aula 07
TRANSCRIPT
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA ANALISTA JUDICIÁRIO (ÁREA ADMINISTRATIVA) – TRT 1ª REGIÃO
PROFESSOR RENATO FENILI
1
Prezado(a) amigo(a),
Chegamos ao início de 2013. É chegado o momento de fazer uma
releitura dos esforços conduzidos em 2012, para fins de aprimoramento
em 2013.
Desejo a você muitas realizações pessoais neste ano. Que a
motivação e a disciplina sejam suas maiores armas, e que sua dedicação
seja recompensada.
Para iniciar este ano, na aula de hoje veremos três tópicos,
conforme programação a seguir:
AULA CONTEÚDO
7 Gestão por Processos. Gestão por Projetos. Gestão de
contratos.
Os dois primeiros tópicos – Gestão por Processos e Gestão por
Projetos – estão, de certa maneira relacionados. Já a Gestão de Contratos
é, em si, um conteúdo referente ao Direito Administrativo, em especial à
Lei de Licitações e Contratos (Lei nº 8.666/93).
Tudo pronto? Então, mais uma vez, vamos ao trabalho!
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA ANALISTA JUDICIÁRIO (ÁREA ADMINISTRATIVA) – TRT 1ª REGIÃO
PROFESSOR RENATO FENILI
2
I. GESTÃO POR PROCESSOS
A gestão por processos, no âmbito da Administração Pública, tem sido
responsável por esforços significativos rumo à modernização das
organizações.
Ao dispensar foco aos processos organizacionais, passa-se a obter uma
visão geral das atividades conduzidas nos órgãos públicos, de modo a
identificar eventuais entraves ou estrangulamentos que inibam uma
administração eficiente.
Nas próximas seções, veremos os principais tópicos referentes à
Gestão por Processos, remetendo-nos aos órgãos públicos brasileiros,
sempre que possível.
1.1. O conceito de processo
Visando a uma sólida compreensão do conceito de processo
organizacional, apresentaremos três definições, em ordem crescente de
completude.
Uma definição preliminar de processo é assim apresentada pelo
Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão – MPOG (BRASIL,
2009a).
Processo é um conjunto de recursos e atividades inter-relacionadas ou
interativas que transformam insumos (entradas) em serviços / produtos
(saídas). Esses processos são geralmente planejados e realizados para
agregar valor.
Tal definição prima por sua característica estritamente operacional,
vendo o processo como um mero fluxo de atividades, por meio do qual se
agrega valor a um produto ou serviço. Em termos de organizações
públicas, é recomendável a ampliação da compreensão do processo
organizacional, agora abarcando o seu compromisso em atender as
necessidades do cidadão cliente (BRASIL, 2009b).
[Processo é um] conjunto de decisões que transformam insumos em
valores gerados ao cliente / cidadão.
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA ANALISTA JUDICIÁRIO (ÁREA ADMINISTRATIVA) – TRT 1ª REGIÃO
PROFESSOR RENATO FENILI
3
Por fim, uma terceira definição é assim apresentada por Palvarini
(2011):
[Processo é um] conjunto integrado e sincrônico de insumos,
infraestruturas, regras e transformações, que adiciona valor às pessoas
que fazem uso dos produtos e/ou serviços gerados.
Algumas observações complementam a definição acima:
Os insumos são modificados ou consumidos ao longo do processo,
ao passo que as infraestruturas agem como os meios de
transformação dos insumos. Para fins didáticos, podemos fazer uso
do exemplo de um processo produtivo: ao passo que as matérias
primas seriam insumos, as máquinas que agem sobre a matéria
prima ao longo do processo seriam (parte da) infraestrutura;
A transformação dos insumos só ocorre na presença da
infraestrutura necessária e de referências que normatizem essa
transformação (regras). A falta de um dos elementos nas entradas
compromete o processo como um todo;
A agregação de valor que se dá no processo de transformação
transcende o mero aspecto econômico, sendo mais bem avaliada
quando consideramos os usuários – ou os cidadãos-clientes – dos
processos;
Um processo é uma atividade contínua, inserida na rotina da vida
de uma organização. Não é, assim, limitado no tempo, mas
perpetua-se (é repetido) continuamente.
O conceito de processo já foi cobrado recentemente em concursos:
1. (FCC / TRF 2ª Região / 2012) É o conjunto integrado e
sincrônico de insumos, infraestruturas, regras e
transformações, que adiciona valor às pessoas que fazem uso
dos produtos e/ou serviços gerados:
a) processo.
b) diretriz organizacional.
c) política empresarial.
d) estratégia.
e) missão.
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA ANALISTA JUDICIÁRIO (ÁREA ADMINISTRATIVA) – TRT 1ª REGIÃO
PROFESSOR RENATO FENILI
4
O enunciado da questão é a transcrição da definição de processo,
segundo Palvarini (2011).
Uma representação conceitual de processo organizacional, segundo a
definição em pauta, pode ser assim ilustrada:
Resposta: A.
2. (FCC / TRE – PE / 2011) A gestão por processos de uma
organização, para cumprir seus objetivos estratégicos, tem
como característica a:
a) organização em unidades funcionais verticais.
b) interfuncionalidade e a transformação de insumos em
serviços, como o objetivo de agregar valor ao
cidadão/cliente.
c) sincronia em unidades funcionais verticais em insumos,
infraestruturas e regras, com o objetivo de agregar valor
interno.
d) estrutura baseada na hierarquia funcional e departamental,
com objetivo de agregar valor ao cidadão/cliente.
e) interfuncionalidade e a sincronia dos insumos e
infraestrutura das unidades verticais, exclusivamente.
Vejamos os comentários às alternativas:
Infraestrutura
Insumos
Regras
Transformação Produtos /
serviços Percepção do
cliente
Entradas Saídas Agregação
de valor
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA ANALISTA JUDICIÁRIO (ÁREA ADMINISTRATIVA) – TRT 1ª REGIÃO
PROFESSOR RENATO FENILI
5
a) A organização em unidades funcionais verticais, ou seja, em setores
departamentalizados que guardam estritas relações hierárquicas
entre si, é característica de intrínseca da organização por funções.
Tal modo de gestão distingue-se da organização por processos
justamente por focar tão somente as atividades conduzidas em
determinado departamento / coordenação / seção da empresa,
sendo a especialização na tarefa sua característica preponderante.
Já a gestão por processos preconiza a visão sistêmica, focando-se o
cliente e agindo-se – com base em múltiplos conhecimentos – no
processo como um todo. A alternativa está errada.
b) A alternativa peca por referir-se a processos como destinados
(unicamente) a serviços. Não podemos esquecer que há processos
que se voltam à oferta de produtos a seus clientes. De qualquer
forma, a gestão por processos demanda a interfuncionalidade
(maior integração) das áreas envolvidas, bem como à agregação de
valor ao cliente-usuário. A alternativa pode ser considerada correta.
c) A sincronia, na gestão por processos, está no emprego de insumos,
infraestrutura e regras, e não em “unidades funcionais verticais de
insumos”, o que não faz sentido. Ainda, o intuito é agregar valor ao
cliente, e não restringir-se ao ambiente interno. A alternativa está
errada.
d) A estrutura, na gestão por processos, está centrada na
departamentalização por processos, e não na funcional. A assertiva
está errada.
e) Não há, na gestão por processos, sincronia “exclusiva” entre o
emprego de insumos e infraestrutura “das unidades verticais”. Há de
se considerar as regras que dão base à transformação dos insumos,
bem como frisar a presença de “unidades verticais”, na gestão por
processos, não faz sentido. A alternativa está errada.
Reposta: B.
1.2. A gestão por processos
A gestão por processos é uma abordagem administrativa que visa
a olhar a organização de forma integrada, tendo por foco os processos
que são nela conduzidos.
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA ANALISTA JUDICIÁRIO (ÁREA ADMINISTRATIVA) – TRT 1ª REGIÃO
PROFESSOR RENATO FENILI
6
Na abordagem tradicional, por assim dizer, cada área cuida de seus
processos específicos, cabendo a observação de que muitas das tarefas
conduzidas pelas unidades administrativas dentro da organização são, na
realidade, subprocessos. Assim, por exemplo, em um processo de
compras, especificar aquilo que se deseja adquirir é um subprocesso sob a
responsabilidade da área solicitante. Já a estimativa de preços é outro
subprocesso, agora sob a tutela da área de orçamentação. A licitação – no
caso de órgãos públicos, é ainda outro subprocesso, em geral conduzido
pelas Comissões Permanentes de Licitação.
Assim, tradicionalmente, cada área focaria seu subprocesso
específico, desejando um aumento de performance limitado à sua
responsabilidade. Muitas vezes, perde-se a visão do todo, havendo uma
significativa limitação da integração entre os setores envolvidos no
processo global. Neste caso, falamos de gestão de processos, uma
sistemática pouco integrativa, segmentada, mas na qual os
sub(processos) permanecem controlados pelos responsáveis setoriais.
A gestão por processos transcende esta ótica segmentada da visão
tradicional. Leva-se em consideração, agora, a visão sistêmica (global) do
processo, bem como a influência existente entre os diversos processos
(por exemplo, um processo de compras e outro da área de finanças),
além da ação exercida pelo próprio ambiente externo da organização.
As principais características da gestão por processos podem
ser assim listadas:
Visão sistêmica da organização, por meio dos processos nela
conduzidos;
Elevado nível de integração entre as áreas envolvidas em
um determinado processo;
Foco no usuário (cliente) do processo;
A partir da identificação das necessidades do cliente, busca-se
maximizar o valor agregado no processo;
Busca por melhorias no processo global, identificando-se
eventuais falhas (redundâncias, estrangulamentos, retrabalho,
excesso de trâmites etc.), e
Emprego de indicadores de desempenho.
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA ANALISTA JUDICIÁRIO (ÁREA ADMINISTRATIVA) – TRT 1ª REGIÃO
PROFESSOR RENATO FENILI
7
Os predicados da gestão por processos – em especial o nível de
integração e o foco no usuário – são assim mencionados por Ramos
(2011):
“...a orientação por processos possibilita que a organização seja vista, não
como um conjunto de departamentos estanques, mas sim, como um fluxo
contínuo de atividades encadeadas que começam e terminam no cliente.”
3. (FGV / Fiocruz / 2010) Focalizando a Gestão por Processos e
suas características específicas, assinale a alternativa
incorreta:
a) Foco no usuário
b) Ênfase em agregar valor.
c) Visão compartimentada.
d) Utiliza parâmetros de avaliação de desempenho.
e) Elevado nível de integração.
Das alternativas apresentadas, apenas a “visão compartimentada” não
se alinha com o preconizado pela gestão por processos. Como vimos, o
intuito é a obtenção da visão sistêmica, abordando-se os processos em
sua totalidade, de modo a viabilizar diagnósticos mais precisos e ações de
melhoria mais efetivas.
Resposta: C.
A expressão, na língua inglesa, para a gestão por processos é Business
Process Management (= “gestão de processo de negócio”), usualmente
referida pelas iniciais BPM. Em sua concepção, o BPM (ou a gestão por
processos) vê os processos como recursos estratégicos da organização, os
quais demandam a necessidade de constante otimização. Os passos para
a implantação da gestão por processos serão vistos na próxima seção.
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA ANALISTA JUDICIÁRIO (ÁREA ADMINISTRATIVA) – TRT 1ª REGIÃO
PROFESSOR RENATO FENILI
8
3.1. A implantação da gestão por processos (BPM)
Conforme salienta Paludo (2012), não há unanimidade, entre os
autores da área, sobre a quantidade e a nomenclatura das etapas
envolvidas na implantação da gestão por processos. De modo geral, o
que se deve esperar é que a organização passe a gerenciar seus
processos de modo a obter a melhoria contínua de sua execução.
Contudo, existe a possibilidade de se recorrer a um dos principais
“manuais” sobre a gestão por processos, de reconhecimento
internacional no mercado – o Guia para o Corpo Comum de
Conhecimento1 sobre BPM, ou, simplesmente, Guia CBOK. Trata-se de
uma publicação da Association of Business Process Management
Professionals (ABPMP), uma instituição
internacional sem fins lucrativos, com sede nos
Estados Unidos, dedicada à promoção dos
conceitos e das práticas do BPM (da gestão por
processos).
Preliminarmente, é importante salientar que, de acordo com o Guia
CBOK, há três tipos de processos nas organizações, segregados de
acordo com duas finalidades:
TIPOS DE PROCESSOS ORGANIZACIONAIS
Processos Primários
Também chamados de processos de
negócio, representam as atividadesessenciais da organização, e agregam valor
diretamente ao cliente.
Processos Secundários
São processos que dão suporte aos processos
primários (assim, são também chamados deprocessos de suporte). Voltam-se,
geralmente, a aspectos como infraestrutura erecursos requeridos pelos processos
primários.
Processos de
Gerenciamento
São processos que controlam e medem odesempenho das atividades. Não agregam
valor diretamente ao cliente, mas garante aoperação efetiva e eficiente da organização.
1 Em inglês, Common Body of Knowledge (CBOK)
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA ANALISTA JUDICIÁRIO (ÁREA ADMINISTRATIVA) – TRT 1ª REGIÃO
PROFESSOR RENATO FENILI
9
4. (ESAF / ATRF / 2012 – adaptada) Processos de suporte são
aqueles que aumentam a capacidade da organização de
realizar os seus processos primários ou finalísticos.
A assertiva espelha de forma apropriada a intuito dos processos de
suporte (ou secundários). Está, assim, correta.
De acordo com o Guia CBOK, a prática da gestão por processos
assemelha-se a um ciclo de vida contínuo, rumando ao
aperfeiçoamento dos processos, e que conta com seis atividades
integradas, assim listadas:
planejamento;
análise
desenho e modelagem;
implementação;
monitoramento, e
refinamento.
Veremos, a seguir cada uma dessas atividades com maiores
detalhamentos.
Planejamento
Nesta etapa, os processos organizacionais são alinhados
estrategicamente, de modo a convergir para a consecução dos objetivos
estratégicos de longo prazo, tendo sempre por foco o atendimento das
demandas do cliente. Trata-se, em síntese, de um esforço inicial, no intuito
de estabelecer o rumo que deverá ser aplicado aos processos
organizacionais.
No planejamento, são feitas as seguintes definições:
identificação dos processos existentes, de seus componentes e de
seus pontos críticos;
Planejamento Análise Desenho /
Modelagem Implementação Monitoramento Refinamentro
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA ANALISTA JUDICIÁRIO (ÁREA ADMINISTRATIVA) – TRT 1ª REGIÃO
PROFESSOR RENATO FENILI
10
identificação dos papeis e responsabilidades organizacionais
associados ao gerenciamento por processos;
verificação dos inter-relacionamentos entre os processos da
organização;
definição de metodologias de condução e de gestão por processos;
definição de equipes, prazos, recursos necessários etc., e
alinhamento dos processos com os objetivos estratégicos.
Análise
Uma vez estabelecidos os objetivos estratégicos e vislumbradas as
necessidades de alinhamento dos processos organizacionais com tais
objetivos (planejamento), parte-se para um diagnóstico amplo da situação
dos processos já existentes.
Na etapa de análise, objetiva-se entender os processos
organizacionais existentes no contexto das metas e dos objetivos
desejados.
Nesta etapa, são consideradas as seguintes informações, a fim de
melhor compreensão dos processos:
identificação de todos os stakeholders2 associados aos processos;
tendências de mudanças nos ambientes interno e externo;
dados oriundos de indicadores de desempenho;
identificação de oportunidades de melhoria nos processos.
Desenho e modelagem
Concluído o diagnóstico geral, parte-se para a especificação e para a
representação do processo na forma como é atualmente realizado, bem
como na configuração almejada pela organização, após implementadas as
melhorias. Estamos falando na criação de especificações para a melhoria
de processos (desenho), bem como da representação do processo
existente e do proposto (modelagem).
De acordo com o CBOK (apud BRASIL, 2011), temos as seguintes
definições:
2 “Stakeholders” são todos aqueles que, direta ou indiretamente, afetam ou são afetados
pelas atividades da organização. São os clientes, os acionistas, a cúpula organizacional,
os fornecedores, a imprensa, os financiadores etc.
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA ANALISTA JUDICIÁRIO (ÁREA ADMINISTRATIVA) – TRT 1ª REGIÃO
PROFESSOR RENATO FENILI
11
[Desenho do processo consiste na] “criação de especificações para
processos de negócio novos ou modificados dentro do contexto dos
objetivos de negócio, objetivos de desempenho de processo, fluxo de
trabalho, aplicações de negócio, plataformas tecnológicas, recursos de
dados, controles financeiros e operacionais, e integração com outros
processos internos e externos”.
[Modelagem de processo de negócio é] “um conjunto de atividades
envolvidas na criação de representações de um processo de negócio
existente ou proposto”. Note que a modelagem é aplicada aos processos
atuais, bem como às propostas de melhoria. A representação do processo
dá-se em diagramas denominados fluxogramas.
5. (FCC / TRF 2ª Região / 2012) Define-se como a representação
gráfica que permite a fácil visualização dos passos de um
processo, sua sequência lógica e de encadeamento de
atividades e decisões, bem como permite a realização de
análise crítica para detecção de falhas e de oportunidades de
melhorias:
a) Poka Yoke.
b) Organograma.
c) Histograma.
d) Fluxograma
e) Método dos 4M’s.
Vejamos os comentários às alternativas:
a) Poka Yoke é um dispositivo aplicado em processos produtivos, com
o intuito de evitar defeitos no produto final. Trata-se de um
conceito inserido no contexto do Sistema Toyota de Produção. Não
se relaciona com a representação de um processo. A alternativa
está errada.
b) Organograma é a representação gráfica da estrutura
organizacional. Não se relaciona com processos em si, mas sim
com a forma como o trabalho é dividido em uma empresa / órgão
público. A alternativa está errada.
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA ANALISTA JUDICIÁRIO (ÁREA ADMINISTRATIVA) – TRT 1ª REGIÃO
PROFESSOR RENATO FENILI
12
c) Histograma é um gráfico estatístico que representa as frequências
de determinada medida ou evento. A alternativa está errada.
d) Fluxograma é a representação gráfica de um processo, sendo
utilizado para melhor compreensão e incremento da capacidade de
análise acerca de melhorias. A alternativa está correta.
e) O Método dos 4M’s é um procedimento de análise em que são
levantados os aspectos de método, máquinas, mão de obra,
matéria prima que podem acarretar problemas em um processo
produtivo. Uma vez mais, não se relaciona com a representação de
um processo. A alternativa está errada.
Resposta: D.
6. (CESPE / DETRAN ES / 2010) A gestão de um processo deve
contemplar a sua modelagem, etapa em que é descrita a
situação futura ou ideal do processo.
A modelagem é uma etapa que consiste na representação do processo
em três situações possíveis:
O processo atualmente na organização (na língua inglesa,
emprega-se a expressão “as is” – “ como é”);
O processo concebido em uma situação ideal (na língua inglesa,
emprega-se a expressão “should be” – “deve ser”), e
O processo como será implementado (na língua inglesa,
emprega-se a expressão “to be” – “a ser” implantado).
A questão refere-se à modelagem na concepção “should be”. Está,
portanto, correta.
Implementação
O Guia CBOK define a implementação como a fase que tem por
objetivo colocar em prática o desenho aprovado do processo de negócio
na forma dos procedimentos e fluxos de trabalho documentados e
testados na fase anterior.
São, ainda, elaboradas políticas e normas que deem o suporte para
a execução dos processos novos ou revistos.
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA ANALISTA JUDICIÁRIO (ÁREA ADMINISTRATIVA) – TRT 1ª REGIÃO
PROFESSOR RENATO FENILI
13
Monitoramento
Trata-se de acompanhamento / controle dos processos
implementados, de modo a fornecer subsídios para os gestores atuarem a
fim de garantir o desempenho satisfatório das atividades organizacionais.
De acordo com o Guia CBOK, visa-se a avaliar o processo através de
métricas (= indicadores) relacionadas às metas e ao valor para a
organização.
Refinamento
Trata-se do resultado decorrente do monitoramento do desempenho
do processo. Com base nos dados levantados naquela atividade, seguem-
se ações visando à melhoria, ao redesenho ou à reengenharia (alteração
drástica do processo).
O intuito é a garantia da otimização e da melhoria contínua dos
processos.
7. (FCC / TRF 2ª. Região / 2012) Criação de especificações para
processos de negócios novos ou modificados dentro do
contexto dos objetivos de negócio, de desempenho de
processo, fluxo de trabalho, aplicações de negócio,
plataformas tecnológicas, recursos de dados, controles
financeiros e operacionais e integração com outros processos
internos e externos:
a) análise do processo.
b) desenho do processo.
c) implementação do processo.
d) gerenciamento do processo.
e) refinamento do processo.
O enunciado da questão é a transcrição da definição de desenho do
processo, segundo o Guia CBOK.
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA ANALISTA JUDICIÁRIO (ÁREA ADMINISTRATIVA) – TRT 1ª REGIÃO
PROFESSOR RENATO FENILI
14
Guarde a seguinte relação: desenho do processo → criação de
especificações.
Resposta: B.
II. GESTÃO DE PROJETOS
A gestão de projetos é uma das práticas mais recorrentes das
organizações deste século. Os projetos são hoje vistos como uma forma
de alavancar o desempenho organizacional, visando à consecução de
vantagem competitiva – ou, no caso de órgãos públicos, ao incremento
da eficiência.
Diferentemente da abordagem rígida e mecanicista derivada da área da
engenharia, os projetos passaram a ser geridos de forma mais flexível,
em uma dinâmica que considera as eventuais mudanças nos ambientes
interno e externo.
Como disciplina, a Gestão de Projetos toma forma a partir da década
de 1960, impulsionada pelos projetos de exploração e pesquisa espacial
(MOURA, 2007), bem como o êxito do Projeto Polaris, que culminou na
construção de submarinos atômicos para a Marinha dos Estados Unidos.
A seguir, veremos as principais características da gestão de projetos na
atualidade.
2.1. O conceito de projeto
Uma definição sucinta de projeto é assim apresentada por Maximiano
(2002, p. 26):
[Projeto é um] empreendimento temporário de atividade com início, meio
e fim programados, que tem por objetivo fornecer um produto singular e
dentro das restrições orçamentárias.
Um dos conceitos de projeto mais citados na literatura nacional da área
é o apresentado por Prochnow e Schaffer (1999) que, por sua vez,
recorrem ao conceito da ONU (1984):
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA ANALISTA JUDICIÁRIO (ÁREA ADMINISTRATIVA) – TRT 1ª REGIÃO
PROFESSOR RENATO FENILI
15
Projeto é um empreendimento planejado que consiste num conjunto de
atividades inter-relacionadas e coordenadas, com o fim de alcançar
objetivos específicos dentro dos limites e de um período de tempo dados.
Uma das instituições de maior renome internacional na gestão de
projetos é o Project Management Institute3
(PMI), uma organização estadunidense, fundada
em 1969, que conta hoje com duas iniciativas
principais: as certificações em gerenciamento de
projetos (as mais relevantes são Project Management
Professional – PMP e Certified Associate in Project Management - CAPM) e
a publicação de padrões globais de gerenciamento de projetos – o Project
Management Body of Knowledge, conhecido como Guia PMBOK.
Atualmente na quinta edição, o Guia PMBOK traz a seguinte definição
de projeto:
Um projeto é um esforço temporário empreendido para criar um
produto, serviço ou um resultado exclusivo.
Os tópicos a seguir – em geral comentados pelas definições acima –
ressaltam as principais características dos projetos:
Diferentemente de um processo – que possui natureza continua,
sendo repetido de modo permanente, um projeto é limitado no
tempo, ou seja, possui um início e um fim definidos
(temporalidade);
O projeto visa à consecução de um objetivo específico
predefinido (objetividade / especificidade);
O produto ou serviço gerado ao final do projeto (caso haja êxito)
é exclusivo, ou seja, é singular se comparado aos já existentes /
ofertados pela organização. Esta é a razão, em última instância,
de se estruturarem projetos (exclusividade / singularidade);
O projeto é conduzido dentro de restrições de recursos –
sejam eles orçamentários ou de pessoal;
O projeto possui uma natureza progressiva, sendo
desenvolvido em etapas, de forma incremental. Apesar dessa
evolução gradual do projeto, sua abrangência (ou escopo) deve
3 Em português, Instituto de Gerenciamento de Projetos.
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA ANALISTA JUDICIÁRIO (ÁREA ADMINISTRATIVA) – TRT 1ª REGIÃO
PROFESSOR RENATO FENILI
16
ser definida desde o início, mantendo-se, sempre que possível,
constante até o término do projeto.
8. (FCC – 2011 – TRT 24ª Região) Segundo Schaffer Prochonw,
projeto é um empreendimento planejado que consiste em umconjunto de atividades interrelacionadas e coordenadas, sendo
uma de suas características a:
a) integralidade.
b) continuidade.
c) generalidade.
d) exclusividade.
e) imperatividade.
Primeiramente, cabe a ressalva de que a banca confundiu o nome do
autor. Na realidade, são dois autores: Miriam Prochnow e Wigold
Schaffer....
De qualquer modo, das alternativas acima, a exclusividade (ou
singularidade) do produto ou do serviço gerado ao final do projeto é uma
de suas características.
Com relação às demais alternativas, temos que (a) integralidade e (e)
imperatividade não se aplicam a um projeto. Ainda, um projeto não é
contínuo (b), mas sim limitado no tempo, e nem genérico (c), mas sim
específico.
Resposta: D.
2.2. A gestão de projetos
De acordo com o PMBOK, a gestão de projetos é “a aplicação de
conhecimentos, habilidades, ferramentas e técnicas nas atividades do
projeto com o objetivo de atender os [seus] requisitos”.
O histórico de pesquisas em projetos de TI (tecnologia da informação)
conduzidas pelo The Standish Group (uma empresa de assessoria em
investimentos em TI) mostra um dado alarmante: em 2010, apenas 37%
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA ANALISTA JUDICIÁRIO (ÁREA ADMINISTRATIVA) – TRT 1ª REGIÃO
PROFESSOR RENATO FENILI
17
dos projetos naquela área tinham sucesso. 42% dos projetos sofriam
atrasos significativos ou, ainda, geravam prejuízos, ao passo que 21% não
eram concluídos.
Ante este quadro preocupante, a gestão de projetos visa a prover o
necessário planejamento e a estrutura essencial para que os projetos
sejam concluídos no prazo previsto, dentro dos custos estimados,
entregando um produto ou serviço com a qualidade requerida de forma a
impactar positivamente o cliente-usuário.
O principal responsável pelo sucesso de um projeto é o Gerente de
Projeto. Logicamente, essa responsabilidade é compartilhada com outros
atores / áreas na organização, conforme podemos verificar no esquema a
seguir.
A Cúpula da Organização (alta direção) é
responsável pela tomada de decisão, em
especial no que concerne à autorização
para a condução de um projeto. Também
atua como patrocinador do projeto,
proporcionando a estrutura política para
sua execução.
O Escritório de Gerenciamento de
Projetos (ou, de acordo com a
nomenclatura do PMI, o Project
Management Office – PMO), é uma área
Taxas de desempenho de Projetos de TI.
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA ANALISTA JUDICIÁRIO (ÁREA ADMINISTRATIVA) – TRT 1ª REGIÃO
PROFESSOR RENATO FENILI
18
na organização responsável por prover o embasamento metodológico na
condução de projetos. Atua como órgão de staff, emitindo relatórios
gerenciais sobre a execução de projetos, bem como provendo os
treinamentos necessários nessa área.
Por fim, o Gerente de Projetos, aliado à sua equipe, é o principal
responsável pela execução do projeto, atuando em todas as suas fases.
9. (FCC / TST / 2012) A sistematização de conhecimentos e
padrões em administração de projetos seguem preceitos de
entidade internacional, mundialmente conhecida, que criou
algumas referências usuais aos que lidam ou estudam gestão
de projetos. Com base nessa sistematização e seus termos,
considere as seguintes assertivas sobre gestão de projetos.
I. Um PMO coordena atividades pautadas no PMBOK do PMI.
II. O PMI constitui a base do conhecimento em gerenciamento
de projetos do PMO.
III. O PMO tem entre seus objetivos o de formular padrões
profissionais de gestão de projetos.
Está correto o que se afirma APENAS em:
a) I.
b) II.
c) III.
d) I e II.
e) I e III.
Para responder esta questão, devemos ter em mente que:
PMI, ou Project Management Institute, é uma organização que visa
a difundir conhecimentos acerca da gestão de projetos,
promovendo certificações e publicando o Guia PMBOK;
PMBOK, ou Project Management Body of Knowledge, é um guia
que visa a padronizar o conhecimento acerca da gestão de projetos;
PMO, ou Project Management Office, é uma área na organização,
também conhecida por Escritório de Gerenciamento de Projetos,
responsável por prover a metodologia na condução dos projetos
organizacionais.
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA ANALISTA JUDICIÁRIO (ÁREA ADMINISTRATIVA) – TRT 1ª REGIÃO
PROFESSOR RENATO FENILI
19
Com base nessas colocações, podemos analisar as assertivas:
I. Em outras palavras, a assertiva diz que o Escritório de Gerenciamento
de Projetos coordena as atividades (de gestão de projetos, na
organização) com base no Guia PMBOK, emitido pelo PMI. Está, assim,
correta.
II. A base do conhecimento é o PMBOK, e não o PMI. A assertiva está
errada.
III. Quem formula padrões profissionais (certificações) é o PMI. A
assertiva está errada.
Reposta: A.
2.3. O ciclo de vida de um projeto
Preliminarmente, devemos compreender que um projeto é composto
por processos, que são repetidos de forma recorrente para cada projeto.
Para o Guia PMBOK, os processos envolvidos em um projeto
descrevem, organizam e completam o trabalho do projeto, e podem ser
agrupados em cinco etapas ou fases principais:
Iniciação;
Planejamento;
Execução;
Controle / monitoramento, e
Conclusão.
A seguir, veremos com maiores detalhes cada uma dessas etapas.
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA ANALISTA JUDICIÁRIO (ÁREA ADMINISTRATIVA) – TRT 1ª REGIÃO
PROFESSOR RENATO FENILI
20
Iniciação
Na fase de iniciação, há a identificação da necessidade da obtenção de
um produto ou serviço singular na organização, que venha fazer frente a
um problema ou desafio real. E outras palavras, deve-se decidir se um
projeto deve (ou não) ser iniciado, por meio de um estudo de
viabilidade do projeto.
Feita esta identificação, parte-se para a definição preliminar do projeto,
incluindo um escopo inicial, os pré-requisitos para sua condução e as
demais informações necessários com vistas à sua autorização.
O documento típico da iniciação é o Termo de Abertura do Projeto,
constituindo-se no marco de sua inauguração.
10. (FCC / TRF 1ª Região / 2011) Na fase de iniciação de um
projeto, antes de tudo, deve-se:
a) decidir se um projeto deve ser iniciado, entre vários
possíveis.
b) definir as atividades necessárias para desenvolvimento do
produto a ser entregue.
c) detalhar o escopo e os requisitos básicos do projeto.
d) elaborar detalhadamente as informações sobre o projeto.
e) escolher as pessoas certas para a implantação e avaliação do
projeto.
Como vimos, na iniciação, há a decisão acerca da pertinência de se
envidar esforços em um determinado projeto. Assim, a alternativa A está
correta.
As demais alternativas listas ações a serem tomadas na fase
subsequente – planejamento – a ser estudada a seguir.
Resposta: A.
Planejamento
Trata-se da fase mais crítica na condução de um projeto. Um
planejamento mal feito irá comprometer o êxito dos esforços envolvidos.
No planejamento, em geral, procedem-se às seguintes ações, que
estarão incluídas no Plano do Projeto:
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA ANALISTA JUDICIÁRIO (ÁREA ADMINISTRATIVA) – TRT 1ª REGIÃO
PROFESSOR RENATO FENILI
21
Detalhamento do escopo do projeto;
Estimativa de prazos (elaboração de cronogramas);
Estimativa de recursos necessários;
Montagem da equipe do projeto;
Definição de responsabilidades;
Identificação dos stakeholders e elaboração de um plano de
comunicação, responsável por facilitar as eventuais mudanças
advindas do produto ou serviço final entregue pelo projeto;
Identificação e planejamento da gestão de riscos.
Os principais documentos gerados na fase de planejamento são:
Declaração de escopo → descrição do que faz parte (e,
logicamente, do que está fora) do projeto. Este documento lista
o(s) objetivo(s) do projeto, o trabalho que será realizado e os
produtos e serviços que serão entregues quando de sua
conclusão;
Estrutura Analítica do Projeto (EAP) → o EAP é um diagrama, na
forma de uma disposição hierárquica, que apresenta as
atividades e as tarefas que serão necessárias para a consecução
dos objetivos do projeto, sendo essencial para a elaboração do
cronograma. O esquema abaixo mostra uma representação típica
de uma EAP:
11. (FCC / TRE – PE / 2011) José Karisma, gestor de projetos da
instituição pública ELEGE e sua equipe, traçou, em seu plano
de gestão estratégica para o período 2011-2013, o projeto
Gestão de Processos com o objetivo de estruturar o Escritório
Projeto
Produto 1
Tarefa 1.1
Tarefa 1.2
Produto 2
Tarefa 2.1
Tarefa 2.2
Tarefa 2.3
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA ANALISTA JUDICIÁRIO (ÁREA ADMINISTRATIVA) – TRT 1ª REGIÃO
PROFESSOR RENATO FENILI
22
de Processos da instituição. Nessa fase de gestão do projeto,
definiu que está incluso no projeto a definição de metodologia
de gestão de processos, capacitação da equipe e a contratação
de consultoria especializada para auxiliar tecnicamente o
desenvolvimento dos trabalhos, facilitando a implantação das
etapas de mapeamento e melhorias, identificação dos itens e
medidas de controle e padronização dos seus principais
processos de trabalho. Pela metodologia PMBOK (Project
Management Body of Knowledge), esta fase trata do
Gerenciamento:
a) do Escopo do projeto.
b) da Integração do projeto.
c) da Qualidade do projeto.
d) dos Riscos do projeto.
e) das Aquisições do projeto.
Na realidade, o enunciado não aborda uma fase propriamente dita, mas
sim uma tarefa incluída na fase de planejamento.
A expressão chave no enunciado é “...definiu que está incluso no
projeto...”. Ao definir o que está incluso em um projeto (e,
consequentemente, o que não está), estamos delimitando o seu escopo.
Resposta: A.
12. (CESPE / TJ – RR / 2012) A estrutura analítica de um projeto
(EAP) detalha as atividades e tarefas que o compõem e
consiste em insumo fundamental para a criação de um
cronograma.
A questão foi proposta apenas para reforçar a teoria exposta acima.
Está, assim, correta.
Execução
Nesta etapa, os recursos orçamentários, materiais e de pessoal são
coordenados de acordo com o planejamento efetuado na fase anterior, de
forma a bem executar o projeto.
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA ANALISTA JUDICIÁRIO (ÁREA ADMINISTRATIVA) – TRT 1ª REGIÃO
PROFESSOR RENATO FENILI
23
Monitoramento / Controle
Esta etapa compreende os processos que visam a aferir se a execução
está se dando conforme planejado. Há controle no que tange às despesas,
ao cumprimento do cronograma, aos riscos envolvidos, às qualidades dos
produtos / serviços.
A depender dos achados do monitoramento, eventuais ações corretivas
são tomadas.
Conclusão
Esta etapa visa a encerrar o projeto de modo ordenado, após a
verificação do atendimento do produto ou serviço gerado aos critérios
desejados.
Uma vez entendido que pode-se proceder à finalização do projeto,
gera-se o Termo de Encerramento do Projeto, a fim de formalizar sua
conclusão.
13. (FCC – 2012 – TRF 2ª Região) São características do ciclo devida do projeto:
I. Início do projeto; organização e preparação; execução dotrabalho do projeto e encerramento do projeto.
II. Os níveis de custo e de pessoal são baixos no início, atingem
um valor máximo na fase de execução e caem na fase definalização do projeto.
III. A influência das partes interessadas, os riscos e as incertezassão maiores durante o início do projeto, reduzindo-se ao longo desua vida.
IV. Os custos das mudanças e correções de erros diminuemconforme o projeto se aproxima do término.
É correto o que consta APENAS em
a) I e II.
b) II, III e IV.
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA ANALISTA JUDICIÁRIO (ÁREA ADMINISTRATIVA) – TRT 1ª REGIÃO
PROFESSOR RENATO FENILI
24
c) I, II e III.
d) III e IV.
e) I, III e IV.
Vejamos os comentários às alternativas:
I. “Organização e preparação”, conforme consta da assertiva, refere-
se à etapa de planejamento. Há de se mencionar que a etapa de
controle não foi citada. De qualquer forma, não se pode negar que
as fases mencionadas são efetivamente características do ciclo de
vida do projeto. Com esse entendimento, a afirmativa está correta.
II. As fases de iniciação e de planejamento, por serem prévias ao
esforço central do projeto, demandam menos recursos
orçamentários e de pessoal que as fases de execução e controle. A
assertiva está correta.
III. A banca considerou esta assertiva correta. Realmente os riscos e
as incertezas decrescem ao longo da vida de um projeto. A
influência das partes interessadas, contudo, pode permanecer
constante ao longo de sua condução, o que tornaria a questão
passível de recurso. De qualquer modo, é fundamental termos
ciência da “jurisprudência” da banca.
IV. Uma mudança de escopo, por exemplo, ao final da vida de um
projeto certamente implicará um significativo retrabalho –
acentuando os custos envolvidos no projeto. Mudanças no início,
por não acarretarem retrabalho, são menos onerosas. A assertiva
está errada.
Resposta: C
III. GESTÃO DE CONTRATOS
3.1. Contratos Administrativos: conceito, características,
formalização
O primeiro passo no estudo dos contratos administrativos, como não
poderia deixar de ser, é definirmos o conceito de contrato.
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA ANALISTA JUDICIÁRIO (ÁREA ADMINISTRATIVA) – TRT 1ª REGIÃO
PROFESSOR RENATO FENILI
25
Para o notável civilista Caio Mário da Silva Pereira (1990), eis a
definição de contrato:
Contrato = acordo de vontades, na conformidade da lei, e com a
finalidade de adquirir, resguardar, transferir, conservar ou modificar
direitos.
Trata-se de um dos mais importantes institutos jurídicos, uma vez que
se situa na base das diversas relações na sociedade.
Várias são as características dos contratos, bem como vários são os
tipos de contratos. Os contratos administrativos (objeto de interesse desta
aula) são uma espécie do gênero contrato e, como tal, carregam consigo
os aspectos gerais aplicados aos contratos em sentido amplo.
Longe de querer esgotar todas as características dos contratos, a
tabela abaixo apresenta uma compilação de seus aspectos principais:
CONTRATOS
ASPECTO DESCRIÇÃO
Contratos são bilaterais
Os contratos são acordos entre partes,
tratando-se, portanto, de um negócio
jurídico bilateral. Diferem, portanto, dos
atos jurídicos, que são unilaterais.
As vontades são
autônomas
O Princípio da Autonomia da Vontade
estipula que sempre será necessária a livre
manifestação de vontade do particular
para a formação de vínculo contratual (até
mesmo quando este contrato seja
efetuado com a Administração Pública).
As vontades têm
objetivos opostos
Não há convergência de vontades em um
contrato, mas apenas a satisfação
recíproca dos interesses.
Quando a Administração Pública firma um
contrato com um particular, por exemplo,
geralmente ela tem por interesse o
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA ANALISTA JUDICIÁRIO (ÁREA ADMINISTRATIVA) – TRT 1ª REGIÃO
PROFESSOR RENATO FENILI
26
fornecimento de um material ou serviço,
ao passo que ao particular interessa o
pagamento ($).
A convergência de vontades é encontrada
em outro instituto jurídico, denominado
convênio.
É de especial interesse o conceito de contratos administrativos,
espécie de contrato que envolve a Administração Pública. Neste sentido,
Hely Lopes Meirelles apresenta a seguinte definição:
Contrato Administrativo = ajuste que a Administração Pública,
agindo nesta qualidade, firma com particular ou com outra entidade
administrativa para a consecução de objetivos de interesse público, nas
condições estabelecidas pela própria Administração.
Há características peculiares dos contratos administrativos que
merecem nossa atenção. O fato de a Administração Pública ser uma das
partes, representando, em última instância, o interesse público, implica
especificidades fundamentais em nosso estudo. Uma vez mais, estes
aspectos são sumarizados na tabela a seguir:
CONTRATOS ADMINISTRATIVOS
CARACTERÍSTICA DESCRIÇÃO
Formalismo
Os contratos administrativos são sempre formais,
produzidos por escrito.
Há apenas uma exceção: o contrato verbal de
pequenas compras, feita por suprimento de
fundos. Veja o parágrafo único do artigo 60 da Lei
de Licitações e Contratos:
“Parágrafo único. É nulo e de nenhum efeito o
contrato verbal com a Administração, salvo o de
pequenas compras de pronto pagamento [...]”
Ainda, a publicação do resumo do conteúdo do
contrato (na imprensa oficial) deve se dar no prazo
máximo de 20 dias, contados a partir do quinto dia
útil ao mês seguinte ao de sua assinatura, sendo
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA ANALISTA JUDICIÁRIO (ÁREA ADMINISTRATIVA) – TRT 1ª REGIÃO
PROFESSOR RENATO FENILI
27
CONTRATOS ADMINISTRATIVOS
CARACTERÍSTICA DESCRIÇÃO
condição indispensável para sua eficácia.
Onerosos
Há remuneração ao particular relativa à
contraprestação do objeto do contrato.
Comutativos
As partes do contrato são compensadas
reciprocamente. À Administração cabe o
cumprimento ou execução do contrato; ao
particular, a remuneração.
Pessoalidade
Os contratos administrativos são contratos
pessoais. A celebração intuitu personae (= “em
consideração à pessoa”) exige que a execução do
contrato seja efetuada pela mesma pessoa (física
ou jurídica) que aceitou a obrigação perante a
Administração.
Já que os contratos administrativos são resultantes
de um procedimento licitatório (com as ressalvas
dos casos de dispensa e inexigibilidade de
licitação), não há como se falar em subcontratação
para o fornecimento de um objeto.
A empresa vencedora de um convite para a
manutenção de um tomógrafo, por exemplo,
passou, durante o certame, por um exame de suas
qualidades técnicas e de seu status fiscal durante a
fase de habilitação. Assim, uma eventual
subcontratação desta vencedora envolve uma
outra empresa que sequer passou pelo crivo da
Administração.
No entanto, a Lei nº 8.666/93, em seu artigo 72,
prevê a possibilidade de subcontratação parcial,
desde que haja previsão específica em edital e no
contrato. Neste caso, a Administração estabelece
os limites das partes do objeto do contrato cuja
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA ANALISTA JUDICIÁRIO (ÁREA ADMINISTRATIVA) – TRT 1ª REGIÃO
PROFESSOR RENATO FENILI
28
CONTRATOS ADMINISTRATIVOS
CARACTERÍSTICA DESCRIÇÃO
execução poderá ser subcontratada.
A Administração
age na qualidade
de Poder Público
A finalidade de um contrato administrativo é a
tutela do interesse público. Por esse motivo
fundamental, a Administração é legalmente
investida de prerrogativas especiais que
assegurem o adequado cumprimento do contrato.
Tais prerrogativas (privilégios) subordinam o
interesse do particular ao interesse da coletividade.
Estamos falando das cláusulas exorbitantes,
abordadas a seguir.
As cláusulas
exorbitantes
São as chamadas “cláusulas exorbitantes” que
diferenciam os contratos administrativos dos
demais acordos situados no âmbito do Direito
Privado. O termo “exorbitante” é empregado no
sentido de que o conteúdo das cláusulas
extrapolam as cláusulas usuais do Direito Privado.
As cláusulas exorbitantes são as constantes dos
artigos 56 e 58 da Lei nº 8.666/1993 (veja abaixo)
e referem-se às hipóteses de exigência de
garantia, poder de alteração unilateral do contrato,
possibilidade de rescisão unilateral, poder de
fiscalização entre outras.
Já que as cláusulas exorbitantes constituem assunto recorrente em
concursos, vamos nos aprofundar ainda mais em seu entendimento.
Primeiramente, vejamos o conteúdo dos artigos 56 e 58 da Lei nº
8.666/1993:
Art. 56. A critério da autoridade competente, em cada caso, e desde
que prevista no instrumento convocatório, poderá ser exigida prestação
de garantia nas contratações de obras, serviços e compras.
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA ANALISTA JUDICIÁRIO (ÁREA ADMINISTRATIVA) – TRT 1ª REGIÃO
PROFESSOR RENATO FENILI
29
Art. 58. O regime jurídico dos contratos administrativos instituído por
esta Lei confere à Administração, em relação a eles, a prerrogativa de:
I - modificá-los, unilateralmente, para melhor adequação às
finalidades de interesse público, respeitados os direitos do contratado;
II - rescindi-los, unilateralmente, nos casos especificados no inciso
I do art. 79 desta Lei;
III - fiscalizar-lhes a execução;
IV - aplicar sanções motivadas pela inexecução total ou parcial do
ajuste;
V - nos casos de serviços essenciais, ocupar provisoriamente bens
móveis, imóveis, pessoal e serviços vinculados ao objeto do contrato, na
hipótese da necessidade de acautelar apuração administrativa de faltas
contratuais pelo contratado, bem como na hipótese de rescisão do
contrato administrativo.
§ 1o As cláusulas econômico-financeiras e monetárias dos
contratos administrativos não poderão ser alteradas sem prévia
concordância do contratado.
§ 2o Na hipótese do inciso I deste artigo, as cláusulas econômico-
financeiras do contrato deverão ser revistas para que se mantenha o
equilíbrio contratual.”
De forma didática, podemos sintetizar as cláusulas exorbitantes e
suas implicações na tabela a seguir:
AS CLÁUSULAS EXORBITANTES
EXIGÊNCIA /
PODER
DESCRIÇÃO
Exigência de
Garantia
Trata-se de montante a ser pago pelo contratado,
que fica sob os cuidados da Administração e é
restituído após a execução do contrato. Serve
como facilitador na aplicação de multas, visto que
assegura diretamente o recebimento do valor pela
Administração.
A garantia poderá ser prestada nas formas de
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA ANALISTA JUDICIÁRIO (ÁREA ADMINISTRATIVA) – TRT 1ª REGIÃO
PROFESSOR RENATO FENILI
30
AS CLÁUSULAS EXORBITANTES
EXIGÊNCIA /
PODER
DESCRIÇÃO
caução em dinheiro, títulos da dívida pública,
seguro-garantia e fiança bancária, jamais
excedendo a 5% do valor do contrato.
Alteração
unilateral do
contrato
A possibilidade de alteração unilateral do contrato
visa à melhor adequação do acordo ao interesse
público.
Esta alteração incide sempre sobre as cláusulas
regulamentares ou de serviço (as que dispõem
sobre o objeto a ser executado), e nunca sobre as
cláusulas econômico-financeiras e monetárias.
Rescisão
unilateral do
contrato
Dentre as situações em que são cabíveis a rescisão
unilateral do contrato pela Administração, podemos
citar: atraso injustificado no início da execução do
contrato, descumprimento ou cumprimento
irregular do acordo, lentidão no cumprimento,
paralisação da execução do contrato,
subcontratação (desde que não prevista no edital),
ocorrência de caso fortuito ou de força maior etc.
Poder de
fiscalização /
ocupação
temporária
O acompanhamento dos contratos é normatizado
pelo artigo 67 da Lei de Licitações e Contratos. Um
representante da Administração – o fiscal de
contrato – é designado, agindo de modo a
regularizar, dentro de sua competência, as
eventuais faltas e os defeitos observados.
Quando o objeto do contrato for a prestação de um
serviço essencial (fornecimento de água, energia
elétrica etc.), a Administração pode assumir o
objeto do contratado, bem como ocupar e utilizar o
local, instalações, equipamentos, material e até
pessoal empregados na execução do contrato e
essenciais à sua continuidade.
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA ANALISTA JUDICIÁRIO (ÁREA ADMINISTRATIVA) – TRT 1ª REGIÃO
PROFESSOR RENATO FENILI
31
AS CLÁUSULAS EXORBITANTES
EXIGÊNCIA /
PODER
DESCRIÇÃO
Manutenção do
Equilíbrio
Financeiro
Na realidade, esta cláusula exorbitante não se
trata de prerrogativa da Administração, mas sim
de uma restrição à sua atuação. Afinal, apesar do
contrato administrativo visar unicamente ao
interesse público, ele há de ser interessante
(financeiramente) ao particular, sob o risco de não
se encontrar parte que se disponha a contratar
com o Poder Público.
Caso haja a alteração unilateral de uma cláusula
regulamentar que implique maiores ônus ao
contratado, a Administração deverá ajustar
economicamente o acordo.
14. (CESPE / MDIC / 2008) São características do contrato
administrativo: formalismo, comutatividade e bilateralidade.
As três características foram abordadas anteriormente, e são
alusivas ao contrato administrativo. A bilateralidade, ainda, é aplicável aos
contratos jurídicos de forma geral.
A questão está certa.
15. (FCC / TRE – TO / 2011) Dentre outras, são características dos
contratos administrativos:
a) comutatividade e formalidade. b) informalidade e natureza intuitu personae.
c) onerosidade e inexistência de obrigações recíprocas paraas partes.
d) presença de cláusulas exorbitantes e unilateralidade.
e) consensualidade e informalidade.
Comutatividade e formalidade são características alusivas ao contrato
administrativo. A assertiva A está correta. Com relação às demais
alternativas, vemos que informalidade, inexistência de obrigações
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA ANALISTA JUDICIÁRIO (ÁREA ADMINISTRATIVA) – TRT 1ª REGIÃO
PROFESSOR RENATO FENILI
32
recíprocas e unilateralidade não são referentes aos contratos
administrativos.
Resposta: A.
16. (CESPE / FUB / 2009) No contrato administrativo é vedada a
existência de cláusulas exorbitantes, pela necessidade de
paridade de condições das partes envolvidas.
Como vimos, o contrato administrativo é situado na esfera do Direito
Público, e atende às demandas da supremacia do interesse público. Assim,
há cláusulas que garantem a preponderância do interesse coletivo sobre o
particular – as cláusulas exorbitantes.
A assertiva está errada.
17. (CESPE / OAB / 2007.1) Como os contratos administrativos
também se submetem ao princípio da formalidade, eles devem
ser obrigatoriamente escritos.
Mais uma pegadinha.
Vejamos o artigo 60 da Lei de Licitações e Contratos:
“Art. 60. Os contratos e seus aditamentos serão lavrados nas
repartições interessadas, as quais manterão arquivo cronológico dos seus
autógrafos e registro sistemático do seu extrato, salvo os relativos a
direitos reais sobre imóveis, que se formalizam por instrumento lavrado
em cartório de notas, de tudo juntando-se cópia no processo que lhe deu
origem.
Parágrafo único. É nulo e de nenhum efeito o contrato verbal com a
Administração, salvo o de pequenas compras de pronto pagamento,
assim entendidas aquelas de valor não superior a 5% (cinco por cento) do
limite estabelecido no art. 23, inciso II, alínea "a" desta Lei, feitas em
regime de adiantamento”
O pronto pagamento é uma sistemática de compras de pequeno vulto,
revestidas de caráter de urgência. Conforme o artigo acima, constitui
exceção à obrigatoriedade da forma do contrato ser escrita.
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA ANALISTA JUDICIÁRIO (ÁREA ADMINISTRATIVA) – TRT 1ª REGIÃO
PROFESSOR RENATO FENILI
33
A questão, portanto, está errada.
18. (CESPE / MDIC / 2008) Nos contratos administrativos, é
vedada a alteração unilateral pela administração pública.
A possibilidade de alteração unilateral de um contrato administrativo
pelo Poder Público constitui-se em cláusula exorbitante, discriminada no
artigo 58 da Lei nº 8.666/1993.
Dessa maneira, a afirmativa está errada.
19. (CESPE / ANEEL / 2010) É nulo e de nenhum efeito o contrato
verbal com a administração, mesmo aquele de pequena
compra de pronto pagamento, feito em regime de
adiantamento.
20. (CESPE / UNIPAMPA / 2009) A contratação verbal com a
administração é aceita para pequenas compras de pronto
pagamento.
Já vimos este assunto, referente ao formalismo dos contratos
administrativos. É o mesmo conteúdo trabalhado anteriormente. As
questões 19 e 20 estão errada / certa, respectivamente. (artigo 60 da Lei
de Licitações e Contratos).
21. (CESPE / DPE – AL / 2009) As cláusulas exorbitantes incidem
nos contratos administrativos, desde que expressamente
previstas.
As cláusulas exorbitantes, previstas legalmente na Lei de Licitações e
Contratos, alcançam todos os contratos administrativos, independente de
previsão expressa.
Geralmente, os editais e contratos apenas dão maior especificidade às
cláusulas exorbitantes, fazendo constar informações como tabela de
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA ANALISTA JUDICIÁRIO (ÁREA ADMINISTRATIVA) – TRT 1ª REGIÃO
PROFESSOR RENATO FENILI
34
multas (por dia de atraso, por exemplo), valor da garantia a ser retida
(limitada a 5% do valor do contrato) etc.
A questão está errada.
22. (CESPE/ TJ – AL / 2008) Os contratos administrativos poderão
ser legalmente alterados unilateralmente pela administração,
quando houver modificação do projeto ou das especificações,
para melhor adequação técnica aos seus objetivos.
O inciso I do artigo 65 da Lei de Licitações e Contratos discrimina os
casos em que é possível a alteração unilateral pela Administração:
“Art. 65. Os contratos regidos por esta Lei poderão ser alterados, com
as devidas justificativas, nos seguintes casos:
I - unilateralmente pela Administração:
a) quando houver modificação do projeto ou das
especificações, para melhor adequação técnica aos seus objetivos;
b) quando necessária a modificação do valor contratual em
decorrência de acréscimo ou diminuição quantitativa de seu objeto, nos
limites permitidos por esta Lei;”
O enunciado da questão refere-se à alínea “a” do inciso destacado
acima. A questão está, portanto, certa.
Lembre-se que a alteração unilateral somente é possível quando
referente a cláusulas regulamentares ou de serviço. As cláusulas inerentes
a aspectos econômico-financeiros e monetários não são passíveis de
alteração unilateral.
Ainda com relação aos aspectos gerais relativos aos contratos
administrativos originários de aquisições públicas, é recomendável
sabermos quando de sua obrigatoriedade. Vejamos o quadro abaixo:
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA ANALISTA JUDICIÁRIO (ÁREA ADMINISTRATIVA) – TRT 1ª REGIÃO
PROFESSOR RENATO FENILI
35
3.2. Execução do contrato: direitos e obrigações das partes,
acompanhamento e fiscalização, recebimento do objeto,
prorrogação e renovação
23. (CESPE / ANEEL / 2010) O contratado, na execução do
contrato, sem prejuízo das responsabilidades contratuais e
legais, poderá subcontratar partes da obra, serviço ou
fornecimento, até o limite admitido, em cada caso, pela
administração.
A subcontratação parcial, pelo particular, é exceção ao
personalismo, ou à celebração intuitu personae.
Neste sentido, vejamos o que a Lei de Licitações e Contratos
normatiza em seu artigo 72:
“Art. 72. O contratado, na execução do contrato, sem prejuízo das
responsabilidades contratuais e legais, poderá subcontratar partes da
obra, serviço ou fornecimento, até o limite admitido, em cada caso, pela
Administração.”
A possibilidade de subcontratação parcial deverá ter previsão
expressa no edital e no contrato.
Vemos, assim, que a questão está certa.
OBRIGATÓRIO
•Nos casos de concorrênciae tomada de preços
•Dispensas e inexigibilidadescujos valores estejam
compreendidos nos limitesdas modalidades
concorrência e tomada depreços.
FACULTATIVO
•Demais casos
• (Obs: há a substituição poroutros instrumentos menos
complexos, tais comocartas-contrato, notas deempenho, autorização de
compra etc.)
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA ANALISTA JUDICIÁRIO (ÁREA ADMINISTRATIVA) – TRT 1ª REGIÃO
PROFESSOR RENATO FENILI
36
Vale comentar que o §3º do artigo 13 da Lei nº 8.666/93 veda a
subcontratação nos casos de prestação de serviços técnicos profissionais
especializados:
“§ 3o A empresa de prestação de serviços técnicos especializados
que apresente relação de integrantes de seu corpo técnico em
procedimento licitatório ou como elemento de justificação de dispensa ou
inexigibilidade de licitação, ficará obrigada a garantir que os referidos
integrantes realizem pessoal e diretamente os serviços objeto do
contrato.”
24. (CESPE / OAB / 2007.1) A administração pode alterar, de
forma unilateral, os contratos que celebrar. No entanto, no que
se refere à alteração quantitativa, a lei estabelece, como limite
para os acréscimos e supressões nas obras, serviços ou
compras, o percentual de 50% em relação ao valor original do
contrato.
Os limites para acréscimos ou supressões quantitativos de obras,
serviços ou compras encontram-se estabelecidos nos parágrafos 1º e 2º
do artigo 65 da Lei de Licitações e Contratos:
“§ 1o O contratado fica obrigado a aceitar, nas mesmas condições
contratuais, os acréscimos ou supressões que se fizerem nas obras,
serviços ou compras, até 25% (vinte e cinco por cento) do valor inicial
atualizado do contrato, e, no caso particular de reforma de edifício ou de
equipamento, até o limite de 50% (cinqüenta por cento) para os seus
acréscimos.
§ 2o Nenhum acréscimo ou supressão poderá exceder os limites
estabelecidos no parágrafo anterior, salvo:
II - as supressões resultantes de acordo celebrado entre os
contratantes”
De forma mais didática, eis os limites para acréscimos e supressões,
com relação ao valor inicial do contrato:
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA ANALISTA JUDICIÁRIO (ÁREA ADMINISTRATIVA) – TRT 1ª REGIÃO
PROFESSOR RENATO FENILI
37
SITUAÇÃO PORCENTAGEM (%)
Obras, serviços ou compras 25%
Reforma de edifício ou de equipamento 50%
Supressão consensual
(fruto de acordo entre as partes) Qualquer valor
A regra geral, portanto, é o limite de 25%. Assim, numa simples
compra de 1.000 resmas de papel A4, a administração pode requerer do
contratado até 1.250 resmas, a serem fornecidas nas mesmas condições
contratuais (preço, prazos de entrega, frete etc.).
Assim, vemos que a assertiva está errada.
25. (CESPE /ANAC / 2009) A administração pública responde
solidariamente com o contratado pelos encargos
previdenciários resultantes da execução do contrato.
No contrato administrativo, o contratado é responsável pelos seguintes
encargos resultantes da execução do acordo:
Trabalhistas
Fiscais
Comerciais
Previdenciários
Assim, numa situação em que a Administração Pública contrate uma
empresa prestadora do serviço de limpeza, é a própria empresa que se
responsabilizará pelo depósito de FGTS, pagamento de férias, seguro de
acidentes de trabalho etc.
A eventual inadimplência do contratado com relação aos encargos
trabalhistas, fiscais e comerciais não transfere à Administração Pública a
responsabilidade por seu pagamento. O mesmo não ocorre com os
encargos previdenciários – nesta situação, a Administração responde
solidariamente com o contratado.
Isso significa que o Poder Público responde pelo pagamento dos
encargos previdenciários na mesma intensidade que o responsável
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA ANALISTA JUDICIÁRIO (ÁREA ADMINISTRATIVA) – TRT 1ª REGIÃO
PROFESSOR RENATO FENILI
38
principal – no caso, o contratado. Na prática, isso significa que, na
impossibilidade da empresa de limpeza recolher a parcela do INSS de seus
funcionários, a Administração Pública irá arcar com tal despesa.
Tal normatização consta do artigo 71 da Lei nº 8.666/93:
“Art. 71. O contratado é responsável pelos encargos trabalhistas,
previdenciários, fiscais e comerciais resultantes da execução do contrato.
§ 1o A inadimplência do contratado, com referência aos encargos
trabalhistas, fiscais e comerciais não transfere à Administração Pública a
responsabilidade por seu pagamento, nem poderá onerar o objeto do
contrato [...]
§ 2o A Administração Pública responde solidariamente com o
contratado pelos encargos previdenciários resultantes da execução do
contrato [...]”
Em síntese:
A questão, portanto, está certa.
26. (CESPE / ANTAQ / 2009) O contratado é responsável pelos
encargos trabalhistas, previdenciários, fiscais e comerciais da
execução do contrato, porém, em caso de inadimplência, a
responsabilidade por seu pagamento é transferida à
administração pública.
Encargostrabalhistas,
fiscais, comerciais
• Apenasresponsabilidade
principal docontratado
Encargosprevidenciários
• Responsabilidadesolidária da
Administração
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA ANALISTA JUDICIÁRIO (ÁREA ADMINISTRATIVA) – TRT 1ª REGIÃO
PROFESSOR RENATO FENILI
39
Somente a inadimplência do contratado com relação aos encargos
previdenciários é que implica sua transferência à Administração Pública (é
a responsabilidade solidária, da qual falamos anteriormente).
O enunciado está errado.
27. (CESPE / MI / 2009) Na prestação de serviços a serem
executados de forma contínua, é permitida a prorrogação do
contrato por períodos iguais e sucessivos, com vistas à
obtenção de preços e condições mais vantajosos para a
administração, até o máximo de 60 meses.
Em contrato administrativo deve constar seu período de vigência,
sendo, logicamente, vedado um contrato com prazo de vigência
indeterminado.
Visto que a obrigação usual da Administração em um contrato
administrativo é remunerar o particular, é de se esperar que sua duração
seja limitada à vigência de seus respectivos créditos orçamentários. O
artigo 57 da Lei de Licitações e Contratos, no entanto, apresenta exceções
a esta regra:
“Art. 57. A duração dos contratos regidos por esta Lei ficará adstrita à
vigência dos respectivos créditos orçamentários, exceto quanto aos
relativos:
I - aos projetos cujos produtos estejam contemplados nas metas
estabelecidas no Plano Plurianual, os quais poderão ser prorrogados se
houver interesse da Administração e desde que isso tenha sido previsto no
ato convocatório;
II - à prestação de serviços a serem executados de forma contínua,
que poderão ter a sua duração prorrogada por iguais e sucessivos
períodos com vistas à obtenção de preços e condições mais vantajosas
para a administração, limitada a sessenta meses;
IV - ao aluguel de equipamentos e à utilização de programas de
informática, podendo a duração estender-se pelo prazo de até 48
(quarenta e oito) meses após o início da vigência do contrato.
[...]”
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA ANALISTA JUDICIÁRIO (ÁREA ADMINISTRATIVA) – TRT 1ª REGIÃO
PROFESSOR RENATO FENILI
40
Por experiência, posso afirmar que a situação descrita no inciso II é
muito comum no cotidiano dos órgãos públicos.
Obviamente, nem sempre um contrato que perdure 5 anos terá o
mesmo conteúdo em todo este interstício. É possível que (pequenas)
mudanças sejam feitas, seja na manutenção do equilíbrio econômico
financeiro (repactuação de preços), na mudança de foro etc. Estas
mudanças são estabelecidas por Termos Aditivos ao contrato inicial.
Após os 60 meses, no entanto, não é possível nova prorrogação.
Assim, a Administração Pública é obrigada a abrir novo procedimento
licitatório para a celebração de contrato para o mesmo objeto
(ressalvados os casos de contratação por dispensa ou inexigibilidade de
licitação). Estamos falando da renovação de contrato.
Com relação à questão, vemos que ela apresenta-se em conformidade
com a transcrição da Lei nº 8.666/1993, estando, assim, certa.
28. (CESPE / DFTRANS / 2008) Os contratos administrativos têm
prazo de vigência limitado a sessenta meses, podendo ser
prorrogados uma única vez, por igual período.
A Lei de Licitações e Contratos é taxativa nas hipóteses e nos prazos de
prorrogação. A regra é a limitação da prorrogação de contratos de
serviços continuados por até 60 meses.
O §4º do artigo 57 dessa lei traz uma única exceção: em caráter
excepcional, devidamente justificado e mediante autorização da
autoridade superior, pode-se prorrogar o contrato de serviços continuados
por até 12 meses (além dos 60 já prorrogáveis).
De qualquer modo, a prorrogação não é por mais 60 meses.
A assertiva está, assim, errada.
29. (CESPE / ANTAQ / 2009) A execução do contrato deverá ser
acompanhada e fiscalizada por representante da
administração, especialmente designado para tanto, permitida
a contratação de terceiros para substituí-lo.
O acompanhamento e a fiscalização de contratos administrativos, por
parte da Administração Pública, são normatizados pelo artigo 67 da Lei de
Licitações e Contratos:
“Art. 67. A execução do contrato deverá ser acompanhada e
fiscalizada por um representante da Administração especialmente
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA ANALISTA JUDICIÁRIO (ÁREA ADMINISTRATIVA) – TRT 1ª REGIÃO
PROFESSOR RENATO FENILI
41
designado, permitida a contratação de terceiros para assisti-lo e
subsidiá-lo de informações pertinentes a essa atribuição.
§ 1o O representante da Administração anotará em registro próprio
todas as ocorrências relacionadas com a execução do contrato,
determinando o que for necessário à regularização das faltas ou defeitos
observados.
§ 2o As decisões e providências que ultrapassarem a competência do
representante deverão ser solicitadas a seus superiores em tempo hábil
para a adoção das medidas convenientes.”
Como podemos ver, a Lei permite a contratação de terceiros tão
somente para prestar assistência ao fiscal de contrato, e não para
substituí-lo.
A questão está, assim, errada.
Em caso de ocorrências anormais observadas pelo fiscal do contrato,
ou para outros assuntos atinentes ao contrato, o fiscal efetua o contato
com um representante do contratado denominado preposto.
“Art. 68. O contratado deverá manter preposto, aceito pela
Administração, no local da obra ou serviço, para representá-lo na
execução do contrato.”
3.3. Inexecução do contrato: causas justificadoras, consequências,
revisão, rescisão, suspensão
24. (CESPE / FUB / 2009) Ocorrendo atraso injustificado no início
da execução do contrato, é cabível ao administrador público
rescindir unilateralmente o contrato.
As hipóteses de rescisão unilateral de contratos pela Administração
estão enumeradas no inciso I do artigo 79 da Lei nº 8.666/1993, que, por
sua vez, faz alusão aos incisos I a XII a XVII do artigo 78 da mesma Lei.
Assim, eis as principais situações que tornam cabível a rescisão unilateral:
o não cumprimento de cláusulas contratuais pelo contratado,
especificações, projetos ou prazos;
o cumprimento irregular de cláusulas contratuais pelo
contratado, especificações, projetos e prazos;
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA ANALISTA JUDICIÁRIO (ÁREA ADMINISTRATIVA) – TRT 1ª REGIÃO
PROFESSOR RENATO FENILI
42
a lentidão do seu cumprimento, levando a Administração a
comprovar a impossibilidade da conclusão da obra, do serviço ou
do fornecimento, nos prazos estipulados;
o atraso injustificado no início da obra, serviço ou
fornecimento;
a paralisação da obra, do serviço ou do fornecimento, sem justa
causa e prévia comunicação à Administração;
a subcontratação total ou parcial do seu objeto, não admitidas
no edital e no contrato;
razões de interesse público, de alta relevância e amplo
conhecimento;
ocorrência de caso fortuito ou força maior que impeça a
execução do contrato.
De acordo com a hipótese destacada acima, vemos que a questão
está certa.
25. (CESPE / OAB / 2007.1) A administração pode rescindir o
contrato, de forma unilateral, na ocorrência de caso fortuito ou
força maior, não ficando obrigada ao pagamento de qualquer
indenização.
Podemos estabelecer a seguinte regra: sempre que a rescisão do
contrato for motivada por fator (totalmente) estranho ao contratado, ele
fará jus a ressarcimento.
Assim, no caso da não liberação, por parte da Administração, de um
terreno em que a contratada deveria iniciar uma obra, a empresa será
ressarcida dos prejuízos regularmente comprovados.
Logicamente, se a rescisão for motivada por fator causado pela
empresa contratada, ela não fará jus à rescisão. (só faltava....)
Os artigos XII a XVII do artigo 78 da Lei de Licitações e Contratos
tratam justamente dos casos em que a empresa contratada não teve
culpa na rescisão. Dessa forma, veja o que nos traz § 2º do artigo 79:
§ 2o Quando a rescisão ocorrer com base nos incisos XII a XVII do
artigo anterior, sem que haja culpa do contratado, será este
ressarcido dos prejuízos regularmente comprovados que houver sofrido,
tendo ainda direito a:
I - devolução de garantia;
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA ANALISTA JUDICIÁRIO (ÁREA ADMINISTRATIVA) – TRT 1ª REGIÃO
PROFESSOR RENATO FENILI
43
II - pagamentos devidos pela execução do contrato até a data da
rescisão;
III - pagamento do custo da desmobilização.
Assim sendo, a questão está errada.
26. (CESPE / DPE – AL / 2009) A administração pública pode
rescindir unilateralmente o contrato por motivo de interesse
público, circunstância que lhe impõe o dever de ressarcir o
contratado dos prejuízos regularmente comprovados.
Podemos notar que a rescisão – seguida ou não de ressarcimento –
é assunto recorrente em provas de concurso.
O gabarito da questão, conforme a banca, estabelece que ela está
certa. Nesse caso, tomando como base o desenvolvimento da questão
anterior, destaco que a rescisão por motivo de interesse público está
contemplada no inciso XII do artigo 78 da Lei nº 8.666/93:
XII - razões de interesse público, de alta relevância e amplo
conhecimento, justificadas e determinadas pela máxima autoridade da
esfera administrativa a que está subordinado o contratante e exaradas no
processo administrativo a que se refere o contrato;
No entanto, conforme o § 2º do artigo 79 da mesma Lei (transcrito
na questão anterior), podemos notar que o ressarcimento só será
efetuado se não houver culpa do contratado. Desta maneira, vejo que
caberia recurso nesta questão.
27. (CESPE / FUB / 2009) Mesmo que esteja injustificadamente
atrasado o pagamento pela administração pública por 70 dias,
não poderá o contratado interromper a execução de um
contrato.
Esta é mais uma daquelas questões que exige um conhecimento mais
profundo do candidato.
No âmbito do Direito Privado, caso uma das partes deixe de cumprir a
sua obrigação, é lícito que a outra suspenda a execução do contrato.
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA ANALISTA JUDICIÁRIO (ÁREA ADMINISTRATIVA) – TRT 1ª REGIÃO
PROFESSOR RENATO FENILI
44
Assim, em um contrato de fornecimento mensal de açúcar para um
supermercado, por exemplo, se o fornecedor deixar de cumprir sua
obrigação, é lícito que o dono do supermercado suspenda seu pagamento.
Da mesma maneira, se o dono do supermercado não efetuar o pagamento
na data estabelecida no contrato, o fornecedor fica autorizado a não
efetuar sua entrega. Aquele que deixa de cumprir sua obrigação
contratual denomina-se inadimplente.
A esta suspensão da execução do contrato – sempre pela parte
prejudicada – dá-se o nome de oposição da exceção do contrato não
cumprido (exceptio non adimpleti contractus).
A mesma lógica, entretanto, não se aplica aos contratos
administrativos. Em conformidade com o princípio da continuidade do
serviço público, não caberia a suspensão da execução do contrato pelo
particular, mesmo se a Administração permanecesse sem remunerá-lo
pelo objeto. Ao particular – claramente prejudicado – somente restaria a
indenização futura pelos prejuízos acumulados.
Imaginem como esta posição extremamente
rigorosa é danosa ao particular. Nem todas (ou muito
poucas) são as empresas que dispõem de capital de
giro suficiente para trabalhar por meses “de graça”. O
risco maior é quebrar a empresa, ensejando uma
situação desfavorável tanto para o particular quanto
para a Administração.
Em contrapartida, a Lei nº 8.666/1993 limitou o
prazo de inadimplência da Administração durante o qual o particular não
pode suspender a execução do contrato. Vejamos o inciso XV do artigo 78
desta Lei:
Art. 78. Constituem motivo para rescisão do contrato:
XV - o atraso superior a 90 (noventa) dias dos pagamentos
devidos pela Administração decorrentes de obras, serviços ou
fornecimento, ou parcelas destes, já recebidos ou executados, salvo em
caso de calamidade pública, grave perturbação da ordem interna ou
guerra, assegurado ao contratado o direito de optar pela suspensão do
cumprimento de suas obrigações até que seja normalizada a situação;
Vemos que o enunciado da questão expõe uma situação de atraso de
pagamento pela Administração durante um período de 70 dias, inferior,
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA ANALISTA JUDICIÁRIO (ÁREA ADMINISTRATIVA) – TRT 1ª REGIÃO
PROFESSOR RENATO FENILI
45
portanto, aos 90 dias estabelecidos em lei. Até que se decorra o prazo de
90 dias, o particular não poderá suspender sua obrigação.
A questão está certa.
28. (CESPE / TCU / 2009) Aplica-se aos contratos administrativos
a exceptio non adimpleti contractus, na hipótese de atraso
injustificado, superior a 90 dias, dos pagamentos devidos pela
administração pública.
Trabalhamos este conteúdo na questão anterior. Note que a banca
utilizada a expressão em latim para a oposição da exceção do contrato
não cumprido, sem dispensar explicações complementares.
A questão está certa.
29. (FCC / TRT 9ª Região / 2010) Na Administração Pública, no
que se refere à gestão de contratos, considere:
I. A execução do contrato deverá ser acompanhada e fiscalizada
por um representante do contratado especialmente designado pelaAdministração, permitida a contratação de terceiros para assisti-
lo.
II. A duração dos contratos ficará adstrita à vigência dos
respectivos créditos orçamentários, salvo exceções contidas noPPA - Plano Plurianual, serviços executados de forma contínua e
aluguel de equipamentos.
III. É nulo e de nenhum efeito o contrato verbal com aadministração, salvo o de pequenas compras de pronto
pagamento.
IV. O contratado é obrigado a reparar, corrigir, remover,reconstruir ou substituir, às suas expensas, no total ou em parte, o
objeto do contrato em que se verificarem vícios, excetuando-se osdefeitos ou incorreções resultantes da execução ou de materiais
empregados.
V. O instrumento de contrato é obrigatório nos casos de
concorrência e de tomada de preços, bem como nas dispensas einexigibilidade cujos preços estejam compreendidos nos limites
dessas duas modalidades de licitação.
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA ANALISTA JUDICIÁRIO (ÁREA ADMINISTRATIVA) – TRT 1ª REGIÃO
PROFESSOR RENATO FENILI
46
É correto o que consta APENAS em:
a) II, III e V.
b) I, II e III.
c) IV e V. d) I e II.
e) I, III e IV.
Vejamos os comentários às assertivas:
I. A execução do contrato deverá ser acompanhada e fiscalizada porum representante da Administração, conforme estatuído no caput
do art. 67 da Lei nº 8.666/1993, já visto nesta aula. A assertivaestá errada.
II. A assertiva espelha apropriadamente o conteúdo do art. 57 daLei de Licitações e contratos. Está, portanto, correta.
III. A assertiva é a transcrição de parte do Parágrafo Único do art.60 da Lei de Licitações e Contratos. Está, assim, correta.
IV. Não há exceções, em se tratando das obrigações de reparo /
correção do contratado, alusivas aos defeitos ou incorreçõesresultantes da execução ou de materiais empregados. Tal é o
entendimento do art. 69 da Lei de Licitações e Contratos. Aassertiva está errada.
V. A assertiva lista de modo acertado as hipóteses nas quais éobrigatório o instrumento contratual (art. 62 da Lei nº
8.666/1993). Está, assim, correta.
Resposta: A.
30. (FCC / TRE – TO / 2011) Nos contratos administrativos:
a) o instrumento de contrato é obrigatório nos casos de
concorrência e tomada de preços, sendo dispensável em algumashipóteses de inexigibilidade e dispensa de licitação.
b) é permitida a qualquer interessado a obtenção gratuita de cópia
autenticada de contrato administrativo.
c) a minuta do futuro contrato integrará sempre o edital ou ato
convocatório da licitação.
d) decorridos cinquenta dias da data da entrega das propostas,
sem convocação para a contratação, ficam os licitantes liberadosdos compromissos assumidos.
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA ANALISTA JUDICIÁRIO (ÁREA ADMINISTRATIVA) – TRT 1ª REGIÃO
PROFESSOR RENATO FENILI
47
e) nenhum contrato com a Administração Pública pode ser de
forma verbal.
A alternativa C está de acordo com o §1º do artigo 62 da Lei de
Licitações e Contratos, estando, dessa forma, correta. Comentário às
demais alternativas:
a) realmente o instrumento de contrato é obrigatório nos casos de
concorrência e tomada de preços. Já nos casos de dispensa e
inexigibilidade de licitação cujos preços estejam “fora” do intervalo
formado pelos limites destas duas modalidades de licitação, o instrumento
de contrato é substituível (e não dispensável) por outros instrumentos
(cartas-contratos, notas de empenho etc.), conforme prevê o art. 62 da
Lei nº 8.666/1993;
b) a obtenção de cópia autenticada de contrato administrativo dá-se
mediante o pagamento dos emolumentos devidos (artigo 63 da Lei de
Licitações e Contratos);
d) o prazo legal é de sessenta dias (§3º do artigo 64 da Lei nº
8.666/1993);
e) o contrato de pequenas compras de pronto pagamento pode ser verbal
(parágrafo único do artigo 60 da Lei nº 8.666/1993).
Resposta: C.
Ficaremos por aqui nesta sétima aula. Na próxima semana
estudaremos a comunicação na Administração Pública e a Gestão de
Redes Organizacionais.
Grande abraço, bons estudos e um excelente 2013!
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA ANALISTA JUDICIÁRIO (ÁREA ADMINISTRATIVA) – TRT 1ª REGIÃO
PROFESSOR RENATO FENILI
48
QUESTÕES APRESENTADAS NESTA AULA
1. (FCC / TRF 2ª Região / 2012) É o conjunto integrado e
sincrônico de insumos, infraestruturas, regras e
transformações, que adiciona valor às pessoas que fazem uso
dos produtos e/ou serviços gerados:
a) processo.
b) diretriz organizacional.
c) política empresarial.
d) estratégia.
e) missão.
2. (FCC / TRE – PE / 2011) A gestão por processos de uma
organização, para cumprir seus objetivos estratégicos, tem
como característica a:
a) organização em unidades funcionais verticais.
b) interfuncionalidade e a transformação de insumos em
serviços, como o objetivo de agregar valor ao
cidadão/cliente.
c) sincronia em unidades funcionais verticais em insumos,
infraestruturas e regras, com o objetivo de agregar valor
interno.
d) estrutura baseada na hierarquia funcional e departamental,
com objetivo de agregar valor ao cidadão/cliente.
e) interfuncionalidade e a sincronia dos insumos e
infraestrutura das unidades verticais, exclusivamente.
3. (FGV / Fiocruz / 2010) Focalizando a Gestão por Processos e
suas características específicas, assinale a alternativa
incorreta:
a) Foco no usuário
b) Ênfase em agregar valor.
c) Visão compartimentada.
d) Utiliza parâmetros de avaliação de desempenho.
e) Elevado nível de integração.
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA ANALISTA JUDICIÁRIO (ÁREA ADMINISTRATIVA) – TRT 1ª REGIÃO
PROFESSOR RENATO FENILI
49
4. (ESAF / ATRF / 2012 – adaptada) Processos de suporte são
aqueles que aumentam a capacidade da organização de
realizar os seus processos primários ou finalísticos.
5. (FCC / TRF 2ª Região / 2012) Define-se como a representação
gráfica que permite a fácil visualização dos passos de um
processo, sua sequência lógica e de encadeamento de
atividades e decisões, bem como permite a realização de
análise crítica para detecção de falhas e de oportunidades de
melhorias:
a) Poka Yoke.
b) Organograma.
c) Histograma.
d) Fluxograma
e) Método dos 4M’s.
6. (CESPE / DETRAN ES / 2010) A gestão de um processo deve
contemplar a sua modelagem, etapa em que é descrita a
situação futura ou ideal do processo.
7. (FCC / TRF 2ª. Região / 2012) Criação de especificações para
processos de negócios novos ou modificados dentro do
contexto dos objetivos de negócio, de desempenho de
processo, fluxo de trabalho, aplicações de negócio,
plataformas tecnológicas, recursos de dados, controles
financeiros e operacionais e integração com outros processos
internos e externos:
a) análise do processo.
b) desenho do processo.
c) implementação do processo.
d) gerenciamento do processo.
e) refinamento do processo.
8. (FCC – 2011 – TRT 24ª Região) Segundo Schaffer Prochonw,projeto é um empreendimento planejado que consiste em um
conjunto de atividades interrelacionadas e coordenadas, sendouma de suas características a:
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA ANALISTA JUDICIÁRIO (ÁREA ADMINISTRATIVA) – TRT 1ª REGIÃO
PROFESSOR RENATO FENILI
50
a) integralidade.
b) continuidade.
c) generalidade.
d) exclusividade.
e) imperatividade.
9. (FCC / TST / 2012) A sistematização de conhecimentos e
padrões em administração de projetos seguem preceitos de
entidade internacional, mundialmente conhecida, que criou
algumas referências usuais aos que lidam ou estudam gestão
de projetos. Com base nessa sistematização e seus termos,
considere as seguintes assertivas sobre gestão de projetos.
I. Um PMO coordena atividades pautadas no PMBOK do PMI.
II. O PMI constitui a base do conhecimento em gerenciamento
de projetos do PMO.
III. O PMO tem entre seus objetivos o de formular padrões
profissionais de gestão de projetos.
Está correto o que se afirma APENAS em:
a) I.
b) II.
c) III.
d) I e II.
e) I e III.
10. (FCC / TRF 1ª Região / 2011) Na fase de iniciação de um
projeto, antes de tudo, deve-se:
a) decidir se um projeto deve ser iniciado, entre vários
possíveis.
b) definir as atividades necessárias para desenvolvimento do
produto a ser entregue.
c) detalhar o escopo e os requisitos básicos do projeto.
d) elaborar detalhadamente as informações sobre o projeto.
e) escolher as pessoas certas para a implantação e avaliação do
projeto.
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA ANALISTA JUDICIÁRIO (ÁREA ADMINISTRATIVA) – TRT 1ª REGIÃO
PROFESSOR RENATO FENILI
51
11. (FCC / TRE – PE / 2011) José Karisma, gestor de projetos da
instituição pública ELEGE e sua equipe, traçou, em seu plano
de gestão estratégica para o período 2011-2013, o projeto
Gestão de Processos com o objetivo de estruturar o Escritório
de Processos da instituição. Nessa fase de gestão do projeto,
definiu que está incluso no projeto a definição de metodologia
de gestão de processos, capacitação da equipe e a contratação
de consultoria especializada para auxiliar tecnicamente o
desenvolvimento dos trabalhos, facilitando a implantação das
etapas de mapeamento e melhorias, identificação dos itens e
medidas de controle e padronização dos seus principais
processos de trabalho. Pela metodologia PMBOK (Project
Management Body of Knowledge), esta fase trata do
Gerenciamento:
a) do Escopo do projeto.
b) da Integração do projeto.
c) da Qualidade do projeto.
d) dos Riscos do projeto.
e) das Aquisições do projeto.
12. (CESPE / TJ – RR / 2012) A estrutura analítica de um projeto
(EAP) detalha as atividades e tarefas que o compõem e
consiste em insumo fundamental para a criação de um
cronograma.
13. (FCC – 2012 – TRF 2ª Região) São características do ciclo devida do projeto:
I. Início do projeto; organização e preparação; execução dotrabalho do projeto e encerramento do projeto.
II. Os níveis de custo e de pessoal são baixos no início,
atingem um valor máximo na fase de execução e caem na fasede finalização do projeto.
III. A influência das partes interessadas, os riscos e asincertezas são maiores durante o início do projeto, reduzindo-se ao longo de sua vida.
IV. Os custos das mudanças e correções de erros diminuemconforme o projeto se aproxima do término.
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA ANALISTA JUDICIÁRIO (ÁREA ADMINISTRATIVA) – TRT 1ª REGIÃO
PROFESSOR RENATO FENILI
52
É correto o que consta APENAS em
a) I e II.
b) II, III e IV. c) I, II e III.
d) III e IV.
e) I, III e IV.
14. (CESPE / MDIC / 2008) São características do contrato
administrativo: formalismo, comutatividade e bilateralidade.
15. (FCC / TRE – TO / 2011) Dentre outras, são características dos
contratos administrativos:
a) comutatividade e formalidade.
b) informalidade e natureza intuitu personae. c) onerosidade e inexistência de obrigações recíprocas para
as partes. d) presença de cláusulas exorbitantes e unilateralidade.
e) consensualidade e informalidade.
16. (CESPE / FUB / 2009) No contrato administrativo é vedada a
existência de cláusulas exorbitantes, pela necessidade de
paridade de condições das partes envolvidas.
17. (CESPE / OAB / 2007.1) Como os contratos administrativos
também se submetem ao princípio da formalidade, eles devem
ser obrigatoriamente escritos.
18. (CESPE / MDIC / 2008) Nos contratos administrativos, é
vedada a alteração unilateral pela administração pública.
19. (CESPE / ANEEL / 2010) É nulo e de nenhum efeito o contrato
verbal com a administração, mesmo aquele de pequena
compra de pronto pagamento, feito em regime de
adiantamento.
20. (CESPE / UNIPAMPA / 2009) A contratação verbal com a
administração é aceita para pequenas compras de pronto
pagamento.
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA ANALISTA JUDICIÁRIO (ÁREA ADMINISTRATIVA) – TRT 1ª REGIÃO
PROFESSOR RENATO FENILI
53
21. (CESPE / DPE – AL / 2009) As cláusulas exorbitantes incidem
nos contratos administrativos, desde que expressamente
previstas.
22. (CESPE/ TJ – AL / 2008) Os contratos administrativos poderão
ser legalmente alterados unilateralmente pela administração,
quando houver modificação do projeto ou das especificações,
para melhor adequação técnica aos seus objetivos.
23. (CESPE / ANEEL / 2010) O contratado, na execução do
contrato, sem prejuízo das responsabilidades contratuais e
legais, poderá subcontratar partes da obra, serviço ou
fornecimento, até o limite admitido, em cada caso, pela
administração.
24. (CESPE / OAB / 2007.1) A administração pode alterar, de
forma unilateral, os contratos que celebrar. No entanto, no que
se refere à alteração quantitativa, a lei estabelece, como limite
para os acréscimos e supressões nas obras, serviços ou
compras, o percentual de 50% em relação ao valor original do
contrato.
25. (CESPE /ANAC / 2009) A administração pública responde
solidariamente com o contratado pelos encargos
previdenciários resultantes da execução do contrato.
26. (CESPE / ANTAQ / 2009) O contratado é responsável pelos
encargos trabalhistas, previdenciários, fiscais e comerciais da
execução do contrato, porém, em caso de inadimplência, a
responsabilidade por seu pagamento é transferida à
administração pública.
27. (CESPE / MI / 2009) Na prestação de serviços a serem
executados de forma contínua, é permitida a prorrogação do
contrato por períodos iguais e sucessivos, com vistas à
obtenção de preços e condições mais vantajosos para a
administração, até o máximo de 60 meses.
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA ANALISTA JUDICIÁRIO (ÁREA ADMINISTRATIVA) – TRT 1ª REGIÃO
PROFESSOR RENATO FENILI
54
28. (CESPE / DFTRANS / 2008) Os contratos administrativos têm
prazo de vigência limitado a sessenta meses, podendo ser
prorrogados uma única vez, por igual período.
29. (CESPE / ANTAQ / 2009) A execução do contrato deverá ser
acompanhada e fiscalizada por representante da
administração, especialmente designado para tanto, permitida
a contratação de terceiros para substituí-lo.
30. (CESPE / FUB / 2009) Ocorrendo atraso injustificado no início
da execução do contrato, é cabível ao administrador público
rescindir unilateralmente o contrato.
31. (CESPE / OAB / 2007.1) A administração pode rescindir o
contrato, de forma unilateral, na ocorrência de caso fortuito ou
força maior, não ficando obrigada ao pagamento de qualquer
indenização.
32. (CESPE / DPE – AL / 2009) A administração pública pode
rescindir unilateralmente o contrato por motivo de interesse
público, circunstância que lhe impõe o dever de ressarcir o
contratado dos prejuízos regularmente comprovados.
33. (CESPE / FUB / 2009) Mesmo que esteja injustificadamente
atrasado o pagamento pela administração pública por 70 dias,
não poderá o contratado interromper a execução de um
contrato.
34. (CESPE / TCU / 2009) Aplica-se aos contratos administrativos
a exceptio non adimpleti contractus, na hipótese de atraso
injustificado, superior a 90 dias, dos pagamentos devidos pela
administração pública.
35. (FCC / TRT 9ª Região / 2010) Na Administração Pública, no
que se refere à gestão de contratos, considere:
I. A execução do contrato deverá ser acompanhada e fiscalizada
por um representante do contratado especialmente designado pelaAdministração, permitida a contratação de terceiros para assisti-
lo.
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA ANALISTA JUDICIÁRIO (ÁREA ADMINISTRATIVA) – TRT 1ª REGIÃO
PROFESSOR RENATO FENILI
55
II. A duração dos contratos ficará adstrita à vigência dosrespectivos créditos orçamentários, salvo exceções contidas no
PPA - Plano Plurianual, serviços executados de forma contínua ealuguel de equipamentos.
III. É nulo e de nenhum efeito o contrato verbal com aadministração, salvo o de pequenas compras de pronto
pagamento.
IV. O contratado é obrigado a reparar, corrigir, remover,reconstruir ou substituir, às suas expensas, no total ou em parte, o
objeto do contrato em que se verificarem vícios, excetuando-se osdefeitos ou incorreções resultantes da execução ou de materiais
empregados.
V. O instrumento de contrato é obrigatório nos casos deconcorrência e de tomada de preços, bem como nas dispensas e
inexigibilidade cujos preços estejam compreendidos nos limitesdessas duas modalidades de licitação.
É correto o que consta APENAS em:
a) II, III e V. b) I, II e III.
c) IV e V. d) I e II.
e) I, III e IV.
36. (FCC / TRE – TO / 2011) Nos contratos administrativos:
a) o instrumento de contrato é obrigatório nos casos de
concorrência e tomada de preços, sendo dispensável em algumashipóteses de inexigibilidade e dispensa de licitação.
b) é permitida a qualquer interessado a obtenção gratuita de cópia
autenticada de contrato administrativo.
c) a minuta do futuro contrato integrará sempre o edital ou ato
convocatório da licitação.
d) decorridos cinquenta dias da data da entrega das propostas,
sem convocação para a contratação, ficam os licitantes liberadosdos compromissos assumidos.
e) nenhum contrato com a Administração Pública pode ser de forma verbal.
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA ANALISTA JUDICIÁRIO (ÁREA ADMINISTRATIVA) – TRT 1ª REGIÃO
PROFESSOR RENATO FENILI
56
GABARITO
1- A 2- B
3- C 4- C
5- D 6- C
7- B 8- D
9- A 10- A
11- A 12- C
13- C 14- C
15- A 16- E
17- E 18- E
19- E 20- C
21- E 22- C
23- C 24- E
25- C 26- E
27- C 28- E
29- E 30- C
31- E 32- C
33- C 34- C
35- A 36- C
Referências
BRASIL. Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão; Serviço Federalde Processamento de Dados. Guia Referencial para Gestão de
Processos no Governo. Março de 2011. Disponível em:http://www.governoeletronico.com.br (Acesso em 28.12.12)
BRASIL. Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão. GesPública –Guia “d” Simplificação, 2009. Disponível em:
http://www.gespublica.gov.br/ferramentas/pasta.2010-04-26.1767784009 (Acesso em 27.12.12)
BRASIL. Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão. Gestão deProcessos: um guia rápido orientado a resultados, 2009b. Disponível
NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA ANALISTA JUDICIÁRIO (ÁREA ADMINISTRATIVA) – TRT 1ª REGIÃO
PROFESSOR RENATO FENILI
57
em:http://www.gespublica.gov.br/ferramentas/anexos/guia_de_gestao_de_pr
ocessos.pdf. (Acesso em 26.12.12)
MAXIMIANO, A. C. A. Administração de Projetos: como transformar
idéias em resultados. São Paulo: Atlas, 2002.
PALUDO, A. V., Administração Pública: Teoria e Questões. 2ª Edição.
Rio de Janeiro: Elsevier, 2012.
PALVARINI, B. Gestão de Processos no Departamento de Programas
de Gestão. Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão – Secretariade Gestão, 2011. Disponível em:
http://www.gespublica.gov.br/biblioteca/pasta.2010-12-
08.2954571235/GESTaO%20DE%20PROCESSOS%20NO%20DEPARTAMENTO%20DE%20PROGRAMAS%20DE%20GESTaO%20v1.pdf. Acesso em
24.12.12.
PROCHNOW, M.; SCHAFFER, W. B. Pequeno Manual para Elaboração
de Projetos. Rio Grande do Sul: APREMAVI / AMAVO / FEEC, 1999.
RAMOS, M. Fatores Críticos na Implantação da Gestão Estratégica
de Processos: Estudo de Caso no Tribunal Regional Eleitoral doParaná. Dissertação de Mestrado. Universidade Católica do Paraná, 2011.
http://www.abpmp-
br.org/index.php?option=com_content&view=article&id=69&Itemid=150
http://en.wikipedia.org/wiki/Business_process_management
http://www.gespublica.gov.br/ferramentas/pasta.2010-04-
26.0851676103/Guia%20de%20Gestao%20de%20Processos%20de%20G
overno.pdf