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1 AVALIAÇÃO DO TEOR DE CAFEÍNA EM BEBIDAS ENERGÉTICAS COMERCIALIZADAS NO SUDOESTE DA BAHIA. EVALUATION OF CAFFEINE CONTENT OF ENERGY DRINKS SOLD IN SOUTHWESTERN BAHIA Carlos Alexsandro Borges 1 , Cristina Xavier dos Santos 1 , Lucas Britto Landim 1 , Edvaldo Costa Nascimento 1 Juliana Izabelle Simionato 2* . 1 Mestrandos em Engenharia de Alimentos – Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia 2 Professora Adjunto–Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia-UESB Palavras-chave: Analise, concentração e HPLC. Introdução Durante os últimos anos as bebidas denominadas bebidas energéticas e bebidas do "esporte" ganharam popularidade entre os estudantes, atletas e pessoas ativas, devido à atribuição de propriedades energéticas. Esta indústria teve um crescimento global de mais de 17% durante 2004, correspondente a 2,41 milhões de litros, sendo esperado que o consumo global de bebidas energéticas vá atingir cerca de 4,1 milhões de litros em 2009. A composição habitual dessas bebidas é baseada em vitaminas hidrossolúveis, carboidratos, cafeína e taurina (ARANDA e MORLOCK, 2006). Através de suas fontes comuns na dieta, que são chá, café, produtos de chocolate e refrigerantes, o consumo mundial de cafeína é estimado em mais de 120.000 toneladas por ano (SANTOS, 2003). Tendo em vista a possibilidade de identificar diferenças na quantidade real de cafeína em comparação com o descrito no rótulo em bebidas energéticas, o presente trabalho objetivou a quantificação da cafeína em bebidas energéticas comercializadas no Sudoeste da Bahia utilizando o método de cromatografia líquida de alta eficiência. Material e métodos Foi utilizado metanol de grau HPLC (High Performance Liquid Chromatography); cafeína Sigma-Gama, acetato de chumbo, coluna Shim – Pack CLC- ODS (4,6mm ID X 15cm). A água utilizada também foi de grau HPLC. Foram analisadas cinco marcas diferentes de bebidas energéticas cada uma com dois lotes disponíveis no mercado. As amostras de bebidas energéticas foram classificadas de A a E após isso passaram por um processo de desgaseificação em ULTRASOM da marca SOLAB por 15 mim. Em um balão de 50,0 mL foi adicionado 5,0 mL da bebida, completando o volume com água de grau HPLC, adicionou-se 0,50 mL de acetato de chumbo ao balão volumétrico, como agente clarificante. Agitou-se o balão volumétrico e o deixou em repouso por 10 min. O sobrenadante foi extraído e colocado em tubos para ser centrifugado a 1048x g por 10 mim. Mais uma vez o sobrenadante foi extraído e acondicionado em recipientes adequados para posterior injeção no aparelho cromatográfico.Para a curva de calibração da cafeína foram preparadas soluções de cafeína com concentrações de 9,6; 16,0; 20,8; 25,6; 30,4 e 35,2 µg/mL. Cada solução foi lida em triplicata., calculando-se o coeficiente de regressão linear e a equação da reta correspondente. Os resultados da cromatografia foram analisados através de análise de variância e teste de Tukey em nível de significância de 5% utilizando o programa Estatístico (SAEG). Todas as análises foram feitas em triplicata. Resultados e discussão Nas condições cromatográficas utilizadas, obteve-se uma boa separação da cafeína dos demais componentes das amostras, em 2,5 minutos. A equação obtida a partir da curva de

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AVALIAÇÃO DO TEOR DE CAFEÍNA EM BEBIDAS ENERGÉTICASCOMERCIALIZADAS NO SUDOESTE DA BAHIA.

EVALUATION OF CAFFEINE CONTENT OF ENERGY DRINKS SOLD INSOUTHWESTERN BAHIA

Carlos Alexsandro Borges1, Cristina Xavier dos Santos1, Lucas Britto Landim1, EdvaldoCosta Nascimento1 Juliana Izabelle Simionato2*.

1 Mestrandos em Engenharia de Alimentos – Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia2 Professora Adjunto–Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia-UESB

Palavras-chave: Analise, concentração e HPLC.

Introdução

Durante os últimos anos as bebidas denominadas bebidas energéticas e bebidas do"esporte" ganharam popularidade entre os estudantes, atletas e pessoas ativas, devido àatribuição de propriedades energéticas. Esta indústria teve um crescimento global de maisde 17% durante 2004, correspondente a 2,41 milhões de litros, sendo esperado que oconsumo global de bebidas energéticas vá atingir cerca de 4,1 milhões de litros em 2009. Acomposição habitual dessas bebidas é baseada em vitaminas hidrossolúveis, carboidratos,cafeína e taurina (ARANDA e MORLOCK, 2006). Através de suas fontes comuns na dieta,que são chá, café, produtos de chocolate e refrigerantes, o consumo mundial de cafeína éestimado em mais de 120.000 toneladas por ano (SANTOS, 2003). Tendo em vista apossibilidade de identificar diferenças na quantidade real de cafeína em comparação com odescrito no rótulo em bebidas energéticas, o presente trabalho objetivou a quantificação dacafeína em bebidas energéticas comercializadas no Sudoeste da Bahia utilizando o métodode cromatografia líquida de alta eficiência.Material e métodos

Foi utilizado metanol de grau HPLC (High Performance Liquid Chromatography); cafeínaSigma-Gama, acetato de chumbo, coluna Shim – Pack CLC- ODS (4,6mm ID X 15cm). Aágua utilizada também foi de grau HPLC. Foram analisadas cinco marcas diferentes debebidas energéticas cada uma com dois lotes disponíveis no mercado. As amostras debebidas energéticas foram classificadas de A a E após isso passaram por um processo dedesgaseificação em ULTRASOM da marca SOLAB por 15 mim. Em um balão de 50,0 mL foiadicionado 5,0 mL da bebida, completando o volume com água de grau HPLC, adicionou-se0,50 mL de acetato de chumbo ao balão volumétrico, como agente clarificante. Agitou-se obalão volumétrico e o deixou em repouso por 10 min. O sobrenadante foi extraído ecolocado em tubos para ser centrifugado a 1048x g por 10 mim. Mais uma vez osobrenadante foi extraído e acondicionado em recipientes adequados para posterior injeçãono aparelho cromatográfico.Para a curva de calibração da cafeína foram preparadassoluções de cafeína com concentrações de 9,6; 16,0; 20,8; 25,6; 30,4 e 35,2 µg/mL. Cadasolução foi lida em triplicata., calculando-se o coeficiente de regressão linear e a equação dareta correspondente. Os resultados da cromatografia foram analisados através de análise devariância e teste de Tukey em nível de significância de 5% utilizando o programa Estatístico(SAEG). Todas as análises foram feitas em triplicata.Resultados e discussão

Nas condições cromatográficas utilizadas, obteve-se uma boa separação da cafeína dosdemais componentes das amostras, em 2,5 minutos. A equação obtida a partir da curva de

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calibração para concentrações de cafeína entre 9,6 a 35,2 µg/mL (n= 6 pontos) teve curvasanalíticas lineares com coeficiente de correlação não inferiores a 0,999

Na Tabela 1 estão os valores de concentração de cafeína determinados nas amostras deenergéticos, comparando-se com os valores descritos nas embalagens dos mesmos.

Tabela 1. Concentrações médias de cafeína determinadas em energéticos.

Bebida Concentração encontrada* Concentração no rótuloEnergético µg/mL µg/mL

A 27,65 (±0,30) 25,60B 26,12 (±0,09) 32,00C 25,45 (±0,22) 32,00D 24,61 (±0,07) 32 ,00E 10,78 (±0,03) 15,20

*Médias±desvio padrão de análises realizadas em triplicata. A ausência de letras na linhaindica que os valores não diferem estatisticamente entre si à nível de 5% de probabilidadepelo teste de Tukey.

Verifica-se que todas as amostras analisadas não diferiram estatisticamente (p<0,05) emrelação à concentração (µg/mL) de cafeína descrita nos rótulos das mesmas.Analisando a legislação, todas as amostras avaliadas estão dentro da faixa máximapermitida para a concentração de cafeína. O limite máximo permitido para a adição desseingrediente é de 350 miligramas por litro (BRASIL, 1998), entretanto, muitos pesquisadoresainda consideram que o limite estabelecido para a cafeína é muito alto. Na Europa sãoaceitos no máximo 150, valor que a Pro Teste, entidade civil sem fins lucrativos, apartidária,independente de governos e de empresas, que tem como objetivo a defesa do consumidorno Brasil, considera mais adequado.

Conclusão

Todas as concentrações de cafeína nas amostras analisadas condizem com asconcentrações informadas nos rótulos. É importante salientar que todas as amostrasavaliadas estão dentro da faixa máxima permitida pela legislação em relação aconcentração de cafeína.Referências Bibliográficas

ARANDA, M., MORLOCK, G; Simultaneous determination of riboflavin, pyridoxine,nicotinamide, caffeine and taurine in energy drinks by planar chromatography-multipledetection with confirmation by electrospray ionization mass spectrometry. Journal ofChromatography A, 253–260, 2006.SANTOS, M.H; Influência do processamento e da torrefação sobre a atividade antioxidantedo café (Coffea arabica). Quím Nova, vol.30, nº. 3, p.604-610, 2003.BRASIL. ANVISA - Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Portaria nº 868, [periódico nainternet]. 03 de novembro de 1998. Aprova o "Regulamento Técnico para Composto LíquidoPronto Para Consumo". [Acesso 2009 dez 09]; Disponível em: http://www.anvisa.gov.br.

Autor a ser contactado: Carlos Alexsandro Borges, mesntrado em engenharia de alimentos- Universidade doSudoeste da Bahia- UESB- Itapetinga-BA- e-mail: [email protected]