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15 DIOGO THIZON DE MORAES A TÉCNICA MIOTENSIVA NA FLEXIBILIDADE DA COLUNA LOMBAR E MEMBROS INFERIORES DE UNIVERSITÁRIAS Tubarão, 2005

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DIOGO THIZON DE MORAES

A TÉCNICA MIOTENSIVA NA FLEXIBILIDADE DA COLUNA LOMBAR E

MEMBROS INFERIORES DE UNIVERSITÁRIAS

Tubarão, 2005

16

DIOGO THIZON DE MORAES

A TÉCNICA MIOTENSIVA NA FLEXIBILIDADE DA COLUNA LOMBAR E

MEMBROS INFERIORES DE UNIVERSITÁRIAS

Monografia apresentada ao Curso de Fisioterapiacomo requisito parcial para a obtenção do título deBacharel em Fisioterapia

Universidade do Sul de Santa Catarina

Orientador: Prof. Esp. Inês Alessandra Xavier Lima

Tubarão, 2005

17

DIOGO THIZON DE MORAES

A TÉCNICA MIOTENSIVA NA FLEXIBILIDADE DA COLUNA LOMBAR E

MEMBROS INFERIORES DE UNIVERSITÁRIAS

Este Trabalho de Conclusão de Curso foi julgado eadequado à obtenção do grau de Bacharel emFisioterapia e aprovado em sua forma final peloCurso de Fisioterapia da Universidade do Sul deSanta Catarina

Universidade do Sul de Santa Catarina

Tubarão, 21 de novembro de 2004

____________________________________________Prof. Especialista Inês Alessandra Xavier Lima

Universidade do Sul de Santa Catarina

____________________________________________Prof. Esp. Ralph Fernando Rosas

Universidade do Sul de Santa Catarina

____________________________________________Prof. Esp. Alexandre Figueiredo ZabotUniversidade do Sul de Santa Catarina

18

DEDICATÓRIA

Dedico a Arilton, Sonia, Leandro, Juliana e

Gabriela, que além de serem a estrutura na

minha construção humana, são meus motivos

de viver. E a todos que confiaram, realmente no

meu potencial para esta conquista.

19

AGRADECIMENTO

Agradeço primordialmente, a Deus por me proporcionar o dom da vida, me dando saúde,

força e coragem para enfrentar todos os obstáculos.

A minha Família que além do apoio, carinho, compreensão mostraram-se sempre presentes em

todas as etapas de minha vida. Sem mencionar que em alguns momentos, abstiveram-se para

que eu conseguisse concluir esta minha jornada.

Aos meus reais e verdadeiros amigos, Fernando, Igor e Rodrigo, que em vários momentos, em

várias risadas, na dificuldade, alguns estudos, muitas brincadeiras e nas rodadas de Chopp,

sempre se mostraram presentes, pacientes e respeitosos, nunca falhando como amigos. Sendo

assim hoje não os chamo de amigos, mas sim de irmãos.

Ao grande professor Ralph que, sempre prestou sua atenção, nunca negou um favor, dividiu

seus conhecimentos e compartilhou suas vivências, hoje sei que além de um grande profissional

e professora, é um grande amigo.

A minha orientadora professora Inês, que com muita, mas muita paciência me ajudou na

realização desta pesquisa.

A todos mencionados aqui ou não, que fizeram parte da minha formação tanto humana como

profissional, deixo declarada a minha eterna gratidão.

20

“Não podes ensinar nada a um homem;

podes apenas ajuda-lo a encontrar a

resposta dentro dele mesmo”

(Galileu Galilei)

21

RESUMO

Os benefícios de ter uma boa flexibilidade são: maior liberdade de movimento, relaxamentomuscular, melhora da postura, prevenção de lesões e desconfortos corporais, dentreoutros.Este estudo teve como objetivo geral analisar o efeito da aplicação da técnicamiotensiva no músculo iliopsoas na flexibilidade da coluna lombar e nos membros inferiores, Oreferido estudo foi do tipo explicativo, experimental e quantitativo. A população deste estudoforam acadêmicas do curso de Fisioterapia da UNISUL - Campus Tubarão. A formação daamostragem desta pesquisa foi de caráter intencional e a mesma foi constituída por 20acadêmicas do curso de Fisioterapia, com faixa etária média de 21,5 anos dividido em doisgrupos, grupo experimental (G1) e grupo controle (G2). Para a realização desta pesquisa foiutilizada os seguintes testes para verificação do nível de flexibilidade: teste finger-floor, sinalde schöber e Teste de retração de cadeia posterior adaptado. Com relação dos resultados oG1, obteve uma melhora significativa estatisticamente na re-avaliação dos testes aplicados. OG2, não obtive uma melhora significativa estatisticamente na re-avaliação dos testes aplicados.O sinal de Schöber, não apresentou melhora em ambos grupos. Foi realizado uma o teste decorrelação de Sperman, mostrando que há uma correlação positiva de moderada a fortequando comparado os teste de finger-floor e ângulo coxo-femoral do G1. Descrita a pesquisae com o término deste estudo, como resultado, encontrou-se significância relativa, quandoanalisada a flexibilidade de coluna lombar e membros inferiores após a aplicação da técnicamiotensiva.

PALAVRAS-CHAVES: flexibilidade, técnica miotensiva, alongamento

22

ABSTRACT

The benefits of having a good flexibility are: larger movement freedom, muscular relaxation,gets better of the posture, prevention of lesions and corporal discomforts, among outros. Thisstudy had as general objective to analyze the effect of the application of the miotensivtechnique in the iliopsoas muscle in the flexibility of the low back and in the lower limbs.Referred him study was of the type explanatory, experimental and quantitative. The populationof this study was academic of the course of Physiotherapy of UNISUL - Campus Tubarão. Theformation of the sampling of this research was of intentional character and the same wasconstituted by 20 academic of the course of Physiotherapy, with medium age group 21,5 yearsold divided in two groups, experimental group (G1) and group control (G2). Para theaccomplishment of this research was used the following tests for verification of the level offlexibility: finger-floor test, schöber sign and Test of adapted retração of subsequent chain.With relationship of the results G1, obtained an improvement significant estatisticamente in thereverse-evaluation of the applied tests. G2, didn't obtain an improvement significantestatisticamente in the reverse-evaluation of the applied tests. The sign of Schöber, didn'tpresent improvement in both groups. A was accomplished the test of correlation of Sperman,showing that there is a moderate positive correlation to strong when compared them tests offinger-floor and lame-femoral angle of G1. Described the research and with the end of thisstudy, as result, he/she was relative significância, when analyzed the flexibility of low back andlower imbs after the application of the technique miotensiva.

KEY-WORDS: flexibility, miotensiv technique, stretching techniques

23

LISTA DE FIGURA

Figura 1 – Estrutura da fibra muscular 19

Figura 2 – Órgão tendinoso de Golgi 21

Figura 3 Fuso muscular 23

Figura 4 Mensuração da distância do dedo médio e o chão 38

Figura 5 – Teste de Schöber 39

Figura 6 – Indivíduo inclinado para frente 40

Figura 7 - Indivíduo realinhado com o ângulo coxo-femoral fechado 40

Figura 8 – Indivíduo com o ângulo coxo-femoral aberto 40

Figura 9 – Ângulo coxo-femoral 40

Figura 10 – Técnica miotensiva 41

24

LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 1 – Teste de finger-floor – Grupo G1 46

Gráfico 2 – Teste finger-floor – Grupo G2 47

Gráfico 3 – Sinal de Schöber – Grupo G1 48

Gráfico 4 – Sinal de Schöber – Grupo G2 49

Gráfico 5 – Ângulo coxo-femoral – Grupo G1 51

Gráfico 6 – Ângulo coxo femoral – Grupo G2 52

Gráfico 7 – Correlação teste finger-floor x Ângulo coxo-femoral 53

25

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 – Diretrizes federais para a classificação de sobrepeso e obesidade em adultos pormeio do IMC 36

Tabela 2 – Caracterização do grupo experimental (G1) 44

Tabela 3 – Caracterização do grupo controle (G2) 44

26

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO 15

2 REVISÃO DA BIOMECÂNICA MUSCULOESQUELÉTICA HUMANO 18

2.1 Sistema Muscular 18

2.1.1 Estrutura do Sistema Musculoesquelético 18

2.1.2 Teoria do deslizamento dos filamentos 20

2.2 Receptores: Órgão tendinoso de Golgi (OTG) e Fuso Muscular 20

2.2.1 Órgão tendinoso de Golgi (OTG) 21

2.2.3 Fuso Muscular 22

2.3 Fácia 24

2.4 Músculo psoas 25

3 FLEXIBILIDADE 26

3.1 Conceito 26

3.2 Benefícios da flexibilidade 26

3.3 Restrições da flexibilidade 27

3.4 Comportamento mecânico dos tecidos moles 28

27

3.4.1 Tensão 28

3.4.2 Estresse 28

3.4.3 Elasticidade 29

3.4.4 Plasticidade 29

3.4.5 Deformações Plásticas e Elásticas 30

3.5 Alongamento 31

3.5.1 Alongamento estático 32

3.5.2 Alongamento Balístico 32

3.5.3 Técnica Miotensiva 33

4 DELINEAMENTO DA PESQUISA 34

4.1 Tipo de pesquisa 34

4.1.1 Classificação quanto à abordagem 34

4.1.2 Classificação quanto ao nível 35

4.1.3 Classificação quanto ao procedimento 35

4.2 População/Amostra 35

4.3 Instrumentos utilizados na coleta de dados 37

4.4 Procedimentos utilizados na coleta de dados 37

5. ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DOS DADOS 43

5.1 Caracterização da amostra 44

5.2 Teste de flexibilidade 44

5.2.1 Finger-floor (distância dedo médio x chão) 45

5.2.2 Teste de Schöber 48

28

5.2.3 Ângulo coxo-femoral 50

5.3 Correlação entre o teste finger-floor e a mensuração do ângulo coxo-femoral 53

5.4 Discussão da técnica miotensiva 54

6 CONSIDERAÇÕES FINAIS 57

REFERENCIAS 59

APENDICES 62

Apêndice A – Ficha de avaliação 63

Apêndice B – Termo de Consentimento Livre Esclarecido 65

Apêndice C – Dados do G1 67

Apêndice D – Dados do G2 70

29

1 INTRODUÇÃO

Nos dias atuais a vida do ser humano é um “corre-corre”, no qual se incluem

preocupações, trabalho, responsabilidade, acúmulo de tarefas, stress... Deste modo as pessoas

não prestam atenção às suas sensações corporais, não param para realizar algum tipo de

cuidado com a saúde em qualquer dos seus aspectos, entre citar a mobilidade, a qual interfere

no nível de independência funcional do indivíduo. Sendo a mobilidade dependente da

flexibilidade, qualquer alteração nela interferirá na flexibilidade do individuo.

Pinfild e Prado (2004) afirmam que o sedentarismo é uma das principais causas

que leva a uma diminuição da flexibilidade, causando algumas vezes alterações posturais, e que

o alongamento é uma técnica muito utilizada na Fisioterapia para aumentar a flexibilidade.

A flexibilidade, segundo Alter (1999), não possui uma definição única podendo ser

definida de diferentes formas, sendo a mais utilizada a de que a flexibilidade é a capacidade de

uma articulação para mover-se com liberdade em sua total amplitude de movimento. Kisner e

Colby (1998) completam ainda que, para haver uma amplitude de movimento normal, devemos

possuir mobilidade e flexibilidade dos tecidos moles que circundam a articulação como,

músculos, fáscias e pele.

Os benefícios de ter uma boa flexibilidade são: maior liberdade de movimento,

relaxamento muscular (fazendo assim com que haja uma diminuição do gasto de energia),

30

melhora da postura, prevenção de lesões e desconfortos corporais, dentre outros.

A técnica miotensiva (LE CORRE; RAGEOT, 2004) ou também chamada de

facilitação neuromuscular proprioceptiva (ALTER,1999) ou músculo energia (RICARD;

SALLÉ, 2002) é uma das técnicas fisioterapêuticas utilizadas com objetivo de melhorar o nível

de elasticidade muscular através da realização de uma contração isométrica do músculo

agonista para acionar o Órgão Tendinoso de Golgi e relaxar o agonista (músculo a ser

alongado).

Muitos estudantes universitários passam a maior parte do dia sentado, sendo que a

permanência prolongada nesta postura, pode acarretar alguns desconfortos corporais. A

manutenção da postura exige uma flexão de joelho e quadril simultâneos. Deste modo com o

quadril fletido passivamente por um tempo prolongado, sugere-se que possa ocorrer um

encurtamento por desuso do músculo iliopsoas, devido este ser o principal músculo flexor do

quadril.

O músculo iliopsoas é constituído pela união de dois músculos o psoas e o ilíaco

que se fixa distalmente no trocanter menor do fêmur por um tendão comum e proximalmente

as fibras musculares do psoas em T12 a L5 e o músculo ilíaco na face anterior da asa ilíaca (LE

CORRE; RAGEOT, 2004).

Deste modo, o músculo psoas atravessa um longo percurso, passando por toda a

coluna lombar e quadril. Acredita-se que qualquer fator que possa desarmonizar a fisiologia do

músculo, ou seja, se a biomecânica que envolve a ação do músculo iliopsoas estiver alterada,

poderá haver um comprometimento na coluna lombar, no quadril ou nos membros inferiores.

Alter (1999) relata que vários pesquisadores descobriram que a técnica miotensiva

produz maior ganho da flexibilidade comparadas com outras formas de alongamento.

Sendo assim, este estudo teve como objetivo geral analisar qual o efeito da

31

aplicação da técnica miotensiva no músculo iliopsoas na flexibilidade da coluna lombar e nos

membros inferiores, e mais especificamente identificar o nível de flexibilidade pré e

pós-intervenção na coluna lombar e de membros inferiores, a fim de confirmar as evidências de

que o alongamento pós-contração isométrica garante benefícios e resultados mais significativos

sobre o nível de flexibilidade.

Este estudo tem caráter exploratório, sendo realizado por 2 grupos, um o

experimental (que recebeu técnica miotensiva) e outro controle (que não recebeu nenhum

procedimento), sendo estes avaliado e reavaliado por um avaliador devidamente treinado no

qual não aplicou a técnica miotensiva.

Este trabalho encontra-se sub-dividido em: introdução, revisão da biomecânica

musculoesquelética humana, flexibilidade, delineamento da pesquisa, análise e interpretação

dos dados e considerações finais.

32

2 REVISÃO DA BIOMECÂNICA MUSCULOESQUELÉTICA HUMANA

2.1 Sistema Muscular

A capacidade de reagir em resposta a uma modificação do meio ambiente constitui

uma das propriedades fundamentais do protoplasma animal. Assim os músculos são estruturas

que realizam movimentos do corpo animal por encurtamento da distância que existe entre suas

extremidades – chamado de contração (DANGELO; FATTINI, 2002).

Lent (2004, p. 345), diz que “[...] os músculos são conjuntos maciços ou frouxos

de células alongadas, capazes de mudar o seu comprimento ativamente, contraindo-se ou

relaxando sob controle direto ou indireto de fibras nervosas”. Hamill e Knutzen (1999)

complementam que os músculos são utilizados para manter uma postura ou posição,

movimentar uma parte do corpo, acelerar e/ou desacelerar um movimento rápido.

2.1.1 Estrutura do Sistema Músculo Esquelético

Os músculos esqueléticos são compostos de fibras musculares organizadas em

forma de feixes, e são formadas pelo agrupamento dos miofilamentos e das miofibrilas

(SMITH; WEISS; LEHMKUHL, 1997). Uma fibra muscular (figura 1) é composta de

33

centenas ou milhares de miofibrilas alinhadas em um sarcoplasma e envolta por uma membrana

denominada de sarcolema (WATKINS, 2001).

As miofibrilas são estruturas organizadas formadas por unidades chamadas de

sarcômero. Os sarcômeros são formados por filamentos protéicos longitudinais grosso e fino,

delimitados por bandas perpendiculares chamadas de linhas Z (LENT, 2004). Segundo Guyton

(1988), os filamentos grossos são de miosina e os finos de actina, sendo que cada miofibrila

contém cerca de 1500 filamentos de miosina e 3000 de filamentos de actina. De acordo com

Lent (2004), esses filamentos formam as proteínas contráteis, são os motores moleculares

responsáveis pela contração das fibras musculares e do músculo como um todo.

Figura 01: Estrutura da fibra muscular Fonte: Lent (2004)

De acordo com Guyton (1988), todos os músculos esqueléticos são controlados

por fibras nervosas que têm origem na medula espinhal, sendo que, a porção terminal de cada

fibra nervosa que controla o músculo, forma de 3 a 1000 ramificações, e cada uma dessas

34

ramificações termina em uma fibra muscular única. Isso é reafirmado por Lent (2004), onde ele

cita que, o axônio de um neurônio pode se ramificar e inervar uma fibra muscular única, ou

seja, um único neurônio pode inervar diversas fibras musculares.

Conforme citado por Lent (2004), o neurônio e a fibra muscular formam uma

dupla extremamente interdependente, que troca fatores químicos essenciais à sobrevivência de

ambos.

Hall (2005) cita que todo neurônio que juntamente com seu axônio e todas as

fibras musculares que são inervadas por ele, formam uma unidade motora. Watkins (2001)

acrescenta que, pode-se dizer que a unidade motora é um sinônimo de unidade funcional do

músculo.

2.1.2 Teoria do deslizamento dos filamentos

Uma fibra muscular contrai-se quando um potencial de ação é gerado na junção

com uma placa motora terminal. Esse potencial de ação é transmitido ao longo da fibra

muscular, resultando em uma contração (Watkins, 2001). Hamill e Knutzen (1999)

acrescentam que o processo de encurtamento dos filamentos se dá quando o cálcio é liberado

no músculo pela estimulação neuroquímica.

No estado relaxado, as extremidades dos filamentos finos (actina) permanecem

superpostas em suas extremidades, e sobrepostas aos filamentos grossos (miosina). No estado

de contração, os filamentos de actina são tracionadas em direção ao centro do filamento de

miosina, ocorrendo assim uma superposição. As membranas Z também são tracionadas uma

em direção da outra até que os filamentos de miosina se encostem (GUYTON, 1988).

35

2.2 Receptores: Órgão Tendinoso de Golgi (OTG) e Fuso Muscular

Os receptores segundo Smith, Weiis e Lehmkuhl (1997), tem a função de detectar

alterações de tensão e posição das estruturas nas quais estão situados, e um padrão de

impulsos nervosos é gerado no receptor, transmitindo assim informações a outras partes do

sistema nervoso. Segundo Lent (2004) uma das características que difere o OTG e o fuso

muscular, é que o fuso muscular está disposto em paralelo, e o OTG em série.

2.2.1 Órgão Tendinoso de Golgi (OTG)

Os órgãos tendinoso de Golgi (Figura 2) estão situados no interior do fascículo do

tendão, próximos à junção musculotendinosa, conectados a um número de 10 a 20 fibras

musculares, sendo que não são afetados por eventos mecânicos em outras fibras musculares

(LEDERMAN; 2001).

Watkins (2001), que o OTG são proprioceptores presentes nos tendões,

localizados entre as fibras colágenas do tendão. Para Achour (2002), o OTG localiza-se no

ponto de ligação entre a fibra muscular e o tendão e na porção profunda do tendão, sendo

inervado pela fibra aferente 1b.

36

Figura 02: Órgão Tendinoso de Golgi Fonte: Lent (2004)

O OTG detecta a tensão global que é aplicada ao tendão, avisando assim o sistema

nervoso central sobre a força efetiva da contração do músculo, essa informação é utilizada pelo

mecanismo neural para o ajuste preciso da tensão que é necessária para a realização da função

muscular em função (GUYTON, 1988).

“O OTG transportam informações sobre a força da contração muscular. Esses

órgãos são tão sensíveis à força de contração, que a contração de uma única fibra muscular à

qual estejam ligados produzirá aumento na sua descarga” (LEDERMAN; 2001, p. 89). Jamil

(apud ACHOUR JÚNIOR, 2002), acrescenta que o OTG produz resposta melhor a contração

do que a extensão muscular, e que enquanto o tendão demonstra um limiar de disparo muito

baixo para a contração, precisa-s de um limiar consideravelmente alto para responder ao

alongamento.

De acordo com Achour Junior (2002, p 311) o “OTG durante uma contração

muscular, descarrega um impulso nervoso capaz de inibir a contração muscular e provocar o

relaxamento do músculo”.

37

Descrito por Enoka (apud Achour Junior 2002, p. 311):

no alongamento com tensão muscular elevada, os sinais de aferências do órgãotendíneo podem causar relaxamento muscular. Essa respostar é chamada de reflexode alongamento inverso ou inibição autogênica. Isto é percebido depois dedeterminado tempo em alongamento. Diminuindo a tensão, o músculo pode seralongado um pouco mais.

O relacionamento da força de contração para inibição do OTG é linear somente

com níveis baixo de contração. O aumento da força de contração não dá o mesmo aumento na

taxa inibitória (JAMIL, apud ACHOUR JÚNIOR, 2002, p. 311).

2.2.2 Fuso Muscular

O fuso muscular (figura 3) contém fibras intrafusais contráteis e elementos

sensoriais. A ativação motora das fibras intrafusais produz alterações em sua tensão e

extensão. Essa variabilidade é essencial para detectar todo o comportamento mecânico do

músculo (LEARDMAN, 2001).

Conforme Achour Júnior(2002, p. 307), “o fuso muscular mede de 2 a 3 mm de

largura e cerca de 0,15 mm de comprimento. Quanto mais refinada a função do músculo,

maior o número de fusos por unidade de peso do músculo”.

De acordo com Guyton (1988), o fuso muscular é constituído por fibrila nervosas

enroladas em delgadas fibras musculares, com função de detectar o grau de estiramento do

músculo. Lent (2004), cita que os fusos musculares são pequenos e sofisticados órgãos

receptores com função de detectar as variações de comprimento e/ou tensão muscular, sendo

formado por cerca de 5 a 10 fibras musculares, modificadas, finas e agrupadas em forma de

fuso, envoltas por uma cápsula conjuntiva que as separa das fibras musculares comuns.

38

Figura 03: Fuso Muscular Fonte: Lent (2004)

Existem dois grupos de aferentes de fusos musculares, as terminações primarias

(Ia) e terminações secundárias (II). Funcionalmente, os aferentes dos fusos musculares

transportam informações sobre o estado mecânico do músculo, como a velocidade,

comprimento, desaceleração, e força de contração entre outros (LEDERMAN, 2001).

De acordo com Guyton (apud ACHOUR 2002, p. 307) “o fuso muscular tem a

função de informar a alteração na velocidade e na extensão (comprimento) muscular. Nessas

condições, o fuso reage a qualquer grau de alongamento”.

2.3 Fáscia

Bienfait (2000) conceitua fáscia como uma membrana de tecido conjuntivo fibroso

de proteção de um órgão ou de um conjunto orgânico. Sendo um conjunto membranoso

extenso no qual todo se encontra ligado, em continuidade, a fascia é uma rede única - global.

Alter (1999), acrescenta que além das fáscias serem contínua, elas são contíguas, ou seja, elas

39

se tocam.

Ricard e Sallé (2002), citam que o nome da fáscia varia segundo o órgão que ela

recobre, sendo aponeuroses para os músculos, pleura para os pulmões, pericárdio para o

coração. Peritônio/mesentérico/omento para as vísceras abdominais e meninges para o sistema

nervoso.

Por mais que os músculos possam agir de forma individual, eles atuam medianteconexões por todo o corpo, no interior de faixas de fáscias integradasfuncionalmente. Essas lâminas e linhas seguem a urdidura e a trama da estrutura detecido conjuntivo do corpo humano, formando “meridianos” miofasciais. (MYERS,2003, p. 1).

De acordo com Rowe (apud ALTER, 1999), há pelo menos três funções da fáscia:

fornecer uma estrutura que liga o músculo e assegurar o alinhamento das fibras musculares,

vasos sangüíneos, nervos adequadamente; permitir que forças, ativamente ou passivamente,

sejam transmitidas por todo o tecido de forma segura e eficaz; fornecer as superfícies

lubrificadas necessárias entre as fibras e os feixes de fibra muscular permitindo assim que os

músculos mudem sua forma.

2.4 Músculo Psoas

O músculo psoas tem localização na parede posterior da cavidade abdominal, junto

das véterbras lombares e do ílio, com fixações proximais em corpos vertebrais, discos

intervertebrais e processos transversos de T12-L5, (SMITH; WEISS; LEHMKUHL, 1997),

acompanha a abertura superior da pelve, passa sob o ligamento inguinal, anteriormente à

articulação do quadril e alcança a coxa (DANGELO; FATTINI, 2002).

O músculo ilíaco origina-se na região superior da fossa ilíaca e converge inferior e

medialmente para se fundirem com o psoas (DANGELO; FATTINI, 2002). O músculo cobre

40

todo o lado anterior da articulação do quadril e colo femoral (SMITH; WEISS; LEHMKUHL,

1997).

O músculo psoas e o ilíaco fixam-se distalmente no trocanter menor do fêmur por

um tendão comum formando assim o chamado músculo iliopsoas (CORRE; RAGEOT, 2004).

De acordo com Kapandji (2000), o músculo iliopsoas pe o mais potente de todos

os flexores e o que possui um trajeto mais longo. Smith, Weiss e Lehmkuhl (1997), citam que

alem da função de flexão do quadril o iliopsoas realiza a rotação externa do quadril.

A inervação do iliopsosas segundo Dangelo e Fattini (2002), é realizada pelo nervo

femoral e ramos do plexo lombar (L2 e L3).

41

3 FLEXIBILIDADE

3.1 Conceito

Conforme citado por Alter (1999, p. 17), “desde a antiguidade, o alongamento e o

desenvolvimento da flexibilidade têm sido utilizados para atingir diversos objetivos”.

Flexibilidade é definida por Viveiros et al (2004) como a amplitude máxima em

uma ou mais articulações, ou pela relação existente entre o comprimento e a tensão de um

músculo alongado. Frias Junior e Barros (2005) definem flexibilidade como a capacidade de

movimentar as partes do corpo, através de uma ampla variação de movimentos sem distensão

excessiva das articulações e ligamentos.

3.2 Benefícios da flexibilidade

O desenvolvimento e manutenção de algum nível de flexibilidade são componentes

importantes de um programa de melhoria da qualidade de vida e até mesmo durante o processo

de envelhecimento (HONG; XIAN LI; ROBINSON, 2000).

Os benefícios de um programa de flexibilidade pode ser qualitativo ou quantitativo

como: relaxamento do estresse e da tensão, relaxamento muscular; autodisciplina, melhora da

42

aptidão corporal, postura e simetrias, alívio de cãibras musculares, alivio dos sofrimentos

músculos, risco reduzido de lesões e diminuição de quadros álgicos (ALTER, 1999)

3.3 Restrições da flexibilidade

A flexibilidade é limitada por vários fatores como o formato das superfícies

articulares, adesões, contraturas e cicatrizes nos tecidos moles, componentes contráteis,

ligamentos, tendões e fáscias (ACHOUR JUNIOR, 2002).

A gordura ou o excesso de massa muscular pode ser um limitador mecânico da

flexibilidade. Em alguns grupos musculares, o limite mecânico acontece pelo impedimento do

tronco em aproximar-se dos membros inferiores (ACHOUR JUNIOR, 2002).

Com o envelhecimento, o número de ligações colágeno intra e intermolecular,

torna-se maior, dificultando assim o deslizamento das proteínas, deixando o tecido mais rígido,

menos elástico (ACHOUR JUNIOR, 2002).

A fáscia foi identificada como o segundo componente que mais resiste à

extensibilidade durante exercícios de alongamento (JOHN; WRIGHT; SAPEGA et al, apud

ACHOUR JUNIOR , 2002). A fáscia compreende aproximadamente 30% da massa muscular,

tendo assim o poder para alterar a densidade e o comprimento muscular, por meio de

exercícios de força e de alongamento.

“Lesões e desalinhamento músculo-articular ocorridos no passado podem causar

dor e perda da habilidade para realizar movimentos diários na idade matura” (ACHOUR, 2002,

p. 292).

De acordo com Achour Junior (2002, p. 289), “o sistema muscular acometido de

encurtamento ou insuficiência de flexibilidade aumenta a estimulação dos agonistas via fuso

43

muscular ao acionar o músculo para contrair-se, tornando mais rígido e o seus antagonistas

mais lassos”.

3.4 Comportamento Mecânico dos Tecidos Moles

Segundo Bienfait (2000) A fibra muscular é composta por elemento contrátil,

elásticos em série ou em paralelo, sendo que são eles que tornam uma contração útil.

O componente contrátil é composto pelas proteínas de miosina e actina sendo

responsável pela força de contração. O componente elástico em paralelo é formado pelo

endomísio, epimísio e permísio, sendo responsável pela tensão do músculo quando em

repouso. O elemento elástico em série é formado pela linha Z do sarcômero, tendão e fibras

Sharpey, tendo a função de absorver mais energia que o componente elástico paralelo

enquanto um músculo é alongado (ACHOUR JÚNIOR, 2002).

3.4.1 Tensão

A tensão é a mudança de comprimento ou quantidade de deformação que ocorre

como resultado de uma força aplicada, isso quer dizer, que tensão é a taxa de comprimento

depois que um estresse é aplicado ao comprimento original (ALTER, 1999).

3.4.2 Estresse

Quando uma força age sobre um corpo ou material, as forças resistentes dentro do

corpo reagem, essas forças resistentes são chamadas de estresses, ou seja, um estresse é uma

44

resistência interna a uma força externa. O estresse é medido pela força aplicada que produz

deformação em um corpo (ALTER, 1999).

3.4.3 Elasticidade

Alter (1999, p. 71) define elasticidade como “propriedade que faz com que o

tecido retorne a sua forma ou tamanho original quando uma força é removida”. O mesmo

autor cita que a elasticidade é medida como a quantidade de força contrária dentro do próprio

material. A força elástica representa um comportamento de mola e muitas vezes é simbolizada

por uma linha em “zigue-zague” representando uma mola.

Com a aplicação de uma tensão (ex. alongamento) o tecido aumenta seu

comprimento, se após liberar a tensão o tecido retornar ao seu tamanho original, denominamos

de comportamento elástico ou deformação elástica (ACHOUR JUNIOR, 2002).

O comportamento elástico do músculo é descrito como dois componentes

principais: o componente elástico paralelo, proporcionado pelas membranas musculares

fornece resistência quando um músculo recebe um estiramento/alongamento passivo, e o

componente elástico em série, localizado nos tendões, atua como armazenador da energia

elástica quando um músculo é estirado/alongado (HALL, 2000).

3.4.4 Plasticidade

A plasticidade é a propriedade de um material para deformar-se permanentemente

quando é tencionado além de sua amplitude elástica, ou seja, não há recuo elástico ou

recuperação (ALTER, 1999). Ao alongar-se, o tecido estende-se até um novo comprimento, e

45

ao sair da posição de alongamento e não recuperar seu tamanho original depois de liberada a

tensão, teremos a deformação plástica (ACHOUR JUNIOR, 2004).

“A plasticidade implica em deformações permanentes. Materiais podem sofrer

deformações plásticas seguidas de deformações elásticas quando são carregados além dos seus

limites elásticos” (NORDIN; FRANKEL, 2003).

O alongamento plástico separa as ligações dos pontos de contato das fibras de

colágenos dos tecidos conectivos. Para alcançar a deformação plástica é necessário aumentar o

tempo de permanência da tensão/alongamento (KALTENBORN; TRIBASTONE, apud

ACHOUR JUNIOR, 2002).

3.4.5 Deformações Plásticas e Elásticas

Quando um tecido ou material é submetido a uma força (puxão ou um empurrão),

pode ocorrer uma mudança na forma ou tamanho do material, essas mudanças são chamadas

de deformação (ALTER, 1999).

Tanto os tecidos contráteis (sarcômeros) como os não contráteis (fáscias, tendões

e ligamentos) possuem propriedades elásticas e plásticas. Sendo que, quando houver o objetivo

de gerar deformação no tecido a longo prazo, a tensão aplicada deverá alcançar ou superar o

limite elástico do tecido, mantendo assim essa tensão por um determinado tempo (ACHOUR

JÚNIOR, 2002).

O tecido conjuntivo possui propriedades viscoelásticas sendo formado

principalmente por colágeno e algumas fibras, que constituem os dois componentes do

estiramento que permitem o alongamento do tecido. O componente viscoso permite um

estiramento plástico no qual resulta em um alongamento permanente do tecido, após a

46

remoção da tensão aplicada. O componente elástico torna possível o estiramento elástico,

resultando em um alongamento temporário, onde o tecido após a remoção da tensão retorna

ao seu comprimento anterior. (ANDREWS; HARRELSON; WILK, 2000).

O menor valor de estresse para produzir tensão permanente no corpo é chamado

de limite elástico. Abaixo do limite elástico, os materiais retornam para o seu comprimento

original após a remoção da força deformante, contudo, se aplicar uma força deformante além

do limite elástico, o material estressado não retornará ao seu comprimento original, após a

remoção da força, isso é chamado de alongamento plástico ou deformação plástica (ALTER

1999).

O alongamento plástico separa as ligações dos pontos de contato das fibras de

colágenos dos tecidos conectivos. Para alcançar a deformação plástica é necessário aumentar o

tempo de permanência da tensão/alongamento (KALTENBORN; TRIBASTONE, apud

ACHOUR JUNIOR, 2002).

“Durante o alongamento há uma diferença de tempo entre a energia mecânica

usada para alongar o tecido e a energia requerida para fazê-lo retornar ao tamanho original”

(ACHOUR JÚNIOR, 2002, p. 295).

A quantidade, duração da força e temperatura do tecido, são os principais fatores

que durante o alongamento irão determinar o grau de alongamento elástico ou plástico que

ocorre com o tecido conjuntivo posto em tensão. O alongamento elástico é exacerbado pelo

alongamento com muita força e pouca duração, ao inverso do alongamento plástico, que

resulta de pouca força e longa duração (ANDREWS; HARRELSON e WILK, 2000).

47

3.5 Alongamento

O alongamento é tradicionalmente usado como parte de um programa para

aumentar a flexibilidade, amplitude de movimento ou alivio de dor, sobre uma articulação em

uma tentativa de promover a melhora da performance e reduzir o risco de lesão (MAREK,

2005).

Os exercícios ou técnicas de alongamento são utilizados para aumentar a

extensibilidade da unidade musculotendinosa e do tecido conjuntivo. O alongamento é

utilizado para aumentar a flexibilidade, que depende da amplitude de movimento e da

extensibilidade dos tecidos moles. As técnicas de alongamento são classificadas em três

principais categorias: alongamento estático, balístico e por facilitação neuromuscular

proprioceptiva (FNP) (HALL; BRODY, 2001).

Winters et al (2004) citam que, os programas de alongamento para aumentar a

flexibilidade, estão sendo utilizados a cada dia por fisioterapeutas nos atendimentos aos seus

pacientes.

3.5.1 Alongamento estático

“O alongamento estático envolve uma posição que é mantida por um período de

tempo e que pode ou não ser repetida” (ALTER, 1999, p. 175). Achour Junior (2002)

descreve que o alongamento estático é determinado pelo alcance de uma amplitude de

movimento do grupo muscular a ser trabalhado lentamente, mantendo-se uma postura com

tensão muscular. E de acordo com Hall e Brody (2001) o alongamento estático é um método

onde os músculos e tecidos conjuntivos que estão sendo estirados, são mantidos em posição

48

estacionária em seu maior comprimento possível por um certo período.

3.5.2 Alongamento Balístico

O alongamento balístico normalmente está associado a movimento de balançar,

saltar e movimentos rítmicos, outros termos são utilizados como movimentos rápidos,

isotônicos ou cinéticos (ALTER, 1999).

Achour Junior (2004) cita que, o alongamento balístico de difere do alongamento

dinâmico, sendo o primeiro uma técnica que utiliza uma seqüência de alongamento dinâmico,

com várias insistências na amplitude final do movimento.

3.5.2 Técnica miotensiva

A técnica miotensiva (LE CORRE; RAGEOT, 2004) é também chamada de

facilitação neuromuscular proprioceptiva (ALTER,1999; ACHOUR JUNIOR 2002), ou

técnica de músculo energia (RICARD; SALLÉ, 2002).

A facilitação neuromuscular proprioceptiva é definida por Knnott e Voss, (1968,

apud ALTER 1999, p. 179) como um método de promover ou acelerar o mecanismo

neuromuscular através da estimulação dos proprioceptores.

Chaitow (apud MORAES et al 2004) relata que a técnica de músculo energia é um

método que leva em conta o componente do tecido mole. Em termo geral é descrito como uma

“técnica de relaxamento muscular ativo”.

A cada contração isométrica estimula-se os receptores de Golgi que se descarregam eque inibem os motoneuronios alfa e gama. A cada novo comprimento ganho, o fusoneuromuscular é estirado e voltando a encontrar pouco a pouco seu comprimentonormal (RICHARD; SALLÉ, 2002, p.98)

49

Sobre os benéficos da técnica, Alter (1999, p. 180) cita diversos autores que

afirmam que a FNP oferece uma grande amplitude de benefícios, como produzir maior ganho

na flexibilidade quando comparadas com outras formas de alongamento, melhora da força,

equilíbrio e estabilidade, melhora da resistência e circulação sangüínea.

50

4 DELINEAMENTO DA PESQUISA

O delineamento da pesquisa segundo GIL (2002, p. 43), “[...] refere-se ao

planejamento da mesma em sua dimensão mais ampla [...]”, ou seja, neste momento, o

investigador estabelece os meios técnicos da investigação, prevendo-se os instrumentos e os

procedimentos necessários utilizados para a coleta de dados.

4.1 Tipo de pesquisa

Este estudo foi classificado quanto à sua abordagem como explicativo,

experimental e quantitativo.

4.1.1 Classificação quanto à abordagem

Segundo Stake (1983) a pesquisa quantitativa, é a mensuração de variáveis

pré-estabelecidas, com intuito de explicar a sua influência sobre outras variáveis com análise de

incidência e correlações estatísticas.

51

4.1.2 Classificação quanto ao nível

De acordo com Gil (2002), a pesquisa explicativa pretende detectar os

componentes que alteram um fato e explicar o porquê destas alterações. Neste caso, a pesquisa

se propõe a identificar os fatores que causarem alterações na variável dependente, sendo cada

um deles explicados.

4.1.3 Classificação quanto ao procedimento

A pesquisa experimental consiste em separar dois grupos nos quais para o primeiro

se introduz uma variável experimental e para o segundo se retira esta variável. A separação dos

grupos é dada aleatoriamente, logo, é uma pesquisa randomizada como sugere o protocolo da

pesquisa experimental (RAUEN, 2002)

4.2 População/Amostra

A população deste estudo foram acadêmicas do curso de Fisioterapia da UNISUL

- Campus Tubarão. A escolha desta população deveu-se ao fato de a grande maioria dos

acadêmicos do curso de Fisioterapia serem do gênero feminino num total de aproximadamente

180 acadêmicas matriculadas, viabilizando a obtenção de uma amostra estatisticamente

adequada, sendo também este fator um facilitador para a formação de dois grupos para o

estudo em questão, um grupo experimental e um grupo controle.

A formação da amostragem desta pesquisa foi de caráter intencional e a mesma foi

52

constituída por 20 acadêmicas do curso de Fisioterapia, com faixa etária de média de 21,5

anos. Para a formulação dos grupos (experimental e controle), foi determinado que o primeiro

indivíduo faria parte do grupo experimental, o segundo do grupo controle, o terceiro do grupo

experimental e assim sucessivamente.

Os critérios de inclusão da amostra foram:

Não praticante de atividade física regular: uma vez que o exercício físico é um

beneficiário para a melhora da flexibilidade (ALTER, 1999);

IMC normal: pelo fato de o tecido adiposo ser um agente restritor da mobilidade e

flexibilidade (ACHOUR JUNIOR 2002);

Não possuir patologias musculoesquelética relacionadas à pelve: as patologias

podem interferir no nível de flexibilidade pela presença de dor ou alguma outra

disfunção (muscular, articular, etc.).

Baseado nos critérios de inclusão descritos acima, 1 (uma) participante foi excluída

do estudo, em função do IMC da mesma apresentar-se acima dos valores considerados

adequados pela literatura (Tabela 1).

Tabela 1 – Diretrizes federais para a classificação de sobrepeso e obesidade em adultospor meio do IMC

Classificação de Sobrepeso Classe de Obesidade IMC (Kg/m2)Peso abaixo do normal < 18,5Normal 18,5 a 24,9Peso acima do normal 25,0 a 29,9Obesidade I 30,0 a 34,9

II 35,0 a 39,9Obesidade extrema III > 40

Fonte: Tritschler (2003, p. 259)

53

4.3 Instrumentos utilizados na coleta de dados

Para a realização desta pesquisa foi utilizada como instrumento para a coleta de

dados uma ficha de avaliação (Apêndice A), na qual foram reunidos os seguintes testes para

verificação do nível de flexibilidade e dados complementares do sujeito:

Teste de Finger-florr

Teste de Schöbber

Teste de retração de cadeia posterior adaptado – mensuração do ângulo

coxofemoral

Régua plástica de 30 cm da marca FaberCastel®

Goniômetro da marca Fisiobras®

Fita métrica da marca Corrente®

Balança Personal Line da marca Filizola® com capacidade máxima de 150 Kg com

estadiômetro, para avaliar a massa corporal (kg) e a altura (m).

4.4 Procedimentos utilizados na coleta de dados

Primeiramente foi realizada uma visita às salas de aula do curso de Fisioterapia da

Universidade do Sul de Santa Catarina – UNISUL, Campus Tubarão, para explicar todo o

procedimento da pesquisa e convidar as alunas a fazer parte do estudo. Com as interessadas,

foi agendado uma data e um horário, individual e viável para o pesquisador e o sujeito

participante da amostra para a realização da coleta de dados propriamente dita.

A coleta de dados foi feita através de uma consulta fisioterapêutica no período

54

noturno nos dias 28 de setembro a 14 de outubro, na Clínica-Escola de Fisioterapia da

UNISUL, e na ocasião foram explicados novamente aos sujeitos todos os procedimentos da

pesquisa e foi realizada a entrega do termo de consentimento livre esclarecido (TCLE)

(Apêndice B).

Após a assinatura do TCLE, foi realizada a avaliação individual do nível de

flexibilidade, utilizando os testes na seguinte seqüência: finger-floor, shcöber e mensuração do

ângulo coxofemoral, conforme segue a descrição abaixo:

Finger-floor (figura 4): constitui uma avaliação global da flexão de tronco, na qual

intervêem também as articulações coxofemorais e a musculatura posterior das

extremidades inferiores. O paciente tenta alcançar o solo por flexão da coluna,

mantendo os joelhos em extensão, o examinador irá anotar a distância entre a ponta

do terceiro dedo ao solo em centímetros (GABRIEL; PETIT; CARRIL, 2001).

Figura 4 - Mensuração da distância entre a ponta do dedo médio e o chão. Fonte: Hoppenfield, (1999).

Sinal de Schöber: determina a flexibilidade das vértebras lombares. O paciente fica

em pés sendo realizada uma marca na pele sobre o processo espinhoso da S1 e outra a 10cm

craniais, realizando uma inclinação para frente o examinador mede a distancia entre essas

55

marcas novamente e vê a diferença. O normal é aumenta pra até 15cm (BUCKUP, 2002).

Figura 5 – Sinal de SchöbberFonte: Gabriel; Petit e Carril (2001)

Teste de retração de cadeia posterior adaptado – mensuração do ângulo

coxofemoral (Figura 6, 7, 8 e 9): é utilizada para mensurar a angulação entre o eixo médio do

ilíaco com o eixo médio do fêmur. Para mensurar colocou-se um dos braços do goniômetro no

eixo médio do ilíaco, e o outro braço do goniômetro é colocado no eixo médio do fêmur

partindo como guia o trocanter em direção ao joelho. Pede-se ao paciente para realizar uma

inclinação para frente, mantendo os joelhos estendido, marcando assim a angulação que irá se

formar entre o eixo médio do ilíaco com o eixo médio do fêmur. A angulação fisiológica entre

os eixos deve ser de 90º. (SANTOS, 2001).

56

Figura 6 - Indivíduo inclinado para frente. Fonte: Marques (2000)

Figura 7 - Indivíduo realinhado e ângulo Figura 8 - Indivíduo com ângulo coxofemoral fechado. coxofemoral aberto.

Fonte: Marques (2000). Fonte: Marques (2000).

Figura 9 – Ângulo coxo-femoral Fonte: Santos (2001, p. 91).

57

Técnica Miotensiva do Psoas (figura 10): a manobra consiste em solicitar ao

paciente uma flexão de quadril do lado a ser trabalhado contra a resistência manual do

terapeuta (contração isométrica) durante 5 a 6 segundos. Após a contração isométrica do

músculo, é solicitado ao paciente para relaxar o músculo (não realizando nenhum tipo de

contração) e com isso o terapeuta mantém o músculo em alongamento passivo durante

aproximadamente 10 segundos (LE CORRE; RAGEOT, 2004). Para a realização da técnica, o

paciente deve exercer apenas 20% da força total (CHAITOW, 2001).

Figura 10 – Técnica Miotensiva no músculo psoas Fonte: Le Corre; Rageot (2004)

Esta pré-avaliação foi realizada por um avaliador treinado pelo pesquisador, o qual

não aplicou a técnica miotensiva descrita anteriormente.

Realizada a avaliação do nível de flexibilidade, o sujeito da pesquisa foi

encaminhado para outra sala. O indivíduo que participou do grupo experimental recebeu a

técnica miotensiva no músculo iliopsoas bilateralmente. A técnica foi realizada pelo

58

pesquisador, conforme descrito no item “Instrumentos utilizados na coleta de dados”. Após a

aplicação da técnica, o sujeito foi reencaminhado à sala da avaliação, onde o avaliador treinado

realizou a avaliação pós-intervenção.

No caso dos sujeitos que participaram do grupo controle, após a avaliação inicial os mesmo

ficaram isolados em outro consultório, sem receber qualquer tipo de intervenção, durante o

período em que ocorreu a aplicação da técnica no grupo experimental. Passado o tempo de

intervenção, os sujeitos do grupo controle retornaram à sala de avaliação para a realização da

pós-avaliação.

59

5 ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DOS DADOS

Os resultados coletados foram analisados no pré-teste e no pós-teste através da

estatística descritiva simples, usando parâmetros de média e desvio padrão, os quais serão

apresentados em tabelas simples tipo I (colunas).

Para a análise estatística foi realizado o Teste de Wilcoxon para amostras

independentes, com significância de 95%, além do teste de correlação de Sperman, com a

intenção de verificar se houve correlação entre resultados obtidos nos dois grupos –

experimental e controle.

O presente capítulo tem como objetivos apresentar, analisar e discutir os dados

coletados neste estudo, expondo-os em forma de gráficos e tabelas, a fim de facilitar a

visualização e discussão dos mesmos.

A amostra desta pesquisa foi composta por 20 indivíduos do gênero feminino,

acadêmicas do curso de Fisioterapia da UNISUL/campus Tubarão. As componentes da

amostra foram divididas dois grupos: o grupo experimental (G1), o qual recebeu a técnica

miotensiva como intervenção fisioterapêutica; e o grupo controle (G2), o qual não recebeu

nenhuma intervenção fisioterapêutica.

60

5.1 Caracterização da amostra

Tabela 1 – Caracterização do grupo experimental (G1).

Dados Mínimo Máximo Média Desvio PadrãoIdade (anos) 19,37 27,29 21,68 2,16IMC (kg/m2) 18,44 24,92 21,85 2,56Temperatura ( º ) 20,7 22,5 21,39 0,62

O G1 foi composto por 11 participantes (55%) da amostra, sendo que todos os

sujeitos foram avaliados em relação ao nível de flexibilidade, com os teste de finger-floor, sinal

de Schöber e mensuração do ângulo coxofemoral pré e pós-intervenção.

A idade dos participantes do grupo apresentou valores que variaram entre 19,37 –

27,29 anos, com média de 21,68 anos e desvio padrão de 2,16 anos.

O grupo apresentou IMC variante entre 18,44 - 24,92 kg/m2, com média de 21,85

kg/m2 e desvio padrão de 2,56 kg/m2.

A temperatura ambiente durante o procedimento do grupo obteve uma variante

entre 20,7 – 22,5º, com média de 21,39º e desvio padrão de 0,62º.

Tabela 2 – Caracterização do grupo controle (G2).

Dados Mínimo Máximo Média Desvio PadrãoIdade (anos) 20,24 22,71 21,44 0,86IMC (kg/m2) 18,27 24,97 21,31 2,09Temperatura ( º ) 20,6 22,5 21,11 0,59

O G2 foi composto por 9 (45%) indivíduos, sendo que os sujeitos realizaram

avaliação e re-avaliação com os teste de finger-floor, sinal de Schöber e mensuração do ângulo

61

coxofemoral, e nenhum indivíduo recebeu nenhuma forma de intervenção fisioterapêutica entre

as avaliações realizadas.

A idade dos participantes do grupo variou entre 20,24 – 22,71 anos, com média de

21,44 anos e desvio padrão de 0,86 anos.

O grupo apresentou IMC variante entre 18,27 - 24,97 kg/m2, com média de 21,31

kg/m2 e desvio padrão de 2,09 kg/m2.

A temperatura ambiente durante o procedimento do grupo obteve uma variante

entre 20,24 – 22,71º, com média de 21,11º e desvio padrão de 0,59º.

5.2 Testes de flexibilidade

5.2.1 Finger-floor (distância dedo médio x chão)

O teste Finger-floor, também conhecido como distância do dedo médio ao solo, é

um teste utilizado para analisar ou avaliar o nível de flexibilidade da coluna vertebral e dos

membros inferiores. O resultado com valores baixos, ou seja, no qual o dedo médio se

apresenta mais próximo do solo, prediz que o indivíduo possui uma boa flexibilidade ou

mobilidade relativas a estes segmentos corporais. O teste foi realizado na pré e pós-intervenção

no G1 e avaliação e re-avaliação no G2, conforme descrito no capítulo 3.

62

Gráfico 1: Teste Finger-floor – Grupo G1

A realização do teste Finger-floor no G1 apresentou resultados que variaram entre

-8,9 a -1,5 cm, com média de -6,21 cm e desvio padrão de 2,48 cm. Todos os indivíduos do

G1 apresentaram diminuição em relação a distância do dedo médio ao solo (Apêndice C).

Foi feito o teste de estatístico de Wilcoxon que revelou quanto ao teste

finger-floor, no G1 que existe diferença entre os resultados obtidos pré e pós-intervenção

adotado, ou seja, o método aplicado foi eficaz.

63

Gráfico 2: Finger-floor – Grupo G2

A realização do teste de Finger-floor no G2 apresentou resultados que variaram

entre -4,3 a 2 cm, sendo a média de -1,37cm com desvio padrão de 1,87 cm. Após a

obtenção dos dados, constatou-se que 8 indivíduos (88,8%) apresentaram uma diminuição da

distância do dedo médio ao solo, e apenas 1 indivíduo (11,1%) apresentou um aumento da

distância (Apendice D).

Foi realizado o teste de estatístico de Wilcoxon para amostras dependentes, com

95% de nível de confiança para o teste finger-floor no G2. O teste revelou que não existem

diferenças entre os resultados obtidos na avaliação e re-avaliação.

Com a aplicação da Técnica miotensiva no músculo iliopsoas, houve aumento da

flexibilidade imediata, com a avaliação através do teste de finger-floor. No grupo G1, todos

apresetnaram uma diminuição da distância dedo-solo, predizendo assim uma melhora na

flexibilidade e/ou mobilidade.

64

Os resultados de estudos feitos por Horsley (2000) e Sady, Wortman e Blanke

(1982) alienam-se a este estudo, onde os resultados da aplicação da técnica de alongamento

pela facilitação neuromuscular proprioceptiva (FNP) realizada em ambos estudos,

apresentaram a técnica como a mais eficiente na melhora da flexibilidade do sujeitos

pesquisados. Horsley (2000) ainda acrescenta que a FNP, pode ser comparada com

alongamento estático e/ou balístico, como a melhor técnica na melhoria da flexibilidade.

5.2.2 Teste de Schöber

O sinal de Schöber é utilizado para avaliar ou analisar a mobilidade e/ou

flexibilidade da coluna lombar.Sendo este teste de difícil resultado significativo, devido à

coluna lombar ter pouca mobilidade por fatores biomecânicos e fisiológicos. O teste tem bom

resultado quando a diferença entre a marca realizada de 10 cm na postura em pé para a nova

mensuração quando realizado a inclinação para frente for de 5 cm.

Gráfico 3: Sinal de Schöber – Grupo G1

65

A realização do teste de Schöber no G1 apresentou resultados que variaram entre

0 a 0,5 cm, sendo a média de 0,1 cm com desvio padrão de 0,16 cm. Na análise dos dados,

notou-se que 8 indivíduos (72,7%) na avaliação obtiveram um valor de 5 cm ou mais, sendo

este um resultado bom para o teste, e 3 indivíduos (27,7%) não alcançaram a marca de 5 cm na

avaliação. Porem após a intervenção nenhum indivíduo obteve um aumento significativo, sendo

que alguns indivíduos permaneceram com o mesmos valor da avaliação (Apêndice C).

O teste de Schöber, revelou um número muito grande de valores iguais na

avaliação e re-avaliação, resultados que inviabilizaram a realização de um teste estatístico.

Gráfico 4: Sinal de Schöber – Grupo G2

A realização do teste de Schöber no G2 apresentou resultados que variaram entre

–1,3 a 1,1 cm, sendo a média de –0,12 cm com desvio padrão de 0,63 cm, tendo a moda de

0. Na análise dos dados, observou-se que 6 indivíduos (66,6%) obtiveram um valor de 5 cm ou

mais, e que 3 indivíduos (33,3%) não conseguiram alcançar o valor de 5 cm na avaliação. A

mesma conclusão do G1 pode ser dado ao G2, ou seja, nenhum indivíduo tanto na avaliação

como na re-avaliação, não obtiveram resultados significativos (Apêndice D).

66

O teste de Schöber revelou um número muito grande de valores iguais na

avaliação e re-avaliação, resultados que inviabilizaram a realização de um teste estatístico.

Em uma avaliação de atletas no estudo realizado por Carazzato et al (1997), foi

realizado o teste de Schober para mensuração da flexibilidade da coluna lombar. Foram

realizadas umas marcas no nível de L5 e outra a 10cm de distância em sentido cranial, o atleta

realizou uma flexão de tronco, e as marcas eram novamente mensuradas. Porém neste estudo,

não é feita uma discussão ou descrição dos resultados obtidos na avaliação dos atletas

utilizando este teste.

A realização do teste descrito por Carazzato et al (1997), foi praticamente a

mesma utilizada neste estudo, o que diferencia é a marca inicial, no estudo realizado pelo autor

foi feita em S1 e no estudo realizado pelo autor acima citado, foi em L5.

O teste de Schöber nos dois grupos avaliados, não apresentou resultados

significativos. Sugere-se que este fato ocorreu devido a coluna lombar, ter sua mobilidade e

flexibilidade diminuídas fisiologicamente, e com isso a aplicação da técnica miotensiva uma

única vez não influenciounos resultados obtidos na avaliação.

5.2.3 Ângulo coxo-femoral

A mensuração do ângulo coxo-femoral é utilizada para mensurar a angulação entre

o eixo médio do ilíaco com o eixo médio do fêmur, podendo assim avaliar a mobilidade ou

flexibilidade do quadril, coluna lombar e membros inferiores. A angulação quanto mais

próxima ou igual a 90º prediz uma boa flexibilidade ou mobilidade.

67

Gráfico 5: Ângulo Coxo-femoral – Grupo G1

A realização do ângulo coxo-femoral no G1 apresentou resultados que variaram

entre –4 a –32º, tendo uma média de –12,63º com desvio padrão de 9,23º. Com análise dos

dados, foi possível observar que todos os indivíduos diminuíram a angulação, sendo assim um

fator positivo para o teste. Assim conclui-se que o procedimento aplicado no G1 foi eficaz

para a diminuição do ângulo coxo-femoral (Apêndice C).

Foi realizado o teste estatístico de Wilcoxon para amostrar dependentes, com

confianção de 95%. Quanto à mensuração do ângulo coxo-femoral, o teste mostrou que existe

diferença entre os resultados pré e pós-intervenção, ou seja, estatisticamente o procedimento

foi eficaz.

68

Gráfico 6: Ângulo Coxo-femoral – Grupo G2

A realização do ângulo coxo-femoral no G2 apresentou resultados que variaram

entre 2 a –15º tendo uma média de –4.44º com desvio padrão de 5,10º e moda de –4º. Com a

análise dos dados, foi observado que 7 indivíduos (77,7%) diminuíram a angulação na

re-avaliação, 1 indivíduo (11,1%) teve o mesmo ângulo na re-avaliação e 1 indivíduo (11,1%)

teve o ângulo aumentado na re-avaliação. Os resultados analisados após a re-avaliação, não

demonstraram valores significativos (Apêndice D).

Foi realizado o teste de estatístico de Wilcoxon para amostras dependentes, com

95% de nível de confiança para a mensuração do ângulo coxo-femoral no G2. O teste revelou

que não existem diferenças entre os resultados obtidos na avaliação e re-avaliação.

Um indivíduo que apresenta os músculos posteriores pouco encurtados apresentará

o ângulo coxo-femoral fechado, ou seja, de aproximadamente 90º, ficando a coluna quase na

horizontal. Ao contrário, um sujeito que apresenta os músculos posteriores muito encurtados

mostrará dificuldade em manter uma angulação próxima aos 90º, e seus músculos serão mais

69

curtos no tronco, com tendência a verticalização (MARQUES, 2000). Sendo assim neste

estudo os indivíduos na re-avaliação do G1 apresentaram uma melhora na angulação

coxo-femoral, atingindo o mais próximo do ângulo de 90º como sugerido pro Marques (2000).

A diminuição do ângulo formado pelo eixo médio do ilíaco com o eixo médio do

fêmur, sugere ter ocorrido um relaxamento muscular aumentado assim a mobilidade do quadril

proporcionado um fechamento e/ou aproximação entre os dois eixos.

5.3 Correlação entre o teste Finger-floor e a mensuração do ângulo coxo-femoral

Gráfico 7: Correlação Teste Finger-floor x Ângulo Coxo-femoral

Para a realização do teste finger-floor, é necessário uma inclinação de tronco para

frente com os joelhos estendidos, tendo como “objetivo” de alcançar a menor distância entre o

dedo médio ao solo. E que para realizar a mensuração do ângulo coxo-femoral também é

70

necessário uma inclinação de tronco para frente com os joelhos estendidos, e com o “objetivo”

de diminuir o ângulo formado entre o ilíaco e o fêmur. A postura para a realização dos dois

testes posso dizer que é a mesma, o que difere é o dado avaliado.

Sendo assim foi utilizado o Teste de Correlação de Sperman para verificar se

existe correlação entre as diferenças obtidas nos resultados dos dois testes. Este revelou que

existe uma correlação entre os dois teste, sendo a correlação positiva entre moderada e forte

de 0,53.

Desta forma posso concluir que, quanto menor o ângulo formado pelo ilíaco e o

fêmur, menor será a distância entre o dedo médio ao solo. A descrição ilustrativa dos

resultados do teste pode ser vista no Gráfico 7, onde a cada par de colunas (amarela e azul)

representa a avaliação e re-avaliação do teste de finger-floor e ângulo coxo-femoral, referente

ao indivíduo, totalizando 22 colunas, uma vez que a amostra foi composta por 11 sujeitos

5.4 Discussão da técnica miotensiva

A aplicação da técnica miotensiva, ou alongamento por facilitação neuromuscular

proprioceptiva como uma técnica benéfica para a flexibilidade, é descrita em vários trabalhos

como os de Davis et al (2005), Sady, Wortman e Blanke (1982), Dadebo, White e George

(2004) e Marek et al (2005), porem todos esses estudos o músculo que recebeu a técnica foi o

grupo muscular isquiotibiais.

Como já foi descrita a técnica utilizou-se de uma contração isométrica de 5

segundos, sendo que após a contração com o músculo “relaxado” foi posto em alongamento.

No estudo realizado por Marek et al (2005), foi utilizada a técnica de facilitação

neuromuscular proprioceptiva para alongamento dos isquiotibiais, sendo mantido uma

71

contração isométrica de 5 segundos, seguidos por 30 segundos de tensão de alongamento em

um ponde de desconforto sem dor. Feland e Marin (2004), relatam que uma contração

isométrica de 3 a 10 segundos é mais benéfica tendo melhores resultados, sendo que 6

segundos é a preferência de tempo utilizado durante a manutenção da contração.

Os resultados oriundos deste estudo revelaram-se benéfico, devido ao grupo G1

que recebeu a técnica miotensiva, ter melhorado na sua flexibilidade e/ou mobilidade, devido a

que à distância do dedo-solo e a angulação entre o eixo médio do ilíaco com o eixo médio do

fêmur ambos diminuíram. Isso significa que a técnica aplica teve uma influência, nos resultados

do G1 devido ao resultado na re-avaliação (pós-intervenção) ser mais próximo da normalidade.

No G2 os resultados quando comparados na avaliação com os resultados da re-avaliação

pôde-se notar que há uma diferença entre eles, porém, estatisticamente essa diferença, não é

válida, ou seja, não interferiu na flexibilidade ou mobilidade do G2, sendo que, posso dizer que

a diferença obtida entre os resultados possa a ser um resultado provido da imprecisão dos

testes aplicado.

Horsley (2004) relatam que em uma revisão de literatura, mostrou que 8 dos 14

estudos revisados descrevem a técnica de alongamento por FNP como mais significante e mais

eficaz no aumento da amplitude de movimento e da flexibilidade, quando comparadas às

técnicas de alongamento como a balística, estático e passivo. Esses resultados também são

descritos em um estudo realizado por e Spernoga et al (2001).

Spernoga et al (2001), relata no seu estudo que a unidade musculotendínea se

deforma quando está recebendo uma tenção e que dependendo do tempo, a deformação passa

de elástico para plástico antes do rompimento. A aplicação da técnica de alongamento por

contração-relaxamento aplicado no estudo por uma única vez, mostrou que o alongamento

aplicado não consegue deformar os tecidos o bastante para produzir uma deformação plástica

72

na unidade musculotendínea. Neste mesmo estudo, foi citado que outro fator que leva a

diminuição do efeito imediato na flexibilidade, foi à propriedade tixotropica do músculo.

Como neste estudo a aplicação da técnica deu-se em uma única vez, e que os

resultados foram obtidos de forma imediata pré e pós-intervenção, e que de acordo com o

relato acima, a flexibilidade melhorada conforme os resultados obtidos, não realizaram uma

deformação plástica na unidade musculotendínea. Sendo assim os resultado aqui obtidos não

podem ser entendidos como permanentes e sim como imediatos.

73

6 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Descrita a pesquisa e com o término deste estudo, como resultado, encontrou-se

significância variável, quando analisada a flexibilidade de coluna lombar e membros inferiores

após a aplicação da técnica miotensiva.

Nos resultados do teste de finger-floor, pôde-se notar que a técnica aplicada

influenciou no resultado da re-avaliação, diminuindo a distância dedo médio x chão,

predizendo que a flexibilidade aumentou com a técnica. Porém esse aumento não é irredutível.

Nos resultados do teste de schöber, pôde-se notar que a técnica não influenciou

sobre os resultados da re-avaliação, traduzindo assim, que a aplicação da técnica miotensiva

em uma única vez, não irá alterar a flexibilidade da coluna lombar.

Nos resultados da mensuração do ângulo coxo-femoral, pôde-se notar que a

técnica influenciou nos resultados da re-avaliação, mostrando uma diminuição do ângulo

formado pelo eixo médio do ilíaco com o eixo médio do fêmur.

Com a correlação do teste de finger-floor x ângulo coxo-femoral, podê-se notar

que quanto menor à distância do dedo médio x solo, menor será o ângulo coxo-femoral,

vice-versa. Sendo assim a técnica teve uma influencia tanto na flexibilidade e/ou mobilidade do

quadril quanto nos membros inferiores.

Todos os objetivos foram alcançados, sendo que alguns com sucesso, mostrando

74

resultados positivos e benéficos da aplicação da técnica miotensiva, e outros não obtiveram

resultados satisfatório.

Deixo minha sugestão de realizar estudos mais precisos sobre a técnica miotensiva

e/ou alongamento por facilitação neuromuscular proprioceptiva, realizando um protocolo com

mais de uma aplicação, e com isso, descrever os efeitos da técnica com mais de uma aplicação.

75

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78

APÊNDICES

79

APÊNDICE A

Ficha de Avaliação

80

Ficha de Avaliação

Nome:_________________________________________________ DN:_________________

Peso (kg)___________________ Altura (cm) _________________ Tº__________________

( ) Técnica Miotensiva ( ) Grupo Controle

Testes Avaliação Reavaliação

Finger-Floor

Schöber

Ângulo Coxo-femural

81

APÊNDICE B

Termo de Consentimento Livre Esclarecido (TCLE)

82

UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA – UNISULTRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO

CURSO DE FISIOTERAPIA

Termo de Consentimento Livre Esclarecido

A presente pesquisa tem como objetivo geral analisar o efeito imediato na flexibilidade

da coluna lombar e dos membros inferiores após a aplicação da técnica miotensiva no músculo

iliopsoas.

Os procedimentos seguirão da seguinte forma: pré e pós-avaliação da flexibilidade com

os testes de fingger-floor e Shöber e aplicação da referida técnica miotensiva.

Os indivíduos participantes do grupo experimental receberão a técnica miotensiva no

músculo psoas bilateralmente, já os indivíduos que participarão do grupo controle, não

receberá nenhuma intervenção. Todos os indivíduos serão avaliados e reavaliados

independentemente do grupo ao qual pertencem.

O próprio pesquisador realizará os procedimentos descritos acima.

No caso de qualquer dúvida, o pesquisador se põe à disposição para maioresesclarecimentos.

Eu, _______________________________________________________, portadora doR.G.nº____________________________, declaro que fui informada de forma clara e objetivasobre todos os procedimentos da pesquisa e sobre o fato de que todos os dados a meu respeitoserão sigilosos. Sendo assim, aceito fazer parte da amostra deste estudo.

____________________________________________

Assinatura do participante

Tubarão(SC),________ / ____________________ / 2005

83

APÊNDICE C

Dados do G1

84

Caracterização da Amostra

Nº Peso Altura IMC Tº DN Idade1 50,8 1,58 20,35 21,1 16/2/1983 22,652 49 1,54 20,66 21,9 8/5/1984 21,413 68 1,67 24,38 22,5 3/12/1984 20,854 58,3 1,6 22,77 21,4 26/6/1978 27,35 63 1,59 24,92 21,4 21/9/1985 20,056 44 1,49 19,82 21,3 13/5/1983 22,417 66 1,64 24,54 21 28/5/1986 19,378 53,2 1,69 18,63 22,4 4/7/1983 22,279 61,4 1,57 24,91 20,7 28/12/1983 21,7910 58,5 1,68 20,73 20,7 19/1/1986 19,7311 47,8 1,61 18,44 20,9 11/1/1985 20,75

Teste de Finger-floor

Nº FF antes FF depois resultado1 21,5 20 -1,52 17,3 9,2 -8,13 15,5 6,6 -8,94 28,6 21,8 -6,85 36,9 28,2 -8,76 23,5 14,7 -8,87 12 6 -68 18,1 14 -4,19 35,3 28 -7,310 27 23,5 -3,511 19,7 15 -4,7

Média DP Máximo Mínimo-6,21 2,48 -8,9 -1,5

85

Teste de Schöber

Nº Schöber antes Schöber depois resultado1 5,5 5,7 0,22 6 6 03 5 5 04 4,5 4,5 05 6 6 06 3 3 07 6,6 6,7 0,18 6,5 6,5 09 4,2 4,5 0,310 6,9 6,9 011 5 5,5 0,5

Média DP Máximo Mínimo0,1 0,16 0,5 0

Ângulo Coxo-femoral

Nº ACF antes ACF depois resultado1 124 120 -42 136 110 -263 135 116 -194 134 128 -65 122 110 -126 116 110 -67 126 94 -328 118 112 -69 138 126 -1210 144 138 -611 124 114 -10

Média DP Máximo Mínimo-12,63 9,23 -32 -4

86

APÊNDICE D

Dados do G2

87

Caracterização da Amostra

Nº Peso Altura IMC Tº DN Idade1 60 1,55 24,97 20,7 2/6/1983 22,362 58,7 1,67 21,05 20,6 25/1/1983 22,723 58,9 1,61 22,72 21,3 13/11/1983 21,894 54,4 1,66 19,74 21,3 16/4/1984 21,475 49,3 1,56 20,26 20,7 10/12/1983 21,846 56,4 1,58 22,59 21,3 25/5/1984 21,367 50 1,6 19,53 20,9 10/6/1985 20,348 55,3 1,56 22,72 20,7 11/1/1985 20,759 54,7 1,73 18,28 22,5 16/7/1985 20,25

Teste de Finger-floor

Nº FF antes FF depois resultado1 33,5 31,8 -1,72 23,2 19,5 -3,73 19,3 15 -4,34 17,6 15,7 -1,95 22,9 21,8 -1,16 11,5 11,3 -0,27 23,7 23,1 -0,68 25,2 24,3 -0,99 26,7 28,7 2

Média DP Máximo Mínimo-1,37 1,87 2 -4,3

88

Teste de Schöber

Nº Schöber antes Schöber depois Resultado1 6,6 6,7 0,12 4,5 4,5 03 6,3 5 -1,34 4,5 5,6 1,15 6 6 06 5 4,5 -0,57 3,5 3 -0,58 7,5 7,5 09 5 5 0

Média DP Máximo Mínimo-0,12 0,63 1,1 -1,3

Ângulo Coxo-femoral

Nº ACF antesACF

depois resultado1 136 130 -62 124 120 -43 124 115 -94 152 150 -25 118 114 -46 124 124 07 145 130 -158 128 126 -29 136 138 2

Média DP Máximo Mínimo-4,44 5,10 -15 2