atps - pesquisa social

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FACULDADE ANHANGUERA - UNIDERP CENTRO DE EDUCAÇÃO À DISTÂNCIA SERVIÇO SOCIAL “ÁREAS DA ATUAÇÃO DO SERVIÇO SOCIAL” ALESSANDRA PIRES DE MORAIS ISLANE CHRISTINA B. ALVES LUCIANA DE FREITAS

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Trabalho referente à Pesquisa Social

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Page 1: ATPS - Pesquisa Social

FACULDADE ANHANGUERA - UNIDERPCENTRO DE EDUCAÇÃO À DISTÂNCIA

SERVIÇO SOCIAL

“ÁREAS DA ATUAÇÃO DO SERVIÇO SOCIAL”

ALESSANDRA PIRES DE MORAIS

ISLANE CHRISTINA B. ALVES

LUCIANA DE FREITAS

Anápolis – GO

09/2015

Page 2: ATPS - Pesquisa Social

ALESSANDRA PIRES DE MORAIS – RA: 1299734306

ISLANE CHRISTINA B. ALVES – RA: 9978020043

LUCIANA DE FREITAS – RA: 7985697937

“ÁREAS DA ATUAÇÃO DO SERVIÇO SOCIAL”

Projeto de pesquisa sobre as diferentes

áreas de atuação do Serviço Social, seus

métodos e técnicas, bem como sua

aplicabilidade, no curso de graduação em

Serviço Social, na Faculdade Anhanguera

– UNIDERP.

Orientador (a): Prof. Leiko Matsui

Rodrigues.

Anápolis - GO

09/2015

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Page 3: ATPS - Pesquisa Social

Lista de tabelas

Tabela 01 – Cronograma do Projeto de Pesquisa.............................................................. 13.

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Page 4: ATPS - Pesquisa Social

SUMÁRIO

1. Introdução..................................................................................................................................1

2. Objetivo.......................................................................................................................................2

3. Relevância da Pesquisa Social na Atualidade..........................................................................3

4. Conceitos de Pesquisa Social e Seus Diferentes Tipos.............................................................6

4.1. Tipos de Pesquisa.......................................................................................................................6

4.1.1. Pesquisa Bibliográfica................................................................................................................7

4.1.2. Pesquisa Experimental...............................................................................................................7

4.1.3. Pesquisa Descritiva não Experimental......................................................................................8

4.1.4. Pesquisa Exploratória................................................................................................................8

4.2. Etapas de um Projeto de Pesquisa............................................................................................9

4.2.1. Primeira Etapa: Preparatória...................................................................................................9

4.2.2. Segunda Etapa: Elaboração do Projeto de Pesquisa...............................................................9

4.2.3. Terceira Etapa: Execução do Plano..........................................................................................9

4.2.4. Quarta Etapa: Construção do Relatório de Pesquisa............................................................10

5. Principais Concepções Teóricas..............................................................................................10

7. Conclusão..................................................................................................................................14

Referências..........................................................................................................................................15

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Page 5: ATPS - Pesquisa Social

1. Introdução

Este trabalho tem por objetivo apresentar um relatório final, contendo as etapas

realizadas no desenvolvimento das atividades propostas durante o processo de pesquisa,

estudo e desenvolvimento de um Projeto de Pesquisa, que será apresentada ao final deste. Este

desafio proporcionou ao grupo um contato com aparato teórico e metodológico necessário ao

desvelamento das questões sociais, assim como promoveu a reflexão a respeito da

interferência do assistente social na sociedade.

Compreendemos que é de fundamental importância para atuação profissional no

Serviço Social as etapas propostas neste trabalho, pois contribuíram para o planejamento e

elaboração de trabalhos acadêmicos, com boas práticas de pesquisa compreendendo e

diferenciando o conhecimento do senso comum do conhecimento científico. Além é claro de

capacitar para a formulação de políticas, programas, planos e projetos na área social,

verificando as demandas presentes e buscando caminhos para o enfrentamento da questão

social.

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Page 6: ATPS - Pesquisa Social

2. Objetivo

Conhecer o que é e como se pesquisa nas Ciências Sociais;

Conhecer as técnicas e os recursos utilizados no desenvolvimento de uma pesquisa;

Conhecer e desenvolver um projeto de pesquisa em um dos campos de atuação do Serviço

Social;

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Page 7: ATPS - Pesquisa Social

3. Relevância da Pesquisa Social na Atualidade

No Serviço Social existem questões que apesar de antigas e recorrentemente

discutidas, ainda estão na ordem do dia exigindo reflexões. Uma delas é a questão da utilidade

da pesquisa para a profissão e a possibilidade de torná-la uma atividade de uso corrente e

sistemático no trabalho do assistente social.

Com efeito, por mais que tenhamos progredido no entendimento de que não há

nenhum sentido em separar teoria de empiria, assim como academia de prática profissional,

de vez em quando somos surpreendidos com argumentos que reafirmam essas inconcebíveis

dicotomias, seguidos da automática e exclusiva identificação da pesquisa com a teoria e com a

academia.

Esta é uma questão de peso – pela sua recorrência e disseminação entre a categoria –

a ser decisivamente enfrentada pelos assistentes sociais e confrontada com o seguinte suposto

básico: de que a pesquisa longe de ser um luxo intelectual é uma necessidade de realização

consequente da profissão e condição de possibilidade de rupturas com atitudes e práticas

voluntaristas, tópicas e impensadas. Isso porque a pesquisa é parte integral e intrínseca da

profissão; por isso, não pode ser dispensada, sob pena de esvaziar o Serviço Social de

pertinência científica e, portanto, de status de profissão de nível superior que se apoia em

embasamento teórico nutrido por contínuas e sistemáticas investigações da realidade.

Sabe-se que nas condições atuais de realização do Serviço Social, esse entendimento

é de difícil aplicação por vários motivos. Um deles refere-se à tradicional baixa produtividade

em pesquisa no Serviço Social, em grande parte devido a um pecado original: o de supor que

o Serviço Social é uma tecnologia e, como tal, não deve ocupar-se com processos mais

elaborados de investigação científica.

Como dizia Greenwood (1970; 1973), professor da Universidade da

Califórnia/Estados Unidos, nos anos 1960/1970 − e mentor intelectual de vários assistentes

sociais latino-americanos, incluindo brasileiros − a principal contribuição da pesquisa para o

Serviço Social seria propiciar a construção de tipologias de diagnósticos e tratamento,

mediante a conversão do conhecimento das Ciências Sociais em princípios para o exercício da

prática profissional. Portanto, no seu ponto de vista, o Serviço Social, diferentemente das

3

Page 8: ATPS - Pesquisa Social

ciências, não estaria voltado para a “acurada descrição e interpretação do mundo social”, mas

para o “controle desse mundo”, mediante o manejo de técnicas, informadas por outras

disciplinas, tal como procedem, a seu ver, as tecnologias e as engenharias (1970, p.17; 1973,

p.47). São dele as seguintes palavras: “O gênero tecnologia abrange todas as disciplinas que

têm por objeto operar mudanças controladas nos relacionamentos naturais, através de

procedimentos relativamente estandardizados [...]. Tradicionalmente faz-se uma distinção

precisa, em função das matérias de que se ocupam, entre duas espécies deste gênero, ou seja,

entre a engenharia e as práticas. Os tecnologistas que planejam materiais não humanos são

chamados engenheiros; aqueles que se ocupam com seres humanos, são chamados de práticos,

ainda que alguns entre estes últimos, ocasionalmente, sejam denominados como engenheiros

humanos. Os assistentes sociais são uma variedade dentro destas últimas espécies” (1970, p.

16/17) [...] que, como tal, “não produzem conhecimento para contribuição à teoria científica. Seu

sucesso depende de quão habilmente utilizam o que já é conhecido. Mesmo na prática mais

orientada pela ciência, isto é, a medicina, o profissional típico não é um produtor mas um

consumidor do conhecimento científico” (p.23).

Ou seja, o Assistente Social deveria exercer um controle das demandas e necessidades

sociais com as quais cotidianamente se depara, mas sem a veleidade de elaborar um quadro

explicativo próprio das mesmas e sem dispor de um instrumental metodológico particularizado. É

como se a prática – especialmente a do assistente social − fosse uma instância anti-intelectual

(HOWE, 1987), que dispensasse processos de identificação do problema a ser enfrentado, de

escolha do método a ser empregado, de estabelecimento dos objetivos a serem perseguidos, de

reflexão científica, os quais, como sabemos, são sempre subsidiados por pesquisas guiadas por

paradigmas, que podem variar de acordo com a visão de mundo adotada.

Mas, ironicamente, foi como uma instância anti-intelectual que a prática profissional

passou a ser majoritariamente pensada – e até com certo orgulho – por consideráveis parcelas da

categoria, porque ser prático, nos termos de Greenwood, converteu-se em virtude executiva, em

sabedoria com os pés no chão, que impedia o assistente social de se meter em seara alheia e se

enredar em elucubrações teóricas para as quais não estava preparado e lhes eram dispensáveis

(HOWE, 1987). Portanto, “onde houver orientação científica disponível [acrescenta Greenwood,

idem, p.23], ele [o assistente social] vale-se da mesma. Mas quando faltar essa orientação, ele

preenche o vazio com a sua intuição”. Disso se conclui que se o assistente social não precisa de

teoria, a teoria se distancia dele, deixando de ser assunto relevante para a profissão.

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Page 9: ATPS - Pesquisa Social

Não foi à toa que, nos anos 1960 e 70, uma discussão recorrente, especialmente no

âmbito das Escolas, era a que procurava saber se o Serviço Social seria uma ciência, arte ou

técnica, em torno da qual se perfilavam adesões ou resistências às concepções tecnicistas da

profissão. Porém, além disso, já nos anos 1960, resistências mais organizadas e conscientes da

importância de se eleger um paradigma crítico, referenciado no marxismo, inauguraram uma

tendência favorável a valorização da pesquisa e da teoria no Serviço Social. E isso não aconteceu

apenas na América Latina. Nessa mesma época, é possível identificar tendência semelhante nos

Estados Unidos, Canadá e Inglaterra, no bojo do que passou a ser conhecido como Serviço Social

Radical − uma vertente alternativa à visão conservadora da profissão, ancorada na crítica

socialista da sociedade e das instituições capitalistas (GALPER, 1980).

Entretanto, apesar desses avanços, o tecnicismo exerceu influência duradoura no Serviço

Social. Nos anos 1980 vários depoimentos recolhidos na literatura especializada brasileira

informam que a situação da pesquisa nessa área de conhecimento era catastrófica, porque

sufocada pelo pragmatismo, pela precária formação universitária e pela falta de curiosidade

científica dos assistentes sociais (FALEIROS, 1986; IAMAMOTO,1987). E relacionadas a essas

atitudes ressaltava-se a falta de espírito crítico da maioria dos profissionais e a existência da velha,

mas ainda atual, dicotomia entre teoria e prática no desempenho da profissão.

Hoje o panorama é mais alentador − embora não de todo satisfatório – pois houve

mudança positiva não só do ponto de vista da quantidade, mas da qualidade da pesquisa, graças à

melhoria de condições materiais, institucionais, organizativas, financeiras e intelectuais,

necessárias à maioridade investigativa da profissão. E entre as condições favoráveis a essa

mudança cabe ressaltar a criação e ampliação dos cursos de pós-graduação stricto sensu (mestrado

e doutorado); o reconhecimento e presença da profissão nas agências oficiais de fomento à

pesquisa; a formação de núcleos de pesquisa dentro das Universidades; os intercâmbios nacionais

e internacionais e o processo de redemocratização do país, em 1985, após vinte e cinco anos de

ditadura, pois sem democracia não haveria condições de se expandir a pesquisa e nem de realizá-

la de forma relativamente autônoma.

Como diz José Paulo Netto (1996), os assistentes sociais vêm assumindo certa

maturidade no domínio da elaboração teórica e mantendo interlocução com outras áreas de

conhecimento mais consolidadas, o que constitui, sem dúvida, um caminho promissor para o

adensamento teórico do Serviço Social. Mas, por outro lado, ao resistirem, desde os anos 1970, ao

fascínio do pensamento pós-moderno, muitos assistentes sociais pesquisadores ficaram

desfalcados de antigas interlocuções nas Ciências Sociais que aderiram a esse pensamento, tendo,

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Page 10: ATPS - Pesquisa Social

portanto, conforme Lessa (2000, p. 35), de desenvolverem investigações de fundo de que

necessitam. E isso, contraditoriamente, levou a um maior agendamento da pesquisa no Serviço

Social.

Um outro motivo da difícil aplicação do entendimento de que a pesquisa é parte integral

e intrínseca do exercício da profissão, tem a ver com a atual revalorização do enfoque pragmático

no enfrentamento das necessidades sociais e dos novos riscos sociais típicos da época

contemporânea. Essa revalorização se deu na razão direta da desvalorização da teoria, ou das

grandes narrativas, patrocinadas pelo discurso pós moderno, niilista e avesso ao pensamento

crítico, que guarda forte afinidade com o caráter tecnocrático do modelo socioeconômico

neoliberal dominante desde os anos 1970.

4. Conceitos de Pesquisa Social e Seus Diferentes Tipos

Toda pesquisa deve passar por uma fase preparatória de planejamento devendo-se

estabelecer certas diretrizes de ação e fixar-se uma estratégia global. A realização deste

trabalho prévio é imprescindível.

A ciência se apresenta como um processo de investigação que procura atingir

conhecimentos sistematizados e seguros. Para alcançar este objetivo é necessário que se

planeje o processo de investigação, isto é, traçar o curso de ação a ser seguido no processo da

investigação científica.

Não é, porém, necessário que se sigam normas rígidas. A flexibilidade deve ser a

característica principal neste planejamento de pesquisa, para que as estratégias previstas não

bloqueiem a criatividade e a imaginação crítica do investigador.

Afirma-se que não existe método científico estabelecido previamente. Existem

critérios gerais orientadores que facilitam o processo de investigação.

4.1. Tipos de Pesquisa

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Page 11: ATPS - Pesquisa Social

O planejamento de uma pesquisa depende tanto do problema a ser investigado, de

sua natureza e situação espaço-temporal em que se encontra, quanto da natureza e nível de

conhecimento do investigador. Assim pode haver um número sem fim de tipos de pesquisa.

Serão desconsideradas as diferentes classificações desses tipos para utilizar apenas

uma: a que leva em conta o procedimento geral que é utilizado para investigar o problema.

Com isso podemos distinguir no mínimo três tipos de pesquisa: a bibliográfica, a

experimental e a descritiva.

4.1.1. Pesquisa Bibliográfica

Desenvolve-se tentando explicar um problema através de teorias publicadas em

livros ou obras do mesmo gênero. O objetivo deste tipo de pesquisa é de conhecer e analisar

as principais contribuições teóricas existentes sobre um determinado assunto ou problema,

tornando-se um instrumento indispensável para qualquer pesquisa. Pode-se usá-la para

diversos fins como, por exemplo:

Ampliar o grau de conhecimento em uma determinada área;

Dominar o conhecimento disponível e utilizá-lo como instrumento auxiliar para a

construção e fundamentação das hipóteses;

Descrever ou organizar o estado da arte, daquele momento, pertinente a um

determinado assunto ou problema.

4.1.2. Pesquisa Experimental

Neste tipo de pesquisa o investigador analisa o problema, constrói suas hipóteses e

trabalha manipulando os possíveis fatores, as variáveis, que se referem ao fenômeno

observado. A manipulação na quantidade e qualidade das variáveis proporciona o estudo da

relação entre causas e efeitos de um determinado fenômeno, podendo-se controlar e avaliar os

resultados dessas relações.

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Page 12: ATPS - Pesquisa Social

4.1.3. Pesquisa Descritiva não Experimental

Este modelo de pesquisa estuda as relações entre duas ou mais variáveis de um dado

fenômeno sem manipulá-las. A pesquisa experimental cria e produz uma situação em

condições específicas para analisar a relação entre variáveis à medida que essas variáveis se

manifestam espontaneamente em fatos, situações e nas condições que já existem.

A decisão de se utilizar à pesquisa experimental ou não-experimental na investigação

de um problema vai depender de vários fatores: natureza do problema e de suas variáveis,

fontes de informação, recursos humanos, instrumentais e financeiros disponíveis, capacidade

do investigador, consequências éticas e outros.

Devem-se avaliar as vantagens e as limitações que apresentam um e outro tipo de

pesquisa. Kerlinger (1985, p. 127) apresenta três vantagens da pesquisa experimental. A

primeira é a fácil possibilidade de manipulação das variáveis isoladamente ou em conjunto; a

segunda é a flexibilidade das situações experimentais que otimiza a testagem dos vários

aspectos das hipóteses; a terceira é a possibilidade de replicar os experimentos ampliando e

facilitando a participação da comunidade científica na sua avaliação. Como limitações,

Kerlinger aponta a falta de generalidade, pois um resultado evidenciado em uma pesquisa

experimental de laboratório nem sempre é o mesmo obtido em uma situação de campo onde

há variáveis muitas vezes desconhecidas ou imprevisíveis que podem intervir nos resultados.

Por esse motivo, os seus resultados devem permanecer restritos às condições experimentais.

4.1.4. Pesquisa Exploratória

Outro tipo de pesquisa que tem grande utilização, principalmente nas áreas sociais.

Nela não se trabalha com a relação entre as variáveis, mas com o levantamento da presença

das variáveis e de sua caracterização quantitativa ou qualitativa. Seu objetivo fundamental é o

de descrever ou caracterizar a natureza das variáveis que se quer conhecer.

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Page 13: ATPS - Pesquisa Social

4.2. Etapas de um Projeto de Pesquisa

Desde a preparação até a apresentação de um relatório de pesquisa estão envolvidas

diferentes etapas. Algumas delas são concomitantes; outras são interpostas. O fluxo que ora se

apresenta tem apenas uma finalidade didática de exposição. Na realidade ela é extremamente

flexível. Abaixo temos o exemplo de um fluxograma de pesquisa científica:

4.2.1. Primeira Etapa: Preparatória

Esta fase, a preparatória, é dedicada a escolha do tema, à delimitação do problema, à

revisão da literatura, construção do marco teórico e construção das hipóteses. Seu objetivo

principal é a que o pesquisador defina o problema que irá investigar. É nesta etapa que se

apresentam as principais dificuldades para o investigador.

4.2.2. Segunda Etapa: Elaboração do Projeto de Pesquisa

A partir da conclusão da etapa preparatória, o investigador pode iniciar a segunda

etapa da investigação, preocupando-se com a elaboração do projeto que estabelece a

sequência da investigação, tendo como curso orientador o problema e o teste das hipóteses.

Sem o projeto o investigador corre o risco de desviar-se do problema que quer investigar,

recolhendo dados desnecessários ou deixando de obter os necessários.

4.2.3. Terceira Etapa: Execução do Plano

Executado o estudo piloto, se necessário, introduzem-se correções e se inicia a etapa

seguinte que é a da execução do plano, com a testagem propriamente dita das hipóteses, com 9

Page 14: ATPS - Pesquisa Social

o experimento ou a coleta de dados. Se a pesquisa utilizar entrevistadores há necessidade de

treiná-los previamente visando uniformizar os procedimentos de ação neutralizando ao

máximo a interferência de fatores estranhos no resultado da pesquisa.

Executada a fase de coleta, inicia-se o processo de tabulação, com a digitação dos

dados, aplicação dos testes e análise estatística e avaliação das hipóteses. A análise estatística

deve servir para afirmar se as hipóteses são ou não rejeitadas. Através dela pode-se

estabelecer uma apreciação com juízos de valor sobre as relações entre as variáveis.

4.2.4. Quarta Etapa: Construção do Relatório de Pesquisa

Esta etapa é dedicada à construção do relatório de pesquisa que serve para relatar a

comunidade científica, ou ao destinatário de sua pesquisa, o resultado, procedimentos

utilizados, dificuldades e limitações de sua pesquisa.

5. Principais Concepções Teóricas

A observação sobre a realidade social não é simplesmente um incômodo subjetivo,

que apenas satisfaz a curiosidade do pesquisador; ao contrário, o ser que indaga, procura

inquirir sobre 'algo' que advém da objetividade social, a qual carece do conhecimento para ser

desvendada. Nas pesquisas, devemos saber fazer a pergunta, pois são as respostas que se

transformam em artigos, dissertações, teses ou livros; e, se a 'pergunta' for mal formulada, o

trabalho de pesquisa perderá, consequentemente, resplandecência.

Setubal (1995, p. 34) faz o seguinte comentário sobre a objetividade da pesquisa:

Não é raro encontrar pesquisas, sobretudo no meio acadêmico, que tratam de

problemas remotos e são destituídas de interpretação mais ampla e acurada. Muitas

são as que se voltam para a elaboração do conhecimento apenas como

conhecimento, isto é, um conhecimento que vagueia pela realidade sem contudo dar

conta dela no concretismo da sua história.

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Page 15: ATPS - Pesquisa Social

A 'humanidade social' carece de respostas ao conjunto dos 'problemas econômicos,

políticos, sociais e culturais' que a assolam, pois são inúmeros, alguns de séculos, como a

pobreza e outros contemporâneos, como a sexualidade, a ética e tantas outras expressões da

'questão social', que o Serviço Social, auxiliado pelas ciências sociais, objetiva investigar. Na

investigação, os pesquisadores estudam as questões por eles enfocadas e, a partir dos 'recortes

de estudo', criam as teorias para explicar determinadas realidades sociais. Na maioria dos

casos, há um demasiado 'devaneio' nas teorias, nas leis, nos modelos, que se descolam do

objetivo inicial da investigação e fazem da pesquisa uma abstração sem retorno ao real e,

consequentemente, desembocam num 'estranhamento' ou misticismo do real por parte do

pesquisador.

Nesse momento de total 'estranhamento' entre pesquisador e objeto de estudo é que

encontramos a falta de rigor na pesquisa, pois muitos que se propõem a investigar talvez não

estejam preparados o suficiente, ou não consigam visualizar a necessidade objetiva cobrada da

pesquisa, que no seu caminho mais seguro objetiva desnudar o cotidiano contrastante das

relações sociais da sociedade burguesa, bem como seu modo de produção e reprodução social,

desencadeador das mais diversas expressões da 'questão social', que a cada nova manifestação

'dilacera' milhares de vidas.

Sugerimos, no entanto, que os assistentes sociais que, ao indagarem sobre o real,

indaguem com o objetivo de tratar 'a questão social' – entendida como 'deformidades'

desenvolvidas no interior das relações sociais, as quais são protoformadas pela sociabilidade

capitalista – na sua integridade, ou seja, estudem as expressões da 'questão social' e,

posteriormente, façam o esforço de retornar o conhecimento produzido aos sujeitos

envolvidos. Acreditamos, pois, que a função da ciência é desvendar o 'não-aparente', ou

melhor, nas palavras de Marx: "Toda ciência seria supérflua se a essência das coisas e sua

forma fenomênica coincidissem diretamente"(MARX apud LUKÁCS, 1979, p. 26).

O assistente social pesquisador, que objetiva o rigor teórico exigido pela ciência

autêntica, deve perquirir 'as intrincadas conexões do real'. Investigar e, em consequência,

tornar cientificamente aceito o trabalho, no âmbito acadêmico, é o princípio fundamental no

caminho da probidade teórica do pesquisador. Ele deve levar consigo, no percurso da

pesquisa, as seguintes características: honestidade, paciência, criatividade, criticidade,

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Page 16: ATPS - Pesquisa Social

audácia, humildade, diligência e, principalmente, a ética na pesquisa, para tornar-se um

sujeito que indaga sobre o real, tendo por finalidade contribuir à 'humanidade social' com suas

inquietações e construções teóricas, e não apenas saciar a fome voraz de títulos exigidos pela

'Universidade Moderna'.

Outro fator importante para a pesquisa, diz respeito aos 'milhões de teorias' existentes

sobre um determinado assunto. Quando isso acontece, surge a necessidade do confronto de

ideias que, no caso, torna-se inadiável, pois pensamentos que analisam uma mesma questão

com conclusões totalmente diferentes devem ser submetidos ao diálogo para percorrerem a

verdadeira explicação do assunto investigado. Não estamos aqui defendendo o pensamento

único, que tanto emburrece, mas cobrando o debate que enriquece o conhecimento científico.

O confronto de diferentes concepções enriquece a ciência e o que é plausível, faz cair por

terra explicações equivocadas da realidade social, ou seja, falsas interpretações do 'mundo dos

homens'.

Segundo Demo (1997a, p. 10),

Pesquisa pode significar condição de consciência crítica e cabe como componente

necessário de toda proposta emancipatória. Para não ser mero objeto de pressões

alheias, é 'mister' encarar a realidade com espírito crítico, tornando-a palco de

possível construção social alternativa. Aí, já não se trata de copiar a realidade, mas

de reconstruí-la conforme os nossos interesses e esperanças. É preciso 'construir a

necessidade de construir novos caminhos', não receitas que tendem a destruir o

desafio da construção.

De acordo com Iamamoto e Carvalho (1998, p. 88), "O Serviço Social em sua

trajetória não adquire o status de ciência, o que não exclui a possibilidade de o profissional

produzir conhecimentos científicos, contribuindo para o acervo das ciências humanas e

sociais, numa linha de articulação dinâmica entre teoria e prática". A produção de

conhecimentos na área do Serviço Social acelerou a partir de 1970, momento em que

iniciaram os primeiros cursos de pós-graduação na área de ciências sociais e, especificamente,

em Serviço Social. Desde então, a produção bibliográfica teve um aumento considerável,

sendo alimentada pelas dissertações de mestrado e teses de doutorado. Mas, foi somente a

partir dos anos de 1980 que o Serviço Social obteve reconhecimento pelo Conselho Nacional

de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) como uma área específica de pesquisa,

sendo-lhe atribuídas as seguintes linhas de investigação: Fundamentos do Serviço Social,

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Page 17: ATPS - Pesquisa Social

Serviço Social Aplicado, Serviço Social do Trabalho, Serviço Social da Educação, Serviço

Social do Menor, Serviço Social da Saúde, Serviço Social da Habitação. Atualmente, o

Serviço Social integra, juntamente com as áreas de Direito, Comunicação, Economia,

Administração, Arquitetura, Demografia e Economia Doméstica, a grande área de Ciências

Sociais Aplicadas (KAMEYAMA, 1998).

Segundo Ammann (1984, p. 147), "A incorporação da pesquisa na prática profissional

da área é um fenômeno relativamente recente, posto que tinha havido esforços orientados para

consolidar uma política geral de capacitação e investigação, no campo do Serviço Social, por

parte dos organismos profissionais".

Entretanto, a partir dos anos de 1980, a categoria profissional começou a contribuir e a

responder pela produção de conhecimentos que dão sustentação segura à prática profissional.

Hoje, podemos afirmar que contribuímos com significativos trabalhos de pesquisa nas mais

diversas subáreas das ciências sociais, isso se deu, principalmente, após a "renovação do

Serviço Social", ou seja, ao "movimento de reconceituação", que constituiu"[...] segmentos de

vanguarda, sobretudo, mas não exclusivamente inseridos na vida acadêmica, voltados para a

investigação e a pesquisa"(PAULO NETTO, 2001b, p. 136).

Contudo, tanto na intervenção quanto na formação profissional, a pesquisa é um

elemento fundamental para o Serviço Social, e cabe lembrar que, para realizá-la, há exigência

do aprofundamento teórico-metodológico como recurso para a investigação da vida social.

6. Cronograma

CRONOGRAMA PROJETO DE PESQUISA

AÇÕESMESES

1º 2º 3º 4ºLevantamento da Bibliografia X XElaboração do Plano de Trabalho X XLocalização XCompilação XFichamento X

Análise e Interpretação X

Redação

13Tabela 1 – Cronograma do Projeto de Pesquisa

Page 18: ATPS - Pesquisa Social

7. Conclusão

Esta pesquisa proporcionou ao grupo a identificação das demandas presentes na

sociedade, visando a formular respostas profissionais para o enfrentamento da questão social.

Realizando pesquisas que auxiliarão na formulação de políticas e ações profissionais. E a

capacitação para elaborar, executar e avaliar planos, programas e projetos na área social.

Apresentou-se medidas a serem aplicadas na prática do Assistente Social para um

projeto de pesquisa. Pudemos verificar também a importância do estabelecimento de passos a

serem seguidos e implementação de medidas a serem tomadas e com isso ver resultados

satisfatórios nos projetos observados. A execução de projetos como esse se torna de suma

importância, pois através deles já podemos ir verificando como será a rotina enquanto

Assistentes Sociais se voltados para esse tipo de projetos.

14

Page 19: ATPS - Pesquisa Social

Referências

ABNT. Projeto de Pesquisa e trabalho acadêmico. NBR 15287. Disponível em:

www.ulbra.br/bibliotecas/files/abnt2011.pdf. Acesso em 12 de setembro de 2015.

BELLO, José Luiz de Paiva. Como fazer um Projeto de Pesquisa. Disponível em:

www.pedagogiaemfoco.pro.br/met05.htm. Acesso em 12 de setembro de 2015.

COSTA, M.I.M; CARDIM, M.Z; HENRIQUEZ, D.C. A EXPERIÊNCIA DE SER FILHO

DE MÃE QUE TRABALHA FORA DE CASA: UM OLHAR SOB APERSPECTIVA DOS

FILHOS. II Seminário Internacional de Pesquisa e Estudos Qualitativos. Revista a Pesquisa

Qualitativa em Debate. Disponível em:

http://www.sepq.org.br/IIsipeq/anais/pdf/poster3/01.pdf. Acesso em 12 de setembro de 2015.

FAPESP. Projetos de Pesquisa Científica. Disponível em: www.fapesp.br/253. Acesso em 12

de setembro de 2015.

15