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UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA DEYSER WALTRICK DA SILVA LEONARDO KERR COELHO PREVALÊNCIA DE AGRAVOS E A CONTRIBUIÇÃO DO FISIOTERAPEUTA NA ESTRATÉGIA SAÚDE DA FAMÍLIA DO MORRO DA CAIXA EM TUBARÃO - SC Tubarão 2010

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UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA

DEYSER WALTRICK DA SILVA

LEONARDO KERR COELHO

PREVALÊNCIA DE AGRAVOS E A CONTRIBUIÇÃO DO FISIOTERAPEUTA

NA ESTRATÉGIA SAÚDE DA FAMÍLIA DO MORRO DA CAIXA EM

TUBARÃO - SC

Tubarão

2010

DEYSER WALTRICK DA SILVA

LEONARDO KERR COELHO

PREVALÊNCIA DE AGRAVOS E A CONTRIBUIÇÃO DO FISIOTERAPEUTA

NA ESTRATÉGIA SAÚDE DA FAMÍLIA DO MORRO DA CAIXA EM

TUBARÃO - SC

Trabalho de Conclusão do Curso de Fisioterapia da

Universidade do Sul de Santa Catarina, apresentado como

requisito à obtenção de título de Bacharel em Fisioterapia.

Orientador: Professora, MSc. Fabiana Durante de Medeiros

Tubarão

2010

DEYSER WALTRICK DA SILVA

LEONARDO KERR COELHO

PREVALÊNCIA DE AGRAVOS E A CONTRIBUIÇÃO DO FISIOTERAPEUTA

NA ESTRATÉGIA SAÚDE DA FAMÍLIA DO MORRO DA CAIXA EM

TUBARÃO - SC

Este trabalho de conclusão de curso foi julgado à

obtenção do título de Bacharel em Fisioterapia e aprovado

em sua forma final pelo curso de Fisioterapia da

Universidade do Sul de Santa Catarina.

Tubarão, 18 de novembro de 2010.

________________________________________________

Professora Orientadora Msc. Fabiana Durante Medeiros

Universidade do Sul de Santa Catarina

________________________________________________

Professor Msc. Rodrigo da Rosa Iop

Universidade do Sul de Santa Catarina

________________________________________________

Professor Msc. Ralph Fernando Rosas

Universidade do Sul de Santa Catarina

AGRADECIMENTOS

Primeiramente a Deus, que me deu forças para enfrentar mais esta etapa de

minha vida. Nos momentos em que me sentia fraca, era a Deus que clamava pedindo

socorro e sabedoria: “Pois o Senhor é quem dá sabedoria; de sua boca procedem o

conhecimento e o discernimento”(Prov.2:6).

A meu esposo e ao meu filho, por toda a ajuda, incentivo e compreensão,

servindo de apoio para que o meu objetivo se torne realidade.

A Professora e Orientadora Fabiana, que com paciência nos auxiliou.

Ao Professor Rodrigo pelo entendimento.

Ao Professor Ralph, pelo incentivo e orientação no sentido de alcançar a

conclusão desta etapa.

A todos os professores que nos respeitaram nesta trajetória.

A todos os acadêmicos, que a maioria com idade do meu filho, souberam

me respeitar, ajudar, esclarecer, dividir minhas alegrias, tristezas dúvidas, esperanças e

sempre me incentivaram a ir em frente.

A todos os professores do curso de graduação de Fisioterapia da UNISUL,

pelos ensinamentos valorosos e o respeito.

A todos aqueles que, de uma forma ou de outra, contribuíram para a

realização da pesquisa que culminou na realização deste trabalho.

DEYSER WALTRICK DA SILVA

Agradeço a Deus, por mais uma vitória.

Aos meus amados pais, pela vida, por todo o amor, incentivo, compreensão

e refúgio que sempre me deram em todos os momentos.

Aos professores, que de uma forma ou de outra, colaboraram para minha

formação e aquisição de conhecimentos.

LEONARDO K. COELH

RESUMO

Nas últimas décadas a saúde vem passando por muitas transformações, transpondo de

modelo curativo, hospitalar e reabilitador, para um modelo preventivo, assistencial e

promotor de saúde, contando com a participação de diferentes profissionais da saúde e

da população. Esta pesquisa teve como objetivo geral identificar quais as doenças e as

contribuições dos Fisioterapeutas no atendimento de saúde na ESFMC e objetivos

específicos: verificar quem são os usuários que utilizam os serviços da ESF Morro da

Caixa; verificar quais as doenças de maior prevalência da região de abrangência da ESF

no Morro da Caixa; identificar o papel do Fisioterapeuta na ESF no Morro da Caixa e

na Clínica Dr. Arnaldo Bittencourt. A pesquisa do tipo documental e exploratória sendo

a análise realizada de forma quali-quantitativa. A população total do estudo foi de 7670

prontuários sendo 2122 (28%) do gênero masculino e 5548 (72%) do gênero feminino.

Também fizeram parte da pesquisa 23 funcionários da ESF e da Clínica Dr. Arnaldo

Bittencourt. Como resultados verificou-se que a ESF Morro da Caixa tem como área de

abrangência três bairros tendo um total de 3403 pessoas atendidas, sendo 52% do

gênero feminino e 48% do masculino. Por ser uma clínica de referência a população

atendida pela Unidade Básica de Saúde ultrapassa a população residente na sua área de

abrangência. A faixa etária mais atendida foi entre 25 e 59 anos de idade (52,14%),

precedida dos indivíduos com 60 anos ou mais (34,68%). As doenças de maior

prevalência foram Hipertensão Arterial Sistêmica - HAS (15%), Diabetes Melitus Tipo

II – DMII (7%), Transtorno Depressivo Maior - TDM (6%), Transtorno de Ansiedade

Generalizado - TAG (5%) e Infecções das Vias Aéreas Superiores - IVAS (3%). Das

doenças identificadas nos prontuários diagnosticadas pelo médico, 52% poderiam ter a

intervenção da fisioterapia e 48% não. Sendo que a fisioterapia pode realizar desde a

prevenção até a intervenção. Analisando o papel do fisioterapeuta, dos 23 funcionários

dois não sabiam qual nível de prevenção que atua o fisioterapeuta. Dos 21 que

conheciam, 16 sabiam da promoção da saúde, 15 sabiam da prevenção da saúde, 12

sabiam da proteção específica, 16 sabiam da atuação curativa e 19 sabiam sobre a

reabilitação. Os profissionais mostraram através de suas respostas que o fisioterapeuta é

um profissional que atua mais na reabilitação. Conclui-se com essa pesquisa que o

fisioterapeuta tem um importante papel na atenção básica e que o mesmo precisa

mostrar que trabalha em todos os níveis de prevenção.

Palavras-chave: Estratégia Saúde da Família, Fisioterapia, Atenção Básica.

ABSTRACT

In recent decades, health has been undergoing a lot of changes, passing from the

curative, hospital and rehabilitation model, to a preventive, support and health promoter

model, with the participation of different health professionals and the public. This

research aimed to identify the diseases and the contributions of physiotherapists in

health care at the Family Health Strategy (FHS) in Morro da Caixa and specific

objectives: to determine who are the users that use the services of Morro da Caixa FHT;

to verify what the most prevalent diseases in the region covered by the ESF in Morro da

Caixa are, to identify the role of the physiotherapist in Morro da Caixa FHS and in Dr.

Arnaldo Bittencourt Clinic. The research was documentary and exploratory, the analysis

was performed in a quali-quantitative way. The total population of the study was 7,670

records, 2,122 (28%) were male and 5,548 (72%) were female. 23 employees of ESF

and Dr. Arnaldo Bittencourt Clinic also took part in the research. The results showed

that Morro da Caixa FHS has three neighborhoods as coverage area and a total of 3,403

people have been tended, 52% female and 48% male. Because it is a clinic of reference,

the population tended by UBS exceeds the resident population in its overarching area.

The age group was between 25 and 59 years (52,14%), preceded by individuals who are

60 years or over (34,68%). The most prevalent diseases were hypertension (15%) DMII

(7%), TAG (5%), IVAS (3%). Of the diagnosed illnesses in the records by the doctor,

52% could have an intervention of physiotherapy and 48% could not. The

physiotherapy can perform from prevention to intervention. Analyzing the role of the

physiotherapist, two of the 23 employees do not know in what level of prevention a

physiotherapist works. Of the 21 who knew 16 Health Promotion, 15 prevention of

health, 12 specific protection, 16 curative 19 rehabilitation. The professionals showed

through their answers that the physiotherapist is a professional who works more on

rehabilitation. It is concluded from this research that the physiotherapist has an

important role in primary care and that he/she needs to show he/she works at all levels

of prevention.

Key words: Family Health Strategy, Physiotherapy, Primary Care.

LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 1 - Gênero da população atendida na ESF Morro da Caixa...............................20

Gráfico 2 - Idade da população atendida na ESF Morro da Caixa .................................21

Gráfico 3 - Doenças de maior prevalência na ESF Morro da Caixa...............................22

Gráfico 4 - Classificação dos pacientes conforme seu possível atendimento pela

fisioterapia.......................................................................................................................24

Gráfico 5 - Conhece em qual nível de prevenção atua o Fisioterapeuta?.......................25

Gráfico 6 - Nível de prevenção que o Fisioterapeuta atua..............................................26

LISTA DE ABREVIATURAS

MS - Ministério da Saúde

USF - Unidade de Saúde da Família

SUS – Sistema Único de Saúde

ESF – Estratégia Saúde da Família

UNISUL – Universidade do Sul de Santa Catarina

OMS – Organização Mundial da Saúde

SUDS - Sistema Unificado Descentralizado de Saúde

INAMPS - Instituto Nacional de Assistência Médica e Previdência Social

PACS - Programa de Agentes Comunitários de Saúde

PSF – Programa Saúde da Família

ACSs - Agentes Comunitários de Saúde

COFFITO - Conselho Federal de Fisioterapia e Terapia Ocupacional

CEP - Comitê de Ética e Pesquisa

HAS - Hipertenção Arterial Sistêmica

DMII - Diabetes Melitus tipo 2

TDM - Transtorno Depressivo Maior

TAG - Transtorno de Ansiedade Generalizado

IVAS - Infecções das Vias Aéreas Superiores

AVC - Acidente Vascular Cerebral

UBS – Unidade Básica de Saúde

SUMÁRIO

INTRODUÇÃO .............................................................................................................. 8

2 ESTRATÉGIA SAÚDE DA FAMÍLIA ................................................................... 11

2.1 HISTÓRIA DA ESTRATÉGIA SAÚDE DA FAMÍLIA (ESF) .............................. 11

2.2 PRÁTICAS PARA DESENVOLVER A ATENÇÃO BÁSICA ............................. 13

2.3 ATUAÇÕES DO FISIOTERAPEUTA .................................................................... 14

3 DELINEAMENTO DA PESQUISA ........................................................................ 16

3.1 TIPO DE PESQUISA ............................................................................................... 16

3.2 POPULAÇÃO (AMOSTRA) ................................................................................... 17

3.3 INSTRUMENTOS UTILIZADOS PARA COLETA DE DADOS ......................... 17

3.4 PROCEDIMENTOS UTILIZADOS NA COLETA DE DADOS ........................... 18

3.5 ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DOS DADOS .................................................... 18

4 ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS DADOS ................................................................ 20

4.1 USUÁRIOS QUE UTILIZAM OS SERVIÇOS DA ESF MORRO DA CAIXA ... 20

4.2 DOENÇAS DE MAIOR PREVALÊNCIA DA REGIÃO DE ABRANGÊNCIA DA

ESF NO MORRO DA CAIXA ...................................................................................... 21

4.3 PAPEL DO FISIOTERAPEUTA NA ESF NO MORRO DA CAIXA ................... 24

4.4 IMPORTÂNCIA DO FISIOTERAPEUTA EM UMA UBS E NA ESF ................. 26

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS .................................................................................... 29

REFERÊNCIAS ........................................................................................................... 30

ANEXO 1 – PROJETO DE LEI Nº 4261, DE 2004 ................................................... 34

ANEXO 2 – DECLARAÇÃO DE CIÊNCIA E CONCORDÂNCIA DAS

INSTITUIÇÕES ENVOLVIDAS ................................................................................ 35

ANEXO 3 – TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO ........ 36

APÊNDICE A – QUESTIONÁRIO ............................................................................ 38

8

INTRODUÇÃO

Até uns trinta anos atrás, a idéia de saúde estava associada à ausência de

doenças. Depois se começou a perceber que as doenças estavam associadas aos hábitos

de vida, aos ambientes em que as pessoas viviam e a comportamentos e respostas dos

indivíduos a situações do dia-a-dia1.

Nas últimas décadas a saúde vem passando por muitas transformações,

transpondo de modelo curativo, hospitalar e reabilitador, para um modelo preventivo,

assistencial e promotor de saúde, contando com a participação de diferentes

profissionais da saúde e da população2.

Houve mudança no conceito de saúde em nosso país, aliado com o

movimento social pela reforma sanitária iniciado nas últimas décadas e que vem

evidenciando a necessidade de reformulação dos projetos políticos pedagógicos dos

cursos da área da saúde3.

A idéia de saúde passou a ser, portanto, entendida como resultado de um

conjunto de fatores que têm a ver com o saneamento básico, com a condição social das

pessoas, com seu trabalho, com sua renda, com seu nível de educação e assim por

diante.2 A garantia de saúde para todos, preconizada na Constituição Federal de 1988,

está diretamente relacionada à implantação e implementação do Sistema Único de

Saúde - SUS e ao cumprimento de seus princípios e diretrizes por todos os órgãos e

profissionais envolvidos2.

O fisioterapeuta pode ser definido como um profissional autônomo, de nível

superior da área da saúde que atua isoladamente ou em equipe em todos os níveis de

assistência, incluindo prevenção, promoção, desenvolvimento, tratamento e recuperação

da saúde em indivíduos, grupos de pessoas ou comunidades. Ele cuida da saúde da

população enfatizando no movimento e na função, prevenindo, tratando e recuperando

disfunções e doenças, sendo, portanto, seu principal objeto de trabalho a saúde

funcional4.

Para o Ministério da Saúde (MS), a Unidade de Saúde da Família (USF)

destina-se a realizar atenção à saúde de forma contínua em uma localidade, nas

especialidades básicas com equipes multiprofissionais habilitadas para desenvolver as

atividades de promoção, recuperação e proteção da saúde, caracterizando o nível

primário de atenção5.

9

Nas unidades básicas acredita-se que sejam resolvidos 85% dos problemas

de suas comunidades, com atendimento de qualidade, evitando internações

desnecessárias e melhorando a qualidade de vida da população5.

A união dos profissionais prestadores de serviço amplia a compreensão dos

problemas de saúde de seus pacientes facilitando suas atividades às comunidades a as

populações alvo. Esta em expansão a presença do fisioterapeuta junto à sociedade, uma

vez que a procura está cada vez maior nos poucos centros que prestam este serviço

através do SUS. É uma ocorrência natural e necessária que, com certeza, decorre da

capacidade e da qualidade deste profissional de apresentar propostas assistenciais,

capazes de, com resolutividade e ética, superar demandas de saúde funcional até então

não resolvidas por outras práticas de saúde5.

Na cidade de Tubarão, estado de Santa Catarina, a Clínica Dr. Arnaldo

Bittencourt, Estratégia Saúde da Família (ESF) Morro da Caixa, em parceria com o

curso de Fisioterapia da Universidade do Sul de Santa Catarina (UNISUL), promovem o

serviço de prevenção e reabilitação a população3.

Os Fisioterapeutas buscam uma melhora da funcionalidade e da qualidade

de vida dos pacientes, atuando na prevenção, cura e/ou reabilitação, em qualquer idade.

Historicamente, a atuação do fisioterapeuta é entendida como assistência no nível da

atenção terciária, porém sabe-se que quando inserido na atenção primária, pode ser de

grande valia para ações de promoção da saúde, prevenção de doenças e educação em

saúde. O SUS é uma forma de organização do sistema de saúde do país e tem como

modelo a atenção integral à saúde, diferenciando-se do modelo de atenção à saúde

anterior que era centrado na doença3.

O informe do Departamento de Saúde Americano, em 1979, formalmente

estabeleceu a diferença entre promoção da saúde e prevenção: a promoção da saúde é

vista como o conjunto de estratégias visando estimular o indivíduo a adotar hábitos

saudáveis e, portanto, implica em mudanças pessoais profundas, já que diz respeito aos

determinantes da saúde. A prevenção é definida nesse documento, como até hoje, o

conjunto de estratégias visando proteger a saúde das pessoas de ameaças ambientais ou

de fatores de risco de doenças6.

Diante do exposto acima se tem o seguinte questionamento: quais são as

doenças mais comuns e qual a contribuição do fisioterapeuta na ESF do Morro da

Caixa?

Durante o tempo em que os alunos do Curso de Fisioterapia prestam

10

atendimento à população na Clínica Dr. Arnaldo Bittencourt, muito se percebe sobre o

desconhecimento da função do fisioterapeuta e da sua área de atuação, pela população e

pelos próprios funcionários da ESF.

Devido à falta de conhecimento geral das contribuições e até mesmo da

aérea de atuação do fisioterapeuta, faz com que esta pesquisa seja de grande relevância

no planejamento de futuras ações em saúde, desde a prevenção até mesmo a

reabilitação, para que o profissional de fisioterapia exerça sua função de forma plena.

Este projeto tem como objetivo geral identificar quais as doenças e as

contribuições dos Fisioterapeutas no atendimento de saúde na ESF, no Morro da Caixa

e como objetivos específicos: verificar quem são os usuários que utilizam os serviços da

ESF Morro da Caixa; verificar quais as doenças de maior prevalência da região de

abrangência da ESF no Morro da Caixa; identificar o papel do fisioterapeuta na ESF no

Morro da Caixa e na Clínica Dr. Arnaldo Bittencourt.

Este trabalho foi organizado em cinco capítulos. No primeiro há a descrição

do tema, a justificativa e os objetivos, geral e específico. O segundo define

conceitualmente Promoção da Saúde e os assuntos abordados ao longo desta pesquisa.

O terceiro se refere ao delineamento da pesquisa, tal como a população/amostra,

materiais e métodos, análise e estatística. O quarto descreve a discussão dos resultados.

O quinto trata das considerações finais.

11

2 ESTRATÉGIA SAÚDE DA FAMÍLIA

2.1 HISTÓRIA DA ESTRATÉGIA SAÚDE DA FAMÍLIA (ESF)

A Organização Mundial da Saúde (OMS), a partir de 1949 passou a

considerar saúde como sendo um “completo estado de bem estar físico, social e mental

e não apenas a ausência de doença”. Em 1950 destacaram-se as ações curativas no

processo saúde-doença em favor da prevenção e do conceito ampliado de saúde, graças

às especializações médicas e ao aparecimento das tecnologias sofisticadas de

diagnóstico e tratamento5. Em 1974, Marc Laronde, Ministro da Saúde Canadense

chamou a atenção para os gastos excessivos com serviços de saúde e destacou a

importância do estilo de vida, dos fatores ambientais e da biologia humana, como os

principais determinantes do processo saúde-doença. Considerando dentre eles que o

estilo de vida mereça destaque especial, pois é o único que depende exclusivamente das

escolhas do indivíduo5.

Em 1978, na antiga União Soviética, ocorreu a Conferência de Alma Ata,

onde se estabeleceram as estratégias da atenção primária à saúde, com o objetivo de

alcançar a “saúde para todos no ano 2000” e diminuir as diferenças entre os indicadores

de saúde das nações mais e menos desenvolvidas5.

Em 1986, a I Conferência Internacional de Promoção da Saúde, realizada no

Canadá, enfatizou através da Carta de Ottawa a importância e o impacto das dimensões

socioeconômicas, políticas e culturais com relação às condições de saúde. Segundo esta

carta, a promoção da saúde consiste no processo que procura criar condições para que as

pessoas aumentem sua capacidade de controlar os fatores determinantes da saúde, no

sentido de melhorá-la5.

O modelo dominante de saúde no Brasil a partir da década de 80 sofreu

profundas alterações. No ano de 1986, aconteceu a VIII Conferência Nacional de Saúde

com participação de representantes de delegados e movimentos populares indicados

pelos órgãos institucionais de saúde. A partir desta conferência iniciaram-se em 1987

dois processos: no executivo, a implantação do Sistema Unificado Descentralizado de

Saúde - SUDS, com a concentração de poder nas Secretarias Estaduais de Saúde e início

12

do desmonte do Instituto Nacional de Assistência Médica e Previdência Social e, no

legislativo a elaboração da Constituição de 19885,7

.

A Constituição ressaltou aspectos fundamentais para a área da saúde, como

por exemplo, o conceito de saúde entendido numa perspectiva de articulação de

políticas sociais e econômicas, o entendimento da saúde como direito social e universal,

a caracterização das ações e serviços de saúde como de relevância pública, a criação de

um Sistema Único de Saúde (SUS), organizado segundo as diretrizes de

descentralização com mando único em cada esfera de governo, a participação popular, a

integração da saúde e a integralidade das ações da saúde na seguridade social5,7,8

.

O SUS amplia o conceito de saúde para, além da ausência da doença, como

resultado das condições de vida, trabalho, moradia, acesso, transporte e estilo de vida, o

que pressupõe um novo modelo de atenção à saúde9.

No que diz respeito à organização dos serviços e das práticas de saúde do

SUS, a integralidade, caracteriza-se pela assimilação das práticas preventivas e das

práticas assistenciais por um mesmo serviço. Assim, o usuário do SUS não precisa

dirigir-se a unidades de saúde distintas para receber assistência curativa e preventiva10

.

O Programa de Agentes Comunitários de Saúde foi criado em 1991 pelo

Ministério da Saúde, com o objetivo principal de estender a cobertura do Sistema

Público de Saúde às populações rurais e das periferias urbanas, priorizando a população

materno-infantil. O Ministério da saúde, em 1994 criou o Programa de Saúde da Família

(PSF), emergindo do programa de Agentes Comunitários de Saúde5,7,8

.

Dentro desta abordagem de promoção da saúde, respeitando as diretrizes do

SUS, propõe um modelo de assistência integral, enfatizando a atenção primária e à

promoção da saúde familiar5,7,8,9,10

.

A estratégia utilizada pelo PSF tem por objetivo reorganizar a prática

assistencial, entendendo a família como objeto principal e sua interação com o ambiente

onde vive. O PSF é formado por uma equipe mínima multiprofissional composta por

médicos, enfermeiros, auxiliares de enfermagem, agentes comunitários de saúde e

cirurgião dentista. Outros profissionais podem ser incluídos de acordo com as

necessidades locais7,8,11

.

Com a implantação do PSF é que se viu a necessidade e a importância da

inserção do fisioterapeuta na equipe, visando maior promoção e prevenção da saúde e

melhorando, assim, a qualidade de vida das pessoas.

A origem da ESF teve início como Programa de Saúde da Família, em 1994,

13

sendo um dos programas propostos pelo Governo Federal aos municípios para

programar a atenção básica. A ESF é tida como uma das principais estratégias de

reorganização dos serviços e de reorientação das práticas profissionais neste nível de

assistência, promoção da saúde, prevenção de doenças e reabilitação. Traz, portanto,

muitos e complexos desafios a serem superados para consolidar-se enquanto tal. Foram

planejados para aproximar os serviços de saúde da população, para realizar o princípio

constitucional do Estado e garantir ao cidadão o direito de receber atenção integral à

saúde com prioridades para a prevenção, porém sem dar prejuízos aos serviços

assistenciais5,7,8,12

.

2.2 PRÁTICAS PARA DESENVOLVER A ATENÇÃO BÁSICA

A administração dos serviços de saúde deve ser baseada na população e é

preciso se conscientizar das necessidades e problemas da população a que servem,

envolvendo-se na manutenção e promoção da saúde do povo13,14

.

Para auxiliar no desenvolvimento das práticas para atenção básica existe a

epidemiologia. Epidemiologia é definida como a ciência que estuda o processo saúde-

doença em coletividades humanas, analisando a distribuição e os fatores determinantes

das enfermidades, danos à saúde e eventos associados à saúde coletiva, propondo

medidas específicas de prevenção, controle ou erradicação de doenças e fornecendo

indicadores que sirvam de suporte ao planejamento, administração e avaliação das ações

de saúde, contribuindo em vários níveis para o funcionamento da ESF13,14

.

Pode-se dizer que epidemiologia é a explicação dos problemas de saúde-

doença em sua dimensão social; observando a realidade das diversas sociedades em

diversos momentos históricos, mostrando que a forma como os diferentes grupos ou

classes sociais trabalha, influenciando o desgaste ou o fortalecimento dos mesmos

grupos ou classes13,14

.

A análise dos fatores determinantes envolve a aplicação do método

epidemiológico ao estudo de possíveis associações entre um ou mais fatores de risco:

físicos, químicos, biológicos, sociais, econômicos, culturais e outros. Há também a

distribuição, que é o estudo da variabilidade de frequência das doenças de ocorrência

14

em massa, em função de variáveis diversas, ligadas ao tempo, espaço e pessoa13,14

.

Através das práticas desenvolvidas pelo levantamento de dados pode-se

criar uma estratégia para a prevenção que visa impedir que os indivíduos sadios venham

a adquirir uma ou mais doenças. Como exemplo de prevenção citamos a prática de

exercícios, alongamentos, com idosos que é utilizada para a melhora da qualidade de

vida e a prevenção de doenças crônico degenerativas. O controle das doenças visa

abaixar a níveis mínimos a ocorrência e seus impactos. Outro exemplo é o trabalho de

ergonomia no ambiente de trabalho evitando lesões por esforço repetitivo. As medidas

preventivas podem levar a erradicação, onde depois de adotadas as medidas de controle,

consiste na não-ocorrência de doença13,14

.

A promoção em saúde consiste na produção de saúde como direito social,

equidade e garantia dos demais direitos humanos e de cidadania. Com o SUS e a

implementação de políticas sociais em defesa da vida, a promoção da saúde é retomada

no sentido de construir ações que possibilitem responder às necessidades sociais em

saúde13,14

.

2.3 ATUAÇÕES DO FISIOTERAPEUTA

A definição de fisioterapia dada pelo Conselho Federal de Fisioterapia e Terapia

Ocupacional – COFFITO é que “Fisioterapia é uma ciência que estuda, previne e trata

os distúrbios cinéticos funcionais intercorrentes em órgãos e sistemas do corpo

humano”15

.

O fisioterapeuta, como membro integrante da ESF (segundo PL 4261/2004 –

ANEXO 1), tem papel significativo prevenindo doenças e promovendo a saúde através

de orientações e informações para as atividades da vida diária, os cuidados posturais, a

prevenção de deformidades, os cuidados com sequelas após alterações

musculoesqueléticas, neuromusculares e cardiopulmonares de doença instalada e a

reintegração social, conhecendo o contexto onde o indivíduo assistido vive16,17

.

A fisioterapia no Brasil tem grande crescimento desde o seu reconhecimento

pelo Decreto – lei 938/69. Apesar de o fisioterapeuta ser reconhecido como profissional

indispensável na área da saúde, este ainda é visto, muitas vezes, como

tratador/reabilitador, mascarando, com isso, uma de suas funções principais que é a

atuação no campo preventivo e de promoção à saúde18

.

15

A própria origem da fisioterapia direcionou as definições do campo

profissional para atividades recuperativas/reabilitadoras. O surgimento desse

profissional, como uma decorrência das grandes guerras, fez-se, fundamentalmente,

para tratar de pessoas fisicamente lesadas. No Brasil, a fisioterapia implantou-se como

“solução” para os altos índices de acidentes de trabalho existentes. Era preciso curar ou

reabilitar as vítimas desses acidentes para integrá-las ao sistema produtivo ou, pelo

menos, atenuar seu sofrimento quando não fosse possível reabilitá-las2.

O COFFITO determina que, no nível da atenção básica em saúde, o

fisioterapeuta pode participar das equipes multiprofissionais destinadas ao

planejamento, implementação, controle e execução de programas e projetos de ações em

atenção básica à saúde; pode promover e participar de estudos e pesquisas voltados à

inserção de protocolos da sua área de atuação nas ações básicas em saúde; pode

participar do planejamento, execução de treinamento e reciclagem de recursos humanos

em saúde e participar de órgãos colegiados de controle em saúde15

.

16

3 DELINEAMENTO DA PESQUISA

O delineamento da pesquisa corresponde a etapa onde se planeja a pesquisa,

em sua dimensão mais ampla, é o momento onde o investigador estabelece os meios

técnicos da investigação, prevendo-se os instrumentos e os procedimentos necessários

utilizados na coleta de dados.

Neste terceiro capítulo consta como foi desenvolvida a pesquisa,

fundamentando seu planejamento e organização.

3.1 TIPO DE PESQUISA

Esta pesquisa foi elaborada utilizando duas abordagens, a pesquisa

documental e a pesquisa exploratória.

A parte documental implica o levantamento de dados de variadas fontes,

quaisquer que sejam os métodos ou técnicas empregadas. A pesquisa documental

compreende o levantamento de documentos que ainda não foram utilizados como base

de uma pesquisa. Os documentos podem ser encontrados em arquivos públicos, ou de

empresas particulares, em arquivos de entidades educacionais e/ou científicas, em

arquivos de instituições religiosas ou mesmo particular19,20,21,22

.

A pesquisa exploratória foca na maior familiaridade com o problema, com

vistas a torná-lo mais explícito ou a facilitar a construção de hipóteses. Esse tipo de

pesquisa tem como principal objetivo o aprimoramento de idéias ou a descoberta de

novas. A pesquisa exploratória é extremamente flexível, de modo que quaisquer

aspectos relativos ao fato estudado têm importância. Grande parte das pesquisas do tipo

envolve levantamento bibliográfico, documental e entrevista ou questionário

envolvendo pessoas que tiveram alguma experiência com o problema. O objetivo de

uma pesquisa exploratória é familiarizar-se com um assunto ainda pouco conhecido,

pouco explorado19,21

.

Os dados obtidos com a pesquisa dos documentos foram analisados de

forma quantitativa, já os dados advindos do questionário realizado com os funcionários

17

da ESF foram analisados de forma qualitativa.

Na pesquisa quantitativa, o pesquisador busca exprimir as relações de

dependência funcional entre variáveis para tratarem o porquê dos fenômenos. O

pesquisador procura identificar os elementos que constituem o objeto estudado,

estabelecendo a estrutura e a evolução das relações entre os elementos. Seus dados são

métricos e as abordagens são experimental, hipotético-dedutiva e verificativa19,20,21

.

A pesquisa qualitativa não se preocupa com representatividade numérica,

mas sim com o aprofundamento da compreensão do grupo em foco. Os pesquisadores

qualitativos recusam o modelo positivista aplicado ao estudo da vida social, uma vez

que o pesquisador não pode fazer julgamentos nem permitir que seus preconceitos e

crenças contaminem a pesquisa. Na pesquisa qualitativa, o pesquisador é ao mesmo

tempo o sujeito e o objeto de suas pesquisas. O conhecimento do pesquisador é parcial e

limitado19,20,21

.

A pesquisa se realizou através de levantamento de dados por questionário

realizado com os funcionários e com a verificação dos prontuários de atendimento

realizados na ESF Morro da Caixa no período de 2009, ambos de modo observacional.

3.2 POPULAÇÃO (AMOSTRA)

A população total que compõe os dados obtidos dos prontuários de

atendimento da ESF de 2009 é de 7670, sendo que deste total, 2122 são do gênero

masculino e o restante 5548 são do gênero feminino.

Os profissionais da saúde que trabalham na ESF do Morro da Caixa

responderam ao questionário (Apêndice A), o qual gerou um total de 23 questionários

para avaliação qualitativa/quantitativa.

3.3 INSTRUMENTOS UTILIZADOS PARA COLETA DE DADOS

a) Prontuário médico de atendimento da ESF Morro da Caixa de 2009;

18

b) Solicitação para realização da pesquisa;

c) Questionário aplicado aos profissionais que trabalham na ESF do Morro

da Caixa (APÊNDICE A).

3.4 PROCEDIMENTOS UTILIZADOS NA COLETA DE DADOS

O trabalho foi submetido ao Comitê de Ética e Pesquisa da Universidade do

Sul de Santa Catarina, CEP/UNISUL, código 2071541102.

Como procedimento para coleta de dados foram utilizados a Declaração de

Ciência e Concordância das Instituições Envolvidas e o Termo de Consentimento Livre

Esclarecido, (ANEXOS 2 E 3). Fez-se contato com a coordenação do ESF Morro da

Caixa e os demais profissionais para dar início com a pesquisa. Foi entregue à

coordenação uma Declaração de Ciência e Concordância das Instituições Envolvidas

(ANEXO 2) para estar ciente do compromisso envolvido com a pesquisa. Foi entregue

o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) (ANEXO 3) para que todos

assinassem e fizessem parte da pesquisa. As assinaturas foram arquivadas em

documento pessoal.

Após essa etapa deu-se início à coleta de dados, na qual foram entregue os

questionários para os funcionários da Clínica Dr. Arnaldo Bittencourt.

Ao mesmo tempo em que foi iniciada a entrega dos formulários de pesquisa

aos funcionários da ESF, também foi entregue à Secretaria Municipal de Saúde de

Tubarão uma solicitação para que tivéssemos acesso aos prontuários médicos da ESF

Morro da Caixa, os quais estavam retidos na própria Secretaria.

Com os prontuários em mãos, foi iniciado o processo de coleta de dados.

3.5 ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DOS DADOS

Os questionários foram analisados através da estatística descritiva, os

19

mesmos anexados em uma planilha do Microsoft Office Excel 2010 e em documentos

do Microsoft Office Word 2010, com uso de gráficos e planilhas como também

analisados de forma qualitativa.

Os dados obtidos dos prontuários de atendimento da ESF Morro da Caixa

foram inseridos em um banco de dados do programa EpiData 3.0. Após sua conclusão,

os dados foram analisados e exportados para uma planilha do Microsoft Office Excel

2010, onde foram gerados os gráficos.

20

4 ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS DADOS

Neste capítulo constará os dados obtidos e análise através de estatística

descritiva da parte quantitativa e citações da parte qualitativa.

4.1 USUÁRIOS QUE UTILIZAM OS SERVIÇOS DA ESF MORRO DA CAIXA

A necessidade em saúde é um fator importante para se analisar as práticas

em saúde. Considerando que seu reconhecimento e a maneira a qual é sanada está

diretamente vinculada aos princípios do SUS, as equipes de saúde realizam um grande

esforço de tradução e compreensão das necessidades da população através de seus

indicadores23,24

.

A ESF Morro da Caixa tem como área de abrangência os seguintes bairros:

Morro da Caixa, Monte Castelo e Oficinas. A população total abrangida é de 3403

pessoas, sendo estas, 1769 (52%) do gênero feminino e 1634 (48%) do gênero

masculino. Por ser uma Clínica referência, a população atendida pelo posto ultrapassa a

população residente na sua área de abrangência.

Gráfico 1 – Gênero da população atendida na ESF Morro da Caixa.

Fonte: Pesquisa realizada pelos autores, 2010.

Segundo os dados coletados dos prontuários médicos preenchidos durante o

ano de 2009 na Clínica Dr. Arnaldo Bittencourt, ESF Morro da Caixa, foi verificado um

total de 7670 atendimentos, dos quais, 5548 (72%) pacientes eram do gênero feminino e

21

2122 (28%) do gênero masculino (gráfico 1).

Estes dados confirmam uma tendência encontrada em outros estudos, a de

que as mulheres procuram muito mais os serviços de saúde do que os homens.

Campanhas de conscientização sobre os cuidados que as mulheres necessitam ter, como

exemplo as campanhas de câncer de mama e do pré-natal, levam a um maior número de

visitas ao posto de saúde24

.

Gráfico 2 – Idade da população atendida na ESF Morro da Caixa.

Fonte: Pesquisa realizada pelos autores, 2010.

A utilização dos serviços de saúde em geral foi maior com o aumento da

idade, assim como observado em outros estudos (gráfico 2). Esses dados mostram que

com o aumento da idade, o aparecimento de doenças degenerativas, conhecidas como

“doenças da velhice”, faz com que a população mais idosa busque o atendimento de

uma unidade de saúde24

.

4.2 DOENÇAS DE MAIOR PREVALÊNCIA DA REGIÃO DE ABRANGÊNCIA DA

ESF NO MORRO DA CAIXA

Acredita-se que os serviços de saúde, quando se organizam com foco nas

necessidades da população, podem ou tendem a serem mais eficientes, no sentido de

apresentar maior capacidade de escutar e atender as necessidades em saúde. Quando

estudamos as doenças mais comuns atendidas em uma ESF, podemos chegar a

■ Δ = 6 a

■ Δ = 7 a

■ Δ = 9 a

■ Δ = 34 a

■ Δ ≥60 a

22

conclusões que podem melhorar o atendimento na unidade em questão.

Gráfico 3 – Doenças de maior prevalência na ESF Morro da Caixa.

Fonte: Pesquisa realizada pelos autores, 2010.

Após a obtenção dos dados presentes nos prontuários médicos da ESF

Morro da Caixa, percebeu-se que algumas doenças ocupavam posições de destaque em

relação a sua incidência (gráfico 3). Percebemos que, de todos os procedimentos

médicos e atendimentos realizados no período de 2009, 5 doenças são responsáveis por

mais de 35% do total de casos atendidos na Clínica Dr. Arnanldo Bittencourt. Nos

outros 64%, estão inclusos todas as demais doenças, assim como pedidos de “receita” e

“atestado”.

Dentre as doenças atendidas na ESF e Clínica Dr. Arnaldo Bittencourt, as

que possuem uma maior relevância são: Hipertenção Arterial Sistêmica (HAS) 15%;

Diabetes Melitus tipo 2 (DMII) 7%; Transtorno Depressivo Maior (TDM) 6%;

Transtorno de Ansiedade Generalizado (TAG) 5%; Infecções das Vias Aéreas

Superiores (IVAS) 3%.

A HAS é uma doença definida pela persistência de níveis de pressão arterial

acima de 135 mmHg de pressão sistólica e 85 mmHG de diastólica. A hipertensão eleva

em quatro vezes o risco de acidente vascular cerebral (AVC) e de seis vezes o de

insuficiência cardíaca. O risco de lesão cardiovascular, entretanto, começa a aumentar a

partir de níveis mais baixos, ao redor de 115/75 mmHg, e o risco dobra a cada 20/10

mmHg de aumento da pressão23,25,26

.

O DMII é um conjunto de doenças metabólicas que provocam hiperglicemia

por deficiência insulina. Essa deficiência pode ser absoluta, por baixa produção, ou

23

relativo devido a resistência periférica à insulina. O DMII é uma doença crônica,

silenciosa no início, responsável por uma série de conseqüências e complicações. As

complicações cardiovasculares e cerebrovasculares são as mais graves e contribuem

para mais da metade dos casos de infarto agudo do miocárdio, dois terços dos casos de

acidente vascular cerebral além de insuficiência renal, doença vascular periférica e

cegueira23,25,26

.

O TDM se apresenta com episódios de longa duração e altas taxas de

cronicidade e de recorrência, levando a perdas profissionais, prejuízo físico e psíquico,

além de considerável morbimortalidade por suicídio ou por associação com outras

doenças identificadas, e menos de 25% recebem tratamento minimamente adequado.

TDM é descrito como um fator de risco independente para HAS, principalmente se

acontecem episódios recorrentes ou mesmo um longo tempo de desenvolvimento da

doença. No entanto, outras variáveis podem estar presentes, como aquelas relacionadas

ao estilo de vida (uso de álcool, tabagismo, obesidade e sedentarismo) desajustes

familiares e de criminalidade26,27

.

O TAG é uma doença crônica, associada a uma morbidade relativamente

alta e altos custos individuais e sociais. O paciente ansioso apresenta um estado

psíquico doloroso e desagradável de enorme temor, exagerada expectativa, grande

tensão e super-vigilância, acompanhado de pronunciadas manifestações somáticas

neurovegetativas, neuroendócrinas e neuroimunitárias, induzidas pelo medo irracional e

sem causa aparente28

.

As IVAS são seguramente as causas mais frequentes de atendimentos

pediátricos, tanto em prontos-socorros como em consultórios. Elas compreendem as

rinofaringites, otites, sinusites e laringites. São infecções que apresentam características

comuns quanto à etiologia, faixa etária, sazonalidade e prognóstico. Quanto à etiologia,

a grande maioria é provocada por agentes virais. Acometem principalmente as crianças

entre seis meses e cinco anos de idade, com pico de incidência no outono e inverno e

prognóstico favorável, sem complicações, na imensa maioria dos casos29

.

Gráfico 4 - Classificação dos pacientes conforme seu possível atendimento

pela fisioterapia

24

Fonte: Pesquisa realizada pelos autores, 2010.

Durante a análise dos prontuários médicos, foi realizada uma divisão entre

os pacientes conforme a característica do seu atendimento. Foram divididos entre:

pacientes que poderiam ser atendidos por um fisioterapeuta e pacientes que não

poderiam ser atendidos por um fisioterapeuta. Os pacientes que poderiam ser atendidos,

foram definidos desta maneira mediante a análise do diagnóstico definido pelo médico

da ESF Morro da Caixa.

Analisando o gráfico 4, podemos perceber que a maior parte (52%) de todos

os pacientes atendidos pelos médicos da Clínica Dr. Arnaldo Bittencourt, poderiam ser

atendidos ou receber orientações de um fisioterapeuta. Esse atendimento de fisioterapia

vai desde a prevenção, no caso de doenças como HAS e DMII, até a intervenção

terapêutica, em casos como fraturas, sequelas de AVC e IVAS.

4.3 PAPEL DO FISIOTERAPEUTA NA ESF NO MORRO DA CAIXA

Ao compor a equipe do ESF, o fisioterapeuta desempenharia seu papel na

atenção primária, e, portando, sem descaracterizar a proposta principal, realizando

orientações e capacitações diretas tanto ao paciente quanto aos agentes comunitários,

ampliando o olhar desses multiplicadores para as questões inerentes à saúde funcional,

A participação do fisioterapeuta, no nível primário, inclui em seus objetivos

modificar e melhorar o estilo de vida, diminuindo, assim, os fatores de risco e

promovendo a melhoria da qualidade de vida; no nível secundário, atuar sobre o

diagnóstico precoce com medidas terapêuticas apropriadas. E no nível terciário, assistir

o indivíduo, que já possui uma sequela ou incapacidade, devolvendo ou melhorando a

25

função e desta forma possibilitando, dentro do quadro de cada paciente, o retorno às

atividades laborais.

Gráfico 5 – Conhece em qual nível de prevenção atua o Fisioterapeuta?

Fonte: Pesquisa realizada pelos autores, 2010.

De acordo com o gráfico 5, dos 23 profissionais da saúde que trabalham na

Clínica Dr. Arnaldo Bittencourt e que responderam o questionário, dois não conhecem

em qual nível de prevenção atua o Fisioterapeuta.

Dos 21 profissionais que conhecem a atuação do fisioterapeuta, 12

acreditam que o fisioterapeuta trabalha no nível de proteção específica; 15 tem

conhecimento que o fisioterapeuta trabalha na prevenção da saúde; 16 sabem que o

fisioterapeuta trabalha na promoção da saúde e no nível curativo e 19 assinalaram que o

fisioterapeuta trabalha com reabilitação.

A promoção e atenção à saúde visam medidas preventivas, restauradoras e

reabilitativas, visando preservar, manter, restaurar ou desenvolver função, quer seja por

distúrbios motores, sensoriais, cognitivos, psíquicos, sociais ou por variáveis múltiplas

associadas, com o objetivo de proporcionar qualidade de vida30

.

A fisioterapia reabilitativa, pertence à terceira fase de assistência à saúde,

porém, deve integrar a atenção primária e secundária, pois hoje em dia, a fisioterapia

preventiva assume papel cada vez mais importante30

.

Gráfico 6 – Nível de prevenção que o Fisioterapeuta atua

26

Fonte: Pesquisa realizada pelos autores, 2010.

A fisioterapia tem finalidade preventiva, por exemplo, a prevenção de

complicações secundárias à doença, instaladas devido à falta de mobilidade - como

encurtamentos, contraturas, úlceras de decúbito e “descondicionamento”; a finalidade

terapêutica que é a de assegurar que a pessoa mantenha ou melhore sua capacidade

motora; e a finalidade adaptativa que é a adaptação do ambiente físico e social de

maneira adequada para aumentar o potencial motor dos indivíduos31

.

O fisioterapeuta está mais familiarizado com as finalidades terapêuticas,

mas atualmente percebe-se que estas nem sempre são apropriadas ou realizáveis, diante

das pessoas. Em vez disso, esse terapeuta, muitas vezes, precisa focalizar a prevenção e

a adaptação para alcançar os seus objetivos. Necessita ser criativo e inovador e encontra

satisfação pessoal na contribuição que traz para melhorar a qualidade de vida dos

indivíduos31

.

4.4 IMPORTÂNCIA DO FISIOTERAPEUTA EM UMA UBS E NA ESF

Em se tratando da análise qualitativa da pesquisa, perguntamos qual a

importância do Fisioterapeuta em uma UBS e no ESF.

Para os dois funcionários que responderam “não” conhecer em qual nível de

prevenção atua o Fisioterapeuta as respostas foram:

“Proporciona uma forma diferenciada de reabilitação para população”.

“Atender a demanda da população encaminhada ao serviço pelos médicos”.

27

Através destas informações percebemos que os funcionários acreditam que o

fisioterapeuta trabalha apenas na reabilitação tendo que atender a demanda que

necessita de alguma intervenção.

Dos que conheciam a atuação do fisioterapeuta podemos citar:

“O profissional por poder atuar em todos os níveis de prevenção em

conjunto com a equipe de saúde contribui para a saúde e melhoria da

qualidade de vida da população”.

“fisioterapia é muito importante para a saúde, para o bem das pessoas que

não tem recursos para movimentar e se recuperar bem”.

“Necessário para pessoas sem condições de pagar pela fisioterapia, pessoas

acamadas”.

“Importante principalmente para as pessoas acamadas, pessoas que tem

dificuldades para fazer fisioterapia no Becker”.

“Orientação a saúde osteomuscular, sobre danos causados por má postura,

condições precárias de trabalho. Prevenção a piora dos pacientes e

tratamento dos já doentes”.

“Fisioterapia é de suma importância na saúde e reabilitação dos pacientes

necessitados. Ela é integrante na medicina, educação física com ação em

parceria leva o paciente a ter uma recuperação total na saúde e auto-estima”.

“A fisioterapia é muito importante numa UBS e na ESF, pois facilita o

atendimento de pessoas acamadas e com dificuldade de se locomover, tendo

em vista, que este facilita muito o atendimento das pessoas”.

“Promover saúde da população, prevenir possíveis problemas de saúde,

restabelecer os pacientes”.

“É importante porque muitas pessoas não possuem condições financeiras

para pagar um bom especialista”.

“É muito importante, pois quando os estagiários estavam aqui conosco na

Clínica do Becker a comunidade sentia-se mais acolhida e para nós

funcionários é isso que importa, comunidade satisfeita”.

“Reabilitação de pacientes acamados. Cuidados, prevenindo acidentes

domésticos em idosos (palestras e orientações). Atividades para melhorar

respiração e físico”.

“A importância seria de reabilitação dos usuários que necessitam. É uma

profissão que deveria estar integrada ao ESF com intuito de promover uma

28

saúde integral”.

“A grande importância é a reabilitação do paciente, prevenir. Proporciona

uma forma diferenciada de reabilitação para a população”.

“A fisioterapia promove a saúde, também previne dando proteção e auxilia

na reabilitação da população”.

“Ajuda na prevenção e promoção da saúde, faz parte de reabilitação de

pessoas com necessidades de fisioterapia, após fratura, pessoas acamadas,

etc...”.

“Ele é fundamental em uma UBS e na ESF porque as pessoas acamadas tem

um atendimento domiciliar e no posto com qualidade e comodidade”.

“Proporcionar uma vida ativa e de reabilitação para a população”.

“Eu como funcionária percebo que quando tinha a fisioterapia a gente

conseguia resolver os problemas, pois com o curso de Fisioterapia dava mais

segurança as pessoas que procuravam pois é um curso de grande valor”.

“É um profissional importante para realizar a reabilitação dos pacientes que

necessitam ter uma vida ativa”.

“Proporcionar a população uma forma diferenciada de reabilitação”.

“Promover saúde integral, reabilitação dos pacientes que precisam para

proteção”.

Analisando as respostas dos questionários dos funcionários da Clínica Dr.

Arnaldo Bittencourt que disseram conhecer os níveis de prevenção que atua o

Fisioterapeuta, concluímos que a visão do Fisioterapeuta é realmente de reabilitador.

Mostrando que os profissionais fisioterapeutas não trabalham apenas na reabilitação e

sim em todos os níveis de prevenção.

Em estudo realizado em 2010 sobre a necessidade de intervenção

fisioterapêutica na Unidade de Saúde São Pedro na cidade de Lages – SC, mostrou-se a

evidência da necessidade de intervenção fisioterapêutica, principalmente na atenção

primária à saúde, tendo em vista o alto índice de prevalência de doenças

osteomioarticulares, a fim de criar condições para o desenvolvimento da saúde32

.

29

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Com base nos dados coletados durante a pesquisa, podemos agora ter uma

melhor visão da atual situação da ESF Morro da Caixa, Clínica Dr. Arnaldo Bittencourt.

O perfil do usuário do serviço de saúde desta região é: mulher, entre 25 e 59 anos com

problemas relacionados às doenças do envelhecimento ou psicossomáticas. Dos vários

diagnósticos realizados no período de 2009 na ESF Morro da Caixa, um mínimo de

52% dos pacientes poderia ter suas orientações ou tratamento realizado por um

fisioterapeuta.

Com relação aos questionários realizados com funcionários da Clínica Dr.

Arnaldo Bittencourt, a maioria (91,3%) responderam que conheciam o nível de

prevenção em que um fisioterapeuta atua, porém apenas 52% acreditam que o

fisioterapeuta trabalha no nível de proteção específica. Esse desconhecimento do campo

de atuação profissional de um fisioterapeuta acaba por diminuir seu valor perante a

população em geral e a oferta de vagas para fisioterapeutas por órgãos públicos e/ou

privados.

Cidades como Tubarão, no estado de Santa Catarina, que são pólos

referenciais de saúde para as cidades vizinhas, podem ter o fisioterapeuta como solução

para o atual problema de saúde do nosso país, filas de espera longas e pouca prevenção.

Sugere-se com esta pesquisa o aumento do número de profissionais em

fisioterapia nas UBS e ESF sem citar os que fazem, ou poderão fazer, parte do NASF.

Também deve haver um maior esclarecimento por parte dos profissionais da área da

saúde sobre a função do fisioterapeuta em todos os níveis de prevenção

30

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wbZhtuw5HGcwce-gSvLngthQ_lALX4yn_BfDSkgvN10e058PXw7f7AaMhceWo

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http://www.dombosco.com.br/faculdade/revistafisioterapia/revista_fisio.pdf .

34

ANEXO 1 – PROJETO DE LEI Nº 4261, DE 2004

Inclui os profissionais fisioterapeuta e terapeuta ocupacional no Programa Saúde da

Família − PSF.

O Congresso Nacional decreta:

Art. 1º Os profissionais fisioterapeuta e terapeuta ocupacional devem

integrar o Programa Saúde da Família (PSF), no âmbito do Sistema Único de Saúde −

SUS.

Parágrafo único. Caberá ao gestor do SUS, de cada esfera de governo,

definir a forma de inserção e de participação dos profissionais especificados no caput

dentro do PSF, de acordo com as necessidades de saúde da população sob sua

responsabilidade.

Art. 3º Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.

JUSTIFICAÇÃO

O Programa Saúde da Família constitui um novo modelo de atenção à saúde

prestado pelo Sistema Único de Saúde, o qual visa a ampliar a cobertura assistencial à

população e a possibilitar uma maior aproximação dos profissionais de saúde da

realidade das famílias brasileiras.

A atenção prestada pelo PSF deve estar ancorada nos princípios que

norteiam o próprio SUS, como a integralidade e a universalidade, o que implica um

trabalho dentro da perspectiva da multidisciplinaridade da assistência à saúde. Para dar

conta da diversidade de problemas com que se deparam as equipes do PSF, entendemos

que é preciso incorporar ao Programa outros profissionais além daqueles que integram

as equipes mínimas, constituídas por médico, enfermeiro e agentes de saúde.

Nesse sentido, a participação de profissionais como o fisioterapeuta e o

terapeuta ocupacional dentro do Programa Saúde da Família irá preencher uma lacuna

ainda existente na busca por uma atenção integral e de qualidade. A participação desses

profissionais irá ampliar e potencializar as ações do PSF, no sentido de dar respostas

concretas a uma gama específica de condições que interferem diretamente sobre a saúde

e a qualidade de vida e que estão no campo do conhecimento da fisioterapia.

A inclusão desses profissionais no PSF possibilitará a incorporação de um

saber específico que poderá ser compartilhado com os demais profissionais integrantes

das equipes multiprofissionais, possibilitando a prestação de ações básicas de prevenção

de incapacidades e de ações de reabilitação, ressocialização e integração social de

pessoas com alguma incapacidade instalada, o que, com certeza, terá grande impacto

sobre a autonomia e a qualidade de vida dos indivíduos e da própria família.

Temos a convicção de que contaremos com o apoio dos nobres Pares para a

aprovação da matéria que ora apresentamos, pelos grandes benefícios que tal medida

trará para a saúde da população brasileira.

Sala das Sessões, em de de 2004.

Deputada Gorete Pereira 2004_11042_Gorete Pereira_196

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ANEXO 2 – DECLARAÇÃO DE CIÊNCIA E CONCORDÂNCIA DAS

INSTITUIÇÕES ENVOLVIDAS

UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA Av. José Acácio Moreira, 787 - Bairro Dehon - Cx Postal 370

88704-900 - Tubarão - SC

Fone: (48) 621-3000

DECLARAÇÃO DE CIÊNCIA E CONCORDÂNCIA DAS

INSTITUIÇÕES ENVOLVIDAS

Local e data: Tubarão, 18 de junho de 2010

Com o objetivo de atender às exigências para a obtenção de parecer da Comissão de Ética

em Pesquisa - CEP-UNISUL, os representantes legais das instituições envolvidas no projeto de

pesquisa intitulado "Prevalência de agravos e a contribuição do Fisioterapeuta na Estratégia

Saúde da Família do Morro da Caixa em Tubarão SC" declaram estarem cientes e de acordo

com seu desenvolvimento nos termos propostos, lembrando aos pesquisadores que no

desenvolvimento do referido projeto de pesquisa, serão cumpridos os termos da resolução 196/96 e 251/97 do Conselho Nacional de Saúde.

_____________________________________________

Ass. Msc. Fabiana Durante de Medeiros (UNISUL)

_____________________________________________

Ass. Msc. Ralph F Rosas (UNISUL)

(Coordenador de curso)

_____________________________________________________

Ass. Arthur Peicher de Carvalho

(Diretor Administrativo)

Adaptado de: CEFID / UDESC

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ANEXO 3 – TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO

UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA – UNISUL

COMISSÃO ÉTICA EM PESQUISA – CEP UNISUL

TERMO DE CONSETIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO – TCLE

TÍTULO DO PROJETO: Prevalência de agravos e a contribuição do Fisioterapeuta na

Estratégia Saúde da Família do Morro da Caixa em Tubarão SC

OBJETIVOS E FINALIDADES DO PROJETO:

Objetivo Geral

Identificar quais os agravos e as contribuições dos Fisioterapeutas no atendimento de saúde na

Estratégia de saúde da Família (ESF) no Morro da Caixa.

Objetivos específicos

- Verificar quem são os usuários que utilizam os serviços da ESF Morro da Caixa.

- Verificar quais as doenças de maior prevalência da região de abrangência da ESF Morro da Caixa

- Identificar a procura pelo serviço de saúde em Fisioterapia e a oferta do mesmo na ESF Morro da

Caixa

-Identificar o papel do Fisioterapeuta na ESF Morro da Caixa

RESPONSAVEIS PELO PROJETO:

Deyser Waltrick da Silva – 0xx(48) 99567102/ e-mail: [email protected]

Leonardo Kerr Coelho – 0XX(48) 99459924/ e-mail: [email protected]

Prof° orientador: Fabiana Durante de Medeiros – 0xx(48) 99065383/ e-mail: [email protected]

ESCLARECIMENTOS AO VOLUNTÁRIO:

Será necessário responder o questionário sobre o papel do fisioterapeuta na ESF morro da caixa.

Os voluntários que aceitarem participar deste estudo não serão submetidos a nenhum procedimento invasivo,

doloroso ou que a exponha a qualquer tipo de risco biológico.

O questionário será preenchido pelos participantes no mês de agosto de 2010.

Os voluntários ficarão assegurados quanto ao direito de recusar a responde sem dar maiores explicações

justificativas aos pesquisadores.

Os voluntários não deverão receber nenhum valor em direito e nem deverá ter qualquer despesa para participar

do estudo, sendo este caráter totalmente gratuito.

CONSENTIMENTO DA PARTICIPAÇÃO DA PESSOA COMO SUJEITO

Eu, _____________________________________, RG/ CPF/ abaixo assinado, concordo em participar do estudo

_____________________________________________ , como sujeito. Fui devidamente informado e esclarecido pelo

pesquisador ______________________________ sobre a pesquisa, os procedimentos nela envolvidos, assim como os

possíveis riscos e benefícios decorrentes de minha participação. Foi-me garantido que posso retirar meu consentimento

a qualquer momento, sem que isto leve a qualquer penalidade ou interrupção de meu acompanhamento/

assistência/tratamento.

Local e data _______________________________________________________________

Nome e Assinatura do sujeito ou responsável:____________________________________

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IDENTIFICAÇÃO DOS ACADÊMICA E DO PESQUISADOR

_____________________________________

Deyser Waltrick da Silva

Leonardo Kerr Coelho

Fabiana Durante Medeiros. (Prof° orientador)

Tubarão, ___ de ________________ de 2009.

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APÊNDICE A – QUESTIONÁRIO

UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA

PRÓ-REITORIA ACADÊMICA

CURSO DE FISIOTERAPIA – CAMPUS TUBARÃO

Venho pelo presente solicitar o preenchimento destes questionamentos

realizados pelos acadêmicos Deyser Waltrick da Silva e Leonardo Kerr Coelho, do

Curso de Fisioterapia – UNISUL, Campus Tubarão, sob a orientação da professora

Fabiana Durante de Medeiros.

1. Você conhece em qual nível de prevenção o Fisioterapeuta atua?

( ) Sim ( ) Não

Se a resposta for sim marque em qual nível ele atua, se achar necessário pode

marcar mais de uma opção.

( ) PROMOÇÃO DA SAÚDE

( ) PREVENÇÃO DA SAÚDE

( ) PROTEÇÃO ESPECÍFICA

( ) CURATIVA

( ) REABILITAÇÃO

2. Para você qual a importância do Fisioterapeuta em uma UBS e no ESF.

-

________________________________________________________________

________________________________________________________________

________________________________________________________________

________________________________________________________________

________________________________________________________________

________________________________________________________________

________________________________________________________________