aulas 7 e 8 adolescentes e tribos urbanas ritos de passag

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ADOLESCENTES ADOLESCENTES E E

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Page 1: Aulas 7 e 8   adolescentes e tribos urbanas  ritos de passag

ADOLESCENTES ADOLESCENTES EE

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A IMPORTÂNCIA DO GRUPO DE A IMPORTÂNCIA DO GRUPO DE PARES... EM BUSCA DA PARES... EM BUSCA DA IDENTIDADEIDENTIDADE

Auxílio à superação da crise de identidade. Não apenas a existência de companheiros, mas suas características de personalidade e a qualidade das relações sócio-afetivas são fatores importantes a serem considerados na compreensão do desenvolvimento social do adolescente.

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As tribos representam um importante contexto sócio-afetivo alternativo. Especialmente quando o adolescente

busca uma maior autonomia em relação aos pais. Na adolescência, os grupos de pares emergem como fontes importantes de identificação e referência comportamental dos adolescentes.

Uma particularidade das tribos é o caráter volátil de seus vínculos internos, o que tanto torna sua dinâmica social muito rica, como enfraquece as ligações entre os membros, comprometendo o engajamento em projetos cooperativos de maior duração (Maffesoli, 2000).

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Meados do século XX – manifestações juvenis tomam caráter de fenômeno social.Tribos = grupos que compartilham visão de mundo, ideologia, estética, ética, gostos semelhantes.

novas formas de encontro valores solidariedades

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O primeiro a utilizar a expressão foi o sociólogo francês Michel Maffesoli, que a utilizou em artigos a partir de 1985 e publicou um livro sobre o tema:“Le temps des tribus: le déclin de l'individualisme dans les sociétés postmodernes”.Maffesoli define tribos urbanas como agrupamentos semi-estruturados, constituídos predominantemente de pessoas que se aproximam pela identificação comum a rituais e elementos da cultura que expressam valores e estilos de vida, moda, música e lazer típicos de um espaço-tempo.

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José Guilherme Magnani (1992) retoma, no contexto brasileiro e numa perspectiva antropológica, a noção de "tribo urbana" a fim de problematizar o seu uso ambíguo não apenas na mídia, mas também em "pesquisas e trabalhos ditos científicos“.

Para o autor a utilização do termo em relação às chamadas "sociedades complexas" aludiria a pequenos grupos delimitados, com regras particulares.

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As tribos urbanas (ou metropolitanas) são constituídas de microgrupos que tem como objetivo estabelecer "redes de amizades" a partir dos interesses e afinidades em comum. Essas agregações apresentam uma conformidade de pensamentos, hábitos e maneiras de se vestir.

É o nome dado a um grupo de pessoas com hábitos, valores culturais, estilos musicais e/ou ideologias políticas semelhantes. Algumas tribos, são alternativas à ordem social baseada na organização familiar, outras são apenas nomes genéricos dados a determinados grupos de pessoas.

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São grupos unidos em torno de um cenário, "contextos urbanos", de uma circunstância, "a ritualização de identidades sociais“, e de um ponto de partida analítico: a metáfora da "tribo urbana". Esta é enfocada, segundo Machado Pais, como heteronomia ligada, por um lado, a manifestações de resistência à adversidade; por outro, a formas de sociabilidade orientadas por normas de natureza estética e ética que implicam maneiras peculiares de ritualizar "vínculos identitários".

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A identidade tribal privilegia a homogeneidade, a moda, fatores que garantem a coesão interna e, ao mesmo tempo, a diferenciação do que é representado como extra-grupal. Igual tensão entre o aprisionamento à história e à cultura e a autonomia para visualizar alternativas e conceber outros modos

de ser e agir, encontra-se no enquadre psicológico da identidade.

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Grupos de pessoas que, de certa forma, contrastam na sua forma de agir com a cultura tida como dominante em uma sociedade. Grupos que manipulam alguns traços específicos escolhidos por eles: vestimentas, línguas/dialetos/gírias, religião etc. Grupos cujos símbolos que os definem permitem que sejam reconhecidos como “diferentes” do restante da sociedade. Grupos que, de alguma forma, unem os seus próprios símbolos carregados de valores culturais, para criarem um “espetáculo urbano”, ou seja, os grupos aparecem para demonstrar às demais pessoas que moram nas cidades que é possível conviver com o diferente e que esse diferentes pode estar dentro de sua própria residência , escola , trabalho.

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O que querem O que querem manifestar essas manifestar essas culturas juvenis???culturas juvenis???

Contra o quê se colocam?

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Hippies Roqueiros Punks Góticos Emos

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Metaleiros Indies Floggers Ravers Funkeiros

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Necessidade da “moratória psicosocial” (Erikson).“... Os adolescentes vão assumindo paulatinamente obrigações e compromissos adultos, e a moratória lhes permite experimentar papéis diferentes, tanto na realidade como na fantasia” (Constanza Mutarelli)

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A dificuldade dos adolescentes e jovens de tornar as interações no contexto dos grupos de pares espaços de criação, superação e transformação, no plano pessoal e social é diretamente relacionada à histórica falta de perspectivas a que a sociedade relega o jovem. Em conseqüência desse lugar inexpressivo em que são inseridos, eles por sua vez falham em se sentir verdadeiros atores sociais, co-responsáveis pela realidade sociocultural que compartilham, oscilando entre as posições à margem, como vítimas, ou, eventualmente, como algozes da sociedade.

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Adolescência e ritos de passagem

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Símbolos

Rituais

Heróis

PráticasValores

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O que é um ritual e qual a sua importância social?

Para o senso comum:• Ação formal e arcaica, desprovida de conteúdo, usada para celebrar momentos especiais.• Ação ligada à esfera religiosa.

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O que é um ritual e qual a sua importância social?

Para o discurso científico:• “cada ritual é um manifesto contra a indeterminação” – através da repetição e da formalidade, os rituais demonstram a ordem e a promessa de continuidade dos grupos.• Rituais do dia a dia – universais, repetitivos e ordenadores do mundo.

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RITUAIS - atribuem a cada um de nós novas identidades e novos papéis a serem desempenhados junto ao grupo com o qual convivemos. O mundo é carregado de rituais cotidianos que ORDENAM a vida social. (Claude Rivière).

RITOS ESCOLARES:

Rito de chegada (cumprimento aos colegas, cumprimento aos professores, buscar o lugar para sentar).

Rito de ordem (horários compartimentalizados pelo sinal, espaços organizados em fileiras).

Ritos de atividades (ir ao quadro, fazer tarefas, participar das atividades em sala de aula, falar e escutar em sala de aula).

Ritos de conclusão e iniciação (fim de colégio, entrada na universidade, os trotes de calouros, o estágio, o primeiro emprego).

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“o ritual é um fenômeno especial da sociedade, que nos aponta e revela expressões e valores de uma sociedade, mas o ritual expande, ilumina e ressalta o que já é comum a um determinado grupo” (Rituais ontem e hoje, p.10).Os rituais podem ser religiosos ou profanos, festivos, formais, informais, simples ou elaborados pois o importante em um ritual são: SUAS CARACTERÍSTICAS DE FORMA, CONVENCIONALIDADE, REPETIÇÃO, fatores que mudam de grupo para grupo.

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Simbolizam o fim da infância e a passagem para a vida adulta.Geralmente ocorrem na adolescência ou em algum momento marcante da fase adulta.São ritos de passagem: a crisma (cristianismo), o Bar Mitzvá (judaísmo) e as cerimônias de casamento (várias religiões). Todos aprendemos e nos modificamos até o fim da vida. Essa passagem para o mundo adulto, no entanto é de especial importância para o indivíduo e para a sociedade, povos antigos e as sociedades “primitivas” possuíam o que chamamos de “rituais de passagem”, cerimônias nas quais os jovens eram iniciados no mundo adulto.

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Temos em nossa sociedade correlatos desses rituais: o vestibular, a formatura, o casamento, o sucesso profissional etc. Mas mesmo com a existência desses “correlatos”, em nossa cultura, nem sempre, para nós, é clara a passagem para o mundo adulto.

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Rituais de passagem / transição = dobradiças do tempo (Friedman) Assinalam transições Facilitam essas transições Alteram fronteiras Redefinem a identidade

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Chamam-se ritos de passagem as cerimônias que marcam a passagem de um indivíduo ou grupo de uma fase ou ciclo de vida para outro. Desde o início dos tempos históricos, sabe-se que todas as culturas e civilizações criaram seus próprios ritos de passagem. São exemplos de ritos de passagem o batismo e a primeira comunhão dos católicos e o bar mitzvah dos judeus. Rituais como esses ainda são praticados, mas o profundo sentido iniciático que eles encerram perdeu-se quase completamente. Esses ritos servem para solenizar certos momentos da vida humana, como nascimento, casamento e morte. Provavelmente, porém, sua maior função é ajudar os jovens a superar a crise psicológica que freqüentemente acompanha a mudança de uma idade para outra – da infância para a adolescência e desta para a idade adulta.

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A necessidade de estabelecer mecanismos que ajudem a passagem da infância para a adolescência, e desta para a idade adulta, é tão velha quanto a existência do homem na Terra. Culturas de todo o mundo têm adotado, ao longo dos séculos, aquilo que os antropólogos chamam de “ritos de passagem”: rituais que acompanham as mudanças de lugar, idade, estado e posição na sociedade, de modo a reduzir as perturbações nocivas que tais mudanças podem ocasionar. Entre as centenas de exemplos, um dos mais intrigantes é o de uma cidade lacustre do Benin, onde os jovens mergulham no fundo do lago e dali só saem (dizem) depois de seis meses.

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Sem ritos de passagem, os jovens buscam substitutivos. Alguns se apegam às tradições da vida civil, cumprindo à risca os rituais típicos dos tempos de seus bisavós, tais como a seqüência noivado – casamento com o vestuário, a pompa e a circunstância de outrora. Outros tomam o rumo oposto e se arriscam em manifestações de selvageria, mergulhando na droga, na delinqüência ou no fundamentalismo religioso. Há quem fique nas pequenas transgressões, como dirigir sem ter carteira de habilitação ou colar nas provas. Mas a atração pelo perigo às vezes ultrapassa o limite da sensatez, como manter relações sexuais sem preservativos, arriscando-se a uma doença sexualmente transmissível ou uma gravidez precoce.

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Outra vertente é a dos jovens que concentram suas atenções no próprio corpo: tatuagens, piercings e outros sinais exteriores de ser parte de um grupo e de ter escolhido passar por uma dor iniciática. Mas, como essas marcas corporais dispensam a mediação de uma cerimônia e também não garantem nenhuma transformação interior do indivíduo, não refletem nada além delas mesmas. São meros adereços, permanecem no domínio da aparência, ao contrário do que acontecia há milhares de anos, quando a necessidade de marcar a pele tinha origem na submissão aos deuses, na resistência aos maus espíritos ou simplesmente na dignidade de ser um homem.