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UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA
ANA BEATRIZ TONELLI
DENISE ANTONICCI CACHOEIRA
EFEITOS DA PALMILHA PROPRIOCEPTIVA NAS LESÕES DESPORTIVAS DE
MEMBROS INFERIORES EM ATLETAS DE FUTSAL
Tubarão
2010
ANA BEATRIZ TONELLI
DENISE ANTONICCI CACHOEIRA
EFEITOS DA PALMILHA PROPRIOCEPTIVA NAS LESÕES DESPORTIVAS DE
MEMBROS INFERIORES EM ATLETAS DE FUTSAL
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso
de Fisioterapia da Universidade do Sul de Santa
Catarina, como requisito a obtenção de grau Bacharel
em Fisioterapia.
Orientador Prof. Kelser de Souza Kock
Tubarão
2010
ANA BEATRIZ TONELLI
DENISE ANTONICCI CACHOEIRA
EFEITOS DA PALMILHA PROPRIOCEPTIVA NAS LESÕES DESPORTIVAS DE
MEMBROS INFERIORES EM ATLETAS DE FUTSAL
Este trabalho de conclusão de curso foi julgado
adequado a obtenção do título de Bacharel em
Fisioterapia e aprovado em sua forma final pelo curso
de Fisioterapia da Universidade do Sul de Santa
Catarina.
Tubarão, 18 de novembro de 2010.
_______________________________________________
Professor e Orientador Kelser de Souza Kock.
Universidade do Sul de Santa Catarina.
_______________________________________________
Professor MSc. Rodrigo da Rosa Iop.
Universidade do Sul de Santa Catarina.
_______________________________________________
Professor Esp. Alexandre Figueiredo Zabot.
Universidade do Sul de Santa Catarina.
DEDICATÓRIA
Dedicamos este trabalho aos nossos pais,
pois foram eles que nos deram a vida, nos
ajudaram em nossos primeiros passos e,
sobretudo nos ensinaram a lutar por
nossos sonhos.
AGRADECIMENTO
Primeiramente, agradecemos a Deus, por nos dar saúde e muita força para concluirmos
mais uma etapa de nossas vidas. Agradecemos aos nossos amores Leda Vitória Nuernberg
Tonelli e Maicon Corrêa da Silva, pelo apoio incondicional e pela compreensão nos
momentos em que ficamos distantes na preparação deste trabalho.
Agradecemos também a todos aqueles que de alguma forma contribuíram para a
realização desta pesquisa, em especial ao nosso orientador Kelser de Souza Kock, ao
fisioterapeuta e grande “mestre” Alexandre Figueiredo Zabot, ao Professor Rodrigo da Rosa
Iop, ao fisioterapeuta Fabrício de Souza e à Equipe de Futsal da Unisul. Em especial também
agradecemos a paciência e ao companheirismo despendido entre as autoras desse trabalho.
RESUMO
O futsal é considerado um esporte em ascensão, praticado no mundo todo por milhares
de pessoas. Devido a este aumento da prática esportiva e pela demanda de exercícios
competitivos houve um crescimento no risco e número de lesões em atletas. Entre os fatores
de risco relacionados ao desenvolvimento de lesões podem-se citar as alterações da postura e
os desequilíbrios posturais. O princípio das palmilhas proprioceptivas está fundamentado na
ação de peças que são colocadas sob a região plantar que influenciam o tônus muscular e
modificam a postura corporal. A pesquisa realizada é um estudo experimental, tendo como
objetivo principal analisar os efeitos da palmilha proprioceptiva na prevenção de lesões
desportivas em atletas de futsal. E os objetivos específicos, identificar a eficácia da palmilha
proprioceptiva na postura dos atletas, verificar o índice de lesões após o uso da palmilha
proprioceptiva e comparar o número de lesões do grupo experimental com o grupo controle.
A amostra compreende 10 indivíduos do sexo masculino com idade entre 20 e 30 anos. Como
instrumentos de pesquisa foram utilizados uma câmera digital 8.2 Mega pixels, o Software
para Avaliação Postural (SAPO), o baropodômetro e a palmilha proprioceptiva. Os dados
foram analisados sob a luz da estatística descritiva simples, utilizando a freqüência absoluta
comparando o grupo que recebeu a palmilha com o grupo que não a recebeu. Em relação ao
número de lesões, foram registradas 8 lesões de um total de 10 atletas, sendo que 5 lesões
foram do grupo experimental e 3 lesões do grupo controle. Em ambos os grupos houve um
deslocamento anterior do tronco, porém o grupo experimental apresentou 2 atletas que
obtiveram uma redução desse ângulo, enquanto que no grupo controle todos aumentaram.
Pôde-se observar que houve um alinhamento dos valores dos ângulos intermaleolares dos
atletas do grupo experimental, havendo pouca variação e apresentando valores próximos do
ideal. Em relação às lesões e a dominância do membro, foi observado que 2 indivíduos
sofreram lesão no membro dominante, 1 sofreu lesão nos dois membros e 5 sofreram lesão
no lado não-dominante. Em geral, observamos que a palmilha proprioceptiva não influenciou
de forma importante no número de lesões e na postura dos atletas de futsal.
Palavras-chave: Atletas. Lesão. Postura
ABSTRACT
The indoor soccer is considered a sport on the rise, practiced worldwide for thousands of
people. Due to this increase in demand for sports and competitive exercise there was a
growing risk and number of injuries in athletes. Among the risk factors related to the
development of lesions may be cited changes in posture and postural imbalances. The
principle of proprioceptive insoles is grounded in actions of pieces that are placed under the
plantar region that influence muscle tone and body posture change. The research is an
experimental study, aiming at analyzing the effects of proprioceptive insoles in the prevention
of sports injuries in indoor soccer players. And the specific objectives to identify the
effectiveness of proprioceptive insoles posture of athletes, check the index of injury after the
use of proprioceptive insoles and compare the number of lesions in the experimental group
with the control group. The sample comprised 10 males aged between 20 and 30. The
research tools used were a 8.2 mega pixel digital camera, the software Postural Assessment
(SPA), the baropodometry and proprioceptive insole. The data were analyzed based upon the
simple descriptive statistics, using absolute frequency comparing the group receiving the
insole with the group that did not receive it. Regarding the number of lesions, 8 lesions were
recorded a total of 10 athletes, and 5 lesions were in the experimental group and control group
3 lesions. In both groups there was a shift of the trunk, but the experimental group had higher
values than the control group, athletes who used insoles were more anterior than individuals
who did not use sock. It was observed that there was an alignment angle values intermalleolus
athletes in the experimental group, as these values were close to ideal. Therefore, we conclude
that the corrections generated proprioceptive insoles posture of athletes, but did not possess
significant relationship to the decreased number of injuries.
Keywords: Athletes. Injury. Posture.
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 - Palmilha proprioceptiva ...................................................................................... 23
Figura 2 - Baropodômetro ................................................................................................... 25
Figura 3 - Perfil AP e Ângulo biacromial............................................................................ 28
Figura 4 - Perfil lateral direito e ângulo maléolo-mastóide ................................................. 29
Figura 5 - Perfil póstero-anterior e ângulo intermaleolar .................................................... 30
Figura 6 - Gabarito Podaly .................................................................................................. 31
LISTA DE GRÁFICOS
Gráfico 1 - Ângulo biacromial do grupo experimental na avaliação e reavaliação ............ 38
Gráfico 2 - Ângulo biacromial do grupo controle na avaliação e reavaliação .................... 39
Gráfico 3 - Ângulo maléolo-mastóide do grupo experimental na avaliação e reavaliação . 40
Gráfico 4 - Ângulo maléolo-mastóide do grupo controle na avaliação e reavaliação ........ 41
Gráfico 5 - Ângulo intermaleolar esquerdo do grupo experimental na avaliação e reavaliação
............................................................................................................................................. 42
Gráfico 6 - Ângulo intermaleolar esquerdo do grupo controle na avaliação e reavaliação. 43
Gráfico 7 - Ângulo intermaleolar direito do grupo experimental na avaliação e reavaliação
............................................................................................................................................. 44
Gráfico 8 - Ângulo intermaleolar direito do grupo controle na avaliação e reavaliação ..... 44
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 - Lesões, posição e período das lesões do grupo experimental e controle ........... 34
Tabela 2 - Atividade, mecanismo e tipo de lesão do grupo experimental e controle .......... 34
Tabela 3 - Lado dominante, lado envolvido e dias de afastamento ..................................... 34
LISTA DE ABREVIATURAS
ACM – Associação Cristã de Moços
ADM – Amplitude de Movimento
AP – Ântero-posterior
AVD’s – Atividades de Vida Diária
CEP – Comitê de Ética em Pesquisa
CG – Centro de Gravidade
IMC – Índice de Massa Corpórea
PA – Póstero-anterior
SAPO – Software para Avaliação Postural
TCLE – Termo de Consentimento Livre e Esclarecido
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO................................................................................................................14
2 ANATOMIA DE MEMBROS INFERIORES ............................................................. 17
2.1 CINTURA PÉLVICA ................................................................................................... 17
2.1.1 Joelho ......................................................................................................................... 17
2.1.2 Tornozelo e Pé ........................................................................................................... 18
2.2 FUTEBOL DE SALÃO................................................................................................. 18
2.3 LESÃO .......................................................................................................................... 20
2.3.1 Lesões Desportivas .................................................................................................... 21
2.3.2 Fatores predisponentes da lesão .............................................................................. 22
2.4 PALMILHA PROPRIOCEPTIVA ................................................................................ 23
2.5 BAROPODÔMETRO ................................................................................................... 24
3 DELINEAMENTO DA PESQUISA ............................................................................. 25
3.1 TIPO DE PESQUISA .................................................................................................... 25
3.2 POPULAÇÃO E AMOSTRA ....................................................................................... 26
3.3 MATERIAIS ................................................................................................................. 26
3.4 PROCEDIMENTOS PARA COLETA DE DADOS .................................................... 30
3.5 PROCEDIMENTOS DE ANÁLISE DE DADOS ........................................................ 32
3.6 LIMITAÇÕES DO ESTUDO ....................................................................................... 32
4 ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS DADOS ..................................................................... 33
4.1 CARACTERIZAÇÃO DA AMOSTRA ....................................................................... 33
4.2 LESÕES ........................................................................................................................ 33
4.3 POSTURA ..................................................................................................................... 37
4.3.1 Ângulo Biacromial .................................................................................................... 37
4.3.2 Ângulo maléolo-mastóide ......................................................................................... 40
4.3.3 Ângulo intermaleolar esquerdo ............................................................................... 42
4.3.4 Ângulo intermaleolar direito ................................................................................... 43
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS ......................................................................................... 45
REFERÊNCIAS. ............................................................................................................... 46
ANEXO. .............................................................................................................................. 50
ANEXO A - Termo de consentimento livre e esclarecido – TCLE .................................... 51
14
1 INTRODUÇÃO
A posturologia é uma área do conhecimento que está ligada a postura corporal
humana, visando prevenir e tratar suas alterações1. Surgiu para favorecer a melhora do
conhecimento de diversas patologias desconhecidas, que reúne várias áreas como a
fisioterapia, oftalmologia, ortopedia, neurologia, medicina física e etc2.
Entre todos os animais, o homem adulto é o único totalmente bípede. Devido ao osso
ilíaco conseguimos manter nossa postura ereta durante muito tempo, o que foi fundamental
para o desenvolvimento dos braços, dos olhos e do cérebro humano. Isso propiciou a evolução
do homem, pois precisava carregar os filhotes, investigar coisas, produzir ferramentas,
conhecer o ambiente, o que traduzimos hoje como AVD’s3.
Essa característica, que alguns consideram um privilégio, acarreta um determinado
número de particularidades. Quando o indivíduo está ereto deve estar com a postura
corretamente alinhada para gerar o mínimo de estresse e atividade muscular, onde seu centro
de gravidade localiza-se no polígono de sustentação, que se situa numa região à face da
terceira vértebra lombar representado pelas plantas dos pés e pela zona que os separa3.
Atualmente notamos a falta de postura em grande parte da população, advinda dos
confortos proporcionados pela modernidade e tecnologia, podendo prejudicar a saúde. A
postura corporal é representada como a base da funcionalidade do corpo, pode sugerir uma
posição rígida e estática1, porém é considerada dinâmica e se altera frequentemente com
estímulos muito leves2.
O sistema postural é constituído por uma junção de fenômenos neurofisiológicos e
biomecânicos que se interagem a todo instante2. É composto pelos exteroceptores, que nos
localizam em relação ao nosso meio, os proprioceptores que determinam a posição das partes
de nosso corpo em relação ao conjunto, numa determinada posição no espaço e os centros
superiores que são responsáveis por processar os dados provenientes das duas fontes
precedentes3.
Dessa forma, quando há uma alteração significativa nos exteroceptores e
proprioceptores, os centros superiores vão responder aos estímulos de forma incorreta
acarretando em desequilíbrio corporal, pois sabe-se que cada estrutura equilibra-se sobre a
estrutura inferior de forma ascendente ou embaixo da estrutura superior num sentido
15
descendente. Isso significa que uma estrutura em desequilíbrio permanente por uma alteração
obrigará os segmentos superiores ou inferiores a compensar essa deformação. Portanto,
qualquer estrutura que forneça informações estiver alterada haverá um desequilíbrio postural3.
Diante disso, as conseqüências das perturbações da postura serão numerosas, a curto
ou a longo prazo aparecerão dores, contraturas, enrijecimentos e restrição dos movimentos
articulares. E através dessas limitações, no caso de atletas, haverá uma diminuição do
rendimento muscular, o esgotamento das reservas de glicogênio levando a uma maior
propensão a lesões3.
Atualmente, a prática esportiva obteve uma crescente e acelerada impulsão no Brasil,
tendo o futsal como uma das modalidades esportiva mais popular e praticada no país4. E, por
meio deste aumento da prática esportiva e pela demanda de exercícios competitivos houve,
consequentemente, um crescente risco e número de lesões5. Dentre elas, destacam-se as lesões
do sistema músculo-esquelético, em membros inferiores, de origem traumática6.
Lesões são danos causados por qualquer trauma físico que acometem os tecidos do
corpo7, resultantes de atividades executadas de forma exaustiva e inadequada que podem ser
provenientes de fatores intrínsecos (sexo, idade, rendimento físico) ou extrínsecos
(treinamento, falta de estrutura médica adequada, material utilizado, competições, locais de
jogos) que, acarretam níveis consideráveis de estresse físico e mental influenciando na
qualidade de vida e no próprio rendimento como atleta8.
O acometimento das articulações dos membros inferiores pelas lesões, em particular o
quadril, o joelho e tornozelo, está entre os danos mais comuns dos distúrbios
musculoesqueléticos em atletas, levando em conta a importância das mesmas nas atividades
de marcha, corrida, manutenção da postura, mudança de posições e etc7.
As causas mais comuns de lesões de membros inferiores variam desde um trauma
agudo de alta energia quanto a uma patologia de início gradual7. A lesão por si só, é uma
ocorrência evidente na vida do atleta abrangendo vários níveis competitivos, incluindo o
esporte por recreação até competições olímpicas9.
Dessa forma, com o objetivo de proporcionar uma diminuição da incidência do risco
de lesões em atletas e uma melhora no rendimento do sistema músculo-esquelético são
necessárias adaptações funcionais e morfológicas, por meio de estímulos externos para
aprimorar a função proprioceptiva do indivíduo6.
Sendo assim, surge a podoposturologia, como área de abordagem postural através da
prevenção e tratamento utilizando o princípio das palmilhas proprioceptivas. Esse princípio
está baseado na ação de peças podais colocadas sob a pele e músculos com o objetivo de
16
estimular os mecanorreceptores da região, proporcionando informações ao sistema postural e
este, age como resposta, um reequilíbrio postural por meio de reações reflexas, corrigindo as
discrepâncias posturais10
.
A palmilha proprioceptiva favorece a prevenção e a terapêutica da postura em pé,
distribuindo de forma correta o pico de pressão e a força de reação do solo por toda região do
pé, proporcionando assim, a eficiência dos mecanismos do pé durante a marcha e corrida11
.
Vários estudos têm procurado o esclarecimento sobre a etiologia e fisiopatologia das
lesões desportivas, contudo, não há consenso na literatura quanto aos fatores que podem
predispor ao desenvolvimento de tais lesões. Entre os fatores de risco mais relacionados ao
desenvolvimento de lesões podem-se citar as alterações da postura e desequilíbrios posturais7.
Estudos com relação à palmilha proprioceptiva já foram realizados, porém não
encontram-se evidências na utilização da palmilha proprioceptiva na diminuição do risco de
lesões em atletas7.
Sendo assim, justifica-se a realização desta pesquisa devido à falta de estudos
referente ao uso de palmilhas proprioceptivas na prevenção e diminuição de lesões esportivas
em atletas de futsal. Logo, se torna necessário um estudo que demonstre a efetividade da
mesma na prevenção de danos decorrente da prática esportiva7.
Portanto o objetivo geral do trabalho foi analisar os efeitos da palmilha proprioceptiva
na prevenção de lesões desportivas e os objetivos específicos foram identificar a eficácia da
palmilha proprioceptiva na postura dos atletas, verificar o índice de lesões após o uso da
palmilha proprioceptiva e comparar o número de lesões do grupo experimental com o grupo
controle.
Quanto ao procedimento utilizado na coleta de dados, classifica-se esta pesquisa em
experimental, pois, o pesquisador manipula as características dos elementos estudados e
introduz um ou mais controles na experimentação.
Por fim, o presente estudo se divide em cinco capítulos, sendo o primeiro, a
introdução; o segundo, a revisão sobre o tema; o terceiro, o delineamento da pesquisa; o
quarto, a discussão e análise dos resultados e o quinto, as considerações finais.
17
2 ANATOMIA DE MEMBROS INFERIORES
Os membros inferiores são estruturas responsáveis pela sustentação do peso corporal,
desempenhando a função de locomoção12
, manutenção do equilíbrio13
e estabilidade14
. É
composto por quatro segmentos principais a cintura pélvica, o joelho, o tornozelo e o pé13
.
2.1 CINTURA PÉLVICA
A cintura pélvica é constituída por dois ossos do quadril, formado por três
componentes ósseos, o ílio que é a porção mais larga situa-se superior e lateralmente, o ísquio
é a porção mais inferior e o púbis que é a porção ântero-inferior13
. Os quadris se conectam
anteriormente pela sínfise púbica e posteriormente pelo sacro e, ambos formam a cintura
pélvica14
.
O quadril é considerado a articulação proximal do membro inferior7, constituída pela
cabeça do fêmur articulando-se com o acetábulo, onde a mesma é estabilizada por um
conjunto extenso de ligamentos capsulares e músculos potentes que produzem força
necessária14
para gerar um amplo grau de movimento e força para os membros inferiores15
.
2.1.1 Joelho
A articulação do joelho é considerada a maior articulação do corpo humano16
,
responsável, principalmente, em desempenhar a função na marcha e na corrida. É constituída
pela superfície do fêmur, os côndilos femorais, a superfície da tíbia, os côndilos tibiais e pela
articulação patelofemoral14
.
Para desempenhar sua função o joelho possui estruturas que proporcionam
estabilidade a articulação, tais como, os tecidos moles, ligamentos e cápsulas14
que permitem
apenas dois movimentos a flexão e a extensão17
.
18
O equilíbrio estático do joelho se apresenta em três planos: o frontal, o sagital e o
horizontal. Este equilíbrio decorre do fato do eixo de gravidade se situar a frente do seu eixo
articular. Quando ereto seu equilíbrio é totalmente mecânico e não depende da musculatura
extensora periférica, mas sim dos músculos retroversores da cintura pélvica, do músculo sóleo
e proximalmente da rigidez do segmento fêmur-tronco e distalmente da articulação
tibiotársica nos apoios17
.
2.1.2 Tornozelo e Pé
O termo tornozelo se refere à articulação talocrural, mas também abrange a articulação
tibiofibular e a sindesmose tibiofibular. Já o termo pé se refere a todos os componentes distais
à fíbula e tíbia14
.
De acordo com a organização estrutural do tornozelo e pé, o tornozelo é composto
pelos ossos da tíbia, fíbula e tálus e o pé é dividido em três regiões, o antepé formado pelas
falanges e metatarsos, o médiopé formado pelos ossos navicular, cubóide e cuneiformes e o
retropé formado pelo calcâneo e tálus14
.
O tornozelo e o pé são responsáveis por desempenhar um importante papel, o de
absorver impacto e oferecer impulso para o corpo durante a marcha. Por isso, o pé é
considerado uma estrutura flexível que se adapta constantemente de acordo com as diferentes
configurações espaciais entre ele e o solo, exigindo que haja uma perfeita interação de
articulações, tecidos conectivos e músculos14
.
Os apoios dos pés ao chão determinam a estática, esta depende da forma do pé, do
equilíbrio estático do corpo e da forma da superfície de apoio. Não há boa estática sem bons
apoios, sejam as deformações dos pés causa ou conseqüência da estática deficiente17
.
2.2 FUTEBOL DE SALÃO
O futebol de salão (ou futsal) é um elegante e vigoroso esporte de quadra, com mais de
dois milhões de jogadores federados em todo o mundo18
. A origem do futsal possui versões
19
distintas, pois, alguns estudiosos afirmam que o futsal tem sua origem no Brasil, porém há
outros que dizem que esse esporte nasceu no Uruguai19
.
Os estudiosos Zilles (1987), Apolo (1995) e Lucena (1994) atribuem tal origem ao
Uruguai. Já Teixeira Júnior (1996) e Figueiredo (1996) defendem que o futsal surgiu no
Brasil19
.
Em 1930, após a conquista, pelo Uruguai, do primeiro campeonato mundial de futebol
de campo, os uruguaios ficaram apaixonados pelo futebol e o praticavam por todos os cantos
do país. Isso fez com que os espaços dos salões de baile fossem os lugares escolhidos para a
prática do esporte, que após diversas adaptações, fez-se denominar de indoor-foot-ball, que
corresponderia ao futebol de salão19
.
A elaboração das primeiras regras do futsal, em 1933 , foi concedido pelo uruguaio
Juan Carlos Ceriani, da ACM de Montevidéu. As idéias provinham do futebol de campo, de
onde muitos fundamentos técnicos foram utilizados como modelos para o futsal. Da
modalidade basquetebol, aproveitou-se o tamanho da quadra; do pólo aquático, a
regulamentação do goleiro, e do handebol, a trave e a área19
.
As bolas utilizadas eram de serragem, crina vegetal ou de cortiça granulada, que
freqüentemente saltavam muito e saiam da quadra facilmente. Dessa forma, foi desenvolvida
uma bola com tamanho diminuído e seu peso aumentado. Por este fato o Futebol de Salão
passou a ser chamado de "O Esporte da Bola Pesada"20
.
No Brasil, a propagação do futsal ocorreu de forma rápida, principalmente quando
alguns brasileiros estiveram presentes na ACM do Uruguai e retornaram ao Brasil, na ACM
de São Paulo, para trazer as primeiras regras lá organizada por Ceriani19
.
A prática dessa modalidade em nosso país começou a partir dos meados de 1940 e não
parou mais de crescer. Há estudos mencionando que em 1942 o futebol de salão, que antes era
praticado pelas crianças, já contava com muitos adeptos entre os adultos19
. Há um texto da
década de 50 que identifica a ACM paulista como a principal divulgadora do futebol de
salão19
, já que a prática do mesmo havia sido limitada somente para menores20
.
A primeira federação fundada do país foi a Federação Paulista de Futebol de Salão no
ano de 1955, seguida das do Rio de Janeiro, de Minas Gerais, de Pernambuco, do Paraná e do
Rio Grande do Sul19
.
A Confederação Brasileira de Desportos oficializou a prática do Futebol de Salão no
país, fundando o Conselho Técnico de Futebol de Salão em março de 1958. Em 1979, a partir
da extinção da Confederação Brasileira de Desportos, foi fundada a Confederação Brasileira
de Futebol de Salão20
.
20
No ano de 1959 aconteceu o primeiro Campeonato Brasileiro de Seleções onde o
campeão foi o Estado do Rio de Janeiro. Com a fundação da Confederação Sul-Americana,
em 1969, começaram os primeiros campeonatos de seleções e de clubes na América Latina19
.
Foi criada em 1971 a Federação Internacional de Futebol de Salão, que teve como
presidente o brasileiro João Havelange que passou a organizar os campeonatos pan-
americanos e mundiais entre as seleções e clubes19
. Portanto a partir da década de 80,
começaram os primeiros campeonatos Pan-americanos e mundiais, tendo como vencedor o
Brasil20
.
Diante disso, o principal objetivo do Futsal é marcar gols com o auxílio dos pés e
vence a equipe que marcar mais gols. No inicio jogavam-se com cinco, seis ou sete jogadores
em cada equipe, mas logo definiram o número de cinco jogadores para cada equipe, sendo um
o goleiro18
.
A quadra onde o jogo é realizado possui forma retangular, com dimensões
compreendidas entre 24 a 36 metros de comprimento e 14 a 20 metros de largura18
.
O futebol de salão está em ascendência mundial, atraindo cada vez mais praticantes
devido ao fácil acesso de espaços disponíveis para sua prática e como todos os esportes de
massa, desempenham um papel importante nos aspectos psicológico, físico e social. O futsal
possui grande tradição no Brasil sendo praticado por homens e mulheres desde a idade
precoce19
.
Dentre os movimentos mais exercitados nos treinos, individuais ou coletivamente,
estão passe, recepção, chute e o drible com e sem bola. Desta forma o atleta praticante
desenvolve a rapidez e raciocínio para a tomada de decisões, habilidade para dribles em
espaço disponível e um bom condicionamento físico, pois a necessidade de massa muscular e
capacidade aeróbica são fundamentais para o bom desempenho do salonista18
.
2.3 LESÃO
A lesão refere-se a qualquer interrupção traumática ou patológica dos tecidos que
podem levar a perda da função12
. É um dano físico sofrido pelas células e tecidos do corpo
resultando na diminuição ou perda de suas atividades fisiológicas7.
Considera-se uma lesão quando há uma alteração no aspecto morfológico e histológico
do tecido, acarretando um déficit de função no segmento afetado21
.
21
É uma ocorrência considerada como um problema de saúde mais freqüentes nos países
desenvolvidos7.
2.3.1 Lesões desportivas
Atualmente o esporte é estimulado desde a infância e adolescência, ou seja, a iniciação
e o treinamento em diferentes esportes são promovidos por clubes particulares e por
secretarias de esportes municipais, estaduais e internacionais. Nas modalidades coletivas de
quadra, como o futsal, o treinamento específico inicia-se por volta dos 10 anos de idade e vai
se intensificando a partir daí de acordo com as competições que os clubes participam22
.
Esse aumento da demanda de exercícios competitivos e o nível maior de exigência
estimularam o crescimento simultâneo no risco de lesões em atletas5. Assim, uma lesão
desportiva representa qualquer tipo de ocorrência sofrida por um atleta, em treino ou em
competição, que obrigue a suspender suas atividades e o impossibilite de participar de treinos
e jogos23
.
As lesões podem ser classificas em aguda e crônica, de acordo com o tempo de
duração e o agente causador da mesma. As lesões decorrentes de um único insulto são
chamadas de lesões agudas e, em contrapartida, quando há cargas repetitivas sobre um mesmo
tecido, a longo prazo, chamamos a lesão de crônica7.
A classificação da gravidade da lesão está baseada no tempo em que o atleta se
mantém afastado de suas atividades, que pode ser classificada em três categorias: leve de 1 a 7
dias, moderada de 8 a 21 dias e grave de mais de 21 dias 23
.
A ocorrência de lesões do esporte é comum em todo programa de treinamento
esportivo e sua incidência varia de acordo com alguns fatores, tais como o tipo de esporte
praticado, o tempo da prática esportiva e o nível de competição do atleta. A combinação de
fatores influencia no nível de risco a lesões, como por exemplo, a organização esportiva, o
treinamento técnico, o sistema de competições e a falta de estrutura médica adequada22
.
O futebol de salão é considerado o esporte responsável pelo maior número de lesões
desportivas do mundo. Alguns estudos demonstram a incidência das lesões no futebol, mas
encontram-se poucos trabalhos referentes às lesões no futebol de salão24
.
Em uma pesquisa realizada durante os torneios da Federação Internacional de Futebol
e jogos olímpicos entre os anos de 1998 e 2001, o índice de lesões nos jogos de futebol de
22
salão foi cerca de duas vezes maior do que nos jogos de futebol de campo24
. Este fato é
atribuído a própria natureza do esporte, associada a execução de movimentos e atividades que
exigem gestos bruscos e repetitivos, à menor dimensão do campo de jogo e à diferença de
pisos, levando a um aumento da sobrecarga de tolerância máxima dos tecidos. São essas as
razões que normalmente alteram o desempenho dos atletas, com um possível afastamento dos
treinos e competições8.
Dessa forma, entre os distúrbios musculoesqueléticos de membros inferiores, as lesões
das articulações de joelho e tornozelo são mais comuns na prática desportiva. Na articulação
do joelho as patologias mais freqüentes são as tendinites, lesão dos ligamentos cruzados
(anterior e posterior), meniscos (medial e lateral) e ligamentos colaterais (medial e lateral). As
lesões mais comuns no tornozelo e pé são a tendinite ou ruptura no tendão do calcâneo,
entorses, fasceite plantar e lesões nas falanges7. Foi possível verificar, em estudos com jovens
praticantes de futsal, que o segmento mais atingido foi o tornozelo (45,2%), seguido do joelho
(19%); as entorses (21,4%) e as fraturas/luxações (26,2%) foram as lesões mais comuns22
.
2.3.2 Fatores predisponentes da lesão
Existem duas divisões importantes que descrevem os principais fatores que predispõe
a lesão em atletas. Os fatores internos, que abrange as características físicas e psicológicas,
como a idade, o sexo, as alterações anatômicas, estabilidade articular, força muscular, a
coordenação, agilidade e histórias prévias de lesões. E os fatores externos que estão
relacionados com as condições do ambiente, ao modo como as atividades são executadas, o
nível de competição e os jogos realizados23
.
Entre os fatores intrínsecos para o risco de lesões podem-se citar também as alterações
de alinhamento postural estático e dinâmico. Nos jogadores de futebol de salão a perturbação
da postura estática e flexibilidade acarretam num alto índice de lesões. Com a diminuição da
flexibilidade há uma redução da amplitude de movimento (ADM) que altera a mecânica dos
membros inferiores na execução dos gestos esportivos. Nas alterações da postura dinâmica
estão relacionadas tanto o acontecimento de lesões agudas quanto ao aparecimento de lesões
por uso excessivo dos membros inferiores23
.
23
2.4 PALMILHA PROPRIOCEPTIVA
A palmilha proprioceptiva tem como objetivo principal a melhora da postura do
indivíduo através da estimulação de certas áreas da pele e de músculos. A escolha da mesma
será feita em função da avaliação fisioterápica, ou seja, com o diagnóstico postural definido a
prescrição da palmilha pode ser realizada11
. (Figura 1)
As palmilhas proprioceptivas são termocoladas e termomoldadas ao pé. A palmilha
termomoldada possui uma ação mecânica e postural importante, pois favorece uma melhor
distribuição do peso corporal sobre os pés diminuindo a pressão em áreas isoladas dos pés.
Desta forma, contribui com o conforto e favorece a diminuição de cargas e alívio de algias11
.
Figura 1: Palmilha proprioceptiva.
Fonte: Manual de Podoposturologia.
Para a estimulação são utilizados vários tipos de peças, tais como barras, elementos,
cunhas e calços. Os elementos são pontuais; as barras são transversais e se estendem da parte
interna à parte externa do pé; as cunhas apresentam uma característica mecânica e postural e
os calços igualam o comprimento do membro inferior11
.
Quando estas peças são posicionadas sob o ventre dos músculos plantares
comprimem os fusos neuromusculares e promovem uma contração muscular. Quando são
posicionadas próximas às junções tenomuscular, em contato com os órgãos tendinosos de
Golgi, desencadeiam uma ação inibitória à contração muscular produzindo assim, o
relaxamento muscular11
.
24
Uma ação mecânica é gerada quando estas peças são posicionadas sob estruturas
ósseas, desta forma haverá uma modificação na acomodação dos ossos do pé o que permite
uma melhor congruência articular e proporciona uma resposta de adaptação postural no plano
sagital e frontal11
.
Na confecção das peças são utilizadas: placas DURA de 2 a 3 mm e placa
CONFORTO de 6 mm. O acabamento de cada peça deve observar as características de
lixamento das bordas que estarão em contato com a pele11
.
O processo de confecção das palmilhas inicia com o plantigrama do indivíduo,
seguido da gabaritagem, que é a demarcação da área do pé e corte dos desenhos das peças no
plantigrama. Na continuidade, se faz o corte das peças nas placas DURA e de CONFORTO,
concluindo com o lixamento das mesmas. Estando as peças prontas, elas serão coladas e
moldadas ao pé do individuo11
.
A indicação de uma palmilha proprioceptiva está ligada, não á uma sintomatologia
intrínseca do pé, mas sim, a qualquer patologia que envolva os membros inferiores e a coluna
vertebral, tais como as lombalgias e dores no quadril referente ao pé, até as síndromes
musculares e das membranas faciais que abrangem os músculos, tendões, ligamentos e
ossos11
.
Elas são prescritas de forma individualizada de acordo com a marcha, membros
inferiores assimétricos (funcional ou verdadeiro), pé cavo, pé plano, calcâneo valgo, calcâneo
varo, metatarsalgias, hálux valgo (joanete) e tendinites11
.
Sendo assim, para o uso das palmilhas proprioceptivas na correção dos desvios
posturais, é necessário o conhecimento da função e das diversas terminações nervosas, os
proprioceptores que em conjunto com o sistema vestibular e o sistema da visão, fornecem
informações ao sistema nervoso central e este, promove a coordenação postural. Logo, com a
junção desses sistemas haverá uma organização e manutenção da postura corporal11
.
2.5 BAROPODÔMETRO
Baropodômetro é um sistema eletrônico contendo uma plataforma de pressão que
avalia a distribuição da carga plantar exercida pelo indivíduo. Esse sistema fornece uma
análise quantitativa da distribuição da pressão plantar nos diferentes apoios, diferentes cargas
25
e durante a marcha, permitindo uma maior compreensão das respostas proprioceptivas de
forma confiável26
. (Figura 2)
O baropodômetro proporciona informações sobre o pico de pressão de contato no pé, a
área de contato da superfície plantar, a localização do centro de força e a força aplicada26
.
Figura 2: Baropodômetro.
Fonte: Manual de Podoposturologia.
3 DELINEAMENTO DA PESQUISA
Há diversas maneiras de se planejar uma pesquisa sob o olhar da metodologia. Neste
capítulo será apresentada a fundamentação, o desenvolvimento, os instrumentos e os
procedimentos necessários utilizados para a coleta de dados27
.
3.1 TIPO DE PESQUISA
Quanto ao nível da pesquisa, a pesquisa é exploratória com abordagem quantitativa e
quanto ao procedimento é experimental27
.
Caracterizando a pesquisa, de acordo com o procedimento utilizado na coleta de
dados, será uma pesquisa experimental, pois, o pesquisador manipula as características dos
elementos estudados, introduz um ou mais controles na experimentação e a escolha dos
elementos dos grupos é realizada de forma aleatória27
.
26
De acordo com sua natureza, a pesquisa experimental determina um objeto de estudo,
seleciona as variáveis que influenciam, define as formas de controle e observação e descreve
os efeitos que a variável irá produzir no objeto27
.
3.2 POPULAÇÃO E AMOSTRA
A população foi composta pelos atletas do time de Futsal da Unisul de Tubarão/SC,
sendo que o time é formado por 15 atletas. Como critérios de inclusão, ser do sexo masculino,
estar inscrito como atleta de futsal na equipe da Unisul, estar atuante nos treinamentos diários,
atuar nas posições de linha e aceitar participar da pesquisa. Para os critérios de exclusão,
presença de deformidades anatômicas, fazer uso de outras palmilhas no decorrer do estudo, ter
utilizado palmilhas nos últimos seis meses antecedentes ao estudo, fazer uso de outros
tratamentos para realinhamento postural e plantar e atuar na posição de goleiro.
De acordo com os critérios de inclusão, a amostra foi composta por 12 atletas e
dividida em dois grupos, o experimental e o controle. A escolha dos mesmos foi realizada por
sorteio.
3.3 MATERIAIS
Para a realização desta pesquisa foram utilizados os seguintes materiais:
a) Câmera digital 8.2 Mega pixels: para avaliação da postura dos atletas foi utilizada a
câmera, em uma altura de 0,86 cm numa distância de 2,70 metros de cada amostra. As
fotos foram realizadas em perfil ântero-posterior, perfil lateral direito e perfil póstero-
anterior.
b) Baropodômetro: é um aparelho que analisa as pressões plantares sobre uma plataforma
composta de sensores. Este aparelho visa mensurar e comparar as pressões desenvolvidas
nos diferentes pontos da região plantar tanto na posição em pé, estática, quanto na
marcha11
.
27
c) Palmilha proprioceptiva: é formada por peças podais muito finas que são colocados sob a
pele e músculos plantares. Estas peças fornecem informações ao sistema postural fino e
como resposta, o corpo produz um reequilíbrio postural através das reações reflexas
tônicas musculares, corrigindo desta forma as assimetrias posturais. A escolha destas
peças podais corretivas será feita em função da avaliação clínica com o intuito de
identificar a origem da disfunção10
.
d) Software para Avaliação Postural (SAPO): o software SAPO é um programa de
computador gratuito para avaliação postural, utilizado freqüentemente por profissionais de
saúde, para que possam mensurar a posição e alinhamento corporal dos indivíduos. O
SAPO, Software para Avaliação Postural, mensura essas propriedades por meio de
ângulos livres28
. Os ângulos avaliados nessa pesquisa foram: ângulo biacromial (figura 3),
ângulo maléolo-mastóide (Figura 4) e ângulo intra-maleolar (Figura 5).
28
Figura 3: Perfil AP e Ângulo biacromial.
Fonte: Pesquisa realizada pelas autoras, 2010.
29
Figura 4: Perfil lateral direito e ângulo maléolo-mastóide.
Fonte: Pesquisa realizada pelas autoras, 2010.
30
Figura 5: Perfil póstero-anterior e ângulo intermaleolar.
Fonte: Pesquisa realizada pelas autoras, 2010.
3.4 PROCEDIMENTOS PARA COLETA DE DADOS
Após a aprovação da pesquisa pelo Comitê de Ética em Pesquisa (CEP) da UNISUL,
Campus Regional Sul / Unidade Tubarão, tendo como código 10.015.4.08. III, pôde ser
iniciado o desenvolvimento da pesquisa datada no período de março a setembro de 2010.
A primeira etapa foi entrar em contato com os atletas, colocando de maneira clara e
objetiva os procedimentos da pesquisa. Após isso, foi entregue o Termo de Consentimento
Livre e Esclarecido (TCLE), como pode ser observado no ANEXO A, para que todos os
31
atletas assinassem e fizessem parte da pesquisa. Após a assinatura de todos foi dado início a
coleta de dados.
A pesquisa iniciou-se em março, na qual primeiramente, foram realizadas as fotos da
postura de cada atleta e a partir disso, as fotos foram analisadas no software SAPO. Após as
fotos, o grupo experimental realizou o exame de baropodometria para que pudesse ser
confeccionada uma palmilha proprioceptiva para cada atleta do grupo.
O tratamento utilizado nesse estudo foi por meio de palmilhas proprioceptivas que
atuam estimulando receptores neurais da região plantar. O tratamento permite constatar a
eficácia imediata da correção das assimetrias.
A pesquisa foi executada na clínica Escola de Fisioterapia da Universidade do Sul de
Santa Catarina - UNISUL, campus Tubarão. Para mensurar os desequilíbrios plantares foi
realizado uma consulta para cada atleta do grupo experimental, envolvendo os seguintes
exames: baropodometria, estabilometria, estatocinesiometria onde são analisados os pontos de
pressão, o gráfico estabilométrico e as oscilações corporais, respectivamente, para que
pudesse ser confeccionada a palmilha proprioceptiva para cada atleta.
No processo de confecção desta palmilha, inicialmente, é marcado a posição do
processo estilóide do quinto metatarso na plantigrafia. A realização da plantigrafia é feita
bilateralmente onde, a mesma, é contornada com o gabarito Podaly (figura 4) de acordo com o
paciente. As peças são desenhadas, cortadas e preparadas a partir da avaliação realizada com
o baropodômetro.
Figura 6: Gabarito Podaly.
Fonte: Manual de Podoposturologia.
A palmilha foi utilizada pelos participantes do grupo experimental nos períodos em
que os mesmos não estavam atuantes em treinos e jogos, totalizando seis meses de uso. Ao
final, foi realizada uma contagem de lesões e seus respectivos locais anatômicos de ocorrência
32
de ambos os grupos. E foram realizadas novamente as fotografias em AP, perfil lateral direito
e PA nos dois grupos e uma análise e comparação das médias do índice de lesões do grupo
experimental com o grupo controle.
3.5 PROCEDIMENTOS DE ANÁLISE DE DADOS
Os dados foram analisados sob a luz da estatística descritiva simples, utilizando a
freqüência absoluta comparando o grupo que recebeu a palmilha com o grupo que não a
recebeu.
3.6 LIMITAÇÕES DO ESTUDO
As principais limitações do presente estudo foram o reduzido número de atletas,
levando a dificuldade em realizar testes estatísticos e a limitada literatura disponível. Outra
limitação foi a desistência de dois atletas em participar da pesquisa, sendo um componente do
grupo experimental e o outro do grupo controle, devido a mudança de clube dos mesmos.
Muitos estudos anteriores usaram fotografias para medir a postura e ao realizar este
estudo foi possível constatar que existe uma dificuldade em identificar pontos ósseos em
fotografias, portanto o estudo ficou ligeiramente prejudicado por diminuição da fidedignidade
na colocação dos pontos no programa SAPO.
33
4 ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS DADOS
São apresentados neste capítulo os resultados e discussão sobre o estudo, relacionando
as avaliações e reavaliações da postura e lesões antes e após a aplicação da palmilha
proprioceptiva.
4.1 CARACTERIZAÇÃO DA AMOSTRA
De acordo com a metodologia da pesquisa, foram avaliados apenas dez atletas, pois
houve desistência de dois indivíduos sendo um do grupo experimental e outro do grupo
controle. Os atletas avaliados possuíam faixa etária de 20 a 30 anos. Com relação ao IMC
verificou-se que a média e desvio padrão do grupo experimental foi de 22,8 ± 2,7, e do grupo
controle foi de 22,6 ± 1,5. Com relação às posições, o grupo controle foi composto por 5 alas
(F,G,H,I,J) e o grupo experimental por 3 alas (B,C,D) , 1 pivô (E) e 1 fixo (A).
4.2 LESÕES
Foram registradas 8 lesões de um total de 10 atletas, sendo que 5 lesões foram do
grupo experimental e 3 lesões do grupo controle. Desses atletas, 6 sofreram 1 lesão, sendo 3
integrantes do grupo experimental e 3 do grupo controle, 1 atleta sofreu 2 lesões, sendo este
do grupo experimental. Apenas 3 atletas não sofreram nenhum tipo de lesão, sendo 1 atleta do
grupo experimental e 2 do grupo controle. Apenas um atleta do grupo experimental sofreu
uma lesão fora das atividades desportivas e um atleta do grupo controle foi submetido a
cirurgia de meniscectomia. A posição que mais sofreu lesões foi ala com 7 lesões, seguida da
posição pivô com 1 lesão.
A tabela 1 demonstra o número de lesões, a posição do atleta e período de ocorrência
das lesões do grupo experimental e controle. A tabela 2 destaca a atividade no momento da
lesão, mecanismo do trauma e tipo de lesão do grupo experimental e controle e a tabela 3 o
lado dominante, lado envolvido e tempo de afastamento do grupo experimental e controle.
34
Tabela 1: Lesões, posição e período das lesões do grupo experimental e
controle
Grupo Experimental Grupo Controle
Atletas Lesões Posição Período Atletas Lesões Posição Período
A 1 Ala Temporada F 1 Ala Temporada
B 1 Ala Temporada G 0 Ala X
C 2 Ala Temporada H 1 Ala Temporada
D 0 Ala X I 1 Ala Temporada
E 1 Pivô Temporada J 0 Ala X
Fonte: Pesquisa realizada pelas autoras, 2010.
Tabela 2: Atividade, mecanismo e tipo de lesão do grupo experimental e controle
Grupo Experimental Grupo Controle
Atletas Atividade Mecanismo Tipo Atletas Atividade Mecanismo Tipo
A Jogo Indireto Ruptura F Jogo Indireto Tendinite
B
Não
desportiva Indireto Entorse G X X X
C Treino/Jogo Indireto/Direto Entorse/Onicocriptose H Jogo Indireto Contratura
D X X X I Treino Indireto
Lesão de
menisco
E Treino Direto Contusão J X X X
Fonte: Pesquisa realizada pelas autoras, 2010.
Tabela 3: Lado dominante, lado envolvido e dias de afastamento
Grupo Experimental Grupo Controle
Atletas
Lado
Dominante
Lado
envolvido Afastamento Atletas
Lado
Dominante
Lado
envolvido Afastamento
A Esquerdo Direito 14 dias F Direito Direito 3 dias
B Esquerdo Direito 3 dias G X X X
C Direito
Direito e
Esquerdo 14 e 3 dias H Direito Esquerdo 2 dias
D X X X I Direito Direito 30 dias
E Direito Esquerdo 3 dias J X X X
Fonte: Pesquisa realizada pelas autoras, 2010.
Muitos fatores resultam nas variações da incidência de lesões de futsal, tais como o
nível de concorrência, nível de exposição, e definição de lesão. Estudos que compararam as
taxas de lesões entre futebol de salão e futebol de campo indicam que os jogadores de futsal
35
possuem 6,1 vezes mais lesões que os jogadores de futebol de campo com horas comparáveis
de tempo de jogo29
.
As maiores taxas de lesões no futsal podem ser atribuídas a vários fatores, tais como a
superfície de jogo, as colisões entre jogadores e as paredes limítrofes da quadra. Quanto a
análise da localização anatômica das lesões, os membros inferiores são responsáveis por 61%
a 80,9% de todas as lesões29
.
O tipo mais comum de lesão relacionada ao futebol não fatal é a contusão de tecidos
moles, assim como fraturas são relativamente incomuns, pois ocorrem com mais freqüência
na extremidade superior, representando apenas de 3,5% a 11% das lesões. As lesões nesta
modalidade resultantes do contato entre jogadores variam de 31% para 70,3%. A relação entre
as superfícies de jogo e as lesões não foram estudadas o suficiente para que se possa fazer
recomendações específicas sobre a segurança29
.
No presente estudo, um dos pontos observados foi o número elevado de jogadores que
sofreram algum tipo de lesão. Segundo Raymundo30
, isso se deve a presença de choques que
estão cada vez mais freqüentes e a exigência cada vez maior da capacidade física do atleta,
levando ao aumento do risco de lesões musculares, seja pelo excesso de treinos e jogos, ou
movimentos bruscos em curto intervalo de tempo.
A maior freqüência de lesões foi observada na posição ala, isso se deve ao número de
atletas que possuem essa posição nesse estudo. Em um estudo com atletas de futsal, revelou
que a posição com maior freqüência observada de lesões, foi nos jogadores de posição pivô
do time31
. Já no estudo de Murphy32
, revelou maior incidência de lesões em atacantes. Tendo
em vista que o tamanho da amostra desses estudos foi maior do que o nosso, acredita-se que
os resultados seriam mais consistentes caso tivéssemos investigado um número maior de
clubes ou atletas.
Apesar dos altos índices de lesões apresentadas nos resultados da pesquisa, esta
modalidade não pode ser considerada um esporte violento, pois ocorreram maior incidências
de lesões indiretas, concordando com a pesquisa semelhante realizada com uma equipe de
futsal, constatando que a maioria das lesões foram indiretas31
. Em um estudo com atletas de
futebol de campo foi registrada uma prevalência de lesões por traumas direto33
, e em uma
pesquisa realizada com atletas de futsal sub-20, observou-se que as lesões de contato foram
mais predominantes, o que contrariam com o resultado obtido nesse estudo24
.
Existe um consenso geral entre os pesquisadores que a incidência de lesão é maior
durante a competição do que em sessões de treinamento32
. No presente estudo, as atividades
que ocasionaram as lesões foram distribuídas, ou seja, 4 lesões ocorreram em jogo, 3 lesões
36
em período de treinamento e 1 lesão fora da atividade desportiva do atleta. Isso se deve a
intensidade dos jogos, onde nesse período de competição o atleta buscou o seu limite nas
atividades de treino e jogos31
. Para Porto34
, os jogos fora de casa apresentam um percentual
maior de lesões que pode ser atribuído ao estado psicológico do atleta, em virtude da pressão
exercida pela torcida local.
Em um estudo realizado com atletas de futsal de 7 equipes que disputaram a Divisão
Especial Catarinense, observou-se que a maior ocorrência de lesões aconteceram nos jogos
em casa (38,7%), seguidos dos jogos fora de casa (26,6%), treino tático (14,2%), treinamento
físico (10,2%), treinamento técnico (8,1%) e por último atividade recreativa (2%),
contrariando assim os dados observados nesta pesquisa33
.
Em relação ao predomínio da entorse de tornozelo principalmente na posição de ala,
segundo Malone, Mcpoil e Nitz35
, o entorse é causado por movimentos excessivos ou
anormais, essa tensão pode ser considerada uma força física que é importante aos tecidos
ligamentares, passando da normalidade, mas sem causar algum tipo de deformação.
Com objetivo de identificar a natureza da lesão, tipo de lesão entre outros, um estudo
com atletas de futsal sub-20, revelou uma prevalência de contusão (31,25%) e entorse
(28,12%)24
. Já em uma pesquisa semelhante foi observado um predomínio de contraturas com
47%, vindo a entorse por último com apenas 20% das lesões36
. No presente estudo houve uma
prevalência de 2 entorses, 1 ruptura muscular, 1 contratura de coxa, 1 tendinite de fibular, 1
lesão de menisco e 1 onicocriptose.
Vários estudos analisaram a relação entre o nível de habilidade e de lesão, no entanto,
os resultados são contraditórios. No que se diz respeito ao nível de habilidade, dois estudos
mostraram que os atletas com baixo nível de habilidade têm maior risco de lesão, e dois
relataram que os atletas em grupos de alto nível de habilidade estão em risco aumentado de
sofrer uma lesão. É difícil, no entanto, comparar os resultados destes estudos, que
investigaram diferentes modalidades esportivas e, portanto, provavelmente tem diversos
critérios para agrupar os níveis de habilidade32
.
Os grupos de maior nível de habilidade podem jogar em uma intensidade mais
agressiva do que os níveis de qualificação mais baixos, aumentando assim o risco de lesões.
Nesse estudo pode-se observar que os atletas que sofreram lesão foram convocados a
participar em um maior número e tempo de jogos, portanto são os atletas que estão mais
expostos, o que favorece a uma maior propensão a lesões32
.
Em alguns esportes, a perna dominante pode estar em risco aumentado de lesão, pois é
preferencialmente usado para chutar, empurrar, saltar, ou o desembarque. No entanto, a
37
associação entre a dominância do membro e lesão é controverso. Vários estudos de fatores de
risco têm relatado que a dominância dos membros tem um efeito sobre a lesão. Estudos com
atletas universitários de modalidades distintas demonstraram que a perna esquerda dominante
era mais propensa a sofrer entorse de tornozelo do que com atletas que possuiam a perna
direita dominante32
.
Em contrapartida, em uma pesquisa com jogadores de futebol, revelou não haver
efeito da dominância de membros em lesões graves e sem contato no joelho e tornozelo29
. No
presente estudo foi observado que dos atletas que sofreram lesão, 2 indivíduos sofreram lesão
no membro dominante, 1 sofreu lesão nos dois membros e 5 sofreram lesão no lado não-
dominante, o que corrobora com a literatura pesquisada.
4.3 POSTURA
Em nossa pesquisa a postura foi avaliada através dos ângulos biacromial, maléolo-
mastóide, e inter-maleolar, por meio de fotografias com software SAPO. Os ângulos foram
medidos individualmente e quantificados.
4.3.1 Ângulo Biacromial
Para a mensuração do ângulo biacromial foi utilizada o perfil AP e posicionado um
ponto para cada acrômio do atleta no programa SAPO. Desta forma quando há uma elevação
do ombro direito o valor do ângulo se torna positivo e quando há uma elevação do ombro
esquerdo o valor deste ângulo torna-se negativo. Sendo que, o valor estimável para que se
tenha um alinhamento corporal adequado deve ser igual a zero.
Analisando o ângulo biacromial do grupo experimental pelo gráfico 1, pode-se
perceber que 2 atletas (B e C) diminuíram o valor deste ângulo, mas mantiveram o ombro
esquerdo elevado na avaliação e reavaliação. Da mesma forma o atleta D diminuiu o valor do
ângulo, mas manteve o ombro direito elevado na avaliação e reavaliação. Em contrapartida, o
atleta A aumentou o valor do ângulo e manteve-se com o ombro direito elevado na avaliação
38
e reavaliação. E o atleta E aumentou o valor do ângulo, sendo que na avaliação possuía o
ombro esquerdo elevado e na reavaliação apresentou o ombro direito elevado.
Gráfico 1: Ângulo biacromial do grupo experimental na avaliação e reavaliação.
Fonte: Pesquisa realizada pelas autoras, 2010.
Analisando o ângulo biacromial do grupo controle pelo gráfico 2, pode-se perceber
que 2 atletas (H e J) diminuíram o valor deste ângulo, mas mantiveram o ombro esquerdo
elevado na avaliação e reavaliação. Já o atleta F aumentou o valor do ângulo e manteve-se
com o ombro esquerdo elevado na avaliação e reavaliação. Em contrapartida, os atletas G e I
aumentaram o valor do ângulo e mantiveram-se com o ombro direito elevado na avaliação e
reavaliação.
Nos esportes, o treinamento intenso e repetitivo proporciona a hipertrofia muscular e a
diminuição da flexibilidade, levando a um desequilíbrio entre a musculatura agonista e
antagonista, favorecendo a instalação de alterações posturais24
.
A literatura revela que o corpo oscila na posição ortostática mesmo o indivíduo
estando parado, portanto qualquer alteração no alinhamento corporal irá influenciar
diretamente no centro de gravidade. Devido a essa oscilação, indivíduos normais têm uma
distribuição de peso assimétrico, ou seja, transferem seu peso para a uma de suas
extremidades inferiores. Quando a base de apoio é reduzida, diminui também a estabilidade
na postura ortostática. Se o peso do corpo é suportado principalmente em uma extremidade
inferior, a base de apoio se torna ainda menor o que contribui para um aumento do
desalinhamento corporal e consequentemente uma alteração do ângulo biacromial37
.
PRÉ PÓS
A 0,4 1,5
B -4 -1,4
C -5,5 -3,2
D 0,8 0,2
E -1,8 2,4
-6-5-4-3-2-10123
Ân
gulo
bia
cro
mia
l (gr
aus)
39
Gráfico 2: Ângulo biacromial do grupo controle na avaliação e reavaliação.
Fonte: Pesquisa realizada pelas autoras, 2010.
Segundo Kendall38
, a postura padrão é aquela que envolve uma quantidade mínima de
esforço e sobrecarga, conduzindo à eficiência máxima do corpo. Na postura padrão, em vista
anterior os ombros devem ser de igual altura, assim como as clavículas.
Junto a isso, Bricot3 define a postura no plano frontal como um alinhamento perfeito
entre as pupilas, entre os dois tragus, os dois mamilos, entre os dois ossos estilóides, a cintura
escapular e a cintura pélvica.
O mesmo autor também considera que no plano frontal, geralmente indivíduos destros,
o ombro esquerdo é o mais alto e nos indivíduos canhotos acontece o contrário e que as
exceções correspondem a distúrbios de lateralidade3. Esse estudo corroborou com a idéia de
Bricot no que se refere ao ombro contralateral ser mais alto do ombro do membro dominante
em cinco atletas. No restante não houve essa relação.
Portanto pode-se concluir que nossos achados corroboram com a literatura, pois os
atletas possuem as alterações acima citadas.
4.3.2 Ângulo maléolo-mastóide
Para a mensuração deste ângulo foi utilizada a fotografia no perfil lateral direito e
posicionado um ponto no processo mastóide e outro ponto no maléolo lateral do atleta no
PRÉ PÓS
F -0,3 -0,5
G 0,6 1
H -1,7 -0,7
I 0,4 0,8
J -3,2 -0,8
-3,5-3
-2,5-2
-1,5-1
-0,50
0,51
1,5
Ân
gulo
bia
cro
mia
l (gr
aus)
40
programa SAPO. Desta forma quando há um deslocamento anterior do tronco o valor do
ângulo é positivo e quando há um deslocamento posterior do tronco o valor do ângulo torna-
se negativo. Sendo que o valor estimável para que se tenha um alinhamento corporal
adequado deve ser igual a zero.
Com relação ao ângulo maléolo-mastóide, pelo gráfico 3 pode ser observado que no
grupo experimental todos os atletas possuem deslocamento anterior do tronco, sendo que três
deles aumentaram o valor dessa medida e dois diminuíram.
Gráfico 3: Ângulo maléolo-mastóide do grupo experimental na avaliação e
reavaliação.
Fonte: Pesquisa realizada pelas autoras, 2010.
Como pode ser observado no gráfico 4, todos os atletas do grupo controle possuem
deslocamento anterior do tronco e aumentaram o valor desse ângulo.
Para Kendall38
, em perfil lateral, o alinhamento é baseado na representação de uma
linha de referência que, na postura ideal, passa ligeiramente anterior ao maléolo lateral da
fíbula, ligeiramente anterior ao centro da articulação do joelho, levemente posterior à
articulação do quadril; aproximadamente no meio do tronco, através da articulação do ombro
(desde que os braços pendam em alinhamento normal em relação ao tórax), através dos corpos
das vértebras cervicais e através do lóbulo da orelha.
41
Gráfico 4: Ângulo maléolo-mastóide do grupo controle na avaliação e reavaliação.
Fonte: Pesquisa realizada pelas autoras, 2010.
Em um estudo com atletas de diversas modalidades observou-se que os atletas com
maior flexibilidade deslocavam mais anteriormente o tronco, cabeça e ombros e isso pode ser
devido ao excesso de movimento nas articulações nos membros inferiores e pelve ou, ainda, a
um déficit de força muscular, porém esses dados não foram comprovados cientificamente.
Entende-se que o equilíbrio postural e sua correção são dinâmicos e dependem, além da
flexibilidade, de outros fatores como, força muscular, coordenação, estímulos sensório-
motores entre outros37
.
O aumento do ângulo maléolo-mastóide, ou seja, a queda anterior do busto e cabeça é
considerada, um desequilíbrio específico e freqüente
3. O indivíduo apresenta então um plano
escapular anterior, mas a massa cefálica é mais anterior ainda, com o centro de gravidade
completamente deslocado para frente. Este desequilíbrio será acompanhado a pressões ao
nível das massas paravertebrais, que serão obrigadas a compensar esse deslocamento.
Outros estudos alegam que quando o centro de gravidade (CG) é um pouco anterior ao
eixo articular do joelho e posterior ao do quadril, estas articulações permanecem estáveis por
causa das restrições ligamentares e musculares. Portanto, como foi dito anteriormente, para se
ter um alinhamento neutro a postura sofre alterações com o intuito de minimizar esforço
muscular e gasto energético37
. Os achados neste estudo corroboraram com a literatura
pesquisada, pois certos padrões posturais ocorreram em ambos os grupos, onde foi possível
observar uma anteriorização do tronco em todos os atletas.
42
4.3.3 Ângulo intermaleolar esquerdo
Para a realização da mensuração dos ângulos intermaleolar esquerdo e direito foi
utilizada a fotografia em perfil posterior e posicionado um ponto no processo maléolo lateral e
outro ponto no maléolo medial nos dois tornozelos do atleta no programa SAPO, resultando
em quatro pontos e dois ângulos. Desta forma mensuramos a diferença entre a altura da tíbia e
fíbula para que se torne possível a comparação com os valores estimáveis. O valor estimável
para que se tenha um alinhamento intermaleolar adequado deve ser igual 12 graus.
Analisando o ângulo intermaleolar esquerdo no gráfico 5, o grupo experimental
apresentou quatro atletas que diminuíram o valor dessa medida e um atleta aumentou.
Gráfico 5: Ângulo intermaleolar esquerdo do grupo experimental na avaliação e
reavaliação.
Fonte: Pesquisa realizada pelas autoras, 2010.
No grupo controle dois atletas diminuíram o valor dessa medida e três atletas
aumentaram, conforme pode ser observado no gráfico 6:
43
Gráfico 6: Ângulo intermaleolar esquerdo no grupo controle na avaliação e
reavaliação.
Fonte: Pesquisa realizada pelas autoras, 2010.
4.3.4 Ângulo intermaleolar direito
Analisando o gráfico 7, o grupo experimental apresentou quatro atletas que
aumentaram o valor dessa medida e um atleta que diminuiu o valor dessa medida.
Já no grupo controle dois atletas aumentaram o valor dessa medida e três atletas
diminuíram, conforme pode ser observado no gráfico 8.
De acordo com Kendall38
, na vista posterior, a avaliação da postura também se baseia
em uma linha imaginária que começa no meio do caminho entre os calcanhares, estende-se
para cima entre os membros inferiores e passa pela linha média da pelve, coluna e cabeça.
De acordo com os achados dos ângulos nesse estudo, podemos observar a alteração em
anteriorização do tronco na postura dos atletas e, com isso, pode-se haver uma compensação
da cabeça e tornozelo para manter o equilíbrio, levando a adoções de posturas que os
favoreçam em relação a sua posição e modalidade em que jogam37
.
Padrões de movimento na posição ortostática ocorrem no corpo inteiro para controlar a
postura. Esses padrões posturais demonstraram que os indivíduos adaptaram uma postura
anteriorizada e uma alteração dos ângulos intermaleolares durante o ortostatismo. Este achado
44
pode ser devido à massa do tronco ser relativamente maior, sugerindo que todo organismo
utiliza padrões de movimentos para manter-se estável37
.
Gráfico 7: Ângulo intermaleolar direito do grupo experimental na avaliação e
reavaliação.
Fonte: Pesquisa realizada pelas autoras, 2010.
Gráfico 8: Ângulo intermaleolar direito do grupo controle na avaliação e
reavaliação.
Fonte: Pesquisa realizada pelas autoras, 2010.
45
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
O futsal é um esporte de grande impacto nas estruturas osteomioarticulares, e exige do
atleta o uso constante e compulsório de seus membros inferiores, além de ser utilizado para
todos os movimentos fundamentais do futsal, e por isso, acaba sofrendo um processo de
desgaste levando ao comprometimento do rendimento e a ocorrência de lesões.
Nosso estudo verificou a existência de alterações posturais e lesões
osteomioarticulares nos jogadores de futsal. Inferimos que, talvez as alterações posturais
estejam relacionadas às leões, devido ao fato que os atletas necessitam de cargas extras para
realizarem os movimentos ágeis, velozes e precisos que são necessários.
Foi possível observar que o lado dominante possuiu menor número de lesões e que
estas ocorrem principalmente em jogos e de forma indireta, o que indica que o atleta ao
competir e fazer maior uso de suas habilidades faz com que aumentem seu risco de lesão.
Em geral, foi possível concluir que a aplicação da palmilha proprioceptiva durante o
período de seis meses não influenciou de forma importante no número de lesões e na postura
dos atletas de futsal.
Sendo assim, sugere-se que se façam mais estudos com a utilização da palmilha
proprioceptiva e que possuam uma amostragem maior, com mais avaliações
baropodométricas e, se necessário, reajustes da palmilha. Também fica a sugestão de que se
realizem mais estudos que analisem a correlação entre o alinhamento corporal e o índice de
lesões em atletas de futsal.
Acredita-se na suma importância da intervenção da fisioterapia, com objetivo de
realizar um trabalho de prevenção com atletas, reduzindo os índices de alterações posturais e
lesões estruturais a longo prazo, pois com uma reabilitação adequada do atleta os benefícios
são evidentes, pois ira melhorar o desempenho e redução do tempo de afastamento deste
atleta.
46
REFERÊNCIAS
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Bioengenharia; 2006.
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7 Whiting WC, Zernicke RF. Biomecânica da lesão musculoesquelética. Rio de Janeiro:
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8 Selistre LFA, Taube OLS, Ferreira LMA, Barros JEA. Incidência de lesões nos jogadores
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47
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27 Gil AC. Como elaborar projetos de pesquisa. 3ªed. São Paulo: Atlas; 2002.
28 Pasqual AM, Zanardi AF, Luis AS. Software para Avaliação Postural. [Internet].
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29 Steven JA, et al. Injuries in Youth Soccer: A Subject Review. Pediatrics [Internet]. 2000
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capacidade física em atletas profissionais de futebol durante uma temporada. Rev. Bras. Ort.
[Internet]. Jun. 2005. Disponível em:
http://www.rbo.org.br/materia.asp?mt=1670&idIdioma=1
31 Costa CN. Retrospectivo: perfil de lesões nos atletas da equipe futsal da unisul em 2005.
2005. Trabalho de Conclusão de Curso (Curso em Fisioterapia) - Universidade do
Sul de Santa Catarina
32 Murphy DF, Connolly DAJ, Beynnon BD. Risk factors for lower extremity injury: a
review of the literature. Br J Sports Med 2003;37:13–29. Disponível em:
http://bjsm.bmj.com/content/37/1/13.full
33 Nascimento MA. Padronização e prevalência das lesões musculares nos atletas de futebol
profissional do Figueirense Futebol Clube, Florianópolis, Santa Catarina, no período de
janeiro de 2004 a dezembro de 2004. 2005. Trabalho de Conclusão do Curso (Curso de
Medicina) - Universidade do Sul de Santa Catarina.
34 Porto F. Incidência de distensões musculares em atletas de futsal da Unisul. Monografia
apresentada ao curso de fisioterapia – Universidade do Sul de Santa Catarina, 2004.
49
35 Malone T, Mcpoil TG, Nitz AJ. Fisioterapia em ortopedia e medicina no esporte. 3. ed.
São Paulo: Santos, 2000. 633 p.
36 Fernandes F. Análise das lesões ocorridas durante a pré temporada de 2007 da equipe de
futsal da UNISUL. 2007. Trabalho de Conclusão do Curso (Curso de Fisioterapia).
37 Danis CG, Krebs DE, Gill-Body KM, Sahrmann S. Relationship Between Standing
Posture and Stability. Phys Ther. 1998; 78 (5): 502-517.
38 Kendall FP, Mccreary, EK. Músculos: provas e funções. 3. ed. São Paulo: Manole, 1987.
50
ANEXO
51
ANEXO A
Termo de consentimento livre e esclarecido - TCLE
52
UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA – UNISUL
COMISSÃO ÉTICA EM PESQUISA – CEP UNISUL
TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO – TCLE
Título do Projeto: Os efeitos da palmilha proprioceptiva nas lesões desportivas de membros
inferiores em atletas de Futsal.
Objetivos e finalidades do Projeto: Analisar os efeitos da palmilha proprioceptiva na
prevenção de lesões desportivas de membros inferiores em atletas de futsal da Unisul.
Responsável pelo Projeto: Prof. Orientador: Kelser de Souza Kock
E-mail: [email protected]
Esclarecimentos ao voluntário:
O voluntário será submetido a uma avaliação postural e fotografado na Clínica Escola de
Fisioterapia.
O voluntário será submetido a um exame que mensura as pressões do pé, realizado na clínica
Pró-Vida de Tubarão.
O voluntário que participar deste estudo não será submetido a nenhum procedimento invasivo,
doloroso ou que a exponha a qualquer tipo de risco biológico. Contudo, poderá contribuir com
os avanços da pesquisa científica;
O período de participação será de março a setembro de 2010.
O voluntário estará assegurado quanto ao direito de recusar a participar da avaliação
fisioterapêutica, sem dar maiores explicações ou justificativas para as pesquisadoras.
O voluntário ficará assegurado de que o material e informações obtidas relacionadas à ele
podem ser publicados em aulas, congressos, eventos científicos, palestras ou periódicos
científicos. Porém, o voluntário não deve ser identificado, por nome ou qualquer outra forma.
Os voluntários não deverão receber nenhum valor em direito e nem deverá ter qualquer
despesa para participar do estudo, sendo este caráter totalmente gratuito.
53
CONSENTIMENTO DA PARTICIPAÇÃO DA PESSOA COMO SUJEITO
Eu,___________________________________________, com número de
RG:____________________ e CPF:______________________, concordo com a participação
no estudo: “Os efeitos da palmilha proprioceptiva nas lesões desportivas de membros
inferiores em atletas de Futsal”. Fui devidamente informado (a) e esclarecido (a) pelo (s)
pesquisador (es) ______________________________________________________________
sobre a pesquisa, os procedimentos nela envolvidos, assim como os possíveis riscos e
benefícios decorrentes de minha participação. Foi-me garantido que posso retirar meu
consentimento a qualquer momento, sem que isto leve a qualquer penalidade ou interrupção
de meu acompanhamento/ assistência/tratamento.
Local e data: __________________________________________________________.
Nome e Assinatura do sujeito ou responsável:_________________________________.