aula nº 1 manometria 2010

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PONTIFICIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MINAS GERAIS INSTITUTO POLITÉCNICO DA PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MINAS GERAIS DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA MECÂNICA/MECATRÔNICA LABORATÓRIO DE FLUIDOMECÂNICOS: PRÁTICAS DE MECÂNICA DOS FLUIDOS PROFA CÉLIA MARA SALES BUONICONTRO BELO HORIZONTE EDIÇÃO - 2010

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aula de manometria

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  • PONTIFICIA UNIVERSIDADE CATLICA DE

    MINAS GERAIS INSTITUTO POLITCNICO DA PONTIFCIA UNIVERSIDADE CATLICA DE

    MINAS GERAIS

    DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA MECNICA/MECATRNICA

    LABORATRIO DE FLUIDOMECNICOS: PRTICAS DE MECNICA DOS FLUIDOS

    PROFA CLIA MARA SALES BUONICONTRO BELO HORIZONTE

    EDIO - 2010

  • 2

    SUMRIO

    Apresentao............................................................................................. 03

    1 aula: Manometria

    Calibrao de manmetros........................................................................

    04

    2 aula: Viscosidade

    Lei de Stokes para determinao da viscosidade de um fluido.................

    23

    3 aula: Medidor de vazo

    Vertedor Sutro............................................................................................

    45

    4 aula: Medidor de vazo

    Venturmetro...............................................................................................

    71

    5 aula: Perda de carga.............................................................................. 92

    Referncias................................................................................................ 118

  • 3

    APRESENTAO As aulas de laboratrio de Mecnica dos Fluidos correspondem 1 etapa da

    disciplina Laboratrio de Fluidomecnicos ofertada aos cursos de Engenharia Mecnica e Engenharia Mecatrnica. O objetivo dar aos alunos uma viso prtica da aplicao de alguns conceitos tericos estudados na disciplina Mecnica dos Fluidos, para que os mesmos saibam utiliz-los nos diversos projetos onde o fluido atua de maneira direta ou indireta. A utilizao do fluido nos processos de engenharia requer o conhecimento das suas caractersticas, do seu comportamento, da forma como trabalha a energia e dos diversos tipos de instrumentos utilizados para medies de suas grandezas. O laboratrio de fluidos da PUC Minas possibilita a realizao de vrios experimentos que permitem a utilizao de medidores de presso, vazo, viscosidade, perda de carga e analise do comportamento de fluidos atravs do teorema de Bernoulli, da variao da quantidade de movimento, entre outros. No entanto, o aluno s ter um bom aproveitamento das aulas de laboratrio se tiver conhecimento da teoria, participar ativamente do experimento, ficar atento aos fatos envolvidos no teste e conseguir interpretar os resultados de acordo com o embasamento terico envolvido. S assim, o mesmo ter uma viso pragmtica fundamental na anlise dos problemas que enfrentar em sua vida profissional como engenheiro.

    Para que os alunos alcancem uma viso mais objetiva da engenharia, dos fenmenos fsicos que regem o comportamento e grandezas dos fluidos realizando trabalho em diversos processos na indstria, as aulas de laboratrio de Mecnica dos Fluidos foram assim distribudas:

    1 aula: Manometria.

    2 aula: Viscosidade

    3 aula: Vertedor.

    4 aula: Venturmetro.

    5 aula: Perda de carga.

  • 4

    AULA DE LABORATRIO N. 1 MANOMETRIA: CALIBRAO DE MANMETROS

    1 INTRODUO Para o estudo da manometria, importante a reviso de alguns conceitos

    trabalhados em Mecnica dos Fluidos. Conceitua-se presso como fora exercida contra uma determinada rea superficial sendo que seu valor pode ser medido em termos de fora aplicada a uma rea, ou em termos de altura da coluna de um dado fluido. Trata-se de uma grandeza cuja medio muito importante nas indstrias e em vrios processos de fabricao, sendo muitas vezes mais efetiva do que a medio da temperatura. Podemos citar como exemplos: processos qumicos que operam com presses muito elevadas; processos de eletrodeposio de metais que so feitos com alto vcuo; indstria txtil, de papel e de alimentao, cujo tempo de cozimento fica reduzido quando se utiliza altas presses; evaporadores que apresentam melhor eficincia quando trabalham sob condies de alto vcuo; e outros. Da, de acordo com a aplicao, tem-se formas diferenciadas de apresentar o valor da presso. Conceitua-se:

    Presso atmosfrica: a fora exercida sobre uma unidade de rea da superfcie da terra pelo peso da atmosfera.

    Presso absoluta: a diferena entre a presso em um ponto particular em um fluido e o vcuo absoluto (presso zero).

    Presso Manomtrica ou presso relativa: a diferena medida entre uma presso desconhecida e a atmosfrica. Ou seja, Pman = Pabs - Patm

    Presso Vacuomtrica: a presso cujo valor inferior presso atmosfrica. medida como a diferena entre a presso atmosfrica e o valor da presso absoluta. Ou seja, Pvac =Patm Pabs.

    Presso Diferencial: a diferena entre duas presses desconhecidas, sendo que nenhuma delas a presso atmosfrica.

  • 5

    Presso Esttica: a presso exercida por um fluido em repouso ou que esteja fluindo perpendicularmente tomada de impulso, por unidade de rea exercida.

    Presso Dinmica ou Cintica: a presso exercida por um fluido em movimento. medida fazendo a tomada de impulso de tal forma que recebe o impacto do fluido.

    1.1 Unidades de presso:

    Podem ser expressas conforme definio em fora por unidade de rea como exemplo:

    [ 2m

    N ]; [Pa]; [ 2cm

    kgf ]; [atm]; [bar]; [ 2cm

    dina ]; [ 2pollbf ]; [Psi].

    Sendo:

    1 [Pa] = 1 [ 2m

    N ]; 1 Bar = 105 [Pa] = 0,1 [MPa] = 100 [kPa];

    1[atm] = 101,325 [Pa] = 1,01325 [bars];

    1 [ 2cmkgf ] = 9,807 [ 2cm

    N ] = 9,807x104 [ 2m

    N ] = 0.9807 [bar] = 0,9679 [atm].

    Ou ainda, em termos de peso de coluna de um dado fluido como exemplo:

    [mcH2o]; [mm.Hg]; [mm.c.ar]; [m.c.gasolina]; [m.c.leo]. 1.2 Medidores de presso

    Os medidores de presso so geralmente divididos em:

    1) Medidores Mecnicos: Manmetros de coluna de lquido.

    Manmetros elsticos

    2) Medidores eltricos: Manmetro de tenso

    Manmetro de resistncia

  • 6

    Manmetro de equilbrio de fora (oscilador) Manmetro magntico

    Manmetro de capacitncia

    1.2.1 Manmetros de coluna de lquido

    Baseiam-se no princpio em que a presso hidrosttica exercida por um lquido na parte inferior de uma coluna diretamente proporcional altura do lquido da coluna. Podem medir presso atmosfrica, presso absoluta, presso manomtrica, presso diferencial, porm no so adequados para presses mais altas ou para casos de interao entre o fluido a medir e o lquido da coluna, por exemplo. Alm disso, ocupam certo espao e precisam operar em uma determinada posio, o que dificulta a portabilidade. As figuras 01 a 05 apresentam alguns modelos de manmetros de coluna de lquido. A figura 01 mostra o manmetro em forma de U, bastante usado para pequenas presses, podendo ser utilizado para medir presso diferencial em sistemas de ventilao, exausto e similares. A figura 02 apresenta o manmetro que mede a presso absoluta por meio de um tubo em U contendo mercrio.

    Figura 01: Manmetro diferencial em U Figura 02: Manmetro para presso absoluta em U

    A figura 03 d exemplo de um do tipo tubo inclinado que possibilita leituras mais precisas de pequenas diferenas. O medidor de presso tipo McLeod, figura 04, mede a presso absoluta de gases na faixa de 1 a 5000 mcrons. O mercrio fora o gs para

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    um tubo de medio, ao girar o aparelho em 90 da horizontal e o volume do gs lido em uma escala que indica diretamente a presso absoluta do gs.

    Figura 03: Medidor de coluna tipo tubo inclinado Figura 04: Medidor de presso de Mcleod

    As figuras 05a e 05b apresentam dois arranjos bsicos de barmetros de mercrio que so utilizados para medir a presso atmosfrica local: O tipo (a) o mais comum, com uma escala graduada e um parafuso na cuba para ajuste (calibragem). A altura da coluna lida diretamente em uma escala. O tipo (b) usado um sistema de flutuador, fio, roldana, contrapeso e ponteiro para indicao do valor da altura da coluna (ou o equivalente em unidade de presso).

    Figura 05: Modelos de barmetros

    1.2.2 Manmetros elsticos

    Os manmetros elsticos funcionam segundo a lei de Hooke que estabelece que a deformao seja proporcional ao esforo, ou seja, a deflexo do elemento elstico e o movimento resultante so proporcionais presso aplicada. O medidor de presso por deformao mais conhecido e utilizado na indstria o tubo de Bourdon, figura 06a.

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    Figura 06: Manmetro tipo Bourdon

    O mecanismo do medidor, ilustrado na figura 06b, consta de um tubo de parede delgada de seo transversal oval que dobrado sob a forma de um arco circular de aproximadamente 270. Ele rigidamente preso a um terminal atravs do qual se submete presso e livre para mover-se com a outra ponta (esta fechada). Quando submetido presso, o tubo tende a retificar-se; o movimento na extremidade livre opera um sistema mecnico (mecanismo de relojoaria) que move um ponteiro ao longo da escala graduada e o movimento do ponteiro proporcional presso aplicada. O material utilizado depende da faixa de trabalho do manmetro. Para baixas presses, faixa mnima (0 a 0,8 atm) e faixa mxima (0 a 28 atm), utilizam-se o lato e o bronze fosforoso. Para mdias presses, faixa mnima (0 a 2,0 atm) e faixa mxima (0 a 28 atm), utilizam-se o cobre, ao, ao inox, Monel que tambm so utilizados para altas presses, faixa mnima (0 a 4,0 atm) e faixa mxima (0 a 6800 atm). Quanto preciso, os manmetros comerciais apresentam uma preciso de +/_ 0,5 % do total da escala, sendo os mais precisos com 0,25 do total da escala.

    A figura 07 apresenta modelos de manmetros com diafragma. No tipo (a) o diafragma metlico e sua deflexo causada pela presso. Esse manmetro mais sensvel que o de Bourdon sendo que o material utilizado na construo do diafragma pode ser de bronze fosforoso, cobre-berilio, lato, ao inox, Ni-Span C e Monel. No tipo (b) o diafragma no metlico e normalmente utilizado para presses muito baixas com faixas que podem variar de 0 a 0,5 atm (mnimo) e de 0 a 27 atm (mximo). No caso de vcuo, o mnimo de 0 a 0,5 mc H2O e o mximo de 0 a 76 cmHg. Nesse tipo, o diafragma pode ser fabricado de couro, Teflon, Neoprene e polietileno.

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    Figura 07: Modelos de manmetros de diafragma

    Dentro do grupo dos manmetros elsticos, existem tambm os manmetros tipo fole ou sanfona que so mais sensveis que os manmetros de Bourdon e diafragma. Para o modelo apresentado na figura 08, a presso aplicada no interior do fole provocando sua distenso e como ele tem que vencer a flexibilidade do material e a fora de oposio da mola, que tende a mant-lo fechado, ento ele provoca o deslocamento do ponteiro ligado haste. Este deslocamento proporcional presso aplicada parte interna do fole.

    Figura 08: Medidor de presso tipo Fole

    Os medidores de presso mecnicos so vantajosos pois: so robustos e de construo simples; so fceis de operar e a manuteno mais fcil; o seu custo relativamente mais baixo; so muito utilizados nas indstrias; apresentam dispositivo de leitura e controle muito simples; possuem uma preciso aceitvel; possuem resposta dinmica adequada; tem uma faixa de presso bem abrangente. Apesar das vantagens apresentam algumas limitaes como: no cobrem faixas extremamente elevadas ou

  • 10

    baixas de presso; so lentos em responder a mudanas bruscas de presso e ondas de choque; so grandes demais para muitos servios e o sinal de leitura no pode ser transformado em sistema eltrico quando se faz necessrio a transmisso a grandes sistemas de dados.

    1.2.3 Manmetros eltricos

    Os manmetros eltricos conhecidos como transdutores eltricos de presso so constitudos de um elemento primrio com uma medida que converte a presso de entrada em um sinal eltrico de sada, proporcional presso. O sinal eltrico de sada do transdutor tem: amplitude apropriada (milivoolts ou miliamperes); resposta de frequncia (ciclos por segundo); durao de um impulso (milissegundos) causados pela mudana de uma propriedade especfica do transdutor (resistncia, relutncia, indutncia) que energizado por uma fonte de energia (corrente alternada ou contnua). De maneira geral, os transdutores eltricos podem medir presses elevadas (at 10000 atm) com respostas em alta frequncia (at 20 ciclos por segundo), sob condies diversas de ambiente. Seus sinais eltricos de sada so apropriados para serem transmitidos longas distncias e a uma variedade de dispositivos de leitura. A abordagem sobre transdutores eltricos de presso ser feita em outra parte deste captulo.

    1.3 Incerteza, calibrao de manmetros e erros de medio:

    Entende-se por medio como sendo um conjunto de operaes que tem por objetivo determinar o valor de uma grandeza fsica que pode ser determinado por um instrumento nico ou por um sistema que envolve um conjunto de dispositivos. O valor do resultado da medio nunca exato, pois sempre existe um erro provvel que deve ser informado atravs de um parmetro denominado de incerteza. Na avaliao do resultado da medida se faz necessrio verificar a exatido e a preciso do valor obtido levando-se em conta todas as interferncias que influenciam o processo de medio sendo as principais: o sistema de medio adotado; a habilidade do sujeito que realiza a medida; os princpios fsicos relacionados ao instrumento utilizado e ao fenmeno que gerou o experimento; e o conhecimento que se tem sobre o valor verdadeiro da grandeza fsica. Uma das formas de contribuio para se obter um nvel de qualidade

  • 11

    no resultado de uma medio providenciar a calibrao do sistema de medio, ou seja, verificar seus erros quando se suspeitar que esteja fora das condies normais de funcionamento ou est operando em condies diversas das especificadas pelo fabricante.

    Para realizao do experimento dessa aula, cujo propsito calibrar manmetros se faz necessrio, primeiro, entender o significado do termo calibrao. Segundo o VIM1, calibrao ,

    Conjunto de operaes que estabelece, sob condies especificadas, a relao entre os valores indicados por um instrumento de medio ou sistema de medio ou valores representados por uma medida materializada ou um material de referncia, e os valores correspondentes das grandezas estabelecidas por padres.

    Observaes:

    1) O resultado de uma calibrao permite tanto o estabelecimento dos valores do mensurando para as indicaes como a determinao das correes a serem aplicadas.

    2) Uma calibrao pode, tambm, determinar outras propriedades metrolgicas como o efeito das grandezas de influncia.

    3) O resultado de uma calibrao pode ser registrado em um documento, algumas vezes denominado certificado de calibrao ou relatrio de calibrao. (p.55,56)

    At o ano de 1995, os termos Aferio e Calibrao eram aplicados com sentidos diferentes. Entendia-se por aferio a comparao entre os valores gerados por um padro de referncia e o valor efetivamente medido pelo instrumento sob anlise e por calibrao, o ato de abrir o instrumento e proceder sua manuteno at que este voltasse a medir dentro dos parmetros estabelecidos pelo fabricante. Aps esta interveno, o medidor deveria retornar ao laboratrio para ser submetido novamente ao procedimento de aferio. Com as mudanas estabelecidas pela portaria do INMETRO (1995) para o VIM, o termo aferio foi substitudo pelo termo calibrao e o que se entendia por calibrao passou a chamar-se ajuste. O termo aferio vem

    1 VMI -Vocabulrio Internacional de Termos Fundamentais e gerais de Metrologia, regulamentado

    pela Portaria do INMETRO n 029 de 1995

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    caindo em desuso, apesar de, por fora do hbito ou por desconhecimento da portaria, ainda ser utilizado por muitos fabricantes, engenheiros e autores de livros.

    No caso dessa aula, a palavra calibrao utilizada para determinar os erros, ou seja, comparar as leituras dos manmetros sob teste com os valores gerados pela Unidade de Medio Padro (peso morto ou bomba de calibrao) que fornece a presso verdadeira. Essa comparao permite determinar o erro da medio.

    Considera-se erro de medio como o resultado de uma medio menos o valor verdadeiro do mensurando, ou seja,

    Erro = Presso verdadeira presso do manmetro sob teste

    Quando se pretende analisar a natureza e a grandeza do erro de medio necessrio conhecer os trs tipos de erro que provocam influncia aditiva no erro de medio: o erro sistemtico, o erro aleatrio e o erro grosseiro.

    O erro sistemtico, em geral, pode ser causado por um desgaste do sistema de medio, por uma falha no ajuste do instrumento, por fatores construtivos, pelo mtodo de medio ou mesmo por questes ambientais. Segundo o VIM erro sistemtico a,

    Mdia que resultaria de um infinito nmero de medies do mesmo mensurando, efetuadas sob condies de repetitividade, menos o valor verdadeiro do mensurando.

    Observaes:

    1) Erro sistemtico igual ao erro menos o erro aleatrio. 2) Analogamente ao valor verdadeiro, o erro sistemtico e suas causas no podem ser completamente conhecidos. (p.32)

    O erro aleatrio pode ser causado pelo atrito entre superfcies, pelas folgas, flutuao na energia da rede, instabilidade interna, condies ambientais, etc. Observa-se que para um nmero grande de medies existem variaes de valores em torno de um valor mdio que se manifesta de forma imprevisvel. Conforme estabelece o VIM erro aleatrio o,

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    Resultado de uma medio menos a mdia que resultaria de um infinito nmero a de medies do mesmo mensurando efetuadas sob condies de repetitividade

    Observaes: [...]

    1) Erro aleatrio igual ao erro menos o erro sistemtico. 2) Em razo de que apenas um finito nmero de medies pode ser feito, possvel apenas determinar uma estimativa do erro aleatrio. (p.31)

    O erro grosseiro facilmente identificado e pode ser causado por vrios fatores como: uma leitura errada da medio; descuido com paralaxe; um defeito no sistema de medio; uma manipulao indevida do instrumento de medio; uma anotao errada do valor da medida e outros. Esse tipo de erro no definido no VIM, uma vez que ele est mais associado a fatores externos que aos prprios instrumentos, mas pode ser minimizado com o treinamento adequado do pessoal envolvido no processo de medio

    Em procedimentos experimentais de calibrao necessrio obter o maior nmero possvel de dados e recorrer estatstica para o processamento e entendimento do conjunto de dados medidos. Como exemplo, tem-se o grfico da figura 09 que apresenta o erro em funo da presso verdadeira. Este grfico foi construdo com dados obtidos a partir da realizao de dois experimentos sendo um para presses crescentes e o outro para presses decrescentes.

    Figura 09: Grfico do erro em funo da presso verdadeira

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    No exemplo apresentado na figura 10, tem-se a curva de calibrao do manmetro onde a abscissa representa o valor verdadeiro da presso aplicada na entrada do manmetro referncia e a ordenada representa o valor lido no manmetro que est sendo calibrado. Tambm, nesse caso, foram utilizados os valores dos testes para presses crescentes e decrescentes.

    Figura 10: Grfico de calibrao do manmetro

    Assim, a obteno dos grficos permite efetuar a anlise dos resultados da calibrao.

    2 PROCESSOS DE CALIBRAO PARA O MANMETRO DE BOURDON UTILIZADOS NO LABORATRIO 2.1 Calibrao do manmetro de Bourdon atravs do manmetro de peso morto:

    2.1.1 Bancada do laboratrio:

    O esquema de montagem de teste do laboratrio, apresentado na figura 11, apresenta o manmetro de peso morto que consiste de um pisto cilndrico que se move livremente dentro de um cilindro hermeticamente ajustado e que pode ser carregado com pesos para produzir presses conhecidas no cilindro. A presso transmitida atravs de uma mangueira de plstico flexvel e de um sistema de vlvulas.

  • 15

    Figura 11: Manmetro de peso morto

    A montagem do manmetro de peso morto apresenta as seguintes partes

    1) Bomba centrfuga; 2) Mangueira de alimentao do sistema de aferio; 3) Manmetro de Bourdon a ser aferido; 4) Vlvulas de bloqueio do fluxo; 5) Conjunto cilindro, pisto e pesos.

    2.1..2 Procedimento experimental:

    Para a realizao do teste deve-se seguir a seguinte sequncia:

    1) Dar partida na bomba e deixar abertas as vlvulas V1 e V2 para que a gua seja admitida tanto no manmetro a ser testado quanto no cilindro do manmetro de peso morto. Para que a presso da bomba no seja aplicada no pisto de maneira brusca, de modo a expeli-lo verticalmente do cilindro com bastante fora, necessrio que apenas uma pequena vazo passe atravs da vlvula V1 e encha o cilindro lentamente. O pisto subir, ento, lento e suavemente at que o furo de sangria seja exposto e a gua passe a gotejar por esse furo, at que todo o ar contido na mangueira de plstico flexvel seja expelido.

    2) Verificar se o ar da linha foi esgotado, fechar a vlvula V1, deixando o manmetro de peso morto e o manmetro de Bourdon ligados entre si e isolados da bomba de alimentao. Desligar a bomba.

  • 16

    3) Adicionar pesos sobre o pisto e para cada peso fazer a leitura no manmetro de Bourdon.

    4) Retirar os pesos e fazer a para cada peso fazer a leitura no manmetro de Bourdon.

    5) Todos as leituras devem ser anotados na folha de teste de forma que o clculo do erro ser feito da seguinte forma:

    Erro = Presso verdadeira presso no manmetro de Bourdon

    Sendo:

    Presso verdadeira = Presso exercida pelo peso morto (peso/rea) Para o caso do laboratrio considerar:

    Peso do pisto = 1 [kgf] e rea da seo transversal = 1 [cm2] 6) Durante a realizao do teste, para evitar que o pisto agarre no cilindro,

    recomendvel gir-lo levemente enquanto se estiver fazendo a leitura no manmetro de Bourdon. tambm necessrio manter o cilindro rigorosamente na vertical. Se apesar das precaues, surgirem leituras inconsistentes, um agarramento do pisto deve estar ocorrendo. Nesse caso, um pouco de gua deve ser liberada do sistema atravs da abertura cuidadosa da vlvula V1, de modo a permitir seu escapamento atravs da conexo da bomba de alimentao, que no est sob presso com a bomba desligada.

    2.2 Calibrao do manmetro de Bourdon e do Transdutor eltrico de presso atravs da bomba de aferio:

    2.2.1 Bancada do laboratrio:

    Na bomba de calibrao, figura 12, a presso obtida manualmente acionando o volante que se acha acoplado a um fuso com rosca sem fim. A presso gerada distribuda simultaneamente de igual valor pelos ramais de sada (manmetro de Bourdon padro, manmetro de Bourdon a ser aferido e o transdutor eltrico de presso tambm a ser aferido). A montagem apresenta as seguintes partes:

  • 17

    1) Bomba de pisto manual.

    2) Reservatrio de leo. 3) Manmetro de Bourdon

    padro.

    4) Manmetro de Bourdon a ser aferido.

    5) Transdutor eltrico de presso

    6) Painel digital. Figura 12 Bomba de calibrao

    2.2..2 Procedimento:

    Para a realizao do teste deve-se seguir a seguinte seqncia:

    1) Fechar a tampa do reservatrio de leo e acionar o volante at que o valor da leitura do manmetro padro acuse o valor zero. Fazer a leitura das presses nos outros manmetros e anotar os valores na folha de testes.

    2) Acionar o volante aumentando as presses na linha em intervalos regulares anotando os valores das leituras obtidas na folha de teste.

    3) Repetir a operao para valores de presses decrescentes. 4) Preencher a folha de teste calculando os erros das leituras: Erro = Presso manmetro padro presso no manmetro a ser aferido.

  • 18

    3 RELATRIO A APRESENTAR: 3 .1. Introduo

    3.1.1 Objetivo Descrever sucintamente os objetivos pretendidos na experincia proposta.

    3.1.2 Conceituao terica

    Apresentar os conceitos tericos relativos aos objetivos apresentados. 3.2. Desenvolvimento

    3.2.1 Procedimento experimental

    Descrever os dois processos de calibrao utilizados.

    3.2.2 Equipamentos

    Apresentar um esquema das duas montagens identificando e especificando os equipamentos utilizados.

    3.2.3 Dados obtidos

    Apresentar as frmulas envolvidas nos clculos.

    Apresentar as folhas de teste preenchidas.

    Apresentar os grficos de erro dos manmetros de teste nas duas montagens (ver exemplo apresentado na figura 9).

    Apresentar as curvas de calibrao dos manmetros (ver exemplo apresentado na figura 10). 3.2.4 Anlise dos dados

    Fazer uma anlise dos dados obtidos, procedimentos de utilizao dos dados, exatido dos resultados e possveis causas de erro.

    Fazer uma comparao entre os resultados obtidos para os diferentes tipos de calibrao.

  • 19

    3.3 Pesquisa

    Apresentar um modelo de um transdutor eltrico de presso explicando o seu funcionamento (ilustrando com desenhos) e indicando sua aplicao.

    3.4 Concluso

    Fazer um comentrio claro e ordenado sobre as concluses tiradas dos resultados do trabalho.

    3.4 Bibliografia:

    Relacionar as referncias consultadas para a elaborao do relatrio. A elaborao deve obedecer recomendao da ABNT. (consultar site: http://www.pucminas.br/documentos/normalizacao_monografias.pdf )

  • 20

    4 FOTOS DA BANCADA DO LABORATRIO

    5 FOLHAS DE TESTE

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    $ --------------------------------------------------------------------------------------------------------------- FOLHA DE TESTE: MANOMETRIA 1 PROCESSO - MANMETRO DE PESO MORTO

    RESPONSVEL: CURSO: DATA:___/___/___

    DADOS DO MANMETRO DE PESO MORTO LEITURA DO MANMETRO DE BOURDON A SER CALIBRADO

    Peso acrescentado ao pisto

    Carga total do pisto Presso verdadeira

    Presso crescente ERRO (Presso crescente)

    Presso decrescente

    ERRO (Presso decrescente)

    kgf kgf Kgf/cm2 Kgf/cm2 Kgf/cm2 Kgf/cm2 Kgf/cm2

    Informaes: Peso do Pisto : 0,5 kgf rea da seo transversal do pisto: 1 cm2

  • 22

    $ --------------------------------------------------------------------------------------------------------------- FOLHA DE TESTE: MANOMETRIA 2 PROCESSO - BOMBA DE CALIBRAO

    RESPONSVEL: CURSO: DATA:___/___/___

    LEITURA DO MANMETRO DE

    BOURDON PADRO

    LEITURA DO MANOMETRO DE BOURDON A SER CALIBRADO

    LEITURA DO TRANSDUTOR ELTRICO A SER CALIBRADO

    Presso crescente

    Presso decrescente

    Presso crescente

    ERRO (P crescente)

    Presso decrescente

    ERRO (P decrescente)

    Presso crescente ERRO (P crescente)

    Presso decrescente

    ERRO (P decrescente)

    Kgf/cm2 Kgf/cm2 Kgf/cm2 Kgf/cm2 Kgf/cm2 Kgf/cm2 Bar Kgf/cm2 Kgf/cm2 Bar Kgf/cm2 Kgf/cm2