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HISTÓRIA LOCAL IMBITUBA Profº Viegas Fernandes da Costa

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INSTITUTO FEDERAL DE SANTA CATARINA Campus Garopaba HISTÓRIA DE IMBITUBA Professor Viegas Fernandes da Costa Material produzido para o componente curricular “História Local” do curso de Condutor Ambiental de Imbituba. 17/10/2013.

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Page 1: História de Imbituba

HISTÓRIA LOCALIMBITUBA

Profº Viegas Fernandes da Costa

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Page 3: História de Imbituba

MEMÓRIAA memória se modifica e se rearticula conforme a posição que ocupo e as relações que estabeleço nos diferentes grupos de que participo. Também está submetida a questões inconscientes, como o afeto, a censura, entre outros. As memórias individuais alimentam-se da memória coletiva e histórica e incluem elementos mais amplos do que a memória construída pelo indivíduo e seu grupo. Um dos elementos mais importantes, que afirmam o caráter social da memória, é a linguagem. As trocas entre os membros de um grupo se fazem por meio de linguagem. Lembrar e narrar se constituem da linguagem. Como afirma Ecléa Bosi a linguagem é o instrumento socializador da memória pois reduz, unifica e aproxima no mesmo espaço histórico e cultural vivências tão diversas como o sonho as lembranças e as experiências recentes.

(Zilda Kessel)

Page 4: História de Imbituba

A memória é também um objeto de luta pelo poder travada entre classes, grupos e indivíduos. Decidir sobre o que deve ser lembrando e também sobre o que deve ser esquecido integra os mecanismos de controle de um grupo sobre o outro.

Outro aspecto importante acerca da memória é a sua relação com os lugares. As memórias individual e coletiva têm nos lugares uma referência importante para a sua construção. As memórias dos grupos se referenciam, nos espaços em que habitam e nas relações que constroem com estes espaços. Os lugares são importante referência na memória dos indivíduos, donde se segue que as mudanças empreendidas nesses lugares provocam mudanças importantes na vida e na memória dos grupos.

(Zilda Kessel)

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TRATADO DE TORDESILHAS - 1494

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Page 7: História de Imbituba

COLONIZAÇÃO DE EXPLORAÇÃO

LatifúndioMonocultura

Mercado ExternoMão de obra escrava

COLONIZAÇÃO DE POVOAMENTO

MinifúndioPolicultura

Mercado internoMão de obra familiar

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Vila Nova: 1752

Imaruí: 1833

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"Barco em Chamas - Batalha de Imbituba", de Willy Zumblic (1980 )

A BATALHA DE IMBITUBA

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A Batalha Naval de Imbituba (1839) é considerado o batismo de fogo de Anita Garibaldi, e aconteceu na praia do porto de Imbituba.

Anita lutava ao lado do companheiro Giuseppe Garibaldi, contra as forças do governo brasileiro, no contexto da Guerra dos Farrapos (ou Rev. Farroupilha).

Santa Catarina havia sido declarado país independente (República Juliana), com sede em Laguna.

A esquadra dos farrapos era composta pelas embarcações Rio Pardo e Seival, e foi atacada por tropas terrestres e pelos 3 principais navios da marinha imperial.

Giuseppe ordenou que Anita ficasse nos porões, mas esta não obedeceu, e lutou com os demais. É desta batalha o episódio no qual Anita, depois de desmaiar em combate, respondeu a Giuseppe, quando este mais uma vez lhe ordenara que descesse ao porão, que desceria para buscar os covardes que lá estavam escondidos.

Os farrapos saíram vitoriosos nesta batalha.

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HENRIQUE LAGE(1881 – 1941)

Industrial brasileiro e principal idealizador do Porto de Imbituba. Fundou a Companhia Docas de Imbituba em 1922. Na cidade, além do porto, montou uma cerâmica e uma granja de grandes proporções. Incentivador de diversos setores da indústria nacional, como a mineração e a aeronáutica.Pioneiro na extração salineira no nordeste do Brasil e, na década de 1920, mandou sondar a existência de petróleo no município de Campos dos Goytacazes.Foi casado com a cantora lírica italiana Gabriella Besanzoni. Criou, em 1935, a Companhia Nacional de Navegação Aérea, primeira fábrica de aviões no Brasil.

Fonte: Wikipédia, a enciclopédia livre.

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CRONOLOGIA DE IMBITUBA(Construída a partir do blog “memoriaimbitubense.blogspot.com.br”)

1622 – Chegam os primeiros missionários pertencentes ao Colégio do Rio de Janeiro, Padres Antônio Araújo e Pedro da Mota, para catequizar os índios Carijós que habitavam o litoral catarinense. Permaneceram na Vila Nova até 1624, quando seguiram para a região de Santo Antônio dos Anjos da Laguna.

1715 – início do povoamento de Imbituba, com a chegada do Capitão Manoel Gonçalves de Aguiar que, por determinação do Governador do Rio de Janeiro, realizava viagem de inspeção às colonizações do Sul do Brasil.

1720 – chegam os primeiros colonizadores açorianos e madeirenses.

1747 – construção da primeira capela de Vila Nova para abrigar a imagem de Santa Ana, trazida dos Açores.

1796 – Fundação da Armação para a pesca da baleia (a estação baleeira de Imbituba foi a última a deixar de operar no Sul do Brasil).

1821 – nasce em Morrinhos, Freguesia de Santana de Mirim, Ana Maria de Jesus Ribeiro, mais conhecida como Anita Garibaldi,

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1826 – D. Pedro I, em viagem para a cidade de Rio Grande onde iria verificar as necessidades do Exército Brasileiro, desembarca em Garopaba da Frota Imperial que havia deixado o Rio de Janeiro e segue à cavalo para a localidade de Araçatuba. De lá seguiu para Vila Nova, onde às 16 horas do dia 2/12/1856 ele e sua comitiva param e fazem uma ligeira refeição, saindo em seguida, ainda a cavalo, pelas praias, passando por Itapirubá, Praia do Gi até chegar em Laguna, onde pernoitou.

1839 – Batalha de Imbituba na Praia do Porto.

1856 – Criação da Freguesia do Mirim.

1871 – construção do primeiro trapiche do Porto de Imbituba, com extensão de 70 metros. A obra foi realizada por engenheiros ingleses em ferro e madeira.

1882 – inaugurado o farolete na extremidade do Morro de Imbituba (Ponta de Imbituba). Extinto em 1911 por ter sido inaugurado nesse dia o novo farolete da Ilha das Araras. Em 1918 foi inaugurado novo farol, automático, com coluna de alvenaria de 7 metros de altura, pintada de branco, sobre a qual foi colocado o aparelho de luz, automático. Reformado em 1937, sendo que em 1968 foi terminado o azulejamento da torre .

1912 – Henrique Lage desembarca em Laguna.

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1919 – Início das obras de construção do porto e da Cerâmica Imbituba.

1919/1920 – Construção do Imbituba Hotel.

1920 – início da construção da Usina Termelétrica.

1922 – criada a Companhia Docas de Imbituba, tendo Álvaro Catão como diretor. Todos os navios de carga ou passageiros da Companhia Nacional de Navegação Costeira passaram a fazer escala no Porto de Imbituba.

1923 - criação do Município de Imbituba, deixando de pertencer a Laguna. Em 1930, atropelada pela Revolução Getulista, Imbituba deixou de ser Município, voltando a pertencer ao Município de Laguna.

1935- primeira viagem de ônibus realizada em Imbituba, tendo como destino a cidade de Laguna. A linha era operada pela Empresa Auto Viação Glória, de propriedade de Manoel Florentino Machado.

1941 – falecimento de Henrique Lage e inauguração do porto.

1949 – Imbituba passa a se chamar Henrique Lage.

Page 20: História de Imbituba

1954 – Inaugurada a Igreja Matriz.

1958 – emancipado o distrito de Henrique Lage.

1959 – o município de Henrique Lage passa a se chamar Imbituba.

1966 – ocorre o primeiro suposto milagre atribuído a Madre Paulina, que curou a imbitubense Eluiza Rosa de Souza, desenganada pelos médicos após intensa hemorragia e parada cardíaca.

1981 - criado por um grupo de cientistas e voluntários o Projeto Baleia Franca, com o objetivo de pesquisar e monitorar o ressurgimento das baleias, promover a educação ambiental e fomentar a cultura preservacionista junto às comunidades da costa sul-brasileira.

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IGREJA SANTA ANA DO MIRIM

A igreja em 1912. A construção iniciou em 1844.

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ORIGEM TOPONÍMICA DO TERMO IMBITUBA

“O topônimo ‘Imbituba’ provém do indígena “embetuba” ou “imbituba”, que significa: região com imensa quantidade de imbé, uma espécie de cipó

escuro roxo, muito resistente, usado para a confecção de cordas.”

(MARTINS, Manoel de Oliveira. Imbituba: história e desenvolvimento)

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1938

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RUA DE BAIXO(1ª rua da cidade – organizada na década de 1880)

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Rua de Baixo (Presidente Vargas) na década de 50. Em primeiro plano os trilhos da Estrada de Ferro D. Tereza Cristina . Foto de Iza Soares

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Capela Imaculada Conceição (década de 1910)

(Localizava-se próximo ao porto)

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Inauguração da Igreja Matriz (1954)

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Porto de Imbituba em suas instalações iniciais (final do séc. XIX)

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Obras no porto (1938)

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Escafandrista nas obras do porto.

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Navios aguardando o carregamento de carvão e madeira.

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Antigo Barracão da Baleia,. Foto publicada no livro Romanceiro Açoriano, de Almir Martins.

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ANTIGA USINA TERMELÉTRICA

Foi construída em 1917 e ampliada em 1949.Utilizava a queima de carvão para produção de energia elétrica, e abastecia o porto e a cidade de Imbituba.Funcionou de 1923 a 1963. Sua desativação aconteceu quando a cidade começou a adquirir energia elétrica da SOLTECA – Sociedade Termelétrica de Capivari.Possuía uma chaminé de 40 metros de altura e um porão para recolhimento das cinzas de carvão.

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HOTEL IMBITUBA

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Construído entre 1919/1920.

Arquitetura colonial inglesa.

Era considerado um dos mais luxuosos do Sul do Brasil.

Segundo Maria Aparecida Pamato Santana: “A recepção e os corredores eram cobertos por tapetes “Persa” vermelhos. No salão de refeições, belíssimas cristaleiras, com espelhos e vidros de cristal, repletas de louças (porcelanas inglesas), copos e taças de cristal importados e talheres de prata. Membros da Família Imperial do Brasil, Pedro Gastão e João d´Orleans e Bragança, estiveram hospedados por oito dias no Hotel Imbituba, em fevereiro de 1935. Chamado de Hotel Grande possuía, também, um salão de festas, com piano e um bem aparelhado bar; um salão de jogos no piso superior; no centro, um aconchegante jardim de inverno, com um caramanchão florido e bancos de ferro pintados de branco. A recepção, os quartos e o salão de festas eram ladeados por espaçosa varanda. Aos fundos, ficava a ampla e bem equipada cozinha.”

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“Contavam seus funcionários, que na revolução de trinta, os oficiais dos “maragatos” tomaram o hotel; alguns deles entraram, com seus belos cavalos, selados com arreios de prata, pelos corredores, até os quartos. Uma bagunça generalizada. Disseram que depois o hotel ficou assombrado. Altas horas da noite acordaram com passadas e o tilintar dos arreios dos cavalos. Um dos últimos gerentes contava que, às vezes, acordava com barulho de louças quebrando e panelas rolando no chão da cozinha. Levantava-se ia até a cozinha, acendia a luz e... tudo estava no seu lugar! A senhora Itália de Bona, primeira telefonista de Imbituba e vizinha do Hotel, contou, nos seus noventa anos, que Dona Zita Catão organizava bailes luxuosos, para casais amigos de Laguna e Tubarão. Chegavam de trem e saltavam em frente ao hotel, cantando, alegres: “Viva, Dona Zita, viva, Dr Catão, ela é tão gentil; nos convidou para vir dançar cá no hotel”.

(Maria Aparecida Pamato Santana)

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Industrial Cerâmica Imbituba

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Criada por Henrique Lage no ano de 1919 com a finalidade de fabricar louças para suprir os navios passageiros da Organização Henrique Lage que na época faziam a linha Rio-Imbituba-Porto Alegre.

Foi a 1ª indústria de cerâmica da região Sul.

Logo passou a produzir azulejos.

Em 1941, com a morte de Henrique Lage, a Cerâmica esteve à beira da falência. Dona Gabriela Besanzoni Lage, resolveu tentar salvar o fracasso da Cerâmica, nomeando Diretor Gerente João Rimsa.

As matérias-primas vinham de Içara (argila) e de Orleans (caulim). Aqui dispunha de carvão e lenha para os fornos; sarrafos e palha tinham em abundância para a embalagem da produção. Calcário, talco, vidro especial e corantes eram provenientes de São Paulo e Paraná. (Maria Aparecida Pamato Santana)

Encerrou suas atividades em 2009.

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VILA OPERÁRIA

Construída em 1916 para abrigar operários de Henrique Lage. Formavam um Um conjunto de casas geminadas, de madeira, compondo 6 lotes, com 4 casas cada, num total de vinte e quatro.

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COOPERATIVA DE IMBITUBAConjunto de armazéns, lojas de ferragem, armarinho, (roupas de cama, mesa e banho), açougue, padaria e farmácia. O prédio dividia-se em duas alas separadas internamente pela linha da malha ferroviária central. Essa linha era usada para a descarga dos produtos que chegavam de navio, de trem ou por terra. O charque vinha de navio do Rio Grande do Sul. Outras mercadorias como o sal, vinham do Rio de Janeiro. Lençóis, fronhas, toalhas de banho, rosto e mesa eram trazidos das confecções catarinenses(Brusque e Blumenau). Os produtos a granel, como farinhas de mandioca, de trigo, de milho e açucares, feijão e outros, eram vendidos a quilo e empacotados em papel pardo.

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Antigo Grupo Escolar Henrique Lage, na Av. Dr. João Rimsa (o prédio é de 1934)

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1º ônibus a fazer a linha Imbituba – Laguna.

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Antiga locomotiva utilizada para o transporte de carvão.

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INSTITUTO FEDERAL DE SANTA CATARINACampus Garopaba

HISTÓRIA DE IMBITUBA

Professor Viegas Fernandes da Costa

Material produzido para o componente curricular “História Local” do curso de Condutor Ambiental de Imbituba.

17/10/2013.