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ENTRAL DE MATERIAL ESTERILIZADO André Luiz Fidelis Lima Biólogo Licenciado Enfermeiro Sanitarista e Intensivista 1

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Central de Material de Esterilização. O que é CME

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CENTRAL DE MATERIAL ESTERELIZADO

CENTRAL DE MATERIAL ESTERILIZADO

Andr Luiz Fidelis LimaBilogo LicenciadoEnfermeiro Sanitarista e Intensivista1CENTRAL DE MATERIAL ESTERILIZADODEFINIO DE CME: o setor unidade ou servio destinado a limpeza, acondicionamento, esterilizao, guarda e distribuio de materiais esterilizados.

OBJETIVOS: fornecer materiais livres de contaminao para serem utilizados nos diversos procedimentos clnicos e cirrgicos e padronizar os procedimentos para o processamento de materiais.2PROFISSIONAIS QUE ATUAM EM CME:Deve haver superviso de um enfermeiro.Recebe e passa planto.Faz relatrios de atividades do setor.Prever e solicita materiais para o planto.Distribui os funcionrios conforme demanda.Elabora escalas dirias, de folga e de frias.Estabelece sistemas de preveno de riscos ocupacionais na unidade de servio.

CENTRAL DE MATERIAL ESTERILIZADO3Deve haver a presena do Tcnico/Auxiliar de enfermagem: executam atividades tcnicas, os quais dever receber treinamentos especficos para atuao na unidade de CME.

Destacando algumas atribuies:Participar das atividades de passagem de planto.Executar as etapas do processamento de materiais em CME.Realizar o registro de produo por planto.Executar e registrar os sistemas de controle de esterilizao.Tudo isso pautado e determinado pelo conselho federal de enfermagem e o profissional deve possuir formao em enfermagem.4RECOMENDAES PARA A REA FSICA DA CME: O planejamento da planta fsica, deve considerar as caractersticas de trabalho e a potencial necessidade de adequao para novas tecnologias.

DINMICA E FLUXOGRAMA DA CME:A dinmica e fluxograma da CME deve impedir a contaminao de artigos j esterilizados, manter a limpeza ambiente, reduzir o risco ocupacional e facilitar o trabalho dos componentes da equipe que a compe.FLUXO DE ARTIGOS EM CME:

1. Recepo de material contaminado2. Limpeza e secagem do material3. Barreira fsica4. Inspeo, preparo, lubrificao e embalagem5. Esterilizao6. Armazenagem7. Distribuio5Critrios recomendados para processar um artigo: os artigos a serem processados, recebem uma classificao de acordo com o potencial de contaminao.Classificao dos artigos:Artigos crticos so envolvidos em alto risco de aquisio de infeco, ou seja, h risco para todos os tipos de agentes infecciosos inclusive esporos. Obs.: devem passar por esterilizao total.Artigos semi-crticos so aqueles que entram em contato mucosas ntegras ou pele no intacta. Devem estar livres de todos os microorganismos, exceto para grande nmero de esporos. Obs: podem ser submetidos a desinfeco de alto nvel.

Artigos no-crticos so aqueles que entram em contato com pele ntegra mas no mucosas. Sabemos que a pele uma barreira natural e efetiva muitos microorganismos. Os artigos apresentam baixo risco infeccioso em sua utilizao.6LIMPEZA DO MATERIAL EM CME: A limpeza nada mais do que a remoo mecnica de exsudato, com o objetivo de reduzir a carga microbiana e manter a vida til do artigo.

CENTRAL DE MATERIAL ESTERILIZADOMtodos de limpeza:Limpadores enzimticos compostos basicamente por enzimas, no qual o agente infeccioso removido facilmente em questo de aproximadamente 3 minutos.7Detergentes e desincrostantes este mtodo utilizado basicamente para promover a limpeza dos artigos somente, porm segue algumas recomendaes de uso: usar somente quando o volume de matria orgnica seja pouco e para cada processamento, usar somente um tipo de soluo. Limpeza manual realizada atravs da frico com escovas e solues de limpeza, com o objetivo de reduzir o mximo os microorganismos dos artigos. E como principal recomendao, expressamente proibido manipular os artigos para limpeza manual sem estar com EPI.Limpeza mecnica desenvolvida atravs de equipamentos do tipo lavadora ultra-snica, e lavadoras de descarga. Estas reduzem risco biolgico ocupacional, pois o profissional no coloca a mo durante o processamento.8Os materiais das diferentes unidades chegam ao CME atravs da rea de recepo. De acordo com a rotina da instituio, os materiais recebidos so anotados em um caderno ou ficha de controle pertinente a cada unidade. Os que estiverem limpos so encaminhados para a rea de acondicionamento, onde sero preparados; os sujos ficam no expurgo, para lavagem.

No expurgo ocorre o processo de lavagem do material sujo encaminhado ao CME cuja atuao muito importante, pois se o material no for lavado de forma correta a esterilizao no se processa adequadamente; consequentemente, permanecer contaminado, oferecendo riscos ao cliente.Aps esta etapa, a limpeza do material pode ser feita com gua, sabo e escova de cerdas, ou atravs de mquinas de limpeza, j que os abrasivos - como esponja de ao ou saponceo - danificam o material. Para cada tipo de material existe uma tcnica de lavagem que assegurar que o mesmo chegue rea de preparo em perfeitas condies de limpeza. Quando da lavagem, deve-se escovar as ranhuras, articulaes e dentes de cada pina, bem como injetar as solues no interior das cnulas e sondas.9Aps o enxague, onde todo o sabo deve ser retirado, os materiais devem ser secos com pano, mquina secadora ou ar comprimido, e posteriormente encaminhado para a rea de preparo.

Nesta rea, indispensvel o uso de equipamento de proteo individual (EPI) constitudo por luvas grossas de cano longo, culos de proteo, mscara e avental impermevel longo; alm disso, deve-se proteger o calado com algum tipo de capa, ou utilizar botas de borracha, o que favorece a proteo dos ps. Esses cuidados so absolutamente necessria pelo fato de que o material a ser lavado considerado contaminado; assim, deve-se tomar todas as precaues para evitar a contaminao do funcionrio.

Os funcionrios da rea de preparo de material so responsveis pela inspeo da limpeza, condies de conservao dos materiais e funcionalidade dos instrumentais, bem como o acondicionamento e identificao dos pacotes, caixas e bandejas. Entre suas atividades, cabe separar os materiais danificados, para posterior substituio.10Os instrumentais cirrgicos, aps verificao de sua limpeza, conservao e funcionamento, sero acondicionada em caixa metlica perfurada ou bandeja de ao inoxidvel, empacotada em campo de algodo.

Para evitar perfuraes durante o manuseio destes materiais, bem como conservar a sua integridade, as tesouras e pinas mais delicadas devem ser protegidas com gaze ou compressa pequena e postas na parte superior da caixa ou bandeja. Por sua vez, as agulhas, porta-agulhas, pinas de campo e pinas para antissepsia devem ser organizadas de acordo com o tipo de cirurgia.

As agulhas metlicas, utilizadas em alguns procedimentos especializados, so acondicionadas em tubo de ensaio com uma bola de algodo no fundo, para proteger suas pontas e outra na boca do tubo para fecha-lo.

Os materiais de borracha e cnulas siliconizadas de baixa presso so acondicionados individualmente em envelope de poliamida ou papel grau cirrgico. As extenses de borracha devem estar enroladas e presas com uma tira de gaze, e acondicionadas em campo de algodo ou em envelope de poliamida ou papel grau cirrgico.11Em algumas instituies, os materiais de corte e as agulhas so acondicionados separadamente em bandeja ou caixa.Ao empacotar os materiais, o invlucro utilizado deve possibilitar tanto a penetrao do agente esterilizante como mant-los protegidos at o momento do uso; portanto, faz-se necessrio verificar a adequao do tipo de invlucro com o processo de esterilizao:

Na autoclave so utilizados campos de tecido de algodo, papis (grau cirrgico e kraft), filme poliamida transparente e caixa metlica perfurada embalada em campo, para permitir a livre circulao do vapor

Na estufa so utilizadas lminas de alumnio, recipiente de vidro refratrio e caixa metlica fechada

O esterilizador de xido de etileno so utilizados filme poliamida transparente e papel grau cirrgico.

12O fechamento do pacote, bandeja ou caixa depende do invlucro e do processo de esterilizao a que ser submetido. Nos pacotes embalados com filme poliamida e papel grau cirrgico o fechamento deste feito por seladora. Os demais, com fita crepe simples, evitando-se deixar aberturas - esta mesma fita utilizada para identificar o pacote e colocar a assinatura do responsvel pelo fechamento.

Existe outra fita crepe especial que deve ser colocada no pacote a qual apresenta listras que, quando submetidas ao do calor, ficam escuras, identificando que o material foi submetido a processo de esterilizao.

A rea de esterilizao, como o prprio nome diz, o local destinado esterilizao dos materiais, pois nela se encontram instalados os equipamentos necessrios a este processo. Aos funcionrios que trabalham nesta rea recomendado o uso de roupa privativa ao setor, bem como luva de amianto para manuseio do equipamento e material - quando os mesmos estiverem quentes, para evitar queimaduras.

13As principais formas de esterilizao so:Por vapor saturado sob presso:O aparelho utilizado para este processo a autoclave, composto por uma cmara - onde se acondiciona o material, por uma vlvula na porta - que mantm a presso interna mediante instrumentos que medem a presso e a temperatura. Seu funcionamento combina a ao do calor, presso e umidade na destruio de microrganismos, por agirem na estrutura gentica da clula.

A autoclave funciona sob presso de 1 a 18 atmosferas, dependendo do equipamento. O tempo de exposio do material ao vapor varia de acordo com o seu tipo, temperatura e presso atmosfrica. De forma geral, para o material de superfcie, o tempo necessrio de 30 minutos em temperatura de 121C ou 15 minutos em temperatura de 134C; para o material de densidade, 30 minutos em temperatura de 121C ou 25 minutos em temperatura de 134C.

14Este tipo de esterilizao est indicado para todo material resistente ao calor mido, como tecido (aventais, campos cirrgicos, campos fenestrados), materiais de borracha e de metal. contra-indicado para materiais termossensveis, como cateteres e materiais de terapia respiratria.

Aps o material ser colocado na autoclave, inicia-se a drenagem do ar dentro da cmara e do ar residual dentro dos pacotes, para que o vapor possa entrar em contato com os materiais neles contidos.

Para assegurar a correta esterilizao dos materiais, faz-se necessria a adoo de alguns cuidados que facilitam a circulao e penetrao do vapor no material, tais como: utilizar somente 80% da capacidade de armazenamento da cmara, com materiais que requeiram o mesmo tempo de esterilizao; evitar que os pacotes encostem-se s paredes do aparelho e entre eles; colocar os pacotes maiores na parte inferior e os menores na parte superior do aparelho, dispondo os jarros, bacias e frascos com a boca para baixo, para facilitar a remoo do ar e do vapor.

Para se verificar se a esterilizao dos materiais est realmente ocorrendo, deve-se observar se a presso e a temperatura esto nos nveis programados, durante todo o ciclo. Caso isto no ocorra, o processo deve ser interrompido e a manuteno do aparelho deve ser solicitada.

Ao trmino do ciclo deve-se entreabrir a porta do aparelho por um perodo de 5 a 10 minutos, para a completa secagem dos pacotes e materiais pelo calor das paredes da cmara.

Finalmente, os pacotes devem ser retirados e s colocados em superfcies frias aps perderem completamente o calor, para evitar a formao de umidade ao contato. Complementando o processo, os pacotes devem ser datados e encaminhados para a sala de armazenamento.

15Por calor seco:Este processo realizado atravs de um aparelho denominado estufa, no qual o calor seco irradiado das paredes laterais e de sua base para destruir os microrganismos. A estufa possui uma cmara para acondicionamento do material e equipamentos para medir a temperatura e controlar o tempo. Seu uso limitado, porque o calor seco no to penetrante como o calor mido e a sua distribuio dentro da cmara no se realizam de modo uniforme.

Como existem vrias controvrsias em relao ao tempo necessrio e a eficcia deste mtodo, o seu uso recomendado apenas para ps, leos e graxas (vaselina lquida ou gaze vaselinada). Na impossibilidade de proceder a esterilizao pelo mtodo de vapor saturado sob presso o uso do calor seco (estufa) pode ser uma possibilidade atentando para os cuidados especficos. A temperatura pode variar de 120C a 2000C, dependendo do material a ser esterilizado e tempo de exposio.

Para garantir a eficcia da esterilizao e integridade dos materiais, recomenda-se colocar pequena quantidade de instrumental nas caixas e utilizar apenas 80% da capacidade da estufa, com materiais que requeiram o mesmo tempo de exposio; as caixas maiores devem ser colocadas sobre os menores, o que melhora a conduo do calor. Jamais deve-se encostar as caixas nas paredes da estufa ou dispor os materiais no centro da mesma - por ser um local de concentrao de pontos frios -, bem como abrir a estufa durante o processo de esterilizao.Decorrido o tempo programado para a esterilizao, o aparelho deve ser desligado e o material esfriado com a estufa fechada.

Aps o que, deve ser retirado e as bordas das caixas e vidros vedadas com fita adesiva. Aps a ltima esterilizao do dia, limpar com pano mido a cmara interna da autoclave e estufa e enxugar, repetindo o mesmo procedimento na superfcie externa.16 Esterilizao por xido de etileno:Os materiais indicados para este tipo de esterilizao so os termossensveis, tais como os marca-passos, prteses, instrumentais de hemodinmica, acessrios de respiradores, materiais com fibras ticas, cnulas siliconizadas de baixa presso e materiais de borracha.

O ciclo de esterilizao compreende o vcuo inicial, a pr umidificao, a entrada do gs na cmara, o tempo de exposio, a exausto do gs e a aerao mecnica, que tem por objetivo remover os resduos de gs pela circulao de ar filtrado por todo o material esterilizadoOs materiais a serem esterilizados devem estar totalmente secos e dispostos de forma a manter um espao entre cada um. Aps fechar o aparelho, aguarda-se que o mesmo atinja os valores adequados de concentrao do gs, temperatura e umidade; somente ento se inicia a contagem do tempo de exposio. Complementando o processo, ajusta-se o tempo de aerao de acordo com as orientaes do fabricante.

Como o xido de etileno um gs txico e carcinognico, o operador responsvel pela remoo do material da cmara deve obrigatoriamente fazer uso de avental, gorro, mscara e luvas de proteo - o que o proteger do contato com o gs.

17Esterilizao por plasma de perxido de hidrognio:

Geralmente, o plasma de perxido de hidrognio utilizado em clnicas de pequeno porte, em vista de sua fcil instalao, ter um tempo de esterilizao de 1 hora e ocupar menor rea fsica.

O aparelho realiza a esterilizao em 5 fases consecutivas: vcuo, injeo, difuso, plasma e exausto. O cassete de perxido de hidrognio introduzido no aparelho e, aps o trmino do processo, automaticamente descartado em recipiente prprio.

Os materiais esterilizados por este processo so os metais, vidros, acrlicos, borrachas e plsticos, que devem estar acondicionados em embalagem isentam de compostos de celulose.18Esterilizao por agentes qumicos lquidos:

Esta esterilizao recomendada apenas quando da impossibilidade de uso dos demais mtodos, pois estes produtos exigem um tempo de exposio muito longo, enxague em soluo estril (gua destila estril), secagem em campos estreis e uso imediato. Durante o processo, a manipulao exige tcnica assptica.

O material precisa estar limpo e seco para evitar alterao na concentrao da soluo, a qual deve ser renovada sempre que houver alterao da colorao, presena de depsito ou vencimento da validade da diluio do produto, conforme as especificaes do fabricante.

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