aula 02 bacen ponto

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NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO DE RECURSOS MATERIAIS BANCO CENTRAL – ÁREA 4 PROFESSOR RENATO FENILI 1 Prezado amigo(a) concursando(a), Como foi a semana de estudos? Espero que esteja bem e muito disposto a tirar o máximo proveito desta segunda aula do curso. Eis a programação que seguiremos neste encontro: AULA CONTEÚDO 2 Gestão de Recursos Materiais e Patrimoniais (PARTE 2). Compras e compras no setor público Nesta aula concluiremos o estudo da gestão de estoques, um dos tópicos mais “densos” no âmbito da Administração de Recursos Materiais. Em abordaremos as compras, com suas especificdades próprias aos órgãos públicos. Tudo pronto? Então, vamos dar mais um passo rumo a seus objetivos!

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NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO DE RECURSOS MATERIAISBANCO CENTRAL – ÁREA 4

PROFESSOR RENATO FENILI

1

Prezado amigo(a) concursando(a),

Como foi a semana de estudos?

Espero que esteja bem e muito disposto a tirar o máximo proveito

desta segunda aula do curso.

Eis a programação que seguiremos neste encontro:

AULA CONTEÚDO

2 Gestão de Recursos Materiais e Patrimoniais (PARTE 2).

Compras e compras no setor público

Nesta aula concluiremos o estudo da gestão de estoques, um dos

tópicos mais “densos” no âmbito da Administração de Recursos Materiais. Em

abordaremos as compras, com suas especificdades próprias aos órgãos

públicos.

Tudo pronto? Então, vamos dar mais um passo rumo a seus

objetivos!

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I. GESTÃO DE ESTOQUES – PARTE 2

1.1. A DINÂMICA DE ESTOQUES E SEUS INDICADORES

Primeiramente, nível de serviço é um conceito diretamente

relacionado aos almoxarifados de uma organização. É um indicador

responsável por aferir o percentual de requisições dos demais setores da

organização que são atendidas com relação ao total de requisições.

Imagine que trabalhemos em uma empresa, em seu Departamento de

Engenharia, atualmente responsável por uma reforma geral no prédio

principal. Assim, é de se esperar que requisições de material hidráulico (por

exemplo) aos almoxarifados sejam constantes. Caso sejamos atendidos

sempre que fizermos o pedido ao almoxarifado, teremos uma percepção que

o serviço prestado por seu Departamento de Materiais é eficiente. Caso

contrário, o não atendimento (a curto prazo) de nossas demandas implicará

atrasos à reforma, e teremos a certeza de que o serviço dos almoxarifados é

ineficiente. A eventual “inexistência” de um item para entrega em

determinado setor da empresa acarreta o que chamamos de ruptura de

estoque, e cria uma situação na qual incorremos em custos de alta de

material, capaz de trazer fortes impactos negativos à organização.

Desta maneira, eis a relação que define nível de serviço:

O referido Departamento de Materiais teria duas estratégias na busca

por um alto nível de serviço:

a. Manter um alto nível de estoque, para que, sempre que uma requisição

fosse efetuada, o material correspondente já estivesse nos

almoxarifados da organização. O problema é que o custo de se manter

estoques pode ser insuportável à organização; ou

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b. Minimizar os níveis de estoques, garantindo, ao mesmo tempo, que as

entregas de seus fornecedores externos se dessem com frequências

diferenciadas e com pontualidade. Neste caso, á necessária uma

grande flexibilidade do atendimento do fornecedor externo à

organização. Esta política é conhecida como Just in Time.

Este “dilema” é central na área de gestão de materiais. Há de se procurar

o melhor custo-benefício entre a disponibilidade de capital de giro e o nível

de serviço.

Vejamos algumas questões sobre este conteúdo:

1. (CESPE / IBRAM / 2009) Um alto nível de serviço da gestão de

materiais requer altos níveis de estoque, associados à baixa

frequência de entregas ou, ainda, a baixos níveis de estoque

com frequência de entrega capaz de compensar

adequadamente essa política de estocagem.

Essas duas “estratégias” na gestão de estoques, a fim de manter um alto

nível de serviço, foram expostas antecipadamente.

Talvez uma dificuldade da questão seja dada por sua redação: “entregas”,

no enunciado, refere-se às reposições de estoque, pelos fornecedores da

organização.

A questão está certa.

2. (FCC / MPE RS / 2008) Considera-se uma gestão de materiais

bem sucedida aquela que consegue estabelecer um equilíbrio

entre:

a) acesso a crédito e qualidade de serviço.

b) taxa de lucro esperada e nível de estoque.

c) capacidade de endividamento e demanda efetiva.

d) necessidade de financiamento e nível de oferta.

e) disponibilidade de capital de giro e nível de serviço.

Dentre os fatores listados no enunciado, “acesso a crédito”,

“capacidade de endividamento” e “necessidade de financiamento” são

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assuntos relacionados à área de planejamento financeiro da organização.

Não são assuntos sobre os quais a Gestão de Materiais detém

competência específica para tomar medidas administrativas.

A taxa de lucro esperada é uma variável determinada muito em função

do valor do preço final de venda do material. A decisão sobre o preço final

de venda de determinada mercadoria é usualmente de competência da

cúpula estratégica da organização, fugindo, mais uma vez, da abrangência

das atribuições da área de Gestão de Materiais.

Com esse entendimento, as alternativas de “a” a “d” estão erradas.

Como vimos, o dilema central na Gestão de Materiais pode ser

resumido na procura do melhor custo-benefício entre a disponibilidade de

capital de giro e o nível de serviço.

Resposta: E.

3. (CESGRANRIO / BACEN / 2010) O departamento de

administração de materiais de uma empresa recebeu 5.000

requisições no ano de 2009, sendo que cada requisição teve

uma média de 1,8 itens. Sabendo que 7.650 itens foram

entregues dentro do prazo, qual foi o nível de serviço de

atendimento do departamento, em percentual? (use

arredondamento para uma casa decimal).

a) 90,0%

b) 85,0%

c) 80,0%

d) 65,4%

e) 55,5%

Para a resolução da questão, basta aplicarmos a fórmula do nível de

serviço (relacionando os itens efetivamente solicitados):

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Resposta: B

Há, ainda, dois indicadores adicionais essenciais ao gestor de

materiais, que revelam muito da dinâmica de condução de sua política de

estoques. Vejamos o quadro abaixo:

Conceito / indicador relativo a estoques

Giro de estoque (ou rotatividade de estoque)

É o número de vezes que o estoque de determinado item de material é

renovado, em determinado período.

Tomemos o seguinte exemplo: uma determinada loja de bicicletas vende, no

ano, 500 unidades. O estoque médio, no mesmo período, é de 100

unidades. Assim, pela fórmula acima, vemos que o giro de estoque da loja,

durante 1 ano, é igual a 5. Isso significa que o estoque foi renovado 5 vezes

neste período.

Este raciocínio é válido para uma empresa que trabalha apenas com um

produto (no caso, bicicletas). Mas como calcular o giro de estoque em um

supermercado, onde há uma extensa gama de produtos?

Neste caso, a comparação entre consumo (ou venda) e estoque médio em

um mesmo período é feita a partir do custo dos itens:

Um alto giro de estoque significa que menos capital encontra-se

imobilizado nos almoxarifados. É uma situação a ser perseguida pelo

gestor de materiais.

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Cobertura de estoques (ou taxa de cobertura, ou, ainda,

antigiro)

É um indicador responsável por informar o período (geralmente em dias)

que o estoque médio será capaz de atender a demanda média (caso não

haja reposição). A cobertura de estoques é dada pelas seguintes fórmulas:

Ou:

Esses dois conceitos são muito cobrados em concursos:

4. (CESPE / MPU / 2010) A rotatividade de um estoque é

determinada pelo número de vezes que os itens armazenados

são renovados em determinado período de tempo.

O enunciado expõe, de forma apropriada, o conceito de rotatividade de

estoque, também conhecido por giro de estoque.

Veja que, em concursos, costuma-se cobrar não só contas envolvendo

estes conceitos, mas também suas definições.

A assertiva está certa.

5. (CESPE / ABIN / 2010) O índice de rotatividade é calculado

pela razão entre estoque médio e consumo médio no período

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NOÇÕES DE ADMINISTRAÇÃO DE RECURSOS MATERIAISBANCO CENTRAL – ÁREA 4

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correspondente, representando uma estimativa do número de

vezes que o estoque gira nesse período de tempo.

A razão (=divisão) descrita no enunciado está invertida. O índice de

rotatividade (ou giro de estoque) é dado pela seguinte relação:

A questão está errada.

6. (CESPE / SEAD FUNESA SE / 2008) O giro mensal dos estoques

é representado pela razão entre o valor consumido emdeterminado mês pelo valor do estoque médio no mesmo

período e mede quantas vezes, naquele mês, o estoque se

renovou.

Apenas para reforçar a teoria já exposta. A questão apresenta de modo

correto o conceito de giro de estoques.

A assertiva está certa.

7. (CESPE / SEAD FUNESA SE / 2008) Enquanto o índice de

rotatividade representa o número de vezes em que o estoquegira no período considerado em relação ao consumo médio do

item, o antigiro é o tempo necessário para se consumir todo o

estoque se não houvesse reposição.

Nesta questão, a banca opta por empregar os sinônimos aos termos

mais usualmente empregados. Para sua resolução, devemos nos atentar ao

fato que:

índice de rotatividade = giro de estoque

antigiro = cobertura de estoque

Com esse entendimento, a questão está certa.

8. (CESPE / TRE - MT / 2010) O alto giro de estoque é um fator

positivo e deve ser buscado pelo administrador de materiais.

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É exatamente isso. Um alto giro de estoque significa que menos capital

encontra-se imobilizado nos almoxarifados. Ainda, significa que os itens de

material estão sendo vendidos (em se tratando de uma empresa comercial),

gerando lucro e aumentando ainda mais o capital de giro.

A questão está certa.

9. (CESPE / TJ ES / 2011) Considerando que o consumo médio de

determinado item seja de 4.000 peças por ano e que o estoque

médio, no mesmo período, seja de 6.000 unidades, é correto

concluir que a taxa de cobertura será de 1,5 ano.

Basta aplicarmos a fórmula da cobertura de estoques:

Isso significa que o estoque médio é capaz de suportar por 1 ano e meio

a demanda média.

A questão está certa.

1.2. AVALIAÇÃO DE ESTOQUES

Avaliar um estoque significa estimar quanto capital encontra-se

imobilizado em estoque.

Esta informação é das mais importantes à cúpula da organização.

Afinal, deve haver uma preocupação em garantir que o capital imobilizado

em estoques não atinja grandes vultos, mantendo-se de acordo com a

política de gestão de materiais da organização.

Em adição, é obrigatória a declaração dos valores imobilizados em

estoques nos informes de imposto de renda.

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Preliminarmente, é importante ressaltarmos que a avaliação é feita a

partir dos preços dos itens de material que temos em estoque.

Um dos modos que temos de avaliar o estoque é através dos

inventários físicos (procedimentos de levantamento físico e contagens dos

itens de material em uma organização). No entanto, iremos nos aprofundar

nos modos de avaliação feitos através de fichas de controle de cada item em

estoque.

Um modo simples de avaliarmos nosso estoque é chamado de custo

de reposição. Trata-se de verificar, no mercado, qual o preço vigente do

item de material que temos em estoque. Dado que os preços, em geral,

variam de acordo com a inflação, um modo simples de avaliarmos nosso

estoque seria aplicar esse índice mensal aos valores de compra dos

materiais.

Há, no entanto, três métodos de avaliação de estoque mais

comumente empregados nas organizações. São eles:

As principais características destes modos de avaliação são

apresentadas no quadro abaixo:

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O tópico “Métodos de Avaliação de Estoques” é cobrado em concursos

tanto com relação à parte conceitual, quanto no que concerne aos cálculos

matemáticos. Vejamos algumas questões.

10. (CESPE / MPU / 2010) O método FIFO (ou PEPS) prioriza a

ordem cronológica da entrada dos itens de estoque, ou seja, oúltimo item a entrar é o primeiro a ser considerado para efeito

de cálculo de custo.

No método FIFO (ou PEPS), o primeiro item a entrar (mais “antigo”) é o

primeiro considerado para efeito de cálculo de custo.

O enunciado faz alusão ao LIFO (ou UEPS).

A afirmativa está errada.

11. (CESPE / MEC / 2009) Quando adota uma administração de

materiais em estoque que privilegia a saída dos materiais quederam entrada mais recentemente, o encarregado de material

utiliza o método UEPS.

No método UEPS (“último a entrar, primeiro a sair”), a saída do estoque

é feita a partir dos itens que deram entrada mais recentemente. A questão

está certa.

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12. (CESPE / ABIN / 2010) Na avaliação dos estoques pelo custo

de reposição, seus valores são atualizados em razão dos preços

de mercado.

Apesar de ser um método de avaliação de estoque menos usual, o

custo de reposição já foi cobrado em concursos.

Assim, fique atento! Ao avaliar um estoque a partir de seu custo de

reposição, verificamos quais são os preços atuais de mercado relativos a

seus itens de material.

A questão está certa.

13. (CESPE / ANTAQ / 2009) O custo médio é o método de

avaliação mais indicado para períodos inflacionários.

Em um período inflacionário, podemos considerar que o método UEPS

acaba por obter o menor valor possível para o estoque final, uma vez que os

itens que deixam o estoque são considerados em seu valor mais recente (na

inflação, este “valor mais recente” é maior).

Em contrapartida, o custo da mercadoria vendida – CMV (a que sai do

estoque) – é o maior possível, acarretando um lucro menor (Lucro = Vendas

Líquidas – CMV).

Teoricamente, já que estaríamos declarando um lucro menor, este

método seria o mais indicado, já que implicaria menor tributação. Com este

raciocínio, é possível afirmar que o enunciado está errado.

Observação: A análise da banca, nesta questão, chegou apenas ao

ponto exposto acima. Assim, em períodos inflacionários, o método de

avaliação mais indicado para períodos inflacionários é o UEPS, OK? No

entanto, cabe o registro de que o Regulamento do Imposto de Renda veda

esta linha de ação. Desta maneira, o custo médio e o PEPS surgem como

opções alternativas para períodos inflacionários, de acordo com o citado

Regulamento.

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14. (CESPE / Câmara dos Deputados / 2012) Em períodos

inflacionários elevados e duradouros, o método de avaliação de

estoques mais indicado é o PEPS (FIFO).

Como vimos, em períodos inflacionários, o método de avaliação de

estoques mais indicado é o UEPS (LIFO).

A assertiva está errada.

15. (CESPE / EBC / 2011) Existem, basicamente, três formas de

avaliação de estoques: PEPS, UEPS e custo médio. Em um

ambiente inflacionário, o custo da mercadoria vendida será

maior caso seja utilizado o método UEPS.

Como vimos na questão anterior, no método UEPS, o custo da

mercadoria vendida – CMV (a que sai do estoque) é o maior possível.

O enunciado está correto.

16. (CESPE / MPU / 2010) No Brasil, a utilização do método

UEPS nas organizações é proibida tendo em vista aspectos de

contabilidade de custos presentes na legislação tributária

brasileira.

Mais especificamente, o artigo 295 do Regulamento de Imposto de

Renda registra apenas as hipóteses de avaliação dos estoques pelos métodos

do custo médio e do PEPS.

Veja que este conteúdo é cobrado de forma recorrente em provas

recentes...

A questão está certa.

17. (CESPE / AGU / 2010) Considere que uma empresa utilize o

custo médio para a avaliação de seus estoques e que a ficha de

movimentação de determinado item seja equivalente ao

mostrado na tabela a seguir.

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Nessa situação, caso haja dispensação de 5 unidades do item, o

valor em estoque desse item será de R$ 1.085,00.

Para a resolução da questão, o primeiro passo é determinarmos o valor

total que temos, inicialmente, em estoque. Para tanto, basta multiplicarmos

a quantidade de cada lançamento por seu respectivo preço unitário,

somando-se os fatores ao final:

Data Quantidade Preço Unitário (R$)

Preço Total (R$)

1/5/10 10 25,00 250,00

2/5/10 20 23,00 460,00

3/5/10 20 25,00 500,00

Valor inicial em estoque = R$ 1.210,00

Já que estamos falando de custo médio, o próximo passo é

determinarmos o preço unitário médio de um item em estoque (em 04/05).

Para tanto, basta dividirmos o valor inicial em estoque (conforme calculado

acima) pelo número total de itens em estoque (10 + 20 + 20 = 50 itens):

Assim, o valor considerado para um item em estoque é de R$ 24,20.

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No entanto, o enunciado nos diz que houve a dispensação de 5 unidades

do item. Para sabermos o valor residual (=restante) desse item em estoque,

após a saída desses 5 itens, basta subtrairmos o valor inicial do valor relativo

aos itens em questão:

Sendo este valor distinto do apresentado no enunciado, a questão está

errada.

**o seguinte enunciado é válido para as questões 18 e 19**

(CESPE / ANTAQ /2004 – adaptada)

Considerando a tabela acima, julgue os itens abaixo:

18. Pelo método PEPS, o valor de X deve ser igual a R$ 16,00,

enquanto que o valor de W deve ser igual a R$ 2.520,00.

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Devemos apenas lembrar que o PEPS é o método de avaliação de

estoque que atribui o valor das primeiras entradas às primeiras saídas.

Assim, teremos:

QUANTIDADE; VALOR

Entrada 200; R$ 15,00 120; R$ 16,00 100; R$ 20,00

Saída 150

Visto que o primeiro a entrar é o primeiro a sair, o valor os 200

primeiros itens que saírem do estoque terão o valor de R$ 15,00. Como só

saíram 150 itens, todos têm o valor de R$ 15,00.

Assim, teremos: X = R$ 15,00 e Y = 150 * R$ 15,00 = R$ 2.250,00.

Para acharmos o valor de W, basta subtrairmos de R$ 4.920,00 o valor

de Y:

W = R$ 4.920,00 – Y = R$ 4.920,00 – R$ 2.250,00 = R$ 2.670,00

Portanto, a assertiva está errada.

19. Pelo método UEPS, o valor de X deve ser igual a R$ 20,00,

enquanto que o valor de W deve ser igual a R$ 3.400,00.

Devemos apenas lembrar que o UEPS é o método de avaliação de estoque

que atribui o valor das últimas entradas às primeiras saídas. Como estamos

levando em consideração a ordem cronológica dos lançamentos, só faz

sentido a consideração de datas iguais ou anteriores ao dia 10. Assim,

teremos:

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QUANTIDADE; VALOR

Entrada 200; R$ 15,00 120; R$ 16,00

Saída 150

Na tabela acima, visto que as entradas são lançadas, da esquerda para

a direita, em ordem cronológica, a saída deverá começar no sentido contrário

(da direita para esquerda), já que estamos falando de UEPS.

Conforme é possível visualizarmos mediante a tabela acima, os 150

itens que estão saindo do estoque ultrapassam o quantitativo da última

entrada (a última entrada foi de apenas 120 itens, considerando-se a data

até o dia 10). Portanto, dos 150 itens que saem, 120 deles serão

contabilizados com o valor da última entrada (R$ 16,00) e os 30 restantes,

com a da entrada imediatamente anterior (R$ 15,00).

Assim, logo de cara podemos ver que o valor de X não é igual a R$

20,00.

Portanto, a assertiva está errada.

1.3. JUST IN TIME (JIT) E KANBAN

Este tópico é dos mais simples dentro da Gestão de Estoques, mas,

mesmo assim, é muito cobrado em concursos.

Preliminarmente, pode-se dizer que o Just in Time é uma filosofia de

gestão de estoque que defende a minimização dos níveis estocados como

forma de redução de desperdícios.

A Toyota Motor Company, empresa japonesa do ramo automobilístico,

foi pioneira na defesa da extinção de estoques, ainda nos anos 50. Assim, o

Sistema Toyota de Produção passou a utilizar uma abordagem de trabalho

denominada Just-in-Time (JIT), significando fazer “o que é necessário,

quando é necessário, e na quantidade necessária”. Dentro do JIT

encontramos a ferramenta de controle de estoque chamada de Kanban que,

para Shingo (1996), significa “abastecer a unidade fabril, de acordo com os

itens necessários, nas quantidades necessárias, no momento necessário,

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com a qualidade necessária para suprir a linha de montagem final sem

perdas e geração de estoques”.

Assim, ao passo que o Just in Time é uma abordagem metodológica de

trabalho, o kanban é uma ferramenta de controle de estoque, inserida na

“filosofia” do Just in Time.

O importante é lembrarmos que o Sistema Just-in-Time prima pelo

estoque nulo, considerando-o um verdadeiro desperdício de investimentos.

O Just-in-Time / Kanban trouxe uma quebra de paradigma com relação

ao chamado Sistema Tradicional de Abastecimento.

No Sistema Tradicional de Abastecimento, o que importa é a

produção de itens de material em cada etapa do processo produtivo,

“empurrando-os” para a próxima etapa (= sistema de produção

empurrada). O foco, nesse caso, é a previsão da demanda.

Já no Just in Time / Kanban, o foco é a demanda efetiva, sendo que

esta “puxa a produção” (= sistema de produção puxada). Dependendo da

velocidade da produção, os estoques são repostos com maior ou menor

rapidez.

Os quadros abaixo, baseados em Viana (2000, p. 170), trazem uma

comparação ente o Sistema Tradicional de Abastecimento e a dinâmica do

Just in Time / Kanban, no que diz respeito à abordagem do estoque e ao

relacionamento com fornecedores:

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O mais importante, no que diz respeito ao tópico Just in Time / Kanban, é

termos em mente as seguintes características:

Seguem algumas questões que abordam o Just in Time / Kanban:

20. (CESPE / EBC / 2011) De acordo com a filosofia de produçãojust in time, a produção tem início somente após o pedido do

cliente, não havendo necessidade de manutenção de estoque

disponível de mercadorias para venda.

Conforme o quadro acima, no sistema just in time, a aquisição, aentrega e a produção de itens de material são efetuadas apenas quando

necessários. O grande objetivo é a obtenção do estoque nulo.

Just in Time / Kanban

•Redução de desperdícios

•Estoque nulo

•Aquisição/entrega/produção de materiais apenas quandonecessários

•Necessidade de maior agilidade no ressuprimento (tempo deressuprimento mínimo)

• Ciclos curtos e ágeis de produção

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O enunciado está condizente com a abordagem do just in time.

A questão está, assim, correta.

21. (CESPE / ABIN / 2010) O sistema denominado kanban tem

por objetivo controlar e balancear a produção, com eliminaçãodos desperdícios, e acionar um sistema de reposição de

estoque pela indicação dos seguintes fatores: o que, quando e

quanto fornecer e produzir.

É pertinente relembrarmos o conceito de kanban.

Kanban é uma ferramenta de controle de estoque, inserida na filosofia doJust in Time, que tem por objetivo:

“abastecer a unidade fabril, de acordo com os itens necessários, nas quantidades necessárias, no momento necessário, com a qualidade

necessária para suprir a linha de montagem final sem perdas e geração de estoques”.

Ao compararmos a transcrição acima com o enunciado da questão,

podemos notar que apenas a “qualidade necessária” não foi levada em consideração pela banca.

No entanto, isso não compromete a assertiva, que se encontra, assim,

certa.

22. (CESPE / MPS / 2010) A ferramenta de administraçãodenominada just in time é um modelo de gestão de estoques

que busca reduzir o desperdício.

Devemos apenas recordar das características inerentes ao Just in Time:

• Redução de desperdícios;

• Estoque nulo; • Aquisição/entrega de materiais apenas quando necessários;

• Necessidade de maior agilidade no ressuprimento (tempo deressuprimento mínimo);

• Ciclos curtos e ágeis de produção.

A questão está certa.

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23. (CESPE / TJDF / 2008) O sistema just-in-time é um métodode gestão de estoques destinado a reduzir a probabilidade de

desabastecimento do setor produtivo em função da

maximização dos volumes em estoque.

Umavez mais, recorremos às principais características inerentes ao just intime (JIT):

• Redução de desperdícios;

• Estoque nulo; • Aquisição/entrega de materiais apenas quando necessários;

• Necessidade de maior agilidade no ressuprimento (tempo deressuprimento mínimo);

• Ciclos curtos e ágeis de produção.

No JIT, a redução da probabilidade de desabastecimento é dada a partir

de reposições mais ágeis, com a minimização do Tempo de Ressuprimento.

A questão está errada.

24. (CESPE / ANAC / 2009) Sistemas de produção embasados no

método just-in-time são intensivos em utilização de espaço

físico para estocagem de matéria-prima ou de mercadorias a

serem vendidas pela organização.

Uma vez mais, devemos ter em mente que o método just in time

defende a consecução de estoques mínimos (ou, até mesmo, do estoque

nulo). Assim, não há de se falar em utilização intensiva de espaço físico para

a armazenagem de itens de material.

A questão está errada.

25. (CESPE / STF / 2008) Comparando-se os sistemas just-in-time

com o tradicional, aqueles envolvem ciclos curtos de produção

e requerem flexibilidade para promover alterações de produtos;

a indústria tradicional, ao contrário, sempre se beneficiou das

economias de escala garantidas pelos longos ciclos.

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Visando à minimização do tempo de ressuprimento, os pedidos n JIT são

frequentes e em menor escala. Isso confere maior celeridade ao processo

produtivo, mas perde-se em economia de escala.

A assertiva está, portanto, certa.

26. (CESPE / TST / 2008) Ao contrário da abordagem tradicional

dos sistemas de produção, just-in-time caracteriza-se como um

sistema no qual qualquer movimento de produção somente é

liberado na medida da necessidade sinalizada pelo usuário da

peça ou do componente em fabricação.

O enunciado apresenta, de forma apropriada, a noção de sistema de

produção puxada, ou seja, cuja dinâmica é estimulada pela demanda efetiva.

A questão está certa.

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II. COMPRAS

1. ATRIBUTOS DAS COMPRAS ORGANIZACIONAIS

Como vimos, a Administração de Recursos Materiais, segundo

Gonçalves (2007), divide-se em três grandes nichos de atividades,

representados no esquema abaixo:

É por meio da Gestão de Estiques que, de forma geral, são gerados os

sinais para a área de compras de uma organização, a fim de iniciar um

processo de aquisição.

“Comprar bem”, nas organizações, é condição necessária à eficiência

da gestão de materiais.

Mas, afinal, o que significa “comprar bem”?

Pensando somente na economia de recursos, poderíamos, inicialmente,

remeter o “comprar bem” a adquirir um determinado item de material por

um preço econômico. No entanto, isso não é suficiente.

A obra Licitações & Contratos – Orientações Básicas, de autoria do

Tribunal de Contas da União (TCU), traz alguns exemplos de compras que

são feitas rotineiramente pelo menor preço, mas que trazem resultados

insatisfatórios:

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canetas cuja tinta resseca, vaza ou falha ao ser usada;

cola que tem mais água do que componente colante;

borracha que, ao apagar, se desfaz e às vezes não apaga;

clips que enferrujam, grampeadores que não grampeiam;

mesas com madeiras que incham em contato com a água,

gavetas que não deslizam, parafusos que espanam etc.

Assim, há de se buscar a conciliação da prática de um preço econômico

com a obtenção de um bem de qualidade.

A busca pela qualidade no produto adquirido é bem mais complicada

quando a compra se dá por licitação, na qual a indicação de marca não é a

regra, mas sim restrita a casos específicos.

Quando uma empresa privada deseja comprar uma impressora, por

exemplo, pode-se escolher a marca que mais transparece confiança: Epson,

Canon, LG etc. Todavia, nos órgãos públicos, é vedada a escolha de marca

com base no que o “senso comum” estabelece como uma boa compra. Desta

maneira, grande parte da qualidade do objeto adquirido é obtida a partir de

uma especificação bem feita, que atenda perfeitamente às necessidades do

órgão solicitante e que reduza a possibilidade de se comprar “gato por

lebre”.

Ok...agora estamos comprando de forma econômica e obtendo um

produto de qualidade. Isso é suficiente? Ainda não.

Outro aspecto que devemos buscar na atividade de compras é a

celeridade.

Geralmente não nos damos conta do quanto que certa aquisição pode

demorar em uma empresa, especialmente nos órgãos públicos. Para ter uma

noção mais próxima da realidade, há órgãos em que a média de aquisição de

um bem se aproxima a 150 dias!! Órgãos públicos de referência na área de

compras governamentais conseguem diminuir este interstício para cerca de

45 dias – é o caso dos Correios, por exemplo.

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Uma compra célere (rápida) traz consigo uma série de benefícios:

evita a falta de um material no instante em que ele é necessário, demanda

menos homem-hora para a condução da burocracia necessária à pesquisa de

mercado e negociação com fornecedores (reduzindo o custo de pedido, por

exemplo) e torna o processo independente de variáveis suscetíveis ao tempo

(inflação, evolução tecnológica etc.).

Dessa maneira, finalmente chegamos aos três atributos essenciais em

uma Gestão de Compras eficiente: preço econômico, qualidade e

celeridade.

27. (CESPE / CEHAB PB / 2008 - adaptada) Em um processo

de compras, a qualificação dos fornecedores não se tornarelevante para a análise, visto que o menor preço sempre é o

que melhor atenderá os interesses da empresa compradora.

O menor preço, nem sempre, é o que melhor atenderá os interesses da

empresa compradora.

Em todas as ocasiões, há de se buscar a melhor combinação entre o

preço econômico, a qualidade e a celeridade. A ênfase em apenas um desses

quesitos pode acarretar resultados indesejados à organização.

No caso do enunciado, uma atenção excessiva à obtenção do menor

preço poderá, como vimos, comprometer a qualidade do bem adquirido.

Dessa maneira, a questão está errada.

Mas como obter qualidade nas compras feitas por órgãos públicos, nas

quais, geralmente, a regra é o julgamento pelo menor preço? A resposta é

dada através da próxima questão.

28. (CESPE / SEAD FUNESA SE / 2008) As especificaçõesfuncionais, essenciais para a execução de compras que

garantam a qualidade de produtos ou serviços, podem serdescritas, no setor público, por marca, especificação de

características físicas e químicas, método de produção e

desempenho, por desenhos de engenharia, entre outros.

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As especificações funcionais de um determinado objeto devem ser

capazes de definir, com o máximo nível de precisão possível, a qualidade

necessária ao seu uso efetivo pela organização. Usualmente, uma

especificação funcional pode ser descrita pelos seguintes modos (ou, ainda,

pela combinação deles):

por marca;

por caracterização de aspectos físicos e químicos;

por método de produção e/ou desempenho;

por desenho de engenharia;

outros (similaridade com objetos existentes etc).

Contudo, não é usual que a especificação funcional se dê por indicação

de marca nos órgãos públicos. Veja o conteúdo do §7º do artigo 15 da Lei nº

8.666/1993 (Lei de Licitações e Contratos):

§ 7o Nas compras deverão ser observadas, ainda:

I - a especificação completa do bem a ser adquirido sem indicação de

marca;

Contudo, a indicação de marca pode ser admitida, quando

tecnicamente justificável. Este é um caso bastante particular. Um

exemplo típico é a compra de tinta de parede de determinada fabricante, já

que a pintura com material de outra marca poderá acarretar diferença de

tonalidade.

Assim, visto que o enunciado da questão faz menção genérica à

possibilidade de descrição de uma especificação funcional, no setor público,

por marca, ele está errado.

29. (CESPE / UEPA / 2008) Melhores condições de compra de

determinado bem são proporcionadas por situações nas quais

existem materiais similares com a mesma qualidade do bem a

ser adquirido, vários fornecedores para o mesmo bem e

quantidades a serem adquiridas superiores às quantidades

habituais.

Vejamos como os fatores listados no enunciado relacionam-se com os

atributos de uma compra eficiente:

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• Materiais similares com a mesma qualidade → favorecem a obtenção

de preço econômico;

• Vários fornecedores → maior competitividade → favorecem a obtenção

de preço econômico e de qualidade;

• Maior quantidade a ser adquirida → economia de escala → preço

econômico.

Dessa forma, a questão está certa.

2. A FUNÇÃO COMPRAS

As atividades de compras, em uma organização, respondem por

parcela considerável da sua busca por uma vantagem competitiva no

mercado. Assim, sempre que olhamos para as compras organizacionais sob a

ótica estratégica – e não simplesmente operacional – estamos falando da

função compras.

A expressão “função compras” transcende (e engloba) aquilo a que

nos referimos usualmente como “compra” em uma organização. Ao passo

que esta define o ato operacional de procura de bens e serviços e posterior

suprimento à empresa, a função compras demanda responsabilidade e

complexidade maiores.

A parte operacional de certa aquisição é tão somente o “núcleo duro”

de um encargo mais complexo – a função

compras.

Segundo Gonçalves (2007), a função

compras requer planejamento e

acompanhamento, processos de decisão,

pesquisa e seleção de fontes supridoras dos

diversos materiais, diligenciamento dos

fornecedores (para assegurar que o produto

será recebido sem atrasos, no momento

esperado). Requer, ainda, uma coordenação

geral entre os diversos órgãos da empresa:

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almoxarifados, finanças e todos os diversos setores que são revestidos do

papel de clientes da compra a ser realizada.

Os objetivos da função compras podem ser sintetizados no quadro

abaixo:

OBJETIVOS DA FUNÇÃO COMPRAS

Garantir o efetivo suprimento de materiais e serviços, nas

quantidades e nos prazos demandados pelos clientes internos;

Comprar com qualidade, celeridade e ao preço econômico;

Manter um cadastro de fornecedores que garanta fluxo de materiais

e serviços;

Planejar as compras (fazendo um calendário de aquisições, por

exemplo);

Manter uma relação próxima com as áreas internas da organização,

em especial os clientes internos, almoxarifados e finanças;

Manter um bom relacionamento com fornecedores (* cai

muito em concursos!!);

Criar ferramentas que permitam um efetivo controle do processo de

compras.

Em concursos, sempre que a questão fizer alusão às atividades de

compras em uma organização, é recomendável voltarmos nosso raciocínio

para a função compras. Geralmente esta expressão não está explícita no

enunciado, mas o seu conceito permeia a questão. Vejamos a próxima

questão:

30. (CESPE / ABIN / 2010) As funções da equipe de compras

envolvem todo o processo de localização de fornecedores efontes de suprimento, cotação, aquisição de materiais,

acompanhamento da ordem de fornecimento junto aosfornecedores e o recebimento do material comprado, para

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controlar e garantir o fornecimento de acordo com a

especificação solicitada.

As atividades inerentes ao setor de compras de uma organização

(especialmente de um órgão público) podem ser listadas da seguinte forma:

ATIVIDADES DO SETOR DE COMPRAS DE UM ÓRGÃO PÚBLICO

Manutenção do cadastro de fornecedores (cadastramento / atualização

dos dados / exclusão).

Gerenciamento dos diversos processos (originados internamente à

organização) de solicitação de compras.

Pesquisa de preços no mercado (é cotação ou orçamentação, que

servirá de base para a aquisição futura).

Instrução de processos licitatórios (confecção de editais, de minutas

de contrato etc.) = é a fase interna da licitação.

Abertura e condução de licitações (é onde, efetivamente, faz-se a

seleção dos fornecedores) = é a fase externa da licitação.

Assinatura de contratos ou de atas de registro de preços / entrega de

notas de empenho aos fornecedores. Trata-se do estágio da despesa

chamado empenho. Neste estágio, é oficializada a obrigação da

Administração Pública de efetuar o pagamento, bem como do

particular de fornecer bem.

Acompanhamento da entrega do produto, ou seja, preocupação da

Administração quanto à liquidação da despesa.

Como vemos, as atividades listadas estão de acordo com o enunciado.

A questão, assim, está certa.

31. (CESPE / SEBRAE / 2008) Entre os objetivos dosprocedimentos de compras incluem-se: obter mercadorias e

serviços na quantidade e com a qualidade necessárias,inclusive obedecendo aos fluxos dos programas de produção;

obter mercadorias e serviços ao menor custo; garantir o melhorserviço possível e pronta entrega por parte do fornecedor;

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desenvolver e manter as boas relações com os fornecedores e

desenvolver fornecedores potenciais.

Os objetivos da função compras diversificam-se em um amplo escopo

dentro da organização, o que é retratado no enunciado da questão.

Ressalta-se que para a banca, os objetivos das compras em uma

organização reúnem a obtenção de quantidade correta, qualidade, preço

econômico, pronta entrega e bom relacionamento com fornecedores.

A assertiva, portanto, está certa.

32. (CESPE / COHAB - BAURU / 2004) A função de compras é

um elemento essencial da administração de materiais, pois, por

seu intermédio, pode-se minimizar custos e aumentar lucro.

Ao comprar ao preço econômico, com qualidade e celeridade (um dos

objetivos da função compras), minimizam-se os custos da organização. Com

menores custos envolvidos, a majoração do lucro é apenas uma decorrência.

A questão está certa.

Ok...tendo visto a importância da função compras, bem como seus objetivos,

na próxima seção iremos ver como as atividades do setor de compras podem

se relacionar.

3. ETAPAS DO PROCESSO: O CICLO DE COMPRAS

As atividades diretamente envolvidas na aquisição de um determinado

item de material podem ser concatenadas de modo a formarem o chamado

ciclo de compras.

É o que discutiremos por meio da próxima questão

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33. (CESPE / TJ ES / 2011) As etapas do ciclo de compras

incluem o acompanhamento do pedido de compra e o controle

do recebimento do material comprado.

O chamado ciclo de compras de uma organização engloba todas as

atividades que se estendem desde o recebimento (pela área de aquisições)

das requisições de compras (proveniente dos diversos setores internos da

organização) até a aprovação da fatura para pagamento ao fornecedor.

O ciclo está representado no esquema abaixo:

Na realidade, não se trata de um ciclo propriamente dito. Mas sim de

um processo de trabalho, que se repete incessantemente. De qualquer

forma, a literatura da área usa o termo ciclo de compra, e temos que estar

familiarizados com este conceito, ok?

Das tarefas representadas no esquema acima, apenas o “Recebimento

de Material” é feito por uma área distinta da área de compras: o recebimento

é feito pelos almoxarifados da organização, conforme veremos com mais

detalhe na próxima aula.

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O enunciado da questão faz alusão ao acompanhamento do pedido de

compra e ao controle do recebimento. Esta tarefa (representada no esquema

acima) diz respeito à uma preocupação com a determinação do local de

entrega do material, bem como do cumprimento do fornecedor no que

concerne aos prazos de entrega – estando sujeito a multas, caso não os

observe.

A questão, portanto, está correta.

A atividade de acompanhamento de pedidos é também conhecida como

follow up. Vejamos a próxima questão.

34. (CESPE / SEBRAE / 2008) O procedimento deacompanhamento de pedidos realizado pelo setor de compras,

também chamado follow up, pode ser realizado por contatos

pessoais ou telefônicos com o fornecedor, mesmo apósefetuado o pedido de compras e, visa localizar problemas

antecipadamente e evitar surpresas desagradáveis.

O setor de compras, após efetuado um pedido, permanece no aguardo do

recebimento do item de material ou da prestação de um determinado

serviço.

No entanto, é cada vez mais cobrada uma postura proativa da área de

compras, antecipando-se à ocorrência de eventuais problemas na entrega do

objeto. Assim, há o que chamamos de “follow up”, ou, simplesmente,

procedimento de acompanhamento / diligenciamento / seguimento de

pedidos.

O follow up visa a obter informações quanto à exequibilidade da

obrigação assumida pelo fornecedor. Isso implica, primordialmente, entregar

o objeto correto, na quantidade correta, no local apropriado e dentro do

prazo acordado. Caso sejam detectados problemas, ações corretivas são

tomadas pela organização, indo desde a procura por outros fornecedores até

a substituição do bem solicitado por outro similar.

A questão, dessa forma, está certa.

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35. (CESPE / TJ DFT / 2008) Análise da requisição de compra,

recebimento e aceitação da mercadoria e aprovação da fatura

para pagamento do fornecedor são fases do ciclo de compras.

Como vimos, as fases (ou etapas) do ciclo de compras listadas no

enunciado efetivamente fazem parte do ciclo de compras. É um tópico

cobrado de forma recorrente em concursos.

A questão está certa.

Ok...tendo visto a importância da função compras, bem como seus objetivos,

e o modo como se dá o Ciclo de Compras, na próxima seção iremos conhecer

um pouco da estrutura da área de compras em uma organização.

4. A ORGANIZAÇÃO DO SETOR DE COMPRAS

É usual a departamentalização (= divisão da estrutura administrativa)

da área de compras de acordo com uma estrutura funcional.

Podemos dizer que a estrutura funcional é um tipo de estrutura

organizacional em que o critério empregado para a divisão das áreas é a

função desempenhada pelos setores envolvidos. Isso possibilita maior

especialização dos envolvidos, bem como uma definição clara de

responsabilidades.

No caso da área de compras, é comum a departamentalização de

acordo com as seguintes funções:

Manutenção do cadastro de fornecedores = trata-se de uma função de

apoio à atividade de compras. Há critérios específicos para a seleção

de fornecedores, como veremos mais adiante nesta aula;

Processamento das Compras (Seção de Aquisições (ou Seção de

Compras, ou, ainda, Central de Compras)= o processamento é

efetuado por unidade administrativa responsável pelo recebimento das

requisições de compras (proveniente dos demais órgãos internos da

organização), bem como por toda a instrução do processo de compras

(pesquisa de preços, negociação com fornecedores etc.). Em empresas

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privadas, este setor conclui a negociação com os fornecedores, após

sua seleção. Já em órgãos públicos, onde a licitação é obrigatória, este

setor apenas instrui a fase interna do procedimento licitatório. A fase

externa fica por conta da Comissão Permanente de Licitação, que

procede à execução de tarefas como (divulgação de editais, abertura e

condução de procedimentos licitatórios etc.);

Acompanhamento (ou diligenciamento) de pedidos (Seção de

Liquidação) = geralmente, há uma unidade administrativa responsável

pelo acompanhamento de pedidos (também conhecido por follow up),

tendo grande ênfase no cumprimento, por parte do fornecedor, dos

prazos de entrega dos itens de material. Após a entrega, esta unidade

encaminha as faturas (notas fiscais) para pagamento.

Fique atento!! Viana (2006) lista duas unidades funcionais adicionais ao

esquema acima. Trata-se de “Compras Locais” (execução de compras

efetuadas no Brasil) e “Compras por Importação” (compras em países

estrangeiros). No entanto, na prática, não é usual a segmentação dessas

atividades em unidades administrativas distintas. Mas é bom nos

prevenirmos com relação a uma eventual cobrança da banca, ok?

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Ainda com relação à estrutura do setor de compras, cabe a discussão

sobre a centralização ou descentralização das compras, trazendo consigo

questões sobre as eventuais vantagens estratégicas provenientes destas

opções de estrutura.

Em uma estrutura centralizada, as compras são concentradas em um

único órgão. Várias são as vantagens decorrentes desta opção: minimiza-se

a chance de haver compras duplicadas (incorrendo em maior custo de pedido

e perdendo-se em economia de escala1,), possibilita-se melhor controle, etc.

Em contrapartida, a centralização de compras é usualmente preterida no

caso de organizações que possuem unidades administrativas dispersas

geograficamente. Neste caso, opta-se por uma estrutura descentralizada.

A principal vantagem deste desenho organizacional é a maior agilidade no

atendimento das demandas dos clientes internos. Os Correios e as

organizações militares, por exemplo, adotam este tipo de estrutura.

O quadro abaixo apresenta as principais vantagens dessas duas

estruturas:

VANTAGENS DAS ESTRUTURAS DE COMPRAS

CENTRALIZAÇÃO DESCENTRALIZAÇÃO

Obtenção de maioreconomia de escala;

Possibilita melhor controleglobal do processo de

compras e dos estoques; Reduz o custo de pedido

(menor número de pedidos

e redução do quadro depessoal);

Evita a disparidade depreços de aquisição de um

mesmo material pordistintos compradores (o

que poderia suscitar umacompetição danosa entre

eles).

Resposta mais rápida e ágil

às solicitações de compra; Maior flexibilidade na

negociação comfornecedores regionais;

Maior autonomia funcional

das unidadesadministrativas regionais.

1Economia de escala é o termo usado para se referir ao preço menor unitário obtido quanto há uma compra em

grandes quantidades.

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36. (CESPE / ANCINE / 2006) Em grandes organizações, um

aspecto importante a ser considerado se refere à centralizaçãoou descentralização das compras. A centralização apresenta

como vantagens a oportunidade de serem negociadas grandesquantidades de materiais por menores preços, a

homogeneização desses materiais, o menor tempo na sua

aquisição e melhor controle dos estoques.

É correto afirmarmos que a centralização apresenta como vantagem a

oportunidade de serem negociadas grandes quantidades de materiais por

menores preços (economia de escala), a homogeneização destes materiais

(já que são adquiridos de um mesmo fornecedor) e o melhor controle

(global) de estoques.

No entanto, a centralização exige maior tempo de aquisição, já que se

negociam maiores quantidade com fornecedores inseridos no amplo mercado

(e não no local).

A questão, portanto, está errada.

37. (CESPE / ANTAQ / 2009) Uma vantagem de se adotar a

centralização do processo de compras é a obtenção de maior

controle de materiais em estoque.

Como vimos na tabela acima, a centralização das compras possibilita

melhor controle global do processo de compras e dos estoques.

A assertiva está certa.

5. SELEÇÃO E CADASTRO DE FORNECEDORES

A manutenção de boas relações com os fornecedores – um dos objetivos

da função compras – é muito cobrado em

concursos.

Imagine um contrato para o fornecimento

de material de limpeza, celebrado entre um

órgão público e uma empresa privada. Sendo

este contrato fruto de um procedimento

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licitatório (por exemplo, pregão), geralmente são estipulados previamente

um preço máximo a ser pago pelo serviço, as obrigações da futura

contratada e as sanções para o caso de descumprimento do contrato.

No caso de condições “muito rígidas” – baixo valor pago pelo órgão

público, obrigações pouco usuais impostas à contratada e sanções pesadas a

serem impostas à empresa privada – alguém poderia dizer que a

Administração Pública “venceu” (e que a empresa “perdeu”). Talvez isso seja

verdade a curto prazo.

No entanto, no decorrer do contrato, não raras são as vezes que a

empresa privada não consegue cumprir o contrato, em geral por dificuldades

financeiras. As multas impostas pelo órgão público somente reforçam os

problemas da empresa. Resultado: a empresa quebra, e a Administração

Pública arca com custos difíceis de mensurar. Ainda, uma possível

contratação emergencial que se seguirá tem maior chance de ser feita com

preços superiores aos do mercado.

Em síntese: compradores e fornecedores não estão em disputa, mas sim

em busca de uma condição em que ambos possam usufruir de vantagens e

de estabilidade.

Vejamos as próximas questões:

38. (CESPE / IFB / 2011) Um dos objetivos do setor de comprasé desenvolver e manter boas relações com os fornecedores.

39. (CESPE / ANCINE / 2006) Atualmente, o responsável pelas

compras deve buscar, nas negociações com fornecedorestradicionais, obter o máximo de vantagens para sua

organização, estabelecendo uma disputa na qual ele saiavencedor e a outra parte, perdedora.

40. (CESPE / EBC / 2011) De modo geral, o processo de aquisição

de materiais deve fundamentar-se em uma relação do tipo

ganha-perde, na qual a empresa ganha descontos e o

fornecedor perde lucratividade.

Com o entendimento exposto acima (de que não há relação de perde-

ganha entre comprador e fornecedor, mas sim uma relação de ganho

mútuo), vemos que as assertivas anteriores podem ser assim julgadas: 38 –

certa; 39 – errada; 40 – errada.

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Ok...agora entendemos que há de se buscar uma relação de ganha-ganha

com os fornecedores. Mas quais os critérios que devemos levar em

consideração para bem selecioná-los?

Antes de responder essa pergunta, devemos analisar como que está

caracterizado o mercado de determinado material, no que diz respeito a seus

fornecedores. Há grande número de concorrentes? Há exclusividade de

fornecimento? Há intenção de a empresa manter um relacionamento

duradouro com um único fornecedor? Estas questões devem ser respondidas

quando falamos de seleção de fornecedores.

Os fornecedores de determinada organização podem ser classificados de

acordo com a exclusividade que detêm sobre o objeto a ser fornecido, bemcomo com o tipo de relacionamento mantido com a organização. As

categorias são as que seguem:

Fonte simples: caracteriza-se por almejar um relacionamento delongo prazo com a organização. É um fornecedor, selecionado dentre

outros possíveis, que adequa-se a fim de melhor atender à empresacontratante;

Fonte única: o fornecedor é exclusivo, seja em razões de patentes, de

direitos de exclusividade, de especificações técnicas etc. Em órgãospúblicos, esta contratação dá-se por inexigibilidade de licitação;

Fonte múltipla: há vários fornecedores passíveis de entrega do objetorequerido. Neste caso, há competitividade, o que favorece o poder de

barganha do comprador.

41. (CESPE / ABIN / 2010) A fonte simples é caracterizada pelaexistência de apenas um fornecedor disponível no mercado,

seja em razão de patentes, especificações técnicas, matéria-

prima, seja em razão de localização.

Pelo exposto anteriormente, vemos que o enunciado refere-se à fonteúnica (e não à simples).

A questão está, assim, errada.

No caso em que não haja exclusividade do fornecedor com relação a

determinado material, há de proceder à seleção de fornecedores.

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O objetivo, nesta etapa da função compras, é selecionar os

fornecedores mais vantajosos à organização. O termo “mais vantajosos” não

pode ser traduzido em um único aspecto. Como vimos, não é somente o

menor preço que constitui a maior vantagem à organização. Infelizmente,

não raras são as vezes nas quais o “barato sai caro”.

De nada adianta uma proposta de menor preço que apresente um

prazo de entrega muito além de nossas necessidades. Ainda, uma proposta

de maior valor que admite um pagamento parcelado (em 10 vezes, por

exemplo), pode ser mais vantajosa do que outra de menor preço, mas que

só dá margem a um pagamento à vista.

Outros quesitos devem ser analisados: capacidade produtiva (o

fornecedor possui a produção necessária para a quantidade que preciso?),

relacionamento com a organização, reputação no mercado, postura ética,

entre tantos outros.

Podemos listar da seguinte forma os quesitos a serem negociados

entre as partes:

Fonte: Adaptado de GONÇALVES, 2007.

42. (CESPE / HFA / 2004) A seleção de fornecedores é uma das

grandes responsabilidades do departamento de compras, sejapara itens rotineiros, seja para compras esporádicas. Embora a

seleção inadequada possa gerar problemas em toda a cadeia deprodução da empresa, o departamento de compras não pode

Fatores a serem negociados entre a organização e seusfornecedores

• Preços

• Prazos de entrega

• Condições de Pagamento

• Fatores pós-venda

• Condições de reajuste dos preços ofertados

• Garantias contratuais e suas extensões

• Critério de inspeção e garantias de qualidade

• Custos do transporte

• Custo das embalagens ou introdução de embalagens especiais

• Acréscimos ou reduções de quantidades

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abrir mão do critério de menor preço para escolha do

fornecedor, pois os altos custos podem inviabilizar o preço do

produto final.

Como vimos, o departamento de compras não pode balizar-se unicamente

pelo critério do menor preço.

Uma compra “barata” de um material de péssima qualidade é,

simplesmente, dinheiro “jogado fora”.

O ideal, para a área de compras, é ponderar os fatores listados na tabela

anterior. Às vezes, uma despesa maior na compra pode implicar economia

em longo prazo.

A questão está errada.

43. (CESPE / TJBA / 2003) No que se refere à seleção do númerode fornecedores em determinado processo de compras, é

correto dizer que uma das principais vantagens em situaçõesde compra de muitos fornecedores é o maior grau de liberdade

de opção na escolha dos fornecedores.

Quanto maior o número de fornecedores de determinado item de

material, maior a liberdade de opção da organização na escolha de

fornecedores.

Pessoalmente, creio que a principal vantagem, mais do que a simples

liberdade de escolha com relação aos fornecedores, é o que a organização

pode obter a partir dela. Neste caso, a maior competitividade do mercado

implica, em regra, menores preços. Por fim, há menor poder de negociação

dos fornecedores, acarretando uma posição mais confortável no mercado

para a organização.

De qualquer forma, a questão está certa.

Ainda sob o tópico “Seleção e Cadastro de Fornecedores”, cabe discorrer

sobre os procedimentos inerentes a esta atividade que são conduzidos por

organizações públicas federais. Estamos falando do SICAF.

44. (CESPE / PREVIC / 2010) Por meio do credenciamento no

SICAF, habilitam-se as organizações interessadas a participar

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de pregão, em sua forma eletrônica, bem como na cotação

eletrônica.

O SICAF – Sistema de Cadastramento Unificado de Fornecedores é um

banco de dados mantido em plataforma web, viabilizando o cadastramento

de fornecedores de materiais e serviços para os órgãos / entidades da

Administração Pública Federal Direta, autárquica, fundacional, no âmbito do

Sistema Integrado de Serviços Gerais – SISG (conforme Decreto nº.

1.094/94 da Casa Civil da Presidência da República).

Em outras palavras, o SICAF é um

instrumento básico de apoio aos processos de

compras e contratações pelos órgãos

públicos. Através dele pessoas físicas e

jurídicas que desejam participar de licitações

com os órgãos e entidades integrantes do

SISG são habilitados parcialmente (bastando apenas a validação posterior da

documentação exigida em uma unidade cadastradora).

O SICAF pode ser acessado através do seguinte endereço:

https://www3.comprasnet.gov.br/SICAFWeb/public/pages/default.jsf.

O cadastramento no SICAF é condição necessária a uma empresa a fim de

participar de pregão na forma eletrônica e da cotação eletrônica

(dispensa de licitação por valor, conduzida com subsídio de recursos de

tecnologia da informação). Frisa-se que, para a participação em pregões

presenciais (prática em franco abandono pelos órgãos públicos, mas ainda

com previsão legal), não é necessário o cadastramento prévio no SICAF.

Como vemos, a questão está certa.

Hoje em dia, há cerca de 380 mil cadastrados no SICAF, sendo este

imenso banco de dados uma ferramenta indispensável a fim de prover

publicidade e competitividade nas licitações públicas.

Nas compras públicas, as licitantes devem comprovar que o objeto licitado

é pertinente ao seu ramo de atividade, o que geralmente é feito a partir do

exame de seu contrato social. Assim, uma empresa de material de limpeza

não pode vender um equipamento de laboratório. No instante em que uma

pessoa física ou jurídica procede a seu cadastramento junto ao SICAF, é

obrigatória a indicação de sua linha de fornecimento, otimizando a

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manipulação futura desse imenso banco de dados de cerca de 380 mil

elementos.

Esta característica do SICAF já foi cobrada em concursos:

45. (CESPE / MCT / 2008) Entre os benefícios do cadastramentono SICAF aponta-se a seleção do fornecedor com base na linha

de fornecimento de material ou serviço.

Como exposto anteriormente, avalia-se que o enunciado está certo.

6. O PERFIL DO COMPRADOR

O Comprador é o elemento humano central na função compras.

É ele quem faz a negociação com fornecedores, visando ao atingimento

de um ponto comum em que ambas as partes (organização e fornecedor)

saiam ganhadoras.

O atributo indispensável ao comprador é a postura ética. Compradores,

tanto de empresas privadas quanto do setor público estão sujeitos aos

valores morais inerentes ao desempenho de suas funções, usualmente

denominados códigos de ética.

O que difere a atuação de um particular para a de um servidor público,

no que diz respeito à ética, é a obrigação constitucional explícita de

condicionar suas ações ao estritamente previsto em lei (Princípio da

Legalidade). Com maior especificidade ainda com relação à conduta ética,

não nos esqueçamos do Princípio da Moralidade, também constante do art.

37 de nossa Constituição.

Desta maneira, apesar de sabermos que a ética incide sobre todos os

indivíduos, talvez as questões de concursos possam ficar mais claras se

pensarmos em servidores públicos, obrigados a cumprir o registrado em lei,

abstendo-se de cometer eventuais desvios de finalidade, abusos de poder ou

de outros eventuais crimes de corrupção.

De posse desta linha de raciocínio, é possível listar as principais posturas

inerentes ao perfil de um comprador em um processo de negociação:

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PERFIL DO COMPRADOR

Posturas desejadas

Priorizar os interesses de sua organização (isso não implica

prejudicar o fornecedor); Atuar de forma transparente nas negociações, jamais

enganando o fornecedor; Denunciar quaisquer irregularidades ou ilicitudes nas

negociações; Tratar os potenciais fornecedores com isonomia (especialmente

aplicado em órgãos públicos).

46. (CESPE / FUNESA - SE / 2008) Na área de compras, o

problema ético se restringe à conduta dos compradores, quedevem evitar receber benefícios, tais como brindes, presentes,

gratuidades ou outras formas de compensação, e devemgarantir o sigilo acerca das informações de propostas, critérios

de julgamento e outras informações estratégicas.

As condutas éticas específicas de um setor de uma empresa são relativas

a todos os indivíduos que fazem parte de desse setor. No caso da área de

compras, não existem apenas compradores: há aqueles que fazem a

especificação do objeto a ser adquirido, aqueles que definem e justificam o

quantitativo da aquisição, outros que elaboram contratos de fornecimento,

sem contar os responsáveis pelo controle do recebimento (liquidação).

Desta forma, o “problema ético” alcança todos estes papéis, e não apenas

o do comprador.

A assertiva está errada.

47. (CESPE / TST / 2008 - adaptada) Nos códigos de ética dasorganizações, no que se refere a compras, devem ser

consideradas as pessoas envolvidas com a especificação e adefinição de quantidades dos bens a serem adquiridos, bem

como aquelas responsáveis pelos contatos com fornecedores e

pelas especificações de contratos de fornecimento.

Veja como o código de ética envolve todos aqueles que participam de

determinado processo. No caso de compras, vai desde o que faz a solicitação

de compra, passando pelo especificador, comprador, elaborador de eventuais

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instrumentos convocatórios (editais, cartas convites) e indo até quem recebe

o bem ao final.

A afirmativa está certa.

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III. AS COMPRAS GOVERNAMENTAIS: NOÇÕES GERAIS

Não há como falar nas compras governamentais sem antes

discorrermos um pouco sobre o conceito que dá base a elas...afinal, o que

é licitação?

Licitação, conforme a obra Licitações e Contratos – Orientações

Básicas, de autoria do Tribunal de Contas da União, pode ser assim definida:

Licitação é o procedimento administrativo formal em que a AdministraçãoPública convoca, mediante condições estabelecidas em ato próprio (edital ou

convite), empresas interessadas na apresentação de propostas para o oferecimento de bens e serviços.

Duas características da Licitação, destacadas acima, merecem maior

aprofundamento:

Licitação é um procedimento administrativo: trata-se de uma

sucessão de atos administrativos, diferentes entre si, mas relacionados

racionalmente, de forma a embasar um ato final almejado pela

Administração Pública.

O procedimento administrativo é formal: isso se dá pela relevância

de um procedimento que culmina no dispêndio de recursos públicos.

Com algumas hipóteses de exceção previstas em lei, a regra da

Administração Pública (direta e indireta) é licitar (conforme inciso XXI do

artigo 37 da CF de 1988).

Antes de ingressarmos no estudo das particularidades dos objetos das

licitações, ou dos editais, é essencial conhecermos um pouco de suas

modalidades. Vejamos a próxima seção.

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1. Modalidades de licitação

Modalidade de licitação é a maneira específica de conduzir o

procedimento licitatório, a partir de critérios definidos em lei (de acordo

com o Princípio da Legalidade).

O artigo 22 da Lei no 8.666/1993 lista as modalidades de licitação

previstas:

“Art. 22. São modalidades de licitação:

I - concorrência;

II - tomada de preços;

III - convite;

IV - concurso;

V - leilão.”

No entanto, com a publicação da Lei no 10.520/2002, houve o advento

da modalidade Pregão. Vejam o artigo 1º desta Lei:

“Art. 1º Para aquisição de bens e serviços comuns, poderá ser adotada a

licitação na modalidade de pregão, que será regida por esta Lei.”

Desta maneira, existem hoje 6 (seis) modalidades em vigor em nosso

ordenamento jurídico, compiladas no quadro abaixo:

MODALIDADES DE LICITAÇÃO

1. Convite

2. Tomada de Preços

3. Concorrência

4. Leilão

5. Concurso

6. Pregão

É bastante importante que saibamos as definições das modalidades

licitatórias, conforme registrado em lei. Vamos estudar, preliminarmente, a

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seguinte tabela, referente às modalidades empregadas para a aquisição de

um bem ou contratação de um serviço que constam da Lei nº 8.666/93 :

MODALIDADE

DEFINIÇÃO

(Lei nº 8.666/1993)

FAIXA DE VALORES

ESTIMADOS

OBRAS E

SERVIÇOS DE

ENGENHARIA

COMPRAS E

OUTROS

SERVIÇOS

Convite

Modalidade realizada entre

interessados do ramo que

trata o objeto da licitação,

cadastrados ou não,

escolhidos e convidados em

número mínimo de três pela

Administração.

Até R$ 150

mil

Até R$ 80

mil

Tomada

de Preços

Modalidade de licitação

entre interessados

devidamente cadastrados

ou que atenderem a todas

as condições exigidas para

cadastramento até o

terceiro dia anterior à data

do recebimento das

propostas, observada a

necessária qualificação.

Até R$ 1,5

milhão

Até R$ 650

mil

Concorrência

Modalidade de licitação

entre quaisquer

interessados que, na fase

inicial de habilitação

preliminar, comprovem

possuir os requisitos

Até valores

acima de R$

1,5 milhão

Até valores

acima de R$

650 mil

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MODALIDADE

DEFINIÇÃO

(Lei nº 8.666/1993)

FAIXA DE VALORES

ESTIMADOS

OBRAS E

SERVIÇOS DE

ENGENHARIA

COMPRAS E

OUTROS

SERVIÇOS

mínimos de qualificação

exigidos no edital para

execução de seu objeto. (a

concorrência é utilizada

tanto na compra ou na

alienação de bens imóveis).

A ordem das modalidades na tabela acima (de cima para baixo)

corresponde à complexidade crescente dos procedimentos licitatórios. Assim,

as exigências legais e burocráticas para se licitar uma obra de R$ 4 milhões

através da modalidade concorrência, por exemplo, são logicamente maiores

do que para se adquirirem mesas de escritório no valor total de R$ 12 mil,

por convite.

Após o reforço teórico sobre o conceito de modalidade de licitação, bem

como as especificidades das modalidades convite, tomada de preços e

concorrência há ainda de se possuir um correto entendimento de em quais

situações podemos aplicar cada uma das três modalidades citadas. Vejamos

o §4º do artigo 23 da Lei de Licitações e Contratos:

“§ 4o Nos casos em que couber convite, a Administração poderá utilizar

a tomada de preços e, em qualquer caso, a concorrência.”

O esquema abaixo ilustra o entendimento do citado parágrafo. Os

valores, em reais, que servem para balizar a faixa de aplicação das

modalidades, são aqueles já apresentados na tabela acima:

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Dessa forma, nos casos em que for cabível a modalidade convite, as

modalidades tomada de preços e concorrência também são passíveis de

serem utilizadas. Em geral, elas não são empregadas pois implicam maiores

prazos (são menos céleres) e maiores custos (derivados da publicação no

Diário Oficial, por exemplo).

As três modalidades discutidas acima (convite – tomada de preços –

concorrência) são as que constam da Lei de Licitações e Contratos como

opções para a Administração Pública adquirir um bem ou contratar um

serviço. (a ressalva é a concorrência, que é empregada também na alienação

de bens imóveis). Com propósitos distintos, temos as duas outras

modalidades previstas na Lei nº 8.666/1993: o concurso e o leilão.

Tanto o leilão quanto o concurso não servem para a aquisição de um

bem ou para a contratação de um serviço, de forma que não se aplicam no

contexto das Compras Governamentais, ok?

Por fim, é importante ressaltar que, ao contrário do convite e da tomadade preços, o pregão não possui restrição quanto ao valor de

contratação. Podemos comprar, por pregão, desde uma única resma depapel A4 até licenças de softwares de milhões de reais. Basta que os objetos

sejam considerados comuns, o que veremos na próxima seção.

2. OBJETO DE LICITAÇÃO

De forma sucinta, podemos definir objeto de uma licitação como o bem

ou serviço que a Administração deseja comprar / contratar, e que motiva a

condução de um procedimento licitatório.

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São exemplos de objetos:

aquisição de materiais (compras);

prestação de serviços em geral;

realização de obras;

locações, e

alienações (nesse caso, não se trata de uma compra ou

contratação).

Uma vez homologado (=declarada a validade) o procedimento

licitatório, o objeto é considerado adjudicado ao vencedor o objeto da

licitação.

Adjudicação é a garantia que possui o vencedor da licitação que,

quando a Administração for celebrar o contrato referente ao objeto licitado,

ela o fará com o vencedor. A adjudicação compulsória – um dos princípios

que rege as licitações – obriga que a Administração dê esta garantia apenas

ao legítimo vencedor do certame, sendo vedada a abertura de nova licitação

enquanto estiver válida a adjudicação anterior.

É importante dizer que a adjudicação não implica a obrigatoriedade da

Administração Pública realmente efetuar o contrato – ou adquirir o bem, se

for o caso.

Imagine que você é dono(a) de uma empresa que vende móveis, e que

tenha vencido uma licitação para fornecimento de mobiliário para

determinado órgão público. Na realidade, isso implica que quando este órgão

for realmente adquirir os referidos móveis, não será aberta nova licitação,

mas haverá uma contratação direta de sua empresa. Neste intervalo de

tempo entre a adjudicação e o fornecimento propriamente dito, pode haver

anulação do procedimento, bem como outras hipóteses nas quais não haverá

a aquisição. Arrisco-me a dizer que a regra geral é a adjudicação acarretar a

aquisição, mas, logicamente, há exceções.

48. (CESPE / TCU – Analista de Controle Externo / 2007) Aadjudicação compulsória ao vencedor da licitação corresponde

à celebração do contrato.

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A adjudicação compulsória obriga a Administração a, no instante da

celebração do contrato (ou fornecimento do objeto), fazê-lo com o vencedor

da licitação. Assim, a celebração do contrato, se ocorrer, se dá em momento

posterior à adjudicação. A assertiva está errada.

Para fins didáticos, podemos identificar três situações distintas,

originadas a partir da combinação entre as características do objeto e do seu

mercado fornecedor:

a) a competição de licitantes para o fornecimento do objeto é

inviável:

Nesse caso, estamos falando de uma inexigibilidade de licitação,

tratada no artigo 25 da Lei de Licitações e Contratos:

“Art. 25. É inexigível a licitação quando houver inviabilidade decompetição, em especial:

I - para aquisição de materiais, equipamentos, ou gêneros que só

possam ser fornecidos por produtor, empresa ou representantecomercial exclusivo, vedada a preferência de marca, devendo a

comprovação de exclusividade ser feita através de atestado fornecido peloórgão de registro do comércio do local em que se realizaria a licitação ou a

obra ou o serviço, pelo Sindicato, Federação ou Confederação Patronal, ou,ainda, pelas entidades equivalentes;

II - para a contratação de serviços técnicos enumerados no art. 13 destaLei, de natureza singular, com profissionais ou empresas de notória

especialização, vedada a inexigibilidade para serviços de publicidade e

divulgação;

III - para contratação de profissional de qualquer setor artístico,

diretamente ou através de empresário exclusivo, desde que consagrado pela

crítica especializada ou pela opinião pública.”

Com relação ao inciso II do artigo 25, os serviços técnicos profissionaisespecializados listados no artigo 13 são os que seguem:

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estudos técnicos, planejamentos e projetos básicos ou

executivos;

pareceres, perícias e avaliações em geral;

assessorias ou consultorias técnicas e auditorias financeiras ou

tributárias;

fiscalização, supervisão ou gerenciamento de obras ou serviços;

patrocínio ou defesa de causas judiciais ou administrativas;

treinamento e aperfeiçoamento de pessoal;

restauração de obras de arte e bens de valor histórico.

Dois pontos são importantes de serem ressaltados nos aspectos legaissobre a inexigibilidade de licitação:

o rol de hipóteses descrito do artigo 25 da Lei de Licitações e Contratos

é apenas exemplificativo. Pode haver, assim, outras possibilidades de

inexigibilidade;

é vedada a inexigibilidade de licitação para serviços de publicidade e

divulgação.

Já que estamos em uma aula de Administração de Materiais, sugiro ter

atenção especial ao inciso I do artigo 25 da Lei 8.666/93, transcrito acima.

Um exemplo de inexigibilidade na aquisição de material seria a compra de

sobressalentes para um tomógrafo da marca Philips. Neste caso, a empresa

detém uma Carta de Exclusividade, um documento que atesta seu direito de

ser a única autorizada a comercializar os itens de material para um

equipamento de sua marca.

49. (CESPE / ANAC / 2009) Enquanto na dispensa há

possibilidade de competição que justifique a licitação, noscasos de inexigibilidade, a competição não é possível porque só

existe um objeto ou uma pessoa que atenda às necessidades da

administração.

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A dispensa de licitação difere da licitação pelo motivo sintetizado no

esquema abaixo:

O exemplo mais comum de dispensa é o normatizado pelos incisos I e

II do artigo 24 da Lei de Licitações e Contratos (por exemplo, para a

aquisição de bens até R$ 8.000,00, é dispensável a licitação).

Veja que o enunciado apresenta de forma correta a distinção entre

dispensa e inexigibilidade, dando ênfase à singularidade do objeto (inciso II

do art. 25 da Lei de Licitações) ou da pessoa que o fornece (inciso I do art.

25 da mesma Lei).

A questão está certa.

b) a competição de licitantes para o fornecimento do objeto é

viável, e o objeto é um bem ou serviço comum:

Já que a competição é viável (possível), a regra é licitar. Mas estamos

falando de bens e serviços comuns, assim definidos pelo Parágrafo Único do

artigo 1º da Lei 10.520/2002 (Lei do Pregão):

Consideram-se bens e serviços comuns (...) aqueles cujos padrões de

desempenho e qualidade possam ser objetivamente definidos pelo edital, por

meio de especificações usuais no mercado.

Inexigibilidade

Competição éinviável

Dispensa

Competição éviável, mas não é

necessária

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Em outras palavras, são bens encontrados facilmente no mercado,

sendo facilmente especificados e comparados sem necessitar de uma

avaliação minuciosa. Seguem alguns exemplos:

bens e serviços comuns: canetas esferográficas, mesas, cadeiras,

aparelhos de ar condicionado, pintura de paredes, troca de piso

etc. São bens e serviços que não carecem de um alto grau de

customização (ou seja, de adaptação àquele que está

comprando)

bens e serviços não comuns: obras (de forma geral),

fornecimento de medicamentos não padronizados na rede

pública, etc. São bens e serviços mais “complexos”, por assim

dizer.

O artigo 1º da Lei nº 10.520/2002 nos traz o seguinte conteúdo:

Art. 1º Para aquisição de bens e serviços comuns, poderá ser adotada a

licitação na modalidade de pregão, que será regida por esta Lei.

No entanto, o artigo 4º do Decreto nº 5.450/2005 tornou obrigatória

a adoção do pregão para a aquisição de bens e serviços comuns, o que vem

sido reiterado (=repetido) pela jurisprudência do Tribunal de Contas da

União:

Art. 4o Nas licitações para aquisição de bens e serviços comuns será

obrigatória a modalidade pregão, sendo preferencial a utilização da sua

forma eletrônica.

Em síntese: caso o objeto seja um bem ou serviço comum, a regra é

licitar por pregão!

50. (CESPE / Ministério da Saúde / 2009) Para aquisição de bense serviços comuns, poderá ser adotada a licitação na

modalidade pregão, ressalvadas as hipóteses de dispensa einexigibilidade de licitação e as restrições expressas quanto ao

valor da contratação.

O enunciado afirma que, no uso do pregão, há de se observar as

“restrições expressas quanto ao valor de contratação”. Esta afirmativa está

errada e compromete o restante da assertiva. Ao contrário do convite e da

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tomada de preços, o pregão não possui restrição quanto ao valor de

contratação. A questão está errada.

Note que a questão adota, em parte, a redação do artigo 1º da Lei nº

10.520 (“poderá ser adotada”).

51. (CESPE / MCT FINEP / 2009 - adaptada) O pregão destina-se

à aquisição pela administração de bens e serviços comuns,assim considerados aqueles cujos padrões de desempenho e

qualidade possam ser objetivamente definidos pelo edital, por

meio de especificações usuais no mercado.

O enunciado espelha o artigo 1º da Lei 10.520/2002, estando a

questão, portanto, certa.

c) a competição de licitantes para o fornecimento do objeto é

viável, e o objeto não é um bem ou serviço comum:

Nesse caso, similarmente ao anterior, sendo a competição viável

(possível), a regra é licitar. Mas como o bem ou o serviço não são comuns,

não se adota o pregão, mas sim uma das outras modalidades: convite,

tomada de preços ou concorrência.

Por fim, há dois aspectos adicionais que merecem atenção quando

falamos de objetos da licitação: estamos falando de indicação de marcas e

previsão expressa de quantitativos, discutidos por meio das próximas

questões:

52. (CESPE / CORREIOS / 2011) Se a administração pública

iniciar procedimento licitatório cujo objeto seja bem sem

similaridade ou bem de marca, características ou especificações

exclusivas, a licitação será inválida, considerando-se que a lei

veda, em caráter absoluto, a inclusão, no objeto da licitação, de

bens e serviços sem similaridade ou de marcas e especificações

exclusivas.

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A Lei nº 8.666/93 veda a indicação de marca, se, e somente se, a

indicação for dada sem a devida justificativa.

Permite-se, no entanto, a indicação de marca apenas como parâmetro de

qualidade. Um exemplo seria uma especificação de uma televisão (objeto

licitatório) da qual conste a redação (Marca: “SONY ou equivalente”, ou,

ainda, “PHILIPS ou similar”).

Um exemplo de licitação com indicação de marca seria a aquisição de

cartuchos em um órgão público que possui apenas impressoras da marca HP,

por exemplo. Logicamente, há de se indicar a marca, evitando o risco de

adquirir cartuchos da marca EPSON, que não teriam emprego.

A questão está, assim, errada.

53. (CESPE / TRE MT / 2010 – adaptada) É admitida a inclusão no

objeto da licitação de fornecimento de materiais e serviços semprevisão de quantidades ou cujos quantitativos não

correspondam às previsões reais do projeto básico ou

executivo.

O objeto da licitação deve sempre apresentar o quantitativo a ser

adquirido, cujo valor é determinado com base em métodos estimativos de

consumo prováveis.

Tal é o entendimento da Lei de Licitações e Contratos. Afinal, é com base

nesse quantitativo que é estabelecida a despesa estimada, e só assim que o

órgão público poderá efetuar a reserva de recursos orçamentários.

A assertiva está errada.

3. O INSTRUMENTO CONVOCATÓRIO NAS LICITAÇÕES

O instrumento convocatório de uma licitação é o instrumento formal

que a Administração faz uso para comunicar ao mercado sua intenção de

adquirir ou contratar determinado objeto.

Quando a modalidade licitatória é o convite, este instrumento é

denominado carta-convite (ou simplesmente convite). Nos demais casos,

denomina-se edital.

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Apenas as cartas-convite não necessitam de publicações em jornais.

Basta, nesse caso, que seja afixado em local apropriado (por exemplo, um

quadro de avisos do órgão público) uma cópia deste instrumento

convocatório.

Nas demais modalidades, há de se publicar um aviso contendo um

resumo dos editais nos Diários Oficiais da União ou do Estado/DF (a

depender da esfera do órgão público), e em jornal de grande circulação.

54. (CESPE / PGM-RR / 2010) O convite é uma modalidade de

licitação em que a convocação se faz por carta-convite. Ele

dispensa a publicação em edital, mas a lei exige que a unidade

administrativa afixe, em lugar adequado, uma cópia do

instrumento convocatório.

Como vimos, o enunciado está condizente com a Lei de Licitações e

Contratos. A exigência de se afixar a carta convite em local apropriado é

dada pelo §3º do artigo 22 desta Lei:

§ 3o Convite é a modalidade de licitação entre interessados do ramo

pertinente ao seu objeto, cadastrados ou não, escolhidos e convidados em

número mínimo de 3 (três) pela unidade administrativa, a qual afixará, em

local apropriado, cópia do instrumento convocatório e o estenderá aos

demais cadastrados na correspondente especialidade que manifestarem seu

interesse com antecedência de até 24 (vinte e quatro) horas da

apresentação das propostas.

Um dos princípios a serem observados nas licitações é a vinculaçãoao instrumento licitatório. Isso significa que tanto a Administração quanto

o licitante devem observar as normas e condições estabelecidas noinstrumento convocatório (edital ou carta-convite). O instrumento

convocatório é a lei da licitação: nada pode ser feito sem previsão expressanele.

Sendo o instrumento convocatório a lei da licitação, é essencial quedele conste todas as informações essenciais à aquisição ou contratação do

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objeto. Nesse sentido, o artigo 40 da Lei nº 8.666/93 estabelece o seguinte

conteúdo:

Art. 40. O edital conterá no preâmbulo o número de ordem em série

anual, o nome da repartição interessada e de seu setor, a modalidade, oregime de execução e o tipo da licitação, a menção de que será regida por

esta Lei, o local, dia e hora para recebimento da documentação e proposta,bem como para início da abertura dos envelopes, e indicará,

obrigatoriamente, o seguinte:

I - objeto da licitação, em descrição sucinta e clara;

II - prazo e condições para assinatura do contrato ou retirada dos

instrumentos, como previsto no art. 64 desta Lei, para execução do contratoe para entrega do objeto da licitação;

III - sanções para o caso de inadimplemento;

IV - local onde poderá ser examinado e adquirido o projeto básico;

V - se há projeto executivo disponível na data da publicação do edital delicitação e o local onde possa ser examinado e adquirido;

VI - condições para participação na licitação, em conformidade com osarts. 27 a 31 desta Lei, e forma de apresentação das propostas;

VII - critério para julgamento, com disposições claras e parâmetros

objetivos;

VIII - locais, horários e códigos de acesso dos meios de comunicação à

distância em que serão fornecidos elementos, informações e esclarecimentosrelativos à licitação e às condições para atendimento das obrigações

necessárias ao cumprimento de seu objeto;

IX - condições equivalentes de pagamento entre empresas brasileiras eestrangeiras, no caso de licitações internacionais;

55. (CESPE / Câmara dos Deputados / 2012) Conforme

exigência legal, deve-se informar, no preâmbulo do edital de

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licitação, o local onde poderá ser examinado e adquirido o

projeto básico da obra ou serviço a ser executado.

A informação deve constar obrigatoriamente do edital (não háobrigatoriedade de apresentá-la no preâmbulo), conforme preconizado no

art. 40 da Lei nº 8.666/1993.

A questão está errada.

56. (CESPE / TRE-21ªRegião / 2010) Pelo princípio da vinculação

ao instrumento convocatório, tanto a administração quanto os

licitantes estão subordinados às regras do edital ou da carta-

convite, razão pela qual a lei veda, em caráter absoluto,

modificação no instrumento convocatório.

A primeira parte da questão está correta. Realmente, o princípio da

vinculação ao instrumento convocatório subordina a Administração e os

licitantes aos termos do edital ou da carta-convite.

No entanto, isso não significa que o instrumento convocatório não

possa ser alterado. Quando a Administração percebe algum equívoco em

um edital, é sua obrigação a retificação. Da mesma forma, um licitante

pode perceber um erro no edital e impugná-lo. Se julgada procedente a

impugnação, procede-se à correção. Veja o normatizado pelo §4º do

artigo 21 da Lei de Licitações:

§ 4o Qualquer modificação no edital exige divulgação pela mesma forma

que se deu o texto original, reabrindo-se o prazo inicialmente

estabelecido, exceto quando, inquestionavelmente, a alteração não afetar

a formulação das propostas.

O mesmo §4º responde a questão abaixo:

57. (CESPE / TRE ES / 2011) Qualquer modificação no edital de

licitação após a sua publicação deve ser divulgada em pelo

menos um jornal de circulação nacional.

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Conforme extrato acima, a modificação no edital exige a divulgação

da mesma forma que se deu no texto original, e não em jornal de circulação

nacional.

A assertiva está errada.

58. (CESPE / MS / 2010) O edital é o ato pelo qual a

administração divulga as regras a serem aplicadas em

determinado procedimento de licitação, sendo assegurado

apenas aos licitantes o direito de impugná-lo junto a

administração caso contenha algum vício, embora os cidadãos

tenham a faculdade de representar ao tribunal de contas ou a

órgãos integrantes de controle interno a ocorrência de

irregularidade, com prazo máximo de quinze dias úteis antes da

abertura dos envelopes.

A impugnação de um edital constitui-se em um questionamento – oucrítica – efetuada por um particular sobre seu conteúdo. Geralmente aborda

a especificação do objeto, ou critérios exigidos para a habilitação. Editais

impugnados são aqueles que, para o entendimento do particular, estãorestringindo a competição.

A questão aborda quem teria a competência para impugnar oinstrumento convocatório. Neste sentido, recorremos ao §1º da Lei de

Licitações e Contratos:

“Art. 41. A Administração não pode descumprir as normas e condiçõesdo edital, ao qual se acha estritamente vinculada.

§ 1o Qualquer cidadão é parte legítima para impugnar edital de licitação

por irregularidade na aplicação desta Lei, devendo protocolar o pedido até 5(cinco) dias úteis antes da data fixada para a abertura dos envelopes de

habilitação, devendo a Administração julgar e responder à impugnação em

até 3 (três) dias úteis [...]”

Vejam que não se trata de qualquer particular, mas sim de qualquer

cidadão – pessoa física, nacional (nata ou naturalizada), no pleno exercício

de seus direitos políticos.

A questão está errada.

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60

Bom, ficaremos por aqui nesta segunda aula. Na próxima semana,

estudaremos os tópicos Recebimento e Armazenagem (Gestão de

Almoxarifados), Distribuição de Materiais e Gestão Patrimonial.

Continuo na espera de uma participação ativa no fórum.

Forte abraço e bons estudos!

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QUESTÕES APRESENTADAS NESTA AULA

1. (CESPE / IBRAM / 2009) Um alto nível de serviço da gestão de

materiais requer altos níveis de estoque, associados à baixa

frequência de entregas ou, ainda, a baixos níveis de estoque

com frequência de entrega capaz de compensar

adequadamente essa política de estocagem.

2. (FCC / MPE RS / 2008) Considera-se uma gestão de materiais

bem sucedida aquela que consegue estabelecer um equilíbrio

entre:

a) acesso a crédito e qualidade de serviço.

b) taxa de lucro esperada e nível de estoque.

c) capacidade de endividamento e demanda efetiva.

d) necessidade de financiamento e nível de oferta.

e) disponibilidade de capital de giro e nível de serviço.

3. (CESGRANRIO / BACEN / 2010) O departamento de

administração de materiais de uma empresa recebeu 5.000

requisições no ano de 2009, sendo que cada requisição teve

uma média de 1,8 itens. Sabendo que 7.650 itens foram

entregues dentro do prazo, qual foi o nível de serviço de

atendimento do departamento, em percentual? (use

arredondamento para uma casa decimal).

a) 90,0%

b) 85,0%

c) 80,0%

d) 65,4%

e) 55,5%

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4. (CESPE / MPU / 2010) A rotatividade de um estoque é

determinada pelo número de vezes que os itens armazenados

são renovados em determinado período de tempo.

5. (CESPE / ABIN / 2010) O índice de rotatividade é calculado

pela razão entre estoque médio e consumo médio no período

correspondente, representando uma estimativa do número de

vezes que o estoque gira nesse período de tempo.

6. (CESPE / SEAD FUNESA SE / 2008) O giro mensal dos estoques

é representado pela razão entre o valor consumido emdeterminado mês pelo valor do estoque médio no mesmo

período e mede quantas vezes, naquele mês, o estoque serenovou.

7. (CESPE / SEAD FUNESA SE / 2008) Enquanto o índice derotatividade representa o número de vezes em que o estoque

gira no período considerado em relação ao consumo médio doitem, o antigiro é o tempo necessário para se consumir todo o

estoque se não houvesse reposição.

8. (CESPE / TRE - MT / 2010) O alto giro de estoque é um fator

positivo e deve ser buscado pelo administrador de materiais.

9. (CESPE / TJ ES / 2011) Considerando que o consumo médio de

determinado item seja de 4.000 peças por ano e que o estoque

médio, no mesmo período, seja de 6.000 unidades, é correto

concluir que a taxa de cobertura será de 1,5 ano.

10. (CESPE / MPU / 2010) O método FIFO (ou PEPS) prioriza a

ordem cronológica da entrada dos itens de estoque, ou seja, oúltimo item a entrar é o primeiro a ser considerado para efeito

de cálculo de custo.

11. (CESPE / MEC / 2009) Quando adota uma administração de

materiais em estoque que privilegia a saída dos materiais quederam entrada mais recentemente, o encarregado de material

utiliza o método UEPS.

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12. (CESPE / ABIN / 2010) Na avaliação dos estoques pelo custo

de reposição, seus valores são atualizados em razão dos preços

de mercado.

13. (CESPE / ANTAQ / 2009) O custo médio é o método de

avaliação mais indicado para períodos inflacionários.

14. (CESPE / Câmara dos Deputados / 2012) Em períodos

inflacionários elevados e duradouros, o método de avaliação de

estoques mais indicado é o PEPS (FIFO).

15. (CESPE / EBC / 2011) Existem, basicamente, três formas de

avaliação de estoques: PEPS, UEPS e custo médio. Em um

ambiente inflacionário, o custo da mercadoria vendida será

maior caso seja utilizado o método UEPS.

16. (CESPE / MPU / 2010) No Brasil, a utilização do método

UEPS nas organizações é proibida tendo em vista aspectos de

contabilidade de custos presentes na legislação tributária

brasileira.

17. (CESPE / AGU / 2010) Considere que uma empresa utilize o

custo médio para a avaliação de seus estoques e que a ficha de

movimentação de determinado item seja equivalente ao

mostrado na tabela a seguir.

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Nessa situação, caso haja dispensação de 5 unidades do item, o

valor em estoque desse item será de R$ 1.085,00.

**o seguinte enunciado é válido para as questões 18 e 19**

(CESPE / ANTAQ /2004 – adaptada)

Considerando a tabela acima, julgue os itens abaixo:

18. Pelo método PEPS, o valor de X deve ser igual a R$ 16,00,

enquanto que o valor de W deve ser igual a R$ 2.520,00.

19. Pelo método UEPS, o valor de X deve ser igual a R$ 20,00,enquanto que o valor de W deve ser igual a R$ 3.400,00.

20. (CESPE / EBC / 2011) De acordo com a filosofia de produção

just in time, a produção tem início somente após o pedido docliente, não havendo necessidade de manutenção de estoque

disponível de mercadorias para venda.

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21. (CESPE / ABIN / 2010) O sistema denominado kanban tem

por objetivo controlar e balancear a produção, com eliminação

dos desperdícios, e acionar um sistema de reposição deestoque pela indicação dos seguintes fatores: o que, quando e

quanto fornecer e produzir.

22. (CESPE / MPS / 2010) A ferramenta de administraçãodenominada just in time é um modelo de gestão de estoques

que busca reduzir o desperdício.

23. (CESPE / TJDF / 2008) O sistema just-in-time é um métodode gestão de estoques destinado a reduzir a probabilidade de

desabastecimento do setor produtivo em função damaximização dos volumes em estoque.

24. (CESPE / ANAC / 2009) Sistemas de produção embasados no

método just-in-time são intensivos em utilização de espaço

físico para estocagem de matéria-prima ou de mercadorias a

serem vendidas pela organização.

25. (CESPE / STF / 2008) Comparando-se os sistemas just-in-time

com o tradicional, aqueles envolvem ciclos curtos de produção

e requerem flexibilidade para promover alterações de produtos;

a indústria tradicional, ao contrário, sempre se beneficiou das

economias de escala garantidas pelos longos ciclos.

26. (CESPE / TST / 2008) Ao contrário da abordagem tradicional

dos sistemas de produção, just-in-time caracteriza-se como um

sistema no qual qualquer movimento de produção somente é

liberado na medida da necessidade sinalizada pelo usuário da

peça ou do componente em fabricação.

27. (CESPE / CEHAB PB / 2008 - adaptada) Em um processode compras, a qualificação dos fornecedores não se torna

relevante para a análise, visto que o menor preço sempre é oque melhor atenderá os interesses da empresa compradora.

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28. (CESPE / SEAD FUNESA SE / 2008) As especificações

funcionais, essenciais para a execução de compras que

garantam a qualidade de produtos ou serviços, podem serdescritas, no setor público, por marca, especificação de

características físicas e químicas, método de produção edesempenho, por desenhos de engenharia, entre outros.

29. (CESPE / UEPA / 2008) Melhores condições de compra de

determinado bem são proporcionadas por situações nas quais

existem materiais similares com a mesma qualidade do bem a

ser adquirido, vários fornecedores para o mesmo bem e

quantidades a serem adquiridas superiores às quantidades

habituais.

30. (CESPE / ABIN / 2010) As funções da equipe de compras

envolvem todo o processo de localização de fornecedores efontes de suprimento, cotação, aquisição de materiais,

acompanhamento da ordem de fornecimento junto aosfornecedores e o recebimento do material comprado, para

controlar e garantir o fornecimento de acordo com aespecificação solicitada.

31. (CESPE / SEBRAE / 2008) Entre os objetivos dos

procedimentos de compras incluem-se: obter mercadorias eserviços na quantidade e com a qualidade necessárias,

inclusive obedecendo aos fluxos dos programas de produção;obter mercadorias e serviços ao menor custo; garantir o melhor

serviço possível e pronta entrega por parte do fornecedor;desenvolver e manter as boas relações com os fornecedores e

desenvolver fornecedores potenciais.

32. (CESPE / COHAB - BAURU / 2004) A função de compras é

um elemento essencial da administração de materiais, pois, por

seu intermédio, pode-se minimizar custos e aumentar lucro.

33. (CESPE / TJ ES / 2011) As etapas do ciclo de compras

incluem o acompanhamento do pedido de compra e o controle

do recebimento do material comprado.

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34. (CESPE / SEBRAE / 2008) O procedimento de

acompanhamento de pedidos realizado pelo setor de compras,

também chamado follow up, pode ser realizado por contatospessoais ou telefônicos com o fornecedor, mesmo após

efetuado o pedido de compras e, visa localizar problemasantecipadamente e evitar surpresas desagradáveis.

35. (CESPE / TJ DFT / 2008) Análise da requisição de compra,

recebimento e aceitação da mercadoria e aprovação da faturapara pagamento do fornecedor são fases do ciclo de compras.

36. (CESPE / ANCINE / 2006) Em grandes organizações, umaspecto importante a ser considerado se refere à centralização

ou descentralização das compras. A centralização apresentacomo vantagens a oportunidade de serem negociadas grandes

quantidades de materiais por menores preços, ahomogeneização desses materiais, o menor tempo na sua

aquisição e melhor controle dos estoques.

37. (CESPE / ANTAQ / 2009) Uma vantagem de se adotar a

centralização do processo de compras é a obtenção de maior

controle de materiais em estoque.

38. (CESPE / IFB / 2011) Um dos objetivos do setor de compras

é desenvolver e manter boas relações com os fornecedores.

39. (CESPE / ANCINE / 2006) Atualmente, o responsável pelascompras deve buscar, nas negociações com fornecedores

tradicionais, obter o máximo de vantagens para suaorganização, estabelecendo uma disputa na qual ele saia

vencedor e a outra parte, perdedora.

40. (CESPE / EBC / 2011) De modo geral, o processo de aquisiçãode materiais deve fundamentar-se em uma relação do tipo

ganha-perde, na qual a empresa ganha descontos e ofornecedor perde lucratividade.

41. (CESPE / ABIN / 2010) A fonte simples é caracterizada pelaexistência de apenas um fornecedor disponível no mercado,

seja em razão de patentes, especificações técnicas, matéria-prima, seja em razão de localização.

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42. (CESPE / HFA / 2004) A seleção de fornecedores é uma das

grandes responsabilidades do departamento de compras, sejapara itens rotineiros, seja para compras esporádicas. Embora a

seleção inadequada possa gerar problemas em toda a cadeia deprodução da empresa, o departamento de compras não pode

abrir mão do critério de menor preço para escolha dofornecedor, pois os altos custos podem inviabilizar o preço do

produto final.

43. (CESPE / TJBA / 2003) No que se refere à seleção do número

de fornecedores em determinado processo de compras, écorreto dizer que uma das principais vantagens em situações

de compra de muitos fornecedores é o maior grau de liberdadede opção na escolha dos fornecedores.

44. (CESPE / PREVIC / 2010) Por meio do credenciamento no

SICAF, habilitam-se as organizações interessadas a participarde pregão, em sua forma eletrônica, bem como na cotação

eletrônica.

45. (CESPE / MCT / 2008) Entre os benefícios do cadastramento

no SICAF aponta-se a seleção do fornecedor com base na linhade fornecimento de material ou serviço.

46. (CESPE / FUNESA - SE / 2008) Na área de compras, oproblema ético se restringe à conduta dos compradores, que

devem evitar receber benefícios, tais como brindes, presentes,gratuidades ou outras formas de compensação, e devem

garantir o sigilo acerca das informações de propostas, critériosde julgamento e outras informações estratégicas.

47. (CESPE / TST / 2008 - adaptada) Nos códigos de ética dasorganizações, no que se refere a compras, devem ser

consideradas as pessoas envolvidas com a especificação e a

definição de quantidades dos bens a serem adquiridos, bemcomo aquelas responsáveis pelos contatos com fornecedores e

pelas especificações de contratos de fornecimento.

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48. (CESPE / TCU – Analista de Controle Externo / 2007) A

adjudicação compulsória ao vencedor da licitação corresponde

à celebração do contrato.

49. (CESPE / ANAC / 2009) Enquanto na dispensa hápossibilidade de competição que justifique a licitação, nos

casos de inexigibilidade, a competição não é possível porque sóexiste um objeto ou uma pessoa que atenda às necessidades da

administração.

50. (CESPE / Ministério da Saúde / 2009) Para aquisição de bens

e serviços comuns, poderá ser adotada a licitação namodalidade pregão, ressalvadas as hipóteses de dispensa e

inexigibilidade de licitação e as restrições expressas quanto aovalor da contratação.

51. (CESPE / MCT FINEP / 2009 - adaptada) O pregão destina-seà aquisição pela administração de bens e serviços comuns,

assim considerados aqueles cujos padrões de desempenho equalidade possam ser objetivamente definidos pelo edital, por

meio de especificações usuais no mercado.

52. (CESPE / CORREIOS / 2011) Se a administração pública

iniciar procedimento licitatório cujo objeto seja bem sem

similaridade ou bem de marca, características ou especificações

exclusivas, a licitação será inválida, considerando-se que a lei

veda, em caráter absoluto, a inclusão, no objeto da licitação, de

bens e serviços sem similaridade ou de marcas e especificações

exclusivas.

53. (CESPE / TRE MT / 2010 – adaptada) É admitida a inclusão noobjeto da licitação de fornecimento de materiais e serviços sem

previsão de quantidades ou cujos quantitativos não

correspondam às previsões reais do projeto básico ouexecutivo.

54. (CESPE / PGM-RR / 2010) O convite é uma modalidade de

licitação em que a convocação se faz por carta-convite. Ele

dispensa a publicação em edital, mas a lei exige que a unidade

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administrativa afixe, em lugar adequado, uma cópia do

instrumento convocatório.

55. (CESPE / Câmara dos Deputados / 2012) Conformeexigência legal, deve-se informar, no preâmbulo do edital de

licitação, o local onde poderá ser examinado e adquirido oprojeto básico da obra ou serviço a ser executado.

56. (CESPE / TRE-21ªRegião / 2010) Pelo princípio da vinculação

ao instrumento convocatório, tanto a administração quanto os

licitantes estão subordinados às regras do edital ou da carta-

convite, razão pela qual a lei veda, em caráter absoluto,

modificação no instrumento convocatório.

57. (CESPE / TRE ES / 2011) Qualquer modificação no edital de

licitação após a sua publicação deve ser divulgada em pelo

menos um jornal de circulação nacional.

58. (CESPE / MS / 2010) O edital é o ato pelo qual a

administração divulga as regras a serem aplicadas em

determinado procedimento de licitação, sendo assegurado

apenas aos licitantes o direito de impugná-lo junto a

administração caso contenha algum vício, embora os cidadãos

tenham a faculdade de representar ao tribunal de contas ou a

órgãos integrantes de controle interno a ocorrência de

irregularidade, com prazo máximo de quinze dias úteis antes da

abertura dos envelopes.

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GABARITO

1- C 2- E

3- B 4- C

5- E 6- C

7- C 8- C

9- C 10- E

11- C 12- C

13- E 14- E

15- C 16- C

17- E 18- E

19- E 20- C

21- C 22- C

23- E 24- E

25- C 26- C

27- E 28- E

29- C 30- C

31- C 32- C

33- C 34- C

35- C 36- E

37- C 38- C

39- E 40- E

41- E 42- E

43- C 44- C

45- C 46- E

47- C 48- E

49- C 50- E

51- C 52- E

53- E 54- C

55- E 56- E

57- E 58- E

Sucesso!

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Referências

GONÇALVES, P. S. Administração de Materiais, 3ª ed. Rio de Janeiro:

Elsevier, 2007.

FENILI, R. R. Administração de Recursos Materiais e Patrimoniais:

Abordagem Completa. São Paulo: Ed. Método, 2011.

SHINGO, S. Sistemas de produção com estoque zero: o sistema

Shingo para melhorias contínuas. Rio Grande do Sul: Bookman, 1996.