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Arthur Lara Moreira TECNÓFOBO

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Page 1: Atividade03arthurlaramoreira

Arthur Lara Moreira

TECNÓFOBO

Page 2: Atividade03arthurlaramoreira

Os textosOs dois textos usados como

referência são antigos.

UMA REVISÃO DE ARGUMENTOS A FAVOR DO

USO DE COMPUTADORES NA EDUCAÇÃO ELEMENTAR, de

Valdemar W.Setzer (1997).

OS COMPUTADORES E A EDUCAÇÃO. ASPECTOS GERAIS, de A. S. Alves

(1987).

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Setzer (1997) Uma atração perigosa: “Uma das razões de computadores parecerem excelentes ferramentas para aprendizado é a atração que eles exercem em crianças e adolescentes. Mas se formos a fundo nesse fenômeno, é possível detectar que essa atração é devida a duas razões principais: o que chamamos de efeitos "cosmético" e de "joguinho eletrônico". No primeiro caso, os usuários são atraídos pelos efeitos "multi-media", tais como figuras fascinantes, som e animação. No segundo, por uma excitação semelhante à sentida quando se joga um video-game: o cenário é perfeita e matematicamente bem definido, e o usuário sente o poder de domínio completo sobre a máquina”.

Queimando etapas: “A aceleração de um desenvolvimento mental e psicológico, fazendo a criança comportar-se interior e exteriormente como adulto, é em nossa opinião a pior influência exercida por computadores”.

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A internet, de fato, nos mostra o mundo através da tela e nos coloca em contato com culturas e conhecimentos que, sem ela, – a internet – provavelmente nem saberíamos que existiam. O problema é que as opções são infinitas e é muito fácil se distrair com outros conteúdos que nada tem a ver com determinada atividade proposta. Distração: “Um aspecto interessante do uso da Internet em educação é precisamente o fato dessa rede apresentar um ambiente "libertário": o usuário tem todo o mundo (virtual!) sob seus dedos, e ninguém o orienta no que deve buscar e examinar a não ser que, por software, introduzam-se limites de acesso somente a alguns endereços - "sites" - nesse caso cremos que a experiência será tão maçante que o estudante perderá rapidamente seu interesse”.

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Problematização “Somente um adulto deveria ter o auto-controle necessário para impor limites a si próprio, tais como limitar o tempo de uso, examinando objetivamente somente o que se determinou como a finalidade da sessão interativa, e assim por diante. Uma criança normal não é capaz de exercer tais controles; se ela o fosse, estaria comportando-se como adulta, e teria nessa atividade deixado de ser criança (vejam-se nossos comentários sobre o padrão (e)), o que para nós traria; conseqüências extremamente nefastas em sua vida futura”.

A afirmação acima data de 1997, mas podemos deixar uma pergunta no ar: os adultos de 2017 tem esse auto-controle, já que a internet se desenvolveu muito e o acesso foi ampliado nesses últimos 20 anos?

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Conclusões de Setzer “Para colocar-se o computador numa perspectiva adequada na educação ou na vida individual ou social é necessário compreender muito bem o que ele é. Cremos que sua principal característica em termos de influência individual e social é o fato de ser uma máquina abstrata e não concreta (como por exemplo um torno ou uma bicicleta): ele age num espaço virtual, o espaço de pensamentos que podemos inserir dentro dele. Portanto, qualquer uso do mesmo força algum pensamento abstrato”.

“Para se considerar o uso de computadores na educação é absolutamente necessário ter-se um modelo do desenvolvimento das crianças e dos jovens. Baseamos nossas considerações sobre o modelo estabelecido por Rudolf Steiner, usado com sucesso na Pedagogia Waldorf desde 1919. De acordo com esse modelo, somente na época do ensino médio (colegial) a criança está preparada para exercer pensamentos puramente abstratos, formais, lógico-simbólicos. Antes disso, esses pensamentos prejudicam o seu desenvolvimento sadio e equilibrado”.

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A.S Alves (1987) Ideologia e mercado: “Uma dessas "verdades", que tem actualmente honra de telenovela é: "... que o futuro está nos computadores !..." É um típico enunciado ideológico: relaciona as noções vagas de "futuro" e "computadores", através de um verbo inadequado. Cada um atribui a esta frase o significado que mais lhe convém. Por mim, lembro- me de tê-la ouvido em três situações típicas: na boca de um Professor de Faculdade tentando obter verbas para o seu sector; numa loja de electrodomésticos, o vendedor tentando convencer o cliente a comprar um "Spectrum"; da parte de uma Senhora verberando o Professor de Matemática pelas notas baixas dadas ao seu filho. Neste último caso, era posta em evidência a seguinte contradição: um moço que era um campeão diante do seu micro-computador... como era possível ter ele má nota a Matemática, não sendo culpa do Sistema ou culpa do Professor?”

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Homem x Máquina“Será bom insistir no facto de que é o professor o eixo da Educação, é o professor que pode avaliar a forma como trabalhar com uma turma, o ritmo a impor, as revisões a fazer, os meios auxiliares a recorrer. O computador é um destes meios e não o centro do processo. Mas, se o professor desconhece a máquina, corre o risco de oscilar entre uma admiração beata e uma rejeição irracional”. Além do maniqueísmo: “O computador pode ser bom, pode ser péssimo. Ele é uma máquina e não tem discernimento, nem pode saber o que que convém a cada pessoa e a cada sociedade. Mas nós só podemos julgá-lo diante dos objectivos que lhe foram atribuídos”.

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Conclusão de A.S Alves “Que, por detrás da generalização do computador estão forças de índole muito diversa, mesmo forças destrutivas. Que o grande antídoto para as possíveis perversões, está em os professores se tornarem familiares com o computador”.

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ReferênciasALVES, A.S. Os computadores e a educação. Aspectos gerais. Coimbra: Esc. Sec. da Quinta das Flores, 1987.

SETZER, Valdemar. Uma revisão de argumentos a favor do uso de computadores na educação elementar. São Paulo: USP, 1997.