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UNIVERSIDADE ANHANGUERA – UNIDERP
CENTRO DE EDUCAÇÃO À DISTÂNCIA
- CURSO DE SERVIÇO SOCIAL - 5º SEMESTRE
ATIVIDADE PRÁTICA SUPERVISIONADA
PLANEJAMENTO E GESTÃO EM SERVIÇO SOCIAL
O PLANEJAMENTO EDUCACIONAL
Planejamento Educacional é "processo contínuo que se preocupa com o 'para onde ir' e
'quais as maneiras adequadas para chegar lá', tendo em vista a situação presente e
possibilidades futuras, para que o desenvolvimento da educação atenda tanto as necessidades
da sociedade, quanto as do indivíduo" (PARRA SANT'ANNA et al, 1995, p. 14).
O autor analisa vários pensamentos, sempre com a intenção de fundamentar a
necessidade do planejamento educacional.
Há uma primeira interpretação: a de que a escola, quando bem conduzida, é
responsável pelo bom andamento social. Escolarização produz bons cidadãos, boas pessoas.
Essas pessoas, com a responsabilidade que a escola lhes teria passado, produziriam
uma boa sociedade. Como não temos uma educação, não temos uma boa sociedade.
A segunda interpretação afirma que: a educação, a escola em particular, direciona a
sociedade por que “educação é investimento, e a sociedade cresce, desenvolve-se na
proporção direta do investimento em educação”. É preciso, assim, dirigir e escolarização, a
fim de que ela responda ás necessidades de desenvolvimento da sociedade. A escola é
indicada como investimento para a formação de mão de obra.
Enquanto as duas primeiras sublinham a força da escola, esta terceira diz que a escola
é simplesmente uma função da sociedade, ou seja, as escolas serão reflexo da sociedade
naquele momento.
Quanto a percepção da situação e prática dos trabalhadores em educação, podemos
observar que aqueles que se insere no primeiro grupo não se dão conta da incoerência entre a
fala e a ação, sentem insatisfação no trabalho, não sabem a origem tentam soluções parciais. O
planejamento é apenas operacional, sem propostas globais.
Já os do segundo grupo dão-se conta da incoerência entre o que se diz e se pratica,
porém há um comodismo. Não querem mudanças. Alcançam o planejamento operacional e
muitos chegam ao planejamento político-social. Investem na globalidade e no médio prazo,
porém esforçam-se para a não alteração das estruturas básicas da sociedade.
Por fim os membros do terceiro grupo visualizam a prática reprodutiva, estudam e
querem transformações: Uns não veem saída e fazem a opção por ações esporádicas e
desarticuladas. Outros se assustam e nada realizam. Tem os revolucionários e extremistas, que
querem destruir tudo e começar do zero e, finalmente, os que se propõe à luta global por
transformações, querem mudanças a partir do que existe, e para os quais a realidade desejada
tem pontos de contato e pontos discordantes com a realidade existente.
Muitos acham que os sistemas educativos não podem ajudar na igualdade social em
uma sociedade de desigualdade como a nossa. Nesse sentido é que um processo educacional
tomado como um todo e especialmente, o escolar, nos seus processos e efeitos globais, é
reprodução.
Ás vezes, o projeto educativo é explícito e a relação causa-efeito no processo de
reprodução é consciente; outras esconde-se ideologicamente todo o processo e os discursos
são noutra direção, exatamente para que as pessoas pensem que estão fazendo outra coisa e
não reproduzindo uma hierarquia de valores com que não concordam. Se não houvesse este
discurso enaltecendo uma coisa que não se realiza, as pessoas descobririam que estão
gastando as suas vidas em algo que não querem e, provavelmente, haveria mudança.
Gandin demonstra, em seu trabalho (PLT), que uma transformação requer proposta
consistente e metodologia adequada e só poderá ocorrer, quando ideias e valores se encontrem
em vias de maturação, buscados por distintos setores e muitos grupos, movimentos e
instituição.
Esse caminho envolve o crescimento da consciência crítica e a compreensão do
processo contínuo de reprodução associado a um posicionamento firme, claro e eficaz de
impor ao próprio trabalho um cunho transformador.
A partir dessas pontuações, o planejamento apresenta-se como um instrumento
poderoso e autêntico para a transformação da sociedade com a substituição da reprodução
ingênua e conservadora pela reprodução crítica e transformadora e cujos sujeitos sejam
pessoas, grupos, movimentos e instituições plenamente inseridos no processo participativo,
conscientes de sua responsabilidade pela construção de uma sociedade mais igualitária.
Para o Assistente Social, o planejamento torna-se um instrumento precioso, visto que
sua prática deve fomentar ações de qualidade no enfrentamento das expressões da questão
social. Melhor ainda se adotar o planejamento participativo, pois assim oportunizará o
envolvimento dos demais atores sociais na apresentação das demandas e soluções para as
mazelas da sociedade como um todo.
PASSOS DO PLANEJAMENTO: O planejamento tem passos a serem seguidos. O
primeiro deles é o conhecimento da realidade: global, setorial, institucional, local. Além
desses destacam-se:
1. PREPARAÇÃO
O objetivo desta etapa é promover a análise dos pontos básicos de um processo
científico e participativo a fim de que cresça a motivação para o planejamento e para que se
possibilite a eficiência nas etapas seguintes.
A preparação poderá dar-se por meio de palestras, leituras de textos, análise do
trabalho de grupos, etc. Esta fase é importante para que os participantes tenham uma visão
global do planejamento e, operacionalmente, compreendam todos os passos que serão
realizados. Nesta fase acontece um treinamento sobre o que é um planejamento e sua
importância para o alcance dos resultados almejados a curto, médio ou longo prazo.
2. ELABORAÇÃO DO PLANO GLOBAL DE MÉDIO PRAZO:
São passos essenciais desta etapa: a elaboração do marco referencial, do diagnóstico,
da programação e da revisão geral.
a) Marco Referencial: Nesta etapa a instituição se compreende como participante de
uma realidade mais ampla, se projeta como portadora de uma proposta sociopolítica fazendo
parte na consecução da mesma. Através de trabalhos em grupos, devidamente preparados pela
coordenação, serão definidos pelos participantes: a identidade, os objetivos, a missão da
instituição. A metodologia proposta pelo PLT engloba várias reflexões em grupos e plenárias
dos mesmos, que conduzidos pela coordenação levará ao marco referencial da instituição.
b) Diagnóstico: É um juízo da instituição comparando realidade presente com a
realidade desejada. É importante no planejamento porque visualiza onde se está e onde se quer
chegar.
c) Programação: Nesta etapa é fundamental a definição das necessidades que o
diagnóstico demonstrou.
d) Revisão Geral: Tendo elaborado o plano global de médio prazo, faz-se a revisão
geral em grupos. Este procedimento serve para uma apreciação maior do plano elaborado e
possíveis correções pelos participantes.
3. ELABORAÇÃO DE PLANOS GLOBAIS DE CURTO PRAZO:
Plano de curto prazo é a especificação operacional daquilo que, no período de curto
prazo – um ano, por exemplo – se fará do conjunto da programação constante no plano de
médio prazo. Na prática, a elaboração destes planos de curto prazo assume uma conotação
administrativa. Trata-se de operacionalizar as ações, atribuindo-lhes recursos e determinando
responsabilidades.
4. ELABORAÇÃO DE PLANOS DE SETORES
Referem-se primeiro, aos departamentos, divisões, conselhos, setores de uma
instituição. Mas o autor do PLT alerta que para efeitos do planejamento, é útil aceitar o termo
mais amplamente, de modo que todas as organizações que tenham relação estreita com outra
mais ampla e que dela faça parte de algum modo, podem ser consideradas como setores. Cada
setor estabelece um marco referencial para sua prática, respeitando o marco operativo do
plano global da instituição.
Frases do Grupo:
“O planejamento se realiza entre a realidade existente e a realidade desejada”.
“Na realização da utopia, o importante saber onde se está e aonde se quer chegar e,
acima de tudo, dar um primeiro passo que é planejar a caminhada”.
MARCO REFERENCIAL DO GRUPO: Homens e Mulheres e situação de Desemprego
QUESTÕES PARA INICIAR A ELABORAÇÃO DE UM MARCO REFERENCIAL:
O autor apresenta algumas questões para iniciar a elaboração de um marco referencial,
primeiramente determinando o marco situacional, onde as questões a serem respondidas
pelos participantes abordam a situação global ampla nos aspectos social, econômico, político,
cultural e educacional, os valores preferenciais na sociedade, etc.
O segundo passo é determinar o marco doutrinal através de questões que exploram o
ideal de sociedade, os valores humanos, os valores fundamentais da sociedade e a
contribuições do homem na conquista desta sociedade almejada.
O terceiro passo é trabalhar o marco operativo, onde as questões direcionam a
reflexão para a própria instituição, grupo, movimento, etc. e sua atuação na sociedade. Gandin
coloca questões voltadas para a educação, mas tem-se presente que estas deverão ser
adaptadas para o campo de atuação do grupo que está trabalhando o processo de planejamento
participativo.
A QUESTÃO DO DIAGNÓSTICO:
A partir da apresentação de uma situação em que exista um problema e uma esperança,
procede-se o diagnóstico, ou seja, o juízo sobre a realidade da instituição ou grupo, etc, à luz
de um referencial teórico.
Para proceder ao diagnóstico é necessário ter teoria, descrição e julgamento, pois nesta
etapa, estabelecem-se as necessidades e abrem-se caminhos para se propor ações que
intervirão na situação apresentada. É no diagnóstico que se compara a situação problema com
a situação ideal.
PROGRAMAÇÃO:
Programar é fazer uma proposta de ação, levando se em conta o que é necessário, o
que é exequível, os recursos, os envolvidos, o tempo, o espaço, etc.. Dentro do que é
necessário propõe-se o que é mais oportuno ou mais urgente, se não for viável sanar todas as
necessidades.
São quatro dimensões da programação: a das ações concretas a realizar (objetivos), a
das orientações para toda a ação (políticas e estratégias), a das determinações gerais e as
atividades permanentes.
Ao propor uma programação, as pessoas devem ter nas mãos a lista de necessidades, o
diagnóstico e o marco referencial, sobretudo seu aspecto doutrinal e operativo. Portanto, a
programação é a consequência de um trabalho anterior.
PLANOS DE CURTO, MÉDIO E LONGO PRAZO
Planos de médio prazo geralmente são propostos para um período de 3 a 5 anos.
Quanto maior a instituição, maior será também o seu curto, médio e longo prazo, em
comparação com instituições de menor abrangência.
Os planos de curto prazo derivam da programação porque podem consistir apenas do
detalhamento desta. Estão no nível em que o planejamento operacional é mais forte em
relação ao planejamento estratégico. São derivação direta do plano de médio prazo pois
explicitam, detalham e operacionalizam-no.
Os planos de longo prazo são aqueles planejados para 5 anos ou mais, para grandes
instituições, que logicamente se desdobrará em planos de médio prazo e este em planos de
curto prazo, um dentro do outro.
Para finalizar este trabalho apresentamos um plano setorial de curto prazo, tendo como
situação crítica o alto índice de desempregados em uma comunidade, como segue abaixo.
PLANO SETORIAL DE CURTO PRAZO
Marco Referencial: Homens e mulheres em situação de desemprego
1.Objetivo de médio prazo
Objetivo de curto prazo
Para quem Com quem Como Onde Quando Com o quê Responsáveis
Contribuir com o aumento de renda
familiar da comunidade
Promover a capacitação e a
promoção social
Famílias da comunidade e
usuários do Bolsa Família
Homens e mulheres
Ações através de cursos
profissionalizantes e palestras educativas
Centro Comunitário
Março a agosto de
2013
Parcerias, fornecedores e
com a sociedade em geral
Assistente Social
2. Determinações gerais Os participantes do projeto assumem o compromisso de cumprir as normas da instituição tais como: não ter mais de 20% de falta nos eventos programados, ter os filhos menores de 18 anos regularmente matriculados e assíduos na escola, apresentar carteira de vacinação dos filhos menores de 12 anos em dia.
3. Atividades Permanentes Serão oferecidos cursos profissionalizantes nas áreas de:1. Artesanato (confecção de chinelos, bordados, pintura em tecidos e crochê em barbante).2. Culinária, com enfoque em aproveitamento de alimentos, confecção de salgados e valorização da comida regional
(arroz carreteiro, chipa, sopa paraguaia, etc.).
4. Políticas e Estratégias para este ano
O chamamento será através de convites, panfletos que serão entregues com a colaboração dos agentes de saúde, cartazes expostos em escolas e principais estabelecimentos comerciais da comunidade, bem como a parceria com a Associação de moradores e representantes públicos locais.