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  • 8/13/2019 Atlas Rondonia

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    VOLUME RONDNIA

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    VOLUME RONDNIA

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    PRESIDENTE DA REPBLICAExcelentssima Senhora Dilma Vana Rousseff

    MINISTRO DA INTEGRAO NACIONALExcelentssimo Senhor Fernando Bezerra de Souza Coelho

    SECRETRIO NACIONAL DE DEFESA CIVILExcelentssimo Senhor Humberto de Azevedo Viana Filho

    DIRETOR DO DEPARTAMENTO DEMINIMIZAO DE DESASTRESExcelentssimo Senhor Rafael Schadeck

    UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINAMagnfco Reitor da Universidade Federal de Santa Catarina

    Professor lvaro Toubes Prata, Dr.

    Diretor do Centro Tecnolgico da Universidade Federal

    de Santa Catarina

    Professor Edson da Rosa, Dr.

    CENTRO UNIVERSITRIO DE ESTUDOS EPESQUISAS SOBRE DESASTRESDiretor Geral

    Professor Antnio Edsio Jungles, Dr.

    Diretor Tcnico e de Ensino

    Professor Marcos Baptista Lopez Dalmau, Dr.

    Diretor de Articulao Institucional

    Professor Irapuan Paulino Leite, Msc.

    FUNDAO DE AMPARO PESQUISA E EXTENSOUNIVERSITRIASuperintendente Geral

    Professor Pedro da Costa Arajo, Dr.

    Esta obra distribuda por meio da Licena Creative Commons 3.0

    Atribuio/Uso No-Comercial/Vedada a Criao de Obras Derivadas / 3.0 / Brasil.

    Catalogao na publicao por Graziela Bonin CRB14/1191.

    Universidade Federal de Santa Catarina. Centro Universitrio de Estudos e

    Pesquisas sobre Desastres.

    Atlas brasileiro de desastres naturais 1991 a 2010: volume Rondnia /

    Centro Universitrio de Estudos e Pesquisas sobre Desastres. Florianpolis:CEPED UFSC, 2011.

    45 p. : il. color. ; 30 c m.

    Volume Rondnia.

    ISBN 978-85-64695-24-5

    1. Desastres naturais. 2. Estado de Rondnia - atlas. I. Universidade

    Federal de Santa Catarina. II. Centro Universitrio de Estudos e Pesquisas

    sobre Desastres. III. Secretaria Nacional de Defesa Civil. IV. Ttulo.

    CDU 912(811.1)

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    A construo de uma nova realidade para a Defesa Civil no Brasil,

    principalmente no que se refere poltica de reduo de riscos, requer

    conhecer os fenmenos e os desastres que nosso territrio est sujeito.Para nos prepararmos, precisamos saber os perigos que enfrentamos.

    O levantamento de informaes e a caracterizao do cenrio nacional de

    desastres uma necessidade antiga, compartilhada por todos que trabalham

    com Defesa Civil. A concretizao do referido levantamento contou com

    a participao de todos os estados e da academia. A cada dia ca mais

    evidente que a colaborao entre os atores envolvidos (Distrito Federal,

    estados e municpios) essencial para o alcance de objetivos comuns.

    A ampla pesquisa realizada e materializada pela publicao deste Atlas teve

    como objetivo corrigir essa falta de informaes. O conhecimento gerado

    poder beneciar os interessados no assunto, a partir dos mais diversos

    propsitos, e estar em constante desenvolvimento e melhoria.

    Finalmente, deixo aqui expresso meu sincero agradecimento a todos aqueles

    que de alguma forma contriburam para a construo deste trabalho que

    a Secretaria Nacional de Defesa Civil, em cooperao com a Universidade

    Federal de Santa Catarina, apresenta para a sociedade brasileira.

    Secretrio Humberto Viana

    Secretrio da Secretaria Nacional de Defesa Civil

    Nas ltimas dcadas os Desastres Naturais constituem um tema cada vez mais presente no cotidiano das populaes.H um aumento considervel no s na frequncia e intensidade, mas tambm nos impactos gerados, com danos e

    prejuzos cada vez mais intensos.O Atlas Brasileiro de Desastres Naturais um produto de pesquisa resultado do acordo de cooperao entre a SecretariaNacional de Defesa Civil e o Centro Universitrio de Estudos e Pesquisas sobre Desastres da Universidade Federal deSanta Catarina.A pesquisa teve por objetivo compilar e disponibilizar informaes sobre os registros de desastres ocorridos em todoo territrio nacional nos ltimos 20 anos (1991 a 2010), por meio da publicao de 26 Volumes Estaduais e um VolumeBrasil.O levantamento dos registros histricos, derivando na elaborao dos mapas temticos e na produo do Atlas, relevante na medida em que viabiliza construir um panorama geral das ocorrncias e recorrncias de desastres no pase suas especicidades por Estado. Possibilita, assim, subsidiar o planejamento adequado em gesto de risco e reduode desastres, a partir da anlise ampliada abrangendo o territrio nacional, dos padres de frequncia observados,dos perodos de maior ocorrncia, das relaes destes eventos com outros fenmenos globais e da anlise sobre osprocessos relacionados aos desastres no pas.

    O Brasil no possua, at o momento, bancos de dados sistematizados e integrados sobre as ocorrncias de desastrese, portanto, no disponibilizava aos prossionais e aos pesquisadores informaes processadas acerca destes eventos,em sries histricas.Este Atlas o primeiro trabalho em mbito nacional realizado com a participao de 14 pesquisadores para recolherdados ociais nos 26 Estados e no Distrito Federal do Brasil e envolveu um total de 53 pessoas para a sua produo. Asinformaes apresentadas foram retiradas de documentos ociais nos rgos estaduais de Defesa Civil, Ministrio daIntegrao Nacional, Secretaria Nacional de Defesa Civil, Arquivo Nacional e Imprensa Nacional.A proposta de desenvolver um trabalho desta amplitude mostra a necessidade premente de informaes que ofereamsuporte s aes de proteo civil. O foco do trabalho consiste na caracterizao dos vrios desastres enfrentados pelopas nas duas ltimas dcadas.Este volume apresenta os mapas temticos de ocorrncias de desastres naturais do Estado de Rondnia, referente a1.524 documentos compulsados, que mostram, anualmente, os riscos relacionados a estiagens e secas, inundaesbruscas e outros eventos naturais adversos.

    Nele, o leitor encontrar informaes relativas aos totais de registros dos desastres naturais recorrentes no Estado,espacializados nos mapas temticos dos eventos adversos, que, juntamente com a anlise de infogrcos com registrosanuais, grcos de danos humanos, frequncias mensais das ocorrncias e de mdias de precipitao, permitem umaviso global dos desastres em Rondnia, de forma a subsidiar o planejamento e a gesto das aes de minimizao noEstado.

    Prof. Antnio Edsio Jungles, Dr.Coordenador Geral CEPED UFSC

    APRESENTAO

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    EXECUO DO ATLAS BRASILEIRO DE DESASTRES NATURAIS

    CENTRO UNIVERSITRIO DE ESTUDOS E PESQUISAS SOBRE DESASTRES

    GeoprocessamentoProfessor Carlos Antonio Oliveira Vieira, Dr.

    Renato Zetehaku Araujo

    Reviso bibliogrfca e ortogrfca

    Graziela BoninPedro Paulo de Souza

    Reviso do contedoGerly Mattos SnchezMari Angela MachadoMichely Marcia MartinsSarah Marcela Chinchilla Cartagena

    Equipe de campo, coleta e tratamento de dados

    Carolinna Vieira de CisneDaniel Lopes GonalvesDaniela Pr S. de SouzaDrielly Rosa NauBruno Neves Meirarica ZenFabiane Andressa TascaFernanda Claas RonchiFilipi Assuno CurcioGabriel MunizGerly Mattos SnchezKaren Barbosa AmaranteLarissa Dalpaz de AzevedoLarissa MazzoliLaura Cecilia MllerLorran Ado Cesarino da RosaLucas Soares MondadoriLucas Zanotelli dos SantosMichely Marcia MartinsMonique Nunes de FreitasNathalie Vieira FozPatricia Carvalho do Prado Nogueira

    Coordenao do projetoProfessor Antnio Edsio Jungles, Dr.

    Superviso do projetoProfessor Rafael Schadeck, Ms. - GeralJairo Ernesto Bastos Krger - Adjunto

    Equipe de elaborao do atlasBruna Alinne ClasenDaniela Pr S. de SouzaDiane GuziDrielly Rosa NauEvandro RibeiroFrederico de Moraes RudorffGerly Mattos Snchez

    Lucas dos SantosMari Angela MachadoMichely Marcia MartinsPatricia de CastilhosRegiane Mara SbrogliaRita de Cassia DutraSarah Marcela Chinchilla Cartagena

    Projeto Grfco

    Alex-Sandro de SouzaDouglas Arajo VieiraEduardo Manuel de SouzaMarcelo Bezzi Mancio

    DiagramaoAlex-Sandro de SouzaAnnye Cristiny Tessaro (Lagoa Editora)Douglas Arajo VieiraEduardo Manuel de SouzaJos Antnio Pires NetoMarcelo Bezzi Mancio

    Priscila Stahlschmidt MouraRenato Zetehaku Araujo

    Thiago Hlse CarpesThiago Linhares BilckVincius Neto TruccoVlade Dalbosco

    Equipe de apoioEliane Alves BarretoJuliana Frandalozo Alves dos SantosLucas MartinsPaulo Roberto dos SantosValter Almerindo dos Santos

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    LISTA DE FIGURAS

    Figura 1 - Esquema do registro de desastres ...........................................................................................................................................................................................................................................................................................................8

    Figura 2 - Hierarquizao de Documentos ................................................................................................................................................................................................................................................................................................................9

    Figura 3 - Codicao dos documentos ociais digitalizados...........................................................................................................................................................................................................................................................................10

    Figura 4 - Trecho do rio Madeira em Porto Velho - RO .......................................................................................................................................................................................................................................................................................17

    Figura 5 - Alagamentos em Rondnia ........................................................................................................................................................................................................................................................................................................................25

    Figura 6 - Inundaes bruscas em Rondnia ...........................................................................................................................................................................................................................................................................................................25

    Figura 7 - Inundao gradual no Estado de Rondnia .........................................................................................................................................................................................................................................................................................29

    Figura 8 - Ponte comprometida com o aumento do nvel do rio, Rondnia ..............................................................................................................................................................................................................................................30

    Figura 9 - Propagao de incndios em Rondnia ................................................................................................................................................................................................................................................................................................35

    LISTA DE GRFICOS

    Grco 1 - Frequncia mensal de inundao brusca no Estado de Rondnia, perodo de 1991 a 2010 .........................................................................................................................................................................................26

    Grco 2 Mdias pluviomtricas em 1997, com base nos dados das Estaes Pluviomtricas da Agncia Nacional de guas (ANA), no Estado de Rondnia .........................................................................27

    Grco 3 Mdias pluviomtricas em 2010, com base nos dados das Estaes Pluviomtricas da Agncia Nacional de guas (ANA), no Estado de Rondnia .........................................................................27

    Grco 4 - Danos humanos ocasionados por inundao brusca no Estado de Rondnia, perodo de 1991 a 2010 .................................................................................................................................................................27

    Grco 5 - Frequncia mensal de inundao gradual no Estado de Rondnia, perodo de 1991 a 2010 .......................................................................................................................................................................................30

    Grco 6 - Mdias pluviomtricas, em 2009, com base nos dados das Estaes Pluviomtricas da Agncia Nacional de guas (ANA), no Estado de Rondnia ........................................................................30Grco 7 - Danos humanos ocasionados por inundaes graduais, no Estado de Rondnia, perodo de 1991 a 2010 ..........................................................................................................................................................30

    Grco 8 Frequncia mensal de eroso uvial no Estado de Rondnia, perodo de 1991 a 2010 .................................................................................................................................................................................................33

    Grco 9 - Danos humanos ocasionados por eroso uvial no Estado de Rondnia, perodo de 1991 a 2010 ..........................................................................................................................................................................34

    Grco 10 - Frequncia mensal de vendavais no Es tado de Rondnia, perodo de 1991 a 2010 ......................................................................................................................................................................................................35

    Grco 11 - Frequncia mensal de incndios no Estado de Rondnia, perodo de 1991-2010 ..........................................................................................................................................................................................................36

    Grco 12 - Mdias pluviomtricas em 1998, com base nos dados das Estaes Pluviomtricas da Agncia Nacional de guas (ANA), no Estado de Rondnia ......................................................................36

    Grco 13 Percentual dos desastres naturais mais recorrentes no Estado de Rondnia, durante o perodo de 1991 a 2010 ...........................................................................................................................................41

    Grco 14 - Frequncia Mensal dos desastres naturais mais recorrentes de Rondnia, no perodo de 1991 a 2010. ..............................................................................................................................................................41

    Grco 15 Municpios mais atingidos, classicados pelo maior nmero de registros por desastres naturais, no perodo de 1991 a 2010 .................................................................................................................42

    Grco 16 Total de danos humanos no Es tado de Rondnia, no perodo de 1991 a 2010 ..............................................................................................................................................................................................................42

    Grco 17 - Comparativo de registros de ocorrncia de desastres entre as dcadas de 1990 e 2000 ............................................................................................................................................................................................45

    Grco 18 - Total de registros coletados entre 1991 e 2010 .............................................................................................................................................................................................................................................................................45

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    LISTA DE INFOGRFICOS

    Infogrco 1 Municpios at ingidos por inundao brusca no Estado de Rondnia, perodo de 1991 2010 ...........................................................................................................................................................................26

    Infogrco 2 Municpios at ingidos por inundaes graduais em Rondnia, no perodo de 1991 a 2010 .................................................................................................................................................................................29

    Infogrco 3 Municpio atingido por eroso uvial, no Estado de Rondnia, no perodo de 1991 a 2010 ...............................................................................................................................................................................33

    Infogrco 4 - Municpios atingidos por vendavais no Estado de Rondnia, perodo de 1991 a 2010 ..........................................................................................................................................................................................34

    Infogrco 5 - Municpios atingidos por incndios orestais no Estado de Rondnia, perodo de 1991 a 2010 .......................................................................................................................................................................36

    LISTA DE MAPAS

    Mapa 1 - Mapa Poltico de Rondnia ..........................................................................................................................................................................................................................................................................................................................16

    Mapa 2 - Desastres naturais causados por inundao brusca em Rondnia no perodo de 1991 a 2010 ......................................................................................................................................................................................24

    Mapa 3 - Desastres naturais causados por inundao gradual em Rondnia no perodo de 1991 a 2010 ....................................................................................................................................................................................28

    Mapa 4 - Desastres naturais causados por eroso uvial, vendaval e/ou ciclone e incndio em Rondnia, no perodo de 1991 a 2010 .........................................................................................................................32

    Mapa 5 - Total de registros de desastres naturais por municpio de Rondnia, no perodo de 1991 a 2010 ...............................................................................................................................................................................38

    LISTA DE TABELAS

    Tabela 1 - Classicao dos desastres naturais quanto origem ....................................................................................................................................................................................................................................................................12

    Tabela 2 - Populao, taxa de crescimento, densidade demogrca e taxa de urbanizao, segundo as Grandes Regies do Brasil 2000/2010 .....................................................................................................18Tabela 3 - Populao, taxa de crescimento e taxa de populao urbana e rural, segundo a Regio Norte e Unidades da Federao 2000/2010 ....................................................................................................18

    Tabela 4 - Produto Interno Bruto per Capita, segundo a Regio Norte e Unidades da Federao 2004/2008 .........................................................................................................................................................................19

    Tabela 5 - Dcit Habitacional Urbano em relao aos domiclios particulares permanentes, segundo Brasil, Regio Norte e Unidades da Federao - 2008............................................................................19

    Tabela 6 - Distribuio percentual do Dcit Habitacional Urbano por Faixas de Renda Mdia Familiar Mensal, Segundo Regio Norte, Brasil e Estado de Roraima - FJP/2008.......................................20

    Tabela 7 - Pessoas de 25 anos ou mais de idade, total e respectiva distribuio percentual, por grupos de anos de estudo - Brasil, Regio Norte e Rondnia ..........................................................................20

    Tabela 8 - Taxa de fecundidade total, taxa bruta de natalidade, taxa bruta de mortalidade, taxa de mortalidade infantil e esperana de vida ao nascer, por sexo - Brasil, Regio Norte e Roraima 2009 ....20

    Tabela 9 - Registros de desastres naturais por evento, nos municpios de Rondnia, no perodo de 1991 a 2010 ...................................................................................................................................................................41

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    SUMRIO

    15

    23

    24

    28

    32

    INTRODUO

    O ESTADO DE RONDNIA

    DESASTRES NATURAIS EM RONDNIA DE 1991 A 2010

    INUNDAO BRUSCA

    INUNDAO GRADUAL

    EROSO FLUVIAL, VENDAVAL E/OU CICLONE E INCNDIO FLORESTAL

    DIAGNSTICO DOS DESASTRES NATURAIS NO ESTADO DE RONDNIA

    CONSIDERAES FINAIS

    37

    42

    11

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    Encontro das guas dos rios Pacas Novos e Mamor. Foto: Gerly Snchez.

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    11Atlas Brasileiro de Desastres Naturais | 1991 a 2010 | Volume Rondnia

    INTRODUO

    No Brasil, as informaes ociais sobre um desastre

    podem ocorrer pela emisso de dois documentos distintos, no

    obrigatoriamente dependentes: o Formulrio de Noticao

    Preliminar de Desastre (NOPRED) e/ou o Formulrio de Avaliao

    de Danos (AVADAN). Quando um municpio encontra-se emsituao de emergncia ou calamidade pblica, um representante

    da Defesa Civil do municpio preenche o documento e o envia

    simultaneamente para a Coordenadoria Estadual de Defesa Civil

    e para a Secretaria Nacional de Defesa Civil.

    Aps a emisso de um dos dois documentos, ocorre a

    ocializao da ocorrncia do desastre por meio de um Decreto

    Municipal exarado pelo Prefeito. Quando no possvel preencher

    um dos dois documentos, o Prefeito Municipal pode ocializar a

    ocorrncia de um desastre diretamente pela emisso do Decreto.

    Em seguida, ocorre a homologao do Decreto pela

    divulgao de uma Portaria no Dirio Ocial da Unio, emitida

    pelo Secretrio Nacional de Defesa Civil ou Ministro da Integrao

    Nacional, como forma de tornar pblica e reconhecida uma

    situao de emergncia ou um estado de calamidade pblica. A

    Figura 1 ilustra o processo de informaes para a ocializao de

    um registro de um desastre.

    Figura 1- Esquema do registro de desastres

    O Relatrio de Danos foi um documento para registro

    ocial utilizado pela Defesa Civil at meados de 1990, sendo

    substitudo, posteriormente, pelo AVADAN. Os documentos so

    armazenados em meio fsico, sendo o arquivamento dos mesmos

    responsabilidade das Coordenadorias Estaduais de Defesa Civil.

    A relevncia da pesquisa refere-se importncia que

    deve ser dada ao ato de registrar e armazenar, de forma precisa,integrada e sistemtica, os eventos adversos ocorridos no pas.

    At o momento da pesquisa no foram evidenciados bancos de

    dados ou informaes sistematizadas sobre o contexto brasileiro

    de ocorrncias e controle de desastres no Brasil.

    Assim, a pesquisa justica-se pela construo pioneira

    do resgate histrico e ressalta a importncia dos registros pelos

    rgos federais, distrital, estaduais e municipais de Defesa Civil,

    para que estudos abrangentes e discusses sobre as causas e

    intensidade dos desastres possam contribuir para a construo

    de uma cultura de proteo civil.

    Levantamento de Dados

    Entre outubro de 2010 a maio de 2011, pesquisadores

    do CEPED UFSC visitaram as 26 capitais brasileiras para obter os

    documentos ociais de registros de desastres disponibilizados

    pelas Coordenadorias Estaduais de Defesa Civil. Os

    pesquisadores tambm foram Secretaria Nacional de Defesa

    Civil para coletar os registros arquivados. Primeiramente, todas

    as Coordenadorias Estaduais receberam um ofcio da Secretaria

    Nacional de Defesa Civil comunicando o incio da pesquisa e

    solicitando a cooperao no levantamento dos dados.

    Como na maioria dos Estados os registros so realizadosem meio fsico e arquivados, os pesquisadores utilizaram como

    equipamento de apoio um scanner porttil para transformar em

    meio digital os documentos disponibilizados. Foram digitalizados

    os documentos datados entre 1991 e 2010, possibilitando o

    resgate histrico dos ltimos 20 anos de registros de desastres

    no Brasil. Os documentos ociais encontrados consistem em

    relatrio de danos, AVADANs, NOPREDs, decretos e portarias.

    Como forma de minimizar as lacunas de informaes

    foram coletados documentos em arquivos e banco de dados

    do Ministrio da Integrao Nacional e Secretaria Nacional de

    Defesa Civil, por meio de consulta de palavras-chave desastre,

    situao de emergncia e calamidade.

    Tratamento dos Dados

    Para compor a base de dados do Atlas Brasileiro de Desastrese a m de evitar a duplicidade de registros, os documentos foram

    selecionados de acordo com a escala de prioridade da Figura 2.

    Figura 2 Hierarquizao de Documentos

    INTRODUO

    Fonte:Prpria pesquisa, 2011.

    Fonte: Prpria pesquisa, 2011.

    Os documentos selecionados foram nomeados com

    base em um cdigo formado por 5 campos (Figura 3), que

    permitem a identicao da:

    1 Unidade Federativa

    2 Tipo do documento:

    A AVADANN NOPRED

    R Relatrio de danos

    P Portaria

    D Decreto municipal ou estadual

    O Outros documentos (tabelas, ofcios, etc.)3 Cdigo do municpio estabelecido pelo IBGE4 Codicao de desastres, ameaas e riscos (CODAR)5 Data de ocorrncia do desastre (ano/ms/dia). Quan-

    do no possvel identicar refere-se a data de homologao dodecreto ou elaborao do relatrio.

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    12Atlas Brasileiro de Desastres Naturais | 1991 a 2010 | Volume Rondnia

    Figura 3 - Codicao dos documentos ociais digitalizados

    Fonte: Prpria pesquisa, 2011.

    O Atlas Brasileiro de Desastres Naturais considera como

    fonte de informaes os documentos ociais relativos aos

    dezenove tipos de desastres naturais mencionados na Tabela

    1, considerados os principais eventos incidentes no pas. Esses

    Tabela 1- Classicao dos desastres naturais quanto origem

    A m de identicar discrepncias nas informaes, erros

    de digitao e demais falhas no processo de transferncia de

    dados, foram criados ltros de controle para vericao dos

    mesmos:

    1 - De acordo com a ordem de prioridade apresentada

    na Figura 2, os documentos referentes ao mesmo evento,

    emitidos com poucos dias de diferena, foram excludos paraevitar a duplicidade de registros;

    2 Os danos humanos foram comparados com a

    populao do municpio registrada no documento (AVADAN)

    para identicar discrepncias ou incoerncias de informaes.

    Quando identicada uma situao discrepante, adotou-se como

    critrio no considerar a informao na amostra, informando os

    dados no considerados na anlise dos documentos. A pesquisa

    no modicou os valores julgados como discrepantes.

    O levantamento de dados para o Estado de Rondnia

    identicou 142 documentos, sendo:

    Quadro 1 Total de documentos levantados do Estado de Rondnia

    desastres foram classicados em treze grupos, e, ao agrupar

    alguns deles, os registros foram somados. Foi considerada para

    este agrupamento a classicao quanto origem dos desastres

    determinada pela Codicao de Desastres, Ameaas e Riscos

    (CODAR), desenvolvida pela Defesa Civil Nacional.

    As informaes presentes nos documentos do banco de

    dados foram manualmente tabuladas em planilhas para permitira anlise e interpretao de forma integrada.

    O processo de validao dos documentos ociais foi realizado

    juntamente com as Coordenadorias Estaduais de Defesa Civil, por

    intermdio da Secretaria Nacional de Defesa Civil, com o objetivo de

    garantir a representatividade dos registros de cada Estado.

    1 2 3 4 5

    INTRODUO

    Fonte: Defesa Civil Nacional. Adaptado por CEPED UFSC, 2011.

    Fonte: Documentos ociais do Estado de Rondnia, 2011.

    Aps o processo de vericao de duplicidades, recorte

    histrico dos ltimos 20 anos (1991-2010) e seleo dos tipos de

    desastres considerados (Tabela 1) os documentos totalizaram

    33 registros de desastres, sendo:

    Quadro 2 Total de documentos considerados do Estado de Rondnia

    Fonte: Documentos ociais do Estado de Rondnia, 2011.

    No foram identicadas informaes discrepantes para

    o Estado de Rondnia, assim no houve a necessidade de

    desconsiderar dados.

    A VA DA N NO PRED Rel at r io Dec reto P or ta ri a O ut ro s T ot al

    13 2 9 5 77 36 142

    A VA DA N NO PRED Rel at r io Dec reto P or ta ri a O ut ro s T ot al

    13 5 0 1 12 2 33

    INTRODUO

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    13Atlas Brasileiro de Desastres Naturais | 1991 a 2010 | Volume Rondnia

    Produo de Mapas Temticos

    Com o objetivo de possibilitar a anlise dos dados,

    foram desenvolvidos mapas temticos para espacializar e

    representar a ocorrncia dos eventos. Utilizou-se a base de

    dados georreferenciada do Instituto Brasileiro de Geograa e

    Estatstica (IBGE, 2005), como referncia para a produo dosmapas. Assim, os mapas que compem a anlise dos dados por

    Estado, so:

    Mapa Poltico do Estado;

    Mapas temticos para cada tipo de desastre;

    Mapa temtico com o total de registros no Estado.

    Anlise dos Dados

    A partir dos dados coletados para cada Estado, foram

    desenvolvidos mapas, grcos e tabelas que possibilitaram

    construir um panorama espao-temporal sobre a ocorrncia de

    desastres. Quando encontradas fontes tericas que permitissem

    caracterizar os aspectos geogrcos do Estado, como clima,

    vegetao e relevo, as anlises puderam ser complementadas.

    Os aspectos socioeconmicos do Estado tambm compuseram

    uma fonte de informaes sobre as caractersticas locais.

    A anlise consiste na breve caracterizao dos aspectos

    geogrcos do Estado, avaliao dos registros de desastres e

    avaliao dos danos humanos relativos s ocorrncias, com a

    utilizao de mapas e grcos para elucidar a informao. Assim,

    as informaes do Atlas so apresentadas em trs captulos:

    Captulo 1 Apresentao do Estado, mapa poltico,

    aspectos geogrcos e demogrcos;Captulo 2 Anlise dos desastres naturais do Estado

    entre 1991-2010, mapas temticos e anlise de cada desastre

    ocorrido, grcos relacionados aos registros de desastres e

    danos humanos;

    Captulo 3 Diagnstico dos desastres naturais no

    Estado, mapa temtico contendo todos os registros desastres

    ocorridos entre 1991-2010 e grcos de todos os desastres

    recorrentes.

    A anlise apresenta uma descrio do contexto onde os

    eventos ocorreram e permitem subsidiar os rgos competentes

    para aes de preveno e reconstruo. Assim, o Atlas

    Brasileiro de Desastres Naturais consiste em uma fonte para

    pesquisas e consultas, pois rene informaes sobre os eventos

    adversos registrados no territrio nacional o que contribui para

    a construo de conhecimento.

    Limitaes da pesquisa

    As principais diculdades encontradas na pesquisa,

    foram: as condies de acesso, as lacunas de informaes por

    mau preenchimento, banco de imagens e referencial terico

    para a caracterizao geogrca de cada Estado, alm da

    armazenagem inadequada dos formulrios, muitos guardados

    em locais sujeitos a fungos e umidade.

    Por meio da realizao da pesquisa, evidenciaram-se

    algumas fragilidades quanto ao processo de gerenciamento das

    informaes sobre os desastres brasileiros, como:

    A ausncia de unidades e campos

    padronizados para as informaes declaradas

    pelos documentos;

    Ausncia de sistema de coleta sistmica e

    armazenamento dos dados;

    Cuidado quanto ao registro e integridade

    histrica;

    Diculdades na interpretao do tipo de

    desastre pelos responsveis pela emisso dos

    documentos;

    Diculdades de consolidao, transparncia eacesso aos dados.

    Cabe ressaltar que o aumento do nmero de registros a

    cada ano pode estar relacionado evoluo dos rgos de Defesa

    Civil quanto ao registro de desastres nos documentos ociais.

    Assim, acredita-se que pode haver carncia de informaes sobre

    os desastres ocorridos no territrio nacional, principalmente entre

    1991 e 2001, perodo anterior ao formulrio AVADAN.

    INTRODUO

  • 8/13/2019 Atlas Rondonia

    14/45

  • 8/13/2019 Atlas Rondonia

    15/45

    15Atlas Brasileiro de Desastres Naturais | 1991 a 2010 | Volume Rondnia

    O Estado de

    Rondnia

    O ESTADO DE RONDNIA

  • 8/13/2019 Atlas Rondonia

    16/45

    16Atlas Brasileiro de Desastres Naturais | 1991 a 2010 | Volume Rondnia

    !

    B o l i v i aB o l i v i a

    Porto Velho

    Guajar-Mirim

    Vilhena

    Ji-Paran

    NovaMamor

    Jaru

    Cacoal

    Buritis

    Cujubim

    Ariquemes

    So FranciscodoGuapor

    Machadinho D'Oeste

    Chupinguaia

    PimentaBueno

    Candeias do Jamari

    Parecis

    So MigueldoGuapor

    Alta Floresta D'OesteCostaMarques

    Seringueiras

    Pimenteiras do Oeste

    Cerejeiras

    Espigo D'Oeste

    Corumbiara

    Itapu do Oeste

    Vale do Anari

    Alto Paraso

    Cabixi

    Governador JorgeTeixeira

    Theobroma

    Alvorada D'Oeste

    Cacaulndia

    Rio Crespo

    Monte Negro

    Urup

    Campo Novo de Rondnia

    Presidente Mdici

    Rolim de Moura

    Miranteda Serra

    NovaUnio

    Castanheiras

    Alto Alegre dosParecis

    Ouro Preto do Oeste

    Coloradodo Oeste

    Vale do Paraso

    SantaLuzia D'Oeste

    Nova Brasilndia D'Oeste

    Ministro Andreazza

    Teixeirpolis

    NovoH orizonte do Oeste

    So Felipe D'OestePrimavera de Rondnia

    LESTE RONDONIENSE

    MADEIRA-GUAPORE

    A m a z o n a sA m a z o n a s

    M a t o G r o s s oM a t o G r o s s o

    A c r eA c r e

    59W

    59W

    61W

    61W

    63W

    63W

    65W

    65W

    67W

    67W

    8S 8S

    10S 10S

    12S 12S

    MAPA 1 - POLTICO DO ESTADO DE RONDNIA

    40W70W

    0

    30S

    MAPA DE LOCALIZAO DE RONDNIA NO BRASIL

    Convenes

    ! Capital

    Mesorregio

    Diviso Municipal

    Curso dgua1:75000000

    0 30 60 90 120 150 km

    1:3000000

    Projeo PolicnicaDatum: SIRGAS 2000Meridiano Central: 63 W. Gr.Paralelo de Referncia: 0

    Base cartogrfica digital: IBGE 2005.

    Dados de Desastres Naturais geradosa partir do levantamento do PlanejamentoNacional para Gesto do Risco - PNGRCEPED UFSC 2010/2011.

    Elaborado por Renato Zetehaku Araujo

    O ESTADO DE RONDNIA

    O ESTADO DE RONDNIA

  • 8/13/2019 Atlas Rondonia

    17/45

    17Atlas Brasileiro de Desastres Naturais | 1991 a 2010 | Volume Rondnia

    O ESTADO DE RONDNIA

    Caracterizao Geogrca

    Situado na Regio Norte do Brasil, Rondnia um

    estado bastante peculiar, congurado historicamente por uma

    economia extrativista de borracha e de madeira, por grandesrios como o Madeira e o Ji-Paran, e com uma diversicada

    migrao do sul do pas. Alm de polmicos problemas

    ambientais e polticos, como o Complexo Hidreltrico do Rio

    Madeira e explorao de pedras preciosas em terras indgenas,

    este Estado da Amaznia Legal tem riquezas abundantes e

    contrastes socioambientais.

    O Estado de Rondnia est inserido na parte ocidental

    da Amaznia brasileira, mais especicamente entre os paralelos

    758S e 1343S de latitude sul e entre os meridianos 5950W

    e 6648W de longitude oeste (GOVERNO DE RONDNIA,

    2003). Apresenta uma extenso territorial de 237.590,864 km

    (IBGE, 2010), divididos em 52 municpios. Limita ao norte com

    o Estado do Amazonas, a noroeste com o Estado do Acre,

    a oeste com a Bolvia e a leste e sul com o Estado do Mato

    Grosso.

    De acordo com o Mapa 1 (Mapa Poltico de

    Rondnia) Rondnia dividido geopoliticamente em duas

    mesorregies: Mesorregio Madeira-Guapor e Mesorregio

    Leste Rondoniense. A mesorregio Madeira-Guapor tem

    seu nome ligado construo do Forte Prncipe da Beira, no

    vale do rio Guapor, no sculo XVIII, que formou o primeiro

    ncleo habitacional na regio, e construo da estrada de

    ferro Madeira-Mamor, no sculo XX. A outra mesorregio foiadotada pelo desenvolvimento econmico agropecurio ao

    longo da rodovia federal BR-364 (CAVALCANTE, 2008).

    Circunscrita mesorregio do Madeira-Guapor, a

    capital do Estado, Porto Velho, possui, de acordo com o censo

    demogrco de 2010, uma populao de 428.527 habitantes

    (IBGE, 2010). A capital nasceu e cresceu das instalaes

    ferrovirias da Estrada de Ferro Madeira-Mamor, atravs

    da explorao de borracha e, posteriormente, de cassiterita

    e de ouro. Alm de Porto Velho, Rondnia possui outros

    municpios, com destaque para Ji-Paran, Vilhena, Ariquemes,

    Guajar-Mirim, Cacoal e Ouro Preto do Oeste (TAVERNARD,

    2009).

    O relevo do Estado de Rondnia varia de alguns

    metros acima do nvel do mar at altitudes acima de 1.000

    m. O ponto mais alto de Rondnia est localizado na Serrados Pacas Novos, com altitude de 1.126 m, denominado Pico

    Jaru. Rondnia possui ainda relevo de aspecto geomorfolgico

    variado, apresentando Plancie Amaznica, Depresso do

    Solimes, Depresso Interplanltica da Amaznia Meridional,

    Planalto Residual da Amaznia Meridional, Planalto dos

    Parecis, Depresso do Guapor e Plancie e Pantanal do

    Guapor (BRASIL, 1978). A plancie Amaznica, dentro do

    Estado, estende-se desde o extremo Norte, nos limites com o

    Estado do Amazonas, e se prolonga nas direes Sul-Sudeste,

    at encontrar as primeiras ramicaes das chapadas dos

    Parecis e Encosta Setentrional (BRASIL, 1978). Encontra-se

    neste domnio a capital do Estado, Porto Velho.

    A Depresso da Amaznia Meridional - ocupa parte

    de alguns municpios, como Alta Floresta dOeste, Alto Alegre

    dos Parecis, Alto Paraso, Alvorada dOeste, Ariquemes, Buritis,

    Cacaulndia, Cacoal, Campo Novo de Rondnia, Candeias

    do Jamari, Castanheiras, Costa Marques, Espigo dOeste,

    Governador Jorge Teixeira e Guajar-Mirim (Mapa 1).

    Ocupando reas localizadas na Serra dos Pacas Novos

    e Serra dos Uopians, esto os municpios de Alvorada dOeste,

    Campo Novo de Rondnia, Costa Marques, Governador Jorge

    Teixeira, Guajar-Mirim, Mirante da Serra, Monte Negro, Nova

    Brasilndia, Pimenta Bueno e Vilhena. O Planalto Residual daAmaznia Meridional apresenta uma altimetria relativa em

    torno dos 200 m. Abrange cerca de 75.520 km, constitui uma

    superfcie rebaixada, entalhada por drenagem incipiente que

    proporciona uma dissecao do relevo em colinas e intervios

    tabulares (BRASIL, 1978).

    O Planalto dos Parecis ocupa reas localizadas nos

    municpios de Alta Floresta dOeste, Alto Alegre dos Parecis,

    Colorado do Oeste, Corumbiara, Cerejeiras, Chupinguaia, Nova

    O ESTADO DE RONDNIA

    Brasilndia dOeste, Parecis, Rolim de Moura, Pimenta Bueno,

    Santa Luzia dOeste e Vilhena. De acordo com Radam Brasil

    (1978), possui uma altimetria relativa em torno de 350 m,

    constitudo por arenitos paleozicos e se encontra revestido

    por uma associao vegetal de oresta e savana.

    O clima predominante no Estado de Rondnia o

    tropical, mido e quente, durante todo o ano, com considervel

    amplitude trmica durante os dias do inverno. Segundo a

    classicao climtica de Kppen, o Estado possui um clima do

    tipo Aw Clima Tropical Chuvoso, com temperaturas mdiasno ms mais frio superior a 18C, alm de um perodo seco bem

    denido tambm durante o inverno. A mdia climatolgica da

    precipitao pluvial anual varia entre 1.400 e 2.500 mm/ano.

    A mdia anual da temperatura do ar ca entre 24C e 26C,

    com temperatura mxima entre 30C e 34C, e a mnima entre

    17C e 23C. Soma-se a isso a umidade relativa do ar, que ca

    entre 80% a 90%, no vero, e 75%, durante o outono e inverno

    (GOVERNO DE RONDNIA, 2003).

    Figura 4 Trecho do rio Madeira em Porto Velho - RO

    18 O ESTADO DE RONDNIA

  • 8/13/2019 Atlas Rondonia

    18/45

    18Atlas Brasileiro de Desastres Naturais | 1991 a 2010 | Volume Rondnia

    O perodo chuvoso ocorre de outubro a abril, e o

    perodo mais seco em junho, julho e agosto. Maio e setembro

    so meses de transio (GOVERNO DE RONDNIA, 2003). Por

    m, o Estado no sofre grande inuencia do mar ou da altitude

    em relao ao seu tipo climtico.

    A cobertura vegetal de Rondnia reconhecida pela

    grande biodiversidade de espcies. Isto ocorre por ser umarea de transio entre o domnio geomorfolgico do Brasil

    Central e o domnio geomorfolgico Amaznico (GOVERNO

    DE RONDNIA, 2003), e aos fatores climticos locais. Sendo

    assim, congrega trs importantes biomas: Floresta Amaznica,

    Pantanal e Cerrado.

    As conguraes geomorfolgicas de Rondnia, bem

    como os ciclos de cheia dos rios e o fator climtico contribuem

    decisivamente para a formao vegetal local.

    De acordo com esses condicionantes, pode-se

    vericar - segundo a Secretaria de Estado do Desenvolvimento

    Ambiental Rondnia oito tipologias de composio vegetal:

    Floresta Ombrla Aberta tipo dominante no Estado, com55% da rea total da vegetao; Floresta Ombrla Densa

    ou Floresta Amaznica, com 4% da vegetao do Estado;

    Floresta Estacional Semidecidual, com 2% do total do Estado;

    Floresta de Transio ou Contato, ocupando cerca de 8% do

    Estado; Cerrado; Formao Pioneira; Campinarana; e Umirizal

    (GOVERNO DE RONDNIA, 2003).

    Quanto rede hidrogrca, os principais rios do

    Estado, so: Madeira, Machado (ou Ji-Paran), Mamor,

    Guapor e Jamari. Dentre esses, destaca-se o rio Madeira, com

    aproximadamente 1.056 km de extenso, se apresentando,

    geralmente, com mais de 500 m de largura. Nasce daconuncia dos rios Mamor e Beni, atravessa o Estado a

    noroeste e torna-se totalmente navegvel a partir da cachoeira

    de Santo Antnio, nas proximidades da cidade de Porto Velho,

    at sua foz no rio Amazonas (GOVERNO DE RONDNIA, 2003).

    A hidrograa estadual rondoniense composta pelo rio

    Madeira, seus tributrios, e os lagos de vrzea que interagem com

    os rios, fazendo parte da grande bacia Amaznica. Isto ocorre em

    funo da disposio das chapadas dos Parecis e Pacas Novos,

    com sentido predominante de sudeste a oeste, formando o

    grande divisor da drenagem supercial a nvel estadual.

    Dados Demogrcos

    Rondnia o terceiro estado mais populoso da

    Regio Norte, com uma populao de 1.560,501 habitantes e

    densidade demogrca de 6,58 hab/km (Tabelas 2 e 3).

    2000 2010

    BRASIL 169.799.170 190.732.694 12,33% 22,43 84,36%

    Regio Norte 12.900.704 15.865.678 22,98% 4,13 73,53%

    Rondnia 1.379.787 1.560.501 13,10% 6,58 73,22%

    Acre 557.526 732.793 31,44% 72,61 27,39%

    Amazonas 2.812.557 3.480.937 23,76% 79,17 20,83%

    Roraima 324.397 451.227 39,11% 76,41 23,59%

    Par 6.192.307 7.588.078 22,54% 65,77 34,23%

    Amap 477.032 668.689 40,18% 89,81 10,19%

    Tocantins 1.157.098 1.383.453 19,56% 78,81 21,19%

    Abrangncia Geogrfica

    Populao Taxa de

    Crescimento

    (2000 a 2010

    Densidade

    Demogrfica

    (2010) (hab/km)

    Taxa de Pop.

    Urbana (2010)

    2000 2010

    Brasil 169,799,170 190,732,694 12.33% 84% 15.70%

    Regio Norte 12,900,704 15,865,678 22.98% 78% 22.10%

    Rondnia 1,379,787 1,560,501 13.10% 73% 26.78%

    Acre 557,526 732,793 31.44% 73% 27.39%

    Amazonas 2,812,557 3,480,937 23.76% 79% 20.83%

    Roraima 324,397 451,227 39.11% 76% 23.59%

    Par 6,192,307 7,588,078 22.54% 66% 24.23%

    Amap 477,032 668,689 40.18% 90% 10.19%

    Tocantins 1,157,098 1,383,453 19.56% 79% 21.19%

    Taxa de Populao

    Urbana (2010)

    Taxa de Populao

    Rural (2010)Abrangncia Geogrfica

    Populao Crescimento

    (2000-2010)

    Com relao densidade demogrca, a Regio Norte

    considerada a mais baixa do Brasil, com 4,13 hab/km. A

    Regio Norte, no entanto, se destaca das outras regies do

    pas com uma taxa de crescimento populacional de 22,98%,no perodo de 2000 a 2010, acima inclusive da percentagem

    nacional de 12,33%. J a taxa de crescimento populacional do

    Estado de Rondnia atingiu 13,1%, no perodo de 2000 a 2010,

    superior taxa nacional e abaixo da regional ( Tabela 2).

    Tabela 2- Populao, taxa de crescimento, densidade demogrca e taxa de urbanizao, segundo as Grandes Regies do Brasil 2000/2010

    Fonte: Censo Demogrco de 2000 e 2010 (IBGE, 2010).

    Tabela 3- Populao, taxa de crescimento e taxa de populao urbana e rural, segundo a Regio Norte e Unidades da Federao 2000/2010

    Fonte: Censo Demogrco de 2000 e 2010 (IBGE, 2010).

    O ESTADO DE RONDNIA

    19O ESTADO DE RONDNIA

  • 8/13/2019 Atlas Rondonia

    19/45

    19Atlas Brasileiro de Desastres Naturais | 1991 a 2010 | Volume Rondnia

    As tendncias evolutivas observadas da taxa de

    crescimento com relao populao da Regio Norte,

    no perodo de 2000 a 2010, denotam que a mesma tem se

    destacado, historicamente, por apresentar taxas quase sempremais elevadas do que as do Brasil.

    A populao rondoniense predominantemente

    urbana, representada por uma taxa de 73,22% dos habitantes,

    em contrapartida com a taxa de populao rural de 26,78%.

    Comparando as taxas de Rondnia com os demais estados daRegio Norte e do Brasil, verica-se que todos tm populao

    predominantemente urbana (Tabela 3).

    Produto Interno Bruto1

    O PIB per capita do Estado de Rondnia, segundo

    dados da Tabela 3, cresceu 66,14%, entre 2004 e 2008, muito

    mais que a Regio Norte, em torno de 53%, e a mdia do Brasil,

    em torno de 50%.

    No ano de 2008, era de R$11.976,71, maior que a

    mdia regional - R$10.216,43 - e menor que a mdia nacional- R$15.989,75. O PIB per capita de Rondnia, de maneira geral,

    foi um dos mais elevados da Regio Norte, de 2004 a 2008.

    Ficou abaixo apenas do Estado de Amazonas, com R$14.014,13.

    Neste mesmo espao de tempo, apresentou a maior taxa de

    variao entre os estados da Regio Norte - 66,14%, inclusive,

    acima dos percentuais regional 52,94%, e nacional, 49,55%

    (Tabela 4).

    Indicadores Sociais Bsicos

    Dcit Habitacional no Brasil2

    No Brasil, em 2008, o dcit habitacional estimado, que

    engloba aquelas moradias sem condies de serem habitadas

    em razo da precariedade das construes ou do desgaste

    da estrutura fsica, correspondeu a 5.546.310 de domiclios,

    dos quais 4.629.832 esto localizados nas reas urbanas. Em

    relao ao estoque de domiclios particulares permanentes do

    pas, o dcit corresponde a 9,6%. No Estado de Rondnia, o

    dcit habitacional estimado de 31.229 domiclios, dos quais

    29.609 esto localizados nas reas urbanas e 1.620 nas reas

    rurais (Tabela 5).

    Em relao ao estoque de domiclios particularespermanente do Estado, o dcit corresponde a 6,9%. o

    percentual mais baixo da regio, se comparado aos percentuais

    de domiclios particulares dos demais estados, conforme

    Tabela 5.

    Dcit Habitacional Urbano em 2008, segundo faixas de

    renda familiar em salrios mnimos

    A anlise dos dados refere-se faixa de renda mdia

    familiar mensal em termos de salrios mnimos sobre o dcit

    habitacional. O objetivo destacar os domiclios urbanos

    PIB - Produto Interno Bruto: Total dos bens e servios produzidos pelas unidades produtorasresidentes destinados ao consumo nal sendo, portanto, equivalente soma dos valores adi -cionados pelas diversas atividades econmicas acrescida dos impostos, lquidos de subsdios,sobre produtos.

    2Dcit Habitacional: o conceito de dcit habitacional utilizado est ligado diretamente sdecincias do estoque de moradias. Inclui ainda a necessidade de i ncremento do estoque, emfuno da coabitao familiar forada (famlias que pretendem constituir um domicilio unifami-liar), dos moradores de baixa renda com diculdade de pagar aluguel e dos que vivem em casase apartamentos alugados com grande densidade. Inclui-se ainda nessa rubrica a moradia emimveis e locais com ns no residenciais. O dcit habitacional pode ser entendido, portanto,como dcit por reposio de estoque e dcit por incremento de estoque. O conceito de do-miclios improvisadosengloba todos os locais e imveis sem ns residenciais e lugares queservem como moradia alternativa (imveis comerciais, embaixo de pontes e viadutos, carcaasde carros abandonados e barcos e cavernas, entre outros), o que indica claramente a carncia denovas unidades domiciliares. Fonte: Fundao Joo Pinheiro/ Dcit Habitacional no Brasil/2008.

    2004 2005 2006 2007 2008

    Taxa de

    Variao

    2004/2008

    Brasil 10.692,19 11.658,10 12.686,60 14.464,73 15.989,75 49,55%

    Norte 6.679,93 7.241,49 7.987,81 9.134,62 10.216,43 52,94%

    Rondnia 7.208,59 8.395,74 8.389,21 10.319,98 11.976,71 66,14%Acre 6.251,21 6.693,56 7.040,86 8.789,49 9.896,16 58,31%

    Amazonas 9.657,97 10.316,30 11.826,21 13.042,83 14.014,13 45,10%

    Roraima 7.360,85 8.124,58 9.074,35 10.534,08 11.844,73 60,92%

    Par 5.191,52 5.612,32 6.240,05 7,006,81 7.992,71 53,96%

    Amap 7.026,17 7.334,93 8.542,94 10.253,74 11.032,67 57,02%

    Tocantins 6.555,94 6.939,34 7.206,34 8,920,73 10.223,15 55,94%

    PIB PER CAPITA EM R$

    Abrangncia Geogrfica

    Tabela 4- Produto Interno Bruto per Capita, segundo a Regio Norte e Unidades da Federao 2004/2008

    Fonte: IBGE, 2004/2008.

    Tabela 5 - Dcit Habitacional Urbano em relao aos domiclios particu-lares permanentes, segundo Brasil, Regio Norte e Unidades da Federao- 2008

    Fonte: Dcit Habitacional no Brasil 2008 (BRASIL, 2008, p.31).

    O ESTADO DE RONDNIA

    Brasil 5.546.310 4.629.832 916.478 9,60%

    Norte 555.130 448.072 107.058 13,80%

    Rondnia 31.229 29.609 1.620 6,90%

    Acre 19.584 17.370 2.214 10,50%

    Amazon as 132 .2 24 120 .3 63 11.86 1 1 7,1 0%

    Roraima 13.969 13.333 636 12,00%

    Par 284.166 217.408 66.758 14,70%

    Amap 14.277 13.223 1.054 8,70%

    Tocantins 59.681 36.766 22.915 15,80%

    Abrangncia

    Geogrfica

    Dficit Habitacional - Valores Absolutos 2008

    Total Urbano Rural

    Percentual em

    Relao aos

    Domiclios

    Particulares e

    Permanentes

    20 O ESTADO DE RONDNIA

  • 8/13/2019 Atlas Rondonia

    20/45

    20Atlas Brasileiro de Desastres Naturais | 1991 a 2010 | Volume Rondnia

    precrios e sua faixa de renda, alvo preferencial de polticas

    pblicas que visem melhoria das condies de vida da

    populao mais vulnervel.

    No Estado de Rondnia, as desigualdades sociais so

    expressas pelos indicadores do dcit habitacional, segundo a

    faixa de renda. Os dados mostram que a renda familiar mensal

    muito baixa, em que 87,3% das famlias recebem uma renda

    mensal de at 3 salrios mnimos. Na Regio Norte representa

    88,6%, enquanto a mdia no Brasil de 89,6% das famlias

    (Tabela 6).

    Escolaridade

    A mdia de anos de estudo do segmento etrio, que

    compreende as pessoas acima de 25 anos ou mais de idade,

    revela a escolaridade de uma sociedade, segundo IBGE (2010).

    O limitado indicador de escolaridade no Estado de

    Rondnia pode ser visto pelos percentuais de analfabetos(16%), de analfabetos funcionais (13,7%), ou seja, pessoas com

    at 3 anos de estudos, e os de baixa escolaridade (25,8%),

    compondo um indicador formado pelos sem escolaridade, com

    Tabela 6 - Distribuio percentual do Dcit Habitacional Urbano por Fai-xas de Renda Mdia Familiar Mensal, Segundo Regio Norte, Brasil e Esta-do de Roraima - FJP/2008

    Tabela 7- Pessoas de 25 anos ou mais de idade, total e respectiva distri-buio percentual, por grupos de anos de estudo - Brasil, Regio Norte eRondnia

    Fonte: Pesquisa Nacional por Amostra de Domiclios (IBGE, 2009a).

    Fonte: Dcit Habitacional no Brasil 2008 (BRASIL, 2008).

    Tabela 8- Taxa de fecundidade total, taxa bruta de natali dade, taxa bruta de mortalidade, taxa de mortalidade infantil e esperana de vida ao nascer, porsexo - Brasil, Regio Norte e Roraima 2009

    Fonte: Sntese dos Indicadores Sociais (IBGE, 2009b).

    3No Brasil, o aumento de esperana de vida ao nascer, em combinao com a queda do nvelgeral de fecundidade, resulta no aumento absoluto e relativo da populao idosa. A t axa defecundidade total corresponde ao nmero mdio de lhos que uma mulher teria no nal doseu perodo frtil. Essa taxa, no Brasil, vem diminuindo nas ltimas dcadas, e sua reduoreete a mudana que vem ocorrendo no processo de urbanizao e na entrada da mulher nomercado de trabalho.

    O ESTADO DE RONDNIA

    At 3 3 a 5 5 a 10Mais de

    10Total

    Brasil 89.6% 7.0% 2.8% 0.6% 100%Norte 88.6% 7.8% 3.0% 0.6% 100%

    Rondnia 87.3% 8.5% 4.2% 0.7% 100%

    Abrangncia

    Geogrfica

    Faixas de Renda Mdia Familiar Mensal

    (Em Salrio Mnimo)

    Brasil 111.952 12,90% 11,80% 24,80%

    Norte 7.745 14,90% 13,90% 23,50%

    Rondnia 817 16,00% 13,70% 25,80%

    Total (1.000

    pessoas)

    Sem

    Instruo e

    Menos de 1

    ano de

    Estudo

    1 a 3 anos 4 a 7 anos

    Abrangncia

    Geogrfica

    Pessoas de 25 anos ou mais de idade

    Distribuio percentual, por grupos de

    anos de estudo

    Total Homens Mulheres

    Brasil 1,94% 15,77% 6,27% 22,50% 73,10 69,40 77,00

    Norte 2,51% 20,01% 4,86% 23,50% 72,20 69,30 75,10

    Rondnia 2,32% 18,40% 5,15% 22,40% 71,80 69,10 74,70

    Acre 2,96% 23,94% 4,98% 28,90% 72,00 69,40 74,70

    Amazonas 2,38% 20,16% 4,45% 24,30% 72,10 69,20 75,30

    Roraima 2,20% 28,78% 4,84% 18,10% 70,60 68,10 73,20

    Par 2,51% 18,88% 4,86% 13,00% 72,50 69,60 75,50

    Amap 2,87% 27,96% 4,77% 22,50% 71,00 67,20 75,00

    Tocantins 2,60% 18,45% 5,49% 25,60% 71,90 69,60 74,20

    Abrangncia Geogrfica

    Esperana de Vida ao NascerTaxa de

    Fecundidade

    Total

    Taxa Bruta

    de

    Natalidade

    Taxa Bruta

    de

    Mortalidade

    Taxa de

    Mortalidade

    Infantil

    muito baixa e baixa escolaridade, que, na soma, corresponde a

    55,5% do total da populao acima de 25 anos. Neste aspecto,

    o Estado de Rondnia continua atrasado com relao aos

    indicadores da Regio Norte e da mdia brasileira ( Tabela 7).

    Esperana de Vida ao Nascer3

    No Estado de Rondnia, a situao que mais chama

    ateno a taxa de mortalidade, que de 5,15%, apresentando

    uma taxa acima de outros Estados da Regio Norte, de

    4,86%. Outro aspecto relevante, refere-se baixa esperana

    de vida ao nascer, mais dos homens do que das mulheres, eaproximadamente dois anos a menos que a mdia nacional.

    Tendncia, essa, reproduzida nos demais Estados do norte

    brasileiro, conforme a Tabela 8.

    De maneira geral, o Estado de Rondnia apresenta um

    quadro de indicadores demogrco e econmico satisfatrio.

    Entretanto, a combinao entre o crescimento da economia e

    os programas sociais do governo, ainda no permite evidenciar

    a reduo da pobreza e consequente reduo dos indicadores

    de vulnerabilidades.

    21O ESTADO DE RONDNIA

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    21Atlas Brasileiro de Desastres Naturais | 1991 a 2010 | Volume Rondnia

    REFERNCIAS

    BRASIL. Ministrio das Cidades. Secretaria Nacional de Habitao.Dcit habitacional no Brasil 2008.Braslia: Fundao JooPinheiro, Centro de Estatstica e Informaes. 2008. 129p. (ProjetoPNUD-BRA-00/019 Habitar Brasil BID). Disponvel em:. Acesso em: 19 de set. 2011.

    BRASIL. Ministrio das Minas e Energia. Secretaria-Geral.Projeto RADAMBRASIL. Folha SC. 20 Porto Velho: geologia,geomorfologia, solos, vegetao e uso potencial da terra. Rio deJaneiro: IBGE/DNPM, 1978. 663p.

    CAVALCANTE, Fbio Robson Casara. Formao Econmicae Desigualdade Intrarregional do Estado de Rondnia. In:SEMINRIO INTERNACIONAL AMAZNIA E FRONTEIRAS DOCONHECIMENTO - NAEA - Ncleo de Altos Estudos Amaznicos,UFPA. 2008. Disponvel em . Acesso em: 22 de set. 2011.

    GOVERNO DE RONDNIA. Secretaria de Estado doDesenvolvimento Ambiental SEDAM. Atlas Geoambiental de

    Rondnia. 2003. Disponvel em: . Acesso em:20 de set.2011.IBGE - INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATSTICA.Contas regionais do Brasil 2004 - 2008. Tabela 4 - ProdutoInterno Bruto a preos de mercado per capita , segundo GrandesRegies e Unidades da Federao - 2003-2007. 2008. Disponvelem: . Acesso em 19 de set.2011.

    IBGE - INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATSTICA.Pesquisa nacional por amostra de domiclios 2009. 2009a.Disponvel em: . Acesso em: 05 set.

    2011.

    IBGE - INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATSTICA.Sinopse do Censo Demogrco 2010. 2010. Disponvel em:. Acesso em: 05 set. 2011.

    IBGE - INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATSTICA.Sntese de indicadores sociais: uma anlise das condiesde vida da populao brasileira. Rio de Janeiro: IBGE, 2009b.(Estudos e Pesquisas: Informao Demogrca e Socioeconmica,

    26). Disponvel em: . Acesso em: 10 set.2011.

    TAVERNARD, Sidney Rivero; LISBOA ,Teresinha Covas.

    Desenvolvimento sustentvel e empreendedorismo: obeneciamento e comercializao de sementes da Amaznia nomunicpio de Porto Velho, RO. In: SIMPSIO DE EXCELNCIA EMGESTO E TECNOLOGIA, 6., Resende. Anais... Resende: AEDB, 2009.Disponvel em: . Acesso em: 22 de set.2011.

    O ESTADO DE RONDNIA

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  • 8/13/2019 Atlas Rondonia

    23/45

    Fonte: Acervos das Coordenadorias Estaduais de Defesa Civil dos Estados de Alagoas e Pernambuco, 2011.

    Desastres Naturaisem Alagoas de 1991 a 2010

    Desastres Naturais emRondnia de 1991 a 2010

    Fonte: Acervos das Coordenadorias Estaduais de Defesa Civil dos Estados de Alagoas e Pernambuco.

    24 INUNDAO BRUSCA

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    24Atlas Brasileiro de Desastres Naturais | 1991 a 2010 | Volume Rondnia

    B o l i v i aB o l i v i a

    PortoVelho

    Guajar-Mirim

    Ji-Paran

    Cacoal

    Buritis

    AltaF loresta D'OesteCosta Marques

    Espigo D'Oeste

    Vale do Anari

    Rolim de Moura

    Coloradodo Oeste

    Vale do Paraso

    NovaBrasilndiaD'Oeste

    A m a z o n a sA m a z o n a s

    M a t o G r o s s oM a t o G r o s s o

    A c r eA c r e

    59W

    59W

    61W

    61W

    63W

    63W

    65W

    65W

    67W

    67W

    8S 8S

    10S 10S

    12S 12S

    MAPA 2 - DESASTRES NATURAIS CAUSADOS POR INUNDAO BRUSCAEM RONDNIA NO PERODO DE 1991 A 2010

    Convenes

    Mesorregio

    Diviso Municipal

    Curso dgua

    0 30 60 90 120 150 km

    1:3000000

    Nmero deregistros

    1

    2

    3

    Projeo PolicnicaDatum: SIRGAS 2000Meridiano Central: 63 W. Gr.Paralelo de Referncia: 0

    Base cartogrfica digital: IBGE 2005.

    Dados de Desastres Naturais geradosa partir do levantamento do PlanejamentoNacional para Gesto do Risco - P NGRCEPED UFSC 2010/2011.

    Elaborado por Renato Zetehaku Araujo

    25INUNDAO BRUSCA

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    25Atlas Brasileiro de Desastres Naturais | 1991 a 2010 | Volume Rondnia

    DESASTRES NATURAIS EM RONDNIA DE 1991 A2010

    INUNDAO BRUSCA

    Inundaes bruscas e alagamentos compem o grupo

    de desastres naturais relacionados com o incremento dasprecipitaes hdricas e com as inundaes. So provocadas

    por chuvas intensas e concentradas em locais de relevo

    acidentado ou mesmo em reas planas, caracterizando-se por

    rpidas e violentas elevaes dos nveis das guas, as quais

    escoam de forma rpida e intensa. Nessas condies, ocorre

    um desequilbrio entre o continente (leito do rio) e o contedo

    (volume caudal), provocando transbordamento (CASTRO,

    2003).

    Os alagamentos, tambm includos nesta classicao

    do Atlas, caracterizam-se pelas guas acumuladas no leito

    das ruas e nos permetros urbanos decorrentes de fortes

    precipitaes pluviomtricas, em cidades com sistemas dedrenagem decientes, podendo ter ou no relao com

    processos de natureza uvial (MIN. CIDADES; IPT, 2007).

    Canholi (2005) explica que a drenagem urbana das grandes

    metrpoles foi, durante muitos anos, abordada de maneira

    acessria, e somente em algumas metrpoles considerado

    fator preponderante no planejamento da sua expanso. Dessa

    forma, assiste-se atualmente a um conjunto de eventos trgicos

    a cada perodo de chuvas, que se reproduzem em acidentes de

    caractersticas semelhantes em reas urbanas de risco em todo

    Pas - vales inundveis e encostas erodveis - inexistindo, na

    quase totalidade de municpios brasileiros, qualquer polticapblica para equacionamento prvio do problema (BRASIL,

    2003).

    Conforme Castro (2003), comum a combinao dos

    fenmenos de inundao brusca (enxurrada) e alagamento em

    reas urbanas acidentadas, como ocorre no Rio de Janeiro,

    Belo Horizonte e em cidades serranas, causando danos ainda

    mais severos.

    No h unanimidade na distino dos tipos de inundao.

    Diversas vezes as inundaes graduais so registradas como

    inundaes bruscas e vice-versa. Isto nem sempre devido

    falta de conhecimento, mas diculdade de identicao

    do fenmeno em campo e ambiguidade das denies

    existentes. Alm dos problemas tipicamente conceituais e

    etimolgicos, algumas caractersticas comportamentais so

    similares para ambas s inundaes, ou seja, ocorrem tantonas inundaes bruscas como nas graduais (KOBIYAMA et al.,

    2006).

    Esses tipos de fenmenos so bastante recorrentes

    em vrias regies do pas. No caso do Estado de Rondnia,

    somam-se 17 registros ociaisde desastres por inundaes

    bruscas e alagamentos, na escala temporal de vinte anos.

    Ao espacializar os eventos no Mapa 2 (Desastres

    naturais causados por inundao brusca em Rondnia no

    perodo de 1991 a 2010), verica-se que o municpio de Alta

    Floresta DOeste foi o mais atingido, com o total de 3 registros.

    Ji-Paran e Cacoal, registraram 2 ocorrncias, enquanto Porto

    Velho, Guajar-Mirim, Costa Marques, Buritis, Vale do Anari,Espigo DOeste, Colorado do Oeste, Vale do Paraso, Rolim

    de Moura e Nova Brasilndia DOeste, apresentaram apenas 1

    ocorrncia, cada.

    O fenmeno mais recorrente na Mesorregio Leste

    Rondoniense, com 13 registros, distribudos em 9 municpios

    afetados (Mapa 2). De acordo com o mapa das isoietas do

    Estado (SILVA, 2011), a precipitao mdia anual aumenta do

    sudoeste, em torno de 1.400 mm, em direo ao extremo norte,

    com valores superiores a 2.500 mm. No Leste Rondoniense,

    as mdias anuais apresentam essa mesma variao, e mais de

    90% dos acumulados precipitam na estao chuvosa.

    Segundo o Infogrco 1 (Municpios atingidos por

    inundaes bruscas), os anos com maior recorrncia desses

    eventos adversos, foram: 1997 e 2010, ambos com 3 registros

    ociais. Na sequncia, os anos de 1996, 2005, 2006 e 2009,

    com 2 registros em cada ano.

    Os municpios em que os registros so espacializados,

    so locais onde os principais fenmenos atmosfricos ou

    mecanismos dinmicos que atuam no regime pluvial do

    Figura 5 Alagamentos em Rondnia

    Fonte: Coordenadoria Estadual de Defesa Civil de Rondnia.

    Estado de Rondnia so incisivos. Tais sistemas que regem otempo e o clima da Regio Norte do Brasil, so: a ZCIT (Zona

    de Convergncia Intertropical), as Linhas de Instabilidade

    (LIs) e circulao de brisa martima, a penetrao de sistemas

    Figura 6 Inundaes bruscas em Rondnia

    Fonte: Coordenadoria Estadual de Defesa Civil de Rondnia.

    26 INUNDAO BRUSCA

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    26Atlas Brasileiro de Desastres Naturais | 1991 a 2010 | Volume Rondnia

    frontais, o deslocamento da ASAS/ASAN (Alta Subtropical

    do Atlntico Sul/Alta Subtropical do Atlntico Norte), e a

    Alta da Bolvia (QUADRO et al., 1996). Estes sistemas, por sua

    vez, podem interagir com Distrbios Ondulatrios de Leste e

    outros mecanismos de escala regional, como o vapor dgua

    da Floresta Amaznica e a Cordilheira dos Andes, e de escala

    global, comoEl Nio, La Nia, e o Dipolo do Atlntico Tropical.O deslocamento sazonal da ZCIT exerce grande

    inuncia na distribuio espacial e temporal de chuvas na

    Regio Norte do Brasil. A mudana progressiva da estao

    chuvosa de janeiro-fevereiro-maro, no sul da Amaznia, para

    abril-maio-junho, acompanha a migrao anual da conveco

    profunda associada ZCIT. Os ventos de alsio interagem com

    a Cordilheira dos Andes formando convergncia em baixos

    nveis e precipitaes intensas (QUADRO et al., 1996).

    Sendo assim, a inuncia da dinmica climtica sobre

    o Estado, somada ao relevo plano e s reas urbanas com

    ocupaes desordenadas e inecientes sistemas de drenagem

    das guas precipitadas, permitem o cenrio de alagamentos ede inundaes bruscas em Rondnia.

    O perodo chuvoso ocorre entre os meses de outubro

    Grco 1 - Frequncia mensal de inundao brusca no Estado de Rondnia,perodo de 1991 a 2010

    10

    8

    10

    12

    Frequncia mensal de inundao brusca

    (1991 a 2010)

    2 3

    1 1

    0

    2

    4

    6

    jan fev mar abr mai jun jul ago set out nov dez

    Fonte: Documentos ociais do Estado de Rondnia, 2011.

    a abril, e o perodo mais seco em junho, julho e agosto. Maio e

    setembro so considerados meses de transio (SILVA, 2011).

    Ao analisar a frequncia mensal dos eventos, h

    predominncia de registros entre os meses de janeiro e abril,

    com destaque para maro, com o total de 10 ocorrncias, de

    acordo com o Grco 1 (Frequncia mensal de inundao

    brusca 1991-2010).Se considerarmos os Grcos 2 e 3 (Mdias

    pluviomtricas em 1997; Mdias pluviomtricas em 2010)

    relativos s mdias pluviomtricas do Estado de Rondnia,

    gerados a partir dos dados obtidos na Agncia Nacional de

    guas (ANA/SGH, 2010), verica-se que os anos com maior

    nmero de registros, 1997 e 2010, apresentaram elevadas

    mdias no trimestre de janeiro, fevereiro e maro.

    No ano de 1997, todos os 3 eventos de inundaes

    bruscas foram registrados no ms de maro. Pelo Grco

    2, possvel observar que os meses de janeiro e fevereiro

    apresentaram acumulados mdios de 298,39 mm e 259,07

    mm, respectivamente, com uma mdia de 16 dias de chuvasem cada ms. Esse quadro climtico, certamente, favoreceu a

    incidncia dos trs eventos adversos no ms seguinte, quando

    Espigo DOeste, Ji-Paran e Porto Velho decretaram situao

    de emergncia por inundaes bruscas nos rios que cortam

    esses municpios.

    Em 2010, os registros de desastres correspondem aotrimestre de janeiro, fevereiro e maro. Conforme o Grco 3,

    para esses meses, as mdias pluviomtricas foram de 364.71

    mm, 281.17 mm e 339.98 mm, respectivamente, para uma

    mdia de 17 e 20 dias de chuva ao ms.

    O Grco 3 indica que o perodo crescente das

    maiores mdias de acumulados no Estado inicia em setembro

    ou outubro e vai at abril, quando decrescem as mdias de

    precipitao. Segundo Fisch, Marengo e Nobre (1996), o

    perodo entre setembro e maro de forte atividade convectiva

    na Regio Amaznica, enquanto no perodo de seca entre os

    meses de maio a setembro -, ocorrem as menores mdias de

    precipitaes pluviomtricas.O que se evidencia nos grcos citados que, no

    perodo do vero, mais especicamente no primeiro trimestre

    do ano - meses de janeiro, fevereiro e maro -, o Estado de

    Rondnia ca submetido a intensas chuvas, que podem

    acarretar em desastres por inundaes bruscas.

    As inundaes bruscas, por ocorrer em um perodo de

    tempo curto, costumam surpreender por sua violncia e menor

    Municipios Atingidos

    por Inundao Brusca

    Municpio 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 Total

    Alta Floresta D'Oeste 3

    Cacoal 2Colorado do Oeste 1

    Costa Marques 1

    Espigo D'Oeste 1

    Guajar-Mirim 1

    Ji-Paran 2

    Nova Brasilndia D'Oeste 1

    Porto Velho 1

    Rolim de Moura 1

    Buritis 1

    Vale do Anari 1

    Vale do Paraso 1

    Fonte: Documentos oficiais do Estado de Rondnia , 2011. 171 Registro

    1

    2

    3

    2 2

    1 1

    2

    3

    0

    2

    4

    Infogrco 1 Municpios atingidos por inundao brusca no Estado de Rondnia, perodo de 1991 2010

    27INUNDAO BRUSCA

  • 8/13/2019 Atlas Rondonia

    27/45

    27Atlas Brasileiro de Desastres Naturais | 1991 a 2010 | Volume Rondnia

    previsibilidade, provocando danos materiais e humanos mais

    intensos do que as inundaes graduais (GOERL; KOBIYAMA,

    2005). Os registros ociais levantados apontam um nmero

    considervel de habitantes prejudicados pelo evento. Conforme

    o Grco 4 (Danos humanos por inundaes bruscas 1991-

    2010), entre os anos de 1991 e 2010, os danos humanos em

    298,4

    259,1

    308,1

    156,3150

    200

    250

    300

    350

    Mdias pluviomtricas em 1997

    58,9

    17,5 1,0 3,6 0,0 10,0 5,8

    27,5

    17 15 16 10 5 1 1 1 0 1 1 20

    50

    100

    jan fev mar abr mai jun jul ago set out nov dez

    mdia mensal mdia dias de chuva

    Grco 2 Mdias pluviomtricas em 1997, com base nos dados das Es-taes Pluviomtricas da Agncia Nacional de guas (ANA), no Estado deRondnia

    Fonte: ANA/SGH, 2010, adaptado por CEPED UFSC, 2011.

    364,7

    281,2

    340,0

    160,7

    213,0 207,6

    150

    200

    250300

    350

    400

    Mdias pluviomtricas em 2010

    89,2 ,

    13,1 11,5 15,9

    40,3

    20 17 17 7 6 1 1 1 4 11 13 130

    50

    100

    jan fev mar abr mai jun jul ago set out nov dez

    mdia mensal mdia dias de chuva

    Grco 3 Mdias pluviomtricas em 2010, com base nos dados das Es-taes Pluviomtricas da Agncia Nacional de guas (ANA), no Estado deRondnia

    Fonte: ANA/SGH, 2010, adaptado por CEPED UFSC, 2011.

    todo o Estado de Rondnia somam 104.366 rondonienses

    atingidos. Ao todo, mais de 100 mil pessoas foram afetadas,

    1.691 deslocadas, 823 caram desalojadas, 172 desabrigadas,

    905 enfermas, 27 levemente feridas, 1 gravemente ferida e 1

    morte.

    O municpio que registrou o maior nmero de afetados

    foi Cacoal, com o total de 55.519 pessoas, nas duas ocorrnciasde desastre registradas. Segundo o documento ocial, grande

    parte desse nmero se deve ao desastre de 2009, em que as

    fortes chuvas danicaram 18.890 pontos da rede de ligao

    de gua do municpio, comprometendo o abastecimento

    populao.

    O total de pessoas enfermas, certamente, atribudo ao

    alto risco de contaminao, que expe a populao a inmeras

    doenas de veiculao hdrica. Alm disso, h tambm um

    aumento na proliferao dos vetores de doenas, como ratos

    e mosquitos, e de picadas de animais peonhentos, como

    aranhas, escorpies e cobras. Entre as principais doenas,

    tem-se: hepatite A e E, leptospirose, clera, dengue, febretifide. A maioria dessas doenas surge pela ingesto de gua

    contaminada ou pelo simples contato com a gua.

    O perodo das intensas chuvas promove o aumento

    do nvel dos rios, o que agrava os episdios de inundaes

    bruscas, uma vez que o sistema de drenagem, quando h,

    torna-se ineciente, prejudica o escoamento das guas na

    superfcie e contribui para o alagamento das reas adjacentes.

    REFERNCIAS

    ANA - AGNCIA NACIONAL DE GUAS. SGH Superintendnciade Gesto da Rede Hidrometeorolgica. Dados pluviomtricos de1991 a 2010. Braslia: ANA, 2010.

    BRASIL. A questo da drenagem urbana no Brasil : elementospara formulao de uma poltica nacional de drenagem urbana.Ministrio das Cidades, 2003.

    CANHOLI, Aluisio Prado. Drenagem urbana e controle deenchentes. So Paulo: Ocina de Textos, 2005.

    CASTRO, Antnio Luiz Coimbra de. Manual de desastres: desastresnaturais. Braslia (DF): Ministrio da Integrao Nacional, 2003. 182 p.

    FISCH, Gilberto; MARENGO, Jos A.; NOBRE, Carlos A. Clima daAmaznia. Climanlise Boletim, So Paulo, n. esp. out. 1996.

    Disponvel em: . Acesso em: 01 set. 2011.

    GOERL, Roberto Fabris ; KOBIYAMA, Masato. Considerao sobreas inundaes no Brasil. In: SIMPSIO BRASILEIRO DE RECURSOSHIDRICOS, 2005, Joo Pessoa. Anais... Joo Pessoa: ABRH, 2005. 1CD-ROM.

    KOBIYAMA, M. et al. Preveno de desastres naturais: conceitosbsicos. Curitiba: Organic Trading, 2006. 109 p.

    MINISTRIO DAS CIDADES. Instituto de Pesquisas Tecnolgicas IPT. Mapeamento de riscos em encostas e margens de rios .Braslia: Ministrio das Cidades; Instituto de Pesquisas Tecnolgicas IPT, 2007. 176 p.

    QUADRO, M. F. L. et al. Climatologia e precipitao e temperaturano perodo de 1986 a 1996. Revista Climanlise,So Paulo, ed.com. 10 anos, 1996.

    SILVA, Marcelo Jos Gama da. Secretaria de Estado doDesenvolvimento Ambiental - SEDAM. Climatologia do Estadode Rondnia. 2011. Disponvel em: . Acesso em 12 dez.2011.

    100.746

    60000

    80000

    100000

    120000

    tante

    s

    Danos humanos por inundao brusca

    823 172 1.691 27 1 905 1

    0

    20000

    40000Habi

    Grco 4- Danos humanos ocasionados por inundao brusca no Estado deRondnia, perodo de 1991 a 2010

    Fonte: Documentos ociais do Estado de Rondnia, 2011.

    28 INUNDAO GRADUAL

  • 8/13/2019 Atlas Rondonia

    28/45

    28Atlas Brasileiro de Desastres Naturais | 1991 a 2010 | Volume Rondnia

    B o l i v i aB o l i v i a

    PortoVelho

    Guajar-Mirim Cacoal

    Machadinho D'Oeste

    Pimenta Bueno

    Costa Marques

    Ouro PretodoOeste

    NovoHorizontedo Oeste

    A m a z o n a sA m a z o n a s

    M a t o G r o s s oM a t o G r o s s o

    A c r eA c r e

    59W

    59W

    61W

    61W

    63W

    63W

    65W

    65W

    67W

    67W

    8S 8S

    10S 10S

    12S 12S

    MAPA 3 - DESASTRES NATURAIS CAUSADOS POR INUNDAO GRADUALEM RONDNIA NO PERODO DE 1991 A 2010

    Convenes

    Mesorregio

    Diviso Municipal

    Curso dgua

    0 30 60 90 120 150 km

    1:3000000

    Nmero deregistros

    1

    2

    Projeo PolicnicaDatum: SIRGAS 2000Meridiano Central: 63 W. Gr.Paralelo de Referncia: 0

    Base cartogrfica digital: IBGE 2005.

    Dados de Desastres Naturais geradosa partir do levantamento do PlanejamentoNacional para Gesto do Risco - PNGRCEPED UFSC 2010/2011.

    Elaborado por Renato Zetehaku Araujo

    29INUNDAO GRADUAL

  • 8/13/2019 Atlas Rondonia

    29/45

    29Atlas Brasileiro de Desastres Naturais | 1991 a 2010 | Volume Rondnia

    INUNDAO GRADUAL

    Inundaes graduais compem o grupo de desastres

    naturais relacionados com o incremento das precipitaes

    hdricas e com as inundaes. Representam o transbordamento

    das guas de um curso dgua, atingindo a plancie de inundao,

    tambm conhecida como rea de vrzea. Quando estas guasextravasam a cota mxima do canal, as enchentes passam a ser

    chamadas de inundaes e podem atingir moradias construdas

    sobre as margens do rio, transformando-se em um desastre

    natural. Desta forma, segundo Castro (2003), as inundaes

    graduais so caracterizadas pela elevao das guas de forma

    paulatina e previsvel, mantendo-se em situao de cheia

    durante algum tempo, para aps, escoarem-se gradualmente.

    As enchentes e as inundaes so eventos naturais

    que ocorrem com periodicidade nos cursos dgua, sendo

    caractersticas das grandes bacias hidrogrcas e dos rios de

    plancie, como o Amazonas. O fenmeno evolui de forma

    facilmente previsvel e a onda de cheia desenvolve-se de montantepara jusante, guardando intervalos regulares (CASTRO, 2003).

    O fenmeno intensicado por variveis climatolgicas

    de mdio e longo prazo e pouco inuenciveis por variaes

    dirias de tempo. Relacionam-se muito mais com perodos

    demorados de chuvas contnuas do que com chuvas intensas

    e concentradas. Caracteriza-se por sua abrangncia e grande

    extenso. Em condies naturais, as plancies e fundos de vales

    estreitos apresentam lento escoamento supercia l das guas das

    chuvas, e nas reas urbanas estes fenmenos so intensicados

    por alteraes antrpicas, como a impermeabilizao do solo,

    reticao e assoreamento de cursos dgua. Este modelo de

    urbanizao, do uso do espao com a ocupao das plancies

    de inundao e impermeabilizao ao longo das vertentes,

    uma afronta natureza (TAVARES; SILVA, 2008).

    No h unanimidade na distino dos tipos de inundao.

    Diversas vezes as inundaes graduais so registradas como

    inundaes bruscas e vice-versa. Isto nem sempre devido

    falta de conhecimento, mas diculdade de identicao do

    fenmeno em campo e ambiguidade das denies existentes.

    Alm dos problemas tipicamente conceituais e etimolgicos,

    algumas caractersticas comportamentais so similares para

    ambas s inundaes, ou seja, ocorrem tanto nas inundaes

    bruscas como nas graduais (KOBIYAMA et al., 2006).

    Ao analisar o Mapa 3 (Desastres naturais causados por

    inundao gradual em Rondnia no perodo de 1991 a 2010),

    verica-se que o Estado de Rondnia apresentou um total de 9registros ociaisde inundaes graduais, durante o perodo

    analisado. Destaca-se o municpio de Costa Marques, com 2

    registros. Os demais, Guajar-Mirim, Porto Velho, Pimenta

    Bueno, Cacoal, Novo Horizonte do Oeste, Ouro Preto do Oeste

    e Machadinho DOeste apresentaram 1 registro. Os episdios

    que atingiram esses municpios esto relacionados s cheias

    dos rios da grande bacia hidrogrca do Amazonas. Em

    especial, os rios Amazonas, Madeira, Abun, Mamor, Guapor

    e alguns de seus auentes.

    Costa Marques, decretou situao de emergncia por

    inundaes graduais nos anos de 2007 e 2008. Segundo os

    documentos ociais, as inundaes ocorreram pela elevaodo nvel das guas do rio Guapor e, consequentemente,

    do rio So Domingos, seu auente, causada pelo excesso de

    chuvas em suas cabeceiras e na regio prxima Bolvia. Os

    acumulados pluviomtricos caram em torno de 300 mm,

    durante 15 dias consecutivos de chuvas, que contriburam para

    a elevao do nvel do rio So Domingos em seis metros.

    O Infogrco 2 (Municpios atingidos por inundaes

    Municpios Atingidos

    por Inundao Gradual

    Municpio 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 Total

    Cacoal 4

    Costa Marques 2

    Guajar-Mirim 2

    Machadinho D'Oeste 2

    Ouro Preto do Oeste 2

    Pimenta Bueno 2

    Porto Velho 1

    Novo Horizonte do Oeste 1

    Fonte: Documentos oficiais do Estado de Rondnia, 2011. 161 Registro

    1 1

    2 2 2

    1

    0

    1,5

    3

    Infogrco 2 Municpios atingidos por inundaes graduais em Rondnia, no perodo de 1991 a 2010

    Figura 7 Inundao gradual no Estado de Rondnia

    Fonte: Coordenadoria Estadual de Defesa Civil de Rondnia.

    30 INUNDAO GRADUAL

  • 8/13/2019 Atlas Rondonia

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    Atlas Brasileiro de Desastres Naturais | 1991 a 2010 | Volume Rondnia

    graduais), representa os anos das ocorrncias dessa tip ologia de

    desastre ao longo dos anos entre 1991 e 2010, distribudas em

    8 municpios atingidos. A maior parte dos registros levantados

    refere-se ao perodo de 2006 a 2010, com destaque para os

    anos de 2007, 2008 e 2009, com 2 registros em cada ano.

    Especicamente, as enchentes de 2009 foram resultados

    de intensas precipitaes pluviomtricas na Regio Norte e

    estiveram, em geral, associadas s temperaturas mais altas que

    o normal na superfcie do mar do Oceano Atlntico Sul Tropical.

    Dessa forma, as guas, excepcionalmente quentes, retiveram

    por um perodo maior uma banda de conveco e precipitao

    chamada de Zona de Convergncia Intertropical (ZCIT). Este

    fenmeno atmosfrico responsvel por levar umidade

    para a Bacia Amaznica, o que deixou a precipitao quase100% acima do normal, sobre a Amaznia Central e Ocidental

    (MARENGO et. al, 2011). A Bacia Amaznica drenada por uma

    densa rede de cursos dgua de dimenses variadas. Assim,

    essa precipitao excepcional elevou, extraordinariamente, o

    nvel dos rios durante o ms de fevereiro desse mesmo ano,

    conforme os dois registros ociais levantados.

    Com relao frequncia mensal dos registros de

    Rondnia, expressa no Grco 5 (Frequncia mensal de

    inundaes graduais 1991-2010), possvel observar que os

    meses que apresentaram mais registros de inundaes graduais

    no Estado, foram: fevereiro, com 3 registros; maro, com 2;

    e abril, com 4. So, justamente, os meses correspondentes estao chuvosa no Estado, que inicia em outubro e se estende

    at abril.

    Sabe-se que o acumulado de chuvas de um ms reete

    nas intensas cheias dos rios nos meses seguintes. Isto porque

    as cheias em rios da Plancie Amaznica apresentam um longo

    tempo de percurso, devido ao gigantesco tamanho da bacia

    hidrogrca e pequena declividade dos leitos dos principais

    rios da regio (CPRM, 2009).

    O Grco 6 (Mdias pluviomtricas em 2009) de-

    monstra esta caracterstica, com exemplo do ano de 2009,

    quando os maiores acumulados pluviomtricos sucederam

    nos meses de janeiro, fevereiro e maro. Em fevereiro, a mdia

    pluviomtrica foi de 388,67 mm, com mdia de 18 dias de chuva.

    Em maro, os acumulados mensais passaram a decrescer, at o

    nal do perodo chuvoso.

    Segundo dados da ANA/SGH (2010), no Estado de

    Rondnia, os meses de janeiro a abril registram elevados

    ndices de precipitaes pluviomtricas, em decorrncia da

    atuao de sistemas atmosfricos no Estado, como: o sistema

    de ventos de oeste da Massa Equatorial Continental (mEc);

    sistema de ventos de norte da Convergncia Intertropical

    (CIT); e o sistema de ventos de sul do Anticiclone Polar. Estes

    sistemas so responsveis por instabilidades e chuvas em

    toda a Regio Norte. Somado a isso, a cheia dos rios ocorre,

    de acordo com Zuffo et al. (2002), predominantemente entre

    305,27

    388,67

    276,40

    239,89

    119,56 133,27

    233,47

    346,49

    200250300350400450

    Mdias pluviomtricas em 2009

    34,34

    16,67

    36,69 67,47

    18 18 17 16 10 3 2 3 6 8 10 18050

    100

    jan fev mar abr mai jun jul ago set out nov dez

    mdia mensal mdia dias de chuva

    Grco 6- Mdias pluviomtricas, em 2009, com base nos dados das Es-taes Pluviomtricas da Agncia Nacional de guas (ANA), no Estado deRondnia

    Fonte: ANA/SGH, 2010, adaptado por CEPED UFSC, 2011.

    17.340

    10000

    15000

    20000

    tantes

    Danos humanos por inundao gradual

    4.287

    689 383

    0

    5000habi

    Grco 7 - Danos humanos ocasionados por inundaes graduais, no Esta-do de Rondnia, perodo de 1991 a 2010

    Fonte: Documentos ociais do Estado de Rondnia, 2011

    3

    4

    3

    4

    5

    Frequncia mensal de inundao gradual

    (1991 a 2010)

    0

    1

    2

    jan fev mar abr mai jun jul ago set out nov dez

    Grco 5 - Frequncia mensal de inundao gradual no Estado de Rondnia,perodo de 1991 a 2010

    Fonte: Documentos ociais do Estado de Rondnia, 2011

    Figura 8 Ponte comprometida com o aumento do nvel do rio, Rondnia

    Fonte: Coordenadoria Estadual de Defesa Civil de Rondnia.

    31INUNDAO GRADUAL

  • 8/13/2019 Atlas Rondonia

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    Atlas Brasileiro de Desastres Naturais | 1991 a 2010 | Volume Rondnia

    fevereiro e abril, pelo degelo da Cordilheira dos Andes afetando

    a bacia hidrogrca do Rio Madeira. Este fenmeno promove

    episdios de inundao gradual nos municpios de Costa

    Marques, Guajar-Mirim, Porto Velho, Machadinho DOeste,

    Cacoal, e Pimenta Bueno, recorrentemente.

    Quanto aos danos humanos relacionados aos desastres

    causados pelas inundaes, o Grco 7 (Danos humanos porinundaes graduais) apresenta 22.699 habitantes atingidos

    pelo evento ao longo dos vinte anos analisados. Foram

    registrados, ocialmente, 4.287 desalojados; 689 desabrigados;

    383 deslocados e 17.340 afetados.

    O municpio de Machadinho dOeste que, em abril

    de 2006, teve vrios pontos de inundao na zona urbana e

    isolamento de comunidades da zona rural, registrou o maior

    nmero, total de 5.691 pessoas.

    O fenmeno de enchente e vazante dos rios regula

    grande parte o cotidiano dos ribeirinhos. Na poca de

    enchentes, boa parcela da agricultura de subsistncia, da pesca

    e da caa comprometida (SCHERER, 2004).Todavia, no somente a populao em reas

    ribeirinhas que afetada; reas urbanas e agrcolas sofrem

    com as inundaes, ocasionando perda de culturas e de vidas

    por afogamento (FILIZOLA et. al, 2006).

    O elevado nmero da populao atingida pelas

    ocorrncias se deve ao fato de grande parte da populao

    do Estado viver em reas de vrzeas, terrenos mais elevados,

    inundados apenas na poca das cheias dos rios.

    Assim, de um modo geral, a previsibilidade das cheias

    peridicas e graduais facilita a convivncia harmoniosa com o

    fenmeno, de tal forma que possveis danos ocorrem apenas

    nas inundaes excepcionais, em funo de vulnerabilidades

    culturais, caractersticas de mentalidades imediatistas e sem o

    mnimo de previsibilidade (CASTRO, 2003).

    REFERNCIAS

    ANA AGNCIA NACIONAL DE GUAS. SGH Superintendnciade Gesto da Rede Hidrometeorolgica. Dados pluviomtricos de1991 a 2010. Braslia: ANA, 2010.

    CASTRO, Antnio Luiz Coimbra de. Manual de desastres: desastresnaturais. Braslia (DF): Ministrio da Integrao Nacional, 2003. 182p.

    CPRM - COMPANHIA DE PESQUISA DE RECURSOS MINERAIS.Relatrio da cheia 2009. Manaus: CPRM, 2009. Disponvel em:.Acesso em: 27 set. 2011.

    FILIZOLA, Naziano. et al. Cheias e secas na Amaznia: breveabordagem de um contraste na maior Bacia Hidrogrca do Globo.T&C Amaznia, ano 4, n. 9, ago. 2006. Disponvel em: . Acessoem: 15 set. 2011.

    KOBIYAMA, M. et al. Preveno de desastres naturais: conceitosbsicos. Curitiba: Organic Trading, 2006. 109 p.

    MARENGO, Jos. et al. Riscos das mudanas climticas noBrasil: anlise conjunta Brasil- Reino Unido sobre os impactos dasmudanas climticas e do desmatamento na Amaznia. So Josdos Campos: Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais INPE-2011, 56 p.

    SCHERER, E. Mosaico Terra-gua: a vulnerabilidade social ribeirinhana Amaznia Brasil. In: CONGRESSO LUSO-BRASILEIRO DECINCIAS SOC