avaliar a criatividade: contributos para a validade de...

18
Psicologia e Educação 37 Vol. VI, nº 1, Jun. 2007 Avaliar a criatividade: Contributos para a validade de alguns subtestes do TPCT Ana Antunes* Leandro Almeida** Os Testes de Pensamento Criativo de Torrance (TPCT) são o instrumento de avaliação da criatividade mais conhecido e estudado em todo o mundo. Neste estudo pretendemos analisar a validade de constructo de quatro subtestes do TPCT: as actividades verbais 4 e 5 e as actividades figurativas 2 e 3, considerando os resultados nos parâmetros criativos de fluência, flexibilidade, originalidade e elaboração. A amostra é constituída por 385 alunos a frequentarem o 5º e o 6º ano de escolaridade numa escola pública do distrito de Braga. Aplicou-se, para efeitos de contraste, uma bateria de quatro provas de raciocínio ou pensamento convergente (BPR-5/6). Os resultados das análises factoriais exploratórias revelam uma saturação de factores por subteste, aparecendo apenas o critério de elaboração diferenciado. Quando se cruzam os resultados nos subtestes de criatividade e de raciocínio, a análise factorial identifica três factores, respectivamente, para as componentes verbal e figurativa da criatividade, e para os testes de raciocínio. Palavras-chave: Criatividade, testes de Torrance, validade factorial, pensamento divergente. The Torrance Tests of Creative Thinking (TTCT) are the evaluation instrument most known and studied over the world. In this study we want to analyze the construct validity of four TTCT subtests: the verbal activities 4 and 5, and the figural activities 4 and 5, attending the results on the creative parameters of fluency, flexibility, originality, and elaboration. The sample has 385 students from 5th and 6th grades studying at a public school in Braga’s district. To analyze the contrast effects we used a four battery reasoning tests or convergent thinking (RTB-5/6). The results of the exploratory factor analysis show a factor saturation by subtest where only the elaboration criterion appears differentiated. When the results in the creativity subtests and in the reasoning tests are crossed the factor analysis shows three factors, one for the verbal component, other for the figural component, and another for the reasoning tests. Key-words: Creativity, Torrance tests, factor validity, divergent thinking. _______________ * Universidade do Minho. Bolseira da Fundação para a Ciência e a Tecnologia - [email protected] ** Universidade do Minho. A criatividade é uma característica do comportamento humano que, por um lado, se revela misteriosa e, por outro, impres- cindível ao desenvolvimento do próprio Homem (Kerr & Gagliardi, 2003). Carbajo (2000) define a criatividade como “la capacidad innata del hombre que desarrollada convenientemente, lleva a la producción de algo nuevo, original y útil, con el componente afectivo de conseguir la autorrealización del sujeto” (p. 19). Mas, o termo criatividade, continua a ser con- troverso, não havendo uma definição cla- ramente aceite pela comunidade científica.

Upload: lethu

Post on 17-Oct-2018

215 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Psicologia e Educação 37

Vol. VI, nº 1, Jun. 2007

Avaliar a criatividade: Contributos para a validade de algunssubtestes do TPCTAna Antunes*Leandro Almeida**

Os Testes de Pensamento Criativo de Torrance (TPCT) são o instrumento de avaliaçãoda criatividade mais conhecido e estudado em todo o mundo. Neste estudo pretendemosanalisar a validade de constructo de quatro subtestes do TPCT: as actividades verbais4 e 5 e as actividades figurativas 2 e 3, considerando os resultados nos parâmetroscriativos de fluência, flexibilidade, originalidade e elaboração. A amostra é constituídapor 385 alunos a frequentarem o 5º e o 6º ano de escolaridade numa escola públicado distrito de Braga. Aplicou-se, para efeitos de contraste, uma bateria de quatro provasde raciocínio ou pensamento convergente (BPR-5/6). Os resultados das análises factoriaisexploratórias revelam uma saturação de factores por subteste, aparecendo apenas ocritério de elaboração diferenciado. Quando se cruzam os resultados nos subtestes decriatividade e de raciocínio, a análise factorial identifica três factores, respectivamente,para as componentes verbal e figurativa da criatividade, e para os testes de raciocínio.Palavras-chave: Criatividade, testes de Torrance, validade factorial, pensamentodivergente.

The Torrance Tests of Creative Thinking (TTCT) are the evaluation instrument mostknown and studied over the world. In this study we want to analyze the constructvalidity of four TTCT subtests: the verbal activities 4 and 5, and the figural activities4 and 5, attending the results on the creative parameters of fluency, flexibility, originality,and elaboration. The sample has 385 students from 5th and 6th grades studying ata public school in Braga’s district. To analyze the contrast effects we used a fourbattery reasoning tests or convergent thinking (RTB-5/6). The results of the exploratoryfactor analysis show a factor saturation by subtest where only the elaboration criterionappears differentiated. When the results in the creativity subtests and in the reasoningtests are crossed the factor analysis shows three factors, one for the verbal component,other for the figural component, and another for the reasoning tests.Key-words: Creativity, Torrance tests, factor validity, divergent thinking.

_______________* Universidade do Minho. Bolseira da Fundação para a Ciência e a Tecnologia - [email protected]** Universidade do Minho.

A criatividade é uma característica docomportamento humano que, por um lado,se revela misteriosa e, por outro, impres-cindível ao desenvolvimento do próprioHomem (Kerr & Gagliardi, 2003). Carbajo(2000) define a criatividade como “lacapacidad innata del hombre que

desarrollada convenientemente, lleva a laproducción de algo nuevo, original y útil,con el componente afectivo de conseguirla autorrealización del sujeto” (p. 19). Mas,o termo criatividade, continua a ser con-troverso, não havendo uma definição cla-ramente aceite pela comunidade científica.

Psicologia e Educação38

Vol. VI, nº 1, Jun. 2007

A criatividade pode ser estudada a partirde várias perspectivas teóricas (Wechsler,2002; Alencar & Fleith, 2003) como, porexemplo, a psicanalista, a humanista, acomportamental, a teoria da Gestalt ou,mais recentemente, os modelos sistémicos,assinalando a importância da componentesocial no comportamento criativo(Amabile, 1993, 1996; Csikzentmihalyi,1988; Simonton, 1988). Logicamente queesta diversidade de modelos teóricos,tomados nas suas especificidades ecomplementaridades, favorece a emergên-cia de definições diversas deste constructo.Neste trabalho, optámos por uma aborda-gem mais psicométrica na medida em quenos centramos na possibilidade de avalia-ção do potencial criativo através de provaspsicológicas específicas.

Teste de Pensamento Criativo de Torrance(TPCT)

Em 1950, J. P. Guilford, como presidenteda American Psychological Association,proferiu um discurso onde alertou para acriatividade como um fenómeno relevantee mensurável. Nesse discurso colocou atónica em dois pontos: como se poderiadescobrir o potencial criativo das criançase como promover o desenvolvimento dapersonalidade criativa (Piirto, 1998). Atri-bui-se a este momento o grande incentivoao estudo da criatividade, surgindo a partirdaí diversos estudos sobre o tema.O mesmo Guilford (1967) formula umateoria tridimensional para explicar a inte-ligência, The Structure of Intellect (SOI),na qual propõe a existência de 120 fac-tores obtidos pelo cruzamento de cincooperações mentais (cognição, memória,produção convergente, produção divergentee avaliação), seis produtos (unidades,classes, relações, sistemas, transformações

e implicações) e quatro conteúdos (figu-rativo, simbólico, semântico ecomportamental). Este modelo proporcio-na uma ampliação dos componentes dainteligência e a inclusão de outros aspec-tos implicados nas tarefas escolares como,por exemplo, o pensamento divergente(Castelló, 1992). É na produção divergen-te que se encontra o aspecto mais rele-vante para a criatividade, implicando aprocura de informação e a produção devárias e novas ideias (Sternberg & O’Hara,1999). O pensamento divergente poderiaacontecer na combinação dos seis produ-tos e dos quatro conteúdos, podendomanifestar-se de 24 (6x4) modos diferen-tes (Sternberg & Grigorenko, 2001). ParaGuilford (1967) o pensamento divergentecaracteriza-se por um modo cognitivo ouum modo de pensar, que enfatiza a revisãodo que já é conhecido, explorando o quepode ser conhecido e construindo novainformação (Piirto, 1998).Duas outras ideias importam reter dasconcepções de Guilford. Em primeiro lugar,e apesar de a produção divergente apare-cer frequentemente como sinónimo decriatividade, Guilford nunca considerou apossibilidade de esta poder ser explicadaapenas pela produção divergente (Morais,2001; Piirto, 1998). Por outro lado,Sternberg e O’Hara (1999) referem queGuilford também chamou a atenção parao facto de as facetas do modelo SOI, queenvolviam a criatividade, não serem de-vidamente avaliadas através dos testesconvencionais de inteligência. Neste sen-tido, o autor avançou para a construçãoe validação de tarefas, as quais acabampor estar na origem do Teste de Pensa-mento Criativo de Torrance - TPCT(Cropley, 1997; Piirto, 1998; Sternberg &O’Hara, 1999).A primeira publicação do TPCT aconteceuem 1966 (Torrance, 1966) e, a partir de

Psicologia e Educação 39

Vol. VI, nº 1, Jun. 2007

então, numerosos estudos têm sido reali-zados em vários pontos do globo, sendoconsiderados os testes mais utilizados evalidados para avaliar a criatividade (Baer,1993; Wechsler, 2002), estando traduzidosem mais de 35 países (Kim, 2006). Ovolume de estudos justificou revisõessucessivas no contexto americano, acon-tecendo estas em 1974, 1984, 1990 e 1998(Kim, 2006; Prieto, 2006).O TPCT é constituído por 10 actividades,sete verbais e três figurativas, em duasformas paralelas A e B. Nas actividadesverbais os sujeitos dão a resposta porescrito e na componente figurativa ossujeitos devem completar desenhos. Oscritérios de cotação, inicialmente propos-tos por Torrance, foram baseados nos tra-balhos de Guilford sobre a criatividade,considerando assim a fluência, a flexibi-lidade, a originalidade e a elaboração(Torrance & Safter, 1999). No entanto,mais tarde, Torrance introduziu algunsindicadores emocionais (expressão deemoção, fantasia, movimento, perspectivaincomum, perspectiva interna, uso decontexto, combinações, extensão de limi-tes, títulos expressivos e analogias/metá-foras) na avaliação da criatividade, apa-recendo agora a criatividade com umacomponente cognitiva e outra emocional(Nakano, 2006; Wechsler, 2002; Torrance& Safter, 1999).Apesar do contributo do TPCT ao estudoda criatividade ser inquestionável, algumaslimitações e críticas têm sido apontadasem relação à fidelidade e à validade dosseus resultados, dada a incongruênciaverificada entre alguns estudos. Cropley(1997), partindo de uma revisão da lite-ratura, refere, em relação à fidelidade, osprimeiros estudos realizados por Mackler(1962) e Wodtke (1964), onde os autoresconcluem que a fidelidade dos testes deGuilford e de Torrance é muito baixa. Na

mesma linha de análise, cita o estudo deDewing (1970), o qual obtém coeficientesmais elevados para o teste Circles (.68 paraa fluência e .54 para a originalidade) e parao teste Uses (.51 para a fluência e de .39para a originalidade). Cropley (1997)acrescenta, ainda, a referência a valoresmais baixos de fidelidade para o TPCTobtidos, ao longo dos anos, por Howieson(1981), oscilando entre .15 e .37, emboraTreffinger (1985), depois de analisar umasérie de estudos de teste-reteste, apontepara uma fildelidade moderada a elevada,oscilando as correlações entre .50 e .93.Em relação à validade de constructo ascríticas questionam em que medida o TPCTavalia mesmo a criatividade. A validadede constructo dos testes baseados nopensamento divergente tem sidoinvestigada comparando os desempenhoscriativos com o QI (Cropley, 1997).Baseado na revisão da literatura, Cropley(1997) refere que, nos primeiros estudos(McLeod & Cropley, 1989), as correlaçõesentre os testes de criatividade são, geral-mente, mais baixas que as correlaçõesencontradas entre a criatividade e os testesde inteligência. Hocevar e Bachelor (1989)realizaram uma revisão dos resultadosencontrados para a validade de constructode testes de criatividade e afirmaram quenão era possível obter conclusões defini-tivas. Contudo, Cropley (1997) refereoutros estudos (Milgram, 1990; Runco,1991; Zarnegar, Hocevar, & Michael, 1988)onde os autores concluíram que os desem-penhos nos testes de criatividade permi-tem informações que não se obtêm atravésdos testes de inteligência convencionais.Barron e Harrington (1981) reviram maisde 70 estudos acerca da validade predictivados testes de criatividade e verificaram queas correlações com as realizações criati-vas, na vida real, eram significativas.Wallach e Wing (1969) corroboram esta

Psicologia e Educação40

Vol. VI, nº 1, Jun. 2007

ideia revelando que os sujeitos com ele-vados resultados nos testes criativos tam-bém pontuavam alto em áreas como lide-rança, arte e música. Nesta mesma linha,Torrance (1988), num estudo longitudinalde 22 anos, refere que os valores decorrelação com as produções dos adultoseram de .62 para os homens e de .57 paraas mulheres. Torrance acrescenta que estescoeficientes atestam a validade dos seustestes e que os valores obtidos são atésuperiores aos coeficientes encontradospelos testes de inteligência. Num outroestudo, desenvolvido ao longo de 30 anos,Torrance (2004) encontrou coeficientes decorrelação entre as medidas de criativida-de no ensino secundário e as produçõescriativas em adulto, variando entre .46 e.58, enquanto as correlações envolvendotestes de inteligência, de desempenho eescalas sociométricas não se mostravamsignificativas. Cohen (1988) refere queestes índices de correlação são satisfatórios,dado o tempo decorrido entre a adminis-tração das variáveis preditoras e as me-didas de critério. Por último, um estudode follow-up, levado a cabo ao fim de 40anos, aponta para a validade predictiva doTPCT, explicando os parâmetros criativoscerca de 23% da variância da produçãocriativa (Cramond, Matthews-Morgan,Bandalos, & Zuo, 2005).Plucker (1999) salienta que algumas crí-ticas são direccionadas às deficiênciasmetodológicas nos estudos de revisão e nosestudos de validade longitudinais desen-volvidos por Torrance e seus colaborado-res. No entanto, uma re-análise dessasfontes corrobora as conclusões originais dacapacidade predictiva dos testes de pen-samento divergente na produção criativa.Por sua vez, Cramond (2004) refere queo TPCT não tem uma predictibilidadeperfeita, sendo também verdade que asproduções criativas envolvem outras va-

riáveis, tais como a motivação e a opor-tunidade (Torrance 2004).Estudos mais recentes têm consideradoapenas a parte figurativa, uma vez que serevela mais isenta de influências culturais(Cramond, 2007; Kim 2006; Torrance,1977) e parece mais eficaz na identifica-ção de alunos sobredotados (Kim, 2002;Torrance, 1977). Em Espanha, Prieto(2006) avançou com um estudopsicométrico das provas figurativas, obten-do resultados de fidelidade e validadesatisfatórios. No Brasil diversos estudostêm sido desenvolvidos (Wechsler, 2001,2006), culminando na construção de umprimeiro manual de utilização dos TPCTpara a população brasileira (Wechsler,2002).Em Portugal também têm sido realizadosalguns estudos com os testes verbais efigurativos de Torrance (Bahia & Noguei-ra, 2005; Nogueira, 2006; Oliveira, E.,2007; Oliveira, M. 1992; Oliveira, Conde,Pessoa, Batista, & Fernandes, 2006; Pe-reira, 1998, 2001). A par destes trabalhostambém têm sido desenvolvidas outrasinvestigações aplicando, parcialmente, ostestes do TPCT (Antunes, 2005; Bahia,2007; Bahia & Nogueira, 2006; Miranda,2003). No entanto, estes estudos nãoapresentam como objectivo a validação dosTPCT ao contexto português, sendo queos resultados não permitem uma genera-lização a outras populações. Contudo,fornecem contributos importantes ao de-senvolvimento de estudos posteriores. Porexemplo, Pereira (1998; 2001), em estu-dos com os testes figurativos, encontravalores de fidelidade inter-correctoresacima de .90 em quase todos os parâme-tros criativos (excepto o índice de .85 paraa elaboração no teste figurativo 3); e, aonível da validade de constructo encontracorrelações moderadas e significativasentre os parâmetros criativos dos testes

Psicologia e Educação 41

Vol. VI, nº 1, Jun. 2007

figurativos 2 e 3, sendo que o teste 1,avaliando-se apenas a originalidade e aelaboração, apenas se correlaciona com osoutros dois testes ao nível da elaboração.Este nosso estudo surge como mais umcontributo para o estudo dos TPCT napopulação portuguesa e decorre da neces-sidade de avaliarmos alguns parâmetros decriatividade nos alunos com mais habili-dades cognitivas, nomeadamente a fluên-cia, a flexibilidade, a originalidade e aelaboração. Tendo-se recorrido ao Teste dePensamento Criativo de Torrance (TPCT),constituem objectivos do nosso trabalhocontribuir com novos dados sobre o fun-cionamento e validade de algumas dasprovas do TPCT junto da população es-tudantil portuguesa.

Metodologia

SujeitosA amostra é constituída por 310 alunos,a frequentarem o 5º e o 6º anos de es-colaridade, numa escola pública do distri-to de Braga. Apresenta, no total, uma médiade idade de 11.0 anos, com um desvio-padrão de .06, oscilando entre os 10 e os15 anos, sendo 158 raparigas (51%) e 152rapazes (49%). No 5º ano temos 147(47.4%) sujeitos, com uma média de idadede 10.4, oscilando entre os 9 e os 13 anos;e no 6º ano temos 163 (52.6%) sujeitoscom uma média de idade de 11.4 anos,oscilando entre os 10 e os 15 anos.

InstrumentosPara a realização do nosso estudo utili-zámos quatro subtestes, dois verbais e doisfigurativos, da forma A, do Teste dePensamento Criativo de Torrance –TPCT,avaliando assim o pensamento criativo dosalunos expresso em termos verbais e emtermos figurativos (Torrance, 1976;

Wechsler, 2002). Na actividade verbal 4– Melhorar um produto apresenta-se afigura de um elefante e pede-se aos alunosque imaginem alterações o mais originaispossível. Na actividade verbal 5 – Usosdiferentes o pedido de realização aos alunoscaracteriza-se pela imaginação de usosalternativos para caixas de papelão. Naactividade figurativa 2 – Completar figu-ras apresentam-se dez figuras abertas epede-se aos alunos que completem asfiguras. Na actividade figurativa 3 – Li-nhas apresentam-se 30 pares de linhasparalelas que os alunos devem utilizarrealizando diferentes desenhos. A activi-dade verbal 4 e as duas figurativas foramaplicadas em 10 minutos e a actividadeverbal 5 foi aplicada em cinco minutos.Na correcção e na cotação das provasconsultámos os critérios definidos porTorrance (1976), mas optámos por seguiros critérios apresentados por Wechsler(2002) dada a maior proximidade tempo-ral. Optámos, também, por considerarapenas os critérios de fluência (número derespostas produzidas), flexibilidade (núme-ro de diferentes categorias das respostasdadas), originalidade (número de respos-tas menos frequentes) e elaboração (en-riquecimento e número de detalhes colo-cados nas respostas), avançados inicialmen-te por Torrance e seguindo os postuladosde Guilford (Torrance & Safter, 1999).Administrámos também as quatro provasda Bateria de Provas de Raciocínio - BPR-5/6, aferida à população portuguesa(Almeida & Lemos, 2005; Lemos, 2006).A prova de Raciocínio Verbal (RV) écomposta por 20 itens, formados poranalogias verbais onde os sujeitos têm decompreender e estabelecer relações entrepalavras. Foi administrada em 4 minutos.A prova de Raciocínio Abstracto (RA)implica a realização de analogias figura-tivas e foi administrada em 5 minutos. A

Psicologia e Educação42

Vol. VI, nº 1, Jun. 2007

prova de Raciocínio Numérico (RN) re-quer a continuação de séries de númerosapresentadas e foi administrada em 10minutos. Na prova de Raciocínio Prático(RP) são apresentadas situações problemá-ticas que o sujeito deverá compreender paradeduzir a resposta. Foi administrada em10 minutos.

ProcedimentosO projecto do estudo foi apresentado àDirecção de uma escola pública do distritode Braga a qual autorizou a sua realiza-ção, no quadro de um projecto maisabrangente de identificação de alunos comaltas habilidades. Uma vez definidos oshorários de administração das provasprocedemos à avaliação dos alunos, com-binando-a previamente com os professo-res de Estudo Acompanhado, e perante oconsentimento informado dos alunos, pro-cedemos, num primeiro momento, à apli-cação de quatro subtestes de criatividadedo TPCT. Num segundo momento, apli-cámos as provas da BPR-5/6. No final doprimeiro período lectivo recorremos àspautas de avaliação dos alunos para ob-termos a informação relativa às notasescolares. Os dados foram analisadosatravés do programa estatístico SPSS(versão 15.0 para Windows).

Resultados

Antes de passarmos à apresentação eanálise dos resultados importa referir que,à medida que fomos cotando as provas,em relação à originalidade, sentimos ne-cessidade de introduzir algumas alteraçõesem função da nossa amostra, pois algumasdas respostas colocadas na tabela domanual de Wechsler (2002) não se mos-travam adequadas, como seria de esperare também se tem verificado noutros es-

tudos seguindo as normas francesas (Pe-reira, 1998; Pereira, 2001). Por exemplo,para o teste figurativo 2 as respostas denádegas e seios ao estímulo 3, conside-radas originais na amostra brasileira, nãoo são para os alunos da nossa amostra,enquanto as respostas de banana e lua sãoas mais frequentes. Apesar de Torrance(Cramond, 2007) ter sugerido a elimina-ção da elaboração na parte verbal optámospor considerá-la como outros autores ofizeram (Oliveira et al., 2006; Pereira,1998, 2001; Wechsler, 2002). No entanto,deparámos com algumas dificuldades nasua cotação dada a “pobreza” das respos-tas dos alunos, evidenciada nas suas frasesimediatas e telegráficas.No quadro 1 apresentamos os resultadosem cada uma das actividades verbais efigurativas, discriminando cada um dosparâmetros criativos considerados: V4Flu(fluência na actividade verbal 4), V4Fle(flexibilidade na actividade verbal 4), V4O(originalidade na actividade verbal 4),V4Ela (elaboração na actividade verbal 4),V5Flu (fluência na actividade verbal 5),V5Fle (flexibilidade na actividade verbal5), V5O (originalidade na actividade verbal5), V5Ela (elaboração na actividade verbal5), TVFlu (fluência na actividade verbal4 e na actividade verbal 5), TVFle (fle-xibilidade na actividade verbal 4 e naactividade verbal 5), TVO (originalidadena actividade verbal 4 e na actividadeverbal 5) e TVEla (elaboração na activi-dade verbal 4 e na actividade verbal 5);F2Flu (fluência na actividade figurativa 2),F2Fle (flexibilidade na actividade figura-tiva 2), F2O (originalidade na actividadefigurativa 2), F2Ela (elaboração na acti-vidade figurativa 2), F3Flu (fluência naactividade figurativa 3), F3Fle (flexibili-dade na actividade figurativa 3), F3O(originalidade na actividade figurativa 3),F3Ela (elaboração na actividade figurativa

Psicologia e Educação 43

Vol. VI, nº 1, Jun. 2007

3), TFFlu (fluência na actividade figura-tiva 2 e na actividade figurativa 3), TFFle(flexibilidade na actividade figurativa 2 ena actividade figurativa 3), TFO (origina-lidade na actividade figurativa 2 e naactividade figurativa 3), TFEla (elabora-ção na actividade figurativa 2 e na acti-vidade figurativa 3). Esta apresentaçãoconsidera os alunos diferenciados por anoescolar, descrevendo-se a média, o desvio-padrão e os valores mínimo e máximo.Verificamos que os valores médios para

a fluência, a flexibilidade e a originalida-de são superiores no grupo de alunos do6º ano em ambos os subtestes verbais eao considerarmos o total destes. Estadiferenciação não se verifica na elabora-ção onde encontramos valores muito pró-ximos (3.6 para o 5º ano e 3.7 para o 6ºano). Verificamos, ainda, que os desem-penhos dos alunos apresentam valores maiselevados nos quatro parâmetros no subtesteverbal 4 - Melhorar um produto (no 5ºano temos 8.7 para a fluência, 3.9 para

saferatsansovitaircsortemârapsonsodatluseR–1ordauQralocseonaropsavitarugifesiabrev

sieváiraV)741=n(onaº5 )361=n(onaº6

M PD xáM-niM M PD xáM-niM

ulF4V 7.8 91.6 23-0 5.9 79.4 82-0

elF4V 9.3 59.1 9-0 6.4 78.1 9-0

O4V 0.1 16.1 8-0 2.1 08.1 9-0

alE4V 9,2 65.3 61-0 8.2 79.2 31-0

ulF5V 7.3 55.3 32-0 1.5 45.3 61-0

elF5V 6.2 50.2 9-0 6.3 53.2 01-0

O5V 6. 62.1 6-0 1.1 36.1 8-0

alE5V 8. 44.1 7-0 9. 28.1 11-0

ulFVT 4.21 00.8 83-0 5.41 79.6 24-0

elFVT 5.6 61.3 31-0 1.8 11.3 71-0

OVT 7.1 04.2 11-0 3.2 08.2 21-0

alEVT 6.3 31.4 71-0 7.3 74.3 61-0

ulF2F 9.6 26.2 01-0 8.6 43.2 01-0

elF2F 9.5 23.2 01-0 9.5 70.2 01-0

O2F 6.2 37.1 9-0 5.3 37.5 27-0

alE2F 4.8 71.7 43-0 6.11 89.8 25-0

ulF3F 3.01 69.4 52-0 6.01 96.4 42-0

elF3F 4.7 02.3 71-0 6.7 21.3 61-0

O3F 8.1 68.1 9-0 2.2 28.1 8-0

alE3F 1.21 82.7 14-0 9.31 72.9 15-0

ulFFT 2.71 08.6 43-0 3.71 31.6 33-0

elFFT 3.31 7.4 42-0 5.31 93.4 32-0

OFT 4.4 89.2 81-0 7.5 47.6 47-0

alEFT 5.02 94.21 06-0 5.52 59.51 301-0

Psicologia e Educação44

Vol. VI, nº 1, Jun. 2007

a flexibilidade, 1.0 para a originalidade e2.9 para a elaboração; no 6º ano temos9.5 para a fluência, 4.6 para a flexibili-dade, 1.2 para a originalidade e 2.8 paraa elaboração) em relação ao subteste verbal5 - Usos diferentes (no 5º ano temos 3.7para a fluência, 2.6 para a flexibilidade,0.6 para a originalidade e 0.8 para aelaboração; no 6º ano temos 5.1 para afluência, 3.6 para a flexibilidade, 1.1 paraa originalidade e 0.9 para a elaboração). Em relação às variáveis figurativas,verificamos que existem algumas diferen-ças no desempenho dos alunos nas provas.Considerando os valores médios totaisencontramos para a fluência e para aflexibilidade valores muito próximos entreos alunos do 5º e 6º anos. Para a origi-nalidade e a elaboração, os alunos do 6ºano têm desempenhos superiores. Anali-sando cada um dos subtestes figurativos,encontramos para o subteste 2 - Comple-tar figuras valores de fluência e de fle-xibilidade muito semelhantes para ambosos anos escolares (6.9 e 6.8 para fluênciae 5.9 para flexibilidade). Para os restantesparâmetros, e para a prova 3 – Linhas, osalunos do 6º ano obtêm resultados maiselevados que os do 5º ano.Procurando clarificar a significância esta-tística destas diferenças de médias, toman-do os alunos do 5º e 6º anos de escola-ridade, verificamos que existe uma dife-renciação, estatisticamente significativa,indiciando um desempenho superior dosalunos do 6º ano em algumas variáveisverbais: V4Fle (t=-2.975; p=.003), V5Flu(t=-3.357; p=.001), V5Fle (t=-3.836;p=.000), V5O (t=-2.558; p=.011), TVFlu(t=-2.461; p=.014), TVFle (t=-4.521;p=.000), TVO (t=-2.103; p=.036); e emalgumas variáveis figurativas: F2Ela (-3.406; p=.001), TFO (t=-2.351; p=.019) eTFEla (t=-3.046; p=.003). Como estadiferenciação de resultados não acontece

em todas as variáveis de cada subteste, eapenas o subteste Verbal 5 parece apontar,de forma mais clara, para desempenhossuperiores por parte dos alunos do 6º ano(fluência, flexibilidade e elaboração),optámos por agrupar os alunos do 5º e do6º ano nas análises subsequentes.No quadro 2 apresentamos os valores decorrelação entre os parâmetros de criati-vidade nas quatro tarefas usadas (coefici-entes de correlação produto-momento dePearson).Numa análise dos coeficientes dentro decada tarefa, verificamos que, para a acti-vidade verbal 4, apenas a originalidade nãose correlaciona com a flexibilidade (.17)nem com a elaboração (.07). Na activida-de verbal 5, apenas a elaboração não secorrelaciona com nenhum dos outrosparâmetros, ou seja, com a fluência (.16),com a flexibilidade (.11) e com a origi-nalidade (.11). Quando analisamos ossubtestes figurativos 2 e 3, verificamos queos valores de correlação entre os parâme-tros criativos são iguais ou superiores a.20 em ambos os testes, sendo que aelaboração aparece com valores maisbaixos.Considerando agora os valores de corre-lação dos parâmetros criativos inter-testesverificamos que, nos subtestes verbais, afluência e a originalidade se correlacionamcom índices de .31 e .34, respectivamente.A flexibilidade e a elaboração não pare-cem correlacionar-se dado os valoresapresentados de .18 e .10, respectivamen-te. Para os testes figurativos, encontramoscorrelações satisfatórias para a fluência(.51), para a flexibilidade (.42) e para aelaboração (.53), enquanto a originalidadeapresenta .14.Estes resultados colocam-nos algumasdúvidas em relação à organização dainformação obtida, ou seja, considerar-seisoladamente os parâmetros criativos

Psicologia e Educação 45

Vol. VI, nº 1, Jun. 2007

(fluência, flexibilidade, originalidade e ela-boração), assumindo o seu somatório nosvários subtestes, ou considerar-se os re-sultados de tais parâmetros por subteste.Para a clarificação deste ponto, e no sentidoda validade de constructo dos subtestes doTPCT, procedemos a uma análise factorialpelo método das componentes principais,com rotação varimax (KMO=.739;Bartlett=2625.329; p<.001). Tomando oprincípio de Kaiser na identificação defactores (valor-próprio igual ou superior àunidade), obtivemos 5 factores que, no seuconjunto, explicam 68.8% da variância dosresultados nos diversos indicadores dossubtestes do TPCT (quadro 3).Ao analisarmos os índices de saturaçãoobtidos (retendo os índices superiores a.40), verificamos que os factores 1 e 4agrupam os quatro parâmetros de criati-vidade por subteste figurativo 3 – Linhase o subteste verbal 4 – Melhorar umproduto, respectivamente. O factor 2 pareceagrupar os parâmetros de fluência, flexi-

bilidade e originalidade no subteste verbal5 – Usos diferentes, acontecendo o mesmono factor 3 para o subteste figurativo 2– Completar figuras. Por último, o factor5 parece agrupar o parâmetro de elabo-ração do subteste verbal 5 e dos doissubtestes figurativos. Esta análise factorialsugere o agrupamento por subtestes e nãopor parâmetros criativos, pois apenas aelaboração parece emergir no factor 5associada a três das quatro tarefas usadas.No entanto, como este é apenas um estudoexploratório e também não aplicámos todosos testes do TPCT, avançamos com asanálises estatísticas, seguindo as orienta-ções de Torrance de considerar os parâ-metros criativos por tarefas verbais efigurativas.Para aprofundarmos a relação entre osparâmetros criativos em tarefas verbais efigurativas com base na soma das pontu-ações nas duas tarefas, apresentamos noquadro 4 as correlações entre tais medi-das.

)013=n(edadivitaircedsortemârapsoertneoãçalerrocedserolaV–2ordauQ

raV ulF4V elF4V O4V alE4V ulF5V elF5V O5V alE5V ulF2F elF2F O2F alE2F ulF3F elF3F O3F

ulF4V -

elF4V **25. -

O4V **25. **71. -

alE4V **14. **63. 70. -

ulF5V **13. **91. **52. *21. -

elF5V **13. **81. **03. *31. **98. -

O5V **52. 60. **43. 80. **86. **86. -

alE5V 10. 30. **91. 01. **61. *11. 11. -

ulF2F **62. *31. **61. 01. **42. **42. **71. 70. -

elF2F **52. *31. *41. 80. **32. **22. **51. 50. **29. -

O2F 70. **51. 00. 20. 20. 10. 30. 20. **72. **92. -

alE2F **12. **91. **42. **81. **12. **81. **81. **12. **82. **02. **22. -

ulF3F **63. *31. **92. *41. **03. **72. **52. 50. **15. **94. **61. **62. -

elF3F **92. *31. **02. 01. **82. **62. **72. 50. **34. **24. **11. **12. **48. -

O3F **61. 70. **91. 60. **12. **22. **52. 60. **92. **92. *41. **82. **75. **85. -

alE3F **51. 11. **61. 01. **91. **81. **91. **02. **92. **42. **91. **35. **84. **84. **63.

Psicologia e Educação46

Vol. VI, nº 1, Jun. 2007

TCPTodsetsetbussonsovitaircsortemârapsodlairotcafaruturtsE–3ordauQ

sieváiraVserotcaF

h21 2 3 4 5

ulF4V 318. 87.

elF4V 877. 36.

O4V 404. 73.

alE4V 696. 05.

ulF5V 609. 78.

elF5V 119. 78.

O5V 138. 37.

alE5V 076. 84.

ulF2F 628. 78.

elF2F 978. 98.

O2F 775. 34.

alE2F 927. 56.

ulF3F 948. 48.

elF3F 478. 38.

O3F 357. 16.

alE3F 735. 306. 76.

oirpórp-rolaV 58.4 50.2 06.1 33.1 02.1 -

aicnâiraV% 82.03 97.21 99.9 03.8 74.7 -

edsortemârapsodsiatotsoertneoãçalerrocedserolaV–4ordauQ)013=n(edadivitairc

raV ulFVT elFVT OVT alEVT ulFFT elFFT OFT alEFT

ulFVT -

elFVT **87. -

OVT **95. **15. -

alEVT **14. **43. **81. -

ulFFT **73. **72. **62. **51. -

elFFT **73. **82. **62. **21. **19. -

OFT **72. **42. **22. **61. **26. **36. -

alEFT **82. **72. **42. **12. **64. **24. **04. -

Psicologia e Educação 47

Vol. VI, nº 1, Jun. 2007

Comparando os valores de correlação entreos parâmetros criativos nas actividadesverbais e nas figurativas constatamos quenas provas figurativas as diferentes vari-áveis criativas se correlacionam maisfortemente que nas provas verbais. Emambos os casos os índices de correlaçãomais elevados acontecem entre a fluênciae a flexibilidade (.91 para as figurativase .78 para as verbais) e o mais baixoverifica-se entre a elaboração e a origi-nalidade (.40 para as figurativas e .18 paraas verbais).Quando analisamos os valores de corre-lação, tomando os mesmos parâmetros emtarefas verbais e figurativas, deparamoscom índices mais baixos (para a fluência.37, para a flexibilidade .28, para a ori-ginalidade .22 e para a elaboração .21).Entre os diferentes parâmetros encontra-mos também valores de correlação osci-lando entre .22 e .37, sendo de destacara reduzida correlação entre a elaboraçãoverbal e as variáveis figurativas de fluên-cia (.15), flexibilidade (.12) e originalida-de (.16).Mais uma vez os índices de correlaçãoparecem indiciar uma distinção entre ostestes verbais e os testes figurativos pois

são mais fortes dentro de cada um dosgrupos verbal e figurativo, em compara-ção com os valores de correlação entre eles(para a fluência .37, para a flexibilidade.28, para a originalidade .22 e para aelaboração .21). No sentido de clarificarum pouco estes resultados procedemos auma análise factorial em componentesprincipais com rotação varimax(KMO=722; Bartlett=1175.736; p<.001).Os resultados (quadro 5) sugerem aemergência de dois factores, sendo que ofactor 1 agrupa os parâmetros das tarefasfigurativas, explicando 42.99% davariância, e o factor 2 agrupa os parâme-tros dos subtestes verbais, explicando18.56% da variância. De novo, a medidade elaboração verbal aparece menos asso-ciada aos demais parâmetros consideradose apenas 28% da sua variância apareceassociada aos dois factores isolados (tam-bém a elaboração figurativa aparece ape-nas com 42% da sua variância explicadapelos dois factores isolados).Na linha de destrinçar melhor a validadede constructo dos subtestes do TPCTprocedemos a uma análise de correlaçãodos mesmos com algumas variáveiscognitivas mais típicas de um pensamento

esiabrevsovitaircsortemârapsodlairotcafaruturtsE–5ordauQTCPTsonsovitarugif

sieváiraVserotcaF

h21 2

ulFVT 288. 38.

elFVT 048. 37.

OVT 827. 75.

alEVT 625. 82.

ulFFT 878. 38.

elFFT 378. 08.

OFT 886. 84.

alEFT 306. 24.

oirpórp-rolaV 44.3 94.1 -

aicnâiraV% 99.24 65.81 -

Psicologia e Educação48

Vol. VI, nº 1, Jun. 2007

convergente. Consultando o quadro 6,encontramos os índices de correlação entreos parâmetros de criatividade e as provasisoladas da BPR-5/6 (RA, RV, RP e RN).De um modo geral os valores de corre-lação não são muito elevados, mas apre-sentam-se mais fortes, e estatisticamentesignificativos, no caso dos subtestes ver-bais. Nos subtestes figurativos, os valoresjá são mais inconsistentes, sendo queapenas a elaboração se correlaciona comas variáveis cognitivas consideradas. Estesresultados sugerem maior proximidadeentre aspectos cognitivos avaliados nas

provas de raciocínio (BPR-5/6) e os pa-râmetros criativos em tarefas verbais doque em tarefas figurativas (excepto naelaboração figurativa). Para aprofundarmoso sentido destas correlações procedemosa uma análise factorial em componentesprincipais com rotação varimax(KMO=.775; Bartlett=1694.193; p<.001).Tomando o princípio de Kaiser na iden-tificação de factores, encontramos três fac-tores que, no seu conjunto, explicam 62.2%da variância dos resultados nos diversosindicadores dos subtestes do TPCT (qua-dro 7).

edadivitaircedsieváiravsaertneseõçalerroC–6ordauQsavitingocsavorpsae

raV AR VR NR PR

ulFVT **32. **42. **71. **42.

elFVT **23. **33. **02. **03.

OVT **22. **52. **02. **22.

alEVT **12. **12. **32. **02.

ulFFT *31. 01. 40. 11.

elFFT 11. *11. 40. 11.

OFT 30. *31. 50. 50.

alEFT **92. **72. **32. **23.

sovitaircsortemârapsodlairotcafaruturtsE–7ordauQTCPTson6/5-RPBadsavorpesovitarugifesiabrev

sieváiraVserotcaF

h21 2 3

ulFVT 998. 58.

elFVT 028. 37.

OVT 837. 85.

alEVT 724. 42.

ulFFT 768. 48.

elFFT 468. 28.

OFT 096. 84.

alEFT 416. 25.

AR 687. 66.

VR 708. 96.

NR 487. 26.

PR 708. 96.

oirpórp-rolaV 51.4 71.2 93.1 -

aicnâiraV% 55.33 11.81 85.11 -

Psicologia e Educação 49

Vol. VI, nº 1, Jun. 2007

Os três factores isolados confirmam quenão existe uma inter-correlação entreparâmetros criativos verbais e não verbais,embora se distingam ambos das dimensõescognitivas avaliadas nos testes de racio-cínio. Com efeito, o primeiro factor iden-tifica-se com as provas de raciocínio e osdois seguintes separam os indicadores decriatividade consoante o conteúdo dastarefas, verbal ou figurativo.

Discussão e conclusões

Parece-nos que este estudo exploratóriomerece algumas considerações em relaçãoaos procedimentos metodológicos e emrelação aos resultados encontrados. No quese refere ao primeiro ponto começamos porreferir que, como a administração foicolectiva, não nos foi possível motivarindividualmente cada aluno para a reali-zação do testes nem obter informações maisespecíficas sobre as dificuldades sentidasou sobre as estratégias seguidas para aresolução das tarefas como, por exemplo,Pereira (2001) evidenciou.Os resultados por nós encontrados tambémlevantam algumas dificuldades de genera-lização. Por um lado, não aplicámos oTPCT na íntegra, sabendo que Torrancenão recomenda a sua aplicação parcial(Cramond, 2007) e, por outro, o númerode sujeitos da nossa amostra não é repre-sentativo de uma população mais alargada.Outro aspecto que queremos mencionarrelaciona-se com a cotação das provas.Queremos ressaltar a importância da for-mação e do treino, para os psicólogos queadministram e cotam o TPCT, dado im-plicar algum grau de subjectividade, so-bretudo se os avaliadores não estiveremtreinados o suficiente.Por outro lado, dada a escassez de estudosem Portugal, tivemos que organizar uma

nova tabela de categorias (importante paraa originalidade), em função da frequênciade respostas na nossa amostra, apesar deo número de sujeitos não ser muito ele-vado, pois algumas respostas consideradaspor Wechsler (2002) não tinham signifi-cado no nosso estudo e as obtidas nãoconstavam da lista consultada.Passando, agora, aos resultados encontra-dos parece-nos que, nas provas figurati-vas, se encontram coeficientes de corre-lação mais elevados entre os diversosparâmetros criativos. Mesmo assim, osíndices de correlação entre os parâmetrosdas provas verbais são bastante satisfatórios(excepto entre a elaboração e a origina-lidade), ao mesmo tempo que se encon-tram correlações moderadas entre as di-mensões da criatividade na parte verbal ena parte figurativa. Apesar destes valoresde correlação, na análise factorial, apare-cem dois factores distintos: o factor 1associado ao conteúdo figurativo e o factor2 associado ao conteúdo verbal, sugerin-do, mais uma vez, uma supremacia dofactor figurativo, responsável por 42.99%da variância, em relação ao factor verbal.Em relação à validade de constructo outroresultado merece destaque, ou seja, aausência de correlação entre a originali-dade e a elaboração, nos testes verbaisconsiderados. Este valor poderá, eventu-almente, indiciar que ambos os parâme-tros ou um deles apresenta valores baixos(acreditamos que pelas respostas encontra-das a elaboração verbal não revela, real-mente, o potencial real dos alunos enri-quecerem as respostas, pois estas erammuitos telegráficas) e, por isso, não secorrelacionam, salientando-se que em alu-nos sobredotados estas duas dimensõescriativas tendem a destacar-se (Pereira,1998, 2001). No entanto, Nogueira (2006)também encontrou resultados similares noseu estudo onde todos os parâmetros

Psicologia e Educação50

Vol. VI, nº 1, Jun. 2007

criativos se correlacionavam, excepto aelaboração – de referir a sua eliminaçãodo actual sistema de cotação do TPCT, naversão americana, devido a constituir umafraca fonte de informação – (Cramond,2007).Outro aspecto que queremos comentarprende-se com a análise factorialexploratória que realizámos. Verificamosque não satura os factores por parâmetroscriativos (fluência, flexibilidade, origina-lidade e elaboração), mas tende a orga-nizar quatro factores por subtestes e umquinto factor pela elaboração (dos subtestesverbal 5 – Usos diferentes e figurativos2 – Completar figuras e 3 - Linhas), factoque também se verificou nos estudos dePrieto (2006) e de Oliveira e colaborado-res (2006), aparecendo a estrutura factorialmais marcada pela especificidade dossubtestes que pelos parâmetros criativoscomuns. Considerando os resultados naBPR-5/6, verificamos que nem todos osparâmetros criativos se correlacionam comos testes de raciocínio. Pereira (1998, 2001)analisou as correlações dos parâmetros cri-ativos do TPCT com as provas da WISCe verificou que, de uma forma geral, sãomuito baixas. Prieto e colaboradores (2003)também analisaram as correlações dosparâmetros avaliados no TPCT com pro-vas de factor g e não encontraram corre-lações entre eles. O próprio Torranceassumia que o TPCT avaliava diferentesdimensões da criatividade, que não seesgotavam nos testes de inteligência(Torrance, 1967), afirmando ainda que ainclusão de diferentes provas no TPCTpermite a avaliação de diferentes modosde pensamento criativo por parte dossujeitos (Torrance, 1974).Wallach (1970) refere que em algunsestudos se encontram correlações entre ostestes do TPCT e testes de pensamentoconvergente, o que coloca em causa a

validade de constructo dos primeiros. Talconsideração, leva-nos a supor que asbaixas correlações com as provascognitivas e, até, com algumas das dis-ciplinas escolares, sobretudo na parte fi-gurativa, indiciam a avaliação dum tipo depensamento nos TPCT que não é avaliadonos testes de inteligência e nas matériasacadémicas, quiçá mais próximo dumpensamento divergente ou da criatividade.Miranda (2003), de uma forma geral,também encontrou fracas correlações en-tre as dimensões criativas do TPCT e osresultados nas provas da BPR (exceptofluência e flexibilidade) e nas disciplinasescolares, embora nalguns estudos a ela-boração apareça associada aos testes deinteligência geral e ao rendimento escolar(Nogueira, 2006).Apesar das muitas incertezas e de nãotermos aplicado todas as provas do TPCT,parece-nos que este trabalho constitui maisum contributo ao complexo mundo deavaliação da criatividade, o qual resumi-mos em dois aspectos essenciais. Por umlado, a estrutura factorial encontrada leva-nos a reflectir sobre uma, eventual, cota-ção do TPCT por subtestes e não porparâmetros criativos, devendo, a partir daí,o esforço dos investigadores ser dirigidoà especificidade cognitiva e de desempe-nho que justifica tais resultados. Por outrolado, a diferenciação encontrada entre ascomponentes verbal e figurativa pareceapontar, realmente, para diferentes com-ponentes da criatividade, aparecendo arealização na parte figurativa com valoresmais consistentes.A terminar, partilhamos da opinião deTreffinger (1985) ao defender que o TPCTnão deve ser utilizado como teste únicopara a tomada de decisões sobre a cria-tividade dos sujeitos, mas como elementonuma avaliação multi-referencial. Termi-namos com a certeza de que ainda há muito

Psicologia e Educação 51

Vol. VI, nº 1, Jun. 2007

trabalho a desenvolver, sobretudo emPortugal, sobre o instrumento mais apli-cado em todo o mundo para a avaliaçãoda criatividade, colocando também desa-fios criativos aos investigadores que tra-balham nesta área.

ReferênciasbibliográficasAlencar, E. S. & Fleith, D. S. (2003).

Criatividade: Múltiplas perspectivas.Brasília: Editora Universidade deBrasília.

Almeida, L. S. & Lemos, G. C. (2005).Aptidões cognitivas e rendimentoacadémico: a validade preditiva dostestes de inteligência. Psicologia,Educação e Cultura, IX (2) 277-289.

Amabile, T. M. (1993). The socialpsychology of creativity. New York:Springer-Verlag.

Amabile, T. M. (1996). Creativity incontext: Update to the socialpsychology of creativity. Boulder, CO:Westview.

Antunes, A. (2005). Enriquecimento esco-lar: Experiência numa escola. In B. D.Silva & L. S. Almeida (Orgs.), Actasdo VIII Congresso Galaico-Portuguêsde Psicopedagogia. Braga: CIEd/ IEP/UM.

Baer, J. (1993). Creativity and divergentthinking: A task-specific approach.Hillsdale, NJ: Lawrence Erlbaum.

Bahia, S. (2007). Quadros que compõema criatividade: Uma análise do Testede Torrance. Sobredotação, 8, 91-120.

Bahia, S. & Nogueira, S. I. (2005). Acriatividade dos estudantes universitá-rios difere de área para área do conhe-cimento? Revista Recre@rte, 3. Dispo-nível em http://www.iacat.com/revista/recrearte/recrearte03.htm, retirado a09.05.2007.

Bahia, S. & Nogueira, S. I. (2006). Acriatividade emerge na adolescência?Uma abordagem preliminar.Sobredotação, 7, 161-175.

Barron, F. X. & Harrington, D. M. (1981).Creativity, intelligence and personality.Annual Review of Psychology, 32, 439-476.

Carbajo, J. C. (2000). La creatividad enla educación infantil, primaria y secun-daria. Madrid: Editorial EOS.

Castelló, A. (1992). Concepto desuperdotación y modelos de inteligên-cia. In Y. Benito (Ed.), Desarrollo yeducación de los niños superdotados.Salamanca: Amarú.

Cohen, J. (1988). Statistical power analysisof behavioral sciences. Hillsdale, NJ:Lawrence Erlbaum.

Cramond, B. (October, 2004).We can trustcreativity tests. EducationalLeadership, 52 (2), 70-71.

Cramond, B. (2007). Conferência apresen-tada na Workshop “How can we assesscreativity? An invitation to the TorranceTest of Creative Thinking”. Braga:Universidade do Minho.

Cramond, B., Matthews-Morgan, J.,Bandalos, D., & Zuo, L. (2005). TheTorrance tests of creative thinking:Alive and well in the new millennium.Gifted Child Quarterly, 49 (4), 283-291.

Cropley, A. J. (1997). Fostering creativityin the classroom: General principles. InM. A. Runco (Ed.), The creativeresearch handbook, vol I (pp.83-114).Cresskill, NJ: Hampton Press.

Csikzentmihalyi, M. (1988). Society,culture and person: A system view ofcreativity. In R. Sternberg (Ed.), Thenature of creativity. Cambridge, NY:Cambridge University Press.

Guilford, J. P. (1967). The nature of humanintelligence. New York: McGraw-Hill.

Psicologia e Educação52

Vol. VI, nº 1, Jun. 2007

Hocevar, D. & Bachelor, P. (1989). Ataxonomy and critique of measurementsused in the study of creativity. In J.A. Glover, R. R. Ronning & C. R.Reynolds (Eds.), Handbook of creativity(pp. 53-76). New York: Plenum.

Kerr, B. & Gagliardi, C. (2003). Measuringcreativity in research and practice. InS. J. Lopez & C. R. Snyder (Eds.),Positive psychological assessment: Ahandbook of models and measures.Washington, DC: AmericanPsychological Association.

Kim, K. H. (2002). Critique on the TTCT(Figural Forms A and B). Disponívelem hptt://kyunghee.myweb.uga.edu/portfolio/, retidado a 23.07.2007.

Kim, K. H. (2006). Can we trust creativitytests? A review of the Torrance Testsof Creative Thinking (TTCT).Creativity Research Journal, 18 (1), 3-14.

Lemos, G. C. (2006). Habilidadescognitivas e rendimento escolar entreo 5º e 12º anos de escolaridade (Tesede doutoramento). Braga: Universida-de do Minho.

Miranda, L. R. (2003). Sinalização dealunos sobredotados e talentosos: Oconfronto entre as sinalizações dosprofessores e dos psicólogos (Tese demestrado). Coimbra: Universidade deCoimbra, FPCE.

Morais, M. F. (2001). Definição e avali-ação da criatividade: Uma abordagemcognitiva. Braga: Universidade doMinho, CEEP.

Nakano, T. C. (2006). Teste brasileiro decriatividade infantil: Normatização deinstrumento no ensino fundamental(Tese de doutoramento). Campinas:PUC-Campinas.

Nogueira, S. M. (2006). Horizontes deaprendizagem em crianças e adolescen-tes: Sobredotação e autodirecção na

aprendizagem: Uma relação privilegi-ada (Tese de mestrado). Coimbra:Universidade de Coimbra, FPCE.

Oliveira, M. (1992). A criatividade, opensamento crítico e o aproveitamentoescolar em alunos de Ciências (Tese dedoutoramento). Lisboa: UniversidadeNova de Lisboa.

Oliveira, E. P. (2007). Alunossobredotados: A aceleração escolarcomo resposta educativa (Tese dedoutoramento). Braga: Universidade doMinho.

Oliveira, E. P., Conde, S., Pessoa, P. E.,Batista, C. J., & Fernandes, H. (2006).Testes de pensamento criativo deTorrance: Contributos para a sua afe-rição. In C. Machado, L. Almeida, M.A. Guisande, M. Gonçalves & V.Ramalho (Orgs.), Actas da XI Confe-rência Internacional de AvaliaçãoPsicológica: Formas e Contextos.Braga: Psiquilíbrios Edições.

Pereira, M. A. M. (1998). Criançassobredotadas: Estudo de caracteriza-ção (Tese de doutoramento). Coimbra:Universidade de Coimbra, FPCE.

Pereira, M. A. M. (2001). Inteligência ecriatividade: Duas trajectórias alterna-tivas para as crianças sobredotadas?Psicologia: Teoria, Investigação ePrática, 1, 171-188.

Piirto, J. (1998). Understanding those whocreate. Scottsdale, AZ: GiftedPsychology Press.

Plucker, J. A. (1999). Is the proof in thepudding? Reanalyses of Torrance’s(1958 to present) longitudinal data.Creativity Research Journal, 12 (2),103-114.

Prieto, M. F. (2006). Creatividad e inte-ligência emocional: Un estudo empíricoen alumnos com altas habilidades (Tesede doutoramento). Múrcia: Universida-de de Múrcia.

Psicologia e Educação 53

Vol. VI, nº 1, Jun. 2007

Prieto, M. D., López, O., Ferrándiz, C. &Bermejo, M. R. (2003). Adaptación dela prueba figurativa del test depensamiento creativo de Torrance enuna muestra de alumnos de l o sprimeros niveles educativos. Revista deInvestigación Educativa, 21 (1), 201-213.

Simonton, D. K. (1988). Creativity,leadership and chance. In R. Sternberg(Ed.), The nature of creativity. NewYork, NY: Cambridge University Press.

Sternberg, R. J. & Grigorenko, E. L.(2001). Guilford’s structure of intellectmodel and model of c r e a t i v i t y :Contributions and limitations.Creativity Research Journal, 13 (3/4),309-316.

Sternberg, R. J. & O’Hara, L. A. (1999).Creativity and intelligence. In R. J.Sternberg (Ed.), Handbook of Creativity(pp. 251-272). New York, NY:Cambridge University Press.

Torrance, E. P. (1966). The Torrance Testsof Creative Thinking: Technical: Normsmanual (research ed.). Princeton, NJ:Personnell Press.

Torrance, E. P. (1967). The Minnesotastudies of creative behavior: Nationaland international extension. Journal ofCreative Behavior, 1, 137-154.

Torrance, E. P. (1974). Norms technicalmanual: Torrance Tests of CreativeThinking. Lexington, Mass.: Ginn andCo.

Torrance, E. P. (1976). Tests de penséecréative de E. P. Torrance: Manuel.Paris: Les Éditions du Centre dePsychologie Appliquée.

Torrance, E. P. (1977). Discovery andnurturance of the giftedness in the

culturally different. Reston, VA:Council on Exceptional Children.

Torrance, E. P. (1988). The nature ofcreativity as manifest in its testing. InR. J. Sternberg (Ed.), The nature ofcreativity. New York, NY: CambridgeUniversity Press.

Torrance, E. P. (2004). Great Expectations:Creative achievements of thesoicometric stars in a 30-year study. TheJournal of Secondary Gifted Education,XVI (1), 5-13.

Torrance, E. P. & Safter, H. T. (1999).Making the creative leap beyond.Buffalo, NY: Creative EducationFoundation.

Treffinger, D. J. (1985). Review of theTorrance Tests for Creative Thinking.In J. Mitchell (Ed.), Ninth MentalMeasurements Yearbook. Lincoln, NE:Buros Institute of MentalMeasurement.

Wallach, M. A. (1970). Creativity. In P.H. Mussen (Ed.), Manual of childpsychology. New York: Wiley.

Wallach, M. A. & Wing, C. W. (1969).The talented student. New York: Holt,Rinehart & Winston.

Wechsler, S. M. (2001). Criatividade nacultura brasileira: Uma década deestudos. Psicologia: Teoria, Investiga-ção e Prática, 1, 215-226.

Wechsler, S. M. (2002). Avaliação dacriatividade por figuras e palavras.Testes de Torrance: Versão brasileira.Campinas/SP: Laboratório de AvaliaçãoPsicológica, PUC-Campinas.

Wechsler, S. M. (2006). Validity of theTorrance Tests of Creative Thinking tothe brasilian culture. CreativityResearch Journal, 18 (1), 15-25.

Psicologia e Educação54

Vol. VI, nº 1, Jun. 2007