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ATA DA 755ª SESSÃO DE REVISÃO PGR-00561788/2019 MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL 2ª CÂMARA DE COORDENAÇÃO E REVISÃO - CRIMINAL ATA DA SEPTICENTÉSIMA QUINQUAGÉSIMA QUINTA SESSÃO ORDINÁRIA DE NOVEMBRO DE 2019 Aos vinte e cinco dias do mês de novembro do ano dois mil e dezenove, em sessão ordinária, convocada e presidida pela Coordenadora, Dra. Luiza Cristina Fonseca Frischeisen, da qual participaram os membros Dr. Juliano Baiocchi Villa-Verde de Carvalho, a Dra. Márcia Noll Barboza, o Dr. Rogério José Bento Soares do Nascimento, que participou à distância, encaminhando suas considerações por meio eletrônico, e o Dr. Cláudio Dutra Fontella, o colegiado apreciou os seguintes procedimentos: Relatora: Drª LUIZA CRISTINA FONSECA FRISCHEISEN Nos processos de relatoria da Dr.ª LUIZA CRISTINA FONSECA FRISCHEISEN participaram da votação o Dr. Rogério José Bento Soares, suplente do 2º Ofício, e o Dr. Juliano Baiocchi Villa-Verde de Carvalho, titular do 3º Ofício. ORIGEM JUDICIAL NÃO PADRÃO 001. Processo: JF-DF-1022132-24.2018.4.01.3400- RPCR - Eletrônico Voto: 6456/2019 Origem: JUSTIÇA FEDERAL - SEÇÃO JUDICIÁRIA DO DISTRITO FEDERAL Relator(a): Dr(a) LUIZA CRISTINA FONSECA FRISCHEISEN Ementa: Notícia de Fato instaurada para apurar a conduta da Polícia Legislativa da Câmara dos Deputados em ação ocorrida na SQN 302, Bloco E, nesta Capital, bem como apurar a suposta prática do crime de desacato praticado por A.A.M.N.. De acordo com a representação, no dia 12/12/2016, um vigilante que trabalha no referido endereço, solicitou apoio à Polícia Legislativa em razão de haver manifestantes nas proximidades do bloco, demonstrando agressividade e ameaçando arremessar pedras na portaria do prédio. Logo que chegaram os policiais foram informados que parte do grupo de manifestantes havia se escondido atrás de uma escola localizada nas proximidades. Durante a abordagem policial, A.A.M.N. começou a questionar o procedimento policial, desafiar e chamar os policiais de 'safados', 'merda' e 'vagabundos', bem como se negou a ser revistado. Além disso, o investigado teria jogado sua carteira funcional no rosto de um dos policiais, que, após tal conduta, o algemaram e o conduziram ao Departamento de Polícia Especializada da Polícia Civil do Distrito Federal. Manifestação do MPF pelo arquivamento do feito por considerar que o art. 331 do CP estaria revogado em virtude de incompatibilidade material pelo art. 13 (2) e (3) da Convenção Americana de Direitos Humanos de 1969, Pacto de San José da Costa Rica, aprovada pelo Decreto nº 678/1992. Discordância do Juízo da 15ª Vara Federal da Seção Judiciária do Distrito Federal. Remessa dos autos nos termos do art. 28 do CPP 1/124

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ATA DA 755ª SESSÃO DE REVISÃO PGR-00561788/2019

MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL2ª CÂMARA DE COORDENAÇÃO E REVISÃO - CRIMINAL

ATA DA SEPTICENTÉSIMA QUINQUAGÉSIMA QUINTA SESSÃOORDINÁRIA DE NOVEMBRO DE 2019

Aos vinte e cinco dias do mês de novembro do ano dois mil e dezenove, em sessão ordinária,convocada e presidida pela Coordenadora, Dra. Luiza Cristina Fonseca Frischeisen, da qualparticiparam os membros Dr. Juliano Baiocchi Villa-Verde de Carvalho, a Dra. Márcia Noll Barboza, oDr. Rogério José Bento Soares do Nascimento, que participou à distância, encaminhando suasconsiderações por meio eletrônico, e o Dr. Cláudio Dutra Fontella, o colegiado apreciou os seguintesprocedimentos:

Relatora: Drª LUIZA CRISTINA FONSECA FRISCHEISEN

Nos processos de relatoria da Dr.ª LUIZA CRISTINA FONSECA FRISCHEISEN participaram da votação o Dr.Rogério José Bento Soares, suplente do 2º Ofício, e o Dr. Juliano Baiocchi Villa-Verde de Carvalho, titular do 3ºOfício.

ORIGEM JUDICIAL

NÃO PADRÃO

001. Processo: JF-DF-1022132-24.2018.4.01.3400-RPCR - Eletrônico

Voto: 6456/2019 Origem: JUSTIÇA FEDERAL -SEÇÃO JUDICIÁRIA DO DISTRITOFEDERAL

Relator(a): Dr(a) LUIZA CRISTINA FONSECA FRISCHEISEN

Ementa: Notícia de Fato instaurada para apurar a conduta da Polícia Legislativa da Câmara dos Deputadosem ação ocorrida na SQN 302, Bloco E, nesta Capital, bem como apurar a suposta prática docrime de desacato praticado por A.A.M.N.. De acordo com a representação, no dia 12/12/2016,um vigilante que trabalha no referido endereço, solicitou apoio à Polícia Legislativa em razão dehaver manifestantes nas proximidades do bloco, demonstrando agressividade e ameaçandoarremessar pedras na portaria do prédio. Logo que chegaram os policiais foram informados queparte do grupo de manifestantes havia se escondido atrás de uma escola localizada nasproximidades. Durante a abordagem policial, A.A.M.N. começou a questionar o procedimentopolicial, desafiar e chamar os policiais de 'safados', 'merda' e 'vagabundos', bem como se negou aser revistado. Além disso, o investigado teria jogado sua carteira funcional no rosto de um dospoliciais, que, após tal conduta, o algemaram e o conduziram ao Departamento de PolíciaEspecializada da Polícia Civil do Distrito Federal. Manifestação do MPF pelo arquivamento dofeito por considerar que o art. 331 do CP estaria revogado em virtude de incompatibilidadematerial pelo art. 13 (2) e (3) da Convenção Americana de Direitos Humanos de 1969, Pacto deSan José da Costa Rica, aprovada pelo Decreto nº 678/1992. Discordância do Juízo da 15ª VaraFederal da Seção Judiciária do Distrito Federal. Remessa dos autos nos termos do art. 28 do CPP

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ATA DA 755ª SESSÃO DE REVISÃO PGR-00561788/2019

c/c o art. 62, inc. IV, da LC nº 75/93. Com efeito, o desacato de funcionário público no exercício dafunção ou em razão dela continua a ser crime e é compatível com a referida Convenção, vez queo direito à liberdade de expressão não é absoluto e deve ser exercido em harmonia com osdireitos à honra, à dignidade e à intimidade. O referido tipo penal constitui instrumento hábil atutelar o exercício da função pública. Questão recentemente pacificada pela Terceira Seção doSuperior Tribunal de Justiça no julgamento do HC nº 379.269/MS (DJe de 21/08/2017), queuniformizou o entendimento pela manutenção da tipificação do crime de desacato noordenamento brasileiro. Consignou-se, na oportunidade, que a subsistência do delito em comentona legislação vigente não acarreta o descumprimento do art. 13 da Convenção Americana sobreDireitos Humanos. Conclusão no sentido de que o crime de desacato não foi abolido do sistemajurídico brasileiro. Vigência do tipo do art. 331 do CP. Precedentes da 2ª CCR: DPF/PPA/MS-0002/2018, 726ª Sessão Ordinária, de 08/10/2018; Procedimento nº 0021019-46.2013.4.01.3200,694ª Sessão Ordinária, de 23/10/2017. Designação de outro membro do Ministério PúblicoFederal para prosseguir na persecução penal.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela não homologação dearquivamento, nos termos do voto do(a) relator(a).

002. Processo: JF/PR/CAS-5009065-52.2019.4.04.7005-SEM_SIGLA -Eletrônico

Voto: 6601/2019 Origem: JUSTIÇA FEDERAL -SUBSEÇÃO JUDICIÁRIA DECASCAVEL

Relator(a): Dr(a) LUIZA CRISTINA FONSECA FRISCHEISEN

Ementa: Procedimento Investigatório autuado para apurar a ocorrência do crime de descaminho (CP, art.334). Apreensão de mercadorias de procedência estrangeira, sem a necessária documentaçãocomprobatória de sua regular importação, em poder de 04 investigados, são eles: C.S.O, tributosiludidos no valor de R$ 2.078,52; M.C.O, tributos iludidos no valor de R$ 2.249,00; V.S.M, tributosiludidos no valor de R$ 4.970,95; e M.M.A, tributos iludidos no valor de R$ 7.065,39. Promoção dearquivamento com base no princípio da insignificância. O Juízo Federal discordou, em razão daexistência de reiteração delitiva. Aplicação do art. 28 do CPP c/c art. 62, IV, da LC nº 75/1993.Diante da lei vigente, da doutrina e dos precedentes do STF e STJ aplicáveis ao caso, forçosoreconhecer o seguinte: a) Em se tratando do crime de descaminho, a lesão ao Fisco inferior aolimite fixado pela própria Receita Federal em R$ 20.000,00 (vinte mil reais), conduz à atipicidadematerial da conduta (Portarias MF 75/2012 e 130/2012); b) A reincidência não impede, por si só,que o juiz da causa reconheça a insignificância penal da conduta, à luz dos elementos do casoconcreto (HC 123533, Tribunal Pleno, STF); c) A existência de reiterações, reincidências ouhabitualidade delitiva no crime de descaminho, por si só, não produz interesse fiscal até que asoma dos débitos alcance o patamar mínimo fixado pela Receita Federal para o ajuizamento daexecução (§ 4º, do art. 20 da Lei nº 10.522/2002). No caso, a investigada C.S.O possui 03reiterações e os demais investigados possuem uma reiteração cada. Nesse contexto, a teor doque dispõe o § 4º, do art. 20 da Lei nº 10.522/2002, considerando que nos casos em exame asoma dos tributos iludidos é inferior a R$ 20.000,00 (vinte mil reais), conforme fixado nas Portariasnº 75 e 130/MF, não havendo interesse fiscal na execução do crédito, e, portanto, em conexãocom os postulados da fragmentariedade e da intervenção mínima do Estado em matéria penal,aplico o princípio da insignificância para reconhecer a irrelevância material da conduta, o queautoriza o arquivamento. Manutenção do arquivamento.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à maioria, deliberou pela homologação doarquivamento, nos termos do voto do(a) relator(a). Restou vencido o Dr. Juliano Baiocchi Villa-Verde de Carvalho. Participou da votação o Dr. Rogerio Jose Bento Soares do Nascimento.

003. Processo: JF/PR/CMOU-5005059-05.2019.4.04.7004-SEM_SIGLA -Eletrônico

Voto: 6406/2019 Origem: JUSTIÇA FEDERAL -SUBSEÇÃO JUDICIÁRIA DECAMPO MOURÃO

Relator(a): Dr(a) LUIZA CRISTINA FONSECA FRISCHEISEN

Ementa: Procedimento Investigatório. Crime de descaminho, tipificado no art. 334 do Código Penal.Tributos iludidos calculados em R$ 19.610,80. Aplicação do art. 28 do CPP c/c art. 62, IV, da LC nº

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ATA DA 755ª SESSÃO DE REVISÃO PGR-00561788/2019

75/1993. Diante da lei vigente, da doutrina e dos precedentes do STF e STJ aplicáveis ao caso,forçoso reconhecer o seguinte: a) Em se tratando do crime de descaminho, a lesão ao Fiscoinferior ao limite fixado pela própria Receita Federal em R$ 20.000,00 (vinte mil reais), conduz àatipicidade material da conduta (Portarias MF 75/2012 e 130/2012); b) A reincidência não impede,por si só, que o juiz da causa reconheça a insignificância penal da conduta, à luz dos elementosdo caso concreto (HC 123533, Tribunal Pleno, STF); c) A existência de reiterações, reincidênciasou habitualidade delitiva no crime de descaminho, por si só, não produz interesse fiscal até que asoma dos débitos alcance o patamar mínimo fixado pela Receita Federal para o ajuizamento daexecução (§ 4º, do art. 20 da Lei nº 10.522/2002). Fato ocorrido no ano de 2019. Investigado quepossui pelo menos outras 2 reiterações nos anos de 2018 e 2017. Nesse contexto, a teor do quedispõe o § 4º, do art. 20 da Lei nº 10.522/2002, considerando que no caso em exame a soma dostributos iludidos nos últimos 5 anos é superior a R$ 20.000,00 (vinte mil reais), a conduta que nãopode ser considerada insignificante. Designação de outro membro do Ministério Público Federalpara dar prosseguimento às investigações, propondo, se for o caso, o acordo tratado naResolução nº 181, com as alterações feitas pela Resolução nº 183, ambas do CNMP.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela não homologação dearquivamento, nos termos do voto do(a) relator(a).

004. Processo: JF/PR/CUR-5041432-47.2019.4.04.7000-PIMP - Eletrônico

Voto: 40/2019 Origem: JUSTIÇA FEDERAL -SUBSEÇÃO JUDICIÁRIA DECURITIBA

Relator(a): Dr(a) LUIZA CRISTINA FONSECA FRISCHEISEN

Ementa: PROCEDIMENTO INVESTIGATÓRIO. IMPORTAÇÃO DE MERCADORIAS COM INDÍCIOS DEFALSIFICAÇÃO. REVISÃO DE ARQUIVAMENTO (LC N 75/93, ART. 62-IV). FALSIDADE NÃOATESTADA. POSSÍVEL PRÁTICA DO CRIME DE CONTRABANDO (CP, ART. 334-A).NECESSIDADE DE DILIGÊNCIAS. POSSIBILIDADE DA PROPOSTA DE ACORDO PREVISTONA RESOLUÇÃO N. 181, COM AS ALTERAÇÕES PROMOVIDAS PELA RESOLUÇÃO N. 183,AMBAS DO CNMP, E NA ORIENTAÇÃO CONJUNTA Nº 03/2018, DAS 2ª, 4ª E 5ª CCR/MPF.PROSSEGUIMENTO DAS INVESTIGAÇÕES. 1. Possível prática dos crimes tipificados no art.334 do Código Penal e no art. 190, I, da Lei nº 9.279/96. Apreensão de mercadorias estrangeirasem estabelecimento comercial, sem comprovação da regular importação e com caracterização defalsificação de marcas. Mercadorias avaliadas em R$ 26.497,28. Tributos sonegados no valor deR$ 11.844,28. 2. Promoção de arquivamento: o crime descrito no art. 190, I, da Lei nº 9.279/96, écrime de ação penal privada, cuja persecução penal se dá mediante queixa-crime, em face doprincípio da especialidade. Ressaltou que se o fato tratasse do delito de descaminho, caberia aaplicação do princípio da insignificância. 3. O Juiz Federal discordou da manifestação ministerial,por considerar inaplicável o princípio da especialidade ao caso, tendo em vista que quem importado exterior um bem falsificado com marca ilicitamente reproduzida ou imitada, incide no delitoprevisto no art. 190, I, da lei nº 9.279/96 e também no delito previsto no art. 334-A do códigoPenal, uma vez que tais diplomas tutelam objetos jurídicos distintos. 4. Remessa dos autos nostermos do art. 28 do CPP c/c o art. 62, IV, da LC nº 75/93. 5. Embora a Receita Federal tenhaapontado que as peças importadas pela investigada possuem indícios de contrafação, a falsidadenão foi concretamente atestada, fato que impede, neste momento, tipificar corretamente aconduta. 6. Isso porque, caso sejam mercadorias contrafeitas, cuja importação é vedada pelalegislação pátria, a investigada também estará sujeita à pena do crime de contrabando, emconcurso formal com o crime previsto no artigo 190, I, da Lei nº 9.279/96, pois, em que peseambos os crimes decorrerem da mesma conduta, os bens jurídicos protegidos são diversos, nãohavendo absorção pelo princípio da especialidade do crime de contrabando. 7. No que tange àprática do crime previsto no art. 190, I, da Lei 9.279/96, dispõe o art. 199 da mesma lei que oaludido crime é de ação penal privada, que somente pode ser iniciada após o oferecimento dequeixa-crime pelo ofendido. Até o presente momento não há notícia de representação dosofendidos, razão pela qual mostra-se necessária, caso confirmada a falsidade das mercadorias, aciência dos interessados antes de se proceder ao arquivamento dos autos. 8. Precedentes 2ªCCR: NF 1.34.001.003701/2019-75, Sessão de Revisão nº 743, de 10/06/2019, unânime; IPL0003376-45.2018.4.03.6110, 742ª Sessão de Revisão, de 27/05/2019, unânime. 9.Prosseguimento das investigações com a proposição, se for o caso, do acordo tratado nas

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ATA DA 755ª SESSÃO DE REVISÃO PGR-00561788/2019

Resoluções n. 181 e 183, ambas do CNMP, e na Orientação Conjunta nº 03/2018, das 2ª, 4ª e 5ªCCR/MPF.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela não homologação dearquivamento, nos termos do voto-vista proferido pela Dra. Luiza Cristina Fonseca Frischeisen.Participou da votação o Dr. Juliano Baiocchi Villa-Verde de Carvalho.

005. Processo: JF/SP-0014896-51.2016.4.03.6181-INQ

Voto: 6388/2019 Origem: JUSTIÇA FEDERAL -SEÇÃO JUDICIÁRIA DO ESTADODE SÃO PAULO/SP

Relator(a): Dr(a) LUIZA CRISTINA FONSECA FRISCHEISEN

Ementa: INQUÉRITO POLICIAL. CRIME DE SONEGAÇÃO FISCAL CAPITULADO NO ARTIGO 1º DA LEINº 8.137/90. PROMOÇÃO DE ARQUIVAMENTO. APLICAÇÃO DO ART. 28 DO CPP C/C ART. 62,IV DA LC 75/93. AUSÊNCIA DE CRÉDITO TRIBUTÁRIO DEFINITIVAMENTE CONSTITUÍDO.CRIME DE NATUREZA MATERIAL, CUJA OCORRÊNCIA DEPENDE DA CONSTITUIÇÃODEFINITIVA DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO. APLICAÇÃO DO ENUNCIADO Nº 24 DA SÚMULAVINCULANTE DO STF. CRIMES DE LAVAGEM DE DINHEIRO E DE ORGANIZAÇÃOCRIMINOSA PREVISTOS, RESPECTIVAMENTE, NO ARTIGO 1º DA LEI Nº 9.613/98 E NOARTIGO 2º DA LEI Nº 12.850/13, QUE JÁ FORAM OBJETO DE INVESTIGAÇÃO NO ÂMBITO DAJUSTIÇA ESTADUAL. MANUTENÇÃO DO ARQUIVAMENTO. 1) Inquérito Policial instaurado paraapurar a possível prática do crime de sonegação fiscal, capitulado no artigo 1º da Lei nº 8.137/90.2) Investigação que teve início no âmbito estadual em razão do suposto cometimento dos crimesde lavagem de dinheiro e de organização criminosa previstos, respectivamente, no artigo 1º da Leinº 9.613/98 e no artigo 2º da Lei nº 12.850/13. 3) Ao término da fase inquisitorial, o MinistérioPúblico Estadual requereu o arquivamento da investigação, uma vez que ambos os suspeitos járespondiam à outra ação penal pela pratica do delito previsto no artigo 2º da Lei nº 12.850/13 enão haviam provas suficientes da materialidade do crime de lavagem de capitais. O pedido foideferido judicialmente, ocasião em que foi determinada a remessa dos autos para a JustiçaFederal, em virtude da existência de indícios da prática do crime de sonegação de imposto derenda pelos investigados. 4) Promoção de arquivamento fundada na informação da ReceitaFederal de que não constam procedimentos fiscais deflagrados em nome de quaisquer doscontribuintes investigados e que os dados constantes dos sistemas da Secretaria da ReceitaFederal do Brasil não indicam irregularidades expressivas em relação a tais pessoas, razão pelaqual não havia interesse em incluí-las em programação fiscal. Ausente, portanto, autuação fiscalem nome dos investigados , em razão dos fatos noticiados neste inquérito policial, com aconsequente inexistência de lançamento tributário e de constituição definitiva do crédito fiscalcorrespondente, a qual figura como condição para a persecução criminal do delito previsto noartigo 1º da Lei nº 8.137/90, dada sua natureza material. 5) Discordância da Juíza Federal aoargumento de que o feito exige maiores diligências investigativas para o esclarecimento dos fatos,sob pena de se chancelar em prol de possível organização criminosa o proveito de bens produtode crimes. Aplicação do art. 28 do CPP c/c art. 62, IV da LC 75/93. 6) Crime contra a ordemtributária (Lei 8.137/90, art. 1º). Ausência de crédito tributário definitivamente constituído. Crime denatureza material, cuja ocorrência depende da constituição definitiva do crédito tributário.Aplicação do Enunciado nº 24 da Súmula Vinculante do STF. Precedentes do STJ: RHC36.070/RS, Rel. Min. Jorge Mussi, Quinta Turma, DJe 21/08/2014; HC 243.889/DF, Rel. Min.Sebastião Reis Júnior, Sexta Turma, DJe 11/06/2013. 7) Suposto cometimento dos crimes delavagem de dinheiro e de organização criminosa previstos, respectivamente, no artigo 1º da Lei nº9.613/98 e no artigo 2º da Lei nº 12.850/13, que já foram objeto de investigação no âmbito daJustiça Estadual. 8) Arquivamento que não gera coisa julgada, podendo as investigações seremreabertas se houver notícia de novas provas (CPP, art. 18). Manutenção do arquivamento.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação doarquivamento, nos termos do voto do(a) relator(a).

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ATA DA 755ª SESSÃO DE REVISÃO PGR-00561788/2019

ORIGEM INTERNA

NÃO PADRÃO

006. Processo: JF-RJ-0001236-21.2014.4.02.5103-INQ

Voto: 6566/2019 Origem: GABPRM1-GGV -GUILHERME GARCIA VIRGILIO

Relator(a): Dr(a) LUIZA CRISTINA FONSECA FRISCHEISEN

Ementa: INQUÉRITO POLICIAL. CONFLITO NEGATIVO DE ATRIBUIÇÕES ENTRE MEMBROS DOMINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL. REMESSA DOS AUTOS À 2ª CCR/MPF, NOS TERMOS DOART. 62, VII, DA LC Nº 75/93. TRAMITAÇÃO DIRETA. POSSIBILIDADE. ATRIBUIÇÃO DOSUSCITADO. RECURSO. MANUTENÇÃO DA DECISÃO PELA 2ª CÂMARA. REMESSA AOCONSELHO INSTITUCIONAL. 1. Trata-se de inquérito policial instaurado com vistas a apurareventual prática do delito previsto no art. 19, da Lei nº 7.492/86, tendo em vista que osinvestigados teriam obtido, de modo fraudulento, contrato de financiamento destinado à aquisiçãode materiais de construção, na modalidade CONSTRUCARD, junto à Caixa Econômica Federal.2. O Procurador da República oficiante na PR/RJ declinou as atribuições à PRM Campos dosGoytacazes/RJ sob o argumento de que o investigado, em comunhão de ações e desígnios comterceiro, assinou o contrato de abertura de conta-corrente na CEF, através do qual foramcontratados, também, os serviços bancários de empréstimo pessoal (CDC) e cheque especial,mas não o de financiamento na modalidade CONSTRUCARD. Assim, considerando que aconduta criminosa foi praticada no Município de Campos dos Goytacazes/RJ, e que, ao contráriodo que consignado anteriormente, não há crime contra o Sistema Financeiro a ser investigado,mas, sim, o crime de estelionato qualificado, tipificado no art, 171, § 3º, do Código Penal. 3. Porsua vez, o Procurador da República oficiante na PRM Campos dos Goytacazes/RJ argumentouque a decisão declinatória de atribuições é fundamentada na equivocada suposição de que nãohouve contratação do financiamento (CONSTRUCARD), isso em razão de a CEF ter fornecidoapenas cópia do contrato de mútuo (CDC). Tal conclusão parte da equivocada premissa de que ocontrato de mútuo era o único existente. Ocorre que o documento de fl. 26 comprova a existênciada contratação do CONSTRUCARD, o qual apenas não está ativo. Argumentou, ainda, que Nãopode o membro oficiante do Ministério Público Federal simplesmente ignorar a existência dedecisões judiciais no autos referentes à fixação de competência para, contrariando-as, realizar umdeclínio de atribuições extrajudicial, direto e sequer informando ao Juízo que reconheceu-secompetente para a persecução penal. 4. Mantida a divergência, o Procurador da Repúblicaoficiante na PR/RJ suscitou o presente conflito negativo de atribuições entre membros do MPF.Remessa dos autos à 2ª CCR/MPF, nos termos do art. 62, VII, da LC nº 75/93. 5. De início, arespeito da possibilidade da tramitação direta do inquérito policial, deve-se ressaltar que oInquérito Policial possui natureza tipicamente administrativa e inquisitiva, não havendo partes,uma vez que ele visa apenas à apuração de elementos informativos de materialidade e autoriadelitiva. Assim, não subsiste motivo que justifique manifestação judicial, especialmente porque oMinistério Público é destinatário do inquérito policial e titular da ação penal. 6. A exigência deprévio pronunciamento judicial ao controle do trâmite do inquérito policial constitui ingerênciaindevida e desnecessária no desempenho da função ministerial, bem assim afronta ao sistemaacusatório, que privilegia a divisão orgânica das funções de acusar, defender e julgar. 7. Alémdisso, cumpre frisar que o STF, na ACO 924/PR, sufragou o entendimento de que o PGR, nacondição de órgão nacional do Ministério Público, encontra-se revestido das prerrogativasinstitucionais para o deslinde do conflito de atribuições entre o membro do MPF e o membro doMinistério Público Estadual ou entre órgãos ministeriais de Estados distintos com base naalegação de que a questão é administrativa e não jurisdicional, conforme publicado no Informativonº 707. 8. Ainda sobre o declínio de atribuições, no âmbito do Conselho da Justiça Federal - CJF,a recente Resolução nº 446 de 07/06/2017, determinou a inclusão de dispositivo na ResoluçãoCJF n. 63, de 26 de junho de 2009, que trata da tramitação direta dos inquéritos policiais entre aPolícia Federal e o Ministério Público Federal. 9. Além disso, a intervenção judicial não constituiregra no inquérito policial, mas situação excepcional e devidamente justificada na ordem jurídicabrasileira. Nesse sentido, somente as diligências e medidas que envolverem possível conflito oulesão a direitos fundamentais possuem o condão de atrair a atuação do juiz. Por isso, não existenegativa de eficácia do artigo 28 do CPP, o qual, inclusive, não seria compatível com o artigo 129,I, da Constituição. 10. Precedentes do Conselho da Justiça Federal da 3ª Região e do ConselhoNacional do Ministério Público – CNMP. 11. Portanto, a desnecessidade de manifestação judicial

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ATA DA 755ª SESSÃO DE REVISÃO PGR-00561788/2019

no controle do trâmite do inquérito policial corrobora a legitimidade democrática do MinistérioPúblico e consolida a integridade e a eficácia da normatividade constitucional do sistemaacusatório. 12. Precedente da 2ª CCR/MPF: IPL nº 0008535-86.2014.4.03.6181. 13. Com essasconsiderações, evidencia-se que não há qualquer irregularidade no declínio de atribuiçõespromovido, no caso dos autos, diretamente entre membros do Ministério Público Federal. 14. Nomérito, o cerne da questão cinge-se à existência, ou não, de elementos mínimos de fraude nacontratação de financiamento destinado à aquisição de materiais de construção, na modalidadeCONSTRUCARD, junto à Caixa Econômica Federal, conduta que caracterizaria a prática do crimecontra o Sistema Financeiro Nacional, previsto no art. 19, da Lei nº 7.492/86. 15. Da análise dosautos, depreende-se que o investigado efetivamente abriu conta na Agência SaldanhaMarinho/RJ, da Caixa Econômica Federal - CEF, situada no Município de Campos dosGoytacazes/RJ, objetivando, prioritariamente, a obtenção de crédito para a construção de suacasa, mas, de imediato, apenas contratou os créditos CDC e cheque especial. 16. Não há provasda contratação do financiamento denominado CONSTRUCARD, embora o investigado tenhaapresentado documentos (supostamente falsos) solicitados para essa finalidade. 17. Assim,considerando ausentes elementos suficientes da prática de crime contra o Sistema FinanceiroNacional, previsto no art. 19, da Lei nº 7.492/86, tenho que a conduta narrada subsome-se aocrime de estelionato qualificado, tipificado no art. 171, § 3º, do Código Penal, no caso, deatribuição da PRM - Campos dos Goytacazes/RJ, tendo em vista que os fatos em apuraçãoocorreram naquele município. 18. Deliberação da 2ª CCR/MPF: Conhecimento do presenteconflito negativo de atribuição para declarar a atribuição do Procurador da República suscitado,oficiante na PRM - Campos dos Goytacazes/RJ. 19. O Procurador da República suscitadointerpôs recurso ao Conselho Institucional do MPF, requerendo a modificação total da decisãorecorrida. 20. Integral manutenção da deliberação desta 2ª Câmara na 751ª Sessão de Revisão,de 07/10/2019, por seus próprios fundamentos. 21. Remessa dos autos ao Egrégio ConselhoInstitucional do Ministério Público Federal competente para julgar o recurso interposto, nos termosdo art. 4º, inciso I, da Resolução CSMPF nº 165, de 06/05/2016.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela manutenção dadeliberação desta 2ª Câmara na 751ª Sessão de Revisão, por seus próprios fundamentos, comremessa ao Conselho Institucional para apreciação do recurso.

007. Processo: PR/SP-3000.2019.001716-2-INQ Voto: 6598/2019 Origem: GABPR41-PPC -PRISCILA PINHEIRO DECARVALHO

Relator(a): Dr(a) LUIZA CRISTINA FONSECA FRISCHEISEN

Ementa: INQUÉRITO POLICIAL. CRIME DE DESCAMINHO (CP, ART. 334, §1º). REMESSA VIA POSTALDE MERCADORIA IMPORTADA IRREGULARMENTE. CONFLITO DE ATRIBUIÇÕES ENTREMEMBROS DO MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL. NECESSIDADE DE FACILITAR O TRÂMITEPROCESSUAL, A COLETA DE PROVAS E A DEFESA DOS ACUSADOS. ATRIBUIÇÃO DOPROCURADOR DA REPÚBLICA SUSCITANTE, OFICIANTE NO LOCAL DO DOMICÍLIO DOINVESTIGADO. 1. Inquérito Policial instaurado para apurar eventual crime de descaminho (CP,art. 334, §1º). Os fatos foram constatados em regular processo de fiscalização realizado naAgência dos Correios da Pituba, em Salvador-BA, no dia 21/06/2016, ocasião em que foiapreendida mercadoria comercializada por empresa sediada em São Paulo/SP semdocumentação comprobatória de seu regular ingresso no país. 2. O Procurador da Repúblicaoficiante na PR/BA declinou de sua atribuição para a PR/SP, ao argumento de que quando háinformação segura sobre a consumação do delito, como nas hipóteses de remessa postal, não hárazão para a incidência da Súmula 151, do STJ, especialmente nas hipóteses de comérciohabitual, já que a consequência será o desmembramento de feitos, a aplicação equivocada doprincípio da insignificância e a dificuldade na condução de investigações e no processamento deeventual ação penal em local diverso daquele em que se opera a atividade comercial. 3. Aoreceber os autos, o membro oficiante da PR/SP suscitou o presente conflito negativo deatribuições considerando sendo a competência para apuração o local de apreensão dasmercadorias e não o local da sede da sociedade empresária. Além disso, em pesquisas realizadasno Sistema Único do Ministério Público Federal e no site da Justiça Federal de São Paulo, nãoconsta nenhum processo em nome da referida empresa ou do seu sócio. 4. Autos remetidos à 2ª

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CCR/MPF, nos termos do art. 62, VII, da LC nº 75/93. 5. Sabe-se que, em conformidade com aSúmula nº 151 do STJ, a competência para o processo e julgamento por crime de contrabando oudescaminho define-se pela prevenção do Juízo Federal do lugar da apreensão dos bens". 6. Namesma linha de raciocínio, a 2ª Câmara de Coordenação e Revisão do MPF aprovou o Enunciadon.º 54, segundo o qual a atribuição de membro do MPF para persecução penal do crime dedescaminho é definida pelo local onde as mercadorias foram apreendidas, pois ali consuma-se ocrime. 7. Nada obstante o lugar da infração seja a regra na definição da competência criminal(CPP, art. 69, I) e o domicílio ou residência do réu tenha caráter subsidiário (CPP, art. 69, II), taisnormas devem ser interpretadas de modo teleológico, à vista das garantias e princípiosconstitucionais. 8. No caso sub examine, muito embora a mercadoria tenha sido apreendida emSalvador/BA, a conduta delituosa se reveste de circunstâncias peculiares que merecem serlevadas em consideração quando da fixação da competência para o processamento e ojulgamento do feito. 9. Na realidade, tendo a mercadoria sido remetida via postal para o domicíliodo comprador, onde ocorreu tão-somente a sua apreensão, se a fixação da competência se dercom supedâneo na Súmula nº 151 do STJ e no Enunciado 54 da 2.ª CCR, os atos instrutórios daeventual ação penal se não todos, mas a maior parte deles terão de ser deprecados ao Juízo deSão Paulo/SP, porque é sob sua jurisdição que se encontra domiciliada o investigado e, muitoprovavelmente, as testemunhas que serão ouvidas em sua defesa. Aliás, a própria autodefesa daempresa investigada terá melhores condições de ser exercida se este procedimento e a eventualação penal permanecerem sob os auspícios do Juízo de São Paulo/SP, que, como já referido, éautoridade judiciária que se lhe situa mais próxima. 10. Assim sendo, em casos como o presenteem que se verifica a remessa via postal de mercadoria objeto de contrabando ou descaminho, odomicílio do investigado, e não o lugar da apreensão da mercadoria, é o melhor critério para adefinição da competência, porque além de prestigiar os princípios da duração razoável doprocesso, da ampla defesa e do contraditório e da identidade física do juiz, dos quais as regras decompetência são ou deveriam ser corolários, encontra amparo na jurisprudência pátria, que, emcasos tais, à luz da ubiquidade de certas infrações penais e no intuito de facilitar a coleta deprovas e a defesa dos acusados, tem preterido critérios outros, como o do lugar da infração, emfavor da competência do juízo em que o réu ou o investigado possui domicílio. 11. Cumpreobservar que a hipótese em exame é diversa daquelas verificadas nos precedentes (dos anos de1994 e 1995) que motivaram a edição da Súmula nº 151 do STJ (em fevereiro de 1996), explico:os precedentes referem-se a situação em que os investigados são conhecidos como "camelôs".12. Assim, a meu ver, embora diversa a situação fática, a finalidade da Súmula nº 151 do STJ é amesma, ou seja, facilitar o trâmite processual, a coleta de provas e a defesa dos acusados. 13.Conhecimento do presente conflito negativo de atribuições e, no mérito, pela fixação da atribuiçãoda PR/SP (suscitante), local do domicílio do investigado, para prosseguir nas investigações.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela atribuição dosuscitante, nos termos do voto do(a) relator(a).

008. Processo: 1.15.000.002262/2019-49 - Eletrônico Voto: 41/2019 Origem: PROCURADORIA DAREPÚBLICA NO MUNICÍPIO DEMARINGA-PR

Relator(a): Dr(a) LUIZA CRISTINA FONSECA FRISCHEISEN

Ementa: VOTO-VISTA. NOTÍCIA DE FATO. CRIME DE DESCAMINHO (CP, ART. 334, §1º). REMESSA VIAPOSTAL DE MERCADORIA IMPORTADA IRREGULARMENTE. CONFLITO DE ATRIBUIÇÕESENTRE MEMBROS DO MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL. NECESSIDADE DE FACILITAR OTRÂMITE PROCESSUAL, A COLETA DE PROVAS E A DEFESA DOS ACUSADOS. ATRIBUIÇÃODO PROCURADOR DA REPÚBLICA SUSCITANTE, OFICIANTE NO LOCAL DO DOMICÍLIO DOINVESTIGADO. 1. Voto-vista. Notícia de Fato autuada a partir de representação da Delegacia daReceita Federal do Brasil, em Fortaleza/CE, comunicando possível crime de descaminho (CP, art.334, §1º), em razão da apreensão de mercadoria estrangeira, em sede de empresa detransportes, sem a documentação comprobatória da regular importação. 2. O Procurador daRepública oficiante na Procuradoria da República do Ceará declinou de sua atribuição para aPRM Maringá/PR, por entender que as regras de competência visam, acima de tudo, facilitar acolheita de provas, em busca da verdade dos acontecimentos, assegurando, assim, as garantiasdo devido processo legal e da ampla defesa ao réu ou investigado. Na hipótese, à investigada [...],

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com sede em Mandaguaçu/PR, será muito mais fácil exercer sua defesa perante o Juízo deMaringá/PR, cuja circunscrição judiciária abrange esse município, do que se tivesse que fazê-lojunto à Jurisdição de Fortaleza/CE, onde a mercadoria foi apreendida. 3. Ao receber os autos, omembro oficiante da PRM/Maringá suscitou o presente conflito negativo de atribuições comfundamento no art. 70 do Código de Processo Penal, considerando que o crime de descaminhoconsuma-se no local onde houve a apreensão das mercadorias (Fortaleza/CE), conformeentendimento estabelecido na Súmula nº 151 do STJ e no Enunciado nº 54 desta 2ª CCR. 4.Autos remetidos à 2ª CCR/MPF, nos termos do art. 62, VII, da LC nº 75/93. 5. Sabe-se que, emconformidade com a Súmula nº 151 do STJ, a competência para o processo e julgamento porcrime de contrabando ou descaminho define-se pela prevenção do Juízo Federal do lugar daapreensão dos bens". 6. Na mesma linha de raciocínio, a 2ª Câmara de Coordenação e Revisãodo MPF aprovou o Enunciado n.º 54, segundo o qual a atribuição de membro do MPF parapersecução penal do crime de descaminho é definida pelo local onde as mercadorias foramapreendidas, pois ali consuma-se o crime. 7. Nada obstante o lugar da infração seja a regra nadefinição da competência criminal (CPP, art. 69, I) e o domicílio ou residência do réu tenha carátersubsidiário (CPP, art. 69, II), tais normas devem ser interpretadas de modo teleológico, à vista dasgarantias e princípios constitucionais. 8. No caso sub examine, muito embora a mercadoria tenhasido apreendida em Fortaleza/CE, a conduta delituosa se reveste de circunstâncias peculiaresque merecem ser levadas em consideração quando da fixação da competência para oprocessamento e o julgamento do feito. 9. Na realidade, tendo a mercadoria sido remetida viapostal para o domicílio do comprador, onde ocorreu tão-somente a sua apreensão, se a fixação dacompetência se der com supedâneo na Súmula nº 151 do STJ e no Enunciado 54 da 2.ª CCR, osatos instrutórios da eventual ação penal que resultar desta Notícia de Fato se não todos, mas amaior parte deles terão de ser deprecados ao Juízo de Maringá/PR, porque é sob sua jurisdiçãoque se encontra domiciliada a investigada e, muito provavelmente, as testemunhas que serãoouvidas em sua defesa. Aliás, a própria autodefesa da empresa investigada terá melhorescondições de ser exercida se este procedimento e a eventual ação penal permanecerem sob osauspícios do Juízo de Maringá/PR, que, como já referido, é autoridade judiciária que se lhe situamais próxima. 10. Assim sendo, em casos como o presente em que se verifica a remessa viapostal de mercadoria objeto de contrabando ou descaminho, o domicílio do investigado, e não olugar da apreensão da mercadoria, é o melhor critério para a definição da competência, porquealém de prestigiar os princípios da duração razoável do processo, da ampla defesa e docontraditório e da identidade física do juiz, dos quais as regras de competência são ou deveriamser corolários, encontra amparo na jurisprudência pátria, que, em casos tais, à luz da ubiquidadede certas infrações penais e no intuito de facilitar a coleta de provas e a defesa dos acusados, tempreterido critérios outros, como o do lugar da infração, em favor da competência do juízo em que oréu ou o investigado possui domicílio. 11. Cumpre observar que a hipótese em exame é diversadaquelas verificadas nos precedentes (dos anos de 1994 e 1995) que motivaram a edição daSúmula nº 151 do STJ (em fevereiro de 1996), explico: os precedentes referem-se a situação emque os investigados são conhecidos como "camelôs". 12. Assim, a meu ver, embora diversa asituação fática, a finalidade da Súmula nº 151 do STJ é a mesma, ou seja, facilitar o trâmiteprocessual, a coleta de provas e a defesa dos acusados. 13. Conhecimento do presente conflitonegativo de atribuições e, no mérito, pela fixação da atribuição da PRM - Maringá/PR (suscitante),local do domicílio do investigado, para prosseguir nas investigações.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela atribuição dosuscitante, nos termos do voto-vista proferido pela Dr.ª Luiza Cristina Fonseca Frischeisen. O Dr.Juliano Baiocchi Villa-Verde de Carvalho acompanhou a divergência e aderiu aos termos do voto-vista. Participou da votação o Dr. Rogério José Bento Soares do Nascimento.

009. Processo: 1.33.001.000345/2019-75 - Eletrônico Voto: 42/2019 Origem: PROCURADORIA DAREPÚBLICA NO MUNICÍPIO DEITAJAI/BRUSQUE

Relator(a): Dr(a) LUIZA CRISTINA FONSECA FRISCHEISEN

Ementa: VOTO-VISTA. NOTÍCIA DE FATO. CRIME DE DESCAMINHO (CP, ART. 334, §1º). REMESSA VIAPOSTAL DE MERCADORIA IMPORTADA IRREGULARMENTE. CONFLITO DE ATRIBUIÇÕESENTRE MEMBROS DO MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL. NECESSIDADE DE FACILITAR O

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TRÂMITE PROCESSUAL, A COLETA DE PROVAS E A DEFESA DOS ACUSADOS. ATRIBUIÇÃODO PROCURADOR DA REPÚBLICA SUSCITANTE, OFICIANTE NO LOCAL DO DOMICÍLIO DOINVESTIGADO. 1. Voto-vista. Notícia de Fato autuada para apurar eventual crime de descaminho(CP, art. 334, §1º). Equipe de Fiscalização da Delegacia da Receita Federal do Brasil executou, noCentro de Distribuição de Encomendas dos Correios em Blumenau/SC, Operação de Repressãoao Contrabando e Descaminho que resultou na apreensão de mercadorias estrangeiras, sem adocumentação comprobatória da regular importação. 2. O Procurador da República oficiante naPRM Blumenau/SC declinou de sua atribuição para a PRM Itajaí/SC, considerando que amercadoria aparentemente descaminhada foi remetida em postagem dos correios realizada emBalneário Camboriú/SC, local onde possivelmente o autuado possa exercer comércio demercadorias descaminhada, pela conveniência da instrução criminal do feito. 3. Ao receber osautos, o membro oficiante da PRM Itajaí/SC suscitou o presente conflito negativo de atribuiçõescom fundamento no art. 70 do Código de Processo Penal, considerando que o crime dedescaminho consuma-se no local onde houve a apreensão das mercadorias (Blumenau/SC),conforme entendimento estabelecido na Súmula nº 151 do STJ. 4. Autos remetidos à 2ªCCR/MPF, nos termos do art. 62, VII, da LC nº 75/93. 5. Sabe-se que, em conformidade com aSúmula nº 151 do STJ, a competência para o processo e julgamento por crime de contrabando oudescaminho define-se pela prevenção do Juízo Federal do lugar da apreensão dos bens". 6. Namesma linha de raciocínio, a 2ª Câmara de Coordenação e Revisão do MPF aprovou o Enunciadon.º 54, segundo o qual a atribuição de membro do MPF para persecução penal do crime dedescaminho é definida pelo local onde as mercadorias foram apreendidas, pois ali consuma-se ocrime. 7. Nada obstante o lugar da infração seja a regra na definição da competência criminal(CPP, art. 69, I) e o domicílio ou residência do réu tenha caráter subsidiário (CPP, art. 69, II), taisnormas devem ser interpretadas de modo teleológico, à vista das garantias e princípiosconstitucionais. 8. No caso sub examine, muito embora a mercadoria tenha sido apreendida emBlumenau/SC, a conduta delituosa se reveste de circunstâncias peculiares que merecem serlevadas em consideração quando da fixação da competência para o processamento e ojulgamento do feito. 9. Na realidade, tendo a mercadoria sido remetida via postal para o domicíliodo comprador, onde ocorreu tão-somente a sua apreensão, se a fixação da competência se dercom supedâneo na Súmula nº 151 do STJ e no Enunciado 54 da 2.ª CCR, os atos instrutórios daeventual ação penal que resultar desta Notícia de Fato se não todos, mas a maior parte delesterão de ser deprecados ao Juízo de Itajaí/SC, porque é sob sua jurisdição que se encontradomiciliada a investigada e, muito provavelmente, as testemunhas que serão ouvidas em suadefesa. Aliás, a própria autodefesa da empresa investigada terá melhores condições de serexercida se este procedimento e a eventual ação penal permanecerem sob os auspícios do Juízode Itajaí/SC, que, como já referido, é autoridade judiciária que se lhe situa mais próxima. 10.Assim sendo, em casos como o presente em que se verifica a remessa via postal de mercadoriaobjeto de contrabando ou descaminho, o domicílio do investigado, e não o lugar da apreensão damercadoria, é o melhor critério para a definição da competência, porque além de prestigiar osprincípios da duração razoável do processo, da ampla defesa e do contraditório e da identidadefísica do juiz, dos quais as regras de competência são ou deveriam ser corolários, encontraamparo na jurisprudência pátria, que, em casos tais, à luz da ubiquidade de certas infraçõespenais e no intuito de facilitar a coleta de provas e a defesa dos acusados, tem preterido critériosoutros, como o do lugar da infração, em favor da competência do juízo em que o réu ou oinvestigado possui domicílio. 11. Cumpre observar que a hipótese em exame é diversa daquelasverificadas nos precedentes (dos anos de 1994 e 1995) que motivaram a edição da Súmula nº151 do STJ (em fevereiro de 1996), explico: os precedentes referem-se a situação em que osinvestigados são conhecidos como "camelôs". 12. Assim, a meu ver, embora diversa a situaçãofática, a finalidade da Súmula nº 151 do STJ é a mesma, ou seja, facilitar o trâmite processual, acoleta de provas e a defesa dos acusados. 13. Conhecimento do presente conflito negativo deatribuições e, no mérito, pela fixação da atribuição da PRM - Itajaí/SC (suscitante), local dodomicílio do investigado, para prosseguir nas investigações.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela atribuição dosuscitante, nos termos do voto-vista proferido pela Dr.ª Luiza Cristina Fonseca Frischeisen. O Dr.Juliano Baiocchi Villa-Verde de Carvalho acompanhou a divergência e aderiu aos termos do voto-vista. Participou da votação o Dr. Rogério José Bento Soares do Nascimento.

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010. Processo: 1.34.001.003434/2015-11 Voto: 43/2019 Origem: PROCURADORIA DAREPÚBLICA - SÃO PAULO

Relator(a): Dr(a) LUIZA CRISTINA FONSECA FRISCHEISEN

Ementa: VOTO-VISTA. PROCEDIMENTO INVESTIGATÓRIO CRIMINAL. CONFLITO NEGATIVO DEATRIBUIÇÕES (ART. 62, VII, LC N. 75/93). QUESTÃO RELACIONADA À REPARTIÇÃO DEATRIBUIÇÕES ENTRE OS PROCURADORES DA REPÚBLICA LOTADOS NA PROCURADORIADA REPÚBLICA EM SÃO PAULO. REGRA GERAL: NÃO REDISTRIBUIÇÃO DE FEITOSCRIMINAIS. FIXAÇÃO DA ATRIBUIÇÃO DA PROCURADORA SUSCITANTE. 1. Trata-se deconflito negativo de atribuições suscitado pelo 6º Ofício criminal da Procuradoria da República noEstado de São Paulo suscitante, em desfavor do Grupo de Combate a Cartéis da mesmaProcuradoria da República suscitado. 2. Consta dos autos que a Procuradora da Repúblicaoficiante no 6º Ofício da Procuradoria da República no Estado de São Paulo (Criminal atuaçãoespecializada em crimes contra o SFN e de lavagem de valores), solicitou a exclusão do Grupo deCombate a Cartéis e redistribuição do acervo sob sua atribuição, ao fundamento de que a Portarianº 1.140/2010 dispõe que os feitos afetos ao referido Grupo demandam atuação exclusiva de seusmembros. 3. Despacho proferido pelo Procurador-Chefe da PR/SP informa a impossibilidade daredistribuição, tendo em vista que houve manifestação contrária do Grupo de Combate a Cartéisquanto ao pleito. 4. Os autos, então, foram remetidos à 2ª Câmara, com base no art. 62, inciso VII,da LC n. 75/93. 5. Manifestação do Coordenador do Grupo de Combate a Cartéis da PR/SP peloindeferimento do pedido de redistribuição promovido pela suscitante. 6. Extrai-se da Resolução nº1, de 12/11/2010, que dispõe sobre a repartição de atribuições entre os Procuradores daRepública lotados na Procuradoria da República em São Paulo: Art. 1º. A repartição de atribuiçõesentre os Procuradores da República na Procuradoria da República em São Paulo (PR/SP) rege-sepelos seguintes princípios: I definição do membro por livre distribuição de processos, de modo agarantir o princípio do promotor natural, ressalvadas as designações do Procurador-Geral daRepública; Art. 22. Não haverá redistribuição de peças informativas criminais quando da entradaem vigor da presente resolução, exceto quanto ao acervo dos procuradores que assumirem bancacível. Art. 25. Os inquéritos distribuídos inicialmente conforme o art. 23 continuarão sob aresponsabilidade do mesmo procurador após a instauração de ação penal e independentementeda Vara Criminal a que forem distribuídos. Art. 28. Não haverá redistribuição do acervo de feitoscriminais que estiverem em gabinete quando da entrada em vigor da presente resolução.Parágrafo único. Após a entrada em vigor desta resolução, os feitos criminais que ingressarem naprocuradoria serão distribuídos conforme as novas regras, sendo garantido o direito depermanência com o que foi antes distribuído em razão da inamovibilidade. Art. 35. O procuradorda área criminal que, por qualquer motivo, se afastar continuamente por mais de 6 meses temdireito de redistribuir o acervo de feitos extrajudiciais que possuir. Quando de seu retorno,receberá peças informativas em número igual ao que redistribuiu. 7. Da leitura da norma acimatranscrita, verifica-se correto o posicionamento do Coordenador do Núcleo Criminal da PR/SP, aoafirmar que a "regra geral é a não modificação de titularidade dos feitos no Único, salvodeliberação expressa. No caso do grupo de combate a cartéis, a adesão é voluntária e a atuaçãonão é exclusiva, sendo pequeno o número de casos distribuídos (embora de alta complexidade)".8. Além disso, há que se ressaltar os esclarecimentos prestados pelo Coordenador do Grupo deCombate a Cartéis da PR/SP: O Grupo de Combate a Cartéis da Procuradoria da República deSão Paulo foi criado em 5 de agosto de 2010 por intermédio da Portaria n. 1.140/2010. Trata-sede Grupo de adesão voluntária, que não revoga ou derroga as regras de distribuição deprocedimentos e de exercício de atribuição ministerial no âmbito da Procuradoria da República deSão Paulo. Vale dizer: o aludido Grupo não constitui um Ofício autônomo; sua existência efuncionamento decorrem da participação dos colegas que acumulam voluntariamente suasfunções decorrentes de Grupos Temáticos. Assim ocorre, como exemplo, no Grupo de Justiça deTransição da PR/SP: os colegas que o deixaram permaneceram com os feitos ante aimpossibilidade de redistribuição. […] O desligamento a pedido do(a) Procurador(a) da República,como ocorreu no caso concreto, não tem o condão de ensejar a redistribuição de procedimentosvinculados ao Ofício ocupado [...], salvo os casos de promoção, remoção, exoneração, ou,excepcionalmente, deliberação expressa dos membros remanescentes do Grupo Temático. […] Aprópria Suscitante reconhece que os "feitos encontram-se vinculados ao ofício/grupo e não àpessoa". Ela tem razão. A Suscitante não foi promovida, removida ou exonerada, e, atualmente,ainda ocupa o 6º Ofício, de modo que eventual o deferimento do pedido de redistribuição de

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procedimentos do Grupo de Combate a Cartéis acarretará, com a devida licença, a quebra doprocedimento adotado historicamente no âmbito da PR/SP, das regras do Sistema Único, e dopróprio princípio do Promotor Natural. […] Quando a Portaria 1.140/2010 mencionou "a atribuiçãopara atuar com exclusividade, a partir de agosto de 2010, nos procedimentos extrajudiciais, cíveise criminais, relacionados ao tema, distribuídos a partir daquela data, bem como nos demaisprocessos judiciais para integrarem o referido Grupo", ela pretendeu delimitar, para o crime decartel, o feixe das diversas atribuições ministeriais desempenhadas na PR/SP, ou seja, evitar adistribuição livre para membros não integrantes do mencionado Grupo Temático, sem qualquerderrogação das regras de distribuição vigentes na PR/SP, sobretudo a partir da implantação doSistema Único. 9. Diante do exposto, considerando que a repartição de atribuições entre osProcuradores da República lotados na Procuradoria da República em São Paulo rege-se,prioritariamente, pelo princípio do promotor natural, e que a regra geral é a não redistribuição defeitos criminais, com as exceções previstas nos artigos 22 e 35, voto pelo conhecimento dopresente conflito negativo de atribuições e, no mérito, pela fixação da atribuição da Procuradorada República oficiante no 6º Ofício da Procuradoria da República no Estado de São Paulo(suscitante).

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela atribuição dasuscitante, nos termos do voto-vista proferido pela Dr.ª Luiza Cristina Fonseca Friscehisen. O Dr.Juliano Baiocchi Villa-Verde de Carvalho acompanhou a divergência e aderiu aos termos do voto-vista. Participou da votação o Dr. Rogério José Bento Soares do Nascimento.

011. Processo: DPF/AM-00396/2019-INQ Voto: 6591/2019 Origem: GABPR4-HSVL -HENRIQUE DE SA VALADAOLOPES

Relator(a): Dr(a) LUIZA CRISTINA FONSECA FRISCHEISEN

Ementa: Inquérito Policial instaurado para apurar crime de estelionato tipificado no art. 171, § 3º do CódigoPenal, em razão da investigada, procuradora do beneficiário, sacar de 27/10/2005 a 31/12/2009benefício previdenciário após o falecimento do real beneficiário, importando no recebimentoindevido de R$ 48.604,00. Promoção de arquivamento: à luz do que dispõe o artigo 119 do CPB,em caso de concurso de crimes, a extinção da punibilidade incidirá sobre a pena de cada um,isoladamente. [] as condutas criminosas referentes aos saques realizados no 1º período (10/2005a 09/2007) estão todas prescritas, considerando o lapso prescricional de 12 anos. Quanto àscondutas do 2º período, de 10/2007 a 12/2009, embora não superado, até o presente momento, otermo final do prazo prescricional em abstrato, da detida análise dos autos, sob a ótica de umjuízo de prognóstico, extrai-se que é bastante provável a ocorrência da prescrição da pretensãopunitiva retroativa a data do recebimento da denúncia. Remessa dos autos nos termos do art. 62,IV, da LC nº 75/93. A 2ª Câmara de Coordenação e Revisão já firmou o entendimento no sentidode ser inadmissível o reconhecimento da extinção da punibilidade pela prescrição, considerando apena em perspectiva, por ferir os primados constitucionais do devido processo legal, da ampladefesa e da presunção de inocência (Enunciado nº 28). Súmula nº 438 do STJ: É inadmissível aextinção da punibilidade pela prescrição da pretensão punitiva com fundamento em penahipotética, independentemente da existência ou sorte do processo penal. Presentes elementossuficientes da materialidade e da autoria delitiva, sobretudo que a investigada confessou aconduta ilícita. Arquivamento prematuro. Não homologação. Designação de outro membro doMinistério Público Federal para dar prosseguimento à persecução penal, facultando-lhe, se for ocaso, a propositura do acordo tratado na Resolução nº 181, com as alterações feitas pelaResolução nº 183, ambas do CNMP e na Orientação Conjunta nº 03/2018, das 2ª, 4ª e 5ªCCR/MPF.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela não homologação dearquivamento, nos termos do voto do(a) relator(a).

012. Processo: 1.30.007.000192/2019-18 - Eletrônico Voto: 6390/2019 Origem: PROCURADORIA DAREPÚBLICA NO MUNICÍPIO DEPETROPOLIS/TRES RI

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ATA DA 755ª SESSÃO DE REVISÃO PGR-00561788/2019

Relator(a): Dr(a) LUIZA CRISTINA FONSECA FRISCHEISEN

Ementa: NOTÍCIA DE FATO. CRIME DE INJÚRIA RACIAL, TIPIFICADO NO ART. 140, § 3º, DO CÓDIGOPENAL. PROMOÇÃO DE ARQUIVAMENTO CONSIDERANDO A ILEGITIMIDADE DOMINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL. REVISÃO DE ARQUIVAMENTO (ART. 62, IV, DA LC Nº75/93). CASO EM QUE A OFENSA SE MOSTRA GRAVE E SUFICIENTE PARA ATRAIR ATUTELA PENAL E RESTRINGIR O DIREITO FUNDAMENTAL À LIBERDADE DE EXPRESSÃO.FEITO INICIADO POR REPRESENTAÇÃO DO OFENDIDO, NOS TERMOS DO PARÁGRAFOÚNICO, DO ART. 145, DO CÓDIGO PENAL. ARQUIVAMENTO PREMATURO. NÃOHOMOLOGAÇÃO. 1) Notícia de Fato autuada a partir de representação criminal encaminhada porDeputado Federal, tendo em vista postagens feitas nos dias 29 e 30 de julho de 2019, em redessociais, nas quais são colocadas, de forma comparativa, de um lado, imagem do referidoparlamentar ao lado do Presidente da República e, de outro, a imagem de Adolf Hitler com o seucão preto. Crime de injúria racial, tipificado no art. 140, § 3º, do Código Penal. 2) Promoção dearquivamento considerando a ilegitimidade do Ministério Público Federal para atuar no caso,tendo em vista que o ofendido possui meios plenos e eficazes de movimentar a justiça criminal(queixa), bem como a cível (ação indenizatória por danos morais), merecendo registro oenunciado nº 714, sumulado pelo Supremo Tribunal Federal: é concorrente a legitimidade doofendido, mediante queixa, e do ministério público, condicionada à representação do ofendido,para a ação penal por crime contra a honra de servidor público em razão do exercício de suasfunções. 3) Revisão de arquivamento (art. 62, IV, da LC nº 75/93). 4) Caso em que a ofensa semostra grave e suficiente para atrair a tutela penal e restringir o direito fundamental à liberdade deexpressão. Feito iniciado por representação do ofendido, nos termos do parágrafo único, do art.145, do Código Penal. 5) Arquivamento prematuro. Não homologação. Designação de outromembro do Ministério Público Federal para atuar no caso, podendo propor as medidas que julgarcabíveis: continuidade das diligências, análise da possibilidade da propositura de acordo de nãopersecução penal, oferecimento da denúncia ou declínio de atribuições.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela não homologação dearquivamento, nos termos do voto do(a) relator(a).

PADRÃO

Homologação do Declínio de atribuição

013. Processo: DPF/AM-INQ-00517/2018 Voto: 6577/2019 Origem: GABPR1-ECBJ -EDMILSON DA COSTABARREIROS JUNIOR

Relator(a): Dr(a) LUIZA CRISTINA FONSECA FRISCHEISEN

Ementa: Inquérito Policial instaurado para apurar possível prática do crime descrito no art. 7º da Lei nº7.492/86. Notícia de esquema de negociação de títulos imobiliários à margem do sistemafinanceiro nacional, chamados de black eagles, de origem duvidosa, supostamente emitidos pelogoverno mexicano. Revisão de declínio de atribuições (Enunciado n° 32). Segundo a autoridadepolicial e o Procurador oficiante, não foi possível vislumbrar, na hipótese, crime contra o sistemafinanceiro, visto a inexistência dos títulos adquiridos, vale dizer, não houve a sua venda, a vítimafoi ludibriada pagando apenas pelo valor do processo de aquisição, sem ao menos ter a possedos títulos. Eventual crime de estelionato ou contra a economia popular. Aplicação da Súmula nº498 do STF. Circunstâncias que não evidenciam lesão direta a bens, serviços ou interesse daUnião ou de suas entidades. Carência de elementos de informação capazes de legitimar aatribuição do Ministério Público Federal para a persecução penal. Homologação do declínio aoMinistério Público Estadual.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação dodeclínio de atribuição, nos termos do voto do(a) relator(a).

014. Processo: JF-TAB/AM-0000466-62.2019.4.01.3201-INQ

Voto: 6574/2019 Origem: GABPRM1-BSD - BRUNOSILVA DOMINGOS

Relator(a): Dr(a) LUIZA CRISTINA FONSECA FRISCHEISEN

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ATA DA 755ª SESSÃO DE REVISÃO PGR-00561788/2019

Ementa: Inquérito Policial. Possível tráfico ilícito de entorpecentes (art. 33, caput, da Lei nº 11.343/2006).Revisão de declínio de atribuições (Enunciado n° 33 - 2ª CCR). Consta que em 27/02/2018,agentes da Polícia Federal, em fiscalização de rotina no porto fluvial de Tabatinga/AM,encontraram 25.360 g de cocaína, ocultos no tanque de combustível de veículo que teria sidoembarcado pelo investigado em balsas que fariam viagem para Manaus/AM. Ausência de indíciosde transnacionalidade da conduta. Inexistência de elementos de informação capazes de justificara atribuição do Ministério Público Federal para a persecução penal. Aplicação da Súmula 522 doSTF. Homologação do declínio de atribuições ao Ministério Público Estadual.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação dodeclínio de atribuição, nos termos do voto do(a) relator(a).

015. Processo: 1.11.000.001143/2019-18 - Eletrônico Voto: 6522/2019 Origem: PROCURADORIA DAREPÚBLICA - ALAGOAS/UNIÃODOS PALMARES

Relator(a): Dr(a) LUIZA CRISTINA FONSECA FRISCHEISEN

Ementa: Notícia de fato. Suposta prática dos crimes de lesão corporal e ameaça (CP, arts. 129 e 147).Manifestação formulada na Sala de Atendimento ao Cidadão, na qual o noticiante informa queteria sido torturado, agredido e ameaçado de morte, supostamente em razão de ter efetuadodenúncias contra prefeito. Revisão de declínio (Enunciado n° 32 da 2ª CCR). Verifica-se que osfatos narrados pelo noticiante não se enquadram na definição do crime de tortura. Inexistência deelementos que denotem ofensa direta a bens, serviços ou interesses da União ou de suasentidades autárquicas ou empresas públicas. Homologação do declínio de atribuições aoMinistério Público Estadual.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação dodeclínio de atribuição, nos termos do voto do(a) relator(a).

016. Processo: 1.20.000.001005/2019-20 - Eletrônico Voto: 6368/2019 Origem: PROCURADORIA DAREPÚBLICA - MATOGROSSO/DIAMANTINO

Relator(a): Dr(a) LUIZA CRISTINA FONSECA FRISCHEISEN

Ementa: Notícia de Fato. Suposto crime de estelionato (CP, art. 171) praticado entre particulares. Revisãode declínio de atribuições (Enunciado nº 32 da 2ª CCR). Conduta praticada por pessoadesconhecida ao telefone, que induziu em erro a vítima, por meio fraudulento, passando- se pormédico da Santa Casa de Limeira/SP, para obter vantagem ilícita, consistente na transferência deR$ 1.500,00 (um mil e quinhentos reais). Desconfiando da situação, a vítima contatou a CEF, que,comprovando tratar-se de um golpe, bloqueou o valor transferido, posteriormente devolvido aocorrentista, acrescido de juros e correção monetária. A Caixa Econômica Federal não arcou comqualquer prejuízo, porquanto o valor indevidamente transferido não chegou a ser sacado.Ausência de elementos de informação capazes de justificar a atribuição do Ministério PúblicoFederal para a persecução penal. Homologação do declínio de atribuições ao Ministério PúblicoEstadual.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação dodeclínio de atribuição, nos termos do voto do(a) relator(a).

017. Processo: 1.25.000.003854/2019-31 - Eletrônico Voto: 6377/2019 Origem: PROCURADORIA DAREPÚBLICA - PARANA

Relator(a): Dr(a) LUIZA CRISTINA FONSECA FRISCHEISEN

Ementa: Notícia de Fato. Crime contra a economia popular (Lei nº 1.521/51, art. 2º, inc. IX) ou crime deestelionato (CP, art. 171) cometido entre particulares. Revisão de declínio de atribuições(Enunciado n° 32 - 2a CCR). Fraude conhecida como pirâmide financeira, que envolve a permutade dinheiro pelo recrutamento de outras pessoas para o esquema, sem que qualquer produto ouserviço seja efetivamente entregue. Incidência do Enunciado n. 498 da Súmula do Supremo

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ATA DA 755ª SESSÃO DE REVISÃO PGR-00561788/2019

Tribunal Federal (Compete a justiça dos estados, em ambas as instâncias, o processo e ojulgamento dos crimes contra a economia popular). Conduta que não caracteriza crime contra oSistema Financeiro Nacional, situação que afasta a competência da Justiça Federal. PrecedentesSTJ: HC 293.052/SP, Quinta Turma, DJe 13/02/2015; CC 121.146/MA, Terceira Seção, DJe25/06/2012. Ausência de elementos de informação capazes de justificar a atribuição do MinistérioPúblico Federal para a persecução penal. Homologação do declínio de atribuições ao MinistérioPúblico Estadual.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação dodeclínio de atribuição, nos termos do voto do(a) relator(a).

018. Processo: 1.29.000.003576/2019-73 - Eletrônico Voto: 6382/2019 Origem: PROCURADORIA DAREPÚBLICA - RIO GRANDE DOSUL

Relator(a): Dr(a) LUIZA CRISTINA FONSECA FRISCHEISEN

Ementa: Notícia de Fato instaurada a partir de manifestação em Sala de Atendimento ao Cidadão. Supostocrime de estelionato (CP, art. 171 c/c art. 14, II) praticado entre particulares. Revisão de declíniode atribuições (Enunciado nº 32 da 2ª CCR). O noticiante informa que recebeu uma ligação dealguém passando-se por servidor do INSS, tentando aplicar-lhe um golpe relacionado ao seubenefício de pensão. Recusou a oferta e desligou. Inexistência de prejuízo à autarquiaprevidenciária. Ausência de elementos de informação capazes de justificar a atribuição doMinistério Público Federal para a persecução penal. Homologação do declínio de atribuições aoMinistério Público Estadual.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação dodeclínio de atribuição, nos termos do voto do(a) relator(a).

019. Processo: 1.30.001.000968/2019-50 - Eletrônico Voto: 6366/2019 Origem: PROCURADORIA DAREPÚBLICA - RIO DE JANEIRO

Relator(a): Dr(a) LUIZA CRISTINA FONSECA FRISCHEISEN

Ementa: Notícia de Fato. Suposto crime de estelionato majorado (CP, art. 171, § 3º). Revisão de declíniode atribuições (Enunciado nº 32 da 2ª CCR). A Caixa Econômica Federal CEF informou aoDepartamento de Polícia Federal do Rio de Janeiro acerca de movimentação suspeita de fraudeem contas bancárias que estariam sendo utilizadas para recebimento de depósitos oriundos degolpes telefônicos. Como diligência preliminar, foi expedido ofício à referida agência bancária, afim de que fosse esclarecido se houve efetivo prejuízo suportado pela CEF, bem como ascircunstâncias da movimentação suspeita relatada. Ato contínuo, a CEF informou que não houveprejuízo à empresa pública federal, acrescentando o modus operandi da fraude detectada. Asimples utilização de conta-corrente na instituição bancária Federal não é suficiente para atrair acompetência da Justiça Federal. Não ocorrendo, com a infração penal, prejuízo a bens, serviçosou interesse direto e específico da União, suas entidades autárquicas ou empresas públicas, nãose firma a competência da Justiça Federal, e, consequentemente, falece atribuição ao MinistérioPúblico Federal para a persecução penal. Inteligência do art. 109, IV, da Constituição Federal.Homologação do declínio de atribuições ao Ministério Público Estadual.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação dodeclínio de atribuição, nos termos do voto do(a) relator(a).

020. Processo: 1.30.001.003057/2019-84 - Eletrônico Voto: 6445/2019 Origem: PROCURADORIA DAREPÚBLICA - RIO DE JANEIRO

Relator(a): Dr(a) LUIZA CRISTINA FONSECA FRISCHEISEN

Ementa: Notícia de Fato instaurada a partir de representação ofertada por um particular residente nacidade do Rio de Janeiro/RJ em desfavor de um cidadão de nome A.J., o qual teria criado umapágina na rede social Facebook com a finalidade de obter vantagem indevida, utilizando-se paratanto do nome da Embaixada do Haiti. De acordo com a manifestação inicial, o noticiado estaria

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ATA DA 755ª SESSÃO DE REVISÃO PGR-00561788/2019

ofertando, de modo fraudulento, passagens aéreas internacionais a preços acessíveis por meio deperfil criado com o nome da Embaixada do Haiti no Brasil. Após a descoberta da fraude, asvítimas são ameaças por A.J., que usaria, na execução da prática criminosa, telefone com DDDdo Distrito Federal e conta bancária pertencente a terceira pessoa (J.M.da S.). Revisão de declíniode atribuições (Enunciado nº 32). Indícios da prática do crime de estelionato em detrimento departiculares. Narrativa que não evidencia lesão direta a bens, serviços ou interesse da União oude suas entidades. Ressalte-se, por outro lado, que, embora o Brasil tenha se comprometido aproteger os locais consulares, garantindo-lhes inviolabilidade, é certo que uma página criada nainternet por indivíduo que a intitulou de Embaixada do Haiti, por si só, não se enquadra nadefinição de local consular, prevista na Convenção de Viena sobre Relações Consulares (art. 1º, §1º, alínea j). Ausência de previsão do crime em questão (estelionato) em tratado ou convenção.Carência de elementos de informação capazes de legitimar a atribuição do Ministério PúblicoFederal para a persecução penal. Homologação do declínio ao Ministério Público Estadual.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação dodeclínio de atribuição, nos termos do voto do(a) relator(a).

021. Processo: 1.30.001.003928/2019-60 - Eletrônico Voto: 6399/2019 Origem: PROCURADORIA DAREPÚBLICA - RIO DE JANEIRO

Relator(a): Dr(a) LUIZA CRISTINA FONSECA FRISCHEISEN

Ementa: Notícia de Fato autuada a partir de manifestação em Sala de Atendimento ao Cidadão. Possívelprática de ilícito penal a partir de notícia de óbito de paciente por erro médico em hospitalmunicipal da Ilha de Paquetá, estando ainda sem conclusão as sindicâncias em curso noCREMERJ e na Secretaria Municipal de Saúde. Ainda, conforme relatado pela representante, háinvestigação em curso na 5ª DP do Rio de Janeiro e no Ministério Público (presume-se ser oMPE/RJ). Revisão de declínio de atribuições (Enunciado nº 32 da 2ª CCR). Não ocorrendo, com ainfração penal, prejuízo a bens, serviços ou interesse direto e específico da União, suas entidadesautárquicas ou empresas públicas, não se firma a competência da Justiça Federal, e,consequentemente, falece atribuição ao Ministério Público Federal para a persecução penal.Inteligência do art. 109, IV, da Constituição Federal. Homologação do declínio de atribuições aoMinistério Público Estadual.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação dodeclínio de atribuição, nos termos do voto do(a) relator(a).

022. Processo: 1.30.001.004133/2019-79 - Eletrônico Voto: 6391/2019 Origem: PROCURADORIA DAREPÚBLICA - RIO DE JANEIRO

Relator(a): Dr(a) LUIZA CRISTINA FONSECA FRISCHEISEN

Ementa: Notícia de Fato autuada a partir de manifestação em Sala de Atendimento ao Cidadão. Supostaprática do crime de roubo, previsto no art. 157 do Código Penal, onde o representante noticia quemotorista que atende por aplicativo, estaria assaltando seus clientes durante as viagens. Revisãode declínio de atribuições (Enunciado nº 32 da 2ª CCR). Não ocorrendo, com a infração penal,prejuízo a bens, serviços ou interesse direto e específico da União, suas entidades autárquicas ouempresas públicas, não se firma a competência da Justiça Federal, e, consequentemente, faleceatribuição ao Ministério Público Federal para a persecução penal. Inteligência do art. 109, IV, daConstituição Federal. Homologação do declínio de atribuições ao Ministério Público Estadual.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação dodeclínio de atribuição, nos termos do voto do(a) relator(a).

023. Processo: 1.30.017.000404/2019-48 - Eletrônico Voto: 6502/2019 Origem: PROCURADORIA DAREPÚBLICA NO MUNICÍPIOSJMERITI/N.IGUA/D.CAX

Relator(a): Dr(a) LUIZA CRISTINA FONSECA FRISCHEISEN

Ementa: Notícia de Fato instaurada a partir de manifestação sigilosa ofertada perante a Sala de

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ATA DA 755ª SESSÃO DE REVISÃO PGR-00561788/2019

Atendimento ao Cidadão para apurar possível prática de crime contra a economia popular porparte de uma empresa (F.) que, em parceria com determinado banco (W.), criou sistemas depagamento/plataformas para captação de recursos de terceiros. Tentativas frustradas de saquedos valores aplicados e não pagamento dos dos rendimentos prometidos. Revisão de declínio deatribuições (Enunciado n° 32). Relato de possível obtenção ou tentativa de ganhos em detrimentode um número indeterminado de pessoas mediante especulações ou processos fraudulentos, oque evidencia, no caso, eventual prática de crime contra a economia popular (Lei nº 1.521/51, art.2º, IX). Súmula nº 498 do STF. Ausência de indícios de crime contra o Sistema FinanceiroNacional ou de afetação a bens, serviços ou interesse da União ou de suas entidades. Carênciade elementos concretos de informação capazes de justificar, até o momento, a atribuição doMinistério Público Federal para persecução. Homologação do declínio ao Ministério PúblicoEstadual.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação dodeclínio de atribuição, nos termos do voto do(a) relator(a).

024. Processo: 1.34.016.000407/2019-42 - Eletrônico Voto: 6375/2019 Origem: PROCURADORIA DAREPÚBLICA NO MUNICÍPIO DESOROCABA-SP

Relator(a): Dr(a) LUIZA CRISTINA FONSECA FRISCHEISEN

Ementa: Notícia de Fato autuada para a apuração da eventual prática do crime de estelionato e/oufalsificação de documento público. Consta que o Instituto Federal de Educação, Ciência eTecnologia de São Paulo, SP, informou que servidora foi vítima de tentativas fraudulentas decontratação de empréstimos consignados em seu nome com uso de seus dados pessoais, emagência de instituição bancária privada. Revisão de declínio de atribuições (Enunciado nº 32 da 2ªCCR). Conforme relato da mencionada servidora junto ao Ministério do Planejamento, astentativas de fraude utilizando seu nome só seriam possíveis pois pessoas não identificadasobtiveram de forma fraudulenta a emissão de certificado digital em seu nome, utilizando-se dedocumentação falsa. Em seguida, os falsários acessaram o SIGEPE (Sistema de Gestão deAcesso do MPOG) com referido certificado digital obtido de forma fraudulenta, tendo então acessoaos seus dados pessoais e financeiros, a partir dos quais se tentou obter os empréstimosconsignados em seu nome de forma ilícita. Não ocorrendo, com a infração penal, prejuízo a bens,serviços ou interesse direto e específico da União, suas entidades autárquicas ou empresaspúblicas, não se firma a competência da Justiça Federal, e, consequentemente, falece atribuiçãoao Ministério Público Federal para a persecução penal. Inteligência do art. 109, IV, da ConstituiçãoFederal. Homologação do declínio de atribuições ao Ministério Público Estadual.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação dodeclínio de atribuição, nos termos do voto do(a) relator(a).

025. Processo: 1.34.018.000170/2019-80 - Eletrônico Voto: 6378/2019 Origem: PROCURADORIA DAREPÚBLICA NO MUNICÍPIO DETAUBATE-SP

Relator(a): Dr(a) LUIZA CRISTINA FONSECA FRISCHEISEN

Ementa: Notícia de Fato. Suposto crime de estelionato (CP, art. 171). Saque indevido junto ao Banco doBrasil, de valores relacionados a RPV expedido em processo do Juizado Especial Federal emTaubaté/SP. Informação de que o valor referente ao título judicial já havia sido sacado em agênciado Banco do Brasil no Município de Campo Mourão/PR, por terceira pessoa que utilizoudocumentos falsos. Revisão de declínio de atribuições (Enunciado nº 32 da 2ª CCR). A analisedos autos aponta para a eventual prática de crime estelionato contra a esfera patrimonial departicular e/ou do Banco do Brasil, que tem a natureza jurídica de sociedade de economia mista (enão de empresa pública), sem que tenha havido qualquer repercussão na esfera dos bens,serviços ou interesses da União. Ausência de elementos de informação capazes de justificar aatribuição do Ministério Público Federal para a persecução penal. Homologação do declínio deatribuições ao Ministério Público Estadual.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação do

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ATA DA 755ª SESSÃO DE REVISÃO PGR-00561788/2019

declínio de atribuição, nos termos do voto do(a) relator(a).

026. Processo: 1.34.023.000172/2019-08 - Eletrônico Voto: 6376/2019 Origem: PROCURADORIA DAREPÚBLICA NO MUNICÍPIO DESAO CARLOS-SP

Relator(a): Dr(a) LUIZA CRISTINA FONSECA FRISCHEISEN

Ementa: Notícia de Fato. Crime contra a economia popular (Lei nº 1.521/51, art. 2º, inc. IX) ou crime deestelionato (CP, art. 171) cometido entre particulares. Revisão de declínio de atribuições(Enunciado n° 32 - 2a CCR). Fraude conhecida como pirâmide financeira, que envolve a permutade dinheiro pelo recrutamento de outras pessoas para o esquema, sem que qualquer produto ouserviço seja efetivamente entregue. Incidência do Enunciado n. 498 da Súmula do SupremoTribunal Federal (Compete a justiça dos estados, em ambas as instâncias, o processo e ojulgamento dos crimes contra a economia popular). Conduta que não caracteriza crime contra oSistema Financeiro Nacional, situação que afasta a competência da Justiça Federal. PrecedentesSTJ: HC 293.052/SP, Quinta Turma, DJe 13/02/2015; CC 121.146/MA, Terceira Seção, DJe25/06/2012. Ausência de elementos de informação capazes de justificar a atribuição do MinistérioPúblico Federal para a persecução penal. Homologação do declínio de atribuições ao MinistérioPúblico Estadual.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação dodeclínio de atribuição, nos termos do voto do(a) relator(a).

Homologação de Arquivamento

027. Processo: DPF/AM-00065/2017-INQ Voto: 6559/2019 Origem: GABPR3-RSR - RAFAELDA SILVA ROCHA

Relator(a): Dr(a) LUIZA CRISTINA FONSECA FRISCHEISEN

Ementa: Inquérito policial instaurado para apurar suposta prática do crime previsto no art. 183 da Lei nº9.472/97. Pequeno estabelecimento que explorava serviço de lan house, provendo acesso àinternet sem autorização da ANATEL. Revisão de arquivamento (LC nº 75/93, art. 62, IV).Diligências. Manifestação da ANATEL no sentido de que a conduta investigada deixou de crime apartir da vigência da Resolução ANATEL nº 680/2017, que inseriu no Regulamento do Serviço deComunicação Multimídia (SCM), aprovado pela Resolução nº 614, de 28/05/2013, o art. 10-A,estabelecendo que independe de autorização a prestação do SCM nos casos em que as redes detelecomunicações de suporte à exploração do serviço utilizarem exclusivamente meios confinadose/ou equipamentos de radiocomunicação de radiação restrita (caput), às prestadoras com até5.000 (cinco mil) acessos em serviço (§ 1º). Atipicidade da conduta. Falta de justa causa paraprosseguir na persecução penal. Homologação do arquivamento.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação doarquivamento, nos termos do voto do(a) relator(a).

028. Processo: DPF/AM-00521/2014-INQ Voto: 6570/2019 Origem: GABPR10-FPL - FILIPEPESSOA DE LUCENA

Relator(a): Dr(a) LUIZA CRISTINA FONSECA FRISCHEISEN

Ementa: Inquérito Policial instaurado com o intuito de apurar a prática do crime de estelionato, previsto noart. 171, § 3º, do Código Penal. Constatada fraude na abertura de conta-corrente e de contapessoa jurídica, ambas na Caixa Econômica Federal CEF, nos dias 26.9.2012 e 28.9.2014, asquais ocasionaram dívidas em nome do cliente lesado. Revisão de arquivamento (LC nº 75/93,art. 62, IV). Inexistência de elementos suficientes da autoria delitiva. Esgotamento das diligênciasinvestigatórias razoavelmente exigíveis e inexistência de linha investigatória potencialmenteidônea. Aplicação da Orientação n° 26/20161 da 2ª CCR. Arquivamento que não gera coisajulgada, podendo as investigações serem reabertas se houver notícia de novas provas (CPP, art.18). Homologação do arquivamento.

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ATA DA 755ª SESSÃO DE REVISÃO PGR-00561788/2019

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação doarquivamento, nos termos do voto do(a) relator(a).

029. Processo: DPF/AM-00733/2016-INQ Voto: 6563/2019 Origem: GABPR3-RSR - RAFAELDA SILVA ROCHA

Relator(a): Dr(a) LUIZA CRISTINA FONSECA FRISCHEISEN

Ementa: Inquérito Policial instaurado para apurar a suposta prática do crime de uso de documento públicofalso (CP, art. 304) perante a Capitania Fluvial da Amazônia Ocidental, fato ocorrido em06/08/2015, durante inspeção naval de rotina. Revisão de arquivamento (LC nº 75/93, art. 62, IV).A detida análise dos autos revela que a conduta atribuída ao investigado é atípica, pois cuida-sede falsificação grosseira perceptível de plano, notadamente diante dos evidentes erros deortografia constatados no documento apreendido. A propósito, o laudo pericial foi claro aoconsignar que há erros ortográficos grosseiros e inúmeras irregularidades na estrutura do objetopericiado, sendo válido destacar que ao invés da palavra "fluvial" está escrita a palavra "fluvia" e oano de expedição do documento apreendido consta como sendo "1012" ao invés de "2012". Emcasos de flagrantes erros de ortografia, o Superior Tribunal de Justiça reconhece a ocorrência decrime impossível (art. 17 do Código Penal), porque a falsificação é grosseira, sem potencial lesivopara lesar o bem jurídico tutelado pela norma. Precedente: HC 201101099468, JORGE MUSSI,STJ - QUINTA TURMA, DJE de 13/10/2011. Homologação do arquivamento.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação doarquivamento, nos termos do voto do(a) relator(a).

030. Processo: DPF/PE-00067/2014-IPL Voto: 6582/2019 Origem: COJUD/PRPE -COORDENADORIA JURÍDICA EDE DOCUMENTAÇÃO DA PR/PE

Relator(a): Dr(a) LUIZA CRISTINA FONSECA FRISCHEISEN

Ementa: Inquérito Policial instaurado para apurar a possível prática de delito previsto no artigo 304 doCódigo Penal, conforme noticiado pelo Juízo da 25º Vara Federal/PE. Revisão de arquivamento(LC nº 75/93, art. 62, IV). O presente inquérito policial foi iniciado a partir de notícia exposta nasentença de ação judicial na qual se pleiteava o restabelecimento da aposentadoria por idade detrabalhadora rural/pescador artesanal. Na referida sentença, apontou-se a possível prática docrime de falsidade documental, em razão do documento emitido pelo Departamento de Pesca eAgricultura, exibido em audiência, ser em tese flagrantemente falso. O mencionado processoencerrou-se com decisão de mérito declarando a improcedência do pedido, haja vista a nãocomprovação do regime de economia familiar e as pontuais inconsistências quanto às técnicas depesca identificadas no depoimento da autora, a despeito da constatação de que ela demonstrealgum conhecimento da pesca artesanal de mariscos. Vê-se que a própria Juíza Federalreconheceu que o documento possuía falsificação grosseira. Em vista disso, conforme abalizadoentendimento jurisprudencial, em relação a tal documento, é o caso de se reconhecer a figura docrime impossível, conforme o artigo 17 do Código Penal, em razão de tratar-se de meioabsolutamente ineficaz, sem potencial lesivo para lesar o bem jurídico tutelado pela norma.Precedente: HC 201101099468, JORGE MUSSI, STJ QUINTA TURMA, DJE de 13/10/2011.Homologação do arquivamento.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação doarquivamento, nos termos do voto do(a) relator(a).

031. Processo: DPF/ROO-00130/2019-IPL Voto: 6565/2019 Origem: GABPRM1-JRCMJ - JOSERICARDO CUSTODIO DE MELOJUNIOR

Relator(a): Dr(a) LUIZA CRISTINA FONSECA FRISCHEISEN

Ementa: Inquérito Policial instaurado com o intuito de apurar a prática do delito previsto no art. 289, § 1º, doCódigo Penal, tendo em vista a apreensão efetuada pelo Correios de cédulas falsas,acondicionadas em envelope lacrado, remetido no Rio de Janeiro/RJ, com destino a

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Rondonópolis/MT. Revisão de arquivamento (LC nº 75/93, art. 62, IV). Ao ser aberto o envelope,fora realizado a apreensão e contagem das cédulas supostamente falsas, no montante de R$2.200,00 (dois mil e duzentos reais), sendo 35 (trinta e cinco) cédulas de R$ 20,00, 20 (vinte)cédulas de R$ 50,00 e 05 (cinco) cédulas no valor de R$ 100,00. Falsidade atestada por períciacriminal. Identificado o destinatário, que negou totalmente o envolvimento no fato criminoso.Remessa efetuada com o endereço de seu local de trabalho. No endereço da suposta remetente,não identificada, funciona um centro empresarial, localizado na Barra da Tijuca, Rio de Janeiro/RJ,onde opera salas comerciais e escritórios de alto padrão. Neste liame, é possível concluir que oendereço, bem como nome utilizado são inverídicos, restando improvável a identificação dosuspeito no delito ora investigado. Ademais, não é incoerente aduzir que terceiros de má-fépodem ter utilizado do nome do destinatário como meio de praticar o ilícito em questão. Logo,embora reste comprovado a materialidade do delito, a autoridade policial não obteve êxito emcoletar dados suficientes de modo a possibilitar a identificação do autor da conduta criminosa.Impende mencionar ainda que, dar continuidade em novas diligências para apurar a autoriadelitiva no presente caso, seria ineficaz. Inexistência de elementos suficientes da autoria delitiva.Esgotamento das diligências investigatórias razoavelmente exigíveis e inexistência de linhainvestigatória potencialmente idônea. Homologação do arquivamento.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação doarquivamento, nos termos do voto do(a) relator(a).

032. Processo: DPF/RO-0126/2018-INQ Voto: 6600/2019 Origem: GABPR5-LGM - LUIZGUSTAVO MANTOVANI

Relator(a): Dr(a) LUIZA CRISTINA FONSECA FRISCHEISEN

Ementa: Inquérito Policial instaurado para apurar possível ocorrência dos delitos previstos nos artigos 241-A da Lei n. 8.069/90 Estatuto da Criança e do Adolescente e 139 do Código Penal, em razão dadivulgação de vídeo, através de aplicativo denominado secret e, supostamente, pela rede socialfacebook, contendo cenas pornográficas de possíveis adolescentes. Revisão de arquivamento(LC nº 75/93, art. 62, IV). Em que pese as supostas práticas criminosas, constata-se a ausênciade prova da materialidade do crime sob investigação, além da inexistência de elementosinformativos que possam resultar na identificação de sua autoria. O presente inquérito policial foiinstaurado para apurar a suposta prática dos delitos tipificados nos arts. 241-A e/ou 241-B, da Lein. 8.069/90, ocorrida no dia 09 de agosto de 2014, em Porto Velho/RO. Vídeo submetido à períciano âmbito da Polícia Civil, pelo Instituto de Criminalística. Todavia, não foi possível identificar oautor da inserção do vídeo na mencionada rede social. Segundo o Laudo Pericial, ao contráriodas redes sociais mais populares, onde as pessoas compartilham conteúdo para serem 'vistas', o`Secret cria uma rede invisível de usuários. Ao instalar o aplicativo, o usuário não fornece nenhumdado pessoal. Os `segredos são compartilhados com pessoas da lista de contatos do usuário quetambém tenham o `Secret instalado, mas sem a divulgação do nome. Desse modo, paraidentificação do usuário responsável pela divulgação das imagens no aplicativo Secret, serianecessário fornecimento de dados pelo provedor do aplicativo, mediante determinação judicial. Noentanto, consta nos autos que o aplicativo Secret foi desativado em 29/04/2015, após problemasrelacionados a imagens e comentários veiculados na rede social. Igualmente, não houve aidentificação do usuário ou do link da publicação das capturas de tela na rede social Facebook,informações essenciais para a tentativa de identificação do responsável pelo seucompartilhamento ilícito. Além disso, vale destacar que os fatos ocorreram em meados do ano de2014, tendo desde então, transcorrido mais de cinco anos, e tratando-se de crimes cometidos pormeio da internet, a volatilidade das evidências dificulta sobremaneira a identificação dos autores eo levantamento de eventuais provas de materialidade. Esgotamento das diligências investigatóriasrazoavelmente exigíveis e inexistência de linha investigatória potencialmente idônea. Aplicação daOrientação n° 26/20161 da 2ª CCR. Homologação do arquivamento.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação doarquivamento, nos termos do voto do(a) relator(a).

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033. Processo: SPF/BA-00423/2019-INQ Voto: 6562/2019 Origem: GABPR013-OAAM -OVIDIO AUGUSTO AMOEDOMACHADO

Relator(a): Dr(a) LUIZA CRISTINA FONSECA FRISCHEISEN

Ementa: Inquérito Policial instaurado para apurar a conduta dos responsáveis por empresa privada queteriam registrado nos livros fiscais e contábeis receitas inferiores às efetivamente percebidas, noano de 2003, acarretando redução das bases de cálculo dos tributos (IRPJ e reflexos) declaradosao Fisco. Possível crime contra a ordem tributária (Lei n° 8.137/90, art. 1º, inc. I). Promoção dearquivamento: Embora atestada pelo Conselho de Contribuintes a regularidade do lançamentofiscal sob análise e constituído o respectivo crédito tributário, não restou demonstrado o dolo dosacusados em omitir fraudulentamente receitas em declarações fiscais submetidas à ReceitaFederal, o que torna inócua a persecução penal dos investigados. Como se sabe, para fins deconfiguração do crime tributário é necessário não somente a existência do crédito tributário e docomportamento ilegal do contribuinte, mas também a prova do dolo de que o investigado agiraimbuído do intuito de omitir receitas que sabia deveriam ser declaradas. No caso concreto, a tesejurídica dos investigados, ainda que tenha sido derrotada administrativamente, pode serconsiderada minimamente plausível, tanto assim que recebeu um voto favorável no julgamento doconselho de contribuintes. Revisão de arquivamento (LC nº 75/93, art. 62, IV). Sustenta um dossócios da empresa que ao efetuar o recolhimento devido a empresa seguiu a orientação docontador fundada no posicionamento jurisprudencial vigente à época e que se tivesse feito orecolhimento exigido na representação a empresa não teria condições financeiras para arcar como débito junto ao Fisco. Ausência de elementos suficientes de conduta dolosa justificadora doprosseguimento do feito. Homologação do arquivamento.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação doarquivamento, nos termos do voto do(a) relator(a).

034. Processo: SR/PF/CE-00102/2019-INQ Voto: 6564/2019 Origem: GABPR16-SMA - SAMUELMIRANDA ARRUDA

Relator(a): Dr(a) LUIZA CRISTINA FONSECA FRISCHEISEN

Ementa: Trata-se de inquérito policial instaurado para apurar a prática do crime de estelionato qualificado(CP, art. 171, § 3º), a partir de boletim de ocorrência comunicado por beneficiária do INSS,noticiando a realização de um saque fraudulento no valor de R$ 937,00, depositado em sua contana Caixa Econômica Federal a título de aposentadoria. Revisão de arquivamento (LC nº 75/93,art. 62, IV). Inexistência de elementos suficientes da autoria delitiva. Esgotamento das diligênciasinvestigatórias razoavelmente exigíveis e inexistência de linha investigatória potencialmenteidônea. Aplicação da Orientação n° 26/20161 da 2ª CCR. Arquivamento que não gera coisajulgada, podendo as investigações serem reabertas se houver notícia de novas provas (CPP, art.18). Homologação do arquivamento.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação doarquivamento, nos termos do voto do(a) relator(a).

035. Processo: 1.11.000.000585/2019-47 - Eletrônico Voto: 6380/2019 Origem: PROCURADORIA DAREPÚBLICA - ALAGOAS/UNIÃODOS PALMARES

Relator(a): Dr(a) LUIZA CRISTINA FONSECA FRISCHEISEN

Ementa: Notícia de Fato. Crime de estelionato (CP, art. 171). Expediente encaminhado pela SR/PF/RN àCOR/SR/PF/AL, acerca dos seguintes fatos apontados pela noticiante: Recebemos o contato dapessoa abaixo, com o intuito de realizar empréstimo via INSS de forma fraudulenta. Em anexoenvio os print de conversas de Wattsapp para que seja feita uma investigação de tentativa deempréstimo fraudulento via INSS. Revisão de arquivamento (LC nº 75/93, art. 62, IV). Diante dascapturas das conversas anexadas pela noticiante, denota-se que foi sugerida a realização deempréstimos bancários através da noticiante, que atua como correspondente direto da Caixa. Oinvestigado afirma que possui clientes interessados na contratação dos empréstimos. No entanto,

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não há indícios suficientes de prática de conduta tipificada como crime, haja vista que o noticiadose limitou a informar que teria clientes para a contratação de empréstimos, não indicando que adocumentação a ser eventualmente apresentada continha falsidades ou irregularidades ou algoque pudesse ensejar uma suspeita maior quanto à regularidade da captação dessas pessoas ouexistência de fraude na realização dos empréstimos. Ademais, é exigível que a conduta seja aomenos tentada para que possa ser punida, o que não se vislumbra neste caso, pois a suspeitaprática delitiva permaneceria no âmbito da cogitação do noticiado. Ausência de elementosmínimos da materialidade delitiva justificadores do prosseguimento das investigações.Homologação do arquivamento.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação doarquivamento, nos termos do voto do(a) relator(a).

036. Processo: 1.13.000.001806/2019-20 - Eletrônico Voto: 6455/2019 Origem: PROCURADORIA DAREPÚBLICA - AMAZONAS

Relator(a): Dr(a) LUIZA CRISTINA FONSECA FRISCHEISEN

Ementa: Notícia de Fato instaurada para apurar possível ocorrência de crime contra a honra em face doProcurador-Chefe da Procuradoria Federal junto ao IFAM Instituto Federal do Amazonas,praticado, em tese, por servidor público federal integrante do quadro de pessoal do referidoinstituto. De acordo com a representação formulada pela suposta vítima, as ofensas teriamocorrido no desenvolver do processo eleitoral no âmbito do IFAM, conforme se verifica nosdocumentos em anexo, sobretudo os espelhos de mensagens trocadas por meio do grupo deWhatsApp denominado Professores TADAS IFAM-CMC, onde se vê o inteiro teor do agravo deinstrumento interposto em sede do Mandado de Segurança nº 1005378-25.2018.4.01.3200,relatando, em síntese, que o Procurador ora noticiante teria agido de má-fé nos referidos autos.Revisão de arquivamento (LC nº 75/93, art. 62, inc. IV). Segundo o Procurador oficiante, observa-se que os elementos probatórios até aqui reunidos não corroboram a prática de qualquer crimecontra a honra de servidor público, visto que ausente o especial fim de agir imprescindível àtipificação legal da calúnia, da difamação ou da injúria. No caso em análise, da leitura do referidomandado de segurança, bem como das mensagens de WhatsApp, não é possível extrair aintenção deliberada de atingir e ofender, a qualquer custo, a honra subjetiva do servidor públicofederal representante. Por igual, a conduta levada a efeito pelo investigado S.A.C.B. não seamolda aos tipos dos arts. 138 e 139 do CP, porquanto o implicado verdadeiramente acredita queo procurador federal agiu de má-fé. Contudo, não há em sua fala o propósito de arruinar areputação do servidor B.J.B, mas sim a intenção de que as irregularidades detectadasmerecessem atenção e apuração por parte das autoridades competentes. Em resumo, sua falanão excede o limite do exercício do direito de ação. Materialidade delitiva não evidenciada.Recurso interposto pelo representante. Como já ressaltado na promoção de arquivamento, não sevislumbrou a vontade específica, a especial intenção de ofender, magoar, macular a honra alheia.Ausência do elemento subjetivo do tipo. Falta de justa causa para prosseguir na persecuçãopenal. Homologação do arquivamento.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação doarquivamento, nos termos do voto do(a) relator(a).

037. Processo: 1.14.000.001947/2019-13 - Eletrônico Voto: 6381/2019 Origem: PROCURADORIA DAREPÚBLICA - BAHIA

Relator(a): Dr(a) LUIZA CRISTINA FONSECA FRISCHEISEN

Ementa: Notícia de Fato. Suposta prática do delito de falso testemunho em ação trabalhista (CP, art. 342).Revisão de arquivamento (LC nº 75/93, art. 62, IV). Contrariedades juridicamente irrelevantes nodepoimento prestado pela testemunha. Embora esteja evidenciada a contradição entre asdeclaração da testemunha e da própria autora, não há nos autos elementos de convicção queapontem sua intenção (dolo) de induzir em erro a Justiça do Trabalho. Desconsideração total dodepoimento pelo Juízo Trabalhista. Sentença fundada em outros elementos de prova existentesnos autos. Ausência de potencialidade lesiva nas declarações. Não configuração de crime.Precedentes da 2ª CCR/MPF: Processo nº 1.23.000.003602/2016-34, 668ª Sessão de Revisão,

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ATA DA 755ª SESSÃO DE REVISÃO PGR-00561788/2019

de 12/12/2016, Relator SPGR José Adonis Callou de Araújo Sá, unânime; Processo nº1.29.000.001385/2017-13, 680ª Sessão de Revisão, de 12/06/2017, Relator SPGR JulianoBaiocchi Villa-Verde de Carvalho, unânime; e Processo nº 1.34.043.000242/2017-10, 680ª Sessãode Revisão, de 12/06/2017, Relatora SPGR Luiza Cristina Fonseca Frischeisen, unânime.Homologação do arquivamento.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação doarquivamento, nos termos do voto do(a) relator(a).

038. Processo: 1.14.004.000348/2019-34 - Eletrônico Voto: 6373/2019 Origem: PROCURADORIA DAREPÚBLICA NO MUNICÍPIO DEFEIRA DE SANTANA-B

Relator(a): Dr(a) LUIZA CRISTINA FONSECA FRISCHEISEN

Ementa: Notícia de Fato. Suposta prática do delito de falso testemunho em ação trabalhista (CP, art. 342).Revisão de arquivamento (LC nº 75/93, art. 62, IV). Contrariedades juridicamente irrelevantes nosdepoimentos prestados pelas testemunhas. Embora esteja evidenciada a contradição entre asdeclarações das testemunhas, não há nos autos provas suficientes de que ambas efetivamenterealizaram afirmações falsas, negaram ou calaram a verdade, sendo certo, também, que não háelementos de convicção que apontem intenção (dolo) de induzir em erro a Justiça do Trabalho.Desconsideração total dos depoimentos pelo Juízo Trabalhista. Sentença fundada em outroselementos de prova existentes nos autos. Ausência de potencialidade lesiva nas declarações. Nãoconfiguração de crime. Precedentes da 2ª CCR/MPF: Processo nº 1.23.000.003602/2016-34, 668ªSessão de Revisão, de 12/12/2016, Relator SPGR José Adonis Callou de Araújo Sá, unânime;Processo nº 1.29.000.001385/2017-13, 680ª Sessão de Revisão, de 12/06/2017, Relator SPGRJuliano Baiocchi Villa-Verde de Carvalho, unânime; e Processo nº 1.34.043.000242/2017-10, 680ªSessão de Revisão, de 12/06/2017, Relatora SPGR Luiza Cristina Fonseca Frischeisen, unânime.Homologação do arquivamento.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação doarquivamento, nos termos do voto do(a) relator(a).

039. Processo: 1.15.000.001690/2019-54 - Eletrônico Voto: 6451/2019 Origem: PROCURADORIA DAREPÚBLICA -CEARÁ/MARACANAÚ

Relator(a): Dr(a) LUIZA CRISTINA FONSECA FRISCHEISEN

Ementa: Procedimento Investigatório Criminal instaurado para apurar possível prática do crime deestelionato em decorrência da percepção indevida de benefício assistencial em nome de doissegurados (R.P.de O. e M.G. do N.). Relato de que nos meses de maio e junho de 2014 foisolicitada a transferência de benefício (TBM) para referidos segurados, tendo o suposto fraudadorapresentado documentação pessoal falsificada e comprovante de endereço em Fortaleza/CE quecoincidia com o aquele apresentado em vários outros pedidos de transferência de PAS similar,também fraudulentos, inclusive alguns já suspensos pelo INSS por ter sido anteriormenteconstatada a fraude (casos dos ciganos). CP, art. 171, § 3º. Revisão de arquivamento (LC nº75/93, art. 62, inc. IV). Segundo consta dos autos, ambos os benefícios foram suspensos porfraude e nenhum recurso foi interposto por parte dos interessados. Tentativa de identificação doautor do ilícito por meio da coleta das imagens internas de CFTV da própria APS Centro, quandoo fraudador supostamente teria comparecido à agência para requerer a alteração. Oficiado, oINSS, entretanto, informou acerca da impossibilidade de fornecimento das imagens, dado oexíguo tempo de armazenamento (30 dias). Inexistência de linha investigatória que permitaidentificar o responsável pela solicitação de transferência dos benefícios em questão.Esgotamento de diligências razoavelmente exigíveis. Aplicação da Orientação nº 26/2016 da 2ªCCR. Homologação do arquivamento.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação doarquivamento, nos termos do voto do(a) relator(a).

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040. Processo: 1.16.000.000691/2019-44 - Eletrônico Voto: 6581/2019 Origem: PROCURADORIA DAREPÚBLICA - DISTRITO FEDERAL

Relator(a): Dr(a) LUIZA CRISTINA FONSECA FRISCHEISEN

Ementa: Procedimento Investigatório Criminal instaurado para apurar notícia de suposta negativa decumprimento de decisão liminar proferida nos autos de Mandado de Segurança impetrado peranteo Juízo da 13ª Vara Federal Cível da Seção Judiciária do Distrito Federal com o objetivo deassegurar a participação dos impetrantes nas etapas seguintes do Programa Mais Médicos. CP,art. 330. Revisão de arquivamento (LC nº 75/93, art. 62, inc. IV). Conforme relatado pelaautoridade impetrada e ratificado pelos próprios impetrantes, a decisão judicial foi efetivamenteimplementada, tendo as tratativas para o cumprimento da decisão liminar sido iniciadas no dia14/03/2019, com a notificação dos interessados por parte da Administração. Em momentoposterior, após comunicação dos impetrantes, o Juízo determinou que as autoridades coatoras semanifestassem acerca do descumprimento da decisão e somente neste momento fixou um prazode dois dias para observância da determinação, de modo que, somente a partir desse momento,em tese, poderia haver a responsabilização dos investigados. Ocorre que isso não chegou aacontecer, tendo em conta que as autoridades coatoras foram comunicadas desta última decisãono dia 12/03/2019 e deram início ao seu cumprimento no dia 14/03/2019. Conduta dolosa ouomissão deliberada não verificada no caso. Ausência de indícios da prática do crime dedesobediência. Homologação do arquivamento.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação doarquivamento, nos termos do voto do(a) relator(a).

041. Processo: 1.19.004.000237/2019-41 - Eletrônico Voto: 6583/2019 Origem: PROCURADORIA DAREPÚBLICA NO MUNICÍPIO DEBACABAL-MA

Relator(a): Dr(a) LUIZA CRISTINA FONSECA FRISCHEISEN

Ementa: Notícia de Fato. Suposta prática do crime de falso testemunho (CP, art. 342), no curso de açãotrabalhista. Constatação de divergências/contradições nos depoimentos de testemunha doreclamante. Revisão de arquivamento (LC nº 75/93, art. 62, IV). Depoimento prestado que foiintegralmente desconsiderado pelo Juízo Trabalhista. Sentença fundada em outros elementos deprova existentes nos autos. Ausência de potencialidade lesiva nas declarações, no caso concreto.Não configuração de crime. Precedente da 2ª CCR/MPF: Processo nº 1.29.000.004496/2018-54,733ª Sessão de Revisão, de 28/01/2019, unânime. Homologação do arquivamento.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação doarquivamento, nos termos do voto do(a) relator(a).

042. Processo: 1.19.004.000238/2019-96 - Eletrônico Voto: 6578/2019 Origem: PROCURADORIA DAREPÚBLICA NO MUNICÍPIO DEBACABAL-MA

Relator(a): Dr(a) LUIZA CRISTINA FONSECA FRISCHEISEN

Ementa: Notícia de Fato. Suposta prática do crime de falso testemunho (CP, art. 342), no curso de açãotrabalhista. Constatação de divergências/contradições no depoimento da testemunha. Revisão dearquivamento (LC nº 75/93, art. 62, IV). Consta dos autos a informação de que a testemunhareiterou seu depoimento antes da sentença no processo em que ocorreu o ilícito. Conduta nãopunível (art. 342, §2º, CP). Homologação do arquivamento.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação doarquivamento, nos termos do voto do(a) relator(a).

043. Processo: 1.20.000.000920/2019-06 - Eletrônico Voto: 6543/2019 Origem: PROCURADORIA DAREPÚBLICA - MATOGROSSO/DIAMANTINO

Relator(a): Dr(a) LUIZA CRISTINA FONSECA FRISCHEISEN

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Page 24: ATA DA SEPTICENTÉSIMA QUINQUAGÉSIMA QUINTA ......2019/11/25  · ATA DA 755ª SESSÃO DE REVISÃO PGR-00561788/2019 c/c o art. 62, inc. IV, da LC nº 75/93. Com efeito, o desacato

ATA DA 755ª SESSÃO DE REVISÃO PGR-00561788/2019

Ementa: Notícia de Fato instaurada a partir de ofício expedido pela Reitoria da UFMT, relatando supostaprática do crime de falsidade ideológica por parte do servidor C.E.L., ocupante do cargotemporário de professor substituto. Segundo o referido expediente, constatou-se a presença dedeclaração inverídica assinada pelo mesmo perante esta Universidade no momento de suacontratação, na data de 13/06/2017, onde informou não fazer parte dos quadros de pessoal daAdministração direta ou indireta da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios,omitindo vinculação de provimento efetivo no cargo de Procurador Municipal de Cuiabá, comexercício a partir de 08/06/2015. CP, art. 299. Revisão de arquivamento (LC nº 75/93, art. 62, IV).Com efeito, embora no citado documento tenha declarado não fazer parte dos quadros de pessoalda administração pública dos municípios, o servidor investigado ocupava à época o cargo deProcurador do município de Cuiabá. Em sua manifestação escrita, afirmou que, ao assinar odocumento, não se atentou para a parte final do segundo parágrafo, que se referia à nãomanutenção de vínculo com a administração pública municipal. No caso em apreço, não sevislumbrou a presença de um especial fim de agir, vale dizer, conduta com o fim de prejudicardireito, criar obrigação ou alterar a verdade sobre fato juridicamente relevante. Segundo oProcurador oficiante, havendo compatibilidade de horários, a Constituição Federal admite aacumulação de um cargo de professor com outro técnico ou científico (art. 37, XVI, b). Por suavez, o Edital nº 1/2017 da UFMT não previa como requisito de contratação para o cargo deprofessor temporário a ausência de vínculo do candidato com a administração pública. Assim,como a informação objetivamente dissonante da realidade exercício do cargo de Procuradormunicipal não tinha o condão de prejudicar direito, criar obrigação ou alterar a verdade sobre fatojuridicamente relevante ao processo seletivo regido pelo referido edital, não há evidência deconduta dolosa por parte do servidor. Fosse a intenção sua omitir dolosamente da UFMT queexercia o cargo de Procurador municipal, não teria publicado essa informação no seu CurrículoLattes, informação, aliás, fundamental para a aprovação do candidato. Regular prestação dosserviços em conformidade com o contrato celebrado. Homologação do arquivamento. Remessados autos à 5ª CCR para análise de matéria de sua atribuição.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação doarquivamento no âmbito deste Colegiado, remetendo-se os autos à PGR/5A.CAM - 5A.CÂMARADE COORDENAÇÃO E REVISÃO para análise, nos termos do voto do(a) relator(a).

044. Processo: 1.22.004.000036/2019-59 - Eletrônico Voto: 6379/2019 Origem: PROCURADORIA DAREPÚBLICA NO MUNICÍPIO DEPASSOS/S.S.PARAISO

Relator(a): Dr(a) LUIZA CRISTINA FONSECA FRISCHEISEN

Ementa: Procedimento Investigatório Criminal instaurado para apurar suposto crime de apropriaçãoindébita (CP, art. 168, § 1º, III) supostamente cometido por advogados, em relação a benefícioprevidenciário concedido por decisão judicial a seu cliente. Revisão de arquivamento (LC nº 75/93,art. 62, IV). Realização de diligências. Pela análise de documentos relacionados ao processojudicial que tramitou perante a Justiça Estadual e pelas informações trazidas pela advogada, haviaa possibilidade de que os valores inicialmente depositados pelo INSS tenham sido devolvidos pelaagência bancária, em razão do não recebimento pela beneficiária, o que afastaria a hipótese deapropriação indevida do numerário por outrem. Depois dos esclarecimentos trazidos pela atualadvogada da representante, tampouco se verificou a presença de indícios mínimos de crime deapropriação indébita ou estelionato contra o particular, a justificar o declínio de atribuições para oMinistério Público Estadual. Eventuais infrações disciplinares ou condutas antiéticas por parte dosantigos patronos em relação a sua cliente, devem ser levados à apuração perante a OAB,tratando-se de direito individual disponível, matéria que escapa às atribuições do MPF.Homologação do arquivamento.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação doarquivamento, nos termos do voto do(a) relator(a).

045. Processo: 1.22.012.000147/2019-66 - Eletrônico Voto: 6452/2019 Origem: PROCURADORIA DAREPÚBLICA NO MUNICÍPIO DEDIVINÓPOLIS-MG

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ATA DA 755ª SESSÃO DE REVISÃO PGR-00561788/2019

Relator(a): Dr(a) LUIZA CRISTINA FONSECA FRISCHEISEN

Ementa: Notícia de Fato instaurada a partir de manifestação sigilosa ofertada perante a Sala deAtendimento ao Cidadão, relatando suposta prática de crime de estelionato em detrimento doINSS. Segundo o representante, J.P.L.R., residente em Camacho/MG, teria recebido auxílio-doença por nove meses sem fazer jus ao benefício, pois nunca esteve enfermo, é dono de umaempresa de promoções e sempre desenvolveu suas atividades com maestria, tendo organizadodiversos eventos naquele município. CP, art. 171, § 3º. Revisão de arquivamento (LC nº 75/93, art.62, inc. IV). Oficiado, o INSS informou que o investigado é segurado empregado, tendo sidobeneficiado pelo auxílio-doença no período de 05/2018 a 03/2019, com o afastamento de suasatividades junto ao Estado de Minas Gerais. Constatação de que o segurado é titular de empresade promoção de eventos. Perícia médica atestando que a doença que ensejou o benefício eraincapacitante para qualquer atividade. Circunstâncias em apuração no âmbito administrativo, emobediência aos princípios da ampla defesa e do contraditório. Ausência, por ora, de elementos deprova concretos e conclusivos aptos a demonstrar a materialidade delitiva. Necessidade definalização do processo administrativo instaurado pela autarquia previdenciária. Posteriorencaminhamento, como de praxe, de eventual comunicação para que sejam adotadas asprovidências cabíveis. Falta de justa causa para prosseguir na persecução. Homologação doarquivamento.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação doarquivamento, nos termos do voto do(a) relator(a).

046. Processo: 1.22.012.000250/2019-14 - Eletrônico Voto: 6396/2019 Origem: PROCURADORIA DAREPÚBLICA NO MUNICÍPIO DEDIVINÓPOLIS-MG

Relator(a): Dr(a) LUIZA CRISTINA FONSECA FRISCHEISEN

Ementa: Notícia de Fato. 1) Suposto crime de invasão de dispositivo informático, incluído pela Lei12.737/2012 no art. 154-A do Código Penal. Advogado que teria acessado indevidamente dadosde partes em ações trabalhistas, embora não estivesse habilitado em nenhum dos processos.Revisão de arquivamento (LC 75/93, art. 62, IV). O advogado, utilizando da prerrogativa que a leilhe concede, acessa livremente o sistema de peticionamento eletrônico da Justiça do Trabalho.Qualquer advogado regularmente inscrito, com o devido cadastro e utilização de token pessoalpode ter acesso ao sistema da Justiça do Trabalho. Em que pese o fato dele não ser procuradorem nenhum dos feitos, é prerrogativa legal o acesso, não existindo nenhuma informação de queele estaria utilizando os dados para algum fim ilícito. Assim, o acesso às ações trabalhistas éautorizado legalmente aos advogados e não induz a materialidade do delito de invasão dedispositivo informático. Ausência de materialidade delitiva. Homologação do arquivamento. 2) Sehouve a utilização das prerrogativas da advocacia indevidamente, para fins comerciais, cabe àOrdem dos Advogados do Brasil analisar, porventura, o cometimento de infração ética, o que nãoenseja uma ilicitude penal. Por fim, cabe ressaltar que, em âmbito cível, a averiguação acerca dapossível ocorrência de prejuízos coletivos aos trabalhadores, oriundos do acesso aos dadospessoais, caberia ao Ministério Público do Trabalho, uma vez que a eventual infração ocorreu noâmbito da Justiça do Trabalho. Remessa ao Ministério Público do Trabalho para providências naesfera cível.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação doarquivamento, nos termos do voto do(a) relator(a).

047. Processo: 1.24.000.002107/2018-32 - Eletrônico Voto: 6507/2019 Origem: PROCURADORIA DAREPÚBLICA - PARAIBA

Relator(a): Dr(a) LUIZA CRISTINA FONSECA FRISCHEISEN

Ementa: Notícia de Fato instaurada a partir de Termo Circunstanciado de Ocorrência (TCO) encaminhadopela Polícia Rodoviária Federal, dando conta de que o cidadão A.A.de O. foi flagrado, em08/10/2018, no município de Sobrado/PB, utilizando um rádio amador (transceptor móvel com ocorrespondente PTT), que se encontrava instalado no interior de um caminhão, com potênciamáxima de saída de 4W, sem autorização da ANATEL. Lei nº 9.472/97, art. 183. Revisão de

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ATA DA 755ª SESSÃO DE REVISÃO PGR-00561788/2019

arquivamento (LC nº 75/93, art. 62, inc. IV). Sistema que operava na faixa Serviço de RádioCidadão, de interesse restrito e exploração no regime privado, atendendo apenas ao própriousuário, não havendo comercialização. Precedente da 2ª CCR, que já se posicionou no sentido deque tal atividade não se trata de serviço de telecomunicação (Procedimento n°1.14.009.000542/2016-27). Resolução ANATEL n° 444/2006, que dispõe que a potência média daportadora de saída do transmissor é limitada de 10 a 25 W. Muito embora o espectro deradiofrequências seja um bem limitado, as faixas reservadas à Radio do Cidadão são de usocomum. Para operar equipamento PX, bastam o simples cadastramento e o pagamento de umataxa anual. Não há restrição de número de usuários e a expedição da correspondente licençaconstitui ato vinculado da ANATEL. Portanto, desde que se mantenha dentro da correspondentebanda, o agente não viola o privilégio da União na prestação de serviços de telecomunicação nemusurpa faixas de frequência de uso restrito. Malgrado escape do controle formal do Poder Público,a conduta apreciada não vulnera, em seu aspecto material, os bens jurídicos tutelados pelo tipopenal. Hipótese de apreensão de equipamento de reduzida potência. Bem jurídico tutelado pelanorma a segurança dos meios de telecomunicações não sofreu qualquer espécie de lesão, ouameaça de lesão, que mereça a intervenção do Direito Penal. Conduta minimamente ofensiva.Incidência do princípio da insignificância. Falta de justa causa para prosseguir na persecuçãopenal. Homologação do arquivamento.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à maioria, deliberou pela homologação doarquivamento, nos termos do voto do(a) relator(a). Restou vencido o Dr. Juliano Baiocchi Villa-Verde de Carvalho, que juntou voto. Participou da votação o Dr. Rogério José Bento Soares doNascimento.

048. Processo: 1.28.000.000798/2019-71 - Eletrônico Voto: 6448/2019 Origem: PROCURADORIA DAREPÚBLICA - RIO GRANDE DONORTE/CEARÁ-MIRIM

Relator(a): Dr(a) LUIZA CRISTINA FONSECA FRISCHEISEN

Ementa: Notícia de Fato instaurada a partir de expediente da Promotoria de Justiça da 53ª Zona EleitoralTangará/RN para fins de apurar possível ilícito eleitoral que teria sido cometido pela atual Prefeitado Município de Boa Saúde/RN e outros. Conforme relato prestado pelo cidadão J.do N.S.da S.,às vésperas das eleições do ano de 2018, a Prefeita daquela localidade (M.E.F.e F.) teriadeterminado que o servidor municipal B.F.G., gestor do programa assistencial voltado para aentrega de kit de alimentos às pessoas carentes do município, fizesse chegar às mãos dosrespectivos beneficiários do Distrito de Córrego de São Mateus, quando da entrega daquelabenesse, santinho contendo os números dos candidatos que ela apoiava naquele pleito. Possívelprática do crime descrito no art. 299 do Código Eleitoral. Revisão de arquivamento (LC nº 75/93,art. 62, IV). Adoção de uma série de providências tendentes a averiguar a verossimilhança dosfatos noticiados, entre as quais a obtenção de lista contendo o nome de todos os beneficiários doreferido programa assistencial no Distrito de Córrego de São Mateus, procedendo-se à oitiva dealguns deles. Tais declarações, entretanto, em voz uníssona, não confirmaram qualquervinculação, ainda que indireta, do programa assistencial com o pleito de 2018. Notícia, por outrolado, de que o representante sempre exerceu uma ferrenha oposição à atual prefeita, deixando aentender que o relato apresentado, na realidade, consistiria em uma tentativa de prejudicar a atualPrefeita. Materialidade delitiva não configurada. Homologação do arquivamento.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação doarquivamento, nos termos do voto do(a) relator(a).

049. Processo: 1.29.011.000401/2019-85 - Eletrônico Voto: 6628/2019 Origem: PROCURADORIA DAREPÚBLICA NO MUNICÍPIO DEURUGUAIANA-RS

Relator(a): Dr(a) LUIZA CRISTINA FONSECA FRISCHEISEN

Ementa: Notícia de Fato autuada para apurar a ocorrência do crime de descaminho, tipificado no art. 334do Código Penal. Tributos iludidos calculados em R$ 2.913,42. Revisão de arquivamento (art. 62,IV, da LC nº 75/1993). Diante da lei vigente, da doutrina e dos precedentes do STF e STJ

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Page 27: ATA DA SEPTICENTÉSIMA QUINQUAGÉSIMA QUINTA ......2019/11/25  · ATA DA 755ª SESSÃO DE REVISÃO PGR-00561788/2019 c/c o art. 62, inc. IV, da LC nº 75/93. Com efeito, o desacato

ATA DA 755ª SESSÃO DE REVISÃO PGR-00561788/2019

aplicáveis ao caso, forçoso reconhecer o seguinte: a) No crime de descaminho, a lesão ao Fiscoinferior ao limite fixado pela própria Receita Federal em R$ 20.000,00 (vinte mil reais), conduz àatipicidade material da conduta (Portarias MF 75/2012 e 130/2012); b) A reincidência não impede,por si só, que o juiz da causa reconheça a insignificância penal da conduta, à luz dos elementosdo caso concreto (HC 123533, Tribunal Pleno, STF); c) A existência de reiterações, reincidênciasou habitualidade delitiva no crime de descaminho, por si só, não produz interesse fiscal até que asoma dos débitos alcance o patamar mínimo fixado pela Receita Federal para o ajuizamento daexecução (§ 4º, do art. 20 da Lei nº 10.522/2002). Nesse contexto, a teor do que dispõe o § 4º, doart. 20 da Lei nº 10.522/2002, considerando que no caso em exame a soma dos tributos iludidostotaliza R$ 9.080,17, ou seja, inferior a R$ 20.000,00 (vinte mil reais), conforme fixado nasPortarias nº 75 e 130/MF, não havendo interesse fiscal na execução do crédito, e, portanto, emconexão com os postulados da fragmentariedade e da intervenção mínima do Estado em matériapenal, aplico o princípio da insignificância para reconhecer a irrelevância material da conduta, oque autoriza o arquivamento. Manutenção do arquivamento.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, a maioria, deliberou pela homologação doarquivamento, nos termos do voto proferido pela Dra. Luiza Cristina Fonseca Frischeisen. Restouvencido o relator, Dr. Cláudio Dutra Fontella. Participou da votação o Dr. Rogério José BentoSoares do Nascimento.

050. Processo: 1.29.011.000413/2019-18 - Eletrônico Voto: 6374/2019 Origem: PROCURADORIA DAREPÚBLICA NO MUNICÍPIO DEURUGUAIANA-RS

Relator(a): Dr(a) LUIZA CRISTINA FONSECA FRISCHEISEN

Ementa: Notícia de Fato. Crime de descaminho, tipificado no art. 334 do Código Penal. Tributos iludidoscalculados em R$ 1.631,00. Revisão de arquivamento. Art. 62, IV, da LC nº 75/1993. Diante da leivigente, da doutrina e dos precedentes do STF e STJ aplicáveis ao caso, forçoso reconhecer oseguinte: a) Em se tratando do crime de descaminho, a lesão ao Fisco inferior ao limite fixado pelaprópria Receita Federal em R$ 20.000,00 (vinte mil reais), conduz à atipicidade material daconduta (Portarias MF 75/2012 e 130/2012); b) A reincidência não impede, por si só, que o juiz dacausa reconheça a insignificância penal da conduta, à luz dos elementos do caso concreto (HC123533, Tribunal Pleno, STF); c) A existência de reiterações, reincidências ou habitualidadedelitiva no crime de descaminho, por si só, não produz interesse fiscal até que a soma dos débitosalcance o patamar mínimo fixado pela Receita Federal para o ajuizamento da execução (§ 4º, doart. 20 da Lei nº 10.522/2002). No caso, a investigado possui outra reiteração da conduta nosúltimos 5 (cinco) anos, na qual o valor total das mercadorias apreendidas correspondeu aomontante de R$ 1.169,32. Nesse contexto, a teor do que dispõe o § 4º, do art. 20 da Lei nº10.522/2002, considerando que no caso em exame a soma dos tributos iludidos é inferior a R$20.000,00 (vinte mil reais), conforme fixado nas Portarias nº 75 e 130/MF, não havendo interessefiscal na execução do crédito, e, portanto, em conexão com os postulados da fragmentariedade eda intervenção mínima do Estado em matéria penal, aplico o princípio da insignificância parareconhecer a irrelevância material da conduta, o que autoriza o arquivamento. Homologação doarquivamento.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à maioria, deliberou pela homologação doarquivamento, nos termos do voto do(a) relator(a). Restou vencido o Dr. Juliano Baiocchi Villa-Verde de Carvalho. Participou da votação o Dr. Rogerio Jose Bento Soares do Nascimento.

051. Processo: 1.30.001.003496/2019-97 - Eletrônico Voto: 6370/2019 Origem: PROCURADORIA DAREPÚBLICA - RIO DE JANEIRO

Relator(a): Dr(a) LUIZA CRISTINA FONSECA FRISCHEISEN

Ementa: Notícia de Fato autuada a partir de representação particular que noticia supostos desmandosadministrativos no âmbito de Conselhos Regionais de Técnicos em Radiologia, Brasil afora. Oprocedimento inicial foi desmembrado em tantos quantos foram os Estados da Federaçãoreferidos na representação. Do pouco que se consegue depreender da confusa representação,tem-se que, no que pertine ao CRTR do Rio de Janeiro, o ilícito apontado corresponderia ao

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ATA DA 755ª SESSÃO DE REVISÃO PGR-00561788/2019

pagamento de três diárias, no valor total de R$1.200,00, ao presidente do CRTR-RJ, em razão dasua participação em solenidade realizada pela Câmara Municipal de Volta Redonda, emnovembro de 2018, em razão do dia do técnico em radiologia. Revisão de arquivamento (LC nº75/93, art. 62, IV). No entanto, este dado, por si só, não caracteriza qualquer irregularidadeadministrativa, muito menos ilícito penal. Levando-se em consideração que o Município de VoltaRedonda dista cerca de 130km da Capital, a estipulação de três diárias para a participação dopresidente do CRTR-RJ na aludida solenidade não se mostra, de antemão, irregular ou ilícita,mormente se se levar em conta que, provavelmente foram reservados dois dias paradeslocamento e um dia para a realização da solenidade em si. Ausência de elementos mínimosde materialidade justificadores do prosseguimento das investigações. Homologação doarquivamento.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação doarquivamento, nos termos do voto do(a) relator(a).

052. Processo: 1.30.001.003619/2019-90 - Eletrônico Voto: 6371/2019 Origem: PROCURADORIA DAREPÚBLICA - RIO DE JANEIRO

Relator(a): Dr(a) LUIZA CRISTINA FONSECA FRISCHEISEN

Ementa: Notícia de Fato autuada a partir de manifestação em Sala de Atendimento ao Cidadão. Relato donoticiante a respeito de como se deu seu processo de homossexualização e traumas tanto físicosquanto mentais, sendo que estes últimos foram tão devastadores que me aterrorizam até hoje eos considero como tendo sido uma cirurgia definitiva em meu caráter, ego, psique, e etc.Promoção de arquivamento: representação da qual não se pode extrair nenhum fato criminosoconcreto a ser investigado, haja vista sua redação absolutamente desconexa e ininteligível.Revisão de arquivamento (LC nº 75/93, art. 62, IV). Fatos relatados de forma resumida, vaga egenérica que não apresenta nenhuma conduta ilícita em concreto a ser apurada. Ausência deelementos justificadores do prosseguimento da persecução criminal. Homologação doarquivamento.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação doarquivamento, nos termos do voto do(a) relator(a).

053. Processo: 1.30.001.004362/2019-93 - Eletrônico Voto: 6369/2019 Origem: PROCURADORIA DAREPÚBLICA - RIO DE JANEIRO

Relator(a): Dr(a) LUIZA CRISTINA FONSECA FRISCHEISEN

Ementa: Notícia de Fato autuada para apurar a prática do crime de moeda falsa (CP, art. 289, §1°).Revisão de arquivamento (LC nº 75/93, art. 62, IV). Cédulas falsas de R$ 100,00 (cem reais)recebidas pela vítima ao realizar a venda de aparelho celular por aplicativo de vendas na internet.Ausência de elementos mínimos da autoria. Esgotamento das diligências investigatóriasrazoavelmente exigíveis e inexistência de linha investigatória potencialmente idônea. Fato que jáfoi registrado no Projeto Prometheus. Homologação do arquivamento.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação doarquivamento, nos termos do voto do(a) relator(a).

054. Processo: 1.30.001.004536/2019-18 - Eletrônico Voto: 6589/2019 Origem: PROCURADORIA DAREPÚBLICA - RIO DE JANEIRO

Relator(a): Dr(a) LUIZA CRISTINA FONSECA FRISCHEISEN

Ementa: Notícia de Fato instaurada a partir de diversas manifestações apresentadas na Sala deAtendimento ao Cidadão, onde o noticiante relata uma série de fatos desconexos e que teria sidoinstalado em seu corpo um dispositivo que o faz ouvir vozes. Revisão de arquivamento (LC nº75/93, art. 62, IV). Narrativa manifestamente desconexa, sem qualquer ligação lógica e verossímilentre os indivíduos apontados e supostas práticas criminosas. Fatos relatados de forma vaga egenérica, desacompanhados de elementos de informação capazes de possibilitar umainvestigação idônea. Inexistência de elementos mínimos que justifiquem o prosseguimento da

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ATA DA 755ª SESSÃO DE REVISÃO PGR-00561788/2019

persecução penal. Homologação do arquivamento.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação doarquivamento, nos termos do voto do(a) relator(a).

055. Processo: 1.30.020.000365/2019-20 - Eletrônico Voto: 6520/2019 Origem: PROCURADORIA DAREPÚBLICA NO MUNICÍPIO DES.GONÇ/ITABOR/MAGE

Relator(a): Dr(a) LUIZA CRISTINA FONSECA FRISCHEISEN

Ementa: Notícia de Fato. Possível ocorrência do crime de estelionato qualificado (CP, art. 171, § 3º).Correntista da Caixa Econômica Federal informou a existência de débitos em razão do uso decartão de crédito, mas alegou sequer ter recebido tal cartão. Revisão de arquivamento (LC nº75/93, art. 62, IV). A CEF encaminhou cópia do procedimento de ressarcimento dos valorescontestados, mas não apresentou informações acerca do provável autor do fato. Ausência deindícios mínimos de autoria delitiva. Inexistência de diligências capazes de modificar o panoramaprobatório atual. Homologação do arquivamento, sem prejuízo do disposto no art. 18 do CPP.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação doarquivamento, nos termos do voto do(a) relator(a).

056. Processo: 1.33.000.001024/2019-06 - Eletrônico Voto: 6443/2019 Origem: PROCURADORIA DAREPÚBLICA - SANTA CATARINA

Relator(a): Dr(a) LUIZA CRISTINA FONSECA FRISCHEISEN

Ementa: Notícia de Fato instaurada a partir de manifestação ofertada perante a Sala de Atendimento aoCidadão, na qual A.K.N., na condição de Corregedor do CREMESC, solicita a abertura de açãopenal por calúnia (CP, art. 138 c/c o art. 141, II e III), em face de L.de S.M.A., que, ao protocolizarexpediente requerendo o seu Registro de Qualificação de Especialista (RQE) em Ortopedia eTraumatologia, teria renovado acusações ao noticiante, conforme termos do boletim deocorrência. Revisão de arquivamento (LC nº 75/93, art. 62, IV). Segundo o Procurador oficiante, onúcleo dos fatos envolve a insistente postulação do representado ao CREMESC para verreconhecida sua especialidade médica. A partir do reiterado insucesso na via administrativa,também por manejar vias inadequadas para sua pretensão, o representado teria começado adenegrir a honra/reputação do Corregedor do CREMESC, bem como dos demais conselheiros emum grupo de e-mail de médicos, em um requerimento encaminhado ao representante comoconselheiro e ainda em mensagem enviada por meio do WhatsApp. No tocante ao 1º fato(ofensas em e-mails de médicos), tem-se que, não obstante prestar-se tal documento como provade materialidade, a persecução penal de crimes contra a honra funcional é condicionada àrepresentação do ofendido que delimite, no lugar e tempo em que proferidas as ofensas, ostrechos que considera ofensivos. Não cabe ao Ministério Público apreciar a íntegra dessedocumento e selecionar, por si, o que seria ofensivo e calunioso e, por isso, tais mensagens de e-mails não se prestam ao fim pretendido pelo representante. Quanto ao 2º fato (requerimento aorepresentante na condição de conselheiro), colhe-se aqui apenas uma ofensa, equivalente a umadúvida alusiva à imparcialidade do servidor, a quem se julga ter a mera qualidade de prevaricador.A ofensa, assim, é tecnicamente injúria, não é calúnia. Porém, a ofensa à honra subjetiva, injúriaassacada pela parte em juízo ou em processo administrativo, quando relacionada ao contexto dacausa defendida, é imune, por inteligencia do art. 142, I, do CP. Relativamente ao 3º fato(mensagem enviada ao noticiante pelo WhatsApp), a conduta parece ser passível de persecuçãopenal como ameaça, mas tomar contra alguém medidas cabíveis, como queixa, registro deocorrência e outras, pode acarretar para o representado um mal, porém não é por si algo injusto.Se for algo praticado injustamente, ofenderá bem jurídico diverso (Administração da Justiça), soba figura da denunciação caluniosa, que apresenta requisitos específicos, entre os quais o fato dea provocação à autoridade efetivamente existir, e não ser apenas objeto de ameaça. Portanto, nãohá no acervo de fatos delimitados pelo representante base para eventual denúncia por crimecontra sua honra funcional na forma requerida. Materialidade delitiva não evidenciada. Falta dejusta causa para prosseguir na persecução penal. Homologação do arquivamento.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação do

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arquivamento, nos termos do voto do(a) relator(a).

057. Processo: 1.34.001.008486/2019-07 - Eletrônico Voto: 6398/2019 Origem: PROCURADORIA DAREPÚBLICA - SÃO PAULO

Relator(a): Dr(a) LUIZA CRISTINA FONSECA FRISCHEISEN

Ementa: Notícia de Fato autuada apurar possível prática de sonegação fiscal (art. 1º da Lei 8.137/90).Investigado que teria deduzido falsas despesas médicas, odontológicas e fisioterápicas nasdeclarações de ajuste anual do imposto de renda dos exercícios de 2003 a 2007. O valor total docrédito tributário lançado pela Receita Federal do Brasil é de R$ 20.955,97. Promoção dearquivamento com base na aplicação do princípio da insignificância, sob o argumento de quequando se considera separadamente cada exercício financeiro (ou cada fato criminoso), o que sevê é que nenhuma das sonegações perpetradas pelo investigado supera R$ 20.000,00. Revisãode arquivamento (art. 62, IV da LC 75/93). Enunciado n° 49 da 2ª CCR: Aplica-se o princípio dainsignificância penal ao descaminho e aos crimes tributários federais, quando o valor do débitodevido à Fazenda Pública decorrente da conduta formalmente típica não seja superior a R$20.000,00, ressalvada a reiteração na mesma modalidade criminosa, ocorrida em períodos de até5 (cinco) anos. (Aprovado na 150ª Sessão de Coordenação, de 07/05/2018.) Débito tributário queultrapassa minimamente o limite de R$ 20.000,00 (vinte mil reais). Aplicação do disposto no art.20 da Lei nº 10.522/2002, com as atualizações efetivadas pelas Portarias nº 75 e 130, ambas doMinistério da Fazenda. Homologação do arquivamento.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação doarquivamento, nos termos do voto do(a) relator(a).

058. Processo: 1.34.021.000295/2019-51 - Eletrônico Voto: 6533/2019 Origem: PROCURADORIA DAREPÚBLICA NO MUNICÍPIO DEJUNDIAI-SP

Relator(a): Dr(a) LUIZA CRISTINA FONSECA FRISCHEISEN

Ementa: Notícia de Fato. Possível prática do crime previsto no art. 334-A, §1°, IV, do CP. Informação deque, em 2014, a investigada foi surpreendida em duas ocasiões comercializando cigarros deorigem estrangeira, desacompanhados da documentação comprobatória de sua regularintrodução no país. Foram encontrados 07 maços na primeira apreensão e 08 maços na segundaapreensão. O Procurador da República oficiante promoveu o arquivamento, em razão daaplicação do princípio da insignificância. Revisão de arquivamento (LC nº 75/93, art. 62, IV).Acompanho o entendimento da Sétima e Oitava Turmas do Tribunal Regional Federal da 4ªRegião, que, em julgados recentes deliberaram pela aplicação do princípio da insignificância aocrime de contrabando de cigarros, utilizando o parâmetro de 01 (uma) caixa, ou seja, 500(quinhentos) maços. Precedentes da Sétima Turma do TRF4 (RCCR 5002984-04.2016.404.7002,julgado em 04/07/2017; ACR 5006844-19.2016.4.04.7000, juntado aos autos em 22/08/2018, ACR5002280-67.2016.4.04.7009, juntado aos autos em 22/08/2018) e da Oitava Turma do TRF4 (ACR5004877-30.2016.4.04.7002, juntado aos autos em 27/08/2018). Dessa forma, a quantidadeapreendida foi inferior ao parâmetro adotado. A simples existência de maus antecedentes penais,sem a devida e criteriosa verificação da natureza desses atos pretéritos, não pode servir debarreira automática para a aplicação do princípio da insignificância. Precedentes STF: HC123533, Tribunal Pleno, DJe-030 18/02/2016; HC 101074, Segunda Turma, Dje 30/04/2010.Precedente STJ: EREsp 1217514/RS, Terceira Seção, DJe 16/12/2015. Aplicação do princípio dainsignificância. Homologação do arquivamento.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação doarquivamento, nos termos do voto do(a) relator(a).

059. Processo: 1.34.021.000389/2019-20 - Eletrônico Voto: 6372/2019 Origem: PROCURADORIA DAREPÚBLICA NO MUNICÍPIO DEJUNDIAI-SP

Relator(a): Dr(a) LUIZA CRISTINA FONSECA FRISCHEISEN

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ATA DA 755ª SESSÃO DE REVISÃO PGR-00561788/2019

Ementa: Notícia de Fato autuada para apurar suposto delito de estelionato majorado (CP, art. 171, § 1º).De acordo com a representação, empresa privada fez dispensa de empregados para liberarseguro desemprego e FGTS mas mantém os mesmos funcionários trabalhando sem anotação naCTPS. Promoção de arquivamento: O MPT, receptor originário da representação não compartilhouconosco qualificação do representante. Na representação, o representante não informa osenvolvidos. Considerando o teor do art. 27 da nefasta Lei de Abuso de Autoridade, é crimerequisitar "instauração ou instaurar procedimento investigatório de infração penal ouadministrativa, em desfavor de alguém, à falta de qualquer indício da prática de crime, de ilícitofuncional ou de infração administrativa." À luz desse dispositivo citado, a representação, na formaque recebemos, não se presta, dessa forma, a desencadear qualquer tipo de procedimentoinvestigatório, sob pena deste signatário cometer ilícito. Nem se alegue que a lei em questão nãoentrou em vigor. Não é porque um ilícito - assim considerado no ordenamento jurídico - ainda nãopode ser aplicado como ilícito penal que ele deixa de ser ilícito lato sensu. Revisão dearquivamento (LC nº 75/93, art. 62, IV). Ausência de elementos mínimos da materialidade delitivajustificadores do prosseguimento das investigações. Homologação do arquivamento.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação doarquivamento, nos termos do voto do(a) relator(a).

060. Processo: 1.35.000.001410/2019-15 - Eletrônico Voto: 6367/2019 Origem: PROCURADORIA DAREPÚBLICA -SERGIPE/ESTANCIA/ITABAIANA

Relator(a): Dr(a) LUIZA CRISTINA FONSECA FRISCHEISEN

Ementa: Notícia de Fato autuada a partir de expediente da Corregedoria Regional da Polícia Federal emSergipe, dando conta do despacho desfavorável à instauração de Inquérito Policial, com base nainformação da Delegacia de Repressão à Corrupção e Crimes Financeiros de Sergipe referente àsuposta prática do crime de porte ilegal de arma de fogo de uso restrito, em tese perpetrada pormecânico de helicóptero. Revisão de arquivamento (LC nº 75/93, art. 62, IV). Conforme ainformação encaminhada, em 04/10/2019, o Serviço de Segurança Aeroportuária foi acionadopelo canal de tripulantes do Aeroporto Santa Maria para averiguar suposta presença de armadetectada em bagagem de mão de mecânico de helicóptero, tendo constatado a presença de 01(uma) pistola Glock G22 com brasão da Secretaria de Segurança Pública do Estado de Sergipe,sobre a qual afirmou o portador não ter conhecimento, alegando, em contrapartida, que poderiapertencer a alguns amigos do Grupo Aéreo Tático da SSP/SE, com os quais havia jantado nanoite anterior. Assim sendo, o mecânico investigado efetuou contatos telefônicos, tendo obtido ainformação de que a arma pertencia a um piloto do Grupo Aéreo Tático da SSP/SE, o qual afirmouter colocado a arma por engano em sua mochila. Em seguida, precisamente 15 minutos após, oaludido piloto compareceu à sala de plantão da Delegacia de Repressão à Corrupção e CrimesFinanceiros de Sergipe, oportunidade na qual apresentou o registro original da arma, assim comoa sua mochila idêntica à portada pelo mecânico , e confirmou que, na noite anterior, ao chegarem um jantar na casa de um colega, retirou a arma e a colocou na mochila que acreditava sersua, só tendo percebido o engano após a ligação do investigado. In casu, considerando os fatosalegados pelo noticiante, verifica-se que a conduta típica a ser investigada, em tese, seria a daprática do delito configurado pelo porte ilegal de arma de fogo de uso restrito, tipificado no art. 16,caput, da Lei nº 10.826/2003. Todavia, no contexto dos autos, nota-se que a conduta perpetrada éatípica. Isso porque, conforme infere-se do relato fático, o agente não teve a intenção deliberadade portar, de modo ilegal, arma de fogo, a qual foi colocada em sua mochila por engano, conformenarrativa dos envolvidos, não havendo previsão de forma culposa para o tipo penal. A situaçãodescrita mostra um evidente caso de erro de tipo inevitável, o qual, por consequência, exclui oelemento subjetivo do tipo e, portanto, a tipicidade da conduta. Homologação do arquivamento.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação doarquivamento, nos termos do voto do(a) relator(a).

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Outras deliberações(Arquivamento)

061. Processo: 1.34.002.000154/2019-66 - Eletrônico Voto: 39/2019 Origem: PROCURADORIA DAREPÚBLICA NO MUNICÍPIO DEARACATUBA-SP

Relator(a): Dr(a) LUIZA CRISTINA FONSECA FRISCHEISEN

Ementa: Voto-vista. Notícia de fato autuada a partir de manifestação recebida na Sala de Atendimento aoCidadão, noticiando a possível malversação de recursos públicos repassados pelo SUS àinstituição hospitalar privada. Relato de fraudes em convênio, apropriação do FGTS dosservidores, má prestação de serviços aos pacientes e utilização do nosocômio como cabide deemprego por políticos. Revisão de arquivamento (LC nº 75/93, art. 62, inc. IV). Matéria afeta à 5ªCâmara de Coordenação e Revisão (Combate à Corrupção), nos termos da Resolução CSMPF n°148, de 1° de abril de 2014, publicada em 24/04/2014, que estabelece em seu art. 2°, § 5°: À 5ªCâmara de Coordenação e Revisão incumbe atuar nos feitos relativos aos atos de improbidadeadministrativa previstos na Lei 8429/92 e conexos, bem como nos crimes previstos no Capítulo I,do Título XI, do Código Penal (crimes praticados por funcionário público contra a administraçãoem geral), exceto nos enunciados nos artigos 323 e 324); nos previstos nos artigos 332, 333 e335, do Capítulo II, do Título XI, do Código Penal (crimes praticados por particular contra aadministração em geral); nos enumerados no Capítulo II-A, do Título XI, do Código Penal (crimespraticados por particular contra a administração pública estrangeira); nos enumerados no Decreto-Lei nº 201/67 (crimes de responsabilidade de prefeitos e vereadores); nos previstos nos artigos 89a 98, da Seção III, do Capítulo IV, da Lei 8666/93 (Lei das Licitações) e seus conexos. Remessados autos à 5ª Câmara de Coordenação e Revisão (Combate à Corrupção).

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela remessa dos autos à5ª Câmara de Coordenação e Revisão do MPF, para análise de matéria de sua atribuição, nostermos do voto-vista da Dra. Luiza Cristina Fonseca Frischeisen. O Dr. Juliano Baiocchi Villa-Verde de Carvalho aderiu aos termos do voto-vista. Participou da votação o Dr. Rogério JoséBento Soares do Nascimento.

Relator: Dr. JOSE ADONIS CALLOU DE ARAUJO SA

ORIGEM JUDICIAL

NÃO PADRÃO

062. Processo: JF-GRU-0002320-47.2018.4.03.6119-INQ

Voto: 5770/2019 Origem: JUSTIÇA FEDERAL - 19ªSUBSEÇÃO JUDICIÁRIA -GUARULHOS/SP

Relator(a): Dr(a) JOSE ADONIS CALLOU DE ARAUJO SA

Ementa: Inquérito Policial. Suposta prática do crime de uso de documento falso (CP, art. 304). Notícia deque o investigado, natural da Guiana Francesa, foi surpreendido no Aeroporto Internacional deGuarulhos/SP tentando embarcar para o Canadá utilizando passaporte francêsfalsificado/adulterado. Segundo informações da Polícia Federal, houve também a falsificação docarimbo do serviço de imigração brasileiro em Oiapoque/AP. O Procurador oficiante manifestou-sepelo arquivamento, por entender que se trata de hipótese excepcional de reconhecimento deinexigibilidade de conduta diversa, tendo em vista que o investigado é pessoa proveniente de paíspobre, em momento de crise econômica e social, que estava apenas de passagem pelo Brasil embusca de refúgio no Canadá. Discordância do Magistrado. Remessa dos autos nos termos do art.28 do CPP. No atual estágio da investigação, admitir-se-ia o arquivamento ante a ausência deelementos mínimos de autoria e/ou materialidade delitiva, após esgotadas as diligênciasinvestigatórias, ou se demonstrada a ocorrência de causa excludente da ilicitude ou extintiva dapunibilidade. Não é o caso dos autos. Conforme pontuado pelo Juízo de primeiro grau, não sepode dizer que a conduta imputada ao investigado esteja amparada pela inexigibilidade deconduta diversa, visto que a causa excludente da culpabilidade só pode ser aferida após suadevida comprovação e ao longo da instrução processual. Arquivamento prematuro. Não

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homologação do arquivamento e designação de outro membro do MPF para prosseguir napersecução penal.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à maioria, deliberou pela não homologação dearquivamento, nos termos do voto do(a) relator(a). Restou vencida a Dra. Luiza Cristina FonsecaFrischeisen. Participou da votação o Dr. Juliano Baiocchi Villa-Verde de Carvalho.

Relator: Dr. JULIANO BAIOCCHI VILLA-VERDE DE CARVALHO

Nos processos de relatoria do Dr. JULIANO BAIOCCHI VILLA-VERDE DE CARVALHO participaram da votação aDr.ª Luiza Cristina Fonseca Frischeisen, titular do 1º Ofício, e o Dr. Rogério José Bento Soares, suplente do 2ºOfício.

ORIGEM JUDICIAL

NÃO PADRÃO

063. Processo: JF-SOR-IP-0001306-21.2019.4.03.6110

Voto: 6623/2019 Origem: JUSTIÇA FEDERAL - 10ªSUBSEÇÃO JUDICIÁRIA -SOROCABA/SP

Relator(a): Dr(a) JULIANO BAIOCCHI VILLA-VERDE DE CARVALHO

Ementa: Após análise dos autos, adiro integralmente aos fundamentos expostos pelo relator quanto a nãohomologação do declínio de atribuições, e voto pela não homologação do arquivamento eprosseguimento da persecução penal somente em relação ao investigado B.A.S.R, tendo em vistaque com relação aos outros investigados o Juízo Federal acatou os fundamentos expostos peloProcurador da República oficiante para arquivar a investigação.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela não homologação dodeclínio e, à maioria pela não homologação do arquivamento, nos termos do voto-vencedorproferido pelo Dr. Juliano Baiocchi Villa-Verde de Carvalho, restando vencida, em parte quanto aoarquivamento, a Drª Luiza Cristina Fonseca Frischeisen. A advogada Amélia Emy RebouçasImasaki (OAB 286435) acompanhou a sessão e apresentou memoriais.

064. Processo: JF/PE-0820614-79.2019.4.05.8300-INQ - Eletrônico

Voto: 6478/2019 Origem: JUSTIÇA FEDERAL -SEÇÃO JUDICIÁRIA DO ESTADODE PERNAMBUCO

Relator(a): Dr(a) JULIANO BAIOCCHI VILLA-VERDE DE CARVALHO

Ementa: Inquérito Policial instaurado para apurar possível prática do crime de falso testemunho (art. 342 doCP) em depoimento prestado perante o Juízo da Vara do Trabalho. Contradição verificada entreas declarações prestadas pela testemunha e pelo reclamante, concernentes a jornada detrabalho. O Procurador oficiante promoveu o arquivamento fundado na inexistência dematerialidade. Discordância do magistrado. Aplicação do art. 28 do CPP c/c art. 62, inc. IV da LCnº 75/93. Relato testemunhal que não teve o condão de interferir no desfecho da lide, pois o juízorejeitou o depoimento. Apesar das informações prestadas pela testemunha não corresponderemàs informações constantes dos autos, constata-se que seu depoimento se baseou nos fatos quejulgava verdadeiros. Em depoimento prestado a autoridade policial afirmou que houve equívocoem seu depoimento em relação a jornada de trabalho, mas que não teve o dolo de falsear averdade, reiterando a existência de jornada extraordinária de trabalho que observou-se sercompatível com a alegada pelo reclamante na inicial. Ademais, o representante da empresaafirmou nos autos trabalhista que não havia controle da jornada dos empregados, o que tornadifícil a comprovação da materialidade do crime de falso testemunho, por não haver indícios paradesacreditar o depoimento do investigado. Ausência de materialidade e potencialidade lesiva.Declaração juridicamente irrelevante para o deslinde da causa. Precedentes do STJ: AgRg noREsp 1121653/PR, Rel. Min. Jorge Mussi, Quinta Turma, DJe 11/10/2011. Precedente 2ª CCR: IPL0006438-43.2016.4.01.3807, Sessão nº 675, 03/04/2017, unânime. Insistência no arquivamento.

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ATA DA 755ª SESSÃO DE REVISÃO PGR-00561788/2019

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação doarquivamento, nos termos do voto do(a) relator(a).

065. Processo: JF/PR/CAS-5009545-30.2019.4.04.7005-SEM_SIGLA -Eletrônico

Voto: 6161/2019 Origem: JUSTIÇA FEDERAL -SUBSEÇÃO JUDICIÁRIA DECASCAVEL

Relator(a): Dr(a) JULIANO BAIOCCHI VILLA-VERDE DE CARVALHO

Ementa: Inquérito Policial. Possível prática dos crimes descritos nos arts. 298 e 304 do CP. Relato de quedois advogados, em conluio com o irmão do representante, teriam falsificado sua assinatura(procuração assinada em 19/04/2005) outorgando poderes para os advogados ingressarem comAção de Execução de Título Judicial contra a CEF, onde houve o levantamento de valores pelorepresentados, tendo posteriormente a Caixa revertido a decisão judicial e o representantecondenado a arcar com parte do prejuízo. Promoção de arquivamento com base prescrição dapretensão punitiva, haja vista que a procuração falsa dataria de 19/04/2005. Discordância doJuízo da 5ª Vara Federal de Cascavel/PR, por constar informação nos autos que o representantesó teve ciência da falsidade em 13/03/2009, sendo este o termo inicial para a contagem do prazoprescricional. Remessa dos autos nos termos do art. 28 do CPP c/c o art. 62, IV, da LC nº 75/93.De fato, o marco inicial de contagem do prazo prescricional para crime de falsidade se verifica apartir da data em que o fato se tornou conhecido. Precedente STJ (AgRg no Resp 1382216/SP,Joel Ilan Paciornik, Quinta Turma, Dje 12/09/2018. Assim, havendo nos autos informação de que orepresentante só tomou ciência dos fatos em 13/03/2009, não há que falar em prescrição dapretensão punitiva estatal, sendo necessário se confirmar tal afirmação, no que o arquivamentodos autos no atual momento mostra-se prematuro. Designação de outro membro do MPF paraprosseguir na persecução penal.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela não homologação dearquivamento, nos termos do voto do(a) relator(a).

066. Processo: JF-SOR-5003787-66.2019.4.03.6110-PICMP - Eletrônico

Voto: 6212/2019 Origem: JUSTIÇA FEDERAL - 10ªSUBSEÇÃO JUDICIÁRIA -SOROCABA/SP

Relator(a): Dr(a) JULIANO BAIOCCHI VILLA-VERDE DE CARVALHO

Ementa: Procedimento investigatório instaurado para apurar suposto abandono de imóvel adquirido porparticular através do Programa Minha Casa Minha Vida. O Procurador da República atuante naPRM de Sorocaba, por entender que a conduta configura possível prática do crime previsto no art.20 da Lei nº 7.492/86, solicitou o encaminhamento dos autos a uma das varas especializadas emjulgamento de crimes contra o sistema financeiro nacional em São Paulo. Discordância do JuizFederal, considerando que os fatos configuram o crime de estelionato, cuja competência paraapuração é da Subseção Judiciária de Sorocaba. Remessa dos autos nos termos do art. 28 doCPP. Da análise dos autos, verifica-se que não há nos autos indícios mínimos acerca de possíveltransferência irregular do imóvel a terceiro. Inexistência, até o momento, de elementos queindiquem a prática de crime. Fatos que foram comunicados à Caixa Econômica Federal, a quemcompete a adoção das providências administrativas e judiciais no âmbito cível em relação aoimóvel vazio. Falta de justa causa para prosseguimento da persecução penal. No mesmo sentido,precedente deste Colegiado: 0002037-51.2018.4.03.6110, 730ª Sessão de Revisão, de26/11/2018, unânime. Promoção de declínio que se recebe como arquivamento. Homologação doarquivamento.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação doarquivamento, nos termos do voto do(a) relator(a).

067. Processo: JF/SP-0005224-48.2018.4.03.6181-INQ

Voto: 6434/2019 Origem: JUSTIÇA FEDERAL -SEÇÃO JUDICIÁRIA DO ESTADODE SÃO PAULO/SP

Relator(a): Dr(a) JULIANO BAIOCCHI VILLA-VERDE DE CARVALHO

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ATA DA 755ª SESSÃO DE REVISÃO PGR-00561788/2019

Ementa: Inquérito policial instaurado para apurar o crime de contrabando (CP, art. 334-A). Apreensão de340 maços de cigarros de origem estrangeira, sem comprovação da regular introdução noterritório nacional. A Procuradora oficiante requereu o arquivamento com base no princípio dainsignificância. Discordância do Juízo Federal. CPP, art. 28. No caso subexamine verifica-se que aquantidade apreendida em poder do investigado é suficiente para caracterização do crime decontrabando. Observância dos termos da Orientação nº 25/16 da 2ª CCR, segundo a qualprocede-se ao arquivamento de investigações criminais referentes a condutas que se adéquem aocontrabando de cigarros quando a quantidade apreendida não superar 153 (cento e cinquenta etrês) maços de cigarros, seja pela diminuta reprovabilidade da conduta, seja pela necessidade dese dar efetividade à repressão ao contrabando de vulto, ressalvada a reiteração de condutas quecobra a persecução penal. Hipótese, contudo, em que se revela inviável o arquivamento do IPL,pois a quantidade apreendida com o investigado (340 maços) supera o mencionado patamar,evidenciando quantidade incompatível com o mero consumo pessoal. Designação de outromembro do Ministério Público Federal. Prosseguimento da persecução penal.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, a maioria, deliberou pela não homologação dearquivamento, nos termos do voto do(a) relator(a). Restou vencida a Dra. Luiza Cristina FonsecaFrischeisen, que juntou voto. Participou da votação o Dr. Rogério José Bento Soares doNascimento.

068. Processo: JF/SP-0007161-59.2019.4.03.6181-INQ

Voto: 6394/2019 Origem: JUSTIÇA FEDERAL -SEÇÃO JUDICIÁRIA DO ESTADODE SÃO PAULO/SP

Relator(a): Dr(a) JULIANO BAIOCCHI VILLA-VERDE DE CARVALHO

Ementa: Inquérito policial. Crime de sonegação de contribuição previdenciária (CP, art. 337-A) praticado,em tese, pelos responsáveis legais de cooperativa. Crédito definitivamente constituído , com osvalores consolidados de R$ 65.657,36, R$ 17.859,47 e R$ 385.806,94. Promoção dearquivamento sob o argumento de que não restou identificado nos depoimentos dos responsáveislegais da cooperativa quem seria os efetivos responsáveis pelas omissões fraudulentas relativasao Fisco. Discordância do Magistrado, tendo em vista a existência de indícios de materialidade eautoria delitivos graves. Aplicação do art. 28 do CPP c/c art. 62, IV da LC 75/93. Como bemsalientou a Procuradora da República oficiante, nos crimes societários não se exige a plenadescrição individualizada da conduta de cada acusado, bastando a narrativa do fato delituoso e aindicação da suposta participação do agente. Nesse viés, não se descarta de imediato aresponsabilidade dos gestores da cooperativa, mesmo que estes tenham indicado R.M comoadministrador de fato da cooperativa. Nessa esteira, o fato de R.M não ter sido localizado pelaautoridade policial para prestar depoimento, não inviabiliza o oferecimento de denuncia em seudesfavor quando presente nos autos elementos que indicam a responsabilidade do investigado nocrime investigado. De qualquer modo, apenas seria admitido o arquivamento dos autos nopresente momento, se ausentes elementos mínimos da autoria e/ou da materialidade delitivas,após esgotadas as diligências investigatórias, ou se existente demonstração inequívoca, segura econvincente de causa excludente da ilicitude ou extintiva da punibilidade. Não é o caso dos autos.No caso, a responsabilidade de cada agente deverá ser melhor auferida no curso da instruçãocriminal, quando se oportunizará a completa produção de provas, submetidas ao contraditório eampla defesa. Designação de outro membro do Ministério Público Federal para prosseguir napersecução penal.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela não homologação dearquivamento, nos termos do voto do(a) relator(a).

069. Processo: JF-GRU-0000845-22.2019.4.03.6119-INQ

Voto: 6236/2019 Origem: JUSTIÇA FEDERAL - 19ªSUBSEÇÃO JUDICIÁRIA -GUARULHOS/SP

Relator(a): Dr(a) JULIANO BAIOCCHI VILLA-VERDE DE CARVALHO

Ementa: AÇÃO PENAL. OFERECIMENTO DE DENÚNCIA PELA PRÁTICA DOS CRIMES PREVISTOSNOS ARTS. 304 C/C 297, AMBOS DO CP. DESCLASSIFICAÇÃO DA CONDUTA PELO

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ATA DA 755ª SESSÃO DE REVISÃO PGR-00561788/2019

MAGISTRADO PARA O CRIME PREVISTO NO ART. 308 DO CP. INSISTÊNCIA NACAPITULAÇÃO. REMESSA DOS AUTOS A ESTE COLEGIADO PARA ANÁLISE DACAPITULAÇÃO PROPOSTA E OFERTA DA TRANSAÇÃO PENAL. MATÉRIA NÃO AFETA ÀALÇADA DESTA 2ª CCR. ATUAÇÃO DEVIDAMENTE EXARADA PELO PROCURADOROFICIANTE. INDEPENDÊNCIA FUNCIONAL. INTELIGÊNCIA DO ART. 383 DO CPP. NÃOCONHECIMENTO DA REMESSA. 1. Trata-se de Ação penal na qual foi oferecida denúncia pelaprática dos crimes previstos nos arts. 304 c/c 297, ambos do Código Penal, em virtude daapresentação de passaporte materialmente verdadeiro pelo réu, com o nome de outrem, e comaposição de carimbo inautêntico da Polícia Federal. 2. Antes do recebimento da denuncia, oMagistrado abriu vista ao MPF para eventual reclassificação da conduta para o crime previsto noart. 308 do Código Penal, por entender que a existência de carimbo inautêntico no passaporte éum indiferente. 3. Insistência na capitulação pelo MPF, sob o entendimento de que a conduta éjuridicamente relevante, tendo em vista que diz respeito a legalidade/regularidade da permanênciade estrangeiro em território brasileiro. 4. Remessa dos autos a esta 2ª Câmara de Coordenação eRevisão pelo magistrado, tendo em vista que a nova capitulação enseja a possibilidade de ofertade transação penal. 5. Dissenso que recai em torno da tipificação dos fatos, após oferecimento dadenúncia e antes da sentença, hipótese não disciplinada no art. 62 da LC nº 75/93, nem noCódigo de Ritos Penais. 6. Devida atuação ministerial, no uso de sua independência funcional.Conforme previsão legal disposta no art. 383 do CPP, quando da sentença (momento, em regra,oportuno), se, em consequência de definição jurídica diversa, houver possibilidade de proposta desursis/transação penal, o juiz procederá de acordo com o disposto na lei. 7. Se o Parquet insistirna tipificação e recusar a oferecer o instituto, ao apresentar razões de apelação ao Órgão Judicialad quem, cabe, pois, ao Tribunal competente decidir acerca da capitulação delitiva, e, dada ajudicialização do caso, ao final, então, o Membro ministerial analisará, tão só, os requisitossubjetivos para agraciar o agente, ou não, com a benesse mencionada, podendo esta CâmaraCriminal decidir acerca de eventual divergência sobre o atendimento de tais requisitos subjetivos,nos moldes do Verbete Sumular nº 696 da Corte Maior. 8. Não conhecimento da remessa.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pelo não conhecimento daremessa, nos termos do voto do(a) relator(a).

ORIGEM INTERNA

NÃO PADRÃO

070. Processo: 1.00.000.020900/2019-36 - Eletrônico Voto: 6459/2019 Origem: PROCURADORIA DAREPÚBLICA NO MUNICÍPIO DEBAURU/AVARE/BOTUCA

Relator(a): Dr(a) JULIANO BAIOCCHI VILLA-VERDE DE CARVALHO

Ementa: CONFLITO NEGATIVO DE ATRIBUIÇÕES. DIVERGÊNCIA ENTRE PROCURADOR DAREPÚBLICA E PROCURADOR REGIONAL DA REPÚBLICA QUANTO AO OFERECIMENTO DECONTRARRAZÕES A RECURSO DE APELAÇÃO DEFENSIVO ARRAZOADO NA FORMA DOART. 600, § 4º, DO CPP. CONFLITO CONHECIDO PARA DECLARAR A ATRIBUIÇÃO DA PRRDA 3ª REGIÃO. 1. Cuida-se de Ação Penal em fase de apelação. O Procurador Regional daRepública oficiante na PRR da 3ª Região requereu nos autos a intimação do defensor do apelantepara apresentação de suas razões recursais, bem como a remessa dos autos ao MinistérioPúblico Federal em 1º grau para oferecimento das respectivas contrarrazões. 2. O Procurador daRepública oficiante na PRM ' Bauru/SP suscitou o presente conflito negativo de atribuições,aduzindo o seguinte: quando as razões recursais são veiculadas diretamente na 2ª instância, cabeà Procuradoria Regional da República oferecer as correspondentes contrarrazões, citando,inclusive, precedentes desta 2ª CCR. 3. Conforme bem asseverado pelo Procurador da Repúblicasuscitante, a atribuição para oficiar, no presente caso, cabe ao membro do MPF oficiante peranteo Tribunal Regional Federal da 3ª Região, nos termos do art. 600, § 4º, do CPP c/c os arts. 68 e70, ambos da LC nº 75/93. 4. Com a prolação da sentença condenatória e a apresentação dasrazões recursais no Tribunal ad quem, resta exaurida a jurisdição do Juízo de primeiro grau e,consequentemente, a atribuição do membro do Parquet para oficiar no feito, haja vista que nãopossui, em tese, capacidade postulatória perante o TRF. Assim, somente um Procurador Regionalda República poderá contra-arrazoar os recursos apresentados. 5. Ao que se tem nos autos, a

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ATA DA 755ª SESSÃO DE REVISÃO PGR-00561788/2019

defesa se reservou ao direito de arrazoar os recursos de apelação perante o TRF da 3ª Região,cabendo, portanto, a um Procurador Regional da República apresentar as devidas contrarrazões.Ressalte-se que o retorno dos autos à primeira instância para que o Procurador da Repúblicaofereça peça processual referente a processo que tramita no TRF, além de ferir o princípio daceleridade processual, não tem fundamento legal. 6. Precedentes desta 2ª CCR, nos quais sedecidiu, em casos análogos, pela atribuição da Procuradoria Regional da República para o ofertadas contrarrazões e do parecer: Procedimento nº 1.00.000.012462/2019-32, 747ª SessãoOrdinária, de 12/08/2019; Procedimento nº 1.00.000.000388/2018/21, 708ª Sessão Ordinária, de12/03/2018; Procedimento n° 1.00.000.016699/2015-69, 647ª Sessão Ordinária, de 23/05/2016;Procedimento nº 1.00.000.013859/2014-37, 630ª Sessão Ordinária, de 05/10/2015; todosunânimes; Entendimento corroborado em precedente do CIMPF: Procedimento nº1.21.002.000185/2018-94, 6ª Sessão Ordinária, realizada em 14/08/2019. 7. Conhecimento dopresente conflito negativo de atribuições e, no mérito, por sua procedência para reconhecer aatribuição da PRR da 3ª Região para a oferta das contrarrazões e do parecer.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela atribuição dosuscitado, nos termos do voto do(a) relator(a).

071. Processo: 1.15.000.002248/2019-45 - Eletrônico Voto: 6207/2019 Origem: PROCURADORIA DAREPÚBLICA NO MUNICÍPIO DEOSASCO-SP

Relator(a): Dr(a) JULIANO BAIOCCHI VILLA-VERDE DE CARVALHO

Ementa: Notícia de Fato autuada a partir de representação da Delegacia da Receita Federal do Brasil, emFortaleza/CE, comunicando possível crime de descaminho (CP, art. 334, §1º), em razão daapreensão de mercadoria estrangeira, na sede de transportes e cargas da Empresa de Correios,sem a documentação comprobatória da regular importação. O Procurador da República oficiante,na Procuradoria da República do Ceará, declinou de sua atribuição para a PRM/Osasco/SP, porentender que o crime teria se consumado sob atribuição dessa Procuradoria, já que a remessapartiu de empresa sediada nesse Município, através dos correios, tendo se consumado o crime nolugar da remessa. Ao receber os autos, o membro oficiante da PRM/Osasco entendeu não teratribuição para o caso, já que o crime de descaminho consuma-se no local onde houve aapreensão das mercadorias (Fortaleza/CE). Autos remetidos a esta 2ª CCR/MPF, nos termos doart. 62, VII, da LC nº 75/93. Em que pese a competência do crime de descaminho, já ter sidodebatido no Eg. Superior Tribunal de Justiça, em diversas oportunidades, inclusive, sendo editadapelo Tribunal a Súmula nº 151, bem como foi editado o Enunciado nº 54 pela 2ª CCR/MPF, quefixaram a competência no lugar de apreensão da mercadoria, no caso específico dos autos, aanálise do iter criminis, cometido via postal, no qual a remessa da mercadoria estrangeira foirealizada de outra localidade do território nacional, deve-se fixar a competência, de modoexcepcional, no lugar da remessa da mercadoria e não da apreensão. A competência no caso subexamine firma-se em decorrência do crime ter sido cometido no domicílio do investigado, bemcomo em prestígio aos princípios da razoável duração do processo, da ampla defesa, docontraditório e da identidade física do Juiz, uma vez que a coleta de provas certamente será nolocal da remessa da mercadoria. Precedente: (conflito de atribuições nº 1.15.000.002262/2019-49,julgado na 755ª Sessão ordinária, de 25/11/2019, unânime). Desse modo, a atribuição paraapuração do fato noticiado incumbe à Procuradoria da República em Osasco/SP. Conhecimentodo presente conflito negativo de atribuições e, no mérito, por sua procedência para reconhecer aatribuição do Procurador suscitante para prosseguir nas investigações.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela atribuição dosuscitante, nos termos do voto do(a) relator(a).

072. Processo: 1.22.002.000253/2018-88 - Eletrônico Voto: 6595/2019 Origem: PROCURADORIA DAREPÚBLICA - MINAS GERAIS

Relator(a): Dr(a) JULIANO BAIOCCHI VILLA-VERDE DE CARVALHO

Ementa: CONFLITO DE ATRIBUIÇÕES. NOTICIA DE FATO. POSSÍVEIS CRIMES DE LAVAGEM DEDINHEIRO, ASSOCIAÇÃO CRIMINOSA, FALSIDADE DE DOCUMENTO PARTICULAR E

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ATA DA 755ª SESSÃO DE REVISÃO PGR-00561788/2019

FALSIDADE IDEOLÓGICA. CRIME CONTRA ORDEM TRIBUTÁRIA ANTECEDENTE ÀLAVAGEM DE CAPITAIS. AUSÊNCIA DE CONSTITUIÇÃO DEFINITIVA DO CRÉDITOTRIBUTÁRIO. AUTONOMIA DO CRIME DE LAVAGEM DE CAPITAIS. DESNECESSIDADE DACONSTITUIÇÃO DEFINITIVA DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO PARA O PROSSEGUIMENTO DASINVESTIGAÇÕES. ATRIBUIÇÃO DO PROCURADOR DA REPÚBLICA SUSCITANTE. 1. Noticiade fato instaurada a partir do encaminhamento de Representação Fiscal para Fins Penaisnoticiando o possível cometimento dos crimes de lavagem de dinheiro, associação criminosa,falsidade de documento particular e falsidade ideológica. 2. Consta dos autos que W.C.Cfuncionou como laranja de um esquema, no qual P.O.P valeu-se de notas fiscais fictícias, emitidasem nome de W.C.C, na falsa qualidade de produtor rural, para acobertar a comercialização deprodutos agrícolas em favor de terceiros. Os verdadeiros produtores rurais comercializavam suasproduções e omitiam, ainda que parcialmente, as receitas auferidas, proporcionando-lhes asonegação de tributos. 3. O Procurador da República oficiante na PRM Uberaba/MG promoveu odeclínio de atribuições à PR/MG, por se tratar de ofício especializado para análise do crime delavagem de capitais. 4. O Procurador da República oficiante na PR/MG, por sua vez, suscitou opresente conflito de atribuições, considerando que não haveria indícios da ocorrência do crime delavagem de dinheiro. Para tanto, pontuou que os crimes de falsidade restariam absorvidos pelocrime de sonegação fiscal, pela incidência do princípio da consunção. Nessa esteira,considerando a hipótese do crime de sonegação fiscal figurar como antecedente aobranqueamento de capitais, e inexistir crédito fiscal constituído em desfavor dos grandeprodutores rurais que fizeram uso das notas fiscais ideologicamente falsas em nome de produtorrural laranja, promoveu o arquivamento parcial do feito em relação ao delito de lavagemconsiderando a inexistência de crime antecedente contra a ordem tributária federal. 5. Remessados autos a esta 2ª CCR, nos termos do art. 62, VII, da LC nº 75/93. 6. De início, insta consignar oentendimento quanto a autonomia que o crime de lavagem de capitais possui em relação aosdelitos antecedentes, a viabilizar a continuidade das investigações, mesmo em se tratando decrime antecedente contra a ordem tributária. Precedente STJ (HC 243889/DF, Min Sebastião ReisJúnior, Sexta Turma, 140/05/2013) e 2ª CCR (0019897-92.2018.4.01.3500, Rel. Juliano BaiocchiVilla-Verde de Carvalho, Sessão 735ª de 25/02/2019, unânime). 7. No caso ora em análise,assiste razão ao Procurador suscitado. A Representação Fiscal para Fins Penais traz investigaçãosubstancial e pormenorizada de todo o esquema criminoso, com farta documentação, a subsidiara continuidade das investigações não só do crime de lavagem de capitais mas também deassociação criminosa como delito antecedente. 8. Atribuição do Procurador da Repúblicasuscitante.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela atribuição dosuscitante, nos termos do voto do(a) relator(a).

073. Processo: 1.34.001.003437/2015-46 Voto: 6618/2019 Origem: PROCURADORIA DAREPÚBLICA - SÃO PAULO

Relator(a): Dr(a) JULIANO BAIOCCHI VILLA-VERDE DE CARVALHO

Ementa: Tendo em vista a questão de ordem trazida na Sessão nº 755, de 25/11/2019, no Voto-VistaNº43/2019, Procedimento nº 1.34.001.003434/2015-11, da Subprocuradora-Geral da RepúblicaLuíza Cristina Fonseca Frischeisen, que trata da mesma matéria objeto destes autos, reformulo oentendimento anteriormente proferido no voto Nº 5450/2019 e adiro aos fundamentos expostos noreferido voto-vista para constar desse procedimento a seguinte decisão: VOTO-VISTA.PROCEDIMENTO INVESTIGATÓRIO CRIMINAL. CONFLITO NEGATIVO DE ATRIBUIÇÕES(ART. 62, VII, LC N. 75/93). QUESTÃO RELACIONADA À REPARTIÇÃO DE ATRIBUIÇÕESENTRE OS PROCURADORES DA REPÚBLICA LOTADOS NA PROCURADORIA DAREPÚBLICA EM SÃO PAULO. REGRA GERAL: NÃO REDISTRIBUIÇÃO DE FEITOSCRIMINAIS. FIXAÇÃO DA ATRIBUIÇÃO DA PROCURADORA SUSCITANTE. 1. Trata-se deconflito negativo de atribuições suscitado pelo 6º Ofício criminal da Procuradoria da República noEstado de São Paulo suscitante, em desfavor do Grupo de Combate a Cartéis da mesmaProcuradoria da República suscitado. 2. Consta dos autos que a Procuradora da Repúblicaoficiante no 6º Ofício da Procuradoria da República no Estado de São Paulo (Criminal atuaçãoespecializada em crimes contra o SFN e de lavagem de valores), solicitou a exclusão do Grupo de

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ATA DA 755ª SESSÃO DE REVISÃO PGR-00561788/2019

Combate a Cartéis e redistribuição do acervo sob sua atribuição, ao fundamento de que a Portarianº 1.140/2010 dispõe que os feitos afetos ao referido Grupo demandam atuação exclusiva de seusmembros. 3. Despacho proferido pelo Procurador-Chefe da PR/SP informa a impossibilidade daredistribuição, tendo em vista que houve manifestação contrária do Grupo de Combate a Cartéisquanto ao pleito. 4. Os autos, então, foram remetidos à 2ª Câmara, com base no art. 62, inciso VII,da LC n. 75/93. 5. Manifestação do Coordenador do Grupo de Combate a Cartéis da PR/SP peloindeferimento do pedido de redistribuição promovido pela suscitante. 6. Extrai-se da Resolução nº1, de 12/11/2010, que dispõe sobre a repartição de atribuições entre os Procuradores daRepública lotados na Procuradoria da República em São Paulo: Art. 1º. A repartição de atribuiçõesentre os Procuradores da República na Procuradoria da República em São Paulo (PR/SP) rege-sepelos seguintes princípios: I definição do membro por livre distribuição de processos, de modo agarantir o princípio do promotor natural, ressalvadas as designações do Procurador-Geral daRepública; Art. 22. Não haverá redistribuição de peças informativas criminais quando da entradaem vigor da presente resolução, exceto quanto ao acervo dos procuradores que assumirem bancacível. Art. 25. Os inquéritos distribuídos inicialmente conforme o art. 23 continuarão sob aresponsabilidade do mesmo procurador após a instauração de ação penal e independentementeda Vara Criminal a que forem distribuídos. Art. 28. Não haverá redistribuição do acervo de feitoscriminais que estiverem em gabinete quando da entrada em vigor da presente resolução.Parágrafo único. Após a entrada em vigor desta resolução, os feitos criminais que ingressarem naprocuradoria serão distribuídos conforme as novas regras, sendo garantido o direito depermanência com o que foi antes distribuído em razão da inamovibilidade. Art. 35. O procuradorda área criminal que, por qualquer motivo, se afastar continuamente por mais de 6 meses temdireito de redistribuir o acervo de feitos extrajudiciais que possuir. Quando de seu retorno,receberá peças informativas em número igual ao que redistribuiu. 7. Da leitura da norma acimatranscrita, verifica-se correto o posicionamento do Coordenador do Núcleo Criminal da PR/SP, aoafirmar que a "regra geral é a não modificação de titularidade dos feitos no Único, salvodeliberação expressa. No caso do grupo de combate a cartéis, a adesão é voluntária e a atuaçãonão é exclusiva, sendo pequeno o número de casos distribuídos (embora de alta complexidade)".8. Além disso, há que se ressaltar os esclarecimentos prestados pelo Coordenador do Grupo deCombate a Cartéis da PR/SP: O Grupo de Combate a Cartéis da Procuradoria da República deSão Paulo foi criado em 5 de agosto de 2010 por intermédio da Portaria n. 1.140/2010. Trata-sede Grupo de adesão voluntária, que não revoga ou derroga as regras de distribuição deprocedimentos e de exercício de atribuição ministerial no âmbito da Procuradoria da República deSão Paulo. Vale dizer: o aludido Grupo não constitui um Ofício autônomo; sua existência efuncionamento decorrem da participação dos colegas que acumulam voluntariamente suasfunções decorrentes de Grupos Temáticos. Assim ocorre, como exemplo, no Grupo de Justiça deTransição da PR/SP: os colegas que o deixaram permaneceram com os feitos ante aimpossibilidade de redistribuição. [...] O desligamento a pedido do(a) Procurador(a) da República,como ocorreu no caso concreto, não tem o condão de ensejar a redistribuição de procedimentosvinculados ao Ofício ocupado [...], salvo os casos de promoção, remoção, exoneração, ou,excepcionalmente, deliberação expressa dos membros remanescentes do Grupo Temático. [...] Aprópria Suscitante reconhece que os "feitos encontram-se vinculados ao ofício/grupo e não àpessoa". Ela tem razão. A Suscitante não foi promovida, removida ou exonerada, e, atualmente,ainda ocupa o 6º Ofício, de modo que eventual o deferimento do pedido de redistribuição deprocedimentos do Grupo de Combate a Cartéis acarretará, com a devida licença, a quebra doprocedimento adotado historicamente no âmbito da PR/SP, das regras do Sistema Único, e dopróprio princípio do Promotor Natural. [...] Quando a Portaria 1.140/2010 mencionou "a atribuiçãopara atuar com exclusividade, a partir de agosto de 2010, nos procedimentos extrajudiciais, cíveise criminais, relacionados ao tema, distribuídos a partir daquela data, bem como nos demaisprocessos judiciais para integrarem o referido Grupo", ela pretendeu delimitar, para o crime decartel, o feixe das diversas atribuições ministeriais desempenhadas na PR/SP, ou seja, evitar adistribuição livre para membros não integrantes do mencionado Grupo Temático, sem qualquerderrogação das regras de distribuição vigentes na PR/SP, sobretudo a partir da implantação doSistema Único. 9. Diante do exposto, considerando que a repartição de atribuições entre osProcuradores da República lotados na Procuradoria da República em São Paulo rege-se,prioritariamente, pelo princípio do promotor natural, e que a regra geral é a não redistribuição defeitos criminais, com as exceções previstas nos artigos 22 e 35, voto pelo conhecimento dopresente conflito negativo de atribuições e, no mérito, pela fixação da atribuição da Procuradora

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ATA DA 755ª SESSÃO DE REVISÃO PGR-00561788/2019

da República oficiante no 6º Ofício da Procuradoria da República no Estado de São Paulo(suscitante).

Deliberação: Tendo em vista a questão de ordem suscitada pela Dr.ª Luiza Cristina Fonseca Frischeisen, queapresentou voto-vista nos autos 1.34.001.003434/2015-11, sendo acompanhada em seuentendimento pelo relator do feito, resta prejudicada a decisão do colegiado proferida nestesautos na sessão 750. Assim, em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade,deliberou pela atribuição da suscitante. Participaram da votação a Dr.ª Luiza Cristina FonsecaFrischeisen e o Dr. Rogério José Bento Soares do Nascimento.

074. Processo: 1.34.001.003694/2014-05 Voto: 6621/2019 Origem: PROCURADORIA DAREPÚBLICA - SÃO PAULO

Relator(a): Dr(a) JULIANO BAIOCCHI VILLA-VERDE DE CARVALHO

Ementa: Tendo em vista a questão de ordem trazida na Sessão nº 755, de 25/11/2019, no voto-vistaNº43/2019, Procedimento nº 1.34.001.003434/2015-11, da Subprocuradora-Geral da RepúblicaLuíza Cristina Fonseca Frischeisen, que trata da mesma matéria objeto destes autos, reformulo oentendimento anteriormente proferido no voto Nº 5405/2019 e adiro aos fundamentos expostos noreferido voto-vista para constar desse procedimento a seguinte decisão: VOTO-VISTA.PROCEDIMENTO INVESTIGATÓRIO CRIMINAL. CONFLITO NEGATIVO DE ATRIBUIÇÕES(ART. 62, VII, LC N. 75/93). QUESTÃO RELACIONADA À REPARTIÇÃO DE ATRIBUIÇÕESENTRE OS PROCURADORES DA REPÚBLICA LOTADOS NA PROCURADORIA DAREPÚBLICA EM SÃO PAULO. REGRA GERAL: NÃO REDISTRIBUIÇÃO DE FEITOSCRIMINAIS. FIXAÇÃO DA ATRIBUIÇÃO DA PROCURADORA SUSCITANTE. 1. Trata-se deconflito negativo de atribuições suscitado pelo 6º Ofício criminal da Procuradoria da República noEstado de São Paulo suscitante, em desfavor do Grupo de Combate a Cartéis da mesmaProcuradoria da República suscitado. 2. Consta dos autos que a Procuradora da Repúblicaoficiante no 6º Ofício da Procuradoria da República no Estado de São Paulo (Criminal atuaçãoespecializada em crimes contra o SFN e de lavagem de valores), solicitou a exclusão do Grupo deCombate a Cartéis e redistribuição do acervo sob sua atribuição, ao fundamento de que a Portarianº 1.140/2010 dispõe que os feitos afetos ao referido Grupo demandam atuação exclusiva de seusmembros. 3. Despacho proferido pelo Procurador-Chefe da PR/SP informa a impossibilidade daredistribuição, tendo em vista que houve manifestação contrária do Grupo de Combate a Cartéisquanto ao pleito. 4. Os autos, então, foram remetidos à 2ª Câmara, com base no art. 62, inciso VII,da LC n. 75/93. 5. Manifestação do Coordenador do Grupo de Combate a Cartéis da PR/SP peloindeferimento do pedido de redistribuição promovido pela suscitante. 6. Extrai-se da Resolução nº1, de 12/11/2010, que dispõe sobre a repartição de atribuições entre os Procuradores daRepública lotados na Procuradoria da República em São Paulo: Art. 1º. A repartição de atribuiçõesentre os Procuradores da República na Procuradoria da República em São Paulo (PR/SP) rege-sepelos seguintes princípios: I definição do membro por livre distribuição de processos, de modo agarantir o princípio do promotor natural, ressalvadas as designações do Procurador-Geral daRepública; Art. 22. Não haverá redistribuição de peças informativas criminais quando da entradaem vigor da presente resolução, exceto quanto ao acervo dos procuradores que assumirem bancacível. Art. 25. Os inquéritos distribuídos inicialmente conforme o art. 23 continuarão sob aresponsabilidade do mesmo procurador após a instauração de ação penal e independentementeda Vara Criminal a que forem distribuídos. Art. 28. Não haverá redistribuição do acervo de feitoscriminais que estiverem em gabinete quando da entrada em vigor da presente resolução.Parágrafo único. Após a entrada em vigor desta resolução, os feitos criminais que ingressarem naprocuradoria serão distribuídos conforme as novas regras, sendo garantido o direito depermanência com o que foi antes distribuído em razão da inamovibilidade. Art. 35. O procuradorda área criminal que, por qualquer motivo, se afastar continuamente por mais de 6 meses temdireito de redistribuir o acervo de feitos extrajudiciais que possuir. Quando de seu retorno,receberá peças informativas em número igual ao que redistribuiu. 7. Da leitura da norma acimatranscrita, verifica-se correto o posicionamento do Coordenador do Núcleo Criminal da PR/SP, aoafirmar que a "regra geral é a não modificação de titularidade dos feitos no Único, salvodeliberação expressa. No caso do grupo de combate a cartéis, a adesão é voluntária e a atuaçãonão é exclusiva, sendo pequeno o número de casos distribuídos (embora de alta complexidade)".8. Além disso, há que se ressaltar os esclarecimentos prestados pelo Coordenador do Grupo de

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ATA DA 755ª SESSÃO DE REVISÃO PGR-00561788/2019

Combate a Cartéis da PR/SP: O Grupo de Combate a Cartéis da Procuradoria da República deSão Paulo foi criado em 5 de agosto de 2010 por intermédio da Portaria n. 1.140/2010. Trata-sede Grupo de adesão voluntária, que não revoga ou derroga as regras de distribuição deprocedimentos e de exercício de atribuição ministerial no âmbito da Procuradoria da República deSão Paulo. Vale dizer: o aludido Grupo não constitui um Ofício autônomo; sua existência efuncionamento decorrem da participação dos colegas que acumulam voluntariamente suasfunções decorrentes de Grupos Temáticos. Assim ocorre, como exemplo, no Grupo de Justiça deTransição da PR/SP: os colegas que o deixaram permaneceram com os feitos ante aimpossibilidade de redistribuição. [...] O desligamento a pedido do(a) Procurador(a) da República,como ocorreu no caso concreto, não tem o condão de ensejar a redistribuição de procedimentosvinculados ao Ofício ocupado [...], salvo os casos de promoção, remoção, exoneração, ou,excepcionalmente, deliberação expressa dos membros remanescentes do Grupo Temático. [...] Aprópria Suscitante reconhece que os "feitos encontram-se vinculados ao ofício/grupo e não àpessoa". Ela tem razão. A Suscitante não foi promovida, removida ou exonerada, e, atualmente,ainda ocupa o 6º Ofício, de modo que eventual o deferimento do pedido de redistribuição deprocedimentos do Grupo de Combate a Cartéis acarretará, com a devida licença, a quebra doprocedimento adotado historicamente no âmbito da PR/SP, das regras do Sistema Único, e dopróprio princípio do Promotor Natural. [...] Quando a Portaria 1.140/2010 mencionou "a atribuiçãopara atuar com exclusividade, a partir de agosto de 2010, nos procedimentos extrajudiciais, cíveise criminais, relacionados ao tema, distribuídos a partir daquela data, bem como nos demaisprocessos judiciais para integrarem o referido Grupo", ela pretendeu delimitar, para o crime decartel, o feixe das diversas atribuições ministeriais desempenhadas na PR/SP, ou seja, evitar adistribuição livre para membros não integrantes do mencionado Grupo Temático, sem qualquerderrogação das regras de distribuição vigentes na PR/SP, sobretudo a partir da implantação doSistema Único. 9. Diante do exposto, considerando que a repartição de atribuições entre osProcuradores da República lotados na Procuradoria da República em São Paulo rege-se,prioritariamente, pelo princípio do promotor natural, e que a regra geral é a não redistribuição defeitos criminais, com as exceções previstas nos artigos 22 e 35, voto pelo conhecimento dopresente conflito negativo de atribuições e, no mérito, pela fixação da atribuição da Procuradorada República oficiante no 6º Ofício da Procuradoria da República no Estado de São Paulo(suscitante).

Deliberação: Tendo em vista a questão de ordem suscitada pela Dr.ª Luiza Cristina Fonseca Frischeisen, queapresentou voto-vista nos autos 1.34.001.003434/2015-11, sendo acompanhada em seuentendimento pelo relator do feito, resta prejudicada a decisão do colegiado proferida nestes autosna sessão 750. Assim, em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberoupela atribuição da suscitante. Participaram da votação a Dr.ª Luiza Cristina Fonseca Frischeisen eo Dr. Rogério José Bento Soares do Nascimento.

075. Processo: JF-RJ-0504520-49.2015.4.02.5101-INQ

Voto: 6264/2019 Origem: GABPR15-AGA - ARIANEGUEBEL DE ALENCAR

Relator(a): Dr(a) JULIANO BAIOCCHI VILLA-VERDE DE CARVALHO

Ementa: Inquérito policial instaurado para apurar o crime de furto (art. 155, CP), ocorrido em 17/02/2014,praticado por indivíduos não identificados que furtaram um equipamento, nas dependência daárea restrita do Aeroporto Internacional do Rio de Janeiro, pertencente ao conjunto de radar doprojeto da aeronave caça F-5 da Força Aérea Brasileira avaliado em R$ 457.536,14. Revisão dedeclínio de atribuições (Enunciado nº 32 da 2ª CCR). Diligências. Oitiva de funcionário daempresa Tam Cargo que não se mostrou frutífera para identificação do agentes que praticaram odelito. Oficiado, o Comando da Base Aérea de Santa Cruz informou que o bem furtado estava emposse de empresa particular para reparos e que não houve prejuízo ao erário, pois aresponsabilidade pelo ressarcimento a FAB é da empresa contratada. O inquérito policial ficouparalisado por quase 5 (cinco) anos sem a realização de diligências. Em que pese o Comando daBase Aérea Santa Cruz ter informado que não houve prejuízo, não há nos autos comprovação deque a empresa contratada suportou o prejuízo, ressarcindo integramente a União. O equipamentofurtado é de uso privativo das Forças Armadas, in casu a Aeronáutica, dessa forma, osimperativos da segurança nacional e a ofensa ao patrimônio da União atraem, no caso em apreço,a atribuição do Ministério Público Federal para continuar nas investigações. Pela dinâmica do

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ATA DA 755ª SESSÃO DE REVISÃO PGR-00561788/2019

crime infere-se que a conduta dos criminosos foi direcionada a subtrair um bem específico dopatrimônio da Força Aérea Brasileira. Ademais, a experiência demonstra que os agentesdelituosos foram informados antecipadamente do destino do bem, tendo ciência da remessa paraconserto e do valor vultoso da peça furtada, vislumbrando-se, apesar do tempo em que ficouparalisado, linha investigatória que não foi explorada. Ressalte-se que o bem que não poderia sertransformado em proveito do crime facilmente, sendo que provavelmente quem furtou já tinhadestinatário certo do objeto. Não homologação do declínio, devolvam-se os autos ao membrooficiante, que pode se valer de sua independência funcional, e requerer a designação de outromembro do MPF para prosseguimento das investigações.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela não homologação dodeclínio de atribuição, nos termos do voto do(a) relator(a).

076. Processo: JF-RJ-0507252-03.2015.4.02.5101-INQ

Voto: 6535/2019 Origem: GABPR15-AGA - ARIANEGUEBEL DE ALENCAR

Relator(a): Dr(a) JULIANO BAIOCCHI VILLA-VERDE DE CARVALHO

Ementa: Inquérito Policial instaurado para apurar a prática do crime de uso de documento falso (CP, art.304) ou falsidade ideológica (CP, art. 299). O delito, em tese, teria decorrido do fato de haver sidoapresentado ao Juízo da 13ª Vara Federal da Seção judiciária do Rio de Janeiro documento falso.Trata-se o documento de suposto contrato de licença para uso e exploração de marca de empresaestrangeira. A Procuradora oficiante promoveu o declínio sob o fundamento de que a condutaacima referida configura tentativa de estelionato desfavorável unicamente ao patrimônio privado.Revisão de declínio (Enunciado nº 33). As razões de declínio não procedem, pois a jurisprudêncianacional trata do suposto estelionato judicial como conduta que, embora imoral, apenas poderiacaracterizar litigância de má-fé, sujeita exclusivamente às sanções previstas no art. 81 do CPC.Precedente desta 2ª CCR: DPF/MBA/PA-00139/2015-INQ, 713ª Sessão, de 23/04/2018, unânime.Desse modo, não havendo que se falar em crime de estelionato, remanesce para apuração nospresentes autos o crime de uso de documento falso perante a Justiça Federal, fato este sim, deinteresse da União, atraindo, portanto, a incidência da Súmula nº 546 do STJ: A competência paraprocessar e julgar o crime de uso de documento falso é firmada em razão da entidade ou órgãoao qual foi apresentado o documento público, não importando a qualificação do órgão expedidor.Consequente atribuição do MPF para atuar no presente inquérito policial e formar opinio delictisobre a materialidade e autoria do delito. Ademais, da análise dos autos infere-se que a intençãodo investigado em apresentar documento falso a Justiça Federal não foi obter, de forma direta,vantagem econômica em face da empresa estrangeira, mas tão somente não serresponsabilizado pelos danos materiais e morais, oriundos do uso indevido da marca na demandaem questão. Não homologação do declínio de atribuições e devolução dos autos à Procuradoriada República no Rio de Janeiro para prosseguimento nas investigações, facultando-se àProcuradora da República oficiante, se for o caso, que, com fundamento em sua independênciafuncional, requeira a designação de outro membro para tanto, nos termos do Enunciado n° 03 doConselho Institucional do MPF.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela não homologação dodeclínio de atribuição, nos termos do voto do(a) relator(a).

077. Processo: 1.34.043.000558/2019-73 - Eletrônico Voto: 6461/2019 Origem: PROCURADORIA DAREPÚBLICA NO MUNICÍPIO DEOSASCO-SP

Relator(a): Dr(a) JULIANO BAIOCCHI VILLA-VERDE DE CARVALHO

Ementa: Notícia de Fato instaurada a partir de manifestação ofertada perante a Sala de Atendimento aoCidadão narrando possível prática de ilícitos em razão de atividade financeira desenvolvida pelosítio eletrônico https://investimentobitcoin.com/, visto que tal plataforma parou de distribuir lucrosaos seus integrantes. Relato de negociações feitas na criptomoeda bitcoin, com possível captaçãoespeculativa de investidores. Manifestação do MPF pelo declínio de atribuições ao MinistérioPúblico Estadual por se tratar de indícios da prática de crime de estelionato em prejuízo departicular (CP, art. 171) e/ou contra a economia popular (art. 2º, IX, da Lei nº 1.521/51). Revisão

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ATA DA 755ª SESSÃO DE REVISÃO PGR-00561788/2019

de declínio de atribuições (Enunciado n° 32). O art. 1º da Lei nº 7.492/86, norma penal explicativa,conceitua instituição financeira para fins penais como a pessoa jurídica de direito público ouprivado, que tenha como atividade principal ou acessória, cumulativamente ou não, a captação,intermediação ou aplicação de recursos financeiros (vetado) de terceiros, em moeda nacional ouestrangeira, ou a custódia, emissão, distribuição, negociação, intermediação ou administração devalores mobiliários. Desse modo, ao operar sem a devida autorização, a plataforma investigadaestaria incursa, em tese, no tipo penal previsto no art. 16 da Lei nº 7.492/86. Além disso, partindoda premissa que a pessoa jurídica investigada pode ser eventualmente equiparada à instituiçãofinanceira, visto que supostamente realiza, entre outras atividades, a gestão e intermediação deinvestimentos de recursos de terceiros, a conduta de não repassar aos investidores os lucrosobtidos pode caracterizar, a princípio, o delito a que se refere o art. 5º do citado diploma legal.Assim, apenas com o aprofundamento das investigações é que se poderá ter a exata dimensãodos fatos, das reais operações e os supostos delitos cometidos pelos representantes da empresanoticiada, sendo possível, após a realização de diligências preliminares, amealhar indíciosmínimos de crimes que, em tese, possam atingir bens, serviços ou interesse da União (CF, art.109). Necessidade de exame acurado acerca dos serviços ofertados pelo sítio eletrônico noticiadoe o objeto do contrato firmado entre as partes para eventual tipificação das condutas ilícitas e,então, oportunamente, a fixação da competência para o processo e julgamento de ação penal.Declínio prematuro, cumprindo reconhecer, por ora, a atribuição do MPF. Precedentes da 2ª CCR:Procedimentos MPF nº 1.34.033.000054/2019-72 e 1.29.004.000611/ 2018-81, 742ª SessãoOrdinária, de 27/5/2019. Não homologação do declínio de atribuições e devolução dos autos aoofício originário para prosseguimento das investigações, facultando-se ao Procurador daRepública oficiante, se for o caso, requerer, com fundamento em sua independência funcional, adesignação de outro membro para tanto, nos termos do Enunciado n° 03 do Conselho Institucionaldo Ministério Público Federal.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela não homologação dodeclínio de atribuição, nos termos do voto do(a) relator(a).

078. Processo: DPF/PE-00393/2016-INQ Voto: 6525/2019 Origem: COJUD/PRPE -COORDENADORIA JURÍDICA EDE DOCUMENTAÇÃO DA PR/PE

Relator(a): Dr(a) JULIANO BAIOCCHI VILLA-VERDE DE CARVALHO

Ementa: Inquérito Policial instaurado para apurar os crimes de falsificação de documento público (CP, art.297) e falsidade ideológica (CP, art. 299), em razão do investigado ser titular de 4 (quatro) CPF's.Promoção de arquivamento, pelo MPF, em relação a 3 (três) dos CPF's investigados em virtudeda prescrição da pretensão punitiva, e quanto ao último na ausência de interesse de agir, já que aprescrição ocorrerá em 22/08/2020. Remessa dos autos nos termos do art. 62, IV, da LC nº 75/93.A 2ª Câmara de Coordenação e Revisão já firmou o entendimento no sentido de ser inadmissívelo reconhecimento da extinção da punibilidade pela prescrição, considerando a pena emperspectiva, por ferir os primados constitucionais do devido processo legal, da ampla defesa e dapresunção de inocência (Enunciado nº 28). Súmula nº 438 do STJ: É inadmissível a extinção dapunibilidade pela prescrição da pretensão punitiva com fundamento em pena hipotética,independentemente da existência ou sorte do processo penal. No caso dos autos, em razão dadeflagração da Operação Crédito Fácil, que investigava quadrilhas que desviavam cartões decrédito de centros de triagem dos Correios em São Paulo e depois eram utilizados pela quadrilha,foi encontrado na residência do investigado 4 CPF's com dados de nascimento falsos além de umcertificado de alistamento militar falso com sua foto. Ainda, após realização de diligências, ficoucomprovado que funcionários da agência dos Correios localizada em Itambé/PE, local onde foiconfeccionado um dos CPF's investigados, foram demitidos em razão da suspeita de lá funcionarum esquema de emissão de CPF's falsos. Nessa esteira, tendo o investigado sido flagrado empoder de documento ideologicamente falso, além dos outros diversos indícios citados, havendoautoria e materialidade delitivas comprovadas nos autos, tenho que o arquivamento se mostraprematuro. Não homologação. Designação de outro membro do Ministério Público Federal paradar prosseguimento à persecução penal, facultando-lhe, se for o caso, a propositura do acordotratado na Resolução nº 181, com as alterações feitas pela Resolução nº 183, ambas do CNMP ena Orientação Conjunta nº 03/2018, das 2ª, 4ª e 5ª CCR/MPF.

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ATA DA 755ª SESSÃO DE REVISÃO PGR-00561788/2019

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela não homologação dearquivamento, nos termos do voto do(a) relator(a).

079. Processo: 1.15.000.002780/2019-62 - Eletrônico Voto: 6284/2019 Origem: PROCURADORIA DAREPÚBLICA -CEARÁ/MARACANAÚ

Relator(a): Dr(a) JULIANO BAIOCCHI VILLA-VERDE DE CARVALHO

Ementa: Notícia de Fato. Possível prática dos crimes tipificados no art. 334-A do Código Penal e no art.190, I, da Lei nº 9.279/96. Apreensão de mercadorias estrangeiras em estabelecimento comercial,sem comprovação da regular importação e com caracterização de falsificação de marcas.Mercadorias avaliadas em R$ 34.507,34. Aplicação da revelia e da pena de perdimento dos bens.O Procurador oficiante, considerando a prática apenas do crime previsto no art. 190, I, da Lei9.279/96, promoveu o arquivamento em razão de entender que a conduta investigada nãoconfigura contrabando, mas somente o referido crime de ação penal privada. Revisão doarquivamento (LC nº 75/93, art. 62, IV). In casu, ante a falsidade das mercadorias apreendidasatestadas pelos representantes das marcas prejudicadas, além da ausência de comprovação daentrada legal no país, resta caracterizado, em concurso formal, o crime de contrabando (CP, art.334-A) e o crime previsto no artigo 190, I, da Lei nº 9.279/96. Isso porque, em que pese ambos oscrimes decorrerem da mesma conduta, os bens jurídicos protegidos são totalmente diversos, nãohavendo absorção pelo princípio da especialidade do crime de contrabando. No que tange àprática do crime previsto no art. 190, I, da Lei 9.279/96, dispõe o art. 199 da mesma lei que oaludido crime é de ação penal privada, que somente pode ser iniciada após o oferecimento dequeixa-crime pelo ofendido. Até o presente momento, salvo engano, não há notícia derepresentação dos ofendidos, razão pela qual mostra-se necessária, caso confirmada a falsidadedas mercadorias, a ciência dos interessados antes de se proceder ao arquivamento dos autos. Nomesmo sentido, precedente desta 2ª CCR: 0003376-45.2018.4.03.6110, 742ª Sessão de Revisão,de 27/05/2019, unânime. Prosseguimento das investigações com a proposição, se for o caso, doacordo tratado na Resolução nº 181, com as alterações promovidas pela Resolução nº 183,ambas do CNMP. Não homologação do arquivamento e devolução dos autos ao ofício origináriopara prosseguimento, facultando-se ao Procurador da República oficiante, se for o caso, que, comfundamento em sua independência funcional, requeira a designação de outro membro para tanto,nos termos do Enunciado n° 03 do CIMPF.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela não homologação dearquivamento, nos termos do voto do(a) relator(a).

080. Processo: 1.30.001.003580/2019-19 - Eletrônico Voto: 6484/2019 Origem: PROCURADORIA DAREPÚBLICA - RIO DE JANEIRO

Relator(a): Dr(a) JULIANO BAIOCCHI VILLA-VERDE DE CARVALHO

Ementa: Notícia de Fato instaurada para apurar suposta prática do crime previsto no art. 334-A, § 1º, IV, doCódigo Penal. Apreensão, no dia 06/09/2019, de 27 pacotes (cada pacote contendo 10 maços decigarro), sendo um total de 270 (duzentos e setenta) maços de cigarros de origem estrangeira,sem documentação comprobatória de sua regular introdução no país. Promoção de arquivamentofundada na ausência de autoria. Revisão de arquivamento (LC nº 75/93, art. 62, IV). Conforme aOrientação nº 25/2016 da 2ª CCR, de 18/04/2016, procede-se ao arquivamento de investigaçõescriminais referentes a condutas que se adéquem ao contrabando de cigarros quando a quantidadeapreendida não superar 153 (cento e cinquenta e três) maços de cigarros, seja pela diminutareprovabilidade da conduta, seja pela necessidade de se dar efetividade à repressão aocontrabando de vulto, ressalvada a reiteração de condutas que cobra a persecução penal.Verifica-se, no presente caso, que foram apreendidos, em poder do investigado, 270 (duzentos esetenta) maços de cigarro de origem estrangeira sem o cumprimento das exigências legais,superando o patamar estabelecido na referida orientação, pelo que se impõe afastar a aplicaçãodo princípio da insignificância à conduta investigada. Ademais, em relação ao fundamentoinvocado pelo Membro do MPF, verifica-se que, se por um lado é verdade que não existemindícios de autoria, pelo fato do suspeito ter se evadido da ação policial, também é verdade que

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ATA DA 755ª SESSÃO DE REVISÃO PGR-00561788/2019

não houve nenhuma diligência, em que pese o fato delituoso mostrar-se recente. Nessa esteira, ocaso carece de melhor aprofundamento, devendo-se realizar as diligências minimamenteexigíveis. Arquivamento prematuro. Não homologação do arquivamento. Faculta-se ao Procuradorda República oficiante, se for o caso, que, com fundamento em sua independência funcional,requeira a designação de outro membro para tanto, nos termos do Enunciado n° 03 do ConselhoInstitucional do Ministério Público Federal.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à maioria, deliberou pela não homologação dearquivamento, nos termos do voto do(a) relator(a). Restou vencida a Dra. Luiza Cristina FonsecaFrischeisen, que juntou voto. Participou da votação o Dr. Rogério José Bento Soares doNascimento.

PADRÃO

Pelo conhecimento total e não provimento do recurso

081. Processo: 1.16.000.002377/2017-34 Voto: 5845/2019 Origem: PROCURADORIA DAREPÚBLICA - DISTRITO FEDERAL

Relator(a): Dr(a) JULIANO BAIOCCHI VILLA-VERDE DE CARVALHO

Ementa: Noticia de fato. Representação formalizada por particular, para apurar a suspeita de que a mortede sua filha teria sido causada por negligência no atendimento que lhe foi prestado no Hospitaldas Forças Armadas - HFA. Promoção de arquivamento sob o fundamento de que não foiverificada negligência no atendimento prestado pelos profissionais do HFA. Deliberação da 2ªCCR, na 748ª Sessão de Revisão, em 26/08/2019, pela homologação do arquivamento, adotando,como razões de decidir, os fundamentos expostos pelo membro oficiante. Interposição dequestionamentos pelo representante e pedido de cópia integral do procedimento, impugnando apromoção de arquivamento, a qual a Procuradora oficiante recebeu como recurso, e manteve adecisão prolatada anteriormente, encaminhando, assim, os autos a esta 2º CCR. Revisão.Inexistência de novos elementos, bem como de indícios de nexo causal entre o óbito da vítima e oatendimento prestado pelos médicos do hospital. Nessa esteira, além dos documentos constantesdos autos indicarem que os procedimentos adotados pelos profissionais do HFA revelaram-seadequados ao estado da paciente, também não demonstraram a ocorrência de negligência noatendimento, não se verificando que o óbito tenha ocorrido em virtude da ausência de algumprocedimento por ventura não efetuado pelos servidores do HFA. Manutenção da decisãoimpugnada. Remessa dos autos ao Conselho Institucional do MPF.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pelo conhecimento total enão provimento do recurso no âmbito deste Colegiado, remetendo-se os autos à PGR/CIMPF -CONSELHO INSTITUCIONAL DO MINISTERIO PUBLICO FEDERAL para análise, nos termos dovoto do(a) relator(a).

Homologação do Declínio de atribuição

082. Processo: 1.17.000.001799/2019-17 - Eletrônico Voto: 6531/2019 Origem: PROCURADORIA DAREPÚBLICA - ESPÍRITOSANTO/SERRA

Relator(a): Dr(a) JULIANO BAIOCCHI VILLA-VERDE DE CARVALHO

Ementa: Notícia de Fato instaurada a partir do encaminhamento de ofício da Ordem dos Advogados doBrasil, narrando que advogado teria atuado na Justiça Estadual em desrespeito a decisãoproferida por órgão de classe determinando a suspensão de seu exercício profissional. Revisãode declínio de atribuições (Enunciado nº 32 2ª CCR). No caso, a conduta de exercer atosinerentes à profissão da advocacia a despeito de decisão de suspensão do exercício profissional,se amolda à contravenção penal disposta no art. 47 do Decreto-Lei nº 3.688/41, consistente emexercer profissão ou atividade econômica ou anunciar que a exerce, sem preencher as condiçõesa que por lei está subordinado o seu exercício. Por outro lado, se verifica que o suposto crime deestelionato (CP, art. 171) praticado pelo investigado atuando na Justiça Estadual e em prejuízo departiculares não acarreta lesão direta a bem, serviço ou interesse da União ou de suas entidades.

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ATA DA 755ª SESSÃO DE REVISÃO PGR-00561788/2019

Carência de elementos de informação capazes de legitimar a atribuição do Ministério PúblicoFederal para persecução penal. Homologação do declínio em favor do Ministério PúblicoEstadual.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação dodeclínio de atribuição, nos termos do voto do(a) relator(a).

083. Processo: 1.18.000.002414/2019-00 - Eletrônico Voto: 6576/2019 Origem: PROCURADORIA DAREPÚBLICA - GOIAS/APARECIDADE GOIÂNIA

Relator(a): Dr(a) JULIANO BAIOCCHI VILLA-VERDE DE CARVALHO

Ementa: Notícia de Fato instaurada a partir de manifestação ofertada perante a Sala de Atendimento aoCidadão, na qual se relata possível tentativa de estelionato. Segundo o noticiante, seu pai,servidor público aposentado do INMETRO, em 07/10/2019, teria recebido uma carta da União dosServidores Aposentados e Pensionistas, da qual constava a informação de que ele teria umaquantia a receber, em dinheiro. A suposta associação teria ainda procurado obter informações donoticiante com a justificativa de que, como aquele teria um valor a receber, tais informaçõesseriam imprescindível para tanto. Revisão de declínio de atribuições (Enunciado nº 32). Possíveltentativa de estelionato em detrimento de servidor público aposentado. Narrativa que nãoevidencia lesão direta a bens, serviços ou interesse da União ou de suas entidades. Carência deelementos de informação capazes de legitimar a atribuição do Ministério Público Federal para apersecução penal. Homologação do declínio ao Ministério Público Estadual.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação dodeclínio de atribuição, nos termos do voto do(a) relator(a).

084. Processo: 1.19.000.001064/2019-19 - Eletrônico Voto: 6503/2019 Origem: PROCURADORIA DAREPÚBLICA - MARANHÃO

Relator(a): Dr(a) JULIANO BAIOCCHI VILLA-VERDE DE CARVALHO

Ementa: Notícia de Fato instaurada a partir de expediente da Corregedoria Regional de Polícia Federal noMaranhão encaminhando cópia de inquérito policial remetido pela Delegacia de Defraudações,dando conta de possível ocorrência do crime descrito no art. 19 da Lei nº 7.492/86, em virtude desuposta fraude na obtenção de financiamento imobiliário. Revisão de declínio de atribuições(Enunciado nº 32). Segundo relato do Procurador oficiante, não se verificou, no caso, qualquerindício da prática de crime contra o Sistema Financeiro Nacional. Ao que se tem, o financiamentofoi obtido de maneira regular, sendo realizado, posteriormente, um contrato de gaveta entre oadquirente e terceiro. Inexistência de prejuízo à Caixa Econômica Federal, que, em razão da faltade pagamento das parcelas do financiamento, procedeu ao leilão do imóvel. Indicativos depossível prática de estelionato, consubstanciada na venda do referido bem, envolvendoparticulares. Narrativa que não evidencia lesão direta a bens, serviços ou interesse da União oude suas entidades. Carência de elementos de informação capazes de legitimar a atribuição doMinistério Público Federal para a persecução penal. Homologação do declínio em favor doMinistério Público Estadual.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação dodeclínio de atribuição, nos termos do voto do(a) relator(a).

085. Processo: 1.22.000.003016/2019-70 - Eletrônico Voto: 5921/2019 Origem: PROCURADORIA DAREPÚBLICA - MINAS GERAIS

Relator(a): Dr(a) JULIANO BAIOCCHI VILLA-VERDE DE CARVALHO

Ementa: Notícia de fato autuada a partir de representação formulada em sala de atendimento ao cidadãopara apurar o suposto crime de lesões corporais (CP, art. 129) e/ou tortura (art. 1º, II, Lei nº9.455/97). Vídeo anexado aos autos pelo representante com cenas fortes de agressão. Não setem maiores detalhes acerca dos fatos. Todavia, infere-se que pela vestimenta e pelo local detrabalho, trata-se de um trabalhador do ramo da construção civil (pedreiro ou servente) sendo

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ATA DA 755ª SESSÃO DE REVISÃO PGR-00561788/2019

agredido com um chicote, em canteiro de obras, por pessoa que provavelmente seria oempregador. O agressor desfere vários açoites na frente de outras pessoas e de colegas detrabalho e ninguém intervém. Pelo áudio, entende-se que o trabalhador está sendo punido, aofinal da agressão o investigado demite a vítima e fala em forçá-lo a comer ovos. (Enunciado nº 32desta 2ª CCR/MPF). Das peças informativas e do vídeo acostado aos autos não se tem elementospara configuração de conduta análoga a trabalho escravo. A priori a conduta criminosa évisualizada como punição à vítima, se amoldando, em tese, ao tipo penal do art. 1º da Lei nº9.455/97. Eventual prática ilícita perpetrada em detrimento de particular. Inexistência de lesãodireta a bens, serviços ou interesses da União ou suas entidades. Ausência de elementos deinformação capazes de legitimar a atribuição do Ministério Público Federal para persecução penal.Homologação do declínio de atribuições em favor do Ministério Público Estadual.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação dodeclínio de atribuição, nos termos do voto do(a) relator(a).

086. Processo: 1.22.000.003114/2019-15 - Eletrônico Voto: 6541/2019 Origem: PROCURADORIA DAREPÚBLICA - MINAS GERAIS

Relator(a): Dr(a) JULIANO BAIOCCHI VILLA-VERDE DE CARVALHO

Ementa: Notícia de Fato instaurada a partir de manifestação ofertada perante a Sala de Atendimento aoCidadão, na qual a noticiante, aparentemente de origem portuguesa, diz ter sido vítima doextravio/furto ou roubo de seu CPF, uma mala e outros valores. Revisão de declínio de atribuições(Enunciado nº 32). Narrativa genérica e precária, que não traz maiores informações acerca dolocal ou forma como ocorreram os fatos. Ausência de indícios de lesão direta a bens, serviços ouinteresse da União ou de suas entidades. Carência de elementos de informação capazes delegitimar a atribuição do Ministério Público Federal para a persecução. Homologação do declínioao Ministério Público Estadual.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação dodeclínio de atribuição, nos termos do voto do(a) relator(a).

087. Processo: 1.26.000.003560/2019-72 - Eletrônico Voto: 6604/2019 Origem: PROCURADORIA DAREPÚBLICA - PERNAMBUCO

Relator(a): Dr(a) JULIANO BAIOCCHI VILLA-VERDE DE CARVALHO

Ementa: Notícia de Fato autuada a partir de manifestação apresentada na Sala de Atendimento aoCidadão relatando diversas irregularidades praticadas pelo(s) representados(s). 1) Possíveiscrimes contra a ordem tributária (Lei n° 8.137/90, art. 1º) e de falsidade ideológica (CP, art. 299).Narra o representante a ocorrência de suposto complô arquitetado pela administração direta doEstado do Pernambuco, que, mediante apresentação de laudos médicos ideologicamente falsos,lavrados pelo setor de perícias médicas do Instituto de Recursos Humanos do Estado dePernambuco, aposentou-o por invalidez, por motivo de doença psiquiátrica, gerando para si,isenção de imposto de renda indevida, o que configuraria crime contra ordem tributária. Revisãode arquivamento (LC 75/93, art. 62, IV). Quanto ao crime contra a ordem tributária, o fato narradopelo representante é atípico, pois não há subsunção a nenhum dos crimes contra ordem tributáriaprevistos na legislação pátria, não havendo previsão na lei penal de crime de sonegação cometidomediante situação que enseje a incidência de isenção fiscal para terceira pessoa, ainda maisquanto se trata de aposentadoria por invalidez apreciada pelos órgãos administrativoscompetentes e pelo Tribunal de Contas, que aferiu a legalidade do ato. Homologação doarquivamento, sem prejuízo do disposto no art. 18 do CPP. 2) Por outro lado, as demaisirregularidades narradas pela noticiante, inclusive as referentes ao possível complô perpetrado porservidores da administração direta do Estado de Pernambuco, que o aposentaram por invalidezapresentando laudos médicos ideologicamente falsos, podem configurar possível crime defalsidade ideológica, sendo atribuição do Ministério Público Estadual prosseguir com asinvestigações. Revisão de declínio de atribuições (Enunciado nº 32 da 2ª CCR). Fatos praticadosentre particulares. Ausência de lesão a bens, serviços ou interesses da União. Inexistência deelementos de informação capazes de justificar a atribuição do Ministério Público Federal para apersecução penal. Homologação do declínio de atribuições ao Ministério Público Estadual.

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ATA DA 755ª SESSÃO DE REVISÃO PGR-00561788/2019

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação doarquivamento e do declínio de atribuições ao Ministério Público Estadual, nos termos do votodo(a) relator(a).

088. Processo: 1.29.008.000594/2019-23 - Eletrônico Voto: 6487/2019 Origem: PROCURADORIA DAREPÚBLICA NO MUNICÍPIO DES.MARIA/SANTIAGO

Relator(a): Dr(a) JULIANO BAIOCCHI VILLA-VERDE DE CARVALHO

Ementa: Notícia de Fato. Representação formulada perante a Sala de Atendimento ao Cidadão, noticiandosuposta prática de pirâmide financeira, consistente a fraude na captação indevida de recursos pormeio do denominado marketing multinível. Lei nº 1.521/51, art. 2º, IX; CP, art. 171. Promoção doDeclínio de Atribuições (Enunciado nº 32). Fraude assemelhada ao esquema de pirâmide, que secaracteriza por oferecer a seus associados uma perspectiva de lucros, remuneração e benefíciosfuturos irreais, cujo pagamento depende do ingresso de novos investidores, não envolvendo, defato, uma atividade financeira sólida, apta a gerar rendimentos, mas somente utilizando-se de talpretexto, para a orquestração de golpe com o intuito captar indevidamente recursos de vítimas enão mais devolvê-los, se amoldando, em tese, a prática de estelionato ou crime contra economiapopular. Aplicação da súmula nº 498 do STF. Ausência de indícios de crime contra o SistemaFinanceiro Nacional. Situação que não se enquadra nos precedentes da 2ª CCR nos quais seentendeu pela atribuição do MPF (v.g., Procedimento nº 1.17.000.002035/ 2013-53, Voto nº2036/2014, Sessão nº 594, 20/03/2014; Procedimento nº 1.20.002.000124/2014-31, Voto nº8032/2014, Sessão nº 611, 10/11/2014). Homologação do declínio em favor do Ministério PúblicoEstadual.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação dodeclínio de atribuição, nos termos do voto do(a) relator(a).

089. Processo: 1.29.012.000204/2018-75 - Eletrônico Voto: 6504/2019 Origem: PROCURADORIA DAREPÚBLICA - PARANA

Relator(a): Dr(a) JULIANO BAIOCCHI VILLA-VERDE DE CARVALHO

Ementa: Notícia de Fato instaurada a partir de manifestação ofertada perante a Sala de Atendimento aoCidadão para apurar possível prática de crime inicialmente tipificado no art. 16 da Lei nº 7.492/86,tendo em vista relato de captação não autorizada de recursos financeiros de terceiros por meio desuposto sistema de pirâmide denominado empresa GooDream. Oferta de rendimentos diários quevariam de 2% a 4% do valor investido através de atividade típica de pirâmide financeira.Promessa de ganhos extraordinários, com seis formas de bonificações, assegurando incontáveisbenefícios. Revisão de declínio de atribuições (Enunciado n° 32). Fraude alusiva ao esquema depirâmide, que se caracteriza por oferecer a seus associados uma perspectiva de lucros,remuneração e benefícios futuros irreais, cujo pagamento depende do ingresso de novosinvestidores. Aplicação da Súmula nº 498 do STF. Ausência de indícios de crime contra o SistemaFinanceiro Nacional. Situação que não se assemelha aos precedentes da 2ª CCR nos quais seentendeu pela atribuição do MPF (Procedimento nº 1.17.000.002035/2013-53, 594ª SessãoOrdinária, 20/03/2014; Procedimento nº 1.20.002.000124/2014-31, 611ª Sessão Ordinária,10/11/2014). Homologação do declínio em favor do Ministério Público Estadual.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação dodeclínio de atribuição, nos termos do voto do(a) relator(a).

090. Processo: 1.34.015.000428/2019-78 - Eletrônico Voto: 6486/2019 Origem: PROCURADORIA DAREPÚBLICA NO MUNICÍPIOS.J.DO R.PRETO/CATAND

Relator(a): Dr(a) JULIANO BAIOCCHI VILLA-VERDE DE CARVALHO

Ementa: Notícia de Fato. Representação formulada perante a Sala de Atendimento ao Cidadão, noticiandosuposta prática de pirâmide financeira, consistente a fraude na suposta negociação de moedavirtual denominada Bitcoin, na qual o responsável pela pirâmide se evadiu com o dinheiro das

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vítimas, não deixando paradeiro. Lei nº 1.521/51, art. 2º, IX; CP, art. 171. Promoção do Declínio deAtribuições (Enunciado nº 32). Fraude assemelhada ao esquema de pirâmide, que se caracterizapor oferecer a seus associados uma perspectiva de lucros, remuneração e benefícios futurosirreais, cujo pagamento depende do ingresso de novos investidores, não envolvendo, de fato, anegociação de moedas virtuais, mas somente usando de tal pretexto, para a orquestração degolpe com o intuito captar indevidamente recursos de vítimas, se amoldando, em tese, a práticade estelionato. Aplicação da súmula nº 498 do STF. Ausência de indícios de crime contra oSistema Financeiro Nacional. Situação que não se enquadra nos precedentes da 2ª CCR nosquais se entendeu pela atribuição do MPF (v.g., Procedimento nº 1.17.000.002035/ 2013-53, Votonº 2036/2014, Sessão nº 594, 20/03/2014; Procedimento nº 1.20.002.000124/2014-31, Voto nº8032/2014, Sessão nº 611, 10/11/2014). Homologação do declínio em favor do Ministério PúblicoEstadual.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação dodeclínio de atribuição, nos termos do voto do(a) relator(a).

Outras deliberações(Declínio)

091. Processo: 1.24.000.000857/2019-51 - Eletrônico Voto: 6592/2019 Origem: PROCURADORIA DAREPÚBLICA - PARAIBA

Relator(a): Dr(a) JULIANO BAIOCCHI VILLA-VERDE DE CARVALHO

Ementa: NOTÍCIA DE FATO. SUPOSTOS CRIMES DE PREVARICAÇÃO (CPM, ART. 319) EFALSIFICAÇÃO DE DOCUMENTO (CPM, ART. 311) PRATICADO POR MILITAR CONTRAADMINISTRAÇÃO MILITAR. DECLÍNIO DE ATRIBUIÇÕES AO MINISTÉRIO PÚBLICO MILITAR.REVISÃO (ENUNCIADO Nº 32 2ª CÂMARA). NÃO OFENSA AOS BENS JURÍDICOSPREVISTOS NO ART. 142 DA CONSTITUIÇÃO. ATRIBUIÇÃO DO MINISTÉRIO PÚBLICOFEDERAL. 1. Notícia de Fato dando conta de que militar teria emitido relatórios inverídicos nointuito de conceder benefícios/gratificações a outros militares, além de falsificar laudos médicos afim de participar de processos seletivos internos e omitir registro de cônjuge em assentamentosfuncionais. 2. O Procurador oficiante promoveu o declínio de atribuições ao Ministério PúblicoMilitar, tendo em vista tratar-se de crimes militares impróprios, cuja a competência pertence aJustiça Militar. Alegou, também, que segundo relatado as supostas condutas teriam sidopraticadas quando o militar esteve lotado nas cidades de Olinda/PE e São Gabriel daCachoeira/AM, declinando de sua atribuição para tais localidades. 3. A 2ª CCR, na Sessão 748ªde 26/08/2019, não homologou o declínio de atribuições ao Ministério Público Militar, sob oargumento de que somente em casos excepcionais caberia à Justiça Militar julgar civis em tempode paz, sendo que os crimes noticiados teriam natureza comum, não ofendendo os bens jurídicosprevistos no art. 142 da CF. 4. O Procurador da Republica oficiante, considerando ter havido umequívoco na decisão colenda Câmara, impetrou Recurso para nova apreciação, considerando queo caso não trata de crime cometido por civil, além de não ter havido pronunciamento quanto aodeclínio de atribuição para Pernambuco e Amazonas, mesmo que se entenda pela prática decrime comum. 5. Conhecimento da remessa. O fato do crime ter sido praticado por militar e nãopor civil, não altera o entendimento proferido no voto anterior, na medida que as falsidades forampraticadas contra a administração militar. 6. Para se definir se um delito é militar em tempo de paz,antes mesmo da análise do art. 9º do CPM, é necessária a verificação dos critérios que a CFapresenta para o conceito. Nesse sentido, o art. 142 da CF traz dois princípios basilares dasForças Armadas, que orientam a interpretação das normas relativas aos militares: a hierarquia e adisciplina. Em observância a esses valores, a CF previu um regime jurídico diferenciado aosmilitares, no qual há jurisdição específica a fim de que sejam tutelados bens jurídicos especiais: adefesa da pátria, a garantia dos poderes constitucionais e a garantia da lei e da ordem. 7. Assim,o Direito Penal Militar deve abarcar somente as condutas de militares que atentem contra ahierarquia, a disciplina e as instituições militares. 8. No caso, a conduta ilícita em tela não traduzofensa aos bens jurídicos previstos no art. 142 da CF (defesa da Pátria, garantia dos poderesconstitucionais, da lei e da ordem). Portanto, a competência para o processamento e julgamentodo feito é da Justiça Federal e, consequentemente, da atribuição do Ministério Público Federal.Precedente da 2ª CCR: Procedimento nº 1.29.011.000299/2019-18, 746ª Sessão Ordinária, em08/07/2019, unânime. 9. Quanto ao declínio de atribuição às Procuradorias da República em

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Pernambuco e no Amazonas, tendo em vista que a representação dá conta que os crimes teriamse consumado em tais localidades, remetam-se os autos às citadas procuradorias para análisedos fatos cometidos sob sua atribuição. 10. Não homologação do declínio de atribuições aoMinistério Público Militar e remessa do presente procedimento à Procuradoria da República emPernambuco, e remessa de cópia dos autos para à Procuradoria da República no Amazonas paraas providências cabíveis.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela não homologação dodeclínio de atribuições ao Ministério Público Militar nos termos do voto do relator.

Homologação de Arquivamento

092. Processo: DPF/AM-00869/2016-INQ Voto: 6387/2019 Origem: GABPR4-HSVL -HENRIQUE DE SA VALADAOLOPES

Relator(a): Dr(a) JULIANO BAIOCCHI VILLA-VERDE DE CARVALHO

Ementa: Inquérito policial. Crime de descaminho (CP, art. 334). Crime de descaminho (CP, art. 334).Apreensão realizada pela Polícia Rodoviária Federal de carregamento de mercadoriassupostamente estrangeiras. Revisão de arquivamento (art. 62, IV da LC 75/93). No caso, tanto aReceita Federal do Brasil como a Polícia Federal não lograram identificar a origem dasmercadorias, sendo classificadas como indefinida. Ausência de materialidade delitiva, haja vistaque o delito de descaminha exige a comprovação da origem estrangeira das mercadorias. Faltade justa causa para o prosseguimento da persecução penal. Homologação do arquivamento.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação doarquivamento, nos termos do voto do(a) relator(a).

093. Processo: SRPF-AP-00409/2017-INQ Voto: 6594/2019 Origem: GABPR4-JCCN -JOAQUIM CABRAL DA COSTANETO

Relator(a): Dr(a) JULIANO BAIOCCHI VILLA-VERDE DE CARVALHO

Ementa: Inquérito Policial instaurado para apurar possível ocorrência do crime de falsidade ideológica,tendo em vista que a Secretaria Estadual de Educação no Amapá SEED teria apresentadodocumentos com informações falsas à Justiça do Trabalho em Macapá, referente a bloqueio devalores determinado pelo Juízo. CP, art. 299. Revisão de arquivamento (LC n° 75/93, art. 62, IV).Segundo o Procurador oficiante, constatou-se que não houve dolo de falsidade na emissão dascertidões de inexistência de crédito pelos servidores da SEED ou nas informações prestadas àautoridade judicial. Isso porque, apesar de haver saldo liquidado nos Caixas Escolares emquestão, os valores identificados no Portal da Transparência não podem ser atingidos porconstrição judicial em razão de sua finalidade específica, o que, de fato, impossibilita ocumprimento da ordem de bloqueio determinada pela Justiça laboral. Assim, embora osservidores da SEED não tenham declarado, por ocasião da expedição do Ofício nº 757/2017-GAB/SEED e das certidões de inexistência de crédito então emitidas, a existência de valoresliquidados no Caixa Escolar, tal informação foi prestada por meio do Ofício 5120/2017SAGE/GAB/SEED, o qual esclarece a vedação do uso desses recursos para despesas diversasdaquelas dispostas no art. 4º da Resolução nº 10/2013 do Conselho do FNDE. Por outro lado,como ressaltado na promoção de arquivamento, há que se reconhecer a impossibilidade deconsumação do crime de falsidade ideológica no presente caso. A declaração de inexistência decrédito emitida pelos servidores da SEED, por si só, consiste em meio absolutamente ineficazpara frustrar a requisição levada a efeito pelo Juízo trabalhista, visto que o saldo dos CaixasEscolares está disponível para consulta pública e eventuais verificações por meio do Portal daTransparência. Falta de justa causa para prosseguir na persecução. Homologação doarquivamento.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação doarquivamento, nos termos do voto do(a) relator(a).

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ATA DA 755ª SESSÃO DE REVISÃO PGR-00561788/2019

094. Processo: 1.00.000.004074/2017-16 Voto: 6519/2019 Origem: PROCURADORIAREGIONAL DA REPÚBLICA DA 3ªREGIÃO

Relator(a): Dr(a) JULIANO BAIOCCHI VILLA-VERDE DE CARVALHO

Ementa: Procedimento de Gestão Administrativa PGEA, autuado no âmbito da 2ª Câmara deCoordenação e Revisão, composto por 02 (dois) relatórios realizados por Procuradoresintegrantes do Grupo de Apoio ao Combate à Escravidão Contemporânea e Tráfico dePessoas/GACEC-TRAP, nos quais foram formalizadas sugestões com a finalidade de melhorar otrabalho de campo nas operações de resgate. Revisão de arquivamento (LC nº 75/93, art. 62, IV).Informação de que as sugestões feitas pelos membros do GACEC-TRAP foram encaminhadasaos setores competentes do Ministério Público Federal, tendo em vista que a implementaçãodestas não depende de atuação exclusiva da Coordenação do Grupo Móvel, mas de dotaçãoorçamentária e trabalho em conjunto com o demais órgãos do MPF. Cumprimento dos objetivosdo PGEA. Perda do objeto do presente procedimento. Homologação do arquivamento.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação doarquivamento, nos termos do voto do(a) relator(a).

095. Processo: 1.00.000.018476/2019-60 - Eletrônico Voto: 6442/2019 Origem: PROCURADORIA DAREPÚBLICA NO MUNICÍPIO DEARACATUBA-SP

Relator(a): Dr(a) JULIANO BAIOCCHI VILLA-VERDE DE CARVALHO

Ementa: Inquérito Policial instaurado para apurar suposta prática dos crimes previstos nos arts. 168-A, §1º, I e II, do CP, e 1º, I, da Lei nº 8.137/90, tendo em vista que F.C.M.V., na qualidade deresponsável legal da empresa F.I.e C. S/A (e de duas filiais), estabelecida no município deAraçatuba/SP, efetuou, de forma continuada, compensações ilegais de PIS/COFINS com ascontribuições sociais recolhidas dos seus empregados, no valor aproximado de R$ 16.095.967,86.Manifestação do MPF pelo arquivamento do feito por entender aplicável ao caso concreto oinstituto da inexigibilidade de conduta diversa como excludente da culpabilidade. Discordância doJuízo da 1ª Vara Federal de Araçatuba/SP. Aplicação do art. 28 do CPP c/c art. 62, inc. IV, da LCnº 75/93. Como bem pontuado pelo Procurador oficiante, para não se exigir outro comportamentodo agente responsável pela retenção das contribuições previdenciárias, senão aquele tido comocriminoso, é preciso que estejam presentes certos requisitos: a) que as dificuldades financeirassejam severas em relação ao porte da empresa; b) que as alternativas tenham sido levadas emconsideração pelo agente da retenção; c) que seja algo ocasional, excepcional, e não uma rotina,um hábito profissional, de incorporação do capital público ao privado; d) que as dificuldadesfinanceiras não decorram de culpa; e) que o investigado produza prova em relação aospressupostos fáticos de aplicação da tese. Apreciação, no caso concreto, de tais requisitos parafins de aplicação da referida tese da inexigibilidade de conduta diversa. Constatação de que aempresa matriz e suas filiais enfrentaram, e enfrentam, severas dificuldades financeiras, que,inclusive, culminou com a decretação de sua recuperação judicial, motivo que teria ensejado acompensação ilegal de débitos previdenciários com créditos tributários, deixando de repassar ascontribuições previdenciárias recolhidas dos salários de seus empregados ao INSS. Informaçãode que o responsável/proprietário das empresas citadas vem sofrendo diversos depauperamentosem seu patrimônio pessoal, decorrentes de penhoras e expropriações sofridas pelas suasempresas, conforme provas constantes do presente apuratório. Situação financeira precáriaevidenciada, justificando a ocorrência dos ilícitos. Excludente de culpabilidade (inexigibilidade deconduta diversa) demonstrada. Precedente da 2ª CCR: Procedimento MPF nº1.15.000.001217/2016-24, 665ª Sessão Ordinária, de 07/11/2016, unânime. Insistência noarquivamento.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação doarquivamento, nos termos do voto do(a) relator(a).

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ATA DA 755ª SESSÃO DE REVISÃO PGR-00561788/2019

096. Processo: 1.13.000.001272/2019-31 - Eletrônico Voto: 6463/2019 Origem: PROCURADORIA DAREPÚBLICA - AMAZONAS

Relator(a): Dr(a) JULIANO BAIOCCHI VILLA-VERDE DE CARVALHO

Ementa: Notícia de Fato instaurada para apurar suposta prática do crime descrito no art. 1º, inc. I, da Lei nº8.137/90 por 2.870 pessoas residentes em Manaus/AM que teriam prestado informações falsas àReceita Federal (referentes ao pagamento de pensão alimentícia), com a finalidade de reduzir ovalor do tributo efetivamente devido. Revisão de arquivamento (LC nº 75/93, art. 62, inc. IV).Segundo o Procurador oficiante, a identidade dos autores dos ilícitos aqui investigados édesconhecida, como informou a própria Procuradoria da Fazenda Nacional por meio de ofíciodatado de 17/06/2019. Por sua vez, quando questionado acerca da eventual existência de créditodefinitivamente constituído em face dos 2.870 investigados, a Receita Federal nada informou.Natureza material do crime. Súmula Vinculante nº 24/STF. Materialidade delitiva, de plano, nãoevidenciada. Falta de justa causa para prosseguir na persecução penal. Homologação doarquivamento.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação doarquivamento, nos termos do voto do(a) relator(a).

097. Processo: 1.14.000.001765/2019-34 - Eletrônico Voto: 6469/2019 Origem: PROCURADORIA DAREPÚBLICA - BAHIA

Relator(a): Dr(a) JULIANO BAIOCCHI VILLA-VERDE DE CARVALHO

Ementa: Notícia de Fato instaurada a partir de representação ofertada pela Universidade do Estado daBahia UNEB, narrando a possível ocorrência dos crimes de estelionato, falsidade ideológica euso de documento falso, supostamente praticado por pessoa vinculada à UMESAM Unidade deMediação de Ensino Superior para Amazônia, sediada em Ji-Paraná/RO, em virtude de oferta decurso e emissão de diploma falso com alegação de possuir convênio com a UNEB. CP, arts. 171,299 e 304. Revisão de arquivamento (LC nº 75/93, art. 62, inc. IV). Segundo o Procuradoroficiante, melhor apreciando os fatos noticiados, verificou-se que não houve a efetivaapresentação de documento falso (diploma ou histórico escolar) produzido pela UMESAM peranteentidade federais sediadas no Estado da Bahia. O que foi efetivamente relatado pelarepresentante consiste apenas na conduta relativa à oferta indevida de cursos pela UMESAM coma utilização irregular do nome da UNEB, induzindo seus alunos a erro sobre o conteúdo do cursostricto sensu ministrado, obtendo a instituição, dessa forma, vantagem ilícita em prejuízo alheio.Apurou-se, ainda, que, em decorrência desse ato ilícito, foram produzidos diplomas falsos pelareferida instituição de ensino. Ausência de indícios, contudo, acerca de eventual uso autônomodos diplomas falsos. Materialidade delitiva não configurada quanto ao delito do art. 304 do CP.Encaminhamento de cópia da promoção de arquivamento à PRM de Ji-Paraná/RO para juntada àNF nº 1.31.001.000326/2019-13 e adoção das providências pertinentes com relação às condutasque podem configurar os ilícitos descritos nos arts. 171 e 299 do CP. Homologação doarquivamento quanto ao crime previsto no art. 304 do CP.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação doarquivamento, nos termos do voto do(a) relator(a).

098. Processo: 1.14.000.002901/2019-11 - Eletrônico Voto: 6389/2019 Origem: PROCURADORIA DAREPÚBLICA - BAHIA

Relator(a): Dr(a) JULIANO BAIOCCHI VILLA-VERDE DE CARVALHO

Ementa: Noticia de fato. Suposto crime de estelionato majorado (CP, art. 171, § 3º). Saque irregular de 5(cinco) competências de benefício previdenciário após o óbito do titular. Revisão de arquivamento(LC nº 75/93, art. 62, IV). Caso no qual após parcelar o valor da divida, a investigada ficou semadimplir determinadas parcelas, razão pela qual o parcelamento foi rescindido. Em sua defesa, ainvestigada alegou que não teria conseguido honrar o parcelamento em virtude de complicaçõesocorridas na colheita. Tendo em vista o reduzido número de saques realizados, o adimplementoparcial da dívida, somado ao baixo grau de instrução da investigada, trabalhadora rural, tenho quea conduta não apresenta relevância penal apta a justificar o prosseguimento do feito.

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ATA DA 755ª SESSÃO DE REVISÃO PGR-00561788/2019

Homologação do arquivamento.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação doarquivamento, nos termos do voto do(a) relator(a).

099. Processo: 1.14.004.000273/2019-91 - Eletrônico Voto: 6579/2019 Origem: PROCURADORIA DAREPÚBLICA - BAHIA

Relator(a): Dr(a) JULIANO BAIOCCHI VILLA-VERDE DE CARVALHO

Ementa: Notícia de Fato instaurada para apurar suposto crime de desobediência por parte do Coordenadordo 28º CIRETRAN (Camaçari/BA), em face de descumprimento de ordem judicial exarada no bojode processo em trâmite perante o Juízo da 1ª Vara Federal de Feira de Santana/BA. CP, art. 330.Revisão de arquivamento (LC nº 75/93, art. 62, IV). Segundo o Procurador oficiante, em que pesea devida identificação do destinatário, não foi possível afirmar quem recebeu pessoalmente oofício, porquanto não houve notificação pessoal por mandado, mas apenas o encaminhamento docitado expediente via Correios. Verificação de que as assinaturas constantes dos protocolos derecebimento dos ofícios são de terceiros e não do real destinatário. Ausência de prova deconhecimento pessoal inequívoco quanto à ordem expedida. Ciência sobre o teor da notificaçãojudicial não evidenciada. Notícia quanto à advertência de que a falta de resposta implicaria naaplicação de multa de R$ 2.000,00, bem como na adoção de outras medidas e sanções legaiscabíveis. Incidência do Enunciado nº 61 da 2ª CCR. Carência de justa causa para prosseguir napersecução penal. Homologação do arquivamento.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação doarquivamento, nos termos do voto do(a) relator(a).

100. Processo: 1.15.000.002215/2019-03 - Eletrônico Voto: 6462/2019 Origem: PROCURADORIA DAREPÚBLICA -CEARÁ/MARACANAÚ

Relator(a): Dr(a) JULIANO BAIOCCHI VILLA-VERDE DE CARVALHO

Ementa: Notícia de Fato instaurada a partir de manifestação ofertada perante a Sala de Atendimento aoCidadão por pessoa residente em Fortaleza/CE, relatando suposta prisão arbitrária e violênciadoméstica sofrida pela irmã da noticiante na Noruega. Segundo o relato, L.P., brasileira, residentena cidade de Oslo há 13 anos, teria sido vítima de abuso sexual por parte de seu cônjugenorueguês, bem como de violação de seus direitos básicos, como não assistência de advogado,tortura psicológica e prisão arbitrária. Revisão de arquivamento (LC nº 75/93, art. 62, IV). Segundoo Procurador oficiante, a partir do que consta das narrativas apresentadas, possíveis delitoscontra vítima brasileira ocorreram fora do país e foram praticados por cidadão norueguês. Trata-sede crime que, para sua punição, obedece a requisitos estritos da extraterritorialidadehipercondicionada e, no presente caso, não se vislumbra cumprimento de todos eles paraeventual punição do estrangeiro, suposto autor dos delitos. Na hipótese, aliás, sequer foi cumpridaa condição de procedibilidade consistente na entrada do estrangeiro em território nacional. Assim,por mais graves que sejam os fatos descritos, não é o caso de a Justiça criminal agir para punir oautor dos fatos. A propósito, mesmo que o estrangeiro estivesse em solo nacional, a competênciapara as apurações seria da Justiça Estadual. Tal entendimento deve-se ao fato de que o crime foiinteiramente perpetrado no exterior, não cuidando a hipótese de crime à distância, que atrairia acompetência federal (CC nº 107.397/DF, STJ, Terceira Seção, DJe 01/10/2014). Caso em que nãohá notícia de que o autor dos supostos ilícitos ingressou no país, bem como de que não cuida ofeito de crime à distância previsto em tratado internacional ou de grave violação de direitoshumanos. Ausência de provas concretas de que os agentes estatais noruegueses violaramdireitos humanos da irmã da noticiante. Homologação do arquivamento.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação doarquivamento, nos termos do voto do(a) relator(a).

101. Processo: 1.15.000.002503/2019-50 - Eletrônico Voto: 6213/2019 Origem: PROCURADORIA DAREPÚBLICA -

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CEARÁ/MARACANAÚ

Relator(a): Dr(a) JULIANO BAIOCCHI VILLA-VERDE DE CARVALHO

Ementa: Notícia de Fato. Manifestação apresentada perante a Sala de Atendimento ao Cidadão noticiandoque determinado Deputado Estadual estaria compartilhando notícias falsas por meio de redessociais, referentes a uma cartilha escolar distribuída pela Secretaria de Educação do Município deFortaleza. Revisão de arquivamento (LC nº 75/93, art. 62, IV). Inexistência de indícios mínimos detipicidade. A conduta de propagar notícias falsas (fake news) utilizando-se de redes sociais não foicriminalizada, somente podendo caracterizar crime quando cometidas no contexto dos delitos decalúnia, difamação e injúria, que são crimes de ação penal privada. As figuras tipificadas nos arts.323, 324 e 325 do Código Eleitoral são as que, em tese, poderiam se subsumir as condutasdescritas na representação, por meio de interpretação ampliativa, dada a evolução do meios decomunicação nos últimos anos. Todavia, o que não se vislumbra no caso em apreço, pois apropagação de notícias falsas para configurar os tipos penais eleitorais acima referidos devem sercometidos no contexto de propaganda eleitoral. Atipicidade. Ausência de justa causa paracontinuidade das investigações. Homologação do arquivamento.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação doarquivamento, nos termos do voto do(a) relator(a).

102. Processo: 1.15.000.003896/2018-38 - Eletrônico Voto: 6404/2019 Origem: PROCURADORIA DAREPÚBLICA -CEARÁ/MARACANAÚ

Relator(a): Dr(a) JULIANO BAIOCCHI VILLA-VERDE DE CARVALHO

Ementa: Procedimento Investigatório Criminal. Representação encaminhada pelo Ministério PúblicoEstadual, dando conta do cometimento do crime de apropriação indébita previdenciária (CP, art.168-A) por gestora do fundo municipal de assistência social do Município de Arneiroz/CE, no anode 2009. Revisão de arquivamento (art. 62, IV, LC 75/93). Oficiada, a Receita Federal do Brasilinformou que não houve procedimento fiscal deflagrado no Município de Arneiroz, no ano de 2019,bem como as ocorrências das GFIPs, do ano 2009, já haviam sido baixadas por liquidação.Ausência de constituição definitiva do crédito tributário em desfavor da investigada. Aindainformou a RFB que não há indícios de apropriação indébita tributária em relação ao referidoFundo municipal. Materialidade delitiva não evidenciada. Ausência, por ora, de elementosprobatórios mínimos aptos a viabilizar o prosseguimento da persecução penal. Homologação doarquivamento.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação doarquivamento, nos termos do voto do(a) relator(a).

103. Processo: 1.19.000.001574/2019-96 - Eletrônico Voto: 6402/2019 Origem: PROCURADORIA DAREPÚBLICA - MARANHÃO

Relator(a): Dr(a) JULIANO BAIOCCHI VILLA-VERDE DE CARVALHO

Ementa: Notícia de Fato autuada a partir de manifestação na Sala de Atendimento ao Cidadão, na qual anoticiante relata possíveis ofensas de caráter xenofóbicas, relacionadas a população nordestina,proferidas na rede social twitter, informando que as ofensas possuem cunho racista. Supostocrime de racismo, previsto no art. 20 da Lei nº 7.716/89. Revisão de arquivamento (LC nº 75/93,art. 62, IV). Postagem que traz adjetivação negativa a pessoas que possuem um pensamentopolítico de esquerda e a uma cantora de renome nacional, comparando-as com jumentos. Imagem(print) encaminhada pelo noticiante a qual consta mensagem de cunho deplorável, no entanto,não configura o crime de racismo. Embora seja um comentário infeliz, da análise dos autos não sevislumbra ofensas diretas ao povo nordestino, uma vez que não há menção expressa a essapopulação, não se subsumindo ao tipo penal do art. 20 da Lei nº 7.716/89. Ausência de indícios dematerialidade delitiva. Carência de justa causa para o prosseguimento do feito. Homologação doarquivamento.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação doarquivamento, nos termos do voto do(a) relator(a).

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Page 55: ATA DA SEPTICENTÉSIMA QUINQUAGÉSIMA QUINTA ......2019/11/25  · ATA DA 755ª SESSÃO DE REVISÃO PGR-00561788/2019 c/c o art. 62, inc. IV, da LC nº 75/93. Com efeito, o desacato

ATA DA 755ª SESSÃO DE REVISÃO PGR-00561788/2019

104. Processo: 1.22.005.000206/2019-95 - Eletrônico Voto: 6454/2019 Origem: PROCURADORIA DAREPÚBLICA NO MUNICÍPIO DEMONTES CLAROS-MG

Relator(a): Dr(a) JULIANO BAIOCCHI VILLA-VERDE DE CARVALHO

Ementa: Notícia de Fato instaurada para apurar possível prática do crime descrito no art. 179, tendo comosuposta vítima o Banco do Nordeste. Segundo narrado em petição de embargos de terceirosopostos pela própria instituição financeira em desfavor do advogado L.M.de A.S. e de duassociedades empresárias perante o Juízo da 1ª Vara Cível da Comarca de Montes Claros/MG, aação executiva a qual ela se opunha teria sido artificiosamente ajuizada pelos embargados parasimular a existência de contrato advocatício (que na ordem de penhora possui preferência legalem virtude da natureza alimentar) com o objetivo de sobrepor os créditos dele decorrentesàqueles titularizados pelo Banco do Nordeste em razão de crédito hipotecário e, assim, frustrar orecebimento de seus direitos. CP, art. 179. Revisão de arquivamento (LC nº 75/93, art. 62, IV).Segundo o Procurador oficiante, a consumação do delito fica condicionada ao registro da penhorado bem, minando a disponibilidade do devedor/executado sobre ele. No presente caso, aefetivação da penhora se deu no dia 24/10/2013. Pena máxima cominada de 2 (dois) anos dedetenção. Prescrição da pretensão punitiva após o decurso de mais de 6 (seis) anos desde a datado fato, sem que tenha ocorrido qualquer causa de suspensão ou interrupção da prescrição.Extinção da punibilidade. CP, arts. 107, IV, e 109, V. Homologação do arquivamento.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação doarquivamento, nos termos do voto do(a) relator(a).

105. Processo: 1.23.000.000584/2018-09 Voto: 6527/2019 Origem: PROCURADORIA DAREPÚBLICA - PARA/CASTANHAL

Relator(a): Dr(a) JULIANO BAIOCCHI VILLA-VERDE DE CARVALHO

Ementa: Procedimento investigatório criminal autuado para Investigar o suposto uso de documento falsoem ação ajuizada na Justiça do Trabalho por ex-empregado da representante. Revisão dearquivamento (LC nº 75/93, art. 62, IV). Narra a representação que o investigado teriaapresentado contrato de prestação de serviços falso. Oficiada, a Justiça do trabalho apresentoucópia da Reclamação Trabalhista, informando que a falsidade foi arguida no referido processo,porém, ao apreciar o incidente decidiu-se que não restou comprovada qualquer falsificação nosdocumentos apresentados pelo reclamante. A Justiça do Trabalho firmou convicção pelaexistência do contrato de trabalho, que foi confirmada em grau de recurso ordinário pelo TribunalRegional do Trabalho, reconhecendo a veracidade do documento. Assim, não se verifica ocometimento de delito de uso de documento falso por parte da investigado. Ausência de justacausa. Materialidade delitiva não evidenciada. Homologação do arquivamento.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação doarquivamento, nos termos do voto do(a) relator(a).

106. Processo: 1.23.000.000993/2019-88 - Eletrônico Voto: 6467/2019 Origem: PROCURADORIA DAREPÚBLICA - PARA/CASTANHAL

Relator(a): Dr(a) JULIANO BAIOCCHI VILLA-VERDE DE CARVALHO

Ementa: Procedimento Investigatório Criminal instaurado a partir de expediente da Procuradoria Regionaldo Trabalho da 8ª Região Belém/PA para apurar notícia de possível prática de crime de redução acondição análoga à de escravo por parte de pessoa identificada como A.S.M.do A. (vulgo Pé-de-Boto), no âmbito da comunidade Menino Deus, localizada em Igarapé-Miri/PA, considerando asdeclarações prestadas por um lavrador residente na localidade. CP, art. 149. Revisão dearquivamento (LC n° 75/93, art. 62, inc. IV). Oficiado, o Ministério Público do Trabalho esclareceuque não houve resposta por parte da SRTE/PA em relação aos fatos noticiados e que também nãofoi realizada fiscalização no local. Ausência, por ora, de indícios mínimos de materialidade delitiva.Falta de justa causa para prosseguir na persecução penal. Homologação do arquivamento.

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ATA DA 755ª SESSÃO DE REVISÃO PGR-00561788/2019

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação doarquivamento, nos termos do voto do(a) relator(a).

107. Processo: 1.23.005.000249/2019-33 - Eletrônico Voto: 6447/2019 Origem: PROCURADORIA DAREPÚBLICA NO MUNICÍPIO DEREDENÇÃO-PA

Relator(a): Dr(a) JULIANO BAIOCCHI VILLA-VERDE DE CARVALHO

Ementa: Notícia de Fato instaurada para apurar relato de possível prática do crime de desobediência porparte de dirigentes da empresa VALE S/A, ante o não cumprimento de julgados do TribunalRegional Federal da 1ª Região, proferidos nos autos de agravo de instrumento. CP, art. 330.Revisão de arquivamento (LC nº 75/93, art. 62, IV). Segundo o Procurador oficiante, no caso emapreço, o vaivém jurisdicional trouxe, de certa forma, incerteza quanto à paralisação dasatividades do empreendimento Onça Puma. Um sem-número de agravos de instrumentos,mandados de segurança e suspensões de segurança matizaram o embate judicial originado apartir da Ação Civil Pública nº 85.2012.4.01.3905: ora a atividade minerária esteve proibida, oraesteve liberada, ora este parcialmente admitida. Tal incerteza decerto desnaturou a configuraçãodo delito de desobediência. Ausência de dolo. Hipótese em que não é punível a figura culposa.Incidência, ademais, do Enunciado nº 61 da 2ª CCR. Falta de justa causa para prosseguir napersecução penal. Homologação do arquivamento.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação doarquivamento, nos termos do voto do(a) relator(a).

108. Processo: 1.25.000.004026/2019-11 - Eletrônico Voto: 6516/2019 Origem: PROCURADORIA DAREPÚBLICA - PARANA

Relator(a): Dr(a) JULIANO BAIOCCHI VILLA-VERDE DE CARVALHO

Ementa: Notícia de Fato instaurada a partir de expediente do Juízo da 5ª Vara Federal de Curitiba/PRencaminhando cópia de procedimento administrativo no qual se investigou a inclusão dalogomarca da Justiça Federal no topo do documento [p.3] direcionado à magistrada da 5ª VaraFederal de Curitiba pelo leiloeiro H.K., solicitando análise para sua nomeação como avaliador e/ouleiloeiro naquela jurisdição. Relato de que o mencionado leiloeiro estaria utilizando indevidamentea logomarca da Justiça Federal para fins de dar publicidade ao seu trabalho. Possível prática docrime descrito no art. 296, § 1º, II, do CP. Revisão de arquivamento (LC nº 75/93, art. 62, inc. IV).Segundo o Procurador oficiante, o ora investigado foi intimado a manifestar-se e alegou: a) que alogomarca encontra-se associada ao nome da magistrada federal e não ao nome do leiloeiro, oqual possui logomarca própria para divulgar suas atividades; b) que, por nunca ter havidoqualquer autorização, intenção e/ou interesse dele em inserir a logomarca da Justiça Federal,pediu escusas pelo ocorrido; c) que, em relação ao material personalizado, inclusive com o nomeda magistrada, foi entregue apenas uma unidade na 5ª Vara Federal de Curitiba; d) que utiliza háanos logomarca própria, usando-a para publicidade, sendo que a logomarca da Justiça Federalatrelada ao nome dele não lhe traz benefícios; e) que a referida resolução vedando o uso denome, símbolos ou demais designativos da Justiça Federal não é conhecida pela maioria dosleiloeiros dos Estados da região sul do país, tendo anexado em sua manifestação algunsexemplos de como é utilizada a logomarca da Justiça Federal na divulgação dos leilões.Explicações que se mostraram convincentes e plausíveis. Ausência de indícios de dolo naconduta. Falta de justa causa para prosseguir na persecução penal. Homologação doarquivamento.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação doarquivamento, nos termos do voto do(a) relator(a).

109. Processo: 1.26.008.000224/2019-06 - Eletrônico Voto: 6599/2019 Origem: PROCURADORIA DAREPÚBLICA NO MUNICÍPIO DEC.DE S.AG./PALMARE

Relator(a): Dr(a) JULIANO BAIOCCHI VILLA-VERDE DE CARVALHO

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ATA DA 755ª SESSÃO DE REVISÃO PGR-00561788/2019

Ementa: Notícia de fato. Suposto crime de furto tentado qualificado (CP, art. 155,§ 4º, inc. I, cc. o art. 14,inc. II) praticado em desfavor da Caixa Econômica Federal, em 27/08/2018, no Município de Cabode Santo Agostinho/PE. Relato de que os agentes criminosos arrombamento a parede lateral daagência, tendo acesso através de uma residência vizinha que alugaram com o objetivo deexecutar o furto. Não foi constada a subtração de bens ou valores, tendo em vista que nãoconseguiram alcançar o cofre da agência, pois se evadiram do local quando o alarme foiacionado, antes da chegada da polícia. Revisão de arquivamento (LC nº 75/93, art. 62, inc. IV).Diligências. A oitiva dos proprietários do imóvel alugado não foi suficiente para identificar osautores do crime, pois infere-se que estes tenham se utilizado de identidades falsas para alugar oimóvel. As imagens do circuito interno de segurança revelam a presença de dois indivíduos nacena do crime, mas estão com os rostos cobertos e usando luvas, de maneira que não é possívelidentificá-los. Laudo de perícia criminal do local dos fatos, laudo papiloscópico e laudo de genéticaforense não possuem elementos suficientes para se chegar a uma conclusão. Inexistência desuspeitos e testemunhas. Ausência de elementos mínimos da autoria delitiva e de linhainvestigativa capaz de esclarecê-la. Homologação do arquivamento.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação doarquivamento, nos termos do voto do(a) relator(a).

110. Processo: 1.28.000.002462/2018-62 - Eletrônico Voto: 6453/2019 Origem: PROCURADORIA DAREPÚBLICA NO MUNICÍPIO DEASSU-RN

Relator(a): Dr(a) JULIANO BAIOCCHI VILLA-VERDE DE CARVALHO

Ementa: Procedimento Investigatório Criminal instaurado a partir de expediente do Núcleo da TurmaRecursal da Seção Judiciária do Rio Grande do Norte para apurar suposta tentativa de estelionatopor parte de autor de ação indenizatória, J.M. da S., que teria contratado dois empréstimosconsignados em folha de pagamento e, em seguida, ajuizado referida demanda em desfavor doINSS e de instituição bancária privada, com o propósito de sustar as consignações e obter adevolução dos valores descontados, bem assim o pagamento de indenização por danos morais.Demanda julgada improcedente e o autor condenado por litigância de má-fé. Recurso desprovidopela Turma Recursal e envio de cópia dos autos para apuração de possível cometimento do crimedescrito no art. 171, § 3º, do CP. Revisão de arquivamento (LC nº 75/93, art. 62, inc. IV). Segundoo Procurador oficiante, os elementos reunidos nestes atos evidenciam que ocorreu, na verdade,uma falsificação de documentos em nome de J.M. da S., o que permitiu ao fraudador abrir umaconta de poupança na Caixa Econômica Federal e contratar um empréstimo consignado. Talsituação, ao que se tem, não foi suficientemente analisada nos autos da ação indenizatóriamovida pelo ora investigado, o que levou a Turma Recursal a condená-lo por litigância de má-fé,considerando que o valor do empréstimo fora creditado na conta de poupança dele, sem levar emconta, porém, a possibilidade de qual tal conta fosse fruto de fraude, malgrado a situação ter sidoobjeto da réplica apresentada pelo demandante. Pessoa humilde e de pouca instrução, havendofortes indícios de que foi vítima de fraude, tanto na abertura da conta de poupança quanto nacontratação do empréstimo. Autoria e materialidade delitiva não evidenciadas com razoávelmargem de certeza. Falta de justa causa para prosseguir na persecução penal. Homologação doarquivamento.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação doarquivamento, nos termos do voto do(a) relator(a).

111. Processo: 1.29.000.003160/2019-55 - Eletrônico Voto: 6203/2019 Origem: PROCURADORIA DAREPÚBLICA - RIO GRANDE DOSUL

Relator(a): Dr(a) JULIANO BAIOCCHI VILLA-VERDE DE CARVALHO

Ementa: Notícia de fato autuada a partir de pedido de cooperação jurídica internacional oriundo deautoridades da República da Argentina para fins de informações sobre veículo com registro defurto no Brasil e apreendido naquele País. O pedido tem por finalidade a notificação da autoridadejurisdicional brasileira competente na Comarca de Pouso Alegre/RS, acerca da apreensão e as

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ATA DA 755ª SESSÃO DE REVISÃO PGR-00561788/2019

providências cabíveis em relação ao procedimento administrativo de devolução aos proprietários.Revisão de arquivamento (LC nº 75/93, art. 62, IV). Diligências. Pesquisa realizada mostra que defato o veículo apreendido está registrado como objeto de furto na 10ª Delegacia de Polícia Civil dePouso Alegre/RS, entretanto ainda não há procedimento jurisdicional instaurado em relação aofurto na Comarca da Justiça Estadual de Pouso Alegre/RS, motivo pelo qual não há autoridadejudicial competente para ser notificada. Dessa forma, o Procurador oficiante determinou aexpedição de ofício a referida Delegacia para tomar as providências cabíveis. Solicitação decooperação internacional cumprida. Ausência de crime a ser investigado da atribuição doMinistério Público Federal. Homologação do arquivamento.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação doarquivamento, nos termos do voto do(a) relator(a).

112. Processo: 1.29.000.003851/2019-59 - Eletrônico Voto: 6360/2019 Origem: PROCURADORIA DAREPÚBLICA - RIO GRANDE DOSUL

Relator(a): Dr(a) JULIANO BAIOCCHI VILLA-VERDE DE CARVALHO

Ementa: Notícia de Fato. Notícia-crime comunicada por advogada dando conta da suposta prática do crimede falso testemunho (CP, art. 342) em reclamatória trabalhista. Revisão de arquivamento (LC nº75/93, art. 62, IV). Segundo restou apurado, o juízo trabalhista indeferiu o requerimento deexpedição de ofício ao MPF para investigação do crime de falso testemunho entendendo que nãorestou caracterizada a necessidade de investigação ou fiscalização dos fatos referidos na inicial,não havendo, ademais, qualquer manifestação do juízo acerca do possível cometimento do crime.Ausência de indícios da existência de conduta criminosa. Falta de justa causa para a persecuçãopenal. Homologação do arquivamento.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação doarquivamento, nos termos do voto do(a) relator(a).

113. Processo: 1.29.009.000159/2018-16 - Eletrônico Voto: 6464/2019 Origem: PROCURADORIA DAREPÚBLICA NO MUNICÍPIO DES.DO LIVRAMENTO-RS

Relator(a): Dr(a) JULIANO BAIOCCHI VILLA-VERDE DE CARVALHO

Ementa: Procedimento Investigatório Criminal instaurado a partir de expediente do Juízo da Vara doTrabalho de Rosário do Sul/RS para apurar possível prática dos crimes de sonegaçãoprevidenciária (CP, art. 337-A, II) e de sonegação fiscal (Lei nº 8.137/90, art. 1º, I, da Lei nº8.137/90) por parte dos representantes legais de sociedade empresária (R.L.S. EPP). Revisão dearquivamento (LC n° 75/93, art. 62, IV). Inexistência de débitos quanto às contribuiçõesprevidenciárias. Localização de Guia da Previdência Social (GPS) em nome da empresainvestigada, recolhida em 23/01/2019. No tocante aos valores relativos ao imposto de renda, háinformação de que o acordo homologado na reclamatória em questão estabeleceu que areclamada pagará ao reclamante o valor de R$ 6.000,00 em seis parcelas mensais de mesmovalor. Considerando que a tabela progressiva mensal vigente desde abril de 2015 prevê querendimentos até o valor de R$ 1.903.98 são isentos, a Receita Federal esclareceu que nãocaberia retenção de imposto de renda sobre os pagamentos mensais acordados. Materialidadedelitiva não evidenciada. Falta de justa causa para prosseguir na persecução penal. Homologaçãodo arquivamento.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação doarquivamento, nos termos do voto do(a) relator(a).

114. Processo: 1.30.001.002834/2019-73 - Eletrônico Voto: 6413/2019 Origem: PROCURADORIA DAREPÚBLICA - RIO DE JANEIRO

Relator(a): Dr(a) JULIANO BAIOCCHI VILLA-VERDE DE CARVALHO

Ementa: Notícia de fato autuada para apurar a suposta prática do crime previsto no artigo 10 da Lei nº

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ATA DA 755ª SESSÃO DE REVISÃO PGR-00561788/2019

7.347/85 (recusa, retardamento ou omissão de dados técnicos indispensáveis à propositura deAção Civil Pública, quando requisitados pelo Ministério Público) supostamente perpetrado pelarepresentante legal de empresa privada, tendo em vista a não apresentação de informações edocumentos relacionados à sociedade empresarial ao Ministério Público do Trabalho. Revisão dearquivamento (LC nº 75/93, art. 62, inc. IV). Diligências. Expediu-se ofício ao MPT solicitando aoórgão que enviasse ao Ministério Público Federal comprovante de que a investigada no InquéritoCivil trabalhista havia sido notificada e sem justificativa se recusou, omitiu ou retardou documentorequisitado pelo Procurador do Trabalho. Não houve resposta ao referido ofício. Dessa forma,infere-se que a requisição originária foi atendida pela empresa. Ausência de materialidade. Faltade justa causa para continuidade da persecução penal. Homologação do arquivamento.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação doarquivamento, nos termos do voto do(a) relator(a).

115. Processo: 1.30.001.003510/2019-52 - Eletrônico Voto: 6449/2019 Origem: PROCURADORIA DAREPÚBLICA - RIO DE JANEIRO

Relator(a): Dr(a) JULIANO BAIOCCHI VILLA-VERDE DE CARVALHO

Ementa: Notícia de fato instaurada a partir de expediente oriundo da Corregedoria Regional de PolíciaFederal no Rio de Janeiro, comunicando a ocorrência de supostas tentativas de estelionato emdetrimento de agência franqueada dos Correios situada em Cachambi, Rio de Janeiro/RJ, nosdias 26 e 28/11/2018. Revisão de arquivamento (LC nº 75/93, art. 62, IV). Constatação de que osfatos relatados neste procedimento guardam integral identidade com aqueles que são objeto doapuratório 020-06433/2018, já encaminhado ao Ministério Público do Estado do Rio de Janeirodiretamente pela Polícia Federal. Eventual promoção de declínio de atribuições que se afiguradesnecessária visto que ocasionaria a inconveniente tramitação simultânea de doisprocedimentos investigatórios acerca dos mesmos fatos. Aplicação do princípio do ne bis in idem.Homologação do arquivamento.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação doarquivamento, nos termos do voto do(a) relator(a).

116. Processo: 1.30.001.003944/2019-52 - Eletrônico Voto: 6560/2019 Origem: PROCURADORIA DAREPÚBLICA - RIO DE JANEIRO

Relator(a): Dr(a) JULIANO BAIOCCHI VILLA-VERDE DE CARVALHO

Ementa: Notícia de Fato instaurada a partir de Registro de Ocorrência encaminhado pela Polícia Civil doEstado do Rio de Janeiro, no qual o cidadão S.B.da S.D.B. relatou que teve dificuldades emcancelar sua empresa no sítio eletrônico do Portal do Empreendedor da Receita Federal do Brasil.Segundo o noticiante, mesmo tendo acesso, ao tentar cancelar sua empresa, era enviado umcódigo para o telefone celular cadastrado no banco de dados da Receita Federal. Não obstante asinúmeras tentativas de alteração desse telefone, o código continuava a ser enviado para o númeroantigo do comunicante. Suposta ocorrência do crime descrito no art. 297 do CP. Revisão dearquivamento (LC nº 75/93, art. 62, IV). Narrativa que evidencia mera queixa quanto àimpossibilidade do noticiante em cancelar o registro de sua empresa pelo sítio eletrônico daReceita Federal do Brasil, vez que não obteve êxito em solucionar o seu problema por meio doserviço de atendimento ao usuário ofertado no Portal do Empreendedor. Fato atípico. Falta dejusta causa para prosseguir na persecução penal. Homologação do arquivamento.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação doarquivamento, nos termos do voto do(a) relator(a).

117. Processo: 1.30.004.000080/2019-97 - Eletrônico Voto: 6279/2019 Origem: PROCURADORIA DAREPÚBLICA NO MUNICÍPIO DEITAPERUNA-RJ

Relator(a): Dr(a) JULIANO BAIOCCHI VILLA-VERDE DE CARVALHO

Ementa: Notícia de Fato. Sentença condenatória por crime de sonegação de fiscal (art. 1º, I, da Lei

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ATA DA 755ª SESSÃO DE REVISÃO PGR-00561788/2019

8.137/90). Representação em sala de atendimento ao cidadão narrando o descumprimento delegislação municipal que prevê a perda do cargo comissionado em caso de condenação criminal.Revisão de arquivamento (LC nº 75/93, art. 62, IV). Embora a sentença penal proferida pelo Juízoda 3ª Vara Federal de Itaperuna/RJ não tenha condenado o réu a perda do cargo, a Lei nº633/2012, do Município de Varre-Sai/RJ, prevê a perda do cargo em comissão de servidorcondenado por sentença criminal. Oficiado, o Município informou que o servidor foi exonerado docargo em comissão que ocupava, juntando aos autos a Portaria de exoneração. Perda do objetodeste feito, tendo em vista que alcançou o escopo da sua autuação. Homologação doarquivamento, sem prejuízo do disposto no art. 18 do CPP.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação doarquivamento, nos termos do voto do(a) relator(a).

118. Processo: 1.30.005.000469/2019-22 - Eletrônico Voto: 6357/2019 Origem: PROCURADORIA DAREPÚBLICA NO MUNICÍPIO DENITEROI-RJ

Relator(a): Dr(a) JULIANO BAIOCCHI VILLA-VERDE DE CARVALHO

Ementa: Notícia de fato. Suposto crime de indução, instigação ou auxílio ao uso de drogas (Lei nº 11.343,art. 33, §2º) dentro do diretório central dos estudantes da Universidade Federal Fluminense.Revisão de arquivamento (LC nº 75/93, art. 62, IV). A notícia instruída com apenas a cópia de umvídeo com cerca de 10 minutos, começa com um rapaz na calçada da rua se apresentando edizendo que vai entrar no prédio do diretório para mostrar atividades criminosas que lá ocorrem,mas durante a filmagem não se verifica nenhuma atividade ilícita. Atipicidade da conduta.Homologação do arquivamento.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação doarquivamento, nos termos do voto do(a) relator(a).

119. Processo: 1.30.020.000340/2019-26 - Eletrônico Voto: 6288/2019 Origem: PROCURADORIA DAREPÚBLICA NO MUNICÍPIO DES.GONÇ/ITABOR/MAGE

Relator(a): Dr(a) JULIANO BAIOCCHI VILLA-VERDE DE CARVALHO

Ementa: Notícia de Fato. Possível crime de estelionato contra particular (CP, art. 171). Compra realizadapela internet inferindo-se que houve a suposta clonagem ou cópia de dados do cartão de créditode conta vinculada à Caixa Econômica Federal. Revisão de arquivamento (LC nº 75/93, art. 62,IV). Realização de compras com cartão de crédito pertencente a vítima, em site internacional devendas, gerando um prejuízo no valor de R$ 1.000,00. Houve o ressarcimento dos valorescontestados pela CEF. Oficiada, a CEF encaminhou cópia de contestação das compras,informando o ressarcimento, não oferecendo elementos relevantes para se identificar a autoria.Inexistência de elementos mínimos que possibilitem a identificação da autoria delitiva e de linhaplausível de investigação a justificar novas diligências. Homologação do arquivamento, semprejuízo do disposto no art. 18 do CPP.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação doarquivamento, nos termos do voto do(a) relator(a).

120. Processo: 1.30.020.000359/2019-72 - Eletrônico Voto: 6537/2019 Origem: PROCURADORIA DAREPÚBLICA NO MUNICÍPIO DES.GONÇ/ITABOR/MAGE

Relator(a): Dr(a) JULIANO BAIOCCHI VILLA-VERDE DE CARVALHO

Ementa: Notícia de fato. Suposto crime de estelionato majorado (CP, art. 171, § 3º). Representante,residente no DF, noticiou que seus dados pessoais foram utilizados para recebimento indevido dobenefício de Bolsa Família em Cachoeiras de Macacu/RJ. Revisão de arquivamento (LC nº 75/93,art. 62, IV). A Prefeitura de Cachoeiras de Macacu informou que o beneficiário havia sido excluídodo cadastro e que não foram mantidas cópias de documentos pessoais, sendo as informações

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autodeclaradas. Ausência de elementos mínimos de autoria. Homologação do arquivamento.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação doarquivamento, nos termos do voto do(a) relator(a).

121. Processo: 1.30.020.000366/2019-74 - Eletrônico Voto: 6603/2019 Origem: PROCURADORIA DAREPÚBLICA NO MUNICÍPIO DES.GONÇ/ITABOR/MAGE

Relator(a): Dr(a) JULIANO BAIOCCHI VILLA-VERDE DE CARVALHO

Ementa: Notícia de Fato instaurada com o objetivo de apurar suposta ocorrência de saque fraudulento naconta da comunicante junto à Caixa Econômica Federal CEF. Revisão de arquivamento (LC75/93, art. 62, inc. IV). Diligência. Oficiada, a referida instituição financeira se limitou a informarque os valores foram restituídos à vítima, não havendo no procedimento de restituição de valoresoutras informações úteis para se identificar a autoria do delito. Ausência de linha investigativa aptaa elucidar a autoria do delito. Homologação do arquivamento.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação doarquivamento, nos termos do voto do(a) relator(a).

122. Processo: 1.31.000.000881/2019-55 - Eletrônico Voto: 6363/2019 Origem: PROCURADORIA DAREPÚBLICA - RONDONIA

Relator(a): Dr(a) JULIANO BAIOCCHI VILLA-VERDE DE CARVALHO

Ementa: Notícia de Fato instaurada a partir de representação ofertada perante a Sala de Atendimento aoCidadão para apurar possível prática do crime descrito no art. 88, §2º, da Lei nº 13.146/2015.Relato de que o investigado, servidor público federal, teria proferido comentários discriminatóriosrelativos a pessoa com deficiência contra outro servidor público federal em seu perfil de redesocial, com os seguintes dizeres: Esse V.M é o cara que representa a mudança? Tá meparecendo um petista esquizofrênico.; Aliás, gostaria de me desculpar com os esquizofrênicos.Não merecem tal afirmação;Eu te chamei de PETISTA ESQUIZOFRÊNICO e tu achou ruim só oesquizofrênico?; Eu ficaria triste pelo petista Mas não é nada pessoal.. Revisão de arquivamento(LC n° 75/93, art. 62, IV). A simples leitura das publicações deixa claro o tom crítico, sem aintenção do representado em praticar, induzir ou incitar discriminação às pessoas com deficiência.Nessa esteira, não se pode olvidar que o termo esquizofrênico na linguagem popular é utilizadopara qualificar indivíduos que possuem comportamento contraditório, não necessariamente comintenção ofensiva. Além disso, a suposta ofensa não preenche o tipo objetivo da conduta depraticar, induzir ou incitar discriminação de pessoa em razão de sua deficiência, pois não constados autos informação sobre a vítima ser pessoa com deficiência. Assim, malgrado o comentáriopossa provocar dissabor nos usuários da rede social, não se mostra suficiente para atrair a tutelapenal e restringir o direito fundamental à liberdade de expressão. As limitações ao referidopostulado somente devem ocorrer em hipóteses extremas, nas quais essas restrições sejamimprescindíveis a ponto de exigir a proteção de um outro direito fundamental. Ponderação eproporcionalidade na aplicação da lei penal. Excesso não verificado no caso. Atipicidade daconduta. Falta de justa causa para persecução. Homologação do arquivamento.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação doarquivamento no âmbito deste Colegiado, remetendo-se os autos à PGR/5A.CAM - 5A.CÂMARADE COORDENAÇÃO E REVISÃO para análise, nos termos do voto do(a) relator(a).

123. Processo: 1.32.000.000055/2019-79 - Eletrônico Voto: 6386/2019 Origem: PROCURADORIA DAREPÚBLICA - RORAIMA

Relator(a): Dr(a) JULIANO BAIOCCHI VILLA-VERDE DE CARVALHO

Ementa: Notícia de fato. Suposto crime de falso testemunho (CP, art. 342) nos autos de ação movidacontra o INSS. Revisão de arquivamento (LC 75/93, art. 62, IV). Verifica-se que os pleitos movidospelo autor da demanda foram indeferidos por falta de provas razoáveis aptas a comprovar oefetivo exercício de atividade rural. Nessa esteira, tem-se também que a imputação de falsidade

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aos depoimentos mostra-se temerária, haja vista tratar-se de impressão subjetiva dos fatos que,baseada nas diferentes relações de convivência entre o autor e as testemunhas, podem gerarconclusões não harmônicas. Eventuais inconsistências verificadas no depoimento da testemunhaque apenas retratam a diferença de percepção sensorial sobre a verdade real dos fatos,absorvidos de modo distinto. Frisa-se, ainda, que não se destaca um conflito de narrativasinsuperáveis, posto que cada testemunho pode ser verdadeiro em relação a determinadoobservador, sem que esse negue a do outro. Inexistência de provas de que as declarações datestemunha não condizem com a verdade, além de indícios de má-fé ou vontade livre econsciente de ludibriar o juízo. Falta de justa causa para prosseguir na persecução penal.Homologação do arquivamento.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação doarquivamento, nos termos do voto do(a) relator(a).

124. Processo: 1.32.000.000417/2019-21 - Eletrônico Voto: 6362/2019 Origem: PROCURADORIA DAREPÚBLICA - RORAIMA

Relator(a): Dr(a) JULIANO BAIOCCHI VILLA-VERDE DE CARVALHO

Ementa: Notícia de fato instaurada para apurar a suposta prática do crime descrito no art. 154-A do CódigoPenal. Representação de ex-servidor da Universidade Federal de Roraima, relatando possívelinvasão em seu correio eletrônico supostamente realizado por servidora da mesma universidade.Revisão de arquivamento (LC nº 75/93, art. 62, IV). Recurso juntado pelo representante. Comobem asseverou o Procurador da República oficiante, o noticiante não logrou juntar aos autoselementos suficientes de autoria e materialidade delitivas que justificassem o início da persecuçãopenal com relação ao delito ventilado, se limitando a trazer uma série de documentos referentesao seu processo de estágio probatório e comunicações que, quando muito, apenas demonstramas suspeitas do representante quanto a suposta invasão de seu e-mail funcional. Falta de justacausa. Homologação do arquivamento.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação doarquivamento, nos termos do voto do(a) relator(a).

125. Processo: 1.32.000.000482/2019-57 - Eletrônico Voto: 6393/2019 Origem: PROCURADORIA DAREPÚBLICA - RORAIMA

Relator(a): Dr(a) JULIANO BAIOCCHI VILLA-VERDE DE CARVALHO

Ementa: Notícia de fato autuada para apurar possível crime contra o Sistema Financeiro Nacional (Lei nº7.492/86, arts. 20 e 19). Supostas irregularidades em operação de crédito contratado com oBanco da Amazônia S.A. (BASA). Obtenção de financiamento mediante fraude e aplicação emfinalidade diversa de recursos federais do Fundo Constitucional de Financiamento do Norte(FNO). Revisão de arquivamento (LC nº 75/93, art. 62, IV). Representação a partir de ofícioenviado pelo Tribunal de Justiça do Estado de Roraima, no qual, em anexo, remeteu cópias dosautos de agravo de instrumento, interposto pelo representado, contra decisão que indeferiuexceção de pré-executividade, cuja temática versa sobre financiamento contratado com o BASA.O Procurador oficiante requisitou cópias integrais do processo, tendo em vista a necessidade decolher elementos de autoria e materialidade. Da análise dos autos constatou-se que a discussãoprocessual cinge-se sobre a novação ou não do financiamento, no decorrer do contrato firmadoentre as partes. Não há elementos que indiquem a ocorrência de infração penal consubstanciadana Lei nº 7.492/86. Ausência de elementos que permitam concluir que foi utilizado meiofraudulento para obter financiamento, uma vez que os autos versam sobre discussão de naturezacível, não havendo indícios mínimos da existência de fraude ou aplicação indevida dos recursos.Atipicidade. Ausência de justa causa para prosseguir na persecução penal. Possibilidade deresponsabilização administrativa ou cível, em razão do descumprimento de cláusulas contratuaise compromissos assumidos junto à instituição financeira. Homologação do arquivamento, semprejuízo do disposto no art. 18 do CPP.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação doarquivamento, nos termos do voto do(a) relator(a).

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126. Processo: 1.32.000.000797/2019-02 - Eletrônico Voto: 6358/2019 Origem: PROCURADORIA DAREPÚBLICA - RORAIMA

Relator(a): Dr(a) JULIANO BAIOCCHI VILLA-VERDE DE CARVALHO

Ementa: Notícia de Fato instaurada para apurar a suposta prática de crime de falsidade ideológica (CP, art.299). Investigado que compareceu no Instituto de Identificação Odílio Cruz a fim de emitir a 1ª viade sua carteira de identidade, quando foi verificado que ele já possuía Registro de Identidade Civilaberto em outro nome. Revisão de arquivamento (LC nº 75/93, art. 62, IV). Documento expedidopor órgão estadual. Narrativa que não evidencia lesão direta a bem, serviço ou interesse da Uniãoou de suas entidades. Carência de elementos de informação capazes de legitimar, até omomento, a atribuição do Ministério Público Federal para persecução penal. Desnecessidade dedeclínio de atribuições ao Ministério Público Estadual, dado que já houve determinação deremessa do expediente à Polícia Civil. Homologação do arquivamento.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação doarquivamento, nos termos do voto do(a) relator(a).

127. Processo: 1.33.000.001742/2019-74 - Eletrônico Voto: 6466/2019 Origem: PROCURADORIA DAREPÚBLICA NO MUNICÍPIO DEJOAÇABA-SC

Relator(a): Dr(a) JULIANO BAIOCCHI VILLA-VERDE DE CARVALHO

Ementa: Notícia de Fato instaurada a partir de expediente do Juízo da 4ª Vara Federal de Florianópolis/SCpara apurar possível prática do crime de sonegação de contribuições previdenciárias, tendo emvista que nos autos de ação trabalhista restou reconhecida a ocorrência de pagamentos por fora aempregado a título de prêmio/comissão. CP, art. 337-A. Revisão de arquivamento (LC nº 75/93,art. 62, inc. IV). Quanto às contribuições previdenciárias incidentes sobre as parcelas integrantesdo salário de contribuição, devidas em decorrência da sentença condenatória proferida nos autosda reclamatória, verificou-se naqueles autos que houve a quitação dos créditos trabalhistas etributários, tendo sido, em 10/07/2019, prolatada sentença que julgou extinta a execução, nostermos do art. 924, inc. II, do CPC. Pagamento integral do débito. Extinção da punibilidade.Enunciado nº 52 da 2ª CCR. No tocante às contribuições previdenciárias por omissão deremuneração paga (salários extrafolha), restou ao órgão fiscal a instauração de procedimentopróprio tendente a constituir, de modo definitivo, o crédito tributário a título de contribuiçõesprevidenciárias incidentes sobre as parcelas salariais omitidas pelo empregador durante avigência do pacto laboral, ou seja, as remunerações a título de comissões/prêmios que não foramobjeto de condenação na ação trabalhista. Natureza material do delito. Súmula Vinculante nº 24do STF. Materialidade delitiva, por ora, não evidenciada. Falta de justa causa para prosseguir napersecução penal. Homologação do arquivamento.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação doarquivamento, nos termos do voto do(a) relator(a).

128. Processo: 1.33.003.000163/2019-84 - Eletrônico Voto: 6561/2019 Origem: PROCURADORIA DAREPÚBLICA NO MUNICÍPIO DECRICIUMA-SC

Relator(a): Dr(a) JULIANO BAIOCCHI VILLA-VERDE DE CARVALHO

Ementa: Procedimento Investigatório Criminal instaurado para oportunizar a oferta de acordo de nãopersecução penal à investigada M.A.C.M., em decorrência da prática do crime previsto no art. 342do CP. Revisão de arquivamento (LC n° 75/93, art. 62, IV). Celebração de acordo de nãopersecução penal por meio do qual a investigada se comprometeu a pagar uma prestaçãopecuniária no valor de R$ 2.000,00 (dois mil reais). Acordo homologado judicialmente em22/08/2019, no bojo do Inquérito Policial nº 5010766-33.2019.404.7204. Comprovação documprimento integral do quanto acordado. Falta de justa causa para deflagração da respectivaação penal. Ausência de novas providências a serem adotadas no caso concreto. Homologaçãodo arquivamento.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação do

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arquivamento, nos termos do voto do(a) relator(a).

129. Processo: 1.34.015.000351/2019-36 - Eletrônico Voto: 6209/2019 Origem: PROCURADORIA DAREPÚBLICA NO MUNICÍPIOS.J.DO R.PRETO/CATAND

Relator(a): Dr(a) JULIANO BAIOCCHI VILLA-VERDE DE CARVALHO

Ementa: Notícia de fato autuada para apurar possível crime de sonegação de contribuição previdenciária(CP, art. 337-A) verificado no curso de Reclamação Trabalhista. Revisão de arquivamento (LC nº75/93, art. 62, IV). É certo que A sentença trabalhista transitada em julgado, condenatória ouhomologatória de acordo, após sua liquidação, constitui definitivamente o crédito tributário(Enunciado nº 63 da 2ª CCR/MPF). No entanto, no caso concreto, não houve a constituição docrédito tributário pelo Juízo Trabalhista, uma vez que não consta dos autos a liquidação dasentença discriminando os valores dos tributos sonegados. Oficiada, a Receita Federal nãoinformou acerca da existência de procedimento administrativo fiscal em face da empresacondenada. Crime de natureza material, cuja ocorrência depende da constituição definitiva docrédito tributário. Aplicação do Enunciado nº 24 da Súmula Vinculante do Supremo TribunalFederal. Precedentes do STJ: RHC 36.070/RS, Rel. Min. Jorge Mussi, Quinta Turma, DJe21/08/2014; HC 243.889/DF, Rel. Min. Sebastião Reis Júnior, Sexta Turma, DJe 11/06/2013.Ausência de justa causa para o prosseguimento da persecução penal. Homologação doarquivamento. Necessária ciência ao Juízo Trabalhista.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação doarquivamento, nos termos do voto do(a) relator(a).

130. Processo: 1.34.021.000215/2019-67 - Eletrônico Voto: 6539/2019 Origem: PROCURADORIA DAREPÚBLICA NO MUNICÍPIO DEJUNDIAI-SP

Relator(a): Dr(a) JULIANO BAIOCCHI VILLA-VERDE DE CARVALHO

Ementa: Notícia de fato. Suposta prática do crime de contrabando (CP, art. 334-A). Apreensão em poder doinvestigado de 8 (oito) maços de cigarro. Existência de outra apreensão de 26 maços em poder doinvestigado, em novembro de 2014. Revisão de arquivamento (LC nº 75/93, art. 62, IV).Cabimento excepcional da Orientação nº 25/2016 da 2ª CCR, de 18/04/2016, o qual procede-seao arquivamento de investigações criminais referentes a condutas que se adequem aocontrabando de cigarros, quando a quantidade apreendida não superar 153 (cento e cinquenta etrês) maços de cigarros, seja pela diminuta reprovabilidade da conduta, seja pela necessidade dese dar efetividade à repressão ao contrabando de vulto, ressalvada a reiteração de condutas quecobra a persecução penal. Assim, considerando a ínfima quantidade apreendida, bem como olapso temporal decorrido desde a última apreensão, impõe, excepcionalmente, reconhecer comoinsignificante a conduta investigada mesmo ante a reiteração delitiva do investigado.Homologação do arquivamento.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação doarquivamento, nos termos do voto do(a) relator(a).

131. Processo: 1.34.041.000060/2019-21 - Eletrônico Voto: 6281/2019 Origem: PROCURADORIA DAREPÚBLICA NO MUNICÍPIO DEANDRADINA-SP

Relator(a): Dr(a) JULIANO BAIOCCHI VILLA-VERDE DE CARVALHO

Ementa: Notícia de fato autuada para apurar possível crime de sonegação de contribuição previdenciária(CP, art. 337-A), apropriação indébita tributária (CP, art. 168-A) e falso testemunho (CP, art. 342)verificado no curso de Reclamação Trabalhista. Revisão de arquivamento (LC nº 75/93, art. 62,IV). Em relação aos crimes tributários é certo que A sentença trabalhista transitada em julgado,condenatória ou homologatória de acordo, após sua liquidação, constitui definitivamente o créditotributário (Enunciado nº 63 da 2ª CCR/MPF). No entanto, no caso concreto, não houve aconstituição do crédito tributário pelo Juízo Trabalhista, uma vez que não consta dos autos a

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liquidação da sentença discriminando os valores dos tributos sonegados. No tocante ao crime defalso testemunho infere-se dos autos que não houve audiência de instrução e que não houvedepoimento de testemunha, pois os reclamados não compareceram ao ato, tendo o magistrado oentendimento de que o crime de falso testemunho foi cometido através de documentos juntadosaos autos, o que torna o fato atípico, pois não há subsunção ao tipo penal do art. 342 do CódigoPenal. Os crimes tributários acima referidos são de natureza material, cuja ocorrência depende daconstituição definitiva do crédito tributário. Aplicação do Enunciado nº 24 da Súmula Vinculante doSupremo Tribunal Federal. Precedentes do STJ: RHC 36.070/RS, Rel. Min. Jorge Mussi, QuintaTurma, DJe 21/08/2014; HC 243.889/DF, Rel. Min. Sebastião Reis Júnior, Sexta Turma, DJe11/06/2013. Ausência de justa causa para o prosseguimento da persecução penal. Homologaçãodo arquivamento. Necessária ciência ao Juízo Trabalhista.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação doarquivamento, nos termos do voto do(a) relator(a).

132. Processo: 1.35.003.000048/2018-54 - Eletrônico Voto: 6285/2019 Origem: PROCURADORIA DAREPÚBLICA NO MUNICÍPIO DEPROPRIÁ-SE

Relator(a): Dr(a) JULIANO BAIOCCHI VILLA-VERDE DE CARVALHO

Ementa: MATÉRIA: Procedimento investigatório criminal autuado para apurar a prática de crime deapropriação indébita tributária (CP, 168-A). Revisão de arquivamento (LC nº 75/93, art. 62, IV). ADelegacia da Receita Federal informou que o crédito está com a exigibilidade suspensa emvirtude parcelamento, estando o aludido parcelamento em situação de regularidade. Inexistênciade providências concretas a serem tomadas pelo MPF enquanto perdurar a mencionadasuspensão, a exemplo do que ocorre no parcelamento. Ademais, o Procurador da Repúblicaoficiante determinou a instauração de procedimento administrativo para acompanhamentoperiódico da situação. Carência de justa causa para o prosseguimento do feito. Precedente da 2ªCCR: Procedimento n° 1.24.000.001391/2015-87, julgado na Sessão n° 705, de 05/02/2018,unânime. Homologação do arquivamento, sem prejuízo do disposto no art. 18 do CPP.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação doarquivamento, nos termos do voto do(a) relator(a).

Outras deliberações(Arquivamento)

133. Processo: JF/PI-0030082-13.2019.4.01.4000-INQ

Voto: 6364/2019 Origem: GABPR1-PNF - PATRICIONOE DA FONSECA

Relator(a): Dr(a) JULIANO BAIOCCHI VILLA-VERDE DE CARVALHO

Ementa: Inquérito Policial. Possível prática do crime de contrabando (art. 334-A, § 1º, IV do CP).Investigado teve 660 maços de cigarros importados, sem as respectivas notas fiscais,apreendidos em abordagem policial de rotina quando passava em frente a um posto policial,localizado em rodovia estadual que liga os Municípios de Teresina/PI e União/PI. Celebração deacordo de não-persecução penal, nos termos da Resolução nº 181/2017 do CNMP. Condições doacordo: a) pagamento de prestação pecuniária no valor de R$ 1.000,00 (mil reais), em quatroparcelas, devendo ser paga a primeira parcela no prazo de 10 dias da comunicação do MPF aoinvestigado da homologação do acordo, devendo o compromissário pagar por meio de depósitoem conta da instituição beneficiária cadastrada a ser escolhida no momento da comunicação deque o acordo foi homologado; b) comunicar ao MPF eventual mudança de endereço, número detelefone e e-mail, durante o período de cumprimento do acordo; c) comprovar o cumprimento dascondições, independentemente de notificação ou aviso prévio, devendo, quando for o caso, poriniciativa própria, apresentar imediatamente e de forma documentada eventual justificativa para onão cumprimento do acordo; d) comprovação do cumprimento da obrigação da prestaçãopecuniária por meio da apresentação ao MPF do comprovante de pagamento. Juízo Federal nãohomologou o acordo de não persecução penal por ausência de previsão legal. Remessa dopresente IPL para fins de homologação do acordo. Reconhecimento da constitucionalidade formalde atos normativos em condições análogas pelo Supremo Tribunal Federal. Busca de solução

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institucional para direcionar a persecução penal em juízo para crimes efetivamente mais graves.Determinação contida na ADPF nº 347 MC. Hipótese de regulamentação e aplicação direta dedispositivos constitucionais intrinsecamente relacionados com a atuação do Ministério Público,inserindo-se, pois, a Resolução nº 181/2017, no âmbito da competência do CNMP. CF, art. 130-A,§ 2º, incs. I e II. Constitucionalidade do ato normativo. Adesão aos fundamentos expostos no Votonº 2958/2018, proferido nos autos do Procedimento nº 2017.50.01.501767-5, Rel. Subprocurador-Geral da República Nicolao Dino de Castro e Costa Neto, 714ª Sessão de Revisão, de07/05/2018, unânime. No mérito, verifica-se no caso concreto o preenchimento dos requisitosestabelecidos na referida resolução, sendo cabível a implementação do acordo conformeestabelecido com os averiguados. Homologação da implementação do acordo de não-persecuçãopenal, em analogia ao expresso na parte final do art. 28 do CPP. Devolução dos autos aoProcurador da República oficiante para adoção das providências cabíveis.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação daimplementação do Acordo de Não-Persecução Penal, em analogia ao expresso na parte final doart. 28 do CPP, nos termos do voto do(a) relator(a).

134. Processo: 1.18.001.000503/2019-01 - Eletrônico Voto: 6572/2019 Origem: PROCURADORIA DAREPÚBLICA NO MUNICÍPIO DEANÁPOLIS/URUAÇU-GO

Relator(a): Dr(a) JULIANO BAIOCCHI VILLA-VERDE DE CARVALHO

Ementa: Notícia de Fato instaurada a partir de manifestação sigilosa ofertada perante a Sala deAtendimento ao Cidadão, na qual se relata possível ocorrência do crime descrito no art. 20, § 2º,da Lei nº 7.716/89. Segundo o noticiante, por meio da rede social Facebook, J.da S.B. teriaafirmado que atua em hospitais para matar pacientes de esquerda. Fez juntar impressões de telade telefone celular contendo fotos do suposto autor do delito vestindo jaleco bordado com seunome e uma logomarca circular com o Bastão de Asclépio acompanhado dos termos Medicina eUPE, além de trechos de diálogos em que faz as afirmações debatidas. Promoção dearquivamento que se recebe como Declínio de Atribuições (Enunciado nº 32). O fato de o crime tersido cometido por meio da rede mundial de computadores, não atrai, por si só, a competência daJustiça Federal. Incidência do Enunciado nº 50 (97ª Sessão de Coordenação, de 11/5/2015). Fatoque não indica a ocorrência de qualquer ilícito penal em prejuízo direto a bens, serviços ouinteresse da União ou de suas entidades. Inexistência de elementos de informação capazes delegitimar a atribuição do Ministério Público Federal para persecução. Precedentes da 2ª CCR:Procedimento nº 1.29.000.001205/2017-95, 678ª Sessão de Revisão, de 29/05/2017;Procedimento nº 1.23.000.002773/2015-65 675ª Sessão de Revisão, de 03/04/2017.Homologação do declínio em favor do Ministério Público Estadual.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pelo recebimento dapromoção de arquivamento como declínio de atribuições ao Ministério Público Estadual.Homologação nos termos do voto do(a) relator(a).

Relatora: Drª MARCIA NOLL BARBOZA

Nos processos de relatoria da Dr.ª MARCIA NOLL BARBOZA participaram da votação o Dr. Rogério José BentoSoares, suplente do 2º Ofício, e o Dr. Juliano Baiocchi Villa-Verde de Carvalho, titular do 3º Ofício.

ORIGEM INTERNA

NÃO PADRÃO

135. Processo: 1.00.000.021444/2019-41 - Eletrônico Voto: 6465/2019 Origem: PROCURADORIA GERALDA REPÚBLICA

Relator(a): Dr(a) MARCIA NOLL BARBOZA

Ementa: CONFLITO NEGATIVO DE ATRIBUIÇÕES. DIVERGÊNCIA ENTRE PROCURADOR DAREPÚBLICA E PROCURADOR REGIONAL DA REPÚBLICA QUANTO AO OFERECIMENTO DE

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ATA DA 755ª SESSÃO DE REVISÃO PGR-00561788/2019

CONTRARRAZÕES A RECURSO DE APELAÇÃO DEFENSIVO ARRAZOADO NA FORMA DOART. 600, § 4º, DO CPP. CONFLITO CONHECIDO PARA DECLARAR A ATRIBUIÇÃO DA PRRDA 3ª REGIÃO. 1. Cuida-se de Ação Penal em fase de apelação. O Procurador Regional daRepública oficiante na PRR da 3ª Região requereu nos autos a intimação da defesa do apelantepara apresentação de suas razões recursais, bem como a remessa dos autos ao MinistérioPúblico Federal em 1º grau para oferecimento das respectivas contrarrazões. 2. O Procuradoroficiante na PRM - Franca/SP suscitou o presente conflito negativo de atribuições, apontando aatribuição da Procuradoria Regional da República para oferecer contrarrazões de apelaçãoveiculada diretamente na 2ª instância, citando, inclusive, precedentes desta 2ª CCR. 3. Com razãoo Procurador suscitante.4. A atribuição para oficiar, no presente caso, cabe ao membro do MPFoficiante perante o Tribunal Regional Federal da 3ª Região, nos termos do art. 600, § 4º, do CPPc/c os arts. 68 e 70, ambos da LC nº 75/93. 5. Com a prolação da sentença condenatória e aapresentação das razões recursais no Tribunal ad quem, resta exaurida a jurisdição do Juízo deprimeiro grau e, consequentemente, a atribuição do membro do Parquet para oficiar no feito, hajavista que não possui, em tese, capacidade postulatória perante o TRF. Assim, somente umProcurador Regional da República poderá contra-arrazoar os recursos apresentados. 6. Ao que setem nos autos, a defesa se reservou ao direito de arrazoar os recursos de apelação perante oTRF da 3ª Região, cabendo, portanto, a um Procurador Regional da República apresentar asdevidas contrarrazões. Ressalte-se que o retorno dos autos à primeira instância para que oProcurador da República ofereça peça processual referente a processo que tramita no TRF, alémde ferir o princípio da celeridade processual, não tem fundamento legal. 7. Precedentes desta 2ªCCR, nos quais se decidiu, em casos análogos, pela atribuição da Procuradoria Regional daRepública para o oferta das contrarrazões e do parecer: Procedimento nº 1.00.000.012462/2019-32, 747ª Sessão Ordinária, de 12/08/2019; Procedimento nº 1.00.000.000388/2018/21, 708ªSessão Ordinária, de 12/03/2018; Procedimento n° 1.00.000.016699/2015-69, 647ª SessãoOrdinária, de 23/05/2016; Procedimento nº 1.00.000.013859/2014-37, 630ª Sessão Ordinária, de05/10/2015; todos unânimes. Entendimento corroborado em precedente do CIMPF: Procedimentonº 1.21.002.000185/2018-94, 6ª Sessão Ordinária, realizada em 14/08/2019. 8. Conhecimento dopresente conflito negativo de atribuições e, no mérito, por sua procedência para reconhecer aatribuição da PRR da 3ª Região para a oferta das contrarrazões e do parecer.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela atribuição dosuscitado, nos termos do voto do(a) relator(a).

136. Processo: 1.34.007.000168/2017-78 Voto: 6440/2019 Origem: PROCURADORIA DAREPÚBLICA NO MUNICÍPIO DEMARÍLIA/TUPÃ/LINS

Relator(a): Dr(a) MARCIA NOLL BARBOZA

Ementa: Notícia de Fato. Expediente encaminhado pela Promotoria de Justiça de Tupã/SP, contendomanifestação apresentada por presidente de corporação evangélica, noticiando que ex-advogadoe ex-contador da referida organização teriam acessado os sites da Receita Federal e do INCRA ealterado dados referentes à propriedade da corporação. Considerando a possível prática do crimede falsidade ideológica, o MPE encaminhou os autos ao MPF para análise do feito. CP. 299.Conflito de atribuições suscitado pelo Procurador oficiante. Revisão do declínio de atribuição(Enunciado nº 32 da 2ª CCR). Verifica-se dos autos que os representados também possuem títulode propriedade do imóvel, no percentual de 12,5% (doze e meio por cento) cada um e, nacondição de coproprietários, acessaram os sites da Receita Federal e do INCRA para fins deatualização cadastral e emissão de guias de recolhimento de impostos. Inexistência de indícios deinserção de dados falsos em sistemas oficiais. Atualização formulada por legítimos proprietários.Observa-se dos autos que a representante já formulou diversas representações relacionadas aosfatos ora em análise visando forçar a atuação do MPF para discussão das questões que envolvema propriedade da fazenda objeto de discussão. Contudo, as notícias de fato que foram autuadasforam encaminhadas ao MPE após revisão da 1ª CCR e 2ª CCR. A representante ainda narrasupostas irregularidades praticadas por Oficial de Registro Civil das Pessoas Naturais e Tabeliãode Notas de Quintana/SP e Tabelião de Notas e protestos de Tupã/SP. A insatisfação oudesconfiança da representante em relação à perda de parte da propriedade da fazenda tambémpertencente à corporação evangélica deve ser dirimida perante a justiça estadual, se crime

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ATA DA 755ª SESSÃO DE REVISÃO PGR-00561788/2019

houver, inexistindo elementos que apontem para ofensa a bens, serviços ou interesses da União.Homologação, por este órgão colegiado, do declínio de atribuições ao Ministério Público Estadual.Configurado o conflito de atribuições entre o Ministério Público Federal e o Ministério PúblicoEstadual, a ser dirimido pelo Procurador-Geral da República, conforme preconizado na Tese nº 7da Edição nº 1 do Informativo de Teses Jurídicas da PGR e em precedentes do STF (ACO nos1585, 1672, 1678, 1717 e 2225). Encaminhamento dos autos ao Exmo. Procurador-Geral daRepública.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação dodeclínio de atribuições ao Ministério Público Estadual com encaminhamento dos autos ao Exmo.Procurador-Geral da República para dirimir conflito de atribuições entre o Ministério PúblicoFederal e o Ministério Público Estadual.

137. Processo: 1.14.003.000240/2019-51 - Eletrônico Voto: 6585/2019 Origem: PROCURADORIA DAREPÚBLICA NO MUNICÍPIO DEBARREIRAS-BA

Relator(a): Dr(a) MARCIA NOLL BARBOZA

Ementa: Notícia de Fato instaurada para apurar possível ocorrência do crime de estelionato previdenciário,consistente na percepção fraudulenta de benefício após o óbito da respectiva titular, no período dedezembro/2006 a fevereiro/2010. CP, art. 171, § 3º. Promoção de arquivamento ao fundamento deque não haveria interesse de agir, pois, da data do último saque até os dias de hoje, já sepassaram mais de nove anos e não haveria motivos para se fixar numa eventual sentençacondenatória pena superior a quatro anos. Revisão de arquivamento (LC n° 75/93, art. 62, IV). A2ª Câmara de Coordenação e Revisão já firmou o entendimento no sentido do não cabimento doreconhecimento da extinção da punibilidade pela prescrição, considerando a pena emperspectiva, por ferir os primados constitucionais do devido processo legal, da ampla defesa e dapresunção de inocência" (Enunciado nº 28). Súmula nº 438 do STJ: "É inadmissível a extinção dapunibilidade pela prescrição da pretensão punitiva com fundamento em pena hipotética,independentemente da existência ou sorte do processo penal". No caso dos autos, considerandoque a pena máxima abstratamente cominada ao crime previsto no art. 171, § 3°, do CP é de 6(seis) anos e 8 (oito) meses de reclusão e que o último saque indevido ocorreu em fevereiro/2010,a extinção da punibilidade pela prescrição da pretensão punitiva estatal somente ocorrerá emfevereiro/2022, conforme regra prevista no art. 109, III, do referido diploma. Designação de outromembro do Ministério Público Federal para prosseguir na persecução penal.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela não homologação dearquivamento, nos termos do voto do(a) relator(a).

PADRÃO

Homologação do Declínio de atribuição

138. Processo: DPF/GVS/MG-00243/2019-INQ Voto: 6510/2019 Origem: GABPRM1-LMM - LILIANMIRANDA MACHADO

Relator(a): Dr(a) MARCIA NOLL BARBOZA

Ementa: Inquérito Policial. Crime de roubo (CP, art. 157) praticado contra a agência dos Correios emEngenheiro Caldas/MG. Subtração da quantia de R$ 4.707,08 (quatro mil, setecentos e sete reaise oito centavos) pertencente ao patrimônio do Banco do Brasil S.A e de R$ 30,42 (trinta reais equarenta e dois centavos) pertencente aos Correios. Revisão de declínio de atribuições(Enunciado nº 33 da 2ª CCR). Valores subtraídos que pertenciam quase que integralmente aoBanco do Brasil, sociedade de economia mista. Dano sem relevância significativa ao serviçopostal. Responsabilidade da franqueada por eventuais perdas, danos, furtos, roubos, oudestruição de bens cedidos pela franqueadora, não restando configurado, no caso, real eexpressivo prejuízo à empresa pública federal. Precedentes do STJ (CC nº 145.800/TO, DJe25/4/2016; CC nº 133.751/SP, DJe 4/12/2014) e da 2ª CCR (SR/DPF/MA-00736/2018-INQ, 744ªSessão de Revisão, de 24/06/2019, unânime). Homologação do declínio de atribuições aoMinistério Público Estadual.

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ATA DA 755ª SESSÃO DE REVISÃO PGR-00561788/2019

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação dodeclínio de atribuição, nos termos do voto do(a) relator(a).

139. Processo: SR/DPF/MA-00038/2017-INQ Voto: 6538/2019 Origem: GABPR2-TSC - TIAGO DESOUSA CARNEIRO

Relator(a): Dr(a) MARCIA NOLL BARBOZA

Ementa: Inquérito Policial. Crime de roubo (CP, art. 157) praticado contra a agência dos Correios emParuá/MA. Subtração da quantia de R$ 84.890,03 (oitenta e quatro mil, oitocentos e noventa reaise três centavos) pertencente ao patrimônio do Banco do Brasil S.A. Revisão de declínio deatribuições (Enunciado nº 33 da 2ª CCR). Valores subtraídos que pertenciam integralmente aoBanco do Brasil, sociedade de economia mista. Dano sem relevância significativa ao serviçopostal. Responsabilidade da franqueada por eventuais perdas, danos, furtos, roubos, oudestruição de bens cedidos pela franqueadora, não restando configurado, no caso, real eexpressivo prejuízo à empresa pública federal. Precedentes do STJ (CC nº 145.800/TO, DJe25/4/2016; CC nº 133.751/SP, DJe 4/12/2014) e da 2ª CCR (SR/DPF/MA-00736/2018-INQ, 744ªSessão de Revisão, de 24/06/2019, unânime). Homologação do declínio de atribuições aoMinistério Público Estadual.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação dodeclínio, nos termos do voto do(a) relator(a).

140. Processo: 1.19.005.000142/2019-18 - Eletrônico Voto: 6513/2019 Origem: PROCURADORIA DAREPÚBLICA NO MUNICÍPIO DEBALSAS-MA

Relator(a): Dr(a) MARCIA NOLL BARBOZA

Ementa: Notícia de Fato instaurada a partir de manifestação sigilosa ofertada perante a Sala deAtendimento ao Cidadão para apurar suposta ocorrência de crime de estelionato ou de disposiçãode coisa alheia como própria, em virtude do relato de que mutuários selecionados pelo programaMinha Casa Minha Vida, no município de Nova Colinas/MA, teriam vendido, alugado e/ou cedidoos imóveis a terceiros não beneficiários. CP, art. 171 ou art. 171, § 2º, I, do CP Revisão de declíniode atribuições (Enunciado n° 32). Embora ilícitas do ponto de vista contratual, tais condutas nãogeram prejuízos à instituição bancária federal. O patrimônio do fundo instituído pela Lei nº10.188/11, em especial os bens imóveis, não se confunde com o acervo da Caixa EconômicaFederal, que atua apenas como agente financiador junto ao programa. Eventual prática de crimede estelionato/disposição de coisa alheia como própria em detrimento de particulares.Precedentes do STJ (AgRg no CC nº 134.009/MG, Terceira Seção, DJe 16/3/2015) e da 2ª CCR(Procedimento MPF n° 1.33.001.000151/2018-99, 717ª Sessão de Revisão, de 11/6/2018;Procedimento MPF nº 1.27.000.001069/2018-99, 736ª Sessão Ordinária, 11/3/2019). Inexistênciade lesão direta a bens, serviços e interesses da União ou de suas entidades. Ausência deelementos de informação capazes de justificar a atribuição do Ministério Público Federal para apersecução penal. Homologação do declínio em favor do Ministério Público Estadual.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação dodeclínio de atribuição, nos termos do voto do(a) relator(a).

141. Processo: 1.21.003.000158/2019-92 - Eletrônico Voto: 6385/2019 Origem: PROCURADORIA DAREPÚBLICA NO MUNICÍPIO DENAVIRAÍ-MS

Relator(a): Dr(a) MARCIA NOLL BARBOZA

Ementa: Notícia de Fato autuada a partir de manifestação encaminhada por meio da Sala de Atendimentoao Cidadão. Possível crime contra a economia popular (Lei nº 1.521/51, art. 2º, inc. IX) e/ou deestelionato (CP, art. 171). Notícia de que determinada empresa oferecia um plano em que osassociados investiam um determinado valor, com a promessa de ganhos acima do mercadotradicional. Relato de que a empresa teoricamente deveria funcionar em um sistema de

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ATA DA 755ª SESSÃO DE REVISÃO PGR-00561788/2019

indicações. No entanto, o noticiante informa que a empresa não está pagando os rendimentos aosseus afiliados, desde 12/09/2019. Revisão de declínio (Enunciado nº 32). Suposta fraudeconhecida como pirâmide financeira, que se caracteriza por oferecer a seus associados umaperspectiva de lucros, remuneração e benefícios futuros irreais, cujo pagamento depende doingresso de novos investidores, sem que qualquer produto ou serviço seja efetivamente entregue.Aplicação da Súmula nº 498 do STF: Compete à Justiça dos Estados, em ambas as instâncias, oprocesso e o julgamento dos crimes contra a economia popular. Ausência de indícios de crimecontra o Sistema Financeiro Nacional. Carência de elementos de informação capazes de justificara atribuição do Ministério Público Federal para a persecução penal. Precedente da 2ª CCR:Processo n° 1.13.000.002309/2019-49, Sessão n° 751, de 07/10/2019, unânime. Homologação dodeclínio de atribuições.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação dodeclínio de atribuição, nos termos do voto do(a) relator(a).

142. Processo: 1.22.000.003055/2019-77 - Eletrônico Voto: 6580/2019 Origem: PROCURADORIA DAREPÚBLICA - MINAS GERAIS

Relator(a): Dr(a) MARCIA NOLL BARBOZA

Ementa: Notícia de Fato. Representação efetuada na Sala de Atendimento ao Cidadão, na qual onoticiante relata que presidente de associação de amparo a pacientes com câncer desviarecursos da associação para conta de familiares. Revisão de declínio de atribuições (Enunciadon° 32 2a CCR). Prejuízo restrito ao patrimônio de particulares. Inexistência de elementos queapontem para ofensa a bens, serviços ou interesses da União. Carência de elementos deinformação capazes de justificar a atribuição do Ministério Público Federal para a persecuçãopenal. Homologação do declínio de atribuições ao Ministério Público Estadual.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação dodeclínio de atribuição, nos termos do voto do(a) relator(a).

143. Processo: 1.22.000.003291/2019-93 - Eletrônico Voto: 6395/2019 Origem: PROCURADORIA DAREPÚBLICA - MINAS GERAIS

Relator(a): Dr(a) MARCIA NOLL BARBOZA

Ementa: Notícia de Fato. Possível crime de desobediência (CP, art. 330). Notícia de que o Banco do Brasilteria descumprido ordem emanada por Juiz de Direito no curso de ação cível em trâmite naJustiça Estadual. Revisão de declínio de atribuições (Enunciado nº 32). Crime cujo bem jurídicotutelado é a Administração em Geral, representada pela Justiça Estadual no presente caso, queteve sua ordem descumprida. Inexistência de lesão direta a bens, serviços ou interesses da Uniãoou de suas entidades. Ausência de elementos de informação capazes de justificar a atribuição doMinistério Público Federal para a persecução penal. Homologação do declínio em favor doMinistério Público Estadual.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação dodeclínio de atribuição, nos termos do voto do(a) relator(a).

144. Processo: 1.23.000.001945/2019-15 - Eletrônico Voto: 6575/2019 Origem: PROCURADORIA DAREPÚBLICA - PARA/CASTANHAL

Relator(a): Dr(a) MARCIA NOLL BARBOZA

Ementa: Notícia de Fato instaurada a partir de manifestação sigilosa ofertada perante a Sala deAtendimento ao Cidadão, na qual se relata possível tentativa de estelionato em detrimento donoticiante, que afirmou ter recebido SMS com o seguinte conteúdo: BANCO DO BRASILINFORMA: Prezado (a) cliente, por motivo de segurança a sua conta será bloqueada. Evite obloqueio, http://net-bb.com, sendo que o referido link direciona a uma tela que solicita dados comoconta e a agência do usuário, partindo tais mensagens de números com DDD de São Paulo (11).Revisão de declínio de atribuições (Enunciado nº 32). Narrativa que não evidencia lesão direta abens, serviços ou interesse da União ou de suas entidades. Possível tentativa de estelionato em

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detrimento de particular e de sociedade de economia mista. Carência de elementos de informaçãocapazes de legitimar a atribuição do Ministério Público Federal para a persecução penal.Homologação do declínio em favor do Ministério Público Estadual.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação dodeclínio de atribuição, nos termos do voto do(a) relator(a).

145. Processo: 1.25.000.004283/2018-71 - Eletrônico Voto: 6540/2019 Origem: PROCURADORIA DAREPÚBLICA - PARANA

Relator(a): Dr(a) MARCIA NOLL BARBOZA

Ementa: Notícia de Fato instaurada a partir de representação ofertada por uma cidadã residente na cidadede Londrina/PR, na qual relata possível ocorrência de ilícitos penais descritos nos arts. 4º e 5º daLei nº 7.492/86, supostamente praticados no âmbito de empresa administradora de consórcios.Revisão de declínio de atribuições (Enunciado nº 32). Segundo o Procurador oficiante, verificou-se, a partir da análise de informações encaminhadas pelo Banco Central do Brasil, que aadministradora de consórcios ora investigada é empresa integrante do rol das instituiçõesautorizadas a funcionar e supervisionadas pela autarquia federal e que a reclamação darepresentante perante o BACEN foi encerrada como reclamação não regulada, diante a nãoidentificação de descumprimento de lei ou regulamento cuja competência de supervisão sejadaquela instituição. Ausência de indícios de envolvimento de dirigentes da administradora deconsórcios. Crime contra o Sistema Financeiro Nacional não configurado. Narrativa que evidenciater sido a noticiante vítima de estelionato, que, após efetuar o pagamento do valor de R$115.000,00 (cento e quinze mil reais), não recebeu uma suposta carta de crédito oferecida enegociada por ex-empregado (vendedor) da empresa investigada. Carência de elementos deinformação capazes de legitimar a atribuição do Ministério Público Federal para persecução penal.Homologação do declínio ao Ministério Público Estadual.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação dodeclínio de atribuição, nos termos do voto do(a) relator(a).

146. Processo: 1.26.005.000101/2019-97 - Eletrônico Voto: 6460/2019 Origem: PROCURADORIA DAREPÚBLICA NO MUNICÍPIO DEGARANHUNS/ARCOV.

Relator(a): Dr(a) MARCIA NOLL BARBOZA

Ementa: Notícia de Fato. Possível prática do crime de lavagem de capitais, constatado no bojo de processojudicial em trâmite no Juizado Especial Criminal de Garanhuns/PE (Lei nº 9.613/98). Revisão dedeclínio de atribuições (Enunciado nº 32 2ª CCR). Consta dos autos a informação de que osvalores apreendidos com o investigado eram provenientes da exploração de jogos de azar. Nãose extrai do relatório indícios da prática de crime de competência da Justiça Federal. Conformedispõe o art. 2º, III, a e b, da Lei nº 9.613/98, o processo e o julgamento do crime de lavagem dedinheiro será da competência da Justiça Federal quando praticado contra o sistema financeiro e aordem econômico-financeira ou em detrimento de bens, serviços ou interesses da União, de suasentidades autárquicas ou empresas públicas, ou ainda, quando a infração penal antecedente forde competência da Justiça Federal. (CC 113.359/RJ, Rel. Min. Marco Aurélio Bellizze, TerceiraSeção, DJe 05/06/2013). Carência de elementos de informação capazes de indicar o interesse dajustiça federal na apreciação do feito. Homologação do declínio de atribuições ao MinistérioPúblico Estadual.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação dodeclínio de atribuição, nos termos do voto do(a) relator(a).

147. Processo: 1.30.001.004470/2019-66 - Eletrônico Voto: 6476/2019 Origem: PROCURADORIA DAREPÚBLICA - RIO DE JANEIRO

Relator(a): Dr(a) MARCIA NOLL BARBOZA

Ementa: Notícia de Fato. Representação formulada na Sala de Atendimento ao Cidadão, na qual o

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ATA DA 755ª SESSÃO DE REVISÃO PGR-00561788/2019

noticiante relata ter sido vítima do crime de estelionato, pelos representantes de empresa que seapresentou como gestores de criptomoeda. Revisão de declínio de atribuições (Enunciado n° 322a CCR). Consoante exposto na representação, o presidente da empresa teria declarado quejamais houve operações de arbitragem em criptomoeda pela empresa, mas sim a adoção de ummodelo de operação onde novos investidores sustentariam os investimentos dos antigos. A ofertade investimentos em criptomoedas, no caso, teria sido utilizada como um ardil à captação declientes para a empresa, gerando uma pirâmide investimentos. Crime contra a economia popular(Lei nº 1.521/51, art. 2º, inc. IX). Incidência do Enunciado n. 498 da Súmula do Supremo TribunalFederal (Compete a justiça dos estados, em ambas as instâncias, o processo e o julgamento doscrimes contra a economia popular). Conduta que não caracteriza crime contra o SistemaFinanceiro Nacional, situação que afasta a competência da Justiça Federal. Precedentes STJ: HC293.052/SP, Quinta Turma, DJe 13/02/2015; CC 121.146/MA, Terceira Seção, DJe 25/06/2012.Ausência de elementos de informação capazes de justificar a atribuição do Ministério PúblicoFederal para a persecução penal. Homologação do declínio de atribuições ao Ministério PúblicoEstadual.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação dodeclínio de atribuição, nos termos do voto do(a) relator(a).

148. Processo: 1.32.000.000091/2019-32 - Eletrônico Voto: 6508/2019 Origem: PROCURADORIA DAREPÚBLICA - RORAIMA

Relator(a): Dr(a) MARCIA NOLL BARBOZA

Ementa: Notícia de Fato. Representação anônima noticiando o furto de capacidade de transmissão dedados de operadora de telefonia e internet por empresa privada de pequeno porte. CP, art. 155e/ou art. 183 da Lei 9.472/97. Revisão de declínio de atribuições (Enunciado n° 32 2a CCR).Constatou-se que a capacidade de transmissão foi supostamente furtada por empresa privadapara atender contrato firmado com o Instituto de Amparo à Ciência, Tecnologia e Inovação doEstado de Roraima IACTI, autarquia estadual. Além disso, a vítima do furto é empresa privada.Inexistência de elementos que apontem para ofensa a bens, serviços ou interesses da União.Carência de elementos de informação capazes de justificar a atribuição do Ministério PúblicoFederal para a persecução penal. Homologação do declínio de atribuições ao Ministério PúblicoEstadual.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação dodeclínio de atribuição, nos termos do voto do(a) relator(a).

149. Processo: 1.32.000.000621/2019-42 - Eletrônico Voto: 6568/2019 Origem: PROCURADORIA DAREPÚBLICA - RORAIMA

Relator(a): Dr(a) MARCIA NOLL BARBOZA

Ementa: Notícia de Fato. Representação formulada na Polícia Federal noticiando que pessoas nãoidentificadas aplicam golpes por meio do aplicativo WhatsApp, através da solicitação detransferências bancárias com simulação de que o requerente é familiar ou amigo íntimo da vítima.Revisão de declínio de atribuições (Enunciado n° 32 2a CCR). Prejuízo restrito ao patrimônio departiculares. Inexistência de elementos que apontem para ofensa a bens, serviços ou interessesda União. Carência de elementos de informação capazes de justificar a atribuição do MinistérioPúblico Federal para a persecução penal. Homologação do declínio de atribuições ao MinistérioPúblico Estadual.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação dodeclínio de atribuição, nos termos do voto do(a) relator(a).

150. Processo: 1.32.000.000753/2019-74 - Eletrônico Voto: 6584/2019 Origem: PROCURADORIA DAREPÚBLICA - RORAIMA

Relator(a): Dr(a) MARCIA NOLL BARBOZA

Ementa: Notícia de Fato. Representação sigilosa formulada na Sala de Atendimento ao Cidadão, na qual o

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ATA DA 755ª SESSÃO DE REVISÃO PGR-00561788/2019

noticiante relata suposta fraude consubstanciada na compra e venda de títulos de mestrado edoutorado em instituições de ensino venezuelanas, envolvendo um grupo de cidadãos brasileiros,dentre os quais diversos professores da rede estadual de educação. Revisão de declínio deatribuições (Enunciado n° 32 2a CCR). Fatos praticados em detrimento da rede estadual deensino, sem notícia da apresentação de documentos falsos a instituições federais. Possívelapresentação dos diplomas à Universidade Estadual de Roraima, em processo de revalidação dediplomas obtidos no exterior. Inexistência de elementos que apontem para ofensa a bens, serviçosou interesses da União. Carência de elementos de informação capazes de justificar a atribuiçãodo Ministério Público Federal para a persecução penal. Homologação do declínio de atribuiçõesao Ministério Público Estadual.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação dodeclínio de atribuição, nos termos do voto do(a) relator(a).

151. Processo: 1.34.026.000079/2019-65 - Eletrônico Voto: 6474/2019 Origem: PROCURADORIA DAREPÚBLICA NO MUNICÍPIO DEASSIS-SP

Relator(a): Dr(a) MARCIA NOLL BARBOZA

Ementa: Notícia de Fato. Manifestação sigilosa realizada na Sala de Atendimento ao Cidadão, na qual anoticiante relata que sua filha, com 12 anos de idade, teria recebido fotografias de pessoas nuaspor intermédio dos aplicativos de conversas Whatsapp e Messenger (Facebook). Revisão dodeclínio de atribuições (Enunciado nº 32). Crime praticado em local de acesso restrito aosparticipantes da conversa. "Não se constata o caráter de internacionalidade, ainda que potencial,quando o panorama fático envolve apenas a comunicação eletrônica havida entre particulares emcanal de comunicação fechado, tal como ocorre na troca de e-mails ou conversas privadas entrepessoas situadas no Brasil" (RE 628624/MG, Min. Marco Aurélio, Tribunal Pleno, 29/10/2015).Inexistência de indícios mínimos de divulgação ou publicação de fotos e vídeos em sites, blogs oucomunidades de relacionamento acessíveis em qualquer país. Precedente da 2ª CCR: Processonº 1.28.000.000450/2018-01, Sessão de Revisão nº 721ª, de 13/08/2018. Carência de indícios datransnacionalidade na conduta. Homologação do declínio de atribuições.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação dodeclínio de atribuição, nos termos do voto do(a) relator(a).

Homologação de Arquivamento

152. Processo: DPF/AM-00377/2019-INQ Voto: 6509/2019 Origem: GABPR3-RSR - RAFAELDA SILVA ROCHA

Relator(a): Dr(a) MARCIA NOLL BARBOZA

Ementa: Inquérito Policial. Possível crime de uso de documento falso (CP, art. 304), consistente naapresentação de Carteira de Habilitação de Amador (CHA) falsa perante a Capitania Fluvial daAmazônia Ocidental. Revisão de arquivamento (LC nº 75/93, art. 62, IV). Ouvido, o investigadonegou saber da falsidade do documento, esclarecendo ter realizado a prova de arrais há mais de20 (vinte) anos nas dependências da marina e renovado a carteira há mais de 10 (dez) anos pormeio de despachante. Após diligências, verificou-se que, de fato, havia o procedimento de realizarprovas em marinas e que para renovar carteira de arrais não é necessária a realização de novaprova. Segundo perícia, a falsidade do documento não pode ser tida como grosseira. Inexistênciade elementos que indiquem dolo ou má-fé do investigado, que agiu na confiança de que odocumento que lhe foi entregue pelo despachante seria autêntico. Inexistência de justa causa.Homologação do arquivamento.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação doarquivamento, nos termos do voto do(a) relator(a).

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ATA DA 755ª SESSÃO DE REVISÃO PGR-00561788/2019

153. Processo: DPF/AM-00637/2019-INQ Voto: 6512/2019 Origem: GABPR1-ECBJ -EDMILSON DA COSTABARREIROS JUNIOR

Relator(a): Dr(a) MARCIA NOLL BARBOZA

Ementa: Inquérito Policial. Manifestação efetuada na Sala de Atendimento ao Cidadão, na qual orepresentante relata que sua ex-esposa teria praticado o crime de evasão de divisas (art. 20 daLei 7.492/86) para a compra de moeda eletrônica. Revisão de arquivamento (LC nº 75/93, art. 62,inc. IV). Além da narrativa, o representante não apresentou nenhuma documentação capaz decomprovar o alegado. Após diligências mínimas, o Delegado concluiu que os repasses ao exteriorforam feitos a partir de uma conta conjunta, e feitos através de um banco conhecido, de forma queos impostos, tributos e taxas devidos da transação são automaticamente cobrados pela instituiçãofinanceira, não havendo em falar em evasão de divisas. Possível desavença financeira entreparticulares que deve ser resolvida no âmbito cível. Inexistência de indícios mínimos da prática decrime. Homologação do arquivamento.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação doarquivamento, nos termos do voto do(a) relator(a).

154. Processo: DPF/MT-00044/2018-INQ Voto: 6590/2019 Origem: GABPRM1-JRCMJ - JOSERICARDO CUSTODIO DE MELOJUNIOR

Relator(a): Dr(a) MARCIA NOLL BARBOZA

Ementa: Inquérito Policial instaurado para apurar possível ocorrência do crime de falsidade ideológica,tendo em vista notícia que o DPF T.S.F.P. teria efetuado lançamentos em folha de frequência daPolícia Federal quando, na realidade, laborava na Prefeitura de Rondonópolis/MT. CP, art. 299.Revisão de arquivamento (LC n° 75/93, art. 62, IV). Segundo o Procurador oficiante, verificou-seque a maior parte dos conflitos de horários lançados em folha de frequência do investigado estáentre as 18h e 19h. Todavia, após inúmeras diligências realizadas, a autoridade policial nãoobteve êxito em coletar elementos de prova aptos a comprovar a materialidade delitiva. Conformetermos de depoimento acostados ao apuratório, as anotações em registro de frequência seguiamuma padronização de horários. Ao serem interrogados a respeito dos fatos, os membros da JuntaAdministrativa de recursos de Infrações (JARI) de Rondonópolis/MT, onde o investigado prestavaserviços, afirmaram que as atas de julgamento não tinham por finalidade registrar pontos, apenasa instalação do colegiado no dia da respectiva sessão. Ausência de indícios concretos no sentidode que o investigado tenha efetivamente assinado o ponto de presença em horário no qual nãoestava presente na sede da Polícia Federal naquela localidade. Materialidade delitiva nãoevidenciada. Falta de justa causa para prosseguir na persecução penal. Homologação doarquivamento.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação doarquivamento, nos termos do voto do(a) relator(a).

155. Processo: JF/RO/GM-0001120-62.2019.4.01.4102-IPL

Voto: 6511/2019 Origem: GABPR4-RPT -REGINALDO PEREIRA DATRINDADE

Relator(a): Dr(a) MARCIA NOLL BARBOZA

Ementa: Inquérito Policial. Possível crime de inutilização de edital ou de sinal afixado por funcionário doMinistério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento MAPA. CP, art. 336. Revisão dearquivamento (LC nº 75/93, art. 62, inc. IV). Segundo consta, proprietário de empresa privada foiautuado pelo MAPA, em 11/09/2018, pelo exercício de atividade irregular, momento em que omaquinário rural foi lacrado. Em 27/11/2018, funcionário da empresa ligou a referida máquinalacrada pelo MAPA e, ao fazê-lo, violou o lacre aposto. Após o fato, o proprietário da empresaregistrou o ocorrido na polícia civil e aplicou advertência disciplinar ao funcionário. Não se extraidos autos indícios de dolo na conduta do investigado, tanto que após a violação do lacre,possivelmente feito por imperícia do funcionário, tomou as medidas cabíveis para dar

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ATA DA 755ª SESSÃO DE REVISÃO PGR-00561788/2019

conhecimento às autoridades. Inexistência de justa causa para o prosseguimento do feito.Homologação do arquivamento.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação doarquivamento, nos termos do voto do(a) relator(a).

156. Processo: JF/SP-0002253-27.2017.4.03.6181-INQ

Voto: 6436/2019 Origem: GABPR20-TLA - THIAGOLEMOS DE ANDRADE

Relator(a): Dr(a) MARCIA NOLL BARBOZA

Ementa: INQUÉRITO POLICIAL. SUPOSTA PRÁTICA DO CRIME DE ASSOCIAÇÃO CRIMINOSA (CP,ART. 288). MPF: ARQUIVAMENTO. DISCORDÂNCIA DO MAGISTRADO. NÃO HOMOLOGAÇÃODO ARQUIVAMENTO PELA 2ª CÂMARA DE COORDENAÇÃO E REVISÃO. DEVOLUÇÃO DOSAUTOS PELO PROCURADOR DESIGNADO. RECURSO DA PARTE. RECONSIDERAÇÃO.HOMOLOGAÇÃO DO ARQUIVAMENTO. 1. Inquérito Policial instaurado para apurar a possívelprática do crime de associação criminosa (CP, art. 288), por advogados que teriam se reunido coma finalidade de praticar estelionato previdenciário na condição de procuradores de beneficiários(Operação Ostrich). 2. O Procurador oficiante promoveu o arquivamento dos autos em relação adois advogados, considerando a ocorrência da prescrição da pretensão punitiva estatal, uma vezque, no seu entender, os advogados teriam encerrado suas atividades em abril de 2011, atingindo,assim, o prazo de 8 (oito) anos previsto no art. 109, IV, do CP. Discordância do magistrado. CPP,art. 28 do CPP. 3. Por ocasião da Sessão de Revisão nº 750, de 23/09/2019, a 2ª CCR deliberoupela não homologação do arquivamento, em razão da necessidade do aprofundamento dasinvestigações, tendo em vista a existência de informações apontando a atuação da associaçãocriminosa no ano de 2017, fato que alteraria o marco inicial da prescrição da pretensão punitivaestatal. 4. Após retorno dos autos, o Procurador designado devolveu o feito a esta 2ª CCRsolicitando que o Colegiado especifique as diligências que entender cabíveis para cumprimento desua decisão. 5. Interposição de recurso pelos investigados. 6. Após análise das informaçõesprestadas pelos investigados, bem como pelo Procurador designado, verifica-se que, de fato,após a realização de diversas diligências, inexistem indícios concretos que indiquem aparticipação dos advogados P.S.B e C.D. em requerimentos de benefícios fraudulentosprotocolados após o ano de 2011. 7. Os benefícios constantes dos autos teriam sido concedidosem 2017 com intermediação de pessoas suspeitas de pertencerem à quadrilha investigada, semindicação da participação dos advogados ora investigados, 8. Logo, considerando que as provasreunidas nos autos apontam apenas para a participação dos investigados em benefíciosconcedidos até 04/2011, verifica-se o transcurso de mais de 08 (oito) anos desde a data dos fatose, consequentemente, o reconhecimento da prescrição da pretensão punitiva estatal (art. 109, IV,do CP). 9. Reconsideração da decisão. Homologação do arquivamento.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação doarquivamento, nos termos do voto do(a) relator(a).

157. Processo: SR/DPF/PI-00186/2016-IPL Voto: 6410/2019 Origem: GABPRM1-CVMSL -CECILIA VIEIRA DE MELO SALEITAO

Relator(a): Dr(a) MARCIA NOLL BARBOZA

Ementa: Inquérito Policial. Possível prática do crime de estelionato (CP, art. 171, §3º), tendo em vista asuposta fraude no recebimento do seguro-desemprego e saque do FGTS. Consta dos autos querepresentante legal de empresa e um grupo empregados teriam realizado acordo, com objetivo desimular dispensas imotivadas para que fosse viabilizado o recebimento do seguro-desemprego eo saque do FGTS. Revisão de arquivamento (LC nº 75/93, art. 62, IV). Ouvido, o representantelegal da empresa negou que tenha realizado acordo para que os empregados fossem demitidossem justa causa para receberem os benefícios, informou que a empresa deixou de funcionar,razão pela qual todos os funcionários foram demitidos e que a empresa arcou com todas asmultas rescisórias. Os funcionários também negaram a existência de qualquer acordo, alegandoque foram demitidos em razão do encerramento das atividades empresariais. Existência de

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documentos que comprovam que a empresa não teve mais movimentação após a demissão dosempregados. Carência de indícios que indiquem fraude no recebimento dos benefícios.Materialidade delitiva não evidenciada. Homologação do arquivamento.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação doarquivamento, nos termos do voto do(a) relator(a).

158. Processo: 1.11.000.000658/2019-09 - Eletrônico Voto: 6489/2019 Origem: PROCURADORIA DAREPÚBLICA - ALAGOAS/UNIÃODOS PALMARES

Relator(a): Dr(a) MARCIA NOLL BARBOZA

Ementa: Notícia de Fato. Crime de coação no curso do processo (CP, art. 344). Extrai-se dos autos que, nobojo de ação previdenciária, a parte autora alegou que seu advogado estaria solicitando opagamento dos honorário advocatícios antecipadamente, que estaria sendo coagida a fazer umempréstimo bancário e que o advogado estaria se recusando a fazer o pedido de desistência doprocesso. Revisão de arquivamento (LC nº 75/93, art. 62, inc. IV). Segundo o Procurador oficiante,consta dos autos instrumento contratual firmado entre a parte autora e o advogado prevendo opagamento dos honorários advocatícios. A narrativa aponta que houve a exigência de umaobrigação contratual. Carência de indícios da ocorrência de violência ou grave ameaça.Materialidade delitiva não evidenciada. Informação de que a Ordem dos Advogados do Brasil foioficiada para apurar possível infração disciplinar. Falta de justa causa para dar prosseguimento àpersecução penal. Homologação do arquivamento.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação doarquivamento, nos termos do voto do(a) relator(a).

159. Processo: 1.11.000.000736/2019-67 - Eletrônico Voto: 6596/2019 Origem: PROCURADORIA DAREPÚBLICA - ALAGOAS/UNIÃODOS PALMARES

Relator(a): Dr(a) MARCIA NOLL BARBOZA

Ementa: Notícia de Fato. Representação formulada na Sala de Atendimento ao Cidadão, na qual anoticiante relata que ao tentar obter benefício previdenciário de auxílio-doença descobriu queterceira pessoa com nome homônimo teria se aposentado em seu lugar. CP, art. 171, §3º. Revisãodo arquivamento (LC n. 75/93, art. 62-IV). Diligências. Constatou-se que a autarquiaprevidenciária indeferiu o pedido de auxílio-doença apresentado pela representante, porque nãofoi constatada, em exame realizado pela Perícia Médica do INSS, a incapacidade para o seutrabalho ou para sua atividade habitual. Além disso, o INSS também informou que não existembenefícios previdenciários vinculado ao nome ou ao CPF da representante. Inexistência deindícios da prática de crime. Carência de justa causa para o prosseguimento da persecuçãopenal. Homologação do arquivamento.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação doarquivamento, nos termos do voto do(a) relator(a).

160. Processo: 1.12.000.000095/2019-11 - Eletrônico Voto: 6470/2019 Origem: PROCURADORIA DAREPÚBLICA - AMAPÁ

Relator(a): Dr(a) MARCIA NOLL BARBOZA

Ementa: Notícia de Fato. Possível prática do crime de ameaça (CP, art. 147) por servidor da JustiçaFederal do Amapá contra os demais servidores de seu setor. Segundo consta, o investigado teriaafirmado que "alguns colegas da subseção mereceriam um corretivo, que isso só iria se resolverquando ele (servidor) entrasse na unidade dando tiros", que "estava com vontade de dar uns tiros"e que "computador não é à prova de bala". Revisão de arquivamento (LC nº 75/93, art. 62, IV).Segundo se extrai dos autos, o servidor respondeu a processo administrativo disciplinar queculminou na instauração de ação penal e, em razão desse fato, estaria estressado e insatisfeitocom o trabalho. O relatório da comissão designada para a sindicância administrativa, instaurada a

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fim de apurar os fatos ora em análise, concluiu pelo arquivamento do processo, o que foiintegralmente acolhido pelo Juiz Federal Diretor do Foro. Ouvida, uma testemunha do fato relatouque investigado teria falado em tom de desabafo e não de ameaça, versão também apresentadapelo próprio investigado. Nota-se que as supostas ameaças sequer foram direcionadas a pessoasdeterminadas, não sendo possível determinar eventuais vítimas. Inexistência de materialidadedelitiva. Homologação do arquivamento.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação doarquivamento, nos termos do voto do(a) relator(a).

161. Processo: 1.13.000.002497/2019-13 - Eletrônico Voto: 6597/2019 Origem: PROCURADORIA DAREPÚBLICA - AMAZONAS

Relator(a): Dr(a) MARCIA NOLL BARBOZA

Ementa: Notícia de Fato. Possível prática do crime de sonegação de contribuição previdenciária (CP, art.337-A) por empresas privadas. Revisão de arquivamento (LC 75/93, art. 62, IV). Oficiada, aReceita Federal informou que em relação a uma das empresas inexiste crédito definitivamenteconstituído e, em relação à outra, o crédito constituído encontra-se com a exigibilidade suspensa.Crimes de natureza material. Aplicação do Enunciado nº 24 da Súmula Vinculante do SupremoTribunal Federal e do Enunciado nº 52 da 2ª CCR: O pagamento integral do débito tributárioextingue a punibilidade e autoriza o arquivamento da investigação e da ação penal pelo MPF.Caso, após atuação do Fisco, venha a se constituir definitivamente o crédito tributário elidido,configurando, assim, a indispensável condição de procedibilidade, o Ministério Público Federalpoderá promover a devida ação penal. Ausência de justa causa para o prosseguimento dapersecução penal. Homologação do arquivamento.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação doarquivamento, nos termos do voto do(a) relator(a).

162. Processo: 1.14.000.002402/2019-16 - Eletrônico Voto: 6542/2019 Origem: PROCURADORIA DAREPÚBLICA - BAHIA

Relator(a): Dr(a) MARCIA NOLL BARBOZA

Ementa: Notícia de Fato instaurada a partir de expediente da Procuradoria Regional do Trabalho da 5ªRegião (Salvador), comunicando a ocorrência de fraudes na concessão do seguro desemprego,supostamente praticadas por empresa sediada no município de Lauro de Freitas/BA. Possívelprática do crime de estelionato majorado. Revisão de arquivamento (LC nº 75/93, art. 62, inc. IV).A mera notícia de prática de conduta ilícita, sem nenhum elemento de prova a corroborá-la e semapresentação de informações circunstanciadas, não se mostra suficiente para a deflagração deuma investigação criminal. Caso em que a representante não forneceu dados para eventualcontato, o que inviabilizou a possibilidade de intimação para oferta de maiores esclarecimentos.Insuficiência das informações acerca do fato noticiado. Materialidade delitiva, de plano, nãoevidenciada. Falta de justa causa para prosseguir na persecução penal. Homologação doarquivamento.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação doarquivamento, nos termos do voto do(a) relator(a).

163. Processo: 1.14.003.000232/2019-13 - Eletrônico Voto: 6450/2019 Origem: PROCURADORIA DAREPÚBLICA NO MUNICÍPIO DEBARREIRAS-BA

Relator(a): Dr(a) MARCIA NOLL BARBOZA

Ementa: Notícia de Fato instaurada a partir de expediente da Gerência Executiva do INSS emBarreiras/BA, comunicando que a segurada B.C.S. teria recebido de forma indevida benefício deaposentadoria por idade em virtude de ter o seu nome vinculado a duas inscrições perante oCadastro Nacional de Informações Sociais (CNIS), fato que, em tese, configuraria o delito previstono art. 171, § 3º, do CP. Revisão de arquivamento (LC nº 75/93, art. 62, IV). Segundo o

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Procurador oficiante, trata-se de situação rotineira no âmbito da autarquia previdenciária. Pessoasque se apresentam como trabalhadores rurais e sujeitas ao regime de aposentadoria especialrequerem o benefício e não informam a existência de outros vínculos trabalhistas. Na hipótese,sequer é possível afirmar que há certeza acerca da ilicitude do benefício, pois o próprio Judiciáriotem relativizado os requisitos, a exemplo do teor da Súmula 41 da Turma Nacional deUniformização dos Juizados Especiais Federais (A circunstância de um dos integrantes do núcleofamiliar desempenhar atividade urbana não implica, por si só, a descaracterização do trabalhadorrural como segurado especial, condição que deve ser analisada no caso concreto). Caso em quea segurada se apresenta como pessoa humilde que prestou serviços para a Prefeitura deCotegipe/BA na condição de auxiliar de serviços gerais, com jornada de 20h semanais, ganhandoa metade de um salário-mínimo, objetivando complementar sua renda familiar. Ausência deindícios quanto à vontade de ocultar o vínculo trabalhista em questão. Elemento subjetivo do tipopenal do estelionato não evidenciado. Falta de justa causa para prosseguir na persecução.Homologação do arquivamento.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação doarquivamento, nos termos do voto do(a) relator(a).

164. Processo: 1.15.002.000504/2019-40 - Eletrônico Voto: 6567/2019 Origem: PROCURADORIA DAREPÚBLICA NO MUNICÍPIO DE J.NORTE/IGUATU-CE

Relator(a): Dr(a) MARCIA NOLL BARBOZA

Ementa: Notícia de Fato. Possível prática do crime de estelionato previdenciário (CP, art. 171, §3º),consistente na apresentação de certidão de nascimento falsa para obtenção de benefícioprevidenciário de amparo ao idoso. Revisão do arquivamento (LC n. 75/93, art. 62-IV). Ouvida, ainvestigada, que atualmente conta com 73 anos, afirmou ter procurado o INSS depois de serauxiliada por pessoas que afirmaram que já teria direito ao benefício e que, na oportunidade,apenas levou ao INSS os documentos que lhe pediram. Informou, ainda, que sabe apenas assinaro próprio nome e não tinha conhecimento da rasura feita em sua certidão. Por fim, informou queainda recebe benefício do INSS e nele já há o desconto do que recebeu indevidamente.Inexistência de elementos que indiquem a participação da beneficiária na rasura do documento.Adoção das medidas administrativas necessárias para o ressarcimento do dano. Carência dejusta causa para o prosseguimento da persecução penal. Homologação do arquivamento.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação doarquivamento, nos termos do voto do(a) relator(a).

165. Processo: 1.16.000.002545/2019-53 - Eletrônico Voto: 6444/2019 Origem: PROCURADORIA DAREPÚBLICA - DISTRITO FEDERAL

Relator(a): Dr(a) MARCIA NOLL BARBOZA

Ementa: Notícia de Fato instaurada a partir de manifestação ofertada perante a Sala de Atendimento aoCidadão, relatando que K.T., residente nos Estados Unidos da América, estaria recomendando emseu sítio eletrônico e em sua página no Instagram, malgrado não possua a necessáriaqualificação profissional, que pessoas portadoras de transtornos psiquiátricos suspendessemsuas medicações. Revisão de arquivamento (LC nº 75/93, art. 62, inc. IV). Segundo o Procuradoroficiante, consultas a fontes de pesquisas abertas na rede mundial de computadores nãoretornaram resultados válidos acerca dos veículos de divulgação supostamente utilizados pelainvestigada, não havendo linha investigativa válida que justifique a continuidade do apuratório.Verificação, ademais, do caráter genérico com que expostos os fatos, não permitindo sequer aidentificação de eventual ilícito atentatório a bens, serviços ou interesse da União ou de suasentidades. Materialidade delitiva, de plano, não evidenciada. Falta de justa causa para prosseguirna persecução penal. Homologação do arquivamento.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação doarquivamento, nos termos do voto do(a) relator(a).

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166. Processo: 1.18.000.002718/2019-69 - Eletrônico Voto: 6529/2019 Origem: PROCURADORIA DAREPÚBLICA - GOIAS/APARECIDADE GOIÂNIA

Relator(a): Dr(a) MARCIA NOLL BARBOZA

Ementa: Notícia de Fato. Possível prática do crime de estelionato majorado (CP, art. 171, § 3º), consistenteno saque de parcelas de seguro-desemprego depositadas na conta-corrente do real beneficiário.Revisão de arquivamento (LC nº 75/93, art. 62, IV). Último saque realizado em agosto de 2018.Ausência de elementos mínimos capazes de indicar a autoria delitiva. Falta de linha investigatóriapotencialmente idônea. Aplicação da Orientação n° 26/20161 da 2ª CCR. Arquivamento que nãogera coisa julgada, podendo as investigações serem reabertas se houver notícia de novas provas(CPP, art. 18). Homologação do arquivamento.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação doarquivamento, nos termos do voto do(a) relator(a).

167. Processo: 1.18.001.000657/2019-95 - Eletrônico Voto: 6473/2019 Origem: PROCURADORIA DAREPÚBLICA NO MUNICÍPIO DEANÁPOLIS/URUAÇU-GO

Relator(a): Dr(a) MARCIA NOLL BARBOZA

Ementa: Notícia de Fato. Possível prática do crime de falso testemunho (CP, art. 342), por testemunha queapresentou depoimento contraditório em audiência trabalhista. Revisão de arquivamento (LC nº75/93, art. 62, IV). O Juízo desconsiderou o testemunho. A contradição verificada no depoimentopode indicar a diferença de percepção sensorial sobre a verdade real dos fatos. Ausência deindícios claros de má-fé ou de vontade livre e consciente de prestar declaração falsa. Além disso,o depoimento não foi considerado relevante para o deslinda da causa. Falta de justa causa paraprosseguimento da persecução penal. Precedente 2ª CCR: Procedimento nº1.34.001.001782/2019-79, Julgado na 738ª Sessão de Revisão, no dia 08/04/2019. Homologaçãodo arquivamento.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação doarquivamento, nos termos do voto do(a) relator(a).

168. Processo: 1.18.001.000674/2019-22 - Eletrônico Voto: 6412/2019 Origem: PROCURADORIA DAREPÚBLICA NO MUNICÍPIO DEANÁPOLIS/URUAÇU-GO

Relator(a): Dr(a) MARCIA NOLL BARBOZA

Ementa: Notícia de Fato. Omissão de anotação de vínculo empregatício em Carteira de Trabalho ePrevidência Social CTPS. CP, art. 297, §4º. Revisão de arquivamento (LC nº 75/93, art. 62, IV)."(...) Não constitui crime (falsidade de documento público por equiparação) a falta de anotação dacarteira de trabalho e previdência social do empregado, pelo empregador, senão apenas uma faltaadministrativa e trabalhista, que, mesmo grave, não tem conotação penal. A figura típica do §4º doart. 297 do Código Penal (Nas mesmas penas incorre quem omite, nos documentos mencionadosno §3º, nome do segurado e seus dados pessoais, a remuneração, a vigência do o contrato detrabalho ou de prestação de serviços.") não se identifica, em termos penais, com a simples faltade anotação da CTPS, pois, tendo como objeto jurídico a fé pública nos documentos relacionadoscom a previdência social, imprescinde do propósito direto de fraudá-la (...)" (REsp. 1.459.294-MG,STJ, DJ 21/08/2017, Min, JOEL ILAN PACIORNIK Decisão monocrática). Ademais, verifica-sedos autos que houve acordo entre as partes. Irregularidade sanada. Subsidiariedade do direitopenal. Crime não caracterizado. Homologação do arquivamento.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação doarquivamento, nos termos do voto do(a) relator(a).

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169. Processo: 1.19.000.002309/2019-25 - Eletrônico Voto: 6532/2019 Origem: PROCURADORIA DAREPÚBLICA - MARANHÃO

Relator(a): Dr(a) MARCIA NOLL BARBOZA

Ementa: Notícia de Fato. Cópia de sentença proferida nos autos de reclamação trabalhista ajuizada porparticular em face do município de Pindaré Mirim/MA, reconhecendo a regularidade nacontratação da parte autora e condenando o ente reclamado a pagar verbas trabalhistas, bemcomo a incidência de encargos previdenciários sobre as parcelas salariais. O valor atribuído àcondenação foi o de R$ 5.000,00 (cinco mil reais). CP, art. 337-A. Revisão de arquivamento (LC nº75/93, art. 62, IV). Consoante decisão do STJ confirmando a necessidade de alinhamentojurisprudencial ao entendimento reiterado pelo Supremo Tribunal Federal (REsp 1709029/MG,Rel. Min. Sebastião Reis Júnior, Terceira Seção, julgado em 28/02/2018, DJe 04/04/2018), incide oprincípio da insignificância aos crimes tributários federais e de descaminho quando o débitotributário verificado não ultrapassar o limite de R$ 20.000,00 (vinte mil reais), a teor do disposto noart. 20 da Lei nº 10.522/2002, com as atualizações efetivadas pelas Portarias nº 75 e 130, ambasdo Ministério da Fazenda. Homologação do arquivamento.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação doarquivamento, nos termos do voto do(a) relator(a).

170. Processo: 1.19.004.000231/2019-74 - Eletrônico Voto: 6534/2019 Origem: PROCURADORIA DAREPÚBLICA NO MUNICÍPIO DEBACABAL-MA

Relator(a): Dr(a) MARCIA NOLL BARBOZA

Ementa: Notícia de Fato. Cópia de sentença proferida nos autos de reclamação trabalhista ajuizada porparticular em face do município de Vitorino Freire/MA, condenando o ente reclamado a pagarverbas trabalhistas, bem como a incidência de encargos previdenciários sobre as parcelassalariais. O valor atribuído à condenação foi o de R$ 5.500,00 (cinco mil e quinhentos reais). CP,art. 337-A. Revisão de arquivamento (LC nº 75/93, art. 62, IV). Nos termos do Enunciado nº 63desta 2ª Câmara de Coordenação e Revisão, a sentença trabalhista transitada em julgado,condenatória ou homologatória de acordo, após sua liquidação, constitui definitivamente o créditotributário. Contudo, segundo se extrai dos autos, o Juízo Trabalhista não fez menção à possívelprática dos crimes de sonegação ou apropriação de contribuição previdenciária, determinandoapenas a comunicação ao INSS. Crimes de natureza material, cuja tipificação depende daconstituição definitiva do crédito tributário (Súmula Vinculante nº 24 do STF). Carência de justacausa para justificar o prosseguimento do feito. INSS cientificado dos fatos. Homologação doarquivamento.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação doarquivamento, nos termos do voto do(a) relator(a).

171. Processo: 1.20.002.000207/2019-34 - Eletrônico Voto: 6526/2019 Origem: PROCURADORIA DAREPÚBLICA NO MUNICÍPIO DESINOP-MT

Relator(a): Dr(a) MARCIA NOLL BARBOZA

Ementa: Notícia de Fato. Representação formulada na Sala de Atendimento ao Cidadão, na qual onoticiante relata a possível prática do crime de lavagem de capitais pelos responsáveis legais deempresas privadas que teriam realizado esquema de desvio de ouro, em conluio com garimpeiros,na região do Município de Alta Floresta/MT, no final dos anos 1980 e início da década de 1990.Art. 1º da Lei nº. 9.613/1998. Revisão de arquivamento (LC nº 75/93, art. 62, IV). A pena máximaprevista para o crime é de 10 anos de reclusão. Ultrapassados mais de 16 anos da data dos fatossem qualquer causa interruptiva, verifica-se o reconhecimento da prescrição da pretensão punitivaestatal, conforme previsto no art. 109, II, do CP. Extinção da punibilidade (CP, art. 107, IV). Alémdisso, o próprio noticiante relata a existência de investigação no sentido da representação emtrâmite na Polícia Federal. Representante cientificado do arquivamento. Homologação doarquivamento.

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ATA DA 755ª SESSÃO DE REVISÃO PGR-00561788/2019

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação doarquivamento, nos termos do voto do(a) relator(a).

172. Processo: 1.23.000.001852/2018-00 - Eletrônico Voto: 6569/2019 Origem: PROCURADORIA DAREPÚBLICA - PARA/CASTANHAL

Relator(a): Dr(a) MARCIA NOLL BARBOZA

Ementa: Notícia de Fato. Possível crime de patrocínio infiel (CP, art. 355). Segundo consta, advogadosdevidamente constituídos não compareceram aos atos processuais para os quais foram intimadose, como não cumpriram novo prazo concedido para resposta à acusação, foi utilizada econsiderada válida a defesa apresentada pela DPU. Revisão de arquivamento (LC nº 75/93, art.62, IV). Conforme entendimento do STJ, para a caracterização do referido crime, deve-se trair odever profissional, lesando interesse legítimo, violando o dever profissional. Vale salientar que oabandono do processo não caracteriza o aludido crime, estando sujeito apenas a eventual sançãoadministrativa. (REsp 1716072/MG, Rel. Ministro sebastião reis júnior, Sexta Turma, julgado em15/03/2018, dje 30/04/2018 citação constante na íntegra do voto). No caso, verifica-se que aDefensoria Pública da União substituiu a atuação dos advogados, afastando o possível prejuízoao réu. Ademais, em sentença, o magistrado determinou o pagamento de multa pelo abandono doprocesso e a notificação da OAB. Medidas suficientes para a repressão da conduta.Subsidiariedade do direito penal. Falta de justa causa para o prosseguimento da persecuçãocriminal. Homologação do arquivamento.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação doarquivamento, nos termos do voto do(a) relator(a).

173. Processo: 1.23.000.002167/2018-92 - Eletrônico Voto: 6573/2019 Origem: PROCURADORIA DAREPÚBLICA - PARA/CASTANHAL

Relator(a): Dr(a) MARCIA NOLL BARBOZA

Ementa: Notícia de Fato. Crime contra o Sistema Financeiro Nacional (Lei n° 7.492/86, art. 20), consistenteno desvio de recursos do FINAM concedidos à empresa privada. Revisão de arquivamento (LC nº75/93, art. 62, IV). Consta dos autos que o projeto original da empresa, que possibilitou ofinanciamento com recursos do FINAM, foi aprovado em 10/08/1989 e foi cancelado em 30/07/96.Informação da inexistência de liberação de recursos após 1999. A pena máxima abstratacominada ao crime é de 6 (seis) anos de reclusão. Ocorrência da prescrição da pretensão punitivaestatal. Transcurso de mais de 12 anos desde a data dos fatos (CP, art. 109, III). Extinção dapunibilidade (CP, art. 107, IV). Homologação do arquivamento.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação doarquivamento, nos termos do voto do(a) relator(a).

174. Processo: 1.25.008.000513/2019-34 - Eletrônico Voto: 6524/2019 Origem: PROCURADORIA DAREPÚBLICA NO MUNICÍPIO DEPONTA GROSSA-PR

Relator(a): Dr(a) MARCIA NOLL BARBOZA

Ementa: Notícia de Fato. Suposto crime de estelionato previdenciário (CP, art. 171, §3º), consistente naacumulação indevida de auxílio-doença com o exercício de atividade remunerada. Revisão dearquivamento (LC nº 75/93, art. 62, IV). O INSS verificou no Cadastro Nacional de InformaçõesSociais CNIS a existência de recolhimentos efetuados por empregador em nome da noticiada.Intimada pelo INSS acerca da irregularidade, a noticiada efetuou a devolução dos valoresindevidamente recebidos. Verifica-se que a investiga não se utilizou de fraude para a obtenção dobenefício, assim como não omitiu do INSS o recebimento de novo salário. Inexistência de indíciosde dolo. O simples retorno do agente ao exercício de atividade remunerada, concomitantementecom a percepção do referido benefício, revela seu possível estado de dificuldade financeira, pois,apesar de os problemas que o levaram a se afastar de sua atividade profissional, resolveutrabalhar, em prejuízo à própria saúde, para obter indispensável complementação e garantia defutura renda. Precedente 2ª CCR: IPL 0206/2014 (DPF/CAX), julgado na Sessão nº 750, de

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ATA DA 755ª SESSÃO DE REVISÃO PGR-00561788/2019

23/09/2019, unânime. Homologação do arquivamento.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação doarquivamento, nos termos do voto do(a) relator(a).

175. Processo: 1.28.000.001693/2019-30 - Eletrônico Voto: 6468/2019 Origem: PROCURADORIA DAREPÚBLICA - RIO GRANDE DONORTE/CEARÁ-MIRIM

Relator(a): Dr(a) MARCIA NOLL BARBOZA

Ementa: Notícia de Fato. Manifestação anônima informando que particular, suposto proprietário de rede desupermercados, entraria com toneladas de vinho no país sem a documentação comprobatória daregular internalização, bem como pagaria o valor de R$ 100 (cem reais) para agente da PolíciaFederal acobertar os crimes. Revisão de arquivamento (LC nº 75/93, art. 62, inc. IV).Representação genérica e desprovida de elementos concretos capazes de justificar odesenvolvimento de investigação criminal. Ausência de informações que permitam identificar orepresentante para a colheita de novas informações. Carência de justa causa. Homologação doarquivamento.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação doarquivamento, nos termos do voto do(a) relator(a).

176. Processo: 1.30.005.000280/2019-30 - Eletrônico Voto: 6475/2019 Origem: PROCURADORIA DAREPÚBLICA NO MUNICÍPIO DENITEROI-RJ

Relator(a): Dr(a) MARCIA NOLL BARBOZA

Ementa: Notícia de Fato. Possível prática do crime de apropriação indébita previdenciária, por empresaprivada, em razão da ausência de repasse das contribuições previdenciárias descontadas dosalário dos empregados, nas competências de 07/2015 a 12/2016. CP, art. 168-A. Revisão dearquivamento (LC 75/93, art. 62, inc. IV). Oficiada, a Receita Federal informou não ter localizadoprocedimento administrativo fiscal sobre os fatos ora em análise. Ausência de crédito tributáriodefinitivamente constituído. Aplicação do Enunciado nº 24 da Súmula Vinculante da SupremaCorte. Caso, após atuação do Fisco, venha a se constituir definitivamente o crédito tributárioelidido, configurando, assim, a indispensável condição de procedibilidade, o Ministério PúblicoFederal deverá ser cientificado para adotar as providências cabíveis. Ausência de justa causapara o prosseguimento da persecução penal. Homologação do arquivamento.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação doarquivamento, nos termos do voto do(a) relator(a).

177. Processo: 1.31.001.000114/2018-55 - Eletrônico Voto: 6403/2019 Origem: PROCURADORIA DAREPÚBLICA NO MUNICÍPIO DE JI-PARANÁ-RO

Relator(a): Dr(a) MARCIA NOLL BARBOZA

Ementa: Procedimento Investigatório Criminal. Possível prática do crime de estelionato majorado (CP, art.171, §3º), consistente na omissão de renda em cadastro do Programa Minha Casa Minha Vida.Consta dos autos que a investigada declarou renda de apenas R$ 400,00 reais mensais.Entretanto, a Prefeitura Municipal de Ji-Paraná informou que, à época do cadastro, a investigadaera servidora comissionada e possuía remuneração de R$ 800,00 reais. Revisão de arquivamento(LC nº 75/93, art. 62, IV). Verifica-se que a renda mensal da investigada era de R$ 1.200,00 reais.Segundo o Procurador oficiante, apesar de omitir renda e trabalho, o decreto 7.795/2012, atinenteao Programa MCMV, estabelecia renda mínima familiar de R$ 1.600,00, como requisito para serbeneficiário do programa. Assim, mesmo somando a renda omitida, a investigada se enquadrariano requisito para participação do benefício. Inexistência de indícios de que a investigada obtevevantagem ilícita. Carência de justa causa para o prosseguimento das investigações. Homologaçãodo arquivamento.

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ATA DA 755ª SESSÃO DE REVISÃO PGR-00561788/2019

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação doarquivamento, nos termos do voto do(a) relator(a).

178. Processo: 1.32.000.001138/2018-02 - Eletrônico Voto: 6515/2019 Origem: PROCURADORIA DAREPÚBLICA - RORAIMA

Relator(a): Dr(a) MARCIA NOLL BARBOZA

Ementa: Procedimento Investigatório Criminal instaurado a partir de cópia de Inquérito Civil (nº1.32.000.001119/2017-97) que tramita perante o 2º Ofício da PR/RR com o escopo de apurar"possível conduta omissiva das assistentes sociais W.N. e M.N., da CASAI, as quais,aparentemente, não adotaram providências quanto a estupro [de indígena] ocorrido nasdependências daquela instituição". Possível ocorrência dos crimes descritos nos arts. 135 e 319do CP. Revisão de arquivamento (LC nº 75/93, art. 62, IV). Notícia de que a primeira investigadafoi demitida, ao passo que a segunda restou advertida. Segundo o Procurador oficiante, a partir daanálise da documentação enviada pela Coordenadora do Distrito Sanitário Especial IndígenaYanomami (DSEI-Y) e dos autos do referido IC, verificou-se que não há elementos aptos acomprovar que a omissão das investigadas tenha sido dolosa ou com má-fé. Elemento subjetivodos tipos penais em questão não evidenciado. Falta de justa causa para prosseguir napersecução. Homologação do arquivamento.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação doarquivamento, nos termos do voto do(a) relator(a).

179. Processo: 1.34.006.000577/2019-46 - Eletrônico Voto: 6485/2019 Origem: PROCURADORIA DAREPÚBLICA NO MUNICÍPIO DEGUARULHOS/MOGI

Relator(a): Dr(a) MARCIA NOLL BARBOZA

Ementa: Notícia de Fato. Manifestação realizada na Sala de Atendimento ao Cidadão, na qual o noticianterelata diversos fatos desconexos, relatando, em determinado momento há sequencia de desleixosda Polícia em RS, assim como comportamento suspeito por parte de minha família. Não registramBO de desaparecimento quando fui me refugiar em Buenos Aires. Não chamaram policia quandofui vitima de queda de extintor de incendio em predio onde residia. Revisão de arquivamento (LCnº 75/93, art. 62, inc. IV). Representação genérica e desprovida de elementos concretos capazesde justificar o desenvolvimento de investigação criminal em qualquer âmbito do Ministério Público.Carência de justa causa. Homologação do arquivamento.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação doarquivamento, nos termos do voto do(a) relator(a).

180. Processo: 1.34.011.000482/2019-53 - Eletrônico Voto: 6472/2019 Origem: PROCURADORIA DAREPÚBLICA NO MUNICÍPIO DESBCAMPO/S.AND/MAUA

Relator(a): Dr(a) MARCIA NOLL BARBOZA

Ementa: Notícia de Fato. Representação formulada na Sala de Atendimento ao Cidadão, na qual onoticiante relata que site e canal no YouTube estariam veiculando conteúdos com discurso de ódioque violam valores religiosos e éticos. Revisão de arquivamento (LC nº 75/93, art. 62, IV).Verificou-se que os citados canais de comunicação produzem conteúdos jornalísticos comdiversos assuntos, tais como política, economia e cultura. Diante da quantidade de vídeosencontrados, o noticiante foi intimado para que especificasse quais vídeos possuíam os citadosdiscursos de ódio, com indicação do link de acesso. Porém, o noticiante quedou-se inerte.Ausência de materialidade. Carência elementos capazes de justificar o prosseguimento do feito.Homologação do arquivamento, sem prejuízo do disposto no art. 18 do CPP.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação doarquivamento, nos termos do voto do(a) relator(a).

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181. Processo: 1.34.021.000246/2019-18 - Eletrônico Voto: 6441/2019 Origem: PROCURADORIA DAREPÚBLICA NO MUNICÍPIO DEJUNDIAI-SP

Relator(a): Dr(a) MARCIA NOLL BARBOZA

Ementa: Notícia de Fato. Suposto crime de estelionato em ação trabalhista (CP, art. 171, § 3º). Consta dosautos que houve a simulação de lide trabalhista, na qual a empresa reclamada firmava acordopara obter quitação de verbas rescisórias a menor. Revisão de arquivamento (LC 75/93, art. 62,IV). Segundo consta, o próprio autor da reclamação trabalhista teria afirmado que "não tinha aintenção de ingressar com ação contra a reclamada e tampouco formalizou os termos da petiçãoinicial com sua advogada". A propositura de ação infundada, sem a adoção de expedientefraudulento, não pode, por si só, caracterizar crime. Aplicação do princípio da proteção judiciária,assegurados o contraditório e a ampla defesa (art. 5º, XXXV e LV da Constituição). Precedente doSTJ: RHC 61.393/RJ, Rel. Min. Gurgel De Faria, Quinta Turma, DJe 15/02/2016. Fraude passívelde ser descoberta pelas vias ordinárias no curso do processo. Eventual deslealdade processualenfrentada por meio de regras do CPC. Aplicação de multa por litigância de má-fé. Homologaçãodo arquivamento.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação doarquivamento, nos termos do voto do(a) relator(a).

182. Processo: 1.34.043.000289/2019-45 - Eletrônico Voto: 6571/2019 Origem: PROCURADORIA DAREPÚBLICA NO MUNICÍPIO DEOSASCO-SP

Relator(a): Dr(a) MARCIA NOLL BARBOZA

Ementa: Notícia de Fato instaurada a partir do encaminhamento, pela Força-Tarefa Greenfield, de cópia deanexo de acordo de leniência firmado entre o Ministério Público Federal e uma das sociedadesempresárias investigadas, para fins de providências no que se refere aos fatos ali descritos. Daanálise do Termo de Colaboração nº 19, anexo 24, verificou-se que W.B. narrou a prática depagamentos mensais a auditores fiscais federais agropecuários do Serviço de Inspeção Federalpara que eles trabalhassem fora de sua jornada normal, emitindo certificados sanitários e guias detrânsito de produtos de origem animal. Tais pagamentos seriam realizados em diversas cidades,entre as quais o município de Osasco/SP, conforme tabela apresentada pelo colaborador naocasião. Revisão de arquivamento (LC n° 75/93, art. 62, IV). Tendo em vista que a documentaçãoencaminhada pela Força-Tarefa não era suficiente ao delineamento das investigações a seremempreendidas no âmbito da PRM de Osasco/SP, oficiou-se à sociedade empresária investigadapara que apresentasse a documentação comprobatória dos fatos constantes do anexo 24 doacordo de leniência, especificamente no que tange à unidade operacional do grupo emOsasco/SP, bem como identificasse os nomes dos fiscais que receberam os pagamentos erespectivos valores. Em resposta, a empresa informou que as investigações internas sobre osfatos revelados pelo referido anexo da colaboração ainda não foram concluídas e que asinformações seriam encaminhadas ao MPF assim que reunidos os elementos de provarespectivos. Ausência, por ora, de informações mínimas para dar início à persecução dos fatosnoticiados. Homologação do arquivamento.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação doarquivamento, nos termos do voto do(a) relator(a).

183. Processo: 1.35.000.001359/2019-41 - Eletrônico Voto: 6411/2019 Origem: PROCURADORIA DAREPÚBLICA -SERGIPE/ESTANCIA/ITABAIANA

Relator(a): Dr(a) MARCIA NOLL BARBOZA

Ementa: Notícia de Fato. Possível prática do crime de desobediência (CP, art. 330), tendo em vista queGerente da Caixa Econômica Federal teria deixado de atender ordem judicial. Revisão dearquivamento (LC nº 75/93, art. 62, IV). A ordem não foi diretamente entregue a quem tinha odever de cumpri-la. Necessidade de individualização do destinatário da ordem e a prova de sua

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inequívoca ciência e intenção deliberada de não cumprir a ordem para que ocorra aresponsabilização penal, o que não restou evidenciado na hipótese. Falta de justa causa paraprosseguir na persecução penal. Homologação do arquivamento.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação doarquivamento, nos termos do voto do(a) relator(a).

Outras deliberações(Arquivamento)

184. Processo: 1.19.004.000249/2019-76 - Eletrônico Voto: 6602/2019 Origem: PROCURADORIA DAREPÚBLICA NO MUNICÍPIO DEBACABAL-MA

Relator(a): Dr(a) MARCIA NOLL BARBOZA

Ementa: Notícia de Fato. Ofício encaminhado pela Justiça do Trabalho de Santa Inês/MA, noticiando apossível prática do crime de frustração de direito assegurado por lei trabalhista (CP, art. 203), peloMunicípio de Pio XII/MA, uma vez que deixou de conceder à empregada o devido adicional deinsalubridade. Recebimento da promoção de arquivamento como declínio de atribuições(Enunciado nº 32). O Conselho Institucional do MPF, ao apreciar e acolher recurso interposto emface de decisão desta 2ª CCR, firmou entendimento no sentido de que a lesão a um restritonúmero de trabalhadores de uma pequena empresa não tem significação para se ter comolesados interesses que cabe à União proteger e preservar, ainda mais quando a lesão não atingiuo trabalhador em sua dignidade da pessoa humana. Para o CIMPF, na linha de julgados do STF, osimples fato de haver o descumprimento de normas trabalhistas, prevendo direitos dostrabalhadores, não configura o crime a ponto de deslocar a competência para a Justiça Federal(NF nº 1.24.000.000526/2016-78, unânime, 4ª Sessão Ordinária, 10/05/2017). Competência daJustiça Federal para processar e julgar os crimes contra a organização do trabalho quandotenham por objeto a organização geral do trabalho ou direitos dos trabalhadores coletivamenteconsiderados. Inexistência de elementos de informação capazes de legitimar a atribuição doMinistério Público Federal para persecução penal. Homologação do declínio ao Ministério PúblicoEstadual.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pelo recebimento dapromoção de arquivamento como declínio de atribuições. Homologação do declínio nos termos dovoto da relatora.

185. Processo: 1.21.000.001653/2019-49 - Eletrônico Voto: 6586/2019 Origem: PROCURADORIA DAREPÚBLICA - MATO GROSSO DOSUL

Relator(a): Dr(a) MARCIA NOLL BARBOZA

Ementa: Notícia de Fato. Representação efetuada na Sala de Atendimento ao Cidadão, na qual onoticiante relata a existência de um grupo de estelionatários que convencem pessoas a investirem uma Nova Ordem Econômica Mundial e, após altos investimentos, os retornos prometidos nãosão devolvidos aos investidores. CP, art. 171. Recebimento da promoção de arquivamento comodeclínio de atribuições (Enunciado n° 32 2a CCR). Prejuízo restrito ao patrimônio de particulares.Inexistência de elementos que apontem para ofensa a bens, serviços ou interesses da União.Carência de elementos de informação capazes de justificar a atribuição do Ministério PúblicoFederal para a persecução penal. Homologação do declínio de atribuições ao Ministério PúblicoEstadual.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pelo recebimento dapromoção de arquivamento como declínio de atribuições. Homologação do declínio nos termos dovoto da relatora.

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ATA DA 755ª SESSÃO DE REVISÃO PGR-00561788/2019

Relator: Dr. ROGERIO JOSE BENTO SOARES DO NASCIMENTO

Nos processos de relatoria do Dr. ROGERIO JOSE BENTO SOARES DO NASCIMENTO participaram da votação aDr.ª Luiza Cristina Fonseca Frischeisen, titular do 1º Ofício, e o Dr. Juliano Baiocchi Villa-Verde de Carvalho,titular do 3º Ofício.

ORIGEM JUDICIAL

NÃO PADRÃO

186. Processo: JF/PE-0801836-61.2019.4.05.8300-ACPORD - Eletrônico

Voto: 6558/2019 Origem: JUSTIÇA FEDERAL -SEÇÃO JUDICIÁRIA DO ESTADODE PERNAMBUCO

Relator(a): Dr(a) ROGERIO JOSE BENTO SOARES DO NASCIMENTO

Ementa: Autos de Ação Penal remetidos da Justiça Estadual por envolver apuração de eventual crime deredução à condição análoga à de escravo (CP, art. 149, §2º, I). Promoção de arquivamento emrelação ao delito do art. 149, §2º, I, do CP, com declínio de atribuição ao Ministério PúblicoEstadual para o processamento dos eventuais dois delitos remanescentes (estupro e atentadoviolento ao pudor). Argumentos de que: i) apesar de notória a existência de irregularidadestrabalhistas, seja pelo trabalho infantil e noturno, seja pelo não adimplemento da remuneraçãoacordada, não se verificou que o trabalho era feito de forma degradante e em jornada exaustiva,de modo que inexistem provas do cometimento do delito de redução à condição análoga à deescravo, porquanto pela sequência das narrativas das jovens, em que descrevem o cometimentode diversos abusos, inclusive de eventual crime de estupro por parte de G(...), vê-se que oacusado não as mantinha sob sua custódia em decorrência de dívidas por elas contraídas nacondição de suas empregadas. Em verdade, o domínio exercido por ele se dava sob o pretexto detorná-las modelos famosas, e permitia ao acusado a prática de diversos abusos de naturezafísica, psicológica e sexual, sendo as atividades domésticas executadas pelas vítimas secundáriase eventuais. Eventualmente pode-se especular da realização do delito de cárcere privado (art. 148do Código Penal), o qual não atrai a competência da Justiça Federal.; ii) seria inevitável, em casode condenação, o reconhecimento da prescrição retroativa da pena efetivamente aplicada aosacusados. Discordância do Juízo Federal quanto ao arquivamento da imputação a G(...) do crimedo art. 149, §2º, I, do CP. Aplicação do art. 28 do CPP c/c art. 62, IV, da LC nº 75/93. 1) De acordocom o Enunciado nº 28 desta 2ª CCR é: Inadmissível o reconhecimento da extinção dapunibilidade pela prescrição considerando a pena em perspectiva, por ferir os primadosconstitucionais do devido processo legal, da ampla defesa e da presunção de inocência.Incidência da Súmula nº 438 do STJ: É inadmissível a extinção da punibilidade pela prescrição dapretensão punitiva com fundamento em pena hipotética, independentemente da existência ousorte do processo penal. 2) O bem jurídico objeto de tutela pelo art. 149 do Código Penal vai alémda liberdade individual, já que a prática da conduta em questão acaba por vilipendiar outros bensjurídicos protegidos constitucionalmente como a dignidade da pessoa humana, os direitostrabalhistas e previdenciários, indistintamente considerados. (STF, RE 459510, Relator: Min.CEZAR PELUSO, Relator(a) p/ Acórdão: Min. DIAS TOFFOLI, Tribunal Pleno, julgado em26/11/2015). Na hipótese, em consonância com outros depoimentos colhidos, afirma uma dasvítimas Que geralmente as modelos só tinham uma refeição por dia e às vezes não tinha sequercarne para elas; Que A(...), brincando, dizia que, por treinamento, elas não podiam dormir, deveriaficar acordadas, assistindo filmes; (...) Que A(...) já chegou a jogar água na declarante, por trêsvezes, para ela não dormir; Que A(...) chegou a queimá-la com isqueiro e também a M(...); (...)Que trocava de roupa na frente dos fotógrafos, e não podia trancar a porta do banheiro; (...) Que oimputado mandava a declarante, D(...) e as outras modelos lavarem vidraças e a realizarem todosos serviços domésticos pesados e que muitas vezes só fazia uma refeição por dia, geralmente ànoite; Que o imputado também não permitia que ela saísse do apartamento, sem sua autorizaçãoe que não fizesse nada sem que ele mandasse ou permitisse; (...) Que ela declarante também jáfoi acordada por A(...) com um isqueiro, sendo que o mesmo chegou a queimar os dedos dadeclarante com a chama; Que A(...) também costumava acordar D(...) e a declarante jogandoágua gelada em cima dos mesmos. Submissão das vítimas a condições degradantes de trabalho.Indícios concretos da prática do crime de redução à condição análoga à de escravo (CP, art. 149,§2º, I). Arquivamento prematuro. Designação de outro membro do Ministério Público Federal para

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ATA DA 755ª SESSÃO DE REVISÃO PGR-00561788/2019

dar prosseguimento às investigações, propondo, se for o caso, o acordo tratado na Resolução nº181, com as alterações promovidas pela Resolução nº 183, ambas do CNMP.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela não homologação dearquivamento, nos termos do voto do(a) relator(a).

187. Processo: JF/PR/MGA-5000986-90.2019.4.04.7003-IP - Eletrônico

Voto: 6557/2019 Origem: JUSTIÇA FEDERAL -SUBSEÇÃO JUDICIÁRIA DEMARINGÁ/PR

Relator(a): Dr(a) ROGERIO JOSE BENTO SOARES DO NASCIMENTO

Ementa: Inquérito Policial instaurado para apurar suposto crime de falso testemunho nos autos de umaação trabalhista. CP, art. 342. Promoção de arquivamento. Discordância do Juiz Federal.Argumento de que A declaração da reclamante perante a Polícia Federal de que, por equívoco,informou ao seu advogado horários de trabalho errados o que levou à improcedência da ação eque a testemunha I(...) G(...) se confundiu quanto à jornada praticada, além de pouco crível, nãotem o condão de retirar a responsabilidade da testemunha que, ao que parece, declarou saber oque desconhecia ou sabia não ser verdade, configurando o crime em comento (...). O falsotestemunho deve ter potencial aptidão de lesar a Administração da Justiça e de influenciar nojulgamento da ação, restando caracterizado o delito ainda que o julgador não considere asdeclarações para a formação de seu juízo de convicção. Aplicação do art. 28 do CPP c/c art. 62,IV, da LC nº 75/93. Caso em que as alegações da testemunha noticiada não tiveram o condão dealterar os fatos. Depoimento prestado que foi desconsiderado pelo Juízo trabalhista. Sentençafundada em outros elementos de prova existentes nos autos. Ausência de potencialidade lesivanas declarações, no caso concreto. Não configuração de crime. Precedentes da 2ª CCR/MPF:Processo nº 1.23.000.003602/2016-34, 668ª Sessão de Revisão, de 12/12/2016, Relator JoséAdonis Callou de Araújo Sá, unânime; Processo nº 1.29.000.001385/2017-13, 680ª Sessão deRevisão, de 12/06/2017, Relator Juliano Baiocchi Villa-Verde de Carvalho, unânime; e Processo nº1.34.043.000242/2017-10, 680ª Sessão de Revisão, de 12/06/2017, Relatora Luiza CristinaFonseca Frischeisen, unânime. Manutenção do arquivamento.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação doarquivamento, nos termos do voto do(a) relator(a).

188. Processo: JF-SOR-0000093-77.2019.4.03.6110-INQ

Voto: 6528/2019 Origem: JUSTIÇA FEDERAL - 10ªSUBSEÇÃO JUDICIÁRIA -SOROCABA/SP

Relator(a): Dr(a) ROGERIO JOSE BENTO SOARES DO NASCIMENTO

Ementa: Inquérito Policial. Possível prática do crime tipificado no art. 334-A do Código Penal, devido aapreensão de 270 maços de cigarros de origem estrangeira, sem a devida documentaçãocomprobatória de regular importação. O Procurador da República oficiante promoveu oarquivamento com base no princípio da insignificância. Discordância do Juízo Federal. Aplicaçãodo art. 28 do CPP. Em se tratando de internalização de cigarros de fabricação estrangeira e deimportação destinada ao comércio, o importador deve atender às exigências previstas nos arts. 45a 54 da Lei nº 9.532/97. Infere-se dos referidos dispositivos legais que, embora a importação decigarros de fabricação estrangeira e de livre comercialização no país de origem não sejatotalmente proibida, as exigências que devem ser atendidas para a realização da operação atornam mais restrita. Descumpridas tais exigências, configura-se, em tese, o crime decontrabando. Segundo a Orientação nº 25/2016 da 2ª CCR, de 18/04/2016, procede-se aoarquivamento de investigações criminais referentes a condutas que se adéquem ao contrabandode cigarros, quando a quantidade apreendida não superar 153 (cento e cinquenta e três) maços,seja pela diminuta reprovabilidade da conduta, seja pela necessidade de se dar efetividade àrepressão ao contrabando de vulto, ressalvada a reiteração de condutas que cobra a persecuçãopenal. Na hipótese dos presentes autos, foram apreendidos 270 maços de cigarros, não sendopossível a incidência da tese da bagatela. Não homologação do arquivamento e designação deoutro membro do Ministério Público Federal para prosseguir na persecução penal.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à maioria, deliberou pela não homologação de

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arquivamento, nos termos do voto do(a) relator(a). Restou vencida a Dra. Luiza Cristina FonsecaFrischeisen, que juntou voto. Participou da votação o Dr. Juliano Baiocchi Villa-Verde de Carvalho.

189. Processo: JF/ES-INQ-0500287-10.2018.4.02.5002

Voto: 6499/2019 Origem: JUSTIÇA FEDERAL DOESTADO DO ESPÍRITO SANTO

Relator(a): Dr(a) ROGERIO JOSE BENTO SOARES DO NASCIMENTO

Ementa: DENÚNCIA OFERECIDA PELO MPF EM DESFAVOR DE TRÊS INVESTIGADOS. POSSÍVELUSO DE DOCUMENTOS FALSOS PARA INSTRUIR REQUERIMENTOS DE RENOVAÇÃO DEREGISTRO DE ARMAS DE FOGO. INCABÍVEL O OFERECIMENTO DA SUSPENSÃOCONDICIONAL DO PROCESSO EM RELAÇÃO A UM RÉU. POSSIBILIDADE DE OFERTA DOBENEFÍCIO AOS DEMAIS RÉUS. 1. Denúncia oferecida pelo Ministério Público Federal emdesfavor de 03 (três) investigados pela prática do crime previsto no art. 304 c/c art. 301, § 1º, doCP. Uso de documentos falsos (laudos psicológicos e certificado de aproveitamento em teste decapacidade prática para uso e manuseio de revólver) para instruir requerimentos de renovação deregistro de armas de fogo. 2. O Procurador da República oficiante considerou incabível ooferecimento da suspensão condicional do processo, em razão da existência de uma outra açãopenal em desfavor dos réus (processo nº 5003100-79.2018.4.02.5002). 3. Discordância do JuizFederal, pelos seguintes fundamentos: Analisando as imputações contidas na presente denúnciae na ação penal nº 5003100-79.2018.4.02.5002, vejo que as ações tratam de fatos conexos, quecontam com a mesma matriz investigativa e que, pela lei processual, poderiam ter sido deduzidosem juízo conjuntamente, só não tendo sido porque só vieram a se tornar a tanto maduros maistarde. Além disso, os crimes ora imputados são da mesma espécie, foram supostamentepraticados pelos mesmos agentes e num mesmo contexto espacial, temporal e com o mesmomodo de execução. Assim, para além de conexão processual, temos situação absolutamentecompatível com a continuidade delitiva prevista no art. 71 do CP () Nesse sentido, considerandoque a pena mínima, com o acréscimo decorrente da continuidade delitiva, do crime previsto no art.304 do Código Penal, remetido ao art. 301, §1º, do CP, enquadra-se no limite previsto no art. 89da Lei 9.099/98 para a suspensão condicional do processo, entendo que é cabível, em tese, ooferecimento do benefício aos réus. 4. Aplicação analógica do art. 28 do CPP e da Súmula nº 696do STF. 5. Em relação ao réu N. R. G., não é cabível o referido benefício. O reconhecimento deeventual continuidade delitiva implicaria, necessariamente, a reunião dos processos, o que,todavia, não se mostra mais possível, visto que já foi proferida sentença nos autos da ação penalnº 5003100-79.2018.4.02.5002, sendo aplicável o disposto no art. 82 do CPP e a Súmula 235 doSTJ. Não preenchimento das condições previstas no art. 89 da Lei nº 9.099/95. Manutenção darecusa de oferta da suspensão condicional do processo. O membro do MPF oficiante poderápropor, se for o caso, o acordo tratado na Resolução nº 181, com as alterações promovidas pelaResolução nº 183, ambas do CNMP. 6. Quanto aos investigados S. S. M. e L. G. X., é possível ooferecimento da suspensão condicional do processo. Consta dos autos que a sentença proferidano processo nº 5003100-79.2018.4.02.5002 diz respeito exclusivamente ao réu N. R. G., estandoo feito suspenso para os demais. Assim, no caso dos réus S. S. M. e L. G. X., não incide o art. 82do CPP e a Súmula 235 do STJ.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela manutenção darecusa de oferta da suspensão condicional do processo para um dos réus e homologação dasuspensão condicional para os demais, nos termos do voto do relator.

ORIGEM INTERNA

NÃO PADRÃO

190. Processo: JF/ES-INQ-5013907-64.2018.4.02.5001 - Eletrônico

Voto: 6414/2019 Origem: 5A.CAM - 5A.CÂMARA DECOORDENAÇÃO E REVISÃO

Relator(a): Dr(a) ROGERIO JOSE BENTO SOARES DO NASCIMENTO

Ementa: Conflito de atribuições. Inquérito Policial instaurado com o objetivo de apurar indícios deirregularidades na concessão de dois empréstimos habitacionais por uma ex-empregada da CaixaEconômica Federal CEF, que agiu com desvio de finalidade em benefício pessoal e de terceiros

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de seu convívio quando do exercício de suas atividades junto à agência de Baixo Guandu/ES. APolícia Federal relatou o feito indiciando a investigada pela prática do crime previsto no art. 19 daLei 7.492/86. Em razão disso, o caso foi remetido à PR/ES, uma vez que é competência privativada 1ª Vara Federal Criminal de Vitória/ES processar e julgar os crimes contra o sistema financeiro(art. 37 da Resolução nº 21 do TRF2, de 08 de julho de 2016). Todavia, o Procurador com atuaçãona PR/ES declinou de suas atribuições em favor da PRM-Colatina/ES, considerando não se tratarde fraude empreendida por eventuais tomadores dos créditos habitacionais em detrimento daempresa pública federal, mas, sim, de crimes contra a administração pública, praticados poragente da CEF, com intuito de obtenção de vantagens ilícitas. Por sua vez, o membro do MPFoficiante na PRM-Colatina/ES, diante de controvérsia acerca da ocorrência do crime previsto noart. 19 da Lei nº 7.492/1986, suscitou o presente conflito de atribuições. Aplicação do art. 62, VII,da LC nº 75/93. Em um dos contratos de empréstimos de que se trata, a ora investigada figuroucomo mutuária, titular do financiamento, ou seja, agiu como efetiva interessada e tomadora decrédito, fato que indica a prática de crime contra o Sistema Financeiro Nacional. Nesse contexto,assiste razão ao Procurador suscitante ao afirma que: A tipificação do crime de obtenção definanciamento mediante fraude protege não apenas a higidez de tais operações, mas também apolítica de crédito. A tutela jurídica imediata é exercida sobre o patrimônio da própria instituiçãofinanceira, oficial ou particular, em como a fé pública no mercado financeiro, o que atrai suaincidência no caso concreto. (...) Tal enquadramento típico não exclui a tipificação da condutatambém no crime previsto no art. 313-A do Código Penal. O bem jurídico tutelado por estedispositivo é distinto daquele constante na Lei de Crimes contra o Sistema Financeiro. Verifica-se,assim, o concurso entre normas penais não é aparente. Em verdade, há a incidência simultâneade ambos os tipos em comento para uma única conduta, atraindo a incidência do concurso formalde crimes, e esta solução se faz imperiosa de modo a evitar a proteção insuficiente dos bensjurídicos envolvidos, quais sejam, o sistema financeiro nacional e a administração pública, osquais ficariam a descoberto, incorrendo-se em omissão inconstitucional, caso se entendesse pelacaracterização como concurso aparente de normas e aplicando-se, por exemplo, a sua soluçãopela ocorrência de consunção. (...) Havendo concurso formal na conduta da investigada de obterempréstimo fraudulento para desviar recursos públicos em proveito próprio mediante inserção dedados falsos em sistema de informações, a hipótese é de continência, prevista no art. 77, inciso II,do CPP. Assim, as múltiplas condutas em série praticadas pela investigada na concessão definanciamentos habitacionais fraudulentos, inclusive em favor de si própria, devem serprocessadas pela Vara Especializada e essa circunstância, em razão da continência com o crimedo art. 313-A do CP, atrai a regra de processamento conjunto do art. 79 do CPP, impondo ojulgamento de eventual ação penal quanto a ambos os crimes no juízo especializado, consoantemandamento do art. 78, inciso IV, do mesmo Código, o que, por consequência, implica ainvestigação única junto ao ofício do MPF com atribuição perante aquele Juízo. Conhecimento dopresente conflito negativo de atribuições e, no mérito, por sua procedência para reconhecer aatribuição da PR/ES.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela atribuição dosuscitado, nos termos do voto do(a) relator(a).

191. Processo: JF/ES-0000408-03.2015.4.02.5002-INQ

Voto: 6501/2019 Origem: GABPR5-JCCOC - JULIOCESAR DE CASTILHOS OLIVEIRACOSTA

Relator(a): Dr(a) ROGERIO JOSE BENTO SOARES DO NASCIMENTO

Ementa: CONFLITO DE ATRIBUIÇÕES. INQUÉRITO POLICIAL. POSSÍVEL CRIME DE ESTELIONATOCONTRA A CAIXA ECONÔMICA FEDERAL. ATRIBUIÇÃO DA PROCURADORA DA REPÚBLICASUSCITADA. 1. Inquérito Policial instaurado para apurar suposta obtenção de vantagem ilícita porparte de dois investigados em detrimento da Caixa Econômica Federal CEF, uma vez que teriamcelebrado contrato de financiamento, na modalidade crédito consignado, mediante a utilização dedocumentos falsos em nome de terceiro. 2. A Procuradora da República oficiante na PRMCachoeiro de Itapemirim/ES promoveu o declínio de atribuições ao Ofício especializado paraanálise dos crimes contra o sistema financeiro nacional, por entender que não há distinção entreempréstimo e financiamento e que, portanto, qualquer operação fraudulenta de crédito eminstituição financeira configura o delito previsto no art. 19 da Lei 7.492/86. 3. O Procurador da

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República oficiante na PR/ES, por sua vez, promoveu o presente conflito de atribuições,considerando que os fatos configuram o crime de estelionato majorado. 4. Remessa dos autos aesta 2ª CCR, nos termos do art. 62, VII, da LC nº 75/93. 5. A jurisprudência do STJ é no sentidode que para a configuração do delito descrito no art. 19 da Lei n. 7.492/86, basta a obtenção,mediante fraude, de financiamento em instituição financeira com destinação específica dosvalores obtidos (CC 167.315/PR, Terceira Seção, DJe 06/09/2019). Ainda segundo o STJ, Tendoem vista que o empréstimo fraudulento para capital de giro, empréstimos pessoais e adiantamentoa depositantes não caracterizam financiamento com destinação específica (Circular n° 1.273/87do Banco Central, item 1.6.1), mas sim operações de crédito sem destinação específica ou vínculoà comprovação da aplicação dos recursos, o caso em análise trata, em tese, de crime deestelionato, tipificado no art. 171 do Código Penal CP (CC 165.727/SP, Terceira Seção, DJe30/10/2019). 6. No caso ora em análise, assiste razão ao Procurador suscitante. Como aoperação de crédito não tinha destinação específica, a conduta configura, em tese, o crime do art.171, § 3º, do CP. 7. Atribuição da Procuradora da República suscitada.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela atribuição dosuscitado, nos termos do voto do(a) relator(a).

192. Processo: 1.00.000.023365/2019-75 Voto: 6493/2019 Origem: PROCURADORIA GERALDA REPÚBLICA

Relator(a): Dr(a) ROGERIO JOSE BENTO SOARES DO NASCIMENTO

Ementa: Conflito negativo de atribuições entre membros do Ministério Público Federal e do MinistérioPúblico do Estado do Pará. Possível prática dos crimes de redução a condição análoga à deescravo (CP, art. 149) e ameaça (CP, art. 147). A Procuradora da República oficiante promoveu odeclínio de atribuições ao Ministério Público Estadual em relação ao crime de ameaça. Ressaltouque o crime do art. 149 do CP e os direitos trabalhistas já foram tratados pelos entescompetentes. Discordância do Promotor de Justiça, alegando que os crimes ora em análise sãoconexos. Remessa à PGR. Encaminhamento dos autos à 2ª CCR para manifestação. 1) Revisãode declínio de atribuições (Enunciado nº 32). Assiste razão ao Promotor de Justiça ao afirmar quenão se pode negar o forte liame existente entre os dois crimes, visto que a ameaça fora praticadaem decorrência do crime de redução a condição análoga à de escravo, notadamente após oTermo de Ajustamento de Conduta, que teve por objeto o pagamento das verbas trabalhistas eindenizações por danos morais aos trabalhadores resgatados. Incidência da Súmula 122 do STJ:Compete à Justiça Federal o processo e julgamento unificado dos crimes conexos decompetência federal e estadual, não se aplicando a regra do art. 78, II, a, do Código de ProcessoPenal. Atribuição do MPF para atuar no presente caso. 2) Incidência do Enunciado nº 15,constante da Portaria PGR/MPF nº 732/2017: O conflito de atribuições entre Ministério PúblicoFederal e Ministério Público diverso do Federal somente será conhecido quando o declínio noórgão federal for homologado pela respectiva Câmara de Coordenação e Revisão do MPF,considerando tratar-se de ato complexo. Não sendo o caso de homologar o declínio de atribuiçõesao Ministério Público Estadual, desnecessário é o retorno dos autos à PGR para deliberação. 3)Não homologação do declínio e devolução dos autos à PRM Altamira/PA para prosseguimentonas investigações, facultando-se à Procuradora da República oficiante, se for o caso, que, comfundamento em sua independência funcional, requeira a designação de outro membro para tanto,nos termos do Enunciado n° 03 do CIMPF.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela não homologação dodeclínio de atribuição, nos termos do voto do(a) relator(a).

193. Processo: 1.11.001.000514/2019-34 - Eletrônico Voto: 6416/2019 Origem: PROCURADORIA DAREPÚBLICA NO MUNICÍPIO DEARAPIRACA/S IPANEM

Relator(a): Dr(a) ROGERIO JOSE BENTO SOARES DO NASCIMENTO

Ementa: Notícia de Fato instaurada para apurar o recebimento irregular de benefício previdenciário após oóbito de seu titular, ocorrido em 22/01/2008. Saques indevidos realizados nas competências de01/2008 a 09/2008, com prejuízo ao erário da ordem de R$ 6.609,05 (valor atualizado até

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24/10/2018). Suposto crime de estelionato majorado (CP, art. 171, §3º). Promoção dearquivamento baseada no seguinte: i) fatos ocorridos em 2008; ii) baixo valor do prejuízo; iii)possível inexigibilidade de conduta diversa e erro de proibição; iv) necessidade de outrasdiligências e v) falta de utilidade. Revisão (LC nº 75/93, art. 62, IV). No atual estágio dainvestigação, admitir-se-ia o arquivamento ante a ausência de elementos mínimos de autoria e/oumaterialidade delitiva após esgotadas as diligências investigatórias, ou se demonstrada aocorrência de causa excludente da ilicitude ou extintiva da punibilidade. Não é a hipótese dosautos. Viúva do titular do benefício que confessou, âmbito do procedimento administrativoinstaurado pelo INSS, ter realizado os saques indevidos. Possibilidade da realização dediligências para a completa elucidação dos fatos. Arquivamento prematuro. Designação de outromembro do Ministério Público Federal para dar prosseguimento às investigações, propondo, se foro caso, o acordo tratado na Resolução nº 181, com as alterações promovidas pela Resolução nº183, ambas do CNMP.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela não homologação dearquivamento, nos termos do voto do(a) relator(a).

PADRÃO

Homologação do Declínio de atribuição

194. Processo: SR/DPF/MG-01138/2019-INQ Voto: 6494/2019 Origem: GABPR1-ARN - ADAILTONRAMOS DO NASCIMENTO

Relator(a): Dr(a) ROGERIO JOSE BENTO SOARES DO NASCIMENTO

Ementa: Inquérito Policial. Relato de que o ora investigado teria auferido vantagem financeira indevida emdetrimento de representantes legais de pessoas jurídicas privadas, mediante o oferecimento desuposto crédito existente junto ao Banco do Brasil para pagamento de Documentos deArrecadação de Receitas Federais (DARF). Revisão de declínio de atribuições (Enunciado nº 33).Inexiste, até o momento, qualquer conclusão quanto à prática de crimes contra a ordem tributária.Fatos narrados que permitem vislumbrar a configuração, em tese, do crime de estelionato entreparticulares. Ausência de elementos de informação capazes de justificar a atribuição do MinistérioPúblico Federal para a persecução penal. Homologação do declínio em favor do Ministério PúblicoEstadual.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação dodeclínio de atribuição, nos termos do voto do(a) relator(a).

195. Processo: 1.13.000.002539/2019-16 - Eletrônico Voto: 6418/2019 Origem: PROCURADORIA DAREPÚBLICA - AMAZONAS

Relator(a): Dr(a) ROGERIO JOSE BENTO SOARES DO NASCIMENTO

Ementa: Cinco Notícias de Fato instauradas a partir de diversas manifestações (a maior parte contendorelatos idênticos), protocoladas na Sala de Atendimento ao Cidadão do Ministério Público Federalpor pessoas físicas localizadas em Manaus/AM, informando que a empresa S() T(...) teria aplicadoum golpe no país, deixando de pagar, desde o dia 12/09/2019, os rendimentos prometidos a seusinvestidores, prejudicando mais de 3 mil pessoas. Suposto esquema de pirâmide financeira.Possível crime contra a economia popular. Lei nº 1.521/51, art. 2º, IX. Revisão de declínio deatribuições (Enunciado nº 32 2ª CCR). Fraude alusiva ao esquema de pirâmide, que secaracteriza por oferecer a seus associados uma perspectiva de lucros, remuneração e benefíciosfuturos irreais, cujo pagamento depende do ingresso de novos investidores. Aplicação da Súmulanº 498 do STF. Ausência de indícios de crime contra o Sistema Financeiro Nacional. Carência deelementos de informação capazes de justificar a atribuição do Ministério Público Federal para apersecução penal. Precedente da 2ª CCR: Voto n° 3046/2018, Processo n°1.34.043.000057/2018-14, Sessão n° 715, de 21/05/2018, unânime. Homologação do declínio de atribuições.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação dodeclínio de atribuição, nos termos do voto do(a) relator(a).

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ATA DA 755ª SESSÃO DE REVISÃO PGR-00561788/2019

196. Processo: 1.14.000.002483/2019-54 - Eletrônico Voto: 6186/2019 Origem: PROCURADORIA DAREPÚBLICA - BAHIA

Relator(a): Dr(a) ROGERIO JOSE BENTO SOARES DO NASCIMENTO

Ementa: Notícia de Fato instaurada a partir de manifestação ofertada perante Sala de Atendimento aoCidadão. Empresa noticiada que pode ter cometido, em tese, fraude na comercialização decriptomoedas ou mesmo promovido uma pirâmide financeira. Revisão de declínio de atribuições(Enunciado nº 32 da 2ª CCR). Possível prática de crimes contra a economia popular (Lei nº1.521/51, art. 2º, IX) e de estelionato (CP, art. 171) por parte dos responsáveis pela empresa deinvestimentos de moeda virtual. Aplicação da Súmula nº 498 do STF: Compete à Justiça dosEstados, em ambas as instâncias, o processo e o julgamento dos crimes contra a economiapopular. Ausência de indícios de crime contra o Sistema Financeiro Nacional. Entendimento doSuperior Tribunal de Justiça no sentido de que a operação envolvendo compra ou venda decriptomoedas não encontra regulação no ordenamento jurídico pátrio, pois as moedas virtuais nãosão tidas pelo Banco Central do Brasil (BCB) como moeda, nem são consideradas como valormobiliário pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM), não caracterizando sua negociação, por sisó, os crimes tipificados nos arts. 7º, II, e 11, ambos da Lei nº 7.492/86, nem mesmo o delitoprevisto no art. 27-5 da Lei nº 6.385/76 (CC nº 161.123/SP, Terceira Seção, Rel. Min. SebastiãoReis Júnior, DJe de 05/12/2018). Inexistência de prejuízo a bens, serviços ou interesse direto daUnião ou de suas entidades. Ausência de elementos de informação capazes de justificar aatribuição do MPF para prosseguir na persecução penal. Precedente da 2ª CCR: Procedimento nº1.14.000.003547/2018-53, 733ª Sessão Ordinária, de 28/01/2019, unânime. Homologação dodeclínio de atribuições ao Ministério Público Estadual.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação dodeclínio de atribuição, nos termos do voto do(a) relator(a).

197. Processo: 1.14.000.002790/2019-35 - Eletrônico Voto: 6554/2019 Origem: PROCURADORIA DAREPÚBLICA - BAHIA

Relator(a): Dr(a) ROGERIO JOSE BENTO SOARES DO NASCIMENTO

Ementa: Notícia de Fato instaurada a partir de ofício oriundo da Polícia Federal, no qual é apontada aausência de competência federal para atuar nas investigações sobre a ocorrência de um supostodelito de denunciação caluniosa (art. 339, CP). Revisão de declínio de atribuições (Enunciado nº32 2ª CCR). Caso em que o inquérito policial sobre o suposto fato inverídico (estupro devulnerável CP, art. 217-A) foi instruído perante a Polícia Civil e o processo judicial, deledecorrente, foi instaurado perante a Justiça Estadual. Conduta que não se enquadra nashipóteses previstas no art. 109 da Constituição Federal. Carência de elementos de informaçãocapazes de legitimar a atribuição do Ministério Público Federal para persecução penal.Homologação do declínio em favor do Ministério Público Estadual.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação dodeclínio de atribuição, nos termos do voto do(a) relator(a).

198. Processo: 1.14.003.000274/2019-46 - Eletrônico Voto: 6417/2019 Origem: PROCURADORIA DAREPÚBLICA NO MUNICÍPIO DEBARREIRAS-BA

Relator(a): Dr(a) ROGERIO JOSE BENTO SOARES DO NASCIMENTO

Ementa: Notícia de Fato instaurada a partir de expediente encaminhado pela Justiça Federal deBarreiras/BA, em decorrência de incidente de falsidade documental (escritura de compra e venda)suscitada pela CODEVASF nos autos de uma ação de reintegração de posse. Revisão de declíniode atribuições (Enunciado nº 32 2ª CCR). Atribuição do MPF para a persecução penal do ato deusar documento falso perante órgão federal. Todavia, nas palavras do Procurador oficiante: () Emcasos desta natureza, para comprovação do dolo do agente em usar documento público falso(escritura pública) perante órgão público federal, não estando evidente que tinha consciência dafalsidade ou que produziu o falso, torna-se necessário investigar a cadeia registral, uma vez quepara prova do dolo de usar, imprescindível verificar se o autor tinha consciência que se tratava de

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ATA DA 755ª SESSÃO DE REVISÃO PGR-00561788/2019

falso. Imprescindível dizer que esta região da Bahia é caótica em seus registros imobiliários,sendo recorrente disputas possessórias e dominiais que se alongam por anos no poder judiciárioestadual, muitas vezes com possuidores e proprietários que alegam ter comprado a terra com odocumento já produzido anteriormente por terceiro, e sem consciência de sua falsidade. Talsituação tem dificultado as investigações na esfera federal, bem como trazido o inconveniente deque investigações idênticas acabam sendo tocadas por órgãos diferentes. A partir da notícia dasuspeita de falsidade, comunica-se a Corregedoria do TJ, órgão que instaura uma apuraçãoadministrativa. Comunica-se o MP Estadual, órgão que instaura uma investigação para apuraçãoda conduta dos notários e da confecção do falso, fato de sua atribuição () Ressalta-se que osserviços notariais e de registro são exercidos em caráter privado, por delegação do Poder Públicoestadual (art. 236, CF/88), e que cabe ao MP Estadual atuar para punição e correção dasirregularidades registrais, motivo pelo qual penso descabida a repetição de investigação járealizada na esfera estadual. Investigação acerca da cadeia registral da escritura pública emquestão que deverá ser realizada, a princípio, pelo Ministério Público Estadual. Feito a seroportunamente encaminhado ao Ministério Público Federal em caso de constatação de elementosindicativos da ocorrência de possível ilícito penal de competência da Justiça Federal.Homologação do declínio em favor do Ministério Público Estadual.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação dodeclínio de atribuição, nos termos do voto do(a) relator(a).

199. Processo: 1.14.004.000355/2019-36 - Eletrônico Voto: 6420/2019 Origem: PROCURADORIA DAREPÚBLICA NO MUNICÍPIO DEFEIRA DE SANTANA-B

Relator(a): Dr(a) ROGERIO JOSE BENTO SOARES DO NASCIMENTO

Ementa: Notícia de Fato instaurada a partir de manifestação apresentada em Sala de Atendimento aoCidadão. Conta a noticiante que possui nacionalidade peruana e que está no Brasil em processode refúgio por perseguição política. Narra que denunciou crimes de corrupção praticados porfuncionários públicos e políticos de seu país, passando então a sofrer perseguições e sériasameaças, o que determinou a sua vinda para o Brasil. Diz que, após aqui estabelecida, iniciou umrelacionamento amoroso, porém a ex-namorada do seu companheiro passou a ameaçá-la,inclusive chegando a entrar em contato com integrantes do grupo peruano que a persegue.Relata, ainda, que sofreu um atentado em Feira de Santana/BA, no qual foram efetuados váriosdisparos com arma de fogo e que organizações criminosas começaram a fazer ameaças contra avida de seus filhos que residem no Peru. Revisão de declínio de atribuições (Enunciado nº 32 2ªCCR). Apesar de a noticiante intentar relacionar a perseguição que sofreu em seu país de origemcom as supostas ameaças oriundas da ex-namorada do seu atual companheiro, não há indíciosconcretos de atos praticados no Brasil por suposta organização criminosa peruana. Na verdade, oque se extrai dos fatos narrados é a ocorrência de conflitos entre particulares, no Município deFeira de Santana/BA, causados por questões pessoais das envolvidas. Logo, não havendo, com apossível infração penal, prejuízo a bens, serviços ou interesse direto e específico da União, suasentidades autárquicas ou empresas públicas, não se firma a competência da Justiça Federal, e,consequentemente, falece atribuição ao Ministério Público Federal para atuar no caso.Homologação do declínio em favor do Ministério Público Estadual.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação dodeclínio de atribuição, nos termos do voto do(a) relator(a).

200. Processo: 1.14.009.000127/2019-16 - Eletrônico Voto: 6552/2019 Origem: PROCURADORIA DAREPÚBLICA NO MUNICÍPIO DEGUANAMBI

Relator(a): Dr(a) ROGERIO JOSE BENTO SOARES DO NASCIMENTO

Ementa: Notícia de Fato instaurada a partir de manifestação apresentada em Sala de Atendimento aoCidadão. Associados de determinado sindicato de Candiba/BA relataram a ocorrência de fraudesno processo de eleição para presidência e diretoria do sindicato, realizado no dia 13/11/2018.Revisão de declínio de atribuições (Enunciado nº 32 2ª CCR). Envio de cópia dos autos, pela

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ATA DA 755ª SESSÃO DE REVISÃO PGR-00561788/2019

Procuradora oficiante, ao Ministério Público do Trabalho, para adoção das medidas que entendercabíveis, uma vez que (de acordo com o art. 114, III, da Constituição Federal) compete à Justiçado Trabalho processar e julgar as ações sobre representação sindical, entre sindicatos, entresindicatos e trabalhadores, e entre sindicatos e empregadores, no que se incluem as açõesanulatórias de eleição sindical. Quanto ao aspecto criminal, não há (nos termos do art. 109 daConstituição Federal) qualquer circunstância atrativa da competência da Justiça Federal, visto quese alega a prática, em tese, de falsidade documental relativa a documentos do processo deeleição sindical e não há indício da prática de crime contra a organização do trabalho. Carência deelementos de informação capazes de legitimar a atribuição do Ministério Público Federal parapersecução penal. Homologação do declínio em favor do Ministério Público Estadual.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação dodeclínio de atribuição, nos termos do voto do(a) relator(a).

201. Processo: 1.22.000.003473/2019-64 - Eletrônico Voto: 6553/2019 Origem: PROCURADORIA DAREPÚBLICA - MINAS GERAIS

Relator(a): Dr(a) ROGERIO JOSE BENTO SOARES DO NASCIMENTO

Ementa: Notícia de Fato instaurada a partir de manifestação apresentada em Sala de Atendimento aoCidadão, para apurar suposto esquema de pirâmide financeira. Possível crime contra a economiapopular. Lei nº 1.521/51, art. 2º, IX. Revisão de declínio de atribuições (Enunciado nº 32 2ª CCR).Fraude alusiva ao esquema de pirâmide, que se caracteriza por oferecer a seus associados umaperspectiva de lucros, remuneração e benefícios futuros irreais, cujo pagamento depende doingresso de novos investidores. Aplicação da Súmula nº 498 do STF. Ausência de indícios decrime contra o Sistema Financeiro Nacional. Situação que não se assemelha aos precedentes da2ª CCR nos quais se entendeu pela atribuição do Ministério Público Federal (Procedimento nº1.17.000.002035/2013-53, 594ª Sessão Ordinária, 20/03/2014; Procedimento nº1.20.002.000124/2014-31, 611ª Sessão Ordinária, 10/11/2014). Homologação do declínio emfavor do Ministério Público Estadual.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação dodeclínio de atribuição, nos termos do voto do(a) relator(a).

202. Processo: 1.26.000.003682/2019-69 - Eletrônico Voto: 6421/2019 Origem: PROCURADORIA DAREPÚBLICA - PERNAMBUCO

Relator(a): Dr(a) ROGERIO JOSE BENTO SOARES DO NASCIMENTO

Ementa: Notícia de Fato instaurada para apurar possível prática do crime de apropriação indébita (CP, art.168). W.B.L. ajuizou ação em face do Estado de Pernambuco e da União com a finalidade deobter determinado medicamento. Nessa ação, o Juízo da 10ª Vara Federal de Pernambucodeterminou o bloqueio da quantia de R$ 15.900,00 dos cofres públicos estaduais para a compradireta do medicamento. Todavia, tal dinheiro foi gasto por saques e compras diversas emmomento posterior ao óbito de W.B.L., supostamente por sua viúva. Revisão de declínio deatribuições (Enunciado nº 32 2ª CCR). Utilização indevida de verba pública estadual. Caso emque não se verifica lesão direta a bem, serviço ou interesse da União ou de suas entidades.Carência de elementos de informação capazes de legitimar a atribuição do Ministério PúblicoFederal para persecução penal. Homologação do declínio em favor do Ministério PúblicoEstadual.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação dodeclínio de atribuição, nos termos do voto do(a) relator(a).

203. Processo: 1.26.000.003913/2019-34 - Eletrônico Voto: 6419/2019 Origem: PROCURADORIA DAREPÚBLICA - PERNAMBUCO

Relator(a): Dr(a) ROGERIO JOSE BENTO SOARES DO NASCIMENTO

Ementa: Notícia de Fato instaurada a partir de ofício encaminhado pela Defensoria Pública da União.Relato de danos causados pelo desconto indevido de valores a título de empréstimo consignado,

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obtido junto a instituição financeira mediante fraude, em determinado benefício previdenciário.Revisão de declínio de atribuições (Enunciado nº 32 2ª CCR). Possível crime de estelionatopraticado em prejuízo de particular. Ausência de lesão direta a bem, serviço ou interesse da Uniãoou de suas entidades. Carência de elementos de informação capazes de legitimar a atribuição doMinistério Público Federal para persecução penal. Homologação do declínio em favor doMinistério Público Estadual.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação dodeclínio de atribuição, nos termos do voto do(a) relator(a).

204. Processo: 1.29.003.000467/2019-74 - Eletrônico Voto: 6555/2019 Origem: PROCURADORIA DAREPÚBLICA NO MUNICÍPIO DENOVO HAMBURGO-RS

Relator(a): Dr(a) ROGERIO JOSE BENTO SOARES DO NASCIMENTO

Ementa: Notícia de Fato instaurada a partir de ofício oriundo do departamento jurídico do BNDES.Segundo as informações apresentadas, haveria indícios da existência de crime contra o sistemafinanceiro nacional, tipificado no art. 20 da Lei n° 7.492/86 (aplicação de recurso proveniente definanciamento em modalidade diversa da contratada). Isso por conta da divergência constatadaentre o modelo verificado na plaqueta de identificação de determinada máquina (constante nanota fiscal) e aquele informado ao BNDES. No caso, a administração do BNDES propôs aoagente financiador (um banco privado) a aplicação de multa de 50% sobre o montante de R$56.000,00. Revisão de declínio de atribuições (Enunciado nº 32 2ª CCR). Extrai-se do ofícioenvidado pelo BNDES o seguinte: Oportuno se faz esclarecer que, nas operações indiretas, oSistema BNDES atua como mero repassador de recursos para os Agentes Financeiros, que sãoinstituições financeiras previamente credenciadas. Os Agentes Financeiros, por sua vez,contratam o financiamento com o Beneficiário Final, e, assim, assumem integral e exclusivamenteos riscos da operação. Hipótese na qual eventual prejuízo recairá sobre determinado bancoprivado (o agente financiador). Aplicação, por analogia, do entendimento da Sexta Turma do STJexposto no Informativo n° 555: O fato de licitação estadual envolver recursos repassados aoEstado-Membro pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) por meiode empréstimo bancário (mútuo feneratício) não atrai a competência da Justiça Federal paraprocessar e julgar crimes relacionados a suposto superfaturamento na licitação () se houvesuperfaturamento na licitação estadual, o prejuízo recairá sobre o erário estadual e não o federal ,uma vez que, não obstante a fraude, o contrato de mútuo feneratício entre o Estado-Membro e oBNDES permanecerá válido, fazendo com que a empresa pública federal receba de volta, emqualquer circunstância, o valor emprestado ao ente federativo. Carência de elementos deinformação capazes de legitimar a atribuição do Ministério Público Federal para persecução penal.Homologação do declínio em favor do Ministério Público Estadual.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação dodeclínio de atribuição, nos termos do voto do(a) relator(a).

205. Processo: 1.29.011.000429/2019-12 - Eletrônico Voto: 6556/2019 Origem: PROCURADORIA DAREPÚBLICA NO MUNICÍPIO DEURUGUAIANA-RS

Relator(a): Dr(a) ROGERIO JOSE BENTO SOARES DO NASCIMENTO

Ementa: Notícia de Fato instaurada para apurar relato de prática fraudulenta por parte de determinadaspessoas que oferecem empréstimos financeiros mediante depósitos antecipados em conta deterceiros. Aduz a suposta vítima ter realizado 14 depósitos de valores distintos, totalizando R$8.542,89, sob a promessa de ressarcimento desses valores junto com o montante de empréstimocontratado no momento da liberação do recurso. Alegação de que referida liberação nunca seefetivou. Revisão de declínio de atribuições (Enunciado nº 32 2ª CCR). Crime, em tese, deestelionato praticado em prejuízo de particular. Ausência de lesão direta a bem, serviço ouinteresse da União ou de suas entidades. Carência de elementos de informação capazes delegitimar a atribuição do Ministério Público Federal para persecução penal. Homologação dodeclínio em favor do Ministério Público Estadual.

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ATA DA 755ª SESSÃO DE REVISÃO PGR-00561788/2019

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação dodeclínio de atribuição, nos termos do voto do(a) relator(a).

206. Processo: 1.30.001.004409/2019-19 - Eletrônico Voto: 6422/2019 Origem: PROCURADORIA DAREPÚBLICA - RIO DE JANEIRO

Relator(a): Dr(a) ROGERIO JOSE BENTO SOARES DO NASCIMENTO

Ementa: Notícia de Fato instaurada a partir de manifestação anônima apresentada em Sala deAtendimento ao Cidadão. Relato de que determinado carnavalesco estaria vilipendiando imagensde santos católicos em fantasias a serem expostas no carnaval de 2020, o que traduziria umpossível ato de provocação contra a religião cristã. CP, art. 208. Revisão de declínio de atribuições(Enunciado nº 32 2ª CCR). Ausência de lesão direta a bem, serviço ou interesse da União ou desuas entidades. Carência de elementos de informação capazes de legitimar a atribuição doMinistério Público Federal para persecução penal. Homologação do declínio em favor doMinistério Público Estadual.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação dodeclínio de atribuição, nos termos do voto do(a) relator(a).

Homologação de Arquivamento

207. Processo: DPF/CAX-00032/2018-INQ Voto: 6498/2019 Origem: GABPRM1-MMF -MARILIA MELO DE FIGUEIREDO

Relator(a): Dr(a) ROGERIO JOSE BENTO SOARES DO NASCIMENTO

Ementa: Inquérito Policial. Possível crime de furto em detrimento de agência dos Correios localizada emCaxias/MA. Fato ocorrido no dia 03/02/2017. Revisão de arquivamento (LC nº 75/93, art. 62, IV).Falecimento do único suspeito pela prática do crime. Extinção da punibilidade (CP, art. 107, I).Homologação do arquivamento.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação doarquivamento, nos termos do voto do(a) relator(a).

208. Processo: DPF/RO-0370/2018-INQ Voto: 6346/2019 Origem: GABPR7-JGAS - JOAOGUSTAVO DE ALMEIDA SEIXAS

Relator(a): Dr(a) ROGERIO JOSE BENTO SOARES DO NASCIMENTO

Ementa: Inquérito Policial. Possível prática do crime descrito no art. 149 do CP em desfavor de umtrabalhador. Suposta submissão a condições degradantes de trabalho. Revisão de arquivamento(LC nº 75/93, art. 62, IV). Consta dos autos notícia de que o empregador teria abandonado apropriedade rural após ter sido vítima de furto de cerâmica na fazenda. Apesar das constataçõesde que o trabalhador estava exposto a condições não adequadas de moradia, higiene e trabalhoespecialmente a partir do corte de energia e água, ocorrido 2 meses após a contratação ,verificou-se dos depoimentos que o empregador em nenhum momento restringiu ou ameaçou oempregado a permanecer laborando na propriedade. Alegação do investigado de que, na época,não tinha condições de manter o local, em virtude de problemas pessoais e de saúde. O que seobservou, no caso, foi o descumprimento de várias normas trabalhistas, que, aliás, foramadimplidas posteriormente, conforme relatório de fiscalização. Crime não caracterizado.Homologação do arquivamento.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação doarquivamento, nos termos do voto do(a) relator(a).

209. Processo: 1.11.000.001203/2019-01 - Eletrônico Voto: 6429/2019 Origem: PROCURADORIA DAREPÚBLICA - ALAGOAS/UNIÃODOS PALMARES

Relator(a): Dr(a) ROGERIO JOSE BENTO SOARES DO NASCIMENTO

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ATA DA 755ª SESSÃO DE REVISÃO PGR-00561788/2019

Ementa: Notícia de Fato instaurada a partir de ofício encaminhado pelo INSS informando suposto crime deestelionato previdenciário tentado. Relato de que, no dia 23/11/2017, uma pessoa compareceu àagência do INSS em Cururipe/AL portando documentos (certidão de nascimento, RG e CPF) emnome de S.S. e preencheu todas as fichas necessárias requerendo o Benefício de PrestaçãoContinuada. Todavia, diante da suspeita de fraude, o INSS oficiou ao cartório de Registro Civil eNotas de Campo Alegre, o qual respondeu que a certidão de nascimento de S(...) S(...), filha deR() S(...) registrada no (...) é totalmente falsa e não existe nenhum registro com os dados acimainformados. Revisão de arquivamento (LC nº 75/93, art. 62, IV). Caso em que, apesar dacaracterização da falsidade ideológica do documento apresentado para requerer o benefício, nãoé possível identificar a pessoa que compareceu à agência do INSS. Trata-se de apresentação dedocumentos completamente falsos, feitos em nome de uma pessoa inexistente e não há, nosautos, nenhum outro indício que aponte para sua autoria. Homologação do arquivamento, semprejuízo no disposto no art. 18 do CPP.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação doarquivamento, nos termos do voto do(a) relator(a).

210. Processo: 1.11.001.000494/2019-00 - Eletrônico Voto: 6427/2019 Origem: PROCURADORIA DAREPÚBLICA NO MUNICÍPIO DEARAPIRACA/S IPANEM

Relator(a): Dr(a) ROGERIO JOSE BENTO SOARES DO NASCIMENTO

Ementa: Notícia de Fato instaurada a partir de ofício encaminhado pela 4º Promotoria de Justiça deArapiraca/AL, informando suposto crime praticado em prejuízo da Receita Federal. Declaraçõesapresentadas ao Ministério Público Estadual pela Sra. M.H.S., na qual ela relata que figura emDeclaração de Imposto de Renda como servidora do Município de Arapiraca/AL, tendo valores aserem restituídos, apesar de nunca haver prestado serviços ao Município. Após consulta, aReceita Federal verificou a existência de declaração da Prefeitura Municipal de Arapiraca/ALconstando o pagamento de salários de R$ 4.890,00 a Sra. M.H.S. entre março e outubro de 2016,bem como a retenção do valor total de R$ 2.580,83 a título de Imposto de Renda pelo Município,tendo sido restituído R$ 2.000,61. Revisão de arquivamento (LC nº 75/93, art. 62, inc. IV). Casoem que não se observa qualquer dano à Receita Federal, porquanto, ainda que a restituição detributos tenha sido supostamente indevida, também o foi a retenção de tributos em valor superior.Indícios de possível apropriação/desvio de recursos públicos municipais, fato que permanecesendo apurado na esfera estadual por meio do Procedimento Preparatório nº 06.2018.00000326-7. Carência de elementos de informação capazes de legitimar a atribuição do Ministério PúblicoFederal para persecução penal, haja vista a ausência de lesão direta a bem, serviço ou interesseda União ou de suas entidades. Homologação do arquivamento.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação doarquivamento, nos termos do voto do(a) relator(a).

211. Processo: 1.14.000.001669/2019-96 - Eletrônico Voto: 6426/2019 Origem: PROCURADORIA DAREPÚBLICA - BAHIA

Relator(a): Dr(a) ROGERIO JOSE BENTO SOARES DO NASCIMENTO

Ementa: Procedimento Investigatório Criminal instaurado para apurar suposta prática do crime dedesobediência (CP, art. 330) perpetrado pelo Diretor do DETRAN de Lauro de Freitas/BA, ante odescumprimento de requisição judicial emanada do Juízo da 29ª Vara do Trabalho deSalvador/BA. Revisão de arquivamento (LC nº 75/93, art. 62, IV). Informações posteriores dandoconta de que a ordem judicial em questão foi cumprida. Carência de indícios suficientes paraconfiguração do crime de desobediência. Conduta omissiva não evidenciada. Falta de justa causapara dar prosseguimento à persecução penal. Homologação do arquivamento.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação doarquivamento, nos termos do voto do(a) relator(a).

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ATA DA 755ª SESSÃO DE REVISÃO PGR-00561788/2019

212. Processo: 1.14.000.002238/2019-47 - Eletrônico Voto: 6497/2019 Origem: PROCURADORIA DAREPÚBLICA - BAHIA

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Page 99: ATA DA SEPTICENTÉSIMA QUINQUAGÉSIMA QUINTA ......2019/11/25  · ATA DA 755ª SESSÃO DE REVISÃO PGR-00561788/2019 c/c o art. 62, inc. IV, da LC nº 75/93. Com efeito, o desacato

ATA DA 755ª SESSÃO DE REVISÃO PGR-00561788/2019

Relator(a): Dr(a) ROGERIO JOSE BENTO SOARES DO NASCIMENTO

Ementa: NOTÍCIA DE FATO. SUPOSTOS CRIMES DE FALSO TESTEMUNHO, DIFAMAÇÃO E INJÚRIA.MATERIALIDADE DELITIVA NÃO EVIDENCIADA. HOMOLOGAÇÃO DO ARQUIVAMENTO. 1.Notícia de Fato autuada para apurar possível prática dos crimes de falso testemunho, difamação einjúria. Relato de que médico dos Correios teria prestado informações falsas quanto a outrofuncionário da referida empresa pública federal nos autos de um procedimento administrativo emtrâmite no Ministério Público do Trabalho. 2. Consta dos autos que o médico teria prestado oseguinte depoimento: considera que há falha de natureza pessoal da atual gestão no que serefere a uma solução para os conflitos existentes, uma vez que tal tarefa seria evidentemente deresponsabilidade dos chefes, que considera que há uma espécie de inflexibilidade por parte doatual gestor, Sr. B. D., no sentido de contemporizar ou adotar medidas necessárias para a soluçãodos conflitos existentes, o que exigiria ceder eventualmente nas suas posições, o que nãoacontece na prática; que não compreende como é possível o exercício de encargo de gestão poruma pessoa que é objeto de um sentimento de muito ódio por parte de seus subordinados. 3.Promoção de arquivamento com base na ausência de indícios de prática de conduta delitiva.Interposição de recurso pelo interessado. Manutenção do arquivamento pelo Procurador daRepública oficiante. 4. Revisão (LC nº 75/93, art. 62, IV). 5. Inexistência de elementos mínimos deprova ou de informação capazes de justificar a continuidade da persecução penal. 6. Assisterazão ao membro do MPF oficiante ao alegar que as palavras proferidas pelo médico do trabalhonão tinham o especial fim de difamar ou injuriar, tratando-se, pois, de mera opinião/crítica acercada atuação do representante. E a mera presença dos denominados ânimos de criticar ou narrarnão são suficientes para preencher os tipos penais em apreço e, consequentemente, caracterizarcrimes contra a honra, porquanto ausente a referida vontade específica de macular a honraalheia, tratando-se, pois, de conduta atípica que acarreta na ausência de justa causa àinstauração de ação penal. No mesmo sentido, não há elementos para a imputação de crime defalso testemunho ao representado, porquanto este apresentou a sua apreciação acerca doambiente de trabalho e da postura do representado. A natureza do fato abre margem para umainterpretação pessoal que, respeitados determinados limites, não permite que a opinião e aavaliação críticas sejam tomadas como conduta típica de falso testemunho. 7. Materialidadedelitiva não evidenciada. 8. Homologação do arquivamento.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação doarquivamento, nos termos do voto do(a) relator(a).

213. Processo: 1.14.000.002499/2019-67 - Eletrônico Voto: 6432/2019 Origem: PROCURADORIA DAREPÚBLICA - BAHIA

Relator(a): Dr(a) ROGERIO JOSE BENTO SOARES DO NASCIMENTO

Ementa: Notícia de Fato autuada a partir de representação encaminhada por particular, dando conta dasuposta prática de falso testemunho por parte de E.S.S. e J.R.S. no curso de uma reclamaçãotrabalhista em trâmite na 28ª Vara do Trabalho de Salvador/BA. Relato de que os depoimentosprestados pelas testemunhas E.S.S. e J.R.S., favoráveis aos pleitos da então reclamante, seriamfalsos, pois as testemunhas jamais foram empregadas da então reclamada, além de que,supostamente, seriam amigas da reclamante. Revisão de arquivamento (LC nº 75/93, art. 62, IV).Ausência de elementos concretos indicativos da ocorrência do crime. Depoimentos dastestemunhas ora noticiadas que não foram contrastantes entre si, tampouco em relação aodepoimento pessoal da reclamada. Ademais, o Juízo trabalhista, no curso da audiência deinstrução, momento de melhor percepção dos fatos, não identificou indícios da possível prática dodelito de falso testemunho. Falta de justa causa para a persecução penal. Homologação doarquivamento.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação doarquivamento, nos termos do voto do(a) relator(a).

214. Processo: 1.14.000.002853/2019-53 - Eletrônico Voto: 6550/2019 Origem: PROCURADORIA DAREPÚBLICA - BAHIA

Relator(a): Dr(a) ROGERIO JOSE BENTO SOARES DO NASCIMENTO

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Page 100: ATA DA SEPTICENTÉSIMA QUINQUAGÉSIMA QUINTA ......2019/11/25  · ATA DA 755ª SESSÃO DE REVISÃO PGR-00561788/2019 c/c o art. 62, inc. IV, da LC nº 75/93. Com efeito, o desacato

ATA DA 755ª SESSÃO DE REVISÃO PGR-00561788/2019

Ementa: Notícia de Fato instaurada a partir de manifestação apresentada em Sala de Atendimento aoCidadão, na qual relata a noticiante ter sido alvo de comentários humilhantes em conversatravada com outra pessoa no aplicativo de mensagens instantâneas WhatsApp. Revisão dearquivamento (LC nº 75/93, art. 62, inc. IV). Caso em que não se verifica qualquer circunstânciacapaz de determinar a competência federal e a consequente atribuição do Ministério PúblicoFederal, seja porque os fatos não configuram crime em detrimento de bens, serviços ou interesseda União ou de suas entidades autárquicas ou empresas públicas, seja porque não há elementosexpressos que indiquem a transnacionalidade da conduta desonrosa (art. 109, IV e V da CF/88).Supostas ofensas injuriosas que foram praticadas em conversas privadas entre os envolvidos esão tuteláveis por meio de ação penal privada, conforme dispõe os arts. 140 e 145 do CP.Homologação do arquivamento.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação doarquivamento, nos termos do voto do(a) relator(a).

215. Processo: 1.14.003.000248/2019-18 - Eletrônico Voto: 6547/2019 Origem: PROCURADORIA DAREPÚBLICA NO MUNICÍPIO DEBOM JESUS DA LAPA

Relator(a): Dr(a) ROGERIO JOSE BENTO SOARES DO NASCIMENTO

Ementa: Notícia de Fato instaurada para apurar suposto crime de estelionato previdenciário. Recebimentoindevido de benefício assistencial à pessoa com deficiência, no período de 02/2011 a 07/2011,depois do óbito do titular. Revisão de arquivamento (LC nº 75/93, art. 62, IV). As informaçõesencaminhadas pelo INSS dão conta de que foi o genitor do titular quem procurou a agência parareclamar que o benefício não tinha sido depositado em determinado mês, acreditado que poderiacontinuar a sacá-lo em razão de ter outro filho também com deficiência e, a seu ver, com direito aobenefício. Ainda que eventual direito de outro filho não tenha sido reconhecido pelo INSS, a ida doora noticiado à agência indica a falta de conhecimento sobre a ilicitude de sua conduta e, comisso, a ausência de dolo e má-fé em relação ao recebimento do benefício durante poucos mesesapós o falecimento do filho. Falta de justa causa para dar prosseguimento à persecução penal.Homologação do arquivamento.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação doarquivamento, nos termos do voto do(a) relator(a).

216. Processo: 1.15.000.000923/2019-00 - Eletrônico Voto: 6425/2019 Origem: PROCURADORIA DAREPÚBLICA -CEARÁ/MARACANAÚ

Relator(a): Dr(a) ROGERIO JOSE BENTO SOARES DO NASCIMENTO

Ementa: Notícia de Fato instaurada a partir de Relatório de Inteligência Financeira do COAF baseado eminformação espontânea enviada por autoridades estrangeiras acerca de J.M.C. (que possuinacionalidade brasileira e espanhola). Segundo informado, J.M.C. (que vive atualmente naEspanha) abriu uma conta em instituição financeira regulada por Guernsey em março/2018, sob ajustificativa de que estaria preocupado com a condição financeira dos bancos espanhóis eprocurava uma alternativa para efetuar um depósito no valor de EUR 500.000,00. Todavia, adocumentação apresentada por J.M.C. se mostrou vaga e levantou suspeitas, o que levou aoencerramento da conta (com o estorno de EUR 8.000,00 até então nela depositados), sem que atransferência do montante total indicado por J.M.C. fosse efetuada. Revisão de arquivamento (LCnº 75/93, art. 62, IV). Oficiada, a Receita Federal do Brasil comunicou que não existem açõesfiscais concluídas, em curso ou programadas em desfavor de J.M.C., bem como que, após análisefeita com base nas informações existentes em seus sistemas informatizados, a situação do oranoticiado foi considerada sem interesse fiscal. Caso em que não se percebe que algum crimedecorrente das transações financeiras em questão tenha tido repercussão no Brasil, com possívelfeição de lavagem de dinheiro ou de sonegação fiscal. Ademais, resta prejudicado o interesse doMPF quanto ao prosseguimento das investigações, tendo em vista que não há crime a se apurar,porquanto todas as transações bancárias ocorreram no exterior, fora da jurisdição brasileira.Homologação do arquivamento.

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ATA DA 755ª SESSÃO DE REVISÃO PGR-00561788/2019

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação doarquivamento, nos termos do voto do(a) relator(a).

217. Processo: 1.18.000.002310/2019-97 - Eletrônico Voto: 6430/2019 Origem: PROCURADORIA DAREPÚBLICA - GOIAS/APARECIDADE GOIÂNIA

Relator(a): Dr(a) ROGERIO JOSE BENTO SOARES DO NASCIMENTO

Ementa: Notícia de Fato instaurada em decorrência do recebimento de Representação para Fins Penais,formalizada pela Delegacia da Receita Federal do Brasil. Pessoa Jurídica noticiada que lançouinformações com incorreções a título de empresa pertencente ao SIMPLES, nas competênciascompreendidas entre 01/2016 a 12/2018, na Guia de Recolhimento do FGTS e Informações aPrevidência Social GFIP, subtraindo recursos que deveriam ter sido recolhidos à SeguridadeSocial. Revisão de arquivamento (LC n° 75/93, art. 62, IV). Na hipótese, em que pese aRepresentação para Fins Penais ter tipificado a conduta como incursa no delito previsto no art.291, §3º, III, do CP (falsificação de documento público), trata-se, na verdade, da ocorrência decrime contra a ordem tributária. Isso porque, o delito de falsificação de documento públicoconfigura-se crime meio para a consumação do crime tributário (princípio da consunção). Oficiada,a Receita Federal informou que não houve a constituição definitiva do crédito tributário. SúmulaVinculante nº 24 do STF. Expedição de ofício, pelo Procurador de origem, à Delegacia da ReceitaFederal do Brasil em Goiânia/GO para conhecimento e consequente adoção das providênciasadministrativo-fiscais após decisão definitiva do procedimento fiscal vertido nos autos, inclusivenova comunicação ao MPF. Homologação do arquivamento.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação doarquivamento, nos termos do voto do(a) relator(a).

218. Processo: 1.25.008.000524/2019-14 - Eletrônico Voto: 6551/2019 Origem: PROCURADORIA DAREPÚBLICA NO MUNICÍPIO DEPONTA GROSSA-PR

Relator(a): Dr(a) ROGERIO JOSE BENTO SOARES DO NASCIMENTO

Ementa: Notícia de Fato instaurada para apurar a suposta prática do crime previsto no artigo 171, §3º, doCP. Noticiada que teria recebido indevidamente parcelas de benefício assistencial de amparo aoidoso, instituído em seu favor, no período de 01/02/2014 a 30/11/2014, por conta da omissãoacerca da alteração da renda do grupo familiar, uma vez que, em processo de revisão dobenefício, o INSS constatou que o grupo familiar era composto por ela e seu cônjuge e este, noperíodo citado, manteve vínculo empregatício, cuja renda superaria o valor estabelecido para orecebimento do benefício, ou seja, a renda per capita do grupo familiar superaria 1/4 do salário-mínimo. Revisão de arquivamento (LC nº 75/93, art. 62, IV). O STF proferiu decisão na Rcl n°7.374 declarando a inconstitucionalidade do §3º do art. 20 da Lei nº 8.742/93, que estabelece arenda mensal per capita inferior a 1/4 do salário-mínimo para a concessão de benefício a idososou deficientes, pois a necessidade do benefício deve ser analisada com base na situação fáticaenfrentada pelo assistido. Dessa forma, seja no ato da concessão, seja no período em que semanteve ativo, o benefício não pode ser considerado ilícito pela única razão de que a rendasuperou o teto estabelecido para seu deferimento. Ademais, o labor exercido no período de01/02/2014 a 30/11/2014 era formal e foi registrado nos sistemas da previdência social, conformeextrato do CNIS anexado no processo administrativo. Assim, não há de se cogitar de qualquerardil ou fraude na manutenção do benefício, haja vista que não houve o emprego de meio apto ainduzir em erro a autarquia previdenciária, tanto que os fatos foram descobertos pelo próprio INSSpela simples conferência das informações constantes em seus cadastros. Falta de justa causapara prosseguir na persecução penal. Homologação do arquivamento.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação doarquivamento, nos termos do voto do(a) relator(a).

219. Processo: 1.26.002.000095/2019-06 - Eletrônico Voto: 6492/2019 Origem: PROCURADORIA DAREPÚBLICA NO MUNICÍPIO DE

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ATA DA 755ª SESSÃO DE REVISÃO PGR-00561788/2019

CARUARU-PE

Relator(a): Dr(a) ROGERIO JOSE BENTO SOARES DO NASCIMENTO

Ementa: Procedimento Investigatório Criminal. Possível ocorrência dos crimes de apropriação indébita (CP,art. 168, §1 º, II) e fraude à execução (CP, art. 179). Inviabilização de leilão em razão da nãolocalização dos bens penhorados em uma determinada execução fiscal movida pela União.Revisão de arquivamento (LC nº 75/93, art. 62, IV). Conforme ressaltado pelo membro do MPFoficiante, Não há que se falar em apropriação indébita dos veículos penhorados, uma vez que nãohouve o animus rem sibi habendi por parte do Sr. W. Q. M., tanto que os veículos ainda estão àdisposição da exequente. Ou seja, não há nenhum elemento que aponte que o agente inverteu otítulo de posse e passou a agir como dono dos bens. Ademais, o agente não apresentou os benspenhorados em razão do pedido de parcelamento dos débitos objetos da execução fiscal, o qualfoi deferido pela exequente. Mesmo após a rescisão do parcelamento, os veículos permanecemem poder da executada, tanto que esta solicitou a substituição deles por outro, a fim de quepudesse liberá-los da penhora. Também não se vislumbra a prática do crime de fraude àexecução, disposto no artigo 179 do Código Penal, dada a inexistência de indícios que apontemque o Sr. W. Q. M. teria alienado, desviado, destruído ou danificado os bens, ou simulado dívidas.Materialidade delitiva não evidenciada. Homologação do arquivamento, sem prejuízo do dispostono art. 18 do CPP.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação doarquivamento, nos termos do voto do(a) relator(a).

220. Processo: 1.30.001.004204/2019-33 - Eletrônico Voto: 6546/2019 Origem: PROCURADORIA DAREPÚBLICA - RIO DE JANEIRO

Relator(a): Dr(a) ROGERIO JOSE BENTO SOARES DO NASCIMENTO

Ementa: Notícia de Fato instaurada a partir de manifestação apresentada em Sala de Atendimento aoCidadão. Promoção de arquivamento com o seguinte argumento: Trata-se de representaçãoformulada por J(...), com redação absolutamente desconexa, da qual não se consegue inferir aprática de qualquer ilícito penal a ser concretamente apurado, eis que se trata de verdadeiroemaranhado redacional ininteligível. Revisão (LC nº 75/93, art. 62, inc. IV). Ausência de elementoque aponte para a existência de crime ou qualquer outra irregularidade, lesão ou ameaça de lesãoperpetrados em dissonância ao interesse público. Falta de justa causa para a persecução penal.Homologação do arquivamento.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação doarquivamento, nos termos do voto do(a) relator(a).

221. Processo: 1.30.020.000338/2019-57 - Eletrônico Voto: 6548/2019 Origem: PROCURADORIA DAREPÚBLICA NO MUNICÍPIO DES.GONÇ/ITABOR/MAGE

Relator(a): Dr(a) ROGERIO JOSE BENTO SOARES DO NASCIMENTO

Ementa: Notícia de Fato instaurada a partir de expediente enviado pela Polícia Federal, informando a nãoinstauração de inquérito policial com base em determinada representação protocolada por umparticular. Representante que relata a ocorrência de compras fraudulentas em cartão de créditovinculado a sua conta na Caixa Econômica Federal CEF. Revisão de arquivamento (LC nº 75/93,art. 62, IV). Oficiada pela Polícia Federal, a CEF encaminhou cópia do procedimento decontestação das compras, informando o ressarcimento dos valores contestados, nãoapresentando, todavia, qualquer outro dado relevante para eventual investigação. Falta deelementos mínimos aptos a apontar a autoria delitiva e de linha investigativa potencialmenteidônea. Homologação do arquivamento, sem prejuízo no disposto no art. 18 do CPP.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação doarquivamento, nos termos do voto do(a) relator(a).

222. Processo: 1.30.020.000362/2019-96 - Eletrônico Voto: 6549/2019 Origem: PROCURADORIA DA

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ATA DA 755ª SESSÃO DE REVISÃO PGR-00561788/2019

REPÚBLICA NO MUNICÍPIO DES.GONÇ/ITABOR/MAGE

Relator(a): Dr(a) ROGERIO JOSE BENTO SOARES DO NASCIMENTO

Ementa: Notícia de Fato instaurada a partir de expediente enviado pela Polícia Federal, informando a nãoinstauração de inquérito policial com base em determinada representação protocolada por umparticular. Representante que relata a ocorrência de compras fraudulentas em cartão de créditovinculado a sua conta na Caixa Econômica Federal CEF. Revisão de arquivamento (LC nº 75/93,art. 62, IV). Oficiada pela Polícia Federal, a CEF encaminhou cópia do procedimento decontestação das compras, informando o ressarcimento dos valores contestados, nãoapresentando, todavia, qualquer outro dado relevante para eventual investigação. Falta deelementos mínimos aptos a apontar a autoria delitiva e de linha investigativa potencialmenteidônea. Homologação do arquivamento, sem prejuízo no disposto no art. 18 do CPP.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação doarquivamento, nos termos do voto do(a) relator(a).

223. Processo: 1.30.020.000364/2019-85 - Eletrônico Voto: 6545/2019 Origem: PROCURADORIA DAREPÚBLICA NO MUNICÍPIO DES.GONÇ/ITABOR/MAGE

Relator(a): Dr(a) ROGERIO JOSE BENTO SOARES DO NASCIMENTO

Ementa: Notícia de Fato instaurada a partir de expediente enviado pela Polícia Federal, informando a nãoinstauração de inquérito policial com base em determinada representação protocolada por umparticular. Representante que relata a ocorrência de saque fraudulento de seu PIS. Revisão dearquivamento (LC nº 75/93, art. 62, IV). Oficiada pela Polícia Federal, a Caixa Econômica Federalinformou que o saque foi realizado por meio de cartão em casa lotérica situada em SãoGonçalo/RJ, não apresentando, todavia, qualquer outro dado relevante para eventualinvestigação. Falta de elementos mínimos aptos a apontar a autoria delitiva e de linhainvestigativa potencialmente idônea. Homologação do arquivamento, sem prejuízo no disposto noart. 18 do CPP.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação doarquivamento, nos termos do voto do(a) relator(a).

224. Processo: 1.34.001.002023/2015-08 Voto: 6496/2019 Origem: PROCURADORIA DAREPÚBLICA - SÃO PAULO

Relator(a): Dr(a) ROGERIO JOSE BENTO SOARES DO NASCIMENTO

Ementa: Procedimento Investigatório Criminal instaurado para apurar as circunstâncias da morte deGASTONE LÚCIA DE CARVALHO BELTRÃO durante a ditadura militar (Comissão Nacional daVerdade, Relatório, Volume III, Mortos e Desaparecidos Políticos, páginas 825/828). Justiça deTransição Memória e Verdade. Revisão de arquivamento (LC n° 75/93, art. 62, IV). Diligênciasinvestigativas resultaram no lamentável quadro de ausência de provas acerca das circunstânciasdos fatos, sobretudo em razão do grande lapso de tempo transcorrido. Os agentes identificadoscomo possíveis responsáveis pelo crime de homicídio já faleceram. Carência de elementos quepossam justificar o prosseguimento do feito. Homologação do arquivamento.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação doarquivamento, nos termos do voto do(a) relator(a).

225. Processo: 1.34.001.003478/2019-66 Voto: 6335/2019 Origem: PROCURADORIA DAREPÚBLICA - SÃO PAULO

Relator(a): Dr(a) ROGERIO JOSE BENTO SOARES DO NASCIMENTO

Ementa: Notícia de Fato. Possível prática do crime descrito no art. 286 do CP. Relato de que o investigadoteria publicado em uma página da internet suposto vídeo de apologia ao delito previsto no art.241-A do ECA. Revisão de arquivamento (LC nº 75/93, art. 62, IV). Após diligências, constatou-se

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ATA DA 755ª SESSÃO DE REVISÃO PGR-00561788/2019

que não houve divulgação de conteúdos impróprios por parte do ora investigado, tampoucoinstigação para que seus telespectadores acessassem tais conteúdos para fomentar suadivulgação, mas sim uma tentativa de banir o material da internet. Inexistência de materialidadedelitiva. Homologação do arquivamento.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação doarquivamento, nos termos do voto do(a) relator(a).

226. Processo: 1.34.011.000489/2019-75 - Eletrônico Voto: 6495/2019 Origem: PROCURADORIA DAREPÚBLICA NO MUNICÍPIO DESBCAMPO/S.AND/MAUA

Relator(a): Dr(a) ROGERIO JOSE BENTO SOARES DO NASCIMENTO

Ementa: Notícia de Fato. Manifestação apresentada perante a Sala de Atendimento ao Cidadão. Relato deque um perfil da rede social Facebook compartilha rotineiramente postagens com teordiscriminatório, normalmente sobre homofobia. Revisão de arquivamento (LC nº 75/93, art. 62,IV). Conforme ressaltado pelo membro do MPF, a maior parte do conteúdo encontra-se oculta porreferir-se à página privada, sendo possível apenas visualizar as fotos que identificam o usuário,não se vislumbrando publicações de teor discriminatório contra homossexuais de imediato. Apósnotificação para fornecer maiores detalhes a respeito do caso, o noticiante quedou-se inerte.Inexistência de elementos mínimos de prova ou de informação capazes de justificar acontinuidade da persecução penal. Materialidade delitiva não evidenciada. Homologação doarquivamento, sem prejuízo do disposto no art. 18 do CPP.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação doarquivamento, nos termos do voto do(a) relator(a).

227. Processo: 1.34.021.000299/2019-39 - Eletrônico Voto: 6423/2019 Origem: PROCURADORIA DAREPÚBLICA NO MUNICÍPIO DEJUNDIAI-SP

Relator(a): Dr(a) ROGERIO JOSE BENTO SOARES DO NASCIMENTO

Ementa: Notícia de Fato instaurada para apurar suposto delito de contrabando, previsto no art. 334-A, § 1°,IV, do CP. No dia 28/11/2014, policiais encontraram 10 maços de cigarros de procedênciaparaguaia e desprovidas de Selo de Controle sendo expostos à venda por A.A.C. emestabelecimento de sua propriedade. Em 18/12/2014, foram encontrados mais 10 maços decigarros de origem estrangeira em poder de A.A.C..Revisão de arquivamento (LC nº 75/93, art. 62,IV). Posicionamento do Tribunal Pleno do Supremo Tribunal Federal STF no sentido de que areincidência não impede, por si só, que o juiz da causa reconheça a insignificância penal daconduta, à luz dos elementos do caso concreto (HC 123533, Relator Min. ROBERTO BARROSO,Tribunal Pleno, julgado em 03/08/2015, DJe-030 18/02/2016). Incidência do princípio dainsignificância ao crime de contrabando de cigarros, ainda que identificada a reiteração daconduta, quando o somatório da quantidade apreendida não superar 153 maços de cigarros(parâmetro objetivo fixado pela Orientação nº 25/2016 da 2ª CCR). Homologação doarquivamento.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação doarquivamento, nos termos do voto do(a) relator(a).

228. Processo: 1.34.030.000099/2019-77 - Eletrônico Voto: 6433/2019 Origem: PROCURADORIA DAREPÚBLICA NO MUNICÍPIOS.J.DO R.PRETO/CATAND

Relator(a): Dr(a) ROGERIO JOSE BENTO SOARES DO NASCIMENTO

Ementa: Notícia de Fato instaurada em 06/08/2019 a partir de declarações prestada por um particular naPRM Jales/SP em 26/06/2019 e perante a Delegacia de Polícia Federal de Jales/SP (nos autosdo Inquérito Policial nº 0090/2018) em 11/06/2019, para apurar a prática, em tese, de crimescontra a ordem tributária, de lavagem de dinheiro e de fraude à licitação. Revisão de

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ATA DA 755ª SESSÃO DE REVISÃO PGR-00561788/2019

arquivamento (LC n° 75/93, art. 62, IV). 1) Oficiada, com cópia das declarações em questão, aReceita Federal informou que não há procedimento administrativo fiscal em andamento, nemcrédito tributário constituído em face da empresa N(...) C() de A() Ltda, nem em relação a outraspessoas físicas ou jurídicas que façam parte do mesmo grupo econômico, ou que tenham servidocomo laranjas para ocultação de patrimônio. Por outro lado, informou haver indícios relevantes deirregularidades tributárias relacionados aos contribuintes B(...) C(...) F() e P() R(...) da C(...), osquais serão incluídos em programação de fiscalização. Ausência de crédito tributáriodefinitivamente constituído. Representação Fiscal para Fins Penais a ser oportunamenteencaminhada ao Ministério Público Federal em caso de constatação de ilícito penal. SúmulaVinculante nº 24 do STF. Homologação do arquivamento quanto aos supostos crimes contra aordem tributária. 2) Inexistência, ao menos por ora, de delito antecedente para apuração deeventual prática de crime de lavagem de capitais. Falta de justa causa para prosseguir napersecução penal desse delito. Homologação do arquivamento. 3) Acerca dos possíveis crimesrelacionados à fraude de licitações, remessa dos autos à 5ª CCR (em observância à ResoluçãoCSMPF nº 148, de 1º de abril de 2014, publicada em 24/4/2014).

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação doarquivamento no âmbito deste Colegiado, remetendo-se os autos à PGR/5A.CAM - 5A.CÂMARADE COORDENAÇÃO E REVISÃO para análise, nos termos do voto do(a) relator(a).

229. Processo: 1.34.043.000573/2019-11 - Eletrônico Voto: 6424/2019 Origem: PROCURADORIA DAREPÚBLICA NO MUNICÍPIO DEOSASCO-SP

Relator(a): Dr(a) ROGERIO JOSE BENTO SOARES DO NASCIMENTO

Ementa: Notícia de Fato instaurada a partir de expediente encaminhado pelo INSS para apurar supostocrime de estelionato previdenciário (CP, art. 173, §3º). Noticiada que teria se valido dedocumentos falsos na instrução de procedimento para a obtenção do benefício de aposentadoriapor invalidez. Revisão de arquivamento (LC nº 75/93, art. 62, IV). Constatação de que, apesar deo documento médico apresentado ser falso, o benefício previdenciário era devido, de modo quenão se encontra presente a elementar vantagem ilícita necessária para a caracterização do crimede estelionato. Igualmente, não há que se falar no crime do art. 299 do CP, na medida em que odocumento falso não alterou a verdade sobre fato juridicamente relevante, uma vez que a doença,de fato, existia. Falta de justa causa para a persecução penal. Homologação do arquivamento.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação doarquivamento, nos termos do voto do(a) relator(a).

230. Processo: 1.35.000.000674/2018-71 - Eletrônico Voto: 6428/2019 Origem: PROCURADORIA DAREPÚBLICA -SERGIPE/ESTANCIA/ITABAIANA

Relator(a): Dr(a) ROGERIO JOSE BENTO SOARES DO NASCIMENTO

Ementa: Procedimento Investigatório Criminal instaurado para apurar possível prática dos crimes delavagem de dinheiro (Lei nº 9.6013/1998, art. 1º), de fraude à execução (CP, art. 179) e deassociação criminosa (CP, art. 288), relacionados a uma arrematação judicial realizada no âmbitode determinada execução fiscal. Imóvel que foi arrematado em segundo leilão, ocorrido em10/11/2015, por C.S., pelo valor de R$ 950.000,00, a ser pago em 60 parcelas. Entretanto, oarrematante apenas efetivou o pagamento da comissão do leiloeiro e de 02 parcelas, não maiscomparecendo quando intimado a apresentar comprovantes dos depósitos do restante do valor,nos termos acordados. Ante fortes elementos no sentido da incapacidade econômica de oinvestigado arcar com a aquisição do imóvel, desvelou-se linha investigatória no sentido de que oarrematante poderia estar relacionado à prática de ilícitos criminais, a exemplo do uso daarrematação judicial para lavagem de dinheiro oriundo de fontes ilícitas ou de eventual conluiocom representantes da parte executada, o que poderia configurar a prática de associaçãocriminosa caso confirmado o envolvimento de outros indivíduos. Em razão da inadimplência,determinou o Juízo da execução fiscal: a) o desfazimento da arrematação, referente ao bemimóvel de matrícula (...); b) perda dos valores adiantados pelo arrematante, a título de pagamento

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de duas prestações () c) inclusão do bem de matrícula (...) na próxima pauta de leilões; d) fica oarrematante C(...) S() proibido de participar dos próximos leilões realizados por este Juízo (...).Revisão de arquivamento (LC nº 75/93, art. 62, IV). Constatação, após diligências, de que naconduta perpetrada pelo agente não houve a adoção de qualquer meio para ocultação de valoresde origem ilícita ou mesmo fraude praticada com o intuito de evitar a execução do bem. Trata-seno caso de malfadada aventura financeira do ora investigado, ao arriscar comprar um imóvel semter chances favoráveis de efetivar seu pagamento, possivelmente confiante na possibilidade derevendê-lo, nos moldes do que costumeiramente já fazia com veículos usados que arrematava emleilões. Materialidade delitiva não evidenciada. Falta de justa causa para a persecução penal.Homologação do arquivamento.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação doarquivamento, nos termos do voto do(a) relator(a).

231. Processo: 1.35.000.001365/2019-07 - Eletrônico Voto: 6500/2019 Origem: PROCURADORIA DAREPÚBLICA -SERGIPE/ESTANCIA/ITABAIANA

Relator(a): Dr(a) ROGERIO JOSE BENTO SOARES DO NASCIMENTO

Ementa: Notícia de Fato. Possível crime de lesão corporal praticado em desfavor de um maquinista aserviço de uma embarcação quando em navegação. Fato ocorrido no dia 24/01/2019. Revisão dearquivamento (LC nº 75/93, art. 62, IV). Suposta lesão que não restou demonstrada. Inexistênciade laudo pericial, imagens ou testemunhas. Materialidade delitiva não evidenciada. Homologaçãodo arquivamento, sem prejuízo do art. 18 do CPP.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação doarquivamento, nos termos do voto do(a) relator(a).

Relator: Dr CLAUDIO DUTRA FONTELLA

Nos processos de relatoria do Dr. CLAUDIO DUTRA FONTELLA participaram da votação a Dr.ª Luiza CristinaFonseca Frischeisen, titular do 1º Ofício, e o Dr. Rogério José Bento Soares, suplente do 2º Ofício.

ORIGEM JUDICIAL

NÃO PADRÃO

232. Processo: JF-SOR-0001286-30.2019.4.03.6110-PICMP

Voto: 6518/2019 Origem: JUSTIÇA FEDERAL - 10ªSUBSEÇÃO JUDICIÁRIA -SOROCABA/SP

Relator(a): Dr(a) CLAUDIO DUTRA FONTELLA

Ementa: Notícia de Fato autuada para apurar possível prática do crime de falso testemunho (CP, art. 342)em reclamação trabalhista. Contradições entre o depoimento da testemunha do reclamante e asdeclarações do próprio autor da reclamatória. Promoção de arquivamento fundada na ausência depotencialidade lesiva. Discordância do Juízo Trabalhista. Aplicação do art. 28 do CPP c/c art. 62,inc. IV, da LC nº 75/93. Importante ressaltar que nas reclamatórias trabalhistas sempre haverádivergências entre as partes, fato que é inerente ao processo, cabendo ao julgador da origem, queé quem colheu a prova testemunhal, avaliar e valorar as informações prestadas, aplicando, no quecouber, os mecanismos que dispõe para coibir tal conduta (CPC, art. 5º e art. 77, I). Para aconfiguração do crime em questão, é necessário que haja divergência entre a declaração datestemunha e o que ela efetivamente sabe sobre os fatos, o que não restou demonstrado nosautos. Ademais, o depoimento em nada influenciou na decisão da causa, uma vez que foi deplano desconsiderado pelo Juízo. Inexistência de potencialidade lesiva. Falta de justa causa paraprosseguir na persecução penal. Precedente 2ª CCR: 0005687-77.2016.4.03.6110, 659ª Sessãode Revisão, de 19/09/2016, unânime. Insistência no arquivamento.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação do

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arquivamento, nos termos do voto do(a) relator(a).

233. Processo: JF/SP-0006781-36.2019.4.03.6181-INQ

Voto: 6365/2019 Origem: JUSTIÇA FEDERAL -SEÇÃO JUDICIÁRIA DO ESTADODE SÃO PAULO/SP

Relator(a): Dr(a) CLAUDIO DUTRA FONTELLA

Ementa: Inquérito Policial. Possível prática do crime de estelionato majorado (CP, art. 171, § 3º).Comunicação de que a investigada M.I.C.C. obteve indevidamente benefício de prestaçãocontinuada à pessoa idosa, no período de 05/2015 a 07/2016, uma vez que teria informado residirem endereço diverso do qual de fato morava. Promoção de arquivamento por ausência de dolo dabeneficiária e inexistência de indícios de autoria quanto a outro(s) responsável(is). Discordânciado Juiz Federal. Revisão de arquivamento (CPP, art. 28 c/c LC nº 75/93, art. 62, IV). Asinvestigações dos eventuais crimes praticados e dos esquemas de fraudes na agência daPrevidência Social foram realizadas no âmbito da Operação Trânsito. O presente procedimento foiinstaurado para apurar eventual crime de estelionato majorado praticado por parte da beneficiáriaM.I.C.C. e da suposta intermediária J.S.S.. Diligências. Ouvida pela Polícia Federal, a sobrinha dabeneficiária (e verdadeira residente no endereço declarado ao INSS) informou que sua tia pediupara utilizar seu endereço, por orientação do advogado que então patrocinava os interesses daidosa. Em seu termo de declarações, a beneficiária (que atualmente conta com mais de 75 anosde idade e possui apenas o ensino médio incompleto) não soube esclarecer quem teriapreenchido os formulários entregues à autarquia federal, reconhecendo apenas como sendo suasas assinaturas nos documentos. O laudo pericial não encontrou convergências gráficas entre osdocumentos analisados e a fornecedora do material J.S.S. (que constava formalmente comosendo a procuradora/intermediária responsável), bem como esta última sequer foi reconhecidapela beneficiária. Informações colhidas que apontam no sentido de que a beneficiária de fato fez-se representar no requerimento administrativo do benefício por procurador (não identificado, até omomento), que teria inclusive orientado a beneficiária acerca da necessidade de indicar endereçodiverso. Ausência de justa causa para prosseguir nas investigações. Aplicação, no que couber, daOrientação n° 36 da 2ª CCR. Insistência no arquivamento, sem prejuízo do disposto no art. 18 doCPP.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação doarquivamento, nos termos do voto do(a) relator(a).

ORIGEM INTERNA

NÃO PADRÃO

234. Processo: 1.15.000.002355/2019-73 - Eletrônico Voto: 6506/2019 Origem: PROCURADORIA DAREPÚBLICA NO MUNICÍPIO DEMARINGA-PR

Relator(a): Dr(a) CLAUDIO DUTRA FONTELLA

Ementa: Notícia de Fato instaurada no âmbito da PR/CE para apurar possível prática do crime dedescaminho (CP, art. 334, § 1º, III), em virtude da apreensão de mercadorias estrangeirasdesprovidas de documentação comprobatória da sua regular importação, ocorrida na data de17/01/2018, durante fiscalização conduzida por servidores da Delegacia da Receita Federal doBrasil no Centro de Tratamento de Cargas e Encomendas dos Correios, em Fortaleza/CE.Declínio de atribuições promovido ao argumento de que o domicílio do investigado, e não o lugarda apreensão da mercadoria, é o melhor critério para a definição da competência. Conflito deatribuições suscitado pelo Procurador oficiante na PRM de Maringá/PR, segundo o qual a dúvidaacerca do local de consumação do descaminho já foi dirimida e está pacificada tanto na Súmulanº 151 do STJ como no Enunciado nº 54 da 2ª CCR. Autos remetidos a este Colegiado, nostermos do art. 62, VII, da LC nº 75/93. Análise do Conflito de Atribuições. Sabe-se que, emconformidade com a Súmula nº 151 do STJ, "a competência para o processo e julgamento porcrime de contrabando ou descaminho define-se pela prevenção do Juízo Federal do lugar daapreensão dos bens". Nessa linha, a 2ª Câmara de Coordenação e Revisão do MPF aprovou o

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Enunciado nº 54, segundo o qual "a atribuição de membro do MPF para persecução penal docrime de descaminho é definida pelo local onde as mercadorias foram apreendidas, pois aliconsuma-se o crime". Malgrado o lugar da infração seja a regra na definição da competênciacriminal (CPP, art. 69, I) e o domicílio ou residência do réu tenha caráter subsidiário (CPP, art. 69,II), tais normas devem ser interpretadas de maneira teleológica, à vista das garantias e princípiosconstitucionais. No caso sub examine, embora a mercadoria tenha sido apreendida no Centro deTratamento de Cargas e Encomendas dos Correios em Fortaleza/CE, a conduta delituosa sereveste de circunstâncias peculiares que merecem ser levadas em consideração quando dafixação da competência para o processamento e julgamento do feito. Na realidade, tendo amercadoria sido remetida via postal para o domicílio do comprador, onde ocorreu tão-somente asua apreensão, se a fixação da competência se der com supedâneo na Súmula nº 151 do STJ eno Enunciado 54 da 2ª CCR, os atos instrutórios da eventual ação penal - se não todos, mas amaior parte deles - terão de ser deprecados ao Juízo Federal de Maringá/PR, porque é sob suajurisdição que se encontra domiciliada a empresa investigada e, muito provavelmente, astestemunhas que serão ouvidas em sua defesa. Aliás, a própria autodefesa da empresainvestigada terá melhores condições de ser exercida se este procedimento e a eventual açãopenal permanecerem sob os auspícios do Juízo Federal de Maringá/PR, autoridade judiciária quese lhe apresenta mais próxima. Assim sendo, em casos como o presente, em que se verifica aremessa via postal de mercadoria objeto de contrabando ou descaminho, o domicílio doinvestigado (e não o lugar da apreensão da mercadoria) é o melhor critério para a definição dacompetência porque, além de prestigiar os princípios da duração razoável do processo, da ampladefesa e do contraditório e da identidade física do juiz, dos quais as regras de competência sãoou deveriam ser corolários, encontra amparo na jurisprudência pátria, que, em casos tais, à luz daubiquidade de certas infrações penais e no intuito de facilitar a coleta de provas e a defesa dosacusados, tem preterido critérios outros, como o do lugar da infração, em favor da competência dojuízo em que o réu ou o investigado possui domicílio. Cumpre observar que a hipótese em exameé diversa daquelas verificadas nos precedentes (dos anos de 1994 e 1995) que motivaram aedição da Súmula nº 151 do STJ (em fevereiro de 1996). Explica-se: os precedentes referem-se àsituação em que os investigados são conhecidos como "camelôs". Portanto, embora diversa asituação fática, a finalidade da Súmula nº 151 do STJ é a mesma, ou seja, facilitar o trâmiteprocessual, a coleta de provas e a defesa dos acusados. Conhecimento do presente conflitonegativo de atribuições e, no mérito, pela fixação da atribuição da PRM de Maringá/PR(suscitante), local mais próximo do domicílio da empresa investigada, para prosseguir nasinvestigações.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela atribuição dosuscitante, nos termos do voto do(a) relator(a).

235. Processo: 1.25.000.003983/2019-20 - Eletrônico Voto: 6384/2019 Origem: PROCURADORIA DAREPÚBLICA - PARANA

Relator(a): Dr(a) CLAUDIO DUTRA FONTELLA

Ementa: Notícia de Fato autuada a partir de manifestação ofertada perante a Sala de Atendimento aoCidadão narrando possível prática de ilícitos em razão de atividade financeira desenvolvida pordeterminada empresa (que se apresenta como gestora de criptoativos), visto que teriadisponibilizando modalidades de investimentos irregulares, sem respaldo ou autorização por partedos órgãos responsáveis. Relato de negociações feitas em criptomoeda, com possível captaçãoespeculativa de investidores. Manifestação do MPF pelo declínio de atribuições ao MinistérioPúblico Estadual por se tratar de indícios da prática de crime contra a economia popular (Lei nº1.521/51, art. 2º, IX) e/ou de estelionato em prejuízo de particular (CP, art. 171). Revisão dedeclínio de atribuições (Enunciado n° 32). O art. 1º da Lei nº 7.492/86, norma penal explicativa,conceitua instituição financeira para fins penais como a pessoa jurídica de direito público ouprivado, que tenha como atividade principal ou acessória, cumulativamente ou não, a captação,intermediação ou aplicação de recursos financeiros (vetado) de terceiros, em moeda nacional ouestrangeira, ou a custódia, emissão, distribuição, negociação, intermediação ou administração devalores mobiliários. Desse modo, ao operar sem a devida autorização, a plataforma investigadaestaria incursa, em tese, no tipo penal previsto no art. 16 da Lei nº 7.492/86. Além disso, partindoda premissa que a pessoa jurídica investigada pode ser eventualmente equiparada à instituição

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ATA DA 755ª SESSÃO DE REVISÃO PGR-00561788/2019

financeira, visto que supostamente realiza, entre outras atividades, a gestão e intermediação deinvestimentos de recursos de terceiros, a conduta de não repassar aos investidores os lucrosobtidos pode caracterizar, a princípio, o delito a que se refere o art. 5º do citado diploma legal.Assim, apenas com o aprofundamento das investigações é que se poderá ter a exata dimensãodos fatos, das reais operações e os supostos delitos cometidos pelos representantes da empresanoticiada, sendo possível, após a realização de diligências preliminares, amealhar indíciosmínimos de crimes que, em tese, possam atingir bens, serviços ou interesse da União (CF, art.109). Necessidade de exame acurado acerca dos serviços ofertados pelo sítio eletrônico noticiadoe o objeto do contrato firmado entre as partes para eventual tipificação das condutas ilícitas e,então, oportunamente, a fixação da competência para o processo e julgamento de ação penal.Declínio prematuro, cumprindo reconhecer, por ora, a atribuição do MPF. Precedentes da 2ª CCR:Procedimentos MPF nº 1.34.033.000054/2019-72 e 1.29.004.000611/ 2018-81, 742ª SessãoOrdinária, de 27/5/2019. Não homologação do declínio de atribuições e devolução dos autos aoofício originário para prosseguimento das investigações, facultando-se ao Procurador daRepública oficiante, se for o caso, requerer, com fundamento em sua independência funcional, adesignação de outro membro para tanto, nos termos do Enunciado n° 03 do Conselho Institucionaldo Ministério Público Federal.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela não homologação dodeclínio de atribuição, nos termos do voto do(a) relator(a).

236. Processo: 1.25.000.004078/2019-97 - Eletrônico Voto: 6383/2019 Origem: PROCURADORIA DAREPÚBLICA - PARANA

Relator(a): Dr(a) CLAUDIO DUTRA FONTELLA

Ementa: Notícia de Fato autuada a partir de manifestação ofertada perante a Sala de Atendimento aoCidadão narrando possível prática de ilícitos em razão de atividade financeira desenvolvida pordeterminado sítio eletrônico, visto que tal plataforma teria cometido propaganda enganosa e nãoteria pago os rendimentos do representante. Relato de negociações feitas na criptomoeda bitcoin,com possível captação especulativa de investidores. Manifestação do MPF pelo declínio deatribuições ao Ministério Público Estadual por se tratar de indícios da prática de crime contra aeconomia popular (Lei nº 1.521/51, art. 2º, IX) e/ou de estelionato em prejuízo de particular (CP,art. 171). Revisão de declínio de atribuições (Enunciado n° 32). O art. 1º da Lei nº 7.492/86,norma penal explicativa, conceitua instituição financeira para fins penais como a pessoa jurídicade direito público ou privado, que tenha como atividade principal ou acessória, cumulativamenteou não, a captação, intermediação ou aplicação de recursos financeiros (vetado) de terceiros, emmoeda nacional ou estrangeira, ou a custódia, emissão, distribuição, negociação, intermediaçãoou administração de valores mobiliários. Desse modo, ao operar sem a devida autorização, aplataforma investigada estaria incursa, em tese, no tipo penal previsto no art. 16 da Lei nº7.492/86. Além disso, partindo da premissa que a pessoa jurídica investigada pode sereventualmente equiparada à instituição financeira, visto que supostamente realiza, entre outrasatividades, a gestão e intermediação de investimentos de recursos de terceiros, a conduta de nãorepassar aos investidores os lucros obtidos pode caracterizar, a princípio, o delito a que se refereo art. 5º do citado diploma legal. Assim, apenas com o aprofundamento das investigações é quese poderá ter a exata dimensão dos fatos, das reais operações e os supostos delitos cometidospelos representantes da empresa noticiada, sendo possível, após a realização de diligênciaspreliminares, amealhar indícios mínimos de crimes que, em tese, possam atingir bens, serviços ouinteresse da União (CF, art. 109). Necessidade de exame acurado acerca dos serviços ofertadospelo sítio eletrônico noticiado e o objeto do contrato firmado entre as partes para eventualtipificação das condutas ilícitas e, então, oportunamente, a fixação da competência para oprocesso e julgamento de ação penal. Declínio prematuro, cumprindo reconhecer, por ora, aatribuição do MPF. Precedentes da 2ª CCR: Procedimentos MPF nº 1.34.033.000054/2019-72 e1.29.004.000611/ 2018-81, 742ª Sessão Ordinária, de 27/5/2019. Não homologação do declíniode atribuições e devolução dos autos ao ofício originário para prosseguimento das investigações,facultando-se ao Procurador da República oficiante, se for o caso, requerer, com fundamento emsua independência funcional, a designação de outro membro para tanto, nos termos do Enunciadon° 03 do Conselho Institucional do Ministério Público Federal.

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ATA DA 755ª SESSÃO DE REVISÃO PGR-00561788/2019

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela não homologação dodeclínio de atribuição, nos termos do voto do(a) relator(a).

237. Processo: 1.00.000.019158/2019-16 - Eletrônico Voto: 6457/2019 Origem: PROCURADORIA GERALDA REPÚBLICA

Relator(a): Dr(a) CLAUDIO DUTRA FONTELLA

Ementa: Inquérito Policial instaurado para apurar a suposta prática do crime previsto no art. 299 do CP,tendo em vista, conforme teor de informação oriunda da DPF/ARU-SP, que se averiguou ter aempresa A.F.D., de responsabilidade do investigado J.F., feito uso de laudos psicológicosideologicamente falsos nos procedimentos destinados à homologação de turmas de reciclagem devigilantes 13/2018 e 14/2018 perante a Comissão de Vistoria daquela unidade. Segundo ainvestigação, em conferência dos documentos enviados pela referida empresa, a autoridadepolicial suspeitou da autenticidade do laudo expedido pela psicóloga C.R.P. referentes a cincoalunos (P.C.R., M.B.F., R.C.B., J.C.C.S. e A.A.dos S.). Em contato telefônico com a psicóloga, estarelatou que não morava mais em Araçatuba há mais de um ano, que prestou serviços na cidadeaté março de 2017 e que não expediu nenhum laudo para os alunos citados. Manifestação doMPF pelo arquivamento do feito por considerar incerta a autoria, pois não seria possível imputá-laao responsável pela empresa ou aos alunos interessados, além da ausência de qualquer novadiligência apta a ser realizada com vistas a comprovar a autoria delitiva. Discordância do Juízo da1ª Vara Federal de Araçatuba/SP. Remessa dos autos nos termos do art. 28 do CPP c/c o art. 62,IV, da LC nº 75/93. No presente caso, tem-se que, ao contrário do quanto asseverado peloProcurador oficiante, não se vislumbram motivos para que se tenha por necessário oarquivamento do apuratório. Na realidade, mostra-se precoce a conclusão de que se esgotaramtodos os meios possíveis a fim de desvendar a autoria do delito. Como bem ressaltado pelo Juízode primeiro grau, não houve sequer tentativa, pela autoridade policial, de aferir a veracidade dasalegações ofertadas pelos alunos, no sentido de que realmente houve a realização das avaliaçõespsicológicas e eventual emissão dos laudos, com a respectiva identificação e localização dasprofissionais para prestarem esclarecimentos acerca dos fatos. Não houve, também, o cotejoanalítico com os laudos apresentados pelos demais vigilantes que se submeteram às turmas dereciclagem 13/2018 e 14/2018, cuja autenticidade não foi aparentemente questionada.Insuficiência da motivação ofertada na promoção de arquivamento. Designação de outro membrodo Ministério Público Federal para prosseguir na persecução penal.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela não homologação dearquivamento, nos termos do voto do(a) relator(a).

238. Processo: 1.30.001.000108/2014-10 Voto: 4350/2019 Origem: PROCURADORIA DAREPÚBLICA - RIO DE JANEIRO

Relator(a): Dr(a) CLAUDIO DUTRA FONTELLA

Ementa: PROCEDIMENTO INVESTIGATÓRIO CRIMINAL. PRÁTICA DO DELITO DE TORTURADURANTE A DITADURA MILITAR. ARQUIVAMENTO (LC Nº 75/93, ART. 62, INC. IV). REVISÃODE ARQUIVAMENTO (LC Nº 75/93, ART. 62, INC. IV). CRIME CONTRA A HUMANIDADE.IMPRESCRITIBILIDADE. CUMPRIMENTO DA DECISÃO DA CORTE INTERAMERICANA DEDIREITOS HUMANOS, NO CASO GOMES LUND E OUTROS VERSUS BRASIL (GUERRILHADO ARAGUAIA). PROSSEGUIMENTO DA INVESTIGAÇÃO CRIMINAL. 1. ProcedimentoInvestigatório Criminal instaurado para apurar a prática de ilícito penal a partir da prática de torturacontra VERA LUCIA VITAL BRASIL durante a ditadura militar, tendo como supostos agressoresagentes integrantes do Exército. 2. O membro do Parquet federal manifestou-se peloarquivamento, fundamentado na extinção da punibilidade, por entender, com base no princípio dairretroatividade da lei penal, que a conduta seria tipificada ou como lesões corporais (CP, art. 129)ou como crime de maus tratos (CP, art. 136), já que o crime de tortura (Lei nº 9.455/97, art. 1º) sófoi tipificado décadas depois. Dessa forma, não se tratando de crimes contra a humanidade, ascondutas já teriam sido fulminadas pela prescrição. 3. No julgamento do caso Gomes Lund eoutros versus Brasil (Guerrilha do Araguaia), a Corte Interamericana de Direitos Humanosdeterminou ao Brasil que conduza eficazmente a investigação penal para esclarecer fatos, definir

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responsabilidades penais e impor sanções penais cabíveis. 4. A Lei de Anistia não deve seraplicada a agentes de crimes praticados pelo aparelho repressivo do Estado durante o regimemilitar. Precedente desta 2ªCCR, PROCEDIMENTO MPF Nº 1.34.001.004799/2006-63, 539Sessão de 27/06/2011. 5. São imprescritíveis os crimes contra a humanidade, incluídas aqui asgraves violações de direitos humanos contra dissidentes políticos. 6. Os fatos narrados pelorepresentante, que foi mantido em cárcere privado por integrantes do Exército Brasileiro,submetido a condições péssimas de higiene e alimentação (resultando lesões pulmonares efísicas, decorrentes também das agressões sofridas) enquadram-se, smj, no tipo previsto no art.148, §2º do Código Penal. 7. Nesse passo, segundo o Decreto nº 4.388/2002, o qual incorporouno ordenamento jurídico brasileiro o Estatuto de Roma do Tribunal Penal Internacional, constituiCrime Contra Humanidade a Prisão ou outra forma de privação da liberdade física grave, emviolação das normas fundamentais de direito internacional. 8. Assim, considerando que a condutaostenta caráter de crime contra a humanidade, já que o sequestro e o cárcere privado eramcondutas tipificadas à época dos fatos na legislação pátria, além de terem sido praticados sob ocontexto de repressão militar durante a ditadura contra dissidente político, não há que falar emprescrição, devendo-se prosseguir as investigações com vistas a angariar elementos de prova,partindo das informações trazidas pelo representante. 9. Em caso análogo, julgado recentemente,o TRF 2ª Região seguiu o mesmo entendimento, consignando que 'como se infere de suaconceituação, 'crime contra humanidade' não descreve um fato típico, entendido como ação ouomissão previamente descrita em lei como crime. A categoria de 'crime contra humanidade' refere-se à uma qualificação atribuída, pelas normas de direito internacional, a crimes já conhecidos ecomumente previstos nas legislações internas e não um delito autônomo que carece detipificação. Os delitos imputados são estupro e sequestro, figuras típicas previstas em nossoCódigo Penal em 1971. ['] Assim, na medida em que o Estado brasileiro impede a persecuçãocriminal de um suposto autor de crime de lesa-humanidade, com base na Lei de Anistia, contrarianorma de observância imperativa no cenário internacional (com status de jus cogens): aobrigatoriedade de investigar e, se for o caso, punir civil e criminalmente a conduta. ['] É evidente,portanto, à luz das normas de direito internacional e da interpretação dada pela CorteInteramericana de Direitos Humanos, que a aplicação da Lei de Anistia para impedir oprosseguimento de processos penais ajuizados em desfavor de supostos autores de crimescontra humanidade viola os artigos 8.1 e 25.1 da Convenção Americana, além dos artigos 1.1 e 2.No ponto, é imperioso destacar um aspecto relevantíssimo das condenações prolatadas pelaCorte. Em ambos os casos, para além da inércia do Estado em adequar a sua legislação internaàs disposições da Convenção, a omissão do Estado brasileiro deu-se, principalmente, pelaomissão do Poder Judiciário em exercer o controle de convencionalidade de suas leis.' (Processon° 0500068-73.2018.4.02.5106, Desembargadora Federal Simone Schreiber, DJ 14/08/2019) 10.Não homologação do arquivamento e designação de outro membro do Ministério Público Federalpara dar prosseguimento à investigação criminal.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela não homologação dearquivamento, nos termos do voto do(a) relator(a).

PADRÃO

Pelo Provimento do recurso

239. Processo: DPF/AM-00411/2015-INQ Voto: 6471/2019 Origem: GABPR4-HSVL -HENRIQUE DE SA VALADAOLOPES

Relator(a): Dr(a) CLAUDIO DUTRA FONTELLA

Ementa: INQUÉRITO POLICIAL. POSSÍVEL CRIME DE DESCAMINHO (CP, ART. 334). TRANSPORTEDE MERCADORIAS ESTRANGEIRAS DESACOMPANHADAS DA REGULARDOCUMENTAÇÃO. RECURSO DO PROCURADOR DA REPÚBLICA OFICIANTE CONTRADECISÃO DESTA 2ª CCR QUE NÃO HOMOLOGOU O ARQUIVAMENTO. REVISÃO (LC N°75/93, ART. 62, IV). INEXISTÊNCIA DE LINHA DE INVESTIGAÇÃO POTENCIALMENTE IDÔNEAPARA O PROSSEGUIMENTO DO FEITO. HOMOLOGAÇÃO DO ARQUIVAMENTO. 1. InquéritoPolicial instaurado para apurar possível crime de descaminho (CP, art. 334), em razão dotransporte de mercadorias desacompanhadas da documentação de origem estrangeira, fato

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ocorrido em 29/04/2013. 2. O Procurador da República oficiante promoveu o arquivamento doinquérito com fundamento na ausência de dolo, uma vez que os envolvidos no transporte teriamrecebido as mercadorias lacradas e desacompanhadas de documento fiscal, não podendo suporque se tratavam de produtos de origem estrangeira. 3. Esta 2ª CCR, na 749ª Sessão Ordinária, de09/09/2019, deliberou pela não homologação do arquivamento, ressaltando a necessidade deaprofundamento das investigações, de modo a se apurar a frequência desse transporte pelosresponsáveis, bem como para identificar o remetente das mercadorias estrangeiras, tendo emvista a grande quantidade de itens eletrônicos apreendidos. 4. Cientificado da decisão, oProcurador da República interpôs embargos de declaração consignando que a diligência cabível àhipótese resta prejudicada, em razão da antiguidade dos fatos, razão pela qual requer que sejahomologada a promoção de arquivamento ou que sejam indicadas as diligências a seremempreendidas. Com isso, solicita nova apreciação do caso. 5. Com relação à diligência apontadareferente à frequência do transporte, verificou-se em consulta ao sistema COMPROT ainexistência de reiteração específica da conduta por parte do autuado I.O.G., responsável pelotransporte das mercadorias. 6. Além do mais, o autuado I.O.G. afirmou que não possuía adocumentação fiscal pois era apenas responsável pelo transporte da mercadoria (retirando datransportadora e colocando no depósito), não sabendo dizer sequer de quem eram asmercadorias e nem qual era o conteúdo das caixas. Assim, considerando que os fatos ocorreramem 29/04/2013, portanto há mais de 06 (seis) anos, eventuais diligências cabíveis à hipóteserestam prejudicadas, tendo em vista, inclusive, a possibilidade de que os documentos contábeisda época não estejam mais disponíveis, uma vez que a empresa tem o dever de guardá-los poraté 05 (cinco) anos, para eventual fiscalização contábil. 7. Homologação do arquivamento, semprejuízo do disposto no art. 18 do CPP.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pelo provimento dorecurso, nos termos do voto do(a) relator(a).

Homologação do Declínio de atribuição

240. Processo: DPF/MOC-00023/2016-INQ Voto: 6400/2019 Origem: GABPRM3-MMC -MARCELO MALHEIROSCERQUEIRA

Relator(a): Dr(a) CLAUDIO DUTRA FONTELLA

Ementa: Inquérito Policial. Suposto crime de estelionato (CP, art. 171). Informações de divergência naquantidade de stents efetivamente implantados em paciente, quando esta se submeteu a umprocedimento de angioplastia. Revisão de declínio (Enunciado n° 33 da 2a CCR). Caso em que asdespesas da internação e da colocação dos stents na paciente foram custeadas pela corretora doplano de saúde contratada, não havendo notícia de eventual atuação ilícita relacionada ao SUS.Inexistência de prejuízo a bens, serviços ou interesse direto e específico da União, suas entidadesautárquicas ou empresas públicas. Ausência de elementos de informação capazes de justificar aatribuição do MPF para a persecução penal. Homologação do declínio de atribuições ao MinistérioPúblico Estadual.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação dodeclínio de atribuição, nos termos do voto do(a) relator(a).

241. Processo: DPF/PS/BA-00109/2018-INQ Voto: 6588/2019 Origem: GABPRM001-FZ -FERNANDO ZELADA

Relator(a): Dr(a) CLAUDIO DUTRA FONTELLA

Ementa: Inquérito Policial. Possível crime de apropriação indébita (CP, art. 168, § 1º, III). Relato de quedeterminada advogada teria recebido o valor de R$ 7.586,02 da Vara do Trabalho e deixado derepassá-lo ao seu cliente. Revisão de declínio (Enunciado nº 32). Eventual prejuízo do particular.Inexistência de prejuízo a bens, serviços ou interesse direto e específico da União, suas entidadesautárquicas ou empresas públicas. Ausência de elementos de informação capazes de justificar aatribuição do Ministério Público Federal para a persecução penal. Precedente da 2ª CCR(Procedimento nº 1.34.018.000241/2018-63, 727ª Sessão, de 22/10/2018, unânime).

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Homologação do declínio de atribuições ao Ministério Público Estadual.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação dodeclínio de atribuição, nos termos do voto do(a) relator(a).

242. Processo: JFRJ/IPE-5002506-53.2018.4.02.5103-INQ - Eletrônico

Voto: 6446/2019 Origem: GABPRM1-CMCC -CLAUDIO MARCIO DE CARVALHOCHEQUER

Relator(a): Dr(a) CLAUDIO DUTRA FONTELLA

Ementa: Inquérito Policial instaurado para apurar diversas notícias apresentadas ao MPF em desfavor deF.A., proprietário de rede de lojas no município de Bom Jesus de Itabapoana/RJ, que estariamdesenvolvendo atividades de lavagem de dinheiro oriundo do tráfico de drogas e de sonegaçãofiscal. Possível prática dos crimes descritos nos arts. 33 da Lei nº 11.343/06, 1º da Lei nº 8.137/90e 1º da Lei nº 9.613/98. Revisão de declínio de atribuições (Enunciado nº 33). Segundo oProcurador oficiante, antes de instaurado o presente IPL, foram realizadas diligências no âmbitodo MPF, objetivando comprovar o conteúdo de algumas representações ofertadas, destacando-seque foram identificadas dez lojas JNF em Bom Jesus do Itabapoana/RJ e Bom Jesus do Norte/ES,servindo tais investigações preliminares como base à deflagração deste IPL e de requisição dainstauração de procedimento fiscal. No evento 15, consta relatório policial sobre o resultado dediligências iniciais realizadas no município de BJI, o que embasou relatório conclusivo peloarquivamento do feito, com o MPF determinando fosse oficiada a Receita Federal antes deeventual arquivamento. Por sua vez, o referido órgão fiscal apresentou relatório informando queforam utilizadas pelo grupo JNF sete empresas em nome de interpostas pessoas (laranjas),havendo, pois, fortes indícios de crime de lavagem de dinheiro. Ocorre que, no caso, o eventualcrime de sonegação fiscal não se mostra capaz de atrair, neste momento, a competência daJustiça Federal, visto não haver ainda evidência de constituição definitiva do crédito tributário. Noque se refere à suposta prática de lavagem de dinheiro, a teor do disposto no art. 2º, III, a e b, daLei nº 9.613/98, o processo e o julgamento será da competência da Justiça Federal somentequando praticado contra o sistema financeiro e a ordem econômico-financeira ou em detrimentode bens, serviços ou interesse da União ou de suas entidades ou, ainda, quando a infraçãoantecedente for de competência da Justiça Federal, o que ainda não se verificou na hipótese.Precedente do STJ (CC nº 113.359/RJ, Terceira Seção, DJe 05/06/2013). Possível cometimentode ilícitos antecedentes de competência da Justiça Estadual. Ausência de elementos de provacapazes de justificar a atribuição do MPF para a persecução penal. Homologação do declínio deatribuições ao Ministério Público Estadual.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação dodeclínio de atribuição, nos termos do voto do(a) relator(a).

243. Processo: 1.14.000.002194/2019-55 - Eletrônico Voto: 6078/2019 Origem: PROCURADORIA DAREPÚBLICA - BAHIA

Relator(a): Dr(a) CLAUDIO DUTRA FONTELLA

Ementa: NOTÍCIA DE FATO. SUPOSTO CRIME DE FALSIDADE IDEOLÓGICA (CP, ART. 299)PRATICADO POR MILITAR EM PROCEDIMENTO DE SINDICÂNCIA. DECLÍNIO DEATRIBUIÇÕES AO MINISTÉRIO PÚBLICO MILITAR. REVISÃO (ENUNCIADO Nº 32 2ªCÂMARA). FATO PRATICADO POR MILITAR, NO ÂMBITO DE PROCEDIMENTOADMINISTRATIVO MILITAR. HOMOLOGAÇÃO DO DECLÍNIO AO MPM. 1. Notícia de Fatoinstaurada para apurar a suposta prática do crime de falsidade ideológica (CP, art. 299).Manifestação realizada na Sala de Atendimento ao Cidadão, na qual o noticiante informa aexistência de falsidade no Termo de Inquirição de Sindicado, documento da Escola de FormaçãoComplementar do Exército e Colégio Militar de Salvador. 2. Segundo consta dos autos, há umasindicância em curso na Escola de Formação Complementar do Exército, na qual o noticiantefigura como sindicado. Entretanto, o noticiante alega que, em janeiro de 2019, o sindicante teriaapresentado um Termo de Inquirição de Sindicado falso, uma vez que já estaria respondido edatado de 04/06/2018. 3. O Procurador oficiante promoveu o declínio de atribuições ao MinistérioPúblico Militar, por entender que se trata de tentativa de fraude contra a administração militar,

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tipificado no Código Penal Militar, arts. 9 e 312. 4. Entendimento firmado nos autos do CC nº157.530/MG acerca da inconstitucionalidade da Lei nº 13.491/2017, que ampliou a competênciada Justiça Militar. Para se definir se um delito é militar em tempo de paz, antes mesmo da análisedo art. 9º do CPM, é necessária a verificação dos critérios que a Constituição Federal apresentapara o conceito. Nesse sentido, o art. 142 da CF traz dois princípios basilares das ForçasArmadas, que orientam a interpretação das normas relativas aos militares: a hierarquia e adisciplina. Em observância a esses valores, a CF previu um regime jurídico diferenciado aosmilitares, no qual há jurisdição específica a fim de que sejam tutelados bens jurídicos especiais: adefesa da pátria, a garantia dos poderes constitucionais e a garantia da lei e da ordem. Nessesentido: Corte Interamericana de Direitos Humanos CIDH, caso Favela Nova Brasília vs. Brasil,sentença de 16/02/2017; STF, RHC 157.308/MS, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, julgado em14/08/2018; STF, HC 117.254/PR, Segunda Turma, julgado em 30/09/2014; STF, HC 106.171/AM,Segunda Turma, julgado em 01/03/2011; STF, ADI 5032, protocolada em 20/08/2013 (ainda emtrâmite); STF, ADI 5901, protocolada em 26/02/2018 (ainda em trâmite); Parecer MPF no Conflitode Competência nº 157.530/MG, em 25/04/2018; Nota Técnica n° 08, de 18/08/2017, PFDC e 2ª e7ª CCR/MPF. 5. No presente caso, as condutas narradas constituem, em tese, os crimes militaresprevistos no CPM, art. 9º c/c art. 312. Ressalte-se que o art. 312 está inserido no capítulo DAFALSIDADE, do Código Penal Militar, e tipifica a conduta do militar que Omitir, em documentopúblico ou particular, declaração que dele devia constar, ou nele inserir ou fazer inserir declaraçãofalsa ou diversa da que devia ser escrita, com o fim de prejudicar direito, criar obrigação ou alterara verdade sobre fato juridicamente relevante, desde que o fato atente contra a administração ou oserviço militar. Nesse sentido é o precedente da 2ª CCR: Procedimento nº 1.34.014.000212/2019-12, 748ª Sessão Ordinária, em 26/08/2019, unânime. 6. Homologação do declínio de atribuiçõesao Ministério Público Militar.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação dodeclínio de atribuição, nos termos do voto do(a) relator(a).

244. Processo: 1.34.043.000630/2019-62 - Eletrônico Voto: 6435/2019 Origem: PROCURADORIA DAREPÚBLICA NO MUNICÍPIO DEOSASCO-SP

Relator(a): Dr(a) CLAUDIO DUTRA FONTELLA

Ementa: Notícia de Fato. Manifestação particular encaminhada à Sala de Atendimento ao Cidadãocomunicando que uma produtora de programa televisivo teria se referido a uma determinadaparticipante da seguinte forma: Senta logo ai macaca. Revisão de declínio (Enunciado n° 32 da 2aCCR). Conduta narrada que não apresenta indícios da prática de racismo, já que não dirigida auma coletividade indeterminada, mas sim a uma pessoa específica. Possível prática do crime deinjúria racial (CP, art. 140, § 3º). Inexistência de prejuízo a bem, serviços ou interesse direto eespecífico da União, suas entidades autárquicas ou empresas públicas. Ausência de elementosde informação capazes de justificar a atribuição do Ministério Público Federal para a persecuçãopenal. Homologação do declínio de atribuições ao Ministério Público Estadual.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação dodeclínio de atribuição, nos termos do voto do(a) relator(a).

Homologação de Arquivamento

245. Processo: DPF/AM-00075/2016-INQ Voto: 6481/2019 Origem: GABPR3-RSR - RAFAELDA SILVA ROCHA

Relator(a): Dr(a) CLAUDIO DUTRA FONTELLA

Ementa: Inquérito Policial. Possível prática dos crimes previstos nos arts. 19 e 20, ambos da Lei n°7.492/86. Suposta fraude na obtenção de financiamento rural com recursos do FundoConstitucional de Financiamento do Norte FNO, bem como aplicação dos recursos em finalidadediversa da prevista em contrato, fatos praticados pela investigada A.K.A.S.. Revisão dearquivamento (LC nº 75/93, art. 62, IV). Fatos ocorridos em 10/2012. Pena máxima cominada de08 (oito) anos de reclusão, o que faz incidir o prazo prescricional de 12 (doze) anos (CP, art. 109,

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III). Investigada A.K.A.S. que possuía 19 (dezenove) anos de idade na época dos fatos, o quereduz o prazo prescricional pela metade (CP, art. 115). Extinção da punibilidade (CP, art. 107, IV).Com relação ao investigado D.J.S.O., não há justa causa para o prosseguimento da persecuçãopenal, uma vez que, apesar das diligências empreendidas pela Polícia Federal, não foi possívelcomprovar que usou dinheiro emprestado por A.K.A.S. em finalidade diversa da prevista noscontratos (plantio de abacaxi). Homologação do arquivamento, sem prejuízo do disposto no art. 18do CPP.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação doarquivamento, nos termos do voto do(a) relator(a).

246. Processo: DPF/CACE-00014/2019-INQ Voto: 6397/2019 Origem: GABPRM3-ARGB -ANDRE RIOS GOMES BICA

Relator(a): Dr(a) CLAUDIO DUTRA FONTELLA

Ementa: Inquérito Policial. Possível prática do crime de estelionato majorado (CP, art. 171, § 3º). Supostadeclaração falsa sobre o estado civil e a renda familiar da investigada, no momento do cadastro eda celebração do contrato vinculado ao programa Minha Casa Minha Vida MCMV. Revisão dearquivamento (LC nº 75/93, art. 62, IV). Realização de diligências, com expedição de ofícios àPrefeitura de Cáceres e à Caixa Econômica Federal CEF, bem como a oitiva da beneficiária.Verificação de que a investigada de fato não era casada à época dos fatos (apenas namoravacom seu atual companheiro), bem como não foram identificados elementos sobre a eventualincompatibilidade da renda familiar. Além do mais, embora a beneficiária não tenha se fixado noimóvel, prestou informações a servidores da CEF no sentido de que precisaria ausentar-se edeixá-lo sob os cuidados de sua prima enquanto cuidaria de sua sogra com problemas de saúdeem outra cidade, sendo que nesta oportunidade foi orientada a firmar declarações e apresentardocumentos que comprovassem a situação que a impedia de permanecer no município. Ausênciade indícios da prática do crime de estelionato majorado. Homologação do arquivamento, semprejuízo do disposto no art. 18 do CPP.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação doarquivamento, nos termos do voto do(a) relator(a).

247. Processo: DPF/CXA/MA-0006/2015-IPL Voto: 6530/2019 Origem: GABPRM1-ACAAN - ANNECAROLINE AGUIAR ANDRADENEITZKE

Relator(a): Dr(a) CLAUDIO DUTRA FONTELLA

Ementa: Inquérito Policial. Possível prática do crime de estelionato majorado (CP, art. 171, § 3º).Constatação de suposta acumulação indevida de benefícios previdenciários (duas aposentadoriaspor idade), instituídas em favor de A.I.O.. Revisão de arquivamento (LC nº 75/93, art. 62, IV).Diligências. Verificação de que os referidos benefícios foram concedidos judicialmente, durantemutirão ocorrido em 03/2006. O procedimento interno do INSS destacou que a concessãoindevida de um dos benefícios deu-se por erro administrativo, uma vez que a sentença judicialhomologatória de acordo proferida em um dos processos judiciais contemplou J.S.S. e não apessoa de A.I.O.. Informações de que já houve a regularização da falha administrativa e adeterminação de reativação e manutenção do benefício regularmente concedido a A.I.O.. Objetoda presente investigação que se restringe a identificar, portanto, o responsável pelo recebimentoindevido do benefício duplicado no período de 11/2006 a 03/2012. Apesar das diligências járealizadas, não foram identificados indícios de autoria delitiva, uma vez que houve recebimentoem várias agências bancárias espalhadas pelo estado do Maranhão. Fatos ocorridos há mais de07 (sete) anos. Esgotamento das diligências investigatórias razoavelmente exigíveis e inexistênciade linha investigatória potencialmente idônea. Homologação do arquivamento, sem prejuízo dodisposto no art. 18 do CPP.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação doarquivamento, nos termos do voto do(a) relator(a).

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ATA DA 755ª SESSÃO DE REVISÃO PGR-00561788/2019

248. Processo: DPF-OPE-00042/2017-INQ Voto: 6392/2019 Origem: GABPR6-LCT - LIGIACIRENO TEOBALDO

Relator(a): Dr(a) CLAUDIO DUTRA FONTELLA

Ementa: Inquérito Policial instaurado para apurar a possível prática do crime previsto no art. 2° da Lei n°8.176/91, tendo em vista notícia de comercialização ilegal de ouro na fronteira do Oiapoque/AP. AAutoridade Policial relatou o IPL concluindo pelo indiciamento do investigado como incurso naprática dos crimes previstos nos arts. 334 c/c art. 29 e art. 261, todos do CP, em razão dotransporte de pessoas de maneira irregular e clandestina, bem como do contrabando de ouro doexterior de modo ilegal. Revisão de arquivamento (LC nº 75/93, art. 62, IV). Informações de quesobreveio aos autos notícia do óbito do investigado. Realização de pesquisa no banco de dadosda PR/AP que atestou a veracidade da informação, instruída com informações do SISOB.Extinção da punibilidade (CP, art. 107, I). Homologação do arquivamento.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação doarquivamento, nos termos do voto do(a) relator(a).

249. Processo: DPF/RO-0280/2019-INQ Voto: 6458/2019 Origem: GABPR4-RPT -REGINALDO PEREIRA DATRINDADE

Relator(a): Dr(a) CLAUDIO DUTRA FONTELLA

Ementa: Inquérito Policial instaurado para apurar suposta prática do crime de moeda falsa, previsto no art.289, § 1º, do CP. Notícia de que, no dia 23/06/2019, duas pessoas não identificadas, utilizandonota falsa de R$ 100,00 (cem reais), efetuaram uma compra em estabelecimento comercialsituado no Bairro Bom Futuro, em Machadinho D'Oeste/RO. Revisão de arquivamento (LC nº75/93, art. 62, inc. IV). Malgrado os esforços envidados pela autoridade policial, não foi possívellevantar indícios de autoria do delito, inexistindo, no caso, outras linhas investigatóriaspotencialmente idôneas. Esgotamento das diligências razoavelmente exigíveis. Orientação nº26/2016 da 2ª CCR. Homologação do arquivamento.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação doarquivamento, nos termos do voto do(a) relator(a).

250. Processo: JF/CE-0812163-83.2019.4.05.8100-PIC-MP - Eletrônico

Voto: 5324/2019 Origem: GABPR15-ELT - EDMACLIMA TRIGUEIRO

Relator(a): Dr(a) CLAUDIO DUTRA FONTELLA

Ementa: AUTOS FORMADOS A PARTIR DO DESMEMBRAMENTO DE INQUÉRITO INSTAURADO DEOFÍCIO NO ÂMBITO DO STF. APURAÇÃO DA SUPOSTA PRÁTICA DOS CRIMES DEDIFAMAÇÃO E CONTRA A SEGURANÇA NACIONAL. REVISÃO DE ARQUIVAMENTO (LC Nº75/93, ART. 62, IV). NULIDADE DO PRESENTE APURATÓRIO, POR SER DERIVADO DEPROCEDIMENTO INQUISITORIAL EM QUE CONSTATADOS VÍCIOS INSANÁVEIS DEORIGEM, FORMA E COMPETÊNCIA. NÃO VERIFICAÇÃO DA PRÁTICA DE CRIMES CONTRA AHONRA OU CONTRA A SEGURANÇA NACIONAL NO CASO CONCRETO. MANUTENÇÃO DOARQUIVAMENTO. 1. Autos formados a partir do desmembramento de Inquérito instaurado deofício no âmbito do Supremo Tribunal Federal STF, tendo por objeto a apuração da supostaprática dos crimes de difamação (CP, arts. 139 c/c 141, incisos II e III) e contra a segurançanacional (Lei nº 7.170/1983, arts. 22, inciso I, 23, inciso I, e 26), atribuídos a cidadão. 2. OProcurador da República oficiante promoveu o arquivamento dos autos por entender que asdiversas manifestações supostamente criminosas praticadas pelo investigado contra o STF e seusmembros constituem objeto do Inquérito de n° 4.781, já arquivado pela então Procuradora-Geralda República. 3. Sob a ótica constitucional de garantia do regime democrático, do devidoprocesso legal e do sistema penal acusatório, a decisão judicial que determinou de ofício ainstauração do referido inquérito, designou seu relator sem observar o princípio da livredistribuição e conferiu-lhe poderes instrutórios para apurar fatos indeterminados, quebrou agarantia da isenção e da imparcialidade judicial no exercício da jurisdição criminal, além de obstaro acesso do titular da ação penal à investigação. 4. Além do mais, o cidadão investigado nos

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presentes autos é um civil (empresário), o que reforça que não só existiu o mencionado vício deorigem e de forma (investigação iniciada e presidida por membro do Poder Judiciário) como,também, a mácula da incompetência absoluta do Juízo, uma vez que o referido investigado não édetentor de foro no STF, como determina a CF/88. 5. Verifica-se, assim, a nulidade do presenteapuratório, por ser derivado de procedimento inquisitorial em que constatados vícios insanáveisde origem, forma e competência, bem como a nulidade das provas acostadas aos autos, já queproduzidas em afronta ao disposto nos arts. 5º, incisos XXXVII, LIII e LIV, e no 129, incisos I, II,VII, VIII e §2º, ambos da CF. 6. Com relação às expressões utilizadas pelo investigado naspublicações realizadas na rede social, embora possam ser consideradas depreciativas e atémesmo grosseiras, não refletem um contexto de ataque deliberado à honra das supostas vítimas,mas sim o ânimo de criticar a conduta funcional dos agentes públicos mencionados, o que exclui atipicidade do crime contra a honra, bem como do tipo do art. 26 da Lei n° 7.170/83. Nesse sentido,vale ressaltar que a liberdade de expressão garantida pela Constituição Federal abrange o direitode crítica, permitindo que mesmo autoridades públicas possam sofrer críticas dos cidadãos pelosseus atos, ainda que sejam injustas e veementes. E, justamente por serem autoridades públicas,elas estão sob permanente escrutínio popular no ambiente republicano. 7. Registre-se que outrosautos formados a partir do desmembramento do Inquérito original já foram arquivadosjudicialmente (Autos n° 18225-85.2019.4.01.3800, arquivados perante a 2ª VF de PousoAlegre/MG e Autos n° 5000217-53.2019.403.6181, arquivados perante a 8ª VF/SP). 8. Precedenteda 2ª CCR: Processo n° 5000526-74.2019.4.03.6181, julgado na Sessão de Revisão n° 753, de21/10/2019, unânime. 9. Manutenção do arquivamento.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação doarquivamento, nos termos do voto do(a) relator(a).

251. Processo: PR/SP-3000.2019.000396-5-INQ Voto: 6523/2019 Origem: GABPR20-TLA - THIAGOLEMOS DE ANDRADE

Relator(a): Dr(a) CLAUDIO DUTRA FONTELLA

Ementa: Inquérito Policial. Suposta prática do crime previsto no art. 273, §1°-B, inciso I, do Código Penal.Recebimento, via postal, de encomenda contendo sete ampolas com substância desconhecida.Revisão de arquivamento (LC nº 75/93, art. 62, IV). Diligências. Ouvida, a destinatária informou setratar de substância utilizada para bronzeamento artificial (Melatan) e que era para uso pessoal.Submetido a análise pelo Instituto Nacional de Criminalística da Polícia Federal, a perícia concluiuque Os exames laboratoriais realizados nos frascos não foram conclusivos quanto a suacomposição. No entanto, foi possível descartar a presença de substância proscrita e/ou controladarotineiramente analisadas, constante do Anexo I (listas de Substâncias Entorpecentes,Psicotrópicas, Precursoras e Outras sob Controle Especial) da Portaria 332/9 SVS/MS n.º 344, de12/05/1998. Ausência de materialidade delitiva. Homologação do arquivamento, sem prejuízo dodisposto no art. 18 do CPP.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação doarquivamento, nos termos do voto do(a) relator(a).

252. Processo: SPF/BA-00286/2019-INQ Voto: 6593/2019 Origem: GABPR004-ALBN -ANDRE LUIZ BATISTA NEVES

Relator(a): Dr(a) CLAUDIO DUTRA FONTELLA

Ementa: Inquérito Policial instaurado para apurar possível prática dos crimes descritos nos arts. 168-A e337-A do CP por parte de representantes legais de empresa do ramo de construções,terraplanagem e pavimentação, sediada na cidade de Salvador. Revisão de arquivamento (LC nº75/93, art. 62, inc. IV). Relativamente ao crime de apropriação indébita previdenciária, aProcuradoria da Fazenda Nacional informou que o DEBCAD nº 37058.273-0 foi liquidado.Comprovação do pagamento integral do débito previdenciário. Enunciado nº 52 desta 2ª CCR.Extinção da punibilidade do delito. Quanto aos demais DEBCADs, alusivos à sonegaçãoprevidenciária, verificou-se o parcelamento dos débitos. Hipótese de aplicação do Enunciado nº19 da 2ª CCR: Suspensa a pretensão punitiva dos crimes tributários, por força do parcelamentodo débito, os autos de investigação correspondentes poderão ser arquivados na origem, sendo

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desarquivados na hipótese do § 1º do art. 83 da Lei nº 9.430/1996, acrescentado pela Lei nº12.382/11 (nova redação aprovada na 89ª Sessão de Coordenação, de 10/11/2014). Falta de justacausa para prosseguir na persecução penal. Homologação do arquivamento.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação doarquivamento, nos termos do voto do(a) relator(a).

253. Processo: TRE-SP-AP-0000343-11.2013.6.26.0130

Voto: 6438/2019 Origem: GABPRR38-PBPN -PEDRO BARBOSA PEREIRANETO

Relator(a): Dr(a) CLAUDIO DUTRA FONTELLA

Ementa: Inquérito Policial. Suposta ocorrência do crime de induzimento a inscrição fraudulenta de eleitores(Código Eleitoral, art. 290). Consta dos autos que a investigada T.S.L. teria induzido seis pessoaspara que transferissem seus títulos de eleitor para o município de São Pedro/SP e votassem emdeterminado candidato. A Promotora Eleitoral oficiante promoveu o arquivamento com base naprescrição da pretensão punitiva, tendo em vista que o crime do art. 290 do Código Eleitoral prevêpena máxima de 02 anos, cuja prescrição ocorre no prazo de 04 anos, sendo que os fatossupostamente ocorreram em março de 2012. Discordância do Magistrado, por entender que aconduta da investigada amolda-se aos crimes previstos nos arts. 299 e 301 do Código Eleitoral,tendo em vista que a investigada teria coagido alguns subordinados a transferirem os títulos eoferecido vantagem em dinheiro em troca de voto, sendo que referidos crimes prescrevem em 08anos. Aplicação do art. 28 do CPP c/c art. 62, inc. IV, da LC nº 75/93. Compulsando os autos,observa-se que não foram apresentados elementos de convicção suficientes a apontar que ainvestigada teria praticado os delitos previstos nos arts. 299 e 301, ambos do Código Eleitoral. Astestemunhas A. B. S., D. D. F. e S. C. T. afirmaram que a investigada teria pedido quetransferissem seus títulos para o citado município e que, por ela ser gerente da empresa, asmesmas atenderam ao pedido por receio de perderem seus empregos. Acontece que em nenhummomento dos depoimentos as testemunhas indicaram que a investigada as teria ameaçado oucoagido, caso seu pedido não fosse atendido. As testemunhas M. do C. M. P. e A. dos S. P., porsua vez, alegaram que a investigada pagou as custas do deslocamento, mas sequer souberaminformar quanto receberam e nem em que candidato votaram. Assim, como bem afirma aPromotora oficiante, o conjunto probatório aponta no sentido de que a investigada teria induzidotais pessoas a se inscreverem como eleitores, conduta que se amolda ao crime previsto no art.290 do Código Eleitoral. Pena máxima cominada de 02 anos de reclusão. Prescrição da pretensãopunitiva estatal em 04 anos. Passados mais de 06 anos da data do fato, verifica-se a extinção dapunibilidade (CP, art. 107, IV) pela prescrição da pretensão punitiva estatal (CP, art. 109, V).Insistência no arquivamento.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação doarquivamento, nos termos do voto do(a) relator(a).

254. Processo: 1.14.000.002220/2019-45 - Eletrônico Voto: 6587/2019 Origem: PROCURADORIA DAREPÚBLICA - BAHIA

Relator(a): Dr(a) CLAUDIO DUTRA FONTELLA

Ementa: Procedimento Investigatório Criminal instaurado a partir de Representação Fiscal para FinsPenais dando conta da existência de valores indicados em Declarações de Imposto de RendaRetido na Fonte (DIRF) que não foram espontaneamente recolhidos. Possível prática do crimedescrito no art. 2º, II, da Lei nº 8.137/90. Revisão de arquivamento (LC nº 75/93, art. 62, IV). Delitoque se consuma com a conduta e não com a descoberta da fraude. Notícia de que a últimadeclaração foi transmitida em março/2008. Lapso prescricional consumado, mesmo tendo emvista o período em que esteve suspenso em razão do parcelamento dos créditos tributários.Extinção da punibilidade. CP, art. 109, inc. V. Falta de justa causa para prosseguir na persecuçãopenal. Homologação do arquivamento.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação doarquivamento, nos termos do voto do(a) relator(a).

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255. Processo: 1.14.000.002605/2019-11 - Eletrônico Voto: 6488/2019 Origem: PROCURADORIA DAREPÚBLICA - BAHIA

Relator(a): Dr(a) CLAUDIO DUTRA FONTELLA

Ementa: Procedimento Investigatório Criminal. Possível prática do crime previsto no art. 337-A do CP, emrazão do não pagamento de contribuições previdenciárias. Revisão de arquivamento (LC nº 75/93,art. 62, IV). Informações da Receita Federal de que o procedimento administrativo fiscal originalencontra-se no Conselho Administrativo de Recursos Fiscais CARF, aguardando julgamento dosrecursos voluntários interpostos pelos devedores solidários, quanto ao vínculo de solidariedade.Crime de natureza material, cuja tipificação depende da constituição definitiva do crédito tributário.Na pendência de decisão definitiva sobre o recurso interposto pela(s) parte(s), não ocorre aconstituição do crédito. Súmula Vinculante nº 24 do STF. Falta de justa causa, no momento, parajustificar o prosseguimento da persecução penal. Precedente da 2ª CCR: Procedimento n°1.22.024.000110/2017-37, julgado na Sessão de Revisão n° 742, de 27/05/2019. Homologação doarquivamento, sem prejuízo do disposto no art. 18 do CPP.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação doarquivamento, nos termos do voto do(a) relator(a).

256. Processo: 1.15.000.002636/2019-26 - Eletrônico Voto: 6505/2019 Origem: PROCURADORIA DAREPÚBLICA -CEARÁ/MARACANAÚ

Relator(a): Dr(a) CLAUDIO DUTRA FONTELLA

Ementa: Notícia de Fato instaurada a partir de expediente encaminhado pelo Núcleo de Tutela Coletiva daPR/CE para apurar possível prática do crime de falsidade ideológica por parte de aluna do 6ºsemestre do curso de Medicina da Universidade Federal do Ceará, que teria concorrido aoprocesso seletivo daquela instituição na condição de cotista, autodeclarando-se parda para opreenchimento das vagas no processo ENEM/SISU de 2016. CP, art. 299. Revisão dearquivamento (LC n° 75/93, art. 62, IV). Conforme se infere pelo disposto no art. 3º da Lei nº12.711/12, utilizado pela norma editalícia, o critério para que se possa usufruir do sistema de cotaracial no processo seletivo é puramente a autoidentificação por meio da autodeclaração docandidato. Segundo o Procurador oficiante, não se previu, seja na lei ou na norma editalícia,quaisquer critérios (fenotípicos, genotípicos ou de qualquer outra natureza) para a identificação depardos, negros ou índios. Há previsão apenas de análise do pleito por meio de uma comissãoprevista no edital, mas, no momento da autodeterminação, ainda resta a falta de parâmetrosobjetivos que amparem a escolha do candidato. Ausência de critérios objetivos no momento daescolha para determinação da identidade racial da investigada. Subjetividade do conceito raça.Declaração baseada na íntima convicção do indivíduo. Dolo na conduta não evidenciado.Atipicidade da conduta. Precedentes da 2ª CCR: Procedimento nº 1.24.000.000443/2017-60, 696ªSessão Ordinária, de 13/11/2017. Procedimento nº 1.30.001.002362/2013-63, 603ª SessãoOrdinária, de 18/08/2014. Carência de justa causa para prosseguir na persecução penal.Homologação do arquivamento.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação doarquivamento, nos termos do voto do(a) relator(a).

257. Processo: 1.15.002.000497/2019-86 - Eletrônico Voto: 6514/2019 Origem: PROCURADORIA DAREPÚBLICA NO MUNICÍPIO DE J.NORTE/IGUATU-CE

Relator(a): Dr(a) CLAUDIO DUTRA FONTELLA

Ementa: Notícia de Fato instaurada a partir de expediente da Procuradoria Federal Especializada junto aoINSS, comunicando suposta prática do crime de estelionato previdenciário. Relato de que osegurado J.X.de S. forneceu informações falsas para forjar uma situação de hipossuficiênciaeconômica que na realidade não possuía, assim como idade mínima e, dessa forma, obterindevidamente o benefício de prestação continuada. Recebimento indevido no período de 07/1999a 05/2015. CP, art. 171, § 3º. Revisão de arquivamento (LC nº 75/93, art. 62, inc. IV). Segundo o

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Procurador oficiante, embora existam indícios de autoria e materialidade, não se verifica autilidade de um provimento jurisdicional eficaz, tendo em vista que o investigado conta atualmentecom 85 anos de idade e incluí-lo no polo passivo de eventual ação penal, com a consequenterealização de todos os seus demorados e custosos trâmites legais, não se justifica no presentecaso. Ausência de interesse de agir por falta de utilidade de aplicação da sanção penal. Aplicaçãoda Orientação nº 30 da 2ª CCR. Precedentes da 2ª CCR: Procedimento nº 1.15.002.000373/2019-09, 751ª Sessão Ordinária, de 07/10/2019; Procedimento nº 1.15.002.000355/2019-19, 749ªSessão Ordinária, de 09/09/2019. Homologação do arquivamento.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação doarquivamento, nos termos do voto do(a) relator(a).

258. Processo: 1.18.005.000172/2019-61 - Eletrônico Voto: 6408/2019 Origem: PROCURADORIA DAREPÚBLICA NO MUNICÍPIO DEITUMBIARA-GO

Relator(a): Dr(a) CLAUDIO DUTRA FONTELLA

Ementa: Notícia de Fato. Suposto crime de falso testemunho em ação trabalhista (CP, art. 342).Constatação de divergência entre o depoimento da testemunha e as demais provas dos autos.Revisão de arquivamento (LC nº 75/93, art. 62, IV). Para a configuração do crime em questão, énecessário que haja divergência entre a declaração da testemunha e o que ela efetivamente sabesobre os fatos, o que não restou demonstrado nos autos. Ademais, o depoimento em nadainfluenciou na decisão da causa, uma vez que foi desconsiderado pelo Juízo. Inexistência depotencialidade lesiva. Falta de justa causa para prosseguir na persecução penal. Precedente 2ªCCR: 0005687-77.2016.4.03.6110, 659ª Sessão de Revisão, de 19/09/2016, unânime.Homologação do arquivamento.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação doarquivamento, nos termos do voto do(a) relator(a).

259. Processo: 1.20.002.000165/2019-31 - Eletrônico Voto: 6491/2019 Origem: PROCURADORIA DAREPÚBLICA NO MUNICÍPIO DESINOP-MT

Relator(a): Dr(a) CLAUDIO DUTRA FONTELLA

Ementa: Notícia de Fato. Suposto crime de tráfico de pessoas (CP, art. 149-A). Manifestação apresentadana Sala de Atendimento ao Cidadão comunicando o desaparecimento de uma criança, em15/01/2015, em um sítio localizado no Estado do Mato Grosso. Revisão de arquivamento (LC nº75/93, art. 62, IV). Informações de que os fatos em questão já estão sendo apurados perante oMinistério Público Estadual de Mato Grosso. Solicitação do representante para que os fatosfossem investigados sob o prisma do crime de tráfico de crianças (para adoção ilegal, tráfico deórgãos ou outras finalidades) ou até mesmo eventual vingança contra a família do meninodesaparecido. Contudo, os elementos de informação trazidos aos autos não possuem quaisquerindícios de transnacionalidade da conduta (como um eventual tráfico internacional de pessoas) ajustificar a atribuição do Ministério Público Federal para as investigações. Precedente da 2ª CCR:Processo n° 1.30.005.000289/2019-41, julgado na Sessão de Revisão n° 747, de 12/08/2019.Homologação do arquivamento, sem prejuízo do disposto no art. 18 do CPP.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação doarquivamento, nos termos do voto do(a) relator(a).

260. Processo: 1.21.000.001162/2019-06 - Eletrônico Voto: 6407/2019 Origem: PROCURADORIA DAREPÚBLICA - MATO GROSSO DOSUL

Relator(a): Dr(a) CLAUDIO DUTRA FONTELLA

Ementa: Notícia de Fato. Manifestação anônima apresentada na Sala de Atendimento ao Cidadãocomunicando suposta prática do crime de injúria (CP, art. 140), em razão de declaração

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ATA DA 755ª SESSÃO DE REVISÃO PGR-00561788/2019

homofóbica realizada na internet. O Procurador da República ressaltou que a fala do investigadonão constitui prática, induzimento ou incitação da discriminação contra homossexuais, a atrair aincidência do tipo penal do art. 20 da Lei n° 7.716/89, mas sim de uma resposta, em tompejorativo, a uma provocação de um outro usuário. Dessa forma, o destinatário da fala doinvestigado é um sujeito específico que fez insinuações sobre sua orientação sexual. Com isso, foipromovido o arquivamento considerando que a resposta do investigado foi realizada apósreprovável provocação da vítima (CP, art. 140, I), além do que a lei penal estabelece a via da açãopenal privada para o caso (CP, art. 145). Revisão de arquivamento (LC nº 75/93, art. 62, IV).Crime cuja ação penal somente se procede mediante queixa (CP, art. 145), que não foiapresentada pelo ofendido. Ausência de atribuição do Ministério Público para promover a açãopenal e, consequentemente, de justa causa para o prosseguimento do feito. Homologação doarquivamento.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação doarquivamento, nos termos do voto do(a) relator(a).

261. Processo: 1.26.000.001084/2019-55 - Eletrônico Voto: 6544/2019 Origem: PROCURADORIA DAREPÚBLICA - PERNAMBUCO

Relator(a): Dr(a) CLAUDIO DUTRA FONTELLA

Ementa: Procedimento Investigatório Criminal. Possível prática do crime de apropriação indébitaprevidenciária (CP, art. 168-A), por parte de representantes de Prefeitura Municipal. Revisão dearquivamento (LC nº 75/93, art. 62, inc. IV). O Conselho Institucional do MPF, por ocasião da 5ªSessão Ordinária, realizada aos 14/6/2017, reconheceu a natureza material do crime deapropriação indébita previdenciária, enfatizando, nos autos do PIC nº 1.28.400.000049/2015-16,que o Procurador oficiante bem aplicou a jurisprudência pacificada dos tribunais superiores, vezque, na espécie, não se apresenta a justa causa para a persecução penal ante a não constituiçãodo crédito previdenciário. Entendimento no sentido que a constituição do crédito tributário para ocrime do art. 168-A do CP é condição de procedibilidade. Precedentes do STF (RHC 132706 AgR,DJe 01/08/2016; HC 92002, DJe 19/09/2013), do STJ (RHC 36.704/SC, DJe 26/02/2016; RHC40.411/RJ, DJe 30/09/2014; RHC 44.669/RS, DJe 18/04/2016; Rcl 5.064/BA, DJe 01/06/2012) eda 2ª CCR (NF 1.24.000.001016/2019-61, 747ª Sessão Ordinária, de 12/08/2019). Informação daReceita Federal do Brasil de que, no presente caso, não existem procedimentos fiscais emandamento contra o contribuinte nem qualquer programação ou previsão de procedimento fiscalprevidenciário direcionado ao Município, uma vez que não foram encontrados elementossuficientes, no momento, para caracterizar a relevância e o interesse fiscal. Constituição definitivado crédito tributário não evidenciada. Falta de justa causa para prosseguir na persecução penal.Homologação do arquivamento, sem prejuízo do disposto no art. 18 do CPP.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação doarquivamento, nos termos do voto do(a) relator(a).

262. Processo: 1.26.002.000215/2018-86 - Eletrônico Voto: 6405/2019 Origem: PROCURADORIA DAREPÚBLICA NO MUNICÍPIO DECARUARU-PE

Relator(a): Dr(a) CLAUDIO DUTRA FONTELLA

Ementa: Notícia de Fato. Suposto crime de falso testemunho (CP, art. 342). Comunicação de que C.M.S.teria prestado falso testemunho em processo administrativo de concessão de aposentadoria rural,utilizado posteriormente em processo judicial que tramitou perante a Justiça Federal. Revisão dearquivamento (LC nº 75/93, art. 62, IV). Para a configuração do crime em questão, é necessárioque haja divergência entre a declaração da testemunha e o que ela efetivamente sabe sobre osfatos, o que não restou demonstrado nos autos. As decisões tomadas, administrativa ejudicialmente, de não concessão do benefício de aposentadoria rural especial, levaram emconsideração a não comprovação do efetivo exercício de atividade rural. Em nenhum momento,tanto no processo administrativo quanto no judicial, a autora alegou que a testemunha por elaapresentada falseou a verdade dos fatos, tampouco as autoridades administrativa e judiciaisvislumbraram indícios do crime de falso testemunho. Ademais, a sentença teve como

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fundamentos outros elementos de prova existentes nos autos, não apenas o depoimento datestemunha. Inexistência de potencialidade lesiva. Falta de justa causa para prosseguir napersecução penal. Precedente 2ª CCR: 0005687-77.2016.4.03.6110, 659ª Sessão de Revisão, de19/09/2016, unânime. Homologação do arquivamento.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação doarquivamento, nos termos do voto do(a) relator(a).

263. Processo: 1.29.000.003267/2019-01 - Eletrônico Voto: 6521/2019 Origem: PROCURADORIA DAREPÚBLICA - RIO GRANDE DOSUL

Relator(a): Dr(a) CLAUDIO DUTRA FONTELLA

Ementa: Notícia de Fato instaurada a partir de manifestação sigilosa ofertada perante a Sala deAtendimento ao Cidadão para apurar suposta prática do crime descrito no art. 1º, I, e art. 2º, I, daLei nº 8.137/90 por parte do advogado T.M.P., que estaria ocultando bens da Receita Federal doBrasil. O noticiante apresentou consulta ao CRVA do Detran/RS no qual consta seis automóveisregistrados em nome do referido contribuinte, alguns com valores próximos de R$ 200.000,00(duzentos mil reais), bem como consulta ao registro de imóveis (CRI/RS), anexando pesquisareferente a sete matrículas de imóveis. Apontou, ainda, a ocultação de honorários recebidos nobojo de dois processos judiciais, além de RPVs utilizados no pagamento das multas de seusautomóveis. Revisão de arquivamento (LC nº 75/93, art. 62, inc. IV). Segundo o Procuradoroficiante, tais informações, por si só, não configuram indícios suficientes de materialidade delitiva,tendo em vista a não apreciação dos fatos na esfera administrativa e, consequentemente, ainexistência de constituição definitiva de crédito tributário. Natureza material do delito. SúmulaVinculante nº 24/STF. Materialidade delitiva, de plano, não evidenciada. Falta de justa causa paraprosseguir na persecução penal. Homologação do arquivamento.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação doarquivamento, nos termos do voto do(a) relator(a).

264. Processo: 1.30.001.004380/2019-75 - Eletrônico Voto: 6409/2019 Origem: PROCURADORIA DAREPÚBLICA NO MUNICÍPIO DENITEROI-RJ

Relator(a): Dr(a) CLAUDIO DUTRA FONTELLA

Ementa: Notícia de Fato. Manifestação anônima realizada na Sala de Atendimento ao Cidadão.Comunicação de suposta prática de crimes contra a honra do Presidente da República e de doisDeputados Federais, em trocas de mensagens em grupo do whatsapp. Revisão de arquivamento(LC 75/93, art. 62, IV). Os supostos crimes narrados procedem-se, no caso do Presidente daRepública, mediante requisição do Ministro da Justiça e, dos Deputados Federais, medianterepresentação dos ofendidos (CP, art. 141, I e II, c/c art. 145, parágrafo único). Ausência derequisito necessário para prosseguimento da persecução penal. Homologação do arquivamento.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação doarquivamento, nos termos do voto do(a) relator(a).

265. Processo: 1.32.000.000799/2019-93 - Eletrônico Voto: 6490/2019 Origem: PROCURADORIA DAREPÚBLICA - RORAIMA

Relator(a): Dr(a) CLAUDIO DUTRA FONTELLA

Ementa: Notícia de Fato autuada em razão de ofício remetido pelo DNIT com cópia de ordem de embargoimposto a V.S., por ocupação de faixa de domínio localizada na BR-432/RR, contendo relatóriofotográfico de um imóvel residencial de alvenaria, um ponto comercial de alvenaria e uma barracade madeira que adentram na faixa de domínio na rodovia. Revisão de arquivamento (LC nº 75/93,art. 62, IV). Caso em que a aplicação de sanção extrapenal é suficiente para a prevenção erepressão do ilícito, considerando que a ocupação de área às margens de rodovia federal podeser satisfatoriamente resolvida de forma administrativa ou judicial pelo órgão de controle (DNIT),

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de modo que não se observa justa causa para a persecução penal. Incidência do Enunciado nº 61da 2ª CCR/MPF: Para a configuração do crime de desobediência, além do descumprimento deordem legal de funcionário público, é necessário que não haja previsão de sanção de naturezacivil, processual civil e administrativa, e que o destinatário da ordem seja advertido de que o seunão cumprimento caracteriza crime. Precedente da 2ª CCR: Processo n° 0000353-86.2017.4.01.3813, julgado na Sessão de Revisão n° 676, de 24/04/2017. Homologação doarquivamento.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação doarquivamento, nos termos do voto do(a) relator(a).

266. Processo: 1.32.000.000800/2019-80 - Eletrônico Voto: 6437/2019 Origem: PROCURADORIA DAREPÚBLICA - RORAIMA

Relator(a): Dr(a) CLAUDIO DUTRA FONTELLA

Ementa: Notícia de Fato autuada em razão do relato da ocorrência de acidente automobilístico envolvendoum automóvel da SESAI. Revisão de arquivamento (LC nº 75/93, art. 62, IV). Informações de quea ação que provocou o dano ao patrimônio público decorreu de conduta claramente culposa(acidente de trânsito). Inexistência de previsão legal criminalizando a prática de dano namodalidade culposa. Não verificação de eventual prática de crime no caso concreto.Homologação do arquivamento.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação doarquivamento, nos termos do voto do(a) relator(a).

267. Processo: 1.34.001.001492/2019-25 Voto: 6439/2019 Origem: PROCURADORIA DAREPÚBLICA - SÃO PAULO

Relator(a): Dr(a) CLAUDIO DUTRA FONTELLA

Ementa: Notícia de Fato. Suposta prática de incitação ao crime (CP, art. 286). Consta dos autos que oinvestigado teria publicado em rede social a imagem de um soldado apontando uma arma parahomens togados, supostamente juízes, com a seguinte legenda: #UmCaboUmSoldado Pelofechamento do supremo. Revisão do arquivamento (LC nº 75/93, art. 62, IV). Inconformismospolíticos, ainda que exaltados, são parte da crítica e do diálogo aberto entre cidadãos nas redessociais. Assim, mesmo cabendo ressaltar que há parâmetros mínimos de civilidade a observar,cumpre afastar a incidência do Direito Penal para responsabilizar manifestações como a do casoem exame. Fatos encobertos pelo direito fundamental à liberdade de expressão, que garante aocidadão o direito de discordar do sistema político em que está inserido. Falta de justa causa parajustificar o prosseguimento das investigações. Homologação do arquivamento.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação doarquivamento, nos termos do voto do(a) relator(a).

Outras deliberações(Arquivamento)

268. Processo: 1.22.001.000196/2019-28 - Eletrônico Voto: 6536/2019 Origem: PROCURADORIA DAREPÚBLICA NO MUNICÍPIO DEJUIZ DE FORA-MG

Relator(a): Dr(a) CLAUDIO DUTRA FONTELLA

Ementa: Notícia de Fato. Comunicação de que aluno de faculdade de engenharia, ao requerer suamatrícula a fim de obter vaga reservada à cota racial, realizou declaração aparentementeinverídica em que se afirmou como sendo pardo. O Procurador da República oficiante promoveu oarquivamento do procedimento por entender que o aluno era inimputável à época dos fatos, poiscontava com 17 (dezessete) anos de idade. Revisão de arquivamento (LC n° 75/93, art. 62, IV).Possibilidade da prática de ato infracional equiparado ao crime de falsidade ideológica (CP, art.299). Aplicação do Enunciado nº 42 da 2ª CCR: Não é atribuição do Ministério Público Federal apersecução penal de ato infracional cometido por menor inimputável, ainda que a infração tenha

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ocorrido em detrimento de bens, serviços ou interesse da União ou de suas entidades autárquicasou empresas públicas. Recebimento do arquivamento como declínio de atribuições. Homologaçãodo declínio ao Ministério Público Estadual.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pelo recebimento doarquivamento como declínio de atribuições. Homologação do declínio nos termos do voto dorelator.

Os processos JF-DF-1001586-11.2019.4.01.3400-RPCR; JF/SP-0001627-37.2019.4.03.6181-PCD; 1.22.013.000373/2019-37 e 1.26.001.000243/2019-94 foram retirados de pauta a pedidodos(as) respectivos(as) relatores(as).

LUIZA CRISTINA FONSECA FRISCHEISENSUBPROCURADORA-GERAL DA REPUBLICA

COORDENADORA

JULIANO BAIOCCHI VILLA-VERDE DE CARVALHOSUBPROCURADOR-GERAL DA REPUBLICA

TITULAR

MARCIA NOLL BARBOZAPROCURADORA REGIONAL DA REPUBLICA

SUPLENTE

ROGERIO JOSE BENTO SOARES DO NASCIMENTOPROCURADOR REGIONAL DA REPUBLICA

SUPLENTE

CLAUDIO DUTRA FONTELLAPROCURADOR REGIONAL DA REPUBLICA

SUPLENTE

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