aula 09 direito administrativo

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  • 7/23/2019 Aula 09 Direito Administrativo

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    Dire i to Adm in i st ra t ivo p ara AFRFB 2015

    Teoria e exerccios com ent ad os

    Pro f . Er ick Al ves - Au l a 09

    Prof. Erick Al ves w w w .estrategiaconcursos .com.br 1 de 109

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    Teoria e exerccios com ent ad os

    Prof . Er ick A l ves - Au l a 09

    EstratgiaC O N C U R S O S W

    AULA 09

    Ol pessoal!

    Na aula anterior finalizamos o estudo dos atos administrativos, que

    so as manifestaes unilaterais da Administrao.

    Na aula de hoje estudaremos as manifestaes bilaterais , isto , os

    "contratos administrativos", assunto importante, diretamente

    relacionado com o tema licitaes, que veremos na aula seguinte.

    Os tpicos a serem estudados so os seguintes:

    SUMRIO

    Contratos administrativos........................................................................................................................4

    Noes gerais..............................................................................................................................................4

    Contratos da Administrao.....................................................................................................................6

    Conceito.......................................................................................................................................................... 9

    Caractersticas............................................................................................................................................10

    Formalismo............................................................................................................................................... 10

    Onerosidade e comutatividade..............................................................................................................13

    Pessoalidade (intuitu personae)............................................................................................................14

    Clusulas necessrias...............................................................................................................................16

    Clusulas exorbitantes.............................................................................................................................20

    Alterao unilateral.................................................................................................................................21

    Resciso unilateral..................................................................................................................................25

    Fiscalizao do contrato......................................................................................................................... 26

    Aplicao de sanes...............................................................................................................................28

    Ocupao temporria..............................................................................................................................32

    Exigncia de garantias............................................................................................................................34

    Restries oposio da exceo do contrato no cumprido......................................................... 37

    Durao dos contratos.............................................................................................................................39

    Execuo dos contratos...........................................................................................................................42

    Formas de receb imento do objeto ........................................................................................................44

    Extino do co ntrato ................................................................................................................................ 47

    Anulao................................................................................................................................................... 47

    Resciso.................................................................................................................................................... 49

    Teoria da impreviso............................................................................................................................... 53

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    Fato do prncipe....................................................................................................................................... 55

    Fato da Administrao............................................................................................................................55

    Caso fortuito e fora maior....................................................................................................................56

    Interferncias imprevistas.....................................................................................................................57Espcies de contratos administrativos...............................................................................................59

    Contratos de servio............................................................................................................................... 59

    Contratos de obra pblica......................................................................................................................59

    Contratos de fornecimento.................................................................................................................... 61

    Contratos de concesso.......................................................................................................................... 61

    Contratos ve r su sconvnios....................................................................................................................62

    Questes de prova.....................................................................................................................................64

    Jurisprudncia............................................................................................................................................89RESUMO DA AULA...................................................................................................................................95

    Questes comentadas na aula............................................................................................................... 98

    Gabarito......................................................................................................................................................109

    Os contratos administrativos, em geral, esto disciplinados nos

    artigos 54 a 80 da Lei 8.666/1993 (Lei de Licitaes e Contratos).

    Recomendo, para um melhor aproveitamento, que voc acompanhe a

    aula com esses dispositivos da lei em mos, e sempre os consulte quando

    forem citados.

    Ademais, considero que a leitura da "lei seca" essencial, pois muitas

    questes de prova, como veremos, podem ser resolvidas apenas com a

    literalidade da norma.

    Preparados? Aos estudos!

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    CONTRATOS ADMINISTRATIVOS

    ________________________ NOES GERAIS________________________

    A Administrao Pblica no desenvolve suas atividades apenas por

    meio de atos unilaterais, aos quais os particulares devem obedincia,

    independentemente de concordncia. Existem atividades em que o Estado

    precisa da colaborao dos particulares, oportunidade em que surge a

    necessidade da celebrao de acordos bilaterais de vontade, isto ,

    contratos, nos quais a formao do vnculo entre o particular e a

    Administrao fica dependente do consenso entre as partes.

    o que ocorre, por exemplo, quando um rgo pblico adquire

    produtos de uma empresa privada ou quando contrata um profissional

    para executar determinado servio de manuteno. Tambm so

    exemplos as concesses de servios pblicos e as parcerias-pblico

    privadas. Todas essas atividades so levadas a efeito mediante contrato.

    Note que, nos exemplos acima, o particular no obrigado a assinar

    o contrato com a Administrao. Ao contrrio, ele tambm tem interesse

    na contratao e, por isso, firma o acordo. Da o carter bilateral do

    contrato, uma das suas caractersticas mais marcantes.

    E esse carter bilateral est presente mesmo considerando que, nos

    contratos administrativos, as clusulas so fixadas unilateralmente pela

    Administrao (contrato de adeso). Isso porque o ajuste s vai ser

    formado caso a outra parte der o seu "de acordo". Falta nos contratos,

    portanto, a imperatividade que caracteriza os atos administrativos

    unilaterais, pois, ao contrrio destes ltimos, aqueles no tm a

    capacidade de impor obrigaes ao particular sem a sua concordncia.

    Frise-se que, embora exista um acordo de vontades na assinatura do

    contrato, os interesses e finalidades visados pela Administrao e pelos

    contratados so opostos ; em um contrato de concesso de servio

    pblico, por exemplo, a Administrao quer a prestao adequada do

    servio enquanto o particular objetiva o lucro.

    Lembrando que os contratos, por sua bilateralidade, no so atos

    administrativos tpicos, mas so enquadrados no conceito de atos da

    Administrao.

    Do exposto at aqui, j podemos afirmar que, toda vez que o Estadofirma compromissos recprocos com terceiros, ele celebra um

    contrato. Para a validade de um contrato, entretanto, no basta a livre

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    manifestao de vontade das partes. E tambm necessrio, por exemplo,

    que o contrato no contrarie disposio legal, que seu objeto seja lcito e

    possvel e que as partes contratantes sejam capazes12.

    A doutrina considera o "contrato administrativo" como uma espciedo gnero contrato. Isso quer dizer que os contratos administrativos

    enquadram-se no conceito geral de contrato como acordo de vontades

    gerador de direitos e obrigaes recprocos . Assim, aps a assinatura

    do ajuste, as partes passam a estar vinculadas s suas clusulas, criando

    o direito de uma parte exigir o cumprimento das obrigaes assumidas

    pela outra.

    O que caracteriza o contrato administrativo no universo dos contratos

    em geral o fato de ser firmado por rgo ou entidade daAdministrao Pblica 2 , que figura num dos polos da relao

    contratual, o polo contratante, enquanto o particular, pessoa fsica ou

    jurd ica , figura no polo oposto, como contratado . Porm, a caracterstica

    que verdadeiramente marca o contrato administrativo o fato de ser

    regido, predominantemente, pelo direito pblico , aplicando-lhe,

    supletivamente, os princpios da teoria geral dos contratos e as

    disposies de direito privado.

    Os contratos administrativos esto disciplinados nos artigos 54 a 80da Lei 8.666/1993 (Lei de Licitaes e Contratos).

    Algumas espcies de contratos administrativos, contudo, se

    submetem a regramento prprio: os contratos de concesses e

    permisses de servios pblicos so disciplinados pela Lei 8.987/1995; j

    as parcerias pblico-privadas se submetem Lei 11.079/2004.

    Nesta aula, nosso objeto de estudo sero os contratos regidos pela

    Lei 8.666/1993. Os demais sero vistos nas aulas especficas. Recomendo,

    para um melhor aproveitamento, que voc estude esta aula juntamentecom os artigos 54 a 80 da Lei de Licitaes em mos.

    Vamos em frente!

    1 Sendo pessoa jurdica e, portanto, apta a contrair direitos e obrigaes, o Estado possui a capacidadenecessria que lhe permite figurar como sujeito de contratos.

    2Abrangendo a Administrao direta e indireta, inclusive as entidades com personalidade jurdica de

    direito privado sob controle do poder pblico e das fundaes por ele institudas ou mantidas.

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    _________________ CONTRATOS DA ADMINISTRAO_________________

    Para a doutrina majoritria, a expresso "contratos da

    Administrao" gnero que abrange todos os contratos celebrados

    pela Administrao Pblica, seja sob regime de direito pblico , seja sobregime de direito p rivado.

    J a expresso "contratos administrativos" reservada para

    designar somente os contratos que a Administrao celebra segundo

    regime jurdico de direito pblico.

    Costuma-se dizer que, nos contratos de direito privado, a

    Administrao se nivela ao particular, numa relao caracterizada pela

    horizontalidade, enquanto nos contratos administrativos a

    Administrao age com todo o seu poder de imprio sobre o particular,

    caracterizando-se a relao jurdica pelo trao da verticalidade3.

    Na verdade, os contratos nunca so regidos apenas pelo direito

    privado ou apenas pelo direito pblico, e sim predominantemente por

    um ou outro regime. Vejamos.

    Contratos privados da Administrao

    Nos contratos regidos predominantemente pelo direito privado, o

    Estado no se despe por completo da observncia de certas normas de

    direito pblico, especialmente as que impem restries Administrao

    necessrias para garantir o respeito s finalidades pblicas e aos direitos

    dos cidados. Nesse sentido, Maria Sylvia Di Pietro assinala que os

    contratos de direito privado devem obedecer a exigncias de forma, de

    3 Di Pietro (2 00 9, p. 251).

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    procedimento, de competncia e de finalidade previstas nas normas

    de direito pblico.

    Ademais, o art. 62, 3, I da Lei 8.666/1993 estabelece que aos

    contratos de direito privado aplicam-se, no que couber, as seguintesnormas previstas na referida lei (normas de direito pblico, portanto):

    Clusulas necessrias (art. 55)

    Clusulas exorbitantes (art. 58)

    Regras de formalizao e eficcia (art. 61).

    Ateno especial deve ser dada possibilidade de os contratos de

    direito privado possurem as chamadas clusulas exorbitantes, que so

    exatamente as que caracterizam os contratos de direito pblico, porencerrarem prerrogativas e privilgios da Administrao em relao aos

    particulares, a exemplo das clusulas que asseguram ao Poder Pblico a

    prerrogativa de, unilateralmente, alterar o contrato ou rescindi-lo antes do

    prazo estabelecido, assim como o poder de fiscalizar a execuo do

    contrato.

    Nos contratos de direito privado firmados pela Administrao, tais

    clusulas no so comuns, mas podem existir , "no que couber", desde

    que livremente pactuadas pelas partes.

    Assim, principalmente pela possibilidade de possurem algumas das

    chamadas clusulas exorbitantes, seria at mais apropriado dizer que,

    nos contratos de direito privado, a Administrao age quase em

    igualdade com o particular, e quase em um plano de horizontalidade.

    Alguns autores chegam a chamar os contratos regidos

    predominantemente por normas de direito privado de

    contratos semipblicos ou contratos adm inistrativos atpicos.

    So contratos de direito privado da Administrao, por exemplo, oscontratos de compra e venda, locao, seguro, financiamento, doao

    etc., bem como aos contratos em que a Administrao for parte como

    usuria de servio pblico (ex: contrato de fornecimento de energia

    eltrica para reparties pblicas).

    Contratos administrativos

    Diferentemente dos contratos privados, os contratos

    administrativos so regidos predominantemente pelo direito pblico .

    Mas, havendo alguma lacuna legislativa no trato de determinada situao,

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    podem ser aplicadas, supletivamente (subsidiariamente) as normas de

    direito privado, conforme dispe o art. 54 da Lei de Licitaes:

    Art. 54. Os contratos administrativos de que trata esta Lei regulam-se

    pelas suas clusulas e pelos preceitos de direito pblico, aplicando-se-lhes,

    supletivamente, os princpios da teoria geral dos contratos e as disposies de

    direito privado.

    O regime de direito pblico aplicvel aos contratos administrativos

    caracterizado pela existncia de prerrogativas especiais para a

    Administrao, as ditas clusulas exorbitantes, que so indispensveis

    para assegurar a posio de supremacia do Poder Pblico sobre o

    contratado e a prevalncia do interesse pblico sobre o particular.

    Ressalte-se, contudo, que mesmo nos contratos administrativos

    regidos predominantemente pelo direito pblico, sempre ser necessria a

    livre manifestao de vontade do particular para a formao do vnculo

    contratual.

    Detalhe que, nos contratos administrativos, as clusulas

    exorbitantes existem implicitamente, ainda que no expressamente

    previstas. J nos contratos de direito privado celebrados pela

    Administrao, tais clusulas tm que ser expressamente previstas4.

    \ ' k ESSA CAI .

    \ prova!_

    1. (Cespe - AGU 2013) Os contratos administrativos, embora bilaterais, no se

    caracterizam pela horizontalidade, j que as partes envolvidas no figuram em

    posio de igualdade.

    Comentrios: O item est correto. O principal atributo dos contratos

    administrativos a desigualdade entre as partes, caracterizada pelopredomnio da vontade da Administrao sobre a do outro contratante. O

    efeito dessa desigualdade consiste na atribuio, pela prpria lei, de

    vantagens especiais destinadas Administrao, as denominadas clusulas

    exorbitantes, prprias do regime de direito pblico a que submetem os

    contratos administrativos, a exemplo da possibilidade de alterao e de

    resciso unilateral, da fiscalizao e da aplicao de sanes.

    Ressalte-se que tais privilgios esto presentes mesmo quando a

    contratao efetivada por pessoa administrativa de direito privado, como

    empresas pblicas e sociedades de economia mista (apenas no que se refere

    4 Di Pietro (2009, p. 257).

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    aos contratos administrativos, firmados para a execuo de suas atividades

    meio). Assim, por exemplo, um contrato de obras celebrado por empresa

    pblica se subordina a regime bsico de direito pblico (trata-se, portanto, de

    um contrato administrativo), ao contrrio dos contratos das atividades fim,

    que so contratos de direito privado.

    Gabarito: Certo

    Vistas as principais diferenas entre os contratos de direito privado

    firmados pela Administrao e os contratos administrativos propriamente

    ditos, passemos a nos concentrar apenas nestes ltimos, comeando pelo

    seu conceito.

    CONCEITO

    De forma simples, pode-se conceituar o contrato administrativo da

    seguinte forma5:

    Contrato administrativo: ajuste firmado entre a Administrao

    Pblica e um particular, regulado basicamente pelo direito pblico, e tendo

    por objeto uma atividade que, de alguma forma, traduza interessepblico.

    O ponto chave dessa definio est na parte que diz que os contratos

    administrativos so "regulados basicamente pelo direito pblico".

    Afinal, s o fato de o Estado ser sujeito na relao contratual no

    serve, isoladamente, para caracterizar o contrato administrativo. O

    mesmo deve ser dito em relaao ao objeto: que no s os contratos

    administrativos, mas tambm os contratos privados da Administrao

    devem ter, fatalmente, um objetivo que traduza o interesse pblico.

    Assim, tais elementos (sujeito e objeto) tm que ser sempre

    conjugados com o regime jurdico , este sim o elemento marcante e

    diferencial dos contratos administrativos, nos quais a Administrao

    Pblica atua na qualidade de Poder Pblico, dotada, por isso, de

    prerrogativas caractersticas de direito pblico (supremacia).

    5Carvalho Filho (2014, p. 175)

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    CARACTERSTICAS

    A doutrina costuma apontar como caractersticas principais dos

    contratos administrativos serem eles sempre consensuais e, em regra,

    formais, onerosos, comutativos e celebrados intuitu personae

    (devem em princpio, ser executados pelo contratado, no se admitindo a

    livre subcontratao).

    Para quem gosta de mnemnicos, segue um clssico para lembrar as

    caractersticas dos contratos administrativos:

    CoFOCol

    Co nsensuais

    F ormais

    O nerosos

    CO mutatividade

    I ntuitu personae

    Alm dessas caractersticas, os contratos administrativos devem, em

    regra, ser precedidos de licitao, exceto nas hipteses de dispensa e

    inexigibilidade expressamente previstas em lei.

    Vamos detalhar essas caractersticas.

    _________________________ FORMALISMO_________________________

    Para caracterizar o contrato administrativo, no basta o consenso

    das partes; necessrio, ainda, que se observem certos requisitos

    formais que, no essencial, esto previstos nos artigos 60 a 62 da

    Lei 8.666/1993.

    Em regra, os contratos administrativos devem ser formais e

    escritos.

    Porm, nem sempre o contrato verbal nulo e sem nenhum

    efeito, pois, o prprio legislador autoriza sua celebrao para pequenas

    compras (e no servios, cuidado!) de pronto pagamento (valores no

    superiores a R$ 4.000,00), o chamado regime de adiantamento (art. 60,

    pargrafo nico).

    Ademais, todo contrato deve mencionar os nomes das partes e os deseus representantes, a finalidade, o ato que autorizou a sua lavratura, o

    nmero do processo da licitao, da dispensa ou da inexigibilidade, a

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    sujeio dos contratantes s normas da Lei 8.666/1993 e s clusulas

    contratuais (art. 61).

    A formalizao por escrito dos contratos ocorre, de regra, nas

    reparties interessadas, o que facilita o controle interno e externoexercido por parte dos rgos competentes. Porm, em relao aos

    contratos relativos a direitos reais sobre imveis, exige-se que o

    instrumento de contrato seja lavrado em cartrio de notas. So

    exemplos de direitos reais (art. 1.225 do Cdigo Civil de 2002): a

    propriedade; a superfcie; o penhor; a hipoteca; a anticrese; a concesso

    de uso especial para fins de moradia; e concesso do direito real de uso.

    Alm desses requisitos, o resumo do instrumento do contrato ,

    qualquer que seja seu valor (inclusive os contratos sem nus), deve serpublicado na imprensa oficial, como condio indispensvel

    eficcia do contrato (art. 61, pargrafo nico).

    Nos contratos decorrentes de inexigibilidade ou dispensa de licitao,

    a eficcia depende, alm da publicao do resumo do instrumento,

    tambm da publicao da ratificao pela autoridade superior dos atos

    de inexigibilidade e dispensa (art. 26).

    Conforme o art. 62 da Lei 8.666/1993, o instrumento de contrato

    (vale dizer, o documento formal, assinado pelas partes) obrigatrionos casos de concorrncia e de tomada de preos6, bem como nas

    dispensas e inexigibilidades cujos preos estejam compreendidos nos

    limites destas duas modalidades de licitao.

    Nos demais casos, o instrumento de contrato facultativo , hiptese

    em que a Administrao dever substitu-lo por outros instrumentos

    hbeis, tais como carta-contrato, nota de empenho de despesa,

    autorizao de compra ou ordem de execuo de servio.

    O instrumento de contrato tambm facultativo nos casos de

    compra com entrega imediata e integral dos bens adquiridos, dos quais

    no resultem obrigaes futuras, inclusive assistncia tcnica. Nessa

    hiptese, a faculdade independe de valor, aplicando-se, inclusive, s

    compras decorrentes das modalidades de licitao concorrncia ou tomada

    de preos (art. 62, 4).6

    6 Concorrncia e tomada de preos so modalidades de licitao, assunto que estudaremos na prxima

    aula.

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    Requisitos formais dos contratos administrativos

    Devem ser formais e escritos.

    Podem ser verbais para pequenas compras.

    A formalizao ocorre nas reparties interessadas ou, no caso de

    direitos reais sobre imveis, nos cartrios de notas.

    Devem ser publicados na imprensa oficial, independente do valor.

    O instrumento de contrato obrigatrio nos casos cujo valor se enquadre

    nos limites de concorrncia e de tomada de preos.

    O instrumento de contrato facultativo nas compras com entrega

    imediata e integral, independente do valor.

    2. (Cespe - CNJ 2013) Em virtude do princpio do formalismo, os contratos

    administrativos devem ser formalizados por meio de instrumento escrito, salvo os de

    pequenas compras para pronto pagamento, em que se admite contrato verbal com aadministrao pblica.

    Comentrio: O item est correto. Para a compreenso do gabarito,

    suficiente conhecer o art. 60 da Lei 8.666/1993:

    Art. 60. Os contratos e seus aditamentos sero lavrados nas reparties interessadas,as quais mantero arquivo cronolgico dos seus autgrafos e registro sistemtico doseu extrato, salvo os relativos a direitos reais sobre imveis, que se formalizam por

    instrumento lavrado em cartrio de notas, de tudo juntando-se cpia no processo quelhe deu origem.

    Pargrafo nico. nulo e de nenhum efeito o contrato verbal com a Administrao,salvo o de pequenas compras de pronto pagamento, assim entendidas aquelas devalor no superior a 5% (cinco por cento) do limite estabelecido no art. 23, inciso II,

    alnea "a" desta Lei, feitas em regime de adiantamento.

    Gabarito: Certo

    3. (Cespe - TRT10 2013) Para os fins legais, somente ser considerado contrato o

    ajuste firmado entre a administrao pblica e particular que seja assim

    expressamente denominado em documento formal por escrito.

    Comentrio: O quesito est errado, nos termos do art. 2, pargrafo nico

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    da Lei 8.666/1993:

    Pargrafo nico. Para os fins desta Lei, considera-se contrato todo e qualquer ajuste

    entre rgos ou entidades da Administrao Pblica e particulares, em que haja um

    acordo de vontades para a formao de vnculo e a estipulao de obrigaes

    recprocas, seja qual for a denominao utilizada.

    Ademais, em hipteses excepcionais, a lei admite a celebrao de

    contratos verbais, em casos de pequenas compras de pronto pagamento (o

    chamado regime de adiantamento). Portanto, embora seja a regra, nem sempre

    os contratos administrativos sero firmados mediante documento formal por

    escrito.

    Gabarito: Errado

    4. (Cespe - MIN 2013) O resumo do instrumento de contrato deve ser publicado naimprensa oficial no prazo mximo de vinte dias, contados a partir do quinto dia til do

    ms seguinte ao de sua assinatura.

    Comentrio: O item est correto. Nesse caso, a resposta est no art. 61,

    pargrafo nico da Lei 8.666/1993:

    Art. 61. Todo contrato deve mencionar os nomes das partes e os de seus

    representantes, a finalidade, o ato que autorizou a sua lavratura, o nmero do

    processo da licitao, da dispensa ou da inexigibilidade, a sujeio dos contratantes

    s normas desta Lei e s clusulas contratuais.

    Pargrafo nico. A publicao resumida do instrumento de contrato ou de seus

    aditamentos na imprensa oficial, que condio indispensvel para sua eficcia,

    ser providenciada pela Administrao at o quinto dia til do ms seguinte ao de

    sua assinatura, para ocorrer no prazo de vinte dias daquela data, qualquer que

    seja o seu valor, ainda que sem nus, ressalvado o disposto no art. 26 desta Lei.

    Gabarito: Certo

    ________________ ONEROSIDADE E COMUTATIVIDADE________________

    Outra caracterstica dos contratos administrativos diz respeito ao seu

    carter oneroso . Os contratos firmados pela Administrao geram nus

    financeiro . De regra, esse nus da Administrao, que pagar pelo que

    contrata.

    Por outro lado, h contratos celebrados pela Administrao nos quais,

    no lugar de adquirir algo, haver alienao (venda), e, claro, haver nus

    por parte dos particulares e no da Administrao contratante.

    Os contratos administrativos tambm possuem carter comutativo ,porque as partes do contrato so compensadas reciprocamente; em

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    outras palavras, existe equivalncia entre as obrigaes ajustadas pelas

    partes7 . Por exemplo: enquanto o particular possui a obrigao de

    fornecer determinado bem previsto no contrato, a Administrao possui a

    obrigao de pagar um valor justo por ele.

    __ ______________PESSOALIDADE (INTUITU PERSONAE)__ ______________

    Tal caracterstica dos contratos administrativos decorre da tese de

    que o particular contratado o que melhor comprovou as condies de

    contratar com a Administrao, devendo, portanto, ser o responsvel

    pela execuo do contrato.

    Dessa forma, os contratos administrativos so pessoais, celebrados

    intuitu personae, ou seja, exige-se que o objeto seja executado pelo

    prprio contratado, no se admitindo, de regra, a subcontratao

    (o contratado no pode, livremente, repassar a terceiros a execuo do

    contrato).

    Mas, como toda regra, sempre h uma exceo. Com efeito, o art. 72

    da Lei 8.666/1993 prev a possibilidade de subcontratao parcial

    (e no total!) de obra, servio ou fornecimento, desde que esteja:

    s prevista no edital; e

    s prevista no contrato; eCondies

    cumulativas'-

    s dentro do limite admitido, em cada caso, pela Administrao.

    Ressalte-se que a Administrao deve estabelecer os limites das

    partes do objeto do contrato cuja execuo poder ser subcontratada.

    Ademais, a subcontratao no isenta o particular contratado das

    suas responsabilidades legais e contratuais, conforme dispe o art. 72 da

    lei.

    ESSA CAI

    na prova!_

    5. (Cespe - MTE 2014) Todos os contratos para os quais a lei exige licitao so

    firmados intuitu personae, ou seja, em razo de condies pessoais do contratado,

    apuradas no procedimento da licitao.

    Comentrio: Aqui a banca reproduziu, ipsis litteris,um trecho da obra da

    Prof. Di Pietro no qual ela afirma textualmente que todos os contratos para os

    7 Carvalho Filho (2014, p. 180).

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    quais a lei exige licitao so firmados intuitu personae, ou seja, em razo de

    condies pessoais do contratado, apuradas no procedimento da licitao,

    da a sua correo.

    De fato, os contratos administrativos so pessoais, celebrados intuitu

    personae, de modo que sua execuo deve ser levada a termo pela mesma

    pessoa (fsica ou jurdica) que se obrigou perante a Administrao aps o

    procedimento licitatrio. Ora, a licitao tem o objetivo de selecionar a pessoa

    mais apta para executar o objeto do contrato. Assim, no seria razovel a

    Administrao celebrar o contrato com o segundo ou o terceiro colocado na

    licitao. Alis, isso vedado de forma expressa no art. 50 da Lei 8.666/1993:

    Art. 50. A Administrao no poder celebrar o contrato com preterio da ordem de

    classificao das propostas ou com terceiros estranhos ao procedimento licitatrio,

    sob pena de nulidade.

    Entretanto, a lei admite a subcontratao (sempre parcial), de obra,

    servio ou fornecimento, desde que essa possibilidade esteja prevista no

    edital e no contrato e, ainda, que esteja dentro do limite admitido, em cada

    caso, pela Administrao.

    Vale ressaltar que a subcontratao no retira o carter intuitu persone

    do contrato. Tanto assim que a subcontratao no isenta o particular

    contratado das suas responsabilidades legais e contratuais, conforme dispe

    o art. 72 da lei.Gabarito: Certo

    6. (Cespe - Polcia Federal 2014) O princpio da impessoalidade, no que se refere

    execuo de obras pblicas, probe a subcontratao de empresas para a

    execuo de parte do servio licitado, porquanto a escolha pessoal do

    subcontratado pelo contratado viola o interesse pblico.

    Comentrio: O quesito estg errado, pois a Lei 8.666/1993 permite a

    subcontratao parcial de obra, servio ou fornecimento, at o limite admitido,

    em cada caso, pela Administrao, desde que a possibilidade esteja prevista

    no edital e no contrato. Vejamos:

    Art. 72. O contratado, na execuo do contrato, sem prejuzo das responsabilidades

    contratuais e legais, poder subcontratar partes da obra, servio ou fornecimento, at

    o limite admitido, em cada caso, pela Administrao.

    No obstante, importante saber que a Lei 8.666/1993 prev

    determinados tipos de contratos que no admitem subcontratao (os

    chamados contratos personalssimos). Vejamos o que dispe o 3 do

    art. 13: 3o A empresa de prestao de servios tcnicos especializados que apresente

    relao de integrantes de seu corpo tcnico em procedimento licitatrio ou

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    como elemento de justificao de dispensa ou inexigibilidade de licitao , ficar

    obrigada a garantir que os referidos integrantes realizem pessoal e diretamente os

    servios objeto do contrato.

    Como se v, os contratos que no admitem subcontratao so aquelesnos quais o nome do pessoal que ir executar os servios constituiu fatorrelevante para a contratao, de tal sorte que a substituio desse pessoaldescaracterizaria totalmente a validade da proposta da empresa vencedora.

    Gabarito: Errado

    CLUSULAS NECESSRIAS

    Os contratos devem estabelecer com clareza e preciso as

    condies para sua execuo, expressas em clusulas que definam os

    direitos, obrigaes e responsabilidades das partes, em conformidade com

    os termos da licitao e da proposta a que se vinculam.

    Os contratos administrativos enquadram-se na categoria dos

    denominados contratos de adeso, isto , contratos em que uma das

    partes prope as clusulas do acordo e a outra se limita a aceita- las ou

    no. No caso, quem define as clusulas do contrato a Administrao,

    cabendo ao particular apenas aceitar ou no as condies impostas para a

    formao do vnculo, sendo-lhes vedado propor qualquer alterao nessas

    clusulas.

    Alis, a Lei 8.666/ 1993 obriga que a minuta do futuro contrato

    sempre integre o edital ou ato convocatrio da licitao, de modo a

    permitir que o particular j participe do certame conhecendo os termos do

    contrato que ir celebrar caso saia vencedor (art. 62, 1). Assim, a

    simples apresentao de proposRas pelos licitantes equivale aceitao da

    oferta feita pela Administrao.

    O art. 55 da Lei 8.666/1993 define que "so clusulas necessrias

    em todo contrato as que estabeleam":

    I. Objeto.

    I I . Regime de execuo ou forma de fornecimento.

    I I I . Preo, condies de pagamento e critrios de ajuste.

    IV. Prazos de incio e de concluso, de entrega.

    V. Crdito pelo qual correr a despesa.

    VI. Garantias oferecidas, quando exigidas.

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    VII. Direitos e responsabilidades das partes, penalidades cabveis e valoresdas multas.

    VIII.Casos de resciso.

    IX. Reconhecimento de direitos da Administrao em caso de resciso porinexecuo do contrato.

    X. Condies de importao, quando for o caso.

    XI. Vinculao ao edital de licitao ou ao termo que a dispensou.

    XII. Legislao aplicvel.

    XIII. Obrigao do contratado de manter as condies de habilitao equalificao exigidas na licitao.

    Detalhe interessante que, apesar de o art. 55 da lei usar aexpresso clusula "necessria", a doutrina ensina que nem todas as

    clusulas nele previstas so realmente obrigatrias , uma vez que a

    ausncia de algumas delas no descaracteriza o contrato administrativo.

    s ver, por exemplo, a clusula do item VI acima, que trata das garantias

    oferecidas para assegurar a plena execuo do contrato, quando exigidas,

    demonstrando no corresponder exatamente a uma clusula obrigatria

    em todo contrato administrativo.

    Segundo Maral J usten Filho, a rigor, so obrigatrias apenas asclusulas correspondentes aos incisos I , I I , I I I , I V e V I I .As demais ou

    so dispensveis, porque sua ausncia no impede a incidncia de

    princpios e regras gerais, ou so facultativas, devendo ser previstas de

    acordo com a natureza e as peculiaridades de cada contrato. Para fins de

    prova, porm, devemos dar preferncia literalidade da lei e considerar

    necessrias todas as clusulas previstas no art. 55.

    7. (Cespe - TCU 2010) O regime de execuo ou a forma de fornecimento constitui

    clusula necessria em todo contrato firmado pela administrao pblica.

    Comentrio: O item est correto, nos termos do art. 55, inciso II daLei 8.666/1993, o qual convm transcrever para vocs conhecerem:

    Art. 55. So clusulas necessrias em todo contrato as que estabeleam:

    I - o objeto e seus elementos caractersticos;

    II - o regime de execuo ou a forma de fornecimento;

    III - o preo e as condies de pagamento, os critrios, data-base e periodicidade do

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    reajustamento de preos, os critrios de atualizao monetria entre a data do

    adimplemento das obrigaes e a do efetivo pagamento;

    IV - os prazos de incio de etapas de execuo, de concluso, de entrega, de

    observao e de recebimento definitivo, conforme o caso;

    V - o crdito pelo qual correr a despesa, com a indicao da classificao funcional

    programtica e da categoria econmica;

    VI - as garantias oferecidas para assegurar sua plena execuo, quando exigidas;

    VII - os direitos e as responsabilidades das partes, as penalidades cabveis e os

    valores das multas;

    VIII - os casos de resciso;

    IX - o reconhecimento dos direitos da Administrao, em caso de resciso

    administrativa prevista no art. 77 desta Lei;

    X - as condies de importao, a data e a taxa de cmbio para converso, quando for

    o caso;

    XI - a vinculao ao edital de licitao ou ao termo que a dispensou ou a inexigiu, ao

    convite e proposta do licitante vencedor;

    XII - a legislao aplicvel execuo do contrato e especialmente aos casos

    omissos;

    XIII - a obrigao do contratado de manter, durante toda a execuo do contrato, em

    compatibilidade com as obrigaes por ele assumidas, todas as condies de

    habilitao e qualificao exigidas na licitao.

    Gabarito: Certo

    8. (Cespe - MPTCDF 2013) No contrato administrativo, vedada a existncia declusula compromissria que institua o juzo arbitrai para dirimir conflitos relativos a

    direitos patrimoniais disponveis pertencentes a sociedade de economia mista.

    Comentrio: O quesito est errado. Clusula compromissria o ato pormeio do qual as partes contratantes formalizam seu desejo de submeter

    arbitragem eventuais divergncias ou litgios passveis de ocorrer ao longo daexecuo da avena. uma forma de solucionar a pendncia sem anecessidade de acionar o Poder Judicirio, sendo, portanto, um meio maisclere de soluo de conflitos.

    Segundo a jurisprudncia do STJ , so vlidos e eficazes os contratosfirmados pelas sociedades de economia mista exploradoras de atividade

    econmica de produo ou comercializao de bens ou de prestao de

    servios (CF, art. 173, 1) que estipulem clusula compromissria

    submetendo arbitragem eventuais litgios decorrentes do ajuste (Resp

    612.439/RS, de 25/10/2005; MS 11.308/DF, de 9/4/2008. Para aquele TribunalSuperior, esse tipo de ajuste s pode ocorrer em hipteses envolvendo

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    direitos disponveis, a exemplo dos direitos patrimoniais das empresasestatais, que possuem natureza contratual ou privada. Lembrando que osdireitos patrimoniais correspondem ao chamado interesse pblico secundrio,que visa ao aumento de receitas ou diminuio de gastos da entidade. ocaso, por exemplo, de um conflito envolvendo o Brasil e um cliente acerca docontrato de carto de crdito celebrado entre ambos.

    Sobre o tema, vale ainda dar uma olhada no seguinte trecho da Ementado Resp 904.813/PR, de 28/2/2012:

    5. Tanto a doutrina como a jurisprudncia j sinalizaram no sentido de que no existe

    bice legal na estipulao da arbitragem pelo poder pblico , notadamente pelas

    sociedades de economia mista, admitindo como vlidas as clusulas

    compromissrias previstas em editais convocatrios de licitao e contratos.

    6. O fato de no haver previso da arbitragem no edital de licitao ou no

    contrato celebrado entre as partes no invalida o compromisso arbitral firmado

    posteriormente.

    7. A previso do juzo arbitral, em vez do foro da sede da administrao (jurisdio

    estatal), para a soluo de determinada controvrsia, no vulnera o contedo ou as

    regras do certame.

    8. A clusula de eleio de foro no incompatvel com o juzo arbitral, pois o mbito

    de abrangncia pode ser distinto, havendo necessidade de atuao do Poder

    Judicirio, por exemplo, para a concesso de medidas de urgncia; execuo da

    sentena arbitral; instituio da arbitragem quando uma das partes no a aceita de

    forma amigvel.

    9. A controvrsia estabelecida entre as partes - manuteno do equilbrio

    econmico financeiro do contrato - de carter eminentemente patrimonial e

    disponvel, tanto assim que as partes poderiam t-la solucionado diretamente, sem

    interveno tanto da jurisdio estatal, como do juzo arbitral.

    Por fim, ressalte-se que a Lei de Concesses de Servios Pblicos(Lei 8.987/1995) e a Lei da Paneeria Pblico-Privada (Lei 11.079/2004) jpreveem, de forma expressa, o uso da arbitragem.

    Gabarito: Errado

    9. (Cespe - Polcia Federal 2014) Como o contrato administrativo um contrato deadeso, todo o seu contedo ser definido unilateralmente pela prpria

    administrao.

    Comentrio: Segundo a Maria Sylvia Di Pietro, todas as clusulas doscontratos administrativos so fixadas unilateralmente pela Administrao".

    Prossegue a autora: costuma-se dizer que, pelo instrumento convocatrio da

    licitao (que vai acompanhado da minuta do contrato), o Poder Pblico faz

    uma oferta a todos os interessados, fixando as condies em que pretende

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    contratar; a apresentao de propostas pelos licitantes equivale aceitao da

    oferta feita pela Administrao

    Entretanto, algumas das clusulas necessrias noso, a rigor, fixadas

    unilateralmente pela Administrao, o que justifica o gabarito da banca. Umadelas o preo, que depende da proposta oferecida pelo contratado na

    licitao. A outra a garantia que, nos termos do art. 56, 1 da Lei 8.666/1993,

    dever ser escolhida pelo contratado dentre as alternativas elencadas na lei

    (cauo, seguro-garantia ou fiana bancria).

    Gabarito: Errado

    CLUSULAS EXORBITANTES

    As clusulas exorbitantes, tambm denominadas de clusulas de

    privilgio, so as prerrogativas de direito pblico conferidas pela lei

    Administrao na relao do contrato administrativo, dotando-a de uma

    posio de supremacia em relao parte contratada8.

    A doutrina aponta a presena de clusulas exorbitantes como a

    principal caracterstica dos contratos administrativos. Afinal, tais clusulas

    so chamadas "exorbitantes" justamente porque extrapolam aquilo que

    existe, aquilo que seria admitido no direito comum9. Nos contratos de

    direito privado, celebrados entre particulares, as partes esto em situao

    de igualdade jurdica; j nos contratos administrativos, em razo das

    clusulas exorbitantes, a Administrao se situa numa posio de

    supremacia em relao parte contratada.

    As principais clusulas exorbitantes previstas na Lei 8.66610so:

    S Alterao unilateral do contrato (art. 58, I);

    S Resciso unilateral (art. 58, I I );

    S Fiscalizao da execuo do contrato (art. 58, i i i) ;

    S Aplicao de sanes (art. 58, i v );

    S Ocupao de bens mveis, imveis, pessoal e servios vinculados ao objeto do

    contrato, quando o ajuste visa prestao de servios essenciais (art. 58, v);

    S Exigncias de garantias pela Administrao (art. 56);

    S Restries oposio, pelo contratado, da exceo do contrato no cumprido

    (art. 78, XV).8910

    8 Carvalho Filho (2014, p. 193).

    9 Alexandrino e Paulo (2014, p. 540).

    10 Ver art. 58; art. 56 e art. 78, XV.

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    Como se v, o art. 58 da Lei 8.666/1993 o que elenca a maioria dasclusulas exorbitantes, embora existam outras dispersas pela lei.

    Vamos estudar cada uma delas!

    ____________________ ALTERAO UNILATERAL__ __ __ __ __ __ __ __ __ __ _

    Em algumas situaes, a Administrao pode alterar unilateralmente

    as clusulas do contrato, independentemente do consentimento docontratado, mas sempre respeitando, lgico, o interesse pblico .

    As alteraes unilaterais devem ser sempre motivadas e, ademais,

    devem respeitar a natureza do contrato , no que diz respeito ao seu

    objeto (no se pode alterar um contrato de venda para um de permuta,ou um contrato de vigilncia para um de limpeza, por exemplo).

    Mais especificamente, o art. 65, I da Lei 8.666/1993 estabelece a

    possibilidade de alterao unilateral do contrato pela Administrao nos

    seguintes casos:

    O Hipteses de alterao un ilateral do c on trato pelaAdministrao :

    Qualitativa: quando houver modificao do projeto ou dasespecificaes, para melhor adequao tcnica aos seus objetivos.

    Quantitativa: quando necessria a modificao do valor contratual emdecorrncia de acrscimo ou diminuio quantitativa de seu objeto.

    Como se v, a lei prev duas modalidades de alterao unilateral: aprimeira qualitativa, porque corre quando h necessidade de alterar o

    prprio projeto ou as suas especificaes, mantendo inalterado o objeto,

    em natureza e dimenso; a segunda quantitativa, porque envolveacrscimo ou diminuio do valor contratual em razo de alteraes na

    dimenso ou quantidade do objeto.

    importante observar que a lei estabelece um limite para os

    acrscimos e supresses que se fizerem nas obras, servios oucompras. Esse limite, regra geral, de at 25% do valor inicial

    atualizado do contrato, vlido tanto para os acrscimos como para as

    supresses.

    Por exemplo: um contrato de manuteno de elevadores, com valor

    contratual atualizado de R$ 100.000,00/ano, no pode ultrapassar

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    R$ 125.000,00 (acrscimos) ou ficar aqum dos R$ 75.000,00

    (supresses). Perceba que tais acrscimos ou supresses no valor

    contratual podem decorrer de alteraes qualitativas no objeto (ex: a

    manuteno que antes era feita usando a tcnica X passou a ser feita coma tcnica Y) ou quantitativas (ex: a manuteno que antes era feita duas

    vezes por ms passou a ser feita quatro vezes).

    J quando o objeto do contrato for reforma de ed ifcios ou de

    equipamentos, o limite ser de at 50 % , que s se aplica para

    acrscimos e no para supresses.

    O limite para acrscimos e supresses unilaterais

    no contrato de at 2 5 % , EXCETO no caso de

    reforma de edifc ios ou de equipamentos,em queo limite de a t 5 0 % ,s para acrscimos11.

    A lei, portanto, confere Administrao o direito de exigir que o

    contratado se submeta s alteraes impostas nesses limites, ao mesmo

    tempo em que comina ao contratado a obrigao de aceita- las. No se

    submetendo s alteraes, o contratado considerado como

    descumpridor do contrato, dando margem a que a Administrao rescinda

    o ajuste, atribuindo-lhe culpa pela resciso.

    Da mesma forma, em regra, a Administrao no pode impor

    alteraes alm dos limites da lei. Com efeito, nenhum acrscimo ou

    supresso poder exceder os referidos limites, salvo as supresses

    resultantes de acordo celebrado entre os contratantes (art. 65, 2,

    II). Veja que a lei admite a extrapolao dos limites apenas para as

    supresses (e no para os acrscimos!), e desde que haja acordo entre as

    partes. Nesse caso, como h acordo, no se trata de alterao unilateral,

    ou seja, no exemplo de clusula exorbitante.

    A possibilidade de alterao unilateral do contrato pela Administraoabrange apenas as chamadas clusulas regulamentares, de execuo

    ou de servio, que so aquelas que dispem sobre o objeto do contrato e

    seu modo de execuo, isto , sobre como o contrato ser executado

    (ex: quantidades contratadas, tipo de servio a ser desempenhado).

    Por outro lado, as denominadas clusulas econmico-financeiras

    nunca podem ser modificadas unilateralmente. Tais clusulas so as que

    estabelecem a relao entre as obrigaes do contratado e a remunerao

    11 Segundo o entendimento do Tribunal de Contas da Unio, tanto as alteraes quantitativas como asqualitativas estariam sujeitas aos limites de 25% ou 50% previstos na Lei 8.666/1993. Parte da doutrina, contudo (ex: Di Pietro), entende que os limites se aplicam apenas para as alteraes quantitativas.

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    devida pela Administrao, isto , o equ ilbrio econmico- financeiro do

    contrato, o qual deve ser mantido durante toda execuo do ajuste.

    Alis, essa impossibilidade de alterao unilateral da equao

    econmico-financeira do contrato est prevista de forma expressa noart. 58, 1 da Lei 8.666/1993, segundo o qual "as clusulas econmico-

    financeiras e monetrias dos contratos administrativos no podero ser

    alteradas sem prvia concordncia do contratado". Ademais, no art. 65,

    6, a lei prev que "em havendo alterao unilateral do contrato que

    aumente os encargos do contratado, a Administrao dever

    restabelecer, por aditamento, o equilbrio econmico-financeiro

    iniciai".

    Assim, na hiptese de alterao unilateral, "as clusulas econmico-financeiras do contrato devero ser revistas para que se mantenha o

    equilbrio contratual" (art. 58, 2). E essa previso da lei decorre

    diretamente da Constituio Federal (art. 37, XXI), que exige, nos

    processos de licitao para obras, servios, compras e alienaes, a

    manuteno das "condies efetivas da proposta".

    Por exemplo: suponha que a Administrao tenha adquirido

    100 bens, comprometendo-se a pagar R$ 100,00, portanto, R$ 1,00 por

    bem. A lei permite (art. 65, 1) que a Administrao acresa ou diminuaas quantidades contratadas em at 25%, sendo obrigatria a observncia

    por parte do contratado, desde que se mantenha o necessrio equilbrio

    econmico-financeiro. Dessa forma, se a Administrao, no lugar de

    100 bens, quiser o fornecimento de 125 bens, a empresa contratada ficar

    obrigada a fornec-los; entretanto, a fim de preservar o equilbrio

    econmico-financeiro do contrato, a remunerao devida pela

    Administrao passar de R$ 100,00 para R$ 125,00 12 . O mesmo

    raciocnio se aplica na hiptese de reduo unilateral do objeto do

    contrato.

    Perceba, no exemplo, que se o valor total devido pela Administrao

    aps a alterao unilateral continuasse o mesmo previsto inicialmente

    (R$ 100,00), haveria quebra do equilbrio econmico-financeiro do ajuste,

    em desfavor do contratado, visto que cada bem estaria saindo a R$ 0,80

    (R$ 100,00 r 125 bens), e no mais a R$ 1,00, como na equao

    financeira original.

    12 Nesse exemplo, estamos desconsiderando eventuais atualizaes do valor inicial do contrato. Mas no

    se esquea de que o limite de acrscimos e supresses (25% ou 50%, conforme o caso) incide sobre o

    valor inicial atualizado do contrato.

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    Registre-se que a alterao do equilbrio econmico-financeiro s

    pode ocorrer se houver prvia concordncia do contratado.

    Prosseguindo. No caso de supresso unilateral de obras, bens ou

    servios, se o contratado j houver adquirido os materiais e posto no localdos trabalhos, estes devero ser pagos pela Administrao pelos custos

    de aquisio regularmente comprovados e monetariamente corrigidos,

    podendo caber indenizao por outros danos eventualmente decorrentes

    da supresso, desde que regularmente comprovados (art. 65, 4). Tal

    regra prevista na lei uma forma de preservar o equilbrio econmico-

    financeiro do contrato nos casos em que o contratado j havia se

    mobilizado para prestar os servios suprimidos pela Administrao.

    Por fim, abre-se um parntese para registrar que a lei admitealterao do contrato de comum acordo entre as partes (no se trata de

    clusula exorbitante, portanto) nos seguintes casos (art. 65, II):

    Art. 65. Os contratos regidos por esta Lei podero ser alterados, com as

    devidas justificativas, nos seguintes casos:

    (...)

    II - por acordo das partes:

    a) quando conveniente a substituio da garantia de execuo;

    b) quando necessria a modificao do regime de execuo da obra ou

    servio, bem como do modo de fornecimento, em face de verificao

    tcnica da inaplicabilidade dos termos contratuais originrios;

    c) quando necessria a modificao da forma de pagamento, por

    imposio de circunstncias supervenientes, mantido o valor inicial

    atualizado, vedada a antecipao do pagamento, com relao ao

    cronograma financeiro fixado, sem a correspondente contraprestao de

    fornecimento de bens ou execuo de obra ou servio;

    d) para restabelecer a relao que as partes pactuaram inicialmente entre

    os encargos do contratado e a retribuio da administrao para a justa

    remunerao da obra, servio ou fornecimento, objetivando a manuteno

    do equilbrio econmico-financeiro inicial do contrato, na hiptese de

    sobrevirem fatos imprevisveis, ou previsveis, porm de

    consequncias incalculveis, retardadores ou impeditivos da

    execuo do ajustado, ou, ainda, em caso de fora maior, caso

    fortuito ou fato do prncipe, configurando lea econmica extraordinria

    e extracontratual.

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    _____________________ RESCISO UNILATERAL______________________

    O art. 58, I I da Lei 8.666/1993 confere Administrao a

    prerrogativa de rescindir unilateralmente os contratos administrativos,

    sempre que verificadas as hipteses enumeradas no seu art. 78, incisos Ia XII e XVII, dentre elas o descumprimento injustificado de clusulascontratuais por parte do contratado, a respectiva decretao de falncia e

    mesmo razes de interesse pblico, de alta relevncia e amploconhecimento, alm da ocorrncia de caso fortuito ou de fora maior,

    regularmente comprovada, impeditiva da execuo do contrato.

    Quando a resciso unilateral decorrer de irregularidades imputadas

    ao contratado, deve ser precedida de processo administrativo em que se

    assegure o direito ao contraditrio e ampla defesa.

    Falaremos mais sobre resciso contratual mais a frente, quando

    abordarmos as hipteses de extino do contrato.

    ESSA CAI

    V T^na prova!

    10. (Cespe - ICMBio 2014) O contrato administrativo exige licitao em qualquersituao, cabendo administrao pblica determinar as clusulas exorbitantes, que

    conferem poderes ao contratado, a fim de eliminar as desvantagens do contrato.

    Comentrio: O item est todo errado. Primeiro porque o contratoadministrativo no exige licitao em qualquer situao. H hipteses dedispensa e de inexigibilidade previstas na Lei 8.666/1993. Segundo porque asclusulas exorbitantes no conferem poderes ao contratado, muito pelocontrrio; tais clusulas do poderes e privilgios Administrao, comfundamento no princpio da supremacia do interesse pblico sobre oparticular.

    Gabarito: Errado

    11. (Cespe - Polcia Federal 2013) A alterao contratual deve observar aindispensabilidade do tratamento igualitrio a todos que estejam na mesma situaoe a manuteno do interesse pblico.

    Comentrio: O quesito est correto. Trata-se de verbete retirado dajurisprudncia do STJ (REsp 488.648):

    1. A alterao contratual ou dispensa de licitao deve observar duas regras

    principais: indispensabilidade do tratamento igualitrio a todos que estejam na mesma

    situao e manuteno do interesse pblico.

    Gabarito: Certo

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    __ _________________FISCALIZAO DO CONTRATO_ __________________

    Trata-se de prerrogativa (na verdade, um poder-dever) que exige

    seja a execuo do contrato acompanhada e fiscalizada por um

    representante da Administrao , especialmente designado, permitidaa contratao de terceiros para assisti-lo e subsidi-lo de informaes

    pertinentes a essa atribuio (art. 67).

    Nos termos da Lei 8.666/1993, o representante da Administrao

    anotar em registro prprio todas as ocorrncias relacionadas com a

    execuo do contrato, determinando o que for necessrio regularizao

    das faltas ou defeitos observados ou, se as decises ultrapassarem sua

    competncia, solicit-las a seus superiores (art. 67, 1).

    De sua parte, o contratado dever manter preposto, aceito pela

    Administrao, no local da obra ou servio, para represent-lo na

    execuo do contrato (art. 68). Esse preposto representar o contratado

    perante a fiscalizao da Administrao.

    O no atendimento das determinaes da autoridade fiscalizadora

    enseja resciso unilateral do contrato (art. 78, VII), sem prejuzo das

    sanes cabveis.

    Por fim, importante ressaltar que a fiscalizao efetuada pela

    Administrao no exclui a responsabilidade do contratado pelos danos

    causados a terceiros decorrentes de sua culpa ou dolo na execuo do

    contrato (art. 70).

    ESSA CAI

    na prova!_

    12. (Cespe - TRT10 2013) A exScuo de contrato deve ser acompanhada e

    fiscalizada por representante da administrao designado especialmente para tal,

    no sendo permitida a contratao de terceiros para subsidi-lo de informaespertinentes a essa atribuio, por se tratar de atividade tpica do Estado.

    Comentrio: A questo est errada, pois, nos termos do art. 67 da Lei8.666/1993, permitida a contratao de terceiros para subsidiar o fiscal docontrato designado pela Administrao:

    Art. 67. A execuo do contrato dever ser acompanhada e fiscalizada por um

    representante da Administrao especialmente designado, permitida a contratao

    de terceiros para assisti-lo e subsidi-lo de informaes pertinentes a essa atribuio.

    Gabarito: Errado

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    13. (Cespe - Ministrio da Justia 2013) Qualquer auxlio prestado pela

    fiscalizao na interpretao dos desenhos, memoriais, especificaes e demais

    elementos de projeto, bem como na conduo dos trabalhos, poder ser invocado

    para eximir a contratada da responsabilidade pela execuo dos servios e obras.

    Comentrio: O quesito est errado, nos termos do art. 70 da Lei

    8.666/1993:

    Art. 70. O contratado responsvel pelos danos causados diretamente

    Administrao ou a terceiros, decorrentes de sua culpa ou dolo na execuo do

    contrato, no excluindo ou reduzindo essa responsabilidade a fiscalizao ou o

    acompanhamento pelo rgo interessado.

    Ou seja, a fiscalizao ou o acompanhamento efetuado pelo agente

    pblico designado pela Administrao (atividades que, na questo, a banca

    ilustrou como um auxlio na interpretao de documentos e na conduo dos

    trabalhos) no afasta a responsabilidade do contratado pela execuo dos

    servios e obras.

    Gabarito: Errado

    14. (Cespe - Ministrio da Justia 2013) No cabe fiscalizao paralisar e(ou)

    solicitar o refazimento de qualquer servio que no seja executado em conformidade

    com o projeto, norma tcnica ou qualquer disposio oficial aplicvel ao objeto do

    contrato.

    Comentrio: Nos termos do art. 67, 1 da Lei 8.666/1993, o representante

    da Administrao anotar em registro prprio todas as ocorrncias

    relacionadas com a execuo do contrato, determinando o que for necessrio

    regularizao das faltas ou defeitos observados.Assim, se o fiscal verificar

    que o servio est sendo executado em desconformidade com o projeto,

    norma tcnica ou qualquer outra disposio oficial aplicvel ao objeto do

    contrato, ele possui amparo legal para tomar as medidas necessrias para o

    exato cumprimento do contrato, entre elas, paralisar ou solicitar o refazimento

    de qualquer servio, da o erro.Ressalte-se que, nos termos do art. 67, 2 da Lei 8.666/1993, as

    decises e providncias que ultrapassarem a competncia do representante

    da Administrao devero ser solicitadas a seus superiores em tempo hbil

    para a adoo das medidas convenientes.

    Gabarito: Errado

    15. (Cespe - Bacen 2013) Durante a execuo do contrato dos servios de

    segurana e vigilncia do edifcio sede do Banco Central do Brasil, o representante

    da administrao pblica responsvel por acompanhar e fiscalizar a execuo do

    contrato tem autonomia para autorizar a reduo no nmero de postos de vigilncia

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    nele previstos.

    Comentrios: A reduo no nmero de postos de vigilncia previstosnum contrato de prestao de servios de segurana no constitui simples ato

    de fiscalizao, a fim de assegurar a correo das faltas ou defeitosobservados, e sim efetiva alterao do contrato (diminuio quantitativa doobjeto), com impacto no valor devido pela Administrao. Portanto, trata-se demedida que extrapola as competncias do fiscal do contrato, cuja misso acompanhar e fiscalizar o correto cumprimento daquilo que est previsto noajuste. No caso, se o fiscal verificar a necessidade de alterar o contrato paradiminuir o nmero de postos, aplica-se a hiptese do art. 67, 2 da Lei8.666/1993, pelo qual as decises e providncias que ultrapassarem acompetncia do representante devero ser solicitadas a seus superiores em

    tempo hbil para a adoo das medidas convenientes.Gabarito: Errado

    16. (Cespe - MDIC 2014) Na administrao pblica, a gesto de contratos abrangeas etapas de gerenciamento, acompanhamento e fiscalizao, desde a concepodo edital da licitao at a assinatura do contrato.

    Comentrio: certo que, na Administrao Pblica, a gesto de contratosabrange as etapas de gerenciamento, acompanhamento e fiscalizao. Afiscalizao ocorre durante a execuo do contrato, ou seja, aps a suaassinatura. Portanto, errado afirmar que a gesto de contratos termina nasua assinatura.

    Gabarito: Errado

    _____________________ APLICAO DE SANES_____________________

    A Administrao tambm possui a prerrogativa de aplicar sanes de

    natureza administrativa ao contratado, caso este deixe de cumprir total

    ou parcialmente o objeto do contrato. As sanes que podem seraplicadas pela Administrao so:

    Advertncia (art. 87, I).

    Multa, por atraso na execuo do contrato (art. 86) ou na forma prevista noinstrumento convocatrio ou no contrato (art. 87, I).

    Suspenso temporria de participao em licitao e impedimento decontratar com a Administrao, por prazo no superior a 2 (dois) anos(art. 87, III).

    Declarao de inidoneidade para licitar ou contratar com a AdministraoPblica (art. 87, IV).

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    A pena de multa pode ser aplicada cumulativamente com qualquer

    uma das outras. Por outro lado, vedada a acumulao das demais

    sanes entre si.

    As multas aplicadas pela Administrao podero ser descontadasdiretamente das garantias oferecidas pelo contratado, desde que

    prestada mediante cauo em dinheiro ou ttulo pblico; se a garantia no

    for suficiente, a Administrao pode deduzir o valor da multa dos

    pagamentos eventualmente devidos ao contratado. Trata-se, portanto, de

    decises autoexecutrias do Poder Pblico, que permitem Administrao

    arrecadar a multa independentemente de autorizao do Poder Judicirio.

    Somente se no forem suficientes os valores assim recebidos que a

    Administrao ir cobrar a dvida em juzo, caso o contratado no pague

    voluntariamente.

    Quanto pena de suspenso do direito de licitar e contratar, o

    importante saber que ela no pode ultrapassar dois anos, dependendo

    da gravidade da falta cometida pelo contratado.

    Por sua vez, a declarao de inidoneidade para licitar ou contratar

    com a Administrao Pblica no tem prazo mximo. Seus efeitos

    permanecero enquanto perdurarem os motivos determinantes da punio

    ou at que seja promovida a reabilitao perante a prpria autoridade queaplicou a penalidade. A reabilitao somente poder ser requerida aps

    dois anos da aplicao dessa sano e ser concedida sempre que o

    contratado ressarcir a Administrao pelos prejuzos resultantes da

    inexecuo total ou parcial do contrato.

    Informao importante que declarao de inidoneidade de

    competncia exclusiva do Ministro de Estado, do Secretrio Estadual

    ou Municipal, conforme o caso nart. 87, 3).

    Jurisprudncia

    1. Existe certa divergncia doutrinria e jurisprudencial acerca da abrangncia das

    penalidades de suspenso temporria do direito de licitar e contratar (art. 87, III) e

    da declarao de inidoneidade (art. 87, IV).

    Afinal, a pessoa (fsica ou jurdica) atingida por essas penalidades estaria impedida

    de licitar e contratar apenas com o rgo ou entidade que lhe aplicou a sano oucom toda a Administrao Pblica?

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    Na jurisprudncia do Superior Tribunal de Justia (STJ) prevalece o entendimento

    de que tanto a suspenso temporria quanto a declarao de inidoneidade

    produzem efeitos perante toda a Administrao Pblica, ou seja, a pessoa estaria

    suspensa ou impedida de licitar e contratar com todos os rgos e entidades da

    Administrao Pblica da Unio, dos Estados, do DF e dos Municpios .

    OTribunal de Contas da Unio (TCU), ao contrrio, e em linha com a doutrina

    majoritria, entende que a suspenso temporria produz efeitos apenas em relao

    ao rgo ou entidade que a aplicou,enquanto a declarao de inidoneidade impede

    o contratado de licitar e contratar com toda a Administrao Pblica, ou seja, com

    todos os rgos e entidades de todos os entes da Federao . Assim, a suspenso

    temporria seria uma sano mais leve que a declarao de inidoneidade, o que

    seria confirmado pelo fato de que a suspenso aplicada pela autoridade

    competente do prprio rgo contratante, enquanto a aplicao da declarao de

    inidoneidade compete ao Ministro de Estado ou ao Secretrio estadual/municipal,

    conforme o caso.

    2. Segundo a jurisprudncia do STJ, as sanes de suspenso temporria e de

    declarao de inidoneidade produzem efeitos ex-nunc(prospectivos), noafetando,

    automaticamente, contratos em andamento celebrados antes da aplicao da

    penalidade . Ou seja, a pessoa ficar impedida de participar de novaslicitaes ou

    de firmar novos contratos. Os contratos vigentes, contudo, no sero

    automaticamente rescindidos em decorrncia da aplicao da pena (eles at

    podero ser rescindidos, mas por conta de outras razes, e no simplesmente por

    causa da sano).

    Por fim, nunca demais lembrar que qualquer aplicao de sano

    deve ser sempre precedida de processo administrativo em que se

    assegure ao contratado o direito ao contraditrio e ampla defesa. A

    Lei 8666/1993 determina que, para exercer esse direito, o interessado

    dispe de 5 dias teis, salvo na hiptese de declarao de inidoneidade,

    em que o prazo se eleva para 10 dias (art. 87, 2 e 3).

    13 STJ - Resp 174.27 4/SP

    14 Ver Boletim de Licitaes e Contratos do TCU n2 134, 139, 165 e 187.

    15 MS 14.002/DF

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    ESSA CAI

    na prova!_

    17. (Cespe - TCU 2010) A declarao de inidoneidade para licitar ou contratar coma administrao pblica constitui sano, aplicvel ao contratado, que no admite

    reabilitao.

    Comentrio: A questo est errada. Nos termos do art. 87, IV da Lei

    8.666/1933, a empresa declarada inidnea para licitar com a Administrao

    poder ser reabilitada aps dois anosda aplicao dessa sano, sempre que

    o contratado ressarcir a Administrao pelos prejuzos resultantes. Vejamos:

    Art. 87. Pela inexecuo total ou parcial do contrato a Administrao poder,

    garantida a prvia defesa, aplicar ao contratado as seguintes sanes:

    I - advertncia;

    II - multa, na forma prevista no instrumento convocatrio ou no contrato;

    III - suspenso temporria de participao em licitao e impedimento de contratar

    com a Administrao, por prazo no superior a 2 (dois) anos;

    IV - declarao de inidoneidade para licitar ou contratar com a Administrao Pblica

    enquanto perdurarem os motivos determinantes da punio ou at que seja

    promovida a reabilitao perante a prpria autoridade que aplicou a penalidade,

    que ser concedida sempre que o contratado ressarcir a Administrao pelos

    prejuzos resultantes e aps decorrido o prazo da sano aplicada com base no inciso

    anterior.

    Gabarito: Errado

    18. (Cespe - TCU 2010) A sano de suspenso temporria de participao em

    licitao e impedimento de contratar com a administrao pblica por prazo no

    superior a dois anos pode ser aplicada aos profissionais que tenham sofrido

    condenao definitiva por praticar, de forma dolosa, fraude fiscal no recolhimento de

    quaisquer tributos.

    Comentrio: O quesito est correto. Em regra, as sanes de advertncia,

    multa, suspenso temporria de participao em licitaoe impedimento de

    contratar, e a declarao de inidoneidade so aplicadas ao contratado em

    razo da inexecuo total ou parcial do contrato (Lei 8.666/1993, art. 87, caput).

    Todavia, nos termos do art. 88 da lei, as sanes suspenso temporria

    de participao em licitao e impedimento de contratar e a declarao de

    inidoneidade, especificamente, tambmpodem ser aplicadas s empresas ou

    aos profissionais que, em razo dos contratos administrativos firmados com a

    Administrao Pblica:

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    I - tenham sofrido condenao definitiva por praticarem, por meios dolosos, fraude

    fiscal no recolhimento de quaisquer tributos;

    II - tenham praticado atos ilcitos visando a frustrar os objetivos da licitao;

    III - demonstrem no possuir idoneidade para contratar com a Administrao em

    virtude de atos ilcitos praticados.

    Ressalte-se que a lei no prev a aplicao de advertncia ou multa

    nessas hipteses.

    Gabarito: Certo

    _____________________ OCUPAO TEMPORRI A_____________________

    Quando o objeto do contrato for a prestao de servios essenciais,a Lei 8.666/1993 confere Administrao a prerrogativa de ocupar

    provisoriamente bens moveis, imveis, pessoal e servios

    vinculados ao objeto do contrato, nas seguintes hipteses (art. 58, VI):

    Como medida cautelar enquanto ocorre a apurao administrativa defaltas cometidas pelo contratado.

    Aps a resciso do contrato administrativo.

    A possibilidade de ocupao temporria de bens mveis, imveis,pessoal e servios vinculados ao objeto do contrato decorre do princpio

    da continuidade do servio pblico , a fim de evitar a interrupo deservios essenciais ao interesse da coletividade.

    Na primeira hiptese, a Administrao realiza a ocupao provisria a

    ttulo de medida cautelar, para permitir a continuidade do servioenquanto ocorre a apurao de possveis faltas praticadas pelo

    contratado. Perceba que, nesse caso, o contrato ainda no foi rescindido

    (na verdade, ele poder ser rescindido, a depender do resultado daapurao).

    J na segunda hiptese, a ocupao serve para garantir a

    continuidade da prestao de servios pblicos essenciais no caso de

    resciso do contrato . Assim, havendo a resciso, a Administraoassume o objeto do contrato e promove a ocupao e utilizao

    provisrias dos recursos materiais e humanos do contratado que forem

    necessrios para evitar a interrupo da prestao do servio.

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    Garante a

    continuidade dos

    servios essenciais

    Hipteses:

    1. como medidacautelar; e

    2. aps a resciso docontrato.

    Incide sobre bensmveis, imveis,pessoal e servios

    vinculados aocontrato.

    Ocupao temporria

    ESSA CAI

    \ prova!_

    19. (Cespe - Ministrio da Justia 2013) Em casos de faltas contratuais por parte

    do contratado, assegurado ao ente contratante o direito de intervir na execuo do

    contrato, de modo a garantir a continuidade de um servio pblico considerado

    essencial sociedade.

    Comentrio: O item est correto. A possibilidade de ocupao temporria

    de bens mveis, imveis, pessoal e servios vinculados ao objeto do contrato

    uma das clusulas exorbitantes previstas na lei que colocam a

    Administrao em um patamar superior em relao outra parte do contrato, a

    fim de assegurar a continuidade de servios essenciais ao interesse pblico.

    Eis o teor da lei:

    Art. 58. O regime jurdico dos contratos administrativos institudo por esta Lei confere

    Administrao, em relao a eles, a prerrogativa de:

    I - modific-los, unilateralmente, para melhor adequao s finalidades de interesse

    pbl