proj diagnostico rondonia

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  • Projeo para Nova Dimenso Econmica e Integrao Comercial

    Rondnia Bolvia Peru

    Volume I Diagnstico

    PORTO VELHO / RO / BRASIL Setembro 1999

  • Ficha Catalogrfica FEDERAO DAS INDSTRIAS DO ESTADO DE RONDNIA FIERO Projeo para Nova Dimenso Econmica e Integrao Comercial: Rondnia/Bolvia/Peru/ coordenado por William Jos Curi; colaboradores Antnio Rocha Guedes . . . [et alii]; reviso tcnica por Mrcio Fontes Nascimento. Porto Velho: SEBRAE, 1999. 3 v. Contedo: v.1. Diagnsticos v.2. Anlise Interativa dos Mercados v.3. Agenda de Exportao 1. Rondnia Comercializao de, 2. Comrcio Externo Rondnia, 3. Integrao Comercial I. Curi, William Jos II. Ttulo

  • Presidente

    Julio Augusto Miranda Filho

    Vice-Presidente

    Jurandir Gomes de Almeida Antnio Alfonso Erdtmann Antnio Carlos do Nascimento Giuliano Domingos Borges Adlio Barofaldi Aldo Josefovicz Paulo Jair Kreus Luiz Antnio Appi Jos Marcondes Cerrutti Euzebio Andr Guareschi

    Diretores Avalone Sossai de Farias Carlos Antnio Schumann Euvaldo Foroni Evaldo Paulo Verzelatti Ilse Popinhaki Irio de Bortolo Jaime Maximino Bagatolli Luiz Jos Joner Roberto Luiz Passarini Renato Antnio de Souza Lima Robson Guimares Valetin Luiz Turatti Vilson dos Santos Waldomiro Onofre Alan Gurgel do Amaral Jos Carlos de Moura Lopes Jos Marques da Silva Helena Aparecida Ria Mouro Jos Jesus de Oliveira

    Conselheiros Alfredo Maia Rodrigues Pedro Teixeira Chaves Mrio Queiroz de Araujo Elderico Vasconcelos Rezende Adilson Popinhaki Paulo Brasil Martins Porto

    Delegados Confederativos Julio Augusto Miranda Filho Mario Calixto Filho Miguel de Souza Roberto Luiz Passarini

    Superintendente Nazareno Gomes Barbosa

    DIRETORIA DA FIERO

  • Presidente do Conselho Deliberativo do SEBRAE/RO

    Luiz Malheiros Tourinho

    Diretoria Executiva

    Diretor Superintendente Roberval Duamel de Zniga Junior

    Diretor Tcnico

    Silvio Rodrigues Persivo Cunha

    Diretor Administrativo Financeiro Carlos Alberto Machado de Frana

    Coordenador

    William Jos Curi

    Equipe Tcnica FIERO Antnio Rocha Guedes

    Antnio Tadeu Nardoto Prado Desstenes Marcos do Nascimento

    Giuliana Arajo Sales Haid de Mello Santini

    Mrcio Fontes Nascimento Miguel Alfredo Bambach Fica

    Nahim Jos Aguiar Nazareno Gomes Barbosa

    Equipe Tcnica SEBRAE/RO

    Joo Machado Neto Roberta Cavalcanti Osrio de Barros

    Apoio

    Cleveson Alexandre Amaral Teixeira Maisa Leles Vieira

    Marcelo Milhomem de Souza Maria Batista da Silva

    DIRETORIA DO SEBRAE/RO

    EQUIPE DE TRABALHO

  • Este trabalho foi desenvolvido pela FIERO em parceria com o SEBRAE/RO e teve como principal objetivo a realizao de estudos sobre o potencial de comercializao de Rondnia com vistas aos mercados dos pases vizinhos Peru e Bolvia, como alternativa de oferecer novas oportunidades de negcios e investimentos para a iniciativa privada de Rondnia. A dificuldade na obteno de dados e a reduzida confiabilidade das informaes existentes induziu a que se buscasse checar, diretamente junto aos empresrios exportadores e importadores do estado e dos pases envolvidos, pesquisados em um universo representativo dos segmentos mais importantes, notadamente madeira, carnes e frigorificados, os dados e informaes que se faziam necessrios ao desenvolvimento do trabalho. Aproveitamos para parabenizar o SEBRAE/RO, cumprimentando seus funcionrios e tambm os da FIERO que, com dedicao e competncia, tornaram possvel este trabalho. Concluindo, afirmamos que se quisermos romper os atuais paradigmas, no podemos nos abrigar num mundo imaginrio, onde a histria fique paralisada e no se alimente de mudanas. Para um estado marcado pelo imobilismo necessrio descobrir a gigantesca fora das mudanas. Aquelas que nos conduzem ao rumo da histria. Este trabalho, em nossa perspectiva e esperana, uma dessas foras gigantescas capazes de produzir mudanas, alavancando o desenvolvimento.

    JULIO AUGUSTO MIRANDA FILHO Presidente do Sistema FIERO/SESI/SENAI/IEL

    MENSAGEM DO PRESIDENTE DA FIERO

  • A publicao do presente documento se insere no notvel esforo de integrao latino-americana alimentado, principalmente pelo grande desenvolvimento das relaes intra-continente trazidos pelo MERCOSUL e ampliados pela proposta de uma rpida implantao da rea de Livre Comrcio das Amricas ALCA que tem se revelado um frutfero campo para a cooperao e o relacionamento entre as naes. Em particular, no que tange Rondnia, representa mais um passo decisivo no significativo e gigantesco esforo de articular-se extranacionalmente aos nossos irmos e vizinhos, Bolvia e Peru, que apresentam caractersticas similares, em muitos pontos, e um mercado complementar, em muitos outros, o que poder, sem dvida, gerar um futuro promissor para um intercmbio comercial e cultural visando alcanar o grande sonho de Bolivar de uma Amrica Latina unida e forte. Vale salientar que a Federao das Indstrias do Estado de Rondnia FIERO, nas pessoas de seus dirigentes e corpo tcnico, esto de parabns pela qualidade do trabalho realizado que, doravante ser uma fonte indispensvel de consulta para todos os que desejarem tomar conhecimento das possibilidades de aproximao entre os nossos pases e um instrumento facilitador para quem se inicia na difcil rea das relaes internacionais no Estado de Rondnia e na Amaznia. Como co-participante de um trabalho desta qualidade o SEBRAE/RO no somente cumpre o seu papel de motor do desenvolvimento das micro e pequenas empresas bem como, dentro de seus objetivos de universalizao do saber e de fazer acontecer, orgulha-se do resultado de uma parceria que projeta para o futuro uma melhoria significativa do Estado, do Pas e do Continente. Rondnia, por meio de trabalhos tcnicos semelhantes, caminha, de fato, para ser um centro regional de suma importncia do novo Brasil que veremos crescer no novo milnio reforando nossa crena no destino de um povo predestinado para a igualdade, participao e bem-estar social.

    LUIZ MALHEIROS TOURINHO Presidente do Conselho Deliberativo do SEBRAE/RO

    MENSAGEM DO PRESIDENTE DO SEBRAE/RO

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    O comrcio externo brasileiro vem experimentando, nestes ltimos anos, inmeras transformaes que esto lhe conferindo maior dinamismo e importncia, onde se pode ressaltar:

    1. A relativa estabilidade na economia que, como conseqncia, impulsiona um maior e diversificado consumo de bens, inclusive importados, como resultado de uma abertura comercial da economia que se encontrava atrelada a rgidas regras para a comercializao de produtos de outros pases; 2. O aumento excessivo de importaes acarretando um desequilbrio na balana comercial, o que vem impondo ao pas a necessidade de acelerar o crescimento do seu portflio de exportaes, j que existe uma correspondncia necessria entre o crescimento de importaes e a elevao de exportaes; 3. A globalizao que vem posicionando o Brasil como lder de um bloco econmico que comea a preocupar as maiores potncias mundiais.

    Neste contexto que se concebeu e elaborou este trabalho, j que o Estado de Rondnia necessita consolidar os seus mercados e aproveitar o momento que vive o comrcio exterior do pas, inscrito em polticas liberalizantes, que permitem a sensao de grande potencial e liberdade para importar e exportar produtos. Ao decidir pelas relaes comerciais com o exterior o setor produtivo rondoniense encontrar um significativo problema a ser enfrentado: fazer do comrcio exterior, principalmente da exportao, um procedimento integrado s suas atividades. No haver sucesso sem a conscincia de que exportar no se define como atividade isolada no desenvolvimento empresarial. No se trata de considerar o comrcio exterior como empreitada eventual ou casustica decorrente de retraes em que o mercado interno no se apresente promissor para os produtos comercializados. No se trata tambm de exportar somente excedentes, o que certamente pode eqivaler falta de empenho para a sedimentao empresarial em seu sentido mais amplo. As relaes comerciais externas se organizam concomitantemente aos demais fatos representativos da vida econmica do setor produtivo significando o entrosamento perfeito de novas perspectivas de negcios a se somarem aos negcios e operaes j regular e normalmente desenvolvidos em mbito interno. Relegar, por conseguinte, as relaes comerciais com pases vizinhos e to prximos, a planos secundrios no conjunto dos acontecimentos que fazem a vida econmica de Rondnia, significaria admitir que no estaramos tentando adequar o ambiente empresarial rondoniense ao contexto da abertura comercial brasileira e ao perfeito entrosamento das operaes da busca de novos negcios, em consonncia aos negcios j existentes. Nesse sentido que o SEBRAE/RO e a Federao das Indstrias do Estado de Rondnia FIERO firmaram o Convnio de Cooperao Tcnica que viabilizou este trabalho: MERCADO EMERGENTE: RONDNIA, BOLVIA E PERU. O primeiro e significativo passo para inserir o Estado de Rondnia no contexto da competitividade internacional de suas empresas e da amplitude global da comercializao de seus produtos.

    APRESENTAO

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    Ao se olhar para o exterior do Estado de Rondnia percebe-se logo uma srie de dificuldades: distncia dos demais centros do prprio pas, idiomas diversos assim como diferentes hbitos e cultura dos pases prximos, modos de vida, consumo, legislao, sistemas polticos e outros. O plano de ao estabelecido para a elaborao desse estudo considerou, pois, inicialmente, ampla consulta s entidades ligadas s atividades de comrcio exterior tais como: embaixadas, cmaras de comrcio, CNI, alm de outros organismos federais e estaduais, com o objetivo de fazer uma primeira sondagem sobre os assuntos e principais produtos que pudessem compor a pauta de comercializao exterior do Estado de Rondnia. Impunha-se portanto a utilizao de informaes adequadas que pudessem levar a delimitaes de reas geogrficas com os pases que se apresentassem como mais viveis comercializao imediata com Rondnia: Bolvia e Peru. Uma vez conhecidos os hbitos de consumo, as bases econmicas, as relaes institucionais momentos de aumento e/ou diminuio de demandas, regimes polticos e legislaes da Bolvia e Peru foi possvel comear o delineamento dos princpios que definem e sustentam normalmente as operaes comerciais:

    1- o que vender? 2- como vender? 3- onde e para quem vender?

    A reflexo sobre estas perguntas envolveu amplo levantamento de campo no s em Rondnia como na Bolvia e no Peru. A opo pelo estudo desses mercados teve razes na proximidade geogrfica desses pases com Rondnia, a demanda externa existente no tocante a alimentos e produtos industrializados, possurem economias aparentemente complementares e, tambm, disporem de legislao consolidadas e contendo facilidades para a realizao de negociaes. A implementao dos trabalhos de campo, precedida do planejamento estratgico que toma por base o levantamento dos dados disponveis coletados junto s autoridades oficiais ligadas ao comrcio exterior, ensejou um minucioso trabalho de pesquisa junto aos empresrios, associaes, cooperativas, sindicatos e entidades afins, para identificao dos principais produtos e de que forma e quantidade so comercializados em cada um dos mercados estudados. Alcanou-se ainda a identificao dos fatores intervenientes nas relaes comerciais entre os mercados analisados, com nfase para o transporte, considerando-se os custos de frete e a estrutura aeroporturia existente, a competitividade dos preos, a qualidade dos principais produtos considerados e as facilidades oferecidas pelas diferentes legislaes.

    METODOLOGIA

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    Definidos, portanto, os mercados do Estado de Rondnia e dos pases vizinhos da Bolvia e Peru, elencados os principais produtos e variveis intervenientes em sua comercializao, escolha consagrada na pesquisa de campo que incluiu viagens de tcnicos aos pases vizinhos e aos dez maiores municpios de Rondnia, que representam mais de 50% da produo primria e secundria do Estado, realizou-se uma anlise macroeconmica com o aprofundamento possvel que permitisse ao longo do estudo realizado , uma visualizao mais detalhada e prxima das necessidades e potencialidades de cada um dos mercados em estudo. Dessa forma a metodologia de estruturao do trabalho procurou sempre apoiar-se na afirmativa: quem compra procura sempre novos fornecedores e quem vende procura sempre novos compradores que considera a compra e a venda como atividades extremamente dinmicas e em constante evoluo. Ela procurou de forma objetiva e com viso prospectiva: a) Definir

    as caractersticas gerais do Estado de Rondnia, da Bolvia e do Peru; os principais aspectos e produtos dos setores produtivos de cada um desses mercados

    com vistas comercializao; as principais variveis intervenientes no processo de comercializao externa, com

    nfase para os meios de transportes, a legislao e preos praticados sobre os produtos selecionados.

    b) Oferecer

    produtos essenciais, para que de posse deles, pela anlise que conduzem sobre cada produto, mercado e formas de comercializao, as empresas adquiram o conhecimento que lhes permita as orientaes e bases que nortearo sua poltica externa e a programao de suas aes. So cinco partes que compem o trabalho Projeo para Nova Dimenso Econmica e Integrao Comercial:

    1. Parte: O mercado de Rondnia; 2. Parte: O mercado da Bolvia; 3. Parte: O mercado do Peru; 4. Parte: Anlise interativa dos mercados: Rondnia, Bolvia e Peru; 5. Parte: Agenda de Exportao.

    c) Procurar

    acima de tudo, desenvolver a conscincia de que o trabalho de comrcio exterior no se encerra quando se tenta definir os produtos passveis de exportao e os pases que podero adquiri-los. O trabalho s estar se completando quando, no Estado de Rondnia, na Bolvia e no Peru, comearem a se definir as empresas que podero, em cada um desses mercados, apresentar interesse em importar os produtos que se deseja exportar, dando vida, pela comercializao, realidade deste estudo.

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    Parte I

    Diagnstico de Rondnia

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    Parte IParte IParte IParte I

    CAPTULO 1 CAPTULO 1 CAPTULO 1 CAPTULO 1

    CARACTERSTICAS PRINCIPAIS DOCARACTERSTICAS PRINCIPAIS DOCARACTERSTICAS PRINCIPAIS DOCARACTERSTICAS PRINCIPAIS DO EEEESTADO DE RONDNIASTADO DE RONDNIASTADO DE RONDNIASTADO DE RONDNIA

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    O crescimento populacional de Rondnia teve um grande impulso com o Ciclo Agrcola que consolidou sua vocao como Estado produtor da Amaznia e entreposto comercial da Regio Norte do pas. As marcas caractersticas desse ciclo so a presena macia de investimentos federais nos projetos de colonizao e a intensificao do fluxo migratrio. O efeito imediato deste ltimo fator foi a rpida formao de aglomerados urbanos e a ocupao efetiva do Estado ao longo da BR-364, de forma acelerada e desordenada, o que tornou impraticvel a ao do governo no que se refere ao controle ou antecipao de medidas necessrias, como infra-estrutura de sade, educao e transporte, para atender a esse grande contingente. Este processo provocou no Estado a quebra da estrutura espacial existente e que at ento estava condicionada aos ciclos extrativos, concentrando a economia nos municpios de Porto Velho e Guajar-Mirim. A partir do Ciclo Agrcola essa hierarquia foi alterada e o eixo de importncia econmica do Estado deslocou-se para os municpios situados ao longo da BR-364. Em nmeros absolutos, a populao de Rondnia passou de 116.620 habitantes no incio da dcada de 70 para 503.125 em 1980; e de 1.130.874 em 1990 para 1.231.007 habitantes em 1996. De 1991 a 1996, houve uma tendncia de acomodao, a exemplo do que ocorreu em outras regies do pas, visto que no foram criados novos estmulos por parte do governo federal. O resultado do processo de deslocamento populacional em direo a Rondnia, pode ser visualizado nos nmeros que do conta da sua evoluo a partir de 1980, sobretudo nesta dcada, em que houve um crescimento anual de 7,9% ao ano, o que comparado com o verificado para o Brasil (1,97% ao ano) e com a prpria Regio Norte (3,9% ao ano), pode ser considerado explosivo. Com base no Relatrio sobre Desenvolvimento Humano total do PNUD/IPEA de 1996, com referncia aos dados dos Indicadores Municipais 1995/1996 da SEPLAN, estimava-se uma densidade de 5,62 hab./Km distribuda por 52 municpios, refletindo a construo e consolidao de conglomerados urbanos no Estado. Este relatrio aponta como ltimo dado, datado de 1991, um crescimento urbano em Rondnia no perodo de 1980/1991 de 10,1%, substancialmente superior ao observado para a Regio Norte (6,3%) e para o Brasil (3%) conforme os dados: Participao da Populao Urbana na populao Total

    Unidade 1980 (em %) 1991 (em %) Brasil 67,60 75,70 Norte 51,60 57,80 Rondnia 46,50 58,20 Fonte: PNUD/IPEA 1996 Relatrio sobre Desenvolvimento Humano Total

    A populao total do Estado de Rondnia, para o final de 1998, foi estimada em 1.300.000 habitantes, o que denota diminuio do fluxo migratrio. Cumpre destacar tambm que esta populao predominantemente jovem conforme dados do IBGE sobre a contagem da populao em 1996: 36,9% at 14 anos; 11,4% na adolescncia, dos 14 aos 19 anos; 32,9% dos 20 aos 39 anos; 15,7% entre 40 e 64 anos e apenas 3% acima de 64 anos. Mesmo ampliando a idade mdia dos 20,5 anos na dcada de oitenta para 22,5 anos em 1996 e 24 anos em 1996 a populao rondoniense, com 81,2% de seus habitantes com menos de 40 anos, tem neste aspecto um grande potencial empreendedor.

    1.1 ASPECTOS DEMOGRFICOS DE OCUPAO

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    A abertura da BR-364 e a implantao de programas de fixao de agricultores no campo, a partir sobretudo dos anos 70, aliada explorao mineral, que teve um surto tambm neste perodo, permite considerar que o Estado atravessou uma espcie de revoluo demogrfica, pois a taxa mdia anual de crescimento entre 1960 e 1970 foi de 4,76%; de 1970 a 1980, de 16,2% e de 1980 a 1990, de 7,89%. Tais dados, indicam nveis bastante acima da mdia nacional, comprovando que se viveu em Rondnia um tpico processo de exploso demogrfica acelerada, que transformou radicalmente a face do Estado, sua economia e a ocupao do seu espao. Do ponto de vista de origem, os migrantes que aqui chegaram eram agricultores provenientes, em sua maioria, do Sul e Centro-Sul do pas, sendo que 2/3 do total passaram em pelo menos dois estados antes de chegar a Rondnia. As causas determinantes da migrao esto, no geral, relacionadas ao modelo econmico e poltica de desenvolvimento de cada regio. No caso de Rondnia, essas causas vinculam-se principalmente erradicao de cafezais do Norte do Paran e sua gradativa substituio por outras culturas de menor exigncia de mo-de-obra, alm de geadas no Sul do pas e da seca do Nordeste. Cerca de 40% da populao rondoniense est sediada na rea rural, representando maior potencial para produo de alimentos e, desta forma, possibilitando a introduo de novas atividades agro-industriais nos ncleos urbanos, ampliando as oportunidades de gerao de novos empregos.

    Com rea de 238.512 km, Rondnia possui 52 municpios. Localiza-se na Amaznia Ocidental, na Regio Norte, tendo como limites o Estado do Amazonas (Norte, Nordeste), Mato Grosso (Leste e Sudeste), Acre (Noroeste) e a Repblica da Bolvia (Sudeste e Oeste). O relevo de Rondnia se caracteriza por um plano inclinado, com sua maior altitude, no municpio de Vilhena, de 600 m e a menor, no municpio de Porto Velho, de 90m. Genericamente o Estado dividido em duas grandes regies separadas pelas cordilheiras das serras dos Pacas Novos e Parecis: a regio de influncia da BR-364, ocupando 2/3 da rea total e a regio do vale do Guapor, correspondendo 1/3 da rea do estado. Quanto ao solo, as unidades pedolgicas, que ocorrem em Rondnia, pertencem a vrios grupos onde predominam os latossolos. Ocorrem ainda os solos podzlicos, que podem ser eutrficos ou distrficos, areias quartzosas, terras roxas, brunizem, planossolo, glei pouco hmico, solos aluviais, solos litlicos e afloramento de rocha. Segundo a Embrapa foram identificados em Rondnia 186.442 km2 de solos aptos para lavouras, 8.626 km2 para pastagem plantada e ainda 6.549 km2 com possibilidades de utilizao para silvicultura e pastagem natural. Portanto, cerca de 80% da rea total do Estado tem potencial para atividades agropecurias.

    1.2 ASPECTOS FISIOGRFICOS

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    A rede hidrogrfica de Rondnia representada pelo Rio Madeira e seus afluentes. O Rio Madeira o maior afluente do Rio Amazonas e um dos maiores rios do mundo. Tem vazo mdia de 23.000 m3/s, com seus 1.700 km de extenso em territrio brasileiro, sendo formado por trs rios importantes: Guapor, Mamor e Beni. O Rio Guapor, em todo o seu percurso, forma a linha divisria entre o Brasil e a Bolvia e recebe, do lado brasileiro, margem direita, como principais afluentes das nascentes para a foz, os rios: Cabixi, Escondido, Riozinho, Corumbiara, Verde, Mequns, Colorado, Branco, So Miguel, Cautarinho, So Domingos e Cautrio. O Rio Guapor apresenta condies de navegabilidade para embarcaes de pequeno e mdio calados na poca da vazante e para embarcao de porte maior, no perodo das cheias. Os seus afluentes so de mdio curso dgua, apresentando, a maioria deles, condies de trfego fluvial somente nas cheias, comportando embarcaes de pequeno e mdio calados. Esta bacia abrange uma rea de aproximadamente 57.000 km2. Entre as cidades de Costa Marques e Guajar-Mirim o Rio Guapor recebe o Rio Mamor que nasce na Bolvia e passa a ter esse nome at receber o Rio Beni, extenso em que forma a linha fronteiria do Brasil com a Bolvia. O Mamor permite o trfego fluvial a embarcaes de mdio calado em qualquer poca do ano, enquanto seus afluentes (Pacas Novos e Sotrio) possibilitam a navegao de pequenas embarcaes na seca e de embarcaes mdias somente no perodo de cheia. A Bacia do Mamor, dentro de Rondnia, ocupa uma rea de, aproximadamente, 30.000 km2. O Rio Madeira, de acordo com seu curso, pode ser dividido em dois trechos: o Alto e o Baixo Madeira. O primeiro trecho possui 360 km de extenso e se apresenta todo encachoeirado at pouco acima de Porto Velho, no apresentando condies de navegabilidade. O Baixo Madeira, com uma extenso de 1.340km, vai da Cachoeira de Santo Antnio at sua foz, no Amazonas, trecho em que francamente navegvel. O Rio Abun tambm de grande importncia por se constituir na linha divisria dos limites internacionais Brasil/Bolvia, no extremo oeste do Estado. Trata-se de um rio de mdio calado, de restrita possibilidade de navegao. Apresenta como principais tributrios os rios Marmelo e So Sebastio que so de baixo calado, permitindo o trfego fluvial apenas nos perodos de enchentes, para embarcaes de pequeno porte. O ambiente trmico do Estado caracterizado por apresentar temperaturas mdias, mximas e mnimas anuais oscilando, respectivamente, entre 24 e 26C; 28 e 33C; e 18 e 21C, ocorrendo os limites mnimos desses valores na localidade de Vilhena. Considerando-se as temperaturas mnimas, determinam-se trs zonas trmicas no Estado: a primeira se situa em torno de Porto Velho, a segunda abrange Guajar-Mirim e Ariquemes e a terceira, Ouro Preto a Vilhena. Nesta ltima, registram-se as menores temperaturas no Estado que so, em grande parte, influenciadas pela ao conjunta do fenmeno da friagem e da altitude. O fenmeno da friagem consiste na queda de temperatura de maneira brusca e de curta durao que atinge algumas reas da Amaznia Ocidental. Em termos de insolao, os dados disponveis de brilho solar para Porto Velho mostram a ocorrncia de totais anuais em torno de 2.100 horas, com oscilao mensal entre 100 e 270 horas. A umidade do ar, em termos mdios anuais, situa-se entre 75 e 83%, sendo que os valores mais elevados se concentram em torno de Porto Velho. Verifica-se que, em todo o Estado, o perodo mais mido ocorre de dezembro a maio. A precipitao mdia anual varia de 1.800 a 2.400 mm, destacando-se os meses de dezembro, janeiro e fevereiro como os de maiores ndices pluviomtricos e os meses de junho, julho e agosto como os de menores ndices, com precipitao inferior a 60 mm.

  • 21

    Entre os anos 60 e 80 o Estado de Rondnia se destacou como uma das principais regies em expanso, processo ocorrido em decorrncia de dois fatos relevantes: forte fluxo de migrao com conseqente crescimento populacional e expanso das atividades econmicas baseada na utilizao de recursos naturais. A necessidade de viabilizar um novo projeto a ser financiado pelo Banco Mundial, o PLANAFLORO (Plano Agropecurio e Florestal de Rondnia), em continuidade ao Polonoroeste e de procurar reverter os problemas scio-ambientais causados por essa expanso desordenada, originou, em meados da dcada de 80, a instituio da primeira aproximao do Zoneamento Scio-Econmico de Rondnia, que se constituiu como forte instrumento na definio de polticas pblicas, questes ambientais, fundirias e de crdito agrcola. Hoje, a segunda aproximao, realizada com o objetivo de corrigir as distores apresentadas pela primeira, j est concluda tecnicamente, necessitando ser discutida pela sociedade para serem concludas definies polticas e legais. Os estudos realizados na segunda aproximao do Zoneamento contemplam zonas para consolidao e expanso das atividades econmicas em geral, indicando tambm as zonas crticas para recuperao ambiental ou manejo especial e uso alternativo da terra, tais como o manejo florestal, o extrativismo no madeireiro, consrcios agroflorestais, ecoturismo e as reas institucionais compostas por terras indgenas e unidades de conservao de uso direto e indireto. Vale dizer que para todas as zonas produtivas convencionais foi enfocado o aproveitamento das reas j desmatadas, bem como o aumento de produtividade, o uso racional dos recursos naturais, a manuteno dos remanescentes da vegetao natural e a recuperao da vegetao em reas de preservao permanente e de reservas legais. 2 APROXIMAO DO ZONEAMENTO SOCIOECONMICO-ECOLGICO O aprofundamento dos estudos do Zoneamento, atravs da 2 Aproximao, dever prioritariamente gerar informaes bsicas ao ordenamento territorial segundo a capacidade da oferta ambiental, de modo a subsidiar o planejamento das intervenes pblicas e privadas, a fim de atingir a auto-sustentabilidade dos recursos naturais, por meio de processos de explorao economicamente viveis e ecologicamente equilibrados. O estudo das variveis que compem o meio natural e o quadro socioeconmico dever ser conduzido de maneira global e interativa, de modo a possibilitar a compreenso das inter-relaes e interdependncias que caracterizam as reas equiproblemticas identificadas como "Sistemas Ambientais". Estes sistemas foram avaliados quanto sua vulnerabilidade, ao antrpica, identificadas as alternativas de uso, que foram projetadas na forma de prognsticos, a serem materializados no formato de "zonas de interveno". Estas zonas foram consolidadas atravs de proposies, planos e

    1.3 ZONEAMENTO E USO DO SOLO

  • 22

    programas recomendados e consubstanciados no mapa do Zoneamento Socioeconmico-Ecolgico. A escala de trabalho adotada foi de 1:250.000 e, em alguns casos, 1:100.000, envolvendo levantamentos temticos e sua integrao abordando: Geologia, Geomorfologia, Climatologia, Recursos Hdricos Superficiais, Pedologia, Vegetao, Fauna, Uso e Ocupao do Solo, Situao e Estrutura Fundiria, Socioeconomia e Aptido Agrcola, Vulnerabilidade Ambiental, Sistemas Naturais e Socioeconmicos e Zoneamento. A cartografia foi toda digitalizada atravs de Sistemas de Informaes Geogrficas, possibilitando a gerao de informaes georeferenciadas de Sensoriamento Remoto e Banco de Dados. Os trabalhos foram desenvolvidos de forma a possibilitar o treinamento em servio de tcnicos e a internalizao dos produtos no Estado. A partir da anlise de variveis selecionadas, estabelecidas nos quadros fsico-biticos e socioeconmicos das reas estudadas, obteve-se a compreenso da situao atual da estrutura e da dinmica dos "Sistemas Ambientais". Nesta etapa, a anlise interativa das informaes geradas nos estudos temticos realizados assumiu, em forma e proporo, a expresso em resultados cartogrficos, que indicaram a vulnerabilidade e sustentabilidade, permitindo a caracterizao das zonas de interveno. A elaborao da proposio tcnica da 2 Aproximao foi baseada na anlise dos produtos pela Comisso Estadual do Zoneamento e incorpora as sugestes da carta definitiva contendo as diretrizes decorrentes dos entendimentos firmados. Desta forma, foram definidas trs grandes zonas, com suas respectivas sub-zonas, conforme reas e detalhamento a seguir: ZONA 1 reas com Potencial para Expanso e Consolidao das atividades econmicas.

    SUB-ZONA 1.1 reas destinadas intensificao e consolidao das atividades agropecurias, agroflorestais, florestais, agro-industriais, industriais e minerais, dentre outras, com nfase para sistemas verticalizados e integrados de produo, observando as potencialidades e limitaes dos recursos naturais, otimizando sua utilizao, agregando valor produo. No desenvolvimento e incremento das atividades primrias recomendado priorizar o uso das reas j desmatadas ou antropizadas, com prticas adequadas e manejo no uso dos recursos naturais, especialmente o solo. Os desmatamentos devem ser restritos ao limite da rea de reserva legal, fomentadas as atividades de proteo dos remanescentes florestais e a recuperao das reas de preservao permanente. 6.423.247 ha 27,14%.

    SUB-ZONA 1.2 reas destinadas expanso das atividades agropecurias, agroflorestais, florestais, agro-industriais, dentre outras, com nfase para sistemas verticalizados e integrados de produo, observando as potencialidades e limitaes dos recursos naturais disponveis, otimizando sua utilizao e agregando valor produo. Para a expanso e desenvolvimento das atividades primrias deve ser priorizado o uso de reas j desmatadas ou antropizadas, adotando-se prticas adequadas e manejo no uso dos recursos naturais, especialmente o solo. Os desmatamentos devem ser restritos ao limite da rea de reserva legal e fomentadas as atividades de proteo dos remanescentes florestais e a recuperao das reas de preservao permanente. 2.568.659 ha 10,85%. SUB-ZONA 1.3 reas destinadas ao desenvolvimento de atividades agropecurias, agroflorestais, florestais, agro-industriais, dentre outras em reas j antropizadas, sob manejo sustentvel dos recursos naturais, com nfase para sistemas verticalizados e integrados de produo. Desmatamentos incrementais devem estar condicionados s potencialidades e fragilidades naturais

  • 23

    e ao uso da terra pretendido, sendo recomendado a implantao de consrcios agroflorestais, reflorestamentos, pastagens plantadas e os cultivos permanentes de um modo geral. O Manejo Florestal se apresenta nestas reas como alternativa sustentvel do uso da terra sem a converso da floresta. Nestas reas devem ser fomentadas as atividades para a recuperao das reas de preservao permanente e de aproveitamento alternativo da vegetao secundria (capoeira). Algumas destas reas tm potencial para o desenvolvimento do Ecoturismo e incremento da atividade pesqueira sob manejo apropriado. 1.970.942 ha 8,33%.

    SUB-ZONA 1.4 Destinadas ao desenvolvimento de atividades agropecurias, agroflorestais, florestais, agro-industriais, dentre outras, nas reas j antropizadas. Recomenda-se que enventuais desmatamentos incrementais sejam feitos, no mximo, em 20% do total da rea de cada propriedade, condicionados vulnerabilidade eroso, s potencialidades e fragilidades naturais dos recursos naturais ao uso pretendido. De um modo geral, devem ser estimulados os usos alternativos dos recursos naturais, sem a converso da vegetao natural, alm da proteo dos remanescentes florestais e outras formaes vegetais naturais e a recuperao das reas degradadas e de preservao permanente. Estas reas apresentam potencial para aproveitamento hidreltrico, em pequenas centrais de produo. Nas reas desmatadas, recomendado o desenvolvimento de atividades que contribuam com a proteo dos solos contra a eroso, tais como os reflorestamentos, consrcios agroflorestais e cultivos permanentes de um modo geral. 1.615.569 ha 6,82%. ZONA 2 reas de Conservao dos Recursos Naturais, passveis de uso sob manejo

    sustentvel.

    SUB-ZONA 2.1 Destinadas ao desenvolvimento de atividades econmicas, em sistema adequado de manejo dos recursos naturais, sem a converso da vegetao natural e sem promover expanso das reas cultivadas. As reas de florestas naturais so recomendadas ao aproveitamento sob manejo sustentado madeireiro e no madeireiro. As reas de campos naturais ao desenvolvimento da pecuria extensiva, sem a converso da vegetao natural e sob manejo adequado e com cuidados especiais. Algumas reas apresentam alto potencial ao ecoturismo e s atividades de pesca em suas diversas modalidades (com controle e monitoramento). 1.910.769 ha 8,07%.

    SUB-ZONA 2.2 Destinadas conservao da natureza, em especial da biodiversidade, com potencial para atividades cientficas e econmicas alternativas, como o ecoturismo e a pesca em suas diversas modalidades (controladas e monitoradas). recomendada tambm a criao de reas protegidas devido s caractersticas especficas de sua biodiversidade, de seu habitat e de sua localizao em relao ao corredor ecolgico regional. O aproveitamento destas reas deve se desenvolver sem converso da cobertura vegetal natural e, quando extremamente necessria, somente em pequenas reas para atender subsistncia familiar. 896.082 ha 3,78%. ZONA 3 reas Institucionais, constitudas pelas reas protegidas de uso restrito e controlado,

    previstas em Lei e institudas pela Unio, Estado e Municpios.

    SUB-ZONA 3.1 reas constitudas pelas Unidades de Conservao de Uso Direto, nas quais a utilizao dos recursos ambientais nelas existentes dever seguir os planos e diretrizes especficas, tais como: Florestas Estaduais de Rendimento Sustentado, Florestas Nacionais, Reservas Extrativista

  • 24

    e outras categorias estabelecidas no Sistema Nacional de Unidades de Conservao. 2.073.498 ha 8,76%.

    SUB-ZONA 3.2 reas formadas pelas Unidades de Conservao de Uso Indireto, onde os usos devem se limitar s finalidades de ecoturismo, educacionais, cientficas e culturais, tais como Estaes Ecolgicas, Parques e Reservas Biolgicas, Patrimnio Espeleolgico, e Reservas Particulares do Patrimnio Natural e outras categorias estabelecidas pelo Sistema Nacional de Unidades de Conservao. 2.096.618 ha 8,86%.

    SUB-ZONA 3.3 reas formadas pelas Terras Indgenas, partes do territrio nacional de uso limitado pela lei, onde o aproveitamento dos potenciais de recursos naturais somente podero ser efetuados mediante autorizao ou concesso da Unio e na forma de regulamentos especficos 4.114.945 ha 17,39%. Total: 23.670.329 ha. A REGIO DO VALE DO GUAPOR MAMOR se encontra ainda relativamente bem preservada e conta com pequena parte da sua rea dedicada atividade agropecuria contrapondo-se a uma grande beleza cnica do rio e seus afluentes com guas lmpidas e rica ictiofauna. O contraste entre os campos inundveis e as florestas de vrzea, a ilhas, os meandros, as praias, as baas e os cordes fluviais, enriquecem a paisagem. Os principais portos de entrada: Pimenteiras, Costa Marques e Prncipe da Beira, Guajar-Mirim e Nova Mamor esto onde a estrada alcana. Estes centros urbanos, bem como as pequenas vilas ao longo do rio, coincidem com pequenos trechos de terras altas. No geral a paisagem dominada por florestas de vrzea e campos inundveis que se adentram por dezenas de quilmetros dificultando a fixao permanente do homem nestas terras. Consequentemente a presso antrpica d-se principalmente no rio e pelo rio.

    reas de Preservao e Conservao Ocupam mais de 7.000.000 de hectares que representam 30% da rea total do Estado. Entre as unidades de conservao estaduais e federais existentes no Estado, tem-se: Reserva Biolgica do Guapor; Reserva Biolgica do Jaru; Estao Ecolgica do Cuni; Parque Nacional dos Pacas Novos; Floresta Nacional do Jamari; Floresta Extrativista do Rio Ouro Preto; reas Indgenas; Parques Estaduais: Serra dos Reis, Corumbiara e Guajar-Mirim; Estaes Ecolgicas: Serra dos Trs Irmos e de Samuel; Reservas Extrativistas: Pacas Novos, Cautrio, Curralinho, 15 do Machadinho DOeste, rio Jaci-

    Paran, entre outras.

    1.4 REAS DE PRESERVAO, CONSERVAO OU DISPONVEIS

  • 25

    Atualmente os processos tcnicos para transferncias das reas das unidades de conservao para o Estado esto tramitando no INCRA. Est em processo licitatrio pelo Estado a gesto compartilhada para os trs Parques Estaduais, com o objetivo de possibilitar uma administrao descentralizada e participativa na gesto ambiental. O modelo adotado para a colonizao em Rondnia privilegiou as propriedades agrcolas de pequenas reas. As dificuldades com algumas culturas perenes como o cacau e a seringueira, contudo, induziram a que muitas destas propriedades fossem incorporadas gradualmente pela pecuria. Assim, deu-se incio a outro fenmeno migratrio, desta vez no sentido rural-urbano, fato mais destacado no final dos anos 80 e por toda a dcada de 90, com grande influncia na educao e no desenvolvimento econmico. SISTEMA DE ENSINO As redes federal, estadual, municipal e particular atuam no Estado em todos os graus e modalidades de ensino, com diferentes caractersticas de participao. Essas diferenas refletem-se, diretamente, nas peculiaridades de distribuio dos espaos fsicos, segundo as vrias redes e a localizao (urbana ou rural). A capacidade escolar no nvel bsico se explicita no quadro:

    Capacidade Escolar Instalada Rede Localizao N. de Escolas N. Salas de Aula

    Federal Urbana 01 01 Rural 01 06 Total 02 07 Estadual Urbana 262 2.722 Rural 160 300 Total 422 3.022 Municipal Urbana 99 464 Rural 2.528 2.766 Total 2.627 3.230 Particular Urbana 106 727 Rural 06 33 Total 112 760 Soma das Redes Urbana 468 3.914 Rural 2.695 3.105

    TOTAL GERAL - 3.163 7.019 Fonte: DEMEC/RO

    De acordo com o quadro acima o sistema de ensino rondoniense tem uma capacidade instalada de atendimento prxima de 400.000 matrculas, incluindo-se zona urbana e rural e o funcionamento

    1.5 ASPECTOS SCIO-ECONMICOS E CULTURAIS

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    abrangente no turno da manh, da tarde e da noite, no levando em considerao aspectos da distribuio espacial dessa capacidade em relao demanda existente. A rede de ensino superior de Rondnia conta com as seguintes instituies: UNIR Fundao Universidade Federal de Rondnia, com sede em Porto Velho, oferece os

    cursos de: Pedagogia, Psicologia, Educao Fsica, Matemtica, Enfermagem, Histria, Geografia, Letras (Portugus, Ingls e Espanhol), Direito, Administrao, Cincias Contbeis e Cincias Econmicas. Possui Campi nos municpios de Guajar-Mirim, Rolim de Moura, Cacoal, Ji-Paran e Vilhena, alm de cursos parcelados nos municpios de Ariquemes, Ouro Preto DOeste e Pimenta Bueno nas reas de Pedagogia, Matemtica e Letras (Lngua Portuguesa). A UNIR oferece ainda cursos de Extenso e de Ps-Graduao em vrias reas do conhecimento;

    FARO Faculdade de Cincias Humanas e Letras de Rondnia, tem sua sede no municpio de

    Porto Velho, oferecendo cursos de Direito e Cincias Contbeis; FATEC Faculdade de Cincias Administrativas e de Tecnologia, com sede em Porto Velho,

    oferecendo os cursos de Administrao e Curso Superior de Tecnologia em Processamento de Dados;

    IPEC Instituto de Porto Velho de Educao e Cultura, com sede na capital do Estado,

    oferecendo os cursos de Pedagogia e Cincias com habilitao em Biologia; FIAR Faculdades Integradas de Ariquemes, com sede no municpio de Ariquemes, oferecendo

    os cursos de Cincias (licenciatura de 1 grau), Matemtica (licenciatura de 1 grau), e Pedagogia, com habilitaes em Magistrio, Administrao e Orientao Educacional;

    ULBRA Universidade Luterana do Brasil, em Ji-Paran, oferecendo os cursos de

    Administrao, Cincias Contbeis, Direito, Pedagogia, Informtica e Agronomia; FEC Faculdade de Educao de Cacoal, com sede em Cacoal, oferecendo os cursos de Letras

    e Pedagogia com habilitao em Administrao e Superviso Escolar. FECAV Faculdade de Educao e Cincias Administrativas de Vilhena, com sede em Vilhena,

    oferecendo os cursos de Pedagogia e Administrao. Faculdades Integradas Maria Coelho Aguiar, com sede em Porto Velho, oferece o curso de

    Odontologia. O que mais impressiona na educao brasileira, e o estado de Rondnia no foge regra, a

    dimenso da rede escolar. A rede educacional de Rondnia tem hoje, mais de 370 mil alunos. Caso fossem acrescentados os mais de 15 mil professores e gestores da educao o contingente estaria em torno de 400 mil pessoas. um nmero expressivo: corresponde a um tero da populao total do estado. H, porm, muitas dificuldades. Segundo dados do Ministrio da Educao, 29.392 crianas rondonienses (11,4% do contingente na faixa de 7 a 14 anos) no freqentam a escola.

    A tabela que se segue evidencia algumas condies importantes ao fornecer os dados que informam os anos de instruo da populao, a partir de 4 anos de idade, por grupos de idade:

  • 27

    Anos de 4 a 9 anos 10 a 24 anos Mais de 25 anos Ignorado Total Estudo Populao % Populao % Populao % Populao Populao %

    Sem instruo 56,189 32,0 13,860 3,0 100,174 21,0 532 167.453 16,0 menos de 1 71,189 39,0 10,698 2,0 5.672 1,0 225 86,194 8,0

    1 28,023 16,0 25,150 5,0 33,392 7,0 272 83,457 7,0 2 15,410 8,0 45,414 9,0 46,321 10,0 300 100,564 10,0 3 3,158 2,0 65,363 12,0 45,852 10,0 339 103,414 10,0 4 335 0,0 126,992 25,0 98,865 21,0 538 194,802 19,0

    5 a 7 0 0,0 157,184 30,0 59,570 12,0 443 169,501 16,0 8 0 0,0 56,812 11,0 61,039 13,0 225 101,358 10,0

    12 0 0,0 2,941 1,0 17,974 4,0 51 20,829 2,0 Ignorado 7,361 4,0 10,814 2,0 5,399 1,0 590 20,962 2,0 TOTAL 181,665 100,0 515,228 100,0 474,258 100,0 3,515 1.048.534 100,0

    Fonte: IBGE, contagem da populao 1996 Os nmeros da tabela em confronto com os da capacidade escolar instalada impem uma concluso preliminar: o problema educacional de Rondnia no parece residir nas dimenses da mquina educacional, nem no nmero de escolas existentes e sim na pouca capacidade de absoro e reteno do aluno na escola, j que apenas 10% da populao escolar estaria em condies de possivelmente ter iniciado o 2 grau e 2,0% de t-lo concludo desde que no houvesse repetncia. RELIGIO A prtica de cultos e outras manifestaes religiosas inteiramente liberada em Rondnia, como em todo o pas. No entanto, a Religio Catlica Apostlica Romana a que congrega maior nmero de adeptos. MOEDA A moeda corrente adotada o Real (R$), cuja relao com o dlar americano est na ordem de R$ 1,87 = US$ 1,00. PRODUTO INTERNO BRUTO (PIB) E DISTRIBUIO DE RENDA O Produto Interno Bruto de Rondnia, embora tenha crescido nos ltimos vinte anos de forma acentuada, no fez com que o estado atingisse um nvel importante no ranking dos estados nacionais, embora assuma posio de destaque entre os estados da regio Norte. Segundo dados constantes do Relatrio Scio-Econmico/98 da Tecnosolo/DHV, elaborado para a SEPLAN/RO, o valor do PIB estadual em 1996, distribudo nas atividades de agropecuria, indstria e servios, apresentou-se conforme demonstrado a seguir:

    PRODUTO INTERNO BRUTO - 1996 Atividades R$ milhes %

    Agropecuria 805,6 15,5 Industria 786,6 15,2 Servios 3.591,5 69,3

    TOTAL 5.183,7 100,0 Fonte: TECNOSSOLO/DHV/ SEPLAN/RO

  • 28

    Observa-se uma reduzida participao do setor industrial na economia do estado, inclusive abaixo do valor do produto da agropecuria, ainda mais acentuada quando comparado ao item de servios. Destaca-se o setor de servios na formao do PIB do estado, em proporo superior a observada na Regio Norte e no resto do pas. Esta caracterstica, j registrada em 1985, acentuou-se ao longo dos 10 anos seguintes. Em relao atividade agropecuria, considerando o comportamento cclico ao longo dos ltimos anos, leva a concluir que dever manter o mesmo nvel de crescimento, ampliando o peso dessa atividade na economia estadual e regional. Considerando os valores do PIB por unidades da federao que compem a regio Norte, a unidade mais importante o estado do Par, cujo valor do PIB, em 1996, representava 44,3% do PIB regional, seguido pelo estado do Amazonas com 25,7% e pelo estado de Rondnia com 14,9%. Ou seja, Rondnia o terceiro estado em importncia, em termos de montante do valor do produto gerado em 1996, dentre os sete estados que formam a regio Norte do Brasil, conforme mostrado na figura abaixo.

    PARTICIPAO DE CADA ESTADO NO PIB DA REGIO NORTE - 1996

    A anlise dos dados do PIB de 1995 e de 1996 quanto participao dos diversos setores de atividade econmica muito importante. Como a variao por ndice percentual preciso compreender que aumentando sua participao de 11,1% para 15,5%, a agropecuria na verdade teve incremento de 39,63%, o mesmo ocorrendo com o setor de servios que, ao aumentar sua participao de 67,80% para 69,3% teve, na realidade, uma ampliao de 2,2%. O preocupante a performance da indstria que, ao diminuir sua participao de 20,30% para 15,2%, teve na realidade, uma retrao de 82,8% em relao sua participao na composio do PIB estadual do ano anterior.

    Composio Setorial do PIB do Estado de Rondnia Evoluo de 1985 a 1995 Valores R$ Composio %

    Ano Agropecurio Industrial Servios Total Agropecurio Industrial Servios 1985 528415 653401 1194424 2.376.240 22.2 27.5 50.3 1986 516142 705227 1486815 2.708.184 19.1 26.0 54.9 1987 589431 749852 1418811 2.758.095 21.4 27.2 51.4

    5,2% 3,1%

    25,7%

    44,3%

    14,9%

    2,9%

    3,1% AcreAmapAmazonasParRondniaRoraimaTocantins

  • 29

    1988 636118 779527 1505740 2.921.385 21.8 26.7 51.5 1989 792401 834420 1482391 3.109.212 25.5 26.8 47.7 1990 805681 759777 1461169 3.026.627 26.6 25.1 48.3 1991 1080950 727953 1628240 3.437.143 31.4 21.2 47.4 1992 1132458 633364 1504163 3.269.985 34.6 19.4 46.0 1993 721999 733638 1507116 2.962.753 24.4 24.8 50.9 1994 934836 705343 1612329 3.252.508 28.7 21.7 49.6 1995 1110276 851640 1740954 3.702.870 30.0 23.0 47.0

    Fonte: IPEA/DIPES IBGE, Atlas Regional das Desigualdades (1985-95); IBGE, Anurio Estatstico 1992 Nos dados acima se verifica um comportamento relativamente uniforme quanto participao das atividades econmicas na composio do PIB do estado, no perodo de 1985 a 1995, com pequenas variaes percentuais em alguns anos. Comparando o PIB rondoniense com o da Regio Norte e o do prprio pas, encontra-se:

    PIB Local Ano 1970 1980 1990 1995

    PIB (milhes de R$ constantes de 1995)

    Brasil Regio Norte Rondnia

    1607213615166

    42825814922

    1228

    558350 24645

    3027

    63937728374

    3702Fonte: IPEA/DIPES IBGE, Atlas Regional das Desigualdades (1985-1995) Dados revisados em 1997; IBGE, Anurio Estatstico de 1992. Valores Corrigidos A anlise dos dados acima indica ser ainda pequena a participao de Rondnia, em termos de valores absolutos, tanto no PIB da Regio Norte quanto no do Brasil. O PIB per capta mdio observado no perodo de 1985 a 1996 foi de R$ 3.483,57. Considerando-se que no houve nenhuma importante mudana na conjuntura econmica do estado nos ltimos anos, acredita-se que o PIB per capta atual tenha crescido 5% em relao mdia acima, passando a ser algo em torno de R$ 3.657,00.

  • 30

    CAPTULO 2CAPTULO 2CAPTULO 2CAPTULO 2

    SETORES PRODUTIVOSSETORES PRODUTIVOSSETORES PRODUTIVOSSETORES PRODUTIVOS

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    Os fatores combinados dos projetos de colonizao, do asfaltamento da BR-364 e dos investimentos federais na regio, foram determinantes para que a agricultura de Rondnia passasse a ter expressividade econmica, a partir de 1970. Estes fatores, aliados disponibilidade de solos frteis e de migrantes com grande tradio e vocao rurais fizeram com que a agricultura de subsistncia, praticada inicialmente em Porto Velho e Guajar-Mirim, desse lugar a uma verdadeira exploso produtiva ao longo da BR-364. As principais dificuldades para expanso da produo agrcola em Rondnia esto relacionadas com as condies de comercializao, tanto por diversos aspectos locais, como pelas distncias aos grandes centros consumidores, associadas s questes de transporte, armazenagem e apoio logstico. Ainda assim verifica-se uma constncia no crescimento da produo ao longo do tempo, mesmo com variao de safra de produto a produto, apesar dos inmeros problemas que afetam a agricultura regional, que vo da falta de pesquisa at s questes do crdito. Uma viso nos nmeros da produo de trs dcadas permite afirmar que a agricultura tende a se firmar em Rondnia como um de seus setores produtivos. O quadro abaixo apresenta a evoluo dos principais produtos da produo agrcola dos ltimos 9 (nove) anos:

    Produo Agrcola 1989 a 1998 Cultura 1989 a

    1990 (t) 1990 a 1991 (t)

    1991 a 1992 (t)

    1992 a 1993 (t)

    1993 a 1994 (t)

    1994 a 1995 (t)

    1995 a 1996 (t)

    1996 a 1997 (t)

    1997 a 1998 (t)

    Algodo Herbceo 14.493 24.800 10.678 24.988 38.275 27.059 10.219 4.435 3.224Arroz 138.223 140.300 191.055 209.756 275.028 262.436 229.378 229.889 239.728Milho 212.666 218.431 265.672 306.098 390.272 370.179 376.160 383.138 373.013Feijo 73.245 76.851 67.993 85.165 92.567 81.007 82.589 89.670 92.447Mandioca 491.960 496.784 553.214 579.899 672.921 708.605 696.257 677.675 635.004Banana (*) 13.826 16.085 24.323 23.156 26.084 25.889 23.377 21.188 23.023Caf 174.233 149.309 137.227 149.932 163.552 171.233 150.896 187.603 189.084Cacau 20.347 22.280 20.468 20.231 15.839 15.871 14.739 11.892 10.145Soja 18.102 5.000 403 - - - - - 22.750Fonte: IBGE/GCEA/CONAB/SEAGRI (*) 1.000 cachos Os dados gerais da produo agrcola do estado demonstram que a diversificao da produo j retirou Rondnia da fase de mera agricultura de subsistncia, gerando excedentes exportveis, como o caso do caf, cacau, feijo, milho e soja. Assume tambm importncia a produo de legumes e frutas tropicais. Ressalta-se a tendncia uniforme nos nveis de produo, a partir de 1995, exceo apenas cultura do algodo herbceo com sensvel queda e da soja que durante 5 anos(1993 a 1997) no tem registro de produo. As causas da falta de expanso da produo agrcola podem ser atribudas s questes relacionadas inexistncia ou deficincia nas aes de crdito, do fomento, preos no atrativos e outros fatores conjunturais como armazenagem e transporte. Acredita-se tambm que as restries aos desmatamentos impostas aos produtores rurais, em consonncia com a poltica do governo federal para o meio ambiente, tenham sido responsveis pela estabilizao ou ligeira queda na produo agrcola, visto que os custos para o plantio em reas recm-desmatadas muito inferior aos praticados em reas de desmatamento antigo, que requerem mecanizao e mais mo-de-obra nos tratos culturais.

    2.1 AGRICULTURA

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    Os mais recentes dados relativos aos principais produtos agrcolas produzidos em Rondnia esto condensados no quadro abaixo:

    Ano de Produo 1998 Produto Produo (Ton) Consumo Interno (Ton)

    Arroz 239.728 158.220 Feijo 92.447 17.920 Milho 373.013 37.301 Caf 189.084 9.450 Soja 22.750 - Fonte: IBGE/GCEA/CONAB/EMATER

    Observa-se que h um volume significativo de excedente de caf (95%), milho (90%), feijo (80,6%), e arroz (34%). A produo de soja, ainda pouco expressiva, integralmente comercializada para fora do estado. A agricultura de Rondnia, entretanto, ainda no satisfaz adequadamente seu consumo interno em alguns produtos, alm de sofrer algumas outras restries que limitam seu poder de competitividade com a produo do Centro Sul brasileiro. Para melhor compreenso da performance da agricultura rondoniense, em relao ao contexto nacional e s suas possibilidades, pode-se visualizar o rendimento das principais culturas por meio do quadro abaixo:

    Cultura Brasil Mdia Mxima UF Rondnia Arroz 2.414 4.828 RS 1.751Feijo 614 1.673 DF 582Mandioca 12.769 23.136 SP 17.112Milho 2.497 4.122 DF 1.840Soja 2.162 2.482 MT 2.246Cacau 447 596 PA 451Caf 1.124 1.529 RJ 1.211Fonte: IBGE Anurios Estatsticos, em kg por hectare.

    Pode-se constatar com relao mandioca, soja, ao cacau e ao caf que a produo rondoniense supera o ndice de produo nacional ficando abaixo apenas dos maiores produtores. Mesmo em relao ao arroz (-37%), feijo (-5,4%) e milho (-35,7%) a produo em relao mdia nacional satisfatria.

    2.1.1 PRINCIPAIS PRODUTOS AGRCOLAS

  • 34

    Outro aspecto da produo consider-la enquanto culturas anuais ou permanentes relativamente s reas colhidas e ao rendimento que oferecem. A evoluo desses dados, trabalhados de forma a permitirem melhor comparabilidade e explicitao estatstica, encontra-se a seguir, desde 1980: Ano Culturas Anuais Culturas Permanentes Total

    Produo rea Rendimento Produo rea Rendimento Produo rea Rendimento1980 100.0 100.0 100.0 100.0 100.0 100.0 100.0 100.0 100.0 1981 125.4 110.7 113.2 90.7 121.7 74.5 114.3 112.9 101.2 1982 140.4 129.5 108.4 140.4 167.9 83.6 140.4 137.0 102.4 1983 109.0 94.8 115.0 214.9 231.6 92.8 142.9 121.6 117.5 1984 154.6 155.0 99.7 202.7 217.0 93.4 170.0 167.1 101.7 1985 160.0 153.5 104.2 393.4 301.8 130.4 234.6 182.6 128.5 1986 167.7 174.8 95.9 341.2 273.1 124.9 223.1 194.1 114.9 1987 167.2 183.9 90.9 385.4 282.1 136.6 236.9 203.1 116.6 1988 182.2 197.3 92.3 265.8 312.3 85.1 208.9 219.9 95.0 1989 204.8 215.7 94.9 441.5 370.5 119.2 280.4 246.1 113.9 1990 171.8 167.5 102.5 527.3 389.1 135.5 285.3 210.9 135.5 1991 173.6 176.8 98.2 461.5 371.7 124.2 265.6 215.0 123.5 1992 196.0 208.4 94.0 423.9 364.4 116.3 268.8 239.0 112.5 1993 223.5 227.4 98.3 459.6 388.6 118.3 298.9 259.0 115.4 1994 268.0 272.6 98.3 498.1 393.1 126.7 341.5 296.2 115.3 1995 261.2 243.1 107.5 511.8 381.0 134.3 341.3 270.1 126.3 1996 247.1 230.8 107.1 452.4 391.1 115.7 312.7 262.2 119.3

    Fonte: Dados do Anurio Estatstico do IBGE. Estes dados oferecem anlise importante medida que permitem, de forma clara e objetiva, as concluses sobre a expressiva evoluo da agricultura geral no Estado de Rondnia. Cabe ressaltar ainda a supremacia das culturas permanentes sobre as anuais, no s no que concerne aos quantitativos como tambm relativamente aos percentuais de rendimento. Sintetizando, pode-se afirmar que: Rondnia grande produtor de arroz, gerando inclusive excedente para exportao de mais de 80.000 ton em 1998. Contudo parte do arroz consumido vem de outros estados, em funo da qualidade. A soja vem se reintroduzindo no Estado pelo chamado Centro-Sul, regio de Vilhena e arredores, onde encontra tipo de solo apropriado mecanizao que esta lavoura exige. Com a implantao do projeto Hermasa, do corredor de exportao de soja pelo Rio Madeira e da incluso de Vilhena no PRODECER Programa de Cooperao Nipo-brasileira para o Desenvolvimento dos Cerrados, a cultura vem tendo forte impulso para se projetar no cenrio estadual. Rondnia dispe de um milho de hectares de cerrados, com altitudes variando entre 400 e 600 metros, reas extremamente apropriadas ao cultivo da soja. A efetivao de uma poltica de incentivo para o financiamento do plantio de soja nas regies de cerrado rondoniense afetar decisivamente esta cultura que, a curto prazo, dever se posicionar como uma nova e rentvel produo de cereais para a regio, considerando-se a consolidao do corredor de exportao de gros, por meio do porto graneleiro de Porto Velho. Apesar das expectativas serem bastante animadoras, o total de rea plantada de soja no estado de apenas 5.000 ha, em sua quase totalidade no municpio de Vilhena.

  • 35

    O feijo totalmente comercializado no prazo mximo de sessenta dias aps a colheita sendo uma parte exportado para vrios estados brasileiros. Na entressafra o feijo tem de ser importado para suprir o abastecimento interno. A quase totalidade de produo de caf da variedade robusta que aplicvel na mistura da produo de caf solvel. Assim sendo, quase toda a produo de caf de Rondnia exportada, em parte para o exterior e o restante para a indstria nacional de caf solvel. Atualmente j se observa que a rea plantada aumentou muito, de forma que se pode projetar para 1999 uma produo estimada com acrscimo de 40%, perfazendo um total de 264.718 toneladas. Quanto ao milho no h dados oficiais de consumo porque a quase totalidade da produo do estado destinada exportao, uma vez que sua utilizao como rao animal, bem como para a produo de alimentos humanos, incipiente em Rondnia. Estima-se o consumo interno em apenas 10% da produo. A fruticultura rondoniense ainda pouco expressiva, com exceo da banana e citros. A entrada em funcionamento de algumas indstrias de beneficiamento vem atestando o vigor do incremento fruticultura do estado. A produo de banana estimada para 1999 de 6.000.000 de cachos. Retirada a parcela de consumo interno, a quase totalidade do excedente direcionada para So Paulo. Tambm so realizadas vendas pouco significativas para Manaus. Tm ocorrido, entretanto, quedas na produo nos ltimos anos. A acerola, embora com produo ainda baixa, destinada ao consumo local por meio das indstrias caseiras de polpa. Existe uma grande rea plantada na regio de J-Paran que est em incio de produo e se destinar produo de polpa e concentrado, com finalidade de exportao, principalmente. As tentativas de cultivo do mamo em Rondnia no se tm mostrado viveis, devido principalmente a problemas fitossanitrios. Embora no se tenha o ndice mdio de consumo deste produto, presume-se que toda sua produo consumida internamente. O abacaxi, introduzido no Estado a partir de 1994 como cultura comercial, apresenta caractersticas promissoras, j sendo Rondnia praticamente auto suficiente. Sua produo est sendo destinada ao consumo in natura, com possibilidades de aproveitamento em polpas e concentrados. A produo de melancia tambm est apenas se iniciando mas j comea a abastecer parte do mercado interno. Tendo em vista a boa aptido dos solos das reas ribeirinhas, o estado tende a ser auto-suficiente a curto prazo e, inclusive, dever ter excedentes para atender outros mercados.

    2.1.2 FRUTICULTURA

  • 36

    Os citros j formam uma cultura com alguma tradio no Estado, destacando-se as regies de J-Paran, Cacoal e Ariquemes. Sua produo, contudo, ainda est bem abaixo da demanda interna que abastecida com a importao de outros estados. A cultura de cupuau pequena e atende s indstrias caseiras de polpa, com uma parte destinada venda dos frutos em feiras livres ou mercados. Esta outra cultura que tende a se expandir. A lavoura de cacau teve o seu processo de implantao e desenvolvimento em Rondnia no incio de 1971, respaldado em estudos realizados pela CEPLAC que apontavam a viabilidade da lavoura nesta regio. A partir de 1986 o mercado internacional comeou a apresentar tendncias de declnio e o preo mdio da tonelada sofreu baixa significativa variando de US$ 2.500/ton para at US$ 800/ton. A produo de cacau em Rondnia na safra de 1998 alcanou o montante de 10.145 ton, totalmente destinada a outros mercados, tendo em vista no existir nenhuma indstria de beneficiamento do produto no Estado. O aumento da produo de amndoas secas de cacau possibilita a instalao de indstrias de transformao (manteiga e torta de cacau), tendo como conseqncia a instalao de pequenas indstrias de chocolates, doces, balas, etc. A produo atual, alis, j comporta a instalao de uma unidade industrial de pequeno porte capaz de processar at 10.000 ton de cacau/ano. Dando continuidade ao apoio a esta cultura, no final do ano de 1998, a CEPLAC, lanou um programa de desenvolvimento da cacauicultura de Rondnia, com um perodo de abrangncia de cinco anos (1999 a 2003), onde contempla: a) recuperao de 12.000 ha de cacauais com alta incidncia de vassoura-de-bruxa, reintegrando dessa forma, ao processo produtivo cerca de 2400 (dois mil e quatrocentos) produtores, gerando 6.000 empregos diretos e 24.000 empregos indiretos, proporcionando uma receita bruta anual de R$ 28,8 milhes; b) implantao de 15.000 ha de novos cacauais, priorizando a pequena produo familiar com o envolvimento de aproximadamente 5.000 famlias, gerando cerca de 10.000 empregos diretos. Com este trabalho de expanso e de recuperao de reas de cacau, o Estado de Rondnia proporcionar indstria, nos prximos anos, uma produo em torno de 40.000 ton/ano. POLPAS E CONCENTRADOS DE FRUTAS A indstria de polpas de frutas est bastante disseminada no estado sob a forma predominante de pequenos equipamentos caseiros, destinados produo para o consumo local, na maioria dos casos adstritas s prprias cidades onde esto instaladas. Mais recentemente, com o financiamento de setecentos produtores na regio de J-Paran para o plantio de acerola, abacaxi, maracuj, goiaba, coco-da-bahia, mamo e cupuau, instalou-se uma agroindstria de beneficiamento de frutas em Ji-Paran, a FRUIT-RON, com capacidade para produzir at 1.000 ton/ms de suco concentrado e integral, tendo exportado 137 ton de suco de acerola, em 1998.

  • 37

    A oferta atual de legumes e verduras de Rondnia incipiente, sendo o Estado importador desses produtos. Contudo, a recente experincia bem sucedida levada a efeito em Vilhena, com a plasticultura, que j comea a se difundir por outros municpios, de se prever que a cultura de legumes e verduras possa vir a ter um importante papel no quadro produtivo, substituindo importaes e at mesmo gerando excedentes. Abrem-se novas perspectivas com a implantao de novos projetos em Porto Velho, atravs da produo de alface pelo processo de hidroponia, com custos acessveis, com vistas ao atendimento do mercado de Manaus. A mandioca um produto que vem diminuindo sua produo, tendo atingido o total de 635. 004 ton em 1998, que somente supre as necessidades internas, no havendo excedentes exportveis. A fabricao caseira de farinha e a alimentao animal e humana so suas principais destinaes. No existe mdia de consumo da mandioca in natura, mas h que se ressaltar que so importadas pequenas quantidades de farinha dos estados do Acre e Paran. Quanto ao algodo a produo vem caindo desde 1995, quando alcanou um total de 27.062 ton, passando para 10.219 ton em 1996, 4.435 ton em 1997 e 3.224 ton em 1998, numa evidente demonstrao da sua insignificncia para a economia do estado, apesar de campanha de incentivo implementada pelo governo estadual, em anos anteriores, inclusive induzindo o setor privado a instalar indstrias de beneficiamento no interior do estado. H que se registrar que os preos esto competitivos no momento, sugerindo incrementos no plantio e beneficiamento do algodo.

    A pecuria bovina de corte e leite vem se desenvolvendo com grande rapidez a partir dos anos 80. A criao de sunos, aves, ovino e caprinos tem crescido ainda que no nos ndices do rebanho bovino como atesta o grfico:

    Evoluo do Rebanho Bovino de Rondnia Em 1.000 cabeas

    764

    1.719

    5.000

    4.441

    0

    1000

    2000

    3000

    4000

    5000

    6000

    Fonte: CEPA/RO - Emater/RO - Anurio Estatstico Agropecurio 1995* - Estimativa - FIERO

    1985

    1990

    1995

    1998*

    2.1.3 OUTRAS CULTURAS AGRCOLAS

    2.2 PECURIA

  • 38

    J o quadro seguinte mostra o crescimento do rebanho bovino, suno e produo de aves em Rondnia, no perodo de 1995 a 1998.

    Produo de Animais 1995 1998 N. de cabeas

    Animais 1995 1998 * Bovino 4.440.967 5.000.000Suno 926.150 1.065.073Aves 5.283.649 5.917.686Fonte: Anurio Estatstico * - Estimativa FIERO

    A pecuria foi a atividade do setor primrio que mais se expandiu nos ltimos anos no Estado, especialmente a bovina, que hoje se apresenta como plenamente capaz de satisfazer o consumo interno e ainda oferecer excedentes exportveis. A pecuria de corte possui nvel tecnolgico mais elevado que a pecuria de leite e tem evoludo mais rapidamente junto com a expanso das reas de pastagens, contra uma estagnao, at mesmo reduo de reas de lavoura. A pecuria de leite se desenvolveu mais nas reas de pequenas e mdias propriedades, como fator de agregao de renda aos agricultores tradicionais e se caracteriza pelo seu baixo nvel tecnolgico e baixa produtividade. No entanto, a grande quantidade de leite produzida no estado tem provocado a expanso da indstria de laticnio. A avicultura pouco expressiva e insuficiente para atender demanda local, em decorrncia da falta de competitividade com a produo originria do Sul do pas, em funo da dependncia na importao do componente protico da rao animal. A produo de sunos, ovinos e caprinos ainda atividade pouco representativa no estado, quer pela falta de estmulo e incentivo, quer pela baixa demanda de consumo, em funo do hbito alimentar da populao.

    Em decorrncia da expanso da pecuria em Rondnia, em particular do rebanho bovino, a produo de carne de gado j atingiu patamares de auto-suficincia e os frigorficos em operao se voltaram para a exportao, sendo So Paulo e Manaus os principais mercados compradores. Estes produtos, por sua importncia relativa na pauta de produtos exportados por Rondnia, merecem uma anlise mais detalhada de sua oferta, por se apresentarem como os de maior potencial de resposta imediata ao atendimento de eventuais demandas de comercializao externa. A indstria de abate de bovinos em Rondnia constituda por 06 (seis) frigorficos localizados em Porto Velho, Ariquemes, Cacoal, Ji-Paran, Rolim de Moura e Vilhena. Todos se encontram regularizados junto ao Servio de Inspeo Federal - SIF e, portanto, aptos a comercializarem com outros estados e exportar para outros pases. Esto entrando em funcionamento mais dois outros, localizados nos municpios de Candeias e Jaru.

    2.2.1 PRODUO DE CARNE BOVINA

  • 39

    Considerando-se um desfrute de 15% sobre o total do rebanho bovino, h uma disponibilidade de 750.000 cabeas de gado por ano. Deste total, 634.000 cabeas so destinadas ao abate nos 08(oito) frigorficos e as 116.000 cabeas restantes se destinam ao abate em pequenos abatedouros (61.000) e ao comrcio de gado em p (55.000), para fora do Estado. O quadros que se seguem, mostram a produo de carne e seus derivados, em 1998, o correspondente valor agregado, bem como o seu destino. Resumo Descritivo da Produo de Origem Bovina em Rondnia de 1998.

    Produto Preo R$/Kg Produo (ton.) Valor (R$ 1.000) Carne s/ Osso 3,00 5.212,88 15.638,64Carne c/ Osso 1,93 293.032,66 565.553,03Estmago (Bucho) 0,55 2.930,32 1.611,67Corao 0,80 700,32 560,25Lngua 1,00 647,60 647,60Rim 0,30 405,70 121,71Pulmo 0,30 514,02 154,20Rabo 2,50 901,28 2.253,20Fgado 1,10 2.916,00 3.207,60Midos 0,37 799,16 295,68Couro Salgado 0,91 21.572,00 19.630,52Farinha de Carne e Osso 0,25 12.596,16 3.148,04Charque 2,70 869,18 2.346,78Produtos Diversos 0,82 6.829,87 5.600,49

    TOTAL 16,53 349.927,15 620.769,41Fonte: Pesquisa FIERO

    O consumo de carne suna in natura na Regio Norte no apresenta ndices significativos. No entanto deve se observar que seus derivados (salsichas, lingias, fiambres, salames, etc.) representam itens importantes nos hbitos alimentares desta mesma regio. Embora pequeno, o rebanho suno de Rondnia, com 926.150 cabeas, atende demanda interna. Os produtores especializados so em nmero reduzido, o que impede a expanso de uma indstria de embutidos, hoje em sua maior parte, de carter artesanal e domstico. A avicultura de corte no estado tambm bastante limitada, tendo maior importncia nas regies de Ji-Paran e Cacoal que representam mais de 60% da produo total. Presume-se que tal atividade no tenha ainda prosperado por fatores tais como: clima, custos de insumos, inexistncia de tecnologia apropriada para a regio e concorrncia dos grandes frigorficos do Sul do pas. Contudo, um projeto de avicultura de corte, em fase de implantao no municpio de Espigo DOeste, que deve entrar em funcionamento no final de 1999, prev um abate inicial de 5 mil aves/dia, evoluindo para 50 mil na fase final, o que reverter o quadro da avicultura de corte no estado.

    2.2.2 PRODUO DE CARNE SUNA E DE AVES

  • 40

    Destino da Produo de Carne Bovina e Derivados - 1998 (Amostragem com base em 315.313 bovinos abatidos)

    Destino/ Localidade

    Carne c/ Osso (kg)

    Carne s/ Osso (kg)

    Pulmo (kg)

    Lngua (kg)

    Fgado (kg)

    Estmago (kg)

    Midos (kg)

    Cauda (kg)

    Corao (kg)

    Rins (kg)

    Charque (kg)

    Pele de Bovino (kg)

    Farinha de Carne/

    Osso (kg)

    Produtos Diversos

    (kg) Acre - - - - - - - - - - 38.310 - - - Amazonas 45.948.596 145.178 143.141 156.514 643.229 545.533 207.387 151.713 168.337 13.279 98.790 905 287.000 2.520 Bahia 850.259 3.022 - 1.581 41.987 70.457 67.272 12.142 - - - - - 12.273 Distrito Federal 686.628 - - - 2.404 - - 2.570 300 - - - - - Esprito Santo 406.986 - - - - - - - - - - - - - Gois 269.693 - - - 1.109 - - - - - - 869.034 - - Maranho - - - - - - - - - - - - - 25.580 Mato Grosso 2.357.556 60.565 2.046 - 63.541 26.276 - 14.764 26.979 9.228 - - 13.500 82.845 Mato Grosso do Sul

    1.138.534 5.040 3.817 - - - - - - 12.166 - 361.130 82.870 138.090

    Minas Gerais 4.747.527 - - 499 9.187 7.128 5.636 - - - - 278.700 162.480 19.890 Paraba 46.978 - - - - - - - - - - - - - Paran 2.064.838 - - - - - - - - - - 331.310 1.813.180 - Pernambuco - - - - - - - - - - - - 27.050 - Rio de Janeiro 35.700 665.291 2.688 66.638 187.269 184.429 60.865 82.298 1.104 218 - - - - Rio Grande do Norte

    317.612

    - - - - 3.094 -

    - - - - -

    -

    -

    Rio Grande do Sul

    -

    - - - - - -

    - 7.575 - - 7.008.223

    897.960

    57.300

    Rondnia 62.230.009 15.100 96.477 98.574 425.442 331.132 54.864 125.808 122.853 137.955 297.497 332.453 581.034 1.466.714 Roraima 24.100 - - - - - - - - - - - 27.000 - Santa Catarina - - - - - - - - - - - 844.520 - 23.510 So Paulo 25.391.323 1.712.246 8.849 - 83.838 191.639 3.564 61.354 23.013 30.013 - 754.162 2.403.008 5.001.152

    TOTAIS 146.516.339 2.606.442 257.018 323.806 1.458.006 1.359.688 399.588 450.649 350.161 202.859 434.597 10.780.437 6.295.082 6.829.874

    Excedente para Exportao

    84.286.330

    2.591.342 160.541 225.232 1.032.564 1.028.556 344.724

    334.841 227.308 64.904 137.100 10.447.984

    5.714.040

    5.363.160

    Fonte:Fonte:Fonte:Fonte: Dados fornecidos pela Delegacia Federal da Agricultura DFA

  • 41

    No final da dcada de 70, visando induzir o crescimento da produo de leite na regio, o governo do ento territrio instalou duas indstrias de beneficiamento de leite in natura, sendo uma na capital Porto Velho e outra no municpio interiorano de Ouro Preto do Oeste. Em seguida iniciou-se a produo de queijo e manteiga. A partir da, deflagrou-se o processo de instalao de novas indstrias em Rondnia, aproveitando as vantagens de uma regio produtora de leite com imenso potencial de crescimento. Este processo possibilitou que, em pouco mais de dez anos, se implantassem cerca de 44 indstrias de grande, mdio e pequeno portes. Existem hoje em Rondnia 57 (cinqenta e sete) indstrias de laticnios, todas voltadas para a produo de queijos e leite pasteurizado, inclusive com a produo do leite tipo Longa Vida, por uma delas. Esta ltima iniciativa permitir que Rondnia ingresse no mercado brasileiro desse produto, que requer alto nvel de investimento e utilizao de moderna tecnologia.

    2.2.3 PRODUO E DISTRIBUIO DE LEITE E DERIVADOS

  • 42

    O conjunto dessas empresas de laticnios, conforme quadro abaixo, tem uma capacidade instalada para a industrializao de 1.717.855 litros de leite/dia.

    Empresas de Laticnios do Estado de Rondnia 1998 Empresa Localizao Capacidade/dia

    Nova Esperana Porto Velho 8.000 Santa Beatriz Porto Velho 20.000 Laticnios Arilac Ariquemes 30.000 Laticnios Frio Bom Ltda. Cacaulndia 30.000 Laticnio Asa Branca Machadinho Doeste 4.000 Laticnio Danny Montenegro 5.000 Laticnio Arilac Rio Crespo 30.000 Teixeiralat Ind. Laticnios ltda. Jaru 80.000 Inlaron Ind. de Lat. de Rondnia Jaru 35.000 Ind. De Laticnio Jar ltda. Jaru 100.000 Monte Verde Jaru (Tarilndia) 30.000 Inlaron Ind de Lat. de Rondnia Jaru (Tarilndia) 80.000 Laticnio Ouro Minas Ji-Paran (Rondominas) 20.000 C.J.I. Flor de Rondnia Ji-Paran (Nova Londrina) 3.500 Laticnio Boa Vista Ji-Paran 20.000 Laticnio Monte Verde Mirante da Serra 5.000 Yolat Com. Prod. Aliment. Ltda. Ouro Preto DOeste 100.000 Laticnios Flor de Rondnia Presidente Mdici 25.000 Laticnios Flor de Rondnia Distrito de Presidente Mdici 18.000 Cana Ind. de Laticnios Ltda. Teixeirpolis 70.000 Laticnio Urup Ltda. Urup 70.000 Inlaron Ind. de Latic. Ltda Vale do Paraso 70.000 Laticnio Fribom Alvorada DOeste 20.000 Laticnios Nova Brasilndia Nova Brasilndia DOeste 10.000 Laticnios Guapor So Miguel do Guapor 15.000 Laticnios Alta Floresta Alta Floresta DOeste 20.000 Inlaron Ind. de Lat. Rondnia Ltda. Cacoal 50.000 Laticnios Nova Esperana Espigo DOeste 1.500 Laticnios Canelinha Espigo DOeste 4.000 Laticnios Vale do Oeste Cacoal 40.000 Laticnios Cacoal Ministro Andreazza 5.000 Laticnios Esperana do Oeste Ministro Andreazza 3.000 Laticnios Presidente Mdici Ministro Andreazza 2.000 Laticnios Rolim de Moura Ltda. Rolim de Moura 100.000 Laticnios Santa Luzia Santa Luzia DOeste 7.000 Laticnios Porto Belo Santa Luzia DOeste 40.000 Laticnios Rolim de Moura Santa Luzia DOeste 100.000 Laticnios Pimenta Bueno Pimenta Bueno 30.000 Laticnios Cerejeiras MULTI-BOM Cerejeiras 80.000 Laticnios Colorado MULTI-BOM Colorado DOeste 20.000 Laticnios Realeza Colorado DOeste 1.500 Queijo Bela Rose Colorado DOeste 2000 Laticnios 2 Irmos Ltda. Monte Negro 5.000 Cana Ind. de Laticnios Ltda. Ji-Paran 10.000 ICLA Ind. Com. de Lat. Alvorada Ltda. Alvorada DOeste 38.355 Cana Ind. de Laticnios Ltda. Ji-Paran 10.000 Laticnios Sempre Bom Ltda. Cerejeiras 15.000 Parmalat Ind. e Com. de Laticnios Ltda. Ouro Preto 5.000 Parmalat Brasil S/A Ind. de Alimentos Ouro Preto 40.000 Cana Ind. de Laticnios Ltda. Santa Luzia 20.000 Cana Ind. de Laticnios Ltda. Presidente Mdici 30.000 Ind. De Laticnios Samira Ind Com. Ltda. Ouro Preto 90.000 Inlaron Ind. de Lat. de Rondnia Ltda. Gov. Jorge Teixeira 15.000 Inlaron Ind. de Lat. de Rondnia Ltda. Jaru 15.000 Laticnios Cabixi Ltda. Cabixi 10.000 Laticnios Vale do Guapor Ltda. Ji-Paran 5.000 Laticnios Itapirema Ltda. Ji-Paran 5.000 Total da capacidade instalada 1.717.855

    Fonte: DFA Delegacia Federal da Agricultura

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    A produo do leite em Rondnia alta, embora com pequena mdia, em torno de 45 litros/dia por produtor. O grande nmero de produtores no estado faz com que o volume total produzido atinja nveis significativos, o que explica a implantao desse nmero de indstrias, que j representa uma parcela razovel da oferta de queijos no mercado nacional. A produo de leite em Rondnia no ano de 1998, foi da ordem de 292.871.671 litros, segundo dados fornecidos pelo DFA Delegaria Federal da Agricultura, baseado no controle junto aos laticnios. No entanto, considerando-se a produo de pequenos produtores em localidades mais isoladas, ou cujo volume no compense a comercializao para os laticnios, estima-se que a produo geral do estado seja da ordem de 340 milhes de litros por ano. A capacidade anual de processamento das indstrias instaladas em Rondnia, no entanto, ainda registra uma ociosidade de cerca de 50%. vlido observar que a qualidade do rebanho leiteiro em geral boa, mas a falta de tratos adequados no permite que se obtenham maiores ndices de produtividade. Segundo pesquisa junto ao segmento, 75% do leite produzido destinado indstria, e 25% para o consumo in natura e fabricao de queijo caseiro. Deste total destinado indstria, aproximadamente 10% usado na pasteurizao e os 90% restantes na fabricao de queijo, manteiga e bebidas lcteas. O quadro abaixo apresenta os principais produtos derivados do leite e o total produzido em 1998:

    Produto Unidade Quantidade Leite Pasteurizado tipo C L 3.411.631Leite Esterilizado L 20.700.512Manteiga e Creme Kg 1.000.023Queijo Mussarela Kg 26.231.669Queijo Diversos (ricota, prato, provolone) Kg 1.575.985Bebida Lctea L 223.404Fonte: DFA Delegacia Federal da Agricultura

    Dos produtos obtidos pela indstria de laticnios apenas os queijos requerem aes mais complexas para comercializao, uma vez que o leite pasteurizado, por suas caractersticas de baixa durabilidade, quase totalmente comercializado no mercado local. Portanto, medida em que a produo de leite seja incrementada e a demanda do mercado requeira a expanso da produo, o setor no exige novos investimentos em instalaes industriais.

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    O quadro seguinte indica o destino dos produtos da indstria de laticnios de Rondnia:

    Destino da Produo de Laticnios 1998 Estado Leite

    Past. C (l) Leite

    Esteril. (l) Manteiga

    (kg) Queijo

    Mussarela (kg)

    Outros Queijos (kg)

    Bebida Lactea

    (kg) Acre - - 60.640 - - -Amap - - - 607 - -Amazonas - 2.244.602 61.050 388.583 346.770 -Bahia - - 21.900 11.609 9.496 -Cear - - - - 5.899 -Distrito Federal - 2.071.888 - 24.079 - -Esprito Santo - - 321 - - -Gois - 1.618.368 - - - -Mato Grosso - 1.503.360 - - - -Mato Grosso do Sul - 229.440 - - - -Minas Gerais - - 30.230 76.091 23.371 -Par - - 57.559 920.268 24.107 -Paran - - - 252.482 - -Pernambuco - - - - 5.492 -Rio de Janeiro - - 5.525 223.591 12.502 -Rio Grande do Norte - - - - 5.652 -Rio Grande do Sul - 149.760 8.000 33.095 600 -Rondnia 2.979.046 12.637.539 57.693 393.397 67.190 210.857Roraima - - - 6.019 - -Santa Catarina - - - 1.955 - -So Paulo 98.790 60.640 546.794 23.003.296 997.711 -T O T A L 3.077.836 20.515.597 849.712 25.335.072 1.498.790 210.857Excedente p/ Exportao 98.790 7.878.058 792.019 24.941.675 1.431.600 -Fonte: Dados fornecidos pelo DFA

    Com base nos dados acima, verifica-se que a composio da produo de derivados do leite est assim constituda: 52,11% de queijo mussarela e outros; 45,82% de leite pasteurizado e esterilizado; 1,65% de manteiga e 0,42% de bebida lctea. Constata-se um volume considervel de excedente da produo que hoje comercializado em 21 estados brasileiros. Do total geral por produto, so comercializados fora do estado 44% (7.976.848 litros) da produo de leite industrializado, 98% (26.373.275 kg) de queijos; e 73% (792.019 Kg) de manteiga. Evidencia-se ainda que o grande mercado consumidor o estado de So Paulo que absorve 89% (24.001.007 Kg) de queijos e 64% (546.794 Kg) de manteiga. Do total passvel de venda em outros estados, o mercado da cidade de S. Paulo absorve a quase totalidade da produo, quer para consumo prprio, quer para revenda para as demais regies do pas. Parte desse passeio do produto conseqncia do sistema de transporte e comercializao que exige caminhes frigorificados somente disponveis no mercado de fretes, na configurao de carretas de 25 toneladas, enquanto os grandes atacadistas se encontram na cidade de So Paulo. A predominncia desse mercado decorre ainda do fato de grande parte dos laticnios de Rondnia ser de propriedade de empresrios paulistas que mantm naquela regio estrutura de comercializao atacadista como cmaras frias para estocagem, sistema de distribuio e equipes de vendas.

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    A Amaznia brasileira possui grande potencial para produo de peixes de gua doce, quer em criatrios naturais em lagos e rios, quer no desenvolvimento da piscicultura racional por meio de criadouros que contemplam desde a produo de alevinos, passando pela recria, at alcanar o produto final pronto para consumo. Esta atividade, inibida talvez pela produo natural, somente h alguns anos vem sendo encarada pelos empresrios como importante, no s por questes ambientais, mas por ter demonstrado capacidade de oferecer retorno aos investimentos. O mercado para exportao extremamente promissor desde que haja regularidade na oferta e atendimento aos padres requeridos de qualidade. A qualidade do peixe produzido em cativeiro exige a utilizao de rao apropriada que evita excesso de gordura e de tcnicas especficas de criao. A produo de alevinos, considerada a fase mais delicada do processo, j conta com oito produtores, sendo dois registrados no IBAMA e seis informais que podem oferecer ao mercado cinco milhes de unidades/ano das espcies mais comuns criadas no estado: tambaqui, tambacu, pacu, curimat e carpa. Outro projeto, j em fase final de implantao, agregar a essa oferta potencial, mais um milho/ano de alevinos, inclusive aumentando o nmero de espcies, pois pretende oferecer tambm o matrinx, o pintado, o jundi e a jatuarana. Segundo estudos realizados pelo CNPQ-MICT em 1996, o estado j contava com 360 produtores, com espelho dgua mdio de 5.000 m e com uma produo estimada de 360 a 400 ton/ano. Em 1998 a produo foi superior a 500 ton. Quanto ao mercado, o consumo per capita do estado situa-se em torno de 9 kg/ano, o que para uma populao de 1,3 milho de habitantes se traduz numa demanda de 11.700 ton/ano. O abastecimento feito pela pesca artesanal e pela importao de regies prximas, principalmente do estado do Amazonas. Considerando-se a produo de 500 ton em cativeiro, em 1998, percebe-se que ainda muito pequena a parcela de atendimento produo local em relao demanda de consumo, o que justifica a forte tendncia de expanso que se observa no setor.

    2.4.1 EXTRATIVISMO MINERAL Com exceo da madeira e da extrao de cassiterita em Bom Futuro o extrativismo que marcou toda a histria de Rondnia perdeu nos dias de hoje qualquer sentido verdadeiramente econmico. Borracha, castanha do Par, pau-rosa, ipeca, copaba, ouro, que foram todos itens importantes na pauta de exportaes de Rondnia at h algumas dcadas atrs, representam pouco atualmente..

    2.4 EXTRATIVISMO

    2.3 PISCICULTURA

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    A garimpagem de cassiterita na jazida de Bom Futuro deu origem a pequenas empresas mineradoras que utilizam processos mecanizados e que mantm atividade produtiva. Contudo, a explorao das jazidas de Pitinga/AM, aumentando a oferta do produto, somando-se queda dos preos internacionais, constituem os principais fatores responsveis pela drstica reduo da atividade extrativa mineral no estado, por parte das grandes empresas mineradoras. A extrao de ouro, que j teve grande importncia, hoje totalmente insignificante. A explorao de minerais no metlicos, tipo areia, argila e cascalho, feita em grande parte pela economia informal, tendo significativa importncia social. H importante ocorrncia de rochas granticas com elevado valor de mercado, para uso na construo civil. A minerao de calcrio dolomtico, em Pimenta Bueno, com capacidade para 50.000 ton/ano, representa um importante insumo agrcola na correo da acidez do solo, caracterstica predominante em grandes reas da Amaznia. INDSTRIA DO GRANITO E PEDRAS ORNAMENTAIS O beneficiamento industrial de granito em Rondnia j desponta como realidade a partir da instalao de uma indstria no municpio de Ji-Paran, com investimentos iniciais da ordem de R$ 12 milhes, com previso final de R$ 30 milhes. Tendo iniciado a produo em final de 1997, produz atualmente 7.000m2 /ms, devendo alcanar 21.000m2/ms quando em plena produo. Do total produzido 70% se destina ao mercado nacional (Centro e Sul do pas) e 30% para exportao (Estados Unidos). Embora o potencial das jazidas de granito do estado no esteja perfeitamente dimensionado, a ocorrncia desse minrio em vrios municpios como Ariquemes, Jaru, Ouro Preto e Ji-Paran, alm de outros, permite afirmar que o suprimento dessa matria prima para a indstria est assegurado por muitas dcadas. Por outro lado, o granito encontrado em Rondnia em forma bruta de excelente qualidade, apresentando vrias tonalidades e, por conseguinte, atendendo a exigncia de diversos mercados. Estudos preliminares de composio de custos de produo sinalizam uma reduo do preo final do produto por volta de 30%, se cotejado com similares oriundos de outros estados. Constata-se que ainda existe espao para novos investimentos no setor, dada a quantidade, qualidade e diversificao dos tipos de matrias-primas existentes no estado. INDSTRIA DO ESTANHO Com duas dcadas de atraso em virtude da deficincia de energia no estado, surgem as primeiras indstrias de transformao de cassiterita. A partir de 1994 as primeiras tentativas foram feitas no sentido de viabilizar algumas unidades em Porto Velho (2), Candeias do Jamari (1), Vilhena (1) e Ariquemes (2). Atualmente apenas uma destas, localizada no municpio de Ariquemes, est processando 5.760 ton/ano de cassiterita, obtendo uma produo anual de 3.480 ton de estanho, muito abaixo de sua capacidade instalada. A produo anual de cassiterita no estado de 14.400 ton. Depreende-se, pois, que apenas 40% do minrio produzido vem sendo processado pela indstria local, restando portanto 8.640 ton/ano que so destinadas para outros estados.

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    O custo da energia eltrica, que representa mais de 40% dos custos totais de produo, foi diagnosticado como o grande responsvel pelo insucesso da maior parte das indstrias e como fator impeditivo do aumento da produo da que hoje ainda est em operao. Atualmente s se produz no estado o estanho puro, em lingotes de 50 kg. Os produtos derivados do estanho utilizam tecnologia de amplo domnio podendo ser produzidos por empresas de pequeno e mdio portes, portanto, compatveis com a economia de Rondnia. Resolvido o problema energtico, abre-se a possibilidade de investimentos para a verticalizao do setor como: fabricao de soldas, produtos qumicos, ligas metlicas especiais e tambm artesanato em estanho. Quanto a este ltimo segmento, os produtos da derivados representam parcela significativa de renda e empregos na regio de So Joo Del Rey, no estado de Minas Gerais, cuja matria prima adquirida em Rondnia. 2.4.2 EXTRATIVISMO VEGETAL O extrativismo vegetal, que por meio da madeira ainda uma importante atividade econmica do Estado, v-se ameaado por uma srie de restries impostas por vrios organismos federais e lida com dificuldade de reposio dos recursos naturais considerando-se as possibilidades e tendncias de esgotamento, conforme quadro que se segue:

    Extrativismo No-Madeireiro Extrativismo Madeireiro Ano Aa

    (ton.) Borracha

    (ton.) Castanha

    (ton.) Palmito (ton.)

    Madeira (1000m)

    Lenha (1000m)

    Carvo (ton.)

    1980 26 2849 1201 20 307 37 2839 1985 47 5161 563 27 1320 814 1757 1990 65 6105 1472 100 1641 961 877 1995 416 2261 789 59 1457 448 553

    Fonte: IBGE Produo de Extrao Vegetal e de Silvicultura Observe-se, exceo do Aa, cuja progresso ao longo dos anos tem sido sempre crescente, que todos os demais apresentam queda, evidenciando um esgotamento da produo extrativista vegetal. A borracha, cuja produo mxima foi de 7890 ton em 1988, apresenta queda sensvel, o mesmo ocorrendo com a castanha relativamente a 1990, sua maior produo. O palmito, excluindo-se os anos de 1988, 1989 e 1990 onde sua produo atingiu mais de 100 ton mantm-se na sua mdia dos outros anos. O extrativismo madeireiro, por sua vez, teve de 1986 a 1989 seu pique mximo, obtendo uma mdia de 2583 m3. Com relao aos produtos do extrativismo vegetal no madeireiro pode-se fazer mais alguns registros: em que pese a produo de castanha em Rondnia no ter agregado valores decorrentes do seu beneficiamento, o Brasil o segundo exportador mundial, batido apenas pela Bolvia e seguido do Peru, os dois outros maiores produtores. A grande aceitao do palmito vem estimulando a cultura da pupunha que oferece um palmito de boa qualidade e ampliando as margens de contato da agricultura com o extrativismo que tem favorecido o surgimento de algumas outras formas econmicas hbridas. Destaque-se como valores da produo extrativa vegetal no-madeireira, no ano de 1996, os dados constantes dos quadros que se seguem:

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    Produo extrativa vegetal no madeireira - 1996

    Produto Valor a nvel de Produtor Valor Total R$ % R$ %

    Borracha 390.889 25,2 480.793 22,2Castanha-do-Par 527.383 34,0 870.182 40,1Palmito 475.287 30,7 557.817 25,7Aa 156.797 10,1 259.474 12,0TOTAL 1.550.356 100,0 2.168.266 100,0Fonte: Tenosolo DHV (Pesquisa de Campo)

    O setor extrativista no madeireiro vem perdendo importncia econmica ao longo dos anos em que pese possuir, ainda, potencial a ser considerado. 2.4.3 EXTRATIVISMO MADEIREIRO INDSTRIA MADEIREIRA A indstria madeireira em Rondnia, devido ao seu carter pioneiro, tpico das novas reas de ocupao e de colonizao, assumiu um papel histrico, uma vez que contribuiu, ao lado das atividades extrativas minerais e agropecurias, para a formao e o desenvolvimento de muitos municpios. Entretanto, as presses internacionais sobre a ocupao da Amaznia e os modelos adotados para a explorao dos recursos naturais, alm das alteraes ocorridas na legislao ambiental brasileira, foram fatores que exerceram influncias marcadamente restritivas manuteno das atividades madeireiras na regio. O segmento vem perdendo o seu nvel de importncia em relao economia do estado, principalmente se considerada a posi