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Rf_t08021/04 Avaliação Ambiental do Plano de Pormenor da Zona de Expansão Norte/ Poente de i
Vila Real de Santo António – Resumo Não Técnico
Avaliação Ambiental do Plano de Pormenor da Zona de Expansão Norte/ Poente de Vila Real de Santo António
Volume I - Relatório Ambiental
Volume II - Resumo Não Técnico
ÍNDICE GERAL
1. Introdução 1
2. Breve descrição do Plano 3
3. Nota metodológica 9
4. Caracterização da situação actual e tendências de evolução 11
5. Avaliação global 13
6. Recomendações e medidas 17
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Vila Real de Santo António – Resumo Não Técnico
1. Introdução
O presente documento constitui o Resumo Não Técnico, que acompanha o Relatório Ambiental, do
processo de Avaliação Ambiental do Plano de Pormenor da Zona de Expansão Norte/ Poente de Vila Real
de Santo António, promovido pela respectiva câmara municipal.
Este plano, desenvolvido pelo atelier BCLC & Associados, incide sobre uma área com quase 7 hectares
localizada no extremo noroeste do perímetro urbano de Vila Real de Santo António (VRSA), a sul dos
Sapais de Castro Marim, e para a qual se prevê, em sede de Plano Director Municipal (PDM), o
desenvolvimento de habitação de alta densidade bem como de equipamentos colectivos. O objectivo geral
do Plano é a construção de um conjunto edificado e de espaço público de qualidade.
Este Plano deve ser objecto de Avaliação Ambiental nos termos do Decreto-Lei n.º 232/2007, de 15 de
Junho, e do Decreto-Lei n.º 380/99, de 22 de Setembro (alterado e republicado pelos Decretos-Lei
n.OS 316/2007, de 19 de Setembro, e 46/2009, de 20 de Fevereiro). Em consonância com os procedimentos
previstos nesses normativos, a Avaliação Ambiental do Plano de Pormenor da Zona de Expansão
Norte/Poente de VRSA integra as seguintes fases:
• Definição do Âmbito do Relatório Ambiental;
• Avaliação e preparação do Relatório Ambiental e respectivo Resumo Não Técnico;
• Realização de consultas e ponderação dos respectivos resultados;
• Elaboração da Declaração Ambiental.
Em cumprimento deste faseamento, a Câmara Municipal de VRSA, enquanto entidade promotora do Plano,
submeteu às autoridades competentes uma Proposta de Definição do Âmbito (PDA) do Relatório
Ambiental, tendo sido emitidos pareceres por duas entidades: Comissão de Coordenação e
Desenvolvimento Regional do Algarve e o INAG – Instituto da Água, I.P.
O Relatório Ambiental, assim como o presente Resumo Não Técnico, constituem os produtos da segunda
fase do processo de Avaliação Ambiental, que acompanharão o Plano para efeito de consultas.
A Avaliação Ambiental deve focalizar-se nos aspectos essenciais da tomada de decisão – Factores Críticos
de Decisão (FCD), adoptando simultaneamente uma postura metodológica integrada, interdisciplinar,
participativa, interactiva, verificável e orientada para a sustentabilidade.
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Desta forma, foram considerados os seguintes FDC:
• FCD 1 – Uso do Solo e Ordenamento do Território;
• FCD 2 – Recursos e Riscos Ambientais;
• FCD 3 – Desenvolvimento Sócioeconómico e Qualidade do Espaço Urbano.
O Relatório Ambiental encontra-se organizado da seguinte forma:
• Introdução (Capítulo 1);
• Identificação da Equipa Técnica (Capítulo 2);
• Descrição do Plano (Capítulo 3);
• Âmbito da Avaliação Ambiental (Capítulo 4)
• Avaliação Ambiental por Factor Crítico de Decisão (Capítulo 5);
• Avaliação Global (Capítulo 6);
• Recomendações (Capítulo 7);
• Programa de Gestão e Monitorização (Capítulo 8);
• Lacunas de conhecimento (Capítulo 9);
• Bibliografia;
• Anexos.
O presente Resumo Não Técnico condensa os principais resultados obtidos pelo avaliador ambiental
(NEMUS – Gestão e Requalificação Ambiental, Lda.), bem como as recomendações produzidas nesse
âmbito, sendo precedido de uma breve descrição do Plano e da respectiva área de intervenção, bem como
de uma nota metodológica.
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2. Breve descrição do Plano
A área de intervenção do Plano de Pormenor da Zona de Expansão Norte/ Poente de Vila Real de Santo
António tem cerca de 7 hectares e localiza-se no extremo noroeste da cidade homónima, freguesia e
concelho de Vila Real de Santo António, distrito de Faro (cf. Desenho 2.1).
Actualmente, essa área é ocupada por habitações de diferente natureza, complementadas por algum
comércio e serviços em piso térreo, compatível com o uso habitacional que se pretende manter, bem como
por terrenos expectantes, de propriedade municipal e particular.
De acordo com a equipa projectista (BCLC & Associados), o Plano tem como objectivo geral: “a construção
de um conjunto edificado e de espaço público de qualidade, constituindo um contínuo urbano, valorizado
através de um adequado tratamento dos espaços exteriores públicos, que contribua para a preservação da
identidade e a qualificação urbana da respectiva área de intervenção”.
O Plano encerra ainda os seguintes objectivos específicos:
• “Promover a localização de espaços destinados a habitação, a equipamentos, a estadia e
lazer, bem como de espaços verdes e percursos de atravessamento, que permitam e
potenciem a vivência do conjunto edificado”;
• “Definir as condições de ocupação dos terrenos com capacidade edificatória, estabelecendo
volumetrias de enquadramento, cérceas e alinhamentos, bem como criando tipologias que
permitam gerar potenciais utilizadores do espaço urbano e das unidades comerciais e
equipamentos a criar”;
• “Criar espaço público adequado às funções urbanas”.
De um modo geral, a solução urbanística pretende transpor e completar malhas e quarteirões que se
encontram por fechar, fruto do carácter não consolidado e expectante de grande parte da área de
intervenção. Assim, a proposta inclui a criação de novos quarteirões, enquanto noutros casos prevalecem
os alinhamentos edificados, consolidando frentes de rua, na tentativa de criar uma diversidade na
ocupação mas ao mesmo tempo uma coerência no todo intervencionado (cf. Desenho 2.2).
Os novos eixos viários a criar deverão ser reforçados pelo edificado, tanto ao nível das simetrias como pela
consolidação de alinhamentos. A matriz da malha que percorre este território é bastante densa, pelo que
foi dada especial atenção à disposição das edificações, tentando equilibrar o construído com o vazio dos
espaços verdes e arruamentos.
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O Plano prevê a instalação de Equipamentos de Utilização Colectiva bem como de actividades de comércio
e serviços nos pisos térreos, tendo como objectivo último a qualidade de vida da população.
Um dos aspectos mais valorizados pelo Plano é a criação de espaço público devidamente enquadrado e
tratado. Em particular, prevêem-se vários espaços verdes e de utilização colectiva com áreas de boa
dimensão que permitem o passeio e ainda outras de menor dimensão vocacionadas para estadia e
repouso.
O quadro seguinte apresenta o resumo das áreas de implantação destinadas às diferentes tipologias de
uso do solo previstas no plano em avaliação:
Quadro 2. 1 – Quadro de valores globais das Unidades de Execução
Quadro de Valores Globais (m²)
Unidade de Execução 1 69 262,0
Áreas de lotes
C/ edificação
Propostos 24 783,1
Existentes a manter 0,0
Equipamentos de Utilização Colectiva 4 272,0
S/ edificação Propostos 1 048,3
Total 30 103,4
Área bruta de construção
(ABC)
Edifícios Propostos 69 262,0
Existentes a manter 0,0
Total 69 262,0
Espaços não edificados
Domínio público 39 158,8
Domínio privado 4 869,2
Domínio privado de uso público 3 566,0
Total 47 594,0
Unidade de Execução 2 3 161,0
Áreas de lotes C/ edificação
Propostos 1 189,3
Existentes a manter 0,0
Total 1 189,3
Área bruta de construção
(ABC)
Edifícios Propostos 3 161,0
Existentes a manter 0,0
Total 3 161,0
Espaços não edificados
Domínio público 1 974,1
Domínio privado 269,8
Domínio privado de uso público 272,0
Total 2 515,9
CASTRO MARIM
VILA REAL DE SANTO ANTÓNIO
MONTE GORDO
259000 260000 261000 262000 263000 264000
23000
24000
25000
26000
27000
28000
29000
DesenhouVerificouAprovou
Data Técnico(s) Responsável(eis)
Projectou
Escala
NúmeroDesenho
Projecto
ClienteSistema de projecção cartográfica Gauss-Kruger - Elipsóide de Hayford, Datum de Lisboa - Origem das coordenadas rectangulares: Ponto fictício (unidades em metros)
BEJA
ÉVORA
FARO
VISEUGUARDA
SANTARÉM
BRAGANÇA
PORTALEGRE
VILA REAL
COIMBRA
LISBOA
BRAGA
PORTO
SETÚBAL
LEIRIA
AVEIRO
CASTELO BRANCO
VIANA DO CASTELO
Ria Formosa(PTZPE0017)
Sapais de Castro Marim(PTZPE0018)
Guadiana(PTCON0036)
Ria Formosa / Castro Marim(PTCON0013)
Parque Natural daRia Formosa
Reserva Natural do Sapal deCastro Marim e
Vila Real de Santo António
Tavira
Castro Marim
Alcoutim
Olhão
Vila Real de Santo AntónioVila Real de Santo António
1:5 000 000,1:400 000 e
1:25 000
Área de intervenção
Limite de Freguesia
Áreas Protegidas
Sítios de Importância Comunitária
Zonas de Protecção Especial
Aquífero de Monte Gordo
Bases:Carta Militar da Série M888 à escala 1 : 25 000, folha 600. IgeoE, 2005.Distritos, Concelhos e Freguesias da Carta Administrativa Oficial de Portugal. Igeo, 2007.
Ana Rosário, Sónia Alcobia
Pedro Afonso FernandesPedro Bettencourt
Gonçalo Dumas2.1
Pedro Afonso Fernandes, Pedro Bettencourt
Carta de enquadramento
Junho 2009
Avaliação Ambiental do Plano de Pormenor da Zona deExpansão Norte/ Poente de Vila Real de Santo António -- Resumo não técnico
Câmara Municipal de Vila Real de Santo António
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3. Nota metodológica
Como elemento integrador e estruturante da avaliação ambiental foi utilizado o conceito de Factores
Críticos de Decisão (FCD), que constituem os temas fundamentais para a decisão, sobre os quais a
Avaliação Ambiental Estratégica se debruça, uma vez que identificam os aspectos que devem ser
considerados pela decisão na concepção da sua estratégia e das acções que a implementam, para melhor
satisfazer objectivos ambientais e um futuro mais sustentável.
Os FCD resultaram da consideração, em simultâneo, do Quadro de Referência Estratégico constituído
pelos planos e programas considerados mais relevantes, de um conjunto de Questões Estratégicas
relacionadas com os objectivos do PLANO bem como dos Factores Ambientais mais pertinentes dado o
alcance e a escala do Plano, os condicionamentos legais e os pareceres emitidos pelas entidades
competentes consultadas na fase de definição de âmbito da Avaliação Ambiental.
No quadro seguinte sistematizam-se os FCD e respectivos Domínios de Análise sobre os quais se debruçou
a avaliação ambiental.
Quadro 3.1 – Factores Críticos de Decisão e respectivos Domínios de Análise
Factores Críticos de Decisão Domínios de Análise
FCD 1 – Uso do Solo e Ordenamento do Território • Uso do solo
• Articulação com instrumentos de gestão territorial
e de desenvolvimento regional
FCD 2 – Recursos e Riscos Ambientais • Geologia e recursos hídricos subterrâneos
• Riscos naturais e tecnológicos
• Ambiente sonoro (*)
FCD 3 – Desenvolvimento Socioeconómico e Qualidade do Espaço Urbano
• População e condições de vida (**)
• Qualidade da paisagem e do espaço urbano (***)
• Mobilidade e acessibilidade (*) Domínio de análise incorporado posteriormente à elaboração da PDA, na sequência do parecer emitido sobre a mesma pela CCDR Algarve. (**) Inclui análise sobre a resposta a necessidades de realojamento e de habitação a custos controlados, entre outras. (***) Inclui análises sobre o contributo esperado do PP para o reforço da silhueta pombalina, entre outras.
Para cada domínio de análise procedeu-se à caracterização da situação actual, à análise de tendências de
evolução na ausência do Plano e à avaliação dos efeitos significativos resultantes da sua concretização.
De modo a auxiliar a sua interpretação, os resultados da Avaliação Ambiental foram sintetizados numa
Matriz de Oportunidades e Riscos organizada por Factor Crítico de Decisão. Essa matriz foi o principal
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ponto de apoio para a formulação de recomendações e de medidas. A métrica adoptada na valoração das
oportunidades e riscos é apresentada no quadro seguinte.
Quadro 3.2 – Métrica para avaliação de oportunidades e riscos
Oportunidades Riscos
Elevadas
Criação de novas ou elevadas
oportunidades de desenvolvimento e
criação de riqueza para a Região e para o
Concelho; benefícios elevados em termos
de quantidade, qualidade ou protecção dos
recursos e valores locais ou regionais
Elevados
Perda de recurso ou afectação de
qualidade irreversível e insubstituível;
custos elevados
Médias Vantagens, oportunidades e benefícios de
importância média Médios
Perda de recurso ou afectação de
qualidade que exige a aplicação de
directrizes; custos médios
Baixas Benefícios baixos ou insignificantes Baixos
Perda de recurso ou afectação de
qualidade irrelevante ou minimizável;
custos baixos ou irrelevantes
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4. Caracterização da situação actual e tendências de evolução
No âmbito do FCD 1 – Uso do Solo e Ordenamento do Território salientam-se os seguintes aspectos:
• A ocupação do solo é predominantemente habitacional, com a presença de alguns espaços
expectantes sem uso ou ocupados por comunidades nómadas de etnia cigana. Prevê-se que
o uso do solo tenda para a edificação nos terrenos expectantes ou, eventualmente, para a
intensificação da ocupação habitacional precária de comunidades nómadas;
• De acordo com o PDM de VRSA, a maior parte da área de intervenção do Plano está
classificada como Zona de Habitação de Expansão (ZHE) de alta densidade (H3). Coincide
ainda a Nascente com uma Zona de Habitação a Integrar (ZHI), também de alta densidade, e
com zonas de equipamentos propostos.
Quanto ao FCD 2 – Recursos e Riscos Ambientais, destacam-se os seguintes aspectos:
• Não é expectável que se venham a verificar alterações à situação actual no que diz respeito à
utilização das águas subterrâneas. De facto, o recurso a águas subterrâneas deverá ser
relativamente limitado nos próximos anos e associado a situações muito específicas de
necessidade de água para o abastecimento público;
• A área de intervenção apresenta algum risco de inundação. Caso ocorra uma edificação dos
terrenos expectantes de forma não planeada, ou seja, sem um instrumento de ordenamento
do território (como o plano de pormenor em avaliação) que possibilite uma gestão
urbanística integrada e preventiva, os efeitos negativos de eventuais inundações em pessoas
e bens poderão acentuar-se no futuro;
• As tendências de evolução ao nível do ambiente sonoro estão relacionadas com as
tendências de evolução ao nível do uso do solo. Assim, caso ocorra a edificação dos terrenos
expectantes existentes na área de intervenção do Plano, é expectável que o consequente
acréscimo de tráfego rodoviário provoque um aumento dos níveis sonoros locais, sobretudo
junto à EM 122.
No âmbito do FCD 3 – Desenvolvimento Sócioeconómico e Qualidade do Espaço Urbano salientam-se os
seguintes aspectos, em termos de População e condições de vida:
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• Forte desaceleração do crescimento da população residente na freguesia (e no concelho) de
Vila Real de Santo António desde 2001 face ao observado na última década do Século XX;
• Actualmente, a população residente na freguesia de VRSA encontra-se estabilizada em torno
dos 11 mil habitantes (18,5 mil habitantes para o concelho);
• A persistência destas tendências demográficas pode condicionar a viabilidade da instalação
de equipamentos colectivos importantes para a qualidade de vida das populações e para a
atractividade de VRSA numa perspectiva transfronteiriça, nomeadamente, de equipamentos
de cultura e lazer (teatro, cinema) e de saúde promovidos por privados (o Algarve tem boas
condições para o desenvolvimento de clínicas ou hospitais privados);
• No Concelho de VRSA têm persistido elevados níveis de desemprego, acima das médias
observadas em termos regionais e sub-regionais, com importante exposição de grupos
vulneráveis face ao mercado de trabalho (jovens e activos com baixos níveis de habilitação) e
com forte crescimento ao longo de 2008;
• Na área de intervenção do Plano, foram identificadas necessidades de realojamento (16
famílias, ou seja, aproximadamente 45 pessoas) bem como situações (pontuais) de
habitação precária de comunidades nómadas (como se referiu anteriormente);
• Em 2001, as carências habitacionais da Freguesia de Vila Real de Santo António estimavam-
se em 459 fogos, com 69 casos particularmente críticos (alojamentos não clássicos tipo
barraca ou similar); os valores para o Concelho eram, respectivamente, de 790 e 97 fogos.
Ainda para o mesmo FCD, no âmbito das Qualidade da paisagem e do espaço urbano, a tendência de
evolução da paisagem e do espaço urbano na ausência do Plano será de manutenção das características
actuais da área até que sejam concretizadas as perspectivas dadas pelo PDM de Vila Real de Santo
António, que prevê a sua urbanização, ou a respectiva degradação, no caso das áreas que se encontram
expectantes e sem usos e funções definidos no interior da área abrangida pelo Plano. Na envolvente da
área do Plano, deverá afirmar-se o processo de consolidação do espaço urbano já em curso, com a
continuação da construção de novas urbanizações nas áreas previstas para tal, que se encontram ainda
desocupadas.
Por último, e ainda no âmbito do FCD3, em termos de Mobilidade e Acessibilidade não são expectáveis, a
curto/ médio prazo, alterações substanciais face à situação actual, apesar de se prever o reperfilamento
da EN 125, a realizar de forma faseada no horizonte de uma década, bem como a criação de uma variante a
essa estrada no Concelho de VRSA.
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5. Avaliação global
Os riscos e oportunidades de grau elevado ou médio, identificados e descritos no Relatório Ambiental,
foram condensados numa Matriz de Oportunidades e Riscos organizada, em linha, por Factor Crítico de
Decisão (cf. Quadro 5.1).
Uma análise dessa matriz revela que apenas foram identificadas oportunidades (de grau elevado ou
médio), destacando-se as seguintes oportunidades de grau elevado:
• Plano coerente com objectivos estratégicos do PROT e da Estratégia de Desenvolvimento do
Algarve 2007-2013, bem como com os objectivos do PDM de VRSA para zonas de habitação
de expansão e a integrar (ZHE e ZHI);
• Crescimento muito significativo da população residente, após forte desaceleração seguida
de estabilização dessa variável aos níveis da freguesia e do concelho;
• Criação directa e indirecta de emprego, num contexto local de elevado desemprego;
• Qualificação da paisagem e do espaço urbano através da criação de área urbana estruturada
e qualificada, que se articula e estabelece continuidade com a envolvente, valorizando a
malha urbana como um todo;
• Resolução de problemas diversos de estruturação de uma área urbana, devido ao seu
carácter não acabado, à presença de usos rurais e de espaços expectantes;
• Criação de rede de espaços exteriores de uso público de carácter diversificado e com
continuidade no interior da área, que permitem e potenciam a vivência do espaço a edificar,
bem como da envolvente próxima.
Desta forma, todos os Factores Críticos de Decisão – Uso do solo e Ordenamento do Território (FCD 1),
Recursos e Riscos Ambientais (FCD 2) e Desenvolvimento Socioeconómico e Qualidade do Espaço Urbano
(FCD 3) – são favoráveis à aprovação do Plano de Pormenor da Zona de Expansão Norte/Poente de VRSA.
Tal não significa que este Plano esteja isento de riscos do ponto de vista ambiental. De facto, ao longo do
Relatório Ambiental, foram identificados alguns riscos relacionados, nomeadamente, com o ambiente
sonoro e com a probabilidade de ocorrência de inundações na área a intervencionar. No entanto, o
avaliador ambiental considerou esses riscos de grau moderado ou mesmo nulo fruto, quer das disposições
adoptadas ao nível do Plano (em particular, no respectivo Regulamento), quer de outras medidas
passíveis de implementação pelo promotor (Câmara Municipal de VRSA), condensadas no capítulo
seguinte do presente Resumo Não Técnico.
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Por último, é importante notar que as disposições adoptadas pela actual versão do Plano para lidar com
os riscos ambientais foram inseridas na sequência do próprio processo (interactivo) de avaliação
ambiental, tendo resultado da incorporação de recomendações produzidas pelo avaliador ambiental face a
anteriores versões do Plano de Pormenor da Zona de Expansão Norte/Poente de VRSA.
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Resumo Não Técnico
Quadro 5.1 – Matriz das Oportunidades e Riscos de grau elevado ou médio identificados ao longo do Relatório Ambiental
Factor Crítico de
Decisão
Oportunidades Riscos
Elevadas Médias Elevados Médios
FCD 1 – Uso do solo e
Ordenamento do Território
• Plano coerente com objectivos estratégicos do PROT e da Estratégia de
Desenvolvimento do Algarve 2007-2013, bem como com os objectivos do
PDM de VRSA para zonas de habitação de expansão e a integrar (ZHE e ZHI)
• Programação da expansão urbana adequada face às necessidades existentes ao
nível do uso do solo Nada a assinalar Nada a assinalar
FCD 2 – Recursos e Riscos
Ambientais Nada a assinalar
• Modelação do terreno e construção dos edifícios segundo técnicas adequadas
às idiossincrasias do local, no que diz respeito ao risco de inundação (*)
• Dimensionamento e concepção adequado dos sistemas de drenagem, visando a
prevenção de inundações em meio urbano
• Classificação da área de intervenção como zona mista (Regulamento e Planta
de Condicionantes), identificação de faixas de incumprimento do RGR e
desenvolvimento de plano municipal de redução de ruído para lidar com essa
situação, que ocorre já na actualidade (ao longo da EM 122)
Nada a assinalar Nada a assinalar
FCD 3 – Desenvolvimento
Socioeconómico e Qualidade do
Espaço Urbano
• Crescimento muito significativo da população residente, após forte
desaceleração seguida de estabilização dessa variável aos níveis da freguesia e
do concelho
• Criação directa e indirecta de emprego, num contexto local de elevado
desemprego
• Qualificação da paisagem e do espaço urbano da área do PP através da criação
de área urbana estruturada e qualificada, que se articula e estabelece
continuidade com a envolvente, valorizando a malha urbana como um todo
• Resolução de problemas diversos de estruturação de uma área urbana, devido
ao seu carácter não acabado, à presença de usos rurais e de espaços
expectantes
• Criação de rede de espaços exteriores de uso público de carácter
diversificado e com continuidade no interior da área, que permitem e
potenciam a vivência do espaço a edificar, bem como da envolvente próxima
• Dinamização das actividades económicas a nível local, nomeadamente,
comércio e serviços
• Eventual reforço da dotação de equipamentos de cultura e lazer (necessidade
local) dados os espaços previstos para equipamentos colectivos no Plano
• Criação de uma estrutura verde urbana no interior da área do Plano
• Valorização da imagem de entrada da cidade, devido à reconfiguração do
espaço urbano confinante com a EM 122 e à criação de uma via alternativa de
acesso à cidade no interior da área do Plano
• Melhoria das acessibilidades locais e regionais
Nada a assinalar Nada a assinalar
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6. Recomendações e medidas
Na sequência da avaliação realizada ao longo do Relatório Ambiental, e tendo como ponto de apoio a
Matriz de Oportunidades e Riscos apresentada no Capítulo 5, elaboraram-se algumas recomendações, que
visam assegurar a integração das questões ambientais e de desenvolvimento sustentável no processo de
elaboração e implementação do Plano de Pormenor da Zona de Expansão Norte/Poente de VRSA:
• De modo a complementar as disposições já integradas no Regulamento do Plano para lidar
com o risco de inundação, sugere-se o desenvolvimento de um estudo acessório, que inclua
a apresentação cartografia de zonas inundáveis, a uma escala adequada (1/5 000, por
exemplo); este estudo poderá (ou deverá) abarcar todo o perímetro urbano de VRSA, dado
que o risco de inundação não é um problema exclusivo da área de intervenção do plano em
avaliação;
• Assegurar a elaboração de projectos de arquitectura paisagista em todos os espaços
exteriores públicos e privados, na sequência da proposta preliminar já apresentada na
Secção 6.6 do Relatório que acompanha o Plano de Pormenor;
• Assegurar, igualmente, que a construção dos espaços verdes e dos espaços públicos será
realizada em fase prévia à construção do edificado.
Paralelamente, foram identificadas algumas medidas de gestão que se traduzem em boas práticas
aplicáveis a qualquer operação de loteamento urbano com características similares às do plano em
avaliação, incluindo recomendações que se consideram pertinentes para a futura gestão da área:
• Manutenção e limpeza regular da rede de drenagem, de modo a permitir um escoamento
eficaz das águas pluviais e residuais domésticas;
• Favorecer, nomeadamente através de protocolo(s) com o Centro de Emprego de Vila Real de
Santo António e com o(s) promotor(es) da área de intervenção do Plano de Pormenor, o
encaminhamento de desempregados residentes na área de influência desse centro de
emprego e, em particular, no concelho de Vila Real de Santo António; esse(s) protocolo(s)
poderia(m) também envolver entidades formadoras, em caso de detecção de necessidades
de formação dadas as competências necessárias para as actividades económicas
relacionadas, quer com os trabalhos de construção, quer com a exploração das futuras áreas
comerciais, de serviços e de equipamentos colectivos; também deveriam ser previstos
mecanismos no sentido de envolver, quer os construtores, quer as futuras entidades
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exploradoras desses espaços de comércio e serviços, tendo em vista uma eficaz colocação
dos desempregados, em particular, das mulheres e dos mais jovens;
• Ponderar a construção, pelo menos num dos dois lotes previstos para equipamentos
colectivos, de equipamento municipal de lazer e cultura, de modo a corrigir, pelo menos
parcialmente, as necessidades identificadas nesse âmbito a nível local;
• Fomentar a utilização dos transportes públicos colectivos (em todo o concelho e não apenas
na área de intervenção do Plano e envolvente próxima) com o objectivo de reduzir o tráfego
rodoviário e qualificar a vivência urbana.
No Relatório Ambiental foi ainda proposto um conjunto de indicadores de desenvolvimento sustentável,
que possibilitam uma adequada monitorização dos efeitos ambientais e socioeconómicos decorrentes da
concretização do Plano de Pormenor da Zona de Expansão Norte/Poente de VRSA.