atenção farmacêutica
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ResumoPara se conhecer a prtica profissional de farmacuti-
cos que atuam em farmcias e drogarias, seus conheci-
mentos e percepes acerca da Ateno Farmacutica
(AF), realizou-se estudo descritivo com 91 farmacuti-
cos do municpio de Jundia-SP. A maioria era jovem
(62,6% entre 20 e 29 anos), do sexo feminino (63,7%),
graduada em instituies privadas (90,1%) e no pro-
prietria do estabelecimento (87,9%). Desenvolviam
atividades administrativas, tcnicas e de ateno ao
usurio, principalmente dispensao de medicamen-
tos e orientao; 67,0% acompanhavam o tratamento
farmacoteraputico dos usurios, mas sem registrar
informaes. Para 62,7%, AF relacionava-se apenas
orientao e atendimento dispensados, mas tais
atividades no eram realizadas de forma sistemtica
e organizada, como preconizado. Muitos (91,2%) con-
sideravam necessrio realizar trabalho mais intenso
com os usurios, porm apontaram dificuldades como
falta de tempo e de apoio dos proprietrios e desinte-
resse dos usurios. Vrias dessas dificuldades tm sido
verificadas tambm em outros pases, sugerindo que
a prtica da AF: (a) requer uma mudana estrutural
e rearranjo de funes, uma vez que, atualmente, a
estrutura e as atividades so adequadas atividade co-
mercial; (b) reflete uma crise de identidade profissional
e, em consequncia, falta de reconhecimento social e
pouca insero na equipe multiprofissional de sade.
O conhecimento sobre AF mostrou-se limitado, mas a
situao pode vir a alterar-se medida que as mudan-
as curriculares em curso surtam efeito na formao
dos novos farmacuticos.
Palavras-chave: Servios farmacuticos; Profisso farmacutica; Farmacuticos; Farmcia; Promoo
da sade.
Simone Sena FarinaMestre em Sade Pblica. Professora da Universidade de Sorocaba. Endereo: Rodovia Raposo Tavares, Km 92,5, CEP 18023-000, Sorocaba, SP, Brasil.E-mail: [email protected]
Nicolina Silvana Romano-LieberDoutora em Sade Pblica. Professora do Departamento de Prtica de Sade Pblica da Faculdade de Sade Pblica da Universidade de So Paulo. Endereo: Av. Dr. Arnaldo, 715, CEP 01246-904, So Paulo, SP, Brasil.E-mail: [email protected]
Ateno Farmacutica em Farmcias e Drogarias: existe um processo de mudana?Pharmaceutical Care in Pharmacies: is there a changing process?
Sade Soc. So Paulo, v.18, n.1, p.7-18, 2009
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AbstractA descriptive study was conducted with 91 pharmacists
of the municipality of Jundia (state of So Paulo) in
order to learn about the professional practice of the
pharmacists who work in pharmacies and their know-
ledge and perceptions about Pharmaceutical Care (PC).
Most of them were young (62.6% between 20 and 29
years old), female (63.7%), private institution graduates
(90.1%), and were not the owners of the pharmacies
(87.9%). They carried out administrative, technical and
attention to patient activities, particularly providing
guidance and dispensing medications; 67.0% followed
their patients pharmacotherapeutic treatment up, but
did not record any information regarding it. To 62.7%
of the pharmacists, PC was related only to the guidan-
ce and service provided, but those activities were not
performed systematically and in an organized way,
as recommended. Many (91.2%) considered necessary
to work closer to their patients; however, they men-
tioned difficulties including lack of time, of support
from the pharmacy owner, and patients disinterest.
Several of these difficulties have also been verified
in other countries, suggesting that the PC practice:
(a) requires a structural change and rearrangement
of functions since, currently, the structure and the
activities are adjusted to the commercial activity; (b)
reveals a professional identity crisis and, consequen-
tly, lack of social recognition and little insertion in
the multiprofessional health team. Knowledge of PC
proved to be limited, but the situation can change as
the ongoing curriculum changes produce an effect on
the education of the new pharmacists.
Keywords: Pharmaceutical Services; Pharmaceutical Profession; Pharmacists; Pharmacy; Health Promotion.
IntroduoA ateno farmacutica o componente da prtica
profissional onde o farmacutico interage diretamente
com o paciente para atender suas necessidades rela-
cionadas aos medicamentos (Peretta e Ciccia, 1998).
Segundo Cipolle e colaboradores (2000), a ateno
farmacutica envolve um processo de assistncia ao
paciente, lgico, sistemtico e global, que envolve trs
etapas: a) anlise da situao das necessidades do
paciente em relao aos medicamentos; b) elaborao
de um plano de seguimento, incluindo os objetivos do
tratamento farmacolgico e as intervenes apropria-
das; e c) a avaliao do seguimento para determinar os
resultados reais no paciente.
No Brasil, no final do ano 2000, um grupo consti-
tudo por vrias entidades foi formado com o objetivo
de promover a ateno farmacutica no pas, consi-
derando as caractersticas da prtica profissional
local. Como consequncia, em 2002, foi proposto um
conceito nacional para o tema. O conceito proposto
considera a promoo da sade e, dentro dela, a edu-
cao em sade, como componentes do conceito de
ateno farmacutica. O Consenso definiu tambm
os componentes da prtica farmacutica necessrios
ao exerccio da ateno farmacutica: a) educao em
sade, b) orientao farmacutica, c) dispensao, d)
atendimento farmacutico, e) acompanhamento/se-
guimento farmacoteraputico e f) registro sistemtico
das atividades, mensurao e avaliao dos resultados
(OPAS, 2002).
Tradicionalmente, no Brasil, o farmacutico no
tem atuao destacada no acompanhamento da uti-
lizao de medicamentos, na preveno e promoo
da sade e pouco reconhecido como profissional de
sade tanto pela sociedade quanto pela equipe de sade
(OPAS, 2002). De maneira geral, o principal servio
prestado nas farmcias e drogarias a dispensao
de medicamentos e a qualidade dessa prtica pode ser
considerada abaixo do padro, uma vez que os farma-
cuticos frequentemente esto ausentes da farmcia
(Castro e Correr, 2007). Em vista disto, o conceito de
ateno farmacutica sugere mudanas na atuao
profissional predominante.
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Esse processo de mudana com a implantao do
novo conceito de atuao profissional tem sido avaliado
em locais diversos, como a Argentina (Uema, 2008), a
Arbia Saudita (Al-Arifi, 2007) e a Nova Zelndia (Dun-
lop e Shaw, 2002). Os trabalhos tm, em sua maioria,
apontado problemas para essa mudana. Para avaliar
se o processo tem ocorrido em nosso meio, prope-se
pesquisar a prtica profissional de farmacuticos que
atuam em farmcias e drogarias, a execuo da ateno
farmacutica, conforme o preconizado, nos estabeleci-
mentos em que atuam, bem como seus conhecimentos
e percepes acerca desse tema.
MtodosRealizou-se estudo descritivo transversal entre far-
macuticos responsveis tcnicos por farmcias e
drogarias do municpio de Jundia-SP. Foram excludos
os profissionais que atuavam em manipulao e os
oficiais de farmcia que atuavam como responsveis
tcnicos dos estabelecimentos.
Para conhecer todas as farmcias e drogarias de
Jundia e os farmacuticos que atuavam nesses locais,
foram utilizadas listas de estabelecimentos fornecidas
pela Secretaria Municipal de Finanas da Prefeitura
de Jundia, pelo Conselho Regional de Farmcia do
Estado de So Paulo e pela Associao das Farmcias
de Jundia e Regio. A partir da fuso dessas listas,
elaborou-se relao dos estabelecimentos a serem visi-
tados. Embora haja uma distino legal entre farmcia
e drogaria, estabelecida pela Lei 5991 (Brasil, 1973), no
presente estudo utilizou-se a denominao farmcia
para ambos os estabelecimentos.
Para a coleta de dados, utilizou-se questionrio
composto por 35 questes, abertas e fechadas, relacio-
nadas a: estrutura e recursos dos estabelecimentos,
dados demogrficos, formao, capacitao e atuao
dos profissionais e sua compreenso sobre ateno far-
macutica. O questionrio foi aplicado em entrevistas
realizadas nos prprios estabelecimentos. Para anlise
dos dados qualitativos, utilizou-se a tcnica de Anlise
Temtica (Minayo, 2004). Foi realizado pr-teste com
quatro farmacuticos que trabalhavam em farmcias
localizadas em municpios vizinhos.
Todos os estabelecimentos foram visitados durante o perodo de fevereiro a maio de 2004. Uma segunda visita foi realizada quando o farmacutico no estava presente, preferiu agendar outro dia ou quando havia mais de um farmacutico a ser entrevistado no local.
Para pesquisa dos fatores associados prtica pro-fissional foram investigadas variveis relativas far-mcia, como tipo, tamanho (nmero de funcionrios) e existncia de local reservado para atendimento de usu-rios e tambm variveis relativas aos farmacuticos: sexo, idade, natureza da instituio em que se graduou, tempo de formado, ter cursado ps-graduao e vnculo de trabalho. Para a anlise estatstica dos dados, foi empregado o programa Epi Info verso 6. Buscaram-se associaes entre as variveis utilizando-se o teste do qui-quadrado e o teste exato de Fisher. O nvel de significncia considerado foi menor ou igual a 5%.
Atendendo aos aspectos ticos, o projeto foi aprova-do pelo Comit de tica em Pesquisa da Faculdade de Sade Pblica da Universidade de So Paulo.
ResultadosDa caracterizao das farmcias
Foram visitados 98 estabelecimentos. Destes, trs funcionavam sem a assistncia de farmacutico, dois possuam responsveis tcnicos prticos de farmcia e, em 14, o farmacutico responsvel no foi encon-trado nas duas visitas realizadas. Um farmacutico que trabalhava em duas farmcias respondeu apenas por um estabelecimento. Assim, foram pesquisadas 78 farmcias. Destas, a maioria era independente (87,2%), ou seja, no pertencia a nenhuma rede, tinha entre 2 e 6 funcionrios (66,6%), empregava um nico farmacutico (76,9%) e permanecia aberta por volta de 12 horas (82,0%).
Quanto estrutura e aos recursos dos estabeleci-mentos, 12 (15,4%) farmcias tinham um local reser-vado para atendimento de usurios e 48 farmcias (61,5%) possuam um computador que o farmacutico poderia utilizar para atividades no relacionadas ao gerenciamento. Em relao s fontes de informao sobre medicamentos existentes nas farmcias, as mais citadas foram: a) o Dicionrio de Especialidades
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Farmacuticas (DEF): 77 (98,7%); b) revistas especiali-
zadas: 40 (51,3%); e c) a rede mundial de computadores
(Internet): 38 (48,7%). Dicionrios teraputicos e livros
de farmacologia estavam presentes em 36 (46,2%) e 22
(28,2%) dos estabelecimentos, respectivamente.
Da entrevista com os profissionais: caracterizao e atuao
Foram entrevistados 91 farmacuticos. A populao
pesquisada era composta por 58 mulheres (63,7%).
Quanto idade, 57 (62,6%) tinham entre 20 e 29 anos
de idade e 82 (90,1%) eram graduados em instituies
privadas h 3,2 anos, em mdia ( = 1,7). Quanto s ha-bilitaes profissionais, 17 (18,7%) eram habilitados na
rea industrial e 33 (36,2%) em anlises clnicas. Um
quarto dos profissionais relatou ter cursado ou estar
cursando ps-graduao do tipo lato sensu, sendo as principais reas Anlises Clnicas e Farmacologia,
responsveis por 17,8% e 14,3%, respectivamente, dos
cursos mencionados.Apenas 11 farmacuticos (12,1%) eram proprietrios
dos estabelecimentos. Setenta e trs profissionais (80,2%) tinham uma jornada de trabalho semanal de 40 horas ou mais. Quanto remunerao, 61 (67,1%) rece-biam entre 4,8 e 6,3 salrios mnimos. O recebimento de comisses ou porcentagem de remunerao sobre vendas foi referido por 30 (33,0%) dos farmacuticos sendo que, destes, 23 (25,3%) recebiam comisses ape-nas pela venda de medicamentos.
As atividades realizadas pelos profissionais nas far-
mcias foram agrupadas em administrativas, tcnicas
e de ateno ao usurio (Tabela 1). O desempenho de
Tabela 1 - Tipos de atividades desenvolvidas pelos farmacuticos nas farmcias de Jundia-SP, 2004.
Natureza das atividades Descrio No Frequncia (%)
Organizao de produtos 80 87,9
Controle de medicamentos sujeitos Portaria 344 de 12/05/1998 - SVS 78 85,7
Controle de vencimento de produtos 74 81,3
Administrativa Controle de estoque 53 58,2
Compras 25 27,5
Limpeza 5 5,5
Caixa 3 3,3
Gerncia 2 2,2
Administrao de injetveis 81 89,0
Aferio de presso arterial 77 84,6
Capacitao de auxiliares 70 76,9
Tcnica Realizao de curativos 38 41,8
Administrao de inalaes 26 28,6
Notificao de reaes adversas a medicamentos 6 6,6
Preparo de material impresso a auxiliares 2 2,2
Orientao sobre o uso de medicamentos 91 100,0
Dispensao de medicamentos 89 97,8
Orientao sobre temas relativos sade 85 93,4
De ateno ao usurio Orientao na automedicao 83 91,2
Acompanhamento do tratamento 61 67,0
Atendimento domiciliar 27 29,7
Educao em sade 6 6,6
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tarefas normalmente praticadas por farmacuticos em
farmcias, como controle de medicamentos sujeitos a
controle especial (Portaria 344/98), administrao de
injetveis e dispensao, foi relatado por mais de 80%
dos profissionais entrevistados. Outras prticas como
gerncia, preparo de material educativo aos auxiliares,
desenvolvimento de atividades de educao em sade
e notificao de reaes adversas a medicamentos
(RAM), foram mencionadas por menos de 10% dos
entrevistados.
Quando questionados sobre qual atividade consu-
mia maior parte do seu tempo de trabalho, 71 (79,1%)
responderam que era o atendimento aos usurios, sete
(7,7%), o gerenciamento da farmcia e seis (6,6%), as
tarefas relativas aos medicamentos sujeitos a controle
especial.
Uma parcela de 61 (67,0%) farmacuticos afirmou
acompanhar o tratamento farmacoteraputico de al-
guns usurios. A forma de acompanhamento relatada
por 45 deles (75,4%) era o questionamento ao usurio
quando de seu retorno farmcia. Apenas nove pro-
fissionais (14,8%) utilizavam fichas para anotar dados
pessoais dos usurios e os medicamentos em uso.
Dos 61 farmacuticos que relataram acompanhar o
tratamento de usurios, 48 (78,7%) j haviam detectado
problemas com a sua medicao. A eficcia do trata-
mento ou do medicamento, efeitos colaterais e alergias
foram os problemas mais frequentemente relatados.
Daqueles farmacuticos, 35 disseram ter entrado em
contato com os prescritores, sendo o principal motivo
o esclarecimento de dvidas relacionadas prescrio.
Os demais, que no procuraram o prescritor, orienta-
ram os usurios a retornar ao mdico ou no julgaram
necessrio o contato.
Da entrevista com os profissionais: expectativas e dificuldades
Quase a totalidade dos farmacuticos entrevistados
(91,2%) considerou necessrio atuar mais intensa-
mente junto aos usurios. As respostas a essa questo
foram agrupadas em quatro categorias (Tabela 2).
Entretanto, tambm foram mencionadas dificuldades
para essa atuao, as quais foram classificadas em
cinco grupos, apresentados na Tabela 3. A falta de
tempo foi a dificuldade mais frequente, mencionada
por 38,6% dos entrevistados.
Na categoria acompanhamento, foram considera-
das respostas como: acompanhar mais o tratamento, telefonar, implementar fichas com dados sobre medica-o de usurios ou implantar ateno farmacutica. Na categoria educao em sade agrupou-se respostas
relativas a campanhas educativas ou palestras sobre te-
mas ligados sade (diabetes, hipertenso, DST/AIDS,
vacinao, tabagismo, sade da mulher) e formao de
grupos de usurios por patologia.
Da entrevista com os profissionais: compreenso sobre ateno farmacutica
A compreenso dos farmacuticos entrevistados sobre
ateno farmacutica foi classificada em quatro gru-
pos (Tabela 4), sendo que a maioria dos profissionais
(62,7%) a relacionava orientao e ao atendimento
dispensado aos usurios.
Da pesquisa de fatores associados ao acompanha-mento da farmacoterapia
No foi encontrada nenhuma associao estatis-
ticamente significante entre as diversas variveis
estudadas e a realizao de acompanhamento farma-
coteraputico de usurios.
Tabela 2 - Tipos de atendimento ao usurio julgados mais necessrios por farmacuticos atuantes em far-mcias. Jundia-SP, 2004.
Formas de atuaoFarmacuticos
No Frequncia (%)
Acompanhamento 46 55,4
Orientao 30 36,1
Educao em sade 13 15,7
Atendimento domiciliar 7 8,4
No sabe 1 1,2
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Tabela 4 - Entendimento dos farmacuticos que atuavam em farmcias sobre a ateno farmacutica. Jun-dia-SP, 2004.
A Ateno Farmacutica entendida como:Farmacuticos
No Frequncia (%)
Orientao/atendimento
Sobre medicamentos 37 40,6
Geral 9 9,9
Sobre temas ligados sade 7 7,7
Sobre medicamentos e problemas de sade 4 4,4
Acompanhamento e orientao 15 16,5
Acompanhamento 10 11,0
Outros* 9 9,9
Total 91 100,0
* Preveno, melhoria da sade, toda responsabilidade do farmacutico.
Tabela 3 - Dificuldades mencionadas por farmacuticos para atuar junto aos usurios de farmcias. Jundia-SP, 2004.
Dificuldades relacionadas No %
Ao ambiente de trabalho
Falta de
tempo 32 38,6
apoio 17 20,5
computador ou software 6 7,2
dinheiro 4 4,8
material 3 3,6
funcionrios 3 3,6
local apropriado 3 3,6
telefone 1 1,2
estrutura de gerncia 1 1,2
Relacionamento com os demais recursos humanos 4 4,8
Situao comercial 2 2,4
Seguir padro da rede 2 2,4
Concorrncia 1 1,2
Mostrar viabilidade do trabalho 1 1,2
Aos usuriosFalta de
interesse 14 16,9
confiana e de conhecimento do trabalho do farmacutico 12 14,5
entendimento ou aceitao do trabalho 4 4,8
dados para acompanhamento 3 3,6
Busca por preos 3 3,6
Ao profissional Falta de
conhecimento 10 12,0
iniciativa 4 4,8
experincia 3 3,6
integrao entre os profissionais 2 2,4
pacincia 1 1,2
No tem dificuldade 4 4,8
Outras* 3 3,6
* Falta de legislao especfica, publicidade de medicamentos, consumo induzido.
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DiscussoDa caracterizao das farmcias
Embora a legislao brasileira estabelea que farm-
cias tenham assistncia de tcnico responsvel e que
este deva permanecer durante todo o horrio de funcio-
namento do estabelecimento (Brasil, 1973), encontrou-
se farmcias sem responsabilidade tcnica, seja pela
falta de contratao ou ausncia do profissional. Essa
situao, proibida por lei, demonstra que a fiscalizao
deve ser mais efetiva quanto presena desses profis-
sionais, no s devido questo legal, mas tambm
pelas implicaes que sua ausncia pode acarretar,
como a falta de assistncia ao paciente. Silva e Vieira
(2004), em pesquisa com farmacuticos responsveis
tcnicos de drogarias de Ribeiro Preto-SP, encon-
traram situao semelhante. Apesar da existncia de
estabelecimentos irregulares em relao assistncia
tcnica, a situao atual parece ter melhorado se com-
parada h alguns anos, quando, segundo Ivama (1999),
o profissional apenas se apresentava como responsvel
sem, contudo, estar presente na farmcia.
A existncia de um local reservado para condu-
zir entrevistas necessria ao processo de ateno
farmacutica uma vez que este envolve, dentre suas
etapas, a coleta de dados de usurios e atividades de
aconselhamento e discusso (Cipolle e col., 2000).
Poucas farmcias tinham local adequado a esse tipo
de atividade, podendo ser um fator limitante para
sua execuo. A mesma dificuldade foi observada na
Argentina (Uema e col., 2008) e na Arbia Saudita (Al-
Arifi e col., 2007), em contraste com pases nos quais
a ateno farmacutica observada h mais tempo.
Assim, Pronk e colaboradores (2002) observaram que,
na Holanda, 87% dos estabelecimentos tinham sala
para atendimento dos usurios.
Grande parte das farmcias pesquisadas apresenta-
va microcomputador, numa proporo semelhante aos
68% observados na Galcia por Garca e colaboradores
(2000). No foram avaliadas as fontes provenientes da
Internet, assim, no possvel discutir a qualidade das
mesmas. Entretanto, foi possvel verificar que poucas
farmcias possuam literatura cientfica sobre medi-
camentos que pudesse auxiliar no processo de ateno
e que a maioria era predominantemente de carter
comercial. Ao contrrio, o referido estudo de Garca
mostrou que em 98% das farmcias comunitrias ha-
via um catlogo de especialidades farmacuticas e, em
67%, um livro de farmacologia. Os dados sugerem que a
disponibilidade de material de consulta no adequada
para a realizao da ateno farmacutica.
Da entrevista com os profissionais: caracterizao e atuao
A maioria dos farmacuticos entrevistados (62,6%)
tinha at 29 anos, proporo maior que a observada por
Silva e Vieira (2004) em Ribeiro Preto, onde 47% dos
farmacuticos estavam nessa faixa etria. O carter
jovem da populao pesquisada tambm foi verificado
pelo tempo de formado. Na Islndia, estudo conduzido
entre farmacuticos comunitrios (Almarsdttir e col.,
2002) mostrou que apenas 17% dos indivduos tinham
at cinco anos de formados. Na Nova Zelndia, farma-
cuticos mais jovens mostraram ser mais adeptos
ateno farmacutica que os mais velhos, numa dife-
rena estatisticamente significante, sugerindo que a
idade pode vir a influenciar essa atividade profissional
(Dunlop e Shaw, 2002).
Somente 12,1% dos farmacuticos entrevistados
eram proprietrios da farmcia. Silva e Vieira (2004)
observaram que, em Ribeiro Preto, essa proporo
era de 27%. Uma possibilidade para essa diferena o
grande nmero de farmacuticos jovens encontrados,
os quais, possivelmente, ainda no possuam recursos
suficientes para se tornarem proprietrios dos esta-
belecimentos. Alm disso, essa pequena proporo
ocorre porque, no Brasil, a propriedade da farmcia
pode ser exercida por qualquer indivduo. Na Austrlia
(Farris e col., 2005) e em alguns Estados canadenses
(Jones e col., 2005), por exemplo, a lei estabelece que
apenas farmacuticos podem ser proprietrios de
estabelecimentos.
O recebimento de comisses sobre vendas foi relata-
do por 33% dos entrevistados, o dobro do verificado por
Silva e Vieira (2004) em Ribeiro Preto. O recebimento
de comisses pode influir nos critrios para indicao
de produtos aos usurios, em especial, nos casos de
automedicao e substituio por genricos. O lado
comercial uma das caractersticas da farmcia, mas
no deveria estar em desequilbrio com as demais.
Segundo Carneiro (1998), a farmcia deve ser vista
como uma empresa de sade onde quatro conceitos
fundamentais devem estar presentes: servio, profis-
so, fonte de renda e empresa. Para o autor, a farmcia
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seria, ento, um local de prestao de servios, onde
se exerce uma profisso que proporciona renda, e que,
para ser mantida, deve ser administrada como uma
empresa.
Segundo os entrevistados, o atendimento aos usu-
rios era a atividade que demandava mais tempo. O
mesmo foi observado por Schommer e colaboradores
(2002), nos Estados Unidos. Este verificou que 56% do
tempo de trabalho de farmacuticos comunitrios era
consumido com a dispensao de medicamentos e 19%,
com atividade de consulta, totalizando 75% do tempo
de trabalho. Ressalte-se, entretanto, que, naquele pas,
a atividade dos farmacuticos inclui o fracionamento
de medicamentos, prtica no corrente no Brasil.
Dentre as atividades de ateno ao usurio, a
prtica de educao em sade foi referida por 6,6%
dos entrevistados, sendo a distribuio de material
educativo a principal ao. A proporo muita baixa
se comparada encontrada por OLoughlin e colabora-
dores (1999), em estudo realizado no Canad, onde, no
ano anterior pesquisa, 68,5% das farmcias partici-
pantes haviam desenvolvido atividades de preveno.
Essa diferena pode ser explicada por fatores relativos
estrutura, carter da farmcia em diferentes contex-
tos, diferenas culturais, formao dos profissionais,
interesse dos usurios, entre outros.
Treze entrevistados (15,7%) manifestaram inte-
resse em realizar atividades de educao em sade,
como campanhas e palestras educativas. Esse papel
promotor da sade ainda pouco explorado pelos far-
macuticos no pas. Santos (2005) enumera algumas
das aes do farmacutico para a promoo da sade,
como promoo do uso racional de medicamentos,
informao e educao para a escolha de estilo de
vida e comportamentos saudveis, entre outras. En-
tretanto, o autor tambm apresenta alguns desafios
a serem superados para sua consecuo. Entre eles,
a fragmentao dos saberes compartimentados entre
disciplinas, a viso assistencialista dos profissionais
e da prpria populao com distoro da concepo de
necessidades, mpeto de consumir servios de sade e
medicamentos e a falta de visibilidade social, reduo
do monoplio de competncia e base tcnico-cientfica,
com consequente crise de identidade do farmacutico,
conforme relatado por alguns dos entrevistados.
A maioria dos entrevistados relatou acompanhar
o tratamento farmacoteraputico de alguns usurios,
mas de maneira informal. Mesmo no empregando
um mtodo, quase 79% dos que realizavam acompa-
nhamento afirmaram ter detectado problemas com
a medicao. O mesmo foi observado por Durn e
colaboradores (1999), que publicaram o resultado do
seguimento, por seis meses, de 35 usurios em trata-
mento farmacolgico e que recebiam o programa de
ateno farmacutica de uma farmcia comunitria na
Espanha. Observou-se que 74,3% dos usurios apresen-
taram algum tipo de problema relacionado medicao
(PRM), sendo os principais: o no cumprimento do tra-
tamento (31,2%), a m seleo do medicamento (22,9%)
e as interaes medicamentosas (18,7%).
A ateno farmacutica mais efetiva quando h
colaborao de outros profissionais de sade (Hepler
e Strand, 1990), em especial dos mdicos, uma vez que
muitos problemas encontrados durante o seguimento
devem ser solucionados pelos prescritores. Assim, no
referido estudo de Durn e colaboradores (1999), 54%
dos PRM encontrados necessitaram de interveno
exclusiva do mdico para sua soluo. No presente
trabalho, a maioria dos farmacuticos que havia detec-
tado problema com a medicao dos usurios entrou
em contato com os prescritores. Entretanto, o principal
motivo relatado para o contato esclarecimento de d-
vidas relacionadas prescrio no correspondeu aos
principais problemas detectados eficcia e reaes
adversas aos medicamentos, indicando a necessidade
de estudos posteriores para aprofundamento dessas
questes.
Da Entrevista com os Profissionais: expectativas e dificuldades
Quase a totalidade dos entrevistados considerou ne-
cessrio atuar mais intensamente junto aos usurios,
sendo que metade realizaria acompanhamento do tra-
tamento com utilizao de fichas, buscando resultados
e problemas. Tambm nos Estados Unidos, Schommer
e colaboradores (2002) verificaram que farmacuticos
relataram desejar gastar mais tempo com o seguimento
de usurios e com atividades de consulta, o que pare-
ceu, para os autores, uma motivao dos profissionais
para mudar sua prtica para a ateno farmacutica.
Dentre as dificuldades para realizar trabalho mais
intenso com os usurios, relacionadas ao ambiente de
trabalho, a falta de apoio dos proprietrios foi a mais
mencionada pelos entrevistados. O mesmo foi observa-
14 Sade Soc. So Paulo, v.18, n.1, p.7-18, 2009
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do por Oliveira e colaboradores (2005), quando avalia-
ram a ateno farmacutica em Curitiba. Verificou-se
que grande parte dos proprietrios desestimulava a
prtica, o que os autores atriburam perda de lucros
atrelada venda desorientada de medicamentos, alm
do investimento no farmacutico responsvel, devido
necessidade de atualizao constante do profissional
que promove o atendimento pblico na ateno far-
macutica. No trabalho de OLoughlin e colaboradores
(1999), realizado no Canad, a falta de incentivo dos
gerentes foi dos empecilhos mais citados por farma-
cuticos comunitrios integrao de prticas de pre-
veno na farmcia. Os dados sugerem que se devam
apresentar aos proprietrios vantagens comerciais da
ateno farmacutica, como um diferencial em relao
a outros estabelecimentos, numa tentativa de diminuir
as resistncias sua execuo.
Dificuldades relacionadas ao ambiente de trabalho
tambm foram relatadas em outros estudos. Assim, a
falta de instrumentos para a prtica de atividades de
preveno foi observada pelos farmacuticos pesqui-
sados por OLoughlin e colaboradores (1999), Al-Arifi
e colaboradores (2007) e Uema e colaboradores (2008);
no ter um local adequado a prticas de preveno
(OLoughlin e col., 1999; Watson e col., 2003) e acon-
selhamento (Amsler e col., 2001) tambm foram difi-
culdades apontadas por farmacuticos em trabalhos
realizados em outros pases.
A questo comercial do setor farmacutico tambm
foi mencionada como uma barreira a novas prticas
na farmcia. No trabalho de Amsler e colaboradores
(2001), realizado nos Estados Unidos, usurios que
participaram do estudo afirmaram considerar princi-
palmente o custo do medicamento na escolha de uma
farmcia. Almarsdttir e colaboradores (2002) realiza-
ram, na Islndia, uma pesquisa com farmacuticos e
observaram que, em decorrncia da competio entre
as farmcias, a guerra por preos pressionava o forneci-
mento de descontos aos usurios. Assim, o componente
comercial do setor farmacutico no parece ser uma
caracterstica exclusiva das farmcias pesquisadas,
sendo observada, inclusive, em outros pases.
Dentre as dificuldades ligadas aos usurios, a falta
de interesse foi a mais referida. A falta de questio-
namento dos usurios tambm foi citada como uma
barreira a prticas de preveno pelos profissionais do
estudo de OLoughlin e colaboradores (1999) no Canad
e para os profissionais que participaram do trabalho
de Amsler e colaboradores (2001). Neste, os usurios
defensivos e que no cooperavam eram um obstculo
atividade de aconselhamento.
A falta de tempo foi considerada uma dificuldade
tambm em outros pases. Foi considerada como um
obstculo proviso de novos servios, como segui-
mento farmacoteraputico e atividades de educao
em sade, sendo que o tempo escasso decorria, mui-
tas vezes, do grande fluxo de usurios ou do tempo
consumido por outras atividades (OLoughlin e col.,
1999; Amsler e col., 2001; Watson e col., 2003; Oliveira
e col., 2005, Uema e col., 2008). Dunlop e Shaw (2002),
na Nova Zelndia, observaram que outros fatores
identificados como barreiras para a implementao da
ateno farmacutica, como falta de espao e recursos
insuficientes, poderiam, de fato, ser descrio de falta
de tempo uma vez que, l, como aqui, os farmacuticos
esto envolvidos em questes organizacionais e de
gerncia da farmcia. Esses resultados sugerem que
algumas barreiras para a prtica da ateno derivam
da falta de definio das atividades do farmacutico
na farmcia. Essa nova prtica requer um rearranjo
de funes para que o profissional tenha tempo de
assumir novos papis (McDonough e col., 1998).
Outras dificuldades observadas para a implantao
das aes de acompanhamento, embora no pesquisa-
das aqui, foram verificadas em outros pases. Algumas,
como falta de dinheiro, referiam-se falta de pagamen-
to para as aes de ateno farmacutica, verificadas
em pases onde alguns servios prestados na farmcia
so sujeitos a reembolso (Dunlop e Shaw, 2002; Jones e
col., 2005). A esse respeito, Alvarez-Risco (2007) sugere
que, considerando-se a implementao de novas aes
de ateno farmacutica, devem-se encontrar opes
para recebimento de pagamento. Nesse sentido, no
Canad, j h iniciativas com guias de servios a se-
rem prestados por farmacuticos com sugestes das
respectivas taxas (Jones e col., 2005). possvel que
a cobrana pelo servio de ateno farmacutica seja
uma das formas de diminuir a resistncia de proprie-
trios e gerentes de farmcia a essa prtica.
Segundo Berenguer e colaboradores (2004), algu-
mas dificuldades resultam de alteraes na atividade
profissional, que muda o foco do produto (a dispensa-
o do medicamento) para o paciente. Para os autores,
trata-se de processo lento, que teve incio a partir de
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um ponto de vista filosfico, a fim de transformar o
conceito da atuao farmacutica nas farmcias, que
era baseado em mercadorias e em operaes mercantis,
em uma profisso clnica.
Da entrevista com os profissionais: compreenso sobre ateno farmacutica
Muitos entrevistados compreendiam ateno farma-
cutica como simplesmente orientao e atendimento
dispensados ao usurio. Segundo o Consenso Brasilei-
ro de Ateno Farmacutica (OPAS, 2002), a orientao
um dos componentes dessa prtica profissional,
mas no o nico. Ao contrrio, no referido estudo de
Dunlop e Shaw (2002), cerca de 60% dos farmacuti-
cos neozelandeses entrevistados demonstraram um
entendimento correto daquele conceito.
O acompanhamento sistemtico do tratamento
medicamentoso (seguimento farmacoteraputico)
de usurios, que faz parte da definio de ateno
farmacutica estabelecida por Hepler e Strand (1990),
foi citado por poucos entrevistados na sua compre-
enso sobre ateno farmacutica. A grande maioria
desconhecia o princpio da ateno farmacutica e
associava-a, simplesmente, ao fornecimento de ateno
ao usurio, que ocorre, muitas vezes, na dispensao
com o fornecimento de orientaes. A capacitao dos
farmacuticos para atuarem em ateno farmacutica
e conhecerem melhor seu conceito, seus elementos e
seu processo talvez possa ajudar na sua implantao.
Um avano nesse sentido ocorreu com a instituio
das Diretrizes Curriculares Nacionais do Curso de
Graduao em Farmcia, as quais estabelecem que os
contedos tericos e prticos que fundamentem a aten-
o farmacutica em nvel individual e coletivo devem
ser contemplados durante o curso (Brasil, 2002).
ConclusesH poucos trabalhos no Brasil sobre a prtica farma-
cutica em farmcias. Considerando-se a importncia
desse estabelecimento como um recurso muito utiliza-
do pela populao para cuidados com a sade, conhecer
as caractersticas, as dificuldades e o contexto em que
a prtica farmacutica se desenvolve necessrio para
o seu aprimoramento.
De modo geral, alguns componentes da ateno
farmacutica, estabelecidos pelo Consenso Brasileiro,
faziam parte das atividades de muitos profissionais en-
trevistados. Porm, tais atividades no so realizadas
de forma sistemtica e organizada, como preconizado,
de maneira a caracterizar a prtica necessria presta-
o de servio completo e de qualidade ao usurio.
A prtica da ateno farmacutica requer uma
mudana estrutural das farmcias e um rearranjo de
funes, uma vez que, atualmente, a estrutura e as
atividades so adequadas atividade comercial.
Algumas das dificuldades observadas para sua
implantao tm sido observadas em vrios pases e
refletem a crise de identidade profissional e, em con-
sequncia, a falta de reconhecimento social e pouca
insero na equipe multiprofissional de sade. Alm
disso, em nosso meio, as farmcias pblicas no tm
insero no sistema de sade. Por essa razo, a forma
e o gnero de prestao de servios de ateno nesses
estabelecimentos so inerentemente limitados.
O conhecimento acerca da ateno farmacutica
mostrou-se limitado no mbito desses profissionais,
situao esta que pode vir a alterar-se, medida que
as mudanas curriculares em curso surtam efeito na
formao dos novos farmacuticos.
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