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UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA LARISSA SILVA PEREIRA PERFIL MOTOR DAS CRIANÇAS ENTRE 2 E 11 ANOS MATRICULADAS NA ASSOCIAÇÃO DE PAIS E AMIGOS DOS EXCEPCIONAIS - APAE DE IMBITUBA-SC Tubarão 2010

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UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA

LARISSA SILVA PEREIRA

PERFIL MOTOR DAS CRIANÇAS ENTRE 2 E 11 ANOS MATRICULADAS NA

ASSOCIAÇÃO DE PAIS E AMIGOS DOS EXCEPCIONAIS - APAE DE IMBITUBA-SC

Tubarão

2010

2

LARISSA SILVA PEREIRA

PERFIL MOTOR DE CRIANÇAS ENTRE 2 E 11 ANOS MATRICULADAS NA A

ASSOCIAÇÃO DE PAIS E AMIGOS DOS EXCEPCIONAIS - APAE DE IMBITUBA-SC

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado no Curso de Fisioterapia da Universidade do Sul de Santa Catarina, como requisito à obtenção de grau de Bacharel.

Orientadora: Prof. M.Sc. Fabiana Durante de Medeiros

Tubarão

2010

3

LARISSA SILVA PEREIRA

PERFIL MOTOR DE CRIANÇAS ENTRE 2 E 11 ANOS MATRICULADAS NA A

ASSOCIAÇÃO DE PAIS E AMIGOS DOS EXCEPCIONAIS - APAE DE IMBITUBA-SC

Este Trabalho de Conclusão de Curso foi julgado adequado à obtenção do título de Bacharel em Fisioterapia e aprovado em sua forma final pelo Curso de Fisioterapia da Universidade do Sul de Santa Catarina.

Tubarão, 18 de novembro de 2010.

______________________________________________ Prof. Orientadora M.Sc. Fabiana Durante de Medeiros

Universidade do Sul de Santa Catarina

_________________________________ Prof.M.Sc. Rodrigo da Rosa Iop

Universidade do Sul de Santa Catarina

________________________________ Esp. Martha Goretti Maciel Flôr

4

DEDICATÓRIA

Dedico este trabalho à minha família, em

especial a minha mãe por todo sacrifício feito

e apoio dado em todos os momentos. E todas

as pessoas que acreditaram e me apoiaram

para a realização deste estudo.

5

AGRADECIMENTOS

Agradeço primeiramente a Deus por estar sempre comigo me dando forças nos

momentos mais difíceis e por mais esta conquista realizada.

A minha mãe Nalú Silva de Oliveira por todo amor, dedicação, confiança,

compressão, paciência, e pela educação dada, pois tudo o que sou devo a ela, que ajudou a

concretizar meu sonho, que confiou plenamente em mim e que com certeza é merecedora desta

vitória. Também a minha irmã Camila e meu sobrinho Gabriel por todos os momentos de

carinho, companheirismo, confiança e apoio em todas as horas, foram essenciais para a realização

deste estudo. Amo vocês.

Agradeço ao meu namorado José Luiz pelo apoio, paciência, carinho, por ter me

aturado nos momentos de loucuras, e que esteve sempre do meu lado, acreditando no meu

potencial.

Agradeço a toda minha família que, acreditou e torceu por mim, que entenderam

minhas ausências, e que estiveram sempre do meu lado, em especial meu avô Pedro por ser um

grande exemplo em minha vida.

Agradeço a minha orientadora Professora Fabiana Durante de Medeiros por ter

aceitado o convite de orientar este estudo, por sua competência, dedicação e por estar sempre

disposta a esclarecer minhas dúvidas.

Ao professor Rodrigo da Rosa Iop pela sua humildade, por sempre transmitir seus

ensinamentos, na qual contribuiu para este estudo, além de ser um grande amigo.

Agradeço a banca examinadora por terem aceitado o convite.

Aos meus amigos de faculdade, por todo apoio, força e amizade, que fizeram parte da

minha vida durante quatro anos, pelos momentos de desesperos e pelos momentos de festas, que

com certeza foram momentos maravilhosos que nunca serão esquecidos.

A Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais de Imbituba pelas “portas abertas”

ao me receber, e pela colaboração neste estudo.

A todos os meus amigos que me apoiaram durante esses anos e acreditaram que eu

chegaria ao fim.

6

Enfim, agradeço a todos que de uma forma ou de outra me ajudaram para a realização

deste estudo, e que estiveram presente nesta história, a todos vocês de coração o meu MUITO

OBRIGADO!

7

RESUMO

O desenvolvimento motor é a contínua alteração no comportamento do ser humano ao longo do

ciclo da vida, proporcionada pela integração entre as necessidades da tarefa biológica e as

condições do ambiente em que se encontra o indivíduo. Assim o presente estudo teve por

objetivo analisar o perfil motor das crianças entre 2 e 11 anos matriculadas na APAE de Imbituba

– SC. Foram avaliadas 7 crianças, sendo 4 do gênero feminino e 3 do gênero masculino. Para a

realização dos testes motores utilizou-se a Escala de Desenvolvimento Motor – EDM (ROSA

NETO, 2002), sendo as áreas avaliadas motricidade fina e global, equilíbrio, esquema corporal,

organização espacial e temporal, lateralidade. Para a análise dos dados foi utilizado o software da

escala de desenvolvimento motor com o intuito de avaliar a variação dos padrões motores dos

grupos pertencentes à amostra, sendo empregado à estatística descritiva, a qual analisa a

frequência simples e percentual, analisa a variância, desvio padrão, valor mínimo, máximo e

mediana. Os resultados desta pesquisa indicaram que as crianças da APAE de Imbituba – SC

mostraram-se dentro de um perfil motor, considerado normal médio. A pesquisa ainda revela as

habilidades e deficiências motoras encontradas, sendo que a área da “motricidade global” obteve

melhores resultados, e a área “esquema corporal e organização temporal” percebeu-se maior

dificuldade. Na “organização espacial” apresentaram dificuldades no entendimento das

atividades. Esta pesquisa deixa claro que é importante a presença de um fisioterapeuta na APAE,

pois o mesmo ira detectar possíveis problemas de ordem motora, intervindo de maneira benéfica

ao aprimoramento de habilidades motoras, além de poder contribuir para o processo de

desenvolvimento global das crianças.

Palavras-Chave: Crianças. Perfil Motor. Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais.

8

ABSTRACT

Motor development is the continual change in human behavior throughout the life cycle,

provided by integration between the biological needs of the task and environmental conditions in

which it is the individual. Therefore this study aimed to examine the motor profile of children

between 2 and 11 years enrolled in APAE Imbituba - SC. We evaluated 7 children, being

composed of four females and three males. For the realization of motor tests used the Motor

Development Scale - EDM (ROSA NETO, 2002), and areas assessed fine motor skills and

overall balance, body scheme, spatial and temporal organization, handedness. For data analysis

software was used RANGE OF ENGINE DEVELOPMENT order to evaluate the variation of the

motor patterns of the groups belonging to the sample being used descriptive statistics, which

analyzes the simple frequency and percentage, it analyzes the variance, deviation default,

minimum, maximum and median. These results indicated that children APAE Imbituba - SC

were within a profile engine, seen in normal medium. The research reveals the skills and motor

deficiencies found, and the area global motricity that worked best, and the area “body structure

and temporal organization perceived to be greater difficulty in performing activities. In the

"spatial organization" only had difficulties in understanding the activities. This research makes

clear that it is important the presence of a physiotherapist in APAE because in this way will

detect potential problems in motor, operating in a manner beneficial to the improvement of motor

skills and could contribute to the overall development of children.

Keywords: Children. Profile Motor. Parents and Friends Association

9

LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 1 - Classificação geral do perfil motor ...............................................................59

Gráfico 2 - Comparação dos índices de idades cronológicas e motoras..............................60

10

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 – Perfil dos participantes ................................................................................58

11

LISTA DE ABREVIATURAS

APAE – Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais

OMS – Organização Mundial de Saúde

EDM - Escala de Desenvolvimento Motor

IM: Idade motora

IC: Idade cronológica

IMG: Idade motora geral

QMG: Quociente motor geral

IN / IP: Idade negativa ou positiva

IM1: Idade motora 1

IM2: Idade motora 2

IM3: Idade motora 3

IM4: Idade motora 4

IM5: Idade motora 5

IM6: Idade motora 6

QM1: Quociente motor 1

QM2: Quociente motor 2

QM3: Quociente motor 3

QM4: Quociente motor 4

QM5: Quociente motor 5

QM6: Quociente motor 6

12

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO .............................................................................................................. 15

2 DESENVOLVIMENTO MOTOR ................................................................................ 18

2.1 HISTÓRICO ................................................................................................................. 18

2.2 CONCEITO .................................................................................................................. 18

2.3 CARACTERÍSTICAS DO DESENVOLVIMENTO MOTOR.................................... 21

2.4 FASES DO DESENVOLVIMENTO MOTOR .... ........................................................22

2.5 ETAPAS DO DESENVOLVIMENTO MOTOR...........................................................24

2.5.1 Motricidade fina.........................................................................................................25

2.5.2 Motricidade global.....................................................................................................26

2.5.3 Equilíbrio....................................................................................................................26

2.5.4 Esquema corporal......................................................................................................27

2.5.5 Organização espacial.................................................................................................28

2.5.6 Organização temporal...............................................................................................29

2.5.7 Lateralidade................................................................................................................30

2.5.8 Linguagem..................................................................................................................31

2.6 ATRASO DO DESENVOLVIMENTO MOTOR..........................................................32

2.7 EPIDEMIOLOGIA DO DESENVOLVIMENTO MOTOR..........................................33

2.8 ETIOLOGIA DO DESENVOLVIMENTO MOTOR.....................................................33

2.8.1 Fatores Intrínsecos que interferem no desenvolvimento motor.............................33

2.8.2 Fatores Ambientais que interferem no desenvolvimento motor............................34

2.8.3 Fatores da Tarefa Física que interferem no desenvolvimento motor....................34

2.9 HISTÓRICO DA ASSOCIAÇÃO DE PAIS E AMIGOS DOS EXCEPICIONAIS (APAE)

DE IMBITUBA.....................................................................................................................35

2.10 ESCALA DE DESENVOLVIMENTO MOTOR.........................................................35

2.11 TESTE MOTOR...........................................................................................................35

2.12 PROVA MOTORA.......................................................................................................36

2.13 PERFIL MOTOR..........................................................................................................36

13

3 DELINEAMENTO DA PESQUISA...............................................................................37

3.1 TIPO DE PESQUISA......................................................................................................37

3.2 MATERIAL....................................................................................................................37

3.3 MÈTODO........................................................................................................................39

3.3.1 Motricidade fina.........................................................................................................39

3.3.2 Motricidade global.....................................................................................................42

3.3.3 Equilíbrio....................................................................................................................43

3.3.4 Esquema corporal......................................................................................................45

3.3.5 Organização espacial.................................................................................................47

3.3.6 Organização temporal...............................................................................................50

3.3.7 Lateralidade................................................................................................................52

3.3.8 Definição dos termos..................................................................................................53

3.4 PROCEDIMENTOS PARA COLETA DE DADOS......................................................54

3.5 POPULAÇÃO/AMOSTRA............................................................................................55

3.6 PROCEDIMENTOS PARA ANÁLISE DE DADOS....................................................55

3.7 ASPECTOS ÉTICOS DA PESQUISA...........................................................................56

4 ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS DADOS......................................................................57

4.1 CARACTERIZAÇÃO DA AMOSTRA.........................................................................57

4.2 PERFIL MOTOR............................................................................................................58

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS..........................................................................................63

6 REFERÊNCIAS ..............................................................................................................64

ANEXOS..............................................................................................................................67

ANEXO A – Ficha de avaliação da EDM............................................................................68

ANEXO B –Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE)....................................70

ANEXO C – Labirinto .........................................................................................................73

ANEXO D – Prova de imitação de gestos simples/mãos......................................................75

14

ANEXO E – Prova de imitação de gestos simples/braços....................................................77

ANEXO F – Prova de rapidez...............................................................................................79

ANEXO G – Prova de organização espacial/tabuleiro posição normal................................81

ANEXO H – Prova de organização espacial/tabuleiro posição invertida.............................83

ANEXO I – Prova dos palitos...............................................................................................85

ANEXO J – Jogo de paciência..............................................................................................87

ANEXO K – Direita e esquerda/conhecimento sobre si.......................................................89

ANEXO L – Execução de movimentos................................................................................91

ANEXO M – Direita e esquerda/reconhecimento sobre o outro..........................................93

ANEXO N– Lateralidade das mãos......................................................................................95

ANEXO O– Lateralidade dos olhos.....................................................................................97

ANEXO P– Lateralidade dos pés.........................................................................................99

15

1 INTRODUÇÃO

A Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (APAE) é considerada uma escola

que atende as necessidades de pessoas portadoras de deficiência mental, tendo como objetivo

principal à inclusão deste no meio social e escolar.

A deficiência mental é um termo usado quando uma pessoa apresenta certas

limitações no seu nível de funcionamento mental e físico, e com o desempenho de tarefas como

as de comunicação, cuidado pessoal e também relacionamento social. Onde pode provocar maior

lentidão na aprendizagem e no desenvolvimento dos indivíduos.

Sobre a etiologia da deficiência mental deve-se ter em conta que diversos fatores às

vezes, coexistem para seu aparecimento, estando entre estas, as causas biológicas, sociais,

psicológicas e educativas que podem atuar individualmente ou em conjunto em um indivíduo

que, dependendo de sua capacidade adaptativa, reage com maior ou menor grau de

comprometimento.

É de extrema importância que se estabeleça à etiologia da deficiência mental, visando

prevenir eventuais distúrbios orgânicos que possam vir associados, instituindo precocemente,

intervenções que possibilitem minimizar a deficiência mental. Esses eventuais distúrbios

orgânicos podem levar a alterações no desenvolvimento motor.

O desenvolvimento motor é considerado como um processo sequencial, contínuo e

relacionado à idade cronológica, pelo qual o ser humano adquire uma enorme quantidade de

habilidades motoras, as quais progridem de movimentos simples e desorganizados para a

execução de habilidades motoras altamente organizadas e complexas1.

Desenvolvimento motor é a contínua alteração no comportamento motor ao longo do

ciclo da vida, proporcionada pela interação entre as necessidades da tarefa, a biologia do

indivíduo e as condições do ambiente2.

É um processo de alterações no nível de funcionamento de um indivíduo, onde uma

maior capacidade de controlar movimentos é adquirida ao longo do tempo. Esta contínua

alteração no comportamento ocorre pela interação entre as exigências da tarefa (físicas e

mecânicas), a biologia do indivíduo (hereditariedade, natureza e fatores intrínsecos, restrições

16

estruturais e funcionais do indivíduo) e o ambiente (físico e sócio-cultural, fatores de

aprendizagem ou de experiência), caracterizando-se como um processo dinâmico no qual o

comportamento motor surge das diversas restrições que rodeiam o comportamento³.

O desenvolvimento motor acontece de forma individual onde cada criança possui

suas próprias percepções através de uma relação com imagem do corpo, sendo muito associada

com o desenvolvimento das percepções do mundo em que vivem4.

O desenvolvimento motor inclui mudanças relacionadas à idade tanto na postura

quanto no movimento, dois ingredientes básicos do comportamento motor. As causas do

desenvolvimento motor são muitas, tanto um sistema do corpo quanto um sistema ambiental

específico interage de um modo complexo e fascinante para realizar mudanças no

comportamento motor5.

O portador de deficiência motora é um indivíduo, cujas capacidades físicas tornam-se

inferiores aquelas da média. A reeducação e a nova adaptação funcional têm como objetivo de

permitir-lhe uma existência o máximo permissível e de chegar, no possível, a uma autonomia

física, psicológica e sócio-econômica. Porém é necessário e importante analisar o perfil motor

desses indivíduos. Por esse ser um método precursor do tratamento almejado, ou seja, é a partir

dos resultados obtidos com a análise do perfil motor que se irá traçar qual tratamento é mais

indicado ou eficiente para cada indivíduo portador de necessidades especiais, tem-se o seguinte

questionamento: qual o perfil motor das crianças de 2 a 11 anos matriculadas na APAE de

Imbituba – SC?

O conhecimento sobre o desenvolvimento motor é tão importante para aqueles que

trabalham com adultos jovens ou idosos quanto para aqueles que trabalham com crianças ou

adolescentes. Entender como se consegue controlar a postura e os movimentos por meio da

aquisição de habilidades que são parte de nossa vida diária é uma informação útil para terapeutas

em todos os tipos de prática. O que sabemos sobre as mudanças do desenvolvimento em um

período de vida pode ser usado para ajudar indivíduos em todas as idades.

O fisioterapeuta precisa obter noções e conhecimentos claros sobre o

desenvolvimento, para poder avaliar o lactente ou a criança, sabendo identificar as características

individuais do desempenho para que possa avaliar as capacidades e respostas diante de certos

estímulos que podem ser esperados em determinada idade5.

17

Portanto essa pesquisa irá contribuir para que pais e funcionários da APAE de

Imbituba - SC saibam da importância do conhecimento do perfil motor de crianças portadoras de

deficiência motora, possibilitando assim, um tratamento mais indicado ou eficiente para cada

indivíduo.

Esta pesquisa tem como objetivo geral analisar o perfil motor das crianças entre 2 e

11 anos matriculadas na APAE de Imbituba – SC, e como objetivos específicos verificar as

habilidades motoras das crianças de 2 a 11 anos, identificar a deficiência motora das crianças de 2

a 11 anos, e descrever a deficiência motora das crianças avaliadas.

A pesquisa trata-se de um estudo descritivo, pois tem como objetivo primordial à

descrição das características de determinada população6.

Quanto à natureza está se classifica como pesquisa quantitativa, porque permitirá

relação do pesquisador com o objeto de estudo e registrará as variáveis em questão6.

O procedimento utilizado foi de levantamento de dados, que consiste na solicitação

de informações a um grupo estatisticamente significativo de pessoas sobre um problema

estudado7.

No primeiro capítulo, descreve-se a introdução deste estudo. No segundo capítulo

apresenta-se um referencial teórico dos assuntos trabalhados. O terceiro capítulo o delineamento

da pesquisa. O quarto capítulo trata-se da análise e discussão dos dados obtidos na pesquisa,

finalizando com o quinto capítulo as considerações finais deste trabalho assim como uma

sugestão para próximas pesquisas.

18

2 DESENVOLVIMENTO MOTOR

2.1 HISTÓRICO

O estudo do desenvolvimento motor data apenas do início do século XX. Certo

número de métodos de estudo evoluiu e uma variedade de problemas influenciou tanto a

quantidade quanto à qualidade das informações disponíveis8.

As primeiras tentativas sérias de estudo do desenvolvimento motor foram feitas a

partir de perspectiva maturacional, conduzida por Arnold Gesell (1928) e Myrtle Mcgraw (1935).

Os aspectos dessa perspectiva argumentavam que o desenvolvimento é função de processos

biológicos inatos que resulta, em sequência universal, na aquisição de habilidade motora infantil.

Desses pioneiros, os nomes de Gesell e Mcgraw tornaram-se lendários na pesquisa de

desenvolvimento motor. De fato, muito do que nós sabemos a respeito da sequência de aquisição

de habilidades motoras infantis é baseado nos trabalhos descritivos de Gesell (1928) e

Mcgragraw(1935), bem como no trabalho de Mar Shirley(1931) e Nancy Bailey (1935)9.

2.2 CONCEITO

O desenvolvimento motor é a contínua alteração no comportamento do ser humano ao

longo do ciclo da vida, proporcionada pela integração entre as necessidades da tarefa biológica e

as condições do ambiente em que se encontra o indivíduo².

O desenvolvimento motor é um processo de mudanças no nível de funcionamento de

um indivíduo, onde uma maior capacidade de controlar movimentos é adquirida ao longo do

tempo3.

É um processo contínuo e demorado pelo fato das mudanças mais acentuadas

ocorrerem nos primeiros anos de vida, existe a tendência em se considerar o estudo do

19

desenvolvimento motor como sendo apenas o estudo da criança. É necessário enfocar a criança,

pois, enquanto são necessários cerca de vinte anos para que o organismo se torne maduro,

autoridades em desenvolvimento da criança concordam que os primeiros anos de vida, do

nascimento aos seis anos, são anos cruciais para o indivíduo. Mas não se pode deixar de lado o

fato de que o desenvolvimento é um processo contínuo que ocorre ao longo de toda a vida do ser

humano2,10.

O termo desenvolvimento motor se refere ao estudo das mudanças que ocorrem no

comportamento motor do indivíduo. As mudanças contínuas do comportamento ao logo do ciclo

da vida, é proporcionada pela interação entre as necessidades da tarefa, a biologia do indivíduo e

as condições do ambiente2,10.

Estudiosos do desenvolvimento motor reconhecem que as exigências físicas e motoras

específicas de uma tarefa motora interagem com o indivíduo (fatores biológicos) e o ambiente

(fatores de experiência ou aprendizagem). Os fatores relativos à tarefa, ao indivíduo e ao

ambiente não são apenas influenciados, mas também podem ser modificados um pelo outro².

O processo de desenvolvimento motor revela-se basicamente por alterações no

comportamento motor. Todos nós bebês, crianças, adolescentes e adultos, estamos envolvidos no

processo permanente de aprender a mover-se com controle e competência, em reação aos

desafios que enfrentamos diariamente em um mundo em constante mudança. Podemos observar

diferenças de desenvolvimento no comportamento motor provocados por fatores próprios do

indivíduo, do ambiente e da tarefa em si. Podemos fazer isso pela observação das alterações no

processo e no produto. Assim, um meio primário pelo qual o processo de desenvolvimento motor

pode ser observado é o estudo das alterações no comportamento motor no decorrer do ciclo da

vida. Em outras palavras, o comportamento motor observável de um indivíduo fornece uma

“janela” para o processo de desenvolvimento motor, assim como indicações para os processos

motores subjacentes¹¹.

O desenvolvimento motor é adquirido e aperfeiçoado pela criança através de

tentativas e erros, ou seja, ela usa, modifica e adapta suas experiências sensório-motoras

presentes, sempre na dependência da direção e do input sensorial, fornecido pela visão, audição,

tato, pressão e propriocepção11.

A primeira etapa do desenvolvimento de um ser humano é o momento da concepção,

e esta que cessa na morte inclui aspectos do comportamento humano e como resultado pode ser

20

separado em “áreas”, “fases” ou “faixas etárias”. Estas faixas etárias típicas de desenvolvimento

são apenas isso: típicas e nada mais. As faixas etárias meramente representam, escalas de tempo

aproximadas, nas quais certos comportamentos podem ser observados²,¹².

O desenvolvimento é relacionado à idade, mas não depende dela, pois cada indivíduo

tem um tempo peculiar para a aquisição e para o desenvolvimento de habilidades motoras, as

quais progridem de movimentos simples e desorganizados para a execução de habilidades

motoras altamente organizadas e complexas. Inicialmente, acreditava-se que as mudanças no

comportamento motor refletiam diretamente as alterações maturacionais do sistema nervoso

central. Hoje, porém, sabe-se que o processo de desenvolvimento ocorre de maneira dinâmica e é

suscetível a ser moldado a partir de inúmeros estímulos externos. A interação entre aspectos

relativos ao indivíduo, como suas características físicas e estruturais, ao ambiente em que está

inserido e à tarefa a ser aprendida são determinantes na aquisição e refinamento das diferentes

habilidades motoras².

Embora o “relógio biológico” seja bastante específico quando se trata de sequência de

aquisição de habilidades motoras, o nível e a extensão do desenvolvimento são determinados

individual e dramaticamente pelas exigências da tarefa em si².

O desenvolvimento motor pode ser visto pelo desenvolvimento progressivo das

habilidades de movimento, ou seja, a abertura para o desenvolvimento motor é dada através do

comportamento de movimento observável do sujeito, o desenvolvimento da transacionalidade, a

interação indivíduo, ambiente e tarefa. Com os domínios, cognitivo, afetivo e motor. O processo

de desenvolvimento motor é apresentado através das fases dos movimentos reflexos,

rudimentares, fundamentais e especializados. Para cada fase do processo de desenvolvimento

motor são indicados estágios com idades cronológicas correspondentes. Os movimentos podem

ser caracterizados com estabilizadores, locomotores ou manipulativos, que se combinam na

execução das habilidades motoras ao longo da vida².

Nos movimentos estabilizadores, a criança é envolvida em constantes esforços contra

a força de gravidade na tentativa de obter e manter a postura vertical. É através desta dimensão

que as crianças ganham e mantém um ponto de origem na exploração que realizam no espaço. A

categoria de movimentos locomotores refere-se aos movimentos que indiquem uma mudança na

localização do corpo em relação a um ponto fixo na superfície. Envolve a projeção do corpo em

um espaço externo pela mudança de posição do corpo em relação a um ponto fixo da superfície.

21

Caminhar, correr, saltar, pular ou saltitar são tarefas locomotoras. A categoria de movimentos

manipulativos, referem-se à manipulações motoras, como tarefas de arremessos, recepção, chute

e interceptação de objetos, que são movimentos manipulativos grossos. Costurar e cortar com

tesoura são movimentos manipulativos finos. Os componentes manipulativos envolvem um

relacionamento do indivíduo para os objetos e é caracterizado pela força cedida para os objetos e

pela força recebida deles¹³.

2.3 CARACTERÍSTICAS DO DESENVOLVIMENTO MOTOR

As características de desenvolvimento apresentadas a seguir representam uma síntese

das descobertas catalogadas em ampla variedade de fontes e fornecem visão mais completa da

criança, em seu aspecto total, nos primeiros anos da infância (2 a 11 anos)².

Meninos e meninas varia de cerca de 111,8 – 152,4 cm de altura e 20,0 – 40, 8 kg de

peso11.

As habilidades perceptivo-motoras estão se desenvolvendo rápido, mas

frequentemente existe confusão na consciência corporal, direcional, temporal e espacial²

O crescimento é demorado, especialmente, na idade de 8 anos. Há um risco estável,

porém lento, de aumento, diferentemente dos ganhos mais rápidos em altura e em peso nos anos

pré-escolares11.

O corpo começa a alongar-se, com aumento anual na altura de apenas 5,1 – 7,6 cm e

ganho anual de peso de 1,4 – 2,7 kg11.

O princípio céfalo-caudal (da cabeça para os pés) e o princípio próximo-distal (do

centro para a periferia), em que os grandes músculos do corpo são, de forma considerável, mais

desenvolvidos do que os músculos pequenos, ficam bastante aparentes11.

As meninas estão, geralmente, um ano na frente dos meninos quanto ao

desenvolvimento fisiológico.11.

As crianças estão rapidamente desenvolvendo uma variedade de habilidades motoras

fundamentais. Movimentos bilaterais, como pular, entretanto, frequentemente apresentam mais

dificuldade do que movimentos unilaterais².

22

A preferência manual esta firmemente estabelecida, com cerca de 85% das crianças

preferindo a mão direita e 15% preferindo a mão esquerda11.

As crianças preferem correr e andar, mas ainda precisam de períodos curtos de

descanso².

Habilidades motoras são desenvolvidas até o ponto em que as crianças aprendem a

vestir-se sozinhas, embora possam necessitar de ajuda para endireitar ou abotoar certas peças de

roupas².

O tempo de reação é lento, causando dificuldades com a coordenação visual-manual e

a coordenação entre os olhos e os pés. No final da infância, essas coordenações estão geralmente

bem estabelecidas11.

Tanto os meninos quanto as meninas estão cheios de energia, mas frequentemente

possuem baixo nível de resistência e facilmente cansam. A reação ao treinamento, entretanto, é

ótima11.

Os mecanismos perceptivos visuais estão totalmente estabelecidos11.

As crianças frequentemente sofrem de hipermetropia e não estão aptas a extensos

períodos de trabalho minucioso11.

A maioria das habilidades motoras fundamentais tem potencial para estar bem

definida. As habilidades para jogar com êxito tornam-se bem desenvolvidas. Atividades que

envolvem os olhos e os membros desenvolvem-se lentamente. Atividades como rebater ou atingir

bolas arremessar bolas requer considerável prática para seu domínio11.

A transição do refinamento das habilidades motoras fundamentais para o

estabelecimento de habilidades motoras em jogos de liderança e de habilidade atléticas11.

2.4 FASES DO DESENVOLVIMENTO MOTOR

As idades são somente aproximações convenientes e não devem ser consideradas

como enquadramentos de tempo rígidos. Entretanto, um atraso significativo, além desses limites

de idade, representaria fracasso em uma tarefa desenvolvimentista, tendo como consequência a

infelicidade e grande dificuldade com tarefas futuras².

23

O desenvolvimento representa a aquisição de funções cada vez mais complexas.

Ocupa-se de fenômenos que indicam a diferenciação progressiva dos órgãos e de suas

especializações, no amadurecimento de sua função14.

O objetivo básico do desenvolvimento motor e da educação motora de uma pessoa é

aceitar o desafio de mudança no processo contínuo de obtenção e de manutenção do controle

motor e da competência motora no decurso da vida toda. No decorrer da vida é necessário ajustar,

compensar ou mudar, a fim de obter ou manter a habilidade².

As habilidades motoras fundamentais de crianças são observadas e analisadas,

tornam-se visíveis os vários estágios de desenvolvimento para cada padrão de movimento e

também é óbvia a existência de diferenças de habilidades entre as crianças, entre os padrões

“dentro” de cada padrão².

Habilidades motoras exigem movimento voluntário do corpo e/ou dos membros para

atingir suas metas. Cada indivíduo tem uma capacidade motora única, global, e afirma que o

nível dessa capacidade no indivíduo influi no sucesso final que ele consegue obter no

desempenho de qualquer habilidade motora15.

A habilidade das crianças varia conforme sua herança genética e suas oportunidades

para aprender e praticar habilidades motoras, segue descrito abaixo o desenvolvimento motor das

crianças de dois a onze anos14:

a) dois anos - a criança articula o pé ao caminhar: marcha calcanhar-dedos.

Salta de objeto com impulso em um pé, sobe e desce degraus sozinho- passos seguidos, percebe a

bola; não responde a bolas aéreas, chuta com uma perna estendida e discretos movimento

corporais ( chuta na bola)16.

b) três anos - não sabem virar ou parar repentina ou rapidamente, saltam uma

distância de 38 a 61 cm, sobem escadas sem ajuda alternando os pés, sabem saltar usando

basicamente uma série irregular de pulos com algumas variações16.

c) quatro anos - tem melhor controle para parar, iniciar e virar, podem saltar um

distância de 61 a 84 cm, podem descer uma longa escadaria alternando os pés caso tenham apoio,

podem saltar sobre um dos pés de quatro a seis vezes16.

24

d) cinco anos - começam, viram e param com eficiência ao brincar, são capazes de

dar um salto de 71 a 91 cm enquanto correm, descem uma longa escadaria sem auxílio,

alternando os pés, saltam facilmente uma distância de 4, 87 cm16.

e) seis anos - as meninas são superiores na precisão de movimento; os meninos são

superiores em ações menos complexas que envolvam força. Pular (com os dois pés) é possível.

As crianças sabem arremessar com transferência de peso e passo adequados16.

f) sete anos - equilíbrio em um dos pés sem olhar torna-se possível. As crianças são

capazes de caminhar sobre barra fixa de 5 cm de largura. As crianças são capazes de pular saltar

com precisão em pequenos quadrados16.

g) oito anos - dispõem o poder de preensão de 5,4 kg. Faixa etária com o maior

número de jogos nos quais ambos os sexos participam. As crianças podem executar saltos

rítmicos alternados num padrão de 2-2, 2-3 ou 3-3. As crianças podem arremessar uma bola

pequena a aproximadamente 12 metros16.

h) nove anos - os meninos são capazes de correr a uma velocidade de 5 metros por

segundo. Os meninos são capazes de arremessar uma bola pequena à aproximadamente 21,3 m de

distância16.

i) dez anos - as crianças são capazes de avaliar e interceptar a trajetória de pequenas

bolas arremessadas à distância. As meninas são capazes de correr a uma velocidade de 5,1 metros

por segundo16.

j) onze anos - salto à distância de 1,5 metros é possível para os meninos; 15,2 cm a

menos para as meninas16.

2.5 ETAPAS DO DESENVOLVIMENTO MOTOR

Desde o momento da concepção, o organismo humano tem uma lógica biológica, uma

organização, um calendário maturativo e evolutivo, uma porta aberta à interação e à estimulação.

Entre o nascimento e a idade adulta se produzem no organismo humano, profundas modificações.

As possibilidades motoras da criança evoluem amplamente de acordo com a sua idade e chegam

a ser cada vez mais variadas, completas e complexas14.

25

2.5.1 Motricidade fina

É a atividade mais frequente e mais comum no homem, a qual atua para pegar um

objeto e lançá-lo, para escrever, desenhar, pintar, recortar, etc 17.

A motricidade fina nada mais é que a coordenação viso - motora onde através de um

processo de ação existe a associação entre o ato motor e a estimulação motora. Assim é ato

afirmar que é através das mãos, que as crianças passam a conhecer tudo que está instigando sua

curiosidade, notado pelo seu olhar17.

O movimento de agarrar começa com predisposição dos dedos, a partir do início do

movimento. Os dedos separam em função do tamanho do objeto a ser apanhado e começam a

fechar-se quando o movimento de aproximação se faz lento tendo em vista a forma do objeto*.

A motricidade fina refere-se à atividade manual, guiada por meio da visão, ou seja,

coordenação viso-manual, com emprego de força mínima, a fim de atingir uma resposta precisa à

tarefa, relacionamento em si com musculatura que ajudam no desempenho da motricidade fina4.

A motricidade fina engloba todas as habilidades da criança e requer a participação de

várias funções coordenativas para realização de um determinado movimento18.

A atividade manual guiada por meio da visão, faz intervir, ao mesmo tempo, o

conjunto dos músculos que asseguram a manutenção dos ombros e dos braços, dos antebraços e

da mão, que é particularmente responsável pelo ato manual de agarrar ou pelo ato motor, assim

como os músculos oculomotores regulam a fixação do olhar, as sacudidas oculares e os

movimentos de perseguição14.

Para a coordenação desses atos, é necessária a participação de diferentes centros

nervosos motores e sensoriais que traduzem pela organização de programas motores e pela

intervenção de diversas sensações oriundas dos receptores sensoriais, articulares e cutâneos do

membro requerido14.

O córtex pré-central corresponde à motricidade fina tem um papel fundamental no

controle dos movimentos isolados das mãos e dos dedos para pegar o alimento. A importância

______________________________

* Macena GR. A Intervenção do Profissional de Educação Física para o Desenvolvimento das Habiliadades Motoras em Crianças de 06 a 07 Anos. [Dissertação]. Varzea Grande: Centro Universitário; 2007.apud (4).

26

das áreas córtico-sensomotoras das mãos e dos dedos faz ressaltar a firmeza extrema dos

controles táteis e motores14.

2.5.2 Motricidade global

É a capacidade que a criança tem em executar seus gestos suas atitudes, seus

deslocamentos e saber de que forma irá fazer seus deveres de cada dia. A individualidade tem que

ser respeitado, em primeiro lugar para que a maturação de cada um não se torne cada vez mais

complexa. Assim é verdadeiro afirmar que uma pessoa que se desenvolve sem uma organização

em seus segmentos corporais afinada, a cada movimento que lhe é exigido possui um gasto

energético muito maior que outra pessoa que possui uma organização corporal mais afinada4.

A capacidade da criança nos permite, às vezes conhecê-la e compreendê-la melhor dô

que buscar informações para tal fim nas palavras por ela pronunciadas14.

Naturalmente, a criança brinca imitando cenas da vida cotidiana: fala movimentando-

se, canta dançando, ou ao contrário, põe-se primeiro a dançar, e o canto nasce ao mesmo tempo.

É através da brincadeira espontânea que ela descobre os ajustes diversos, complexos e

progressivos da atividade motriz, resultado em um conjunto de movimentos ordenados em função

de um fim a ser alcançado14.

O movimento motor global seja ele mais simples, é um movimento sinestésico, tátil,

labiríntico, visual, espacial, temporal, e assim por diante. Os movimentos dinâmicos corporais

desempenham um importante papel na melhora dos comandos nervosos e no afinamento das

sensações e das percepções14.

2.5.3 Equilíbrio

27

O equilíbrio é a base primordial de toda a ação diferenciada dos segmentos corporais.

Quanto mais defeituoso é o movimento, mais energia consome, a luta contra o desequilíbrio pode

resultar em fadiga, aumentando o nível de estresse, ansiedade e angústia do indivíduo17.

O equilíbrio é o principal segmento da motricidade, tendo em vista que quando a

criança não possui um bom equilíbrio, o movimento se torna mais lento, com maior consumo de

energia que resulta em uma fadiga muscular, mental e espiritual, assim surgindo com maior

rapidez o cansaço, aumentando o nível de estresse, ansiedade e angústia do indivíduo*.

O equilíbrio abrange o controle tônico-postural frente à força gravitacional que atua

sobre o indivíduo18. O organismo alcança o equilíbrio quando é capaz de manter e controlar

posturas, posições e atitudes, e depende intimamente da função proprioceptiva, da função

vestibular e da visão, sendo o cerebelo o principal coordenador destas informações11.

O equilíbrio é o estado de um corpo quando forças distintas que atuam sobre ele

compensam e anulam-se mutuamente. Do ponto de vista biológico, a possibilidade de manter

posturas, posições e atitudes indica a existência de equilíbrio14.

Equilíbrio é a capacidade de manter o corpo em uma mesma posição durante um

tempo determinado. Entende-se por equilíbrio a capacidade de assumir e sustentar qualquer

posição do corpo contra a lei da gravidade e que, um equilíbrio correto é à base de toda a

coordenação dinâmica geral do corpo, bem como das ações diferentes de seus seguimentos14.

O equilíbrio é fundamental para a coordenação motora. Um mau equilíbrio afeta a

construção do esquema corporal, porque traz como consequência a perda da consciência de certas

partes do corpo18.

2.5.4 Esquema corporal

É um modelo postural, um esquema, uma imagem do nosso corpo, independente das

informações cutâneas e profundas, os quais desempenham um papel importante, mesmo que não

evidente, na consciência que cada um tem de si mesmo17.

______________________________ * Fiates MP. Estudo da relação entre o desenvolvimento psicomotor e as dificuldades na aprendizagem de um grupo de crianças de 4 a 7 anos. [Dissertação]. Florianópolis: Universidade do Estado de Santa Catarina;2007 apud (11).

28

A construção do esquema corporal, isto é, a organização das sensações relativas a seu

próprio corpo em associação com dados do mundo exterior exerce um papel fundamental no

desenvolvimento da criança, sendo assim, esquema corporal é a organização das sensações

relativas a seu próprio corpo em associação com os dados do mundo exterior17.

É o principal elemento para desenvolver a personalidade das crianças. O movimento é

ligado como forma de expressão que se encontra intimamente ligado á personalidade17.

Os principais contatos corporais que a criança percebe, manipula e com os quais joga

são de próprio corpo: satisfação e dor, choro e alegria, mobilização e deslocamento, sensações

visuais e auditivas e esse corpo é o meio da ação do conhecimento e da relação. Sendo assim,

esquema corporal é a organização das sensações relativas a seu próprio corpo em associação com

os dados do mundo exterior14.

Esquema corporal refere-se ao conhecimento que temos de nosso corpo em

movimento ou posição estática quanto aos objetos e ao espaço. A construção do esquema

corporal, isto é, a organização das sensações relativas a seu próprio corpo em associação com os

dados do mundo exterior exerce um papel fundamental no desenvolvimento da criança, já que a

organização é o ponto de partida de suas diversas possibilidades de ação. Sendo assim, esquema

corporal é a organização das sensações relativas a seu próprio corpo em associação com os dados

do mundo exterior14.

O esquema corporal pode ser definido no plano educativo como a chave de toda a

organização de personalidade. A elaboração do esquema corporal segue as leis da maturidade

céfalo-caudal e próximo-distal14.

2.5.5 Organização espacial

É a capacidade de se situar e orientar a si próprio, localizar o outro e os objetos dentro

de um determinado espaço17.

A estruturação espacial é a tomada de consciência da situação de seu próprio corpo

em um meio ambiente, isto é, do lugar e da orientação que pode ter em relação às pessoas e

coisas; é a tomada de consciência da situação das coisas entre si; e a possibilidade, para o sujeito,

29

de organizar-se perante o mundo que o cerca, de organizar as coisas entre si, de colocá-las em um

lugar, de movimentá-las17.

Através de uma Organização Espacial bem desenvolvida, a criança ira crescer de

maneira independente, tendo em vista que pessoas que não possuem uma boa organização

espacial, sempre estará se machucando, batendo seu corpo em outras pessoas, em paredes, não

conseguem transcorrer corredores que são um tanto estreito. Esta evolução é dividida em duas

partes, a primeira que está relacionada à percepção imediata do ambiente e a segunda, que está

relacionada às operações mentais14.

A noção de espaço é ambivalente, pois, ao mesmo tempo, é concreta e abstrata, finita

e infinita. Ela envolve tanto o espaço do corpo, diretamente acessível, como o espaço que nos

rodeia, finito enquanto nos é familiar, mais que se estende ao infinito, ao universo, e desvanece-

se no tempo14.

A organização espacial depende, ao mesmo tempo, da estrutura de nosso próprio

corpo (estrutura anatômica, biomecânica, fisiológica, etc.), da natureza do meio que nos rodeia e

de suas características14.

Todas as modalidades sensoriais participam em certa medida na percepção espacial: a

visão, a audição, o tato, a propriocepção e o olfato. As informações recebidas não estão sempre

em acordo e implicam, inclusive, percepções contraditórias, em particular na determinação da

verticalidade. A orientação espacial designa nossa habilidade para avaliar com precisão a relação

física entre nosso corpo e o ambiente, e para efetuar as modificações no curso de nossos

deslocamentos14.

2.5.6 Organização temporal

Organização temporal é a capacidade de perceber problemas da duração e da

sucessão dos fenômenos17.

A Organização Temporal assim como os demais elementos da motricidade é muito

gradativa e muito morosa, onde as crianças começam a descobrir realmente que os

acontecimentos da sua vida, como por exemplo: daquele passeio, daquele mergulho no rio,

30

aquela festa de aniversário, tudo isso está armazenado na memória da criança, mais somente

depois, que irá sendo distribuído em ano, meses, dias, semana, horas, etc4.

Podemos perceber o tempo a partir do momento em que classificamos algum

acontecimento em antes ou depois, e através das mudanças ocorridas em um determinado

tempo16.

Os dois grandes componentes da organização temporal: a ordem e a duração que o

ritmo reúne. A primeira define a sucessão que existe entre os acontecimentos que se produzem,

uns sendo a continuação de outros, em uma ordem física irreversível; e a segunda permite a

variação do intervalo que separa dois pontos, ou seja, o princípio e o fim de um acontecimento.

Essa medida possui diferentes unidades cronométricas como o dia e suas divisões, as horas, os

minutos e os segundos. A ordem ou a distribuição cronológica das mudanças ou dos

acontecimentos sucessivos representa o aspecto qualitativo do tempo e a duração seu aspecto

quantitativo14.

A organização temporal inclui uma dimensão lógica (conhecimento da ordem e da

duração, acontecimentos se sucedem com intervalos), uma dimensão convencional (sistema

cultural de referências, horas dias, semanas, meses, anos) e um aspecto de vivência que surge

antes dos outros dois (percepção e memória da sucessão e da duração dos acontecimentos na

ausência de elementos lógicos ou convencionais)14.

A consciência do tempo se estrutura sobre as mudanças percebidas

independentemente de ser sucessão ou duração, sua retenção está vinculada à memória e à

codificação da informação contida nos acontecimentos. Os aspectos relacionados à percepção do

tempo evoluem e amadurecem com a idade14.

2.5.7 Lateralidade

Durante o dia-dia em que as crianças irão conhecendo seu corpo, sabendo que existe

o porquê de ter seus membros posicionados de forma bi-lateral e que o braço direito está

localizado do mesmo lado da perna direita, ou até mesmo que seu braço esquerdo é o braço que

31

possuem o relógio, a criança irá fazer associação e quando solicitado irá executar de maneira

correta eficaz, sabendo sem ter dúvida para que lado irá andar e seguir seu desenvolvimento4.

A lateralidade se indica como forma assimétrica em nosso corpo, sendo em partes do

nosso corpo, mão, olho, ouvido, perna, assim nosso cérebro recebe informações do controle de

certas funções que ele deve receber. Quando a lateralidade não está bem definida, a criança tem

dificuldade de assimilar os conceitos de direita e esquerda, pois não distingue o lado dominante

do outro lado, pode possuir, também, falta de direção gráfica14.

A lateralidade corporal refere-se ao espaço interno do indivíduo, que o capacita a

utilizar um lado do corpo com melhor desembaraço que o outro, em atividades que requeiram

habilidade, caracterizando-se por uma assimetria funcional19.

A lateralidade está em função de um predomínio que outorga a um dos dois

hemisférios a iniciativa da organização do ato motor, o qual desembocará na aprendizagem e na

consolidação das praxias. Essa atitude funcional, que é suporte da intencionalidade, se

desenvolve de forma fundamental no momento da atividade de investigação, ao longo da qual a

criança nas melhores condições para aceder a uma lateralidade definida, respeitando fatores

genéticos e ambientais, é a que lhe permite organizar suas atividades motoras14.

2.5.8 Linguagem

No desenvolvimento da linguagem intervêm fatores biológicos e ambientais. A

execução de tarefas construtivas práticas é uma das formas manifestadas da atividade intelectual

do homem. A segunda forma, muito mais elevada, é o pensamento discursivo ou lógico verbal,

mediante o qual o homem, baseando-se nos códigos da linguagem, é capaz de ultrapassar os

marcos da percepção sensorial, refletir sobre relações simples e complexas, formar conceitos,

elaborar conclusões e resolver problemas teóricos complicados. Essa forma de pensamento é

singularmente importante, já que serve como base à assimilação e ao emprego dos conhecimentos

e como meio fundamental da atividade cognitiva complexa do homem14.

32

2.6 ATRASO DO DESENVOLVIMENTO MOTOR

Atraso no desenvolvimento motor é qualquer alteração no corpo humano, resultado

de um problema ortopédico, neurológico ou de má formação, levando o indivíduo a uma

limitação ou dificuldade no desenvolvimento de alguma tarefa motora20.

Na criança com atraso motor ou mental, o domínio gradativo de seus movimentos

depende em grande parte do ensino que recebe. Uma criança com deficiência seja do tipo motor

que provoca lentidão, ou intelectual que inibi a compreensão, não poderá superar os

inconvenientes que lhe oferecerá uma educação da forma como está organizada atualmente. Para

essas crianças, o desenvolvimento da coordenação deverá ocorrer de forma ordenada durante as

etapas de desenvolvimento que, por sua vez, integram a coordenação geral18.

O Déficit Motor se caracteriza pela falta de mobilidade prática, ou seja, dificuldade

em assimilar a prática de exercícios físicos durante o seu crescimento4.

Diversos fatores, porém, podem colocar em risco o curso normal do desenvolvimento

de uma criança. Definem-se como fatores de risco uma série de condições biológicas ou

ambientais que aumentam a probabilidade de déficits no desenvolvimento neuropsicomotor das

crianças. Dentre as principais causas de atraso motor encontram-se: baixo peso ao nascer,

distúrbios cardiovasculares, respiratórios e neurológicos, infecções neonatais, desnutrição, baixas

condições sócio-econômicas, nível educacional precário dos pais e prematuridade. Quanto maior

o número de fatores de risco atuantes, maior será a possibilidade do comprometimento do

desenvolvimento11.

O desenvolvimento e o refinamento de padrões motores e de habilidades motoras são

influenciados de maneiras complexas. Tanto o processo como o produto do movimento de um

indivíduo está enraizado em um ambiente experimental e genético peculiar, conectados as

exigências específicas da tarefa motora todo e qualquer movimento, estímulo e a fala podem

alterar nosso desenvolvimento motor, tornando-o mais lento, desorganizado e incapaz de

progredir enquanto algum agente causal ou estímulo inadequado estiver presente provocando tais

alterações14.

33

2.7 EPIDEMIOLOGIA DO DESENVOLVIMENTO MOTOR

Segundo a Organização Mundial da Saúde, há cerca de 610 milhões de pessoas com

deficiência no mundo, das quais 386 milhões fazem parte da população economicamente ativa.

No Brasil, segundo o Censo realizado em 2000, existem 34.5 milhões de brasileiros com algum

tipo de deficiência. Isto significa que aproximadamente 15% da população brasileira apresenta

alguma deficiência visual, motora, auditiva, mental ou física. O censo indica um número maior

de deficiências do que de deficientes, uma vez que “as pessoas incluídas em mais de um tipo de

deficiência foram contadas apenas uma vez”, portanto o número de pessoas que apresentam mais

de uma deficiência é de quase 10 milhões, sendo no total de casos:

a) 8,3%possuem deficiência mental;

b) 4,1% deficiência física;

c) 22,9% deficiência motora;

d) 48,1% visual (entre 16,5 milhões com deficiência visual, 159.824 são incapazes de enxergar)

e) 16,7% auditiva (entre 5,7 milhões com deficiência auditiva, 176.067 não ouvem)

Fonte: IBGE, Censo Demográfico 200021.

2.8 ETIOLOGIA DO DESENVOLVIMENTO MOTOR

2.8.1 Fatores Intrínsecos que interferem no desenvolvimento motor

A herança genética peculiar que é responsável pela individualidade também pode ser

responsável pela similaridade de muitas maneiras. Uma similaridade é a tendência do

desenvolvimento humano acontecer de maneira ordenada e previsível. Inúmeros fatores

biológicos que afetam o desenvolvimento motor parecem surgir desse padrão previsível².

34

2.8.2 Fatores Ambientais que interferem no desenvolvimento motor

A criança deve viver com seu corpo de maneira harmônica através da motricidade

não condicionada, em que os grandes grupos musculares participem e preparem o

desenvolvimento de grandes músculos que são responsáveis pela tarefa do dia – a - dia, em

momentos muitos simples como retirar um lápis da mesa e até mesmo executar o movimento da

cambalhota17.

Fatores ambientais, inúmeras vivências motoras e as diversificações dos movimentos

possuem o sentido de promover a formação de um rico vocabulário motor para a criança,

contribuindo assim para facilitação da execução de movimentos mais complexos17.

Ao longo de vários anos passados, consideráveis questionamentos e pesquisas têm se

concentrado nos efeitos do comportamento dos pais no período pré-natal e no início da infância,

na medida em que estes influenciam o funcionamento subsequente das crianças. Em função da

extrema dependência dos bebês humanos de seus protetores e da extensão desse período de

dependência, inúmeros cuidados paternos e maternos influenciam o desenvolvimento posterior.

Em os mais cruciais estão os efeitos do estímulo e também da privação ambiental e os vínculos

que ocorrem entre os pais e a criança nos primeiros meses após o nascimento. Condições

extremas de privação ambiental podem romper tanto a sequência como o nível da aquisição de

habilidades motoras2.

2.8.3 Fatores da Tarefa Física que interferem no desenvolvimento motor

Alguns fatores adicionais afetam o desenvolvimento motor. A influencia da classe

social, do gênero, e da bagagem cultural e étnica tem impacto no crescimento e no

desenvolvimento motores. O desenvolvimento motor não é um processo estático, não é somente o

produto de fatores biológicos, mas também é influenciado por condições ambientais e leis físicas

A interação dos fatores ambientais com os biológicos modifica o curso do desenvolvimento

35

motor no período neonatal, na infância, na adolescência, e na idade adulta. Nascimento

prematuro, desordens alimentares, níveis de aptidão e fatores biomecânicos, bem como as

alterações fisiológicas associadas ao envelhecimento e a escolha do estilo de vida, tudo isso

influência o processo permanente de desenvolvimento motor de maneira importante2.

2.9 HISTÓRICO DA ASSOCIAÇÃO DE PAIS E AMIGOS DOS EXCEPCIONAIS (APAE) DE

IMBITUBA

No dia 21 de setembro de 1974, foi fundada a APAE, de Imbituba, cujo nome

escolhido pelos participantes, professores e diretoria foi Escola Especial “Girassol”, tendo, nos

dias atuais, como presidente o Sr Amilton Gonçalves de Souza, e na direção Maria das Graças da

Rosa Batista. A Escola Especial “Girassol” tem como objetivo geral proporcionar o

desenvolvimento integral do educando, nas diferentes áreas do conhecimento, no intuito de

atender as necessidades, físicas, intelectuais, psicologias e comportamentais22.

È composta por 78 alunos, sendo distribuídos em classes por idade e deficiência22.

O intuito maior da Escola Especial “Girassol” é de garantir a superação do indivíduo

para que possa elaborar suas próprias estratégias de sobrevivência, podendo se surpreender com a

capacidade de ser independente22.

2.10 ESCALA DE DESENVOLVIMENTO MOTOR

Compreende um conjunto de provas muito diversificadas e de dificuldade graduada,

conduzindo a uma exploração minuciosa de diferentes setores do desenvolvimento. A aplicação

em um sujeito permite avaliar seu nível de desenvolvimento motor, considerando êxitos e

fracassos, levando em conta as normas estabelecidas pelo autor da escala14.

36

2.11 TESTE MOTOR

É uma prova determinada que permite medir, em um indivíduo uma determinada

característica. Os resultados poderão ser comparados com os de outros indivíduos14.

2.12 PROVA MOTORA

Designa um conjunto de atividades marcadas por uma determinada idade. Permite

determinar o avanço ou o atraso motor de uma criança, de acordo com os resultados alcançados

nas provas14.

2.13 PERFIL MOTOR

Consiste em uma reprodução gráfica de resultados obtidos em vários testes de

eficiência motora, a qual permite uma comparação simples e rápida de diferentes aspectos do

desenvolvimento motor, colocando em evidência os pontos fortes e fracos do indivíduo14.

37

3 DELINEAMENTO DA PESQUISA

3.1 TIPO DE PESQUISA

Esta pesquisa classificou-se como um estudo descritivo, pois teve como objetivo

primordial à descrição das características de determinada população. A abordagem da pesquisa

foi quantitativa porque permitiu relação do pesquisador com o objeto de estudo e registrou as

variáveis em questão e quanto ao procedimento tratou-se de um levantamento de dados, que

consistiu na solicitação de informações de um grupo estatisticamente significativo de pessoas

sobre o problema estudado24.

3.2 MATERIAL

Os testes foram realizados em uma sala silenciosa e iluminada de maneira individual,

onde a criança permaneceu com sua roupa normal tirando apenas aquelas vestimentas que

dificultaram os movimentos. O tempo de aplicação dos testes foi de aproximadamente 30 a 45

minutos, alcançando às vezes 60 minutos devido às dificuldades individuais.

O principal instrumento utilizado na pesquisa foi a Escala de Desenvolvimento Motor

– EDM (ROSA NETO, 2002), uma escala brasileira de desenvolvimento motor desenvolvida por

Francisco Rosa Neto, que prevê a realização de testes de motricidade fina, motricidade global,

equilíbrio, esquema corporal, organização espacial e temporal, lateralidade e linguagem, que vem

com um Kit-EDM que segue um manual / folha de resposta, instrumentos para aplicação dos

testes. Os testes foram aplicados de acordo com a folha de resposta (ANEXO A), ou seja, todos

foram testados a partir da idade de 2 anos. O exame iniciou-se pela sequência de provas motoras

citadas pelo autor da escala. Durante o exame o resultado negativo foi registrado 0. Se a prova

exigiu habilidade com lado direito e esquerdo do corpo, foi registrado 1, quando houve êxito com

38

os dois membros. Se a prova teve resultado positivo apenas com um dos membros (direito ou

esquerdo), o resultado foi registrado ½ na folha de resposta. A idade de desenvolvimento

encontrada na folha de resposta de acordo com a idade foi dividida pela idade cronológica em

meses, visto que o resultado foi multiplicado por cem14.

Para aplicação da escala foram utilizados os seguintes materiais auxiliares:

1. Seis cubos de 2,5 cm;

2. Linha nº 60;

3. Agulha de costura (1cm x 1mm);

4. Um cordão de sapatos de 45 cm;

5. Cronômetro sexagesimal;

6. Papel de seda;

7. Bola de borracha ou bola de tênis de campo – 6 cm de diâmetro;

8. Cartolina branca;

9. Lápis nº 2;

10. Borracha e folhas de papel em branco. (Motricidade Fina)

11. Banco de 15 cm;

12. Corda de 2 m;

13. Elástico;

14. Suporte para saltar;

15. Uma caixa de fósforos;

16. Uma cadeira de 45 cm de altura. (Motricidade Global)

17. Banco de 15 cm;

18. Cronômetro sexagesimal. (Equilíbrio)

19. Lápis nº 2;

20. Cronômetro sexagesimal. (Esquema Corporal)

21. Tabuleiro com três formas geométricas;

22. Palitos de 5 e 6 cm de comprimento;

23. Um retângulo e dois triângulos de cartolina;

24. Três cubos de cores diferentes;

25. Figuras de bonecos esquematizados. (Organização Espacial)

26. Cronômetro sexagesimal;

39

27. Lápis nº 2. (Organização Temporal)

28. Bola;

29. Tesoura;

30. Cartão de 15 cm x 25 cm com um furo no centro de 0,5 cm de diâmetro;

31. Tubo de cartão. (Lateralidade)

32. Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (anexo B).

3.3 MÉTODO

Os métodos descritos abaixo foram utilizados para avaliar: motricidade fina e global,

equilíbrio, esquema corporal, organização espacial e temporal e lateralidade11.

3.3.1 Motricidade fina

Motricidade fina é a atividade manual guiada por meio da visão14.

a. Construção de uma torre

Os 12 cubos estavam em desordem, sendo que se tomaram quatro cubos e, com eles,

foi montada uma torre diante da criança. Depois de demonstrado como se faz à torre, a criança

fez igual com quatro ou mais cubos quando lhe foi indicado11.

b. Construção de uma ponte

Os 12 cubos estavam em desordem, sendo que se tomaram três cubos e, com eles, foi

construída uma ponte diante da criança. Depois de demonstrado como se faz esta ponte, a criança

fez semelhante (igual). Foi ensinado várias vezes a forma de fazer a ponte, sendo que a ponte se

manteve, mesmo que não estivesse equilibrada11.

c. Enfiar a linha na agulha

40

Com uma linha número 60 e agulha de costura (1cm x 1cm), a criança fez com as

mãos separadas numa distância de 10cm. A linha passou pelos dedos em 2cm, sendo que o

comprimento total da linha foi de 15cm. A criança passou a linha por dentro da agulha, com uma

duração de 9 segundos, repetindo somente duas vezes11.

d. Fazer um nó

Com um par de cordões de sapatos de 45cm e um lápis, a criança prestou atenção na

realização de um nó simples em um lápis realizado pela fisioterapeuta. Então, a criança fez este

nó simples no dedo da fisioterapeuta, qualquer tipo de nó foi aceito desde que não se

desmanchou11.

e. Labirinto

A criança estava sentada em uma mesa diante de um lápis e uma folha contendo os

labirintos. Então ela traçou com um lápis uma linha contínua da entrada até a saída do primeiro

labirinto e, imediatamente, iniciou o próximo. Após 30 segundos de repouso, ela começou o

mesmo exercício com a mão esquerda11.

Foi considerado como erros: se a linha ultrapassasse o labirinto mais de duas vezes

com a mão dominante e mais três vezes com a mão não dominante; se ultrapassasse o tempo

máximo; se levantasse mais que uma vez o lápis do papel11.

A duração foi de 1 minuto e 20 segundos para a mão dominante (direita ou esquerda)

e 1 minuto e 25 segundos para a mão não dominante (direita ou esquerda). A criança teve

somente duas tentativas em cada mão ( ANEXO C)11.

f. Bolinhas de papel

A criança fez uma bolinha compacta com um pedaço de papel de seda (5cm x 5cm)

com uma só mão, a palma estava para baixo, e foi proibida a ajuda da outra mão. Após 15

segundos de repouso, o mesmo exercício foi realizado com a outra mão11.

Foi considerado como erros: se o tempo máximo foi ultrapassado; se a bolinha foi

pouco compacta. Teve como duração 15 segundos para a mão dominante e 20 segundos para a

mão não dominante. Ela teve somente duas tentativas para cada mão11.

Na realização deste teste foi observado se há sincinesias (movimentos

involuntários)11.

g. Ponta do polegar

41

Com a ponta do polegar, a criança tocou com a máxima velocidade possível os dedos

da mão, um após o outro, sem repetir a seqüência. Ela iniciou do dedo menor para o polegar,

retornando novamente para o dedo menor. O mesmo exercício foi realizado com a outra mão. Foi

considerado como erros: se tocar várias vezes o mesmo dedo; se tocar dois dedos ao mesmo

tempo; se esquecer de um dedo e se ultrapassasse o tempo máximo. Teve 5 segundos de duração

para realizar este teste e duas tentativas para cada mão11.

h. Lançamento com uma bola

A criança arremessou uma bola (6cm de diâmetro), em um alvo de 25 X 25, situado

na altura do peito, 1,50m de distância (lançamento a partir do braço flexionado, mão próxima do

ombro, pés juntos). Foi considerado como erros se: deslocar de modo exagerado o braço; não

fixar o cotovelo ao corpo durante o arremesso; acertar menos de duas vezes sobre três com a mão

dominante e uma sobre três com a mão não dominante. Teve três tentativas para cada mão11.

i. Círculo com o polegar

A ponta do polegar esquerdo estava sobre a ponta do índice direito e, depois ao

contrário. O índice direito deixou a ponta do polegar esquerdo e, a criança desenhou uma

circunferência ao redor do índice esquerdo, que foi buscar a ponta do polegar esquerdo,

entretanto, permaneceu o contato do índice esquerdo com o polegar direito11.

Dez movimentos sucessivos regulares foram feitos com a maior velocidade possível

em um espaço de tempo de 10 segundos. Em seguida, a criança fechou os olhos e continuou

assim para realizar mais dez movimentos11.

Foi considerado errado se: o movimento foi mal executado; haver menos de 10

círculos; executar a tarefa apenas com os olhos abertos. Teve apenas três tentativas11.

j. Agarrar uma bola

A criança agarrou uma bola (6cm de diâmetro) com uma mão, que foi lançada numa

distancia de três metros. Ela manteve o braço relaxado ao longo do corpo até que foi dito

“agarre”. Após 30 segundos de repouso, o mesmo exercício foi realizado, mas com a outra mão.

Foi considerado como erro se: agarrou menos de três vezes sobre cinco com a mão dominante;

menos de duas vezes sobre cinco com a mão não dominante. Ela teve cinco tentativas para cada

mão11.

42

3.3.2 Motricidade global

É um movimento sinestésico, tátil, labiríntico, visual, espacial, temporal14.

a. Subir sobre um banco

A criança subiu, com apoio, em um banco de 15cm de altura e desceu. (O banco

estava situado ao lado de uma parede)11.

b. Saltar sobre uma corda

Com os pés juntos: saltou por cima de uma corda estendida sobre o solo (sem

impulso, pernas flexionadas). Foi considerado errado se: os pés estivessem separados; a criança

perder o equilíbrio e cair. A criança teve três tentativas11.

c. Saltar sobre o mesmo lugar

A criança deu saltos, de sete ou oito sucessivamente, sobre o mesmo lugar com as

pernas ligeiramente flexionadas. Foi considerado errado: movimentos não simultâneos de ambas

as pernas, cair sobre os calcanhares. Ela teve somente duas tentativas11.

d. Saltar uma altura de 20 cm

Com os pés juntos, a criança saltou sem impulso uma altura de 20cm. Teve como

materiais dois suportes com uma fita elástica fixada nas extremidades dos mesmos, numa altura

de 20 cm. Foi considerado errado se: tocou no elástico; caiu (apesar de não ter tocado no

elástico); tocar no chão com as mãos. Ela teve três tentativas11.

e. Caminhar em linha reta

A criança estava com os olhos abertos e percorreu uma distância de 2 metros em linha

reta, posicionando alternadamente o calcanhar de um pé contra a ponta do outro.Foi considerado

errado se: afastar da linha; balancear; afastar um pé do outro; executar ruim o movimento. Teve

somente três tentativas11.

f. Pé manco

Com os olhos abertos, a criança saltou ao longo de uma distância de 5 metros com a

perna esquerda, a direita estava flexionada num angulo reto com o joelho, os braços relaxados ao

longo do corpo. Após descansar por 30 segundos, realizou o mesmo exercício com a outra perna.

43

Foi considerado errado se: distanciar mais de 50cm da linha; tocar no chão com a outra perna;

balançar os braços. Teve duas tentativas para cada perna, sendo que o tempo foi indeterminado11.

g. Saltar uma altura de 40cm

Com os pés juntos a criança saltou sem impulso uma altura de 40cm. Este teste teve

como materiais dois suportes com uma linha elástica fixada nas extremidades dos mesmos, numa

altura de 40cm. Ela teve três tentativas no total11.

h. Saltar sobre o ar

A criança saltou no ar, flexionando os joelhos para tocar os calcanhares com as mãos.

Considerou-se errado se a criança não tocou nos calcanhares. Teve três tentativas11.

i. Pé manco com uma caixa de fósforos

A criança estava com o joelho flexionado num ângulo reto, braços relaxados ao longo

do corpo. A 25cm do pé que repousa no solo foi colocado uma caixa de fósforos. Então, a criança

levou-a, impulsionando-a com o pé até o ponto situado a 5 metros. Foi considerado errado se:

tocou no chão (ainda que uma só vez) com o outro pé; movimentos exagerados com os braços; se

a caixa ultrapassasse em mais de 50cm do ponto fixado; falhar no deslocamento da caixa. Teve

três tentativas11.

j. Saltar sobre uma cadeira

A criança saltou sobre uma cadeira de 45cm à 50cm numa distância de 10cm da

mesma. O encosto foi sustentado pelo examinador. Considerou-se errado: perder o equilíbrio e

cair; agarrar-se no encosto da cadeira. Teve três tentativas11.

3.3.3 Equilíbrio

É a capacidade de assumir e sustentar qualquer posição do corpo contra a lei da

gravidade14.

a. Equilíbrio estático sobre um banco

44

Sobre um banco de 15cm de altura, a criança manteve-se imóvel, pés juntos, braços

ao longo do corpo. Considerou-se errado se: deslocar os pés, mover os braços. Tendo duração de

10 minutos11.

b. Equilíbrio sobre um joelho

Braços ao longo do corpo, pés juntos, apoiar um joelho no chão sem mover os braços

ou o outro pé. A criança manteve esta posição, com o tronco ereto (sem sentar-se sobre o

calcanhar). Após 20 segundos de descanso, o mesmo exercício com a outra perna11.

Considerou-se errado: tempo inferior a 10 segundos; deslizamentos dos braços, do pé

ou joelho; sentar-se sobre o calcanhar. Teve duas tentativas para cada perna11.

c. Equilíbrio com o tronco flexionado

Com os olhos abertos, pés juntos, mãos apoiadas nas costas: flexionou o tronco em

ângulo reto e manteve esta posição. Considerou-se errado: mover os pés; flexionar as pernas;

tempo inferior a 10 segundos. Teve somente duas tentativas11.

d. Equilíbrio nas pontas dos pés

Manteve-se sobre a ponta dos pés, olhos abertos, braços ao longo do corpo, pés e

pernas juntos. Teve duração de 10 segundos e três tentativas11.

e. Pé manco estático

Com os olhos abertos, manteve-se sobre a perna direita, a outra permaneceu

flexionada em ângulo reto, coxa paralela à direita e ligeiramente em abdução, braços ao longo do

corpo. Fez um descanso de 30 segundos, e fez o mesmo exercício com a outra perna11.

Considerou-se errado: baixar mais de três vezes a perna levantada; tocar com o outro

pé no chão; saltar; elevar-se sobre a ponta do pé; balanceios. Teve duração de 10 segundos e três

tentativas11.

f. Equilíbrio de cócoras

De cócoras, braços estendidos lateralmente, olhos fechados, calcanhares e pés

juntos11.

Considerou-se errado: cair; sentar-se sobre os calcanhares; tocar no chão com as

mãos; deslizar-se; baixar os braços três vezes. Teve duração de 10 segundos e três tentativas11.

g. Equilíbrio com o tronco flexionado

Com os olhos abertos, mão nas costas, elevou-se sobre as pontas dos pés e flexionou

o tronco em ângulo reto (pernas retas). Considerou-se errado: flexionar as pernas mais de duas

45

vezes; mover-se do lugar; tocar o chão com os calcanhares. Teve duração de 10 segundos e duas

tentativas11.

h. Fazer o quatro

Manteve-se sobre o pé esquerdo, a planta do pé direito apoiada na face interna do

joelho esquerdo, mãos fixadas nas coxas, olhos abertos. Após um descanso de 30 segundos,

executou o mesmo movimento com a outra perna. Considerou-se errado: deixar cair uma perna;

perder o equilíbrio; elevar-se sobre a ponta dos pés. Teve duração de 15 segundos e duas

tentativas para cada perna11.

i. Equilíbrio na ponta dos pés – olhos fechados

Manteve-se sobre a ponta dos pés, olhos fechados, braços ao longo do corpo, pés e

pernas juntas. Considerou-se errado: mover-se do lugar; tocar o chão com os calcanhares;

balançar o corpo (permite-se ligeira oscilação). Teve duração de 15 segundos e três tentativas11.

j. Pé manco estático – olhos fechados

Com os olhos fechados, manteve-se sobre a perna direita, o joelho esquerdo

flexionado em ângulo reto, coxa esquerda paralela à direita e em ligeira abdução, braços ao longo

do corpo. Após de 30 segundos de descanso, repetiu o mesmo exercício com a outra perna11.

Considerou-se errado: baixar mais de três vezes a perna; tocar o chão com a perna

levantada; mover-se do lugar; saltar. Teve duração de 10 segundos e duas tentativas para cada

perna11.

3.3.4 Esquema corporal

A imagem do corpo representa uma forma de equilíbrio que, como núcleo central da

personalidade, se organiza em um contexto de relações mútuas do organismo e do meio14.

a. Prova de imitação dos gestos simples com os movimentos das mãos (nível 2-5) (ANEXO

D).

46

A criança estava de pé diante da examinadora, imitando os movimentos de mãos e

braços que a examinadora realizava; a examinadora ficou sentada próxima à criança, para poder

pôr suas mãos em posição neutra entre cada um destes gestos11:

b. Prova de imitação de gestos simples dos movimentos dos braços.

O movimento dos braços que foi realizado com a criança está demonstrado no

ANEXO E11.

Pontuação: Nível 3: 7-12 acertos

Nível 4: 13-16 acertos

Nível 5: 17-20 acertos.

c. Prova de rapidez (Nível 6-11) (ANEXO F).

Material: folha de papel quadriculado com 25 X 18 quadrados (quadro de 1cm de

lado), lápis preto nº 2 e cronômetro. A folha quadriculada apresentou-se em sentido longitudinal.

A criança pegou o lápis, e fez um risco em cada quadrado, o mais rápido que pode. Ela fez o risco

que quis, porém apenas um risco em cada quadrado11.

A criança não pulou nenhum quadrado porque não poderia voltar atrás. A mesma

pode pegar o lápis com a mão que preferiu11.

Para a realização desta prova, a criança teve 1 minuto para realizá-la6.

d. Critérios da prova:

Casos os traços fossem lentos e precisos ou em forma de desenhos geométricos,

repetia-se uma vez mais a prova, mostrando claramente os critérios11.

Observou-se durante a prova se a criança apresentava dificuldades na coordenação

motora, instabilidade, ansiedade, e sincinesias11.

A pontuação foi feita através dos números de traços11.

Nível Número de Traços:

Nível 6: 57-73

Nível 7: 74-90

Nível 8: 91-99

Nível 9: 100-106

Nível 10: 107-114

Nível 11: 115 ou mais

47

3.3.5 Organização espacial

Habilidade para avaliar com precisão a relação física entre o nosso corpo e o

ambiente14

a. Tabuleiro/ Posição normal (ANEXO G).

Apresento-se o tabuleiro para a criança, com a base do triângulo frente a ela11.

Então, tirou as peças posicionando-as na frente de suas respectivas perfurações. A

criança colocou as peças nos buracos. Teve somente duas tentativas11.

b. Tabuleiro/ Posição invertida (ANEXO H).

O mesmo material utilizado anteriormente, porém, retirou-se as peças e deixou-as

alinhada com o vértice do triângulo posicionado para a criança. Dá uma volta no tabuleiro11.

Não teve um limite de tempo. Somente, teve duas tentativas11.

c. Prova dos palitos (ANEXO I).

Dois palitos de diferentes comprimentos: cinco e seis centímetros. Os palitos foram

colocados sobre uma mesa, que estavam paralelos e separados por 2,5cm. Então, a examinadora

perguntou para a criança qual é o palito mais comprido, e ela colocou o dedo em cima do palito.

Foram realizadas três provas trocando de posição os palitos. Se ela falhou em uma das três

tentativas, foram feitos mais três vezes trocando as posições dos palitos. O resultado foi positivo

quando a criança acertou três de três tentativas ou cinco de seis tentativas11.

d. Jogo de paciência (ANEXO J)

Foi colocado um retângulo de cartolina de 14cm X 10cm e em sentido longitudinal,

diante da criança. Ao seu lado e um pouco mais próximo do sujeito, as duas metades do outro

retângulo, cortado pela diagonal, com as hipotenusas para o exterior e separadas uns centímetros.

Então, a criança pegou os retângulos e juntou - os de maneira que saísse algo parecido ao

retângulo. Ela teve três tentativas em 1 minuto, sendo que o número de tentativas foi de duas, e

para cada tentativa não foi ultrapassado 1 minuto11.

e. Direita/Esquerda - conhecimento sobre si (ANEXO K).

48

A criança identificou em si mesma a noção de direita e esquerda. Ela11:

1. Levantou a mão direita.

2. Levantou a mão esquerda.

3. Indicou o olho direito.

A examinadora não executou nenhum movimento, apenas a criança. Não houve

tentativas11.

f. Execução de movimentos (ANEXO L).

A examinadora solicitou à criança que realizasse os movimentos, de acordo

com esta seqüência a seguir:

1. Mão direita na orelha esquerda.

2. Mão esquerda no olho direito.

3. Mão direita no olho esquerdo.

4. Mão esquerda na orelha direita.

5. Mão direita no olho direito.

6. Mão esquerda na orelha esquerda.

Destes seis movimentos a criança teve que acertar cinco11.

g. Direita/Esquerda - reconhecimento sobre outro (anexo M).

A examinadora se colocou de frente para a criança e pediu para que ela:

a. Tocasse na minha mão direita.

b. Tocasse na minha mão esquerda. c. Em qual mão esta a bola?

h. Reprodução de movimentos - representação humana. De acordo com ANEXO F.

Frente a frente, a examinadora executou alguns movimentos e a criança prestou muita

atenção nos movimentos das mãos. A examinadora explicou todo o procedimento em relação as

mãos, orelhas e olhos direito e esquerdo. Se a criança entendeu o teste, foi prosseguido11.

Os movimentos são:

1. Mão esquerda no olho direito.

2. Mão direita na orelha direita.

3. Mão direita no olho esquerdo.

4. Mão esquerda na orelha esquerda.

5. Mão direita no olho direito.

49

6. Mão esquerda na orelha direita.

7. Mão direita na orelha esquerda.

8. Mão esquerda no olho esquerdo.

A criança teve direito de acertar seis movimentos dos oito pedidos11.

i. Reprodução de movimentos - figura esquematizada

Frente a frente, a examinadora mostrou algumas figuras esquematizadas e a criança

teve que prestar muita atenção nos desenhos e depois produzi-los. A criança realizou os mesmos

movimentos executados anteriormente, mas com a mesma mão do boneco esquematizado11.Os

movimentos são:

1. Mão esquerda no olho direito.

2. Mão direita na orelha direita.

3. Mão direita no olho esquerdo.

4. Mão esquerda na orelha esquerda.

5. Mão direita no olho direito.

6. Mão esquerda na orelha direita.

6. Mão direita na orelha esquerda.

8. Mão esquerda no olho esquerdo.

j. Reconhecimento da posição relativa de três objetos

Sentadas, frente a frente, a examinadora fez algumas perguntas para a criança que

permaneceu com os braços cruzados. Foi utilizado como material: três cubos ligeiramente

separados (15cm) colocados da esquerda para a direita sobre a mesa, como segue: azul, amarelo,

vermelho. A examinadora perguntou: “você vê os três objetos (cubos) que estão a sua frente. Ela

respondeu as perguntas que lhe fiz” 11.

1. O cubo azul está à direita ou à esquerda do vermelho?

3. O cubo azul está à direita ou à esquerda do amarelo?

3. O cubo amarelo está à direita ou à esquerda do azul?

4. O cubo amarelo está à direita ou à esquerda do vermelho?

5. O cubo vermelho está à direita ou à esquerda do amarelo?

6. O cubo vermelho está à direita ou à esquerda do azul?

50

3.3.6 Organização temporal

A organização temporal inclui uma dimensão lógica duração, uma dimensão

convencional e um aspecto de vivência que surge antes dos outros dois14.

a. Parte I (Nível de 2-5)

1. Linguagem

Estruturas temporais de linguagem expressiva e observação da linguagem

espontânea11.

Foi bem resolvida a prova em que à criança conseguiu repetir ao menos uma das

frases sem erros11.

Nível 2: Frase de duas palavras.

Nível 3: A criança repetiu as seguintes frases:

“Eu tenho um cachorro pequeno”.

“Meu irmão é professor”.

Nível 4: A criança repetiu as seguintes frases:

“Vamos comprar pastéis para a Maria”.

“O João gosta de caminhar”.

Nível 5: A criança repetiu as seguintes frases:

“Paulo vai construir um castelo de areia”.

“Luiz se diverte jogando futebol com seu amigo” 11.

b. Parte II (Nível 6-11)

1. Estrutura espaço-temporal

Reprodução para meio de golpes – Estruturas corporais

A examinadora e a criança estavam sentadas frente a frente, com um lápis na mão de

cada uma. Então, a criança escutou com atenção os diferentes sons, e com o lápis repetiu-os. O

tempo curto foi em torno de ¼ de segundo (00), dado como lápis sobre a mesa, e o tempo longo

51

em torno de 1 segundo (0 0 0), dado com o lápis sobre a mesa. A examinadora deu golpes da

primeira estrutura da prova e a criança repetiu os mesmos. A examinadora golpeou outras

estruturas e a criança continuou repetindo. Enquanto os tempos curtos e longos foram

reproduzidos corretamente. Os movimentos (golpes com um lápis) não foram vistos pela criança.

Foram realizados ensaios no caso de que se a criança falha-se, nova demonstração e novo ensaio.

Foi parado definitivamente quando a criança cometeu três erros consecutivos. Estes períodos de

tempo foram difíceis de apreciar, mas o que importou foi à sucessão foi correta11

2. Simbolização (desenho) de estruturas espaciais

As estruturas espaciais foram representadas com círculos (diâmetro de três

centímetros) colocados em um cartão. Então, a criança desenhou umas esferas em um papel com

um lápis, de acordo com as figuras mostradas11.

A prova foi parada se a criança falhasse duas estruturas sucessivas11.

3. Simbolização de estruturas temporais - Leitura – reprodução por meio de golpes

As estruturas simbolizadas foram representadas exatamente da mesma maneira que as

estruturas espaciais11.

Parou-se quando houve falha em duas estruturas sucessivas11.

4. Transcrição de estruturas temporais – ditado

A examinadora deu os golpes com o lápis e a criança desenhou-os11.

Foram parados após dois erros sucessivos11.

c. Resultados

Em todos os testes de organização temporal foram observados a mão utilizada, o

sentido das circunferências e compreensão do simbolismo (com ou sem explicação)11.

Pontuação: Nível Pontos

Nível 6: 6-13 acertos

Nível 7: 14-18 acertos

Nível 8: 19-23 acertos

Nível 9: 24-26 acertos

Nível 10: 27-31 acertos

Nível 11: 32-40 acertos

52

3.3.7 Lateralidade

É suporte da intencionalidade, se desenvolve de forma fundamental no momento da

atividade de investigação14

a. Lateralidade das mãos (ANEXO N).

A criança estava em pé, sem nenhum objeto ao alcance de sua mão. “Foi demonstrado

como realizar tal movimento”, nos quais foram:.

1) Lançar uma bola com a mão direita

2) Utilizar um objeto (tesoura, pente, escova dental,...)

3) Escrever, pintar, desenhar, etc11.

b. Lateralidade dos olhos (ANEXO O).

Com um cartão furado – de dimensão 15 cm x 25 cm com um furo no centro de 0,5

cm (de diâmetro). – “fez-se com que a criança fixasse bem o seu olhar no cartão, onde havia um

furo, e olhasse por ele, aproximando-o lentamente de seu rosto”. Realizou-se primeiro como

demonstração e solicitou-se que a criança fizesse o mesmo depois (ANEXO H)11.

Com um telescópio fez-se o mesmo procedimento, porém solicitando que a criança

visualizasse um objeto11.

c. Lateralidade dos pés (ANEXO P).

A criança segurou com uma das mãos uma bola, soltando-a e procedendo com um

chute sem deixá-la tocar no chão. A criança teve duas tentativas, após a demonstração (anexo

I)11.

3.3.8 Definição dos termos

• Prova motora: é a prova correspondente a uma idade motora específica (motricidade

fina, equilíbrio, etc.)11.

53

• Idade motora (IM): é o procedimento aritmético para pontuar e avaliar os resultados

dos testes11.

• Idade cronológica (IC): obteve-se através da data de nascimento da criança dada em

anos, meses e dias. Logo, transforma-se essa idade em meses11.

• Idade motora geral (IMG): obteve-se através da soma dos resultados obtidos nas

provas motoras, expresso em meses. Os resultados positivos obtidos nos testes são representados

pelo símbolo (1); os valores negativos (0); os valores parcialmente positivos são representados

pelo símbolo (1/2)11.

IMG = IM1 + IM2 + IM3 + IM4 + IM5 + IM6

6

• Idade negativa ou positiva (IN / IP): é a diferença entre a idade motora geral e a

idade cronológica. Os valores são positivos quando a idade motora geral apresentar valores

numéricos superiores à idade cronológica, geralmente expressa em meses. Os valores são

negativos quando a idade motora geral apresentar valores numéricos inferiores à idade

cronológica, geralmente expressa em meses11.

• Idade motora 1 (IM1): foi obtida através da soma dos valores positivos alcançados

nos testes de motricidade fina - expressa em meses11.

• Idade motora 2 (IM2): foi obtida através da soma dos valores positivos alcançados

nos testes de coordenação global - expressa em meses11.

• Idade motora 3 (IM3): foi obtida através da soma dos valores positivos alcançados

nos testes de equilíbrio - expressa em meses11.

• Idade motora 4 (IM4): foi obtida através da soma dos valores positivos alcançados

nos testes de esquema corporal (controle do próprio corpo erapidez) - expressa em meses11.

• Idade motora 5 (IM5): foi obtida através da soma dos valores positivos alcançados

nas provas de organização espacial - expressa em meses11.

• Idade motora 6 (IM6): foi obtida através da soma dos valores positivos alcançados

nos testes de organização temporal (linguagem e estruturação espaço temporal) - expressa em

meses11.

• Quociente motor geral (QMG): foi obtida através da divisão entre a idade geral e

idade cronológica multiplicado por 10011.

54

QMC = IMG . 100 IC

• Quociente motor 1 (QM1): foi obtido através da divisão entre a idade motora 1 e

idade cronológica. O resultado foi multiplicado por 10011.

• Quociente motor 2 (QM2): foi obtido através da divisão entre a idade motora 2 e

idade cronológica. O resultado foi multiplicado por 10011.

• Quociente motor 3 (QM3): foi obtido através da divisão entre a idade motora 3 e

idade cronológica. O resultado foi multiplicado por 10011.

• Quociente motor 4 (QM4): foi obtido através da divisão entre a idade motora 4 e

idade cronológica. O resultado foi multiplicado por 10011.

• Quociente motor 5 (QM5): foi obtido através da divisão entre a idade motora 5 e

idade cronológica. O resultado foi multiplicado por 10011.

• Quociente motor 6 (QM6): foi obtido através da divisão entre a idade motora 6 e

idade cronológica. O resultado foi multiplicado por 10011.

3.4 PROCEDIMENTOS PARA COLETA DE DADOS

Os procedimentos utilizados para coleta de dados foi primeiramente entrar em contato

com a instituição citada na pesquisa, colocando de maneira clara e objetiva o trabalho que foi

realizado com as crianças, desta forma pedindo autorização para realizá-la.

O responsável da instituição assinou um termo de acordo, e os responsáveis pelas

crianças assinaram um termo de consentimento livre e esclarecido (ANEXO B).

Foi utilizada a folha de resposta, que conforme Rosa Neto (2002) está formatada para

facilitar o registro dos resultados e dos apontamentos sobre o sujeito durante as provas. Esta folha

conta com os seguintes dados:

a. Identificação da criança;

b. Data do Exame;

c. Resultados;

d. Resumo de pontos;

55

e. Perfil Motor11.

3.5– POPULAÇÃO/AMOSTRA

A amostra desta pesquisa foi de 14 crianças, mais devido aos critérios de inclusão

foram permitidas somente crianças devidamente matriculadas na APAE de Imbituba-SC; ter

idade cronológica entre 2 e 11 anos, de ambos os gêneros e como critérios de exclusão, não foram

permitidas crianças que apresentaram deficiência física grave que limitassem a aplicação da

escala de desenvolvimento motor, com isso, a amostra foi composta por 7 crianças.

3.6 PROCEDIMENTOS PARA ANÁLISE DE DADOS

Para a execução do trabalho estatístico, foi utilizado o software da ESCALA DE

DESENVOLVIMENTO MOTOR, com o intuito de avaliar a variação dos padrões motores dos

grupos pertencentes à amostra, sendo empregado à estatística descritiva. A discussão dos dados

foi feita através dos dados obtidos dos testes aplicados.

Os resultados obtidos para uma melhor visualização, interpretação e entendimento do

estudo foram dispostos em forma de tabela e gráficos utilizando o Microsoft Office Excel e Word

2002.

3.7 ASPECTOS ÉTICOS DA PESQUISA

A Comissão de Ética em Pesquisa (CEP) da UNISUL aprovou esta pesquisa com o

registro (código): 10.018.4.08. III.

56

Esta pesquisa foi realizada com seres humanos por isso foi preservado o princípio

bioéticos fundamental do Respeito ao Indivíduo (Autonomia), da Beneficência (incluindo a Não

Maleficência) e da Justiça.

A criteriosa avaliação da relação risco/benefício teve como base o princípio da

beneficência, sem nenhum risco aos indivíduos que foram pesquisados.

Este estudo protegeu a privacidade das crianças, objetos da pesquisa, protegendo os

seus direitos e bem estar; contou com o consentimento da instituição e dos responsáveis pelas

crianças, após receber uma explicação clara e completa sobre o tema da pesquisa, de tal forma

que pode compreender seus benefícios; teve a garantia de receber resposta a qualquer pergunta ou

esclarecimento a qualquer dúvida acerca dos procedimentos, e outros relacionados com a

pesquisa.

O termo de consentimento é um documento legal, assinado pelo participante da

pesquisa ou pelo seu representante legal, cuja finalidade foi proteger o participante, assim como o

pesquisador e a instituição. O participante assinou o termo de consentimento depois de ter

entendimento do processo sem qualquer tipo de coerção.

Como garantia de que os direitos e o bem estar dos participantes estavam

assegurados, a resolução 196/ 96 do Conselho Nacional de Saúde, Ministério da Saúde, exige que

toda instituição em que se faz pesquisa em seres humanos, no Brasil, tenha um comitê em ética e

pesquisa para examinar cada pesquisa desde a faze do planejamento6

57

4 ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS DADOS

Sabemos que o perfil motor pode ser definido a partir dos seguintes aspectos:

motricidade fina, motricidade global, equilíbrio, esquema corporal, organização espacial,

organização temporal e lateralidade. Mas, apesar da inquestionável relevância e importância

dessa área de conhecimento e da extensa literatura a respeito de populações normais, existem

poucos estudos relativos à população portadora de necessidades especiais.

Esta pesquisa tratou de analisar o perfil motor das crianças da Associação de Pais e

Amigos dos Excepcionais de Imbituba - SC, suas habilidades motoras, e as deficiências motoras

existentes.

Neste capitulo serão apresentados os resultados obtidos no estudo, através dos dados

coletados e serão demonstrados em tabela e gráficos com respectiva discussão.

4.1 CARACTERIZAÇÃO DA AMOSTRA

A amostra estudada refere-se a grupos específicos de crianças com idade entre 2 e 11

anos matriculadas na APAE de Imbituba – SC.

Os participantes do estudo foram compostos por 4 do gênero feminino e 3 do gênero

masculino, em relação aos tipos de necessidades especiais apresentavam síndrome de down,

atraso de desenvolvimento, autista, deficiência mental moderada e síndrome de bubinstein.

Segundo um estudo que analisou o perfil motor dos praticantes de equoterapia

matriculados na APAE de Tubarão - SC. o desenvolvimento motor não se deve apenas à

maturação neurológica, mas também a um sistema auto-organizado e que para a abordagem

desenvolvimentista, deve-se proporcionar a criança condições para que seu comportamento motor

seja desenvolvido, oferecendo experiências de movimentos adequadas às faixas etárias25.

Esta pesquisa, contudo, apresentou uma prevalência do gênero feminino.

58

Tabela 1 – Perfil dos participantes

Fonte: Pesquisa realizada pelo autor, 2010. 4.2 PERFIL MOTOR

Considerando os testes motores realizados com a EDM (Rosa Neto,2002), no qual foi

utilizado para verificar o perfil motor das crianças entre 2 e 11 anos da Associação de Pais e

Amigos dos Excepcionais de Imbituba – SC, as habilidades motoras e a área em que

apresentavam maior déficit.

Sendo estas as áreas: motricidade Fina (IM1), motricidade global (IM2), equilíbrio

(IM3), esquema corporal (IM4), organização espacial (IM5), organização temporal (IM6),

dividida por 6 (número exato das variáveis), bem como o quociente motor geral (QMG), que é

obtido pela divisão da idade motora geral (IMG) e pela idade cronológica (IC), multiplicado por

100. O QMG está subdividido exatamente 6 áreas (QM1, QM2, QM3, QM4, QM5, QM6); que

correspondem as mesmas áreas da subdivisão da IMG.

Sendo que os testes foram feitos na mesma sequência.

A classificação geral do perfil motor apresentados pela amostra, segundo EDM, está

apresentada no gráfico 1.

VARIÁVEIS N SEXO

Feminino 4 Masculino 3

IDADE EM ANOS De 4 a 5 1 De 6 a 7 2 De 8 a 9 2

De 10 a 11 2 TIPO DE PATOLOGIA

Síndrome de Down 3 Atraso de desenvolvimento 1

Autista 1 Deficiência mental moderada 1

Síndrome de Bubinstein 1

59

Gráfico 1 – Classificação geral do perfil motor

Fonte: Pesquisa realizada pelo autor, 2010.

A análise geral indicada no gráfico demonstra uma distribuição que classifica o perfil

motor da amostra, segundo EDM, em normal médio(100%).

Uma pesquisa demonstrou que crianças ao apresentarem deficiência cognitiva

costumam ter problemas ou revelarem-se lentos com relação às etapas do desenvolvimento motor

e destreza na realização dos movimentos26.

Outro estudo comprovou que com o avanço da idade, as proporções corporais

mudam, requerendo reorganização de todo o sistema, influenciando o desenvolvimento das

habilidades motoras e do comportamento motor, além dos fatores de crescimento e maturação, a

experiência também contribui no processo de desenvolvimento25.

O mesmo estudo ainda revela que a exploração do ambiente e das próprias

potencialidades da criança geram experiências, que podem afetar o índice de aparecimento de

certos padrões de comportamento, privilegiando mais um componente da motricidade do que

outro, como visto neste trabalho, pois as crianças apresentaram habilidades em certos

componentes e deficiências em outros25. A aquisição de uma determinada habilidade motora e

seu refinamento são específicos do contexto no qual esse processo ocorre. Para que essas

habilidades sejam desenvolvidas, é necessário que se dê à criança oportunidades de desempenhá-

las3.

60

0

20

40

60

80

100

120

140

A B C D E F G

Idad

e em

Meses

Idade Cronológica

Idade Motora

Porém achados literários comprovam que o crescimento e o desenvolvimento da

criança são determinados por cinco fatores: genéticos, endócrinos, nervosos, ambienteis e

nutricionais, os quais adequadamente relacionados entre si, permitem que ela realize funções

cada vez mais complexas. O desequilíbrio entre esses fatores afeta o crescimento e o

desenvolvimento da criança11.

Comparando com um estudo fica claro que o conjunto de atividades desempenhadas

diariamente pelas crianças, como o contato com outras crianças, estímulos oferecidos pelos pais

ou familiares, tempo ocioso sem estimulação, entre outros, podem ter contribuído de forma

positiva ou negativa na construção do desenvolvimento motor27. Pode-se, afirmar que os

resultados do estudo quanto ao perfil motor são compatíveis com o que nos diz as bases literárias

localizadas.

No gráfico 2 apresenta-se uma comparação dos índices de idades cronológicas e

motoras geral da amostra desta pesquisa, as crianças avaliadas para um melhor entendimento

foram classificadas através de letras, seguindo uma sequência.

Gráfico 2 Comparação dos índices de idades cronológicas e motoras.

Fonte: Pesquisa realizada pelo autor, 2010.

Comparando-se os dados encontrados no gráfico 2 observa-se que a amostra

apresenta idade motora normal média, em comparação à idade cronológica.

A condição “normal média” não demonstra atraso, mas sim um sinal de alerta que

indica que um segmento e estimulação deverá ser superado ou mantido.

61

Este resultado corrobora com a afirmação de que nos anos iniciais da infância

ocorrem mudanças substanciais no comportamento motor a cada ano, sendo que o repertório

motor torna-se cada vez mais diversificado à medida que a idade aumenta.

Estes resultados demonstram como já citado no estudo a forma dinâmica como o

desenvolvimento motor ocorre, esta dinâmica pode também explicar a não linearidade no

desenvolvimento, que foi observada em todos os elementos da motricidade3.

Porém, de acordo com um estudo que verificou o perfil do desenvolvimento motor e

cognitivo de crianças com idade entre zero e um ano matriculadas nas creches públicas da rede

municipal de educação de Presidente Prudente, há que se refletir sobre a importância desses

resultados, pois nenhum estágio ou aquisição é dispensável, já que o desenvolvimento ocorre

numa seqüência de transformações. Assim, cada etapa adquirida em determinado momento é

consequência de todas as anteriormente obtidas e será a preparação e a base para as etapas

subsequente, pois a criança gradativamente vai deixando a passividade e tornando-se mais ativa

nestes processos, por isso, muitas atividades têm importância para ela, tais como: comer, dormir,

tomar banho, vestir, despir, mexer, engatinhar, correr, cair, levantar, pegar, chorar, gritar, chupar.

É assim que a criança vai realizando seu aprendizado, construindo seu eu, desenvolvendo seu

corpo e apropriando-se da sua cultura28.

Como podemos perceber neste estudo os processos em relação ao desenvolvimento

são influenciados pelo grau de ajuda, de treinamento e de orientação que são dispensados à

criança a partir do seu nascimento. Agindo sobre o real, manipulando os objetos que a criança

tem, a oportunidade de exercitar a sua cognição, sendo que, quanto mais se ampliam as

possibilidades motoras, mais apta estará a explorar desafios e resolver os problemas, o que irá,

certamente, favorecer o seu desenvolvimento.As experiências motoras que iniciam na infância

são de fundamental importância, visto que os movimentos e ações fornecem o principal meio

pelo qual a criança explora, relaciona e controla o seu ambiente26.

Dessa forma, entender a relação entre a idade da criança com a fase e característica

motora pelas quais passam, constitui-se para um melhor acompanhamento do desenvolvimento

motor29.

Esta pesquisa ainda revela as habilidades e deficiências motoras encontradas, sendo a

variável “motricidade global” a que as crianças se saíram melhor, pois o movimento motor

global, seja ele mais simples, é um movimento sinestésico, tátil, labiríntico, visual, espacial,

62

temporal, e assim por diante. Desempenham um importante papel na melhora dos comandos

nervosos e no afinamento das sensações e das percepções11.

As variáveis “esquema corporal e organização temporal” foram as quais as crianças

tiveram maior dificuldade em realizar, certamente isso ocorreu, pois o processo que forma o

esquema corporal desenvolve-se lentamente na criança e é completado normalmente nos 12 anos

de idade11. A organização temporal inclui uma dimensão lógica de conhecimento da ordem e da

duração, acontecimentos que se sucedem com intervalos, uma dimensão convencional (sistema

convencional de referências, horas, dias, semanas, meses e anos), neste aspecto as crianças não

foram capazes de expressar-se de forma espontânea, e algumas não tinham consciência das

estruturas espaciais que eram a ser representadas11.

Na “organização espacial” apresentaram apenas dificuldades no entendimento das

atividades provavelmente porque nesse teste as crianças precisam de uma boa noção de

lateralidade (“direita” e “esquerda”) e foi possível perceber que durante a avaliação houve

confusão ao identificar o seu braço direito ou o esquerdo.

63

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Através desta pesquisa foi possível observar que as crianças matriculadas na

Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais de Imbituba – SC apresentam o perfil motor

como normal médio em todas as áreas avaliadas, sendo motricidade fina, motricidade global,

equilíbrio, esquema corporal, organização temporal e linguagem.

A pesquisa ainda revela as habilidades e deficiências motoras encontradas, onde a

“motricidade global” os pesquisados obtiveram melhores resultados e as áreas “esquema corporal

e organização temporal” percebeu-se maior dificuldade em realizar as atividades, e algumas não

foram capazes de expressar-se de forma espontânea e nem tinham consciência das estruturas

espaciais que eram pra ser representada. Na “organização espacial” apresentaram apenas

dificuldades no entendimento das atividades provavelmente porque nesse teste as crianças

precisam de uma boa noção de lateralidade (“direita” e “esquerda”) e foi possível perceber que

durante a avaliação houve confusão ao identificar o seu braço direito ou o esquerdo.

Pode-se então afirmar que as habilidades motoras de uma criança estão diretamente

ligadas com o refinamento de seu corpo, e com o meio em qual convivem, podendo trazer

resultados favoráveis ou não. Por isso torna-se importante o conhecimento do desenvolvimento

de uma criança, para saber seus limites e ajudar no seu crescimento individual, contribuindo

então para o seu desenvolvimento.

Esta pesquisa deixa claro que é importante a presença de um fisioterapeuta na APAE,

pois desta forma irá detectar possíveis problemas de ordem motora, intervindo de maneira

benéfica ao aprimoramento de habilidades motoras, além de poder contribuir para o processo de

desenvolvimento global das crianças. Considerando a observação dos padrões motores das

crianças com deficiência mental, contribuindo de forma preventiva e reabilitadora, otimizando as

habilidades motoras e minimizando as deficiências.

Acredito que através deste conhecimento, pode ser feito um planejamento para

contribuir com o desenvolvimento motor destas crianças, bem como, deve-se realizar mais

pesquisas na área.

64

REFERÊNCIAS 1 Willrich A, Azevedo CCF, Fernandes JO. Desenvolvimento motor na infância: influência dos fatores de risco e programas de intervenção. Rev. Neurocienc. [Internet] 2008. [citado 2010 Ago 16]; Disponível em: http://www.revistaneurociencia.com.br/edições/2009/RN%202009%/226% 20.pdf 2 Gallahue DL. Compreendendo o desenvolvimento. 3º ed. São Paulo: Phorte; 2005. 3 Caetano MJD, Silveira CRA, Teresa L, Gobbi B. Desenvolvimento motor de pré-escolares no intervalo de 13 meses. Rev. Bras. Cineantropom. Desempenho. Hum. [Internet] 2005;7(2):05-13. [citado 2009 Out 6]; Disponível em: http://www.journal.ufsc.br/index.php/rbcdh/article/view Article/3791 4 Arruda FMK, Silva EAA. Desenvolvimento Motor na Educação Infantil através da ludicidade. [Dissertação]. Varzea Grande: Centro Universitário – Univag.[Internet] 2010. [citado 2010 Ago 16]; Disponível em: //www.univag.com.br/adm_univag/Modulos/Connectionline/Downloads/04 ___Desenvolvimento_Motor_....pdf 5 Teckilin JS. Fisioterapia pediátrica. 3º ed. Porto Alegre: Artmed; 2002. 6 Gil AC. Como elaborar projetos de pesquisa. 4º ed. São Paulo, Atlas: 2007. 7 Vieira S, Hossne, WS. Metodologia científica para a área da saúde. 2ª ed. Rio de Janeiro, Campus: 2002. 8 Papalia DE. Desenvolvimento humano. 7º ed. Porto Alegre: Artmed; 2000. 9 Gallahue DL. Compreendendo o desenvolvimento. 3º ed. São Paulo: Phorte; 2003. 10 Andrade VMA, Panta MASP, Santos WFS, Santos CFS, Coelho BTC, Marques IM. Comparação do desempenho de habilidades locomotoras e manipulativas em crianças de 7 e 8 anos de idade, de acordo com o gênero [III Congresso Brasileiro de Comportamento Motor]. Rio Claro. [Internet] 2004. [citado 2009 Out 6]; Disponível em: http://www2.uel.br/grupo-pesquisa/ gepedam/Documentos%20para%20download/Rio%20Claro%20-%20Comportamento%20Motor/ TGMD_Vanessa_RioClaro.pdf

65

11 Santos CFZ. Estudo comparativo do desenvolvimento neuropsicomotor e perfil psicossocial de crianças pré-escolares entre 03 e 05 anos de idade dos centros educacionais infantis Mickeylândia e Pirulito de Termas do Gravatal-SC. [Trabalho de conclusão de curso]. Tubarão: Universidade do Sul de Santa Catarina (SC); 2006. [citado 2009 Nov 10]; Disponível em: http:// www.fisio-tb.unisul.br/Tccs/06b/cristiane/tcccristiane.pdf. 12 Bee Hellen. A criança em desenvolvimento. 7º ed. Porto Alegre: Artmed: 1996. 13 Paim MCC. Desenvolvimento motor de crianças pré - escolares entre 5 e 6 anos. Rev. Dgital – Buenos Aires. [Internet] 2003.[ citado 2010 Ago 16]; Disponível em: http://www.aquabarra.com. br/artigos/adaptacao/desenvolvimento_motor_de_criancas.pdf 14 Rosa Neto, F. Manual de avaliação motora. Porto Alegre: Artmed, 2002. 15 Magill RA. Aprendizagem motora: conceitos e aplicações. 5º ed. São Paulo: Edgard Blucher; 2000. 16 Papalia DE. Desenvolvimento humano. 7º ed. Porto Alegre: Artmed; 2000. 17 Sabbag S, Cardoso FL, Silveira RA, Costa TP.Percepção dos estereótipos de Gênero na Avaliação Desenvolvimento Motor de Meninos e Meninas. [tese]. Florianópolis: Universidade do Estado de Santa Catarina (SC). [Internet] 2008. [citado 2010 Set 14]; Disponível em: http://www. tede.udesc.br/tde_busca/arquivo.php?codArquivo=1302 18 Gorla JI.Avaliação motora em educação física adaptada. São Paulo: Phorte; 2007. 19 Faria AM. Lateralidade: Implicações no desenvolvimento infantil. 2º ed. Rio de Janeiro: Sprint; 2004 20 Maia ABG, Santos CS. Educação física escolar e a inclusão dos alunos com deficiência motora na cidade de Itumbiara – GO [I Simpósio de Educação Física da universidade Federal de Goiás Campus Catalão]. [Internet] 2005. [citado 2009 Nov 20]; Disponível em: http://www. catalao.ufg.br/edfisica/cd/anais_gtts/gtt9/educa%c3%87%c3%83o%20f%c3%8dsica%20escolar%20e%20a%20inclus%c3%83o%20dos%20alunos%20com%20defici%c3%8ancia%20motora%20na%20cidade%20de%20itumbiara.pdf

66

21 Projeto voluntários vale. Deficiência. [Internet] [citado 2009 Out 6 ]; Disponível em: http://voluntariosvale.org.br/blogs/62818/posts/3050 22 Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais. Histórico da APAE. Imbituba. 2009. 23 Rauen FJ. Roteiros de investigação cientifica. Tubarão, Unisul:2002. 24 Vieira S, Hossne, WS. Metodologia cietífica para a área da saúde. 2º ed. Rio de Janeiro, Campus; 2002. 25 Lopes GB, Farjalla R. Desenvolvimento motor de crianças pré-escolares de escolas pública e privada de Petrópolis. Rev. Min. Educ. Fís. [Internet] 2009;17(1): 38-49. [citado 2010 Ago 28]; Disponível em: http://www.revistamineiraefi.ufv.br/artigos/arquivos/0d7dc74785e594a42bca1e6 2d32f100e.pdf 26 David R, Medeiros FD. Perfil motor dos praticantes de equoterapia matriculados na APAE de Tubarão - S.C. [Trabalho de conclusão de curso]. Tubarão: Universidade do Sul de Santa Catarina (SC). [Internet] 2004. [citado 2009 Out 6]; Disponível em http://www.fisio-tb.unisul.br /Tccs/04a/rodrigo/artigorodrigodavid.pdf 27 Tinti D, Treis EM, Souza FE, Denti G, Albiero JFG Influência da psicomotricidade no aprimoramento motor de crianças integrantes do SAEDE/APAE de Blumenau XIII Congresso Estadual das APAEs. 28 a 30/mar. Blumenau. [Internet] 2010. [citado 2010 Out 19]; Disponível em: http://www.tecnoevento.com.br/eve9/arq/influencia%20da%20psicomotricidade%20no%20 aprimoramento%20motor%20de%20criancas%20integrantes%20do%20saede%20apae%20de%20blumenau.pdf 28 Mastroianni ECQ, Bofi TC, Carvalho AC, Saita LS, Cruz MLS. Perfil do desenvolvimento motor e cognitivo de crianças com idade entre zero e um ano matriculadas nas creches públicas da rede municipal de educação de Presidente Prudente. Rev. Ibero-Americana de Estudos em Educação. [Internet] 2007; 2 (1). [citado 2010 Fev 24]. Disponível em: http://www.unesp.br/ prograd/PDFNE2005/artigos/capitulo%201/perfildodesenvolvimentomotor.pdf. 29 Venzke PR, Assis AES. Educação Física infantil: conhecendo o desenvolvimento motor. [Trabalho de conclusão de curso]. Canoas: Universidade Luterana do Brasil – ULBRA. [Internet] 2009. [citado 2010 Ago 28]. Disponível em: http://guaiba.ulbra.tche.br/pesquisas/2009/artigos/ edfis/salao/574.pdf.

67

ANEXOS

68

ANEXO A – Ficha de avaliação da EDM

69

ESCALA DE DESENVOLVIMENTO MOTOR (Rosa Neto, 1998).

Nome Sobrenome Sexo

Nascimento Exame Idade

Outros Dados RESULTADOS

TESTES/ANOS 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11

1. Motricidade fina 2. Motricidade global 3. Equilíbrio

4. Esquema corporal / Rapidez 5. Organização espacial

6. Linguagem / Organização temporal

RESUMO DE PONTOS

Idade Motora Geral (IMG) Idade Positiva (+) Idade Cronológica (IC) Idade Negativa (-)

Quociente Motor Geral (QMG) Escala de desenvolvimento PERFIL MOTOR

11 anos · · · · · ·

10 anos · · · · · ·

09 anos · · · · · ·

08 anos · · · · · ·

07 anos · · · · · ·

06 anos · · · · · ·

05 anos · · · · · ·

04 anos · · · · · ·

03 anos · · · · · ·

02 anos · · · · · ·

Idade Motricidade Motricidade Equilíbrio Esquema Organização Organização

Cronológica Fina Global Corporal Espacial Temporal

70

ANEXO B – Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE)

71

UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA – UNISUL COMISSÃO ÉTICA EM PESQUISA

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO – TCLE

TÍTULO DO PROJETO: Perfil Motor das crianças entre 2 e 11 anos matriculadas na Associação de Pais e Amigos

dos Excepcionais de Imbituba-SC.

OBJETIVOS E FINALIDADES DO PROJETO:

O objetivo deste projeto é analisar e descrever as habilidades e as deficiências motoras nas crianças de 2 a 11 anos

matriculadas na APAE de Imbituba - SC.

RESPONSÁVEIS PELO PROJETO:

Acadêmica:

Larissa Silva Pereira– 0XX(48) 88545150/ e-mail: [email protected]

Profª orientadora:

Fabiana Durante de Medeiros – 0XX(48) 99065383/e-mail: [email protected]

ESCLARECIMENTOS AO VOLUNTÁRIO:

• Primeiramente o voluntário será submetido a uma avaliação, em seguida serão realizados testes em sala

silenciosa e iluminada de maneira individual, onde a criança ficara com sua roupa normal tirando

apenas aquelas vestimentas que podem dificultar os movimentos. O tempo estimado para a aplicação

dos testes é, aproximadamente, de 30 a 40 minutos, podendo alcançar, às vezes 60 minutos, devido as

dificuldade individuais;

• O voluntário que participar deste estudo não será submetido a nenhum procedimento invasivo, doloroso

ou que a exponha a qualquer tipo de risco biológico. Contudo, poderá contribuir com os avanços da

pesquisa científica;

• O período de participação será de maio a junho de 2010;

• O voluntário ficará assegurado quanto ao direito de recusar a responder ou participar da avaliação

fisioterapêutica, sem dar maiores explicações justificativas a pesquisadora;

72

• O voluntário ficará assegurado de que os dados coletados serão utilizados apenas para essa pesquisa,

sendo que os nomes e as informações obtidas não serão divulgados, e apenas os pesquisadores terão

acesso às informações colhidas;

• O voluntário não deverá receber nenhum valor em direito e nem deverá ter qualquer despesa para

participar do estudo, sendo este caráter totalmente gratuito.

CONSENTIMENTO DA PARTICIPAÇÃO DA PESSOA COMO SUJEITO

Eu, ________________________________________________________________________, abaixo assinado,

responsável por________________________________________________________________, com número de

RG:____________________ e CPF:______________________, concordo com a participação

de______________________________________________________________________. Fui devidamente

informado (a) e esclarecido (a) pelo (s) pesquisador (es)

______________________________________________________________ sobre a pesquisa, os procedimentos

nela envolvidos, assim como os possíveis riscos e benefícios decorrentes de minha participação. Foi-me garantido

que posso retirar meu consentimento a qualquer momento, sem que isto leve a qualquer penalidade ou interrupção de

meu acompanhamento/ assistência/tratamento.

Local e data: _______________________________________________________________.

Nome e Assinatura do sujeito ou responsável:___________________________________________.

IDENTIFICAÇÃO DOS PESQUISADORES

Acadêmica:

Larissa Silva Pereira– 0XX(48) 88545150/ e-mail: [email protected]

Profª Orientadora:

Fabiana Durante de Medeiros – 0XX(48) 99065383/e-mail: [email protected]

Imbituba, ___ de ________________ de 2010.

73

ANEXO C – Labirinto

74

75

ANEXO D – Prova de imitação de gestos simples/Mãos

76

77

ANEXO E – Prova de imitação de gestos simples/braços

78

79

ANEXO F – Prova de rapidez

80

81

ANEXO G – Prova de organização espacial/Tabuleiro posição normal

82

83

ANEXO H – Prova de organização espacial/Tabuleiro posição invertida

84

85

ANEXO I – Prova dos palitos

86

87

ANEXO J – Jogo de paciência

88

89

ANEXO K – Direita e Esquerda/Conhecimento sobre si

90

91

ANEXO L – Execução de Movimentos

92

93

ANEXO M – Direita e esquerda/Reconhecimento sobre o outro

94

95

ANEXO N– Lateralidade das mãos

96

97

ANEXO O– Lateralidade dos olhos

98

99

ANEXO P– Lateralidade dos pés

100