azibo rural maio 2016

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EDITORIAL N a passada quinta-feira, dia 19 de Maio, demos início a mais uma época de rega. A preparação levou mais de dois meses, tendo a Direção programado para este ano diversos trabalhos de maior envergadura de que são exemplos a limpeza exterior e interior de todo o canal con- dutor geral, a reparação de condutas, grelhas, a fixação de tela, o aumento da secção dos descarregadores, a instalação de contadores, a reparação e substituição de equipamentos hidráulicos, com o objetivo de melhorar o serviço e reparar/ melhorar os equipamentos. Esta é a oitava época de rega sob a gestão deste órgãos Sociais, como é habitual, o desafio é grande, a responsabi- lidade também, este ano contamos com oito colaboradores ao serviço, que têm feito um bom trabalho de equipa, sob a orientação do Coordenador Técnico da Associação, Eng.º Manuel Carvalho. Estamos por isso esperançados que a épo- ca de rega seja à semelhança dos anteriores, um sucesso, com o desejado aumento da área regada e com um normal funcionamento do regadio. O desafio aumenta de ano para ano e está já distante a Associação que encontramos em 2009. O futuro será por isso cada vez mais exigente. A Direção, após ter feito diversas diligências e contac- tos ao longo do tempo irá proceder ao envio para cobran- ças coercivas as contas dos regantes devedores de 2013 e 2014, a que acresce a comunicação à DGADR que ins- taurará uma contraordenação, conforme Regulamento do AHMC, estando ainda a ser contactados pessoalmente os regantes para os quais existam dificuldades no envio pos- tal. De referir que os custos acrescidos serão em muitos casos superiores ao valor da dívida. Muitas vezes o valor da água está entre os 25 ou 35€ e após a comunicação às finanças não será possível o recebimento da respectiva dívida por parte da Associação, está por isso definido como limite para pagamento, o dia 31 de maio de 2016. A Direção está também a criar um cartão de sócio, que além de identificar o associado, vai também ter vantagens comerciais. Estamos a desenvolver esforços e contactos no sentido de criar Protocolos com Empresas, estando já alguns assinados. Oportunamente será enviada informação deta- lhada. Os associados que tenham atividade comercial, têm preferência na celebração dos referidos Protocolos, se esse é o seu caso, agradecemos que contacte a Associação para mais informações, a sua colaboração pode ajudar ao desen- volvimento do seu negócio e dos Associados da ABMC. Se ainda não é Sócio, por apenas 5€/ano, pode fazer parte da Associação de Beneficiários de Macedo de Cavaleiros. A Direcção “Não basta ter um bom solo e alocar a esse bom solo as reservas de água suficientes para poder lá fazer uma agricultura progressiva e rentável, mas depois também é preciso contar com o fator humano. Pág. 2 Entrevista com Joaquim Rodrigues Pág. 4 e 5 Pág. 8 Pág. 3 Pág. 2 O Governo pretende lançar um Programa Nacional de Rega- dios com cerca de 90 mil hectares, metade dos quais para a expansão do Alqueva (que regará cerca de 165 mil hectares), que poderá ser financiada pelo Plano Juncker. A medida está integrada no Programa Nacional de Reformas, aprovado já em Conselho de Ministros. Uma das fontes de financia- mento previstas para o programa é o Plano Juncker, o Fundo Euro- peu para Investimentos Estratégicos, com o qual o Governo está, a negociar o financiamento de cerca de 200 milhões de euros. P elo segundo ano que a vespa do castanheiro foi encon- trada em soutos do concelho de Macedo de Cavaleiros. Para tentar travar a praga foi desenvolvido um projecto pela Associação Nacional da Castanha – RefCast, direcções regionais de agricultura do Norte e Centro e cerca de 30 mu- nicípios onde estão a ser feitas as largadas de insectos que se alimentam das larvas que estão nas árvores e são capa- zes de exterminar a vespa. Nº 40 - Bimestral - Maio de 2016 - Director: Hélder Fernandes | www.abmc.pt | facebook.com/abmc.pt | Distribuíção Gratuíta Associação de Beneficiários de Macedo de Cavaleiros O Governo está a negociar com instituições bancárias o finan- ciamento de projetos aprovados no âmbito do Programa de Desenvolvimento Regional 2020 (PDR2020) que ultrapassem a dotação orçamental deste ano. O objectivo é permitir a viabili- dade de projectos, já submetidos em 2015 mas que se prevê esgotarem a verba de 2016. Governo quer lançar Programa Nacional de Regadios Vespa do castanheiro detectada em Macedo Governo está a negociar com a banca financiamento de projetos Feira de Agricultura de Trás-os-Montes em Macedo

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Associação de Beneficiários de Macedo de CavaleirosAZIBO RURALNº 40 - Bimestral - Maio de 2016 - Director: Hélder Fernandeswww.abmc.pt

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Page 1: Azibo Rural Maio 2016

EDITORIAL

Na passada quinta-feira, dia 19 de Maio, demos início a mais uma época de rega. A preparação levou mais de dois meses, tendo a Direção programado para

este ano diversos trabalhos de maior envergadura de que são exemplos a limpeza exterior e interior de todo o canal con-dutor geral, a reparação de condutas, grelhas, a fixação de tela, o aumento da secção dos descarregadores, a instalação de contadores, a reparação e substituição de equipamentos hidráulicos, com o objetivo de melhorar o serviço e reparar/melhorar os equipamentos.

Esta é a oitava época de rega sob a gestão deste órgãos Sociais, como é habitual, o desafio é grande, a responsabi-lidade também, este ano contamos com oito colaboradores ao serviço, que têm feito um bom trabalho de equipa, sob a orientação do Coordenador Técnico da Associação, Eng.º Manuel Carvalho. Estamos por isso esperançados que a épo-ca de rega seja à semelhança dos anteriores, um sucesso, com o desejado aumento da área regada e com um normal funcionamento do regadio. O desafio aumenta de ano para ano e está já distante a Associação que encontramos em 2009. O futuro será por isso cada vez mais exigente.

A Direção, após ter feito diversas diligências e contac-tos ao longo do tempo irá proceder ao envio para cobran-ças coercivas as contas dos regantes devedores de 2013 e 2014, a que acresce a comunicação à DGADR que ins-taurará uma contraordenação, conforme Regulamento do AHMC, estando ainda a ser contactados pessoalmente os regantes para os quais existam dificuldades no envio pos-tal. De referir que os custos acrescidos serão em muitos casos superiores ao valor da dívida. Muitas vezes o valor da água está entre os 25 ou 35€ e após a comunicação às finanças não será possível o recebimento da respectiva dívida por parte da Associação, está por isso definido como limite para pagamento, o dia 31 de maio de 2016.

A Direção está também a criar um cartão de sócio, que além de identificar o associado, vai também ter vantagens comerciais. Estamos a desenvolver esforços e contactos no sentido de criar Protocolos com Empresas, estando já alguns assinados. Oportunamente será enviada informação deta-lhada. Os associados que tenham atividade comercial, têm preferência na celebração dos referidos Protocolos, se esse é o seu caso, agradecemos que contacte a Associação para mais informações, a sua colaboração pode ajudar ao desen-volvimento do seu negócio e dos Associados da ABMC. Se ainda não é Sócio, por apenas 5€/ano, pode fazer parte da Associação de Beneficiários de Macedo de Cavaleiros.

A Direcção

“Não basta ter um bom solo e alocar a esse bom solo as reservas de água suficientes para poder lá fazer uma agricultura progressiva e rentável, mas depois também é preciso contar com o fator humano.

Pág. 2Entrevista com Joaquim Rodrigues Pág. 4 e 5

Pág. 8

Pág. 3

Pág. 2

O Governo pretende lançar um Programa Nacional de Rega-dios com cerca de 90 mil hectares, metade dos quais para

a expansão do Alqueva (que regará cerca de 165 mil hectares), que poderá ser financiada pelo Plano Juncker.

A medida está integrada no Programa Nacional de Reformas, aprovado já em Conselho de Ministros. Uma das fontes de financia-mento previstas para o programa é o Plano Juncker, o Fundo Euro-peu para Investimentos Estratégicos, com o qual o Governo está, a negociar o financiamento de cerca de 200 milhões de euros.

Pelo segundo ano que a vespa do castanheiro foi encon-trada em soutos do concelho de Macedo de Cavaleiros.

Para tentar travar a praga foi desenvolvido um projecto pela Associação Nacional da Castanha – RefCast, direcções regionais de agricultura do Norte e Centro e cerca de 30 mu-nicípios onde estão a ser feitas as largadas de insectos que se alimentam das larvas que estão nas árvores e são capa-zes de exterminar a vespa.

Nº 40 - Bimestral - Maio de 2016 - Director: Hélder Fernandes | www.abmc.pt | facebook.com/abmc.pt | Distribuíção Gratuíta

AZIBO RURALAssociação de Beneficiários

de Macedo de Cavaleiros

O Governo está a negociar com instituições bancárias o finan-ciamento de projetos aprovados no âmbito do Programa de

Desenvolvimento Regional 2020 (PDR2020) que ultrapassem a dotação orçamental deste ano. O objectivo é permitir a viabili-dade de projectos, já submetidos em 2015 mas que se prevê esgotarem a verba de 2016.

Governo quer lançar Programa Nacional de Regadios

Vespa do castanheiro detectada em Macedo

Governo está a negociar com a banca financiamento de projetos

Feira de Agricultura de Trás-os-Montes em Macedo

Page 2: Azibo Rural Maio 2016

02 AZIBO RURAL | Maio de 2016

Notícias

DiREctoR HélDEr FErnAnDES REDAção ABMC colAboRADoREs ArMAnDO AUGUStO MEnDES, HélDEr FErnAnDES, HOráCiO COrDEirO, JOSé CArlOS trOviSCO rOCHA, viCtOr SAntOS PAginAção EDIçõES IMAGINARIuM, LDA. PRoPRiEDADE E EDitoR ASSOCiAçãO DE BEnEFiCiáriOS DE MACEDO DE CAvAlEirOS imPREssão EMPrESA DiáriO DO MinHO, lDA - BrAGA; 600 ExEMPlArES sEDE EDiFÍCiO DA ZOnA AGráriA, Av ilHA DO SAl, 5340-194 MACEDO CAvAlEirOS tElEfonE 278 420 024 E-mAil [email protected] REDEs sociAis FACEBOOk.COM/ABMC.Pt | tElEfonE (APrOvEitAMEntO HiDrOAGriCOlA DE MACEDO DE CAvAlEirOS) 278 420 020

AZIBO RURALfIchA TécnIcA

Governo está a negociar financiamento de projetos que ultrapassem orçamento

Feira de Agricultura de Trás-os-Montes em Macedo

O ministro da Agricultura, Luis Capoulas Santos,

anunciou recentemente que o Governo está a negociar com instituições bancárias o financiamento de projetos aprovados no âmbito do Pro-grama de Desenvolvimento Regional 2020 (PDR2020) que ultrapassem a dotação orçamental deste ano.

«Estamos neste momento a negociar com as institui-ções bancárias, e em particu-lar com o Crédito Agrícola, a possibilidade de o Ministério da Agricultura poder continu-ar a aprovar projetos mesmo depois de ultrapassada a do-tação global do ano, que ron-da os 600 milhões de euros» disse Capoulas Santos em declarações à agência Lusa.

O Governo quer que os agricultores apresentem a aprovação dos projetos como garantia de forma a que as instituições bancárias finan-ciem e os projetos conti-nuem.

Capoulas Santos recordou que, apesar do programa de Desenvolvimento Regional ter tido início em 2014, no final de 2015 não havia nenhum proje-to de investimento aprovado, embora estivessem acumula-dos cerca de 20 mil pedidos,

porque estiveram candidatu-ras abertas durante o ano de 2015.

Essa situação, garantiu, está hoje desbloqueada.«Estamos agora no conjunto do Programa de Desenvol-vimento Regional (PDR) a aprovar cerca de 1200 proje-tos por mês», destacou, reve-lando que a intenção é repor a normalidade nos próximos meses.

Contudo, a acumulação de projetos que aguardavam apro-vação levou a que este ano o governante conte aprovar um conjunto de projetos que esgo-tam a dotação de 2016.

É nesse sentido que o Minis-tério da Agricultura está a nego-ciar com as instituições bancá-rias.

Capoulas Santos falava à margem da cerimónia de celebração dos cem anos do Crédito Agrícola da Costa Azul, em Santiago do Cacém, no distrito de Setúbal, onde destacou o papel da institui-ção bancária ao serviço da população e da agricultura.

Fonte: DN

Macedo de Cavaleiros recebeu a primeira Feira da Agricultu-

ra de Trás-os-Montes entre 20 e 22 de Maio. Do programa faziam parte algumas características que vinham desde o dia do agricultor, que se realizou durante 10 anos e da mostra agrícola que se realizou em 2014 e 2015, como o desfile de tratores, ou a, muito apreciada, gincana de tratores e o sorteio de alfaias agrícolas.

O evento contou com uma componente técnica com a rea-lização de um seminário e uma formação sobre a criação de rainhas e um curso de análise sensorial do mel; uma compo-nente comercial com a presença de alguns produtores e de co-merciantes de tractores e alfaias agrícolas; de uma componente direccionada aos criadores de

gado, com a realização de vá-rios concursos de criadores: da Churra da Terra Quente, Churra Badana, Churra Galega Bragan-çana, Cabra Serrana e de Bo-vinos de Raça Mirandesa, este ultimo, concelhio; e uma com-ponente lúdica com um almoço convívio, gincana de tratores, chegas de bois, demonstrações equestres, e espaços musicais.

Os tratores reunidos no do-mingo rondaram cerca de três centenas, e forma alguns milha-res de pessoas que por motivos profissionais ou de lazer visi-taram a feira da Agricultura de Trás-os-montes.

Para Carlos Barroso, vice-presidente da autarquia de Ma-cedo de Cavaleiros, o evento que continuará a crescer serve toda a região transmontana

Alteração dos estatutos da cooperativa de MacedoNo dia 29 de Abril, Assem-

bleia Geral, aprovou, al-teração aos Estatutos da Co-operativa Agrícola de Macedo de Cavaleiros.

Por força da Lei nº 119/2015 de 31 de Agosto, que aprova o Código Cooperativo, reuniram os Cooperantes da Cooperati-va Agrícola de Macedo de Ca-valeiros, em Assembleia Geral para aprovar as alterações aos seus Estatutos, alteração im-posta por força da entrada em vigor da referida Lei, que aco-lheu propostas de três sócios,

tendo algumas sido propostas a votação.

Como principais novidades, salientam-se a alteração de nome da Direção para Conse-lho de Administração, o Órgão de fiscalização substitui a termi-nologia, Conselho Fiscal, passa a haver limitação de mandatos para o Presidente do Conselho de Administração, passa a haver um Regime disciplinar com san-ções para os Cooperadores, en-tre outras normas, que passará a reger a Cooperativa a partir da sua entrada em vigor.

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03Maio de 2016 | AZIBO RURAL

A C O PA D O N O R D E S T E - Cooperativa de Pro-

dutores Agrícolas CRL, em Parceria com a AGROBIO- Associação Portuguesa de Agricultura Biológica.

Promoveu no dia 6 de Maio de 2016, um encontro de Agricultores que teve por base, a produção e o esco-amento das suas explora-ções em Modo de Produção Biológica, de onde resultou a produção de vários produtos com escoamento garantido.

Fazer do concelho uma refe-rência da Agricultura Biológica é um dos objetivos da COPADO-NORDESTE - Cooperativa de Produtores Agrícolas CRL.

Para o efeito a COPADO-NORDESTE , assinou um protocolo com a AGROBIO - Associação Portuguesa de Agricultura Biológica.

Prestará auxílio aos agricul-tores, com custos suportados pela AGROBIO.

Apoiando a certificação dos produtos de Agricultura Biológi-ca para incentivar os agriculto-res a apostarem nesta área.

O concelho tem já alguns pro-dutos integrados nesta categoria, nomeadamente o mel, azeite, azeitona, amêndoa, castanha,

noz, algumas hortícolas, como (batata, abobora, curgetes, pi-mento, tomate), leguminosas, como (feijão, grão de bico, feijão frade), pretendem-se ainda inte-grar outros produtos.

A mediadora será a COPA-DONORDESTE- Sediada em Macedo de Cavaleiros e vi-mioso, que terá como função prestar apoio técnico e informa-ção aos agricultores de modo a garantir o cumprimento dos re-quisitos europeus, e promover o escoamento dos produtos, e incentivar o desenvolvimento da Agricultura Sustentável, que protege o meio ambiente.

Ajude-nos a construir um mundo melhor.

A COPADONORDESTE tem como objetivos, promover o as-sociativismo entre produtores e comercializar a produção dos sócios e cooperantes, criando volumes e poder negocial a nível nacional e internacional.

Está no terceiro ano de la-boração, tendo ambiciosos pro-jetos, junte-se a nós para mais informações faça uma visita às nossas instalações, no Bairro de São Francisco, em Macedo de Cavaleiros.

Clarisse Ledesma

O combate à vespa das ga-lhas do castanheiro está

ser feito em cerca de 30 mu-nicípios através da largada de parasitas que podem eliminar a praga que afecta a produção de castanha, segundo a associa-ção do sector.

A luta biológica está a ser concretizada pela Associação Nacional da Castanha –Ref-Cast, com sede em vila real, direcções regionais de agri-cultura do Norte e Centro e municípios onde estão a ser feitas as largadas.

José Gomes laranjo, presi-dente da Refcast e investigador da universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (uTAD), disse à agência Lusa que este processo começou na última se-mana de Abril e vai-se prolongar até meados de Maio, porque as largadas têm de ser feitas quan-do as galhas dos castanheiros já estão formadas, segundo o site da Confagri – Confedera-ção Nacional das Cooperativas Agrícolas de Portugal.

A luta biológica consiste na largada dos parasitóides “Tory-mussinensis”, insectos que se alimentam das larvas que estão nas árvores e são capazes de exterminar a vespa.

100 largadas na PrimaveraAo todo, segundo o respon-sável, vão ser feitas cerca de 100 largadas nesta Primavera, cada uma das quais inclui 120 fêmeas e 70 machos e cus-ta 280 euros. Este processo estende-se do Minho, Douro e Trás-os-Montes, às Beiras e até à Madeira. Já foram reali-zadas 26 largadas.

José Gomes laranjo refe-riu que a luta biológica tem sido a única que se tem reve-lado eficaz no combate a esta praga, referindo que foi tam-bém o método adoptado em Itália e em Espanha.

Após a implementação des-tas medidas serão necessários três a quatro anos para que seja atingido um novo equilíbrio en-tre praga e parasita. «À medida

que o parasita vai crescendo a praga vai diminuindo o seu nível de ataque», salientou José Go-mes Laranjo.

O responsável referiu que a luta biológica vai decorrer num total de 180 freguesias, dos mu-nicípios que aderiram ao proto-colo de parceria “Biovespa”, assinado entre a RefCast e as autarquias, as quais se compro-meteram a assegurar financia-mento para os parasitóides, que são adquiridos em Itália.

O investigador referiu que há outros concelhos onde foi detectada a vespa mas que não aderiram ao “Biovespa”, e onde infelizmente a «luta teve que ser travada e estão a descoberto», designadamente em Ponte de lima, Barcelos, Fafe, Guima-rães e vila nova de Famalicão.

O primeiro foco de infesta-ção desta praga, que afecta a produção de castanha, foi detectado no final de Abril de 2015 na região transmontana, um ano depois de ter sido en-contrada primeira vez em Por-tugal, no Minho.

Devido à importância que a produção de castanha repre-senta para a economia trans-montana, tem-se assistido a uma grande mobilização na luta contra a vespa que, à se-melhança do que já aconteceu em outros países europeus e se não for travada, pode eliminar até 80 por cento da produção nos próximos anos.

O investigador salientou que é preciso também continuar a vistoriar os soutos com o objecti-vo de retirar o material contami-nado dos castanheiros e impedir a sua propagação, um processo que deverá decorrer até meados de Junho, altura em que a vespa começa a sair das galhas.

Em Trás-os-Montes, os fo-cos foram detectados em novas plantações, onde foram destruí-das as galhas infestadas, e não em castanheiros adultos. “Es-tamos extremamente receosos que possam aparecer focos em castanheiros adultos, porque é uma situação tremendamente preocupante”, salientou.

Luta contra a praga da vespa do castanheiro está em curso em 30 municípios

Escoamento de Produtos Biológicos

ABMC já é um parceiro da Rede Rural Nacional. A

Rede Rural Nacional (RRN) é uma estrutura de ligação en-tre agentes com papel activo no desenvolvimento rural, que querem partilhar as suas ex-periências e conhecimentos, melhorar o desempenho e obter melhores resultados.

A RRN como plataforma de divulgação e partilha de in-formação, de experiência e de conhecimento, pressupõe uma atuação que desenvolva a par-tilha e a cooperação em torno das ações a concretizar com o objetivo de melhorar a aplica-ção dos programas e medidas de política de desenvolvimento rural e a qualificação da inter-venção dos agentes implicados

no desenvolvimento rural.A RRN tem como objetivos

estratégicos:Promover a participação e o

trabalho conjunto entre os agen-tes de desenvolvimento rural;

Transferir as boas práticas e novos conhecimentos para qua-lificar a intervenção dos agentes de desenvolvimento rural;

Melhorar a conceção e apli-cação das medidas de política de desenvolvimento rural;

Promover a imagem e o po-tencial dos territórios rurais.

ABMC aderiu à Rede Rural Nacional

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04 AZIBO RURAL | Maio de 2016

Entrevista

Entrevista com Joaquim Ribeiro, Presidente da Direção da Associação de Beneficiários e Regantes de Alfândega da Fé

Há quanto tempo existe a As-sociação de Beneficiários e Regantes de Alfândega da fé?

A Associação foi fundada em 2011. O processo foi espoletado pela Direção regional. Fez-se a escritura da constituição em 2014 e posteriormente o seu reconhecimento em Novembro do mesmo ano.Embora a cons-tituição da Associação tenha sido feita em 2014, já existia uma Comissão Administrativa com dois anos e pouco de vida. O contrato de concessão foi as-sinado em Abril de 2015, altura em que a obra nos foi entregue.

nesse processo recente, a ade-são das pessoas foi difícil?

A adesão foi muito boa. Al-fândega da Fé, que foi um dos primeiros concelhos no distrito de Bragança a ter regadio públi-co, tem de facto uma tradição de uso [de água] que vem desde o início dos anos 70. A obra de in-fraestruturação do regadio de Al-fândega foi terminada em 69/70 e ficou a funcionar em 1971.

Essa obra teve a mão do Eng. camilo mendonça?

Sim, fizeram-se nessa altu-ra bastantes regadios em todo o país. O regadio de Alfândega viveu, desde ai e durante este tempo todo, momentos atribula-dos, porque não teve qualquer tipo de organização. Nunca foi constituída, com efectividade, nenhuma associação de regan-tes. A gestão do regadio nunca se chegou a materializar em ne-nhuma entidade. A tutela que a Direção Regional teve no regadio foi também muito ligeira. Ao lon-go destes quarenta ou cinquenta anos, criou-se aqui uma situação “sui generis”, porque o regadio de Alfândega foi aprovado com duas fases, sendo que a primei-ra parte foi logo implementada

Aqui a água é um recurso disputado, apetecido e usado por toda a gente

após a construção da barragem da Estevinha e a segunda fase, que previa uma bombagem, nun-ca chegou a entrar em funciona-mento. O regadio, inicialmente, estava previsto para regar oito-centos hectares, mas o facto é que o perímetro de rega nunca teve mais de trezentos hectares. Nunca houve nenhuma entidade com competência para gerir o perímetro de rega e manteve-se assim sem qualquer tipo de or-denamento, e naturalmente as pessoas foram-se ligando, de forma clandestina, ao perímetro durante este período. Nós, neste momento, depois desta obra de beneficiação que foi realizada agora há pouco tempo, estamos a regar, de facto, quase sete-centos hectares, quando a obra se destinava a apenas 290 hec-tares. Ou seja, a parte precária, que não está dentro do perímetro e usufrui da rede de rega, é su-perior à parte que está dentro do perímetro de rega.

Além disso ainda temos os consumidores urbanos, sobre os quais lançamos uma taxa fixa, isto porque, as ligações foram feitas sem qualquer tipo de pla-neamento e não tínhamos possi-bilidade de colocar contadores na maior parte das casas. Convocá-

mos a população através de um folheto que foi distribuído na vila de Alfândega da Fé e neste mo-mento já temos cerca de duzen-tos e cinquenta utentes a pagar, ou seja, duzentas e cinquenta pessoas que reconheceram, que de uma forma ou outra, usufruem da água da rede de rega.

Quais são as principais cultu-ras que beneficiam da rega?

Temos neste momento a se-rem regadas plantações novas, com sistemas de rega modernos (gota-a-gota), com cerca de du-zentos hectares, divididos entre amendoal, olival e pomar, que são regadas diretamente a partir da barragem da Estevinha, para além das plantações tradicionais.

os agricultores têm noção do impacto que a rega tem na produção agrícola?

Por vezes, o regadio, para po-der funcionar, necessita que passe uma geração para que se criem hábitos de rega nas populações, e nós aqui em Alfândega já tive-mos essa passagem de uma ge-ração. Aqui a água é um recurso disputado, apetecido e usado por toda a gente, não só na agricultu-ra comercial, direcionada para o mercado, mas também na agricul-

tura familiar, onde contamos com cerca de cinquenta hectares de pequenas hortas. Há de facto uma grande vontade de regar em Alfân-dega e as pessoas atribuem muita importância ao perímetro de rega e participam na vida da Associação, são interventivos e desejam ter água nas suas propriedades.

Na sequência da obra de re-qualificação do perímetro de rega, nós tivemos que refazer todas as ligações dos hidrantes aos prédios rústicos, em colaboração com os agricultores. Tivemos reuniões, desde 2014 até ao início do ano 2016, com todos os agricultores que tinham propriedades dentro e fora do perímetro de rega. Fizemos todas as ligações, de acordo com uma norma que foi pré-estabele-cida, e as tubagens foram todas feitas de raiz. Cerca de 90% da área do perímetro e área fora do perímetro, mas que é servida pela rega, já se encontra com novas ligações, com tubagens novas e com contadores. Todo este inves-timento foi suportado pelos cerca de 600 agricultores que,calculo eu, tenham despendido no míni-mo, cerca de duzentos euros, em média, neste processo.

Pode se concluir que, se estive-ram com disponibilidade para

inauguração do Regadio de Alfândega da fé em maio de 2015, na presença da ministra Assunção cristas.

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05Maio de 2016 | AZIBO RURAL

despender esse valor, é porque sentem que terão um retorno?

Evidentemente. Até porque já existe uma grande convivên-cia com o uso da água e isso é muito importante. Por exemplo, verificamos em outros períme-tros, que as pessoas não tiram partido da mais-valia que signifi-ca terem água nos prédios rústi-cos. Em Alfândega, inicialmente também tivemos esse problema nos anos 70 e em parte nos anos 80, mas houve uma habi-tuação ao longo desse tempo e neste momento, as pessoas to-das querem ter água, apesar de isso significar um investimento considerável. Nos tempos que correm, que são tempos de di-ficuldades, nós temos consciên-cia de que se exigiu aos agricul-tores um esforço considerável.

A Associação sente apoio na câmara municipal, nas ações que desenvolve?

Nós estamos a trabalhar em colaboração estreita com a Câ-mara Municipal de quem senti-mos um forte apoio e esperamos que se possa manter de futuro.

Nós temos uma área relati-vamente pequena em compara-ção com outros regadios, mas a verdade é que apesar disso, a capacidade da barragem é bas-tante modesta, porque temos cerca de setecentos utentes, entre precários, beneficiários, utentes urbanos, utentes indus-triais e também a Câmara Muni-cipal. Os jardins da câmara são regados com água do perímetro de rega. isto significa que temos aqui uma realidade bastante complexa, e torna-se ainda mais complexa pelo facto do perímetro de rega ter estado a servir inter-ruptamente desde a década de setenta, sem que os agricultores pagassem o que quer que fos-se. Criaram-se muitas tensões, as pessoas estavam um bocado cansadas porque o fornecimento de água não era feito com regu-laridade, havia pessoas que não regavam com civismo, que des-perdiçavam água, que depois se refletia na impossibilidade de ou-tros agricultores utentes poderem usufruir dela de uma forma acei-tável. Foi por iniciativa da maioria dos agricultores, já utentes da rede de rega, que se partiu para a solução dos contadores. Tive-mos uma assembleia geral em 2014 e nessa altura colocou-se a questão: Que tipo de tarifa é que iriamos pôr? Se iriamos optar por uma taxa baseada nos hectares e nas culturas ou se iriamos optar por colocar contadores à entrada de cada prédio. Foi por unanimi-dade, sem votos contra, que se

optou pela solução dos contado-res, isto numa assembleia geral muito concorrida.

o perímetro de rega e a res-tante área que é servida pelo perímetro cobre uma peque-na percentagem do concelho. Devia haver mais área no con-celho com regadio?

Nós, neste momento, aqui à volta de Alfândega da Fé, temos cerca de setecentos hectares a serem regados. O perímetro tem duzentos e noventa. Os inves-timentos públicos têm que ser feitos com algum critério, não basta ter um bom solo e alocar a esse bom solo as reservas de água suficientes para poder lá fazer uma agricultura pro-gressiva e rentável, mas depois também é preciso contar com o fator humano. Muitas vezes é o fator humano que não responde aos investimentos públicos.

foi o que aconteceu com a barragem da Estevinha?

Não. Com a Estevinha foi ao contrário. Na Barragem da Estevinha tivemos sempre uma vontade de regar. O que precisa-vamos aqui em Alfândega, ten-do consciência que este regadio é um dos poucos com adesão maciça à rega e onde as pesso-as estão dispostas a despender parte das suas economias para terem água, era de uma segun-da barragem. Já está identificado o local que nos permitia por em funcionamento a segunda fase, tal como estava previsto na dé-cada de setenta, ou seja, permitir a infraestruturação da segunda fase significava mais quatrocen-tos hectares. Com a solução que encontramos, conseguíamos in-fraestruturar essa zona e cons-truir um novo perímetro de rega, que regaria por gravidade, ao contrário do plano inicial, que

implicava bombagens. O inves-timento público não era nada de mais, em função da relação cus-to-benefício que se estableceria. Estaríamos a falar de um milhão e meio, no máximo dois milhões, mas a relação custo-benefício era muito superior à que muitas vezes é considerada quando se aprovam alguns regadios, que não tem qualquer tipo de adesão, nem contribuem para a criação de riqueza ou produção na agricultu-ra. Este regadio tem uma voca-ção de promoção das produções, uma vocação económica, mas também tem uma vocação de criação de amenidades, ou seja, permite que haja uma qualidade de vida, na vila de Alfândega da Fé, que não existe em outras ter-ras do distrito de Bragança, no-meadamente com o fornecimento de água às habitações urbanas. Em Trás-os-Montes é comum as casas não terem água para re-gar jardins ou têm que regar com água da torneira,outra coisa é po-derem usar água a preço módico, com uma certa abundância.

A bolsa de terras tem alguns terrenos inseridos no períme-tro de rega, que foram dispo-nibilizados a jovens agriculto-res. É a favor do conceito da bolsa de terras?

Sim. A Câmara Municipal e a Cooperativa de Alfândega da Fé disponibilizaram para arrenda-mento, cerca de vinte e poucos hectares de terra dentro do pe-rímetro de rega, especificamen-te para a produção de cereja. É uma iniciativa muito meritória. Foi feito um concurso público para a adjudicação das parcelas, ao qual acorreram vários candida-tos e neste momento toda a área concessionada já foi adjudicada, já está em andamento. A Bolsa de terras permite que os Jovens Agricultores tenham prioridade na aprovação dos investimen-tos. Dos vinte e poucos hectares, mais de metade já estão planta-dos com cerejeiras e estamos a aguardar que os próximos hec-tares sejam plantados durante o próximo ano, isto porque os processos de investimentos se atrasaram. Mas creio que na Pri-mavera do próximo ano, teremos cerca de vinte hectares de cere-jal novo, dentro do perímetro de rega. Como sabe, o perímetro não é muito grande, mas já temos metade da área do perímetro com plantações novas, e mantendo o ritmo que leva, dentro dos próxi-mos anos, poderemos dizer que mais de um terço do perímetro terá plantações novas.

Houve um assalto recentemen-

te na central de bombagem da barragem da Estevinha…

Era a tal central que nunca chegou a entrar em actividade. Foi assaltada, suponho, mais que uma vez. Podemos ter aqui alguns problemas de segurança, embora os cerca de duzentos e cinquenta contadores espa-lhados pelo perímetro sejam de plástico. Por exemplo na vilariça há muitos roubos, chegando ao ponto de se furtarem peças dos próprios hidrantes; em Chaves também houve roubos preocu-pantes. Temos que encontrar al-gum tipo de vigilância que permi-ta minorar este tipo de situações, porque os proprietários não con-seguem guardar o material que está no campo. Eventualmente recorrendo à vigilância e aos meios tecnológicos que agora estão disponíveis.

Houve um encontro nacional de regantes em Alfandega, como correu?

Para nós significou um gran-de apoio público ao que esta-mos a fazer e isso teve impacto em Alfandega da fé.

Foi um esforço de descentra-lização da FEnArEG. Da nossa parte ficamos sensibilizados por as associações de rega de todo o país se terem deslocado a Alfân-dega e achamos que é um sinal da FEnArEG pretender olhar com outros olhos para o regadio do norte de Portugal. O Norte de Portugal, em termos proporcio-nais encontra-se muito abaixo do nível de investimento dos rega-dios a sul do Mondego. Realidade que gostaríamos que fosse ten-dencialmente corrigida com mais investimento publico no norte. Até porque o impacto de um hectare no norte é muito maior que no sul, pois chega a muito mais pessoas.

Também achamos que o cri-tério para aferir a representativi-dade das associações não pode ser só o número de hectares in-fraestruturados, tem que haver sensibilidade também para o nú-mero de pessoas que beneficiam por hectare infraestruturado.

Estamos convictos que haverá vontade por parte da FEnArEG em considerar esses critérios no futuro. A Federação dos regadios Públicos do Norte também tem um papel importante a desenvol-ver, porque tem que haver o re-conhecimento de que a realidade do norte de Portugal merece uma representação própria que terá que ser feita pela Federação dos Regadios Públicos do Norte. Tra-balho que está a ser desenvolvido com grande protagonismo do pre-sidente da vossa associação e do regadio da vilariça.

“Muitas vezes é o

fator humano que não

responde aos investimentos

públicos.

Page 6: Azibo Rural Maio 2016

06 AZIBO RURAL | Maio de 2016

contActos útEis

PDR 2020

ABMC Ass. BenefiCiários MAC. CAvAleiros 278 420 024DGADr Aproveit. hiDroAGríColA M. CAvAleiros 278 420 020ApA AssoCiAção portuGuesA Do AMBiente 278 426 735ACriGA AssoCiAção CriADores De GADo 278 426 546AGriArBol Ass. pt. AGro-fl. terrA quente 278 421 698AJAp Ass. Jovens AGr. portuGAl MAC. CAv. 278 425 756DrAp-n Dir. reG. AGr. pt. norte MirAnDelA 278 260 900DrAp-n DeleGAção Do norDeste MAC. CAv. 278 426 627CooperAtivA AGríColA De MAC. CAvAleiros 278 421 145AnCorCB Ass. nAC. Cri. ovinos ChurrA BADAnA 278 426 383CAp ConfeDerAção De AGriCulturA portuGAl 278 421 337AnCoteq Ass. nAC. Cri. ovinos ChurrA tq 278 426 357fAtA feD. AGriCulturA De trás-os-Montes 278 426 454veterinário MuniCipAl 278 421 747CluBe De CAçA e pesCA De MACeDo CAvAleiros 278 425 160Afn AutoriDADe florestAl nACionAl 278 421 448ifAp vilA reAl 259 340 690

Calendário indicativo de pagamentos das ajudas do Pedido Único - 2016

Ajuda / Apoio Até dia

Junho

RPB - Regime de Pagamento Base 2.ª Prestação 30 jun 2016

Pagamento por Práticas Agrícolas e Benéficas - Greening 2.ª Prestação 30 jun 2016

PJA - Pagamento Para os Jovens Agricultores 2.ª Prestação 30 jun 2016

RPA - Regime da Pequena Agricultura 2.ª Prestação 30 jun 2016

Prémio por vaca em Aleitamento 2.ª Prestação 30 jun 2016

Prémio por vaca leiteira 2.ª Prestação 30 jun 2016

Prémio por Ovelha e Cabra 2ª Prestação 30 jun 2016

Pagamento Específico por Superfície ao Arroz 2ª Prestação 30 jun 2016

Pagamento Específico por Superfície ao tomate 2ª Prestação 30 jun 2016

(1) Calendário provisório, sujeito a alterações decorrentes de situações excecionais.(2) Condicionado à existência de disponibilidade orçamental.

DesafioEstimular a economia do se-tor primárioCiente da importância que o sector primário representa para o país, o Intermarché desde cedo apoiou e incen-tivou a produção nacional, criando bases para uma agri-cultura sustentável e de inte-resse nacional. Para tal quis desenvolver um projecto que não se dedicasse apenas a reconhecer o excelente tra-balho dos seus produtores associados. Essa é a razão pela qual realizamos este ano a 3ª edição do Prémio Intermarché Produção Na-cional, um projecto aberto a todos os produtores de Por-tugal, em que vamos:

Criar um projecto de referên-• cia que promova activamente e premeie os produtores e a pro-dução nacional;

Reconhecer a importância • da sustentabilidade e inovação na produção portuguesa;

Impulsionar o reconheci-• mento da produção nacional de qualidade.

A quem se destinaPodem candidatar-se ao Pré-mio Intermarché Produção Na-cional todos os produtores na-cionais, em nome individual ou colectivo, cujos projectos sejam implementados em Portugal e que enquadrem numa ou mais categorias de selecção contem-pladas pelo Prémio.

Candidate-se em http://www.premiointermarche.pt//candida-tura/.

ObjetivosO Prémio Intermarché Produ-ção Nacional é um projecto que

pretende valorizar e promover a produção nacional e sensibilizar a sociedade para a importância do Sector Primário português.

Ao mesmo tempo, vai reco-nhecer e premiar os melhores projectos de produção susten-tável, inovadora e tradicional, alinhando-se, desse modo, com o movimento de valorização na-cional deste sector.

IncetivosO Prémio Intermarché Produ-ção nacional vai identificar o melhor projeto em cada uma das categorias a concurso.

Aos melhores projetos em cada uma das categorias será assegurado/a:

O escoamento dos produtos • durante um ano;

Parte da margem, que será • repartida entre o Produtor e o intermarché;

visibilidade dos produtos • vencedores em diversos meios;

Colocação de placa descri-• tiva permanente nos locais dos projectos vencedores com indi-cação de que os mesmos são apoiados pelo Prémio Intermar-ché Produção Nacional.

menções HonrosasPoderão ainda ser atribuídas Menções Honrosas aos pro-jectos que, não sendo ven-cedores, se destaquem pela sua qualidade e pertinência. Em caso de atribuição de Menção Honrosa, esses pro-jectos beneficiarão ainda de até 3 meses de acompanha-mento e formação teórica/prática em questões técni-cas, em período e condições a definir conjuntamente.

Fonte: premiointermarche.pt

III edição do Prémio Intermarché Produção Nacional

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07Maio de 2016 | AZIBO RURAL

Além do porco, também as carnes de ovelha, cabra e

aves vão passar a ter identifica-da a origem. Falta o leite.

A lei que obriga à rotulagem de toda a carne foi aprovada em Conselho de Ministros. A medida já tinha sido anunciada pelo ministro da Agricultura, Ca-poulas Santos, como uma das respostas à crise que afecta os produtores de porcos.

O decreto-lei abrange vá-rios tipos de carne: suíno, ovi-no, caprino e aves de capoeira. Até agora apenas a carne de vaca tinha rotulagem obrigató-ria, uma imposição comunitária que avançou depois da crise das vacas loucas.

Os consumidores passam agora a saber a origem da car-ne e onde foi abatido o animal. Na comissão parlamentar de Agricultura, Capoulas Santos esclareceu que se a carne for nacional, por exemplo, haverá a indicação explícita da palavra “Portugal” . Não serão utiliza-das siglas “para que não haja dúvidas quanto à origem”.

O comunicado do Conselho de Ministros refere ainda que além do país ou do local de pro-veniência, haverá indicação das “substâncias que na sua compo-sição sejam susceptíveis de pro-vocar alergias ou intolerâncias”. “O presente decreto-lei vem ga-rantir o direito à informação dos

Aprovadarotulagem obrigatória na carne

consumidores, assegurando uma escolha livre e consciente e prevenindo situações suscep-tíveis de causar dano à saúde”, lê-se do documento.

Nos últimos meses os suini-cultores têm protestado contra os preços baixos que a indústria (matadouros ou fábricas de pro-dutos transformados) e a grande distribuição estão a pagar pela carne. O embargo russo fez au-mentar a oferta no mercado eu-ropeu, agora “inundado” de carne de porco. Sem conseguir exportar para novos mercados – Portugal não pode ainda vender carne de porco à China, por exemplo – os produtores reclamam apoios do Governo para conseguir ultra-passar a crise. A rotulagem obri-gatória era uma das exigências.

Os dados mais recentes do

INE mostram que os suinicul-tores estão a viver a “situação mais desfavorável” dos últimos 15 anos, com os preços a cair e sem capacidade para supor-tar os custos. Em 2015 o preço pago ao produtor caiu 13,3%, “o segundo maior decréscimo em termos absolutos desde 2000”.

E o leite?Outro dos sectores em dificulda-des é o do leite, que se debate com problemas semelhantes aos da suinicultura. Recente-mente o PSD avançou com uma proposta para tornar obrigató-ria a identificação da origem do leite nas embalagens, mas esta medida esbarra nos actuais re-gulamentos da união Europeia que não permitem aos Estados-membros legislar nesse sentido.

um estudo da Comissão de Agricultura concluiu que a rotu-lagem obrigatória iria prejudicar o comércio transfronteiriço, seria difícil de implementar em ter-mos logísticos e aumentaria os custos. Isto porque, sobretudo, produtos lácteos como o queijo ou os iogurtes são muitas vezes produzidos com leite de várias proveniências. Neste caso, seria preciso alterar os sistemas de rastreabilidade, indica o estudo.

As embalagens de leite uHT contêm uma marca de identifi-cação na parte inferior com a sigla do país onde o produto é embalado: PT se for em Portu-gal, ES se for em Espanha, por exemplo. Mas isso não significa que o leite seja português ou espanhol, indica apenas o local de embalamento.

À partida, marcas de leite nacional contêm matéria-prima produzida em Portugal, mas no caso das marcas da distribuição (que valem 31% das vendas de leite uHT) é mais difícil assegu-rar a proveniência. “É aqui que a questão se coloca de forma mais premente e que uma regra vinculativa teria uma mais-valia para o consumidor”.

Apesar de a rotulagem não poder ser obrigatória por lei, a indústria de lacticínios pode, vo-luntariamente, colocar nos seus pacotes de leite, queijo ou man-teiga, a indicação de origem.

Análise SIMASistema de Informação de Mercados Agrícolas

AzeiteNa semana em análise, pros-seguiu a comercialização de azeite da campanha 2015-2016. Não foram observadas transacções a granel.

As cotações mais frequen-tes do azeite virgem extra en-garrafonado foram as seguintes (ver tablea).

comércio internacionalNos cinco primeiros meses da campanha 2015-2016, que registou o mais elevado volume de produção das últi-

Cotações Azeite Semana 25 Abril a 1 Maio 2016

Preço por litro Região3,55€ a.m. Trás-os-Montes4,15€ a.m. Beira Interior4,80€ a.m. Beira Litoral4,24€ a.m. Ribatejo4,50€ a.m. Alentejo Norte4,72€ a.m. Alentejo Central4,44€ a.m. Alentejo Sul* Azeite = Azeite virgem Extra (<=0,8º) + Azeite virgem (>0,8º e <=2º) + Azeite virgem lampante (>2º)

mas 3 décadas, as compras ao exterior de azeites virgem-extra e virgem diminuíram 35% em volume e as vendas aumentaram 1,5%, relativa-mente ao período homólogo da campanha anterior.

No mesmo período, o supe-ravit da balança comercial de azeite cifrou-se em 104 milhões de euros, o que representa um aumento de 38 milhões de eu-ros (+57%), em relação ao perí-odo homólogo do ano anterior.

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08 AZIBO RURAL | Maio de 2016

PuBLICIDADE

O Governo pretende lançar um Programa Nacional de

Regadios com cerca de 90 mil hectares, metade dos quais para a expansão do Alqueva, que poderá ser financiada pelo Plano Juncker, revelou o minis-tro da Agricultura.

O Programa Nacional de Regadios, que corresponde a cerca de 90 mil hectares em todo o país, metade dos quais no Alqueva”, está integrado no Programa Nacional de Refor-mas, aprovado em Conselho de Ministros, explicou Luís Capou-las Santos, aos jornalistas, em Beja, após ter participado na sessão de abertura da feira de agropecuária Ovibeja.

Segundo o ministro, uma das fontes de financiamento previstas para o programa é o Plano Juncker, o Fundo Euro-peu para Investimentos Estra-tégicos, com o qual o Governo está, atualmente, “a negociar o financiamento de cerca de 200 milhões de euros” necessário para expandir a área de rega-

dio do Alqueva em mais 45 mil hectares, além dos 120 mil ini-cialmente previstos no projeto e que deverão ficar concluídos na atual campanha de rega.

Na sua intervenção na ses-são de abertura da Ovibeja, Luís Capoulas Santos disse que “já foram iniciados contactos no sentido de se poder eventual-mente vir a garantir o financia-mento” da expansão do Alqueva através do Plano Juncker.

O problema, sublinhou, é que empréstimo implica endividamen-to, aumento da dívida do Estado, o que, naturalmente, terá de ser assumido pelas Finanças.

No entanto, estamos a ten-tar negociar um empréstimo em termos de prazo e de um perí-odo de carência, que permita algum alívio nas contas, afir-mou o ministro, considerando impensável parar o projeto Al-queva, devido ao sucesso que tem tido, por falta de financia-mento e por mais difíceis que sejam as condições financeiras do Estado português.

Ainda em relação ao Alque-va, a situação que o Governo encontrou foi que a fonte de financiamento do projeto ter-minou em 31 de dezembro de 2015 e ainda com obras em curso, que decorrerão até julho e agosto deste ano sem que para elas tivesse sido garantido qualquer financiamento.

Portanto, a primeira preo-cupação é encontrar os meios financeiros para continuar a pagar aos empreiteiros, cujas obras foram adjudicadas, esta-vam em curso e se espera que sejam concluídas nos prazos, referiu, indicando que a solução para esse financiamento está praticamente encontrada.

Mas temos agora o pro-blema de maior dimensão, ou seja, encontrar financiamento para expandir a área de re-gadio do Alqueva em mais 45 mil hectares, o que implica um investimento adicional de cer-ca de 200 milhões de euros, para o qual não estava, nem está ainda garantido qualquer

financiamento, disse.Isto porque estão totalmente

comprometidos cerca de 300 mi-lhões de euros dos 350 milhões de euros para o regadio previstos no novo Programa de Desenvol-vimento Rural (PDR) 2014-2020, onde inicialmente pensava que pudéssemos recorrer para con-cluir o Alqueva, explicou.

Portanto, temos apenas no PDR cerca de 50 milhões de eu-ros eventualmente disponíveis para uma necessidade de finan-ciamento adicional de cerca de 200 milhões de euros, referiu.

Segundo Luís Capoulas Santos, o novo PDR nasceu com alguns problemas e o atual Governo, quando tomou posse, encontrou uma situa-ção de total bloqueio, que, atu-almente, está desbloqueada.

No âmbito do PDR, “esta-mos a aprovar cerca de 1.200 projetos por mês, dos 26.000 que entretanto se acumula-ram, o que quer dizer que te-remos a situação normalizada daqui por um ano”, disse

Governo quer lançar Programa Nacional de Regadios

Governo quer criar 80 cooperativas agrícolas por anoO objetivo da medida é apoiar

os jovens “a criar 80 coope-rativas agrícolas ou a promover a criação de emprego em coo-perativas já existentes”

O Governo quer criar 80 cooperativas agrícolas por ano para promover o empre-go, prevendo abranger 2.750 jovens, segundo o Plano Na-cional de Reformas aprovado no Conselho de Ministros.

O objetivo da medida é apoiar os jovens “a criar 80 cooperati-vas agrícolas ou a promover a criação de emprego líquido em cooperativas já existentes”.

O programa, com um custo estimado de 13,9 milhões de euros e financiado através do

Portugal 2020, será avaliado pela Comissão Permanente da Concertação Social 18 meses após entrar em vigor.

Sem custos previstos, o executivo tem por objetivo iniciar, dentro de dois meses, uma avaliação dos impactos das políticas ativas de empre-go e concentrar num espaço único - que poderá ser físico ou virtual -- de todas as intera-ções de desempregados nos processos de procura ativa de emprego, assim como dos empregadores nos processos de seleção e contratação de novos trabalhadores.

Fonte: DN