aula 03 - princípios constitucionais em espécie

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Materia Penal N1

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  • Direito Penal IAula 03 Princpios

    Constitucionais do Direito Penal em Espcie

    Prof. Rodrigo Correa do Couto

  • Sumrio

    Hierarquia entre princpios; Princpios basilares:

    Princpio da Dignidade da Pessoa Humana; Princpio da Legalidade; Princpio da Culpabilidade;

  • Hierarquia Entre Princpios

    PrincpiosBasilares

    PrincpiosDecorrentes

    Regras Regras Regras

  • Princpios BasilaresDignidade da Pessoal Humana

    Conceito: Fundamento da Repblica Federativa do Brasil que outorga ao

    Estado Democrtico de Direito uma dimenso antropocntrica, considerando o ser humano como fim ltimo da atuao estatal, fonte de imputao de todos os valores, conscincia e vivncia de si prprio.

    Previso Constitucional: CF/88 - Art. 1 A Repblica Federativa do Brasil, formada pela

    unio indissolvel dos Estados e Municpios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrtico de Direito e tem como fundamentos

    III - a dignidade da pessoa humana;

  • Princpios BasilaresDignidade da Pessoal Humana

    Aspectos voltados ao Direito Penal: Ligado ao Crime Proibio de incriminao de condutas

    socialmente inofensivas;

    Ligado Pena vedao de tratamento degradante, cruel ou de carter vexatrio.

  • Princpios BasilaresDignidade da Pessoal Humana

    Casustica: Priso domiciliar concedida a paciente em grave estado de sade

    (STF - HC 98.675, Relator Ministro Eros Grau);

    Consumo de pequena quantidade de substncia entorpecente (STF - HC 94.685, Relatora Ministra Ellen Gracie);

    Autor Militar; Afastamento da pena prevista no Cdigo Penal Militar para to

    somente a pena prevista na Lei 11.343/2006 combinada com a excluso do militar das fileiras do Exrcito.

    Deslocamento da competncia federal para o julgamento do crime de reduo a condio anloga de escravo (Art. 149, CP) (STJ - CC 113.428/MG, Relatora Ministra Maria Thereza de Assis Moura).

  • Princpios BasilaresDignidade da Pessoal Humana

    Reconhecimento da insconstitucionalidade da proibio da substituio da pena privativa de liberdade por pena alternativa no crime de trfico ilcito de drogas (Lei n. 11.343/2006, Arts. 33, 4, e 44) (STJ - HC 120.353/SP, Relator Ministro Og Fernandes):

    Art. 33. Importar, exportar, remeter, preparar, produzir, fabricar, adquirir, vender, expor venda, oferecer, ter em depsito, transportar, trazer consigo, guardar, prescrever, ministrar, entregar a consumo ou fornecer drogas, ainda que gratuitamente, sem autorizao ou em desacordo com determinao legal ou regulamentar:

    Pena - recluso de 5 (cinco) a 15 (quinze) anos e pagamento de 500 (quinhentos) a 1.500 (mil e quinhentos) dias-multa.

    1o Nas mesmas penas incorre quem: I - importa, exporta, remete, produz, fabrica, adquire, vende, expe

    venda, oferece, fornece, tem em depsito, transporta, traz consigo ou guarda, ainda que gratuitamente, sem autorizao ou em desacordo com determinao legal ou regulamentar, matria-prima, insumo ou produto qumico destinado preparao de drogas;

  • Princpios BasilaresDignidade da Pessoal Humana II - semeia, cultiva ou faz a colheita, sem autorizao ou em desacordo

    com determinao legal ou regulamentar, de plantas que se constituam em matria-prima para a preparao de drogas;

    III - utiliza local ou bem de qualquer natureza de que tem a propriedade, posse, administrao, guarda ou vigilncia, ou consente que outrem dele se utilize, ainda que gratuitamente, sem autorizao ou em desacordo com determinao legal ou regulamentar, para o trfico ilcito de drogas.

    4o Nos delitos definidos no caput e no 1o deste artigo, as penas podero ser reduzidas de um sexto a dois teros, vedada a converso em penas restritivas de direitos, desde que o agente seja primrio, de bons antecedentes, no se dedique s atividades criminosas nem integre organizao criminosa

    Art. 44. Os crimes previstos nos arts. 33, caput e 1o, e 34 a 37 desta Lei so inafianveis e insuscetveis de sursis, graa, indulto, anistia e liberdade provisria, vedada a converso de suas penas em restritivas de direitos.

  • Princpios BasilaresDignidade da Pessoal Humana

    Proibio do recolhimento de preso em continer (STJ HC 142.513/ES, Relator Ministro Nilson Naves).

  • Princpios BasilaresLegalidade

    Enunciado e Previso Constitucional: Nullum crimen, nulla poena sine praevie lege; CF/88 Art. 5 XXXIX - no h crime sem lei anterior que o defina,

    nem pena sem prvia cominao legal;

    Legalidade Penal X Legalidade Lato Sensu: Legalidade Lato Sensu Art. 5, Inc II, CF/88: Legalidade Penal Art. 5, Inc XXXIX, CF/88.

    Clusula Ptrea: CF/88 Art. 60, 4 No ser objeto de deliberao a proposta de

    emenda tendente a abolir:

    IV - os direitos e garantias individuais.

  • Princpios BasilaresLegalidade

    Aspecto Poltico: Confere segurana jurdica ao cidado de que no ser apenado

    por conduta no tipificadas;

    Aspecto Jurdico: Exigncia da perfeita subsuno fato/norma para que o cidado

    seja penalizado.

  • Princpios BasilaresLegalidade

    Desdobramentos: Anterioridade da lei penal (lege praevia); Reserva legal (lege scripta); Proibio de analogia in malam partem (lege stricta); Taxatividade (lege certa);

  • Princpios BasilaresLegalidade

    Anterioridade da lei penal (lege praevia); No h crime sem lei anterior que o defina; No h pena sem prvia comuniao legal; As leis penais no retroagiram para atingirem condutas

    realizadas no passado, salvo se para beneficiar o ru Art. 5, XL - a lei penal no retroagir, salvo para beneficiar o ru;

  • Princpios BasilaresLegalidade

    Reserva legal: Para a criminalizao de condutas e imputao de penas faz-se

    necessria lei formal;

    Lei formal produto do Poder Legislativo; Espcies normativas: Leis Complementares e Ordinrias editadas pelo Poder

    Legislativo da Unio CF/99 - Art. 22. Compete privativamente Unio legislar sobre: I - direito civil, comercial, penal, processual, eleitoral, agrrio, martimo, aeronutico, espacial e do trabalho;

  • Princpios BasilaresLegalidade

    Proibio da Analogia: In mallam partem (proibida); In bonam partem (permitida). Ex. CP - Art. 244. Deixar, sem justa causa, de prover a

    subsistncia do cnjuge, ou de filho menor de 18 (dezoito) anos ou inapto para o trabalho, ou de ascendente invlido ou maior de 60 (sessenta) anos, no lhes proporcionando os recursos necessrios ou faltando ao pagamento de penso alimentcia judicialmente acordada, fixada ou majorada; deixar, sem justa causa, de socorrer descendente ou ascendente, gravemente enfermo: Pena - deteno, de 1 (um) a 4 (quatro) anos e multa, de uma a dez vezes o maior salrio mnimo vigente no Pas.

  • Princpios BasilaresLegalidade

    Taxatividade: A lei penal no poder ser genrica ou vaga;

    Casustica: Interceptao no autorizada de sinal de TV a cabo No

    caracteriza furto (Art. 155, 3, CP), sob pena de analogia in mallam partem (HC 97.261, Relator Ministro Joaquim Barbosa)

  • Princpios BasilaresCulpabilidade

    Conceito: No h pena sem culpabilidade: nulla poena sine culpa; A culpa do agente conditio sine qua non para a aplicao da

    pena.

    Fundamento Constitucional: CF/88 Art. 5, LVII - ningum ser considerado culpado at o

    trnsito em julgado de sentena penal condenatria;

    Caracterstica Processual presuno de inocncia; Caracterstica Penal Culpabilidade.

  • Princpios BasilaresCulpabilidade

    Teoria adotada pelo Cdigo Penal Teoria normativa pura da culpabilidade:

    Conceito a culpabilidade constitui-se de um juzo de reprovao, que recai sobre o autor de um fato tpico e antijurdico, presente sempre que o agente for imputvel, puder compreender a coarter ilcito do fato e dele se puder exigir conduta diversa.

  • Princpios BasilaresCulpabilidade

    Elementos da culpabilidade: Imputabilidade (Arts. 26 a 28 do CP); Possibilidade de compreender o carter ilcito do fato (Art. 21 do

    CP)

    Exigibilidade de conduta diversa (Art. 22, CP).

    Culpabilidade como medida da pena: A culpabilidade do agente fixa a qualidade, a quantidade e o

    rigor da pena.

    CP - Art. 29 - Quem, de qualquer modo, concorre para o crime incide nas penas a este cominadas, na medida de sua culpabilidade.

  • Princpios BasilaresCulpabilidade

    Consequncias: Proibio da responsabilidade penal objetiva; Proibio de imposio da pena sem o elementos da

    culpabilidade;

    Graduao da pena segundo o nvel de censurabilidade do fato praticado.

  • Esquema

    PrincpiosBasilares

    Dignidade da Pessoa Humana

    (CF, art. 1, inc III)

    Legalidade

    (CF, art. 5 inc. XXXIX);

    Culpabilidade

    (CF, art. 5, inc. LVII)