batata hidroponica

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    CARLA DE BEM DOS SANTOS SOUZA

    PRODUO DE MINITUBRCULOS DE BATATA-

    SEMENTE BSICA EM VASO E HIDROPONIA, EMFUNO DE DOSES DE NITROGNIO

    Dissertao apresentada Universidade Federal deViosa, como parte dasexigncias do Programa dePs-Graduao em Fitotecnia,para obteno do ttulo de

    Magister Scientiae.

    VIOSAMINAS GERAIS BRASIL

    2009

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    CARLA DE BEM DOS SANTOS SOUZA

    PRODUO DE MINITUBRCULOS DE BATATA-SEMENTE BSICA EM VASO E HIDROPONIA, EM

    FUNO DE DOSES DE NITROGNIO

    Dissertao apresentada Universidade Federal deViosa, como parte dasexigncias do Programa dePs-Graduao em Fitotecnia,para obteno do ttulo de

    Magister Scientiae.

    APROVADA: 29 de maio de 2009.

    _____________________________Prof. Mrio Puiatti

    (Coorientador)

    _____________________________Prof. Hermnia E. P. Martinez

    (Coorientadora)

    _____________________________Prof. Srgio Yoshimitsu Motoike

    _____________________________Dr.

    aMarialva Alvarenga Moreira

    _____________________________Prof. Paulo Cezar Rezende Fontes

    (Orientador)

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    minha me e paiMaria Clara de Bem dos Santos e Carlos dosSantos, por suas lutas para a nossa educao, pelaconfiana depositada em mim sempre, pelo apoio ecarinho, por nossa histria de vida.....

    OFEREO....

    Ao meu esposoAntnio Fernando de Souza (amor da minhavida), pelo incentivo e pacincia, por no medeixar desanimar nunca, pelo amor e carinho emtodos os momentos alegre de minha vida, poisvoc o presente de Deus para mim...DEDICO...

    Agradeo a Deus,...que o meu pastor e junto ELE nada me faltar.

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    AGRADECIMENTOS

    A Deus, pela vida, paz e sade.Ao professor Paulo Cezar Rezende Fontes, pelos ensinamentos, pela pacincia e

    compreenso.

    Aos professores Hermnea Martinez, Mrio Puiatti, Paulo Roberto Cecon e ao

    pesquisador Roberto Fontes Arajo, pelos conselhos e ensinamentos.

    Ao professor Srgio Yoshimitsu Motoike pela disponibilidade e pelas valiosas

    sugestes.

    Marialva Alvarenga Moreira pela disponibilidade, sugestes, ensinamentos e apoioa toda hora.

    Claudete, Beatriz (minha menininha) e seus familiares a quem devo minha

    gratido, pela amizade e pelo carinho.

    Ao meu marido Antnio Fernando (Toninho) pelo incentivo, amor, companheirismo

    e pacincia.

    minha famlia (Maria Clara, Carlos e Juliana) pelo carinho, amor, confiana e

    gratido. Universidade Federal de Viosa, em especial, ao Departamento de Fitotecnia, pela

    oportunidade concedida.

    Fundao de Amparo Pesquisa do Estado de Minas Gerais (FAPEMIG), pelo

    apoio financeiro.

    Ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Cientfico e Tecnolgico (CNPq), pela

    concesso da bolsa de estudo.

    Aos funcionrios do Departamento de Fitotecnia, em especial ao Assis, Wilson e

    Jos Maria, pela grande fora e auxlio na conduo dos experimentos.

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    Domingos e Itamar, pela amizade, pela ateno e pelo auxlio indispensvel no

    laboratrio.

    A todos os meus amigos que me acompanharam nesta jornada e me deram foras:

    Ana Maria, Andra, Eber, Expedito, Gisele, Junia, Marialva, Maristela, Mnica,

    Paula, Ritinha, Yonara, alm de outros, pela amizade e companheirismo, pelo

    carinho, pelos momentos de alegria e descontrao, pela ajuda e pela imensa

    satisfao de t-los conhecido.

    A todos aqueles que sempre me apoiaram.

    OBRIGADA

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    BIOGRAFIA

    CARLA DE BEM DOS SANTOS SOUZA, filha de Carlos dos Santos eMaria Clara de Bem dos Santos, nasceu em 08 de junho de 1976, em Macap AP.

    No ano de 1997 iniciou o curso de agronomia Universidade Federal de

    Viosa (UFV), em Viosa, MG, concluindo em maro de 2003.

    Em maro de 2007, iniciou o curso de mestrado em Fitotecnia, na

    Universidade Federal de Viosa, na rea de Nutrio Mineral e Adubao de Plantas

    defendendo a dissertao em maio de 2009.

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    SUMRIO

    PginaRESUMO ixABSTRACT xi1. INTRODUO GERAL............................................................................ 12. REVISO DE LITERATURA................................................................... 3

    2.1. A espcie............................................................................................... 32.2. Produo de semente de batata no Brasil.............................................. 42.3. Crescimento e desenvolvimento da batateira........................................ 62.4. Produo de batata-semente em vaso com substrato............................ 7

    2.5. Produo de batata-semente em sistema hidropnico........................... 82.6. Nitrognio............................................................................................. 102.7. Dose de N em hidroponia...................................................................... 12

    CAPTULO 1Produo de minitubrculos de batata-semente em substrato e ndices denitrognio na planta em funo de doses de nitrognio...................................

    13

    1. INTRODUO.......................................................................................... 132. MATERIAL E MTODOS........................................................................ 16

    2.1. Localizao da rea experimental......................................................... 162.2. Material de propagao......................................................................... 162.3. Tratamentos, instalao e conduo do experimento............................ 162.4. Avaliaes............................................................................................. 17

    2.4.1. Determinaes na quarta folha a partir do pice (QF) e na folhavelha (FV) e caracterizao do crescimento da planta ao longo dociclo.................................................................................................................

    17

    a) ndice SPAD............................................................................... 17b) Comprimento, largura e nmero de fololos............................... 17c) Altura e nmero de folhas da planta........................................... 18

    2.4.2. Determinaes aos 60 dias aps o plantio (DAP)......................... 18a) ndice SPAD na QF e FV............................................................ 18

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    vii

    b) rea foliar, comprimento, largura, nmero de fololos, massada matria fresca e seca da QF e FV...............................................................

    18

    c) Teor e contedo de nitrognio na QF e FV................................. 18d) Na planta: rea foliar da planta, altura, nmero de folhas e

    tubrculos, e massa de matrias frescas e secas de folhas, hastes, razes e

    tubrculos........................................................................................................

    19

    e) Teor e contedo de nitrato e nitrognio orgnico em rgo daplanta.............................................................................................................

    20

    2.4.3. Avaliaes na colheita.................................................................. 20a) Nmero de tubrculos, massa de matria fresca e seca de

    tubrculos, folhas, razes e hastes...................................................................20

    b) Teor e contedo de nitrato e nitrognio orgnico em folhas,razes hastes e tubrculos................................................................................

    20

    2.5. Anlise estatstica................................................................................... 202.6. Estabelecimento do valor crtico de cada varivel ou critrio de

    avaliao do estado de nitrognio...................................................................21

    3. RESULTADOS........................................................................................... 223.1. Avaliaes na quarta folha e folha velha ao longo do ciclo................... 22

    a) ndice SPAD........................................................................................ 22b) Comprimento, largura e nmero de fololos ao longo do ciclo........... 25c) Altura da planta e nmero de folhas ao longo do ciclo........................ 28

    3.2. Determinaes aos 60 DAP................................................................... 30a) ndice SPAD 60 DAP....................................................................... 30b) rea, comprimento, largura, nmero de fololos, massas da matria

    fresca e seca da QF e FV 60 DAP................................................................30

    c) Teor e contedo de nitrognio na matria seca da QF e FV 60DAP.................................................................................................................

    32

    d) Planta: rea foliar, altura da planta (AP), nmero de folhas (NF),nmero de tubrculos (NT) e massa das matrias frescas (MF) e secas (MS)de haste (H), folhas (F) e tubrculos (T) e massa da matria seca da raiz (R)aos 60 DAP.....................................................................................................

    33

    e) Teor e contedo de nitrognio orgnico e de nitrato na matria secadas folhas, hastes, razes e tubrculos, aos 60 DAP.......................................

    35

    3.3. Avaliaes na colheita, final do ciclo..................................................... 37a) Nmero de tubrculos, massas das matrias fresca de tubrculos e

    seca de folhas, hastes, razes e tubrculos....................................................37

    b) Teor e contedo de nitrognio orgnico e nitrato na matria seca das

    folhas, hastes, razes e tubrculos na colheita final.........................................

    38

    4. DISCUSSO.............................................................................................. 415. CONCLUSES........................................................................................... 45

    CAPTULO 2Produo de minitubrculos de batata-semente em sistema hidropnico em

    plataformas de telhas de fibrocimento............................................................ 46

    1. INTRODUO.......................................................................................... 462. MATERIAL E MTODOS........................................................................ 49

    2.1. Localizao da rea experimental......................................................... 492.2. Material de propagao......................................................................... 49

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    2.3. Tratamentos, instalao e conduo do experimento............................ 492.4. Avaliaes............................................................................................. 51

    2.4.1. Determinaes no destrutivas na quarta folha (QF) e folhavelha (FV) e caracterizao do crescimento da planta ao longo do ciclo........

    51

    a) ndice SPAD............................................................................... 51

    b) Comprimento, largura e nmero de fololos da QF e FV........... 52c) Altura da planta e nmero de folhas........................................... 522.4.2. Avaliaes na colheita.................................................................. 52

    a) Massa da matria fresca e seca da quarta folha e folha velha..... 52b) Teor e contedo de nitrognio na quarta folha e folha

    velha.................................................................................................................52

    c) Nmero de tubrculos, rea foliar, massa da matria fresca eseca da folha, haste, razes e tubrculos; classificao dos tubrculos...........

    52

    d) Teor e contedo de nitrognio na folha, raiz, haste etubrculos.........................................................................................................

    53

    2.5. Anlise estatstica................................................................................... 53

    2.6. Estabelecimento do valor crtico de cada varivel ou critrio deavaliao do estado de nitrognio....................................................................

    53

    3. RESULTADOS........................................................................................... 543.1. Avaliaes na quarta folha e folha velha ao longo do ciclo................... 54

    a) ndice SPAD......................................................................................... 54b) Comprimento, largura e nmero de fololos da QF e FV..................... 57c) Altura da planta e nmero de folhas ao longo do ciclo........................ 61

    3.2. Avaliaes na colheita aos 79 DAT....................................................... 63a) Massa da matria fresca e seca da quarta folha e folha velha..... 63b) Teor e contedo de nitrognio na quarta folha e folha velha............... 64c) Nmero de tubrculos, rea foliar, massas das matrias fresca e seca

    da folhas, hastes, razes, tubrculos e classificao dos tubrculos...............66

    d) Teor e contedo de nitrognio orgnico e nitrato na matria seca dasfolhas, razes, hastes e tubrculos....................................................................

    67

    4. DISCUSSO............................................................................................... 705. CONCLUSES........................................................................................... 74REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS............................................................ 75

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    RESUMO

    SOUZA, Carla de Bem dos Santos, M.Sc., Universidade Federal de Viosa, maio de2009. Produo de minitubrculos de batata-semente bsica em vaso ehidroponia, em funo de doses de nitrognio. Orientador: Paulo CezarRezende Fontes. Coorientadores: Hermnia Emlia Pietro Martinez, Mrio Puiatti,Paulo Roberto Cecon e Roberto Fontes Arajo.

    Novas tcnicas de propagao vm sendo propostas para produo de

    tubrculo-semente bsica de batata (Solanum tuberosum L.) dentre as quais a

    propagao por broto, hidroponia e plantio em vasos contendo substrato. Estas novastcnicas representam avano importante no processo produtivo da batata. So raros

    os estudos relacionando doses de nitrognio em soluo e no substrato sobre a

    produo de batata-semente utilizando-se broto como material de propagao. O

    objetivo da dissertao foi determinar a dose tima de nitrognio para a produo de

    minitubrculos de batata-semente bsica em dois sistemas de produo utilizando

    broto do cultivar Asterix como material de propagao. Os dois sistemas foram

    plantio em vaso com substrato comercial Plantmax e telha de fibrocimento. Cada

    sistema foi um experimento. Os tratamentos em vaso foram 5 doses de nitrognio (0;

    45; 90; 180 e 360 mg dm-3) e no sistema hidropnico os tratamentos foram 4 doses

    de nitrognio (45; 90; 180 e 270 mg L-1). No sistema em vaso, 10% de cada dose de

    nitrognio foi aplicada em pr-plantio e o restante via gua de irrigao, diariamente

    por 30 dias. As doses de nitrognio no sistema hidropnico foram fornecidas desde o

    transplantio das mudas, e as fontes de nitrognio foram o nitrato de amnio (10%) e

    nitrato de clcio. Ambos os experimentos foram instalados em casa de vegetao.

    Em ambos os experimentos, as doses de N influenciaram positivamente os ndices

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    fisiolgicos e nitrogenados na quarta folha e na folha velha (comprimento, largura,

    rea foliar, nmero de fololos, massa fresca e seca, teor e contedo de Norg e N-NO3-

    na matria seca e ndice SPAD. Da mesma forma doses de N influenciaram

    positivamente nmero e massa de tubrculos colhidos. No sistema de vaso, o maior

    nmero (5,44 tubrculos/planta) e a mxima massa de tubrculos (243,5 g/planta)

    foram obtidos com as doses de N de 360 e 332,9 mg dm -3, respectivamente. Ainda

    em vaso, o ndice crtico SPAD encontrado para quarta folha foi 38,8, sendo a QF

    mais sensvel ao efeito da dose de N do que a folha mais velha. No sistema

    hidropnico, os valores de produtividade por planta foram de 14,1 tubrculos e de

    68,4 g com as doses de N de 188,9 e 270 mg L-1, respectivamente. O ndice SPAD

    encontrado para quarta folha foi 38,4. Nos dois sistemas, nmero e massa de

    tubrculos por planta no so otimizados pela mesma dose de nitrognio.

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    ABSTRACT

    SOUZA, Carla de Bem dos Santos, M.Sc., Universidade Federal de Viosa, May of2009. Producing minitubercules of the basic potato-seed in either pot andhydroponics as function of nitrogen doses. Adviser: Paulo Cezar RezendeFontes. Co-advisers: Hermnia Emlia Pietro Martinez, Mrio Puiatti, PauloRoberto Cecon and Roberto Fontes Arajo.

    New propagation techniques have been proposed for production of the basic

    potato-seed (Solanum tuberosum L.), such as the propagation by sprout, hydroponics

    and planting in pots containing substratum. Those new techniques represent animportant progress in the potato productive process. In the available literature, there

    are few studies relating the effect of the nitrogen doses in solution and in substratum

    upon the yield of the basic potato-seed by the using the sprout as propagation

    material. This dissertation was carried out to determine the optimum nitrogen dose

    for the yield of minitubercules of the basic potato-seed in two production systems, by

    using the sprout of the Asterix cv. as propagation material. The planting in vase with

    the commercial substratum Plantmax and fibrocement tile were those systems.

    Each system corresponded to one experiment. The treatments in pot were five

    nitrogen doses (0; 45; 90; 180 and 360 mg dm-3), whereas in the hydroponic system

    were four nitrogen doses (45; 90; 180 and 270 mg L -1). In the pot system, 10% from

    each nitrogen dose were applied daily at pre-planting and the remainder via irrigation

    water for 30 days. In the hydroponic system, the nitrogen doses were supplied since

    the transplanting of the seedlings, and the nitrogen sources were the ammonium

    nitrate (10%) and calcium nitrate. Both experiments were set up in greenhouse. In

    both experiments, the N doses positively affected both physiological and nitrogenous

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    indexes in either fourth leaf and the old one (length, width, leaf area, leaflet number,

    both fresh and dry, content and concentration of Norg and N-NO-3 respectively in the

    dry matter, and the SPAD index). The nitrogen doses also positively affected both

    number and matter of the tubercles. In the pot system, the highest number (5.44

    tubercules/plant) and the maximum matter of tubercules (243.5 g/plant) were

    obtained, when using the N doses 360 and 332.9 mg dm-3, respectively. Yet in pot,

    the critical index SPAD found for the fourth leaf was 38.8, as QF being more

    sensible to the effect of the N dose than the oldest leaf. In the hydroponic system, the

    productivity values by plant were 14.1 tubercules and 68.4g at the N doses 188.9 and

    270 mg L-1, respectively. The SPAD index found for the fourth leaf was 38.4. In both

    systems, the number and matter of the tubercules by plant were not optimized by the

    same nitrogen dose.

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    1 INTRODUO GERAL

    A batateira (Solanum tuberosum L.) um dos alimentos mais consumidos no

    mundo. No Brasil, a hortalia de maior importncia comercial, ocupando rea em

    torno de 141.000 ha, referente safra do ano de 2006, com produtividade mdia de

    22,16 t/ha (Ministrio da Agricultura, 2007). As reas produtoras esto concentradas

    nas regies Sul e Sudeste, sendo os estados de Minas Gerais, So Paulo, Paran e Rio

    Grande do Sul os maiores produtores, com 98% da produo nacional de batata.

    A propagao da batateira feita assexuadamente por tubrculos-semente

    ou batata-semente. de fundamental importncia que o tubrculo-semente seja de

    alta qualidade, pois assim garante-se a sanidade inicial da cultura. A batata-semente

    constitui o componente que mais onera o custo de produo da cultura. Grande parte

    da batata-semente bsica importada de outros pases, principalmente da Holanda. A

    batata-semente bsica que no importada produzida via cultura de tecidos que

    utiliza laboratrio especializado e no acessvel a todos os bataticultores do pas.

    Uma alternativa ao mtodo de cultura de tecido o plantio de brotos

    destacados de batata-semente bsica. Esse procedimento reduz as importaes da

    batata-semente. No Brasil, o uso de brotos na propagao da batateira vem sendo

    incentivado (Dias, 2002). Na proposio original, esse autor menciona que brotos

    destacados da batata-semente importada sejam plantados em recipientes contendo

    substrato em estufa. A proposio de Dias (2002) pode ser expandida para o uso de

    broto de tubrculo-semente bsica plantado em recipiente ou outro sistema

    hidropnico. Esses sistemas, utilizando-se plntulas ou tubrculos como material de

    propagao, vm sendo empregados h alguns anos em diversos pases como forma

    de substituir os mtodos convencionais de produo de tubrculos-semente no campo

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    (Muro et al., 1997; Ranalli, 1997; Chang et al., 2000a; Chang et al., 2000b; Ritteret

    al., 2001; Rolot et al., 2002).

    A tcnica mais usada para a multiplicao da batata-semente o plantio em

    vaso contendo substrato com adequadas aerao, infiltrao, fertilizao,

    armazenamento de gua e isento de patgenos. Recentemente foi proposto o sistema

    de hidroponia em plataforma de telha de fibrocimento (Medeiros & Cunha, 2003).

    Tanto em hidroponia em plataforma ou em vaso contendo substrato, necessrio

    adicionar nutrientes, dentre os quais o nitrognio.

    O nitrognio influencia tanto o nmero quanto o peso dos tubrculos por

    planta (Errebhi et al., 1998; Meyer & Marcum, 1998). Quantidade excessiva de

    nitrognio pode promover atraso na produo dos tubrculos, prolongamento do

    ciclo da cultura e reduo da produtividade (Teixeira & Pinto, 1991; Gil et al., 2002;

    Busato, 2007; Silva, 2007). O efeito do N tambm manifesta-se positivamente sobre

    o tamanho da parte area da planta que vai influenciar a quantidade de radiao

    interceptada e o acmulo de matria seca; e negativamente, ao proporcionar acmulo

    de matria seca em outras partes da planta, diferentes do tubrculo (Alonso, 1996).

    Estudos visando a recomendao de dose de N para o plantio de batata em

    campo so abundantes na literatura. Porm, trabalhos visando determinar os efeitos

    de doses de N em substrato ou em hidroponia para a produo de batata-semente so

    raros, principalmente utilizando-se broto como material propagativo.

    O objetivo geral do presente trabalho foi determinar a dose tima de

    nitrognio para a produo de minitubrculos de batata-semente bsica em dois

    sistemas de produo. Para se atingir o objetivo geral foram executados os

    experimentos descritos em dois captulos.

    Captulo 1: Produo de minitubrculos de batata-semente em substrato, e

    ndices de nitrognio na planta em funo de doses nitrognio. O objetivo desteexperimento foi determinar a dose tima de nitrognio para a produo de batata-

    semente em vaso e verificar o efeito da dose de nitrognio nas caractersticas

    agronmicas da batateira.

    Captulo 2: Produo de minitubrculos de batata-semente em sistema

    hidropnico em plataformas de telhas de fibrocimento. O objetivo do experimento

    foi determinar a dose tima de nitrognio para produo de batata-semente em

    hidroponia e verificar o desenvolvimento da planta no sistema.

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    2 REVISO DE LITERATURA

    2.1 - A espcie

    A batateira (Solanum tuberosum L.) pertence famlia da Solanaceae,

    originria da Cordilheira dos Andes, podendo-se encontrar exemplares silvestres no

    Peru, Bolvia, Colombia, Equador e Chile. A espcie foi disseminada pela Europa

    atravs da Espanha e ocupa o quarto lugar em quantidade de produo mundial de

    alimentos, sendo superada apenas pelo trigo, arroz e milho (Lopes & Buso, 1999).

    Poucas so as espcies que vm desempenhando papel to importante como fonte de

    alimento para as populaes, em termos de quantidade produzida e consumida. Mais

    de um milho de pessoas consomem batata no mundo, e isto se deve, em parte, aos

    seus altos teores de carboidratos, protenas, vitaminas e sais minerais (Resende et al.,

    1999).

    Botanicamente, a batateira uma solancea, cultivada como planta anual,

    com sistema radicular superficial, com as razes concentrando-se at 30 cm de

    profundidade. As folhas da batateira so compostas por trs ou mais pares de fololos

    laterais, sendo as flores hermafroditas, reunidas em inflorescncia no topo da planta.

    O nmero de hastes ou caules areos pode variar de dois a cinco por planta,

    dependendo da brotao e da idade fisiolgica do tubrculo-semente e das condies

    climticas de cultivo. na parte subterrnea das hastes que se originam os tubrculos

    que so caules modificados, adaptados para o acmulo de reservas, principalmente

    de amido.

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    2.2 - Produo de batata-semente no Brasil

    A batateira propagada por tubrculos onde esto as gemas que daro origem

    aos brotos circundados por substncias de reserva. Alternativamente, a propagao

    pode ser realizada por broto destacado do tubrculo. Tanto o tubrculo quanto o

    broto isolado precisam ter alta qualidade fitossanitria. A qualidade da batata-

    semente medida pelo ndice de degenerescncia, que o grau de perda de

    capacidade produtiva da semente quando utilizada em geraes sucessivas (Factor,

    2007). Segundo Hirano (1987), a degenerescncia pode ser fisiolgica (afetada pela

    idade da semente, condies climticas durante a tuberizao e condies de

    armazenamento) e fitopatolgica (afetada pela infeco de vrus, bactrias, fungos e

    nematides, durante o ciclo vegetativo e o armazenamento da batata-semente).

    A Europa, especificamente a Holanda, o maior fornecedor de material

    bsico de batata para multiplicao no Brasil. As importaes de batata-semente

    continuam sendo realizadas por vrios motivos, dentre eles as relaes comerciais,

    vantagens comparativas e pelas cultivares criadas nesses pases que continuam ainda

    a serem as mais plantadas no Brasil, como gata, Monalisa, Atlantic, Asterix

    entre outras.

    O Brasil gasta em torno de US$12 milhes por ano para importar batata-

    semente que vm embaladas em caixas com 400 tubrculos, em mdia. Quase

    sempre, o material importado est sujeito variao do preo e pode ser plantado

    duas vezes para no perder a qualidade (Hayashi, 2004). Uma alternativa a

    produo de batata-semente no Brasil. Isto possvel utilizando-se a tcnica de

    produo de minitubrculos em ambiente protegido com a utilizao de mudas

    produzidas em laboratrio ou de brotos destacados da batata-semente bsica

    importada ou no. A produo de batata-semente uma fase especializada na cadeia

    produtiva da cultura. A batata-semente o insumo que mais onera o custo deproduo da cultura, variando de 30 a 40% do custo total (Assis, 1999).

    Na cultura da batata, o material propagativo mais utilizado o tubrculo,

    alm da muda oriunda da cultura de tecido e de minitubrculos. Esses so produzidos

    no Brasil ou no exterior, de acordo com procedimento, normas e padres

    estabelecidos legalmente, sob fiscalizao da entidade certificadora, de forma a

    garantir a identidade gentica e a sanidade (IMA, 2003). Tambm podem ser

    includos como material propagativo a semente botnica, o broto apical da parte

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    area e o broto do tubrculo que seria a gema destacada do tubrculo aps a quebra

    de dormncia e posterior crescimento.

    No Brasil, as normas para a produo, comercializao e utilizao de

    sementes e mudas de batata (Solanum tuberosum L.) esto estabelecidas pela Portaria

    no 111, de 20/04/2006, publicado no DOU, Seo 1, de 27/04/2006. Essas normas

    fixam diretrizes bsicas a serem obedecidas na produo, comercializao e

    utilizao de sementes e mudas de batata, em todo territrio nacional, visando

    garantia de sua identidade e qualidade. O amparo legal est na Lei no 10.711, de

    05/08/2003, e seu regulamento aprovado pelo Decreto no 5.153, de 23/07/2004.

    Pelas referidas normas h muda, semente, planta in vitro, tubrculo,

    minitubrculo e broto nas seguintes categorias de semente: Gentica, Bsica, Bsica

    GO, Bsica G1, Bsica G2, Bsica G3, Certificada de primeira gerao C1,

    Certificada de segunda gerao C2. Quando se tratar de broto, este pertencer

    categoria da semente que o originou. Quando importado, o material ser enquadrado

    na categoria Bsica G1, se atender ao padro da categoria bsica, constatado na

    anlise de internacionalizao.

    De acordo com o Ministrio da Agricultura, Pecuria e Abastecimento, pela

    Instruo de Servio CSM/DFIA/SDA/MAPA No 02/05, no processo de certificao,

    a batata-semente gentica aquela proveniente de material de reproduo sob a

    responsabilidade e controle direto do seu obtentor e introdutor. A partir da semente

    gentica se tm a semente bsica que pode ser multiplicada por at quatro geraes:

    G0 (muda, planta in-vitro e minitubrculo), G1 (primeira colheita em campo), G2

    (segunda colheita em campo), G3 (terceira colheita em campo). Em seguida, a

    batata-semente certificada, que pode ser multiplicada por mais duas geraes, sendo

    denominada de certificada de primeira gerao (quarta colheita em campo) e

    certificada de segunda gerao (quinta colheita em campo). No Brasil, usualmente, os brotos de batata-semente bsica importada so

    destacados involuntariamente no manuseio e descartados antes do plantio (Dias,

    2002). Tambm, como prtica fitotcnica executada antes do plantio, o broto apical

    retirado para aumentar a taxa de multiplicao dos tubrculos (Silva et al., 2006). A

    utilizao desses brotos pelos produtores, em plantio dentro de telados, possibilita

    produzir novos tubrculos, e a reduo na importao.

    Normalmente, a batata-semente bsica importada, se diretamente plantada emcampo, produz 10 tubrculos. Com o ato de desbrotar o tubrculo-me consegue-se

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    pelo menos, o dobro da taxa de multiplicao. Segundo Souza-Dias (2006), cada

    batata-semente tem a capacidade de at trs rebrotas sucessivas. Cada broto retirado

    vai se desenvolver e gerar novos tubrculos. Esses brotos podem ser plantados em

    vasos contendo substrato, canteiros ou bandejas, desde que sejam protegidos e para

    isso utilizam-se telados anti-afdeos (Silva et al., 2006). Utilizando o broto

    destacado, em substrato acondicionado em sacola de plstico de 1,8 dm3, Silva et al.

    (2006) observaram que o cultivar gata apresentou maior nmero de minitubrculos

    que os cultivares Asterix e Monalisa. Quando os autores utilizaram os substratos

    Plantmax puro e fibra de coco, concluiram que os cultivares gata, Asterix e

    Monalisa foram viveis para a produo de minitubrculos atravs de brotos

    destacados, utilizando sacos plsticos com capacidade de 1,8 L para o plantio.

    2.3 Crescimento e desenvolvimento da batateira

    O ciclo da batateira na regio Sudeste pode variar de 90 a 110 dias. Alguns

    autores consideram que o ciclo da batateira pode ser dividido em trs ou quatro

    estdios de desenvolvimento. Filgueira (1999) considera o ciclo da batateira dividido

    em quatro estdios: a) Estdio I - o mais curto deles, vai do plantio da batata-

    semente brotada at a emergncia das hastes principais, o que ocorre aps uma a

    duas semanas, dependendo do cultivar; b) Estdio II - entre a emergncia das hastes

    at o incio da tuberizao, sendo que ele comea na quarta ou quinta semana aps o

    plantio, conforme a precocidade do cultivar; c) Estdio III - vai do incio da

    tuberizao at a planta atingir o desenvolvimento mximo. O pico de vegetao

    ocorre entre a oitava e a dcima semana aps o plantio, e este estdio caracteriza-se

    pelo desenvolvimento vegetativo acelerado, acmulo de fotoassimilados nos

    tubrculos, e notvel ganho de peso. d) Estdio IV - o perodo mais longo, que se

    estende da fase do pico de vegetao at a senescncia da planta adulta, quandoocorre o amarelecimento e a secagem da parte area. O amadurecimento inicia-se na

    dcima segunda ou na dcima quarta semana aps o plantio e termina com a planta

    seca e os tubrculos maduros. Nesse estdio ocorre o mximo incremento em peso e

    se consolida a firmeza da pelcula nos tubrculos.

    Em Viosa, Nunes (2004) diferenciou o ciclo da batateira nos estdio de

    crescimento da seguinte forma: incio ao final da emergncia ocorre dos 9 aos 15

    dias aps o plantio (DAP); 90% de emergncia ao14 DAP; a emisso de folhasocorre entre 14 a 89 DAP; formao da haste, dos 14 aos 91 DAP; raiz, dos 14 aos

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    83 DAP; tuberizao, desenvolvimento da planta como um todo, expanso dos

    tubrculos dos 14 aos 103 DAP.

    Em classificao diferente, Souza (2003) considera que o ciclo da batateira

    pode ser dividido em trs etapas: a etapa I vai da emergncia ao incio da

    tuberizao, e se caracteriza pelo estabelecimento do sistema radicular e aumento da

    rea foliar e fotossntese. Quanto mais longa for essa fase, maior o ciclo total da

    cultura e, conseqentemente, maior rendimento final de tubrculos. A etapa II vai do

    incio da tuberizao at o incio da senescncia e a etapa III que vai do incio da

    senescncia at a colheita dos tubrculos.

    A matria seca da planta de batata distribuda na raiz, tubrculos, caule

    subterrneo (estolo) e parte area (haste, folha e, s vezes, flor e frutos).

    2.4 Produo de batata-semente em vaso com substrato

    Os sistemas de produo de sementes bsicas utilizados no Brasil tm

    reduzida eficincia devido aos baixos ndices de multiplicao de tubrculos (Silva et

    al., 2006).

    A produo de batata-semente bsica em solo apresenta como desvantagem a

    baixa eficincia produtiva em razo dos baixos ndices de multiplicao de

    tubrculos por planta. No solo, so produzidos em mdia de 3 a 5 tubrculos por

    planta, o que contribui para aumentar o custo da semente (Daniels et al., 2000).

    Como alternativa ao mtodo de produo de batata-semente bsica no campo, h o

    mtodo de plantio em vasos contendo substrato, em casa de vegetao.

    O plantio em vasos contendo substrato apropriado visando produo de

    batata-semente bsica tem sido utilizado por permitir melhor aproveitamento dos

    nutrientes, maior produtividade e melhor qualidade do produto (Grigoriadou &

    Leventakis, 1999). O substrato, que deve ser acondicionado em recipientes devolume variado, como saco plstico, vaso, bandeja, dentre outros, pode apresentar

    restries fsicas ou biolgicas ao sistema radicular, afetando o crescimento,

    desenvolvimento e produtividade da planta.

    Os substratos so feitos de materiais de elevada reteno de gua e com

    potencial mtrico relativamente baixo, devendo ser de baixo custo e isentos de

    patgenos (Fernandes et al., 2002; Sampaio Jnior, 2005). A maioria dos substratos

    utilizados tem baixa disponibilidade de nutrientes sendo necessria a adio defertilizantes para se ter um bom desenvolvimento da planta.

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    2.5 Produo de batata-semente em sistema hidropnico

    Novos mtodos para a produo de sementes bsicas, que aumentem a taxa de

    multiplicao, representam avano na cadeia produtiva da batata, causando reflexos

    positivos na produtividade, principalmente nas regies produtoras. Dentre os

    mtodos recentes, est a hidroponia (Medeiros et al., 2002).

    Por meio da hidropnia possvel eliminar um dos pontos de maior

    estrangulamento na produo de batata, que a baixa taxa de multiplicao de

    tubrculos. Este sistema reduz a possibilidade de contaminao das plantas por

    patgenos do solo, e nele h possibilidade de maior controle da nutrio da planta,

    devido ao uso de soluo nutritiva adequada espcie e, pode-se tambm, manter o

    pH adequado para a planta, melhorando assim a absoro dos nutrientes (Medeiros et

    al., 2002). A combinao da hidroponia com tcnicas de micropropagao e

    indexao de plantas teve impactos positivos no aumento da oferta de batata-

    semente, bem como na melhoria da qualidade da batata-semente bsica produzida

    (Pereira & Daniels, 2003).

    H produtores de batata-semente no Brasil que utilizam canteiros suspensos,

    construdos no interior da casa de vegetao. Nestes canteiros suspensos o substrato e

    os tubrculos no entram em contato com o solo evitando-se a contaminao por

    patgenos do solo.

    Os sistemas de cultivo em canteiro suspenso, vaso e hidroponia foram

    avaliados por Corra (2005) em colheita escalonada na produo de sementes-

    bsicas de batata dos cultivares Monalisa e gata. O autor constatou que a produo

    de tubrculos de batata-semente por planta e por m2, no cultivo em hidroponia,

    alcanou valores significativamente superiores na comparao com os demais

    sistemas. Em mdia, o nmero de tubrculos por planta no cultivo em hidroponia foi

    superior em 288%, sendo a produtividade cerca de 3 e 5 vezes maior que nos cultivosem canteiros e em vasos, respectivamente. Na hidroponia foi possvel obter cinco

    colheitas, duas a mais que nos outros sistemas de cultivo. Adicionalmente, a retirada

    das plantas cultivadas em canteiros ou vasos contendo substrato, para fazer a colheita

    escalonada dos tubrculos, causou injrias no sistema radicular e, conseqente,

    estresse na planta, diminuindo a produo. J na hidroponia, a colheita dos

    tubrculos foi feita sem a retirada das plantas do local, no danificando o sistema

    radicular.

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    2.6 Nitrognio

    Qualquer que seja o sistema utilizado na produo de sementes bsicas de

    batata, quase sempre, necessria a adio de N. O nitrognio importante para

    otimizao da produo e qualidade dos tubrculos de batata (Wu et al., 2007). As

    principais formas de suplementao de nitrognio s plantas so nitrato (NO-3) e

    amnio (NH4+).

    Na fase inicial do enchimento dos tubrculos, a batateira requer grande

    quantidade de N. Aproximadamente, 58% do N total acumulado pela parte area

    foram absorvidos no incio do enchimento dos tubrculos e 71% na metade deste

    estdio (Westermann & Kleinkopf, 1985). A aplicao de N influencia vrias

    caractersticas da batata, como rendimento, gravidade especfica, colorao e

    composio qumica dos tubrculos (Maier et al., 1994). A fertilizao com N

    aumenta a produo de tubrculos (Meyer & Marcum, 1998; Blangeret al., 2000;

    Gil et al., 2002).

    Dose reduzida de N pode resultar em baixa produtividade e tubrculos

    pequenos, devido reduzida rea foliar (Alva et al., 2002; Lawlor, 2002). O

    nitrognio em dose excessiva pode atrasar a tuberizao, e isto ocorre provavelmente

    devido a reduo da translocao do carbono da folha, aumentando o fluxo de

    carbono para outras folhas em vez de se direcionar para os tubrculos (Beukema &

    Zaag, 1990; Cogo et al., 2006). Na fase de tuberizao, a adio de nitrognio em

    excesso, provoca o cessamento da tuberizao e quando o N removido h a

    formao de tubrculos secundrios no mesmo estolo de onde se formou o primeiro

    tubrculo, promovendo desta maneira o crescimento secundrio (Cogo et al., 2006).

    O nitrognio concentra-se em rgos com elevada atividade metablica e exerce

    papel importante na formao e crescimento de tubrculos em plantas de batata

    (Krauss, 1985).Em campo, o manejo da adubao nitrogenada, embora pouco praticado, pode

    ser feito por meio do monitoramento e diagnstico do estado nutricional da planta.

    Esse procedimento envolve a anlise dos teores de nitrognio na massa da matria

    seca com posterior interpretao dos resultados (Coltman, 1988).

    O estado nutricional nitrogenado da planta pode ser monitorado por mtodos

    diretos e indiretos (Fontes, 2001). Dentre esses, citam-se a anlise do teor de N na

    massa da matria seca das folhas, teor de NO3-

    na seiva do pecolo e teor de clorofilana folha (Guimares, 1998).

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    A anlise do teor de N na matria seca apresenta como desvantagens o tempo

    que se demora em saber a resposta da anlise por ser um trabalho dispendioso; as

    despesas derivadas de coleta, e processamento e anlises das amostras e por consistir

    num mtodo destrutivo do material vegetal (Guimares et al., 1999; Argenta et al.,

    2001).

    s vezes, o resultado da anlise foliar somente pode ser utilizado na prxima

    safra da cultura. Com isso, a utilizao de testes rpidos em campo para a avaliao

    do estado nutricional da batateira uma alternativa.

    Uma forma de determinar de forma rpida e direta a concentrao de

    nitrognio por meio da cor verde da folha, representada pelo teor de clorofila, que

    possvel de ser medida por medidor porttil, que proporciona leitura instantnea, de

    maneira no destrutiva de folhas, surgindo como alternativa de indicao do nvel de

    N na planta (Guimares et al., 1999; Argenta et al., 2001). Vrias pesquisas tm

    demonstrado que o contedo de clorofila medido com clorofilmetro correlaciona-se

    com a concentrao de nitrognio na planta e tambm com o rendimento de diversas

    espcies (Guimares et al., 1999; Schrder et al., 2000; Azia & Stewart, 2001;

    Sexton & Carrol, 2002; Arajo, 2004), inclusive para a batata (Vos & Bom, 1993;

    Minotti et al., 1994; Rodrigues et al., 2000; Gil et al., 2002; Rodrigues, 2004),

    podendo ser usado como ferramenta auxiliar indireta para caracterizar a necessidade

    de adubao nitrogenada no campo.

    O medidor de clorofila mais utilizado o SPAD-502, que porttil, podendo

    ser utilizado no campo. Esse equipamento permite avaliao indireta e de forma no

    destrutiva da folha, medindo o teor de clorofila de forma rpida e com baixo custo. A

    leitura o resultado da transmitncia de luz atravs da folha (Godoy et al., 2003).

    Muitos autores obtiveram correlao positiva entre a intensidade do verde com os

    teores de clorofila e destes com as concentraes de nitrognio na planta podendo,assim, considerar a leitura feita pelo SPAD como um ndice para avaliar o estado de

    nitrognio na planta (Sainz Rozas & Echeverra, 1998; Ronchi et al., 2001; Gil et al.,

    2002). Os valores de nveis crticos com o medidor porttil SPAD-502 so variveis,

    precisando ser ajustados para cada situao como deficincia de nutrientes e

    condies ambientais, variedade e estgio de crescimento da cultura (Hoel, 2003;

    Spaneret al., 2005).

    Vale ressaltar que vrios fatores podem afetar o valor de SPAD entre os quaisposio de leitura na folha (Arregui et al., 2000), gentipo, estdio de crescimento da

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    planta, idade da folha, temperaturas extremas, luminosidade no momento da leitura,

    poca do ano entre outros fatores (Fontes & Arajo, 2007).

    Trabalhando com produo de batata-semente em ambiente protegido, em

    vaso, Sampaio Jnior (2005) encontrou que os ndices SPAD e o teor de N-NO3- na

    quarta folha, aumentaram de forma linear com o incremento da dose de N medido

    aos 79 dias aps o plantio, e o teor de N-NO3- nesta poca foi de 1,36 dag kg-1,

    associado com a mxima produo de minitubrculos. A produo mxima de

    minitubrculos foi 177,97 g vaso-1 quando se utilizou-se a dose de 176,50 mg kg-1 de

    N.

    O manejo adequado de N na produo de batata-semente permitir diminuir o

    custo da semente, que o insumo mais caro na cadeia produtiva da batata.

    2.7 Dose de N em hidroponia

    Dose elevada de N retarda a diferenciao e o crescimento inicial dos

    tubrculos e estimula o desenvolvimento da parte area em detrimento dos tubrculos

    (Beukema & Zaag, 1990). Medeiros & Cunha (2003), em sistema hidropnico de

    calha articulada, avaliando as doses de 120, 148, 172 e 198 mg L -1 de N, verificaram

    que a melhor dose foi 120 mg L-1 ou 172 mg L-1, plntulas in vitro e minitubrculos

    respectivamente. Neste trabalho, os autores constataram que a dose mais elevada

    propiciou nmero de tubrculo por planta inferior s demais doses de nitrognio.

    Entretanto, em cultivo hidropnico, h variaes climticas entre localidades que

    modificam o crescimento, desenvolvimento e partio de assimilados na batateira,

    alm da possibilidade de ocorrer interao gentipo e ambiente que podem modificar

    a resposta da batata doses de nitrognio. Isso precisa ser avaliado.

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    CAPTULO 1

    Produo de minitubrculos de batata-semente em

    substrato e ndices de nitrognio na planta em funo de

    doses de nitrognio

    1 INTRODUO

    Grande parte da batata-semente bsica (BSB) utilizada no Brasil importada

    de outros pases, principalmente da Holanda. A parte que no importada

    produzida via cultura de tecidos que utiliza laboratrio especializado e pouco

    acessvel a todos os produtores de batata-semente do pas.

    Uma alternativa ao mtodo de cultura de tecido o plantio de brotos

    destacados de BSB. Esse procedimento ajuda a reduzir a importao. No Brasil, o

    uso de brotos na propagao da batateira vem sendo incentivado (Dias, 2002). Na proposio original, esse autor menciona que brotos destacados da batata-semente

    importada sejam plantados em recipientes, contendo substratos, em estufa.

    Na produo de BSB, um dos componentes mais importante o nmero de

    tubrculos por planta pois os mesmos, quase sempre, so vendidos por unidade.

    Segundo Silva et al. (2006), a produo individual da planta um dado que deve ser

    avaliado sempre correlacionando o nmero de plantas com o nmero de tubrculos,

    para produo de sementes. importante tambm que o tubrculo-semente tenha

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    massa de matria fresca mnima para formar um estande de plantio uniforme quando

    plantado no campo.

    O cultivo de BSB em substrato vem sendo difundido entre os produtores

    (Lommen, 1999; Grigoridou & Leventakis, 1999) por permitir melhor

    aproveitamento dos nutrientes e melhor qualidade do produto. A produo de

    semente bsica de batata em substrato envolve o uso de diferentes materiais de

    propagao, dentre eles o broto. O plantio de broto em substrato, em casa de

    vegetao, uma forma prtica e de baixo custo. Cada broto origina minitubrculos

    que podem ser plantados diretamente no campo (Dias & Costa, 1998).

    Alguns autores verificaram que o nitrognio influencia tanto o nmero quanto

    o peso dos tubrculos por planta (Errebhi et al., 1998; Meyer & Marcum, 1998). A

    quantidade excessiva de nitrognio pode promover atraso na produo dos

    tubrculos, no prolongamento do ciclo da cultura e reduo da produtividade

    (Oparka et al., 1987; Teixeira & Pinto, 1991; Gil et al., 2002; Busato, 2007; Silva,

    2007). O efeito do N tambm manifesta-se positivamente sobre o tamanho da parte

    area da planta que vai influenciar a quantidade de radiao interceptada e o acmulo

    de matria seca; e negativamente, ao proporcionar acmulo de matria seca em

    outras partes da planta, diferentes do tubrculo (Alonso, 1996). O crescimento e o

    desenvolvimento de hastes, folhas e rea foliar vo condicionar a produo de

    tubrculos (Oliveira, 2000).

    Assim, importncia deve ser atribuda a utilizao de critrios ou ndices de N

    para monitorar o estado de nitrognio da planta e manejar adequadamente o

    programa de fertilizao desta cultura. Para esse monitoramento comum a

    utilizao da anlise qumica da massa da matria seca de folhas quanto aos teores de

    nitrognio orgnico e de nitrato. Tais procedimentos so caros, demorados e

    realizados por pessoas qualificadas, entretanto, podem ser substitudos por testesrpidos (Fontes, 2001).

    Os ndices de N na planta so testes rpidos, feitos em campo, que permitem

    o sensoriamento do estado nutricional em tempo real (Fontes, 2001), podendo tornar-

    se uma alternativa vivel para o sistema de produo de batata-semente em vaso

    contendo substrato. Dentre os testes rpidos, o mais comum o ndice SPAD,

    medido com o clorofilmetro porttil. Tambm existe a hiptese que caractersticas

    agronmicas ou fisiolgicos da planta possam ser usadas como ndice de N na planta(Fontes, 2001).

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    Vrias pesquisas tm demonstrado que o contedo de clorofila medido com

    clorofilmetro porttil correlaciona-se com a concentrao de nitrognio na planta e

    tambm com o rendimento de diversas culturas (Guimares et al., 1999; Schorderet

    al., 2000; Azia & Stewart, 2001; Sexton & Carrol, 2002; Arajo, 2004) e na batata

    (Gil, 2001; Gianguito et al., 2003; Sampaio Jnior, 2005 e Busato, 2007).

    Apesar de existirem trabalhos que procuram estabelecer ndices para avaliar o

    estado nutricional da batata em condies de campo (Gil et al., 2002 e Busato, 2007),

    so raros os trabalhos que procuram determinar o valor crtico destes ndices no

    sistema de produo de BSB oriunda de broto e produzida em substrato.

    O objetivo deste trabalho foi determinar a dose tima de nitrognio para a

    produo de batata-semente em vaso e verificar o efeito da dose de nitrognio nas

    caractersticas agronmicas da batateira.

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    2 MATERIAL E MTODOS

    2.1 Localizao da rea experimental

    O experimento foi realizado na casa de vegetao, do Departamento de

    Fitotecnia da Universidade Federal de Viosa.

    2.2 Material de propagao

    O material de propagao utilizado foi broto do cultivar Asterix, com 0,5 cm

    de comprimento, em mdia, destacado de tubrculo-semente. Aps destacado, o

    broto foi imerso por 2 minutos em soluo de hipoclorito de sdio a 2%,

    posteriormente, lavado com gua corrente por trs vezes e seco em papel toalha,

    seguindo o mtodo descrita por Bryan et al. (1981).

    2.3 Tratamentos, instalao e conduo do experimento

    Os tratamentos foram constitudos pelas doses de N adicionadas ao substrato

    (0, 45, 90, 180 e 360 mg dm-3), sendo 10% de cada dose aplicada em pr-plantio e o

    restante via gua de irrigao, diariamente, por 30 dias. A fonte de nitrognio

    utilizada foi nitrato de amnio. Os tratamentos foram arranjados no delineamento

    experimental de blocos aos acaso, com seis repeties. Cada parcela experimental foi

    constituda de dois vasos.

    O plantio do broto ocorreu em 07/05/2008, em vaso contendo 3 dm3 de

    substrato comercial (Plantmax). O substrato foi adubado em pr-plantio com 3.400

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    17

    mg dm-3 de superfosfato simples e 3.600 mg dm-3 de sulfato de magnsio. Em cada

    vaso foi plantado um broto.

    A aplicao de N, K, B, Fe, Zn, Cu, Mn e Mo iniciou-se aos 20 dias aps o

    plantio (DAP) dos brotos, e foi feita via gua de irrigao, diariamente, por 30 dias,

    manualmente utilizando-se becker com 200 mL da soluo, finalizando aos 50 DAP.

    Quando o substrato superficial estava seco ao tato, foi feita a irrigao. Durante o

    ciclo, foram aplicados: 1.320 mg dm-3 de cloreto de potssio; 2,5 mg dm-3 de cido

    brico; 2,5 mg dm-3 de sulfato ferroso; 2,5 mg dm-3 de sulfato de zinco; 2,5 mg dm-3

    de sulfato de cobre; 2,5 mg dm-3 de sulfato manganoso e 0,25 mg dm-3 de molibdato

    de amnio.

    2.4 Avaliaes

    2.4.1 Determinaes na quarta folha a partir do pice (QF) e na folha velha

    (FV) e caracterizao do crescimento da planta ao longo do ciclo

    Foram realizadas avaliaes no destrutivas (ndice SPAD, comprimento,

    largura e nmero de fololos) na quarta folha a partir do pice (QF) e na folha mais

    velha (FV), alm da caracterizao do crescimento da planta (altura e nmero de

    folhas), a cada 7 dias at a senescncia. As avaliaes foram realizadas aos 26, 33,

    40, 47, 54, 68, 75, 82 e 89 dias aps o plantio (DAP).

    a) ndice SPAD

    O ndice SPAD foi determinado com medidor porttil de clorofila SPAD-502

    (Soil Plant Analysis Development-502). Essa medio ocorreu pela manh, entre8:00 e 11:00 horas, no fololo terminal da quarta folha expandida ( partir do pice

    da planta) e no fololo terminal da folha mais velha (primeira partir da base da

    planta).

    b) Comprimento, largura e nmero de fololos

    Foram medidos o comprimento e a largura da QF e da FV, utilizando-se umargua milimetrada, e contando-se o nmero de fololos em ambas as folhas.

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    c) Altura e nmero de folhas da planta

    Determinou-se a altura da planta (regio compreendida entre o colo e o

    meristema apical da haste principal) com auxlio de uma rgua milimetrada e foi

    realizada a contagem do nmero de folhas da planta.

    2.4.2 Determinaes aos 60 dias aps o plantio (DAP)

    Dez dias aps o final da aplicao de N (60 DAP), uma planta de cada parcela

    foi colhida. Imediatamente aps a colheita foram destacadas a QF e FV, que foram

    individualizadas em sacos plsticos. Em seguida essas, e as demais partes da planta,

    foram levadas para o laboratrio onde foram realizadas as seguintes determinaes:

    a) ndice SPAD na QF e FV

    O ndice SPAD foi determinado antes da colheita da planta, e o processo

    ocorreu da mesma forma que o descrito anteriormente.

    b) rea foliar, comprimento, largura, nmero de fololos, massa da matria

    fresca e seca da QF e FV

    A rea foliar da QF e FV foi medida com o integrador de rea foliar LI-COR

    3100. O comprimento, a largura e o nmero de fololos foram avaliados de acordo

    com o descrito anteriormente.

    Para determinar a massa de matria fresca e seca, a QF e a FV foram pesadas

    (matria fresca), acondicionadas em sacos de papel e posteriormente secas em estufade circulao forada de ar a 70o C at massa constante, quando foi determinada a

    massa da matria seca.

    c) Teor e contedo de nitrognio na QF e FV

    A matria seca da QF e FV foi moda em moinho tipo Wiley, equipado com

    peneira de 20 mesh, para a determinao do teor de Norg, aps digesto sulfrica,utilizando o reagente de Nessler (Jackson, 1958). Em outra subamostra, o N-NO3

    - foi

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    19

    extrado com gua destilada em banho-maria, a 45o C por 60 minutos, determinando-

    se a sua concentrao por colorimetria, em espectrofotmetro a 410 nm (Cataldo et

    al., 1975).

    O contedo de N-NO3-e Norg na matria foi obtido pela multiplicao do teor

    de N-NO3- e Norg, expresso em dag g-1 pela massa da matria seca da QF e FV,

    expressa em g.

    No foi determinado o teor de N-NO3- na FV, pois no havia material

    suficiente para fazer a anlise.

    d) Na planta: rea foliar da planta, altura, nmero de folhas e tubrculos, e

    massa de matrias frescas e secas de folhas, haste, razes e tubrculos

    As plantas foram divididas em folhas, hastes, razes e tubrculos. A rea

    foliar da planta foi medida utilizando o aparelho LI-COR 3100. A altura da planta e

    nmero de folhas foi determinado de modo semelhante ao descrito anteriormente.

    Amostras de folhas e hastes foram pesadas (massa de matria fresca) e

    posteriormente, foram acondicionadas em sacos de papel e colocadas em estufa de

    circulao de ar a 70o C at atingirem massa constante, quando foi determinada a

    massa de matria seca.

    As razes foram lavadas para retirado do substrato e tirou-se o excesso de

    gua com papel toalha e em seguida foram acondicionadas em sacos de papel e

    colocadas em estufa de circulao de ar a 70o C at atingirem massa constante,

    quando foi determinada a massa de matria seca.

    Os tubrculos colhidos foram avaliados quanto ao nmero, peso (massa de

    matria fresca) e classificados conforme a portaria nmero 567, que dispe de

    normas, padres e procedimentos para a certificao de material propagativo debatata em Minas Gerais (IMA, 2003). Tambm avaliou-se a massa de matria seca

    dos tubrculos. Para essa avaliao os tubrculos foram levados para o laboratrio,

    picados em pedaos pequenos, e colocados em placas de Petri e deixados na bancada

    para uma secagem parcial. Posteriormente, as amostras foram colocadas em estufas

    de circulao forada de ar, a 70o C at a massa constante, quando foi determinada a

    massa de matria seca.

    O nmero de tubrculos foi expresso considerando a quantidade produzidapor planta (ud/planta).

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    e) Teor e contedo de nitrato e nitrognio orgnico em rgo da planta

    O teor e contedo de nitrognio orgnico e nitrato na massa da matria seca

    de folhas, hastes, tubrculos e razes foram determinados de forma semelhante ao

    descrito anteriormente.

    2.4.3 Avaliaes na colheita

    Aos 89 dias aps o plantio, o segundo vaso foi colhida. Imediatamente foram

    determinados:

    a) Nmero de tubrculos, massa de matria fresca e seca de tubrculos, folhas,

    razes e hastes

    Essas caractersticas foram avaliadas como descrito anteriormente.

    b) Teor e contedo de nitrato e nitrognio orgnico em folhas, razes, hastes e

    tubrculos

    Os teores e contedos de nitrato e nitrognio orgnico em folhas, razes,

    hastes e tubrculos foram avaliados como o descrito anteriormente.

    2.5 Anlise estatstica

    Os dados foram submetidos s anlises de varincia e de regresso. Os

    modelos de regresso foram escolhidos baseados no significado biolgico, nasignificncia dos coeficientes de regresso, utilizando-se o teste t, adotando-se o

    nvel de significncia de at 10% de probabilidade, e no coeficiente de determinao

    (R2 = SQRegresso/SQTratamento). Utilizou-se o programa estatstico SAS

    (Statistical Analysis Software System Verso 9.0, SAS Institute 2004, Cary, NC)

    para fazer as anlises.

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    2.6 Estabelecimento do valor crtico de cada varivel ou critrio de avaliao

    do estado de nitrognio

    O valor do nvel crtico ou valor timo da varivel foi calculado a partir da

    equao ajustada para a relao entre dose de N e massa fresca de tubrculos

    seguindo-se metodologia descrita em Fontes (2001). O valor da dose de N que

    proporcionou a mxima massa fresca de tubrculos substitudo na equao ajustada

    entre doses de N e valor de cada varivel. No caso presente foi usado o valor de

    332,9 mg dm-3 de N.

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    Tabela 1 Equaes ajustadas para o ndice SPAD (S) medido na quarta folha da

    batateira aos 26 (SQF26), 33 (SQF33), 40 (SQF40), 47 (SQF47), 54 (SQF54), 68

    (SQF68), 75 (SQF75), 82 (SQF82) e 89 dias aps o plantio (SQF89), em funo das

    doses de nitrognio (N), e os respectivos coeficientes de determinao.

    Caractersticas Equaes ajustadas R2/r2

    SQF26 = 34,4 ---

    SQF33 = 35,0 ---

    SQF40 = 35,4 ---

    SQF47 = 30,1318 + 0,05988705**N - 0,00009963**N2 0,95

    SQF54 = 28,3825 + 0,02072222**N 0,85

    SQF68 = 20,7975 + 0,03838889**N 0,92

    SQF75 = 13,5233 + 0,05281**N 0,95

    SQF82 = 18,2 ---

    SQF89 = 4,3829 + 0,042398148**N 0,74

    ** e * - significativos a 1% de probabilidade pelo teste t, respectivamente.

    Tabela 2 - Equaes ajustadas para o ndice SPAD (S) medido na folha velha da

    batateira aos 26 (SFV26), 33 (SFV33), 40 (SFV40), 47 (SFV47), 54 (SFV54), 68

    (SFV68), 75 (SFV75), 82 (SFV82) e 89 dias aps o plantio (SFV89), em funo das

    doses de nitrognio (N), e os respectivos coeficientes de determinao.

    Caractersticas Equaes ajustadas R2/r2

    SFV26 = 28,1 ---

    SFV33 = 39,3 ---

    SFV40 = 38,5 ---

    SFV47 = 34,4121 + 0,04800524**N - 0,00008703*N2 0,80

    SFV54 = 30,4517 + 0,02077778**N 0,69

    SFV68 = 16,0208 + 0,04416667**N 0,84

    SFV75 = 11,0688 + 0,04119444**N 0,83

    SFV82 = 8,4 ---

    SFV89 = 5,0 ---

    ** e * - significativos a 1 e 5% de probabilidade pelo teste t, respectivamente.

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    Tabela 3 Valor crtico estimado para o ndice SPAD medido na quarta folha (QF) e

    folha velha (FV) da batateira aos 26, 33, 40, 47, 54, 68, 75, 82 e 89 dias aps o

    plantio.

    DAP Quarta folha (SQF) Folha velha (SFV)

    26 34,4 28,1

    33 35,0 39,3

    40 35,4 38,5

    47 46,9 47,2

    54 35,3 37,4

    68 33,6 30,7

    75 31,1 24,8

    82 18,2 8,4

    89 18,5 5,0

    Y = 28,3825 + 0,02072222**N

    r2

    = 0,85

    DOSES N (mg dm-3)

    0 45 90 180 360

    26

    28

    30

    32

    34

    36

    38

    40

    0 45 90 180 360

    28

    30

    32

    34

    36

    38

    40

    Y = 30,4517+0,02077778**N

    r2

    = 0,69

    DOSES N (mg dm-3)

    Figura 1 ndice SPAD da quarta folha (SPADQF) e folha velha (SPADFV), aos 54

    DAP, em funo da dose de N.

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    25

    b) Comprimento, largura e nmero de fololos ao longo do ciclo

    Quanto ao comprimento da quarta folha (CQF), houve efeito da dose de

    nitrognio (N) apenas aos 75 dias aps o plantio (DAP), que foi representado pela

    relao = 14,064 + 0,0850235**N 0,0001823**N2, R2 = 0,78, sendo Y (CQF)

    expresso em cm.

    Sobre o comprimento da folha velha (CFV), houve efeito da dose de N

    apenas aos 82 DAP, representado pela relao = 9,080 + 0,089010**N

    0,000232**N2, R2 = 0,73, sendo Y (CFV) expresso em cm.

    Sobre a largura da quarta folha (LQF), houve efeito das doses de N aos 47 e

    68 DAP. Os modelos que representam a relao de N com LQF esto na Tabela 4.

    Sobre a largura da folha velha (LFV), houve efeito das doses de N somente

    aos 82 DAP, representado pela relao = 3,931 + 0,067055**N 0,000180**N2,

    R2 = 0,71, sendo Y (LFV) expresso em cm.

    Houve efeito das doses de nitrognio sobre o nmero de fololos da quarta

    folha (NFQF) aos 68 e 75 DAP. Os modelos que representam a relao de N com

    NFQF esto na Tabela 5.

    No houve efeito das doses de nitrognio sobre o nmero de fololos na folha

    velha, em nenhuma poca de amostragem.

    Os valores crticos estimados de CQF, LQF e NFQF calculado com 332,9 mg

    dm-3 de N esto na Tabela 6 e os correspondentes valores na FV esto na Tabela 7.

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    26

    Tabela 4 Equaes ajustadas para a largura (L) medido na quarta folha da batateira

    aos 26 (LQF26), 33 (LQF33), 40 (LQF40), 47 (LQF47), 54 (LQF54), 68 (LQF68),

    75 (LQF75), 82 (LQF82) e 89 dias aps o plantio (LQF89), em funo das doses de

    nitrognio (N), e os respectivos coeficientes de determinao.

    Caractersticas Equaes ajustadas R2

    LQF26 (cm) = 3,4 ---

    LQF33 (cm) = 7,0 ---

    LQF40 (cm) = 9,4 ---

    LQF47 (cm) = 8,929 + 0,030532028**N 0,000064608*N2 0,61

    LQF54 (cm) = 11,4 ---

    LQF68 (cm) = 9,8577 + 0,036812058**N 0,000081549**N2 0,64

    LQF75 (cm) = 11,8 ---

    LQF82 (cm) = 12,1 ---

    LQF89 (cm) = 8,1 ---

    ** e * - significativos a 1 e 5% de probabilidade pelo teste t, respectivamente.

    Tabela 5 Equaes ajustadas para o nmero de fololos (NF) da quarta folha da

    batateira aos 26 (NFQF26), 33 (NFQF33), 40 (NFQF40), 47 (NFQF47), 54

    (NFQF54), 68 (NFQF68), 75 (NFQF75), 82 (NFQF82) e 89 dias aps o plantio

    (NFQF89), em funo das doses de nitrognio (N), e os respectivos coeficientes de

    determinao.

    Caractersticas Equaes ajustadas R2

    NFQF26 = 2,0 ---

    NFQF33 = 6,0 ---

    NFQF40 = 7,0 ---

    NFQF47 = 8,0 ---

    NFQF54 = 8,0 ---

    NFQF68 = 6,3359 + 0,021181877*N 0,000038599***N2 0,60

    NFQF75 = 5,3872 + 0,026253102**N 0,000051262*N2 0,60

    NFQF82 = 7,0 ---

    NFQF89 = 5,0 ---

    **, * e *** - significativos a 1, 5 e 10% de probabilidade pelo teste t,

    respectivamente.

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    Tabela 6 Valores crticos estimados para o comprimento, largura e nmero de

    fololos da quarta folha da batateira aos 26, 33, 40, 47, 54, 68, 75, 82 e 89 dias aps o

    plantio (DAP).

    DAP Comprimento (cm) Largura (cm) Nmero de Fololos

    26 6,9 3,4 2,0

    33 12,4 7,0 6,0

    40 15,1 9,4 7,0

    47 17,7 11,9 8,0

    54 18,1 11,4 8,0

    68 19,8 13,1 9,1

    75 22,2 11,8 8,4

    82 18,1 12,1 7,0

    89 12,2 8,1 5,0

    Tabela 7 Valores crticos estimados para o comprimento e largura da folha velha

    (FV) da batateira aos 26, 33, 40, 47, 54, 68, 75, 82 e 89 dias aps o plantio (DAP).

    DAP Comprimento (cm) Largura (cm)

    26 4,2 2,1

    33 7,1 3,3

    40 9,1 3,9

    47 10,2 4,0

    54 9,6 4,1

    68 9,6 4,3

    75 11,6 5,5

    82 13,0 6,3

    89 11,0 6,4

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    c) Altura da planta e nmero de folhas ao longo do ciclo

    S no houve efeito das doses de nitrognio sobre a altura (AP) da batateira

    aos 26, 33 e 40 dias aps o plantio (DAP). Os modelos que representam a relao de

    N com AP esto na Tabela 8.

    Houve efeito das doses de nitrognio sobre o nmero de folhas (NF) da

    batateira aos 47, 54, 68, 75, 82 e 89 (DAP). Os modelos que representam a relao de

    N com NF esto na Tabela 9.

    O valor crtico estimado do AP e NF calculado com a dose 332,9 mg dm-3 de

    N esto na Tabela 10.

    Tabela 8 Equaes ajustadas para altura (AP) da batateira aos 26 (AP26), 33

    (AP33), 40 (AP40), 47 (AP47), 54 (AP54), 68 (AP68), 75 (AP75), 82 (AP82) e 89

    dias aps o plantio (AP89), em funo das doses de nitrognio (N), e os respectivos

    coeficientes de determinao.

    Caractersticas Equaes ajustadas R2

    AP26 (cm = 6,3 ---

    AP33 (cm) = 11,3 ---

    AP40 (cm) = 19,1 ---

    AP47 (cm) = 15,4844 + 0,13973082**N 0,00024337**N2 0,87

    AP54 (cm) = 15,6169 + 0,16921138**N 0,00027055**N2 0,94

    AP68 (cm) = 16,9318 + 0,17078908**N 0,00025907**N2 0,95

    AP75 (cm) = 17,0813 + 0,17200551**N 0,00025666**N2 0,95

    AP82 (cm) = 17,1123 + 0,17814254**N 0,00027117**N2 0,95

    AP89 (cm) = 17,3790 + 0,18122259**N 0,00027966**N2 0,95

    ** - significativos a 1% de probabilidade pelo teste t, respectivamente.

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    Tabela 9 Equaes ajustadas para o nmero de folhas (NF) da batateira aos 26

    (NF26), 33 (NF33), 40 (NF40), 47 (NF47), 54 (NF54), 68 (NF68), 75 (NF75), 82

    (NF82) e 89 dias aps o plantio (NF89), em funo das doses de nitrognio (N), e os

    respectivos coeficientes de determinao.

    Caractersticas Equaes ajustadas r2

    NF26 = 5,8 ---

    NF33 = 8,4 ---

    NF40 = 11,2 ---

    NF47 = 10,8000 + 0,01703704**N 0,61

    NF54 = 10,7292 + 0,02916667**N 0,85

    NF68 = 10,7500 + 0,03222222**N 0,90

    NF75 = 9,8583 + 0,034629630**N 0,89

    NF82 = 8,7000 + 0,036296296**N 0,89

    NF89 = 6,9500 + 0,032222222**N 0,80

    ** e *** - significativos a 1% de probabilidade pelo teste t, respectivamente.

    Tabela 10 Valor crtico estimado para altura (AP) e nmero de folhas (NF) da

    batateira aos 26, 33, 40, 47, 54, 68, 75, 82 e 89 dias aps o plantio (DAP).

    DAP AP (cm) NF

    26 6,3 5,8

    33 11,3 8,4

    40 19,1 11,2

    47 35,0 16,5

    54 42,0 20,4

    68 45,1 21,5

    75 45,9 21,4

    82 46,4 20,8

    89 46,7 17,7

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    30

    3.2 Determinaes aos 60 DAP

    a) ndice SPAD 60 DAP

    Houve efeito de dose de N sobre as leituras do ndice SPAD no fololo

    terminal da quarta folha expandida a partir do pice (Figura 2), porm no houve

    efeito das doses sobre o ndice do fololo terminal da folha mais velha. O valor

    crtico estimado do ndice SPAD calculado com a dose 332,9 mg dm-3 de N na quarta

    folha e folha velha foi 37,3 e 25,70, respectivamente.

    Y=23,0451+0,0810128**N - 0,0001145**N2

    R2 = 0,85

    DOSES N (mg dm-3)

    0 45 90 180 360

    20

    22

    24

    26

    28

    30

    32

    34

    36

    38

    Figura 2 ndice SAPD na quarta folha (SQF) aos 60 DAP em funo de N.

    b) rea, comprimento, largura, nmero de fololos, massas da matria fresca e

    seca da QF e FV 60 DAPHouve efeito de dose de nitrognio sobre a rea foliar (AF), comprimento

    (C), largura (L), nmero de fololos (NF), massa da matria fresca (MF) e seca (MS)

    na quarta folha, porm no houve efeito de dose nitrognio em nenhuma dessas

    caractersticas avaliadas na folha velha.

    Os modelos para a relao entre a dose de N e AF, C, L, NF, MF e MS esto

    na Tabela 11 e os seus respectivos valores crticos calculado com a dose 332,9 mg

    dm-3 de N esto na Tabela 12.

  • 8/2/2019 batata hidroponica

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    Tabela 11 Equaes ajustada para rea (AF), comprimento (C), largura (L), nmero

    de fololos (NF), massa da matria fresca (MF) e seca (MS) da quarta folha e folha

    velha aos 60 DAP, em funo da dose de nitrognio, e os respectivos coeficientes de

    determinao.

    Caracterstica Equaes ajustadas R2

    -------------------------------------------Quarta Folha-------------------------------------------

    AF (cm2) = 60,3164 + 0,77728404**N 0,00189585*N2 0,86

    C (cm) = 14,9650 + 0,06477967**N 0,00015627**N2 0,91

    L (cm) = 9,3635 + 0,051988075**N 0,000159099**N2 0,88

    NF = 6,0078 + 0,025116481**N 0,000065545*N2 0,64

    MF (g) = 2,8978 + 0,030868852**N 0,000095979**N2 0,85

    MS (g) = 0,1730 + 0,0026092316**N 0,000007059**N2 0,87

    ---------------------------------------------Folha Velha------------------------------------------

    AF (cm2) = 9,1 ---

    C (cm) = 8,7 ---

    L (cm) = 3,8 ---

    NF = 2,0 ---

    MF (g) = 0,6 ---

    MS (g) = 0,04 ---

    ** e * - significativos a 1 e 5% de probabilidade pelo teste t, respectivamente.

    Tabela 12 Valor crtico estimado para rea (AF), comprimento (C), largura (L),

    nmero de fololos (NF), massa da matria fresca (MF) e seca (MS) da quarta folha

    (QF) e folha velha (FV) aos 60 DAP.

    Caracterstica Quarta Folha Folha Velha

    AF (cm2) 108,97 9,1

    C (cm) 19,2 8,7

    L (cm) 9,0 3,8

    NF 7,1 2,0

    MF (g) 2,5 0,6

    MS (g) 0,26 0,04

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    32

    c) Teor e contedo de nitrognio na matria seca da QF e FV 60 DAP

    Houve efeito de dose de N sobre o teor de nitrato (N-NO3-QF) na quarta

    folha. O N-NO3-aumentou com o incremento na dose de N.

    No foi determinado o teor e o contedo de nitrato na folha velha, pois no

    havia material suficiente para se fazer a anlise.

    Houve efeito de dose de N sobre o contedo de nitrato (CN-NO3-QF) na

    quarta folha.

    No houve efeito de dose de N sobre o teor de nitrognio orgnico (Norg) na

    quarta folha e folha velha.

    Houve efeito de dose de N sobre o contedo de Norg na quarta folha. Porm

    no houve efeito de dose de N sobre o CNorg na folha velha.

    Os modelos para a relao de N sobre o teor e contedo de N-NO3-e Norg na

    quarta folha e folha velha esto na Tabela 13, e os seus respectivos valores crticos

    estimados calculados com a dose 332,9 mg dm-3 de N esto na Tabela 14.

    Tabela 13 - Equaes ajustada para o teora de nitrato (N-NO3-) e contedob de nitrato

    (cN-NO3-) na matria seca da quarta folha, teor de nitrognio orgnico (Norg) e

    contedo de nitrognio orgnico (cNorg) na matria seca da quarta folha (QF) e da

    folha velha (FV), aos 60 DAP, em funo da dose de nitrognio, e os respectivos

    coeficientes de determinao

    Caracterstica Equaes ajustadas R2/r2

    N-NO3-QF = - 0,0053 + 0,0005181513**N 0,76

    CN-NO3-QF = -0,0016 + 0,00015525**N 0,90

    NorgQF = 3,84 ---

    NorgFV = 1,73 ---

    CNorgQF = 0,3740 + 0,0133329418**N 0,0000278598**N2 0,64

    CNorgFV = 0,06 ---

    ** - significativo a 1% de probabilidade pelo teste t.a/ dag g-1, b/ g/ planta

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    Tabela 14 - Valor crtico estimado para o teora de nitrato (N-NO3-) e contedob de

    nitrato (cN-NO3-) na matria seca da quarta folha, teor de nitrognio orgnico (Norg)

    e contedo de nitrognio orgnico (cNorg) na quarta folha (QF) e folha velha (FV)

    aos 60 DAP, em funo da dose de nitrognio.

    Caracterstica Valor Crtico

    N-NO3-QF 0,17

    cN-NO3-QF 0,05

    NorgQF 3,84

    NorgFV 1,73

    CNorgQF 1,73

    CNorgFV 0,06a/dag g-1, b/ g/ planta

    d) Planta: rea foliar, altura da planta (AP), nmero de folhas (NF), nmero de

    tubrculos (NT) e massa das matrias frescas (MF) e secas (MS) de haste (H),

    folhas (F) e tubrculos (T) e massa da matria seca da raiz (R) aos 60 DAP

    Todas as variveis acima listadas foram influenciadas por doses de N.

    Os modelos para a relao entre a dose de N e as caractersticas agronmicas

    da planta avaliadas esto na Tabela 15. E os seus respectivos valores crticos

    estimados calculado com a dose 332,9 mg dm-3 de N esto na Tabela 16.

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    Tabela 15 Equaes ajustadas para rea foliar (AF), altura da planta (AP), nmero

    de folhas (NF), nmero de tubrculos (NT), massa da matria fresca (MFH) e

    matria seca (MSH) da haste, massa da matria fresca (MFF) e matria seca (MSF)

    das folhas, massa da matria fresca (MFT) e matria seca do tubrculo (MST) e

    massa da matria seca da raiz (R), aos 60 DAP, em funo de doses de nitrognio

    (N), e os respectivos coeficientes de determinao.

    Caractersticas Equaes ajustadas R2/r2

    AF (cm2) = 322,5537 + 6,775538**N 0,96

    AP (cm) = 15,9438 + 0,10654853**N 0,91

    NF (ud/pl) = 9,5790 + 0,035791826**N 0,87

    NT (ud/pl) = 2,5613 + 0,032247493**N 0,000080901**N2 0,76

    MFH (g) = 3,0718 + 0,061494253**N 0,94

    MSH (g) = 0,1479 + 0,0037375479**N 0,96

    MFF (g) = 11,2995 + 0,42832774**N 0,00062132***N2 0,93

    MSF (g) = 1,0654 + 0,021866635**N 0,98

    MFT (g) =25,5679 + 0,72756851**N 0,00139023*N2 0,87

    MST (g) = 4,0776 + 0,115885126**N 0,000267349*N2 0,81

    MSR (g) = 0,2392 + 0,001740000**N 0,92

    **, * e *** - significativos a 1, 5 e 10% de probabilidade pelo teste t,

    respectivamente.

    Tabela 16 Valor crtico estimado para rea foliar (AF), altura da planta (AP),

    nmero de folhas (NF), nmero de tubrculos (NT), massa da matria fresca (MFH)

    e matria seca (MSH) da haste, massa da matria fresca (MFF) e matria seca (MSF)

    das folhas e massa da matria fresca (MFT) e matria seca do tubrculo (MST), aos

    60 DAP.

    Caractersticas Valor Crtico Caractersticas Valor Crtico

    AF (cm2) 2578,1 MFF (g) 85,0

    AP (cm) 51,4 MSF (g) 8,3

    NF (ud/pl) 21,5 MFT (g) 113,7

    NT (ud/pl) 4,3 MST (g) 13,0

    MFH (g) 23,5 MSR (g) 0,8

    MSH (g) 1,4

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    e) Teor e contedo de nitrognio orgnico e de nitrato na matria seca das

    folhas, hastes, razes e tubrculos, aos 60 DAP

    A significncia dos efeitos das doses de N sobre as caractersticas listadas

    acima esto na Tabela 17 e as relaes entre doses de nitrognio e essas

    caractersticas esto na Tabela 18. Os valores crticos calculado com a dose 332,9 mg

    dm-3 de N das mesmas esto na Tabela 19.

    Tabela 17 Significncia do efeito de dose de nitrognio sobre o teor e contedo de

    Norg e N-NO3- em rgo da batateira aos 60 dias aps o plantio.

    N-org N-NO3-

    rgo Teor Contedo Teor Contedo

    Folha S S S S

    Haste NS NS S S

    Raiz NS S NS S

    Tubrculos NS S ND ND

    S = significativo; NS = no significativo; ND = no determinado.

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    Tabela 18 - Equaes ajustada para o teora de nitrognio orgnico (Norg) e contedob

    de nitrognio orgnico (cNorg) na folha (F), haste (H), raiz (R) e tubrculos(T), teor

    de nitrato (N-NO3-) e contedo de nitrato (cN-NO3

    -) na haste, folha e raiz aos 60

    DAP, em funo da dose de nitrognio, e os respectivos coeficientes de

    determinao.

    Caractersticas Equaes ajustadas R2/r2

    NorgF = 2,7636 + 0,004747893**N 0,82

    NorgH = 1,41 ---

    NorgR = 1,14 ---

    NorgT = 0,62 ---

    cNorgF = 3,5602 + 0,069364259**N 0,95

    cNorgH = 0,66 ---

    cNorgR = 0,2473 + 0,002352963**N 0,74

    cNorgT = 1,5964 + 0,086064599**N 0,000163878*N2 0,71

    N-NO3-F = 0,0431 0,001285299*N + 0,0000081212**N2 0,87

    N-NO3-H = 0,1288 0,007089884**N + 0,0000437307**N2 0,91

    N-NO3-R = 0,02 ---

    cN-NO3-F = - 0,2898 + 0,0055935463**N 0,77

    cN-NO3-H = - 0,2759 + 0,0044888889**N 0,78

    cN-NO3-R = - 0,0123 + 0,0002177778**N 0,71

    ** e * - significativos a 1 e 5% de probabilidade pelo teste t, respectivamente.a/ dag g-1, b/ g/planta

  • 8/2/2019 batata hidroponica

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    Tabela 19 - Valor crtico estimado para o teora de nitrognio orgnico (Norg) e

    contedob de nitrognio orgnico (cNorg) na folha (F), haste (H), razes (R) e

    tubrculo(T), teor de nitrato (N-NO-3) e contedo de nitrato (cN-NO-3) na haste,

    folha e raiz aos 60 DAP.

    Caractersticas Valor crtico Caractersticas Valor crtico

    NorgF 4,34 cNorgT 12,1

    NorgH 1,41 N-NO3-F 0,52

    NorgR 1,14 N-NO3-H 2,61

    NorgT 0,62 N-NO3-R 0,02

    cNorgF 26,65 cN-NO3-F 1,57

    cNorgH 0,66 cN-NO3-H 1,22

    cNorgR 1,03 cN-NO3-R 0,06

    a/ dag g-1, b/ g/planta

    3.3 Avaliaes na colheita, final do ciclo

    a) Nmero de tubrculos, massas das matrias fresca de tubrculos e seca de

    folhas, hastes, razes e tubrculos

    Na colheita final, houve efeito de dose de N sobre o nmero de tubrculos

    (NT), massa da matria fresca de tubrculos (MFT), massa da matria seca de folhas

    (MSF), massa da matria seca de haste (MSH), massa da matria seca de razes

    (MSR) e massa da matria seca de tubrculos (MST). Os modelos para a relao

    entre a dose de N e essas caractersticas esto representados na Tabela 20.

    As caractersticas NT, MSF, MSH, MSR e MST apresentaram relao linear

    positiva com dose de N e MFT apresentou relao quadrtica (Figura 3).

  • 8/2/2019 batata hidroponica

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    Tabela 20 Equaes ajustadas para o nmero de tubrculos (NT), massa de matria

    fresca de tubrculos (MFT), massa de matria seca de folhas (MSF), matria seca de

    haste (MSH), matria seca de razes (MSR) e matria seca de tubrculos (MST), e os

    respectivos coeficientes de determinao.

    Caractersticas Equaes ajustadas R2/r2

    NT (ud/pl) = 3,775 + 0,00462963**N 0,83

    MFT (g) = 52,0385 + 1,15004595**N 0,00172727**N2 0,94

    MSF (g) = 1,2995 + 0,00962**N 0,88

    MSH (g) = 0,1671 + 0,00186648**N 0,86

    MSR (g) = 0,1611 + 0,00082574**N 0,86

    MST (g) = 16,6278 + 0,5087963**N 0,86

    ** - significativo a 1% de probabilidade pelo teste t.

    DOSES N (mg dm-3)

    0 45 90 180 360

    3,4

    3,6

    3,8

    4,0

    4,2

    4,4

    4,6

    4,8

    5,0

    5,2

    5,4

    5,6

    Y = 3,775 + 0,00462963**N

    r2

    = 0,83

    DOSES N (mg dm-3)

    0 45 90 180 360

    0

    50

    100

    150

    200

    250

    300

    Y = 52,039+1,15004595**N - 0,00172727**N2

    R2

    = 0,94

    Figura 3 Nmero (NT) e massa de matria fresca de tubrculos (MFT) na colheita

    final (89DAP), em funo de dose de N

    b) Teor e contedo de nitrognio orgnico e nitrato na matria seca das folhas,

    hastes, razes e tubrculos na colheita final

    Os efeitos das doses de N sobre as caractersticas acima esto listados na

    Tabela 21.

    As relaes entre as doses de nitrognio e aquelas caractersticas esto na

    Tabela 22 e os valores crticos calculado com a dose 332,9 mg dm-3 de N dasmesmas esto na Tabela 23.

  • 8/2/2019 batata hidroponica

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    Tabela 21 Significncia do efeito de dose de nitrognio sobre o teor e contedo de

    Norg e N-NO3- em rgo da batateira na colheita final.

    N-org N-NO3-rgo

    Teor Contedo Teor Contedo

    Folha S S NS NS

    Haste NS NS NS NS

    Raiz NS S NS S

    Tubrculos S S ND ND

    S = significativo; NS = no significativo; ND = no determinado.

    Tabela 22 - Equao ajustada para o teora de nitrognio orgnico (Norg) e contedob

    de nitrognio orgnico (cNorg) nas folhas (F), hastes (H), razes (R) e tubrculos (T),

    teor de nitrato (N-NO3-) e contedo de nitrato (cN-NO3

    -) nas folha, hastes e razes na

    colheita final em funo da dose de nitrognio, e os respectivos coeficientes de

    determinao.

    Caractersticas Equaes ajustadas R2/r2

    NorgF = 1,5266 0,004381428**N + 0,000013449*N2 0,73

    NorgH = 0,976 ---

    NorgR = 0,816 ---

    NorgT = 0,4244 + 0,001267465**N 0,65

    cNorgF = 1,7091 + 0,012042435**N 0,90

    cNorgH = 0,328 ---

    cNorgR = 0,1635 + 0,000895931**N 0,73

    cNorgT = 5,4813 + 0,110551343**N 0,94

    N-NO3-F = 0,040 ---

    N-NO3-H = 0,005 ---

    N-NO3-R = 0,002 ---

    cN-NO3-F = 0,101 ---

    cN-NO3-H = 0,001 ---

    cN-NO3-R = - 0,0002 + 0,000005694**N 0,84

    ** e * - significativos a 1 e 5% de probabilidade pelo teste t, respectivamente.

    a/ dag g-1, b/ g/planta

  • 8/2/2019 batata hidroponica

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    Tabela 23 - Valor crtico estimado para o teora de nitrognio orgnico (Norg) e

    contedob de nitrognio orgnico (cNorg) nas folhas (F), hastes (H), razes (R) e

    tubrculos (T), teor de nitrato (N-NO3-) e contedo de nitrato (cN-NO3

    -) na haste,

    folha e raiz na colheita final, em funo da dose de nitrognio.

    Caractersticas Valor crtico Caractersticas Valor crtico

    NorgF 1,558 cNorgT 42,283

    NorgH 0,976 N-NO3-H 0,005

    NorgR 0,816 N-NO3-F 0,040

    NorgT 0,846 N-NO3-R 0,002

    cNorgF 5,718 cN-NO3-H 0,001

    cNorgH 0,328 cN-NO3-F 0,101

    cNorgR 0,462 cN-NO3-R 0,002

    a/ dag g-1, b/ g/planta

  • 8/2/2019 batata hidroponica

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    4 DISCUSSO

    Ao longo do ciclo, durante nove semanas, foram determinados os ndices no

    destrutivos SPAD, comprimento e largura da quarta folha (QF) e folha velha (FV),

    altura da planta e nmero de folhas. Destes, o nico que no foi influenciado em

    nenhum momento por dose de nitrognio foi o nmero de fololos na folha velha,

    pois permaneceu o mesmo para todos os tratamentos. Devido a isso, este ndice no

    apropriado para avaliar a variabilidade da oferta de N s plantas. Os ndices mais

    precocemente (47 DAP) influenciados por dose de N foram largura e leitura SPAD

    da QF, altura de planta e nmero de folhas. O ndice SPAD foi consistentemente

    influenciado por doses de N em pelo menos cinco datas de amostragens.

    Aps o trmino da aplicao do nitrognio, que ocorreu aos 50 DAP,

    observa-se que diminuiu a colorao do verde da folha e isso pode ter ocorrido em

    virtude do comeo da senescncia ou at mesmo da falta de nitrognio para estimular

    o desenvolvimento. Uma prova de que isso pode ter ocorrido o fato de aps 47

    DAP haver declinado ndice SPAD tanto da QF e FV. Outros ndices como

    comprimento e largura da QF e FV, altura da planta e nmero de folhas sofreram

    efeito das doses de N mais tardiamente. Isso pode ser evidenciado mais claramente

    por meio do nmero de folhas, em que o aparecimento de novas folhas na planta

    cessa aos 68 DAP, coincidindo com a maior largura e maior nmero de fololos da

    quarta folha.

    Entre 47 e 75 dias aps plantio (DAP), medida que se aumentou a dose de N

    aumentou-se linearmente o ndice SPAD da quarta folha (QF). O mesmo ocorreu

    com o ndice SPAD na folha mais velha (FV). Com a dose de N que proporcionou o

    maio ganho de massa de tubrculos (332,9 mg dm-3), os valores do ndice SPAD na

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    42

    QF e FV cresceram at aos 47 DAP, atingindo os valores de 46,9 e 47,2,

    respectivamente, a partir desta data os valores deste ndice comeou a diminuir,

    chegando a 18,5 5,0 para QF e FV no fim do ciclo quando as plantas estavam

    senescentes. Antes e depois desta data de amostragem os valores de SPAD

    decresceram. Rodrigues et al. (2000), em casa de vegetao, encontraram valores de

    39,6 para o ndice SPAD para QF. Tambm, em casa de vegetao, Moreira (2008)

    trabalhando com brotos do cultivar gata encontrou valores crticos de SPAD na

    quarta folha e folha velha de 43,8 e 43,3 respectivamente, esses ndices SPAD foram

    encontrados aos 20 DAP logo depois que o autor comeou aplicar o nitrognio nas

    plantas. Malavolta et al. (1997), Gil (2001) e Sampaio Jnior et al. (2008)

    verificaram valores maiores do ndice SPAD variando de 45,3 a 56 unidades,

    utilizando o cultivar Monalisa.

    A partir de 47 DAP quando ocorreu o valor mximo para o ndice SPAD, este

    ndice comeou a declinar, tanto na quarta folha como na folha mais velha. Esse

    declnio ocorre devido a planta chegar ao seu ponto mximo de acmulo do

    nutriente. Vrios autores comprovaram o declnio do SPAD aps atingido um ponto

    de mximo (Minotti et al., 1994; Rodrigues, 2004; Sampaio Jnior, 2005 e Moreira,

    2008).

    O aumento do ndice SPAD est relacionado com o aumento na intensidade

    da cor verde da planta e, mede de forma indireta o teor de clorofila na planta, e desta

    forma indica o estado nutricional nitrogenado em determinada fase do ciclo da planta

    Fontes (2001).

    A altura da planta aumentou ao longo do ciclo e atingiu 46,7 cm com a dose

    de 332,9 mg dm-3 de N. Moreira (2008) verificou que a altura da planta tambm teve

    uma resposta linear aplicao de doses crescentes de N ao longo do ciclo da

    cultura, porm em seu experimento, as plantas ficaram com tamanho menor. Taldiferena deve-se ao fato desse autor ter trabalhado em outras condies com o

    cultivar gata enquanto neste trabalho o cultivar utilizado foi a Asterix.

    O nmero de folhas foi menor (21,5) do que encontrado por Sampaio Jnior

    et al. (2008) utilizando o cultivar Monalisa. Estes autores encontraram 25,8 folhas

    por planta de batata, porm trabalharam com outro cultivar que e cada cultivar

    apresenta formato de folha e distncia entre folhas um pouco diferente. Biemond &

    Vos (1992) e Vos & Putten (1998) relataram que o nmero de folhas