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LUIGI OLIVO CIRIMBELLI TRATAMENTO HIDROTERAPÊUTICO NA ARTROSE DE JOELHO: ESTUDO DE CASO Tubarão, 2005

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LUIGI OLIVO CIRIMBELLI

TRATAMENTO HIDROTERAPÊUTICO NA ARTROSE DE JOELHO: ESTUDO DE

CASO

Tubarão, 2005

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LUIGI OLIVO CIRIMBELLI

TRATAMENTO HIDROTERAPÊUTICO NA ARTROSE DE JOELHO: ESTUDO DE

CASO

Monografia apresentada ao Curso de Fisioterapia como requisito parcial para a obtenção de título de bacharel em Fisioterapia.

Universidade Sul de Santa Catarina

Orientador Profª Esp. Jaqueline de F. Biazus

Tubarão, 2005

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DEDICATÓRIA

Dedico este trabalho a meus pais, companheiros

no sentido mais profundo do termo, com quem

partilho a alegria da chegada.

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AGRADECIMENTOS

A DEUS, autor de toda a criação, que pela sua

infinita bondade incluiu-me na sua obra.

A minha família pela dedicação constante de

conduzir meu viver com dignidade, coragem e

fé.

Ao seu José, por ter participado deste projeto,

sempre me passando alegria.

A todos os professores, dotados de cultura e ética

profissional, pela sua dedicação, apoio e

amizade, em especial a Jaqueline de F. Biazus.

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O ser humano é o verdadeiro ponto de referência

de todos os seres terrenos; ele é o centro da

criação, com os dons da liberdade e imortalidade.

O fisioterapeuta não pode ignorar esta nobreza

radical do paciente, pois ele mesmo é

reabilitador e tutor da integridade humana (Luigi

Olivo Cirimbelli).

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RESUMO O joelho é parte do sistema ósteo-articular de sustentação e de fundamental importância tanto na integridade anatômica como funcional. É a articulação intermediária do membro inferior, localizada nos extremos de dois importantes braços de alavanca: o fêmur e a tíbia, e por isso os traumatismos desses “braços” se transmitem de maneira indireta, porém ampliada, a essa articulação. A doença articular degenerativa (artrose) de joelho, é uma alteração caracterizada pelo desgaste da cartilagem articular, a qual é um tecido liso e que juntamente com o líquido sinovial são responsáveis pelo mecanismo de rolamento e deslizamento que ocorre nas juntas permitindo o adequado movimento das mesmas. Um dos recursos fisioterapêuticos que tem sido grandemente eficaz no tratamento da doença articular degenerativa é o tratamento hidroterápico que se utiliza de efeitos fisiológicos e cinesiológicos, advindos da imersão do corpo, ou parte deste em meio aquático. A pesquisa aqui apresentada relata o acompanhamento de um paciente do gênero masculino, com 62 anos de idade, portador de artrose de joelho. Foram realizados 12 atendimentos incluindo avaliação e reavaliação no período de Março de 2005. O objetivo principal foi avaliar a melhora do quadro álgico a melhora da amplitude de movimento (ADM) e ganho de força muscular assim estimulando o paciente a realizar outros tipos de atividades rotineiras. Os resultados da pesquisa foram avaliados através de gráficos e tabelas. Após a pesquisa verificou-se que o quadro álgico apresentou uma queda de 8 dor muito forte para 4 dor fraca. Verificou-se também que houve um leve ganho da amplitude de movimento do membro inferior esquerdo de 100° para 110° de flexão e aumento da força de 4 movimentação completa contra a gravidade e com alguma resistência para 5 movimentação completa contra a gravidade e resistência normal. Palavra chave: Doença articular degenerativa, joelho, hidroterapia.

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ABSTRACT

The knee is part of a support osteoarticular system fundamentally important either for the anatomical as well as for the functional integrity. It is the intermediate articulation of the lower limb located at the edge of two important lever arms; the femur and the tibia, and that is why the traumatism of these “arms” are transmitted indirectly, though expanded, to this articulation. The knee degenerative articular disease (arthrosis), is a characterized alteration caused by the articular catilage wearing process, which is a smooth tissue, and which in connection with the synovial liquid, is responsible for the rolling and sliding mechanism taking place in the joints allowing for their adequate movement. One of the physiotherapeutic resources, which, has been efficient to treat the degenerative articular disease, is the hydrotherapeutic treatment, which makes use of physiologic and kinesiologic effects coming from the body immersion, or part of it amid an aquatic means. The research here shown, reports the follow-up of a male patient, aged 62, who has knee arthrosis. Twelve appointments were carried out including the evaluation and re-evaluation in the period of March 2005. The main objective was to evaluate the improvement of the algic sing in relation to the improvement of the movement expansion (ADM) and muscle strength gain, this way encouraging the patient to do other types or routine activities. The results of the research were evaluated by means of charts and tables. After the research, it was found that the algic sign showed a drop score of 8 for very strone pain to 4, a weak pain. It was also found that there was a slight gain of movement expansion towards the left lower limb from 100° to 110° flexion, and a 4 complete move strength against the gravity with some resistance to a 5 complete move against the gravity and the normal resistance. Key words: Degenerative Articular Disease, Knee, Hydrotherapy.

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................13

2 Anatomia e Biomecânica da Articulação do Joelho ........................................................15

2.1Articulação do joelho .......................................................................................................15

2.2 Meniscos ...........................................................................................................................21

2.3 Ligamentos .......................................................................................................................24

2.3.1 Ligamento cruzado anterior (LCA) ...............................................................................25

2.3.2 Ligamento cruzado posterior (LCP) ..............................................................................28

2.3.3 Ligamento colateral medial (Tibial) ..............................................................................29

2.3.4 Ligamento Colateral Lateral (Fibular)............................................................................30

2.4 Músculos ...........................................................................................................................30

2.5 Biomecânica .....................................................................................................................33

2.6 Artrose ..............................................................................................................................36

2.6.1 Artrose de joelho ............................................................................................................37

2.7 Incidência .........................................................................................................................39

2.8 Etiologia............................................................................................................................40

2.9 Patogenia ..........................................................................................................................41

2.10 Sintomas e sinais ............................................................................................................42

2.11 Exame radiológico .........................................................................................................43

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2.12 Tratamento fisioterapêutico .........................................................................................43

2.13 Hidroterapia...................................................................................................................44

2.14 Efeitos fisiológicos..........................................................................................................46

2.15 Efeito da temperatura da água.....................................................................................47

2.16 Propriedades físicas da água ........................................................................................48

2.16.1 Flutuação ......................................................................................................................48

2.16.2 Pressão hidrostática ......................................................................................................50

2.16.3 Viscosidade....................................................................................................................52

2.16 4 Turbulência....................................................................................................................52

2.16. 5 Empuxo.........................................................................................................................53

2.17 Reabilitação aquática.....................................................................................................54

2.18 Vantagens da hidroterapia na artrose de joelho..........................................................55

3. DELINEAMENTO DA PESQUISA.................................................................................57

3.1 Tipo de Pesquisa...............................................................................................................57

3.2 População e amostra da pesquisa....................................................................................58

3.3 Instrumentos Utilizados para coleta de dados...............................................................59

3.4 Controle das variáveis......................................................................................................60

3.5 Procedimentos para coleta de dados..............................................................................61

4 ANÁLISE E INTERPRETAÇAO DOS DADOS.............................................................63

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS..............................................................................................69

REFERÊNCIA........................................................................................................................70

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Apêndice 1 – Ficha de avaliação............................................................................................76

Anexo 1 – Graduação do Quadro Algico..............................................................................79

Anexo 2 – Graduação da Força Muscular............................................................................80

Anexo 3 – Avaliação da Amplitude de Movimento (ADM) ................................................81

Anexo 4 – Testes realizados...................................................................................................82

Anexo 5 – Autorização............................................................................................................84

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LISTA DE TABELA

Tabela 1 – Testes realizados na avaliação e reavaliação...........................................................63

Tabela 2 – Efeitos da hidroterapia na osteoartrose...................................................................64

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LISTA DE GRAFICOS

Gráfico 1 – Avaliação do quadro algico...................................................................................65

Gráfico 2 – Avaliação da goniometria......................................................................................66

Gráfico 3 – Avaliação da Força Muscular................................................................................67

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1 – Joelho: vista anterior...........................................................................................15

Figura 2 – Menisco: vista superior........................................................................................21

Figura 3 – Articulação aberta, joelho em leve flexão..........................................................24

Figura 4 – Joelho: ligamentos cruzados e colaterais........................... ...............................25

Figura 5 – Ligamento Cruzado Posterior (LCP) ................................ ...............................28

Figura 6 – Artrose de Joelho.................................................................................................37

Figura 7 – Exame radiológico...............................................................................................43

Figura 8 - Hidroterapia.........................................................................................................44

Figura 9 – Percentual do valor do Peso Corporal em diferentes profundidades da

água.........................................................................................................................................50

Figura 10 – Atuação da Pressão Hidrostática sobre o corpo com a cabeça isenta de

imersão....................................................................................................................................51

Figura 11 – Reabilitação aquática........................................................................................54

Figura 12 – Vantagens da hidroterapia................................................................................56

Figura 13 – População e amostra da pesquisa.....................................................................58

Figura 14 - Piscina..................................................................................................................60

Figuara 15 – Teste de esforço em varo..................................................................................64

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1 INTRODUÇÃO

Com os anos o joelho pode passar por desgastes principalmente devido a uma

deteriorização mecânica que pode estar associada a um alinhamento defeituoso do joelho. A

quantidade de líquido sinovial se reduz. A atividade física vai diminuindo e os receptores na

cápsula recebem menos estímulos, de maneira que a sinovia adapta-se a uma menor produção

de lubrificante. Além disso, o corpo mais velho contém menos água, o que determina que o

líquido sinovial seja mais espesso. Por estas razões, a capacidade amortecedora é reduzida. Da

mesma forma, a camada de cartilagem nas extremidades ósseas se desgasta em parte ou

completamente, de modo que os ossos se aproximam muito e chegam a tocar-se cada vez

mais, resultando em dor na articulação afetada. Como uma das conseqüências a redução de

atividades de vida diária em pessoas idosas.

O joelho é uma estrutura de sustentação de carga, de grande amplitude de

movimento, é também a maior articulação sinovial do corpo estando localizada no extremo de

dois importantes braços de alavanca: o fêmur e a tíbia.

As superfícies articulares formadas pelos côndilos do fêmur, platô tibial e patela

permitem movimentos de rolamento, deslizamento e rotação interna e externa, mantida por

estabilizadores estáticos (ligamentos, meniscos e cápsulas) e dinâmicos (músculos e tendões),

é uma articulação sujeita a um maior número de patologias de origem mecânica.

Ao deambular um indivíduo utiliza força muscular direcionada para a articulação

do joelho, sendo que esta força pode ser duas (2) a quatro (4) vezes maior que o peso corporal

do indivíduo.

A artrose é um dos problemas mais comuns que afetam muitas pessoas na terceira

idade. É uma doença degenerativa, inflamatória, progressiva e irreversível, que acomete as

articulações de forma primária ou de forma secundária (traumas, lesões ligamentares, e

meniscais, fraturas, infecções, etc).

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É uma lesão em espelho das superfícies articulares com abrasão da cartilagem e

desgaste progressivo do osso subcondral.

Quando há uma artrose, pode-se dizer que em um ponto da superfície articular

existe um pinçamento total da interlinha com o desaparecimento do espaço cartilaginoso.

Devido a alta incidência em nosso meio a artrose vem recebendo uma atenção cada

vez maior em seu tratamento.

Embora pouco difundido, a fisioterapia possui recursos capazes de minimizar ou

estabilizar o avanço da doença articular degenerativa, proporcionando uma melhora funcional

considerável do quadro clínico dos pacientes portadores de artrose. Dentre os recursos

disponibilizados pela fisioterapia, encontra-se o tratamento hidroterápico que utiliza o meio

líquido na realização dos exercícios terapêuticos.

A hidroterapia, como uma modalidade de reabilitação, possui uma longa historia e

vem ampliando os métodos de tratamento, evoluindo com a fisioterapia.

A água, além de ser um meio prazeroso, constitui um fator importante para a

reabilitação em virtude das suas propriedades físicas.

Através do tratamento hidroterápico o paciente sente-se mais a vontade em realizar

os exercícios em virtude do alívio do peso corporal, redução do impacto articular, redução de

edema e diminuição da dor do joelho.

Este trabalho fundamentou-se em um referencial teórico sobre anatomia e

biomecânica, artrose e biomecânica da lesão, hidroterapia.

Tendo como objetivo verificar a melhora do quadro álgico, aumento de força

muscular e aumento da amplitude de movimento (ADM), pré e pós-intervenção

fisioterapêutica em um paciente com artrose de joelho esquerdo.

A pesquisa realizada foi do tipo estudo de caso, sem grupo de controle com pré e

pós-teste.

No delineamento da pesquisa, houve a caracterização do sujeito-participante,

descrição dos instrumentos e procedimentos utilizados para realização da coleta de dados;

seguindo com a apresentação e análise dos dados e discussão dos resultados alcançados,

finalizando, as considerações finais.

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2. ANATOMIA E BIOMECÂNICA DA ARTICULAÇÃO DO JOELHO

2.1 Articulação do joelho

Figura 1 Joelho: Vista anterior

Fonte: NETTER (2001, Lamina 473)

Segundo Lippert (1996, p. 197) a articulação do joelho parece ser uma articulação

simples, porém, talvez seja uma das mais complexas articulações do corpo. É classificada

como articulação sinovial em dobradiça.

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Para Watkins (2001, p. 205) “o complexo do joelho consiste de duas articulações:

a tibiofemoral e a patelofemoral. Ambas são sinoviais, e dividem a mesma cápsula articular”.

Conforme Hamill e Knutzen (1999, p. 227) a articulação tibiofemoral, comumente

chamada de verdadeira articulação do joelho, é a articulação entre os dois ossos mais longos

do corpo, o fêmur e a tíbia.

Segundo Gross, Fetto e Rosen (1996, p. 326) é formada por dois côndilos femorais

grandes e bulbosos que se apóiam em um platô tibial relativamente achatado. Como resultado,

é inerentemente instável. A articulação tibiofemoral pode, potencialmente, mover-se sem

limites em quatro direções: flexão-extensão, varo-valgo, rotação externa-interna e translação

(ou deslizamento) anterior-posterior.

Conforme Malone, MacPoil e Nitz (2000, p. 307) podemos descrever a articulação

tíbiofemoral como articulação em dobradiça com movimentos de rotação, deslizamento e

rolagem.

O movimento que esta articulação realiza é helicóide, ou em espiral que nos faz

imaginar a tíbia se torcendo por cima do côndilo femoral interno, durante o movimento de

flexão e extensão.

Para Watkins (2001, p. 205) do ponto de vista esquelético, a articulação

tibiofemoral é muito instável devido as características anatômicas dos dois côndilos tibiais e

femorais.

Conforme Ellenbecker (2002, p. 17) a superfície articular proximal da tíbia se

compõe de dois côndilos assimétricos. O côndilo medial da tíbia é maior e oval, com uma

superfície articular bicôncava. O osso permite um encaixe mais congruente para o côndilo

medial do fêmur. O côndilo lateral da tíbia, que é menor, é côncavo médio-lateralmente e

convexo ântero-posteriormente. O resultado dessa conformação é a redução da congruência e

o aumento da mobilidade na articulação.

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De acordo com Soares (2000) a força depende da integridade dos músculos e

secundariamente, dos ligamentos. Os ligamentos que fazem parte da estrutura articular do

joelho são: ligamento cruzado anterior e ligamento cruzado posterior, ligamento colateral

lateral, ligamento colateral medial e cápsula articular.

O joelho faz parte do sistema osteoarticular de sustentação, tem importância

fundamental tanto na sua integridade anatômica quanto funcional. Está localizada nos

extremos de dois importantes braços de alavanca: o fêmur e a tíbia (BRONSTEIN;

DEHAVEN, 2000).

Segundo Gross, Fetto e Rosen (1996, p. 326) o joelho é a maior articulação

sinovial do corpo. É também uma das mais complexas.

Uma articulação sinovial é aquela em que as superfícies articulares não são unidas,

elas são mantidas em contato por uma manga de tecido fibroso, a cápsula articular, e

sustentadas por ligamentos. No esqueleto adulto oitenta por cento (80%) das articulações são

sinoviais, como a do joelho (WATKINS, 2001).

Para Gross, Fetto e Rosen (1996, p. 326) o joelho é composto de três ossos (fêmur,

tíbia e patela) e duas articulações (tibiofemoral e patelofemoral).

Funcionalmente estas duas articulações não podem ser separadas em razão da

relação mecânica existente entre elas. (MALONE; MCPOIL; NITZ, 2000).

Para Ellenbecker (2002, p. 01) a própria articulação do joelho é capaz de se mover

em seis graus de liberdade: três translações (Antero-posterior, medial-lateral e proximal-

distal) e três rotações (interna-esterna, em varo-valgo e flexão-extensão).

De acordo com Hamill e Knutzen (1999, p. 227) a articulação do joelho suporta

peso do corpo e transmite as forças provenientes do solo ao mesmo tempo que permite uma

grande quantidade de movimento entre fêmur e tíbia. Na posição estendida, a articulação do

joelho fica estável devido ao alinhamento vertical, a congruência as superfícies articulares e

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ao efeito da gravidade sobre a articulação. Em qualquer posição fletida, a articulação do

joelho fica móvel e requer estabilização especial da potente cápsula, ligamentos e músculos

que a cercam.

Além disso, é evidente sua falta de proteção aos diversos traumatismos devido as

partes moles, e seus vários movimentos de flexo-extensão, deslizamento e rotação, que

participam tanto na marcha quanto na posição ereta, exercendo constantemente uma pressão

contínua em suas extremidades (AMESTOY; LIMA, 2000).

Assim, essa articulação deve possuir uma grande estabilidade em extensão

completa, posição na qual sofre importantes esforços devidos ao peso do corpo e ao

comprimento dos braços de alavanca (AMESTOY; LIMA, 2000).

A parte inferior do joelho é formada pela porção superior da tíbia formando o platô

tibial (MALONE; MCPOIL; NITZ, 2000).

O componente femoral da articulação tibiofemoral é constituído por dois grandes

côndilos separados pela chanfradura intercondilar. O côndilo medial assimétrico se estende

distalmente muito mais que o lateral, enquanto este é ligeiramente mais largo no centro da

chanfradura intercondilar. Visto da superfície tibial, o côndilo medial parece, mais curto,

porém em média é 17 mm mais longo para poder compensar a angulação medial da diáfise

femoral. Essa angulação medial varia de um indivíduo para outro e contribui para o ângulo

quadricipital e para o grau de alinhamento em varo ou em valgo (HALL; BRODY, 2001).

Adjacentes aos côndilos articulares estão os grandes epicôndilos, que são

superfícies convexas erodidas apresentando inúmeros orifícios para os vasos. Essas áreas

altamente vasculares são o sítio de ligação para as estruturas capsulares, ligamentos e tendões

adjacentes ao joelho. A região epicondilar medial é facilmente distinguida pelo tubérculo do

adutor, que serve como sítio de inserção para o tendão adutor e também com a origem do

ligamento colateral tibial (MALONE; MCPOIL; NITZ, 2000).

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A superfície articular do côndilo medial é maior que a superfície de contato do

côndilo lateral. A altura da parede do côndilo lateral é maior ao longo do sulco troclear,

auxiliando na prevenção da subluxação lateral da patela (ELLENBECKER, 2002).

A patela é o maior osso sesamóide do corpo humano, situa-se imersa no tendão do

quadríceps femoral do qual cerca de 50% desta musculatura se inserem na borda superior da

patela (STROBEL; STEDTFELD, 2000).

A base da patela é rugosa para a fixação do reto da coxa e do vasto intermédio. Os

bordos medial e lateral são arredondados, mas também rugosos, recebendo fixações dos

vastos medial e lateral (PALASTANGA; FIELD; SOARES, 2000).

De acordo com Ellenbecker (2002) a superfície retropatelar se compõe de 7

facetas, 4 no lado medial e 3 no aspecto lateral. Geralmente as facitas mediais são mais

convexas e menores que as facetas laterais, que não só são maiores, más também mais

côncavas.

Segundo Ellenbecker (2002, p. 02) anteriormente, a patela é minimamente

convexa em todas as direções. Distalmente, a patela tem forma de “C” e está circundada pelo

tendão infrapatelar.

Para Hall e Brody (2001, p. 441) a patela aprimora o desempenho muscular através

do braço de alavanca mais longo do corpo.

Conforme Hamill e Knutzen (1999, p. 230) o papel principal da patela é aumentar

a vantagem mecânica do quadríceps femoral.

De acordo com Schulz (apud. ELLENBECKER, 2002), além de melhorar a

eficiência do quadríceps durante os 30° (trinta graus) finais de extensão, a patela também

funciona como guia para o tendão quadricipital, diminuindo o atrito do mecanismo do

quadríceps, controlando a tensão da cápsula do joelho e funcionando como um escudo

protetor para a cartilagem condilar do fêmur.

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Ela melhora a alavanca da força extensora aumentado a distância do tendão do

quadríceps a partir do eixo da articulação do joelho. Seu maior efeito na alavanca do

quadríceps é durante a extensão do joelho a partir de 60 até 30 graus diminuindo rapidamente

a partir de 15 até 0 graus de extensão completa (KISNER; COLBY, 1998).

A parte inferior do joelho é formada pela porção superior da tíbia formando o platô

tibial (MALONE; MCPOIL; NITZ, 2000).

As superfícies dos côndilos são revestidas por cartilagem, a qual ultrapassa os

limites do platô em cerca de 23 mm. A inserção da cápsula coincide com os limites periféricos

da superfície articular e com a periferia dos meniscos (STROBEL; STEDTFELD, 2000).

O platô tibial é inclinado posteriormente em um ângulo de 3° à 8° (retroversão), e

também se encontra deslocado posteriormente, em relação ao eixo da diáfise femoral

(STROBEL; STEDTFELD, 2000)

Os platôs tibiais lateral e medial estão separados por duas espinhas chamadas

eminências ou tubérculos laterais e medial. Existem incongruências e assimetrias entre os

platôs tibiais medial e lateral. Primeiro, a superfície de contato do platô tibial medial é 50%

maior que a superfície de contato do platô lateral. Segundo o platô lateral é côncavo no plano

frontal e convexo no plano sagital. É essa congruência que possibilita a ocorrência de vários

movimentos distintos na articulação tibiofemoral (ELLENBECKER, 2002).

De acordo com Hamill e Knutzen (1999, p. 227) a articulação do joelho suporta

peso do corpo e transmite as forças provenientes do solo ao mesmo tempo que permite uma

grande quantidade de movimento entre fêmur e tíbia. Na posição estendida, a articulação do

joelho fica estável devido ao alinhamento vertical, a congruência as superfícies articulares e

ao efeito da gravidade sobre a articulação. Em qualquer posição fletida, a articulação do

joelho fica móvel e requer estabilização especial da potente cápsula, ligamentos e músculos

que a cercam.

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Além disso, é evidente sua falta de proteção aos diversos traumatismos devido as

partes moles, e seus vários movimentos de flexo-extensão, deslizamento e rotação, que

participam tanto na marcha quanto na posição ereta, exercendo constantemente uma pressão

contínua em suas extremidades (AMESTOY; LIMA, 2000).

2.2 Meniscos

Figura 2 Menisco:Vista Superior Fonte: NETTER (2001, Lamina 474)

Para Ellenbecker (2002, p. 3) os meniscos são placas de fibrocartilagem

assimétricas e cuneiformes localizadas na superfície articular da tíbia. Os dois meniscos

possuem dois cornos fibrosos: posterior e anterior.

Os meniscos são movidos e controlados sobre a tíbia por forças passivas e ativas.

Passivamente, eles são empurrados anteriormente pelo fêmur à medida que o joelho se

estende e o contato dos côndilos femorais é mais anterior sobre os côndilos tibiais. Em

contraposição, os meniscos movem-se posteriormente com a flexão do joelho (SMITH;

WEISS; LEHMKUHL, 1997).

Para Kisner e Colby (1998, p. 39) os meniscos melhoram a congruência das

superfícies articulares. Eles são inseridos na cápsula articular pelos ligamentos coronários. O

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menisco medial é firmemente inserido na cápsula articular, assim como o ligamento colateral

medial, ligamento cruzado anterior e o músculo semimembranáceo, sendo assim sujeito a

lesão quando há um golpe lateral no joelho.

Finalmente, os meniscos limitam o movimento entre a tíbia e o fêmur. Na flexão e

extensão, os meniscos movem-se com os côndilos femorais, na medida em que a perna

flexiona, os meniscos movem-se posteriormente devido ao rolamento do fêmur e a ação

muscular dos músculos poplíteo e semimembranoso. No final do movimento de flexão, os

meniscos preenchem a porção posterior da articulação, agindo como um tampão. O

movimento contrário ocorre na extensão, quando o quadríceps femoral e a patela assistem no

movimento dos meniscos para frente sobre a superfície, além disso, os meniscos seguem a

tíbia durante os movimentos de rotação (HAMILL; KNUTZEN, 1999).

Malone, McPoil e Nitz (2000) descrevem que os meniscos além de aumentar a

estabilidade da articulação do joelho, desempenham funções como transmissão da força de

sustentação, melhora da lubrificação e auxiliam os côndilos femorais a rolar durante os

movimentos.

Além disso, os meniscos são essenciais para a estabilidade, a lubrificação e a

propriocepção da articulação (ELLENBECKER, 2002).

Se um dos meniscos deixar de mover-se com os côndilos femorais, como pode

ocorrer com torção súbita ou um movimento forçado, o menisco pode ser esmagado ou

lacerado pelos côndilos (SMITH; WEISS; LEHMKUHL, 1997).

Para Wallace, Mangine e Malone (apud MALONE; McPOIL; NITZ, 2000) o

menisco medial possui formato semilunar, inserindo-se com base larga nas regiões anterior e

posterior, formando ¨cornos¨ do menisco, além disso, o corpo do menisco medial, projeta-se

para trás, sendo mais largo nesta parte. O corno anterior do menisco medial, insere-se também

ao longo da margem do ligamento cruzado anterior e se funde na eminência tibial interna, esta

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linha de inserção se projeta para diante, a partir da depressão e ao longo da crista anterior do

platô tibial.

O menisco lateral é maior que o menisco medial, e é muito mais circular. Essa

estrutura é consistente em toda a sua largura (MALONE; McPOIL; NITZ, 2000).

Segundo Palastanga, Field e Soares (2000) o menisco lateral possui largura

uniforme em toda sua extensão. Os 2 (dois) cornos do menisco lateral são fixados próximos, o

corno anterior se encontra fixado na frente da eminência intercondiliana, póstero-lateral ao

ligamento cruzado anterior, nesta região, ele é torcido para cima e para trás, enquanto repousa

sobre o osso inclinado do côndilo tibial.

Conforme Hamill e Knutzen (1999, 227) o menisco lateral tem forma oval com

inserções nos cornos anterior e posterior pelos ligamentos coronários. Também recebe

inserções do quadríceps femoral na parte da frente e do músculo poplíteo e ligamento cruzado

posterior atrás. O menisco lateral ocupa uma porcentagem mais larga da área do

compartimento lateral que o menisco medial no compartimento medial, também o menisco

lateral é mais móvel, capaz de mover-se quase o dobro da distancia que o menisco medial no

sentido ântero-posterior.

Para Hall e Brody (2001, p. 461) os meniscos desempenham muitas funções,

Weinstein; Buckwalter (2000 p. 599) uma das funções dos meniscos é a sustentação do peso,

o que revela a importância de preservar sua estrutura. Além de aumentar a congruência e a

estabilidade articulares, os meniscos funcionam também transmitindo a carga através da

articulação do joelho, com aproximadamente 40 a 50% da carga compressiva sendo

transmitida através do menisco em extensão plena e 85% com 90 graus de flexão.

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2.3 Ligamentos

Figura 3 Articulação aberta: joelho em leve flexão Fonte: NETTER (2001. Lamina 473)

Os ligamentos unem os ossos que compreendem uma articulação. Dão estabilidade

e permitem o movimento desta articulação. Não podem resistir ao movimento, mas fornecem

um controle contra instabilidade na amplitude máxima de movimento da articulação

(PETERSON; RENSTRÖM, 2002).

Para Smith, Weiss e Lehmkuhl (1997, p. 355) os ligamentos cruzados (do latim

crux, cruz) anterior e posterior conferem controle e estabilidade ao joelho durante os

movimentos inteiros de flexão e de extensão. Estes recebem o seu nome porque formam uma

cruz quando vistos de lado ou de frente.

Gardener, Gray e O’Rahilly (1988), afirma que os ligamentos cruzados anterior e

posterior estendem-se do osso adjacente à fossa intercondilar do fêmur até a tíbia, na frente e

atrás da eminência intercondilar, respectivamente.

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De acordo com Starkey e Ryan (2001), os ligamentos cruzados são considerados

estruturas intra-articulares, embora sejam localizados fora da cápsula sinovial, sendo

denominados de acordo com suas inserções relativas a tíbia.

Os ligamentos colaterais medial (tibial) e lateral (fibular) impedem movimento

passivo do joelho no plano frontal. Secundariamente, os ligamentos colaterais restringem

desvio anterior e posterior da tíbia bem como rotação quando o joelho é estendido (SMITH;

WEISS; LEHMKUHL, 1997).

2.3.1 Ligamento cruzado anterior (LCA)

Figura 4: Joelho: Ligamentos Cruzados e Colaterais Fonte: NETTER (2001. Lamina 475)

Cohen e Abdalla (2003) referem que, o tecido que cobre o LCA é denominado

epiligamento, e continua na estrutura interna, formando o endoligamento, sendo formado por

fibrócitos semelhantes em forma e tamanho, as células do interior do LCA variam de ovóide a

fusiforme, depostas em colunas envolvidas por fibras colágenas.

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O LCA (ligamento cruzado anterior) origina-se de uma área elíptica, com

aproximadamente quinze (15) a vinte milímetros (20mm) de comprimento na superfície

póstero-medial do côndilo femoral lateral. Passa ventral, caudal e medialmente a área

intercondilar anterior da tíbia, insere-se nas fixações anteriores dos meniscos. Durante seu

curso, de aproximadamente três centímetros (3cm), as fibras se entrelaçam de tal maneira que

vem a formar uma área de inserção triangular na área intercondilar anterior (STROBEL;

STEDTFELD, 2000).

Para Ellenbecker (2002, p. 5) a inserção tibial do LCA é geralmente mais forte e

mais larga que a inserção femoral, porque o ligamento exibe uma tendência a “alargarse” em

seu avanço distal.

Segundo Gross, Fetto e Rosen (1996, p. 327) o LCA pode ser deduzido de sua

localização dentro do joelho. Está dirigido de anterior para posterior e de medial para lateral a

partir de perto da espinha tibial anterior até a área intercondilar póstero-medial do côndilo

femoral lateral.

De acordo com Ellenbecker (2002, p. 5) sua principal função consiste em impedir

a translação anterior da tíbia em relação ao fêmur. Além disso, o LCA controla a rotação

externa da tíbia em flexão, auxiliando a controlar os movimentos normais de rolamento e

deslizamento do joelho.

Conformer Camanho (1996, p.02) adimite-se que o LCA seja responsável por 85%

da estabilidade anterior do joelho e que na sua ausência, os restritores á gaveta anterior são: o

trato iliotibial, com 24,8%; a cápsula média, com 22,3%; a cápsula média lateral, com 20,8%;

e o ligamento colateral tibial, com 16,3%; e o ligamento colateral fibular, com 12,4%

perfazendo um total de 58% para as estruturas laterais.

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Para Hamill e Knutzen (1999, p. 229) o LCA é 40% mais longo que seu par, o

cruzado posterior. Alonga-se cerca de 7% quando o joelho move-se a partir da extensão até

90 graus de flexão e, então, mantém o mesmo comprimento até a máxima flexão.

Na extensão total encontra-se o ponto onde o ligamento cruzado anterior esta mais

tencionado, e na flexão ele, então, afrouxa-se. Durante a extensão total, sua porção póstero-

lateral esta tencionada, na flexão estas fibras ficam frouxas e as fibras ântero-mediais

tencionam. Nos últimos quinze graus (15°) de extensão do joelho, ocorre a distorção do

ligamento cruzado anterior (PRENTICE, 2002).

Camanho, Lasmar e Noyes (2000) citam que, o LCA limita a extensão do joelho,

pois fica tenso na extensão, e tornando-se mais relaxado com 40° (quarenta graus) e 50°

(cinqüenta graus) de flexão, e se torna crescentemente tenso a medida que a flexão aumenta

de 70° (setenta graus) para 90° (noventa graus). A rotação interna, a rotação externa e a

abdução aumentam sua tensão.

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2.3.2 Ligamento cruzado posterior (LCP)

Figura 5: Ligamento Cruzado Posterior (LCP) Fonte: NETTER (2001. Lamina 475)

O ligamento cruzado posterior (LCP) se origina na incisura intercondilar a partir

do aspecto anterior da superfície lateral do côndilo femoral medial e insere-se um centímetro

(1 cm) distalmente, na linha articular no aspecto posterior da tíbia (BRONSTEIN;

DEHAVEN, 2000).

Para Hughston et al (apud COHEN; ABDALLA, 2003, p.140) o ligamento

cruzado posterior é considerado a estrutura mais resistente da articulação do joelho, é vista

como a “chave do joelho”.

Segundo Gross, Fetto e Rosen (1996, p. 327) o LCP é aproximadamente 50%

maior em diâmetro que o ligamento cruzado anterior.

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Para Ellenbecker (2002, p. 06) sua função principal consiste em impedir a

translação posterior da tíbia em relação ao fêmur. Além disso, o LCP também tem as funções

de impedir a hiperextensão no joelho, manter a estabilidade rotatória e operar como eixo

central da rotação do joelho.

Conforme Starkey e Ryan (2001) o LCP é o obstáculo primário contra o

deslocamento posterior da tíbia com relação ao fêmur, suas fibras posteriores ficam retesadas

quando o joelho esta completamente estendido, e suas fibras anteriores ficam retesadas

quando o joelho se encontra em flexão completa, durante o mecanismo de “parafusamento”, o

LCA e LCP, se “enroscam” entre si em flexão, e “desenroscam” em extensão.

Também o ligamento diminui em comprimento e relaxa cerca de 10% com 30

graus de flexão de joelho mantendo seu comprimento. Aumenta em comprimento cerca de 5%

com rotação externa da articulação acima de 60 graus de flexão e diminui em comprimento

com 5 a 10% na medida em que a flexão continua (HAMILL; KNUTZEN, 1999).

2.3.3 Ligamento colateral medial (Tibial)

O ligamento colateral medial é a estrutura ligamentar que predomina na porção

medial do joelho. Tem sua origem no epicôndilo femoral medial, na região anterior do

tubérculo dos adutores, e insere-se na borda tibial medial, sobreposto pelos tendões dos

músculos sartório, grácil e semitendinoso (COHEN; ABDALLA, 2003).

Para Smith, Weiss e Lehmkuhl (1997, p. 349) o ligamento colateral medial (tibial)

abrange a articulação tibiofemoral no lado medial e pode ser sentido palpando-se ao longo da

linha articular.

Consiste em duas camadas distintas: superficial e profunda. As duas camadas tem

origem no tubérculo do adutor. Em seu avanço distal, uma das camadas (a profunda) diverge,

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inserindo-se no menisco medial, essa inserção serve para estabilizar e fixar a cartilagem

semilunar medial. Desde o aspecto inferior do menisco medial, a camada profunda tem

continuidade e avança novamente na direção distal, até fundir-se com a camada superficial,

quando ambas inserem-se no lado medial da tíbia (ELLENBECKER, 2002).

Sua função é estabilizar a articulação do joelho contra forças valgas em extensão e

especialmente em flexão, e também estabilizar contra forças produtoras de rotação externa

(STROBEL; STEDTFELD, 2000).

2.3.4 Ligamento Colateral Lateral (Fibular)

Para Ellenbecker (2002, p. 06) o ligamento colateral lateral, redondo e em forma

de lápis, é muito mais curto e delgado que o ligamento colateral medial.

Segundo Smith, Weiss e Lehmkuhl, (1997) o ligamento colateral lateral impede

adução da tíbia (genu varum). Secundariamente, os ligamentos colaterais restringem desvio

anterior e posterior da tíbia bem como rotação quando o joelho é estendido.

2.4 Músculos

Para Hall e Brody (2001, p. 443) os músculos que cruzam a articulação do joelho

consistem nos músculos monoarticulares e biarticulares que atuam como agonistas,

antagonistas e estabilizadores.

Segundo Malone, McPoil e Nitz (2000, p. 306) os músculos em torno do joelho

desempenham um importante papel, tanto para o funcionamento normal do joelho quanto para

protege-lo dos traumatismos.

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Tem a função de diminuir a suscetibilidade do joelho diante dos traumatismos, seja

de forma direta (secundária ao sistema ligamentoso) ou indireta (em virtude da disfunção do

músculo vasto interno oblíquo), causando problemas em relação a trajetória da patela.

O quadríceps femoral é formado por outros quatro (4) músculos, reto femoral,

vasto lateral, vasto medial e vasto medial oblíquo. Ele é o mais poderoso estabilizador ativo

do joelho, agindo como extensor do joelho (CAMANHO; LASMAR; NOYES, 2000).

Embora seu nome implique a presença de quatro é mais adequadamente descrito

como tendo sua constituição por cinco músculos: vasto lateral, vasto intermédio, vasto medial,

vasto medial oblíquo e reto femoral (STARKEY; RYAN, 2001).

Segundo Smith, Weiss e Lehmkuhl (1997, p. 365) o quadríceps da coxa é um

músculo grande e poderoso capaz de gerar mais de 4450 N ou 450 Kg de força interna. Essa

grande força é necessária no movimento de cadeia fechada para elevar e abaixar o corpo,

como ao levantar-se de uma cadeira, subir e saltar, e para impedir o joelho de colapsar na

marcha, corrida ou aterrissagem de um salto.

Conforme Adams e Hamblen (1994, p. 350) a importância do quadríceps não pode

ser negligenciada. Um joelho pode ser mantido bem controlado, apesar da frouxidão de todos

os ligamentos, se tivermos um quadríceps forte.

Conforme Ellenbecker (2002, p. 10) o vasto lateral e o vasto medial originam-se

na linha áspera na parte posterior do fêmur e, juntamente com o vasto intermédio, inserem-se

também na tuberosidade da tíbia, via ligamento da patela. A principal função desses três

músculos é a extensão do joelho.

A atrofia do músculo vasto medial intermédio é sinal de atrofia do grupo inteiro,

sendo que a atrofia deste músculo pode ser devido ao trajeto oblíquo das suas fibras, a

inserção baixa ou a escassa cobertura pela aponeurose (MALONE; MCPOIL; NITZ, 2000).

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Para Ellenbecker (2002, p. 12) os flexores consistem em três grandes músculos

femorais, coletivamente conhecidos com músculos isquiotibiais da coxa (bíceps femoral,

semitendineo e simimembranáceo).

São extensores primários do quadril, contraem-se fortemente para estabilizar a

pelve durante a extensão do tronco (em pronação), e para controlar a pelve sobre o fêmur a

medida que o paciente sentado ou em pé enclina-se para a frente para tocar nos pés e a seguir

retorna a posição ereta (SMITH; WEISS; LEHMKUHL, 1997).

De acordo com Gardener, Gray e O’Rahilly (1988), com exceção da porção curta

do bíceps que se origina na linha áspera do fêmur, na parte proximal da linha supra condilar

lateral e no septo intramuscular lateral; os demais músculos se originam na tuberosidade

isquiática e são inervados pela porção tibial no nervo isquiático.

Segundo Ellenbecker (2002, p. 13) o bíceps femoral está posicionado ao longo do

aspecto póstero-lateral da coxa. Possui duas inserções proximais, a inserção da cabeça longa

origina-se da porção distal do ligamento sacrotuberal e do aspecto posterior da tuberosidade

isquiática da pelve. A cabeça curta não atravessa a articulação do quadril, essa cabeça tem

origem no fêmur, no lábio lateral da linha áspera, nos dois terços proximais da linha supra

condilar e septo intramuscular lateral.

O semitendinoso se insere na região medial proximal da diáfise da tíbia e na fascia

profunda da perna, enquanto o semimembranoso se insere na região postero-medial do

côndilo medial da tíbia (CUTTER; KERVORKIAN, 2000).

O gastrocnêmio se origina por duas cabeças. A cabeça medial, que é maior,

origina-se de uma depressão no aspecto supero-posterior do côndilo medial do fêmur, por trás

do tubérculo do adutor, e de uma área minimamente elevada na superfície poplítea do fêmur,

acima do côndilo medial. A cabeça lateral surge da superfície lateral do côndilo lateral e do

aspecto inferior da linha supracondilar. Além disso, as duas cabeças originam-se da cápsula

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da articulação do joelho. O componente carnoso das duas cabeças estende-se distalmente até

aproximadamente a metade da panturrilha. Na metade da panturrilha, as fibras musculares

começam a inserir-se numa aponeurose expansiva. Antes desse ponto, as duas cabeças

musculares permaneciam separadas. A aponeurose contrai-se progressivamente e aceita o

tendão do solear (ELLENBECKER, 2002).

O ligamento da patela (também conhecido como (ligamentum patellae, tendão

patelar e tendão infrapatelar) é a extensão do complexo muscular do quadríceps desde o pólo

inferior da patela até a tuberosidade da tíbia, na parte antero-proximal desse osso

(ELLENBECKER, 2002).

2.5 Biomecânica

Segundo Ellenbecker (2002, p. 17) a compreensão da biomecânica do joelho

humano constitui a base para o planejamento e a progressão de programas de reabilitação para

o paciente com lesão ligamentar dessa articulação. O conhecimento dos princípios

biomecânicos da articulação tibiofemoral e das estruturas ligamentares à sua volta é de vital

importância tanto para a avaliação e tratamento clínicos, como para um melhor entendimento

das demandas empostas ao joelho cirurgicamente reconstruído.

Para Malone, McPoil e Nitz (2000, p. 309) a estrutura biomecânica do indivíduo

pode ser responsável por sua predisposição as lesões do joelho. A posição anormal da patela,

a mobilidade excessiva das articulações, os fatores endócrinos na mulher, os problemas

biomecânicos hereditários ou adquiridos dos pés e/ou a diferença em relação ao comprimento

dos membros são exemplos de predisposição anatômica.

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A articulação do joelho é elaborada para dar mobilidade e estabilidade; ela alonga

e encurta funcionalmente o membro inferior para elevar e abaixar o corpo ou para mover o pé

no espaço (KISNER; COLBY, 1998).

De acordo com Smith, Weiss e Lehmkuhl (1997), o joelho é a articulação que

possui dois graus de liberdade: flexão-extensão e rotação axial, sendo que a flexão varia de

120° a 150° e a extensão de 0°, podendo chegar até 15° no caso de uma hiperextensão. O eixo

transversal de flexão e extensão do joelho é localizado clinicamente próximo ao centro dos

côndilos lateral e medial do fêmur.

Para Hall e Brody (2001, p. 444) os movimentos de flexão e extensão no plano

sagital são acompanhados por movimento rotacional no plano transversal. O tamanho

diferencial dos côndilos femorais e os tecidos moles estáticos contribuem para o mecanismo

de pivô (screw home) da extensão terminal do joelho.

Conforme Kisner e Colby (1998), com o joelho totalmente estendido uma pessoa

pode se manter de pé por um longo espaço de tempo sem a utilização de grupos musculares.

O joelho se encaixa no fêmur para rodar lateralmente sobre a tíbia, afim de que aconteça a

flexão, é pequena a quantidade de rotação do fêmur sobre a tíbia ou vice e versa que impede

de ser uma articulação em dobradiça verdadeira, como tal rotação não é um movimento

independente, não é considerada movimento.

Smith, Weiss e Lehmkuhl (1997) relata ainda que quando o joelho se move da

extensão a flexão o eixo também move-se em torno de 2 cm, podendo prejudicar as avaliações

feitas com goniômetro por este permanecer fixo. A rotação axial ocorre somente quando o

joelho é flexionado, porque os ligamentos colaterais medial e lateral estão relaxados, ao

contrário da extensão onde estes estão relativamente tensos impedindo assim a rotação axial.

Para Cohen e Abdalla, (2003, p. 515) no ciclo da marcha normal, as forças que

atuam na articulação do joelho são duas (2) a quatro (4) vezes maiores que o peso do corpo.

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Durante a marcha, a força através da articulação tibiofemoral pode atingir cinco

vezes o peso corporal, embora na maior parte no ciclo da marcha ela seja usualmente entre

duas e quatro vezes o peso corporal (PALASTANGA; FIELD; SOARES, 2000).

Conforme Hall e Brody (2001, p. 445) uma ADM de 0 a 60 graus ao nível de

joelho é necessário para que haja uma marcha normal.

Comforme Hamill e Knutzen (1999, p. 231) quando começa o movimento de

flexão, o fêmur rola sobre a tíbia com o côndilo medial rolando 10 graus e o côndilo lateral

rolando 15 graus, após ter sido completado o rolamento inicial, o fêmur faz rotação e

translação e termina em flexão máxima apenas deslizando.

Para Hall e Brody (2001, p. 445) a patela ocupa uma localização ligeiramente

lateral por causa do mecanismo de pivô que lateraliza o tubérculo tibial. Com a flexão do

joelho e a desrotaçao da tíbia, a patela é tracionada para dentro do sulco troclear, a patela

permanece no suco troclear até aproximadaemnto 90° de flexão.

A patela acompanha o sulco até 90 graus de flexão, onde o ponto de contato é feito

com as facetas superiores da patela. Nesse momento, a patela novamente move-se

lateralmente sobre o côndilo medial e se a flexão continha ate 135 graus, o contato é feito com

a faceta extras. Na flexão, os movimentos lineares e traslatórios da patela são posterior e para

baixo mas a patela também apresenta alguns movimentos angulares afetando essa posição.

Durante a flexão do joelho, a patela também flexiona, abduz e gira externamente (HAMILL;

KNUTZEN, 1999).

Segundo Ellenbecker (2002) a patela além de melhorar a eficiência do quadríceps

durante os 30° finais da extensão, a patela também funciona como guia para o tendão do

quadríceps, diminuindo o atrito do mecanismo do quadríceps, controla a tensão da cápsula do

joelho e funciona como escudo protetor para a cartilagem condilar do fêmur.

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Segundo Weinstein e Buckwalter (2000, p.593) o ligamento cruzado anterior é a

estrutura principal que controla o deslocamento anterior no joelho não submetido à carga.

Podemos descrever a articulação tibiofemoral como uma articulação em dobradiça

com movimentos em rotação, deslizamento e rolagem. As pesquisas sobre o movimento da

tíbia indicam que o eixo centróide permite que o ponto de rotação ou eixo se modifiquem

entre a flexão e extensão. Esta ação distribui a tensão de superfície, de modo a possibilitar o

desgaste normal das faces articulares (MALONE; MCPOIL; NITZ, 2000).

Conforme Ellenbecker (2002, p. 21) o Ligamento Cruzado Anterior (LCA) auxilia

no controle dos seis graus (6) de liberdade do movimento do joelho, sendo um dos ligamentos

do joelho mais freqüentemente lesado.

Em virtude das amplas inserções do LCA na tíbia e no fêmur, alguns feixes

colagenosos sofrem maior tensão, enquanto outros são submetidos a menores cargas, com a

base na amplitude de movimento e na orientação rotacional (ELLENBECKER, 2002, p. 21).

O Ligamento Cruzado Posterior (LCP) exibe uma orientação simples em paralelo

das fibras, que foca mais evidente com o joelho completamente flexionado, quando as fibras

parecem estar sob completa e igual tensão (ELLENBECKER, 2002, P. 21).

Para Ellenbecker (2002, p. 18) os meniscos desempenham funções importantes

como a absorção e a distribuição uniforme das forças incidentes na cartilagem articular,

mediante a maior congruência da articulação e dispensão da lubrificação da articulação e dos

nutrientes para a cartilagem.

2.6 Artrose

O American College of Rheumatology define a osteoartrose como “um grupo

heterogêneo de condições que leva a sinais e sintomas articulares que são associados com

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defeitos da integridade da cartilagem articular, além de mudanças no osso subcondral”

(SATO, 2004).

A osteoartrose é um a doença reumatológica degenerativa que atinge as

articulações sinoviais e caracteriza-se por apresentar alterações na cartilagem articular dando

origem a zonas de fibrilação e fissuração. Também são observadas microfraturas, cistos e

esclerose no osso subcondral e formação de osteófitos nas bordas articulares (MARQUES;

KONDO, 1998).

Segundo Jacob, Francone e Lossow (1990, p. 131) as articulações estão sujeitas a

uma grande quantidade de desgastes e estragos.

2.6.1 Artrose de joelho

Figura 6: Artrose de Joelho, comprovando o diagnóstico. Fonte: Dados do pesquisador (2005)

De acordo com Weinstein e Buckwalter (2000, p. 601) a artrose de joelho resulta

de um desgaste e desaparecimento da cartilagem articular dessa articulação. A artrose pode

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ser idiopática, ou pode ser decorrente de traumatismo, sinovite reumatóide, sivovite

vilonodular pigmentada, e artropatias soronegativas como a gota, condrocalcinose, e

distúrbios idiopáticos. A osteoartrose é predominantemente uma deterioração mecânica que

pode estar associada a um alinhamento defeituoso do joelho.

Ocorrem grandes alterações na estrutura da cartilagem articular, também são

observadas microfraturas, cistos e esclerose no osso subcondral e desenvolvimento de

osteófitos nas margens articulares. Estas alterações são associadas com o quadro clínico de

dor e rigidez articulares. ( GREVE; AMATUZZI, 1999).

De acordo com Sato (2004, p. 301) juntamente com a dor, o prejuízo funcional é

progressivo, podendo haver incapacidade até para os cuidados pessoais. Os pacientes

queixam-se de dor ao levantar de uma cadeira, por exemplo, iniciar a deambulação, subir e

descer escadas. Posteriormente, a dor pode ocorrer com qualquer movimento ou até mesmo

em repouso.

Para Hebert e Xavier (2003, p. 466) a artrose é uma lesão em espelho das

superfícies articulares, com abrasão da cartilagem e desgaste progressivo do osso subcondral.

Essa lesão é primeiramente bem-localizada no ponto de hiperpressão máxima.

Durante a marcha, na fase de apoio monopodal, o joelho está sempre em ligeira

flexão, e o ponto máximo de hiperpressão situa-se entre 30 e 45° de flexão.

Segundo Herbert e Xavier (2003, p. 466) quando há uma artrose, pode-se dizer que

em um ponto da superfície articular existe um pinçamento total da interlinha com o

desaparecimento do espaço cartilaginoso.

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2.7 Prevalência

Segundo Weinstein e Buckwalter (2000, p. 601) pode existir uma predisposição

genética familiar, e a osteoartrose pode resultar e estar associada a uma sinovite significativa.

A artrite reumatóide está associada a uma sinovite importante, com 80% dos pacientes sendo

positivos para o fator reumatóide. Isso é indício de uma base auto-imune para a destruição da

cartilagem.

Sua incidência é muito elevada em nosso meio, sendo a osteoartrose

responsável pela incapacidade laborativa de cerca de 15% da população adulta do mundo. No

Brasil, ocupa o terceiro lugar na lista dos segurados da Previdência Social que recebem

auxílio-doença (MARQUES; KONDO, 1998).

A incidência começa a aumentar a partir dos 40 anos de idade, sendo a

osteoartrose de joelhos bem mais freqüente em mulheres. Os estudos epidemiológicos tem

mostrado resultados controversos quanto a prevalência em homens e mulheres (Sato, 2004).

Por sua vez a artrose tende a aumentar com idade e peso. As articulações de

joelho, interfalangianas proximais e distais dos dedos da mão, corpofalangianas e articulação

de quadril são as mais atingidas (COTRAN; KUMAR; ROBBINS; SCHOEN, 1996).

Segundo David e Lioyd, (2001) a artrose é uma patologia comum nos dias atuais,

44% a 70% da população acima de 55 anos apresentam evidência radiológica, enquanto que

acima dos 75 anos esse número eleva-se para 85%.

Os sintomas têm correlação com o nível de atividade do indivíduo. Nos

sedentários, o início chega a passar despercebido, nos sujeitos mais velhos, a evolução é mais

rápida (ELLENBECKER, 2002).

Quanto ao grupo étnico, sabe-se que é mais freqüente em negros do que em

brancos (SATO, 2004).

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2.8 Etiologia

Para Marques e Kondo (1998, p. 84) a causa da osteoartrose não é bem conhecida,

mas está relacionada com cargas excessivas e microtraumas repetitivos associados a tarefas

ocupacionais, alem de fatores hereditários, metabólicos e endócrinos que sugerem a

participação do estrógeno na desordem.

De acordo com Weinstein e Buckwalter (2000, p. 601) o joelho é a articulação

mais comumente afetada em casos de osteoartrose. As etiologias pós-traumáticas são:

meniscos lacerados tendo havido cirurgia como meniscectomia total precedente, fraturas,

instabilidade patelar, e corpos livres causados por condromalácia ou condromatose sinovial.

Um mau alinhamento mecânico em varo ou valgo acompanhado de obesidade pode causar a

incidência de cargas anormais no joelho com o passar do tempo, o que irá concorrer para a

instalação de degeneração prematura da cartilagem articular.

Fatores associados a artrose:

Fatores genéticos:

• Sexo;

• Distúrbios genéticos relacionados ao colágeno tipo II (Ex: síndrome de Sticker);

• Outras alterações genéticas dos ossos e articulações;

• Raça / grupo étnico.

Fatores não-genéticos:

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• Idade avançada;

• Obesidade;

• Menopausa;

• Doenças articulares ou ósseas adquiridas;

• Cirurgia articular prévia (Ex: meniscectomia).

Fatores ambientais:

• Ocupação;

• Trauma articular importante;

• Lesão e/ou atividades esportivas.

Fonte: Sato. E. Guia de medicina Ambulatorial e Hospitalar (HNIFESP) Escola Paulista de Medicina: Reumatologia. São Paulo: Manole. 2004.

2.9 Patogenia

Segundo Cotran, Kumar, Robbins e Schoen (1996, p. 1127) a artrose também

denominada doença articular degenerativa, é o tipo mais comum de doença articular.

Caracteriza-se pela erosão progressiva da cartilagem articular. Na grande maioria dos casos, a

artrose aparece insidiosamente, sem qualquer causa aparente, como um fenômeno do

envelhecimento (artrose primária) em cerca de 5% dos casos, a artrose pode aparecer em

indivíduos mais jovens portadores de alguma condição predisponente, como lesões prévias

macrotraumáticas ou microtraumáticas repetidas de uma articulação; uma deformidade

desenvolvimental congênita da articulação; ou uma doença sistêmica subjacente como

diabetes, ou obesidade acentuada (artrose secundária).

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Para Kisner; Colby (1998, p. 255), com a degeneração, pode ocorrer frouxidão

capsular como resultado do remodelamento ósseo e distensão capsular, resultando em

hipermobilidade ou instabilidade em parte da amplitude de movimento.

Com a dor e a diminuição da motivação para o movimento, eventualmente

desenvolve-se contraturas em partes da cápsula e o músculo que a recobre, de modo que a

medida que a doença progride, o movimento se torna limitado (David; Lioyd, 2001).

De modo mais simples, podemos compreender a osteoartrose como uma

insuficiência qualitativa e quantitativa da cartilagem articular associada a alterações típicas do

osso subcondral (Sato, 2004).

2.10 Sintomas e sinais

Segundo Weinstein e Buckwalter (2000, p. 601) o paciente com artrose apresenta

no início rigidez e dor.

A dor é o principal sintoma da artrose e esta piora com o movimento e ao final do

dia; porém, no estágio mais avançado da doença, pode desenvolver-se ao repouso e durante a

noite, além de estar associada a deformidade e progressiva perda da função, afetando o

indivíduo em múltiplas dimensões: do nível orgânico até o social (MARQUES; KONDO,

1998).

Weinstein e Buckwalter (2000, p. 601) o paciente apresenta a rigidez no início da

angulação (gelitificação), que melhorará à medida que o joelho for aquecendo.

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2.11 Exame radiológico

Figura 7: Exame Radiológico, comprovando o diagnóstico. Fonte: Dados do pesquisador (2005)

Segundo Weinstein e Buckwalter (2000, p. 602) deve conter incidência com

sustentação do peso, para que o clínico tenha uma visão do joelho quando essa articulação

está sob estresse.

O sinal radiológico clássico da osteoartrose são os osteófitos decorrentes da

proliferação óssea nas margens da articulação. A redução assimétrica do espaço articular

associada a esclerose do osso subcondral são outros sinais freqüentes. Com a evolução da

doença podem surgir cistos e deformidades ósseas (SATO, 2004).

2.12 Tratamento fisioterapêutico

De acordo com Marques e Kondo (1998, p. 89) a fisioterapia tem papel importante

no que diz respeito a melhora dos sintomas e restauração da função.

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Dentre os tratamentos indicados, propõe-se diminuir o peso corporal se o

indivíduo tiver sobrepeso, cessar a mobilidade impactante como corridas, saltos, sendo que

não se deve ter uma imobilização prolongada, pois pode afetar negativamente na cartilagem

articular, em geral isso irá exacerbar a dor e a rigidez YETTERBERG (apud DAVID;

LIOYD, 2001).

Assim um trabalho de fisioterapia corretamente proposto pode vir a auxiliar os

pacientes com osteoartrose a aliviar a dor, aumentar a capacidade funcional das articulações

acometidas e a independência nas atividades da vida diária e, com isso melhorando a

qualidade de vida.

2.13 Hidroterapia

Figura 8: Hidroterapia Fonte: Dados do pesquisador (2005)

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A hidroterapia sendo um recurso fisioterápico usado desde a antiguidade tem

recebido grande impulso nas últimas décadas (ISRAEL; PARDO, 2000).

A “hidroterapia” origina-se das palavras gregas hydro (hydor, hydato = água) e

therapéia (tratamento), tem apresentado grande prestígio como forma alternativa de

tratamento (CUNHA; LABRONICI; OLIVEIRA; GABBAI, 2001).

Segundo Singh (2003), as metas primárias de terapias para osteoartrose são

controle da dor, melhorando e/ou preservando a função e mobilidade e melhorar a qualidade

de vida.

Para Dias, Ribeiro, Souza, Silva e Júnior (2003, p. 323) A hidroterapia é a

utilização dos efeitos físicos, fisiológicos e cinesiológicos, advindos da imersão do corpo, ou

parte dele, em meio aquático, como recurso auxiliar na reeducação musculoesquelética,

visando o restabelecimento da saúde, sua manutenção ou ainda na prevenção de uma alteração

funcional orgânica.

Cole e Becker, (2000) relatam que a reabilitação aquática já existe há muitos anos,

pois as pessoas, principalmente as enfermas, já faziam uso das fontes de banho e de piscina,

pelas suas propriedades terapêuticas, sedativas e curativas desde a antiguidade.

No Brasil, o recurso hidroterápico teve seus primeiros registros na Santa Casa do

Rio de Janeiro, com banho de água doce e salgada com Artur Silveira em 1922, na época que

a entrada principal da Santa Casa era banhada pelo mar, havendo banhos salgados (mar) e

banhos doces com água da cidade (CUNHA et al, 2001).

Segundo Cunha et al (2002, p. 81) a água oferece a experiência de o corpo atuar

em duas forças principais: gravidade para baixo e flutuação ou impulso para cima, ela

proporciona o potencial de exercício em três dimensões: estímulo perceptual, visual e

auditivo; e também através dos receptores da pele, devido aos efeitos da turbulência, calor e

pressão hidrostática.

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Conforme Hall e Brody (2001, p. 456) a piscina é um excelente ambiente para

realizar os exercícios de mobilidade, para normalizar a marcha e iniciar os exercícios de

equilíbrio e de fortalecimento delicado. A flutuabilidade da água minimiza os efeitos do apoio

do peso corporal enquanto a pressão hidrostática controla o derrame. As caminhadas, o

alinhamento fisiológico, os chutes, as reversões com apoio nos artelhos, o equilíbrio unipodal

e os mini agachamentos podem ser realizados facilmente na piscina.

Para Koury (2000, p.01) a hidroterapia é benéfica quando se deseja pouca ou

nenhuma sustentação de peso ou quando há inflamação, dor, retração e espasmo muscular e

limitação da amplitude de movimento (ADM), que podem de maneira isolada ou conjunta

diminuir a função normal. A hidroterapia também é uma opção para pacientes que estejam

incapacitados de realizar exercícios no solo em razão de cirurgia recente, lesão neuromuscular

ou ortopédica aguda, doença reumatológica ou deficiência neurológica. A água proporciona

um ambiente controlável para a reeducação de músculos enfraquecidos e desenvolvimento de

habilidades.

De acordo com Norm e Hanson (1998, p. 01) o exercício Aquático Terapêutico

(EAT) é a união dos exercícios aquáticos com terapia física. É uma abordagem terapêutica

abrangente que utiliza os exercícios aquáticos para ajudar na reabilitação de várias patologias.

Conforme Ruoti, Morris e Cole (2000, p. 74) a piscina é um ambiente ideal para a

reabilitação de lesões que limitam a sustentação de peso.

2.14 Efeitos fisiológicos

Segundo Ellenbecker (2002, p. 458) quando seres humanos estão imersos em água,

ocorrem alterações fisiológicas, tanto em repouso como durante o exercício. Portanto, é

importante que o clínico seja conhecedor dessas diferenças, de modo que os programas de

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treinamento possam ser apropriadamente modificados. As mudanças que ocorrem em repouso

durante a imersão na água são resultantes da pressão hidrostática, envolvendo, mais

importante que tudo, uma redistribuição do fluxo sangüíneo na direção da cabeça.

Para Koury (2000, p. 114) os pacientes com doença articular degenerativa acham

que a hidroterapia é menos dolorosa que outros tipos de exercício. A participação em

atividades aeróbicas na piscina aumenta a circulação nas articulações, diminui a dor, melhora

a capacidade funcional e a perda de peso e diminui a força de compressão sobre as

articulações.

2.15 Efeito da temperatura da água

Conforme Campion (2000, p. 250) é de valor particular o calor da água, que

diminui a dor e o espasmo muscular, e a flutuabilidade, que alivia o estresse nas articulações,

especialmente aquelas envolvidas na sustentação de peso.

Sabe-se ainda que além de diminuir a dor, o calor aumenta a extensibilidade do

tecido colágeno e diminui a rigidez articular (MARQUES; KONDO, 1998).

Para Ellenbecker (2002, p. 460) a temperatura da água pode ter efeito profundo na

resposta cardiovascular ao exercício.

Em contraste, o exercício em água quente pode causar aumento das demandas

cardiovasculares, acima das impostas exclusivamente pelo exercício.

De acordo com Bates e Hansom (1998) as propriedades físicas da água associadas

com o calor são responsáveis por várias respostas fisiológicas gerais que afetam vários

sistemas do corpo, como:

• Promoção do relaxamento muscular;

• Diminuição da sensibilidade a dor;

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• Diminuição do espasmo muscular;

• Aumento da facilidade do movimento articular;

• Aumento da força e da resistência muscular em caso de fraqueza excessiva.

Outros fatores mecânicos e fisiológicos que contribuem para a reabilitação no

meio aquático:

• Diminuição da força gravitacional;

• Aumento da circulação periférica;

• Melhora da musculatura respiratória;

• Melhora da consciência corporal, equilíbrio e estabilidade do tronco;

• Melhora da autoconfiança do paciente;

• Diminui o impacto e a descarga de peso sobre as articulações, evitando

sobrecargas e movimentos lesivos às articulações dos membros inferiores.

2.16 Propriedades físicas da água

2.16.1 Flutuação

O princípio da flutuação de Arquimedes declara que um corpo parcial ou

completamente imerso num fluído sofrerá um impulso ascendente igual ao peso do fluído que

foi deslocado. Flutuação é definida como o impulso ascendente atuando na direção oposta da

gravidade. A flutuação está relacionada à densidade específica do objeto imerso

(ELLENBECKER, 2002).

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A flutuação, então, nada mais é do que a capacidade de um corpo manter-se á

superfície da água, resultando da interação entre a gravidade (G) e o empuxo. Quanto maior a

parte do corpo imersa na água, maior será o empuxo (E) aplicado ao corpo (DEGANI, 1998).

Segundo Norm; Hanson (1998, p. 22) a gravidade específica indica a porção do

objeto que estará flutuando sob a superfície da água. Se a gravidade específica de uma pessoa

em flutuação é 0,96%, 96% do corpo deve estar submerso para deslocar volume de água

suficiente de forma que a força de empuxo da flutuação seja igual à força para baixo da

gravidade.

Para Norm e Hanson (1998, p. 22) o ponto pelo qual a força da flutuação atua é

chamado de “centro de flutuação” (centro de gravidade do fluído deslocado). É um empuxo

de baixo para cima que atua na direção oposta à da força da gravidade. Daí um corpo na água

estar sujeito a duas forças opostas: gravidade, atuando através do centro de gravidade; e

flutuação, atuando no centro de flutuação.

De acordo com Ellenbecker (2002, p. 456) a flutuação pode ser utilizada de três

formas na reabilitação: como assistência, como sustentação e como resistência.

Segundo Koury (2000, p. 03) a força da flutuação possibilita o exercício na água

após uma lesão ou cirurgia, quando seria doloroso, difícil ou impossível o exercício no solo.

Bates e Hanson (1998), descrevem que o grau de sustentação parcial de peso varia

com a profundidade da piscina, então, a água na altura do pescoço, diminui 90% do peso

corporal, ou seja, os membros inferiores suportam 10% do peso corporal. Com a água na

altura do peito ou apêndice xifóide diminui 70-75% do peso corporal, ou seja, os membros

inferiores suportam 25-30% do peso corporal, e a água na altura da bacia ou crista ilíaca

diminui 50% do peso corporal, permanecendo 50% do peso corporal suportado pelos

membros inferiores.

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Sendo assim quanto mais o corpo esta imerso, mais o seu peso será reduzido, pois

quanto maior a profundidade menor o peso corporal (DI MASI, 2000).

Figura 9 - Percentual do Valor do Peso Corporal em Diferentes Profundidades da Água. Fonte: BATES, A.; HANSON, N. Exercícios Aquáticos Terapêuticos. São Paulo: Manole, 1998, p. 25.

2.16.2 Pressão hidrostática

A pressão hidrostática, dentre as propriedades físicas da água, pode ser

considerada uma das mais vantajosas.

Ruoti, Morrie e Cole (2000), define a pressão hidrostática como a força por

unidade de área, em que por convenção a força atua perpendicularmente sobre a área da

superfície.

Conforme Ellenbecker (2002, p. 457) a lei de Pascal afirma que, em qualquer

profundidade, a pressão do líquido é exercida igualmente em todas as superfícies do objeto

imerso. À medida que aumentam a densidade e a profundidade do líquido, também aumenta o

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volume do líquido acima da cabeça e, portanto, a pressão hidrostática. Como tal, a pressão

hidrostática pode ser utilizada na reabilitação para reduzir a efusão ou para permitir que o

paciente exercite uma extremidade lesionada, sem aumento da efusão. Isso é especialmente

importante na reabilitação de lesões na extremidade inferior; o paciente pode fazer atividades

com a extremidade lesionada numa posição pendente, sem os efeitos deletérios do aumento da

efusão.

Segundo Norm e Hanson (1998, p. 27) a pressão hidrostática opõe-se à tendência

do sangue de ficar nas porções inferiores do corpo, o que ajuda reduzir inchaços

desnecessários.

Para Cunha et al (2002, p. 81) a pressão hidrostática auxilia na diminuição da

descarga de peso sobre os membros inferiores, auxilia na estabilização de articulações

instáveis.

Figura 10 - Atuação da Pressão Hidrostática sobre o Corpo com a Cabeça Isenta de Imersão

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Fonte: BATES, A.; HANSON, N. Exercícios Aquáticos Terapêuticos. São Paulo: Manole, 1998, p. 27.

2.16.3 Viscosidade

Segundo Candeloro e Caromano (2004, p. 74) a viscosidade é o resultado do atrito

entre as moléculas de um líquido devido à força da coesão das partículas (é a força de atração

entre moléculas vizinhas do mesmo tipo de matéria) e adesão (é a forma de atração entre

moléculas vizinhas com diferentes tipos de matérias). Esta resistência pode ser de até 800

vezes maior que a resistência oferecida pelo ar.

Para Campion (2000) esta resistência fornece uma grande importância para os

movimentos realizados na água, dando condições para que os exercícios ativos sejam

realizados com maior intensidade.

Conforme Bates e Hanson, (1998) a viscosidade juntamente com a turbulência,

diminuem os movimentos involuntários e se houver perda do equilíbrio o movimento de

queda será retardado havendo tempo para o paciente exercer um controle voluntário para

obter equilíbrio.

2.16 4 Turbulência

Conforme Degani, (1998, p. 100) quando um objeto se move por meio da água,

desenvolve-se uma diferença na pressão da água entre a gente e a parte posterior. Uma

pressão é maior na frente e diminui na região posterior, resultando em um fluxo de água para

dentro da área de pressão reduzida, conhecida como esteira.

Para Candeloro e Caromano (2004, p. 75) quando se olha para o fundo da piscina e

consegue-se ver um objeto nitidamente, sem movimento algum da água, dizemos que a água

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está tranqüila, caso haja pessoas se movimentando, não será possível ver o fundo, ocorre um

movimento irregular das camadas do fluído o que chamamos de água turbulenta (turbulência).

De acordo com Candeloro e Caromano (2004, p. 75) o fluxo turbulento produz um

aumento na fricção entre as moléculas do fluído e entre os objeto e o fluído. O movimento das

moléculas é rápido, aleatório e não acontece em uma linha aerodinâmica. Isso resulta em uma

área de baixa pressão atrás do objeto em movimento, que tende a segurá-lo.

Quanto mais rápido o movimento, maior é o arrasto e maior a resistência ao

movimento. Se o movimento for subitamente invertido sofrerá oposição da inércia da água,

ocorrendo a turbulência (DEGANI, 1998).

2.16. 5 Empuxo

Segundo Ruoti, Morrie e Cole (2000), o empuxo é a propriedade da água capaz de

proporcionar flutuabilidade aos corpos, contudo a flutuação e a densidade estão intimamente

relacionadas.

Para Degani (1998, p. 94) a força do empuxo é uma força vertical e oposta a

gravidade. Baseia-se no princípio de Arquimedes: quando um corpo esta completo ou

parcialmente imerso num líquido em repouso, sofre ação de uma força (F) de baixo para cima

igual ao peso do líquido deslocado. Estão, um objeto afundará em um líquido quando a

intensidade do empuxo (E) que ele receber for menor que seu próprio peso (P).

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2.17 Reabilitação aquática

Figura 11: Reabilitação aquática Fonte: Dados do pesquisador (2005)

Segundo Campion (2000, p. 259) como em todos os programas de exercícios,

deverá haver uma sessão de “aquecimento”. As atividades de aquecimento devem ser

realizadas em uma profundidade apropriada, o que significa que a água deverá estar no nível

do processo xifóide se o paciente puder exercitar-se de maneira segura nesse nível.

De acordo com Ruoti, Morris e Cole (2000, p. 43) exercícios de amplitude de

movimento do joelho podem ser efetuados em água rasa ou funda e podem ser isolados ou

usados como um componente de um movimento mais complexos.

Para Ruoti, Morris e Cole (2000, p. 84) os pacientes com lesões ligamentares no

joelho e tornozelo apreciam a sustentação precoce de peso e as atividades proprioceptivas na

piscina, enquanto reduzem ao mínimo a sustentação de peso.

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Segundo Ruoti, Morris e Cole (2000, p. 219) lesões articulares específicas

relacionadas ao processo de doença ou uma disfunção ortopédica secundaria a esforço

anormal sobre estruturas frágeis podem resultar em disfunção do tronco e extremidades

superiores e inferiores.

2.18 Vantagens da hidroterapia na artrose de joelho

Conforme Pretice (2002) a água fornece um meio ao qual a movimentação precoce

pode ser realizada de forma controlada, com efeito ¨câmera lenta” do movimento oferecendo

tempo para controla-lo principalmente quando afetado os membros inferiores, em que o

equilíbrio e a propriocepção estão debilitados, com mais tempo para reagir e sem o perigo da

queda é mais fácil para o paciente ¨tentar¨realizar as atividades propostas.

Com uso dos princípios do empuxo, o ambiente aquático oferece a transição

gradativa dos exercícios sem a sustentação do peso, para os de sustentação total de peso em

terra firme. Esse aumento da sustentação do peso ajuda a proporcionar o retorno dos

movimentos suaves, coordenados e indolores.

Sabe-se que a artrose trata-se de uma patologia de caráter degenerativo da

articulação e como se trata de joelho, é uma articulação de sustentação no qual deve-se

reduzir o impacto par minimizar sua sintomatologia.

Através da reabilitação aquática temos como benefícios o bem estar psicológico

fazendo com que o paciente se sinta mais confiante reduzindo o desconforto, a dor,

proporcionando um deambular mais tranqüilo, aumentando a auto-estima, proporcionando

uma melhor qualidade de vida.

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Figura 12: Vantagens da Hidroterapia Fonte: Dados do pesquisador (2005)

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3. DELINEAMENTO DA PESQUISA

Segundo Gil (1994, p. 10) delineamento diz respeito ao planejamento da pesquisa

em sua dimensão mais ampla, envolvendo tanto a sua diagramação quanto a previsão de

análise e interpretação dos dados.

3.1 Tipo de Pesquisa

O estudo em questão foi realizado na piscina de hidroterapia na Clínica Escola de

Fisioterapia da UNISUL, situada no bairro Dehon no município de Tubarão – Santa Catarina,

no período de 07 a 25 de março de 2005.

Foram realizados 12 atendimentos; sendo o 1° avaliação e o 12° reavaliação.

Totalizando 10 sessões de hidroterapia.

Trata-se de um estudo de caso do tipo exploratório, com pré e pós teste.

De acordo com Gil (1994, p. 78) o estudo de caso é caracterizado pelo estudo

profundo e exaustivo de um ou poucos objetos, de maneira a permitir um conhecimento

amplo e detalhado do mesmo.

Gil, (1994, p. 79) este delineamento se fundamenta na idéia de que a análise de

uma unidade de determinado universo possibilita a compreensão da generalidade do mesmo

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ou, pelo menos, o estabelecimento de bases para uma investigação posterior, mais sistemática

e precisa.

3.2 População e amostra da pesquisa

O paciente J. M. F., do gênero masculino, com 57 anos, cor negra, aposentado,

residente na cidade de Tubarão no estado de Santa Catarina, apresenta diagnóstico médico de

artrose de joelho esquerdo.

Figura 13: População e amostra da pesquisa, comprovando o diagnóstico. Fonte: Dados do Pesquisador (2005).

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3.3 Instrumentos Utilizados para coleta de dados

Os instrumentos e procedimentos utilizados para coleta de dados

Para a coleta dos dados foram utilizados:

- Ficha de avaliação (apêndice 1);

- Uma máquina fotográfica digital tipo canon, 4.0 mega pixels;

- Escala de dor (adaptado de: IRWINS, S; TECKLIN, J.S. Fisioterapia

cardiopulmonar. 23° ed. São Paulo: Manole. 1994 (anexo 1);

- Escala de força (adaptado de HOPPENFELD S. Propedêutica ortopédica –

coluna e extremidades. São Paulo: Atheneu, 1999.(anexo 2)

- Um goniômetro da marca Carci (anexo 3);

- Fita métrica (Fita corrente – uso doméstico 1,50 cm);

- Martelo (Martelo de reflexos);

- Ficha de Testes (anexo 4)

Durante o atendimento hidroterápico foi utilizado espaguetes, flutuador cervical,

step, barras paralelas, corrimão e prancha.

Foi utilizado o mesmo procedimento da avaliação, na reavaliação, após o

tratamento fisioterapêutico de 10 sessões.

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3.4 Controle das variáveis

Horários: as avaliações e tratamento foram realizadas no mesmo horário, no

período vespertino das 1700 ás 1800 horas.

Local: as coletas foram realizadas na piscina de hidroterapia na Clínica Escola de

Fisioterapia da UNISUL, campus Tubarão, com temperatura ambiente de 28°C e 33°C de

temperatura da água, a piscina medindo 15x 9 m, a profundidade variando de 80 cm a 1.40

cm.

Figura 14: Piscina Fonte: Dados do pesquisador (2005).

Procedimentos: protocolo de tratamento (capítulo 3)

Avaliadores: a coleta foi sempre realizada pelo mesmo avaliador, autor da

pesquisa.

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3.5 – Procedimentos para coleta de dados

Protocolo de Atendimento:

Primeiro atendimento: avaliação.

Segundo atendimento: primeira sessão na piscina.

- Caminhada entre as barras paralelas com o ritmo da passada lento em ambas as direções

(frente, costas e lateral);

- Alongamento de isquiotibiais de frente para a parede com uso do corrimão como apoio, pé

esquerdo em plantiflexão apoiado na parede e o direito no solo. Duração de 3 x 30” cada

membro.

- Alongamento de quadríceps, posicionamento anterior, com o paciente com flexão de joelho,

sendo tracionado pela mão do mesmo lado. Duração de 3 x 30” cada membro.

- Agachamento, de frente para o corrimão, realizando flexão de quadril e joelho. Duração de

3 x 30”.

- Fortalecimento de quadríceps e isquiotibiais, de lado para o corrimão, joelho flexionado com

1 (um) espaguete sustentado no tornozelo. Realizar flexão-extensão, mantendo na extensão.

Duração de 3 x 30” cada membro, flexão de quadril e joelho a 90°, 1 (um) espaguete sob o pé

sustentando na extensão. Duração de 3 x 30”.

- Relaxamento, paciente em supino uso de espaguete e colar cervical para auxiliar na

flutuação, realizando movimentos de alga marinha.

Terceiro atendimento: segunda sessão na piscina: mantido os mesmos exercícios e a

mesma série.

Quarto atendimento: terceira sessão na piscina: mantido os mesmos exercícios e a

mesma série.

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Quinto atendimento: quarta sessão na piscina: mantido os exercícios e a série anterior,

incluindo, aumento do ritmo da passada e nado craw com uso de prancha para os MMSS.

Sexto atendimento: quinta sessão na piscina: mantida os exercícios da quarta sessão.

Sétimo atendimento: sexta sessão na piscina: mantida a quinta sessão, aumentando o

número de espaguetes para 2 (dois) e incluindo trote lento.

Oitavo atendimento: sétima sessão na piscina: mantido os mesmos exercícios da sexta

sessão.

Nono atendimento: oitava sessão na piscina: mantido os mesmos exercícios, incluindo

aumento do ritmo da pernada na natação.

Décimo atendimento: Nona sessão na piscina: mantido os mesmos exercícios e a

mesma série.

Décimo primeiro atendimento: Décima sessão na piscina: mantido os mesmos

exercícios e a mesma série.

Décimo segundo atendimento: Reavaliação. Utilizado os mesmos procedimentos da

avaliação e mesmo avaliador.

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4. ANÁLISE E INTERPRETAÇAO DOS DADOS

Serão apresentados na forma de gráficos e tabelas os resultados encontrados após a

realização de 10 atendimentos na piscina terapêutica.

Para Skinner e Thomson apud (Geremias 2003, p. 59), os efeitos terapêuticos do

exercício na água são: alívio da dor e do espasmo muscular, relaxamento; manutenção ou

aumento da amplitude de movimento das articulações; reeducação de músculos paralisados,

fortalecimento dos músculos e desenvolvimento de sua força e resistência; melhora das

atividades funcionais da marcha e aumento da circulação.

Tabela 1 – Testes realizados na avaliação e Reavaliação

Testes Avaliação Reavaliação

1. Gaveta posterior - -

2. Gaveta anterior - -

3. McMurray + +

4. Jerk “Pivot-shift” - -

5. Teste de Lachman + -

6. Rigidez patelar + -

7. Apreensão Patelar + -

8. Exame dos meniscos - -

9. Estresse adução - -

10. Estresse abdução + -

Fonte: HEBERT, S.; XAVIER, R. Ortopedia e traumatologia: princípios e prática. 3. ed.

Porto Alegre: Artes Médicas, 2003

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Figura 15:Teste estresse em adução Fonte: Dados do pesquisador (2005)

Através da tabela 2, pode-se observar uma diminuição do quadro álgico, melhora

da ADM e aumento da força de quadríceps em 10 atendimentos realizados.

Tabela 2 – Efeitos da hidroterapia na osteoartrose

Variáveis da Pesquisa Avaliação Reavaliação 1. Quadro Álgico 8 4 2. Flexão de Joelho E 100° 110° 3. Força Muscular do joelho E 4 5 Fonte: dados do pesquisador (2005)

A seguir serão apresentados os gráficos com os resultado obtidos no pós teste.

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GRÁFICO 1 – Quadro Álgico do Joelho E

0

1

2

3

4

5

6

7

8

9

10

Avaliação (07 - 03 -2005)

Reavaliação (25 -03 - 2005)

Fonte: dados do Pesquisador (2005)

O gráfico acima demonstra que após 10 sessões de hidroterapia, o paciente

apresenta redução do quadro álgico.

Na pesquisa o quadro álgico do joelho esquerdo pré intervenção fisioterapêutica

foi de 8, após a intervenção fisioterapêutica o quadro foi de 4.

A International Association for the Study of Pain (IASP) define dor como “uma

experiência sensorial e emocional desagradável, associada à lesão tecidual real ou potencial.

ou descrita em termos dessa lesão” (BORG, 2000).

Koury (2000, p 114) relata que os pacientes com doença articular degenerativa

acham a hidroterapia menos dolorosa do que outros tipos de exercícios.

Para Bates e Hansom (1998) o aquecimento da água faz com que os pacientes

refiram uma melhor comodidade. A flutuação age em sentido contrário a gravidade e diminui

o peso corporal, diminuindo assim a força de compressão articular. A água providencia apoio

para os membros lesionados, o que permite obter uma posição confortável sem aumentar a

dor. O ciclo da dor é interrompido. Os efeitos da água aquecida promovem o relaxamento dos

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músculos espásticos, o que reduz o tencionamento muscular. A água aquecida “distrai” a dor,

bombardeando o sistema nervoso. O bombardeamento do estímulo sensorial viaja através de

fibras que são largas e mais rápidas e tem uma maior condutividade que as fibras de dor.

Durante a imersão na água aquecida os estímulos sensoriais competem com o estímulo da dor

sendo que esta fica “enganado” ou bloqueado, esta redução da dor é uma das maiores

vantagem da fisioterapia aquática.

Segundo Skinner e Thomson (1985) apud Geremias (2003, p. 36) o calor da água

ajuda a aliviar a dor e os espasmos musculares, fazendo com que as articulações permaneçam

aquecidas durante todo o exercício, e através da força da flutuação diminui a pressão sobre

certas articulações permitindo o relaxamento.

GRÁFICO 2 – Força Muscular de quadríceps do Joelho E

0

1

2

3

4

5

Avaliação (07 - 03 -2005)

Reavaliação (25 -03 - 2005)

Fonte: dados do Pesquisador (2005)

O gráfico acima, relaciona-se com a análise da força muscular.

Na pesquisa o resultado obtido da força muscular antes do tratamento foi de 4,

após os 10 atendimentos aumentou para 5.

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Segundo Candeloro e Caromano (2004, p. 74) a viscosidade torna a água um

meio ideal para o trabalho de fortalecimento muscular, pois nesse meio, a resistência aumenta

à medida em que a força é exercida contra a água ou ainda pode ser parcialmente eliminada,

facilitando o movimento o que permite controle do fortalecimento dentro da tolerância do

paciente e da amplitude de movimento articular com que inicia o tratamento.

Segundo Ruoti, Morrie e Cole (2000, p. 218) exercícios aquáticos fornecem

aplicação suave de resistência, amplitude completa de movimento e a oportunidade de treinar

em várias velocidades. Esses componentes fazem do exercício aquático um excelente método

para aumentar resistência e força.

GRÁFICO 3 – Amplitude de Movimento de Flexão do Joelho E

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

110

Avaliação (07 - 03 -2005)

Reavaliação (25 - 03 -2005)

Fonte: Dados do Pesquisador (2005)

Este gráfico corresponde a análise da amplitude de movimento do joelho esquerdo

após a realização de 10 atendimentos na piscina. O objetivo foi verificar se ocorreu aumento

da ADM na flexão de joelho após intervenção.

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Na avaliação obteve-se como resultado 100° de flexão de joelho esquerdo, após a

intervenção observou-se um aumento de 10° de flexão.

Que segundo autor Norm e Hanson apud (Geremias 2003, p. 59), um dos maiores

benefícios de exercitar-se na água é a habilidade para manter ou aumentar a amplitude de

movimento articular.

A água fornece uma resistência maior ao movimento que o ar, proporcionando um

melhor movimento articular. Quando partes do corpo estão submersas haverá resistência em

todas as direções de movimento necessitando de um maior gasto energético (Bates e Hansom,

1998).

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5. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Este estudo teve como principal objetivo analisar os benefícios aquáticos

terapêuticos na redução do quadro álgico, ganho de Amplitude de Movimento e Força

Muscular do joelho esquerdo em um paciente com artrose de joelho esquerdo.

Após o término do presente estudo realizado na piscina da Clínica Escola de

Fisioterapia da UNISUL no período de Março de 2005, com um (1) paciente portador de

artrose de joelho esquerdo, comparando-se avaliação inicial com avaliação final do paciente,

concluiu-se que houve, apesar do curto tempo, melhora em relação ao quadro álgico, força

muscular de quadríceps e amplitude de movimento articular do joelho esquerdo (ADM),

demonstrando a eficácia do recurso hidroterapêutico para pacientes portadores de artrose.

Como sugestão, indica-se que o paciente de continuidade ao tratamento

fisioterápico, utilizando-se a piscina terapêutica como recurso, sendo que o mesmo após dez

(10) atendimentos relatou conseguir realizar suas atividades de vida diária (AVD’s) com mais

disposição e principalmente menos dor.

Sugere-se também que esta pesquisa seja ampliada no que se refere ao número de

pacientes, para melhor comprovar o tratamento hidroterápico.

Desta forma, considera-se que esta pesquisa atingiu os objetivos propostos, além

de ter sido de grande valia para o meu crescimento profissional.

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APÊNDICE

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Apêndice 1 – FICHA DE AVALIAÇÃO

Nome:_______________________________________________________ Idade:_________

Data de Nascimento:______________________ Sexo:_______________ Raça:___________

Profissão________________________________________Estado Civil:_________________

Endereço:___________________________________________________________________

Bairro:__________________________ Cidade:_______________ Telefone:______________

Médico:____________________________________________________________________

Diagnóstico Médico:__________________________________________________________

Diagnóstico Fisioterapêutico:___________________________________________________

Queixa Principal:_____________________________________________________________

H.M.A:_____________________________________________________________________

H.M.P:_____________________________________________________________________

H.F:_______________________________________________________________________

Hábitos de Vida:______________________________________________________________

Exames Complementares:______________________________________________________

Medicação:__________________________________________________________________

Sinais Vitais:

PA FC FR

Inspeção:___________________________________________________________________

Palpação:___________________________________________________________________

Sensibilidade:

Tátil Térmica Dolorosa

Força Muscular:

MID MIE

Perimetria:

MID MIE

Goniometria:

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MID MIE

Escala de dor:

0

0,5

1

2

3

4

5

6

7

8

9

10

Nenhum

Muito,

muito

fraco

Muito

fraco

Fraco

Moderado

Pouco

forte

Forte

Muito

forte

Muito,

muito

forte

Máximo

Testes:_____________________________________________________________________

OBS:_______________________________________________________________________

Data da Avaliação:____________________________________________________________

_________________________________________________________

Acadêmico

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ANEXOS

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Anexo 1 – Graduação do Quadro Algico

Fonte: Escala de dor adaptado de: IRWINS, S; TECKLIN, J. S. Fisioterapia Cardiopulmonar. 23. ed. São Paulo: Manole, 1994.

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Anexo 2 – Graduação da Força Muscular

Graduação muscular descrição

5 – Normal Movimentação completa contra a gravidade e

resistência normal.

4 – Bom Movimentação completa contra a gravidade e

com alguma resistência

3 – Mediano Movimentação completa contra a resistência

2 – Sofrível movimentação completa eliminada a gravidade

1 – Dificultado Evidencia de pouca contratilidade, não havendo

mobilidade articular

0 – Zero Não há evidencia de contratilidade

Fonte: HOPPENFELD S. Propedêutica ortopédica – coluna e extremidades. São Paulo: Atheneu, 1999, p. 26.

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Anexo 3 – Avaliação da Amplitude de Movimento (ADM)

Fonte Dados do Pesquisador (2005)

Movimento de flexão de joelho (0 – 140 graus)

- Posição do Paciente: Deitado em Decúbito Dorsal com joelho e quadril fletidos.

- Braço fixo do goniômetro: Paralelo a superfície laterral do fêmur dirigido para o

trocanter maior.

- Braço móvel do goniômetro: Paralelo a face lateral da fíbula dirigido para o maléolo

lateral.

- Eixo: Sobre a linha articular da articulação do joelho.

Fonte: MARQUES, A. P. Manual de goniometria. São Paulo: Manole, 1997.

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Anexo 4 – Testes realizados

Tabela 1 Teste Gaveta posterior AVALIAÇÃO REAVALIAÇÃO Joelho Direito Joelho Esquerdo Tabela 2 – Teste Gaveta Anterior AVALIAÇÃO REAVALIAÇÃO Joelho Direito Joelho Esquerdo Tabela 3 – Teste McMurray AVALIAÇÃO REAVALIAÇÃO Joelho Direito Joelho Esquerdo Tabela 4 – Teste Pivô-Shift AVALIAÇÃO REAVALIAÇÃO Joelho Direito Joelho Esquerdo Tabela 5 – Teste de Lachman AVALIAÇÃO REAVALIAÇÃO Joelho Direito Joelho Esquerdo Tabela 6 – Rigidez Patelar AVALIAÇÃO REAVALIAÇÃO Joelho Direito Joelho Esquerdo Tabela 7 – Teste de Apreensão AVALIAÇÃO REAVALIAÇÃO Joelho Direito Joelho Esquerdo Tabela 8 – Exame dos Meniscos AVALIAÇÃO REAVALIAÇÃO Joelho Direito Joelho Esquerdo Obs: retirados o do joelho direito. Teste 9 – Teste Estresse em Adução AVALIAÇÃO REAVALIAÇÃO Joelho Direito Joelho Esquerdo

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Teste 10 – Teste Extresse em Abdução AVALIAÇÃO REAVALIAÇÃO Joelho Direito Joelho Esquerdo Fonte: HEBERT, S.; XAVIER, R. Ortopedia e traumatologia: princípios e prática. 3. ed. Porto Alegre: Artes Médicas, 2003

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Anexo 5 – Autorização

AUTORIZAÇÃO

Eu, ___________________________________________________, aceito participar

do projeto ¨ Tratamento Hidroterápico na Artrose de Joelho – um estudo de caso¨.

Autorizo, também, a realização de fotografias, para posterior apresentação de

trabalho na conclusão do curso.

Este trabalho é de conclusão de curso do acadêmico de Fisioterapia da

Universidade do Sul de Santa Catarina, LUIGI OLIVO CIRIMBELLI.

Tubarão,_______de______________de 2005.

Paciente

Orientador (a)