aula prat processo civil i 1

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8/20/2019 Aula Prat Processo Civil I 1 http://slidepdf.com/reader/full/aula-prat-processo-civil-i-1 1/17 1 PRÁTICA DE PROCESSO CIVIL I AULA N. 1 Professora Mariângela Guerreiro Milhoranza, Mestre em Direito pela PUC/RS, Especialista em Direito Processual Ciil pela PUC/RS, !"oga"a em Porto !legre/RS, Professora "e Direito "a PUC/RS# 1. REVISÃO DE CONCEITOS BÁSICOS PARA ELABORAÇÃO DE PEÇAS PROCESSUAIS: JURISDIÇÃO E CONDIÇÕES DA AÇÃO 1.1. CONCEITO DE JURISDIÇÃO 1 ! $uris"i%&o, "iz Darci Guimar&es Ri'eiro, constitui monop(lio "o Esta"o# )  * e"a"a +ual+uer espcie "e $usti%a particular# -  . monop(lio "a $uris"i%&o resulta"o natural "a forma%&o "o Esta"o# Dele "ecorre,  para o Esta"o, o "eer "e prestar a tutela $uris"icional apropria"a  pretens&o processual "a parte# 0  Da so'erania "o Esta"o "ecorre o monop(lio "a $uris"i%&o e "ele, o "ireito "e acesso ao u"ici2rio# ! $uris"i%&o atii"a"e estatal, asseera !ra3en "e !ssis4 5!o proi'ir os ci"a"&os "e resolerem por si suas conten"as, o Esta"o aocou o po"er "e resoler os conflitos "e interesses, inerentes i"a social, e, correlatamente, a"+uiriu o "eer "e prestar certo seri%o p6'lico, +ue a  $uris"i%&o# !os interessa"os nessa atii"a"e, o Esta"o reconhece o "ireito "e prooc27la, preentia ou repressiamente 8art# 9:, ;;;<, "a C=/>>?#@ 9  Ao Direito 'rasileiro, a atii"a"e $uris"icional compete +uase integralmente ao Po"er u"ici2rio#  Aum sistema como o nosso, +ue consagra a separa%&o "os Po"eres, a  $uris"i%&o correspon"e a "etermina"as atii"a"es7fim, atri'uB"as ao Po"er u"ici2rio, pela Constitui%&o, e +ue, por isso mesmo, n&o lhe  po"em ser su'traB"as# 1  Trechos de r!"#o c"e$!%&"co "$!"!'(do )J'r"sd"*+o, ho-e, $o Brs"( e(/ordo e0 co'!or" co0 o Pro&essor Dr. L"2re Doce$!e Jos3 4r" Ros Teshe"$er. )  RER., Darci Guimar&es#  Provas Atípicas # Porto !legre4 iraria "o !"oga"o, 1FF>, p# 1F# -  !firma Darci Guimar&es Ri'eiro4 5Es el Esta"o +uien a"ministra la $usticia e "etenta el monopolio "e la $uris"icci(n, o como prefere "enominar .RDEU el 5monopolio "e la iolencia sim'(lica legitima@, raz(n por la cual los man"atos utiliza"os por l para "irimir los conflitos se realizan atras "e la $uris"icci(n@# RER., Darci Guimar&es# L 5re!e$s"6$ 5roces( 7 ( !'!e( -'d"c"( e&ec!"2 8 9c" '$ !eor% 5roces( de( derecho # arcelona4 #M# osch, )0, p# H9# 0  RER., Darci Guimar&es# L 5re!e$s"6$ 5roces( 7 ( !'!e( -'d"c"( e&ec!"2 8 9c" '$ !eor% 5roces( de( derecho # arcelona4 #M# osch, )0, pp# HI7H# 9  !SSS, !ra3en "e# 5Garantia "e acesso $usti%a4 'enefBcio "a gratui"a"e#@ n r$!"s Co$s!"!'c"o$"s do Processo C"2"( # CRUJ e KUCC, os Rogrio 8coor"#?# S&o Paulo4 Reista "os Kri'unais, 1FFF, p# F#

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PRÁTICA DE PROCESSO CIVIL IAULA N. 1

Professora Mariângela Guerreiro Milhoranza, Mestre em Direito pelaPUC/RS, Especialista em Direito Processual Ciil pela PUC/RS,

!"oga"a em Porto !legre/RS, Professora "e Direito "a PUC/RS #

1. REVISÃO DE CONCEITOS BÁSICOS PARA ELABORAÇÃO DEPEÇAS PROCESSUAIS: JURISD IÇÃO E CONDIÇÕES DA AÇÃO

1.1. CONCEITO DE JURISDIÇÃO 1

! $uris"i%&o, " iz Darc i Guimar&es Ri'e iro , const i tu i monop(l io "oEsta"o# )   * e"a"a +ual+uer espcie "e $usti%a particular# -   . monop(lio"a $uris"i%&o resulta"o natural "a forma%&o "o Esta"o# Dele "ecorre,

 para o Esta"o, o "eer "e prestar a tutela $uris"icional apropria"a  pretens&o processual "a parte# 0   Da s o'eran ia "o Esta"o "ec or re omonop(lio "a $uris"i%&o e "ele, o "i reito "e acesso ao u"ici2rio#

! $uris"i%&o atii"a"e estatal, asseera !ra3en "e !ssis4 5!o proi'ir osci"a"&os "e resolerem por si suas conten"as, o Esta"o aocou o po"er "e res ole r o s c on fl itos "e interes se s, ine re ntes i"a s oc ia l, e ,correlatamente, a"+uiriu o "eer "e prestar certo seri%o p6'lico, +ue a

 $uris"i%&o# !os interessa"os nessa atii"a"e, o Esta"o reconhece o "ireito"e p rooc2 7la, p re e nt ia ou rep re ss iamen te 8ar t# 9 :, ;;;<, "aC=/>>?#@ 9

 Ao Direito 'rasileiro, a atii"a"e $uris"icional compete +uaseintegralmente ao Po"er u"ici2rio#

 Aum sistema como o nosso, +ue consagra a separa%&o "os Po"eres, a $uris"i%&o correspon"e a "etermina"as atii"a"es7fim, atri'uB"as aoPo"er u" ic i2 r io , pela Const i tu i%&o, e +ue , por i sso mesmo, n&o lhe

 po"em ser su'traB"as#

1  Trechos de r! "#o c "e$!% & "co "$! " !'(do )J'r"sd"*+o, ho-e , $o Brs " ( e (/ordoe0 co'!or" co0 o Pro&essor Dr. L"2re Doce$!e Jos3 4r" Ros Teshe"$er.) RER., Darc i Guimar&es #  Provas Atípicas # Por to !legre 4 irar ia "o !"oga"o,1FF>, p# 1F#-  !fi rma Darc i Gu imar&es R i'ei ro 4 5Es e l Es ta"o +u ien a"min i s tra l a $u s ti c i a e"e ten ta e l monopo l io "e l a $u r i s " icc i(n , o como p re fe re "enomina r .RDEU e l5monopo l io "e l a io lenc ia s im'( l i ca l eg i t ima@ , r az(n por l a cua l lo s man"a tosut i l iza"os por l para " i r imir los conf l i tos se rea l izan a t ras "e la $ur is" icc i(n@ #RER., Darc i Guimar&es# L 5re!e$s "6$ 5roces( 7 ( !'!e ( -'d"c " ( e &ec! "2 8  9c" '$ !eor% 5roces( de( derecho # arcelona4 #M# osch, )0, p# H9#0  RER., Darci Guimar&es# L 5re!e$s"6$ 5roces( 7 ( !'!e( -'d"c"( e&ec!"2 8 9c" '$ !eor% 5roces( de( derecho # arcelona4 #M# osch, )0, pp# HI7H#9

  !SSS , !ra3en "e # 5Garan t i a "e ace s s o $u s t i % a 4 'ene f B c io "a g ra tu i"a"e #@ nr$! "s Co$s! " !'c "o$ " s do Proces so C"2 "( # C RU J e K UC C , os R og r io8coor"#? # S&o Paulo4 Reista "os Kri'unais , 1FFF, p# F#

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Entre essas atii"a"es encontra7se, fora "e +ual+uer "6i"a, o $ulgamento"as acusa%Les, em matria penal 8$uris"i%&o penal?#

2, porem, a e Nc e% &o "o p roce ss o "e impea chme nt 8 $u lgamen to "oPresi"ente "a Rep6'lica e "o <ice7Presi"ente e "e ministros "e Esta"o

nos crimes "e responsa'ili"a"e?, "a competOncia priatia "o Sena"o=e"eral, ap(s haer a Câmara "os Deputa"os "eclara"o a a"missi'ili"a"e"a acusa%&o formula"a contra tais autori"a"es#

Kam'm ca'e ao Sena"o, p rocessar e $u lgar os min is t ros "oSupre mo Kr i'unal =e"eral , o P rocu ra "o r7ge ra l "a Rep6' lica e o!"oga"o7Geral "a Uni&o nos crimes "e responsa'ili"a"e 8Constitui%&o=e"eral "e 1F>>, artigos# 91, e 9), e ?# I  ! pena preista limita7se

 preis&o "e per"a "o cargo e ina'ili"a"e, por oito anos, para o eNercBcio"e fun%&o p6'lica # Krata7se "e processo "ominantemente polB t ico, +uen&o p re $u"ica a impos i% &o "as "emais s an%Les $u" ic ia is c a' Bei s

8Constitui%&o =e"eral "e 1F>>, artigo# 9), par2grafo 6nico?# S&o casos"itos "e $uris"i%&o 5anmala@#

Kam'm se "iscute se a ar'itragem um eNemplo "e $uris"i%&oanmala# os !leNan"re Kaares Guerrei roH ,   a o e sc re er so 'r e aconceitua%&o "a ar'itragem, afirma ser in6ti l formular um conceito "ear'itragem, por enten"er +ue n&o h2 como estu"27la com firmeza ten"ocomo ponto "e par t i"a meras "ef ini%Les p rel iminares# !ss im, paraGuerreiro, 5o conceito "e ar'itragem refoge a uma "etermina%&o precisa,se $a por incertezas meto"ol(gicas, se $a, so'retu"o, por motios mais

 profun"os#@ Carlos !l 'erto Carmona > , p or s al ez, es cl ar ec e + ue aar'itragem 5uma tcnica para solu%&o "e controrsias atras "e umaou mais pessoas +ue rece'em seus po"eres "e uma conen%&o pria"a,"eci"in"o com 'ase nesta conen%&o, sem interen%&o "o Esta"o, sen"o a"ecis&o "estina"a a assumir efic2cia "e senten%a $u"icial#@ Para Ernane=i"elis Santos F , 5a ar'itragem, ou $uBzo ar'itral, forma "e acertamento"as rela%Les $urB"icas, ou "e solu%&o "e litBgios, atras "e 2r'itro, ou2 r' it ros , e le it os p el as pa rt es , o u co m s u$ ei %& o " el as a es co lh a

 $uris"icional, em raz&o "e concerto prio@# os uiz olzan "e

I

  !rt # 91 7 Compete pr ia t iamente Câmara "os Deputa"os 4 7 au tor izar , por "oist e r%os "e s eus mem'ros , a in s t au ra%&o "e p roces s o con t ra o P re s i"en te e o < ice 7Pres i"ente "a Rep6'l ica e os Minis t ros "e Es ta"oQ !rt # 9) 7 Compete pr ia t iamentea o S e na "o = e" er al 4 7 p r oc es sa r e $ u lg ar o P r es i "e n te e o <i ce 7 Pr e si " en t e " aRep6' l i ca nos c r imes "e re s pons a' i l i"a"e, 'em como os Min is t ros "e Es ta"o e osComan"antes "a Marinha "o ENrcito e "a !eron2utica nos crimes "a mesma naturezaconeNos com a+ue le s Q 7 p roces s a r e $u lga r os Min i s t ros "o Supremo Kr i'una l=e"e ra l , o s mem'ros "o Cons e lho Aac iona l "e us t i % a e "o Cons e lho Aac iona l "oMinis t r io P6'l ico , o Procura"or7Gera l "a Rep6'l ica e o !"oga"o7Gera l "a Uni&onos crimes "e responsa'il i"a"e#H  GUERRER., os !leNan"re Kaares # ;'$d0e$!os d r/"!r#e0 $o co03rc"o"$!er$c"o$( # S&o Paulo4 Saraia, 1FF-, p#H#>  C!RM.A!, Car los !l'er to . A r/" !r#e0 $o Processo C"2" ( Brs" ( e "ro # S & o

Paulo4 Malheiros , 1FF-, p#1F#F  S!AK.S, Ernane = i"el i s # No2%ss "0os 5er& "s do 5rocesso c "2 " ( /rs " (e "ro .   eloorizonte4 Del Re, 1FFF, p# )11#

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Morais 1 , por seu tu rno , en ten"e +ue 5a a r' i t ragem aparece com umsistema alternatio "e eNtrema importância, pois como se er2, o Esta"oconfere mesma algumas 5facul"a"es $uris"icionais@, como outorgar s" ec is Le s a r' it ra is f or %a " e co is a $ ul ga "a, s em a n ec es si "a "e " ehomologa%&o "as mesmas pelos tri'unais estatais#@

Em er"a"e, n&o h2, na "outr ina , uma pos i%&o pac Bf ica tan to+uanto conceitua%&o e tanto +uanto natureza $urB"ica "a ar'itragem#uanto natureza $urB"ica , a l i2s , h2 "uas correntes +ue "e'atem "uasteses principais4 a? tese contratualista e '? tese $uris"icional#

! tese contratualista "efen"e +ue a ar'itragem possui um car2ter  priatista uma ez +ue h2 falta "e imperium s atri'ui%Les conferi"as ao2r'itro, eis +ue estes n&o assumem a +uali"a"e "e funcion2rio p6'lico en&o a"minis tram a $us t i%a em nome "o Esta"o e s im pela onta"e "as

 partes 11 #

2 a t es e $ur is "icional e st 2 'al iz a"a no c ar2ter p6' li co "aa "min is tr a% &o "a $us ti %a e , p rinc ipalme nte, no fato "o C(" igo "eProcesso Ciil, no artigo 0H97A, inciso <,1 )  conferir senten%a ar'itralas caracterBsticas pr(prias "e uma senten%a prolata"a por um magistra"o"a fun%&o $uris"icional "o Esta"o 1 - # Ao mesmo senti"o, a ei F#FF/F9, a+ual institui os uiza"os Especiais CBeis e Criminais, em seus artigos)07)I, oferece s partes uma alternatia a ser segui"a ap(s a au"iOncia"e c onci li a% &o 4 a "e e le ge re m a s olu% &o "e s eu c on fl ito me" ia ntear'itragem# !ssim, por escolha "as partes, ser2 o conflito su'meti"o aum $uiz leigo +ue ela'orar2 o lau"o, o +ual ser2 su'meti"o ao $uiz toga"oe homologa"o 8ou n&o?, em "ecis&o irrecorrBel 1 0 #

1.<. TEORIAS =UE E>PLICA4 O CONCEITO DE JURISDIÇÃO

 A&o se empreen"e uma in"aga%&o so're um conceito $urB"ico, como o "e $uris"i%&o, com o intuito "e se apontar a 5essOncia@ "e um instituto# !

1 .J!A DE M.R!ES, os uis # 4ed"*+o e Ar/"!r#e0 # Porto !legre4 iraria"o !"oga"o, 1FFF, p#1>9#11 .J!A DE M.R!ES, os uis # 4ed"*+o e Ar/"!r#e0 # Porto !legre4 iraria"o !"oga"o, 1FFF, p#1F-#1)  #Ar!. ?@N # S&o t B tu los eNecu t ios $u" ic i a i s 4 a s en ten%a p ro fe r i"a no p roces s oc ii l +ue reconhe%a a eNis tOnc ia "e o'r iga%&o "e fazer , n&o fazer , ent regar coisa ou

 pagar +uant iaQ 7 a senten%a penal con"enat(ria t ransi ta"a em $ulga"oQ 7 asenten%a homologat(r ia "e conci l ia%&o ou "e t ransa%&o, a in"a +ue inc lua matr ia n&o

 posta em $u BzoQ IV s e$!e$* r/" !r ( Q < 7 o acor"o eN t ra $u" ic ia l , "e +ua l+ue r  na tureza , homologa"o $u"ic ia lmente Q < 7 a senten%a es t rangeira , homologa"a pe loSuper ior Kr i'unal "e us t i%aQ < 7 o formal e a cer t i"&o "e par t i lha , eNc lus iamenteem re la%&o ao inen ta r i an te , aos he r"e i ros e aos s uces s o re s a t B t u lo s ingu la r ouun ie rs al # Pr#r&o $"co # Aos ca s os "os inc i s os , < e < , o man"a"o in ic i a l8a r t # 0H97 ? inc lu i r2 a or"em "e c i ta%&o "o "ee"or , no $u Bzo c Be l , para l i+ui"a%&oou eNecu%&o, conforme o caso#1- .J!A DE M.R!ES, os uis # 4ed"*+o e Ar/"!r#e0 # Porto !legre4 iraria

"o !"oga"o, 1FFF, p#1F0#10 Ca'e re fer i r +ue a a tua l e i "a !r'i t ragem 8ei n # F #-H/FI? " ispensa a t mesmo ahomologa%&o "os lau"os proferi"os pelos 2r'itros , permanecen"o estes irrecorrBeis #

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a m'i% &o 'em mais mo"es ta # Krata7 se , e m p rime iro lugar, "e s e propiciar um acor"o semântico, ten"o7se consciOncia "e +ue asc ar ac te rB st ic as " es co 'e rt as s &o er "a "e ir as so men te " en tr o " e"etermina"as coor"ena"as "e tempo e espa%o# !in"a +ue com essasl imita%Les , passamos ao eName "e a lgumas "as teorias "a $uris"i%&o,

ain"a +ue "o sculo passa"o, incula"as ao Esta"o li'eral e "e autoresitalianos, mas em oga no rasil#

1.<.1. ATIVIDADE DE SUBSTITUIÇÃO

uris"i%&o, "isse Chioen"a, a 5fun%&o "o Esta"o +ue tem por escopo aa tua% &o "a on ta "e c oncreta "a l ei por meio "a s u'st itui%& o, pelaatii"a"e "e (rg&os p6'licos, "a atii"a"e "e particulares ou "e outros(rg&os p6'licos, $2 no afirmar a eNistOncia "aonta"e "a lei, $2 no torn27la, praticamente, efetia@#

a? Aa cogni %&o, a $ ur is"i %&o consist e nasu'stitui%&o "efinitia e o'rigat(ria "a atii"a"eintelectia "o $uiz atii"a"e intelectia, n&o s("as partes, mas "e to"os os ci"a"&os, no afimar eNistente ou n&o eNistente uma onta"e concreta"a lei concernente s partes#

 '? E +uanto atua%&o "efinitia "a onta"eerifica"a, se trata "e uma onta"e s( eNe+TBel

 pelos (rg&os p6'licos, tal eNecu%&o em si n&o  $uris"i%&o4 assim, n&o $uris"i%&o a eNecu%&o "asenten%a penal# uan"o, porm, se trata "e umaonta"e "e lei eNe+TBel pela parte em causa, a

 $uris"i%&o consiste na su'stitui%&o, pelaa tii"a "e mater ia l "os ( rg&os "o Esta"o, "aatii"a"e "ei"a , se $a +ue a a t ii"a"e p6'licatenha por fim constranger o o'riga"o a agir, se$a+ue ise ao resulta"o "a atii"a"e# Em +ual+uer caso, portanto, uma atii"a"e p6'lica eNerci"aem l ug ar " e o ut rem 8 n&o , e nt en "am os , e m

representa%&o "e outros?#

 A&o eNiste $uris"i%&o somente +uan"o, no curso"a eNecu%&o, surgem contesta%Les +ue 3  precisoresol er 8 se$ a s o'r e a eNi stOnci a "a a%&oeNecut(ria, ou so're certas me"i"aseNecut(r ias? Q antes , impor ta em $ur is" i%&o a

 pr(pria aplica%&o "as me"i"as eNecut(rias, por+ue se coor"ena com a atua%&o "a lei# 8 ## #? Aa8an ter ior? "outr ina i tal iana 8 # # # ? "ominaa aopini&o "e +ue a e Ne cu%& o c onst ituBa mero

eNercBcio "e imprio, atii"a"e a"ministratia, e"e +ue a $uris"i%&o se a"screia cogni%&o e se

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eNaur ia com a sen ten%a # Supos to o conce ito ,ent&o corrente, "e escopo processual 8"efini%&o"e controrsia?, isso era compreensBel#

Mas plausBel n&o era a tenta t ia "e $us t if icar  

semelhante conceito com a i"ia romana "o $us"icere liga"a ao especial or"enamento $u"ici2rio"os romanos# S( no " ire ito comum foi +ue se" es en o l eu o p ri ncB pi o $ ur is "i ct io i n so lanotione consistit, acolhi"o, "epois, pela "outrinaitaliana e francesa#

.ra, n&o "eemos contrapor imprio e $uris"i%&ocomo +ualitatiamente "iersos4 a $uris"i%&o n&o, ao contr2rio , mais +ue um compleNo "e a tos"e imprio reagrupa"os por "etemina"o escopo

+ue o caracteriza , e emana"os em ir tu"e "oscorrespon"entes po"eres postos a seri%o "esseescopo e "a fun%&o $uris"icional# 1 9  

Em c rB ti ca a e ss a c once p% &o , Galeno ac er"a o's erou +ue , nasa tii"a "e s +ue " iz em res pe ito p r(pr ia a tii"a "e "o $uiz 8 ao s e

 pronunciar, por eNemplo, so're a pr(pria competOncia ou suspei%&o?, n&oh2 +ual+uer tra%o "e su'stitutii"a"e# 1I

 Aa mesma linha, o'$eta !r a3en "e !s sis4

. fato "e o p roce ss o, geralme nte, r es ta urar  alores +ue os particulares ou a !"ministra%&o

  "esrespeitaram, su'7rogan"o7se, portanto, +uela c on"u ta , in"uz iu c onclus &o e rrnea ,consi "er an"o 5su'st it uti a@ a ati i "a"e

 $uris"icional# .ra, ao aplicar as regras "ecompetOncia , por eNemplo, a n ingum o $u izsu's t i tu i r2 , me"i"a +ue ta is normas a e le , en&o s partes , se "es t inam# Desco're7se , a B , acogni%&o so're o pr(prio processo#

Mais releante 8parece7nos? o motio apresenta"o por .B"io !ra6$oaptista "a Sila para re$eitar essa concep%&o4 5! o'$e%&o a ser feita cle're "outrina chioen"iana so're a $uris"i%&o, est2 em +ue o eminente

 processualista italiano, so' a influOncia ain"a "as i"ias $urB"ico7f ilos (f ic as p re "omina ntes no s c ulo ;;, c once 'ia c omo c oi sa ssepara"as e a t, em certo senti"o, antagnicas a fun%&o "e legis lar e afun%&o "e aplicar a lei#@ 1 H

19  C.<EAD!, Giuseppe # I$s !" !' "*es de d "re" !o 5rocess' ( c "2 "( # ) # e " # , S & oPaulo, Saraia, 1FI9, # ), p# 07111I  !CERD!, Ga leno # Co0e$!r"os o C6d"#o de Processo C"2" ( # R io "e anei ro 4

=orense, 1F>, # , t # , p# ))#1H  S<!, .B"io !ra6$o aptis ta "a# C'rso de Processo C"2" ( # ) # e" # Por to !legre 4S!=E, 1FF1, # , p# )1#

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Efetiamente , h2 um a'ismo entre as concep%Les "e ontem e "e ho$eso're a fun%&o $u ris"icional # . pr incBpio "a legal i"a"e , +ue re inaaso'erano, foi suplanta"o pelas "iretrizes tra%a"as pela Constitui%&o, seus

 princBpios eNplBcitos e implBcitos e, so'retu"o, pelos "ireitos

fun"amentais nela proclama"os# . Po"er u"ic i2rio, antes gera lmentes u' mi ss o a os a to s "o s P o" er es eg is la ti o e E Ne cu ti o , p ass oufre+Tentemente a $u lg27 los , em nome "a Const i tu i%&o e "os " irei tosfun"amentais#

1.<.<. COISA JULADA

Segun"o !llorio, $uris"icional apenas a senten%a +ue pro"uza certeza $urB"ica# Seu ponto "e parti"a uma li%&o "e Velsen, no senti"o "e +ueas fun%Les "o Esta"o n&o se "istinguem por seus fins 8o $uBzo +uanto

f ina li"a"e soc io l(gico? , mas apenas pelas formas e conse+Tentesefeitos# . "ireito ciOncia "os efeitos $urB"icos e n&o haeria interesseem estu"ar a fun%&o $uris"icional como atii"a"e "istinta se n&o fossem"iersos os seus efeitos# .ra, a senten%a pro"uz um efeito $urB"ico +uelhe peculiar e +ue n&o se encontra em +ual+uer outro a to4 o efe i to"eclaratio, a coisa $ulga"a material#

Se er"a"e +ue esta n&o ocorre nos atos a"ministratios, inclusie nos"e W$uris"i%&oW olunt2ria , e se er"a"e +ue e la se faz presente na

 $uris"i%&o propriamente "ita, por +ue n&o apontar tal circunstância comocaracterBstica e elemento "iferencia"orX Entre a $uris"i%&o olunt2ria e acontenciosa n&o h2 "iferen%a "e su'stância, mas apenas "e forma, o +ueeNplica a fungi'ili"a"e "e "etermina"as matrias , en+ua"ra"as pelo"ireito positio ora numa ora noutra categoria# ! senten%a constitutia

 proferi"a em se"e contenciosa pro"uz coisa $ulga"a material# *, portanto,inc on"icionalme nte $ur is "icional , s en"o c or re to a fi rmar 7s e +ue amu"an%a $urB"ica "ela "ecorrente "eia pro"uzir7se por+ue presentes os

 pressupostos legais# uanto aos atos "e instru%&o, ei"ente +ue s&oatos processuais, mas n&o $uris"icionais# uanto s me"i"as cautelares, c er to +ue n&o p ro"uze m c oi sa $ulga "a mater ia l# Por ta nto, n&o s &o

 $uris"icionais, o +ue n&o significa +ue entrem no âm'ito

"a $uris"i%&o olunt2ria#

! coisa $ulga"a +ue "iferencia a $uris"i%&o em senti"o pr(prio , masi ss o n&o s igni fi ca +ue a f al ta "e c oi sa $ulga "a s e$a um fenmenoeNclusio "a W$uris"i%&oW olunt2ria, pois ('io +ue n&o pro"uzem talefeito os atos legislatios e os a"ministratiosQ nem por isso a legisla%&oe a a "m in is tr a% &o e nt ra m n a W $u ri s" i%& oW ol un t2r ia# E m s uma ,

 $uris"icional to"o ato e s( o ato +ue pro"uza coisa $ulga"a material,enten"i"a es ta nos termos "o art # ) #FF "o C("igo Ciil i ta l iano 8W!"eclara%&o "e certeza conti"a na senten%a passa"a em $ulga"o formaesta"o para to"o efeito entre as partes, seus her"eiros e sucessoresW?# 1 >

1> !.R., Enrico# Pro/(e0" d" d"r"!!o .  Milano, GiuffrY , 1F9H, # )

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H

Em'ora na"a impe%a +ue se conencione chamar "e $uris"icionais apenasas "ecisLes aptas a pro"uzir coisa $ulga"a materia l , certo +ue umateoria processual na"a ganha com essa re"u%&o conceitual, +ue eNclui "eseu âm'ito n&o apenas os a tos $u"ic ia is eNecutios e caute lares , mas ,"entro mesmo "o processo "e conhecimento, os a tos "e ins tru%&o e as

senten%as meramente processuais#

Mais releante, porm, apontar para o fato "e +ue, em compara%&o como passa"o, o princBpio "a seguran%a $urB"ica e , com ele , o ins t i tu to "acoisa $ulga"a, per"eu importância, como proa a forte aceita%&o, entren(s, "o moimento "e 5relatiiza%&o "a coisa $ ulga"a@#

.'sera EugOnio =acchini Aeto +ue, agora , o $u iz n&o mais somenteintrprete "a l ei , mas intrprete e r es olutor " ireto "os c on fl itos eme"ia"or "os interesses # !o la"o "e sua c l2ss ica fun%&o "e fornecer seguran%a aos particulares, o Esta"o assumiu prealentemente as fun%Les

"e reformu la %& o e "e ret if ic a% &o "e e +u il B' rios s oc ia is a tr as "a"istri'ui%&o e re"istri'ui%&o "e recursos, "o +ue resultou a re"u%&o "aimportância "o alor "a certeza "o "ire i to +ue, segun"o o !utor, n&o"ee ser uma gran"e preocupa%&o "o $uiz# 5En+uanto antigamente o $uizera chama"o so'retu"o para "eci"ir com o olhar olta"o para o passa"o  "e moB"o, po"e7se "izer, retrospectio ho$e fre+Tentemente chama"oa e sc ol he r, r el at i ame nt e s p os sB ei s a lt er na ti as + ue l he s& oeNplicitamente "eiNa"as a'ertas, a+uela +ue melhor se presta a satisfazer os o'$etios pr7fiNa"os no horizonte constitucional@# 1 F

.ra, a coisa $ulga"a n&o po"e sen&o se referir ao passa"o# ! senten%a po"e ser imut2el, por+ue o passa"o imut2el# Mas n&o se po"e atri'uir imuta'ili"a"e a uma senten%a prospectia, emiti"a para regular o futuro,

 por+ue este incerto e su$eito a altera%Les "ecorrentes "e fatosimpreistos e impreisBeis#

1.<.. LIDE

. conceito "e li"e, tal como construB"o por Carnelutti , tem fun"amentalimportância para a+ueles tantos +ue Oem na li"e o o'$eto "o processo,

"efinin"o a $uris"i%&o como ati i"a"e olta"a sua composi%&o#

! o c on ce it o " e l i" e c heg a7 se p as so a p as so a p ar ti r " a i " ia " eWinteresseW#

nteresse a rela%&o entre o homem e os 'ens# Su$eito "o interesse ohomemQ o 'em, o s eu o'$eto# . t r2 gico e st2 e m +ue o s interes se shumanos s&o ilimita"os, mas limita"os os 'ens# )  1F  =!CCA AEK., Eugenio # . u"ic i2 rio no mun"o contemporâneo# Por to !legre 4

 Revis ta da   Ajuris , n# 1>, 1-F71II, "ez/)H#)  8 n te resse , Ws i tuaz ione faoreole a l so""is fac imento " i un ' isognoW 7 =rancesco

Carnelutt i # LeF"o$e d" d"r"!!o 5rocess'(e c"2"(e .  Pa"oa4 CED!M, 1F-1, # 1, p# 9 7W o m eg li o , p o ss i 'i l it " el s o" " is fa ci m en t o " i u n ' i so gn o m e" i an t e u n ' en e W 7Pr"$c"5" de( 5roceso 5e$(e # Aapoli4 Morano, 1FI, p# 00?#

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>

Confli to "e interesses # Se "uas ou mais pessoas tOm interesse pelom es mo ' em, + ue a u ma s( p os sa s at is fa ze r, t em7 se u m c on fl it ointersu'$etio "e interesses ou, simplesmente, um conflito "e interesses#

Pretens&o# * o ato "e se eNigir a su'or"ina%&o "o interesse "e outrem ao pr(prio# ) 1  

i"e4 Conflito "e interesses, +ualifica"o por uma pretens&o resisti"a# ) )  

nicialmente, Carnelutti eNcluiu a eNecu%&o "o conceito "e $uris"i%&o4

 A&o me preocupa +ue no transcurso "a hist(ria einclus ie na le i a tual a palara Z $uris"i%&o[ seu ti li ze f or a " os l im it es " e s eu s ig ni fi ca "o

natural, para in"icar +ual+uer fun%&o processual#Ka l uso se "ee p repon"erânc ia +ue tee o

 processo $uris"icional na lenta ela'ora%&o "o pensamento acerca "os fenmenos processuais#. processo eNecutio e, em geral, os outros tipos"e processo permaneceram at ontem na som'ra,e "esse mo"o a no%&o "e $u ris"i%&o a'soreuintegralmente a no%&o "e processo# ) -  

Posteriormente, eio a ampliar o conceito "e li"e, para incluir n&o s( as pretensLes nega"as ou resisti"as, mas tam'm as pretensLes reconheci"asmas insatisfeitas 8li"es "e pretens&o insatisfeita?, estas correspon"entesaos processos "e eNecu%&o#

! concep%&o "e Carnelutti atraente, pela simplici"a"e "e seu ponto "e parti"a e 'em eNplica as a%Les fun"a"as em alega"os "ireitos "e cr"ito,nega"os ou insatisfeitos# Mas n&o a'range se+uer to"o o unierso "asa%Les in"ii"uais, como "emonstrou Calaman"rei, argumentan"o com assenten%as consti tu t ias necess2rias # )0   Kome 7s e o eN emp lo " a a %& oanulat(ria "e casamento# ! anula%&o, re+ueri"a por um "os cn$uges ,somente po"e ser "ecreta"a por senten%a $u"icial, na"a importan"o +ue o

outro concor"e 8su'miss&o pretens&o? ou n&o 8resistOncia pretens&o?#)1  W l conce t to " i p re te s a , a s s a i a r i amen te in t e s o , e ra s t a to "a me "e f in i to ,"opoa lcune incer t ezze , +ua le e s igenza "e l la s o""i s faz ione " i un p ropr io in t ere ss e inconfron to con um in tere s se a l t ru i W 8Carne lu t t i, Sistema de derecho procesal c iv i l  ,uenos !ires 4 Uthea , 1F00, # 1 , p # 0Q s t i tuzz ioni , # 1 , p # H>Q Teoria generale del  

d ir i t to , p # ) ,  Dir i t to e processo , A ap ol i4 M or an o, 1 F9 >, p # 9 - Q e  Pr incipi del 

 processo penale. Napoli: Morano, 1960 , p# F-?#))  Wa l i te i1 conf i t to " i in te ress i t ra "ue persone +ua l i f ica to "a l la pre tesa "e l l \unae "a l la res is tenza "e l l \ a l t raW 8Carne lut t i , S is tema, c i t # , p # 0 , s t i tuzoni , c i t # , p # H>QKeor ia, c i t #, p # ) Q  Diri t to e proceso , Aapo l i 4 Morano , 1F9> , p # 9- Q e  Principi del 

 processo penale. Napoli: Morano, 1960 , p# F-?#)-  C!RAEUKK , = rances co# S"s !e0 de d"re " !o 5rocess'( c "2 " ( # Kra" # i l tomar  

Martins .lieira # S&o Paulo4 Classic oo3, ), # , p# )))#)0  i ti s $u ri s" icci (n , i n E s! d "o s s o/ re e ( 5 ro ce so c "2 "( # ue no s !i re s4i'liogr2fica !rgentina, 1FI1#

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F

De igual forma, irre leante , no processo penal , a su'miss&o "o ru#!in"a +ue ele concor"e com a pena preten"i"a pelo Ministrio P6'lico, necess2ria a senten%a, para +ue ela possa efetiamente ser aplica"a#

Por ou t ro la"o , o "esaparec imento "a pre tens&o acarre ta o "a l i"e e"eeria, por conse+TOncia l(gica, "eterminar a eNtin%&o "o processo#Contu"o, e i sso po"e ocorre r em processo penal , po"e o Ministr ioP6'lico pe"ir a a'soli%&o "o ru 8ren6ncia pretens&o? e con"en27lo o

 $uiz#

E n&o parece razo2el afirmar7se +ue a atii"a"e "o $uiz a"ministratiaou $uris"ic ional , conforme o ru concor"e ou n&o com a pre tens&o "oautor, +uan"o $uri"icamente irreleante a op%&o "o "eman"a"o#

Segun"o os =re"erico Mar+ues # 2 l i"e , no processo penal , mesmo+uan"o o Ministrio P6'lico pe"e a a'soli%&o, caso em +ue permanecelatente )9 , mas o pr(prio Carnelutti eio a afirmar +ue no processo penaln&o h2 l i"e , o +ue o leou a en+ua"ra 7 lo na ca tegor ia "a $u r is" i%&oolunt2ria# ) I

Disse !"a Pellegrini Grinoer4

* certo +ue Calaman"rei criticou o conceito "el i"e "e Carnelut t i, a fi rman"o ter e le sen ti"osoc io l(gico e n&o $u rB"icoQ tam'm ie'manrea l%ou +ue o conf li to "e interesses eNis tenteentre as partes fora "o processo a raz&o "e ser,a causa remota , mas n&o o o'$e to "o processo#Mas para transferir a posi%&o "e Carnelutt i "o

 plano sociol(gico para o plano $urB"ico, 'astai"entif icar o mri to com a+uela parcela "e l i"e+ue "e"uzi"a pelo autor, em $uBzo, a tras "a

 pretens&o, e +ual o ru resiste, atras "e suaseNce%Les ou "a mera insatisfa%&oW# ) H

Mas, com essa restri%&o, $2 n&o a li"e +ue se apresenta como o'$eto "o processo, mas o pe"i"o "o autor, isto , a parcela "a li"e "e"uzi"a em $uBzo# E se a li"e, como tal, n&o o o'$eto "o processo, n&o se po"e"efinir $uris"i%&o como atii"a"e ten"ente sua composi%&o#

Mais importante "o +ue essas crBticas pontuais "estacar +ue, "e ent&o para c2, a $uris"i%&o passou a ter por o'$eto matrias +ue &o muito alm"o confl i to in"ii"ual "e interesses , +ue Carnelutt i tee em mente , aoconstruir sua teoria#

)9 E$s"o so/re -'r"sd"*+o 2o('$!r".   )# e"# , S&o Paulo4 Saraia, 1F9F, p# )9-)I Pr"$c"5" de( 5rocesso 5e$(e # Aapoli4 Morano, 1FI, p# 0>70F#)H As co$d"*es d *+o 5e$( # S&o Paulo, ushats3, 1FHH, pp# 1711#

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1

 A&o ca'em no es+uema carneluttiano4 a a%&o popular, para anular atolesio ao patrimnio p6'lico 8Constitui%&o, art# ;;?Q o man"a"o "ein $un%&o , por fa lta "e norma regulamenta"ora +ue torne ini2el oeNercBcio "e "ireitos e li'er"a"es constitucionais 8Const#, art# 9:, ] 1:?Q aa%&o c ii l p6'lica , para a prote%&o "o patr imnio p6'lico e socia l , "o

meio am'iente e "e outros interesses "ifusos e cole t ios 8Const # , a r t #1)F?) > , a a%&o "eclarat(ria "e inconstitucionali"a"e por omiss&o 8Const# ,art# 1-, ] ):? e, "e um mo"o geral, as a%Les "iretas "econstitucionali"a"e e "e inconstitucionali"a"e#

Em outras palaras, a $uris"i%&o $2 n&o se limita resolu%&o "e conflitosent re par t iculares ou mesmo entre um par t icular e o po"er p6'lico#!mpliou7se o seu o'$e to , tornan"o insufic ientes eNplica%Les +ue, por antigas, n&o learam em conta esse "a"o noo#

1.<.?. I4PARCIALIDADE

DeiNemos "e la"o os autores italianos "o sculo passa"o, para colher ali%&o "e um processualista 'rasileiro e contemporâneo# Conforme .B"io!ra6$o aptista "a Sila s&o caracterBsticas "a $uris"i%&o a estatali"a"e ea imparciali"a"e#^

a? . ato $uris"icional pra tica"o pelo $uiz , autori"a"e es ta ta l , +ue o pratica com a finali"a"e especBfica "e aplicar a lei ao casoc oncreto, o +ue o " is tingue "o a to a "min is tr at io, por+ue oa"ministra"or "esenole a a t ii"a"e especBf ica "e sua fun%&o,ten"o a lei por limite e o 'em comum por o'$etio, o +ue ai alm"a simples aplica%&o "a lei ao caso concreto#

 '? !o praticar o ato $uris"icional, o $uiz encontra7se numa posi%&o "ein"epen"Oncia e es tranei"a"e, re lat iamente aos interesses em

 $ogo# ) F

D ef in e7 se , a ss im, a $ ur is "i %&o c omo r eg ul a% &o " e u ma r el a% &ointerpessoal por um terceiro imparcial#

Como fun"amento "essa concep%&o , po"e7se apontar o a r tigo 1: "a

Dec lara%&o Uniersal "os Dire itos "o omem, em +ue se lO4 WKo"a pessoa tem "ireito, em con"i%Les "e plena igual"a"e, "e ser oui"a pu'licamente e com $usti%a por um tri'unal in"epen"ente e imparcial, para a "etermina%&o "e seus "ireitos e o'riga%Les ou para o eName "e+ual+uer acusa%&o contra ela em matria penalW#

)>  Consi"ere7se, por eNemplo, a l iminar consegui"a pelo Ministrio P6'lico "o Esta"o"e S&o Paulo , impe"in"o a co'ran%a "a KaNa "e i+ui"a%&o !ntec ipa"a 8K!? pe loanco San tan"e r , nos ca s os em +ue o c l i en te p re ten"e +u i t a r an tec ipa"amen te umemprstimo ou uma opera%&o "e leasing 8 Valor # S&o Paulo, 1/0/)># C)?#)F

 S<!, .B"io !ra6$o apt is ta "a# C'rso de Processo C"2"( # H# e"# Rio "e aneiro4=orense, )I, p# )0#

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n"icam7se, aB , o conte6"o ou matria $uris"icional4 "etermina%&o "os"ire i tos e "eeres "e uma pessoa em face "e outra 8 $uris"i%&o c ii l? QeName   " e ac us a%& o f or mu la "a c on tr a al gu m, e m ma t ri a p en al8$uris"i%&o penal?#

Po"e7se apontar, como elemento formal "a $uris"i%&o, a circunstância "eemanar ta l regula%&o "e um (rg&o Win"epen"ente e imparcia lW, como parece "ecorrer "o cita"o artigo "a Declara%&o "os Direitos "o omemX

 A&o se trata, ei"ente, "a irtu"e "a imparciali"a"e, +ue se eNige, sim,"o $u iz , sem +ue se possa , porm, t ransform27 la em fun"amento "a

 $uris"i%&o, so' pena "e se criar uma teoria processual limita"a aos $uizesirtuososQ nem se trata "e imparciali"a"eno senti"o "e +ue o $uiz n&o "ea ter um interesse "ire to e pessoal nacausa, "ierso "o interesse geral e impessoal "o Esta"o, o +ue tam'm seeNige "o a"ministra"or p6'lico, n&o se constituin"o em caracterBstica "a

 $uris"i%&o#

! imparciali"a"e "ee ser enten"i"a no senti"o4 a? "e +ue eNistam partes,um autor e um ruQ '? +ue o $uiz n&o se$a uma "elas, pois ningum $uize m c au sa p r(p ri a 8 Aem o $ u" eN i n r em s ua m? Q c ? + ue o $ ui z s e$ aWin"epen"enteW, is to , n&o su'or"ina"o nem ao autor nem ao ru, o +ueimplicaria, em 6ltima an2lise, a transforma%&o "e uma "as partes em $uiz#ur is" i%&o impl ica, pois , heterorregula%&o 4 regula%&o "e re la%Lesestranhas ao $ulga"orQ n&o "e rela%Les "e +ue se$a par te#

 Aa $uris"i%&o ciil, a'straB"os os casos em +ue o pr(prio Esta"o se$a uma"as par tes, n&o h2 "if icul "a"e em se er no $ uiz um t er ceir o,in"epen"ente e imparcial#

Ko"aia, na $ ur is"i %&o penal 8e essa uma possB el crB ti ca caracteriza%&o "a $uris"i%&o a partir "a i"ia "e imparciali"a"e?, n&o se

 po"e oli"ar +ue o $uiz (rg&o "o Esta"o e, portanto, est2 o Esta"o aregular rela%&o entre ele pr(prio e o acusa"o e n&orela%&o a +ue se$a estranho#

! essa o'$e%&o po"e7se respon"er "izen"o +ue, realmente, n&o sen&o

atras "o artifBcio "a "istin%&o entre Esta"o7$uiz e Esta"o7acusa"or +uese atri'ui ao $ulga"or a con"i%&o "e terceiro#

Parcial iz a7 s e o Min is t rio P6' li co para +ue s e pos sa t er um $uizimparcial# Krata7se, sim, "e um artifBci o, mas +ue atinge o seu o'$etio#

! $uris"i%&o penal possBel por+ue se po"e separar a fun%&o "e acusar "a fun%&o "e $ulgar# 2 possi'ili"a"e l(gica, por+ue o $uiz, em'ora se$a(rg&o "o Esta"o, n&o se confun"e com o Esta"o 8a parte# n&o se confun"ecom o to"o em +ue se integra?# 2

 possi'ili"a"e psicol(gica, por+ue na"a impe"e +ue o $uiz se posicione

com in"epen"Oncia em face "e outro (rg&o "o Esta"o# 2 possi'ili"a"e

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1)

 $urB"ica, por+ue se po"e atri'uir a (rg&os "iersos as fun%Lesessencialmente "iersas "e acusar e "e $ulgar#

Por fim, o'sera7se +ue, "e fato, po"e ocorrer +ue o $uiz n&o se$a nemin"epen"ente nem imparcial, sem +ue isso afete os efeitos "a senten%a# *

+ue, no composto po"er $uris"icional, "esapareci"o o $uris"icional, restaain"a a reali"a"e 'ruta "o po"er#

ue is so n&o surpreen"a , por+ue o " ire ito n&o represen ta sen&o umimenso es for%o para co i' i r o a r' B t r io e t rans formar a fo r%a 'ru ta em

 $usti%a#

ua"ro Es+uem2tico "o Conceito "e uris"i%&o

C Chioen"a Su'stitui%&o! !llorio Coisa ulga"a

C Carnelutti i"e. .B"io mparciali"a"e

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1-

! palara Wa%&oW polissOmica e refere7se a fenmenos "iersos#

Em aperta"a s Bntese , po"e7se conceituar a a%&o como a real iza%&o "o

"ire ito pelo pr(prio t i tu lar # !ntonio Car los "e !ra6$o Cin t ra , !"a

Pellegrini Grinoer e Cân"i"o Rangel Dinamarco 30   conceituam a a%&o

como 5o "ire i to ao eNercBc io "a a t ii"a"e $uris"ic ional 8ou o po"er "e

eNigi r e sse eNercBc io ? #@ . " ire ito p rocessua l ' ras ilei ro enumera t rOs

con"i%Les "a a%&o no processo ciil e +uatro no processo penal# S&o elas

a legitimi"a"e "as partes, o interesse processual, a possi'ili"a"e $urB"ica

"o pe"i"o e, no processo penal, o $usto motio# Consoante magistrio "e

!rru"a !lim 5!s con"i%Les "a a%&o s&o as categorias l(gico7$urB"icas,

eNis tentes na "outrina e , muitas ezes , na le i , como em nosso "ire i to

 positio, +ue, se preenchi"as, possi'ilitam +ue algum chegue senten%a

"e mrito#@31   Para Kesheiner, as con"i%Les "a a%&o po"em ser "efini"as

como 5a+uela parcela "o mrito imune coisa $ulga"a@# 32   Con"i%Les "a

a%&o e pressupostos processuais s&o categorias "iferentes# En+uanto as

con"i%Les "a a%&o "izem respeito possi'ili"a"e $urB"ica "o pe"i"o, ao

interesse "e agir e legitimi"a"e "as partes, os pressupostos processuais

referem7se rela%&o processual +ue se esta'elece entre autor, $uiz e ru#

.s pressupostos processuais , " iz Kesheiner, 5s&o os re+uis i tos para a

constitui%&o e "esenolimento 2li"o e regular "o processo 8CPC, art#

)IH, <?#@ 3 3   Kam'm nesse senti"o, um'erto Kheo"oro 6nior "iz +ue

5A&o se confun"em os pressupostos processuais com as con"i%Les "a

a %&o # .s p res su po st os s &o a+ ue la s e Ni gO nc ia s l eg ai s s em cu $o

aten"imento o processo, como rela%&o $urB"ica, n&o se esta'elece, ou n&o

se "esenole ali"amente# E, em conse+TOncia, n&o atinge a senten%a

+ue "eer ia a prec ia r o mr ito "a c ausa # S&o , e m s uma, r e+ui si to s $urB"icos para a ali"a"e e efic2cia "a rela%&o processual# 2 as

con"i%Les "a a%&o s&o re+uis itos a o'serar , "epois "e esta'elec i"a

regularmente a rela%&o processual, par a +ue o $uiz possa solucionar a li"e

-  CAKR!, !ntonio "e !ra6$oQ DA!M!RC., Cân"i"o Rangel Q GRA.<ER, !"aPel legr in i # Teor" er( do Processo # 1- e"# S&o Paulo4 Malheiros , 1FFH, p#)0F#-1  !<M, !rru"a# 4$'( de D"re " !o Process'( C"2" ( # -#e"# S&o Paulo4 RK, 1FF,

 p # )-, <# #-)  KESEAER, os Maria Rosa # E(e0e$!os Pr U0 Teor" er( do Processo #

S&o Paulo4 Saraia, 1FF-, p# 1)>#--  KESEAER, os Maria Rosa # E(e0e$!os Pr U0 Teor" er( do Processo #S&o Paulo4 Saraia, 1FF-, p# 1>#

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8mrito ?# no'sera"os , porm, os p ressupos tos p rocessuais , ou as

con"i%Les "a a%&o, a miss&o "a atii"a"e $uris"icional estar2 frustra"a,

 pois ocorrer2 a eNtin%&o prematura "o processo, sem $ulgamento ou

composi%&o "o l i t Bg io 8art#)IH?#@34   . a rt igo )IH, <, "o C("igo "e

Processo Ciil se refere, eNpressamente, s "enomina"as con"i%Les "a

a%&o +ue s&o a possi'ili"a"e $urB"ica "o pe"i"o, a legitimi"a"e "as partes

e o interesse processual#

1.<. CONDIÇÕES DA AÇÃO

-0  KE.D.R. UA.R, um'erto# C'rso de D"re"!o Process'( C"2"( # 9 _e" # Rio "eaneiro4 =orens e, 1F>F, pp# I 1 e I), <# #

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1.<.1. POSSIBILIDADE JURGDICA DO PEDIDO 4 !

5possi'ili"a"e $urB"ica "o pe"i"o consiste na formula%&o "e pretens&o

+ue, em tese , eNis ta na or"em $urB"ica como poss Bel , ou se $a , +ue a

o r"em $ur B" ic a ' ra si le ir a p re e $a a p roi"O nc ia p re te n" i"a pelo

interessa"o@# 3 5   D es ta f or ma, se o autor pr et en"er pr oi "Oncia

 $uris"icional para a +ual n&o eNista nenhuma preis&o legal "entro "o

nosso or"enamento $urB"ico, a a%&o n&o po"er2 alcan%ar seu o'$etio, n&o

se po"er2 instaurar7se a rela%&o processual, e essa ausOncia "e preis&o

 $urB"ica "eer2 ser erifica"a "es"e logo, $2 "e inBcio, in"eferin"o7se a

 peti%&o inicial por inepta# !s sim, o'sera7se +ue o $uiz "ee fazer uma

 pria erifica%&o a cerca "e ser ou n&o a pretens&o em +uest&o i2el

 $uri"icamente, ten"o sempre em ista o nosso "ireito positio igente e

se, ao proce"er a tal an2 lise, er i fica r n&o haer amparo no " i re ito

 positio, "ee in"eferir a peti%&o inicial, por inepta# Aeste senti"o o

enten"imento "e =2'io Gomes 4 5npcia por impossi'ili"a"e $urB"ica "o

 pe"i"o ! impossi'ili"a"e $urB"ica "o pe"i"o +ualifica"a pelo C("igo

"e Processo Ciil como uma "as chama"as con"i%Les "a a%&o, ao +ue se

O "o inc# < "este art# )IHQ $2 no art#)F9 esta'elece +ue a ausOncia "a

mesma acarre ta a inpcia "a inicia l# !m'os portanto, consi"eram7na

causa "e eNtin%&o "o processo sem $ulgamento "e mrito, e 'em assim o

inc# ; "o art#-1, +ue consagra o termo Z carOncia "e a%&o[@# 36  

-9  GREC. =., <icente # D"re"!o Process'( C"2" ( Brs " (e "ro # 1) # e" , S&o Paulo4

Saraia, 1FF> , pp# >-7>0, <##-I  G.MES, =2'io # Co0e$!r"os o C6d"#o de Processo C"2" ( # S&o Paulo4 RK, ), p # -1, <# - #

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1.<.<. INTERESSE DE AIR 4 . interesse "e agir 5assenta7se na

 premissa "e +ue, ten"o em'ora o Esta"o o interesse no eNercBcio "a

 $uris"i%&o 8## #? , n&o lhe conm acionar o aparato $u"ici2rio sem +ue

"essa atii"a"e se possa eNtrair algum resulta"o 6til# * preciso, pois, so'

esse p r isma , +ue , em ca"a caso concreto , a p res ta%&o $u ris"icional

sol ici ta"a se$a necess2 r ia e a"e+ua"a#@ 37   Se n&o est ie r p resen te o

interesse n&o h2 possi'ili"a"e "e se utilizar "o processo, e "ee7se ain"a

 proporcionar uma a"e+ua%&o "a me"i"a, a fim "e +ue se possa o'ter a

tutela $uris"icional, sen"o a a"e+ua%&o enten"i"a como sen"o 5 a rela%&o

e Ni sten te e nt re a s itua %& o l amen ta "a pelo a utor a o ir a $uBzo e o

 proimento $uris"icional concretamente solicita"o# . proimento,

ei"entemente, "ee ser apto a corrigir o mal "e +ue o autor se +ueiNa,

so' pena "e n&o ter raz&o "e ser# uem alegar, por eNemplo, o a"ultrio

"o cn$uge n&o po"er2 pe"ir a anula%&o "o casamento, mas o "i(rcio,

 por+ue a+uela eNige a eNistOncia "e Bcios +ue in+uinem o Bnculo

matrimonial logo na sua forma%&o, sen"o irreleantes fatos posteriores#

. man"a"o "e seguran%a, ain"a como eNemplo n&o me"i"a h2'il para a

co'ran%a "e cr"itos pecuni2rios#@38   . nosso C("igo "e Processo Ciil,

em seu artigo -:, "iz +ue para propor ou contestar a%&o necess2rio ter 

interesse e legitimi"a"e# 2 o artigo 0: a"mite +ue o interesse "o autor 

limite7se "eclara%&o "e eNistOncia ou ineNistOncia "e rela%&o $urB"ica

ou autentic i"a"e ou fa lsi"a"e "e "ocumento# Segun"o Kesheiner, 5.

interesse "e agir o elemento material "o "ireito "e a%&o e consiste no

interesse "e o'ter o proimento "eman"a"o# Ele se "istingue "o interesse

s u'stancial , para c u$a p ro te %& o s e inten ta a a %& o, a ss im c omo s e

"istinguem os "ois correspon"entes "ireitos, o su'stancial, +ue se afirmaca'er ao autor, e o processual, +ue se eNercita para a tutela "o primeiro#

. interes se "e a gi r , poi s, um interes se p roce ss ua l, s ec un"2 rio e

ins trumental em re la%&o ao interesse su'stancial prim2rio, e tem por 

o'$eto o proimento +ue se pe"e ao magistra"o, como meio para o'ter a

-H  CAKR!, !ntonio "e !ra6$oQ DA!M!RC., Cân"i"o Rangel Q GRA.<ER, !"a

Pel legr in i # Teor" er( do Processo # 1- e"# S&o Paulo4 Malheiros , 1FFH, p# )9I#->  CAKR!, !ntonio "e !ra6$oQ DA!M!RC., Cân"i"o Rangel Q GRA.<ER, !"aPel legr in i # Teor" er( do Processo # 1- e"# S&o Paulo4 Malheiros , 1FFH, p# )9H#

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1H

satis fa%&o "o interesse prim2rio, pre$u"ica"o pelo comportamento "a

contraparte@

1.<.. LEITI4IDADE DAS PARTES 4 ! te rce i ra con"i%&o "a

a%&o a +uali"a"e para agir, a legitimi"a"e, 5o autor "eer2 ser titular 

"o interesse +ue se contm na sua pretens&o com rela%&o ao ru# !ssim, a

l eg it im a% &o p ar a a gi r e m r el a%& o a o r u " e er 2 c or re sp on "er a

legitima%&o para contra"izer "este em rela%&o +uele# !li, legitima%&o

atiaQ a+ui, legitima%&o passia#@ 3 9 # !ss im, 5a+ue le +ue pe"e a tu te la

 $uris"icional em rela%&o a um litBgio "ee ser o titular "a pretens&o

formula"a ao $u"ici2rio, e "ee apresent27la em face "e +uem o su$eito

 passio "essa mesma pretens&o# @ 40 #

  eg it ima"os ao processo s&o os t i tu lares "os inte resses +ue

estierem em conflito, pois em princBpio, titular "a a%&o t&o somente a

 pr(pria pessoa +ue se "iga titular "o "ireito su'$etio material o +ual

 preten"e er tutela"o, e por outro la"o s( po"e ser "eman"a"o a+uele +ue

se$a titular "a o'riga%&o correspon"ente# Kam'm se "ee o'serar +ue a

lei conce"e "ireito "e agir, em certos casos, 5a +uem n&o se$a titular "o

interesse su'stancia l , mas a +uem se propLe a "efen"er in teresse "e

outrem# !ssim, no caso "o gestor "e neg(cio, em "efesa "o interesse "o

geri"oQ "o mari"o, em "efesa "os 'ens "otais "a mulher# Aesses casos "e

l egi ti ma% &o "i ta eNt raor "in2r ia, surge a f igur a "o su'st it ut o

 processual ## #@0 1 #

-F S!AK.S, Moacr !maral# Pr"0e"rs L"$hs de D"re"!o Process'( C"2"( # p #1IH#0  M!RUES, os =re"erico# 4$'( de D"re"!o Process'( C"2"( # <ol 1, p#19>#01 S!AK.S, Moacr !maral# Pr"0e"rs L"$hs de D"re"!o Process'( C"2"( # p #1IH#