bem estar 05-08-12
TRANSCRIPT
Editorial
Converse mais consigo mesmo. Você pode ter muito aaprender (ou a descobrir) com o “carinha” que mora aídentro. O exercício do diálogo interno é o primeiro passopara a busca de autoconhecimento, que, por sua vez, é abase para a transformação pessoal, tema da reportagem decapa deste domingo. Entenda a transformação, na verdade,como um aperfeiçoamento (afinal, não é para isso queexistimos, para evoluir em todos os campos, inclusive oespiritual?). O processo que nos conduzirá ao estágio deseres humanos melhores passa pelo reconhecimento denossos defeitos, e, a partir disso, começar a erradicá-los afim de que eles não mais aprisionem nossas virtudes.
24
Tel Aviv, Jerusalém, Mar Morto eCesareia: a história viva de Israel,viagem inesquecível
14
Aos 73 anos de idade, 54 de televisão,Jonas Bloch ainda mostra vigor na pelede um chefão na novela “Máscaras”
11
Psicólogo escreve sobre a importânciade enfrentarmos o egoísmo eaprendermos a doar presença, adevolver os cuidados que recebemos
Poesia
SAUDADE
A saudade é uma andorinha,
mas uma andorinha estranha:
quando num peito se aninha,
as outras não acompanha…
Saudade - coisa que a gente
não explica nem traduz;
faz do passado, presente,
e traz sombras, sendo luz…
Saudade - febre que a gente
sem querer, pode apanhar,
nunca mata de repente,
vai matando, devagar…
Saudade - a princípio é pena
que nos deixa uma partida;
depois é dor que condena
a morrer dentro da vida…
se é triste sentir saudade,
muita saudade de alguém,
maior infelicidade
é não tê-la de ninguém.
Adelaide (Yde) Schloenbach Blumenschein
COMPORTAMENTOCrianças e adultos viciados eminternet, que não conseguem sedesconectar do universo on-line,precisam passar por uma “dietadigital” e redescobrir o convíviosocial, defente autor canadensePáginas 6 e 7
SAÚDEMenos bem-sucedida do que em
crianças, imunização de adultos écapaz de erradicar ou controlardiversas doenças como sarampoe poliomelite, entre outrasPáginas 8 e 9
EVENTOEspecialistas do Brasil e domundo discutem as novastécnicas da ortodontia emcongresso na CapitalPágina 10
Agência O Globo/Divulgação
Luiza Dantas/Divulgação
Turismo
Rubens Cardia
Televisão
Transformação éaperfeiçoamento
Josinel B.Carmona
DIÁRIO DA REGIÃO
Editor-chefeFabrício Carareto
Editora-executivaRita Magalhães
CoordenaçãoLigia Ottoboni
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Editora de TurismoCecília Demian
Editor de ArteCésar A. Belisário
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DiagramaçãoCristiane Magalhães
Tratamento de ImagensArthur Miglionni, Humberto
Pereira e Luciana Nardelli
MatériasAgência Estado
Agência O Globo
TV Press
2 / São José do Rio Preto, 5 de agosto de 2012 DIÁRIO DA REGIÃO
PRINCÍPIOSDA HARMONIA
Esoterismo
José Trigueirinho Netto
Sempre que trabalhamos em grupo, é me-
lhor confirmar entre nós os pontos concor-
dantes e não os divergentes. Esse é um signi-
ficativo princípio para estar em harmonia. E
a ele devemos acrescentar a disposição de ir
além do que somos, a intenção de colaborar
com energias superiores. Assim promove-
mos de maneira efetiva a evolução do serviço
que prestamos.
É nossa responsabilidade a construção da
harmonia no âmbito humano, porém tendo
em vista o universo. Para chegarmos a com-
preender isso, foram-nos dados através dos
tempos ensinamentos, inspirações e o exem-
plo de grandes benfeitores da humanidade.
Sempre fomos informados de que a vida é
una e de que somos parte do Infinito. Temos
necessariamente de estar em harmonia com
tudo que nos cerca. Mas como viver essa rea-
lidade com todo o ser?
Se quisermos transcender nossa atual eta-
pa, precisamos fazer um voto, uma promessa
a nós mesmos: em todas as circunstâncias,
cooperar com o mais elevado. O que então re-
conhecermos como superior receberá nossa
adesão. E assim vamos nos adaptando a ou-
tra ordem de vida, vamos captando uma no-
va e mais ampla razão para a existência. Va-
mos subindo até ver quão pequenos eram os
motivos que antes tínhamos para viver. Mas
é bom que se diga: temos de deixar de lado
todas as resistências ao progresso para coope-
rar com o que está acima.
Reconhecermo-nos parte do Infinito é
um desafio. Temos de lembrar que cada pen-
samento nosso, cada sentimento, cada movi-
mento e cada respiração influem na vasti-
dão que é o Infinito. Essa influência existe,
mesmo que dela não tenhamos a mínima no-
ção. Mas o cuidado com o que emitimos é
fundamental para uma integração positiva e
consciente.
Diz-nos Morya que, se um ser humano
consegue um pensamento de qualidade, na-
quele mesmo instante presta ajuda a alguém
que pode estar do outro lado do mundo. Há
uma constante comunicação entre todos.
Nossas realizações são de suma importância
para o universo. Até mesmo a intenção de
criar harmonia se transmite, e a humanidade
inteira pode responder, cada indivíduo a par-
tir do ponto evolutivo em que está.
Se temos verdadeira aspiração de vencer
fronteiras, podemos passar por um processo
libertador, pois hoje energias imateriais co-
meçam a atuar na esfera terrestre, e isso se re-
flete nos seres humanos. Podemos viver sob
leis imateriais, ver nascer em nós faculdades
inusitadas. E o primeiro passo para isso é
não considerar as próprias resistências e pro-
curar a harmonia.
É possível, pois, participar consciente-
mente da evolução. É possível melhorar o
destino do planeta, aliviar o sofrimento dos
reinos da natureza e estimular o desenvolvi-
mento, bastando que predomine em nós a de-
voção aos princípios da harmonia. �
ServiçoExtraído do boletim “Sinais de Figueira” (Irdin Editora), deTrigueirinho (www.trigueirinho.org.br). Palestras do autorpoderão ser ouvidas, gratuitamente, no site:www.irdin.org.br, ou no grupo de estudos, que se reúneàs quintas-feiras, às 20 horas, na rua Porfírio Pimentel,55, Bom Jesus (2ª travessa acima da Av. Alberto Andaló).Mais informações: [email protected]
José Trigueirinho Netto éfilósofo espiritualista, autor de77 livros, com cerca de 2,5milhões de exemplarespublicados até o momento, emais de 1,7 mil palestrasgravadas ao vivo
Se quisermos transcender, precisamos fazer uma promessa a nós
mesmos: em todas as circunstâncias, cooperar com o mais elevado
Quem é
DIÁRIO DA REGIÃO São José do Rio Preto, 5 de agosto de 2012 / 3
Viemos ao mundo para crescer
e fazer a diferença. Mas a
mudança começa dentro de nós
Gisele [email protected]
Dalai Lama, o mais alto sacerdote do budismo ti-
betano, disse certa vez: “Se você quer transformar o
mundo, experimente primeiro promover seu aper-
feiçoamento pessoal e realizar inovações no seu pró-
prio interior. Essas atitudes se refletirão em mudan-
ças positivas no seu ambiente familiar. Deste ponto
em diante, as mudanças se expandirão em propor-
ções cada vez maiores. Tudo o que fazemos produz
efeito, causa algum impacto.”
Mas como é possível ser diferente do que somos
hoje no mundo atual diante de inúmeras situações
negativas que parecem delinear a cada dia a forma
como conduzimos nossa existência?
A chave para essa transformação certamente é a
mudança profunda na consciência e na postura a
partir do seu interior.
O primeiro passo para nossa transformação ínti-
ma é passarmos a nos auto-observar e nos reconhe-
cermos imperfeitos. Mas essa viagem interior que le-
va ao autoconhecimento requer muito diálogo inter-
no, seja para identificar nossas crenças, as máscaras
que foram criadas para nos proteger, compreensão
da sombra, para depois sim, conseguirmos encon-
trar o verdadeiro eu, aquilo que somos em essência,
e que sempre é muito melhor daquela pessoa que
nos fizeram acreditar que éramos.
Mas para atingirmos este estágio é preciso com-
prometimento em querer realmente se conhecer,
sem medos, resistências, boicotes, para que possa-
Autoconhecimento
REFORMAÍNTIMA
4 / São José do Rio Preto, 5 de agosto de 2012 DIÁRIO DA REGIÃO
mos atingir um estágio de paz e harmo-
nia interna que todos ansiamos. Autoco-
nhecimento é a base para alcançarmos a
sabedoria que irá permitir essa transfor-
mação. E transformar é dar nova forma,
tornar diferente do que era, modificar.
Ney Prieto Peres, diretor fundador
do Instituto Brasileiro de Pesquisas Psi-
cobiofísicas (IBPP), fala no livro “Ma-
nual Prático do Espírita” (Ed. Pensamen-
to) que uma reforma íntima vai nos levar
a essa transformação. Trata-se de um pro-
cesso contínuo de autoconhecimento, de
conhecimento da nossa intimidade espi-
ritual, modelando-nos progressivamente
na vivência do evangelho, em todos os
sentidos da nossa existência. É a
transformação do homem velho, car-
regado de tendências e erros secula-
res, no homem novo, atuante na im-
plantação dos ensinamentos do divi-
no mestre, dentro e fora de si.
“A reforma íntima é o meio de nos li-
bertarmos das imperfeições e de fazer-
mos objetivamente o trabalho de burila-
mento dentro de nós, conduzindo-nos
compativelmente com as aspirações que
nos levam ao aprimoramento do nosso
espírito”, justifica Peres. Essa reforma
precisa ser feita primeiramente dentro
de nós mesmos, o que se refletirá depois
em todos os campos de nossa existência,
no nosso relacionamento com familia-
res, colegas de trabalho, amigos.
Carregamos defeitos que aprisionam
nossas virtudes, nos tornando muitas ve-
zes medíocres, egoístas, vaidosos, orgu-
lhosos, fúteis e materialistas. É preciso
fazer uma verdadeira faxina interna, eli-
minando tudo o que nos afasta da nossa
evolução.
Busca de propósito“Um processo de transfor-
mação depende de um desejo
real. Se a transformação é física
ou mental, o importante é que
ela tenha um sentido para a pró-
pria pessoa”, diz o psicólogo
cognitivo-comportamental Ale-
xandre Cáprio.
Toda alteração cognitiva e
comportamental que esteja den-
tro do conceito de evolução da
pessoa cria uma cadeia de efei-
tos positivos. A motivação, au-
toestima e aceitação social au-
mentam, o que faz com que a vi-
da se torne mais atraente e le-
ve. Mudar para melhor, ressal-
ta, é aceitar nosso processo de
evolução. É entender que não
nascemos sabendo tudo e não
morreremos sabendo tudo. Tra-
ta-se de buscar sempre mais, de
ter a ambição, o desejo de me-
lhorar todos os dias, como se
fôssemos eternos aprendizes. O
mais importante é que aprovei-
temos cada oportunidade ou ca-
da problema que surja em nos-
so caminho para construir essa
escada que nos projetará cada
vez mais alto.
“Viemos com um propósito
de vida e um dos grandes desa-
fios que enfrentamos é desco-
brir qual é ele”, diz a professor
de ioga e meditação Salvador
Hernandes. E essa descoberta
se faz por meio das fases. Vá-
rias filosofias trabalham com a
ideia de que a cada período o
ser humano passa por uma fase
de transformação, e essas fases
acabam proporcionando opor-
tunidades de crescimento.
“Em cada uma das fases, desen-
volvemos um determinado as-
pecto, passamos por minados
desafios e em cima disso temos
a oportunidade de nos transfor-
mar, fazer nossas conquistas e
atingir a felicidade”, diz. É isso
o que move o ser humano.
“O ser humano a cada dia
tem se tornado mais egoísta e
acredita no que é negativo e
que as coisas convergem para
baixo”, diz o consultor e escri-
tor Marilam Sales, autor de li-
vros como “Eu Quero” (ed. All
Print). Para que isso não acon-
teça, é preciso transformar nos-
sa mente, a parte predominan-
te da nossa alma, acordar de
manhã e acreditar que esse se-
rá o melhor dia de nossas vi-
das. “Precisamos saber que o
ontem já passou e nem sabe-
mos se haverá amanhã e, dessa
forma, conseguimos começar a
trabalhar a mente e a autoesti-
ma”, argumenta.
Segundo ele, temos de pre-
parar nossa mente para acredi-
tar que podemos viver bem den-
tro das possibilidades e trans-
formar essa mente muitas ve-
zes acomodada em uma mente
produtiva, empreendedora. Is-
so é um exercício diário. Fo-
mos colocados neste mundo pa-
ra sermos felizes e temos de
transformar o que nos faz infeli-
zes. “Assim como a lagarta que
se transforma em uma linda
borboleta antes tem uma cami-
nhada, precisamos entrar em
um casulo para levar nossa
mente à reflexão e transformar
nosso pensamento”, diz Sales.
Para que ocorra essa
autotransformação, é preciso,
em primeiro lugar, uma mu-
dança de consciência”, reforça
a socióloga Luciana Ferraz,
coordenadora da Brahma Ku-
maris, organização internacio-
nal que trabalha pela paz mun-
dial por meio da transformação
pessoal. É preciso entender que
não somos um corpo, mas que
temos um corpo, que é um ins-
trumento de ação e um veículo
de expressão. Portanto, a felici-
dade, a paz, o amor não virão
através dele. “O corpo é um veí-
culo, mas nós somos o motoris-
ta”, diz.
Temos de entender tam-
bém que fazemos parte de algo
maior, de uma família univer-
sal e estender nossa visão para
o outro. “Tudo está interligado
e o que acontece comigo”, res-
salta, “acontece com o outro,
portanto, não posso ser feliz so-
zinho. Para que o mundo possa
melhorar, temos de estender
nossa visão.”
Outra questão que tem de
ser compreendida segundo ela
é que, assim como cada um de
nós tem sua casa, existe uma ca-
sa maior, que é o planeta e, e se
não cuidarmos dela, algo catas-
trófico irá acontecer com o
mundo e destruir a todos nós.
“Para isso, é preciso que haja
uma mudança de estilo de vi-
da. Precisamos viver de for-
ma mais simples e natural e
desenvolver a ética do cuida-
do”, diz. � (GB)
Da lagarta à borboleta
Trabalhe sua mente. Toda vez que surgir umaideia negativa, rejeite. Tenha em mente que vocênasceu para ser feliz
Trabalhe sua felicidade interior
Acredite que você pode ser feliz. Não seuna a pessoas negativas. Se isso acontecer,irá se tornar mais negativo que elas. Tenteajudá-las a se tornar mais positivas. Se elas
não aceitarem, se afaste
Procure a companhia de pessoas positivas,que você goste, que o coloquem para cima e olevem para o crescimento
Faça aquilo que gosta. Se não gosta, seesforce e, se não funcionar, procure outrascoisas que o agradem
Fonte: Marilam Sales
DIÁRIO DA REGIÃO São José do Rio Preto, 5 de agosto de 2012 / 5
Você não consegue se desconectar da internet
e enxerga a vida só através da tela de um
computador? Está na hora de fazer uma “dieta”
Jéssica [email protected]
O excesso do uso de tecnologias
pode transformar as pessoas em obe-
sos virtuais. Parece exagero, mas é
exatamente isso que o segundo livro
do canadense Daniel Sieberg “Digi-
tal Diet” (Dieta Digital) afirma. Se-
gundo o autor, abusar dos bits e
bytes pode causar obesidade digital.
Ele propõe um programa em quatro
etapas para acabar com a dependên-
cia e encontrar o equilíbrio.
De acordo com Sieberg, a obesi-
dade digital apresenta alguns sin-
tomas, como não conseguir se des-
grudar da internet e perder a cone-
xão com o mundo.
Essa obsessão por estar o tempo
todo conectado já tem nome: “Fo-
mo”, sigla em inglês para “Fear of
missing out” (medo de perder algu-
ma coisa). É uma sensação que as pes-
soas têm de que, se não estiverem co-
nectadas com o mundo virtual, po-
dem perder as fofocas, festas, notí-
cias, entre outras coisas nem sempre
importantes.
A psicóloga Sylvia Van Enck, co-
laboradora do Pró-AMITI do Nú-
cleo de Dependência de Internet do
Instituto de Psiquiatria do Hospital
das Clínicas, em São Paulo, diz que
é possível identificar o uso excessivo
de internet como dependência quan-
do a pessoa passa a usar essa ferra-
menta de maneira que prejudique a
vida pessoal, o trabalho, os estudos,
as relações de amizade. Os depen-
dentes de internet podem apresen-
tar irritação, agressividade e violên-
cia diante da frustração de não poder
usar o computador.
O vício e a dependência pode cau-
sar outros problemas, como para a
saúde física e mental, segundo a psi-
cóloga Veruska Marques de Almei-
da. “Um exemplo é o sedentarismo,
que ocorre quando a pessoa deixa
de praticar exercícios para passar
mais horas na internet. Esses casos
têm maior incidência em crianças
e adolescentes que utilizam estes
recursos como forma de se dis-
trair”, afirma. O convívio social e
familiar também podem ser com-
prometido com o uso excessivo da
internet.
Para a especialista, é fundamental
se desligar do virtual para se conectar
com a vida, com as pessoas. “É impor-
tante passar um tempo com os ami-
gos, familiares, dar atenção às pes-
soas com quem convivemos, nos rela-
cionarmos com o outro sem que isso
seja por meio virtual. O ideal seria
uma administração do tempo: reser-
var tempo para o relacionamento fa-
miliar, o relacionamento social e até
o virtual”, recomenda Veruska.
Sylvia diz que, normalmente, a
pessoa pode tentar de alguma for-
ma controlar esse uso. Por exem-
plo, fazendo uma agenda para que
ela possa organizar a rotina e abrir
espaço para as demais atividades.
“Mas quando ela não consegue is-
so e passa a ser a única atividade
que a pessoa exerce no seu período
do dia ou da noite, então nós pode-
mos considerar como alguém ne-
cessitando mesmo de ajuda.”
Comportamento
OBESIDADEDIGITAL
Depois de tentar impor limites no
uso do computador, sem muito
sucesso, Rosimeire Ferreira Silva,
41, resolveu tomar uma atitude
mais radical. “Eu desliguei
totalmente o computador. Sei que
é importante, mas eles vão ficar
um tempo sem até entenderem
que ná é brincadeira, é coisa séria”
6 / São José do Rio Preto, 5 de agosto de 2012 DIÁRIO DA REGIÃO
Como é o tratamento
‘Precisei desligar’
1º Não usar smartphone, tablet ou acessar as redessociais como o Facebook e Twitter, por um ou dois dias. Oobjetivo é avaliar como a tecnologia domina seu dia a dia e oimpacto que tem em suas relações interpessoais
2º Faça um balanço do número de gadgets, redessociais e blogs que acessa. A dica é guardar tudo em umacaixa por um dia, esse tempo deve ser gasto para fazer umacoisa de cada vez, por exemplo, ouça música sem fazer maisnada
3º Restabeleça relações pessoais que possam ter sidoafetadas de alguma maneira pelo uso da tecnologia. A partirdesse passo, pode começar a reintroduzir a tecnologia aospoucos
4º Incorpore as tecnologias que sejam realmentenecessárias e algumas que ajudam a gerenciar a sua vida.Uma recomendação de Sieberb é sempre se livrar de algoquando adquirir um serviço ou objeto novo
Fonte: Daniel Sieberg, autor do livro “The Digital Diet”
A psicóloga Silvana Parrei-
ra de Jesus explica que esse ti-
po de dependência precisa de
tratamento. “Em relação aos ví-
cios tecnológicos, hoje é deno-
minado de “Nomofobia”, uma
fobia ou sensação de angústia
que surge quando alguém se
sente impossibilitado de se co-
municar por uma aparelho ce-
lular ou aparelho móvel.
Quando percebemos que esse
vício ou fobia atrapalha ao
ponto de pessoas se comunica-
rem mais por meio das redes
sociais do que pessoalmente,
é necessário tratamento psico-
lógico terapêutico”, diz.
O Hospital das Clínicas, em
São Paulo, criou um programa
para o tratamento da dependên-
cia de internet. Segundo a psi-
cóloga Sylvia Van Enck, o pro-
grama atende adultos, adoles-
centes e os pais de adolescen-
tes. No HC, as pessoas que pre-
cisam de ajuda falam da dificul-
dade que estão tendo com a in-
ternet. “A pessoa, tendo interes-
se, marca uma triagem, depois
formamos grupos que são aten-
didos uma vez por semana, no
HC, e lá eles passam por uma
avaliação psiquiátrica e psicoló-
gica para serem encaminhados
para o tratamento de grupo. Es-
se atendimento tem uma pro-
posta de 18 semanas consecuti-
vas, em que são trabalhados os
aspectos de conscientização do
uso da internet”, explica.
A psicóloga diz que as pes-
soas em tratamento gradativa-
mente percebem o que elas es-
tão deixando de viver enquan-
to estão conectadas, e o que, de
alguma maneira, facilita essa
busca para o computador. O tra-
balho desenvolvido no HC ain-
da faz com as pessoas vejam co-
mo estão de se refugiando de al-
guma dificuldade maior que te-
nham, usando o computador
como forma de alívio e prazer.
Assim, os dependentes de in-
ternet podem identificar com-
petências, novos interesses e
abrir o caminho para outras
áreas da vida. “O papel da fa-
mília é muito importante,
por esse motivo fazemos o
acompanhamento da famí-
lia”, afirma Sylvia.
As informações sobre o tra-
tamento de dependência de in-
ternet do Hospital das Clínicas
podem ser acessadas no site
www.dependenciadeinternet.
com.br. Na página, os interessa-
dos podem agendar um horário
para consulta. O tratamento é
gratuito. (JR)
A nova geração de crianças
e adolescentes já nasceram co-
nectadas. Hoje, é comum ver
crianças pequenas que já sa-
bem utilizar o computador,
mesmo que seja apenas para jo-
gar, ou utilizar o celular para fa-
lar com os pais e enviar mensa-
gens para os amigos. O proble-
ma é que, nesse caso, as crian-
ças precisam que os pais moni-
torem o uso excessivo das tec-
nologias para que eles não se-
jam as novas vítimas da depen-
dência de internet.
A psicóloga Veruska Marques
de Almeida afirma que a nova ge-
ração tem acesso maior às tecnolo-
gias. “As crianças que estão nas-
cendo conhecem estes aparelhos
tecnológicos cedo como os brin-
quedosdainfância. Entretanto,de-
vemos nos lembrar que é possível
viver sem essas tecnologias. O
ideal é policiar nossos hábitos na
utilização desses recursos para que
continuem facilitando nosso dia a
dia, sem nos prejudicar”, alerta.
Para a psicóloga Sylvia Van
Enck, existe uma preocupação em
relação ao uso desmedido e sabe-
se que uma das causas do incenti-
vo é a compra dos celulares. “A
maioria dos jovens e grande parte
das crianças já tem o seu celular,
com todos esses acessos, e isso é
um motivo de preocupação por-
que acaba gerando apego, depen-
dência”, diz.
Segundo a especialista, os pais
podem colocar limites nos filhos.
Por exemplo, limitar o uso em al-
gumassituações, como irpara aes-
cola e não levar o celular, ou levar -
mas na condição de que seja usado
nos intervalos ou no momento em
que a escola permite.
A psicóloga Silvana Parreira
de Jesus complementa dizendo
que os pais devem fazer com que
as crianças utilizem as tecnologias
parareaisnecessidades,quenão fa-
çam uma troca com a comunica-
ção visual, isto é, na relação com o
outro.“Para osatuais viciadosnes-
sa tecnologia, oriento que bus-
quem tratamento desse vício e as-
simmodifiquemoscomportamen-
tos, não ficando tão dependentes e
prejudicando sua vida e seu círcu-
lo social”, recomenda.
A orientação de Sylvia é que as
crianças possam usar a internet
em determinados momentos e in-
tercalar com atividades como es-
porte, tempo para os estudos. “O
que nós percebemos é que quando
chega nesse uso abusivo o contro-
le ficamuitodifícil easpessoasaca-
bam se distanciando do convívio
familiar, e os pais, para evitar con-
frontos, acabam cedendo. O im-
portante seria manter o computa-
dor num ambiente que seja co-
mum à família, para que os pais
possa monitorar o que os filhos es-
tão acessando.” � (JR)
A empresária Rosimeire
Ferreira Silva, 41, sabe bem
o que é impor limites aos fi-
lhos quando se trata de inter-
net. A filha mais velha, Julia-
ni Vitória Silva, 8, pediu que
ela comprasse um computa-
dor. O pedido foi atendido.
“Ela começou a deixar de fa-
zer os deveres escolares para
entrar no Facebook. Colo-
quei o limite de que ela só
iria entrar de sábado e do-
mingo, quando estou em ca-
sa e posso ver com quem ela
conversa”, conta.
Mas Juliani não obede-
ceu a mãe e continuou a aces-
sar a rede social e deixar os
estudos de lado. “Ela conti-
nuou desobedecendo, esque-
ce da vida quando está conec-
tada, e eu desliguei totalmen-
te o computador. Eu sei que
é importante para aprender,
fazer pesquisas escolares,
mas eles vão ficar sem até en-
tenderem que não é brinca-
deira, é coisa séria. No come-
ço ela não gostou, mas de-
pois acabou concordando”,
diz a mãe.
Rosimeire lembra que
até o filho mais novo, o pe-
queno Otávio Miguel Silva,
4, já sabe ligar o computador
para jogar. Para a empresá-
ria, as crianças aprendem
com muita facilidade e os
pais precisam impor limites
para que o acesso à internet
não se torne um problema
no futuro. (JR)
Quatro passosda dieta digital
Edvaldo
Santos
30/7
/2012
Conexão ‘de berço’
DIÁRIO DA REGIÃO São José do Rio Preto, 5 de agosto de 2012 / 7
Vacinação infantil no Brasil
é exemplar, o problema
está no convencimento
dos mais velhos
Elen [email protected]
Em gotinhas ou em inje-
ções, doses de saúde têm sido
disponibilizadas em todo o
mundo para imunizar a popu-
lação, na procura de prevenir e
erradicar várias doenças. Em-
bora os estudos não tenham pa-
rado para obter novas desco-
bertas nessa área, uma batalha
p a r a l e l a é m a n t e r a
conscientização nas pessoas so-
bre a importância de manter a
vacinação sempre em dia.
A preocupação é em razão
da cultura de “esquecer” ou
não achar necessárias as vaci-
nas de reforço ou indicadas es-
pecificamente para a fase adul-
ta. O problema, no entanto,
não é exclusivo do Brasil, e foi
tema de discussão da Socieda-
de Brasileira de Imunização
(SBIm), na 14ª Jornada Nacio-
nal de Imunizações, em Salva-
dor, Bahia, no mês passado.
A abordagem tem seus mo-
tivos. A cobertura vacinal em
crianças e adolescentes tem
atingido números muito posi-
tivos devido às campanhas e
parcerias feitas em toda a socie-
dade para promover e oferecer
cada vez mais pontos de distri-
buição de vacinas.
O assunto chega às casas pe-
la televisão, revistas, pelo rá-
dio, jornais, de boca em bo-
ca, no carro de som do bair-
ro e por informação de pro-
Saúde
ADULTOSVACINADOS
8 / São José do Rio Preto, 5 de agosto de 2012 DIÁRIO DA REGIÃO
fissionais de saúde. A dedicação
para manter as crianças vacina-
das e imunes a doenças que cau-
savam sérios problemas à saúde
pública é exemplar, o que não
acontece, contudo, com os pró-
prios adultos.
As medidas preventivas para a
saúde são deixadas de lado e substi-
tuídas pelas horas de trânsito, traba-
lho, horas extras e cursos para bus-
car uma promoção profissional. A
saúde, que é a responsável por man-
ter toda essa disposição e empenho,
nunca é prioridade. A verdade é que
o adulto tem o hábito de procurar
ajuda somente quando sente que al-
go realmente não vai bem.
Segundo a presidente da SBIm-
Rio de Janeiro, a pediatra Isabella
Ballalai, a estratégia para reverter
esse quadro é sempre a informa-
ção. Uma parceria com o Minis-
tério da Saúde pode facilitar es-
se canal de divulgação, uma vez
que os próprios profissionais de
saúde são o conato direto para
informar e mostrar a necessida-
de da vacinação.
A imunização também dos adul-
tos é uma forte ferramenta para garan-
tiraerradicaçãodedoençascomoava-
ríola e o controle do sarampo, polio-
mielite, rotavírus, entre outras. “Man-
ter a caderneta atualizada não é para
proteger apenas um, mas em relação à
proteção de todo um grupo. Quanto
mais pessoas mantêm-se vacinadas,
menorachance da circulaçãodeagen-
tes e transmissão para outras. É uma
proteção indireta e garante a qualida-
dedevidaparatodos”,destacaopedia-
tra Renato Kfouri, presidente da
SBIm-Nacional.
Prevenção reconhecida
De acordo com dados da
SBIm, a Organização Mundial da
Saúde (OMS) evita 3 milhões de
mortes todos os anos com as medi-
das preventivas da vacinação. No
entanto, a organização chama a
atenção para esses espaços criados
pela população, o que pode abrir
caminho para o retorno de doen-
ças como o sarampo.
A pediatra Isabella Ballalai
lembra que, décadas atrás, doen-
ças como poliomielite, rubéola, té-
tano, difteria e sarampo causavam
muitas enfermidades, hospitaliza-
ções, deixavam sequelas e até leva-
vam à morte. “O sarampo era a
doença que mais matava. Depois,
os índices de mortalidade infantil
mudaram muito com a vacina-
ção”, diz.
Depois do episódio da Revolta
Vacina, no início da década de
1920, no Rio de Janeiro, nunca ne-
nhum outro movimento brasilei-
ro levantou uma bandeira contra a
vacinação, reconhecendo a impor-
tância da imunização.
Estratégias
O profissional de saúde está ha-
bilitado a observar o calendário va-
cinal das pessoas e indicar uma
atualização de vacinas. Esse proce-
dimento ajuda a diminuir
o número de adultos com vaci-
nas atrasadas.
Algumas campanhas de saúde
vão até mais longe. Para evitar o
avanço desses números de adultos
displicentes, não só disponibili-
zam os pontos de vacinação em
praças, escolas, igrejas e shoppin-
gs, mas formam parcerias para che-
gar a ambientes de trabalho. Os re-
sultados são positivos, mas é preci-
so, sempre, conscientização para a
proteção coletiva.
Entre as vacinas que precisam
receber doses de reforço na fase
adulta estão a febre amarela e a du-
pla tipo adulto – protege contra
difteria e tétano adulto –, que de-
vem ser tomadas uma vez a cada
dez anos, e a influenza sazonal, re-
comendada anualmente. No caso
da vacina da gripe, amplamente
divulgada nos últimos anos após a
pandemia da HIN1, em 2009, o
comportamento displicente do
adulto brasileiro é a crença de que
adoecerá, caso seja vacinado.
Os efeitos negativos são des-
mistificados por Kfouri. Ele diz
que há a possibilidade de algumas
sensações adversas, mas muito
brandas, e não somente com a va-
cina da gripe. Os pais, por exem-
plo, notam quando os filhos ficam
mais irritados ou sonolentos em
uma eventual vacina, mas isso é
passageiro. Nem por isso usam is-
so como desculpa para deixar de
levar a criança para tomar as pró-
ximas doses.
“Reações podem dar, mas em
qualquer vacina, como uma febre
leve ou uma dor local, mas são mui-
to passageiras e previstas, e com cer-
teza compensam pelo afastamento
do risco da doença”, diz o pediatra.
Outras crenças fazem ligação
das vacinas com o desenvolvimen-
to de câncer, autismo ou esclerose
múltipla, no caso direcionada a
crianças. Equívocos como esses
compreendem questões defendi-
das por algumas doutrinas médi-
cas e o uso de medicamentos alo-
páticos, o que só atrasa o avanço
da erradicação de mais doenças.
“O motivo maior é a não infor-
mação, por isso temos de traba-
lhar, informar e fazer campanhas
educativas”, destaca a pediatra Isa-
bella Ballalai, presidente da SBIm-
Rio de Janeiro. � (EV)
Desinformação cria alguns ‘mitos’
DIÁRIO DA REGIÃO São José do Rio Preto, 5 de agosto de 2012 / 9
Congresso de
ortodontia reúne
profissionais para
debater e conhecer
novidades na
área ortodôntica e
trocar experiências
Elen [email protected]
Compartilhar técnicas ino-
vadoras, discutir temas contem-
porâneos nacionais e interna-
cionais e apresentar aparelhos
novos. Esse é o foco do encon-
tro entre ortodontistas brasilei-
ros e de várias partes do mundo
no 18º Congresso Brasileiro de
Ortodontia - Orto 2012.
O evento, que ocorre en-
tre os dias 27 e 29 de setem-
bro, em São Paulo, é a porta
de entrada para a exposição e
troca de novas ideias e estu-
dos, além de experiências
bem-sucedidas entre os pro-
fissionais da área. Automati-
camente, o que mostra-se efi-
caz é incorporado ao trabalho
diário dos ortodontistas, dan-
do mais e melhores opções de
tratamento para os pacientes.
A programação prevê a
participação de 12 professo-
res internacionais, 200 con-
gressistas nacionais e exposi-
ção de 400 painéis de ativida-
des científicas e mesas clíni-
cas. De acordo com o coorde-
nador científico do Orto
2012, o ortodontista Flávio
Cotrim, há ainda 15 cursos
nacionais na grade educacio-
nal e o comparecimento de
cerca de 5 mil congressistas.
“Apoiando essa grande
iniciativa estarão ainda cerca
de 80 expositores comerciais
do setor, apresentando produ-
tos nacionais e importados
que mostrarão o que há de
mais atual em tecnologia pa-
ra nossa profissão.”
A escolha dos assuntos, se-
gundo o coordenador científi-
co do evento, procurou ser
bem abrangente e atual. A se-
leção também se baseou em
acrescentar temas de grande
interesse clínico dos ortodon-
tistas com a finalidade de se-
rem facilmente incorporadas
ao trabalho nos consultórios,
uma vez que os ortodontis-
tas, como profissionais de
saúde que são, têm de ter o co-
nhecimento técnico ligado à
evolução da ciência.
“Esses assuntos devem ser
ministrados por professores
e profissionais que ancorem
sua experiência clínica em
forte base científica. Isso por-
que uma programação de con-
teúdos baseados em evidên-
cias dará ao congressista a se-
gurança necessária para por
em prática esses conhecimen-
tos”, destaca Cotrim.
Entre os temas discutidos
e abordados inclusos na pro-
gramação científica estão
“Distúrbios do sono” ,
“Disjunção maxilar”, “Estéti-
ca facial”, “Oclusão e ATM”
e “Aparelhos ortodônticos au-
toligáveis”. Um dos partici-
pantes das conferências é o
ortodontista Daniel Ianni Fi-
lho, coordenador da Alpha
Smile Centro de Cursos e Pes-
quisas Odontológicas, em
Campinas.
O tema abordado pelo pro-
fissional será “Mordida aber-
ta esquelética cirúrgica trata-
da sem cirurgia ortognática –
Atualidades e avanços em
diagnóstico e tratamento”.
Ele explica que o interesse na
área surgiu depois de se frus-
trar no tratamento de uma
pré-adolescente, ocasião em
que aplicou tudo o que conhe-
cia-se sobre mordida aberta
convencionalmente.
“O que parecia fácil era
muito difícil e na época não
tinha subsídios de diagnósti-
co suficientes para entender,
classificar e fazer a previsão
de crescimento. Hoje, sabe-
mos que há a possibilidade
de autocorreção, mas um ter-
ço evolui para mordida aber-
ta dentoalveolar ou esqueléti-
ca”, informa. �
Serviço
18ºCongresso Brasileiro de Ortodontia,dodia 27ao29desetembro, das 9hàs19h, noPavilhãoAzul da ExpoCenterNorte, em SãoPaulo
Evento
Todos pela sua bocaTEMASDA PROGRAMAÇÃOCIENTÍFICA
Ancoragem absolutacom mini-implantes
Aparelhos ortodônticosautoligáveis
Biomecânica emortodontia
Diagnóstico eplanificação do tratamento
Disjunção maxilar
Distúrbios do sono
Estética facial
Fios ortodônticos
Imaginologia emortodontia
Oclusão e ATM �
Saibaw
ww
.sxc.hu/Divulgação
10 / São José do Rio Preto, 5 de agosto de 2012 DIÁRIO DA REGIÃO
A vida só vale a pena quando temperada de compaixão. Cuidar é o exercitar
da gratidão, uma oportunidade de melhorar esse mundo cheio de desequilíbrios
Josinel B. CarmonaPsicólogo
“Visto que nossa vida come-
ça e termina com a necessidade
de afeto e cuidados, não seria
sensato praticarmos a compai-
xão e o amor ao próximo en-
quanto podemos?”
Essa proposição é atribuída
ao atual Dalai Lama. Que ver-
dade mais profunda!
Numa vida não interrompi-
da por nenhum acidente ou
doença fatal, certo é que todos
fomos crianças e seremos ido-
sos. Duas das fases mais impor-
tantes da vida; duas lindas fa-
ses da vida e tenho certeza que
não estou romantizando, basta
apenas um pouco de sensibili-
dade e coragem para olhar para
uma criança e um idoso para
perceber sua fragilidade, sua ne-
cessidade de assistência e com-
panhia. Não me refiro apenas a
um cuidar técnico, falo de um
olhar carinhoso e amoroso.
Quando apelo para a neces-
sidade de coragem, estou falan-
do de um medo que parece nos
rondar quando estamos diante
desses dois extremos da vida.
Podemos experimentar medo
de não saber o que fazer, medo
da proximidade, medo de emo-
ções profundas de amor, medo
da entrega, medo de tocar e ser
tocado, medo da vida e medo
da morte. A coragem se refere a
enfrentar as próprias barreiras
e travas emocionais, enfrentar
o egoísmo e aprender a doar
presença, sorriso, o cuidar, a
fraternidade de assistir um que
ainda nada pode fazer e só pre-
cisa receber para crescer e ou-
tro que já não pode mais fazer e
precisa receber para manter-se
vivo, alegre e saudável.
Como é profunda e verda-
deira essa reflexão!
Agora que não somos mais
crianças e ainda não idosos, é
nossa oportunidade de, no mí-
nimo, devolver aquilo que rece-
bemos: os cuidados que nos
permitiram estar aqui.
Nem sempre pensamos
nisso, talvez para mantermos
a cômoda atitude do nada em
relação ao outro numa
vivência cada vez mais auto-
centrada e egoísta.
Nessa sociedade violenta,
que precisa criar um estatuto
para proteger a criança, delega-
cias da mulher, filas especiais
para idosos e gestantes, leis pa-
ra as minorias, estamos cheios
de exemplos de nosso míope
olhar para a vida e suas verda-
deiras necessidades, para o ou-
tro e suas necessidades. Quan-
to medo temos de perceber que
nos afastamos de maneira peri-
gosa de valores importantes da
vida. Que comodismo delator
de uma patologia coletiva: não
sabemos cuidar.
A vida só vale a pena quan-
do temperada de compaixão e
amor, esse é o verdadeiro senti-
do da assistência e da materni-
dade. Cuidar é o exercitar da
compaixão e da gratidão.
Acredito que ter a possibili-
dade de cuidar e poder oferecer
qualquer coisa, por menor que
seja, a alguém que precise, con-
tribuir para criar uma sensação
de conforto e acolhimento, isso
é uma oportunidade valiosa de
melhorar esse mundo cheio de
desequilíbrios e sofrimento.
Fica aqui uma reflexão so-
bre o que cada um pode fazer
para melhorar a vida, para ge-
rar um sorriso, aquecer um co-
ração e afastar a solidão, o aban-
dono, a rejeição, o descaso e a
ingratidão.
o ser humano é gregário,
nos reconhecemos através do
outro, precisamos do outro pa-
ra nos sentirmos amados, admi-
rados e queridos, nossa impor-
tância pessoal passa pelo outro,
mas nem sempre percebemos
que somos o outro do outro. �
A criança e o idosoRubens Cardia
www.sxc.hu/Divulgação
DIÁRIO DA REGIÃO São José do Rio Preto, 5 de agosto de 2012 / 11
Mayana Neiva se distingue com personagem sedutora e misteriosa em “Amor Eterno Amor”
TV Press
A exótica harmonia de
Mayana Neiva explica a diversi-
dade de suas personagens na te-
vê. Atualmente na pele da mis-
teriosa Elisa, em “Amor Eter-
no Amor”, a breve trajetória da
atriz na tevê tem sido ascenden-
te. Sua primeira aparição foi há
cinco anos, como a antagonista
Heliana da microssérie “A Pe-
dra do Reino”, de Luiz Fernan-
do Carvalho. Foi quando ela te-
ve de raspar a cabeça para a his-
tória gravada no sertão da Pa-
raíba, terra natal da atriz de 29
anos. No ano seguinte, viveu a
ex-modelo Karina na densa mi-
nissérie “Queridos Amigos”,
quando chamou atenção de
Maria Adelaide Amaral, que lo-
go a escalou para viver a explo-
siva Desirée no “remake” de
“Ti-Ti-Ti”. Na verdade, a
atriz de olhos expressivos e bo-
ca carnuda possui uma extrava-
gância que se destaca nos pa-
péis mais exuberantes. Foi jus-
tamente por isso que Mayana
explica que decidiu entrar na
trama das seis suavizando ao
máximo suas expressões fa-
ciais. “Trabalhei com o olhar
puro e curioso da Audrey Tau-
tou no longa ‘Amélie Poulan’ e
com uma ‘boca de desejo’.
Construí a Elisa a partir dessa
contradição”, entrega.
Na história de Elizabeth
Jhin, a identificação da atriz
com a personagem começa na
simpatia pela religião espírita,
a mesma da atriz. “Se você já
tem familiaridade com o assun-
to, se apropria muito melhor
dele. Mas a trama fala de valo-
res do ser humano”, observa
Mayana, que não disfarça a pos-
sível e crescente vilania da per-
sonagem, que finge ser o amor
de infância do protagonista Ro-
drigo, de Gabriel Braga Nunes.
“O público está muito com o
pé atrás com ela. Mas a Elisa, as-
sim como eu, tem muita curio-
sidade com a vida, uma sede de
viver enorme, mas é bem mais
contida. Eu sou de gargalhadas
altas”, diverte-se.
Especializada em Drama
pela Faculdade de Artes Cêni-
cas de São Francisco, na
Califórnia, Mayana morou
tempos nos Estados Unidos
até decidir voltar ao Brasil pa-
ra seguir a carreira de atriz.
Foi quando chamou a atenção
de um olheiro que a convidou
a participar do concurso Miss
Paraíba 2003, de onde saiu ven-
cedora. “Ser miss foi mais uma
personagem para mim. Sem-
pre fui desengonçada. Queria é
que as pessoas me conheces-
sem para levar público para a
minha peça. Mas me orgulho
de ter representado meu esta-
do”, avalia.
O que Mayana realmente se
orgulha é de seu meteórico re-
conhecimento na Globo. Sem
sair do ar desde a sua estreia,
mesmo que seja através de rápi-
das participações em produ-
ções, como na novela “Cordel
Encantado”, nas minisséries
“Dercy de Verdade” e “Dalva e
Herivelto - Uma Canção de
Amor” ou no seriado “Som &
Fúria”, a atriz atribui, diploma-
ticamente, suas personagens de
destaque à generosidade das
equipes que têm trabalhado.
“Estava louca para ser dirigida
pelo Papinha. Todo mundo di-
zia que eu ia amar essa equipe e
não deu outra”, elogia, referin-
do-se ao diretor Rogério Gomes,
responsável pela trama das seis.
“Aqui (osdiretores) PedroVascon-
cellos e a Roberta Richards foram
atores. Isso muda tudo na hora de
dirigir atores. A Roberta chega a
dartoquesnomeuouvidoaomedi-
rigir”, elogia.
Na trama das seis, a atriz
tem ficado a semana inteira no
Rio para conseguir gravar cer-
ca de 15 cenas diárias na histó-
ria de Filipe Miguez e Izabel
de Oliveira. “Gente, aqui não
tem glamour nenhum. É só
suor! É um sacerdócio de se-
gunda a sábado. Mal tenho tem-
po de cuidar de mim. Quando
chega domingo, estou exausta
de viver outras pessoas e só pen-
so em ser eu, pelo menos um
pouquinho”, brinca, antes de
emendar. “Nessas horas, só
lembro do Jorginho Fernando
em ‘Ti-Ti-Ti’ me ensinando a
me divertir quando tinha 22 ce-
nas para gravar. Ele dizia: ‘se
apropria do cenário, solta o in-
consciente e brinca!’. Isso fez
toda a diferença na minha vi-
da”, destaca.
Entonação libertária
O papel dos sonhos de
Mayana Neiva é interpretar
uma cantora na tevê. A atriz,
que mora em São Paulo, já che-
gou a ter três bandas de rock pa-
ralelamente à carreira de atriz.
O último grupo musical, forma-
do nos Estados Unidos, onde
morou, chamava-se Lunik em
homenagem ao satélite soviéti-
co. Para a atriz, o canto, diferen-
temente da interpretação, tem
uma vertente mais autoral. “O
ator vive em seus personagens.
Você nunca sabe direito quem
ele é. O cantor não. E cantar
me libera. Quando fazia show,
chegava em casa calminha”,
lembra, saudosista. �
Perfil
INTENSIDADE LATENTE
Há poucos meses, emCannes, Mayana Neivaestreou o longa argentino“Infância Clandestina”,onde vive uma guerrilheirados anos 70. “Ele foiaplaudido de pé por 15minutos. Foi lindo. Me sentitotalmentelatino-americana”, valoriza.No final de 2012, entra emcircuito o longa “Vendedorde Passados”, dirigido porLula Buarque de Hollanda,da Conspiração Filmes, noqual Mayana contracenacom Lázaro Ramos
Durante as gravaçõesde “Ti-Ti-Ti”, Mayanaoperou o joelho e até hojefaz sessões de fisioterapiapara normalizer osmovimentos na região
A atriz nasceu emCampina Grande, naParaíba, mas deixou suacidade natal aos 15 anosde idade. Foi fazer o “highschool” na Califórnia, nosEstados Unidos
Apesar do insistentesotaque nordestino deMayana, a atriz nãoprecisou fazer sessões defonoaudiologia para viverElisa. A personagemtambém exigia um levesotaque interiorano
Atriz, de olhosAtriz, de olhos
expressivos e bocaexpressivos e boca
carnuda, possui umacarnuda, possui uma
extravagância que seextravagância que se
destaca nos papéisdestaca nos papéis
mais exuberantesmais exuberantes
Instantâneas
Jorge Rodrigues Jorge/Divulgação
TV - 12 / São José do Rio Preto, 5 de agosto de 2012 DIÁRIO DA REGIÃO
‘Se arrependimentomatasse...’Nado Grimberg foi quem sugeriu que seu personagem,
o Ruço de “Cheias de Charme”, da Globo, tivesse tran-
ças. “Mas dói muito”, confessa, entre risos. Apesar da
dor, o ator, que garante adorar o penteado, ainda precisa
conviver com as brincadeiras de parte do elenco. “Eles
ficam me sacaneando porque falei que ficaria assim o
ano todo. Mas não dá”, admite.
Pato BrancoA partir do dia 24 de agosto, às 20h30, o Canal Viva re-
prisará a segunda temporada do seriado “Toma Lá, Dá
Cá”. O elenco é composto por Adriana Esteves, Miguel
Falabella, Marisa Orth, Diogo Vilela, Arlete Salles,
Stella Miranda e Fernanda Souza, entre outros. O pro-
grama foi exibido originalmente entre 2007 e 2009.
Olho gordoPela primeira vez na carreira, Sheron Menezes interpre-
tará uma vilã. Em “Lado a Lado”, próxima novela das
seis da Globo, a atriz será Berenice, uma jovem que divi-
de o cortiço com Isabel, de Camila Pitanga. “Ela é inve-
josa e fará tudo para atrapalhar a vida da colega. Essa per-
sonagem é mesquinha e acredita que a beleza é suficien-
te para conseguir o que ela quer”, conta, aos risos, João
Ximenes Braga que assina o folhetim com Claudia La-
ge. A trama deve estrear em setembro.
Luz na passarelaA Record marcou a estreia do “Top Model – O Reali-
ty”, quadro do “Tudo É Possível”, para o próximo
dia 19. As 24 candidatas estão confinadas em Itu, in-
terior de São Paulo, na casa de Ana Hickmann, apre-
sentadora da produção ao lado de Ticiane Pinheiro.
Os testes de vídeo, passarela e fotos serão realizados
a partir do dia 15. Entre os jurados estão Zeca
Abreu, dono de uma agência de modelos, e os consul-
tores Gustavo Sarti e Matheus Mazzafera. A vence-
dora ganha um contrato de R$ 150 mil para ser mo-
delo exclusiva da marca Ana Hickmann.
Virando gentegrandeAs inscrições para o “reality show” “Quem Quer Casar
com Meu Filho?”, da Band, estão abertas no portal
“www.band.com.br/quemquercasarcommeufilho”. A
produção busca mães que desejam encontrar uma mu-
lher para seus marmanjos e rapazes que desejam sair da
casa dos pais e que ainda buscam um amor. De acordo
com o formato do programa, a primeira temporada será
composta por cinco homens de diferentes idades, cujas
pretendentes foram selecionadas pelas mães deles. Em
determinado momento, eles decidirão se querem casar
ou permanecer sob os cuidados da mãe. O programa de-
ve estrear em novembro.
Homem de féRodrigo Lombardi será Theo em “Salve Jorge”, substi-
tuta de “Avenida Brasil”, na Globo. Na trama, ainda pe-
queno, o personagem ficou soterrado durante uma en-
chente em Petrópolis, na região serrana do Rio, onde
morava. Após ser dado como morto, o menino foi acha-
do por um vizinho embaixo dos escombros. O garoto foi
resgatado no Dia de São Jorge. Desde então, até mesmo
na fase adulta, ele não sai de casa sem uma medalha e fi-
ta do santo guerreiro. Por enquanto, o ator segue gravan-
do na Turquia, com os demais integrantes do elenco. A
novela é de Glória Perez e estreia em outubro.
Outro formatoO filme “Xingu”, de Cao Hamburger, está sendo edita-
do e em 2013 estreará na Globo como minissérie. A pro-
dução será exibida em quatro episódios com material
inédito e contará a saga dos irmãos Villas Boas, que des-
bravam as florestas do Brasil Central. A obra é protago-
nizada por João Miguel, Felipe Camargo e Caio Blat,
que vivem Claudio, Orlando e Leonardo Villas Boas,
respectivamente.
‘Se ela dança...’O quadro “Dança da Galera”, do “Domingão do
Faustão”, será gravado a partir de outubro. Por enquan-
to, uma equipe do programa viaja em diferentes cidades
em busca das candidatas para a segunda edição do proje-
to. Apesar disso, a exibição do quadro só acontece no pri-
meiro semestre de 2013.
Aluno aplicadoPaulo Rocha tem feito aulas de fotografia para viver o fo-
tógrafo Fábio no “remake” de “Guerra dos Sexos”, pró-
xima novela das sete da Globo. Além disso, o ator fre-
quenta classes com uma professora para atenuar o sota-
que lusitano. Recentemente, Paulo Rocha assinou con-
trato com a Globo com exclusividade até 2015. A nove-
la, escrita por Silvio de Abreu, estreia em outubro.
Vai e voltaA nova temporada da série “Louco Por Elas”, da Globo,
estreia em outubro. A produção deve ser interrompida
por três semanas em dezembro por conta das festivida-
des de fim de ano e voltará ao ar com inéditas em janeiro
de 2013. João Falcão, autor e diretor geral do projeto, já
está envolvido com os 18 episódios encomendados pela
emissora.
Rebelde sem causaJuliana Paiva está em contagem regressiva para a estreia
da nova temporada de “Malhação”, a partir do próximo
dia 13. Para viver a rebelde Fatinha, a atriz precisou mu-
dar o visual e agora está com os cabelos louros e compri-
dos. Na trama, a adolescente adora sentar no fundo da
sala de aula, seduz os garotos e exagera na maquiagem.
Apesar desta propaganda toda, ela é romântica e vir-
gem. Ao longo da história, ela irá se apaixonar por Bru-
no, de Rodrigo Simas, que não dará bola para a moça.
Imensidão azulEm “Passado Próximo”, título provisório da substituta
de “Máscaras”, na Record, Juliana Silveira será Isabel.
Na trama, assinada por Gisele Joras, a moça é uma arqui-
teta de sucesso, que nas horas vagas pratica pesca subma-
rina. Para não fazer feio em cena, a atriz tem feito mergu-
lhos e pesca submarina com frequência. A novela estreia
em outubro.
Agora vaiFinalmente o seriado policial “A Teia” sairá do papel. A
produção, que será dirigida por Márcio Garcia, tem dire-
ção de núcleo de Rogério Gomes, o Papinha. Estão pre-
vistos 10 episódios e a estreia só deve acontecer no se-
gundo semestre de 2013. Com texto de Bráulio Manto-
vani e Carolina Kotscho, o projeto luta para conseguir
formar o elenco, que está cada vez mais disputado pelas
produções da Globo.
Exercício de estiloAs gravações de “Subúrbia”, nova minissérie assinada
pelo diretor Luiz Fernando Carvalho, já começaram. A
trama, assinada pelo diretor e por Paulo Lins, contará a
história de Conceição, ou Ceição, uma bela jovem negra
e pobre, nascida no interior de Minas e que mudou para
o Rio de Janeiro. Por conta da sua beleza, ela passará por
diversas provações ao longo da vida. Os atores do proje-
to não são consagrados. Entre as locações, estão os bair-
ros de Madureira, Piedade e Ilha do Governador, na Zo-
na Norte do Rio. A produção irá ao ar em novembro e
terá oito capítulos. �
ZappingTV Press
Pedro Paulo Figueiredo /Divulgação
DIÁRIO DA REGIÃO São José do Rio Preto, 5 de agosto de 2012 / 13 - TV
Colecionador de vilões na teledramaturgia, JonasBlochse sobressai como poderosochefãode ‘Máscaras’
TVPress
Jonas Bloch é daqueles atores que ri
com os olhos enquanto conversa. Por isso
se difere tanto da maioria de seus persona-
gens na tevê, quase sempre vilões. Como o
misterioso Big Blond, o poderoso chefão da
máfia de “Máscaras”, da Record, que alter-
na sua bipolaridade com a paixão explícita
por Eliza, protagonista vivida por Paloma
Duarte. Com inacreditáveis 73 anos de ida-
de, este ator mineiro, descendente de ju-
deus ucranianos, pai da atriz Débora Bloch
e sobrinho neto de Adolpho Bloch - funda-
dor da extinta Manchete - percorreu diver-
sas emissoras em seus 54 anos de profissão.
Tamanha dedicação à carreira deixou mar-
cas no diretor e ator, que pensa em se apo-
sentar em breve. “Quero colocar o pé no
freio, escolher melhor e dizer mais ‘nãos’.
Mas gosto da profissão. Ainda fico excitado
quando entro no estúdio”, afirma, apertan-
do os olhos azuis pouco antes de avaliar
seus seis anos na Record. “Quando cheguei
na emissora e vi todo o elenco que era da
Globo, falei: ficou alguém lá para apagar a
luz?’”, diverte-se Jonas, com seu “physique
du rôle” do Leste europeu, que definiu gran-
de parte de seus personagens na tevê. “Se a
história se passava no Nordeste ou se tinha
algum sinhozinho, eu estava fora”, admite,
aos risos.
Pergunta - O Big Blond é um dos mui-tos vilões que você já viveu na tevê. Co-mo você o diferenciou para não cair no lu-gar-comum?
Jonas Bloch - No início eu estava preo-
cupado se ele seria um vilão igual aos ou-
tros. Mas percebi que não era e isso me agra-
dou muito. Ele é um vilão apaixonado pela
Eliza (personagem da Paloma Duarte), tem
sonhos internacionais, é um outro tipo de
malvado. Pensei em começar a fazê-lo mais
racional, mais frio. Em televisão é assim:
você inicia de um jeito e logo vem o autor e
o diretor modificando. Mas ele acabou vi-
rando um personagem emocional, sanguí-
neo e calculista. O Lauro César tem uma
tradição de dramaturgia muito grande e fez
uma proposta muito interessante para o
Big Blond, totalmente fora dos padrões de
televisão. Ele acaba sendo um galã. Tem
um envolvimento político e aborda questio-
namentos distantes do universo dos perso-
nagens de televisão usando metáforas. Ele
quebra um pouco os clichês das novelas e
seus estereótipos.
Pergunta - Você define o Big Blondcomo um poderoso chefão. Teve algu-ma inspiração na trilogia do FrancisFord Coppola?
Jonas Bloch - Acho que não. Cheguei a
conversar sobre isso com o autor e diretor,
mas criamos um personagem próprio, real-
mente diferente de todos os vilões que fiz,
principalmente na Record, que eram empre-
sários e grandes canalhas. Esse é uma mistu-
ra. Fico surpreso porque o público gosta
muito dele. Percebo pelos meus colegas da
novela, que dizem que o Big Blond é sem-
pre assunto nas redes sociais.
Pergunta - Você pode explicar comofoi essa composição?
Jonas Bloch - De muitas formas. Mas os
autores costumam dizer que tem uma hora
que os personagens falam sozinhos. Você
não precisa mais criar. Comecei a fazê-lo co-
mo uma pessoa bipolar, que tem rompan-
tes. Cheguei a gravar cenas assim, em que
ele estava em um estado e, de uma hora para
outra, tinha uma explosão. Depois ele ficou
mais comedido. Agora ele passa por uma sé-
rie de transformações, ganha e perde poder.
Isso é bem interessante porque não é
monocórdio. Ele é um vilão apaixonado,
que é capaz de fazer loucuras pela mulher.
Isso é uma coisa rara na vilania.
Pergunta - Já que você “coleciona” vi-lões na tevê, a que atribui tantasescalações voltadas para a maldade?
Jonas Bloch - Mas também já fiz ho-
mens bons! (risos). Os meus vilões realmen-
te são mais marcantes. As pessoas sempre
lembram mais deles. Fiz desde o bandidão
barra pesada em “Corpo Santo” (na extinta
Manchete), como fiz um canalha em “A Via-
gem”. Com a idade, você vai fazendo mais
empresários, caras poderosos. Mas eles são
muito interessantes. Têm um fogo de ambi-
ção e poder que gera interesse no público.
Alguns eu tento fazer maus mesmo. Na épo-
ca que fiz o Russo, do “Corpo Santo”, que
foi um sucesso imenso, havia uma
glamourização da bandidagem. Um margi-
nal foi fotografado e virou capa de revista. A
tendência, até pouco tempo atrás, era mos-
trar que o herói do garoto do morro era o tra-
ficante. Depois que houve aquela invasão às
Entrevista
DOCES TIRANOS
Jonas Bloch, em forma aos 73: “Meus vilões são realmente mais marcantes”
Luiza Dantas/Divulgação
TV - 14 / São José do Rio Preto, 5 de agosto de 2012 DIÁRIO DA REGIÃO
favelas no Rio de Janeiro, em
que os bandidos saíram com o
rabo entre as pernas, os heróis
passaram a ser os caras do Bope
(Batalhão de Operações Poli-
ciais Especiais). As pessoas real-
mente têm de ter antipatia pelo
comportamento dos vilões. O
vilão tem um egoísmo exacerba-
do e doentio. Ele é capaz de ma-
tar, de qualquer coisa para ob-
ter o que quer. São obsessivos e
não têm humanidade alguma.
Pergunta - Você começoua gravar “Máscaras” com adireção do Ignácio Coquei-ro, mas há quase dois me-ses o Edgard Miranda pas-sou a dirigir a trama. De queforma essa alteração refletiuno elenco?
Bloch - Eu já tinha trabalha-
do com o Ignácio na Globo em
“Mulheres de Areia”, “A Via-
gem” e “Malhação”. Ele é um
querido, um diretor competen-
tíssimo. O Ignácio passou por
vários problemas difíceis nessa
novela. Tinha de gravar em um
navio com passageiros. Você
não pode pedir para uma pes-
soa que pagou por um cruzeiro
ficar quieta porque vai ter uma
gravação. Isso gerou uma ten-
são grande e muita pressa em fa-
zer. Não dava para cumprir os
prazos e ele não conseguiu fa-
zer o trabalho como gostaria.
Quando pintou a crise, que exis-
te em qualquer emissora, ele
foi escolhido como responsá-
vel. Não quero fazer julgamen-
to nenhum, mas ele é um gran-
de diretor e ser humano. Isso é
um dos privilégios na Record.
Os diretores são como amigos.
Conversamos muito sobre vida
pessoal, almoçamos juntos, te-
mos uma relação gostosa.
Pergunta - Na Globo nãoera assim?
Bloch - Nem sempre. Na Re-
cord não tem nariz empinado,
gente achando que o poder faz
dele um ser especial. O Edgard
(Miranda) é outro querido e su-
pertalentoso. Veio com uma
responsabilidade grande. En-
controu um suporte e uma tra-
ma mais estruturada para traba-
lhar. Está fazendo um trabalho
muito bonito. Com essa crise
toda, todo mundo tentou dar
uma ajeitada para melhorar a
qualidade. Fomos discutir er-
ros e não passamos recibo que a
novela é ruim. Ela não é ruim!
Começou confusa para o gran-
de público e foi sendo conserta-
da. Hoje o assédio nas ruas é im-
pressionante. A imprensa falou
mal da audiência como se man-
ter o ibope às 23h30 fosse a mes-
ma coisa que às 21h.
Pergunta - A Record já deudois dígitos nesse horáriocom “Os Mutantes”.
Bloch - Se formos avaliar a
qualidade artística de um traba-
lho pelo ibope, o que falamos
do “Big Brother Brasil”? Por-
que aquilo tem audiência! O
Van Gogh seria um pintor de
segunda categoria porque não
vendeu quadros quando era vi-
vo? Isso é uma coisa ridícula.
Falam que um filme rendeu
não sei quantos bilhões. E, às
vezes, o filme é uma porcaria!
Tem hora que isso enche o sa-
co. Nessa novela, o elenco che-
gou a fazer uma carta tentando
ser o mais diplomático possí-
vel. Dizemos que acreditáva-
mos nesse trabalho. Assumi-
mos que ele tem coisas criticá-
veis, mas a novela é muito boa
e tem muita gente que me abor-
da. Não é possível que seja uma
novela que ninguém vê. Isso
não é verdade. E se ninguém
vê, isso não quer dizer que ela
seja ruim.
Pergunta - Que diferençasna trama você destaca com aentrada do Edgard?
Bloch - Estamos com pes-
soas na edição da novela que fa-
zem milagres. A equipe deu
uma melhorada. Tem um novo
conceito de luz. O Edgard é
muito caprichoso. Fizemos
uma cena de tiroteio na praia e
levamos três dias gravando,
mesmo com a novela atrasada,
para você ver o capricho que é.
Na minha carreira, já vi fechar
a TV Rio, Excelsior, Tupi,
Manchete, um monte de emis-
soras. Não é justo que a impren-
sa queira demonizar a Record.
É uma empresa que investiu
muito, contratou todo o pes-
soal da Globo, está fazendo um
trabalho bom. Ainda estão
aprendendo e vão descobrir o
caminho das pedras aos pou-
cos. As pessoas têm uma expec-
tativa de êxito na Record como
se fosse a Globo, que está há 50
anos estruturada no mercado
com toda a competência. A Glo-
bo deve ser aplaudida de pé
também. Quando não tinha
concorrência nenhuma, fazia
um padrão de qualidade lá em
cima.
Pergunta - Que balanço vo-
cê faz da sua carreira desde aestreia em 1958? São 54anos de tevê desde o iníciono programa “Câmera 1”, naTupi.
Bloch - Eu era um menino.
Era aluno da Fundação Brasi-
leira de Teatro e adorava o pro-
grama “Câmera 1”. Um dia, en-
trei em uma lotação e quem es-
tava lá era o Jacy Campos, dire-
tor e apresentador da produ-
ção. Quando descemos da lota-
ção, estava chovendo e eu tinha
um guarda-chuva. Não aguen-
tei, ofereci carona e disse: “Sou
fã do seu programa e aluno de
teatro”. Na mesma hora ele dis-
se que estava precisando de um
garçom alemão e queria que eu
o fizesse na outra semana. Fi-
quei dois anos no programa.
Um dia, ele me ligou e disse:
“Essa semana, você vai ser o pa-
pel-título do programa”. Avisei
a escola inteira, meus amigos,
minha família, todo mundo.
Fui pegar o texto e o título era
“A Morte do Estafeta” (risos).
Antes mesmo de entrar o letrei-
ro, eu vinha em uma bicicleta,
atravessava um caminhão e
morria (risos).
Pergunta - O que mais mar-cou você nessa trajetóriacom mais de 30 novelas?
Bloch - Tive um problema
inicial com televisão. Tive uma
formação muito intensa no tea-
tro com o pessoal da antiga.
Muita gente vinha do rádio,
das telenovelas mexicanas, dos
dramalhões. O teatro exige
uma impostação de voz mais al-
ta. Para televisão e cinema, essa
característica não é boa. Por is-
so, perdi muitos papéis. Tive
uma luta muito grande para
procurar algo menos imposta-
do. Isso foi um dos problemas
do início da minha carreira que
me marcou muito. Sabia que
era uma questão de ajustes e, la-
mentavelmente, 98% dos dire-
tores não trabalham atores. Bas-
tava algum diretor me dizer pa-
ra fazer “menor”. Mas não.
Simplesmente falavam que eu
não servia. Tem muito diretor
inseguro para explicar porque
o ator não serve, pois a maioria
não tem formação de ator. Hoje
em dia tem gente mais esperta
e sintonizada. Os atores brasi-
leiros têm uma qualidade dife-
renciada. Temos uma naturali-
dade inata nas artes, uma ma-
neira de expressão mais viva,
intuitiva e menos técnica. Isso
fica mais caloroso na tela. Não
é à toa que exportamos novelas
para o mundo inteiro.
“Câmera 1” (Tupi, 1958)- diversos personagens,dentre eles, no episódio“A Morte do Estafeta”
“Algemas de Ouro”(Record, 1969) - participação
“Canção para Isabel”(Tupi, 1976) - participação
“Sem Lenço e SemDocumento” (Globo, 1977) -Jacques
“Pai Herói” (Globo,1979) - Rafael
“Olhai os LíriosdoCampo”(Globo,1980) - Simão
“Sétimo Sentido” (Globo,1982) - Jaime
“Novo Amor” (Manchete,1986) - Mário
“Corpo Santo”(Manchete, 1987) - Russo
“Olho por Olho”(Manchete, 1988) - Flores
“Top Model” (Globo,1989) - Jacques
“Mulheres de Areia”(Globo, 1993) - Walter
“A Viagem” (Globo,1994) - Ismael
“Irmãos Coragem”(Globo, 1995) - Siqueira
“Quem é Você” (Globo,1996) - Sacha
“Perdidos de Amor”(Band, 1996) - Quintino
“Malhação” (Globo,1998) - Tatuí
“Pecado Capital” (Globo,1998) - Altino
“Garret” (RTP, 2000) -Dumond
“O Quinto dos Infernos”(Globo, 2002) - Francisco I,Imperador da Áustria
“Jamais Te Esquecerei”(SBT, 2003) - Antônio
“Os Ricos TambémChoram” (SBT, 2005) -Antônio
“Bicho do Mato”(Record, 2008) - Ramalho
“Amor e Intrigas”(Record, 2009) - Camilo
“Bela, A Feia” (Record,2010) - Ricardo
“Máscaras” (Record,2012) - Big Blond
Há exatos 40 anos Jonas Blo-
ch começou uma carreira para-
lela à de ator. Formado em
1972 em Belas Artes pela
UFMG, ele também cursou Ar-
tes Visuais e, desde então, traça
um outro caminho artístico ao
longo das últimas décadas.
Quando não está em estúdios,
sets de filmagem ou nos palcos,
certamente o ator está pensan-
do em seus desenhos ou nas es-
culturas de pedra sabão, resina
ou silicone de figuras circenses
e dançarinas. “Quero saborear
o tempo de vida que me resta
me dedicando mais a esse traba-
lho”, observa.
Seus trabalhos são vendi-
dos em um pequeno bistrô em
Minas, onde permanecem suas
raízes desde que saiu de Belo
Horizonte, sua cidade natal, pa-
ra começar a carreira de ator.
“Não vendo as peças profissio-
nalmente. Quando vejo que al-
guma escultura não está tão
boa, coloco uma assinatura fal-
sa”, assume, aos risos.
Mestre exigente
Para Jonas Bloch, o palco
pode estar em uma sala de au-
la. Muitas vezes o ator atuou
como professor de faculda-
des renomadas, como a USP.
Professor de Artes Cênicas
durante anos, Jonas foi mes-
tre de grandes nomes da tele-
visão, como Paulo Betti e
Eliane Giardini, entre ou-
tros, que foram seus alunos
na USP. “Só gosto de dar au-
la para alunos apaixonados.
Não gosto de aluno mais ou
menos, de gente que quer vi-
rar ator para aparecer na tele-
visão. Isso não me interessa.
As pessoas querem fazer ce-
ninhas, não querem atuar,
aprender”, critica. �
Trajetória televisiva
Inspirações talhadas
DIÁRIO DA REGIÃO São José do Rio Preto, 5 de agosto de 2012 / 15 - TV
André Marques volta a gravar “Malhação”,
programa que marcou sua estreia na tevê
TV Press
Gravar uma novela virou uma realidade dis-
tante para André Marques, que está no “Vídeo
Show” há 12 anos. Mas foi na primeira tempora-
da de “Malhação”, em 1995, que o apresentador
conquistou a simpatia dos jovens e, durante mais
de cinco anos, encarnou o malandro Mocotó. Ago-
ra, quase 13 anos depois, André volta a dar expe-
diente nos estúdios do Projac no mesmo persona-
gem que o lançou na televisão. “Foi uma homena-
gem bem bacana. Quando me ligaram, nem acre-
ditei. Achei que era trote e disse que eu precisava
falar com meu chefe antes de decidir qualquer coi-
sa”, conta ele, que faz uma participação de oito ca-
pítulos na nova leva de episódios do seriado infan-
tojuvenil, que estreia no próximo dia 13.
Na trama, Alexandre Ferreira – nome de regis-
tro de Mocotó – está paquerando uma mulher
quando deixa o carro sem freio e bate com o “len-
dário” Mocotó Móvel. Como está com os docu-
mentos do veículo atrasados, é detido ao ser abor-
dado por policias. E, como punição, é obrigado a
prestar serviço comunitário restaurando o mobi-
liário urbano, limpando ruas e outras atividades.
É cumprindo essa pena que o rapaz, hoje com 32
anos, aparece na porta do colégio desta tempora-
da e pede para usar o banheiro. Ao se identificar
como Alexandre, é confundido com um orienta-
dor vocacional aguardado no local e aproveita is-
so para tentar levar vantagem. “Ele chega para os
alunos e diz que vão todos pintar obras na rua, var-
rer calçada, enfim, desenvolver práticas que fa-
çam eles pensarem e descobrirem talentos. Com
isso, coloca-os para fazerem suas tarefas”, adianta.
Para aparecer por quase duas semanas no seria-
do, André gravou cerca de um mês. Período em
que ficou se dividindo entre suas cenas e a apre-
sentação do “Vídeo Show”. “Eu só toparia se não
ficasse afastado. Minha prioridade é o programa,
já estou lá há 12 anos”, atesta ele, que passou dois
anos como repórter da revista eletrônica diária na
época em que Miguel Falabella estava no coman-
do. Como não gosta de decorar o texto, costuma
pegá-lo em cima da hora e usar suas próprias pala-
vras e expressões em cena, o que facilitou a man-
ter a jornada dupla. “Foi a minha espontaneidade
que fez com que eu permanecesse tanto tempo no
projeto. Então, não teria sentido eu voltar para o
mesmo papel, mas com um comportamento dife-
rente”, analisa.
Mas o trabalho no seriado não foi suficiente
para que André sentisse falta de atuar nos folhe-
tins. Na verdade, ele deixa claro que essa é uma si-
tuação que não passa por sua cabeça. “Achei baca-
na, curti e pude recordar vários momentos. Mas
prefiro não fazer novelas. Meu foco é a carreira de
apresentador mesmo”, garante ele, que chega a di-
zer que trocaria sem hesitar a vaga de mocinho de
um trama de horário nobre pelo posto que hoje
ocupa no “Vídeo Show”. “Sinto falta de atuar,
sim, mas tenho outras vontades em relação à tele-
visão. No teatro, ainda quero montar um monólo-
go, mas meu trabalho como DJ não permitiu isso
até hoje”, diz.
Por mais satisfeito que se mostre com sua
atual posição na emissora, André entrega qual é o
seu maior sonho profissional atualmente: um pro-
grama de auditório. Já chegou a discutir sobre es-
ses planos com a direção da Globo. Mas, até ago-
ra, tudo não passou de apenas boas conversas.
“Me dão força, falam que vamos fazer. Tenho a
ideia, mas também quero que seja bem feito. Ter
só por ter não me interessa”, frisa ele, que apresen-
tou por um mês o “Vídeo Game Verão”, durante
as férias de Angélica, no fim da tarde, no início
deste ano. �
“Malhação” - A nova temporada estreia dia13 de agosto, às 17h30, na Globo
Inside
Caixinhadelembranças
“Quando me ligaram, nem
acreditei. Achei que era trote”,
diz André Marques, quando
soube do convite para voltar ao
personagem que o lançou na
televisão nos anos 1990
Luiz
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gaçã
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TV - 16 / São José do Rio Preto, 5 de agosto de 2012 DIÁRIO DA REGIÃO
Aos80anos, odiretorReynaldo Boury anima-se coma repercussão da versãonacional de“Carrossel”, do SBT
TV Press
Reynaldo Boury chegou a
pensar que sua relação com a te-
vê já tivesse chegado ao fim.
Em 2000, o diretor de clássicos
como “Sinhá Moça”, de 1986, e
“Tieta”, de 1989, foi aposenta-
do pela Globo. Passou uma dé-
cada longe das novelas brasilei-
ras até que surgiu o convite pa-
ra assumiu a direção de teledra-
maturgia do SBT. “Foi um so-
pro de vida! Eu sentia muita fal-
ta de trabalhar. Teledramatur-
gia é a única coisa que sei fa-
zer”, conta o diretor-geral do
“remake” de “Carrossel”. Aos
80 anos, sendo 58 dentro dos es-
túdios – ele estreou como auxi-
liar de câmara na extinta Tupi,
em 1954 – Boury exibe expe-
riência e fôlego ao analisar sua
trajetória e indicar os rumos da
teledramaturgia do SBT, incen-
tivada pelo atual sucesso da ver-
são brasileira da trama infantil.
“Vamos investir em mais pro-
duções para jovens e crianças.
A violência domina a tevê. ‘Car-
rossel’ surge como uma boa op-
ção”, acredita o diretor, natural
de São Paulo.
Com pouco mais de dois me-
ses de exibição “Carrossel” deve fi-
car no ar até os 300 capítulos. Nada
que intimide Boury que, entre seus
feitos na tevê, dirigiu a novela de
maior duração da história da tele-
dramaturgia nacional: “Reden-
ção”, de 596 capítulos, exibida pela
TV Excelsior, em 1966. “O impor-
tante é ter uma história envolvente
e equilíbrio por trás dos bastidores.
Estamos trabalhando com cerca de
20 crianças. É necessário respeitar
o horário delas e manter a qualida-
de técnica ao longo da produção”,
analisa.
Pergunta - A versão nacio-
nal de “Carrossel” não chegaa ter a repercussão da trama
original – exibida pelo mesmo
canal, em 1991, quando inco-
modou a audiência do “Jornal
Nacional” e da novela “O Do-
no do Mundo”, da Globo –, e
tem média de 12 pontos no
ibope. O resultado está den-
tro do esperado?
Reynaldo Boury - Claro! Eu
esperava menos (risos). O SBT
sempre esteve no segundo lugar e
sentia-se muito bem assim. Perder
o posto para a Record foi um golpe
paraa emissora. Atualmente, “Car-
rossel” conseguiu a vice-liderança
no ibope, chamou uma fila de
anunciantesparaohorárioerevigo-
rou nossa vontade de fazer mais te-
ledramaturgia. Os tempos são ou-
tros, a equipe não esperava
que a versão brasileira repe-
tisse os números alcançados
no início dos anos 90. A pre-
visão era ficar entre sete e oi-
to pontos. Passar disso com
folga e tranquilidade é muito
bom.
Pergunta - Você assina a
direção-geral da novela, mas
não costuma dirigir cenas
que envolvem muitas crian-
ças. É difícil para você lidar
com o elenco infantil?
Boury - Não tenho mais idade
para manter a disciplina de 20
crianças em fase de superatividade
(risos). Tenho dois diretores auxi-
liares que têm mais intimidade
com o elenco do que eu. Eles ficam
no estúdio. Da minha sala, dou os
comandos da cena. Quando algo
saierrado,voulápessoalmenteedi-
go o que quero. O trabalho funcio-
na muito bem assim. Não é a pri-
meira vez que trabalho com crian-
ças, mas em “Sonho Meu” (1993)
eram apenas cinco. Aos 80 anos, a
gente fica um pouco mais impa-
ciente (risos).
Pergunta - Este ano você
completa 58 anos de televi-
são. É possível eleger o mo-
mento mais marcante de sua
trajetória?
Boury - São vários. Mas como
só posso citar um, vou evitar a nos-
talgia e apostarem um fatorecente.
Em 2000, a Globo me aposentou e,
pelos serviçosprestados aocanal ao
longo de quase 30 anos, me ofere-
ceu uma boa pensão vitalícia. Mas
souumvelhomalucoqueadoratra-
balhar. É claro que o dinheiro inte-
ressa, mas não consigo ficar para-
do. Acabei aceitando convites ex-
tras, auxiliando afiliadas da Globo,
produzindo novelas em Angola,
projetos que duraram pouco tem-
po. Em 2010, estava de pijamas em
casa, no ócio criativo e recebi uma
ligação do autor Tiago Santiago
me chamando para trabalhar em
“Amor&Revolução”.Depoisdefi-
car parado tanto tempo, foi uma
emoçãomuito forte voltar adirigir.
Pergunta - “Amor e Revolu-ção” não obteve a repercus-são esperada. Como você lidacom os sucessos e fracassosde sua carreira?
Boury -Tentoencararostraba-
lhos de maior e menor repercussão
da mesma forma. É claro que uma
novelacombomíndicesdeaudiên-
cia deixa o clima dos bastidores
mais leve, sem pressão. Mas essa
questão do êxito é sempre relativa.
Já dirigi grandes sucessos, mas
que não me davam prazer em
trabalhar. Enquanto me di-
verti muito realizando tra-
mas de menor apelo popular,
como é o caso da novela que
fiz com o Tiago. Dirigi mui-
tas novelas na Globo. E
aprendi que é preciso respei-
tar o seu contrato com a
emissora. E isso significa en-
carar qualquer tipo de traba-
lho. Nem sempre apareceuma
“Tieta” (1989) na vida de um dire-
tor de tevê.
Pergunta - Como assim?Boury -Anovelatinhatudopa-
radarcertoefoialémdasexpectati-
vas. Sinto muito orgulho desse tra-
balho.Osatoresestavam totalmen-
te empenhados. Dos protagonis-
tas aos secundários, todos mui-
to afinados com seus persona-
gens. Os autores nunca atrasa-
vam o texto, coisa rara em se
tratando de novelas. E a partir
do sucesso, se tornou clássica. �
“Carrossel” – SBT – de
segunda a sexta, às 20h30
Cinco Perguntas
SEM LARGAR O OSSOPedro Paulo Figueiredo/Divulgação
“Não tenho
mais idade
para manter a
disciplina de
20 crianças
em fase de
superatividade”,
brinca
Reynaldo
Boury, 80
anos, diretor
de “Carrossel”
DIÁRIO DA REGIÃO São José do Rio Preto, 5 de agosto de 2012 / 17 - TV
Falta consistência na trama central de “Avenida Brasil”. Ação da mocinha
às avessas falha ao não ter perspectiva em seus planos de vingança
TV Press
João Emanuel Carneiro tem
uma história instigante nas
mãos com sua “Avenida Bra-
sil”. Mas faltou densidade à tão
esperada vingança de Nina, in-
terpretada por Débora Fala-
bella, o que pode esvaziar a so-
brevivência da trama principal.
Em seu “momento algoz”, a
ação da mocinha às avessas fa-
lha ao não ter perspectiva em
seus planos de vingança contra
a carrasca de sua infância, Car-
minha, vivida por Adriana Es-
teves. Após a volta da família
de Tufão, interpretado por Mu-
rilo Benício, do exílio em Cabo
Frio, Nina não terá espaço para
continuar maltratando Carmi-
nha. A única solução será ten-
tar controlar os atos da vilã. O
que pode deixar tal vingança - e
a ação - estagnada.
O tenso embate entre as
duas, aliás, nem faz muito senti-
do. Em sua vingança, o prazer
de Nina é repetir os maus tra-
tos que Carminha havia feito
com ela. Entretanto, foi a pró-
pria Nina que decidiu se sub-
meter à condição de serviçal ao
se infiltrar na casa da inimiga
como empregada, mesmo ten-
do dinheiro para realizar ou-
tras estratégias. A vingança de
Nina parece inconsistente e
contraditória para uma perso-
nagem que se apresentou tão re-
voltada desde o início. Além
disso, a personagem de Debo-
ra Falabella não tem nenhu-
ma outra prova contra Car-
minha além das fotos em que
a vilã está com seu amante
Max, vivido por Marcelo No-
vaes. Nina parece uma ama-
dora ao subestimar a rival.
Com as atenções voltadas
para essa nova fase, outros nú-
cleos começam a fazer figura-
ção. A monótona e entediante
trama de Cadinho teve sua par-
ticipação reduzida drasticamen-
te. Nem a entrada da veterana
Betty Faria conseguiu dar gás e
movimentação à história
poligâmica. A função do nú-
cleo encabeçado por Alexan-
dre Borges era ser um alívio
cômico da novela diante de
tantas situações pesadas de
vingança. Mas também per-
deu espaço para história en-
tre Leleco e companhia, vivi-
do por Marcos Caruso.
Sobra até para quem come-
çou na trama principal. Exem-
plo disso é a apagada participa-
ção de Marcelo Novaes duran-
te a maior parte dos capítulos.
Seu personagem, que antes fi-
cava atrás de Carminha, agora
está sob o controle de Nina.
Assim como Lucinda e Nilo,
interpretados respectivamen-
te por Vera Holtz e José de
Abreu, dois experientes ato-
res que foram quase esqueci-
dos diante do embate entre as
protagonistas.
Com uma nova trama se re-
desenhando, João Emanuel
tem recursos para evitar a mo-
notonia de antes. A persegui-
ção entre Carminha e Nina po-
de ainda vir a ser o filão da no-
vela, mas não deve ser exausti-
vamente explorada. E deman-
da mais consistência. �
“Avenida Brasil” - De segunda
a sábado 21 h, na Globo.
Crítica
TAPA BURACOS
Cauã
Reymond e
Debora
Falabella em
cena de
“Avenida
Brasil”:
vingança de
Nina parece
inconsistente
Divulgação
TV - 18 / São José do Rio Preto, 5 de agosto de 2012 DIÁRIO DA REGIÃO
Record aposta alto com transmissão de Jogos Olímpicos e conquista audiência
TV Press
Certos hábitos são difíceis
de superar. Não foi por outro
motivo que Ana Paula Padrão
confundiu-se semana passada
e, em plena transmissão dos Jo-
gos Olímpicos pela Record, avi-
sou ao telespectador que ele es-
tava assistindo ao “Jornal da
Globo”. Em grande parte, tam-
bém é o hábito que garante
uma audiência inercial para a
Globo. Depois de quatro déca-
das na liderança, é muito difí-
cil romper com o costume e li-
gar o televisor em outro canal.
Por isso os investimentos
milionários da Record para su-
perar a tradição. Os gastos mi-
ram especialmente em esporte,
pois pelo time do coração o tor-
cedor é capaz de realizar o su-
premo esforço de mudar de
emissora. As brigas têm sido
boas, especialmente pelos direi-
tos de transmissão do
Brasileirão e dos campeonatos
estaduais de futebol que, no
ano passado, ficaram com a Glo-
bo até 2014. Estima-se que o va-
lor dos próximos contratos po-
de encostar na casa do bilhão
de reais por ano.
No caso de Londres, a Re-
cord teria pagado cinco vezes
mais do que a Globo desembol-
sou pela Olimpíada de Pequim.
Até agora valeu a pena. Primei-
ro porque é a primeira vez que
a Globo não exibe uma Olim-
píada. Depois pelo ibope. A
abertura dos Jogos teve razoá-
vel audiência na sexta, mas
abaixo da rival. No fim de sema-
na, venceu na manhã de sábado
e ficou encostada na rival du-
rante a tarde de domingo.
Declarações oficiais das
emissoras no “Jornal da Re-
cord” e no “Jornal Nacional”
sobre como seriam as trans-
missões dos Jogos deixaram
claro a importância do espor-
te na estratégia das concor-
rentes. Tanto que, para não
ter de exibir a logomarca da
Record em suas notícias so-
bre a Olimpíada, a Globo pre-
feriu pagar à OBS (Olympic
Broadcast Services) por um
serviço que teria de graça.
Uma pena que tamanho in-
vestimento não tenha ainda se
transformado, por parte da Re-
cord, em uma transmissão
mais apurada. Na abertura dos
Jogos, os comentários dos locu-
tores sobre o espetáculo dirigi-
do pelo cineasta Danny Boyle
foram aquém do conhecimento
médio de um fã de “rock’n’
roll”. E, comparada à Sport
TV, canal por assinatura que
também transmite a Olimpía-
da, faltou mais informação so-
bre alguns esportes olímpicos.
Como ainda resta uma semana
para os Jogos terminarem, a dis-
puta promete engrossar. �
Ponto de Vista
BATALHA DO ESPORTEAna Paula Padrão: na semana passada, ela confundiu-se durante transmissão dos Jogos pela Record e avisou ao telespectador que ele estava assistindo ao “Jornal da Globo”
Divulgação
DIÁRIO DA REGIÃO São José do Rio Preto, 5 de agosto de 2012 / 19 - TV
Novelas mostram enriquecimento
súbito de personagens como
válvula de escape da realidade
TV Press
As novelas costumam refletir
algumas situações e dilemas da so-
ciedade. Não é à toa que a mobili-
dade social é um dos aspectos
mais recorrentes nas tramas. Di-
versas histórias abordam o enri-
quecimento repentino de perso-
nagens, seja por herança ou sor-
te, o que gera um sentimento
de identificação dos telespecta-
dores. Isso ocorreu recentemen-
te em “Fina Estampa”, da Glo-
bo, e “Vidas em Jogo”, da Re-
cord, onde os protagonistas ga-
nharam na loteria. E, atualmen-
te, na bem-sucedida “Cheias de
Charme”. A ascensão repenti-
na das três empregadas pelo su-
cesso artístico denota também
uma espécie de loteria na tra-
ma. Ou seja, o assunto sempre
produz tramas que fazem o pú-
blico sonhar. “Cada telespecta-
dor se coloca no lugar do perso-
nagem e se pergunta: ‘O que eu
faria se enriquecesse da noite
para o dia?’. Isso mexe com os
desejos mais latentes de uma so-
ciedade que está em franco cres-
cimento econômico”, argumen-
ta o doutor em Teledramatur-
gia Brasileira e Latino-america-
na pela USP, Mauro Alencar.
A mobilidade social pode alte-
rar a imagem de alguém dentro
da sociedade. As pessoas come-
çam a se olhar e enxergar os ou-
tros de formas diferentes. “É per-
ceptível que as coisas ficam mais
fáceis quando se é rico. A ima-
gem é tudo hoje em dia. O teles-
pectador procura sonhar a partir
daquela imagem construída”,
aposta Aguinaldo Silva, autor de
“Fina Estampa”.
Antes reservadas a papéis se-
cundários ou sem grande impor-
tância, as empregadas alcança-
ram espaço de protagonistas em
“Cheias de Charme”. Na trama
de Filipe Miguez e Izabel de Oli-
veira, as domésticas de Taís Araú-
jo, Isabelle Drummond e Lean-
dra Leal obtiveram sucesso
através de um vídeo postado na
internet. A partir de situações
raras como estas, o público con-
segue traçar uma linha de iden-
tificação para sonhar e se proje-
tar. Mas, segundo alguns auto-
res, não é necessariamente a os-
tentação da riqueza súbita que
atrai a audiência. “O público
não cansou de ver histórias
boas. Mas o povo brasileiro es-
tá em um momento em que es-
tá muito feliz com ele, vaidoso,
está gostando de se ver”, avalia
Izabel, pontuando um dos mo-
tivos de ter três domésticas no
eixo central da trama. De acor-
do com a antropóloga e profes-
sora da PUC-Rio, Sônia Giaco-
mini, o público não credita ape-
nas ao sucesso a identificação
de grupos sociais a certos nú-
cleos da novela, mas sim às his-
tórias instigantes. “Sempre há
o núcleo pobre e o núcleo aris-
tocrático. Essa abertura social é
essencial para fecundar a imagi-
nação das pessoas a se move-
rem socialmente”, analisa.
A herança inesperada é ou-
tro recurso muito utilizado na
teledramaturgia para justificar a
ascensão social repentina. É bas-
tante comum personagens serem
agraciados com grandes quantias
de dinheiro de parentes que nun-
ca ouviram falar ou que reapare-
cem depois de anos. É o caso do
papel de Gabriel Braga Nunes
em “Amor Eterno Amor”. Na tra-
ma de Elizabeth Jhin, o persona-
gem Rodrigo descobre que é o
único herdeiro de uma grande
fortuna deixada pela mãe biológi-
ca. “O dinheiro não mudou a es-
sência do personagem, mas ele
passou a ter outro comportamen-
to, um figurino mais sóbrio, ficou
mais sofisticado e usou esse di-
nheiro que surgiu para ajudar as
pessoas”, explica Gabriel.
Outra forma bastante utiliza-
da para alterar a vida de algum
personagem é a loteria. Em “Fina
Estampa”, Aguinaldo Silva utili-
za o enriquecimento repentino
de Griselda, vivida por Lília Ca-
bral, como artifício para modifi-
car completamente um persona-
gem em um curto espaço de tem-
po. “Manter a simplicidade aju-
dou a Griselda a fazer tanto suces-
so com o público. É como se,
mesmo sem ganhar na loteria,
o telespectador pudesse se ver
ali. Funciona como um espe-
lho de projeção social para
Circuito Interno
RODA DAFORTUNA
TV - 20 / São José do Rio Preto, 5 de agosto de 2012 DIÁRIO DA REGIÃO
quem assiste”, deduz o autor.
A incerteza da loteria dá subsí-
dios para que os telespectadores
possam sonhar a partir dessa his-
tória. “Todo mundo pode ganhar
na loteria. E a ficção tem de ser
instigante e atiçar o sonho das
pessoas. O público busca uma
emoção e vivencia o que a realida-
de nem sempre permite”, afirma
Sônia. Caso semelhante ocorreu
na novela “Vidas em Jogo”, da Re-cord. Na trama de Cristianne Fri-dman, 10 amigos pobretões ga-nham na loteria o prêmio de R$200 milhões. Nesse caso, no en-tanto, a história tem umaconotação social ao mostrar quecada um deles só poderá ter aquantia integral do prêmio apóscumprir metas, como ser menosavarento ou dar mais atenção aosfilhos, por exemplo.
Na novela “Corrida do Ouro”, de 1974, cinco personagensrecebiam uma grande quantidade de dinheiro como herança deum excêntrico milionário. Mas, para usufruir o ganho,precisavam cumprir certas imposições do testamento
O personagem Baltazar, de Alexandre Nero, virou motoristade Crô, interpretado por Marcello Serrado, após o mordomoherdar parte da fortuna deixada pela patroa Tereza Cristina, deChristiane Torloni, em “Fina Estampa”
Ao saber que seu personagem iria ganhar na loteria em“Aquele Beijo”, Raoni Carneiro também decidiu fazer umaaposta. O ator resolveu jogar e foi sorteado com o tímidoprêmio de R$ 682,09
Para promover a novela “Vidas em Jogo”, a Record fez umachuva de notas falsas e verdadeiras nas ruas Uruguaiana e Setede Setembro, no Centro do Rio de Janeiro
Dinheirofácil
Instantâneas
Por diversas vezes, a
ética e a moral são postas
em debate nas telenove-
las. Como no caso de “Pe-
cado Capital”. A trama
original, escrita por Jane-
te Clair em 1975, e adapta-
da por Glória Perez em
1998, traz o personagem
Carlão no centro de um di-
lema quando ele se apro-
pria de uma mala de di-
nheiro, fruto de um roubo
a banco. Nesse caso, quan-
do o telespectador se pro-
jeta na história, esbarra
com julgamentos éticos e
se envolve de forma ainda
mais opinativa. “Esse te-
mas são retratos da cultu-
ra brasileira. O telespecta-
dor valoriza de forma posi-
tiva ou negativa. Ele pode
até se ver naquele papel,
mas vai partir mais para a
acusação dos outros”,
aponta a antropóloga
Sônia Giacomini.
Já em “Cobras & La-
gartos”, escrita por João
Emanuel Carneiro, o ma-
landro Foguinho, perso-
nagem de Lázaro Ramos,
recebe uma herança que
não era destinada a ele.
Mesmo sabendo que aque-
le dinheiro não lhe perten-
cia, não hesitou em aceitá-
lo. “O personagem era co-
mo se fosse uma caricatu-
ra do Brasil. Ele era o típi-
co esperto que só queria
se dar bem. Um canalha,
mas com delicadeza e sim-
patia. É por isso que ele
fez sucesso. O povo se
identificou com essa pose
de anti-herói. O que ele fa-
zia não tinha uma malda-
de carregada”, defende
Lázaro. Para Sônia, em al-
guns casos, a ficção conse-
gue abordar a desejada as-
censão social e os reflexos
desse desejo na sociedade.
“Essa malandragem do
personagem é recorrente
na cultura brasileira. A
ideia do jeitinho brasilei-
ro e deter de ser dar bem a
qualquer custo é uma rea-
lidade para todos. É crível
existir uma trajetória pare-
cida”, conclui. �
DIÁRIO DA REGIÃO São José do Rio Preto, 5 de agosto de 2012 / 21 - TV
MALHAÇÃO - 17H50
Segunda-feira - RosárioePenhaembar-camsemCidaparaoshow.CidaeCon-rado são fotografados juntos no aero-porto. Inácio convida Dinha para ficaremsuacasa. Isadora fica irritadaaoveras fotos do marido com Cida na inter-net. Tom diz para as Empreguetes queSocorrovaicantarnolugardeCida.San-dro perde o carro. Chayene proíbe So-corro de cantar com as Empreguetes.Cida chega apressada ao local doshow. Conrado garante a Elano que vaireconquistarCida.Terça-feira - Laércio avisa Chayene queHumbertonãoconseguiu impedir queoreality show fosse ao ar. Dinha fala de
Rosário e Inácio a repreende. Conradoe Elano pensam em Cida. Inácio sonhacom Rosário e se surpreende ao ver Di-nha. Messias se emociona com a soli-dariedade dos condôminos do Casa-grande. Penha se preocupa com San-dro.PenhaavisaaLygiaqueSamuelsu-miu e a advogada se desespera. Doispoliciais chegam para prender Sandro.Rodineidecide irparaBerlimcomLiara.Quarta-feira - Samuel convence Gilsona lhedaraulasdesurfe.Niltinhose insi-nuapara Isadora. LiaraeRodineiprepa-ram a viagem para Berlim. Penha deci-devoltarparaoRiodeJaneiro.Chayenemanda Laércio contar para Eloy a notí-
ciadequeSandrofoipreso.Tomdesco-bre que o DVD do show das Empregue-tesfoipirateado.SandroconfessaaEla-no que pegou o DVD. Cida chega deviagem e Sônia repreende Isadorapor discutir com ela. Conrado arru-ma emprego como vendedor deuma loja de sapatos.Quinta-feira - PenhapensaemmanterSandro na cadeia. Rosário afasta Tom.GilsondeixaSamuel ficar emsua casa,e ele dá notícias para a mãe. Rosáriopensa em Inácio. Conrado pede novachance para Cida. Sandro lamenta tererrado com Penha. Gilson percebe o in-teresse de Samuel em Bebel. Rosário
decide ir à comemoração do bufê. Wal-mir fala que Sandro poderá ter regaliasna cadeia em troca de favores paraseus amigos. Inácio fica encantado aoverRosáriona festado bufê.Sexta-feira - Gilson não reconhece Ly-gia.SamuelsaiparaumbarcomBebel.Dinhareagecomdespeitoaoverotrata-mento que Romana dá a Rosário. Patri-ck se revolta com Penha. Ariela propõeemprego a Gracinha. Isadora e Niltinhose beijam. Samuel se irrita ao ver Lygiana casa de Gilson. Dinha mostra paraRosário que está namorando com Iná-cio. Lygia conta para Gilson a verdadesobre Samuel. Inácio vê Rosário indo
embora. Inácio rejeita Dinha. Samuelvolta para casa. Rosário pensa em Fa-bian.Sábado - Sandro pede para Elanodefendê-lo no caso do roubo do DVDdas Empreguetes. Gilson e Samuel co-meçam a se entender. Fabian fica ani-madoaosaberqueRosáriosedeclarouuma ‘fabianática’ para os jornalistas.Isadora vê Conrado admirando Cida erepreende o marido. Cida conta para aimprensaqueé filhadeSarmento.San-dro procura emprego. Samuel e Lygiaseacertam.PenhachamaOttopara jan-tar em sua casa. Inácio namora Dinha.Rosáriose encontra com Fabian.
AVENIDA BRASIL - 21H00
AMOR ETERNO AMOR - 18H15
Segunda-feira - Jorginho não conse-guenenhumainformaçãocomSantia-go. Ele fala para Lucinda sobre a visi-ta do filho de Tufão. Suelen exige queRoni se empenhe no futebol. Olenkatenta defender Monalisa na reuniãoda diretoria do Divino. Roni tenta seaproximar de Leandro. Olenka e Silasdiscutem por causa de Monalisa. Elapede perdão à amiga. Max não aten-de o telefonema de Carminha e elase irrita. Alexia apressa Cadinho paracumprir o horário estipulado no con-trato com Verônica. Jorginho entra nacasa de Santiago.Terça-feira - Leleco manda Tessália irao baile com Darkson. Roni reclama
ao ver Leandro dançando com Bever-ly.Darkson beija Tessália ese declaraparaela.Leleco recebeMuricyemsuacasa.Suelen,Ronie Leandrodançamjuntos. Leleco esconde a ex-mu-lher debaixo da cama e faz uma de-claração de amor para Tessália.Verônica se recusa a aceitar Mo-nalisa como sua vizinha. Cadinhochega atrasado à casa de Noêmiae reclama do café da manhã.Olenka termina com Silas. Jorgi-nho procura Lucinda. Carminha fo-ge de casa e Nina vai atrás dela.Quarta-feira -Muricy estranha o desa-parecimento de Nina, depois de elatersaídoparaprocurarCarminha.Ze-
zé acusa Janaína de ser cúmplice deNina. Carminha sofre um acidentede carro. Leleco quer se encontrarcom Muricy e marca novo encontrocoma ex-mulher. Ágata sofre e Tufãoa conforta. Dolores exige se casarcom Diógenes. Silas e Darkson seconsolam. Olenka e Monalisa rea-tam a amizade.Quinta-feira - TufãoficasabendoqueocarrodeCarminha foi encontrado eNi-na se preocupa. Cadinho reclama docontrato que fez com Alexia, Verônicae Noêmia. Tufão descobre que Carmi-nha esteve em um bar próximo ao lo-cal onde o carro foi encontrado. Lucin-da avisa Tufão que Carminha está no
depósito de lixo. Tufão pede para Mo-nalisa não se mudar do Dinivo. Nilo éexpulsodoflate jurasevingardeNina.Tufãoe famíliadiscutemumapossívelinternação de Carminha. Nilo revela àCarminhaqueNina ficoucomodinhei-ro dosequestro.Sexta-feira - Carminha tenta conven-cerNiloa ficardoseu lado.Max telefo-na para Nina. Tufão flagra Carminhadandoseusobjetos,comoroupasere-lógioparaNilo.CarminhaconfrontaNi-na.JorginhoeTufãosaemparaconver-sar. Alexia avisa a Cadinho que elesvão sair com Verônica e Noêmia. San-tiago se preocupa em deixar Nilo sozi-nho com Lucinda. Roni conversa com
Diógenes sobre Dolores. Leandro ten-taseduzir Suelen. JanaínaouveMaxeNinaconversando.Sábado - Janaína comenta com Zezéque está desconfiada de Nina. Jorgi-nho pede que Lucinda conte o que Ni-natemcontraamãe.JanaínadestrataNina e Zezé fica satisfeita. Max re-preende Nina por sua vingança contraCarminha. Jorginho fica com ciúmesde Débora. Nilo segue Max até o localondeguardaoseubarco,eoavisapa-ra se afastar de Carminha enquanto étempo. Tufão mente sobre Muricy pa-ra Adauto. Carminha tenta se contro-larnafrentedeTufão.Jorginhoassisteaum jogodePicolé no colégio.
Segunda-feira -Elisaencontraacon-cha que Rodrigo perdeuno rio e elese impressiona. Beatriz decide nãoir à polícia. Elisa e Fernando elabo-ram um plano. Miriam conta paraRodrigo que o computador de Bea-triz foi invadidoporumhacker.ElisapegaoaneldoMarajánagavetadoquarto de Rodrigo. Laís fica anima-da ao ver as fotos antigas de seupai. Priscila volta para casa e se re-conciliacomLaura.Pedrodescobremais uma pista sobre o sequestrodeRodrigoeDimas ficanervoso.Terça-feira - Miriam fica desnortea-da ao ver o anel no dedo de Elisa ea destrata. Pedro tenta tranquilizar
Miriam. Com ciúmes, Valéria atra-palha a gravação de comercial deJosué.Jaciravoltadeviagemequersaber notícias de Tobias. Angélicacomeçaaserecuperar.Lauraconvi-da Gil e Débora para sair com ela eHenrique. Priscila destrata Dimas.Laís vê Julinho beijando outramenina e fica arrasada. Miriamreclama por Rodrigo ter dado oanel para Elisa.Quarta-feira - Elisa mente para Ro-drigoeodeixa confuso.Henrique fi-caanimadocomaideiadesaircomGil e Débora. Priscila diz a Miriamque não acredita na história doanel. Rodrigo encontra uma antiga
foto de Salvador Borges e fica intri-gado. Valéria e Josué se beijam.Zenóbio influencia Melissa e a fazsair de casa. Clara implora para Mi-riam levá-la à casa de Rodrigo. Me-lissa anda por entre os carros, des-norteada com a influência deZenóbio.Quinta-feira -ClarapedeaRodrigoacaixinha de música. Melissa amea-ça Elisa. Dimas reza pedindo prote-ção ao filho. Elisa chega à mansãoatordoadaecontaaRodrigoqueSo-lange está com uma doença termi-nal. Lexor envia Seth para ficar per-to de Zenóbio. Fernando fica empéna frente de Miriam e finge estar
surpreendido. Valéria reclama comJosué por ter descumprido sua pro-messa. Elisa vê a foto antiga queRodrigo achou. Marlene e Eduardodiscutem.Sexta-feira - Rodrigo conta para Te-resaarevelaçãoqueElisafezsobreSolange. Verbena aparece no so-nho de Melissa. Gil leva Jáqui parao encontro com Henrique e Laura.Elisa fotografa o antigo retrato queRodrigo encontrou e mostra paraMelissa. Gil e Laura estranham aafinidade repentina entre HenriqueeJáqui.MiriampedeparaBeatriz fa-zer uma sessão de regressão comela.ClaracontaseusonhoparaRo-
drigo. Priscila revela para Rodrigoque é filha de Dimas. Juliana ficacom ciúmes dos elogios que Brunofazpara Cris.Sábado - Dimas pede para Jucamanter sigilo sobre o sequestro deRodrigo.GracinhaeJacira implicamcom Valéria por ter beijado Josué.Beto revela para Juliana que Brunojá foi apaixonado por Cris. Miriamse recusa a falar com Pedro sobreRodrigo e Elisa. Elisa leva Solangepara falar comRodrigo. Tobiase Ja-cira se encontram e ela passa mal.Laís fica triste ao saber que Julinhofará um intercâmbio. Bruno beijaCris.
Segunda-feira - Babi conta para Guidoque beijou Betão e ele vai embo-ra magoado. Isabela incentivaFabiano a voltar com Laura.Moisés se anima ao saber queGabriel lutará na final do cam-peonato. O rapaz vê Alexia e Ga-briel aos beijos. Carmem con-versa com Ziggy sobre sua ado-
ção. Moisés decide chantagearuma das meninas da academiade Gabriel. Cristal tenta se man-ter firme em seu depoimento edefende a sua inocência. Elatem um ataque de fúria ao ver afoto de Alexia e Gabriel juntos.Terça-feira - Luísa aceita ajudarMoisés a prejudicar Gabriel na luta, e
Janjão ouve tudo. Maria seduz Betão.Guido e Babi fazem as pazes. Jeffer-son e Dieguinho entregam a chave deuma nova casa para Aparecida. Fabia-noeCarmempartemparaoaeroportona busca pelo filho. Fôjo avisa aMoisésquenãovai secandidatar. Isa-bela chama Jefferson para sentar per-todela, eDébora seanima.
Quarta-feira -GabrieldecidedenunciarMoisés e pede que Janjão e Luísa se-jam testemunhas. Moreira aconselhaMoisés a fugir. Cristal afirma que vaisevingardeAlexia. Laurasepreocupapor causa de Fabiano. Moreira orientaCristal a descobrir um médico queateste sua insanidade após a perdado bebê. Laura e Fabiano se decla-
ramumparaooutro.Moiséspegadi-nheiro na ONG e foge. Gabriel e Ale-xia encontram Beatriz desmaiada.Quinta-feira - Até o fechamento destaedição, a emissora não divulgou o re-sumodocapítulo.Sexta-feira - Até o fechamento destaedição, a emissora não divulgou o re-sumodocapítulo.
Resumo das novelas
CHEIAS DE CHARME - 19H15
GLOBO
TV - 22 / São José do Rio Preto, 5 de agosto de 2012 DIÁRIO DA REGIÃO
Segunda-feira - Marcelina diz às ami-gas que Mário levou Paulo para o maucaminho. Natália revela que se livroude Rabito. A madrasta afirma que nãosuporta Mário. Rabito está solto pelasruasequaseéatropelado.Márioentraem sua casa e não encontra o cachor-ro. Natália revela que colocou Rabitopara fora. Pauloe Cirilo contama Hele-na que a madrasta de Mário colocou ocachorro para fora de casa. Rafael pe-gaakombi esai comosmeninos paraprocurar Rabito. Miguel flagra MariaJoaquina destratando Joana. Miguelfaz Maria Joaquina pedir desculpa aJoanana frente dasamigas.
Terça-feira - As meninas encontramuma ONG que recolhe os animaisabandonados.Valériacomentaquepo-deser a carrocinha.Rabito aparecenaEscolaMundial e Firmino o reconhece.Rafael atropela um ciclista. Firmino le-va Rabito até a casa de Mário. MariaJoaquina se arrepende das humilha-çõesquefezCirilopassar.LauraeValé-riaencontramFirminonaruacomRabi-to. Laura telefona para Maria Joaquinaecontaque Rabito foi encontrado. Má-rio reencontraRabito. Jaimepedeparao pai deixar Mário e Rabito dormiremem sua casa. Cristina aconselha Hele-naa arrumar um namorado.
Quarta-feira - Rafael aceita a propostade Jaime e pede para o filho avisar ospais de Mário. Mário deixa um bilheteinformandoaseupaiquevai dormirnacasadeJaime.ValériaafirmaqueelaeDavi vão se casar. Germano encontrao bilhete do filho e diz a Natália que ocasamentodelesnãotemmais futuro.MárioafirmaaPauloeKokiquenãovaiparticipar do plano contra Maria Joqui-na,poiselaoajudou.Aprofessoracon-ta que a redação de Mário foi eleita amelhor da sala. Rafael vai à escola.Germano descobre que Mário dormiunacasade Rafael. Os dois discutem.
Quinta-feira - Maria Joaquina terminaprimeiro o exercício de matemática epassao resultado paraMarcelina, queespalhaparaosoutrosalunos.Germa-novaiàescolaparasaberseMárioes-tá mesmo na aula. Mário afirma quenão volta para casa sem Rabito. Ger-mano diz a Helena que não tem cabi-mento Mário ter deixado um bilhete,sem avisar onde dormiu. A professoradiz a ele que o comportamento de Má-rio mudou para melhor depois que eleencontrouocachorro.Germanodesco-bre que Mário dormiu na casa de Ra-fael.Os dois discutem.
Sexta-feira - Rafael aconselha Germa-no a não tirar Rabito de Mário. Paulo eKokimoto marcam encontro na frenteda casa de Maria Joaquina para reali-zar o plano de vingança. Germano afir-ma a Natália que os dois precisam to-mar uma decisão definitiva. Maria Joa-quina recebe uma cesta de presentescom cartão em nome de Daniel. Ger-mano diz a Natália que Mário vai vivercom o Rabito na casa. Maria Joaquinalava os cabelos com o xampu que su-postamente ganhou de Daniel. Os ca-belos da menina ficam secos, rebel-des, arrepiados.
Segunda-feira - Geraldine diz que vaipara o Nepal e que só voltará quandoMário esquecê-la. Marco Antônio con-vida Mirella para sair. Eliza diz a Valé-ria que não desistirá de seu grandeamor. Otávio (Martim) exige de BigBlond teste de DNA para comprovarque o menino é realmente Tavinho.Décio tenta reconquistar a confiançadeMaria.Elvira filmaTavinhoapedidodeBigBlondepressionaocasalBena-ro. Evaldo e Toga pressionam ogeólogo,querevelaquea fazendaéri-
ca em nióbio puro. Evaldo diz a TogaqueelesprecisamfalarcomBigBlondomais rápido possível.Terça-feira - O geólogo pede dinheiroparaEvaldoeTogaemtrocadeumre-latóriocompleto.Togarepassaopedi-do a Big Blond, que autoriza. Otávio(Martim) tenta beijar Eliza, mas ela re-cua.DéciopedeajudaaTôniaparasecurar do amor doentio que sente porMaria. Martim (Otávio) pressiona Otá-vio (Martim) para vender a fazenda.Maria diz a Otávio (Martim) e a Eliza
que só quer ter Tavinho de volta. BigBlond permite que Maria veja o meni-no. Otávio (Martim) teme que sejamais um jogo de tortura de Big Blond.Maria corre para o menino e diz a to-dosqueaquele éoseu filho.Quarta-feira - Otávio (Martim) e MariaseemocionamaoverTavinho.Elizate-me o encontro. Big Blond diz a Elizaque ela deve convencer Otávio (Mar-tim) a vender a fazenda. Otávio (Mar-tim) exige de Big Blond um exame deDNA.Big manda Fausto pegar a crian-
ça de volta. Régis e Letícia conhecema fazenda e Evaldo reclama do namo-ro. Eliza vai à casa de Valéria e contaquenãopodemais lutar por seumari-do.Mariatentadescobrirqualdosme-ninosémesmoseu filho.Otávio (Mar-tim) e Eliza ficam preocupados comMaria.MariapedeajudaaOtávio(Mar-tim), que aabraça.Quinta-feira -CalpúrniadizaTôniaqueZezé está cada vez mais descompen-sada. Décio se emociona ao falarcom Tônia sobre o amor doentio quesente por Maria. Tônia se assusta ao
encontrar com Johnny, e o apresentacomo seu ex-marido a Décio. BigBlondpedequeLaís leveTavinhoàclí-nica para o exame de DNA. Eliza diz aOtávio(Martim)quevaideixaraorgani-zação.JohnnypressionaDécioeman-da que ele se afaste de Tônia. Otávio(Martim) e Maria tentam identificarquem é o verdadeiro Tavinho. Eliza seressente ao ver os dois. Otávio (Mar-tim) procurapor Eliza, sem sucesso.Sexta-feira - Até o fechamento destaedição, a emissora não divulgou o re-sumodo capítulo.
Segunda-feira - Leila acha as provas nabolsa de Pilar e fica pasma. Tatiana eMarcelo jantam no bistrô. Miguel contaaosrebeldesquePilarassumiuaautoriado roubo. O grupo acredita que ela estáacobertando Binho. Binho fica mexidocomasituação.As rebeldes tentamcon-vencerPilaracontar todaaverdadeparaJonas.TatianaeTadeusebeijam.Osalu-nosdasnovas turmasseconhecemme-lhorduranteo intervalo.Evachamaasre-beldes e apresenta Dulce Maria. As re-beldes ficam animadas com a presençadaatrizecantoramexicana.PilardizaBi-nhoqueestágrávida e queeleé o pai.
Terça-feira - Binho ficanervosocom a re-velaçãodePilar.DulceMariadizquepar-ticiparádafestadeAliceequegostamui-to da banda Rebelde. Os rebeldes apre-sentam Dulce Maria a Jonas. Tatiana fi-ca feliz após beijar Tadeu. Miguel impe-de Binho de fugir do colégio. Tomás eCarla ficam em clima de romance. Pilarassume a autoria do roubo para Jonas eo deixa decepcionado. As rebeldes com-binam de levar Dulce Maria para conhe-cer o Rio de Janeiro. Roberta diz a Pilarque sabe que ela está grávida. Serginhotenta trancar Mariananasala deaula.
Quarta-feira - Pilar pede a Roberta queela não conte o segredo a Diego. Lucy fi-caenlouquecidaaosaberqueBinhopre-tendia fugir. Roberta conta aos rebeldesque Pilar está grávida. Cilene expulsa Ar-turdecasa.LucybeijaBinhoeMiguelvê.Miguel tira satisfação com Binho. Jonaslibera as rebeldes para almoçarem comDulce Maria. Miguel tenta partir para ci-ma de Binho na aula de Vicente, e é ex-pulso de sala. Téo tenta ajudar Miguel areconquistar a confiança de Lucy. Jonase Leila vasculham as coisas de Pilar eachamumteste degravidez.
Quinta-feira - Jonas fica arrasado ao sa-ber que Pilar está grávida. Dulce Mariaachagraçaemver Lucy vestidadeCarla.DiegocontaaMiguelquePilarestágrávi-da de Binho. Vitória briga com Cileneapós saber que ela tirou Artur de casa.Leila ficapreocupada eprocura porPilar,quesumiu. Jonas ficadesesperadocomo desaparecimento de Pilar. Pedro e Ali-ce se encontram de noite na casa deFranco, que flagra o casal. Tadeu tentafazer ciúme em Tatiana. Tomásdiz a Lei-laeFrancoque jásabiadagravidezdePi-lar.Miguel fala para TomásquePilar pre-cisadeum amigo.
Sexta-feira - Pilar e Miguel seencontramno sótão. A cantora mexicana passeiapelo Rio e fica encantada com a belezadacidade.DulceMariacantaparaosalu-nos do terceiro ano. Cris tenta evitar Ta-tiana mas não consegue. A professoracontaàamigaoverdadeiromotivode terbeijado Tadeu. Artur fica deprimido porcausa de Cilene. Diego e Roberta ficamemclimaderomance.Lucypegaumaba-jurebatenacabeçadeBinho.Oestudan-tecainochãodesacordado.Becky flagraCarlaeTomás juntosno loft.MigueldizaJonas que o filho de Pilar é seu. Pedro ésequestrado.
Terça-feira - Nacib explica a Gabrielaque,quandose tratadehonra,oassas-sinato não é considerado crime. Malvi-na reage negativamente ao saber queseupaiescolheuBertoparaserseunoi-vo. Juvenal diz a Berto que Malvinatem caráter. Berto diz a Juvenal quevai ao Bataclan se deitar com Lindi-nalva como cliente. Jesuíno ficatranstornado ao se lembrar de Si-nhazinha na cama com Osmundo.
Ele expulsa Neia de casa e decide irpara a fazenda. Ramiro avisa que vaiajudarNaciba secasar comGabriela.Quarta-feira - Malvina diz a Gerusa quesonhaemterumagrandepaixão.Rami-roconvenceopadreeasbeatasaacei-tarem o casamento de Nacib com Ga-briela.Mundinho avisaaAltino queaju-dará a família de Osmundo a colocarJesuíno na cadeia. Malvina fica encan-tada ao ver Rômulo nadar na praia.
Mundinho oferece a Nacib o salão daAssociaçãoComercialeasbebidaspa-ra o casamento. Malvina avisa a Geru-sa que Mundinho quer vê-la. Concei-ção insiste para que Olga vá ao Bata-clan flagrar Tonico. Rômulo se aproxi-ma de Malvina enquanto ela aguardaGerusa conversar com Mundinho.Quinta-feira - DorotéiaconvenceGabrie-laadormiremsuacasaatéocasamen-to com Nacib. Tonico vê Olga no Bata-
clan e se veste de mulher para escaparda esposa. Gerusa declara seu amor aMundinho,masdizadeusaelecomme-dodeque Ramirodescubrao romance.MalvinaeRômulosebeijam.NacibnãoencontraGabrielaemcasaepensaqueela o abandonou. Dorotéia pede à Ga-brielaque façaquitutesparaela. Amân-cio conduz Gabriela até oaltar.Sexta-feira - Nacib e Gabriela se ca-sam. Zarolha retorna a Ilhéus e avisa a
MissPirangique,seelanãopodeserfe-liz comNacib,Gabriela tambémnãose-rá. Na festa de casamento, Gerusa es-capada famíliaeseencontracomMun-dinho. Olga sugere a Tonico que descu-bra o segredo de Gerusa, a fim de ga-nhar o respeito de Ramiro. Melk flagraMalvina beijando Rômulo e agride a fi-lha.AirmãdeNacibofendeGabriela.To-nico e Zarolha tramam contra o casa-mentodeGabriela.
Resumo das novelas
CARROSSEL - 20H30
MÁSCARAS - A PARTIR DE 22H00
REBELDE - 20H30
GABRIELA - A PARTIR DE 22H00
RECORD
GLOBO
SBT
DIÁRIO DA REGIÃO São José do Rio Preto, 5 de agosto de 2012 / 23 - TV
Tel Aviv revela a face mais moderna e
vibrante de um país de tradições históricas
e religiosas milenares
Agência O Globo
Em Israel, o deserto da Judeia
mescla tons de terracota, Jerusalém re-
flete o azul do céu nas pedras de suas
muralhas, Tel Aviv contrasta a arqui-
tetura branca em estilo Bauhaus com
o brilho do sol nos tons do arco-íris,
enquanto o Mar Morto revela seu ver-
de cor de água.
Nos mercados populares, a pa-
leta é infinita. Nas margens das es-
tradas, o verde da agricultura dei-
xa claro o uso da terra para fins
produtivos.
De cores marcantes, Israel não é
um destino fácil, embora fascinan-
te, pela riqueza de sua História.
Num território em que se sucedem
episódios de invasão, ocupação, dis-
putas e conflitos e há tradições arrai-
gadas (principalmente religiosas, se-
ja qual for o credo) encara-se o pre-
sente com cidades que se moderni-
zam e convidam os viajantes a co-
nhecer suas novas cores.
Turismo
AS CORESDE ISRAEL
Anfiteatro de Herodes
(que governou entre os
anos 37 e 4 a.C: eventos
no período romano
Na longa faixa de areia, o
calçadão concentra
turistas e esportistas
Fotos: Agência O Globo
TURISMO - 24 / São José do Rio Preto, 5 de agosto de 2012 DIÁRIO DA REGIÃO
DIÁRIO DA REGIÃO São José do Rio Preto, 5 de agosto de 2012 / 25 - TURISMO
Tel Aviv é reconhecida pela Unesco por guardar a maior concentração de prédios em estilo Bauhaus
Agência O Globo
Tel Aviv mostra o lado mo-
derno de Israel. Na longa faixa
de areia da orla, restaurantes e
o calçadão com bancos e apare-
lhos de ginástica recebem todo
tipo de frequentadores: surfis-
tas, kitesurfistas, paddlers, ba-
nhistas, ciclistas, skatistas, pe-
destres com seus animais de es-
timação.
Muitos de seus melhores ho-
téis estão localizados de frente
para o mar, concentrados entre
a área do porto, mais ao norte,
até o urbanizado Charles Clore
Park, aos pés do imperdível e
histórico Old Jaffa (Yafo, em
hebreu e Yafa, em árabe).
A cidade que nasceu no sé-
culo 20, ao norte de Old Jaffa,
cresceu sob influência do estilo
Bauhaus. A partir da década de
1930, arquitetos vindos da Eu-
ropa, com formação na escola
modernista criada em Berlim,
vieram para Tel Aviv.
Não por acaso, a cidade é re-
conhecida pela Unesco por
guardar a maior concentração
de prédios em estilo Bauhaus.
Há, inclusive, um roteiro
arquitetônico que pode ser per-
corrido a pé para os admirado-
res da escola minimalista, mar-
cada por composições assi-
métricas e que dispensa ele-
mentos decorativos.
Para quem passeia sem com-
promisso, butiques de grife, res-
taurantes e bares simpáticos
pontilham a região que deu a
Tel Aviv o apelido de Cidade
Branca, formada pelo Rots-
child Boulevard, o Dizengoff
Circle e a Bialik Street, marca-
das por fachadas Bauhaus.
Ao longo do Rotschild, fre-
quentado durante o dia por exe-
cutivos do mercado financeiro,
quiosques ocupam os canteiros
centrais. E lá no fim está o Há’
Bima Theater, sede do teatro
nacional de Israel, numa área
que reúne outros teatros. O Di-
zengoff tem shopping e mais
teatros.
O Rotschild abriga bons res-
taurantes, como o The Social
Club, inspirado nos bistrôs mo-
dernos nova-iorquinos, com
carta de drinques caprichados
e cardápio assinado pelo chef
Michael Grtofsky.
Na orla, uma área claramen-
te revitalizada é a do porto, ao
norte dos hotéis e que tem gran-
de movimento à noite, com es-
tabelecimentos perfilados num
imenso deque à beira-mar, o
Mediterrâneo.
Mas nem tudo é só festa. En-
tre casas animadas, bares e res-
taurantes, você pode passar
também por um ato público de
mulheres ou de algum grupo
político.
Em Israel, prepare-se para
comer, na maioria das vezes,
peixe preparado e servido com
sua pele e, principalmente,
quando estiver mais perto do
mar, lulas incrivelmente ma-
cias, de sabor memorável.
Israel
Nacidade brancadoBauhaus, os tonsdoarco-íris
Teatro Romano, o
mais antigo de Israel,
fica em Cesareia
TURISMO - 26 / São José do Rio Preto, 5 de agosto de 2012 DIÁRIO DA REGIÃO
Cúpula com os
manuscritos do Mar
Morto é cercada
por jardim de
esculturas em
Jerusalém
Outro mercado, o de Car-
mel, chama atenção pelas cores
das especiarias e das roupas de
procedência duvidosa. Duas
ruas acima, barracas vendem ar-
tesanatos interessantes, e na
rua em frente, cruzando a Ben
Yehuda Allenby, o Nahalat
Binyamin reúne bares com me-
sinhas na calçada e lojas de gri-
fes (muitas ocidentais, como
Diesel).
Vários prédios, com suas fa-
chadas Bauhaus, estão sendo re-
formados. Cansou de ver lojas?
Uma curta caminhada descen-
do a Ben Yehuda e virando à es-
querda o levará à orla e seu sim-
pático calçadão.
Dali, numa curta caminha-
da à beira-mar, chega-se à esta-
ção de trem desativada Há’ta-
chana, reaberta em 2010 como
centro de entretenimento com
lojas, restaurantes e cafés.
Bem ao lado fica Neve Tze-
dek, o primeiro bairro judeu de
Tel Aviv fundado ainda no fim
do século 19, antes de Tel Aviv
existir como cidade.
Historicamente foi povoa-
do por artistas e escritores e as-
sim se manteve. Hoje abriga bu-
tiques de designers e simpáti-
cos cafés em casas que conser-
vam seu estilo arquitetônico. Pa-
ra um mergulho mais profundo
sobre arte e arquitetura, vale visi-
tar o Bauhaus Center o Museu de
Design em Holon. (AG)
Da moderna Tel Aviv volta-se
aopassadonumpasseioporOldJa-
ffa,queseacreditaserumadascida-
des portuárias mais antigas do Me-
diterrâneo. A ocupação pode estar
relacionada a uma citação ao filho
deNoé(Jafé)ouaindaàCassiopeia,
na mitologia grega.
Incorporada a Tel Aviv em
1950, a partir da criação do Esta-
do de Israel, a história de Jaffa pas-
sa por ciclos de destruição e re-
construção desde o século 7, quan-
do foi dominada por árabes e in-
vadida por cruzados cinco sécu-
los mais tarde.
Otomanos, mamelucos e egíp-
cios deixaram sua marca, assim
como Napoleão, que a invadiu no
século 18. Britânicos chegaram
no início do século 20.
A partir da década de
1920 serviu de base para o
movimento sionista.
Suas antigas ruelas que abri-
gam casas ainda do período oto-
mano hoje estão tomadas por ate-
liês, antiquários e galerias de arte.
No museu Ilana Goor, a artis-
ta plástica e colecionadora exibe
obras de variados estilos e auto-
res, entre eles Diego Giacometti e
Henry Moore em meio as suas
próprias, numa antiga casa restau-
rada do século 18.
Com ruazinhas marcadas
com placas com os signos do zo-
díaco, Old Jaffa compõe um ce-
nário antigo muito procurado
também para fotos de álbuns
de casamento.
Os signos se repetem em
placas de bronze na Ponte dos
Desejos que liga a parte mais
antiga à praça onde fica o Mos-
teiro de São Pedro.
Os visitantes dão uma para-
da em frente à placa de seu sig-
no para contemplar o mar e fa-
zer um pedido. A paradinha va-
le também para os céticos: o lo-
cal rende ótimas fotos da vista
para Tel Aviv.
Na descida de Old Jaffa, o ca-
minho leva até o mercado de pul-
gas. Barraquinhas de quinquilha-
rias dividem espaço com buti-
ques em ruas movimentadas.
O mercado andou meio aban-
donado, até que recentemente as
ruas e calçadas foramreformadase
agora lojas com vitrines de marca
se avizinham ao movimento. (AG)
O bairro
histórico hoje
reúne galerias
e obras de arte
a céu aberto
Calçadão de
Tel Aviv:
descontração à
beira do
Mediterrâneo
Mercado de
pulgas e
butiques, em ruas
movimentadas
perto de Old
Jaffa, ao sul de
Tel Aviv
Os mercados e lojas
Fotos: Agência O Globo
Banho de história por Old Jaffa
DIÁRIO DA REGIÃO São José do Rio Preto, 5 de agosto de 2012 / 27 - TURISMO
A cidade foi planejada, construída em 12 anos e inaugurada no ano 10 antes de Cristo
Agência O Globo
Um pouco ao norte de Tel
Aviv, uma porção do Mediterrâ-
neo nos mostra a influência do
período romano na história de
Israel. As ruínas de Cesareia,
que incluem teatro, hipódro-
mo, palácio e o imponente
aqueduto construídos à beira-
mar atestam a lealdade ao impe-
rador Cesar Otávio Augusto pe-
lo rei Herodes, que governou
entre os anos 37 e 4 a.C.
Cesareia foi uma cidade pla-
nejada, construída em 12 anos,
com uma rede de ruas entrecru-
zadas, templo, mercados e
áreas residenciais. Sua inaugu-
ração, em 10 a.C, foi marcada
por muitas comemorações.
O aqueduto, que também ren-
de belas fotos para os viajantes,
abastecia a cidade com água vin-
da da fonte Shuni, a 7,5 km dali.
A cidade chegou a ser um
importante centro comer-
cial. No século 4 a.C. tornou-
se o QG do Império Romano
na Palestina.
O teatro é o mais antigo de Is-
rael, capaz de acomodar 4 mil pes-
soas. No fim do Império Bizanti-
no, foi convertido em castelo,
mas abandonado com a conquis-
ta árabe, por volta do século 7.
Cesareia foi reconquistada
novamente no século 12, com a
chegada dos cruzados, e destruí-
da no século 13 pelos mamelu-
cos. Por muito tempo, suas pe-
dras foram usadas em constru-
ções pela região.
No século 19, os otomanos
instalaram refugiados da
Bósnia por ali e novas casas fo-
ram construídas.
As primeiras explorações
científicas no local começaram
no fim do século 19. Hoje Cesa-
reia é um parque nacional, e os
trabalhos de escavação prosse-
guem, conduzidos por equipes da
Autoridade de Antiguidades e pe-
la Universidade de Haifa.
Ali perto ficam os museus
privados Ralli I e II. O Museu I
dedica-se à arte contemporâ-
nea, com destaque para obras
de artistas hispânicos e da Amé-
rica Latina - esculturas de Sal-
vador Dali e até Rodin.
O Ralli II tem na entrada
uma fonte com 12 leões - inspi-
rada no Alhambra, de Granada
- e o Memorial Sefardita (home-
nagem aos judeus originários
da Península Ibérica), que exi-
be um interessante “jardim” de
estátuas e bustos de pensadores
e notáveis: Colombo, Rous-
seau, Nostradamus, Cervantes,
Montaigne.
Lá dentro, pinturas retra-
tam cenas bíblicas do Antigo
Testamento produzidas entre
os séculos 16 e 17.
Distanciando-se um pouqui-
nho do mar, vale conhecer uma
das mais importantes vinícolas
de Israel. O país vem se destacan-
do na produção de vinhos.
Atualmente são produzidos
40 milhões de garrafas por ano
em cerca de 250 vinhedos que
se espalham nos arredores de
Jerusalém, em regiões ao norte
do Deserto de Neguev, nas Coli-
nas de Golã ao norte do país e,
principalmente, nessa região
de Monte Carmelo e Sharon.
As primeiras vinícolas só
surgiram por lá no século 19, e
uma delas foi a Carmel, funda-
da em 1882 pelo Barão Ed-
mond de Rotschild. A Carmel
é a maior produtora de Israel e
fica no caminho para o Monte
das Bem-Aventuranças, em Ta-
gba, às margens do Mar da Gali-
leia ou Lago Tiberíades.
Israel
CESAREIA, O QG DOIMPÉRIO ROMANO
Monte das Bem-Aventuranças, onde Jesus fez o famoso Sermão da Montanha: ritos e cânticos ao ar livre com peregrinos do mundo inteiro
Fotos: Agência O Globo
TURISMO - 28 / São José do Rio Preto, 5 de agosto de 2012 DIÁRIO DA REGIÃO
Três cafés com os beduínosOcaminhoparaoDesertode
Negev e para o Mar Morto apro-
xima-se da Faixa de Gaza. A re-
gião é povoada por beduínos.
No acampamento Kfar Ha-
nokdim os visitantes podem
passear de camelo e até pernoi-
tar. O anfitrião faz música ao
amassar grãos de café com um
pilão e assim informa às tribos
vizinhas que tem visita.
A quem chega são ofereci-
dos três copos de café: o primei-
ro, para boas-vindas; o segun-
do, em sinal de lealdade e que o
anfitrião defenderá o visitante
com sua espada, se preciso for;
e o terceiro, para diversão.
Porém, se o copo vier cheio,
é sinal de que é hora de bater
em retirada, pois não é mais
bem-vindo. Isso pode aconte-
cer quando o visitante adota
um comportamento que não
agrade aos aldeões.
Esta é uma das tradições
mantidas pelos beduínos, que
hoje, frequentam escola, usam
eletrônicos e circulam também
pelas redes sociais. (AG)
Aqueduto à
beira-mar: fonte
Shuni abastecia
Cesareia
Uma descoberta casual foi
transformadaematraçãoturísti-
ca às margens do Lago Tibería-
des, no Kibutz Ginossar.
O Yigal Alon Center con-
ta a história de “O antigo
barco da Galileia”, um barco
de pesca de madeira com cer-
ca de 2 mil anos, o que reme-
te ao início da Era Cristã.
Ficou por muitos anos no
fundo do lago. Dois irmãos do
kibutz o encontraram em
1986, após um período de seca
que descobriu grande parte da
superfície do lago.
Eles pensaram inicialmente
ter descoberto pregos do perío-
doromano,quetinhamvaloral-
to para venda. Mas percebe-
ram que estavam sobre um
barco de madeira, conserva-
do intacto sob a lama do la-
go, enquanto não tinha con-
tato com oxigênio.
Pesquisadores atestam que
este seria o mesmo tipo de bar-
cos mencionados nas escrituras,
usados pelos discípulos de Cris-
toepelos judeuscontraosroma-
nos na batalha náutica de Mag-
dala no ano 67. (AG)
No Monte das Bem-Aventu-
ranças, perto de Tabga, uma in-
fraestrutura de turismo de mas-
sa aguarda os fiéis. No cami-
nho para a igreja, muitas pla-
quinhas exibem citações do ser-
mão da montanha.
Aqui e ali ouvem-se cânti-
cos de ritos celebrados nos jar-
dins de frente para o lendário
lago que é relacionado a diver-
sas passagens do Novo Testa-
mento, como a multiplicação
dos pães e dos peixes.
A vista do monte para o la-
go alcança até as Colinas de Go-
lan. A igreja construída em
1938 tem vitrais ao redor do al-
tar que reproduzem os versos
do sermão. (AG)
Camelos no deserto:
parada no acampamento
de beduínos
Obarco de
madeiraem
exposição
nokibutz
Barco de 2 mil anos
Estátuas e bustos de celebridades como Colombo, Rousseau e Nostradamus, estão no pátio do Museu Ralli
Sermãoda Montanha DIÁRIO DA REGIÃO São José do Rio Preto, 5 de agosto de 2012 / 29 - TURISMO
Com aalta
salinidadeda água,
ocorpo flutua no
MarMorto.
Pessoascompele
sensível sentemos
efeitosdo sal
napele
Agência O Globo
Dividido entre Israel e Jor-
dânia, o Mar Morto fica 400 me-
tros abaixo do nível do mar. É
explorado para extração mine-
ral e para o turismo, pelas pro-
priedades terapêuticas dos mi-
nerais em suas águas supersal-
gadas. É banho de sal grosso.
Em Ein Bokek há praias pú-
blicas, hotéis e resorts para
quem quiser aproveitar suas
propriedades medicinais.
Ein Gedi é outro destino
também procurado por turis-
tas. Bem perto da área dos gran-
des hotéis, os recursos mine-
rais (potássio, magnésio e bro-
meto) são valiosos e explorados
por mineradoras.
Chega-se ao Mar Morto de-
pois de se atravessar o Deserto
de Negev. A época ideal para ex-
plorar o local é de outubro em
diante, até abril ou maio, por-
que os meses de verão são dema-
siadamente quentes. E o banho
no Mar Morto não é brincadei-
ra de criança.
Com a alta salinidade da
água, o corpo flutua imediata-
mente. Pessoas com peles mais
sensíveis sentem de imediato
os efeitos do sal na pele. E não
se deve molhar o rosto.
A região também pode
ser explorada em passeios de
jipe pelo deserto, que são fei-
tos até à noite, como os rotei-
ros ao luar.
No caminho, o guia mostra
escarpas de calcário e gipsita, la-
do a lado com pedras de puro
sal exposto, no meio do deser-
to, esculpidas pela Natureza há
5 milhões de anos.
O passeio prossegue até um
mirante em que vê uma área
apontada como as cidades de
Sodoma e Gomorra. Ali se po-
de fazer caminhadas também.
Fundamental é levar água para
não desidratar. No mais é apro-
veitar, o local é todo demarca-
do por GPS, o que facilita a lo-
calização em mapas.
No passeio se avista a Mon-
tanha de Massada, que conta a
história da resistência dos ju-
deus ao domínio romano. É
um dos mais importantes sítios
históricos de Israel, reconheci-
do pela Unesco como patrimô-
nio cultural da Humanidade.
A fortaleza foi erguida a 450
metros acima das margens do
Mar Morto por volta do século
2 a.C. e ampliada por Herodes.
Com a morte do imperador, foi
tomada pelos romanos, mas re-
cuperada por judeus.
Após a conquista de Jerusa-
lém, os romanos voltaram e cer-
caram o local. Para não se ser
subjugados pelos romanos, os
moradores fizeram um pacto
de morte que tirou a vida de
960 pessoas.
O cerco durou dois anos, en-
tre 72 a 74 a.C. e quando os ro-
manos chegaram, tendo subido
por torres e rampas, não ti-
nham com quem lutar.
A história foi contada por
duas mulheres e cinco crianças
que sobreviveram escondidas
nas cisternas de Massada.
Um grupo de dez homens
foi sorteado para degolar os de-
mais. Dos dez últimos, um eli-
minou os outros nove e depois
deu fim a própria vida.
Os romanos subiram por
uma rampa de terra reforça-
da por vigas de madeira, so-
bre as fendas naturais de
uma das encostas da monta-
nha no lado ocidental.
Hoje o acesso é por um tele-
férico ou pelas trilhas da ser-
pente e da rampa, para quem
quiser subir a pé. Lá em cima
estão as ruínas das igrejas, ca-
sas, a composição do palácio er-
guido por Herodes.
O roteiro no topo de Massa-
da inclui mirantes desde os pa-
lácios de Herodes, termas, cis-
ternas e um sofisticado sistema
de abastecimento de água, a
igreja bizantina, a sinagoga.
Os romanos permaneceram
em Massada até o século 2.
Israel
Banho de sal grossonas águas do Mar Morto
Tel Aviv: orla
ensolarada e animada
nas margens do
Mediterrâneo
Fotos: Agência O Globo
TURISMO - 30 / São José do Rio Preto, 5 de agosto de 2012 DIÁRIO DA REGIÃO
Deixando o calor do Mar
Morto, atravessando o Deser-
to da Judeia, chega-se a Jeru-
salém, 760 metros acima do
nível do mar.
Do Monte das Oliveiras, o
vento gelado dá mais impacto à
impressionante vista. Muros, tor-
res, cúpulas douradas, templos,
mesquitas, sinagogas, igrejas - as
construções milenares que for-
mam a imagem clássica da cidade
assumem suas cores e ganham re-
levo diante dos olhos.
Mas é do lado de fora dos mu-
ros da Cidade Velha que Jerusa-
lém se moderniza. Hotéis novos,
galerias de lojas e museus imper-
díveis fazem da Jerusalém extra-
muros uma cidade bem diferente
daquela dos solos sagrados para
judeus, muçulmanos e cristãos.
O ícone mais notável é a pon-
te do trem metropolitano, ou pon-
te de cordas, de Santiago Calatra-
va. O arquiteto que marca seu esti-
lo com pontes suspensas por cabo
de aços desenhou a de Jerusalém
na entrada ocidental da cidade,
em forma de harpa - uma home-
nagem ao rei Davi.
Inaugurada em 2008, a ponte
sustenta o metrô de superfície
que começou a circular há um
ano, após atrasos devido a desco-
bertas arqueológicas durante as
escavações e controvérsias pelo fa-
to de seu percurso cortar territó-
rios da Jerusalém oriental con-
quistados pela municipalidade
na Guerra dos Seis Dias.
Com seus prédios predomi-
nantemente em cor areia (a legis-
lação determina que todos os pré-
dios tenham fachada revestida
com a mesma pedra), Jerusalém
ganha tonalidade especial sob a
luz avermelhada do sol poente.
Caminhar por ruas como a
Ben Yehuda, de pedestres e de co-
mércio, sentar para um café, ob-
servar um músico que toca por al-
guns trocados é um programa co-
mum e agradável.
Um pouco mais de sofistica-
ção? Então o endereço é Mamilla
Mall, aberto em 2007: galeria ao
ar livre com grifes e lojas de de-
sign. Se você não passou na loja
de cosméticos da fábrica da Aha-
va na ida ao Mar Morto, esta é a
chance. E uma simpática filial
da rede de lanchonetes Aroma
serve comidas rápidas saudá-
veis. O Mamilla Mall fica ao la-
do do Portão de Jaffa, que dá
acesso à cidade murada.
No Museu do Holocausto
(Yad Vashem), o projeto de Mo-
she Safdie (o mesmo que assina o
Mamilla Mall e o complexo Mari-
na Bay Sands, em Cingapura) faz
os visitantes percorrerem o acer-
vo num um único sentido em fi-
la. Ao final, um janelão com vista
para a cidade sugere um momen-
to de reflexão. � (AG)
Massada: fortaleza
em ruínas erguida por
Herodes na montanha
Mar Morto: as pedras
de sal se acumulam
na beira d´água
A Torre de Davi e as
muralhas que cercam
a cidade antiga
Extra-muros, a nova Jerusalém DIÁRIO DA REGIÃO São José do Rio Preto, 5 de agosto de 2012 / 31 - TURISMO
Paulo Coelho
A história do lápisEscritor
Você pode fazer grandes coisas, mas não deve esquecer
nunca que existe uma Mão que guia seus passos
O menino olhava a avó es-
crevendo uma carta. À certa al-
tura, perguntou:
- Você está escrevendo uma
história que aconteceu conos-
co? E por acaso, é uma história
sobre mim?
A avó parou a carta, sorriu,
e comentou com o neto:
- Estou escrevendo sobre vo-
cê, é verdade. Entretanto, mais
importante do que as palavras
é o lápis que estou usando. Gos-
taria que você fosse como ele,
quando crescesse.
O menino olhou para o lá-
pis, intrigado, e não viu nada
de especial.
- Mas ele é igual a todos os
lápis que vi em minha vida!
- Tudo depende do modo
como você olha as coisas. Há
cinco qualidades nele que, se
você conseguir mantê-las, será
sempre uma pessoa em paz
com o mundo.
“Primeira qualidade: você
pode fazer grandes coisas, mas
não deve esquecer nunca que
existe uma Mão que guia seus
passos. Esta mão nós chama-
mos de Deus, e Ele deve sem-
pre conduzi-lo em direção à
Sua vontade”.
“Segunda qualidade: de vez
em quando eu preciso parar o
que estou escrevendo, e usar o
apontador. Isso faz com que o
lápis sofra um pouco, mas no fi-
nal, ele está mais afiado. Por-
tanto, saiba suportar algumas
dores, porque elas lhe farão ser
uma pessoa melhor”.
“Terceira qualidade: o lá-
pis sempre permite que use-
mos uma borracha para apagar
aquilo que estava errado. En-
tenda que corrigir uma coisa
que fizemos não é necessaria-
mente algo mau, mas algo im-
portante para nos manter no ca-
minho da justiça”.
“Quarta qualidade: o que
realmente importa no lápis não
é a madeira ou sua forma exte-
rior, mas o grafite que está den-
tro. Portanto, sempre cuide da-
quilo que acontece dentro de
você”.
“Finalmente, a quinta
qualidade do lápis: ele sem-
pre deixa uma marca. Da mes-
ma maneira, saiba que tudo
que você fizer na vida irá dei-
xar traços, e procure ser cons-
ciente de cada ação”.
Vai ou não vai chover?
Depois de quatro anos de
seca na pequenina aldeia do
Nordeste, o pároco reuniu to-
dos para uma peregrinação
até a montanha; ali fariam
uma oração coletiva, pedin-
do a chuva de volta.
No grupo, o padre notou
um garoto, coberto por uma ca-
pa de chuva.
“Você enlouqueceu?”, per-
guntou. “Nesta região não cho-
ve há cinco anos, e a subida vai
lhe matar de calor!”
“Estou resfriado, padre. Se
vamos pedir chuva a Deus, já
imaginou a volta da monta-
nha? Vai ser tal a enxurrada
que preciso estar preparado”.
Neste momento, ouviu-se
um grande estrondo no céu e
as primeiras gotas começaram
a cair. Bastou a fé de um meni-
no para realizar um milagre
que mesmo os mais preparados
não estavam realmente acredi-
tando. �
32 / São José do Rio Preto, 5 de agosto de 2012 DIÁRIO DA REGIÃO