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ATA DA 758ª SESSÃO DE REVISÃO PGR-00037106/2020 MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL 2ª CÂMARA DE COORDENAÇÃO E REVISÃO - CRIMINAL ATA DA SEPTINGENTÉSIMA QUINQUAGÉSIMA OITAVA SESSÃO ORDINÁRIA DE DEZEMBRO DE 2019 Aos dezesseis dias do mês de dezembro do ano dois mil e dezenove, em sessão ordinária eletrônica, realizada conforme o art. 15, parágrafo único do Regimento Interno da 2ª CCR; convocada e presidida pela Coordenadora Dra. Luiza Cristina Fonseca Frischeisen, da qual participaram os membros Dra. Mônica Nicida Garcia, Dr. Juliano Baiocchi Villa-Verde de Carvalho, Dra. Márcia Noll Barboza, Dr. Rogério José Bento Soares do Nascimento e Dr. Cláudio Dutra Fontella; o colegiado apreciou os seguintes procedimentos: Dra. LUIZA CRISTINA FONSECA FRISCHEISEN Nos processos de relatoria da Dr.ª LUIZA CRISTINA FONSECA FRISCHEISEN participaram da votação o Dr. Rogério José Bento Soares, suplente do 2º Ofício, e o Dr. Juliano Baiocchi Villa-Verde de Carvalho, titular do 3º Ofício. ORIGEM JUDICIAL NÃO PADRÃO 001. Processo: JF/MG-0023774-76.2019.4.01.3800- INQ Voto: 6920/2019 Origem: JUSTIÇA FEDERAL - SEÇÃO JUDICIÁRIA DO ESTADO DE MINAS GERAIS Relator(a): Dr(a) LUIZA CRISTINA FONSECA FRISCHEISEN Ementa: Inquérito Policial instaurado a partir de Relatório de Inteligência Financeira encaminhado pelo COAF, apontando a realização de operações atípicas por uma construtora e outras cinco pessoas jurídicas e onze pessoas físicas a ela relacionadas, visando, assim, apurar a suposta prática do crime descrito no art. 1º da Lei nº 9.613/98. Por conter informações complementares ao mencionado relatório, foi também acostado aos autos um segundo relatório descrevendo a prática de atividades atípicas por parte da referida construtora e outras cinco pessoas jurídicas e sete pessoas físicas a ela relacionadas, indicativas, de igual forma, da ocorrência do crime de lavagem de ativos. Remetidos os autos para dilação do prazo investigatório, o MPF manifestou-se pelo arquivamento do feito no que se refere à eventual interesse da União, com declínio de competência em favor da Justiça Estadual no que se refere à lavagem de ativos ao fundamento de que inexiste crime antecedente de competência federal. Discordância do Juízo da 11ª Vara Federal Criminal Especializada da Seção Judiciária de Minas Gerais. Remessa dos autos nos termos do art. 28 do CPP c/c o art. 62, IV, da LC nº 75/93. Segundo o magistrado de primeiro grau, verificou-se, inicialmente, que o referido órgão de controle financeiro noticiou no RIF nº 24.068 que a empresa construtora noticiada figurou entre os investigados pela suposta prática de 1/202

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ATA DA 758ª SESSÃO DE REVISÃO PGR-00037106/2020

MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL2ª CÂMARA DE COORDENAÇÃO E REVISÃO - CRIMINAL

ATA DA SEPTINGENTÉSIMA QUINQUAGÉSIMA OITAVA SESSÃOORDINÁRIA DE DEZEMBRO DE 2019

Aos dezesseis dias do mês de dezembro do ano dois mil e dezenove, em sessão ordináriaeletrônica, realizada conforme o art. 15, parágrafo único do Regimento Interno da 2ª CCR;convocada e presidida pela Coordenadora Dra. Luiza Cristina Fonseca Frischeisen, da qualparticiparam os membros Dra. Mônica Nicida Garcia, Dr. Juliano Baiocchi Villa-Verde de Carvalho,Dra. Márcia Noll Barboza, Dr. Rogério José Bento Soares do Nascimento e Dr. Cláudio DutraFontella; o colegiado apreciou os seguintes procedimentos:

Dra. LUIZA CRISTINA FONSECA FRISCHEISEN

Nos processos de relatoria da Dr.ª LUIZA CRISTINA FONSECA FRISCHEISEN participaram da votação o Dr.Rogério José Bento Soares, suplente do 2º Ofício, e o Dr. Juliano Baiocchi Villa-Verde de Carvalho, titular do 3ºOfício.

ORIGEM JUDICIAL

NÃO PADRÃO

001. Processo: JF/MG-0023774-76.2019.4.01.3800-INQ

Voto: 6920/2019 Origem: JUSTIÇA FEDERAL -SEÇÃO JUDICIÁRIA DO ESTADODE MINAS GERAIS

Relator(a): Dr(a) LUIZA CRISTINA FONSECA FRISCHEISEN

Ementa: Inquérito Policial instaurado a partir de Relatório de Inteligência Financeira encaminhado peloCOAF, apontando a realização de operações atípicas por uma construtora e outras cinco pessoasjurídicas e onze pessoas físicas a ela relacionadas, visando, assim, apurar a suposta prática docrime descrito no art. 1º da Lei nº 9.613/98. Por conter informações complementares aomencionado relatório, foi também acostado aos autos um segundo relatório descrevendo a práticade atividades atípicas por parte da referida construtora e outras cinco pessoas jurídicas e setepessoas físicas a ela relacionadas, indicativas, de igual forma, da ocorrência do crime de lavagemde ativos. Remetidos os autos para dilação do prazo investigatório, o MPF manifestou-se peloarquivamento do feito no que se refere à eventual interesse da União, com declínio decompetência em favor da Justiça Estadual no que se refere à lavagem de ativos ao fundamentode que inexiste crime antecedente de competência federal. Discordância do Juízo da 11ª VaraFederal Criminal Especializada da Seção Judiciária de Minas Gerais. Remessa dos autos nostermos do art. 28 do CPP c/c o art. 62, IV, da LC nº 75/93. Segundo o magistrado de primeirograu, verificou-se, inicialmente, que o referido órgão de controle financeiro noticiou no RIF nº24.068 que a empresa construtora noticiada figurou entre os investigados pela suposta prática de

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superfaturamento em obras de infraestrutura urbana no município de Santarém/PA. De outraparte, do RIF nº 36.876 extrai-se a informação prestada de que a pessoa jurídica N.C.L. temparticipação no quadro societário da empresa construtora sendo acusada de envolvimento emfraude e em direcionamento de licitação da Prefeitura de Bom Despacho/MG, destinadas àcanalização de 1,5Km do Córrego dos Machados, no Programa de Revitalização da BaciaHidrográfica do Rio São Francisco. Na ocasião, a referida construtora foi acusada de fazer partede esquema de corrupção implantado na Prefeitura de Santarém, que consistia no desvio derecursos públicos oriundos do PAC, através do superfaturamento de obras de infraestruturarealizadas naquele município. Narra, ainda, que a referida construtora foi condenada pelo Juízoda 1ª Vara de Santarém/PA em razão de ter sido beneficiada por superfaturamento em obras deampliação do cais do município. Ao que se tem, a construtora investigada tem sido acusada decometer fraudes em licitações e de comandar esquema de superfaturamento de contratos ecorrupção, pelo menos com as Prefeituras de Santarém/PA e Bom Despacho/MG decorrente dorepasse de verbas federais. Sob essa ótica, diversamente do quanto alegado pelo Procuradoroficiante, as comunicações constantes dos RIFs 24.068 e 36.876 apontam para indícios doenvolvimento da construtora e seus sócios-administradores em situações atípicas diversas, comparticipação de dezenas de outras pessoas físicas e jurídicas a ela relacionadas, em operaçõessuspeitas aptas a configurar a prática, em tese, do delito de lavagem de ativos, cujos delitosantecedentes são, a princípio, de competência da Justiça Federal. Desse modo, ainda que não sepossa afirmar taxativamente haver indícios da prática de crime antecedente que atrairia acompetência da Justiça Federal, também não se pode afirmar, por ora, que o crime antecedenteàquele não é de competência federal. Observe-se, no ponto, que a própria manifestaçãoministerial restou silente a respeito de qual seria o delito antecedente de competência estadualque justificaria a remessa dos autos à Justiça local. Por fim, cumpre registrar que a investigaçãoprossegue com o cumprimento de diversas diligências por parte da autoridade policial, sendocerto que, a teor da certidão de fl. 33 do presente apuratório, estava agendada oitiva para um dosinvestigados e também formalizado pedido de dilação de prazo de permanência dos autos naesfera policial. Cuida-se, portanto, de investigação incipiente, que não oferece ainda elementosque justificariam tanto o arquivamento como a remessa prematura dos autos para a JustiçaEstadual. Competência do Juízo Federal de origem. Não homologação do arquivamento e dodeclínio de atribuições. Designação de outro membro do MPF para prosseguir na persecuçãopenal.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela não homologação doarquivamento e do declínio de atribuição, nos termos do voto do(a) relator(a).

002. Processo: JF/CE-0809095-62.2018.4.05.8100-PIC-MP - Eletrônico

Voto: 6638/2019 Origem: JUSTIÇA FEDERAL -SEÇÃO JUDICIÁRIA NO ESTADODO CEARÁ

Relator(a): Dr(a) LUIZA CRISTINA FONSECA FRISCHEISEN

Ementa: INQUÉRITO POLICIAL. CPP, ART. 28 C/C ART. 62, IV, DA LC Nº 75/93. SUPOSTA ATIVIDADEDE EXPLORAÇÃO CLANDESTINA DE SERVIÇO DE RADIODIFUSÃO. LEI Nº 9.472/97, ART.183. POTÊNCIA INFERIOR A 25 W. DANO EFETIVO NÃO DEMONSTRADO. AUSÊNCIA DETIPICIDADE MATERIAL. MANUTENÇÃO DO ARQUIVAMENTO. 1. Inquérito policial instauradopara apurar a exploração clandestina de atividade de radiodifusão. 2. O Procurador da Repúblicaoficiante promoveu o arquivamento sob o argumento de que a conduta subsome-se ao tipoprevisto no art. 70 da Lei nº 4.117/62, com pena máxima abstratamente cominada de 2 (dois) anosde detenção, cujo prazo prescricional é de 4 (quatro) anos, conforme a regra do artigo 109, V, doCódigo Penal, já efetivamente atingido, razão pela qual extinta está a punibilidade dos fatosnarrados, ocorridos até 02/12/2014. 3. O Juiz Federal, por entender que a conduta encontra-setipificada no artigo 183 da Lei nº 9.472/97, e assim, não ocorreu a prescrição da pretensãopunitiva estatal, rejeitou o arquivamento e determinou a remessa dos autos à 2ª Câmara deCoordenação e Revisão do MPF, nos termos do art. 28 do CPP c/c art. 62, IV, da LeiComplementar nº 75/93. 4. De início, conforme bem ressaltou o Procurador da Repúblicaoficiante, observa-se que ao longo da investigação restou comprovado que a rádio possuíaautorização para operação em Pacatuba/CE, não havendo que se falar em clandestinidade. É o

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ATA DA 758ª SESSÃO DE REVISÃO PGR-00037106/2020

que mostram os seguintes documentos: cópia do Diário Oficial da União, contendo outorgaautorizando uso de radiofrequência à Fundação [], até 01/07/2022; licença para funcionamento deestação [...]; portaria de aprovação de instalação de estação []. Na verdade, a irregularidade diziarespeito à utilização do transmissor de FM como SARC (Serviço Auxiliar de Radiodifusão eCorrelatos), para transmitir o sinal de radiodifusão do estúdio até o transmissor de radiodifusão darádio. 5. Além disso, o próprio texto legal regulador estabelece uma gradação, considerando-seprejudicial somente a interferência que obstrua, degrade seriamente ou interrompa repetidamentea telecomunicação (Lei nº 9.472/97, art. 159, parágrafo único). 6. A Lei nº 9.612/98, que instituiu oServiço de Radiodifusão Comunitária, definiu em seu art. 1º, § 1º como de baixa potência oserviço de radiodifusão prestado com potência máxima de 25 Watts ERP. Tal definição harmoniza-se com o entendimento jurisprudencial de que estações rudimentares, como a de que tratamestes autos, devem efetivamente ser consideradas como de baixas potência, denotando ainsignificância de seu potencial lesivo. 7. No caso, a rádio comunitária, operava com transmissorde potência de 8,30 watts, sem demonstração de prejuízo juridicamente relevante ou de atividadeilícita. 8. Ausência da tipicidade material do fato, remanescendo apenas um ilícito administrativo.Precedentes: STF HC 122507, Primeira Turma, Dje 07/10/2014; HC 126592, Segunda Turma, Dje30/04/2015. 9. Manutenção do arquivamento.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação doarquivamento, nos termos do voto do(a) relator(a).

003. Processo: JF/JFA-1002622-49.2019.4.01.3801-PET - Eletrônico

Voto: 6632/2019 Origem: JUSTIÇA FEDERAL -SUBSEÇÃO JUDICIÁRIA DE JUIZDE FORA/MG

Relator(a): Dr(a) LUIZA CRISTINA FONSECA FRISCHEISEN

Ementa: Procedimento Investigatório. Possível crime de desobediência (CP, art. 330). Supostodescumprimento de decisão de Juízo Trabalhista por administrador de associação de educação ecultura. Ordem para depositar mensalmente o percentual de 30% da arrecadação. Aplicação doart. 28 do CPP c/c art. 62, IV da LC 75/93. Integral cumprimento da ordem judicial, embora fora doprazo inicialmente concedido. Ausência de elementos mínimos de conduta dolosa. Falta de justacausa para persecução penal. Manutenção do arquivamento.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação doarquivamento, nos termos do voto do(a) relator(a).

004. Processo: JF-RJ-5040423-15.2018.4.02.5101-INQ - Eletrônico

Voto: 6750/2019 Origem: JUSTIÇA FEDERAL -SEÇÃO JUDICIÁRIA DO ESTADODO RIO DE JANEIRO

Relator(a): Dr(a) LUIZA CRISTINA FONSECA FRISCHEISEN

Ementa: 1. Inquérito Policial instaurado para apurar suposta prática do crime de tráfico internacional deentorpecentes, previsto no art. 33, § 1º, I, da Lei nº 11.343/06. 2. Remessa de encomenda viapostal, oriunda da Espanha, contendo 618,4g de maconha (haxixe), apreendida em fiscalizaçãoda Receita Federal do Brasil, no Aeroporto Internacional do Rio de Janeiro. 3. Manifestação doMPF pelo arquivamento, considerando as declarações prestadas pelo destinatário/investigado nãotrouxeram elementos que permitissem a adoção de alguma linha investigativa uma vez que afirmadesconhecer o remetente e o motivo do envio da referida encomenda para o seu endereço. 4.Discordância do Juiz Federal tendo em vista que o endereço da correspondência existe e neleefetivamente reside a mãe do investigado, que foi ouvido em sede policial e negou envolvimentocom os fatos, embora tenha admitido ser usuário eventual de maconha. Portanto, ao contrário doque sustentou a autoridade policial, não se trata de informações falsas. A simples negativa deautoria por parte do destinatário nessas circunstâncias não deve implicar o encerramento dasinvestigações. 5. Remessa dos autos nos termos do art. 28 do CPP c/c o art. 62, IV, da LC nº75/93. 6. Conduta narrada que, em princípio, caracteriza o crime de tráfico internacional deentorpecentes. Isto porque, segundo pesquisa na internet, para a confecção de um cigarro de

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ATA DA 758ª SESSÃO DE REVISÃO PGR-00037106/2020

maconha é necessário, em média, entre 0,5 a 1 g de erva1, de modo que a presente apreensãoseria suficiente para a fabricação de mais de 600 (seiscentos) cigarros. 7. Arquivamentoprematuro. No presente caso, não há demonstração inequívoca, segura e convincente daausência de justa causa para a persecução penal. 8. Possibilidade de realização de diligênciascapazes de modificar o panorama probatório atual, tais como o pedido de afastamento de sigilobancário com a expedição de ofício ao Banco Central do Brasil, com requisição para que informese há registro de transação internacional em período próximo à data da apreensão em nome doinvestigado, destinatário da droga, quer seja por meio de transferência bancária, pagamento deboleto bancário ou cartão de crédito. 9. Somente após o exaurimento das diligências capazes deesclarecer o ocorrido, é que o Ministério Público Federal poderá concluir, estreme de dúvidas, seexistem elementos suficientes para deflagrar a Ação Penal ou se deve requerer, de forma segura,o arquivamento do processo. Não homologação do arquivamento. 10. Não homologação doarquivamento. Designação de outro membro do Ministério Público Federal para prosseguir nainvestigação, propondo, se for o caso, o acordo de não persecução penal tratado na Resolução n.181, com as alterações promovidas pela Resolução n. 183, ambas do CNMP, e na OrientaçãoConjunta nº 03/2018, das 2ª, 4ª e 5ª CCR/MPF.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela não homologação dearquivamento, nos termos do voto do(a) relator(a).

005. Processo: JF-RJ-5058056-05.2019.4.02.5101-AP - Eletrônico

Voto: 6730/2019 Origem: JUSTIÇA FEDERAL -SEÇÃO JUDICIÁRIA DO ESTADODO RIO DE JANEIRO

Relator(a): Dr(a) LUIZA CRISTINA FONSECA FRISCHEISEN

Ementa: ACÃO PENAL. SUPOSTOS CRIMES PRATICADOS VIA INTERNET DURANTE O PROCESSOELEITORAL. APLICAÇÃO DO ART. 28 DO CPP C/C ART. 62, IV DA LC Nº 75/93. REMESSA DOSAUTOS À 2ª CCR/MPF PARA ANÁLISE DO ARQUIVAMENTO PARCIAL. MANUTENÇÃO DOARQUIVAMENTO. 1. Ação Penal. Denúncia oferecida pelo Ministério Público Federal em desfavorde militar (inativo) do Exército Brasileiro, pela prática, em tese, do crime do art. 23, II, da Lei deSegurança Nacional (LSN, Lei 7.170/83). 2. Crimes contra a honra, de constrangimento ilegal, deameaça e outros contra a Segurança Nacional vislumbrados pela Juíza Federal. Aplicação do art.28 do CPP c/c art. 62, IV da LC nº 75/93. Remessa dos autos à 2ª CCR/MPF para análise doarquivamento parcial. 3. De início, verifica-se que o investigado já motivou a autuação de Notíciade Fato no âmbito do MPF quando, em grupo particular de aplicativo de mensagens instantâneas(Whatsapp), teria publicado áudio com dizeres que supostamente ameaçavam a estabilidade dopaís, instigando golpe militar, caso o STF, no dia 10/05/2018, soltasse um ex-Presidente daRepública. Procedimento anterior1 cujo arquivamento foi homologado pela 2ª CCR/MPF. 4. Emconsultas realizadas na internet, constatou-se que o investigado provavelmente é um empresárioe militar da reserva, responsável por diversas publicações na rede mundial de computadores.Entretanto, em um dos vídeos publicados, o próprio representado afirma que suas declaraçõessão de cunho pessoal e não guardam relação com o Exército Brasileiro. 5. Em que pese o teorcontundente do áudio publicado, não há elementos concretos que demonstrem a capacidade,mesmo que em abstrato, de o prolator da manifestação arregimentar pessoas, meios ouinstrumentos aptos a colocar em risco efetivo os bens jurídicos tutelados pela normaincriminadora. 6. O Supremo Tribunal Federal, em uma interpretação sistemática da Lei nº7.170/83, tem manifestado o entendimento de que a tipificação de crime contra a segurançanacional não ocorre com a mera adequação típica da conduta, objetivamente considerada.Segundo a Suprema Corte, a partir da conjugação dos arts. 1º e 2º da Lei nº 7.170/83, extraem-sedois requisitos para a tipificação delituosa, sendo um de ordem subjetiva e o outro de ordemobjetiva, a saber, respectivamente: (i) a motivação e objetivos políticos do agente; e (ii) a lesãoreal ou potencial à integridade territorial, à soberania nacional, ao regime representativo edemocrático, à Federação ou ao Estado de Direito (RC 1472/MG, de 25/05/2016). 7. No que serefere aos apontados crimes contra a honra, verifica-se que o próprio Supremo Tribunal Federal,em recente julgamento por ser Pleno, decidiu: LIBERDADE DE EXPRESSÃO E PLURALISMO DEIDEIAS. VALORES ESTRUTURANTES DO SISTEMA DEMOCRÁTICO.INCONSTITUCIONALIDADE DE DISPOSITIVOS NORMATIVOS QUE ESTABELECEM PREVIA

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ATA DA 758ª SESSÃO DE REVISÃO PGR-00037106/2020

INGERÊNCIA ESTATAL NO DIREITO DE CRITICAR DURANTE O PROCESSO ELEITORAL.PROTEÇÃO CONSTITUCIONAL AS MANIFESTAÇÕES DE OPINIÕES DOS MEIOS DECOMUNICAÇÃO E A LIBERDADE DE CRIAÇÃO HUMORISTICA. 1. A Democracia não existirá ea livre participação política não florescerá onde a liberdade de expressão for ceifada, pois estaconstitui condição essencial ao pluralismo de ideias, que por sua vez é um valor estruturante parao salutar funcionamento do sistema democrático. 2. A livre discussão, a ampla participaçãopolítica e o princípio democrático estão interligados com a liberdade de expressão, tendo porobjeto não somente a proteção de pensamentos e ideias, mas também opiniões, crenças,realização de juízo de valor e críticas a agentes públicos, no sentido de garantir a real participaçãodos cidadãos na vida coletiva. 3. São inconstitucionais os dispositivos legais que tenham a nítidafinalidade de controlar ou mesmo aniquilar a força do pensamento crítico, indispensável ao regimedemocrático. Impossibilidade de restrição, subordinação ou forçosa adequação programática daliberdade de expressão a mandamentos normativos cerceadores durante o período eleitoral. 4.Tanto a liberdade de expressão quanto a participação política em uma Democracia representativasomente se fortalecem em um ambiente de total visibilidade e possibilidade de exposição críticadas mais variadas opiniões sobre os governantes. 5. O direito fundamental à liberdade deexpressão não se direciona somente a proteger as opiniões supostamente verdadeiras,admiráveis ou convencionais, mas também aquelas que são duvidosas, exageradas,condenáveis, satíricas, humorísticas, bem como as não compartilhadas pelas maiorias. Ressalte-se que, mesmo as declarações errôneas, estão sob a guarda dessa garantia constitucional. 6.Ação procedente para declarar a inconstitucionalidade dos incisos II e III (na parte impugnada) doartigo 45 da Lei 9.504/1997, bem como, por arrastamento, dos parágrafos 4º e 5º do referidoartigo. (ADI 4451, Relator(a): Min. ALEXANDRE DE MORAES, Tribunal Pleno, julgado em21/06/2018, PROCESSO ELETRÔNICO DJe-044 DIVULG 01-03-2019 PUBLIC 06-03-2019). 8.Falta de justa causa para prosseguir na persecução penal. 9. Manutenção do arquivamentoparcial.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela manutenção parcialdo arquivamento, nos termos do voto do(a) relator(a).

006. Processo: JF-RJ-5067499-77.2019.4.02.5101-PIMPCR - Eletrônico

Voto: 6743/2019 Origem: JUSTIÇA FEDERAL -SEÇÃO JUDICIÁRIA DO ESTADODO RIO DE JANEIRO

Relator(a): Dr(a) LUIZA CRISTINA FONSECA FRISCHEISEN

Ementa: Procedimento Investigatório. Possível crime de estelionato em ação previdenciária (CP, art. 171, §3º). Suposta juntada de documentos falsos como prova para justificar a concessão do benefíciopleiteado. Aplicação do art. 28 do CPP c/c art. 62, IV, da LC 75/93. Os elementos informativosjuntados aos autos não evidenciam conduta penalmente relevante. De início, ressalta-se que afalsificação de documento, como etapa antecedente à consumação do crime de estelionato,implica a subsunção dos fatos ao próprio tipo penal do estelionato, haja vista a incidência doPrincípio da Absorção ou Consunção, nos termos da Súmula 17 do STJ, que estabelece: Quandoo falso se exaure no estelionato, sem mais potencialidade lesiva, é por este absorvido. Alémdisso, a propositura de ação infundada, sem a adoção de expediente fraudulento pujante, nãopode, por si só, caracterizar crime. No caso dos autos há contradições e omissões que podemcolocar em dúvida a fidedignidade e afetar a força probatória dos documentos trazidos pelo autorda ação, julgada procedente em parte. Aplicação do princípio da proteção judiciária, asseguradoso contraditório e a ampla defesa (art. 5º, XXXV e LV da Constituição). Precedente do STJ: RHC61.393/RJ, Rel. Min. Gurgel De Faria, Quinta Turma, DJe 15/02/2016. Conduta narrada que, nocaso, embora imoral, apenas poderia caracterizar litigância de má-fé, sujeita às sanções previstasno art. 81 do CPC. Homologação do arquivamento.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação doarquivamento, nos termos do voto do(a) relator(a).

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ATA DA 758ª SESSÃO DE REVISÃO PGR-00037106/2020

007. Processo: JFRS/SLI-5003030-64.2019.4.04.7106-RPCR - Eletrônico

Voto: 6656/2019 Origem: JUSTIÇA FEDERAL DORIO GRANDE DO SUL -SUBSEÇÃO JUDICIARIA DESANTANA DO LIVRAMENTO

Relator(a): Dr(a) LUIZA CRISTINA FONSECA FRISCHEISEN

Ementa: Inquérito Policial. Possível crime de contrabando (CP, art. 334-A, § 1º, II). Apreensão de 200 kg dequeijo ralado. Mercadoria avaliada em R$ 5.000,00. Tributos iludidos no montante de R$ 2.500,00.Promoção de arquivamento fundada na aplicação do princípio da insignificância. Aplicação do art.28 do CPP c/c art. 62, IV da LC 75/93. Investigado que não registra condutas reiteradas.Enunciado nº 49 deste Colegiado: Aplica-se o princípio da insignificância penal ao descaminho eaos crimes tributários federais, quando o valor do débito devido à Fazenda Pública decorrente daconduta formalmente típica não seja superior a R$ 20.000,00, ressalvada a reiteração na mesmamodalidade criminosa, ocorrida em períodos de até 5 (cinco) anos. Mesmo entendimento deverser aplicado ao crime de contrabando, tendo em vista que a importação do queijo, no contexto emanálise, não evidencia conduta dotada de potencialidade lesiva apta a demonstrar a necessidadede intervenção do Direito Penal. Perdimento da mercadoria. Medida administrativa suficiente paraa repressão do delito. Aplicação da Orientação nº 30/2016 desta 2ª CCR/MPF. Nesse sentido,precedentes deste Colegiado: 1.29.009.000053/2019-95, 734ª Sessão de Revisão, de 11/02/2019,unânime; e 1.29.009.000042/2019-13, 735ª Sessão de Revisão, de 25/02/2019, unânime.Manutenção do arquivamento.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação doarquivamento, nos termos do voto do(a) relator(a).

008. Processo: JF-SOR-0001522-79.2019.4.03.6110-IP

Voto: 6794/2019 Origem: JUSTIÇA FEDERAL - 10ªSUBSEÇÃO JUDICIÁRIA -SOROCABA/SP

Relator(a): Dr(a) LUIZA CRISTINA FONSECA FRISCHEISEN

Ementa: INQUÉRITO POLICIAL. POSSÍVEL CRIME DE ESTELIONATO PREVIDENCIÁRIO (CP, ART. 171,§ 3°). DENÚNCIA JÁ OFERECIDA NO ÂMBITO DA OPERAÇÃO AQUILES CONTRA OSINTEGRANTES DO ESQUEMA CRIMINOSO. ORIENTAÇÃO N° 36 DA 2ª CCR. MANUTENÇÃODO ARQUIVAMENTO QUANTO À TITULAR DO BENEFÍCIO. 1. Inquérito Policial instaurado paraapurar suposta prática do crime de estelionato previdenciário (CP, art. 171, § 3º). Investigação deeventual coautoria da segurada M.C.L., em razão de requisição constante dos autos da AçãoPenal nº 0000388-51.2018.403.6110, que versa sobre denúncia oferecida no bojo da denominadaOperação Aquiles, relacionada com a apuração de fraudes perpetradas com a inserção devínculos empregatícios e de contribuições individuais inidôneas no sistema do INSS, resultandona concessão de benefícios previdenciários fraudulentos e prejuízo da ordem de mais de trêsmilhões e seiscentos mil reais. 2. O Procurador da República oficiante promoveu o arquivamentodo feito, por considerar que a beneficiária M.C.L. não teve envolvimento doloso na fraude,situando-se como mais uma vítima do esquema ilícito. 3. Discordância do Juízo Federal. 4. Asegurada M.C.L., afirmou em seu termo de declarações não conhecer G.P.M. e alegou que ofalecido L.C.M. atuava como seu contador uma vez ao ano apenas para auxiliá-la com adeclaração do Imposto de Renda e, por este serviço, pagava a ele a quantia de R$150,00.Informou que há dez anos, após solicitação de L.C., enviou a ele sua CTPS e outros documentos,para que ele realizasse a contagem do prazo faltante para a sua aposentadoria. No entanto, ainvestigada negou que tenha trabalhado nos locais apontados em sua CTPS e afirmoudesconhecer as anotações falsas realizadas por L.C.M. 5. De acordo com a Orientação n° 36, a 2ªCCR ORIENTA os membros do Ministério Público Federal com atuação na área criminal sob suacoordenação a realizar o arquivamento dos chamados rescaldos das operações previdenciárias,dispensando-se a instauração de inquérito policial ou de investigação criminal própria ouarquivando os feitos já instaurados, quando a persecução penal/investigação estiver em estágioavançado ou já houver sido ajuizada a ação penal e, após minuciosa análise, ao Procurador daRepública oficiante restar evidenciado que os fatos: a) não modificam o panorama probatórioatual; b) não são suficientes para um aumento substancial das penas dos investigados naoperação originária; c) dizem respeito às condutas dos titulares dos benefícios, salvo quando

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encerrarem alto grau de reprovabilidade, como a magnitude da lesão; d) nada acrescentamacerca das condutas dos servidores e intermediadores já investigados; e) não apresentamindícios da participação de outros servidores e/ou intermediadores, além dos já investigados noIPL de origem. 6. Ainda de acordo com a referida Orientação, nesses casos, o arquivamentodeverá ser comunicado ao INSS, que permanecerá responsável pela adoção das providênciasadministrativas cabíveis, com vistas à quantificação do dano e recuperação dos valores pagosindevidamente. 7. Manutenção do arquivamento quanto à titular do benefício M.C.L.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação doarquivamento, nos termos do voto do(a) relator(a).

009. Processo: JF/SP-5001986-96.2019.4.03.6181-PICMP - Eletrônico

Voto: 6916/2019 Origem: JUSTIÇA FEDERAL -SEÇÃO JUDICIÁRIA DO ESTADODE SÃO PAULO/SP

Relator(a): Dr(a) LUIZA CRISTINA FONSECA FRISCHEISEN

Ementa: Notícia de Fato instaurada a partir de ofício do Juízo da 13ª Vara do Trabalho de São Paulo,segundo o qual a testemunha M.C.P. teria mentido em seu depoimento, o que configuraria, emtese, o crime previsto no art. 342 do CP. Manifestação do MPF pelo arquivamento do feito,ressaltando que, mesmo sem o depoimento prestado por M., ora investigada, o pedido dareclamante seria julgado da mesma forma, pois o magistrado desconsiderou totalmente seu relatono momento da prolação da sentença. Consignou que o suposto delito de falso testemunho nãoapresentou nenhuma potencialidade lesiva para influenciar a decisão pelo juízo do trabalho e, porconseguinte, violar o bem jurídico tutelado pelo tipo penal. Discordância do Juízo da 9ª VaraFederal Criminal de São Paulo. iro. Aplicação do art. 28 do CPP c/c art. 62, inc. IV, da LC nº 75/93.Como bem pontuado pelo Procurador oficiante nos autos do Procedimento nº 5024411-59.2018.4.04.7108, oriundo do Juízo da 5ª Vara Federal de Novo Hamburgo/RS, nasreclamatórias trabalhistas sempre haverá divergências entre as partes, tal fato é inerente aoprocesso, cabendo ao julgador da origem, que é quem colheu a prova testemunhal, avaliar evalorar as informações prestadas, aplicando, no que couber, os mecanismos que dispõe paracoibir tal conduta (art. 5º e art. 77, I, do CPC). No presente caso, não há que se falar naconfiguração do crime de falso testemunho se o depoimento não teve nenhuma relevância para odesfecho da causa. Mostra-se indispensável que haja potencialidade de dano ao bem jurídico. Seo falso em nada influiu na decisão, como na hipótese, não poderá haver falso testemunho, pelasimples razão de não ter aptidão de nela influí-la. O certo é que o magistrado trabalhistadesconsiderou totalmente o relato da testemunha ora investigada no momento de prolação dasentença. Má-fé ou vontade livre e consciente de ludibriar o Juízo não evidenciada. Atipicidade daconduta. Precedentes da 2ª CCR: NF nº 1.29.000.000247/2019-71 e NF nº1.29.000.004723/2018-41, 734ª Sessão de Revisão, de 11/02/2019. Falta de justa causa paraprosseguir na persecução penal. Insistência no arquivamento.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação doarquivamento, nos termos do voto do(a) relator(a).

ORIGEM INTERNA

NÃO PADRÃO

010. Processo: 1.00.000.022343/2019-98 - Eletrônico Voto: 6925/2019 Origem: PROCURADORIA DAREPÚBLICA NO MUNICÍPIO DEJALES-SP

Relator(a): Dr(a) LUIZA CRISTINA FONSECA FRISCHEISEN

Ementa: CONFLITO NEGATIVO DE ATRIBUIÇÕES. DIVERGÊNCIA ENTRE PROCURADOR DAREPÚBLICA E PROCURADOR REGIONAL DA REPÚBLICA QUANTO AO OFERECIMENTO DECONTRARRAZÕES A RECURSO DE APELAÇÃO DEFENSIVO ARRAZOADO NA FORMA DOART. 600, § 4º, DO CPP. CONFLITO CONHECIDO PARA DECLARAR A ATRIBUIÇÃO DA PRRDA 3ª REGIÃO. 1. Cuida-se de Ação Penal em fase de apelação. O Procurador Regional daRepública oficiante na PRR da 3ª Região requereu nos autos a intimação da defesa do apelante

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para apresentação de suas razões recursais, bem como a remessa dos autos ao MinistérioPúblico Federal em 1º grau para oferecimento das respectivas contrarrazões. 2. O Procuradoroficiante na PRM Jales/SP suscitou o presente conflito negativo de atribuições, apontando aatribuição da Procuradoria Regional da República para oferecer contrarrazões de apelação,citando, inclusive, precedentes desta 2ª CCR. 3. Com razão o Procurador suscitante. A atribuiçãopara oficiar, no presente caso, cabe ao membro do MPF oficiante perante o Tribunal RegionalFederal da 3ª Região, nos termos do art. 600, § 4º, do CPP c/c os arts. 68 e 70, ambos da LC nº75/93. 4. Com a prolação da sentença condenatória e a apresentação das razões recursais noTribunal ad quem, resta exaurida a jurisdição do Juízo de primeiro grau e, consequentemente, aatribuição do membro do Parquet para oficiar no feito, haja vista que não possui, em tese,capacidade postulatória perante o TRF. Assim, somente um Procurador Regional da Repúblicapoderá contra-arrazoar os recursos apresentados. 5. Ao que se tem nos autos, a defesa sereservou ao direito de arrazoar os recursos de apelação perante o TRF da 3ª Região, cabendo,portanto, a um Procurador Regional da República apresentar as devidas contrarrazões. Ressalte-se que o retorno dos autos à primeira instância para que o Procurador da República ofereça peçaprocessual referente a processo que tramita no TRF, além de ferir o princípio da celeridadeprocessual, não tem fundamento legal. 6. Precedentes desta 2ª CCR, nos quais se decidiu, emcasos análogos, pela atribuição da Procuradoria Regional da República para o oferta dascontrarrazões e do parecer: Procedimento nº 1.00.000.012462/2019-32, 747ª Sessão Ordinária,de 12/08/2019; Procedimento nº 1.00.000.000388/2018/21, 708ª Sessão Ordinária, de12/03/2018; Procedimento n° 1.00.000.016699/2015-69, 647ª Sessão Ordinária, de 23/05/2016;Procedimento nº 1.00.000.013859/2014-37, 630ª Sessão Ordinária, de 05/10/2015; unânimes.Entendimento corroborado em precedente do CIMPF: Procedimento nº 1.21.002.000185/2018-94,6ª Sessão Ordinária, realizada em 14/08/2019. 7. Conhecimento do presente conflito negativo deatribuições e, no mérito, por sua procedência para reconhecer a atribuição da PRR da 3ª Regiãopara a oferta das contrarrazões e do parecer.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela atribuição dosuscitado, nos termos do voto do(a) relator(a).

011. Processo: 1.00.000.023611/2019-99 - Eletrônico Voto: 6853/2019 Origem: PROCURADORIA DAREPÚBLICA NO MUNICÍPIO DEGUAÍRA-PR

Relator(a): Dr(a) LUIZA CRISTINA FONSECA FRISCHEISEN

Ementa: Notícia de Fato instaurada a partir de ofício da Promotoria de Justiça de Formosa do Oeste/PR,encaminhando cópia do Procedimento MPPR-0052.19.000205-6, no qual há relato deirregularidades na execução do Programa Imóvel na Planta Associativo Parceria Recursos doFGTS, realizado mediante convênio entre o município de Formosa do Oeste e a COHAPAR, coma utilização de recursos do FGTS. O Parquet Estadual promoveu o arquivamento daqueleapuratório, consignando que o procedimento era de atribuição do MPF, já que, tratando-se doreferido programa, os critérios de seleção das famílias beneficiadas são geridos pela CaixaEconômica Federal, gestora e agente financeiro do empreendimento, fato que afetaria o uso derecurso públicos federais. Conflito Negativo de Atribuição suscitado pela PRM de Guaíra/PR,aduzindo que, na hipótese vertente, não há prejuízo à aludida instituição financeira, mas aosparticulares envolvidos. Revisão de declínio de atribuições (Enunciado nº 32). Assiste razão aoProcurador da República oficiante. Apura-se aqui a conduta relacionada com alienações elocações de imóveis obtidos em programa de habitação de interesse social, o que podecaracterizar o crime de estelionato descrito no art. 171, caput e § 2º, inc. I, do CP por parte dosbeneficiados no programa, em prejuízo de terceiros, que estariam adquirindo ou locando osimóveis induzidos a erro. No caso, não se vislumbra prejuízo aos recursos do FGTS, de aplicaçãogerida pela Caixa Econômica Federal, que continua a possuir a garantia do financiamento sobre oimóvel, ainda que alienado/cedido/alugado a terceiros, cuja operação é nula, por disposição doart. 6º-A, § 6º, da Lei nº 11.977/09. Conduta que, embora ilícita do ponto de vista contratual, nãogera prejuízos à instituição financeira. O patrimônio do fundo instituído pela Lei nº 10.188/11,notadamente os bens imóveis, não se confunde com o acervo da CEF. Eventual irregularidadeque se relaciona com a pós-ocupação da unidade, e não em detrimento do referido programa. Anegociação irregular em questão é passível de medidas administrativas a serem adotadas pelo

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agente financeiro, qual seja, a CEF (Lei 11.977/09, arts. 6º-A, § 5º, III e § 6º), como a perda dosubsídio, resultando na cobrança integral e à vista do valor parcelado, quebra de contrato eretomada do imóvel. Interesse, na hipótese, que recai sobre o particular beneficiário do imóvel oudaqueles envolvidos com a venda/locação irregular. Ausência de ofensa ao patrimônio da CaixaEconômica Federal, que atua apenas como agente financiador junto ao programa. Precedentesdo STJ (AgRg no CC 134.009/MG, Terceira Seção, DJe 16/03/2015) e da 2ª CCR (Procedimentonº 0003435-33.2018.4.03.6110, 736ª Sessão Ordinária, de 11/03/2019; Procedimento nº1.23.000.001573/2018-38, 731ª Sessão de Revisão, de 10/12/2018, unânime). Fato que podeacarretar prejuízo apenas aos particulares envolvidos, situação que não atrai a atribuição do MPF.Ausência de indícios, por outro lado, de irregularidades no processo de seleção e cadastro dosbeneficiários do Programa Imóvel na Planta Associativo Parceria Recursos FGTS. Homologação,por este órgão colegiado, do declínio de atribuições ao Ministério Público Estadual. Configurado oconflito de atribuições entre o Ministério Público Federal e o Ministério Público Estadual, a serdirimido pelo Procurador-Geral da República, conforme preconizado na Tese nº 7 da Edição nº 1do Informativo de Teses Jurídicas da PGR e em precedentes do STF (ACO nos 1585, 1672, 1678,1717 e 2225). Encaminhamento dos autos ao Exmo. Sr. Procurador-Geral da República.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação dodeclínio e remessa dos autos ao Exmo. Sr. Procurador-Geral da República, a quem cabe dirimir opresente conflito de atribuições, nos termos do voto do(a) relator(a).

012. Processo: DPF/AM-00630/2019-INQ Voto: 6805/2019 Origem: GABPR4-HSVL -HENRIQUE DE SA VALADAOLOPES

Relator(a): Dr(a) LUIZA CRISTINA FONSECA FRISCHEISEN

Ementa: Inquérito Policial. Possível prática de ilícitos em razão de atividade financeira desenvolvida pordeterminada empresa (que se apresenta como gestora de criptoativos), visto que teriadisponibilizando modalidades de investimentos irregulares, sem respaldo ou autorização por partedos órgãos responsáveis. Relato de negociações feitas em criptomoeda, com possível captaçãoespeculativa de investidores. Manifestação do MPF pelo declínio de atribuições ao MinistérioPúblico Estadual por se tratar de indícios da prática de crime de estelionato em prejuízo departicular (CP, art. 171). Revisão de declínio de atribuições (Enunciado n° 33). O art. 1º da Lei nº7.492/86, norma penal explicativa, conceitua instituição financeira para fins penais como a pessoajurídica de direito público ou privado, que tenha como atividade principal ou acessória,cumulativamente ou não, a captação, intermediação ou aplicação de recursos financeiros (vetado)de terceiros, em moeda nacional ou estrangeira, ou a custódia, emissão, distribuição, negociação,intermediação ou administração de valores mobiliários. Desse modo, ao operar sem a devidaautorização, a plataforma investigada estaria incursa, em tese, no tipo penal previsto no art. 16 daLei nº 7.492/86. Além disso, partindo da premissa que a pessoa jurídica investigada pode sereventualmente equiparada à instituição financeira, visto que supostamente realiza, entre outrasatividades, a gestão e intermediação de investimentos de recursos de terceiros, a conduta de nãorepassar aos investidores os lucros obtidos pode caracterizar, a princípio, o delito a que se refereo art. 5º do citado diploma legal. Assim, apenas com o aprofundamento das investigações é quese poderá ter a exata dimensão dos fatos, das reais operações e os supostos delitos cometidospelos representantes da empresa noticiada, sendo possível, após a realização de diligênciaspreliminares, amealhar indícios mínimos de crimes que, em tese, possam atingir bens, serviços ouinteresse da União (CF, art. 109). Necessidade de exame acurado acerca dos serviços ofertadospelo sítio eletrônico noticiado e o objeto do contrato firmado entre as partes para eventualtipificação das condutas ilícitas e, então, oportunamente, a fixação da competência para oprocesso e julgamento de ação penal. Declínio prematuro, cumprindo reconhecer, por ora, aatribuição do MPF. Precedentes da 2ª CCR: Procedimentos MPF nº 1.34.033.000054/2019-72 e1.29.004.000611/ 2018-81, 742ª Sessão Ordinária, de 27/5/2019. Não homologação do declíniode atribuições e devolução dos autos ao ofício originário para prosseguimento das investigações,facultando-se ao Procurador da República oficiante, se for o caso, requerer, com fundamento emsua independência funcional, a designação de outro membro para tanto, nos termos do Enunciadon° 03 do Conselho Institucional do Ministério Público Federal.

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Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela não homologação dodeclínio de atribuição, nos termos do voto do(a) relator(a).

013. Processo: 1.15.003.000625/2017-10 - Eletrônico Voto: 6992/2019 Origem: PROCURADORIA DAREPÚBLICA NO MUNICÍPIO DESOBRAL-CE

Relator(a): Dr(a) LUIZA CRISTINA FONSECA FRISCHEISEN

Ementa: PROCEDIMENTO INVESTIGATÓRIO CRIMINAL. SUPOSTA OFERTA IRREGULAR DE CURSODE EDUCAÇÃO SUPERIOR. REVISÃO DE DECLÍNIO DE ATRIBUIÇÕES. FATO PRATICADOPOR INSTITUIÇÃO PARTICULAR DE ENSINO SUPERIOR. SISTEMA FEDERAL DE ENSINO.ATIVIDADE SUJEITA À AUTORIZAÇÃO E CONTROLE DO PODER PÚBLICO FEDERAL. LEI Nº9.394/96, ART. 16, II. PRECEDENTES DA 2ª CCR/MPF E DO STF. ATRIBUIÇÃO DOMINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL. 1. Procedimento Investigatório Criminal instaurado para apurarnotícia de oferta irregular de cursos de graduação por parte de instituição privada de ensinosuperior, sem o necessário credenciamento da instituição junto ao Ministério da Educação. 2.Revisão de declínio de atribuições (Enunciado nº 32 da 2ª CCR). 3. Alteração do entendimentoanterior da 2ª Câmara, considerando que se verifica a ofensa direta a serviços ou interesses daUnião. Isso porque a teor do art. 16, inc. II, da Lei nº 9.394/96 (Diretrizes e Bases da Educação),as instituições de ensino superior criadas e mantidas pela iniciativa privada integram o SistemaFederal de Ensino. 4. Assim, eventual irregularidade em seu funcionamento ou na consequenteemissão de certificado de conclusão de curso de graduação/pós-graduação, mais do que umamera atividade de gestão de instituição de ensino, refere-se ao próprio direito à educação. 5.Portanto, cuidando-se de atividade, pela sua natureza, longa manus do poder delegante,decorrente de disciplinamento para o ensino superior fixado pelo Conselho Federal de Educação,o controle judicial compete à Justiça Federal. 6. Precedentes da 2ª CCR/MPF: IPL n° 00328/2016SR/DPF/MG, 746ª Sessão de Revisão, de 08/07/2019, unânime; MPF n° 1.32.000.000197/2019-36, 740ª Sessão de Revisão, de 13/05/2019, unânime. 7. Precedente do STF: HC nº 93.938/SP, 1ªTurma, Rel. Ministro Luiz Fux, DJe 23/11/2011. 8. Não homologação do declínio de atribuições edevolução dos autos ao ofício originário para prosseguimento, facultando-se ao Procurador daRepública oficiante, se for o caso, que, com fundamento em sua independência funcional,requeira a designação de outro membro para tanto, nos termos do Enunciado n° 03 do CIMPF.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela não homologação dodeclínio de atribuição, nos termos do voto do(a) relator(a).

014. Processo: 1.16.000.000890/2019-52 - Eletrônico Voto: 6641/2019 Origem: PROCURADORIA DAREPÚBLICA - DISTRITO FEDERAL

Relator(a): Dr(a) LUIZA CRISTINA FONSECA FRISCHEISEN

Ementa: NOTÍCIA DE FATO. SUPOSTOS CRIMES PRATICADOS POR OCUPANTE DE CARGODIPLOMÁTICO. PROMOÇÃO DE ARQUIVAMENTO. ART. 62, IV, DA LC N.º 75/93. IMUNIDADESQUE SOMENTE SUBSISTEM PARA O AGENTE DIPLOMÁTICO NO QUE DIZ RESPEITO AOSATOS PRATICADOS NO EXERCÍCIO DE SUAS FUNÇÕES COMO MEMBRO DA MISSÃO. NÃOSENDO ESSE O CASO DOS AUTOS, NECESSÁRIA É A CONTINUIDADE DASINVESTIGAÇÕES. 1. Trata-se de Notícia de Fato autuada a partir de manifestação apresentadana Sala de Atendimento ao Cidadão, em que a noticiante, natural de Moçambique, relata que umocupante de cargo diplomático (Segundo Secretário de Moçambique) e sua esposa a teriamconvidado para vir trabalhar com eles no Brasil. Quando chegou aqui, no entanto, a noticianteafirma que não recebia seu salário regularmente, não tinha férias ou repouso semanal, trabalhavaininterruptamente em regime de cárcere privado, além de sofrer maus-tratos, apanhar e serameaçada quando dizia que iria embora. 2. A Procuradora da República oficiante promoveu oarquivamento do procedimento, ressaltando que os agentes diplomáticos gozam de imunidade dejurisdição penal do Estado acreditado, conforme o art. 31 da Convenção de Viena (Decreto n°56/435/65). Informou, ainda, que tomou conhecimento de que os mesmos fatos foram noticiadosao Departamento de Polícia Federal no Distrito Federal, o qual, considerando se tratar de notíciade possível prática de infração penal perpetrada por agentes com imunidade diplomática,

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encaminhou os documentos ao Ministério das Relações Exteriores MRE, para as providênciascabíveis. 3. A manifestante interpôs recurso contra o arquivamento, informando que o Ministériodas Relações Exteriores comunicou as denúncias à Embaixada de Moçambique em Brasília esolicitou ao país a renúncia às imunidades de jurisdição das quais o representado usufruía.Afirma, ainda, que diante da ausência de resposta, o MRE declarou o agente diplomático comopersona non grata, estabelecendo o prazo de 48h para que ele e sua família deixassem o territórionacional. 4. Em resposta, a Embaixada de Moçambique comunicou oficialmente que o denunciadoe seus dependentes haviam deixado o Brasil definitivamente em 12/05/2019. Acrescenta que emcomunicação oficial sobre o caso, a Coordenação-Geral de Privilégios e Imunidades CGPI doMinistério das Relações Exteriores informou que as diligências aplicáveis ao caso poderiam serretomadas, uma vez que a imunidade do representado havia cessado com sua saída do territórionacional. 5. Mantido o arquivamento, os autos foram remetidos a esta 2ª CCR, para finsrevisionais. 6. Encaminhamento dos autos à Secretaria de Cooperação Jurídica InternacionalSCI, para que, atenta às disposições da Convenção de Viena sobre Relações Diplomáticas e aoOfício da CGPI, informasse se subsiste a imunidade penal do agente diplomático referente aosatos praticados anteriormente a sua partida definitiva do Brasil (em especial considerando quenão houve por parte do Estado acreditante a renúncia da jurisdição e que não há informaçãoquanto ao eventual retorno do representado ao Brasil). 7. Resposta da SCI/MPF: após deixar oEstado acreditado, as imunidades somente subsistem para o agente diplomático no que dizrespeito aos atos praticados no exercício de suas funções como membro da missão. Não sendoesse o caso dos autos, conclui-se que não subsiste a imunidade penal do agente diplomático emquestão, uma vez que esse partiu definitivamente do território brasileiro e que os fatos relatadospela denunciante versam sobre atos praticados fora do exercício de suas funções oficiais. Note-seque esse também é o entendimento do Ministério das Relações Exteriores, consoante o Ofício nº00003200/2019-15, da Coordenação-Geral de Privilégios e Imunidades. Portanto, entende estaSecretaria de Cooperação Internacional que não há óbice para que o Ministério Público Federaldê prosseguimento às investigações relacionadas ao presente caso. 8. Acolhimento dosfundamentos expendidos pela SCI/MPF. Arquivamento prematuro. Não homologação. Designaçãode outro membro do Ministério Público Federal para atuar no caso, podendo propor as medidasque julgar cabíveis: arquivamento por motivo diverso, continuidade das diligências, análise dapossibilidade da propositura de acordo de não persecução penal, oferecimento da denúncia oudeclínio de atribuições.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela não homologação dearquivamento, nos termos do voto do(a) relator(a).

PADRÃO

Homologação do Declínio de atribuição

015. Processo: DPF/AM-00634/2014-INQ Voto: 6768/2019 Origem: GABPR3-RSR - RAFAELDA SILVA ROCHA

Relator(a): Dr(a) LUIZA CRISTINA FONSECA FRISCHEISEN

Ementa: Inquérito Policial instaurado para apurar a possível prática do crime de esbulho possessório,previsto no art. 20 da Lei nº 4.947/66. Investigado que teria invadido a sede de associação deagricultores e trabalhadores rurais situada em Manaus/AM. Revisão de declínio de atribuições(Enunciado nº 33 da 2ª CCR). Esbulho possessório que não causou dano direto ao INCRA/AM oua terras da União. O Superior Tribunal de Justiça firmou entendimento segundo o qual ainda que ocrime de esbulho possessório tenha ocorrido em assentamentos rurais administrados pelo INCRA,tais fatos devem ser julgados pela Justiça Estadual, sendo este o caso dos autos. Isso porque oesbulho possessório ora investigado não causou lesão direta a bens interesses ou serviços daUnião. Não ocorrendo, com a infração penal, prejuízo a bens, serviços ou interesse direto eespecífico da União, suas entidades autárquicas ou empresas públicas, não se firma acompetência da Justiça Federal, e, consequentemente, falece atribuição ao Ministério PúblicoFederal para a persecução penal. Inteligência do art. 109, IV, da Constituição Federal.Homologação do declínio de atribuições ao Ministério Público Estadual.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação do

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declínio de atribuição, nos termos do voto do(a) relator(a).

016. Processo: DPF/MOC-00033/2017-INQ Voto: 6764/2019 Origem: GABPRM1-AVP - ALLANVERSIANI DE PAULA

Relator(a): Dr(a) LUIZA CRISTINA FONSECA FRISCHEISEN

Ementa: Inquérito Policial. Crime de roubo (CP, art. 157, § 2º, I e II) praticado contra agência dos Correios.Relato de que indivíduos não identificados entraram na agência, com emprego de arma de fogo esubtraíram a quantia de R$ 3.379,48, dos quais R$ 3.264,70 pertenciam ao patrimônio do Bancodo Brasil S.A. Revisão de declínio de atribuições (Enunciado nº 33 da 2ª CCR). Valores subtraídosque pertenciam quase integralmente ao Banco do Brasil, sociedade de economia mista. Danoinsignificante ao serviço postal (R$ 114,78). Precedentes do STJ (CC nº 145.800/TO, DJe25/4/2016; CC nº 133.751/SP, DJe 4/12/2014) e da 2ª CCR (JF/CE-0000735-11.2017.4.05.8100-INQ, 676ª Sessão de Revisão, 24/4/2017, unânime). Não ocorrendo com a infração prejuízospenalmente relevantes a bens, serviços ou interesse direto e específico da União, suas entidadesautárquicas ou empresas públicas, não se firma a competência da Justiça Federal, e,consequentemente, falece atribuição ao Ministério Público Federal para a persecução penal.Inteligência do art. 109, IV, da Constituição Federal. Homologação do declínio de atribuições aoMinistério Público Estadual.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação dodeclínio de atribuição, nos termos do voto do(a) relator(a).

017. Processo: DPF/PHB/PI-00060/2019-INQ Voto: 6796/2019 Origem: GABPRM1-SLR - SAULOLINHARES DA ROCHA

Relator(a): Dr(a) LUIZA CRISTINA FONSECA FRISCHEISEN

Ementa: Inquérito policial instaurado para apurar os crimes de falsificação e uso de documento falso,respectivamente previstos no arts. 297 e 304 do Código Penal. Conforme declarações doinvestigado, ao ser abordado por Policiais Rodoviários Federais não portava qualquer documentode identificação legítimo, tendo apresentado ao policial rodoviário carteira funcional contrafeita. Oinvestigado consignou, em acréscimo, que também foi o responsável pela confecção dodocumento falso. Revisão de declínio de atribuições (Enunciado nº 33 da 2ª CCR). Caso diversoda hipótese prevista na Súmula 546 do Superior Tribunal de Justiça: A competência paraprocessar e julgar o crime de uso de documento falso é firmada em razão da entidade ou órgãoao qual foi apresentado o documento público, não importando a qualificação do órgão expedidor.No caso em tela, o crime de uso de documento falso foi praticado pelo próprio autor dafalsificação, conforme confessado pelo próprio agente e corroborado pelo laudo pericial, devendoo agente responder apenas pela falsificação (art. 297 do Código Penal), configurando o uso dodocumento contrafeito post factum impunível. Nesse sentido são os seguintes precedentes doSTF: AP 530, Relator(a): Min. ROSA WEBER, Relator(a) p/ Acórdão: Min. ROBERTO BARROSO,Primeira Turma, julgado em 09/09/2014; HC 84533, Relator(a): Min. CELSO DE MELLO, SegundaTurma, julgado em 14/09/2004. Dessa forma, em razão do crime de uso de documento falso restarabsorvido pela contrafação de documento público (art. 297 do Código Penal), falece atribuição àJustiça Federal para levar a cabo a persecução penal, porquanto o documento falsificado(Carteira Funcional de Soldado da Polícia Militar) é expedido pela Polícia Militar do Estado doCeará, a atrair a competência da Justiça Estadual. Homologação do declínio de atribuições aoMinistério Público Estadual.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação dodeclínio de atribuição, nos termos do voto do(a) relator(a).

018. Processo: SR/DPF/MA-00071/2019-INQ Voto: 6767/2019 Origem: GABPR13-FMA -FLAUBERTH MARTINS ALVES

Relator(a): Dr(a) LUIZA CRISTINA FONSECA FRISCHEISEN

Ementa: Inquérito Policial. Crime de roubo (CP, art. 157, § 2º-A, I e § 2º, II) praticado contra agência dos

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ATA DA 758ª SESSÃO DE REVISÃO PGR-00037106/2020

Correios. Relato de que indivíduos não identificados entraram na agência, com emprego de armade fogo e subtraíram a quantia de R$ 32.121,75. Revisão de declínio de atribuições (Enunciado nº33 da 2ª CCR). Valores subtraídos que pertenciam integralmente ao Banco do Brasil, sociedadede economia mista. Ausência de dano ao serviço postal. Precedentes do STJ (CC nº 145.800/TO,DJe 25/4/2016; CC nº 133.751/SP, DJe 4/12/2014) e da 2ª CCR (JF/CE-0000735-11.2017.4.05.8100-INQ, 676ª Sessão de Revisão, 24/4/2017, unânime). Não ocorrendo com ainfração prejuízos penalmente relevantes a bens, serviços ou interesse direto e específico daUnião, suas entidades autárquicas ou empresas públicas, não se firma a competência da JustiçaFederal, e, consequentemente, falece atribuição ao Ministério Público Federal para a persecuçãopenal. Inteligência do art. 109, IV, da Constituição Federal. Homologação do declínio deatribuições ao Ministério Público Estadual.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação dodeclínio de atribuição, nos termos do voto do(a) relator(a).

019. Processo: 1.11.000.000551/2019-52 - Eletrônico Voto: 6887/2019 Origem: PROCURADORIA DAREPÚBLICA - ALAGOAS/UNIÃODOS PALMARES

Relator(a): Dr(a) LUIZA CRISTINA FONSECA FRISCHEISEN

Ementa: Procedimento Investigatório Criminal autuado a partir de manifestação em Sala de Atendimentoao Cidadão. Relato de que operadora de plano de saúde teria adquirido outras operadoras domesmo ramo e com isso formou uma grande rede e nivelou sempre para baixo o valor dosprocedimentos repassados aos dentistas, configurando dumping. Revisão de declínio deatribuições (Enunciado nº 32 da 2ª CCR). O conceito legal de dumping está exposto no artigo 7ºdo Decreto 8058, de 26/07/2013, que dispõe: Art. 7º Para os efeitos deste Decreto, considera-seprática de dumping a introdução de um produto no mercado doméstico brasileiro, inclusive sob asmodalidades de drawback, a um preço de exportação inferior ao seu valor normal. Segundo o sítiodo Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (MDIC), http://www.mdic.gov.br, acessadoem 20/11/2019, considera-se que há prática de dumping quando uma empresa exporta para oBrasil um produto a preço (preço de exportação) inferior àquele que pratica para o produto similarnas vendas para o seu mercado interno (valor normal). Desta forma, a diferenciação de preços jáé por si só considerada como prática desleal de comércio. Destarte, verifica-se que o caso em telanão pode ser enquadrado no conceito de dumping, porque não se trata de exportação deprodutos. Já a conduta de cartel é crime tipificado no art. 4º, da Lei nº 8.137/1990. Em regra, asempresas de um oligopólio se unem para manipular preços e produção de produtos, aumentaremos preços e reduzirem a oferta ou buscarem evitar que novos concorrentes entrem no mercado e,com isso, tomarem parte dos clientes das demais empresas. Neste feito, alguns profissionais quetrabalham/trabalharam nas empresas de plano de saúde odontológico em Alagoas alegam que asmesmas se uniram e passaram a integrar uma única empresa comandada pela investigada epassaram a pagar valores irrisórios para os profissionais da odontologia e obterem lucrosexorbitantes. Ademais, quando as operadoras fazem parte de um Plano Médico, o odontológico éoferecido de forma gratuita, o que denigre e desvaloriza o profissional da odontologia e com issoimpedem a concorrência leal entre os planos de saúde e o dentista. A 2ª Câmara de Coordenaçãoe Revisão do MPF, em 26 de maio de 2014, expediu a Orientação nº 9, no sentido de queconsidera que o crime de formação de cartel, quando envolve outros Estados e países, é decompetência federal, atraindo a atribuição do Ministério Público Federal. Portanto, considerandoque as condutas narradas não abrangem dois ou mais Estados da Federação, nem possuemefeitos ou propensão ofensiva à ordem econômica nacional, a evidenciar o interessesuprarregional, e não havendo indícios de ofensa a bens, serviços e interesses da União ou desuas entidades autárquicas ou empresas públicas, afasta-se a competência da Justiça Federalpara processar e julgar a ação penal que porventura possa ser instaurada em consequência destapeça informativa. Homologação do declínio de atribuições ao Ministério Público Estadual.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação dodeclínio de atribuição, nos termos do voto do(a) relator(a).

020. Processo: 1.14.003.000276/2019-35 - Eletrônico Voto: 6870/2019 Origem: PROCURADORIA DA

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ATA DA 758ª SESSÃO DE REVISÃO PGR-00037106/2020

REPÚBLICA NO MUNICÍPIO DEBARREIRAS-BA

Relator(a): Dr(a) LUIZA CRISTINA FONSECA FRISCHEISEN

Ementa: Notícia de Fato instaurada a partir de manifestação em Sala de Atendimento ao Cidadão.Representante que noticia que foi ameaçado de morte por pessoas envolvidas com políticos, nacidade de Santa Rita de Cássia-BA, os quais teriam ligado afirmando serem donos do terreno epedindo para retirar denúncia do MPF e do MPE da Bahia. Revisão de declínio de atribuições(Enunciado nº 32 da 2ª CCR). A notícia anterior, suposto motivo do crime de ameaça aquicomunicado, foi declinada ao Ministério Público Estadual. Os fatos aqui narrados também nãoencontram qualquer elemento fixador da competência federal, já que a ameaça foi proferida porparticular contra particular e sobre fatos da esfera estadual. Não ocorrendo, com a infração penal,prejuízo a bens, serviços ou interesse direto e específico da União, suas entidades autárquicas ouempresas públicas, não se firma a competência da Justiça Federal, e, consequentemente, faleceatribuição ao Ministério Público Federal para a persecução penal. Inteligência do art. 109, IV, daConstituição Federal. Homologação do declínio de atribuições ao Ministério Público Estadual.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação dodeclínio de atribuição, nos termos do voto do(a) relator(a).

021. Processo: 1.19.000.002280/2019-81 - Eletrônico Voto: 7071/2019 Origem: PROCURADORIA DAREPÚBLICA - MARANHÃO

Relator(a): Dr(a) LUIZA CRISTINA FONSECA FRISCHEISEN

Ementa: Inquérito Policial. Crime de roubo na modalidade tentada (CP, art. 157, § 2º-A, I e § 2º, II c/c art.14, II) praticado contra agência dos Correios. Relato de que indivíduos não identificados entraramna agência, com emprego de arma de fogo e tentaram subtrair a quantia de R$ 155.732,63.Revisão de declínio de atribuições (Enunciado nº 33 da 2ª CCR). Consta dos autos que a quantiaque estava no cofre da agência pertencia ao Banco do Brasil, sociedade de economia mista.Ausência de dano ao serviço postal. Precedentes do STJ (CC nº 145.800/TO, DJe 25/4/2016; CCnº 133.751/SP, DJe 4/12/2014) e da 2ª CCR (JF/CE-0000735-11.2017.4.05.8100-INQ, 676ªSessão de Revisão, 24/4/2017, unânime). Não ocorrendo com a infração prejuízos penalmenterelevantes a bens, serviços ou interesse direto e específico da União, suas entidades autárquicasou empresas públicas, não se firma a competência da Justiça Federal, e, consequentemente,falece atribuição ao Ministério Público Federal para a persecução penal. Inteligência do art. 109,IV, da Constituição Federal. Homologação do declínio de atribuições ao Ministério PúblicoEstadual.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação dodeclínio de atribuição, nos termos do voto do(a) relator(a).

022. Processo: 1.27.000.001006/2016-71 Voto: 6649/2019 Origem: PROCURADORIA DAREPÚBLICA NO MUNICÍPIO DECORRENTE-PI

Relator(a): Dr(a) LUIZA CRISTINA FONSECA FRISCHEISEN

Ementa: Notícia de Fato autuada a partir de manifestação em Sala de Atendimento ao Cidadão. Supostaausência de recolhimento de contribuições previdenciárias no ano de 2014 para o Fundo dePrevidência Próprio-BOM-PREVI pertencente ao Município de Bom Jesus/PI. Revisão de declíniode atribuições (Enunciado nº 32 da 2ª CCR). Verificada a existência de procedimento apuratóriono Ministério Público Estadual do Piauí que apura irregularidades afetas a falta de recolhimentode contribuições previdenciárias (BOM PREV) no Município de Bom Jesus/PI durante nos anos2010,2011 e 2012, bem como a adesão do município a 03 (três) parcelamentos que estão com aexigibilidade suspensa no âmbito da Receita Federal do Brasil. Inexistência de elementos que, nomomento, apontem eventual prejuízo ao Sistema Financeiro Nacional. Ausência de indíciosmínimos de conduta delitiva justificadora do prosseguimento das investigações no âmbito dasatribuições do Ministério Público Federal. Inteligência do art. 109, IV, da Constituição Federal.Homologação do declínio de atribuições ao Ministério Público Estadual.

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ATA DA 758ª SESSÃO DE REVISÃO PGR-00037106/2020

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação dodeclínio de atribuição, nos termos do voto do(a) relator(a).

023. Processo: 1.29.000.002415/2019-62 - Eletrônico Voto: 6752/2019 Origem: PROCURADORIAREGIONAL DA REPÚBLICA DA 4ªREGIÃO

Relator(a): Dr(a) LUIZA CRISTINA FONSECA FRISCHEISEN

Ementa: Notícia de Fato autuada a partir de despacho proferido na Notícia de Fato nº1.29.000.001720/2019-37, cujo objeto consistia em para apurar a negativa dos pais de menorindígena Mbyá-Guarani em autorizar procedimento de saúde do qual poderá depender a vida dofilho (amputação de membro necrosado), alegando questões culturais. No decorrer da regulartramitação daquele expediente, o menor, de cinco anos de idade, não resistiu aos ferimentos efaleceu. Foi promovido o arquivamento daquele feito em relação aos procedimentos médicosnecessários à manutenção da vida do menor, considerando 1) o óbito do infante e 2) queajuizada, por este Parquet, Ação Civil Pública e garantido o acesso pleno às ferramentas médicasaté o momento de sua morte. No que se refere às investigações sobre os fatos que ocasionaramas queimaduras, instaurou-se a presente Notícia de Fato. Revisão de declínio de atribuições(Enunciado nº 32 da 2ª CCR). Até o momento do óbito, o que se sabia, superficialmente, acercadas circunstâncias que resultaram nas queimaduras, era que o menino estaria brincando com umprimo de 11 anos, próximo a uma fogueira acesa em um local fechado, em sua aldeia indígena, eque o acidente teria sido ocasionado em razão da explosão de um galão de gasolina. Existênciade dúvidas em relação aos fatos, sobretudo considerando a informação de que o próprio menino,na ocasião, disse que tinha sido os adolescentes que tinham jogado gasolina e colocado fogonele. A competência da Justiça Federal justifica-se somente quando a questão versar acerca dedisputa sobre direitos indígenas, incluindo as matérias referentes à organização social dos índios,seus costumes, línguas, crenças e tradições, bem como os direitos sobre as terras quetradicionalmente ocupam, conforme dispõem os arts. 109, XI, e 231, ambos da CF/1988.Precedentes (STJ - CC: 123016 TO 2012/0119013-6, Rel. Min. Marco Aurélio Bellizze, TerceiraSeção, DJe 01/08/2013; STF - AI-AgR: 496653 AP, Rel. Min. Joaquim Barbosa, Segunda Turma,DJ 03-02-2006). No caso, evidencia-se a ausência de elementos de informação capazes dejustificar a atribuição do Ministério Público Federal para a persecução penal. Homologação dodeclínio de atribuições ao Ministério Público Estadual.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação dodeclínio de atribuição, nos termos do voto do(a) relator(a).

024. Processo: 1.29.000.004081/2019-61 - Eletrônico Voto: 6857/2019 Origem: PROCURADORIA DAREPÚBLICA - RIO GRANDE DOSUL

Relator(a): Dr(a) LUIZA CRISTINA FONSECA FRISCHEISEN

Ementa: Notícia de Fato instaurada a partir de manifestação ofertada perante a Sala de Atendimento aoCidadão, na qual se relata que a representante laborou por nove meses em um hospital privadolocalizado em Canoas/RS, sem que tenha havido ao menos o recolhimento de FGTS na contavinculada da trabalhadora. Revisão de declínio de atribuições (Enunciado nº 32). Nos termos doEnunciado nº 58 da 2ª CCR, o simples ato, por si só, de não depositar os valores referentes aoFGTS na conta vinculada do empregado é conduta atípica na esfera penal. No entanto, segundo aProcuradora oficiante, existe a possibilidade de ocorrência, no caso, em tese, do crime previsto noart. 203 do CP. A respeito da questão, o Conselho Institucional do MPF, ao apreciar e acolherrecurso interposto em face de decisão desta 2ª CCR, firmou entendimento no sentido de que alesão a um restrito número de trabalhadores de uma pequena empresa não tem significação parase ter como lesados interesses que cabe à União proteger e preservar, ainda mais quando a lesãonão atingiu o trabalhador em sua dignidade da pessoa humana. Para o CIMPF, na linha dejulgados do STF, o simples fato de haver o descumprimento de normas trabalhistas, prevendodireitos dos trabalhadores, não configura o crime a ponto de deslocar a competência para aJustiça Federal (NF nº 1.24.000.000526/2016-78, unânime, 4ª Sessão Ordinária, 10/05/2017).

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ATA DA 758ª SESSÃO DE REVISÃO PGR-00037106/2020

Competência da Justiça Federal para processar e julgar os crimes contra a organização dotrabalho quando tenham por objeto a organização geral do trabalho ou direitos dos trabalhadorescoletivamente considerados. Inexistência de elementos de informação capazes de legitimar aatribuição do Ministério Público Federal para persecução penal. Homologação do declínio aoMinistério Público Estadual.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação dodeclínio de atribuição, nos termos do voto do(a) relator(a).

025. Processo: 1.32.000.000834/2019-74 - Eletrônico Voto: 7024/2019 Origem: PROCURADORIA DAREPÚBLICA - RORAIMA

Relator(a): Dr(a) LUIZA CRISTINA FONSECA FRISCHEISEN

Ementa: Notícia de Fato autuada para apurar o suposto crime de vilipêndio a cadáver (CP, art. 212).Divulgação em grupo de whatsapp de foto de um membro humano exposto em avenida eproferido, como legenda, a frase HOJE TEM CHURRASCO. Revisão de declínio de atribuições(Enunciado nº 32 da 2ª CCR). Não ocorrendo, com a infração penal, prejuízo a bens, serviços ouinteresse direto e específico da União, suas entidades autárquicas ou empresas públicas, não sefirma a competência da Justiça Federal, e, consequentemente, falece atribuição ao MinistérioPúblico Federal para a persecução penal. Inteligência do art. 109, IV, da Constituição Federal.Homologação do declínio de atribuições ao Ministério Público Estadual.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação dodeclínio de atribuição, nos termos do voto do(a) relator(a).

026. Processo: 1.34.015.000448/2019-49 - Eletrônico Voto: 6861/2019 Origem: PROCURADORIA DAREPÚBLICA NO MUNICÍPIOS.J.DO R.PRETO/CATAND

Relator(a): Dr(a) LUIZA CRISTINA FONSECA FRISCHEISEN

Ementa: Notícia de Fato instaurada a partir de ofício do Juízo da Vara Única de Cardoso/SP, comunicandoa possível ocorrência do crime de estelionato. CP, art. 171. Consta do expediente que o benefíciode aposentadoria de D.A.S. sofreu descontos indevidos por parte da Associação Brasileira deAposentados, Pensionistas e Idosos (ASBAPI), qualificada em seu sítio eletrônico como umaentidade sem fins lucrativos. Nos autos de ação declaratória, em sede de apelação cível, a 7ªCâmara de Direito Privado do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo reconheceu que aassociação referida realizou descontos fraudulentos e não autorizados no valor mensal de R$72,21 no benefício previdenciário. Revisão de declínio de atribuições (Enunciado nº 32). Narrativaque não evidencia lesão direta a bens, serviços ou interesse da União ou de suas entidades.Eventual prática de estelionato em detrimento de particular. Carência de elementos de informaçãocapazes de legitimar a atribuição do Ministério Público Federal para a persecução penal.Homologação do declínio ao Ministério Público Estadual.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação dodeclínio de atribuição, nos termos do voto do(a) relator(a).

027. Processo: 1.34.018.000184/2019-01 - Eletrônico Voto: 6867/2019 Origem: PROCURADORIA DAREPÚBLICA NO MUNICÍPIO DETAUBATE-SP

Relator(a): Dr(a) LUIZA CRISTINA FONSECA FRISCHEISEN

Ementa: Notícia de fato. Crimes de falsificação de documento público (CP, art. 297) e de uso de documentofalso (CP, art. 304). Revisão de declínio de atribuições (Enunciado nº 32 da 2ª CCR).Representante de empresa privada que apresentou junto à Prefeitura de Taubaté/SP, visando aobtenção de contrato de prestação de serviço de enfermagem via Pregão Presencial, CertidãoNegativa de Débito da União aparentemente falsa. Provocada a manifestar-se, a Procuradoria daFazenda Nacional informou que a certidão em questão não foi emitida pelo sistema do órgãofederal. Ausência de elementos de informação capazes de justificar a atribuição do Ministério

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ATA DA 758ª SESSÃO DE REVISÃO PGR-00037106/2020

Público Federal para a persecução penal. Súmula 546 do STJ: A competência para processar ejulgar o crime de uso de documento falso é firmada em razão da entidade ou órgão ao qual foiapresentado o documento público, não importando a qualificação do órgão expedidor.Homologação do declínio de atribuições ao Ministério Público Estadual.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação dodeclínio de atribuição, nos termos do voto do(a) relator(a).

028. Processo: 1.36.000.000500/2019-51 - Eletrônico Voto: 6866/2019 Origem: PROCURADORIA DAREPÚBLICA - TOCANTINS

Relator(a): Dr(a) LUIZA CRISTINA FONSECA FRISCHEISEN

Ementa: Notícia de Fato. Crime de apropriação indébita (CP, art. 168, § 1º, III) supostamente cometido poradvogado em detrimento de seu cliente. Revisão de declínio de atribuições (Enunciado nº 32 da2ª CCR). Advogado que teria se apropriado de valores resultantes de ação previdenciária.Prejuízo suportado unicamente pelo particular (cliente). Ausência de elementos de informaçãocapazes de justificar a atribuição do Ministério Público Federal para a persecução penal.Precedentes da 2ª CCR: 1.14.008.000003/2019-41, 1.30.005.000092/2019-10,1.14.000.000216/2019-42. Homologação do declínio de atribuições ao Ministério Público Estadual.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação dodeclínio de atribuição, nos termos do voto do(a) relator(a).

Outras deliberações(Declínio)

029. Processo: DPF/PS/BA-0153/2016-INQ Voto: 6775/2019 Origem: GABPRM001-FZ -FERNANDO ZELADA

Relator(a): Dr(a) LUIZA CRISTINA FONSECA FRISCHEISEN

Ementa: Inquérito Policial instaurado para apurar suposta prática de uso de documento falso (Licença deViagem expedida pela ANTT), apreendido em fiscalização da Polícia Rodoviária Federal àsmargens da BR 367 em Porto Seguro/BA. 1) Suposto crime de uso de documento falso (CP, art.304). Revisão de arquivamento (LC 75/93, art. 62, IV). Inexistência de elementos que apontempara o conhecimento do investigado (condutor do veículo) quanto à falsidade do documentoapresentado, visto que o veículo não lhe pertencia e que referido documento havia lhe sidoentregue pelo seu patrão, proprietário do veículo, que confirmou a afirmativa. Ausência de indíciosde dolo. Homologação do arquivamento. 2) Possibilidade da prática do crime de falsificação dedocumento público (CP, arts. 297). Revisão de declínio de atribuições (Enunciado nº 33 da 2ªCCR). Ausência de prejuízos diretos e específicos a bens, serviços ou interesse da União, suasentidades autárquicas ou empresas públicas, capazes de justificar a atribuição do MinistérioPúblico Federal para a persecução penal. Precedente 2ª CCR: Inquérito Policial nº 0012/2018,Sessão de Revisão nº 722, de 27/08/2018, unânime. Homologação do declínio de atribuições aoMinistério Público Estadual.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação doarquivamento e do declínio de atribuições ao Ministério Público Estadual, nos termos do votodo(a) relator(a).

Homologação de Arquivamento

030. Processo: DPF/AM-00407/2019-INQ Voto: 6780/2019 Origem: GABPR4-HSVL -HENRIQUE DE SA VALADAOLOPES

Relator(a): Dr(a) LUIZA CRISTINA FONSECA FRISCHEISEN

Ementa: Inquérito Policial. Suposta prática do delito de falso testemunho em ação trabalhista (CP, art. 342).Revisão de arquivamento (LC nº 75/93, art. 62, IV). Contrariedade juridicamente irrelevante nosdepoimentos prestados perante a Justiça do Trabalho pela investigada na condição de

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ATA DA 758ª SESSÃO DE REVISÃO PGR-00037106/2020

testemunha e de reclamante quanto ao início de sua jornada laboral (7h para a 6ª Vara e 8h paraa 8ª Vara). No presente caso, verifica-se que os elementos coligidos não são suficientes parademonstrar que a testemunha fez afirmação falsa perante o juízo trabalhista invertendo arealidade dos fatos com má-fé. Corrobora esse entendimento o fato de que o depoimento dainvestigada se referia à sua realidade laboral e não da reclamante, que suscitou a abertura deinquérito policial ao Juízo da 8ª Vara do Trabalho contra a investigada. Não há elementos deconvicção que apontem intenção (dolo) de induzir em erro a Justiça do Trabalho. Ausência depotencialidade lesiva nas declarações. Não configuração de crime. Homologação doarquivamento.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação doarquivamento, nos termos do voto do(a) relator(a).

031. Processo: DPF/AM-00559/2019-INQ Voto: 6806/2019 Origem: GABPR1-ECBJ -EDMILSON DA COSTABARREIROS JUNIOR

Relator(a): Dr(a) LUIZA CRISTINA FONSECA FRISCHEISEN

Ementa: Inquérito Policial instaurado para apurar possível ocorrência do delito previsto no art. 155 do CPB,tendo em vista que no dia 12/09/2018, 03 sujeitos tentaram adentrar à Agência dos Correios deUrucurituba/AM. Revisão de arquivamento (LC nº 75/93, art. 62, IV). Conforme apurado, osinvestigados, para arrombar a agência dos Correios, pela parede dos fundos; tentaram cavar umburaco, mas não obtiveram êxito. Apesar de a princípio os agentes terem a intenção de adentrarna agência para furtar bens dos Correios, voluntariamente desistiram de prosseguir na execuçãodo crime, evadindo-se sem levar consigo qualquer valor da referida agência. O valor do reparoaos danos causados pelos meliantes foi de R$ 320,00. Ocorrência da desistência voluntária, nosmoldes da excludente de tipicidade prevista no art. 15 do Código Penal, respondendo o sujeitoapenas pelos atos já praticados. Homologação do arquivamento.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação doarquivamento, nos termos do voto do(a) relator(a).

032. Processo: DPF/MBA/PA-000922017-INQ Voto: 6766/2019 Origem: GABPRM2-LDCF - LUCASDANIEL CHAVES DE FREITAS

Relator(a): Dr(a) LUIZA CRISTINA FONSECA FRISCHEISEN

Ementa: Inquérito Policial instaurado para apurar possível crime de uso de documento falso, previsto noart. 304 do Código Penal, atribuído aos administradores de empresa privada, por supostamenteter apresentado falsos recibos de pagamento, em nome de 17 (dezessete) trabalhadores, emfiscalização realizada pelo MTE em Itupiranga/PA. Revisão de arquivamento (LC nº 75/93, art. 62,IV). Iniciadas as investigações, os agentes da Polícia Federal realizaram diligência junto aos 17(dezessete) trabalhadores, tendo todos reconhecido suas assinaturas e confirmando orecebimento dos valores declinados. A propósito destas afirmações, a contadoria responsável pelacontabilidade do empreendimento, repassou cópia da documentação requisitada, o que, emconfronto com as cópias dos autos, não indica falsificação. Ausência de elementos mínimos damaterialidade delitiva. Homologação do arquivamento.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação doarquivamento, nos termos do voto do(a) relator(a).

033. Processo: DPF/ROO-00081/2017-INQ Voto: 6777/2019 Origem: GABPRM2-RBL - RAULBATISTA LEITE

Relator(a): Dr(a) LUIZA CRISTINA FONSECA FRISCHEISEN

Ementa: Inquérito Policial instaurado instaurado para apurar suposta fraude ou descaminho em atividadecomercial de empresa privada, que possuía anúncios em rede social para a venda de aparelhoscelulares abaixo do valor comum de mercado. Revisão de arquivamento (LC nº 75/93, art. 62, IV).Inexistência de elementos suficientes da materialidade e autoria delitivas. O noticiante não

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informou ter efetuado a compra de eletrônicos, também não apresentou boleto ou outra forma depagamento utilizada pela empresa, obstando possível rastreio do favorecido pela agênciabancária. Ademais, pesquisa atualizada da situação cadastral da pessoa jurídica no site da receitafederal demonstra que a empresa foi baixada em 20/03/2017. Esgotamento das diligênciasinvestigatórias razoavelmente exigíveis e inexistência de linha investigatória potencialmenteidônea. Aplicação da Orientação n° 26/2016 da 2ª CCR. Arquivamento que não gera coisa julgada,podendo as investigações serem reabertas se houver notícia de novas provas (CPP, art. 18).Homologação do arquivamento.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação doarquivamento, nos termos do voto do(a) relator(a).

034. Processo: DPF/ROO-00232/2017-IPL Voto: 6784/2019 Origem: GABPRM1-JRCMJ - JOSERICARDO CUSTODIO DE MELOJUNIOR

Relator(a): Dr(a) LUIZA CRISTINA FONSECA FRISCHEISEN

Ementa: Inquérito Policial instaurado com o intuito de apurar a prática do crime de estelionato, previsto noart. 171, § 3º, do Código Penal. Termo de Declaração da noticiante, oportunidade na qual relatouque, trabalha como gestora do Programa Bolsa Família na Prefeitura de São Pedro da Cipa/MT há03 (três) anos e 04 (quatro) meses, atuando na inclusão de cadastro e preenchimento deformulários das famílias de baixa renda inscritas no Cadastro Único, bem como no bloqueio edesbloqueio de benefícios. Narrativa de que, ao analisar o sistema percebeu inclusões ealterações de usuários no Cadastro Único do Programa Bolsa Família, sendo concedido 187(cento e oitenta e sete) benefícios de forma irregular. A priori, insta registrar que, dentre os 187benefícios estavam inclusas pessoas falecidas e outras que são conhecidas pela população domunicípio, sendo solteiras e incluídas com filhos fictícios. Todavia, a maioria da lista eram pessoasdesconhecidas pelos habitantes de São Pedro da Cipa/MT, bem como os cadastros eramrealizados de madrugada, finais de semana, e alguns durante o expediente, utilizando o CPF dagestora ou CPF desconhecidos. Com efeito, a noticiante adotou as providências cabíveis,alertando todas as autoridades, comunicando a SETAS e a Caixa Econômica Federal sobre asfraudes cometidas, assim como alterou sua senha no sistema de cadastro do Programa BolsaFamília. Revisão de arquivamento (LC nº 75/93, art. 62, IV). Realização de várias diligências.Inexistência de elementos suficientes da autoria delitiva. Esgotamento das diligênciasinvestigatórias razoavelmente exigíveis e inexistência de linha investigatória potencialmenteidônea. Aplicação da Orientação n° 26/2016 da 2ª CCR. Arquivamento que não gera coisa julgada,podendo as investigações serem reabertas se houver notícia de novas provas (CPP, art. 18).Homologação do arquivamento.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação doarquivamento, nos termos do voto do(a) relator(a).

035. Processo: DPF/RO-0306/2019-INQ Voto: 6763/2019 Origem: GABPR3-DAL - DANIELAZEVEDO LÔBO

Relator(a): Dr(a) LUIZA CRISTINA FONSECA FRISCHEISEN

Ementa: Inquérito Policial. Suposta prática do delito de falso testemunho em ação trabalhista (CP, art. 342).Revisão de arquivamento (LC nº 75/93, art. 62, IV). Desconsideração total do depoimento peloJuízo Trabalhista, que, inclusive, aplicou multa ao investigado no valor de R$ 3.000,00, nostermos do art. 793, D c/c art. 793, C, ambos da CLT. Sentença fundada em outros elementos deprova existentes nos autos. Ausência de potencialidade lesiva nas declarações. Não configuraçãode crime. Precedentes da 2ª CCR/MPF: Processo nº 1.23.000.003602/2016-34, 668ª Sessão deRevisão, de 12/12/2016, Relator SPGR José Adonis Callou de Araújo Sá, unânime; Processo nº1.29.000.001385/2017-13, 680ª Sessão de Revisão, de 12/06/2017, Relator SPGR JulianoBaiocchi Villa-Verde de Carvalho, unânime; e Processo nº 1.34.043.000242/2017-10, 680ª Sessãode Revisão, de 12/06/2017, Relatora SPGR Luiza Cristina Fonseca Frischeisen, unânime.Homologação do arquivamento.

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ATA DA 758ª SESSÃO DE REVISÃO PGR-00037106/2020

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação doarquivamento, nos termos do voto do(a) relator(a).

036. Processo: JF-AM-0002149-79.2015.4.01.3200-INQ

Voto: 6771/2019 Origem: GABPR4-HSVL -HENRIQUE DE SA VALADAOLOPES

Relator(a): Dr(a) LUIZA CRISTINA FONSECA FRISCHEISEN

Ementa: Inquérito Policial instaurado para apurar o delito de tráfico internacional de drogas ocorrido nomunicípio de São Gabriel da Cachoeira/AM, ocasião em que foram apreendidos 120,750kg decocaína em embarcação abandonada, que era conduzida supostamente, no dia anterior, peloinvestigado. Revisão de arquivamento (LC nº 75/93, art. 62, IV). O crime que originou o presenteIPL foi objeto de denúncia pelo MPF, que culminou com sentença de absolvição do réu.Atualmente, o processo encontra-se em grau de apelação no TRF. As demais informações nosautos e apensos constituem, na verdade, peças com intuito de registrar a atuação de organizaçãocriminosa ligada ao tráfico transnacional de drogas, a partir do município de São Gabriel daCachoeira e sua fronteira internacional. Contudo, desde o ano de 2014 até a presente data, nãofoi deflagrada nenhuma operação policial ou solicitada medida cautelar para desvendar supostaorganização criminosa na região, a partir das informações levantadas. Portanto, ainda não há umalinha investigatória plausível para identificar, no caso concreto, a presença de uma ou maisorganização criminosa na região do Alto Rio Negro. A mera expectativa de desvendar aempreitada criminosa por meio de depoimentos de testemunhas e/ou investigados e juntadas dedeclarações de outras apreensões de drogas, não justificam o prosseguimento de um inquéritopolicial por tempo indeterminado. Nesse sentido, o Supremo Tribunal Federal já decidiu que apendência de investigação, por prazo irrazoável, sem amparo em suspeita contundente, ofende odireito à razoável duração do processo (art. 5º, LXXVIII, da CF) e a dignidade da pessoa humana(art. 1º, III, da CF) (Inq 4420, 2ª Turma, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgado em 21/08/2018).Aplicação da Orientação n° 26/2016 da 2ª CCR. Arquivamento que não gera coisa julgada,podendo as investigações serem reabertas se houver notícia de novas provas (CPP, art. 18).Homologação do arquivamento.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação doarquivamento, nos termos do voto do(a) relator(a).

037. Processo: JF/MG-0017674-42.2018.4.01.3800-INQ

Voto: 7046/2019 Origem: GABPR16-PSM - PATRICKSALGADO MARTINS

Relator(a): Dr(a) LUIZA CRISTINA FONSECA FRISCHEISEN

Ementa: Inquérito Policial instaurado a partir de representação da própria vítima, para apurar a prática doscrimes de injúria e de ameaça, respectivamente capitulados nos artigos 140 e 147 do CódigoPenal, supostamente praticados por usuários de rede social, integrantes de torcida de time defutebol em Minas Gerais, contra Juiz Federal. O Ministério Público Federal promoveu oarquivamento do feito, por entender que as postagens de J.O.G. não consubstanciavam insultoshábeis a macular a honra do Juiz Federal. Contudo, o Juízo da 35ª Vara Federal indeferiu apromoção de arquivamento e remeteu os autos à esta 2ª Câmara de Coordenação e Revisão doMPF. A 2ª CCR apontou que o arquivamento seria prematuro e determinou o prosseguimento dasinvestigações por outro membro do MPF. Realizadas diligências. Nova promoção dearquivamento. Revisão de arquivamento (LC nº 75/93, art. 62, IV). Do exame do feito, verifica-seque o único usuário identificado dentre aqueles responsáveis pelas postagens ofensivas, J.O.G.,faleceu em 17.03.2019, de modo que se operou a extinção da punibilidade em relação à suaconduta. Quanto aos demais usuários que teriam divulgado mensagens ofensivas e ameaçadorasem detrimento do Juiz Federal A.G.O.S., não se justifica o prosseguimento das investigações. Éque, da análise dos printscreens encaminhados pelo representante, verifica-se que as postagensdatam de 2014 e 2015. Sendo assim, considerando as penas máximas cominadas aos delitoscapitulados nos artigos 140 e 147 do Código Penal, resta configurada a prescrição da pretensãopunitiva pela pena em abstrato. Por fim, esclareça-se que a manifestação do Juiz Federal L.P.Cem artigo de sua autoria não configura qualquer crime, e já está sendo apurada na esfera

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correicional do Tribunal Regional Federal da 1ª Região. Homologação do arquivamento.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação doarquivamento, nos termos do voto do(a) relator(a).

038. Processo: JF/MG-0026746-92.2014.4.01.3800-INQ

Voto: 6772/2019 Origem: GABPR16-PSM - PATRICKSALGADO MARTINS

Relator(a): Dr(a) LUIZA CRISTINA FONSECA FRISCHEISEN

Ementa: Inquérito Policial instaurado com o intuito de apurar a prática do crime de estelionato, previsto noart. 171, § 3º, do Código Penal. Revisão de arquivamento (LC nº 75/93, art. 62, IV). Indivíduo nãoidentificado que obteve, indevidamente, o Benefício Assistencial ao Idoso LOAS, mediante aapresentação de documentos de identificação produzidos a partir de Certidão de Nascimentofalsa. Inexistência de elementos suficientes da autoria delitiva. Esgotamento das diligênciasinvestigatórias razoavelmente exigíveis e inexistência de linha investigatória potencialmenteidônea. Aplicação da Orientação n° 26/20161 da 2ª CCR. Arquivamento que não gera coisajulgada, podendo as investigações serem reabertas se houver notícia de novas provas (CPP, art.18). Homologação do arquivamento.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação doarquivamento, nos termos do voto do(a) relator(a).

039. Processo: JFRJ/TRS-0000082-92.2015.4.02.5115-INQ - Eletrônico

Voto: 6653/2019 Origem: GABPRM1-LACC -LEONARDO ALMEIDA CORTESDE CARVALHO

Relator(a): Dr(a) LUIZA CRISTINA FONSECA FRISCHEISEN

Ementa: Inquérito Policial. Aplicação do art. 28 do CPP c/c art. 62, IV da LC 75/93. Possível falsificação deassinatura em documento público, qual seja, o termo de depoimento prestado por testemunha nasede da PRM Teresópolis/RJ. Instaurado Procedimento Administrativo Disciplinar para apurar aconduta do servidor do MPF que colheu as declarações da testemunha, quer restou arquivadocom fundamento na ausência de provas da falsificação da assinatura ou rubrica, por parte doservidor, além de não terem sido identificados motivos para a eventual falsificação da firma, umavez que a própria testemunha confirmou ter comparecido na PRM Teresópolis/RJ no dia dosfatos, bem como confirmou os termos da declaração prestada no documento em análise. Nessecontexto, evidencia-se tratar de documento autêntico, confeccionado no âmbito do MPF, cujadúvida de autenticidade recaiu apenas sobre a assinatura, e não sobre o conteúdo, já confirmadopela declarante. Por fim, o servidor declarou que colheu sozinho as declarações da testemunha,uma vez que o Procurador da República titular estava de férias no dia dos fatos. Relatou, ainda,que a testemunha queixava-se de problemas de saúde que, inclusive, dificultavam a assinatura dotermo de depoimento e, apesar da sugestão de apor assinatura a rogo, a declarante acabouassinando o termo, não sabendo o servidor o motivo para a testemunha apor assinatura diferentena ocasião. Ausência de elementos mínimos aptos a comprovar a autoria delitiva e evidenciada ainexistência de conduta dolosa no delito em análise. Manutenção do arquivamento.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação doarquivamento, nos termos do voto do(a) relator(a).

040. Processo: SR/DPF/MG-01542/2011-INQ Voto: 7044/2019 Origem: GABPR16-PSM - PATRICKSALGADO MARTINS

Relator(a): Dr(a) LUIZA CRISTINA FONSECA FRISCHEISEN

Ementa: Inquérito Policial instaurado com o intuito de apurar a prática do crime de estelionato, previsto noart. 171, § 3º, do Código Penal. Revisão de arquivamento (LC nº 75/93, art. 62, IV). Consta dosautos que, no dia 05/10/2008, uma mulher, acompanhada de seu procurador, compareceu àAgência da Previdência Social do Bairro Barreiro, em Belo Horizonte/MG, munida de documentosfalsos em nome da segurada e efetuou requerimento de benefício Assistencial de Amparo aoIdoso. O benefício foi pago indevidamente no período de 15/10/2008 a 31/08/2011. Realização de

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diversas diligências. Investigados de origem cigana. Ausência de suspeitos, de testemunha, deelementos técnicos formadores de convicção e de outras diligências capazes de modificar opanorama probatório atual. Aplicação da Orientação n° 26/20161 da 2ª CCR. Arquivamento quenão gera coisa julgada, podendo as investigações serem reabertas se houver notícia de novasprovas (CPP, art. 18). Homologação do arquivamento.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação doarquivamento, nos termos do voto do(a) relator(a).

041. Processo: 1.00.000.020887/2019-15 - Eletrônico Voto: 6880/2019 Origem: PROCURADORIA DAREPÚBLICA NO MUNICÍPIO DESINOP-MT

Relator(a): Dr(a) LUIZA CRISTINA FONSECA FRISCHEISEN

Ementa: Notícia de Fato. Possível crime de trabalho escravo (art. 149 do CP). Revisão de arquivamento(LC nº 75/93, art. 62, IV). Encontradas irregularidades trabalhistas e lavrados Autos de Infração.Nenhum dos empregados informaram a restrição de sua liberdade pelo empregador, bem comonão aduziram nada quanto às suas condições reais de trabalho. Tal situação, entre as demaisprovas demonstram a ausência dos requisitos caracterizadores do crime tipificado no artigo 149do Código Penal. Adoção de medidas necessárias à regularização. Ausência de indícios de queos trabalhadores fossem submetidos a trabalhos forçados ou a jornada exaustiva, nem quelaborassem em condições degradantes ou que tivessem sua locomoção restringida em razão dedívida com o empregador. Inexistência de fraude ou violência. Fatos atípicos na esfera penal.Homologação do arquivamento.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação doarquivamento, nos termos do voto do(a) relator(a).

042. Processo: 1.04.004.000010/2018-48 - Eletrônico Voto: 6876/2019 Origem: PROCURADORIAREGIONAL DA REPÚBLICA DA 4ªREGIÃO

Relator(a): Dr(a) LUIZA CRISTINA FONSECA FRISCHEISEN

Ementa: Notícia de Fato instaurada a partir de expediente da Corregedoria Regional de Polícia Federal noRio Grande do Sul dando conta de notícia-crime formulada pelo cidadão J.R.F., na qual relatailícitos supostamente cometidos no curso da instrução de diversos procedimentos no âmbito dosJuizados Especiais Cíveis envolvendo juízes leigos, magistrados e servidores da Justiça doEstado do Rio Grande do Sul. Revisão de arquivamento (LC nº 75/93, art. 62, IV). Narrativa vaga,genérica, confusa e desprovida de substrato probatório mínimo. Falta de verossimilhança nosfatos descritos pelo noticiante, bem como ausência de indícios mínimos de condutas ilícitas,notadamente de competência da Justiça Federal. Conforme a autoridade policial, sequer épossível constatar, mesmo em uma análise minuciosa do relato, a própria existência dos fatos,dada a forma desconexa como expostos. Materialidade delitiva não evidenciada. Notícia de fatocom relato de idêntica natureza já enviada à Procuradoria-Geral do Estado e à Polícia Civil. Faltade justa causa para prosseguir na persecução penal. Homologação do arquivamento.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação doarquivamento, nos termos do voto do(a) relator(a).

043. Processo: 1.11.001.000664/2019-48 - Eletrônico Voto: 7027/2019 Origem: PROCURADORIA DAREPÚBLICA NO MUNICÍPIO DEARAPIRACA/S IPANEM

Relator(a): Dr(a) LUIZA CRISTINA FONSECA FRISCHEISEN

Ementa: Notícia de Fato autuada para apurar a prática do crime de estelionato, previsto no art. 171, § 3º,do Código Penal. Revisão de arquivamento (LC nº 75/93, art. 62, IV). Recebimento indevido pormeio de cartão magnético, após o óbito do titular, no período de 01/09/2001 a 31/12/2009, nomontante original de R$ 34.050,44. No decorrer da apuração administrativa, a investigada, que

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ATA DA 758ª SESSÃO DE REVISÃO PGR-00037106/2020

figurou como procuradora do referido benefício, requereu o parcelamento do débito, sendo-lhedeferido tal pleito. O ressarcimento ao erário está acontecendo por meio do cumprimento de termode parcelamento. Caso haja sua inadimplência, o INSS dispõe dos meios legais para providenciara satisfação de seu crédito no âmbito cível. Ausência de interesse de agir. Homologação doarquivamento.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação doarquivamento, nos termos do voto do(a) relator(a).

044. Processo: 1.15.002.000129/2019-38 - Eletrônico Voto: 6864/2019 Origem: PROCURADORIA DAREPÚBLICA NO MUNICÍPIO DE J.NORTE/IGUATU-CE

Relator(a): Dr(a) LUIZA CRISTINA FONSECA FRISCHEISEN

Ementa: Procedimento Investigatório Criminal. Possível crime de estelionato previdenciário (CP, art. 171, §3º). Suposto recebimento indevido de benefício previdenciário após a morte da beneficiária, que,segundo o noticiante teria ocorrido no dia 20/07/2011. Revisão de arquivamento (LC nº 75/93, art.62, IV). Diligências. Certidão de Óbito informando que a beneficiária faleceu no dia 20/02/2013,data confirmada com parentes e vizinhos, inclusive com fotos do sepultamento. Ausência deelementos mínimos de materialidade delitiva. Aplicação da Orientação n° 26/2016 da 2ª CCR.Homologação do arquivamento.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação doarquivamento, nos termos do voto do(a) relator(a).

045. Processo: 1.18.000.002748/2019-75 - Eletrônico Voto: 6954/2019 Origem: PROCURADORIA DAREPÚBLICA - GOIAS/APARECIDADE GOIÂNIA

Relator(a): Dr(a) LUIZA CRISTINA FONSECA FRISCHEISEN

Ementa: Notícia de Fato. Possível prática do crime de estelionato majorado (art. 171, § 3º, do CP),consistente no recebimento fraudulento de uma parcela do seguro-desemprego do representante,no valor de R$ 1.316,83. Revisão de arquivamento (LC nº 75/93, art. 62, IV). Observa-se pelomodus operandi do crime, que o autor explorou falhas no sistemas da CEF e FAT, cujosmecanismos de segurança se mostram ultrapassados ou já foram criados com deficiência, o quepossibilitou a fraude. Nessa linha, tem-se que o saque dos valores e o requerimento de novas viasdo Cartão Cidadão podem ser feitos sem apresentar documentação de identificação civil. Assim,verifica-se que a ausência de linha investigatória potencialmente idônea para identificação daautoria delitiva, já que não há nos autos qualquer indício que possibilite a identificação docriminoso. Falta de justa causa para o prosseguimento da persecução penal. Homologação doarquivamento.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação doarquivamento, nos termos do voto do(a) relator(a).

046. Processo: 1.18.000.002770/2019-15 - Eletrônico Voto: 7048/2019 Origem: PROCURADORIA DAREPÚBLICA - GOIAS/APARECIDADE GOIÂNIA

Relator(a): Dr(a) LUIZA CRISTINA FONSECA FRISCHEISEN

Ementa: Notícia de Fato. Suposta prática do delito de falso testemunho em ação trabalhista (CP, art. 342).Informação de que testemunha teria prestado depoimento que divergia com as demais provasconstantes do processo trabalhista. Revisão de arquivamento (LC nº 75/93, art. 62, IV).Desconsideração total do depoimento pelo Juízo Trabalhista. Sentença fundada em outroselementos de prova existentes nos autos. Ausência de potencialidade lesiva nas declarações. Nãoconfiguração de crime. Precedentes da 2ª CCR/MPF: Processo nº 1.23.000.003602/2016-34, 668ªSessão de Revisão, de 12/12/2016, Relator SPGR José Adonis Callou de Araújo Sá, unânime;Processo nº 1.29.000.001385/2017-13, 680ª Sessão de Revisão, de 12/06/2017, Relator SPGR

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Juliano Baiocchi Villa-Verde de Carvalho, unânime; e Processo nº 1.34.043.000242/2017-10, 680ªSessão de Revisão, de 12/06/2017, Relatora SPGR Luiza Cristina Fonseca Frischeisen, unânime.Homologação do arquivamento.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação doarquivamento, nos termos do voto do(a) relator(a).

047. Processo: 1.18.000.002796/2019-63 - Eletrônico Voto: 6988/2019 Origem: PROCURADORIA DAREPÚBLICA - GOIAS/APARECIDADE GOIÂNIA

Relator(a): Dr(a) LUIZA CRISTINA FONSECA FRISCHEISEN

Ementa: Noticia de fato. Manifestação apresentada na Sala de Atendimento ao Cidadão comunicando queo investigado teria apresentado à Receita Federal, no ano de 2017, recibos médicossupostamente falsos em nome da noticiante, com possível finalidade de obter redução de débitostributários (Lei nº 8.137/90, art. 1º, IV). Revisão de arquivamento (LC nº 75/93, art. 62, IV). Comrelação a eventual crime previsto no art. 1° da Lei n° 8.137/90, referido delito possui naturezamaterial, cuja ocorrência depende da constituição definitiva do crédito tributário. Realização dediligências junto à Receita Federal. Ausência, no momento, da referida constituição definitiva.Súmula Vinculante n° 24 do STF. Cópias dos autos já encaminhadas à Receita Federal do Brasil,para ciência e adoção das providências cabíveis. Após o trânsito em julgado na esferaadministrativa, por imposição legal, a Autoridade Fiscal deverá enviar a Representação Fiscalpara Fins Penais ao Ministério Público Federal. Ressalte-se que já foi determinada a ciência dosfatos também ao Ministério Público Estadual, para análise de eventual crime de sonegação deISS. Homologação do arquivamento, sem prejuízo do disposto no art. 18 do CPP.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação doarquivamento, nos termos do voto do(a) relator(a).

048. Processo: 1.19.000.002052/2019-10 - Eletrônico Voto: 6879/2019 Origem: PROCURADORIA DAREPÚBLICA - MARANHÃO

Relator(a): Dr(a) LUIZA CRISTINA FONSECA FRISCHEISEN

Ementa: Notícia de Fato autuada a partir de manifestação oriunda de Sala de Atendimento ao Cidadão.Solicita providências no sentido de iniciar procedimento administrativo disciplinar contra advogadopor suposta divulgação de documentos sigilosos. Segundo a manifestação, o causídico teriautilizado atas e documentos sujeitos a confidência em processos judiciais em trâmite no TRT da16ª Região. Revisão de arquivamento (LC nº 75/93, art. 62, IV). De início, observa-se que nãocompete ao MPF a adoção de providências disciplinares em face do representado. Além disso,não há nos autos evidências de que as informações e documentos utilizados pelo causídicoestariam resguardadas por sigilo. Com efeito, as características do conflito mediado pelo MPTnem mesmo demandariam a atribuição de sigilo ao procedimento, sendo este recomendadoapenas em circunstâncias que reclamam a preservação da intimidade dos interessados, conformeartigo 10, § 2º, da Resolução CNMP nº 118/2014. Esgotamento das diligências investigatóriasrazoavelmente exigíveis e inexistência de linha investigatória potencialmente idônea. Aplicação daOrientação n° 26/20161 da 2ª CCR. Homologação do arquivamento.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação doarquivamento, nos termos do voto do(a) relator(a).

049. Processo: 1.19.002.000004/2018-88 - Eletrônico Voto: 6686/2019 Origem: PROCURADORIA DAREPÚBLICA NO MUNICÍPIO DECAXIAS-MA

Relator(a): Dr(a) LUIZA CRISTINA FONSECA FRISCHEISEN

Ementa: Inquérito Civil. Notícia que ex prefeito do Município de Caxias/MA teria deixado de recolher oPASEP, nos períodos de 2006 a 2012. A 5ª CCR homologou o arquivamento quanto aimprobidade administrativa e remeteu os autos à 2ª CCR, para análise da matéria criminal.

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ATA DA 758ª SESSÃO DE REVISÃO PGR-00037106/2020

Revisão de arquivamento (LC nº 75/93, art. 62, IV). Segundo o Procurador oficiante, o investigadofaleceu em 01/01/2018. Extinção da punibilidade (CP, art. 107, I). Inexistência de elementosmínimos que apontem o envolvimento de terceiros na conduta delitiva. Homologação doarquivamento.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação doarquivamento, nos termos do voto do(a) relator(a).

050. Processo: 1.20.004.000256/2019-57 - Eletrônico Voto: 6885/2019 Origem: PROCURADORIA DAREPÚBLICA NO MUNICÍPIO DEBARRA DO GARÇAS-MT

Relator(a): Dr(a) LUIZA CRISTINA FONSECA FRISCHEISEN

Ementa: Procedimento investigatório criminal instaurado para investigar a participação de F.A.R., no âmbitoda Operação Ixtab, pois seria um possível motorista atuante na organização, importando cigarrosdo Paraguai para vários contrabandistas já denunciados na aludida operação pelo crime decontrabando (art. 334-A, CP). Revisão de arquivamento (LC nº 75/93, art. 62, IV). Realizadasdiligências os fatos narrados não foram comprovados. No curso da investigação, o único indíciocapaz de se notar a participação do investigado na ilicitude, foi a interceptação telefônica.Contudo, no teor da degravação das conversas não há participação efetiva do investigado. Paramelhor individualização da conduta do agente, faz-se imprescindível analisar o iter criminis, ditocomo caminho do crime, composto pelas etapas de cogitação, preparação, execução,consumação e exaurimento. Constata-se do caso em questão, que o investigado percorreu ocaminho até a preparação, pois não há na investigação comprovação da prática de contrabando,apenas ilustra negociações, suposições de que teria incorrido no referido tipo penal. Esgotamentodas diligências investigatórias razoavelmente exigíveis e inexistência de linha investigatóriapotencialmente idônea. Ausência de materialidade delitiva. Aplicação da Orientação n° 26/2016 da2ª CCR. Arquivamento que não gera coisa julgada, podendo as investigações serem reabertas sehouver notícia de novas provas (CPP, art. 18). Homologação do arquivamento.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação doarquivamento, nos termos do voto do(a) relator(a).

051. Processo: 1.20.004.000262/2019-12 - Eletrônico Voto: 6991/2019 Origem: PROCURADORIA DAREPÚBLICA NO MUNICÍPIO DEBARRA DO GARÇAS-MT

Relator(a): Dr(a) LUIZA CRISTINA FONSECA FRISCHEISEN

Ementa: Procedimento Investigatório Criminal instaurado com o intuito de apurar a prática do crime deestelionato, previsto no art. 171, § 3º, do Código Penal. Investigada que teria omitido informaçõesreferentes ao seu estado civil, a fim de camuflar a renda mensal auferida pela família noprocedimento administrativo para obtenção de benefício assistencial e, assim, enquadrar-se nosrequisitos exigidos por lei para obter tal concessão. Revisão de arquivamento (LC nº 75/93, art.62, IV). Com a audiência extrajudicial, constatou-se que a autora do delito não detinha o elementosubjetivo exigido pelo tipo penal, qual seja, a vontade livre e consciente na prática delitiva. Diantedos fatos narrados neste ato, restou esclarecido que a agente foi instruída por advogada a ocultaro nome do de cujus, isto é, seu cônjuge no momento da conduta ilícita, para que, houvesse maiorprobabilidade de êxito na concessão do benefício de prestação continuada. Assim, frente aausência de instrução da autora em comento, bem como a comprovação de enfermidadepsicológica, conforme os laudos acostados nos autos, em que evidenciam a existência deEpilepsia Focal Refratária (epilepsia lobo temporal), resultando em crises diárias e de difícilcontrole mesmo com uso adequado de medicamentos, somado à orientação profissional em omitirinformações contundentes, conclui-se pela inexistência de dolo na conduta da autora. Em relaçãoà advogada que instruiu a investigada a omitir a relevante informação ao INSS para fins deconcessão do benefício de prestação continuada, autora intelectual do crime (art. 29, do CódigoPenal), insta salientar que a investigada, mesmo depois de muita insistência por parte doProcurador da República, não recordou o nome da advogada que a aconselhou a silenciar-sequanto ao seu estado civil, nem soube indicar informações precisas que possibilitassem uma linha

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ATA DA 758ª SESSÃO DE REVISÃO PGR-00037106/2020

investigativa plausível de robustecer a autoria delitiva da advogada. Aplicação da Orientação n°26/2016 da 2ª CCR. Arquivamento que não gera coisa julgada, podendo as investigações seremreabertas se houver notícia de novas provas (CPP, art. 18). Homologação do arquivamento.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação doarquivamento, nos termos do voto do(a) relator(a).

052. Processo: 1.21.000.001316/2019-51 - Eletrônico Voto: 7003/2019 Origem: PROCURADORIA DAREPÚBLICA - MATO GROSSO DOSUL

Relator(a): Dr(a) LUIZA CRISTINA FONSECA FRISCHEISEN

Ementa: Notícia de Fato. Danos causados a prédio pertencente à Empresa Brasileira de Correios eTelégrafos (ECT). Revisão de arquivamento (LC nº 75/93, art. 62, IV). Consta que no dia05/03/2019, por volta das 23h55min, vários pedestres deslocavam-se em frente ao prédio dosCorreios na Avenida Calógeras, em Campo Grande/MS, sendo que alguns indivíduosarremessaram pedras contra as janelas do edifício causando danos, não só às vidraças, mastambém ao forro de gesso do interior do recinto. Ademais, outras pessoas foram responsáveis pordesferir chutes contra a porta de ferro da entrada do estabelecimento. Inexistência de elementossuficientes da autoria delitiva. Esgotamento das diligências investigatórias razoavelmenteexigíveis e inexistência de linha investigatória potencialmente idônea. Aplicação da Orientação n°26/20161 da 2ª CCR. Homologação do arquivamento.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação doarquivamento, nos termos do voto do(a) relator(a).

053. Processo: 1.22.024.000123/2019-78 - Eletrônico Voto: 7025/2019 Origem: PROCURADORIA DAREPÚBLICA NO MUNICÍPIO DEVIÇOSA/PONTE NOVA

Relator(a): Dr(a) LUIZA CRISTINA FONSECA FRISCHEISEN

Ementa: Notícia de Fato autuada a partir de peças de informação encaminhadas pela Vara do Trabalho deGuanhães relatando suposta ocorrência do crime de sonegação de contribuições previdenciárias(CP, art. 337-A), praticado, em tese, pelos representantes de empresa privada, conforme apuradoem reclamação trabalhista. Promoção de arquivamento considerando que a sentença ainda nãoestá liquidada e, assim, não há elementos mínimos para o início de uma apuração. Sem adelimitação do valor das contribuições previdenciárias não é sequer possível aferir se o casocomporta ou não a aplicação do princípio da insignificância. Revisão de arquivamento (LC nº75/93, art. 62, IV). A respeito da comunicação de crimes ao MPF por parte da Justiça do Trabalho,esta 2ª Câmara de Coordenação e Revisão, enviou ao Exmo. Presidente do TST Ministro IvesGandra da Silva Martins Filho o Ofício nº 38E/2016/2ªCCR, datado de 12/05/2016, no qual listadocumentos essenciais a serem enviados com a comunicação do crime, no caso de sonegaçãode contribuições previdenciárias (CP, art. 337-A), sendo solicitado os seguintes: (I) Sentençacondenando ao pagamento das contribuições previdenciárias ou acordo celebrado entre as partese homologação; (II) Comprovação do trânsito em julgado da sentença; (III) Cálculos indicandovalor devido das contribuições previdenciárias; (IV) Petição inicial da ação. Em atenção aoexpediente encaminhado pela 2ª CCR/MPF, o Exmo. Presidente do TST, na condição dePresidente do Conselho Superior da Justiça do Trabalho, enviou aos Presidentes do TribunaisRegionais do Trabalho o Ofício Circular CSJT.GP.SG nº 5/2016, solicitando atenção às medidassugeridas, bem como sua ampla divulgação, a fim de tornar mais célere a persecução penal defatos originados na Justiça do Trabalho. Neste contexto, no caso em exame, constata-se o nãoencaminhamento dos documentos necessários (ou meio de obtê-los via internet). Assim,considerando que, no momento, não há elementos mínimos da materialidade delitiva, injustificávelé o prosseguimento das investigações. Arquivamento que não gera coisa julgada, podendo asinvestigações serem reabertas se houver notícia de novas provas (CPP, art. 18). Homologação doarquivamento. Necessária ciência ao Juízo do Trabalhista.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação do

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ATA DA 758ª SESSÃO DE REVISÃO PGR-00037106/2020

arquivamento, nos termos do voto do(a) relator(a).

054. Processo: 1.24.002.000381/2017-76 - Eletrônico Voto: 6997/2019 Origem: PROCURADORIA DAREPÚBLICA NO MUNICÍPIO DESOUSA-PB

Relator(a): Dr(a) LUIZA CRISTINA FONSECA FRISCHEISEN

Ementa: Procedimento Investigatório Criminal instaurado a partir do encaminhamento, pela JustiçaFederal, de cópias de documentos constantes de ação de desapropriação de imóvel rural porinteresse social promovida pelo Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária INCRA, paraque fosse apurada suposta apropriação indébita e/ou estelionato por parte de M.S.Q.G., em razãode depósito indevido referente a valores cedidos de precatório.Revisão de arquivamento (LC nº75/93, art. 62, IV). Além de constar a existência de alvará de levantamento, datado de 13/06/2011,com determinação de pagamento a M.S.Q.G., consta, ainda, manifestação desta no sentido de,visando solucionar o equívoco (depósito indevido), autorizar a compensação de valores ainda areceber relativos aos TDAs depositados e bloqueados em benefício da pessoa jurídica cessionáriasupostamente prejudicada. Evidente ausência de dolo na conduta da investigada. Homologaçãodo arquivamento.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação doarquivamento, nos termos do voto do(a) relator(a).

055. Processo: 1.25.008.000024/2019-82 - Eletrônico Voto: 6873/2019 Origem: PROCURADORIA DAREPÚBLICA NO MUNICÍPIO DEPONTA GROSSA-PR

Relator(a): Dr(a) LUIZA CRISTINA FONSECA FRISCHEISEN

Ementa: PROCEDIMENTO INVESTIGATÓRIO CRIMINAL. POSSÍVEIS CRIMES DE OMISSÃO DEANOTAÇÃO EM CTPS (CP, ART. 297, § 4º) E DE SONEGAÇÃO DE CONTRIBUIÇÃOPREVIDENCIÁRIA (CP, ART. 337-A). REVISÃO DE ARQUIVAMENTO (LC Nº 75/93, ART. 62, IV).HOMOLOGAÇÃO. 1) Quanto à omissão de anotação em CTPS, extrai-se do Informativo nº 539do STJ (de 15/05/2014): a simples omissão de anotação na Carteira de Trabalho e PrevidênciaSocial (CTPS) não configura, por si só, o crime de falsificação de documento público (art. 297, §4º, do CP). Isso porque é imprescindível que a conduta do agente preencha não apenas atipicidade formal, mas antes e principalmente, a tipicidade material, ou seja, deve serdemonstrado o dolo de falso e a efetiva possibilidade de vulneração da fé publica. Com efeito, ocrime de falsificação de documento público trata-se de crime contra a fé pública, cujo tipo penaldepende da verificação do dolo, consistente na vontade de falsificar ou alterar o documentopúblico, sabendo o agente que o faz ilicitamente. Além disso, a omissão ou alteração deve terconcreta potencialidade lesiva, isto é, deve ser capaz de iludir a percepção daquele que se deparecom o documento supostamente falsificado Ademais, pelo princípio da intervenção mínima, oDireito Penal só deve ser invocado quando os demais ramos do Direito forem insuficientes paraproteger os bens considerados importantes para a vida em sociedade. Como corolário, o princípioda fragmentariedade elucida que não são todos os bens que têm a proteção do Direito Penal, masapenas alguns, que são os de maior importância para a vida em sociedade. Assim, uma vezverificado que a conduta do agente é suficientemente reprimida na esfera administrativa, deacordo com o art. 47 da CLT, a simples omissão de anotação não gera consequências que exijamrepressão pelo Direito Penal (REsp nº 1.252.635/SP, 5ª Turma, Rel. Min. Marco Aurélio Bellizze,DJe de 2/5/2014). Portanto, não constitui crime (falsidade de documento público por equiparação)a falta de anotação do vínculo empregatício em CTPS, pelo empregador. Irregularidade denatureza administrativa e trabalhista, que não tem repercussão na esfera penal. Lesividademínima ao empregado. Desnecessidade de intervenção do Direito Penal. Atipicidade da conduta.Enunciado 2ª CCR nº 26 que se encontra suspenso. Precedente 2ª Câmara:1.18.001.000179/2019-13, 742ª Sessão de Revisão, de 27/05/2019, unânime. Nesse mesmosentido: REsp nº 1.459.294/MG, STJ, Rel. Min. Joel Ilan Paciornik, DJe de 21/08/2017. 2) Crimede sonegação de contribuição previdenciária (CP, art. 337-A). Incidência do princípio dainsignificância, consoante o Enunciado nº 49 da 2ª CCR e a jurisprudência do STJ (REsp

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ATA DA 758ª SESSÃO DE REVISÃO PGR-00037106/2020

1709029/MG), que admitem a aplicação do referido princípio nos crimes tributários federais e dedescaminho quando o débito tributário verificado não ultrapassar o limite de R$ 20.000,00 (vintemil reais), a teor do disposto no art. 20 da Lei nº 10.522/2002, com as atualizações efetivadaspelas Portarias nº 75 e 130, ambas do Ministério da Fazenda. No presente caso, o valorsupostamente sonegado totaliza R$ 5.824,13 de contribuições previdenciárias, conformeinformado pelo juízo trabalhista, portanto, bem abaixo do patamar mínimo para o ajuizamento deexecuções fiscais. 3) Homologação do arquivamento.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação doarquivamento, nos termos do voto do(a) relator(a).

056. Processo: 1.25.008.000277/2019-56 - Eletrônico Voto: 6757/2019 Origem: PROCURADORIA DAREPÚBLICA NO MUNICÍPIO DEPONTA GROSSA-PR

Relator(a): Dr(a) LUIZA CRISTINA FONSECA FRISCHEISEN

Ementa: Notícia de Fato. Possível crime de desobediência (CP, art. 330). Revisão de arquivamento (LC nº75/93, art. 62, IV). Consta nos autos que, no curso de execução trabalhista, o representante legalde empresa operadora de cartões teria descumprido ordem judicial para comprovar as transaçõesrealizadas pela executada por meio de seus respectivos sistemas desde o recebimento dosofícios expedidos, bem assim a retenção e o depósito judicial do importe correspondente a 30%de tais valores em favor do Juízo, nos termos do § 2º do art. 856 do CPC, sob as penas previstaspara o crime de desobediência. Não obstante, instada a se manifestar no bojo do presenteprocedimento, a empresa informou que realizaram o cadastro da penhora referente ao processosupramencionado no percentual de 30% (trinta por cento) referente aos recebíveis do réu, o quefoi informado ao Juízo Trabalhista. Informou, ainda, que a empresa executada, após pesquisarealizada em abril/2019, está inativa, ou seja, não apresenta movimentação financeira há mais de03 meses, restando prejudicado o cumprimento da determinação judicial. Nesse contexto, emboraa empresa não tenha cumprido integralmente a ordem exarada, apresentou ao Juízo os motivosque a impossibilitaram de cumpri-la. Ausência de elementos mínimos de conduta dolosa. Falta dejusta causa para persecução penal. Homologação do arquivamento.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação doarquivamento, nos termos do voto do(a) relator(a).

057. Processo: 1.25.013.000075/2019-35 - Eletrônico Voto: 7036/2019 Origem: PROCURADORIA DAREPÚBLICA - PARANA

Relator(a): Dr(a) LUIZA CRISTINA FONSECA FRISCHEISEN

Ementa: PROCEDIMENTO INVESTIGATÓRIO CRIMINAL. POSSÍVEIS CRIMES DE OMISSÃO DEANOTAÇÃO EM CTPS (CP, ART. 297, § 4º) E DE SONEGAÇÃO DE CONTRIBUIÇÃOPREVIDENCIÁRIA (CP, ART. 337-A). REVISÃO DE ARQUIVAMENTO (LC Nº 75/93, ART. 62, IV).HOMOLOGAÇÃO. 1) Quanto à omissão de anotação em CTPS, extrai-se do Informativo nº 539do STJ (de 15/05/2014): a simples omissão de anotação na Carteira de Trabalho e PrevidênciaSocial (CTPS) não configura, por si só, o crime de falsificação de documento público (art. 297, §4º, do CP). Isso porque é imprescindível que a conduta do agente preencha não apenas atipicidade formal, mas antes e principalmente, a tipicidade material, ou seja, deve serdemonstrado o dolo de falso e a efetiva possibilidade de vulneração da fé publica. Com efeito, ocrime de falsificação de documento público trata-se de crime contra a fé pública, cujo tipo penaldepende da verificação do dolo, consistente na vontade de falsificar ou alterar o documentopúblico, sabendo o agente que o faz ilicitamente. Além disso, a omissão ou alteração deve terconcreta potencialidade lesiva, isto é, deve ser capaz de iludir a percepção daquele que se deparecom o documento supostamente falsificado Ademais, pelo princípio da intervenção mínima, oDireito Penal só deve ser invocado quando os demais ramos do Direito forem insuficientes paraproteger os bens considerados importantes para a vida em sociedade. Como corolário, o princípioda fragmentariedade elucida que não são todos os bens que têm a proteção do Direito Penal, masapenas alguns, que são os de maior importância para a vida em sociedade. Assim, uma vezverificado que a conduta do agente é suficientemente reprimida na esfera administrativa, de

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ATA DA 758ª SESSÃO DE REVISÃO PGR-00037106/2020

acordo com o art. 47 da CLT, a simples omissão de anotação não gera consequências que exijamrepressão pelo Direito Penal (REsp nº 1.252.635/SP, 5ª Turma, Rel. Min. Marco Aurélio Bellizze,DJe de 2/5/2014). Portanto, não constitui crime (falsidade de documento público por equiparação)a falta de anotação do vínculo empregatício em CTPS, pelo empregador. Irregularidade denatureza administrativa e trabalhista, que não tem repercussão na esfera penal. Lesividademínima ao empregado. Desnecessidade de intervenção do Direito Penal. Atipicidade da conduta.Enunciado 2ª CCR nº 26 que se encontra suspenso. Precedente 2ª Câmara:1.18.001.000179/2019-13, 742ª Sessão de Revisão, de 27/05/2019, unânime. Nesse mesmosentido: REsp nº 1.459.294/MG, STJ, Rel. Min. Joel Ilan Paciornik, DJe de 21/08/2017. 2) Crimede sonegação de contribuição previdenciária (CP, art. 337-A). Incidência do princípio dainsignificância, consoante o Enunciado nº 49 da 2ª CCR e a jurisprudência do STJ (REsp1709029/MG), que admitem a aplicação do referido princípio nos crimes tributários federais e dedescaminho quando o débito tributário verificado não ultrapassar o limite de R$ 20.000,00 (vintemil reais), a teor do disposto no art. 20 da Lei nº 10.522/2002, com as atualizações efetivadaspelas Portarias nº 75 e 130, ambas do Ministério da Fazenda. No presente caso, o valorsupostamente sonegado totaliza R$ 5.518,45 de contribuições previdenciárias, conformeinformado pelo juízo trabalhista, portanto, bem abaixo do patamar mínimo para o ajuizamento deexecuções fiscais. 3) Homologação do arquivamento.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação doarquivamento, nos termos do voto do(a) relator(a).

058. Processo: 1.29.011.000170/2019-18 - Eletrônico Voto: 6903/2019 Origem: PROCURADORIA DAREPÚBLICA NO MUNICÍPIO DES.DO LIVRAMENTO-RS

Relator(a): Dr(a) LUIZA CRISTINA FONSECA FRISCHEISEN

Ementa: Procedimento Investigatório Criminal instaurado para apurar possíveis irregularidades naconcessão de benefício de auxílio-doença requerido pela segurada G.A., vez que existiriamvínculos empregatícios cujo empregador já era falecido na data de admissão da empregada. CP,arts. 171, § 3º, e 297. Revisão de arquivamento (LC nº 75/93, art. 62, inc. IV). Notícia de que abeneficiária foi denunciada na Ação Penal nº 5000598-14.2015.4.04.7106 entre aqueles quesupostamente praticaram a conduta delituosa tipificada no art. 297 do CP. Absolvição dosacusados no que se refere à inserção de vínculos empregatícios falsos na CTPS. Relativamente aeventual crime de estelionato, a autarquia previdenciária informou que os supostos vínculosempregatícios fictícios não foram considerados na obtenção de benefícios. Materialidade delitivanão evidenciada. Falta de justa causa para prosseguir na persecução penal. Homologação doarquivamento.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação doarquivamento, nos termos do voto do(a) relator(a).

059. Processo: 1.29.011.000437/2019-69 - Eletrônico Voto: 7030/2019 Origem: PROCURADORIA DAREPÚBLICA NO MUNICÍPIO DEURUGUAIANA-RS

Relator(a): Dr(a) LUIZA CRISTINA FONSECA FRISCHEISEN

Ementa: Notícia de Fato. Possível prática de omissão de registro de vínculo empregatício em CTPS. CP,art. 297, § 4º. Revisão de arquivamento (art. 62, IV da LC nº 75/93). Extrai-se do Informativo nº539 do STJ (de 15/05/2014): a simples omissão de anotação na Carteira de Trabalho ePrevidência Social (CTPS) não configura, por si só, o crime de falsificação de documento público(art. 297, § 4º, do CP). Isso porque é imprescindível que a conduta do agente preencha nãoapenas a tipicidade formal, mas antes e principalmente, a tipicidade material, ou seja, deve serdemonstrado o dolo de falso e a efetiva possibilidade de vulneração da fé publica. Com efeito, ocrime de falsificação de documento público trata-se de crime contra a fé pública, cujo tipo penaldepende da verificação do dolo, consistente na vontade de falsificar ou alterar o documentopúblico, sabendo o agente que o faz ilicitamente. Além disso, a omissão ou alteração deve terconcreta potencialidade lesiva, isto é, deve ser capaz de iludir a percepção daquele que se depare

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ATA DA 758ª SESSÃO DE REVISÃO PGR-00037106/2020

com o documento supostamente falsificado Ademais, pelo princípio da intervenção mínima, oDireito Penal só deve ser invocado quando os demais ramos do Direito forem insuficientes paraproteger os bens considerados importantes para a vida em sociedade. Como corolário, o princípioda fragmentariedade elucida que não são todos os bens que têm a proteção do Direito Penal, masapenas alguns, que são os de maior importância para a vida em sociedade. Assim, uma vezverificado que a conduta do agente é suficientemente reprimida na esfera administrativa, deacordo com o art. 47 da CLT, a simples omissão de anotação não gera consequências que exijamrepressão pelo Direito Penal (REsp nº 1.252.635/SP, 5ª Turma, Rel. Min. Marco Aurélio Bellizze,DJe de 2/5/2014). Portanto, não constitui crime (falsidade de documento público por equiparação)a falta de anotação do vínculo empregatício em CTPS, pelo empregador. Irregularidade denatureza administrativa e trabalhista, que não tem repercussão na esfera penal. Lesividademínima ao empregado. Desnecessidade de intervenção do Direito Penal. Atipicidade da conduta.Enunciado 2ª CCR nº 26 que se encontra suspenso. Precedente 2ª Câmara:1.18.001.000179/2019-13, 742ª Sessão de Revisão, de 27/05/2019, unânime. Nesse mesmosentido: REsp nº 1.459.294/MG, STJ, Rel. Min. Joel Ilan Paciornik, DJe de 21/08/2017. Falta dejusta causa para prosseguir na persecução penal. Homologação do arquivamento.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação doarquivamento, nos termos do voto do(a) relator(a).

060. Processo: 1.30.001.003450/2019-78 - Eletrônico Voto: 6754/2019 Origem: PROCURADORIA DAREPÚBLICA - RIO DE JANEIRO

Relator(a): Dr(a) LUIZA CRISTINA FONSECA FRISCHEISEN

Ementa: Notícia de Fato autuada a partir de despacho proferido pelo Juízo da 25ª Vara Cível do Rio deJaneiro, nos autos de ação de cobrança proposta por empresas privadas contra seguradora,visando garantir o pagamento de vultosas quantias relacionadas a prejuízos sofridos em razão doinadimplemento de terceira empresa na execução de obras que lhes foram contratadas: UF(unidades funcionais) para instalação de PCHs (Pequenas Centrais Hidrelétricas) no Estado deMinas Gerais. No referido despacho, o Juiz Federal verifica a possibilidade da ocorrência deeventual prejuízo ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social BNDES. Revisãode arquivamento (LC nº 75/93, art. 62, IV). Restou demonstrado que o contrato de seguro queaparelha o processo estabeleceu como beneficiário o BNDES, indicando que este financiou acontratação promovida pelas autoras, razão pela qual o respectivo Juízo determinou a intimaçãodo BNDES para que se manifestasse sobre eventual interesse no feito. Assim, veio aos autos oposicionamento do BNDES acerca dos fatos, datado de 05/09/2019, onde informa que não possuiinteresse jurídico em integrar a lide. Assim, percebe-se que, por ora, não há qualquer registro deprejuízo porventura causado ao BNDES ou tentativa de obtenção de vantagem ilícita, em prejuízodessa empresa pública federal. Arquivamento que não gera coisa julgada, podendo asinvestigações serem reabertas se houver notícia de novas provas (CPP, art. 18). Homologação doarquivamento.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação doarquivamento, nos termos do voto do(a) relator(a).

061. Processo: 1.30.001.004646/2019-80 - Eletrônico Voto: 6983/2019 Origem: PROCURADORIA DAREPÚBLICA - RIO DE JANEIRO

Relator(a): Dr(a) LUIZA CRISTINA FONSECA FRISCHEISEN

Ementa: Notícia de Fato instaurada a partir de manifestação apresentada na Sala de Atendimento aoCidadão, onde o noticiante relata temas desconexos relacionados a perseguições e ameaças.Revisão de arquivamento (LC nº 75/93, art. 62, IV). Narrativa manifestamente desconexa, semqualquer ligação lógica e verossímil entre os indivíduos apontados e supostas práticas criminosas.Fatos relatados de forma vaga e genérica, desacompanhados de elementos de informaçãocapazes de possibilitar uma investigação idônea. Inexistência de elementos mínimos quejustifiquem o prosseguimento da persecução penal. Homologação do arquivamento.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação do

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arquivamento, nos termos do voto do(a) relator(a).

062. Processo: 1.30.014.000205/2019-60 - Eletrônico Voto: 7005/2019 Origem: PROCURADORIA DAREPÚBLICA NO MUNICÍPIO DEANGRA DOS REIS-RJ

Relator(a): Dr(a) LUIZA CRISTINA FONSECA FRISCHEISEN

Ementa: Notícia de Fato formada por expediente oriundo da Polícia Federal dando conta da possívelprática do crime previsto no art. 334-A, §1º, inciso IV do Código Penal, consistente na utilização,em ponto de comércio, de máquinas caça-níqueis. Revisão de arquivamento (LC nº 75/93, art. 62,IV). Realizadas diligências os fatos narrados não foram comprovados. A notícia do crime, deorigem anônima, é bastante lacônica, limitando-se a informar o local do suposto fato e a dizer queele estaria vinculado a pessoa menor de idade. Realizada diligência policial, foi localizado oestabelecimento comercial envolvido (um bar), onde, porém, se constatou que não haviamáquinas caça-níqueis. Ademais, não havia menores administrando o bar. Esgotamento dasdiligências investigatórias razoavelmente exigíveis e inexistência de linha investigatóriapotencialmente idônea. Ausência de materialidade delitiva. Aplicação da Orientação n° 26/20161da 2ª CCR. Homologação do arquivamento.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação doarquivamento, nos termos do voto do(a) relator(a).

063. Processo: 1.32.000.000518/2019-01 - Eletrônico Voto: 6908/2019 Origem: PROCURADORIA DAREPÚBLICA - RORAIMA

Relator(a): Dr(a) LUIZA CRISTINA FONSECA FRISCHEISEN

Ementa: Notícia de Fato instaurada a partir de expediente do INCRA comunicando a ocorrência deinvasões de indígenas em lotes na região do Projeto de Assentamento Arajani, no município deIracema/RR, de forma a prejudicar os assentados e suas respectivas benfeitorias, adentrando nasresidências portando arcos e flechas. Revisão de arquivamento (LC nº 75/93, art. 62, IV).Segundo o Procurador oficiante, no caso em tela, os elementos coligidos não se mostramsuficientes para comprovar a materialidade do delitiva. Na verdade, as informações prestadaspela FUNAI revelam a existência de conflitos sociais envolvendo a comunidade Xexena, os quaisjá são de conhecimento do referido órgão, que vem atuando no local para resolvê-los. De outraparte, a Polícia Federal encaminhou ofício com manifestação desfavorável à instauração deinquérito policial por considerar a ausência de indícios de fatos criminosos, devendo os conflitosmencionados serem tratados na seara administrativa, junto à FUNAI, e, eventualmente, na áreacível. Carência de justa causa para prosseguir na persecução. Homologação do arquivamento.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação doarquivamento, nos termos do voto do(a) relator(a).

064. Processo: 1.34.001.002036/2019-01 Voto: 6761/2019 Origem: PROCURADORIA DAREPÚBLICA - SÃO PAULO

Relator(a): Dr(a) LUIZA CRISTINA FONSECA FRISCHEISEN

Ementa: Procedimento Investigatório Criminal. Possível crime de apropriação indébita (CP, arts. 168, § 1º,II) ou desobediência (CP, art. 330). Investigado, na condição de representante legal de empresa enomeado depositário, não foi localizado para que efetuasse a entrega do veículopenhorado/arrematado. Promoção de arquivamento ao fundamento da atipicidade da conduta.Remessa dos autos nos termos do art. 62, inc. IV, da LC nº 75/93. Descumprimento da ordemjudicial que caracterizou, no caso, ato atentatório à dignidade da Justiça, ao qual é cominadamulta de até 20% do valor atualizado do débito em execução, sem prejuízo de outras sanções denatureza processual ou material (CPC, art. 774). Cumulação que impede a caracterização docrime de desobediência. Ausência de previsão de cumulação da sanção civil com a penal. Fatoque configura mero ilícito civil. Inadmissibilidade de constrição de liberdade do depositário infiel.Aplicação da Súmula Vinculante nº 25 do STF: É ilícita a prisão civil de depositário infiel, qualquer

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que seja a modalidade do depósito. Inexistência de indício da prática de crime. Precedentes da 2ªCCR: Processo n° 5012571-82.2018.4.04.7001, 727ª Sessão, de 22/10/2018, unânime; Processonº 5001402-09.2016.4.04.7215, 668ª Sessão, de 12/12/2016, unânime. Homologação doarquivamento.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação doarquivamento, nos termos do voto do(a) relator(a).

065. Processo: 1.34.001.007143/2019-17 - Eletrônico Voto: 6897/2019 Origem: PROCURADORIA DAREPÚBLICA - SÃO PAULO

Relator(a): Dr(a) LUIZA CRISTINA FONSECA FRISCHEISEN

Ementa: Notícia de Fato instaurada para apurar fraude na concessão do benefício previdenciário NB42/150.259.185-2, de titularidade de J.E.J.de A., despachado no dia 23/03/2012, na APS ÁguaBranca, São Paulo/SP, pela servidora I.F.T., e indevidamente pago no período de 03/2012 a03/2019. Inserção no sistema da autarquia previdenciária de informações que não constavam doCNIS do segurado ou de documentos idôneos. CP, art. 171, § 3º. Revisão de arquivamento (LC nº75/93, art. 62, inc. IV). Segundo relato constante dos autos da NF nº 1.34.001.007705/2019-22,também oriunda da PR/SP, a Corregedoria Regional do INSS, com base em depoimentos detestemunhas e provas existente no respectivo procedimento administrativo, concluiu que I.F.T., orainvestigada, habilitou e concedeu, de forma fraudulenta, 51 (cinquenta e um) benefícios, todossem a formalização do processo físico e sem que houvesse as devidas provas que levassem aoreconhecimento do direito aos benefícios. Servidora que está sendo investigada por atuaçãofraudulenta em diversos outros benefícios e já foi denunciada por idêntica atuação em pelo menos50 (cinquenta) benefícios. Nesse contexto, o ajuizamento de mais uma ação em desfavor dainvestigada não tem o condão de alterar o panorama probatório, tampouco de majorar de formasubstancial sua pena no caso de eventual condenação, ou seja, mesmo se aplicando a pena nomínimo legal, com a posterior unificação, já se ultrapassou em muito o teto previsto na legislação.Ausência de interesse processual na deflagração de nova persecução penal em juízo com relaçãoà servidora investigada. Carência de utilidade em novo provimento judicial condenatório.Aplicação analógica da Orientação nº 36. Precedente da 2ª CCR: Procedimento 0006081-60.2019.4.03.6181-INQ, 747ª Sessão Ordinária, de 12/08/2019. Falta de justa causa paraprosseguir na persecução penal. Homologação do arquivamento.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação doarquivamento, nos termos do voto do(a) relator(a).

066. Processo: 1.34.001.007705/2019-22 - Eletrônico Voto: 6898/2019 Origem: PROCURADORIA DAREPÚBLICA - SÃO PAULO

Relator(a): Dr(a) LUIZA CRISTINA FONSECA FRISCHEISEN

Ementa: Notícia de Fato instaurada para apurar fraude na concessão do benefício previdenciário NB42/158.882.167-3, de titularidade de D.dos S.G., despachado no dia 16/02/2012, na APS ÁguaBranca, São Paulo/SP, pela servidora I.F.T., e indevidamente pago no período de 02/2012 a05/2019. Inserção no sistema da autarquia previdenciária de informações que não constavam doCNIS do segurado ou de documentos idôneos. CP, art. 171, § 3º. Revisão de arquivamento (LC nº75/93, art. 62, inc. IV). Segundo o Procurador oficiante, com base em depoimentos detestemunhas e provas constantes de procedimento administrativo, a Corregedoria Regional doINSS/SP concluiu que I.F.T., ora investigada, habilitou e concedeu, de forma fraudulenta, 51(cinquenta e um) benefícios, todos sem a formalização do processo físico e sem que houvesse asdevidas provas que levassem ao reconhecimento do direito aos benefícios. Servidora que estásendo investigada por atuação fraudulenta em diversos outros benefícios e já foi denunciada poridêntica atuação em pelo menos 50 (cinquenta) benefícios. Nesse contexto, o ajuizamento demais uma ação em desfavor da investigada não tem o condão de alterar o panorama probatório,tampouco de majorar de forma substancial sua pena no caso de eventual condenação, ou seja,mesmo se aplicando a pena no mínimo legal, com a posterior unificação, já se ultrapassou emmuito o teto previsto na legislação. Ausência de interesse processual na deflagração de novapersecução penal em juízo com relação à servidora investigada. Carência de utilidade em novo

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ATA DA 758ª SESSÃO DE REVISÃO PGR-00037106/2020

provimento judicial condenatório. Aplicação analógica da Orientação nº 36. Precedente da 2ªCCR: Procedimento 0006081-60.2019.4.03.6181-INQ, 747ª Sessão Ordinária, de 12/08/2019.Falta de justa causa para prosseguir na persecução. Homologação do arquivamento.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação doarquivamento, nos termos do voto do(a) relator(a).

067. Processo: 1.34.001.007733/2019-40 - Eletrônico Voto: 6993/2019 Origem: PROCURADORIA DAREPÚBLICA - SÃO PAULO

Relator(a): Dr(a) LUIZA CRISTINA FONSECA FRISCHEISEN

Ementa: Notícia de Fato instaurada para apurar fraude na concessão do benefício previdenciário NB42/158.882.169-0, de titularidade de G.B.D., requerido na APS Água Branca, São Paulo/SP, pelaservidora I.F.T., e indevidamente pago no período de 02/2012 a 07/2019. Inserção no sistema daautarquia previdenciária de informações que não constavam do CNIS do segurado ou dedocumentos idôneos. CP, art. 171, § 3º. Revisão de arquivamento (LC nº 75/93, art. 62, inc. IV).Segundo relato constante dos autos da NF nº 1.34.001.007705/2019-22, também oriunda daPR/SP, a Corregedoria Regional do INSS, com base em depoimentos de testemunhas e provasexistente no respectivo procedimento administrativo, concluiu que I.F.T., ora investigada, habilitoue concedeu, de forma fraudulenta, 51 (cinquenta e um) benefícios, todos sem a formalização doprocesso físico e sem que houvesse as devidas provas que levassem ao reconhecimento dodireito aos benefícios. Servidora que está sendo investigada por atuação fraudulenta em diversosoutros benefícios e já foi denunciada por idêntica atuação em pelo menos 50 (cinquenta)benefícios. Nesse contexto, o ajuizamento de mais uma ação em desfavor da investigada não temo condão de alterar o panorama probatório, tampouco de majorar de forma substancial sua penano caso de eventual condenação, ou seja, mesmo se aplicando a pena no mínimo legal, com aposterior unificação, já se ultrapassou em muito o teto previsto na legislação. Ausência deinteresse processual na deflagração de nova persecução penal em juízo com relação à servidorainvestigada. Carência de utilidade em novo provimento judicial condenatório. Aplicação analógicada Orientação nº 36. Precedente da 2ª CCR: Procedimento 0006081-60.2019.4.03.6181-INQ,747ª Sessão Ordinária, de 12/08/2019. Indícios de conduta dolosa por parte do segurado nãoevidenciados. Falta de justa causa para prosseguir na persecução penal. Homologação doarquivamento.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação doarquivamento, nos termos do voto do(a) relator(a).

068. Processo: 1.34.001.009673/2018-19 Voto: 6645/2019 Origem: PROCURADORIAREGIONAL DA REPÚBLICA DA 3ªREGIÃO

Relator(a): Dr(a) LUIZA CRISTINA FONSECA FRISCHEISEN

Ementa: Notícia de Fato autuada a a partir da manifestação em Sala de Atendimento ao Cidadão. Crime deabuso de autoridade, praticado, em tese, por Juízo de Vara do Trabalho de São Paulo. Condutasupostamente praticada em desfavor de empresa reclamada, da qual o noticiante é sócio-diretor.Promoção de arquivamento. Recurso do interessado. Revisão de arquivamento (LC nº 75/93, art.62, IV). A insurgência do Representante, em relação aos feitos trabalhistas por ele mencionados,retrata mera indignação quanto ao resultado da reclamação, sem que se vislumbre indício algumde conluio ou delito. Há de se destacar que as decisões questionadas pelo Representante foramobjeto de recursos para o Tribunal Regional do Trabalho da 2ª Região, mas que também restaramdesfavoráveis à empresa reclamada, da qual o Representante é sócio-administrador. Ademais, oeventual erro na interpretação e/ou aplicação do direito, pelo magistrado, não constitui sequer ocrime de abuso de autoridade tipificado na Lei nº 4.898/65, cabendo a correção pelos meios emdireito admitidos (via recursal ou por meio de ação própria). Ausência de elementos mínimos dematerialidade delitiva. Homologação do arquivamento.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação doarquivamento, nos termos do voto do(a) relator(a).

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069. Processo: 1.34.006.000186/2019-21 - Eletrônico Voto: 6886/2019 Origem: PROCURADORIA DAREPÚBLICA NO MUNICÍPIO DEGUARULHOS/MOGI

Relator(a): Dr(a) LUIZA CRISTINA FONSECA FRISCHEISEN

Ementa: Notícia de Fato. Suposta prática de sonegação de contribuição previdenciária (CP, art. 337-A)verificado na Justiça do Trabalho. Revisão de arquivamento (LC 75/93, art. 62, IV). De acordo coma informação oriunda da Justiça trabalhista a sentença ainda se encontra em fase de liquidação e,por conseguinte, ainda não satisfeita a condição de procedibilidade para a deflagração da açãopenal por sonegação de contribuição previdenciária. A Receita Federal informou que localizoudébito previdenciário em aberto, no valor de R$ 150.586,80 na situação aguardando acórdão, eque não existe processo de Representação Fiscal para fins Penais em desfavor do contribuinte.Quanto ao caso concreto, esclareceu que não há indícios tributários relevantes que justificariam aimediata abertura de procedimento de fiscalização em favor do contribuinte. Ausência de justacausa para o prosseguimento da persecução penal. Homologação do arquivamento.Comunicação à Receita Federal do Brasil.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação doarquivamento, nos termos do voto do(a) relator(a).

070. Processo: 1.34.021.000372/2019-72 - Eletrônico Voto: 6619/2019 Origem: PROCURADORIA DAREPÚBLICA NO MUNICÍPIO DEJUNDIAI-SP

Relator(a): Dr(a) LUIZA CRISTINA FONSECA FRISCHEISEN

Ementa: Notícia de Fato. Possível prática do crime previsto no art. 334-A, §1°, IV, do CP. Informação deque, em 2014, o investigado foi surpreendido em duas ocasiões comercializando cigarros deorigem estrangeira, desacompanhados da documentação comprobatória de sua regularintrodução no país. Foram encontrados 25 maços na primeira apreensão e 10 maços na segundaapreensão. O Procurador da República oficiante promoveu o arquivamento, em razão daaplicação do princípio da insignificância. Revisão de arquivamento (LC nº 75/93, art. 62, IV).Acompanho o entendimento da Sétima e Oitava Turmas do Tribunal Regional Federal da 4ªRegião, que, em julgados recentes deliberaram pela aplicação do princípio da insignificância aocrime de contrabando de cigarros, utilizando o parâmetro de 01 (uma) caixa, ou seja, 500(quinhentos) maços. Precedentes da Sétima Turma do TRF4 (RCCR 5002984-04.2016.404.7002,julgado em 04/07/2017; ACR 5006844-19.2016.4.04.7000, juntado aos autos em 22/08/2018, ACR5002280-67.2016.4.04.7009, juntado aos autos em 22/08/2018) e da Oitava Turma do TRF4 (ACR5004877-30.2016.4.04.7002, juntado aos autos em 27/08/2018). Dessa forma, a quantidadeapreendida foi inferior ao parâmetro adotado. A simples existência de maus antecedentes penais,sem a devida e criteriosa verificação da natureza desses atos pretéritos, não pode servir debarreira automática para a aplicação do princípio da insignificância. Precedentes STF: HC123533, Tribunal Pleno, DJe-030 18/02/2016; HC 101074, Segunda Turma, Dje 30/04/2010.Precedente STJ: EREsp 1217514/RS, Terceira Seção, DJe 16/12/2015. Aplicação do princípio dainsignificância. Homologação do arquivamento.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, a maioria, deliberou pela homologação doarquivamento, nos termos do voto do(a) relator(a). Restou vencida a Dra. Mônica Nicida Garcia.Participou da votação o Dr. Juliano Baiocchi Villa-Verde de Carvalho.

071. Processo: 1.35.000.000596/2019-95 - Eletrônico Voto: 6855/2019 Origem: PROCURADORIA DAREPÚBLICA NO MUNICÍPIO DEPROPRIÁ-SE

Relator(a): Dr(a) LUIZA CRISTINA FONSECA FRISCHEISEN

Ementa: Procedimento Investigatório Criminal instaurado a partir de representação ofertada por M.A.P.,vice-presidente da Colônia de Pescadores Z-16, localizada no município de Brejo Grande/SE,noticiando que a atual Presidente da referida entidade M. da C.V.G., estaria deixando patrimônio

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da União em condições precárias, o que, em tese, caracteriza o tipo penal previsto no art. 163 doCP. Revisão de arquivamento (LC nº 75/93, art. 62, IV). Representação inicial instruída com cópiade ofício oriundo do Ministério da Pesca e Aquicultura, por meio do qual se procedeu à intimaçãoda Presidente da Colônica de Pescadores para regularizar a situação do bem objeto de Termo dePermissão de Uso (Fábrica de Gelo Skid Self Conteiner), com o envio de comprovação daregularização das pendências quanto ao funcionamento da fábrica de gelo, relatórios trimestrais eoutros. Informação de que o referido equipamento ficou inoperante em decorrência de problemasde manutenção, mas atualmente funciona normalmente, sendo regularizado em 01/11/2019.Ausência de indícios de conduta típica, antijurídica e culpável por parte da noticiada, posto quenão se verificou qualquer conduta dolosa no sentido de destruir, inutilizar ou deteriorar coisaalheia. Materialidade delitiva não evidenciada. Falta de justa causa para prosseguir na persecuçãopenal. Homologação do arquivamento.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação doarquivamento, nos termos do voto do(a) relator(a).

072. Processo: 1.35.000.001166/2019-91 - Eletrônico Voto: 6999/2019 Origem: PROCURADORIA DAREPÚBLICA -SERGIPE/ESTANCIA/ITABAIANA

Relator(a): Dr(a) LUIZA CRISTINA FONSECA FRISCHEISEN

Ementa: Notícia de Fato autuada a partir de manifestação em Sala de Atendimento ao Cidadão. Narrativade que determinado cidadão omitiu de sua Declaração de Imposto de Renda Pessoa Física osbens que possui, uma motocicleta e uma casa, ambos financiados. Revisão de arquivamento (LCnº 75/93, art. 62, IV). Realizadas diligências os fatos narrados não foram comprovados. A notícia-crime não traz elementos que possam justificar uma investigação penal. Não há que se falar emcrime contra a ordem tributária por omissão de bens à Receita Federal do Brasil (art. 2º, I, da Lein. 8.137/90, fazer declaração falsa ou omitir declaração sobre rendas, bens ou fatos, ou empregaroutra fraude, para eximir-se, total ou parcialmente, de pagamento de tributo) quando o patrimôniototal de um indivíduo é de apenas R$ 31.429,33 (considerados os R$ 27.054,92 já pagos nofinanciamento da casa e os R$ 4.374,41 pagos pela motocicleta, também financiada). Ademais, éde conhecimento público que nem todos os cidadãos brasileiros precisam apresentar Declaraçãode Imposto de Renda da Pessoa Física, mas tão somente aqueles que recebem determinadarenda anual, o que não parece ser o caso do noticiado. Em pesquisa ao Infoseg, verificou-se queele possui Ensino Médio completo e é empregado de empresa privada desde 10/11/2008, comsalário contratual de R$ 2.298,09. Esgotamento das diligências investigatórias razoavelmenteexigíveis e inexistência de linha investigatória potencialmente idônea. Ausência de materialidadedelitiva. Aplicação da Orientação n° 26/20161 da 2ª CCR. Homologação do arquivamento.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação doarquivamento, nos termos do voto do(a) relator(a).

073. Processo: 1.35.000.001362/2019-65 - Eletrônico Voto: 7062/2019 Origem: PROCURADORIA DAREPÚBLICA -SERGIPE/ESTANCIA/ITABAIANA

Relator(a): Dr(a) LUIZA CRISTINA FONSECA FRISCHEISEN

Ementa: Procedimento Investigatório Criminal. Possível crime de desobediência (CP, art. 330).Manifestação realizada na Sala de Atendimento ao Cidadão, na qual o noticiante relata o nãocumprimento de sentença por parte do Banco do Brasil. Revisão de arquivamento (art. 62, IV daLC 75/93). Consta dos autos que a sentença proferida pelo Juízo Federal ainda não transitou emjulgado, tendo em vista que a União interpôs recurso. Ausência de elementos mínimos de condutadolosa. Falta de justa causa para persecução penal. Homologação do arquivamento, sem prejuízodo disposto no art. 18 do CPP.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação doarquivamento, nos termos do voto do(a) relator(a).

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ATA DA 758ª SESSÃO DE REVISÃO PGR-00037106/2020

Outras deliberações(Arquivamento)

074. Processo: 1.00.000.022297/2019-27 - Eletrônico Voto: 6748/2019 Origem: PROCURADORIA DAREPÚBLICA NO MUNICÍPIO DESANTOS-SP

Relator(a): Dr(a) LUIZA CRISTINA FONSECA FRISCHEISEN

Ementa: Inquérito Policial instaurado para apurar a prática, em tese, do crime de estelionato qualificado,em sua forma tentada, delito previsto no art. 171, parágrafo 3º c/c art. 14, II, do Código Penal,supostamente cometido pela investigada, que teria apresentado informações inverídicas ao INSS,a fim de obter, para si, o benefício de amparo social ao idoso em prejuízo da Previdência Social.Celebração de acordo de não-persecução penal, nos termos da Resolução nº 181/2017 do CNMP.Compromisso do(s) investigado(s) a cumprir(em) as seguintes condições: a) comprovar opagamento de prestação pecuniária correspondente a R$ 1.000,00 (mil reais), em favor do Fundode Defesa de Direitos Difusos FDD, em 10 (dez) parcelas mensais de R$ 100,00 (cem reais), atéo dia 10 de cada mês, iniciando-se no mês subsequente à homologação do presente acordo; b)comunicar ao Ministério Público Federal eventual mudança de endereço, número de telefone oue-mail, durante o período de cumprimento do acordo; c) juntar as certidões de antecedentescriminais, das esferas federal e estadual; e d) comprovar o cumprimento das condições.Homologação requerida ao Juízo Federal, que indeferiu o pedido por entender que não háprevisão legal do acordo de não-persecução penal. Remessa dos autos à 2ª CCR.Reconhecimento da constitucionalidade formal de atos normativos em condições análogas peloSupremo Tribunal Federal. Busca de solução institucional para direcionar a persecução penal emjuízo para crimes efetivamente mais graves. Determinação contida na ADPF nº 347 MC. Hipótesede regulamentação e aplicação direta de dispositivos constitucionais intrinsecamente relacionadoscom a atuação do Ministério Público, inserindo-se, pois, a Resolução nº 181/2017, no âmbito dacompetência do CNMP. CF, art. 130-A, § 2º, incs. I e II. Constitucionalidade do ato normativo.Adesão aos fundamentos expostos no Voto nº 2958/2018, proferido nos autos do Procedimento nº2017.50.01.501767-5, Rel. Subprocurador-Geral da República Nicolao Dino de Castro e CostaNeto, 714ª Sessão de Revisão, de 07/05/2018, unânime. Homologação da implementação doacordo de não-persecução penal, em analogia ao expresso na parte final do art. 28 do CPP.Devolução dos autos ao Procurador da República oficiante para adoção das providênciascabíveis.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação daimplementação do Acordo de Não-Persecução Penal, em analogia ao expresso na parte final doart. 28 do CPP, nos termos do voto do(a) relator(a)

Dra. MÔNICA NICIDA GARCIA

Nos processos de relatoria Dr.ª. MÔNICA NICIDA GARCIA participaram da votação a Dr.ª Luiza Cristina FonsecaFrischeisen, titular do 1º Ofício, e o Dr. Juliano Baiocchi Villa-Verde de Carvalho, titular do 3º Ofício.

ORIGEM JUDICIAL

NÃO PADRÃO

075. Processo: JF/PR/CAS-5010140-29.2019.4.04.7005-SEM_SIGLA -Eletrônico

Voto: 7094/2019 Origem: JUSTIÇA FEDERAL -SUBSEÇÃO JUDICIÁRIA DECASCAVEL

Relator(a): Dr(a) MONICA NICIDA GARCIA

Ementa: Voto vencedor. Notícia de Fato. Suposta prática do crime de descaminho. Apreensão demercadorias de procedência estrangeira desacompanhadas da documentação de regularimportação. Tributos iludidos estimados em R$ 3.260,82. Constam outros procedimentosadministrativos instaurados nos últimos cinco anos em desfavor do investigado, cujos tributos

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ATA DA 758ª SESSÃO DE REVISÃO PGR-00037106/2020

somam R$ 16.728,76. Promoção de arquivamento com base no princípio da insignificância.Discordância do Juízo Federal, em razão da existência de reiteração delitiva. Remessa dos autosnos termos do art. 28 do CPP c/c o art. 62, inc. IV, da LC nº 75/93. Não obstante o valor dostributos iludidos fique aquém daquele tido como parâmetro para aferição da insignificância daação delituosa (R$ 20.000,00), tem-se que a reiteração da conduta ilícita obsta a incidência datese da bagatela. Existência de outros registros de apreensão de mercadorias de origemestrangeira nos últimos cinco anos. Hipótese de efetiva e flagrante ocorrência de lesão à ordemtributária. Inaplicabilidade do princípio da insignificância. Incidência do Enunciado nº 49 da 2ªCCR. Designação de outro membro do Ministério Público Federal para prosseguir na persecuçãopenal.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, a maioria, deliberou pela não homologação dearquivamento, nos termos do voto proferido pela Dra. Mônica Nicida Garcia. Restou vencida arelatora, Dra. Luiza Cristina Fonseca Frischeisen. Participou da votação o Dr. Juliano BaiocchiVilla-Verde de Carvalho.

ORIGEM INTERNA

NÃO PADRÃO

076. Processo: 1.29.011.000417/2019-98 - Eletrônico Voto: 7096/2019 Origem: PROCURADORIA DAREPÚBLICA NO MUNICÍPIO DEURUGUAIANA-RS

Relator(a): Dr(a) MONICA NICIDA GARCIA

Ementa: Voto vencedor. Notícia de Fato. Suposta prática do crime de descaminho. Apreensão demercadorias de procedência estrangeira desacompanhadas da documentação de regularimportação. Tributos iludidos estimados em R$ 6.950,75. Constam outros três procedimentosadministrativos instaurados nos últimos cinco anos em desfavor do investigado, cujos tributossomam em torno de R$ 7.000,00. Promoção de arquivamento com base no princípio dainsignificância. Revisão (LC nº 75/93, art. 62, inc. IV). Não obstante o valor dos tributos iludidosfique aquém daquele tido como parâmetro para aferição da insignificância da ação delituosa (R$20.000,00), tem-se que a reiteração da conduta ilícita obsta a incidência da tese da bagatela.Existência de outros registros de apreensão de mercadorias de origem estrangeira nos últimoscinco anos. Hipótese de efetiva e flagrante ocorrência de lesão à ordem tributária. Inaplicabilidadedo princípio da insignificância. Incidência do Enunciado nº 49 da 2ª CCR. Designação de outromembro do Ministério Público Federal para prosseguir na persecução penal.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, a maioria, deliberou pela não homologação dearquivamento, nos termos do voto proferido pela Dra. Mônica Nicida Garcia. Restou vencida arelatora, Dra. Luiza Cristina Fonseca Frischeisen. Participou da votação o Dr. Juliano BaiocchiVilla-Verde de Carvalho.

PADRÃO

Homologação do Declínio de atribuição

077. Processo: 1.19.000.002289/2019-92 - Eletrônico Voto: 7039/2019 Origem: PROCURADORIA DAREPÚBLICA - MARANHÃO

Relator(a): Dr(a) MONICA NICIDA GARCIA

Ementa: Notícia de Fato instaurada a partir manifestação sigilosa ofertada perante a Sala de Atendimentoao Cidadão, na qual o representante solicitou proteção pessoal ao MPF em virtude de ter sofridouma tentativa de homicídio alegadamente motivada pelo fato de haver representado em face desuposto esquema de fraude previdenciária articulado com a participação de pessoa identificadacomo R.L.T.. De acordo com a inicial, dois indivíduos em uma motocicleta teriam tentado atingi-locom disparos de arma de fogo no bairro Santa Efigênia, em São Luís/MA. Aduziu o representanteque referido atentado contra a sua vida e integridade física teria ocorrido em virtude de relato feitopor ele nos autos da NF nº 1.19.000.002250/2019-75, no bojo do qual se investiga a supostaparticipação de R.L.T. em esquemas de fraudes previdenciárias, nos moldes de manifestação

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anônima protocolizada pelo mesmo representante do presente feito. Revisão de declínio deatribuições (Enunciado nº 32). Segundo a Procuradora oficiante, não se verificou a existência, aomenos indiciária, de crime em detrimento de bens, serviços ou interesse da União. A narrativaempreendida pelo noticiante descreve prima facie a prática de supostas ações delituosas contrasua pessoa, sem que de tal descrição se extraia o direcionamento da conduta ilícita contra bensjurídicos tutelados pelo interesse federal. Notícia-crime apresentada ao MPF posteriormente àtentativa de homicídio. Ausência, por ora, de indícios de conexão dos fatos aqui descritos com oconteúdo da investigação movida nos autos da NF nº 1.19.000.002250/2019-75. Mera suposiçãoassumida pelo representante. Carência de elementos de informação capazes de legitimar aatribuição do Ministério Público Federal para persecução quanto à prática de conduta dirigidacontra a vida e/ou integridade física do noticiante. Extração de cópia dos autos e seu imediatoencaminhamento ao 11º Ofício da PR/MA para análise de providências no tocante à inclusão dorepresentante no PROVITA. Homologação do declínio de atribuições ao Ministério PúblicoEstadual.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação dodeclínio de atribuição, nos termos do voto do(a) relator(a).

078. Processo: 1.22.000.003480/2019-66 - Eletrônico Voto: 7040/2019 Origem: PROCURADORIA DAREPÚBLICA - MINAS GERAIS

Relator(a): Dr(a) MONICA NICIDA GARCIA

Ementa: Notícia de Fato instaurada a partir de manifestação ofertada perante a Sala de Atendimento aoCidadão por entidade sindical de motoristas e empregados de empresas de transporte, sediadaem Belo Horizonte/MG, aduzindo fatos análogos àqueles objeto de ação civil pública ajuizada peloMPF contra o Secretário de Relações do Trabalho do Ministério do Trabalho e Emprego e outros.Aduz que seria legítima a entidade sindical SIMECLODIFF e que uma segunda, STTRRM, criadaem janeiro de 2015, a partir da dissidência de um pequeno grupo de trabalhadores, foi constituídamediante fraude, não tendo sequer ocorrido a assembleia de sua fundação. Aponta a existênciade flagrantes indícios de falsidade ideológica, seja na constituição, seja na dissolução e reativaçãodo STTRRM. Revisão de declínio de atribuições (Enunciado nº 32). Narrativa que não evidencialesão direta a bens, serviços ou interesse da União ou de suas entidades. Carência de elementosde informação capazes de legitimar a atribuição do MPF para persecução penal. Extração decópias e remessa dos autos ao 6º Ofício de Combate à Corrupção da PR/DF para providênciascabíveis, considerando-se a alegada conexão entre fatos imputados a agentes públicos comaqueles objeto do Procedimento Preparatório nº 116.000.003888/2016-92. Homologação dodeclínio ao Ministério Público Estadual.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação dodeclínio de atribuição, nos termos do voto do(a) relator(a).

Homologação de Arquivamento

079. Processo: DPF-OPE-00064/2018-INQ Voto: 7037/2019 Origem: GABPR6-LCT - LIGIACIRENO TEOBALDO

Relator(a): Dr(a) MONICA NICIDA GARCIA

Ementa: Inquérito Policial instaurado para apurar possível ocorrência dos crimes previstos nos arts. 2º daLei nº 8.176/91 (usurpação de patrimônio da União) e 14 da Lei nº 10.826/03, em virtude daapreensão, pelo Exército Brasileiro, em 08/12/2018, de 8 (oito) gramas de ouro, 22 (vinte e duas)munições calibre .12, um telefone celular e o valor de R$ 1.390,00 (um mil, trezentos e noventareais) em uma região de garimpo nas proximidades do Rio Marupi, na região do Parque NacionalMontanhas do Tumucumaque/AP. Revisão de arquivamento (LC nº 75/93, art. 62, IV). Segundo oProcurador oficiante, embora tenha sido confirmada a materialidade dos crimes de usurpação depatrimônio da União e de porte ilegal de arma de fogo de uso permitido, não há nos autoselementos mínimos de autoria delitiva. O próprio militar que efetuou a apreensão consignou queos bens apreendidos estavam em região de garimpo e que os materiais apreendidos eapresentados na ocasião não pertenciam aos conduzidos. Estes também negaram a propriedade

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ATA DA 758ª SESSÃO DE REVISÃO PGR-00037106/2020

dos bens apreendidos. Esgotamento de diligências razoavelmente exigíveis. Inexistência de linhainvestigatória potencialmente idônea. Aplicação da Orientação nº 26/2016 da 2ª CCR.Homologação do arquivamento.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação doarquivamento, nos termos do voto do(a) relator(a).

080. Processo: DPF/SGO-00201/2018-INQ Voto: 7038/2019 Origem: GABPRM2-AESL - ANDREESTIMA DE SOUZA LEITE

Relator(a): Dr(a) MONICA NICIDA GARCIA

Ementa: Inquérito Policial instaurado para apurar notícia de ocorrência dos crimes de dano qualificado,furto qualificado e ameaça atribuídos aos indivíduos J.R.A.L., K.J.C.B., L.C.J. e terceiros incertose não sabidos, responsáveis por ato de manifestação contra o Ministério da Integração Nacionalatual Ministério do Desenvolvimento Regional, na data de 05/10/2017, com o objetivo de receberdívidas da empresa Mendes Júnior, que fora contratada para a consecução das obras datransposição do Rio São Francisco. Revisão de arquivamento (LC nº 75/93, art. 62, IV). Segundoconsta dos autos, duas testemunhas que presenciaram os fatos, funcionários do Consórcioresponsável pela obra, afirmaram que não era possível identificar as pessoas que furtaram umabomba e causaram danos, pois muitas pessoas participaram da ação. Com a sugestão dearquivamento por ausência de indícios de autoria, o MPF determinou a oitiva daqueles tidos porresponsáveis por promover a manifestação (J.R.A.L., K.J.C.B. e L.C.J.). No entanto, também nãofoi possível extrair dessas oitivas elementos que pudesse identificar a autoria dos ilícitos,tampouco confissão sobre os fatos ou emissão de ordem para causar os danos, de maneira que,apesar de serem alguns dos organizadores da manifestação, não se pôde presumir que foram osresponsáveis pelos danos ocasionados e pelo furto de uma bomba. Inexistência deresponsabilidade objetiva no Direito Penal brasileiro. Verificação, no caso, de diversas pessoasnão identificadas participantes do protesto. No tocante ao suposto crime de ameaça contrafuncionários do Ministério da Integração, entendeu o Procurador oficiante que não houvenenhuma ameaça de causar mal injusto e grave a ninguém, conforme se inferiu da análise dosáudios enviados, que tratam da organização para manifestação, expresso no relatório conclusivo.Esgotamento de diligências razoavelmente exigíveis. Inexistência de linha investigatóriapotencialmente idônea. Aplicação da Orientação nº 26/2016 da 2ª CCR. Homologação doarquivamento.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação doarquivamento, nos termos do voto do(a) relator(a).

081. Processo: 1.18.000.002839/2019-19 - Eletrônico Voto: 7042/2019 Origem: PROCURADORIA DAREPÚBLICA - GOIAS/APARECIDADE GOIÂNIA

Relator(a): Dr(a) MONICA NICIDA GARCIA

Ementa: Notícia de Fato instaurada para apurar possível prática do crime de moeda falsa, previsto no art.289, § 1º, do CP. Notícia de que, no dia 07/07/2019, os menores M.R.O., P.H.V.da S. e H.N.de S.adquiriram moedas falsas, no município de Porangatu/GO, as quais foram negociadas porintermédio do aplicativo WhatsApp, pelos usuários de dois terminais telefônicos (062) [] e (085) [].Revisão de arquivamento (LC nº 75/93, art. 62, IV). Juntada aos autos do Termo de Entrega dosmenores aos respectivos responsáveis, que se comprometeram a apresentá-los no Gabinete doPromotor de Justiça, na data de 08/07/2019. Êxito na localização da origem da remessa dascédulas falsas, objeto de apreensão no município de Porangatu/GO, na cidade de Diadema/SP.Constatação, entretanto, de que os números telefônicos utilizados na comercialização das cédulascontrafeitas encontravam-se inativos. Segundo a autoridade policial, é praxe dos falsários usaremde cadastros telefônicos de pessoas sem vínculo com o esquema fraudulento, visando desviarsua identificação, assim como também a troca de números periodicamente com o mesmo intuitode se furtar à ação policial. Malgrado os esforços envidados nas diligências preliminares, não foipossível levantar indícios de autoria do delito, inexistindo, no caso, outras linhas investigatóriaspotencialmente idôneas. Esgotamento das diligências razoavelmente exigíveis. Aplicação da

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ATA DA 758ª SESSÃO DE REVISÃO PGR-00037106/2020

Orientação nº 26/2016 da 2ª CCR. Homologação do arquivamento.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação doarquivamento, nos termos do voto do(a) relator(a).

082. Processo: 1.33.000.002504/2019-86 - Eletrônico Voto: 7041/2019 Origem: PROCURADORIA DAREPÚBLICA - SANTA CATARINA

Relator(a): Dr(a) MONICA NICIDA GARCIA

Ementa: Notícia de Fato instaurada para apurar possível prática do crime descrito no art. 250 do CP, hajavista a ocorrência de suposto incêndio criminoso de um veículo Chery Celer, ano 2015, depropriedade de Procurador da República oficiante na PR/SC. Revisão de arquivamento (LC nº75/93, art. 62, IV). Segundo consta dos autos, acionada, a equipe do NIP/SR/PF/SC deslocou-seaté o local dos fatos, a fim de verificar se havia ocorrido a prática de atos criminosos contramembro do MPF. No que tange à causa do incêndio, a Informação Técnica nº 068/2019-SETEC/SR/PF/SC concluiu que os exame realizados não revelaram vestígios de eventual açãocriminosa ligada ao incêndio do veículo. Apontou-se, subsidiariamente, eventual curto-circuito nosistema eletroeletrônico como causa provável do incêndio. Materialidade delitiva não evidenciada.Falta de justa causa para prosseguir na persecução penal. Homologação do arquivamento.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação doarquivamento, nos termos do voto do(a) relator(a).

083. Processo: 1.34.021.000292/2019-17 - Eletrônico Voto: 7043/2019 Origem: PROCURADORIA DAREPÚBLICA NO MUNICÍPIO DEJUNDIAI-SP

Relator(a): Dr(a) MONICA NICIDA GARCIA

Ementa: Notícia de Fato instaurada a partir de expediente da Delegacia da Receita Federal do Brasil emJundiaí/SP para apurar possível prática do delito previsto no art. 304 do CP, tendo em vista quepessoa identificada como F.de A.C. teria obtido CPF falso, utilizando esse documento paraabertura de empresa individual. Revisão de arquivamento (LC nº 75/93, art. 62, IV). Acessado oconteúdo da documentação existente na Junta Comercial de São Paulo, constatou-se que adeclaração assinada pelo falsário não possui testemunhas que pudessem ser ouvidas. Ausênciade elementos mínimos de identificação do indivíduo que apresentou o documento contrafeito.Escassez de diligências capazes de desvendar a autoria do ilícito penal. Esgotamento dediligências razoavelmente exigíveis. Inexistência de linha investigatória potencialmente idônea.Aplicação da Orientação nº 26/2016 da 2ª CCR. Homologação do arquivamento.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação doarquivamento, nos termos do voto do(a) relator(a).

Dr. JULIANO BAIOCCHI VILLA-VERDE DE CARVALHO

Nos processos de relatoria do Dr. JULIANO BAIOCCHI VILLA-VERDE DE CARVALHO participaram da votação aDr.ª Luiza Cristina Fonseca Frischeisen, titular do 1º Ofício, e a Dr.ª Mônica Nicida Garcia, titular do 2º Ofício.

ORIGEM JUDICIAL

NÃO PADRÃO

084. Processo: JF-BRI-0000341-38.2019.4.03.6144-INQ

Voto: 6681/2019 Origem: JUSTIÇA FEDERAL - 44ªSUBSEÇÃO JUDICIÁRIA -BARUERI/SP

Relator(a): Dr(a) JULIANO BAIOCCHI VILLA-VERDE DE CARVALHO

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ATA DA 758ª SESSÃO DE REVISÃO PGR-00037106/2020

Ementa: Inquérito Policial. Possível crime contra a honra praticado por Advogado contra Juíza do Trabalho.MPF requereu o arquivamento do feito por entender que, embora exista na mensagem doinvestigado crítica acerca do trabalho do magistrado, não se vislumbra animus caluniandi,difamandi ou injuriandi, tão somente o animus criticandi e narrandi, não havendo dolo específico,consistente no intuito de desonrar o julgador. Discordância do magistrado por visualizar diligênciasaptas a esclarecer melhor os fatos, já que o advogado poderia ter imputado ao Juiz os crimes decorrupção passiva e injúria qualificada contra pessoa com deficiência. Aplicação do art. 28 do CPPc/c art. 62, IV da LC 75/93. Da análise dos autos, verifica-se que o crime imputado ao advogadoda causa poder ser resumido no seguinte trecho: Portanto, comprovada a negligência e totaldescuido do Juízo ao tomar conhecimento do disparate considerável de cálculos liquidação ximpugnação, corroborada pelo não deferimento de medida preventiva imparcial perícia contábil;concomitante, ao pretérito afastamento do Magistrado por insanidade Psiquiátrica e, ainda, asaparições do Juiz e Advogados em locais públicos, tem-se por NECESSÁRIO O PRESENTEPEDIDO DE PROVIDÊNCIAS, sob pena de enriquecimento ilícito dos envolvidos e, perecimentode bens dos aqui manifestantes. Para a caracterização dos crimes contra a honra é necessária aexistência do elemento subjetivo especial, qual seja, a vontade livre e consciente de caluniar,difamar ou injuriar. No caso, em que pese as declarações ásperas do causídico, restademonstrada apenas a insatisfação do investigado em relação ao trabalho desempenhado pelomagistrado. A menção acerca do enriquecimento ilícito é claramente voltada a outra parte dademanda, que se beneficiaria com o indeferimento da perícia contábil, e não atribuída ao Juízo.Quanto ao suposto crime de injúria qualificada, verifica-se, como bem apontado pelo parquet, tãosomente o animus narrandi de fato público e notório daqueles que atuam naquela comarca. Ainvestigada, em depoimento, afirmou não ter feito juízo de valor acerca do magistrado e queapenas tinha o desiderato de rever os cálculos, além de ter elencado na petição os fatos descritospor seus clientes. Inexistência de dolo específico exigido pelo tipo penal. Ainda, tem-se que há dese tutelar a imunidade profissional do advogado, que apesar não se revestir de caráter absoluto,deve ser mitigada apenas quando há excesso flagrante em hipóteses extremas, o que não severifica no presente caso. Nessa esteira, as criticas se encontram inseridas nas prerrogativas enos postulados que regem a liberdade profissional do advogado no exercício de sua função.Previsão legal de que não constituem injúria ou difamação punível a ofensa irrogada em juízo, nadiscussão da causa, pela parte ou por seu procurador (CP, art. 142, I). Insistência noarquivamento.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação doarquivamento, nos termos do voto do(a) relator(a).

085. Processo: JF/CE-0801791-12.2018.4.05.8100-INQ - Eletrônico

Voto: 6838/2019 Origem: JUSTIÇA FEDERAL -SUBSEÇÃO JUDICIARIA DELIMOEIRO DO NORTE

Relator(a): Dr(a) JULIANO BAIOCCHI VILLA-VERDE DE CARVALHO

Ementa: Procedimento Investigatório Criminal autuado para apurar o crime de estelionato (CP, art. 171, §3º), devido a informações de que beneficiária do programa Bolsa Família teria realizado doações asua própria campanha eleitoral de vereadora, havendo indícios de que possuía renda per capitafamiliar superior ao limite estabelecido pelo referido Programa. O Procurador oficiante promoveu oarquivamento entendendo que a simples constatação de que beneficiária do Bolsa Família tenharealizado doação pra sua campanha eleitoral não releva indício de que tenha patrimônio e rendaque a descredencie do programa assistencial. Discordância do Juiz Federal, haja vista que aDeclaração de Imposto de Renda de Pessoa Física - DIRPF apresentada pela investigada no anode 2016 (R$ 14.400,00) não condiz com a renda de pessoa participante do programa. Aplicaçãodo art. 28 do CPP c/c art. 62, IV, da LC 75/93. Primeiramente, deve-se salientar que a doação acampanha eleitoral que deu ensejo ao início do procedimento se refere a prestação de serviçoestimada em dinheiro, correspondente a cessão de sua própria motocicleta. A simplesconstatação de que a investigada é beneficiária de programa social e realizou doação acampanha eleitoral, não demonstra materialidade suficiente para a prática de conduta criminosade estelionato, sobretudo considerando que os valores doados no presente caso estão abaixo de10% do limite de isenção do imposto de renda daquele ano, correspondente a R$ 28.123,91.Também não há nos autos qualquer indício que comprove que no momento do requerimento de

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ATA DA 758ª SESSÃO DE REVISÃO PGR-00037106/2020

inclusão no programa bolsa família a investigada não possuía renda compatível, motivo pelo qualo benefício assistencial foi devidamente e legalmente deferido. Ressalte-se, ainda, que asalterações de renda não ensejam, de forma necessária e imediata, a exclusão do programa, quesomente ocorre, se verificada, em revisão bienal, a superação dos requisitos que autorizam apercepção do benefício. Decreto nº 5.209/04, arts. 21 e 25. Elementos de prova que não indicama existência de prática criminosa dolosa. Falta de justa causa para prosseguir na persecuçãopenal. Insistência no arquivamento.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação doarquivamento, nos termos do voto do(a) relator(a).

086. Processo: JF/CE-0811534-46.2018.4.05.8100-PIC-MP - Eletrônico

Voto: 6810/2019 Origem: JUSTIÇA FEDERAL -SEÇÃO JUDICIÁRIA NO ESTADODO CEARÁ

Relator(a): Dr(a) JULIANO BAIOCCHI VILLA-VERDE DE CARVALHO

Ementa: Inquérito Policial. 1) Notícia de Fato autuada para apurar possíveis crimes contra a ordemtributária (Lei nº 8.137/90, art. 1º) e de falsidade ideológica ou uso de documento falso (CP, arts.299 e 304), tendo em vista o depoimento prestado pelo representante, no qual afirmou que foravítima de assalto e que todos os seus documentos foram tomados. Após o ocorrido, descobriu quefoi registrada na Junta Comercial do Estado do Ceará empresa fictícia em seu nome. Os agentescriminosos de posse dos documentos ainda abriram planos pós-pagos em operadoras detelefonia, bem como realizaram declaração retificadora de imposto de renda fraudulenta perante aReceita Federal. O Procurador oficiante promoveu o arquivamento em relação ao crime desonegação fiscal e o declínio em referente ao crime de falsidade perante a junta comercial.Discordância do magistrado. Revisão de arquivamento (LC nº 75/93, art. 62, IV) e de declínio deatribuição (Enunciado n° 32). 1) A Receita Federal foi notificada dos fatos narrados para queinformasse acerca das providências adotadas, em especial esclarecer se houve a instauração deprocedimento tributário e/ou lançamento definitivo do tributo. Em resposta, a RFB se limitou ainformar que não pode fornecer informações acerca dos fatos narrados, pois os dados dosinvestigados estão sob sigilo. Logo, em relação a eventual delito do art. 1º da Lei n. 8.137/90,ausente a constituição definitiva do crédito tributário. Natureza material do delito tributário. SúmulaVinculante nº 24 do STF. Ausência de condição de procedibilidade. Homologação doarquivamento. 2) Possível crime previsto no art. 299 e/ou 304 do CP em detrimento de JuntaComercial. Eventual constituição fraudulenta de empresa. Revisão de declínio de atribuições(Enunciado nº 33). Incidência do Enunciado nº 62 da 2ª CCR: Não é da atribuição do MinistérioPúblico Federal a persecução penal relativa aos crimes de falsidade documental praticadosperante Junta Comercial, por não ofenderem diretamente bens, serviços ou interesse da União oude suas entidades autárquicas ou empresas públicas. Ausência de elementos de informaçãocapazes de justificar a atribuição do Ministério Público Federal para a persecução penal.Homologação do declínio ao Ministério Público Estadual

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação doarquivamento e do declínio de atribuições ao Ministério Público Estadual, nos termos do votodo(a) relator(a).

087. Processo: JF/CHP/SC-5000563-18.2019.4.04.7202-INQ - Eletrônico

Voto: 7066/2019 Origem: JUSTIÇA FEDERAL -SUBSEÇÃO JUDICIÁRIA DECHAPECÓ

Relator(a): Dr(a) JULIANO BAIOCCHI VILLA-VERDE DE CARVALHO

Ementa: Inquérito Policial instaurado para apurar notícia de possível prática do crime de estelionatoprevidenciário, consistente no recebimento indevido de benefício previdenciário de seguro defeso,por não ser a pesca a única fonte de renda do investigado, no período de 2016 a 2018. CP, art.171, § 3º. Promoção de arquivamento fundada na ausência de dolo e de prova da autoria.Discordância do Juízo da 1ª Vara Federal de Chapecó/SC. Remessa dos autos nos termos do art.28 do CPP c/c o art. 62, IV, da LC nº 75/93. Consta dos autos que o investigado, conformerelatório final da autoridade policial, sequer seria pescador, havendo a presença de indícios de

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ATA DA 758ª SESSÃO DE REVISÃO PGR-00037106/2020

autoria e materialidade do recebimento indevido do benefício. Ainda, não há como pressupor odolo, bem como a ausência deste, já que há informações relativas a realização de atividadesremuneradas diversas da pesca. Assim, considerando o conjunto probatório existente até omomento, não se permite, com a devida vênia, afastar, de pronto, o dolo do investigado. Nessecenário, existindo materialidade delitiva comprovada e indícios robustos de autoria, oprosseguimento da persecução penal é medida que se impõe, pois, se, de fato, não houve dolo doinvestigado, a sentença o dirá após o normal exame do contraditório, pois qualquer ponderaçãoacerca da intenção de se praticar o crime, somente poderá ser demonstrada no curso da instruçãocriminal, quando se oportunizará a completa produção de provas, submetidas ao contraditório eampla defesa. Designação de outro membro do Ministério Público Federal para prosseguir napersecução penal.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela não homologação dearquivamento, nos termos do voto do(a) relator(a).

088. Processo: JF/MG-0026614-59.2019.4.01.3800-NOTCRI

Voto: 6970/2019 Origem: JUSTIÇA FEDERAL -SEÇÃO JUDICIÁRIA DO ESTADODE MINAS GERAIS

Relator(a): Dr(a) JULIANO BAIOCCHI VILLA-VERDE DE CARVALHO

Ementa: Procedimento investigatório instaurado para apurar suposta prática do crime de descaminho, emrazão da apreensão de mercadorias de procedência estrangeira em poder do investigado, sendoos tributos iludidos no importe de R$ 359,40. Promoção de arquivamento com base no princípioda insignificância. Discordância do magistrado. Remessa dos autos nos termos do art. 28 do CPPc/c o art. 62, inc. IV, da LC nº 75/93. Não obstante o valor dos tributos iludidos fique aquémdaquele tido como parâmetro para aferição da insignificância da ação delituosa (R$ 20.000,00),tem-se que a reiteração da conduta ilícita obsta a incidência da tese da bagatela. In casu, oinvestigado possui outros 03 (três) procedimentos administrativos nos últimos 5 anos, o queimpede que o fato seja considerado como destituído de significação penal, mesmo que a somados tributos (R$ 3.000,00) não ultrapasse R$ 20.000,00. Hipótese de habitual praticante do delito,bem como de efetiva e flagrante ocorrência de lesão à ordem tributária. Inaplicabilidade doprincípio da insignificância. Aplicação da nova redação do Enunciado nº 49 desta 2ª CCR 'Aplica-se o princípio da insignificância penal ao descaminho e aos crimes tributários federais, quando ovalor do débito devido à Fazenda Pública decorrente da conduta formalmente típica não sejasuperior a R$ 20.000,00, ressalvada a reiteração na mesma modalidade criminosa, ocorrida emperíodos de até 5 (cinco) anos. (150ª Sessão de Coordenação, de 07.05.2018)'. Designação deoutro membro do MPF para prosseguir na persecução penal.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, a maioria, deliberou pela não homologação dearquivamento, nos termos do voto do(a) relator(a). Restou vencida a Dra. Luiza Cristina FonsecaFrischeisen, que juntou voto. Participou da votação a Dra. Mônica Nicida Garcia.

089. Processo: JF/MOC-0001929-64.2019.4.01.3807-INQ

Voto: 7063/2019 Origem: JUSTIÇA FEDERAL -SUBSEÇÃO JUDICIÁRIA DEMONTES CLAROS/MG

Relator(a): Dr(a) JULIANO BAIOCCHI VILLA-VERDE DE CARVALHO

Ementa: Inquérito policial. Possível crime de exploração clandestina de atividade de telecomunicações (Leinº 9.472/97, art. 183). Notícia de funcionamento clandestino de rádio comunitária no município deCarbonita/MG. Revisão de arquivamento (LC nº 75/93, art. 62, IV). Funcionamento de rádiocomunitária de cunho religioso. Agente que declarou ter adquirido o aludido aparelho de particulare desconhecer o fato de que tal serviço necessitasse de autorização para funcionamento.Apreensão de equipamento de reduzida potência que operava em 2,61W, bem abaixo do limite de25W estabelecido para o funcionamento de rádios comunitárias. Também, não houvedemonstração da existência de interferências prejudiciais, além do agente não possuir noticia dereiteração delitiva. Bem jurídico tutelado pela norma a segurança dos meios de telecomunicaçõesnão sofreu qualquer espécie de lesão, ou ameaça de lesão, que mereça a intervenção do DireitoPenal. Conduta minimamente ofensiva. Incidência do princípio da insignificância. Ausência de

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ATA DA 758ª SESSÃO DE REVISÃO PGR-00037106/2020

justa causa para prosseguir na persecução penal. Medidas administrativas já devidamenteadotadas, como interrupção do funcionamento da estação e apreensão do transmissor. Nessesentido, precedente da 2ª CCR: 1.14.008.000166/2018-42, Sessão de Revisão n° 722, de27/08/2018, unânime. Homologação do arquivamento.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação doarquivamento, nos termos do voto do(a) relator(a).

090. Processo: JF/MOC-0001932-19.2019.4.01.3807-INQ

Voto: 6938/2019 Origem: JUSTIÇA FEDERAL -SUBSEÇÃO JUDICIÁRIA DEMONTES CLAROS/MG

Relator(a): Dr(a) JULIANO BAIOCCHI VILLA-VERDE DE CARVALHO

Ementa: Inquérito Policial instaurado a partir de expediente da ANATEL para apurar possível prática docrime previsto no art. 183 da Lei nº 9.472/97. Notícia de exploração do serviço de radiodifusão,sem autorização legal, por emissora de rádio/TV no município de Lagoa dos Patos/MG. Revisãode arquivamento (LC nº 75/93, art. 62, IV). Informação de que a emissora investigada encontrava-se instalada na zona rural de Lagoa dos Patos/MG. Núcleo de difusão e transmissão daradiofrequência localizado em região distante do perímetro urbano. Estação com potência detransmissão inferior a 25 Watts (no caso, 16 Watts). Baixa potência do equipamento (Lei nº9.612/98, art. 1º, § 1º). Hipótese em que o bem jurídico tutelado pela norma a segurança dosmeios de telecomunicações não sofreu qualquer espécie de lesão ou ameaça de lesão quemereça a interferência do Direito Penal. Excepcional aplicação do princípio da insignificância.Precedentes: HC nº 115.729/BA, STF. 2ª Turma, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, DJe 14/2/2013;STJ, RHC 55.743/RO, Rel. Min. Gurgel de Faria, 5ª Turma, DJe 28/4/2015; IPL nº 00034/2018(DPF/CRU/PE), 2ª CCR, 736ª Sessão Ordinária, de 11/3/2019. Falta de justa causa paraprosseguir na persecução penal. Homologação do arquivamento.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação doarquivamento, nos termos do voto do(a) relator(a).

091. Processo: JF/PR/CAS-5009365-14.2019.4.04.7005-APN - Eletrônico

Voto: 7055/2019 Origem: JUSTIÇA FEDERAL -SUBSEÇÃO JUDICIÁRIA DECASCAVEL

Relator(a): Dr(a) JULIANO BAIOCCHI VILLA-VERDE DE CARVALHO

Ementa: Ação penal. Crime de contrabando e descaminho (CP, art. 334 e 334-A). Apreensão demercadorias de procedência estrangeira, sem a necessária documentação comprobatória de suaregular importação. Promoção de arquivamento com base no princípio da insignificância. O JuízoFederal discordou, em razão da existência de reiteração delitiva. Aplicação do art. 28 do CPP c/cart. 62, IV, da LC nº 75/1993. No caso, o investigado possui duas reiterações, totalizando tributosno valor de R$ 2.169,03; todas as reiterações ocorridas dentro do período de 5 anos. Assim, nãoobstante o valor dos tributos iludidos relativos a esta apreensão fique aquém daquele tido comoparâmetro para aferição da insignificância da ação delituosa (R$ 20.000,00), tem-se que areiteração da conduta ilícita obsta a incidência da tese da bagatela. Hipótese de habitualpraticante do delito, bem como de efetiva e flagrante ocorrência de lesão à ordem tributária.Inaplicabilidade do princípio da insignificância. Aplicação da nova redação do Enunciado nº 49desta 2ª CCR Aplica-se o princípio da insignificância penal ao descaminho e aos crimes tributáriosfederais, quando o valor do débito devido à Fazenda Pública decorrente da conduta formalmentetípica não seja superior a R$ 20.000,00, ressalvada a reiteração na mesma modalidade criminosa,ocorrida em períodos de até 5 (cinco) anos. (150ª Sessão de Coordenação, de 07.05.2018).Designação de outro membro do MPF para prosseguir na persecução penal por descaminho.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, a maioria, deliberou pela não homologação dearquivamento, nos termos do voto do(a) relator(a). Restou vencida a Dra. Luiza Cristina FonsecaFrischeisen, que juntou voto. Participou da votação a Dra. Mônica Nicida Garcia.

092. Processo: JF/PR/CAS-5010101- Voto: 7065/2019 Origem: JUSTIÇA FEDERAL -

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ATA DA 758ª SESSÃO DE REVISÃO PGR-00037106/2020

32.2019.4.04.7005-SEM_SIGLA -Eletrônico

SUBSEÇÃO JUDICIÁRIA DECASCAVEL

Relator(a): Dr(a) JULIANO BAIOCCHI VILLA-VERDE DE CARVALHO

Ementa: Procedimento Investigatório autuado para apurar a ocorrência do crime de descaminho (CP, art.334). Apreensão de mercadorias de procedência estrangeira, sem a necessária documentaçãocomprobatória de sua regular importação, em poder de 03 investigados, são eles: N.F.L.P., tributosiludidos no valor de R$ 2.999,25; C.O., tributos iludidos no valor de R$ 2.589,17; e E.G., tributosiludidos no valor de R$ 3.389,76. Promoção de arquivamento com base no princípio dainsignificância. O Juízo Federal discordou, em razão da existência de reiteração delitiva. Aplicaçãodo art. 28 do CPP c/c art. 62, IV, da LC nº 75/1993. No caso, a investigada N.F.L.P possui umareiteração, totalizando tributos no valor de R$ 8.962,55; C.O. Possui 05 reiterações, totalizandotributos no valor de R$ 5.456,51; E.G. Possui 7 reiterações, totalizando tributos no valor de R$17.955,86; todas as reiterações ocorridas dentro do período de 5 anos. Assim, não obstante ovalor dos tributos iludidos relativos a esta apreensão fique aquém daquele tido como parâmetropara aferição da insignificância da ação delituosa (R$ 20.000,00), tem-se que a reiteração daconduta ilícita obsta a incidência da tese da bagatela. Hipótese de habitual praticante do delito,bem como de efetiva e flagrante ocorrência de lesão à ordem tributária. Inaplicabilidade doprincípio da insignificância. Aplicação da nova redação do Enunciado nº 49 desta 2ª CCR Aplica-se o princípio da insignificância penal ao descaminho e aos crimes tributários federais, quando ovalor do débito devido à Fazenda Pública decorrente da conduta formalmente típica não sejasuperior a R$ 20.000,00, ressalvada a reiteração na mesma modalidade criminosa, ocorrida emperíodos de até 5 (cinco) anos. (150ª Sessão de Coordenação, de 07.05.2018). Designação deoutro membro do MPF para prosseguir na persecução penal por descaminho.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, a maioria, deliberou pela não homologação dearquivamento, nos termos do voto do(a) relator(a). Restou vencida a Dra. Luiza Cristina FonsecaFrischeisen, que juntou voto. Participou da votação a Dra. Mônica Nicida Garcia.

093. Processo: JF/PR/MGA-5002833-64.2018.4.04.7003-IP - Eletrônico

Voto: 6753/2019 Origem: JUSTIÇA FEDERAL -SUBSEÇÃO JUDICIÁRIA DEMARINGÁ/PR

Relator(a): Dr(a) JULIANO BAIOCCHI VILLA-VERDE DE CARVALHO

Ementa: Inquérito Policial instaurado para apurar possível prática do crime de falso testemunho (art. 342 doCP) em depoimento prestado nos autos de Ação de Investigação Judicial Eleitoral. Contradiçãoverificada entre as declarações prestadas pela testemunha, concernentes a realização de showde dupla sertaneja em comício. O Procurador oficiante promoveu o arquivamento fundado nainexistência de materialidade. Discordância do magistrado. Aplicação do art. 28 do CPP c/c art.62, inc. IV da LC nº 75/93. Relato testemunhal que não teve o condão de interferir no desfecho dacausa, pois o juízo se valeu das demais provas constantes dos autos para proferir sentençacondenatória em face dos responsáveis pelo showmício. Apesar das informações prestadas pelatestemunha serem em parte contraditória, constata-se que seu depoimento se baseou nos fatosque julgava verdadeiros sobre a vinda da dupla de cantores sertanejos ao Município deAtalaia/PR, não sendo este o objeto principal da AIJE, fato que se mostrou irrelevante para odeslinde da questão eleitoral. No caso, não se vislumbra indícios de materialidade do crime defalso testemunho. Ausência de materialidade e potencialidade lesiva. Declaração juridicamenteirrelevante para o deslinde da causa. Precedentes do STJ: AgRg no REsp 1121653/PR, Rel. Min.Jorge Mussi, Quinta Turma, DJe 11/10/2011. Precedente 2ª CCR: IPL 0006438-43.2016.4.01.3807, Sessão nº 675, 03/04/2017, unânime. Insistência no arquivamento.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação doarquivamento, nos termos do voto do(a) relator(a).

094. Processo: JF-RJ-5062089-38.2019.4.02.5101-PIMPCR - Eletrônico

Voto: 6788/2019 Origem: JUSTIÇA FEDERAL -SEÇÃO JUDICIÁRIA DO ESTADODO RIO DE JANEIRO

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ATA DA 758ª SESSÃO DE REVISÃO PGR-00037106/2020

Relator(a): Dr(a) JULIANO BAIOCCHI VILLA-VERDE DE CARVALHO

Ementa: Notícia de Fato autuada a partir de manifestação ofertada perante a Sala de Atendimento aoCidadão para apurar possível prática do delito de apologia ao crime (CP, art. 287), tendo em vistaque o representado teria feito publicação em sua conta no twitter, após a eleição presidencial, como seguinte conteúdo: vira e mexe eu penso no Adélio e no tanto que um gesto voluntarista deviolência pode se amplificar e ter consequências trágicas. Depois penso que o maldito podia terpelo menos girado a faca direitinho. O Procurador oficiante promoveu o arquivamento com basena ausência de dolo. Discordância do magistrado. Revisão de arquivamento (Art. 28 do CPP c/cLC n° 75/93, art. 62, IV). Em que pese seja perceptível que o conteúdo sarcástico da frase, não hádúvidas de que a frase publicada na rede social causa repulsa, no entanto, não se configura odelito em apreço, em razão de ausência de dolo, pois o conteúdo apresenta animus jocandi, umavez que a apologia (elogio) ao criminoso e ao crime não são levados a sério na publicação infeliz.Publicação com conteúdo irônico em razão das acusações recíprocas entre os candidatos àPresidência da República que acabaram por influenciar eleitores, militantes e apoiadores deambos candidatos. Ausência de dolo na conduta perpetrada. Falta de justa causa parapersecução. Homologação do arquivamento.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação doarquivamento, nos termos do voto do(a) relator(a).

095. Processo: JFRS/SLI-5001279-13.2017.4.04.7106-RPCR - Eletrônico

Voto: 7095/2019 Origem: JUSTIÇA FEDERAL DORIO GRANDE DO SUL -SUBSEÇÃO JUDICIARIA DESANTANA DO LIVRAMENTO

Relator(a): Dr(a) JULIANO BAIOCCHI VILLA-VERDE DE CARVALHO

Ementa: Voto vencedor. Notícia de Fato. Suposta prática do crime de descaminho (CP, art. 334).Apreensão de mercadorias de procedência estrangeira pela Polícia Rodoviária Federal, sem anecessária documentação comprobatória de sua regular importação. Tributos iludidos no valor R$1.088,39. Revisão de arquivamento (LC nº 75/93, art. 62, IV). Não obstante o valor dos tributosiludidos fique aquém daquele tido como parâmetro para aferição da insignificância da açãodelituosa (R$ 20.000,00), tem-se que a reiteração da conduta ilícita obsta a incidência da tese dabagatela. In casu, após a realização de diligências, verificou-se que a investigada possui 01 (uma)reiteração da conduta nos últimos 5 (cinco) anos, no valor de R$ 388,80, o que impede que o fatoseja considerado como destituído de significação penal, mesmo que a soma dos tributos nãoultrapasse R$ 20.000,00. Hipótese de habitual praticante do delito, bem como de efetiva eflagrante ocorrência de lesão à ordem tributária. Inaplicabilidade do princípio da insignificância.Aplicação da nova redação do Enunciado nº 49 desta 2ª CCR 'Aplica-se o princípio dainsignificância penal ao descaminho e aos crimes tributários federais, quando o valor do débitodevido à Fazenda Pública decorrente da conduta formalmente típica não seja superior a R$20.000,00, ressalvada a reiteração na mesma modalidade criminosa, ocorrida em períodos de até5 (cinco) anos. (150ª Sessão de Coordenação, de 07.05.2018)'. Designação de outro membro doMPF para prosseguir na persecução penal.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, a maioria, deliberou pela não homologação dearquivamento, nos termos do voto proferido pelo Dr. Juliano Baiocchi Villa-Verde de Carvalho.Restou vencida a relatora, Dra. Luiza Cristina Fonseca Frischeisen. Participou da votação a Dra.Mônica Nicida Garcia.

096. Processo: JF-SJC-5007474-72.2019.4.03.6103-PIMP - Eletrônico

Voto: 7001/2019 Origem: JUSTIÇA FEDERAL - 3ªSUBSEÇÃO JUDICIÁRIA - SÃOJOSÉ DOS CAMPOS/SP

Relator(a): Dr(a) JULIANO BAIOCCHI VILLA-VERDE DE CARVALHO

Ementa: Procedimento instaurado para apurar possível prática do crime de desobediência (CP, art. 330).Investigado não obedeceu a ordem do Juízo Federal de devolver veículo que estava apreendidoadministrativamente pela Polícia Rodoviária Federal por falta de licenciamento. Promoção de

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ATA DA 758ª SESSÃO DE REVISÃO PGR-00037106/2020

arquivamento com base na prescrição da pretensão punitiva. Discordância do Juízo federaladuzindo tratar-se do crime constante no art. 342 do CP, bem como que a data do crime é a datada intimação para devolução e não da data do fato. Remessa dos autos nos termos do art. 28 doCPP c/c o art. 62, IV, da LC nº 75/93. Não se trata do delito insculpido no art. 346 do CP, tendo emvista que o veículo não estava apreendido por ordem judicial ou convenção. Ademais, o crime dedesobediência consumou-se no momento em que o investigado retirou o veículo, somente pararealizar vistoria, tendo que devolver no mesmo dia, após a realização desta, ou seja, na data dofato e não da data da intimação para devolver. Ressalte-se ainda que se a conduta se subsumisseao crime do art. 347 do CP também estaria fulminado pela prescrição, pois a pena máxima para odelito é de 2 anos de detenção. No caso dos autos, considerando que a pena máximaabstratamente cominada ao crime previsto no art. 330 do CP é de 6 (seis) meses de detenção, eque o crime ocorreu em 01/2014, a extinção da punibilidade pela prescrição da pretensão punitivaestatal claramente ocorreu. Extinção da punibilidade do ilícito penal (CP, art. 107, IV).Homologação do arquivamento.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação doarquivamento, nos termos do voto do(a) relator(a).

097. Processo: JF-SOR-0001141-71.2019.4.03.6110-INQ

Voto: 6917/2019 Origem: JUSTIÇA FEDERAL - 10ªSUBSEÇÃO JUDICIÁRIA -SOROCABA/SP

Relator(a): Dr(a) JULIANO BAIOCCHI VILLA-VERDE DE CARVALHO

Ementa: Inquérito Policial instaurado para apurar a prática do crime tipificado no art. 155, §§ 1º e 4º, incs. Ie IV, do CP. Notícia de que, no dia 30/12/2017, a Guarda Civil Municipal foi acionada para atenderocorrência de furto na Agência dos Correios Brigadeiro Tobias, na cidade de Sorocaba/SP. Pelomonitoramento eletrônico, constatou-se quatro indivíduos carregando um cofre que haviamfurtado da ECT. Ao chegar ao local dos fatos, a GCM presenciou a fuga dos agentes, dois saíramcorrendo e dois outros adentraram em um veículo Hyundai HB20, cor prata. Em razão de umaforte chuva, a placa do veículo não foi identificada. No dia 02/01/2018, um veículo Hyundai HB20,também cor prata, placas GBL-0466 foi apreendido em poder de V.R.dos S.J. e I.M.da S., emSorocaba/SP, ante a suspeita de que tal veículo fora o mesmo utilizado no furto à agência da ECTora apurado. Na ocasião, a GCM percebeu que V.R.dos S.J. amassou e lançou, discretamente,para dentro do carro, um papel que continha a informação de que o veículo estava com bloqueiode apropriação indébita. O veículo foi apreendido e V.R.dos S.J. disse à GCM que adquiriu oHB20 de pessoa que não conhecia através do site de compra e venda eletrônica OLX, pagandoR$ 5.500,00, em 30/12/2017, na hora do almoço, sem pegar qualquer recibo do vendedor. Emdecorrência da apreensão do veículo, instaurou-se inquérito policial para apuração do crimedescrito no art. 180 do CP, em trâmite no âmbito da Justiça Estadual. Manifestação do MPF peloarquivamento dos presentes autos por não se vislumbrar tanto indícios suficientes e razoáveisacerca da autoria do crime de furto, aptos a ensejar a propositura de ação penal, como diligênciashábeis a esclarecer a responsabilidade pelo fato criminoso. Discordância do Juízo da 1ª VaraFederal de Sorocaba/SP por considerar prematuras as conclusões do MPF, devendo os indíciosde autoria ser melhor averiguados no curso de eventual instrução processual. Remessa dos autosnos termos do art. 28 do CPP c/c art. 62, IV, da LC nº 75/93. Com razão, a princípio, o Juízo deprimeiro grau. Ao que se tem, restou evidenciado que foram avistados quatro indivíduossegurando um cofre de propriedade da agência dos Correios, por volta de 1h50 dia 30/12/2017,sendo que um guarda municipal disse ter presenciado que dois indivíduos saíram correndo eoutros dois entraram em um HB20 de cor prata. O cofre ficou na rua durante a fuga e,posteriormente, em diligência sequencial, foi abordado um HB20 de cor prata com restrição defurto, na oportunidade conduzido por V.R.dos S.J., ora investigado. Constatou-se que o veículoabordado estava com sinais de arranhadura no porta-malas e no para-choque traseiro e tambémsem o tampão do porta-malas. Importante ressaltar que o conjunto probatório indica que o tampãodo porta-malas foi encontrado próximo à agência dos Correios e as filmagens de circuito internodos Correios demonstraram que os indivíduos na fuga deixaram o cofre cair do porta-malas doveículo. Restou noticiado no depoimento prestado por uma guarda civil municipal que, no ato daabordagem, V.R.dos S.J. amassou um papel e o jogou, discretamente, no interior do veículo. Nopapel havia a informação de que o veículo estava com apontamento de bloqueio. Foram

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realizadas perícias por parte da Polícia Federal, ficando assentado que os danos existentes noveículo HB20 apreendido em poder de V.R.dos S.J. são compatíveis com o tamanho do cofre e oseventos ocorridos. O investigado, por sua vez, foi ouvido em sede policial, aduzindo que teriaadquirido o veículo no início de janeiro de 2018, sem apresentar, contudo, qualquer documento,de forma absolutamente atípica, em contradição com os depoimentos de fls. 04, 10/11 e 12/13. Talo contexto, os elementos existentes neste apuratório parecem autorizar a propositura de açãopenal ou pelo menos a continuidade da investigação para melhor averiguar os indícios de autoriaapontados na decisão do Juízo de primeiro grau quanto ao delito de furto cometido contra aagência dos Correios. Arquivamento que se afigura prematuro. Designação de outro membro doMPF para dar prosseguimento à persecução penal.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela não homologação dearquivamento, nos termos do voto do(a) relator(a).

098. Processo: JF-SOR-0001520-12.2019.4.03.6110-IP

Voto: 6914/2019 Origem: JUSTIÇA FEDERAL - 10ªSUBSEÇÃO JUDICIÁRIA -SOROCABA/SP

Relator(a): Dr(a) JULIANO BAIOCCHI VILLA-VERDE DE CARVALHO

Ementa: INQUÉRITO POLICIAL. POSSÍVEL CRIME DE ESTELIONATO PREVIDENCIÁRIO (CP, ART. 171,§ 3°). DOLO DO BENEFICIÁRIO NÃO EVIDENCIADO. DENÚNCIA JÁ OFERECIDA NO ÂMBITODA OPERAÇÃO AQUILES CONTRA OS INTEGRANTES DO ESQUEMA CRIMINOSO.ORIENTAÇÃO N° 36 DA 2ª CCR. MANUTENÇÃO DO ARQUIVAMENTO QUANTO AOSEGURADO BENEFICIADO COM A AVERBAÇÃO INDEVIDA. 1. Inquérito Policial instauradopara apurar possível prática do crime de estelionato previdenciário (CP, art. 171, § 3º). Apuraçãoenvolvendo a específica situação do segurado C.A.de O.Z., beneficiado com a averbação, em seunome, do tempo de contribuição fraudulento e, em razão disso, teria recebido irregularmentebenefício previdenciário, no período compreendido entre 11/2010 a 05/2018, gerando ao INSS umprejuízo da ordem de R$ 272.361,70, conforme relatório da autarquia previdenciária. 2. OProcurador da República oficiante promoveu o arquivamento do feito, ressaltando que oinvestigado não teve, a princípio, conforme o quanto apurado, envolvimento doloso na fraudecometida pelo contador L.C.M. e que, de fato, não conhece G.de P.M., enquadrando-se comomais uma vítima das atividades ilícitas desvendadas. 3. Discordância do Juízo da 1ª Vara Federalde Sorocaba/SP. Remessa dos autos nos termos do art. 28 do CPP c/c art. 62, IV, da LC nº 75/93.4. Consta dos autos que C.A.de O.Z., em seu depoimento, afirmou que se encontrava aposentadohá cerca de seis anos e que L.C.M.P. não era contador de sua extinta empresa nem figuravacomo seu amigo, tendo seu nome sido apenas indicado como referência para serviços deintermediação de benefícios previdenciários. Disse que o contador nada informou sobre a inclusãode vínculos com o seu nome a partir de sua empresa e que apenas assinou uma procuração paraque L.C. pudesse dar entrada em seu pedido de aposentadoria. 5. Segundo o Procuradoroficiante, ainda que o referido contador tenha prestado informações em seu interrogatórioindicando que todos os segurados para quem atuou tinham conhecimento das ilicitudes, talcircunstância (que não pode ser confirmada em juízo em razão do seu falecimento) não se mostrasuficiente, por si só, para constatar, com margem de segurança, a existência de dolo na condutado segurado. Não se trata de elemento suficientemente apto a permitir a deflagração de açãopenal e eventual condenação. 6. Em outra frente, conforme preconiza a Orientação n° 36, a 2ªCCR ORIENTA os membros do Ministério Público Federal com atuação na área criminal sob suacoordenação a realizar o arquivamento dos chamados 'rescaldos' das operações previdenciárias,dispensando-se a instauração de inquérito policial ou de investigação criminal própria ouarquivando os feitos já instaurados, quando a persecução penal/investigação estiver em estágioavançado ou já houver sido ajuizada a ação penal e, após minuciosa análise, ao Procurador daRepública oficiante restar evidenciado que os fatos: a) não modificam o panorama probatórioatual; b) não são suficientes para um aumento substancial das penas dos investigados naoperação originária; c) dizem respeito às condutas dos titulares dos benefícios, salvo quandoencerrarem alto grau de reprovabilidade, como a magnitude da lesão; d) nada acrescentamacerca das condutas dos servidores e intermediadores já investigados; e) não apresentamindícios da participação de outros servidores e/ou intermediadores, além dos já investigados noIPL de origem. 7. Ainda de acordo com a referida Orientação, nesses casos, o arquivamento

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deverá ser comunicado ao INSS, que permanecerá responsável pela adoção das providênciasadministrativas cabíveis, com vistas à quantificação de eventual dano e recuperação dos valorespagos indevidamente. 8. Precedente 2ª CCR: Procedimento nº 0000860-18.2019.4.03.6110, 747ªSessão Ordinária, de 12/08/2019, unânime. 9. Insistência no arquivamento quanto ao beneficiárioinvestigado C.A. de O. Z..

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação doarquivamento, nos termos do voto do(a) relator(a).

099. Processo: JF-SOR-0001563-46.2019.4.03.6110-IP

Voto: 7068/2019 Origem: JUSTIÇA FEDERAL - 10ªSUBSEÇÃO JUDICIÁRIA -SOROCABA/SP

Relator(a): Dr(a) JULIANO BAIOCCHI VILLA-VERDE DE CARVALHO

Ementa: Inquérito Policial instaurado para apurar possível prática do crime de falso testemunho nos autosde reclamatória, perante o Juízo da 2ª Vara do Trabalho de Sorocaba/SP. Em audiência deinstrução e julgamento naquele Juízo, a testemunha da reclamante teria feito alegaçõescontraditórias acerca do estabelecimento de vínculo trabalhista, sendo, supostamente, pagos, elee a ora reclamante, por empreitada, sem registro na Carteira de Trabalho e Previdência Social(CP, art. 342). Manifestação do MPF pelo arquivamento do feito, fundada na ausência depotencialidade lesiva. Discordância do Juízo da 1ª Vara Federal Criminal de Sorocaba/SP.Aplicação do art. 28 do CPP c/c art. 62, inc. IV, da LC nº 75/93. Importante ressaltar que nasreclamatórias trabalhistas sempre haverá divergências entre as partes, tal fato é inerente aoprocesso, cabendo ao julgador da origem, que é quem colheu a prova testemunhal, avaliar evalorar as informações prestadas, aplicando, no que couber, os mecanismos que dispõe paracoibir tal conduta (art. 5º e art. 77, I, do CPC). Sentença fundada em outros elementos de provaexistentes nos autos. Ausência de potencialidade lesiva nas declarações. Não configuração decrime. Precedentes da 2ª CCR/MPF: Processo nº 1.23.000.003602/2016-34, 668ª Sessão deRevisão, de 12/12/2016, Relator SPGR José Adonis Callou de Araújo Sá, unânime; Processo nº1.29.000.001385/2017-13, 680ª Sessão de Revisão, de 12/06/2017, Relator SPGR JulianoBaiocchi Villa-Verde de Carvalho, unânime; e Processo nº 1.34.043.000242/2017-10, 680ª Sessãode Revisão, de 12/06/2017, Relatora SPGR Luiza Cristina Fonseca Frischeisen, unânime.Insistência no arquivamento.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação doarquivamento, nos termos do voto do(a) relator(a).

100. Processo: JF/SP-0009173-80.2018.4.03.6181-INQ

Voto: 6693/2019 Origem: JUSTIÇA FEDERAL -SEÇÃO JUDICIÁRIA DO ESTADODE SÃO PAULO/SP

Relator(a): Dr(a) JULIANO BAIOCCHI VILLA-VERDE DE CARVALHO

Ementa: Inquérito policial instaurado para apurar o crime de contrabando (CP, art. 334-A). Apreensão de2.180 maços de cigarros de origem estrangeira, sem comprovação da regular introdução noterritório nacional. O Procurador oficiante requereu o arquivamento com base no princípio dainsignificância. Discordância do Juízo Federal. CPP, art. 28. No caso verifica-se que a quantidadeapreendida em poder do investigado é suficiente para caracterização do crime de contrabando.Observância dos termos da Orientação nº 25/16 da 2ª CCR, segundo a qual procede-se aoarquivamento de investigações criminais referentes a condutas que se adéquem ao contrabandode cigarros quando a quantidade apreendida não superar 153 (cento e cinquenta e três) maços decigarros, seja pela diminuta reprovabilidade da conduta, seja pela necessidade de se darefetividade à repressão ao contrabando de vulto, ressalvada a reiteração de condutas que cobra apersecução penal. Hipótese, contudo, em que se revela inviável o arquivamento do IPL, pois aquantidade apreendida com o investigado (2.180 maços) supera o mencionado patamar,evidenciando quantidade incompatível com o mero consumo pessoal. Designação de outromembro do Ministério Público Federal. Prosseguimento da persecução penal.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela não homologação de

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arquivamento, nos termos do voto do(a) relator(a).

ORIGEM INTERNA

NÃO PADRÃO

101. Processo: DPF/PS/BA-0176/2014-INQ Voto: 6926/2019 Origem: GABPRM3-RPA -RODRIGO PIRES DE ALMEIDA

Relator(a): Dr(a) JULIANO BAIOCCHI VILLA-VERDE DE CARVALHO

Ementa: Inquérito Policial instaurado inicialmente no município de Teixeira de Freitas/BA com o objetivo deapurar a prática, em tese, do crime de falsificação de documento público ou de uso de documentofalso. CP, arts. 197, 299 e 304. Segundo a notícia-crime que deflagrou a presente investigação,F.S.da S. apresentou perante o Conselho de Contabilidade da Bahia CRC/BA um diploma deTécnico em Contabilidade falsificado, supostamente emitido por uma instituição de ensino sediadano município de Açailândia/MA, buscando obter o registro definitivo naquele conselho de classe.Declínio de atribuições promovido pelo Procurador oficiante na PRM de Teixeira de Freitas/BA porentender que o objeto da investigação consiste na falsificação de documento público praticada porF.S. da S., no caso, a contrafação de diploma em nome de um complexo educacional, composterior apresentação do documento inidôneo ao CRC/BA, o que constituiria mero exaurimento.Daí o presente Conflito de Atribuições suscitado pelo Procurador oficiante na PRM deImperatriz/MA, aduzindo que não se desconhece a tese firmada pelo STJ no julgamento do HC nº70.703/GO de que o uso pelo próprio falsificador do documento acarreta a responsabilização doautor tão somente pelo crime de falso documental. Todavia, o entendimento jurisprudencialreferido não se aplica ao presente caso, ante a impossibilidade de se definir quem seria overdadeiro responsável pela falsidade documental, inviabilizando a persecução quanto aos delitosprevistos nos arts. 297 e 299 do CP. Logo, remanesce apenas a prática do crime de uso dedocumento falso perante o CRC/BA, consumado no município de Teixeira de Freitas/BA. Autosremetidos a este Colegiado, nos termos do art. 62, VII, da LC nº 75/93. Análise do Conflito deAtribuições. Com razão o Procurador suscitante. Muito embora o maior beneficiado pelo falso sejaF.S.da S., não há indícios suficientes de autoria para imputar-lhe a prática de falsificação dodocumento. De igual modo, não há indícios robustos para atribuir o falso a I.S.A. e a J.J.do A., quesupostamente teriam subscrito o diploma na qualidade de representantes da instituição de ensino.Em suas declarações perante a autoridade policial, F.S.da S. negou que tivesse falsificado odocumento. Afirmou que, após realizar alguns trabalhos alusivos ao curso e cumprir três meses deestágio, requereu e obteve o diploma diretamente no complexo educacional, acreditando, por isso,tratar-se de documento legítimo, não sabendo indicar quem seria o responsável por eventualfalsificação. Sustentou que somente veio a conhecer do falso na ocasião em que o apresentouperante o CRC/BA. Ao que se tem, não foi possível identificar o autor da falsificação e não sevislumbra linha investigatória viável para o deslinde do fato. É possível inferir que, ao menos emseu conteúdo, o diploma é falso. Assim, subsiste tão somente a prática do crime de uso dedocumento falso perante o CRC/BA, cuja competência é fixada pelo local de apresentação dodocumento inidôneo, no caso, o município de Teixeira de Freitas. Saliente-se, a propósito, que aAção Penal nº 2466-24.2018.4.01.3701, em trâmite na Subseção Judiciária de Imperatriz/MA, foiinstaurada em desfavor de F.S.da S. para o processo e julgamento do crime de uso de documentofalso perante o CRC do Maranhão CRC/MA. Essa tipificação também ocorreu de maneirasubsidiária, haja vista que a investigação que embasou a denúncia, de idêntico modo, não logroureunir elementos suficientes acerca da autoria capazes de formar a convicção do Procurador daRepública oficiante no feito acerca de quem seria o responsável pela falsificação do diploma. Porfim, é forçoso reconhecer, como assinado pelo Procurador suscitante que o risco de decisõescontraditórias e até mesmo de tumulto processual haveria se fosse oferecida uma nova denúnciacontra o mesmo investigado, desta feita pela prática de falsidade documental, estando a açãopenal pelo uso do mesmo documento já em fase avançada. Indícios de autoria e de materialidadedo crime de uso de documento falso. Conhecimento do presente conflito negativo de atribuiçõese, no mérito, por sua procedência para reconhecer a atribuição da PRM de Teixeira de Freitas/BA.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela atribuição dosuscitado, nos termos do voto do(a) relator(a).

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102. Processo: 1.13.000.002431/2019-15 - Eletrônico Voto: 6839/2019 Origem: PROCURADORIA DAREPÚBLICA - RIO DE JANEIRO

Relator(a): Dr(a) JULIANO BAIOCCHI VILLA-VERDE DE CARVALHO

Ementa: Notícia de fato instaurada a partir de representação dando conta que, ao requerer o saque doPASEP depositado em sua conta do Banco do Brasil, em Manaus/AM, verificou que os valorestinham sido transferidos e sacados através de uma agência da CEF situada no Rio de Janeiro. OProcurador da República oficiante na PR/AM promoveu declínio de atribuições à PR/RJ, porentender que a conduta noticiada configura o crime de estelionato, cuja competência é do localonde se encontra localizada a agência bancária por meio do qual o criminoso recebeu o proveitodo crime. Por sua vez, o Procurador da República com atuação na PR/RJ suscitou o presenteconflito de atribuições, entendendo que a conduta configura o crime de furto mediante fraude (CP,art. 155, §4º, II), que se consuma no local onde se situa a agência da conta lesada. Aplicação doart. 62, VII, da LC nº 75/93. Das parcas informações constantes do procedimento, tem-se que oque possivelmente ocorreu foi uma fraude que possibilitou a subtração por parte do agente denumerário em conta de terceiro e não uma fraude para fazer com que a vítima entregasse seupatrimônio, fato que se amolda ao tipo do furto mediante fraude. Nessa senda, seja pelatransferência via internet banking da conta do Banco do Brasil para a conta da CEF de formafraudulenta, seja pelo saque do benefício por meio de cartão clonado, a conduta em tela configurao crime de furto mediante fraude. Assim, consoante entendimento do STJ, o crime de furtomediante fraude se consuma no local em que houve o efetivo prejuízo à vítima, qual seja, nalocalidade da agência onde a vítima possuía a conta bancária, que no caso dos autos é a cidadede Manaus/AM (Decisão Monocrática no CC nº 161.865/MA, Rel. Min. Antonio Saldanha Palheiro,julgado em 14/02/2019; AgRg no AREsp 829.276/RJ, Rel. Min. Nefi Cordeiro, Sexta Turma, DJe23/10/2017; CC 136.470/MA, Rel. Min. Ericson Maranho (Desemb. convocado do TJ/SP), TerceiraSeção, DJe 05/12/2014; CC 131.043/MA, Rel. Min. Gurgel de Faria, Terceira Seção, DJe14/10/2014; RHC 21.412/SP, Rel. Min. Rogerio Schietti Cruz, Sexta Turma, DJe 29/09/2014).Conhecimento do presente conflito negativo de atribuições e, no mérito, por sua procedência parareconhecer a atribuição da PR/AM para prosseguir nas investigações.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela atribuição dosuscitado, nos termos do voto do(a) relator(a).

103. Processo: DPF/ITZ/MA-00017/2019-INQ Voto: 6802/2019 Origem: GABPRM2-JMPK - JORGEMAURICIO PORTO KLANOVICZ

Relator(a): Dr(a) JULIANO BAIOCCHI VILLA-VERDE DE CARVALHO

Ementa: Inquérito Policial instaurado para apurar a possível prática dos crimes de estelionato majorado euso de documento falso (CP, arts. 171, §3º e 304), tendo em vista o relato de que pessoadesconhecida, por meio de documentos falsos, teria aberto conta corrente na CAIXAECONÔMICA FEDERAL CEF, com o intuito de sacar a quantia de R$ 1.743,33 que foradepositada na conta por consórcio de automóveis. O Procurador da República oficiantemanifestou-se pelo declínio de atribuições ao Ministério Público Estadual, em razão da ausênciade prejuízo à CEF. Revisão de declínio de atribuições (Enunciado nº 32 2ª CCR). Embora a CEFtenha alegado não ter sofrido prejuízo patrimonial, a ausência, até o presente momento, deprejuízo financeiro suportado pela empresa pública federal não é determinante para afastar acompetência da Justiça Federal para a apreciação do feito, uma vez que a utilização dedocumento falso perante a CEF atenta contra a credibilidade dos serviços de interesse darespectiva empresa pública e de sua fé pública, o que define a competência da Justiça Federal, ateor do disposto no art. 109,IV, da CF, inclusive para julgamento dos crimes conexos. Precedente2ª CCR: Processo 5003209-37.2015.4.04.7009, Sessão 674, de 20/03/2017, unânime). Nãohomologação do declínio de atribuições e devolução dos autos ao ofício originário paraprosseguimento, facultando-se ao Procurador da República oficiante, se for o caso, que, comfundamento em sua independência funcional, requeira a designação de outro membro para tanto,nos termos do Enunciado n° 03 do Conselho Institucional do Ministério Público Federal.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela não homologação dodeclínio de atribuição, nos termos do voto do(a) relator(a).

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ATA DA 758ª SESSÃO DE REVISÃO PGR-00037106/2020

104. Processo: 1.00.000.023740/2019-87 - Eletrônico Voto: 6850/2019 Origem: PROCURADORIA GERALDA REPÚBLICA

Relator(a): Dr(a) JULIANO BAIOCCHI VILLA-VERDE DE CARVALHO

Ementa: Notícia de Fato instaurada a partir de manifestação ofertada perante a Sala de Atendimento aoCidadão, na qual o noticiante faz referência a resposta publicada em post da jornalista MiriamLeitão na rede social Twitter sobre a invasão de grileiros a terras indígenas no Estado doMaranhão, configurando, em tese, a prática do crime de racismo. O titular do 11º Ofício da PR/DFpromoveu o declínio de suas atribuições argumentando que se trata, no caso, de injúria racialdescrita no art. 140, § 3º, do CP, tipo penal que não é de competência federal por não preencher orequisito de crime previsto em tratado ou convenção internacional. Ao receber os autos, aPromotora de Justiça integrante do Núcleo de Enfrentamento à Discriminação do MPDFT suscitouo presente Conflito de Atribuições por entender que os fatos narrados se enquadram na hipótesede crime de racismo, previsto no art. 20, § 2º, da Lei nº 7.716/89. Remessa dos autos ao Gabinetedo Procurador-Geral da República. Encaminhamento a esta 2ª CCR, nos termos do Enunciado nº15, constante da Portaria PGR/MPF nº 732/2017. Revisão de declínio de atribuições (Enunciadonº 32 da 2ª CCR). Com razão a Promotora de Justiça. O suposto autor das mensagens criminosasteceu comentário em um tweet da jornalista Miriam Leitão, cujo título era A invasão de terrasindígenas denunciada pelos próprios índios. Leia o relato, ouça o áudio, oportunidade em quepostou: tem que invadir mesmo e fazer cidade. Área de produção e botar os índios para trabalhar.Ao ser retrucado no sentido no sentido de que a fala era racista por outro usuário da rede social osuposto autor comentou: onde tem racismo aqui? Agora querer que eles trabalhem é terpreconceito? Tem que remover tudo as terras deles, meter mineração, novas explorações, emetem eles pra trabalhar!. Centra-se a questão na tipificação legal do crime atribuído aoinvestigado, referente às ofensas racistas que teria dirigido aos indígenas: crime de injúria racial(CP, art. 140, § 3º) ou crime de racismo ou discriminação racial (art. 20, § 2º, da Lei nº 7.716/89. Ainjúria racial consiste em ofender a honra de alguém com a utilização de elementos referentes àraça, cor, etnia, religião ou origem. A ação penal aplicável a esse crime tornou-se pública,condicionada à representação do ofendido, sendo o Ministério Público o detentor de suatitularidade. Já o crime de racismo implica conduta discriminatória dirigida a um determinadogrupo ou coletividade. Considerado mais grave pelo legislador, o crime de racismo é imprescritívele inafiançável, que se procede mediante ação penal pública incondicionada, cabendo também aoMinistério Público a legitimidade para processar o ofensor. Aqui, o que se resguarda é a dignidadehumana. O racismo é uma forma de pensar e agir voltada à existência de divisão natural entreseres humanos, constituindo alguns seres superiores, por qualquer pretensa qualidade ouatributo, aleatoriamente eleito, moldando-se uma meta segregacionista e apartando-se grupos dasociedade supostamente merecedores de vivência distinta, no dizer de Guilherme de Souza Nucci(in Tratado Jurisprudencial e Doutrinário, volume II, p. 227). Nesse cenário, os fatos noticiadosconfiguram, em tese, o delito previsto no art. 20, § 2º, da Lei nº 7.716/89. Isso porque as supostasfrases de ódio e discriminação divulgadas na rede social dirigiram-se, de forma generalizada aosindígenas, possibilitando a visualização por um número indeterminado de pessoas eoportunizando a disseminação de ódio. Na espécie, ademais, verifica-se que o investigado, emtese, praticou, induziu e/ou incitou a discriminação ou preconceito em relação à cultura indígena,aqui abrangidos os seus costumes e as suas tradições, de modo que a apuração está conectadaàs questões que dizem respeito à "disputa sobre direitos indígenas", conforme o art. 109, inc. XI,os quais, por sua vez, em última análise, estão relacionados com a proteção conferida aosindígenas pelo caput do art. 231 da CF/88. Conflito de Atribuições não configurado. Nãohomologação do declínio de atribuições ao Ministério Público do Distrito Federal e Territórios.Designação de outro membro do Ministério Público Federal para prosseguir na persecução penal.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela não homologação dodeclínio de atribuição, nos termos do voto do(a) relator(a).

105. Processo: 1.26.008.000243/2019-24 - Eletrônico Voto: 6704/2019 Origem: PROCURADORIA DAREPÚBLICA NO MUNICÍPIO DEC.DE S.AG./PALMARE

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ATA DA 758ª SESSÃO DE REVISÃO PGR-00037106/2020

Relator(a): Dr(a) JULIANO BAIOCCHI VILLA-VERDE DE CARVALHO

Ementa: Notícia de Fato. Manifestação ofertada perante a Sala de Atendimento ao Cidadão narrandopossível prática do crime de estelionato, crime contra economia popular ou contra o sistemafinanceiro por empresa responsável pela compra e venda de criptomoedas que, após receber oinvestimento dos clientes não permite o saque e/ou devolução dos valores investidos.Manifestação do MPF pelo declínio de atribuições ao Ministério Público Estadual por se tratar deindícios da prática de crime contra a economia popular (art. 2º, IX, da Lei nº 1.521/51). Revisão dedeclínio de atribuições (Enunciado n° 32). Consta que a referida empresa é alvo de investigaçãoda Polícia Federal, na chamada Operação Lamanai, onde se investiga não só o crime de pirâmidefinanceira, como também possível evasão de divisas assim como lavagem de capitais. Ainda,também há de ser considerado possível crime Contra o Sistema Financeiro Nacional em razão dacaptação de recursos de terceiros sem autorização do órgão competente. Nessa esteira, o art. 1ºda Lei nº 7.492/86, norma penal explicativa, conceitua instituição financeira para fins penais comoa pessoa jurídica de direito público ou privado, que tenha como atividade principal ou acessória,cumulativamente ou não, a captação, intermediação ou aplicação de recursos financeiros (vetado)de terceiros, em moeda nacional ou estrangeira, ou a custódia, emissão, distribuição, negociação,intermediação ou administração de valores mobiliários. Desse modo, ao operar sem a devidaautorização, a empresa investigada estaria incursa, em tese, no tipo penal previsto no art. 16 daLei nº 7.492/86. Além disso, partindo da premissa que a pessoa jurídica investigada encontra-seequiparada à instituição financeira, visto que supostamente realiza, entre outras atividades, agestão e intermediação de investimentos de recursos de terceiros, ainda que eventualmente, aconduta de não repassar aos investidores os lucros obtidos pode caracterizar, a princípio, o delitoa que se refere o art. 5º do citado diploma legal. Assim, apenas com o aprofundamento dasinvestigações é que se poderá ter a exata dimensão dos fatos, do funcionamento das operações eos eventuais delitos perpetrados pelos representantes da empresa noticiada, sendo possível,após a realização de diligências preliminares, amealhar indícios mínimos de delitos que, em tese,possam atingir bens, serviços ou interesse da União (CF, art. 109). Necessidade de exameacurado acerca dos serviços ofertados pela empresa noticiada e o objeto do contrato firmadoentre as partes para eventual tipificação das condutas ilícitas e, então, oportunamente, a fixaçãoda competência para o processo e julgamento de ação penal. Declínio prematuro, cumprindoreconhecer, por ora, a atribuição do MPF. Precedentes da 2ª CCR: Procedimentos MPF nº1.34.033.000054/2019-72 e nº 1.29.004.000611/ 2018-81, 742ª Sessão Ordinária, de 27/5/2019.Não homologação do declínio de atribuições e devolução dos autos ao ofício originário paraprosseguimento nas investigações, facultando-se ao Procurador da República oficiante, se for ocaso, que, com fundamento em sua independência funcional, requeira a designação de outromembro para tanto, nos termos do Enunciado n° 03 do Conselho Institucional do MinistérioPúblico Federal.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela não homologação dodeclínio de atribuição, nos termos do voto do(a) relator(a).

106. Processo: JF-DF-1021827-40.2018.4.01.3400-TC - Eletrônico

Voto: 6990/2019 Origem: GABPR18-CMMO -CAROLINA MARTINS MIRANDADE OLIVEIRA

Relator(a): Dr(a) JULIANO BAIOCCHI VILLA-VERDE DE CARVALHO

Ementa: Termo Circunstanciado lavrado para apurar possível ocorrência do crime de falsa identidade,descrito no art. 308 do CP. Relato de que, no dia 14/10/2018, durante atendimento migratório nasdependências do Aeroporto Internacional de Brasília, J.M.M. apresentou passaporte francês emnome de A.Y.A.C., que possuía um alerta Interpol de furto. Manifestação do MPF peloarquivamento do feito por entender, no caso, inegável a urgência do investigado de sair do país, oque, se ainda não ocorreu, certamente ocorrerá, tornando a eventual ação penal inócua, podendotal conduta, ademais, ser vista sob a ótica da insignificância. Discordância do magistrado titular doJuizado Especial Criminal Adjunto à 10ª Vara Federal da Seção Judiciária do Distrito Federal.Remessa dos autos nos termos do art. 28 do CPP c/c o art. 62, inc. IV, da LC nº 75/93. Segundoconsta dos autos, ao ser ouvido em sede policial, o investigado informou ser natural da RepúblicaDemocrática do Congo e ter adentrado no território brasileiro em 25/09/2015, pelo Aeroporto de

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ATA DA 758ª SESSÃO DE REVISÃO PGR-00037106/2020

Guarulhos, quando aqui pediu refúgio. Disse, ainda, que havia adquirido o passaporte e apassagem de um indivíduo de nome Djon, africano que teria residência em São Paulo, mediante opagamento de R$ 5.000,00 (cinco mil reais) e que recorreu a essa alternativa após uma tentativafrustrada de sair do país com seu próprio passaporte de estrangeiro. Ao que se tem, não restouesclarecido porque J.M.M. teve seu embarque negado na primeira tentativa de deixar o Brasil.Não há também qualquer informação sobre o motivo pelo qual queria sair do país após terconseguido refúgio. O seu destino final não era a terra natal, causando estranheza, além disso, opagamento da expressiva quantia mencionada, não havendo menção sobre a origem de talrecurso. Assim, como bem ressaltado pelo Juízo de primeiro grau, parece precipitada a conclusãode que os fatos não apresentam relevância penal. Não se pode descartar a possibilidade deocorrência de condutas mais graves, já que a versão apresentada pelo investigado e o contextofático indicam circunstâncias nebulosas e pouco convincentes. Por fim, não há notícia nos autosde que o investigado tenha conseguido deixar o Brasil, sendo também prematuro concluir que nãohá qualquer perspectiva útil no prosseguimento do feito ou mesmo que a conduta possa seralbergada pela tese da insignificância. Não homologação do arquivamento. Designação de outromembro do Ministério Público Federal para prosseguir na persecução penal.

Deliberação: Pedido de vista realizado por Dr(a) LUIZA CRISTINA FONSECA FRISCHEISEN.

107. Processo: 1.00.000.020873/2019-00 - Eletrônico Voto: 6783/2019 Origem: PROCURADORIA DAREPÚBLICA NO MUNICÍPIO DEPATOS-PB

Relator(a): Dr(a) JULIANO BAIOCCHI VILLA-VERDE DE CARVALHO

Ementa: Noticia de fato instaurada para apurar possível prática do crime descrito no art. 149 do CP emdesfavor de 12 (doze) trabalhadores, em face de suposta submissão a condições degradantes detrabalho ocorridos em mina de extração de caulim. O Procurador oficiante promoveu oarquivamento dos autos sob o fundamento de que não foi verificado sujeição dos trabalhadores acondições degradantes, sendo necessário a diferenciação destas condições com condiçõesprecárias de trabalho, que não configuram o tipo em comento. Revisão de arquivamento (LC nº75/93, art. 62, IV). Não assiste razão ao Procurador oficiante, data vênia. Segundo se verifica dosautos, os trabalhadores não possuíam banheiro, precisando satisfazer suas necessidadesbiológicas no mato, não havendo papel higiênico ou água pra limpeza das mãos; não haviaqualquer local para alimentação dos empregados, que faziam suas refeições dentro da mina; nãofornecimento de água potável, tendo os trabalhadores que trazerem água de casa e, quandonecessária sua reposição, a utilização do bebedouro da sede (cerca de 300m) apresentava coramarelada com sinais de ser imprópria pro consumo; pagamento de salário em valor inferior aosalário mínimo; além de que não existia qualquer segurança na atividade, sendo a estruturaimprovisada, trazendo graves riscos a segurança dos empregados. Nessa esteira, entendo quetais condições não configuram somente uma condição precária de trabalho, haja vista que talcondição pressupõe a existência de ao menos o mínimo de condições de saúde e higiene, o quenão foi verificado no presente caso. O que se verifica, ao contrário, é a total ausência de estruturae condições mínimas para o desenvolvimento de labor em condições dignas. Assim, há que sediferenciar, por exemplo, o fornecimento de banheiros ou refeitórios em más condições, com atotal falta deles. Não se esta a falar que a estrutura fornecida pelo empregador era precária, sujaou em más condições, e sim que não havia o fornecimento de qualquer estrutura. Também, nãorestou evidenciado nos autos que o empregador sujeitava-se às mesmas condições de trabalho eao mesmo contexto de dificuldades sociais e econômicas dos empregados, o que, em tese,poderia afastar o dolo na conduta. Assim, entendendo que as condições apresentadascaracterizam sujeição dos trabalhadores a condições degradantes de trabalho, tem-se que oarquivamento do presente apuratório mostra-se prematuro. Designação de outro membro doMinistério Público Federal para dar prosseguimento ao feito. Não homologação do arquivamento.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela não homologação dearquivamento, nos termos do voto do(a) relator(a).

108. Processo: 1.15.000.002783/2019-04 - Eletrônico Voto: 6758/2019 Origem: PROCURADORIA DAREPÚBLICA -

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ATA DA 758ª SESSÃO DE REVISÃO PGR-00037106/2020

CEARÁ/MARACANAÚ

Relator(a): Dr(a) JULIANO BAIOCCHI VILLA-VERDE DE CARVALHO

Ementa: Notícia de Fato. Possível prática dos crimes tipificados no art. 334-A do Código Penal e no art.190, I, da Lei nº 9.279/96. Apreensão de mercadorias estrangeiras em estabelecimento comercial,sem comprovação da regular importação e com caracterização de falsificação de marcas.Mercadorias avaliadas em R$ 4.867,89. Aplicação da revelia e da pena de perdimento dos bens.O Procurador oficiante, considerando a prática apenas do crime previsto no art. 190, I, da Lei9.279/96, promoveu o arquivamento em razão de entender que a conduta investigada nãoconfigura contrabando, mas somente o referido crime de ação penal privada. Revisão doarquivamento (LC nº 75/93, art. 62, IV). In casu, ante a falsidade das mercadorias apreendidasatestadas pelos representantes das marcas prejudicadas, além da ausência de comprovação daentrada legal no país, resta caracterizado, em concurso formal, o crime de contrabando (CP, art.334-A) e o crime previsto no artigo 190, I, da Lei nº 9.279/96. Isso porque, em que pese ambos oscrimes decorrerem da mesma conduta, os bens jurídicos protegidos são totalmente diversos, nãohavendo absorção pelo princípio da especialidade do crime de contrabando. No que tange àprática do crime previsto no art. 190, I, da Lei 9.279/96, dispõe o art. 199 da mesma lei que oaludido crime é de ação penal privada, que somente pode ser iniciada após o oferecimento dequeixa-crime pelo ofendido. Até o presente momento, salvo engano, não há notícia derepresentação dos ofendidos, razão pela qual mostra-se necessária, caso confirmada a falsidadedas mercadorias, a ciência dos interessados antes de se proceder ao arquivamento dos autos. Nomesmo sentido, precedente desta 2ª CCR: 0003376-45.2018.4.03.6110, 742ª Sessão de Revisão,de 27/05/2019, unânime. Prosseguimento das investigações com a proposição, se for o caso, doacordo tratado na Resolução nº 181, com as alterações promovidas pela Resolução nº 183,ambas do CNMP. Não homologação do arquivamento e devolução dos autos ao ofício origináriopara prosseguimento, facultando-se ao Procurador da República oficiante, se for o caso, que, comfundamento em sua independência funcional, requeira a designação de outro membro para tanto,nos termos do Enunciado n° 03 do CIMPF.

Deliberação: Pedido de vista realizado por Dr(a) LUIZA CRISTINA FONSECA FRISCHEISEN.

109. Processo: 1.29.011.000415/2019-07 - Eletrônico Voto: 7091/2019 Origem: PROCURADORIA DAREPÚBLICA NO MUNICÍPIO DEURUGUAIANA-RS

Relator(a): Dr(a) JULIANO BAIOCCHI VILLA-VERDE DE CARVALHO

Ementa: Voto vencedor. Notícia de Fato. Suposta prática do crime de descaminho (CP, art. 334).Apreensão de mercadorias de procedência estrangeira desacompanhadas da documentaçãocomprobatória da regular internalização. Tributo iludido no valor R$ 2.015,13. Revisão dearquivamento (LC nº 75/93, art. 62, IV). Não obstante o valor dos tributos iludidos fique aquémdaquele tido como parâmetro para aferição da insignificância da ação delituosa (R$ 20.000,00),tem-se que a reiteração da conduta ilícita obsta a incidência da tese da bagatela. In casu, após arealização de diligências, verificou-se que a investigada possui 01 (uma) reiteração da condutanos últimos 5 (cinco) anos, no valor de R$ 366,96, o que impede que o fato seja consideradocomo destituído de significação penal, mesmo que a soma dos tributos não ultrapasse R$20.000,00. Hipótese de habitual praticante do delito, bem como de efetiva e flagrante ocorrênciade lesão à ordem tributária. Inaplicabilidade do princípio da insignificância. Aplicação da novaredação do Enunciado nº 49 desta 2ª CCR 'Aplica-se o princípio da insignificância penal aodescaminho e aos crimes tributários federais, quando o valor do débito devido à Fazenda Públicadecorrente da conduta formalmente típica não seja superior a R$ 20.000,00, ressalvada areiteração na mesma modalidade criminosa, ocorrida em períodos de até 5 (cinco) anos. (150ªSessão de Coordenação, de 07.05.2018)'. Designação de outro membro do MPF para prosseguirna persecução penal.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, a maioria, deliberou pela não homologação dearquivamento, nos termos do voto proferido pelo Dr. Juliano Baiocchi Villa-Verde de Carvalho.Restou vencida a relatora, Dra. Márcia Noll Barboza. Participou da votação a Dra. Mônica NicidaGarcia.

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ATA DA 758ª SESSÃO DE REVISÃO PGR-00037106/2020

110. Processo: 1.29.011.000449/2019-93 - Eletrônico Voto: 7097/2019 Origem: PROCURADORIA DAREPÚBLICA NO MUNICÍPIO DEURUGUAIANA-RS

Relator(a): Dr(a) JULIANO BAIOCCHI VILLA-VERDE DE CARVALHO

Ementa: Voto vencedor. Notícia de Fato. Suposta prática do crime de descaminho (CP, art. 334). Duranteoperação de fiscalização da Receita Federal do Brasil nos Correios em Uruguaiana, foram retidasmercadorias de procedência estrangeira que estavam sendo enviadas como encomendas.Tributos iludidos no valor R$ 1.309,69. Revisão de arquivamento (LC nº 75/93, art. 62, IV). Nãoobstante o valor dos tributos iludidos fique aquém daquele tido como parâmetro para aferição dainsignificância da ação delituosa (R$ 20.000,00), tem-se que a reiteração da conduta ilícita obsta aincidência da tese da bagatela. In casu, o investigado possui outra reiteração da conduta nosúltimos 5 (cinco) anos, na qual o valor total das mercadorias apreendidas correspondeu aomontante de R$ 1.149,36, o que impede que o fato seja considerado como destituído designificação penal, mesmo que a soma dos tributos não ultrapasse R$ 20.000,00. Hipótese dehabitual praticante do delito, bem como de efetiva e flagrante ocorrência de lesão à ordemtributária. Inaplicabilidade do princípio da insignificância. Aplicação da nova redação do Enunciadonº 49 desta 2ª CCR 'Aplica-se o princípio da insignificância penal ao descaminho e aos crimestributários federais, quando o valor do débito devido à Fazenda Pública decorrente da condutaformalmente típica não seja superior a R$ 20.000,00, ressalvada a reiteração na mesmamodalidade criminosa, ocorrida em períodos de até 5 (cinco) anos. (150ª Sessão deCoordenação, de 07.05.2018)'. Designação de outro membro do MPF para prosseguir napersecução penal.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, a maioria, deliberou pela não homologação dearquivamento, nos termos do voto proferido pelo Dr. Juliano Baiocchi Villa-Verde de Carvalho.Restou vencida a relatora, Dra. Luiza Cristina Fonseca Frischeisen. Participou da votação a Dra.Mônica Nicida Garcia.

PADRÃO

Homologação do Declínio de atribuição

111. Processo: DPF/GVS/MG-00273/2019-INQ Voto: 6872/2019 Origem: GABPRM1-LMM - LILIANMIRANDA MACHADO

Relator(a): Dr(a) JULIANO BAIOCCHI VILLA-VERDE DE CARVALHO

Ementa: Inquérito Policial instaurado para apurar a suposta prática do crime de roubo contra a agência dosCorreios situada em Frei Lagonegro/MG, na data de 16/09/2019. CP, art. 157, § 2º-A. Conformeexpediente da ECT, do valor subtraído (R$ 9.296,65), apenas R$ 7,81 pertenciam aos Correios eo restante (R$ 9.288,84) ao banco postal. Revisão de declínio de atribuições (Enunciado nº 33).Crime de roubo perpetrado em detrimento de banco postal. Responsabilidade do Banco do Brasilpor eventuais perdas, danos, roubos, furtos ou destruição de bens cedidos pelos Correios, nãorestando configurado, em tal caso, real e expressivo prejuízo à empresa pública federal. Notíciade prejuízo sofrido apenas pelo Banco do Brasil em decorrência da ação criminosa. Danos aoserviço postal não evidenciados. Precedentes do STJ (CC nº 145.800/TO, DJe 25/04/2016; CC nº133.751/SP, DJe 04/12/2014) e da 2ª CCR (Procedimento nº 0001470-09.2016.4.01. 3503, 736ªSessão Ordinária, de 11/03/2019, unânime; DPF/MT-00617/2016-INQ, 734ª Sessão Ordinária, de11/02/2019, unânime). Carência de elementos de informação capazes de legitimar a atribuição doMinistério Público Federal para persecução penal. Homologação do declínio ao Ministério PúblicoEstadual.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação dodeclínio de atribuição, nos termos do voto do(a) relator(a).

112. Processo: DPF/JFA-00444/2017-INQ Voto: 6832/2019 Origem: GABPRM3-MBMM -MARCELO BORGES DE MATTOSMEDINA

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ATA DA 758ª SESSÃO DE REVISÃO PGR-00037106/2020

Relator(a): Dr(a) JULIANO BAIOCCHI VILLA-VERDE DE CARVALHO

Ementa: Inquérito Policial. Ao ser realizada abordagem por policiais rodoviários federais, foi constatado queo Certificado de Registro e Licenciamento de Veículo (CRLV) De veículo semirreboque,apresentado pelo motorista, era falso. 1) Suposto crime de uso de documento falso (CP, art. 304).Recebimento de declínio de atribuições como arquivamento. Revisão de arquivamento (LC 75/93,art. 62, IV). Diligências. Impossibilidade de se imputar, por ora, ao investigado que apresentou oCRLV o efetivo conhecimento acerca da natureza fraudulenta da documentação, uma vez que,conforme apurado, não é o proprietário do veículo, tendo alugado o semirreboque de terceiro.Homologação do arquivamento, sem prejuízo do disposto no art. 18 do CPP. 2) Possível crimedescrito no art. 297 do CP. Declínio atribuições. Revisão (Enunciado nº 33 da 2ª CCR). Ausênciade prejuízos diretos e específicos a bens, serviços ou interesse da União, suas entidadesautárquicas ou empresas públicas, capazes de justificar a atribuição do Ministério Público Federalpara a persecução penal. O CRLV é expedido por órgão estadual de trânsito. Homologação dodeclínio ao Ministério Público Estadual.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação doarquivamento e do declínio de atribuições ao Ministério Público Estadual, nos termos do votodo(a) relator(a).

113. Processo: DPF/PHB/PI-00183/2017-INQ Voto: 7064/2019 Origem: GABPRM1-SLR - SAULOLINHARES DA ROCHA

Relator(a): Dr(a) JULIANO BAIOCCHI VILLA-VERDE DE CARVALHO

Ementa: Inquérito policial. Suposto crime de contrabando de cigarros (CP, art. 334-A). Apreensão decigarros que eram transportados em veículos com destino a outro estado. Laudo pericial queconstatou que os cigarros foram fabricados na Brasil, contando com selos de Imposto de ProdutosIndustrializados IPI autênticos. Promoção de arquivamento e declínio de atribuições,respectivamente. Revisão. 1) Quanto a apreensão de maços de cigarros, ficou demonstrado nãose tratar de cigarros de origem estrangeira importados irregularmente, não configurando, assim, ocrime de contrabando. Falta de justa causa. Homologação do arquivamento. 2) Possívelsonegação de ICMS devido a venda interestadual de mercadoria. Crime contra a ordem tributáriade imposto estadual. Inexistência de elementos de informação capazes de justificar a atribuiçãodo Ministério Público Federal para a persecução penal. Homologação do declínio de atribuições.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação doarquivamento e do declínio de atribuições ao Ministério Público Estadual, nos termos do votodo(a) relator(a).

114. Processo: JF-RJ-5013333-95.2019.4.02.5101-INQ - Eletrônico

Voto: 6789/2019 Origem: GABPR15-AGA - ARIANEGUEBEL DE ALENCAR

Relator(a): Dr(a) JULIANO BAIOCCHI VILLA-VERDE DE CARVALHO

Ementa: Inquérito Policial. Apuração do delito previsto no art. 33 da Lei nº 11.343/2006. Postagem emagência dos Correios de encomenda contendo substância entorpecente. Revisão de declínio(Enunciado nº 32 desta 2ª CCR/MPF). Realizada perícia, comprovou-se a materialidade delitiva,pois a substância apreendida é MDMA (25 g). Autoria ainda não identificada. Postagem daencomenda no Rio de Janeiro, com destino a Chapecó/SC. Remessa postal interna. Inexistênciade indícios de transnacionalidade na conduta encetada. Ausência de elementos de informaçãocapazes de justificar a atribuição do Ministério Público Federal para a investigação do feito.Precedente desta 2ª CCR: 1.28.000.001606/2018-63, 721ª Sessão de Revisão, de 13/08/2018,unânime. Homologação do declínio de atribuições ao Ministério Público Estadual.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação dodeclínio de atribuição, nos termos do voto do(a) relator(a).

115. Processo: JF-RN-0001431-54.2016.4.05.8400-IPL

Voto: 7067/2019 Origem: GABPR11-KMA - KLEBERMARTINS DE ARAUJO

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ATA DA 758ª SESSÃO DE REVISÃO PGR-00037106/2020

Relator(a): Dr(a) JULIANO BAIOCCHI VILLA-VERDE DE CARVALHO

Ementa: Inquérito policial instaurado para apurar crime de furto qualificado (CP, art. 155, § 4º) e receptação(CP, art. 180). O primeiro delito investigado foi praticado na residência de um escrivão da PolíciaFederal, sendo subtraído um notebook pertencente ao Departamento de Polícia Federal, umaparelho de vídeo game e dois celulares. Revisão de Arquivamento (LC nº 75/93, art. 62, IV) e dedeclínio de atribuições (Enunciado nº 32 da 2ª CCR). 1) Realizadas diligências, a empresafornecedora do aparelho de vídeo game informou que este fora acessado online, após o crime.Com autorização judicial, a autoridade policial realizou busca e apreensão no endereço vinculadoao último acesso ao aparelho, logrando êxito em apreender o vídeo game furtado. Ouvido, oindivíduo com a posse do vídeo game contou que o comprou de uma terceira pessoa pelo valorde R$ 600,00. Esta terceira pessoa, ouvida, confirmou a venda e, ainda, acrescentou que ocomprara por R$ 300,00, de um casal desconhecido que apareceu em seu estabelecimento.Esgotadas todas as diligências possíveis, não foi possível reunir indícios mínimos da autoriadelitiva do furto. Aplicação do Enunciado nº 71 da 2ª CCR: É cabível o arquivamento deinvestigação que apura crime de furto ou roubo (CP, art. 155 ou 157) quando, após investigaçãomínima, não restarem evidenciados elementos suficientes da autoria delitiva, situaçãodemonstrada com a reunião das seguintes condições: inexistência de suspeitos, de testemunha,de elementos técnicos formadores de convicção (fragmentos papiloscópicos, imagens, vestígiosbiológicos, etc) e de outras diligências capazes de modificar o panorama probatório atual.Homologação do arquivamento. 2) Em relação a possível receptação, praticada, em tese, pelaterceira pessoa indicada, já que claros os indícios de que o aparelho eletrônico que comprara erafruto de crime anterior, tal crime foi praticado de forma independente ao furto e por pessoas quenão necessariamente foram autores deste. Desse modo, a competência da Justiça Federal quantoao crime de furto não se estende para apreciar e julgar também a posterior receptação. Prejuízo aser suportado por particular, já que o bem supostamente objeto da receptação era privado. Nãoocorrendo, com esta infração penal, prejuízo a bens, serviços ou interesse direto e específico daUnião, suas entidades autárquicas ou empresas públicas, não se firma a competência da JustiçaFederal, e, consequentemente, falece atribuição ao Ministério Público Federal para a persecuçãopenal. Inteligência do art. 109, IV, da Constituição Federal. Homologação do declínio deatribuições ao Ministério Público Estadual.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação doarquivamento e do declínio de atribuições ao Ministério Público Estadual, nos termos do votodo(a) relator(a).

116. Processo: JF-SOR-5006248-11.2019.4.03.6110-PICMP - Eletrônico

Voto: 6605/2019 Origem: GABPRM3-RJCN -RUBENS JOSE DE CALASANSNETO

Relator(a): Dr(a) JULIANO BAIOCCHI VILLA-VERDE DE CARVALHO

Ementa: Notícia de Fato instaurada a partir da apreensão de mercadoria em condições impróprias paraconsumo, com finalidade comercial. Apreensão de 23,4 toneladas de peixes importados da Chinaimpróprios para o consumo. Em que pese a regular importação, com as devidas notas fiscais, afiscalização agropecuária constatou que a carga de peixes estava imprópria para o consumo, poisapresentava forte odor pútrido, embalagens rasgadas, temperatura acima da exigida e presençade moscas. Determinou-se a preensão da mercadoria para imediata destruição. A empresaimportadora solicitou a liberação da mercadoria, se comprometendo a transportá-la para um aterosanitário, todavia, a inutilização não foi comprovada, inferindo-se que a empresa importadoracolocou os peixes impróprios para consumo no mercado nacional. Crime previsto no art. 7º da Leinº 8.137/90. Revisão de declínio de atribuições (Enunciado n° 32 da 2ª CCR). Eventual prática decrime contra a relação de consumo. Ausência de indícios de lesão direta a bens, serviços ouinteresse da União ou de suas entidades. Inexistência de elementos de informação capazes delegitimar a atribuição do Ministério Público Federal para persecução penal. Homologação dodeclínio em favor do Ministério Público Estadual.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação dodeclínio de atribuição, nos termos do voto do(a) relator(a).

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ATA DA 758ª SESSÃO DE REVISÃO PGR-00037106/2020

117. Processo: SR/PF/CE-00641/2019-INQ Voto: 6670/2019 Origem: GABPR14-RMC -ROMULO MOREIRA CONRADO

Relator(a): Dr(a) JULIANO BAIOCCHI VILLA-VERDE DE CARVALHO

Ementa: Inquérito Policial. Suposto crime de estelionato praticado mediante obtenção fraudulenta deempréstimos consignados junto à instituição financeira privada. Investigado teria supostamenterealizado empréstimos em nome de terceiros, sem autorização destes. Revisão de declínio(Enunciado n° 32 da 2a CCR). Prejuízo suportado unicamente pelo particular e pela instituiçãofinanceira que concedeu os empréstimos. Inexistência de lesão à União ou a qualquer de suasentidades. Precedentes do STJ Terceira Seção: CC 115.646/RS, DJe 21/05/2014; CC nº125.061/MG, DJe 17/05/2013, CC nº 100.725/RS, DJe 20/05/2010. Ausência de elementos deinformação capazes de justificar a atribuição do Ministério Público Federal para a persecuçãopenal. Precedente da 2ª CCR: Voto n° 4908/2017, Processo n° 2017.51.01.503790-1, julgado naSessão de Revisão n° 681, de 03/07/2017, unânime. Homologação do declínio de atribuições aoMinistério Público Estadual.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação dodeclínio de atribuição, nos termos do voto do(a) relator(a).

118. Processo: SR/PF/CE-2017.0002441-INQ Voto: 6612/2019 Origem: GABPRM2-JMNJ - JOSEMILTON NOGUEIRA JUNIOR

Relator(a): Dr(a) JULIANO BAIOCCHI VILLA-VERDE DE CARVALHO

Ementa: Inquérito policial. Crime de roubo (CP, art. 157, § 2º, I) praticado contra agência dos Correios.Relato de que indivíduo não identificado entrou na agência, com emprego de arma de fogo esubtraiu R$ 114,70 (cento e quatorze reais e setenta centavos), consistindo em R$ 0,11 (onzecentavos) o prejuízo da ECT e o restante pertencente ao Banco do Brasil. Revisão de declínio deatribuições (Enunciado nº 33 da 2ª CCR). Valores subtraídos que pertenciam quase integralmenteao Banco do Brasil, sociedade de economia mista. Dano insignificante ao serviço postal.Precedentes do STJ (CC nº 145.800/TO, DJe 25/4/2016; CC nº 133.751/SP, DJe 4/12/2014) e da2ª CCR (JF/CE-0000735-11.2017.4.05.8100-INQ, 676ª Sessão de Revisão, 24/4/2017, unânime).Não ocorrendo com a infração prejuízos penalmente relevantes a bens, serviços ou interessedireto e específico da União, suas entidades autárquicas ou empresas públicas, não se firma acompetência da Justiça Federal, e, consequentemente, falece atribuição ao Ministério PúblicoFederal para a persecução penal. Inteligência do art. 109, IV, da Constituição Federal.Homologação do declínio de atribuições ao Ministério Público Estadual.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação dodeclínio de atribuição, nos termos do voto do(a) relator(a).

119. Processo: 1.13.000.002307/2019-50 - Eletrônico Voto: 6793/2019 Origem: PROCURADORIA DAREPÚBLICA - AMAZONAS

Relator(a): Dr(a) JULIANO BAIOCCHI VILLA-VERDE DE CARVALHO

Ementa: Notícia de Fato instaurada a partir de representação encaminhada por meio da Sala deAtendimento ao Cidadão, noticiando que haveria uma espécie de clube de tiro clandestino nointerior de uma academia de ginástica. Revisão de declínio (Enunciado nº 33). Inexistência deindícios de transnacionalidade da conduta. Segundo precedentes do STJ, o Estatuto doDesarmamento não modificou a competência para o processo e julgamento dos crimes dessanatureza, que continua sendo da Justiça Estadual (CC 45483/RJ e 68529/MT), salvo quanto aotipo do art. 18 (tráfico internacional de arma de fogo). Ausência de elementos de informaçãocapazes de justificar a atribuição do Ministério Público Federal para a persecução penal.Homologação do declínio de atribuições ao Ministério Público Estadual.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação dodeclínio de atribuição, nos termos do voto do(a) relator(a).

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ATA DA 758ª SESSÃO DE REVISÃO PGR-00037106/2020

120. Processo: 1.15.000.002546/2019-35 - Eletrônico Voto: 6895/2019 Origem: PROCURADORIA DAREPÚBLICA -CEARÁ/MARACANAÚ

Relator(a): Dr(a) JULIANO BAIOCCHI VILLA-VERDE DE CARVALHO

Ementa: Notícia de Fato instaurada a partir de manifestação ofertada perante a Sala de Atendimento aoCidadão, na qual o representante afirma que a digital influencer K.T., em seu canal no YouTubeoferece curas para as mais diversas doenças por meio de consultas on line, sem possuirnenhuma qualificação na área da saúde. Aduz que o todo o tratamento se baseia no mindset,chegando a incentivar os seus seguidores submetidos a tratamento de distúrbios psicológicos aabandonarem o uso de remédios prescritos por profissionais devidamente regulamentados. Alémdisso, em vários posts, acusa profissionais e a indústria farmacêutica de complô para fomentar omercado de medicamentos controlados. Revisão de declínio de atribuições (Enunciado nº 32).Relato de possível ocorrência dos crimes de exercício ilegal da medicina e de curandeirismo,descritos nos arts. 282 e 284 do CP. Narrativa que não evidencia lesão direta a bens, serviços ouinteresse da União ou de suas entidades. Carência de elementos de informação capazes delegitimar a atribuição do Ministério Público Federal para a persecução penal. Homologação dodeclínio ao Ministério Público Estadual.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação dodeclínio de atribuição, nos termos do voto do(a) relator(a).

121. Processo: 1.19.000.002007/2019-57 - Eletrônico Voto: 6703/2019 Origem: PROCURADORIA DAREPÚBLICA - MARANHÃO

Relator(a): Dr(a) JULIANO BAIOCCHI VILLA-VERDE DE CARVALHO

Ementa: Inquérito policial. Crime de roubo (CP, art. 157, § 2º, I) praticado contra agência dos Correios.Relato de que indivíduos não identificados entraram na agência, com emprego de arma de fogo esubtraíram R$ 2.675,00 (dois mil seiscentos e setenta e cinco reais), consistindo em R$ 384,86(trezentos e oitenta e quatro reais e oitenta e seis centavos) o prejuízo da ECT e o restantepertencente ao Banco do Brasil. Revisão de declínio de atribuições (Enunciado nº 33 da 2ª CCR).Valores subtraídos que pertenciam quase integralmente ao Banco do Brasil, sociedade deeconomia mista. Dano insignificante ao serviço postal. Precedentes do STJ (CC nº 145.800/TO,DJe 25/4/2016; CC nº 133.751/SP, DJe 4/12/2014) e da 2ª CCR (JF/CE-0000735-11.2017.4.05.8100-INQ, 676ª Sessão de Revisão, 24/4/2017, unânime). Não ocorrendo com ainfração prejuízos penalmente relevantes a bens, serviços ou interesse direto e específico daUnião, suas entidades autárquicas ou empresas públicas, não se firma a competência da JustiçaFederal, e, consequentemente, falece atribuição ao Ministério Público Federal para a persecuçãopenal. Inteligência do art. 109, IV, da Constituição Federal. Homologação do declínio deatribuições ao Ministério Público Estadual.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação dodeclínio de atribuição, nos termos do voto do(a) relator(a).

122. Processo: 1.19.000.002147/2019-25 - Eletrônico Voto: 6642/2019 Origem: PROCURADORIA DAREPÚBLICA - MARANHÃO

Relator(a): Dr(a) JULIANO BAIOCCHI VILLA-VERDE DE CARVALHO

Ementa: Noticia de fato. Ofício encaminhado pela Receita Federal do Brasil noticiando que o Município deChapadinha/MA teria descumprido obrigação compulsória de envio do Demonstrativo deInformações Previdenciárias e Repasses - DIPR nos termos da Lei 9.717/98, ocasionandoembaraços à fiscalização dos regimes próprios a cargo dos órgãos federais competentes. Revisãode declínio de atribuições (Enunciado nº 32 da 2ª CCR). Fatos narrados na representação quenão apontam a prática de infração criminal que justifique a atribuição do Ministério Público Federalpara a persecução penal. Inexistência, por ora, de elementos que indiquem Crime Contra oSistema Financeiro Nacional. O simples fato de órgão federal exercer a fiscalização do ente nãoatrai a atribuição do MPF para o caso, já que demonstra interesse indireto da União. Servidoresmunicipais que não são vinculados ao Regime Geral da Previdência Social GRPS, gerido pelo

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ATA DA 758ª SESSÃO DE REVISÃO PGR-00037106/2020

Instituto Nacional do Seguro Social INSS. Homologação do declínio de atribuições ao MinistérioPúblico Estadual.

Deliberação: Pedido de vista realizado por Dr(a) LUIZA CRISTINA FONSECA FRISCHEISEN.

123. Processo: 1.20.004.000384/2019-09 - Eletrônico Voto: 6637/2019 Origem: PROCURADORIA DAREPÚBLICA NO MUNICÍPIO DEBARRA DO GARÇAS-MT

Relator(a): Dr(a) JULIANO BAIOCCHI VILLA-VERDE DE CARVALHO

Ementa: Notícia de Fato. Manifestação encaminhada à Sala de Atendimento ao Cidadão, em que ocomunicante relata irregularidades em documentos registrados em Cartório de Registro deImóveis referentes à matrícula de determinados imóveis, discriminados em documentação anexaà representação. Revisão de declínio de atribuições (Enunciado n° 32 2ª CCR). Eventuaisfalsidades praticadas envolvendo serviço público cuja atividade exercida é fiscalizada pelo PoderJudiciário Estadual. Documentos não expedidos ou apresentados perante Órgão Federal.Inexistência de prejuízo a bens, serviços ou interesse direto e específico da União, suas entidadesautárquicas ou empresas públicas. Ausência de elementos de informação capazes de justificar aatribuição do Ministério Público Federal para a persecução penal. Homologação do declínio deatribuições ao Ministério Público Estadual.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação dodeclínio de atribuição, nos termos do voto do(a) relator(a).

124. Processo: 1.23.003.000390/2019-56 - Eletrônico Voto: 6665/2019 Origem: PROCURADORIA DAREPÚBLICA NO MUNICÍPIO DEALTAMIRA-PA

Relator(a): Dr(a) JULIANO BAIOCCHI VILLA-VERDE DE CARVALHO

Ementa: Notícia de Fato. Procedimento instaurado por meio de manifestação cadastrada na sala deatendimento ao cidadão, na qual é relatado que servidores da UFPA estariam recebendo e-mailsem nome do MPF, embora nunca tenham feito representação no órgão. Revisão de declínio deatribuições (Enunciado n° 32 da 2ª CCR). Tentativa de estelionato ou invasão de dispositivoeletrônico contra particulares. Inexistência de lesão a bens, serviços ou interesse da União ou desuas autarquias ou empresas públicas. Ausência de elementos de informação capazes dejustificar a atribuição do Ministério Público Federal para a persecução penal. Homologação dodeclínio ao Ministério Público Estadual.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação dodeclínio de atribuição, nos termos do voto do(a) relator(a).

125. Processo: 1.25.000.004207/2019-47 - Eletrônico Voto: 6679/2019 Origem: PROCURADORIA DAREPÚBLICA - PARANA

Relator(a): Dr(a) JULIANO BAIOCCHI VILLA-VERDE DE CARVALHO

Ementa: Notícia de Fato. Representação formulada perante a Sala de Atendimento ao Cidadão, noticiandosuposta prática de pirâmide financeira, consistente a fraude na captação indevida de recursosfinanceiros mediante empresa de consultoria de investimento. Lei nº 1.521/51, art. 2º, IX; CP, art.171. Promoção do Declínio de Atribuições (Enunciado nº 32). Fraude assemelhada ao esquemade pirâmide, que se caracteriza por oferecer a seus associados uma perspectiva de lucros,remuneração e benefícios futuros irreais, cujo pagamento depende do ingresso de novosinvestidores, não envolvendo, de fato, uma atividade financeira sólida, apta a gerar rendimentos,mas somente utilizando-se de tal pretexto, para a orquestração de golpe com o intuito captarindevidamente recursos de vítimas e não mais devolvê-los, se amoldando, em tese, a prática deestelionato entre particulares ou crime contra economia popular. Aplicação da súmula nº 498 doSTF. Ausência de indícios de crime contra o Sistema Financeiro Nacional. Situação que não seenquadra nos precedentes da 2ª CCR nos quais se entendeu pela atribuição do MPF (v.g.,Procedimento nº 1.17.000.002035/ 2013-53, Voto nº 2036/2014, Sessão nº 594, 20/03/2014;

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ATA DA 758ª SESSÃO DE REVISÃO PGR-00037106/2020

Procedimento nº 1.20.002.000124/2014-31, Voto nº 8032/2014, Sessão nº 611, 10/11/2014).Homologação do declínio em favor do Ministério Público Estadual.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação dodeclínio de atribuição, nos termos do voto do(a) relator(a).

126. Processo: 1.25.015.000134/2018-74 - Eletrônico Voto: 6865/2019 Origem: PROCURADORIA DAREPÚBLICA NO MUNICÍPIO DEUNIÃO DA VITÓRIA

Relator(a): Dr(a) JULIANO BAIOCCHI VILLA-VERDE DE CARVALHO

Ementa: Notícia de Fato instaurada a partir de manifestação sigilosa ofertada perante a Sala deAtendimento ao Cidadão, na qual o representante afirma que R.E.L. teria sido contratado por forapelo município de General Carneiro/PR e não teria formação para dispensar medicamentos emuma farmácia do SUS, aduzindo, ainda, que o funcionário referido trabalharia sob efeito dedrogas. Revisão de declínio de atribuições (Enunciado nº 32). Atividade de dispensação demedicamentos prevista como atividade privativa dos profissionais farmacêuticos (Decreto nº85.878/81). Relato de possível ocorrência dos crime de exercício ilegal da arte farmacêutica,descrito no art. 282 do CP. Narrativa que não evidencia lesão direta a bens, serviços ou interesseda União ou de suas entidades. Carência de elementos de informação capazes de legitimar aatribuição do Ministério Público Federal para persecução penal. Homologação do declínio aoMinistério Público Estadual.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação dodeclínio de atribuição, nos termos do voto do(a) relator(a).

127. Processo: 1.29.000.003997/2019-02 - Eletrônico Voto: 7056/2019 Origem: PROCURADORIA DAREPÚBLICA - RIO GRANDE DOSUL

Relator(a): Dr(a) JULIANO BAIOCCHI VILLA-VERDE DE CARVALHO

Ementa: Notícia de Fato. Procedimento instaurado por meio de Ofício da Corregedoria Regional de PolíciaFederal, no qual é relatado possível fraude, ocorrida em 15/01/2016, na agência Campus doVale/UFRGS, em instituição bancária privada, em Porto Alegre/RS. O denunciante notou que, em2016, houve um aumento expressivo na parcela de seu financiamento, o qual acreditava terminarem março de 2019, assim, encaminhou-se ao referido Banco, onde foi informado sobre um créditode R$ 24.421,08 transferido para sua conta da CEF, todavia, após dirigir-se à CEF, o denuncianteconstatou que nada foi depositado. Revisão de declínio de atribuições (Enunciado n° 32 da 2ªCCR). Diligências. Após a análise da documentação apresentada pelo denunciante, a autoridadepolicial concluiu que não houve crime contra o sistema financeiro, porquanto a operação realizadanão foi de financiamento, mas sim de empréstimo e, ainda, tal remessa de valores para a CEF,provavelmente, partiu do Banco privado no mesmo dia da contratação. Ofensa apenas àinteresses de particulares. Inexistência de lesão a bens, serviços ou interesse da União ou desuas autarquias ou empresas públicas. Ausência de elementos de informação capazes dejustificar a atribuição do Ministério Público Federal para a persecução penal. Homologação dodeclínio ao Ministério Público Estadual.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação dodeclínio de atribuição, nos termos do voto do(a) relator(a).

128. Processo: 1.29.008.000562/2019-28 - Eletrônico Voto: 6636/2019 Origem: PROCURADORIA DAREPÚBLICA NO MUNICÍPIO DES.MARIA/SANTIAGO

Relator(a): Dr(a) JULIANO BAIOCCHI VILLA-VERDE DE CARVALHO

Ementa: Notícia de Fato. Possível ocorrência do crime de estupro de vulnerável (CP, art. 217-A).Representação formulada, via sala de atendimento ao cidadão, por advogado, representante doPadre C.M.Z, que narrou o suposto crime de estupro de vulnerável, cometido, em tese, pelo Bispo

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ATA DA 758ª SESSÃO DE REVISÃO PGR-00037106/2020

A.C.R.K, representante da Igreja Católica na Diocese do Município de Frederico Westphalen/RS.Revisão de declínio de atribuições (Enunciado nº 33). Verificação, a partir dos elementosconstantes dos autos, de que se trata de crime estupro de vulnerável, em tese, praticados contracriança ou adolescente de competência da Justiça Estadual. Hipótese que não se amolda àprevisão contida no art. 109, XI, da CF. Ausência de elementos de prova capazes de legitimar, atéo momento, a atribuição do Ministério Público Federal para persecução penal. Homologação dodeclínio ao Ministério Público Estadual.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação dodeclínio de atribuição, nos termos do voto do(a) relator(a).

129. Processo: 1.30.001.003522/2019-87 - Eletrônico Voto: 6859/2019 Origem: PROCURADORIA DAREPÚBLICA - RIO DE JANEIRO

Relator(a): Dr(a) JULIANO BAIOCCHI VILLA-VERDE DE CARVALHO

Ementa: Notícia de Fato instaurada a partir de expedientes oriundos da Corregedoria Regional de PolíciaFederal no Rio de Janeiro e da Defensoria Pública da União, nos quais se faz menção à possívelocorrência de tentativa de estelionato e do crime de falsa identidade. Conforme a narrativa inicial,feita perante a DPU, os fatos se deram em face de N.R.M.P., com tentativa de obtenção devantagem ilícita, por meio de contato telefônico, no valor de R$ 2.990,00. Os supostos autoresseriam P.B.C, que teria se apresentado falsamente como Defensor Público Federal, e H.B.da S.,em cuja conta corrente, no Banco do Brasil, deveria ser depositada a quantia solicitada. CP, arts.171, na forma do art. 14, II, e 307. .Revisão de declínio de atribuições (Enunciado nº 32). Narrativaque não evidencia lesão direta a bens, serviços ou interesse da União ou de suas entidades.Eventual prática do crime de falsa identidade e tentativa de estelionato em detrimento departicular. Carência de elementos de informação capazes de legitimar a atribuição do MinistérioPúblico Federal para a persecução. Homologação do declínio ao Ministério Público Estadual.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação dodeclínio de atribuição, nos termos do voto do(a) relator(a).

130. Processo: 1.33.000.002515/2019-66 - Eletrônico Voto: 6666/2019 Origem: PROCURADORIA DAREPÚBLICA - SANTA CATARINA

Relator(a): Dr(a) JULIANO BAIOCCHI VILLA-VERDE DE CARVALHO

Ementa: Noticia de fato instaurada para apurar denuncia de suposto crime de exercício ilegal da medicina(CP, art. 282) na Índia. Revisão de declínio de atribuições (Enunciado n° 32 da 2a CCR). O fato deos Conselhos Federal e Regionais de Medicina (autarquias federais) desempenharem a função defiscalizar o exercício da profissão de médico (art. 15, c, do Decreto nº 44.045), não tem o condãode, por si só, fixar a atribuição federal para investigar o caso. Delito que tem por sujeito passivo acoletividade e por objeto jurídico tutelado a saúde pública. Ausência de ofensa direta e específicaa bem, serviço ou interesse da União, ou de suas entidades autárquicas ou empresas públicasfederais. Precedentes deste Colegiado (Voto nº 4746/2016, Procedimento MPF nº1.26.005.000212/2015-70, julgado em 21/06/2016; Voto nº 8173/2016, Procedimento MPF nº1.27.003.000140/2016-24, julgado em 17/11/2014). Inexistência de elementos de informaçãocapazes de justificar a atribuição do Ministério Público Federal para persecução penal.Homologação do declínio ao Ministério Público Estadual.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação dodeclínio de atribuição, nos termos do voto do(a) relator(a).

131. Processo: 1.33.009.000149/2019-21 - Eletrônico Voto: 7058/2019 Origem: PROCURADORIA DAREPÚBLICA - SANTA CATARINA

Relator(a): Dr(a) JULIANO BAIOCCHI VILLA-VERDE DE CARVALHO

Ementa: Notícia de fato. Procedimento administrativo criminal instaurado pela Procuradoria da Repúblicano Município de Caçador/SC, com o fim de apurar a prática dos crimes de ameaça, assédiosexual e falsidade ideológica (arts. 147, 216-A e 299 do CP), conforme boletins de ocorrência e

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ATA DA 758ª SESSÃO DE REVISÃO PGR-00037106/2020

representações acostadas aos autos. A Supervisão Regional de Educação em Campos Novosencaminhou documentos recebidos do Centro de Educação de Jovens e Adultos (CEJA), os quaisrelatam ameaças e assédio sexual sofridas por professoras da Educação Quilombola, praticadaspelo líder comunitário quilombola e presidente da associação dos quilombolas daquela localidade,bem como o registro indevido da presença de alunos na escola situada no território quilombola,atribuído em tese, à coordenadora do referido estabelecimento de ensino. Revisão de declínio deatribuições (Enunciado nº 32). Pelas informações prestadas nos autos não há conexão fática e/oujurídica dos supostos crimes em apreço com os bens e interesses insculpidos no art. 109 daCF/88. Situação fática em que os delitos praticados não envolvem diretamente os interessescoletivos daquela comunidade. Hipótese diversa da enfrentada no Conflito de Competência nº161.132/STJ. Conflitos adstritos a esfera privada dos moradores da comunidade. Inexistência deprejuízo a bens, serviços ou interesses da União. Ausência de elementos de informação capazesde justificar a atribuição do Ministério Público Federal para a persecução penal. Homologação dodeclínio de atribuições ao Ministério Público Estadual.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação dodeclínio de atribuição, nos termos do voto do(a) relator(a).

132. Processo: 1.34.001.008874/2019-80 - Eletrônico Voto: 6936/2019 Origem: PROCURADORIA DAREPÚBLICA - SÃO PAULO

Relator(a): Dr(a) JULIANO BAIOCCHI VILLA-VERDE DE CARVALHO

Ementa: Notícia de Fato instaurada a partir de Relatório de Inteligência Financeira encaminhado peloCOAF, comunicando a realização de operações financeiras suspeitas envolvendo A.M.R.B.,D.A.S., J.V.R.B., M.A.R.B. e a sociedade V.S.B.LTDA, cujo quadro social é integrado por M.A..Conforme relata o RIF, há suspeitas de que essas pessoas estariam envolvidas com o tráfico dedrogas, resultando na hipótese de que as movimentações financeiras reportadas pelo COAFobjetivem ocultar ou dissimular a origem de renda decorrente dessa atividade ilícita. Possívelprática dos crimes descritos nos arts. 33 da Lei nº 11.343/06 e 1º da Lei nº 9.613/98. Revisão dedeclínio de atribuições (Enunciado nº 32). Relativamente aos indícios do tráfico de entorpecentes,consta do mencionado relatório comunicação da cooperativa de crédito S.C. informando que, empesquisas realizadas, identificou que a Fazenda Z., supostamente pertencente a J.V. e M.A., filhosdo associado A.M., fora utilizada para ocultar drogas. Prosseguindo, a comunicação relata umasérie de transações atípicas realizadas pelo envolvidos, que podem configurar, em tese, o crimede lavagem de capitais. Já em pesquisa realizada por fontes abertas, verificou-se que tramitaperante o Tribunal de Justiça de Minas Gerais o Procedimento nº 0245763-87.2001.8.13.0480,cujo objeto abrange, pelo que se pode extrair do sítio eletrônico daquela Corte, precisamente osdelitos de tráfico de drogas e lavagem de dinheiro, abrangendo, dentre outros fatos, a utilizaçãoda Fazenda Z. como local de recebimento e armazenamento de entorpecentes. Por conseguinte,constata-se que o delito antecedente à suposta lavagem noticiada pelo COAF é de competênciada Justiça Estadual. No que diz respeito à suposta prática de lavagem de dinheiro, a teor dodisposto no art. 2º, III, a e b, da Lei nº 9.613/98, o processo e o julgamento será da competênciada Justiça Federal somente quando praticado contra o sistema financeiro e a ordem econômico-financeira ou em detrimento de bens, serviços ou interesse da União ou de suas entidades ou,ainda, quando a infração antecedente for de competência da Justiça Federal, o que não severificou na hipótese. Precedente do STJ (CC nº 113.359/RJ, Terceira Seção, DJe 05/06/2013).Possível cometimento de ilícito antecedente de competência da Justiça Estadual. Ausência deelementos de prova capazes de justificar a atribuição do MPF para persecução penal.Homologação do declínio de atribuições ao Ministério Público Estadual.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação dodeclínio de atribuição, nos termos do voto do(a) relator(a).

133. Processo: 1.34.001.008886/2019-12 - Eletrônico Voto: 6634/2019 Origem: PROCURADORIA DAREPÚBLICA - SÃO PAULO

Relator(a): Dr(a) JULIANO BAIOCCHI VILLA-VERDE DE CARVALHO

Ementa: Notícia de Fato. Representação formulada perante a Sala de Atendimento ao Cidadão, noticiando

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ATA DA 758ª SESSÃO DE REVISÃO PGR-00037106/2020

suposta prática de pirâmide financeira, consistente a fraude na captação indevida de recursosfinanceiros por meio de página em rede social. Lei nº 1.521/51, art. 2º, IX; CP, art. 171. Promoçãodo Declínio de Atribuições (Enunciado nº 32). Fraude assemelhada ao esquema de pirâmide, quese caracteriza por oferecer a seus associados uma perspectiva de lucros, remuneração ebenefícios futuros irreais, cujo pagamento depende do ingresso de novos investidores, nãoenvolvendo, de fato, uma atividade financeira sólida, apta a gerar rendimentos, mas somenteutilizando-se de tal pretexto, para a orquestração de golpe com o intuito captar indevidamenterecursos de vítimas e não mais devolvê-los, se amoldando, em tese, a prática de estelionato oucrime contra economia popular. Aplicação da súmula nº 498 do STF. Ausência de indícios de crimecontra o Sistema Financeiro Nacional. Situação que não se enquadra nos precedentes da 2ª CCRnos quais se entendeu pela atribuição do MPF (v.g., Procedimento nº 1.17.000.002035/ 2013-53,Voto nº 2036/2014, Sessão nº 594, 20/03/2014; Procedimento nº 1.20.002.000124/2014-31, Votonº 8032/2014, Sessão nº 611, 10/11/2014). Homologação do declínio em favor do MinistérioPúblico Estadual.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação dodeclínio de atribuição, nos termos do voto do(a) relator(a).

134. Processo: 1.34.004.000481/2019-06 - Eletrônico Voto: 6858/2019 Origem: PROCURADORIA DAREPÚBLICA NO MUNICÍPIO DECAMPINAS-SP

Relator(a): Dr(a) JULIANO BAIOCCHI VILLA-VERDE DE CARVALHO

Ementa: Notícia de Fato instaurada a partir de expediente oriundo da Promotoria de Justiça de Capivari/SP,comunicando a suposta ocorrência do crime descrito no art. 16 da Lei nº 7.492/86, atribuído, aprincípio, aos dirigentes do Sindicato dos Servidores Públicos Municipais daquela localidade.Revisão de declínio de atribuições (Enunciado nº 32). Oficiado, o Banco Central do Brasil, apósexaminar os empréstimos e atividades correlatas realizadas pela entidade ora investigada,concluiu não se tratar de hipótese sujeita ao espectro de atribuições daquela autarquia federal.Constatou, em outras palavras, que o sindicato não exerceu atividades típicas de instituiçãofinanceira ou a ela equiparada. Indícios da prática do crime de usura (agiotagem) previsto no art.4º da Lei nº 1.521/51, conforme apuração preliminar da autoridade policial. Inexistência de lesãodireta a bens, serviços ou interesse da União ou de suas entidades. Carência de elementos deinformação capazes de legitimar a atribuição do Ministério Público Federal para a persecuçãopenal. Homologação do declínio ao Ministério Público Estadual.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação dodeclínio de atribuição, nos termos do voto do(a) relator(a).

135. Processo: 1.34.014.000348/2019-22 - Eletrônico Voto: 6745/2019 Origem: PROCURADORIA DAREPÚBLICA NO MUNICÍPIOS.JOSE DOS CAMPOS -SP

Relator(a): Dr(a) JULIANO BAIOCCHI VILLA-VERDE DE CARVALHO

Ementa: Notícia de fato autuada a partir de manifestação recebida na Sala de Atendimento ao Cidadão,noticiando o possível crime contra honra cometido por meio do aplicativo whattssap em relação adirigente sindical investigado em operação da Polícia Federal, após o cumprimento diligência debusca e apreensão na residência de diretores da entidade. Revisão de declínio (Enunciado nº 33).Crime contra honra cometido em face de particular. O fato do delito ser cometido através de redessociais não atrai, por si só, a competência da Justiça Federal. Para tal deve ocorrer atransnacionalidade da conduta, bem como o Brasil também deve ter se comprometido a reprimirtais condutas por meio de convenções ou tratados. Inaplicabilidade de qualquer hipótese previstano art. 109 da CF. Ausência, até o momento, de elementos concretos de informação capazes dejustificar a atribuição do Ministério Público Federal para persecução penal. Homologação dodeclínio ao Ministério Público Estadual.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação dodeclínio de atribuição, nos termos do voto do(a) relator(a).

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ATA DA 758ª SESSÃO DE REVISÃO PGR-00037106/2020

136. Processo: 1.36.000.000036/2019-01 - Eletrônico Voto: 6737/2019 Origem: PROCURADORIA DAREPÚBLICA - TOCANTINS

Relator(a): Dr(a) JULIANO BAIOCCHI VILLA-VERDE DE CARVALHO

Ementa: Notícia de Fato. Suposta prática do crime de apropriação indébita da sede, de equipamentos econtribuições sindicais (CP, art. 168), por parte de representantes de sindicato, além de fraudesem documentos pertencentes à Entidade. Revisão de declínio de atribuições (Enunciado nº 32 da2ª CCR). Entendimento de que, mesmo tendo natureza jurídico-tributária de contribuiçãoparafiscal, o desvio ou não pagamento da contribuição sindical compulsória não atrai acompetência da Justiça Federal, nos termos da Súmula nº 222 do STJ: Compete à JustiçaComum processar e julgar as ações relativas à contribuição sindical prevista no art. 578 da CLT.Ademais, as possíveis fraudes documentais, apropriação indébita de equipamentos e uso de bensdo Sindicato para fins pessoais, constitui crime entre particulares. Inexistência de ofensa direta abens, serviços ou interesse da União ou suas entidades. Eventual lesão a particulares. Ausênciade elementos de informação capazes de legitimar a atribuição do Ministério Público Federal parapersecução penal. Precedente 2ª CCR/MPF: Procedimento nº 1.11.000.000773/2017-11, 690ªSessão de Revisão, de 25/09/2017, unânime. Homologação do declínio.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação dodeclínio de atribuição, nos termos do voto do(a) relator(a).

137. Processo: 1.14.000.002997/2019-18 - Eletrônico Voto: 6856/2019 Origem: PROCURADORIA DAREPÚBLICA - BAHIA

Relator(a): Dr(a) JULIANO BAIOCCHI VILLA-VERDE DE CARVALHO

Ementa: Notícia de Fato instaurada a partir de manifestação sigilosa ofertada perante a Sala deAtendimento ao Cidadão, na qual o noticiante aduz, em síntese, que recebeu ameaças de mortede C.A.R., policial rodoviário federal aposentado, e que o mesmo teria duas armas de fogo. Pede,ao final, informações acerca da existência de porte de arma. Revisão de declínio de atribuições(Enunciado nº 32). Narrativa que não evidencia indício do cometimento de crime em detrimento debens, serviços ou interesse da União ou de suas entidades. No tocante à eventual porte ilegal dearma, a competência para processar e julgar os crimes descritos na Lei nº 10.826/03 é da JustiçaEstadual. Carência de elementos de informação capazes de legitimar a atribuição do MinistérioPúblico Federal para persecução penal. Homologação do declínio ao Ministério Público Estadual.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação dodeclínio de atribuição, nos termos do voto do(a) relator(a).

Pelo Provimento do recurso

138. Processo: JF/PR/GUAI-5001549-42.2019.4.04.7017-SEM_SIGLA -Eletrônico

Voto: 6931/2019 Origem: GABPRM2-HKMJ -HAYSSA KYRIE MEDEIROSJARDIM

Relator(a): Dr(a) JULIANO BAIOCCHI VILLA-VERDE DE CARVALHO

Ementa: Notícia de Fato instaurada para apurar possível prática dos crimes previstos nos arts. 334, § 1º,inc. IV, e art. 334-A, ambos do CP. Apreensão de mercadorias de procedência estrangeira, semcomprovação da regular internalização. Mercadorias avaliadas em R$ 5.321,38, entre elas 30(trinta) maços de cigarros. Manifestação do MPF pelo arquivamento do feito com base no princípioda insignificância. Discordância do Juízo da 1ª Vara Federal de Guaíra/PR em razão da existênciade reiteração delitiva. Remessa dos autos nos termos do art. 28 do CPP c/c o art. 62, IV, da LC nº75/93. Homologação parcial do arquivamento por ocasião da 749ª Sessão Ordinária, realizada em09/09/2019, designando-se outro membro do MPF para prosseguir na persecução penal notocante ao crime de descaminho. Interposição de recurso pelo Procurador da República oficiante,aduzindo, em síntese, que a decisão impugnada aparentemente vai de encontro aos termos do

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ATA DA 758ª SESSÃO DE REVISÃO PGR-00037106/2020

Enunciado nº 49 da 2ª CCR. Conhecimento da insurgência. Possibilidade de revisão peloColegiado de seus próprios atos. Com efeito, no presente caso, tanto o Juízo de primeiro grauquanto o então Relator desta Notícia de Fato consideraram que os PAFs nº 10936.002339/2009-90 e nº 10936.000690/2010-80 caracterizam reiteração delitiva que impediria o reconhecimento dainsignificância da conduta atribuída ao investigado N.V.de L. No entanto, é forçoso reconhecer queos PAFs mencionados se referem a condutas praticadas antes do dia 17/08/2012, de sorte quenão se apresentam como óbices ao reconhecimento da insignificância do fato que resultou nainstauração da Notícia de Fato nº 1.25.012.000438/2019-42. Não há, portanto, a invocadareiteração delitiva do investigado nos últimos cinco anos anteriores ao fato noticiado sequer emoutra espécie delitiva. Hipótese que recomenda a reconsideração da decisão proferida pela 2ªCCR na 749ª Sessão Ordinária. Homologação integral do arquivamento.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pelo provimento dorecurso, nos termos do voto do(a) relator(a).

Homologação de Arquivamento

139. Processo: DPF/AM-00059/2017-INQ Voto: 6847/2019 Origem: GABPR10-FPL - FILIPEPESSOA DE LUCENA

Relator(a): Dr(a) JULIANO BAIOCCHI VILLA-VERDE DE CARVALHO

Ementa: Inquérito Policial instaurado para apurar possível ocorrência do crime descrito no art. 183 da Lei nº9.472/97, supostamente praticado pelo cidadão M.G.A. em virtude da prestação clandestina doServiço Limitado Privado de Rádio Táxi. Apreensão de um transceptor que faria o uso dafrequência de 160.800 MHz, operando com a frequência máxima de 40-60W. Revisão dearquivamento (LC nº 75/93, art. 62, IV). Consta dos autos que, em auto de qualificação einterrogatório, o investigado afirmou que no momento da fiscalização da ANATEL havia alugado otáxi apenas dois meses antes e não sabia que precisava ter autorização da ANATEL para o usode frequências de rádio, bem como nunca havia sido orientado acerca disso. Segundo oProcurador oficiante, não restaram evidenciados no curso da apuração indícios de que o agentetinha conhecimento de que estava concorrendo para a infração penal, produzindo interferênciasem equipamentos de telecomunicação instalados em outros veículos. Em busca de suasubsistência, alugou um táxi pelo período de apenas dois meses para trabalhar em uma empresade rádio táxi, sem ter ciência de que era necessária a autorização para o funcionamento do rádio.Caso em que as circunstâncias apuradas indicam a ausência da potencial consciência da ilicitude.Hipótese de erro de proibição. Falta de justa causa para prosseguir na persecução penal.Homologação do arquivamento.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação doarquivamento, nos termos do voto do(a) relator(a).

140. Processo: DPF/AM-00064/2017-INQ Voto: 6698/2019 Origem: GABPR3-RSR - RAFAELDA SILVA ROCHA

Relator(a): Dr(a) JULIANO BAIOCCHI VILLA-VERDE DE CARVALHO

Ementa: Inquérito policial instaurado para apurar suposta prática do crime previsto no art. 183 da Lei nº9.472/97. Pequeno estabelecimento que explorava serviço de lan house, provendo acesso àinternet sem autorização da ANATEL. Revisão de arquivamento (LC nº 75/93, art. 62, IV).Diligências. Manifestação da ANATEL no sentido de que a conduta investigada deixou de crime apartir da vigência da Resolução ANATEL nº 680/2017, que inseriu no Regulamento do Serviço deComunicação Multimídia (SCM), aprovado pela Resolução nº 614, de 28/05/2013, o art. 10-A,estabelecendo que independe de autorização a prestação do SCM nos casos em que as redes detelecomunicações de suporte à exploração do serviço utilizarem exclusivamente meios confinadose/ou equipamentos de radiocomunicação de radiação restrita (caput), às prestadoras com até5.000 (cinco mil) acessos em serviço (§ 1º). Atipicidade da conduta. Falta de justa causa paraprosseguir na persecução penal. Homologação do arquivamento.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação do

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ATA DA 758ª SESSÃO DE REVISÃO PGR-00037106/2020

arquivamento, nos termos do voto do(a) relator(a).

141. Processo: DPF/AM-00172/2016-INQ Voto: 6934/2019 Origem: GABPR3-RSR - RAFAELDA SILVA ROCHA

Relator(a): Dr(a) JULIANO BAIOCCHI VILLA-VERDE DE CARVALHO

Ementa: Inquérito Policial instaurado para apurar possível prática dos crimes de sonegação decontribuições previdenciárias e contra a ordem tributária por gestores da empresa V.I.da A. LTDA,sediada em Manaus/AM. CP, art. 337-A e Lei nº 8.137/90, art. 1º. Revisão de arquivamento (LC nº75/93, art. 62, inc. IV). Como bem pontuado pelo Procurador oficiante, nos autos do Procedimentonº 1.00.000.018476/2019-60, para não se exigir outro comportamento do agente responsável pelaretenção das contribuições previdenciárias, senão aquele tido como criminoso, é preciso queestejam presentes certos requisitos: a) que as dificuldades financeiras sejam severas em relaçãoao porte da empresa; b) que as alternativas tenham sido levadas em consideração pelo agente daretenção; c) que seja algo ocasional, excepcional, e não uma rotina, um hábito profissional, deincorporação do capital público ao privado; d) que as dificuldades financeiras não decorram deculpa; e) que o investigado produza prova em relação aos pressupostos fáticos de aplicação datese. Apreciação, no caso, de tais requisitos para fins de aplicação da referida tese dainexigibilidade de conduta diversa. Constatação de que foi decretada a falência da pessoa jurídicaaqui investigada, conforme sentença proferida pelo Juízo da 3ª Vara Cível da Comarca deManaus/AM. Ao que se tem, a empresa referida passou por insuperáveis dificuldades financeirasque inviabilizaram a própria sobrevivência do empreendimento, resultando no processo deinsolvência civil e posterior decretação de sua falência. Situação financeira precária evidenciada,justificando a ocorrência dos ilícitos. Excludente de culpabilidade (inexigibilidade de condutadiversa) demonstrada. Precedentes da 2ª CCR: Procedimento MPF nº 1.00.000.018476/2019-60,755ª Sessão Ordinária, de 25/11/2019, Procedimento MPF nº 1.15.000.001217/2016-24, 665ªSessão Ordinária, de 07/11/2016. Falta de justa causa para prosseguir na persecução penal.Homologação do arquivamento.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação doarquivamento, nos termos do voto do(a) relator(a).

142. Processo: DPF/AM-00399/2015-INQ Voto: 6904/2019 Origem: GABPR3-RSR - RAFAELDA SILVA ROCHA

Relator(a): Dr(a) JULIANO BAIOCCHI VILLA-VERDE DE CARVALHO

Ementa: Inquérito Policial instaurado para apurar notícia de possível ocorrência do crime de fraudeprocessual em ação trabalhista. Segundo consta dos autos, M.T.de S. usou documentoideologicamente falso para instruir reclamatória que tramitou perante o Juízo da 3ª Vara doTrabalho de Manaus/AM, tentando se passar por empregado da reclamada quando, na verdade,era sócio (um dos proprietários) da empresa. CP, art. 347. Revisão de arquivamento (LC nº 75/93,art. 62, IV). Segundo o Procurador oficiante, a fraude aqui investigada ocorreu em 26/11/2013,quando foi ajuizada a Reclamatória Trabalhista nº 0011695-57.2013.5.11.0003. Pena máximacominada de 2 (dois) anos de detenção. Prescrição da pretensão punitiva após o decurso de maisde 6 (seis) anos desde a data do fato, sem que tenha ocorrido qualquer causa de suspensão ouinterrupção da prescrição. Extinção da punibilidade. CP, arts. 107, IV, e 109, V. Homologação doarquivamento.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação doarquivamento, nos termos do voto do(a) relator(a).

143. Processo: DPF/AM-00430/2016-INQ Voto: 6901/2019 Origem: GABPR3-RSR - RAFAELDA SILVA ROCHA

Relator(a): Dr(a) JULIANO BAIOCCHI VILLA-VERDE DE CARVALHO

Ementa: Inquérito Policial instaurado para apurar a possível prática do crime descrito no art. 171, § 3º, doCP, consistente no saque de valores relativos ao pagamento do benefício de amparo social à

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pessoa portadora de deficiência após o óbito da beneficiária titular. Relato de que a investigada(M.A.B.da S.) continuou a efetuar saques alusivos ao benefício NB nº 87/548.511.741-0 após ofalecimento da titular C.S.da S. no período entre 08/2013 a 06/2015, gerando um prejuízo de R$18.612,89 ao INSS. Revisão de arquivamento (LC nº 75/93, art. 62, inc. IV). Segundo oProcurador oficiante, afigura-se relevante mencionar, no caso, que a manifestação acostada à fl. 3do presente apuratório demonstra que a própria investigada compareceu à agência daPrevidência Social para solicitar a cessação do benefício de sua filha em 25/06/2015. Naoportunidade, declarou que ficou recebendo o benefício porque no ato de concessão não foiinformada sobre pagamentos pós óbito, pensava que poderia ficar recebendo, quando foi avisadapor uma assistente social que deveria comparecer ao INSS para levar o atestado de óbito de suafilha. Antes, mais precisamente em 24/02/2014, o próprio agente pagador, por equívoco de suainteira responsabilidade, realizou a renovação da senha para continuidade do pagamento mensaldos valores à investigada, sem que ela houvesse adotado qualquer artifício, ardil ou outro meiofraudulento para tanto. Pessoa humilde, de pouca escolaridade, que deixou de trabalhar em umshopping, onde exercia atividade de serviços gerais, para cuidar de sua filha, demonstrando, nahipótese, a crença de que os valores percebidos lhe cabiam. Ausência de potencial consciênciada ilicitude. Exclusão do dolo. Delito que não se pune em sua forma culposa. Falta de justa causapara prosseguir na persecução penal. Homologação do arquivamento.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação doarquivamento, nos termos do voto do(a) relator(a).

144. Processo: DPF/AM-00479/2017-INQ Voto: 6695/2019 Origem: GABPRM2-ISS - IGOR DASILVA SPINDOLA

Relator(a): Dr(a) JULIANO BAIOCCHI VILLA-VERDE DE CARVALHO

Ementa: Inquérito Policial. Suposta ocorrência do crime de estelionato previdenciário (art. 171, § 3º, doCP). Recebimento indevido de benefício previdenciário de amparo assistencial ao deficiente,tendo em vista que nova perícia considerou que a patologia que o beneficiário apresenta não éincapacitante, pois seria de resolução clínico-cirúrgica. Revisão de arquivamento (LC nº 75/93, art.62, IV). Verificou-se que os servidores que participaram na concessão do benefício sãoinvestigados na Operação Crença. O presente procedimento foi instaurado para apurar apenas aparticipação do genitor do beneficiário na irregularidade. Ao ser ouvido, o investigado relatou queseu filho foi atendido na embarcação PREVINSS, na cidade de Juruá/AM, e realizou exames como médico perito. Informou, ainda, que não tinha conhecimento que a deficiência do seu filho eracorrigível, que não houve auxílio de nenhum servidor e não foi cobrado nenhum valor. Inexistênciade indícios de má-fé por parte do investigado. Dolo não evidenciado. Aplicação da Orientação nº36 da 2ª CCR. Falta de justa causa para o prosseguimento na persecução penal. Homologaçãodo arquivamento.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação doarquivamento, nos termos do voto do(a) relator(a).

145. Processo: DPF/AM-00521/2015-INQ Voto: 7061/2019 Origem: GABPRM2-ISS - IGOR DASILVA SPINDOLA

Relator(a): Dr(a) JULIANO BAIOCCHI VILLA-VERDE DE CARVALHO

Ementa: Inquérito Policial. Apuração de supostos crimes de redução a condição análoga à de escravo (art.149 do Código Penal), por condições degradantes de trabalho e jornada exaustiva, e de frustraçãode direito assegurado por lei trabalhista (art. 203 do Código Penal), em razão da falta depagamento e indução ao erro a fim de ocultar férias e obter rescisão contratual trabalhista. Relatode que os trabalhadores dormiam próximo aos reservatórios de combustível do flutuante, bemcomo não tinham folga, eram obrigados a comprar a comida ofertada pelo empregador e, ainda,pendiam pagamentos salariais. Revisão de arquivamento (LC nº 75/93, art. 62, inc. IV). Apósrealização de diligências, entre elas, vistoria in loco, não se constatou hipótese de delito deredução a condição análoga à de escravo. Boa estrutura do flutuante com compartimentosdestinados ao dormitório e reserva de combustíveis separados. Ausência de elementos mínimosde materialidade delitiva relacionada ao crime de redução a condição análoga de escravo. Quanto

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ATA DA 758ª SESSÃO DE REVISÃO PGR-00037106/2020

ao crime de frustração de direito trabalhista, apesar de subsistirem elementos de sua ocorrência,transcorreram mais de cinco anos até a presente data, já que ocorridos os fatos entre 01/01/2013a 17/02/2014, consumando-se a prescrição, conforme o art. 109, IV do Código Penal. Ausência dejusta causa para a persecução penal. Homologação do arquivamento.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação doarquivamento, nos termos do voto do(a) relator(a).

146. Processo: DPF/AM-00546/2019-INQ Voto: 6833/2019 Origem: GABPR10-FPL - FILIPEPESSOA DE LUCENA

Relator(a): Dr(a) JULIANO BAIOCCHI VILLA-VERDE DE CARVALHO

Ementa: Inquérito Policial. Roubo de aparelho Dispositivo Móvel de Coleta (DMC), de propriedade doIBGE, que estava na posse de agente censitário em serviço (CP, art. 157, § 2º, inc. I, II e III). Em17/08/2017, um indivíduo não identificado subtraiu, mediante grave ameaça exercida com armade fogo, um Dispositivo de Coleta de dados estatísticos de propriedade do IBGE utilizado peloagente censitário. Além do bem público foi tomado do servidor todos os seus pertences. Revisãode arquivamento (LC nº 75/93, art. 62, inc. IV). Apesar da materialidade estar devidamentecomprovada e das diligencias realizadas, não foi possível obter indícios suficientes da autoriadelitiva. Pelo decurso de tempo é improvável que se encontre outros elementos. Inexistência dequaisquer indícios de prova que possa direcionar a investigação. Homologação do arquivamento.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação doarquivamento, nos termos do voto do(a) relator(a).

147. Processo: DPF/AM-00634/2017-INQ Voto: 7073/2019 Origem: GABPRM2-ISS - IGOR DASILVA SPINDOLA

Relator(a): Dr(a) JULIANO BAIOCCHI VILLA-VERDE DE CARVALHO

Ementa: Inquérito Policial instaurado para apurar possível prática do crime descrito no art. 171, § 3º, do CP.Notícia de que determinado médico teria, em conluio com beneficiário, fraudado a concessão debenefício de prestação continuada (BPC), emitindo laudo pericial falso. Revisão de arquivamento(LC nº 75/93, art. 62, inc. IV). Não há nos autos nenhum elemento indiciário que permita afirmarque houve conluio entre o beneficiário e perito médico em uma possível fraude para concessão dobenefício. Declaração do investigado negando qualquer tipo de fraude na concessão do benefício.O simples fato de se concluir em perícia médica que o beneficiário não faz jus ao benefício, por sisó, não é elemento apto para firmar convicção da existência de crime. Ademais, a perícia emquestão ocorreu em maio de 2012, há mais de sete anos, o que torna a obtenção de qualquerelemento de prova inesperável. A instrução inquisitorial não logrou êxito em amealhar elementosindiciários mínimos para oferecimento de denúncia, bem como não se vislumbra outras diligênciascapazes de alterar o panorama probatório atual. Ausência de materialidade. Falta de justa causapara prosseguir na persecução penal. Homologação do arquivamento.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação doarquivamento, nos termos do voto do(a) relator(a).

148. Processo: DPF/PE-00214/2016-IPL Voto: 6831/2019 Origem: GABPR13-AWSC -ANDREA WALMSLEY SOARESCARNEIRO

Relator(a): Dr(a) JULIANO BAIOCCHI VILLA-VERDE DE CARVALHO

Ementa: Notícia de fato. Suposto crime de falso testemunho (CP, art. 342), praticado nos autos de açãoprevidenciária, em razão de contradição acerca do local de trabalho da autora da demanda.Revisão de arquivamento (LC 75/93, art. 62, inciso IV). No caso, em que pese aparentedivergência entre os depoimentos prestados, a sentença prolatada na ação cível objeto dos autosnão mencionam situações de contradição que obstaram a prolação da sentença ou induziram ojuízo em erro. O depoimento da investigada na ação em que figurou como testemunha não foiconsiderado pelo magistrado, tendo em vista que o pleito foi julgado integralmente improcedente.

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ATA DA 758ª SESSÃO DE REVISÃO PGR-00037106/2020

Depoimento irrelevante para o deslinde da ação laboral. Controvérsia decidida sobretudo a partirde outras provas trazidas pelo reclamante e reclamado. Carência de elementos que autorizemdeflagração da persecução penal. Ausência de potencialidade lesiva. Não configuração do crime.Homologação do arquivamento.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação doarquivamento, nos termos do voto do(a) relator(a).

149. Processo: DPF/RN-2017.0001965-IP -Eletrônico

Voto: 6811/2019 Origem: GABPR11-KMA - KLEBERMARTINS DE ARAUJO

Relator(a): Dr(a) JULIANO BAIOCCHI VILLA-VERDE DE CARVALHO

Ementa: Inquérito Policial. Possível prática do crime de apropriação indébita (CP, art. 168) cometido, emtese, por administrador de uma casa lotérica. A referida empresa teria se utilizado de valoresrelativos ao fluxo de caixa não os tendo repassado à Caixa Econômica Federal. Ao ser cobradopelo ressarcimento dos valores apropriados, o representante da unidade lotérica, alegandoproblemas financeiros, solicitou uma negociação da dívida adquirida. O valor total do prejuízosofrido pela CEF foi de R$ 184.568,20. O Procurador oficiante promoveu o arquivamento,considerando a inexistência de indiciários do dolo. Revisão de arquivamento (LC nº 75/93, art. 62,IV). Da análise dos autos vislumbra-se que há elementos que demonstram que foramempreendidos esforços, pelo administrador da lotérica, no sentido de quitar a dívida, tendo,inclusive, o investigado realizado proposta de pagamento no valor de R$ 100.000,00, comoentrada, solicitando a administração da CEF o parcelamento do restante da dívida, sendo queproposta não foi aceita pelo Banco. Ausência de indícios que evidenciem dolo na conduta dorepresentado em apropriar-se indevidamente dos valores, uma vez que restou demonstrado nosautos que a lotérica passava por dificuldades financeiras e que o investigado empreendeuesforços para quitar a dívida, o que não coaduna com a vontade de se apropriar de coisa alheia. ACEF deve se utilizar dos meios cíveis e administrativos para cobrar a dívida. O direito penal sendoa última ratio, não é o adequado para forçar o devedor a quitar seu débito. Ausência de dolo. Faltade justa causa para a continuidade das investigações. Homologação do arquivamento.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação doarquivamento, nos termos do voto do(a) relator(a).

150. Processo: DPF/SR-AL-00287/2014-INQ Voto: 6883/2019 Origem: GABPRM2-MAGS -MANOEL ANTONIO GONCALVESDA SILVA

Relator(a): Dr(a) JULIANO BAIOCCHI VILLA-VERDE DE CARVALHO

Ementa: Inquérito Policial instaurado para apurar suposta ocorrência do crime descrito no art. 171, § 3º, doCP em detrimento de agência da Caixa Econômica Federal no município de Teotônio Vilela/AL,consistente na aposição de autentificações falsas na Guia de Recolhimento do FGTS eInformação à Previdência Social (GFIP) em nome da empresa J.V.da S. T., fraudando aarrecadação de tributos alusivos a seus contratos de trabalho. Notícia-crime formulada por meiode ofício da instituição bancária federal, que, mediante análise das GFIPs da pessoa jurídicareferida, não localizou e identificou os respectivos recolhimentos. Revisão de arquivamento (LC nº75/93, art. 62, IV). Segundo o Procurador oficiante, embora presentes elementos aptos àdemonstração da materialidade do ilícito, não se logrou êxito, com margem de certeza, na reuniãode indícios de autoria delitiva. Em sede policial, J.V.da S., proprietário da empresa, declarou queT.M.da S., funcionária do escritório de contabilidade C.S.C., era quem realizava os pagamentos e,posteriormente, entregava as guias autenticadas a ele, que as guardava. Afirmou, ainda, que sóapresentou as guias à CEF quando os funcionários demitidos de sua empresa reclamaram quenão foram efetuados os devidos depósitos do FGTS. Nessa ocasião é que foi informado de que aautenticação das referidas guias eram falsas. Ouvida, T.M.da S. aduziu, em síntese, que realizoudiversos pagamentos a pedido de J.V.da S., mas não soube explicar o que houve com as guias depagamento da empresa. Disse, ademais, que, por diversas vezes, deixou as GFIPs com G.,funcionário da CEF, para que ele efetuasse o recolhimento. Este, por sua vez, embora tenha serecordado do caso em questão, negou ter recebido qualquer valor para pagamento das guias,

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ATA DA 758ª SESSÃO DE REVISÃO PGR-00037106/2020

alegando que não possuía acesso aos caixas por exercer o cargo de gerente de atendimento.Rejeição de denúncia ofertada em desfavor de T.M.da S. por ausência de indícios, ainda quemínimos, de autoria. Deferimento de pleito do MPF no sentido de prosseguir nas apurações.Persistência de dúvidas acerca dos relatos que embasaram a denúncia precocemente ofertada.Caso em que, a esta altura, não se vislumbra outras diligências que possam apontar o(a)responsável pelo ilícito. Fatos ocorridos entre 2008 e 2013. Esgotamento de diligênciasrazoavelmente exigíveis. Inexistência de linha investigatória potencialmente idônea. Aplicação daOrientação nº 26/2016 da 2ª CCR. Homologação do arquivamento.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação doarquivamento, nos termos do voto do(a) relator(a).

151. Processo: JF/CE-0001645-72.2016.4.05.8100-INQ

Voto: 6671/2019 Origem: GABPR2-CWBG -CARLOS WAGNER BARBOSAGUIMARAES

Relator(a): Dr(a) JULIANO BAIOCCHI VILLA-VERDE DE CARVALHO

Ementa: Inquérito Policial narrando suposta ameaça à servidor da Secretaria da Receita Federal do Brasil(SRFB) em virtude do recebimento de mensagem em seu e-mail institucional (CP, art. 147).Revisão de arquivamento (LC nº 75/93, art. 62, IV). O crime de ameaça se consuma no momentoem que o ofendido recebe a ofensa, mesmo que não se intimide ou se abale. Fatos ocorridos emoutubro de 2015. Decurso de mais de 3 anos da data dos fatos. Extinção da pretensão punitivaestatal (CP, art. 109, VI). Homologação do arquivamento.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação doarquivamento, nos termos do voto do(a) relator(a).

152. Processo: JF/PE-0007870-90.2016.4.05.8300-INQ

Voto: 7059/2019 Origem: GABPR16-LMDCA - LADIAMARA DUARTE CHAVESALBUQUERQUE

Relator(a): Dr(a) JULIANO BAIOCCHI VILLA-VERDE DE CARVALHO

Ementa: Inquérito Policial. Possível crime de sonegação de contribuição previdenciária (Art. 2º, inciso II, daLei nº 8.137/90). O Caderno apuratório foi instaurado, com base em representação anônima, parainvestigar representantes legais de empresa distribuidora de alimentos, que, em tese, teriamsonegado valores relativos ao imposto de renda, além de outros crimes de competência daJustiça Estadual, inclusive, já decidido em conflito de atribuições. A Procuradora oficianterequereu o arquivamento em razão do parcelamento dos débitos. Revisão de arquivamento. (art.62, IV, da LC nº 75/93). Hipótese de aplicação do Enunciado nº 19 da 2ª CCR: Suspensa apretensão punitiva dos crimes tributários, por força do parcelamento do débito, os autos deinvestigação correspondentes poderão ser arquivados na origem, sendo desarquivados nahipótese do § 1º do art. 83 da Lei nº 9.430/1996, acrescentado pela Lei nº 12.382/11 (novaredação aprovada na 89ª Sessão de Coordenação, de 10/11/2014). Ressalta-se que foi expedidoofício à Receita Federal para que informe ao MPF acerca de eventual cancelamento doparcelamento. Manutenção do arquivamento, sem prejuízo do disposto no art. 18 do Código deProcesso Penal.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação doarquivamento, nos termos do voto do(a) relator(a).

153. Processo: JF/RO/GM-0001076-43.2019.4.01.4102-IPL

Voto: 7077/2019 Origem: GABPR4-RPT -REGINALDO PEREIRA DATRINDADE

Relator(a): Dr(a) JULIANO BAIOCCHI VILLA-VERDE DE CARVALHO

Ementa: Notícia de Fato instaurada para apurar suposto crime de contrabando (CP, art. 334, §1º, d).Representadas foram flagradas expondo à venda 96 litros de combustível de procedênciaestrangeira, advindo provavelmente de países vizinhos ao Estado de Rondônia. Revisão de

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ATA DA 758ª SESSÃO DE REVISÃO PGR-00037106/2020

arquivamento (LC nº 75/93, art. 62, inc. IV). O Colégio de Procuradores da República de Rondôniacom atribuição em matéria criminal, a fim de buscar padronização de rotinas acerca de acordo denão persecução penal, bem como outra medidas despenalizadoras e de eficiência na searacriminal, em observância ao princípio da isonomia, adotaram como parâmetro de aplicação doprincípio da insignificância no contrabando de combustível às apreensões de até 250 litros, semreiteração criminosa. Ausência de notícia de reiteração delitiva. Irrelevância da conduta sob aótica criminal. Grau mínimo de periculosidade ou de reprovabilidade. Dano inexpressivo ou nulo àsaúde pública ou a outros bens tutelados pelo tipo penal. A adoção de parâmetro de aplicação doprincípio da insignificância de 250 litros mostra-se razoável, nas regiões de fronteira, onde écomum o abastecimento de veículos em países vizinhos, onde o combustível tem menor preço.Muitas cidades brasileiras fronteiriças sequer tem posto de combustível, fato que deve ser levadoem conta. Aplicação do princípio da insignificância. Ausência de materialidade. Falta de justacausa para continuidade da persecução penal. Homologação do arquivamento.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação doarquivamento, nos termos do voto do(a) relator(a).

154. Processo: PR/SP-3000.2018.003811-9-INQ Voto: 6804/2019 Origem: GABPR20-TLA - THIAGOLEMOS DE ANDRADE

Relator(a): Dr(a) JULIANO BAIOCCHI VILLA-VERDE DE CARVALHO

Ementa: Inquérito policial instaurado a partir de expediente oriundo da ANP (Agência Nacional do Petróleo,Gás Natural e Biocombustíveis), comunicando possível ocorrência do crime de desobediência(CP, art. 330), haja vista sociedade empresária, após notificada, não ter apresentado notas fiscaisno prazo estipulado. Revisão de arquivamento (LC nº 75/93, art. 62, inc. IV). Infração de naturezaadministrativa prevista no art. 3º, inc. VI, da Lei nº 9.847/991. Atipicidade da conduta. Precedente2ª CCR: Processo nº 1.25.011.000037/2017-31, 675ª Sessão de Revisão, de 03/04/2017,unânime. Não obstante, ainda que a conduta fosse considerada típica, considerando que os fatosocorreram em 23/10/2016, tem-se que operada a prescrição da pretensão punitiva estatal, já quepassados mais de 3 (três) anos da data dos fatos (CP, 109, VI). Homologação do arquivamento.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação doarquivamento, nos termos do voto do(a) relator(a).

155. Processo: SR/DPF/MG-00773/2018-INQ Voto: 7054/2019 Origem: GABPR5-EMF -EDUARDO MORATO FONSECA

Relator(a): Dr(a) JULIANO BAIOCCHI VILLA-VERDE DE CARVALHO

Ementa: Inquérito Policial. Suposto crime de estelionato previdenciário (CP, art. 171, § 3º). Deferimentoindevido de benefício assistencial de amparo ao idoso (LOAS), obtido por meio de certidão denascimento, supostamente, falsa. Revisão de arquivamento (LC nº 75/93, art. 62, inc. IV).Diligências. Conforme laudo de perícia papiloscópica, a impressão digital da carteira de identidadeapresentada para fins de concessão do benefício, não coincide com nenhuma das constantes dosistema AFIS e, ainda, em relação às digitais presentes nos demais documentos do requerimentode beneficio assistencial, ausente qualquer possibilidade de análise. Quanto a certidão denascimento, o cartório de registro civil confirmou a autenticidade do documento, ressaltando queeste foi emitido recentemente, em 2009. Verificado o endereço apresentado pela suposta autoraao INSS, a titular do comprovante de residência informou que não mora mais neste endereço enunca cedeu nenhum comprovante à terceiros, bem como desconhece a possível autora do delito;destacou, ainda, que existia um acampamento de ciganos nas proximidades do referido endereço.Por fim, a Autoridade Policial constatou que o caso assemelha-se a outros que compõem aOperação Mística, a qual diz respeito a investigados de etnia cigana que conseguem obterregistros de nascimento tardios, material ou ideologicamente falsos, a fim de obterem benefíciosassistenciais indevidos. Assim, declarou encerrada a investigação por se tratar de pessoasdesconhecidas, nômades ou cuja identificação é improvável. Ausência de indícios mínimos deautoria. Impossibilidade de diligências capazes de modificar o panorama probatório atual.Homologação do arquivamento.

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ATA DA 758ª SESSÃO DE REVISÃO PGR-00037106/2020

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação doarquivamento, nos termos do voto do(a) relator(a).

156. Processo: SR/DPF/PI-00119/2019-IPL Voto: 6669/2019 Origem: GABPRM1-CVMSL -CECILIA VIEIRA DE MELO SALEITAO

Relator(a): Dr(a) JULIANO BAIOCCHI VILLA-VERDE DE CARVALHO

Ementa: Inquérito Policial. Suposto crime de estelionato previdenciário (CP, art. 171, § 3º). Saque indevidode Seguro Defeso da própria denunciante por pessoa diversa não identificada. Revisão dearquivamento (LC nº 75/93, art. 62, inc. IV). Diligências. Caso em que a denunciante não soubeinformar quem efetuou o saque, uma vez que não autorizou ninguém a fazê-lo. A CEF informouque o saque não foi realizado com cartão magnético, bem como não houve utilização de senha e,ainda, não há indícios de clonagem do cartão da beneficiária. Por fim, impossibilitado o acesso àsimagens do circuito interno da agência, tendo em vista que já se passaram 90 dias do saque,período em que as gravações ficam armazenadas. Ausência de indícios mínimos de autoria.Impossibilidade de diligências capazes de modificar o panorama probatório atual. Homologaçãodo arquivamento.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação doarquivamento, nos termos do voto do(a) relator(a).

157. Processo: SR/PF/CE-00538/2017-INQ Voto: 6949/2019 Origem: GABPR14-RMC -ROMULO MOREIRA CONRADO

Relator(a): Dr(a) JULIANO BAIOCCHI VILLA-VERDE DE CARVALHO

Ementa: Inquérito Policial narrando suposta ameaça à Senador da República por meio decorrespondências (CP, art. 147). Revisão de arquivamento (LC nº 75/93, art. 62, IV). O crime deameaça se consuma no momento em que o ofendido recebe a ofensa, mesmo que não seintimide ou se abale. A última correspondência foi recebida em 15 de agosto de 2016. Decurso demais de 3 anos da data dos fatos. Extinção da pretensão punitiva estatal (CP, art. 109, VI).Homologação do arquivamento.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação doarquivamento, nos termos do voto do(a) relator(a).

158. Processo: TRF3-0023179-16.2015.4.03.0000-IPL

Voto: 6687/2019 Origem: GABPRR51-RCC -ROSANE CIMA CAMPIOTTO

Relator(a): Dr(a) JULIANO BAIOCCHI VILLA-VERDE DE CARVALHO

Ementa: Notícia de fato instaurada para apurar suposta prática do crime de fraude à execução (CP, art.179). Representação dando conta de possível transferência fraudulenta de bens por parte de réuem ações civis públicas, ex-deputado estadual, a seu filho, atual deputado estadual. Revisão dearquivamento (LC nº 75/93, art. 62, IV). Diligências. Verificou-se que apesar da tentativa doinvestigado de desviar parte do seu patrimônio em relação aos efeitos dos processos pelos quaisresponde há muitos anos, não se considera típica a conduta à luz do artigo 179 do Código Penal,seja porque realizadas com publicidade bastante, não compactuando com a fraude exigida para atipicidade da conduta, ou mesmo porque inviabilizada a sua consumação, ante às ordens deconstrição expedidas nos processos a que responde o investigado, inexistindo lesão ao bemjurídico tutelado. Homologação do arquivamento.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação doarquivamento, nos termos do voto do(a) relator(a).

159. Processo: 1.00.000.024198/2019-80 - Eletrônico Voto: 6812/2019 Origem: PROCURADORIA GERALDA REPÚBLICA

Relator(a): Dr(a) JULIANO BAIOCCHI VILLA-VERDE DE CARVALHO

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ATA DA 758ª SESSÃO DE REVISÃO PGR-00037106/2020

Ementa: Inquérito policial instaurado para apurar possível crime de contrabando (CP, art. 334-A).Apreensão de gasolina em quantidade não informada no município de Pacaraima/RR. OProcurador oficiante promoveu o arquivamento com base na ausência de materialidade.Discordância do magistrado. Revisão de arquivamento (Art. 28 do CPP c/c art. 62, IV, LC nº75/93). Apreensão, pelos fiscais da Receita Federal, de diversos automóveis no Município dePacaraima/RR, sendo que a gasolina encontrada dentro dos tanques desses veículos foi periciadapara saber a origem. Laudo pericial atestou que o combustível apreendido no tanque do veículodo investigado era de procedência estrangeira, no entanto, não mencionou a quantidade degasolina, não havendo prova da materialidade do delito. Ademais, é comum nos municípiosfronteiriços o abastecimento em território estrangeiro, não configurando crime de contrabando,pois o combustível é para uso próprio e não introduzi-lo no comércio. Ausência de materialidade.Falta de justa causa para continuidade das investigações. Homologação do arquivamento.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação doarquivamento, nos termos do voto do(a) relator(a).

160. Processo: 1.00.000.024741/2019-49 - Eletrônico Voto: 6837/2019 Origem: PROCURADORIA DAREPÚBLICA - AMAZONAS

Relator(a): Dr(a) JULIANO BAIOCCHI VILLA-VERDE DE CARVALHO

Ementa: Notícia de Fato autuada a partir de manifestação na Sala de Atendimento ao Cidadão, na qual anoticiante relata possíveis ofensas direcionadas a comunidades religiosas de matriz africana empágina de rede social. Suposto crime de racismo, previsto no art. 20 da Lei nº 7.716/89.Indeferimento da instauração da noticia de fato pelo Coordenador criminal. Recurso dorepresentante. Manutenção da decisão. Revisão de arquivamento (LC nº 75/93, art. 62, IV). Comobem salientou o Procurador oficiante, as postagens denunciadas não revelam conduta de racismoou preconceito religioso, e sim demonstram que os supostos autores possuem razoávelconhecimento da religião e que possivelmente praticam a mesma fé. Ao que se percebe, aspostagens relevam divergência de ideias de integrantes de religiões de matizes africanas.Comentários que não se subsomem ao tipo penal do art. 20 da Lei nº 7.716/89. Ausência dematerialidade delitiva. Carência de justa causa para o prosseguimento do feito. Homologação doarquivamento.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação doarquivamento, nos termos do voto do(a) relator(a).

161. Processo: 1.03.000.000729/2018-56 Voto: 7053/2019 Origem: PROCURADORIAREGIONAL DA REPÚBLICA DA 3ªREGIÃO

Relator(a): Dr(a) JULIANO BAIOCCHI VILLA-VERDE DE CARVALHO

Ementa: Procedimento Eleitoral. Suposto crime tipificado no artigo 299 do Código Eleitoral. Segundoconsta, candidato à suplente de deputado federal eleito teria entregado pessoalmente àdeclarante R$ 30.000,00, em espécie, em troca de apoio político para a campanha dele e decandidata à deputada estadual eleita por partidário distinto. Revisão de arquivamento (LC nº75/93, art. 62, inc. IV). Após diligências, a declarante não compareceu às duas oitivas designadaspara ouvi-la, bem como seu representante, apesar de solicitar vistas dos autos para sugerir novadata de oitiva, quedou-se inerte. O candidato eleito a suplente de deputado federal negou quetivesse entregado o valor supracitado à declarante em troca de apoio político ou ofertado qualqueroutro tipo de vantagem a ela. Inquérito finalizado sem conclusão definitiva sobre a prática decrime, em razão da ausência de indícios mínimos da prática delituosa. Falta de justa causa para acontinuidade da persecução penal. Homologação de arquivamento.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação doarquivamento, nos termos do voto do(a) relator(a).

162. Processo: 1.11.000.001344/2019-15 - Eletrônico Voto: 6877/2019 Origem: PROCURADORIA DAREPÚBLICA - ALAGOAS/UNIÃO

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ATA DA 758ª SESSÃO DE REVISÃO PGR-00037106/2020

DOS PALMARES

Relator(a): Dr(a) JULIANO BAIOCCHI VILLA-VERDE DE CARVALHO

Ementa: Notícia de Fato instaurada a partir de carta anônima recebida pela PR/AL, relatando que A.L.,pessoa residente no município de Campo Alegre/AL, teria faltado com a verdade em perícia noINSS e quando prestou declarações na sede da Polícia Federal em Maceió. Possível ocorrênciade crime de estelionato em desfavor da autarquia previdenciária. CP, art. 171, § 3º. Revisão dearquivamento (LC nº 75/93, art. 62, IV). Verificação de uma narrativa vaga, genérica edesacompanhada de substrato probatório. Ausência de indícios mínimos de materialidade eautoria delitivas aptos a ensejar apuração preliminar do fato e o desencadeamento de eventualação penal. Falta de justa causa para prosseguir na persecução penal. Homologação doarquivamento.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação doarquivamento, nos termos do voto do(a) relator(a).

163. Processo: 1.14.003.000239/2019-27 - Eletrônico Voto: 6900/2019 Origem: PROCURADORIA DAREPÚBLICA NO MUNICÍPIO DEBARREIRAS-BA

Relator(a): Dr(a) JULIANO BAIOCCHI VILLA-VERDE DE CARVALHO

Ementa: Notícia de Fato instaurada a partir de expediente da Gerência Executiva do INSS emBarreiras/BA, comunicando que houve recebimento irregular do benefício de prestaçãocontinuada ao portador de deficiência por parte do segurado E.A.dos S., que recebeu o BPC-LOAS no mesmo período em que trabalhou na Prefeitura municipal de Xique-Xique, entre25/02/2013 e 31/05/2015, não se enquadrando no disposto no art. 20 da Lei nº 7.842/93. CP, art.171, § 3º. Revisão de arquivamento (LC nº 75/93, art. 62, IV). Verificação quanto à ausência derequisitos para manutenção do benefício, já que a renda obtida pelo emprego supera o limiteestipulado para sua concessão. Dolo do agente em fraudar, no entanto, não evidenciado.Segundo o Procurador oficiante, trata-se, na verdade, de omissão do segurado com seus devereslegais, omissão essa que, do ponto de vista da relevância da conduta, sequer teve o condão deenganar ou induzir em erro a autarquia previdenciária ou quem quer que seja. No caso, bastariaao órgão previdenciário proceder ao adequado acompanhamento dos benefícios para detectar acessação do requisito renda. Não foi adotada pelo INSS sequer a postura de exigir uma novadeclaração de renda durante o período e, quando feito, o beneficiário declarou verdadeiramentesua renda, não se valendo de qualquer meio fraudulento, artifício ou ardil para manter o benefício.Dolo (conhecer e querer) de enganar o INSS bastante fragilizado nas circunstâncias dos autos,em que não há indícios concretos de que o segurado sabia da ilicitude da conduta e tinhaconsciência de estar se omitindo do dever de informar a mudança de renda. Falta de justa causapara prosseguir na persecução penal. Homologação do arquivamento.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação doarquivamento, nos termos do voto do(a) relator(a).

164. Processo: 1.14.003.000280/2019-01 - Eletrônico Voto: 6773/2019 Origem: PROCURADORIA DAREPÚBLICA NO MUNICÍPIO DEBARREIRAS-BA

Relator(a): Dr(a) JULIANO BAIOCCHI VILLA-VERDE DE CARVALHO

Ementa: Notícia de fato autuada para apurar a possível prática do delito de estelionato (CP, art. 171, §3º),consubstanciado no recebimento indevido de aposentadoria por invalidez. Titular recebia oreferido benefício concomitantemente ao exercício de atividade laboral. Revisão de arquivamento(LC nº 75/93, art. 62, IV). Diligências. Segundo apurado a investigada, trabalhou como profissionalliberal (advogada) durante o período que recebeu aposentadoria por invalidez, porém, não há nosautos indícios de conduta que configure o delito de estelionato, uma vez que a investigada estava,de fato, acometida de doenças incapacitantes, consoante diversos laudos médicos acostados aosautos. No caso, não se vislumbra o dolo em cometer fraude em detrimento da previdência social,tendo em vista que o benefício foi legalamente concedido, fazendo a investigada jus a

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aposentadoria por invalidez, à época de sua concessão. Ademais, a atividade de advogada é decunho intelectual, não sendo incompatível com o benefício por invalidez concedido, haja vista queas lesões incapacitantes não impediam a investigada de prestar auxílio jurídico e consultoria.Eventual cessação do benefíco deveria ser objeto de procedimento administrativo ou cível, nãosendo abarcado pelo direito penal. Materialidade delitiva não evidenciada. Ausência de elementosprobatórios mínimos aptos a viabilizar o prosseguimento da persecução penal. Homologação doarquivamento.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação doarquivamento, nos termos do voto do(a) relator(a).

165. Processo: 1.14.004.000382/2019-17 - Eletrônico Voto: 6889/2019 Origem: PROCURADORIA DAREPÚBLICA NO MUNICÍPIO DEFEIRA DE SANTANA-B

Relator(a): Dr(a) JULIANO BAIOCCHI VILLA-VERDE DE CARVALHO

Ementa: Notícia de Fato instaurada através de representação realizada perante Sala de Atendimento aoCidadão. Notícia genérica, vaga, inepta e ilógica. Revisão de arquivamento (LC nº 75/93, art. 62,inc. IV). Narrativa desconexa, desacompanhada de elementos de informação precisos quejustifiquem o início de investigação criminal. Ausência de justa causa para persecução penal.Homologação do arquivamento.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação doarquivamento, nos termos do voto do(a) relator(a).

166. Processo: 1.14.006.000277/2019-50 - Eletrônico Voto: 6835/2019 Origem: PROCURADORIA DAREPÚBLICA NO MUNICÍPIO DEPAULO AFONSO - BA

Relator(a): Dr(a) JULIANO BAIOCCHI VILLA-VERDE DE CARVALHO

Ementa: Procedimento investigatório criminal. Suposto crime de estelionato previdenciário (CP, art. 171, §3º). Encaminhamento de diversos processos administrativos provenientes do INSS dando contado possível recebimento indevido de benefício de previdenciário após o óbito do titular. Revisãode arquivamento (LC nº 75/93, art. 62, inc. IV). Segundo se constatou, 9 (nove) casos encontram-se prescritos, atraindo a incidência do Enunciado nº 53 desta 2ª CCR, além de que em outros 5(cinco) casos o número de saques indevidos foi igual ou inferior a 3 (três), incidindo, assim, aOrientação nº 4 da 2ª CCR. Quanto ao procedimento remanescente, verifica-se que não haverindícios de autoria delitiva, conforme preleciona o Enunciado nº 68. Ausência de justa causa.Homologação do arquivamento.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação doarquivamento, nos termos do voto do(a) relator(a).

167. Processo: 1.15.000.002195/2019-62 - Eletrônico Voto: 7057/2019 Origem: PROCURADORIA DAREPÚBLICA -CEARÁ/MARACANAÚ

Relator(a): Dr(a) JULIANO BAIOCCHI VILLA-VERDE DE CARVALHO

Ementa: Notícia de fato instaurada para apurar o suposto crime de estelionato previdenciário namodalidade tentada (art. 171, §3º c/c art. 14, II, do CP). Possível tentativa de obter benefícioprevidenciário mediante fraude, em face de titular de benefício previdenciário assistencial, pormeio de suposta solicitação presencial da titular, mediante apresentação de RG supostamentefalsificado em seu nome e informação de endereço diverso do que constava nos sistemas doINSS, para remanejar a agência de recebimento do benefício referente à competência 08/2017.Informada sobre o remanejamento, a titular beneficiária requisitou o bloqueio do pagamentoreferente àquela competência. Revisão de arquivamento (LC nº 75/93, art. 62, IV). Diligências.Expedido ofício a CEF para prestação de informações detalhadas dos dados cadastraisfornecidos pelo agente fraudulento e, ainda, o registro do circuito interno de imagens referentes à

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data em que a conta foi aberta. Quanto à documentação utilizada para a abertura da supostaconta fraudulenta, constatou-se, claramente, tratar-se de RG falsificado, cuja assinatura nãoconfere com o documento original da titular, bem como o comprovante de residência remetidopela CEF também não confere com o anteriormente apresentado pela titular do benefício.Indisponibilidade das imagens do registro visual captadas quando da abertura da conta, em razãodo extenso lapso temporal decorrido. Materialidade delitiva constituída. Investigação de autoriaresta limitada e não veicula elemento de convicção suficiente para se iniciar uma persecuçãopenal. Ausência de linha investigativa para a determinação da autoria delitiva. Homologação doarquivamento.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação doarquivamento, nos termos do voto do(a) relator(a).

168. Processo: 1.18.000.002476/2019-11 - Eletrônico Voto: 6676/2019 Origem: PROCURADORIA DAREPÚBLICA - GOIAS/APARECIDADE GOIÂNIA

Relator(a): Dr(a) JULIANO BAIOCCHI VILLA-VERDE DE CARVALHO

Ementa: Notícia de fato autuada para apurar o crime de estelionato majorado (CP, arts. 171, § 3º). Notíciade saques indevidos de parcelas do seguro-desemprego no valor total de R$ 1.195,00, realizadoem 20.11.2017, por agente criminoso não identificado. O Procurador oficiante promoveu oarquivamento com base na ausência de autoria. Revisão de arquivamento (LC nº 75/93, art. 62,inc. IV). Oficiada, a Caixa Econômica Federal informou que os saques foram realizados mediantea utilização de 4ª via de cartão cidadão e uso de senha, solicitado via tele atendimento, e que foicancelado por suspeita de fraude. Empreendidas as diligências cabíveis, não foi possível colherelementos de prova suficientes e aptos a identificar a autoria delitiva. Inexistência de imagens dequem efetuou o saque na Caixa Econômica Federal, devido o lapso temporal já transcorrido (fatosem 2017). Inexistência de linha investigatória potencialmente idônea e adequada ao casoconcreto. Ausência de indícios de autoria delitiva. Falta de justa causa para prosseguir napersecução penal. Homologação do arquivamento.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação doarquivamento, nos termos do voto do(a) relator(a).

169. Processo: 1.18.000.002653/2019-51 - Eletrônico Voto: 6932/2019 Origem: PROCURADORIA DAREPÚBLICA - GOIAS/APARECIDADE GOIÂNIA

Relator(a): Dr(a) JULIANO BAIOCCHI VILLA-VERDE DE CARVALHO

Ementa: Notícia de Fato instaurada para apurar possível ocorrência do crime de posse irregular de armade fogo de uso permitido, descrito no art. 12 da Lei nº 10.826/03, supostamente praticado porG.A.F., em Goiás, pelo menos, desde agosto de 2019. Segundo consta dos autos, após ter abagagem retida no aeroporto de Viracopos, em São Paulo, por conter quatro munições calibre 38,apurou-se que o ora investigado seria proprietário de cinco armas com registro vencido. Revisãode arquivamento (LC nº 75/93, art. 62, IV). Segundo o Procurador oficiante, reportando-se àmanifestação da autoridade policial, a jurisprudência firmou entendimento no sentido de que aausência de renovação de registro não configura, por si só, fato criminoso, mas tão somente meroilícito administrativo, sendo, portanto, fato atípico. Circunstância em que não se verifica o dolo doagente (STJ, HC nº 294.078/SP, 5ª Turma, DJe 29/10/2015). Falta de justa causa para prosseguirna persecução penal. Homologação do arquivamento.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação doarquivamento, nos termos do voto do(a) relator(a).

170. Processo: 1.18.000.002673/2019-22 - Eletrônico Voto: 6660/2019 Origem: PROCURADORIA DAREPÚBLICA - GOIAS/APARECIDADE GOIÂNIA

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ATA DA 758ª SESSÃO DE REVISÃO PGR-00037106/2020

Relator(a): Dr(a) JULIANO BAIOCCHI VILLA-VERDE DE CARVALHO

Ementa: Notícia de Fato. Crimes de moeda falsa (CP, art. 289) e estelionato (CP, art. 171). Denuncianoticiando o oferecimento de cédulas contrafeitas, além de cartões de crédito, por particular emum grupo do aplicativo whatsapp. Revisão de arquivamento (LC nº 75/93, art. 62, inc. IV). Após arealização de diligências preliminares, observa-se que o modus operandi desse delito seassemelha a outros em que o agente criminoso habilita um número de celular com dados falsos ea partir dele se inscreve em grupos de redes sociais e passa a fazer divulgação de produtosilícitos e, algum tempo depois, desabilita esse ramal telefônico e, ato contínuo, habilita um outronúmero, nas mesmas circunstâncias, repetindo esse comportamento de tempos em tempos.Assim, não foi possível identificar o ramal utilizado pelo investigado junto a rede social, já que omesmo havia sido desabilitado. Inexistência de linha investigatória idônea. Ausência de autoriadelitiva. Homologação do arquivamento, sem prejuízo do disposto no art. 18 do CPP.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação doarquivamento, nos termos do voto do(a) relator(a).

171. Processo: 1.19.000.002291/2019-61 - Eletrônico Voto: 6751/2019 Origem: PROCURADORIA DAREPÚBLICA - MARANHÃO

Relator(a): Dr(a) JULIANO BAIOCCHI VILLA-VERDE DE CARVALHO

Ementa: Notícia de Fato. Suposto crime de apropriação indébita previdenciária (CP, art. 168-A).Encaminhamento de sentença judicial informando possível ausência de recolhimento, peloempregador (município), das contribuições previdenciárias referentes a determinada funcionária.Revisão de arquivamento (LC nº 75/93, art. 62, IV). Montante não recolhido que, por certo, nãoalcançou o patamar de R$ 20.000,00, tendo em vista o valor valor total da condenação de R$10.000,00. Consoante recente decisão do STJ confirmando a necessidade de alinhamentojurisprudencial ao entendimento reiterado pelo Supremo Tribunal Federal (REsp 1709029/MG,Rel. Min. Sebastião Reis Júnior, Terceira Seção, julgado em 28/02/2018, DJe 04/04/2018), incide oprincípio da insignificância aos crimes tributários federais e de descaminho quando o débitotributário verificado não ultrapassar o limite de R$ 20.000,00 (vinte mil reais), a teor do disposto noart. 20 da Lei nº 10.522/2002, com as atualizações efetivadas pelas Portarias nº 75 e 130, ambasdo Ministério da Fazenda. Enunciado n° 49 da 2ª CCR. Homologação do arquivamento, semprejuízo do disposto no art. 18 do CPP.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação doarquivamento, nos termos do voto do(a) relator(a).

172. Processo: 1.20.004.000172/2019-13 - Eletrônico Voto: 6732/2019 Origem: PROCURADORIA DAREPÚBLICA NO MUNICÍPIO DEBARRA DO GARÇAS-MT

Relator(a): Dr(a) JULIANO BAIOCCHI VILLA-VERDE DE CARVALHO

Ementa: Procedimento autuado para investigar suposta fraude no programa bolsa família, em razão debeneficiário que recebeu parcelas do benefício sem preencher os requisitos. Revisão dearquivamento (LC nº 75/93, art. 62, IV). Consta dos autos cópia da certidão de óbito informandoque o investigado faleceu em 27/08/2019. Hipótese de extinção da punibilidade, nos termos doart. 107, I do CP. Homologação do arquivamento.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação doarquivamento, nos termos do voto do(a) relator(a).

173. Processo: 1.20.004.000252/2019-79 - Eletrônico Voto: 6813/2019 Origem: PROCURADORIA DAREPÚBLICA NO MUNICÍPIO DEBARRA DO GARÇAS-MT

Relator(a): Dr(a) JULIANO BAIOCCHI VILLA-VERDE DE CARVALHO

Ementa: Notícia de Fato. Procedimento investigatório criminal instaurado para apurar o crime de

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ATA DA 758ª SESSÃO DE REVISÃO PGR-00037106/2020

contrabando (CP, art. 334-A). Operação Ixtab com o objetivo de coletar provas dos crimes decontrabando e organização criminosa. O Procurador Oficiante arquivou o procedimento com basena ausência de provas. Revisão de arquivamento (LC nº 75/93, art. 62, IV). Procedimentoinvestigatório instaurado para acompanhar a operação Ixtab, que tinha como objetivodesembaraçar organização criminosa que supostamente operava grande esquema de distribuiçãode cigarros. As diligências realizadas, inclusive, interceptação telefônica, não lograram êxito emproduzir elementos indiciários aptos a subsidiar denúncia criminal em face dos investigados.Ausência de materialidade. Falta de justa causa para prosseguimento das investigações.Homologação do arquivamento

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação doarquivamento, nos termos do voto do(a) relator(a).

174. Processo: 1.21.000.001297/2019-63 - Eletrônico Voto: 6836/2019 Origem: PROCURADORIA DAREPÚBLICA - MATO GROSSO DOSUL

Relator(a): Dr(a) JULIANO BAIOCCHI VILLA-VERDE DE CARVALHO

Ementa: Notícia de Fato instaurada a partir de denúncia anônima noticiando o suposto recebimentoirregular de seguro-desemprego por particular que exerceria atividade remunerada nos anos de2017 e 2018. Possível prática do crime de estelionato majorado (art. 171, § 3º, do CP). Revisão dearquivamento (LC nº 75/93, art. 62, IV). Procedida análise preliminar da notícia, verificou-se que oinvestigado não recebeu referido benefício no período indicado. Falta de justa causa para oprosseguimento da persecução penal. Homologação do arquivamento.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação doarquivamento, nos termos do voto do(a) relator(a).

175. Processo: 1.22.024.000151/2019-95 - Eletrônico Voto: 6617/2019 Origem: PROCURADORIA DAREPÚBLICA NO MUNICÍPIO DEVIÇOSA/PONTE NOVA

Relator(a): Dr(a) JULIANO BAIOCCHI VILLA-VERDE DE CARVALHO

Ementa: Notícia de Fato. Suposto crime de sonegação de contribuição previdenciária (CP, art. 337-A)reconhecido em sentença trabalhista, pelos representantes legais de sociedade empresária.Revisão de arquivamento (LC nº 75/93, art. 62, IV). Informação dando conta que inexiste, nomomento, crédito tributário definitivamente constituído em desfavor do contribuinte investigado notocante ao valor devido de contribuição previdenciária, já que o respectivo montante não foidefinido na fase de liquidação. Crime de natureza material, cuja ocorrência depende daconstituição definitiva do crédito tributário. Aplicação do Enunciado nº 24 da Súmula Vinculante doSupremo Tribunal Federal. Precedentes do STJ: RHC 36.070/RS, Rel. Min. Jorge Mussi, QuintaTurma, DJe 21/08/2014; HC 243.889/DF, Rel. Min. Sebastião Reis Júnior, Sexta Turma, DJe11/06/2013. Após o trânsito em julgado na esfera administrativa, por imposição legal, a AutoridadeFiscal deverá enviar eventual Representação Fiscal para Fins Penais ao MPF. Precedente 2ªCCR: NF 1.26.000.000886/2018-67, 715ª sessão, 21/05/2018, à unanimidade, Relatora SPGRLuiza Cristina Fonseca Frischeisen. Homologação do arquivamento, sem prejuízo do disposto noart. 18 do CPP.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação doarquivamento, nos termos do voto do(a) relator(a).

176. Processo: 1.23.000.000508/2018-95 Voto: 6959/2019 Origem: PROCURADORIA DAREPÚBLICA - PARA/CASTANHAL

Relator(a): Dr(a) JULIANO BAIOCCHI VILLA-VERDE DE CARVALHO

Ementa: Procedimento Investigatório Criminal instaurado a partir de ofício encaminhado pela Justiça doTrabalho, noticiando a possível prática do crime de sonegação na contratação de empresasprestadoras de serviços por parte de representantes legais de empresa reclamada em demanda

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ATA DA 758ª SESSÃO DE REVISÃO PGR-00037106/2020

trabalhista (art. 1º, I, da Lei. 8.137/90) . Revisão de arquivamento (LC nº 75/93, art. 62, IV).Oficiada, a Receita Federal informou não existir crédito constituído em relação aos investigados.Crime de natureza material, cuja tipificação depende da constituição definitiva do crédito tributário.Súmula Vinculante nº 24 do STF. Falta de justa causa, no momento, para justificar oprosseguimento da persecução penal. Homologação do arquivamento.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação doarquivamento, nos termos do voto do(a) relator(a).

177. Processo: 1.23.000.001582/2019-18 - Eletrônico Voto: 6888/2019 Origem: PROCURADORIA DAREPÚBLICA - PARA/CASTANHAL

Relator(a): Dr(a) JULIANO BAIOCCHI VILLA-VERDE DE CARVALHO

Ementa: Notícia de Fato instaurada a partir de manifestação formulada na Sala de Atendimento aoCidadão, na qual se relata a possível ocorrência de crime de falso cometido em desfavor daUniversidade Federal do Pará. Os alunos R.B.B e D.A.C do curso de direito da UFPA teriamingressado na instituição pelo sistema de cotas para candidatos egressos de escola pública,fraudando a declaração étnico-racial, bem como a renda familiar per capita. Revisão dearquivamento (LC nº 75/93, art. 62, IV). O Universitário R.B.B apresentou documentoscomprovando que cursou todo o ensino médio na Escola Pública, Escola Estadual de EnsinoFundamental e Médio Benvida Araujo Pontes em Abaetetuba/PA, bem como é de baixa renda, seenquadrando no sistema de cotas do SISU. Cumprimento dos requisitos estabelecidos no art. 3ºda Lei nº 12.711/12 e do art. 20 da Portaria Normativa nº 21/12-MEC. Materialidade delitiva nãoevidenciada. Oficiada, a UFPA informou que a aluna D.A.C não entrou no curso de direito pelosistema de cotas do SISU, mas foi admitida regularmente na ampla concorrência. Inocorrência decrime. Falta de justa causa para prosseguir na persecução. Homologação do arquivamento.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação doarquivamento, nos termos do voto do(a) relator(a).

178. Processo: 1.23.002.000658/2019-60 - Eletrônico Voto: 6786/2019 Origem: PROCURADORIA DAREPÚBLICA NO MUNICÍPIO DESANTARÉM-PA

Relator(a): Dr(a) JULIANO BAIOCCHI VILLA-VERDE DE CARVALHO

Ementa: Notícia de Fato. Suposta prática do crime de falso testemunho (CP, art. 342) em ação trabalhista.Testemunha teria divergido em seu depoimento acerca de procedimento operacional deempregado que exercia a função de caixa bancário, aduzindo que a movimentação realizada peloreclamante era tida por caixa extra, quando a próprio Banco reclamado juntou documentos aosautos esclarecendo que as operações realizadas pelo reclamante eram contabilizadasregularmente, já que dependiam de cartão e senha do cliente. O Procurador oficiante promoveu oarquivamento com base ausência de materialidade. Revisão de arquivamento (LC nº 75/93, art.62, IV). Analisando os depoimentos prestados pelo investigado, embora constatada a existênciade contradição em relação ao procedimento de caixa realizado pelo reclamante e os documentosacostados aos autos, as declarações prestadas pela testemunha investigada não foramconsideradas inverídicas pelo Tribunal Regional do Trabalho. O acórdão do Tribunal confirmou ademissão por justa causa, citando, inclusive, a existência de imagens do circuito interno desegurança que comprovam a conduta ilícita do empregado. Ausência de materialidade. Não hájusta causa para a continuidade da persecução penal. Precedente da 2ª CCR: Processo n1.29.000.004496/2018-54, 733ª Sessão de Revisão, de 28/01/2019, unânime. Homologação doarquivamento.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação doarquivamento, nos termos do voto do(a) relator(a).

179. Processo: 1.24.000.001429/2019-45 - Eletrônico Voto: 6702/2019 Origem: PROCURADORIA DAREPÚBLICA - PARAIBA

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ATA DA 758ª SESSÃO DE REVISÃO PGR-00037106/2020

Relator(a): Dr(a) JULIANO BAIOCCHI VILLA-VERDE DE CARVALHO

Ementa: Notícia de Fato instaurada a partir de ofertada pelo advogado de reclamante em ação trabalhistapara apurar possível prática do crime de sonegação fiscal, tendo em vista que seu cliente teriaconfessado ter recebido pagamento no valor de R$ 10.000,00 (dez mil reais) por fora do acordohomologado na Justiça do Trabalho. Revisão de arquivamento (LC nº 75/93, art. 62, inc. IV).Consoante entendimento firmado pelo Superior Tribunal de Justiça, é aplicável o princípio dainsignificância aos débitos tributários que não ultrapassem o limite de R$ 20.000,00, emdecorrência do art. 20 da Lei nº 10.522/02. Dessa forma, como a Lei 11.457/07 considerou comodívida ativa da União também os débitos decorrentes das contribuições previdenciárias, dando-lhes tratamento semelhante ao que é dado aos créditos tributários, não há porque fazer distinção,na seara penal, entre os crimes de descaminho e de sonegação de contribuição previdenciária.Precedentes da 2ª Câmara: 1.25.008.000093/2019-96, 739ª Sessão de Revisão, de 29/04/2019 e1.20.000.001364/2018-04, 735ª Sessão de Revisão, de 25/02/2019. Precedentes do STJ: AgRgno REsp 1525154/PR, Quinta Turma, DJe 21/09/2015; AgRg no REsp 1318828/SC, Sexta Turma,DJe 16/11/2015. Assim, tem-se que a possível sonegação fiscal de tributos e/ou contribuiçõesprevidenciárias incidentes sobre o valor de R$ 10.000,00, referentes ao valor recebido pelotrabalhador fora do acordo homologado pela justiça laboral, de certo não ultrapassará o patamarde R$ 20.000,00. Falta de justa causa. Homologação do arquivamento.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação doarquivamento, nos termos do voto do(a) relator(a).

180. Processo: 1.25.000.002266/2019-81 - Eletrônico Voto: 6778/2019 Origem: PROCURADORIA DAREPÚBLICA - PARANA

Relator(a): Dr(a) JULIANO BAIOCCHI VILLA-VERDE DE CARVALHO

Ementa: Notícia de Fato. Suposta prática do crime de abuso de autoridade cometido por juiz trabalhistaque teria impedido a oitiva de testemunhas do reclamante, ora representante, e o expulsado dasala de audiência com auxílio de seguranças do fórum. Revisão de arquivamento (LC nº 75/93,art. 62, inc. IV). Diligências. Além da representação ofertada pelo advogado não ter conduzido aosautos elementos mínimos de prova acerca do ocorrido, claro é que a suposta atitude do juiz, por sisó, não seria suficiente para caracterizar a prática de crime, uma vez que pelo conjunto probatórioacostado aos autos demonstram que o magistrado agiu para evitar tumulto na audiência causadopelo reclamante que estava atuando em causa própria, tendo assim entendido o relatório final doprocedimento administrativo de correição instaurado em face do magistrado. As condutas domagistrado não possuem força atentatória contra os direitos e garantias legais assegurados aoexercício profissional da advocacia. Atipicidade. Carência de justa causa para o prosseguimentodo feito. Homologação do arquivamento.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação doarquivamento, nos termos do voto do(a) relator(a).

181. Processo: 1.25.003.005305/2019-71 - Eletrônico Voto: 6701/2019 Origem: PROCURADORIA DAREPÚBLICA NO MUNICÍPIO DEFOZ DO IGUACU-PR

Relator(a): Dr(a) JULIANO BAIOCCHI VILLA-VERDE DE CARVALHO

Ementa: Noticia de fato instaurada a partir de representação anônima formulada na Sala de Atendimentoao Cidadão, narrando que diversas empresas de autopeças de Foz do Iguaçu praticam crimes decontrabando/descaminho ao trazerem peças ilegalmente do Paraguai e as vendem no Brasil.Acrescenta, ainda, que tais empresas não sofrem fiscalização rigorosa da fazenda pública porconta de amizades, influências e agregados aos agentes públicos. Revisão de arquivamento (LCnº 75/93, art. 62, inc. IV). Representação genérica, desacompanhada de elementos concretos quepossam orientar uma investigação ou que justifiquem a continuação do caderno apuratório. Nãohá descrição de um fato específico, nome de algum agente público envolvido ou transportador, apermitir diligências eficazes. Inexistência de materialidade e autoria delitiva. Ausência de justacausa para persecução penal. Homologação do arquivamento.

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ATA DA 758ª SESSÃO DE REVISÃO PGR-00037106/2020

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação doarquivamento, nos termos do voto do(a) relator(a).

182. Processo: 1.26.000.003868/2019-18 - Eletrônico Voto: 6746/2019 Origem: PROCURADORIA DAREPÚBLICA - PERNAMBUCO

Relator(a): Dr(a) JULIANO BAIOCCHI VILLA-VERDE DE CARVALHO

Ementa: Notícia de Fato. Suposta prática do crime de descaminho (CP, art. 334). Mercadorias apreendidasno valor de R$ 315,00 (trezentos e quinze reais). Tributos iludidos no valor R$ 120,31 (cento evinte reais e trinta e um centavos). Revisão de arquivamento (LC nº 75/93, art. 62, IV). Diante dalei vigente, da doutrina e dos precedentes do STF e STJ aplicáveis ao caso, forçoso reconhecerque, em se tratando do crime de descaminho, a lesão ao Fisco inferior ao limite fixado pela própriaReceita Federal em R$ 20.000,00 (vinte mil reais), conduz à atipicidade material da conduta(Portarias MF 75/2012 e 130/2012). No caso, não verifica-se a ocorrência de reiterações nosúltimos cinco anos. Nesse contexto, a teor do que dispõe o § 4º, do art. 20 da Lei nº 10.522/2002,considerando que no caso em exame a soma dos tributos iludidos não é superior R$ 20.000,00(vinte mil reais), conforme fixado nas Portarias nº 75 e 130/MF, não havendo interesse fiscal naexecução do crédito, e, portanto, em conexão com os postulados da fragmentariedade e daintervenção mínima do Estado em matéria penal, aplico o princípio da insignificância parareconhecer a irrelevância material da conduta. Homologação do arquivamento.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação doarquivamento, nos termos do voto do(a) relator(a).

183. Processo: 1.26.000.003936/2019-49 - Eletrônico Voto: 7023/2019 Origem: PROCURADORIA DAREPÚBLICA - PERNAMBUCO

Relator(a): Dr(a) JULIANO BAIOCCHI VILLA-VERDE DE CARVALHO

Ementa: Notícia de Fato instaurada a partir de Representação Fiscal para Fins Penais para apurar possívelocorrência do crime de descaminho, tendo em vista a apreensão, em 23/05/2019, de um aparelhocelular de procedência estrangeira desacompanhado de documentação comprobatória de suaregular importação. Revisão de arquivamento (LC nº 75/93, art. 62, IV). Segundo consta dosautos, a referida mercadoria estava acompanhada de DANFE emitida em 24/04/2019 pelaempresa F.P.B.LTDA. Na ocasião, a RFB intimou o remetente e, em resposta, C.M.de M.esclareceu: a) que realizou a compra do produto no sítio eletrônico da empresa Casas Bahia,porém, conforme documentação anexa, o celular foi vendido e entregue por uma empresaparceira; b) assim que recebeu o produto, pediu que seu filho D.M.da S. o enviasse, via Correios,de presente para sua avó, razão pela qual o nome do remetente difere do nome constante da notafiscal que acompanhava o bem. Conforme se extrai da documentação por eles acostada, C.M.adquiriu o aparelho celular em questão no mercado interno, por meio do sítio eletrônico de umaempresa teoricamente idônea, acreditando que a nota fiscal que recebera era suficiente paraatestar a compra regular do produto. Vê-se, portanto, que a sua boa-fé restou clara, não sendorazoável que ele, pessoa leiga, exigisse da empresa vendedora a documentação fiscalcomprobatória da regular importação do bem. Em relação à D.M., ficou comprovado que ele nemmesmo adquiriu o bem, tendo sido apenas responsável por postar o objeto nos Correios. Poroutro lado, conforme ressaltado pela Procuradora oficiante, faz-se necessário apurar eventualresponsabilidade da empresa F.P.B. LTDA, a qual é atribuída a comercialização de diversos bensde origem estrangeira desacompanhada de documentação comprobatória de sua regularimportação. Remessa de cópia do presente feito à PR/SP para adoção das providências cabíveisem relação à citada pessoa jurídica. Homologação do arquivamento.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação doarquivamento, nos termos do voto do(a) relator(a).

184. Processo: 1.26.008.000216/2019-51 - Eletrônico Voto: 6678/2019 Origem: PROCURADORIA DAREPÚBLICA NO MUNICÍPIO DEC.DE S.AG./PALMARE

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ATA DA 758ª SESSÃO DE REVISÃO PGR-00037106/2020

Relator(a): Dr(a) JULIANO BAIOCCHI VILLA-VERDE DE CARVALHO

Ementa: Notícia de Fato. Possível prática do crime de estelionato (CP, art. 171, §3º), consubstanciado narealização de saque indevido de benefício previdenciário, após o óbito do titular, no valor de R$4.385,55, entre o período de 20/07/2007 e 01/03/2008. A Procuradora oficiante promoveu oarquivamento com base na ausência de autoria. Revisão de arquivamento (LC n. 75/93, art. 62-IV). Diligências. O saque foi realizado em terminal de autoatendimento, com cartão e senha,porém, não há registro de procurador cadastrado, nem representante legal. Passados mais de 11anos e não tendo sido apurados elementos úteis à elucidação da autoria delitiva, visto que não foipossível obter imagens do sistema de segurança da agência. Tampouco há como localizar-se ourastrear-se o valor subtraído. Carência de indícios de autoria e de linha investigativa capaz dealterar o panorama probatório atual. Aplicação da Orientação n. 26 da 2ª CCR. Ausência de justacausa para prosseguir na persecução penal. Homologação do arquivamento.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação doarquivamento, nos termos do voto do(a) relator(a).

185. Processo: 1.27.002.000158/2019-89 - Eletrônico Voto: 6913/2019 Origem: PROCURADORIA DAREPÚBLICA NO MUNICÍPIO DEBALSAS-MA

Relator(a): Dr(a) JULIANO BAIOCCHI VILLA-VERDE DE CARVALHO

Ementa: Notícia de Fato. Possível prática do crime de estelionato (CP, art. 171, §3º), consubstanciado narealização de saque indevido de benefício previdenciário, após o óbito do titular, no valor de R$8.435,95, entre o período de 20/10/2015 e 30/06/2016. A Procuradora oficiante promoveu oarquivamento com base na ausência de autoria. Revisão de arquivamento (LC n. 75/93, art. 62-IV). Diligências. O saque foi realizado em terminal de autoatendimento, com cartão e senha,porém, em que pese a existência de representante legal cadastrado, não há provas aptas aensejar denúncia, tendo em vista em se passado mais de 3 anos e não tendo sido apuradoselementos úteis à elucidação da autoria delitiva, visto que não foi possível obter imagens dosistema de segurança da agência. Tampouco há como localizar-se ou rastrear-se o valorsubtraído. Carência de indícios de autoria e de linha investigativa capaz de alterar o panoramaprobatório atual. Aplicação da Orientação n. 26 da 2ª CCR. Ausência de justa causa paraprosseguir na persecução penal. Homologação do arquivamento.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação doarquivamento, nos termos do voto do(a) relator(a).

186. Processo: 1.28.000.000094/2019-07 - Eletrônico Voto: 6808/2019 Origem: PROCURADORIA DAREPÚBLICA - MATOGROSSO/DIAMANTINO

Relator(a): Dr(a) JULIANO BAIOCCHI VILLA-VERDE DE CARVALHO

Ementa: Notícia de Fato autuada para investigar a delito de falsidade de documento público (CP, art. 297,§3º, III). Representação formulada narrando a inclusão de declaração falsa em GFIPs de supostosvínculos empregatícios inverídicos em nome da representante que ajuizou ação previdenciáriacom o intuito de obter um BPC/LOAS, sendo que esta, conforme representação, nunca tevevínculos trabalhistas com as empresas investigadas. Revisão de arquivamento (LC nº 75/93, art.62, IV). Na ação previdenciária, a sentença foi de improcedência, em razão do INSS constatar quea autora tinha vínculos empregatícios com duas empresas. As GFIPs com as declarações falsastransmitidas referem-se as competências de 12/2006 e 01/2007. A Pena máxima cominadaabstratamente ao crime de falsidade de documento público é de 6 (seis) anos de reclusão. Prazoprescricional de 12 (doze) anos. A pretensão da prescrição punitiva pela pena máxima emabstrato do delito transcorreu em 02/2019. Extinção da punibilidade (CP, art. 107, IV). Prescriçãoda pretensão punitiva estatal (CP, art. 109, III). Homologação de arquivamento.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação doarquivamento, nos termos do voto do(a) relator(a).

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ATA DA 758ª SESSÃO DE REVISÃO PGR-00037106/2020

187. Processo: 1.29.000.003832/2018-41 - Eletrônico Voto: 6869/2019 Origem: PROCURADORIA DAREPÚBLICA - RIO GRANDE DOSUL

Relator(a): Dr(a) JULIANO BAIOCCHI VILLA-VERDE DE CARVALHO

Ementa: Notícia de Fato instaurada a partir de expediente do Juízo da 4ª Vara do Trabalho de Canoas/RS,comunicando possível prática de ilícito penal decorrente da declaração de hipossuficiênciaeconômica firmada pela parte autora de ação trabalhista para fins de requerimento de AssistênciaJudiciária Gratuita. Revisão de arquivamento (LC nº 75/93, art. 62, inc. IV). Segundo aProcuradora oficiante, a simples declaração de hipossuficiência com o intuito de obter a justiçagratuita, conforme a legislação vigente, não é considerada conduta típica na medida em que o art.4º da Lei nº 1.060/50 dispõe que a sanção aplicável àquele que apresenta falsamente declaraçãode hipossuficiência é meramente econômica, sem repercussão na esfera penal. Questão a serdirimida no âmbito processual civil. Informação de que a sentença proferida pelo Juízo noticiantefoi reformada, sendo concedido à autora da demanda pela 6ª Turma do TRT da 4ª Região obenefício da gratuidade da justiça. Falta de justa causa para prosseguir na persecução penal.Homologação do arquivamento.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação doarquivamento, nos termos do voto do(a) relator(a).

188. Processo: 1.29.008.000605/2019-75 - Eletrônico Voto: 6682/2019 Origem: PROCURADORIA DAREPÚBLICA NO MUNICÍPIO DEURUGUAIANA-RS

Relator(a): Dr(a) JULIANO BAIOCCHI VILLA-VERDE DE CARVALHO

Ementa: Notícia de Fato. Crime de estelionato contra o INSS (CP, art. 171, § 3º). Recebimento indevido debenefício previdenciário pós-óbito dos titulares. Revisão de arquivamento (LC nº 75/93, art. 62,IV). Extrai-se dos autos que a morte do beneficiário foi em 1993 e o último saque irregular dotitular do Benefício ocorreu no ano 2000. Pena máxima cominada de 6 (seis) anos e 8 (oito)meses de reclusão. Prescrição da pretensão punitiva estatal (CP, art. 109, inc. III), já quedecorridos 12 (doze) anos da data do último saque. Extinção da punibilidade do ilícito penal (CP,art. 107, IV). Ausência de justa causa para prosseguir na persecução penal. Homologação doarquivamento.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação doarquivamento, nos termos do voto do(a) relator(a).

189. Processo: 1.31.000.000915/2019-10 - Eletrônico Voto: 6756/2019 Origem: PROCURADORIA DAREPÚBLICA - RONDONIA

Relator(a): Dr(a) JULIANO BAIOCCHI VILLA-VERDE DE CARVALHO

Ementa: Notícia de Fato autuada a partir de ofício encaminhado pela Polícia Federal, relatando possíveisameaças que teriam sido feitas por detento em face de agentes penitenciários federais no interiordo presídio federal. O representado teria ameaçado os servidores em razão do cumprimento deprotocolo de segurança do presídio em horário de visitas. Revisão de arquivamento (LC nº 75/93,art. 62, IV). Para a configuração do crime de ameaça é necessário que efetivamente a conduta doagente gere na vítima um temor real da realização de um mal injusto e grave. As palavrassupostamente proferidas pelo investigado e as circunstâncias apresentadas não permitem concluirpela configuração do delito. O ressocializando se exaltou proferindo palavras ásperas, agressivase palavrões, mas que não chegaram a configurar o delito de ameaça. No caso em tela não sevislumbra a ameaça de causar mal injusto aos agentes. O investigado ainda aduziu queprocessaria os servidores, no entanto, não configura crime de ameaça a intenção de praticar oexercício regular de um direito. Ausência de elementos indiciários que corroborem as alegações.Inexistência de materialidade delitiva. Homologação do arquivamento.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação doarquivamento, nos termos do voto do(a) relator(a).

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ATA DA 758ª SESSÃO DE REVISÃO PGR-00037106/2020

190. Processo: 1.32.000.000810/2019-15 - Eletrônico Voto: 6731/2019 Origem: PROCURADORIA DAREPÚBLICA - RORAIMA

Relator(a): Dr(a) JULIANO BAIOCCHI VILLA-VERDE DE CARVALHO

Ementa: Notícia de fato autuada para apurar possível crime de ameaça (CP, art. 147). Representaçãoformulada perante a autoridade policial, noticiando que determinado jornalista contratou homensarmados para fazer sua segurança e que os supostos seguranças seriam policiais à paisana,contratados em período de folga, fazendo trabalho extra Corporação, que jargão policialdenomina-se bico. O Procurador oficiante promoveu o arquivamento com base na ausência detipicidade. Revisão de arquivamento (LC nº 75/93, art. 62, inc. IV). Da narrativa dos fatos não sevislumbra a subsunção das condutas descritas a nenhum tipo penal em vigor no ordenamentojurídico pátrio. Atipicidade. Ausência de justa causa para prosseguir na persecução penal.Homologação do arquivamento.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação doarquivamento, nos termos do voto do(a) relator(a).

191. Processo: 1.34.021.000029/2018-47 Voto: 7060/2019 Origem: PROCURADORIA DAREPÚBLICA NO MUNICÍPIO DEJUNDIAI-SP

Relator(a): Dr(a) JULIANO BAIOCCHI VILLA-VERDE DE CARVALHO

Ementa: Notícia de fato. Apuração da suposta prática dos crimes de sonegação previdenciária (CP, art.337-A), apropriação previdenciária (CP, art. 168-A), em razão de notícia de fato encaminhada nosentido de que estaria a ocorrer tais crimes, em tese, praticados pelos gestores de empresaparticular. Revisão do arquivamento (LC nº 75/93, art. 62, IV). Oficiada, a Receita Federalinformou que a empresa denunciada não foi fiscalizada em relação aos fatos narrados narepresentação, tampouco se verifica interesse fiscal em abertura de procedimento de fiscalização.Ausência, no momento, de crédito tributário definitivamente constituído em desfavor docontribuinte investigado. Crime de natureza material, cuja ocorrência depende da constituiçãodefinitiva do crédito tributário. Aplicação do Enunciado nº 24 da Súmula Vinculante do SupremoTribunal Federal. Precedentes do STJ: RHC 36.070/RS, Rel. Min. Jorge Mussi, Quinta Turma, DJe21/08/2014; HC 243.889/DF, Rel. Min. Sebastião Reis Júnior, Sexta Turma, DJe 11/06/2013. Apóso trânsito em julgado na esfera administrativa, por imposição legal, a Autoridade Fiscal deveráenviar eventual Representação Fiscal para Fins Penais ao MPF. Precedente 2ª CCR: NF1.26.000.000886/2018-67, 715ª sessão, 21/05/2018, à unanimidade, Relatora SPGR LuizaCristina Fonseca Frischeisen. Homologação do arquivamento, sem prejuízo do disposto no art. 18do CPP. Homologação de arquivamento.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação doarquivamento, nos termos do voto do(a) relator(a).

192. Processo: 1.34.023.000120/2019-23 - Eletrônico Voto: 6792/2019 Origem: PROCURADORIA DAREPÚBLICA NO MUNICÍPIO DESAO CARLOS-SP

Relator(a): Dr(a) JULIANO BAIOCCHI VILLA-VERDE DE CARVALHO

Ementa: Notícia de fato autuada para apurar possível crime de sonegação de contribuição previdenciária(CP, art. 337-A) verificado no curso de Reclamação Trabalhista. Revisão de arquivamento (LC nº75/93, art. 62, IV). É certo que A sentença trabalhista transitada em julgado, condenatória ouhomologatória de acordo, após sua liquidação, constitui definitivamente o crédito tributário(Enunciado nº 63 da 2ª CCR/MPF). No entanto, no caso concreto, não houve a constituição docrédito tributário pelo Juízo Trabalhista, uma vez que não consta dos autos a liquidação dasentença discriminando os valores dos tributos sonegados. O crime tributário acima referido é denatureza material, cuja ocorrência depende da constituição definitiva do crédito tributário.Aplicação do Enunciado nº 24 da Súmula Vinculante do Supremo Tribunal Federal. Precedentesdo STJ: RHC 36.070/RS, Rel. Min. Jorge Mussi, Quinta Turma, DJe 21/08/2014; HC 243.889/DF,

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ATA DA 758ª SESSÃO DE REVISÃO PGR-00037106/2020

Rel. Min. Sebastião Reis Júnior, Sexta Turma, DJe 11/06/2013. Ausência de justa causa para oprosseguimento da persecução penal. Homologação do arquivamento. Necessária ciência aoJuízo Trabalhista.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação doarquivamento, nos termos do voto do(a) relator(a).

193. Processo: 1.34.043.000557/2019-29 - Eletrônico Voto: 6664/2019 Origem: PROCURADORIA DAREPÚBLICA NO MUNICÍPIO DEOSASCO-SP

Relator(a): Dr(a) JULIANO BAIOCCHI VILLA-VERDE DE CARVALHO

Ementa: Notícia de Fato. Crime de estelionato previdenciário (CP, art. 171, § 3º). Possível percepçãofraudulenta de benefício previdenciário. A investigada, em 30/10/2002, quando já possuía 68 anosde idade, obteve junto ao INSS o benefício de amparo social ao idoso. Na ocasião, embora járecebesse benefício de pensão por morte de ex-servidor público, declarou que não recebiabenefício da Previdência Social. Acumulação indevida constatada pelo INSS no ano de 2018.Cessado o pagamento no dia 31/10/2018. Prejuízo ao INSS no valor de R$ 156.442,64. Revisãode arquivamento (LC nº 75/93, art. 62, IV). De início, verifica-se que a informação do recebimentopela investigada de benefício de pensão por morte de ex-servidor público já estava na posse daautarquia previdenciária e lhe era de fácil acesso, ficando claro aqui o erro do INSS ao somenteconstatar a acumulação após 16 (dezesseis) anos de pagamento indevido. Além disso, não háqualquer indicação de conduta dolosa da investigada, pois, é pessoa humilde, de pouca instrução,idosa e que certamente foi auxiliada por terceiros ao realizar o requerimento ao INSS. Importanteressaltar que atualmente a investigada possui 85 (oitenta e cinco) anos de idade, o queevidentemente torna discutível a utilidade da persecução penal no caso. Diante da realidadefática, há indicação de que outras searas, principalmente a administrativa e processual civil,atuem de modo mais eficaz na defesa do bem jurídico ofendido. Nesse sentido, o dano gerado aoINSS poderá ser integralmente ressarcido, tendo em vista a possibilidade dada à Procuradoria-Geral Federal de inscrever em Dívida Ativa da União os créditos constituídos pelo INSS em razãode benefício previdenciário ou assistencial pago indevidamente. Homologação do arquivamento.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação doarquivamento, nos termos do voto do(a) relator(a).

194. Processo: 1.34.043.000613/2019-25 - Eletrônico Voto: 6667/2019 Origem: PROCURADORIA DAREPÚBLICA NO MUNICÍPIO DEOSASCO-SP

Relator(a): Dr(a) JULIANO BAIOCCHI VILLA-VERDE DE CARVALHO

Ementa: Noticia de fato. Possível crime de exploração clandestina de atividade de telecomunicações (Leinº 9.472/97, art. 183). Notícia de funcionamento sem autorização de radiofrequência de 1410,00 kHz no município de Cotia/SP. Revisão de arquivamento (LC nº 75/93, art. 62, IV). Informação deque a rádio estava inoperante desde 22/07/2019, por determinação de seus dirigentes. Oequipamento transmissor não foi apreendido, pois, conforme a própria ANATEL: a) a entidade vembuscando e encontra-se em vias de regularização de suas condições de operação; b) a estaçãotransmissora se encontra em operação com potência reduzida em 89% da nominal (de 50kW para10KW). Verificação de que a rádio possui autorização para funcionar, estando, contudo, localizadaem endereço diverso daquele para o qual obteve autorização. Ausente clandestinidade paradesenvolver atividades de telecomunicações, já que, apesar de não estar em funcionamento,possui autorização para tanto. Sendo a localização para funcionamento a única irregularidade,não há conduta penalmente imputável, trata-se de irregularidade administrativa. Entidade em viasde regularização de suas condições de operação. Princípio da subsidiariedade do direito penal.Ausência de justa causa para prosseguir na persecução penal. Homologação do arquivamento.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação doarquivamento, nos termos do voto do(a) relator(a).

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ATA DA 758ª SESSÃO DE REVISÃO PGR-00037106/2020

195. Processo: 1.35.000.001361/2019-11 - Eletrônico Voto: 6668/2019 Origem: PROCURADORIA DAREPÚBLICA -SERGIPE/ESTANCIA/ITABAIANA

Relator(a): Dr(a) JULIANO BAIOCCHI VILLA-VERDE DE CARVALHO

Ementa: Notícia de Fato instaurada em razão de ofício da 8ª Vara Cível da Comarca de Aracaju. Supostocrime contra a ordem tributária (Lei nº 8.137/90, art. 1º). Parte ré em processo, tramitando peranteaquele juízo, teria ocultado parte de sua renda, mediante declaração de renda incompatível comos gastos demonstrados nos autos. Revisão de arquivamento (LC nº 75/93, art. 62, IV). Oficiada,a Receita Federal do Brasil informou que inexistem informações de retenção em malha nemprogramação ou procedimento fiscal direcionado a denunciada. Crime de natureza material, cujatipificação depende da constituição definitiva do crédito tributário, de acordo com o Enunciado nº24 da Súmula Vinculante do Supremo Tribunal Federal. Ausência de justa causa para apersecução penal. Homologação do arquivamento com as ressalvas do art. 18 do CPP.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação doarquivamento, nos termos do voto do(a) relator(a).

196. Processo: 1.35.003.000102/2017-81 - Eletrônico Voto: 6891/2019 Origem: PROCURADORIA DAREPÚBLICA NO MUNICÍPIO DEPROPRIÁ-SE

Relator(a): Dr(a) JULIANO BAIOCCHI VILLA-VERDE DE CARVALHO

Ementa: Procedimento investigatório criminal autuado para apurar a prática de crime de apropriaçãoindébita tributária (CP, 168-A). Revisão de arquivamento (LC nº 75/93, art. 62, IV). A Delegacia daReceita Federal informou que o crédito está com a exigibilidade suspensa em virtudeparcelamento, estando o aludido parcelamento em situação de regularidade. Inexistência deprovidências concretas a serem tomadas pelo MPF enquanto perdurar a mencionada suspensão,a exemplo do que ocorre no parcelamento. Ademais, o Procurador da República oficiantedeterminou a instauração de procedimento administrativo para acompanhamento periódico dasituação. Carência de justa causa para o prosseguimento do feito. Precedente da 2ª CCR:Procedimento n° 1.24.000.001391/2015-87, julgado na Sessão n° 705, de 05/02/2018, unânime.Homologação do arquivamento, sem prejuízo do disposto no art. 18 do CPP.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação doarquivamento, nos termos do voto do(a) relator(a).

Outras deliberações(Arquivamento)

197. Processo: DPF/PHB/PI-00040/2016-INQ Voto: 7070/2019 Origem: GABPRM1-SLR - SAULOLINHARES DA ROCHA

Relator(a): Dr(a) JULIANO BAIOCCHI VILLA-VERDE DE CARVALHO

Ementa: Notícia de Fato instaurada a partir de manifestação ofertada perante a Sala de Atendimento aoCidadão para apurar suposta ocorrência de crime de estelionato ou de disposição de coisa alheiacomo própria, em virtude do relato de que mutuários selecionados pelo programa Minha CasaMinha Vida, no município de Piracuruca/PI, teriam vendido, alugado e/ou cedido os imóveis aterceiros não beneficiários. CP, art. 171 ou art. 171, § 2º, I, do CP. Promoção de arquivamento quese recebe como Declínio de Atribuições (Enunciado nº 32). Embora ilícitas do ponto de vistacontratual, tais condutas não geram prejuízos à instituição bancária federal. O patrimônio do fundoinstituído pela Lei nº 10.188/11, em especial os bens imóveis, não se confunde com o acervo daCaixa Econômica Federal, que atua apenas como agente financiador junto ao programa. Eventualprática de crime de estelionato/disposição de coisa alheia como própria em detrimento departiculares. Precedentes do STJ (AgRg no CC nº 134.009/MG, Terceira Seção, DJe 16/3/2015) eda 2ª CCR (Procedimento MPF n° 1.33.001.000151/2018-99, 717ª Sessão de Revisão, de11/6/2018; Procedimento MPF nº 1.27.000.001069/2018-99, 736ª Sessão Ordinária, 11/3/2019).Inexistência de lesão direta a bens, serviços e interesses da União ou de suas entidades.Ausência de elementos de informação capazes de justificar a atribuição do Ministério Público

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ATA DA 758ª SESSÃO DE REVISÃO PGR-00037106/2020

Federal para a persecução penal. Homologação do declínio em favor do Ministério PúblicoEstadual.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pelo recebimento dapromoção de arquivamento como declínio de atribuições ao Ministério Público Estadual.Homologação nos termos do voto do(a) relator(a).

198. Processo: JF-DF-1012782-12.2018.4.01.3400-TC - Eletrônico

Voto: 6893/2019 Origem: GABPR27-LLO - LUCIANALOUREIRO OLIVEIRA

Relator(a): Dr(a) JULIANO BAIOCCHI VILLA-VERDE DE CARVALHO

Ementa: Notícia de Fato. Possível prática do crime previsto no art. 28 da Lei nº 11.343/2006. Apreensão deaproximadamente 20 (vinte) gramas de haxixe, entorpecente que tem como princípio ativo otetrahidrocanabidiol (THC), que se encontrava com passageiro que estava em voo oriundo deGuarulhos/SP, com conexão em Brasília, e destino final a Assunção no Paraguai. O Procuradoroficiante promoveu o arquivamento com base na insignificância. Discordância do magistrado.Arquivamento que se recebe como declínio (Art. 28 do CPP c/c LC n° 75/93, art. 62, IV). Possíveldelito de porte de droga para consumo pessoal, de competência do Juizado Especial Estadual.Precedente STJ (CC 144910/MS, Rel. Min. Reynaldo Soares da Fonseca, TERCEIRA SEÇÃO,DJE 25/04/2016). Inexistência de lesão direta a bens, serviços e interesses da União ou de suasentidades. Ausência de elementos de informação capazes de justificar a atribuição do MinistérioPúblico Federal para a persecução penal. Precedente da 2ª CCR (Voto n° 7154/2017, Processo n°0000689-96.2017.4.01.4102, julgado na Sessão n° 688, de 11/09/2017, unânime). Recebimentodo arquivamento como declínio de atribuições. Prosseguimento do feito e homologação dodeclínio ao Ministério Público do Distrito Federal.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pelo recebimento dapromoção de arquivamento como declínio de atribuições ao Ministério Público Estadual.Homologação nos termos do voto do(a) relator(a).

199. Processo: 1.29.002.000366/2019-11 - Eletrônico Voto: 6846/2019 Origem: PROCURADORIA DAREPÚBLICA NO MUNICÍPIO DECAXIAS DO SUL-RS

Relator(a): Dr(a) JULIANO BAIOCCHI VILLA-VERDE DE CARVALHO

Ementa: Notícia de Fato instaurada a partir de expediente da Delegacia de Polícia Federal em Caxias doSul/RS, relatando a possível ocorrência de crime contra a organização do trabalho. De acordocom boletim de ocorrência lavrado pela Polícia Civil, no dia 26/09/2019, empregados foramimpedidos de adentrarem no local de trabalho em virtude de manifestação realizada por filiados doSindicato dos Metalúrgicos de Caxias do Sul. CP, art. 197, inc. I. Promoção de arquivamento quese recebe como Declínio de Atribuições (Enunciado nº 32). A respeito da questão, o ConselhoInstitucional do MPF, ao apreciar e acolher recurso interposto em face de decisão desta 2ª CCR,firmou entendimento no sentido de que a lesão a um restrito número de trabalhadores de umapequena empresa não tem significação para se ter como lesados interesses que cabe à Uniãoproteger e preservar, ainda mais quando a lesão não atingiu o trabalhador em sua dignidade dapessoa humana. Para o CIMPF, na linha de julgados do STF, o simples fato de haver odescumprimento de normas trabalhistas, prevendo direitos dos trabalhadores, não configura ocrime a ponto de deslocar a competência para a Justiça Federal (NF nº 1.24.000.000526/2016-78,unânime, 4ª Sessão Ordinária, 10/05/2017). Competência da Justiça Federal para processar ejulgar os crimes contra a organização do trabalho quando tenham por objeto a organização geraldo trabalho ou direitos dos trabalhadores coletivamente considerados. Inexistência de elementosde informação capazes de legitimar a atribuição do Ministério Público Federal para persecuçãopenal. Homologação do declínio ao Ministério Público Estadual.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pelo recebimento dapromoção de arquivamento como declínio de atribuições ao Ministério Público Estadual.Homologação nos termos do voto do(a) relator(a).

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ATA DA 758ª SESSÃO DE REVISÃO PGR-00037106/2020

200. Processo: 1.30.001.001128/2019-12 - Eletrônico Voto: 6760/2019 Origem: PROCURADORIA DAREPÚBLICA - RIO DE JANEIRO

Relator(a): Dr(a) JULIANO BAIOCCHI VILLA-VERDE DE CARVALHO

Ementa: Notícia de Fato. Possível crime descrito no art. 171, § 3º, do CP. Suposto abertura de conta-corrente na Caixa Econômica Federal CEF com o intuito de realizar fraudes, utilizando-se osagentes criminosos de transferências bancárias. O Procurador oficiante promoveu o arquivamentocom base na falta de interesse persecutório a justificar a continuidade das investigações.Recebimento do arquivamento como declínio de atribuições (Enunciado nº 32 da 2ª CCR).Informação da CEF de que foi comunicada pelo Banco Santander da utilização da referida conta-corrente para cometer fraudes e da realização de duas transferências fraudulentas, entretanto,consignou a Instituição bancária que não houve prejuízos para o seu patrimônio, mas somenteentre particulares titulares da conta. Inexistência de elementos que denotem ofensa a bens,serviços ou interesse federal. Fatos narrados que podem configurar possível crime de estelionatoentre particulares. Homologação do declínio em favor do Ministério Público Estadual.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pelo recebimento dapromoção de arquivamento como declínio de atribuições ao Ministério Público Estadual.Homologação nos termos do voto do(a) relator(a).

Dra. MÁRCIA NOLL BARBOZA

Nos processos de relatoria da Dr.ª MÁRCIA NOLL BARBOZA participaram da votação a Dr.ª Mônica NicidaGarcia, titular do 2º Ofício, e o Dr. Juliano Baiocchi Villa-Verde de Carvalho, titular do 3º Ofício.

ORIGEM JUDICIAL

NÃO PADRÃO

201. Processo: JF-DF-1009815-57.2019.4.01.3400-RPCR - Eletrônico

Voto: 6661/2019 Origem: JUSTIÇA FEDERAL -SEÇÃO JUDICIÁRIA DO DISTRITOFEDERAL

Relator(a): Dr(a) MARCIA NOLL BARBOZA

Ementa: Inquérito policial. Possível prática do crime de uso de documento falso (CP, art. 304).Representação encaminhada pela Receita Federal noticiando a existência de divergências emdocumentos apresentados por representante legal de empresa privada em processo dehabilitação para operação no comércio exterior, no período de 07/08/2014 a 22/10/2014. O pedidorestou indeferido pelo órgão fazendário. A Procuradora oficiante promoveu o arquivamentoconsiderando a inexistência de elementos aptos a comprovar o conhecimento do investigado arespeito da falsidade do documento. Discordância do magistrado (CPP, art. 28). Verifica-se dosautos que o representante legal da empresa investigada apontou o contador como o responsávelpela confecção dos documentos, enquanto este afirmou que a documentação foi preparada combase em informações prestadas pela empresa. Após acareação entre os envolvidos, as versõesforam mantidas, restando imprecisa a autoria da falsificação. Do mesmo modo, não foi possívelcolher elementos que indiquem que o representante legal da empresa tinha conhecimento dafalsidade dos documentos utilizados. Fatos ocorridos em 2014. Incidência da Orientação n°26/2016 da 2ª CCR. Insistência no arquivamento.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação doarquivamento, nos termos do voto do(a) relator(a).

202. Processo: JF/FS/BA-0001038-97.2019.4.01.3304-INQ

Voto: 6699/2019 Origem: SUBSEÇÃO JUDICIÁRIAFEDERAL DE FEIRA DESANTANA/BA

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ATA DA 758ª SESSÃO DE REVISÃO PGR-00037106/2020

Relator(a): Dr(a) MARCIA NOLL BARBOZA

Ementa: Inquérito Policial. Possível prática do crime de estelionato previdenciário, consistente no saque debenefício previdenciário após o óbito do titular, em 09/07/2015. CP, art. 171, §3º. Segundo consta,a neta da beneficiária afirmou que os saques teriam sidos realizado pela companheira do seu pai,nora da falecida. O Procurador oficiante, considerando o depoimento da representada de que ossaques teriam sido realizados pelo filho da beneficiária, falecido em 19/09/2017, promoveu oarquivamento com base na extinção da punibilidade do agente. Discordância do magistrado, queressaltou a possibilidade de realizar mais diligências. CPP, art. 28. A representante não forneceunenhum elemento concreto capaz de corroborar suas alegações, limitando-se a atribuir a autoria àrepresentada, fato que não se mostra suficiente para embasar uma eventual denúncia pelo MPF.Ouvida, a representada esclareceu que seu esposo era o responsável pelos cuidados com a mãee que, por essa razão, efetuava o saque do benefício previdenciário. O último saque teria ocorridono ano de 2016 e, até o presente momento, as únicas informações sobre os fatos são as versõescontraditórias da representante e representada, sendo certo que o prosseguimento dasinvestigações para colheita de novas declarações não se mostra medida frutífera. A versãoapresentada pela investigada se mostra crível, já que habitualmente os filhos assumem asfinanças dos pais idosos e doentes. Inexistência de justa causa para o prosseguimento dapersecução penal. Falecimento do suspeito pela prática do crime. Extinção da punibilidade (CP,art. 107, I). Insistência no arquivamento.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação doarquivamento, nos termos do voto do(a) relator(a).

203. Processo: JF/PR/CAS-5001053-54.2016.4.04.7005-IP - Eletrônico

Voto: 6633/2019 Origem: JUSTIÇA FEDERAL -SUBSEÇÃO JUDICIÁRIA DECASCAVEL

Relator(a): Dr(a) MARCIA NOLL BARBOZA

Ementa: Inquérito policial. Possível prática do crime de falsidade ideológica (CP, art. 299). Notícia de que oinvestigado teria apresentado Declarações de Imposto de Renda com dados falsos, em nome dossobrinhos, nos anos de 2004 a 2012. A Procuradora oficiante promoveu o arquivamento porentender ausente indícios concretos de autoria. Discordância do magistrado (CPP, art. 28).Denota-se dos autos que o investigado, embora intimado, não compareceu ao interrogatório.Embora os sobrinhos tenham prestado declarações coordenadas a respeito da responsabilidadedo tio, não há nos autos indícios concretos que o aponte como autor das declarações. ODelegado Federal, ao relatar o feito, informou que, embora a Receita Federal tenha cedido os IP'sde onde partiram as declarações, não foi possível identificar a origem das transmissões.Ultrapassados mais de 7 (sete) anos da data dos fatos, a versão dos sobrinhos é o únicoelemento capaz de apontar a autoria do crime, sem qualquer outro elemento concreto capaz decorroborar as declarações. Inexistência de diligências úteis que possam alterar o panoramaprobatório atual e que justifiquem o prosseguimento das investigações. Carência de justa causa.Insistência no arquivamento.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação doarquivamento, nos termos do voto do(a) relator(a).

204. Processo: JF/PR/CAS-5005652-31.2019.4.04.7005-APN - Eletrônico

Voto: 6759/2019 Origem: JUSTIÇA FEDERAL -SUBSEÇÃO JUDICIÁRIA DECASCAVEL

Relator(a): Dr(a) MARCIA NOLL BARBOZA

Ementa: Ação Penal. Denúncia oferecida contra a responsável de menor que foi flagrada transportandomedicamentos de procedência estrangeira e sem registro no órgão de vigilância sanitária.Segundo consta, policiais rodoviários federais, durante fiscalização de rotina, apreenderam emônibus de turismo 3 (três) bolsas com grande quantidade de medicamentos em nome depassageira, à época, menor de idade, que viajava acompanhada de sua representante legal. Aprocuradora oficiante ofereceu denúncia contra a referida responsável pela prática do crime

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ATA DA 758ª SESSÃO DE REVISÃO PGR-00037106/2020

previsto no art. 273, § 1º-B, I, II, e V do CP, na modalidade omissiva imprópria, uma vez que suaomissão possibilitou que a menor transportasse medicamentos e anabolizantes proibidos emterritório nacional. Em relação à possível prática do crime de corrupção de menores (art. 244-B doECA), sustentou a Procuradora oficiante que o crime do art. 273, § 1º-B, I, II, e V do CP, foipraticado na modalidade omissiva imprópria, a qual é incompatível com os delitos formais, como éo caso do art. 244-B do ECA. A Juíza Federal recebeu a denúncia em relação ao art. 273, §1º-B, I,II e V do CP e, considerando a existência de indícios de autoria e materialidade, discordou doarquivamento em relação ao art. 244-B do ECA. CPP, art. 28. Conforme se extrai dosdepoimentos acostados aos autos, após receber a oferta de um homem desconhecido paratransporte de uma bagagem que estaria cheia de brinquedos, a menor dirigiu-se à denunciada e aavisou sobre o fato, momento em que a denunciada apenas etiquetou as sacolas com o nome damenor. Não há elementos que indiquem que a denunciada conhecesse o homem que fez a ofertapelo transporte da bagagem ou que tivesse conhecimento do conteúdo das sacolas e, por essarazão, tenha adotado postura ativa visando corromper ou facilitar a corrupção da menor. Extrai-seapenas que a denunciada agiu de modo negligente em relação a menor, tanto que foi justamenteseu comportamento omisso que gerou a denúncia pelo art. 273, §1º-B, I, II e V do CP, namodalidade omissiva imprópria. Também não há nos autos outros elementos que possamcontrariar as versões apresentadas pelas envolvidas de modo a indicar a prática do crime decorrupção de menores. Insistência no arquivamento.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação doarquivamento, nos termos do voto do(a) relator(a).

205. Processo: JF/PR/GUAI-5001803-15.2019.4.04.7017-APN - Eletrônico

Voto: 6629/2019 Origem: JUSTIÇA FEDERAL -SUBSEÇÃO JUDICIÁRIA DEGUAÍRA

Relator(a): Dr(a) MARCIA NOLL BARBOZA

Ementa: Inquérito Policial. Possível prática do crime de ameaça contra policial federal durante condução deinvestigado preso em flagrante. CP, art. 147. O Procurador oficiante promoveu o arquivamento dosautos considerando a decadência do direito da vítima à representação, já que transcorridos maisde seis meses desde a data em que soube quem era o autor do crime, sem que tenhamanifestado expressamente a intenção de que o ora acusado fosse processado pelo referidodelito. Discordância do magistrado. Remessa dos autos com fundamento no art. 28 do CPP.Conforme ressaltado pelo magistrado, consta do auto de prisão em flagrante que a vítima docrime (policial) conduziu o réu no flagrante e descreveu toda a situação ocorrida, com informaçõesespecíficas acerca de sua conduta e, após, o réu assinou a nota de culpa, na qual constouexpressamente o art. 147 do Código Penal. Conforme entendimento do STJ, a representação, noscrimes de ação penal pública condicionada, não exige maiores formalidades, sendo suficiente ademonstração inequívoca de que a vítima tem interesse na persecução penal. Dessa forma, nãohá necessidade de que exista nos autos peça processual com esse título, sendo suficiente que avítima ou seu representante legal leve aos conhecimentos das autoridades o ocorrido (AgRg noAREsp 1478850/SC, Rel. Ministro Reynaldo Soares da Fonseca, Quinta Turma, julgado em25/06/2019, DJe 05/08/2019). Não consta dos autos informação de que a vítima tenha retirado arepresentação. Necessidade de prosseguimento das investigações. Não homologação doarquivamento e designação de outro membro do Ministério Público Federal para dar continuidadeà persecução penal.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela não homologação dearquivamento, nos termos do voto do(a) relator(a).

206. Processo: JF-RJ-5038099-52.2018.4.02.5101-INQ - Eletrônico

Voto: 6747/2019 Origem: JUSTIÇA FEDERAL -SEÇÃO JUDICIÁRIA DO ESTADODO RIO DE JANEIRO

Relator(a): Dr(a) MARCIA NOLL BARBOZA

Ementa: Inquérito Policial instaurado para apurar a prática do crime de tráfico internacional deentorpecentes(art. 33 c/c art. 40, I, da Lei nº 11.343/06), tendo em vista apreensões, em datas

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ATA DA 758ª SESSÃO DE REVISÃO PGR-00037106/2020

distintas, pela Receita Federal, no Aeroporto Internacional do Rio de Janeiro, de encomendascontendo material entorpecente (ecstazy), remetida da Holanda. A Procuradora oficiantepromoveu o arquivamento considerando a inexistência de elementos que possam indicar a autoriado crime. Discordância do magistrado, com fundamento na necessidade de aprofundamento dasinvestigações. CPP, art. 28. Verifica-se dos autos que o suposto remetente da encomenda nãoconsta nos bancos de dados da INTERPOL. A destinatária da encomenda foi ouvida e negouenvolvimento com o fato, informando que residiu no endereço constante da encomenda até o anode 2010. Não foi apurado nenhum elemento probatório que demonstrasse a ligação dadestinatária com a encomenda. Fatos ocorridos em 2014, sem que nenhuma circunstância novatenha sido apresentada. Ausência de linha investigatória potencialmente idônea. Orientação n°26/2016 da 2ª CCR. Insistência no arquivamento.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação doarquivamento, nos termos do voto do(a) relator(a).

207. Processo: JFRS/SLI-5002529-13.2019.4.04.7106-RPCR - Eletrônico

Voto: 6918/2019 Origem: JUSTIÇA FEDERAL DORIO GRANDE DO SUL -SUBSEÇÃO JUDICIARIA DESANTANA DO LIVRAMENTO

Relator(a): Dr(a) MARCIA NOLL BARBOZA

Ementa: Notícia de Fato instaurada a partir de representação ofertada pela Procuradoria Seccional Federalem Uruguaiana/RS para apurar possível prática dos crimes descritos nos arts. 171, § 3º e 313-Ado CP em virtude da concessão fraudulenta do benefício de salário-maternidade pela entãoservidora do INSS I.M.M.R. em favor da segurada L.A.C.. Manifestação do MPF peloarquivamento do feito mediante o entendimento de ocorrência da prescrição da pretensão punitivaquanto ao crime do art. 171, § 3º, e da ausência do interesse de agir quanto ao delito do art. 313-A, ambos do CP. Discordância do Juízo da 2ª Vara Federal de Santana do Livramento/RS quantoao ilícito previsto no art. 313-A do CP, imputado à investigada I.M.M.R., por entender que o fatoem apreço não restou fulminado pela prescrição. Aplicação do art. 28 do CPP c/c art. 62, inc. IV,da LC nº 75/93. A 2ª Câmara de Coordenação e Revisão firmou entendimento pelo não cabimento"do reconhecimento da extinção da punibilidade pela prescrição, considerando a pena emperspectiva, por ferir os primados constitucionais do devido processo legal, da ampla defesa e dapresunção de inocência" (Enunciado nº 28). No mesmo sentido, a Súmula nº 438 do STJ: "Éinadmissível a extinção da punibilidade pela prescrição da pretensão punitiva com fundamento empena hipotética, independentemente da existência ou sorte do processo penal". No presente caso,a concessão do benefício ocorreu em 24/02/2005 pela então servidora. Logo, tendo em vista odisposto no art. 109, III,do CP, que estabelece a prescrição em 16 (dezesseis) anos para o delitocuja pena máxima é superior a 8 (oito) e não excede a 12 (doze) anos de reclusão, verifica-se quea extinção da punibilidade pela prescrição da pretensão punitiva somente ocorrerá em fevereirode 2021. Designação de outro membro do Ministério Público Federal para prosseguir napersecução penal.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela não homologação dearquivamento, nos termos do voto do(a) relator(a).

208. Processo: JF/SP-0001627-37.2019.4.03.6181-PCD

Voto: 6517/2019 Origem: JUSTIÇA FEDERAL -SEÇÃO JUDICIÁRIA DO ESTADODE SÃO PAULO/SP

Relator(a): Dr(a) MARCIA NOLL BARBOZA

Ementa: Procedimento Investigatório. Possível crime tipificado no art. 241-A, da Lei nº 8.069. Divulgaçãode imagem de cunho sexual envolvendo criança/adolescente em grupo de conversas no aplicativoWhatsapp. Promoção de arquivamento fundada na ausência de indícios de materialidade.Discordância do magistrado. Aplicação do art. 28 do CPP. O Núcleo Técnico de Combate aosCrimes Cibernéticos do MPF/SP realizou análise e coleta de dados e obteve o possível nome e oe-mail do responsável pelo grupo, além de outras redes sociais em que o grupo seria divulgado.Verificou-se que o link de acesso para o referido grupo é compartilhado por meio de site público,

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ATA DA 758ª SESSÃO DE REVISÃO PGR-00037106/2020

funcionando como um convite a quem tenha interesse em obter fotos/vídeos de cunhopornográfico. As imagens contidas no site não fazem referência ao material que é compartilhadono grupo, tratando-se de possíveis propagandas de direcionamento a outros sites de materialpornográfico sem relação com o apurado nos presentes autos. Assim, considerando que nãoforam realizadas diligências visando à obtenção dos materiais compartilhados no grupo,necessário o prosseguimento das investigações para eventual acesso ao grupo e aos materiaisque ali são compartilhados, bem como, conforme salientado pela assessoria técnica do MPF/SP, aidentificação do dono do site através da quebra telemática de seu e-mail. Arquivamentoprematuro. Necessidade de se proceder a uma apuração mais aprofundada dos fatos.Designação de outro membro do Ministério Público Federal para prosseguir nas investigações.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela não homologação dearquivamento, nos termos do voto do(a) relator(a).

209. Processo: JF/SP-0007377-20.2019.4.03.6181-INQ

Voto: 6673/2019 Origem: JUSTIÇA FEDERAL -SEÇÃO JUDICIÁRIA DO ESTADODE SÃO PAULO/SP

Relator(a): Dr(a) MARCIA NOLL BARBOZA

Ementa: INQUÉRITO POLICIAL. POSSÍVEL CRIME CONTRA A ORDEM TRIBUTÁRIA (LEI 8.137/90).PROMOÇÃO DE ARQUIVAMENTO FUNDADA NA AUSÊNCIA DE POTENCIALIDADE LESIVA.DISCORDÂNCIA DO MAGISTRADO. CPP, ART. 28. O PROCEDIMENTO DE CRUZAMENTO DEINFORMAÇÕES ADOTADO PELA RECEITA FEDERAL NÃO RETIRA A POTENCIALIDADELESIVA DA CONDUTA. NÃO HOMOLOGAÇÃO DO ARQUIVAMENTO. 1. Inquérito policialinstaurado a partir de Representação Fiscal para Fins Penais encaminhada pela Receita Federalinformando que o representante legal de empresa privada, utilizando-se de interpostas pessoas,buscou eximir-se do pagamento dos tributos devidos com a tentativa de blindagem patrimonial,simulando alterações no contrato social. Além disso, consta da representação que o investigadoteria apresentado Declaração De Rendimentos Da Pessoa Jurídica DIPJ, referente ao ano-calendário de 2010, com receita zerada. Contudo, em Declaração de Informações sobreMovimentação Financeira DIMOF referente ao mesmo ano, a empresa indicou o valor de R$82.631.033,05, o que gerou a constituição de crédito tributário no valor de R$ 25.900.899,52, em28/01/2016. Possível crime contra a ordem tributária (Lei 8.137/90). 2. O Procurador oficiantepromoveu o arquivamento considerando que a apresentação de qualquer declaração fiscalcaracteriza-se insofismavelmente como uma obrigação tributária acessória ou secundária, emface da qual o fisco costuma operar o tipo de lançamento (de natureza mista, ou homologação)previsto no art. 147 do cód. trib. nacional. Acrescentando, ainda, que a primeira declaração, ouseja, a dipj zerada, quando necessariamente contrastada pelo teor da dimof em referência, tinhauma potencialidade lesiva nula, situação essa que impede em definitivo que se fale aqui em crimede sonegação com base no teor de tal dipj 3. Discordância do magistrado. CPP, art. 28. 4. A meracircunstância de a Receita Federal ter detectado a falsidade das declarações prestadas pelainvestigada com base no sistema de cruzamento de informações não retira a potencialidade lesivada conduta, tanto que a falsidade das operações desencadeou fiscalização e constituiçãodefinitiva de crédito tributário. 5. Não homologação do arquivamento e designação de outromembro do Ministério Público Federal para dar continuidade às investigações.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela não homologação dearquivamento, nos termos do voto do(a) relator(a).

ORIGEM INTERNA

NÃO PADRÃO

210. Processo: DPF/AM-00543/2014-INQ Voto: 6769/2019 Origem: GABPRM2-VAFB -VINICIUS ALEXANDRE FORTESDE BARROS

Relator(a): Dr(a) MARCIA NOLL BARBOZA

Ementa: INQUÉRITO POLICIAL. EXPORTAÇÃO DE DIAMANTES SEM REGISTRO NO SISCOMEX.

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ATA DA 758ª SESSÃO DE REVISÃO PGR-00037106/2020

DESCAMINHO (CP, ART. 334). CONFLITO DE ATRIBUIÇÕES (ART. 62,VII, DA LC nº 75/93).INVESTIGAÇÃO QUE TRAMITOU DURANTE 6 ANOS NA POLÍCIA FEDERAL DE MANAUS.INEXISTÊNCIA DE ELEMENTOS QUE INDIQUEM RELAÇÃO DOS INVESTIGADOS COM OESTADO DO MATO GROSSO. CONVENIÊNCIA DA INVESTIGAÇÃO. ATRIBUIÇÃO DOSUSCITADO. 1. Trata-se de Inquérito Policial instaurado para apurar a prática do crime dedescaminho (CP, art. 334), tendo em vista a notícia encaminhada pelo Departamento Nacional deProdução Mineral DNPM informando que empresa sediada em Manaus/AM teria exportadodiamantes brutos à Suíça, em 17/10/2013, sem o devido registro da operação no SistemaIntegrado de Comércio Exterior - SISCOMEX. 2. Verifica-se dos autos que o IPL foi instaurado em27/08/2014 perante a Polícia Federal em Manaus e, até então, foram realizadas diversasdiligências visando a elucidação dos fatos. 3. O Procurador oficiante na PR/AM promoveu odeclínio de atribuições à PRM-Juína/MT, em razão da informação de que os diamantes remetidosilegalmente ao exterior são originários de duas áreas de garimpo situadas em Juína/MA sendocerto que foi lá que ocorreu a remessa de diamantes aqui investigada. Acrescentou, por fim, queno Mato Grosso também foi solicitada pela empresa a expedição dos certificados necessários àexportação dos diamantes. 4. Ao receber os autos, o Procurador oficiante na PRM-Juína/MTsuscitou o presente conflito de atribuições, considerando que, na verdade, os diamantes teriamsido encaminhados ao exterior da cidade de Manaus/AM. 5. Revisão do conflito de atribuições(art. 62,VII, da LC nº 75/93) 6. Verifica-se dos autos que a empresa ora investigada, sediada emManaus/AM, requereu ao DNPM, à época, emissão do Certificado do Processo de KimberleyCPK (sistema de certificação para o comércio internacional de diamantes em bruto) para fins deexportação para a Suíça de um lote de diamantes brutos originários do Mato Grosso. Após otrâmite o certificado foi emitido em 24/09/2013. 7. Em contato com as autoridades, suíças foiconfirmado o recebimento do respectivo CPK. Contudo, não foi localizado qualquer registro dotrâmite no SISCOMEX, fato que gerou a ilusão dos tributos incidentes sobre a operação. 8.Segundo se depreende das informações dos autos, não há certeza sobre a origem dosdiamantes, visto que, ao que indica, todas as informações prestadas pela empresa ao DNPM paraa obtenção do certificado de exportação parecem falsas. Surgiu, então, a suspeita de que o sócio-administrador venezuelano que atuou como requerente do certificado buscou legalizar e exportardiamantes provenientes ilicitamente da Venezuela, legalizando-os por meio de um CPK emitido noBrasil. De acordo com o DNPM a operação ora em análise foi a única realizada pela empresa. 9.Observa-se que não houve apreensão dos produtos e que inexistem registros concretos queevidenciem com precisão o local em que estes foram postados. O DNPM juntou aos autos um e-mail encaminhado pelo importador suíço, no qual se verifica a indicação da empresa sediada emManaus como a remetente do produto. 10. Assim, embora haja indícios de que a empresa sediadaem Manaus seja de fachada, parte de seus sócios lá residem, sendo certo que, além da possívelinformação falsa de que os diamantes teriam sido garimpados em Juína-MT, não há outroselementos que relacionem os investigados ao referido município, tanto que toda a investigaçãocorreu na Polícia Federal em Manaus sem grandes percalços. Por fim, verifica-se que parte dosrepresentantes legais da empresa investigada também residem em Manaus/AM. 11. Acontinuidade das investigações pela Polícia Federal em Manaus e pela PR/AM, como tem sidofeita desde o ano de 2014, facilitarão a colheita de provas, atendendo aos critérios de utilidade,eficiência e efetividade da persecução penal. 12. Atribuição do suscitado.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela atribuição dosuscitado, nos termos do voto do(a) relator(a).

211. Processo: JF/PR/FOZ-5002076-39.2019.4.04.7002-QUEBSIG -Eletrônico

Voto: 6924/2019 Origem: GABPRM7-DJSS - DANIELDE JESUS SOUSA SANTOS

Relator(a): Dr(a) MARCIA NOLL BARBOZA

Ementa: Procedimento criminal instaurado a partir de representação da autoridade policial ofertada com afinalidade de obter autorização de interceptação de comunicações telefônicas e de dados, tendoem vista a existência de fortes indícios de que um grupo criminoso, supostamente baseado emSanta Terezinha do Itaipu/PR, vem habitualmente praticando os crimes descritos nos arts. 334-Ado CP, 56 da Lei nº 9.605/98 e 15 da Lei nº 7.802/89. O Tribunal Regional Federal da 4ª Região,ao dirimir conflito negativo de competência suscitado pelo Juízo Federal de Toledo/PR, determinou

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ATA DA 758ª SESSÃO DE REVISÃO PGR-00037106/2020

caber ao Juízo da 3ª Vara Federal de Foz do Iguaçu a competência para o processo e julgamentodo feito, ao menos na fase incipiente em que se encontram as investigações, sem prejuízo defutura declinação caso confirmada a existência de conexão com inquéritos ou ações penais emandamento em Cascavel ou Toledo. Retornando os autos ao Juízo da 3ª Vara Federal de Foz doIguaçu, a autoridade policial aditou a representação inicial (evento 01), promovendo a juntada dediversas informações policiais por meio das quais foram acostados ao feito novos elementosprobatórios colhidos a partir da continuidade das investigações. Dentre as informações policiaisdestacou-se o teor da Informação nº 023/2019 (evento 30, INF2), consistente na análise do RIF nº40303.2.6593.8822, oriundo do COAF, do qual foram extraídos elementos indicativos da práticado crime de lavagem de dinheiro, em tese, atribuída aos investigados, notadamente por R.V.N.,suposto líder da organização criminosa investigada, e por sua esposa G.K., em nome da qual estáregistrada a empresa K.T. EIRELLI (nome de fantasia K.T.) mediante o uso das contas bancáriasda referida empresa. Diante dos novos elementos de prova, aquele Juízo declinou de suacompetência para apreciar o presente feito, bem como o respectivo IPL nº 164/2019 (5002046-04.2019.404.7002) em favor de uma das Varas Federais da Subseção Judiciária de Curitiba/PR,competente por distribuição nos casos de crimes de lavagem de dinheiro, nos termos do art. 2º, II,da Resolução nº 43/2019 do TRF da 4ª Região. Ao receber os autos, o Procurador oficiante naPR/PR determinou a manutenção da distribuição do presente feito e do inquérito correlato à PRMde Foz do Iguaçu ao argumento de que a PR no Paraná não conta com ofício especializado nosdelitos de lavagem de ativos. Daí o presente Conflito de Atribuições suscitado pelo Procuradoroficiante na PRM de Foz do Iguaçu, aduzindo que a sua atribuição é para atuar perante aSubseção Judiciária de Foz do Iguaçu enquanto a Procuradoria da República no Paraná, sediadaem Curitiba/PR, detém atribuição para oficiar perante a Justiça Federal instalada na Capital. Autosremetidos a este Colegiado, nos termos do art. 62, VII, da LC nº 75/93. Análise do Conflito deAtribuições. Com razão o Procurador suscitante. A partir do momento em que o Juízo Federal deFoz do Iguaçu declinou de sua competência em favor de Juízo especializado na SubseçãoJudiciária de Curitiba, esgotou-se a atribuição daquela PRM. A Procuradoria da República noParaná é que possui atribuição criminal plena para atuar perante a Justiça Federal emCuritiba/PR. A investigação agora gira em torno de suposta prática do crime de lavagem de ativose, conforme as regras de competência jurisdicional da Seção Judiciária do Paraná, deverá tertrâmite perante Vara Especializada de Curitiba. Malgrado a PR/PR ainda não conte com ofíciosespecializados na apuração de crimes contra o sistema financeiro nacional e de lavagem dedinheiro praticados por organização criminosa, não havendo regramento ou especialização deofícios, tal qual ocorre na PR/RS, a atribuição para atuar perante a Justiça Federal em Curitibacabe aos membros do MPF lotados na Procuradoria da República no Paraná. Não há se falar emofensa ao promotor natural. O Juízo Federal competente, no caso, é a Vara Especializada deCuritiba e a atribuição para oficiar perante tal Juízo, mesmo não havendo regramento oudesignação especial, é de membro do MPF oficiante na PR/PR. Nesse contexto, a concentraçãoda apuração de tais crimes na Justiça Federal em Curitiba encontra-se bem justificada naResolução nº 42, de 26/04/2019, do TRF da 4ª Região, ao considerar que "a especialização é umato de máxima relevância para aprimorar a prestação jurisdicional, com notável incremento naqualidade e celeridade, inclusive constituindo uma das recomendações do Conselho da JustiçaFederal". Tal desiderato se verifica também no âmbito ministerial. Aos órgãos de persecução sefaz relevante a proximidade com o órgão jurisdicional de modo a tornar a investigação e aconsequente ação penal útil, célere e eficiente. Eventualmente, a realização de diligências deapuração dos ilícitos é que pode ficar a cargo da autoridade policial próxima ao local dos fatos, nocaso, a Delegacia de Polícia Federal em Foz do Iguaçu/PR. Conhecimento do presente conflitonegativo de atribuições e, no mérito, por sua procedência para reconhecer a atribuição daProcuradoria da República no Paraná para oficiar presente feito, bem como no respectivo IPL nº164/2019 (Autos nº 5002046-04.2019.404.7002).

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela atribuição dosuscitado, nos termos do voto do(a) relator(a).

212. Processo: PR/SP-3000.2017.002291-7-INQ Voto: 6663/2019 Origem: GABPR24-FEG - FABIOELIZEU GASPAR

Relator(a): Dr(a) MARCIA NOLL BARBOZA

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Ementa: INQUÉRITO POLICIAL. OBTENÇÃO DE FINANCIAMENTO MEDIANTE FRAUDE. NÃOLOCALIZAÇÃO DOS BENS FINANCIADOS. CONFLITO DE ATRIBUIÇÕES (ART. 62,VII, DA LCnº 75/93. OBTENÇÃO DE FINANCIAMENTO PARA AQUISIÇÃO DE BENS ESPECÍFICOS.CRIME CONTRA O SISTEMA FINANCEIRO NACIONAL. ATRIBUIÇÃO DO PROCURADORSUSCITADO. OFÍCIO ESPECIALIZADO. 1. Inquérito Policial instaurado a partir de representaçãoda Caixa Econômica Federal - CEF noticiando que representantes legais de empresa privadateriam formulado contrato de financiamento para obtenção de maquinário específico e que, após oinadimplemento, vistoria permitiu constatar que os bens não foram adquiridos. O investigadoinformou que os bens teriam sido locados, mas, mesmo após pedido da empresa pública, nãohouve comprovação da existência ou localização dos bens. Os contratos foram nos valores de R$167.040,00 e R$ 700,000,00. 2. Além da referida irregularidade, também foi constatado odesconto de título inidôneo pela CEF. 3. O Procurador oficiante no 19º Ofício Criminal da PR/SPpromoveu o declínio de atribuições a um dos ofícios especializados em crimes contra o sistemafinanceiro nacional, por considerar que o financiamento tratado nos autos foi obtido mediantefraude e que as demais condutas praticadas pela empresa também deveriam ser analisadas peloofício especializado. 4. O Procurador oficiante no 5º Ofício Criminal da PR/SP devolveu os autosao 19º Ofício Criminal, aduzindo que, no caso, não haveria elementos indicadores da prática decrime contra o sistema financeiro nacional. 5. Conflito de atribuições suscitado pelo 19º OfícioCriminal da PR/SP (art. 62, VII, da LC nº 75/93). 6. A jurisprudência do STJ é no sentido de que"para a configuração do delito descrito no art. 19 da Lei n. 7.492/86, basta a obtenção, mediantefraude, de financiamento em instituição financeira com destinação específica dos valores obtidos"(CC 167.315/PR, Terceira Seção, DJe 06/09/2019). 7. No caso em análise, extrai-se darepresentação da Caixa Econômica Federal - CEF que os valores liberados à empresainvestigada eram destinados à compra de bens específicos, supostamente ligados à atividade daempresa. 8. Assim, como a operação de crédito tinha destinação específica, a conduta envolvepotencial crime contra o sistema financeiro nacional capitulado no art. 19 da Lei n. 7.492/86. 9.Atribuição do Procurador da República suscitado.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela atribuição dosuscitado, nos termos do voto do(a) relator(a).

213. Processo: 1.00.000.022346/2019-21 Voto: 6851/2019 Origem: PROCURADORIA DAREPÚBLICA - PARANA

Relator(a): Dr(a) MARCIA NOLL BARBOZA

Ementa: Inquérito Policial instaurado para apurar possível prática do crime previsto no art. 337-A, I, do CP,tendo em vista que os administradores de determinada empresa do ramo de segurança evigilância teriam reduzido o pagamento de contribuições sociais previdenciárias, gerando umdébito fiscal no valor de R$ 3.705.014,59. Devolução dos autos à autoridade policial para arealização da oitiva de J.G., no prazo de 60 dias. Registro de que foi remetida cópia dos autos aoMinistério Público do Estado do Paraná para adoção de medidas cabíveis quanto à possívelprática do crime descrito no art. 299 do CP por parte de R.Q., que, apesar de figurar como sócio-administrador da empresa investigada desde a sua constituição, somente passou a integrar oquadro societário em 13/02/2015 (6ª Alteração de Contrato Social). Conflito Negativo de Atribuiçãosuscitado pela 1ª Promotoria de Justiça de Prevenção e Persecução Penal do Foro Central daComarca da Região Metropolitana de Curitiba/PR por vislumbrar, na hipótese, eventual consunçãono que toca à conduta tipificada no art. 299 do CP, especialmente porque o suposto fim de agir nocaso em tela seria dirigido à supressão ou redução de tributos ou de contribuição previdenciária.Apontou, ainda, a competência da Justiça Federal em razão da ocorrência de conexão objetivaou até mesmo instrumental -, de maneira a impossibilitar o deslocamento da apuração para oâmbito estadual. Revisão de declínio de atribuições (Enunciado nº 33). Assiste razão àProcuradora da República oficiante. Para analisar a aplicabilidade do princípio da consunção,deve ser aferida a potencialidade lesiva dos ilícitos praticados, na esteira de entendimento do STJconsolidado na Súmula nº 17 (Quando o falso se exaure no estelionato, sem mais potencialidadelesiva, é por este absorvido). No presente caso, ao que se tem, a documentação ideologicamentefalsa é apta a possibilitar a prática de vários outros delitos, de sorte que a potencialidade lesivanão se esgotaria em uma suposta sonegação fiscal ou previdenciária. Assim, diante dapermanência da potencialidade lesiva do falso, já que a referida alteração contratual poderia ser

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utilizada em qualquer outro negócio jurídico ou mesmo para a execução de outras infraçõespenais, não há que se cogitar da incidência do princípio da consunção, ao menos não nesta fase,em que prevalece o princípio in dubio pro societate. De outro lado, o declínio quanto à eventualocorrência do crime previsto no art. 299 do CP encontra amparo no Enunciado nº 62 desta 2ªCCR: Não é da atribuição do Ministério Público Federal a persecução penal relativa aos crimes defalsidade documental praticados perante Junta Comercial, por não ofenderem diretamente bens,serviços ou interesse da União ou de suas entidades autárquicas ou empresas públicas. Conexãonão evidenciada. Carência de elementos de informação capazes de legitimar a atribuição doMinistério Público Federal para persecução no tocante a eventual crime de falsidade ideológica.Homologação, por este órgão colegiado, do declínio de atribuições ao Ministério Público Estadual.Configurado o conflito de atribuições entre o Ministério Público Federal e o Ministério PúblicoEstadual, a ser dirimido pelo Procurador-Geral da República, conforme preconizado na Tese nº 7da Edição nº 1 do Informativo de Teses Jurídicas da PGR e em precedentes do STF (ACO nos1585, 1672, 1678, 1717 e 2225). Encaminhamento dos autos ao Exmo. Sr. Procurador-Geral daRepública.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação dodeclínio e remessa dos autos ao Exmo. Sr. Procurador-Geral da República, a quem cabe dirimir opresente conflito de atribuições, nos termos do voto do(a) relator(a).

214. Processo: 1.15.000.002877/2019-75 - Eletrônico Voto: 7052/2019 Origem: PROCURADORIA DAREPÚBLICA NO MUNICÍPIO DEUNIÃO DA VITÓRIA

Relator(a): Dr(a) MARCIA NOLL BARBOZA

Ementa: Notícia de Fato instaurada no âmbito da PR/CE para apurar possível prática do crime dedescaminho (CP, art. 334, § 1º, III), em virtude da apreensão de mercadorias estrangeirasdesprovidas de documentação comprobatória da sua regular importação, ocorrida na data de25/09/2018, durante fiscalização da Receita Federal do Brasil no Centro de Logística Integradados Correios, em Eusébio/CE. Declínio de atribuições promovido ao argumento de que o domicílioda investigada, e não o lugar da apreensão da mercadoria, é o melhor critério para a definição dacompetência. Conflito de atribuições suscitado pelo Procurador oficiante na PRM de União daVitória/PR, segundo o qual a dúvida acerca do local de consumação do descaminho já foi dirimidae está pacificada tanto na Súmula nº 151 do STJ como no Enunciado nº 54 da 2ª CCR. Autosremetidos a este Colegiado, nos termos do art. 62, VII, da LC nº 75/93. Análise do Conflito deAtribuições. Sabe-se que, em conformidade com a Súmula nº 151 do STJ, "a competência para oprocesso e julgamento por crime de contrabando ou descaminho define-se pela prevenção doJuízo Federal do lugar da apreensão dos bens". Nessa linha, a 2ª Câmara de Coordenação eRevisão do MPF aprovou o Enunciado nº 54, dispondo que "a atribuição de membro do MPF parapersecução penal do crime de descaminho é definida pelo local onde as mercadorias foramapreendidas, pois ali consuma-se o crime". Embora o lugar da infração seja a regra na definiçãoda competência criminal (CPP, art. 69, I) e o domicílio ou residência do réu tenha carátersubsidiário (CPP, art. 69, II), tais normas devem ser interpretadas de maneira teleológica, à vistadas garantias e princípios constitucionais. No caso, não obstante a mercadoria tenha sidoapreendida em Eusébio/CE, a conduta delituosa se reveste de circunstâncias peculiares quemerecem ser levadas em consideração quando da fixação da competência para o processamentoe julgamento do feito. Na realidade, tendo a mercadoria sido remetida via postal para o domicíliodo comprador, onde ocorreu apenas a sua apreensão, se a fixação da competência se der combase na Súmula nº 151 do STJ e no Enunciado 54 da 2ª CCR, os atos instrutórios da eventualação penal - se não todos, a maior parte deles - terão de ser deprecados ao Juízo Federal deUnião da Vitória/PR, porque é sob sua jurisdição que se encontra domiciliada a investigada e,muito provavelmente, as testemunhas que serão ouvidas em sua defesa. A própria autodefesa dainvestigada terá melhores condições de ser exercida se este procedimento e a eventual açãopenal permanecerem sob os auspícios do Juízo Federal de União da Vitória/PR, autoridadejudiciária que se lhe apresenta mais próxima. Assim sendo, em casos como o presente, em quese verifica a remessa via postal de mercadoria objeto de contrabando ou descaminho, o domicíliodo investigado (e não o lugar da apreensão da mercadoria) é o melhor critério para a definição dacompetência porque, além de prestigiar os princípios da duração razoável do processo, da ampla

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defesa e do contraditório e da identidade física do juiz, dos quais as regras de competência sãoou deveriam ser corolários, encontra amparo na jurisprudência pátria, que, em casos tais, à luz daubiquidade de certas infrações penais e no intuito de facilitar a coleta de provas e a defesa dosacusados, tem preterido critérios outros, como o do lugar da infração, em favor da competência dojuízo em que o réu ou o investigado possui domicílio. Cumpre observar que a hipótese em exameé diversa daquelas verificadas nos precedentes (dos anos de 1994 e 1995) que motivaram aedição da Súmula nº 151 do STJ (em fevereiro de 1996). Explica-se: os precedentes referem-se àsituação em que os investigados são conhecidos como "camelôs". Portanto, embora diversa asituação fática, a finalidade da Súmula nº 151 do STJ é a mesma, ou seja, facilitar o trâmiteprocessual, a coleta de provas e a defesa dos acusados. Conhecimento do presente conflitonegativo de atribuições e, no mérito, pela fixação da atribuição da PRM de União da Vitória/PR(suscitante), local mais próximo do domicílio da investigada, para prosseguir nas investigações.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela atribuição dosuscitante, nos termos do voto do(a) relator(a).

215. Processo: 1.00.000.024650/2019-11 Voto: 7007/2019 Origem: PROCURADORIA GERALDA REPÚBLICA

Relator(a): Dr(a) MARCIA NOLL BARBOZA

Ementa: Conflito negativo de atribuições entre membros do Ministério Público Federal e do MinistérioPúblico do Estado de Pernambuco. Possível prática do crime de racismo previsto na Lei 7.716/89,art. 20, §2º, consistente na realização de postagem na rede social Facebook em que o autor docomentário se refere aos nordestinos como miseráveis cegos apoiadores de corruptos, escóriasda nação brasileira e finaliza aduzindo sentir nojo dessa corja. Revisão de declínio de atribuições(Enunciado nº 32). 1) O art. 109, inciso V, da CF/88, fixa a competência dos juízes federais paraprocessar e julgar "os crimes previstos em tratado ou convenção internacional, quando, iniciada aexecução no País, o resultado tenha ou devesse ter ocorrido no estrangeiro, ou reciprocamente".Configurada, nesse sentido, a competência da Justiça Federal para processar e julgar a matéria,visto tratar-se de cometimento de delito por meio eletrônico, cujo acesso se dá além das fronteirasdo território nacional, e que se refere à infração penal prevista na Convenção Internacional sobrea Eliminação de Todas as Formas de Discriminação Racial, da qual o Brasil é signatário.Precedente 2ª CCR: IPL nº DPF/DF-0525/2019, 747ª Sessão de Revisão, de 12/08/2019,unânime. 2) Incidência do Enunciado nº 15, constante da Portaria PGR/MPF nº 732/2017: Oconflito de atribuições entre Ministério Público Federal e Ministério Público diverso do Federalsomente será conhecido quando o declínio no órgão federal for homologado pela respectivaCâmara de Coordenação e Revisão do MPF, considerando tratar-se de ato complexo. Não sendoo caso de homologar o declínio de atribuições ao Ministério Público Estadual, desnecessário é oretorno dos autos à PGR para deliberação. 3) Não homologação do declínio e devolução dosautos à PRM Garanhuns/PE para prosseguimento nas investigações, facultando-se aoProcurador oficiante, se for o caso, que, com fundamento em sua independência funcional,requeira a designação de outro membro para tanto, nos termos do Enunciado n° 03 do CIMPF.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela não homologação dodeclínio de atribuição, nos termos do voto do(a) relator(a).

216. Processo: 1.22.013.000373/2019-37 - Eletrônico Voto: 6477/2019 Origem: PROCURADORIA DAREPÚBLICA NO MUNICÍPIO DEPOUSO ALEGRE-MG

Relator(a): Dr(a) MARCIA NOLL BARBOZA

Ementa: NOTÍCIA DE FATO. CRIPTOMOEDAS. GESTÃO FINANCEIRA E INTERMEDIAÇÃO DERECURSOS DE TERCEIROS. POSSÍVEL PRÁTICA DE CRIMES CONTRA O SISTEMAFINANCEIRO NACIONAL. LESÃO A BENS, SERVIÇOS OU INTERESSES DA UNIÃO. DECLÍNIOPREMATURO ATRIBUIÇÃO DO MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL PARA PROSSEGUIR NASINVESTIGAÇÕES. 1. Notícia de Fato autuada a partir de representação recebida pela Sala deAtendimento ao Cidadão, na qual o noticiante relata que determinada empresa intermediadora deinvestimentos em criptomoedas teria deixado de repassar os rendimentos prometidos. 2. O

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ATA DA 758ª SESSÃO DE REVISÃO PGR-00037106/2020

Procurador da República oficiante promoveu o declínio de atribuições ao Ministério PúblicoEstadual, entendendo que os fatos narrados não configuram ofensa ou prejuízo a bens, serviçosou interesses diretos e específicos da União, suas entidades autárquicas ou empresas públicas. 3.Dada a relevância do tema, a 2a CCR tem acompanhado fatos análogos buscando identificar aextensão de possíveis danos causados por transações com moedas virtuais. 4. No ano de 2017, otema foi objeto da Ação 8 da Estratégia Nacional de Combate à Corrupção e Lavagem de Dinheiro(ENCCLA), da qual a 2a CCR participou. A partir de estudos e debates então realizados,identificou-se a necessidade de prosseguir acompanhando o tema, notadamente porqueempresas passaram a atuar no mercado financeiro captando recursos de terceiros eintermediando criptomoedas, tudo à margem de fiscalização, já que tais valores não são aindaregulados pelos órgãos oficiais. 5. Em 01/11/2019, devido à intensa atuação de empresas nessaárea e a irregularidades identificadas, a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) divulgou lista depessoas e empresas, intermediadoras de criptomoedas, impedidas temporariamente de atuar nomercado brasileiro de capitais1. 6. A CVM constatou que as empresas que atuam naintermediação de criptomoedas movimentam elevadas quantias captadas de terceiros, atuandocomo verdadeiras instituições financeiras perante o mercado de capitais (art. 1º da Lei 7.492/86).7. A ausência de regulamentação quanto às transações envolvendo criptomoedas nãodescaracteriza a atividade de gestão e intermediação de recursos financeiros praticadas porempresas, razão pela qual, sendo constatada atuação como instituição financeira sem autorizaçãolegal, pode se caracterizar o crime definido no art. 16 da Lei nº 7.492/86. 8. No caso, verifica-se,por meio de acesso à página da investigada na internet, que a empresa efetivamente atua nomercado de criptomoedas. Não é possível obter, na página da empresa, outras informações sobreaspectos formais e suas atividades, razão pela qual o declínio de atribuições, nesse momento,mostra-se prematuro. 9. Somente o aprofundamento das investigações poderá dar a exatadimensão da atuação da empresa, do funcionamento das operações e dos eventuais crimesperpetrados pelos investigados, sendo possível, nesse momento, vislumbrar a existência deindícios suficientes de crimes que, em tese, atingem bens, serviços ou interesses da União (CF,art. 109). 10. Este tem sido o entendimento da 2ª CCR a respeito do tema: NF1.29.000.002956/2019-91, Sessão de Revisão nº 750 de 23/09/2019, unânime; NF nº1.30.005.000253/2019-67, Sessão de Revisão nº 748, de 26/08/2019, unânime; NF nº1.29.017.000070/2019-23, Sessão de Revisão nº 743, de 10/06/2019, unânime. 11. Nãohomologação do declínio de atribuições.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela não homologação dodeclínio de atribuição, nos termos do voto do(a) relator(a).

217. Processo: 1.25.000.004380/2019-45 - Eletrônico Voto: 6929/2019 Origem: PROCURADORIA DAREPÚBLICA - PARANA

Relator(a): Dr(a) MARCIA NOLL BARBOZA

Ementa: Notícia de Fato instaurada a partir de manifestação ofertada perante a Sala de Atendimento aoCidadão comunicando possível ocorrência de crime de estelionato contra a economia popular oucontra o sistema financeiro nacional. Aponta a representante suposto esquema de pirâmidefinanceira por parte da empresa U.F.A., alegando que investiu recursos financeiros na referidaempresa, que devolvia regularmente os lucros obtidos. Após começar a ser investigada pelaPolícia Federal, tal empresa cessou os pagamentos aos investidores. Manifestação do MPF pelodeclínio de atribuições ao Ministério Público Estadual por se tratar de indícios da prática de crimecontra a economia popular (art. 2º, IX, da Lei nº 1.521/51). Revisão de declínio de atribuições(Enunciado n° 32). Consta que a referida empresa é alvo de investigação da Polícia Federal, nachamada Operação Lamanai, onde se investiga não só o crime de pirâmide financeira, comotambém possíveis evasão de divisas e lavagem de capitais. Cabe considerar, também, possívelcrime contra o sistema financeiro nacional em razão da captação de recursos de terceiros semautorização do órgão competente. Nessa esteira, o art. 1º da Lei nº 7.492/86, norma penalexplicativa, conceitua instituição financeira para fins penais como "a pessoa jurídica de direitopúblico ou privado, que tenha como atividade principal ou acessória, cumulativamente ou não, acaptação, intermediação ou aplicação de recursos financeiros (vetado) de terceiros, em moedanacional ou estrangeira, ou a custódia, emissão, distribuição, negociação, intermediação ouadministração de valores mobiliários". Desse modo, ao operar sem a devida autorização, a

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empresa investigada estaria incursa, em tese, no tipo penal previsto no art. 16 da Lei nº 7.492/86.Além disso, partindo da premissa que a pessoa jurídica investigada encontra-se equiparada àinstituição financeira, visto que supostamente realiza, entre outras atividades, a gestão eintermediação de investimentos de recursos de terceiros, ainda que eventualmente, a conduta denão repassar aos investidores os lucros obtidos pode caracterizar, a princípio, o delito a que serefere o art. 5º do citado diploma legal. Assim, apenas com o aprofundamento das investigações éque se poderá ter a exata dimensão dos fatos, do funcionamento das operações e os eventuaisdelitos perpetrados pelos representantes da empresa noticiada, sendo possível, após a realizaçãode diligências preliminares, amealhar indícios mínimos de delitos que, em tese, possam atingirbens, serviços ou interesse da União (CF, art. 109). Necessidade de exame acurado acerca dosserviços ofertados pela empresa noticiada e o objeto do contrato firmado entre as partes paraeventual tipificação das condutas ilícitas e, então, oportunamente, a fixação da competência parao processo e julgamento de ação penal. Declínio prematuro, cumprindo reconhecer, por ora, aatribuição do MPF. Precedentes da 2ª CCR: Procedimentos nº 1.34.033.000054/2019-72 e nº1.29.004.000611/ 2018-81, 742ª Sessão Ordinária, de 27/5/2019. Não homologação do declíniode atribuições e devolução dos autos ao ofício originário para prosseguimento nas investigações,facultando-se ao Procurador da República oficiante, se for o caso, que, com fundamento em suaindependência funcional, requeira a designação de outro membro para tanto, nos termos doEnunciado n° 03 do Conselho Institucional do Ministério Público Federal.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela não homologação dodeclínio de atribuição, nos termos do voto do(a) relator(a).

218. Processo: 1.13.000.002631/2019-78 - Eletrônico Voto: 6928/2019 Origem: PROCURADORIA DAREPÚBLICA - AMAZONAS

Relator(a): Dr(a) MARCIA NOLL BARBOZA

Ementa: Notícia de Fato instaurada para apurar possível ocorrência do crime de estelionato previdenciário,consistente na percepção fraudulenta de benefício após o óbito da respectiva titular, no período deabril/2007 a março/2009. CP, art. 171, § 3º. Promoção de arquivamento fundada na falta deinteresse de agir, pois, da data do último saque até os dias de hoje, já se passaram mais de dezanos e eventual pena imposta à investigada não seria superior a quatro anos, implicando noreconhecimento da prescrição retroativa. Revisão de arquivamento (LC n° 75/93, art. 62, inc. IV).2ª Câmara de Coordenação e Revisão firmou entendimento pelo não cabimento do"reconhecimento da extinção da punibilidade pela prescrição, considerando a pena emperspectiva, por ferir os primados constitucionais do devido processo legal, da ampla defesa e dapresunção de inocência" (Enunciado nº 28). Súmula nº 438 do STJ: "É inadmissível a extinção dapunibilidade pela prescrição da pretensão punitiva com fundamento em pena hipotética,independentemente da existência ou sorte do processo penal". No caso dos autos, considerandoque a pena máxima abstratamente cominada ao crime previsto no art. 171, § 3°, do CP é de 6(seis) anos e 8 (oito) meses de reclusão e que o último saque indevido ocorreu em março de2009, a extinção da punibilidade pela prescrição da pretensão punitiva estatal somente ocorreráem março de 2021, conforme regra prevista no art. 109, III, do referido diploma. Não homologaçãodo arquivamento. Designação de outro membro do Ministério Público Federal para prosseguir napersecução penal.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela não homologação dearquivamento, nos termos do voto do(a) relator(a).

219. Processo: 1.14.003.000283/2019-37 - Eletrônico Voto: 7033/2019 Origem: PROCURADORIA DAREPÚBLICA NO MUNICÍPIO DEBARREIRAS-BA

Relator(a): Dr(a) MARCIA NOLL BARBOZA

Ementa: Notícia de Fato. Possível ocorrência do crime de estelionato previdenciário, consistente napercepção fraudulenta de benefício de auxílio-doença, no período de setembro/2006 ajunho/2008. CP, art. 171, § 3º. Promoção de arquivamento fundada na falta de interesse de agir,pois, da data do último saque até os dias de hoje, já se passaram mais de dez anos e eventual

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ATA DA 758ª SESSÃO DE REVISÃO PGR-00037106/2020

pena imposta ao investigado não seria superior a quatro anos, implicando o reconhecimento daprescrição retroativa. Revisão de arquivamento (LC n° 75/93, art. 62, inc. IV). A 2ª Câmara deCoordenação e Revisão firmou entendimento pelo não cabimento do "reconhecimento da extinçãoda punibilidade pela prescrição, considerando a pena em perspectiva, por ferir os primadosconstitucionais do devido processo legal, da ampla defesa e da presunção de inocência"(Enunciado nº 28). Súmula nº 438 do STJ: "É inadmissível a extinção da punibilidade pelaprescrição da pretensão punitiva com fundamento em pena hipotética, independentemente daexistência ou sorte do processo penal". No caso dos autos, considerando que a pena máximaabstratamente cominada ao crime previsto no art. 171, § 3°, do CP é de 6 (seis) anos e 8 (oito)meses de reclusão e que o último saque indevido ocorreu em julho de 2008, a extinção dapunibilidade pela prescrição da pretensão punitiva estatal somente ocorrerá em julho de 2020,conforme regra prevista no art. 109, III, do referido diploma. Arquivamento. Não homologação.Designação de outro membro do Ministério Público Federal para prosseguir na persecução penal,facultando-lhe, se for o caso, a propositura do acordo tratado na Resolução nº 181, com asalterações feitas pela Resolução nº 183, ambas do CNMP e na Orientação Conjunta nº 03/2018,das 2ª, 4ª e 5ª CCR/MPF.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela não homologação dearquivamento, nos termos do voto do(a) relator(a).

PADRÃO

Homologação do Declínio de atribuição

220. Processo: DPF/PS/BA-0088/2017-INQ Voto: 7004/2019 Origem: GABPRM001-ALCC -ANDRE LUIS CASTRO CASELLI

Relator(a): Dr(a) MARCIA NOLL BARBOZA

Ementa: Inquérito Policial. Crime de furto (CP, art. 155, §4º, I) praticado contra a agência dos Correios emCaravelas/BA. Subtração da quantia de R$ 110.411,11 (cento e dez mil, quatrocentos e onze reaise onze centavos) pertencente ao patrimônio do Banco do Brasil S.A. Revisão de declínio deatribuições (Enunciado nº 33 da 2ª CCR). Valores subtraídos que pertenciam integralmente aoBanco do Brasil, sociedade de economia mista. Dano sem relevância significativa ao serviçopostal. Responsabilidade da franqueada por eventuais perdas, danos, furtos, roubos, oudestruição de bens cedidos pela franqueadora, não restando configurado, no caso, real eexpressivo prejuízo à empresa pública federal. Precedentes do STJ (CC nº 145.800/TO, DJe25/4/2016; CC nº 133.751/SP, DJe 4/12/2014) e da 2ª CCR (SR/DPF/MA-00736/2018-INQ, 744ªSessão de Revisão, de 24/06/2019, unânime). Homologação do declínio de atribuições aoMinistério Público Estadual.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação dodeclínio de atribuição, nos termos do voto do(a) relator(a).

221. Processo: SPF/BA-00322/2019-INQ Voto: 6979/2019 Origem: GABPRM002-CRJS -CLAYTTON RICARDO DE JESUSSANTOS

Relator(a): Dr(a) MARCIA NOLL BARBOZA

Ementa: Inquérito Policial. Crime de tráfico de drogas (Lei nº 11.343/06, art. 33). Apreensão de duasencomendas contendo substâncias entorpecentes, postadas em agência dos Correios em Feirade Santana/BA, tendo como destinatários pessoas residentes nos Estados de São Paulo eEspírito Santo. Promoção de declínio de atribuição (Enunciado nº 32 da 2ª CCR). Inexistência deindícios de transnacionalidade. Suposta ocorrência de tráfico interno. Fatos que não apontamqualquer infração penal em prejuízo direto a bens, serviços ou interesses da União ou de suasentidades. Ausência, até o momento, de elementos de informação capazes de legitimar aatribuição do Ministério Público Federal para persecução penal. Homologação do declínio emfavor do Ministério Público Estadual.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação do

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declínio de atribuição, nos termos do voto do(a) relator(a).

222. Processo: 1.11.000.001300/2019-95 - Eletrônico Voto: 6824/2019 Origem: PROCURADORIA DAREPÚBLICA - ALAGOAS/UNIÃODOS PALMARES

Relator(a): Dr(a) MARCIA NOLL BARBOZA

Ementa: Notícia de Fato. Manifestação anônima realizada na Polícia Federal, na qual o representanteaponta diversas irregularidades supostamente praticadas por particular. Colhe-se da manifestaçãoque o representado: a) alterou endereço do supermercado para "enganar a fiscalização"; b) foicitado em Execução Fiscal; c) constituiu sociedade em nome da irmã; d) transferiu imóvel paraevitar execução judicial; e) adquiriu casas para a população de baixa renda; f) utilizou "laranjas"para registro de empresa; g) abateu animais sem licença; h) deixou de prestar assistência aempregado acidentado; i) realizou pagamento de pensão alimentícia contra sua vontade, dentreoutros diversos fatos aleatórios. Revisão de declínio de atribuições (Enunciado nº 32 2ª CCR).Não sei extrai da narrativa e dos elementos acostados aos autos nenhum fato que aponte paralesão a bens, serviços ou interesse da União. Carência de elementos de informação capazes dejustificar a atribuição do Ministério Público Federal para a persecução penal. Homologação dodeclínio de atribuições.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação dodeclínio de atribuição, nos termos do voto do(a) relator(a).

223. Processo: 1.16.000.003088/2019-14 - Eletrônico Voto: 7029/2019 Origem: PROCURADORIA DAREPÚBLICA - DISTRITO FEDERAL

Relator(a): Dr(a) MARCIA NOLL BARBOZA

Ementa: Notícia de Fato. Possível prática dos delitos previstos nos arts. 147 e 286 do Código Penal.Manifestação em sala de atendimento ao cidadão noticiando a prática, em tese, dos crimes deameaça e incitação ao crime realizada por usuário de rede social contra cantor popular. Revisãode declínio de atribuições (Enunciado nº 32). Pelas informações prestadas nos autos, maisespecificamente os prints da página da vítima na rede social Facebook, onde foram escritos oscomentários possivelmente criminosos, não se vislumbra que os supostos delitos tenhamprejudicado bens, serviços ou interesses da União. Ausência de elementos de informaçãocapazes de justificar a atribuição do Ministério Público Federal para a persecução penal.Homologação do declínio de atribuições ao Ministério Público do Distrito Federal e Territórios.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação dodeclínio de atribuição, nos termos do voto do(a) relator(a).

224. Processo: 1.19.000.002203/2019-21 - Eletrônico Voto: 6706/2019 Origem: PROCURADORIA DAREPÚBLICA - MARANHÃO

Relator(a): Dr(a) MARCIA NOLL BARBOZA

Ementa: Notícia de Fato. Representação formulada na Polícia Federal, na qual a noticiante relata a práticado crime de esbulho possessório (CP, art. 161, §1º, II) em assentamento do INCRA, no municípiode Itapecuru-Mirim/MA. Revisão de declínio de atribuições (Enunciado n° 32).Inexistência deelementos que denotem ofensa a bens, serviços ou interesse da União ou de suas entidadesautárquicas ou empresas públicas. Prejuízo restrito aos interesses de particulares que tiveramsuas residências invadidas. Ausência de elementos de informação capazes de justificar aatribuição do Ministério Público Federal para a persecução penal. Homologação do declínio deatribuições.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação dodeclínio de atribuição, nos termos do voto do(a) relator(a).

225. Processo: 1.25.005.000900/2019-09 - Eletrônico Voto: 6726/2019 Origem: PROCURADORIA DA

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ATA DA 758ª SESSÃO DE REVISÃO PGR-00037106/2020

REPÚBLICA NO MUNICÍPIO DELONDRINA-PR

Relator(a): Dr(a) MARCIA NOLL BARBOZA

Ementa: Notícia de Fato. Ofício encaminhada pela Universidade Tecnológica Federal do Paraná noticiandoeventual prática do crime de assédio sexual (art. 216-A do CP) e/ou de importunação sexual (art.215-A do CP), por um profissional de educação física contratado pela diretoria de esportes deassociação atlética composta por alunos da referida universidade. Revisão de declínio deatribuições (Enunciado n° 32). A sindicância interna não apontou envolvimento de alunos oufuncionários da instituição nos fatos, razão pela qual restou arquivada. Afirmou, por fim, que osuposto autor não tem nenhum vínculo com a universidade, tratando-se de profissional que foicontratado por associação esportiva composta pelos alunos. Inexistência de elementos quedenotem ofensa a bens, serviços ou interesse da União ou de suas entidades autárquicas ouempresas públicas. Ausência de elementos de informação capazes de justificar a atribuição doMinistério Público Federal para a persecução penal. Homologação do declínio de atribuições.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação dodeclínio de atribuição, nos termos do voto do(a) relator(a).

226. Processo: 1.30.001.003752/2019-46 - Eletrônico Voto: 6816/2019 Origem: PROCURADORIA DAREPÚBLICA - RIO DE JANEIRO

Relator(a): Dr(a) MARCIA NOLL BARBOZA

Ementa: Notícia de Fato. Manifestação formulada na Sala de Atendimento ao Cidadão, na qual orepresentante relata ter feito investimentos em uma empresa, mas após o repasse dos valores opagamento prometido não teria ocorrido. Possível crime contra a economia popular. Lei nº1.521/51, art. 2º, IX. Revisão de declínio de atribuições (Enunciado nº 32 2ª CCR). Segundo seextrai de pesquisas na internet, a empresa citada pelo representante é apenas uma fachada paraaplicar golpes financeiros em terceiros. Possível fraude assemelhada ao esquema de pirâmide,que se caracteriza por oferecer a seus associados uma perspectiva de lucros, remuneração ebenefícios futuros irreais, cujo pagamento depende do ingresso de novos investidores. Aplicaçãoda Súmula nº 498 do STF. Ausência de indícios de crime contra o Sistema Financeiro Nacional.Carência de elementos de informação capazes de justificar a atribuição do Ministério PúblicoFederal para a persecução penal. Precedente da 2ª CCR: Voto n° 3046/2018, Processo n°1.34.043.000057/2018-14, Sessão n° 715, de 21/05/2018, unânime. Homologação do declínio deatribuições.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação dodeclínio de atribuição, nos termos do voto do(a) relator(a).

Outras deliberações(Declínio)

227. Processo: 1.00.000.022367/2019-47 Voto: 6781/2019 Origem: PROCURADORIA GERALDA REPÚBLICA

Relator(a): Dr(a) MARCIA NOLL BARBOZA

Ementa: Inquérito Policial. Conflito negativo de atribuições estabelecido entre a Promotora de Justiça da19ª Promotoria de Assistência de Salvador/BA e o Promotor de Justiça da 2ª Promotoria deVárzea Grande/MT. A Procuradora-Geral de Justiça do MP/BA, considerando o decidido pelo STFna ACO 924 e na ACO 1394, remeteu os autos ao Procurador-Geral da República para dirimir oconflito de atribuições. Remessa à 2ª CCR com base no Enunciado nº 15, constante da PortariaPGR/MPF nº 732/2017: O conflito de atribuições entre Ministério Público Federal e MinistérioPúblico diverso do Federal somente será conhecido quando o declínio no órgão federal forhomologado pela respectiva Câmara de Coordenação e Revisão do MPF, considerando tratar-sede ato complexo. Revisão. Segundo se extrai do art. 62, VII, da LC 75/93 e do próprio Enunciadonº 15 PGR, incumbe às Câmaras de Coordenação e Revisão a análise dos conflitos deatribuições apenas quando o Ministério Público Federal esteja envolvido. No caso, considerandoque o conflito de atribuição ora em análise restou firmado entre membros do Ministério Público

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ATA DA 758ª SESSÃO DE REVISÃO PGR-00037106/2020

Estadual vinculados a estados diversos, a atribuição para revisão da matéria cabe ao Procurador-Geral da República (STF ACO 924 e ACO 1394). Ausência de previsão legal para a atuação daCâmara de Coordenação e Revisão. Encaminhamento dos autos ao Exmo. Procurador-Geral daRepública.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela remessa dos autosao Exmo. Sr. Procurador-Geral da República, a quem cabe dirimir o presente conflito deatribuições, nos termos do voto do(a) relator(a).

228. Processo: 1.23.008.000022/2017-04 Voto: 6881/2019 Origem: PROCURADORIA DAREPÚBLICA NO MUNICÍPIO DEITAITUBA-PA

Relator(a): Dr(a) MARCIA NOLL BARBOZA

Ementa: Inquérito civil instaurado para apurar irregularidades na construção de dois galpões em área desegurança do aeródromo de Itaituba/PA. O Procurador oficiante na PRM-Itaituba/PA,considerando a existência de convênio firmado entre a municipalidade e o Comando daAeronáutica prevendo a responsabilidade da administração municipal para adoção de medidaspara evitar danos ao patrimônio da União, promoveu o declínio de atribuições ao MinistérioPúblico Estadual. O MPE, ao analisar o feito, entendeu que, no âmbito cível, as medidasnecessárias já foram adotadas, uma vez que o município já ajuizou as ações cabíveis para aproteção da área portuária. Em relação à possível prática do crime de invasão de terras públicas(Lei nº 4.947/66, art. 20), entendeu o Promotor oficiante que, por se tratar de terra pertencente àUnião, caberia ao MPF a análise sob a ótica criminal. Ao receber os autos, o Procurador oficiantepromoveu o arquivamento do feito e determinou a remessa dos autos ao MPE para continuidadedas investigações na área cível. Conflito de atribuições que se recebe como arquivamento (LC nº75/93, art. 62, inc. IV). Verifica-se dos autos que a única questão pendente de análise cinge-se àpossível prática do crime de invasão de terras da União (Lei nº 4.947/66, art. 20). O tipo penal serefere à conduta de invadir, no sentido de empregar violência ou força, circunstâncias que nãoforam verificadas no caso. No caso, o presente procedimento foi instaurado para apurar aocupação irregular de terras pertencentes à União por pessoas que creem no direito àpropriedade. Tipo penal não configurado. As medidas administrativas e cíveis cabíveis para arepressão do ilícito já estão sendo adotadas. Ausência de justa causa para o prosseguimento dapersecução penal. Homologação do arquivamento.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pelo recebimento dapromoção de declínio de atribuições como arquivamento. Homologação nos termos do voto do(a)relator(a).

229. Processo: 1.30.001.004383/2019-17 - Eletrônico Voto: 6684/2019 Origem: PROCURADORIA DAREPÚBLICA - RIO DE JANEIRO

Relator(a): Dr(a) MARCIA NOLL BARBOZA

Ementa: Notícia de Fato. Representação formulada na Sala de Atendimento ao Cidadão, na qual onoticiante relata a possível prática de crime contra honra, tendo em vista que durante entrevistaDeputada Federal teria alegado que assessores ligados ao Presidente da República e a seusfilhos atuariam por meio de perfis falsos em rede social. Recebimento da promoção de declínio deatribuições como arquivamento (LC nº 75/93, art. 62, inc. IV). Verifica-se da entrevista que aDeputada Federal se referiu aos assessores, sem sequer indicar nomes. Não há informaçõessobre a representação dos ofendidos. Crime de ação penal pública condicionada à representação(CP, artigo 145, parágrafo único). Aplicação do art. 5º, § 4º, do CPP, que estabelece: O inquérito,nos crimes em que a ação pública depender de representação, não poderá sem ela ser iniciado.Precedente da 2ª CCR: 0000821-02.2019.4.03.6181, Sessão nº 735, de 25/02/2019, unânime.Ausência de justa causa para o prosseguimento da persecução penal. Homologação doarquivamento.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pelo recebimento dapromoção de declínio de atribuições como arquivamento. Homologação nos termos do voto do(a)

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relator(a).

Homologação de Arquivamento

230. Processo: DPF/AM-00044/2019-INQ Voto: 7045/2019 Origem: GABPR4-HSVL -HENRIQUE DE SA VALADAOLOPES

Relator(a): Dr(a) MARCIA NOLL BARBOZA

Ementa: Inquérito Policial. Possível prática do crime de denunciação caluniosa (CP, art. 339) por particularque causou a instauração de processo judicial contra escrivão da Polícia Federal pela prática docrime de ameaça (CP, art. 147). Revisão de arquivamento (LC nº 75/93, art. 62, inc. IV). Verifica-se dos autos que as partes firmaram contrato de compra e venda e, após o pagamento, entraramem desacordo sobre certas condições. Após a oitiva dos envolvidos, constatou-se que ambos sesentiram ameaçados quando das brigas ocorridas por conta do negócio contratual. Ausência deindícios do dolo de imputar fato a quem sabia ser inocente, Direito constitucional de petição aospoderes públicos (CF, art. 5º, XXXIV, a). Possibilidade da solução do conflito por outros meios.Subsidiariedade do Direito Penal. Carência de justa causa para o prosseguimento da persecuçãopenal. Homologação do arquivamento.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação doarquivamento, nos termos do voto do(a) relator(a).

231. Processo: DPF/AM-00265/2017-INQ Voto: 6689/2019 Origem: GABPR3-RSR - RAFAELDA SILVA ROCHA

Relator(a): Dr(a) MARCIA NOLL BARBOZA

Ementa: Inquérito Policial. Possível crime de ameaça praticado contra servidores do INSS. CP, art. 147.Revisão de arquivamento (LC nº 75/93, art. 62, IV). Fatos ocorridos em 19/08/2016. Pena máximacominada de seis meses de detenção. Prescrição da pretensão punitiva estatal após o transcursode 3 (três) anos (CP, art. 109, VI). Transcurso do lapso temporal, sem que tenha ocorrido qualquercausa de suspensão ou interrupção da prescrição. Extinção da punibilidade (CP, art. 107, IV).Ressalta-se que a investigada alegou que não tinha intenção de causar dano aos servidores doINSS, tanto que voltou ao local para pedir desculpas. Homologação do arquivamento.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação doarquivamento, nos termos do voto do(a) relator(a).

232. Processo: DPF/AM-00348/2016-INQ Voto: 6690/2019 Origem: GABPR1-ECBJ -EDMILSON DA COSTABARREIROS JUNIOR

Relator(a): Dr(a) MARCIA NOLL BARBOZA

Ementa: Inquérito Policial. Representação anônima efetuada na Polícia Federal, na qual o noticiante relataque beneficiária do INSS teria injetado anabolizantes em sua perna para obter auxílio-doença.Possível prática do crime de estelionato previdenciário (CP, art. 171, §3º). Revisão dearquivamento (LC nº 75/93, art. 62, IV). Após diligências, verificou-se que a beneficiária trabalhoucomo vigilante e foi vítima de um disparo de arma de fogo em sua perna que gerou uma lesãograve em sua mobilidade. Não há indícios mínimos de que tenha ocorrido fraude na concessão dobenefício, inexistindo elementos que confirmem o alegado pelo representante. Ausência de justacausa para o prosseguimento da persecução penal. Homologação do arquivamento.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação doarquivamento, nos termos do voto do(a) relator(a).

233. Processo: DPF/AM-00956/2015-INQ Voto: 7034/2019 Origem: GABPR10-FPL - FILIPEPESSOA DE LUCENA

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ATA DA 758ª SESSÃO DE REVISÃO PGR-00037106/2020

Relator(a): Dr(a) MARCIA NOLL BARBOZA

Ementa: Inquérito Policial. Possível prática do crime de estelionato previdenciário (CP, art. 171, §3º).Revisão de arquivamento (LC nº 75/93, art. 62, IV). Após diligências, restou comprovado o óbitodo investigado. Ausência de justa causa para o prosseguimento da persecução penal. Extinção dapunibilidade (CP, art. 107, I). Homologação do arquivamento.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação doarquivamento, nos termos do voto do(a) relator(a).

234. Processo: DPF/CAX-00026/2019-INQ Voto: 7012/2019 Origem: GABPRM1-MMF -MARILIA MELO DE FIGUEIREDO

Relator(a): Dr(a) MARCIA NOLL BARBOZA

Ementa: Inquérito Policial. Suposta prática do crime de estelionato majorado (CP, art. 171, § 3º).Concessão irregular de benefício de assistência social ao idoso (LOAS), tendo em vista quehouve apresentação de certidão de nascimento falsa. Benefício mantido indevidamente de07/2003 até 06/2013. Revisão de arquivamento (LC nº 75/93, art. 62, inc. IV). Verifica-se queapesar das diligências efetuadas não foi possível identificar o autor do delito, em razão de que apessoa que se apresentou como o suposto beneficiário não foi identificado. Ausência detestemunhas e imagens do circuito de segurança. Inexistência de indícios da autoria delitiva.Aplicação da Orientação nº 26 desta 2ª Câmara, diante do esgotamento das diligênciasrazoavelmente exigíveis e da inexistência de linha investigatória idônea. Homologação doarquivamento, sem prejuízo do disposto no art. 18 do CPP.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação doarquivamento, nos termos do voto do(a) relator(a).

235. Processo: DPF/CAX-00058/2017-INQ Voto: 7047/2019 Origem: GABPRM1-MMF -MARILIA MELO DE FIGUEIREDO

Relator(a): Dr(a) MARCIA NOLL BARBOZA

Ementa: Inquérito Policial. Suposto crime de estelionato contra o INSS (CP, art. 171, §3°). Notícia de queA.G.O teve seu benefício negado em razão da existência de outro benefício de aposentadoria emseu nome. Revisão do arquivamento (LC n. 75/93, art. 62-IV). Diligências. Constatação daexistência de homônimo, mas com data de nascimento e CPF diferentes. Oficiado, o INSSinformou que não foi localizado benefício previdenciário vinculado ao nome ou ao CPF de A.G.O.Elementos de informações até então colhidos que não apontam para a ocorrência de condutacriminosa. Carência de justa causa para o prosseguimento da persecução penal. Homologação doarquivamento.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação doarquivamento, nos termos do voto do(a) relator(a).

236. Processo: DPF/CAX-00134/2016-INQ Voto: 6691/2019 Origem: GABPRM1-ACAAN - ANNECAROLINE AGUIAR ANDRADENEITZKE

Relator(a): Dr(a) MARCIA NOLL BARBOZA

Ementa: Inquérito Policial. Possível prática do crime de estelionato previdenciário (CP, art. 171, § 3º),consistente na realização de saques de benefício previdenciário após a morte do titular. Revisãode arquivamento (LC nº 75/93, art. 62, IV). Segundo consta, os saques teriam ocorrido no períodode 01/09/2013 a 03/12/2014, em diversas cidades. Embora tenha havido renovação de senha, oBanco do Brasil informou que os documentos referentes à alteração não estão mais disponíveis.Ouvida, a filha do beneficiário negou não ter efetuado qualquer saque após o óbito do titular.Inexistência de elementos mínimos capazes de indicar a autoria dos saques. Falta de linhainvestigatória potencialmente idônea. Aplicação da Orientação n° 26/20161 da 2ª CCR.Homologação do arquivamento.

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ATA DA 758ª SESSÃO DE REVISÃO PGR-00037106/2020

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação doarquivamento, nos termos do voto do(a) relator(a).

237. Processo: DPF/MBA/PA-002382017-INQ Voto: 7002/2019 Origem: GABPRM2-LDCF - LUCASDANIEL CHAVES DE FREITAS

Relator(a): Dr(a) MARCIA NOLL BARBOZA

Ementa: Inquérito Policial. Possível prática do crime de falso testemunho (CP, art. 342), por testemunhaque apresentou depoimento contraditório em audiência trabalhista. Revisão de arquivamento (LCnº 75/93, art. 62, IV). A análise dos autos permite crer que o depoimento da testemunha nãoinfluenciou no julgamento da lide, uma vez que restou isolado diante das demais provas dosautos, não sendo utilizado para fundamentar a sentença. Carência de potencialidade lesiva, umavez que o julgador desconsiderou o depoimento como meio de prova válido. Declaraçãojuridicamente irrelevante para o deslinde da causa. Precedentes do STJ: AgRg no REsp1121653/PR, Rel. Min. Jorge Mussi, Quinta Turma, DJe 11/10/2011. Precedente da 2ª CCR:Processo n 1.29.000.004496/2018-54, 733ª Sessão de Revisão, de 28/01/2019, unânime. Falta dejusta causa para a persecução penal. Homologação do arquivamento.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação doarquivamento, nos termos do voto do(a) relator(a).

238. Processo: DPF/MOC-00098/2019-INQ Voto: 6937/2019 Origem: GABPRM1-AVP - ALLANVERSIANI DE PAULA

Relator(a): Dr(a) MARCIA NOLL BARBOZA

Ementa: Inquérito Policial instaurado para apurar suposta ocorrência do crime de descaminho, tendo emvista que foram localizadas mercadorias sem nota fiscal ou origem comprovada no interior de umônibus que fazia o transporte de 18 passageiros de São Paulo a Montes Claros/SP. Revisão dearquivamento (LC nº 75/93, art. 62, IV). Segundo o Procurador oficiante, verificou-se que osdestinatários das mercadorias supostamente objeto de descaminho foram identificados tãosomente como WU, Guilherme e Alex, não havendo qualquer outro dado de identificação oucontato. É possível que WU seja a sigla do nome de alguma pessoa jurídica ou que se trate dasiniciais de alguma pessoa física ou apelido. Quanto aos nomes Guilherme e Alex, esses sãocomuns. Inexistência de diligências potencialmente viáveis para a identificação de quem eram osdestinatários das mercadorias sem procedência fiscal. Quanto ao guia de viagem e ao motoristado ônibus que transportava as mercadorias, não foi possível imputar a esses a conduta criminosa,uma vez que não existem provas de que tinham ciência do conteúdo contido dentro dos pacoteslocalizados junto às bagagens dos passageiros do ônibus. Vedação da imputação objetiva daresponsabilidade penal. Caso em que não foram coligidas provas suficientes para identificar osautores da prática ilícita. Homologação do arquivamento.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação doarquivamento, nos termos do voto do(a) relator(a).

239. Processo: DPF/PHB/PI-00058/2019-INQ Voto: 7076/2019 Origem: GABPRM1-SLR - SAULOLINHARES DA ROCHA

Relator(a): Dr(a) MARCIA NOLL BARBOZA

Ementa: Inquérito Policial. Possível crime de exploração clandestina de atividade de telecomunicações ouespectro de radiofrequência (art. 183, Lei 9.472/97). Revisão de arquivamento (LC nº 75/93, art.62, inc. IV). A fiscalização não realizou a interrupção do serviço explorado clandestinamente, umavez que a empresa funcionava a portas fechadas, assim como não foi possível identificar osresponsáveis pela estação de radiodifusão. Segundo relato dos moradores e do proprietário doterreno, a rádio está desativada há mais de três meses, em decorrência de uma fiscalização aqual fora submetida, e que o proprietário seria um residente da região. Ouvido, o apontado comoresponsável da rádio informou que apenas trabalha como propagandista volante e nunca manteverelação com a rádio fiscalizada. Rádio abandonada, sem registros dos reais proprietários.

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ATA DA 758ª SESSÃO DE REVISÃO PGR-00037106/2020

Inexistência de elementos mínimos de autoria delitiva. Ausência de linha investigatóriapotencialmente idônea. Homologação do arquivamento.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação doarquivamento, nos termos do voto do(a) relator(a).

240. Processo: DPF/ROO-00050/2019-INQ Voto: 6935/2019 Origem: GABPRM2-RBL - RAULBATISTA LEITE

Relator(a): Dr(a) MARCIA NOLL BARBOZA

Ementa: Inquérito Policial instaurado para apurar suposto uso de documento falso (CP, art. 304),relacionado com um semirreboque modelo SRF CB, azul, de placa JZW-3969, com documentoem nome de E.R.P.. A apuração teve início a partir da constatação pelos policiais rodoviáriosfederais de que o CRLV, apresentado pelo condutor do veículo que tracionava o semirreboque,tratava-se de um dos documentos sem impressão roubados do 2º CIRETRAN deRondonópolis/MT em 18/12/2017. Revisão de arquivamento (LC nº 75/93, art. 62, inc. IV).Segundo o Procurador oficiante, apesar de verificada a falsidade no CRLV, inexiste nos autoslastro probatório mínimo apto a indicar a autoria do delito. De acordo com o contrato de compra evenda acostado ao apuratório, o semirreboque foi adquirido por E.L.Z., já falecido, de E.R.P. noano de 2015. G.H.Z., filho do comprador, relatou em depoimento que desconhecia que osdocumentos do semirreboque eram falsos; que o semirreboque foi recebido de E.R.P. por serviçosprestados sem os documentos pois sabiam que ela [carreta] estava alienada e seria legalizadapelo antigo dono, foram só pagando para não acumular e a carreta ficou parada, pois estavatombada; que em julho de 2017 arrumaram a carreta e foram ver os documentos para poder rodarcom o irmão do antigo dono o J.P. e com o despachante M. e ficaram de verificar para liberação;que passado um tempo veio um rapaz na casa de seu pai, pedindo o número da placa e o valorde cerca de R$ 340,00 para legalizar os documentos da 'caçamba', seu pai achou que era alguémque o despachante tivesse mandado, pagou e informou a placa, não sabendo dizer nada sobreesse rapaz; que depois do ocorrido foram buscar explicação com J.P. e com o despachante M.porém estes informaram que não tinham mandado ninguém para falar com eles [...]. E no mesmosentido se deu o depoimento de seu irmão, J.L.Z.. Falecimento de E.L.Z., encadeamento coerentedas declarações prestadas por pessoas que supostamente tiveram conhecimento do fato (W.D.,G.H., J.L. e R.R.). bem como exaurimento de diligências aptas a identificar o responsável peloilícito. Ausência de indícios mínimos de autoria. Homologação do arquivamento.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação doarquivamento, nos termos do voto do(a) relator(a).

241. Processo: JF/MG-0043507-62.2018.4.01.3800-INQ

Voto: 7009/2019 Origem: GABPR5-EMF -EDUARDO MORATO FONSECA

Relator(a): Dr(a) MARCIA NOLL BARBOZA

Ementa: Inquérito Policial. Crime de moeda falsa (CP, art. 289, §1º e 291). Realização de acordo de nãopersecução penal, nos termos do art. 18 da Resolução nº 183/2018/CNMP. Revisão dearquivamento (LC nº 75/93, art. 62, IV). Cumprimento integral do acordo pela investigada.Exaurimento do objeto. Homologação do arquivamento.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação doarquivamento, nos termos do voto do(a) relator(a).

242. Processo: PRM/JAL-3427.2019.000008-0-INQ Voto: 7049/2019 Origem: GABPRM1-CARJ -CARLOS ALBERTO DOS RIOSJUNIOR

Relator(a): Dr(a) MARCIA NOLL BARBOZA

Ementa: Inquérito Policial. Suposta prática dos crimes de sonegação de contribuição previdenciária (CP,art. 337-A, III) e de sonegação fiscal (Lei n. 8.137/90, art. 1º, I, c/c art. 12, I), por empresa que teriaomitido em GFIP e informações da Previdência Social valores correspondentes à aquisição de

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ATA DA 758ª SESSÃO DE REVISÃO PGR-00037106/2020

produtos rurais no período de 01/2010 a 12/2010, não efetuando o recolhimento das contribuiçõessociais destinadas ao SENAR Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (terceiros). Revisão dearquivamento (LC 75/93, art. 62, IV). 1) Os fatos relacionados ao não recolhimento dascontribuições sociais disciplinadas pela Lei n. 8.315/91 c/c art. 6º da Lei 9.528/97 (destinadas aoSENAR) configuram, em tese, o crime tributário do art. 1º, I, da Lei 8.137/90. A jurisprudência doSTJ destacou que a contribuição ao SENAR é de interesse de categoria profissional, comfundamento nos arts. 240 da CF/88, 62 do ADCT, 2º do DL 1.146/70 e na Lei 8.315/91 (AgRg noResp 1224968/AL, 2ª Turma, Rel. Min. Herman Benjamin, Dje 10/06/2011). 2) Em relação aosfatos que configurariam o delito do art. 337-A, III, do CP, supressão de contribuiçõesprevidenciárias ao FUNRURAL, mediante omissão de operações comercias rurais nas guiasapresentadas ao órgão fazendário, cabe ressaltar que a constitucionalidade da Lei n.10.256/2001, e então a incidência da contribuição previdenciária ao FUNRURAL, restouconfirmada somente após o julgamento do RE n. 718.874, com repercussão geral reconhecida, noTribunal Pleno em 30/03/2017. 3) No caso ora em análise, todos os lançamentos tributários objetoda presente investigação foram realizados com fundamento no art. 30, IV, da Lei 8.212/91, deforma que a empresa autuada, cujos administradores foram investigados pelos crimes tributários,não é a responsável tributária direta das exações lançadas, mas sim responsável por substituição,vez que cabia à empresa, à época dos fatos geradores, na condição de adquirente de produtosrurais, recolher as contribuições citadas. Ocorre que o Senado Federal, em 12/09/2017,suspendeu a execução do referido dispositivo legal, através da Resolução n. 15/2017, pois foideclarado inconstitucional pelo STF nos autos do RE 363.852. 4) Assim, não há atualmentequalquer ato normativo que estabeleça a responsabilidade tributária por substituição nestescasos, sendo certo que a resolução senatorial deve imprimir efeitos retroativos a casos penais,vez que reconhece a inconstitucionalidade do dispositivo legal que previa exatamente a obrigaçãoque não observada pelos administradores da empresa devedora à época dos fatos geradores eque configurava os crimes tributários investigados. A suspensão da execução do inciso IV do art.30 da Lei n. 8.212/91 equivale, no âmbito penal, à sua revogação e, por isso, atrai o que dispostono art. 2º do CP (abolitio criminis), ainda que subsista a validade do lançamento tributário, dianteda independência das instâncias consideradas. Precedente 2ª CCR: PRM/JAL-3427.2017.000029-2, Sessão de Revisão nº 737, de 25/03/2019, unânime. Falta de justa causapara a persecução penal. Homologação do arquivamento.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação doarquivamento, nos termos do voto do(a) relator(a).

243. Processo: SR/DPF/MG-00606/2018-INQ Voto: 6998/2019 Origem: GABPR5-EMF -EDUARDO MORATO FONSECA

Relator(a): Dr(a) MARCIA NOLL BARBOZA

Ementa: Inquérito Policial. Possível prática do crime de estelionato previdenciário (art. 171, § 3º, CP), tendoem vista a suposta apresentação de documentos falsos para concessão do benefício deaposentadoria por invalidez. Manifestação realizada na Sala de Atendimento ao Cidadãorelatando que o investigado, ao requerer seguro, teria apresentado laudo médico falso peranteinstituição financeira privada, o que gerou indícios da apresentação de documentos falsos peranteo INSS. Revisão do arquivamento (art. 62, IV, da LC nº 75/93). Diligências. O INSS realizourevisão do benefício e nova perícia, constatando que, de fato, o investigado apresentaincapacidade laborativa por prazo indeterminado. Oficiada, a instituição financeira privadainformou que não localizou seguros vigentes e nem sinistros em análise. Inexistência de indíciosde fraude. Materialidade delitiva não evidenciada. Carência de justa causa para o prosseguimentoda persecução penal. Homologação do arquivamento.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação doarquivamento, nos termos do voto do(a) relator(a).

244. Processo: SR/DPF/MG-00669/2018-INQ Voto: 7074/2019 Origem: GABPR5-EMF -EDUARDO MORATO FONSECA

Relator(a): Dr(a) MARCIA NOLL BARBOZA

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ATA DA 758ª SESSÃO DE REVISÃO PGR-00037106/2020

Ementa: Inquérito Policial. Possível prática do crime de roubo de encomendas postais, mediante uso dearma de fogo, perpetrado em face de carteiro, quando este realizava serviço de entrega (CP. art.157, §2º, II). Revisão de arquivamento (LC n. 75/93, art. 62-IV). Submetida a visualização de fotode suspeito, a vítima não foi capaz de atribuir com certeza a autoria do fato, apenas afirmandoque o suspeito indicado possuía semelhança com o autor que o assaltou. Foram efetuadasdiligências complementares visando ligar o suspeito encontrado pela Polícia Federal aos fatos,contudo, não foi possível colher elementos seguros de sua participação no roubo aqui investigado.Carência de indícios de autoria e de linha investigativa capaz de alterar o panorama probatórioatual. Homologação do arquivamento com as ressalvas do art. 18 do CPP.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação doarquivamento, nos termos do voto do(a) relator(a).

245. Processo: SRPF-AP-00316/2018-INQ Voto: 6785/2019 Origem: GABPR6-LCT - LIGIACIRENO TEOBALDO

Relator(a): Dr(a) MARCIA NOLL BARBOZA

Ementa: Inquérito Policial. Representação encaminhada para a Polícia Federal, na qual a noticiante relataque funcionário da Caixa Econômica Federal no Amapá CEF teria ofendido sua honra, emdezembro de 2018. CP, art. 140. Revisão de arquivamento (LC nº 75/93, art. 62, IV). Segundoconsta, a suposta vítima não soube informar o nome do ofensor. Oficiada, a CEF informou que osgerentes não se recordam do suposto atendimento, apenas um funcionário do guichê deatendimento expresso, mas este não foi ouvido. Ultrapassado um ano da data dos fatos, verifica-se que o ofensor sequer foi individualizado e não há indicação de outras testemunhas, sendocerto que o transcurso do tempo dificulta a colheita de novas provas. Não há indícios mínimos queconfirmem o alegado pela representante ou que indique a prática do crime de denunciaçãocaluniosa. Ausência de justa causa para o prosseguimento da persecução penal. Homologação doarquivamento.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação doarquivamento, nos termos do voto do(a) relator(a).

246. Processo: SRPF-AP-00369/2017-INQ Voto: 7072/2019 Origem: GABPR6-LCT - LIGIACIRENO TEOBALDO

Relator(a): Dr(a) MARCIA NOLL BARBOZA

Ementa: Inquérito Policial. Possível prática do crime de estelionato majorado (CP, art. 171, §3º),consistente em suposta fraude no cadastramento de pessoas para o programa Minha casa, minhavida. Revisão de arquivamento (LC 75/93, art. 62, IV). O representante anexou à notícia umacópia de uma mensagem de texto a respeito dos fatos, em que um suposto membro da secretariado estado do Amapá solicita o valor de R$ 300,00 (trezentos reais) para viabilizar o cadastro noprograma. Após diligências, verificou-se que a linha telefônica pertence, atualmente, a terceiroalheio aos fatos. Oficiada, a Prefeitura de Macapá informou que a metodologia adotada pelomunicípio para escolha dos beneficiários baseia-se no sorteio pela Loteria Federal. A possívelbeneficiária indicada na representação não foi localizada como uma das contempladas. Possívelestelionato contra particular. Inexistência de indícios mínimos de autoria delitiva. Fatos relatadosem 2017. Aplicação da Orientação nº 26 da 2ª CCR. Ausência de justa causa para oprosseguimento do feito. Homologação do arquivamento.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação doarquivamento, nos termos do voto do(a) relator(a).

247. Processo: 1.00.000.005965/2019-51 - Eletrônico Voto: 6819/2019 Origem: PROCURADORIA DAREPÚBLICA NO MUNICÍPIO DEPETROPOLIS/TRES RI

Relator(a): Dr(a) MARCIA NOLL BARBOZA

Ementa: Procedimento administrativo autuado após o envio de cópia de ação penal, em que E.C.P restou

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ATA DA 758ª SESSÃO DE REVISÃO PGR-00037106/2020

denunciado pela prática do crime de exploração clandestina de atividade de telecomunicações(art. 183. da Lei 9.472/97). O magistrado, considerando a presença de indícios em relação a outroenvolvido, devolveu os autos ao Procurador oficiante para manifestação. O Procurador oficiantedeu ciência da decisão, sem expor nova fundamentação, razão pela qual o magistrado determinoua remessa dos autos à 2ª CCR com fundamento no art. 28 do CPP. Por meio de decisãomonocrática, a 2ª CCR determinou o retorno dos autos ao Procurador oficiante para que semanifestasse sobre a existência (ou não) de elementos suficientes para fins de prosseguimentoda persecução penal em relação ao envolvido citado pelo magistrado, uma vez que a figura doarquivamento implícito não é admitida pelo ordenamento jurídico. Retorno dos autos commanifestação pelo arquivamento. CPP, art. 28 c/c LC nº 75/93, art. 62, IV. Colhe-se dos autos queo investigado não tinha envolvimento nas atividades desenvolvidas pelo denunciado, figurandoapenas como proprietário do imóvel onde a rádio estava instalada. Note-se, ainda, que durante asinvestigações o denunciado sequer indicou o ora investigado como corresponsável pela rádio,motivo pelo qual não foi indiciado pela autoridade policial. Inexistência de elementos concretosque indiquem a participação do investigado nos fatos descritos na denúncia. Insistência noarquivamento.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação doarquivamento, nos termos do voto do(a) relator(a).

248. Processo: 1.00.000.023728/2019-72 - Eletrônico Voto: 6648/2019 Origem: PROCURADORIA GERALDA REPÚBLICA

Relator(a): Dr(a) MARCIA NOLL BARBOZA

Ementa: Procedimento Administrativo. Manifestação formulada perante a Sala de Atendimento ao Cidadão,na qual o noticiante, de forma confusa, relata que estaria sendo ameaçado de forma contínua. OProcurador oficiante promoveu o arquivamento dos autos considerando que a manifestação nãoapresenta elementos necessários à atuação ministerial. Irresignado, o representante solicitoureconsideração do ato. Revisão de arquivamento (LC nº 75/93, art. 62, IV). Fatos relatados deforma vaga, genérica e desconexa, desacompanhados de elementos de informação capazes depossibilitar uma investigação idônea. Inexistência de justa causa para o prosseguimento dapersecução penal. Homologação do arquivamento.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação doarquivamento, nos termos do voto do(a) relator(a).

249. Processo: 1.11.000.001066/2019-04 - Eletrônico Voto: 6826/2019 Origem: PROCURADORIA DAREPÚBLICA - ALAGOAS/UNIÃODOS PALMARES

Relator(a): Dr(a) MARCIA NOLL BARBOZA

Ementa: Notícia de Fato. Representação anônima noticiando que construtoras construíram e incorporaramempreendimentos sem concretizar a oficialização das vendas da maioria dos imóveis, indicando aexistência de investidores ocultos e, segundo o noticiante, a possível prática do crime de lavagemde capitais. Lei 9.613/98. Revisão de arquivamento (LC nº 75/93, art. 62, inc. IV). Notícia genéricaque não apresenta elementos concretos que permitam o desenvolvimento de investigaçãocriminal. O representante não forneceu dados para contato ou identificação. Inexistência deelementos mínimos que justifiquem o prosseguimento da persecução penal. Ausência de justacausa. Homologação do arquivamento.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação doarquivamento, nos termos do voto do(a) relator(a).

250. Processo: 1.14.000.002493/2019-90 - Eletrônico Voto: 6675/2019 Origem: PROCURADORIA DAREPÚBLICA - BAHIA

Relator(a): Dr(a) MARCIA NOLL BARBOZA

Ementa: Notícia de Fato. Representação formulada por servidor do IBGE noticiando suposta prática dos

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ATA DA 758ª SESSÃO DE REVISÃO PGR-00037106/2020

crimes de abuso de autoridade, denunciação caluniosa, injúria racial e possível crime contra aadministração pública, por outros servidores do IBGE. Informação de que o crime de injúria racialserá apurado em outro expediente e o possível crime contra a administração pública seráanalisado pelo 11º Ofício de Combate à Corrupção da PR/BA, remanescendo apenas a análisequanto ao possível crime de abuso de autoridade e denunciação caluniosa. Revisão dearquivamento (LC nº 75/93, art. 62, inc. IV). Segundo consta, o servidor representado teria dadocausa à instauração de processo administrativo disciplinar contra o representante, contudo, nãose extrai da sindicância administrativa a presença de relato distorcido com vistas a imputarfalsamente ao representante a prática de crime. Consta do voto que fundamentou o arquivamentoda sindicância a alegação de que o representante adotou algumas práticas irregulares na intençãode resolver um problema administrativo. Assim, a comunicação dos fatos por quem, por dever deofício, estava obrigado a reportá-los aos seus superiores não configura a prática do delito dedenunciação caluniosa. Da mesma forma, não comete abuso de autoridade o servidor queprovoca a apuração das responsabilidades decorrentes de possível descumprimento de normasfuncionais, como ocorrido na espécie. Carência de justa causa para o prosseguimento do feito.Homologação do arquivamento.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação doarquivamento, nos termos do voto do(a) relator(a).

251. Processo: 1.15.000.001313/2019-15 - Eletrônico Voto: 6818/2019 Origem: PROCURADORIA DAREPÚBLICA -CEARÁ/MARACANAÚ

Relator(a): Dr(a) MARCIA NOLL BARBOZA

Ementa: Procedimento Investigatório Criminal. Possível prática de crime contra o Sistema FinanceiroNacional (Lei nº 7.492/86) e/ou de estelionato (CP, art. 171, § 3º), tendo em vista a notíciaencaminhada pelo Banco do Nordeste do Brasil BNB comunicando a existência de possíveisirregularidades na concessão de operações de crédito a empresa privada com recursosprovenientes do Fundo Constitucional de Financiamento do Nordeste FNE e Recursos InternosRECIN. Revisão de arquivamento (LC nº 75/93, art. 62, IV). Após a realização de diversasdiligências não foi possível colher elementos capazes de demonstrar a prática de crime. Verificou-se que a sindicância instaurada para apuração das irregularidades envolvendo a empresa orainvestigada não evidenciou fatos que excedessem a seara administrativa, tanto que o contratomantido entre as partes permaneceu vigente. As providências adotadas em âmbito administrativomostram-se suficientes para a repressão das irregularidades. Subsidiariedade do Direito Penal.Inexistência de indícios de crime. Homologação do arquivamento.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação doarquivamento, nos termos do voto do(a) relator(a).

252. Processo: 1.15.002.000475/2019-16 - Eletrônico Voto: 6814/2019 Origem: PROCURADORIA DAREPÚBLICA NO MUNICÍPIO DE J.NORTE/IGUATU-CE

Relator(a): Dr(a) MARCIA NOLL BARBOZA

Ementa: Notícia de Fato. Possível prática do crime de estelionato previdenciário, consistente na concessãoindevida do benefício de pensão por morte. Segundo consta, um dos filhos do beneficiáriocompareceu ao INSS e informou que seu pai estaria separado de fato de sua mãe, instituidora dobenefício, há anos tendo, inclusive, contraído novo relacionamento (art. 171, § 3º, CP). Revisão doarquivamento (art. 62, IV, da LC nº 75/93). Após diligências, verificou-se que o beneficiário e ainstituidora da pensão possuíam outros 8 filhos que, ouvidos, declararam que seus paismantiveram relação conjugal até a morte da instituidora da pensão. A defesa do beneficiárioapresentou documentos de seguro em que este aponta a instituidora da pensão como suaesposa. Verificou-se, conforme exposto na defesa do beneficiário, que este mantinha relaçõesextraconjugais e que, por isso, não mantinha boa relação com o filho denunciante, o que ensejoua presente denúncia. Inexistência de indícios de fraude. Carência de justa causa para oprosseguimento da persecução penal. Homologação do arquivamento.

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ATA DA 758ª SESSÃO DE REVISÃO PGR-00037106/2020

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação doarquivamento, nos termos do voto do(a) relator(a).

253. Processo: 1.15.005.000086/2019-61 - Eletrônico Voto: 7028/2019 Origem: PROCURADORIA DAREPÚBLICA NO MUNICÍPIO DEITAPIPOCA-CE

Relator(a): Dr(a) MARCIA NOLL BARBOZA

Ementa: Notícia de fato. Possível crime descrito no art. 171, § 3º, do CP. Suposto recebimento indevido debenefício assistencial por meio de fraude. Revisão de arquivamento (LC nº 75/93, art. 62, IV).Último recebimento do benefício ocorreu em 2/8/2006. Pena máxima cominada para o delito: 6(seis) anos e 8 (oito) meses. Prescrição da pretensão punitiva (CP, art. 109, III). Homologação doarquivamento.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação doarquivamento, nos termos do voto do(a) relator(a).

254. Processo: 1.17.000.001759/2019-75 - Eletrônico Voto: 6721/2019 Origem: PROCURADORIA DAREPÚBLICA - ESPÍRITOSANTO/SERRA

Relator(a): Dr(a) MARCIA NOLL BARBOZA

Ementa: Notícia de Fato. Cópia de procedimento administrativo oriundo da Universidade Federal doEspírito Santo UFES noticiando suposta violação e divulgação de informações sigilosas (CP, art.153, §1º-A). Segundo consta, três alunos da instituição acessaram indevidamente resultados deexames laboratoriais de outro aluno e o divulgaram a terceiros. Revisão de arquivamento (LC nº75/93, art. 62, IV). A Comissão de Sindicância Investigativa concluiu pela responsabilidade dosalunos e aplicou a penalidade de advertência verbal. A Procuradoria-Geral da UFES opinou pelainstauração de inquérito administrativo para averiguar possível desligamento dos alunos. Após otrâmite, o inquérito administrativo resultou (i) na aplicação da penalidade de suspensão emrelação aos aulos que acessaram indevidamente o sistema e (ii) no arquivamento em relação àaluna que teria divulgado as informações com outros colegas de sala. Verifica-se dos autos quenão houve a propagação extensiva da condição da vítima. Apenas um dos alunos que acessaramo sistema teria compartilhado as informações com uma amiga, que por sua vez, contou a outrosdois colegas com a intenção de ajudar a vítima a saber da situação do acesso. Não restouevidenciada a intenção dos estudantes de propagar a informação sobre a vítima. O acessoindevido foi devidamente punido na seara administrativa, sendo certo que cabe à vítima buscar areparação do eventual dano em âmbito cível. Medidas administrativas suficientes para arepressão do delito. Ausência de justa causa para o prosseguimento da persecução penal.Homologação do arquivamento.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação doarquivamento, nos termos do voto do(a) relator(a).

255. Processo: 1.18.000.002575/2019-95 - Eletrônico Voto: 7035/2019 Origem: PROCURADORIA DAREPÚBLICA - GOIAS/APARECIDADE GOIÂNIA

Relator(a): Dr(a) MARCIA NOLL BARBOZA

Ementa: Notícia de fato autuada para apurar o suposto delito de estelionato majorado (CP, art. 171, § 3º).Saque fraudulento de quatro parcelas de seguro-desemprego em caixa eletrônico da CaixaEconômica Federal, ocorridos no ano de 2018. Revisão de arquivamento (LC nº 75/93, art. 62, inc.IV). Diligências. Informação da CEF no sentido de que o saque foi feito com uso de senha pessoale apresentação do cartão cidadão, posteriormente cancelado, bem como de que não possui maisas imagens do sistema de segurança, que são armazenadas por trinta dias, apenas.Impossibilidade de diligências capazes de modificar o panorama probatório atual. Apesar deconfigurada a materialidade delitiva, ausente a autoria do delito. Aplicação da Orientação nº 26

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ATA DA 758ª SESSÃO DE REVISÃO PGR-00037106/2020

desta 2ª Câmara. Homologação do arquivamento, sem prejuízo do disposto no art. 18 do CPP.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação doarquivamento, nos termos do voto do(a) relator(a).

256. Processo: 1.18.000.002749/2019-10 - Eletrônico Voto: 7026/2019 Origem: PROCURADORIA DAREPÚBLICA - GOIAS/APARECIDADE GOIÂNIA

Relator(a): Dr(a) MARCIA NOLL BARBOZA

Ementa: Notícia de Fato autuada a partir de manifestação na Sala de Atendimento ao Cidadão, na qual onoticiante encaminha imagem postada por usuário da rede social Facebook e aponta a existênciade possíveis comentários racistas. Possível crime de racismo, previsto no art. 20 da Lei nº7.716/89. Revisão de arquivamento (LC nº 75/93, art. 62, IV). Trata-se de imagem contendo afrase Minha empresa, minhas regras, que teria sido feita em seção de comentários de notíciajornalística que veiculava condutas supostamente preconceituosas praticadas por uma empresa. AConstituição Federal, no mesmo artigo em que estabelece a liberdade de expressão (art. 5º, IX),define a prática de racismo como crime inafiançável e imprescritível, sujeito à pena de reclusão(art. 5º, XLII). Nesse marco normativo, cabe à Lei nº 7.716/1989 tipificar as condutas de prática deracismo, o que faz entre os arts. 3º e 20, descrevendo condutas graves, claramentediscriminatórias e merecedoras das penas ali atribuídas, como, por exemplo, impedir acesso acargos públicos (pena de reclusão de dois a cinco anos) e recusar acesso a estabelecimentoscomerciais (pena de reclusão de um a três anos). A conduta descrita no art. 20 é genérica(praticar, induzir ou incitar a discriminação...), incidindo somente quando outra conduta maisespecífica não incidir segundo a técnica da especialidade. Isso não significa, entretanto, que taltipo se aplique a qualquer ação ou manifestação de viés discriminatório, cabendo considerar quea pena a ele atribuída (pena de reclusão de um a três anos para o caput e de dois a cinco anospara o §2º) é a mesma de outros tipos graves previstos na lei, como os dos arts. 3º e 5º.Interpretação sistemática e proporcional que se faz necessária no caso, em se tratando dedescrição típica e genérica. A imagem encaminhada pelo noticiante não se mostra suficiente aatrair a incidência do art. 20 da Lei nº 7.716/1989. Homologação do arquivamento.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação doarquivamento, nos termos do voto do(a) relator(a).

257. Processo: 1.18.001.000712/2019-47 - Eletrônico Voto: 6829/2019 Origem: PROCURADORIA DAREPÚBLICA NO MUNICÍPIO DEANÁPOLIS/URUAÇU-GO

Relator(a): Dr(a) MARCIA NOLL BARBOZA

Ementa: Notícia de Fato. Possíveis crimes de omissão de anotação em CTPS (CP, art. 297, § 4º) e desonegação de contribuição previdenciária (CP, art. 337-A) constatados em ação trabalhista.Revisão de arquivamento (LC nº 75/93, art. 62, IV). 1) "(") Não constitui crime (falsidade dedocumento público por equiparação) a falta de anotação da carteira de trabalho e previdênciasocial do empregado, pelo empregador, senão apenas uma falta administrativa e trabalhista, que,mesmo grave, não tem conotação penal. A figura típica do §4º do art. 297 do Código Penal (nasmesmas penas incorre quem omite, nos documentos mencionados no §3º, nome do segurado eseus dados pessoais, a remuneração, a vigência do o contrato de trabalho ou de prestação deserviços.") não se identifica, em termos penais, com a simples falta de anotação da CTPS, pois,tendo como objeto jurídico a fé pública nos documentos relacionados com a previdência social,imprescinde do propósito direto de fraudá-la (...)" (REsp. 1.459.294-MG/STJ decisãomonocrática). Precedente 2ª CCR: Procedimento nº 1.11.001.000433/2019-34, Sessão deRevisão nº 751, de 07/10/2019, unânime. 2) Possível crime de sonegação de contribuiçãoprevidenciária, considerando a omissão do vínculo na CTPS (CP, art. 337-A). Montante nãorecolhido ao INSS que, por certo, não alcançou o patamar de R$ 20.000,00, uma vez que acondenação alcançou o patamar de R$ 14.200,00. Consoante decisão do STJ confirmando anecessidade de alinhamento jurisprudencial ao entendimento reiterado pelo Supremo TribunalFederal (REsp 1709029/MG), incide o princípio da insignificância aos crimes tributários federais e

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ATA DA 758ª SESSÃO DE REVISÃO PGR-00037106/2020

de descaminho quando o débito tributário verificado não ultrapassar o limite de R$ 20.000,00(vinte mil reais), a teor do disposto no art. 20 da Lei nº 10.522/2002, com as atualizaçõesefetivadas pelas Portarias nº 75 e 130, ambas do Ministério da Fazenda. Homologação doarquivamento.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação doarquivamento, nos termos do voto do(a) relator(a).

258. Processo: 1.20.002.000194/2019-01 - Eletrônico Voto: 6722/2019 Origem: PROCURADORIA DAREPÚBLICA NO MUNICÍPIO DESINOP-MT

Relator(a): Dr(a) MARCIA NOLL BARBOZA

Ementa: Notícia de Fato. Possível crime de exploração clandestina de atividade de telecomunicações (art.183 da Lei 9.472/97). Instalação de equipamento reforçador de sinais do Serviço Móvel PessoalSMP, em zona rural, sem autorização de uso de radiofrequência. Revisão de arquivamento (LC nº75/93, art. 62, inc. IV). O aludido equipamento se constitui como um serviço de valor adicionado,haja vista não emitir sinal próprio de telecomunicação, mas tão somente amplificar o sinal obtidoda torre de transmissão mais próxima, razão pela qual, em face do princípio da reserva legal,deve se entender que a conduta descrita na espécie é atípica em relação ao crime previsto no art.183 da Lei nº 9.472/97. Conduta que caracteriza mera infração administrativa, sendo as decisõesadotadas pela ANATEL suficientes para a repressão da ação. Apreensão do equipamento.Precedente 2ªCCR: Procedimento nº 1.14.003.000031/2019-16, Sessão de Revisão nº 737, de25/03/2019, unânime. Homologação do arquivamento.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação doarquivamento, nos termos do voto do(a) relator(a).

259. Processo: 1.20.002.000195/2019-48 - Eletrônico Voto: 6710/2019 Origem: PROCURADORIA DAREPÚBLICA NO MUNICÍPIO DESINOP-MT

Relator(a): Dr(a) MARCIA NOLL BARBOZA

Ementa: Notícia de Fato. Possível crime de exploração clandestina de atividade de telecomunicações (art.183 da Lei 9.472/97). Instalação de equipamento reforçador de sinais do Serviço Móvel PessoalSMP, em zona rural, sem autorização de uso de radiofrequência. Revisão de arquivamento (LC nº75/93, art. 62, inc. IV). O aludido equipamento se constitui como um serviço de valor adicionado,haja vista não emitir sinal próprio de telecomunicação, mas tão somente amplificar o sinal obtidoda torre de transmissão mais próxima, razão pela qual, em face do princípio da reserva legal,deve se entender que a conduta descrita na espécie é atípica em relação ao crime previsto no art.183 da Lei nº 9.472/97. Conduta que caracteriza mera infração administrativa, sendo as decisõesadotadas pela ANATEL suficientes para a repressão da ação. Apreensão do equipamento.Precedente 2ªCCR: Procedimento nº 1.14.003.000031/2019-16, Sessão de Revisão nº 737, de25/03/2019, unânime. Homologação do arquivamento.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação doarquivamento, nos termos do voto do(a) relator(a).

260. Processo: 1.21.000.001526/2019-40 - Eletrônico Voto: 6902/2019 Origem: PROCURADORIA DAREPÚBLICA - MATO GROSSO DOSUL

Relator(a): Dr(a) MARCIA NOLL BARBOZA

Ementa: Notícia de Fato instaurada a partir de expediente oriundo do Ministério Público do Estado de MatoGrosso do Sul dando conta de possível prática de crime contra o Sistema Financeiro Nacional.Segundo consta de Relatório de Inteligência Financeira, 15 pessoas ligadas a uma casa decâmbio localizada em território boliviano teriam depositado no período de 2007 a 2008,aproximadamente R$ 3,8 milhões para centenas de brasileiros. Possibilidade de que alguns

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ATA DA 758ª SESSÃO DE REVISÃO PGR-00037106/2020

indivíduos que enviaram recursos para o Brasil possam ter mantido no exterior depósitos nãodeclarados ao órgão federal competente, prática, em tese, tipificada no art. 22, parágrafo único, daLei nº 7.492/86. Revisão de arquivamento (LC nº 75/93, art. 62, inc. IV). Ocorre, entretanto,segundo a Procuradora oficiante, que o RIF nº 3114/2009 somente informa o nome do titular daconta bancária que recebeu os recursos e qual o indivíduo ligado à casa de câmbio bolivianarealizou o depósito dos valores. Não há informações acerca de quando e quanto foi depositado,quem contratou os serviços prestados pela casa de câmbio e se esta pessoa reside, de fato, noexterior. Transações financeiras efetuadas há vários anos, sem identificação do depositante.Mesmo em uma eventual identificação do real remetente dos valores, a hipótese mais provável éde inocorrência de crime. Isso porque somente as pessoas físicas/jurídicas residentes,domiciliadas ou com sede no país devem prestar contas ao Banco Central em relação aos bens,direitos e valores mantidos no exterior. A confirmação de que o remetente reside no exterior emcaráter permanente já afastaria a prática de ilícito penal. Constatação, em análise ao RIF nº3114/2009, que os valores individuais depositados por N.M.da S., uma das pessoas ligadas àcasa de câmbio, não foram elevados, uma média de R$ 1.744,00 por depósito. Obrigação dedeclaração sobre aqueles que possuem na data de 31 de dezembro de cada ano-base bens,direitos e valores que somados totalizem montante igual ou superior a US$ 100 mil (cem mildólares). Falta de perspectivas das apurações iniciais (que, no caso, exigem esforços emdemasia) resultarem na confirmação da prática de eventual evasão de divisas. Materialidadedelitiva não evidenciada. Homologação do arquivamento.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação doarquivamento, nos termos do voto do(a) relator(a).

261. Processo: 1.21.000.001756/2019-17 - Eletrônico Voto: 6707/2019 Origem: PROCURADORIA DAREPÚBLICA - MATO GROSSO DOSUL

Relator(a): Dr(a) MARCIA NOLL BARBOZA

Ementa: Notícia de Fato. Suposta prática do crime de tráfico de drogas (art. 33 da Lei nº 11.343/06), emrazão da apreensão de 98 (noventa e oito) cápsulas de substância análoga à cocaína no interiorde ônibus de viagem. Revisão de arquivamento (LC nº 75/93, art. 62, IV). As diligênciasinvestigativas não lograram êxito em identificar a autoria da conduta criminosa, especialmente emrazão de se tratar de bagagem sem identificação e abandonada no interior do ônibus. Ausência delinha investigatória potencialmente idônea. Incidência da Orientação nº 26/2016. Homologação doarquivamento.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação doarquivamento, nos termos do voto do(a) relator(a).

262. Processo: 1.21.000.001760/2019-77 - Eletrônico Voto: 7031/2019 Origem: PROCURADORIA DAREPÚBLICA - MATO GROSSO DOSUL

Relator(a): Dr(a) MARCIA NOLL BARBOZA

Ementa: Notícia de Fato. Representação Fiscal para Fins Penais versando sobre possível prática doscrimes de descaminho e contrabando (CP, art. 334 e 334-A). Apreensão de um pacote contendo1kg de munição de Airsoft calibre 6mm e uma mira red-dot (mira optrônica) para Airsoft,mercadorias de origem estrangeira introduzidas irregularmente no país, avaliadas em R$ 211,42.Revisão de arquivamento (art. 62, IV, da LC nº 75/93). Apesar de, à época dos fatos, a miraoptrônica constar na lista de Produtos Controlados pelo Exército (Decreto nº 3.665/2000), alegislação atual não arrola esse tipo de mercadoria como Produto Controlado pelo Exército(Decreto nº 10.030/2019, art. 4º c/c Portaria 118-COLOG/2019, Anexo I) não se configurando,pois, o crime de contrabando. Retroatividade de norma mais benéfica. Em relação às munições,trata-se de bolinhas de plástico consideradas inofensivas, que não sofrem nenhum tipo derestrição quanto à importação. As mercadorias foram avaliadas em US$ 55,00, abaixo do limite dacota de isenção fixada pela Receita Federal em US$ 300,00 (ou o equivalente em outra moeda,quando o viajante ingressar no País por via terrestre, fluvial ou lacustre (art. 33 da Instrução

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ATA DA 758ª SESSÃO DE REVISÃO PGR-00037106/2020

Normativa RFB nº 1059/10). Atipicidade da conduta. Ausência de notícia de reiteração delitiva.Falta de justa causa para prosseguir na persecução. Homologação do arquivamento.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação doarquivamento, nos termos do voto do(a) relator(a).

263. Processo: 1.22.000.003474/2019-17 - Eletrônico Voto: 6854/2019 Origem: PROCURADORIA DAREPÚBLICA - MINAS GERAIS

Relator(a): Dr(a) MARCIA NOLL BARBOZA

Ementa: Notícia de Fato instaurada a partir de manifestação sigilosa ofertada perante a Sala deAtendimento ao Cidadão, na qual o noticiante relata que o Sr. [R.de A.S.] que foi sócio daempresa [S.M.R.de A. LTDA], em Patos de Minas, e sócio controlador da holding [A.M.A.I. e E.LTDA], Sr. [J.M.da S.J.], está morando em Belo Horizonte e que, ao que tudo indica, está armandopara dar mais golpes no Estado, além dos que já responde criminalmente. Que o Sr. [R.] possuivários bens camuflados. Revisão de arquivamento (LC nº 75/93, art. 62, IV). Manifestaçãoinstruída com alguns documentos e com base neles constata-se que diversas pessoas adquiriramtítulos mobiliários ofertados pela A.M., sediada em Goiânia/GO, entre os anos de 2003 e 2005.Prometia-se altos lucros em um curto período de tempo. A compra de vários desses títulos foiintermediada pela S.M.R. de A. LTDA, empresa então sediada em Uberlândia/MG e gerida pelonoticiado R.de A.S.. Ocorre que, no final do ano de 2005, os investidores tomaram conhecimentodo fechamento da A.M. e da S.M.R. e na sequência veio à tona que a A.M. não estava autorizadapela Comissão de Valores Mobiliários a ofertar títulos mobiliários. Os fatos então motivaram oajuizamento de ação penal em face dos gestores da A.M., dentre eles J.M.da S.J., com aconsequente condenação perante a Justiça Federal pela prática dos crimes dos arts. 6º e 7º, inc.II, da Lei nº 7.492/86. No presente caso, o ora noticiante aduz que R. de A.S. viveria em BeloHorizonte e lá estaria armando a prática de novos golpes, sem indicar, concretamente, quaisseriam os tais atos em tese criminosos. Segundo o Procurador oficiante, tudo não passa de umasuspeita sem base concreta. Acrescenta-se que, em pesquisa no sistema Aptus, não foramencontrados registros em desfavor de R.de A.S.. Por outro lado, ainda que se pudesse imputar aele uma eventual participação nas condutas criminosas atribuídas aos gestores da A.M. (arts. 6º e7º, inc. II, da Lei nº 7.492/86), a esta altura, estaria extinta a sua punibilidade. Conforme referido, aoferta irregular de títulos mobiliários ocorreu entre os anos de 2003 e 2005, ou seja, já sepassaram mais de 14 anos (CP, art. 109, III). Materialidade delitiva quanto à suposta prática denovos delitos não evidenciada. Falta de justa causa para prosseguir na persecução penal.Homologação do arquivamento.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação doarquivamento, nos termos do voto do(a) relator(a).

264. Processo: 1.22.004.000159/2019-90 - Eletrônico Voto: 6849/2019 Origem: PROCURADORIA DAREPÚBLICA NO MUNICÍPIO DEPASSOS/S.S.PARAISO

Relator(a): Dr(a) MARCIA NOLL BARBOZA

Ementa: Notícia de Fato instaurada a partir de representação formulada pelo cidadão C.M.D., o qual figurano polo passivo de reclamações trabalhistas que tramitam perante o Juízo da Vara Única doTrabalho em São Sebastião do Paraíso/MG, relatando que o advogado E.R.do N., patrono daspartes reclamantes em referidas demandas, vem comprando, sistematicamente, os créditostrabalhistas de seus clientes por valores muito inferiores ao seu montante real. Revisão dearquivamento (LC nº 75/93, art. 62, inc. IV). Segundo a Procuradora oficiante, em que pese aconduta narrada, a princípio, possa ser considerada antiética e moralmente ofensiva, nãoconfigura fato ilícito e, muito menos, penalmente típico, a justificar a atuação do MPF na esferacriminal. Não há, tampouco, lesão a bens, serviços ou interesse da União ou de suas entidades,não consubstanciando interesse social ou direito individual indisponível a ser objeto de apuraçãono âmbito da tutela coletiva. Notícia de que, em outubro de 2017, o Órgão Especial do ConselhoFederal da OAB decidiu, por unanimidade, responder consulta formulada pelo Vice-Presidente doTST no sentido de que a compra de créditos de reclamantes por parte de seus advogados

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ATA DA 758ª SESSÃO DE REVISÃO PGR-00037106/2020

constitui infração ao Código de Ética e Disciplina da OAB e também infração disciplinar tipificadano art. 34, XX, da Lei nº 8.906/94 (Estatuto da OAB). Eventual infração ao dever de lealdade, senão esclarecida a realidade da situação de forma adequada pelo causídico, bem como condutaantiética de mercantilização da advocacia. Encaminhamento de cópia integral dos autos à 41ªSubseção da OAB/MG São Sebastião do Paraíso para as providências que entender cabíveis noque se refere à apuração de possível infração disciplinar. Interposição de recurso pelo noticiante.Ausência de fatos novos diversos daqueles apresentados na documentação inicial. Homologaçãodo arquivamento.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação doarquivamento, nos termos do voto do(a) relator(a).

265. Processo: 1.23.000.000874/2019-25 - Eletrônico Voto: 6630/2019 Origem: PROCURADORIA DAREPÚBLICA - PARA/CASTANHAL

Relator(a): Dr(a) MARCIA NOLL BARBOZA

Ementa: Procedimento Investigatório Criminal. Suposto desvio na aplicação de recursos do Fundo deInvestimentos da Amazônia FINAM obtidos por empresa privada. Crime contra o SistemaFinanceiro Nacional (Lei n° 7.492/86, art. 20). Segundo consta, a empresa foi beneficiada com acolaboração fiscal em 18/04/1984. Nos anos de 1996 e 1998, a despeito dos fiscais apontaremalgumas irregularidades sanáveis, recomendaram a manutenção do projeto com a consequenteliberação das verbas pendentes. Em 2009 foram levantadas irregularidades. Revisão dearquivamento (LC nº 75/93, art. 62, IV). O Ministério da Integração confirmou que todas asparcelas liberadas foram fiscalizadas e identificou um índice de execução/implantação do projetona ordem de 65,26%. Denota-se de um parecer emitido pelo Gerente-Regional do Ministério daIntegração Nacional (à época) que a imputação de desvio de recursos pela não aplicação daverba recebida nos estritos objetivos do projeto é tese que não se sustenta, eis que conforme osrelatórios das fiscalizações contemporâneas às liberações, todos os recursos recebidos foramdevidamente aplicados na realização das inversões projetadas. O procedimento administrativoculminou no cancelamento do incentivo e na determinação de ressarcimento das verbasindevidas. Não há indícios que tenha ocorrido o deliberado desvio na aplicação dos valoresrecebidos capaz de caracterizar um crime, pois somente 25 anos após o início do projeto é que foiconstatado o possível abandono das construções. A constatação do desvio de verbas na searaadministrativa não implica, por si só, no reconhecimento da prática de crime contra o sistemafinanceiro nacional, já que, naquela esfera, basta o preenchimento de critérios objetivos paracaracterizar o ilícito (Portaria MI 452). Além disso, segundo consta, as últimas liberaçõesocorreram no final da década de 90, o que dificulta a colheita de provas. Ausência de elementoscapazes de indicar a prática de crime. Providências devidamente adotadas no âmbitoadministrativo. Homologação do arquivamento.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação doarquivamento, nos termos do voto do(a) relator(a).

266. Processo: 1.23.000.001700/2019-80 - Eletrônico Voto: 6820/2019 Origem: PROCURADORIA DAREPÚBLICA - PARA/CASTANHAL

Relator(a): Dr(a) MARCIA NOLL BARBOZA

Ementa: Notícia de Fato. Representação efetuada na Sala de Atendimento ao Cidadão, na qual onoticiante relata a possível prática do crime de falsa perícia por parte de médico perito que atuouperante a justiça do trabalho. Segundo consta, o mencionado médico teria feito falsas afirmaçõessobre as condições clínicas do reclamante da ação trabalhista. CP, art. 342. Revisão dearquivamento (LC nº 75/93,art. 62, inc. IV). Conforme bem ressaltado pelo Procurador oficiante, omédico perito apenas transmitiu o seu convencimento científico sobre fatos objetivamenteanalisados, os quais encontram devida comprovação documental nos autos, sendo certo quediscordâncias científicas são inerentes ao estudo de casos, não podendo a opinião diversa sercriminalizada. Inexistência de indícios mínimos de que tenha ocorrido fraude ou falsidade naprestação das informações pelo perito médico. Cabe ressaltar, ainda, que conforme já decididopela 2ª CCR, eventuais erros no laudo pericial, oriundo de culpa (imperícia) da responsável pela

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ATA DA 758ª SESSÃO DE REVISÃO PGR-00037106/2020

análise, afiguram-se como indiferente penal, tendo em vista a inexistência da modalidade culposado delito em tela. (DPF/CE/JN-00156/2018-INQ, Sessão de Revisão nº 746, de 24/06/2019,unânime. Falta de justa causa para prosseguir na persecução penal. Homologação doarquivamento

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação doarquivamento, nos termos do voto do(a) relator(a).

267. Processo: 1.23.008.000062/2015-86 Voto: 6894/2019 Origem: PROCURADORIA DAREPÚBLICA NO MUNICÍPIO DEITAITUBA-PA

Relator(a): Dr(a) MARCIA NOLL BARBOZA

Ementa: Procedimento Investigatório Criminal. Possível prática do crime contra a ordem tributária (art. 1º, I,da Lei 8.137/90), consistente na omissão de rendimentos caracterizada por vendas com cartãosem emissão do documento fiscal e omissão de rendimentos caracterizada por depósitosbancários com origem não comprovada, no período de janeiro a dezembro de 2006. Revisão dearquivamento (LC nº 75/93, art. 62, inc. IV). A constituição definitiva do crédito tributário, marcoinicial do cômputo do prazo prescricional, ocorreu em 02/04/2014. A investigada possui,atualmente, 83 anos de idade, circunstância que reduz pela metade o prazo da prescrição dapretensão punitiva estatal e se efetiva em 02/04/2020. Considerando a circunstância fática, háindicação de que outras searas, principalmente a administrativa e processual civil, atuem de modomais eficaz na defesa do bem jurídico ofendido. Nesse sentido, o dano gerado aos cofres públicospoderá ser integralmente ressarcido, tendo a inscrição do débito em Dívida Ativa da União.Ausência de interesse de agir por falta de utilidade, tendo em vista a antiguidade dos fatos, aavançada idade da investigada e o exíguo prazo até a ocorrência da prescrição. Homologação doarquivamento.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação doarquivamento, nos termos do voto do(a) relator(a).

268. Processo: 1.25.000.003816/2019-89 - Eletrônico Voto: 6708/2019 Origem: PROCURADORIA DAREPÚBLICA - PARANA

Relator(a): Dr(a) MARCIA NOLL BARBOZA

Ementa: Notícia de Fato instaurada a partir de expediente encaminhado pela Justiça do Trabalhonoticiando a ocorrência de possível crime de omissão de anotação do contrato de trabalho naCTPS (CP, art. 297, §4º). Revisão de arquivamento (LC nº 75/93, art. 62, IV)."(") Não constituicrime (falsidade de documento público por equiparação) a falta de anotação da carteira detrabalho e previdência social do empregado, pelo empregador, senão apenas uma faltaadministrativa e trabalhista, que, mesmo grave, não tem conotação penal. A figura típica do §4º doart. 297 do Código Penal (nas mesmas penas incorre quem omite, nos documentos mencionadosno §3º, nome do segurado e seus dados pessoais, a remuneração, a vigência do o contrato detrabalho ou de prestação de serviços.") não se identifica, em termos penais, com a simples faltade anotação da CTPS, pois, tendo como objeto jurídico a fé pública nos documentos relacionadoscom a previdência social, imprescinde do propósito direto de fraudá-la (...)" (REsp. 1.459.294-MG,STJ, DJ 21/08/2017, Min, JOEL ILAN PACIORNIK). Precedente 2ª CCR: Procedimento nº1.11.001.000433/2019-34, Sessão de Revisão nº 751, de 07/10/2019, unânime. O reclamado foicondenado a assinar a CTPS do empregado e arcar com os encargos decorrentes da assinatura.Medida suficiente. Subsidiariedade do Direito Penal. Homologação do arquivamento.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação doarquivamento, nos termos do voto do(a) relator(a).

269. Processo: 1.25.008.000128/2018-14 - Eletrônico Voto: 6899/2019 Origem: PROCURADORIA DAREPÚBLICA NO MUNICÍPIO DEPONTA GROSSA-PR

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ATA DA 758ª SESSÃO DE REVISÃO PGR-00037106/2020

Relator(a): Dr(a) MARCIA NOLL BARBOZA

Ementa: Procedimento Administrativo instaurado a partir de expediente da Procuradoria do INSS em PontaGrossa/PR, noticiando a possível prática do crime descrito no art. 171, § 3º, do CP. Recebimentoindevido de benefício previdenciário após o óbito da segurada titular, no período de 10/2009 a06/2010. Revisão de arquivamento (LC n° 75/93, art. 62, IV). Celebração de acordo de nãopersecução penal por meio do qual o investigado se comprometeu ao pagamento de um saláriomínimo. Acordo homologado em juízo e devidamente cumprido. Falta de justa causa paradeflagração da respectiva ação penal. Ausência de novas providências a serem adotadas no casoconcreto. Homologação do arquivamento.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação doarquivamento, nos termos do voto do(a) relator(a).

270. Processo: 1.29.000.003972/2019-09 - Eletrônico Voto: 6827/2019 Origem: PROCURADORIA DAREPÚBLICA - RIO GRANDE DOSUL

Relator(a): Dr(a) MARCIA NOLL BARBOZA

Ementa: Notícia de Fato. Representação Fiscal para Fins Penais encaminhada pela Receita Federalnoticiando a possível prática do crime de descaminho (CP, art. 334), tendo em vista a constataçãode que empresa privada teria utilizado documento ideologicamente falso para a instrução dedespacho aduaneiro de importação, subfaturando o preço e gerando, com isso, o recolhimentoreduzido dos tributos. CP, art. 334. Revisão do arquivamento (art. 62, IV, da LC nº 75/93). Verifica-se dos autos que a última importação foi registrada em julho de 2008. Transcurso de 11 anos dadata dos fatos. O crime previsto no art. 334 do CP possui pena máxima abstrata de 04 anos,prescrevendo em 08 anos, conforme prevê o art. 109, IV, do CP. Ocorrência da prescrição dapretensão punitiva estatal. Extinção da punibilidade (CP, art. 107, IV). Homologação doarquivamento.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação doarquivamento, nos termos do voto do(a) relator(a).

271. Processo: 1.29.001.000112/2019-03 - Eletrônico Voto: 6643/2019 Origem: PROCURADORIA DAREPÚBLICA NO MUNICÍPIO DEBAGE-RS

Relator(a): Dr(a) MARCIA NOLL BARBOZA

Ementa: Notícia de Fato. Suposta prática do crime de contrabando (CP, art. 334-A). Informações de que oinvestigado estaria envolvido no transporte ilegal de produtos agrotóxicos. Revisão dearquivamento (LC nº 75/93, art. 62, IV). Consta dos autos que a noticiante, após o fim dorelacionamento com o investigado, informou para a Polícia Civil que teria sido ameaçada pelo excompanheiro e que ele transportava ilegalmente produtos agrotóxicos. Com relação do delito decontrabando, ao ser ouvida pela Polícia Federal, a noticiante informou que não teria comocomprovar o alegado, pois apenas teria escutado comentários nesse sentido. As diligênciasefetuadas não confirmaram se os fatos informados pela noticiante condiziam com a realidade.Materialidade delitiva não evidenciada. Falta de justa causa para o prosseguimento dapersecução penal. Homologação do arquivamento, sem prejuízo do disposto no art. 18 do CPP.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação doarquivamento, nos termos do voto do(a) relator(a).

272. Processo: 1.29.006.000337/2019-10 - Eletrônico Voto: 6821/2019 Origem: PROCURADORIA DAREPÚBLICA NO MUNICÍPIO DERIO GRANDE-RS

Relator(a): Dr(a) MARCIA NOLL BARBOZA

Ementa: Notícia de Fato. Possível prática do crime de desacato (CP, art. 331). Boletim de ocorrência

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ATA DA 758ª SESSÃO DE REVISÃO PGR-00037106/2020

formalizado por médico do Hospital Universitário da Universidade Federal do Rio Grande/RSnoticiando que, em 20/09/2019, uma paciente jogou uma receita médica em seu rosto e proferiuofensas contra ele e contra a classe médica. Revisão de arquivamento (LC n° 75/93, art. 62, IV).Segundo se extrai da representação, a paciente é dependente de morfina e teria se exaltado como médico por este não ter lhe receitado o analgésico que desejava. Após jogar a receita na facedo médico, a paciente proferiu insultos, não especificados pelo representante, e retirou-seavisando que processaria o médico. Vê-se que se trata de pessoa exaltada e descontrolada,possivelmente em decorrência de uma possível dependência de medicamentos. Além disso, nãohá a especificação das ofensas para possível análise da gravidade do fato e do dolo específico daautora. Falta de justa causa para prosseguir na persecução penal. Homologação doarquivamento.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação doarquivamento, nos termos do voto do(a) relator(a).

273. Processo: 1.29.016.000021/2019-09 - Eletrônico Voto: 7032/2019 Origem: PROCURADORIA DAREPÚBLICA - GOIAS/APARECIDADE GOIÂNIA

Relator(a): Dr(a) MARCIA NOLL BARBOZA

Ementa: Procedimento Investigatório Criminal autuado para apurar o suposto delito de estelionatomajorado (CP, art. 171, § 3º). Saque fraudulento de uma parcela de seguro-desemprego em caixaeletrônico da Caixa Econômica Federal, ocorrido no ano de 2018. Revisão de arquivamento (LCnº 75/93, art. 62, inc. IV). Diligências. Informação da CEF no sentido de que o saque foi feito comuso de senha pessoal e apresentação do cartão cidadão, posteriormente cancelado, bem comode que o sistema não armazena informações sobre consultas a cartões ou pessoas.Impossibilidade de diligências capazes de modificar o panorama probatório atual. Apesar deconfigurada a materialidade delitiva, ausente a autoria do delito. Aplicação da Orientação nº 26desta 2ª Câmara, diante do esgotamento das diligências razoavelmente exigíveis e da inexistênciade linha investigatória idônea. Homologação do arquivamento, sem prejuízo do disposto no art. 18do CPP.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação doarquivamento, nos termos do voto do(a) relator(a).

274. Processo: 1.30.001.002689/2019-21 - Eletrônico Voto: 6622/2019 Origem: PROCURADORIA DAREPÚBLICA - RIO DE JANEIRO

Relator(a): Dr(a) MARCIA NOLL BARBOZA

Ementa: Notícia de Fato. Possível prática do crime de desobediência (CP, art. 330). Informação de queGerente da Caixa Econômica Federal teria deixado de cumprir ordem judicial, que determinava opagamento de valores. Revisão de arquivamento (LC nº 75/93, art. 62, IV). Consta dos autos queo investigado solicitou o encaminhamento de boletos ou guias para que pudesse cumprir adeterminação judicial. Posteriormente, o Juízo determinou o imediato pagamento, sem atender àsolicitação da CEF. Notícia de que o gerente encaminhou e-mail alegando a necessidade demaiores informações sobre as guias a serem pagas, mas não obteve resposta. Verificou-se quehouve erro no endereçamento do ofício, o que ocasionou um desencontro de comunicação entre aCEF e o órgão jurisdicional. Caso em que não se vislumbra intenção deliberada de não cumprir adeterminação judicial. Dolo não evidenciado. Falta de justa causa para o prosseguimento do feito.Homologação do arquivamento.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação doarquivamento, nos termos do voto do(a) relator(a).

275. Processo: 1.30.001.004741/2019-83 - Eletrônico Voto: 6822/2019 Origem: PROCURADORIA DAREPÚBLICA - RIO DE JANEIRO

Relator(a): Dr(a) MARCIA NOLL BARBOZA

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ATA DA 758ª SESSÃO DE REVISÃO PGR-00037106/2020

Ementa: Notícia de Fato. Representação anônima efetuada na Polícia Federal noticiando a venda de notasfalsa pela internet. CP, art. 289, § 1º. Revisão do arquivamento (art. 62, IV, da LC nº 75/93). Ostelefones fornecidos pelo representante não estão mais disponíveis para contato e não foipossível localizar a rede social do possível autor do delito. Inexistência de indícios mínimos deautoria. Decurso de mais de um ano da notícia. Aplicação da Orientação nº 26 da 2ª CCR.Homologação do arquivamento.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação doarquivamento, nos termos do voto do(a) relator(a).

276. Processo: 1.30.002.000171/2019-42 - Eletrônico Voto: 6815/2019 Origem: PROCURADORIA DAREPÚBLICA NO MUNICÍPIO DECAMPOS-RJ

Relator(a): Dr(a) MARCIA NOLL BARBOZA

Ementa: Notícia de Fato. Representação efetuada na Sala de Atendimento ao Cidadão, na qual onoticiante solicita o desarquivamento de inquérito policial instaurado para apurar o crime de falsotestemunho em ação trabalhista na qual figurou como parte. Revisão do arquivamento (art. 62, IV,da LC nº 75/93). Verifica-se dos autos que o documento indicado pelo representante comofundamento para o desarquivamento de inquérito policial já foi analisado no bojo da própriainvestigação, inexistindo fato novo que justifique a reabertura das investigações. Homologação doarquivamento.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação doarquivamento, nos termos do voto do(a) relator(a).

277. Processo: 1.32.000.000493/2019-37 - Eletrônico Voto: 6631/2019 Origem: PROCURADORIA DAREPÚBLICA - RORAIMA

Relator(a): Dr(a) MARCIA NOLL BARBOZA

Ementa: Notícia de Fato. Suposta ocorrência do crime de invasão de terras da União (Lei nº 4.947/66, art.20) em faixa de domínio localizada em rodovia (BR). Revisão de arquivamento (LC nº 75/93, art.62, inc. IV). Tipo penal que se refere à conduta de invadir, no sentido de empregar violência ouforça. Notícia que se reporta apenas à ocupação irregular, sem menção à posse violenta.Existência de diversas medidas administrativas cabíveis para a repressão do ilícito. Ausência dejusta causa. Homologação do arquivamento.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação doarquivamento, nos termos do voto do(a) relator(a).

278. Processo: 1.33.002.000458/2019-61 - Eletrônico Voto: 6683/2019 Origem: PROCURADORIA DAREPÚBLICA NO MUNICÍPIO DE S.MIGUEL DO OESTE

Relator(a): Dr(a) MARCIA NOLL BARBOZA

Ementa: Notícia de Fato. Suposta prática de crime contra o sistema financeiro nacional (art. 19 da Lei7.492/86). Notícia de que os investigados estariam fraudando documentos relativos a atividaderural para obtenção indevida de subsídios no PRONAF, tendo em vista que teriam ultrapassado oslimites estabelecidos para obtenção dos benefícios do programa federal. Revisão dearquivamento (LC nº 75/93, art. 62, IV). 1) Com relação ao investigado L.H.H, consta dos autos acomprovação de seu óbito, ocorrido em 08/10/2017. Extinção da punibilidade (CP, art. 107, I). 2)Quanto aos demais investigados, verifica-se que possuem Declaração de Aptidão ao PRONAF-DAP ativas e que preencheram os requisitos econômicos, tendo em vista que as movimentaçõeseconômicas declaradas ficaram abaixo do limite exigido. Ausência de elementos que comprovema fraude na obtenção do DAP, tendo em vista que os investigados preencheram os requisitoseconômicos e se enquadraram como beneficiários do PRONAF. Inexistência de indícios de queforam obtidos financiamentos de forma ilícita. Carência de justa causa para o prosseguimento dofeito. Homologação do arquivamento.

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ATA DA 758ª SESSÃO DE REVISÃO PGR-00037106/2020

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação doarquivamento, nos termos do voto do(a) relator(a).

279. Processo: 1.34.001.005381/2017-26 Voto: 6774/2019 Origem: PROCURADORIA DAREPÚBLICA - SÃO PAULO

Relator(a): Dr(a) MARCIA NOLL BARBOZA

Ementa: Procedimento Investigatório Criminal. Representação efetuada na Sala de Atendimento aoCidadão, na qual o noticiante relata a possível prática de cartel entre operadoras de seguro queteriam alterado a remuneração de seus corretores de seguros de forma coordenada. Art. 4º da Leinº 8.137/90. Revisão de arquivamento (LC nº 75/93, art. 62, IV). Oficiada, a SUSEP informou quenão há regulamentação legal ou infralegal a respeito da remuneração dos corretores de seguro. AFederação Nacional de Previdência Privada e Vida FENAPREVI afirmou que não temconhecimento de qualquer acordo entre as seguradoras para alteração da remuneração doscorretores. Ouvidas duas das instituições representadas, ambas forneceram explicações nosentido de que as remunerações foram alteradas para atender as oscilações do mercado. Apesardas diligências efetuadas, não foi possível vislumbrar a existência de cartel entre as empresasrepresentadas. Variações do mercado que ocasionou um possível paralelismo nos preços.Ausência de materialidade quanto à prática do delito de cartel. Homologação do arquivamento,sem prejuízo do disposto no art. 18 do CPP.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação doarquivamento, nos termos do voto do(a) relator(a).

280. Processo: 1.34.011.000565/2017-81 - Eletrônico Voto: 6677/2019 Origem: PROCURADORIA DAREPÚBLICA NO MUNICÍPIO DESBCAMPO/S.AND/MAUA

Relator(a): Dr(a) MARCIA NOLL BARBOZA

Ementa: Inquérito Civil instaurado para apurar os desdobramentos da Operação Providência. Atos deimprobidade administrativa praticados por peritos-médicos previdenciários que teriam concorridopara a concessão indevida de benefícios previdenciários. CP, art. 171, § 3º. A 5ª CCR, apósanalisar matéria de sua atribuição, remeteu os autos à 2ª CCR para revisão da matéria criminal.Revisão do arquivamento (LC nº 75/93, art. 62, IV). O presente procedimento foi instaurado paraapurar os resquícios da referida operação e, após apuração, verificou-se que os fatos pendentesde investigação se relacionam a benefícios de baixa repercussão patrimonial, envolvendosegurados que já faleceram ou restituíram os valores obtidos indevidamente e ocorridos no anode 2008. Os investigados já foram condenados por suas práticas, tendo, inclusive, todos os seusbens bloqueados. Aplicação da Orientação n° 36 da 2ª CCR, que orienta os membros doMinistério Público Federal com atuação na área criminal a realizar o arquivamento dos chamadosrescaldos das operações previdenciárias, dispensando-se a instauração de inquérito policial ou deinvestigação criminal própria ou arquivando os feitos já instaurados, quando a persecuçãopenal/investigação estiver em estágio avançado ou já houver sido ajuizada a ação penal e, apósminuciosa análise, ao Procurador da República oficiante restar evidenciado que os fatos: a) nãomodificam o panorama probatório atual; b) não são suficientes para um aumento substancial daspenas dos investigados na operação originária; c) dizem respeito às condutas dos titulares dosbenefícios, salvo quando encerrarem alto grau de reprovabilidade, como a magnitude da lesão; d)nada acrescentam acerca das condutas dos servidores e intermediadores já investigados; e) nãoapresentam indícios da participação de outros servidores e/ou intermediadores, além dos jáinvestigados no IPL de origem. Homologação do arquivamento.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação doarquivamento, nos termos do voto do(a) relator(a).

281. Processo: 1.34.021.000263/2019-55 - Eletrônico Voto: 6817/2019 Origem: PROCURADORIA DAREPÚBLICA NO MUNICÍPIO DEJUNDIAI-SP

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ATA DA 758ª SESSÃO DE REVISÃO PGR-00037106/2020

Relator(a): Dr(a) MARCIA NOLL BARBOZA

Ementa: Notícia de Fato autuada para apurar a possível prática do crime de contrabando de cigarros, emrazão de duas apreensões, ocorridas em 28/11/2014 e 18/12/2014, de 60 e 50 maços de cigarrode origem estrangeira, desacompanhados da documentação comprobatória de sua regularintrodução no país. Revisão do arquivamento (art. 62, IV, da LC nº 75/93). Conforme a Orientaçãonº 25/2016 da 2ª CCR, de 18/04/2016, procede-se ao arquivamento de investigações criminaisreferentes a condutas que se adéquem ao contrabando de cigarros quando a quantidadeapreendida não superar 153 (cento e cinquenta e três) maços de cigarros, seja pela diminutareprovabilidade da conduta, seja pela necessidade de se dar efetividade à repressão aocontrabando de vulto, ressalvada a reiteração de condutas que cobra a persecução penal. Adespeito da existência de dois registros em nome do investigado, foram apreendidos, nas duasocasiões, apenas 110 maços de cigarros, circunstância que autoriza o reconhecimento dainsignificância da conduta. Além disso, não há registro de apreensões posteriores capazes deindicar habitualidade da conduta. Homologação do arquivamento.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, a maioria, deliberou pela homologação doarquivamento, nos termos do voto do(a) relator(a). Restou vencida a Dra. Mônica Nicida Garcia.Participou da votação o Dr. Juliano Baiocchi Villa-Verde de Carvalho.

282. Processo: 1.34.041.000045/2019-82 - Eletrônico Voto: 6801/2019 Origem: PROCURADORIA DAREPÚBLICA NO MUNICÍPIO DEANDRADINA-SP

Relator(a): Dr(a) MARCIA NOLL BARBOZA

Ementa: Notícia de Fato. Representação encaminhada ao MPF, na qual o noticiante relata que oreclamante de ação trabalhista teria forjado a existência de acidente de trabalho visando obtervantagem às custas do ex-empregador. Com isso, aponta que o representado teria praticadocrime contra a administração da justiça, fraude processual, falsidade ideológica, entre outros.Promoção de arquivamento pelo Procurador oficiante. Recurso do representante. Revisão dearquivamento (LC nº 75/93, art. 62, IV). Verifica-se dos autos que o representante, que figuroucomo reclamado na referida ação, restou condenado ao pagamento de diversas verbastrabalhistas. Contudo, a reclamatória ocorreu à revelia do representante, razão pela qual nãohouve contraditório sobre as alegações apresentadas. Em contrapartida, houve a interposição derecurso ordinário ao TRT, onde várias questões aqui expostas foram analisadas e indeferidas.Nota-se que, ao menos em grau de recurso, os fatos foram submetidos ao contraditório e ampladefesa, não cabendo a análise, na esfera penal, sobre possível litigância de má-fé ocorrida emação trabalhista. Verifica-se, também, que inexistem indícios de que o representante, em conluiocom seus advogados, tenham falsificado a documentação utilizada para a propositura dareclamatória em questão, assim como não se verifica a ocorrência de falso testemunho. A possívelfalsidade das alegações do reclamante em petição inicial submetida ao contraditório não indica,por si só, a prática de crime. Falta de justa causa para prosseguir na persecução penal.Homologação do arquivamento.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação doarquivamento, nos termos do voto do(a) relator(a).

283. Processo: 1.35.000.000491/2018-55 - Eletrônico Voto: 6728/2019 Origem: PROCURADORIA DAREPÚBLICA -SERGIPE/ESTANCIA/ITABAIANA

Relator(a): Dr(a) MARCIA NOLL BARBOZA

Ementa: Procedimento Investigatório Criminal. Suposta prática do crime de falsidade ideológica por peritosque teriam utilizado, de forma indevida, papel timbrado da Universidade de São Paulo USP emlaudo técnico apresentado nos autos de ação civil pública. O autor do trabalho técnico é professoraposentado da USP, tendo atuado, à época dos fatos, como Professor Sênior da instituição e ocoautor foi aluno da graduação e pós-graduação da referida universidade. CP, art. 299. Promoçãode arquivamento pela Procuradora oficiante. Recurso do representante. Manutenção do

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ATA DA 758ª SESSÃO DE REVISÃO PGR-00037106/2020

arquivamento e remessa dos autos à 2ª CCR. Revisão de arquivamento (LC nº 75/93, art. 62, IV).Segundo o noticiante, a apresentação de laudo técnico formalizado em papel timbrado da USPvisava ludibriar o Juízo Federal de que o exame técnico seria oriundo de trabalho oficial dareferida universidade. Como bem ressaltado pela Procuradora oficiante, o magistrado deixou claroque o trabalho técnico apresentado pela parte não ostenta o valor probatório da períciadeterminada em Juízo, por ter sido produzido unilateralmente, não tendo conferido, assim,prevalência ao referido documento tão somente pelo fato de estar atrelado ao timbre da USP,tanto que indeferiu os pedidos liminares pleiteados pela parte autora e determinou a dilaçãoprobatória. Em razão da invalidade do documento, foi nomeado perito judicial. O suposto meiofraudulento se mostrou absolutamente ineficaz para induzir ou manter em erro o Juízo Federal.Carência de potencialidade lesiva para a consumação do crime de falsidade ideológica. Autilização do timbre e do endereço da USP no documento, ainda que em possíveldesconformidade com as regras administrativas, não indica, por si só, a prática de crime.Cientificado do presente procedimento, o juízo não indicou eventual má-fé processual adotadapela parte autora que corrobore a possível atuação fraudulenta dos investigados. Ausência dejusta causa para o prosseguimento da persecução penal. Homologação do arquivamento.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação doarquivamento, nos termos do voto do(a) relator(a).

Outras deliberações(Arquivamento)

284. Processo: DPF/GVS/MG-00326/2017-INQ Voto: 6696/2019 Origem: GABPRM1-LMM - LILIANMIRANDA MACHADO

Relator(a): Dr(a) MARCIA NOLL BARBOZA

Ementa: Inquérito Policial. Crime de estelionato previdenciário, na modalidade tentada, consistente naapresentação de atestado médico falso para obtenção de auxílio-doença (CP, art. 171, §3º).Celebração de acordo de não-persecução penal, nos termos da Resolução nº 181/2017 do CNMP.Condições do acordo: a) pagar prestação pecuniária no valor de R$ 1.500,00 (mil e quinhentosreais); b) comunicar qualquer alteração de endereço, número de telefone ou e-mail ao MPF; c)comprovar mensalmente o cumprimento das condições. O Juízo Federal determinou a devoluçãodos autos ao MPF por não concordar com a obrigação do judiciário de homologar o acordo.Revisão. Reconhecimento da constitucionalidade formal de atos normativos em condiçõesanálogas pelo Supremo Tribunal Federal. Busca de solução institucional para direcionar apersecução penal em juízo para crimes efetivamente mais graves. Determinação contida na ADPFnº 347 MC. Hipótese de regulamentação e aplicação direta de dispositivos constitucionaisintrinsecamente relacionados com a atuação do Ministério Público, inserindo-se, pois, aResolução nº 181/2017, no âmbito da competência do CNMP. CF, art. 130-A, § 2º, incs. I e II.Constitucionalidade do ato normativo. Adesão aos fundamentos expostos no Voto nº 2958/2018,proferido nos autos do Procedimento nº 2017.50.01.501767-5, Sessão de Revisão nº 714ª, de07/05/2018, unânime. No caso, verifica-se o preenchimento dos requisitos estabelecidos nareferida resolução, sendo cabível a implementação do acordo conforme estabelecido com oaveriguado. Homologação da implementação do acordo de não-persecução penal. Devolução dosautos à Procuradora oficiante para adoção das providências cabíveis.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação daimplementação do Acordo de Não-Persecução Penal, nos termos do voto do(a) relator(a).

285. Processo: 1.29.002.000267/2019-21 - Eletrônico Voto: 6724/2019 Origem: PROCURADORIA DAREPÚBLICA NO MUNICÍPIO DECAXIAS DO SUL-RS

Relator(a): Dr(a) MARCIA NOLL BARBOZA

Ementa: Notícia de Fato. Ofício encaminhado pela Polícia Federal em Caxias do Sul/RS noticiando apossível realização de descontos indevidos em benefícios previdenciários por associação deaposentados. CP, art. 171. Recebimento da promoção de arquivamento como declínio deatribuições (Enunciado nº 32 da 2ª CCR). Oficiada, a associação apresentou os termos de adesão

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ATA DA 758ª SESSÃO DE REVISÃO PGR-00037106/2020

dos beneficiários e informou que durante todo o período em que o contrato esteve vigente osassociados tinham vários benefícios a sua disposição e, diante do evidente desinteresse pelamanutenção do contrato, a associação realizou a devolução dos valores descontados. Segundoaduzido pela autoridade policial, possivelmente os termos de adesão eram firmados no momentode contratação de empréstimos pessoais, sem o devido esclarecimento sobre os descontos.Inexistência de apresentação de documentação falsa ao INSS. Prejuízo suportado pelo particular.Necessidade do envio para o Ministério Público Estadual para conhecimento dos fatos e adoçãodas providências cabíveis. Homologação do declínio de atribuições.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pelo recebimento dapromoção de arquivamento como declínio de atribuições ao Ministério Público Estadual.Homologação nos termos do voto do(a) relator(a).

Dr. ROGÉRIO JOSE BENTO SOARES DO NASCIMENTO

Nos processos de relatoria do Dr. ROGÉRIO JOSE BENTO SOARES DO NASCIMENTO participaram da votação aDr.ª Luiza Cristina Fonseca Frischeisen, titular do 1º Ofício, e o Dr. Juliano Baiocchi Villa-Verde de Carvalho,titular do 3º Ofício.

ORIGEM JUDICIAL

NÃO PADRÃO

286. Processo: JF/MG-0022183-79.2019.4.01.3800-INQ

Voto: 6971/2019 Origem: JUSTIÇA FEDERAL -SEÇÃO JUDICIÁRIA DO ESTADODE MINAS GERAIS

Relator(a): Dr(a) ROGERIO JOSE BENTO SOARES DO NASCIMENTO

Ementa: Inquérito Policial instaurado para apurar possível prática do crime descrito no art. 241-A da Lei nº8.069/90. Suposto compartilhamento de material envolvendo pornografia infantojuvenil por meioda rede P2P (peer-to-peer). O Procurador da República oficiante requereu judicialmente que fossesuscitado conflito negativo de competência, por entender que não restou comprovada atransnacionalidade da conduta, requisito indispensável para atrair a competência federal.Discordância do Juízo Federal. Aplicação analógica do art. 28 do CPP c/c o art. 62, IV, da LC nº75/93. Segundo consta em decisão do STF, quando a publicação de material contendopornografia infantojuvenil ocorre na ambiência virtual de sítios de amplo e fácil acesso a qualquersujeito, em qualquer parte do planeta, que esteja conectado à internet, a constatação dainternacionalidade se infere não apenas do fato de que a postagem se opera em cenário propícioao livre acesso, como também que, ao fazê-lo, o agente comete o delito justamente com oobjetivo de atingir o maior número possível de pessoas, inclusive assumindo o risco de queindivíduos localizados no estrangeiro sejam, igualmente, destinatários do material. Apotencialidade do dano não se extrai somente do resultado efetivamente produzido, mas tambémdaquele que poderia ocorrer. Basta à configuração da competência da Justiça Federal que omaterial pornográfico envolvendo crianças ou adolescentes tenha estado acessível por alguém noestrangeiro, ainda que não haja evidências de que esse acesso realmente ocorreu (RE 628.624,publicado no DJe 06/04/2016). No presente caso, a suposta rede utilizada (P2P) permite, em tese,o compartilhamento de arquivos entre usuários situados em qualquer lugar do mundo, o quedemonstra o caráter transnacional da conduta. Interesse federal configurado. Precedente da 2ªCCR: 0034579-25.2018.4.01.3800, 732ª Sessão de Revisão, de 22/01/2019, unânime. Nãohomologação do declínio de atribuições e devolução dos autos ao ofício originário para prosseguirnas investigações, facultando-se ao Procurador da República oficiante, se for o caso, que, comfundamento em sua independência funcional, requeira a designação de outro membro para tanto,nos termos do Enunciado n° 03 do Conselho Institucional do Ministério Público Federal.

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ATA DA 758ª SESSÃO DE REVISÃO PGR-00037106/2020

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela não homologação dodeclínio de atribuições e devolução dos autos ao ofício originário para prosseguir nasinvestigações, nos termos do voto do(a) relator(a).

287. Processo: SR/DPF/MG-00596/2018-INQ Voto: 6969/2019 Origem: JUSTIÇA FEDERAL -SEÇÃO JUDICIÁRIA DO ESTADODE MINAS GERAIS

Relator(a): Dr(a) ROGERIO JOSE BENTO SOARES DO NASCIMENTO

Ementa: Inquérito Policial instaurado para apurar possível prática do crime descrito no art. 241-A ou 241-Bda Lei nº 8.069/90. Suposto compartilhamento de material envolvendo pornografia infantojuvenilpor meio da rede P2P (peer-to-peer). O Procurador da República oficiante requereu judicialmenteque fosse suscitado conflito negativo de competência, por entender que não restou comprovada atransnacionalidade da conduta, requisito indispensável para atrair a competência federal.Discordância do Juízo Federal. Aplicação analógica do art. 28 do CPP c/c o art. 62, IV, da LC nº75/93. Segundo consta em decisão do STF, quando a publicação de material contendopornografia infantojuvenil ocorre na ambiência virtual de sítios de amplo e fácil acesso a qualquersujeito, em qualquer parte do planeta, que esteja conectado à internet, a constatação dainternacionalidade se infere não apenas do fato de que a postagem se opera em cenário propícioao livre acesso, como também que, ao fazê-lo, o agente comete o delito justamente com oobjetivo de atingir o maior número possível de pessoas, inclusive assumindo o risco de queindivíduos localizados no estrangeiro sejam, igualmente, destinatários do material. Apotencialidade do dano não se extrai somente do resultado efetivamente produzido, mas tambémdaquele que poderia ocorrer. Basta à configuração da competência da Justiça Federal que omaterial pornográfico envolvendo crianças ou adolescentes tenha estado acessível por alguém noestrangeiro, ainda que não haja evidências de que esse acesso realmente ocorreu (RE 628.624,publicado no DJe 06/04/2016). No presente caso, a suposta rede utilizada (P2P) permite, em tese,o compartilhamento de arquivos entre usuários situados em qualquer lugar do mundo, o quedemonstra o caráter transnacional da conduta. Interesse federal configurado. Precedente da 2ªCCR: 0034579-25.2018.4.01.3800, 732ª Sessão de Revisão, de 22/01/2019, unânime. Nãohomologação do declínio de atribuições e devolução dos autos ao ofício originário para prosseguirnas investigações, facultando-se ao Procurador da República oficiante, se for o caso, que, comfundamento em sua independência funcional, requeira a designação de outro membro para tanto,nos termos do Enunciado n° 03 do Conselho Institucional do Ministério Público Federal.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela não homologação dodeclínio de atribuições e devolução dos autos ao ofício originário para prosseguir nasinvestigações, nos termos do voto do(a) relator(a).

288. Processo: DPF/ITZ/MA-00259/2015-INQ Voto: 6966/2019 Origem: JUSTIÇA FEDERAL -SUBSEÇÃO JUDICIÁRIA DEIMPERATRIZ/MA

Relator(a): Dr(a) ROGERIO JOSE BENTO SOARES DO NASCIMENTO

Ementa: Inquérito Policial. Possível prática dos crimes descritos nos arts. 171, § 3º, 299 e 304 do CP.Notícia de que o investigado teria apresentado, perante a Justiça Federal, declaração de exercíciode atividade rural falsa para obtenção de benefício previdenciário. Improcedência do pedido.Promoção de arquivamento com base na ausência de elementos suficientes de autoria delitiva.Discordância do Juiz Federal, aduzindo que há razoáveis indícios de que o autor da açãoprevidenciária utilizou documento sabidamente falso. Aplicação do art. 28 do CPP c/c art. 62, IV,da LC 75/93. Meio supostamente fraudulento que se mostrou absolutamente ineficaz para induzirou manter em erro a autarquia previdenciária ou mesmo o Juízo Federal. Carência depotencialidade lesiva para a consumação do crime de falsidade ideológica ou para a tentativa docrime de estelionato qualificado. Exercício do direito de ação, com submissão ao contraditório detudo aquilo que o segurado acreditava militar em favor de sua pretensão, especialmente adeclaração particular de atividade rural inidônea. Precedente da 2ª CCR: DPF/SGO-00246/2018-INQ, 749ª Sessão de Revisão, de 09/09/2019, unânime. Falta de justa causa para prosseguir na

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ATA DA 758ª SESSÃO DE REVISÃO PGR-00037106/2020

persecução penal. Manutenção do arquivamento.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação doarquivamento, nos termos do voto do(a) relator(a).

289. Processo: JF/MG-0019136-97.2019.4.01.3800-INQ

Voto: 6967/2019 Origem: JUSTIÇA FEDERAL -SEÇÃO JUDICIÁRIA DO ESTADODE MINAS GERAIS

Relator(a): Dr(a) ROGERIO JOSE BENTO SOARES DO NASCIMENTO

Ementa: INQUÉRITO POLICIAL. POSSÍVEL CRIME DE ESTELIONATO EM DETRIMENTO DO INSS.INEXISTÊNCIA DE ELEMENTOS MÍNIMOS DE PROVA QUANTO À MATERIALIDADE DELITIVA.MANUTENÇÃO DO ARQUIVAMENTO. 1. Inquérito Policial instaurado para apurar possível práticado crime descrito no art. 171, § 3º, do CP. Suposto recebimento indevido de benefícioprevidenciário após o óbito do titular, referente às competências de 09/2011 a 12/2012, causandoprejuízo no valor original de R$ 8.726,50. 2. Restituição pelo banco dos valores mantidos na contado falecido, no importe de R$ 4.736,61. Informação da instituição bancária de que não ocorrerammovimentações financeiras nas contas vinculadas ao beneficiário após o seu falecimento.Contudo, o referido banco não soube esclarecer acerca do destino da eventual quantiaremanescente (R$ 3.989,89). 3. Promoção de arquivamento com base, em síntese, na informaçãode que não houve movimentação da conta-corrente após o falecimento do titular do benefício. 4.Discordância do Juiz Federal, aduzindo que a apuração até então realizada nos autos demonstroutambém que existem informações contraditórias a respeito da existência de movimentação naconta onde o benefício previdenciário era creditado. É que primeiramente o Banco () informou nãoter havido movimentação bancária na conta do titular após o seu falecimento, ocorrido em22/09/2011, o que contrastou com a informação da filha do falecido titular do benefício, queafirmou ter realizado o saque por uma única vez, no mês de outubro/2011. Inclusive, a promoçãoda autoridade policial ao MPF contém pedido de quebra de sigilo para dar continuidade àsinvestigações. 5. Remessa dos autos nos termos do art. 28 do CPP c/c art. 62, IV, da LC 75/93. 6.Em que pese o depoimento prestado pela filha do beneficiário falecido possa contribuir para odescortinamento da autoria, não há nos autos elementos mínimos de prova quanto àmaterialidade delitiva. Assiste razão ao membro do MPF oficiante ao afirmar que restará inócua aquebra do sigilo bancário, uma vez que a instituição financeira já informou que não ocorreumovimentação na conta bancária após o falecimento. 7. Ademais, a suposta quantiaremanescente (R$ 3.989,89) é inferior ao piso mínimo para o ajuizamento de ações deressarcimento ao INSS (R$ 10.000,00), nos termos do art. 3º-A, da Portaria nº 377/2011/AGU, oque denota a irrelevância da conduta nos âmbitos cível e administrativo e justifica o nãoprosseguimento da investigação na seara penal. Precedente da 2ª CCR: 1.24.000.000647/2019-62, Sessão n° 749, de 09/09/2019, unânime. 8. Manutenção do arquivamento.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação doarquivamento, nos termos do voto do(a) relator(a).

290. Processo: JF/MOC-0001931-34.2019.4.01.3807-INQ

Voto: 7013/2019 Origem: JUSTIÇA FEDERAL -SUBSEÇÃO JUDICIÁRIA DEMONTES CLAROS/MG

Relator(a): Dr(a) ROGERIO JOSE BENTO SOARES DO NASCIMENTO

Ementa: Inquérito Policial. Possível prática do crime descrito no art. 168-A do CP. Relato de que ex-presidente de uma entidade sindical teria deixado de repassar as contribuições previdenciárias aoINSS. Revisão de arquivamento (LC nº 75/93, art. 62, IV). Diligências. Insuficiência de elementosque indiquem a ocorrência do crime ora em análise. Homologação do arquivamento, sem prejuízodo art. 18 do CPP.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação doarquivamento, nos termos do voto do(a) relator(a).

291. Processo: JF/MOC-0002038- Voto: 7017/2019 Origem: JUSTIÇA FEDERAL -

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ATA DA 758ª SESSÃO DE REVISÃO PGR-00037106/2020

78.2019.4.01.3807-INQ SUBSEÇÃO JUDICIÁRIA DEMONTES CLAROS/MG

Relator(a): Dr(a) ROGERIO JOSE BENTO SOARES DO NASCIMENTO

Ementa: Inquérito Policial instaurado para apurar possível prática do crime descrito no art. 299 do CP.Empresa privada declarou, em processos administrativos de regularização de obra, que possuíacontabilidade regular. Todavia, após ser intimada pela Receita Federal para apresentar livro diárioe livro caixa do período fiscalizado, os documentos não foram disponibilizados. Revisão dearquivamento (LC nº 75/93, art. 62, IV). Assiste razão ao membro do MPF oficiante ao alegar queo só fato da empresa ter-se mantido omissa quanto a apresentação de livros contábeis à ReceitaFederal não caracteriza, por si só, o ilícito de falsidade ideológica. Em relação à suposta práticado crime de desobediência (CP, art. 330), verifica-se que já ocorreu a prescrição, visto que o fatoocorreu em 2012 (CP, art. 109, VI). Homologação do arquivamento.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação doarquivamento, nos termos do voto do(a) relator(a).

292. Processo: JF/PR/CAS-5010367-19.2019.4.04.7005-SEM_SIGLA -Eletrônico

Voto: 6965/2019 Origem: JUSTIÇA FEDERAL -SUBSEÇÃO JUDICIÁRIA DECASCAVEL

Relator(a): Dr(a) ROGERIO JOSE BENTO SOARES DO NASCIMENTO

Ementa: Procedimento investigatório instaurado para apurar possível crime de descaminho (CP, art. 334)por parte de 4 (quatro) investigados. Tributos iludidos no importe de R$ 9.534,98. Constam outrosprocedimentos administrativos instaurados contra um dos investigados nos últimos cinco anos,cujos tributos somam R$ 3.622,61. Promoção de arquivamento fundada no princípio dainsignificância. Discordância do Juízo Federal apenas em relação ao investigado que possuiregistro de reiterações delitivas. Remessa dos autos nos termos do art. 28 do CPP c/c art. 62, IV,da LC 75/93. 1) Diante da lei vigente, da doutrina e dos precedentes do STF e STJ aplicáveis aocaso, forçoso reconhecer o seguinte: a) em se tratando do crime de descaminho, a lesão ao Fiscoinferior ao limite fixado pela própria Receita Federal em R$ 20.000,00, conduz à atipicidadematerial da conduta (Portarias MF 75/2012 e 130/2012); b) a reincidência não impede, por si só,que o juiz da causa reconheça a insignificância penal da conduta, à luz dos elementos do casoconcreto (HC 123533, Tribunal Pleno, STF); e c) a existência de reiterações, reincidências ouhabitualidade delitiva no crime de descaminho, por si só, não produz interesse fiscal até que asoma dos débitos alcance o patamar mínimo fixado pela Receita Federal para o ajuizamento daexecução (Lei nº 10.522/2002, art. 20, § 4º). 2) Nesse contexto, considerando que a soma detodos os débitos consolidados não é superior a R$ 20.000,00 (não havendo interesse fiscal naexecução do crédito), e em conexão com os postulados da fragmentariedade e da intervençãomínima do Estado em matéria penal, deve ser aplicado o princípio da insignificância parareconhecer a irrelevância material da conduta. Manutenção do arquivamento.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, a maioria, deliberou pela homologação doarquivamento, nos termos do voto do(a) relator(a). Restou vencido o Dr. Juliano Baiocchi Villa-Verde de Carvalho. Participou da votação a Dra. Luiza Cristina Fonseca Frischeisen.

293. Processo: JFRS/SLI-5002727-50.2019.4.04.7106-RPCR - Eletrônico

Voto: 6919/2019 Origem: JUSTIÇA FEDERAL DORIO GRANDE DO SUL -SUBSEÇÃO JUDICIARIA DESANTANA DO LIVRAMENTO

Relator(a): Dr(a) ROGERIO JOSE BENTO SOARES DO NASCIMENTO

Ementa: Notícia de Fato instaurada a partir de representação ofertada pela Procuradoria Seccional Federalem Uruguaiana/RS para apurar possível prática dos crimes descritos nos arts. 171, § 3º, 298, 299,304 e 313-A do CP em virtude da concessão fraudulenta do benefício de salário-maternidade porI.M.M.R., então servidora do INSS, em favor da segurada C.B.da R. Manifestação do MPF peloarquivamento do feito em razão do advento da prescrição da pretensão punitiva quanto ao crimedo art. 171, § 3º, aplicação do princípio da consunção no tocante aos ilícitos dos arts. 298 e 299

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ATA DA 758ª SESSÃO DE REVISÃO PGR-00037106/2020

do CP, bem como da ausência do interesse de agir quanto ao delito do art. 313-A, ambos do CP.Discordância do Juízo da 2ª Vara Federal de Santana do Livramento/RS quanto ao ilícito previstono art. 313-A do CP, imputado à investigada I.M.M.R., por entender que o fato em apreço nãorestou fulminado pela prescrição. Aplicação do art. 28 do CPP c/c art. 62, inc. IV, da LC nº 75/93. A2ª Câmara de Coordenação e Revisão já firmou o entendimento no sentido do não cabimento doreconhecimento da extinção da punibilidade pela prescrição, considerando a pena emperspectiva, por ferir os primados constitucionais do devido processo legal, da ampla defesa e dapresunção de inocência" (Enunciado nº 28). No mesmo sentido, a Súmula nº 438 do STJ: "Éinadmissível a extinção da punibilidade pela prescrição da pretensão punitiva com fundamento empena hipotética, independentemente da existência ou sorte do processo penal". No presente caso,a concessão do benefício ocorreu em 18/05/2005 pela então servidora. Logo, tendo em vista odisposto no art. 109, III,do CP, que estabelece a prescrição em 16 (dezesseis) anos para o delitocuja pena máxima é superior a 8 (oito) e não excede a 12 (doze) anos de reclusão, verifica-se quea extinção da punibilidade pela prescrição da pretensão punitiva somente ocorrerá em maio/2021.Designação de outro membro do Ministério Público Federal para prosseguir na persecução penal.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela não homologação dearquivamento, nos termos do voto do(a) relator(a).

294. Processo: JF-SOR-0000762-33.2019.4.03.6110-IP

Voto: 6968/2019 Origem: JUSTIÇA FEDERAL - 10ªSUBSEÇÃO JUDICIÁRIA -SOROCABA/SP

Relator(a): Dr(a) ROGERIO JOSE BENTO SOARES DO NASCIMENTO

Ementa: Inquérito Policial. Possível crime de falso testemunho nos autos de ação trabalhista e contra aordem tributária. Divergências entre os depoimentos das testemunhas e suposto recebimento derendimentos extrafolha. O Procurador da República oficiante promoveu o arquivamento emrelação aos dois crimes, em razão da ausência de potencialidade lesiva nas declarações dastestemunhas e pela inexistência de crédito tributário definitivamente constituído. Discordância doJuiz Federal apenas no que se refere ao delito do art. 342 do CP, por entender que as declaraçõescontraditórias envolveram fatos juridicamente relevantes para a solução da lide trabalhista.Aplicação do art. 28 do CPP c/c art. 62, IV, da LC nº 75/93. As divergências de versões entre astestemunhas não são suficientes para justificar, por si só, a continuidade da presente persecuçãopenal. Para a configuração do crime em questão, é necessário que haja divergência entre adeclaração da testemunha e o que ela efetivamente sabe sobre os fatos, o que não restoudemonstrado nos autos. Insuficiência de provas quanto à eventual má-fé ou vontade livre econsciente de ludibriar o juízo. Precedente da 2ª CCR: DPF-UDI-00190/2018-INQ, Sessão nº 733,de 28/01/2019, unânime. Manutenção do arquivamento.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação doarquivamento, nos termos do voto do(a) relator(a).

295. Processo: JF/SP-5003093-78.2019.4.03.6181-PICMP - Eletrônico

Voto: 6915/2019 Origem: JUSTIÇA FEDERAL -SEÇÃO JUDICIÁRIA DO ESTADODE SÃO PAULO/SP

Relator(a): Dr(a) ROGERIO JOSE BENTO SOARES DO NASCIMENTO

Ementa: Notícia de Fato instaurada a partir de expediente da Corregedoria Regional de Polícia Federal emSão Paulo para apurar possível prática do crime de falsidade ideológica ou de uso de documentofalso por parte da estrangeira A.L.C.J./A.P., que compareceu ao Núcleo de Registros deEstrangeiros do Departamento de Polícia Federal e solicitou refúgio qualificando-se como cidadãda República Dominicana. Com essa identificação não foram encontrados registros de entrada nosistema migratório, mas, ao ser realizado o confronto datiloscópico para verificação de identidadeentre impressões digitalizadas no Sistema Automatizado de Impressões Digitais, constatou-secoincidência com as impressões da estrangeira A.P., também nacional da República Dominicana,que possui solicitação de refúgio expedida em 19/05/2010. Manifestação do MPF peloarquivamento do feito. Discordância do Juízo da 9ª Vara Federal Criminal de São Paulo. Remessados autos nos termos do art. 28 do CPP c/c o art. 62, IV, da LC nº 75/93. Como bem pontuado

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ATA DA 758ª SESSÃO DE REVISÃO PGR-00037106/2020

pela Procuradora oficiante, há previsão expressa na Lei nº 9.474/97 que determina não só asuspensão de qualquer procedimento administrativo ou criminal relacionado à entrada irregular derefugiado no país como também o arquivamento de tais investigações em âmbito administrativo ecriminal, caso a condição de refugiado seja concedida ao estrangeiro. A referida lei ainda impõeao CONARE/MG, órgão responsável pela concessão de refúgio ao estrangeiro, a obrigação deencaminhar a decisão administrativa à Polícia Federal. Nesse contexto, até a decisão final noprocedimento administrativo referido, cujo objeto é o reconhecimento da condição de refugiada deA.L./A.P., não subsistem razões para a continuidade das investigações ou instauração de inquéritopolicial. No presente caso, cabe destacar, já houve a expedição de ofício para o CONARE/MJ coma solicitação de que, em caso de não acolhimento do pedido de refúgio pela interessada, que ocaso seja levado ao conhecimento da COR/SR/PF/SP para reavaliação dos aspectos criminais emtela. Hipótese na qual ficou resguardada a segurança da análise do caso concreto, se porventuraindeferido o pedido de refúgio. Precedentes da 2ª CCR: Procedimento nº 0010864-92.2016.4.03.6119, 707ª Sessão Ordinária, de 26/02/2018; Procedimento nº 0000173-50.2018.4.01.3000, 747ª Sessão Ordinária, de 12/08/2019. Insistência no arquivamento.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação doarquivamento, nos termos do voto do(a) relator(a).

296. Processo: JF-CTV-5003737-52.2019.4.03.6106-PICMP - Eletrônico

Voto: 6921/2019 Origem: JUSTIÇA FEDERAL - 36ªSUBSEÇÃO JUDICIÁRIA -CATANDUVA/SP

Relator(a): Dr(a) ROGERIO JOSE BENTO SOARES DO NASCIMENTO

Ementa: Noticia de Fato instaurada inicialmente no âmbito da PRM de São José do Rio Preto/SP paraapurar a possível prática do crime descrito no art. 70 da Lei nº 4.117/62. Consta dos autos que aANATEL recebeu a informação sobre a utilização indevida de concessão de difusão sonora emFrequência Modulada FM, operando na frequência de 150,86 MHz. Em 18/05/2019 foi realizadadiligência fiscalizatória em um endereço no município de Catanduva/SP, onde funciona a empresaM.T.C.. No local, os agentes da ANATEL encontraram um equipamento transceptor fixo deradiocomunicação ligado, operando na frequência referida e com a potência aferida de 40W semo devido selo de certificação/homologação ou qualquer outro documento amparando o seufuncionamento. Manifestação do MPF requerendo a designação de audiência preliminar paraoferta de proposta de transação penal. Discordância do Juízo da 1ª Vara Federal deCatanduva/SP por considerar que os fatos noticiados se amoldam, em tese, ao tipo previsto noart. 183 da Lei nº 9.472/97, punido com pena de detenção de dois a quatro anos, não cabendo,assim, a transação penal. Remessa dos autos nos termos do art. 28 do CPP c/c art. 62, IV, da LCnº 75/93. Com razão o Juízo de primeiro grau. O Superior Tribunal de Justiça delimitou ascondutas descritas nos referidos tipos penais e, utilizando o critério da clandestinidade, esclareceuque o art. 183 da Lei n. 9.472/97 não revogou o art. 70 da Lei n.4.117/62, haja vista a distinçãodos tipos penais. Nos termos da jurisprudência desta Corte, a prática habitual de atividade detelecomunicação sem a prévia autorização do órgão público competente subsome-se ao tipodescrito no art. 183 da Lei n. 9.472/97, enquanto a conduta daquele que, previamente autorizado,exerce atividade de telecomunicação de forma contrária aos preceitos legais e regulamentaresencontra enquadramento típico-normativo no art. 70 da Lei n. 4.117/62. (AgRg no REsp1387258/ES, Quinta Turma, DJe 20/11/2013). Por sua vez, o Supremo Tribunal Federal entendeque o crime do art. 183 da Lei 9.472/97 consuma-se quando há habitualidade enquanto o crimedo art. 70 da Lei 4.117/62 ocorre quando a conduta é clandestina, mas não reiterada (HC 115137,Primeira Turma, DJe 13/02/2014). No caso em exame, o funcionamento clandestino de atividadede radiodifusão sonora em frequência modulada amolda-se à conduta delitiva prescrita no art. 183da Lei nº 9.472/97, seja porque a exploração realizou-se sem prévia autorização do órgãocompetente, seja porque se desenvolveu com habitualidade. Precedente da 2ª CCR:Procedimento nº 0008351-89.2018.4.01.3807, 738ª Sessão Ordinária, de 08/04/2019.Inviabilidade de oferta da proposta de transação penal. Designação de outro membro do MPFpara dar prosseguimento à persecução penal.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela não homologação daoferta de proposta de transação penal e prosseguimento da persecução penal, nos termos do voto

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do(a) relator(a).

ORIGEM INTERNA

NÃO PADRÃO

297. Processo: DPF/AM-00124/2016-INQ Voto: 6948/2019 Origem: DCE/PGR - DIVISÃO DECONTROLE EXTRAJUDICIAL/PGR

Relator(a): Dr(a) ROGERIO JOSE BENTO SOARES DO NASCIMENTO

Ementa: CONFLITO NEGATIVO DE ATRIBUIÇÕES ENTRE O MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL E OMINISTÉRIO PÚBLICO MILITAR. INQUÉRITO POLICIAL. USO DE DOCUMENTOS FALSOSPOR CANDIDATOS EM PROCESSO SELETIVO REALIZADO PELA ADMINISTRAÇÃO MILITAR.NÃO OFENSA AOS BENS JURÍDICOS PREVISTOS NO ART. 142 DA CONSTITUIÇÃO.ATRIBUIÇÃO DO MPF. 1. Inquérito Policial instaurado para apurar possível crime de uso dedocumentos falsos por candidatos em processo seletivo para o Quadro de Sargentos da Reservade Segunda Classe Convocados QSCON do ano de 2014. Tais documentos tinham por objetivo acomprovação de experiência profissional como motorista. 2. O Procurador de Justiça Militarpromoveu o declínio de atribuições ao Ministério Público Federal, considerando que os fatos oraem análise não configuram crime militar, na medida em que não se amoldam aos incisos do art. 9ºdo CPM. 3. O Procurador da República oficiante na PR/AM, por sua vez, suscitou o presenteconflito negativo de atribuições, uma vez que a utilização da documentação falsa foi viabilizadacom fim específico de ludibriar a seleção por parte da Administração Militar. 4. Para definir se umdelito é militar em tempo de paz, necessário proceder, antes mesmo da análise do art. 9º do CPM,à verificação dos critérios estabelecidos pela Constituição. O art. 142 da CF traz os dois princípiosbasilares das Forças Armadas, que orientam a interpretação das normas relativas aos militares: ahierarquia e a disciplina. Em observância a esses valores, a CF estabelece um regime jurídicodiferenciado para os militares, que prevê uma jurisdição específica para tutelar bens jurídicosespeciais: a defesa da pátria, a garantia dos poderes constitucionais e a garantia da lei e daordem. 5. O Direito Penal Militar deve abarcar somente as condutas de militares que atentemcontra a hierarquia, a disciplina e as instituições militares. 6. No caso, a conduta ora em análisenão traduz ofensa aos bens jurídicos previstos no art. 142 da CF (defesa da Pátria, garantia dospoderes constitucionais, da lei e da ordem). Portanto, a competência para o processamento ejulgamento do feito é da Justiça Federal e, consequentemente, da atribuição do Ministério PúblicoFederal. Precedente da 2ª CCR: 1.29.011.000299/2019-18, 746ª Sessão Ordinária, em08/07/2019, unânime. 7. Atribuição do Suscitante.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela atribuição dosuscitante, nos termos do voto do(a) relator(a).

298. Processo: 1.14.013.000146/2019-83 - Eletrônico Voto: 6610/2019 Origem: PROCURADORIA DAREPÚBLICA NO MUNICÍPIO DE T.DE FREITAS-BA

Relator(a): Dr(a) ROGERIO JOSE BENTO SOARES DO NASCIMENTO

Ementa: Notícia de Fato. Possível crime previsto no art. 19 da Lei nº 7.492/86. Manifestação apresentada àSala de Atendimento ao Cidadão. Narra o noticiante que terceiro, ainda não identificado, teriautilizado seu nome indevidamente para obter financiamento de veículo automotor peranteinstituição financeira. O Procurador da República oficiante promoveu o declínio de atribuições aoMinistério Público Estadual, por entender que não houve lesão a bens, serviços ou interesse deentes federais. Revisão (Enunciado nº 32). Conforme decisão da ex-Procuradora-Geral daRepública Raquel Elias Ferreira Dodge no Conflito de Atribuição nº 1.00.000.016527/2018-38, em16/10/2018 (decisão nº 248/2018-AJCA/SGJ/GABPGR), foi reconhecida, na linha dajurisprudência atual do STJ (CC 158.548/PI, Terceira Seção, DJe 01/08/2018), a competência daJustiça Federal para processar e julgar eventual ação penal envolvendo obtenção fraudulenta definanciamento para aquisição de veículo automotor. Atribuição do MPF para atuar no presenteprocedimento e formar opinio delicti sobre a materialidade e autoria do delito. Não homologaçãodo declínio e devolução dos autos ao ofício originário para prosseguimento nas investigações,

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facultando-se ao Procurador da República oficiante, se for o caso, que, com fundamento em suaindependência funcional, requeira a designação de outro membro para tanto, nos termos doEnunciado n° 03 do Conselho Institucional do Ministério Público Federal.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela não homologação dodeclínio de atribuição, nos termos do voto do(a) relator(a).

299. Processo: 1.29.000.003440/2019-63 - Eletrônico Voto: 6705/2019 Origem: PROCURADORIA DAREPÚBLICA - RIO GRANDE DOSUL

Relator(a): Dr(a) ROGERIO JOSE BENTO SOARES DO NASCIMENTO

Ementa: Notícia de Fato. Manifestação apresentada perante a Sala de Atendimento ao Cidadão. Narra onoticiante que D.F.O.M., mulher com quem tem dois filhos (que ainda são crianças, de 04 e 08anos), está tentando imigrar para o Canadá com documentos falsos, consistentes em declaraçõesemitidas por empresas localizadas no Brasil, as quais foram apresentadas às autoridadescanadenses para basear pedido de visto de estudante. Informa que D.F.O.M. já havia operado damesma forma em 2018 para obtenção de visto nos Estados Unidos. Além disso, acusa D.F.O.M.de falsificar documento canadense, a fim de viajar para os Estados Unidos com os filhosdesacompanhados do pai e de furtar o dinheiro das contas do casal. Promoção de declínio deatribuições ao Ministério Público Estadual, sob o fundamento de que não há lesão a bens,serviços ou interesse da União ou de suas autarquias e empresas públicas. Revisão (Enunciadonº 32 da 2ª CCR). O art. 109, inciso V, da CF/88, fixa a competência dos juízes federais paraprocessar e julgar "os crimes previstos em tratado ou convenção internacional, quando, iniciada aexecução no País, o resultado tenha ou devesse ter ocorrido no estrangeiro, ou reciprocamente".No caso, considerando que os fatos envolvem crianças, a existência de Convenção Internacionalsobre Direitos da Criança, da qual o Brasil é signatário (Decreto 99.710/1990), e de indícios detransnacionalidade da conduta, resta configurada a competência da Justiça Federal paraprocessar e julgar a matéria. Não homologação do declínio de atribuições e devolução dos autosao ofício originário para prosseguimento nas investigações, facultando-se à Procuradora daRepública oficiante, se for o caso, que, com fundamento em sua independência funcional,requeira a designação de outro membro para tanto, nos termos do Enunciado n° 03 do ConselhoInstitucional do Ministério Público Federal.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela não homologação dodeclínio de atribuição, nos termos do voto do(a) relator(a).

300. Processo: JF-DF-1001586-11.2019.4.01.3400-RPCR - Eletrônico

Voto: 5585/2019 Origem: GABPR6-CHML - CARLOSHENRIQUE MARTINS LIMA

Relator(a): Dr(a) ROGERIO JOSE BENTO SOARES DO NASCIMENTO

Ementa: INQUÉRITO POLICIAL. SUPOSTA FRAUDE EM DETRIMENTO DO PROGRAMA PASSE LIVRE.ARQUIVAMENTO PREMATURO. PROSSEGUIMENTO. 1. Inquérito Policial instaurado a partir deofício do Ministério dos Transportes, Portos e Aviação Civil, que noticiou suposta falsificação deatestado médico para obtenção de benefício do Programa Passe Livre, crime que se amolda, emtese, ao art. 171, §3°, do CP. 2. O Procurador da República oficiante promoveu o arquivamento dofeito, aduzindo que, devido à numerosa quantidade de casos semelhantes e sob o prisma daefetividade, serão utilizados recursos estatais com vistas a desmantelar o esquema criminoso,alcançando os aliciadores, ao revês de utilizá-los para punir os beneficiários individualmente, atéporque o que a experiência tem demonstrado é que, via de regra, resta inviável a comprovação dodolo do beneficiário. 3. Discordância do Juízo Federal, considerando necessário oaprofundamento das investigações. Remessa dos autos a esta 2ª CCR, nos termos do art. 28 doCPP c/c o art. 62, IV, da LC nº 75/93. 4. Em casos análogos, envolvendo crimes de estelionatoprevidenciário, esta 2ª CCR editou a Orientação nº 36, que ORIENTA os membros do MinistérioPúblico Federal com atuação na área criminal sob sua coordenação a realizar o arquivamento doschamados 'rescaldos' das operações previdenciárias, dispensando-se a instauração de inquéritopolicial ou de investigação criminal própria ou arquivando os feitos já instaurados, quando apersecução penal/investigação estiver em estágio avançado ou já houver sido ajuizada a ação

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ATA DA 758ª SESSÃO DE REVISÃO PGR-00037106/2020

penal e, após minuciosa análise, ao Procurador da República oficiante restar evidenciado que osfatos: a) não modificam o panorama probatório atual; b) não são suficientes para um aumentosubstancial das penas dos investigados na operação originária; c) dizem respeito às condutas dostitulares dos benefícios, salvo quando encerrarem alto grau de reprovabilidade, como a magnitudeda lesão; d) nada acrescentam acerca das condutas dos servidores e intermediadores jáinvestigados; e) não apresentam indícios da participação de outros servidores e/ouintermediadores, além dos já investigados no IPL de origem. 5. Este Signatário, por meio dedecisão monocrática, devolveu os autos à PR/DF para que informasse maiores detalhes acercado procedimento que investiga os supostos aliciadores do esquema criminoso, com base noEnunciado nº 69 da 2ª CCR. Em resposta, o membro do MPF oficiante apenas repetiu as razõesexpostas na promoção de arquivamento. Ressaltou que em recente análise a outros IPLs quetratam das fraudes perpetradas contra o Programa Passe Livre, observa-se que as investigaçõestêm avançado no sentido de identificar o envolvimento doloso dos fraudários integrantes doesquema criminoso, indivíduos que confeccionam os documentos fraudulentos, que seguidamentesão instruídos junto ao Ministério dos Transportes. Há, por outro lado, centenas de beneficiáriosidentificados, apenas com IPLs já instaurados, razão pela qual tem-se optado pela identificação epunição dos intermediários. 6. Conforme a supracitada Orientação nº 36, o arquivamento desteinquérito no atual momento só seria cabível se, entre outros fatores, a persecuçãopenal/investigação envolvendo os responsáveis pelo esquema ilícito estivesse em estágioavançado ou já houvesse sido ajuizada ação penal, o que não restou demonstrado no presentecaso. 7. Assiste razão ao magistrado ao alegar que "muito embora seja salutar a estratégia daPolícia Federal de dar solução conjunta aos inúmeros casos de fraude na obtenção do 'PasseLivre', buscando identificar os aliciadores e, assim, desbaratar o esquema criminoso, tal fato nãoretira do Poder Público o dever de investigar, processar e eventualmente punir todos aqueles quetiveram ou tentaram obter vantagem ilícita a partir deles, aqui inseridos os supostos beneficiários.(") a dificuldade de comprovação do dolo em casos semelhantes não pode ser, automaticamente,transportada para a hipótese em apreço, sem que haja embasamento em diligências e apuraçõesefetuadas no âmbito desta investigação". 8. Arquivamento prematuro. 9. Designação de outromembro do MPF para dar prosseguimento às investigações, propondo, se for o caso, o acordotratado na Resolução nº 181, com as alterações promovidas pela Resolução nº 183, ambas doCNMP.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, a maioria, deliberou pela não homologação dearquivamento, nos termos do voto do(a) relator(a). Restou vencida a Dra. Luiza Cristina FonsecaFrischeisen. Participou da votação o Dr. Juliano Baiocchi Villa-Verde de Carvalho.

PADRÃO

Outras deliberações(Declínio)

301. Processo: DPF/AM-00684/2019-INQ Voto: 6945/2019 Origem: GABPR10-FPL - FILIPEPESSOA DE LUCENA

Relator(a): Dr(a) ROGERIO JOSE BENTO SOARES DO NASCIMENTO

Ementa: Inquérito Policial. Ao ser realizada abordagem por policiais rodoviários federais, foi constatado queo Certificado de Registro e Licenciamento de Veículo (CRLV) apresentado pela investigada erafalso. Ademais, a investigada declarou que não possui habilitação para dirigir. 1) Suposto crime deuso de documento falso (CP, art. 304). Revisão de arquivamento (LC 75/93, art. 62, IV).Diligências. Impossibilidade de se imputar, por ora, à investigada que apresentou o CRLV o efetivoconhecimento acerca da natureza fraudulenta da documentação, uma vez que, conformeapurado, estava na posse transitória do veículo de seu namorado e do documento respectivo.Homologação do arquivamento, sem prejuízo do disposto no art. 18 do CPP. 2) Possíveis crimesdescritos no art. 297 do CP e no art. 309 do CTB. Revisão de declínio de atribuições (Enunciadonº 33 da 2ª CCR). Ausência de prejuízos diretos e específicos a bens, serviços ou interesse daUnião, suas entidades autárquicas ou empresas públicas, capazes de justificar a atribuição doMinistério Público Federal para a persecução penal. O CRLV é expedido por órgão estadual detrânsito. Homologação do declínio ao Ministério Público Estadual.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação do

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ATA DA 758ª SESSÃO DE REVISÃO PGR-00037106/2020

arquivamento e do declínio de atribuições ao Ministério Público Estadual, nos termos do votodo(a) relator(a).

302. Processo: DPF/PHB/PI-00072/2018-INQ Voto: 6941/2019 Origem: GABPRM1-SLR - SAULOLINHARES DA ROCHA

Relator(a): Dr(a) ROGERIO JOSE BENTO SOARES DO NASCIMENTO

Ementa: Inquérito Policial. Possível recebimento indevido de benefício previdenciário de pensão por morte.1) Suposto crime descrito no art. 171, § 3º, do CP. Revisão de arquivamento (LC 75/93, art. 62,IV). Inexistência de irregularidades na concessão do benefício. Homologação do arquivamento. 2)Possível prática do crime de estelionato entre particulares (CP, art. 171). Relato de que a orainvestigada, avó dos titulares da pensão por morte, teria recebido fraudulentamente o benefícioem prejuízo de seus netos, nos anos de 2012 a 2019. Revisão de declínio de atribuições(Enunciado nº 33 da 2ª CCR). Ausência de prejuízos diretos e específicos a bens, serviços ouinteresse da União, suas entidades autárquicas ou empresas públicas, capazes de justificar aatribuição do Ministério Público Federal para a persecução penal. Homologação do declínio aoMinistério Público Estadual.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação doarquivamento e do declínio de atribuições ao Ministério Público Estadual, nos termos do votodo(a) relator(a).

303. Processo: DPF/PS/BA-00020/2018-INQ Voto: 6942/2019 Origem: GABPRM001-FZ -FERNANDO ZELADA

Relator(a): Dr(a) ROGERIO JOSE BENTO SOARES DO NASCIMENTO

Ementa: Inquérito Policial. Ao ser realizada abordagem por policiais rodoviários federais, foi constatado queo Certificado de Registro e Licenciamento de Veículo (CRLV) apresentado pelo investigado erafalso. 1) Suposto crime de uso de documento falso (CP, art. 304). Revisão de arquivamento (LC75/93, art. 62, IV). Diligências. Impossibilidade de se imputar, por ora, ao investigado queapresentou o CRLV o efetivo conhecimento acerca da natureza fraudulenta da documentação,uma vez que, conforme apurado, o veículo estava sublocado à Prefeitura de Porto Seguro/BA e oinvestigado é apenas funcionário do referido ente público. Homologação do arquivamento, semprejuízo do disposto no art. 18 do CPP. 2) Possível crime descrito no art. 297 do CP. Revisão dedeclínio de atribuições (Enunciado nº 33 da 2ª CCR). Ausência de prejuízos diretos e específicosa bens, serviços ou interesse da União, suas entidades autárquicas ou empresas públicas,capazes de justificar a atribuição do Ministério Público Federal para a persecução penal. O CRLVé expedido por órgão estadual de trânsito. Homologação do declínio ao Ministério PúblicoEstadual.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação doarquivamento e do declínio de atribuições ao Ministério Público Estadual, nos termos do votodo(a) relator(a).

304. Processo: DPF-SE-0352/2019-IPL Voto: 6944/2019 Origem: GABPR11-JRSA - JOSEROMULO SILVA ALMEIDA

Relator(a): Dr(a) ROGERIO JOSE BENTO SOARES DO NASCIMENTO

Ementa: Inquérito Policial. Ao ser realizada abordagem por policiais rodoviários federais, foram constatadasadulterações em determinado carro. Após consulta, os policiais constataram que o veículo eraobjeto de roubo, ocorrido no município de Carira/SE, no dia 05/04/2017. Remessa dos autos pelaJustiça Estadual, sob o fundamento de que o Certificado de Registro e Licenciamento de Veículo(CRLV), supostamente falso, teria sido exibido aos policiais rodoviários federais. 1) Suposto crimede uso de documento falso (CP, art. 304). Revisão de arquivamento (LC 75/93, art. 62, IV). Apósdiligências, verificou-se que o CRLV não foi apresentado aos policiais pelo investigado, tendo sidoencontrado no interior do veículo no momento da vistoria. Crime não caracterizado. Homologaçãodo arquivamento. 2) Possíveis crimes descritos nos arts. 180, 297 e 311 do CP. Revisão de

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ATA DA 758ª SESSÃO DE REVISÃO PGR-00037106/2020

declínio de atribuições (Enunciado nº 33 da 2ª CCR). Ausência de prejuízos diretos e específicosa bens, serviços ou interesse da União, suas entidades autárquicas ou empresas públicas,capazes de justificar a atribuição do Ministério Público Federal para a persecução penal.Homologação do declínio ao Ministério Público Estadual.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação doarquivamento e do declínio de atribuições ao Ministério Público Estadual, nos termos do votodo(a) relator(a).

Homologação do Declínio de atribuição

305. Processo: SR/DPF/MA-00234/2018-INQ Voto: 6952/2019 Origem: GABPR6-JGJ - JURACIGUIMARAES JUNIOR

Relator(a): Dr(a) ROGERIO JOSE BENTO SOARES DO NASCIMENTO

Ementa: Inquérito Policial instaurado para apurar o crime de furto (CP, art. 155) contra agência dosCorreios. Subtração de R$ 1.675,53, integralmente pertencente ao Banco do Brasil. Revisão dedeclínio de atribuições (Enunciado nº 33). Furto praticado em face de agência de banco postal.Responsabilidade do Banco do Brasil por eventuais perdas, danos, roubos, furtos ou destruiçãode bens cedidos pela empresa pública federal, não restando configurado, no caso, real eexpressivo prejuízo aos Correios. Danos ao serviço postal não evidenciados. Nesse sentido,precedente desta 2ª CCR: DPF/CAX-00033/2018-INQ, 733ª Sessão de Revisão, de 28/01/2019,unânime. Carência de elementos de informação capazes de legitimar, até o momento, a atribuiçãodo Ministério Público Federal para persecução penal. Homologação do declínio em favor doMinistério Público Estadual.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação dodeclínio de atribuição, nos termos do voto do(a) relator(a).

306. Processo: 1.11.000.001362/2019-05 - Eletrônico Voto: 6871/2019 Origem: PROCURADORIA DAREPÚBLICA - ALAGOAS/UNIÃODOS PALMARES

Relator(a): Dr(a) ROGERIO JOSE BENTO SOARES DO NASCIMENTO

Ementa: Notícia de Fato instaurada a partir de expediente da Corregedoria Regional de Polícia Federal emAlagoas, encaminhando notícia-crime acerca da conduta de pessoas que estariam se passandopor crianças e adolescentes em jogo on line com o intuito de atraí-las para um suposto namoro.Possível ocorrência do crime descrito no art. 241-D do ECA. Revisão de declínio de atribuições(Enunciado nº 32). Crime praticado em local de acesso restrito aos participantes da conversa,havendo, também, indicativos de ter havido troca de mensagens eletrônicas entre pessoasresidentes no Brasil (Caldas/MG e Caxias do Sul/RS), por meio do aplicativo WhatsApp, semtranspor fronteiras do território nacional. Entendimento de que o fato de o crime ser cometido pormeio da internet não é suficiente para firmar a competência da Justiça Federal, sendo necessáriasa prova da transnacionalidade da conduta e a existência de tratado ou convenção internacional(CF, art. 109, V). Existência da Convenção Internacional sobre Direitos da Criança da qual o Brasilé signatário (Decreto 99.710/1990, art. 1º). Ausência da transnacionalidade da conduta no casoconcreto, requisito também exigido para atrair a competência da Justiça Federal para processar ejulgar o crime e, consequentemente, a atribuição do Ministério Público Federal para a persecuçãopenal. A extração da potencial internacionalidade do resultado advém do nível de abrangênciapróprio de sítios virtuais de amplo acesso, bem como da reconhecida dispersão mundialpreconizada no art. 2º, I, da Lei 12.965/14, que instituiu o Marco Civil da Internet no Brasil. Não seconstata o caráter de internacionalidade, ainda que potencial, quando o panorama fático envolveapenas a comunicação eletrônica havida entre particulares em canal de comunicação fechado, talcomo ocorre na troca de e-mails ou conversas privadas entre pessoas situadas no Brasil.Evidenciado que o conteúdo permaneceu enclausurado entre os participantes da conversa virtual,bem como que os envolvidos se conectaram por meio de computadores instalados em territórionacional, não há que se cogitar na internacionalidade do resultado (STF RE 628624, TribunalPleno, DJe 06/04/2016). Precedentes do STJ (AgRg no HC 236.783/SP, Quinta Turma, DJe

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08/03/2016; CC 128.140/SP, Terceira Seção, DJe 02/02/2015; CC 103.011/PR, Terceira Seção,DJe 22/03/2013) e da 2ª CCR (Procedimento MPF n° 1.22.000.000626/2018-31, 721ª SessãoOrdinária, 13/08/2018, unânime). Homologação do declínio de atribuições ao Ministério PúblicoEstadual.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação dodeclínio de atribuição, nos termos do voto do(a) relator(a).

307. Processo: 1.19.004.000227/2019-14 - Eletrônico Voto: 6736/2019 Origem: PROCURADORIA DAREPÚBLICA - MARANHÃO

Relator(a): Dr(a) ROGERIO JOSE BENTO SOARES DO NASCIMENTO

Ementa: Notícia de Fato. Manifestações apresentadas perante a Sala de Atendimento ao Cidadão.Possível crime de estelionato (CP, art. 171) ou contra a economia popular (Lei nº 1.521/51, art. 2º,IX). Relato de que empresa teria aplicado um golpe no país, deixando de pagar, desde o dia12/09/2019, os rendimentos prometidos a seus investidores. Revisão de declínio de atribuições(Enunciado nº 32). Aplicação da Súmula nº 498 do STF. Ausência de indícios de crime contra oSistema Financeiro Nacional. Situação que não se assemelha aos precedentes da 2ª CCR nosquais se entendeu pela atribuição do Ministério Público Federal (Procedimento nº1.17.000.002035/2013-53, 594ª Sessão Ordinária, 20/03/2014; Procedimento nº1.20.002.000124/2014-31, 611ª Sessão Ordinária, 10/11/2014). Homologação do declínio aoMinistério Público Estadual.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação dodeclínio de atribuição, nos termos do voto do(a) relator(a).

308. Processo: 1.20.000.001153/2019-44 - Eletrônico Voto: 6738/2019 Origem: PROCURADORIA DAREPÚBLICA - MATOGROSSO/DIAMANTINO

Relator(a): Dr(a) ROGERIO JOSE BENTO SOARES DO NASCIMENTO

Ementa: Notícia de Fato. Possível prática do crime tipificado no art. 304 c/c art. 299 do CP. Supostaapresentação de documentos falsos perante a Justiça Estadual. Revisão de declínio deatribuições (Enunciado nº 32 da 2ª CCR). Pertinência da Súmula nº 546 do STJ: A competênciapara processar e julgar o crime de uso de documento falso é firmada em razão da entidade ouórgão ao qual foi apresentado o documento público, não importando a qualificação do órgãoexpedidor. Ausência de elementos de informação capazes de legitimar a atribuição do MinistérioPúblico Federal para persecução penal. Homologação do declínio em favor do Ministério PúblicoEstadual.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação dodeclínio de atribuição, nos termos do voto do(a) relator(a).

309. Processo: 1.22.000.003007/2019-89 - Eletrônico Voto: 6608/2019 Origem: PROCURADORIA DAREPÚBLICA - MINAS GERAIS

Relator(a): Dr(a) ROGERIO JOSE BENTO SOARES DO NASCIMENTO

Ementa: Notícia de Fato. Manifestação apresentada perante a Sala de Atendimento ao Cidadão. Possívelcrime de estelionato (CP, art. 171) ou contra a economia popular (Lei nº 1.521/51, art. 2º, IX). Amanifestante aponta que o golpe consiste na união de pessoas em ciclos circulares para aobtenção de lucros. Cada ciclo tem etapas e é necessária a adesão de novos participantes nogrupo, sempre com aplicações de recursos financeiros (em média de R$ 200,00), para que cadamembro possa alcançar o último nível (o centro), obtendo, assim, a almejada vantagemeconômica, que pode alcançar o montante de R$ 24.000,00. Revisão de declínio de atribuições(Enunciado nº 32). Aplicação da Súmula nº 498 do STF. Ausência de indícios de crime contra oSistema Financeiro Nacional. Situação que não se assemelha aos precedentes da 2ª CCR nosquais se entendeu pela atribuição do Ministério Público Federal (Procedimento nº1.17.000.002035/2013-53, 594ª Sessão Ordinária, 20/03/2014; Procedimento nº

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ATA DA 758ª SESSÃO DE REVISÃO PGR-00037106/2020

1.20.002.000124/2014-31, 611ª Sessão Ordinária, 10/11/2014). Homologação do declínio aoMinistério Público Estadual.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação dodeclínio de atribuição, nos termos do voto do(a) relator(a).

310. Processo: 1.25.000.004554/2019-70 - Eletrônico Voto: 6734/2019 Origem: PROCURADORIA DAREPÚBLICA - PARANA

Relator(a): Dr(a) ROGERIO JOSE BENTO SOARES DO NASCIMENTO

Ementa: Notícia de Fato. Manifestação apresentada perante a Sala de Atendimento ao Cidadão. Possívelcrime de estelionato (CP, art. 171) ou contra a economia popular (Lei nº 1.521/51, art. 2º, IX).Narra o noticiante que foi vítima de um golpe aplicado por uma empresa que praticava pirâmidefinanceira. Revisão de declínio de atribuições (Enunciado nº 32). Aplicação da Súmula nº 498 doSTF. Ausência de indícios de crime contra o Sistema Financeiro Nacional. Situação que não seassemelha aos precedentes da 2ª CCR nos quais se entendeu pela atribuição do MinistérioPúblico Federal (Procedimento nº 1.17.000.002035/2013-53, 594ª Sessão Ordinária, 20/03/2014;Procedimento nº 1.20.002.000124/2014-31, 611ª Sessão Ordinária, 10/11/2014). Homologação dodeclínio ao Ministério Público Estadual.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação dodeclínio de atribuição, nos termos do voto do(a) relator(a).

311. Processo: 1.29.011.000306/2019-81 - Eletrônico Voto: 6062/2019 Origem: PROCURADORIA DAREPÚBLICA NO MUNICÍPIO DEURUGUAIANA-RS

Relator(a): Dr(a) ROGERIO JOSE BENTO SOARES DO NASCIMENTO

Ementa: Notícia de Fato instaurada a partir de representação encaminhada por um escritório de advocaciano intuito de demonstrar a ocorrência de falsidade de documento público, tendo em vista aexistência de pluralidade de nomes e de documentos (entre eles o CPF) relativos à ora noticiada.Revisão de declínio de atribuições (Enunciado nº 32 2ª CCR). Caso em que, em razão daausência de notícia de lesão a interesses, bens ou serviços da União ou de suas entidadesautárquicas ou empresas públicas, tem-se que eventual falsidade ou utilização ilícita dosdocumentos em questão deve ser averiguada pelos órgãos legitimados a tanto, vinculados àJustiça Estadual. Entendimento de que (considerando especialmente a informação da expediçãode dois CPFs para a mesma pessoa) o simples fato de um documento ser expedido por órgãofederal é insuficiente para atrair a competência da Justiça Federal. Carência de elementos deinformação capazes de justificar a atribuição do Ministério Público Federal para a persecuçãopenal. Homologação do declínio ao Ministério Público Estadual.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação dodeclínio de atribuição, nos termos do voto do(a) relator(a).

312. Processo: 1.30.001.004584/2019-14 - Eletrônico Voto: 6875/2019 Origem: PROCURADORIA DAREPÚBLICA - RIO DE JANEIRO

Relator(a): Dr(a) ROGERIO JOSE BENTO SOARES DO NASCIMENTO

Ementa: Notícia de Fato instaurada a partir de representação ofertada pelo cidadão E.Z.L., residente nacidade do Rio de Janeiro/RJ, por meio da qual relata a suposta ocorrência dos crimes descritosnos arts. 153, § 1º, a, e 325, ambos do Código Penal. Conforme o representante, A.C.M.L.eL.C.D.F. teriam cometido os crimes de divulgação de segredo e de violação de sigilo funcional,haja vista que a primeira (ex-esposa do noticiante), em conluio com o segundo, em ação dealimentos promovida em face de E.Z.L., teria anexado declaração de imposto de renda semconsentimento do noticiante e de forma ilegítima. Revisão de declínio de atribuições (Enunciadonº 32). Segundo o Procurador oficiante, fato é que, apesar da afirmação de que o sigilo dasinformações fiscais pode ter sido violado com o auxílio de servidor da Receita Federal do Brasil,nos autos não há elementos concretos que apontem nessa direção, mas tão somente uma

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ATA DA 758ª SESSÃO DE REVISÃO PGR-00037106/2020

suposição levantada pelo representante, que se encontra em penoso processo de separação coma noticiada. Narrativa que não evidencia lesão direta a bens, serviços ou interesse da União ou desuas entidades. Carência de elementos de informação capazes de legitimar a atribuição doMinistério Público Federal para persecução penal. Homologação do declínio ao Ministério PúblicoEstadual.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação dodeclínio de atribuição, nos termos do voto do(a) relator(a).

313. Processo: 1.30.001.004729/2019-79 - Eletrônico Voto: 6841/2019 Origem: PROCURADORIA DAREPÚBLICA - RIO DE JANEIRO

Relator(a): Dr(a) ROGERIO JOSE BENTO SOARES DO NASCIMENTO

Ementa: Notícia de Fato. Manifestação apresentada perante a Sala de Atendimento ao Cidadão. Possívelcrime de estelionato. Narra o noticiante que teria sido vítima de supostas irregularidades naformalização de operações de crédito consignado em instituição bancária privada. Revisão dedeclínio de atribuições (Enunciado nº 32). Inexistência de lesão a bens, serviços ou interesse daUnião ou de suas autarquias e empresas públicas. Ausência de elementos de informação capazesde justificar a atribuição do Ministério Público Federal para a persecução penal. Homologação dodeclínio em favor do Ministério Público Estadual.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação dodeclínio de atribuição, nos termos do voto do(a) relator(a).

314. Processo: 1.33.000.002605/2019-57 - Eletrônico Voto: 6951/2019 Origem: PROCURADORIA DAREPÚBLICA NO MUNICÍPIO DEJOAÇABA-SC

Relator(a): Dr(a) ROGERIO JOSE BENTO SOARES DO NASCIMENTO

Ementa: Notícia de Fato. Manifestação apresentada perante a Sala de Atendimento ao Cidadão. Possívelcrime de ameaça (CP, art. 147). Relato de que pai de um aluno do Instituto Federal de SantaCatarina IFSC mostrou uma arma de fogo a um outro estudante, colega de seu filho, no interiorda instituição de ensino, como forma de ameaça, cuja conduta, possivelmente, tenha sidomotivada por desavenças havidas entre os estudantes no ambiente escolar. Revisão de declíniode atribuições (Enunciado nº 32). Inexistência de lesão a bens, serviços ou interesse da União oude suas autarquias e empresas públicas. O fato de a conduta ter ocorrido no interior do IFSC nãoatrai, por si só, a atribuição do Ministério Público Federal para a persecução penal. Homologaçãodo declínio em favor do Ministério Público Estadual.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação dodeclínio de atribuição, nos termos do voto do(a) relator(a).

315. Processo: 1.33.001.000670/2019-38 - Eletrônico Voto: 6868/2019 Origem: PROCURADORIA DAREPÚBLICA NO MUNICÍPIO DEBLUMENAU-SC

Relator(a): Dr(a) ROGERIO JOSE BENTO SOARES DO NASCIMENTO

Ementa: Notícia de Fato instaurada a partir de manifestação ofertada perante a Sala de Atendimento aoCidadão, na qual o noticiante aduz, em síntese, que o seu aparelho celular foi furtado e clonadoem 30/10/2019, na cidade de Timbó/SC, bem como que teve seus dados bancários e de redessociais utilizados indevidamente. Asseverou, ainda, que estaria sofrendo prejuízos em sua vidapessoa em decorrência do ocorrido. Revisão de declínio de atribuições (Enunciado nº 32). Relatode ocorrência de furto de aparelho celular pertencente a um particular e de utilização indevida dosdados de pessoa física nele existentes. Narrativa que não evidencia qualquer afetação direta abens, serviços ou interesse da União ou de suas entidades. Carência de elementos de informaçãocapazes de legitimar a atribuição do Ministério Público Federal para a persecução penal.Homologação do declínio ao Ministério Público Estadual.

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ATA DA 758ª SESSÃO DE REVISÃO PGR-00037106/2020

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação dodeclínio de atribuição, nos termos do voto do(a) relator(a).

316. Processo: 1.34.003.000453/2019-91 - Eletrônico Voto: 6607/2019 Origem: PROCURADORIA DAREPÚBLICA NO MUNICÍPIO DEBAURU/AVARE/BOTUCA

Relator(a): Dr(a) ROGERIO JOSE BENTO SOARES DO NASCIMENTO

Ementa: Notícia de Fato. Manifestações apresentadas perante a Sala de Atendimento ao Cidadão.Possível crime de estelionato (CP, art. 171) ou contra a economia popular (Lei nº 1.521/51, art. 2º,IX). Relato de que empresa teria aplicado um golpe no país, deixando de pagar, desde o dia12/09/2019, os rendimentos prometidos a seus investidores. Revisão de declínio de atribuições(Enunciado nº 32). Aplicação da Súmula nº 498 do STF. Ausência de indícios de crime contra oSistema Financeiro Nacional. Situação que não se assemelha aos precedentes da 2ª CCR nosquais se entendeu pela atribuição do Ministério Público Federal (Procedimento nº1.17.000.002035/2013-53, 594ª Sessão Ordinária, 20/03/2014; Procedimento nº1.20.002.000124/2014-31, 611ª Sessão Ordinária, 10/11/2014). Homologação do declínio aoMinistério Público Estadual.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação dodeclínio de atribuição, nos termos do voto do(a) relator(a).

Homologação de Arquivamento

317. Processo: DPF/AM-00102/2019-INQ Voto: 6976/2019 Origem: GABPR10-FPL - FILIPEPESSOA DE LUCENA

Relator(a): Dr(a) ROGERIO JOSE BENTO SOARES DO NASCIMENTO

Ementa: Inquérito Policial. Suposta tentativa do crime descrito no art. 149-A do CP. Relato de queestrangeiro teria convidado uma brasileira para uma viagem internacional, pagando, inclusive, aspassagens. Contudo, a viagem não ocorreu diante da proibição dos pais da brasileira. Revisão dearquivamento (LC nº 75/93, art. 62, IV). Inexistência de elementos mínimos de informação quedenotem que o investigado estava se aproximando da brasileira com o intuito de aliciá-la paraqualquer finalidade proibida por lei. Materialidade delitiva não evidenciada. Homologação doarquivamento, sem prejuízo do disposto no art. 18 do CPP.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação doarquivamento, nos termos do voto do(a) relator(a).

318. Processo: DPF/AM-00342/2016-INQ Voto: 6962/2019 Origem: GABPR1-ECBJ -EDMILSON DA COSTABARREIROS JUNIOR

Relator(a): Dr(a) ROGERIO JOSE BENTO SOARES DO NASCIMENTO

Ementa: Inquérito Policial. Possível crime descrito no art. 171, § 3º, do CP. Suposto recebimento indevidode benefício assistencial concomitantemente com salário decorrente de vínculo empregatício.Revisão de arquivamento (LC nº 75/93, art. 62, IV). Último recebimento do benefício ocorreu em25/06/2013. Investigado possui mais de 70 anos. Prescrição da pretensão punitiva (CP, art. 109,III, c/c art. 115). Homologação do arquivamento.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação doarquivamento, nos termos do voto do(a) relator(a).

319. Processo: DPF/AM-00847/2014-INQ Voto: 6978/2019 Origem: GABPR10-FPL - FILIPEPESSOA DE LUCENA

Relator(a): Dr(a) ROGERIO JOSE BENTO SOARES DO NASCIMENTO

Ementa: Inquérito Policial. Narra a noticiante que terceiro, não identificado, teria contratado serviços de

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ATA DA 758ª SESSÃO DE REVISÃO PGR-00037106/2020

telefonia, efetuado compras e realizado declaração de imposto de renda mediante o usofraudulento de seus dados pessoais. Revisão de arquivamento (LC nº 75/93, art. 62, IV). Após arealização de diligências, não foram encontrados elementos mínimos acerca da autoria delitiva.Ausência de linha investigatória potencialmente idônea. Incidência da Orientação nº 26/2016 da 2ªCCR. Homologação do arquivamento.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação doarquivamento, nos termos do voto do(a) relator(a).

320. Processo: DPF/JPA-00070/2015-INQ Voto: 7018/2019 Origem: GABPR4-RPT -REGINALDO PEREIRA DATRINDADE

Relator(a): Dr(a) ROGERIO JOSE BENTO SOARES DO NASCIMENTO

Ementa: Inquérito Policial. Possível crime descrito no art. 299 do CP. Notícia de que motorista de umcaminhão foi surpreendido por agentes da Polícia Rodoviária Federal portando AutorizaçãoEspecial de Trânsito (AET) falsa. Revisão de arquivamento (LC nº 75/93, art. 62, IV). Ausência dedolo por parte do motorista, visto que apenas prestava serviços a uma pessoa jurídica privada.Informações do DNIT de que a numeração constante na documentação é autêntica e sua emissãofoi feita para uso da empresa, contudo, os dados afetos aos reboques e/ou semi-reboquescomplementares eram divergentes. Após realização de diligências, não foi possível colherelementos mínimos acerca da autoria delitiva. Ausência de linha investigatória potencialmenteidônea. Incidência da Orientação nº 26/2016 da 2ª CCR. Homologação do arquivamento.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação doarquivamento, nos termos do voto do(a) relator(a).

321. Processo: DPF/RO-0065/2019-INQ Voto: 7014/2019 Origem: GABPRM1-TNVR -TATIANA DE NORONHA VERSIANIRIBEIRO

Relator(a): Dr(a) ROGERIO JOSE BENTO SOARES DO NASCIMENTO

Ementa: Inquérito Policial. Suposta prática do crime descrito no art. 330 do CP por parte de servidores daCompanhia de Pesquisa de Recursos Minerais (CPRM), em face do descumprimento de ordemjudicial. Revisão de arquivamento (LC nº 75/93, art. 62, IV). Informação de que, embora adestempo, a ordem foi cumprida. Crime não caracterizado. Homologação do arquivamento.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação doarquivamento, nos termos do voto do(a) relator(a).

322. Processo: JF/PE-0819531-28.2019.4.05.8300-INQ - Eletrônico

Voto: 6611/2019 Origem: GABPR13-AWSC -ANDREA WALMSLEY SOARESCARNEIRO

Relator(a): Dr(a) ROGERIO JOSE BENTO SOARES DO NASCIMENTO

Ementa: Inquérito Policial. Possível prática do delito previsto no art. 2º, inciso II, da Lei nº 8.137/1990 porparte de representantes legais de pessoa jurídica privada. Divergências entre os valoresinformados em DIRF com os declarados em DCTF e os efetivamente recolhidos por meio deDARF, referente ao IRRF incidente sobre os rendimentos do trabalho assalariado. Promoção dearquivamento com base na ocorrência da prescrição. Revisão (LC nº 75/93, art. 62, IV). Assisterazão ao membro do MPF oficiante. O crime ora em análise possui natureza formal, cujaconsumação independe da constituição definitiva do crédito, de modo que se deve tomar comomarco inicial da contagem do prazo prescricional a data do fato. Último fato gerador ocorrido noano-calendário de 2013. Ocorrência da prescrição da pretensão punitiva (CP, art. 109, V).Extinção da punibilidade (CP, art. 107, IV). Precedentes do STF (RHC nº 90532 ED/CE, TribunalPleno, DJe 06/11/2009), do STJ (HC 374318/SP, Quinta Turma, DJe 21/02/2017; RHC 83103 RS2017/0080630-3, Sexta Turma, Dje 09/06/2017) e desta 2ª CCR/MPF (Processo n° 0003367-64.2018.4.03.6181, Sessão n° 728, de 12/11/2018, unânime). Homologação do arquivamento.

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ATA DA 758ª SESSÃO DE REVISÃO PGR-00037106/2020

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação doarquivamento, nos termos do voto do(a) relator(a).

323. Processo: PRM/JAL-3427.2017.000126-0-INQ Voto: 7016/2019 Origem: GABPRM1-CARJ -CARLOS ALBERTO DOS RIOSJUNIOR

Relator(a): Dr(a) ROGERIO JOSE BENTO SOARES DO NASCIMENTO

Ementa: Inquérito Policial. Possível crime descrito no art. 171, § 3º, do CP. Suposto recebimento indevidode seguro-defeso, tendo em vista a suspeita de que a investigada não exercia a atividade depesca. Revisão de arquivamento (LC nº 75/93, art. 62, IV). Após a realização de diligências, nãoforam encontrados elementos mínimos de prova ou de informação capazes de justificar acontinuidade da persecução penal. Testemunhas afirmam que a investigada trabalhou naatividade pesqueira. Materialidade delitiva não evidenciada. Homologação do arquivamento, semprejuízo do disposto no art. 18 do CPP.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação doarquivamento, nos termos do voto do(a) relator(a).

324. Processo: PRM/JAL-3427.2019.000010-8-INQ Voto: 7019/2019 Origem: GABPRM1-CARJ -CARLOS ALBERTO DOS RIOSJUNIOR

Relator(a): Dr(a) ROGERIO JOSE BENTO SOARES DO NASCIMENTO

Ementa: Inquérito Policial. Suposto crime de falso testemunho em ação trabalhista (CP, art. 342).Constatação de divergências em depoimento de testemunha, em desacordo com as demaisprovas dos autos. Revisão de arquivamento (LC nº 75/93, art. 62, IV). Para a configuração docrime em questão, é necessário que haja divergência entre a declaração da testemunha e o queela efetivamente sabe sobre os fatos atinente às circunstâncias juridicamente relevantes para alide , o que não restou demonstrado nos autos. Insuficiência de provas quanto à eventual má-féou vontade livre e consciente de ludibriar o juízo. Precedente da 2ª CCR: DPF-UDI-00190/2018-INQ, Sessão nº 733, de 28/01/2019, unânime. Homologação do arquivamento.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação doarquivamento, nos termos do voto do(a) relator(a).

325. Processo: PRM/JAL-3427.2019.000079-0-INQ Voto: 7020/2019 Origem: GABPRM1-CARJ -CARLOS ALBERTO DOS RIOSJUNIOR

Relator(a): Dr(a) ROGERIO JOSE BENTO SOARES DO NASCIMENTO

Ementa: Inquérito Policial. Suposto crime de falso testemunho em ação trabalhista (CP, art. 342).Constatação de divergências em depoimento de testemunha, em desacordo com as demaisprovas dos autos. Revisão de arquivamento (LC nº 75/93, art. 62, IV). Para a configuração docrime em questão, é necessário que haja divergência entre a declaração da testemunha e o queela efetivamente sabe sobre os fatos atinente às circunstâncias juridicamente relevantes para alide , o que não restou demonstrado nos autos. Insuficiência de provas quanto à eventual má-féou vontade livre e consciente de ludibriar o juízo. Precedente da 2ª CCR: DPF-UDI-00190/2018-INQ, Sessão nº 733, de 28/01/2019, unânime. Homologação do arquivamento.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação doarquivamento, nos termos do voto do(a) relator(a).

326. Processo: SR/DPF/MG-00954/2017-INQ Voto: 6896/2019 Origem: GABPR16-PSM - PATRICKSALGADO MARTINS

Relator(a): Dr(a) ROGERIO JOSE BENTO SOARES DO NASCIMENTO

Ementa: Inquérito Policial instaurado para apurar possível prática do crime de estelionato em detrimento da

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ATA DA 758ª SESSÃO DE REVISÃO PGR-00037106/2020

autarquia previdenciária, supostamente cometido por pessoa que se apresentou ao INSS comoE.A.de M. e obteve, de forma indevida, o benefício assistencial ao idoso (LOAS), medianteapresentação de documentos de identificação produzidos a partir de certidão de nascimento falsa.CP, art. 171, § 3º. Revisão de arquivamento (LC nº 75/93, art. 62, inc. IV). Conquantodemonstrada a materialidade, a autoria delitiva não restou evidenciada. Ao que se tem, segundo oProcurador oficiante, uma pessoa de etnia cigana, sem residência fixa e utilizando-se de dados deterceiros e documentos falsos, obteve indevidamente o benefício assistencial. Pelo que consta dorelatório da autoridade policial, o presente caso é análogo àqueles associados à OperaçãoMística, conduzida no âmbito do INSS para apurar diversas fraudes cometidas por integrantes decomunidades nômades, mediante a obtenção de registros tardios de nascimento, sem êxito nalocalização ou identificação de qualquer cigano investigado. Constatação de que a ausência decontrole biométrico nos atos realizados em cartórios e em requerimentos previdenciários ouassistenciais, aliada à dificuldade de obter informações acerca de membros das comunidadesciganas, inviabilizou diligência capaz de desvendar a autoria delitiva. Homologação doarquivamento.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação doarquivamento, nos termos do voto do(a) relator(a).

327. Processo: SR/DPF/MG-01160/2015-INQ Voto: 7015/2019 Origem: GABPR16-PSM - PATRICKSALGADO MARTINS

Relator(a): Dr(a) ROGERIO JOSE BENTO SOARES DO NASCIMENTO

Ementa: Inquérito Policial. Possível crime descrito no art. 171, § 3º, do CP. Notícia de que um indivíduo nãoidentificado teria tentado abrir uma conta na Caixa Econômica Federal mediante uso dedocumentos falsos em nome de outra pessoa. Fato ocorrido no dia 25/06/2015. Revisão dearquivamento (LC nº 75/93, art. 62, IV). Diligências. Inexistência de elementos mínimos acerca daautoria delitiva. Ausência de linha investigatória potencialmente idônea. Incidência da Orientaçãonº 26/2016 da 2ª CCR. Homologação do arquivamento.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação doarquivamento, nos termos do voto do(a) relator(a).

328. Processo: 08105.000357/98-63 Voto: 6973/2019 Origem: PROCURADORIAREGIONAL DA REPÚBLICA DA 5ªREGIÃO

Relator(a): Dr(a) ROGERIO JOSE BENTO SOARES DO NASCIMENTO

Ementa: Procedimento Preparatório instaurado, em abril de 1998, para apurar as circunstâncias em queocorreu o falecimento de um brasileiro em território francês em julho de 1995, em razão dedúvidas levantadas pelo pai do falecido em relação à conclusão da polícia francesa de que teriaocorrido suicídio. Revisão de arquivamento (LC nº 75/93, art. 62, IV). Assiste razão ao membro doMPF oficiante ao afirmar que o procedimento exauriu toda a sua potencialidade, seja instrutória,seja a de pressionar as autoridades francesas no sentido de aprofundar as investigações sobre amorte () E, por fim, observa-se que o fato, possivelmente delituoso, ocorrido em 25 de julho de1995, foi alcançado pelo instituto da prescrição, seja na legislação criminal francesa, seja nabrasileira. Homologação do arquivamento.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação doarquivamento no âmbito deste Colegiado, remetendo-se os autos à PRR5ªREGIÃO/PRR5ª/PFDC/NAOP - NÚCLEO DE APOIO OPERACIONAL À PFDC NA PRR 5ªREGIÃO para análise, nos termos do voto do(a) relator(a).

329. Processo: 1.11.000.000716/2019-96 - Eletrônico Voto: 6431/2019 Origem: PROCURADORIA DAREPÚBLICA - ALAGOAS/UNIÃODOS PALMARES

Relator(a): Dr(a) ROGERIO JOSE BENTO SOARES DO NASCIMENTO

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ATA DA 758ª SESSÃO DE REVISÃO PGR-00037106/2020

Ementa: Procedimento Investigatório Criminal instaurado a partir de expediente encaminhado pelaANATEL, para apurar possível crime de exploração clandestina de atividade de telecomunicações(Lei nº 9.472/97, art. 183). Utilização de estação de radiodifusão sem a devida outorga econsequente autorização do uso de radiofrequência. Revisão de arquivamento (LC nº 75/93, art.62, inc. IV). De acordo com o relatório de fiscalização, a frequência da estação era 101,3 MHz, apotência 16W e o alcance das transmissões 3km. No termo de fiscalização de clandestinidade,item 4.1, consta: Existência de interferência prejudicial (descrever, se houver): (Não háocorrência). Caso em que o bem jurídico tutelado pela norma (a segurança dos meios detelecomunicações) não sofreu qualquer espécie de lesão, ou ameaça de lesão, que mereça aintervenção do Direito Penal. Conduta minimamente ofensiva. Incidência do princípio dainsignificância. Ausência de justa causa para prosseguir na persecução penal. Medidasadministrativas já devidamente adotadas, como a interrupção do funcionamento da estação e aapreensão do transmissor. Precedente da 2ª CCR: NF - 1.14.008.000166/2018-42, Sessão deRevisão n° 722, de 27/08/2018, unânime. Homologação do arquivamento.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação doarquivamento, nos termos do voto do(a) relator(a).

330. Processo: 1.11.000.001241/2019-55 - Eletrônico Voto: 6961/2019 Origem: PROCURADORIA DAREPÚBLICA - ALAGOAS/UNIÃODOS PALMARES

Relator(a): Dr(a) ROGERIO JOSE BENTO SOARES DO NASCIMENTO

Ementa: Notícia de Fato autuada para apurar possível crime de estelionato em desfavor do INSS (CP, art.171, § 3º). Suposto recebimento indevido de aposentadoria por idade, uma vez que teria ocorridoa concessão do beneficio sem a comprovação do efetivo exercício da atividade rural. Revisão dearquivamento (LC nº 75/93, art. 62, inc. IV). O INSS não conseguiu localizar o processoconcessório do benefício. Assiste razão ao membro do MPF oficiante ao afirmar que Para que sepossa apurar eventual fraude praticada pela beneficiária visando à obtenção do benefício (art.171, § 3º) é imprescindível a análise dos documentos que foram apresentadas no momento dorequerimento do benefício previdenciário, sobretudo quando o cerne da questão é a comprovaçãodo exercício de atividade rural na condição de segurado especial. Crime não caracterizado.Homologação do arquivamento.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação doarquivamento, nos termos do voto do(a) relator(a).

331. Processo: 1.13.000.002693/2019-80 - Eletrônico Voto: 6963/2019 Origem: PROCURADORIA DAREPÚBLICA - AMAZONAS

Relator(a): Dr(a) ROGERIO JOSE BENTO SOARES DO NASCIMENTO

Ementa: Notícia de Fato autuada para apurar eventual prática do crime de estelionato majorado (CP, art.171, § 3º) por parte de representantes de pessoa jurídica privada em desfavor da União. Supostasirregularidades ocorridas em um convênio celebrado entre o Ministério do Turismo e umaassociação privada. Fatos ocorridos em 2007. Revisão de arquivamento (LC nº 75/93, art. 62, IV).Existência de outro procedimento que apurou possíveis atos de improbidade administrativa.Quanto ao eventual ressarcimento ao erário, foi encaminhada cópia deste procedimentoinvestigatório para a Procuradoria da União no Estado do Amazonas AGU. No que se refere aocrime ora em análise, ocorreu a prescrição da pretensão punitiva, visto que já transcorreram maisde 12 anos desde a data dos fatos (CP, art. 109, III). Homologação do arquivamento.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação doarquivamento, nos termos do voto do(a) relator(a).

332. Processo: 1.14.006.000403/2018-95 - Eletrônico Voto: 6982/2019 Origem: PROCURADORIA DAREPÚBLICA NO MUNICÍPIO DEPAULO AFONSO - BA

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ATA DA 758ª SESSÃO DE REVISÃO PGR-00037106/2020

Relator(a): Dr(a) ROGERIO JOSE BENTO SOARES DO NASCIMENTO

Ementa: Procedimento Investigatório Criminal instaurado a partir do recebimento de uma cópia do PGEA nº1.14.000.003317/2018-94, encaminhado pela PR/BA para apuração de eventuaisresponsabilidades criminais apontadas na representação formulada pela Associação dosDescendentes Indígenas (ADIP), Aldeia Brejo do Burgo, localizada no município de Glória/BA, emdesfavor da antropóloga S.B., servidora do Ministério Público Federal. Segundo a inicial, anoticiada teria agido com parcialidade ao elaborar laudo antropológico, datado de 10/10/2013, queteria sido utilizado de base para a propositura da Ação Civil Pública nº 1160-17.2013.4.01.3306,proposta pelo MPF. Ainda conforme o relato, haveria inúmeros equívocos e erros no laudo emitidopela representada, cujas considerações teriam sido fundamentadas em estudos teóricos edissociados da realidade dos caciques opositores da ADIP. Revisão de arquivamento (LC nº75/93, art. 62, inc. IV). A respeito da atuação funcional da representada, extrai-se dos autos que aapuração dos trabalhos executados e questionados pelos noticiantes foi promovida no âmbitodisciplinar, onde não foi verificada falta funcional. As conclusões, diferentemente do quantoaduzido pela ADIP, demonstram que a noticiada apresentou o laudo antropológico emconsonância com as atribuições legais inerentes ao seu cargo, embasada em um estudoespecífico do Grupo de Trabalho que identificou a Terra Indígena Brejo do Burgo no início dadécada de 1990. Pedido de providências formulado pela mesma associação julgado improcedentepelo CNMP. Hipótese em que, a rigor, o descontentamento acerca do conteúdo dos estudospericiais, por si só, e sem a comprovação da ilicitudes noticiadas com elementos de prova aptos asubsidiar as alegações não tem o condão de inquinar os trabalhos periciais executados comocriminosos ou ilícitos, especialmente porquanto, ainda que equivocadas fossem as conclusõespericiais, haveria o espaço para os interessados buscarem sua invalidação em juízo. Tanto isso éverdade que a representante chegou a ajuizar uma ação própria, na Justiça Federal, em querequereu, entre outros pontos, a elaboração de um novo laudo antropológico. Constatação de queos elementos que instruem a representação e os que são objeto da referida ação civil pública, jásentenciada em 01/06/2017, evidenciam que restou determinado o reassentamento dos membrosda ADIP pelo INCRA, fora da Aldeia Brejo do Burgo, o que reforçou a inexistência de atuaçãoilegal ou criminosa por parte da representada, considerando-se a convicção judicial sobre aquestão. Ausência de indícios de irregularidades na atuação funcional ou de elementos indicativosde responsabilidade criminal decorrentes dos trabalhos executados quando da elaboração dolaudo pericial. Materialidade delitiva não demonstrada. Falta de justa causa para prosseguir napersecução penal. Homologação do arquivamento.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação doarquivamento, nos termos do voto do(a) relator(a).

333. Processo: 1.14.015.000110/2019-80 - Eletrônico Voto: 6905/2019 Origem: PROCURADORIA DAREPÚBLICA NO MUNICÍPIO DEBOM JESUS DA LAPA

Relator(a): Dr(a) ROGERIO JOSE BENTO SOARES DO NASCIMENTO

Ementa: Notícia de Fato instaurada a partir de expediente do Juízo de Direito da Comarca de SerraDourada/BA, encaminhando cópia dos autos de ação revisional cumulada com repetição deindébito ajuizada pela Associação de Direitos do Consumidor (APRODICON) em face do Bancode Brasília S/A na qual veicula diversos pedidos alusivos à suspensão de contratos e cobrançasem favor de seus associados. Suposta existência de crime contra o sistema financeiro nacionalenvolvendo indícios de fraude no pedido de revisão de contratos de financiamento bancário.Revisão de arquivamento (LC nº 75/93, art. 62, inc. IV). Ao que se tem, discorre o Juiz de primeirograu, ora noticiante, sobre a falta de legitimidade ativa da associação e impossibilidade jurídicados pedidos para, ao final, julgar extinto o processo, sem resolução de mérito, com determinaçãode envio de cópia dos autos ao Ministério Público Estadual, Polícia Federal e Ministério PúblicoFederal para apuração de eventual crime. A partir dos fatos esmiuçados na sentença e de umaanálise perfunctória dos documentos anexos, não se vislumbrou elementos mínimos de atividadecriminosa que tenha afetado bens, serviços ou interesse da União ou de suas entidades. Comefeito, o que se tem é uma demanda aparentemente temerária, com possível uso de endereçofictício para pleitear a suspensão de contratos e execuções em face de um banco estatal,

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ATA DA 758ª SESSÃO DE REVISÃO PGR-00037106/2020

sociedade de economia mista, cuja maioria das ações pertencem ao Governo do Distrito Federal.Como a demanda foi proposta perante a Justiça Estadual, esta é que, em tese, seria atingida. Aatribuição caberia, assim, ao MPE, para o qual também foi determinada a remessa de cópia dofeito. Materialidade delitiva, de plano, não evidenciada. Falta de justa causa para prosseguir napersecução penal. Homologação do arquivamento.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação doarquivamento, nos termos do voto do(a) relator(a).

334. Processo: 1.15.000.002950/2019-17 - Eletrônico Voto: 6955/2019 Origem: PROCURADORIA DAREPÚBLICA -CEARÁ/MARACANAÚ

Relator(a): Dr(a) ROGERIO JOSE BENTO SOARES DO NASCIMENTO

Ementa: Notícia de Fato. Suposto crime de descaminho (CP, art. 334). Apreensão de produto estrangeiro,remetido pelos Correios, sem a documentação comprobatória de sua regular importação.Mercadoria avaliada em R$ 200,00. Tributo iludido no valor de R$ 100,00. Revisão dearquivamento (LC nº 75/93, art. 62, IV). Conforme o art. 1º, § 2º, da Portaria MF nº 156, de24/06/1999, Os bens que integrem remessa postal internacional no valor de até US$ 50.00(cinqüenta dólares dos Estados Unidos da América) ou o equivalente em outra moeda, serãodesembaraçados com isenção do Imposto de Importação, desde que o remetente e o destinatáriosejam pessoas físicas. Valor da mercadoria apreendida abaixo da cota de isenção. Circunstânciasque envolvem a conduta noticiada não indicam o exercício de atividade comercial. Negociação deapenas 1 (uma) unidade da mercadoria e realizada entre duas pessoas físicas. Crime nãoconfigurado. Homologação do arquivamento.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação doarquivamento, nos termos do voto do(a) relator(a).

335. Processo: 1.18.001.000625/2019-90 - Eletrônico Voto: 6907/2019 Origem: PROCURADORIA DAREPÚBLICA NO MUNICÍPIO DEANÁPOLIS/URUAÇU-GO

Relator(a): Dr(a) ROGERIO JOSE BENTO SOARES DO NASCIMENTO

Ementa: Notícia de Fato instaurada a partir de expediente do Ministério Público do Trabalho para apurarpossível ocorrência do crime descrito no art. 203 do CP por parte dos representantes legais daempresa O.F.e F. LTDA, que supostamente teriam frustrado os direitos trabalhista de uma ex-empregada. No curso da apuração do MPT foi constatado que os responsáveis pela empresa orainvestigada teriam criado e extinguido de forma sucessiva diversas pessoas jurídicas, em face dasquais existiriam centenas de ações judiciais decorrentes de frustração de direitos trabalhistas.Revisão de arquivamento (LC nº 75/93, art. 62, IV). O CIMPF, na linha de julgados do STF, firmouentendimento no sentido de que o simples fato de haver o descumprimento de normastrabalhistas, prevendo direitos dos trabalhadores, não configura o crime a ponto de deslocar acompetência para a Justiça Federal (NF nº 1.24.000.000526/2016-78, 4ª Sessão Ordinária,10/5/2017). No caso concreto, entretanto, restou identificada pelo Procurador oficiante a perda dodireito de punir do Estado pela ocorrência da prescrição. Fatos que se deram no ano de 2014.Pena máxima cominada de 2 (dois) anos de detenção. Prescrição da pretensão punitiva após otranscurso de 4 (quatro) anos. Extinção da punibilidade. CP, arts. 107, IV, e 109, V. Homologaçãodo arquivamento.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação doarquivamento, nos termos do voto do(a) relator(a).

336. Processo: 1.19.001.000084/2019-62 - Eletrônico Voto: 6740/2019 Origem: PROCURADORIA DAREPÚBLICA - PARA/CASTANHAL

Relator(a): Dr(a) ROGERIO JOSE BENTO SOARES DO NASCIMENTO

Ementa: Notícia de Fato. Possível crime de estelionato em detrimento da Caixa Econômica Federal.

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ATA DA 758ª SESSÃO DE REVISÃO PGR-00037106/2020

Suposto recebimento indevido de seguro-desemprego por terceiros. Revisão de arquivamento (LCnº 75/93, art. 62, IV). Inexistência de elementos mínimos acerca da autoria delitiva. Ausência delinha investigatória potencialmente idônea. Incidência da Orientação nº 26/2016 da 2ª CCR.Homologação do arquivamento.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação doarquivamento, nos termos do voto do(a) relator(a).

337. Processo: 1.20.004.000260/2019-15 - Eletrônico Voto: 6742/2019 Origem: PROCURADORIA DAREPÚBLICA NO MUNICÍPIO DEBARRA DO GARÇAS-MT

Relator(a): Dr(a) ROGERIO JOSE BENTO SOARES DO NASCIMENTO

Ementa: Procedimento Investigatório Criminal instaurado com o objetivo de investigar a participação de M.S. na prática do crime descrito no art. 334-A do CP, pois seria um possível contrabandista comcontato direto e frequente com fornecedores já denunciados pelo MPF. Revisão de arquivamento(LC nº 75/93, art. 62, IV). Assiste razão ao membro do MPF oficiante ao afirmar que a únicadiligência realizada capaz de se notar a participação de M. S. na ilicitude foi a interceptaçãotelefônica. Contudo, no teor da degravação das conversas não há participação efetiva doinvestigado que o faz incurso no tipo penal de contrabando. Homologação do arquivamento, semprejuízo do art. 18 do CPP.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação doarquivamento, nos termos do voto do(a) relator(a).

338. Processo: 1.23.000.000854/2019-54 - Eletrônico Voto: 6957/2019 Origem: PROCURADORIA DAREPÚBLICA - PARA/CASTANHAL

Relator(a): Dr(a) ROGERIO JOSE BENTO SOARES DO NASCIMENTO

Ementa: Procedimento Investigatório Criminal. Suposta prática do crime descrito no art. 330 do CP porparte de representante regional do IBAMA, em face do descumprimento de ordem judicialexpedida pelo Juízo da Vara Agrária da Região de Castanhal. Revisão de arquivamento (LC nº75/93, art. 62, IV). Informação de que, embora a destempo, a ordem foi cumprida. Crime nãocaracterizado. Homologação do arquivamento.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação doarquivamento, nos termos do voto do(a) relator(a).

339. Processo: 1.23.000.000930/2019-21 - Eletrônico Voto: 6964/2019 Origem: PROCURADORIA DAREPÚBLICA - PARA/CASTANHAL

Relator(a): Dr(a) ROGERIO JOSE BENTO SOARES DO NASCIMENTO

Ementa: Notícia de Fato. Suposto desvio na aplicação de recursos públicos provenientes do Fundo deInvestimentos da Amazônia (FINAM), concedidos à determinada pessoa jurídica privada paraimplantação de serviços básicos na área de motomecanização. Fatos noticiados que configuram,em tese, o crime previsto no art. 20 da Lei nº 7.492/1986. Revisão de arquivamento (LC nº 75/93,art. 62, IV). Informação de que os repasses de recursos à empresa sob investigação antecederamo mês junho de 1999. Pena máxima cominada ao crime é de 6 (seis) anos de reclusão. Prescriçãoda pretensão punitiva (CP, art. 109, III), uma vez que já transcorreram mais de 12 (doze) anosdesde a data dos fatos. Homologação do arquivamento.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação doarquivamento, nos termos do voto do(a) relator(a).

340. Processo: 1.23.000.001266/2019-38 - Eletrônico Voto: 6910/2019 Origem: PROCURADORIA DAREPÚBLICA - PARA/CASTANHAL

Relator(a): Dr(a) ROGERIO JOSE BENTO SOARES DO NASCIMENTO

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ATA DA 758ª SESSÃO DE REVISÃO PGR-00037106/2020

Ementa: Notícia de Fato instaurada a partir de manifestação ofertada perante a Sala de Atendimento aoCidadão, na qual a noticiante relata que estaria inscrita no programa Viver Belém Minha CasaMinha Vida, aguardando ser contemplada com um unidade habitacional, o que está demorando aacontecer, embora sua mãe faça parte de um grupo de prioridade de idosos por contar com 78anos de idade. Aduz, ainda, que alguns contemplados estariam colocando suas unidades à vendaou para aluguel. Revisão de arquivamento (LC nº 75/93, art. 62, inc. IV). Instado, o programa ViverBem Minha Casa Minha Vida da Prefeitura de Belém/PA informou que a noticiante C.C.B.S. nãose encontra no banco de dados do programa e que seria necessário o seu comparecimento aoDepartamento Social a fim de regularizar a situação. Encaminhamento de cópia do ofício daGABS/SEHAB à representante, orientando-a a comparecer pessoalmente ao local indicado paraadoção das medidas pertinentes. Quanto à alegação de venda e aluguel de imóveis construídos apartir desse programa, a despeito de constar dos autos print de um anúncio feito na OLX, não sedispõe de outros elementos de prova que demonstrem se tratar de imóvel de comercializaçãoproibida. Conduta que, embora ilícita do ponto de vista contratual, não gera prejuízo à entidadefederal. Eventual irregularidade que se relaciona com a pós-ocupação da unidade, e não emdetrimento do PMCMV. A negociação irregular em questão é passível de medidas administrativasa serem adotadas pelo agente financeiro, qual seja, a Caixa Econômica Federal (Lei 11.977/2009,arts. 6º-A, § 5º, III e § 6º), como a perda do subsídio, resultando na cobrança integral e à vista dovalor parcelado, quebra de contrato e retomada do imóvel. Interesse, na hipótese, que recai sobreo particular beneficiário do imóvel ou daqueles envolvidos com a venda/locação irregular. Questãoalusiva a interesse de particulares. Exaurimento do objeto do presente feito. Homologação doarquivamento.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação doarquivamento, nos termos do voto do(a) relator(a).

341. Processo: 1.23.000.001964/2019-33 - Eletrônico Voto: 6741/2019 Origem: PROCURADORIA DAREPÚBLICA - PARA/CASTANHAL

Relator(a): Dr(a) ROGERIO JOSE BENTO SOARES DO NASCIMENTO

Ementa: Notícia de Fato. Possível crime de estelionato em desfavor do INSS (CP, art. 171, § 3º). Supostorecebimento indevido de benefício assistencial de amparo ao idoso, visto que a segurada édetentora de pensão estatutária desde 04/04/1972, originária do Comando da Aeronáutica.Revisão de arquivamento (LC nº 75/93, art. 62, inc. IV). Despacho do INSS que aduz que houveanálise dos documentos apresentados e confronto das informações declaradas com o SistemaÚnico de Benefícios e CNIS, não tendo sido constatada nenhuma irregularidade. Crime nãocaracterizado. Homologação do arquivamento.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação doarquivamento, nos termos do voto do(a) relator(a).

342. Processo: 1.24.002.000297/2016-71 Voto: 6972/2019 Origem: PROCURADORIA DAREPÚBLICA NO MUNICÍPIO DESOUSA-PB

Relator(a): Dr(a) ROGERIO JOSE BENTO SOARES DO NASCIMENTO

Ementa: Procedimento Investigatório Criminal instaurado para apurar modificações societárias suspeitas,realizadas supostamente por réu em ações penais e cíveis no âmbito da Justiça Federal. OProcurador da República promoveu o arquivamento sob o fundamento de que eventualdilapidação patrimonial () já está sendo aferida em perícia autorizada nas ações cautelares eregistrada no Sistema Pericial do MPF sob o n. SPPEA/PGR 002330/2018, de modo que não sefaz necessária a manutenção do presente procedimento investigativo ante a não confirmação desuspeita de cometimento de crime pelo investigado. Este Colegiado, na 740ª Sessão de Revisão,realizada no dia 13/05/2019, deliberou pela não homologação do arquivamento, entendendo queera necessário aguardar a conclusão da perícia. O membro do MPF designado para darprosseguimento à persecução penal promoveu novamente o arquivamento, aduzindo, em síntese,que a referida perícia já foi concluída e que não há indícios de fraude na tentativa de alteraçãosocietária das empresas envolvidas. Revisão (LC nº 75/93, art. 62, IV). Inexistência de elementos

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ATA DA 758ª SESSÃO DE REVISÃO PGR-00037106/2020

mínimos de prova ou de informação capazes de justificar a continuidade da persecução penal.Materialidade delitiva não evidenciada. Homologação do arquivamento, sem prejuízo do dispostono art. 18 do CPP.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação doarquivamento, nos termos do voto do(a) relator(a).

343. Processo: 1.25.006.000702/2018-46 - Eletrônico Voto: 6975/2019 Origem: PROCURADORIA DAREPÚBLICA NO MUNICÍPIO DEPRES. PRUDENTE-SP

Relator(a): Dr(a) ROGERIO JOSE BENTO SOARES DO NASCIMENTO

Ementa: Notícia de Fato. Possível prática do crime de sonegação de contribuição previdenciária (CP, art.337-A) por parte de representantes de determinada empresa executada na Justiça do Trabalho.Revisão de arquivamento (LC n° 75/93, art. 62, IV). Caso em que o valor das contribuiçõesprevidenciárias supostamente sonegadas pela empresa reclamada não alcançam o valor de R$20.000,00. Incidência do Enunciado nº 49 da 2ª CCR: Aplica-se o princípio da insignificância penalao descaminho e aos crimes tributários federais, quando o valor do débito devido à FazendaPública decorrente da conduta formalmente típica não seja superior a R$ 20.000,00, ressalvada areiteração na mesma modalidade criminosa, ocorrida em períodos de até 5 (cinco) anos.Homologação do arquivamento.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação doarquivamento, nos termos do voto do(a) relator(a).

344. Processo: 1.26.000.003014/2014-27 Voto: 6977/2019 Origem: PROCURADORIA DAREPÚBLICA - PERNAMBUCO

Relator(a): Dr(a) ROGERIO JOSE BENTO SOARES DO NASCIMENTO

Ementa: Procedimento Investigatório Criminal. 1) Possível prática dos crimes descritos no art. 1º, I, da Leinº 8.137/90 e no art. 337-A do CP. Relato de que certa entidade, que celebrou termo de parceriacom o município de Paulista/PE para fornecimento de mão de obra para os programas de saúde,teria sido utilizada por gestores da referida Prefeitura com o objetivo de reduzir o valor decontribuições sociais e previdenciárias devidas, mediante omissão de informações e prestação deinformações falsas às autoridades fazendárias. Revisão de arquivamento (LC nº 75/93, art. 62,IV). Pena máxima cominada aos crimes é de 5 (cinco) anos de reclusão. Em relação ao prefeito àépoca dos fatos, constatou-se a ocorrência da prescrição, uma vez que os créditos tributáriosforam constituídos definitivamente no ano de 2009 e o ex-prefeito possui mais de 70 anos (CP, art.109, III, c/c art. 115). No que se refere aos demais envolvidos, após a realização de diligências,não foram encontrados elementos mínimos de prova ou de informação capazes de justificar acontinuidade da persecução penal. Homologação do arquivamento, sem prejuízo do disposto noart. 18 do CPP. 2) Supostos atos de improbidade administrativa. Promoção de arquivamento combase na prescrição. Não conhecimento. Como se trata de matéria de atribuição da 5ª Câmara deCoordenação e Revisão (Combate à Corrupção e Atos de Improbidade Administrativa), remetam-se os autos àquele Colegiado, em observância à Resolução CSMPF nº 148/2014.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação doarquivamento no âmbito deste Colegiado, remetendo-se os autos à PGR/5A.CAM - 5A.CÂMARADE COORDENAÇÃO E REVISÃO para análise, nos termos do voto do(a) relator(a).

345. Processo: 1.26.001.000243/2019-94 - Eletrônico Voto: 6755/2019 Origem: PROCURADORIA DAREPÚBLICA NO MUNICÍPIO DEPETROLINA/JUAZEIRO

Relator(a): Dr(a) ROGERIO JOSE BENTO SOARES DO NASCIMENTO

Ementa: NOTÍCIA DE FATO. POSSÍVEIS CRIMES DE SONEGAÇÃO DE CONTRIBUIÇÃOPREVIDENCIÁRIA E ESTELIONATO MAJORADO. APLICAÇÃO DO ENUNCIADO 49.INCIDÊNCIA EXCEPCIONAL DO PRINCÍPIO DA INSIGNIFICÂNCIA AO CRIME DE

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ATA DA 758ª SESSÃO DE REVISÃO PGR-00037106/2020

ESTELIONATO. HOMOLOGAÇÃO DO ARQUIVAMENTO. 1. Notícia de Fato autuada a partir deofício da Superintendência Regional do Trabalho em Recife/PE, que encaminha relatório defiscalização e auto de infração em face de determinada empresa. Relato de manutenção deempregado demitido sem justa causa trabalhando, sem o respectivo registro, e recebendoindevidamente o benefício de seguro-desemprego. Crimes, em tese, de sonegação decontribuição previdenciária (CP, art. 337-A) e de estelionato majorado (CP, art. 171, § 3º). 2.Promoção de arquivamento fundamentada no princípio da insignificância. Argumentos de que: i) ovalor sonegado foi relativo somente a 02 (dois) meses de trabalho com percepção de seguro-desemprego, sendo baixo o salário percebido pelo empregado R$ 1.543,00 (mil quinhentos equarenta e três reais), de modo que o montante da sonegação não atingiu o patamar de R$20.000,00 (vinte mil reais) estabelecido pela jurisprudência para persecução penal e, ainda, serevelaria despido de justa causa, pela ausência de constituição definitiva do crédito (inteligênciada Súmula nº 24 do Supremo Tribunal Federal); e ii) A despeito do que diz a jurisprudência sobrea inaplicabilidade do princípio da insignificância ao delito de estelionato previdenciário, estapremissa fixada em tese não pode desbordar para todos os casos sem que sejam analisados asparticularidades do caso concreto. No caso específico dos autos é patente a falta depotencialidade lesiva, considerando a existência de somente dois saques irregulares, o queinegavelmente afasta atipicidade material da conduta da agente. 3. Revisão de arquivamento (LCnº 75/93, art. 62, IV). 4. Com relação ao crime previsto no art. 337-A do CP, incide ao caso oEnunciado nº 49 da 2ª CCR: Aplica-se o princípio da insignificância penal ao descaminho e aoscrimes tributários federais, quando o valor do débito devido à Fazenda Pública decorrente daconduta formalmente típica não seja superior a R$ 20.000,00, ressalvada a reiteração na mesmamodalidade criminosa, ocorrida em períodos de até 5 (cinco) anos. 5. No que se refere ao crimeprevisto no art. 171, §3º, do CP, a quantia recebida é inferior ao piso mínimo para o ajuizamentode ações de ressarcimento ao INSS (R$ 10.000,00), nos termos do art. 3º-A, da Portaria nº377/2011/AGU, o que denota a irrelevância da conduta nos âmbitos cível e administrativo ejustifica o não prosseguimento da investigação na seara penal. Nesse sentido, precedentes da 2ªCCR: DPF/AM-00615/2016-INQ, 751ª Sessão de Revisão, de 07/10/2019, unânime;1.24.000.000647/2019-62, 749ª Sessão de Revisão, de 09/09/2019, unânime. 6. Homologação doarquivamento.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação doarquivamento, nos termos do voto do(a) relator(a).

346. Processo: 1.29.011.000414/2019-54 - Eletrônico Voto: 6956/2019 Origem: PROCURADORIA DAREPÚBLICA NO MUNICÍPIO DEURUGUAIANA-RS

Relator(a): Dr(a) ROGERIO JOSE BENTO SOARES DO NASCIMENTO

Ementa: Notícia de Fato autuada para apurar possível crime de descaminho (CP, art. 334). Apreensão demercadoria estrangeira, no dia 04/04/2019, sem a documentação comprobatória de suaintrodução regular no país. Constam outros quatro procedimentos administrativos instaurados emdesfavor do investigado nos últimos cinco anos. Verificação de que a soma de todos os tributosiludidos não ultrapassa o valor de R$ 20.000,00 (vinte mil reais). Promoção de arquivamentofundada no princípio da insignificância. Revisão (LC nº 75/93, art. 62, IV). 1) Diante da lei vigente,da doutrina e dos precedentes do STF e STJ aplicáveis ao caso, forçoso reconhecer o seguinte:a) em se tratando do crime de descaminho, a lesão ao Fisco inferior ao limite fixado pela própriaReceita Federal em R$ 20.000,00, conduz à atipicidade material da conduta (Portarias MF75/2012 e 130/2012); b) a reincidência não impede, por si só, que o juiz da causa reconheça ainsignificância penal da conduta, à luz dos elementos do caso concreto (HC 123533, TribunalPleno, STF); e c) a existência de reiterações, reincidências ou habitualidade delitiva no crime dedescaminho, por si só, não produz interesse fiscal até que a soma dos débitos alcance o patamarmínimo fixado pela Receita Federal para o ajuizamento da execução (Lei nº 10.522/2002, art. 20,§ 4º). 2) Nesse contexto, considerando que a soma de todos os débitos consolidados não ésuperior a R$ 20.000,00 (não havendo interesse fiscal na execução do crédito), e em conexãocom os postulados da fragmentariedade e da intervenção mínima do Estado em matéria penal,deve ser aplicado o princípio da insignificância para reconhecer a irrelevância material da conduta.Homologação do arquivamento.

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ATA DA 758ª SESSÃO DE REVISÃO PGR-00037106/2020

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, a maioria, deliberou pela homologação doarquivamento, nos termos do voto do(a) relator(a). Restou vencido o Dr. Juliano Baiocchi Villa-Verde de Carvalho. Participou da votação a Dra. Luiza Cristina Fonseca Frischeisen.

347. Processo: 1.30.001.004440/2019-50 - Eletrônico Voto: 6843/2019 Origem: PROCURADORIA DAREPÚBLICA - RIO DE JANEIRO

Relator(a): Dr(a) ROGERIO JOSE BENTO SOARES DO NASCIMENTO

Ementa: Notícia de Fato. Narra o noticiante que, com a recente edição do Decreto nº 9.846/19, caçadores,colecionadores e atiradores estão portando arma de fogo municiada, sob a falsa justificativa deque estão em deslocamento para treinamento. Revisão de arquivamento (LC nº 75/93, art. 62, IV).Assiste razão ao membro do MPF oficiante ao alegar que não há a especificação de um fatoconcreto, cuja conduta seja dotada de tipicidade penal, que sirva de base para a instauração deprocedimento inquisitorial. Homologação do arquivamento.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação doarquivamento, nos termos do voto do(a) relator(a).

348. Processo: 1.30.020.000295/2019-18 - Eletrônico Voto: 6844/2019 Origem: PROCURADORIA DAREPÚBLICA NO MUNICÍPIO DES.GONÇ/ITABOR/MAGE

Relator(a): Dr(a) ROGERIO JOSE BENTO SOARES DO NASCIMENTO

Ementa: Notícia de Fato. Possível prática de crimes contra a ordem tributária por parte de representante dedeterminada pessoa jurídica privada. Suposta emissão de notas fiscais com valores menores aosefetivamente praticados e recebimento de valores de pro labore não registrados. Revisão dearquivamento (LC nº 75/93, art. 62, IV). Informação de que não há crédito tributário constituído emrelação aos fatos ora apurados. Aplicação da Súmula Vinculante nº 24. Ausência de justa causa,no momento, para continuidade da persecução penal. Homologação do arquivamento, semprejuízo do art. 18 do CPP.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação doarquivamento, nos termos do voto do(a) relator(a).

349. Processo: 1.30.020.000367/2019-19 - Eletrônico Voto: 6609/2019 Origem: PROCURADORIA DAREPÚBLICA NO MUNICÍPIO DES.GONÇ/ITABOR/MAGE

Relator(a): Dr(a) ROGERIO JOSE BENTO SOARES DO NASCIMENTO

Ementa: Notícia de Fato. Narra o noticiante que terceiro, não identificado, teria efetuado saque fraudulentode seu seguro desemprego em agência da CEF em Acaraú/CE. Revisão de arquivamento (LC nº75/93, art. 62, IV). Inexistência de elementos mínimos acerca da autoria delitiva. Ausência de linhainvestigatória potencialmente idônea. Incidência da Orientação nº 26/2016 da 2ª CCR.Homologação do arquivamento.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação doarquivamento, nos termos do voto do(a) relator(a).

350. Processo: 1.33.001.000502/2019-42 - Eletrônico Voto: 6974/2019 Origem: PROCURADORIA DAREPÚBLICA - MINAS GERAIS

Relator(a): Dr(a) ROGERIO JOSE BENTO SOARES DO NASCIMENTO

Ementa: Notícia de Fato. Narra o noticiante que sua ex-esposa está envolvida em fraudes ligadas a CaixaEconômica Federal, bem como armazenou imagens de cunho pornográfico infantojuvenil emtablet, ao qual seu filho teria acesso. Aduz, ainda, possíveis maus tratos sofridos por seus filhos.Revisão de arquivamento (LC nº 75/93, art. 62, IV). Em relação ao crime descrito no art. 241-B doECA, não há elementos mínimos acerca da materialidade delitiva, visto que as telas contendoimagens de cunho pornográfico supostamente copiadas do tablet da ora investigada não

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ATA DA 758ª SESSÃO DE REVISÃO PGR-00037106/2020

permitem afirmar tratar-se de pornografia infantojuvenil. Quanto aos demais delitos noticiados,eles já estão sendo investigados em outros procedimentos criminais. Homologação doarquivamento, sem prejuízo do disposto no art. 18 do CPP.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação doarquivamento, nos termos do voto do(a) relator(a).

351. Processo: 1.34.001.004425/2019-62 - Eletrônico Voto: 6739/2019 Origem: PROCURADORIA DAREPÚBLICA - SÃO PAULO

Relator(a): Dr(a) ROGERIO JOSE BENTO SOARES DO NASCIMENTO

Ementa: Notícia de Fato. Manifestação apresentada perante a Sala de Atendimento ao Cidadão, relatandosupostos dados a respeito da queda de um helicóptero no Brasil e envenenamentos ocorridos emNova Iorque e Viena. Revisão de arquivamento (LC n° 75/93, art. 62, IV). Caso em que arepresentação formulada é ininteligível, desprovida de elementos mínimos para o início de umaapuração. Falta de justa causa para a persecução penal. Homologação do arquivamento.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação doarquivamento, nos termos do voto do(a) relator(a).

352. Processo: 1.34.001.005642/2019-70 - Eletrônico Voto: 6953/2019 Origem: PROCURADORIA DAREPÚBLICA - SÃO PAULO

Relator(a): Dr(a) ROGERIO JOSE BENTO SOARES DO NASCIMENTO

Ementa: Notícia de Fato. Manifestação apresentada perante a Sala de Atendimento ao Cidadão. Narra onoticiante uma grande desordem perto de sua casa, tendo em vista a ocorrência de uma série deviolações ao bem-estar da vizinhança, incluindo a livre distribuição de drogas. Revisão dearquivamento (LC n° 75/93, art. 62, IV). Caso em que a representação formulada é ininteligível,desprovida de elementos mínimos para o início de uma apuração. Falta de justa causa para apersecução penal. Homologação do arquivamento.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação doarquivamento, nos termos do voto do(a) relator(a).

353. Processo: 1.34.001.009640/2018-79 Voto: 6950/2019 Origem: PROCURADORIA DAREPÚBLICA - SÃO PAULO

Relator(a): Dr(a) ROGERIO JOSE BENTO SOARES DO NASCIMENTO

Ementa: Procedimento Investigatório Criminal. Manifestação apresentada perante a Sala de Atendimentoao Cidadão, comunicando suposta prática de crimes contra o sistema financeiro nacional, contra aeconomia popular e de apropriação indébita. Narra o noticiante que determinado empreendimentohabitacional, localizado no município de Guarulhos/SP, teria instituído um fundo coletivo de segurodestinado, entre outras coisas, a financiar a construção de novas unidades habitacionais e quitar osaldo remanescente em favor do associado, de seus membros ou sucessores, em caso de morteou invalidez permanente, somente se causada por sinistro. Ocorre que as obras teriam sidointerrompidas, acarretando o descumprimento de centenas de contratos firmados, sendo que nãohouve a restituição dos valores pagos. Revisão de arquivamento (LC nº 75/93, art. 62, IV).Inexistência, por ora, de elementos de prova ou de informação capazes de justificar acontinuidade da persecução penal. Fatos que, no atual estágio, devem ser discutidos na esferacível. Aplicação do princípio da intervenção mínima do Direito Penal. Homologação doarquivamento, sem prejuízo do disposto no art. 18 do CPP.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação doarquivamento, nos termos do voto do(a) relator(a).

354. Processo: 1.34.021.000214/2019-12 - Eletrônico Voto: 6840/2019 Origem: PROCURADORIA DAREPÚBLICA NO MUNICÍPIO DEJUNDIAI-SP

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ATA DA 758ª SESSÃO DE REVISÃO PGR-00037106/2020

Relator(a): Dr(a) ROGERIO JOSE BENTO SOARES DO NASCIMENTO

Ementa: Notícia de Fato. Possível prática do crime descrito no art. 334-A do CP. Investigado foisurpreendido duas vezes, no ano de 2014, na posse de maços de cigarro de origem estrangeira,desacompanhados da documentação comprobatória de sua regular introdução no país. Foramapreendidos 14 (quatorze) maços em 11/2014 e 10 (dez) em 12/2014. Promoção de arquivamentocom base no princípio da insignificância. Revisão (LC nº 75/93, art. 62, inc. IV). ConformeOrientação nº 25 da 2ª CCR, de 18/04/2016, é possível o arquivamento de investigações criminaisreferentes a condutas que se adéquem ao contrabando de cigarros, quando a quantidadeapreendida não superar 153 (cento e cinquenta e três) maços de cigarros, seja pela diminutareprovabilidade da conduta, seja pela necessidade de se dar efetividade à repressão aocontrabando de vulto, ressalvada a reiteração de condutas que cobra a persecução penal. Nocaso, foram apreendidos, no total, 24 (vinte e quatro) maços de cigarro de origem estrangeira, oque autoriza a incidência da tese da bagatela. Homologação do arquivamento.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação doarquivamento, nos termos do voto do(a) relator(a).

355. Processo: 1.34.021.000294/2019-14 - Eletrônico Voto: 6946/2019 Origem: PROCURADORIA DAREPÚBLICA NO MUNICÍPIO DEJUNDIAI-SP

Relator(a): Dr(a) ROGERIO JOSE BENTO SOARES DO NASCIMENTO

Ementa: Notícia de Fato autuada para apurar possível prática do crime descrito no art. 334-A do CP.Investigado foi surpreendido duas vezes, no ano de 2014, na posse de maços de cigarro deorigem estrangeira, desacompanhados da documentação comprobatória de sua regularintrodução no país. Foram apreendidos 36 (trinta e seis) maços em 11/2014 e 10 (dez) em12/2014. Promoção de arquivamento com base no princípio da insignificância. Revisão (LC nº75/93, art. 62, inc. IV). Conforme Orientação nº 25 da 2ª CCR, de 18/04/2016, é possível oarquivamento de investigações criminais referentes a condutas que se adéquem ao contrabandode cigarros, quando a quantidade apreendida não superar 153 (cento e cinquenta e três) maçosde cigarros, seja pela diminuta reprovabilidade da conduta, seja pela necessidade de se darefetividade à repressão ao contrabando de vulto, ressalvada a reiteração de condutas que cobra apersecução penal. No caso, foram apreendidos, no total, 46 (quarenta e seis) maços de cigarro deorigem estrangeira, o que autoriza a incidência da tese da bagatela. Homologação doarquivamento.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação doarquivamento, nos termos do voto do(a) relator(a).

356. Processo: 1.34.021.000357/2019-24 - Eletrônico Voto: 6606/2019 Origem: PROCURADORIA DAREPÚBLICA NO MUNICÍPIO DEJUNDIAI-SP

Relator(a): Dr(a) ROGERIO JOSE BENTO SOARES DO NASCIMENTO

Ementa: Notícia de Fato autuada para apurar possível prática do crime descrito no art. 334-A do CP.Investigado foi surpreendido duas vezes, no ano de 2014, na posse de maços de cigarro deorigem estrangeira, desacompanhados da documentação comprobatória de sua regularintrodução no país. Foram apreendidos 30 (trinta) maços em 11/2014 e 05 (cinco) em 12/2014.Promoção de arquivamento com base no princípio da insignificância. Revisão (LC nº 75/93, art.62, inc. IV). Conforme Orientação nº 25 da 2ª CCR, de 18/04/2016, é possível o arquivamento deinvestigações criminais referentes a condutas que se adéquem ao contrabando de cigarros,quando a quantidade apreendida não superar 153 (cento e cinquenta e três) maços de cigarros,seja pela diminuta reprovabilidade da conduta, seja pela necessidade de se dar efetividade àrepressão ao contrabando de vulto, ressalvada a reiteração de condutas que cobra a persecuçãopenal. No caso, foram apreendidos, no total, 35 (trinta e cinco) maços de cigarro de origemestrangeira, o que autoriza a incidência da tese da bagatela. Homologação do arquivamento.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação do

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ATA DA 758ª SESSÃO DE REVISÃO PGR-00037106/2020

arquivamento, nos termos do voto do(a) relator(a).

357. Processo: 1.35.000.001156/2019-55 - Eletrônico Voto: 6842/2019 Origem: PROCURADORIA DAREPÚBLICA -SERGIPE/ESTANCIA/ITABAIANA

Relator(a): Dr(a) ROGERIO JOSE BENTO SOARES DO NASCIMENTO

Ementa: Notícia de Fato. Manifestação apresentada perante a Sala de Atendimento ao Cidadão. Anoticiante anexou 14 arquivos e escreveu Inferências entre os fatos. Revisão de arquivamento (LCn° 75/93, art. 62, IV). Caso em que a representação formulada é ininteligível, desprovida deelementos mínimos para o início de uma apuração. Falta de justa causa para a persecução penal.Homologação do arquivamento.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação doarquivamento, nos termos do voto do(a) relator(a).

Outras deliberações(Arquivamento)

358. Processo: DPF/MBA/PA-00109/2017-INQ Voto: 6943/2019 Origem: GABPRM3-TSM - THAISSTEFANO MALVEZZI

Relator(a): Dr(a) ROGERIO JOSE BENTO SOARES DO NASCIMENTO

Ementa: Inquérito Policial. Ao ser realizada abordagem por policiais rodoviários federais, foi constatado queo Certificado de Registro e Licenciamento de Veículo (CRLV) da carreta de um caminhão,apresentado pelo motorista, era falso. 1) Suposto crime de uso de documento falso (CP, art. 304).Revisão de arquivamento (LC 75/93, art. 62, IV). Diligências. Impossibilidade de se imputar, porora, ao investigado que apresentou o CRLV o efetivo conhecimento acerca da naturezafraudulenta da documentação, uma vez que, conforme apurado, não é o proprietário do veículo.Notícia de que estava dirigindo o caminhão a serviço de uma transportadora. Homologação doarquivamento, sem prejuízo do disposto no art. 18 do CPP. 2) Possível crime descrito no art. 297do CP. Recebimento do arquivamento como declínio de atribuições. Revisão (Enunciado nº 33 da2ª CCR). Ausência de prejuízos diretos e específicos a bens, serviços ou interesse da União, suasentidades autárquicas ou empresas públicas, capazes de justificar a atribuição do MinistérioPúblico Federal para a persecução penal. O CRLV é expedido por órgão estadual de trânsito.Homologação do declínio ao Ministério Público Estadual.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação doarquivamento em relação ao crime descrito no art. 304 do CP; e no que se refere ao delito do art.297 do CP, pelo recebimento da promoção de arquivamento como declínio de atribuições aoMinistério Público Estadual. Homologação nos termos do voto do(a) relator(a).

359. Processo: 1.19.004.000250/2019-09 - Eletrônico Voto: 6733/2019 Origem: PROCURADORIA DAREPÚBLICA NO MUNICÍPIO DEBACABAL-MA

Relator(a): Dr(a) ROGERIO JOSE BENTO SOARES DO NASCIMENTO

Ementa: Notícia de Fato autuada a partir de ofício da Justiça do Trabalho, comunicando possível crime defrustração de direito assegurado por lei trabalhista (CP, art. 203). Gestores municipaisresponsáveis pela implementação de verba trabalhista teriam frustrado o direito de um servidor deincorporar o adicional de insalubridade. Recebimento do arquivamento como declínio deatribuições. Revisão (Enunciado nº 32 da 2ª CCR). Acerca do crime de frustração de direitoassegurado por lei trabalhista (CP, art. 203), o Conselho Institucional do MPF, ao apreciar eacolher recurso interposto em face de decisão desta 2ª CCR, firmou entendimento no sentido deque a lesão a um restrito número de trabalhadores de uma pequena empresa não temsignificação para se ter como lesados interesses que cabe à União proteger e preservar, aindamais quando a lesão não atingiu o trabalhador em sua dignidade da pessoa humana. Para oCIMPF, na linha de julgados do STF, o simples fato de haver o descumprimento de normas

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ATA DA 758ª SESSÃO DE REVISÃO PGR-00037106/2020

trabalhistas, prevendo direitos dos trabalhadores, não configura o crime a ponto de deslocar acompetência para a Justiça Federal (NF nº 1.24.000.000526/2016-78, unânime, 4ª SessãoOrdinária, 10/05/2017). Competência da Justiça Federal para processar e julgar os crimes contraa organização do trabalho quando tenham por objeto a organização geral do trabalho ou direitosdos trabalhadores coletivamente considerados. Inexistência de elementos de informação capazesde legitimar a atribuição do Ministério Público Federal para a persecução penal. Homologação dodeclínio ao Ministério Público Estadual.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pelo recebimento dapromoção de arquivamento como declínio de atribuições ao Ministério Público Estadual.Homologação nos termos do voto do(a) relator(a).

Dr. CLÁUDIO DUTRA FONTELLA

Nos processos de relatoria do Dr. CLÁUDIO DUTRA FONTELLA participaram da votação a Dr.ª Luiza CristinaFonseca Frischeisen, titular do 1º Ofício, e a Dr.ª Mônica Nicida Garcia, titular do 2º Ofício.

ORIGEM JUDICIAL

NÃO PADRÃO

360. Processo: JF-SOR-5003789-36.2019.4.03.6110-PICMP - Eletrônico

Voto: 6659/2019 Origem: JUSTIÇA FEDERAL - 10ªSUBSEÇÃO JUDICIÁRIA -SOROCABA/SP

Relator(a): Dr(a) CLAUDIO DUTRA FONTELLA

Ementa: Notícia de Fato autuada para apurar a repercussão criminal de possível alienação, venda ouabandono de imóvel com o qual a investigada havia sido contemplada por meio do ProgramaMinha Casa Minha Vida MCMV. O Procurador da República oficiante manifestou-se pela remessados autos à Vara Especializada em São Paulo/SP, por entender que a conduta é tipificada no art.20 da Lei nº 7.492/86. Discordância do Juízo Federal, que não vislumbrou a existência deoperação de financiamento no caso, uma vez que a investigada não aplicou os recursos oriundosdo referido programa em finalidade diversa, já que o imóvel foi construído com recursos públicos ese encontra habitável. Assim, considerou o Magistrado estar diante de eventual crime deestelionato, de sua competência. Aplicação do art. 28 do CPP c/c art. 62, IV, da LC nº 75/93.Remessa que se acolhe como Declínio de Atribuições (Enunciado nº 32). Conduta que, emborailícita do ponto de vista contratual, não gera prejuízos à instituição financeira federal. O patrimôniodo fundo instituído pela Lei nº 10.188/11, notadamente os bens imóveis, não se confunde com oacervo da CEF. Eventual irregularidade que se relaciona com a pós-ocupação da unidade, e nãoem detrimento do PMCMV. A irregularidade em questão é passível de medidas administrativas aserem adotadas pelo agente financeiro, qual seja, a Caixa Econômica Federal (Lei 11.977/2009,arts. 6º-A, § 5º, III e § 6º), como a perda do subsídio, resultando na cobrança integral e à vista dovalor parcelado, quebra de contrato e retomada do imóvel. Interesse, na hipótese, que recai sobreo particular beneficiário do imóvel ou daqueles envolvidos em uma eventual negociação irregular.Ausência de ofensa ao patrimônio da Caixa Econômica Federal, que atua apenas como agentefinanciador do programa. Possível crime de estelionato, previsto no art. 171, § 2º, I ou § 3°, do CP.Precedentes do STJ (AgRg no CC 134.009/MG, Terceira Seção, DJe 16/03/2015) e da 2ª CCR(Procedimento nº 0003177-23.2018.4.03.6110, 733ª Sessão Ordinária, de 28/1/2019;Procedimento nº 0003435-33.2018.4.03.6110, 736ª Sessão Ordinária, de 11/03/2019;Procedimento nº 1.23.000.001573/2018-38, 731ª Sessão Ordinária, de 10/12/2018). Questãoalusiva a interesse de particulares. Inexistência de lesão direta a bens, serviços e interesses daUnião ou de suas entidades. Ausência de elementos de informação capazes de justificar aatribuição do Ministério Público Federal para persecução penal. Homologação do declínio aoMinistério Público Estadual.

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ATA DA 758ª SESSÃO DE REVISÃO PGR-00037106/2020

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pelo recebimento daremessa como declínio de atribuições ao Ministério Público Estadual. Homologação nos termosdo voto do(a) relator(a).

361. Processo: JF-SVT-0000249-69.2019.4.03.6141-INQ - Eletrônico

Voto: 6749/2019 Origem: JUSTIÇA FEDERAL - 41ªSUBSEÇÃO JUDICIÁRIA - SÃOVICENTE/SP

Relator(a): Dr(a) CLAUDIO DUTRA FONTELLA

Ementa: NOTÍCIA DE FATO. APREENSÃO DE ANABOLIZANTES REMETIDOS POR VIA POSTAL, NOÂMBITO DOMÉSTICO. DISCORDÂNCIA ENTRE O MPF E O JUÍZO FEDERAL.ARQUIVAMENTO INDIRETO (APLICAÇÃO ANALÓGICA DO ART. 28 DO CPP). DELIBERAÇÃODESTA 2ª CCR PELA NÃO VERIFICAÇÃO DA PRÁTICA DE CRIME DE ATRIBUIÇÃO DOMINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL. 1. Notícia de Fato autuada para apurar a possível prática docrime previsto no art. 273, §1º-B, I, do CP. Apreensão de anabolizantes sem registro na ANVISA,remetidos pelos correio em postagem doméstica, de São Paulo para Mato Grosso. 2. OProcurador da República oficiante ressaltou inicialmente que não há interesse federal no caso, porse tratar de remessa dentro do território nacional. No entanto, deixou de requerer o declínio,considerando a pequena quantidade do produto apreendido (que indica uso pessoal) e a falta deprovas do dolo e da intenção de comercializar, razão pela qual se manifestou pelo arquivamento.3. A Juíza Federal entendeu ser prematuro afirmar a incompetência da Justiça Federal, uma vezque há elementos que indicam tratar-se de produto de origem estrangeira, bem como rejeitou opedido de arquivamento. 4. Esta 2ª CCR, na Sessão de Revisão n° 743, de 10/06/2019, deliberoupelo recebimento do arquivamento como declínio de atribuições, considerando que o fato de omedicamento ser de fabricação estrangeira, por si só, não atrai a atribuição federal, sendonecessária a transnacionalidade da conduta criminosa, o que não se verificou no presente caso(remessa doméstica). 5. A Juíza Federal, no entanto, entendendo que o feito se encontrajudicializado e que já houve manifestação expressa do Juízo Federal sobre a competência,determinou o retorno dos autos à 2ª CCR para esclarecimento, indicando expressamente sepretende que o feito tramite na Justiça Federal, porém mediante órgão do Ministério PúblicoEstadual. 6. Conforme bem ressaltou o Procurador da República oficiante, cujo fundamentoacolho como parte integrante do presente voto: O Juízo aparentemente está confundindo o quantodecidido pelo MPF, através da 2CCR. A decisão é clara em dizer que não há crime federal, o queequivale ao arquivamento, cuja palavra final é do MPF. No entanto, vislumbrando possível crimeestadual, decidiu pelo envio ao MP/SP. Não há que se falar em discussão sobre competência se otitular da ação penal decidiu pela ausência de crime federal. A hipótese aventada pelo Juízo deatuação do MP/SP na Justiça Federal é absolutamente ilegal. 7. É de se realçar, inicialmente, quea despeito da presença da manifestação judicial emanada, o inquérito policial (ou procedimentoinvestigatório criminal) possui natureza tipicamente administrativa e inquisitiva, não havendopartes, uma vez que ele visa apenas à apuração de elementos informativos de materialidade eautoria delitiva. No âmbito do CJF, a Resolução nº 446 de 07/06/2017 determinou a inclusão dedispositivo na Resolução CJF n° 63, de 26 de junho de 2009, que trata da tramitação direta dosinquéritos policiais entre a Polícia Federal e o MPF. 8. Evidente é o caráter extrajudicial doprocedimento, ante a ausência de oferecimento ou recebimento de exordial acusatória (nãohavendo se iniciado, pois, a correspondente ação penal) e a inexistência de atos propriamentejurisdicionais (inteligência dos arts. 109, 70, § 3º, 71, 72, § 2º, e 78, II, alínea c, todos do CPP).Precedente da 2ª CCR: Processo n° 00246/2014 DPF/UDI, Sessão n° 630, de 05/10/2015. 9.Quando o MPF promove o arquivamento em determinada esfera e o Juiz discorda, está-se diantedo denominado arquivamento indireto, por aplicação analógica do disposto no art. 28 do CPP, aser remetido à respectiva Câmara de Coordenação e Revisão, para deliberação. 10. Nessesentido já decidiu o STJ: "Havendo divergência de posicionamento entre o Ministério Público e omagistrado, no sentido de que o membro do Parquet entendeu que não possuía atribuição paraoficiar no feito, requerendo a remessa para outra esfera judicial, e, ao contrário, o magistradoconsiderou-se competente para tal finalidade, opera-se uma tentativa do Ministério Público dearquivar a questão perante a Justiça Castrense, com a consequente remessa dos autos à JustiçaComum Estadual, que deve ser entendida como um arquivamento indireto, a receber, poranalogia, o tratamento designado nos artigos 28 do Código de Processo Penal e 397 do Código

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Page 158: ATA DA SEPTINGENTÉSIMA QUINQUAGÉSIMA OITAVA SESSÃO ...€¦ · Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, ... punitiva estatal, rejeitou o arquivamento

ATA DA 758ª SESSÃO DE REVISÃO PGR-00037106/2020

de Processo Penal Militar." (AgRg nos EDcl no REsp 1550432/SP, Rel(a). Min(a). Maria Therezade Assis Moura, Sexta Turma, DJe 29/02/2016). No mesmo sentido: "Inexiste conflito de atribuiçãoquando o membro do Ministério Público opina pela declinação de competência e o Juízo nãoacata o pronunciamento; dest'arte, não oferecida a denúncia, em razão da incompetência do juízo,opera-se o denominado arquivamento indireto, competindo ao Juiz aplicar analogicamente o art.28 do CPP, remetendo os autos à 2a. Câmara de Coordenação e Revisão do MPF. Precedentesdo STJ." (CAt 222/MG, Rel. Min. Napoleão Nunes Maia Filho, Terceira Seção, DJe 16/05/2011).11. Dessa forma, tratando-se o caso de arquivamento indireto (aplicação analógica do disposto noart. 28 do CPP) e já tendo este órgão colegiado se pronunciado pela não verificação da prática decrime de atribuição do MPF, de rigor o encaminhamento dos autos à esfera estadual, para asprovidências cabíveis no referido âmbito.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação dodeclínio de atribuição, nos termos do voto do(a) relator(a).

362. Processo: JF/CE-0802230-86.2019.4.05.8100-RPCR - Eletrônico

Voto: 6912/2019 Origem: JUSTIÇA FEDERAL -SEÇÃO JUDICIÁRIA NO ESTADODO CEARÁ

Relator(a): Dr(a) CLAUDIO DUTRA FONTELLA

Ementa: Procedimento instaurado para apurar suposta prática do crime de estelionato majorado, emvirtude do recebimento indevido de benefício previdenciário, pós-óbito, da titular M.M.de S., noperíodo de 05/2009 a 04/2016, o que acarretou um prejuízo ao INSS correspondente a R$195.590,74 (cento e noventa e cinco mil, quinhentos e noventa reais e setenta e quatro centavos).Manifestação do MPF pelo arquivamento do feito, tendo em vista o exaurimento das diligênciassolicitadas, destinadas a esclarecer os fatos objeto de investigação nos autos do procedimento1.15.000.000490/2019-84. Discordância do Juízo da 11ª Vara Federal da Seção Judiciária doEstado do Ceará por considerar prematuro o arquivamento do apuratório. Remessa dos autos nostermos do art. 28 do CPP c/c art. 62, IV, da LC nº 75/93. Conforme ressaltado pelo Juízo deprimeiro grau, na folha 7/78 do identificador 4058100.14801588, vê-se a informação extraída doSistema Único de Benefício DATAPREV, o histórico de Procuradores/Representantes do NB, ondeconsta como Procurador o cidadão C.A.C.de S., residente em Fortaleza/CE. Em outra frente, apartir dos extratos bancários fornecidos pelo Banco Bradesco, extrai-se que após o falecimento dasegurada, o usuário da conta corrente aberta e na qual estavam sendo depositadas as parcelasindevidas do benefício, além de diversos saques, efetuou várias movimentações como gastoscom cartão de crédito e empréstimo pessoal. Consta, ainda, que foi contratado título decapitalização, saques no autoatendimento, além de diversos registros de baixa automáticapoupança, o que sugere que os referidos valores estariam sendo transferidos a uma conta depoupança vinculada à conta corrente. Possibilidade de realização de diligências tendentes aesclarecer a autoria delitiva, tais como a oitiva de C.A.C.de S. ou ainda voltadas a esclarecer asmovimentações bancárias mencionadas no item 16 da decisão judicial, que poderiam auxiliar nabusca da autoria. Necessidade de melhor esclarecimento dos fatos. Arquivamento que se afiguraprematuro. Designação de outro membro do MPF para dar prosseguimento à persecução penal.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela não homologação dearquivamento, nos termos do voto do(a) relator(a).

363. Processo: JF/ES-5002132-09.2019.4.02.5004-*PIMP - Eletrônico

Voto: 6823/2019 Origem: JUSTIÇA FEDERAL DOESTADO DO ESPÍRITO SANTO

Relator(a): Dr(a) CLAUDIO DUTRA FONTELLA

Ementa: Trata-se de Inquérito Policial instaurado para apurar a possível prática do crime de estelionatomajorado, tipificado no art. 171, § 3°, do Código Penal, em virtude do recebimento indevido deseguro-defeso. Celebração de acordo de não-persecução penal, nos termos da Resolução nº181/2017 do CNMP. Compromisso dos investigados a cumprirem as seguintes condições: a)restituir ao Fundo de Amparo ao Trabalhador FAT todas as parcelas indevidas indevidamente; b)prestar serviços à comunidade, perante instituição sem fins lucrativos; c) comunicar ao MinistérioPúblico Federal eventual mudança de endereço, número de telefone e e-mail, durante o período

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ATA DA 758ª SESSÃO DE REVISÃO PGR-00037106/2020

de cumprimento do acordo. Homologação requerida ao Juízo Federal, que indeferiu o pedido porentender que não há previsão legal do acordo de não-persecução penal. Remessa dos autos à 2ªCCR, nos termos do art. 28 do CPP c/c o art. 62, IV, da LC nº 75/93. Reconhecimento daconstitucionalidade formal de atos normativos em condições análogas pelo Supremo TribunalFederal. Busca de solução institucional para direcionar a persecução penal em juízo para crimesefetivamente mais graves. Determinação contida na ADPF nº 347 MC. Hipótese deregulamentação e aplicação direta de dispositivos constitucionais intrinsecamente relacionadoscom a atuação do Ministério Público, inserindo-se, pois, a Resolução nº 181/2017, no âmbito dacompetência do CNMP. CF, art. 130-A, § 2º, incs. I e II. Constitucionalidade do ato normativo.Adesão aos fundamentos expostos no Voto nº 2958/2018, proferido nos autos do Procedimento nº2017.50.01.501767-5, Rel. Subprocurador-Geral da República Nicolao Dino de Castro e CostaNeto, 714ª Sessão de Revisão, de 07/05/2018, unânime. Homologação da implementação doacordo de não-persecução penal, em analogia ao expresso na parte final do art. 28 do CPP.Devolução dos autos ao Procurador da República oficiante para adoção das providênciascabíveis.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação daimplementação do Acordo de Não-Persecução Penal, em analogia ao expresso na parte final doart. 28 do CPP, nos termos do voto do(a) relator(a).

364. Processo: JF/MOC-0001959-02.2019.4.01.3807-INQ

Voto: 7010/2019 Origem: JUSTIÇA FEDERAL -SUBSEÇÃO JUDICIÁRIA DEMONTES CLAROS/MG

Relator(a): Dr(a) CLAUDIO DUTRA FONTELLA

Ementa: Inquérito Policial. Suposto crime de exploração clandestina de atividade de telecomunicações ouespectro de radiofrequência (Lei n. 9.472/1997, art. 183). Notícia da existência de emissora derádio que funcionava, sem autorização, na cidade de Brasília de Minas/MG. Revisão dearquivamento (LC nº 75/93, art. 62, IV). Na hipótese, foram realizados relatórios de fiscalização efotográfico, termos de identificação e apreensão e colheitas de depoimentos. A.R.S.S e F.A.S., emsede policial, afirmaram terem somente trabalhado na rádio e J.A.A.S negou ser o seuproprietário. Ainda, foram mencionadas alcunhas de alguns responsáveis por receberempagamentos de patrocinadores, mas sem maiores informações. Por fim, houve notícia de que alocadora do imóvel foi a óbito, o que impossibilitou a identificação dos inquilinos e/ou reaisproprietários da rádio. Falta justa causa para prosseguir com a persecução penal por ausência deautoria delitiva. Homologação do arquivamento.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação doarquivamento, nos termos do voto do(a) relator(a).

365. Processo: JF/OUR/PE-0807633-25.2018.4.05.8309-PETCRIM -Eletrônico

Voto: 6940/2019 Origem: JUSTIÇA FEDERAL -SUBSEÇÃO JUDICIÁRIA DEOURICURI

Relator(a): Dr(a) CLAUDIO DUTRA FONTELLA

Ementa: INQUÉRITO POLICIAL. POSSÍVEL CRIME DE ESTELIONATO MAJORADO (CP, ART. 171, § 3°).PROPOSITURA DE ACORDO DE NÃO-PERSECUÇÃO PENAL PELO MPF. DISCORDÂNCIA DOJUÍZO FEDERAL. REMESSA DOS AUTOS À 2ª CCR, POR ANALOGIA AO DISPOSTO NO ART.28 DO CPP. HOMOLOGAÇÃO DA IMPLEMENTAÇÃO DO ACORDO. O JUÍZO FEDERAL, NOENTANTO, DECLAROU A ILEGALIDADE DO ATO DE HOMOLOGAÇÃO. NOVA REMESSA DOSAUTOS À 2ª CCR. NÃO CONHECIMENTO E MANUTENÇÃO DA DECISÃO PROFERIDA NASESSÃO DE REVISÃO N° 737. 1. Inquérito Policial instaurado para apurar a possível prática docrime de estelionato majorado (CP, art. 171, § 3º), em razão de saques indevidos de parcelas debenefício previdenciário após o óbito da titular, o que ocasionou um prejuízo aos cofres públicosno valor de R$ 17.502,55. 2. O MPF propôs acordo de não-persecução penal mediante ocompromisso de a investigada reparar o dano e pagar prestação pecuniária a uma entidadepública ou de interesse social. Discordância do Juízo Federal, sob o argumento de que inexistefundamento legal para o referido acordo. 3. Por decisão unânime, na 737ª Sessão Ordinária,

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realizada em 25/03/2019, este Colegiado homologou a implementação do acordo de não-persecução penal, em analogia ao exposto na parte final do art. 28 do CPP. No entanto,devolvidos os autos à origem, o Juiz Federal considerou que tanto a decisão da 2ª Câmara deCoordenação e Revisão ao homologar o Acordo, sem chancela do Poder Judiciário, como adeterminação de sua implantação por parte do Procurador da República oficiante no feito, sãoilegais e inconstitucionais, não podendo assim produzir qualquer efeito prático. Com isso, declaroua ilegalidade do ato de homologação do acordo e da determinação de sua implementação,intimando as partes para que se abstenham de praticar qualquer ato do referido acordo. 4. O MPFrequereu a reconsideração da referida decisão judicial, para que o Juízo considerasse encerradaa tramitação do feito no âmbito do Judiciário, após a decisão da 2ª CCR que homologou o acordoentre o Ministério Público e o autor do fato, nos termos do art. 28 do CPP. O Juízo Federalindeferiu o pedido de reconsideração e remeteu novamente os autos à 2ª CCR, por analogia aodisposto no art. 28 do CPP, em decorrência da declaração de ilegalidade do acordo e dadeterminação de sua implementação. 5. Conforme bem ressaltou o Procurador da República adecisão judicial desbordou dos limites da competência do juízo. O Estado-juiz já tinha esgotado oexercício de sua competência, que se restringia a decidir se homologava ou não o acordo e aindaAo ter homologado o acordo, não resta outra opção, apenas aquela que insiste no arquivamento,sendo forçoso o acatamento pelo juízo que encaminhou os autos para o controle do órgãorevisional, no caso, a 2ª CCR/MPF. 6. Dessa forma, com acerto, concluiu que "Acontece que jáfora exaurida a competência deste juízo no momento que remeteu os autos para 2ª Câmara deCoordenação e Revisão do MPF, que homologou o acordo de Não-Persecução Penal. Nãohavendo, nos termos da parte final do art. 28 do CPP, qualquer possibilidade de ato posterior doJudiciário, salvo se houver propositura de alguma ação judicial, haja vista que a insistência noarquivamento e homologação do acordo é a última etapa deste itinerário. A decisão do juízoposterior à decisão da Câmara é, por assim dizer, data vênia, inexistente. Tem que se atentar parao fato de que o rito aplicado é o previsto no art. 28 do CPP, conforme fez o juiz titular. Toda vezque o Judiciário não concordar com a providência diversa de propositura de ação penal peloMinistério Público num inquérito policial (IP), procedimento de investigação criminal (PIC) ouqualquer outro procedimento investigatório, deve aplicar o art. 28, já referido, esgotando-se,assim, sua competência. A decisão do juiz substituto tem o mesmo estrago que uma decisãoanuladora de homologação de arquivamento pelo órgão superior de controle do Ministério Público.Concordando ou não com a decisão da Câmara de Coordenação e Revisão, não pode o Judiciárioinvocar e voltar a decidir." 7. Além do mais, o art. 62 da Lei Complementar nº 75/93 estabelece acompetência das Câmaras de Coordenação e Revisão de se manifestar sobre o arquivamento deinquérito policial, inquérito parlamentar ou peças de informação e deve ser interpretado emconjunto com o art. 28 do CPP, que prevê a remessa dos autos ao órgão superior do MinistérioPúblico sempre que o juiz discordar das razões invocadas pelo órgão ministerial. 8. O art. 12, §2º,da Resolução nº 165, de 6 de maio de 2016, do Conselho Superior do MPF, que dispõe sobre oRegimento Interno do CISMPF, prevê a possibilidade de interposição de recurso das decisões dasCâmaras, estabelecendo, como legitimados, "a parte interessada e os órgãos institucionais doMinistério Público que tiverem atuado no procedimento em que foi prolatada a decisão". 9. OMagistrado não possui legitimidade para interpor recurso/pedido de reconsideração contradecisão da 2ª CCR que determina o arquivamento dos autos, já que não figura como parteinteressada no processo e sua atuação é limitada pelo art. 28 do CPP. Precedente da 2ª CCR: IPL00042/2016, 731ª Sessão de Revisão, de 10/12/2018. 10. Dessa forma, de rigor a manutenção dadecisão anteriormente proferida por esta 2ª CCR, que já deliberou em várias oportunidades nosentido do "Reconhecimento da constitucionalidade formal de atos normativos em condiçõesanálogas pelo Supremo Tribunal Federal. Busca de solução institucional para direcionar apersecução penal em juízo para crimes efetivamente mais graves. Determinação contida na ADPFnº 347 MC. Hipótese de regulamentação e aplicação direta de dispositivos constitucionaisintrinsecamente relacionados com a atuação do Ministério Público, inserindo-se, pois, aResolução nº 181/2017, no âmbito da competência do CNMP. CF, art. 130-A, § 2º, incs. I e II.Constitucionalidade do ato normativo. Adesão aos fundamentos expostos no Voto nº 2958/2018,proferido nos autos do Procedimento nº 2017.50.01.501767-5, Rel. Subprocurador-Geral daRepública Nicolao Dino de Castro e Costa Neto, 714ª Sessão de Revisão, de 07/05/2018,unânime." (Processo n° 0813117-23.2019.4.05.8200, Sessão n° 753, de 21/10/2019, unânime).11. Não conhecimento da presente remessa, reiterando os termos da decisão proferida por esta 2ªCCR na 737ª Sessão de Revisão, que homologou o acordo.

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ATA DA 758ª SESSÃO DE REVISÃO PGR-00037106/2020

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pelo não conhecimento daremessa, reiterando os termos da decisão proferida na 737ª Sessão de Revisão, realizada em25/03/2019, que homologou a implementação do acordo de não-persecução penal, nos termos dovoto do(a) relator(a).

366. Processo: JF/PR/CAS-5009615-47.2019.4.04.7005-SEM_SIGLA -Eletrônico

Voto: 6717/2019 Origem: JUSTIÇA FEDERAL -SUBSEÇÃO JUDICIÁRIA DECASCAVEL

Relator(a): Dr(a) CLAUDIO DUTRA FONTELLA

Ementa: Notícia de Fato. Possível crime de descaminho, tipificado no art. 334, §1º, do Código Penal.Apreensão de mercadorias de procedência estrangeira em poder do investigado, sem anecessária documentação comprobatória de sua regular importação. Tributos iludidos calculadosem R$ 3.265,01. Promoção de arquivamento com base no princípio da insignificância.Discordância do Juízo Federal. Remessa dos autos nos termos do art. 28 do CPP c/c o art. 62,inc. IV, da LC nº 75/93. Não obstante o valor dos tributos iludidos fique aquém daquele tido comoparâmetro para aferição da insignificância da ação delituosa (R$ 20.000,00), tem-se que areiteração da conduta ilícita obsta a incidência da tese da bagatela. Consta dos autos que oinvestigado apresenta 07 outros registros de apreensão de mercadorias de origem estrangeira,nos últimos cinco anos. Hipótese de efetiva e flagrante ocorrência de lesão à ordem tributária.Inaplicabilidade do princípio da insignificância. Enunciado nº 49 da 2ª CCR. Designação de outromembro do MPF para prosseguir na persecução penal.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, a maioria, deliberou pela não homologação dearquivamento, nos termos do voto do(a) relator(a). Restou vencida a Dra. Luiza Cristina FonsecaFrischeisen, que juntou voto. Participou da votação a Dra. Mônica Nicida Garcia.

367. Processo: JF/PR/CUR-5055353-73.2019.4.04.7000-AP - Eletrônico

Voto: 6922/2019 Origem: JUSTIÇA FEDERAL -SUBSEÇÃO JUDICIÁRIA DECURITIBA

Relator(a): Dr(a) CLAUDIO DUTRA FONTELLA

Ementa: Ação Penal. Denúncia ofertada em desfavor da investigada M.C.de A pela prática do delito: a)Fato 1: tipificado no art. 171, caput e § 3º, c/c o art. 71, ambos do CP, porque, em tese, mediantefraude consistente na utilização de uma Carteira Nacional de Habilitação (CNH) falsa em nome deP.G.dos S., induziu e manteve em erro a colaboradora S.C.P.S., na agência da CEF de GuaratubaColombo/PR, oportunidade em que sacou a quantia de R$ 937,00 a título de pagamento do PIS,na data de 16/11/2017; b) Fato 2: tipificado no art. 171, caput e § 3º, c/c art. 71, ambos do CP,porque, em tese, mediante fraude, consistente na utilização de uma Carteira Nacional deHabilitação (CNH) falsa em nome de M.de S.C., tentou sacar os valores depositados a título dePIS, na agência da CEF no Bairro Alto Curitiba/PR, na data de 16/11/2017. Manifestação do MPFdeixando de imputar à denunciada a conduta descrita no art. 304 do CP. Recebimento dadenúncia pela prática, por duas vezes, uma na forma tentada e outra na forma consumada docrime previsto no art. 171, caput e § 3º, em continuidade delitiva. Discordância do Juízo da 23ªVara Federal de Curitiba/PR ao não acolher a promoção de arquivamento quanto à possívelprática do crime descrito no art. 304 por entender que o documento falsificado é apto a possibilitara prática de muitos outros delitos, pois a potencialidade lesiva não se esgotaria no estelionato.Aplicação do art. 28 do CPP c/c art. 62, inc. IV, da LC nº 75/93. No presente caso, como bempontuado pelo Procurador oficiante, embora não se possa dizer, em tese, que a potencialidadelesiva da CNH falsa tenha se exaurido com o estelionato, é forçoso reconhecer que o acervoprobatório dos autos é convergente no sentido de que a intenção da denunciada era tão somenteobter vantagem ilícita em detrimento da Caixa Econômica Federal, sacando valores relativos aoPIS, mediante o uso de documento falso. Restou claro, no curso da apuração, que o uso da CNHfalsa teve, como único objetivo, viabilizar a prática do crime de estelionato majorado, constituindofase de sua realização, sem evidenciar, consoante elementos de prova colhidos, potencialidadelesiva exorbitante do referido delito. Absorção do crime de uso de documento falso pelo delito deestelionato na hipótese em apreço. Insistência no arquivamento.

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ATA DA 758ª SESSÃO DE REVISÃO PGR-00037106/2020

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação doarquivamento, nos termos do voto do(a) relator(a).

368. Processo: JF/PR/GUAI-5001578-92.2019.4.04.7017-SEM_SIGLA -Eletrônico

Voto: 6655/2019 Origem: JUSTIÇA FEDERAL -SUBSEÇÃO JUDICIÁRIA DEGUAÍRA

Relator(a): Dr(a) CLAUDIO DUTRA FONTELLA

Ementa: Notícia de Fato autuada a partir de Representação Fiscal para Fins Penais para apurar possívelprática dos crimes de descaminho e/ou de contrabando (CP, arts. 334 e 334-A). Apreensão demercadorias de procedência estrangeira (74 unidades de tabaco e 04 unidades de carvão vegetal,ambos para narguilé), sem a respectiva documentação comprobatória de sua regular importação.Tributos iludidos calculados em R$ 2.332,11. Manifestação do MPF pelo arquivamento em razãoda aplicação do princípio da insignificância. Discordância do Juízo Federal. Remessa dos autosnos termos do art. 28 do CPP c/c o art. 62, inc. IV, da LC nº 75/93. A importação de tabacos paranarguilé é matéria que já foi objeto de análise pela 2ª CCR/MPF nos autos do IPL nº 5004694-02.2015.4.04.7000, julgado na 713ª Sessão de Revisão, de 23/4/2018, ocasião em que oColegiado, por unanimidade, acolheu o voto do Relator, no ponto assim redigido: No caso, nãoconsta notícia de que as marcas dos tabacos para narguilé importadas pelos investigadospossuem ou não registro perante o órgão sanitário. Tal informação é essencial para corretadefinição do crime supostamente praticado. Se for mercadoria proibida para importação, aconduta configura, em tese, o crime de contrabando. Caso contrário, os fatos podem caracterizaro crime de descaminho. O membro do MPF oficiante, após expedição de ofício à Receita Federal,informou 'que as 153 unidades de tabaco para narguilé apreendidas já haviam sido destruídas,impossibilitando a identificação de suas marcas e, desta forma, a consulta, por este órgãoministerial, à ANVISA, acerca da existência ou não de respectivo registro. Assim, impõe-se oenquadramento da conduta ora em análise no tipo penal mais favorável aos investigados, qualseja, o do art. 334 do CP (descaminho). O precedente é análogo ao presente caso, em que nãohá a identificação das marcas dos tabacos de narguilés apreendidos. Assim, aplicando-se oentendimento acima exposto, deve-se entender que se trata de crime de descaminho na hipótese.Além disso, verifica-se em consulta ao sistema COMPROT, do Ministério da Fazenda, que não háreiteração específica da conduta pelos investigados. Nesse contexto, a teor do que dispõe o § 4º,do art. 20 da Lei nº 10.522/2002, considerando que no caso em exame os tributos iludidos sãoinferiores a R$ 20.000,00 (vinte mil reais), conforme fixado nas Portarias nº 75 e 130/MF, nãohavendo interesse fiscal na execução do crédito, e, portanto, em conexão com os postulados dafragmentariedade e da intervenção mínima do Estado em matéria penal, aplico o princípio dainsignificância para reconhecer a irrelevância material da conduta. Manutenção do arquivamento.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação doarquivamento, nos termos do voto do(a) relator(a).

369. Processo: JF/PR/MGA-5012318-54.2019.4.04.7003-IP - Eletrônico

Voto: 6825/2019 Origem: JUSTIÇA FEDERAL -SUBSEÇÃO JUDICIÁRIA DEMARINGÁ/PR

Relator(a): Dr(a) CLAUDIO DUTRA FONTELLA

Ementa: Inquérito Policial. Suposta prática dos crimes de falsidade ideológica (CP, art. 299) e/ou de uso dedocumento falso (CP, art. 304). Possível falsidade da assinatura constante no Termo de Renúnciaapresentado pela Advogada Y.A.V., em nome da autora M.I.L.O., no âmbito de pedido de auxílio-doença perante a Justiça Federal. Verificação de possíveis diferenças nas assinaturas constantesna cópia do referido documento (apresentada inicialmente) e na via original/atualizada(apresentada posteriormente, a requerimento do Juízo). Promoção de arquivamento fundada naausência de justa causa para a persecução penal. Discordância do Juízo Federal. Aplicação doart. 28 do CPP c/c art. 62, inc. IV, da LC nº 75/93. Conforme consignado na promoção ministerial,o posterior comparecimento da Advogada perante a secretaria da Vara Federal para apresentaçãodo Termo de Renúncia original/atualizado com a assinatura da autora da ação supre a dúvidaacerca da autenticidade do lançamento e atribui o valor legal necessário ao aperfeiçoamento do

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ATA DA 758ª SESSÃO DE REVISÃO PGR-00037106/2020

ato a que se destinava a assinatura, tornando assim, ao final, desnecessária a atuação do direitopenal na espécie, porquanto ultima ratio. Falta de justa causa para prosseguir na persecuçãopenal. Insistência no arquivamento.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação doarquivamento, nos termos do voto do(a) relator(a).

370. Processo: JFRS/PFU-5003074-89.2019.4.04.7104-PIMP - Eletrônico

Voto: 6911/2019 Origem: JUSTIÇA FEDERAL DORIO GRANDE DO SUL -SUBSEÇÃO JUDICIARIA DEPASSO FUNDO

Relator(a): Dr(a) CLAUDIO DUTRA FONTELLA

Ementa: Procedimento Investigatório instaurado para apurar possível prática do crime descrito no art. 334-A do CP. Apreensão de mercadorias estrangeira com ilusão tributária estimada em R$ 1.015,07(um mil, quinze reais e sete centavos), além de 60 (sessenta) maços de cigarro de procedênciaestrangeira, desacompanhados de documentação de sua regular internalização no país.Manifestação do MPF pelo arquivamento do feito com base no princípio da insignificância.Discordância do Juízo da 3ª Vara Federal de Passo Fundo/RS quanto ao contrabando de cigarros.Remessa dos autos nos termos do art. 28 do CPP. Acompanho o entendimento da Sétima eOitava Turmas do Tribunal Regional Federal da 4ª Região, que, em julgados recentes, deliberarampela aplicação do princípio da insignificância ao crime de contrabando de cigarros, utilizando oparâmetro de 1 (uma) caixa, ou seja, 500 (quinhentos) maços. Precedentes da Sétima Turma doTRF4 (RCCR 5002984-04.2016.404.7002; ACR 5006844-19.2016.4.04.7000; ACR 5002280-67.2016.4.04.7009) e da Oitava Turma do TRF4 (ACR 5004877-30.2016.4.04.7002). No caso dosautos, o investigado foi surpreendido na posse de 60 (sessenta) maços de cigarros, quantidadeinferior ao parâmetro adotado até mesmo pela Orientação n° 25/2016 da 2ª CCR. Aplicação doprincípio da insignificância. Insistência no arquivamento.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação doarquivamento, nos termos do voto do(a) relator(a).

371. Processo: JFRS/SLI-5002363-78.2019.4.04.7106-PIMP - Eletrônico

Voto: 6674/2019 Origem: JUSTIÇA FEDERAL DORIO GRANDE DO SUL -SUBSEÇÃO JUDICIARIA DESANTANA DO LIVRAMENTO

Relator(a): Dr(a) CLAUDIO DUTRA FONTELLA

Ementa: Notícia de Fato. Suposto crime de estelionato majorado (CP, art. 171, § 3°). Recebimento indevidode aposentadoria rural por idade, na condição de segurada especial, e de pensão por morte.Promoção de arquivamento por ausência de interesse de agir, uma vez que o último recebimentoocorreu em 08/2014 e a beneficiária conta com mais de 80 (oitenta) anos de idade, não havendotempo hábil para a conclusão de uma investigação idônea. Discordância do Juiz Federal. Revisãode arquivamento (CPP, art. 28 c/c LC nº 75/93, art. 62, IV). Caso em que os benefícios foramcancelados em razão da não comprovação do preenchimento dos requisitos legais para a suaconcessão. Da documentação juntada aos autos, depreende-se que a beneficiária e seu falecidoesposo de fato realizaram atividade rural, sendo que os documentos apresentados pelarequerente, apesar de serem insuficientes para demonstrar o cumprimento do prazo legal decarência, eram autênticos. As irregularidades constatadas referem-se à verificação de que o grupofamiliar (formado pela beneficiária e seu falecido cônjuge) possuía mais de uma propriedade rural,bem como que o esposo da segurada detinha inscrição como empregador rural por determinadoperíodo, descaracterizando a condição de segurado especial. Além do mais, a declaraçãoparticular de atividade rural não é imprescindível para a concessão do benefício, pois requerhomologação pelo INSS e, mesmo que homologada, necessita de corroboração por início deprova material e entrevista. Logo, a documentação apresentada não tinha o condão de, por si só,criar obrigação relacionada a fato juridicamente relevante, não restando caracterizada a tentativado delito de estelionato, tampouco do crime de falsidade ideológica (crime-meio). Precedente da2ª CCR: Voto n° 9549/2017, Processo n° 1.24.000.000656/2017-91, Sessão n° 699, de

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11/12/2017, unânime). Inexistência de suporte probatório mínimo para o prosseguimento dapersecução penal. Manutenção do arquivamento, sem prejuízo do disposto no art. 18 do CPP.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação doarquivamento, nos termos do voto do(a) relator(a).

ORIGEM INTERNA

NÃO PADRÃO

372. Processo: 1.14.000.002064/2019-12 - Eletrônico Voto: 6688/2019 Origem: PROCURADORIA DAREPÚBLICA - SÃO PAULO

Relator(a): Dr(a) CLAUDIO DUTRA FONTELLA

Ementa: Notícia de Fato. Possível prática do crime de descaminho (CP, art. 334, § 1º, III), em virtude daapreensão, na agência dos Correios em Salvador/BA, de mercadoria estrangeira desprovida dedocumentação comprobatória da sua regular importação, em 09/04/2018. Declínio de atribuiçõespromovido ao argumento de que o domicílio do investigado, e não o lugar da apreensão damercadoria, é o melhor critério para a definição da competência. Conflito de atribuições suscitadopelo Procurador oficiante na PR/SP, em razão do entendimento de que o crime de descaminho seconsuma no local da apreensão, conforme previsto na Súmula nº 151 do STJ e no Enunciado nº54 da 2ª CCR. Análise do Conflito de Atribuições (art. 62, VII, da LC nº 75/93). Em conformidadecom a Súmula nº 151 do STJ, "a competência para o processo e julgamento por crime decontrabando ou descaminho define-se pela prevenção do Juízo Federal do lugar da apreensãodos bens". Nessa linha, a 2ª Câmara de Coordenação e Revisão do MPF aprovou o Enunciado nº54, segundo o qual "a atribuição de membro do MPF para persecução penal do crime dedescaminho é definida pelo local onde as mercadorias foram apreendidas, pois ali consuma-se ocrime". Malgrado o lugar da infração seja a regra na definição da competência criminal (CPP, art.69, I) e o domicílio ou residência do réu tenha caráter subsidiário (CPP, art. 69, II), tais normasdevem ser interpretadas de maneira teleológica, à vista das garantias e princípios constitucionais.Por essa razão, a 2ª CCR houve por bem rever seus posicionamentos em relação ao tema. Nocaso, embora a mercadoria tenha sido apreendida em Salvador/BA, a conduta delituosa sereveste de circunstâncias peculiares que merecem ser levadas em consideração quando dafixação da competência para o processamento e julgamento do feito. Tendo a mercadoria sidoremetida via postal para o domicílio do comprador, onde ocorreu tão-somente a sua apreensão, sea fixação da competência se der com supedâneo na Súmula nº 151 do STJ e no Enunciado 54 da2ª CCR, os atos instrutórios da eventual ação penal - se não todos, mas a maior parte deles -terão de ser deprecados ao Juízo Federal de São Paulo/SP, porque é sob sua jurisdição que seencontra domiciliada a empresa investigada e, muito provavelmente, as testemunhas que serãoouvidas em sua defesa. Aliás, a própria autodefesa da empresa investigada terá melhorescondições de ser exercida se este procedimento e a eventual ação penal permanecerem sob osauspícios do Juízo Federal de São Paulo/SP, autoridade judiciária que se lhe apresenta maispróxima. Assim sendo, em casos como o presente, em que se verifica a remessa via postal demercadoria objeto de contrabando ou descaminho, o domicílio do investigado (e não o lugar daapreensão da mercadoria) é o melhor critério para a definição da competência porque, além deprestigiar os princípios da duração razoável do processo, da ampla defesa e do contraditório e daidentidade física do juiz, dos quais as regras de competência são ou deveriam ser corolários,encontra amparo na jurisprudência pátria, que, em casos tais, à luz da ubiquidade de certasinfrações penais e no intuito de facilitar a coleta de provas e a defesa dos acusados, tem preteridocritérios outros, como o do lugar da infração, em favor da competência do juízo em que o réu ou oinvestigado possui domicílio. Cumpre observar que a hipótese em exame é diversa daquelasverificadas nos precedentes (dos anos de 1994 e 1995) que motivaram a edição da Súmula nº151 do STJ (em fevereiro de 1996). Explica-se: os precedentes referem-se à situação em que osinvestigados são conhecidos como "camelôs", em que a apreensão ocorre no ato da fiscalização.Portanto, embora diversa a situação fática, a finalidade da Súmula nº 151 do STJ é a mesma, ouseja, facilitar o trâmite processual, a coleta de provas e a defesa dos acusados. Precedente2ªCCR: IPL 3000.2019.001716-2, Sessão de Revisão nº 755, de 25/11/2019, unânime.Conhecimento do presente conflito negativo de atribuições e, no mérito, pela fixação da atribuiçãoda PR/SP (suscitante), local mais próximo do domicílio da empresa investigada, para prosseguir

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ATA DA 758ª SESSÃO DE REVISÃO PGR-00037106/2020

nas investigações.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela atribuição dosuscitante, nos termos do voto do(a) relator(a).

373. Processo: 1.15.000.002410/2019-25 - Eletrônico Voto: 6779/2019 Origem: PROCURADORIA DAREPÚBLICA NO MUNICÍPIO DEMARINGA-PR

Relator(a): Dr(a) CLAUDIO DUTRA FONTELLA

Ementa: Notícia de Fato. Possível prática do crime de descaminho (CP, art. 334, § 1º, III). Apreensão demercadorias estrangeiras desprovidas de documentação comprobatória da sua regularimportação, durante fiscalização conduzida pela Delegacia da Receita Federal do Brasil no Centrode Tratamento de Cargas e Encomendas dos Correios, em Eusébio/CE. Declínio de atribuiçõespromovido ao argumento de que o domicílio do investigado, e não o lugar da apreensão damercadoria, é o melhor critério para a definição da competência. Conflito de atribuições suscitadopelo Procurador oficiante na PRM de Maringá/PR, segundo o qual a dúvida acerca do local deconsumação do descaminho já foi dirimida e está pacificada tanto na Súmula nº 151 do STJ comono Enunciado nº 54 da 2ª CCR. Autos remetidos a este Colegiado, nos termos do art. 62, VII, daLC nº 75/93. Análise do Conflito de Atribuições. Em conformidade com a Súmula nº 151 do STJ, "acompetência para o processo e julgamento por crime de contrabando ou descaminho define-sepela prevenção do Juízo Federal do lugar da apreensão dos bens". Nessa linha, a 2ª Câmara deCoordenação e Revisão do MPF aprovou o Enunciado nº 54, segundo o qual "a atribuição demembro do MPF para persecução penal do crime de descaminho é definida pelo local onde asmercadorias foram apreendidas, pois ali consuma-se o crime". Malgrado o lugar da infração seja aregra na definição da competência criminal (CPP, art. 69, I) e o domicílio ou residência do réutenha caráter subsidiário (CPP, art. 69, II), tais normas devem ser interpretadas de maneirateleológica, à vista das garantias e princípios constitucionais. Por essa razão, a 2ª CCR houve porbem rever seus posicionamentos em relação ao tema. No caso, embora a mercadoria tenha sidoapreendida no Centro de Tratamento de Cargas e Encomendas dos Correios em Eusébio/CE, aconduta delituosa se reveste de circunstâncias peculiares que merecem ser levadas emconsideração quando da fixação da competência para o processamento e julgamento do feito. Narealidade, tendo a mercadoria sido remetida via postal para o domicílio do comprador, ondeocorreu tão-somente a sua apreensão, se a fixação da competência se der com supedâneo naSúmula nº 151 do STJ e no Enunciado 54 da 2ª CCR, os atos instrutórios da eventual ação penal- se não todos, mas a maior parte deles - terão de ser deprecados ao Juízo Federal deMaringá/PR, porque é sob sua jurisdição que se encontra domiciliada a empresa investigada e,muito provavelmente, as testemunhas que serão ouvidas em sua defesa. Aliás, a própriaautodefesa da empresa investigada terá melhores condições de ser exercida se esteprocedimento e a eventual ação penal permanecerem sob os auspícios do Juízo Federal deMaringá/PR, autoridade judiciária que se lhe apresenta mais próxima. Assim sendo, em casoscomo o presente, em que se verifica a remessa via postal de mercadoria objeto de contrabandoou descaminho, o domicílio do investigado (e não o lugar da apreensão da mercadoria) é o melhorcritério para a definição da competência porque, além de prestigiar os princípios da duraçãorazoável do processo, da ampla defesa e do contraditório e da identidade física do juiz, dos quaisas regras de competência são ou deveriam ser corolários, encontra amparo na jurisprudênciapátria, que, em casos tais, à luz da ubiquidade de certas infrações penais e no intuito de facilitar acoleta de provas e a defesa dos acusados, tem preterido critérios outros, como o do lugar dainfração, em favor da competência do juízo em que o réu ou o investigado possui domicílio.Cumpre observar que a hipótese em exame é diversa daquelas verificadas nos precedentes (dosanos de 1994 e 1995) que motivaram a edição da Súmula nº 151 do STJ (em fevereiro de 1996).Explica-se: os precedentes referem-se à situação em que os investigados são conhecidos como"camelôs". Portanto, embora diversa a situação fática, a finalidade da Súmula nº 151 do STJ é amesma, ou seja, facilitar o trâmite processual, a coleta de provas e a defesa dos acusados.Conhecimento do presente conflito negativo de atribuições e, no mérito, pela fixação da atribuiçãoda PRM de Maringá/PR (suscitante), local mais próximo do domicílio da empresa investigada,para prosseguir nas investigações.

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ATA DA 758ª SESSÃO DE REVISÃO PGR-00037106/2020

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela atribuição dosuscitante, nos termos do voto do(a) relator(a).

374. Processo: 1.25.003.006075/2019-68 - Eletrônico Voto: 6685/2019 Origem: PROCURADORIA DAREPÚBLICA - PARANA

Relator(a): Dr(a) CLAUDIO DUTRA FONTELLA

Ementa: NOTÍCIA DE FATO. APRESENTAÇÃO DE DOCUMENTOS SUPOSTAMENTE FALSOS EMPEDIDO DE COBERTURA SECURITÁRIA DO PROAGO, SOLICITADO PARA A AMORTIZAÇÃODE FINANCIAMENTO RURAL. ANÁLISE DO CONFLITO NEGATIVO DE ATRIBUIÇÃO (LEI N°75/93, ART. 62, VII). POSSÍVEL PRÁTICA DO CRIME DE ESTELIONATO MAJORADO (CP, ART.171, § 3°). ATRIBUIÇÃO DA PRM - FOZ DO IGUAÇU/PR (SUSCITADA). 1. Notícia de Fatoautuada para apurar possível crime relacionado à falsificação de documentos apresentados empedido de Cobertura Securitária PROAGRO, que garante a exoneração/amortização deobrigações financeiras relativas a operação de crédito rural de custeio, cuja liquidação sejadificultada pela ocorrência de fenômenos naturais, pragas e doenças que atinjam rebanhos eplantações. 2. O Procurador da República oficiante na PRM Foz do Iguaçu/PR, por entendertratar-se da prática do crime previsto no art. 19 da Lei n° 7.492/86, declinou a atribuição para umdos Ofícios da PR/PR que atuam junto às Varas Federais especializadas em crimes contra oSistema Financeiro. 3. Conflito de atribuições suscitado pelo Procurador da República oficiante naPR/PR, ressaltando que a conduta noticiada configura, em tese, o crime do art. 171, §3º, do CP,de competência federal, pois teria havido tentativa de obtenção de vantagem indevida em prejuízoda União. 4. Conforme bem pontuou o suscitante os elementos dos autos dão conta que o usodas notas fiscais supostamente inidôneas não se deu com o objetivo de obter financiamento rural,mas posteriormente a tal concessão, em sede de pedido de cobertura securitária federalPROAGRO, para a amortização da dívida oriunda do financiamento, em razão de perdas na safra.5. No mesmo sentido, decidiu recentemente a Oitava Turma do TRF4: 1. Para a configuração dodelito de estelionato é necessário o emprego, pelo agente, do meio fraudulento e a obtenção devantagem ilícita, para si ou para outrem, em prejuízo alheio. 2. O conjunto probatório demonstra aobtenção de vantagem ilícita pelo denunciado, em prejuízo do Ministério do DesenvolvimentoAgrário, consistente em recebimento do Seguro da Agricultura Familiar, mediante emprego demeio fraudulento consistente na prestação de informações falsas acerca das perdas sofridas emsua lavoura de milho. (TRF4, ACR 5001846-42.2016.4.04.7118, Oitava Turma, Rel. NivaldoBrunoni, de 28/02/2018) 6. Conhecimento do conflito e, no mérito, pela fixação da atribuição daPRM Foz do Iguaçu/PR, ora suscitada.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela atribuição dosuscitado, nos termos do voto do(a) relator(a).

375. Processo: 1.18.001.000651/2019-18 - Eletrônico Voto: 6720/2019 Origem: PROCURADORIA DAREPÚBLICA - GOIAS/APARECIDADE GOIÂNIA

Relator(a): Dr(a) CLAUDIO DUTRA FONTELLA

Ementa: Notícia de Fato. Manifestação ofertada perante o Ministério Público Estadual, na qual o noticianteinforma que uma empresa realiza captação não autorizada de recursos financeiros, prometelucros fixos mensais, por meio de suposto sistema de pirâmide financeira. Consta dos autos que aatividade desenvolvida pela empresa seria o comércio de criptomoedas. Manifestação do MPFpelo declínio de atribuições ao Ministério Público Estadual, por considerar que o comércio oucaptação de criptomoedas não configuram crime contra o Sistema Financeiro Nacional. Revisãode declínio de atribuições (Enunciado n° 32). O art. 1º da Lei nº 7.492/86, norma penal explicativa,conceitua instituição financeira para fins penais como a pessoa jurídica de direito público ouprivado, que tenha como atividade principal ou acessória, cumulativamente ou não, a captação,intermediação ou aplicação de recursos financeiros (vetado) de terceiros, em moeda nacional ouestrangeira, ou a custódia, emissão, distribuição, negociação, intermediação ou administração devalores mobiliários. Desse modo, ao operar sem a devida autorização, a empresa investigadaestaria incursa, em tese, no tipo penal previsto no art. 16 da Lei nº 7.492/86. Além disso, partindo

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ATA DA 758ª SESSÃO DE REVISÃO PGR-00037106/2020

da premissa que a pessoa jurídica investigada encontra-se equiparada à instituição financeira,visto que supostamente realiza, entre outras atividades, a gestão e intermediação deinvestimentos de recursos de terceiros, ainda que eventualmente, a conduta de não repassar aosinvestidores os lucros obtidos pode caracterizar, a princípio, o delito a que se refere o art. 5º docitado diploma legal. Verifica-se, outrossim, a possibilidade da ocorrência de outros ilícitosprevistos na Lei dos crimes contra o SFN, como a conduta descrita no art. 17. Assim, apenas como aprofundamento das investigações é que se poderá ter a exata dimensão dos fatos, dofuncionamento das operações e os eventuais delitos perpetrados pelos representantes daempresa noticiada, sendo possível, após a realização de diligências mínimas, vislumbrar aexistência de indícios suficientes de crimes que, em tese, possam atingir bens, serviços ouinteresse da União (CF, art. 109). Necessidade de exame acurado acerca dos serviços ofertadospela empresa noticiada e o objeto do contrato firmado entre as partes para eventual tipificaçãodas condutas ilícitas e, então, oportunamente, a fixação da competência para o processo ejulgamento de ação penal. Declínio prematuro, cumprindo reconhecer, por ora, a atribuição doMPF. Precedentes da 2ª CCR: Procedimentos MPF nº 1.34.033.000054/2019-72 e nº1.29.004.000611/2018-81, 742ª Sessão Ordinária, de 27/5/2019. Não homologação do declínio edesignação de outro membro do MPF para prosseguir na persecução penal.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela não homologação dodeclínio de atribuição, nos termos do voto do(a) relator(a).

376. Processo: 1.29.011.000402/2019-20 - Eletrônico Voto: 6723/2019 Origem: PROCURADORIA DAREPÚBLICA NO MUNICÍPIO DEURUGUAIANA-RS

Relator(a): Dr(a) CLAUDIO DUTRA FONTELLA

Ementa: Notícia de Fato autuada a partir de manifestação ofertada perante a Sala de Atendimento aoCidadão narrando possível prática de ilícitos em razão de atividade financeira desenvolvida pordeterminada empresa (que se apresenta como gestora de criptoativos), visto que há informaçãode que os valores investidos foram sequestrados pela empresa há mais de cinco meses.Manifestação do MPF pelo declínio de atribuições ao Ministério Público Estadual por se tratar deindícios da prática de crime contra a economia popular (Lei nº 1.521/51, art. 2º, IX) e/ou deestelionato em prejuízo de particular (CP, art. 171). Revisão de declínio de atribuições (Enunciadon° 32). O art. 1º da Lei nº 7.492/86, norma penal explicativa, conceitua instituição financeira parafins penais como a pessoa jurídica de direito público ou privado, que tenha como atividadeprincipal ou acessória, cumulativamente ou não, a captação, intermediação ou aplicação derecursos financeiros (vetado) de terceiros, em moeda nacional ou estrangeira, ou a custódia,emissão, distribuição, negociação, intermediação ou administração de valores mobiliários. Dessemodo, ao operar sem a devida autorização, a plataforma investigada estaria incursa, em tese, notipo penal previsto no art. 16 da Lei nº 7.492/86. Além disso, partindo da premissa que a pessoajurídica investigada pode ser eventualmente equiparada à instituição financeira, visto quesupostamente realiza, entre outras atividades, a gestão e intermediação de investimentos derecursos de terceiros, a conduta de não repassar aos investidores os lucros obtidos podecaracterizar, a princípio, o delito a que se refere o art. 5º do citado diploma legal. Assim, apenascom o aprofundamento das investigações é que se poderá ter a exata dimensão dos fatos, dasreais operações e os supostos delitos cometidos pelos representantes da empresa noticiada,sendo possível, após a realização de diligências preliminares, amealhar indícios mínimos decrimes que, em tese, possam atingir bens, serviços ou interesse da União (CF, art. 109).Necessidade de exame acurado acerca dos serviços ofertados pelo sítio eletrônico noticiado e oobjeto do contrato firmado entre as partes para eventual tipificação das condutas ilícitas e, então,oportunamente, a fixação da competência para o processo e julgamento de ação penal. Declínioprematuro, cumprindo reconhecer, por ora, a atribuição do MPF. Precedentes da 2ª CCR:Procedimentos MPF nº 1.34.033.000054/2019-72 e 1.29.004.000611/ 2018-81, 742ª SessãoOrdinária, de 27/5/2019. Não homologação do declínio de atribuições e devolução dos autos aoofício originário para prosseguimento das investigações, facultando-se ao Procurador daRepública oficiante, se for o caso, requerer, com fundamento em sua independência funcional, adesignação de outro membro para tanto, nos termos do Enunciado n° 03 do Conselho Institucionaldo Ministério Público Federal.

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ATA DA 758ª SESSÃO DE REVISÃO PGR-00037106/2020

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela não homologação dodeclínio de atribuição, nos termos do voto do(a) relator(a).

377. Processo: 1.29.011.000428/2019-78 - Eletrônico Voto: 6657/2019 Origem: PROCURADORIA DAREPÚBLICA NO MUNICÍPIO DEURUGUAIANA-RS

Relator(a): Dr(a) CLAUDIO DUTRA FONTELLA

Ementa: Notícia de Fato. Representação apresentada na Sala de Atendimento ao Cidadão comunicandopossível prática do crime de injúria racial (CP, art. 140, §3º), tendo em vista que aluna do Curso deMedicina Veterinária da UNIPAMPA teria sido vítima de injúria racial no decorrer do seu curso.MPF: Promoção de declínio de atribuições, segundo entendimento de que a ofensa em comentonão foi dirigida a um grupo indeterminado de pessoas nem demonstrou, aparentemente, aintenção de ultrajar pessoas negras como um todo. Revisão de declínio de atribuições (Enunciadonº 32 da 2ª CCR). Da leitura dos autos, verifica-se que a representante aponta fatos nos quais asofensas foram proferidas não só por parte de outros alunos, como também por parte deprofessores da Universidade Federal. Nessa esteira, vislumbra-se a ocorrência de crime praticadopor parte de servidores públicos federais no exercício de suas funções públicas ou valendo-sedelas, o que atrai a atribuição do Ministério Público Federal para o caso. O verbete sumular nº 254da Súmula do extinto Tribunal Federal de Recursos estabelecia que "Compete à Justiça Federalprocessar e julgar os delitos praticados por funcionário público federal no exercício de suasfunções e com estas relacionados". Não homologação do declínio. Designação de outro membrodo Ministério Público Federal para dar prosseguimento à persecução penal.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela não homologação dodeclínio de atribuição, nos termos do voto do(a) relator(a).

378. Processo: 1.33.008.000232/2019-18 - Eletrônico Voto: 6700/2019 Origem: PROCURADORIA DAREPÚBLICA NO MUNICÍPIO DEITAJAI/BRUSQUE

Relator(a): Dr(a) CLAUDIO DUTRA FONTELLA

Ementa: NOTÍCIA DE FATO. POSSÍVEL PRÁTICA DE CRIME CONTRA O SFN, POR PARTE DEEMPRESA ATUANTE NO MERCADO DE FOREX E DE CRIPTOMOEDAS. REVISÃO DEDECLÍNIO (ENUNCIADO N° 32). CARÁTER TRANSNACIONAL E SOFISTICADO DOESQUEMA, NO CASO CONCRETO. VERIFICAÇÃO QUE A CVM DETERMINOUEXPRESSAMENTE A SUSPENSÃO DA ATUAÇÃO DA EMPRESA ORA INVESTIGADA NOMERCADO NACIONAL. POSSIBILIDADE DA PRÁTICA DE CRIMES PREVISTOS NA LEI N°7.492/86. DECLÍNIO PREMATURO. NÃO HOMOLOGAÇÃO. 1. Notícia de Fato narrando possívelprática de ilícitos em razão do desenvolvimento de atividade financeira por determinada empresa,que teria disponibilizando modalidades de investimentos irregulares, sem respaldo ou autorizaçãodos órgãos responsáveis. Relato de negociações feitas no mercado de Forex e de criptomoedas,com possível captação especulativa de investidores. 2. O Promotor de Justiça promoveu odeclínio de atribuições ao MPF, ressaltando tratar-se de possível prática de crime contra oSistema Financeiro Nacional SFN, em razão da sofisticação do esquema e do carátertransnacional (envolvendo os Estados Unidos e alguns países da Europa) que, na maioria doscasos, visa simular estrutura sólida a fim de ludibriar potenciais vítimas e os órgão fiscalizadores.3. O Procurador da República oficiante manifestou-se pelo declínio de atribuições ao MinistérioPúblico Estadual, por entender que não há, por ora, indícios de crime contra o SFN, tampouco devulneração a bens, serviços ou interesses da União, de suas empresas públicas ou de entidadesautárquicas. 4. Em que pese esta 2ª CCR já ter se pronunciado pela atribuição estadual em casosde empresas que atuam em esquemas de fraudes alusivas à prática de pirâmides financeiras, apresente hipótese assume características que a diferenciam dos referidos precedentes. 5. Issoporque, além da sofisticação do esquema e do caráter transnacional ressaltado anteriormente, aComissão de Valores Mobiliários CVM determinou expressamente a suspensão da atuação daempresa ora investigada no mercado nacional, por ter sido constatado que ela oferece serviços deintermediação de valores mobiliários e efetua a captação irregular de clientes brasileiros para a

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ATA DA 758ª SESSÃO DE REVISÃO PGR-00037106/2020

realização de operações no denominado mercado Forex (Foreign Exchange), que envolvemnegociações com pares de moedas estrangeiras, revelando a existência de instrumentosfinanceiros por meio dos quais são transacionadas taxas de câmbio. Por tais características,essas operações amoldam-se à definição de contrato derivativo e, consequentemente, aoconceito legal de valor mobiliário. A empresa não possui autorização para captar clientesresidentes no Brasil, já que a oferta destes serviços depende de registro junto à CVM. (AtoDeclaratório CVM 17.142) 6. O art. 1º da Lei nº 7.492/86, norma penal explicativa, conceituainstituição financeira para fins penais como a pessoa jurídica de direito público ou privado, quetenha como atividade principal ou acessória, cumulativamente ou não, a captação, intermediaçãoou aplicação de recursos financeiros (vetado) de terceiros, em moeda nacional ou estrangeira, oua custódia, emissão, distribuição, negociação, intermediação ou administração de valoresmobiliários. 7. Desse modo, ao operar sem a devida autorização, a plataforma investigada estariaincursa, em tese, no tipo penal previsto no art. 16 da Lei nº 7.492/86. Além disso, partindo dapremissa que a pessoa jurídica investigada pode ser eventualmente equiparada à instituiçãofinanceira, visto que supostamente realiza, entre outras atividades, a gestão e intermediação deinvestimentos de recursos de terceiros, a conduta de não repassar aos investidores os lucrosobtidos pode caracterizar, a princípio, o delito a que se refere o art. 5º do citado diploma legal. 8.Assim, apenas com o aprofundamento das investigações é que se poderá ter a exata dimensãodos fatos, das reais operações e os supostos delitos cometidos pelos representantes da empresanoticiada, sendo possível, após a realização de diligências preliminares, amealhar indíciosmínimos de crimes que, em tese, possam atingir bens, serviços ou interesse da União (CF, art.109). Necessidade de exame acurado acerca dos serviços ofertados pela empresa noticiada e oobjeto do contrato firmado entre as partes para eventual tipificação das condutas ilícitas e, então,oportunamente, a fixação da competência para o processo e julgamento de ação penal. 9.Declínio prematuro, cumprindo reconhecer, por ora, a atribuição do MPF. Precedentes da 2ª CCR:Procedimentos MPF nº 1.34.033.000054/2019-72 e 1.29.004.000611/ 2018-81, 742ª SessãoOrdinária, de 27/5/2019. 10. Incidência do Enunciado nº 15, constante da Portaria PGR/MPF nº732/2017: "O conflito de atribuições entre Ministério Público Federal e Ministério Público diversodo Federal somente será conhecido quando o declínio no órgão federal for homologado pelarespectiva Câmara de Coordenação e Revisão do MPF, considerando tratar-se de ato complexo".Não sendo o caso de homologar o declínio de atribuições ao Ministério Público Estadual,desnecessário é o retorno dos autos ao PGR para deliberação. 11. Não homologação do declíniode atribuições e devolução dos autos ao ofício originário para prosseguimento das investigações,facultando-se ao Procurador da República oficiante, se for o caso, requerer, com fundamento emsua independência funcional, a designação de outro membro para tanto, nos termos do Enunciadon° 03 do Conselho Institucional do Ministério Público Federal.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela não homologação dodeclínio de atribuição, nos termos do voto do(a) relator(a).

379. Processo: 1.29.011.000407/2019-52 - Eletrônico Voto: 6714/2019 Origem: PROCURADORIA DAREPÚBLICA NO MUNICÍPIO DEURUGUAIANA-RS

Relator(a): Dr(a) CLAUDIO DUTRA FONTELLA

Ementa: Notícia de Fato. Possível prática do crime de descaminho (CP, art. 334). Apreensão demercadorias estrangeiras desacompanhadas da documentação comprobatória da regularinternalização. Tributos iludidos no valor R$ 2.277,88. Promoção de arquivamento com base naaplicação do princípio da insignificância. Revisão (LC nº 75/93, art. 62, IV). Não obstante o valordos tributos iludidos fique aquém daquele tido como atual parâmetro para aferição dainsignificância da ação delituosa (R$ 20.000,00), tem-se que a reiteração da conduta ilícita obsta aincidência da tese da bagatela. Investigada que apresenta 02 (dois) outros registros de autos deinfração com apreensão de mercadorias, nos últimos cinco anos anteriores à presente autuação(08/2018 e 01/2019), bem como 01 (um) posterior (10/2019). Hipótese de habitual prática dodelito, bem como de efetiva e flagrante ocorrência de lesão à ordem tributária. Inaplicabilidade doprincípio da insignificância. Aplicação da nova redação do Enunciado nº 49 desta 2ª CCR Aplica-se o princípio da insignificância penal ao descaminho e aos crimes tributários federais, quando ovalor do débito devido à Fazenda Pública decorrente da conduta formalmente típica não seja

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ATA DA 758ª SESSÃO DE REVISÃO PGR-00037106/2020

superior a R$ 20.000,00, ressalvada a reiteração na mesma modalidade criminosa, ocorrida emperíodos de até 5 (cinco) anos (150ª Sessão de Coordenação, de 07.05.2018). Designação deoutro membro do MPF para prosseguir nas investigações e exame, se for o caso, de eventualcabimento do acordo de não persecução penal tratado na Resolução n° 181, com as alteraçõespromovidas pela Resolução n° 183, ambas do CNMP, e na Orientação Conjunta nº 03/2018, das2ª, 4ª e 5ª CCR/MPF.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, a maioria, deliberou pela não homologação dearquivamento, nos termos do voto do(a) relator(a). Restou vencida a Dra. Luiza Cristina FonsecaFrischeisen, que juntou voto. Participou da votação a Dra. Mônica Nicida Garcia.

PADRÃO

Pelo conhecimento total e provimento do recurso

380. Processo: JF/PR/CAS-5004833-94.2019.4.04.7005-SEM_SIGLA -Eletrônico

Voto: 6640/2019 Origem: GABPRM1-ABU - ANDREBORGES ULIANO

Relator(a): Dr(a) CLAUDIO DUTRA FONTELLA

Ementa: PROCEDIMENTO INVESTIGATÓRIO. POSSÍVEL CRIME DE DESCAMINHO (CP, ART. 334).DELIBERAÇÃO ANTERIOR DESTA 2ª CCR PELO PROSSEGUIMENTO DAS INVESTIGAÇÕESCOM RELAÇÃO A UM DOS INVESTIGADOS, EM RAZÃO DA NOTÍCIA DE REITERAÇÃO DACONDUTA. DILIGÊNCIA JUNTO À RECEITA FEDERAL. PEDIDO DE RECONSIDERAÇÃO DOPROCURADOR DA REPÚBLICA. ESCLARECIMENTO NO SENTIDO DE QUE, NA REALIDADE,NÃO HOUVE REITERAÇÃO, POIS OS PROCEDIMENTOS FISCAIS TRATAM DOS MESMOSFATOS. RECONSIDERAÇÃO DA DECISÃO. MANUTENÇÃO DO ARQUIVAMENTO. 1.Procedimento instaurado para apurar possível prática do crime de descaminho (CP, art. 334).Apreensão de mercadorias de procedência estrangeira em poder dos investigados, sem anecessária documentação comprobatória de sua regular importação. Tributos iludidos calculadosem R$ 6.533,55 (autuado G.C.), R$ 3.500,32 (autuada A.D.G.C.) e R$ 5.459,44 (autuado R.O.V.),respectivamente. 2. Promoção de arquivamento por aplicação do princípio da insignificância.Discordância do Magistrado apenas quanto ao investigado R.O.V., em razão do registro dereiteração da conduta. 3. A 2ª CCR, na Sessão de Revisão n° 746, de 08/07/2019, deliberou, pormaioria, pelo prosseguimento das investigações com relação ao autuado R.O.V., em razão danotícia da existência de 01 (uma) reiteração delitiva no ano de 2018. 4. O Procurador daRepública apresentou pedido de reconsideração da decisão proferida por este Colegiadoesclarecendo que, em diligências junto à Receita Federal, verificou-se que na realidade não houvereiteração da conduta, pois um dos procedimentos fiscais instaurados trata da apreensão dasmercadorias estrangeiras apreendidas e o outro da aplicação de multa em desfavor doproprietário do veículo por conta do transporte das mesmas mercadorias. Ressaltou que É tãoverdade que ambos os procedimentos tratam dos mesmos acontecimentos que um faz remissãoao outro. Ocorre que, enquanto um busca apurar a ocorrência de crime de descaminho (art. 334do Código Penal), o outro tem como objeto a aplicação de multa administrativa ao proprietário doautomóvel (art. 75 da Lei nº 10.833/2003). 5. Comprovação da inexistência de reiteração delitiva,no caso concreto. Aplicação do disposto no Enunciado n° 49 da 2ª CCR. 6. Reconsideração dadecisão anteriormente proferida e manutenção do arquivamento.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela reconsideração dadecisão anteriormente proferida e pela manutenção do arquivamento, nos termos do voto do(a)relator(a).

Homologação do Declínio de atribuição

381. Processo: DPF/SR-AL-00001/2018-INQ Voto: 6995/2019 Origem: GABPRM4-MAC -MARCIO ALBUQUERQUE DECASTRO

Relator(a): Dr(a) CLAUDIO DUTRA FONTELLA

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ATA DA 758ª SESSÃO DE REVISÃO PGR-00037106/2020

Ementa: Inquérito Policial. Suposto crime de estelionato praticado mediante obtenção fraudulenta deempréstimo junto à instituição financeira privada. Investigado teria supostamente realizadoempréstimo em nome de terceira pessoa, sem autorização desta, e posteriormente transferido osrecursos para uma conta na CEF. Revisão de declínio de atribuições (Enunciado n° 33). Prejuízo aser suportado pelo particular e/ou pela instituição bancária privada que concedeu o empréstimofraudulento. Não houve fraude (ou qualquer ilícito penal) praticado contra a CEF, uma vez que nãohá indício de que a conta em que foi depositado o dinheiro tenha sido aberta irregularmente oucom a apresentação de documento falso. Inexistência de lesão direta a bens, serviços ouinteresse da União ou de suas entidades. Ausência de elementos de informação capazes dejustificar a atribuição do MPF para persecução. Precedente da 2ª CCR: IPL nº 00238/2015SR/DPF/MG, 749ª Sessão Ordinária, de 09/09/2019). Homologação do declínio ao MinistérioPúblico Estadual.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação dodeclínio de atribuição, nos termos do voto do(a) relator(a).

382. Processo: JF/MT-1004417-14.2019.4.01.3600-INQ - Eletrônico

Voto: 6803/2019 Origem: GABPR12-JPLGT - JOAOPAULO LORDELO GUIMARAESTAVARES

Relator(a): Dr(a) CLAUDIO DUTRA FONTELLA

Ementa: Inquérito Policial. Suposta prática do crime de falsificação de documento particular (CP, art. 298).Manifestação particular relatando que determinada pessoa estaria comercializando diplomasfalsificados por meio da internet. Revisão de declínio de atribuições (Enunciado nº 33 da 2ª CCR).Com efeito, sob a ótica penal, a prática em tela não acarreta lesão direta a bens, serviços ouinteresse direto da União ou de suas entidades. O fato noticiado pode configurar, em tese, crimesde estelionato, falsidade documental ou ideológica e contra as relações de consumo emdetrimento dos particulares que obtiveram certificados/diplomas falsos. Não há nos autos qualquerindicativo de que tais documentos supostamente falsos teriam sido usados perante órgãospúblicos federais, bem como não há notícia do envolvimento de servidores públicos federais naprática delitiva. Ausência de elementos de informação capazes de legitimar a atribuição doMinistério Público Federal para persecução penal. Precedente da 2ª CCR: Procedimento n°1.34.001.004900/2019-09, Sessão de Revisão n° 746, de 08/07/2019. Homologação do declínioem favor do Ministério Público Estadual.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação dodeclínio de atribuição, nos termos do voto do(a) relator(a).

383. Processo: JF-RJ-5026548-41.2019.4.02.5101-INQ - Eletrônico

Voto: 6791/2019 Origem: GABPR15-AGA - ARIANEGUEBEL DE ALENCAR

Relator(a): Dr(a) CLAUDIO DUTRA FONTELLA

Ementa: Inquérito Policial. Suposto crime de estelionato (CP, art. 171). Informações de que pacientesinternados no Instituto Nacional de Cardiologia receberam ligações, em setembro de 2015, depessoas se identificado como médicos do referido estabelecimento, solicitando depósito devalores para suposta compra de medicamentos e, em outro caso, alegando a necessidade detransferência do paciente. Revisão de declínio (Enunciado n° 33 da 2a CCR). Oficiado, o Diretor-Geral do instituto informou que o fato narrado consiste em fraude, já que não é realizado qualquertipo de cobrança pelo estabelecimento. Apesar de o autor do crime ter utilizado o nome de médicoda referida instituição pública federal, as vítimas do crime de estelionato eram particulares, não setratando, portanto, de qualquer das hipóteses do art. 109 da CF. Não verificação de indíciosmínimos que apontem para a participação de servidores do instituto na empreitada criminosa.Inexistência de prejuízo a bens, serviços ou interesse direto e específico da União, suas entidadesautárquicas ou empresas públicas. Ausência de elementos de informação capazes de justificar aatribuição do MPF para a persecução penal. Homologação do declínio de atribuições ao MinistérioPúblico Estadual.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação do

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ATA DA 758ª SESSÃO DE REVISÃO PGR-00037106/2020

declínio de atribuição, nos termos do voto do(a) relator(a).

384. Processo: SR/DPF/PA-00276/2013-INQ Voto: 6863/2019 Origem: GABPR8-MABP - MELIZAALVES BARBOSA PESSOA

Relator(a): Dr(a) CLAUDIO DUTRA FONTELLA

Ementa: Inquérito Policial instaurado inicialmente para apurar possível ocorrência do crime descrito no art.334 do CP (na redação antiga), tendo em vista a apreensão de 112 pares de tênis de origemsupostamente estrangeira, sem qualquer identificação do proprietário e sem nota fiscal, no dia03/06/2013, em um porto particular, na cidade de Belém/PA. Revisão de declínio de atribuições(Enunciado nº 33). Segundo o Procurador oficiante, verifica-se que, apesar do presente apuratórioter sido instaurado para apurar possível prática de descaminho ou até mesmo contrabando, nãose vislumbra a ocorrência de ilícito dessa natureza. Na verdade, houve uma apreensão demercadorias comprovadamente falsificadas em um porto de Belém/PA, desacompanhadas denota fiscal. A perícia não foi capaz de atestar a origem estrangeira dos itens. Um dos envolvidos,J.A.Q., admitiu que havia comprado os produtos do nacional S.L.da S. e que eram provenientesde Macapá/AP. J.G.M.R., responsável pelo porto, informou que as mercadorias estavam emdepósito e seriam embarcadas para Santana/AP. Caso em que não se observa elemento indiciáriomínimo acerca da eventual transnacionalidade do delito. Houve, na hipótese, prática de crimeespecífico de manter em estoque produto assinalado com marca ilicitamente reproduzida ouimitada no todo ou em parte (marca falsificada), tipificado no art. 190, inc. I, da Lei nº 9.279/96,que não afronta qualquer interesse federal. Inexistência de lesão direta a bens, serviços ouinteresse da União ou de suas entidades. Carência de elementos de informação capazes delegitimar a atribuição do Ministério Público Federal para a persecução. Homologação do declínioao Ministério Público Estadual.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação dodeclínio de atribuição, nos termos do voto do(a) relator(a).

385. Processo: 1.11.000.001152/2019-17 - Eletrônico Voto: 7075/2019 Origem: PROCURADORIA DAREPÚBLICA - ALAGOAS/UNIÃODOS PALMARES

Relator(a): Dr(a) CLAUDIO DUTRA FONTELLA

Ementa: Notícia de Fato autuada a partir de manifestação anônima relatando diversas irregularidadesocorridas no Município de Campo Alegre/AL. Revisão de declínio de atribuições (Enunciado n° 322ª CCR). Das supostas irregularidades noticiadas, os únicos fatos que aparentemente poderiamfixar a atribuição federal para as investigações referem-se à alegada falta de repasse decontribuições previdenciárias ao INSS. Porém, dada a carência de indícios sobre a referidaausência de repasse, bem como de apuração pela Receita Federal e ao anonimato damanifestação, não há elementos de informação capazes de justificar a atribuição do MinistérioPúblico Federal para a persecução penal. Quanto aos demais fatos narrados, verifica-se acarência de prejuízo a bens, serviços ou interesse direto e específico da União, suas entidadesautárquicas ou empresas públicas. Homologação do declínio de atribuições ao Ministério PúblicoEstadual.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação dodeclínio de atribuição, nos termos do voto do(a) relator(a).

386. Processo: 1.11.000.001307/2019-15 - Eletrônico Voto: 7022/2019 Origem: PROCURADORIA DAREPÚBLICA - ALAGOAS/UNIÃODOS PALMARES

Relator(a): Dr(a) CLAUDIO DUTRA FONTELLA

Ementa: Notícia de fato autuada para apurar o possível prática do crime de estelionato (CP, art. 171).Representação informando que o investigado tem se identificado como corretor credenciado pelaCaixa Econômica Federal, aplicando golpes em particulares. Revisão de declínio de atribuições

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ATA DA 758ª SESSÃO DE REVISÃO PGR-00037106/2020

(Enunciado n° 33 2ª CCR). Ofício encaminhado pela CEF relata que o investigado se identificacomo corretor credenciado da CEF, não tendo nenhum contrato ou credenciamento para venderimóveis em nome do banco. Ainda informou que o investigado cobra valores indevidos de pessoasque estão interessadas em financiar imóvel pela CEF, prometendo liberação rápida de crédito e doimóvel. Oficiado, o CRECI informou que o agente criminoso não possui registro no Conselho.Eventual estelionato contra particular. Inexistência de prejuízo a bens, serviços ou interesse diretoe específico da União, suas entidades autárquicas ou empresas públicas. Ausência de elementosde informação capazes de justificar a atribuição do Ministério Público Federal para a persecuçãopenal. Homologação do declínio de atribuições ao Ministério Público Estadual.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação dodeclínio de atribuição, nos termos do voto do(a) relator(a).

387. Processo: 1.13.000.002483/2018-19 - Eletrônico Voto: 6874/2019 Origem: PROCURADORIA DAREPÚBLICA - AMAZONAS

Relator(a): Dr(a) CLAUDIO DUTRA FONTELLA

Ementa: Notícia de Fato instaurada a partir de termo de declarações prestadas no âmbito da ProcuradoriaRegional dos Direitos do Cidadão (PR/AM), no qual se faz relato anônimo de que um indivíduo(alcunha Z.), suposta agiota, comparece mensalmente a uma agência lotérica no município deCanutama/AM portando cartões de terceiros para receber benefícios do programa Bolsa Família.Revisão de declínio de atribuições (Enunciado nº 32). Possível prática dos crimes descritos no art.104 da Lei nº 10.741/03 (retenção de cartão magnético de benefício de idoso), no art. 4º da Lei nº1.521/51 (usura) ou, ainda, no art. 345 do CP (exercício arbitrário das próprias razões). Narrativaque não evidencia lesão direta a bens, serviços ou interesse da União ou de suas entidades.Carência de elementos de informação capazes de legitimar a atribuição do Ministério PúblicoFederal para a persecução. Homologação do declínio ao Ministério Público Estadual.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação dodeclínio de atribuição, nos termos do voto do(a) relator(a).

388. Processo: 1.14.000.001599/2019-76 - Eletrônico Voto: 6776/2019 Origem: PROCURADORIA DAREPÚBLICA - BAHIA

Relator(a): Dr(a) CLAUDIO DUTRA FONTELLA

Ementa: Notícia de Fato. Possível prática dos crimes previstos no art. 249 do CP e/ou no art. 239 da Lei n°8.069/90. O representante relata a suposta subtração de sua filha (menor), por sua ex-companheira M.F.R.R.N., mãe da jovem, fato ocorrido em 18/08/2018. Indícios de que ainvestigada pudesse sair do país, especialmente com destino à Itália. Revisão de declínio(Enunciado n° 32 da 2a CCR). A Polícia Federal obteve informações das autoridades migratóriasna Itália sobre a inexistência de registro de entrada da menor e de sua genitora no referido país,após o retorno ao Brasil, no final de 2018. Ouvida, a mãe da menor declarou não ter saído doBrasil, desde o seu retorno em 25/10/2018, oportunidade em que confirmou que os passaportesbrasileiro e italiano de sua filha estão na posse do pai, apesar de decisão judicial que determinoua sua devolução. As diligências preliminares realizadas no âmbito da Representação Regional daInterpol/BA foram aptas a afastar a transnacionalidade dos possíveis crimes apurados, uma vezque não houve saída da menor ao exterior desde que retornou ao País e não existe ameaça, emtese, de que possa vir a sair, na medida em que os passaportes da criança se encontram naposse de seu genitor. Ausência de elementos de informação capazes de justificar a atribuição doMPF para a persecução penal. Homologação do declínio de atribuições ao Ministério PúblicoEstadual.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação dodeclínio de atribuição, nos termos do voto do(a) relator(a).

389. Processo: 1.20.004.000011/2019-20 - Eletrônico Voto: 6862/2019 Origem: PROCURADORIA DAREPÚBLICA NO MUNICÍPIO DEBARRA DO GARÇAS-MT

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Relator(a): Dr(a) CLAUDIO DUTRA FONTELLA

Ementa: Procedimento Preparatório instaurado a partir de expediente subscrito pelo Juiz Federal Diretor doForo da Seção Judiciária do Estado de Mato Grosso, dando conta de representação formuladopelo cidadão P.L.R.A. acerca de possível prática de crimes de estelionato, formação de quadrilhae grilagem de terras em municípios no interior do Estado, envolvendo, entre outros indivíduos einstituições, o Instituto nacional de Reforma Agrária INCRA. Revisão de declínio de atribuições(Enunciado nº 32). Segundo o representante, a Fazenda Baguala, que lhe pertence, desde o anode 1992, vem sendo invadida ao norte por uma empresa agropecuária (A.S.A.) e ao sul porposseiros, tendo, inclusive, motivado o processo de desapropriação para a reforma agrária,projeto de assentamento Confresa Roncador. Adiante, em 2012, a empresa invasora, ignorandoos processos em trâmite, vendeu a área, utilizando-se da matrícula deslocada, de Vila Rica/MTpara Confresa/MT. Essa terra, alega o representante, que tem a escritura com origem nomunicípio de Vila Rica/MT, teve seus marcos e divisas alterados e deslocados em mais de 40 Kmpara o município de Confresa/MT, onde foi registrada em nova matrícula, denominada de FazendaAlto do Rio Preto. Aduziu, também, que o INCRA georreferenciou área sobre a sua fazenda(Baguala), gerando a Certificação 131310000158-70. No entanto, segundo o Procurador oficiante,com base nas informações acostadas aos autos, não se logrou comprovar que o INCRA tenhaconcorrido, de alguma forma, para a ocorrência de eventuais ilícitos. Em detida análise, verificou-se que as terras de propriedade do representante são objeto de diversos conflitos, pois há outrasinvestigações em curso atinentes ao presente caso, inclusive já no âmbito do Judiciário. O que seextraiu do quanto trazido é que a apuração adentrou à seara federal, única e exclusivamente, pelosuposto envolvimento do INCRA nos ilícitos apontados pelo noticiante. Requisição à autarquia doprocesso administrativo que fundamentou a certificação referida, com vistas a examinar toda adocumentação na tentativa de encontrar possíveis irregularidades e levar adiante a investigaçãona esfera federal. Ausência, contudo, de irregularidades no Processo nº 54240.003029/2012-91que serviu para a certificação em comento. Presença de todas as etapas da certificação, sem quehouvesse o cometimento de ilícitos com o objetivo de favorecer a empresa agropecuária.Narrativa que não evidencia lesão direta a bens, serviços ou interesse da União ou de suasentidades. Carência de elementos de informação capazes de legitimar a atribuição do MinistérioPúblico Federal para a persecução penal. Existência, por outro lado, de notícia do envolvimentode particulares e servidores públicos estaduais e órgãos estaduais, como tabeliães, a SecretariaEstadual do Meio Ambiente (SEMA/MT). Eventuais irregularidades/ilegalidades relativas a agentese serviços públicos estaduais. Homologação do declínio ao Ministério Público Estadual.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação dodeclínio de atribuição, nos termos do voto do(a) relator(a).

390. Processo: 1.25.000.003815/2019-34 - Eletrônico Voto: 6800/2019 Origem: PROCURADORIA DAREPÚBLICA - PARANA

Relator(a): Dr(a) CLAUDIO DUTRA FONTELLA

Ementa: Notícia de fato. Manifestação sigilosa realizada na Sala de Atendimento ao Cidadão, relatandoque instituto promove campanha homofóbica em seu site e em reuniões públicas. Revisão dedeclínio de atribuições (Enunciado nº 32 2ª CCR). Em que pese o STF tenha firmado tese de quea prática de homofobia caracteriza o crime de racismo, não chegou a tratar sobre a questão dacompetência federal ou estadual para processar e julgar tais casos. Assim, como bem ressaltou aProcuradora oficiante, não é possível atribuir competência federal para processar o crime dehomofobia por equiparação ao racismo, tendo em vista que o art. 109 da CF exige a existência deum tratado ou convenção internacional que seja específico ao delimitar as condutas criminosasque serão combatidas pelo Estado signatário, e o Decreto nº 65.810/1969 não trata da homofobia.Portanto, o presente caso deve ser analisado pela Justiça Comum Estadual, uma vez que aJustiça Federal Comum é sempre residual. Inexistência de elementos de informação capazes delegitimar a atribuição do Ministério Público Federal para a persecução penal. Homologação dodeclínio de atribuições ao Ministério Público Estadual.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação dodeclínio de atribuição, nos termos do voto do(a) relator(a).

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ATA DA 758ª SESSÃO DE REVISÃO PGR-00037106/2020

391. Processo: 1.29.000.003837/2019-55 - Eletrônico Voto: 6890/2019 Origem: PROCURADORIA DAREPÚBLICA - RIO GRANDE DOSUL

Relator(a): Dr(a) CLAUDIO DUTRA FONTELLA

Ementa: Notícia de Fato autuada para apurar a emissão de certificados de cursos de extensão, namodalidade educação à distância, com informações supostamente falsas sobre a carga horáriaefetivamente cumprida. Revisão de declínio de atribuições (Enunciado nº 32 da 2ª CCR). Comefeito, sob a ótica penal, a prática em tela não acarreta lesão direta a bens, serviços ou interessedireto da União ou de suas entidades. O fato noticiado pode configurar, em tese, crimes deestelionato, falsidade documental ou ideológica e contra as relações de consumo, praticados porinstituição privada na emissão de certificados de cursos de extensão. Ausência de elementos deinformação capazes de legitimar a atribuição do Ministério Público Federal para persecução penal.Precedente da 2ª CCR: Procedimento n° 1.34.001.004900/2019-09, Sessão de Revisão n° 746,de 08/07/2019. Homologação do declínio em favor do Ministério Público Estadual.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação dodeclínio de atribuição, nos termos do voto do(a) relator(a).

392. Processo: 1.29.011.000398/2019-08 - Eletrônico Voto: 6644/2019 Origem: PROCURADORIA DAREPÚBLICA NO MUNICÍPIO DEURUGUAIANA-RS

Relator(a): Dr(a) CLAUDIO DUTRA FONTELLA

Ementa: Notícia de Fato. Possível prática do crime de furto (CP, art. 155). O noticiante informa que exfuncionário teria furtado 10 cabeças de gado de sua propriedade. Revisão de declínio deatribuições (Enunciado nº 32 da 2ª CCR). Inexistência de lesão a bens, serviços ou interesse daUnião ou de suas autarquias e empresas públicas. Ausência de elementos de informação capazesde justificar a atribuição do Ministério Público Federal para a persecução penal. Homologação dodeclínio em favor do Ministério Público Estadual.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação dodeclínio de atribuição, nos termos do voto do(a) relator(a).

393. Processo: 1.30.001.004249/2019-16 - Eletrônico Voto: 6828/2019 Origem: PROCURADORIA DAREPÚBLICA - RIO DE JANEIRO

Relator(a): Dr(a) CLAUDIO DUTRA FONTELLA

Ementa: Notícia de Fato. Suposta prática do crime de estupro (CP, art. 213) e/ou estupro de vulnerável (CP,art. 217-A). Manifestação particular apresentada na Sala de Atendimento ao Cidadão em que onoticiante relata ter sofrido abusos sexuais por parte de determinado homem, o qual seriaresponsável por assediar menores também. Revisão de declínio (Enunciado n° 32 da 2a CCR).Fatos narrados que não denotam indícios de prejuízo a bens, serviços ou interesse direto eespecífico da União, suas entidades autárquicas ou empresas públicas. Enunciado n° 47 da 2ªCCR: A persecução penal dos crimes sexuais contra vulnerável (capítulo II do título VI da parteespecial do Código Penal), por si só, não é de atribuição do Ministério Público Federal, salvo secometidos a bordo de navio ou aeronave, ou incidir em outra hipótese especifica de competênciafederal ou tiver conexão com crime federal. Ausência de elementos de informação capazes dejustificar a atribuição do MPF para a persecução penal. Homologação do declínio de atribuiçõesao Ministério Público Estadual.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação dodeclínio de atribuição, nos termos do voto do(a) relator(a).

394. Processo: 1.32.000.000426/2019-12 - Eletrônico Voto: 6697/2019 Origem: PROCURADORIA DAREPÚBLICA - RORAIMA

Relator(a): Dr(a) CLAUDIO DUTRA FONTELLA

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ATA DA 758ª SESSÃO DE REVISÃO PGR-00037106/2020

Ementa: Notícia de Fato autuada a partir do encaminhamento de Verificação Preliminar de InformaçõesVPI, instaurada para apurar a comunicação da possível ocorrência de abuso sexual e ameaça.Relato de que uma adolescente de 14 (quatorze) anos de idade, residente na cidade de Ica, noPeru, estaria sofrendo abusos sexuais por parte de dois primos, bem como que teria sidoameaçada por estes. Os fatos foram levados ao conhecimento da autoridade policial pela nacionalV.S.V. (mãe da menor), que informou que a menina mora com o pai em Ica e que este é coniventecom os supostos crimes praticados. Revisão de declínio (Enunciado n° 32 da 2a CCR). Em quepese a gravidade dos fatos relatados, as condutas foram praticadas integralmente (início econsumação) em território estrangeiro (Ica, no Peru), onde a menor reside com seu pai háaproximadamente 13 (treze) anos. Não constatação, por ora, de hipótese prevista no art. 109,incisos IV e V, da CF. Registre-se que já foi determinado o encaminhamento de cópia doexpediente ao representante da Interpol em Roraima, para análise e providências cabíveis,inclusive a comunicação aos órgãos competentes no Peru. Ausência de elementos de informaçãocapazes de justificar a atribuição do MPF para a persecução penal. Homologação do declínio deatribuições ao Ministério Público Estadual.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação dodeclínio de atribuição, nos termos do voto do(a) relator(a).

395. Processo: 1.33.009.000153/2019-99 - Eletrônico Voto: 6860/2019 Origem: PROCURADORIA DAREPÚBLICA - SANTA CATARINA

Relator(a): Dr(a) CLAUDIO DUTRA FONTELLA

Ementa: Procedimento Investigatório Criminal instaurado para apurar possível prática do crime deestelionato contra idoso, previsto no art. 171, § 4º, do CP, em razão da venda irregular de terrenopertencente ao Assentamento Putinga, situado no município de Calmon/SC. Revisão de declíniode atribuições (Enunciado nº 32). Conforme relatado pelo Procurador oficiante, os ocupantes, queingressaram no imóvel em 10/09/2017, não eram beneficiários do Programa Nacional de ReformaAgrária e não possuíam qualquer autorização do INCRA para a ocupação. Segundo o declaradopor um dos ocupantes, uma pessoa de nome L.P., aproveitando-se da falta de conhecimento docasal, vendeu o lote à família. Ocupação indevida de imóvel da União, decorrente de um negóciojurídico (venda) realizado entre particulares, cabendo, exclusivamente, ao ente público federal(INCRA), no âmbito cível, a adoção de providências para a regularização da posse. No âmbitocriminal, o prejuízo causado com a possível aquisição indevida de lote objeto de programa deassentamento recaiu unicamente sobre as vítimas possuidoras diretas do imóvel. Narrativa quenão evidencia lesão direta a bens, serviços ou interesse da União ou de suas entidades. Carênciade elementos de informação capazes de legitimar a atribuição do Ministério Público Federal paraa persecução. Homologação do declínio ao Ministério Público Estadual.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação dodeclínio de atribuição, nos termos do voto do(a) relator(a).

Outras deliberações(Declínio)

396. Processo: JF/VCQ/BA-0000744-36.2019.4.01.3307-PROINVMP

Voto: 6635/2019 Origem: GABPRM001-RDOV -ROBERTO D OLIVEIRA VIEIRA

Relator(a): Dr(a) CLAUDIO DUTRA FONTELLA

Ementa: Notícia de Fato. Possível ocorrência de crime praticado por cidadão português via mensagens deaplicativo de celular com reflexos no território brasileiro. Informações de que uma adolescente,domiciliada no Município de Tremedal/BA, participava de um grupo de WhatsApp do qual tambémparticipavam cidadãos de outras nacionalidades. O Conselho Tutelar tomou conhecimento de quea jovem estava, em tese, planejando o assassinato de uma colega, tanto é que pediu ajuda a umaamiga mais próxima que somente recusou o pedido em razão de uma possível gravidez daquelaque seria morta. Tal fato, contudo, estava sendo arquitetado sob pressão de uma pessoa cujonúmero de telefone indica ser residente em Portugal. O Promotor de Justiça remeteu os autos aoMPF alegando, em síntese, a existência de indícios da prática de crime por estrangeiro, por meiode grupo de aplicativo de mensagens, com reflexos no território nacional. O Procurador da

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ATA DA 758ª SESSÃO DE REVISÃO PGR-00037106/2020

República oficiante suscitou o presente conflito negativo de atribuições por não vislumbrarinteresse federal. Revisão de declínio de atribuições (Enunciado nº 32). Assiste razão ao membrodo MPF oficiante ao afirmar que, não obstante a gravidade dos fatos narrados e A despeito de aConstituição da República ter fixado a competência da Justiça Federal para o processo ejulgamento de crime que tenha sua execução sido iniciada no País e o resultado tenha ocorrido noestrangeiro e vice-versa, condicionou-a à existência de tratado ou convenção internacional (art.109, V, CR). Nesse passo, verifica-se que tal requisito não se encontra presente nos autos, issoporque não há nenhum tratado ou convenção entre a República Federativa do Brasil e aRepública Portuguesa que reafirme a competência para punição de condutas relacionadas aoinduzimento ou instigação de menores ao cometimento de crimes em ambos territórios. Destarte,afastada a competência da Justiça Federal por interpretação do comando Constitucional (art. 109,V), há que se reconhecer a competência da Justiça Estadual para eventual processo e julgamentode crimes cometidos no âmbito daquele grupo de WhatsApp, bem como caberá à Polícia Civil ainvestigação sobre ser ou não as pessoas de R. (...) e L.C. (...) maiores e capazes de responderpelos seus atos. Carência de elementos de informação capazes de legitimar, por ora, a atribuiçãodo Ministério Público Federal para persecução penal. Homologação, por este órgão colegiado, dodeclínio de atribuições ao Ministério Público Estadual. Configurado o conflito de atribuições entreo Ministério Público Federal e o Ministério Público Estadual, a ser dirimido pelo Procurador-Geralda República, conforme preconizado na Tese nº 7 da Edição nº 1 do Informativo de TesesJurídicas da PGR e em precedentes do STF (ACO nos 1585, 1672, 1678, 1717 e 2225).Encaminhamento dos autos ao Exmo. Procurador-Geral da República.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação dodeclínio e remessa dos autos ao Exmo. Sr. Procurador-Geral da República, a quem cabe dirimir opresente conflito de atribuições, nos termos do voto do(a) relator(a).

397. Processo: 1.00.000.023893/2019-24 - Eletrônico Voto: 6852/2019 Origem: PROCURADORIA GERALDA REPÚBLICA

Relator(a): Dr(a) CLAUDIO DUTRA FONTELLA

Ementa: Notícia de Fato instaurada a partir de expediente do Ministério Público do Estado do Rio deJaneiro, declinando em favor da PR/RJ a atribuição para apurar relato de subtração e posteriorfalsificação, atribuídas ao cidadão M.A.G.F, da carteira da OAB/RJ pertencente à advogadaA.C.das N.M.. Segundo o Parquet Estadual, em virtude da OAB ser instituição legalmenteequiparada à autarquia federal, cabe ao MPF atuar no feito. Conflito Negativo de Atribuiçãosuscitado pela PR/RJ ao argumento de que o delito a ser investigado (furto) não afeta bens,serviços e interesse da União. Revisão de declínio de atribuições (Enunciado nº 32). Assiste razãoao Procurador da República oficiante. De fato, não há justificativa para que o presente apuratóriotenha curso na esfera federal. Isso porque, no caso, o suposto crime de falsificação que embasa odeclínio de atribuições promovido pelo MPE revela-se atípico. A adulteração levada a efeito peloinvestigado limitou-se à substituição da foto da advogada A.C. das N.M. pela sua, tendo sidomantidos o nome e os demais dados pessoais da referida advogada. Tal falsificação não semostra capaz de ludibriar quem quer que seja, pois a falsidade de uma carteira com foto de umhomem e nome de uma mulher é facilmente perceptível. Assim, o que remanesce como objeto dainvestigação é o furto da carteira profissional, que teria ocorrido no dia 27/03/2019. Esse ilícito nãoacarreta qualquer lesão a bens, serviços ou interesse da União ou de suas entidades, afastando aincidência do art. 109, IV, da CF/88 e, por conseguinte, a atribuição do Ministério Público Federalpara atuar no feito. Homologação, por este órgão colegiado, do declínio de atribuições aoMinistério Público Estadual. Configurado o conflito de atribuições entre o Ministério PúblicoFederal e o Ministério Público Estadual, a ser dirimido pelo Procurador-Geral da República,conforme preconizado na Tese nº 7 da Edição nº 1 do Informativo de Teses Jurídicas da PGR eem precedentes do STF (ACO nos 1585, 1672, 1678, 1717 e 2225). Encaminhamento dos autosao Exmo. Sr. Procurador-Geral da República.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação dodeclínio e remessa dos autos ao Exmo. Sr. Procurador-Geral da República, a quem cabe dirimir opresente conflito de atribuições, nos termos do voto do(a) relator(a).

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Homologação de Arquivamento

398. Processo: DPF/AM-00240/2011-INQ Voto: 6790/2019 Origem: GABPR4-HSVL -HENRIQUE DE SA VALADAOLOPES

Relator(a): Dr(a) CLAUDIO DUTRA FONTELLA

Ementa: Inquérito Policial. Possível crime de lavagem de capitais (Lei nº 9.613/98, art. 1º). Notícia de quecidadão espanhol estaria movimentando valores e adquirindo bens de alto luxo no Brasil,aparentemente incompatíveis com os ganhos auferidos em território nacional. Revisão dearquivamento (LC nº 75/93, art. 62, IV). Realização de diversas diligências. Consta dos autosinformações oriundas da Polícia Nacional Espanhola indicando que o investigado compõe oquadro societário de empresas ligadas à comercialização de combustíveis na Espanha. Segundotestemunha, o investigado possui origem familiar financeiramente abastada na Europa. Verifica-seque o investigado apresentou ao fisco brasileiro declaração de ajuste anual, nos períodos de 2008e 2009, indicando possuir farto patrimônio no exterior. Segundo o Procurador oficiante, opatrimônio declarado pelo investigado evidencia a licitude da aquisição dos bens de luxo no Brasil.Fatos ocorridos há mais de 08 anos, não havendo elementos probatórios suficientes àcontinuidade das investigações. Ausência de diligências potencialmente idôneas a seremadotadas. Materialidade delitiva, por ora, não evidenciada. Homologação do arquivamento, semprejuízo do disposto no art. 18 do CPP.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação doarquivamento, nos termos do voto do(a) relator(a).

399. Processo: DPF/AM-00290/2018-INQ Voto: 6735/2019 Origem: GABPR3-RSR - RAFAELDA SILVA ROCHA

Relator(a): Dr(a) CLAUDIO DUTRA FONTELLA

Ementa: Inquérito Policial. Possível prática do crime previsto no art. 19 da Lei nº 7.492/86. Suposta fraudena obtenção de financiamento rural com recursos do Fundo Constitucional de Financiamento doNorte FNO. Revisão de arquivamento (LC nº 75/93, art. 62, IV). Empréstimo contratado em04/2013. Verifica-se que a investigada, ao tempo do crime, tinha 20 anos de idade. Prescrição dapretensão punitiva estatal. Pena máxima cominada em abstrato para o delito de 06 (seis) anos dereclusão. Prazo prescricional de 12 anos (CP, art. 109, III). Redução do prazo prescricional pelametade (CP, art. 115). Transcurso do lapso temporal. Extinção da punibilidade (CP, arts. 107, inc.IV). Homologação do arquivamento.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação doarquivamento, nos termos do voto do(a) relator(a).

400. Processo: DPF/AM-00291/2017-INQ Voto: 6615/2019 Origem: GABPR3-RSR - RAFAELDA SILVA ROCHA

Relator(a): Dr(a) CLAUDIO DUTRA FONTELLA

Ementa: Inquérito Policial. Possível prática do crime de estelionato majorado (CP, art. 171, § 3º).Comunicação de que o investigado sacou valores referentes ao benefício de amparo social apessoa portadora de deficiência de sua ex-companheira (que tinha câncer), após o falecimentodesta em 28/07/2013. Prejuízo original ao INSS no valor de R$ 9.952,00. Revisão dearquivamento (LC nº 75/93, art. 62, IV). Diligência. Ouvido, o ex-companheiro informou querealizou os saques em questão e repassou os valores aos filhos da beneficiária, os quais, emconjunto com o investigado, foram os responsáveis pelo custeio das despesas do funeral. Além domais, informou que foi chamado ao INSS para tratar dos saques pós-óbito, tendo firmado acordopara pagamento parcelado com desconto em seus vencimentos. Inexistência de indícios deintenção de fraudar o INSS. Falta de justa causa para o prosseguimento da persecução penal.Precedente da 2ª CCR: Inquérito Policial n° 00241/2019 SR/DPF/AM, Sessão de Revisão n° 751,de 07/10/2019. Homologação do arquivamento.

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ATA DA 758ª SESSÃO DE REVISÃO PGR-00037106/2020

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação doarquivamento, nos termos do voto do(a) relator(a).

401. Processo: DPF/AM-00324/2017-INQ Voto: 6614/2019 Origem: GABPR3-RSR - RAFAELDA SILVA ROCHA

Relator(a): Dr(a) CLAUDIO DUTRA FONTELLA

Ementa: Inquérito Policial. Possível prática do crime de estelionato majorado (CP, art. 171, § 3º).Comunicação de que a investigada era mãe da menor beneficiária e, após o falecimento de suafilha, continuou sacando os valores referentes ao benefício previdenciário que pertencia àfalecida. Prejuízo original ao INSS no valor de R$ 16.469,08. Revisão de arquivamento (LC nº75/93, art. 62, IV). Diligência. Ouvida, a investigada informou que realizou os saques em questãopara pagar as despesas dos cuidados de sua filha (que era portadora de microcefalia), bem comoas despesas do funeral da menor. Inexistência de indícios de intenção de fraudar o INSS. Falta dejusta causa para o prosseguimento da persecução penal. Precedente da 2ª CCR: Inquérito Policialn° 00241/2019 SR/DPF/AM, Sessão de Revisão n° 751, de 07/10/2019. Homologação doarquivamento.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação doarquivamento, nos termos do voto do(a) relator(a).

402. Processo: DPF/AM-00565/2014-INQ Voto: 6744/2019 Origem: GABPR1-ECBJ -EDMILSON DA COSTABARREIROS JUNIOR

Relator(a): Dr(a) CLAUDIO DUTRA FONTELLA

Ementa: Inquérito policial. Suposta prática dos crimes de falsidade ideológica e uso de documento falso(CP, arts. 299 c/c 304). A FUNAI noticiou a ocorrência de falsificação de assinatura de servidor emRegistros de Nascimento Indígena RANI. Revisão de arquivamento (LC nº 75/93, art. 62, IV).Diligências. Ao ser ouvido, o servidor não confirmou como suas as assinaturas contantes nascópias dos documentos questionados, bem como alegou que ouviu dizer que o autor das fraudesseria A.J.M. A Polícia Federal tentou localizar A.J.M, mas não obteve êxito. Foi encaminhado ofícioà FUNAI solicitando os RANIs para realização de perícia. Em resposta, a FUNAI alegou quenunca possuíram os documentos originais. Verifica-se que os RANIs supostamente falsificadosnunca foram encontrados, tendo a investigação sido iniciada apenas com cópias. Impossibilidadede perícia técnica que comprove a materialidade do delito. Esgotamento das diligênciasinvestigatórias razoavelmente exigíveis e inexistência de linha investigatória potencialmenteidônea. Aplicação da Orientação n° 26/2016 da 2ª CCR. Falta de justa causa para prosseguimentoda persecução penal. Homologação do arquivamento.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação doarquivamento, nos termos do voto do(a) relator(a).

403. Processo: DPF/CAX-0276/2015-IPL Voto: 6620/2019 Origem: GABPRM1-MMF -MARILIA MELO DE FIGUEIREDO

Relator(a): Dr(a) CLAUDIO DUTRA FONTELLA

Ementa: INQUÉRITO POLICIAL. POSSÍVEL CRIME DE ESTELIONATO PREVIDENCIÁRIO (CP, ART. 171,§ 3°). DENÚNCIA JÁ OFERECIDA CONTRA A INTERMEDIÁRIA RESPONSÁVEL PELAFRAUDE. APLICAÇÃO DA ORIENTAÇÃO N° 36 DA 2ª CCR, QUANTO À BENEFICIÁRIA.HOMOLOGAÇÃO DO ARQUIVAMENTO. 1. Inquérito Policial instaurado para apurar possívelprática do crime de estelionato majorado (CP, art. 171, § 3º). Notícia de que a beneficiária F.A.L.obteve benefício previdenciário de pensão por morte com o auxílio da intermediária M.C.C.M. naprodução de documentos e utilizando declarações de exercício de atividade rural ideologicamentefalsas, expedidas pelo então presidente do sindicato de trabalhadores rurais J.I.O.. 2. AProcuradora da República oficiante, após a realização de diligências, promoveu o arquivamentocom relação à intermediária M.C.C.M. por aplicação do princípio do ne bis in idem, quanto ao ex-

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presidente do sindicato J.I.O. por ausência de dolo e quanto à beneficiária F.A.L. por aplicação daOrientação n° 36 da 2ª CCR. 3. De acordo com os autos, a intermediária M.C.C.M. já foidenunciada na Ação Penal n° 1820-84.2013.4.01.3702 pelos fatos ora apurados. Aplicação doprincípio do ne bis in idem. 4. Quanto ao ex-presidente do sindicato J.I.O., não restou comprovadodolo na sua conduta. Em seu depoimento, informou que haviam casos em que a declaração eraemitida para não-sócios, sendo que nas referidas hipóteses tal declaração era emitida com baseem informação do dono da propriedade onde o lavrador trabalhava. Por essa razão se crê quetambém possa ter sido levado a erro pela intermediária M.C.C.M. (já denunciada), vindo a assinardocumentos instruídos por ela. 5. Com relação à beneficiária/pensionista F.A.L., trata-se depessoa analfabeta, humilde e que trabalha como lavradora, tendo prestado esclarecimentos nosentido de que foi orientada pela intermediária M.C.C.M. a requerer o benefício de pensão pormorte, sendo que entregou apenas documentos pessoais, comprovantes de duas lojas e cópia deum prontuário de casa de saúde. Os demais documentos, inclusive relacionados à comprovaçãode exercício de atividade rural, foram providenciados pela referida intermediária. Aplicação daOrientação n° 36 da 2ª CCR, quanto à beneficiária. 6. Por fim, ainda de acordo com a referidaOrientação, já foi determinada a comunicação do arquivamento ao INSS, que permaneceráresponsável pela adoção das providências administrativas cabíveis, com vistas à quantificação dodano e recuperação dos valores pagos indevidamente. 7. Homologação do arquivamento.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação doarquivamento, nos termos do voto do(a) relator(a).

404. Processo: DPF/RO-0216/2018-INQ Voto: 7000/2019 Origem: GABPR5-LGM - LUIZGUSTAVO MANTOVANI

Relator(a): Dr(a) CLAUDIO DUTRA FONTELLA

Ementa: Inquérito Policial. Possível prática do crime de estelionato majorado (CP, art. 171, § 3°). Supostaabertura fraudulenta de conta-corrente na Caixa Econômica Federal CEF e saque indevido deseguro-desemprego em nome de terceiro. Revisão de arquivamento (LC nº 75/93, art. 62, IV). Emque pese a realização de diversas diligências, como expedição de ofício à CEF, oitiva da vítima,tentativa de identificação da investigada no endereço informado no cadastro de correntista e deobtenção de informações junto à operadora de telefonia quanto à proprietária do número decelular cadastrado, não foi possível identificar o(a) responsável pela fraude. Ausência de indíciosde autoria e de diligências capazes de modificar o panorama probatório atual. Esgotamento dasdiligências investigatórias razoavelmente exigíveis e inexistência de linha investigatóriapotencialmente idônea. Homologação do arquivamento, sem prejuízo do disposto no art. 18 doCPP.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação doarquivamento, nos termos do voto do(a) relator(a).

405. Processo: JF/CE-0814711-81.2019.4.05.8100-INQ - Eletrônico

Voto: 6672/2019 Origem: GABPR14-RMC -ROMULO MOREIRA CONRADO

Relator(a): Dr(a) CLAUDIO DUTRA FONTELLA

Ementa: Inquérito Policial. Possível prática do crime de dano qualificado (CP, art. 163, parágrafo único, III).Em 27/09/2018, policiais rodoviários federais foram informados de que indivíduos estavamtentando obstruir uma rodovia federal, colocando pneus no meio da via e ateando fogo. Aochegarem no local, os policiais avistaram uma mulher (A.P.R.F.S.B.) derramando um líquidoinflamável em pneus que já estavam na rodovia. Revisão de arquivamento (LC nº 75/93, art. 62,IV). Ao serem ouvidos, populares que estavam presentes no momento do protesto e a investigadaafirmaram que a manifestação tinha como objetivo a reativação do abastecimento de água nalocalidade, sem qualquer cunho político-partidário. Diligência. Laudo pericial apontando que opavimento asfáltico apresentava mudanças em sua superfície, bem como dano à sinalizaçãohorizontal. Conduta praticada por vários moradores locais com o objetivo apenas de protestar pelafalta do fornecimento de água na localidade e para que fosse reativado o abastecimento, não severificando dolo específico de destruir, inutilizar ou deteriorar coisa alheia (rodovia em que amanifestação ocorreu). Falta de justa causa para o prosseguimento da persecução penal.

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ATA DA 758ª SESSÃO DE REVISÃO PGR-00037106/2020

Homologação do arquivamento.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação doarquivamento, nos termos do voto do(a) relator(a).

406. Processo: JF/PE-0808056-12.2018.4.05.8300-INQ

Voto: 6987/2019 Origem: GABPR13-AWSC -ANDREA WALMSLEY SOARESCARNEIRO

Relator(a): Dr(a) CLAUDIO DUTRA FONTELLA

Ementa: Inquérito Policial. Suposto crime de falso testemunho (CP, art. 342). Notícia de que I.P.S e V.L.Steriam prestado falso testemunho em reclamação trabalhista ajuizada perante a 3ª Vara doTrabalho de Jaboatão dos Guararapes/PE. Revisão de arquivamento (LC nº 75/93, art. 62, IV).Para a configuração do crime em questão, é necessário que haja divergência entre a declaraçãoda testemunha e o que ela efetivamente sabe sobre os fatos, o que não restou demonstrado nosautos. Na hipótese, pelos depoimentos dos suspeitos, prestados em sede judicial e,posteriormente, policial, não há como se afirmar que tiveram a intenção de faltar com a verdade,sequer comprovar a veracidade ou não de suas afirmações. Falta justa causa para prosseguircom a persecução penal. Homologação do arquivamento.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação doarquivamento, nos termos do voto do(a) relator(a).

407. Processo: JF-RJ-5023213-14.2019.4.02.5101-PIMPCR - Eletrônico

Voto: 6646/2019 Origem: GABPR16-DSA -DOUGLAS SANTOS ARAUJO

Relator(a): Dr(a) CLAUDIO DUTRA FONTELLA

Ementa: PROCEDIMENTO INVESTIGATÓRIO. POSSÍVEL CRIME DE ESTELIONATO MAJORADO (CP,ART. 171, § 3°). DELIBERAÇÃO ANTERIOR DESTA 2ª CCR PELO PROSSEGUIMENTO DASINVESTIGAÇÕES, EM RAZÃO DA NÃO OCORRÊNCIA DA PRESCRIÇÃO. PEDIDO DERECONSIDERAÇÃO DO PROCURADOR DA REPÚBLICA. APRESENTAÇÃO DE NOVOSFATOS E FUNDAMENTOS JURÍDICOS. ESCLARECIMENTO NO SENTIDO DE QUE AQUESTÃO JÁ SE ENCONTRA JUDICIALIZADA. RECONSIDERAÇÃO DA DECISÃO.MANUTENÇÃO DO ARQUIVAMENTO. 1. Notícia de Fato autuada para apurar possível crime deestelionato contra o INSS (CP, art. 171, § 3°). Recebimento indevido de benefício previdenciáriopelo beneficiário R.M. (pessoa fictícia), até 31/12/2014. 2. Promoção de arquivamento com basena falta de interesse de agir, uma vez que a pretensão punitiva certamente seria fulminada pelaprescrição. Discordância do Juízo Federal. 3. A 2ª CCR, na Sessão de Revisão n° 748, de26/08/2019, deliberou pelo prosseguimento das investigações, em razão da não ocorrência daprescrição da pretensão punitiva. 4. O Procurador da República apresentou pedido dereconsideração da decisão proferida por este Colegiado, com base em novos fatos e fundamentosjurídicos, esclarecendo que Analisando os autos da Ação Penal nº 0002895-02.2013.4.02.5103percebe-se que a responsabilização penal quanto ao benefício nº (...) em nome de (...) foiamplamente analisado naqueles autos, tendo sido objeto da denúncia e apreciado na sentença. 5.Informações de que o benefício em questão em nome de R.M. já foi analisado quando dojulgamento da ação penal acima mencionada, não havendo, no presente procedimento, fatosnovos que sugiram a autoria de pessoas diferentes daquelas relacionadas na referida ação penal.6. Questão já judicializada, não se verificando interesse-necessidade de se inaugurar novoprocedimento inquisitório sem um vetor concreto de investigação. 7. Reconsideração da decisãoanteriormente proferida e manutenção do arquivamento.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela reconsideração dadecisão anteriormente proferida e pela manutenção do arquivamento, nos termos do voto do(a)relator(a).

408. Processo: PRM/JAL-3427.2019.000016-9-INQ Voto: 6729/2019 Origem: GABPRM2-JRP - JOSERUBENS PLATES

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ATA DA 758ª SESSÃO DE REVISÃO PGR-00037106/2020

Relator(a): Dr(a) CLAUDIO DUTRA FONTELLA

Ementa: Inquérito Policial. Suposta prática dos crimes de frustração de direito assegurado por leitrabalhista e omissão de registro de vínculo em CTPS (CP, arts. 203 e 297, §4º). Notícia de que oinvestigado M.V., emprega cerca de 09 trabalhadores em sua propriedade rural, mas não paga osdireitos trabalhistas e nem registra os vínculos em CTPS. Revisão de arquivamento (LC n° 75/93,art. 62, inc. IV). Diligências. Oficiada, a Gerência Regional do Trabalho em São José do Rio Pretorelatou que não foram encontradas informações relacionadas aos fatos noticiados, bem comoinexiste fiscalização em nome do investigado. Carência de elementos mínimos que comprovem aocorrência das irregularidades apontadas. Materialidade delitiva não evidenciada. Falta de justacausa para prosseguir na persecução penal. Homologação do arquivamento.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação doarquivamento, nos termos do voto do(a) relator(a).

409. Processo: PRM/SJR-3409.2017.000120-8-INQ Voto: 7011/2019 Origem: GABPRM2-ECLM -ELEOVAN CESAR LIMAMASCARENHAS

Relator(a): Dr(a) CLAUDIO DUTRA FONTELLA

Ementa: Inquérito Policial. Suposto crime de uso de documento falso (CP, art. 304). Notícia de que pessoanão identificada apresentou, na Delegacia de Polícia Federal de São José do Rio Preto/SP,documento, com assinatura falsa em nome de C.E.O, dirigido à Comissão de Vistoria e SegurançaPrivada. Revisão de arquivamento (LC nº 75/93, art. 62, IV). Na hipótese, o laudo pericialgrafotécnico concluiu não ser capaz de constatar convergências ou divergências significativas quepermitissem atribuir ou excluir unidade de punho entre o lançamento questionado e os materiaispadrões apresentados. Ademais, ouvida, em sede policial, C.E.O indicou o diretor operacional daempresa como responsável pela falsificação, o qual, por sua vez, negou ser o autor da falsificaçãoe negou entregar o documento à polícia. Outros funcionários da empresa foram ouvidos edisseram desconhecerem o responsável pela falsificação. Falta justa causa para prosseguir com apersecução penal por ausência de autoria delitiva. Homologação do arquivamento.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação doarquivamento, nos termos do voto do(a) relator(a).

410. Processo: SPF/BA-00546/2019-INQ Voto: 6989/2019 Origem: GABPR004-ALBN -ANDRE LUIZ BATISTA NEVES

Relator(a): Dr(a) CLAUDIO DUTRA FONTELLA

Ementa: Inquérito Policial. Suposta prática do crime previsto no art. 337-A do CP, em razão de possíveisirregularidades de compensações de contribuições previdenciárias declaradas em GFIP. Revisãode arquivamento (LC nº 75/93, art. 62, IV). Informações da Receita Federal de que oProcedimento Administrativo Fiscal PAF vinculado à Representação Fiscal Para Fins PenaisRFFP que ensejou a presente investigação encontra-se com a exigibilidade suspensa em razãode recurso/contencioso administrativo em curso (julgamento de impugnação). Crime de naturezamaterial, cuja tipificação depende da constituição definitiva do crédito tributário. Na pendência dedecisão definitiva sobre o recurso interposto pela parte, não ocorre a constituição do crédito.Súmula Vinculante nº 24 do STF. Falta de justa causa, no momento, para justificar oprosseguimento da persecução penal. Precedente da 2ª CCR: Procedimento n°1.22.024.000110/2017-37, julgado na Sessão de Revisão n° 742, de 27/05/2019. Homologação doarquivamento, sem prejuízo do disposto no art. 18 do CPP.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação doarquivamento, nos termos do voto do(a) relator(a).

411. Processo: SR/DPF/MG-00363/2016-INQ Voto: 7079/2019 Origem: GABPR16-PSM - PATRICKSALGADO MARTINS

Relator(a): Dr(a) CLAUDIO DUTRA FONTELLA

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ATA DA 758ª SESSÃO DE REVISÃO PGR-00037106/2020

Ementa: Inquérito Policial. Suposto crime de estelionato contra entidade de direito público (CP, art. 171, §3º). Notícia de que alguns funcionários de determinada empresa estavam recebendo seguro-desemprego indevidamente, pois, dispensados, continuavam prestando serviços à referidapessoa jurídica. Revisão de arquivamento (LC nº 75/93, art. 62, IV). Em sede policial, algunsfuncionários disseram que a empresa utilizava cartões-chave de ex-funcionários como cartõesprovisórios para novos funcionários até que outros cartões fossem providenciados e para osempregados que esqueciam os próprios cartões. Outros afirmaram trabalhar na empresa e nuncaterem recebido seguro-desemprego enquanto prestavam serviços. Apenas um funcionário,T.C.F.A, pontuou sobre a notícia, mas sem declinar nomes. Falta justa causa para prosseguir coma persecução penal por ausência de materialidade e/ou autoria delitiva. Homologação doarquivamento.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação doarquivamento, nos termos do voto do(a) relator(a).

412. Processo: SR/DPF/MG-01126/2019-INQ Voto: 7078/2019 Origem: GABPR10-ALTSB -ANDRE LUIZ TARQUINIO DASILVA BARRETO

Relator(a): Dr(a) CLAUDIO DUTRA FONTELLA

Ementa: Inquérito Policial. Suposto crime de falso testemunho (CP, art. 342). O juízo da 15ª Vara doTrabalho de Belo Horizonte/MG considerou que uma das testemunhas ouvidas, R.P.R.N ouM.T.F.A, teria cometido falso testemunho. Revisão de arquivamento (LC nº 75/93, art. 62, IV). Ossuspeitos, ao serem ouvidos, em sede policial, negaram o cometimento do crime. Ainda, juntaramacórdão do agravo de instrumento em recurso ordinário, atinente à reclamação trabalhistaajuizada, no qual o TRT3 deu provimento ao recurso e tornou sem efeito a ordem de expedição deofícios visando à apuração de eventual crime. Falta justa causa para prosseguir com apersecução penal por ausência de materialidade delitiva. Homologação do arquivamento.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação doarquivamento, nos termos do voto do(a) relator(a).

413. Processo: SR/DPF/MG-02538/2016-INQ Voto: 6884/2019 Origem: GABPR16-PSM - PATRICKSALGADO MARTINS

Relator(a): Dr(a) CLAUDIO DUTRA FONTELLA

Ementa: Inquérito Policial instaurado para apurar suposta ocorrência do crime descrito no art. 171, § 3º, doCP em detrimento da autarquia previdenciária. Consta dos autos que, em 16/05/2011, umapessoa identificada como D.A. compareceu a uma agência do INSS na cidade de BeloHorizonte/MG para requerer o benefício assistencial à pessoa idosa. Posteriormente, foramidentificados indícios de fraude em sua concessão, já que a certidão de nascimento apresentadapela beneficiária era fruto de registro tardio. Intimada para comparecer perante à GerênciaExecutiva do INSS e prestar esclarecimentos, não atendeu ao chamado, motivando a suspensãodo benefício assistencial. Revisão de arquivamento (LC nº 75/93, art. 62, IV). Segundo oProcurador oficiante, em que pese a constatação da falsidade ideológica da certidão denascimento apresentada perante o INSS, a autoria do ilícito não restou suficientementeevidenciada. A pessoa que se apresentou como D.A. também se fez passar por outras pessoaspara obter a concessão de outros benefícios assistenciais. Ao que tudo indica é a mesma pessoaque se fez passar por A.R.M., M.C.da S., S.D.G. e B.B.. para receber, de forma indevida,benefícios assistenciais. Por isso não se sabe quem de fato é a autora do fato, sendo certo que,por ora, não se mostra possível aferir a responsabilidade penal ou mesmo a participação deoutros agentes na fraude. Fatos ocorridos em 2011. Esgotamento de diligências razoavelmenteexigíveis. Inexistência de linha investigatória potencialmente idônea. Aplicação da Orientação nº26/2016 da 2ª CCR. Homologação do arquivamento.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação doarquivamento, nos termos do voto do(a) relator(a).

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414. Processo: SR/DPF/PI-00202/2018-IPL Voto: 6996/2019 Origem: GABPRM1-CVMSL -CECILIA VIEIRA DE MELO SALEITAO

Relator(a): Dr(a) CLAUDIO DUTRA FONTELLA

Ementa: Inquérito Policial. Possível prática do crime de ameaça (CP, art. 147). Comunicação de que, no dia04/09/2017, a sede de uma associação de moradores e remanescentes de quilombo teve suafachada pichada com os seguintes dizeres: Quilombo vai imbora (sic) e Eu vou meter tiro emvocês. Revisão de arquivamento (LC nº 75/93, art. 62, IV). No presente caso, não foi indicadaqualquer testemunha dos fatos e não havia câmeras de vigilância na associação ou nasproximidades. As pessoas apontadas como suspeitas (devido a meros rumores ouvidos nacomunidade) foram ouvidas e negaram qualquer participação nas pichações. Fatos ocorridos hámais de 02 (dois) anos. Ausência de indícios de autoria e de diligências capazes de modificar opanorama probatório atual. Esgotamento das diligências investigatórias razoavelmente exigíveis einexistência de linha investigatória potencialmente idônea. Homologação do arquivamento, semprejuízo do disposto no art. 18 do CPP.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação doarquivamento, nos termos do voto do(a) relator(a).

415. Processo: 1.00.000.021445/2019-96 - Eletrônico Voto: 6787/2019 Origem: PROCURADORIA GERALDA REPÚBLICA

Relator(a): Dr(a) CLAUDIO DUTRA FONTELLA

Ementa: Notícia de Fato. Manifestação particular formulada perante a Sala de Atendimento ao Cidadão,relatando supostas irregularidades e excessos cometidos por dois Juízes Federais. Revisão dearquivamento (LC nº 75/93, art. 62, IV). Consta dos autos que o noticiante é réu em doisprocessos em que os referidos Magistrados atuam: o primeiro relativo a uma busca e apreensãoajuizada pela CEF, em virtude do inadimplemento de contrato de empréstimo que resultou naexpedição de mandado de busca para o veículo do representante; e o segundo relativo a umaação penal pela prática do crime previsto no art. 171, § 2°, I c/c § 3°, do CP, em razão daverificação que o noticiante não estava mais com o automóvel, quando da busca e apreensão.Conforme bem ressaltado na manifestação ministerial, as alegações de supostas irregularidadessão genéricas e sem suporte fático, sendo que o entendimento pessoal do representante de quefoi vítima de prisão civil, igualmente não procede. De fato, a argumentação do manifestantedemonstra inconformismo com os resultados dos processos, ou seja, possui relação direta com omérito que está sendo discutido judicialmente. Assim, a forma adequada de exercer a sua defesaé por meio dos instrumentos processuais existentes, nos processos em tramitação no PoderJudiciário. Notificado do arquivamento, o representante apresentou recurso manifestando seuinconformismo com a decisão, não tendo, no entanto, trazido quaisquer elementos capazes dejustificar a deflagração de procedimento investigativo. Ausência de justa causa para persecuçãopenal. Homologação do arquivamento, sem prejuízo do disposto no art. 18 do CPP.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação doarquivamento, nos termos do voto do(a) relator(a).

416. Processo: 1.00.000.024921/2019-21 - Eletrônico Voto: 6882/2019 Origem: PROCURADORIA DAREPÚBLICA - PIAUI

Relator(a): Dr(a) CLAUDIO DUTRA FONTELLA

Ementa: Procedimento Administrativo instaurado a partir de pedido de providências formulado pelo cidadãoJ.J.da S., alegando, em síntese, que as eleições realizadas em 02/10/2016 devem ser anuladasporque, segundo o requerente, não foi uma eleição e sim um crime de guerra onde a própriaJustiça Eleitoral participou do assassinato de um candidato pobre para que o poder ficasse entreos candidatos ricos. Suposta ocorrência de fraude nas eleições em São João do Piauí/PI. Revisãode arquivamento (LC nº 75/93, art. 62, inc. IV). Os fatos narrados pelo representante guardamcorrelação com aqueles trazidos pelo mesmo solicitante nos autos da NF nº1.27.000.0000172/2017-31, arquivada no âmbito da PRE/PI, bem como com aqueles descritos no

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pedido de desarquivamento da referida Notícia de Fato, em que foi igualmente indeferido pedidode instauração de nova Notícia de Fato. Naquela ocasião, de pronto, esclareceu-se aimpossibilidade de remessa dos pleitos à Polícia Federal, uma vez que competia ao PromotorEleitoral da respectiva Zona Eleitoral a análise quanto à conveniência e oportunidade dearticulação com a Polícia Federal, inclusive no tocante à possibilidade de requisição deinstauração de inquérito policial. Feitas aquelas considerações, e diante da necessidade de reunirmaiores informações, com vistas a subsidiar eventuais providências a serem adotadas, oProcurador Regional Eleitoral determinou a expedição de ofício ao Promotor Eleitoral da 20ª Zona,a fim de que se manifestasse sobre o conteúdo da representação formulada, especialmentequanto à sua suposta omissão. Em resposta ao ofício nº 006/2017/GABPRE/PRPI, o PromotorEleitoral da 20ª Zona Eleitoral informou, em suma, que realizadas as diligências cabíveis, inclusivepela autoridade policial de São João do Piauí/PI, não foram encontradas provas ou elementosindiciários mínimos para requisição de inquérito policial ou adoção de medidas judiciais, razãopela qual promoveu o arquivamento das peças apresentadas pelo noticiante. O Promotor Eleitoralencaminhou documentos obtidos a partir de tais diligências, consistentes em certidões da JustiçaEleitoral indicando a inexistência de filiação partidária do requerente, bem como ausência dequalquer indício de ação de hackers no sistema da Justiça Eleitoral. Assim é que o PRE promoveuo arquivamento da NF nº 1.27.000.000172/2017-3, posteriormente homologado pela Procuradoria-Geral Eleitoral. Na sequência, considerando-se a inexistência de elementos novos capazes dealterar a conclusão de arquivamento, foi indeferido o pedido de desarquivamento da Notícia deFato referida. Inconformado, o representante requereu, ainda, providências incompreensíveis,solicitando atuação da PRE/PI diretamente no STF. Indeferiu-se, igualmente, a instauração denova notícia de fato. Daí a presente solicitação dirigida ao Procurador-Geral República, na qual serequereu, entre outras providências, a anulação das eleições em tela, bem como a condenaçãodos eleitos à devolução dos recursos indevidamente por eles recebidos. Pois bem. Segundo oProcurador oficiante, cuida-se aqui de representação absolutamente inconsistente, sem qualquerembasamento fático e probatório minimamente sustentável ou indicação de elementos concretosque apontem quando, como e onde ocorreram eventuais ilícitos eleitorais. Mencionadadelimitação, saliente-se, afigura-se necessária para deflagrar a apuração criminal no âmbito doMinistério Púbico, a qual requer um objeto circunscrito ou, no mínimo, tangível, apto a apontaruma linha investigativa a ser adotada pelo órgão ministerial ou pela Polícia Federal. O caso emtestilha, entretanto, veicula objeto vago e genérico. Novo recurso interposto pelo representante.Carência de fatos ou argumentos que possam infirmar as conclusões da promoção deindeferimento de notícia de fato. Reiteração de que se trata de narrativa vaga, genérica edesacompanhada de substrato probatório. Ausência de indícios mínimos de materialidade eautoria delitivas aptos a ensejar apuração preliminar do fato e o desencadeamento de eventualação penal no âmbito da Justiça Eleitoral. Falta de justa causa para prosseguir na persecuçãopenal. Homologação do arquivamento.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação doarquivamento, nos termos do voto do(a) relator(a).

417. Processo: 1.11.000.001001/2019-51 - Eletrônico Voto: 6652/2019 Origem: PROCURADORIA DAREPÚBLICA - ALAGOAS/UNIÃODOS PALMARES

Relator(a): Dr(a) CLAUDIO DUTRA FONTELLA

Ementa: Notícia de Fato instaurada a partir de denúncia anônima realizada na sede da Polícia Federal emAlagoas. Notícia de que haveria um esquema de fraude no seguro-desemprego, consistente nasimulação de contratos de trabalho com posterior demissão e recebimento do benefício referido,havendo a indicação de agenciadores, contador e beneficiários. Possível prática do crime deestelionato majorado (art. 171, § 3º, do CP). Revisão de arquivamento (LC nº 75/93, art. 62, IV).Procedida análise preliminar da notícia, foram identificadas todas as pessoas citadas, porém nãose obteve nenhum indício de que houve fraude no seguro-desemprego. Falta de justa causa parao prosseguimento da persecução penal. Homologação do arquivamento, sem prejuízo do dispostono art. 18 do CPP.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação do

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ATA DA 758ª SESSÃO DE REVISÃO PGR-00037106/2020

arquivamento, nos termos do voto do(a) relator(a).

418. Processo: 1.11.000.001057/2019-13 - Eletrônico Voto: 6795/2019 Origem: PROCURADORIA DAREPÚBLICA - ALAGOAS/UNIÃODOS PALMARES

Relator(a): Dr(a) CLAUDIO DUTRA FONTELLA

Ementa: Notícia de Fato. Supostas irregularidades na prestação de contas de campanha de candidato (nãoeleito) para o cargo Deputado Estadual, nas eleições de 2018, consistentes na ausência dedeclaração de despesas com serviços advocatícios e contábeis possivelmente utilizados nacampanha. Revisão de arquivamento (LC nº 75/93, art. 62, IV). Em que pese as contas tenhamsido desaprovadas pela Justiça Eleitoral, o fato é que a referida rejeição, por si só, não basta paraevidenciar o cometimento de crime eleitoral. No caso concreto não se verifica, por ora, elementosde informações suficientes capazes de apontarem para a prática de crimes eleitorais, em especialos previstos nos arts. 350 e 354-A do Código Eleitoral. A própria Procuradoria Regional Eleitoral,ao se manifestar nos autos de prestação de contas, opinou pela aprovação com ressalvas dascontas da campanha, por considerar que no caso, verifica-se que a impropriedade detectada pelaassessoria contábil é irrelevante no conjunto da prestação de contas, não se revelando, pois, aptaa afetar a confiabilidade e transparência da movimentação financeira de campanha do prestador.Ausência de justa causa para o prosseguimento da persecução penal. Arquivamento que não geracoisa julgada, podendo as investigações serem reabertas se houver notícia de novas provas(CPP, art. 18). Homologação do arquivamento.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação doarquivamento, nos termos do voto do(a) relator(a).

419. Processo: 1.13.002.000119/2018-96 - Eletrônico Voto: 6878/2019 Origem: PROCURADORIA DAREPÚBLICA NO MUNICÍPIO DETEFÉ-AM

Relator(a): Dr(a) CLAUDIO DUTRA FONTELLA

Ementa: Procedimento Preparatório instaurado a partir de ofício do Juízo de Trabalho de Coari/AM paraapurar suposto descumprimento de ordens judiciais por parte da Agência Executiva daPrevidência Social naquela localidade. CP, art. 330. Revisão de arquivamento (LC nº 75/93, art.62, IV). Segundo o Procurador oficiante, a partir da análise das informações prestadas pelo órgãonoticiado, observou-se que, nos ofícios juntados aos autos pela Agência Executiva, anteriormenteencaminhados ao MPF pelo Juízo do Trabalho, não consta o endereço da autarquiaprevidenciária, sendo possível que as requisições não atendidas tenham sido encaminhadas aendereços errados. Ausência de prova de conhecimento pessoal inequívoco quanto às ordensexpedidas. Ciência sobre o teor da notificação judicial não evidenciada. Informação do gerenteexecutivo da agência noticiada de que adotaria as medidas administrativas cabíveis para evitarpossíveis falhas, não se vislumbrando, por ora, a necessidade de apuração de eventual condutacriminosa. Carência de justa causa para prosseguir na persecução penal. Homologação doarquivamento.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação doarquivamento, nos termos do voto do(a) relator(a).

420. Processo: 1.14.006.000274/2019-16 - Eletrônico Voto: 6616/2019 Origem: PROCURADORIA DAREPÚBLICA NO MUNICÍPIO DEPAULO AFONSO - BA

Relator(a): Dr(a) CLAUDIO DUTRA FONTELLA

Ementa: Notícia de fato. Suposta prática do crime de estelionato majorado (CP, art. 171, § 3º) praticado emdesfavor do Instituto Nacional do Seguro Social INSS. Envio de 15 (quinze) casos em querealizados saques indevidos de benefícios previdenciários, após óbitos dos titulares. Revisão dearquivamento (LC nº 75/93, art. 62, inc. IV). 1) Em 04 casos houve a ocorrência da prescrição da

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pretensão punitiva estatal, calculada pela pena máxima cominada em abstrato para o delito (CP,art. 109, inc. III). Decurso de mais de 12 anos das datas dos últimos saques indevidos. Extinçãoda punibilidade (CP, art. 107, inc. IV). 2) Em 10 casos verifica-se que houve recebimento indevidode até 03 parcelas. Aplicação da Orientação nº 04 desta 2ª CCR. 3) Em 01 caso foi determinado odesmembramento do feito para apuração dos fatos. Carência de justa causa para oprosseguimento da persecução penal. Homologação do arquivamento.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação doarquivamento, nos termos do voto do(a) relator(a).

421. Processo: 1.15.000.001821/2019-01 - Eletrônico Voto: 7050/2019 Origem: PROCURADORIA DAREPÚBLICA -CEARÁ/MARACANAÚ

Relator(a): Dr(a) CLAUDIO DUTRA FONTELLA

Ementa: Procedimento Investigatório Criminal. Suposto crime de estelionato contra o INSS (CP, art. 171,§3º). Comunicação de que o investigado recebeu auxílio-doença e, posteriormente, aposentadoriapor invalidez (decorrentes de acidente de trabalho) concomitantemente com o exercício deatividade laboral na Assembleia Legislativa Estadual do Ceará. Revisão de arquivamento (LC nº75/93, art. 62, IV). Ausência de elementos mínimos de que o benefício previdenciário tenha sidoobtido ilicitamente. Investigado que passou por perícia médica que comprovou sua incapacidade.O simples retorno do agente ao exercício de atividade remunerada, concomitantemente com apercepção do referido benefício, revela seu possível estado de dificuldade financeira, pois, apesardos problemas que o levaram a se afastar de sua atividade profissional, resolveu trabalhar, emprejuízo à própria saúde, para obter indispensável complementação e garantia de futura renda.Não verificação de indícios suficientes da prática de crime, no caso concreto. Precedente desteColegiado: Processo n° 0007764-20.2014.4.05.8100 (IPL nº 1294/2013-4), julgado na Sessão nº622, de 22/06/2015, unânime. Homologação do arquivamento, sem prejuízo do disposto no art. 18do CPP.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação doarquivamento, nos termos do voto do(a) relator(a).

422. Processo: 1.15.000.002332/2019-69 - Eletrônico Voto: 6923/2019 Origem: PROCURADORIA DAREPÚBLICA -CEARÁ/MARACANAÚ

Relator(a): Dr(a) CLAUDIO DUTRA FONTELLA

Ementa: Notícia de Fato instaurada para apurar suposta prática dos crimes previstos nos arts. 8º, 9º e 10da Lei nº 7.170/83 (Lei de Segurança Nacional), em decorrência de publicação de uminfluenciador digital, que teria utilizado suas redes sociais para conclamar a intervenção do Chefede Estado da França em assuntos do governo federal brasileiro. Conforme a manifestação inicial,a conduta noticiada teria como objetivo instigar o governo estrangeiro contra o Brasil. Revisão dearquivamento (LC nº 75/93, art. 62, IV). Segundo o Procurador oficiante, na esteira dejurisprudência sedimentada pelo STF, torna-se necessária a conjugação de dois requisitos, deordem subjetiva e objetiva, para a tipificação de eventual crime contra a segurança nacional: I)motivação e objetivos políticos do agente; II) lesão real ou potencial à integridade territorial, àsoberania nacional, ao regime representativo e democrático, à Federação ou ao Estado de Direito.No presente caso, afiguram-se patentes a falta de motivação política e a ausência de qualquerrisco aos bens juridicamente tutelados pela Lei de Segurança Nacional. A publicação questionadarevela, na verdade, o mero exercício da liberdade individual de expressão e opinião política,suporte fundamental de qualquer democracia. De qualquer sorte, o discurso proferido pelopresidente francês, citado pelo investigado, reporta-se à 45ª Reunião de Cúpula do G7, cujadiscussão envolveu, entre outros assuntos, o aporte internacional aos incêndios florestais naAmazônia. No particular, não se vislumbra qualquer entendimento ou negociação com grupoestrangeiro (art. 8º), submissão do território nacional ou parte dele ao domínio ou à soberania deoutro país (art. 9º) e, tampouco, possível aliciamento de indivíduos de outro país para invasão doterritório nacional (art. 10). Materialidade delitiva não evidenciada. Falta de justa causa para

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ATA DA 758ª SESSÃO DE REVISÃO PGR-00037106/2020

prosseguir na persecução penal. Homologação do arquivamento.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação doarquivamento, nos termos do voto do(a) relator(a).

423. Processo: 1.15.000.002681/2019-81 - Eletrônico Voto: 6712/2019 Origem: PROCURADORIA DAREPÚBLICA -CEARÁ/MARACANAÚ

Relator(a): Dr(a) CLAUDIO DUTRA FONTELLA

Ementa: Notícia de Fato. Possível prática do crime de estelionato majorado (CP, art. 171, § 3º). Supostorecebimento indevido de parcelas do benefício de Amparo Social à Pessoa Portadora deDeficiência, em razão da prisão em regime fechado do beneficiário. Revisão de arquivamento (LCnº 75/93, art. 62, IV). O cancelamento/suspensão do benefício ocorreu em razão da prisão emregime fechado do segurado no ano de 2016, fato que no âmbito administrativo configurairregularidade na manutenção do recebimento (Portarias Conjuntas MDS-INSS n° 01, de03/01/2017 e n° 03, de 21/09/2018). No entanto, na esfera criminal, não há indícios de qualquerconduta fraudulenta no requerimento ou na concessão do benefício, uma vez que de acordo como próprio laudo de perícia do INSS, o segurado possui deformidade congênita dos membrossuperiores, recebendo o benefício desde os 03 (três) anos de idade. Ademais, a suspensão doauxílio se deu quando a própria mãe do segurado, ao comparecer no INSS, declarou que seu filhoestava preso aguardando audiência de custódia. Inexistência de elementos aptos a demonstrarque o beneficiário agiu com intenção de manter em erro o INSS, mediante fraude. Homologaçãodo arquivamento, sem prejuízo do disposto no art. 18 do CPP.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação doarquivamento, nos termos do voto do(a) relator(a).

424. Processo: 1.18.000.002578/2019-29 - Eletrônico Voto: 7021/2019 Origem: PROCURADORIA DAREPÚBLICA - GOIAS/APARECIDADE GOIÂNIA

Relator(a): Dr(a) CLAUDIO DUTRA FONTELLA

Ementa: Notícia de fato autuada para apurar crime de estelionato (CP, art. 171, §3º). Saque fraudulento deparcela do Programa de Integração Social PIS, de titularidade de terceira pessoa no valor de R$954,00. O saque foi realizado no caixa eletrônico em agência da Caixa Econômica Federal, quearcou com o prejuízo. O Procurador oficiante promoveu o arquivamento com base na ausência deautoria. Revisão de arquivamento (LC n. 75/93, art. 62-IV). O crime foi cometido em janeiro de2018 e até o presente momento não foi possível identificar o responsável pela infração. Ausênciade imagens do circuito de segurança. Carência de indícios de autoria e de linha investigativacapaz de alterar o panorama probatório atual. Homologação do arquivamento.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação doarquivamento, nos termos do voto do(a) relator(a).

425. Processo: 1.18.000.002725/2019-61 - Eletrônico Voto: 6650/2019 Origem: PROCURADORIA DAREPÚBLICA - GOIAS/APARECIDADE GOIÂNIA

Relator(a): Dr(a) CLAUDIO DUTRA FONTELLA

Ementa: Notícia de Fato. Possível prática do crime de estelionato majorado (art. 171, § 3º, do CP),consistente no recebimento fraudulento de parcela de seguro-desemprego de terceiro. Relato deque uma pessoa desconhecida teria se passado pelo beneficiário a fim de receber, mediante ardil,a última parcela do benefício de seguro-desemprego em agência da CEF. Revisão dearquivamento (LC nº 75/93, art. 62, IV). Verifica-se pelo modus operandi do crime, que o autorexplorou falhas no sistemas da CEF e FAT, cujos mecanismos de segurança se mostramultrapassados ou já foram criados com deficiência, o que possibilitou a fraude. Ademais, o saquefoi realizado em caixa eletrônico no setor de atendimento da agência, não tendo sido apurados

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ATA DA 758ª SESSÃO DE REVISÃO PGR-00037106/2020

elementos úteis à elucidação da autoria delitiva, visto que não foi possível obter imagens dosistema de segurança da agência ou qualquer outro elemento que indicasse a autoria do crime.Inexistência de linha investigatória potencialmente idônea. Falta de justa causa para oprosseguimento da persecução penal. Homologação do arquivamento.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação doarquivamento, nos termos do voto do(a) relator(a).

426. Processo: 1.18.000.002744/2019-97 - Eletrônico Voto: 6985/2019 Origem: PROCURADORIA DAREPÚBLICA - GOIAS/APARECIDADE GOIÂNIA

Relator(a): Dr(a) CLAUDIO DUTRA FONTELLA

Ementa: Notícia de Fato instaurada para apurar suposta ocorrência do crime de estelionato majorado emdetrimento do Programa Seguro-Desemprego e da Caixa Econômica Federal. Relato de que, nodia 7/7/2014, o autor do delito sacou quatro parcelas do benefício destinado a J.R.J., no valor deR$ 1.304,63 cada parcela. O saque fraudulento foi efetuado por pessoa desconhecida na sala deconveniência de agência da CEF localizada em Goiânia/GO, havendo o registro de saqueindevido de outra parcela do benefício, na data de 6/6/2014, em agência localizada em Abreu eLima/PE. CP, art. 171, § 3º. Revisão de arquivamento (LC nº 75/93, art. 62, IV). Ausência deindícios mínimos de autoria. Hipótese em que os saques dos valores podem ser feitos sem aapresentação de qualquer documento de identificação civil. Escassez de diligências capazes dedesvendar a autoria do ilícito penal. Fatos ocorridos há mais de cinco anos. Esgotamento dediligências razoavelmente exigíveis. Inexistência de linha investigatória potencialmente idônea.Aplicação da Orientação nº 26/2016 da 2ª CCR. Homologação do arquivamento.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação doarquivamento, nos termos do voto do(a) relator(a).

427. Processo: 1.18.000.002784/2019-39 - Eletrônico Voto: 6797/2019 Origem: PROCURADORIA DAREPÚBLICA - GOIAS/APARECIDADE GOIÂNIA

Relator(a): Dr(a) CLAUDIO DUTRA FONTELLA

Ementa: Notícia de Fato. Suposto crime de falso testemunho em ação trabalhista (CP, art. 342).Constatação de divergência entre o depoimento da testemunha e as demais provas dos autos.Revisão de arquivamento (LC nº 75/93, art. 62, IV). Para a configuração do crime em questão, énecessário que haja divergência entre a declaração da testemunha e o que ela efetivamente sabesobre os fatos, o que não restou demonstrado nos autos. Ademais, o depoimento em nadainfluenciou na decisão da causa, uma vez que foi desconsiderado pelo Juízo. Inexistência depotencialidade lesiva. Falta de justa causa para prosseguir na persecução penal. Precedente 2ªCCR: 0005687-77.2016.4.03.6110, 659ª Sessão de Revisão, de 19/09/2016, unânime.Homologação do arquivamento.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação doarquivamento, nos termos do voto do(a) relator(a).

428. Processo: 1.18.001.000628/2019-23 - Eletrônico Voto: 6719/2019 Origem: PROCURADORIA DAREPÚBLICA NO MUNICÍPIO DEANÁPOLIS/URUAÇU-GO

Relator(a): Dr(a) CLAUDIO DUTRA FONTELLA

Ementa: Notícia de fato. Suposta prática do crime previsto no art. 343 do Código Penal. Informação de que,no decorrer de ação trabalhista, o reclamante tentou aliciar particular para, mediante pagamento,figurasse como testemunha em audiência. Revisão de arquivamento (LC nº 75/93, art. 62, inc. IV).Segundo consta dos autos, o investigado teria oferecido vantagem apenas para que o particularcomparecesse em audiência, não havendo indícios de que tenha solicitado que a testemunhaprestasse depoimento falso. O delito previsto no art. 343 do CP somente se configura se o

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dinheiro oferecido for condicionado à fazer afirmação falsa, negar ou calar a verdade emdepoimento. Materialidade delitiva não evidenciada. Falta de justa causa para o prosseguimentoda persecução penal. Homologação do arquivamento.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação doarquivamento, nos termos do voto do(a) relator(a).

429. Processo: 1.19.000.002297/2019-39 - Eletrônico Voto: 6809/2019 Origem: PROCURADORIA DAREPÚBLICA - MARANHÃO

Relator(a): Dr(a) CLAUDIO DUTRA FONTELLA

Ementa: Notícia de Fato instaurada a partir de manifestação apresentada na Sala de Atendimento aoCidadão, onde o noticiante relata fatos desconexos e que sua família teria desaparecido. Revisãode arquivamento (LC nº 75/93, art. 62, IV). Narrativa manifestamente desconexa, sem qualquerligação lógica e verossímil entre os indivíduos apontados e supostas práticas criminosas. Fatosrelatados de forma vaga e genérica, desacompanhados de elementos de informação capazes depossibilitar uma investigação idônea. Inexistência de elementos mínimos que justifiquem oprosseguimento da persecução penal. Homologação do arquivamento.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação doarquivamento, nos termos do voto do(a) relator(a).

430. Processo: 1.20.004.000251/2019-24 - Eletrônico Voto: 6770/2019 Origem: PROCURADORIA DAREPÚBLICA NO MUNICÍPIO DEBARRA DO GARÇAS-MT

Relator(a): Dr(a) CLAUDIO DUTRA FONTELLA

Ementa: Procedimento Investigatório Criminal instaurado para apurar possível crime de ameaça eformação de associação criminosa armada, fatos perpetrados por indígena(s). Revisão dearquivamento (LC nº 75/93, art. 62, IV). Realização de diligências. Expedição de ofício à PolíciaFederal com requisição de apuração dos fatos. Considerando a urgência do caso, estabeleceu-setambém contato com o Distrito Sanitário Especial Indígena DSEI e com a FUNAI, para verificar sehavia notícias de ameaças por parte do indígena J.T.H. e/ou outras informações sobre os fatos.Oficiou-se também o Juízo e a Promotoria da comarca local, solicitando informações quanto àexistência de registros de imagem de J.T.H. no fórum ou outros dados relevantes. Em 08/08/2019,o referido indígena compareceu espontaneamente na FUNAI para informar que a situação nãohavia se dado tal como narrado, inclusive se colocando a disposição para prestaresclarecimentos. Em 22/08/2019, o investigado prestou as informações cabíveis ao MPF, em quefoi possível concluir que à época dos fatos J.T.H. não tinha integralmente incorporado aconsciência do caráter de suas ações de modo a se conduzir de acordo com a compreensão deque o sistema judiciário caminha em dinâmica diversa de sua perspectiva cultural. Emboraconsciente da conduta, os elementos autorizam inferir que J.T.H. agiu de acordo com a suapercepção da realidade e dos valores tradicionais. Não é sem propósito rememorar que condutado investigado deve, pois, ser analisada e compreendida no contexto de diferenças socioculturaisem que se insere, tendo em vista vivermos num Estado Democrático de Direito que se pauta pelosvalores do pluralismo e que assegura a todos a plena liberdade de manifestação cultural, mesmoque essa forma de expressão não coincida com os modos predominantes na sociedademajoritária. Além do mais, o indígena se dispôs a comparecer espontaneamente em audiência,revelando interesse em expor detalhadamente como os fatos ocorreram sob sua ótica, a despeitodo certo grau de dificuldade em expressar-se em português. Por fim, registre-se que não houvequalquer desdobramento da narrativa ensejadora da instauração do presente procedimento.Ausência de justa causa para o prosseguimento das investigações. Homologação doarquivamento, sem prejuízo do disposto no art. 18 do CPP.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação doarquivamento, nos termos do voto do(a) relator(a).

431. Processo: 1.20.004.000354/2019-94 - Eletrônico Voto: 6994/2019 Origem: PROCURADORIA DA

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REPÚBLICA NO MUNICÍPIO DEBARRA DO GARÇAS-MT

Relator(a): Dr(a) CLAUDIO DUTRA FONTELLA

Ementa: Procedimento Preparatório instaurado a partir de manifestação ofertada perante a Sala deAtendimento ao Cidadão para apurar relato de irregularidades no recebimento do benefício doprograma Bolsa Família por parte de D.R.de L., esposa de um vereador do município deTesouro/MT. CP, art. 171, § 3º, Revisão de arquivamento (LC nº 75/93, art. 62, IV). Extrai-se danarrativa da representante que a ilicitude que ensejou a manifestação inicial seria o recebimentode benefício do programa Bolsa Família, de forma indevida, pela noticiada, visto que não seenquadrava nos requisitos exigidos (dependentes e renda per capita). Contudo, em umainvestigação preliminar, ficou constatado que o recebimento do benefício se deu pelo fato dabeneficiária, à época do cadastro, preencher as condições necessárias, fato este que foimodificado pelo casamento, no corrente ano, com vereador da cidade. Diante disso, a Secretariade Assistência Municipal de Tesouro/MT informou que o benefício fora cancelado, apresentando,inclusive, comprovação do fato. Determinação para que seja oficiado o Ministério doDesenvolvimento Social e Combate à Fome, na Secretaria respectiva, dando ciência quanto aoeventual recebimento indevido do benefício para que sejam adotadas as providências no âmbitoadministrativo, com a finalidade de ressarcimento. Materialidade delitiva não evidenciada. Falta dejusta causa para prosseguir na persecução penal. Homologação do arquivamento.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação doarquivamento, nos termos do voto do(a) relator(a).

432. Processo: 1.21.000.001476/2019-09 - Eletrônico Voto: 6834/2019 Origem: PROCURADORIA DAREPÚBLICA - MATO GROSSO DOSUL

Relator(a): Dr(a) CLAUDIO DUTRA FONTELLA

Ementa: Notícia de Fato. Possível crime de furto (CP, art. 155). Subtração de um telefone celular depropriedade do INSS, que estava na mochila de um servidor público que foi despachada em vooque partiu de Brasília com destino a Campo Grande, com conexão em São Paulo. Revisão dearquivamento (LC nº 75/93, art. 62, IV). Fato ocorrido em lugar incerto, podendo ter sido noaeroporto de Brasília, de São Paulo ou de Mato Grosso do Sul. Foi elaborado laudo pericial nosdemais objetos que estavam na mochila, entretanto nenhum fragmento foi levantado. Imagensdos sistemas de CFTV que não trouxeram qualquer elemento capaz de identificar eventuaissuspeitos ou auxiliar no esclarecimento dos fatos. Inexistência de elementos mínimos quejustifiquem o prosseguimento da persecução penal. Homologação do arquivamento, sem prejuízodo disposto no art. 18 do CPP.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação doarquivamento, nos termos do voto do(a) relator(a).

433. Processo: 1.21.000.001850/2019-68 - Eletrônico Voto: 6718/2019 Origem: PROCURADORIA DAREPÚBLICA - MATO GROSSO DOSUL

Relator(a): Dr(a) CLAUDIO DUTRA FONTELLA

Ementa: Notícia de Fato autuada para apurar crime de porte ilegal de arma de fogo de uso restrito (Lei10.826/03, art. 16). Em 17/08/2019, no Aeroporto Internacional de Campo Grande, foramencontradas 06 munições de arma de fogo (9mm) na bagagem de cidadão norte-americano.Revisão de arquivamento (LC nº 75/93, art. 62, IV). Ao ser ouvido, o investigado alegou que éengenheiro da indústria de armamentos e que as munições não apresentavam poder de fogo. Aperícia realizada pela Polícia Federal comprovou a inatividade das munições. Ausência do perigode dano ao bem jurídico tutelado. Inexistência de justa causa para o prosseguimento dapersecução penal. Homologação do arquivamento.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação do

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ATA DA 758ª SESSÃO DE REVISÃO PGR-00037106/2020

arquivamento, nos termos do voto do(a) relator(a).

434. Processo: 1.22.005.000299/2019-58 - Eletrônico Voto: 6906/2019 Origem: PROCURADORIA DAREPÚBLICA NO MUNICÍPIO DEMONTES CLAROS-MG

Relator(a): Dr(a) CLAUDIO DUTRA FONTELLA

Ementa: Notícia de Fato. Possível prática do crime apropriação indébita (CP, art. 168, §1º, I). Consta dosautos que os investigados teriam se apropriado indevidamente de bem recebido na condição dedepositários (alienação fiduciária) em empréstimo firmado com a Caixa Econômica Federal. ACEF ajuizou ação de busca e apreensão dos bens, a qual não foi exitosa. Revisão dearquivamento (LC n° 75/93, art. 62, IV). Segundo o Procurador oficiante, não se trata dedepositário infiel típico, mas sim de devedor-fiduciante que se tornou inadimplente em contrato dealienação fiduciária em garantia. A situação trazida revela inadimplemento contratual, o que nãoenseja apuração na esfera penal, uma vez que não há qualquer indício de que houve fraude, ardilou qualquer outro expediente ilícito no contrato de alienação fiduciária celebrado. A ação de buscae apreensão foi convertida em ação de execução, estando tramitando nos seus respectivosmoldes na seara cível. Atipicidade da conduta. Precedente da 2ª CCR: Procedimento nº1.35.000.000255/2016-77, 674ª Sessão Ordinária, de 23/03/2017, unânime. Homologação doarquivamento.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação doarquivamento, nos termos do voto do(a) relator(a).

435. Processo: 1.22.024.000168/2019-42 - Eletrônico Voto: 6909/2019 Origem: PROCURADORIA DAREPÚBLICA NO MUNICÍPIO DEVIÇOSA/PONTE NOVA

Relator(a): Dr(a) CLAUDIO DUTRA FONTELLA

Ementa: Notícia de Fato instaurada a partir de expediente do Ministério Público do Trabalho, relatandosupostas irregularidades no cumprimento das atribuições funcionais por parte do Coordenador doCentro de Referência em Saúde do Trabalhador CEREST, de Ubá/MG, entidade responsável porpromover ações para melhorar as condições de trabalho e a qualidade de vida do trabalhadornaquela região. Revisão de arquivamento (LC nº 75/93, art. 62, IV). Informação de que o MPTencaminhou cópia do presente procedimento ao Ministério Público do Estado de Minas Geraispara apuração da conduta de T.W.A., coordenador mencionado na representação inicial.Expediente também encaminhado ao Ministério Público Federal para apurar eventual ocorrênciade crime contra a organização do trabalho. Constatação, pelo Procurador oficiante, de que,embora os fatos narrados indiquem possíveis irregularidades no âmbito trabalhista, não há nosautos nenhum indício de autoria ou materialidade dos crimes descritos no Título IV do CódigoPenal. Falta de justa causa para prosseguir na persecução. Homologação do arquivamento.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação doarquivamento, nos termos do voto do(a) relator(a).

436. Processo: 1.22.026.000084/2018-16 - Eletrônico Voto: 6981/2019 Origem: PROCURADORIA DAREPÚBLICA NO MUNICÍPIO DEITUIUTABA-MG

Relator(a): Dr(a) CLAUDIO DUTRA FONTELLA

Ementa: Procedimento Investigatório Criminal. Possível crime de exploração clandestina de atividade detelecomunicações ou espectro de radiofrequência (Lei nº 9.472/97, art. 183). Fiscalizaçãorealizada em 19/03/2013 que constatou o funcionamento de retransmissão de TV no Município deLimeira do Oeste/MG, sem a devida autorização do órgão competente. O serviço deretransmissão não foi interrompido devido às diretrizes fornecidas pelo Acordo de Cooperação nº02/2012, celebrado entre o Ministério das Comunicações e a Anatel. Na oportunidade, foiconcedido inicialmente o prazo de 09 (nove) meses para a regularização das retransmissões,

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ATA DA 758ª SESSÃO DE REVISÃO PGR-00037106/2020

sendo que o referido prazo foi posteriormente alterado para 30 (trinta) meses, devido ao Acordode Cooperação n° 01/2014. Revisão de arquivamento (LC nº 75/93, art. 62, IV). Diligências.Informação de que a Assembleia Legislativa de Minas Gerais, em 18/04/2013, requereu aoMinistério das Comunicações a autorização para retransmissão de TV no Município de Limeira doOste/MG, tendo sido concedida a outorga para a execução de serviços de radiodifusão em10/12/2015. Conforme bem ressaltou o Procurador da República oficiante com base no citadoAcordo de Cooperação, a Assembleia Legislativa de Minas Gerais providenciou o requerimentopara regularização da retransmissão de sua programação no município de Limeira do Oestedentro do prazo previsto no referido instrumento. Bem jurídico tutelado pela norma a segurançados meios de telecomunicações não sofreu qualquer espécie de lesão, ou ameaça de lesão, quemereça a intervenção do Direito Penal. Evidente interesse público em tolerar a conduta com ointuito de garantir à população, sobretudo a de baixa renda, o acesso à programação de serviçode radiodifusão de sons e imagens. Crime não configurado. Falta de justa causa paraprosseguimento da persecução. Precedente da 2ª CCR: 1.20.000.001476/2016-95, 673ª Sessãode Revisão, de 06/03/2017, unânime. Homologação do arquivamento.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação doarquivamento, nos termos do voto do(a) relator(a).

437. Processo: 1.23.000.002357/2016-48 Voto: 6765/2019 Origem: PROCURADORIA DAREPÚBLICA NO MUNICÍPIO DETUCURUÍ-PA

Relator(a): Dr(a) CLAUDIO DUTRA FONTELLA

Ementa: Procedimento Investigatório Criminal. Possível crime de redução a condição análoga à de escravo(CP, art. 149), praticado por representantes de sociedade empresária do ramo de bioenergia e porempresas terceirizadas prestadoras de serviços a ela. Revisão de arquivamento (LC nº 75/93, art.62, IV). Realização de diligências. Pesquisas junto à ASSPA acerca dos respectivos quadrossocietários e endereços das empresas indicadas. Envio de ofícios às referidas sociedadesempresárias para que prestassem esclarecimentos sobre os fatos e encaminhassem osdocumentos necessários. Oficiada, à Superintendência Regional do MTE informou que emboratenham sido constatadas diversas irregularidades no tocante a descumprimento da legislaçãotrabalhista não ficou caracterizada situação de redução a condição análoga à de escravo e nem aocorrência de fraude ou violência para frustrar direitos dos trabalhadores que ali laboravam.Carência, por ora, de indícios mínimos de materialidade delitiva. Ausência de justa causa para oprosseguimento das investigações. Homologação do arquivamento, sem prejuízo do disposto noart. 18 do CPP.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação doarquivamento, nos termos do voto do(a) relator(a).

438. Processo: 1.24.000.001555/2019-08 - Eletrônico Voto: 6651/2019 Origem: PROCURADORIA DAREPÚBLICA - PARAIBA

Relator(a): Dr(a) CLAUDIO DUTRA FONTELLA

Ementa: Notícia de fato. Manifestação sigilosa realizada na Sala de Atendimento ao Cidadão, na qual onoticiante relata que particular teria publicado em rede social comentário ofensivo a honra doPresidente da República. Suposta prática de crime contra a honra. Revisão de arquivamento (LCnº 75/93, art. 62, IV). Crime cuja ação penal somente se procede mediante queixa (CP, art. 145),que não foi apresentada pelo ofendido. Ausência de atribuição do Ministério Público parapromover a ação penal e, consequentemente, de justa causa para o prosseguimento do feito.Homologação do arquivamento.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação doarquivamento, nos termos do voto do(a) relator(a).

439. Processo: 1.25.000.004017/2018-49 - Eletrônico Voto: 6727/2019 Origem: PROCURADORIA DAREPÚBLICA - PARANA

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ATA DA 758ª SESSÃO DE REVISÃO PGR-00037106/2020

Relator(a): Dr(a) CLAUDIO DUTRA FONTELLA

Ementa: NOTÍCIA DE FATO. POSSÍVEL CRIME DE LAVAGEM DE DINHEIRO (LEI N° 9.613/98, ART. 1°).REVISÃO DE ARQUIVAMENTO (LC N° 75/93, ART. 62, IV). DILIGÊNCIAS. REALIZAÇÃO DEPESQUISAS PELA ASSPA/PR E JUNTO À RECEITA FEDERAL DO BRASIL. AUSÊNCIA DEJUSTA CAUSA PARA O PROSSEGUIMENTO DO FEITO. HOMOLOGAÇÃO DOARQUIVAMENTO. 1. Notícia de Fato autuada em razão de RIF enviado pelo COAF, em que érelatada a possível prática de crime de lavagem de dinheiro (Lei nº 9.613/98, art. 1°). Informaçãode que foi realizada uma transferência bancária no valor de € 100.000 (cem mil euros) por umapessoa jurídica estabelecida em Angola para outra pessoa jurídica registrada no Brasil. Referidaoperação foi considerada suspeita em razão da identificação pouco clara tanto do remetente comodo destinatário dos recursos, bem como da falta de relação comercial aparente entre as partes. 2.O Procurador da República que atuou inicialmente no feito promoveu o arquivamento comfundamento na ausência de elementos suficientes da prática de crime, seja de lavagem seja docrime antecedente, ressaltando que nem toda transação incomum é ilícita. 3. Esta 2ª CCR, emdecisão proferida na Sessão de Revisão n° 727, de 22/10/2018, considerou prematuro oarquivamento e deliberou pelo prosseguimento das investigações, devendo-se proceder a umaanálise mais aprofundada acerca da questão. 4. Com o retorno dos autos à origem, foideterminada a realização de pesquisas pela Assessoria de Pesquisa e Análise (ASSPA/PR) arespeito da constituição societária da empresa brasileira, bem como registros criminais referentesaos seus sócios. Foi expedido ofício também à Delegacia da Receita Federal, para informaçõesquanto a eventual existência de ação fiscal referente ao fato noticiado pelo COAF e, caso nãohaja procedimento em curso, que o órgão fiscal analise o interesse na inserção do contribuinte naprogramação de fiscalização, devendo o MPF ser prontamente comunicado em caso de algumindício de ilícito criminal. 5. A Procuradora da República designada promoveu o arquivamento dosautos considerando que, das diligências realizadas, constatou-se apenas a existência deantecedentes antigos (de fatos praticados em 2001 e 2003) na Justiça Estadual em nome dossócios da empresa, por crimes como os previstos nos arts. 168, § 1°, III, 299 e 171, todos do CP.Não foi possível a obtenção, no entanto, de maiores informações acerca dos citados registroscriminais, bem como de eventual relação com a transferência bancária ora analisada. Ressaltou,ainda, que a Receita Federal informou a inexistência de registros de fiscalização encerrada ou emandamento relacionada ao fato mencionado. 6. Dessa forma, em que pese a informaçãoespontânea da autoridade estrangeira (que conforme ressaltado pelo próprio COAF, deve servirapenas ao propósito de inteligência) e a suspeita levantada em razão da identificação pouco claratanto do remetente como do destinatário de recursos, bem como da falta de relação comercialaparente entre as partes, as informações adicionais obtidas com as diligências realizadas nãoindicam, por ora, justa causa para o prosseguimento da persecução penal. 7. Fato já devidamentecomunicado à Receita Federal, que deverá comunicar prontamente o MPF em caso de algumindício de ilícito criminal. 8. Homologação do arquivamento, sem prejuízo do disposto no art. 18 doCPP.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação doarquivamento, nos termos do voto do(a) relator(a).

440. Processo: 1.25.003.005921/2019-22 - Eletrônico Voto: 7006/2019 Origem: PROCURADORIA DAREPÚBLICA NO MUNICÍPIO DEFOZ DO IGUACU-PR

Relator(a): Dr(a) CLAUDIO DUTRA FONTELLA

Ementa: Notícia de Fato instaurada a partir de ofício da Justiça Federal para apurar suposta prática docrime previsto no art. 171, § 3º do CP. Depoimento de ex-esposa do investigado narrando supostafraude para obter benefício previdenciário de aposentadoria por invalidez. Revisão dearquivamento (LC nº 75/93, art. 62, IV). Em depoimento a ex-esposa do investigado teria afirmadoque seu ex-marido estava fingindo ter doença mental para obter aposentadoria por invalidez. Asinformações prestadas pelo INSS revelam que o investigado passou por perícia de junta médicaespecializada, inclusive, de 6 em 6 meses. O depoimento da ex-esposa afirmando que oinvestigado não necessita tomar os medicamentos prescritos pelo médico é mera opinião, nãosendo oponível a um laudo pericial atestado por junta médica qualificada. Ausência de indícios de

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ATA DA 758ª SESSÃO DE REVISÃO PGR-00037106/2020

materialidade. Falta de justa causa para prosseguir na persecução penal. Homologação doarquivamento.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação doarquivamento, nos termos do voto do(a) relator(a).

441. Processo: 1.26.005.000114/2019-66 - Eletrônico Voto: 6782/2019 Origem: PROCURADORIA DAREPÚBLICA NO MUNICÍPIO DEGARANHUNS/ARCOV.

Relator(a): Dr(a) CLAUDIO DUTRA FONTELLA

Ementa: Notícia de Fato. Possível prática do crime de estelionato previdenciário (CP, art. 171, § 3°).Recebimento irregular do benefício de aposentadoria especial, tendo em vista que foi utilizadodocumento de comprovação de atividade rural falso. Benefício pago até 02/2010. Revisão dearquivamento (LC nº 75/93, art. 62, IV). Consta dos autos que o benefício foi concedido em10/2003 e cessado em 02/2010. Beneficiária que atualmente está com mais de 72 anos de idadee não foi localizada para prestar esclarecimentos. Assim, com relação à beneficiária verifica-seque ocorreu a prescrição da pretensão punitiva estatal. Pena máxima cominada em abstrato parao delito de 06 (seis) anos e 08 (oito) meses de reclusão. Redução do prazo prescricional pelametade (CP, art. 115). Decurso de mais de 06 (seis) anos da data da cessação do benefício.Extinção da punibilidade (CP, arts. 107, inc. IV, e 109, inc. III). Não consta dos autos indícios daparticipação de terceiros na fraude. Fatos ocorridos há aproximadamente 09 anos, não havendoelementos probatórios suficientes à continuidade das investigações. Ausência de diligênciaspotencialmente idôneas a serem adotadas. Inexistência de justa causa para o prosseguimento dapersecução penal. Homologação do arquivamento.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação doarquivamento, nos termos do voto do(a) relator(a).

442. Processo: 1.27.005.000100/2019-13 - Eletrônico Voto: 7008/2019 Origem: PROCURADORIA DAREPÚBLICA NO MUNICÍPIO DECORRENTE-PI

Relator(a): Dr(a) CLAUDIO DUTRA FONTELLA

Ementa: Notícia de Fato instaurada a partir de representação em sala de atendimento ao cidadão narrandoo possível crime de estelionato majorado (CP, art. 171, §3º). Benefício de auxílio-doença poracidente de trabalho concedido por meio de fraude. O Procurador oficiante promoveu oarquivamento com base na ausência de materialidade. Revisão de arquivamento (LC nº 75/93, art.62, IV). Diligências realizadas junto ao INSS constataram que o investigado teve o benefícioconcedido de forma legítima, pois não foi constatada nenhuma fraude no procedimento. Laudopericial realizado pelo próprio INSS goza de presunção de legitimidade, não havendo nos autosnenhum elemento que aponte irregularidades. Ausência de indícios de materialidade. Falta dejusta causa para prosseguir na persecução penal. Homologação do arquivamento.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação doarquivamento, nos termos do voto do(a) relator(a).

443. Processo: 1.28.000.001485/2019-31 - Eletrônico Voto: 6658/2019 Origem: PROCURADORIAREGIONAL DA REPÚBLICA DA 5ªREGIÃO

Relator(a): Dr(a) CLAUDIO DUTRA FONTELLA

Ementa: Notícia de Fato. Manifestação efetuada perante a Sala de Atendimento ao Cidadão, na qual onoticiante relata a suposta ocorrência de sonegação fiscal por parte de sua ex-cônjuge, Juíza doTrabalho (Lei nº 8.137/90, art. 1º). Recurso apresentado pelo representante da decisão dearquivamento. Manutenção da decisão pela Procuradora Regional da República oficiante. Revisãode arquivamento (LC 75/93, art. 62, inc. IV). Oficiada, a Receita Federal informou inexistir, até apresente data, qualquer ação fiscal encerrada ou em andamento contra a investigada. Assim, ao

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ATA DA 758ª SESSÃO DE REVISÃO PGR-00037106/2020

contrário do defendido pelo representante, que a materialidade encontrava-se na documentaçãoencaminhada ao MPF, o crime em comento possui natureza material e só se configura após o aconstituição definitiva do crédito tributário. Aplicação do Enunciado nº 24 da Súmula Vinculante doSupremo Tribunal Federal. Ainda, como bem ressaltou o membro do Parquet oficiante, oselementos de convicção utilizados pelo representante para instruir a notícia, dado seu carátereminentemente fiscal, são constitucionalmente sujeitos ao princípio da reserva de jurisdição, nãose prestando a lastrear eventual pretensão punitiva, porquanto consideradas ilícitas por derivação.Ausência de justa causa, por ora, para o prosseguimento do feito. Homologação do arquivamento.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação doarquivamento, nos termos do voto do(a) relator(a).

444. Processo: 1.29.000.004112/2019-84 - Eletrônico Voto: 6848/2019 Origem: PROCURADORIA DAREPÚBLICA - RIO GRANDE DOSUL

Relator(a): Dr(a) CLAUDIO DUTRA FONTELLA

Ementa: Notícia de Fato instaurada a partir de expediente da Superintendência Federal de Agricultura,Pecuária e Abastecimento no Estado do Rio Grande do Sul, encaminhando procedimentoadministrativo no bojo do qual houve a aplicação de multa à empresa de comércio de sementesA.C.de S. LTDA. Informação de que o Serviço de Fiscalização de Insumos Agrícolas do Ministérioda Agricultura autuou referida empresa por descumprir a exigência normativa de comunicação dodestino de sementes importadas de canola e de sorgo que estavam fora dos padrões legaisestabelecidos. Revisão de arquivamento (LC nº 75/93, art. 62, IV). Após o trâmite do procedimentoadministrativo referido, a empresa investigada foi multada no valor de R$ 4.000,00 (quatro milreais), realizando o pagamento devido em 26/09/2019. Ocorre, entretanto, segundo a Procuradoraoficiante, que não há tipificação criminal alguma que justifique a investigação da conduta daempresa, sendo este, portanto, um fato atípico. Não há nos autos notícia de indícios de crime dedesobediência, crime ambiental ou de qualquer outra conduta típica prevista no ordenamentojurídico pátrio. Falta de justa causa para prosseguir na persecução penal. Homologação doarquivamento.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação doarquivamento, nos termos do voto do(a) relator(a).

445. Processo: 1.29.003.000458/2019-83 - Eletrônico Voto: 6716/2019 Origem: PROCURADORIA DAREPÚBLICA NO MUNICÍPIO DENOVO HAMBURGO-RS

Relator(a): Dr(a) CLAUDIO DUTRA FONTELLA

Ementa: Notícia de Fato instaurada para apurar a possível ocorrência do crime previsto no art. 171, § 3º,do CP. Informação de que a investigada requereu o benefício previdenciário de auxílio-doençacom vínculo trabalhista supostamente fraudulento, nos períodos de 2011-2012 e 2013-2015.Revisão de arquivamento (LC nº 75/93, art. 62, IV). O benefício foi indeferido administrativamenteem razão da não constatação de incapacidade laborativa. Verifica-se que a investigada possuivínculo trabalhista regular de 02/2016 até 01/2019. Portanto, caso tivesse sido constatada aincapacidade laborativa, a investigada teria direito ao benefício, mesmo excluindo o vínculosupostamente fraudulento. Materialidade delitiva não evidenciada. Ausência de justa causa para oprosseguimento da persecução penal. Homologação do arquivamento.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação doarquivamento, nos termos do voto do(a) relator(a).

446. Processo: 1.29.008.000614/2019-66 - Eletrônico Voto: 6713/2019 Origem: PROCURADORIA DAREPÚBLICA NO MUNICÍPIO DEURUGUAIANA-RS

Relator(a): Dr(a) CLAUDIO DUTRA FONTELLA

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ATA DA 758ª SESSÃO DE REVISÃO PGR-00037106/2020

Ementa: Notícia de Fato. Possível prática do crime de estelionato majorado (CP, art. 171, § 3º). Saquesfraudulentos de parcelas de benefício previdenciário, após o óbito do titular. Revisão dearquivamento (LC nº 75/93, art. 62, IV). Último recebimento realizado em 01/2008. Não houveidentificação do responsável pelos saques, uma vez que não havia procurador cadastrado, nãohouve renovação de senha após o óbito, os recebimentos foram realizados por meio de conta-corrente e não há mais imagens de CFTV (em razão do decurso do tempo). Fatos ocorridos háaproximadamente 11 anos e 10 meses, não havendo elementos probatórios suficientes àcontinuidade das investigações. Ausência de indícios de autoria delitiva e de diligênciaspotencialmente idôneas a serem adotadas. Homologação do arquivamento, sem prejuízo dodisposto no art. 18 do CPP.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação doarquivamento, nos termos do voto do(a) relator(a).

447. Processo: 1.30.001.004572/2019-81 - Eletrônico Voto: 6830/2019 Origem: PROCURADORIA DAREPÚBLICA - RIO DE JANEIRO

Relator(a): Dr(a) CLAUDIO DUTRA FONTELLA

Ementa: Notícia de Fato autuada a partir de manifestações particulares encaminhadas por J.G.M.L.C. àSala de Atendimento ao Cidadão. Narrativas com conteúdo ininteligível, em que o interessadosomente relata situações abstratas e sem interconexão lógica. Revisão de arquivamento (LC nº75/93, art. 62, IV). Com efeito, da análise das representações, verifica-se tratar-se de fatosrelatados de forma vaga, genérica e desconexa, desacompanhados de elementos de informaçãocapazes de possibilitar uma investigação idônea. Narrativa que não trouxe qualquer elementoprobatório quanto às condutas relatadas. Ausência de indícios de materialidade delitiva.Inexistência de elementos mínimos que justifiquem o prosseguimento da persecução penal.Homologação do arquivamento, sem prejuízo do disposto no art. 18 do CPP.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação doarquivamento, nos termos do voto do(a) relator(a).

448. Processo: 1.30.001.004650/2019-48 - Eletrônico Voto: 6715/2019 Origem: PROCURADORIA DAREPÚBLICA - RIO DE JANEIRO

Relator(a): Dr(a) CLAUDIO DUTRA FONTELLA

Ementa: Notícia de Fato autuada a partir de 14 (quatorze) manifestações particulares encaminhadas porJ.G.M.L.C. à Sala de Atendimento ao Cidadão. Narrativas com conteúdo ininteligível, em que ointeressado somente relata situações abstratas e sem interconexão lógica. Revisão dearquivamento (LC nº 75/93, art. 62, IV). Com efeito, da análise das representações, verifica-setratar-se de fatos relatados de forma vaga, genérica e desconexa, desacompanhados deelementos de informação capazes de possibilitar uma investigação idônea. Narrativa que nãotrouxe qualquer elemento probatório quanto às condutas relatadas. Ausência de indícios dematerialidade delitiva. Inexistência de elementos mínimos que justifiquem o prosseguimento dapersecução penal. Homologação do arquivamento, sem prejuízo do disposto no art. 18 do CPP.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação doarquivamento, nos termos do voto do(a) relator(a).

449. Processo: 1.30.001.004669/2019-94 - Eletrônico Voto: 6807/2019 Origem: PROCURADORIA DAREPÚBLICA - RIO DE JANEIRO

Relator(a): Dr(a) CLAUDIO DUTRA FONTELLA

Ementa: Notícia de Fato autuada a partir de diversas manifestações particulares encaminhadas porJ.G.M.L.C. à Sala de Atendimento ao Cidadão. Narrativas com conteúdo ininteligível, em que ointeressado somente relata situações abstratas e sem interconexão lógica. Revisão dearquivamento (LC nº 75/93, art. 62, IV). Com efeito, da análise das representações, verifica-setratar-se de fatos relatados de forma vaga, genérica e desconexa, desacompanhados deelementos de informação capazes de possibilitar uma investigação idônea. Narrativa que não

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ATA DA 758ª SESSÃO DE REVISÃO PGR-00037106/2020

trouxe qualquer elemento probatório quanto às condutas relatadas. Ausência de indícios dematerialidade delitiva. Inexistência de elementos mínimos que justifiquem o prosseguimento dapersecução penal. Homologação do arquivamento.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação doarquivamento, nos termos do voto do(a) relator(a).

450. Processo: 1.32.000.000820/2019-51 - Eletrônico Voto: 6845/2019 Origem: PROCURADORIA DAREPÚBLICA - RORAIMA

Relator(a): Dr(a) CLAUDIO DUTRA FONTELLA

Ementa: Notícia de Fato instaurada a partir de expediente da Corregedoria Regional de Polícia Federal emRoraima comunicando a apreensão, realizada no dia 21/07/2019, no Aeroporto Internacional deBoa Vista/RR, de dinheiro em espécie, no valor de R$ 20.000,00 (vinte mil reais), acondicionadana bagagem de mão da assessora parlamentar K.Q.de M. quando estava prestes a embarcar emum voo para Brasília/DF, com destino final a Porto Alegre/RS. Revisão de arquivamento (LC nº75/93, art. 62, IV). Ausência de elementos mínimos aptos a embasar investigação quanto àeventual prática criminosa (lavagem de dinheiro) envolvendo o numerário apreendido em poder deK.Q.de M., segundo a qual o valor era destinado a custear sua mudança para o Rio Grande doSul, apresentando documentos (declaração de imposto de renda, contrato de compra e venda deimóvel, contrato de aluguel de imóvel, recibos e extratos bancários) com vistas a justificar aaquisição e o transporte do dinheiro em questão. Inexistência de diligências que se mostrempotencialmente idôneas a desvendar eventual crime ligado ao dinheiro apreendido. Materialidadedelitiva, de plano, não evidenciada. Falta de justa causa para prosseguir na persecução penal.Homologação do arquivamento.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação doarquivamento, nos termos do voto do(a) relator(a).

451. Processo: 1.35.000.000914/2019-18 - Eletrônico Voto: 7080/2019 Origem: PROCURADORIA DAREPÚBLICA -SERGIPE/ESTANCIA/ITABAIANA

Relator(a): Dr(a) CLAUDIO DUTRA FONTELLA

Ementa: Notícia de Fato. Possível crime de estelionato contra entidade de direito público (CP, art. 171, §3º). Empregados de supermercado e representantes legais da pessoa jurídica teriamsupostamente simulado demissão, sem justa causa, visando o saque indevido do FGTS e apercepção do seguro-desemprego. Revisão de arquivamento (LC nº 75/93, art. 62, IV). Instada amanifestar, a empresa apresentou folhas de ponto, escala de revezamento, quadro de horários econvenção coletiva de trabalho dos empregados. Outras diligências foram empreendidas pelaPRT/SE, contudo não se obteve êxito na fiscalização almejada. A despeito dos esforçosempreendidos, verifica-se que a generalidade da notícia impediu a caracterização do crime e aidentificação inequívoca dos envolvidos. Falta justa causa para prosseguir com a persecuçãopenal por ausência de materialidade e/ou autoria delitiva. Homologação do arquivamento.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação doarquivamento, nos termos do voto do(a) relator(a).

452. Processo: 1.35.000.001077/2019-44 - Eletrônico Voto: 7069/2019 Origem: PROCURADORIA DAREPÚBLICA -SERGIPE/ESTANCIA/ITABAIANA

Relator(a): Dr(a) CLAUDIO DUTRA FONTELLA

Ementa: Notícia de Fato. Possível prática dos crimes previstos nos arts. 241-A e/ou 241-B, ambos da Lei n°8.069/90. E-mail encaminhado à Polícia Civil de Sergipe comunicando a veiculação de vídeoscom suposto conteúdo de pornografia infantojuvenil em sítio eletrônico. Revisão de arquivamento(LC nº 75/93, art. 62, IV). Realizadas pesquisas pela Polícia Federal na internet, dos 07 (sete)perfis indicados pela noticiante, 06 (seis) não continham material envolvendo criança e/ou

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ATA DA 758ª SESSÃO DE REVISÃO PGR-00037106/2020

adolescente em situação pornográfica. Com relação ao único perfil que aparentemente poderiaconter material envolvendo menor de idade, verificou-se que a probabilidade maior, na realidade,é de que se trata de uma atriz profissional de filmes adultos, com mais de 18 (dezoito) anos.Ausência de prova da materialidade delitiva. Homologação do arquivamento, sem prejuízo dodisposto no art. 18 do CPP.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação doarquivamento, nos termos do voto do(a) relator(a).

453. Processo: 1.35.000.001355/2019-63 - Eletrônico Voto: 6933/2019 Origem: PROCURADORIA DAREPÚBLICA -SERGIPE/ESTANCIA/ITABAIANA

Relator(a): Dr(a) CLAUDIO DUTRA FONTELLA

Ementa: Notícia de Fato instaurada a partir de ofício oriundo do Juízo da 8ª Vara Cível da Comarca deAracaju/SE, comunicando possível ocorrência de crime contra a ordem tributária por parte dosrepresentantes legais da empresa D.C.N. e I. LTDA, consistente na ação ilícita de transferência deverbas da pessoa jurídica para terceiros, mesmo sendo devedora de tributos. Lei nº 8.137/90, arts.1º e 2º. Revisão de arquivamento (LC nº 75/93, art. 62, inc. IV). Segundo o Procurador oficiante,afigura-se inviável a deflagração de persecução penal em desfavor da empresa noticiada, querpela ausência de lançamento definitivo do tributo devido (Súmula Vinculante nº 24 do STF) querpela extinção do crédito tributário (CTN, arts. 156, V, e 173, I). Informação da Receita Federal doBrasil no sentido da impossibilidade de efetuar o lançamento em virtude de o período abrangidopelos fatos geradores (2002 a 2009) se encontrar atingido pelo instituto da decadência tributária.Natureza material do delito. Materialidade delitiva, de plano, não evidenciada. Falta de justa causapara prosseguir na persecução penal. Homologação do arquivamento.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação doarquivamento, nos termos do voto do(a) relator(a).

454. Processo: 1.35.000.001381/2019-91 - Eletrônico Voto: 6711/2019 Origem: PROCURADORIA DAREPÚBLICA -SERGIPE/ESTANCIA/ITABAIANA

Relator(a): Dr(a) CLAUDIO DUTRA FONTELLA

Ementa: Notícia de Fato. Manifestação particular narrando a prática de supostos crimes por parte demagistrados, prefeitos, promotores, além de outras autoridades, aparentemente relacionadas aprocessos de interesse do noticiante. Revisão de arquivamento (LC nº 75/93, art. 62, IV). A PolíciaFederal proferiu despacho não favorável à instauração de inquérito policial, sob o fundamento dese tratar de narrativa com conteúdo ininteligível, não havendo qualquer elemento indicativo daprática de crime, uma vez que o interessado somente relata situações abstratas e seminterconexão lógica. Com efeito, da análise da representação, verifica-se trata-se de fatosrelatados de forma vaga, genérica e desconexa, desacompanhados de elementos de informaçãocapazes de possibilitar uma investigação idônea. Narrativa que não trouxe qualquer elementoprobatório quanto às condutas relatadas. Ausência de indícios de materialidade delitiva.Inexistência de elementos mínimos que justifiquem o prosseguimento da persecução penal.Homologação do arquivamento, sem prejuízo do disposto no art. 18 do CPP.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação doarquivamento, nos termos do voto do(a) relator(a).

455. Processo: 1.35.000.001407/2019-00 - Eletrônico Voto: 6647/2019 Origem: PROCURADORIA DAREPÚBLICA -SERGIPE/ESTANCIA/ITABAIANA

Relator(a): Dr(a) CLAUDIO DUTRA FONTELLA

Ementa: Noticia de fato instaurada a partir de notícia-crime apresentada por particular noticiando querecebeu uma cédula de R$ 100,00 falsa de seu empregador, além de receber metade do seu

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ATA DA 758ª SESSÃO DE REVISÃO PGR-00037106/2020

salário, cerca de R$ 1.000,00 por fora da CTPS. Possíveis crimes de moeda falsa (CP, art. 289,§1°) e falsa anotação de CTPS (CP, art. 297, §3º, II). Revisão de arquivamento (LC nº 75/93, art.62, inc. IV). O representante afirmou que ao reclamar com seu empregador, este não teria trocadoa nota pois afirmou que teria sacado o dinheiro no banco e que este não entrega cédulas falsas. Orepresentante não disponibilizou a suposta cédula falsa, havendo apenas seu depoimento, o queprejudica a verificação da materialidade delitiva. Não obstante, tem-se que o caso comportaaplicação analógica do Enunciado nº 60 desta 2º CCR. Quanto as condutas relacionadas aovínculo laboral do representante, esse comunicou que foi ao Ministério do Trabalho fazer a devidadenuncia. Nessa esteira, verifica-se que há a necessidade da atuação dos órgãos de tutela dotrabalhador, bem como a Justiça do Trabalho, para verificar a ocorrência da conduta noticiada e,caso haja de fato algum fato típico, comunicar o ilícito ao MPF para que proceda com asprovidencias cabíveis. Inexistência, por ora, de materialidade delitiva. Homologação doarquivamento.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação doarquivamento, nos termos do voto do(a) relator(a).

456. Processo: 1.36.000.000259/2019-61 - Eletrônico Voto: 6654/2019 Origem: PROCURADORIA DAREPÚBLICA - TOCANTINS

Relator(a): Dr(a) CLAUDIO DUTRA FONTELLA

Ementa: Notícia de fato. Representação sigilosa oferecida perante a Procuradoria do Trabalho de Palmasdando conta do cometimento do crime de apropriação indébita previdenciária (CP, arts. 168-A) porsociedade empresária. Revisão de arquivamento (art. 62, IV, LC 75/93). Noticia desacompanhadade elementos probatórios mínimos que corroborem as alegações. Materialidade delitiva nãoevidenciada. Insuficiência de elementos para aferição dos valores que eventualmente deixaram deser repassados para a autarquia previdenciária. Ausência, por ora, de elementos probatóriosmínimos aptos a viabilizar o prosseguimento da persecução penal (CPP, art. 18). Homologação doarquivamento.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pela homologação doarquivamento, nos termos do voto do(a) relator(a).

Outras deliberações(Arquivamento)

457. Processo: 1.19.004.000251/2019-45 - Eletrônico Voto: 6613/2019 Origem: PROCURADORIA DAREPÚBLICA NO MUNICÍPIO DEBACABAL-MA

Relator(a): Dr(a) CLAUDIO DUTRA FONTELLA

Ementa: Notícia de Fato. Suposto crime contra a organização do trabalho (CP, art. 203). Comunicação deque gestores municipais teriam frustrado direitos de uma servidora, ao não implementaremdeterminadas verbas e/ou direitos trabalhistas. Recebimento da promoção de arquivamento comodeclínio de atribuição (Enunciado nº 32 da 2ª CCR). Suposta fraude de direito trabalhista praticadacontra uma única servidora. O Conselho Institucional do MPF, ao apreciar e acolher recursointerposto em face de decisão desta 2ª CCR, firmou entendimento no sentido de que a lesão a umrestrito número de trabalhadores de uma pequena empresa não tem significação para se ter comolesados interesses que cabe à União proteger e preservar, ainda mais quando a lesão não atingiuo trabalhador em sua dignidade da pessoa humana. Para o CIMPF, na linha de julgados do STF, osimples fato de haver o descumprimento de normas trabalhistas, prevendo direitos dostrabalhadores, não configura o crime a ponto de deslocar a competência para a Justiça Federal(NF nº 1.24.000.000526/2016-78, unânime, 4ª Sessão Ordinária, 10/05/2017). Competência daJustiça Federal para processar e julgar os crimes contra a organização do trabalho quandotenham por objeto a organização geral do trabalho ou direitos dos trabalhadores coletivamenteconsiderados. Inexistência de elementos de informação capazes de legitimar a atribuição doMinistério Público Federal para a persecução penal. Homologação do declínio de atribuições aoMinistério Público Estadual.

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ATA DA 758ª SESSÃO DE REVISÃO PGR-00037106/2020

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pelo recebimento dapromoção de arquivamento como declínio de atribuições ao Ministério Público Estadual.Homologação nos termos do voto do(a) relator(a).

458. Processo: 1.20.004.000091/2018-32 - Eletrônico Voto: 6947/2019 Origem: PROCURADORIA DAREPÚBLICA NO MUNICÍPIO DEBARRA DO GARÇAS-MT

Relator(a): Dr(a) CLAUDIO DUTRA FONTELLA

Ementa: Inquérito Civil. Relato de que indígenas teriam ameaçado equipe de servidores da SecretariaMunicipal de Saúde de São José do Xingu. Segundo consta dos autos, indígenas insatisfeitoscom a atuação do secretário municipal de saúde, teriam comparecido à reunião e ameaçado aspessoas presentes, exigindo a exoneração do citado secretário de saúde. Consta, também, anotícia de irregularidade no repasse do chamado ICMS ecológico. Recebimento da promoção dearquivamento como declínio de atribuição (Enunciado nº 32 da 2ª CCR). 1) Com relação ao crimede ameaça, no caso dos autos, os elementos de informação colhidos até o momento dão conta deque os fatos não guardam relação com disputa de terras. Verificação de que se trata de crimescomuns por motivos alheios à etnia e que não atentam contra os direitos indígenas previstos noart. 231 da CF (organização social, costumes, línguas, crenças, tradições, bem como os direitosoriginários sobre as terras que tradicionalmente ocupam). Hipótese que não se amolda à previsãocontida no art. 109, XI, da CF. 2) Quanto a possível irregularidade na aplicação de Imposto sobreCirculação de Mercadorias e Serviços ICMS, a competência para processar e julgar é da JustiçaEstadual, conforme arts. 155, II, e 156, III, ambos da CF/88. Ausência de elementos de provacapazes de legitimar, até o momento, a atribuição do Ministério Público Federal para persecuçãopenal. Homologação do declínio ao Ministério Público Estadual. No tocante ao relato dosproblemas de saúde enfrentado pelos indígenas, encaminhamento dos autos à 6ª CCR, paraanálise da matéria de sua atribuição.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pelo recebimento dapromoção de arquivamento como declínio de atribuições ao Ministério Público Estadual.Homologação nos termos do voto do(a) relator(a).

459. Processo: 1.33.000.000306/2018-05 - Eletrônico Voto: 6798/2019 Origem: PROCURADORIA DAREPÚBLICA - SANTA CATARINA

Relator(a): Dr(a) CLAUDIO DUTRA FONTELLA

Ementa: Procedimento Investigatório Criminal. Possíveis crimes contra a economia popular (Lei nº1.521/51, art. 2º, IX) e contra as relações de consumo (Lei n° 8.078/90, arts. 67 c/c 76, V).Supostas irregularidades nos serviços prestados por empresa de assistência familiar que estaria,em tese, operando plano de saúde sem autorização da ANS e praticando uma espécie depirâmide financeira. Recebimento da promoção de arquivamento como declínio de atribuição(Enunciado nº 32 da 2ª CCR). Oficiada, a ANS informou que arquivou o processo administrativoinstaurado em desfavor da referida empresa, uma vez que foi verificada a inexistência de infraçãoà legislação de saúde suplementar, tendo em vista que a atividade desenvolvida se refere àatividade de cartão desconto, não se enquadrando como plano de saúde. A ANS afirmou, ainda,que o programa de alavancagem que a empresa de assistência familiar oferece ao consumidor ésimilar ao de pirâmide financeira, constituindo-se em crime contra a economia popular. No mesmosentido, a Polícia Federal, em manifestação preliminar, ressaltou que os fatos apontadosdemonstram possível crime contra a economia popular a serem apurados no âmbito estadual.Fatos que podem configurar, em tese, crime previsto na Lei nº. 1.521/51, cuja competência paraprocessar e julgar é da Justiça Comum Estadual. Inexistência de elementos que ensejem acompetência federal. Incidência do Enunciado nº 498 da Súmula do Supremo Tribunal Federal(Compete a justiça dos estados, em ambas as instâncias, o processo e o julgamento dos crimescontra a economia popular). Carência de elementos concretos de informação capazes dejustificar, até o momento, a atribuição do Ministério Público Federal para a persecução penal.Homologação do declínio ao Ministério Público Estadual.

Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, deliberou pelo recebimento da

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Page 202: ATA DA SEPTINGENTÉSIMA QUINQUAGÉSIMA OITAVA SESSÃO ...€¦ · Deliberação: Em sessão realizada nesta data, o colegiado, à unanimidade, ... punitiva estatal, rejeitou o arquivamento

ATA DA 758ª SESSÃO DE REVISÃO PGR-00037106/2020

promoção de arquivamento como declínio de atribuições ao Ministério Público Estadual.Homologação nos termos do voto do(a) relator(a).

Os processos JF/SP-0006997-02.2016.4.03.6181-INQ, DPF/RO-0020/2018-INQ,1.29.011.000457/2019-30, 1.29.011.000459/2019-29, SR/DPF/PI-01017/2017-IPL,1.00.000.020124/2019-74 e SR/DPF/MG-00408/2015-INQ foram retirados de pauta a pedido dos(as)respectivos(as) relatores(as).

LUIZA CRISTINA FONSECA FRISCHEISENSUBPROCURADORA-GERAL DA REPUBLICA

COORDENADORA

MONICA NICIDA GARCIASUBPROCURADORA-GERAL DA REPUBLICA

TITULAR

JULIANO BAIOCCHI VILLA-VERDE DE CARVALHOSUBPROCURADOR-GERAL DA REPUBLICA

TITULAR

MARCIA NOLL BARBOZAPROCURADORA REGIONAL DA REPUBLICA

SUPLENTE

ROGERIO JOSE BENTO SOARES DO NASCIMENTOPROCURADOR REGIONAL DA REPUBLICA

SUPLENTE

CLAUDIO DUTRA FONTELLAPROCURADOR REGIONAL DA REPUBLICA

SUPLENTE

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