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    Universidade Estadual de Montes ClarosDepartamento de Geocincias

    Montes Claros, 2011

    ATLAS AMBIENTAL DA BACIA

    HIDROGRFICA DO RIO VERDE GRANDE

    Eliane Ferreira Campos VieiraGildette Fonseca Soares

    Sandra Clia Muniz MagalhesYara Maria Soares da Silveira

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    ACADMICOS DE INICIAO CIENTFICA VOLUNTRIA

    Roney Soares AlvesWelton Silva Ferreira

    APOIO E COLABORAOMarclio Frank XavierJoo Alves do Carmo

    Manoel Reinaldo Leite

    CONSULTORIAAnete Marlia Pereira

    REVISO GRAMATICAL

    Osmar Pereira Oliva

    DIAGRAMAO/CAPAMaria Rodrigues Mendes

    UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MONTES CLAROS

    REITOR:Joo dos Reis Canela

    VICE-REITORA:Maria Ivete Soares de Almeida

    DIRETOR DE DOCUMENTAO E INFORMAES:Huagner Cardoso da Silva

    DIRETOR DA IMPRENSA UNIVERSITRIA:Humberto Velloso Reis

    CONSELHO EDITORIAL:

    Maria Cleonice Souto de FreitasReivaldo CanelaRosivaldo Antnio Gonalves

    Slvio Fernando Guimares de CarvalhoWanderlino Arruda

    DEPARTAMENTO DE GEOCINCIAS

    Atlas ambiental da Bacia do Rio Verde Grande / organizadoras, Eliane FerreiraCampos Vieira ... [et al.]. Montes Claros, MG : Unimontes, 2011.71 p. : il. ; 23 cm.

    ISBN 978-85-7739-150-9

    1. Verde Grande, Rio (MG). 2. Bacias hidrogrficas Minas Gerais. 3. Atlas. I.Vieira, Eliane Ferreira Campos.

    CDD 911.51

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    Universidade Estadual de Montes Claros e ao Departamento de Geocincias.

    Ao Comit da bacia hidrogrfica do rio Verde Grande.

    prefeitura do municpio de Bocaiuva MG, na pessoa do vice-prefeito Jos Valter Alves (gesto 20042008), pelo apoiologstico realizao dos trabalhos de campo nas regies da nascente e da foz do rio Verde Grande.

    Ao Sr. Jos Francisco da Cruz, do municpio de Bocaiuva MG, que nos acompanhou, gentilmente, na primeira visita nascente do rio Verde Grande.

    Aos Srs. Anselmo Alves Boa Sorte, Bernardo Viana Teixeira e Jos Castor Castro de Abreu, da prefeitura do municpio deMalhada BA (gesto 20042008), pelo apoio ao trabalho de campo no percurso de Montes Claros MG a Malhada BA.

    A todos que, direta ou indiretamente, colaboraram para a realizao desta pesquisa.

    AGRADECIMENTOS

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    FONTE: Brasil, Ministrio do Meio Ambiente. Secretaria dosRecursos Hdricos. ZIRALDO. A GUA NOSSA DE CADA DIA.Movimento da Cidadania pelas guas, 1999.

    O equilbrio e o futuro do nosso planeta dependem da

    preservao da gua e de seus ciclos. Estes devem

    permanecer intactos e funcionando normalmente para

    garantir a continuidade da vida sobre a Terra. Este equilbrio

    depende, em particular, da preservao dos mares e

    oceanos, por onde os ciclos comeam.

    (Declarao Universal dos Direitos da gua, 1992)

    Perto de muita gua, tudo feliz."

    Guimares Rosa

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    SUMRIO

    Prefcio............................................................................................................................................................................

    Apresentao ..................................................................................................................................................................1 Os recursos hdricos........................................................................................ .............................................................2 A gua como recurso natural para a vida ...................................................................................................... .................3 O ciclo hidrolgico........................................................................................ ...............................................................4 A bacia hidrogrfica como unidade de planejamento....................................................................................................5 As bacias hidrogrficas do Brasil...................................................................................................... ............................6 A bacia hidrogrfica do rio So Francisco ............................................................................................................. ........7 As bacias hidrogrficas de Minas Gerais.......................................................................................................................8 A bacia hidrogrfica do rio Verde Grande.............................................................................................................. ........9 A bacia hidrogrfica do rio Verde Grande: afluentes .....................................................................................................10 A bacia hidrogrfica do rio Verde Grande: imagem de satlite.....................................................................................

    11 A bacia hidrogrfica do rio Verde Grande: modelo digital de terreno...................................................... .....................12 A bacia hidrogrfica do rio Verde Grande: hipsometria...............................................................................................13 A bacia hidrogrfica do rio Verde Grande: uso da Terra...............................................................................................14 A bacia hidrogrfica do rio Verde Grande: vegetao..................................................................................................15 A bacia hidrogrfica do rio Verde Grande: aspectos climticos ...................................................................................16 A bacia hidrogrfica do rio Verde Grande: solos .......................................................................................... ...............17 A bacia hidrogrfica do rio Verde Grande: indicadores socioeconmicos....................................................................18 A bacia hidrogrfica do rio Verde Grande: IDH...........................................................................................................19 A bacia hidrogrfica do rio Verde Grande: saneamento bsico - coleta de lixo.............................................................20 A bacia hidrogrfica do rio Verde Grande: saneamento bsico - gua encanada......................................................... ..21 A bacia hidrogrfica do rio Verde Grande: saneamento bsico - banheiro em domiclios............................ .................22 A bacia hidrogrfica do rio Verde Grande: Bocaiuva e Montes Claros.........................................................................23 A bacia hidrogrfica do rio Verde Grande: Capito Enas e Janaba ...........................................................................24 A bacia hidrogrfica do rio Verde Grande: Verdelndia e Jaba............................................................................. .......25 A bacia hidrogrfica do rio Verde Grande: Matias Cardoso e Urandi...........................................................................26 A bacia hidrogrfica do rio Verde Grande: foz em Malhada, Bahia..............................................................................27 A bacia hidrogrfica do rio Verde Grande: sntese da situao atual.............................................................................28 A bacia hidrogrfica do rio Verde Grande: gesto de recursos hdricos ........................................................................29 Conversando sobre o nosso rio...................................................................................................... ..............................Referncias .....................................................................................................................................................................

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    PREFCIO

    A importncia da gua como base essencial da vida no planeta Terra indiscutvel, desde a existncia dos microrganismos

    at a dos macros.A cincia moderna entende que a gua fundamental no apenas para a vida em nosso planeta, mas tambm para a

    possibilidade de seres organizados interplanetrios. No por outra razo que a procura de vida em outras paragens do universose faz de maneira indireta buscando-se identificar a presena de gua.

    No caso especfico de nossa minscula morada no universo, mesmo exibindo dois teros de gua, a disponibilidade desselquido para os seres viventes terrestres extremamente reduzida, e sua distribuio muito irregular.

    O drama da escassez de gua abrange grande parte da superfcie terrestre e se intensifica cada vez mais, graas cobia, ignorncia e irresponsabilidade dos humanos.

    A marcha irrefrevel da destruio dos corpos de gua no mundo de tal monta que a ONU (Organizao das Naes

    Unidas) bradou um alerta altamente preocupante e infelizmente factvel o de que as futuras guerras da humanidade ocorreroem torno da obteno de gua.Efetivamente, tudo indica que as guerras por disputa de matrias-primas, combustvel, de mercado e conquista de territrio

    tendem cada vez mais a pertencer histria.At mesmo nas chamadas guerras ideolgicas, religiosas e tribais entre os povos autctones da mesma regio, como

    algumas que ocorrem no Oriente Mdio e na frica, a gua no deixa de estar no mago da questo.No Brasil, um dos pases mais privilegiados do mundo no que se refere quantidade de gua potvel disponvel, em funo

    da irregularidade de sua distribuio, do desconhecimento coletivo de seu uso adequado, de sua degradao e do desperdcio, jsurgem, em determinados endereos, considerveis conflitos na demanda desse recurso.

    neste contexto pouco animador que um grupo de professoras e pesquisadoras da UNIMONTES (Universidade Estadualde Montes Claros) surge com o Atlas Ambiental da Bacia Hidrogrfica do Rio Verde Grande, o qual, alis, depois de lido o texto,permite-nos concluir que o trabalho vai bem alm do que o ttulo sugere.

    Utilizando-se do tradicional mtodo dedutivo, elas comeam por uma varredura completa de todas as variveis da gua,conceituando concisa e precisamente cada uma delas, terminando por focar em mincias a problemtica relativa bacia do rioVerde Grande, no norte de Minas Gerais.

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    Comeam por mostrar didaticamente a importncia da gua para os seres vivos, sua distribuio, escassez e os conflitos jexistentes na luta por sua obteno. Descrevem as mltiplas interaes da gua com os demais fenmenos naturais e respectivasinfluncias sobre a vida, especialmente a humana, sempre numa viso ambiental. Explicam o ciclo da gua e as consequnciasda decorrentes. Mas no param a. Excursionam sobre todas as bacias hidrogrficas do pas, localizando-as, individualizando-as e definindo-as de acordo com o perfil geogrfico. A concepo de classificao dos rios conforme a qualidade da gua foitambm abordada, incluindo o nosso rio providencial o So Francisco.

    No deixaram tambm de conceituar a noo de tempo e de clima e seus vrios componentes, abrangendo ainda os tipos desolos e sua classificao pedolgica, fatos de suma importncia para um meio onde as atividades rurais so predominantes.Chegaram mesmo a abordar certos aspectos da captao das imagens de satlite e respectivas utilizaes, noo hojeindispensvel para detectar e interpretar os mltiplos fenmenos visveis do globo terrestre.

    Como se trata de um trabalho destinado aos estudantes dos ltimos anos do ensino fundamental e do ensino mdio em geral,o mtodo empregado, caminhando dos universais para o especfico, ou seja, do geral para o particular, parece-nos ser de grandelucidez, uma vez que muitos educandos desses nveis de aprendizagem no dominam tais conceitos. Assim, a obra apresenta,inicialmente, uma espcie de preparatrio para o entendimento do tema central.

    A temtica especfica a bacia hidrogrfica do rio Verde Grande teve um tratamento tcnico-cientfico esmerado, masexplicitada numa linguagem simples e acessvel ao pblico-alvo.

    O Atlas disseca todos os aspectos da bacia, que so tratados de maneira abrangente, mas sem deixarem de ser concisos,utilizando-se largamente do mtodo geogrfico, procedendo-se transversalidade por via da inter-relao das inmerasinformaes obtidas bibliograficamente ou em campo, sintetizando-as, correlacionando-as, explicando-as, analisando-as,dando-lhes tambm uma dimenso espacial, representada por vrios mapas gerais e temticos.

    A bacia hidrogrfica do Verde Grande aparece por inteira neste trabalho, pois alm da descrio, anlise e interpretao dosfenmenos, como j foi dito, tudo est visualizado cartograficamente.

    Entre os mapas inseridos no texto destacam-se: o mapa da bacia hidrogrfica do So Francisco, de cujo rio principal o VerdeGrande afluente. As bacias hidrogrficas de Minas Gerais; bacia hidrogrfica do rio Verde Grande: afluentes; baciahidrogrfica do rio Verde Grande: imagem de satlite; bacia hidrogrfica do rio Verde Grande: hipsometria; bacia hidrogrfica

    do rio Verde Grande: uso da terra; bacia hidrogrfica do rio Verde Grande: vegetao, domnios naturais; bacia hidrogrfica dorio Verde Grande: aspectos climticos; bacia hidrogrfica do rio Verde Grande: solos; bacia hidrogrfica do rio Verde Grande:densidade demogrfica; bacia hidrogrfica do rio Verde Grande: IDH; bacia hidrogrfica do rio Verde Grande: saneamentobsico gua encanada. Alm desses mapas, algumas fotografias tambm ilustram a obra.

    Nesta altura, pode-se fazer mais um reparo sobre o destino do Atlas. Na realidade, ele no vai servir somente aos alunos doEnsino Fundamental e Mdio, mas tambm aos professores e at mesmo a quem pretender fazer uso da terra na bacia em questo

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    ou estabelecer qualquer empreendimento na regio.Sem que os autores o saibam, este tipo de trabalho foi sugerido pelo rabiscador deste prefcio j na dcada de noventa,

    quando de sua atuao como pr-reitor de pesquisa da UNIMONTES, pois verificou haver um grande nmero de informaessobre o norte de Minas, mas extremamente dispersos, inalcanveis pelos empreendedores sem bases tcnicas. Tem-se aqui o

    primeiro exemplo no gnero, da sua importncia.Espera-se que o grupo envolvido neste Atlas no se desfaa e continue a trabalhar, fazendo o mesmo com outras bacias

    hidrogrficas de nossa regio, pois um dos grandes pecados do brasileiro exatamente o de fazer intervenes em cima doambiente ainda desconhecido.As executoras desta obra no so apenas professoras universitrias com boa experincia em pesquisa, mas tambm com

    um bom acervo terico, pois todas so mestres por destacadas universidades brasileiras.Eliane Ferreira Campos Vieira mestre em Geografia pela UFMG BH; Gildete Soares Fonseca mestre em Geografia

    pela PUC - SP; Yara Maria Soares da Costa Silveira mestre em Geografia pela UFU Uberlndia MG e Sandra Clia MunizMagalhes mestre em Geografia pela PUC SP.

    Que prossigam a navegao por outras guas de nossas bacias hidrogrficas, com a certeza de estarem dando umasignificativa contribuio ao grande norte de Minas Gerais, pois como o prprio Atlas relata, toda ao humana tem comounidade espacial uma bacia hidrogrfica.

    Ivo das ChagasEducador, ambientalista, Professor Emritoda Universidade Estadual de Montes Claros

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    O conhecimento do espao geogrfico, adquirido atravs da Geografia, oferece ao ser humano a possibilidade de

    preservao e de manuteno do ambiente em que vive. Neste sentido, a cartografia tem papel fundamental no ensino deGeografia, uma vez que um indivduo, quando geograficamente informado, capaz de analisar, interpretar mapas, dominarinstrumentos e tecnologias para adquirir, processar e expor informaes em perspectiva espacial, bem como fazer uso racionaldos recursos hdricos.

    A gua recurso natural importante e indispensvel manuteno da vida no planeta Terra; contudo, os corpos dgua sotradicionalmente depositrios de resduos provenientes das atividades humanas, que, consequentemente, comprometem a suaqualidade. Por isso tema de relevncia nos debates em torno das questes ambientais, sendo necessrio que a humanidadeassuma uma nova postura em relao ao uso dos recursos naturais, em especial a gua.

    A bacia hidrogrfica do rio Verde Grande, tributria da bacia hidrogrfica do rio So Francisco, apresenta problemas deirregularidade, de assoreamento, alm de diversos conflitos pelo uso da gua envolvendo irrigantes. A bacia formada por trinta

    e cinco municpios, sendo vinte e sete pertencentes a Minas Gerais e oito Bahia, resultando da a complexidade de sua gesto. Orio Verde Grande nasce no municpio de Bocaiuva, estado de Minas Gerais, e sua foz fica em Malhada, no estado da Bahia.Na abordagem de temas ambientais, observa-se carncia de informaes e material didtico sobre os recursos hdricos em

    escala local que possibilitem a construo de conceitos geogrficos. O Atlas ambiental da bacia hidrogrfica do rio Verde Grande foielaborado a fim de disponibilizar material simples, de fcil leitura, objetivando informar e sensibilizar quanto necessidade depreservao dos recursos hdricos, alm de ampliar os conhecimentos da populao da regio em relao ao seu lugar.

    Este material didtico resultado de pesquisa realizada no perodo de 2007 a 2009 e consiste em coletnea de dados sobreindicadores socioeconmicos e ambientais situando a bacia hidrogrfica do rio Verde Grande em relao s demais bacias doBrasil. Seu objetivo proporcionar exerccio reflexivo e provocador de mudanas de comportamento no uso racional da gua.Os procedimentos metodolgicos consistiram em levantamento bibliogrfico e trabalhos de campo, importante recurso para a

    pesquisa e o ensino em Geografia. As atividades de campo envolveram participao em reunies do Comit da baciahidrogrfica do rio Verde Grande e prefeituras; observao in loco em pontos especficos da bacia hidrogrfica nos municpiosde Bocaiuva, Montes Claros, Capito Enas, Verdelndia, Janaba, Jaba, Matias Cardoso (Minas Gerais); Urandi e Malhada(Bahia). As observaes proporcionaram uma viso da realidade ambiental da bacia, reafirmando a necessidade de empenho detodas as instncias da sociedade em prol da revitalizao da bacia hidrogrfica do rio Verde Grande.

    As organizadoras

    APRESENTAO

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    OS RECURSOS HDRICOS1

    A gua um dos mais importantes elementos naturais manuteno da vida. Com o passar do tempo, as

    transformaes nas condies do estado dos recursos ambientais (gua, ar, solo e biodiversidade) tm afetadosignificativamente a sade e a qualidade de vida dos habitantes do planeta, principalmente nos espaos das cidades,tornando imprescindvel uma maior preocupao acerca da quantidade e qualidade destes recursos. Como a gua elemento utilizado em quase todas as atividades humanas, h aumento da presso em decorrncia da demanda paramltiplos usos.

    Da gua doce existente no planeta, cerca de 68,9% encontra-se nas geleiras, calotas polares ou em regiesmontanhosas; 29,9% so guas subterrneas; 0,9 % compe a umidade do solo e pntanos, e apenas 0,3% constitui aporo superficial da gua doce presente em rios e lagos, disponveis para uso humano, conforme Grfico 1 e Grfico 2,que ilustram a distribuio da gua no planeta Terra.

    A gua de mananciais, por ser abundante na natureza, devido quantidade de chuvas e sua constante renovao, eraconsiderada como bem livre, ou seja, sem valor econmico, os custos da captao e distribuio eram os nicos valores aserem pagos.

    Com o aumento da demanda, surgem conflitos pelo uso e os choques de interesse pela sua utilizao, havendo anecessidade de a gua ser dotada de valor, passando a ser tratada como bem econmico.

    gua salgada 97,5 gua doce 2,5

    GRFICO 1 Total de gua na Terra GRFICO 2 gua doce no planeta Terra

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    gua doce nos rios e lagos 0,3

    calotas polares e geleiras 68,9

    gua subterrnea doce 29,9

    outros reservatrios 0,9

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    FIGURA 1 Sudaneses bebem gua do pntano com tubos plsticosFONTE www.braz.lopes.zip.net/

    Em alguns pases, a nica gua disponvel parabeber contaminada. No continente africano, algunspases adotam programa que distribui tubosconcebidos para filtrar as larvas flutuantesresponsveis pela enfermidade da lombriga(FIGURA 1). A medida conseguiu reduzir em 70%esta enfermidade debilitante.

    Pases Disponibilidade m3/hab/anoKuwait Praticamente nulaMalta 40Quatar 54Faixa de Gaza (grifo nosso) 59Bahamas 75Arbia Saudita 105

    Lbia 111Bahrain 185Jordnia 185Singapura 211Unio dos Emirados rabes 279

    TABELA 1 Os onze pases mais pobres de gua no mundo

    FONTE: REBOUAS, BRAGA E TUNDISI, 2002, p.19.

    A gua doce no se encontra distribuda de maneirahomognea em todo o planeta; dependendo do ecossistema quecompe determinado territrio, este ter grandedisponibilidade de gua ou no. Enquanto pases como Brasil,Canad, parte da Rssia e Gabo possuem gua emabundncia, parte da China, ndia, Oriente Mdio e pases dafrica sofrem com escassez e irregularidade hdrica. A Tabela1 mostra os onze pases com menos gua no mundo.

    A irregularidade na distribuio da gua se verifica atdentro de um mesmo pas. o caso do Brasil: h grandeextenso do seu territrio em condies de clima

    equatorial/tropical. Ainda assim, na zona central da sua regioNordeste a pluviometria mdia varia entre 500 e 800 mm/ano etem regime muito irregular, tendo como consequncia 10%do territrio brasileiro sob condies de semiaridez(REBOUAS, 1997).

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    A GUA COMO RECURSO NATURAL PARA VIDA2

    A gua condio fundamental para a existncia de todos os seres vivos.

    Para o homem, a gua um bem imprescindvel, importante no apenas doponto de vista da sobrevivncia fsica, mas tambm envolve todo umsignificado cultural. Muitas civilizaes antigas se desenvolveram ao longo decursos dgua e, em algumas delas, como a egpcia, as cheias do rio Nilodeterminavam a runa ou a vitria de um povo.

    A gua tambm representa um elemento bastante ldico e tem umsignificado cultural. Em 460-375 a.C., Hipcrates usava gua no tratamento dedoenas (TAHARA, 2007). Os romanos tambm utilizavam os banhos comfinalidades recreacionais e curativas; a gua considerada como purificadora

    na maioria das religies, incluindo o Hindusmo, o Cristianismo, o Judasmo, oIslamismo, o Xintosmo e a Wicca. O exemplo do batismo nas igrejas crists praticado com gua, simbolizando o nascimento de um novo ser.

    A gua tambm um elemento fundamental na diferenciao dos climasem escala global, regional ou microclima, sendo um dos seus principaisdeterminantes. tambm um agente geomorfolgico, ou seja, modelador dorelevo, uma vez que transforma a paisagem. Nas Figuras 2 e 3 visualizamosespelhos dgua da regio de Pandeiros, norte de Minas. As figuras 2 e 3constituem ambientes de vereda, onde ocorrem alinhamentos ou concentraesde palmeiras buriti. Nas veredas, observa-se o desaparecimento da gua, comoconsequncia do processo de assoreamento.

    A gua sempre foi utilizada para dessedentao, usos domsticos, criaode animais e usos agrcolas. Com o desenvolvimento das tcnicas, aumentou

    FIGURA 2 Nascente, regio de Pandeiros, norte deMinas GeraisFONTE Magalhes, 2009.

    FIGURA 3 Vereda, regio de Pandeiros, norte deMinas GeraisFONTE Magalhes, 2009.

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    tambm a demanda por outros tipos de uso,entre eles a irrigao e a industrializao,pr inc ipa lmente com o c resc imentodemogrfico.

    Estima-se que, h 2000 anos, a populaoglobal era de cerca de 300 milhes de

    habitantes. Em 1950, era de 2,5 bilhes depessoas; em 2000, passou a ser mais de 6bilhes . Este ritmo de crescimento dapopulao em escala mundial, associado aoalto nvel de consumo, tem pressionado deforma significativa todos os recursos naturais,entre estes a gua, pois utilizada em,praticamente, todas as atividades humanas,como mostra o Quadro 1.

    A cultura do desperdcio, que ao longo dosanos tem acompanhado a populao mundial,por entender que tais recursos seriam infinitos,tem diminudo consideravelmente aquantidade e a qualidade dos recursos de usocomum, essenciais vida humana.

    O relatrio da Conferncia das NaesU n i d a s s o b r e M e i o A m b i e n t e eDesenvolvimento (ECO 92) aponta que

    imprescindvel um melhor gerenciamentodesses recursos para que atenda snecessidades do presente, no comprometendoo uso das geraes futuras, pois se supe que acada 20 anos dobram os volumes de guaconsumida pela humanidade.

    QUADRO 1 - Usos da gua e danos causados s guas receptoras

    FONTE Freitas, 2005

    N Uso da gua Danos causados s guas receptoras pelo lanamento de guas

    residurias.1 Abastecimento

    pblicoDeteriorao das qualidades fsicas, qumicas e biolgicas dasguas receptoras.Variaes bruscas na qualidade das guas receptoras.

    Riscos para a sade dos usurios.

    Prejuzos econmicos aos usurios: dureza, corroso, etc.2 Abastecimento

    industrial

    Limitaes de uso das guas, usadas para refrigerao,

    aquecimento e fluxo industrial.Aumento de custos de tratamento ou conservao dosrespectivos equipamentos.

    3 Agricultura e

    pecuria

    Possibilidades de presena de agentes causadores de doenas

    ou morte ao homem e aos animais ou de substncias qumicasou oleosas indesejveis irrigao e s reas de cultivo.

    Aumento de despesas na proteo dos rebanhos e depreciaodas propriedades pela degradao das guas.

    4 Piscicultura Contaminao de peixes ou morte de es pcie desejveis por

    outras mais resistentes.Desaparecimento de organismos aquticos inferiores

    indispensveis subsistncia dos peixes.

    Deposio de lodos em locais usados para desova natural.Desvalorizao de parques aquticos.

    5 Recreao Contaminao por mi crorganismos (helmintos, vrus,bactrias, protozorios e outros).

    Contaminao por agentes qumicos, txicos ou agressivos s

    embarcaes.

    Inconvenincias estticas ou sensitivas: escunas, odores,camadas oleosas, corpos flutuantes, matrias em s uspenso oudepositadas.

    6 Navegao Aparecimento de bancos de lodos.

    Aumento da agressividade das guas s estruturas de

    navegao, fixas ou flutuantes e aumento de custos deconservao dos canais e estruturas.

    7

    Aproveitamentohidrenergtico Aumento dos custos de conservao dos equipamentos poralterao da qualidade da gua e conse quente ataque de

    produtos qumicos agressivos ou corrosivos.

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    O CICLO HIDROLGICO3

    O planeta Terra formado basicamente por trs camadas: a atmosfera, camada gasosa que envolve e acompanha os

    movimentos terrestres, devido fora da gravidade; a litosfera, conhecida como crosta terrestre, representa a camada slidada Terra; e a hidrosfera, que constitui a camada lquida, toda a gua dos oceanos, rios, lagos, geleiras, guas subterrneas e osvapores da atmosfera. Toda gua disponvel no planeta Terra, seja no estado lquido, slido ou gasoso est envolvida em umprocesso denominado ciclo hidrolgico (Figura 4).

    O ciclo da gua ou ciclo hidrolgico representa o movimento contnuo da gua em suas diferentes fases. Este ciclo altamente dependente da energia solar que provoca a evaporao das guas, ou seja, a passagem do estado lquido para oestado gasoso. Segundo Popp (1998, p.133), o ciclo da gua inicia-se virtualmente com a evaporao que se processa nosmares, rios e lagos. Alm disso, h tambm vapor de gua formado sobre o solo e aquele liberado pela atividade biolgicade organismos, principalmente das plantas, em um processo denominado evapotranspirao.

    Na forma de vapor, a gua responsvel pela umidade atmosfrica; quando o ar se esfria, o excesso de vapor secondensa, na forma de neblina, garoa ou em grandes altitudes formando nuvens. O vapor condensado pode, dependendo datemperatura, formar gotas de chuva ou cristalizar-se em flocos de neve. Nas grandes nuvens ocorre acmulo de energia emforma de eletricidade, que so os raios. A chuva acontece quando o vapor de gua atinge seu ponto de saturao, alcanandotamanho e peso suficientes para precipitar, juntamente com a queda da temperatura.

    No momento em que as chuvas caem no solo, trs caminhos podem ser seguidos pelas gotculas de gua: parte da guainfiltra-se e acumula-se para formar nascentes, regatos e rios. Outra parte evapora-se. O outro caminho ocorre quando acapacidade de absoro de gua pela superfcie superada e o excesso de gua inicia o escoamento superficial (TEIXEIRA

    et al., 2000, p.116).A partir da utilizao da gua ocorre uma espcie de devoluo de energia ao meio ambiente, que pode mover moinhos,

    turbinas, pode tambm causar desastres, atravs do transporte de grandes quantidades de solo no processo de eroso, etambm destruindo paisagens, como os ciclones, os tornados e os furaces. As plantas realizam tambm uma transfernciade energia atravs da evapotranspirao. O ciclo hidrolgico representa o movimento da gua e serve como um sistema defluxo cclico de matria e energia entre as diferentes partes da Terra.

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    FIGURA 4 Ciclo da guaFONTE www.ga.water.usgs.gov/edu/watercycle.html

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    A BACIA HIDROGRFICA COMO UNIDADEDE PLANEJAMENTO

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    De acordo com Silveira (2004, p.40), bacia hidrogrfica uma rea de captao natural da gua da precipitao quefaz convergir os escoamentos para um nico ponto de sada, seu exutrio. A bacia hidrogrfica compe-se basicamente deum conjunto de superfcies vertentes e de uma rede de drenagem formada por cursos de gua que confluem at resultar emum nico leito no exutrio.

    Faustino (1996) entende a bacia hidrogrfica como uma unidade geogrfica compreendida entre divisores de gua.Para esse autor, a bacia hidrogrfica um espao de terreno limitado pelas partes mais altas de montanhas, morros ouladeiras, onde existe um sistema de drenagem superficial que concentra suas guas em um rio principal, o qual est ligadoao mar, a um lago ou a outro rio maior.

    Analisando os diferentes conceitos, podemos perceber que no existe um consenso sobre o conceito de baciahidrogrfica. Rodrigues e Adami (2005, p.147) afirmam que

    a bacia hidrogrfica definida como um sistema que compreende um volume de materiais, predominantementeslidos e lquidos, prximo superfcie terrestre, delimitado interna e externamente por todos os processos que, apartir do fornecimento de gua pela atmosfera, interferem no fluxo de matria e de energia de um rio ou de uma redede canais fluviais.

    Esta definio considera que bacia hidrogrfica no apenas a rea drenada por um rio principal, seus afluentes esubafluentes, mas que inclui tambm as vertentes, nas quais os processos internos so de fundamental importncia.

    A bacia hidrogrfica como unidade geogrfica ideal para caracterizar, diagnosticar, avaliar e planejar o uso derecursos. Assim, importante o conhecimento de fatores socioculturais e o envolvimento da comunidade no processo,com valorizao das prticas tradicionais de produo sustentvel; o incentivo capacitao e extenso para melhorar aproduo; o desenvolvimento de programas informativos e programas sobre educao ambiental; a elaborao,implementao e avaliao de planos de manejo; e a criao de condies para que os agricultores possam darcontinuidade aos projetos.

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    FIGURA 5 A bacia hidrogrfica: limites e processosFONTE RODRIGUES E ADAMI, 2005, p. 149.

    Analisando a Figura 5, percebemos que ossistemas de circulao de matria e energia na baciahidrogrfica envolvem os canais fluviais (rio e seusafluentes), como tambm a dinmica da vegetao edo relevo, at mesmo os processos pedogenticos, ouseja, de formao do solo.

    Desta forma, todos os processos de alteraoinfluenciados direta ou indiretamente pela gua estoincludos na bacia hidrogrfica.

    FIGURA 6 Hierarquia dos rios em uma bacia hidrogrficaFONTE www.cdcc.sc.usp.br/bio/images/img1_bacia.gif

    A Figura 6 mostra a hierarquia dos rios em umabacia hidrogrfica, onde notada a importncia detodos, uma vez que os rios de primeira e segundaordem abastecem o rio principal.

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    AS BACIAS HIDROGRFICAS DO BRASIL5

    2O Brasil abrange uma rea de 8.514.876,599 km (IBGE, 2009), sendo o 5 maior pas em territrio contnuo, superado

    apenas pela Rssia, Canad, China e Estados Unidos. O Brasil tambm possui o maior conjunto de bacias fluviais do mundoem extenso e volume de gua. Tanta riqueza de gua deve-se distribuio da pluviosidade, registrando, em mdia, valoressuperiores a 1500 mm anuais. Importantes rios brasileiros, como o So Francisco, Tocantins, Araguaia, Jequitinhonha,Parnaba tm suas nascentes em reas de cerrado, que , por isso considerado, o pai da guas. Como a maioria dos rios deplanalto, o pas detm um dos maiores potenciais hidrulicos do mundo (CUNHA, 2001). Contudo, o Brasil um dos pasesque mais degrada seus rios. O Quadro 2 apresenta uma sntese das informaes das bacias hidrogrficas brasileiras. Asfiguras 7 e 8 mostram duas paisagens de rios brasileiros.

    QUADRO 2 Bacias hidrogrficas do Brasil

    Bacia hidrogrfica do Tocantins-Araguaia:

    grande potencialidade para a agriculturairrigada, especialmente para o cultivo defrutferas, de arroz e outros gros (milho e soja).A necessidade de uso de gua para irrigaocorresponde a 66% da demanda total da regio ese concentra na sub-bacia do Araguaia, devidoao cultivo de arroz por inundao. A reairrigvel (por inundao e outros mtodos) estimada em 107.235 hectares. Sua rearepresenta 11% do territrio nacional.

    Bacia Amaznica: conhecida mundialmentepor sua disponibi lidade hdrica e pelaquantidade de ecossistemas, como matas de

    terra firme, florestas inundadas, vrzeas,igaps, campos abertos e cerrados. A RegioHidrogrfica Amaznica constituda pelabacia hidrogrfica do rio Amazonas situada noterritrio nacional, pelas bacias hidrogrficasdos rios existentes na Ilha de Maraj, alm dasbacias hidrogrficas dos rios situados no estadodo Amap que desguam no Atlntico Norte.

    Bacia hidrogrfica Atlntico Nordeste

    Ocidental: situa-se no Maranho e na porooriental do estado do Par. Sua rea de254.100 km. A populao equivale a 3% dapopulao brasileira, dos quais 58% vivemem reas urbanas. A principal necessidade dagua na bacia para consumo humano,correspondendo a 64% do total. Em seguida,vm a demanda animal, com 15% do uso totale a demanda para irrigao, com 17%.

    Bacia Hidrogrfica Atlntico Sul: destaca-se por abrigar um expressivo contingentepo pu la ci on al , pe lo de se nv ol vi me nt oeconmico e por sua importncia para o

    turismo. A regio se inicia ao norte, prximo divisa dos estados de So Paulo e Paran, e seestende at o arroio Chu, ao sul. Possui umarea total de 185.856 km, o equivalente a 2%do Pas. A regio da bacia tem cerca de 11,6milhes de habitantes, sendo que 85% estolocalizados na rea urbana. Abrange 451municpios e 411 sedes municipais.

    Bacia hidrogrfica do Parnaba: abrange o

    estado do Piau e parte dos estados doMaranho e do Cear. Apresenta grandesdiferenas inter-regionais tanto em termosde desenvolvimento econmico e socialquanto em relao disponibilidade hdrica.A escassez de gua apontada como um dosprincipais motivos para o baixo ndice dedesenvolvimento econmico e social.

    Bacia hidrogrfica do Uruguai: temgrande importncia para o pas em funodas atividades agroindustriais desenvolvidase pelo seu potencial hidreltrico. O rio

    Uruguai possui 2.200 km de extenso e seorigina da confluncia dos rios Pelotas eCanoas. A bacia hidrogrfica possui, emterritrio brasileiro, 174.612 km de rea, oequivalente a 2,0% do territrio nacional.

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    Bacia hidrogrfica Atlntico Leste:contempla as capitais dos estados deSergipe e da Bahia, banhando 526municpios. Tem uma rea de 374.677 km.A populao em 2000 representava 8% dapopulao do pas. 70% desse contingenteest nas cidades, nas regies metropolitanasde Salvador e de Aracaju. Na regio existe

    uma densidade demogrfica de 36 hab/km,enquanto a mdia do Brasil de 19,8 hab/km.

    Bacia hidrogrfica do Paraguai: incluiuma das maiores extenses midascontnuas do planeta, o Pantanal,considerado Patrimnio Nacional pelaConstituio Federal de 1988 e Reserva daBiosfera pela UNESCO no ano de 2000. Orio Paraguai nasce em territrio brasileiro esua regio hidrogrfica abrange uma rea de1.095.000 km, sendo 33% no Brasil e orestante na Argentina, Bolvia e Paraguai.Cerca de 1,9 milho de pessoas vivem naregio.

    Bacia hidrogrfica do So Francisco:abrange 521 municpios em seis estados:Bahia, Minas Gerais, Pernambuco,Alagoas, Sergipe e Gois; alm do DistritoFederal. Com 2.700 km. O rio SoFrancisco nasce na Serra da Canastra, emMinas Gerais, e escoa no sentido Sul-Norte pela Bahia e Pernambuco, quando

    altera seu curso para o sudeste, chegandoao Oceano Atlntico na divisa entreAlagoas e Sergipe.

    Bacia hidrogrfica do Sudeste: conhecida nacionalmente pelo elevadocontingente populacional e pelaimportncia econmica de sua indstria. Ogrande desenvolvimento da regio,entretanto, motivo de problemas emrelao disponibilidade de gua. Issoocorre porque, ao mesmo tempo em queapresenta uma das maiores demandashdricas do pas, a bacia tambm possuiuma das menores disponibilidadesrelativas, alm de intensa deteriorao daqualidade da gua.

    Bacia hidrogrfica Atlntico Sudeste tem229.972 km de rea, o equivalente a 2,7% do pas.Os seus principais rios so o Paraba do Sul e oDoce, com respectivamente 1.150 e 853 km deextenso.

    Bacia hidrogrfica do Paran: com 32% dapo pu la o na ci on al , ap re se nt a o ma io rdesenvolvimento econmico do pas. Com umarea de 879.860 km, Cerca de 54,6 milhes depessoas vivem na regio, sendo 90% em reasurbanas.

    Continuao...

    FONTEAgncia Nacional das guas - ANA, 2009.ORG. Autoras, 2009.

    FIGURA 7 - Arquiplago de Anavilhanas, bacia amaznicaFONTE - www.cultura.gov.br/vidasparalelas/?author=406

    FIGURA 8 Encontro das guas dos rios Negro eSolimes, bacia amaznicaFONTE MAGALHES, 2009.

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    A BACIA HIDROGRFICA DO RIO SO FRANCISCO6

    um rio verdadeiramente milagroso, um rio patritico que no apenas uneos brasis, une os povos do Brasil e criou uma verdadeira civilizao, a

    civilizao barranqueira. Nos momentos de guerra alm mar, dos quais oBrasil participou, serviu de caminho para as tropas brasileiras que seafastavam dos perigos oferecidos pelo mar. De certa forma salvou muita

    gente em tempos de guerra. um rio patritico e estratgico.

    Ivo das Chagas apudMAGALHES E LIMA, 2009, p.160.

    As palavras do Professor Ivo das Chagas demonstram que o rio So Francisco um rio legitimamente brasileiro. Nascena Serra da Canastra, em Minas Gerais, percorrendo os estados de Minas Gerais, Bahia, Pernambuco, Alagoas e Sergipe. Abacia hidrogrfica do rio So Francisco drena Minas Gerais, na regio Sudeste; Bahia, Pernambuco, Alagoas, Sergipe, naregio Nordeste; Gois e o Distrito Federal, na regio Centro-Oeste, conforme o Mapa 1.

    2 3Abrange 639.219 km de rea de drenagem e possui vazo mdia de 2.850 m/s (2% do total do pas) (ANA, 2009).

    Cerca de 16,14 milhes de pessoas (9,5% da populao do pas) habitam nesta bacia que, em alguns trechos, encontra-secom elevados ndices de poluio, inclusive industrial, decorrentes da falta ou da ineficincia de saneamento bsico dascidades situadas s margens da sua calha principal e de seus afluentes.

    Devido sua extenso e aos diferentes ambientes que percorre, a regio est dividida em Alto, Mdio, Sub-Mdio eBaixo So Francisco. A rea de drenagem ocupa 8% do territrio nacional e sua cobertura vegetal contempla fragmentos deCerrado no Alto e Mdio, Caatinga no Mdio e Submdio e de Mata Atlntica no Baixo So Francisco, principalmente nascabeceiras de afluentes. A bacia concentra a maior quantidade e diversidade de peixes de gua doce da regio Nordeste.

    Dos 505 municpios integrantes da bacia, 79% possuem abastecimento de gua (a mdia nacional de 86,50%), 49,9%possuem rede de esgoto (a mdia nacional de 59%) e apenas 3,2% dos esgotos so tratados (a mdia nacional de 21,2%)(SEDU, 2003). Os nmeros comprovam que as taxas da bacia esto abaixo da mdia nacional; fatos recentes, como o deproliferao de cianobactrias evidenciam os impactos da poluio no rio So Francisco. Estes e outros problemasdecorrentes do despejo de esgotos domsticos, efluentes industriais, da minerao, da agricultura e da pecuria tmmodificado significativamente as propriedades das guas do rio So Francisco. Conforme consta no Boletim Informativo dorio So Francisco (MINISTRIO DO MEIO AMBIENTE, 2007, p.4), as regies com os piores ndices de qualidade dagua so as do Baixo e do Mdio So Francisco, devido aos impactos das atividades industriais e ao despejo de esgoto semtratamento pelas regies metropolitanas, como, por exemplo, a de Belo Horizonte. Dentre os rios mais comprometidosesto o Par, o Paracatu, o Paraopeba, o Verde Grande, o Jequita, o Urucuia e o rio das Velhas.

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    MAPA 1 Bacia hidrogrfica do rio So Francisco

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    AS BACIAS HIDROGRFICAS DE MINAS GERAIS7

    O estado de Minas Gerais possui em seu territrio nascentes de importantes rios e bacias hidrogrficas. Entre tantos rios,

    podem-se destacar os rios So Francisco, Jequitinhonha, das Velhas, Verde Grande, Par, Paraopeba, Jequita, Pandeiros,Gorutuba e o rio Doce. As bacias hidrogrficas de Minas Gerais apresentam grande potencial energtico (Hidreltrica de TrsMarias rio So Francisco; Hidreltrica de Furnas rio Grande; Hidreltrica Irap rio Jequitinhonha) e abastecem projetosde irrigao, como o Jaba, no rio So Francisco, sendo o maior da Amrica Latina, assim como assegura o consumo de guaem ambientes rurais e urbanos. O rio Jequitinhonha percorre a regio de mais baixos indicadores sociais do estado, tendosignificncia cultural, econmica e social. O rio Doce, por sua vez, abrange municpios do norte da Zona da Mata, leste daregio metropolitana de Belo Horizonte, o Vale do rio Doce e o Vale do Ao. O Quadro 3 apresenta uma sntese de algumasbacias hidrogrficas de Minas Gerais.

    QUADRO 3 Bacias hidrogrficas de Minas Gerais

    BaciasBacia do rioJequitinhonha

    Bacia do rioParanaba

    2.rea de drenagem: 70315 km A reacompreende seis mesorregies, subdivididasem onze microrregies, com sessenta e trsmunicpios, estando 41 totalmente includosna bacia e 22 parcialmente. O ndice depobreza nessa regio elevado, ocasionandoxodo rural para os grandes centros urbanos eum esvaziamento demogrfico persistente.

    A bacia do Paranaba possui rea de 222.767km, abrangendo os estados de Gois, MinasGerais, Mato Grosso do Sul e DistritoFederal; abastece grande parte do TringuloMineiro com gua e energia. As principaisatividades econmicas esto ligadas irrigao e agroindstria.

    BaciasBacia do rioParaba do Sul

    Bacia do rioDoce

    2rea de drenagem: 55.400 km. Abrange os estados do Riode Janeiro, Minas Gerais e So Paulo. Estende-se por umadas regies mais habitadas e industrializadas do Brasil,

    2abrangendo o Vale do Paraba Paulista (13.500 km ), a Zona2da Mata Mineira (20.900 km) e quase metade do estado do

    2Rio de Janeiro (21.000 km).

    2rea de drenagem: 83.400 km, dos quais 86% pertencem aoestado de Minas Gerais e o restante ao estado do EspritoSanto. Abrange, total ou parcialmente, reas de 228municpios, sendo 202 em Minas Gerais e 26 no EspritoSanto e possui uma populao total da ordem de 3,1 milhesde habitantes. Suas nascentes situam-se nas encostas dasserras da Mantiqueira e do Espinhao. Seus principaisafluentes so: pela margem esquerda, os rios Piracicaba,Santo Antnio e Suau Grande, em Minas Gerais; Pancas eSo Jos, no Esprito Santo; pela margem direita, os riosCasca, Matip, Caratinga-Cuiet e Manhuau, em MinasGerais; e Guandu, no Esprito Santo.

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    BaciasBacia do rio Grande O rio Grande nasce na Serra da Mantiqueira

    (MG), corre at a barragem de guaVermelha (SP) e, na confluncia do rioParanaba, d origem ao rio Paran. Ao longodo rio Grande, esto localizadas onzehidreltricas: Camargos, Furnas, Peixoto,Jaragu, Volta Grande, Marimbondo,Itutinga, Estreito, Jaguar, Porto Colmbia,

    gua Vermelha, Igarapava. A bacia possuirea de 143.000 km.

    BaciasBacia do rio Mucuri rea de drenagem: de 14.640 km. Est

    inserida na mesorregio do Vale doMucuri, onde se encontram osmunicpios de Tefilo Otoni eNanuque. Abrange um total de 13 sedesmunicipais e apresenta uma populaoestimada de 296.845 habitantes.

    Continuao...

    FONTE IGAM, 2009. Ministrio de Meio Ambiente.

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    A BACIA HIDROGRFICA DO RIO VERDE GRANDE8

    A bacia hidrogrfica do rio Verde Grande est localizada entre os paralelos 1420 e 1714 de latitude Sul e os2

    meridianos 4230 e 4015 de longitude Oeste; essa bacia drena uma rea aproximada de 31.000 km , sendo que, dessetotal, 87% pertence ao estado de Minas Gerais e o restante, 13%, ao estado da Bahia. No norte de Minas, integra a bacia dorio So Francisco, pela margem direita, sendo o rio Verde Grande o seu principal curso de gua. So vinte e setemunicpios pertencentes a Minas Gerais e oito pertencentes ao estado da Bahia. Dos municpios de Minas Gerais, apenasdoze esto inteiramente includos na bacia, enquanto nenhum dos municpios baianos possui sua rea integralmente nelainserida (Mapa 3).

    Conforme Telles e Domingues (2006), a bacia do rio Verde Grande foi eleita pela ANA como uma das baciasprioritrias para a implementao da Poltica Nacional de Recursos Hdricos por possuir grande nmero de conflitos,especialmente entre os irrigantes, pois, alm de apresentar balano hdrico desfavorvel, situa-se em uma rea que

    apresenta extrema irregularidade hdrica, necessitando de planos emergenciais para mitigar seus efeitos.

    O rio Verde Grande, ao longo dos anos, vem passando por vrios tipos de degradao, sendo os despejos de esgotosum dos maiores impactos negativos ocorridos nessa bacia. Um dos seus principais afluentes o rio Vieira, que nasce a 15km da cidade de Montes Claros e o principal responsvel pela degradao do rio, uma vez que recebe nas suas guas, innatura, todo o esgoto domiciliar e industrial da cidade de Montes Claros, que a mais populosa e povoada do norte deMinas Gerais. Estudos realizados pelo Instituto Mineiro de Gesto das guas IGAM, em parceria com a FundaoNacional de Meio Ambiente FEAM, atravs do Centro Tecnolgico de Minas Gerais CETEC, indicam que aqualidade das guas do rio Verde Grande est bastante comprometida; contudo, acredita-se que, com a implantao daEstao de Tratamento de Esgoto ETE na cidade de Montes Claros, ocorrero melhorias na qualidade da gua.

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    A BACIA HIDROGRFICA DO RIO VERDE GRANDE: AFLUENTES9

    Uma bacia hidrogrfica compreende um sistema de cursos de gua interligados que abrange o rio principal, afluentes e

    subafluentes O subafluente desgua no afluente, o qual pode ser definido como um curso de gua que flui para um rio maior,contribuindo para a regularidade da vazo de gua.

    Para conhecer a qualidade ambiental de uma bacia hidrogrfica, necessrio buscar a qualidade de todos os corposdgua nela envolvidos. A Tabela 2 representa o local de origem de alguns afluentes do rio Verde Grande e suas extenses.

    TABELA 2 Alguns afluentes e subafluentes do rio Verde Grande

    Nascente Nome Extenso (km)

    Serranpolis deMinas

    rio Mosquito 33,74

    Verdelndia riacho do Catingo 37,35

    Gameleiras ribeiro do PooTriste

    63,70

    Varzelndia crrego Macabas 73,83

    Mirabela rio Suuapara 75,02

    Francisco S rio Caititu 79,66

    Riacho dosMachados

    rio Mosquito 79,84

    Mato Verde rio Tabuleiro 85,29

    So Joo da Ponte rio Arapoim 90,40

    Janaba crrego Furado Novo 99,93

    Porteirinha rio Salinas 100,14

    Francisco S rio Quem-Quem 108,43

    Espinosa rio Verde Pequeno 109,73

    Francisco S rio Gorutuba 273,12

    GRFICO 3 Comparao de extenso em km do rio Verde Grandee alguns de seus afluentes

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    BACIA HIDROGRFICA DO RIO VERDE GRANDE:IMAGEM DE SATLITE

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    As imagens de satlites so dados obtidos por sensoriamento remoto, sendo este a tecnologia que permite obterimagens e outros tipos de dados da superfcie terrestre, atravs da captao e do registro da energia refletida ou emitida pelasuperfcie (FLORENZANO, 2002).

    Na Figura 9, observam-se os elementos da superfcie terrestre (casas, prdios, pastagens, florestas), sendo iluminadospelo sol. Os elementos da superfcie terrestre refletem a energia solar de forma diferente; a energia refletida ou emitida poreles captada por sensores eletrnicos, instalados em satlites artificiais e transformada em sinais eltricos, que soregistrados e transmitidos para estaes de recepo na Terra. Os sinais enviados s estaes so transformados em imagens.

    FIGURA 9 Interao entre os elementos da superfcie terrestre e o sensoriamento remotoFONTE http://www.ibge.gov.br/ibgeteen/atlasescolar/apresentacoes/tecnicas.swf

    As imagens de satlite so uma importante fonte de informao sobre a superfcie terrestre; elas servem para diversos tiposde estudos, como fenmenos ambientais (previso do tempo, monitoramento de focos de incndio, desmatamento e eroso),

    para estudar espaos rurais e urbanos. O Mapa 4 representa imagem de satlite da bacia hidrogrfica do rio Verde Grande.

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    BACIA HIDROGRFICA DO RIO VERDE GRANDE:

    MODELO DIGITAL DE TERRENO11

    Com o apoio da computao, possvel elaborar modelos digitais de terreno. A tcnica da modelagem digital de terrenoconsiste em uma forma contnua de representao das variaes do relevo no espao, para uso em computadores. umaforma eficiente na representao do relevo em um SIG (Sistema de Informaes Geogrficas) porque permite oarmazenamento de dados de altimetria e gerao de mapas topogrficos, perfis e sees, visualizao tridimensional doterreno, simulao de projetos de movimentao de terra, elaborao de mapas de declividade e exposio solar, alm declculo da direo e volume acumulado dos fluxos de guas superficiais.

    FIGURA 10 Exemplo de modelo digital de terrenoFONTE MOTTET, 1997, p. 106.

    A representao tridimensional do relevo caracterstica domodelo digital de terreno, possibilitando a visualizao, em escalareduzida, dos aspectos da paisagem geogrfica, como a altitude, alargura e a profundidade. (Figura 10).

    Observe na pgina seguinte o MDT da bacia do rio Verde Grande.

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    BACIA HIDROGRFICA DO RIO VERDE GRANDE: HIPSOMETRIA12

    Para representar o relevo de uma rea ouregio, pode-se utilizar o mtodo de cores

    hipsomtricas.Para facilitar o conhecimento geral do

    relevo, adotam-se faixas de determinadasaltitudes em coloridos diferentes das que sesituam abaixo e acima delas, conhecidos comomapas com cores hipsomtricas. As corespermitem representar as reas de maior altitudeem conjunto, como o exemplo da Figura 11.

    Observe que a utilizao das cores

    concorda com a regra da perspectiva, ou seja,quanto mais prximo dos olhos mais fortes soas cores. As maiores altitudes (serras, porexemplo) so representadas com cores maisvivas, e as reas de mais baixa altitude (planciena regio amaznica, por exemplo) sorepresentadas com cores mais suaves, comomostra a Figura 11.

    Na pgina seguinte, pode-se visualizar aaltitude da bacia hidrogrfica do rio Verde

    Grande. Podemos concluir que a maior parte dabacia situa-se entre as altitudes de 450 a 650metros.

    FIGURA 11 Representao do relevo com o mtodo de cores hipsomtricasFONTE Arajo, 1999, p. 18.

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    BACIA HIDROGRFICA DO RIO VERDE GRANDE: USO DA TERRA13

    A bacia hidrogrfica do rio Verde Grande apresenta caractersticas que favorecem a agricultura irrigada, uma vez queo rio principal possui um vale relativamente plano, solos de boa qualidade e insolao. A agricultura est concentrada naporo nordeste da bacia, em Minas Gerais, entre Janaba e Espinosa; e na Bahia, na regio de Malhada/Iui e nasproximidades de Sebastio Laranjeiras e Urandi, onde so cultivados feijo, milho, algodo herbceo e arroz. Na sub-baciado rio Gorutuba, alm destes cultivos, h reas irrigadas com cultura de banana e capim.

    Segundo o Comit da bacia hidrogrfica do rio Verde Grande (2008), as reas irrigadas na bacia somam,aproximadamente, 20 mil hectares, oriundas de investimentos pblicos e privados, como, por exemplo, o Projeto Jaba.Somados, os permetros irrigados transformam o norte de Minas no segundo maior polo frutcola do estado, sendo que oprincipal produto a banana, que ocupa 60% da rea cultivada. Na regio dos municpios de Jaba e Janaba, existem dezesseis(16) associaes de produtores, vrias cooperativas e sindicatos ligados ao agronegcio da fruticultura, envolvendo cerca de4.000 produtores rurais e gerando 60 mil empregos diretos e indiretos para os cidados que residem na bacia hidrogrfica do rio

    Verde Grande. Em Urandi, as guas da bacia do rio Verde Grande tambm so utilizadas para irrigar extensas reas defruticultura.

    Quanto pecuria (Figura 12), a atividade de maior expresso econmica na bacia hidrogrfica do rio Verde Grande.

    Em Minas Gerais, destacam-se os municpiosde Francisco S, Janaba, Montes Claros,Porteirinha e Jaba, enquanto na Bahia sedestacam os municpios de Iui, Urandi eSebastio Laranjeiras. No Mapa 6, observam-se as duas maiores aglomeraes urbanas da

    bacia, Montes Claros (Figura 13) e Janaba,em Minas Gerais. O municpio de MontesClaros, por apresentar maior dinmicaeconmica, atrai um elevado contingente demigrantes, impactando significativamente abacia.

    FIGURA 12 rea de pastagem em Capito EnasFONTE VIEIRA, 2008.

    FIGURA 13 Viso area de Montes ClarosFONTE Google maps, 2010.

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    BACIA HIDROGRFICA DO RIO VERDE GRANDE: VEGETAO14

    A vegetao predominante ao longo da bacia hidrogrfica do rio Verde Grande a floresta estacional decidual,caracterstica das regies que possuem clima tropical com solo calcrio. Em geral, as espcies vegetais da bacia hidrogrficado rio Verde Grande perdem suas folhas durante a estao seca; contudo, tambm comum algumas que tm a capacidade dereteno de gua no solo, como o caso da barriguda. A cobertura vegetal rala, deixando mostra o solo argiloso epedregoso, debaixo dos arbustos e das rvores, como a aroeira.

    Nas demais reas, em especial nas bordas da referida bacia, encontra-se o cerrado, que apresenta diversidade de espciesanimais e vegetais e uma paisagem singular. O cerrado considerado o pai das guas, uma vez que abriga diversasnascentes de rios de grande e pequena extenso, incluindo as veredas. As rvores e arbustos apresentam algumaspeculiaridades, sendo estas em geral com razes longas (denominadas pivotantes, prprias para alcanar gua a grandeprofundidade), troncos retorcidos, com cascas grossas, folhas coriceas (grossas, esbranquiadas, aveludadas, com presena

    de pequenos pelos, evitando um aquecimento excessivo pelo sol forte), adaptando-se ao solo rico em alumnio e ferro.As rvores do cerrado apresentam beleza cnica, como o ip amarelo, conhecido como rvore cobertura de ouro,

    benjoeiro, tingui, guatambu, jacarand do campo, cinzeiro. Quanto aos frutos, existe umavariedade, tais como pequi, jatob do campo, jabuticaba, mangaba, murici, cagaita, cocomacaba, cabea-de-negro e coquinho azedo.

    FIGURA 14Vegetao de porte arbreo,nascente do rio Verde Grande, em GlaucilndiaFONTE SILVEIRA, 2008.

    FIGURA 15Beleza da Vegetao,nascente em GlaucilndiaFONTE SILVEIRA, 2008.

    FIGURA 16 Ip amarelo se destacando napaisagem seca, UrandiFONTE SILVEIRA, 2008.

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    BACIA HIDROGRFICA DO RIO VERDE GRANDE: ASPECTOS CLIMTICOS15

    O clima um dos atributos ou caractersticas do meio ambiente que influenciaintensamente os demais elementos da paisagem, como mostra a Figura 18. SegundoTavares (2004, p. 49), os seres vivos, os processos morfogenticos que doorigem s formas do relevo , o regime dos rios e as atividades exercidas pelohomem esto vinculados s situaes atmosfricas vigentes, sendo essenciais configurao do clima.

    Tempo e clima so conceitos diferentes, sendo tempo uma combinaomomentnea dos elementos da atmosfera como temperatura, presso, umidade,nebulosidade, radiao (...) enquanto o clima, segundo Ayoade (1969, p.2),compreende a sntese do tempo num determinado lugar durante um perodo deaproximadamente 30-35 anos. Desta forma, para se determinar o clima de umlugar, necessrio realizar observaes contnuas durante um longo perodo.

    O clima na bacia hidrogrfica do rio Verde Grande pode ser caracterizado comomegatrmico submido com inverno seco, conforme figura ao lado, principalmenteao norte, com basicamente duas estaes bem definidas: veres quentes e chuvosos,sendo novembro, dezembro e janeiro os trs meses mais chuvosos; inverno seco eameno, principalmente de junho a agosto. O total anual mdio precipitado daordem de 785mm, sendo que os mais altos ndices se concentram nas cabeceiras dabacia, atingindo valores anuais superiores a 1.300mm, relacionados presena daSerra do Espinhao. Estes ndices vo diminuindo gradualmente em direo ao

    centro da bacia e ao norte, prximo a Pinda, atingindo valores inferiores a 700mm(CETEC,1996). Na bacia, por se tratar de uma regio tropical, a amplitude trmicamdia anual pequena, apresentando variao inferior a 5 anuais. Quando asestiagens mais severas ocorrem, os usurios de gua de montante (Montes Claros,Capito Enas) acabam tendo garantia de atendimento mais alta do que os da jusante(Jaba), sendo necessrio um plano de gesto da gua que atenda a todos.

    FIGURA 18A influncia do climapara os animais, as plantas e o solo

    FONTE Adaptado de AYOADE, 1986, p.1.

    FIGURA 19 Paisagem de primaveraem Urandi, BahiaFONTE SILVEIRA, 2008.

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    BACIA HIDROGRFICA DO RIO VERDE GRANDE: SOLOS16

    O solo um dos mais importantes recursos para a sobrevivncia dos seres vivos, pois fornece soluo nutritiva sespcies vegetais, promovendo a sua fixao. Por ser um ambiente natural e complexo, o solo resultado da alterao derochas e pela ao conjunta de vrios fatores, como clima, organismos vivos, topografia da rea e tempo geolgico. Portanto, composto por mineral e matria orgnica. Os minerais so resultantes da desagregao mecnica e da decomposioqumica, e o material orgnico pode tanto ser de origem animal ou vegetal. Quanto aos fatores de gnese ou origem, os solosso classificados em zonais (o clima o fator determinante), intrazonais (independe do fator climtico, destaca o fatormineralgico ou a presena de gua) e azonais (solos mal desenvolvidos, comuns em reas com deslizamentos).

    A bacia hidrogrfica do rio Verde Grande apresenta cambissolos, solos minerais no hidromrficos, ou seja, poucodesenvolvidos. Eles esto associados aos latossolos, podzlicos e litlicos.

    Latossolos: solos minerais profundos, extremamente desenvolvidos, os quais ocorrem, em geral, nos relevos suaves,predominantes na bacia.

    Litlicos: no hidromrficos rasos; podem ter textura argilosa, com ou sem cascalhos, pedregosos e rochosos.

    Podzlicos: solos minerais, no hidromrficos, com horizonte subsuperficial B, caracterizados por apresentaremincremento de argila em relao ao horizonte superficial A; so solos bem desenvolvidos.

    Terras roxas estruturadas: solos de cor vermelha escura, de tonalidade purprea ou afins, de textura argilosa a muitoargilosa.

    Azonais: presentes atravs dos solos aluviais resultantes da sedimentao fluvial junto s margens dos rios; so

    geralmente ricos em matria orgnica, areia, argila e at mesmo em cascalho.

    Em sntese, os solos predominantes na bacia so latossolos, seguidos de terras roxas estruturadas, dos podzlicos,litlicos cambissolos, aluviais e, em menor quantidade, os arenoquartizosos profundos, conforme o Mapa 9.

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    BACIA HIDROGRFICA DO RIO VERDE GRANDE:INDICADORES SOCIOECONMICOS

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    TABELA 3 Densidade demogrfica dos municpios

    da bacia do rio Verde Grande

    FONTE Atlas de Desenvolvimento Humano, 2000.Org. pelas autoras.

    MUNICPIO REA(km)

    POPULAO DENSIDADEDEMOGRFICAhab/km

    Gameleira (MG)1.739,6

    5.263 3,0

    Matias Cardoso (MG) 1.962,4 8.600 4,4Sebastio Laranjeiras (BA) 2.011,4 9.283 4,6Verdelndia (MG) 1.470,7 7.179 4,9Palmas de Monte Alto(BA)

    2.787,620.099 7,2

    Serranpolis de Minas(MG)

    555,0 4.038 7,2

    Pai Pedro (MG) 787,9 5.832 7,4Riacho dos Machados(MG)

    1.313,1 9.358 7,8

    Malhada (BA) 1.972,9 15.614 7,9Francisco S (MG) 2.758,8 23.562 8,5

    Juramento (MG) 431,6 3.901 9,0Iui (BA) 1.099,5 10.489 9,5Jaba (MG) 2.733,0 27.287 10,0Jacaraci (BA) 1.246,4 13.520 10,8Guaraciama (MG) 393,5 4.469 11,4Patis (MG) 446,2 5.164 11,6Bocaiuva (MG) 3.243,4 42.806 13,2Capito Enas (MG) 973,7 13.113 13,4So Joo da Ponte (MG) 1.855,6 26.028 14,0Espinosa (MG) 1.867,4 30.978 16,6Mirabela (MG) 723,3 12.552 17,3Urandi (BA) 899,4 16.076 17,9Ibiracatu (MG) 360,5 6.534 18,1Catuti (MG) 287,0 5.337 18,6 Mortugaba (BA) 672,9 12.598 18,7Glaucilndia (MG) 146,0 2.767 19,0Porteirinha (MG) 1.812,5 37.890 20,3Mamonas (MG) 291,3 6.138 21,0Pindai (BA) 718,1 15.494 21,6

    Monte Azul (MG) 1.010,8 23.832 23,5Varzelndia (MG) 792,8 19.169 24,2Mato Verde (MG) 476,1 13.185 27,6Janaba (MG) 2.196,5 61.651 27,9Nova Porteirinha(MG) 121,5 7.389 60,7Montes Claros (MG) 3.594,1 306.947 85,2

    A qualidade de vida de uma populao envolve diversos

    fatores, como renda, emprego, alimentao adequada, educao,saneamento bsico (gua tratada, coleta de esgoto e de lixo,drenagem pluvial, controle de vetores), disponibilidade de energiaeltrica, acesso a transporte, qualidade do ar, quantidade demoradores por domiclio e outros.

    Para Minayo (2000, p.8), qualidade de vida uma nooeminentemente humana, que tem sido aproximada ao grau desatisfao encontrado na vida familiar, amorosa, social e ambientale prpria esttica existencial.

    Os indicadores sociais so instrumentos que servem pararetratar determinada realidade, possibilitando a formulao dediagnsticos, auxiliando na tomada de decises e no planejamento.Porm, no se utiliza apenas um indicador, e sim, um conjunto queretrate aspectos da vida da populao, uma vez que esta se encontraem constante dinamismo. Dentre os indicadores, a densidadedemogrfica serve para verificar a distribuio da populao emdeterminado espao.

    O clculo realizado considerando:

    DD = P/S onde DD = Densidade Demogrfica.P = populao total ou absoluta, isto , a populao

    de um pas, estado ou munic pio, em um dado momento.S = rea em quilmetros quadrados.

    Exemplo: o municpio de Urandi, segundo o Atlas de Desenvolvimento Humano,2apresentou em 2000 populao de 16.076 habitantes em uma rea de 899,4 km .

    Montando a equao, tem-se

    2 2DD = 16.076 habitantes 899,4 km DD = 17,9 hab/km

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    A Tabela 3 apresenta a densidade demogrfica dos municpios da bacia hidrogrfica do rio Verde Grande.

    No Mapa 10, os valores de densidade demogrfica da bacia hidrogrfica do rio Verde Grande foram divididos em cincoclasses; os maiores valores esto no municpio de Montes Claros, grande centro urbano da bacia.

    Esse nmero isoladamente no revela as condies socioeconmicas e outros aspectos que permitiriam avaliar a qualidadede vida da populao. preciso tambm considerar as caractersticas histricas e geogrficas da regio.

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    BACIA HIDROGRFICA DO RIO VERDE GRANDE: IDH18

    O ndice de Desenvolvimento Humano (IDH) elaborado peloPrograma das Naes Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) foi criadoem 1990 para medir o nvel de desenvolvimento e o bem-estar daspopulaes. Para definir o IDH, so utilizados os critrios de rendapercapita, longevidade ou esperana de vida ao nascer e educao dedeterminada populao. Este ndice subsidia a sociedade civil organizadae o governo, em todas as esferas (federal, estadual e municipal) noconhecimento da realidade de cada regio, podendo intervir atravs deaes e iniciativas para melhoria da qualidade de vida.

    Os valores do IDH variam de 0 (nenhum desenvolvimento) a 1

    (desenvolvimento completo).

    Desenvolvimento baixo: regies com valores at 0,499. Desenvolvimento mdio: regies com valores de 0,500 a 0,799. Desenvolvimento alto: regies com valores de 0,800 a 1.

    No estado de Minas Gerais, o IDH em 1991 era de 0,698, passando,em 2000, para 0,766. Nos municpios da bacia hidrogrfica do rio VerdeGrande, o IDH varia de 0,575 a 0,783 (Tabela 4). O municpio de Montes

    Claros apresenta o maior IDH, apesar de todos os municpios da baciahidrogrfica do rio Verde Grande apresentarem IDH mdio (Mapa 11).

    TABELA 4 Densidade demogrfica dosmunicpios da bacia do rio Verde Grande

    FONTE Atlas de Desenvolvimento Humano, 2000.Org. pelas Autoras.

    MUNICPIO IDHMontes Claros (MG) 0,783Bocaiuva (MG) 0,736Janaba (MG) 0,716Glaucilndia (MG) 0,697Guaraciama (MG) 0,689

    Nova Porteirinha (MG) 0,685Juramento (MG) 0,680Urandi (BA) 0,670Mato Verde (MG) 0,669Capito Enas (MG) 0,667Francisco S (MG) 0,662Mirabela (MG) 0,658Espinosa (MG) 0,657

    Monte Azul (MG) 0,657Serranpolis de Minas (MG) 0,655Jacaraci (BA) 0,654Mortugaba (BA) 0,654Jaba (MG) 0,652Sebastio Laranjeiras (BA) 0,645Pinda (BA) 0,641Palmas de Monte Alto (BA) 0,641Porteirinha (MG) 0,633Varzelndia (MG) 0,631So Joo da Ponte (MG) 0,626Mamonas (MG) 0,621Catuti (MG) 0,605Riacho dos Machados (MG) 0,604Ibiracatu(MG) 0,615

    Iui (BA) 0,611Patis (MG) 0,605Matias Cardoso (MG) 0,602Verdelndia (MG) 0,602Gameleira (MG) 0,581Malhada (BA) 0,575Pai Pedro (MG) 0,575

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    BACIA HIDROGRFICA DO RIO VERDE GRANDE:SANEAMENTO BSICO - COLETA DE LIXO

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    O lixo merece ateno especial em se tratando deum indicador de qualidade de vida, pois sua disposioinadequada acarreta srios problemas sanitrios,ambientais, sociais, polticos e econmicos; quandoexposto a cu aberto, polui a gua, o solo e o ar.

    Do ponto de vista sanitrio, o lixo o granderesponsvel pela transmisso de doenas, uma vezque, no solo contaminado, desenvolvem-se fungos ebactrias causadores de enfermidades como obutolismo e o ttano.

    Alm disso, o lixo oferece condies de abrigo,

    alimentao, reproduo e proliferao de vetoresbiolgicos (moscas, mosquitos, baratas e ratos)responsveis pela transmisso de vrias molstias.

    O lixo constitui um elemento bastanteproblemtico para o saneamento bsico. Em grandeparte das cidades do Brasil, a coleta razoavelmentesatisfatria, mas o reaproveitamento, o tratamento e adestinao final encontram-se em condies precrias.

    O conhecimento da tipologia do lixo (Figura 19)permite a escolha mais adequada para a sua destinaofinal. O lixo recebe diferentes classificaes, segundoa sua origem e composio.

    Em Montes Claros, principal centro urbano dabacia, o lixo coletado no passa por nenhum processoseletivo ou tratamento; os detritos so depositados nasproximidades de reas de proteo ambiental, fora dopermetro urbano.

    TABELA 5 Coleta de lixo nosmunicpios da bacia do rio Verde Grande

    FONTE Atlas de Desenvolvimento Humano, 2000.Org. pelas autoras.

    MUNICPIO COLETADE LIXO%

    Ibiracatu (MG) 27,3Patis (MG) 34,4Matias Cardoso (BA) 34,6Pinda (BA) 39,5Verdelndia (MG) 41,3Sebastio Laranjeira s (BA) 44,2Iui (BA) 44,7Gameleira (MG) 48,9Capito Enas (MG) 53,8So Joo da Ponte (MG) 53,8Varzelndia (MG) 57,2Espinosa (MG) 60,8

    Mirabela (MG) 62,8Porteirinha (MG) 63,0Riacho dos Machados (MG) 64,6Catuti (MG) 66,9Pai Pedro (MG) 67,0Francisco S (MG) 68,9Palmas de Monte Alto (BA) 73,1Janaba (MG) 73,6

    Nova Porteirin ha (MG) 73,9Malhada (BA) 74,6Mamonas (MG) 77,1Urandi (BA) 77,5Jaba (MG) 78,6Guaraciama (MG) 81,1Mato Verde (MG) 81,8Serranpolis de Minas (MG) 81,9

    Jacaraci (BA) 84,7Mortugaba (BA) 86,3Bocaiuva (MG) 88,2Juramento (MG) 88,3Glaucilndia (MG) 89,2Monte Azul (MG) 94,2Montes Claros (MG) 96,3

    FIGURA 19 Tipologia do LixoFONTE Org. pelos autores.

    A Tabela 5 e o Mapa 12

    evidenciam o percentual decoleta de lixo nos municpios dabacia hidrogrfica do rio VerdeGrande . Percebe-se umadiferena expressiva entreBocaiuva (88,2%) e Ibiracatu(27,3%).

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    BACIA HIDROGRFICA DO RIO VERDE GRANDE:

    SANEAMENTO BSICO - GUA ENCANADA20

    TABELA 6 Bacia hidrogrfica do rio Verde

    Grande: percentual de pessoas que vivem comgua encanada, por municpios.

    FONTE Atlas de Desenvolvimento Humano, 2000Org. pelas autoras.

    MUNICPIO GUAENCANADA %

    Pai Pedro (MG) 14,2Ibiracatu (MG) 18,9Palmas de Monte Alto (BA) 25,2Iui (BA) 28,7Patis (MG) 29,9Serranpolis de Minas (MG) 31,0Malhada (BA) 31,5Matias Cardoso (MG) 32,2Pinda (BA) 35,7Catuti (MG) 38,7So Joo da Ponte (MG) 40,8Riacho dos Machados (MG) 46,7Varzelndia (MG) 47,2Gameleira (MG) 49,3Mortugaba (BA) 51,0Mirabela (MG) 52,3Sebastio Laranjeiras (BA) 52,7Porteirinha (MG) 53,0Juramento (MG) 53,9Jacaraci (BA) 54,3Francisco S (MG) 54,5Capito Enas (MG) 54,9Urandi (BA) 57,9Guaraciama (MG) 59,1Glaucilndia (MG) 59,3Espinosa (MG) 60,2Monte Azul (MG) 63,7Mamonas (MG) 64,1

    Mato Verde (MG) 66,7Jaba (MG) 67,2Verdelndia (MG) 67,3

    Nova Porteirinha (MG) 70,3Janaba (MG) 74,6Bocaiuva (MG) 74,9Montes Claros (MG) 88,0

    Muitos brasileiros ainda vivem em condies inadequadas de saneamentobsico. Em Minas Gerais, existem desigualdades regionais significativas noacesso a servios como gua encanada, esgoto e coleta de lixo.

    De acordo com estudo do Instituto de Pesquisa Econmica Aplicada1(IPEA), divulgado em 2008, 91,3% dos domiclios brasileiros recebem gua

    encanada; contudo, 13,8 milhes de pessoas ainda no dispem deste servio,situao preocupante, considerando que o acesso gua tratada essencial parauma boa qualidade de vida. Alm de existir disparidade no acesso gua tratada eencanada entre as regies do Brasil, h tambm desigualdade tnica esocioeconmica, uma vez que indivduos de maior poder econmico so

    privilegiados, assim como os brancos, de acordo com IPEA (2008).O sistema de gua encanada est disponvel para menos de 28% das pessoas

    que vivem em reas rurais, em que, segundo a PNAD, 58% da populao aindausa gua de poo ou de nascente, e cerca de 39,3% no tem sistema deencanamento dentro de casa. A Tabela 6 e o Mapa 13 mostram que, dentro dabacia hidrogrfica do rio Verde Grande, apenas quatro municpios (NovaPorteirinha, Janaba, Bocaiuva e Montes Claros) ultrapassam o percentual de70% da populao com acesso gua encanada.

    Vale ressaltar que [...] todos os povos, quaisquer que sejam seus estgios de

    desenvolvimento e suas condies sociais e econmicas, tm direito ao acesso gua potvel em quantidade e qualidade altura de suas necessidades bsicas(HESPANHOL, 2006, p. 269).

    1FONTE: Brasil atinge meta do milnio para gua encanada. 21/10/2008 - 13:00. Disponvel em. Acesso em 17de outubro de 2008.

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    BACIA HIDROGRFICA DO RIO VERDE GRANDE:

    BANHEIRO EM DOMICLIOS21

    O saneamento bsico envolve aspectos associados ao esgotamento sanitrio. A existncia de banheiro em umdomiclio um indicador que pode significar que os dejetos humanos esto sendo destinados adequadamente.

    Existe uma correlao direta entre esgotamento sanitrio e certas doenas, tais como diarreia, hepatite A, clera,esquistossomose, entre outras doenas transmitidas por meio da gua.

    Segundo Rezende e Heller (2008, p. 69), As doenas de veiculao hdrica passaram tambm a ser combatidas com aimplantao de sistemas de tratamento de gua. Para garantir a sade das pessoas, necessria a existncia deinfraestrutura que atenda populao com abastecimento adequado de gua e saneamento apropriado para todos.

    Segundo o Mapa 14, entre os municpios da bacia hidrogrfica do rio Verde Grande, apenas dois (Montes Claros eJanaba) alcanam o percentual de 60% de pessoas com banheiro em suas residncias. H que considerar que o dadoreflete a realidade apenas da rea urbana.

    Sabe-se que o municpio de Montes Claros, grande centro de expresso regional, embora possua rede coletora deesgoto nos domiclios urbanos, ainda tem parte do esgoto despejado no rio Vieira, sendo de l lanado no rio Verde Grande,um dos afluentes do So Francisco.

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    BACIA HIDROGRFICA DO RIO VERDE GRANDE:

    NASCENTE EM BOCAIUVA E ALTO CURSO EM MONTES CLAROS22

    FIGURA 20 Nascente do rio VerdeGrande no municpio de Bocaiuva MGFONTE VIEIRA, 2008.

    FIGURA 21 Regenerao da vegetaona nascente do Verde Grande, nomunicpio de Bocaiuva MGFONTE VIEIRA, 2008.

    FIGURA 22 rea da nascente do VerdeGrande, no municpio de Bocaiuva MGFONTE VIEIRA, 2008.

    FIGURA 23 Pata de gado sobre anascente do Verde Grande, nomunicpio de Bocaiuva MGFONTE VIEIRA, 2008.

    A nascente de um rio o ponto de onde a gua jorra atravs da superfcie do solo. Tambm conhecida como olhodgua, fio dgua, mina dgua, cabeceira, manancial e fonte. Segundo a Lei Federal 4.771/65, alterada pela Lei 7.803/89 e aMedida Provisria n 2.166-67, de 24 de agosto de 2001, no pode ser feito qualquer tipo de uso como culturas, pastagens,minerao no entorno das nascentes, bem como desmatamento e descarte de lixo a uma distncia mnima de 50 metros. Anascente considerada rea de Preservao Permanente (APP).

    O municpio de Bocaiuva, geograficamente, pertence ao estado de Minas Gerais, situa-se na mesorregio norte, dentroda microrregio de Bocaiuva. Limita-se com os municpios de Glaucilndia, Montes Claros, Engenheiro Navarro, JoaquimFelcio, Buenpolis, Diamantina, Olhos Dgua, Carbonita, Turmalina, Botumirim, Itacambira, Guaraciama e Claro dosPoes. A rea territorial de 3.243,4 km. Conforme o censo demogrfico do IBGE (2000), a populao de 42.806.

    Em maio de 2008, em visita regio da nascente do rio Verde Grande, no municpio de Bocaiuva, observou-se gualmpida e cristalina (Figura 20).

    A vegetao na nascente encontrava-se em processo de regenerao (Figura 21); contudo, no entorno existem reasdegradadas em alguns pontos, conforme as Figuras 22 e 23, que retratam pastagem e pisoteamento por animais. Apesar deexistirem cercas ao longo da nascente, o gado tem acesso direto aos locais de afloramento dgua.

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    FIGURA 24 Vista do rio Vieira, no permetro urbano de Montes ClarosFONTE Google maps, 2010.

    FIGURA 25 Nascente do rio Vieira comgua lmpida e cristalinaFONTE VIEIRA, 2008.

    FIGURA 26 Lanamento de esgoto in naturano rio VieiraFONTE VIEIRA, 2008.

    FIGURA 27 Espumas no curso do rio VieiraFONTE MAGALHES, 2008.

    FIGURA 28 Resduos slidos no leitodo rio Vieira, prximo estrada da produoFONTE FONSECA, 2008.

    No alto curso, o rio Verde Grande representado pelo seu afluente, o rio Vieira, em Montes Claros (Figura 24). Inserido namesorregio norte e microrregio de Montes Claros, o municpio ocupa lugar de destaque, uma vez que representa centropolarizador em toda a regio, estendendo-se at o sul da Bahia. A rea territorial do municpio de 3.594,1 km. Segundo o censodemogrfico do IBGE (2000), a populao de 306.947, sendo que apenas 5,7% desse total reside na rea rural. Nas ltimasdcadas, a sede do municpio tem experimentado um intenso processo de crescimento urbano que se reflete sobre a situaoambiental dos seus cursos dgua, quase todos degradados e servindo de depositrio de resduos.

    A situao ambiental do rio Vieira, ao longo dostrechos visitados, bastante diversificada. Enquantona nascente se observa gua limpa que, aparentemente,pode ser utilizada como gua potvel, recreao eoutros usos relacionados gua de qualidade (Figura25), na rea urbana de Montes Claros possvelverificar a gua do rio com cor escura e mal cheirosa einadequada para uso humano (Figura 26). As Figuras27 e 28 mostram a degradao do rio Vieira,representada pelas espumas e pela grande quantidadede lixo em suas guas.

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    BACIA HIDROGRFICA DO RIO VERDE GRANDE:

    CAPITO ENAS E JANABA

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    FIGURA 29 Ausncia de vegetao ciliarao longo do leito do rio Verde Grande, emCapito EnasFONTE VIEIRA, 2008.

    FIGURA 30 Ponte sobre o rio VerdeGrande, em Capito EnasFONTE VIEIRA, 2008.

    FIGURA 31 rea de pastagemem Capito EnasFONTE SILVEIRA, 2008.

    FIGURA 32 Aude em CapitoEnasFONTE SILVEIRA, 2008.

    FIGURA 33 Vista do rio Verde Grande, em CapitoEnas presena de extensas reas de pastagemFONTE Google maps, 2010.

    O municpio de Capito Enas est situado na mesorregio norte, dentro damicrorregio de Montes Claros. Possui rea territorial de 973,7 km. contornado aleste pelo rio Quem-Quem e a oeste pelo rio Verde Grande, consideradosimportantes cursos de gua dessa microrregio, tendo ao sul o rio So Domingos.Tem como limite os municpios de So Joo da Ponte, Franciso S e Janaba. Suapopulao de 13.113, segundo o Censo IBGE (2000), com estimativa de 14.830habitantes em 2009.

    O rio Verde Grande, em Capito Enas, apresenta vegetao escassa ao redorde suas margens (Figura 29). Nos locais visitados, perceberam-se extensas reas de

    pastagem com processos erosivos, inclusive com o pisoteio do gado s margens dorio, o que, consequentemente, acarreta o transporte de sedimentos para o leito dorio, (Figuras 30, 31 e 33) contribuindo para o seu assoreamento.

    Nesse municpio, h um aude para a reteno de gua, localizado a 163192"de latitude Sul e 437183" de longitude oeste (Figura 32).

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    FIGURA 34 Ausncia de mataciliar nas margens do rio GorutubaFONTE SILVEIRA, 2008.

    FIGURA 35 Entulho nas margensdo rio GorutubaFONTE SILVEIRA, 2008.

    FIGURA 36 Processo de degradao dorio GorutubaFONTE SILVEIRA, 2008.

    FIGURA 37 Suporte para lavagem deroupa no rio GorutubaFONTE SILVEIRA, 2008.

    FIGURA 38 Vista da ponte sobre o rio Gorutuba, em JanabaFONTE Google maps, 2010.

    O municpio de Janaba est situado na mesorregio norte de Minas Gerais, microrregio de Janaba. Sua extensoterritorial de 2.189 km. Sua populao 61.651, segundo o Censo 2000, com estimativa de 68.527 habitantes para 2009(IBGE, 2009). drenado pelos rios Gorutuba (Figura 38), Verde Grande e Quem-Quem. Limita-se geograficamente com osmunicpios de Jaba, Verdelndia, So Joo da Ponte, Capito Enas, Francisco S, Riacho dos Machados, Porteirinha e NovaPorteirinha.

    Em Janaba, existe o aude Bico da Pedra, que tem uma capacidade

    de 705 hm de gua, e foi construdo sob a responsabilidade da Companhiade Desenvolvimento dos Vales do So Francisco e do Parnaba(CODEVASF), com o objetivo de regularizar o rio Gorutuba e fornecergua aos permetros irrigados a serem implantados, Projetos Gorutuba eLagoa Grande, entre outros aspectos.

    Em Janaba, observamos o rio Gorutuba aps a barragem do Bico daPedra. A situao em que se encontra bastante preocupante, j que o seucurso apresenta apenas um filete de gua em alguns trechos, e ausncia demata ciliar (Figura 34). Verificamos, no espao urbano, entulhos margem do rio Gorutuba decorrente do alargamento de rua, sem medidasde planejamento, acarretando o assoreamento do mesmo (Figura 35).

    A Figura 36 evidencia vrios processos de degradao s margens dorio: presena de animal pastando, lixo e solo exposto. Na Figura 37,visualizam-se suportes utilizados por lavadeiras. A lavagem de roupa norio tem grande importncia social e cultural; contudo, compromete abeleza cnica da rea e a qualidade da gua, devido ao uso de produtoscomo sabo, amaciante, gua sanitria, entre outros.

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    BACIA HIDROGRFICA DO RIO VERDE GRANDE: VERDELNDIA E JABA24

    FIGURA 39 Margens ocupadas porresidncias, em VerdelndiaFONTE MAGALHES, 2008.

    FIGURA 40Ponte sobre o rio VerdeGrande, em VerdelndiaFONTE MAGALHES, 2008.

    FIGURA 42 Vista do rio Verde Grande em VerdelndiaFONTE Google maps, 2010.

    O municpio de Verdelndia est situado na

    mesorregio norte de Minas Gerais, microrregio deMontes Claros. Sua rea territorial de 1.470,7 km.Limita-se geograficamente com Jaba, Varzelndia, SoJoo da Ponte e Janaba. Conforme o Censo IBGE 2000,sua populao de 7.179, com estimativa de 8.514habitantes em 2009. Seu principal curso de gua o rioVerde Grande (Figura 42).

    Em alguns locais visitados em Verdelndia, avegetao apresenta-se com porte mdio e razes expostas,

    FIGURA 41 Barragem em VerdelndiaFONTE MAGALHES, 2008.

    enquanto s margens do rio a vegetao escassa. As vrzeas so ocupadas porresidncias (Figuras 39 e 40).

    A Figura 41 apresenta uma barragemconstruda prxima cidade, onde se observa omuro de gabio para conteno dedeslizamento das margens do rio. O aspecto dagua demonstra que imprpria para oconsumo humano, com presena de resduos

    slidos, inclusive com lanamento de esgoto in natura logo aps o local decaptao de gua pela COPASA. Levantamento realizado pelo CETEC (1996)aponta que o rio Verde Grande, em Verdelndia, apresentava concentraes debactrias provavelmente associadas ao lanamento de esgotos domsticos.Apesar do aspecto turvo, a gua utilizada para uso recreativo e domstico, umavez que verificamos crianas banhando-se no rio e mulheres lavando roupas.

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    O muncpio de Jaba geograficamente pertence aoestado de Minas Gerais e situa-se na mesorregio norte, namicrorregio de Janaba. Limita-se com os municpios deMatias Cardoso, Itacarambi, Varzelndia, Verdelndia,Janaba, Pai Pedro, Gameleiras e Porteirinha. A reaterritorial de 2.733,0 km. Conforme o censo demogrficodo IBGE (2000), a populao era de 27.287, sendo vlido

    salientar que os residentes no campo (14.139) superam osdo espao urbano (13.148). De acordo com a estimativa doIBGE (2009), ocorreu crescimento populacional chegandoa 32.190. neste municpio que se encontra o Projeto Jaba,maior projeto em rea irrigada da Amrica Latina.

    No municpio de Jaba, observamos que o rio VerdeGrande se encontra assoreado, inclusive com trechosintermitentes, como demonstra a Figura 43.

    Outras evidncias da degradao do rio so mostradaspelas Figuras 44 (margens sem mata ciliar e lixo), 45(processos erosivos ocasionados pela enxurrada) e 46(peixe morto s margens do rio). Na Figura 47, possvelvisualizar o rio Verde Grande prximo malha urbana deJaba.

    FIGURA 43 Presena de mata ciliar

    e sedimentos em suspensoFONTE MAGALHES, 2008.

    FIGURA 44 Margens desprotegidas

    e lixoFONTE MAGALHES, 2008.

    FIGURA 45 Voorocamentos s

    margens do rioFONTE MAGALHES, 2008.

    FIGURA 46 Peixe morto s margens

    do rioFONTE MAGALHES, 2008.

    FIGURA 47 Vista do rio Verde Grande, em JabaFONTE Google maps, 2010.

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    BACIA HIDROGRFICA DO RIO VERDE GRANDE: MATIAS CARDOSO E URANDI25

    Matias Cardoso um municpio mineiro que pertencegeograficamente mesorregio norte, dentro da microrregio deJanaba. Limita-se com os municpios de Manga, Itacarambi, Jaba,Gameleiras e So Joo das Misses. A rea territorial de 1.962,4km, distante 551,4 km da capital, Belo Horizonte. Segundo o censodemogrfico do IBGE de 1990, a populao era de 12.377habitantes; contudo, o censo de 2000 apontou reduo para 8.600.Outro dado peculiar que a populao residente no campo (4.857habitantes) supera a populao do espao urbano (3.743 habitantes).A estimativa do nmero de habitantes, segundo o IBGE (2009), de11.037, ou seja, ainda no atingiu a populao de 1990.

    A Figura 48 retrata a balsa no rio So Francisco interligandoos municpios de Matias Cardoso e Manga. Observa-se no local apresena de sedimentos arenosos e ausncia de mata ciliar, bemcom