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ALINE BEATRIZ TOGNI AVALIAÇÃO DOS EFEITOS DO ULTRA-SOM ASSOCIADO Á FONOFORESE E ENDERMOLOGIA NO TRATAMENTO DO FIBRO EDEMA GELÓIDE Tubarão, 2006

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ALINE BEATRIZ TOGNI

AVALIAÇÃO DOS EFEITOS DO ULTRA-SOM ASSOCIADO Á FONOFORESE E

ENDERMOLOGIA NO TRATAMENTO DO FIBRO EDEMA GELÓIDE

Tubarão, 2006

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ALINE BEATRIZ TOGNI

AVALIAÇÃO DOS EFEITOS DO ULTRA-SOM ASSOCIADO Á FONOFORESE E

ENDERMOLOGIA NO TRATAMENTO DO FIBRO EDEMA GELÓIDE

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao curso de Fisioterapia, como requisito para obtenção do título de Bacharel em Fisioterapia. Universidade do Sul de Santa Catarina

Orientadora Profª. Marieli Soares Graciano

Tubarão, 2006

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AGRADECIMENTOS

Primeiramente agradeço a Deus por estar sempre ao meu

lado, guiando-me e protegendo-me em todos os momentos

da minha vida.

À mãe maravilhosa que tenho, pela paciência ilimitada,

compreensão, dedicação

e encorajamento que me proporcionou em todos os

momentos nesta longa jornada.

A minha orientadora Marieli, pela contribuição para a

elaboração e conclusão desse trabalho.

E aos componentes da banca Ralph e Inês por se

disponibilizarem a me avaliar.

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"É preciso reviver o sonho e a certeza de que tudo vai mudar. É necessário abrir os olhos e perceber que as coisas boas estão dentro de nós, onde os sentimentos não precisam de motivos nem os desejos de razão. O importante é aproveitar o momento e aprender sua duração, pois a vida está nos olhos de quem sabe ver."

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RESUMO

O fibro edema gelóide (FEG), trata-se de uma infiltração edematosa do tecido conjuntivo que promove alterações esteticamente desagradáveis, levando a uma diminuição da auto-estima, podendo evoluir para um quadro álgico e dificultar a realização das atividades funcionais. Este trabalho objetivou a verificação dos efeitos da aplicação do ultra-som associado à fonoforese e endermologia no tratamento do FEG. Foram utilizadas, fichas de avaliação para FEG, registro fotográfico, fita métrica, aparelho de ultra-som, gel manipulado com princípios ativos e aparelho de endermologia. Realizou-se um estudo experimental, onde a amostra constituiu-se de quinze pessoas do sexo feminino, com faixa etária de 20 à 35 anos, raça branca, sedentárias, não fumantes e isentas de dietas alimentares e de patologias associadas, com uso de método contraceptivo. As pacientes relataram o aparecimento do FEG durante a adolescência, devido à aquisição de peso e após uso de anticoncepcionais. No exame físico constatou-se FEG de grau 1, 2 e 3 principalmente nas regiões glúteas e parte posterior das coxas. As pacientes foram submetida a 10 sessões de ultra-som no modo pulsado e contínuo, seguido da aplicação de endermologia, 3 vezes por semana, com duração de 50 minutos. Ao finalizar o tratamento, observou-se significativa redução no FEG de grau 1 e 2, e um melhor aspecto no de grau 3, como resultado, 40% das pacientes obtiveram redução em todas suas medidas, 20% em 4 medidas, 13.33% em 3 medidas, 13.33% em 2 medidas e 13.33% obtiveram um aumento das mesmas. A técnica proposta mostrou-se eficaz no tratamento do FEG. Sugere-se um maior número de aplicações desse tratamento para obtenção de resultado ainda mais satisfatório e, a colaboração por parte da paciente referente a manutenção de dieta equilibrada, realização de exercícios regulares, beneficiando o combate ao FEG e contribuindo para a manutenção da saúde do organismo como um todo. Palavras-chave: fibro edema gelóide, ultra-som, endermologia.

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ABSTRACT

The fiber edema geloid (FEG) consists of an edematous infiltration of the conjuctive tissue that causes aesthetically disagreable changes, leading to a decrease of auto-esteem that can develop an algic chart and handicap the performance of the functional activities. The present work aimed at detecting the effects of the employment of supersonic sound waves together with phonoforesis and endermology in the treatment of the FEG. Evaluation filling cards for FEG, photographic record, tape measure, supersonic sound waves, gel manipulated with active principles and an endermology device were employed. An experimental study was performed, where the sample consisted of fifteen people from the female sex, with ages from 20 to 35, white race, sedentary, non-smoking, with no food diet nor associated pathologies, with the employement of a contraceptive method. The patients reported the appearance of FEG during adolescence, due to the gain in weight and after the use of contraceptives. In the physical examination, degrees l, 2, and 3 FEG were noticed, especially in the gluteal regions and in the hinder parts of the thighs. The patients were submitted to 10 supersonic sound wave sessions in the pulsate and continuous way, followed by the endermology application three times a week, with a 50 minute duration. When the treatment ended, it was possible to detect a meaningful reduction of degrees 1 an 2 FEG and also a better result in the degree 3. As a result, 40% of the patients had a decrease in all measures, 20% in 4 measures, 13.33% in 3 measurers, 13.33% in 2 measures, while 13.33% had an increase in the same measures. The technique that was proposed showed its efficiency in the treatment of FEG. It is advisable to increase the number of applications of this treatment in order to have even better results, as well as the patient's contribution in the maintenance of a balanced diet, and in the performance of regular exercises, in order to favor the fight against the FEG and contribute for the maiantenance of the health of the human body as a whole. Key Words: Fiber edema geloid, supersonic sound waves, endermology.

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1: Arquitetura típica do tegumento........................................................................... 21

Figura 2: Epitélio estratificado pavimentoso ....................................................................... 22

Figura 3: Epiderme e derme................................................................................................ 27

Figura 4: Fibro edema gelóide - FEG. ................................................................................. 28

Figura 5: Localizações Preferenciais do FEG...................................................................... 32

Figura 6: Imagem do FEG em diferentes posições. ............................................................. 36

Figura 7: Teste da casca de laranja...................................................................................... 37

Figura 8: Teste da preensão................................................................................................. 37

Figura 9: FEG grau 1. ......................................................................................................... 38

Figura 10: Imagem do FEG de grau I ou brando. ................................................................ 38

Figura 11: Imagem do FEG de grau II ou moderado. .......................................................... 38

Figura 12: FEG grau 3. ....................................................................................................... 39

Figura 13: Imagem do FEG de grau III ou grave. ................................................................ 39

Figura 14: Aparelho Dermovac........................................................................................... 52

Figura 15: Ação sinérgica de aspiração (sucção) associado a mobilização da pele e

tecidos subcutâneos. ............................................................................................................ 53

Figura 16: Aparelho de ultra-som ....................................................................................... 60

Figura 17: Aparelho Dermovac........................................................................................... 60

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Figura 18: Vista posterior na avaliação ............................................................................... 66

Figura 19: Vista posterior com contração de glúteos na avaliação ....................................... 66

Figura 20: Vista posterior após 10 sessões, na reavaliação .................................................. 66

Figura 21: Vista posterior com após 10 Sessões, na reavaliação ......................................... 66

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LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 1: Comparação dos resultados das medidas do quadro I.......................................... 69

Gráfico 2: Comparação dos resultados das medidas do quadro II ........................................ 70

Gráfico 3: Comparação dos resultados das medidas do quadro III ....................................... 72

Gráfico 4: Comparação dos resultados das medidas do quadro IV....................................... 73

Gráfico 5: Comparação dos resultados das medidas do quadro IV....................................... 75

Gráfico 6: Resultados finais da perimetria nos MMII .......................................................... 77

Gráfico 7: Escala de opinião das pacientes ......................................................................... 78

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LISTA DE QUADROS

Quadro 1: Medida de 10 cm acima da tuberosidade da tíbia................................................ 68

Quadro 2: Medida de 15 cm acima da tuberosidade da tíbia................................................ 70

Quadro 3: Medida de 20 cm acima da tuberosidade da tíbia................................................ 71

Quadro 4: Medida de 25 cm acima da tuberosidade da tíbia............................................... 73

Quadro 5: Medida de 30 cm acima da tuberosidade da tíbia................................................ 74

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO............................................................................................................... 13

2 ULTRA-SOM ASSOCIADO À FONOFORESE E ENDERMOLOGIA NO

TRATAMENTO DO FIBRO EDEMA GELÓIDE .......................................................... 17

2.1 Tecido Epitelial............................................................................................................. 17

2.2 Tecido conjuntivo ......................................................................................................... 18

2.3 Sistema tegumentar...................................................................................................... 21

2.4 Sistema circulatório ..................................................................................................... 25

2.5 Fibro edema gelóide ..................................................................................................... 27

2.5.1 Fisiopatologia.............................................................................................................. 29

2.5.2 Formas clínicas do FEG .............................................................................................. 32

2.5.2.1 FEG compacto ou duro............................................................................................. 33

2.5.2.2 FEG flácida, branda ou difusa .................................................................................. 33

2.5.2.3 FEG edematoso ........................................................................................................ 34

2.5.2.4 FEG misto ................................................................................................................ 34

2.5.3 Identificação do FEG .................................................................................................. 35

2.5.4 Evolução clínica do FEG............................................................................................. 37

2.5.4.1 FEG brando (grau I) ................................................................................................ 38

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2.5.4.2 FEG moderado (grau II) .......................................................................................... 38

2.5.4.3 FEG grave (grau III) ................................................................................................ 39

2.6 Ultra-som...................................................................................................................... 39

2.6.1 Efeitos físicos do ultra-som ......................................................................................... 42

2.6.1.1Efeitos térmicos do ultra-som .................................................................................... 42

2.6.1.2Efeitos atérmicos do ultra-som .................................................................................. 43

2.6.2 Aplicações clínicas ..................................................................................................... 45

2.6.3 Ultra-som no FEG....................................................................................................... 46

2.6.4 Fonoforese .................................................................................................................. 48

2.7 Endermologia ............................................................................................................... 51

2.7.1 Composição do aparelho ............................................................................................. 52

2.7.2 Efeitos fisiológicos...................................................................................................... 53

2.7.3 Aplicação terapêutica .................................................................................................. 55

2.7.4Contra-indicações......................................................................................................... 56

3 DELINEAMENTO DA PESQUISA............................................................................... 58

3.1 Tipo de pesquisa ........................................................................................................... 58

3.2 Caracterização da amostra da pesquisa ...................................................................... 59

3.3 Instrumentos utilizados para coleta de dados ............................................................. 59

3.4 Procedimentos utilizados na coleta de dados .............................................................. 61

3.5 Análise dos dados ......................................................................................................... 62

4 ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS DADOS ...................................................................... 63

4.1 Dados da avaliação ....................................................................................................... 63

4.2 Alterações visuais ......................................................................................................... 65

4.3 Alterações perimétricas................................................................................................ 68

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4.4Nível de satisfação ......................................................................................................... 77

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS .......................................................................................... 79

REFERÊNCIAS................................................................................................................. 83

ANEXOS ............................................................................................................................ 90

ANEXO A - Termo de consentimento ............................................................................... 91

ANEXO B - Consentimento para fotografias, vídeos e gravações ................................... 93

ANEXO C - Ficha de avaliação ......................................................................................... 95

APÊNDICES .................................................................................................................... 100

APÊNDICE A - Escala de opinião................................................................................... 101

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1 INTRODUÇÃO

À medida que os séculos foram passando e os tempos mudando, também os ideais

de beleza corporal foram se transformando e adaptando-se as sociedades e culturas em

constantes mutações.

Durante o século passado e neste início de século, após inúmeras alterações do

ideal de beleza, a nossa sociedade ocidental adaptou, sem sombra de dúvidas, o biotipo magro

como o ideal de corpo.

Na realidade, em termos sociais o corpo é sobejamente adorado, enaltecido, uma

vez que representa uma dimensão da vida do homem extremamente valorizada. Na

decorrência de tais fatos, o corpo surge assim, como um referencial palpável, necessário para

o suporte da identidade individual social, isto é, como um elemento que garante o prazer, a

expressão estética, que faculta um determinado status facilitando assim, as relações de ordem

social.

Mas essas belezas, utópicas para a maioria, são exigências contemporâneas, pois o

padrão estético varia no tempo e no espaço. Os quadros do século XVIII e XIX retratam uma

aparência feminina que seria considerada nada interessante nos dias de hoje. Mulheres

robustas eram consideradas as mais belas e atraiam a atenção dos homens. Existem

particularidades regionais que mudam a referência do que é belo também. Em cada cidade,

país ou tribo, pode existir exigências diferentes em relação ao padrão estético.

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Mas, de forma geral, impressiona como as pessoas estão insatisfeitas com sua

estética corporal. Umas são mais exigentes, outras menos, mas a esmagadora maioria deseja

mudar algo em seu corpo, sendo a principal queixa o excesso de gordura, seguida da grande

preocupação com a presença do fibro edema-gelóide (FEG). Popularmente conhecido como

celulite, que afeta a maioria das mulheres e, além de ser incômodo aos olhos, causa problemas

funcionais e até mesmo emocionais, afetando a auto-estima, fonte de segurança das mulheres.

Celulite, gordura localizada, flacidez muscular e estrias, são sem sombra de

dúvidas, problemas que afetam a beleza física. Estes problemas são muito conhecidos pelas

mulheres e tornam-se a cada dia queixas mais freqüentes nas clínicas de estética. Muitas

vezes estes problemas aparecem associados e assim o tratamento deve ser completo,

abrangendo todos os sinais de desarmonia corporal.

Geralmente o primeiro fator a ser tratado é o excesso de gordura corporal, com

uma orientação alimentar acompanhada de exercícios físicos. Freqüentemente o FEG está

presente e ele também merece atenção integral, pois este, é considerado uma patologia

multifatorial por ser determinado por fatores hormonais, predisposição genética, inatividade,

dietas inadequadas, obesidade, distúrbios posturais e ortopédicos, compressões externas

(roupas apertadas...), bem como pelo tabagismo.

Este distúrbio é caracterizado por um edema não inflamatório do tecido conjuntivo

subcutâneo e, manifesta-se com nódulos ou placas de variadas extensões, desta forma,

deixando a pele com aparência desagradável esteticamente, além de ser responsável por

problemas álgicos nas zonas acometidas, podendo comprometer a funcionalidade da região.

Esta alteração característica da pele, atinge os membros inferiores, principalmente

nas regiões de glúteos e coxas, e, menos freqüentemente, o abdômen, e modifica o aspecto e a

função normal da pele naquele local, além de determinar sérias alterações psicológicas e

sociais.

A maior parte dos recursos utilizados na área da estética tem sua origem na

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fisioterapia, que possui uma nova e ampla área, a dermato-funcional, que vem atuando no

sentido de corrigir estas disfunções estéticas. Esta área dispõe de recursos que trabalham no

sentido de restaurar a aparência, sem comprometer a saúde das mulheres e, justifica-se como

vantagem devido a aplicação de conhecimentos relevantes da anatomia , fisiologia e

patologia, facilitando escolha do tratamento mais adequado para cada caso.

O ponto básico do tratamento do FEG reside no estímulo para a melhoria da

circulação local, tal qual, a redução do edema e da fibrose instalados; para este fim, vários

recursos são utilizados, como a drenagem linfática, estimulação russa, o ultra-som, a

endermologia, eletroforese, massagem, correntes galvânicas, excitomotoras, eletrolipólise,

dentre outros, os quais pertinentes ao campo de atuação da fisioterapia. No entanto, há uma

escassez no embasamento científico que comprove seus reais efeitos, restando poucos que

apresentam resultados favoráveis. Desta forma, este trabalho vem a favorecer estudantes e

profissionais da área que buscam comprovações científicas para os tratamentos.

Um tratamento que parece estar entre estes poucos que apresentam beneficio é o

uso do ultra-som terapêutico, que vem se destacando devido seus efeitos biofísicos

específicos. Além deste, utiliza-se também a endermologia, que uma técnica de tratamento

através de um aparelho que realiza movimentos como deslizamentos associados à aspiração

(sucção), proporcionando efeitos específicos no combatem ao FEG.

Como existem estudos que indicam a eficácia do ultra-som terapêutico na redução

do FEG, resta saber quais serão os efeitos deste se for associado à endermologia, que faz uso

acrescido de uma mobilização profunda da pele e tela subcutânea, permitindo um incremento

na circulação sanguínea superficial, justificando sua ações antiedematosa e fibrinolítica.

Diante do exposto, esta pesquisa teve como objetivo geral analisar os efeitos da

aplicação do ultra-som associado à endermologia no tratamento do FEG grau II. Para tal,

foram desenvolvidos objetivos específicos como: realizar avaliação antes e após o tratamento;

verificar as alterações visuais da região tratada; descrever os princípios da utilização das

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técnicas; verificar o nível de satisfação das pacientes após o término do tratamento e verificar

o sucesso terapêutico da associação das duas técnicas.

Esta pesquisa é do tipo “[...] quase experimental em decorrência da variação do

plano clássico [...]”, sendo que de acordo com Rudio (2000, p. 85) a mesma defini-se como:

“antes” da aplicação do fator experimental e “depois” do mesmo. Desta forma, este plano

permite obter informações da influência que o fator experimental exerce sobre os indivíduos e

certas modificações que produz.

O presente trabalho é constituído de cinco capítulos, sendo que neste primeiro, foi

descrito uma introdução geral para melhor entendimento do mesmo, o segundo desenvolve a

fundamentação teórica com uma breve revisão bibliográfica, o próximo capítulo aponta o

delineamento da pesquisa, o quarto analisa e interpreta os dados obtidos e por último estão as

considerações finais.

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2 ULTRA-SOM ASSOCIADO À FONOFORESE E ENDERMOLOGIA NO

TRATAMENTO DO FIBRO EDEMA GELÓIDE

Para que se possa verificar os efeitos do ultra-som associado à fonoforese e

endermologia como tratamento para o fibro edema gelóide (FEG), faz-se necessário alguns

conhecimentos sobre a fisiologia do tecido onde este se desenvolve, assim como das

alterações causadas pela patologia além do mecanismo de ação do tratamento sobre a mesma,

e os benefícios que o ultra-som associado à endermologia pode apresentar de acordo com seus

efeitos biológicos.

2.1 Tecido Epitelial

Nas palavras de Kerr (2000), os epitélios consistem em uma camada de células, ou

de muitas células, podendo variar na forma, tamanho e orientação. As células epiteliais estão

intimamente ligadas entre si, com pouco material intercelular. O epitélio é um dos quatro

tipos de tecidos básicos que forram as cavidades e recobrem as superfícies do organismo,

servindo como limite entre o meio externo e os tecidos situados mais profundamente

Os epitélios podem ser classificados em simples ou estratificados (podem

apresentar uma só ou mais camadas de células). Os epitélios simples, pela forma de suas

células são subdivididos em pavimentoso, cúbito e prismático. No epitélio estratificado sua

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classificação baseia-se na forma das células da camada mais superficial, sendo mais freqüente

o pavimentoso, o prismático e o de transição. Um tipo especial de epitélio simples é o pseudo-

estratificado, constituído de uma só camada a diversas alturas, cujos núcleos se dispõem a

diversos níveis (JUNQUEIRA; CARNEIRO; 1999).

Segundo Guirro e Guirro (2002), as principais funções dos tecidos epiteliais são o

revestimento das superfícies, absorção, secreção e também função sensorial.

Kerr (2000) descreve que os tecidos epiteliais apoiam-se numa matriz extracelular

de tecido conjuntivo, organizada como lâmina basal. Os vasos sangüíneos mais profundos no

tecido de suporte oferecem, difusão por lâmina basal, suprimentos de nutrientes e fatores

humorais ao epitélio; uma vez que os tecidos epiteliais são avasculares.

Os epitélios são tecidos cujas células tem vida limitada, catalogadas como células

lábeis, ocorrendo contínua renovação de suas células, graças a uma atividade mitótica

contínua (GUIRRO; GUIRRO, 2002, p. 05).

2.2 Tecido conjuntivo

O tecido conjuntivo, para Junqueira e Carneiro (1995), apresenta diversos tipos de

células, as quais são separadas por abundante material extracelular. Este material, que é

sintetizado pelas células, é representado por uma parte com estrutura microscópica definida,

as fibras do conjuntivo, e pela matriz extracelular ou substancia fundamental amorfa.

Segundo Ciporkin e Paschoal (1992), este órgão funciona como um órgão

operacional que sintetiza, segrega, renova, estoca e distribui substância e nutrientes para as

funções corporais além de sustentar, envolver e participar de forma primordial.

Conforme citam Guirro e Guirro (2002), tecido conjuntivo é formado por fibras

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colágenas, elásticas e reticulares, podendo existir mais de um tipo de fibra em um mesmo

tecido. As fibras colágenas são as mais freqüentes do tecido conjuntivo, constituídas por

colágeno, que proporciona o arcabouço extracelular para todos os organismos extracelulares,

o mesmo tem como função fornecer resistência e integridade estrutural a diversos tecidos e

órgãos, sendo que os mais conhecidos são os colágenos intersticiais I, II, e III.

Nas palavras de Junqueira e Carneiro (1995), as fibras elásticas distinguem-se

facilmente das colágenas por serem mais delgadas, então, estas se ramificam e ligam-se umas

às outras, formando uma trama de malha muito irregular.

As fibras reticulares, conforme Guirro e Guirro (2002), são curtas, finas e

inelásticas, são constituídas principalmente por um tipo de colágeno denominado reticulina.

Estas fibras são freqüentemente abundantes. Os fibroblastos são responsáveis pela sua

produção na maioria dos tecidos conjuntivos.

Segundo Junqueira e Carneiro (1999), o tecido conjuntivo é formado pelas

seguintes células: fibroblastos, macrófagos, plasmócitos, célula adiposa e leucócitos.

Os fibroblastos para Kerr (2000), são os principais representantes das células nas

variedades de tecido conjuntivo.

Cormack (1996, p. 270), corrobora dizendo que, os fibroblastos “[...] são células

secretoras que produzem os constituintes da matriz do tecido conjuntivo comum.”

Os macrófagos, para Liporkin e Paschoal (1992) são células polifuncionais

oriundas dos monócitos e atuam como elementos de defesa, elas fagocitam restos de células,

bactérias e partículas inertes que penetram no organismo.

Para Junqueira e Carneiro (1999), os mastócitos e plasmócitos participam do

processo inflamatório. Sendo que os mastócitos têm a principal função de produzir e

armazenar mediadores químicos e, os plasmócitos sintetizam e secretam anticorpos.

Guirro e Guirro (2002) citam que as células adiposas surgem isoladamente ou em

grupo nas malhas de muitos tecidos conjuntivos e são especialmente numerosas no tecido

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adiposo. À medida que a gordura se acumula, as células aumentam de tamanho e tornam-se

globosas, a gordura aparece primeiramente como pequenas gotas, que após juntam-se para

formar uma só gota. A mobilização desta gordura está sob o controle nervoso e hormonal que

leva á liberação de ácidos graxos e glicerol, os quais passam para o sangue.

Aponta Cormack (1996), que o tecido adiposo constitui a principal reserva de

energia do corpo em longo prazo, também o isola contra a perda de calor, preenche fendas, e

suavemente alcochoa determinadas partes da anatomia. Estas células gordurosas são

ricamente supridas tanto por capilares quanto por fibras nervosas que pertencem à divisão

simpática do sistema nervoso autônomo.

Os leucócitos para Guirro e Guirro (2002, p. 13), “[...] são células freqüentemente

encontradas no conjuntivo, vindas do sangue por migração através das paredes dos capilares e

vênulas”. Esta migração aumenta nos processos inflamatórios.

A substância fundamental amorfa do tecido conjuntivo é incolor, transparente e opticamente homogênia. Ela preenche os espaços entre as células e as fibras do conjuntivo e, sendo viscosa, representa uma barreira à penetração de partículas estranhas no interior dos tecidos. (JUNQUEIRA; CARNEIRO, 1999, p. 84).

Junqueira e Carneiro (1999), afirmam que, na verdade, existe no conjuntivo, ao

lado da substância amorfa, uma quantidade mínima de um fluido, o plasma ou líquido

intersticial, cuja composição é semelhante ao plasma sanguíneo, no que se refere a íons e

substâncias difusíveis.

A água presente na substância intercelular do conjuntivo origina-se do sangue, passando através da parede dos capilares para os espaços intercelulares do tecido. A parede dos capilares é impermeável às macromoléculas, porém deixa passar água, íons e moléculas pequenas, inclusive algumas proteínas de baixo peso molecular. (GUIRRO; GUIRRO, 2004, p. 8).

Apontam Junqueira e Carneiro (1999), que o sangue traz para o conjuntivo os

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diversos nutrientes de que as células necessitam e leva os produtos de refugo do metabolismo,

compreende-se assim a importância da passagem de água dos capilares para o conjuntivo e

vice-versa. Existe para isso duas forças que atuam sobre a água contida nos capilares. Uma é a

pressão hidrostática do sangue (pressão arterial), conseqüência principalmente da contração

cardíaca e que tende a forçar a passagem da água para fora dos capilares. A outra força, que

tem sentido contrário, é a pressão osmótica (coloidosmótica) do plasma sanguíneo, que atrai

água para dento dos capilares, devido às proteínas do plasma.

Em resumo, estes autores colocam que, na metade arterial da parede dos capilares,

passa água destes para o conjuntivo e na metade venosa, a água passa do conjuntivo para os

capilares voltando para o sangue. Existe, portanto o equilíbrio entre a água que entra na matriz

extracelular do conjuntivo e a que dele sai, de tal modo que a quantidade de água livre é

insignificante.

2.3 Sistema tegumentar

De acordo com Dângelo e Fattini (2002), o sistema tegumentar trata-se de um

sistema que inclui a pele e seus anexos (pêlos, unhas e mamas), proporcionando ao corpo

regulação da temperatura corporal, além de cumprir outras funções.

Figura 1: Arquitetura típica do tegumento. Fonte: Guirro e Guirro, (2004, p. 14).

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Junqueira e Carneiro (1999), relatam que a pele, que recobre a superfície do corpo

apresenta-se constituída por uma porção epitelial de origem ectodérmica, a epiderme, e uma

porção conjuntiva de origem mesodérmica, a derme. Também relatam que abaixo e

em continuidade com a derme está a hipoderme, que embora tenha a mesma origem da derme,

não faz parte da pele, apenas lhe serve de suporte e união com os órgãos subjacentes.

Continuando com Guirro e Guirro (2002), este órgão, a pele, representa 12% do

peso seco total do corpo, com peso total de aproximadamente 4,5 quilos, e é de longe o maior

sistema de órgãos exposto ao meio ambiente. As principais funções do sistema tegumentar

são: proteção, regulação da temperatura do organismo, excreção, sensibilidade tátil e

produção de vitamina D.

Nos dias atuais Dângelo e Fattini (2002), relatam que são reconhecidas duas

camadas na pele: a epiderme, mais superficial, e a derme, subjacente a ela. A epiderme é

constituída por epitélio estratificado pavimentoso queratinizado.

Figura 2: Epitélio estratificado pavimentoso Fonte: Epitélio (2006)

Na epiderme, as diferentes camadas que a constituem mostram as fases pelas quais

passam as células que, produzidas nos extratos mais profundos, sofrem um processo de

corneificação a medida que atingem os extratos mais superficiais. É o que explicam Dângelo e

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Fattini (2002), resumindo ainda que, as células da epiderme estão continuamente sendo

substituídas.

Cormack (2003), citam que a epiderme é altamente resistente ao desgaste e as

infecções, suas camadas superficiais são virtualmente impermeáveis a água, prevenindo

contra a dessecação e também contra a passagem de água através da superfície corporal

externa.

Deste modo, Guirro e Guirro (2002), descrevem a epiderme em geral, composta de

quatro ou cinco camadas, devido ao fato da camada lúcida estar ou não incluída, só sendo

observada em determinadas amostras de pele espessa.

- Camada Germinativa ou basal: é a camada mais profunda e assim denominada porque

gera novas células e apresenta intensa atividade mitótica. É responsável pela constante

inovação da epiderme, fornecendo células para substituir aquelas que são perdidas na camada

córnea.

- Camada espinhosa: constituída por várias camadas de células. Quando vistas ao

microscópio óptico (MO), suas células poliédricas comumente parecem como se estivessem

unidas por prolongamentos semelhantes a espinhos, por isso são referidas como espinhosas.

- Camada granulosa: o citoplasma das células desta camada caracteriza-se por conter

grânulos de querato hialina que parecem estar associadas com o fenômeno de queratinização

dos epitélios.

- Camada lúcida: para Cormack (2003), é uma delgada camada transparente, pouco

distinguível, encontra-se superficialmente ao estrato granuloso. É difícil de se reconhecer em

cortes de rotina ao MO.

- Camada córnea: esta camada é a mais externa, é constituída de lâminas superpostas de

ceratina, cuja espessura varia com a região, sendo mais espessa nas regiões palmoplantares. É

a camada morta da epiderme, é muito hidrófila e exerce função protetora contra as agressões

físicas, químicas e biológicas.

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Para Azulai e Azulai (1999), a derme, é uma camada com estrutura própria, que

fica abaixo da epiderme e acima da hipoderme.

A derme é rica em fibras colágenas e elásticas, as quais conferem à pele sua

capacidade de distender-se quando tracionada, voltando ao estado original desde que cesse

a tração. Relatam ainda que a derme é ricamente irrigada, com extensas redes capilares

(DANGELO; FATTINI; 2002).

Conforme Junqueira e Carneiro (1999) descrevem-se na derme duas camadas,

de limites pouco distintos, que são a papilar e a reticular.

A camada papilar, descrita por Cormack (2003), é constituída por uma camada

superficial de tecido conjuntivo frouxo que se mistura com uma camada subjacente de

tecido conjuntivo denso não modelado. Esta camada é ricamente suprida com papilares e

se estende para cima e para dentro da epiderme como pequenas projeções chamadas

papilas dérmicas.

Conforme Guirro e Guirro (2002), a camada reticular é a mais espessa e profunda,

constituída por tecido conjuntivo denso, em que os feixes de fibras colágenas que a compõem

entrelaçam-se em um arranjo semelhante a uma rede. Na camada reticular os papilares são

raros sendo numerosos apenas em relação aos anexos da epiderme que se projetam em direção

a camada reticular.

Segundo Junqueira e Carneiro (1999), a hipoderme é formada por tecido

conjuntivo frouxo, que une de maneira pouco firme a derme e aos órgãos subjacentes.

Funcionalmente, a hipoderme além de depósito nutritivo de reserva, participa no isolamento térmico e na proteção mecânica no organismo às pressões e traumatismos externos e facilita a mobilidade da pele em relação às estruturas subjacentes. (SAMPAIO; SAMPAIO; RIVITT, 1985, p. 12).

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Dependendo da região e do grau de nutrição do organismo, poderá ter uma camada

variável de tecido adiposo, constituindo o panículo adiposo.

Conforme Guirro e Guirro (2004, p.15), “A aparência da pele depende de uma

série de fatores: idade, sexo, clima, alimentação e estado de saúde do indivíduo.”

Por fim, Junqueira e Carneiro (1999), relatam que a cor da pele é resultado de uma

série de fatores, sendo os mais importantes: o conteúdo em melanina e caroteno, a quantidade

de capilares na derme e a cor do sangue que corre nestes capilares.

2.4 Sistema circulatório

Nas palavras de Guyton (1997), a função da circulação é atender as necessidades

dos tecidos, transporte de nutrientes, remoção dos produtos da excreção, condução hormonal

de uma parte para outra do corpo e, em geral, mantém em todos os líquidos teciduais um

ambiente apropriado para a sobrevida e funcionamento ótimo das células.

Conforme Junqueira e Carneiro (1999), o sistema circulatório sangüíneo pode ser

dividido em macrovascularização e microvascularização, nas quais, tem lugar as trocas entre

o sangue e os tecidos adjacentes, em condições normais como em uma inflamação.

De acordo com Robins (2000), para suportar as pressões sangüíneas pulsáteis e

maiores nas artérias, as paredes arteriais são geralmente mais espessas do que seus

correspondentes venosos.

A espessura da parede arterial diminui gradualmente à medida que os vasos ficam

menores; entretanto, a relação entre espessura da parede e diâmetro da luz torna-se maior. as

veias possuem diâmetro maior, luz maior e paredes mais finas do que as artérias

correspondentes.

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As artérias são divididas em rês tipos com base no seu tamanho e nas suas características estruturais: (1) as artérias de grande calibre ou elásticas, incluindo a aorta e seus principais ramos ( por exemplo, aorta e artérias inominada, subclávia, carótida comum, ilíaca e pulmonar); (2) artérias de calibre médio ou musculares, que compreendem outros ramos da aorta (como as artérias coronárias e renais), também denominadas artérias distribuidoras; e (3) artérias de pequeno calibre (geralmente com diâmetro < 2 mm), que, em sua maior parte, na sua maior parte seguem o seu trajeto na substância dos tecidos e órgãos. (ROBINS, 2000, p. 441).

Segundo Cormack (1996, p. 204), "o sistema linfático é uma parte distinta do

sistema circulatório. Consiste em uma ampla rede de vasos conhecido como linfáticos com

massas associadas de tecidos linfóides encapsulados denominados linfonodos".

Quiroga apud Keller (1998) relata que, é no sistema linfático, um sistema auxiliar

do sistema venoso, que circula a linfa. As moléculas de grande tamanho não passam do

líquido tecidual para os capilares sanguíneos, ficando recolhidas em capilares especiais que

são os capilares linfáticos, de onde a linfa segue para os vasos linfáticos e destes para os

troncos linfáticos que lançam a linfa em veias de médio ou grande calibre. Os capilares

linfáticos são mais calibrosos que os sanguíneos e são encontrados geralmente junto aos

capilares sanguíneos. São muito abundantes na pele e nas mucosas.

O sistema linfático consiste de: 1) um sistema vascular, constituído por um conjunto particular de capilares linfáticos, vasos coletores e troncos linfático; 2) linfonodos que servem como filtro do líquido coletado pelos vasos; 3) órgãos linfóides, que incluem tonsilas, baço e o timo, encarregados de recolher a intimidade dos tecidos, o líquido intersticial e conduzi-lo ao sistema vascular sanguíneo. (GUIRRO; GUIRRO, 2004, p. 25).

Continuando com Junqueira e Carneiro (1995), a linfa circula apenas na direção

dos órgãos para o coração. E que os capilares linfáticos têm origem nos vários tecidos como

delgados túbulos em fundo de saco, sendo formados apenas por endotélio. Estes capilares

apresentam-se firmemente presos ao conjuntivo adjacente por meio de microfibrilas que os

mantém abertos. São encontrados em quase todos os órgãos, exceto no sistema nervoso

central e medula óssea.

De acordo com Guirro e Guirro (2004, p. 25), “[...] o sistema linfático e um

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sistema de mão única, isto é, ele somente retorna o líquido intersticial para a corrente

circulatória e dessa forma previna a formação do edema.”

Figura 3: Epiderme e derme Fonte: Epiderme (2006)

2.5 Fibro edema gelóide

Segundo Guirro e Guirro (2004), o termo fibro edema gelóide (FEG) foi o

escolhido para nomear os achados histopatológicos, popularmente conhecido como celulite.

Também podem ser encontrados termos como: lipodistrofia localizada, paniculose,

lipoesclerose nodular, lipodistrofia ginóide, entre outros.

De acordo com Ulrich (1982), a palavra latina celulite é empregada erroneamente

já que esta palavra quer dizer simplesmente inflamação das células, e isso não é o que

acontece nesta doença.

Ciporkin e Paschoal (1992), ressaltam que, a FEG é uma infiltração edematosa do

tecido conjuntivo subcutâneo, não inflamatório, seguido de polimerização da substância

fundamental, que, infiltrando-se nas tramas, produz uma reação fibrótica consecutiva, ou seja,

os mucopolissacarídeos que a integram sofrem um processo de geleificação.

Sem dúvida, trata-se de uma desordem localizada que afeta o tecido dérmico e

subcutâneo, com alterações vasculares e lipodistróficas com respostas esclerosantes, que

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resultam no inestético aspecto macroscópico, que pode apresenta-se em diversos graus,

ocorrendo uma série de alterações estruturais na derme, na microcirculação e nos adipócitos

que não são apenas morfológicas, mas também histoquímicas, bioquímicas e ultra-estruturais.

(GUIRRO; GUIRRO, 2004).

Figura 4: Fibro edema gelóide - FEG.

Fonte: Zimmermann, (2004, p. 48).

Os tecidos cutâneos e adiposos são afetados em diversos graus, ocorrendo uma

série de alterações estruturais na derme, na microcirculação e nos adipócitos que não são

apenas morfológicas, mas também histoquímicas, bioquímicas e ultra-estruturais (GUIRRO;

GUIRRO, 2004).

A incidência é exclusiva na mulher. Sua topografia é de tipo ginóide, localizada nos quadris, membros inferiores, e, em menor escala, no abdome, na região subumbilical. Sua ocorrência mais freqüente durante a puberdade ou um episódio da vida genital; às vezes, como conseqüência de uma hormonioterapia maciça demorada, por estrógenos ou corticóides. O papel das pílulas anticoncepcionais tem sido lembrado, sendo que, parece bastante evidente e restringe-se, na pior das hipóteses, a um número limitado de casos. (CARIEL, 1982, p. 15).

Pires de Campos (2004) afirma que se o FEG fosse unicamente obtido pelo

volume do tecido adiposo, poder-se-ia dizer que homens e mulheres com quantidades iguais

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de tecido adiposo, demonstrariam FEG na mesma proporção e sua presença não se justificaria

em indivíduos magros. No entanto, sua prevalência indica que o FEG está ligado à diferenças

na organização do tecido conjuntivo.

2.5.1 Fisiopatologia

Sua causa é desconhecida, porém inúmeras explicações têm sido propostas. Uma

das mais aceitas sugere a ocorrência de diversas alterações inflamatórias complexas

envolvendo estruturas do tecido celular subcutâneo e a derme (DRAELOS; MARENUS,

1997).

Conforme Rossi e Vergananini (2000), apesar dos fatores etiopatogênicos

específicos ainda não serem bem conhecidos, há, no entanto, alguns fatores predisponentes ao

seu aparecimento, os quais podem ser divididos em três classes. Estes são: fatores

predisponentes,fatores determinantes, fatores condicionantes:

Os fatores que predispõem o aparecimento do FEG, que são os genéticos, o sexo,

a idade, e o desequilíbrio hormonal.

Sendo que, de acordo com Ribeiro (2001), uma organização primária diferente do

tecido celular subcutâneo para cada sexo propicia o aparecimento da celulite

predominantemente no sexo feminino, pois, no tecido conectivo feminino ocorre o

favorecimento à expansão externa do tecido adiposo, em direção a derme, originando as

ondulações na pele. O autor refere ainda que quanto mais idoso o indivíduo, menor a

quantidade e qualidade de reparo na estrutura do tecido conectivo. O fator hormonal justifica-

se pelo fato dos hormônios femininos (estrógeno, progesterona, folículo-estimulante) serem

os principais causadores de celulite. Alterações da produção, uso de medicamentos com estes

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hormônios, desequilíbrio entre estrógeno e progesterona, testosterona, hormônios da tiróide,

hormônios das glândulas supra-renais, podem desencadear ou agravar a celulite por vários

mecanismos. Eles interferem no metabolismo das gorduras, na circulação linfática e venosa,

facilitam a retenção de água e sal e, além disso, coordenam a deposição de gordura no

abdome, quadril e coxas, para dar ao corpo o aspecto feminino.

Os fatores tidos como determinantes, são o emocional, fumo, os desequilíbrios

glandulares, as perturbações metabólicas, sedentarismo, maus hábitos alimentares e as

disfunções hepáticas.

Conforme Rosenbaum et al (1998), nos fatores emocionais, ocorre aumento do

armazenamento lipídico devido à presença do estresse, pois nas mulheres ocorre um aumento

na sensibilidade do receptor adrenérgico (antilipolítico), no tecido adiposo, favorecendo o

aumento do depósito de gordura

Alonso (1998) relata que, a falta de exercícios físicos diminui muito o consumo de

energia pelo corpo o que facilita as sobras alimentares que serão transformadas em gordura.

As facilidades modernas tornam obrigatória a realização de alguma atividade física, para

evitar o sedentarismo que é muito prejudicial para a saúde como um todo e não só para a

harmonia corporal.

Nas palavras de Ribeiro (2001), entres os fatores metabólicos ocorre desequilíbrio

energético, por atividade lipolítica diminuída (inatividade física) e aumento da lipogênese

(armazenamento de triglicérides por excesso de ingestão calórica).

Rosenbaum et al (1998), relata que a FEG não é exclusivamente relacionada à

obesidade, porém ocorre uma exacerbação da mesma quando associada ao ganho ponderal e a

correlação com o índice de massa corporal e o grau da celulite, nas mulheres, reflete a

expansão do tecido adiposo para a derme, quando o volume de gordura no tecido celular

subcutâneo está aumentado.

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E por fim, os fatores condicionantes, os quais indicam que a partir dos fatores

acima citados criam-se dificuldades de reabsorção linfática e favorecimento a transudação

linfática nos espaços intersticiais; aumento da pressão capilar. Para Guirro e Guirro (2004),

estes fatores provocam alterações no tecido conjuntivo, fazendo com que retenha maior

quantidade de água, facilitando a maior deposição de gordura na região.

Dentre as diversas teorias quanto à origem do FEG, as mais descritas pelos

autores são: teoria alérgica, tóxica, circulatória, metabólica, bioquímica e hormonal.

• Teoria alérgica: Lagéze apud Guirro e Guirro (2004) reconheceu três etapas do processo:

presença de soro no espaço intersticial, hiperplasia e formação fibrosa e retração

esclerótica.

• Teoria tóxica: o acúmulo de resíduos tende a provocar aumento de volume nas células e

uma reação do tecido.

• Teoria circulatória: Merlen apud Cariel (1982), reconhecem no FEG uma origem

hemodinâmica de natureza alérgica.

• Teoria metabólica: Durval apud Guirro e Guirro (2004) descreve uma perturbação

nutritiva histológica de natureza metabólica e de caráter distrófico, a qual propõe a

diminuição do metabolismo protéico e aumenta o metabolismo lipídico.

• Teoria bioquímica: conforme Cariel (1982), quaisquer que sejam as causas, o FEG resulta

em uma perturbação da fisiologia molecular no íntimo da matriz intercelular conjuntiva e,

muito especialmente de uma polimerização dos mucopolissacarídeos.

• Teoria hormônica: Cariel (1982) considera que o FEG teve início resultante de uma

deficiência glandular, depois, atribuída a um estado hiper-hormonal.

O estrogênio predispõe as mulheres a reter fluído. Sempre que há um surto de hormônios sexuais, o corpo está programado para armazenar gordura para uso posterior (gravidez ou amamentar). Parece que a atividade hormonal, que durante certas fases da vida da mulher pode elevar as quantidades de estrogênio a níveis

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excessivos, é um poderoso despoletador do aparecimento de celulite. (ZIMMERMANN, 2004, p. 50).

Entretanto, Pinto, Saenger e Govantes (1995), analisando dados clínicos

concretos, tem-se observado que a FEG afeta mais de 95% das mulheres, podendo-se

considerar quase que uma característica sexual secundária. A aparição e evolução dependem

de ciclos metabólicos exclusivos na mulher como a puberdade, menstruação, gravidez, etc,

ficando estabelecido a sua relação com a feminilidade. Quanto à localização, pode se instalar

em várias regiões do corpo, porém com uma predileção pela região glútea; região lateral (ou

externa), face interna e posterior da coxa; abdome, parte posterior lateral dos braços e face

interna dos joelhos.

Figura 5: Localizações Preferenciais do FEG Fonte: Ribeiro (2001)

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2.5.2 Formas clínicas do FEG

Ao entendimento de Guirro e Guirro (2004), as formas clínicas do FEG

correspondem ao aspecto aparente, as manifestações visíveis, condicionadas pela textura das

próprias lesões. O FEG exterioriza-se e manifesta-se sob diferentes aspectos, porém, a afecção

primária permanece a mesma. Possui sempre as mesmas causas, as mesmas transformações

essenciais e fundamentais do tecido conjuntivo, os mesmo sinais e sintomas e as mesmas

conseqüências.

Neste momento, Ciporkin e Paschoal (1992) relatam que, dependendo do tipo de

FEG podem ser encontrados na palpação, diferentes sinais da consistência do infiltrado

celular subcutâneo, podendo ser de três tipos: dura, branda e edematosa.

2.5.2.1 FEG compacto ou duro

Apresenta formas rígidas, uma massa dura, sem mobilidade, as zonas de tecido

envolvido são espessas, sólidas e revestidas por uma camada compacta. Outro aspecto é a

impossibilidade de fazer deslizar os planos superficiais da pele sobre os planos profundos,

além de sensibilidade a dor (CIPORKIN; PASCHOAL, 1992).

Segundo Campos (2000) é encontrado em pessoas com bom trofismo muscular,

em atletas e grandes obesos. É mais localizado e não muda de posição conforme a mudança

de decúbito. Os nódulos parecem duros com pouca mobilidade. É mais dolorido e o

prognóstico é pior e de difícil mobilização do tecido.

2.5.2.2 FEG flácida, branda ou difusa

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De acordo com Guirro e Guirro (2004), é a forma mais importante, tanto em

número quanto nas manifestações. Encontrada em pessoas sedentárias em grandes e pequenas

proporções em indivíduos com hipotonia muscular. Sua posição muda de acordo com a

alteração de decúbito e os nódulos se modificam sem resistência.

[...] apesar da pressão mínima sobre os vasos sanguíneos, existe um acúmulo de sangue entre a pele e os músculos. A circulação faz-se mais lenta, as veias se dilatam, provocando o aparecimento de varizes, veias varicosas, ramificações de microvasos e com maior freqüência, manifestações de equimoses regionais nos lugares de maior atrito. (CIPORKIN; PASCHOAL, 1992, p. 142).

Continuando com Ciporkin e Paschoal (1992), a mobilidade desta zona

lipodistrófica, desliza-se muito facilmente sobre os planos superficiais e profundos. Esta

massa não tem resistência e mostra-se solta e móvel. Na palpação, além de confirmar-se a

brandura do tecido, nota-se também abaixo dos dedos a presença de pequenos nódulos duros,

que às vezes são observados a olho nu.

2.5.2.3 FEG edematoso

A mais grave porém a menos freqüente. Apresenta consistência variável, podendo

ser encontrado em qualquer faixa de idade ou de peso (GUIRRO; GUIRRO, 2002).

O edema patológico é próprio desta parte do tecido e constitui um sinal de falência

dos sistemas de retorno circulatório, caracterizado por um infiltrado mais duro. Esta

característica deve-se a composição do líquido intersticial ser viscoso e com proteínas de alto

peso molecular, o qual não sede com o uso de diuréticos. Do ponto de vista evolutivo, é

considerada de longa data com prognostico sombrio e irredutível (CIPORKIN; PASCHOAL,

1992).

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2.5.2.4 FEG misto

Fibro edema gelóide misto: é freqüentemente encontrado nas formas mistas

podendo encontrar fibro edema gelóide firme nas coxas associado ao flácido no abdome, ou

então um fibro edema gelóide muito firme na coxa, lateralmente, acompanhado de um muito

flácido, medialmente (GUIRRO; GUIRRO, 2004, p. 366).

È de opinião unívoca, que Conti e Pereira (2003), dizem que há um grande número

de casos onde se observa mais de um tipo de FEG em diferentes locais, no mesmo individuo.

Geralmente os sintomas de acometimento restringem-se à presença de nódulos nos membros ou locais afetados. Fadiga e aumento dos sintomas no período pré-menstrual também podem ser acometidos. Porem, o FEG quando atinge certo grau de magnitude, com comprometimento circulatório periférico apresenta sintomas gerais tais como: fadiga, astenia, sensação de peso nas pernas, tensão tecidual muscular e as vezes dores espontâneas que aumentam a intensidade com o repouso, podendo chegar a câimbras noturnas. (GUIRRO; GUIRRO, 2004, p. 360).

2.5.3 Identificação do FEG

Meyer et al (2005), relata que o fibro edema gelóide tem se tornado um fator

preocupante, visto que ele é conseqüência de diversos fatores, e por se tratar de uma afecção

multifatorial, para que o seu tratamento obtenha bons resultados é nescessária uma avaliação

detalçhada, envolvendo toda a propedêutica da anamnese e do exame físico.

Pecoits apud Keller (1998), considera que o FEG pode ser avaliado por meio da

utilização de fichas de avaliação.

Conforme Barros (2001), a avaliação física inicia-se com a inspeção, procurando-

se por atrofias, presença de nódulos ou placas hipertróficas, localização de gordura localizada,

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estrias, varizes, varicoses, verificar se possui aspecto de “casca de laranja”, ver se a coloração

de pele está acetinada.

Durante exame físico, a inspeção deverá ser realizada com o paciente em posição

ortostática, pois na posição de decúbito ocorre acomodação dos tecidos o que pode mascarar o

grau de acometimento do tecido (GUIRRO; GUIRRO, 2002).

Figura 6: Imagem do FEG em diferentes posições. Fonte: Guirro e Guirro (2002, p. 359).

Os sinais patológicos de FEG são facilmente verificáveis por testes simples e

seguros. Em certos estágios não é necessário a realização de teste algum, pois o simples olhar

permite a identificação de infiltração tecidual (GUIRRO; GUIRRO, 2004).

Na palpação conforme Ciporkin e Paschoal (1992), encontramos quatro sinais

clássicos, os quais: o aumento da espessura celular subcutânea; da consciência; da

sensibilidade a dor e diminuição da mobilidade devido a aderência.

Segundo Guirro e Guirro (2004), o primeiro teste para reconhecer o FEG, consiste

no “teste da casca de laranja”, no qual preciona-se o tecido adiposo entre os dedos polegar e

indicador ou entre as palmas das mãos e a pele adquire uma aparência rugosa, tipo casca de

laranja.

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Figura 7: Teste da casca de laranja. Fonte: Guirro e Guirro, (2004, p. 360).

O outro teste é denominado “teste de preensão”, que após uma preensão da pele

juntamente com a tela subcutânea entre os dedos, promove um movimento de tração. Quando

a sensação dolorosa for mais incômoda que o normal, é um sinal de presença do FEG, em que

encontra-se alteração de sensibilidade.

Figura 8: Teste da preensão. Fonte: Guirro e Guirro, (2004, p. 360).

2.5.4 Evolução clínica do FEG

Conforme Ulrich’ apud Guirro e Guirro (2002), as lesões teciduais surgem em três

estágios, subdivididos segundo a gravidade de cada um, FEG brando (grau I), FEG moderado

(grau II) e FEG grave (grau III).

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2.5.4.1 FEG brando (grau I)

É percebido somente pela compressão do tecido entre os dedos ou da contração

muscular voluntária. Nesta fase, o FEG ainda não é visível somente a inspeção e não há

alteração da sensibilidade a dor, sendo sempre curável (GUIRRO; GUIRRO, 2002).

Figura 9: FEG grau 1. Figura 10: Imagem do FEG de grau I ou brando.

Fonte: E. Guirro e R. Guirro (2002, p. 364). Fonte: Zimmermann, (2004, p. 53). 2.5.4.2 FEG moderado (grau II)

As depressões são visíveis mesmo sem a compressão dos tecidos (LUZ, 2003).

Com a luz incidindo lateralmente, as margens são especialmente fáceis de serem delimitadas,

já havendo alteração de sensibilidade.

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Figura 11: Imagem do FEG de grau II ou moderado. Fonte: Zimmermann, (2004, p. 53).

2.5.4.3 FEG grave (grau III)

Considerando Guirro e Guirro (2002), o acometimento tecidual pode ser observado

quando o individuo estiver em qualquer posição, ortostática ou em decúbito. Nesta, a pele fica

enrugada e flácida. A aparência por apresentar-se cheia de relevos, assemelha-se a um “saco

de nozes”, a sensibilidade a dor esta aumentada.

Figura 12: FEG grau 3. Figura 13: Imagem do FEG de grau III ou grave.

Fonte: E. Guirro e R. Guirro (2002) Fonte: Zimmermann, (2004, p. 53). Os estágios do FEG não estão totalmente delimitados, sendo assim, pode ocorre

uma sobreposição de graus em uma mesma área de um paciente (GUIRRO; GUIRRO, 2004).

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2.6 Ultra-som

Durante o século XIX foi demonstrado que o ouvido humano é capaz de detectar

sons cujas freqüências de ondas estejam entre 16 Hz e 21 kHz, aproximadamente. No inicio

do século XX, conseguiu-se produzir e detectar ondas sonoras com freqüência acima deste

limite, audível pelo homem, dando origem ao termo Ultra-som (OKUNO; CALDAS; CHOW,

1986).

Ao entender de Ecri (1999), ultra-som é definido como uma forma de onda

acústica de freqüências superiores as que podem ser detectadas pelo ouvido humano, ou seja,

ondas cujas freqüências são superiores a 20 KHz, podendo atingir até 100 MHz em algumas

aplicações.

A primeira aplicação prática do ultra-som foi em 1917 com a criação de sonares

para a detecção de submarinos, utilizando o método pulso-seco. Alguns anos mais tarde,

descobriu-se que o ultra-som produziria aumento da temperatura em tecidos biológicos,

entre 1930 e 1940 ele foi introduzido na prática médica como um recurso terapêutico,

usado particularmente para produzir calor em tecidos profundos (BASSOLI, 2001).

Uma das primeiras aplicações em fisioterapia foi notificada através de uma

aplicação em 1947, no qual era citado seu uso como tentativa para minimizar a cãimbra em

violinistas. Embora este fato não sirva por si só como uma referência, na atual fisioterapia,

é aceito como um poderoso agente terapêutico na clínica moderna. Entretanto só

recentemente surgiu o interesse de como este interage com os tecidos e de que forma ele

deve ser melhor aplicado ao paciente. A prática desta terapia deve aplicar os princípios

básicos que hoje em dia estão bem entendidos graças a experiências acumuladas de muitos

terapeutas, os quais fazem parte deste processo de desenvolvimento (BIOSET, 200?).

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Atualmente inúmeros procedimentos biomédicos utilizam a energia ultra-sônica

em diferentes técnicas e modalidades. As potencias utilizadas variam de 1 a 5 W/cm2 ,

empregadas correntemente em fisioterapia, até em níveis acima de 3.000 W/cm2 ,

(GONÇALVES et al, 2005).

Nas palavras de Starkey (2001), o ultra-som é uma modalidade de penetração

profunda, capaz de produzir alterações nos tecidos, por mecanismos térmicos e não-térmicos.

Dependendo da freqüência de ondas, pode ser utilizado para diagnóstico por imagem, cura

terapêutica de tecidos ou destruição de tecidos.

Alvarenga (1999) explica este aparelho é amplamente utilizado em fisioterapia,

que promove um aquecimento profundo, que fornece uma forma de energia mecânica

produzida através de um transdutor que converte a energia elétrica em mecânica. O transdutor

é constituído geralmente, de material piezoelétrico, sendo o mais utilizado o zirconato-titanato

de chumbo (PZT). Os transdutores em geral, são circulares e eficientes geradores de potencia

ultrassônica.

O dispositivo aplicador (transdutor), deve ser utilizado adequadamente através

de movimentos circulares repetidos que devem sobrepor-se. Uma área de aproximadamente

8,0 x 1,0 cm pode ser tratada de cada vez. Deve ser usado um meio acoplante para que a

energia ultrassônica seja melhor transmitida do aplicador ao corpo do paciente (BIOSET,

200?)

Dentre os agentes de acoplamento, os líquidos, especialmente a água, são bons

transmissores de onda ultra-sônica, sendo os sólidos ainda melhores, pois suas moléculas

estão mais próximas umas das outras e, dessa forma, repassam a energia mais facilmente

(WOOD, 1973).

De acordo com alguns estudos, observa-se que o gel é o meio que melhor

transmite a onda ultra-sônica, sendo, portanto, o agente de acoplamento de US mais

indicado (MARDEGAN; GUIRRO, 2005).

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De acordo com Low e Reed (2201), quanto maior o movimento molecular maior o

calor, este movimento é oscilatório, pois a medida que as moléculas se empurram transferem

energia de uma para outra, de modo que algumas oscilarão em altas freqüências e com maior

amplitude devido o ganho de energia, enquanto outras ficarão com freqüências e amplitudes

mais baixas, pois sua energia foi transferida por meio de colisão. A onda de energia sonora

tende a ficar aleatória à medida que a energia que cede para movimentos moleculares

particulares é dissipada em colisões com outras moléculas, deste modo, a energia sonora é

constantemente convertida em energia térmica.

Bassoli (2001) é mais um dos autores que referem a propagação das ondas ultra-

sônicas de dois modos, o contínuo e o pulsado, a diferença entre estes está na interrupção da

propagação de energia. No modo contínuo não ocorre esta interrupção, havendo, portanto um

depósito ininterrupto de energia sobre os tecidos irradiados. Enquanto no modo pulsado, há

interrupções freqüentes na propagação de energia.

2.6.1 Efeitos físicos do ultra-som

Para Guirro e Guirro (2002), os efeitos térmicos e não-térmicos do ultra-som

terapêutico (UST) prevalecerão de acordo com o regime de pulso aplicado, contínuo ou

pulsado, sempre dependentes da energia irradiada. É importante a compreensão destes

mecanismos, porque alguns deles são de natureza estimulante em seus efeitos no processo de

cicatrização/reparo das lesões enquanto que outros são potencialmente perigosos.

2.6.1.1 Efeitos térmicos do ultra-som

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Os efeitos térmicos dentro dos tecidos são resultantes diretos da elevação da

temperatura do tecido, provocada pelo ultra-som, variando de acordo com o coeficiente de

absorção e a espessura do meio absorvedor (ERVALHO, 2005).

Kitchen e Basin (1998), citam que "quando o ultra-som se desloca através dos

tecidos uma parte dele é absorvida, e isto conduz à geração de calor dentro do tecido”. A

quantidade de absorção depende da natureza do tecido, seu grau de vascularização e da

freqüência do ultra-som. Tecidos com elevado conteúdo protéico absorvem mais rapidamente

que os com maior conteúdo de gordura, e quanto maior a freqüência, maior a absorção.

Conforme Low e Reed (2001), se a temperatura local é elevada para algo entre 40

e 45°, ocorre hiperemia. Temperaturas acima de 45° são destrutivas. Para se obter um efeito

terapêutico útil, a temperatura do tecido precisa ser mantida entre os valores citados por pelo

menos cinco minutos. O aquecimento leve pode reduzir a dor e o espasmo muscular e também

promover processos de cicatrização além de aumentar o fluxo sanguíneo.

Starkey (2001) relata que, para se conseguir um efeito terapêutico por meio de

aquecimento por US, as temperaturas do tecido devem aumentar, no mínimo, durante 3 a 5

minutos. Relata ainda que, um Us de 3 Mhz aquece três a quatro vezes mais rápido que um

aparelho de 1 MHz, embora os efeitos do US de baixa freqüência possam durar mais tempo, o

tratamento com intensidades de saída menores exigem uma duração maior para elevar a

temperatura do tecido ao nível desejado.

Para Low e Reed (2001), a vantagem de utilizar o US para obter esse aquecimento,

é a ocorrência de aquecimento preferencial do tecido colagenoso e a penetração efetiva dessa

energia até estruturas profundamente localizadas.

2.6.1.2 Efeitos atérmicos do ultra-som

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Garcia (2000) destaca, entre os efeitos não-térmicos dos ultra-sons, a

micromassagem, o aumento da permeabilidade celular, variação do diâmetro arteriolar e

cavitação. À micromassagem, atribui-se às oscilações provocadas pelo feixe ultra-sônico que

atravessa os tecidos. A movimentação desses provoca um aumento na circulação dos fluídos

intra e extracelulares, facilitando a retirada de catabólitos e a oferta de nutrientes. A

micromassagem, devido ao efeito mecânico (vibrações sônicas) que o US provoca, gera calor

por fricção.

De acordo com Starkey (2001), a energia ultra-sônica em pulso leva a dois eventos

relacionados: a cavitação e a correnteza acústica, que produzem os efeitos não térmicos do

US.

A cavitação é a formação de pequenas bolhas gasosas nos tecidos como resultado

da vibração do ultra-som. Estas bolhas, geralmente com cerca de um mícron (10-6m) de

diâmetro, embora possam ficar bem maiores em algumas circunstâncias, são de dois tipos -

cavitação estável ou transitória, sendo que, a estável ocorre quando as bolhas oscilam de um

lado para outro dentro das ondas de pressão do ultra-som, mas permanecem intactas e, a

transitória ocorre quando o volume da bolha se altera rapidamente e então colapsa (implode)

causando alta pressão e mudança de temperatura resultando em um dano substancial aos

tecidos (LOW; REED; 2001).

Para Kitchen e Basin (1998), as correntes acústicas referem-se ao movimento

unidirecional de um líquido num campo de ultra-som. Estas correntes podem estimular a

atividade celular, caso esta ocorra nos limites da membrana celular com o líquido

circunjacente. O mesmo autor menciona ainda que este fenômeno pode resultar em reações

terapeuticamente vantajosas, como o aumento de síntese protéica, aumento da secreção dos

mastócitos, alteração na modalidade dos fibroblastos, aumento na absorção de cálcio pelos

segundos mensageiros e aumento da produção dos fatores de crescimento pelos macrófagos.

Na terapia por US pulsado são gerados pelo transdutor pulsos de onda de

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determinados períodos, os quais emitem energia de forma periódica, onde, através do tempo

de repouso entre os pulsos permite-se que a circulação sangüínea resfrie a área tratada,

impedindo um excesso de aquecimento. Sendo assim temos efeitos fisiológicos resultantes de

um processo não térmico (BIOSET, 200?).

Existem evidências que implicam num papel fundamental dos mecanismos

atérmicos na produção de um efeito terapeuticamente significativo: estimulação da

regeneração dos tecidos, reparo do tecido mole, fluxo sanguíneo em tecidos cronicamente

isquêmicos, síntese de proteínas e reparo ósseo (KITCHEN; BASIN, 1998).

2.6.2 Aplicações clínicas

De acordo com Garcia et al (2002), as aplicações clínicas do US estão baseadas em

sua devida capacidade de elevação da temperatura dos meios internos, além de promover

micromassagem nos tecidos.

Para vários autores, os principais fatores consideráveis na aplicação do US são os

seguintes parâmetros:

• Freqüência: é medida em megahertz (MHz), é descrita como o número de ondas que

ocorrem em um segundo. Em geral a alteração da freqüência de saída exige alteração da

fonte sonora que determina a profundidade de penetração da energia, com uma correlação

linear entre a freqüência do ultra-som e a profundidade na qual a energia é absorvida pelo

tecido. As freqüências mais altas sofrem uma absorção mais rápida do que as freqüências

mais baixas. Sendo assim, o tratamento com ultra-som de 3,0 MHz é indicado para tecidos

superficiais, enquanto que o tratamento com ultra-som de 1 MHz é indicado para tecidos

mais profundos.

• Intensidade: é a energia total por segundo suprida pelo aparelho, é medida em watts. O

uso de intensidade de 0,5 W/cm2 e inferiores para que sejam atingidas as maiores

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velocidades de cicatrização em tecidos como a pele, tendões e ossos. Há evidência de que

níveis de ultra-som superiores a 1,5 W/cm2 exercem um efeito adverso nos tecidos em

processo de reparação. Efeitos térmicos significativos podem ser obtidos usando

intensidade entre 0,5 e 1 W/cm2. Devemos fazer tratamentos abaixo dos 0,5 W/cm2 para

que sejam postos em ação mecanismos basicamente atérmicos (KITCHEN; BASIN,

1998).

• Tipo de aplicação: A duração do tratamento depende da área a ser tratada Young (1998)

recomenda que pelo menos 1 minuto seja dispendido no tratamento de uma área de 1cm².

• Técnica de aplicação: existem diversas técnicas de aplicação, sendo que a mais

comumente utilizada no tratamento do FEG é a aplicação direta, realizada quando a

superfície a ser irradiada é razoavelmente plana, sem muitas irregularidades, permitindo

um perfeito contato de toda a superfície metálica do transdutor com a pele. Nesta técnica

pode- se utilizar o gel hidrossolúvel ou formulações farmacológicas com fins terapêuticos

(FILHO, 2004).

2.6.3 Ultra-som no FEG

Existe uma gama muito ampla de indicações do ultra-som, sendo que, seu uso em

estética está crescendo pela obtenção de excelentes resultados conseguidos em determinadas

patologias, tais como, o fibro edema gelóide e em tecido cicatricial (GUIRRO; GUIRRO,

2002).

Conforme Gonçalves (2005), o US é amplamente utilizado, de modo individual ou

associado a inúmeros tratamentos, tais como: na analgesia e reparo de lesões músculo

esqueléticas, no pré-operatório de lipocirurgias, na cicatrização de feridas cirúrgicas e não

cirúrgicas, na redução da hidrolipodistrofia (HLD) ou FEG.

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No fibro edema gelóide crônico ocorre a fibroesclerose dos septos conjuntivos

interlobulares. Portanto, uma outra função do tratamento é melhorar a maleabilidade do

tecido. O uso do ultra-som está vinculado aos seus efeitos fisiológicos associados à sua

capacidade de veiculação de substância através da pele (FILHO, 2004)

Conforme a clínica estética, as ondas ultra-sônicas possuem a capacidade de

aquecer em profundidade os tecidos humanos. Associando-a com enzimas, acredita-se que

haja eficácia no tratamento da celulite

De acordo com Pereira (2004), o ultra-som é uma das principais técnicas de

tratamento terapêutico no FEG, pois emite vibrações sonoras de alta freqüência, que causará

um atrito nos complexos celulares do tecido, produzindo uma micro-massagem, tendo um

conseqüente aumento do metabolismo celular e quebra do FEG.

O uso desta técnica no tratamento do FEG, veincula-se aos seus efeitos

fisiológicos, dentre os quais pode-se destacar a neovascularização, com conseqüente aumento

da circulação, rearranjo e aumento da extensibilidade das fibras colágenas, melhora das

propriedades mecânicas do tecido e veinculação de substancias através da pele (PATRICK,

1978).

Conti e Pereira (2003), destaca dentre os efeitos da utilização deste aparelho o

aumento da circulação, rearranjo e aumento da extensibilidade das fibras colágenas e melhora

das propriedades da mecânica do tecido.

Gonçalves (2005) relata que o sistema circulatório tem a peculiaridade de interagir

com o US, pois apresenta partículas em movimento e vasomotricidade baseada num complexo

controle neuro-humoral. Respostas como alterações da coagulação, fibrinólise,

vasomotricidade, estímulo angiogênico e outras tem sido descritas em situações especificas e

controladas empregando a terapia ultra-sônica, porém, o autor relata ainda que encontra-se

poucos estudos referentes aos mecanismos biológicos do US no sistema circulatório.

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Como as patologias estéticas atingem tecidos superficiais como a pele,

predominantemente o tecido conjuntivo (derme), produzindo alterações de caráter

circulatórias e mecânicas do tecido, não necessita, portanto de uma penetração muito grande

das ondas mecânicas. Sendo assim, o ultra-som de 3 MHz é o mais indicado para o tratamento

dessas patologias (BIOSET, 200?).

A eleição da freqüência de 1 ou 3 MHz depende portanto da localização dos

tecidos afetados. Dada a alta absorção das ondas com a freqüência de 3 MHz, sua penetração

é muito mais superficial (BIOSET, 200?).

2.6.4 Fonoforese

Conti e Pereira (2003) relata que o uso desta técnica está vinculada aos seus efeitos

fisiológicos associado a sua capacidade de veinculação de substâncias através da pele

(fonoforese).

Alguns estudos tem demonstrado que o ultra-som pode aumentar a penetração em

relação a quantidade e profundidade de algumas drogas através da pele. Este novo conceito do

ultra-som combinado com drogas tem promovido investigações nos diversos campos da

medicina (KOEKE, 2003).

Fonoforese ou sonoforese é um termo que descreve a habilidade do ultra-som em

incrementar a penetração de agentes farmacológicos ativos através da pele. Trata-se de uma

eficiente alternativa de transporte de substâncias, além da utilização medicamentosa via oral,

ou injeções intradérmicas (FILHO, 2004).

Segundo Low e Reed (2001), algumas drogas são absorvidas pela pele muito

lentamente; a vibração sonora de alta freqüência pode acelerar esse processo. Koeke (2003)

explica que a principal circunstância que envolve a deposição da droga seja o fenômeno de

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cavitação que resulta na formação de microbolhas gasosas na camada externa da pele, que

podem romper-se violentamente, e possivelmente permitir a passagem da droga e, de acordo

com este fato, é possível que uma desorganização na região lipídica da camada córnea venha

a ocorrer, podendo aumentar sua permeabilidade.

O ultra-som provoca um aquecimento, o qual é capaz de aumenta a energia

cinética das moléculas do fármaco e da membrana celular, dilatando os pontos de entrada dos

folículos pilosos e glândulas sudoríparas e aumentando a circulação da área irradiada. As

características mecânicas não-térmicas do US podem aumentar a difusão de fármacos pela

oscilação em alta velocidade das células, além de proporcionar mudanças no potencial de

repouso da membrana celular e ruptura da membrana de algumas células da área irradiada

(BYL, 1995).

Para Low e Reed (2001), a profundidade na qual pode-se fazer com que as drogas

penetrem é uma questão particularmente incerta. Assim que a droga passa pela epiderme é

provável que seja dispersa na circulação em uma extensão que depende da vascularidade dos

tecidos em questão e da facilidade com que as moléculas da droga podem entrar nos vasos

sanguíneos.

Os mesmos autores relatam ainda, que é preciso compreender que a penetração

mais profunda não infere necessariamente em maior efetividade. Se os efeitos terapêuticos

devem ocorrer na derme e na epiderme, seria de esperar que as freqüências mais altas fossem

um sistema de emissão mais efetivo, já que a energia ultra-sonora é amplamente absorvida

nos tecidos superficiais. A profundidade do tecido-alvo determina a freqüência usada. A

duração da sessão depende da área sobre a qual a fonoforese será aplicada. A maioria das

aplicações de fonoforese relatadas tem empregado energia ultra-sonora contínua.

De acordo com Starkey (2001), na utilização da fonoforese, o substituto do gel

acoplador padrão é um gel ou um creme contendo a medicação, que é bastante variada e pode

exigir prescrição medica.

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Conforme Conti e Pereira (2003), as substancias utilizadas na fonoforese são

enzimas de difusão de mucopolissacarídeos, entre outras. Segundo este, observa-se que o

pulso contínuo é mais utilizado para esta técnica, a intensidade do ultra-som terapêutico não

deve ser muito elevada, visto que a absorção da onda ultra-sônica pelos tecidos biológicos

provoca um aumento da temperatura local, havendo risco de desnaturar as enzimas.

Têm sido realizadas utilizações de substâncias lipolíticas, farmacologicamente

ativas, por via tópica com objetivos de reduzir o tamanho das hérnias adipocitárias, que

provocam o aspecto do FEG (DRAELOS; MARENUS, 1997).

A cafeína é um alcalóide derivado das metilxantinas, é utilizada como

potencializador da lipólise nos adipócitos e também estimula e degradação dos triglicerídios

dos adipócitos, reduzindo assim o seu volume (BIBIÁN, 2006). De acordo com Belilowsky

(1988), a aplicação tópica de cafeína é a 5%, com o objetivo de evitar os efeitos indesejáveis

desta.

Bibián (2006), relata ainda a utilização de ginko biloba, extrato de centella asiática

e hera como princípios ativos para o tratamento do FEG. O ginko biloba tem ação

vasodilatadora, antiinflamatória e diurética, no tratamento do FEG ela aumenta a resistência

capilar e diminui os edemas, ativa a circulação e drena as toxinas e água em excesso nos

tecidos. O extrato de centella asiática tem ação elastificante dos vasos sanguíneos e

antiedematoso. A hera acelera a digestão das gorduras estimulando a ação das enzimas da

pele.

Segundo Guirro e Guirro (2002) as contra-indicações da fonoforese são:

• Sobre o útero gravídico: em virtude da possibilidade de cavitação no líquido amniótico e

da ocorrência de malformações no feto;

• Diretamente sobre o coração pela modificação no potencial de ação e de suas propriedades

contráteis;

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• Diretamente sobre tumores pois pode-se acelerar o crescimento e/ou as metástases;

• Globo ocular pela possibilidade de cavitação;

• Diretamente sobre endopróteses;

• Diretamente sobre implantes metálicos pela existência de interfaces, as quais poderão

aumentar o índice de reflexão do feixe ultra-sônico;

• Processos infecciosos pelo risco de disseminação;

• Tromboflebites e varizes pela deficiência circulatória e pelo risco de promover embolias;

2.7 Endermologia

Técnica criada a partir de experimentações utilizando-se a pressoterapia por

pressão negativa, sendo que o receptor de pressão tem suas paredes ativas, destinadas do

incremento circulatório, tanto venoso quanto linfático e ainda a massoterapia por rolagem e

palpação. Essa associação de movimentos provoca a quebra das fibras que ficam entre as

aglomerações de gordura, melhorando a oxigenação e reduzindo os nódulos de gordura que

causam a celulite (ANDRADE, 2005).

A endermologia refere-se á uma técnica de tratamento através de um aparelho que

realiza movimentos associados à aspiração (sucção), proporcionando efeitos biofísicos

específicos no combate ao FEG.

Também é denominada como um método palper-roler (palpar-rolar). É uma

técnica de tratamento que engloba equipamentos específicos, baseados na aspiração (sucção),

acrescidos de uma mobilidade profunda da pele e tela subcutânea, permitindo um incremento

na circulação sanguínea e superficial (GUIRRO; GUIRRO, 2004).

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No entanto Barretto (2006) colabora relatando que, a endermologia é um

tratamento não invasivo, ou seja, que não utiliza agulhas. Foi criado na França há 12 anos e é

indicado no combate à celulite e/ou à gordura localizada. É executado por um aparelho que,

com movimentos de aspiração e rolamento, melhora a circulação, a oxigenação e o tônus da

pele, reduzindo os nódulos celulíticos. Também redistribui a gordura, evitando seu acúmulo

em determinadas áreas.

Segundo Guitay (1996), o uso desse aparelho possibilita uma dupla ação sinérgica

de aspiração e mobilização dérmica, na qual é utilizado pressão negativa de sucção associado

ao rolamento exercido pelos rolos presentes no cabeçote do aparelho.

2.7.1 Composição do aparelho

O princípio da técnica baseia-se em um procedimento eletrônico que utiliza dois

rolos monitorizados, situados na máquina e unidos a uma aspiração constante (SSB, 2004).

O aparelho realiza uma aspiração que é regulada por eletroválvulas que obedecem

a um sistema eletrônico. Para a realização da massagem eletrônica é utilizado roletes que

situam-se no cabeçote, os quais adaptam-se bem a pele para que não ocorra desconforto e

hematomas (BERAMENDI, 1999).

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Figura 14: Aparelho Dermovac. Fonte: Bioset (200?)

O cabeçote tem como função apalpar, sugar e rolar é formado por uma câmera de

aspiração, em que o estancamento é garantido por válvulas laterais e longitudinais. A potência

utilizada no aparelho depende da qualidade do tecido e sensibilidade do paciente. A espessura

dos roletes relacionam-se a espessura da pele e do tecido adiposo subcutâneo em tratamento,

sendo que a pressão lateral que exerce sobre a dobra cutânea é constante. A depressão é

promovida pela bomba a vácuo que aspira a pele entre os dois roletes, cria uma dobra cutânea,

a qual é enrolada e massageada pelos roletes graças a um motor incorporado ao cabeçote

(GUITAY, 1999).

2.7.2 Efeitos fisiológicos

A utilização da pressão negativa (vácuo) como técnica de massagem corporal,

associada a ação mecânica dos roletes para simular um massageamento bidigital, tem como

objetivos a diminuição do transtorno circulatório, a redução da gordura localizada, o auxílio

na drenagem linfática, bem como uma poderosa técnica no tratamento da FEG (BIOSET,

200?).

De acordo com Andrade (2005), a endermologia atua nos planos cutâneo e

subcutâneo, nomeadamente no tecido conjuntivo, tecido adiposo e estruturas vasculares e

linfáticas.

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Figura 15: Ação sinérgica de aspiração (sucção) associado a mobilização da pele e tecidos subcutâneos. Fonte: Endermologie (2005).

Wiseman et al (2005), acredita que a ação do aparelho de endermologia resulta em

um melhor contorno da pele e propicia uma melhor distribuição da gordura subcutânea.

Desta forma, este aparelho resulta em muitas ações fisiológicas:

A melhora da circulação e auxílio da drenagem linfática é devido às massagens

pressomecânicas exercidas pelos aplicadores do aparelho que promovem um

descongestionamento e aumento da vascularização dos tecidos hipodérmicos, local do FEG,

contribuindo então para o esvaziamento de gordura e líquidos acumulados neste local,

melhorando sensivelmente a aparência dos tecidos submetidos ao tratamento. Se a aplicação

for efetuada seguindo-se o caminho distal-proximal nos membros inferiores e abdome, tem-se

um grande auxílio no aumento da drenagem linfática, tendo em vista que estará “forçando-se”

o fluxo circulatório com a aplicação do vácuo, associado ou não com os roletes (BIOSET,

200?).

Andrade (2005), relata que a aplicação desta técnica além de estimular a

circulação local também desorganiza as células adiposas e rompe nódulos fibrosos que

caracterizam a celulite, com isso a gordura também é estimulada e transforma-se em

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glicerol, substância absorvida pela circulação e eliminada do organismo, restaurando a

qualidade do tecido cutâneo.

Quanto a tonificação da pele, Beramendi (1999) explica que ao estimular os

fibroblastos, produto de elastina e colágeno, associado ao descongestionamento dos tecidos

isto contribui para a recuperação da pele e de seu aspecto mais saudável, com o

desaparecimento das ondulações. A varredura do cabeçote associado ao vácuo elimina a

camada córnea da epiderme, tornando o seu aspecto mais suave.

A ação lipolítica também é estimulada, pois a massagem mecânica força a

normalização das funções metabólicas, os adipócitos que encontravam-se congestionados no

interior dos lobos retornam a sua configuração original, liberando os estoques de gordura

excedentes. Sendo assim, os lobos também diminuem de volume, deixando de tracionar os

trabéculos dos septos que formam capitonê. A lipogênege e a lipólise retornam ao equilíbrio

(BERAMENDI, 1999).

A utilização da endermologia proporciona ainda um desfibrosamento profundo e

um aplanamento da epiderme, pois por meio desta técnica normaliza-se a vascularização

cutânea eliminando as toxinas estagnadas, melhorando então, o aporte de substâncias e os

elementos nutritivos que agem sobre o tecido conjuntivo. A ação combinada da pressão

negativa (vácuo) e massageamento propõem um desfibrosamento progressivo dos tecidos e

uma regeneração do tônus da epiderme pela estimulação dos fibroblastos. Ao submeter os

fibroblastos a uma força de tração, aumenta-se a produção de colágeno e elastina, quando

comparado a um fibroblasto em repouso, este aspecto torna-se fundamental para uma melhor

mobilidade, adesão, elasticidade e tonicidade da pele (GUITAY, 1996; BERAMENDI, 1999).

2.7.3 Aplicação terapêutica

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A endermologia vem sendo utilizada como técnica terapêutica para o tratamento

de FEG, proporcionando uma remodelagem corporal, em que a pele adquire aspecto mais

regular propiciando então aos pacientes uma melhora da saúde e da estética.

Conforme Andrade (2005), esta é a única técnica que utiliza a combinação de

sucção e a ação de dois rolos monitorizados simultaneamente. Para a aplicação necessita-se

do uso de um creme ou gel, afim de auxiliar no deslizamento dos massageadores. O creme ou

gel podem ou não conter princípios ativos em sua formulação, ficando a critério do terapeuta.

Conforme Andrade (2005), as pessoas submetidas ao tratamento com esta técnica,

relatam que é como se fizessem ginástica na pele e tecidos subjacentes tendo a sensação de

uma massagem profunda. Diferencia-se de massagem manual dado que esta varia consoante a

pessoa que faz e o nível de pressão aplicada por ela (que são impossíveis de uniformizar ).

2.7.4Contra-indicações

A endermologia vem sendo utilizada como técnica terapêutica para o tratamento

do FEG, proporcionando uma remodelagem corporal, onde a pele adquire um aspecto mais

regular proporcionando aos pacientes ganhos em saúde e estética (LOPES, 2003).

Segundo Guitay (1996), a endermologia é contra-indicada para pacientes que

possuem:

a) Hipertensão: A endermologia aumenta a vascularização, por isso, a pressão arterial deve

ser sempre mensurada pelo fisioterapeuta;

b) Afecções de pele: Procura-se evitar as regiões que possuem erupções, feridas abertas,

inflamações, hematomas e despigmentações inespecíficas. Quando estas afecções forem

generalizadas a endermologia é contra-indicada;

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c) Câncer: A utilização desta técnica promove um estímulo a circulação linfática, pode

ocorrer a disseminação das células doentes;

d) Hérnia: Pode agravar a herniação (exemplo: parede abdominal), quando aplicada

diretamente sobre a região, por isso, deve-se apenas rodear estas áreas. A região inguinal

nunca deve ser tratada, pela possibilidade de possuir hérnias ocultas;

e) Veias varicosas: A aplicação da endermologia deve ser ao redor das áreas afetadas;

f) Flebites (inflamação de uma ou mais veias) e trombos;

g) Gravidez: Evitar a aplicação, principalmente em regiões lombares e abdominais.

h) Uso de anticoagulantes: Os pacientes que possuem hematomas quase que permanente não

devem ser tratados com endermologia, entretanto, os que fazem uso de baixas doses de

aspirina diariamente não possuem contra-indicações;

i) Pseudoatrofia: Afecções bem localizadas (como rachaduras na pele), que podem ser

produzidos alguns meses depois da aplicação de injeção (usualmente de cortisona), e não

forem determinados com exatidão na anamnese.

j) Diabetes

k) Marcapassos cardíaco: Porque pode causar interferências no ritmo cardíaco.

Em alguns poucos casos os pacientes podem apresentar hematomas com

facilidade. Deve-se prestar atenção especial no início do tratamento, onde os pacientes

sensíveis a estas manifestações não devem ser tratados com endermologia.

Além de ser contra-indicado em casos de flebite (inflamação de uma ou mais

veias) e trombos; as pessoas com fotossensibilidade cutânea; pessoas com fragilidade capilar

também ficam restritos à aplicação da técnica.

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3 DELINEAMENTO DA PESQUISA

De acordo com Gil (1994), o delineamento da pesquisa consiste em um

planejamento da pesquisa em sua dimensão mais ampla, envolvendo tanto a sua diagramação

quanto a previsão de análise e interpretação dos dados. Ainda considera as formas de controle

das variáveis e o ambiente em que os dados são coletados.

3.1 Tipo de pesquisa

Esta pesquisa caracteriza-se em pesquisa quase experimental em decorrência da

variação do plano clássico, sendo que de acordo com Rudio (2000, p. 85) a mesma defini-se

como: “antes” da aplicação do fator experimental e “depois”. Desta forma, este plano permite

obter informações da influência que o fator experimental exerce sobre os indivíduos e certas

modificações que produz. Segundo Gil (2002), numa pesquisa quase experimental não se

verifica o pleno controle da aplicação dos estímulos experimentais, ou seja, não tem grupo

controle. É o caso dos estudos que envolvem um único caso, sem controle, ou que aplicam

pré-teste e pós-teste a um único grupo.

Classifica-se ainda como uma pesquisa quantitativa, em que, a utilização dos

instrumentos de coleta são de informações numéricas, medidas ou contadas, aplicados a uma

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amostra representativa de um universo a ser pesquisado, fornecendo resultados numéricos,

probabilísticos e estatísticos (ALMEIDA; RIBES, 2000, p. 98). Esta pesquisa é quantitativa,

pois avalia tanto os aspectos físicos por meio de fotos e perimetria, como também avalia os

níveis de satisfação por meio de ficha de avaliação.

3.2 Caracterização da amostra da pesquisa

A amostra desta pesquisa constituiu-se de um grupo de quinze pessoas do sexo

feminino, raça branca, que apresentavam fibro edema gelóide, com faixa etária de 20 à 35

anos, média de 25,93 anos, que foram atendidas na Clinica de Fisioterapia estética “Fisioarte”,

da cidade de Chapecó, Santa Catarina. Quando destas, todas inativas, não fumantes, isentas de

dietas alimentares tanto quanto de patologias associadas e todas faziam uso de método

contraceptivo. O tratamento constou de dez sessões com duração de 50 minutos cada, as quais

realizaram-se em uma freqüência de três vezes por semana.

3.3 Instrumentos utilizados para coleta de dados

Foram utilizados para coleta de dados os seguintes instrumentos:

a) Um termo de consentimento assinado pelas pacientes, concordando em participar da

pesquisa por livre e espontânea vontade (Anexo A);

b) Um termo de consentimento assinado pelas pacientes, concordando em participar de fotos,

vídeos e filmagens ( Anexo B)

c) Ficha de avaliação para o FEG: para selecionar as pacientes portadoras de FEG (Anexo

C);

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d) Câmera fotográfica digital Sony Cyber-shot 3.2 mega pixels, para obtenção de registro

fotográfico da região acometida pelo FEG na primeira e na última sessão, para

posteriormente verificarmos os efeitos obtidos com o tratamento;

e) Fita métrica da marca Corrente para realização da perimetria, na região glútea e de coxas,

antes e após o tratamento com objetivo de futura comparação;

f) Aparelho de ultra-som da marca Bioset, modelo Sonacel expert, com cabeçote de 3 MHz

para a realização do tratamento.

Figura 16:- Aparelho de ultra-som Fonte: Aparelhos (2006)

g) Aparelho de Endermologia, Dermovac da marca KW, modelo VHS, para realização do

tratamento.

Figura 17: Aparelho Dermovac. Fonte: Aparelhos (2006)

h) Questionário de satisfação: aplicado no final do tratamento para avaliar a satisfação da

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paciente com o tratamento realizado (Apêndice A).

3.4 Procedimentos utilizados na coleta de dados

Após a assinatura do termo de consentimento pela paciente em estudo, deu-se

início a esta pesquisa, com o intuito de verificar o grau de comprometimento do FEG e efeitos

da aplicação da técnica de associação do US à fonoforese e endermologia para seu tratamento.

Primeiramente, foi aplicada uma ficha de avaliação especifica para FEG, visando

uma coleta dos dados completa. Em seguida, foi realizado o registro fotográfico da região

comprometida a ser tratada, sendo que a fotografia foi tirada há uma distância de um metro da

paciente, há um metro de altura. A perimetria foi realizada em cinco pontos da coxa: 10, 15,

20, 25 e 30 cm acima da tuberosidade da tíbia.

Os parâmetros utilizados no ultra-som foram os seguintes: freqüência de 3 MHz,

primeiramente no modo contínuo para realizar a absorção do princípio ativo, numa

intensidade de 1,5 W/cm², com tempo de aplicação de 5 minutos, seguido da aplicação de

mais 5 minutos no modo pulsado com o objetivo de desfazer os nódulos de fibrose, numa

intensidade de 2 W/ cm², totalizando 10 minutos em cada hemicorpo, ou seja, cada região

glútea e parte posterior da coxa. Para esta aplicação foi utilizando gel, o qual manipulado pelo

responsável Cleber Mauricio Silvestrim, CRF 3934, com a seguinte composição: cafeína 4%,

ginkgo biloba 3%, centella asiática 3 % e hera 3 %, que sobre a ação do ultra-som terá maior e

melhor penetração na pele, num processo conhecido como fonoforese.

Após o ultra-som realizou-se aplicação da endermologia, durante 10 minutos em

cada hemicorpo, numa pressão variando de no 200 e no máximo 300 mmHg, conforme a

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tolerância de cada paciente, sendo que após ocorrer a estabilidade do quadro sensitivo,

realizava-se um leve aumento da pressão.

A pesquisa foi realizada no período de dezembro de 2005 á fevereiro de 2006, na

Clínica de Fisioterapia Estética “Fisioarte”, da cidade de Chapecó, Santa Catarina. O

tratamento teve uma freqüência de três dias semanais, sendo que cada sessão possuía em

média, 50 minutos de duração. O tratamento foi realizado com ultra-som e fonoforese

associado a endermologia, como um tratamento único (isolado).

3.5 Análise dos dados

A análise dos dados foi realizada através de uma análise descritiva, e exposta na

forma de quadros, sendo que para estes utilizou-se o teste de Wilcoxon com 95% de

significância; gráficos e registros fotográficos.

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4 ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS DADOS

Após o término da fundamentação teórica, baseada em autores que descrevem os

efeitos da aplicação do ultra-som, da fonoforese e da endermologia sobre o fibro edema

gelóide (FEG), e o período de coleta de dados, realizado a partir de 10 sessões de

atendimentos, a análise e discussão dos resultados mais importantes obtidos com a aplicação

do instrumento em pacientes portadoras do FEG serão descritos a seguir:

4.1 Dados da avaliação

Antes de iniciar o tratamento com o ultra-som associado a fonoforese e

endermologia nas regiões acometidas pelo FEG, foi realizada uma avaliação das pacientes

com o objetivo de caracterizar o quadro.

Foram selecionadas 15 pacientes do sexo feminino, com idade variando de 20 a

35 anos, média de 25,93 anos, raça branca, sedentárias, não fumantes e isentas de dietas

alimentares tanto quanto de patologias associadas, com uso de método contraceptivo. As

pacientes relataram o aparecimento do FEG durante a adolescência, devido à aquisição de

peso e após uso de anticoncepcionais, com maior predominância na região dos glúteos e coxas

e não realizavam tratamentos específicos para o FEG.

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Segundo Conti e Pereira (2003), os fatores desencadeantes compreendem as

alterações de natureza hormonal que ocorrem na adolescência. O principal hormônio

envolvido é o estrógeno, considerado o iniciador do processo e principalmente responsável

pelo agravamento do FEG, na grande maioria das mulheres. Rossi e Vergnanini (2000)

relatam que a grande maioria das mulheres apresenta esta patologia após a puberdade e se

agrava durante a gestação e período menstrual.

De acordo com Zimmermann (2004), sempre que a mulher sofre um aumento

excessivo de peso devido uma alimentação hipercalórica, este ocorre primeiro nas áreas

ginóides, antes de se estender ao resto do corpo e estas regiões são preferenciais ao

desenvolvimento da celulite.

O sedentarismo permite menor solicitação dos músculos, ocasionando menor

consumo de energia das células e conseqüente aumento da gordura. A falta de exercício físico

diminui a capacidade circulatória, diminuindo a drenagem e a oxidação de toxinas

(CAMPOS, 2000).

Para Guirro e Guirro (2002), a atividade física é de vital importância no

tratamento dos estados lipodistróficos, dada à condição freqüente de hipotonia muscular. O

sedentarismo pode contribuir para o agravamento do FEG através dos seguintes mecanismos:

diminuição da massa muscular, com aumento da massa gordurosa; aumento da flacidez

músculo-tendínea; e diminuição no mecanismo de bombeamento muscular dos MMII,

dificultando o retorno venoso e linfático.

A fim de identificar os graus do FEG presentes nas pacientes em questão foram

realizadas a inspeção e a palpação, que conforme Guirro e Guirro (2004), é de importante

propedêutica durante o exame físico. Neste verificou-se que as pacientes possuíam FEG

principalmente na região glútea e porção superior e posterior da coxa.

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Na inspeção, foi solicitado às pacientes que realizassem uma contração do local,

no qual foi possível identificar a presença do FEG de grau 2 do tipo brando ou difuso, sendo

este para Ciporkin e Paschoal (1992), é a forma mais comum do distúrbio. Porém foi também

observado a presença dos graus 1 e 3 distribuídos na mesma região e em algumas pacientes.

De acordo com o exame físico realizado e confirmado pela literatura encontrada,

as pacientes apresentaram FEG de grau 1, sendo percebido somente pela compressão do

tecido entre os dedos ou pela contração muscular voluntária e o grau 2, o foi visível mesmo

sem a compressão dos tecidos e mais evidente com ela. Já em alguns locais o FEG de grau 3

apresentou-se evidente em qualquer posição, deixando a pele da paciente flácida e cheia de

relevos com aspecto de saco de nozes. Foi percebido que no grau 2 e 3 a sensibilidade à dor

estava aumentada (GUIRRO; GUIRRO, 2004).

Realizou-se testes específicos para FEG na região do glúteo e porção superior e

posterior da coxa em todas as pacientes, sendo que o “teste da casca de laranja” acentuaram as

características do FEG já existentes enquanto o “teste de preensão” demonstrou um aumento

da sensibilidade dolorosa no local.

Segundo Barros (2001), no FEG de grau 2 ocorre uma hipertrofia moderada, com

nódulos visíveis à inspeção e palpação, podendo apresentar dor no local ao pressionar-se os

tecidos. Guirro e Guirro (2002) relatam que, as depressões ficam visíveis mesmo sem a

compressão dos tecidos, sujeitas, portanto, a ficarem ainda mais aparentes mediante a

compressão dos mesmos..

O FEG de grau 1 é sempre curável, o grau 2 é freqüentemente curável e o grau 3

incurável, mas mesmo assim passível de melhora (GUIRRO; GUIRRO, 2002). Sendo a

fisioterapia uma importante técnica na amenização da aparência do tecido e na estética.

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4.2 Alterações visuais

Foram realizados registros fotográficos da região tratada, os quais foram

efetuados antes e após o término do tratamento. Esse registro serviu como base de

comparação para a verificação da eficácia do tratamento, permitindo visualizar os resultados

obtidos com a aplicação do ultra-som associado à fonoforese e endermologia sobre o FEG.

Porém, deve-se lembrar que o registro fotográfico não é tão fidedigno como a satisfação da

paciente e a perimetria do membro, já que pode haver mudanças de um registro para outro

devido, como por exemplo, a iluminação do local.

Figura 18: Vista posterior na avaliação Figura 19: Vista posterior com contração de glúteos na avaliação

Figura 20: Vista posterior após 10 sessões, na Figura 21: Vista posterior com contração de glúteos reavaliação após 10 Sessões, na reavaliação

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As duas primeiras fotos, na horizontal, foram realizadas antes do início do

tratamento. Já as duas últimas fotos foram realizadas depois de 10 atendimentos, ou seja, ao

término do tratamento.

Nas fotos da esquerda a paciente permanecia em uma postura relaxada, sem

contração muscular da região afetada. Enquanto que nas fotos à direita, era solicitado uma

contração máxima de glúteo, a região afetada.

Após o tratamento proposto, pode-se perceber que houve uma redução

significativa do FEG de grau 1 e 2 e uma melhora no aspecto do FEG de grau 3, sendo que,

estes resultados se intensificaram ao término das 10 sessões.

Os parâmetros utilizados no ultra-som foram os seguintes: freqüência de 3 MHz,

primeiramente no modo contínuo para realizar a absorção do princípio ativo, numa

intensidade de 1,5 W/cm², com tempo de aplicação de 5 minutos, seguido da aplicação de

mais 5 minutos no modo pulsado com o objetivo de desfazer os nódulos de fibrose, numa

intensidade de 2 W/ cm², totalizando 10 minutos em cada hemicorpo, ou seja, cada região

glútea e parte superior da coxa. Para esta aplicação foi utilizando gel, com a seguinte

composição: cafeína 4%, ginkgo biloba 3%, centella asiática 3 % e Hera 3 %, que sobre a

ação do ultra-som tem maior e melhor penetração na pele, num processo conhecido como

fonoforese.

Após o ultra-som realizou-se aplicação da endermologia, durante 10 minutos em

cada hemicorpo, numa pressão variando de no mínimo 200 e no máximo 300 mmHg,

conforme a tolerância de cada paciente, sendo que após ocorrer a estabilidade do quadro

sensitivo, realizava-se um leve aumento da pressão.

De acordo com Terapia (2005), um dos recursos fisioterapêuticos mais recentes da

área de estética, é a terapia por ondas ultra-sônicas na freqüência de 3 MHz, indicada para o

tratamento do FEG devido a seus efeitos biofísicos onde são mais significativos a nível

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superficial e que produzem alterações fisiológicas na fisiopatologia da afecção citada, são

elas: redução ou eliminação de processos fibróticos, melhora da circulação sanguínea a nível

local e aumento da permeabilidade das membranas celulares, analgesia e principalmente pelo

favorecimento da penetração de fármacos ativos (fonoforese) no tecido.

Com o decorrer da aplicação do tratamento em questão sobre os locais do FEG,

através do protocolo estabelecido, constatou-se a ocorrência de uma melhora no contorno da

pele, que adquiriu um aspecto mais saudável, diminuindo o FEG de grau 1 e 2 e atenuando os

de grau 3, que a paciente possuía na posição relaxada e destacavam-se no momento de

contração da região acometida.

4.3 Alterações perimétricas

Serão expostos a seguir quadros demonstrativos das medidas, em centímetros,

antes e após a utilização do ultra-som associado à fonoforese e endermologia, as quais foram

realizadas no primeiro dia de avaliação e na reavaliação, após 10 sessão de tratamento.

Realizou-se a perimetria com base na tuberosidade da tíbia, medindo-se então 10, 15, 20, 25 e

30 cm a cima da mesma. Para verificar a significância do tratamento realizou-se o teste de

Wilcoxon, com amostras dependentes, o qual com 95% de significância em seus resultados.

MEMBROS INFERIORES: DIREITO E ESQUERDO PACIENTE Perimetria do MID Perimetria do MIE

AVALIAÇÃO REAVALIAÇÃO AVALIAÇÃO REAVALIAÇAO 01 41 39.5 42 41 02 44 41.5 46 43 03 41.5 41 42 41 04 43.5 45 43.5 45 05 47.5 43 43.5 42.5 06 48 47 47 46

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07 44 41.5 43.5 41.5 08 43 41 44 42

09 42.5 41 43 42 10 43 45 43 44 11 41.5 40.5 41.5 41 12 41 39.5 41 39 13 37 36 38 37 14 37.5 37 36.5 36 15 43.5 43 45 44

Quadro 1: Medida de 10 cm acima da tuberosidade da tíbia

**Diminuiu medidas **Aumentou medidas **Permaneceram as mesmas medidas

No quadro I, o teste de Wilcoxon revelou a existência de diferenças de valores

entre os resultados obtidos na avaliação e na reavaliação. Conforme observado na amostra, os

resultados da reavaliação foram menores, indicando a efetividade do procedimento adotado.

86,66%

13,33%

0%

86,66%

13,33%

0%

MID MIE

diminuiram asmedidasaumentaram asmedidasmanteram as medidas

Gráfico 1: Comparação dos resultados das medidas do quadro I

Perante o gráfico acima pôde-se constatar uma atenuada redução das medidas tanto

de MID como de MIE , de 86.66% das pacientes, valor este equivalente ao número de 13

pacientes, enquanto que 02 adquiriram uma aumento de medidas também em MID e MIE,

valor esse estimado em 13%.

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MEMBROS INFERIORES: DIREITO E ESQUERDO PACIENTE Perimetria do MID Perimetria do MIE

AVALIAÇAO REAVALIAÇAO AVALIAÇAO REAVALIAÇAO 01 47 44 47 46 02 49.5 49 48 46.5 03 46.5 46 45 44 04 47 49 48.8 50 05 47.5 48 46 47 06 51 50 50 49.5

07 47.5 44.5 47 44.5 00 46.5 44.5 47 45 09 45 43.5 45.5 45 10 47 49.5 46 48 11 44 44 45 44.5 12 44.5 43 44 44

13 40 41.5 42 41 14 42 40.5 42 40.5 15 48.5 48 50 48

Quadro 2: Medida de 15 cm acima da tuberosidade da tíbia

No quadro II, o teste de Wilcoxon revelou a existência de diferenças de valores

entre os resultados obtidos na avaliação e na reavaliação. Conforme observado na amostra, os

resultados da reavaliação foram menores, indicando a efetividade do procedimento adotado.

66,66%

26,66%

6,66%

73,33%

20%

6,66%

MID MIE

diminuiram asmedidasaumentaram asmedidasmanteram asmedidas

Gráfico 2: Comparação dos resultados das medidas do quadro II

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Na reavaliação da segunda medida no MID, 66.66% equivalente ao número de 10

pacientes, obtiveram uma redução das medidas, enquanto que 04 adquiriram uma aumento

das mesmas, valor esse estimado em 26.66%. Uma das pacientes manteve a mesma medida da

avaliação comparada com a reavaliação valor, 6%.

No MIE, 73.33% equivalentes ao número de 11 pacientes, obtiveram uma redução

das medidas, enquanto que 03 adquiriram um aumento das mesmas, valor esse estimado em

20%. Uma das pacientes manteve a mesma medida da avaliação comparada com a reavaliação

valor este estimado em 6%.

MEMBROS INFERIORES: DIREITO E ESQUERDO

PACIENTE Perimetria de MID Perimetria de MIE

AVALIAÇAO REAVALIAÇAO AVALIAÇAO REAVALIAÇAO

01 51.5 49 51 50

02 55 49 54 51

03 50 49 50 49.5

04 52 54 53 55.5

05 51.5 51 52 51

06 55 53.5 54 53

07 50.5 47.5 50.5 47.5

00 49.5 47 50.5 47.5

09 48 47 48 47.5

10 51 53 50.5 53

11 48.5 47.5 49.5 48

12 48 46 48 46

13 45 44 46 45

14 48 46.5 52 51

15 53 52.5 54 53.5 Quadro 3: Medida de 20 cm acima da tuberosidade da tíbia

No quadro III, o teste de Wilcoxon também revelou a existência de diferenças de

valores entre os resultados obtidos na avaliação e na reavaliação. Conforme observado na

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amostra, os resultados da reavaliação foram menores, indicando a efetividade do

procedimento adotado.

86,66%

13,33%

0%

80%

20%

0%

MID MIE

diminuiram asmedidas

aumentaram asmedidas

manteram asmedidas

Gráfico 3: Comparação dos resultados das medidas do quadro III

Na reavaliação da terceira medida no MID, 86.66% equivalente ao número de 13

pacientes, obtiveram uma redução das medidas, enquanto que 02 adquiriram uma aumento

das mesmas, valor esse estimado em 13.33%. Enquanto que nenhuma paciente manteve suas

medidas.

No MIE 80% equivalentes ao número de 12 pacientes, obtiveram uma redução das

medidas, enquanto que 03 adquiriram um aumento das mesmas, valor esse estimado em 20%.

Nenhuma das pacientes manteve a mesma medida da avaliação comparada com a reavaliação.

MEMBROS INFERIORES: DIREITO E ESQUERDO

PACIENTE Perimetria de MID Perimetria de MIE

AVALIAÇAO REAVALIAÇAO AVALIAÇAO REAVALIAÇAO

01 54 53.5 54 53.5

02 50 54 60 57.5

03 53 52.5 54 53

04 56 58.5 57 58

05 55 54 55 51.5

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06 59 58 59 57

07 53 50.5 53 50.5

00 53 50 55 49

09 53.5 53 53 52

10 55 56 55.5 55.5

11 52.5 50.5 53.5 51

12 51 49 51 49

13 49 48.5 50 45.8

14 52 50 50 49

15 56 56 58 58 Quadro 4: Medida de 25 cm acima da tuberosidade da tíbia

No quadro IV, o teste de Wilcoxon revelou a existência de diferenças de valores

entre os resultados obtidos na avaliação e na reavaliação. Conforme observado na amostra, os

resultados da reavaliação foram menores, indicando a efetividade do procedimento adotado.

73,33%

20%

6,66%

80%

6,66%13,33%

MID MIE

diminuiram asmedidas

aumentaram asmedidas

manteram as medidas

Gráfico 4: Comparação dos resultados das medidas do quadro IV

Neste gráfico verifica-se que no MID, 73.33% das pacientes, equivalentes ao

número de 11 pacientes, obtiveram uma redução das medidas, enquanto que 03 adquiriram

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uma aumento das mesmas, valor que estima-se em 20%. Uma paciente manteve suas medidas,

resultando em 6.66% da amostra.

No MIE, 80% equivalentes ao número de 12 pacientes, obtiveram uma redução

das medidas, enquanto que 01 adquiriu aumento das mesmas, valor esse de 6.66%. Duas

pacientes mantiveram a mesma medida da avaliação comparada com a reavaliação.

MEMBROS INFERIORES: DIREITO E ESQUERDO

PACIENTE Perimetria de MID Perimetria de MIE

AVALICAO REAVALIAÇAO AVALIAÇAO REAVALIAÇAO

01 56.5 55 56 56

02 63 60 63 60

03 56.5 56 56 55

04 60 60 61.5 61

05 56.5 56 55.5 55

06 60.5 59 60 59

07 55 54 56 54.5

00 57 54 58 54.5

09 55 54.5 55 53

10 57.5 58 59 57

11 53.5 52 54 52

12 53 51 53 51

13 52 51 53 51.5

14 52.5 51 52 51

15 59 58 60 60 Quadro 5: Medida de 30 cm acima da tuberosidade da tíbia

Neste quadro, o teste de Wilcoxon revelou a existência de diferenças de valores

entre os resultados obtidos na avaliação e na reavaliação. Conforme observado na amostra, os

resultados da reavaliação foram menores, indicando a efetividade do procedimento adotado.

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86,66%

6,66% 6,66%

86,66%

0%

13,33%

MID MIE

diminuiram asmedidas

aumentaram asmedidas

manteram asmedidas

Gráfico 5: Comparação dos resultados das medidas do quadro V

Na reavaliação da última medida, no MID, 86.66% das pacientes, equivalentes ao

número de 13 pacientes, obtiveram uma redução das medidas, enquanto que 01 adquiriu

aumento das mesmas, valor que se estima em 6.66% e outra pacientes manteve suas medidas,

resultando em 6.66% da amostra. Nesta mesma reavaliação, no MIE, 86.66% das pacientes,

equivalentes ao número de 13 pacientes, obtiveram uma redução das medidas, enquanto que

nenhuma adquiriu aumento das mesmas, valor que se estima em 0% e 02 pacientes

mantiveram suas medidas, resultando em 13.33% da amostra.

Os quadros I, II, III, IV e V nos mostram a redução nas medidas MMII,

apontando-nos cada medida, quando comparadas à avaliação e a reavaliação das pacientes

submetidas ao tratamento, sendo possível visualizar melhor os resultados obtidos através dos

gráficos, nos quais pode-se observar a porcentagem informativa da significância do

tratamento utilizado.

Bassoli (2001) cita que as medidas lineares, morfométricas são muito utilizadas

em estudos histopatológicos, pois, são mais objetivas, facilmente reproduzíveis e podem ser

detectadas alterações que em uma observação visual muitas vezes pode ser negligenciada.

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De acordo com os resultados obtidos nesta pesquisa, o US associado à fonoforese

e endermologia mostrou-se um método eficaz no tratamento do FEG, reduzindo sua

quantidade e aparência.

Conforme Conti e Pereira (2003), realizou-se um estudo, por um período de 15

sessões, o qual mostrou resultados favoráveis que justificavam o uso do US e da fonoforese

para o tratamento do FEG, pois o US, através da fonoforese promoveu a redução do FEG,

proporcionou a neovascularização com conseqüente aumento da circulação, rearranjo e

aumento da extensibilidade das fibras colágenas e melhora das propriedades mecânicas do

tecido .

Guirro e Guirro (2002) citam, além do US, a importância da endermologia que

consiste de um tratamento que engloba equipamentos específicos baseados na aspiração

(sucção), acrescidos de uma mobilização profunda da pele e tela subcutânea, permitindo um

incremento na circulação sanguínea superficial. O tratamento com endermologia melhora a

maleabilidade do tecido, inclusive nas fases mais avançadas do distúrbio, suavizando o

aspecto de acolchoado da pele provocado pelo FEG.

Os princípios ativos farmacológicos utilizados neste estudo, que foram acrescidos

ao gel para o tratamento com o US foram baseados em dados da literatura.

Segundo Draelus e Marenus (1997) têm sido utilizadas substâncias lipolíticas,

farmacologicamente ativas, por via tópica com objetivo de reduzir o tamanho das hérnias

adipocitárias, diminuindo o aspecto do FEG.

Dentre os ativos utilizados no tratamento do FEG, com ações sobre o tecido

conjuntivo, destaca-se o ginko biloba, extrato de centella asiática e hera (BIBIAN, 2006).

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20%

40%

13.33%

13.33%

13.33%diminuiu todasas medidasdiminuiu 4medidasdiminuiu 3medidasdiminuiu 2medidasaumentou asmedidas

Gráfico 6: Resultados finais da perimetria nos MMII

Com o tratamento em questão, pode-se obter resultados significativos, conforme

mostra o gráfico acima, em que, 40% das pacientes obtiveram redução em todas as medidas,

porcentagem esta equivalente ao número de 06 pacientes; 20% equivalente a 03 pacientes

diminuíram 4 medidas; senso que 13.33% o que equivale a 02 pacientes diminuíram 3

medidas; outras 13.33% diminuíram 2 medidas e mais 13.33% adquiram um aumento das

medidas, resultantes á aquisição de peso corporal.

Desta forma, pôde-se observar que a grande maioria das pacientes obtiveram uma

redução significativa das medidas, embora não em todas, porém apenas 02 pacientes

obtiveram aumento das mesmas, a qual atribui-se á aquisição de peso corporal, pois ao

analisar-se as medidas de cada paciente contatou-se o aumento das medidas das mesmas

pacientes em todos os quadros.

4.4 Nível de satisfação

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73%

27%

melhoraram muito

melhoraram pouco

Quanto aos resultados obtidos com a aplicação do ultra-som associado à

fonoforese e endermologia sobre a região afetada pelo FEG, as pacientes foram questionadas

no dia da reavaliação do tratamento através de uma escala de opinião (APENDICE A).

Gráfico 7: Escala de opinião das pacientes

No gráfico acima, observa-se o resultado da aplicação da escala de opinião, na

qual, 11 das pacientes relataram melhora do quadro, o que equivale a um total de 73% da

amostra e 4 delas relataram ter melhorado pouco, totalizando 27 % da amostra, sendo que

destas, duas obtiveram aumento de peso corporal, enquanto que outras duas mantiveram

algumas medidas.

Perante os resultados expostos do tratamento realizado, sugere-se a continuação do

mesmo, intensificando-se desta forma o tratamento com um maior número de atendimentos,

objetivando assim a plena satisfação das pacientes com uma maior redução de medidas e uma

evolução ainda maior do aspecto de casca de laranja na pele das mesmas.

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5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Atualmente, para alcançar o padrão de beleza, a mulher, principalmente, submete-

se a uma série de sacrifícios como dietas, medicamentos, exercícios exaustivos e comumente

à intervenções cirúrgicas, na tentativa de aprimorar ou manter uma boa aparência estética, e a

fisioterapia dermato-funcional é uma área que vem de encontro com as necessidades de

tratamentos nos dias de hoje, atuando de forma menos agressiva e exaustiva as pacientes.

È uma área inovadora que vem conquistando espaços, comprovando sua eficácia

de forma fidedigna, apesar da escassez de trabalhos científicos que corroborem seus

resultados; atua nos tratamentos estéticos, no caso o FEG, utilizando recursos como o ultra-

som e a endermologia, os quais estão sendo utilizados neste estudo, além destes, há existência

de outras técnicas que também podem ser aplicadas, dentre estas a drenagem linfática,

eletrolipólise e outros aparelhos de eletroterapia que podem aumentar sua eficácia quando

combinados.

O fibro edema gelóide aparece nos dias atuais como sendo a principal queixa e

preocupação das mulheres, quando questionadas sobre aspectos estéticos. Além disso, ele é

incômodo aos olhos, comprometendo a imagem e a auto-estima, causando também

acometimentos físicos, como a dor e o aumento na sensibilidade, sendo da mesma forma

prejudicial aos aspectos psíquicos, causando transtornos na saúde da mulher.

Ao término do presente estudo, foi possível constatar um progresso no quadro das

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pacientes com o protocolo utilizado. Melhora esta observada na redução dos dados

perimétricos e dos graus de FEG, observados através de alterações visuais, além da melhora

no aspecto geral da pele.

Com o tratamento em questão, obteve-se resultados significativos, sendo que, ao

reavaliar-se as pacientes averiguou-se que 40% obtiveram redução em todas as medidas,

porcentagem esta equivalente ao número de 06 pacientes; 20% referente a 03 pacientes

diminuíram 4 medidas; sendo que 13.33% o que equivale a 02 pacientes diminuíram 3

medidas; outras 13.33% diminuíram 2 medidas e outras 13.33% adquiriram um aumento das

mesmas, fator este resultante da aquisição de peso corporal.

A perimetria é uma forma de avaliação bem influente ao tratar-se de medidas, pois

a mesma permite-nos a comparação dos valores no inicio do tratamento, com os valores

obtidos ao término do mesmo, por meio da reavaliação, fato este que nos comprova a validade

e nos leva a acreditar na real eficácia da técnica fisioterapêutica utilizada.

Ao manejar o fator satisfatório das pacientes atendidas, obteve-se um valor de

73% de adequação, equivalente ao número de 11 pacientes, as quais, perante a escala de

opinião referente ao tratamento, relataram uma boa melhora, enquanto que as outras 04

pacientes, 27% da amostra, referiram uma pequena melhora. Dentre as 4 pacientes, 02

obtiveram considerável aumento do peso corporal durante a fase de tratamento, enquanto que

as outras 02 mantiveram a semelhança em suas medidas, porém todas obtiveram uma

considerável evolução no aspecto da pele, no que se refere ao teste de casca de laranja.

Deve-se lembrar, portanto, que em todos os tratamentos referentes à saúde

necessita-se da colaboração da parte interessada para que se possa atenuar positivamente os

resultados desejados e, ao referir-se á tratamentos estéticos, este fator sofre uma sobreposição,

pois os cuidados devem ser prolongados e não apenas durante o tratamento, que é realizado

em uma freqüência de aproximadamente 3 vezes por semana, com uma duração máxima de

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60 minutos. Esta participação das pacientes refere-se à cuidados diários como a manutenção

de uma dieta equilibrada, ingesta hídrica regular, vestimentas adequadas, evitando-se roupas

muito apertadas, realização de exercícios regulares, que deve ser enfatizado afim de

proporcionar maiores benefícios no combate ao FEG e contribuir para a manutenção da saúde

do organismo como um todo.

Para a obtenção de uma maior satisfação para as clientes, e para a consecução de

efeitos de maior significância ao tratamento do FEG, baseados nesta mesma técnica, insinua-

se um maior incentivo para a cooperação das mesmas, visto que na mostra em questão,

nenhuma realizava atividades físicas, bem como dieta alimentar. Ao prolongar-se o

tratamento, referente ao número de atendimentos, acredita-se que seja possível a ocorrência

de um aprimoramento dos resultados.

A fisioterapia dermato-funcional, como sendo uma área inovadora em

tratamentos estéticos conservadores, ainda em sua fase de expansão e reconhecimento,

necessita de uma divulgação da exata eficácia de sua corroboração, bem como de enérgicas

comprovações científicas, visando a estimulação de excedente procura pelos tratamentos tanto

por parte profissional, bem como por acadêmicos e pessoas interessadas na realização de

tratamentos do gênero.

Quanto ao embasamento teórico da pesquisa, convém salientar que houve certa

dificuldade no desenvolvimento do mesmo pela escassez de literatura e trabalhos científicos

publicados e accessíveis. Espera-se que este trabalho sirva de incentivo para a realização de

estudos mais amplos, com maior número de amostras e diferentes protocolos, associando-se

outros recursos terapêuticos com intuito de resultados ainda mais satisfatórios no tratamento

do FEG.

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Neste momento em que chega ao término o estudo, registro minha gratidão e

contentamento em realizá-lo, visto que este me proporcionou novos conhecimentos e

despertou-me maiores curiosidades.

Pelo presente estudo constatou-se que o real campo de trabalho relacionado a

estética, atua visando promover a melhora da saúde e auto-estima da mulher, facilitando a

sua integração, ou reintegração, no meio social, que se torna cada vez mais exigente aos

fatores estéticos., por fim, concluo que esta é uma área de muito sucesso na fisioterapia

pela qual eu elevo meus interesses.

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ANEXOS

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ANEXO A

Termo de consentimento

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TERMO DE CONSENTIMENTO

Declaro que fui informado sobre todos os procedimentos da pesquisa e que recebi, de forma clara e objetiva, todas as explicações pertinentes ao projeto e que todos os dados a meu respeito serão sigilosos. Eu compreendo que neste estudo as medições dos experimentos/procedimentos de tratamento serão feitas em mim. Declaro que fui informado que posso me retirar do estudo a qualquer momento.

Nome por extenso :

RG :

Local e Data:

Assinatura:

Adaptado de: (1) South Sheffield Ethics Committee, Sheffield Health Authority, UK; (2) Comitê de Ética em pesquisa - CEFID - Udesc, Florianópolis, BR.

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ANEXO B

Consentimento para fotografias, vídeos e gravações

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UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA COMISSÃO DE ÉTICA EM PESQUISA - CEP UNISUL CONSENTIMENTO PARA FOTOGRAFIAS,

VÍDEOS E GRAVAÇÕES Eu _________________________________________________________________ permito que o grupo de pesquisadores relacionados abaixo obtenha fotografia, filmagem ou gravação de minha pessoa para fins de pesquisa científica, médica e/ou educacional. Eu concordo que o material e informações obtidas relacionadas à minha pessoa possam ser publicados em aulas, congressos, eventos científicos, palestras ou periódicos científicos. Porém, a minha pessoa não deve ser identificada, tanto quanto possível, por nome ou qualquer outra forma. As fotografias, vídeos e gravações ficarão sob a propriedade do grupo de pesquisadores pertinentes ao estudo e sob sua guarda. Nome do sujeito da pesquisa e/ou paciente: ________________________________________ RG:______________________________________________ Endereço: ______________________________________________ Assinatura: ______________________________________________ Nome dos pais ou responsáveis: ______________________________________________ RG: ______________________________________________ Endereço: ______________________________________________ Assinatura: ______________________________________________ Se o indivíduo é menor de 18 anos de idade, ou é legalmente incapaz, o consentimento deve ser obtido e assinado por seu representante legal. Equipe de pesquisadores: Nomes: _________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________ Data e Local onde será realizado o projeto: _________________________________________________________________________ Adaptado de: Hospital de Clínicas de Porto Alegre / UFRGS

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ANEXO C

Ficha de avaliação

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FICHA DE AVALIAÇÃO FISIOTERAPÊUTICA

DATA:

DADOS PESSOAIS:

Nome: Idade: D.N.: Endereço: Fone residencial: Celular:

Profissão:

Fone comercial: E-mail: ANAMNESE:

Q.P:

HMA/HMP:

Sistema Neurológico:

( ) Disrritmia Cerebral ( ) Epilepsia ( ) AVC

Outras:

Sistema Cardiovascular:

( ) Infarto ( ) Prolapso de Válvula Mitral Outras: Sistema Pulmonar:

( ) Bronquite ( ) Asma ( ) Enfisema Pulmonar Outras: Sistema Vascular:

( ) Varizes ( )Varicoses ( ) Trombose ( ) Flebite

Consultório de Fisioterapia

Dermato - Funcional

Fisioterapeutas:

Dra. Michelle Peruzzo e Dra. Juliana Dávi

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Outras:

Sistema Digestivo:

( ) Hérnia de Esôfago ( ) Gastrite ( ) Úlcera () Constipação Outras: Aparelho Ginecológico:

( ) Ovário Policístico ( ) Útero com Endometriose ou Mioma Outras: Gestações: Tipo de Parto:

Sistema Endócrino:

( ) Disfunção Hormonal

Sistema Urológico:

( ) Disfunção Renal ( ) Incontinência Urinária Outras: Hábitos/Atividades de Vida Diária:

( ) Tabagista Quantos por dia: Há quanto tempo: 4 anos ( ) Etilista Quantos por dia: Há quanto tempo: ( ) Dieta Orientada ( ) Endocrinologista ( ) Nutricionista ( ) Própria ( ) Pratica Esportes Quais? Freqüência: Há quanto tempo? ( ) Medicação ( ) Homeopática ( ) Anticoncepcional ( ) DIU Outras: Outros:

( ) Cirurgias Quais: Há quanto tempo: ( ) Marcapasso ( ) Pinos ou Placas Metálicas Local: ( ) Problema Postural Quais: ( ) Alergias A quê:

EXAME FÍSICO: Inspeção:

-> Postura:

Palpação:

-> Pele:

Textura: ( ) Normal ( ) Lisa ou Fina ( ) Áspera ( ) Enrugada Espessura: ( ) Normal ( ) Atrófica ( ) Hipertrófica

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Elasticidade: ( ) Normal ( ) Hipoelástica ( ) Hiperelástica Mobilidade: ( ) Normal ( ) Diminuída ( ) Aumentada Manchas: não apresenta Nódulos: não apresenta Turgor: Coloração: normal Integridade: preservada -> Perimetria

Membros Inferiores:

Esquerdo: PR: tuberosidade da tibia

Abaixo/PR: 10 cm 15 cm 20 cm 25 cm 30 cm

Direito: PR: tuberosidade da tibia

Abaixo/PR: 10 cm 15 cm 20 cm 25 cm 30 cm Cintura:

Abdômen:

Quadril:

PATOLOGIAS:

( ) Lipodistrofia Ginóide ( ) Grau 1 Local: ( ) Grau 2 Local: ( ) Grau 3 Local: Tipo: ( ) Flácida ( ) Compacta ( ) Mista Flacidez: ( ) Pouca ( ) Média ( ) Muita Ptose Tissular: ( ) Pequena ( ) Média ( ) Grande ( ) Estrias Local: ( ) Varizes ou Varicoses Local: OBSERVAÇÕES:

PLANO DE TRATAMENTO:

( ) Ultra – Som

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( ) Corrente de Média Freqüência ( ) Microgalvanopuntura ( ) Endermologia ( ) Eletrolipólise ( ) Drenagem Linfática Manual ( ) Massagem Sueca ( ) Shiatsu Outros: Nº de Sessões:

Preço por Sessão: R$ Total: R$

PLANO DE TRATAMENTO:

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APÊNDICES

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APÊNDICE A

Escala de opinião

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Escala de opinião

Qual sua opinião com relação os resultados obtidos do tratamento baseado na aplicação de endermologia associado a eletrolipólise e ultra-som para a fibro-edema gelóide? ( ) Melhorou ( ) Melhorou pouco ( ) Não Melhorou ( ) Piorou