atlas parasitologia

41
Glaucia Veríssimo Faheina Martins Ana Simara Medeiros Mariana Lelis ATLAS DE PARASITOLOGIA

Upload: med-med

Post on 31-Oct-2015

169 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Page 1: Atlas Parasitologia

1

Glaucia Veríssimo Faheina Martins

Ana Simara Medeiros

Mariana Lelis

ATLAS DE PARASITOLOGIA

Page 2: Atlas Parasitologia

2

CESED- Centro de Ensino Superior e Desenvolvimento

FCM- Faculdade de Ciências Médicas de Campina Grande

ATLAS DE PARASITOLOGIA

Atlas de parasitologia, realizado pelas acadêmicas do

curso de medicina da FCM-CG: Ana Simara Medeiros de

Oliveira e Mariana Lelis, monitoras da disciplina de

Parasitologia, sob coordenação da professora Msc.

Glaucia Veríssimo Faheina Martins, como material

didático para ser utilizado no laboratório de Parasitologia.

Campina Grande, Julho de 2011.

Page 3: Atlas Parasitologia

3

SUMÁRIO

Introdução 4

Protozoários 5

1. Entamoena hystolitica 6

2. Giárdia lamblia 9

3. Trichomonas vaginalis 11

4. Leishmania 13

5. Trypanossoma cruzi 15

6. Plasmodium 20

Helmintos 23

7. Ancylostoma caninum 24

8. Ascaris lumbricoides 26

9. Enterobius vermicularis 29

10. Hymenolopis Nana 31

11. Schistosoma mansni 33

12. Taenia 38

Referências 41

Page 4: Atlas Parasitologia

4

INTRODUÇÃO

Diante da eminente dificuldade encontrada na abordagem teórico-prática dos assuntos

relacionados à disciplina de parasitologia, viu-se a necessidade da criação de um material, no

qual os alunos tivessem explicações teóricas dentro da abordagem prática, tornando mais

claro o curso real das principais parasitoses presentes no plano de ensino da FCM- CG.

Através de comparações com o material didático disponível para os alunos, tentou-se

aliar neste material, o conhecimento visto em sala ao conhecimento laboratorial, dando ênfase

ao estudo das lâminas disponíveis e sua correlação clínica, morfológica e biológica.

Assim, pensando no aprimoramento didático da disciplina, a monitoria de

parasitologia juntamente com a professora responsável, realizaram a catalogação do material

laboratorial disponível na faculdade, para ser utilizado como consulta durante as aulas práticas

de Parasitologia desta Faculdade.

Page 5: Atlas Parasitologia

5

Protozoários

Page 6: Atlas Parasitologia

6

1. Entamoeba histolytica

A Entamoeba histolytica é o agente causador da amebíase. Quando na forma de

trofozoíto, mede cerca de 20 micrômetros e apresenta movimentos amebóides contínuos, não

possui forma definida e ao ser fixado e corado pela hematoxilina férrica, pode apresentar-se

na forma esférica. Os cistos podem ser esféricos ou ovais e possuem de um a quatro núcleos.

A transmissão ocorre através da ingestão de cistos maduros encontrados em alimentos

ou água contaminados com dejetos humanos. O paciente pode ser assintomático, apresentar

quadros de colites não-disentéricas ou diarréia com evacuações mucossanguinolentas (oito ou

mais evacuações diárias), acompanhada de cólicas intestinais intensas, podendo levar a grave

desidratação, perfuração intestinas, peritonite e amebíase extra-intestinal.

O diagnóstico laboratorial é feito através do exame parasitológico de fezes e o

tratamento pode ser feito com amebicidas que atuam na luz intestinal (Paramomicina, Furoato

de Diloxamida, Lodoguinol); amebicidas tissulares (Emetina, Cloroquina, Desidroemetina) e

amebicidas que atuam tanto na luz intestinal, como nos tecidos (Metronidazol, Tinidazol).

Page 7: Atlas Parasitologia

7

Figura 1- Ciclo biológico da Entamoeba histolytica (Rey, 2008).

Figura 2 – Formas morfológicas da Entamoeba histolytica.

Page 8: Atlas Parasitologia

8

Figura 3 - E. histolytica, trofozoíto. (Mariana Lellis, 2011).

Figura 4 - Entamoeba histolytica, trofozoíto (Mariana Lellis, 2011).

Page 9: Atlas Parasitologia

9

2. Giardia lamblia

Giardia lamblia é um protozoário flagelado que existe sob a forma de cisto ou

trofozoíto. A transmissão pode ser de pessoa a pessoa pela contaminação das mãos e

conseqüente ingestão de cistos existentes nas fezes da pessoa infectada, ou por meio da

ingestão de água ou alimentos contaminados.

A infecção por esse parasito pode ser assintomática ou caracterizar-se por diarréia

crônica, cólicas abdominais, esteatorréia e desconforto abdominal. A principal complicação

da giardíase é a carência nutricional e desidratação, causadas pela má-absorção, que por sua

vez é conseqüência de lesões nas microvilosidades intestinais causadas pelo parasita ou,

quando há um grande número de trofozoítos, pode ocorrer devido ao atapetamento da mucosa.

O diagnóstico é feito através do exame parasitológico de fezes. Nas fezes formadas

encontram-se os cistos e nas fezes diarréicas é comum a presença de trofozoítos. O

tratamento deve ser feito com Metronidazol ou Tinidazol.

Figura 5- Ciclo biológico da Giardia lamblia.

Figura: Ciclo biológico de Giardia duodenalis.

Page 10: Atlas Parasitologia

10

Figura 6 – Esquema ilustrativo das formas morfológicas de Giardia lamblia; A) cisto; B) trofozoíto, face ventral; C)

trofozoíto, face lateral.

Figura 7 – Fotomicrografia de trofozoítos de protozoário Giardia lamblia, observar formato de pêra e os dois núcleos.

Aumento final 400 x. (Ana Simara Medeiros, 2011)

Figura 8 - Giardia lamblia, trofozoíto. Aumento final 1000 x. (Ana Simara Medeiros, 2011)

Page 11: Atlas Parasitologia

11

3. Trichomonas vaginalis

O Trichomonas vaginalis é uma célula polimorfa, muito plástica e capaz de formar

pseudópodes. Existe apenas na forma de trofozoíto, apresenta quatro flagelos, membrana

ondulante e uma estrutura rígida chamada axóstilo. Esse parasito habita o trato urogenital e

sua transmissão ocorre através da relação sexual. Na mulher a infecção caracteriza-se por:

vaginite com corrimento abundante de cor amarelo-esverdeado, bolhoso e com odor fétido,

prurido, irritação vaginal, dor no baixo ventre, dispareunia, disúria, poliúria, podendo aparecer

pontos hemorrágicos. No homem geralmente é assintomático, mas pode desenvolver-se uma

uretrite com fluxo leitoso ou purulento e sensação de prurido na uretra.

Nas mulheres o diagnóstico laboratorial é feito através da análise da secreção vaginal

ao microscópio, nos homens é utilizada a secreção uretral. O tratamento é feito com

Metronidazol ou Tinidazol, na gestante usa-se medicação tópica, por ser inócuo ao feto.

Figura 9 - Ciclo biológico do Trichomonas vaginalis.

Page 12: Atlas Parasitologia

12

Figura 10- Trichomonas vaginalis, observar núcleo (seta branca) e membrana ondulante (seta preta). (Mariana Lellis,

2011)

Figura 14 – Fotomicrografia de trofozoíto de

T. vaginalis. (Mariana Lellis, 2011). Figura 13 – Desenho esquemático do trofozoíto de

T.vaginalis.

Page 13: Atlas Parasitologia

13

4. Leishmania

São infecções caracterizadas nas formas tegumentar (principalmente pelo L.

braziliensis, mas também pelo: L. guyanensis, L. amazonenses e L. laisonsi) ou visceral (L.

chagasi). A transmissão é dada pela picada do mosquito Lutzomyia que popularmente é

chamado de flebótomo. O protozoário passa por transformações, invade os macrófagos e

desenvolve um ciclo de transformação e reprodução (vide ciclo biológico). A Leishmaniose

tegumentar é caracterizada por invasão e lesão confinadas à regiões dérmicas (Leishmaniose

cutânea), pode se estender para cartilagens e mucosas (Leishmaniose cutaneomucosa) e ainda

se difundir por toda a pele (Leishmaniose cutâneo-mucosa). A Leishmaniose visceral ou

calazar pode ser assintomática ou sintomática, sendo a sintomática caracterizada inicialmente

por febre, palidez e hepatoespenomegalia e posteriormente por hepatoesplenomegalia, ascite,

edema generalizado.

Figura 9: Forma promastigota de Leishmania. É possível visualizar o grande núcleo e flagelo.

(Ana Simara Medeiros, 2011)

Page 14: Atlas Parasitologia

14

Figura 11-Leishmania ciclo biológico

Page 15: Atlas Parasitologia

15

5. Trypanossoma cruzi

Protozoário causador da doença de Chagas. A sua transmissão pode ser mediada pela

picada e posterior defecação do inseto vetor (triatomíneo) ou pode ser dada através de

transfusões sanguíneas, transmissão congênita, acidentes de laboratório, transmissão oral

(incluindo pela amamentação), transplante. O parasita se apresenta nas formas flageladas

tripomastigotas e epimastigotas. No hospedeiro vertebrado os tripomastigotas infectantes são

internalizados e se transforma em amastigotas (sem flagelo).

A doença apresenta duas fases: a fase aguda e a fase crônica. Na fase aguda alguns

sinais e sintomas permitem o diagnóstico clínico, como: o sinal de Romanã, chagoma de

inoculação, febre, edema, hepatoesplenomegalia, perturbações neurológicas,

meningoencefalite e miocardite difusa (as duas últimas especialmente em crianças). Na fase

crônica pode-se manifestar de forma assintomática e após 10 a 30 anos, manifestar-se através

de cardiomegalia, megaesôfago, megacólon ou na forma transfusional (caracterizada por

febre, hepatoesplenomegalia, palidez e edema).

O diagnóstico laboratorial normalmente é feito: pelo sangue (exame da gota espessa),

cultura de sangue ou linfonodos, xenodiagnóstico, hemocultura, Método de Srtout

(coagulação), além de métodos imunológicos. O tratamento no Brasil deve ser feito com

Benzonidazol, tendo maio eficácia quando realizado na fase aguda. A profilaxia baseia-se no

combate ao inseto vetor e cuidado com os outros tipos de contaminação.

Page 16: Atlas Parasitologia

16

Figura 12- Ninho de T. cruzi- na forma amastigota (Ana Simara Medeiros, 2011)

Figura 13- Rompimento da fibra musculares- Liberação de tripomastigota(vide correlação com o ciclo)- (Ana Simara

Medeiros,2011)

Page 17: Atlas Parasitologia

17

Figura 14- Forma tripomastigota- membrana ondulante não visível

(Mariana Lellis, 2011)

Figura 15- Forma epimastigota de Trypanosoma crruzi com flagelo, que habita o inseto vetor.

(Ana Simara Medeiros, 2011)

Page 18: Atlas Parasitologia

18

Figura 16- Ciclo biológico de Trypanosoma cruzi

Page 19: Atlas Parasitologia

19

Figura 17-Inseto vetor do T. Cruzi (Triatoma sp)

Figura 18- Inseto vetor do T.Cruzi. (Rhodnius)

Page 20: Atlas Parasitologia

20

6. Plasmodium

O agente etiológico da malária é um parasito que pertence ao filo Apicomplexa,

família Plasmodiidae e ao gênero Plasmodium. Dentre as várias espécies existentes apenas

quatro parasitam o homem: Plasmodium falciparum, P. vivax, P. malarie e P. ovale.

A doença caracteriza-se inicialmente por mal-estar, cefaléia, cansaço e mialgia. Como

esses sintomas são comuns a outras infecções o diagnóstico diferencial é feito através da

clássica febre da malária que possui caráter intermitente e relaciona-se com a ruptura das

hemácias contendo esquizontes maduros.

A transmissão desta hemoparasitose é feita através de fêmeas do mosquito do gênero

Anopheles e o tratamento depende da espécie de Plasmodium encontrada no exame

parasitológico de sangue.

Figura19 - Ciclo biológico do Plasmodium.

.

Page 21: Atlas Parasitologia

21

Figura 20- Anopheles. Mosquito vetor

Figura 21 - Desenho esquemático de um esporozoíto (A); e merozoíto (B).

Page 22: Atlas Parasitologia

22

Figura 22 - Forma esquizonte do P. falciparum. (Ana Simara Medeiros, 2011)

Page 23: Atlas Parasitologia

23

Helmintos

Page 24: Atlas Parasitologia

24

7. Ancylostoma caninum

O Ancylostoma caninum é um parasito próprio de felídeos e canídeos, sendo o agente

etiológico da ancilostomose animal nos mesmo. No homem, as larvas do A. caninum não são

capazes de evoluir e completar seu ciclo biológico, podendo então realizar migrações cutâneas

ou viscerais, o que se conhece por Larva migrans.

O verme adulto possui aspecto cilíndrico, cor esbranquiçada e cápsula bucal com três

pares de dentes bem desenvolvidos, a fêmea apresenta a extremidade posterior afilada e o

macho apresenta extremidade posterior munida de bolsa copuladora.

Existem dois tipos de Larva migrans: as que penetram na pele, desenvolvendo quadro

de dermatite serpiginosa ou larva migrans cutânea, e as que são ingeridas, podendo migrar

pelo fígado, pulmão, entre outros, desenvolvendo o quadro de larva migrans visceral.

Figura 23 - Ciclo biológico do A. caninum.

Page 25: Atlas Parasitologia

25

Figura 24 - Cápsula bucal do A. caninum, observar os três pares de dentes.

Figura 25 - Extremidade anterior do A. caninum. (Mariana Lellis, 2011)

Figura 26 – Amostras de vermes adultos de Ancylostoma caninum fixados. (Ana Simara Medeiros, 2011)

Page 26: Atlas Parasitologia

26

8. Ascaris lumbricóides

O Ascaris lumbricóides é um parasito pertencente ao filo Nematoda e agente caudador da

ascaridíase, popularmente conhecido como lombriga. A fêmea e o macho diferem morfologicamente

quanto à extremidade posterior, no macho ela é encurvada para a face ventral, enquanto a da fêmea é

reta. Os ovos são bastantes característicos devido à membrana mamilonada que possuem

externamente.

A contaminação com o A. lumbricóides se da pela ingestão de seus ovos, geralmente

encontrados no solo, água, alimentos e mãos que tiveram contato com fezes humanas contaminadas.

Os vermes adultos encontram-se no intestino delgado do hospedeiro, principalmente jejuno e íleo.

Os achados clínicos em um paciente com ascaridíase dependem do grau da infecção e do ciclo

biológico. As larvas, em infecções pequenas, não causam nenhuma alteração, mas em infecções

maciças podem ser responsáveis por lesões hepáticas e pulmonares. Já os vermes adultos podem

causar náuseas, vômitos, diarréia e dor abdominal. Complicações são raras e acontecem quando a

carga parasitária é alta, incluindo obstrução intestinal por enovelamento e “Ascaris errático”, que

consiste localização ectópica do parasito, como por exemplo: apêndice cecal, ducto colédoco e

eliminação do verme pela boca e narinas.

O diagnóstico laboratorial é feito através da pesquisa de ovos nas fezes e o tratamento pode

ser feito com Albendazol, Mebendazol e Ivermectina.

Page 27: Atlas Parasitologia

27

Figura 27 - Ciclo biológico do Ascaris lumbricoides.

Figura 28 - Ovos de A. lumbricoides, observar membrana mamilonada. (Ana Simara Medeiros, 2011)

Page 28: Atlas Parasitologia

28

Figura 119 - A. lumbricoides, verme adulto.

9. Enterobius vermiculares

Enterobius vermicularis são nematódeos com menos de 15mm de comprimento. São

brancos e fusiformes, a fêmea apresenta cauda pontiaguda e alongada enquanto a do macho é

recurvada em sentido ventral. O ovo possui forma de D e apresenta membrana dupla.

A transmissão pode ocorrer de maneira direta (do orifício retal para a cavidade oral,

através dos dedos) ou indireta (através da poeira, alimentos e roupas contaminados com ovos).

Fêmeas e machos adultos são encontrados no ceco e apêndice, fêmeas repletas de ovos são

encontradas na região perineal.

A enterobiose caracteriza-se por prurido anal, principalmente à noite. O diagnóstico é

feito através do método da fita adesiva onde a colheita de material e feita pela manhã antes do

paciente banhar-se. O tratamento é feito com Albendazol ou Ivermectina.

Page 29: Atlas Parasitologia

29

Figura 12 - Ciclo biológico do E. vermiculares.

Page 30: Atlas Parasitologia

30

Figura 30 - Morfologia do E. vermicularis; A) macho; B) fêmea; C) ovo característico.

Figura 31 - E. vermicularis, verme adulto. (Ana Simara Medeiros, 2011)

Page 31: Atlas Parasitologia

31

10. Hymenolepis nana

O Hymenolepis nana infecta seres humanos e roedores, causando a himenolepíase. O verme

adulto mede de 3 a 5cm, com 100 a 200 proglotes, caada um contendo genitália masculina e

feminina. Apresenta escólex com quatro ventosas e um rostro retrátil armado de ganchos.

Esse helminto é encontrado no intestino delgado do homem e possui dois tipos de ciclo

biológico: um monoxênico, e outro heteroxênico. Geralmente a infecção é assintomatica, mas

dependendo da carga parasitária pode caracterizar-se por diarréia, dor abdominal, agitação, insônia,

irritabilidade. Raramente ocorrem sintomas nervosos, destacando-se os ataques epilépticos de

formas variadas.

A transmissão ocorre através da ingestão de ovos presentes nas mão ou alimentos

contaminados. O diagnóstico laboratorial é feito a partir do exame parasitológico de fezes, com a

identificação dos ovos. O tratamento é feito com praziquantel.

Figura 32 - Ciclo monoxênico e heteroxênico do H. nana.

Page 32: Atlas Parasitologia

32

Figura 33 - H. nana, observar corpo formado por proglotes estreitas. (Ana Simara Medeiros, 2011)

Page 33: Atlas Parasitologia

33

11. Schistosoma mansoni

O Schistosoma mansoni é o agente causador da esquistossomose intestinal e a única

espécie encontrada em nosso meio. O macho mede cerca de 1cm, é esbranquiçado, com

tegumento recoberto de minúsculas projeções em forma de tubérculos, o corpo é dividido em

duas porção; anterior, na qual é encontrada a ventosa oral e a ventosa ventral (acetábulo), e

porção posterior onde é encontrado o canal ginecóforo que alberga a fêmea ao fecundá-la. A

fêmea possui o tegumento liso, ventosa oral e acetábulo, vulva, útero e ovário.

O ovo é de formato oval, com epísculo voltado para trás. No ovo maduro é possível

visualizar o miracídio. Este possui a forma cilíndrica e células epidérmicas com cílios, na

parte anterior apresenta uma papila apical denominada terebratórium onde encontra-se a

terminação da glândula de penetração. Na forma cercaria a cauda é bifurcada e possui duas

ventosas.

A infecção caracteriza-se por dermatite cercariana (local da penetração da cercária),

linfedema generalizado, febre, esplenomegalia e sintomas pulmonares. As lesões hepáticas

são caracterizadas por hemorragia, edema da submucosa e fenômenos degenerativos com

formação de pequenas úlceras superficiais. Os granulomas são causados pela deposição dos

ovos nos tecidos e aparecem em pontos difusos no intestino grosso e fígado.

Page 34: Atlas Parasitologia

34

Figura 34 - Ciclo biológico do S. mansoni.

Figura 35 - S. mansoni. A)casal em cópula, B)macho, C)fêmea; Vo, ventosa oral; Vv, ventosa ventral; C, ceco

ramificado; Pg, poro genital; T, testículos; Cg, canal ginecóforo; V, vulva; U, útero; O, ovo; Oot; oótipo; O, ovário;

Gv, glândulas vitelinas.

Page 35: Atlas Parasitologia

35

Figura 36 - S. mansoni, miracídio e cercaria.

Figura 37 - Fêmea do S. mansoni. (Ana Simara Medeiros, 2011)

Page 36: Atlas Parasitologia

36

Figura 38 - S. mansoni em cópula. (Ana Simara Medeiros, 2011)

Figura 39- S.mansoni macho (Ana Simara Medeiros,2011)

Page 37: Atlas Parasitologia

37

Figura 40 - Miracídeo do S. mansoni, a seta indica o terebratorium, com funções sensoriais e de penetração. (Mariana

Lellis, 2011)

Figura 41 - Cercária do S. mansoni, a seta indica onde a cauda se desprende na penetração cutânea. (Mariana Lellis,

2011

Figura 4213 - Granulomas pulmonar (A) e hepático (B) causados pelo ovo do S. mansoni. (Ana Simara Medeiros,

2011)

Page 38: Atlas Parasitologia

38

12. Taenia sp.

Os cestódeos mais importantes, que tem o homem como hospedeiro definitivo e obrigatório

são: a Taenia saginata e a Taenia solium. Os vermes adultos dessas espécies são divididos em

escólex, colo e estróbilo. O escólex é responsável pela fixação na mucosa do intestino delgado,

apresenta quatro ventosas arredondadas e, no caso da T. solium, apresenta também um rostro

armado com acúleos. O estróbilo é o corpo do helminto e é formado por proglotes.

A teníase é adquirida pela ingestão de carne bovina (T. saginata) ou suína ( T. solium)

contendo os cisticercos. Clinicamente é caracterizada por apetite excessivo, astenia, vômitos,

náuseas, astenia, perda de peso e dor abdominal.

O diagnóstico laboratorial é feito pela pesquisa de proglotes e mais raramente de ovos de

tênias nas fezes. O tratamento pode ser feito com Niclosamida.

Figura 4314 - Ciclo biológico da T. saginata e T. solium.

Page 39: Atlas Parasitologia

39

Figura 44 - T. solium: escólex com rostro armado; proglote grávida, com ramificações uterinas numerosas e

dendríticas; T. saginata: escólex sem rostro; proglote grávida, com muitas ramificações uterinas e dicotômicas.

Figura 45 - Escólex da T. solium, observar rostro armado com acúleos e vantosas arredondadas.

(Ana Simara Medeiros, 2011)

Page 40: Atlas Parasitologia

40

Figura 46- Proglote grávida. Observar os ovos

(Ana Simara Medeiros, 2011)

Page 41: Atlas Parasitologia

41

Referências

Neves, David Pereira. Parasitologia Humana. 11. ed. Rio de Janeiro: Atheneu, 2005.

Rey, Luís. Parasitologia. 4. Ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2008.