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DIREITO PROCESSUAL CIVIL PROCESSO DE CONHECIMENTO AULA 02 EXTINÇÃO DO PROCESSO DE CONHECIMENTO Os Art. 267 a art. 269, todos do CPC preveem a relação das causas de extinção do processo. O processo de conhecimento pode ser extinto sem ou com resoluçãode mérito. No art. 267 estão previstas as causas sem resolução o mérito e no art. 269 as com resolução de mérito. No art. 269, é dada uma solução para o mérito da causa. Resolvem a causa. No art. 267, poderá haver a instauração de outro processo para exame do mesmo mérito, o que não ocorre nas hipóteses do art. 269. CAUSAS QUE EXTINGUEM SEM RESOLUÇÃO DE MÉRITO – ART. 267, CPC. Inciso I Indeferimento da petição inicial. As causas de indeferimento da petição inicial estão no art. 295, CPC. Ocorre que um dos incisos (inciso IV) afirma que a petição inicial é indeferida quando o juiz reconhece a prescrição ou decadência. Ocorre que estas questão são tratadas como questões de mérito, conforme art. 269, IV,

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DIREITO PROCESSUAL CIVILPROCESSO DE CONHECIMENTOAULA 02EXTINO DO PROCESSO DE CONHECIMENTOOs Art. 267 a art. 269, todos do CPC preveem a relao das causas de extino do processo.O processo de conhecimento pode ser extinto sem ou com resoluode mrito. No art. 267 esto previstas as causas sem resoluo o mrito e no art. 269 as com resoluo de mrito.No art. 269, dada uma soluo para o mrito da causa. Resolvem a causa. No art. 267, poder haver a instaurao de outro processo para exame do mesmo mrito, o que no ocorre nas hipteses do art. 269.CAUSAS QUE EXTINGUEM SEM RESOLUO DE MRITO ART. 267, CPC.Inciso IIndeferimento da petio inicial.As causas de indeferimento da petio inicial esto no art. 295, CPC. Ocorre que um dos incisos (inciso IV) afirma que a petio inicial indeferida quando o juiz reconhece a prescrio ou decadncia. Ocorre que estas questo so tratadas como questes de mrito, conforme art. 269, IV, CPC. Portanto, nestes casos, embora haja indeferimento da petio, h resoluo do mrito. O projeto do novo cdigo tirou prescrio e decadncia do indeferimento da inicial. Somente restar as causas de extino sem resoluo de mrito. Haver um caso de julgamento preliminar do mrito, juntamente com a previso do art. 285-A, CPC atual.Inciso II e IIIPossibilidade de extinguir o processo sem resoluo do mrito por abandono da causa. So duas causas diferentes de abandono. No inciso II, h abandono bilateral do processo. No inciso III, o abandono unilateral.O processo, uma instaurado, se desenvolve por impulso oficial, conforme art. 262, CPC. Esta afirmao deve ser harmonizada com o abandono das partes. O impulso oficial uma regra geral que comporta excees. Como regra geral, quem d andamento ao processo o juiz. Em algumas situaes, o processo depende de ato da parte.Exemplo o caso em que o autor no fornece a cpia da petio inicial para ser enviada para o ru. Enquanto o autor no fornecer a cpia, o processos no pode andar. Outro caso, a execuo de obrigao pecuniria exige ato do exequente. Ou seja, tambm depende de ato a ser praticado pela parte. Nestes dois casos apresentados, a desdia do autor acarreta a extino do processo.Caso em que haja abandono bilateral, s h extino se ficar para do por mais de um ano. Esta hiptese a que o processo est parado e o juiz no pode dar andamento. A provocao para o juiz atuar depende da provocao de qualquer das partes. Nenhum dos dois atuou. O processo extinto por negligncia de ambas as partes. No h previso no CPC desta situao.A lei processual s permite a extino por abandono se houver certeza de que o processo est abandonado. Pode o processo estar abandonado pela parte ou pelo advogado. O cdigo exigiu, para distinguir esta situao, preciso antes intimar pessoalmente a parte desidiosa, para que este d andamento ao processo no prazo de 48 horas, sob pena de extino do processo.Esta extino no pode ser de ofcio, conforme Smula 240, STJ. O professor ainda afirma que a extino depende do requerimento do ru se ocorrer depois do oferecimento da contestao (vide inciso VIII).Inciso IVFaltar pressuposto de constituio ou de desenvolvimento vlido do processo.Inciso VReconhecer a perempo, litispendncia ou a coisa julgada.Perempo a extino, por trs vezes, do processo, por abandono do processo pelo autor. Note que a causa o abandono da causa. Embora a parte perca a possibilidade de demandar em juzo, o direito material de fundo no se extingue, podendo ser alegado como matria de defesa.A litispendncia e a coisa julgada existem para evitar o bis in idem. Serve para evitar a duplicao indevida de atividade jurdica. No deve haver dois processos para exame da mesma causa.O processo em curso est pendente. Processo em latim litis. Por isso, estado de litispendncia. Enquanto este processo est em curso, outra demanda no pode ser iniciada. Deve ser extinto o segundo.O mesmo se aplica coisa julgada. A diferena que o segundo processo comea quando o primeiro j terminou.Inciso VIQuando no concorrer qualquer das condies da ao.Inciso VIIPela conveno de arbitragem.A arbitragem um mecanismo de resoluo de litgios que surja entre pessoas capazes sobre direitos patrimonial disponveis.S pode ser utilizada por conveno das partes. No admite-se a arbitragem compulsria. negcio jurdico em que as partes decidem submeter sua lide arbitragem.Comporta duas espcies: clusula compromissria e o compromisso arbitral. A clusula compromissria a conveno de arbitragem que diz respeito a litgios futuros e eventuais. O compromisso arbitral a conveno de arbitragem pactuada aps a existncia do litgio. Se o conflito ser resolvido por arbitragem, o conflito no poder ser resolvido pelo judicirio. No pode ser reconhecido de ofcio. Deve ser alegado pelo ru, pois ambos podem renunciar clusula arbitral.(ainda no foi aprovado - verificar) O novo CPC criou um sistema novo: no prazo da contestao, o ru apresenta petio s para alegar arbitragem e incompetncia, suspendendo o prazo da contestao. Se for acolhida, o processo extinto. Se no, retoma o prazo da contestao. Serve para evitar que uma das partes demande sabendo que o processo ser extinto s para ver o que a outra parte alegar.Inciso VIIIO autor desistir da ao.O direito de ao no se esgota com a petio inicial. exercido durante todo o processo. Sempre que o autor desenvolver funo ativa, est exercendo seu direito de ao (exemplo recurso prolongamento do direito de ao). O mesmo se aplica ao ru.O autor pode desistir de continuar a exercer o direito de ao. Se a desistncia da ao ocorrer depois do oferecimento da contestao, o processo s pode ser extinto se o ru concordar, conforme art. 267, 4, CPC, porque, aps, o ru tambm tem direito de ao.A doutrina afirma que o abandono do inciso III uma forma indireta de desistncia da ao. Por isso, deve-se aplicar regra do abandono a regra da desistncia e vice-versa. Dessa forma, enquanto no houver requerimento do ru, no pode haver desistncia do processo tampouco abandono da causa.Inciso IXAo for considerada intransmissvel por determinao legal.A hiptese do processo que versa sobre uma posio jurdica intransmissvel (direito ou obrigao intransmissvel), em que o titular, no curso do processo, deixa de existir.Obs.: Mandado de segurana para acessar cargo pblico deve ser extinto em caso de morte do impetrante, pois no pode servir para fins patrimoniais para trs.Inciso XConfuso.Isso no ocorre na formao do processo, mas pode ocorrer em razo de um fato superveniente.CAUSAS QUE EXTINGUEM COM RESOLUO DE MRITO ART. 269, CPC.Inciso IO juiz acolher ou rejeitar o peido do autor.Extino normal do processo de conhecimento. O resultado normalmente esperado do processo de conhecimento a procedncia ou improcedncia do pedido. Qualquer outra anmala.Inciso II, III, VTratam de que haver resoluo de mrito se ocorrer a autocomposio (composio amigvel do conflito de interesses). Pode se dar pela transao, reconhecimento do pedido (doutrina: submisso), renncia (doutrina: desistncia).O ato de autocomposio deve ser objeto de homologao (sentena jurisdio contenciosa). No se confunde o reconhecimento do pedido com confisso. Esta reconhecer um fato. Naquela, reconhece-se o prprio direito.O juiz no pode negar homologao aos atos de autocomposio, salvo se o direito for indisponvel. Pode inclusive aps o trnsito em julgado, servindo de bale o art. 575-L, VI, CPC.Na transao, deve haver concesses recprocas. negcio jurdico mediante concesses recprocas. O juiz est vinculado.Na renncia, o autor abre mo do direito. Equivale a uma sentena de improcedncia. Inciso IVO juiz pronunciar a prescrio e a decadncia. Estes so reconhecidos na fundamentao e no no dispositivo. So fundamentao da improcedncia do pedido. Quando o cdigo foi confeccionado, discutia-se se estas matrias so de mrito ou no. Por isso, a previso.Entende o professor que este inciso desnecessrio, pois o inciso I resolveria.