agropecuária em rondonia

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 Documentos   69 Agropecuária em Rondônia: evolução e perspectivas  Porto Velho, RO 2002 ISSN 0103-9865 Setembro, 2002 Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária Centro de Pesquisa Agroflorestal de Rondônia Ministério da Agricultura, P ecuári a e Abastecimen to  Newton de Lucena Costa

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Documentos  69  

Agropecuária em Rondônia:evolução e perspectivas 

Porto Velho, RO2002

ISSN 0103-9865 Setembro, 2002 

Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária Centro de Pesquisa Agroflorestal de Rondônia 

Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento 

Newton de Lucena Costa

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Exemplares desta publicação podem ser adquiridos na:

Embrapa RondôniaBR 364 km 5,5, Caixa Postal 406, CEP 78900-970, Porto Velho, ROTelefones: (69) 222-0014/8489, 225-9386, Fax: (69) 222-0409

www.cpafro.embrapa.brComitê de Publicações

Presidente: Newton de Lucena CostaSecretária: Marly de Souza MedeirosMembros:Claudio Ramalho TownsendJosé Nilton Medeiros CostaJúlio César Freitas SantosMaria Geralda de SouzaMarília LocatelliSamuel José de Magalhães Oliveira

Vanda Gorete Souza Rodrigues

Normalização: Alexandre César Silva MarinhoEditoração eletrônica: Marly de Souza MedeirosRevisão gramatical: Ademilde de Andrade Costa

1ª edição1ª impressão: 2002, tiragem: 200 exemplares

Todos os direitos reservados.A reprodução não autorizada desta publicação, no todo ou em parte, constitui violação dos direitosautorais (Lei nº 9.610).

CIP-Brasil. Catalogação-na-publicação.Embrapa Rondônia

Agropecuária em Rondônia: evolução e perspectivas / Newton de Lucena Costa.Porto Velho: EMBRAPA-CPAF Rondônia, 2002.

39 p. il. (Documentos, 69).

ISSN 0103-9865

1. Agropecuária-Rondônia. 2. Sistemas produtivos. II. Título. III. Série.

CDD 533.68

© Embrapa – 2002

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Autores

Newton de Lucena CostaEng. Agrôn., M.Sc., Embrapa Rondônia, BR 364 km 5,5,Caixa Postal 406, CEP 78900-970, Porto Velho, RO.Fone: (69)222-0014/8489, 225-9386, Telefax: (69) 222-0409.E-mail: [email protected].

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Sumário

Aspectos Gerais do Estado ....................................................................................7

Aspectos Físicos..........................................................................................................7

Pesquisa Agropecuária e Desenvolvimento Sustentável........................10

Pesquisa Agropecuária e Agricultura Familiar ............................................11

Agronegócio Nacional e Regional .........................................................................

Diagnóstico da Agropecuária Estadual...............................................................

Diagnóstico..................................................................................................................... 

Prognóstico .................................................................................................................... 

Pesquisa Agropecuária em Rondônia ........................................................................

Desempenho Técnico-Institucional da Embrapa Rondônia .................................

Diretrizes de Pesquisa e Estratégia de Ação............................................................

Referências Bibliográficas ........................................................................................

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Aspectos Gerais do Estado

Aspectos Físicos

Localização geográfica, limites e extensão

O Estado de Rondônia está localizado na região Norte do Brasil, na Amazônia Ocidental,limitando-se ao norte e nordeste com o estado do Amazonas; a leste e sudeste com o MatoGrosso; a sudeste e oeste com a República da Bolívia e a noroeste com os Estados do Acre eAmazonas. Sua posição geográfica está definida pelas seguintes coordenadas: 7°5' e 13°45' delatitude sul e 66°47' e 59°55' de longitude oeste, abrangendo uma área de 243.044 Km 2. O Estadoapresenta duas mesorregiões: Leste Rondoniense e Madeira-Guaporé. A primeira possui seismicrorregiões: Ariquemes, Ji-Paraná, Alvorada d'Oeste, Cacoal, Vilhena e Colorado d'Oeste. Asegunda tem apenas duas: Porto Velho e Guajará-Mirim.

Clima

Segundo a classificação de Köppen, Rondônia apresenta clima tropical chuvoso dos tipos Am eAw. O tipo Am caracteriza-se por total pluviométrico anual elevado e moderado período deestiagem e o Aw por total pluviométrico anual entre elevado e moderadamente elevado com nítidoperíodo de estiagem. O tipo Am ocorre nas regiões de Porto Velho e Ariquemes e o Aw nasdemais regiões do estado. A precipitação pluviométrica é o componente que proporciona maioresdiferenciações climáticas no estado; seus valores anuais variam de menos de 2.000 mm na regiãode Guajará-Mirim; de 2.000 a 2.100 mm na parte alta do Vale do Rio Ji-Paraná no sentido sul doEstado e, mais de 2.100 mm na área que abrange os municípios de Porto Velho, Candeias doJamari e Itapoã d´Oeste.

A estação chuvosa tem início em setembro e prolonga-se até maio, sendo dezembro a março operíodo de maiores precipitações. A menor queda pluviométrica concentra-se no trimestre junho-

agosto. Entretanto, as alturas pluviométricas dos meses de maio e, notadamente de setembro,alcançam freqüentemente valores inferiores a 50 mm, principalmente em Ouro Preto d'Oeste,Vilhena e Guajará-Mirim.

As temperaturas médias, máximas e mínimas oscilam, respectivamente, entre 24 e 26°C; 28 e33°C e 18 e 21°C. Os limites mínimos térmicos ocorrem na localidade de Vilhena. Considerando-se as temperaturas mínimas, ocorrem no Estado três zonas térmicas: a primeira situa-se em tornode Porto Velho; a segunda abrange Guajará-Mirim e Ariquemes e a terceira engloba as regiões deOuro Preto d'Oeste até Vilhena, zona onde são registradas as temperaturas mais baixas, asquais, em grande parte, são influenciadas pela ação conjunta do fenômeno "friagem" e da altitude.Salienta-se que esta "friagem" caracteriza-se pela queda brusca da temperatura por um períodode curta duração.

Newton de Lucena Costa 

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A umidade relativa do ar, em todo o estado, apresenta-se mais elevada no período de dezembro amaio, entretanto, esse parâmetro varia consideravelmente em espaço, em termos de magnitude.Em Porto Velho, são encontrados, em geral, os valores médios mensais e anuais mais elevados,enquanto que em Vilhena são registrados os menores. A média anual da umidade relativa do aroscila entre 75 e 83%.

Solos

De acordo com o levantamento de solos efetuado pela Embrapa (1983), as principais unidades demapeamento que ocorrem em Rondônia estão representadas pelos Latossolos Amarelo eVermelho-Amarelo álicos que ocorrem em mais de 40% da área do Estado, e pelos PodzólicosVermelho-Amarelo álicos distróficos em mais de 20%, seguindo-se com menor freqüênciaPodzólicos eutróficos e Terra Roxa Estruturada, que representam cerca de 10% da superfície doEstado. O restante é representado por Areias Quartzosas, Glei Pouco Úmico, Cambissolos,Plintissolos, Aluviais distróficos, Hidromórficos e Afloramentos Rochosos. (Tabela 1).

No Estado foram identificados 186.422 km2 de solos aptos para lavouras; 8.626 km2 podem ser

indicados para o estabelecimento de pastagens cultivadas e 6.549 km2

podem ser utilizados parasilvicultura e pastagens naturais. Identificaram-se ainda 41.427 km2 de solos que não apresentamaptidão agrícola. (Brasil, 1980). Em 161.689 km2 (66,53%) da área do Estado os solos têm comoprincipal limitação a fertilidade natural, enquanto que em 79.138 km2 (32.63%) são consideradossolos de média a alta fertilidade. Uma área de 15.173 km 2 de solo classificado como AreaisQuartzosas deve ser considerada como reserva ecológica, pois corresponde a um ecossistemaextremamente frágil, passível de desequilíbrios irreversíveis caso sejam desmatados (Jorge eSouza Lima, 1988).

Considerando-se que a baixa fertilidade natural dos solos de Rondônia é um dos principais fatoreslimitantes ao desenvolvimento das atividades agropecuárias e florestais, algumas práticas podemser recomendadas, visando evitar problemas de erosão, compactação e perda de nutrientes ematéria orgânica:

1. Uso de leguminosas como fonte protetora do solo, visando o aumento de sua fertilidade com onitrogênio oriundo da massa vegetal decomposta e da fixação biológica do nitrogênio.

2. Utilização de consórcios das culturas anuais ou perenes com leguminosas arbóreas.3. Utilização de consórcios de culturas perenes com perenes e/ou perenes com anuais, a fim de

proteger o solo das intempéries climáticas, manter os teores de matéria orgânica e reduzir asperdas de nutrientes.

4. Evitar o uso de máquinas pesadas no preparo das áreas, uma vez que podem provocaralterações drásticas na estrutura do solo, causando sua compactação e comprometendo aporosidade, drenagem e retenção de água.

5. Utilização da cobertura morta com a finalidade de diminuir a temperatura do solo, aumentar aretenção de água no período seco e reduzir a incidência de plantas invasoras.

6. Uso de esterco de animais, de compostos orgânicos e de restos culturais.

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Tabela 1. Extensão e percentagem das unidades de mapeamento dos solos de Rondônia.

Unidades de Mapeamento Área (km2) % FertilidadeLatossolo Amarelo álico 19.393 7,98 BaixaLatossolo Vermelho-Escuro álico 4.844 2,03 Baixa

Latossolo Vermelho-Amarelo álico 76.268 31,36 BaixaLatossolo Vermelho-Amarelo distrófico 8.629 3,55 BaixaTerra Roxa Estruturada 1.973 0,81 AltaPodzólico Vermelho-Escuro eutrófico 25.496 10,49 AltaPodzólico Vermelho-Amarelo álico 50.432 20,78 MédiaPlanossolo eutrófico 1.237 0,55 MédiaCambissolo álico 8.305 3,41 BaixaPlintissolo álico 10.383 4,29 BaixaGley Húmico álico 25 0,01 BaixaGley Pouco Húmico álico 8.106 3,34 BaixaSolos Hidromórficos 2.276 0,94 BaixaAreias Quartzosas Hidromórficas 230 0,09 BaixaAreias Quartzosas álicas 14.943 6,15 Baixa

Solos Aluviais álicos 260 0,11 BaixaSolos Aluviais distróficos 2.696 1,46 BaixaSolos Litólicos arenosos 3.520 1,11 BaixaSolos Litólicos distróficos 2.484 1,02 BaixaAfloramentos de rochas 301 0,13 --Águas Internas 1.153 0,49 --

Fonte: Embrapa/SNLCS (1983)

Vegetação

Rondônia encontra-se, em grande parte, coberta pela Floresta Amazônica, seguida por cerrados ecampos. Estas fisionomias vegetais variam por causa do clima, relevo e solo. Segundolevantamento da Embrapa (1983), ocorrem no Estado as seguintes fases de vegetação:

- Floresta equatorial perenifólia de várzea.- Florestas equatorial perenifólia.- Floresta equatorial subperenifólia.- Floresta equatorial subcaducifólia.- Floresta equatorial higrófila de várzea.- Cerrado equatorial subperenifólio.- Cerrado equatorial subcaducifólio.- Campo-cerrado equatorial.- Campo equatorial higrófilo de várzea.

Relevo

O relevo de Rondônia é bastante variável, ocorrendo planícies inundáveis no Vale do Rio Guaporée aluviões no Rio Madeira, passando por superfícies tabulares e dissecadas das Serras eChapadas do Cachimbo (400 m de altitude), até montanhas escarpadas. Em geral, o relevo éformado por baixos e altos platôs, intercalados por superfícies dissecadas, onde a altitude varia de100 até mais de 500 metros.

A Encosta Setentrional do Planalto Brasileiro, com altitudes variando de 100 a 600 m foi a áreaescolhida para concentrar os Projetos de Colonização. É cortada pela BR 364 e se caracterizapela exploração pecuária e cultivos de café, cacau, arroz, feijão, milho, mandioca e frutíferastropicais.

A Chapada do Parecis, Pacaás Novos (planaltos residuais) formam uma faixa estreita no sentido

noroeste-sudeste, variando de 600 a 1.000 m de altitude. É a região dos cerrados de Rondônia.

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Finalmente, o Vale dos Rios Guaporé-Mamoré se caracteriza pelas inundações periódicas típicasde um pantanal.

Pesquisa Agropecuária e Desenvolvimento Sustentável

O mundo moderno, atualmente, vem passando por grandes e rápidas transformações, onde acompetitividade é fator crítico e determinante para a sobrevivência das organizações. Nestecontexto, o processo de modernização se faz cada vez mais presente na produção, natransformação e processamento, no armazenamento e comercialização. Por outro lado, osprodutores e consumidores estão cada vez mais conscientes e portanto, mais exigentes. Com isto,as empresas de pesquisas, responsáveis pela geração e/ou adaptação de tecnologias, serviços,produtos e conhecimentos são cada vez mais requisitadas.

A pesquisa agropecuária e florestal que constitui o agronegócio da Embrapa Rondônia, detém umpapel fundamental no desenvolvimento estadual, pois ao disponibilizar alternativas tecnológicasviáveis, propicia o desenvolvimento sustentável da sua agropecuária, conciliando produção com

preservação ambiental, o que representa um recurso estratégico para o combate à crise social eeconômica.

A sustentabilidade da Embrapa Rondônia está na capacidade de responder às demandaspropostas e oferecer aos governantes e à sociedade em geral, a oportunidade de encontrar dentrodesta Instituição o respaldo necessário ao desenvolvimento tecnológico da agropecuária estadual.

Os esforços governamentais relacionados com o desenvolvimento sócio-econômico das regiõestropicais, utilizando tecnologias tradicionais, tem sido associados ao estabelecimento de níveisexpressivos de degradação do meio ambiente. A implementação de uma política dedesenvolvimento rural sustentável tem sido uma tarefa difícil, uma vez que se fundamenta naadoção de um enfoque sistêmico, no qual diversos aspectos devem ser contemplados, tais como:1. viabilidade biológica; 2. viabilidade econômica; 3. aceitabilidade social; 4. vontade política; 5.

respeito pelo ambiente; 6. equidade dentro e entre gerações; 7. disponibilidade tecnológica e, 8.aplicabilidade prática. Na concepção das políticas e programas voltados para o desenvolvimentosócio-econômico, devem ser consideradas algumas tendências do cenário global da economia demercados (Embrapa, 1995), que, entre outras, apresenta as seguintes macrotendências:

- produção de bens respaldada em conhecimento técnico-científico atualizado e com utilização derecursos humanos capacitados, constituem atributos para torná-los mais competitivos;

- políticas de desenvolvimento com integração de esforços sócio-econômicos dentro dosmercados nacionais, regionais e globais;

- disponibilidade de um expressivo volume e facilidade de acesso à informação técnico-científicaatravés das modernas técnicas de comunicação global existentes;

- redução do tempo médio para transformação da ciência em tecnologia;- priorização da condição de sustentabilidade nos projetos de Pesquisa & Desenvolvimento

(P&D);- adoção de prioridades de P&D para atender às crescentes demandas de alimentos provocadas

pelo crescente aumento populacional, dentro dos princípios de conservação e qualidadeambiental de interesse para as próximas gerações;

- reforma do Estado com maior participação da sociedade nos processos decisórios e nacompetição por recursos públicos;

- participação do setor privado no financiamento de projetos de Ciência & Tecnologia (C&T). 

A adoção de uma estratégia de desenvolvimento sócio-econômico da Amazônia, alicerçada nodesenvolvimento sustentável , tem sido sinalizada pela SUDAM (1992). Neste modelo, a interaçãoinovadora entre os processos produtivos e a organização social em relação à natureza deveprovocar uma profunda alteração da estrutura produtiva da região e, conseqüentemente, em umareorientação tecnológica e organizacional dos segmentos tradicionais do setor produtivo. Como

condição para viabilizar este modelo, três linhas prioritárias e complementares, voltadas para a

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reestruturação do setor produtivo, foram identificadas: 1. renovação tecnológica das atividadeseconômicas de reconhecido impacto ambiental; 2. modernização e dinamização das atividadestradicionais ecologicamente sustentáveis; e, 3. desenvolvimento e implantação de novos ramos eatividades com potencial econômico e de sustentabilidade.

A programação institucional adotada pela Embrapa para sustentar as políticas e programasgovernamentais para o desenvolvimento rural sustentável está fundamentada na interação de trêspolíticas fundamentais: 1. política de P&D destinada a gerar e assegurar a qualidade de suastecnologias, seja na forma de produtos, práticas, processos e serviços; 2. política de vendas oudistribuição destinada a garantir à sociedade o adequado acesso às tecnologias disponíveis; e, 3.política de comunicação empresarial destinada a garantir à sociedade o conhecimento das açõesinstitucionais que vem realizando e, ao mesmo tempo, manter a instituição bem informada sobreas demandas dos diferentes segmentos da sociedade.

Na administração destas políticas a Embrapa recomenda que todas as ações institucionais sejampautadas sobre um conjunto de princípios estratégicos: 1. parceria como mecanismo de interaçãoe fortalecimento institucional; 2. enfoque sistêmico de modo a estabelecer uma visão global eholística do setor, das cadeias produtivas, dos sistemas de produção e dos sistemas biológicos no

estabelecimento de suas ações; 3. P&D como compromisso de não apenas gerar conhecimentocientífico (ciência) mas, principalmente, de transformá-lo em produtos, práticas, processos eserviços que possam ser apropriados pela sociedade (tecnologia); 4. demanda, de maneira que asações de P&D sejam voltadas para o mercado; 5. cadeia produtiva para ter como referencial deanálise não apenas o sistema de produção dentro de uma propriedade rural, mas a conformação eas tendências de toda a cadeia produtiva; 6. sustentabilidade para que as soluções desenvolvidastenham como objetivo final o desenvolvimento rural sustentável nas suas dimensões econômica,ecológica, social e biológica; 7. qualidade total, em especial na organização do trabalho,fundamentado na gerência de processos para otimizar os recursos utilizados com maiorflexibilidade organizacional e garantir resultados mais satisfatórios para os clientes e/ou usuários.

Para a consecução de melhores níveis de sustentabilidade do desenvolvimento agropecuário eflorestal da Amazônia, o cenário desejável deve contemplar:

- Desenvolvimento agropecuário e florestal com o máximo possível de conservação de recursosnaturais;

- Redução dos desmatamentos com utilização das áreas já alteradas;- Agregação de valor ambiental nas atividades agropecuárias e florestais;- Aumento da intensificação do uso da terra;- Aumento da agrodiversidade para o aproveitamento da biodiversidade e das vantagens

comparativas ecológicas, sócio-econômicas e culturais;- Aumento da eficiência do uso da terra e da mão-de-obra;- Desenvolvimento da agroindústria e da bioindústria;- Verticalização do desenvolvimento agropecuário e florestal;- Melhor distribuição de renda.

Pesquisa Agropecuária e Agricultura Familiar

Na região amazônica, a agricultura familiar é um dos principais sistema de uso da terra, tanto sobo aspecto econômico, sendo responsável por pelo menos 80% da produção de alimentos básicosda região (arroz, feijão, mandioca, milho), quanto social, já que é desenvolvida em praticamentetoda a região por, pelo menos, 500 mil produtores. Este tipo de exploração tem comocaracterística a relativa autonomia na gestão dos meios de produção; a família como unidadebásica de produção, pois, geralmente, não há contratação de mão-de-obra adicional; grande parteda produção é destinada ao auto-consumo, sendo comercializado apenas pequeno excedente;sistema de produção diversificado procurando conciliar parâmetros econômicos, sociais eecológicos; o tamanho da propriedade é sempre reduzido; o nível de renda da unidade produtiva é

baixo, face ao baixo nível tecnológico adotado e o grau de integração com o mercado de insumos

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e de produtos é reduzido. A importância deste segmento pode ser constatada pelos dados doCenso Agropecuário (1998). O número de unidades produtivas com menos de 100 ha passou de43,3% em 1975, para 74,1% em 1995. Em Rondônia, onde a agricultura familiar desempenha umpapel primordial na ocupação da terra, cerca de 93% das 85.907 propriedades rurais do Estadopossuem área inferior a 200 ha.

Grandes extensões de áreas de florestas amazônicas têm sido desmatadas para a prática daagricultura itinerante, que tem sido o principal sistema de uso da terra da agricultura familiar.Apesar de seus baixos níveis de sustentabilidade e a tendência de desaparecer a médio prazo,como conseqüência da pressão demográfica, globalização da economia mundial e a necessidadede maior conservação ambiental dos recursos naturais, a agricultura familiar, como sistema de usoda terra deverá continuar a desempenhar importante papel nos processos de colonização daAmazônia, contudo em níveis cada vez menores.

A reestruturação produtiva da agricultura familiar, com novas técnicas de gerenciamento einovações tecnológicas em todos os seus segmentos de produção, surge como um dos fatorespreponderantes para o seu fortalecimento, considerando-se que a atividade agropecuária é oprincipal agente propulsor do desenvolvimento sócio-econômico, cultural e, conseqüentemente,

dos serviços nas pequenas e médias cidades do interior da região. Deste modo, o grandeinstrumento de transformação de pequenos produtores em potenciais empresários rurais é oprogresso tecnológico.

Desde que os fatores de produção na pequena propriedade rural são disponíveis em quantidadesfixas, seu desenvolvimento fica fundamentalmente condicionada aos ganhos advindos dasinovações tecnológicos. O uso de sementes com alta potencialidade de produção é umaalternativa para que o pequeno produtor obtenha maiores níveis de desenvolvimento sócio-econômico, já que este tipo de tecnologia é de fácil aceitação e transferência, pois exige poucosrecursos para a sua aquisição e oferece, em contrapartida, aumentos significativos em termos deprodutividade.

A utilização de tecnologias do tipo poupadoras de insumos, como manejo integrado de pragas e

doenças, racionalização do uso de fertilizantes e controle biológico são relativamente baratas epodem ser acessadas pela grande maioria dos pequenos produtores rurais. Outra alternativa é autilização de sistemas agroflorestais (SAF´s), os quais permitem a diversificação da produção e,conseqüentemente, melhor exploração dos recursos naturais disponíveis na unidade produtiva.

O SAF consiste na combinação de culturas de ciclo curto (milho, arroz, feijão, mandioca) por doisa três anos com essências florestais de rápido crescimento (mogno, freijó, paricá), espéciesfrutíferas (coco, cupuaçu, guaraná, graviola, mangaba) ou industrias (castanha, café, seringueira,dendê), podendo também ser introduzido o componente animal, quando há formação depastagens dentro do sistema. Tal tecnologia proporciona uma transformação gradual daagricultura migratória num sistema baseado na produção de alimentos, madeiras e produtos deorigem animal, podendo assegurar níveis satisfatórios de produtividade e rentabilidade econômica.

A sustentabilidade da agricultura familiar na região amazônica, além da incorporação de novastecnologias aos seus sistemas produtivos, depende fundamentalmente da solução de problemasestruturais (vias para escoamento da produção, crédito, armazenamento, comercialização etc.),que minimizem os riscos e assegurem a sustentabilidade do agronegócio familiar. Como, emgeral, o tamanho do negócio de cada produtor é relativamente pequeno, torna-se difícil competircom os grandes, em que predominam escalas econômicas de produção. Para que a agriculturafamiliar seja fortalecida, os fatores que contribuem para a sua baixa competitividade devem sersolucionados. No entanto, se as mudanças não ocorrerem em tempo hábil, dificilmente haveráavanços em direção a um padrão sustentável. Dentre os problemas relacionados à agriculturafamiliar na região amazônica, os mais limitantes são:

1. Riscos elevados na produção agrícola  – a modernização tecnológica assegura o controle dosfatores de produção, de modo que sejam obtidas altas produtividades e a redução dos riscosde produção. Outro aspecto diz respeito a ocorrência de pragas e doenças, tanto em vegetais

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quanto nos animais que, uma vez estabelecidas, obrigam à eliminação das culturas e aosacrifício dos animais, além de aumentar os custos de produção e, conseqüentemente arentabilidade da exploração agropecuária.

2. Nível de produtividade e qualidade dos produtos agrícolas   – apesar do grande estoque de

tecnologias, serviços e produtos disponíveis, a produtividade média das diversas exploraçõescontinua ainda muito baixa, notadamente os indicadores técnicos das culturas anuais, perenese da pecuária. Também a qualidade dos produtos comercializados, em termos de aparência,padronização, embalagem e classificação, são poucos adequados aos padrões mínimosdemandados pelo mercado consumidor.

3. Baixo nível de agregação de valor aos produtos agrícolas  – ocorre desde o processo deprodução até a fase de comercialização, quando os produtos são comercializados de forma in natura , sem passar por nenhum processo de transformação para o comércio. Outro fatorlimitante é o desperdício de frutas, hortaliças, além do leite, face a pouca disponibilidade deagroindústrias que transformem os produtos não comercializados, de forma a maximizar arentabilidade da produção agropecuária.

4. Nível gerencial e de organização  – a propriedade rural deve ser administrada como umaempresa e para tanto deve existir um planejamento, acompanhamento e análise de viabilidadetécnica e econômica de todas as etapas do processo da agricultura familiar. A falta deorganização rural não permite a obtenção de uma economia de escala, a qual é muitoimportante para a redução dos custos de aquisição de insumos, na agroindustrialização, notransporte e na comercialização. A organização econômica da produção é o único caminhopara a sobrevivência produtiva, na medida em que fortalece o poder reivindicatório do setorrural e, conseqüentemente, da auferição dos benefícios decorrentes das políticaspúblicasDeste modo, a pesquisa agropecuária deve concentrar suas atividades no aumento daoferta e a melhoria da qualidade dos produtos básicos da alimentação; ao uso mais racional e amelhor gestão do espaço rural e, melhoria da renda dos agricultores familiares, permitindo aretenção de um maior número de empregos no campo.

Agronegócio Nacional e Regional

As regiões de clima tropical úmido são, em termos biológicos, as mais produtivas do mundo. Essaprodutividade se manifesta tanto pela quantidade de biomassa produzida por unidade de áreacomo pela biodiversidade da flora e da fauna de tais regiões. A causa está na abundância dos doisprincipais fatores que estimulam a fotossíntese: energia solar e água. Para a obtenção de umaelevada produtividade biológica, o solo não precisa ser fértil, bastando que possua boa estruturafísica, ou seja, não apresente impedimentos capazes de reduzir o crescimento, a penetração erespiração das raízes, o que certamente limitaria a absorção de água e dos nutrientes mineraisindispensáveis para a vida das plantas (Alvim, 2000).

A grande quantidade de recursos e produtos ainda pouco conhecidos ou de baixo valor econômicoagregado, além do vácuo científico e tecnológico prevalecente, por insuficiência de recursosfísicos, humanos e financeiros nas instituições de P&D da região amazônica, têm se constituídoem grande dificuldade para o estabelecimento de prioridades de pesquisa. Ampliar oconhecimento científico sobre os recursos naturais da Amazônia, visando objetivos definidos paraas principais atividades econômicas do agronegócio regional é uma aspiração da sociedadebrasileira. Ademais, o processo desordenado de ocupação do espaço regional tem se refletido emcenários sócio-econômicos que se caracterizam por baixa eficiência produtiva e severos impactosagroambientais.

Logo, tornam-se da maior importância que se desenvolvam ações voltadas para a gestão do usoda terra. Torna-se estratégico fortalecer e priorizar o desenvolvimento de tecnologias de caráter

produtivo para aumentar a eficiência das atividades do setor primário, visando reduzir a pressãosobre os recursos naturais existentes. Neste sentido, devem ser considerados, pela sua natureza,

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dois segmentos importantes: a agricultura familiar pela sua relevância social e de segurançaalimentar e a agricultura empresarial pela sua maior capacidade de investimento e geração dedivisas.

As mudanças em curso no panorama econômico mundial vêm provocando transformações no

agronegócio nacional e mundial. A procura pela diferenciação e diversificação de produtos,acarretando uma segmentação mais fina de mercados, tem como pano de fundo e exigênciacrescente dos consumidores quanto à qualidade de produtos e serviços e a busca doestabelecimento de vantagens competitivas mais duradouras. As mudanças tecnológicas e asnovas pressões competitivas vêm induzindo mudanças significativas nos conceitos de produção.No processo de globalização podem ser distinguidos três aspectos: a) velocidade de integraçãoeconômica mundial decorrente de uma economia de mercado e de livre comércio, aliada aofenômeno da liberdade crescente de movimentação de capital; b) globalização das comunicaçõese da informação e, c) globalização política. Deste modo, as macrotendências podem servislumbradas para o agronegócio nacional: 1. Redução ainda maior da presença do Estado nasrelações econômicas e a consolidação de um modelo econômico orientado para o mercado; 2.Maior integração com os mercados mundiais; e, 3. Ênfase nos programas sociais e ambientais.

A política nacional de desenvolvimento da Amazônia, coordenada pelo atual governo, estádelineada para resolver as questões da integração nacional e da promoção do crescimentoeconômico e social, associado à conservação dos recursos naturais. O Macro-objetivo 5 do PlanoPlurianual (PPA-2000/2003) está direcionado para o Aumento da Competitividade do Agronegócioe delineia entre as suas diretrizes apoiar a modernização tecnológica da agropecuária, em articulação com o setor produtivo e a agroindústria, visando a competitividade das cadeias produtivas e o fortalecimento dos clusters. Os outros Macro-objetivos que também fazem parte daopção estratégica são: 2. Promoção e desenvolvimento sustentável voltado para a geração deempregos e renda; 9. Promover a reestruturação produtiva com vistas a estimular a competição nomercado interno e externo; 11. Melhorar a gestão ambiental e, 12. Ampliar a capacidade deinovação, os quais estão relacionados com a temática da produção de grãos na Amazônia.

As propostas de pesquisa com grãos na região caracterizam-se pelo atendimento às demandas de

dois públicos distintos: agricultores tecnificados , áreas mecanizadas e agricultores familiares  deáreas de colonização, com tradição de cultivo de arroz, milho e feijão. A sociedade brasileira estápassando por um profundo processo de transformação, o qual redireciona as açõesgovernamentais que devem primordialmente assegurar a inserção competitiva do país no cenáriointernacional, diminuir as desigualdades espaciais e sociais, tornando o Estado moderno eeficiente. Nos próximos anos, as ações que contribuírem para a geração de emprego e paraaumentar o saldo positivo na balança comercial receberão tratamento preferencial pelos poderespúblicos. Os cenários futuros para o agronegócio nacional convergem para uma agropecuáriaconsciente das demandas potenciais dos três tipos de atividades agrícolas (subsistência, transiçãoe de mercado), com crescente sensibilidade ambiental, comprometida com a preservação dosrecursos naturais, da biodiversidade e melhoria da qualidade de vida. Ademais, deve sercompetitiva, com qualidade e produtividade, tecnologicamente avançada, demandante deinformações técnico-gerenciais, promotora de emprego e renda e, atento às oportunidades de

ocupação de espaços negociais estratégicos.

A Agenda Úmidas, dentre os cenários e tendências apontadas para o desenvolvimentosustentável de Rondônia, destaca as seguintes ações estratégicas:

Integração com os eixos dinâmicos de transformação nacional e internacionais.

- Valorização da hidrovia do Madeira e saída terrestre para o Pacífico;- Agroindustrialização como vetor da integração vertical da cadeia produtiva;- Reconfiguração do padrão de ocupação territorial focado nos eixos desenvolvimentalista e

conservacionista (Zoneamento Sócio-Econômico e Ecológico).

O aumento da participação do agronegócio regional no cenário nacional, contribuindo para odesenvolvimento pela geração de renda e emprego, depende de três desafios a serem vencidos:

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Agropecuária em Rondônia: Evolução e Perspectivas 15

1. ser competitivo, pelo incremento da produtividade, redução dos custos de produção e melhoriada qualidade dos produtos; 2. sustentabilidade dos recursos naturais; e, 3. eqüidade, no sentidode oferecer oportunidades de progresso a todos os produtores rurais (Portugal e Contini, 1998).Para tanto, a ciência e tecnologia podem contribuir substancialmente para a superação dosdesafios colocados. A inserção de Rondônia na economia globalizada estimulará direta ou

indiretamente o desenvolvimento das atividades agropecuárias, florestais e agroindustriais. Asseguintes cadeias produtivas demandarão conhecimentos, tecnologias, produtos e serviços que seinserem no âmbito da missão e do mandato da Embrapa na região amazônica:

- Planejamento e gestão de uso da terra;- Madeira de florestas nativas para usos nobres;- Produtos não-madeireiros, notadamente aqueles com grande estoque disponível;- Produtos da biodiversidade, especialmente para agroindústria e bioindústria;- Madeiras de plantações para uso nobre (celulose e carvão vegetal);Produtos industriais de

mercado consolidado (café, coco, café, cacau, pimenta-do-reino, algodão, pupunha);- Fruteiras nativas e exóticas para aproveitamento de nichos de mercado;- Produtos graníferos e fibras;- Piscicultura artesanal e empresarial.

O momento é de oportunidade para as instituições regionais geradoras de conhecimentoscientíficos e tecnológicos, devido aos seguintes fatores conjunturais indutivos:

- Apelo amazônico cada vez mais relevante;- Demanda por conhecimentos para a conservação, recuperação e manejo dos recursos

naturais;- Novos cenários de desenvolvimento do agronegócio regional e a necessidade de mudança da

base tecnológica;- Aumento da oferta de parcerias institucionais nacionais e internacionais;- Crescente oferta de fundos financeiros competitivos para as atividades de P&D;- Possibilidade de ampliar os negócios tecnológicos como uma nova atividade no agronegócio

regional,

Para a consecução de melhores níveis de sustentabilidade do desenvolvimento agropecuário eflorestal da Amazônia, o cenário desejável deve contemplar (Embrapa, 2000):

- Desenvolvimento agropecuário e florestal com o máximo possível de conservação de recursosnaturais.

- Redução dos desmatamentos com a incorporação das áreas já alteradas aos sistemasprodutivos.

- Agregação de valor ambiental nas atividades agropecuárias e florestais.- Aumento da intensificação do uso da terra.- Aumento da agrodiversidade para o aproveitamento da biodiversidade e das vantagens

comparativas ecológicas, sócio-econômicas e culturais.- Aumento da eficiência do uso da terra e da mão-de-obra.

- Desenvolvimento da agroindústria e da bioindústria.- Verticalização do desenvolvimento agropecuário e florestal.- Melhor distribuição de renda.

Diagnóstico da Agropecuária Estadual 

Diagnóstico

Rondônia representa a mais dinâmica fronteira agrícola da Amazônia. Sua população passou de36.935 habitantes em 1970 para 1.377.793 em 2000. Cerca de 40% da população concentra-se nazona rural, que conta com cerca de 72.887 propriedades rurais com menos de 200 ha. Apesar da

desaceleração do processo migratório e das restrições ecológicas à abertura de novas áreas de

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Agropecuária em Rondônia: Evolução e Perspectivas 16

florestas, permanece no Estado um potencial produtivo instalado muito grande. A capacidade derespostas aos estímulos governamentais ou não, visando a melhoria da produtividadeagropecuária, tem sido excepcional. Conciliar o desenvolvimento agrícola usando racionalmenteos recursos naturais deve ser o principal objetivo de todas as instituições responsáveis peloprocesso produtivo. A importância setor agropecuário para a economia estadual pode ser

constatada analisando-se os dados do Produto Interno Bruto de Rondônia. No período 1985/1995,a participação da agropecuária passou de 22,2 para 30,0%. No período 1975/1995, Rondônia foi oEstado da região Norte que apresentou a maior evolução, importância relativa e taxas decrescimento da produção, no setor de lavouras (Tabela 2).

Tabela 2. Evolução, importância relativa e taxas de crescimento da produção, setor de lavouras.1970/1995.

Evolução (Base 1970 = 1001)

Estados 1975 1980 1985 1995

Acre 75,00 77,94 67,78 130,24

Amazonas 113,48 124,07 126,88 123,53Amapá 84,13 56,46 52,38 50,34

Pará 140,14 163,47 199,71 157,62

Roraima 160,28 361,40 393,86 707,02

Rondônia 424,20 713,09 1.787,65 1.700,99

Fonte: Vicente et al. (2001).1 Os dados referem-se às Classes/Grupos de Atividade Econômica Agricultura e Agropecuária (1970 a 1985) ou Lavouras

Temporárias, Lavouras Permanentes e Produção Mista (1995).

Culturas anuais

As culturas alimentares anuais (arroz, feijão, milho, mandioca e feijão-caupi), tradicionalmente,destinam-se ao consumo próprio e o excedente é comercializado. Geralmente, estas culturassão implantadas em sistema de derrubada e queima, aproveitando a fertilidade natural do solodurante um período de dois a três anos. Os cultivos sucessivos em uma mesma área resultamna perda da fertilidade e degradação do solo, com o surgimento de plantas invasoras. Autilização de tecnologias inadequadas pode inviabilizar economicamente as explorações,determinando o abandono e a incorporação de novas áreas ao processo produtivo, o quecontribui para aceleração do desmatamento. Além disso, a carência de mão-de-obra e acomercialização e armazenamento deficientes são os fatores que mais contribuem para aelevação dos custos de produção, reduzindo a competitividade dos produtores no mercadonacional. Apesar destas limitações, o estado vem se firmando como um grande produtor degrãos. Em 1995, a produção estadual foi da ordem de 713 mil toneladas (arroz, milho e feijão), oque representa um acréscimo de 77% em relação à produção verificada em 1985. Outra culturaanual que vem apresentando uma grande expansão nos últimos anos é a do algodão herbáceo.Esta cultura é favorecida pela baixa infestação de pragas, o que lhe confere um preçocompetitivo, em relação às regiões tradicionais da cotonicultura nacional.

Os dados gerais da produção agrícola de Rondônia demonstram que a diversificação da produção já excluiu o Estado da fase de mera agricultura de subsistência, gerando excedentes exportáveis,como é o caso do milho, arroz, feijão e soja. As causas da falta de expansão da produçãoagrícola, nos últimos anos, podem ser atribuídas às questões relacionadas à inexistência oudeficiências nas ações de crédito, do fomento, preços não atrativos e outros fatores conjunturaiscomo armazenagem e transporte. As restrições impostas aos produtores rurais, em consonânciacom a política do Governo Federal para o meio ambiente, como, por exemplo, a Medida Provisória2166, que limita os percentuais de áreas desmatadas, têm contribuído, de alguma forma, para a

estabilização ou redução na produção agrícola, visto que os custos para o plantio em áreas

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recém-desmatadas é muito inferior aos praticados em áreas de desmatamento antigo, querequerem mecanização e mais mão-de-obra nos tratos culturais (FIERO, 1999).

Tabela 3. Área colhida, produção e produtividade das principais culturas anuais de Rondônia.

Cultura Área (mil ha) Produção (mil t) Produtividade (kg/ha)1985 1995 2000 1985 1995 2000 1985 1995 2000

Arroz 147,8 148,6 96,5 219 262 154 1.482 1.763 1.595Feijão 59,6 123,6 86,2 36 81 50 604 655 580Milho 90,8 198,8 130,0 147 370 204 1.619 1.861 1.570Mandioca 28,8 41,8 16,2 487 708 245 16.910 16.938 15.123Soja 1,3 4,5 11,8 1,6 9 36 1.230 2.000 3.051Algodão -- 19,1 0,7 -- 27 6 -- 1.413 857

Olericultura

Na produção de olerícolas, o Estado enfrenta grandes problemas devido ao excesso de chuvas no

verão e as altas temperaturas anuais. O manejo inadequado concorre para o surgimento depragas e doenças que contribuem para a baixa produtividade. As culturas do tomate e dopimentão são severamente infectadas pela murcha bacteriana e a do pepino pela antracnose.Mesmo assim, as hortas comerciais vêm produzindo tomate, cenoura, repolhos e folhosas emmaior intensidade nos cinturões verdes das cidades mais populosas do Estado, tais como PortoVelho, Ji-Paraná e Cacoal. Apesar desta produção, cerca de 80% desses produtos são importadosde outros Estados. Com a instalação do Pólo Hortícola de Vilhena, concomitantemente com umefetivo apoio técnico e creditício, o cultivo de hortaliças em estufas plásticas, durante o períodochuvoso, está sendo viabilizado com bastante sucesso. Mais recentemente, a criação doPrograma Porto Verde, em 2001, em Porto Velho, será mais um pólo para a produção dehortaliças no Estado. Abrem-se, ainda, novas perspectivas com a implantação de outros projetosem Porto Velho, através da produção de alface pelo processo de hidroponia, com custosacessíveis, visando ao atendimento do mercado de Manaus.

Culturas Perenes 

As culturas perenes são estabelecidas em áreas recém-desmatadas ou em substituição às culturasanuais e, em menor proporção no reaproveitamento de capoeiras. Em geral, a exploração destasculturas tem por base a mão-de-obra familiar. O café (203.200 ha), o cacau (34.591 ha) a banana(30.963 ha), além de fruteiras regionais ou exóticas (15.000 ha), conferem a Rondônia a maior áreacom cultivos perenes da Amazônia. Os estímulos às pesquisas e ao fomento com cultivos de ciclolongo deverão tornar ainda mais atrativa esta opção de exploração agrícola, com tendências para oaumento das áreas cultivadas com guaraná, urucum, mamão, acerola, pimenta-do-reino, palmáceas(palmito e frutos), desde que o mercado seja viabilizado. Além disso, há grande ênfase na implantaçãode sistemas multiestratos, que inclui espécies de banana, cupuaçu, seringueira, castanha-do-Brasil,

café, cacau e diversas essências florestais.Tabela 4. Área colhida, produção e produtividade das principais culturas perenes de Rondônia.

Cultura Área (mil ha) Produção (mil t) Produtividade (kg/ha)1985 1995 2000 1985 1995 2000 1985 1995 2000

Café 62,6 137,8 203,2 74,1 175 213 1.183 1.270 1.048Cacau 37,6 34,6 16,2 22,7 15,6 6,8 604 451 419Banana 24,2 30,9 7,9 21,7 25,9 5,8 897 838 734Guaraná -- 0,4 0,2 -- -- -- -- 436 343Laranja -- 1,6 0,9 -- -- -- -- 66.418* 70.062*Manga -- 0,8 0,2 -- -- -- -- 18.889* 20.837*Coco -- 2,7 0,4 -- -- -- -- 2.177* 4.979*Mamão -- 0,9 0,1 -- -- -- -- 14.278* 13.631*

* Frutos/hectare.

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Rondônia ocupa, atualmente, o quarto lugar como produtor de café no país e o segundo comoprodutor de café do tipo Robusta. Predominam na região pequenos e médios produtores, comsistemas de produção similares aos utilizados nas regiões produtoras tradicionais do país. Estima-se que aproximadamente 44.000 produtores tenham a cultura do café como base econômica desuas propriedades. As cultivares mais plantadas são Kouillou (Conilon), da espécie Coffea 

canephora (Café Robusta), Catuaí e Mundo Novo de Coffea arábica . Essas duas últimas cultivaresapresentam maturação bastante precoce no Estado, com início em fevereiro e março, em plenaestação chuvosa, prejudicando as operações de colheita e pós-colheita do produto (SUFRAMA,2001).

Quanto ao palmito de pupunha, dados levantados pelo ITERON, em 1996, mostram que aextração do palmito ocorreu em 21 municípios de Rondônia e alcançou um volume de 820.300estirpes, o que correspondeu aproximadamente a 230 t de produto final líquido. A indústria deconserva do palmito apresenta uma estrutura tecnológica relativamente simples que não demandaelevados investimentos e depende da eficiência de operações manuais de corte eacondicionamento do produto. Segundo o ITERON, em 1996, operaram 11 unidades de produçãoem situação jurídica regular, embora existam pequenas unidades clandestinas nas áreas de maiorprodução. A produção de conserva de palmito em Rondônia está estimada em torno de 300t/ano

de peso líquido. A relação produto bruto industrializado/palmito natural varia bastante em funçãoda qualidade das estirpes. A média geral do Estado é de 3.585 estirpes para produzir umatonelada de palmito (peso líquido), com uma variação entre extremos de 2.297 a 4.000 estirpes(SUFRAMA, 2001).

Para o cupuaçu, torna-se bastante difícil prever no momento qual seria o mercado potencial. A suaexpansão deve ficar condicionada às pressões da demanda regional e nacional, que deverácrescer em função do crescimento da população e pelo rebaixamento dos preços, consideradosaltos em relação a outras frutas, dada a sua baixa oferta. A conquista de novos mercados exigecompetência, agressividade, apresentação de um produto confiável, higiênico e garantia de oferta.

As tentativas de cultivo de mamão não se têm mostrado viáveis, devido principalmente aproblemas fitossanitários. Embora não se tenha o índice médio de consumo deste produto,

presume-se que toda a sua produção é destinada ao mercado interno. O abacaxi apresentacaracterísticas promissoras. Sendo o Estado praticamente auto-suficiente. Sua produção estásendo destinada ao consumo in natura , com possibilidades de aproveitamento de polpas econcentrados.A produção de melancia está apenas iniciando mas já começa a abastecer parte domercado interno. Face à boa aptidão agrícola dos solos das áreas ribeirinhas, o Estado tende aser auto-suficiente a curto prazo e, inclusive, exportar a produção excedente para as demaisregiões do país (FIERO, 1999).

Pecuária

Os primeiros dados registrados pelo IBGE sobre a pecuária em Rondônia datam de 1973,revelando um efetivo bovino total de 20.249 cabeças, no então território. Nos anos seguintes,

registrou-se uma taxa geométrica de crescimento de 35,1% ao ano, sendo constatado já em 1979no levantamento realizado pelo mesmo órgão, um total de 176.221 cabeças de bovinos no estado.Os anos 70, em especial 78 e 79, foram marcados pela injeção de significativo volume de créditoatravés dos programas especiais PROTERRA (Programa de Redistribuição de Terras e deEstímulo à Agricultura do Norte e Nordeste) e POLAMAZÔNIA (Programa de Desenvolvimento dePólos Agropecuários e Agrominerais da Amazônia), que repassaram recursos para investimentose custeio a juros médios de 7% ao ano, sendo esta a forma esperada para incentivar umcrescimento mais rápido da pecuária, com vistas a suprir a demanda interna em níveis deexpansão cada vez mais elevados, em virtude do intenso fluxo migratório experimentado peloterritório.

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A partir do ano de 1979, com a decisão do Conselho Monetário Nacional de retirar gradativamenteos subsídios ao Crédito Rural, o volume de recursos emprestados aos pecuaristas pelas àsinstituições financeiras evoluiu negativamente, registrando-se no ano de 1983, em valoresdeflacionados, um volume de apenas 11% daquele tomado pelo produtor no ano de 1978. A somados recursos tomados nos quatro últimos anos (1980/83) foi de 42% do total dos recursos

concedidos nos dois anos iniciais (1978/79).

Apesar de penalizada com taxas de juros elevadas, a bovinocultura de Rondônia continuou acrescer nos anos 80, registrando-se, segundo estimativas do IBGE (Acompanhamento Conjunturalde Agropecuária de Rondônia, 1984) um rebanho de 653.000 cabeças em 1984, com uma taxageométrica de crescimento de 27% ao ano, a partir de 1980. Este crescimento que, se por um ladonão foi devido à concessão de crédito subsidiado pelas autoridades monetárias, por outro, deve-secreditar parte ao Governo estadual e ressaltar o trabalho desenvolvido pela Secretaria deAgricultura com a promoção de atividades de incentivo (Exposições Agropecuárias e leilões),procurando facilitar a integração e troca de experiência entre os produtores e agilizar acomercialização e a introdução de matrizes e reprodutores de melhor padrão genético, visando,com tais medidas, a melhoria dos índices zootécnicos do rebanho estadual. Também o Programade Inseminação Artificial, implantado nesta época (Comissão Estadual de Planejamento Agrícola,

1983) contribuiu decisivamente neste sentido.

É importante ressaltar ainda que uma parcela do crescimento do rebanho bovino em Rondôniadeve ser creditada à tendência natural de expansão da atividade, na medida em que o fluxomigratório tornou-se mais intenso, mais produtores dedicaram-se à pecuária e,conseqüentemente, novas áreas foram formadas com pastagens.

A escassez de mão-de-obra, descapitalização do produtor e os baixos preços dos produtosagrícolas têm induzido o Estado a um acelerado processo de pecuarização. A bovinocultura é amais expressiva, tendo-se expandido a uma taxa de 22% ao ano, na última década. O efetivobovino estadual está estimado em 7.200 mil cabeças, representando o 8º rebanho bovino do País.As pastagens cultivadas, mais de cinco milhões de hectares, constituem a principal fonte dealimentação dos rebanhos. No entanto, a utilização de práticas de manejo inadequadas,

principalmente nos solos de baixa fertilidade natural, tem contribuído decisivamente para ainstabilidade técnica, econômica e ecológica do processo produtivo adotado. Atualmente, pelomenos 40% das pastagens cultivadas apresentam algum estágio de degradação. Isto refletediretamente nos baixos índices de desempenho animal e na necessidade de novosdesmatamentos ou a transformação de áreas cultivadas em pastagens. Este aumento de área temcomo finalidade de alimentar satisfatoriamente os rebanhos, além de comportar o seu crescimentovegetativo.

A bovinocultura de corte tem se desenvolvido, em maior escala, nas grandes propriedadeslocalizadas nas regiões sul e sudeste do Estado, apresentando rebanhos com bom padrão racial.Atualmente existem 11 frigoríficos instalados, dos quais quatro têm aparelhagem para desossar oanimal e prepará-lo com destino à exportação. Os frigoríficos de Ariquemes, Jarú, Rolim de Mourae Vilhena possuem qualificação e estão autorizados pela Inspeção Federal para exportar o

produto. Nos projetos de colonização, onde as áreas variam entre 33 e 100 ha, predomina abovinocultura mista, caracterizada por rebanhos de baixo padrão zootécnico. Nas proximidadesdos municípios localizados ao longo do eixo da BR 364, predomina a pecuária leiteira, a qualapresenta baixos índices de produtividade: cerca de 1,6 milhões de litros leite/dia; média de 3,5litro/vaca/dia e lactação média de 197 dias. Atualmente, existem no Estado 62 unidades debeneficiamento e industrialização de leite, com uma capacidade instalada para a industrializaçãode 1,8 milhão de litros de leite. A maior parte destas unidades estão localizadas na região centro-sul do estado. O efetivo bovino deverá continuar crescendo em índices significativos, dado ointeresse do produtor rural em eliminar seus problemas de mão-de-obra e assegurar uminvestimento de capital com alto nível de liquidez. Em geral, a

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pecuária de leite tem-se desenvolvido nas áreas de pequenas e médias propriedades, atuandocomo fator de agregação de renda aos agricultores tradicionais. A expansão do gado leiteiroapresentou um incremento de 19,15% ao ano, no período 1985/95. A produção de leite emRondônia é alta, apesar da média ser em torno de 45 litros/produtor/dia (Tabelas 4 e 5). Aprodução de leite do Estado passou de 158 milhões de litros em 1990 para 409 milhões de litros

em 1999, o que representou um acréscimo de 259%. Concomitantemente, a produtividade(litros/vaca/ano) também foi incrementada, passando de 602 em 1990 para 920 em 1999 (Zoccal,2001). No período 1990/2000, Rondônia foi o Estado que apresentou a maior taxa de crescimentona produção de leite (10,35%), a qual foi semelhante apenas à registrada no Distrito Federal(10,38%) (Gomes, 2001). Em 1999 Rondônia foi o 11° produtor nacional de leite, com um totalanual de 408.749 bilhões de litros.

Tabela 5. Efetivo bovino de Rondônia – 1985/95 (Em cabeças)

Discriminação 1985 1995 Variação (%)

Total estadual 770.531 4.440.967 476,35

Bovinos de Corte 634.656 3.178.451 400,81

Bovinos de Leite 113.226 1.262.516 1.115,04Fonte: SUFRAMA (2001).

Tabela 6. Desempenho da pecuária de leite e valor da produção total de leite em Rondônia.1995.

Efetivo do rebanho bovino para leite 1.262.516 cabeçasProdução anual de leite 235.097.982 litrosPreço médio anual recebido pelo produtor R$ 0,26 por litroValor total da produção de leite R$ 61.125.475,32

Fonte: SUFRAMA (2001).

Os tipos de exploração agropecuária estão diretamente relacionados com os níveis de fertilidadenatural dos solos. Nas regiões onde predominam solos de baixa fertilidade, o arroz e a mandiocasão as culturas mais freqüentes. O extrativismo vegetal ainda ocupa um lugar de destaque com aexploração de seringais nativos e castanha-do-Brasil. Na região central do Estado, onde os solossão de baixa a alta fertilidade, a utilização das terras se intensificam e diversificam com o uso deculturas de subsistência (arroz, milho, feijão e mandioca), perenes (café, cacau, guaraná, pimenta-do-reino etc.) e frutíferas (banana, abacaxi, cupuaçu, citros etc). Nestas regiões, a grande maioriados agricultores adota baixo nível tecnológico nos sistemas de uso da terra, caracterizando umaagricultura itinerante, onde se procede ao desmatamento da floresta ou da capoeira, queima eplantio. Normalmente, a área desbravada é utilizada com culturas de subsistência, cedendo lugarpara pastagens, café ou outras culturas perenes, quando não ficam em descanso, após três anosde uso intensivo. Os principais modelos de produção utilizados são os que associam culturasanuais, café e pastagens; culturas anuais e pastagens, ou, formação de pastagens logo após aderruba e queima da floresta, o que concorre para que a pecuária represente a principal atividadedo setor primário estadual. Em geral, os sistemas de produção das diversas regiões do estado seassemelham, uma vez que as dificuldades são comuns a todos. Assim sendo, as contribuiçõespara o melhoramento genético dos rebanhos têm sido bastante restritas principalmente pelaslimitações de crédito e pela falta de incentivos governamentais que impedem a aquisição dereprodutores e matrizes de boa linhagem leiteira em outros pontos do país. Geralmente, ocorre aentrada de animais de baixo padrão zootécnico provenientes de outros estados, o que afetanegativamente a produtividade dos rebanhos. Com raras exceções, os criadores fazem seleção norebanho, predominando os cruzamentos entre animais mestiços.

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A alimentação é constituída quase que exclusivamente de pastagens cultivadas. Dependendo donível de fertilidade do solo, as espécies forrageiras mais comuns são: capim-Colonião (Panicum maximum  cvs. Comum, Mombaça, Vencedor, Centenário, Tanzânia-1); braquiarias (Brachiaria decumbens, B. humidicola, B. ruziziensis, B. mutica, B. brizantha  cv. Marandu, B. radicans ),capim-estrela (Cynodon nlenfuensis ),  para solos de média a alta fertilidade natural e, B.

humidicola, B. ruziziensis  e B. brizantha cv. Marandu e, mais recentemente o capim-andropogon(Andropogon gayanus cv. Planaltina), para solos de baixa fertilidade natural. Na maioria dos casosas pastagens são formadas em áreas não destocadas, sendo comum a utilização de práticas demanejo inadequadas (sistema de pastejo contínuo e altas pressões de pastejo). Não é comum ouso de concentrados. A utilização de capineiras é uma prática bastante generalizada,notadamente para às vacas em lactação durante o período de estiagem; no entanto, o manejoadotado é inadequado, o que proporciona efeitos pouco significativos na produtividade animal. Ocapim-elefante (Pennisetum purpureum cvs. Cameroon e Napier) é a espécie mais utilizada para aformação de capineiras no Estado. A mineralização do rebanho é deficiente, por não atender asexigências minerais dos animais, por ser descontínua e por se restringir, na maioria dos casos, aofornecimento de sal comum.

Quanto à sanidade do rebanho, são mínimos os cuidados dispensados aos animais. O controle às

principais doenças infecto-contagiosas, restringe-se à vacinação contra a aftosa, que na maioriados casos não é sistemática. No caso da febre aftosa, com a criação do Fundo de Erradicação daFebre Aftosa (FEFA), nos anos de 2000 e 2001, mais de 99% do rebanho estadual foi vacinado. Ébastante elevada a incidência de brucelose no rebanho, chegando a atingir, em média 10% dasvacas em produção. A falta de higiene, principalmente durante a realização das ordenhas temcontribuído significativamente para o aumento dos casos de mamite. As helmintosesgastrintestinais são responsáveis em grande parte pela mortalidade de animais jovens (± 15%) epela baixa produtividade leiteira; isso reflete a falta de vermifugações sistemáticas. Apneumoenterite em bezerros é muito freqüente sendo uma das doenças que mais dizimam essacategoria. As moléstias transmitidas pelo carrapato são preocupantes. Em área de pastagens“sujas”, onde a ocorrência de plantas invasora é generalizada, ou naquelas estabelecidas emsolos arenosos, são bastante freqüentes mortes causadas por plantas tóxicas e por doençascarenciais.

A reprodução, geralmente, se dá através da monta natural a campo, sem controle e sem critériode natureza genética. A inseminação artificial já está sendo adotada por um considerávelnúmero de pecuaristas. O sistema de criação adotado é o semi-extensivo. Na quase totalidadedos casos, realiza-se apenas uma ordenha e a duração de lactação das vacas é em média de 180dias. Ainda utiliza-se o bezerro para apojar a vaca. A ausência de um manejo animal faz com quefêmeas ainda muito jovens sejam cobertas, prejudicando assim o desenvolvimento ponderal e avida útil do animal.

As instalações usadas são rústicas, porém, na maioria dos casos, atendem às necessidadesprincipalmente levando-se em conta as práticas de manejo utilizadas. Em geral, constam de umestábulo (tamanho variável em função do rebanho) cobertos com telhas amianto ou cavacos demadeiras, piso de cascalho batido, pedras ou cimentado, cocheiras de alvenaria, divisões com

réguas de madeira e curral anexo construído em madeira lavrada. Em muitos casos apresentamum brete rústico. Vale ressaltar que as madeiras de lei são abundantes na região.

O efetivo bovino do Estado deverá continuar crescendo a índices representativos, considerando-se duas tendências de significativa importância: 1) formação de uma área de pastagem sempreque se dá a ocupação de um lote e 2) crescente substituição de áreas de lavoura por pastagens,devido aos freqüentes insucessos na exploração agrícola (solos de baixa fertilidade, pragas edoenças, mão-de-obra escassa e de elevado preço, altos custos de produção, baixa lucratividadena comercialização, falta de crédito, dificuldade no escoamento da produção, etc.), concorrendopara uma pecuarização, com a aquisição de maior número de bovinos, via lucro das lavouras.Dentre os fatores que limitam à produção de gado de corte e que são de interesse às instituiçõesde pesquisa, extensão rural e fomento, destacam-se: a) pastagens mal manejadas e de baixovalor nutritivo; b) manejo inadequado do solo e dos rebanhos; c) suplementação alimentar

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deficiente ou inexistente durante a seca; d) suplementação mineral e controle sanitário precáriosou ausentes.

Sistemas agroflorestais

A utilização de Sistemas Agroflorestais (SAF’s) em Rondônia é uma prática relativamente bemdifundida nas diferentes regiões do Estado. No entanto, a sua efetiva adoção tem sido limitada pordiversos fatores, dentre os quais destacam-se: a tendência dos agricultores à monocultura; a faltade uma política de desenvolvimento agroflorestal e a ausência de instrumentos de convencimentotécnico-econômico-ecológico, que permitam uma atuação mais incisiva na redução da pressãoantrópica sobre a cobertura vegetal original. Apesar desses obstáculos, experiências exitosas comSAF’s são constatadas nas localidades de Vila Nova Califórnia e Vila Extrema, ambas nomunicípio de Porto Velho, onde estão instalados os Projetos RECA (Reflorestamento EconômicoConsorciado e Adensado) e PREPAM (Projeto de Reflorestamento Econômico para Ajuda Mútua).Estes projetos foram viabilizados a partir de 1989, graças aos recursos financeiros obtidos junto aoGoverno da Holanda, entidades católicas da Itália e da Irlanda, IBAMA (Instituto Brasileiro do MeioAmbiente e dos Recursos Naturais Renováveis), DENACOOP (Departamento Nacional deCooperativismo) e PMACI (Projetos para o Meio Ambiente e Culturas Indígenas). Tanto no RECAquanto no PREPAM foram utilizados diversos modelos de consórcios envolvendo castanha-do-Brasil, cupuaçu e pupunha. Atualmente existem cerca de 44.000 ha de SAF´s no Estado, incluindoa lavoura cacaueira. Outro fato que merece destaque é o incentivo para a adoção de SAF’srealizado pelo Governo de Rondônia, através das Secretarias de Agricultura, Produção e doDesenvolvimento Econômico Social (SEAPES) e de Desenvolvimento Ambiental (SEDAM). De1987 até o momento foram produzidas e distribuídas mais de dez milhões de mudas de espéciesfrutíferas e de essências florestais, que em grande parte foram utilizadas para o estabelecimentode SAF’s.

Florestas

As indústrias madeireiras em Rondônia vem utilizando 4,7 milhões de m3 de madeira/ano para

abastecer suas necessidades de matéria-prima. Estima-se que nas florestas remanescentes doEstado é extraído, anualmente, uma média de 15 m3 /ha, numa área de aproximadamente 313 milha. Portanto, 60% dos 24,3 milhões de ha da área territorial de Rondônia já sofreram alteraçõesantrópicas, tanto com a implantação de pastagens como pela exploração seletiva de madeira. Asunidades de conservação compostas por florestas representam 24% da área do estado. Nos 16%restantes, correspondentes a 3,8 milhões de ha de reservas florestais, com uma exploração anualde 313 mil ha/ano, estima-se que a matéria-prima disponível será suficiente para abastecer asindústrias madeireiras, somente por mais 12 anos. De acordo com a Legislação em vigor, Portarianº 1282 de 19/10/94, que regulamenta a política florestal da Amazônia, ficou estabelecido que éobrigatório a reposição de seis mudas para cada m3 de madeira consumida. Com base nesta Lei,as indústrias madeireiras deveriam plantar cerca de 28,2 milhões de mudas/ano (consumo de 4,7milhões de m3 /ano), utilizando uma área equivalente a 17 mil ha/ano. Nos últimos três anos foramreflorestadas cerca de 14 milhões de árvores, enquanto que, neste período, deveriam ter sido

repostas 84 milhões de árvores. Em parte, esta baixa reposição pode ser justificada pela incertezade retorno dos investimentos aplicados pelas empresas madeireiras. Os fatores mais importantesque contribuíram para este fato foram a falta de sementes florestais de espécies nativas, emqualidade e quantidade, e o desconhecimento de técnicas silviculturais para espécies florestaisnativas.

Como na Amazônia existe um grande número de espécies de comprovado valor silvicultural quepodem participar ativamente dos programas de reflorestamento, torna-se necessário odesenvolvimento de tecnologias, através da implantação de experimentos de crescimento deespécies, de espaçamentos e desbastes para dar suporte a um bom programa de produção dematéria-prima e sementes.

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Extrativismo

A extração do látex em seringais nativos é a atividade predominante. O processamento do látex érealizado por diferentes métodos, em função do nível tecnológico e a disponibilidade de mão-de-obra e insumos. Os tipos de borracha natural obtidos são cernambi virgem prensado, cernambi

virgem cocho (borracha de baixa qualidade), prancha defumada e folha fumada.

A coleta da castanha-do-Brasil (Bertholletia excelsa ), em termos financeiros, é mais rentável que aextração de látex da seringueira nativa (Hevea brasiliensis ). O manejo efetuado consiste apenasna limpeza das áreas sob as castanheiras para facilitar a coleta de ouriços.

A potencialidade de recursos madereiros existente na região amazônica é indiscutível Há registrosde que há mais de 3.500 espécies florestais localizadas em áreas de terra firme e várzeas.Destas, somente 90 espécies são utilizadas pela indústria madereira em Rondônia. A exploraçãoatual da floresta se faz sem qualquer preocupação com o potencial inicial de regeneração natural.O critério para extração da madeira é puramente a conveniência econômica das serrarias, asquais compram as toras de intermediários que fazem a extração tradicional. Um problema típicoda atividade é a dificuldade de extração durante o período chuvoso. Dentre as espécies de

madeira comercializáveis destacam-se: angelim (Dinizia  spp.), cedro (Cedrella  spp.), freijó-louro(Cordia alliodora ), freijó-cinza (Cordia goeldiana ), cerejeira (Amburana cearensis ) e mogno(Swietenia macrophylla ).

Prognóstico

Rondônia representa uma situação privilegiada dentro da Amazônia, pois sua estrutura viária eseu sistema fundiário permitem respostas rápidas às políticas de fomento para as produçõesagrícola, pecuária, florestal e agroflorestal, desde que viabilizadas as estruturas necessárias parao armazenamento, beneficiamento e comercialização. A proximidade com os mercados dosPaíses Andinos, aliadas às perspectivas de abertura viária para o Pacífico, colocam Rondônia emuma situação privilegiada, sendo promissores os resultados destes esforços, desde que estas

alternativas sejam incluídas num futuro próximo.

O cenário atual sinaliza um grande ciclo de desenvolvimento para a Amazônia e Oeste de MatoGrosso e por extensão, para todo o Brasil, com a existência da hidrovia do Rio Madeira, que abreum grande corredor de exportação para os países da Ásia e Europa, tornando os produtosagropecuários estaduais mais competitivos no mercado Exterior.

Quanto às grandes propostas de infra-estrutura para a Amazônia, destacam-se as definições doseixos nacionais de desenvolvimento, em particular do Oeste, Madeira-Amazonas e Araguaia-Tocantins os três sinalizando uma nova realidade para o desenvolvimento da Amazônia. Com adefinição do transporte intermodal se viabiliza condições de competitividade internacional paramuitos dos produtos da região, estimula-se novas opções; e, em todas as situações, a demandapor tecnologia é intensa e urgente. O cenário atual sinaliza um grande ciclo de desenvolvimento

para a Amazônia e Oeste de Mato Grosso e por extensão, para todo o Brasil, com a existência dahidrovia do Rio Madeira, que abre um grande corredor de exportação para os países da Ásia eEuropa, tornando os produtos agropecuários estaduais mais competitivos no mercado Exterior.

Em Rondônia, as perspectivas de desenvolvimento são ainda maiores com a instalação do portograneleiro em Porto Velho, trazendo consigo maiores facilidades de escoamento, estímulo àprodução e incremento nos programas de incentivos governamentais. Em fim, para um Estado que já possui uma agricultura emergente, este ciclo terá um grande impacto na sua economia.

A iniciativa privada, com suporte do governo estadual, implementou projeto para a exportação desoja a granel através de Porto Velho. As alternativas presentes residem no aproveitamento daestrutura do porto existente e construção de unidades para o armazenamento e transferência dosgrãos para as balsas de transporte, além da construção de um novo porto jusante ao antigo, cujo

projeto foi aprovado pela SUDAM. Com este sistema hidroviário, os grãos produzidos,

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principalmente, em Mato Grosso e sul de Rondônia serão escoados para Itacoatiara (AM) e daípara o exterior. É prevista uma grande movimentação de soja através deste porto. No período1999/2001, estima-se em mais de 3 milhões de toneladas o volume de grãos, notadamente a soja,exportada através de Porto Velho.

Colonização e Desmatamento

Como reflexo da colonização e dos projetos desenvolvimentistas implantados, a intensa migraçãopara o Estado gerou conflitos sócio-ambientais ligados à posse da terra e aos recursos naturais.No caso dos projetos agropecuários e minerais, a região era entendida como fronteira de recursospara setores econômicos externos, cujos impactos se expressaram por transformações queconfiguravam sempre um modelo sem sustentabilidade ambiental e social (SUFRAMA, 2001). Orápido crescimento de Rondônia nas duas últimas décadas teve grande impacto sobre o meioambiente, que no geral, se apresenta frágil. Grande parte de Rondônia pode ser caracterizadacomo área de transição entre floresta amazônica e o cerrado. Nos últimos anos, a pressãoantrópica, sobretudo devido aos projetos de colonização do INCRA, às empresas incentivadas

pelo FINAM, ao crédito subsidiado e a especulação com a terra, induziu ao desmatamento degrande parte do Estado.

A intensa atividade agrícola registrada na região Amazônica pode ser avaliada pelos níveis dedesmatamentos. Em termos globais, a Amazônia apresentou uma redução nos níveis de desmatamentosda floresta densa e de capoeiras, com 2,4 milhões de hectares em 1989; 1,4 milhão de hectares em 1990e 1,3 milhão de hectares em 1992. No entanto, a partir do biênio 1992/94 o nível de desmatamento voltoua subir atingindo 1,5 milhão de hectares (Tabelas 7 e 8).

Tabela 7. Extensão do desmatamento bruto da Amazônia Legal (km2).

Estados 1978 1988 1990 1991 1992 1994 1998Acre 2.500 8.900 10.300 10.700 11.100 12.064 14.714

Amapá 200 800 1.300 1.700 1.736 1.736 1.962Amazonas 1.700 19.700 22.200 23.200 23.999 24.739 28.856Maranhão* 63.900 90.800 93.400 94.100 95.235 95.979 100.590Mato Grosso 20.000 71.500 83.600 86.500 91.174 103.614 131.806Pará* 56.400 131.500 144.200 148.000 151.787 160.355 188.372Rondônia 4.200 30.000 33.500 34.600 36.865 42.055 53.275Roraima 100 2.700 3.800 4.200 4.481 4.961 5.791Tocantins 3.200 21.600 22.900 23.400 23.809 24.475 26.404

Fonte: INPE/PRODES* Incluindo o desmatamento anterior a 1978.

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Tabela 8. Taxa média de desmatamento bruto da Amazônia Legal (km2 /ano).

Estados 1978/88 1988/89 1989/90 1990/91 1992/94 1997/98Acre 620 540 550 380 482 536Amapá 60 130 250 410 0 30

Amazonas 1.510 1.180 520 980 370 670Maranhão 2.450 1.420 1.100 670 372 1.012Mato Grosso 5.140 5.960 4.020 2.840 6.220 6.466Pará 6.990 5.750 4.890 3.780 4.284 5.829Rondônia 2.340 1.430 1.670 1.110 2.595 2.041Roraima 290 630 150 420 240 223Tocantins 1.650 730 580 440 333 576

Fonte: INPE/PRODES.

O desmatamento propicia condições favoráveis para as atividades econômicas, as quais nemsempre são sustentáveis. As conseqüências mais marcantes podem ser assim resumidas:ocupação espacial desordenada sem dotação de infra-estrutura; o desmatamento acelerado dequase 25% da floresta primária; a existência de três milhões de hectares de solos em processo de

alteração; pastagens ociosas e capoeiras improdutivas; perda de biodiversidade;descaracterização das áreas protegidas; a apropriação das terras de populações tradicionais comconseqüentes desintegrações culturais, além do agravamento dos problemas sociais urbanos ebaixa produtividade das explorações. A demanda da indústria madereira, por exemplo, pode estarcomprometendo a sobrevivência de espécies de madeiras nobres, como o mogno. Deste modo, abusca de formas sustentáveis de utilização da madeira é fundamental para o futuro de Rondônia(FIERO, 1999).

Como conseqüência de três décadas de colonização e a disponibilidade de condiçõesedafoclimáticas favoráveis, resultou um setor agropecuário bastante desenvolvido, entretanto,ainda carente de ações de políticas públicas e privadas que permitam verticalizar, prover aconsolidação da cadeia produtiva de sua economia, que tem na base primária o vetor de seudesenvolvimento sustentável. No período 1997/2000, as taxas de desmatamento em Rondônia

foram crescentes, sendo de 1.052; 1.627; 994 e 2.418 km2

  /ano, respectivamente. No entanto, épossível que áreas tidas como capoeiras velhas possam ter entrado nestas estatísticas, face adificuldade da identificação, nas imagens de satélite, das áreas com floresta primária. Até o ano2000, o índice de desmatamento em Rondônia foi de 24,1% de sua área territorial.Concomitantemente com o aumento dos níveis de desmatamento, no período 1980/1995, aevolução na produção agrícola de Rondônia foi muito significativa, sendo de 247,1 e 452,4%,respectivamente para as culturas anuais e perenes. Os dados constantes da Tabela 9demonstram o grande potencial de Rondônia para a produção de grãos e mandioca.

Tabela 9. Produção agrícola da região Norte. 1997.

Produtos Acre Amapá Amazonas Pará Rondônia RoraimaArroz 24.711 800 6.538 372.334 239.951 36.150

Milho 28.852 400 9.713 478.511 389.981 28.600Feijão 7.430 120 2.944 48.465 89.669 1.700Mandioca 339.370 27.000 446.449 3.870.010 680.815 202.500

Fonte: IBGE (1997) SPA/MA.

A necessidade de viabilizar um novo projeto a ser financiado pelo Banco Mundial, oPLANAFLORO (Plano Agropecuário e Florestal de Rondônia), em continuidade ao Polonoroeste,originou em meados da década de 80, a instituição da primeira aproximação do ZoneamentoSócio-Econômico (ZSE) de Rondônia, que se constituiu como forte instrumento na definição depolíticas públicas, questões ambientais, fundiárias e de crédito agrícola,

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planejamento e ordenamento territorial. Os estudos realizados na segunda aproximação doZoneamento contemplaram zonas para consolidação e expansão das atividades econômicas,indicando também as zonas cruciais para a recuperação ambiental ou manejo especial e usoalternativo da terra, tais como o manejo florestal sustentável, o extrativismo não madereiro,sistemas agroflorestais, ecoturismo e as áreas institucionais compostas por terras indígenas e

unidades de conservação de uso direto e indireto. Deste modo, a utilização conjunta do ZSE e detecnologias agropecuárias e florestais, adaptadas às condições edafoclimáticas de Rondônia,poderão dar início a um processo de modernização e intensificação do agronegócio estadual, e,conseqüentemente, implicar na redução dos níveis de desmatamento, além de proporcionar arecuperação de uma expressiva área de solos degradados.

Pesquisa Agropecuária em Rondônia 

A pesquisa agropecuária em Rondônia teve início, oficialmente, através da instalação, em 1971,da Comissão Executiva do Plano da Lavoura Cacaueira (CEPLAC), a quem compete a pesquisa,extensão e ensino nos agroecossistemas onde predominam a cultura do cacau. A partir de

novembro de 1975, foi criada a Unidade de Execução de Pesquisa de Âmbito Territorial de PortoVelho (UEPAT de Porto Velho), com sede na capital do Território, com o objetivo de gerar e/ouadaptar tecnologias adequadas às condições ecológicas regionais. As UEPAT's dentro do sistemaEmbrapa, foram criadas e definidas como instituições transitórias, a fim de permitir aos Estados apossibilidade de desenvolverem sistemas próprios de pesquisa. Entretanto, apesar da importânciaque a pesquisa agropecuária representa para o desenvolvimento agropecuário e florestal, algunsestados não tiveram condições de implantar suas próprias empresas e, aqueles que lograram,atualmente demonstram sérias dificuldades em mantê-las.

Com a criação do Estado de Rondônia, a Unidade passou a assumir uma nova identidade,Unidade de Execução de Pesquisa de Âmbito Estadual (UEPAE de Porto Velho), que em 1990, foitransformada em Centro de Pesquisa Agroflorestal de Rondônia (CPAF Rondônia), visandoproporcionar o fortalecimento das ações de pesquisa, voltadas para a geração de conhecimentos

básicos e tecnológicos, que propiciem o desenvolvimento sustentável de Rondônia, através deuma política harmoniosa de utilização e conservação dos recursos naturais. Além disto, podedesempenhar um papel estratégico muito importante, no que se refere ao relacionamento do Brasilcom os países fronteiriços, localizados na bacia Amazônica.

Segundo seu novo Plano Diretor, a Embrapa Rondônia tem por missão viabilizar soluçõestecnológicas para o desenvolvimento sustentável do agronegócio da Amazônia, com foco emRondônia, por meio da geração, adaptação e transferência de conhecimentos e tecnologias, embenefício da sociedade. Deste modo, são objetivos do Centro:

Objetivo 1Viabilizar soluções tecnológicas para o desenvolvimento sustentável e competitivo do 

agronegócio de Rondônia, com ênfase na produção de alimentos e matérias-primas, em uma 

economia globalizada.

- Viabilizar a realização do zoneamento agroecológico das regiões de floresta e dos cerrados,visando ao ordenamento de sua utilização e preservação.

- Gerar, adaptar e validar tecnologias de sistemas de produção de grãos, enfatizando aprodutividade e qualidade dos produtos, com equilíbrio ambiental.

- Definir o perfil e o espaço do agronegócio do café em Rondônia e na Amazônia.- Dominar plenamente o agronegócio café, pecuária de leite e corte, definindo contribuições da

tecnologia regional, identificando demandas e oportunidades de parcerias para projetos deP&D.

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- Viabilizar soluções tecnológicas para as regiões, com vantagens comparativas para a produçãode grãos e matérias-primas na Amazônia.

- Adaptar tecnologias para o desenvolvimento da aqüicultura estadual.- Ampliar as alternativas de exploração agropecuária e florestal das áreas sob florestas e

cerrados.

- Adaptar e/ou desenvolver técnicas de manejo, correção e fertilização dos solos tropicais.

Objetivo 2Viabilizar soluções tecnológicas para a promoção da sustentabilidade econômica e ambiental 

dos sistemas produtivos agropecuários e florestais de Rondônia.

- Dominar plenamente os diversos arranjos e manejos de culturas em sistemas agroflorestais.- Disponibilizar tecnologias para a exploração madeireira sustentada, avaliando sua viabilidade

sócioeconômica e a racionalização e perenização da atividade.- Monitorar e quantificar os impactos do manejo florestal sustentável sobre as florestas

exploradas.- Ampliar o estudo e o domínio do manejo de florestas tropicais, definindo a contribuição da

tecnologia regional.

- Promover o aproveitamento de solos marginais para fins de reflorestamento.- Avaliar sistemas de produção florestal integrados à produção agrícola que atendam à

diversidade ecológica estadual.- Adaptar e/ou desenvolver tecnologias de produção de sementes e mudas para espécies

florestais nativas.- Adaptar e/ou gerar tecnologias para o controle e/ou erradicação de pragas e doenças vegetais

e animais.- Promover a conservação genética em populações sob manejo florestal.- Monitorar e quantificar os impactos do manejo florestal sustentável.- Desenvolver e adaptar tecnologias para a formação, manejo e recuperação das pastagens

cultivadas.

Objetivo 3Viabilizar soluções tecnológicas que contribuam para diminuir os desequilíbrios sociais, com 

ênfase na promoção sócio-econômica da agricultura familiar .

- Desenvolver e/ou adaptar tecnologias para a reincorporação de áreas abandonadas pelaagricultura migratória ao sistema produtivo.

- Adequar sistemas de produção visando maior valor agregado aos produtos e sua inserção nomercado globalizado e competitivo.

- Maximizar o aproveitamento das vantagens comparativas do ambiente florestal nascomunidades de agricultura familiar.

- Testar espécies florestais em áreas degradadas, buscando o reaproveitamento daquelas comaptidão florestal.

- Desenvolver modelos para assentamentos agropecuários com base no zoneamentoagroecológico.

- Estudar os sistemas agroflorestais tradicionais buscando melhorar o seu desempenho;- adaptar e/ou desenvolver alternativas de módulos de sistemas agroflorestais para agricultura

de baixa renda.- Introduzir e avaliar genótipos de fruteiras tropicais visando a diversificação da produção e

melhoria da qualidade dos produtos.- Estudar as cadeias produtivas dos produtos agropecuários e florestais, oriundos da agricultura

familiar.- Introduzir e avaliar genótipos de cultivos industriais adequados para a pequena produção.- Adaptar e/ou desenvolver tecnologias de manejo e conservação de solos para a agricultura de

baixo insumo, visando a utilização sustentável das áreas desmatadas.

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Objetivo 4Viabilizar soluções tecnológicas para o fornecimento de matérias-primas e alimentos que promovam a saúde e a melhoria do nível nutricional e da qualidade de vida da população.

- Disponibilizar alternativas tecnológicas para a produção de leite em pequenos rebanhos,

visando à competitividade do pequeno produtor de leite.- Viabilizar roteiros de sucesso na produção de grãos para a agricultura familiar, comomecanismo de segurança alimentar e renda.

- Desenvolver alternativas de manejo integrado de pragas, doenças e plantas invasorasque comprometem a qualidade e o valor comercial de espécies de uso atual ou potencial.

- Identificar novas alternativas de alimentos e matérias-primas com potencialidades paracomercialização, agroindustrialização e diversificação da dieta da população.

- Coletar, avaliar e conservar plantas alternativas para uso medicinal.- Desenvolver e/ou adaptar tecnologias para propagação, plantio, manejo cultural e colheita de

plantas medicinais com potencial de mercado.

A Embrapa, ao estabelecer sua Estratégia Gerencial para a Gestão 1995/98 e visando aconsecução dos objetivos específicos da empresa, selecionou 31 Projetos de caráter

gerencial, aos quais conferiu prioridade máxima. O Projeto 28 (Fortalecimento eRedirecionamento dos Centros de Pesquisa da Embrapa na Amazônia) foi concebido com oobjetivo de definir e implementar uma estratégia de fortalecimento da atividade de P&D naregião Amazônica, particularmente no que concerne à fixação de pesquisadores na região, àqualidade do programa de P&D e ao aumento da produtividade de suas estruturas de C&T.Com vistas à obtenção de subsídios para o fortalecimento e redirecionamento dos Centrosde Pesquisa na Amazônia e considerando-se o perfil e as peculiaridades de cada Centro,foram estabelecidas áreas de referência aos níveis estadual, mesorregional e regional.Deste modo, coube à Embrapa Rondônia as seguintes atividades de referência:

Âmbito Estadual- Desenvolvimento sustentável na dimensão da P&D.- Diagnósticos temáticos/setoriais.- Avaliação de recursos sócioeconômicos.- Avaliação de ambientes e recursos naturais.- Produtos de referência de interesse estadual (seringueira, mandioca, pimenta-do-reino,

pimenta-longa, guaraná, silvicultura, pecuária bubalina, pequenos ruminantes, manejointegrado de pragas, plantas medicinais, manejo florestal, agrofloresta, fruticultura, manejoflorestal).

- Sistemas de informação (aspectos gerais, bancos de dados, sistema de informaçõesgeográficas)

- Reaproveitamento de áreas degradadas pela agropecuária.

Âmbito Mesorregional- Sistemas de produção de pupunha, algodão, gado de leite e corte, hortaliças.

- Conservação e manejo de solo.

Âmbito Regional- Sistemas de produção de grãos e café.

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Desempenho Técnico-institucional da Embrapa Rondônia

Análise Programática

A pesquisa agropecuária para a Amazônia deve ser orientada para a geração de conhecimentoscientíficos e tecnológicos que assegurem a sustentabilidade dos investimentos nas atividadesagropecuárias e agroflorestal, de modo a permitir o equilíbrio entre exploração sócio-econômica ea ecológica. 

A pesquisa agropecuária para a Amazônia tem como papel fundamental atender à demanda deconhecimentos científicos e tecnológicos, tanto para o presente quanto para a agropecuária dofuturo. Neste contexto, é importante destacar que a pesquisa agropecuária deve servir deinstrumento próprio e talvez o mais adequado para influir na orientação das políticas relacionadascom o setor primário e no desenvolvimento tecnológico do setor agrícola.  

Considerando-se o mandato estadual de abrangência das atividades da Embrapa Rondônia, adiversidade e a grande quantidade de demandas, aliadas ao reduzido efetivo de pesquisadores,

torna-se inviável a orientação da especialização por produtos ou áreas científicas estritas. Destemodo, devem ser priorizadas as contribuições que atuem direta e prontamente na resolução dosprincipais entraves tecnológicos que inibem o desenvolvimento regional.

As pesquisas realizadas pela Embrapa Rondônia têm se destinado, via de regra, aodesenvolvimento e/ou adaptação de variedades vegetais e raças animais, à geração deconhecimentos sobre os recursos naturais e à geração e/ou adaptação de tecnologias, práticas eprocessos agropecuários. Em função dos programas de desenvolvimento federais, estaduais emunicipais, estabelecidos para o estado e a alta demanda do setor produtivo, a geração e/ouadaptação de tecnologias, visando o incremento da eficiência do complexo agropecuário eflorestal, já vem sendo atingido pelo Centro. No entanto, a maior parte dos logros alcançadosreferem-se aos alimentos básicos (arroz, feijão, milho e mandioca), grandes culturas (soja),frutíferas, hortaliças, manejo florestal, pecuária (bovinocultura de corte e leite, bubalinocultura,

ovinocultura, caprinocultura e forragicultura) e a geração e conhecimentos sobre recursos naturais,tendo maior ênfase a contribuição para o desenvolvimento sustentável regional.

Os resultados obtidos até o presente podem ser considerados extremamente úteis,atendendo satisfatoriamente às demandas oriundas dos diversos segmentos relacionadoscom os setores agropecuário e florestal. Os maiores beneficiados têm sido os agricultores,pecuaristas, comunidade científica e instituições públicas e privadas. A transferência deresultados de pesquisa através das ações de difusão de tecnologia tem sido bastantepositiva. Os Projetos de pesquisa possibilitaram a geração de publicações técnicas, visitasde produtores, extensionistas e autoridades, realização de excursões e dias-de-campo,treinamentos, seminários e palestras em associações, sindicatos e cooperativas.

A Embrapa Rondônia, nos últimos 25 anos, acumulou um grande estoque de conhecimentos,tecnologias, serviços e produtos, visando suprir os fatores limitantes ao desenvolvimento daagropecuária estadual. Para tanto, foram disponibilizadas alternativas tecnológicas para aimplantação de sistemas agropecuários e florestais, tecnica e economicamente mais eficazes eeficientes; socialmente mais justos e, principalmente, conciliando produção com preservaçãoambiental.

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Produção Vegetal

- Lançamento e/ou recomendação de cultivares/híbridos ou clones de arroz de sequeiro, milho,feijão, soja, algodão, mandioca, café, guaraná- pimenta-do-reino, seringueira.

- Melhoramento genético de populações de milho.

- Curvas de neutralização dos principais solos de Rondônia.- Recomendações técnicas para o cultivo do arroz de sequeiro, milho, feijão, soja, algodão,

mandioca, café, pimenta-do-reino, seringueira, guaraná.- Recomendações técnicas para o cultivo comercial de hortaliças.- Recomendação de compostos orgânicos para a produção de mudas de cupuaçu e pupunha.- Produção de mudas e propagação vegetativa da castanha-do-Brasil.- Indicação de herbicidas para controle em pré-emergência de plantas invasoras do milho.- Recomendação de dois sistemas de produção de mudas de pupunha.- Técnicas de manejo cultural para o controle da brocas pequenas do cupuaçu.- Monitoramento e níveis de controle das principais pragas e doenças do cafeeiro.- Identificação, levantamento e controle das principais pragas e doenças que afetam as culturas

anuais e perenes.- Quebra da dormência de sementes de pinho-cuiabano;

- Tecnologia de sementes florestais nativas da Amazônia Ocidental.- Desenvolvimento de metodologia para a determinação da renda líquida na propriedade rural.- Recomendação de protótipos de Sistemas Agroflorestais.- Recomendação de procedências de Pinus tecunumani para a região de cerrados.- Análise técnica e econômica dos sistemas de produção de arroz, soja, milho, produção de leite

e sistemas agroflorestais.

Produção Animal

- Introdução e avaliação de germoplasma forrageiro (gramíneas e leguminosas).- Manejo de plantas forrageiras (sistema de pastejo, carga animal, diferimento).- Consorciação de gramíneas e leguminosas forrageiras.

- Dinâmica populaçional e controle biológico e cultural da cigarrinha-das-pastagens.- Seleção de gramíneas forrageiras resistentes às cigarrinhas-das-pastagens.- Calagem e adubação de plantas forrageiras.- Métodos de controle de plantas invasoras.- Avaliação de cultivares de sorgo forrageiro e granífero.- Manejo de leguminosas arbustivas.- Microbiologia do solo (micorrizas).- Manejo de capineiras (regimes de corte, diferimento, consorciação com leguminosas, sistemas

de pastejo).- Formação e manejo de bancos-de-proteína.- Recuperação e renovação de pastagens degradadas.- Manejo da mandioca para produção de forragem.- Uso da casca de café na alimentação de ovinos deslanados.

- Sistema de produção para gado de leite e corte.- Introdução e avaliação de ovinos deslanados e caprinos de dupla aptidão (carne e leite).- Bioclimatologia em bovinos leiteiros.- Desempenho produtivo de pequenos ruminantes em sistemas silvipastoris.- Formulação de misturas minerais para ruminantes.- Avaliação de sistemas de produção para bubalinos de carne e leite.- Epidemiologia e controle de helmintos gastrintestinais em bovinos de carne e leite.- Epidemiologia de helmintos gastrintestinais em ovinos deslanados.- Controle químico e biológico da mosca-dos-chifres.

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- Utilização da tração animal na fazenda (bovinos e bubalinos).- Identificação e testes com plantas tóxicas.

A produção de publicações indexadas tem sido compatível com o número de Projetos eSubprojetos de Pesquisa executados e de pesquisadores do Centro. O volume de publicações não

indexadas tem sido bastante satisfatório (Circular Técnica, Comunicado Técnico, RecomendaçõesTécnicas e Boletim de Pesquisa), cujo público prioritário é constituído, principalmente, porprodutores e extensionistas.

Atualmente, o quadro de pesquisadores do Centro conta com 23 pesquisadores, sendo 17Mestres e 6 Doutores. A equipe multidisciplinar concentra seus esforços em 8 Projetos dePesquisa (Desenvolvimento de sistemas de produção de grãos com ênfase para a soja;Alternativas para a intensificação da produção de carne na Amazônia Ocidental; Desenvolvimentode sistemas agroflorestais; Alternativas para o desenvolvimento rural da Amazônia Ocidental;Transferência de tecnologias para o aumento da produtividade da pecuária leiteira em Rondônia;Comunicação e negócios tecnológicos; Viabilização do aumento de renda da agricultura familiarpelos efeitos da cooperação técnica em unidades de referência; Melhoramento genético do café) e55 Subprojetos de Pesquisa. Analisando-se globalmente a atual programação de pesquisa do

Centro, observa-se um alto grau de aderência com sua missão e objetivos e, principalmente, comas demandas oriundas dos diversos segmentos que compõem o agronegócio estadual.

Uma análise crítica baseada no cenário atual e aqueles vislumbrados a curto e médio prazo,permitem a identificação de diversas oportunidades atuais e potenciais, as quais poderãodesempenhar um papel de relevante importância para a consolidação da Embrapa Rondôniacomo instituição de pesquisa comprometida com o desenvolvimento sustentado dos setoresagropecuário e florestal. Dentre os mais importante, podem ser citados:

- Possibilidades de obtenção de apoio nacional e internacional para pesquisas em manejosustentável de recursos naturais.

- Preocupação de organismos nacionais e internacionais quanto à degradação do meio-ambienteem decorrência dos sistemas de uso da terra.

- Necessidade de recuperação de extensas áreas já utilizadas e que estão degradadas ou emfase de degradação; .

- Existência de grandes áreas de pastagens degradadas que necessitam de tecnologias paratorná-las novamente produtivas através de sistemas adequados de manejo e utilização.

- Carência de informações técnicas e econômicas sobre sistemas agroflorestais.- Existência de programas regionais de incentivo à geração e uso de tecnologias.- Possibilidade de uso da infra-estrutura física de empresas privadas e instituições

governamentais ou não para a condução de projetos de P&D.- Preocupação da sociedade com a pobreza e viabilização da pequena produção agrícola.- Demanda cada vez maior de assessoramento e consultoria técnica por parte de organizações

públicas e privadas.

Análise InstitucionalA execução da pesquisa agropecuária em Rondônia tem sido uma tarefa árdua para asinstituições e profissionais que se dedicam a essa atividade, com dificuldades que somente sãosuperadas graças ao idealismo e determinação constantes.

Apesar de seu mandato estadual e da definição clara e objetiva das demandas de pesquisa, desua clientela e beneficiários, a Embrapa Rondônia, desde a sua implantação, não logrou aformação e consolidação de uma equipe qualificada de pesquisadores para suprir asnecessidades mínimas de sua programação de pesquisa. Esta situação tem acarretado uma

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sobrecarga de trabalho para alguns pesquisadores, os quais se desdobram para assegurar níveissatisfatórios de qualidade das atividades desenvolvidas.

A estrutura organizacional e funcional do Centro, em termos administrativos e de apoio técnico,tem sido suficiente para garantir o cumprimento satisfatório de sua missão e objetivos. Os Campos

Experimentais, estrategicamente distribuídos no Estado (Machadinho d´Oeste, Ouro Pretod´Oeste, Presidente Médici e Vilhena), além da área experimental localizada na sede do Centro,atendem plenamente à programação de pesquisa, além de funcionarem como pólos irradiadorespara a difusão e transferência de tecnologias. Os diversos laboratórios instalados no Centro têmrecebido algumas inovações no que se refere à estrutura funcional e equipamentos, o que temcontribuído para a obtenção de maiores níveis de eficiência e qualidade de seus serviços. 

O sistema de informação e documentação, embora disponha de uma razoável estrutura física,carece dos recursos humanos necessários para implementação de atividades mais específicas eabrangentes. Torna-se necessário um trabalho de reconstituição e manutenção da memória doCentro, em todas as suas áreas de atuação.

Diretrizes de Pesquisa e Estratégia de AçãoO II Plano Diretor da Embrapa Rondônia constitui o documento referencial da presente Propostade Ação. Entretanto, há de se considerar as alterações previsíveis nos diversos processos queinterferem no gerenciamento de uma Unidade de Pesquisa, os quais, na maioria das vezesimpelem os administradores a assumirem novas posturas estratégicas, em função de novosfatores condicionantes, tais como: Leis, Normas, políticas governamentais, novos cenários dedesenvolvimento entre outras. Esta é sem dúvida uma situação futura desconhecida e, portanto,transforma esta Proposta de Ação num desafio ainda maior. Para a sua superação deve serestabelecido um processo contínuo de negociação, treinamento e motivação, sem contudo,desviar-se do cumprimento da missão, objetivos e diretrizes da Embrapa Rondônia. 

Para que a ciência e a tecnologia sejam eficazes e eficientes como instrumentos dedesenvolvimento agropecuário e florestal, desejados socialmente, a orientação das pesquisa deveestar suportada em algumas diretrizes básicas.

Os diversos estudos e diagnósticos sobre a tecnologia atualmente em uso e seus efeitos gerais naeconomia, na sociedade, na ecologia e mesmo nos aspectos científicos, além dasmacrotendências a serem consideradas em nível nacional, mostram que certos parâmetrosbásicos devem ser tomados para a definição das diretrizes de pesquisa e que algunspressupostos devem ser assumidos:

- Dada a importância que tem a produção agropecuária e florestal na economia de Rondônia,esta deve continuar se desenvolvendo dentro dos critérios da diversidade, qualidade eracionalidade social, econômica e ecológica.

- Novos valores devem ser incorporados ao processo produtivo, visando alcançar níveis maisaltos de produtividade, em consonância com o mercado consumidor.- Os recursos naturais renováveis disponíveis no âmbito do estado devem ser utilizados dentro

de um plano racional de uso e conservação.- fator ambiental constitui-se em aspecto decisivo na flutuação da produção e produtividade

anual e representa um grande desafio à pesquisa que busca essa estabilidade esustentabilidade.

- A distribuição espacial das atividades agropecuárias e florestais do estado deve ser melhororientada para beneficiar populações locais ou regionais.

- Participação crescente da sociedade brasileira nos processos de decisão governamental.- Um processo de reforma do Estado nos níveis federal, estadual e municipal, sem prazo para

terminar, em que se questiona o papel do Estado e a gestão da coisa pública.- As demandas sociais crescentes implicam numa maior competição por recursos públicos,

forçando o estado a reduzir sua participação no financiamento de outros projetos.

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- compromisso prioritário do Governo com a estabilidade econômica vem, gradualmenteeliminando os subsídios, inclusive os concedidos ao agronegócio.

- A urbanização progressiva da sociedade vem exigindo que mais produtores forneçamalimentos para mais consumidores, demandando uma crescente geração de tecnologias.

Dentro desses pressupostos, o estabelecimento de um Programa de Pesquisa Agropecuária eFlorestal deve ser orientado considerando-se as seguintes diretrizes e suas respectivasestratégias de ação:

Diretrizes em Pesquisa & Desenvolvimento

- Concentrar as ações de P&D em temas estratégicos e referenciais de pesquisa, de acordo comas diretrizes do CIPEA e do PDU da Unidade.

- Diagnosticar as características técnicas e sócio-econômicas dos pequenos, médios e grandesprodutores e suas interrelações. 

- Desenvolver pesquisas científicas, básicas  e aplicadas  buscando ação multidisciplinar e/ouinterdicisplinar e o enfoque sistêmico na pesquisa.

- Incrementar a produtividade e viabilizar o desenvolvimento sustentado dos setoresagropecuário e florestal, enfatizando os sistemas agroflorestais, agropastoris e silvipastoris,através de tecnologias socialmente apropriadas para as condições regionais.

- Desenvolver ações de pesquisas com vistas ao aumento da oferta e qualidade dos produtos deorigem animal e vegetal, considerando peculiaridades sócio-econômica-ecológicas do estado.

- Avaliar os impactos ambientais e sócio-econômicos dos principais sistemas de uso da terrapraticados no estado.

- Viabilizar sistemas de produção agropecuário e florestal para os ecossistemas cerrados  efloresta .

- Internalizar o conceito de agronegócio, cadeias produtivas e de clusters como enfoque básicoda pesquisa;.

- Racionalizar a utilização dos recursos naturais e sócio-econômicos regionais, bem comocontribuir para a identificação de áreas de preservação ambiental.

- Implementar programas de P&D voltados para a utilização racional e o manejo integrado dosrecursos naturais para o crescimento da produtividade e competitividade.- Promover o manejo e/ou reutilização econômica de capoeiras, áreas marginais e pastagens

degradadas ou em vias de degradação, visando a incorporação de áreas marginais ou arecuperação de áreas degradadas ao setor produtivo.

- Incrementar e viabilizar a produção florestal com espécies nativas e/ou exóticas, com ênfasepara a conservação genética e o desenvolvimento de sistemas agroflorestais.

- Elevar os índices de desempenho zootécnico dos rebanhos por meio de pesquisas em manejo,alimentação, sanidade e melhoramento animal.

- Compatibilizar as pesquisas programadas com os objetivos e prioridades estabelecidosconsensualmente com seus clientes.

- Apoiar programas de uso racional dos recursos naturais e do meio ambiente.

Estratégias de Ação

- Readequar a programação de P&D com vistas a propiciar o aumento da capacidade deresposta às demandas decorrentes de novos processos de desenvolvimento regional;

- Estabelecer núcleos temáticos multidisciplinares como mecanismos para concentrar a ação deP&D em temas estratégicos.

- Aprimorar a qualidade dos projetos e subprojetos de pesquisa do Centro.- Internalizar e intensificar a utilização das metodologias de elaboração e avaliação de projetos e

subprojetos, em consonância com o Sistema Embrapa de Planejamento (SEP).- Implantar ações de P&D voltadas para a área de biodiversidade.- Estimular as pesquisas sócio-econômicas para ações que possibilitem um maior conhecimento

dos cenários produtivos, econômicos e sociais das atividades agropecuárias e florestais e quesejam objeto das ações do Centro.

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- Ajustar os mecanismos de prospecção e priorização de demandas para torná-los maiseficientes e eficazes.

- Desenvolver estudos de cadeias produtivas para produtos de interesse regional.- Fortalecer pesquisas que visem complementar a renda, ao nível do pequeno produtor rural.- Intensificar as pesquisas que viabilizem econômica e ecologicamente o uso de resíduos

agrícolas, agro-industriais e urbanos como condicionantes do solo e substitutivos dosfertilizantes químicos.- Realizar seminários e reuniões técnicas sobre agronegócio, cadeias produtivas e clusters.- Desenvolver ou retomar ações que visem reforçar o relacionamento do Centro com os diversos

segmentos do setor florestal e com as instituições públicas e privadas.- Desenvolver alternativas para o manejo e conservação de solo e água, com ênfase para as

microbacias hidrográficas.- Desenvolver alternativas para o manejo integrado de pragas, doenças e plantas invasoras.- Identificar e avaliar a experiência dos produtores acumulada ao longo dos anos visando

orientar as ações de pesquisa.- Priorizar o enfoque sistêmico das unidades produtivas, levando em consideração a

diversificação da produção nela existente.- Intensificar a pesquisa na busca de fontes alternativas de energia estimulando o seu uso.

- Promover amplo trabalho de recuperação e conservação do solo, envolvendo os agricultores,suas entidades representativas e as instituições públicas e privadas, intensificando o uso depráticas adequadas de manejo de solo.

- Intensificar estudos para a utilização de alimentos alternativos disponíveis nas unidadesprodutivas para alimentação animal.

- Desenvolver um programa de coleta de espécies vegetais e/ou cultivares ameaçados deextinção, garantindo a preservação do patrimônio genético.

- Incrementar as pesquisas sobre sistemas de produção dos pequenos e médios produtores,considerando as peculiaridades regionais, com ênfase para módulos produtivos.

- Apoiar o SEP como mecanismo para ordenar as atividades de P&D, com vistas a fortalecer osprojetos com enfoque sistêmico.

- Criar estímulos adicionais à produção técnico-científica por pesquisador e por equipe, emconsonância com a política de pessoal da Embrapa (Sistema de Planejamento,

Acompanhamento e Avaliação de Desempenho - SAAD-RH; Sistema de Premiação porResultados - SISPEM).

- Aperfeiçoar os sistemas de pesquisa e extensão rural, no sentido de ajustá-los aos desafiosdos novos tempos e circunstâncias da realidade estadual;. 

- Estimular a criação de equipes interdisciplinares de trabalho, atuando de forma a explorar asoportunidades e potencialidades regionais, em consonância com o mercado consumidor.

- Viabilizar a realização de Auditoria de Qualidade nos Projetos e Subprojetos desenvolvidospelo Centro. 

- Atender à demanda combinada por maior produtividade, mais diversificação, melhor qualidadee sustentabilidade do processo de desenvolvimento. 

Diretrizes em Negócios Tecnológicos

- Desenvolver meios para a transferência de conhecimentos e tecnologias desenvolvidos oumobilizados pela Unidade para um maior número de clientes.

- Ampliar as parcerias estaduais, nacionais e internacionais na busca de captação de recursospara transferência de tecnologias e conhecimentos.

- Implantar e consolidar Núcleos de Transferência de Tecnologias.- Contribuir para aumentar a oferta de sementes e mudas, em quantidade e qualidade,

compatíveis com a infra-estrututra operacional do Centro.- Transferir tecnologias geradas e/ou adaptadas e promover maior integração da pesquisa com a

sociedade em geral.- Capacitação e comprometimento do pessoal de apoio técnico nas atividades de difusão e

transferência de tecnologia.- Desenvolver ações visando a aplicação de técnicas de organização e métodos nos setores

técnico-científico, de informação e documentação, Marketing e transferência de tecnologia.

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Estratégias de Ação

- Articular maior participação do Centro nas políticas agropecuária, florestal e ambiental emconsonância com os programas de instituições de desenvolvimento e proteção ambiental,públicas e privadas.

- Maximizar a integração da pesquisa com a extensão rural, fomento e desenvolvimentoambiental, através da execução de programas de cooperação técnica;- Viabilizar a ampliação e ordenação das ações de difusão e transferência de tecnologia,

serviços e produtos.- Incrementar as atividades de informação e de transferência de tecnologia. - Viabilizar a criação de Núcleos Temáticos Descentralizados voltados para a solução de

problemas multidisciplinares oriundos de demandas específicas de algum segmento doagronegócio.

- Estabelecer ações conjuntas com as instituições de extensão rural e fomento para ampliar oprocesso de transferência de tecnologias.

- Elaborar e atualizar periodicamente o portfólio de TSP´s da Unidade.- Ampliar a realização de eventos técnicos para a transferência de tecnologias.- Estabelecer um Plano Estadual de Pesquisa Agropecuária aderente às demandas estaduais

manifestadas pelos produtores e em perfeita articulação com a assistência técnica e extensãorural e as instituições de ensino, fomento e desenvolvimento regional. 

- Avaliar sistematicamente os custos sociais das tecnologias geradas e daquelas em uso. - Identificar parceiros potenciais.- Estabelecer contratos de cooperação para atividades de transferência de tecnologias.- Internalizar a necessidade de apropriação e uso estratégico dos direitos de propriedade

intelectual.- Ampliar a rede de distribuição de produtos, através de pontos de venda, com novas parcerias.- Ampliar contratos para cessão de uso de tecnologias e produtos.

Diretrizes em Comunicação Empresarial

- Criar, manter e ampliar fluxos de comunicação de modo a estimular a interação entre aUnidade e seus públicos interno e externo. - Identificar e atender demandas de informações, expectativas e necessidades da sociedade.- Melhorar a imagem da Unidade junto à sociedade.- Estabelecer mecanismos para promover Tecnologia, Serviços e Produtos (TSP) desenvolvidos

pela Unidade.- Promover continuamente o intercâmbio científico-tecnológico e a ampla divulgação dos

resultados da pesquisa.- Intensificar a articulação entre os órgãos de fomento, assistência técnica e extensão rural e

florestal.- Implementar medidas corretivas, em função dos resultados da Auditoria de Imagem, realizada

anualmente.

Estratégias de Ação

- Melhorar a comunicação interna, principalmente na internalização de assuntos/temasinstitucionais de interesse da Empresa e do centro.

- Consolidar e implementar o serviço de Atendimento ao Cidadão (SAC), Sistema Embrapa deInformação (SEI) e Rede Embrapa de Informação Tecnológica (REIT).

- Promover eventos e utilizar instrumentos adequados para a promoção de TSP´s. - Tratar o recurso informação como estratégia gerencial e de desenvolvimento.- Sistematizar as informações técnicas-científicas e sócio-econômicas geradas pelo Centro,

através dos principais meios de comunicação.- Estimular a publicação de trabalhos técnico-científicos e de divulgação.- Formalizar um fórum periódico de debates sobre questões técnico-científicas e institucionais do

Centro.

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Diretrizes em Desenvolvimento Institucional e Sistema de Gestão

- Desenvolver uma gestão orientada pelos princípios da qualidade total com foco no cliente,estruturada por processos e com avaliação de resultados.

- Realizar o aprimoramento da estrutura organizacional.

- Consolidar a atuação do Comitê Assessor Externo da Unidade.- Promover, continuamente, a melhorias dos processos gerenciais, notadamente a interrelação

SIGER, PAT e SAAD-RH.- Implantar mecanismos de planejamento, administração e acompanhamento às atividades do

Centro, programas especiais, convênios e contratos de cooperação.- Dotar o Centro de sistemas informatizados capazes de atender às atividades de pesquisa,

difusão e apoio técnico.- Readequar o Regimento Interno do Centro as novas diretrizes estabelecidas no III Plano

Diretor da Embrapa (realinhamento estratégico).- Desenvolver pesquisas através de programas integrados com instituições estaduais, nacionais

e internacionais, evitando duplicidade desnecessária.- Implantar sistemas de gerenciamento adequados a consecução da missão do Centro.- Participar da formulação e apoio às políticas de desenvolvimento ambiental e de C&T.

- Desenvolver ou retomar ações que visem reforçar o relacionamento institucional do Centro comos diversos segmentos do setor agrícola, pecuário e florestal e com as instituições públicas eprivadas.

- Internalizar a missão e objetivos do Centro e fortalecer a sua imagem na sociedade.

Estratégias de Ação

- Implementar o Modelo de Gestão Estratégica.- Revisar o Regimento Interno da Unidade.- Reestruturar os Campos Experimentais.- Ampliar a participação dos empregados na melhoria dos processos gerenciais- Racionalizar as atividades de apoio técnico, de forma a maximizar seus procedimentos

administrativos.- Manter um canal democrático permanente de comunicação, entre as Chefias e Subordinados,fazendo do diálogo o mecanismo para se buscar soluções e dirimir conflitos.

- Dinamizar o desempenho nos processo administrativos e operacionais, - Promover a racionalização, fusão de estruturas e atividades, através da terceirização,

automação e informatização. - Readequar o PDU da Embrapa Rondônia visando contemplar as diretrizes estabelecidas na

presente proposta de trabalho.- Apoiar os programas prioritários dos governos federal, estadual e municipal, da administração

superior da Embrapa e da iniciativa privada.- Articular a programação de P&D do Centro com a política de desenvolvimento estadual e

regional.- Promover debates periódicos voltadas para a discussão de questões técnico-científicas e

institucionais.- Maximizar a integração da pesquisa com a extensão rural, fomento e desenvolvimentoambiental.

- Interagir com instituições de pesquisas públicas e privadas, com equipes nacionais einternacionais, buscando ações de consultoria e intercâmbio que possibilitem a excelência ediversificação das atividades de pesquisa do centro.

- Adotar uma política de integração com os diversos segmentos que atuam no âmbito regional,nacional e internacional, incluindo as Unidades do SNPA, CIPEA, ONG´s e instituições públicase privadas.

- Estimular a atuação do CAE, CTI e Comitê Local de Publicações como estruturas essenciais aobom desempenho técnico-institucional do centro.

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