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www.dhv.pt Avaliação Ambiental Estratégica da Revisão do Plano Diretor Municipal de Esposende Resumo DHV, S.A. Estrada de Alfragide. Nº 92 2610 - 015 Amadora - PORTUGAL T +351 214 127 400 F +351 214 127 490 E [email protected] Maio | 2013 E25347 Fase 1 Não Técnico

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www.dhv.pt

Avaliação Ambiental Estratégica da

Revisão do Plano Diretor Municipal

de Esposende

Resumo

DHV, S.A.

Estrada de Alfragide. Nº 92

2610 - 015 Amadora - PORTUGAL

T +351 214 127 400

F +351 214 127 490

E [email protected]

Maio | 2013

E25347

Fase 1Não Técnico

Avaliação Ambiental Estratégica da Revisão do Plano Diretor Municipal de Esposende – Resumo Não Técnico

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ÍNDICE

1. INTRODUÇÃO ............................................................................................................. 3

2. OBJETO DE AVALIAÇÃO ........................................................................................... 5

3. AVALIAÇÃO AMBIENTAL ESTRATÉGICA .............................................................. 13

3.1. IDENTIFICAÇÃO DOS FATORES CRÍTICOS DE DECISÃO ................................................................... 13

4. SITUAÇÃO ATUAL E EVOLUÇÃO PREVISTA NA AUSÊNCIA DO PLANO ............ 17

5. EFEITOS DO PLANO E RECOMENDAÇÕES ........................................................... 21

6. DIRETRIZES PARA A IMPLEMENTAÇÃO E MONITORIZAÇÃO DA AAE (PLANO

DE SEGUIMENTO) .................................................................................................... 23

7. CONCLUSÕES FINAIS .............................................................................................. 25

FIGURAS

Figura 3.1 – Metodologia para a definição dos FCD ........................................................................................ 13

QUADROS

Quadro 2.1 – Diagnóstico por área temática ...................................................................................................... 5

Quadro 2.2 – Síntese das propostas referentes à Revisão do PDM .................................................................. 7

Quadro 3.1 – Seleção dos Fatores Críticos de Decisão ................................................................................... 15

Quadro 6.1 – Medidas de controlo relativas aos Fatores Críticos para a Decisão ........................................... 23

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INFORMAÇÃO SOBRE O DOCUMENTO E AUTORES

Cliente Câmara Municipal de Esposende

Referência do Projeto E25347

Descrição do Documento Avaliação Ambiental Estratégica da Revisão do PDM de Esposende - Relatório Não Técnico

Versão

Referência do Ficheiro E25347_MD_RNT_AMB.docx

N.º de Páginas 25

Autores Romana Rocha/ Ana Rita Marina

Outras Contribuições Francisca Gusmão

Diretor de Projeto Romana Rocha

Data 21 de maio de 2013

Avaliação Ambiental Estratégica da Revisão do Plano Diretor Municipal de Esposende – Resumo Não Técnico

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1. INTRODUÇÃO

O presente documento constitui o Resumo Não Técnico do Relatório Ambiental da Avaliação

Ambiental Estratégica da Revisão do Plano Diretor Municipal de Esposende “no qual se identificam,

descrevem e avaliam os eventuais efeitos significativos no ambiente resultantes da aplicação do

plano e as suas alternativas razoáveis que tenham em conta os objetivos e o âmbito de aplicação

territorial respetivos”, respondendo ao n.º 2 do Artigo 45.º do Regime Jurídico dos Instrumentos de

Gestão Territorial1.

A Avaliação Ambiental Estratégica (AAE) respeita o regime estabelecido pelo Decreto-Lei

n.º 232/2007 de 15 Junho, encontrando-se o Resumo Não Técnico organizado nos seguintes

pontos:

No capítulo 2, é apresentado o objeto de avaliação, ou seja a Revisão do Plano Diretor Municipal

de Esposende.

No capítulo 3, é apresentada a forma como se processa a avaliação ambiental estratégica,

indicando os temas fundamentais para a decisão ou fatores críticos de decisão.

No capítulo 4, é sintetizada a primeira etapa da avaliação ambiental considerando os temas

fundamentais identificados, e que consiste na caracterização da situação atual e evolução

esperada na ausência da Revisão do Plano Diretor Municipal;

No capítulo 5, procede-se à identificação dos efeitos decorrentes da implementação do plano, e

consequentes recomendações, considerando os temas fundamentais identificados.

No capítulo 6, é apresentada a monitorização da Avaliação Ambiental Estratégica.

No capítulo 7, são apresentadas as conclusões finais

1 Decreto-Lei n.º 380/99, de 22 de Setembro, na redação do Decreto-Lei n.º 316/2007, 19 de Setembro, e do Decreto-Lei n.º 49/2009, de 20 de Fevereiro.

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2. OBJETO DE AVALIAÇÃO

O objeto da Avaliação Ambiental Estratégica é a Revisão do Plano Diretor Municipal de Esposende

processo que se encontra em fase de conclusão e que foi iniciado em 2002, de modo a precaver o

cumprimento do prazo máximo de vigência de 10 anos2.

O processo de Revisão do Plano Diretor Municipal de Esposende encontra-se organizado em três

fases:

1.ª Fase: Estudo Prévio do Plano.

2.ª Fase: Proposta do Plano.

3.ª Fase: Discussão Pública da Proposta de Plano e Versão Final do Plano.

Na 1.ª Fase da Revisão do Plano Diretor Municipal de Esposende, foi efetuada a caracterização e

diagnóstico do concelho, considerando um conjunto alargado de estudos sectoriais. De seguida é

apresentada a identificação de debilidades e forças por área temática, conforme se encontra

sintetizada no Relatório do Plano (p. 17-19).

Quadro 2.1 – Diagnóstico por área temática

Área*

Temática Debilidades Forças

cio

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– Baixo nível de escolaridade e de qualificação profissional da população, com abandono escolar a partir do 2º ciclo.

– Conjuntura económica pouco favorável ao crescimento do emprego.

– Formas tradicionais de gestão nas atividades do sector primário.

– Mão-de-obra envelhecida, com grandes carências de instrução / formação.

– Existência de muitas empresas de pequena dimensão, com gestão familiar, o que se traduz em dificuldades estruturais para investir nos fatores de competitividade.

– Uma larga maioria dos habitantes dependentes do Estado, ou seja através do emprego nos seus serviços.

– Fraca especialização produtiva predomínio sistemas policulturais tradicionais de raiz camponesa com forte componente de autoconsumo.

– Fraca dimensão económica das explorações agrícolas com uma componente de volume de comercialização, que além de ser bastante restrita se esgota com facilidade nos circuitos locais, informais ou não, de comercialização.

– No sector do turismo existe uma desproporção entre a capacidade empresarial e as

– Reconhecimento do concelho de Esposende como zona turística.

– População ativa jovem capaz de repor a mão-de-obra que se for afastando do mercado de trabalho devido à idade.

– Número crescente de mulheres a querer integrar o mercado de trabalho.

– Garantia de rendimento regular nos produtos como o leite, hortícolas, carne e peixe.

– Rendimentos indiretos da produção para autoconsumo.

– Articulação com a atividade turística / gastronomia.

– O sector secundário é o maior empregador. As indústrias com maior peso no emprego são os têxteis e confeção e a construção civil.

– Dinamizar o associativismo empresarial e a formação para trabalhadores e empresários.

– Formação Profissional da área do turismo – Escola Profissional de Esposende.

– Boa cobertura de equipamentos educativos.

– Cobertura concelhia satisfatória ao nível das instituições sociais.

2 Estipulado no n.º 2 do artigo 4º do Regulamento do PDM de Aljustrel, em conformidade com o disposto pelo Decreto-Lei n.º 380/99, de 22 de Setembro.

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Área*

Temática Debilidades Forças

oportunidades para configurar produtos de turismo ambiental em torno dos recursos naturais e patrimoniais do concelho.

– Introdução de portagens nas ex-scut

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– Utilização não controlada de produtos químicos nas explorações agrícolas.

– Abandono da agricultura, mas também da floresta, que cede terreno a formações vegetais mais pobres e desagregadas, sujeitando o solo a um risco de erosão acrescido.

– Não existe um centro de receção de entrada/porta na área do PNLN, não aproveitando de forma eficaz este elemento natural, importante na garantia de uma maior dinamização do concelho.

– Dificuldade no tratamento de resíduos das explorações de produção animal (chorumes).

– A cobertura de drenagem de águas residuais ainda não contempla a totalidade do concelho.

– Contaminação de solos, recursos freáticos e rios.

– Erosão costeira.

– Forte atividade turística gera especulação na construção.

– A dinâmica de arrendamento é fraca.

– Cobertura de 100% ao nível da distribuição de água potável e de recolha de resíduos sólidos.

– Existem 7 ETAR, 12 Parques de Compostagem e Centro de Educação Ambiental.

– Área Protegida do Litoral de Esposende com Plano de Ordenamento aprovado.

– Recursos hídricos, nomeadamente os rios Cávado e Neiva e seus estuários.

– Qualidade ambiental e urbanística reconhecida, tendo em consideração os baixos índices de poluição e a preservação de uma qualidade cénica e uma diversidade paisagística e riqueza biológica atestada na integração do Litoral no Parque Natural.

– Os planos de água produzidos pelos rios Cávado e Neiva possuem uma dinâmica que permite e suscita uma utilização lúdica.

– As características paisagísticas de Esposende sugerem novas formas de turismo.

– Existe uma ampla aptidão florestal por explorar.

– O município de Esposende está bem localizado para a produção de energias renováveis (energia eólica e de biomassa).

– A base de património histórico e arquitetónico do concelho, combinando recursos-âncora com uma extrema diversidade de recursos complementares, abre perspetivas de suporte cultural relevantes para a estratégia de valorização turística do concelho.

– Localização geográfica privilegiada.

– Existência de lotes para autoconstrução.

Extraído de: Revisão do PDM de Esposende – Relatório de Plano.

* Este diagnóstico foi objeto de um conjunto de atualizações/ alterações por parte da Câmara Municipal de Esposende, em sede de verificação

do Relatório Ambiental Preliminar, em Fevereiro de 2013.

No âmbito do processo de Revisão do PDM foram estabelecidos princípios orientadores do modelo

de gestão territorial que garantissem a salvaguarda dos interesses públicos estratégicos com

expressão no território municipal, nomeadamente os de ordem social, histórica, económica, cultural,

natural e paisagística, que se traduzem nos seguintes objetivos do modelo de estruturação territorial:

“a) A proteção e salvaguarda dos espaços e recursos naturais e culturais (EEM);

b) O reforço da centralidade de Esposende e dos principais núcleos urbanos do concelho (Fão,

Apúlia, Forjães e Palmeira de Faro);

c) A rentabilização das infraestruturas urbanas;

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d) A contenção dos perímetros e proposta de compactação / colmatação do solo urbano;

e) O incentivo e localização estratégica de áreas e núcleos industriais / empresariais;

f) A potenciação da acessibilidade conferida pelas vias de âmbito nacional e regional;

g) A disponibilização de equipamentos necessários;

h) A assunção de uma escala do edificado como fator de identidade / imagem do concelho;

i) A estratégia de acolhimento / compatibilização dos empreendimentos e atividades de carácter

sazonal.”

Com base nos objetivos do modelo de estruturação territorial e na caracterização do município, foi

possível definir um conjunto de propostas para a área de intervenção, que se apresentam

sinteticamente no Quadro seguinte e que são o Objeto de avaliação.

Quadro 2.2 – Síntese das propostas referentes à Revisão do PDM

Objetivos Principais propostas

a) A proteção e salvaguarda dos espaços e recursos naturais e culturais (EEM).

A Proposta de Plano integra uma proposta de Estrutura Ecológica Municipal (EEM), tendo por “objetivo geral a proteção e a valorização da qualidade ambiental do território do concelho”, concretizada através dos seguintes objetivos específicos: “a proteção da rede hidrográfica e do solo, a conservação dos recursos genéticos do território e a valorização dos recursos de maior sensibilidade biofísica e doutras componentes e valores ambientais, paisagísticos e culturais, que ocorrem nos espaços rurais e urbanos, com destaque para as áreas classificadas.”

A EEM é constituída pelos seguintes componentes (artigo 63.º do Regulamento):

– “a) Recursos naturais litorais: praias, dunas, restinga, ilhéus ou rochedos emersos do mar;

– b) Recursos naturais fluviais: ínsuas, zona húmida adjacente ao estuário, áreas inundáveis

ou ameaçadas pelas cheias e leitos e margens (incluindo as galerias ripícolas) dos cursos

de água, com destaque para os rios Cávado e Neiva;

– c) Recursos naturais secos: arriba fóssil e zonas de proteção e recarga do aquífero;

– d) Recursos agrícolas: áreas de aptidão elevada – aluvionares e masseiras;

– e) Recursos florestais: áreas florestais de conservação e de proteção;

– f) Valores culturais: espaços culturais / património de elevado interesse e equipamentos

estruturantes, que dinamizam e conformam a estrutura ecológica;

– g) Áreas afetas ou a afetar à estrutura ecológica urbana (…).”

Abrange portanto um conjunto de ecossistemas da Reserva Ecológica Nacional (REN), os solos aluvionares da Reserva Agrícola Nacional (RAN) e as zonas florestais de proteção, integrando os habitats da Rede Natura 2000 (PSRN 2000 ), bem como o corredor ecológico Litoral Esposende/ Cávado-Ave/ Sr.ª Abadia-Merouço/ Cabreira identificado no Plano Regional de Ordenamento Florestal do Baixo Minho (PROF BM).

É ainda definida uma estrutura ecológica complementar, constituída pelas restantes componentes da RAN e REN, e, no solo urbano, por áreas verdes de utilização pública e espaços arborizados e alinhamentos arbóreos não integrados na estrutura ecológica urbana principal.

Na EEM são interditas obras de urbanização ou de edificação, regendo-se os condicionamentos ao uso e transformação do solo pela regulamentação das classes e categorias de espaço a que se sobrepõe.

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Objetivos Principais propostas

b) O reforço da centralidade de Esposende e dos principais núcleos urbanos do concelho (Fão, Apúlia, Forjães e Palmeira de Faro).

A Proposta de Plano estabelece a seguinte hierarquia urbana, que deverá refletir as centralidades funcionais dos aglomerados do concelho:

– Nível 1 – Cidade de Esposende;

– Nível 2 – Vilas de Apúlia, Fão e Forjães e aglomerado de Palmeira de Faro;

– Nível 3 – Centralidades dos restantes aglomerados.

A classificação e qualificação do solo urbano atende ao objetivo de reforço da centralidade de Esposende e dos aglomerados de nível 2, classificando-os como “espaços centrais”, que são “as áreas de território correspondentes aos aglomerados de matriz urbana e destinam-se à localização e implantação de atividades, funções e instalações com fins habitacionais, comerciais ou de serviços, bem como à criação de espaços públicos e de espaços verdes e de utilização coletiva e à instalação de equipamentos urbanos, podendo ainda receber outras utilizações ou ocupações, desde que sejam consideradas compatíveis com os usos dominantes”

Estes espaços centrais preveem, portanto, uma série de funções além das habitacionais, distinguindo-se as suas duas subcategorias:

– (i) a Área central principal, situada na Cidade de Esposende.

– (ii) as Áreas centrais complementares, situadas na Cidade de Esposende (freguesia de

Marinhas), Apúlia, Fão, Forjães e Palmeira de Faro.

Estes espaços centrais diferenciam-se em termos de intensidades de ocupação (índices de utilização) e da altura máxima admitida para os edifícios (através do número de pisos acima do solo), destacando-se também em termos de parâmetros urbanísticos face aos espaços residenciais.

c) A rentabilização das infraestruturas urbanas.

A Proposta de Plano assume como um dos critérios para a delimitação dos perímetros urbanos, a rentabilização de infraestruturas urbanísticas já existentes, nomeadamente abastecimento de água e saneamento.

Simultaneamente, um dos requisitos mínimos estabelecidos para a aptidão de edificar é a dotação de acessibilidades viárias (artigo 14.º do Regulamento). Por seu turno, o artigo 17.º do Regulamento estabelece que qualquer atividade, edificação ou outra forma de utilização, ocupação ou transformação do uso do solo só pode ser viabilizada face à dotação das infraestruturas necessárias, não só de acessibilidades, mas também de abastecimento de água potável, drenagem de águas residuais, abastecimento de energia elétrica e outras legal ou regulamentarmente exigíveis.

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Objetivos Principais propostas

d) A contenção dos perímetros e proposta de compactação / colmatação do solo urbano.

A Proposta de Plano procede à delimitação dos perímetros urbanos do concelho, traduzindo-se num ligeiro aumento da densidade global, que se apresentava no PDM em vigor muito reduzida. No PDM em vigor, a densidade média dos perímetros urbanos do concelho ronda os 10 hab./ha e os 3,5 edifícios/ha, passando a corresponder na presente proposta de Revisão a 10,4 hab./ha e os 4,02 edifícios/ha (Relatório Temático – Proposta de Revisão dos Perímetros Urbanos3).

Ainda assim, a proposta de delimitação dos perímetros urbanos apresenta um ligeiro acréscimo face ao PDM em vigor, na ordem dos 8,1%, sendo todas as expansões justificadas individualmente no Relatório Temático – Proposta de Revisão dos Perímetros Urbanos, face a correções da cartografia e lapsos do PDM em vigor, ajustes nos limites e rentabilização de infraestruturas existentes.

A classificação do Solo Urbano seguiu um conjunto de critérios constante do Relatório da Proposta de Plano, que complementam e contribuem para a concretização do objetivo de “contenção dos perímetros e proposta de compactação / colmatação do solo urbano”. Esses critérios são os seguintes:

– “Inserção no modelo de organização do sistema urbano municipal;

– Existência ou previsão de aglomeração de edifícios, população e atividades geradora de

fluxos de pessoas e bens;

– Existência ou garantia de provisão, no horizonte do PMOT, de infraestruturas urbanas e de

prestação dos serviços associados, compreendendo, no mínimo, os sistemas de

transportes públicos, de abastecimento de água4;

– Garantia de acesso da população residente aos equipamentos que satisfaçam as suas

necessidades coletivas fundamentais.”

e) O incentivo e localização estratégica de áreas e núcleos industriais / empresariais.

A proposta de Plano procede à classificação de espaços de atividades económicas, num total de 216,63 ha, correspondendo sensivelmente a mais 50 ha em relação ao conjunto de espaços industriais e núcleos industriais do PDM em vigor.

Os espaços de atividades económicas “destinam-se à instalação de unidades industriais e de armazenagem como uso dominante, e ainda de atividades que, pelas suas caraterísticas, se revelem incompatíveis com a sua localização nas restantes categorias de solo urbano, nomeadamente oficinas de manutenção e reparação de veículos motorizados.”

Essencialmente estes espaços correspondem a zonas industriais e parques empresariais de gestão privada (existentes ou em projeto, como é o caso do Parque Empresarial de Vila Chã/Forjães), contribuindo a proposta de PDM para o incentivo e viabilização destes projetos, assim como, de um modo geral, para a instalação de empresas no concelho.

3 Documento disponibilizado pela CMM, que de acordo com o constante no Regulamento, não acompanha a Proposta de Plano. 4 E também de abastecimento de energia elétrica, de acordo com indicação da Câmara Municipal de Esposende, efetuada no âmbito da verificação do Relatório Ambiental Preliminar, em Fevereiro de 2013.

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Objetivos Principais propostas

f) A potenciação da acessibilidade conferida pelas vias de âmbito nacional e regional.

A desatualização da rede viária proposta no PDM em vigor, em particular a proposta de espaços canais e de zonas sujeitas a condicionamentos por ajustes de limites, constitui um dos elementos que fundamentaram a Revisão do PDM.

A Proposta de Plano apresenta uma rede viária do concelho estruturada segundo três níveis:

– “a) Rede principal, constituída pelas vias que asseguram as principais articulações viárias do território concelhio, e em particular da sua sede, com o exterior, nela se integrando a totalidade da rede viária de caráter nacional;

– b) Rede secundária, constituída pelas vias de articulação da rede principal com os principais aglomerados e áreas geradoras de fluxos no interior do concelho e pelas vias complementares de ligação aos concelhos limítrofes;

– c) Rede local, constituída pelas restantes vias, de distribuição local, e pelos arruamentos urbanos, quando não incorporados nos níveis anteriores.”

A estruturação da rede viária visa potenciar a acessibilidade conferida pelas vias de âmbito nacional e regional, prosseguindo simultaneamente:

– A promoção da coesão externa: através da “Definição de uma rede estruturante principal com carácter intermunicipal e que abastece a rede distribuidora correspondente à rede estruturante secundária.”

– A promoção da coesão interna: através da “Rede estruturante secundária que estabelece a ligação entre os principais aglomerados da rede urbana e estrutura a conexão dos nós da rede estruturante principal à rede local; e das “artérias locais correspondem aos arruamentos que estabelecem a ligação da rede distribuidora aos prédios rurais ou urbanos que servem.“

g) A disponibilização de equipamentos necessários.

A Proposta de Plano procede à delimitação de espaços para equipamentos (classificados como inexistentes no PDM em vigor) em solo urbano (num total de 23,2 ha) e solo rural (num total de 7,1 ha), correspondendo a este último “As componentes edificadas dos equipamentos públicos ou de interesse público, incluindo áreas de recreio e lazer, instalações de campos de férias e outras estruturas de aproveitamento recreativo ou de apoio a projetos de animação ambiental, cuja natureza, caraterísticas e inserção territorial sejam reconhecidas pelo município como justificativas da sua localização em solo rural.

Esta proposta de espaços de equipamentos visa assegurar a disponibilização de espaço, viabilizar a localização e regulamentar a expansão dos equipamentos coletivos existentes e previstos para o concelho.

Adicionalmente, no âmbito da programação e execução do Plano é definido o dimensionamento de áreas de dotações coletivas, onde se incluem os equipamentos, precavendo a resposta às eventuais necessidades futuras decorrentes da expansão urbanística do concelho.

Destaca-se ainda a proposta de uma Unidade Operativa de Planeamento e Gestão referente a “UOPG - Áreas de usos múltiplos de recreio, lazer e desporto”, prevendo a realização de um conjunto de equipamentos para o concelho.

h) A assunção de uma escala do edificado como fator de identidade / imagem do concelho.

A Proposta de PDM estabelece, ao nível do Regulamento, a altura máxima de pisos no concelho, diferenciando entre Solo Rural e Urbano e entre classes e categorias de espaço.

No solo rural são admitidas construções até 2 pisos, 3 pisos para os empreendimentos turísticos das tipologias de hotel rural, estabelecimento hoteleiro, aldeamento turístico ou conjunto turístico. No solo urbano, verifica-se uma diferenciação entre os espaços residenciais e centrais. Nos espaços residenciais, apenas são admitidos 2 pisos Na área residencial de moradias de Esposende, em parcelas confinantes com a Avenida Marginal Avenida Eng.º Arantes e Oliveira ou situadas a poente desta e na área residencial de Ofir; 3 pisos nas restantes áreas residenciais. Nos espaços centrais são admitidos de um modo geral 3 pisos, 5 pisos apenas na subzona da área central principal situada a nascente da atual EN.13 (Esposende).

Avaliação Ambiental Estratégica da Revisão do Plano Diretor Municipal de Esposende – Resumo Não Técnico

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Objetivos Principais propostas

i) A estratégia de acolhimento / compatibilização dos empreendimentos e atividades de carácter sazonal.

A Proposta de Plano define Espaços de Ocupação Turística apenas correspondentes à localização de parques de campismo, mas admite a instalação de empreendimentos turísticos na generalidade do concelho, respeitando os parâmetros de edificabilidade.

Simultaneamente, a Proposta de Plano propõe um conjunto de Unidades Operativas de Planeamento e Gestão (UOPG), direcionadas, direta ou indiretamente, para o desenvolvimento da atividade turística:

– Núcleos de desenvolvimento turístico (NDT) – correspondentes a áreas preferenciais para a

instalação de empreendimentos turísticos.

– Áreas de usos múltiplos de recreio, lazer e desporto – correspondentes a áreas destinadas

à concentração de funções de recreio, lazer e desporto, podendo complementarmente

albergar equipamentos públicos de interesse público.

– Unidade territorial da frente oceânica de Fão e Apúlia – para a qual se propõe um estudo

que “compatibilize as exigências de salvaguarda dos valores ambientais e paisagísticos que

nela ocorrem com o desenvolvimento da sua vocação turística e recreativa, potenciando a

articulação mútua daqueles dois objetivos”.

Para estas UOPG são estabelecidas as principais linhas de orientação e parâmetros de edificabilidade, no sentido de promover a sua compatibilização com os usos e atividades presentes, e de contribuir para o desenvolvimento turístico sustentável do concelho.

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Avaliação Ambiental Estratégica da Revisão do Plano Diretor Municipal de Esposende – Resumo Não Técnico

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3. AVALIAÇÃO AMBIENTAL ESTRATÉGICA

3.1. IDENTIFICAÇÃO DOS FATORES CRÍTICOS DE DECISÃO

Os Fatores Críticos para a Decisão5 (FCD) constituem os temas fundamentais de decisão sobre os

quais a AAE se deve debruçar e estruturam a análise e a avaliação de oportunidades e riscos em

AAE, resultando de uma análise integrada do Quadro de Referência Estratégico (QRE), das

Questões Estratégicas do Plano e dos Fatores Ambientais (FA) (Figura 3.1).

Figura 3.1 – Metodologia para a definição dos FCD

Questões Estratégicas (QE)

Os princípios orientadores do modelo de gestão territorial da Revisão do PDM, correspondentes aos

objetivos estratégicos, constituem também as Questões Estratégicas para a Avaliação Ambiental

Estratégica, a saber:

“a) A proteção e salvaguarda dos espaços e recursos naturais e culturais (EEM);

b) O reforço da centralidade de Esposende e dos principais núcleos urbanos do concelho (Fão,

Apúlia, Forjães e Palmeira de Faro);

c) A rentabilização das infraestruturas urbanas;

d) A contenção dos perímetros e proposta de compactação / colmatação do solo urbano;

e) O incentivo e localização estratégica de áreas e núcleos industriais / empresariais;

f) A potenciação da acessibilidade conferida pelas vias de âmbito nacional e regional;

5 Conceito apresentado em Partidário, Maria do Rosário (2007) – Guia de Boas Práticas para Avaliação Ambiental Estratégica. Orientações Metodológicas, Agência Portuguesa do Ambiente, 2007.

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g) A disponibilização de equipamentos necessários;

h) A assunção de uma escala do edificado como fator de identidade / imagem do concelho;

i) A estratégia de acolhimento / compatibilização dos empreendimentos e atividades de carácter

sazonal.”

Quadro de Referência Estratégico (QRE)

A construção do QRE para a Avaliação Ambiental Estratégica da Revisão do PDM de Esposende

visa avaliar a relação do mesmo com outros planos e programas pertinentes, e o cumprimento dos

objetivos de proteção ambiental estabelecidos pelos mesmos6.

A definição do QRE estrutura-se nas seguintes etapas:

Seleção dos planos e programas que compõem o QRE para a Avaliação Ambiental Estratégica

da Revisão do PDM de Esposende, considerando as características ambientais do concelho, as

questões abordadas na Revisão do PDM e o seu enquadramento a nível suprarregional;

Análise do QRE, que inclui as orientações de política nacional e europeia e metas de longo prazo,

resultando de uma análise dos documentos de referência que enquadram as orientações e linhas

de desenvolvimento para o município e para a Região;

Análise da coerência da estratégia do PDM com o QRE, com base no cruzamento das

orientações do QRE com as questões estratégicas do PDM, as quais concretizam as intenções

e âmbito com implicações ambientais em termos de uso ou afetação de recursos.

Fatores Ambientais (FA)

Os Fatores Críticos para a Decisão (FCD) para a AAE da Revisão do PDM resultam da integração

dos objetivos constantes no QRE e asseguram o tratamento dos FA, exigidos pelo Decreto-Lei n.º

232/2007, de 15 de Junho, alterado pelo Decreto-Lei n.º 58/2011, de 4 de Maio, constituindo os

fatores pertinentes para a avaliação ambiental, traduzindo as principais dimensões do modelo de

desenvolvimento sustentável preconizado para o concelho.

No âmbito da AAE da Revisão do PDM de Esposende são propostos seis Fatores Críticos de

Decisão, que foram submetidos a parecer por parte das entidades com responsabilidades

ambientais específicas7 (Quadro 3.1).

6 Elementos a incluir no Relatório Ambiental de acordo com as alíneas a) e d) do n.º 1 do Artigo 6.º do Decreto-Lei n.º 232/2007, de 15 de Junho. 7 As entidades com responsabilidades ambientais específicas devem, de acordo com o artigo 5.º do Decreto-Lei n.º 232/2007 de 15 de Julho, ser consultadas sobre o âmbito da avaliação ambiental e sobre o alcance da informação a incluir no Relatório Ambiental.

Avaliação Ambiental Estratégica da Revisão do Plano Diretor Municipal de Esposende – Resumo Não Técnico

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Quadro 3.1 – Seleção dos Fatores Críticos de Decisão

Fatores Críticos de Decisão (FCD) Fatores Ambientais (FA)

FCD 1 - Biodiversidade e Valores Ecológicos

Biodiversidade

Fauna

Flora

Paisagem

FCD2 - Preservação dos Recursos Naturais

Água

Fatores Climáticos

Saúde Humana

Solo

FCD3 - Ambiente Urbano e Qualidade de Vida

Água

Atmosfera

Bens materiais

Fatores Climáticos

População

Saúde Humana

FCD4 - Identidade Cultural e Património Paisagem

Património Cultural

FCD5 - Desenvolvimento Económico Bens materiais

População

FCD6 - Governança Todos*

* O FCD6 - Governança interfere indiretamente com a globalidade dos Fatores Ambientais, na concretização de todos os planos e programa

que integram o QRE e na aplicação do conjunto de princípios orientadores definidos para a Revisão do PDM.

Os Fatores Críticos de Decisão serão utilizados para balizar a avaliação ambiental da proposta de

Revisão do PDM, procedendo-se à identificação dos seguintes elementos:

Caracterização da situação atual e evolução prevista na ausência de Plano e identificação de

problemas ambientais. É de notar que os temas fundamentais para a decisão ou Fatores Críticos

de Decisão não pretendem descrever de forma exaustiva a situação atual e tendencial, mas sim

destacar os aspetos críticos relevantes para o desenvolvimento da Avaliação Ambiental

Estratégica, que permitam avaliar a sustentabilidade das propostas da Revisão do PDM de

Esposende, contribuindo para a tomada de decisão.

Abordagem dos efeitos decorrentes da implementação do plano, que é efetuada através da

análise das oportunidades e dos riscos decorrentes da Revisão do PDM, avaliando os potenciais

efeitos decorrentes da implementação da estratégia. E proposta de medidas destinadas a

prevenir, reduzir e eliminar efeitos adversos no ambiente, ou seja recomendação de um conjunto

de medidas para a concretização da Revisão do PDM de Esposende que se articulam com as

orientações decorrentes da avaliação ambiental estratégica.

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Avaliação Ambiental Estratégica da Revisão do Plano Diretor Municipal de Esposende – Resumo Não Técnico

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4. SITUAÇÃO ATUAL E EVOLUÇÃO PREVISTA NA AUSÊNCIA DO PLANO

Biodiversidade e Valores Ecológicos

No que respeita aos valores ecológicos do território, as orientações do Plano Sectorial da Rede

Natura 2000 para esta área já foram transpostas pelo Plano de Ordenamento e Gestão do Parque

Natural do Litoral Norte (POPNLN) pelo que o risco de perturbação dos habitats já se encontra

controlado.

Em relação aos recursos florestais, na ausência do plano, aplica-se o definido no Plano Municipal

de Defesa da Floresta Contra Incêndios (PMDFCI) de Esposende e no Plano Estratégico da

Intervenção de Requalificação e Valorização do Litoral Norte (PEIRVLN).

Neste âmbito são identificados problemas ambientais a degradação de ecossistemas, a diminuição

da biodiversidade, a não transposição para o PDM as orientações do POPNLN, a degradação do

coberto florestal e o aumento da área ardida.

Preservação dos Recursos Naturais

No que concerne à qualidade dos recursos hídricos na ausência da Revisão do PDM, e a

consequente ausência de ações de proteção dos recursos hídricos, pode conduzir a uma utilização

insustentável dos recursos hídricos da região, dado o aumento das pressões sobre a qualidade e a

quantidade das massas de água superficiais e subterrâneas do concelho. Por outro lado, é

necessário uma aplicação de uma estratégia de gestão de recursos hídricos integrada ao nível das

bacias hidrográficas a montante.

Verifica-se que a poluição por nitratos de origem agrícola assume especial significado, pelo que a

ausência de plano poderá contribuir para esta situação face à tipologia da ocupação do solo prevista.

Em relação à ocupação do solo com usos compatíveis com a sua vocação e função ecológica,

verifica-se que a ausência do plano pode acarretar mais situações de incompatibilidades entre usos

e atividades e os sistemas naturais, levando a uma maior deterioração dos recursos ambientais e

do meio biofísico.

No concelho de Esposende existem algumas áreas com elevada suscetibilidade aos riscos naturais,

nomeadamente, ao risco de erosão costeira e ao risco de incêndio. O concelho é também alvo de

risco de cheia e risco de erosão hídrica mas como menor impacte. A ausência do plano, e a

consequente ausência de ações de mitigação dos riscos naturais, pode conduzir a um agravamento

dos prejuízos humanos e materiais causados pelos mesmos, que pode agravar-se, expondo assim

as áreas urbanas aos riscos de galgamentos e inundações.

Neste âmbito são identificados problemas ambientais a contaminação das massas de água

superficiais e subterrâneas, com origem urbana, agrícola e industrial, as alterações

hidromorfológicas significativas das linhas de água, a deterioração dos recursos ambientais e do

meio biofísico, nomeadamente a faixa costeira, em particular os sistemas litorais dunares

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Ambiente Urbano e Qualidade de Vida

Segundo os dados preliminares dos Censos de 2011, a população residente totaliza, atualmente,

34 254 habitantes, traduzindo um ligeiro aumento demográfico e revelando a tendência de

envelhecimento da população. O concelho de Esposende tem demonstrado um agravamento do

índice de envelhecimento.

De acordo com os Diagnósticos Ambientais das Freguesias verifica-se que a relação entre o número

de espaços verdes e o número de espaços verdes com possibilidades de utilização/fruição pela

população revela a ausência de condições em muitos dos espaços verdes. No entanto, a

comparação dos Diagnósticos Ambientais das Freguesias de 2007 com 2004 traduz “significativas

melhorias na manutenção de inúmeros espaços verdes do concelho”, derivadas essencialmente da

solução da concessão da gestão a uma empresa privada.

Simultaneamente, o Plano Estratégico de Sustentabilidade Ambiental para o concelho de

Esposende 2009-2013 prevê a entrada em vigor do Regulamento para a Sustentabilidade dos

Espaços e Zonas Verdes Municipais.

Em termos de dotação de equipamentos de educação no concelho de Esposende encontram-se

tratadas ao nível da Carta Educativa Intermunicipal da Valimar COmUrb, promovendo o

reordenamento da rede educativa e um conjunto de novos equipamentos.

Ao nível dos equipamentos de saúde, o concelho é servido pelo Centro de Saúde e de Esposende

e de quatro extensões de saúde associadas, que servem as restantes freguesias, no entanto

existem desvantagens em termos das necessidades de deslocação e de capacidade de resposta

dos equipamentos. Também ao nível dos equipamentos sociais se verificam algumas carências,

que diferem consoante as tipologias e freguesias em causa.

A atual conjuntura económica faz prever novas necessidades ao nível das respostas sociais,

particularmente em termos de apoio público. Neste contexto, prevê um aumento da procura dos

equipamentos públicos, também no apoio aos idosos (derivado do envelhecimento da população),

como no apoio à primeira infância (face ao peso que a população jovem ainda assume no concelho).

No que respeita às infraestruturas de abastecimento de água, saneamento básico e resíduos, e face

à evolução recente, e ao envolvimento continuado da Câmara Municipal de Esposende e da

Esposende Ambiente, EEM, espera-se uma evolução tendencial do concelho de Esposende no

sentido de melhorias nos níveis de cobertura destes serviços públicos.

Com a introdução de portagens na A28 verifica-se um acréscimo de trânsito na EN 13, pelo que se

prevê um aumento dos índices de ruído na faixa adjacente a esta via rodoviária. Não se perspetivam,

de resto, significativas alterações às principais fontes de ruído no concelho.

A Câmara Municipal estabeleceu o Plano de Ação para a Sustentabilidade Energética de

Esposende, constituído por 12 domínios de ação, com base nos quais se prevê uma redução das

emissões de CO2. Nesse sentido e à evolução do índice de qualidade do ar verificada nos últimos

anos, é espectável que este indicador de ambiente urbano mantenha a tendência no sentido da

contínua melhoria.

Neste âmbito são identificados apenas problemas ambientais inerentes à falta de espaços verdes

adequados à fruição da população e ao aumento do ruido associado à EN13.

Avaliação Ambiental Estratégica da Revisão do Plano Diretor Municipal de Esposende – Resumo Não Técnico

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Identidade cultural e Património

Em relação aos valores patrimoniais presentes no concelho e face à importância de que se

revestem, tem existido forte preocupação do município em levar a cabo práticas de preservação e

divulgação deste património, através dos Museus, do Serviço de Património Histórico-Cultural e do

seu relacionamento com outros sectores de atividade, nomeadamente o Turismo.

O desenvolvimento de ações promovidas pela CME permitem assegurar a salvaguarda e

valorização do património cultural do concelho. Outras ações de destaque são as realizadas no

âmbito dos Programas Educativos e Culturais. Esta função é reforçada pela inserção de parte dos

valores patrimoniais do município na área de intervenção do PEIRVLN. Face à importância de que

se revestem os valores patrimoniais presentes no concelho, tem existido forte preocupação do

município em levar a cabo práticas de preservação e divulgação deste património, através dos

Museus, do Serviço de Património Histórico-Cultural e do seu relacionamento com outros sectores

de atividade, nomeadamente o Turismo.

Ao nível da imagem tradicional do edificado, verifica-se que os valores paisagísticos do concelho

são já objeto de reconhecimento por parte da Câmara Municipal, sendo abordados em algumas das

suas ações e prevendo-se assim a sua manutenção/valorização, não obstante as ameaças

associadas aos fenómenos naturais e humanos. No que respeita a cércea do edificado, o PDM em

vigor estabelece em 5 pisos o número máximo de pisos nos aglomerados de 1ª ordem, restringindo-

se a 2-3 nos restantes.

Neste âmbito são identificados problemas ambientais a destruição ou degradação do património.

Desenvolvimento económico

No âmbito do Desenvolvimento Economico foram analisados quatro setores emergentes –

Agricultura, Pesca, Industria e Turismo.

A atividade agrícola constitui uma atividade ainda relevante no concelho de Esposende e tende a

evoluir no sentido de uma intensificação, apresentando-se em termos globais um decréscimo da

produção.

No que respeita particularmente a produção do leite, segundo o Plano de Ordenamento da Bacia

Leiteira Primária do Entre Douro e Minho, o aumento do número de efetivos bovinos por exploração

é acompanhado por um aumento da produtividade por animal e pela melhoria da qualidade do leite

produzido, contribuindo para o aumento da produção e afirmação deste sector no concelho.

O concelho de Esposende apresenta uma forte tradição piscatória, representada pelas duas

comunidades piscatórias locais, no entanto, esta atividade piscatória exibe nos últimos anos um

pequeno crescimento ao nível das capturas, traduzido em termos de volume e valor do pescado,

esperando-se uma manutenção desta tendência. Por outro lado, o Diagnóstico do Sector das

Pescas no Concelho de Esposende aponta para um estrangulamento da atividade da pesca no

concelho de Esposende, face às “imposições legais existentes para a realização de transferências

dos nomes dos titulares das embarcações, bem como as concessões obrigatórias para construção

de embarcações, os condicionamentos existentes na pesca à lampreia, e a regulamentação do rio

Cávado em geral”.

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Ao nível da indústria verifica-se que o sector secundário, tradicionalmente especializado na indústria

do vestuário e construção civil, representa 38% da população empregada no concelho de

Esposende em 2011, tendo vindo a exibir uma forte quebra – em 2001 representava 53%,

representada através da população empregada no sector secundário e do número de empresas de

indústria transformadora.

A atividade turística assenta numa forte tradição balnear, representada na procura sazonal das suas

praias e empreendimentos turísticos, nesse sentido, a aposta o município de Esposende vai no

sentido de uma diversificação da oferta turística do concelho, procurando combater a sazonalidade

através da promoção de eventos e dos diversos pontos de interesse à visitação. Simultaneamente,

assiste-se ao desenvolvimento de várias ações de sensibilização ambiental dos visitantes das praias

do concelho e do PNLN, destacando-se ainda, neste âmbito, a criação do Centro de Educação

Ambiental.

Todavia, admite-se uma persistência deste fenómeno de sazonalidade e da pressão sobre o litoral

e praias do concelho. Espera-se que com a concretização das propostas do PEIRVLN, dos planos

de praia e outras ações de valorização e proteção do litoral de Esposende, este possa vir a

apresentar-se melhor preservado e, cumulativamente, valorizado em termos ambientais e turísticas.

Neste âmbito são identificados problemas ambientais a degradação do solo face a intensificação da

produção agrícola e poluição do solo e água associada à produção agropecuária, o abandonado da

atividade agrícola, com alteração do uso e perda dos valores naturais associados, a pressão sobre

o litoral e a sazonalidade da procura turística e recreio balnear.

Governança

A Governança pode ser definida “como o conjunto de regras, processos e práticas que dizem

respeito à qualidade do exercício do poder, essencialmente no que se refere à responsabilidade,

transparência, coerência, eficiência e eficácia” (Partidário, 2007). Atualmente, os princípios do Livro

Branco da Governança encontram-se inseridos quer nas estratégias sectoriais quer em legislação

específica, pelo que tendencialmente serão incorporados com alguma frequência nos processos de

decisão

Neste âmbito a Câmara, paralelamente ao serviço de atendimento ao público, disponibiliza através

do seu website um conjunto de serviços online com vista a uma maior e mais facilitada interação

com os munícipes.

Contudo, dado o vasto leque de agentes com interesse e responsabilidade na área de intervenção,

a ausência do plano poderá implicar um menor contributo para a concretização dos objetivos

preconizados no referido Livro.

Avaliação Ambiental Estratégica da Revisão do Plano Diretor Municipal de Esposende – Resumo Não Técnico

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5. EFEITOS DO PLANO E RECOMENDAÇÕES

A análise efetuada evidencia que a Revisão do Plano Diretor Municipal conduzirá à proteção e

racionalização na utilização dos recursos, ao mesmo tempo que enquadra o desenvolvimento de

um conjunto de atividades.

Biodiversidade e Valores Ecológicos – são identificados riscos ao nível da intensificação das

atividades turísticas, industrial e agrícola intensiva, podendo potenciar a perturbação de habitats

e espécies em presença, no entanto, as propostas de Revisão de PDM irão permitir a integração

das orientações do POPNLN contribuindo para a preservação, recuperação e aproveitamento

sustentável dos valores ecológicos do concelho.

Preservação dos Recursos Naturais – mantendo-se as tendências atuais de uma intensificação

das atividades turísticas, industrial e agrícola intensiva, pode levar uma redução da qualidade

dos recursos hídricos superficiais e subterrâneos, bem como a situações pontuais de

incompatibilidades entre os usos do território e os valores ecológicos. Porém, a Revisão do PDM

permitirá integrar um conjunto de medidas com vista a salvaguardar o controlo e o tratamento de

efluentes urbanos, agrícolas e industriais. Por outro lado a articulação entre o Plano de Gestão

de Região Hidrográfica – Região Hidrográfica 2 (PGRH-RH2), o Programa de Ação para a zona

Vulnerável n.º1, o POPNL, o Plano de Ordenamento de Orla Costeira (POOC) Caminha Espinho

e o PROF BM com a Revisão do PDM, permitirá a transposição de medidas de proteção já

definidas.

Ambiente Urbano e Qualidade de Vida – a criação de condições para a instalação de novas

atividades económicas, de novos equipamentos, infraestruturas de abastecimento e

saneamento, e a classificação de espaços de recreio e lazer, enquadrada na Revisão do PDM,

deverão apresentar-se como uma oportunidade, tal como a elaboração do Mapa de Ruido e a

definição de áreas sensíveis e mistas. No que respeita a estrutura demográfica, são

reconhecidas às limitações da Proposta do PDM na inversão das tendências de decréscimo e

envelhecimento populacional. Porém, assinala-se que a criação de condições para a instalação

de novas atividades económicas (através da classificação de espaços de atividades económicas)

contribui para a geração de emprego, servindo de atração à população jovem.

Identidade Cultural e Património – são identificados riscos ao nível do carácter estático dos

valores patrimoniais, não se verificando uma orientação para o aproveitamento turístico e

usufruto por parte da população. No entanto, a proposta de Revisão de PDM irá permitir o

inventário de valores patrimoniais e a usa integração em Estrutura Ecológica Municipal (EEM),

bem como a regulamentação que lhe está associada, por outro lado a assumpção de uma escala

do edificado como fator de identidade/imagem do concelho, deverá apresentar-se como uma

oportunidade.

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Desenvolvimento Económico – atendendo à situação perspetivada em termos de

desenvolvimento das atividades económicas, e às propostas do PDM apresentadas no sentido

da sua viabilização e classificação, considera-se que verificar-se-ão a este nível oportunidades

que serão mais significativas ao nível da Agricultura, Industria e Turismo. No que respeita à

Pesca, considera-se que a mesma poderá apresentar um risco, pela perda de importância do

sector face à inexistência de propostas direcionadas para a valorização do sector ao nível da

Revisão do PDM.

Governança – foi identificado como risco o baixo envolvimento dos munícipes e dos interessados

nas ações de sensibilização, formação ambiental e nos processos de decisão. Porém, o processo

de Revisão do PDM respeita a estratégica definida no Livro branco da Governança e como tal é

recomendável a melhoria das plataformas de divulgação de informação sobre o concelho.

Avaliação Ambiental Estratégica da Revisão do Plano Diretor Municipal de Esposende – Resumo Não Técnico

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6. DIRETRIZES PARA A IMPLEMENTAÇÃO E MONITORIZAÇÃO DA AAE (PLANO

DE SEGUIMENTO)

A monitorização da Avaliação Ambiental Estratégica é consubstanciada por duas componentes

distintas:

Medidas destinadas a prevenir, reduzir e eliminar efeitos adversos no ambiente, na aceção da

alínea f) do n.º 1 do artigo 6.º do Decreto-Lei n.º 232/2007, de 15 de Junho, alterado pelo Decreto-

Lei n.º 58/2011, de 4 de Maio. Estas correspondem a recomendações para a elaboração e

implementação da Revisão do PDM que visam contribuir para o cumprimento dos objetivos de

sustentabilidade associados aos FCD.

Medidas de controlo, correspondendo a indicadores do sistema de monitorização da

implementação, tendo em conta as questões críticas de sustentabilidade para o município de

Esposende.

As medidas de controlo previstas têm por fim identificar e corrigir atempadamente efeitos negativos

que possam ocorrer no período de implementação do PDM. Estas medidas correspondem a

indicadores do sistema de monitorização da implementação, organizados em função dos temas

fundamentais para a decisão, tal como são apresentados no Quadro seguinte.

Quadro 6.1 – Medidas de controlo relativas aos Fatores Críticos para a Decisão

FCD

Medidas de Controlo

Indicadores Fontes de

informação***

FCD 1 – Biodiversidade e Valores Ecológicos

Presença de habitats e espécies protegidas (n.º) ICNF,

Bibliografia

Científica

UOPG’s – Planos de Ação e/ou Gestão, visando a conservação de recursos naturais relevantes, implementados (n.º)

ICNF,

Bibliografia

Científica

Incêndios florestais (n.º) e área ardida (ha) ICNF

INE – Anuário Estatístico

FCD 2 – Preservação dos Recursos Naturais

Massas de água superficiais e subterrâneas em bom estado (n.º; km/ha) APA/ARH Norte

Águas balneares com classificação “boa” e/ou “excelente” (n.º) APA/ARH Norte

Intervenções efetuadas ao nível da limpeza e manutenção das linhas de água (n.º)

Esposende Ambiente

Ocorrência de cheias e inundações (n.º) e área afetada (ha) CME

APA/ARH Norte

Obras de defesa costeira realizadas (n.º) CME

APA/ARH Norte

Incêndios florestais (n.º) e área ardida (ha) CME

ICNF

Área de Espaços Verdes Municipais (m2)** CME

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FCD

Medidas de Controlo

Indicadores Fontes de

informação***

FCD 3 – Ambiente Urbano e Qualidade de Vida

Intervenções em equipamentos coletivos por tipologia (n.º) CME

População servida por Sistemas de drenagem de águas residuais e Estações de tratamento de águas residuais (ETAR) (%)

INE/CME

Taxa de adesão à rede de abastecimento público de água e à rede de drenagem e tratamento dos efluentes (%)**

CME

Taxa de população servida com sistemas de recolha indiferenciada e com sistemas de recolha seletiva (%)**

CME

Proporção de resíduos urbanos recolhidos seletivamente (%) INE

Edifícios com Certificação Energética (n.º) ADENE

FCD 4 – Identidade Cultural e Património

Sítios/ monumentos inventariados e classificados ou com processo de classificação (n.º)

CME

DRCN

Área ocupada por masseiras (ha) ICNF

Ações de valorização e promoção das praias de seixos* ICNF

FCD 5 – Desenvolvimento Económico

Estábulos licenciados/ total de estábulos (%)* DGV

Produção de leite (l) CAE

Volume de pescado transacionado nas lotas de Esposende e Apúlia/Fão (kg) Docapesca

Taxa de ocupação dos espaços industriais/parques industriais (%) CME

Variação do número de empresas sedeadas (%) INE

Taxa de ocupação dos estabelecimentos hoteleiros em época baixa (%)* INE

Hóspedes/dormidas nos estabelecimentos hoteleiros (N.º) INE

Visitantes ao PNLN (N.º) ICNF

Rede ciclável e pedonal construída (km)* CME

Planos de praia executados (N.º) CME

FCD 6 - Governança

Interação com o público – atendimento, sugestões, entrevistas (n.º) CME – Esposende Ambiente

Acessos ao site da CME e da Esposende Ambiente (n.º) CME – Esposende Ambiente

Parcerias, atividades e participantes nos Programas de Educação para a Sustentabilidade (n.º)

CME – Esposende Ambiente

Visitas aos espaços do Centro de Educação Ambiental (n.º) CME – Esposende Ambiente

* Indicador proposto em articulação com os indicadores de desempenho do Plano de Ação para a Implementação da Agenda 21 Local de

Esposende.

** Indicador proposto em articulação com os indicadores de desempenho do Sistema de Gestão de Qualidade e Ambiente da Câmara Municipal

de Esposende.

*** Ver Anexo II – Lista de Acrónimos

Avaliação Ambiental Estratégica da Revisão do Plano Diretor Municipal de Esposende – Resumo Não Técnico

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7. CONCLUSÕES FINAIS

A avaliação ambiental efetuada revela que a proposta de Revisão do Plano Diretor Municipal de

Esposende constitui globalmente uma oportunidade para o desenvolvimento e valorização município

na medida em que contribui para a concretização de um vasto leque de objetivos constantes no

QRE.

Em todos os FCD foram identificadas as oportunidades criadas pelas propostas da Revisão do PDM,

em sintonia com os objetivos estabelecidos para a Revisão do PDM, contribuindo para a efetiva

concretização das orientações do QRE, sendo que no que concerne aos riscos são identificadas

situações que, se devidamente equacionadas, poderão ser minimizadas e mitigadas.