gil e Laura estranham aafinidade repentina entre HenriqueeJáqui.MiriampedeparaBeatriz fa-zer uma sessão de regressão comela.ClaracontaseusonhoparaRo-

drigo. Priscila revela para Rodrigoque é filha de Dimas. Juliana ficacom ciúmes dos elogios que Brunofazpara Cris.Sábado - Dimas pede para Jucamanter sigilo sobre o sequestro deRodrigo.GracinhaeJacira implicamcom Valéria por ter beijado Josué.Beto revela para Juliana que Brunojá foi apaixonado por Cris. Miriamse recusa a falar com Pedro sobreRodrigo e Elisa. Elisa leva Solangepara falar comRodrigo. Tobiase Ja-cira se encontram e ela passa mal.Laís fica triste ao saber que Julinhofará um intercâmbio. Bruno beijaCris.

Segunda-feira - Babi conta para Guidoque beijou Betão e ele vai embo-ra magoado. Isabela incentivaFabiano a voltar com Laura.Moisés se anima ao saber queGabriel lutará na final do cam-peonato. O rapaz vê Alexia e Ga-briel aos beijos. Carmem con-versa com Ziggy sobre sua ado-

ção. Moisés decide chantagearuma das meninas da academiade Gabriel. Cristal tenta se man-ter firme em seu depoimento edefende a sua inocência. Elatem um ataque de fúria ao ver afoto de Alexia e Gabriel juntos.Terça-feira - Luísa aceita ajudarMoisés a prejudicar Gabriel na luta, e

Janjão ouve tudo. Maria seduz Betão.Guido e Babi fazem as pazes. Jeffer-son e Dieguinho entregam a chave deuma nova casa para Aparecida. Fabia-noeCarmempartemparaoaeroportona busca pelo filho. Fôjo avisa aMoisésquenãovai secandidatar. Isa-bela chama Jefferson para sentar per-todela, eDébora seanima.

Quarta-feira -GabrieldecidedenunciarMoisés e pede que Janjão e Luísa se-jam testemunhas. Moreira aconselhaMoisés a fugir. Cristal afirma que vaisevingardeAlexia. Laurasepreocupapor causa de Fabiano. Moreira orientaCristal a descobrir um médico queateste sua insanidade após a perdado bebê. Laura e Fabiano se decla-

ramumparaooutro.Moiséspegadi-nheiro na ONG e foge. Gabriel e Ale-xia encontram Beatriz desmaiada.Quinta-feira - Até o fechamento destaedição, a emissora não divulgou o re-sumodocapítulo.Sexta-feira - Até o fechamento destaedição, a emissora não divulgou o re-sumodocapítulo.

Resumo das novelas

CHEIAS DE CHARME - 19H15

GLOBO

TV - 22 / São José do Rio Preto, 5 de agosto de 2012 DIÁRIO DA REGIÃO

Page 23: Bem estar  05-08-12

Segunda-feira - Marcelina diz às ami-gas que Mário levou Paulo para o maucaminho. Natália revela que se livroude Rabito. A madrasta afirma que nãosuporta Mário. Rabito está solto pelasruasequaseéatropelado.Márioentraem sua casa e não encontra o cachor-ro. Natália revela que colocou Rabitopara fora. Pauloe Cirilo contama Hele-na que a madrasta de Mário colocou ocachorro para fora de casa. Rafael pe-gaakombi esai comosmeninos paraprocurar Rabito. Miguel flagra MariaJoaquina destratando Joana. Miguelfaz Maria Joaquina pedir desculpa aJoanana frente dasamigas.

Terça-feira - As meninas encontramuma ONG que recolhe os animaisabandonados.Valériacomentaquepo-deser a carrocinha.Rabito aparecenaEscolaMundial e Firmino o reconhece.Rafael atropela um ciclista. Firmino le-va Rabito até a casa de Mário. MariaJoaquina se arrepende das humilha-çõesquefezCirilopassar.LauraeValé-riaencontramFirminonaruacomRabi-to. Laura telefona para Maria Joaquinaecontaque Rabito foi encontrado. Má-rio reencontraRabito. Jaimepedeparao pai deixar Mário e Rabito dormiremem sua casa. Cristina aconselha Hele-naa arrumar um namorado.

Quarta-feira - Rafael aceita a propostade Jaime e pede para o filho avisar ospais de Mário. Mário deixa um bilheteinformandoaseupaiquevai dormirnacasadeJaime.ValériaafirmaqueelaeDavi vão se casar. Germano encontrao bilhete do filho e diz a Natália que ocasamentodelesnãotemmais futuro.MárioafirmaaPauloeKokiquenãovaiparticipar do plano contra Maria Joqui-na,poiselaoajudou.Aprofessoracon-ta que a redação de Mário foi eleita amelhor da sala. Rafael vai à escola.Germano descobre que Mário dormiunacasade Rafael. Os dois discutem.

Quinta-feira - Maria Joaquina terminaprimeiro o exercício de matemática epassao resultado paraMarcelina, queespalhaparaosoutrosalunos.Germa-novaiàescolaparasaberseMárioes-tá mesmo na aula. Mário afirma quenão volta para casa sem Rabito. Ger-mano diz a Helena que não tem cabi-mento Mário ter deixado um bilhete,sem avisar onde dormiu. A professoradiz a ele que o comportamento de Má-rio mudou para melhor depois que eleencontrouocachorro.Germanodesco-bre que Mário dormiu na casa de Ra-fael.Os dois discutem.

Sexta-feira - Rafael aconselha Germa-no a não tirar Rabito de Mário. Paulo eKokimoto marcam encontro na frenteda casa de Maria Joaquina para reali-zar o plano de vingança. Germano afir-ma a Natália que os dois precisam to-mar uma decisão definitiva. Maria Joa-quina recebe uma cesta de presentescom cartão em nome de Daniel. Ger-mano diz a Natália que Mário vai vivercom o Rabito na casa. Maria Joaquinalava os cabelos com o xampu que su-postamente ganhou de Daniel. Os ca-belos da menina ficam secos, rebel-des, arrepiados.

Segunda-feira - Geraldine diz que vaipara o Nepal e que só voltará quandoMário esquecê-la. Marco Antônio con-vida Mirella para sair. Eliza diz a Valé-ria que não desistirá de seu grandeamor. Otávio (Martim) exige de BigBlond teste de DNA para comprovarque o menino é realmente Tavinho.Décio tenta reconquistar a confiançadeMaria.Elvira filmaTavinhoapedidodeBigBlondepressionaocasalBena-ro. Evaldo e Toga pressionam ogeólogo,querevelaquea fazendaéri-

ca em nióbio puro. Evaldo diz a TogaqueelesprecisamfalarcomBigBlondomais rápido possível.Terça-feira - O geólogo pede dinheiroparaEvaldoeTogaemtrocadeumre-latóriocompleto.Togarepassaopedi-do a Big Blond, que autoriza. Otávio(Martim) tenta beijar Eliza, mas ela re-cua.DéciopedeajudaaTôniaparasecurar do amor doentio que sente porMaria. Martim (Otávio) pressiona Otá-vio (Martim) para vender a fazenda.Maria diz a Otávio (Martim) e a Eliza

que só quer ter Tavinho de volta. BigBlond permite que Maria veja o meni-no. Otávio (Martim) teme que sejamais um jogo de tortura de Big Blond.Maria corre para o menino e diz a to-dosqueaquele éoseu filho.Quarta-feira - Otávio (Martim) e MariaseemocionamaoverTavinho.Elizate-me o encontro. Big Blond diz a Elizaque ela deve convencer Otávio (Mar-tim) a vender a fazenda. Otávio (Mar-tim) exige de Big Blond um exame deDNA.Big manda Fausto pegar a crian-

ça de volta. Régis e Letícia conhecema fazenda e Evaldo reclama do namo-ro. Eliza vai à casa de Valéria e contaquenãopodemais lutar por seumari-do.Mariatentadescobrirqualdosme-ninosémesmoseu filho.Otávio (Mar-tim) e Eliza ficam preocupados comMaria.MariapedeajudaaOtávio(Mar-tim), que aabraça.Quinta-feira -CalpúrniadizaTôniaqueZezé está cada vez mais descompen-sada. Décio se emociona ao falarcom Tônia sobre o amor doentio quesente por Maria. Tônia se assusta ao

encontrar com Johnny, e o apresentacomo seu ex-marido a Décio. BigBlondpedequeLaís leveTavinhoàclí-nica para o exame de DNA. Eliza diz aOtávio(Martim)quevaideixaraorgani-zação.JohnnypressionaDécioeman-da que ele se afaste de Tônia. Otávio(Martim) e Maria tentam identificarquem é o verdadeiro Tavinho. Eliza seressente ao ver os dois. Otávio (Mar-tim) procurapor Eliza, sem sucesso.Sexta-feira - Até o fechamento destaedição, a emissora não divulgou o re-sumodo capítulo.

Segunda-feira - Leila acha as provas nabolsa de Pilar e fica pasma. Tatiana eMarcelo jantam no bistrô. Miguel contaaosrebeldesquePilarassumiuaautoriado roubo. O grupo acredita que ela estáacobertando Binho. Binho fica mexidocomasituação.As rebeldes tentamcon-vencerPilaracontar todaaverdadeparaJonas.TatianaeTadeusebeijam.Osalu-nosdasnovas turmasseconhecemme-lhorduranteo intervalo.Evachamaasre-beldes e apresenta Dulce Maria. As re-beldes ficam animadas com a presençadaatrizecantoramexicana.PilardizaBi-nhoqueestágrávida e queeleé o pai.

Terça-feira - Binho ficanervosocom a re-velaçãodePilar.DulceMariadizquepar-ticiparádafestadeAliceequegostamui-to da banda Rebelde. Os rebeldes apre-sentam Dulce Maria a Jonas. Tatiana fi-ca feliz após beijar Tadeu. Miguel impe-de Binho de fugir do colégio. Tomás eCarla ficam em clima de romance. Pilarassume a autoria do roubo para Jonas eo deixa decepcionado. As rebeldes com-binam de levar Dulce Maria para conhe-cer o Rio de Janeiro. Roberta diz a Pilarque sabe que ela está grávida. Serginhotenta trancar Mariananasala deaula.

Quarta-feira - Pilar pede a Roberta queela não conte o segredo a Diego. Lucy fi-caenlouquecidaaosaberqueBinhopre-tendia fugir. Roberta conta aos rebeldesque Pilar está grávida. Cilene expulsa Ar-turdecasa.LucybeijaBinhoeMiguelvê.Miguel tira satisfação com Binho. Jonaslibera as rebeldes para almoçarem comDulce Maria. Miguel tenta partir para ci-ma de Binho na aula de Vicente, e é ex-pulso de sala. Téo tenta ajudar Miguel areconquistar a confiança de Lucy. Jonase Leila vasculham as coisas de Pilar eachamumteste degravidez.

Quinta-feira - Jonas fica arrasado ao sa-ber que Pilar está grávida. Dulce Mariaachagraçaemver Lucy vestidadeCarla.DiegocontaaMiguelquePilarestágrávi-da de Binho. Vitória briga com Cileneapós saber que ela tirou Artur de casa.Leila ficapreocupada eprocura porPilar,quesumiu. Jonas ficadesesperadocomo desaparecimento de Pilar. Pedro e Ali-ce se encontram de noite na casa deFranco, que flagra o casal. Tadeu tentafazer ciúme em Tatiana. Tomásdiz a Lei-laeFrancoque jásabiadagravidezdePi-lar.Miguel fala para TomásquePilar pre-cisadeum amigo.

Sexta-feira - Pilar e Miguel seencontramno sótão. A cantora mexicana passeiapelo Rio e fica encantada com a belezadacidade.DulceMariacantaparaosalu-nos do terceiro ano. Cris tenta evitar Ta-tiana mas não consegue. A professoracontaàamigaoverdadeiromotivode terbeijado Tadeu. Artur fica deprimido porcausa de Cilene. Diego e Roberta ficamemclimaderomance.Lucypegaumaba-jurebatenacabeçadeBinho.Oestudan-tecainochãodesacordado.Becky flagraCarlaeTomás juntosno loft.MigueldizaJonas que o filho de Pilar é seu. Pedro ésequestrado.

Terça-feira - Nacib explica a Gabrielaque,quandose tratadehonra,oassas-sinato não é considerado crime. Malvi-na reage negativamente ao saber queseupaiescolheuBertoparaserseunoi-vo. Juvenal diz a Berto que Malvinatem caráter. Berto diz a Juvenal quevai ao Bataclan se deitar com Lindi-nalva como cliente. Jesuíno ficatranstornado ao se lembrar de Si-nhazinha na cama com Osmundo.

Ele expulsa Neia de casa e decide irpara a fazenda. Ramiro avisa que vaiajudarNaciba secasar comGabriela.Quarta-feira - Malvina diz a Gerusa quesonhaemterumagrandepaixão.Rami-roconvenceopadreeasbeatasaacei-tarem o casamento de Nacib com Ga-briela.Mundinho avisaaAltino queaju-dará a família de Osmundo a colocarJesuíno na cadeia. Malvina fica encan-tada ao ver Rômulo nadar na praia.

Mundinho oferece a Nacib o salão daAssociaçãoComercialeasbebidaspa-ra o casamento. Malvina avisa a Geru-sa que Mundinho quer vê-la. Concei-ção insiste para que Olga vá ao Bata-clan flagrar Tonico. Rômulo se aproxi-ma de Malvina enquanto ela aguardaGerusa conversar com Mundinho.Quinta-feira - DorotéiaconvenceGabrie-laadormiremsuacasaatéocasamen-to com Nacib. Tonico vê Olga no Bata-

clan e se veste de mulher para escaparda esposa. Gerusa declara seu amor aMundinho,masdizadeusaelecomme-dodeque Ramirodescubrao romance.MalvinaeRômulosebeijam.NacibnãoencontraGabrielaemcasaepensaqueela o abandonou. Dorotéia pede à Ga-brielaque façaquitutesparaela. Amân-cio conduz Gabriela até oaltar.Sexta-feira - Nacib e Gabriela se ca-sam. Zarolha retorna a Ilhéus e avisa a

MissPirangique,seelanãopodeserfe-liz comNacib,Gabriela tambémnãose-rá. Na festa de casamento, Gerusa es-capada famíliaeseencontracomMun-dinho. Olga sugere a Tonico que descu-bra o segredo de Gerusa, a fim de ga-nhar o respeito de Ramiro. Melk flagraMalvina beijando Rômulo e agride a fi-lha.AirmãdeNacibofendeGabriela.To-nico e Zarolha tramam contra o casa-mentodeGabriela.

Resumo das novelas

CARROSSEL - 20H30

MÁSCARAS - A PARTIR DE 22H00

REBELDE - 20H30

GABRIELA - A PARTIR DE 22H00

RECORD

GLOBO

SBT

DIÁRIO DA REGIÃO São José do Rio Preto, 5 de agosto de 2012 / 23 - TV

Page 24: Bem estar  05-08-12

Tel Aviv revela a face mais moderna e

vibrante de um país de tradições históricas

e religiosas milenares

Agência O Globo

Em Israel, o deserto da Judeia

mescla tons de terracota, Jerusalém re-

flete o azul do céu nas pedras de suas

muralhas, Tel Aviv contrasta a arqui-

tetura branca em estilo Bauhaus com

o brilho do sol nos tons do arco-íris,

enquanto o Mar Morto revela seu ver-

de cor de água.

Nos mercados populares, a pa-

leta é infinita. Nas margens das es-

tradas, o verde da agricultura dei-

xa claro o uso da terra para fins

produtivos.

De cores marcantes, Israel não é

um destino fácil, embora fascinan-

te, pela riqueza de sua História.

Num território em que se sucedem

episódios de invasão, ocupação, dis-

putas e conflitos e há tradições arrai-

gadas (principalmente religiosas, se-

ja qual for o credo) encara-se o pre-

sente com cidades que se moderni-

zam e convidam os viajantes a co-

nhecer suas novas cores.

Turismo

AS CORESDE ISRAEL

Anfiteatro de Herodes

(que governou entre os

anos 37 e 4 a.C: eventos

no período romano

Na longa faixa de areia, o

calçadão concentra

turistas e esportistas

Fotos: Agência O Globo

TURISMO - 24 / São José do Rio Preto, 5 de agosto de 2012 DIÁRIO DA REGIÃO

Page 25: Bem estar  05-08-12

DIÁRIO DA REGIÃO São José do Rio Preto, 5 de agosto de 2012 / 25 - TURISMO

Page 26: Bem estar  05-08-12

Tel Aviv é reconhecida pela Unesco por guardar a maior concentração de prédios em estilo Bauhaus

Agência O Globo

Tel Aviv mostra o lado mo-

derno de Israel. Na longa faixa

de areia da orla, restaurantes e

o calçadão com bancos e apare-

lhos de ginástica recebem todo

tipo de frequentadores: surfis-

tas, kitesurfistas, paddlers, ba-

nhistas, ciclistas, skatistas, pe-

destres com seus animais de es-

timação.

Muitos de seus melhores ho-

téis estão localizados de frente

para o mar, concentrados entre

a área do porto, mais ao norte,

até o urbanizado Charles Clore

Park, aos pés do imperdível e

histórico Old Jaffa (Yafo, em

hebreu e Yafa, em árabe).

A cidade que nasceu no sé-

culo 20, ao norte de Old Jaffa,

cresceu sob influência do estilo

Bauhaus. A partir da década de

1930, arquitetos vindos da Eu-

ropa, com formação na escola

modernista criada em Berlim,

vieram para Tel Aviv.

Não por acaso, a cidade é re-

conhecida pela Unesco por

guardar a maior concentração

de prédios em estilo Bauhaus.

Há, inclusive, um roteiro

arquitetônico que pode ser per-

corrido a pé para os admirado-

res da escola minimalista, mar-

cada por composições assi-

métricas e que dispensa ele-

mentos decorativos.

Para quem passeia sem com-

promisso, butiques de grife, res-

taurantes e bares simpáticos

pontilham a região que deu a

Tel Aviv o apelido de Cidade

Branca, formada pelo Rots-

child Boulevard, o Dizengoff

Circle e a Bialik Street, marca-

das por fachadas Bauhaus.

Ao longo do Rotschild, fre-

quentado durante o dia por exe-

cutivos do mercado financeiro,

quiosques ocupam os canteiros

centrais. E lá no fim está o Há’

Bima Theater, sede do teatro

nacional de Israel, numa área

que reúne outros teatros. O Di-

zengoff tem shopping e mais

teatros.

O Rotschild abriga bons res-

taurantes, como o The Social

Club, inspirado nos bistrôs mo-

dernos nova-iorquinos, com

carta de drinques caprichados

e cardápio assinado pelo chef

Michael Grtofsky.

Na orla, uma área claramen-

te revitalizada é a do porto, ao

norte dos hotéis e que tem gran-

de movimento à noite, com es-

tabelecimentos perfilados num

imenso deque à beira-mar, o

Mediterrâneo.

Mas nem tudo é só festa. En-

tre casas animadas, bares e res-

taurantes, você pode passar

também por um ato público de

mulheres ou de algum grupo

político.

Em Israel, prepare-se para

comer, na maioria das vezes,

peixe preparado e servido com

sua pele e, principalmente,

quando estiver mais perto do

mar, lulas incrivelmente ma-

cias, de sabor memorável.

Israel

Nacidade brancadoBauhaus, os tonsdoarco-íris

Teatro Romano, o

mais antigo de Israel,

fica em Cesareia

TURISMO - 26 / São José do Rio Preto, 5 de agosto de 2012 DIÁRIO DA REGIÃO

Page 27: Bem estar  05-08-12

Cúpula com os

manuscritos do Mar

Morto é cercada

por jardim de

esculturas em

Jerusalém

Outro mercado, o de Car-

mel, chama atenção pelas cores

das especiarias e das roupas de

procedência duvidosa. Duas

ruas acima, barracas vendem ar-

tesanatos interessantes, e na

rua em frente, cruzando a Ben

Yehuda Allenby, o Nahalat

Binyamin reúne bares com me-

sinhas na calçada e lojas de gri-

fes (muitas ocidentais, como

Diesel).

Vários prédios, com suas fa-

chadas Bauhaus, estão sendo re-

formados. Cansou de ver lojas?

Uma curta caminhada descen-

do a Ben Yehuda e virando à es-

querda o levará à orla e seu sim-

pático calçadão.

Dali, numa curta caminha-

da à beira-mar, chega-se à esta-

ção de trem desativada Há’ta-

chana, reaberta em 2010 como

centro de entretenimento com

lojas, restaurantes e cafés.

Bem ao lado fica Neve Tze-

dek, o primeiro bairro judeu de

Tel Aviv fundado ainda no fim

do século 19, antes de Tel Aviv

existir como cidade.

Historicamente foi povoa-

do por artistas e escritores e as-

sim se manteve. Hoje abriga bu-

tiques de designers e simpáti-

cos cafés em casas que conser-

vam seu estilo arquitetônico. Pa-

ra um mergulho mais profundo

sobre arte e arquitetura, vale visi-

tar o Bauhaus Center o Museu de

Design em Holon. (AG)

Da moderna Tel Aviv volta-se

aopassadonumpasseioporOldJa-

ffa,queseacreditaserumadascida-

des portuárias mais antigas do Me-

diterrâneo. A ocupação pode estar

relacionada a uma citação ao filho

deNoé(Jafé)ouaindaàCassiopeia,

na mitologia grega.

Incorporada a Tel Aviv em

1950, a partir da criação do Esta-

do de Israel, a história de Jaffa pas-

sa por ciclos de destruição e re-

construção desde o século 7, quan-

do foi dominada por árabes e in-

vadida por cruzados cinco sécu-

los mais tarde.

Otomanos, mamelucos e egíp-

cios deixaram sua marca, assim

como Napoleão, que a invadiu no

século 18. Britânicos chegaram

no início do século 20.

A partir da década de

1920 serviu de base para o

movimento sionista.

Suas antigas ruelas que abri-

gam casas ainda do período oto-

mano hoje estão tomadas por ate-

liês, antiquários e galerias de arte.

No museu Ilana Goor, a artis-

ta plástica e colecionadora exibe

obras de variados estilos e auto-

res, entre eles Diego Giacometti e

Henry Moore em meio as suas

próprias, numa antiga casa restau-

rada do século 18.

Com ruazinhas marcadas

com placas com os signos do zo-

díaco, Old Jaffa compõe um ce-

nário antigo muito procurado

também para fotos de álbuns

de casamento.

Os signos se repetem em

placas de bronze na Ponte dos

Desejos que liga a parte mais

antiga à praça onde fica o Mos-

teiro de São Pedro.

Os visitantes dão uma para-

da em frente à placa de seu sig-

no para contemplar o mar e fa-

zer um pedido. A paradinha va-

le também para os céticos: o lo-

cal rende ótimas fotos da vista

para Tel Aviv.

Na descida de Old Jaffa, o ca-

minho leva até o mercado de pul-

gas. Barraquinhas de quinquilha-

rias dividem espaço com buti-

ques em ruas movimentadas.

O mercado andou meio aban-

donado, até que recentemente as

ruas e calçadas foramreformadase

agora lojas com vitrines de marca

se avizinham ao movimento. (AG)

O bairro

histórico hoje

reúne galerias

e obras de arte

a céu aberto

Calçadão de

Tel Aviv:

descontração à

beira do

Mediterrâneo

Mercado de

pulgas e

butiques, em ruas

movimentadas

perto de Old

Jaffa, ao sul de

Tel Aviv

Os mercados e lojas

Fotos: Agência O Globo

Banho de história por Old Jaffa

DIÁRIO DA REGIÃO São José do Rio Preto, 5 de agosto de 2012 / 27 - TURISMO

Page 28: Bem estar  05-08-12

A cidade foi planejada, construída em 12 anos e inaugurada no ano 10 antes de Cristo

Agência O Globo

Um pouco ao norte de Tel

Aviv, uma porção do Mediterrâ-

neo nos mostra a influência do

período romano na história de

Israel. As ruínas de Cesareia,

que incluem teatro, hipódro-

mo, palácio e o imponente

aqueduto construídos à beira-

mar atestam a lealdade ao impe-

rador Cesar Otávio Augusto pe-

lo rei Herodes, que governou

entre os anos 37 e 4 a.C.

Cesareia foi uma cidade pla-

nejada, construída em 12 anos,

com uma rede de ruas entrecru-

zadas, templo, mercados e

áreas residenciais. Sua inaugu-

ração, em 10 a.C, foi marcada

por muitas comemorações.

O aqueduto, que também ren-

de belas fotos para os viajantes,

abastecia a cidade com água vin-

da da fonte Shuni, a 7,5 km dali.

A cidade chegou a ser um

importante centro comer-

cial. No século 4 a.C. tornou-

se o QG do Império Romano

na Palestina.

O teatro é o mais antigo de Is-

rael, capaz de acomodar 4 mil pes-

soas. No fim do Império Bizanti-

no, foi convertido em castelo,

mas abandonado com a conquis-

ta árabe, por volta do século 7.

Cesareia foi reconquistada

novamente no século 12, com a

chegada dos cruzados, e destruí-

da no século 13 pelos mamelu-

cos. Por muito tempo, suas pe-

dras foram usadas em constru-

ções pela região.

No século 19, os otomanos

instalaram refugiados da

Bósnia por ali e novas casas fo-

ram construídas.

As primeiras explorações

científicas no local começaram

no fim do século 19. Hoje Cesa-

reia é um parque nacional, e os

trabalhos de escavação prosse-

guem, conduzidos por equipes da

Autoridade de Antiguidades e pe-

la Universidade de Haifa.

Ali perto ficam os museus

privados Ralli I e II. O Museu I

dedica-se à arte contemporâ-

nea, com destaque para obras

de artistas hispânicos e da Amé-

rica Latina - esculturas de Sal-

vador Dali e até Rodin.

O Ralli II tem na entrada

uma fonte com 12 leões - inspi-

rada no Alhambra, de Granada

- e o Memorial Sefardita (home-

nagem aos judeus originários

da Península Ibérica), que exi-

be um interessante “jardim” de

estátuas e bustos de pensadores

e notáveis: Colombo, Rous-

seau, Nostradamus, Cervantes,

Montaigne.

Lá dentro, pinturas retra-

tam cenas bíblicas do Antigo

Testamento produzidas entre

os séculos 16 e 17.

Distanciando-se um pouqui-

nho do mar, vale conhecer uma

das mais importantes vinícolas

de Israel. O país vem se destacan-

do na produção de vinhos.

Atualmente são produzidos

40 milhões de garrafas por ano

em cerca de 250 vinhedos que

se espalham nos arredores de

Jerusalém, em regiões ao norte

do Deserto de Neguev, nas Coli-

nas de Golã ao norte do país e,

principalmente, nessa região

de Monte Carmelo e Sharon.

As primeiras vinícolas só

surgiram por lá no século 19, e

uma delas foi a Carmel, funda-

da em 1882 pelo Barão Ed-

mond de Rotschild. A Carmel

é a maior produtora de Israel e

fica no caminho para o Monte

das Bem-Aventuranças, em Ta-

gba, às margens do Mar da Gali-

leia ou Lago Tiberíades.

Israel

CESAREIA, O QG DOIMPÉRIO ROMANO

Monte das Bem-Aventuranças, onde Jesus fez o famoso Sermão da Montanha: ritos e cânticos ao ar livre com peregrinos do mundo inteiro

Fotos: Agência O Globo

TURISMO - 28 / São José do Rio Preto, 5 de agosto de 2012 DIÁRIO DA REGIÃO

Page 29: Bem estar  05-08-12

Três cafés com os beduínosOcaminhoparaoDesertode

Negev e para o Mar Morto apro-

xima-se da Faixa de Gaza. A re-

gião é povoada por beduínos.

No acampamento Kfar Ha-

nokdim os visitantes podem

passear de camelo e até pernoi-

tar. O anfitrião faz música ao

amassar grãos de café com um

pilão e assim informa às tribos

vizinhas que tem visita.

A quem chega são ofereci-

dos três copos de café: o primei-

ro, para boas-vindas; o segun-

do, em sinal de lealdade e que o

anfitrião defenderá o visitante

com sua espada, se preciso for;

e o terceiro, para diversão.

Porém, se o copo vier cheio,

é sinal de que é hora de bater

em retirada, pois não é mais

bem-vindo. Isso pode aconte-

cer quando o visitante adota

um comportamento que não

agrade aos aldeões.

Esta é uma das tradições

mantidas pelos beduínos, que

hoje, frequentam escola, usam

eletrônicos e circulam também

pelas redes sociais. (AG)

Aqueduto à

beira-mar: fonte

Shuni abastecia

Cesareia

Uma descoberta casual foi

transformadaematraçãoturísti-

ca às margens do Lago Tibería-

des, no Kibutz Ginossar.

O Yigal Alon Center con-

ta a história de “O antigo

barco da Galileia”, um barco

de pesca de madeira com cer-

ca de 2 mil anos, o que reme-

te ao início da Era Cristã.

Ficou por muitos anos no

fundo do lago. Dois irmãos do

kibutz o encontraram em

1986, após um período de seca

que descobriu grande parte da

superfície do lago.

Eles pensaram inicialmente

ter descoberto pregos do perío-

doromano,quetinhamvaloral-

to para venda. Mas percebe-

ram que estavam sobre um

barco de madeira, conserva-

do intacto sob a lama do la-

go, enquanto não tinha con-

tato com oxigênio.

Pesquisadores atestam que

este seria o mesmo tipo de bar-

cos mencionados nas escrituras,

usados pelos discípulos de Cris-

toepelos judeuscontraosroma-

nos na batalha náutica de Mag-

dala no ano 67. (AG)

No Monte das Bem-Aventu-

ranças, perto de Tabga, uma in-

fraestrutura de turismo de mas-

sa aguarda os fiéis. No cami-

nho para a igreja, muitas pla-

quinhas exibem citações do ser-

mão da montanha.

Aqui e ali ouvem-se cânti-

cos de ritos celebrados nos jar-

dins de frente para o lendário

lago que é relacionado a diver-

sas passagens do Novo Testa-

mento, como a multiplicação

dos pães e dos peixes.

A vista do monte para o la-

go alcança até as Colinas de Go-

lan. A igreja construída em

1938 tem vitrais ao redor do al-

tar que reproduzem os versos

do sermão. (AG)

Camelos no deserto:

parada no acampamento

de beduínos

Obarco de

madeiraem

exposição

nokibutz

Barco de 2 mil anos

Estátuas e bustos de celebridades como Colombo, Rousseau e Nostradamus, estão no pátio do Museu Ralli

Sermãoda Montanha DIÁRIO DA REGIÃO São José do Rio Preto, 5 de agosto de 2012 / 29 - TURISMO

Page 30: Bem estar  05-08-12

Com aalta

salinidadeda água,

ocorpo flutua no

MarMorto.

Pessoascompele

sensível sentemos

efeitosdo sal

napele

Agência O Globo

Dividido entre Israel e Jor-

dânia, o Mar Morto fica 400 me-

tros abaixo do nível do mar. É

explorado para extração mine-

ral e para o turismo, pelas pro-

priedades terapêuticas dos mi-

nerais em suas águas supersal-

gadas. É banho de sal grosso.

Em Ein Bokek há praias pú-

blicas, hotéis e resorts para

quem quiser aproveitar suas

propriedades medicinais.

Ein Gedi é outro destino

também procurado por turis-

tas. Bem perto da área dos gran-

des hotéis, os recursos mine-

rais (potássio, magnésio e bro-

meto) são valiosos e explorados

por mineradoras.

Chega-se ao Mar Morto de-

pois de se atravessar o Deserto

de Negev. A época ideal para ex-

plorar o local é de outubro em

diante, até abril ou maio, por-

que os meses de verão são dema-

siadamente quentes. E o banho

no Mar Morto não é brincadei-

ra de criança.

Com a alta salinidade da

água, o corpo flutua imediata-

mente. Pessoas com peles mais

sensíveis sentem de imediato

os efeitos do sal na pele. E não

se deve molhar o rosto.

A região também pode

ser explorada em passeios de

jipe pelo deserto, que são fei-

tos até à noite, como os rotei-

ros ao luar.

No caminho, o guia mostra

escarpas de calcário e gipsita, la-

do a lado com pedras de puro

sal exposto, no meio do deser-

to, esculpidas pela Natureza há

5 milhões de anos.

O passeio prossegue até um

mirante em que vê uma área

apontada como as cidades de

Sodoma e Gomorra. Ali se po-

de fazer caminhadas também.

Fundamental é levar água para

não desidratar. No mais é apro-

veitar, o local é todo demarca-

do por GPS, o que facilita a lo-

calização em mapas.

No passeio se avista a Mon-

tanha de Massada, que conta a

história da resistência dos ju-

deus ao domínio romano. É

um dos mais importantes sítios

históricos de Israel, reconheci-

do pela Unesco como patrimô-

nio cultural da Humanidade.

A fortaleza foi erguida a 450

metros acima das margens do

Mar Morto por volta do século

2 a.C. e ampliada por Herodes.

Com a morte do imperador, foi

tomada pelos romanos, mas re-

cuperada por judeus.

Após a conquista de Jerusa-

lém, os romanos voltaram e cer-

caram o local. Para não se ser

subjugados pelos romanos, os

moradores fizeram um pacto

de morte que tirou a vida de

960 pessoas.

O cerco durou dois anos, en-

tre 72 a 74 a.C. e quando os ro-

manos chegaram, tendo subido

por torres e rampas, não ti-

nham com quem lutar.

A história foi contada por

duas mulheres e cinco crianças

que sobreviveram escondidas

nas cisternas de Massada.

Um grupo de dez homens

foi sorteado para degolar os de-

mais. Dos dez últimos, um eli-

minou os outros nove e depois

deu fim a própria vida.

Os romanos subiram por

uma rampa de terra reforça-

da por vigas de madeira, so-

bre as fendas naturais de

uma das encostas da monta-

nha no lado ocidental.

Hoje o acesso é por um tele-

férico ou pelas trilhas da ser-

pente e da rampa, para quem

quiser subir a pé. Lá em cima

estão as ruínas das igrejas, ca-

sas, a composição do palácio er-

guido por Herodes.

O roteiro no topo de Massa-

da inclui mirantes desde os pa-

lácios de Herodes, termas, cis-

ternas e um sofisticado sistema

de abastecimento de água, a

igreja bizantina, a sinagoga.

Os romanos permaneceram

em Massada até o século 2.

Israel

Banho de sal grossonas águas do Mar Morto

Tel Aviv: orla

ensolarada e animada

nas margens do

Mediterrâneo

Fotos: Agência O Globo

TURISMO - 30 / São José do Rio Preto, 5 de agosto de 2012 DIÁRIO DA REGIÃO

Page 31: Bem estar  05-08-12

Deixando o calor do Mar

Morto, atravessando o Deser-

to da Judeia, chega-se a Jeru-

salém, 760 metros acima do

nível do mar.

Do Monte das Oliveiras, o

vento gelado dá mais impacto à

impressionante vista. Muros, tor-

res, cúpulas douradas, templos,

mesquitas, sinagogas, igrejas - as

construções milenares que for-

mam a imagem clássica da cidade

assumem suas cores e ganham re-

levo diante dos olhos.

Mas é do lado de fora dos mu-

ros da Cidade Velha que Jerusa-

lém se moderniza. Hotéis novos,

galerias de lojas e museus imper-

díveis fazem da Jerusalém extra-

muros uma cidade bem diferente

daquela dos solos sagrados para

judeus, muçulmanos e cristãos.

O ícone mais notável é a pon-

te do trem metropolitano, ou pon-

te de cordas, de Santiago Calatra-

va. O arquiteto que marca seu esti-

lo com pontes suspensas por cabo

de aços desenhou a de Jerusalém

na entrada ocidental da cidade,

em forma de harpa - uma home-

nagem ao rei Davi.

Inaugurada em 2008, a ponte

sustenta o metrô de superfície

que começou a circular há um

ano, após atrasos devido a desco-

bertas arqueológicas durante as

escavações e controvérsias pelo fa-

to de seu percurso cortar territó-

rios da Jerusalém oriental con-

quistados pela municipalidade

na Guerra dos Seis Dias.

Com seus prédios predomi-

nantemente em cor areia (a legis-

lação determina que todos os pré-

dios tenham fachada revestida

com a mesma pedra), Jerusalém

ganha tonalidade especial sob a

luz avermelhada do sol poente.

Caminhar por ruas como a

Ben Yehuda, de pedestres e de co-

mércio, sentar para um café, ob-

servar um músico que toca por al-

guns trocados é um programa co-

mum e agradável.

Um pouco mais de sofistica-

ção? Então o endereço é Mamilla

Mall, aberto em 2007: galeria ao

ar livre com grifes e lojas de de-

sign. Se você não passou na loja

de cosméticos da fábrica da Aha-

va na ida ao Mar Morto, esta é a

chance. E uma simpática filial

da rede de lanchonetes Aroma

serve comidas rápidas saudá-

veis. O Mamilla Mall fica ao la-

do do Portão de Jaffa, que dá

acesso à cidade murada.

No Museu do Holocausto

(Yad Vashem), o projeto de Mo-

she Safdie (o mesmo que assina o

Mamilla Mall e o complexo Mari-

na Bay Sands, em Cingapura) faz

os visitantes percorrerem o acer-

vo num um único sentido em fi-

la. Ao final, um janelão com vista

para a cidade sugere um momen-

to de reflexão. � (AG)

Massada: fortaleza

em ruínas erguida por

Herodes na montanha

Mar Morto: as pedras

de sal se acumulam

na beira d´água

A Torre de Davi e as

muralhas que cercam

a cidade antiga

Extra-muros, a nova Jerusalém DIÁRIO DA REGIÃO São José do Rio Preto, 5 de agosto de 2012 / 31 - TURISMO

Page 32: Bem estar  05-08-12

Paulo Coelho

A história do lápisEscritor

Você pode fazer grandes coisas, mas não deve esquecer

nunca que existe uma Mão que guia seus passos

O menino olhava a avó es-

crevendo uma carta. À certa al-

tura, perguntou:

- Você está escrevendo uma

história que aconteceu conos-

co? E por acaso, é uma história

sobre mim?

A avó parou a carta, sorriu,

e comentou com o neto:

- Estou escrevendo sobre vo-

cê, é verdade. Entretanto, mais

importante do que as palavras

é o lápis que estou usando. Gos-

taria que você fosse como ele,

quando crescesse.

O menino olhou para o lá-

pis, intrigado, e não viu nada

de especial.

- Mas ele é igual a todos os

lápis que vi em minha vida!

- Tudo depende do modo

como você olha as coisas. Há

cinco qualidades nele que, se

você conseguir mantê-las, será

sempre uma pessoa em paz

com o mundo.

“Primeira qualidade: você

pode fazer grandes coisas, mas

não deve esquecer nunca que

existe uma Mão que guia seus

passos. Esta mão nós chama-

mos de Deus, e Ele deve sem-

pre conduzi-lo em direção à

Sua vontade”.

“Segunda qualidade: de vez

em quando eu preciso parar o

que estou escrevendo, e usar o

apontador. Isso faz com que o

lápis sofra um pouco, mas no fi-

nal, ele está mais afiado. Por-

tanto, saiba suportar algumas

dores, porque elas lhe farão ser

uma pessoa melhor”.

“Terceira qualidade: o lá-

pis sempre permite que use-

mos uma borracha para apagar

aquilo que estava errado. En-

tenda que corrigir uma coisa

que fizemos não é necessaria-

mente algo mau, mas algo im-

portante para nos manter no ca-

minho da justiça”.

“Quarta qualidade: o que

realmente importa no lápis não

é a madeira ou sua forma exte-

rior, mas o grafite que está den-

tro. Portanto, sempre cuide da-

quilo que acontece dentro de

você”.

“Finalmente, a quinta

qualidade do lápis: ele sem-

pre deixa uma marca. Da mes-

ma maneira, saiba que tudo

que você fizer na vida irá dei-

xar traços, e procure ser cons-

ciente de cada ação”.

Vai ou não vai chover?

Depois de quatro anos de

seca na pequenina aldeia do

Nordeste, o pároco reuniu to-

dos para uma peregrinação

até a montanha; ali fariam

uma oração coletiva, pedin-

do a chuva de volta.

No grupo, o padre notou

um garoto, coberto por uma ca-

pa de chuva.

“Você enlouqueceu?”, per-

guntou. “Nesta região não cho-

ve há cinco anos, e a subida vai

lhe matar de calor!”

“Estou resfriado, padre. Se

vamos pedir chuva a Deus, já

imaginou a volta da monta-

nha? Vai ser tal a enxurrada

que preciso estar preparado”.

Neste momento, ouviu-se

um grande estrondo no céu e

as primeiras gotas começaram

a cair. Bastou a fé de um meni-

no para realizar um milagre

que mesmo os mais preparados

não estavam realmente acredi-

tando. �

32 / São José do Rio Preto, 5 de agosto de 2012 DIÁRIO DA REGIÃO