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Alexandre Caprio

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Page 1: Revista bem estar-20140316
Page 2: Revista bem estar-20140316

Editorial

Uma das reportagens desta edição toca em um assuntodelicado e pertinente ao contexto da sociedade atual: adecisão de não ter filhos. A ideia não é defender um lado,mas expor as razões que muitas vezes levam o homem, amulher ou ambos a abdicar da paternidade/maternidade. Echamar atenção para a importância do casal estar sempreaberto ao diálogo sobre este tema, especialmente se odesejo de um não for exatamente a vontade do outro.

24

Canal do Panamá completa cem anos,e o país foi incluído na lista de lugarespara visitar em 2014

16

Tainá Müller fala de sua personagemna novela “Em Família”, uma das maisdesafiadores de toda sua carreira

13

Odontologista de Rio Pretoescreve sobre a evolução dastécnicas da implantodontia ao longoda história

Poesia

QUEM MORRE?

Morre lentamente

Quem não viaja,

Quem não lê,

Quem não ouve música,

Quem não encontra graça em si mesmo

Morre lentamente

Quem destrói seu amor próprio,

Quem não se deixa ajudar.

Morre lentamente

Quem se transforma em escravo do hábito

Repetindo todos os dias o mesmo trajeto,

Quem não muda de marca,

Não se arrisca a vestir uma nova cor ou

Não conversa com quem não conhece.

Morre lentamente

Quem evita uma paixão e seu redemoinho de emoções,

Justamente as que resgatam o brilho dos

Olhos e os corações aos tropeços.

Morre lentamente

Quem não vira a mesa quando está infeliz

Com o seu trabalho, ou amor,

Quem não arrisca o certo pelo incerto

Para ir atrás de um sonho,

Quem não se permite, pelo menos uma vez na vida,

Fugir dos conselhos sensatos...

Viva hoje!

Arrisque hoje!

Faça hoje!

Não se deixe morrer lentamente!

Martha Medeiros

FINAL FELIZBem-Estar lista 12 “feel-good movies”, filmes que fazem bem, e aslições que eles têm a ensinar Páginas 4, 5 e 6

COMUNICAÇÃOAceitar a diferença de opiniões e colocar-se no lugar do outromelhoram a qualidade do diálogo Página 7

SAÚDECausada por uma inflamação na membrana que reveste o útero, aendometriose pode levar à infertilidade Páginas 10, 11 e 12

Agência O Globo/Divulgação

Agência Estado/Divulgação

Turismo

Edvaldo Santos

Televisão

Sobre ter filhos

RodrigoCaran

DIÁRIO DA REGIÃO

Diretor de RedaçãoDécio Trujilo

[email protected]

Editor-chefeFabrício Carareto

[email protected]

CoordenaçãoLigia Ottoboni

[email protected]

Editor de Bem-Estar e TVIgor Galante

[email protected]

Editora de TurismoCecília Demian

[email protected]

Editor de ArteCésar A. Belisário

[email protected]

Pesquisa de fotosMara Lúcia de Sousa

DiagramaçãoCristiane Magalhães

Tratamento de ImagensEdson Saito e Luciana Nardelli

MatériasAgência Estado

Agência O Globo

2 / São José do Rio Preto, 16 de março de 2014 DIÁRIO DA REGIÃO

Page 3: Revista bem estar-20140316

FAZER PELOOUTRO

Artigo

José Trigueirinho Netto

Cada um de nós tem uma virtude

própria, que diz respeito à natureza do

seu ser e à sua tarefa evolutiva. Platão

enumerou algumas virtudes humanas.

Segundo ele, as virtudes são: a prudên-

cia, a justiça, a fortaleza, a temperança.

Pelo estudo, pela instrução e pela pa-

ciência, aos poucos elas vão sendo for-

madas em nós.

As virtudes humanas permitem

que nos organizemos como grupos e co-

mo sociedade. Criam também um am-

biente receptivo para a alma humana

exprimir-se. Se percebermos que nos

falta alguma delas, temos de refletir so-

bre ela e trabalhar com paciência para

que venha a manifestar-se. Assim se

prepara as sementes daquela virtude.

A caridade é considerada a maior

das virtudes. Não está entre as mencio-

nadas por Platão, porque provém de ní-

vel mais elevado, supra-humano. É par-

te da natureza de Deus, da Consciência

Única. Para experimentarmos a carida-

de, que é divina, precisamos estar em

busca de Deus.

A Bíblia nos fala da caridade. Diz

que entre nós deve existir caridade fra-

terna, disposição para compreender e

aceitar os semelhantes e para nos unir

com eles, com os que conosco formam

uma irmandade e compartilham de

uma energia universal. Em uma vida

grupal evolutiva temos oportunidade

de desenvolver tudo isso, principal-

mente a caridade fraterna, que começa

a surgir quando somos hospitaleiros,

quando acolhemos de coração aberto

mesmo os que externamente pouco co-

nhecemos.

Além disso, a caridade nos leva a

ter presentes os aflitos, os encarcera-

dos, os miseráveis. Embora com isso

não resolvamos o problema imediato

de todos eles, construímos no universo

um fluir de energias que permite a

transmissão dessa virtude aos demais.

Segundo a Bíblia, pela caridade che-

gamos a perceber a dificuldade de uma

pessoa como se estivéssemos dentro de-

la. Pela caridade compartilhamos com

a pessoa a situação em que se encontra

e lhe damos algum alívio. Portanto, es-

sa é uma virtude especial.

Do ponto de vista concreto, exercer

a caridade é suprir as necessidades dos

pobres, dos famintos e dos desprotegi-

dos. Do ponto de vista moral, é prestar

auxílio aos que se encontram de algum

modo inferiorizados. Essa virtude faci-

lita-lhes sair dessa situação em que se

colocaram. Do ponto de vista espiri-

tual, a caridade nos leva a amar a Deus

em tudo e em todos. Isso começa com a

compaixão, com a decisão de ajudar,

de perdoar, de suprir, de não nos dei-

xarmos levar pelas características exter-

nas de ninguém.

No texto bíblico podemos ler o se-

guinte: “Ainda que eu fale as línguas

dos homens e dos anjos, se não tiver ca-

ridade sou como um bronze que soa ou

como um címbalo que tine. Ainda que

eu tenha o dom da profecia e conheça

todos os mistérios e toda a ciência, e te-

nha toda a fé a ponto de transportar

montanhas, se não tiver caridade nada

serei. Ainda que distribua todos os

meus bens no sustento dos pobres, e en-

tregue meu corpo às chamas, se não ti-

ver caridade nada disso me aproveita-

rá”. Assim diz Paulo, na Primeira Epís-

tola aos Coríntios.

Segundo essa mesma fonte, a cari-

dade é paciente e benéfica, não é invejo-

sa, nem soberba, nem ambiciosa e não

busca seus próprios interesses. Não se

irrita, de ninguém suspeita, não folga

com a injustiça e se alegra com a verda-

de. A caridade tudo desculpa, tudo crê,

tudo espera e tudo suporta. Vai sendo

descoberta segundo o nível da nossa

consciência. Ao desenvolvermos a cari-

dade fraterna de uns para com os ou-

tros, avançamos cada vez mais na con-

quista dessa virtude. �

José Trigueirinho Netto éescritor e filósofo espiritualista

Para experimentar a caridade, precisamos estar em busca de Deus

Quem é

DIÁRIO DA REGIÃO São José do Rio Preto, 16 de março de 2014 / 3

Page 4: Revista bem estar-20140316

CINEMA ASERVIÇO DAFELICIDADE

Final feliz

Bem-Estar lista12 “feel-goodmovies”, filmes

marcadospormensagens positivase quenos

fazemenxergar a vidade um jeito diferente

Gisele [email protected]

Como para a maioria das coisas

na vida, não existe receita ou passo a

passo de como ser feliz. “A felicidade

está esperando por nós de braços

abertos. Precisamos apenas nos mo-

ver conscientemente na direção de-

la”, explica a psicóloga Susan An-

drews, fundadora da ecovila Parque

Ecológico Visão Futuro. A verdade é

que cada um tem seu modo de ser fe-

liz. Enquanto uns precisam de al-

guém para partilhar a vida, outros a

direcionam para interesses como ler

bons livros, ver bons filmes, aprovei-

tar a natureza. “A felicidade é a vitó-

ria do equilíbrio entre as nossas ne-

cessidades materiais e as necessida-

des espirituais. É a busca de um esta-

do”, explica Ruy Marra, autor do li-

vro “Decolando Para a Felicidade”

(ed. Rocco).

E para você? O que o conforta,

aconchega e melhora seu dia? Há fil-

mes que parecem feitos para fazer vo-

cê se sentir melhor, mais otimista, re-

novado, confiante no próximo. Eles

receberam o nome em inglês de “feel-

good movies”, algo como “filmes pa-

ra se sentir bem”.

São filmes agradáveis de se ver, re-

cheados de personagens adoráveis,

com uma trilha bacana e edição es-

pertinha, além de diálogos ágeis e sa-

borosos. A receita varia, já que o que

o conceito de fazer bem pode não ser-

vir para todo mundo.

Mesmo assim, existem seis regras

básicas para identificar um filme

“feel-good”: é otimista, emotivo,

tem de ter final feliz, tem de ter hu-

mor (mesmo não sendo comédia), en-

volve afetos (romance ou amizade) e,

principalmente, tem de ter uma men-

sagem positiva. Terminam deixando

o espectador feliz, com aquele sorri-

so bobo e uma vontade incontrolável

de ser uma pessoa melhor.

E quem de nós não precisa de um

pouco mais de conforto e otimismo

para seguir em frente, mesmo que se-

ja por meio da fantasia proporciona-

da por um filme? Para ajudar você

neste movimento, a revista Bem-Es-

tar reuniu 12 longas comprometidos

com as coisas importantes da vida.

4 / São José do Rio Preto, 16 de março de 2014 DIÁRIO DA REGIÃO

Page 5: Revista bem estar-20140316

O que ensina: ENXERGAR O INVISÍVEL

Num dia você está brincando de amarelinha e, no outro,já está escrevendo um poema de amor. Assim é aadolescência, uma etapa da vida que causa umarevolução quando menos se espera. Mas comopodemos lidar com tantas transformações? O filme “Asvantagens de ser invisível” trata exatamente da faseonde tudo fica diferente da noite para o dia. Charlie é umgaroto novato no ensino médio que encara os maiorestestes da sua idade: não ser alvo de bullying, fazer partede um grupo e apaixonar-se de verdade pela primeira vez(não importando se é correspondido). Esta pareceapenas mais uma história despretensiosa sobre jovensna escola, mas serve de reflexão sobre como encontrarsua turma e desempenhar seu papel na grandeengrenagem das coisas

O que ensina: UM LUGAR PARA IDEALIZARGil, um escritor fascinado pela capital francesa, diz: “QueParis exista e que alguém possa escolher morar em outrolugar do mundo sempre será um mistério para mim”. Aopassar por um bloqueio criativo, ele é transportado demaneira mágica para os anos 1920. E lá ele fica amigo deseus heróis: Salvador Dali, Hemingway, Gertrude Stein,Buñuel. Nessa viagem no tempo, ele descobre o sentidopara sua literatura, mas a jornada também deixa umaquestão: será que nunca estamos satisfeitos com nossotempo e lugar, a ponto de idealizarmos uma existênciafantasiosa, em que nada pode ser imperfeito? Ainda quenão houvesse enredo, Paris, por ela só, daria uma belahistória de amor

O que ensina: A VITÓRIA DA FORÇAChris Gardner, vivido por Will Smith, é um vendedorde equipamentos médicos e, durante um péssimoano de sua vida, perde tudo o que tem. Ele é um paique enfrenta muitas dificuldades financeiras. Mesmotendo de dormir em banheiros, estações de metrô ealbergues, enquanto enfrenta um período de testenuma empresa de corretagem financeira, ele e seufilho, de apenas cinco anos, sabem que diasmelhores virão. O filme “A procura da Felicidade” éuma lição de vida, baseada em uma história real,para todos. Pela sua história, podemos tirar liçõespara a vida pessoal e profissional: acreditar em si enas outras pessoas; a importância do amor entrepai e filho; a persistência e capacidade para lidarcom as frustrações, e como é essencial desenvolverhabilidades e competências para atender,vender, negociar, relacionar-se. Hoje, Gardner édono da Christopher Gardner International Holding,com sede em Chicago, e sua fortuna é estimada emUS$ 600 milhões

UMA LINDA MULHER(EUA, 1990), de Gary Marshall. Com

Richard Gere e Julia Roberts

O LADO BOM DA VIDA(EUA, 2012), de David O. Russell. Com

Bradley Cooper, Jennifer Lawrence e Robert De Niro

INTOCÁVEIS(França,2012), deEric ToledanoeOlivier Nakache.

ComFrançoisCluzet,Omar SyeAnneLe Ny

AS VANTAGENS DE SER INVISÍVEL(EUA, 2012), de Stephen Chbosky. Com

Logan Lerman, Emma Watson e Ezra Miller

O que ensina: AMOR SEM PRECONCEITOSOs preconceitos impedem que bonsrelacionamentos sejam vividos, como se vê em“Uma linda Mulher”. Magnata perdido (RichardGere) pede ajuda a uma prostituta (Julia Roberts) eacaba contratando-a por uma semana. Nesteperíodo, ela se transforma em uma elegante jovempara poder acompanhá-lo em seus compromissossociais, mas os dois começam a se envolver e arelação patrão/empregado se modifica para umrelacionamento entre homem e mulher. Ao mesmotempo, é uma história de amor e de sucesso. Omilionário vivido por Gere se torna uma pessoamelhor porque descobre o amor onde menosesperava. Essa versão moderna de Cinderela dizmuito mais sobre o mundo onde vivemos do quepodemos imaginar. A sorte é que Richard Gere eJulia Roberts conseguem se olhar a partir docoração, com mais profundidade - e este é ocaminho para o amor acontecer

O que ensina: LIÇÃO DE VIDA E AMIZADEVocê pensa que é autossuficiente e não precisa deninguém à sua volta? “Intocáveis” mostra queninguém é capaz de caminhar isoladamente. Philippeé um aristocrata rico que, após sofrer um graveacidente, fica tetraplégico. Precisando de umassistente, decide contratar Driss, jovemproblemático que não tem a menor experiência emcuidar de pessoas no seu estado. Aos poucos eleaprende a função, apesar das diversas gafes quecomete. Philippe, por sua vez, se afeiçoa cada vezmais a Driss por ele não tratá-lo como um pobrecoitado. Aos poucos a amizade entre eles seestabelece, com cada um conhecendo melhor omundo do outro. Uma bela e fortíssima amizade,construída com respeito e aprendizado mútuo.Baseado em uma história real, “Intocáveis” trazmensagens de como a diversidade enriquece, trazsignificado, aumenta a consciência e nos fazexperimentar nossa mais profunda humanidade

MEIA-NOITE EM PARIS(Espanha/EUA, 2011), de Woody Allen. Com

Owen Wilson, Rachel McAdamns e Kathy Bates

O que ensina: TUDO TEM UM LADO BOM

Por conta de algumas atitudes erradas que deixaramas pessoas de seu trabalho assustadas, PatSolitano Jr. (Bradley Cooper) perde quase tudo navida: casa, emprego e casamento. Depois de passarum tempo internado em um sanatório, ele acabasaindo de lá para voltar a morar com os pais.Decidido a reconstruir sua vida, ele acredita serpossível passar por cima de todos os problemas dopassado recente e até reconquistar a ex-esposa.Embora seu temperamento ainda inspire cuidados,um casal de amigos o convida para jantar e, nestanoite, ele conhece Tiffany (Jennifer Lawrence), umamulher também problemática que poderá provocarmudanças significativas em seus planos futuros. Ofilme é uma lição de vida e superação e ensinaprincipalmente a não desistir, e que podemosrecomeçar sempre caso algo dê errado

À PROCURA DA FELICIDADE(EUA, 2006), de Gabriele Muccino. Com

Will Smith, Thandie Newton e Jaden Smith

DIÁRIO DA REGIÃO São José do Rio Preto, 16 de março de 2014 / 5

Page 6: Revista bem estar-20140316

OEXÓTICO HOTELMARIGOLD(EUA/Inglaterra/EmiradosÁrabes, 2011),

de John Madden.Com JudiDench, Bill Nighy,MaggieSmith, Tom Wilkinson,Dev Patel

MEDIANERAS(Argentina, 2011). De Gustavo Toretto.Com Javier Drolas e Pilar Lopez de Ayala

O que ensina: VELHICE NÃO É DESCULPAPARADESISTIROsaposentados Muriel,Douglas, Evelyn e Grahame maistrêsamigosdecidem curtir a aposentadoria em um lugardiferente, eo destinoéa Índia. Encantadoscomo exotismodo local eatraídospelas imagens do recém-restauradoHotelMarigold, a trupe parte para lá sem pestanejar eérecebidapelo jovemsonhador Sonny.Seduzidos comvisõesdeumavida de lazer, eles chegampara encontrar nopalácioum espelhodesuas vidas. Emborao novoambientesejamenos luxuoso doque imaginavam,eles serãotransformadospor suasexperiências compartilhadas,descobrindoquea vidae oamor podemcomeçar denovoquandosedeixade viver nopassado. “O ExóticoHotelMarigold”encanta coma mensagemdeque ficar velhonãonecessariamentequerdizer que sua vidaestá chegando aofim,e queesperar, oudesistir, é tudo oque resta. Ficarvelhoaindapodeser uma maneira deencontrar novaseinesperadassituaçõespara sequerer viver sempremais

O que ensina: A RECONQUISTA DIÁRIAImagine você se lembrar de todo seu passado, masnão do presente. “Como Se Fosse a Primeira Vez”conta a história de Lucy, uma jovem que, após sofrerum grave acidente, acaba perdendo a memória curta,ou seja, ela lembra de todo o seu passado até o diado acidente, mas não do presente. E agora, todos osdias são como se fosse aquele único dia de domingo,aniversário do seu pai. Do outro lado está o veterinárioHenry, que prefere ficar com as garotas de fora da suacidade para não correr o risco de se apaixonar. Osdois se encontram de forma imprevisível durante ocafé da manhã em uma lanchonete. Um genuíno amorse inicia. Mas a cada novo dia é como se fosse oprimeiro. E uma oportunidade única de fazer tudodiferente, começar de novo, concertar os erros, fazê-laamá-lo de novo do mesmo jeito e ainda mais do queamou no dia anterior. É claro que isso tudo se trata deficção, mas o filme passa uma lição que precisa seraprendida por nós: o amor é uma decisão queacontece quando você menos espera, por mais que asdificuldades que um relacionamento possa trazer, ecom amor, tudo pode ser superado

O que ensina: CONEXÃO COM A REALIDADE

A grande pergunta do neurótico Martin, que vive àbase de Rivotril, é: “Há algo mais desencorajador noséculo 21 do que não ter nenhum e-mail na sua caixade entrada?” Sua outra metade da laranja é Mariana,uma decoradora de vitrines que tem medo deelevador. Mas, apesar de serem vizinhos, eles nãosabem um do outro. A pergunta de Martin dá o tomnessa comédia romântica argentina que fala dasolidão em uma época em que é possível fazeramigos sem manter contato humano de verdade.Apesar de parecer triste, essa crítica à mecanizaçãodos relacionamentos é bem-humorada e vemrecheada de esperança. Impossível não torcer paraque os dois hiperconectados da web também seconectem na vida real

VALENTE(EUA,2012), deBrendaChapman,Mark Andrews. Com

KellyMacdonald, BillyConnolly eEmma Thompson

COMO SE FOSSE A PRIMEIRA VEZ(EUA, 2004), de Peter Segal. Com Adam Sandler,

Drew Barrymore e Rob Schneider

UM LUGAR CHAMADO NOTTING HILL(EUA/Reino Unido, 1998), de Roger Michell.

Com Hugh Grant e Julia Roberts

OFABULOSO DESTINO DEAMELIE POULAIN(França,2001), de Jean-Pierre Jeune. Com

AudreyTautoueMathieu Kassovitz

O que ensina: PEQUENOSGESTOS FAZEMADIFERENÇAHácoisasna vida dasquais nós semprenosarrependeremos. Sejapor tê-las feito, pornão tê-las feito oupor ter demoradoa fazê-las. AinfânciadeAmélie não foi dasmais felizes.Para completar, suamãemorre tragicamente emuma desuas idas à catedral deNotre-Dame. “O fabulosodestino deAmélie Poulain” contaahistória da jovem AméliePoulain, que passousua infância isoladadaspessoas devidoa um supostomaldo qual era acometida. Ameninaentãocresceu isolada deoutraspessoas e semamigos.Agora, a jovem recatada, tímidae solitária trabalha como garçonetedeumpequeno caféem Paris e moranum apartamento emMontmartre – subúrbiodacapital francesa. Após ter achado umacaixano banheirodeseu apartamentoe descobrir quepertenceaumex-morador, decideencontrar o dono; e,por sorte, conseguedevolver-lheseubem. Encantadae comovida com a felicidade dohomem,Amélie descobre umnovosentido para a vida e passaafazero bem ajudandoa todos à suavolta. Porém,descobre queainda lhe falta algo quea impededese sentir feliz ou realizada: umgrandeamor. O filme mostra como gestos simplesnocotidianopodemtornar a vida daspessoas mais leve e melhor. Temosmuitoaacrescentar aosnossos semelhantes, basta que tenhamosapercepçãopara identificar o queeles necessitam para, a partir daí,atuarmoscomo um agente de transformação tanto denossas vidascomoa dos semelhantes. Ao ajudar, acabamos sendo ajudados, ecrescemosaonos relacionarmoscom essas pessoas �

O que ensina: VIVA AS DIFERENÇASWill é um pacato dono de livraria especializada em guiasde viagem, em Londres, que recebe a inesperada visitade uma cliente muito especial: a estrela de cinemaamericana Anna Scott. Dois ou três encontros fortuitosmais tarde, Will e Anna iniciam um relacionamentotenro, engraçado e cheio de idas e vindas. Suas vidasnão se combinam. Mas os dois acabam fazendo de tudopara ficarem juntos. E para permanecerem unidos, elesterão de superar diversos obstáculos. Ele, aprender aconviver com o assédio desmedido. E ela, a preservar oque conquistou de verdadeiro. O filme nos faz ver que asdiferenças, sejam elas de classe social oupopularidade, podem na verdade ser um ponto a favorpara a vivência de momentos divertidos e marcantes

O que ensina: AFAMÍLIAEM PRIMEIROLUGARAanimação “Valente”apresentauma princesa diferente,Merida, que defendecomconvicção o que achacorreto elutapara fazer valer sua vontade.Criadapela mãe paraserasucessora perfeita ao cargode rainha, seguindoaetiquetae oscostumesdo reino, a garotadoscabelosrebeldesnão temamenor vocaçãopara esta vida traçada,preferindocavalgar pelasplanícies selvagensda Escócia epraticar seu esporte favorito, o tiro ao arco. Elaé umaprincesacom espírito de liberdadee atitude rebelde,buscando livrar-sedos valorese comportamentosesperadosde alguémna suaposição, e que foramsendopassadospor sua mãeao longoda vida, coisas comoetiqueta, saber falar em público...Quando uma competiçãoéorganizada contra sua vontadepara escolher seu futuromarido,Merida recorre à ajudade umabruxa, a quem pedequesua mãemude. Mas quandoo feitiço surteefeito, atransformaçãoda rainhanão é exatamente o que Meridaimaginava.Nessemomentoque a história e a liçãocomeçam.A ruivinha temde conseguir achar um jeito defazer suamãevoltar a serquem era, porém,sem conseguir“perdoá-la”, nada épossível. Junto com seus três irmãoseseupai atrapalhado, descobreo real significadoda palavrafamíliae o verdadeiro sentido dapalavra amor

6 / São José do Rio Preto, 16 de março de 2014 DIÁRIO DA REGIÃO

Page 7: Revista bem estar-20140316

Para se comunicar com mais eficiência é preciso se colocar no lugar

do outro, respeitando as diferenças de opiniões e modos de pensar

Gisele [email protected]

O ser humano anda extrema-

mente centrado nele mesmo e

vive como se os outros tivessem

de saber tudo o que se passa den-

tro dele. Ainda bem que o assun-

to passou a chamar a atenção de

muita gente. “Estamos muito

pouco atentos para as enormes

dificuldades que temos em nos

comunicarmos com alguma efi-

ciência”, diz o psiquiatra Flávio

Gikovate. Partimos do ponto de

vista de que o outro é parecido

conosco, sente as coisas da mes-

ma forma e, em essência, pensa

como nós. Por isso, até nos irri-

tamos diante de alguma diferen-

ça de opinião.

Projetamos nos outros nos-

sa maneira de ser e de pensar,

ressalta Gikovate. Depois, nos

comunicamos com eles como

se fossem entender tudo como

estamos falando. “Se quiser-

mos começar a nos comunicar

de verdade, temos que partir

do princípio de que outro é au-

tônomo e não uma extensão de

nós mesmos”, recomenda o

psiquiatra.

“Temos o hábito de supor

que nossos conteúdos e nossa

forma de interpretar a vida se-

jam os corretos e, por isso, su-

bentendemos que as outras pes-

soas também ajam e pensem da

mesma forma”, diz o psicólogo

Alexandre Caprio. “Mas cada

pessoa possui sua própria cripto-

grafia, embora elas se pareçam

devido aos nossos traços cultu-

rais e valores comuns.”

Um planejamento mal expli-

cado no ambiente de trabalho

pode fazer com que cada inte-

grante da equipe aja de acordo

com sua própria compreensão.

Porque cada um analisa a infor-

mação dada e complementa as

lacunas em branco com seus

próprios conteúdos, criando

uma ideia híbrida que pode se

distanciar da original. “Não é

por acaso que o analfabetismo

funcional tem se tornado um

grande problema no ambiente

de trabalho. Mais da metade da

força de trabalho mundial não

sabe aplicar os conhecimentos

que adquiriu”, ressalta.

“A grande dica para se co-

municar com mais eficiência é

sempre ter em mente que cada

indivíduo tem sua própria for-

ma de interpretar a realidade e

que, dificilmente elas serão

iguais”, recomenda Caprio.

Saber se colocar no lugar do

outro quando se explica algo é

primordial. Um professor parte

do pressuposto de que o aluno

não saiba nada do que será fala-

do. A partir daí, ele apresenta

os elementos principais da tra-

ma e depois a enriquece com de-

talhes. A este processo é dado o

nome de didática. Já a capacida-

de de se colocar no lugar do ou-

tro, para formar uma ideia, é

chamada de empatia. Quando

sabemos descrever uma ideia e

aprendemos a apresentá-la a

uma outra pessoa, obtemos o

máximo de nossa expressão e re-

duzimos bastante uma eventual

falha de interpretação. “Por con-

seguinte, reduzimos nossa mar-

gem de erros e desgastes pes-

soais e podemos focar nossas

energias em novas etapas e pro-

jetos de vida. Como dizia nosso

saudoso Abelardo Barbosa, o

Chacrinha, ‘quem não se comu-

nica, se trumbica’.”

“Algumas pessoas andam

tão dentro de si que acham que

os outros têm obrigação de en-

tender até o que elas não di-

zem. Começam a falar pelo

meio da informação, truncam o

pensamento, misturam fatos,

mudam o rumo da conversa

sem avisar nem ligar o sinal de

seta”, diz o palestrante e profes-

sor de comunicação e expres-

são verbal Reinaldo Polito, au-

tor de livros como “Conquistar

e Influenciar para se Dar Bem

com as Pessoas” e “Assim é que

Se Fala” (ambos pela ed. Sarai-

va). “Às vezes o que é tão claro

e simples para quem fala, pode

ser extremamente complexo, di-

fícil e estranho para quem ou-

ve”, completa.

“Por isso, não parta da pres-

suposição de que as informa-

ções que possui sejam conheci-

das. Confira sempre se o outro

entendeu o sentido que você es-

tá tentando comunicar”, expli-

ca Polito. E, depois de analisar

a reação que suas palavras pro-

vocam, explique, esclareça e de-

fina fatos, lugares, causas, efei-

tos, consequências; identifique

pessoas e use informações con-

cretas. “Tenha a cautela de iden-

tificar de forma clara os persona-

gens das suas histórias.”

“A comunicabilidade é

uma capacidade que demanda

de manutenção constante. O

exercício de se comunicar com

o outro faz parte do processo

de expansão da mente”, reforça

o psicoterapeuta Renato Dias

Martino.

Sem palavras

“Cada um de nós foi criado

sob um conjunto de regras. Nos-

sos pais pensavam e se compor-

tavam de uma determinada for-

ma e, com o tempo, nos adequa-

mos a esse padrão. Convivendo

durante anos com as mesmas

pessoas, é possível adivinhar al-

guns de seus pensamentos ape-

nas pela forma como ela se com-

porta ou como nos olha”, expli-

ca Alexandre Caprio. Por exem-

plo: quantos já “levaram uma

bronca” só com o olhar fulmi-

nante de um pai? Quando con-

vivemos com outras pessoas por

um longo espaço de tempo, o

diálogo pode dispensar alguns

contextos, porque o ambiente e

as situações vividas são co-

muns. Mas quando saímos de

casa, nos chocamos com outras

pessoas e seus respectivos con-

teúdos, que podem diferir mui-

to dos nossos. Assim, os concei-

tos mais simples podem repre-

sentar coisas bem diferentes en-

tre uma pessoa e outra. �

Comunicação

Do diálogo à empatiaStock Images/Divulgação

DIÁRIO DA REGIÃO São José do Rio Preto, 16 de março de 2014 / 7

Page 8: Revista bem estar-20140316

Medos, inseguranças, opção: os motivos que levam

homens e mulheres a não querer um berço em casa, e

a importância da conversa quando o desejo é só de um

Elen [email protected]

Ter filhos muda a concepção so-

bre o mundo. Esse acontecimento

natural é imaginado, mas realmente

só sentido na pele e, principalmen-

te, no coração, quando uma criança

chega à vida de uma família. E saber

disso por experiências de amigos ou

familiares faz com que muitos casais

atrasem a chegada de um herdeiro

ou mesmo decidam não tê-lo.

A decisão muitas vezes é guiada

por dois motivos: opção em privile-

giar a carreira e insegurança na pró-

pria capacidade sobre ter e cuidar de

um filho - aquela famosa dúvida:

“Será que vou dar conta?”.

Esse assunto, porém, precisa ser

discutido e consentido pelo casal desde

as primeiras intenções de tornar o rela-

cionamento duradouro. O tema “fi-

lhos” precisa estar incluído nas conver-

sas sobre os planos traçados para a vida

em comum, como os sonhos, a escolha

de cidade para a futura casa ou aparta-

mento, o investimento na profissão, as

ideias de viagens, a adoção ou não de

um animal de estimação, a aquisição de

bens materiais, entre outros.

A negativa em ter filhos pode ter

origem na insegurança emocional,

questões financeiras, aconselhamen-

to genético ou simplesmente por

não querer. Independente do moti-

vo, a escolha precisa ser respeitada.

Mas, em uma dessas motivações,

o medo de enfrentar a maternidade

e paternidade pode ser resultado de

uma história de vida difícil, afirma a

terapeuta de casal e família Maria

Aparecida Junqueira Zampieri, de

Rio Preto. “Temem repetir a histó-

ria ou sentem-se inseguros, despre-

parados ou até mesmo que é impossí-

vel enfrentar.”

A imaginação de um parto que

passe por dificuldades, seja dolorido

ou até mesmo provoque a morte tam-

bém são causas associadas a essa in-

segurança. O receio do desenvolvi-

mento de uma depressão pós-parto

na futura mãe e a criança nascer

com alguma imperfeição física ou

doença que a torne dependente au-

mentam esses medos.

“Outras duas motivações podem

levar o casal a escolher não ter fi-

lhos: as pretensões mais voltadas a

novos afazeres e metas. E a violên-

cia, as dificuldades sociais dos dias

atuais, o não querer ‘colocar filhos

para viver nesse mundo’”, explica a

terapeuta.

Por isso mesmo, o planejamento

do futuro da vida afetiva precisa ser

conversado para que conflitos sejam

evitados ou relações desfeitas por

incompatibilidade de necessida-

des, principalmente quando se tra-

ta de gerar uma criança. “Claro

que é possível mudar ao longo do

tempo, mas mesmo que ocorra

uma mudança de opinião é neces-

sário deixar o outro a par”, comen-

ta a terapeuta rio-pretense.

A afirmação é justificada por

uma questão bem simples e clara:

“Filhos ‘duram bastante’”, destaca a

terapeuta. Simples porque não só

“duram bastante”, como são para a

vida toda e dependem 100% dos pais

para tudo: alimentação, higiene,

aprendizados - intelectual e emocio-

nal -, locomoção e tantas outras ne-

cessidades.

O que acontece, entretanto, é que

muitos casais chegam a se casar sem to-

car em assuntos mais delicados. Evita-se

aabordagemeoconfrontocomalgu-

mas responsabilidades e a própria

realidade.

Acredita-se que esse com-

portamento, embora muito

perigoso para a manutenção

de uma relação amorosa sau-

dável e de cumplicidade, ocor-

re para não se “estragar” a pai-

xão. Isso, porém, não é uma ga-

rantia, principalmente porque, mes-

mo quando os desejos estão de acordo

no início do relacionamento, as necessi-

dades podem mudar naturalmente

com o tempo.

A terapeuta de família Elizabe-

th Polity, membro da Associação

Paulista de Terapia Familiar (AP-

TF), de São Paulo, destaca que, pa-

ra a mulher, especialmente, é possí-

vel que seu relógio biológico come-

ce a provocar influências sobre

suas decisões.

“As pessoas mudam muito.

Aquilo que se pensa em um ciclo de

vida pode mudar em outro. Após a

busca em construir patrimônio, na

chegada próxima aos 40 anos a mu-

lher quer correr a aproveitar o últi-

mo óvulo. Quando se postega muito

a gravidez, a inseminação artificial,

no entanto, acaba sendo uma outra

escolha a ser discutida.”

Família

TER OU NÃO TER FILHOS?Eis uma questão querequer muito diálogo

8 / São José do Rio Preto, 16 de março de 2014 DIÁRIO DA REGIÃO

Page 9: Revista bem estar-20140316

Mesmo com as mudanças

de prioridades, o casal precisa

amadurecer a ideia de ter um fi-

lho, argumentar com o outro e

avaliar como chegar a um con-

senso. Se a aceitação do casal

não for verdadeira, danos irre-

paráveis podem consumir a re-

lação e prejudicar a criança que

planejaram ter.

Se a decisão de ter filhos for

tomada, o ambiente precisa ser

receptivo. “Eles precisam de es-

paço emocional para se senti-

rem acolhidos, queridos, per-

tencentes à família, com sua in-

dividualidade respeitada e suas

necessidades supridas, à medi-

da do possível. Afinal, filho é

para a vida toda”, destaca a tera-

peuta Maria Aparecida Jun-

queira Zampieri.

Isso é muito importante por-

que a criança não tem capacida-

de emocional para lidar com is-

so. Se um parceiro força o ou-

tro a aceitar o aumento da famí-

lia, seja a mulher ou o homem,

o relacionamento não somente

entra em desgaste como quem

não desejava a criança pode aca-

bar responsabilizando o filho

pelos problemas do casal. Mes-

mo se não houver acusação

mais explícita, a criança sente a

rejeição.

“É muito frequente que a

criança se sinta responsável.

Quanto menor, mais ela acredi-

ta que tudo o que acontece no

mundo está direta ou indireta-

mente ligada a ela, para o bem

ou mal. Essa percepção pode

permanecer até os oito anos”,

explica a terapeuta de família

Elisabeth Polity, de São Paulo.

As consequências desse de-

sarranjo familiar são profun-

do sofrimento para a criança,

manifestado em comporta-

mentos agressivo, birrento e

opositor, alterações no sono e

na alimentação, baixo desem-

penho escolar e isolamento

social. “É uma forma dela pe-

dir socorro”, completa a tera-

peuta paulistana. (EV) �

Criança acolhida

DIÁRIO DA REGIÃO São José do Rio Preto, 16 de março de 2014 / 9

Page 10: Revista bem estar-20140316

Quanto maior a demora no diagnóstico da

endometriose, mais aumenta o risco de

infertilidade. Entenda as causas da doença,

seu impacto na vida da mulher e o que fazer

para resgatar a qualidade de vida

Elen [email protected]

Cerca de 10 anos é o tempo que mui-

tas mulheres demoram para descobrir que

têm endometriose. É essa demora a princi-

pal causa da evolução da doença, que com-

promete consideravelmente a qualidade

de vida e pode levá-las à infertilidade.

A endometriose é uma inflamação

causada pelo crescimento anormal do

endométrio, uma membrana que reves-

te a parede interna do útero. Afeta prin-

cipalmente mulheres em idade reprodu-

tiva. A instalação do problema, no en-

tanto, acontece fora do útero, podendo

migrar para ovário, bexiga, trompas e

intestino grosso.

Estima-se que seis milhões de brasi-

leiras sofram com o problema. No mun-

do, são mais 170 milhões.

Uma pesquisa apresentada este ano

pela Associação Brasileira de Endome-

triose e Ginecologia Minimamente In-

vasiva (SBE) e o laboratório Bayer cons-

tatou que 53% das brasileiras entrevista-

das desconhecem ou nunca ouviram fa-

lar da endometriose. O resultado do es-

tudo é uma confirmação de que a falta de

informação traz grande prejuízo para a

detecção precoce da doença.

Foram ouvidas 10 mil mulheres, de 10

capitais brasileiras – Belo Horizonte, Brasí-

lia, Curitiba, Fortaleza, Manaus, Porto Ale-

gre, Recife, Rio de Janeiro, São Paulo e Sal-

vador. Outro dado, da Secretaria Estadual

de Saúde de São Paulo, pode ser associado

à constatação do estudo da SBE e Bayer no

que se refere ao reflexo da desinformação:

o número de cirurgias necessárias para tra-

tar o problema.

Segundo o levantamento apresenta-

do no final do ano passado, sete mulhe-

res são submetidas à cirurgia de endo-

metriose todos os dias nos hospitais pú-

blicos estaduais. O atraso no diagnósti-

co e tratamento está ligado principal-

mente a esse desconhecimento, afir-

ma o professor Eduardo Schor, chefe

do Ambulatório de Endometriose da

Universidade Federal de São Paulo

(Unifesp).

O principal sintoma, a cólica mens-

trual, por exemplo, não é valorizada

como uma condição importante. “As

mulheres acham normal menstruar

com dor. Ficam um grande período

de tempo com cólicas fortes e não se

queixam.”

Essas queixas acabam sendo minimi-

zadas não somente pelas mulheres, mas

por seus familiares, colegas de trabalho

e médicos, até que a hipótese da endo-

metriose seja cogitada e investigada, o

que contribui para o atraso.

“Ainda a ideia errônea de que exa-

mes complementares com resultados

normais, como ultrassonografia e dosa-

gem sérica de CA125, excluiriam o diag-

nóstico de endometriose também ajuda

a gerar mais demora na busca por

um especialista”, ressalta a médica

radiologista Débora Esperancini Te-

bar, especialista em ressonância

magnética, de Rio Preto.

O problema é que as cólicas são pro-

gressivas, aumentando as dores e seu

tempo de duração, chegando a ser senti-

das no mês inteiro e não mais no perío-

do menstrual. “Chega um ponto em

que as dores não respondem mais a tra-

tamentos comuns, levando as pacientes

para o pronto-socorro, isso após fica-

rem anos com dor e outros sintomas”,

explica Schor.

Segundo o ginecologista Carlos

Eduardo Ferreira, de Rio Preto, a evolu-

ção dos sintomas está associada à piora

da qualidade de vida. Isso porque, além

das cólicas, somam-se sangramento

com maior fluxo durante a menstrua-

ção, dores pélvicas constantes durante a

relação sexual, alteração intestinal com

diarreia e dor para evacuar durante a

menstruação. Ardência e dor para uri-

nar e sintomas neurológicos também

são percebidos. “Sempre associado à

menstruação”, informa o ginecologista,

que faz outra observação.

“É importante lembrar que, ao con-

trário do que se pensava, essa doença po-

de acometer mulheres na perimenopau-

sa (período que antecede a menopausa)

e pode não melhorar após a menopausa.

Esse grupo de mulheres com esses sinto-

mas também deve ser valorizado”, des-

taca o especialista.

As consequências do atraso do

diagnóstico e tratamento criam ain-

da outros problemas, conta o profes-

sor da Unifesp. Devido às dores na

pélvis, a mulher acaba procurando

posições posturais que amenizam sua

dor, provocando alterações ósseo-mus-

culares que podem persistir mesmo

após o tratamento.

“Outros sintomas são gastrointesti-

nais, associados à síndrome do intesti-

no irritável. Ainda há depressão e ansie-

dade, prejuízo na qualidade do trabalho

e isolamento social”, explica Schor.

Motivo desconhecido

A causa de tudo isso, porém, ainda é

incerta, mas algumas hipóteses têm si-

do analisadas em estudos, partindo do

princípio de ser multifatorial. O gineco-

logista Carlos Eduardo Ferreira afirma

que entre os fatores aceitos estão a pre-

disposição familiar, as alterações en-

dócrinas e imunológicas. “A mens-

truação retrógrada também é um im-

portante fator”, diz o ginecologista,

que completa: “Junta-se a isso a má

qualidade de vida e a demora para a

gravidez, ou seja, a mulher moderna

primeiro se acerta profissionalmen-

te para depois pensar em filhos. Isso

faz com que a doença progrida para

formas mais graves”, alerta.

Saúde

SINALVERMELHO

“Adesinformaçãoassusta”,afirmaEduardoSchor.

Quandoo médico levanta asuspeitadeendometriosecomodiagnóstico,muitas

mulheres recorrem à internetpara fazer buscas sobreoassuntoe acabam vendo

históriasgravesdeperdas deúteroe ovários. “Naverdade,oquadroda paciente talvez

nemétão drástico assim,porissoé importanteque omédico tire todas as

suasdúvidas”, destaca oprofessorda Unifesp

A relação da mulher comendometriose com seu

parceiro pode sofrer grandecomprometimento, informao professor Eduardo Schor,da Universidade Federal de

São Paulo (Unifesp).“Alguns entendem a

situação e acompanham otratamento, mas outros não,por afetar a relação sexual,com as negações da mulherpara o sexo. Os problemasconjugais aumentam e hácasos de casamentos que

chegam ao fim”

10 / São José do Rio Preto, 16 de março de 2014 DIÁRIO DA REGIÃO

Page 11: Revista bem estar-20140316

O ginecologista Carlos

Eduardo Ferreira diz que a

chance de infertilidade pode di-

minuir com o diagnóstico pre-

coce. “Melhora o prognóstico,

pois as alterações anatômicas

são menores. Nos casos graves,

mesmo após a cirurgia, a proba-

bilidade da paciente necessitar

de técnicas de reprodução assis-

tida é grande”, explica.

Por isso, a confirmação do

diagnóstico com exames de

imagem é importante para o

início do tratamento. A médica

radiologista Débora Esperanci-

ni Tebar informa que a resso-

nância magnética, o ultrassom

pélvico e o transvaginal são ne-

cessários também para a progra-

mação da cirurgia, quando esta

é necessária.

“No passado, contava so-

mente com dosagens sanguí-

neas do CA 125 e a videolapa-

roscopia para diagnosticar. En-

tretanto, os estudos mostraram

que o CA 125 é um exame de

baixa sensibilidade, pois pou-

cas mulheres com endometrio-

se (40%) têm aumento desse

marcador. E a videolaparosco-

pia não visualiza a endome-

triose profunda, localizada

abaixo do peritônio, uma

membrana que recobre a

parede abdominal”,

diz a médica. (EV)

Quantoantes,melhor DIÁRIO DA REGIÃO São José do Rio Preto, 16 de março de 2014 / 11

Page 12: Revista bem estar-20140316

Algumas drogas tambémpodem ser utilizadascomo coadjuvantesno tratamento da

endometriose, tanto leveou avançada, informa o

professor da UnifespEduardo Schor. A

indicação médica poderáincluir fitoterápicos com

propriedades analgésicas,acupuntura e

atividade física

A endometriose é umadoença benigna do crescimentoanormal do tecido endometrialfora do útero

Esse desenvolvimento podeacontecer nos ovários, trompas,ligamentos ao útero, bexiga eintestino grosso

A influência do ciclomenstrual piora o problema jáque não há como eliminar osangue fora do útero

As causas ainda sãodesconhecidas e estudos aindatentam traçar associações

A manifestação doproblema é marcada porinflamação, dores na relaçãosexual, cólicas com doresprogressivas, formação decistos e até infertilidade

O problema acometeprincipalmente mulheresem idade reprodutiva

Fonte: Associação de Obstetrícia eGinecologia do Estado de São Paulo

O estágio da endometrio-

se, leve ou avançada, é que

determinará qual tratamen-

to será adotado. Se a doença

está no início, uma medica-

ção com compostos hormo-

nais, como a pílula, poderá

ser escolhida. No avançado,

o medicamento também faz

parte da primeira tentativa

de melhora, mas se a doença

já provoca muitos sintomas

as chances de sucesso são

bem menores, sendo necessá-

rio recorrer à cirurgia, conta

o chefe do Ambulatório de

Endometriose da Unifesp,

Eduardo Schor.

O ginecologista Carlos

Eduardo Ferreira explica

que a endometriose é uma

doença benigna, mas pode

apresentar agressividade em

alguns casos, sendo necessá-

rio até mais que um procedi-

mento cirúrgico.

“Pode haver comprometi-

mento profundo da doença

em áreas profundas não visí-

veis, onde existem grandes

vasos sanguíneos e nervos,

no intestino, ureter - canal

que liga os rins à bexiga,

bexiga, ligamentos uteri-

nos, entre outros”, avisa.

“É uma cirurgia específi-

ca para endometriose, para a

retirada de todos os focos pos-

síveis da doença, pois apenas

tirar o útero não resolve os

sintomas nem trata o proble-

ma”, explica Ferreira. O trata-

mento completo deve ser

acompanhado por equipe mé-

dica especializada, psicólogas

e fisioterapeutas. (EV)

Entenda

Associação Brasileiro deEndometriose e GinecologiaMinimamente Invasiva -www.iape.org.br

Associação deObstetrícia e Ginecologia doEstado de São Paulo -

www.sogesp.com.br

Sociedade Brasileira deGinecologia Endócrina -www.sobrage.org.br

Endometriose -www.endometriose.med.br �

A dificuldade para engravidar

éumoutrosintomadaendometrio-

se, às vezes descoberta exatamente

na tentativa de gravidez. Nesse ca-

so, o ginecologista Carlos Eduardo

Ferreiracontaqueacirurgiaéaop-

ção imediata, o que aumenta a

chancedecura,emboraaindapreci-

sede tratamento clínico.“Essas pa-

cientes necessitam de uma cirurgia

queretiresuaslesões,masqueman-

tenhasuafertilidade.Acirurgiade-

ve ser agressiva e delicada ao mes-

motempoparapreservarórgãosvi-

tais para uma gravidez”, ressalta.

Foiocaso da bancáriaCarolina

Bauab, de Rio Preto. Após muitas

tentativasdeengravidar,semsuces-

so, ela descobriu no final de 2012,

aos 37 anos, que estava com endo-

metriose. “Associado a isso, come-

cei a ter muitas cólicas, até que fiz

uma ressonância magnética que

confirmou o problema”, conta.

Embora ainda com alguns sin-

tomas,adoençahaviaavançadope-

las trompas e começava a envolver

a bexiga e o intestino. A opção de

tratamentofoipelacirurgia,realiza-

da dois meses depois.

Ela ainda passou por um trata-

mentocominjeçõeshormonaispa-

raregularizarsuaovulaçãopara,en-

tão, recomeçar as tentativas de en-

gravidar. “Cinco meses depois eu

estavagrávidadaSophia,quenasce

emjunho”,contaCarolina,querea-

lizará o sonho de ser mãe quando

completar 39 anos. (EV)

Leve ou avançado

Para mais informações

À espera de Sophia

12 / São José do Rio Preto, 16 de março de 2014 DIÁRIO DA REGIÃO

Page 13: Revista bem estar-20140316

Até o início da década de 1980, as técnicas utilizavam materiais como

o aço cirúrgico e não tinham a intenção de promover a osseointegração

Rodrigo CaranOdontologista

A implantodontia é muito

antiga. Há relatos na literatura

de tentativas de substituir os

dentes desde o antigo Egito,

mas foi a partir de meados da

década de 1950 que esse pro-

cesso se tornou mais sistemáti-

co. Técnicas de fundição e es-

tudos biológicos que resulta-

ram na capacidade de produ-

zir uma prótese a partir de um

material biocompatível que,

associado ao advento dos anti-

bióticos, promoveu a possibi-

lidade de sua implantação com

menores chances de infecções

pós-operatórias, e isso estimu-

lou a classe odontológica a re-

produzir as mais diversas técni-

cas de implantodontia.

Porém, até o início da déca-

da de 1980, as técnicas utiliza-

vam materiais como o aço cirúr-

gico e não tinham a intenção

de promover a osseointegração.

Os implantes eram instalados

sob a mucosa ou então eram

intraósseos, mas baseados na re-

tenção mecânica indicada pela

técnica. Assim, com o passar

dos anos e a utilização dos im-

plantes na mastigação, proces-

sos inflamatórios naturalmente

surgiram e alguns implantes se

perderam.

Foi somente após o Protoco-

lo de Toronto, no início da dé-

cada de 1980, que tivemos co-

nhecimento sobre a instalação

dos implantes dentários tal co-

mo os conhecemos hoje; reali-

zados em titânio, comercial-

mente puros, e instalados por

profissionais capacitados, atin-

gindo um índice de sucesso aci-

ma de 90%. É curioso salientar

que os implantes foram desco-

bertos por acaso em um estudo

para avaliar a vascularização da

tíbia de coelhos, e depois seus

resultados foram transferidos

para reabilitar os pacientes que

utilizavam próteses totais infe-

riores com seis implantes e

uma prótese fixa sobre esses im-

plantes, reabilitando toda a ar-

cada inferior.

Até hoje, esses trabalhos re-

cebem o nome de protocolo. As

próteses podem ser entregues

em poucos dias e seu índice de

sucesso chega a quase 100%. Fo-

ram esses resultados que impul-

sionaram o sucesso da implan-

todontia moderna.

Em meados da década de

1980, os primeiros brasileiros

foram à Suécia e aos EUA para

aprender essa tão esperada no-

vidade e retornaram ao Brasil

conscientes de que poderiam

atender seus pacientes de uma

forma mais elaborada.

Para isso, precisaram ini-

ciar um trabalho de treinamen-

to com outros cirurgiões-den-

tistas, protéticos, equipe de

apoio e tudo que cercava o mun-

do da implantodontia. No iní-

cio, as importações ofereciam

poucas opções de marcas e mo-

delos, os preços eram muito ele-

vados e tivemos uma elitização

dos profissionais e dos pacien-

tes que podiam optar pelos im-

plantes dentários como uma op-

ção de tratamento. Além disso,

as técnicas eram elaboradas e

os cursos de formação, caríssi-

mos. A implantodontia estava

reservada para poucos.

Com o passar dos anos, com

a estabilidade de nossa econo-

mia e um número cada vez

maior de colegas utilizando os

implantes como opções de tra-

tamento, tivemos o nascimento

da indústria nacional. Os cus-

tos foram reduzidos a menos

da metade e os implantes den-

tários passaram a ser opção viá-

vel para muitos. Faltava edu-

cação, uma vez que era preci-

so democratizar a formação

do implantodontista, come-

çar pelo reconhecimento da

implantodontia como uma es-

pecialidade odontológica e

criando regras para o seu ensi-

no, de forma a termos profis-

sionais capacitados e com

uma formação homogênea

em todo o Brasil. �

A implantodontiae sua história

Stock Images/Divulgação

Edvaldo Santos

DIÁRIO DA REGIÃO São José do Rio Preto, 16 de março de 2014 / 13

Page 14: Revista bem estar-20140316

Otávio Mesquita completa 30 anos de

carreira com novo programa no SBT

Agência Estado

O apresentador Otávio Mesquita

completa 30 anos de carreira com a es-

treia de seu novo programa no SBT, o

“Okay Pessoal”, que está previsto pa-

ra entrar no ar em abril. A atração se-

gue os moldes do programa que ele

apresentava até o fim do ano passado

na Band, o “Claquete”, exibido no co-

meço das madrugadas.

Otávio gosta do horário e ressalta

que o fim de noite na TV está sendo

valorizado pelo mercado publicitário,

pois conta com um público exigente e

que, em geral, tem poder aquisitivo.

A ideia não é mudar o que deu cer-

to na concorrência, mas fazer uma

extensão do formato que o consa-

grou na Band. “No SBT, temos um

elenco maior e outras possibilida-

des e eu pretendo me reinventar”,

diz o apresentador.

Mesquita saiu da Bandeirantes

após 14 anos e o fim desse “casamen-

to” foi amigável. Segundo o apresenta-

dor, o término do contrato representa

somente o encerramento de um ciclo

em sua carreira. A emissora da famí-

lia Saad teria proposto dividir os cus-

tos e lucros de um novo programa,

mas ele não aceitou.

Nesses 30 anos de carreira, Mes-

quita também trabalhou na extinta

TV Manchete, na Record e na Rede-

TV!. Essa é a sua terceira passagem

pelo SBT, onde apresentou os progra-

mas “Perfil”, “Tempo de Alegria”,

“Fantasia” e o quadro que o projetou

à fama “Bom Dia Legal”, do “Domin-

go Legal”, na década de 1990.

“Agora, encontrei um novo SBT.

É um momento especial da emissora

Confesso que pensei em ficar um ano

descansando a minha imagem, mas

acabei optando por aceitar o convite

porque a madrugada é a minha praia

e tudo casava com os meus interes-

ses”, comenta.

A nova revista eletrônica das ma-

drugadas do SBT é uma forma de

agregar audiência ao canal com um

custo relativamente baixo, já que se

trata de uma parceria que a Mesquita

Produções - produtora de Otávio Mes-

quita - está desenvolvendo com a

emissora de Silvio Santos. “O progra-

ma irá ao ar de segunda a sexta-feira

depois do ‘Jornal do SBT’. As cabeças

do programa serão gravadas nos estú-

dios da emissora, e vai ter muita entre-

vista feita nas ruas”, adianta Otávio.

O “OKay Pessoal” vai ter, ainda,

making of de comercial de televisão,

campanhas de moda e outros even-

tos que o público gosta de ver os

bastidores, como festas e provas es-

portivas. Algumas novidades estão

sendo programadas, mas também

será ressuscitada uma personagem

criada por Otávio nos anos 1990,

que fez sucesso naquela época. “A

Tábata é uma bichinha bipolar,

que será a ombudsman do SBT e

vai criticar toda a programação do ca-

nal. Está na moda gays nas novelas,

nos realities shows e vamos aprovei-

tar esse momento da diversidade,da

aceitação”, diz o apresentador.

Estreia

OKAYOKAYPESSOALPESSOAL

TV - 14 / São José do Rio Preto, 16 de março de 2014 DIÁRIO DA REGIÃO

Page 15: Revista bem estar-20140316

Carnaval de 1984Otávio Mesquita começou

sua jornada diante das câmeras

em 1984, cobrindo o Carnaval.

Ele conta que as pessoas não

gostavam dele, mas, mesmo as-

sim, ele acreditou que era nessa

área que iria se dar bem. “Fi-

quei muito tempo com o Gugu

com a função de acordar as

pessoas e isso me marcou

muito. Sou extremamente

emotivo e verdadeiro, since-

ramente não sei de onde vem

isso. Quando vim negociar

minha volta para o SBT, lem-

brei-me do dia em que peguei

meu crachá pela primeira vez

e meus olhos se encheram de

lágrimas”, confidencia.

E por falar em acordar cele-

bridades, esse pode ser um dos

quadros de seu novo programa

também. Otávio quer revirar o

baú do SBT. “Nós vamos usar

o arquivo do canal. Vamos ter

um quadro mostrando essa his-

tória maravilhosa. O SBT tem

muito mais material do que a

Band. Quero valorizar o que foi

feito aqui no passado.”

Com a produção do “Okay

Pessoal” a todo vapor, Otávio

conta que vai aproveitar logo

de cara para entrevistar o cas-

ting da emissora, como a apre-

sentadora Eliana.

“Meu sonho é um dia acor-

dar o Silvio Santos, mas não

sei se vou conseguir.”

Seu novo contrato permite

que ele apresente outros forma-

tos em canais da TV paga. Otá-

vio afirma que está negociando

uma atração com uma rede de

TV a cabo e que deverá estrear

um programa depois da Copa

do Mundo, no segundo semes-

tre deste ano. Cogita-se que é

para apresentar um programa

de entrevistas baseado no for-

mato de um talk show britâni-

co. Porém, o apresentador ain-

da não confirma isso. “Essa ne-

gociação rolou paralela a do

SBT. Só não posso falar agora

porque o contrato não foi fecha-

do de fato, mas em breve vou re-

velar mais detalhes”, conta. �

Estúdio móvelComo a fórmula da atração

é costurar a apresentação no es-

túdio com reportagens exter-

nas, sendo que o material grava-

do fora vai representar 80% do

programa, um carro servirá de

cenário. “Vou sair pelas ruas

de São Paulo em cima do

meu Tuk-Tuk (automóvel),

fazendo entrevistas. Eu fi-

quei muito surpreso quando

tivemos uma reunião com o

departamento técnico. De-

mos algumas ideias e elas fo-

ram aceitas com muito entu-

siasmo. A tecnologia vai es-

tar presente no nosso conteú-

do diário”, comenta o apre-

sentador, que continua: “Es-

sa história do carro foi uma

puta sacada que eu tive para

dar movimento ao programa.

De repente estarei indo para

a Penha (bairro da Zona Leste

de São Paulo) e posso pegar

uma pessoa no ponto de ôni-

bus. Essa carona vai render um

bate-papo informal. Outra ho-

ra posso pegar a Luiza Brunet

em um hotel e acompanhá-la

em um compromisso de mo-

da”, conta ele.

Mesquita afirma que sua

vida se divide em antes e de-

pois do SBT. Ele diz que de-

ve muito do que se tornou co-

mo profissional ao colega Gu-

gu Liberato. Ele se refere ao

sucesso do quadro em que

acordava famosos.

De acordo com o vetera-

no, o “Bom Dia Legal”, do

“Domingo Legal”, chegava a

registrar 28 pontos de média

no Ibope. Cada ponto equiva-

le a 65 mil domicílios na

Grande São Paulo.

Segundo Mesquita, a visi-

bilidade foi tão grande que

ele chegou a ser convidado

pela Rede Globo para traba-

lhar lá, mas afirma que não acei-

tou porque a emissora carioca

queria somente tirá-lo do SBT

porque seu desempenho esta-

va incomodando. “Na época,

a gente não falava como hoje

em dia de ficar na geladeira,

mas também agente já sabia

dos meandros do meio. Eles

não teriam onde me colocar”,

recorda-se.

Agência

Estado/D

ivulgação

DIÁRIO DA REGIÃO São José do Rio Preto, 16 de março de 2014 / 15 - TV

Page 16: Revista bem estar-20140316

“Não poupo no

amor”, revela Tainá

Müller sobre suas

semelhanças com

fotógrafa Marina

de “Em Família”

Agência Estado

Radiante, Tainá Müller, a

fotógrafa Marina de “Em Famí-

lia” (Globo), confessa que esta-

va mesmo à procura de uma

personagem que a tirasse do

chão, como ela mesma diz.

Na novela das 21h da emis-

sora carioca, Marina está apai-

xonada pela dona de casa Clara

(Giovanna Antonelli),que é ca-

sada com Cadu (Reynaldo Gia-

necchini). A expectativa é que

as duas vivam um romance, po-

rém, muitos conflitos estão por

vir. Um deles é a doença do per-

sonagem de Gianecchini.

De qualquer forma, o entu-

siasmo da atriz não vem só da

possibilidade de, assim como

aconteceu em “Amor à Vida”

(Globo), com Félix (Mateus So-

lano) e Niko (Thiago Fragoso),

dar um beijo gay no ar. “A Ma-

rina é uma mulher interessan-

te, independentemente se está

inserida em um triângulo amo-

roso, se é homossexual”, afirma

ela, acrescentando que não cria

expectativas sobre a aprovação

ou rejeição do público.

Na composição de Marina,

além de muitas pesquisas sobre

fotografia, a atriz conta que o

cabelão conquistado com me-

gahair foi fundamental, apesar

de estar sendo trabalhoso cui-

dar dele. “Não consigo vê-la

sem esse cabelo”, diz ela.

Confira a seguir um bate-pa-

po com a atriz.

Pergunta - Está preparadapara gravar um eventual beijode Marina e Clara?

Tainá Müller - Tudo está

nas mãos do Maneco (o autor

Manoel Carlos). Se ele sentir

necessidade (da cena), vai escre-

ver e nós vamos gravar. Não sei

se o beijo do Félix e do Niko ti-

rou o peso em torno dessa polê-

mica. Espero que sim. É difícil

prever se também vai ser pedi-

do pelo público, qual será a rea-

ção das pessoas. Nós temos de

ver a história caminhar. Como

telespectadora, achei o beijo

dos dois lindo, a cena maravi-

lhosa Parabenizei o Mateus (So-

lano), o Thiaguinho (Thiago

Fragoso)... Como espectadora,

posso te dizer o que penso,mas

fica difícil responder pelo pú-

blico. O que posso garantir é

que são histórias bem diferen-

tes. Acho que as coisas têm de

ser tratadas com naturalidade.

Trata-se de uma história de

amor.

Pergunta - Você acreditaque a relação entre Marina eClara será mais intensa apósa fotógrafa se declarar para adona de casa?

Tainá - Até agora, a Marina

já deu suas investidas e deixou

claro que está apaixonada. Po-

rém, ela toma coragem e se de-

clara para a Clara, que, a princí-

pio, fica confusa. Não sei como

vai ser a história, se vai ser sutil

ou intensa, mais forte ou não.

Isso só o Maneco pode respon-

der. Acho que, com o tempo,

mais lá na frente, tudo vai ficar

mais claro.

Pergunta - Você teme com-parações com o casal Félix eNiko? Teme que o telespecta-dor rejeite a relação de Mari-na e Clara?

Entrevista

MULHERINTERESSANTE

Fotos:D

ivulgaçãoTV - 16 / São José do Rio Preto, 16 de março de 2014 DIÁRIO DA REGIÃO

Page 17: Revista bem estar-20140316

Tainá - Sinceramente, eu

não me agarro a expectativas

em relação à repercussão. Não

foco nisso porque, se estivesse

pensando assim, estaria fazen-

do o trabalho vir de um lugar

errado, de fora para dentro. E o

caminho não é esse.

Pergunta - Qual é o maiordesafio que tem pela frentecom essa personagem?

Tainá - Fica bem difícil fa-

lar o que é mais desafiante. Ca-

da personagem tem o seu desa-

fio. Mal saí de “Flor do Cari-

be”, emendei “Em Família”.

Mas era algo que eu estava que-

rendo muito fazer: uma perso-

nagem que me tirasse do

chão. Talvez a Marina seja a

mais complexa (personagem

que já fez), com particularida-

des. Ela é uma mulher que se

comunica com o mundo por

meio da sedução. Isso faz par-

te do talento dela.

Pergunta - Você e a Giovan-na Antonelli demonstram en-trosamento no ar. Como é oclima nos bastidores das gra-vações?

Tainá - Nossa, uma delícia!

A Giovanna é um dos grandes

talentos que temos como atriz.

Sempre admirei o jeito espontâ-

neo dela, a forma como ela tra-

balha. Quando a Giovanna dá

vida às suas personagens, tudo

parece não vir de um texto, ta-

manha a naturalidade com a

qual ela trabalha. Venho apren-

dendo muito com ela, que é

uma pessoa generosa.

Pergunta - Você diz que aMarina é diferente de tudo oque já fez. O que te instigou adar vida a essa fotógrafa?

Tainá - O que me instigou

nela foi o caráter não óbvio. Ela

é uma mulher interessante, in-

dependentemente se está inseri-

da em um triângulo amoroso,

se é homossexual, o interessan-

te da Marina é que ela tem vá-

rias características. Fora o tex-

to do Maneco, que tem um ta-

lento gigante para trazer huma-

nidade aos personagens.

Pergunta - Você tem algoem comum com a Marina?

Tainá - A Marina ama des-

medidamente e eu tenho isso.

Não poupo no amor (risos).

Pergunta - Foi difícil encon-trar o tom certo para dar vidaà fotógrafa?

Tainá - Foi um processo lon-

go. Busquei várias referências

de fotógrafas, participei de al-

guns workshops e assisti a al-

guns filmes voltados para esse

tema. Ainda colei no fotógrafo

Beto Roma para ver como é o

trabalho. O que me ajudou tam-

bém é que sempre gostei de ar-

tes visuais e estudei um pouco

de fotografia quando fiz facul-

dade de Jornalismo. Com essa

base, nós ainda pensamos co-

mo deveria ser o figurino, a ca-

racterização, de uma forma

bem específica, para trazer as

características dessa persona-

gem. Fora isso, ainda coloquei

o megahair. Estou feliz e posso

garantir que irei contar uma

história de amor da maneira

mais honesta possível.

Pergunta - Você chegou apesquisar sobre homossexua-lidade?

Tainá - Vinha fazendo uma

pesquisa desde que surgiu essa

oportunidade incrível na mi-

nha vida. Assisti a filmes sobre

o amor entre mulheres e con-

versei com muitas homosse-

xuais. Descobri que é um uni-

verso que tem de ser tratado

com muita naturalidade por-

que estamos falando sobre o

amor. O mundo está tão feio e

as pessoas estão preocupadas

com o amor entre duas mulhe-

res? Estranho... A Marina é

uma mulher pulsante, que se jo-

ga, não é nada racional.

Pergunta - Dá trabalhomanter o megahair?

Tainá - Dá trabalho sim,

mas, para a Marina, serviu e

muito. Não consigo vê-la sem

esse cabelo. Estou me adaptan-

do ainda. Tenho de fazer hidra-

tação e, eventualmente,

esfoliação no couro cabeludo,

porque o megahair exige uma

limpeza mais profunda. Faço

tudo no salão, a cada 15 dias.

Sou bem geminiana, adoro mu-

dar. Não tenho essa de ficar pre-

sa ao cabelo.

Pergunta - Você está emforma. Segue alguma dieta es-pecífica e mantém uma rotinade exercícios?

Tainá - Sou bem light, não

sou a marombeira da academia.

Faço pilates e cuido da alimen-

tação por uma questão de saú-

de. Tenho um monte de chati-

ces, intolerâncias alimentares,

como à lactose. Agora descobri

que sou intolerante também

aos alimentos com trigo. Um sa-

co... Como muitas frutas, legu-

mes, carnes brancas e evito do-

ces. Gravando muito como ago-

ra, não estou fazendo nada,

mas nunca tive tendência para

engordar nem emagrecer. A

tendência é ficar no mesmo pe-

so: 52 quilos. Fora isso, bebo

bastante água e não abro mão

do filtro solar. �

DIÁRIO DA REGIÃO São José do Rio Preto, 16 de março de 2014 / 17 - TV

Page 18: Revista bem estar-20140316

Thiago Mendonça revela que conviveu com amigo alcoólatra

para enfrentar o assunto na novela de Manoel Carlos

Agência Estado

Está nas mãos de Thiago

Mendonça discutir um dos te-

mas mais importantes da nove-

la “Em Família” (Globo): o al-

coolismo. Para tanto, o ator res-

gatou memórias do tempo em

que dividia apartamento com

um amigo alcoólatra.

“Ele era de urrar à noite, de

dormir no terceiro degrau da

escada porque não conseguia

chegar até a porta”,conta o

ator. “Sou uma pessoa dada a

exageros, e ter proximidade

com a doença, nessa fase da mi-

nha vida, serviu como alerta”,

confessa.

Tanto na TV quanto no ci-

nema, Thiago é reconhecido pe-

la versatilidade. Na telinha, ele

participou de trabalhos como

“Bambuluá” (2000), “Sítio do

Picapau Amarelo” (2001), “Ma-

lhação” (2002), “O Profeta”

(2006) e “Dalva e Herivelto -

Uma Canção de Amor” (2010),

todos na Globo.

Seu primeiro papel de desta-

que, no entanto, foi em “Duas

Caras” (Globo), de 2007, nove-

la na qual interpretou o jovem

Bernardinho, que se envolvia

em um relacionamento a três

com Dália (Leona Cavalli) e He-

raldo (Alexandre Slaviero). Coin-

cidência ou não, circularam na in-

ternet boatos de que o médico Fe-

lipe também seria bissexual na

trama de Manoel Carlos. Mas

Thiago Mendonça desmente:

“Não tem fundamento algum!”.

No cinema, Thiago ficou co-

nhecido por interpretar os canto-

res Luciano (“2 Filhos de Fran-

cisco”) e Renato Russo (“Somos

tão Jovens”). Nessa entrevista,

ele fala mais sobre as gravações

de “Em Família” e dos seus so-

nhos para o futuro.

Pergunta - Você se inspi-rou em alguém para compor oFelipe?

Thiago Mendonça - Não te-

ve uma inspiração direta. Na

verdade, o processo ainda está

ocorrendo. Novela é uma obra

aberta. Gravamos até agora,

aproximadamente, 40 capítu-

los. Então, a composição do Fe-

lipe ainda está acontecendo. O

que posso dizer é que sou muito

intuitivo e a criação de um perso-

nagem não é, para mim, algo tão

concreto.

Pergunta - Como você defi-niria o Felipe?

Mendonça - A Bianca Rinal-

di disse uma vez, em cena, que o

Felipe era um “carente profissio-

nal”. Acho que é bem por aí. Ape-

sar de ter recebido muito amor da

mãe - e eu e a Natália do Vale

(que interpreta Chica, mãe do ra-

paz) trabalhamos juntos nesse

sentido -, o Felipe teve uma infân-

cia carente de atenção. Afinal, ele

e a Clara (Giovanna Antonelli)

são os irmãos mais novos da Hele-

na (Julia Lemmertz), que exigia

bastante dos pais. Então, penso

que ambos “sobravam” um pou-

co. Tanto que ele e a Clara eram

sempre expulsos de algumas ce-

nas(risos).

Pergunta - E a questão damedicina?

Mendonça - Apesar de ser

doente, por conta do alcoolismo,

o Felipe é extremamente inteli-

gente. Tanto que se formou médi-

co. Na hora de compor o persona-

gem, priorizei mais a profissão do

que o problema com o álcool.

Pergunta - Quais foramas suas referências para oalcoolismo?

Mendonça - Amigos, pessoas

próximas e outras nem tanto. O

álcool é uma droga legal, que tem

trânsito na nossa sociedade. O

próprio Maneco diz que “todo

mundo tem um tio bêbado”. Às

vezes, não é um tio, mas o pai, o

primo ou um amigo querido. O la-

boratório, então, é a nossa pró-

pria vida. O ator vivencia coisas e

guarda para acessar mais tarde.

Pergunta - Você viveu issode perto?

Mendonça - Na minha famí-

lia não tem ninguém no nível do

Felipe, apenas o consumo do ál-

cool “socialmente”. Maseu dividi

apartamento com um amigo que

era alcoólatra. De urrar à noite,

dormir no terceiro degrau da esca-

da porque não conseguia chegar

até a porta. Acho que sou uma

pessoa dada a exageros, e ter pro-

ximidade com a doença, nessa fa-

se da minha vida, serviu como

alerta.

Pergunta - E qual a suarelação com o álcool atual-mente?

Mendonça - Até os 18 anos,

achei que passaria a minha vida

inteira apenas bebendo guaraná.

E se você me vir bebendo hoje,

vai perceber que ainda faço careta

(risos). Não gosto do paladar.

Mas, claro, já tomei meus porres

quando mais jovem (risos). Só

que hoje, quando escolho um dia

para brindar alguma coisa, não

exagero. Além de não apreciar, es-

tou com 34 anos e o metabolismo

é diferente. Aos 20, bebia e acor-

dava bem no dia seguinte. Hoje

não é assim.

Pergunta - Circulou na in-ternet que o Felipe seria bisse-xual e se envolveria com o ma-rido de Silvia (Bianca Rinal-di). Isso é verdade?

Mendonça - Isso não tem

fundamento algum. Até porque,

se houvesse indícios de um triân-

gulo amoroso na trama, a Silvia é

que seria o vértice. Não sei se in-

ventaram essa notícia por causa

do Bernardinho, de “Duas Ca-

ras”. Mas eu me esforço muito pa-

ra trabalhar as nuances de cada

personagem, por isso duvido que

alguém que veja o Felipe em cena

se lembre do Bernardinho.

Pergunta - Você interpre-tou Renato Russo no filme“Somos tão Jovens”. Era fãdo “Legião Urbana”?

Mendonça - Era ouvinte do

Legião, mas não propriamente

fã. Tenho um irmão mais velho

que tinha a fita cassete de “Que

País É Esse”, nos anos 1980. Lem-

bro que era pequeno e não tinha

maturidade para entender as críti-

cas políticas, mas adorava “Eduar-

do e Mônica”, que tinha uma leva-

da mais alegre. Quando adoles-

cente, conheci o Legião e come-

cei a me identificar com as letras.

Pergunta - Tem vontade deinterpretar algum papel espe-cífico que ainda não fez? Outrabalhar com algum autor?

Mendonça - Tem uma situa-

ção curiosa. Quando eu era

criança, tinha os olhos claros e

os cabelos bem cacheados. En-

tão, uma tia dizia que eu lem-

brava o Lauro Corona. Isso me

marcou demais. Como o Lauri-

nho trabalhou com o Gilberto

Braga em novelas como “Dan-

cin’ Days” (1978), acho que nas-

ceu um interesse daí de fazer al-

go com o Gilberto um dia. �

VÍTIMAS DO ÁLCOOL

Em Família

Divulgação

TV - 18 / São José do Rio Preto, 16 de março de 2014 DIÁRIO DA REGIÃO

Page 19: Revista bem estar-20140316

“Adoro reencontrar pessoas

que me viram pequena”,

revela Letícia Colin sobre

sua volta para a Globo

Agência Estado

Desde que foi colocada à for-

ça por LC (Antonio Calloni) na

máquina da felicidade, a doce

Vitória (Letícia Colin) perdeu

sua capacidade de julgamento e

desistiu de fugir da comunida-

de de “Além do Horizonte”

(Globo).

Para a atriz, a trama tão dife-

rente do que os telespectadores

estão acostumados para uma

novela das sete merece elogios.

“Acho incrível esse tipo de fic-

ção, essa hipótese. Mas não gos-

taria de passar por uma máqui-

na da felicidade para esquecer

alguma coisa”, afirma.

“Além do Horizonte” mar-

ca o retorno de Letícia à TV

Globo após dez anos em proje-

tos de outras emissoras. “Ado-

ro reencontrar pessoas que me

viram pequena”, revela. A es-

treia da atriz foi no seriado

“Sandy & Junior” (2000), aos

dez anos. Após participar de “Ma-

lhação” (2002) e apresentar a

“TV Globinho” (2003), a atriz foi

contratada para o elenco da nove-

linha musical “Floribella”

(2005), da Band, voltada para a au-

diência infanto-juvenil.

As crianças sempre estive-

ram próximas da carreira de Le-

tícia. Em “Além do Horizon-

te”, sua personagem é responsá-

vel pelo centro infantil da co-

munidade. “Adoro gravar com

elas. As menores acreditam

mesmo que sou a professora de-

las”, diverte-se.

Após a rápida passagem pe-

la Band, Letícia permaneceu

cinco anos na Record. No cine-

ma, protagonizou o polêmico

remake de “Bonitinha, Mas Or-

dinária” (2013). A seguir, ela fa-

la sobre a novela e seus planos

envolvendo música.

Pergunta - A Vitória é res-

ponsável pelo centro infantil dacomunidade. Qual é a sua rela-ção com as crianças hoje?

Letícia Colin - Adoro gravar

com elas, que me chamam de

tia (risos). As menores acredi-

tam mesmo que sou a professo-

ra delas. E quando chego ao

set, ganho abraços deliciosos.

Pergunta - Elas lhe sur-preendem como atores?

Letícia - Demais. Conse-

guem fazer coisas incríveis na

cena, obedecem marcações,

lembram as deixas, respeitam

continuidade... Sem contar que

estamos sempre no meio de giz

de cera, tinta, massa de mode-

lar e marionetes. Adoro tudo is-

so. Divirto-me mesmo.

Pergunta - Você se inspi-rou em alguém para compor aVitória?

Letícia - Observei os cami-

nhos que os personagens que já

estavam na novela faziam e ten-

tei colocar a Vitória para tempe-

rar essa história. Para trazer coi-

sas que ainda não eram usadas

na trama, sabe? Tentei fazê-la

com elementos que podiam

complementar o caldo que

meus colegas vinham fazendo.

Pergunta - O que mudou de-pois que ela passou pela má-quina da felicidade?

Letícia - Tudo. Ela se desco-

nectou da própria história, per-

deu sua autonomia e identida-

de. Agora não tem mais vonta-

des, não faz mais julgamentos e

não discorda de nada. Aceita tu-

do. Tornou-se, simplesmente,

um ser manipulável. Abando-

nou tudo o que era mais caro a

ela, inclusive a saudade absur-

da da mãe.

Pergunta - Você já sentiuvontade de passar por umamáquina da felicidade para es-quecer alguma coisa?

Letícia - Nossa, não! Mas

acho incrível esse tipo de fic-

ção, essa hipótese. Ela aparece

em filmes como “Brilho Eter-

no de Uma Mente Sem Lem-

branças” (2004), por exemplo.

Pergunta - Você permane-ceu oito anos fazendo traba-lhos em outras emissoras. Co-mo foi o retorno para a Globo?

Letícia - Delicioso! Adoro

reencontrar pessoas que me vi-

ram pequena, na época de “Ma-

lhação” e da “TV Globinho”. E

ainda mais nessa novela, que

tem direção geral do Gustavo

(Fernandez), com quem estou

amando trabalhar.

Pergunta - Você tem umacarreira paralela em musi-cais. Tem algo previsto paraeste ano?

Letícia - Estou ensaiando

um musical especial. Vou fazer

a Beatriz na primeira monta-

gem de “O Grande Circo Místi-

co”, com toda a obra de Edu Lo-

bo e Chico Buarque. Estou mui-

to feliz e cantando diariamen-

te. A estreia será em 24 de

abril, no Theatro Net Rio, no

Rio de Janeiro.

Pergunta - Qual é a sua re-lação com a música hoje?

Letícia - A música está na

minha vida. Está, inclusive, no

meu jeito de atuar, mesmo

quando não se trata de teatro

musical. Ela me dá muito mais

sensibilidade e atenção. E es-

tou preparando o meu primei-

ro show também!

Pergunta - Como será?Letícia - Provavelmente uma

mistura de jazz e cabaré. Será pa-

ra o segundo semestre e terá dire-

ção de Jonas Klabin. �

Perfil

Bonitinha eextraordinária

Divulgação

DIÁRIO DA REGIÃO São José do Rio Preto, 16 de março de 2014 / 19 - TV

Page 20: Revista bem estar-20140316

“CQC” volta menos masculino com Dani Calabresa na bancada e nova repórter

Band

Agência Estado

A quantidade de integran-

tes do sexo feminino não au-

mentou na nova temporada do

“CQC”, que estreia nesta segun-

da (17), mas, agora, além de

uma loira na reportagem, a ban-

cada da atração passa a contar

com Dani Calabresa no lugar

de Oscar Filho. A humorista as-

sume o posto para dar um ar de

renovação ao programa, que

completa sete anos na grade

da Band. Oscar Filho conti-

nua na equipe à frente do

“Proteste Já” e do “Elefante

Branco”, ambos quadros de

denúncia.

Dani não foi escolhida

por ser mulher. A direção do

programa testou algumas pes-

soas e ela ficou com a vaga

por ser considerada a melhor

opção. Ela venceu o páreo

que contou com colegas de

trabalho e outros apresenta-

dores que nem fazem parte

do elenco da emissora. A ou-

tra “fêmea” do CQC é Naty

Graciano, que substitui Mo-

nica Iozzi.

No lançamento do progra-

ma para a imprensa, Marcelo

Tas até tentou fazer um mis-

tério em torno dela, chaman-

do-a de “Senhora X”, dizen-

do que não poderia falar seu

nome por questões contra-

tuais. O que de fato procede:

Naty Graciano estava se desli-

gando de uma afiliada da TV

Globo no interior paulista,

onde trabalhava.

Sua contratação ocorreu

recentemente porque o esco-

lhido, o jornalista Fred Melo

Paiva, foi demitido antes mes-

mo de entrar no ar. “Estava fe-

chado que seria ele, mas o Fred

pediu férias antes de estrear.

Achamos que o comprometi-

mento dele não era adequado e

desistimos de sua contratação”,

explica Tas, que continua co-

mo líder da turma engravatada.

O apresentador diz que na-

da é por acaso e que Naty che-

gou cheia de gás e estreará com

uma reportagem bombástica,

que foi gravada no vestiário do

clássico entre São Paulo e Co-

rinthians no último dia 9. Rogé-

rio Ceni é o entrevistado.

“É legal ter uma mulher na

reportagem, porque homem

costuma se desmontar diante

de uma mulher bonita e inteli-

gente como ela. Eles são bobi-

nhos”, brinca Tas.

Além da reportagem da

‘CQC caçula’, um novo quadro,

o “Torcida VIP”, deve dar o

que falar logo de cara. Isso se

for exibida a edição gravada

com Lobão. O cantor se quei-

xou publicamente da aborda-

gem feita por Ronald Rios e cer-

ca de 30 torcedores. Ele amea-

çou processar a Band se o con-

teúdo for ao ar. “Não consegui

entendera indignação do

Lobão. Esse é um dos quadros

mais infantis que temos, em

que brincamos com as celebri-

dades”, comenta Tas.

Aliás, polêmicas não devem

faltar neste ano para o “CQC”,

que terá amplo material eferves-

cendo nas ruas coma Copa do

Mundo no Brasil e as eleições.

Futebol e política são temas car-

ros-chefe do humorístico.

Dani Calabresa vai para a

bancada, mas continua à frente

do “Sem Saída”, o quadro dos

polígrafos. “A vida vai ficar

mais tranquila para fazer um

pole dance e outras coisinhas

do dia a dia”, diz a mulher de

Marcelo Adnet, que completa:

“Tudo brincadeira, vejo essa

promoção como crescimento,

desafio e estou com um baita

frio na barriga. Tem roteiro,

tem improvisação e é ao vivo”.

A parte comercial da atra-

ção começa o ano com a receita

13% maior. No ano passado

eram 11 anunciantes, número

que passou para 12 e teve sua

cota máster vendida para uma

montadora. Tas garante que é a

força comercial do programa

que dá à equipe maior liberda-

de editorial.

Entre as novidades estão os

quadros “50 Por 50”, com Mau-

rício Meirelles e um famoso en-

volvidos em um jogo de adivi-

nhação; “Cadeia de Favores”,

que promove uma ação social;

“Os Picaretas”, que contará

com câmeras escondidas mos-

trando truques usados por este-

lionatários; e o “#SemFiltro”,

com crianças comentando notí-

cias e vídeos.

A Band desenvolveu um

aplicativo, o “Segunda Tela”,

para a atração, que promoverá

interação em tempo real entre

os apresentadores e o público.

Além disso, a plataforma tam-

bém conta com um sistema em

que é possível ver o programa

ao vivo do tablet, do computa-

dor ou do celular. �

MAIS ESPAÇOÀS MULHERES

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TV - 20 / São José do Rio Preto, 16 de março de 2014 DIÁRIO DA REGIÃO

Page 21: Revista bem estar-20140316

“Às vezes,fico muitoenvergonhada.Tive que fazer, porexemplo, umacena de toalha”Bruna Marquezine, atriz, no “Domingão doFaustão”, sobre cenas mais quentes de suapersonagem, Luiza, na novela“Em Família” (Globo)

“Meu médico disseque, com o tamanhoque meu fígadoestava, eu nãopassava dos 40”André Marques, apresentador da Globo, no“Fantástico”, sobre operação para redução doestômago

“Mais para lá do quepara cá!”Danielle Winits, no jornal “Extra”, sobre a atualmulher do seu ex, Fernanda Vasconcellos, nodesfile das escolas campeãs do Rio

“A doença pode serum trampolim, algoque leve você adar uma volta boana vida”Reynaldo Gianecchini, no jornal “O Dia”, sobredoença do seu personagem, Cadu, na novela“Em Família”

“Ainda não engoli,mas temos que

aceitar”Viviane Araújo, sobre a derrota do Salgueiropara a Unidos da Tijuca

“A gente só dá valorquando perde. Éassim com amigos,namorado e com osgaris também”Sabrina Sato, apresentadora, ao varrer aMarquês de Sapucaí com garis no desfile dascampeãs, no Rio

“Vou ficar demaquiagem emcasa? Beijinhono ombro”Susana Vieira, atriz, ao site “Ego”, sobre oscomentários de que estava feia em foto quepostou no Instagram

“Bom dia! Acordeibatendo cabelo nacara de tudo quevem do mal com l emau com u”Gaby Amarantos, cantora, no Instagram

“Gostaria de ter ocorpo da GiseleBündchen.”Jennifer Aniston, atriz, para a revista “Self”

“Ele chegou!!!Bem-vindo João!!!”Márcio Garcia, ator, ao publicar foto do pezinhodo filho, João, no Instagram

Frases da semanaAgência Estado

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DIÁRIO DA REGIÃO São José do Rio Preto, 16 de março de 2014 / 21 - TV

Page 22: Revista bem estar-20140316

MALHAÇÃO - 17H45

Segunda-feira - TerezacontaparaHer-mes tudo o que aconteceu enquantoele estava sob o efeito da máquina.Kleber captura Matias. Lili diz a RafaquenãoconfiamaisemMarlon.Prisci-la revela para Marcelo que está grávi-da. William confirma que ainda gostade Lili e Celina se entristece. Heloísae Flávio se surpreendem com a rea-ção de Marcelo à notícia da gravidezde Priscila. Fátima decide descobrironde Kleber escondeu Matias. Her-mesenfrentaLCMarlonpedeparaLilidecidir se quer continuar com ele. Te-reza manda Hermes manter o acordoque fez com LC. LC exige que Angeli-que continue dando informações so-bre as conversas de Hermes e Tere-za.FernandasedeclaraparaThomaz.Terça-feira - Kleber fica sensibilizadocom o pedido de Fátima. William con-segue pegar o pingente da mão deum dos seguranças da Comunidade,

masAndrénãodeixaqueorapazdes-trua a fórmula. Kleber decide libertarMatias. William pensa em Lili. Nilsonorganiza um evento para Selma e Ri-ta, filmadoporCacá.Thomazdecidefi-car com Fernanda. Inês não gosta desaber que será avó. LC, Angelique,Hermes e Tereza esperam ansiosospelachegadada fórmulaàComunida-de.WilliameAndréresolvemvoltarpa-ra a Comunidade. William tem umaconversa séria com Celina sobre LiliHermes sugere terminar com o acor-do entre ele e LC. Marcelo se preocu-pa com Inês.Quarta-feira - LC finge aceitar a deci-são deMarlon. LC não conseguecon-vencer Lili a pedir para Marlon ficar naComunidade. Marcelo estranha obom humor de Fernanda e Thomaztenta desviar a atenção do filho. Her-meseLCdecidemesperarWilliamvol-tarparaaComunidade.Marlonafirma

a Lili que vai embora. Fernanda co-menta com Marcelo que acredita queÁlvaro esteja sentindo falta de Inês.Nilson aceita a proposta para lançarumperfumedeSelmaeRita.LCman-daAssiscapturarWilliam.AngeliqueeBreno consertam a máquina. Fátimafaz Kleber ser mais gentil com Keila.Paulinha implicacomLili. Rafaadmiteque pensa em Fátima. Marcelo gostade saber do romance entre FernandaeThomaz.Quinta-feira - Marlon enfrenta LC e Lí-der Jorge ouve a conversa. Álvaro pe-de para reatar com Inês. LC se revelapara Marlon e ameaça colocá-lo namáquina. Rafa se despede de Lili. Lí-der Jorge foge ao ver Messias levarMarlonparaamáquina.Marceloseas-sustacomosdevaneiosdePriscila.Li-li se preocupa com Marlon. William esuaequipeseaproximamdaComuni-dade. Líder Jorgenãoconsegue impe-

dir Marlon de ser colocado na máqui-na. Lili fica abalada com o que ouveLC falar sobre Marlon. As vendas dosperfumesdospersonagensdeSelmaeRita sãoum sucesso. Fernanda ficanervosacomavisita deHeloísa. LíderJorgeconfrontaLC.Lili pensaemMar-loneWilliam.Sexta-feira - HermesseenfurececomMarlon. Líder Jorge conta para Rafa oque descobriu e pede para ir emboracomele. LC eHermes prometem tirara fórmuladeWilliam.Líder Jorgeman-da Esteves guiá-lo, com Rafa, para fo-ra da Comunidade. Lili estranha o su-miçodeRafa. Inêsdecide terumfilho,eÁlvaroentraempânico.VitóriaavisaaLCdosumiçodeRafa,eovilãoacio-na Kleber. Rafa se encontra com Fáti-ma,eKleber mandaEdusequestrá-losemque sua filha perceba. Tereza vaiaoalojamentodeLC.Álvaro flagraFer-nanda e Thomaz se beijando. Fátima

leva Rafa para falar com Vó Tita.William,Guto,AndréeCelina invademaComunidade,entramnasaladamá-quinaea fotografam.Sábado - William ajuda Guto e decideseescondernoalojamentodeMarlone Lili. Fátima afirma a Rafa que nãodeixará Kleber levá-lo de volta para aComunidade. William se desesperacom a possibilidade de Marlon ter si-do colocado na máquina. Angeliquetentaacalmar Joana. Marlonpedepa-ra ver Lili. Lili promete a William quenão revelará seu esconderijo. Terezaafirma a Hermes que continuará seencontrando com LC. LC descobreque o sistema de informática da Co-munidadequasefoi invadido.CelinaeAndré repreendem William por nãoconfiar em Lili. Fátima vê Edu se-guindo Rafa. Inês humilha Fernan-da no escritório. Marcelo conta pa-ra Priscila sobre o romance entreseu pai e Fernanda.

JOIA RARA - 18H15

Segunda-feira - Ernest entra emcoma após o acidente. Mesmo fo-ragido da polícia, Manfred vai aohospital visitar o seu pai e fica de-sesperado ao vê-lo naquela situa-ção. Serena conta para Fabrícioque Lola espera um filho dele. Pé-rola entra em um profundo estadode meditação na intenção de sal-var o seu avô e fica desacordada.Hilda chega à pensão e fica surpre-sa com a presença de Aderbal, dei-xando Toni com ciúme. Ernestdesperta e Manfred o abraça for-te. A polícia descobre que Man-fred está no hospital e corre pa-ra capturá-lo.

Terça-feira - Gertrude chega aohospital e implora para o filho seentregar. A polícia resolve arrom-bar a porta, mas quando entra noquarto de Ernest, Manfred não es-tá mais lá. Décio fala para Franzque Manfred pretende fugir dopaís e sequestrar Amélia. Arlindodiz para Volpina que está apaixo-nado por ela e eles se beijam. Dr.Rubens fala para Gaia que ela tempouco tempo de vida devido auma doença nos rins. Ernest rece-be alta e vai para casa. Toni pedepara conversar com Hilda e elesacabam se beijando.

Quarta-feira - Manfred se encon-tra com Décio para pegar os pas-saportes falsos e é surpreendidocom a presença da polícia. Man-fred finge se render, mas sacauma arma e foge com Décio. Fabrí-cio diz que quer assumir o filho deAurora e casar com ela. Davi faz amesma proposta para Lola. Tonipede perdão para Hilda. A políciapersegue Manfred, mas o perdede vista e ele consegue pegar ospassaportes falsos que estavamna pasta de Décio. Manfredameaça matar Décio, mas é sur-preendido com a presença docarro de Franz

Quinta-feira - Manfred invade ohospital disfarçado de padre e ten-ta matar Décio, mas Valter entrano quarto e o reconhece. Gaia con-ta para Hilda que está com umadoença que não tem cura. Man-fred é perseguido por policiais,mas consegue escapar mais umavez. Cléo conta para Conceiçãoque se envolveu com Joel. Man-fred marca um encontro às escon-didas com Gertrude. Davi exigeque Aurora faça exames para sa-ber a paternidade do filho que elaespera.

Sexta-feira - Franz e Amélia ar-mam uma emboscada com a aju-da da polícia e conseguem pren-der Manfred. Gertrude recebe a no-tícia de que seu filho foi preso ese desespera. Pérola sonha que obebê de Matilde sumiu e fica preo-cupada. Ernest dá um cachorro depresente para Pérola. Valter eManfred brigam na delegacia.Gertrude apresenta a Manfred oadvogado que vai conseguir fa-zer a transferência dele para ummanicômio.Sábado - Não enviado pelaemissora.

Segunda-feira - Anita e Sofia con-cordam em não avisar para nin-guém sobre a armação de Caeta-no. Os meninos fingem aceitar apresença de Bárbara como auxiliartécnica. Abelardo se declara paraBernadete, que pede um tempo pa-ra ele. Serguei desabafa com Megsobre a possibilidade de Flavianater que parar de estudar por causade dinheiro. Todos aprovam a co-mida feita por Luciana. Meg contapara Vera sobre a situação de Fla-viana. Antônio se desentende comTita e Hernandez tenta conversarcom o menino. Antônio deixa a ca-sa de Maura e enfrenta Hernan-dez. Vera comenta com Bernadetesobre Flaviana, e as duas decidemajudá-la a pagar a escola.

Terça-feira - Anita e Júlia chegamao camping onde aconteceu a his-tória envolvendo Ben. Luciana lim-pa e arruma o casarão de um jeitonada convencional. Sofia e Ben sedivertem juntos. Raíssa revela aFlaviana que Serguei, Meg, Vera eBernadete liquidaram suas dívidasescolares. O dono do camping afir-ma a Anita que não havia mais nin-guém na noite em que esteve lácom Ben. Pedro tem uma ideia pa-ra desmascarar Maura. Sofia ar-ma para ir à praia de carro e Bennota. Bárbara se incomoda comas brincadeiras dos alunos duran-te o treino. Anita e Júlia tentamdesvendar o que ocorreu na noitedo acampamento.Quarta-feira - Anita considera que

Ben pode ter furado a barraca, e odono do camping afirma que consi-dera improvável. Guilherme pedepara conversar com Raíssa no Em-baixada. Martin incentiva Ben a fi-car com Sofia e aprender comsuas diferenças. João Luiz pedeRaíssa em casamento, com oapoio de Guilherme. Júlia aconse-lha Anita a esconder sua investiga-ção de Antônio. Antônio lê um elo-gio do coronel Palhares em sua re-de social. Os meninos conseguemque Sidney e Ben retornem ao ti-me de futebol. Pedro arma um pla-no contra Maura. Os alunos pe-dem a volta de Bárbara ao coman-do do time, e Virgílio avisa que aprofessora não aprova os comen-tários machistas.

Quinta-feira - Antônio desconfia dePalhares. Hernandez cobra explica-ções de Maura sobre o bilhete deTita. Palhares afirma a Antônioque o menino é ideal para uma mis-são. Luciana distribui panfletosque anunciam sua creche no casa-rão, e Omar prevê problemas. Gio-vana e Guilherme preparam umasurpresa para o casamento deRaíssa e João Luiz. Tita pede queAnita visite Antônio. Sofia registraquando Ben comenta que, se nãopassar para a faculdade, terá devoltar para os Estados Unidos. Titadeixa escapar que Antônio prome-teu que a levaria para acampar eAnita fica atenta. Pedro e Titadesmascaram Maura para Her-nandez.

Sexta-feira - Antônio pede segredoa Anita sobre ter encontrado seupai. Palhares se orgulha de ter en-ganado Antônio. Giovana, Guilher-me e Lorena desistem de falarcom Clara no lançamento de seuCD. Abelardo faz uma declaraçãode amor para Bernadete. Flavianaadultera os produtos do salão pa-ra economizar. Pedro lembra paraAnita que Antônio namorava Brunaenquanto ela estava com Ben. Emsua suposta creche, Luciana rece-be crianças no casarão. Zelândiavolta para o Rio de Janeiro. Giova-na e Guilherme repreendem o com-portamento de Clara. Vera se de-sespera com o estado de sua ca-sa e decide que Luciana voltará atrabalhar na empresa.

Resumo das novelas

GLOBO

ALÉM DO HORIZONTE - 19H30

TV - 22 / São José do Rio Preto, 16 de março de 2014 DIÁRIO DA REGIÃO

Page 23: Revista bem estar-20140316

Segunda-feira - Junior está den-tro do carro com Maria Cecília evê no lado de fora o primeiro bei-jo entre Fernando e Carol. Noluau do acampamento, as Chiqui-titas cantam a música “Amigas”.No acampamento, Barbara (LíviaAndrade) se despede das Chiqui-titas, que voltarão ao orfanato.Ela recebe um carinhoso e anima-do abraço coletivo. Carol está ra-diante pelo acontecimento comFernando, enquanto Beto estátriste por ter perdido seu melhoramigo, Tobias, e seu trabalho.Carol chega para trabalhar no or-fanato e antes que ela entre, Ar-mando sai. Junior chama MariaCecília no Café Boutique e lhe pe-de em casamento.

Terça-feira - Carmen visita umaamiga para que avalie uma daspinturas do tesouro do orfanato.Ela diz que essa tela é valiosa eque existem apenas mais três de-la, que juntas formam os quatrocavalheiros do apocalipse. Eladiz que essas obras estão desa-parecidas há anos e que poucos,como historiadores, sabem daimportância das pinturas. A mu-lher diz ainda que as quatroobras juntas podem guardar umgrande segredo. Carmen ficacuriosa. Enquanto isso, Armandovende uma das telas, que havia fi-cado com ele. Mili diz para Pataque ultimamente está confusaem relação a seus sentimentos.Quarta-feira - Rafa, Tati e Ana

continuam a discutir sobre quemé que a mascote Pipoca gostamais. Mosca tenta evitar Mili pa-ra esquecer a garota Tomás Fer-raz, que na verdade é Tobias dis-farçado, entra em estúdio paragravar sua canção de sertanejouniversitário. Arnaldo Saccomaniaparece pra escutar a gravação.No Café Boutique, Francis e Clari-ta se divertem com um vídeo quefaz sátira do clipe de Érica. Betovai ao orfanato a pedido de CarolO rapaz chama Pipoca e ela final-mente sai da casa. Tati, Rafa,Ana e até Chico entram na discus-são para saber quem é o dono de-la. Beto diz que a cachorra devegostar de todos e sugere que osquatro são os donos da Pipoca.

Quinta-feira - Paçoca reaparece eaproveita que Binho está sensibi-lizado e com ciúmes dos amigos,que estavam brincando com Thia-go, para tentar se aproximar. Car-men diz para Cintia que quer apintura que ficou com ela e comMatilde, pois as obras estavamno orfanato que é da família Al-meida Campos. Ana e Tati veemBinho com Paçoca e se preocu-pam. Paçoca mostra um ingres-so (falso) que alega ter ganhadopara assistir um jogo da seleçãobrasileira. Cintia fica se pergun-tando quais as provas que Car-men teria contra ela. Neste mo-mento ela encontra a escuta queCarmen havia colocado em suabolsa. Paçoca aproveita para rou-bar a carteira e fugir.

Sexta-feira - A polícia liga no Orfa-nato Raio de Luz e avisa que Bi-nho está na delegacia. Cintia dizpara José Ricardo que ele é mui-to importante para ela e que Car-men irá tentar manipular ele con-tra o relacionamento dos dois.Tomás Ferraz faz sua primeiraapresentação com novo look,que é inspirado em sertanejo uni-versitário. A apresentação acon-tece durante o processo seletivoque irá escolher sua nova ba-cking vocal. Érica e Clarita partici-pam da seleção. Beto vai até oCafé Boutique e pede seu empre-go de volta para Maria Cecília.Ela diz que estão precisando deum garçom e ele fica contente.

Segunda-feira - Laerte e Virgílio seenfrentam. Selma arruma objetosde Itamar e decide leiloar um de-les. Helena liga para Virgílio e elaestranha o jeito do marido ao tele-fone. Alice ensina Luiza a dançarum novo ritmo. Leto fala para Shir-ley que Laerte foi para Goiâniasem Verônica. André se consultacom terapeuta. Alice e Luiza mar-cam de ir ao escritório de Nando.Nando deixa escapar que Neidi-nha foi vítima de agressão no pas-sado. Marina conversa com Clarasobre seus sentimentos.Terça-feira - Luiza vai conversarcom Helena sobre Neidinha, masela desconversa. Ricardo não gos-ta quando Chica diz que quer com-prar roupas para ele. Cadú nãoconsegue se consultar com Silviae fica desanimado. Clara fica aba-lada, lembrando da conversa comMarina. Shirley chega de surpresana casa de Selma enquanto Laer-te está tocando flauta. Silvia dáuma medalha da sorte para Feli-pe. Luiza vai com Felipe a uma reu-nião do AA, mas ele não conse-gue entrar.Quarta-feira - Felipe entra na reu-nião e reconhece um paciente en-

tre os participantes. Clara ficapreocupada com Cadú. Felipe nãoaceita falar no grupo e sai da reu-nião. Luiza ajuda o tio e comemo-ra sua coragem de ter ido ao AA.Shirley e Laerte vão a uma boateem Goiânia e um fotógrafo regis-tra um beijo dos dois. Selma diz aLaerte para ter cuidado com Shir-ley. Helena diz a Virgílio que vai le-var Benjamin para passear na ca-

sa de repouso. Helena conversacom Neidinha sobre o passado eAlice escuta o fim do papo.Quinta-feira - Branca diz pra Gise-le que pensou em enviar uma co-roa de flores para Ricardo em seucasamento com Chica. Chica dároupas novas para Ricardo e elenão gosta muito. Clara procuraMarina para uma conversa. Laer-te fala com Verônica, pelo compu-

tador, sobre o encontro com Virgí-lio. Barbara vê na internet a fotode Laerte com Shirley e mostra pa-ra Leto e Luiza. Cadú se consultacom Silvia e ela pede que ele façaoutros exames. Clara dá força aomarido. Luiza e Alice conversamsobre o segredo de Neidinha. He-lena pergunta a Virgílio se ele es-teve com Laerte, em Goiânia.Verônica mostra a Laerte a foto

dele com Shirley e pergunta seele se divertiu em Goiânia.Sexta-feira - Verônica e Laerteconversam sobre a foto dele comShirley. Helena conversa com Vir-gílio sobre o encontro dele comLaerte e Luiza ouve o papo atrásda porta. Luiza tenta ajudar Felipepara que ele não beba mais. Chi-ca encontra um bilhete de mulherno bolso de Ricardo e pede expli-cações a ele. Marina está triste,mas força alegria e Vanessa apro-veita o momento ao lado dela. Cla-ra é avisada de que Marina caiuda escada. Clara deixa Cadú dor-mindo e vai visitar Marina no meioda noite.Sábado - Leto conversa com Laer-te sobre Verônica e Shirley. Rafae-la acorda Shirley e ela se diverteao saber que a foto foi parar na in-ternet. Barbara e Leto dão uma du-ra em Shirley. Luiza busca Cadúpara levá-lo ao galpão e ele se ani-ma. Clara conversa com Helenasobre Cadú e Marina. Selma cui-da da horta e diz a Ana que senti-rá saudades da casa. Luiza e Laer-te se encontram no galpão. Laer-te estranha a presença de Cadú equestiona Verônica sobre sua de-cisão em fechar negócio com ele.

Resumo das novelas

CHIQUITITAS - 20H30

EM FAMÍLIA - 21H00

GLOBO

STB

DIÁRIO DA REGIÃO São José do Rio Preto, 16 de março de 2014 / 23 - TV

Page 24: Revista bem estar-20140316

Turismo

PARADAPARADAOBRIGATÓRIAOBRIGATÓRIA

Cidade do Panamá deixa de ser só uma

escala para virar um dos destinos mais

vibrantes das Américas

Agência O Globo

Como nos primórdios de sua história moderna, da época das

grandes navegações, o Panamá entrou para o mapa-múndi dos brasi-

leiros nos últimos anos como um ponto de passagem ou conexão pa-

ra chegar a outros destinos do continente americano.

Não à toa, seu movimentado e recentemente expandido aeropor-

to Tucumén se orgulha em utilizar o slogan “hub das Américas”.

Com a política tax-free do país para as compras, sua capital co-

meçou a atrair brasileiros interessados também em, além de utilizá-

la como local de troca de aeronaves em viagens aos Estados Unidos

ou ao Caribe, abastecer as malas de vinhos, roupas e outros itens de

marcas internacionais antes de voltar para o Brasil.

TURISMO - 24 / São José do Rio Preto, 16 de março de 2014 DIÁRIO DA REGIÃO

Page 25: Revista bem estar-20140316

Praça central do

revitalizado Casco

Antiguo preserva até

um coreto típico, à

esquerda

Agência

OG

lobo

DIÁRIO DA REGIÃO São José do Rio Preto, 16 de março de 2014 / 25 - TURISMO

Page 26: Revista bem estar-20140316

A capital guarda as ruínas do Panamá

Viejo, onde surgiu a cidade com os

primeiros assentamentos de

colonizadores espanhóis

Agência O Globo

Em 2014, o Canal do Pana-

má cumpre 100 anos de opera-

ções e, não bastasse o centená-

rio (e o calendário de eventos

que o governo panamenho pro-

gramou até agosto para cele-

brar a data), o país foi incluído

também nas listas de “lugares

para visitar em 2014” pela

mídia internacional, como a

CNN.

Com boa estrutura para re-

ceber passageiros em trânsito,

a Cidade do Panamá agora mos-

tra aos brasileiros que é mais

que um simples ponto de cone-

xão da malha aérea do conti-

nente americano.

A parte moderna, cosmopo-

lita, com largas avenidas, gran-

des shopping centers e arra-

nha-céus de arquitetura arroja-

da parece estar em constante

construção.

Mas, ao mesmo tempo que

é uma metrópole tão dinâmica

e contemporânea, a capital

guarda também nas ruínas do

Panamá Viejo (onde surgiu a ci-

dade com os primeiros assenta-

mentos de colonizadores espa-

nhóis) e em seu adorável Casco

Antiguo (o centro histórico da

cidade) a típica cara tropical da

arquitetura colonial latina.

O centro histórico foi revita-

lizado, a cidade ganhou novos

shoppings e hotéis, o aeroporto

foi ampliado e diversas melho-

rias na infraestrutura - em

ruas, avenidas, estradas e no

próprio canal - foram ou estão

sendo feitas. Não é casualidade

que a Cidade do Panamá tenha

cativado a atenção de viajantes

nos últimos anos.

Dentre os arranha-céus (al-

guns com impressionante ar-

quitetura futurista) da parte no-

va da cidade (sobretudo no cha-

mado Business District), mais

de uma dezena de hotéis de-

vem abrir suas portas na capi-

tal panamenha neste 2014.

Panamá

Os cem anos do Canal

Suvenir: o mapa panamenho está em camisetas e lembrancinhas

Contraste: as ruínas no

centro antigo

A fechada

do luxuoso

Waldorf-

Astoria,

inaugurado

ano passado

TURISMO - 26 / São José do Rio Preto, 16 de março de 2014 DIÁRIO DA REGIÃO

Page 27: Revista bem estar-20140316

O centro antigo da Cidade do Panamá,

chamado localmente de Casco Antiguo

(não confundir com as ruínas do Panama

Viejo, o local onde primeiro se estabelece-

ram os colonizadores espanhóis no século

15), ganhou em 2008 os holofotes interna-

cionais ao aparecer como cenário das aven-

turas de 007 no filme ‘Quantum of Solace’.

Na realidade, caprichos de

Hollywood, o centro da cidade fez o papel

de... La Paz, na Bolívia.

Mas não se pode negar que, com Da-

niel Craig e o restante da equipe do filme

desfilando por lá durante alguns meses,

suas casinhas coloniais e praças atraíram

também viajantes internacionais.

Em 1997, a região foi declarada patri-

mônio mundial pela Unesco. Ali ficam

bons museus (como o interessante Museu

do Canal Interoceânico), a Catedral Metro-

politana e outros pontos históricos intrín-

secos à história do desenvolvimento da ca-

pital panamenha de outrora.

E, localizada na porção sudoeste da cida-

de, com visão para a entrada do canal, a área

temtambém umadas mais interessantes vis-

tas da parte moderna da Cidade do Panamá.

Nos últimos tempos, com tanta evidên-

cia, apareceram por ali bons restaurantes,

como o Puerta de Tierra, comandado pelo

jovem chef Frank Escalona, imperdível, e

uma vida noturna invejável, como a cerve-

jaria artesanal La Rana Dorada, o Di Vino

Enoteca e o Habana Panama.

Há policiamento decente e se instala-

ram por ali também hotéis-boutique.

Foi a Canal House, de apenas três quar-

tos (em um dos quais Daniel Craig se hos-

pedou enquanto estava na cidade) numa

mansão colonial restaurada (de 1893 e de

propriedade de Federico Boyd, pai dos

idealizadores), que lançou a onda.

Começando com jeito de bed & break-

fast refinado, trouxe à cidade o conceito de

hotel-boutique, com atendimento persona-

lizado para quem se hospeda ali. E ganhou

os holofotes, incluindo elogios do jornal

The New York Times.

Seus proprietários depois vieram com

o adorável Las Clementinas, de seis suítes

e um ótimo café-bar (o brunch de domin-

go é ótima pedida na região).

E outras propriedades não param de sur-

giremcasarõesrevitalizados, comoomoder-

noso Tántalo Hotel - que, por sinal, tem pro-

vavelmente o melhor rooftop bar da cidade.

O Biomuseu,

novo projeto de

Frank Gehry

Fotos: Agência O Globo

Casco Antiguo - cenário de filme

DIÁRIO DA REGIÃO São José do Rio Preto, 16 de março de 2014 / 27 - TURISMO

Page 28: Revista bem estar-20140316

O canal tem 81 km

de extensão no

istmo do Panamá,

ligando os oceanos

Atlântico e Pacífico

Agência O Globo

Poucos países (e cidades) po-

dem ser tão bem definidos por

uma única obra. Mas o Panamá

e sua capital são.

Dividindo norte e sul do

continente americano e os ocea-

nos Atlântico e Pacífico, a obra

completa um século em opera-

ção este ano, iniciada oficial-

mente no dia 15 de agosto de

1914.

Há 14 anos (desde 31 de

dezembro de 1999), o canal é

administrado nacionalmen-

te, graças ao Tratado Torri-

jos-Carter, e levou mais de

US$ 8,5 bilhões ao Tesouro

Nacional desde então.

São 81 km de extensão no

istmo do Panamá, ligando os

oceanos Atlântico e Pacífico. Co-

meçou a ser construído em 1880,

mas só foi concluído em 1914,

sendo considerado fundamental

para o comércio internacional -

Estados Unidos e China são os

países que mais o utilizam.

Até hoje, os navios são dirigi-

dos ao interior das eclusas por pe-

quenos aparelhos de funciona-

mento ferroviário. Atualmente,

s ã o 1 4 m i l t r â n s i t o s

interoceânicos por ano e desde

2007 o canal está em processo de

ampliação e melhorias de sua es-

trutura para dar início a um ter-

ceiro conjunto de eclusas.

Em Miraflores, o Centro de

Visitantes, bem de frente para

as eclusas, é um passeio pratica-

mente obrigatório para os turis-

tas. Uma ótima pedida para se

conhecer a história da obra no

museu, experimentando a sen-

sação de atravessar o canal en-

tre um oceano e outro no simu-

lador e apreciando o intenso

trânsito diário de embarcações

por ali a partir do mirante pano-

râmico.

O Centro de Visitantes fun-

ciona todos os dias, inclusive fe-

riados, das 9h às 17h (US$ 15 o

ingresso inteiro para adultos es-

trangeiros; crianças e idosos

têm descontos). Restaurante e

cafeteria no local.

Na outra extremidade do

Canal do Panamá, em Colón, é

possível observar a construção

das novas eclusas no Atlântico,

parte das obras de ampliação.

Ali o mirante fica em meio

a um bosque tropical a 50 me-

tros sobre o canal, com funcio-

namento diário das 8 às 16h.

O maior complexo de eclu-

sas fica em Gatún (abre todos

os dias das 8 às 16h), que tam-

bém conta com um centro de vi-

sitantes de onde é possível apre-

ciar a travessia de embarcações

de todo o tipo através do canal,

de navios de cruzeiros e car-

gueiros até curiosos veleiros de

aventureiros.

Panamá

UM SÉCULO DETRAVESSIASINTEROCEÂNICAS

Um navio de cruzeiros

se aproxima das obras

de expansão do canal,

em Colón

TURISMO - 28 / São José do Rio Preto, 16 de março de 2014 DIÁRIO DA REGIÃO

Page 29: Revista bem estar-20140316

Ligando diferentes porções do

continente americano e oceanos

Atlântico e Pacífico há tanto tem-

po, é óbvio o fato de que pelas ruas

da Cidade do Panamá se escute tan-

to português, inglês e alemão mistu-

rados à língua espanhola. A própria

moeda local é o dólar americano -

ali comumente chamado de Balboa.

Há expatriados dos quatro can-

tos do mundo vivendo na capital,

inclusive uma gigante comunidade

brasileira, sobretudo envolvida nas

obras de engenharia que revolucio-

nam o país.

Por isso não é de se estranhar

que a Cidade do Panamá esteja se

tornando também uma nova refe-

rência gastronômica da América

Latina.

Das barracas que vendem deli-

ciosos (e baratíssimos, desde US$

3) ceviches no mercado de peixes

próximo à entrada do Casco Viejo

aos pratos caprichados de Daniel

Manrique no Segundo Muelle ou

do top Gastón Acurio (eleito o me-

lhor chef da América Latina) no La

Mar, a Cidade do Panamá pode

agradar aos mais exigentes palada-

res.

Até padaria grega tem: a ótima e

descoladinha Athanasiou é pretex-

to perfeito para uma pausa e um ca-

fé caprichado.

A vida noturna acontece em di-

ferentes pontos da cidade, do Casco

Antiguo à tradicional Calle Uru-

guay, área boemia da capital que en-

fileira bares, restaurantes e casas no-

turnas. Mas turistas também se es-

baldam nos muitos cassinos, já que

são liberados por ali - e o Business

District está cheio deles.

Os ônibus CitySightSeeing Bus

têm roteiro interessante pela cida-

de, da área nova à antiga, com para-

da providencial no canal.

Uma boa opção é contratar um

motorista para levar aos locais mais

distantes da cidade, do Centro His-

tórico ao Canal do Panamá.

Há passeios que, bem organiza-

dos, cabem todos num mesmo dia:

o mirante da Puente de las Ameri-

cas (que conecta as porções sul e

central do continente americano);

passeio pela Calzada Armador

(uma via de quase dois quilômetros

que liga o continente a três ilhas vi-

zinhas); e conhecer o Casco Anti-

guo, as ruínas de Panama Viejo e a

própria eclusa de Miraflores (o pon-

to de observação do Canal do Pana-

má predileto).

Projetado pelo arquiteto Frank

Ghery - o mesmo do Museu Gugge-

nheim de Bilbao -, o novíssimo Mu-

seu da Biodiversidade fica na Calza-

da Armador e conta a história da

origem do istmo do Panamá e seu

impacto na biodiversidade do pla-

neta em oito galerias concebidas pe-

lo designer canadense Bruce Mau.

A inauguração está prevista para os

próximos dias.

Quem tem mais tempo pode

usar a Calzada Amador como ponto

de partida para a escapada preferi-

da dos panamenhos quando que-

rem praia: pegar uma lancha rápida

para a paradisíaca ilhota de Tabo-

ga, também chamada de Isla de las

Flores.

A Cidade do Panamá ainda guar-

da boas surpresas. O belo Parque

Recreativo Omar é um espaço ecoló-

gico de 56 hectares restaurado bem

no centro da cidade, uma espécie

de Central Park panamenho, guar-

dadas as proporções urbanísticas, e

tomado por palmeiras. Você pas-

seia entre um belo jardim de escul-

turas, quadras de esporte, a Biblio-

teca Nacional e até uma piscina ro-

deada de flores.

Outras áreas verdes famosas (e

gostosas) da cidade são os parques

Darién e La Amistad, de natureza

exuberante e impressionante rique-

za em espécies de aves.

Na Cidade do Panamá faz calor,

e muito calor, o ano todo. Um calor

úmido e desconcertante quando o

sol está forte do lado de fora, tanto

que o uso do ar-condicionado é

mandatório em toda casa, hotel, res-

taurante, loja ou shopping center.

De dezembro a abril chove bem

pouco e em pancadas isoladas; de

maio a agosto costuma chover forte

e com frequência.

O transporte público decep-

ciona e os táxis exigem algum cui-

dado: os carros encontrados na

rua costumam funcionar de mo-

do coletivo e param para pegar

outros passageiros no meio da via-

gem, alterando suas rotas - é sem-

pre mais seguro e conveniente pe-

dir um rádio táxi para seu hotel,

restaurante ou loja.

Com tanto crescimento em tão

pouco tempo, o trânsito está cada

vez pior. Com obras espalhadas por

todo canto, um simples quilômetro

numa avenida movimentada pode

significar 20 ou 30 minutos de con-

gestionamento, dependendo do dia

e do horário.

É uma boa ideia deixar a volta

para o aeroporto cair num sábado

ou domingo para evitar o trânsito

excessivo que acontece na rota du-

rante os dias da semana. (AG)A Calzada Armador, de quase 2 kms, é ponto de partida para passeio de barco até Taboga

Oceano Pacífico: do mirante em Miraflores se observa o fluxo intenso de embarcações

Fotos: Agência O Globo

Boa mesa e noitadas

DIÁRIO DA REGIÃO São José do Rio Preto, 16 de março de 2014 / 29 - TURISMO

Page 30: Revista bem estar-20140316

O badalado distrito de Buenaventura, a duas horas de carro da capital, é um dos destinos mais

procurados pelos turistas e moradores locais para fins de semana e feriados

Panamá

UMA ESCAPADAPARA CURTIR A PRAIA

Agência O Globo

Mesmo ligando dois oceanos com seu pródigo ca-

nal, a Cidade do Panamá não tem praia propriamen-

te dita. Quando querem dias de areia, mar e sossego,

os panamenhos costumam escapar para destinos lito-

râneos próximos, como o badalado distrito de Buena-

ventura, a duas horas de carro da capital e é um dos

destinos mais procurados pelos moradores locais pa-

ra escapadas de fins de semana e feriados.

Há uma boa infraestrutura para temporadas

(com restaurantes, shoppings e mercados) e ali fun-

ciona uma espécie de loteamento litorâneo, reunin-

do condomínios de luxo, casas de veraneio, aparta-

mentos econômicos para temporada e também uma

boa oferta de hotéis.

No ano passado, o grupo Marriott inaugurou

o JW Marriott Hotel Buenaventura, de inspira-

ção mexicana, com bons restaurantes (inclusive

sushi bar), spa e campo de golfe de 18 buracos,

que costuma receber importantes campeonatos

do esporte no país. Turistas e moradores da Cida-

de do Panamá se reúnem frequentemente ali para

jogar nos fins de semana.

Agê

ncia

OG

lobo

TURISMO - 30 / São José do Rio Preto, 16 de março de 2014 DIÁRIO DA REGIÃO

Page 31: Revista bem estar-20140316

COMO CHEGAR

A Copa Airlines tem voos diretos e diários para a Cidade doPanamá, desde R$ 2.056. Preços, com taxas, pesquisados para aprimeira quinzena de abril

ONDE FICAR

Waldorf-Astoria: Diárias desde US$ 129. Calle 47 Este. Tel.(507) 294-8000. waldorfastoriapanama.com

Trump: Diárias desde US$ 189. Calle Punta Colón.

Tel (507) 215-8800. trumphotelcollection.com

Sheraton: Diárias a desde US$ 160. San Francisco.

Tel. (507) 305-5100. sheratonpanama.com.pa

Canal House: Diárias desde US$ 270. Calle 5ª Este.Tel. (507) 228-1907. canalhousepanama.com

Tántalo Hotel: Diárias desde US$ 153. Calle 8 Este comAvenida B, Casco Viejo. Tel. (507) 262-4030. tantalohotel.com

Las Clementinas: Diárias desde US$ 280. Calle 11 comAvenida B, Casco Antiguo. Tel. (507) 228-7613.lasclementinas.com

Hard Rock: Diárias desde US$ 185. Avenida Balboa,Multicentro. Tel. (507) 294-4000.

JW Marriott: Diárias desde US$ 299. 340 Calle 3ra. Tel.(507) 908-3333. marriott.com

Onde comer

Segundo Muelle: Calle Crisantemos 16. Tel. (507) 391-9234.segundomuelle.com

La Mar: Av Central España. Tel. (507) 209-3323.lamarcebicheria.com

Athanasiou: Plaza Ledakon Local 1, Vía Porras.Tel. (507) 203-1010. athanasioupastry.net

La Rana Dorada: Local 1, Vía Argentina 20.Tel. (507) 269-2989. laranadorada.com

Di Vino Enoteca: 7 de Septiembre. Tel. (507) 256-5851. Calle4 & Avenido A. Tel. (507) 202-6867. enotecadivino.com

PASSEIO

Ônibus turísticos: Os ônibus de dois andares da CitySightSeeing (citysightseeingpty.com) têm dois roteiros pela cidade.Os tíquetes com validade de 24h custam US$ 29 por adulto.

Canal do Panamá: O ingresso para o Centro de Visitantes deMiraflores custa US$ 15, enquanto no de Gatún sai por US$ 3.visitcanaldepanama.com

Biomuseu: O museu ainda não anunciou o preço do ingresso.biomuseopanama.org

Táxi: o brasileiro Riolando Fajardo se especializou em recebercompatriotas com carro confortável e gentilezas como água epetiscos. Faz roteiros ao gosto do freguês, desdeUS$ 100 o dia inteiro. Tel. (507) 657-84858 [email protected]

Programe Panamá

A agitação da Cidade do Pa-

namá pode até levar o visitante

a se esquecer que está em uma

metrópole cercada por uma flo-

resta tropical, cheia de refúgios

onde a paz impera.

Uma hora distante da capi-

tal e a mil metros acima do ní-

vel do mar, Cerro Azul é um

exemplo. Casas de campo e cli-

ma ameno marcam a região,

que é porta de entrada ao Par-

que Nacional Chagres, onde se

pode praticar atividades radi-

cais como rafting, ou simples-

mente observar a natureza.

Outro destino muito popular

entre os turistas que querem vi-

venciar a floresta é Gamboa, uma

localidade às margens do rio Cha-

gres, no caminho entre a capital e

a cidade portuária de Colón.

O complexo tem hotéis buti-

que no meio da mata que atraem

por sua proximidade com a natu-

reza, que pode ser observada em

um passeio de teleférico na altura

da copa das árvores.

Há outras excursões que par-

tem de lá, como o passeio de ca-

noa pelo Lago Gatún e um cruzei-

ro pelo Canal do Panamá.

Um resort de rede

internacional, inaugurado

no ano passado

Tranquilidade reina na floresta

DIÁRIO DA REGIÃO São José do Rio Preto, 16 de março de 2014 / 31 - TURISMO

Page 32: Revista bem estar-20140316

Paulo Coelho

Fragmentosde um diárioinexistente

Escritor

A lembrança é

como o sal: a

quantidade certa

dá tempero à

comida, mas o

exagero estraga o

alimento

Madrid, Espanha

Chego em Madrid às 8 da manhã.

Vou ficar apenas algumas horas, não

adianta telefonar para amigos, marcar

algum encontro. Resolvo caminhar so-

zinho por lugares que gosto, e termino

fumando um cigarro num banco do

parque Retiro.

- Você parece que não está aqui -

diz um velho, sentando-se ao meu

lado.

- Estou aqui – respondo. – Só que

há doze anos, em 1986. Sentado neste

mesmo banco com um amigo pintor,

Anastasio Ranchal. Nós dois estamos

olhando minha mulher, Christina,

que bebeu além da conta, e está fingin-

do que dança flamengo.

- Aproveite - diz o velho. – Mas não

esqueça que a lembrança é como o sal:

a quantidade certa dá tempero à comi-

da, mas o exagero estraga o alimento.

Quem vive muito no passado, acaba

sem presente para recordar.

Voo de Belgrado para Barcelona

No jornal, um texto que recorto e

coloco na maleta de mão. O autor é W.

Timothy Gallway:

“Quando plantamos uma roseira,

notamos que ela fica dormindo muito

tempo no seio da terra, mas ninguém

ousa criticá-la, dizendo:” “você não

tem raízes profundas” ou “falta entu-

siasmo na sua relação com o campo”.

“Ao contrário, nós a tratamos com pa-

ciência, água, e adubo.”

“Quando a semente se transforma

em muda, não passa pela cabeça de nin-

guém condená-la como frágil, imatu-

ra, incapaz de nos brindar imediata-

mente com as rosas que estamos espe-

rando. Ao contrário: nos maravilha-

mos com o processo do nascimento

das folhas, seguido dos botões, e, no

dia em que as flores aparecem, nosso

coração se enche de alegria.”

“Entretanto, a rosa é a rosa desde o

momento em que colocamos a semen-

te na terra, até o instante em que, passa-

do seu período de esplendor, termina

murchando e morrendo. A cada está-

gio que atravessa – semente, broto, bo-

tão, flor – expressa o melhor de si.”

“Também nós, em nosso cresci-

mento e constante mutação, passamos

por vários estágios: vamos aprender a

reconhecê-los, antes de criticar a lenti-

dão de nossas mudanças.”

Brissac, França

Durante minha estada no castelo

alugado por uma revista brasileira, um

jornalista da região vem me entrevis-

tar. No meio da conversa, assistida por

outras pessoas, ele quer saber:

- Qual foi a melhor pergunta que

um repórter já lhe fez?

Melhor pergunta? Acho que já me

fizeram TODAS as perguntas, menos

a que ele acaba de fazer. Peço tempo pa-

ra pensar, estudo as muitas coisas que

queria dizer e nunca quiseram saber.

Mas no final, confesso:

- Acho que foi exatamente esta. Já

tive perguntas que me recusei a comen-

tar, outras que me permitiram falar so-

bre temas interessantes, mas esta é a

única que não tenho como responder

com sinceridade.

O jornalista anota. E diz:

- Vou lhe contar uma interessante

história. Certa vez, fui entrevistar Jean

Cocteau. Sua casa era um verdadeiro

amontoado de bibelôs, quadros, dese-

nhos de artistas famosos, livros, Coc-

teau guardava tudo, e tinha um profun-

do amor por cada uma daquelas coisas.

Foi então que, no meio da entrevista,

eu resolvi perguntar: “se esta casa co-

meçasse a pegar fogo agora, e você só

pudesse levar uma coisa consigo, o que

escolheria?”

- E o que Cocteau respondeu? – per-

gunta Álvaro Teixeira, responsável pe-

lo castelo onde estamos, e grande estu-

dioso da vida do artista francês.

- Cocteau respondeu: “Eu levaria o

fogo”.

E ali ficamos todos, em silêncio,

aplaudindo no íntimo do coração a res-

posta tão brilhante. �

32 / São José do Rio Preto, 16 de março de 2014 DIÁRIO DA REGIÃO