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Tratados como fonte do Direito Internacional Público

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Page 1: Aula 03 - Fontes Do DIP - Tratados
Page 2: Aula 03 - Fontes Do DIP - Tratados

TEMA DA AULA

Page 3: Aula 03 - Fontes Do DIP - Tratados

Fontes

Tratados

DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO

Formais Primárias

Costumes

Princípios Gerais de Direito

Atos Unilaterais dos Estados

Outras Fontes

Decisões das Organizações Internacionais

Soft Law

Jus Cogens

Doutrina

Formais Auxiliares

Jurisprudência

Equidade

Page 4: Aula 03 - Fontes Do DIP - Tratados

TRATADOS INTERNACIONAIS

Marcos Históricos

• Tratado de Kadesh - 1280 e 1272 a.C

– tratado bilateral celebrado por Hatusil III, rei dos hititas, eRamsés II, faraó egípcio da XIXª dinastia.

– pôs fim à guerra nas terras sírias.

Page 5: Aula 03 - Fontes Do DIP - Tratados

TRATADOS INTERNACIONAIS

Marcos Históricos

• Paz de Vestfália– também conhecida como os Tratados de Münster e Osnabrück (ambas

as cidades atualmente na Alemanha),.

– assinado em 24 de outubro de 1648, em Osnabrück, entre FernandoIII, Sacro Imperador Romano-Germânico, e os demais príncipesalemães, França e Suécia

– pôs fim ao conflito entre estas duas últimas potências e o SacroImpério.

– conjunto de diplomas que inaugurou o moderno SistemaInternacional, ao acatar consensualmente noções e princípios como ode soberania estatal e o de Estado nação.

– a Paz de Vestfália costuma ser o marco inicial nos currículos dosestudos de Relações Internacionais.

Page 6: Aula 03 - Fontes Do DIP - Tratados

TRATADOS INTERNACIONAIS

Legislação Internacional

• Convenção de Havana de 1928 sobre Tratados

– Aprovação: Decreto 5.647, de 08 jan. 1929

– Promulgação: Decreto 18.956, de 22 out. 1929

• Convenção de Viena de 1969 sobre Direito dos Tratados

– Aprovação: Decreto Legislativo 496, de 17 jul. 2009

– Promulgação: Decreto 7.030, de 14 dez. 2009

– Reservas: art. 25 e 66

• Convenção de Viena de 1986 sobre Direito dos Tratados

– Ainda não ratificada pelo Brasil

Page 7: Aula 03 - Fontes Do DIP - Tratados

TRATADOS INTERNACIONAIS

Conceito

“É todo acordo formal concluído entre pessoas jurídicas de direito internacional público, e

destinados a produzir efeitos jurídicos”.

Francisco Rezek

Page 8: Aula 03 - Fontes Do DIP - Tratados

TRATADOS INTERNACIONAIS

Convenção de Viena sobre Direito dos Tratados - 1969

1. Para os fins da presente Convenção:

a)“tratado” significa um acordo internacional concluído por escrito entreEstados e regido pelo Direito Internacional, quer conste de um instrumentoúnico, quer de dois ou mais instrumentos conexos, qualquer que seja suadenominação específica;

Page 9: Aula 03 - Fontes Do DIP - Tratados

TRATADOS INTERNACIONAIS

Convenção de Viena sobre Direito dos Tratados - 1986

Artigo 2.°

Termos empregados

1. Para efeitos da presente Convenção:

a) Por “tratado” entende-se um acordo internacional regido pelo direitointernacional e celebrado por escrito:

i) Entre um ou vários Estados e uma ou várias organizações internacionais; ou

ii) Entre organizações internacionais, quer esse acordo conste de um instrumentoúnico ou de dois ou mais instrumentos conexos e qualquer que seja a suadenominação particular;

Tratado ainda não ratificado pelo Brasil !!!

Page 10: Aula 03 - Fontes Do DIP - Tratados

TRATADOS INTERNACIONAIS

Classificações

Número de Partes

Procedimento de Conclusão

ExecuçãoNatureza das

NormasEfeitos Adesão

Bilaterais Forma Solene TransitóriosTratados-Contrato

Restritos às Partes

Abertos

MultilateraisForma

SimplificadaPermanentes Tratados-Lei

Alcançando Terceiros

Fechados

Page 11: Aula 03 - Fontes Do DIP - Tratados

TRATADOS INTERNACIONAIS

Espécies de Tratados

TratadoAlém de gênero, pode ser considerado espécie de ato internacional,aplicável a compromissos de caráter mais solene e de maior importânciapolítica.

ConvençãoTermo normalmente empregado para acordos multilaterais que visamestabelecer normas gerais de direito internacional em temas de grandeinteresse mundial.

AcordoAtos internacionais com reduzido número de participantes e menorimportância política.

PactoTratados que se revestem de importância política, mas que sejam maisespecíficos no tratamento da matéria que regulam.

ProtocoloModalidade de ato internacional que, normalmente, é meramentecomplementar ou interpretativa de tratados anteriores.

Ajuste ComplementarVisa detalhar ou a executar outro tratado de escopo mais amplo.Funciona semelhante ao decreto, à portaria do direito interno brasileiro.

CartaTipo de tratado que cria organizações internacionais, estabelecendoseus objetivos, órgãos e modo de funcionamento.

Ato Forma de tratado que estabelece regras de Direito.

Page 12: Aula 03 - Fontes Do DIP - Tratados

TRATADOS INTERNACIONAIS

Espécies de Tratados

Estatuto Tratados que criam Tribunais internacionais.

Memorando de

Entendimento

Modalidade de ato internacional voltada a registrar princípios geraisque orientarão as relações entre os signatários.

ConvênioCooperação bilateral ou multilateral de natureza econômica, comercial,cultural, jurídica, científica e técnica.

DeclaraçãoUsada para consagrar princípios ou afirmar a posição comum de algunsEstados acerca de certos fatos.

ConcordataEmprego criterioso. Apenas em compromissos firmados pela Santa Sé emassuntos de interesse religioso.

Acordo por troca de

Notas

Em regra empregado para assuntos de natureza administrativa e paraalterar ou interpretar cláusulas de tratados já concluídos.

Modus VivendiForma de tratado destinada a instrumentos de menor importância e devigência temporária, normalmente servindo para definir a situação daspartes enquanto estas não avançam em outros entendimentos.

Page 13: Aula 03 - Fontes Do DIP - Tratados

TRATADOS INTERNACIONAIS

Elementos Conceituais

a) Acordo

b) Celebrado por escrito (solene)

c) Celebrado entre sujeitos do direito internacional público (Resek)

d) Regido pelo Direito Internacional Público

e) Formalizado em instrumento único ou em múltiplos instrumentosconexos

f) Qualquer denominação específica

Page 14: Aula 03 - Fontes Do DIP - Tratados

TRATADOS INTERNACIONAIS

Condições de Validade

a) Capacidade das Partes

b) Habilitação dos Agentes

c) Objeto Lícito e Possível

d) Consentimento regular

Page 15: Aula 03 - Fontes Do DIP - Tratados

TRATADOS INTERNACIONAIS

• Estados

• Organizações Internacionais

• Santa Sé

• Blocos Regionais

• Beligerantes

Da Capacidade das Partes

Page 16: Aula 03 - Fontes Do DIP - Tratados

TRATADOS INTERNACIONAIS

Dos Agentes Habilitados

Page 17: Aula 03 - Fontes Do DIP - Tratados

TRATADOS INTERNACIONAIS

Dos Agentes Habilitados

a) Chefe de Estado

b) Chefe de Governo

c) Ministro das Relações Exteriores

d) Embaixador, perante Estado junto ao qual esteja acreditado

e) Embaixadores (chefes de missões permanentes) junto aorganismos internacionais (para tratados concluídos com oorganismo internacional junto ao qual atuam)

f) Representantes acreditados pelos Estados perante umaconferência ou Organização Internacional ou um de seus órgãos(para tratados celebrados em tal conferência)

g) Qualquer outro indivíduo, com a devida Carta de Plenos Poderes– Agentes Plenipotenciários

Page 18: Aula 03 - Fontes Do DIP - Tratados

Convenção de Viena sobre Direito dos Tratados - 1969

Artigo 7

Plenos Poderes

1. Uma pessoa é considerada representante de um Estado para a adoção ouautenticação do texto de um tratado ou para expressar o consentimento doEstado em obrigar-se por um tratado se:

a)apresentar plenos poderes apropriados; ou

b)a prática dos Estados interessados ou outras circunstâncias indicarem que aintenção do Estado era considerar essa pessoa seu representante para esses finse dispensar os plenos poderes.

TRATADOS INTERNACIONAIS

Page 19: Aula 03 - Fontes Do DIP - Tratados

Convenção de Viena sobre Direito dos Tratados - 1969

Artigo 7

Plenos Poderes

2. Em virtude de suas funções e independentemente da apresentação de plenospoderes, são considerados representantes do seu Estado:

a)os Chefes de Estado, os Chefes de Governo e os Ministros das RelaçõesExteriores, para a realização de todos os atos relativos à conclusão de umtratado;

b)os Chefes de missão diplomática, para a adoção do texto de um tratado entreo Estado acreditante e o Estado junto ao qual estão acreditados;

c)os representantes acreditados pelos Estados perante uma conferência ouorganização internacional ou um de seus órgãos, para a adoção do texto de umtratado em tal conferência, organização ou órgão.

TRATADOS INTERNACIONAIS

Page 20: Aula 03 - Fontes Do DIP - Tratados

TRATADOS INTERNACIONAIS

Formação e Internalização

Fase 1

Negociações Preliminares

Fase 2

Adoçãodo Texto

Fase 4

Referendo

Fase 3

Autenticação

Fase 5

Ratificação

Fase 6

Promulgação

Publicação

Page 21: Aula 03 - Fontes Do DIP - Tratados

ESTUDO DE CASO

Page 22: Aula 03 - Fontes Do DIP - Tratados

ESTUDO DE CASO

A Questão do Depositário Infiel

Recurso Extraordinário nº 466.343-SP

Page 23: Aula 03 - Fontes Do DIP - Tratados

Constituição FederalArt. 5º

LXVII - não haverá prisão civil por dívida, salvo a do responsávelpelo inadimplemento voluntário e inescusável de obrigaçãoalimentícia e a do depositário infiel;

TRATADOS INTERNACIONAIS

A Questão da Prisão do Depositário Infiel

Page 24: Aula 03 - Fontes Do DIP - Tratados

Código Civil (1916)

Art. 1.287. Seja voluntário ou necessário o depósito, o depositário,que o não restituir, quando exigido, será compelido a fazê-lomediante prisão não excedente a um ano, e a ressarcir osprejuízos (art. 1.273).

TRATADOS INTERNACIONAIS

A Questão da Prisão do Depositário Infiel

Page 25: Aula 03 - Fontes Do DIP - Tratados

Constituição FederalArt. 5º

§ 2º - Os direitos e garantias expressos nesta Constituição nãoexcluem outros decorrentes do regime e dos princípios por elaadotados, ou dos tratados internacionais em que a RepúblicaFederativa do Brasil seja parte.

TRATADOS INTERNACIONAIS

Status Normativo dos Tratadossobre Direitos Humanos

Page 26: Aula 03 - Fontes Do DIP - Tratados

Constituição Federal

Art. 5º

§ 2º - Os direitos e garantias expressos nesta Constituição não excluemoutros decorrentes do regime e dos princípios por ela adotados, ou dostratados internacionais em que a República Federativa do Brasil sejaparte.

§ 3º Os tratados e convenções internacionais sobre direitos humanosque forem aprovados, em cada Casa do Congresso Nacional, em doisturnos, por três quintos dos votos dos respectivos membros, serãoequivalentes às emendas constitucionais.

(§ 3º incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

TRATADOS INTERNACIONAIS

Page 27: Aula 03 - Fontes Do DIP - Tratados

Tratados Internacionais sobre Direitos Humanos ratificados pelo Brasil contendo vedações à Prisão Civil por dívida, após a CF/88 e antes da EC 45.

Pacto Internacional sobre Direitos Civil e PolíticosDecreto 592, de 06 de julho de 1992

Art. 11 – Ninguém poderá ser preso apenas por não poder cumprir comuma obrigação contratual.

Convenção Americana sobre Direitos HumanosPacto de São José da Costa Rica

Decreto 678, de 06 de novembro de 1992

7. Ninguém deve ser detido por dívidas. Este princípio não limita osmandados de autoridade judiciária competente expedidos em virtude doinadimplemento de obrigação alimentar.

A Questão da Prisão do Depositário Infiel

TRATADOS INTERNACIONAIS

Page 28: Aula 03 - Fontes Do DIP - Tratados

A Tese da Supralegalidadedos Tratados de Direitos Humanos

Gilmar MendesCelso de Mello

Recurso Extraordinário nº 466.343-SP

TRATADOS INTERNACIONAIS

Page 29: Aula 03 - Fontes Do DIP - Tratados

Status Normativo dos Tratadossobre Direitos Humanos

1ª Corrente: Natureza Supraconstitucional

2ª Corrente: Natureza Constitucional

3ª Corrente: Natureza de Lei Ordinária

2ª Corrente: Natureza Supralegal

TRATADOS INTERNACIONAIS

Page 30: Aula 03 - Fontes Do DIP - Tratados

Tratados sobre Direitos Humanosratificados após a EC 45 que atendamao previsto no § 3º do art. 5º da CF.

Tratados sobre Direitos Humanosratificados antes da EC que atendamao previsto no § 3º do art. 5º da CF.

Demais Tratados

A Tese da Supralegalidadedos Tratados de Direitos Humanos

EMENDAS CONSTITUCIONAIS

NORMAS SUPRALEGAIS

LEIS ORDINÁRIAS

TRATADOS INTERNACIONAIS

Page 31: Aula 03 - Fontes Do DIP - Tratados

Constituição Federal

Art. 109

§ 5º Nas hipóteses de grave violação de direitos humanos, oProcurador-Geral da República, com a finalidade de assegurar ocumprimento de obrigações decorrentes de tratados internacionais dedireitos humanos dos quais o Brasil seja parte, poderá suscitar, peranteo Superior Tribunal de Justiça, em qualquer fase do inquérito ouprocesso, incidente de deslocamento de competência para a JustiçaFederal.

(§ 5º incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

INCIDENTE DE DESLOCAMENTO DE COMPETÊNCIA

Page 32: Aula 03 - Fontes Do DIP - Tratados

CAIU NA PROVA

FGV - OAB2011 – IV Exame Unificado

Em 2010, o Congresso Nacional aprovou por Decreto Legislativo a ConvençãoInternacional sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência. Essa convenção já foiaprovada na forma do artigo 5º, § 3º, da Constituição, sendo sua hierarquia normativade:

a) lei federal ordinária.

b) emenda constitucional.

c) Medida provisória

d) lei complementar.

e) norma supralegal.

Page 33: Aula 03 - Fontes Do DIP - Tratados

CAIU NA PROVA

FCC - 2014 - TRT - 18ª Região (GO) - Juiz do Trabalho

Considere os seguintes tratados internacionais:

NomeAprovação pelo

Congresso NacionalPromulgação

IConvenção relativa ao

Estatuto dos Refugiados(Genebra, 28 jul. 1951)

Decreto Legislativo nº 11, de 7 jul. 1960

Decreto nº 50.215,de 8 jan. 1961

IIConvenção Americana sobre

Direitos Humanos (São José da Costa Rica, 22 nov. 1969)

Decreto Legislativo nº 27, de 25 set. 1992

Decreto nº 678,de 6 nov. 1992

III

Convenção Internacional sobre os Direitos das Pessoas comDeficiência (Nova Iorque, 30

mar. 2007)

Decreto Legislativo nº 186, de 9 jul. 2008

Decreto nº 6.949,de 5 ago. 2009

Page 34: Aula 03 - Fontes Do DIP - Tratados

CAIU NA PROVA

FCC - 2014 - TRT - 18ª Região (GO) - Juiz do Trabalho

De acordo com a jurisprudência do STF,

a) em se tratando de matéria de Direitos Humanos, as normas de I sãorecepcionadas pela Constituição Federal no nível das normas supraconstitucionais,por força do art. 5º , § 2º , CF.

b) as normas de II sempre foram consideradas pelo STF como tendo statusconstitucional, por força do art. 5º , § 2º , CF.

c) reformando sua orientação jurisprudencial anterior, a partir de 2008 o STF passoua considerar II como tendo status supralegal, porém subordinado à Constituição.

d) III foi aprovado pelo Congresso Nacional, de acordo com o art. 5º , § 3º , e, porisso, tem status supralegal, não tendo, portanto, o condão de reformar aConstituição naquilo que com ela conflitar.

e) em todos os casos, a contrariedade com a Constituição Federal se resolve com arevogação da norma convencional, prevalecendo sempre a disposiçãoconstitucional.

Page 35: Aula 03 - Fontes Do DIP - Tratados

TRATADOS INTERNACIONAIS

Formação e Internalização

Fase 1

Negociações Preliminares

Fase 2

Adoçãodo Texto

Fase 4

Referendo

Fase 3

Autenticação

Fase 5

Ratificação

Fase 6

Promulgação

Publicação

Page 36: Aula 03 - Fontes Do DIP - Tratados

TRATADOS INTERNACIONAIS

Formação e Internalização

Fase Autoridades Objetivo Documento

Negociações Preliminares

Representantes dos Estados ou Organizações Internacionais

Discussões para a elaboração de umtratado. A competência, na ordemconstitucional de cada Estado é doPoder Executivo.

Exposiçãode motivos

Adoção do Texto

Representantes dos Estados ou Organizações Internacionais

Elaboração de uma minuta escritado que foi acordado.

-

AutenticaçãoPresidente da República ou

Representantes

Assinatura do tratado. Inexistênciade efeitos. Mensagem ao CongressoNacional.

-

Page 37: Aula 03 - Fontes Do DIP - Tratados

TRATADOS INTERNACIONAIS

Formação e Internalização

Fase Autoridades Objetivo Documento

ReferendoCongresso Nacional

Autorizar ou não a ratificação.Propor ou não reservas, no primeirocaso.

Decreto Legislativo

RatificaçãoPresidente da

República

Ratificar ou não. No primeiro caso,com ou sem reservas. Geração deefeitos no plano externo.

Decreto de Execução

PromulgaçãoPublicação

Presidente da República

Geração de efeitos no plano interno.

Page 38: Aula 03 - Fontes Do DIP - Tratados

TRATADOS INTERNACIONAIS

Da Vigência dos Tratados

Page 39: Aula 03 - Fontes Do DIP - Tratados

TRATADOS INTERNACIONAIS

Da Vigência dos Tratados

• Nos tratados bilaterais, a entrada em vigor vai depender de queambas as partes ratifiquem o ato e troquem informações a respeitoentre si (notificação de ratificação e troca dos instrumentos deratificação).

• Nos tratados multilaterais, entra em cena a figura do depositário: umEstado ou Organização Internacional que receberá e guardará osinstrumentos de ratificação e que informará as partes que assinaram otratado.

• O depositário não precisa ser parte no tratado.

• Costume Internacional: número mínimo de ratificações para entrada emvigor do tratado – geração de efeitos apenas entre os Estados eOrganizações que já ratificaram.

• Um tratado pode especificar que entrará em vigor apenas após orecebimento da última ratificação

Page 40: Aula 03 - Fontes Do DIP - Tratados

TRATADOS INTERNACIONAIS

Da Vigência dos Tratados

• A Carta da ONU (art. 102) determina que todo tratado concluído porqualquer um de seus Estados-membros deverá ser registrado epublicado pelo Secretário-Geral da Organização, para que possa serinvocado perante os órgãos das Nações Unidas.

• No tocante ao início da aplicabilidade do tratado no universo jurídico, adoutrina divide a vigência em

- Contemporânea: o ato entra em vigor tão logo seja manifestado oconsentimento definitivo das duas partes, nos bilaterais, ou de ummínimo de signatários, nos multilaterais

- Diferida: quando os textos dos tratados estipulam um prazo para suaentrada em vigor após a expressão final da vontade dos signatários.

• Os tratados podem ter duração determinada ou indeterminada; podemainda ter duração condicionada a uma cláusula resolutória (eventofuturo que, em ocorrendo, põe fim ao compromisso).

Page 41: Aula 03 - Fontes Do DIP - Tratados

Convenção de Viena sobre Direito dos Tratados - 1969

Artigo 80

Registro e Publicação de Tratados

1. Após sua entrada em vigor, os tratados serão remetidos ao Secretariado dasNações Unidas para fins de registro ou de classificação e catalogação, conformeo caso, bem como de publicação

2. A designação de um depositário constitui autorização para este praticar osatos previstos no parágrafo anterior.

TRATADOS INTERNACIONAIS

Page 42: Aula 03 - Fontes Do DIP - Tratados

TRATADOS INTERNACIONAIS

Do Princípio da Irretroatividade

• Salvo disposição em contrário, a execução de um tratado obedece aoprincípio da irretroatividade.

- Ex.: Segundo o STF, a Convenção contra a Tortura, de 1984, entrou emvigor no Brasil apenas em 1989, não afetando a Lei de Anistia(6.683/79) no que se refere aos agentes acusados dessa práticadurante o período de exceção vivido pelo Brasil.

Page 43: Aula 03 - Fontes Do DIP - Tratados

TRATADOS INTERNACIONAIS

Da Alteração dos Tratados

Page 44: Aula 03 - Fontes Do DIP - Tratados

TRATADOS INTERNACIONAIS

Da Alteração dos Tratados

• O tratado emendado vale entre as partes que aprovaram a emenda

• O tratado original vale entre as partes que não aprovaram a emenda

• O tratado original vale entre as parte que aprovaram e que nãoaprovaram a emenda.

• O Estado que aderir a tratado já emendado, salvo disposição emcontrário, obedecerá ao ato emendado em relação às partes queaceitaram a emenda e ao ato original no tocante às partes que nãoaceitaram a emenda.

• Nada impede que um tratado defina que uma emenda valha para todosos seus Estados-partes, independentemente de seu consentimento emaprová-las ou não, desde que determinado número mínimo de votosseja atingido.

Page 45: Aula 03 - Fontes Do DIP - Tratados

TRATADOS INTERNACIONAIS

Da Extinção e Suspensão dos Tratados

Page 46: Aula 03 - Fontes Do DIP - Tratados

TRATADOS INTERNACIONAIS

Da Extinção e Suspensão dos Tratados

• Os tratados extinguem-se pela vontade comum das partes, pela vontadede uma parte (em regra nos atos bilaterais – denúncia) e pela alteraçãodas circunstâncias que motivaram sua celebração.

• Nos tratados multilaterais, só haverá extinção na hipótese de o númerode partes ser inferior a um determinado número mínimo, se talcircunstância estiver prevista em suas normas. De outra forma, o acordocontinua a existir, embora não gere mais efeitos para os entes que delese desvincularam.

• Em princípio, o descumprimento de um tratado não é causa para suaextinção, ensejando apenas sanções ao ente que violou suas normas. Ofato pode, porém, motivar a parte prejudicada a negociar sua extinçãoou suspensão ou a denunciá-lo.

• A violação substancial consiste numa rejeição do ato internacional nãosancionada pela Convenção de Viena de 1969, ou na desobediência auma disposição essencial para a consecução do objeto.

Page 47: Aula 03 - Fontes Do DIP - Tratados

TRATADOS INTERNACIONAIS

Da Extinção e Suspensão dos Tratados

• A violação substancial de um tratado bilateral por uma das partes,autoriza a outra a invocar tal transgressão como causa de extinção ou desuspensão da execução do tratado, em todo ou em parte.

• A violação substancial de um tratado multilateral por uma parteautoriza as outras a suspenderem a execução do acordo, no todo ouparcialmente, ou a extinguirem o ato, quer nas relações entre elas e entefaltoso, que entre todos os signatários, desde que haja consentimentounânime entre estes.

• No caso de uma violação substancial de um compromisso multilateralpermite que qualquer parte que não seja o estado faltoso invoque aviolação como causa para suspender a execução do tratado, no todo ouem parte, no que lhe diga respeito.

• A impossibilidade temporária de cumprir o tratado enseja apenas a suasuspensão. Em princípio, o rompimento de relações diplomáticas ouconsulares entre partes de um tratado não enseja sua extinção.

Page 48: Aula 03 - Fontes Do DIP - Tratados

TRATADOS INTERNACIONAIS

Da Extinção e Suspensão dos Tratados

• Denúncia é o ato unilateral pelo qual uma parte um tratado anuncia suaintenção de se desvincular de um compromisso internacional de que façaparte.

• A denúncia extingue o tratado bilateral.

• Nos tratados multilaterais, a denúncia implica apenas na retirada daparte do acordo, cujos efeitos cessam para o denunciante, maspermanecem para os demais signatários.

• Ricardo Seitenfus chama a denúncia de compromissos multilaterais de“retirada”.

Page 49: Aula 03 - Fontes Do DIP - Tratados

BonsEstudos!