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ATA DA CENTÉSIMA QUINQUAGÉSIMA SEXTA SESSÃO ORDINÁRIA DO 1
CONSELHO UNIVERSITÁRIO DA UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS. 2
Aos cinco dias do mês de junho do ano de dois mil e dezoito, às treze horas, reuniu-se o 3
Conselho Universitário da Universidade Estadual de Campinas, em sua sede, no prédio da 4
Reitoria II, na Cidade Universitária “Zeferino Vaz”, em Barão Geraldo, Campinas, sob a 5
presidência do MAGNÍFICO REITOR, Professor Doutor MARCELO KNOBEL, e com o 6
comparecimento dos seguintes conselheiros: Adilton Dorival Leite, Alexandre Leite Rodrigues 7
de Oliveira, Amanda Oliveira da Silva, André Tosi Furtado, Angel Pontin Garcia, Antonio José 8
de Almeida Meirelles, Barbara Janet Teruel Mederos, Camila de Camargo Modanez, Carlos 9
Henrique Inacio Ramos, Carolina Bonomi de Menezes Guerra, Celso Akira Nishibe, Christiano 10
Lyra Filho, Cibele Granito Santana, Diego Machado de Assis, Dirce Djanira Pacheco e Zan, 11
Edson Tomaz, Eduardo Gurgel do Amaral, Eliana Martorano Amaral, Erich Vinicius de Paula, 12
Everardo Magalhães Carneiro, Fátima Regina Rodrigues Évora, Flávia Teles dos Santos, Flávio 13
Ribeiro de Oliveira, Francisco de Assis Magalhães Gomes Neto, Francisco Hideo Aoki, Gil 14
Guerra Junior, Gláucia Maria Pastore, Grácia Maria Navarro, Guilherme Elias Pessanha 15
Henriques, Iuriatan Felipe Muniz, João Batista de Miranda, João Ernesto de Carvalho, João 16
Luis Saraiva Moraes Abreu, João Marcos Travassos Romano, João Raimundo Mendonça de 17
Souza, Joaquim Antonio Graciano, Lucas Marques de Almeida, Luísa Andréia Gachet Barbosa, 18
Luiz Carlos Kretly, Marcio Alberto Torsoni, Márcio de Carvalho Saraiva, Maria Inês de Freitas 19
Petrucci dos Santos Rosa, Maria Isabel Pedreira de Freitas, Mariana Conceição da Costa, 20
Marina Sangoi de Oliveira Ilha, Marisa Masumi Beppu, Munir Salomão Skaf, Muriel de 21
Oliveira Gavira, Orival Andries Júnior, Osvaldir Pereira Taranto, Pascoal José Giglio Pagliuso, 22
Paulo Cesar Montagner, Paulo Sérgio Fracalanza, Rachel Meneguello, Roberto Luiz do Carmo, 23
Roberto Teixeira Mendes, Rodolfo Jardim de Azevedo, Ronaldo Aloise Pilli, Ronaldo Ferreira 24
dos Santos, Rosmari Aparecida Ribeiro, Samuel Rocha de Oliveira, Sérgio Luiz Monteiro 25
Salles Filho, Silvana Pinheiro Migliaccio, Teresa Dib Zambon Atvars, Vicente Hidalgo 26
Rodrigues Fernandes, Waldyr Luiz Ribeiro Gallo e Walkiria Hanada Viotto. Esteve presente 27
também o membro suplente da representação docente Gustavo Tenório Cunha e o membro 28
suplente da representação discente da pós-graduação Eduardo Hiroshi Tikazawa. Como 29
convidados especiais, compareceram os professores: Joaquim Murray Bustorff Silva, Paulo 30
Sergio Saran, Shirlei Maria Recco-Pimentel e Wagner de Melo Romão; a doutora Ana Carolina 31
de Moura Delfim Maciel; a doutora Fernanda Lavras Costallat Silvado; o doutor Andrei 32
Vinicius Gomes Narcizo; e os senhores Clayton Bianchini Levy, Edmar Yassuo Misuta, 33
Eduardo Hiroshi Tikazawa, Gilmar Dias da Silva, José Luiz Pio Romera, Marcílio Ventura, 34
Newton Pereira Amusquivar, Rodolfo de Nadai e Thiago Baldini da Silva. Justificaram 35
ausência à Sessão os seguintes conselheiros: Fernando Augusto de Almeida Hashimoto; Álvaro 36
de Oliveira D’Antona, sendo substituído pelo conselheiro Márcio Alberto Torsoni; Zigomar 37
Menezes de Souza, sendo substituído pelo conselheiro Angel Pontin Garcia; Alberto Luiz 38
Serpa, sendo substituído pelo conselheiro Waldyr Luiz Ribeiro Gallo; Alvaro Gabriel Bianchi 39
Mendez, sendo substituído pelo conselheiro Roberto Luiz do Carmo; Lauro Tatsuo Kubota, 40
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sendo substituído pelo conselheiro Carlos Henrique Inacio Ramos; Luiz Carlos Zeferino, sendo 1
substituído pelo conselheiro Marcelo Moraes Guzzo; Sávio Machado Cavalcante, sendo 2
substituído pela conselheira Muriel de Oliveira Gavira; João Frederico da Costa Azevedo 3
Meyer, sendo substituído pela conselheira Barbara Janet Teruel Mederos; Renato Huyda de 4
Luna Pedrosa, sendo substituído pela conselheira Maria Inês de Freitas Petrucci dos Santos 5
Rosa; Sofia Bonuccelli Heringer Lisboa, sendo substituída pela conselheira Flávia Teles dos 6
Santos; Cláudio José Servato, sendo substituído pela conselheira Silvana Pinheiro Migliaccio; 7
Claudiney Rodrigues Carrasco; e João Batista de Miranda. Havendo número legal, o 8
MAGNÍFICO REITOR dá início à Centésima Quinquagésima Sexta Sessão Ordinária do 9
Conselho Universitário da Universidade Estadual de Campinas, dando as boas-vindas ao diretor 10
da Faculdade de Educação Física, professor doutor Orival Andries Júnior, e ao diretor 11
associado, professor doutor Odilon José Roble, cujos mandatos são de 18.05.18 a 17.05.22; ao 12
diretor da Faculdade de Engenharia Química, professor doutor Edson Tomaz, e à diretora 13
associada, professora doutora Ângela Maria Moraes, cujos mandatos são de 23.05.18 a 22.05.22 14
e 1º.06.18 a 22.05.22, respectivamente; ao diretor da Faculdade de Engenharia Mecânica, 15
professor doutor Alberto Luiz Serpa, e ao diretor associado, professor doutor Waldyr Luiz 16
Ribeiro Gallo, cujos mandatos são de 27.04.18 a 26.04.22. Deseja excelente gestão a todos. 17
Informa que o processo nº 01-P-7426/1990, retirado de pauta da 155ª Sessão do Consu, que 18
trata da proposta de deliberação Consu que dispõe sobre o Programa de Professor Colaborador 19
e Pesquisador Colaborador, revogando a Deliberação Consu-A-06/06, não retornou por ainda 20
serem necessárias providências. É um assunto mais complexo do que inicialmente parecia e 21
estão estudando a melhor forma de redigir essa minuta. Informa ainda que o item 1 da Ordem 22
do Dia – Proc. nº 01 P-8776/2018 –, que trata das normas eleitorais para eleição da 23
representação dos servidores técnico-administrativos –, está vinculado ao item 2 da Ordem do 24
Dia Suplementar, que exige aprovação por quórum qualificado (2/3) por tratar de alteração 25
estatutária. Os dois itens deverão ser discutidos e votados em conjunto. Em seguida, submete à 26
apreciação a Ata da Centésima Quinquagésima Quinta Sessão Ordinária, realizada em 03.04.18. 27
Consulta se há observações. O Conselheiro ANTONIO JOSÉ DE ALMEIDA MEIRELLES diz 28
que às folhas 86, linhas 22, precisa ficar claro que não foi algo que ele falou, mas que o 29
conselheiro Diego falou sobre o que ocorreu na FEA. No dia não comentou nada, mas discorda 30
dessa fala sobre o processo de unificação de secretarias na FEA. Não foi exatamente isso que 31
aconteceu, nem foi ele quem falou isso. Não havendo outras observações, o MAGNÍFICO 32
REITOR submete à votação a referida Ata, que é aprovada com 05 abstenções. Passa à Ordem 33
do Dia, que contém 15 itens, ao Adendo à Ordem do Dia, com 02 itens, e à Ordem do Dia 34
Suplementar, também com 02 itens, informando que há destaques obrigatórios no item 01 da 35
Ordem do Dia – Proc. nº 01-P-8776/2018 –, proposta de deliberação Consu que dispõe sobre 36
as normas eleitorais que regulamentam as eleições da representação dos servidores técnico-37
administrativos junto ao Conselho Universitário, que é vinculado ao item 02 da Ordem do Dia 38
Suplementar – Proc. nº 01-P-8776/2018 –, proposta de deliberação Consu que altera o § 3º do 39
artigo 46 dos Estatutos e o § 3º do artigo 81 do Regimento Geral da Unicamp; no item 02 da 40
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Ordem do Dia – Procs. nº 33-P-22893/2002 e 01-P-4334/2018 – Extinção do Curso Superior 1
de Tecnologia em Saneamento Ambiental (FT) e redistribuição das 40 vagas na FT; item 05 – 2
Proc. nº 01-P-20911/2017 – Primeira Revisão do Orçamento 2018; no item 06, que trata da 3
homologação do reajuste proposto pelo Cruesp; e no item 01 da Ordem do Dia Suplementar – 4
Procs. nº 37-P-15086/2017 e Proc. nº 37-P-23242/2009, da Faculdade de Tecnologia. Pergunta 5
se há destaques por parte dos conselheiros. Não havendo, coloca em votação todos os itens não 6
destacados da Ordem do Dia e do Adendo à Ordem do Dia, sendo aprovados, por unanimidade, 7
os pareceres que subsidiaram os seguintes processos: C – Descontingenciamento de Vaga - 8
Carreira MS - Deliberação Consu-A-17/2017 - Para Aprovação - 03) do Instituto de 9
Geociências - Solicitação de descontingenciamento dos recursos referente à vaga nº 45 para 10
realização de concurso público para provimento de 01 (um) cargo de Prof. Dr. - nível MS-3.1 - 11
RTP - área de Climatologia - Depto. de Geografia - em substituição a docente que se aposentou 12
- Pareceres CVD-18/2018 e CAD-29/2018. D – Doação de Área à Unicamp - Para Aprovação 13
- 04) Proc. nº 01-P-4879/2006, aceitação de doação de área de 895,85 m² da Cemicamp à 14
Unicamp - Pareceres PG-590/2018, COP-Consu-04/2018 e CAD-40/2018. F – Congregações - 15
Para Aprovação - 07) Proc. nº 02-P-6466/2018, da Faculdade de Ciências Médicas - Eleições 16
da representação docente, servidores técnico-administrativos, residentes (médicos e não 17
médicos), discentes da graduação (Medicina e Fonoaudiologia) e pós-graduação, realizadas em 18
02 e 03.05.18 - Ad referendum da Congregação em 09.05.18. 08) Proc. nº 01-P-8963/1986, da 19
Faculdade de Engenharia Elétrica e de Computação - Eleições da representação discente da 20
graduação (Engenharia Elétrica e Engenharia da Computação) e da pós-graduação, realizadas 21
em 14 e 15.03.18 - Homologadas pela Congregação em 26.03.18. 09) Proc. nº 06-P-22
23990/2014, da Faculdade de Odontologia de Piracicaba - Eleições da representação discente 23
da graduação, realizadas em 13.03.18 - Homologadas pela Congregação em 25.04.18. 10) Proc. 24
nº 17-P-4494/2013, do Instituto de Artes - Eleições da representação discente, servidores 25
técnico-administrativos e docentes da carreira MA, realizadas em 02 e 03.05.18 - Ad 26
referendum da Congregação em 08.05.18. 11) Proc. nº 34-P-13555/1996, do Instituto de 27
Computação - Eleições da representação docente suplente (níveis MS-3 e MS-6) e 28
representação discente graduação e pós-graduação, realizadas de 24 a 26.04.18 - Aprovadas 29
pela Congregação em 02.05.18. 12) Proc. nº 10-P-18792/2001, do Instituto de Matemática, 30
Estatística e Computação Científica - Eleições complementares da representação suplente 31
docente, servidores técnico-administrativos, discente da graduação e da pós-graduação, 32
realizadas em 02 a 04.05.18 - Aprovadas pela Congregação em 10.05.18. G – Áreas de 33
Prestação de Serviços - Encerramento - Para Aprovação - 13) Proc. nº 02-P-22066/2014, da 34
Faculdade de Ciências Médicas - Área de prestação de serviços “Laboratório de Genética 35
Molecular” - Aprovado pela Congregação do FCM em 23.02.18 - Parecer CAD-41/2018. 14) 36
Proc. nº 07-P-31008/2012, do Instituto de Biologia - Área de prestação de serviços 37
“Biotecnologia Farmacêutica” - Aprovado pela Congregação do IB em 20.02.18 - Parecer 38
CAD-30/2018. H – Convênios, Contratos e Termos Aditivos - A Ser Celebrado - Para 39
Aprovação - 15) Proc. nº 29-P-2764/2018, da Faculdade de Engenharia Elétrica e de 40
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Computação - Termo Aditivo nº 07/2017 ao Convênio - Partes: Unicamp/Funcamp e Ericsson 1
Telecomunicações S.A. - Executores: Ricardo Ribeiro Gudwin e Christian Rodolfo Esteve 2
Rothenberg - Data de Assinatura: a ser celebrado - Vigência: 20 meses - Recursos: 3
R$496.664,00 - Resumo do Objeto: Execução de um projeto de cooperação técnico-científica, 4
envolvendo atividades de pesquisa e desenvolvimento de um sistema de controle autônomo de 5
robôs transportadores utilizando a arquitetura cognitiva MECA - Pareceres: PG e Caacc. 6
ADENDO À ORDEM DO DIA – A – Comissão de Atividades Interdisciplinares - CAI/Consu 7
- Alteração da Deliberação Consu-A-15/1989 - Para Aprovação - 01) Proc. nº 01-P-9046/1987, 8
proposta de Deliberação Consu que altera a Deliberação Consu-A-15/1989 - Deliberação 9
CAI/Consu-2/2018 e Pareceres PG-1203/2018 e CLN-11/2018. B - Convênios, Contratos e 10
Termos Aditivos - A Ser Celebrado - Para Aprovação - 02) Proc. nº 29-P-6285/2018, da 11
Faculdade de Engenharia Elétrica e de Computação - Convênio - Partes: Unicamp/Funcamp e 12
Instituto de Pesquisas Eldorado - Executores: Luis Geraldo Pedroso Meloni e Renato da Rocha 13
Lopes - Data de Assinatura: a ser celebrado - Vigência: 30 meses - Recursos: R$373.608,00 - 14
Resumo do Objeto: Execução do projeto de pesquisa: “Algoritmos e Protocolos de 15
Comunicação para Internet das Coisas, Redes Elétricas Inteligentes e Cidades Inteligentes” - 16
Pareceres: PG e Caacc. O MAGNÍFICO REITOR passa à discussão do item 1 da Ordem do 17
Dia – Proc. nº 01-P-8776/2018 –, que trata da proposta de deliberação Consu que dispõe sobre 18
as normas eleitorais que regulamentam as eleições da representação dos servidores técnico-19
administrativos junto ao Conselho Universitário e do item 02 da Ordem do Dia Suplementar – 20
Proc. nº 01-P-8776/2018 –, que trata da proposta de deliberação Consu que altera o § 3º do 21
artigo 46 dos Estatutos e o § 3º do artigo 81 do Regimento Geral da Unicamp. Solicita que a 22
Procuradoria Geral comece fazendo os esclarecimentos. A doutora FERNANDA LAVRAS 23
COSTALLAT SILVADO diz que a proposta passa a prever que os representantes de servidores 24
não docentes possam votar em até cinco candidatos nas eleições e não mais apenas em três. A 25
doutora ÂNGELA DE NORONHA BIGNAMI diz que além da adoção do processo eletrônico 26
de votação, antes os candidatos a representantes dos servidores se inscreviam ou para titular ou 27
para suplente, e as pessoas podiam votar em até três candidatos a suplente e três candidatos a 28
titular. A proposta é fazer como acontece nas outras categorias, isto é, as pessoas se inscrevem 29
e os mais votados são titulares e na sequência suplentes. Para isso, a proposta possibilita que 30
votem em até cinco e não só em três. Outra alteração é que o prazo para cancelamento da 31
candidatura, que antes era de sete dias, passou para três dias. O Conselheiro DIEGO 32
MACHADO DE ASSIS diz que a doutora Ângela os chamou para uma reunião onde a proposta 33
foi apresentada, e na ocasião colocaram algumas críticas, as quais considera importante citar 34
aqui no Consu também. A questão de não haver mais eleição separada para titular e suplente é 35
uma boa mudança, até porque não fazia nenhum sentido a pessoa pleitear um cargo de suplente 36
no Conselho Universitário, portanto essa é uma alteração até mais ou menos lógica. Entretanto, 37
essa decorrência de votar em cinco candidatos demanda ainda de um pouco de explicação do 38
porquê desse número. Parece um número mais ou menos aleatório, que não é resultado de uma 39
discussão sobre o modelo ideal de eleição. Mas a principal crítica é sobre a mudança para o 40
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sistema eletrônico de votação. Não é a primeira vez que critica, neste Consu, o modelo da 1
eleição que está sendo implementado, e acha que agora é mais grave porque essa não é uma 2
demanda apresentada pelos servidores. Trata-se da eleição através da qual os servidores vão 3
escolher seus representantes, mas toda a sua organização, ainda mais ela sendo agora proposta 4
de forma eletrônica, passa à revelia das demandas dos servidores. Estranham o porquê de 5
aparecer essa questão da eleição eletrônica, primeiro para a eleição dos estudantes e agora para 6
os servidores, sem isso ter sido uma demanda da comunidade, uma reivindicação, ainda mais 7
no momento em que várias eleições ainda estão sendo realizadas em papel. Acabou de ser 8
realizada eleição para diretor do IQ e ela foi feita em papel, mesmo sendo candidato único. 9
Acha que o sistema eletrônico de alguma forma desorganiza mais o processo, inclusive no que 10
diz respeito à campanha que os servidores organizam para apresentar uma plataforma, para 11
apresentar o que significa a representação no Consu, e individualiza o voto. No sistema 12
eletrônico, às vezes o candidato que é mais conhecido, que trabalha em um local onde tem 13
bastante contato com outros servidores, por ser um sistema muito mais fugaz para quem está 14
votando, é mais fácil contrabalançar o peso da votação de uma forma mais despolitizada. Então, 15
acha que essa é uma perda que sofrem também com a implementação desse sistema. Outra 16
questão é em relação à segurança, ao sigilo do voto, uma vez que da forma como está sendo 17
proposto, cada um pode votar na sua estação de trabalho, pode até votar de casa. Em uma eleição 18
dos servidores, que tem um histórico de ter uma certa disputa, de apresentação de projetos 19
diferentes, existe um processo de pressão que pode acontecer no momento de votação porque 20
não está garantido o sigilo da cabine. Então, esse voto pode ser influenciado por outras pessoas, 21
o que é um processo de pressão a mais para o servidor. Outro problema que identificam é em 22
relação à participação de parte da categoria que tem menos acesso às tecnologias de informação 23
e comunicação, tem menos condição de entender o mecanismo do voto digital, e que pode ficar 24
impedida, de alguma forma, de participar do processo. Outro problema que observam está 25
ligado ao controle e auditoria do software. Uma recente publicação do professor Diego Aranha, 26
do IC, juntamente com outros pesquisadores, relatou a participação no processo de auditoria do 27
sistema de votação brasileiro, que já está há vários anos sendo utilizado, e apontou várias falhas. 28
Imaginam então um software com um controle, uma auditoria muito menor, a cujo código fonte 29
e processo de instalação nem sabem se possuem acesso. Então, essa auditoria fica prejudicada, 30
comprometendo a legitimidade dos resultados. Na Sessão que homologou a eleição dos 31
estudantes, que já aconteceu de forma eletrônica, criticou e volta a criticar a questão da 32
flexibilidade de extensão dos prazos da eleição por parte da comissão eleitoral. Considera isso 33
descabido, pois a comissão não pode ter prerrogativa, não pode mudar a regra com a eleição 34
em curso. O conselheiro Iuriatan e ele protocolaram um documento para que fosse apresentado 35
junto a esta pauta sobre a composição do Conselho Universitário, uma demanda que já 36
apresentaram na ocasião da discussão sobre o ingresso dos diretores do Cotil e do Cotuca ao 37
Conselho Universitário. Acham que ele deveria ser discutido conjuntamente a essa deliberação, 38
porque ela alteraria o número de representantes de servidores na representação do Consu. 39
Desejam entender por que esse documento não veio para a Sessão, já que ele inclusive foi 40
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apresentado no prazo de inclusão de pauta. O Conselheiro JOÃO RAIMUNDO MENDONÇA 1
DE SOUZA diz que o conselheiro Diego fez uma série de considerações sobre essa proposta 2
de mudança para o voto eletrônico, e acha que introduzir uma tecnologia que facilite o processo 3
de votação e o processo de apuração não é o problema. A questão é um conceito de eleição em 4
que a discussão do que significa a representação, o que ela defende e quais as suas propostas 5
fica secundarizada em um ambiente extremamente individualizado no momento da votação, já 6
que a pessoa vota no seu computador, onde estiver. É importante, em todos os processos mais 7
gerais da Universidade, que exista uma zona eleitoral, um local até onde as pessoas se dirigem 8
para votar. Acha que um processo eleitoral que se propõe a ser eletrônico já tem de dar um 9
resultado na zona eleitoral, essa é a experiência que possuem das eleições gerais no país. Alguns 10
dias atrás foi realizada eleição para superintendente do Hospital de Clínicas, com candidato 11
único, mas não foi utilizado nenhum processo eletrônico. A experiência foi feita na eleição dos 12
estudantes, que tem uma outra particularidade, e agora a proposta é fazer na dos funcionários, 13
que é muito mais complexa. Na eleição da Cipa, votou duas vezes; manifestou isso aqui e depois 14
lhe disseram que havia um procedimento de confirmação do voto, mas seu voto foi dado duas 15
vezes, porque errou o primeiro e depois votou novamente. Depois lhe explicaram que é enviado 16
um e-mail que confirma o voto, mas se o sistema não consegue sequer que a pessoa identifique 17
a finalização do seu voto corretamente, existe algum problema nele. Não é contrário à ideia de 18
que utilizem a tecnologia no processo de votação, mas ao princípio que está sendo estabelecido. 19
Concorda com a ideia de montar uma chapa só com candidatos a titulares, pois como o 20
conselheiro Diego já comentou, não tem sentido alguém se candidatar para ser suplente, e às 21
vezes o suplente tem até mais votos que o titular. O novo procedimento padroniza a eleição dos 22
funcionários com a dos estudantes e a dos professores. No que tange a votar em cinco, tem a 23
mesma dúvida, porque a eleição elege sete representantes, e é preciso ter pelo menos um 24
representante de cada área, mas o processo eleitoral tem de respeitar uma certa ponderação. Se 25
há uma área com uma alta concentração de funcionários, onde a votação tende a ser mais 26
concentrada, quando se estabelece a possibilidade de votar em cinco, pode estar sendo indicada 27
uma tendência de maioria de uma determinada área. Então, seria importante refletir sobre isso, 28
porque a eleição tem de garantir que tanto na área de Ensino, como na Administração e Saúde, 29
haja equidade na disputa. O Conselheiro IURIATAN FELIPE MUNIZ reforça o que o 30
conselheiro Diego colocou sobre a proposta que fizeram, que chegou a ser aventada, e que foi 31
oriunda de uma retirada de pauta na ocasião em que os diretores do Cotil e Cotuca 32
reivindicavam assento no Conselho. Já houve outros aumentos anteriores, principalmente 33
decorridos da criação de outras unidades, portanto existe a possibilidade de compor a bancada 34
dos servidores com nove representantes. Já conversaram com outros representantes, e não 35
tinham muito tempo para fazer essa instrução da pauta, mas a ideia era que tivessem nove 36
representantes de funcionários e passassem para 10 representantes discentes. Poderia haver 37
mais um discente e mais dois funcionários, além dos diretores do Cotil e do Cotuca, e isso sem 38
desrespeitar o percentual previsto na LDB. A ideia era que isso já entrasse em vigor. O Conselho 39
aprovar um conjunto de normas vindo da Reitoria para estabelecer como os funcionários vão 40
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eleger os seus representantes é o conceito de ingerência, porque logicamente quem tem de 1
definir como deve ser a representação dos técnico-administrativos são os próprios técnico-2
administrativos. O Consu pode acompanhar, pode exigir algumas coisas do edital, mas não pode 3
ser tirado do conjunto da organização do segmento a sua maneira de definir como ele é 4
representado aqui. Acha que o melhor processo para se fazer uma proposta dessa seria 5
estabelecer um fórum que reúne esses representantes, que coloca a categoria para discutir, e que 6
trabalhe com as mudanças a partir das demandas desse setor, porque tiveram diversos 7
problemas na eleição dos servidores, mas não é o fato de ser em papel que incomoda. Então, 8
estão atendendo demandas que para eles são estranhas. A Reitoria muitas vezes se propôs a 9
abrir mão do poder da caneta, mas pergunta se refazer a forma de definição da representação 10
dos servidores é ou não é usar o poder da caneta. Não seria tão difícil estabelecer um processo 11
de discussão da categoria, ou mesmo os representantes oferecerem um regimento para 12
apreciação do Conselho. Então, votará contra a proposta. O MAGNÍFICO REITOR diz que é 13
importante destacar alguns pontos. Esse assunto surgiu na própria Secretaria Geral, no sentido 14
de uniformizar as eleições de representantes de todas as categorias – discentes, docentes e de 15
funcionários técnico-administrativos. São todos representantes do Consu, não há nenhuma 16
ingerência. As eleições são organizadas pela Secretaria Geral, portanto partiu dela a ideia, e 17
desejam chegar até o fim desta Gestão com a possibilidade de haver eleição eletrônica para 18
reitor. Isso é uma demanda da comunidade, e estão organizando pouco a pouco eleições para 19
que isso aconteça. Já foi com a eleição discente, em várias unidades já aconteceu eleição de 20
diretor por meio eletrônico, e isso depende da unidade, já que não é a Secretaria Geral quem 21
realiza o processo. Algumas já optaram por fazer eletronicamente, outras ainda não. No caso 22
da eleição para a superintendência do HC, se tivesse sido solicitado apoio para fazer 23
eletronicamente, teria sido feito. Sobre o número cinco, esclarece que simplesmente 24
observaram que esse é um número que em geral é colocado nas demais eleições. Mas não há 25
problema nenhum continuar três, ser cinco, ser sete. Se for reprovada a alteração, continuará 26
sendo três. Sobre a questão do método, foram convidados para esta Sessão representantes do 27
CCUEC, que poderão explicar a questão do voto, do sigilo e tudo o mais. Foi criticada aqui a 28
questão de que cada um poderá votar na sua estação de trabalho, no seu computador etc., mas 29
observa que a discussão, as propostas, as ideias, não devem ocorrer no momento da votação, 30
pois isso configura boca de urna, algo proibido em qualquer eleição do país. Com a nova 31
metodologia, naturalmente se impede o controle dos locais, de contagem de quantos votaram 32
etc., o que na sua opinião e na de muitas pessoas pode fazer com que elas votem com mais 33
tranquilidade e mais liberdade. Com relação ao conhecimento sobre o voto eletrônico, critiquem 34
ou não, ele já existe no país há muitos anos, todas as pessoas sabem como funciona e 35
naturalmente está previsto ter a possibilidade de votar em alguns locais que são centralizados 36
para quem não tem acesso a computador. Simplesmente se organizam dois, três, quatro, cinco 37
locais onde as pessoas podem ir votar. Passa a palavra ao representante do CCUEC para que 38
explique sobre o software, a questão do sigilo etc. O senhor EDMAR YASSUO MISUTA diz 39
que na gestão anterior, quando isso tudo começou, foi montado um grupo de trabalho para a 40
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escolha do software, tendo sido escolhido o Helios Voting. O grupo de trabalho foi constituído 1
por docentes da área de Computação, entre eles o professor José Raimundo de Oliveira, da 2
Feec, o professor Paulo Lício, do IC, o professor Diego Aranha, do IC, e o professor Ricardo 3
Dahab, do IC. Eles analisaram o Helios Voting, do qual o sistema eletrônico de votação da 4
Unicamp deriva. Toda a parte de segurança foi verificada e chegaram à conclusão de que o 5
sistema é seguro. Com relação à pergunta sobre auditoria de códigos, o código é aberto e está 6
disponível publicamente para a Unicamp. Qualquer dúvida, solicita que entrem em contato com 7
o Centro de Computação e poderão disponibilizar o código fonte sem problema algum. Outra 8
questão levantada é que a pessoa votou mais de uma vez na eleição, mas observa que o sistema 9
eletrônico envia um protocolo de votação, não se trata da confirmação. Ou seja, quando alguém 10
vota, o sistema demonstra que a pessoa votou, e manda um protocolo. Essa pessoa pode votar 11
mais de uma vez, porque esse é um mecanismo anticoação que o Helios Voting realiza. Se em 12
algum momento alguém for coagido a votar em determinado candidato, ele pode até fazer, mas 13
depois pode entrar no sistema de novo e votar no candidato de sua preferência, sendo que o que 14
vale é sempre o último voto. A Conselheira CAROLINA BONOMI DE MENEZES GUERRA 15
diz que no ano passado discutiram sobre processo da mudança das eleições para representantes 16
discentes e não foi um debate tranquilo, foi à revelia que um estudante colocou isso como pauta 17
e na assembleia foi definido não dar apoio às eleições on-line, diversos estudantes tiveram 18
problema para votar, inclusive, na época, foi preciso estender o prazo de votação porque não 19
havia sido atingido o quórum. Quando as eleições eram organizadas pela categoria, através das 20
eleições do DCE, conseguiam quórum na metade do primeiro dia. Então, há alguns limites 21
nessas votações on-line. Deixa registrado que não foi uma questão tranquila para a 22
representação discente, inclusive as pessoas ainda procuram os representantes discentes do 23
Consu, para colocar em pauta para que volte ao antigo sistema de votação. O MAGNÍFICO 24
REITOR diz que todas as alterações exigem mudança na cultura, na maneira de ver e de pensar. 25
O sistema é utilizado em milhares de lugares no mundo e funciona bem, é um sistema 26
conhecido, bem colocado, ou seja, é simplesmente uma questão de mudança cultural. A 27
Conselheira AMANDA OLIVEIRA DA SILVA diz que, além dos pontos colocados pela 28
acadêmica Carolina e também pelos funcionários, no que diz respeito à eleição discente 29
recentemente realizada no formato eletrônico, a questão da autonomia acaba sendo retirada dos 30
estudantes. Já foi colocado pelos funcionários que se enquadram nesse mesmo aspecto. Há a 31
questão das falhas, muitos estudantes foram privados do direito de voto porque o link não 32
chegou a alguns deles. A questão da adesão não foi tão grande quanto se afirmava, foi menor, 33
sendo que tiveram de prorrogar o processo eleitoral em dois dias. E foram privados também da 34
questão do debate político, porque os estudantes não estavam mobilizados. Não conseguiram 35
desenvolver um espaço para que os representantes discutissem. Pode haver situações em que 36
esse método seja efetivo, mas não nesse contexto, e acredita que para os funcionários também 37
não seja. É preciso analisar as questões também com base nas particularidades. O Conselheiro 38
IURIATAN FELIPE MUNIZ diz que seria interessante que pudessem deixar mais claro como 39
as pessoas podem ter acesso às chaves de cifragem, ao ambiente de execução do software, ao 40
126
código fonte. A eleição em papel é fácil porque todos conseguem imaginar o protocolo que 1
ocorre no transporte e na contabilização de votos dentro de uma caixa. Esse é um procedimento 2
em que a maior parte das pessoas, pela experiência de vida que tem, consegue sentir segurança. 3
Entretanto, será preciso trabalhar um protocolo cifrado, entre computadores, para que as 4
pessoas consigam reconhecer a legitimidade. E chama a atenção porque estão tentando 5
convencer as pessoas que votem dessa maneira porque é seguro o padrão de votação. Nem todos 6
os países do mundo admiram o sistema brasileiro de votação eletrônica. No caso da votação 7
dos funcionários, acha que não estão diante de um simples problema de cultura, estão 8
apresentando problemas concretos. A explicação que foi dada aqui para o caso em que no setor 9
de trabalho o chefe, de alguma forma, faz pressão para que votem em determinado candidato, 10
é que vai depender de o funcionário mudar seu voto depois. E não há como saber quem está 11
votando no computador. Todas essas questões são muito mais fáceis de ser resolvidas com uma 12
votação presencial, e demandam que seja assim, pois parece um processo mais legítimo. 13
Também acredita que faltam números para dizer que essa é apenas uma questão cultural. Na 14
maior parte dos países é permitido o trabalho de boca de urna, a discussão política no momento 15
do voto é permitida, existe um isolamento das seções eleitorais para evitar o constrangimento, 16
para garantir o sigilo do voto, mas ninguém impede que se converse sobre programa no dia da 17
votação. Na eleição como é feita hoje, o dia de votação é um dia em que quem vive a 18
Universidade sabe que os corredores lotam, fica cheia de papéis, há aproximação das pessoas 19
em seu local de trabalho para poder apresentar e discutir o que representa a candidatura. Tudo 20
isso desaparece quando a pessoa vota de sua casa ou do setor de trabalho, do lado do chefe. O 21
trabalho de boca de urna é importante na politização do processo. Não se trata de apego cultural, 22
é por experiência prática que sabem que na eleição a boca de urna não compromete a 23
tranquilidade do processo, ela é essencial. Não devem achar que boca de urna é crime, inclusive 24
porque muita gente boa faz boca de urna no dia da eleição, e conversa com seus eleitores e não 25
tem nada de errado nisso. Então, reivindica que se o processo eletrônico for homologado, que 26
incluam a liberação dos funcionários candidatos para que possam buscar os outros trabalhadores 27
fora do dia do voto, como foi colocado, para que possam fazer campanha, conversar sobre o 28
que significa a representação no Consu. Algumas unidades se preparam para liberar os 29
trabalhadores que são candidatos para fazerem essas discussões no dia da eleição, é um 30
momento importante, mas com o sistema eleitoral eletrônico não estão entendendo quando isso 31
acontecerá. Não sabe qual vai ser o momento de fazer essa discussão, caso não seja no dia da 32
votação. Não é favorável ao processo eletrônico, votará contrariamente, mas em se passando, 33
que votem a inclusão de um artigo que permita que haja um período previsto de campanha, uma 34
semana ou duas. Uma semana se gasta para passar no HC. Se tivessem a liberdade para discutir 35
um regimento eleitoral entre os funcionários e apresentar ao Consu, até para facilitar e unificar 36
os demais segmentos, os estudantes reivindicaram antes dele, os docentes têm isso mais 37
naturalmente porque no Conselho Universitário há uma predominância da sensibilidade 38
docente, então, para homogeneizar e parar com a discussão, todo segmento poderia apresentar 39
seu regimento, seu processo de votação; o Consu discute, homologa e organiza a eleição. 40
127
Porque uma coisa é organizar e eleição, outra é definir como deve ser organizada. Quem define 1
como a eleição dos funcionários deve ser organizada são os funcionários. Se tiverem os fóruns 2
e o processo para fazer isso, saem com uma proposta muito melhor do que essa que, a seu ver, 3
está sendo formada para atender aos anseios de unificação de conformidade com a Reitoria, não 4
com os funcionários. O Conselheiro LUCAS MARQUES DE ALMEIDA manifesta uma 5
preocupação que diz respeito à forma como esse tipo de decisão vem sendo tomada nos últimos 6
tempos. Inclusive, acredita que vários dos problemas que aconteceram nas eleições da 7
representação discente do ano passado têm ligação com o fato de o Consu tomar uma decisão 8
que deveria dizer respeito às categorias que elegem seus representantes. Não parece coerente 9
que um conselho que tem 70% de representação docente e apenas 15% de representação 10
discente ou de funcionários, tome decisões que dizem respeito à forma como vai ser eleita a 11
representação dessas categorias. Considera a forma como acontece algo bastante autoritário, o 12
que gera um problema, em sua opinião, de legitimidade das eleições, além de todos os 13
problemas referentes a afastamento dos estudantes do processo eleitoral, da mobilização de sua 14
representação. Com relação à questão da boca de urna, concorda com o que o conselheiro 15
Iuriatan colocou e pontua que o preocupa que não haja uma mobilização maior com a 16
possibilidade de assédio em local de trabalho e ao mesmo tempo tem uma preocupação com a 17
boca de urna, que é parte fundamental da forma como acontece a eleição de representação 18
sindical historicamente, porque, de maneira geral, não possuem formas de chegar até a grande 19
quantidade de estudantes e trabalhadores para a votação, não têm tempo de campanha em TV, 20
não há nenhum mecanismo que faça com que isso seja mais fácil de acontecer. Tendo o devido 21
isolamento da área de votação, a falta da boca de urna gerou no ano passado vários problemas 22
que tiveram para atingir o quórum mínimo da votação dos estudantes. O MAGNÍFICO 23
REITOR diz que é bom que haja divergências na maneira de pensar. A questão que foi colocada 24
do voto eletrônico, na questão da representação das diferentes categorias, tanto para o Conselho 25
Universitário como para as câmaras, como CCPG, CCG, estão caminhando, naturalmente, com 26
a aprovação do Conselho Universitário, no sentido de que haja um processo de levar para a 27
votação de reitor, que ocorre daqui a três anos, de maneira eletrônica. E isso é um processo que 28
está sendo continuamente aprimorado e a ideia é justamente que as diferentes categorias 29
utilizem o processo, que realmente se acostumem com essa maneira de votar, com as novidades 30
e dificuldades. Discorda completamente da opinião de que a maneira de votar mude o processo. 31
Ou seja, votar no papel implica que não é preciso se afastar duas semanas do trabalho para fazer 32
campanha, e votar eletronicamente é. Tratam-se de eventos completamente não 33
correlacionados. Mas, de qualquer maneira, respeita todas as opiniões. Sobre a legitimidade, 34
lembra que também foi decidido pelo Conselho Universitário, que é o órgão deliberativo 35
máximo da Universidade, que os votos recebidos tanto são legítimos que a categoria discente 36
está aqui representando os estudantes. O Conselheiro MARCIO DE CARVALHO SARAIVA 37
diz que é representante discente da pós-graduação. Aproveita o momento para falar um pouco 38
da experiência que tiveram nessas últimas eleições, que foi muito positiva. Não encontrou, 39
dentre aqueles com quem andou conversando na pós-graduação, dificuldades para utilizar o 40
128
sistema. Não chama de boca de urna, mas falaram sobre as propostas com semanas de 1
antecedência, fizeram vídeos, que enviaram através de diversos meios, fizeram panfletagem 2
para que pudessem hoje estar aqui como representantes da categoria, e não acha que por causa 3
da votação eletrônica foram prejudicados. Passando pelos laboratórios de pós-graduação, 4
conversando com os estudantes, não houve dificuldade. Essa maneira de votação que se está 5
sendo proposta não proíbe, por exemplo, deixar um computador nas unidades e uma pessoa 6
auxiliar caso o eleitor tenha dificuldade. É possível explicar como utilizar o sistema. No IC, por 7
exemplo, onde faz doutorado, há um computador que fica disponível para todos os funcionários 8
e estudantes e a pessoa pode acessar o sistema e fazer seu voto em sigilo. Caso alguém esteja 9
do lado e peça para a pessoa votar em determinado candidato, pode voltar lá e votar no 10
candidato que realmente gostaria e no momento que ela quiser. Ou seja, é possível o acesso 11
através de computadores disponíveis no dia da eleição, ou em alguns momentos, em alguns 12
horários. Os representantes podem ajudar até o momento da eleição, e os candidatos podem 13
estar lá por perto, até para panfletar, falar um pouco de suas propostas. A Conselheira CAMILA 14
DE CAMARGO MODANEZ diz que é representante discente pela graduação e falará a respeito 15
da experiência que tiveram com as eleições on-line. Havia uma crítica muito grande dos alunos 16
quanto à legitimidade das eleições da representação discente com o DCE por causa de listagens 17
de urnas que tinham 300 assinaturas e 330 votos, por exemplo, e, nesse caso, sentiram bastante 18
segurança no sistema. Houve uma grande adesão de alunos que nunca haviam votado antes nas 19
eleições, inclusive é um exemplo disso, nunca havia participado e hoje é coordenadora do DCE 20
e representante discente no Consu porque não acreditava no modo como as eleições eram feitas 21
aqui. Sabiam que havia um problema muito grande de democracia no processo eleitoral e é uma 22
crítica bastante grande que os estudantes fazem como um todo. Sabem da assembleia que se 23
posiciona contrariamente à mudança da forma de votar, mas acha que precisam dar um voto de 24
confiança para essa mudança porque é um processo mais democrático, mais legítimo, o código 25
é aberto, as pessoas podem ver como ele é feito, então não tem como questionar votar duas 26
vezes ou não. Entenderam muito bem como ele é feito, de votar duas vezes com um protocolo. 27
E as pessoas que não votaram foram as que não procuraram o e-mail que foi para o spam, 28
pessoas que não abriram o e-mail da DAC, que tinham problema de caixa lotada e não se 29
prepararam anteriormente. Então, acreditam que esclarecendo um pouco melhor como é o 30
processo como um todo, com uma certa antecedência, esse ano possa haver eleições de 31
representação discente com uma adesão bastante grande. Quanto ao quórum também, foi 32
expandido em dois dias o período de votação, mas nas eleições do DCE do ano passado mesmo 33
quase não conseguiram quórum. No terceiro dia eram cinco horas da tarde e estavam correndo 34
para conseguir e tornar a eleição legítima. Então, sabem que a falta de participação política dos 35
estudantes não foi apenas porque o método foi on-line, mas sim por um ano todo de baixa 36
participação política dos estudantes. Então, como representante discente, como coordenadora 37
do DCE, deixa seu voto de confiança às eleições da forma proposta e a todo o posicionamento 38
de seu grupo e de estudantes que estão representando no dia de hoje, de que foi um bom 39
processo, participação nova dos estudantes, com tendência a ser cada vez mais democrático. O 40
129
Conselheiro DIEGO MACHADO DE ASSIS diz ter ficado indignado com a fala do 1
representante da pós-graduação, quando disse que é natural as pessoas não saberem votar, 2
porque pode haver uma pessoa com boa vontade para ficar auxiliando seus amigos nesse 3
sentido. Parece que haverá muitos bons samaritanos que estarão andando com um laptop 4
ajudando seus colegas a votar “sem nenhuma pretensão”. Na verdade, isso reforça o argumento 5
de que essa eleição não garante o sigilo do voto, e acha que pode ser perigosíssimo, ainda mais 6
em um ambiente que vai eleger representantes para um órgão de decisão da Universidade, e que 7
há muitos interesses políticos que norteiam o processo eleitoral. Esse é o primeiro ponto. O 8
segundo é que o professor Marcelo sempre diz que estão implementando esse tipo de eleição 9
em um processo natural para chegar na eleição para reitor. Entretanto, não quer ser laboratório 10
para a eleição de reitor. Isso não pode ser uma experimentação para lá na frente consolidar um 11
sistema, consolidar uma cultura imposta, o que seria minimizar a importância da representação. 12
É dizer que todas as falhas, todos os problemas vão sendo corrigidos à medida em que se 13
experimenta. Todos que estão aqui são conselheiros universitários, inclusive, o poder de voto é 14
igual e não dá para dizer que a representação dos técnico-administrativos é menos importante, 15
que se estiver sujeita a falhas, que ocorram agora e não depois. O MAGNÍFICO REITOR diz 16
que não falou nada disso. Antes de fazer a crítica é importante prestar atenção no que disse, ou 17
seja, que é uma mudança gradativa na cultura da Universidade. O Conselheiro DIEGO 18
MACHADO DE ASSIS diz que deveriam começar a mudar na eleição de reitor. O 19
MAGNÍFICO REITOR diz que estão discutindo aqui justamente para isso. O Conselheiro 20
DIEGO MACHADO DE ASSIS diz que estão discutindo outras eleições. Outra questão é que 21
o código fonte é aberto, conhece o sistema de software, mas pergunta se conseguem 22
acompanhar todo o processo de instalação nos servidores, de compilação do código fonte, se 23
conseguem acompanhar todo o processo de comunicação de servidores. Porque não é porque 24
se tem um código aberto que vai garantir que é a mesma instalação que está na máquina. Acha 25
que se não for aberto um processo de auditoria é muito arriscado insistir nesse modelo. Existe 26
relação entre o sistema de eleição e o tempo de campanha, que é toda aquela discussão que 27
estavam fazendo sobre a boca de urna, o que ela significa, sem todos os estigmas que muitas 28
vezes vêm à cabeça quando se fala nisso, mas o que ela representa para hoje, como é feito o 29
processo de campanha e de propagação da campanha entre os funcionários. Mudar isso, colocar 30
um sistema espalhado de votação demanda uma campanha diferente. Outra questão é que 31
apresentaram uma proposta de composição do Conselho Universitário e ela não entrou na pauta. 32
Solicita uma explicação. O MAGNÍFICO REITOR, sobre essa questão, diz que esqueceu de 33
comentar, mas não tem só esse processo. Na verdade, está colocado inclusive no programa de 34
discussão de gestão o apoio para a representação, tanto dos diretores do Cotuca e do Cotil, só 35
que há também um processo que é a questão de como será feita a mudança. Ocorrerá uma 36
eleição da coordenadoria da Cocen que também acredita que possa haver uma representação, e 37
essa discussão, como um todo, dos representantes e da mudança de configuração do Conselho 38
Universitário entrará em conjunto em uma única discussão. Não cabe, neste momento de 39
discussão de mudança nas regras da eleição de representação dos servidores técnico-40
130
administrativos, mas será considerado e realizado. O Conselheiro IURIATAN FELIPE MUNIZ 1
diz que fez uma proposta de retirada de pauta e também sobre a possibilidade de submeter um 2
regimento a ser discutido entre os funcionários. O MAGNÍFICO REITOR diz que agora o 3
senhor Iuriatan está falando em retirada de pauta, não tinha colocado antes. O Conselheiro 4
IURIATAN FELIPE MUNIZ diz que queria abrir o fórum para tratar do regimento, o que 5
implica em retirar de pauta. O MAGNÍFICO REITOR diz que a retirada de pauta tem 6
precedência. O Conselheiro IURIATAN FELIPE MUNIZ propõe a retirada de pauta, 7
condicionando a constituição de um fórum entre os funcionários para compor um regimento 8
com o intuito de organizar a eleição da categoria. O MAGNÍFICO REITOR pergunta à 9
secretária geral se há tempo hábil para a normatização antes da eleição. A doutora ÂNGELA 10
DE NORONHA BIGNAMI responde que no Consu de agosto, no máximo, já precisa entrar a 11
norma com o edital, senão não dá tempo. A Conselheira TERESA DIB ZAMBON ATVARS 12
encaminha contra a proposta de retirada de pauta, pelas seguintes razões. Não estão tratando de 13
eleição para sindicatos, associações, diretorias de unidades, órgãos colegiados etc., mas de 14
eleição para os membros do Conselho Universitário. Esse assunto diz respeito ao Conselho 15
Universitário, exclusivamente. É absolutamente contra retirar de pauta para submeter uma 16
proposta de um fórum de sindicalistas. Isso não significa nenhum tipo de desrespeito às ações 17
centradas no âmbito do sindicato, ou no âmbito de colegiados externos ao Consu. Considera 18
esse assunto maduro para ser votado; eleições eletrônicas é um assunto trivial na vida da 19
população brasileira, e deve ser trivial no âmbito dos órgãos de competência desta 20
Universidade. Aquilo que o sindicato queira fazer em sua eleição, ou que o DCE queira fazer 21
na eleição do DCE, ou que os diretórios acadêmicos queiram fazer em seu âmbito interno, não 22
é um problema do Consu. Eleição de Conselho Universitário é sua questão. O Conselheiro 23
IURIATAN FELIPE MUNIZ diz que gostaria de deixar claro que quem fez a proposta é um 24
membro do Conselho Universitário, e gostaria de ser entendido como tal. Não está qualificando 25
a Mesa de qualquer coisa, não está dizendo que quem está falando é uma química, entende 26
como a presidência do debate. Ninguém falou a palavra “sindicato” nessa discussão. Então, 27
pede que se mantenham no nível da discussão entre conselheiros e entende que há maturidade 28
para o tema ser votado. O MAGNÍFICO REITOR submete à votação a retirada de pauta do 29
item 1 da Ordem do Dia, sendo rejeitada com 38 votos contrários, 20 favoráveis e 02 abstenções. 30
Dessa maneira, darão continuidade à discussão. Submete à votação a questão da mudança 31
estatuária, constante do item 2 da Ordem do Dia Suplementar – Proc. nº 01-P-8776/2018 –, que 32
trata de proposta de Deliberação Consu que altera o § 3º do artigo 46 dos Estatutos e o § 3º do 33
artigo 81 do Regimento Geral da Unicamp, de que na eleição da representação dos servidores 34
técnico-administrativos seja permitido aos pares votar em até cinco candidatos, e não mais em 35
três, que recebe 47 votos favoráveis, 01 contrário e 17 abstenções. Precisam de dois terços dos 36
votos, portanto, não foi aprovado. Mantém-se três. Colocará em votação a minuta da 37
deliberação. Manterão a minuta como acabaram de votar e onde constou cinco deve constar 38
três. O Conselheiro IURIATAN FELIPE MUNIZ diz que não entendeu como ficaria o 39
encaminhamento da proposta que fez, da cláusula que deveria ser incluída, sobre como fazer a 40
131
campanha. Porque se votarem como está, sua proposta não será incluída. O MAGNÍFICO 1
REITOR diz entender que a campanha faz parte do que será discutido depois pela comissão 2
eleitoral. Não é parte da deliberação aqui, nem do edital. O Conselheiro IURIATAN FELIPE 3
MUNIZ propõe que fique consolidado no texto o direito de o trabalhador ter duas semanas para 4
fazer campanha. O MAGNÍFICO REITOR diz que o conselheiro Iuriatan está propondo que 5
conste na minuta que os candidatos tenham duas semanas para fazer campanha, dessa forma, 6
submete a proposta à votação, que é rejeitada com 40 votos contrários, 11 favoráveis e 14 7
abstenções. Passa à votação da minuta da proposta das eleições de representação de servidores 8
técnico-administrativos, que é aprovada com 42 votos favoráveis, 10 contrários e 14 abstenções. 9
Na sequência, passa ao item 2 da Ordem do Dia – Proc. nº 33-P-22893/2002 e Proc. nº 01-P-10
4334/2018 –, que trata da extinção do curso superior de Tecnologia em Saneamento Ambiental 11
(FT) e redistribuição das 40 vagas na FT, nos termos do Parecer Cepe-128/2018, que é 12
favorável. A Conselheira LUÍSA ANDRÉIA GACHET BARBOSA diz que a solicitação é que 13
o curso integral de Saneamento Ambiental seja extinto, pois ele é oferecido também no período 14
noturno. Dessa forma, os alunos que desejam cursar não serão, de forma alguma, prejudicados. 15
As 40 vagas vão ser distribuídas na própria Faculdade de Tecnologia, tanto nos cursos de 16
período integral como nos cursos do noturno. Coloca-se à disposição para esclarecimentos. O 17
MAGNÍFICO REITOR diz que o assunto já foi amplamente debatido na CCG, depois na Cepe. 18
A Conselheira LUÍSA ANDRÉIA GACHET BARBOSA acrescenta que a solicitação da 19
faculdade se deu por causa da baixa demanda que vem sendo apresentada nos últimos anos. 20
Oferecem 40 vagas no período integral e, nos últimos anos, têm sido matriculados 4 alunos, 2 21
alunos no primeiro semestre. O curso tem três anos e têm dado aulas às vezes para dois alunos. 22
Tem bastante laboratório, usam bastante produto químico, e fica muito caro. Se alguém desejar 23
fazer o curso, pode fazer no período noturno que não haverá nenhum prejuízo para a sociedade 24
que deseja formar tecnólogos ambientais. O MAGNÍFICO REITOR diz que depois farão a 25
discussão complementar a esta, do item 1 da Ordem do Dia Suplementar. A Conselheira 26
RACHEL MENEGUELLO pergunta à professora Luísa quanto tempo tem esse curso, há 27
quanto tempo vem sendo notada a baixa demanda. Talvez a comissão pudesse ajudar. A 28
Conselheira LUÍSA ANDRÉIA GACHET BARBOSA diz que são dois assuntos diferentes. A 29
Conselheira RACHEL MENEGUELLO diz que são ligados, mas diferentes. A Conselheira 30
LUÍSA ANDRÉIA GACHET BARBOSA diz que o novo curso que está sendo proposto não 31
tem ligação com o curso de Ambiental. Fizeram um levantamento e perceberam que nos últimos 32
seis anos tem havido cerca de 10 alunos ou menos. O curso não tem tido procura. Em 2012, 33
houve a criação do curso de Engenharia Ambiental, na própria Faculdade de Tecnologia, e os 34
alunos com interesse na área Ambiental foram para esse curso, deixaram de optar pelo curso de 35
Tecnologia integral. Talvez, no futuro, também solicite a esta Casa o fechamento do curso de 36
Tecnologia Ambiental no noturno, o tempo vai dizer. O MAGNÍFICO REITOR submete à 37
votação a proposta de fechamento do curso e redistribuição das vagas na própria FT, sendo 38
aprovada por unanimidade. Passa ao item 5 – Proc. nº 01-P-20911/2017 –, que trata da Primeira 39
Revisão do Orçamento 2018, com Demonstrativo Receita/Despesa. A Conselheira MARISA 40
132
MASUMI BEPPU diz que a Primeira Revisão Orçamentária de 2018 já foi amplamente 1
discutida na COP e também já foi pautada na CAD. Basicamente os números a apresentar 2
constam às folhas 43 da Ordem do Dia. O resultado previsto, conforme os primeiros meses do 3
ano, é de um déficit de R$239 milhões no exercício, o que significa um déficit acumulado, 4
também com o déficit dos exercícios anteriores, de R$802 milhões, significando a corrosão do 5
saldo ou das reservas da Universidade. E também há previsão de que as despesas superem o 6
RTE, situando-se em cerca de 113%. A COP apreciou dois assuntos de suplementação. O 7
primeiro consta às folhas 72, que é uma suplementação de cerca de R$130 mil referente ao 8
aditivo dos contratos de limpeza. Toda vez que fazem qualquer investimento em estrutura, em 9
construção predial, já deveriam prever que essas despesas iriam onerar em algum momento a 10
Universidade. Também há a suplementação às folhas 49 referente ao Caism, que já foi 11
explicado na CAD de hoje, com a presença do diretor executivo do Caism, professor Luís 12
Otávio Sarian, e que foi uma proposta apresentada pelo próprio Caism, colocando de sua parte 13
a dificuldade de cumprir a PDO 2018. Havia solicitado uma suplementação de R$1,2 milhão, a 14
COP pediu um pouco mais de informações, inclusive da utilização do extraorçamentário, e 15
aprovou o valor referente até a segunda revisão a ser realizada em agosto ou setembro. Então, 16
esse montante de R$1,2 milhão foi revisado para R$986 mil. O Conselheiro RONALDO 17
ALOISE PILLI diz que sua dúvida é principalmente com relação às receitas de petróleo, que 18
estavam inicialmente previstas na PDO e agora foram deduzidas. Gostaria de entender um 19
pouco melhor as razões. A Conselheira GLÁUCIA MARIA PASTORE pergunta à professora 20
Marisa onde estão discriminadas as despesas contratuais, que tiveram um aumento. Outro ponto 21
é que não estão citados aqui os valores dos projetos especiais – há descrição do total, mas não 22
dos valores. Gostaria de saber quanto cada um desses projetos consumiu. Com relação às 23
sentenças judiciais, cujo valor alocado desde o início foi de cerca de R$10,400 milhões, e que 24
se mantém agora na revisão, já tendo passado quatro meses do exercício, gostaria de saber se 25
seria uma redistribuição do que está alocado para essa rubrica, considerando que há mais sete 26
meses pela frente, e provavelmente a PG ou a Reitoria tem uma previsão de execução dessas 27
sentenças. Entende que, por precaução, se deixe reservado, mas em consideração ao tempo à 28
frente, não sabe se não seria útil analisar e reaplicar ou reorganizar esse valor na revisão para 29
aquelas atividades que estão sendo mais prementes na Universidade. O Conselheiro JOÃO 30
RAIMUNDO MENDONÇA DE SOUZA diz que passaram por algumas decisões de cortes 31
neste Consu no sentido de ajuste orçamentário e, em seguida, irão discutir a questão do reajuste 32
salarial. Há o problema do reajuste, mas também a situação das condições de trabalho, da 33
estrangulação em muitos dos setores pela falta de funcionários, que é uma discussão que está 34
bastante presente nas várias áreas da Universidade, com destaque para a situação da área de 35
Saúde. A professora Teresa, hoje, na reunião da Cepe, afirmou que está havendo algum nível 36
de reposição, que isso tem sido aprovado na CAD, mas de forma insuficiente diante dos 37
problemas existentes. Por isso, algumas coisas soam estranhas do ponto de vista das prioridades 38
estabelecidas nos gastos, tendo em vista que houve ajustes e, quando se faz ajustes, é preciso 39
pensar como suprir a questão dos recursos humanos, como melhorar a qualidade do trabalho. 40
133
E, por exemplo, aumentou R$1,2 milhão nos plantões do Caism, sendo que esse recurso seria 1
muito melhor aproveitado se fosse gasto com concurso para a contratação de médicos e equipe 2
de enfermagem, que é onde está acontecendo o esgarçamento da condição de trabalho. Outra 3
questão é que se destina pouco mais de R$10 milhões para manutenção e obras. Gostaria de 4
saber como se define esse critério, no momento de avaliar a prioridade. Corta-se para discutir a 5
prioridade, mas junto com o corte já vêm os gastos, sem que haja um debate mais aprofundado 6
com a comunidade. São preocupações a registrar, porque há um problema de método de 7
funcionamento do planejamento dos gastos, porque para cortar se estabelece um tensionamento, 8
um debate, se corta 30% das gratificações dos trabalhadores e, sem mais nem menos, os gastos 9
aparecem sem que haja a possibilidade de debater o que é prioridade. O Conselheiro JOÃO 10
ERNESTO DE CARVALHO diz que no ano passado, quando houve aqueles cortes nas 11
gratificações, foi criada uma comissão que recebeu sugestões para novos cortes, ou para 12
implementar a economia da Unicamp. Gostaria de saber qual a atual situação dessa comissão e 13
das sugestões, porque existiam sugestões importantes. Uma delas era estender o corte de 30% 14
para todo ganho extra, principalmente o ganho que vem fora de folha de pagamento, e isso tem 15
causado problemas nas unidades, porque cortaram a GR de coordenador de pós-graduação, 16
coordenador de graduação, que trabalham diariamente pela unidade, enquanto há outros 17
docentes que passam o tempo todo fazendo prestação de serviço e tendo complementação 18
salarial. Não acha justo, e terão problemas depois, porque ninguém vai querer assumir esse tipo 19
de trabalho. Então, a Unicamp ganharia bastante em recursos se estendesse esses 30% para todo 20
ganho extra – prestação de serviço, consultoria, assessoria, Fucs, plantão, tudo aquilo que o 21
docente ganha extra. Essa é uma medida importante e justa, e que vai trazer bastante recurso 22
para a Universidade. Essa é sua proposta. O Conselheiro DIEGO MACHADO DE ASSIS diz 23
que apresentou uma demanda outras vezes aqui, na verdade, nunca teve esse dado muito 24
concreto, mas agora que estão trabalhando com revisão orçamentária, e na iminência da 25
aprovação da PEC 05/16, que é a proposta que mudaria o cálculo do teto salarial no 26
funcionalismo do Estado, gostaria de saber qual seria o impacto no orçamento da Unicamp com 27
a aprovação do aumento do teto. Seria importante constar esse dado para que possam trabalhar 28
mais realisticamente, até porque já foi aprovado em primeiro turno e talvez seja aprovado esta 29
semana ainda em segundo turno. A Conselheira GRÁCIA MARIA NAVARRO diz que sua 30
fala é na direção de previsões orçamentárias futuras. Em setembro de 2017, perguntou à Aeplan 31
quais eram os critérios e normas para elaboração do programa de qualificação orçamentária do 32
Instituto de Artes. Ao ter em mãos esses critérios, observaram, e já manifestaram neste 33
Conselho em 2017, que na pontuação dos índices de publicações o IA fica desprivilegiado. Para 34
artigos publicados em revistas arbitradas nacionais e internacionais é atribuído peso 1, para 35
livros publicados no Brasil ou no exterior é atribuído peso 1,5 e para as publicações 36
audiovisuais, composição musical, coreografias, escultura, fotografia, texto teatral e filmes é 37
atribuído peso 0,5. Então, as produções e formas de difusão de resultados que qualificam o 38
Instituto de Artes não o favorecem. Sendo assim, pede a revisão desses critérios para que a 39
unidade possa ter um programa de qualificação orçamentária que reconheça sua produção, e 40
134
que isso possa corrigir o orçamento desproporcional ao tamanho e a suas competências. A 1
Unicamp criou uma carreira artística para poder criar o IA e capacitar profissionais para a 2
docência em magistério superior, então, acredita que têm em potencial acolher as 3
especificidades de publicações do instituto e assim darão sequência à cabal implantação das 4
artes, de fato, como uma área de conhecimento na Universidade. Trata-se de um instituto 5
enorme, com seis departamentos, cinco cursos de graduação com diversas modalidades, além 6
de quatro programas de pós-graduação. Então, é inadiável a inclusão nos critérios de 7
qualificação orçamentária de itens que qualificam o instituto. O Conselheiro RONALDO 8
FERREIRA DOS SANTOS diz que, com relação ao que foi citado da situação das GRs que 9
foram reduzidas no ano passado e no início deste ano em 30%, lembra que na votação deixou 10
claro que queria uma revisão desse assunto, ou seja, quando começasse a melhorar a situação, 11
que retornassem as gratificações, tanto para a carreira Paepe, como para docentes e demais. Até 12
o momento, não houve esse retorno. Pensou que agora em junho houvesse um posicionamento, 13
já que seriam temporários e não definitivos os cortes das gratificações. Então, gostaria de saber 14
da Reitoria como está a situação de retomada das GRs de forma integral, retornar 15% e depois, 15
ao final do ano, que seria a nova revisão mais 15% para que todas as pessoas afetadas tivessem 16
uma visão melhor para o futuro. A Conselheira SILVANA PINHEIRO MIGLIACCIO apoia a 17
fala do professor João Ernesto. Fez alguns questionamentos para o Consu em relação ao grupo 18
de trabalho formado para discutir medidas de redução de despesas. Algumas sugestões foram 19
elencadas, inclusive isso está apontado no GT com valores. Considera muito importante que 20
esse relatório seja apresentado no Conselho Universitário porque, particularmente, e acredita 21
que grande parte da comunidade também, se sente indignada com uma reserva de recurso de 22
aumento de valor de plantão para o Caism em um momento em que se fala de redução e cortes 23
de despesas. Pensa que quem apoiou a atual gestão sabia da necessidade de se cortar gastos, 24
então, há um corte temporário de gratificação de representação e, por outro lado, ocorre uma 25
solicitação do valor do plantão do Caism. Deseja saber se houve aumento na demanda do 26
atendimento e se é proporcional à redução do quadro. Gostaria de saber também qual a 27
porcentagem do aumento de atendimentos no Caism em relação ao ano passado ou em relação 28
ao momento em que houve essa solicitação de aumento do valor do plantão docente no Caism. 29
Mencionará algumas sugestões que foram encaminhadas para o grupo de trabalho, inclusive 30
mensuradas, que acredita que serão apresentadas no relatório final pelo professor Sérgio. 31
Embora a metodologia utilizada tenha sido a de consenso, algumas situações que não tiveram 32
consenso ocorreram, porque dos cerca de 23 presentes, na maioria das vezes, uma ou duas 33
pessoas não concordaram com o que foi colocado, mas, a partir do momento em que o grupo 34
aceitou que seria indicado consenso ou não consenso, a regra valeu. Uma das sugestões 35
enviadas foi a respeito da auditoria da folha de pagamento. Isso impactaria em uma redução 36
prevista de R$14,300 milhões. Outra sugestão que representa uma economia de R$3,076 37
milhões foi referente aos valores que atualmente os funcionários que são comissionados da 38
Unicamp para órgãos externos não são repatriados para a Universidade. Inclusive, questionou 39
em um Conselho Universitário qual era a regra, se era assim mesmo que funcionava, porque 40
135
ouviu dizer – não irá afirmar – que existe uma regra que quando a pessoa vai comissionada para 1
outro órgão esse órgão que acata essa pessoa deveria restituir o salário desse funcionário para 2
a Universidade. Outra sugestão que percebe como possibilidade de utilização, refere-se a 3
pessoas comissionadas de outros órgãos da Universidade, que têm um custo anual de folha de 4
R$451.741,50, que poderia ser aplicado na valorização dos funcionários da carreira Paepe, 5
funcionários que vêm de órgãos externos que além de receber essa complementação salarial 6
alguns são designados em cargos de confiança. Poderiam rever essa questão que apresenta 7
impacto de economia. Em relação à redução dos 30% do incentivo do adicional noturno, 8
algumas áreas já fizeram uma adequação. Quer saber se conseguiram atingir os 30%, porque 9
essa porcentagem impacta em uma economia de R$1.575.593,00. Fazendo coro à fala do 10
conselheiro Ronaldo, recorda-se do voto proferido em relação ao congelamento temporário das 11
gratificações, em que existia uma meta de rever esse corte semestralmente. E também 12
ratificando o que o professor João Ernesto disse, todos os ganhos orçamentários e 13
extraorçamentários, teriam de ser incorporados na folha de pagamento fazendo parte do cálculo 14
do teto salarial. Também há essas questões que o professor João comenta, de vários convênios, 15
inclusive do antigo Fucs. Acha importante que comentem quanto já foi economizado na revisão 16
de contratos. São economias que poderiam ser feitas e volta a insistir na questão dos 17
comissionados, principalmente os que são de fora e estão exercendo função de confiança dentro 18
da Universidade e recebendo complementação salarial. São pessoas que, querendo ou não, tiram 19
a oportunidade de funcionários da carreira Paepe que têm condições de trabalhar e de ter 20
reconhecimento em sua vida funcional. A Conselheira TERESA DIB ZAMBON ATVARS diz 21
que na discussão que fizeram naquela ocasião, como resultado do grupo de trabalho que foi 22
presidido pelo professor Sérgio Salles, acha que todos se recordam, a CGU utilizou o relatório 23
e apresentou no Consu a proposta de criação de vários grupos de trabalho para estudar 24
particularidades de cada um dos assuntos. Não pôde trazer hoje o resultado desse conjunto de 25
grupos de trabalho, porque alguns já concluíram sua análise, a Reitoria já tomou providências 26
quando eram de sua competência, mas ainda há pendências, de modo que tentarão trazer para a 27
reunião do Consu de agosto, um relatório consolidado de cada grupo de trabalho, com o 28
detalhamento necessário para que possam entender o que é e o que não é possível fazer. A 29
conselheira Silvana se referiu a alguns deles, por exemplo, auditoria na folha, que parece um 30
assunto absolutamente trivial, mas não é. Há dificuldades imensas, apesar de que algumas 31
providências que dependiam exclusivamente da Administração já estão sendo tomadas, mas 32
trarão aqui o relatório do que já pôde ser feito e do que ainda está pendente de ser feito que, em 33
algum momento, tentarão viabilizar. Têm levantamento completo sobre os funcionários de fora 34
que trabalham aqui, que são os comissionados que vêm de fora para dentro, onde eles estão e 35
nenhum deles está na Reitoria. Existem vários casos de pessoas de dentro da Unicamp que 36
atuam fora com salário da Universidade, sobre os quais a Unicamp não tem nenhuma 37
ingerência, porque dependem de legislação vigente. Por exemplo, quando o Tribunal Regional 38
Eleitoral requisita um funcionário, com salário da Unicamp, ela é obrigada a ceder. Há muitos 39
casos de funcionários requisitados dessa forma para outros órgãos públicos. Esses são os casos 40
136
em que não podem se negar a ceder e tampouco se negar a pagar o salário. Informa, ainda, que 1
– e isso não estava nas demandas que foram apresentadas naquele momento – a DGA estará, 2
muito em breve, disponibilizando uma parte de um sistema complexo de contratos, de tal 3
maneira que todos possam ver quais estão vigentes, quais são os valores, com que empresa, 4
para fazer o quê. Trata-se de um sistema robusto de gestão de contratos. Acha que no final de 5
junho ou começo de julho, será disponibilizada a parte dos contratos que são administrados pela 6
DGA, limpeza, transporte etc. e, num segundo momento, estenderão para todos os convênios, 7
inclusive para os de pesquisa, até o final do ano. A ideia é ter a maior transparência possível 8
em todos os casos. Como última informação, no caso dos chamados cortes de GRs, o sindicato 9
entrou na Justiça de maneira contrária, havendo uma sentença judicial favorável à Unicamp 10
demonstrando a legalidade do processo, tendo em vista que GR não é salário, apesar de algumas 11
pessoas insistirem que é. O Conselheiro JOÃO RAIMUNDO MENDONÇA DE SOUZA diz 12
que o sindicato está tratando da discussão das liminares. É bom esclarecer, porque o mérito da 13
discussão não foi julgado ainda. A Conselheira TERESA DIB ZAMBON ATVARS diz que o 14
conselheiro tem razão. Primeiro houve uma liminar, onde consta uma descrição do mérito, e a 15
PG poderia informar como está o andamento no dia de hoje, mas a liminar que o sindicato 16
solicitou não foi concedida e na descrição do juiz há uma análise de mérito. A doutora 17
FERNANDA LAVRAS COSTALLAT SILVADO esclarece que a PG tomou ciência de que há 18
uma sentença de mérito na ação civil pública, mas ainda não foi publicada. O Conselheiro 19
RONALDO ALOISE PILLI diz que gostaria de uma explicação sobre os royalties do petróleo. 20
A Conselheira MARISA MASUMI BEPPU diz que a questão dos royalties está explicada nas 21
folhas 48 do documento, onde tem uma tabela que demonstra a maneira como os valores dos 22
royalties são divididos entre as universidades, ou seja, é feita de maneira não completamente 23
constante todos os meses, acaba acontecendo com maiores compensações em determinados 24
meses. E a forma de entendimento da SPPrev é que isso, como consta na LOA, dentro do 25
orçamento da SPPrev, também deveria ser relatado e contabilizado por lá. Então, na PDO 2018 26
foi feita a incorporação desse valor como orçamento da Unicamp, mas acharam por bem, para 27
harmonizar com a prática das outras duas universidades e da SPPrev, fazer a retirada desse valor 28
especificamente da receita e também na despesa. Em relação ao que disse a professora Gláucia, 29
concorda que a questão das despesas contratuais de aumento ocorreu em relação a revisões de 30
índices específicos. Existe um GT que trabalhou em cima de contratos especificamente, 31
presidido pelo professor Roberto Paes, da DEA, mas, boa parte dessas revisões de contrato, 32
com vistas à redução de despesas, ainda não surtiu efeito, porque não surtem efeito imediato, 33
mas dependem das negociações, então, esperam ver ao longo do tempo essa redução acontecer. 34
Na rubrica projetos especiais há os projetos listados, mas não há problema em colocar valores, 35
e acha que faz parte da questão da transparência. Com relação a sentenças judiciais, não sabe 36
se entendeu direito qual era a dúvida, mas, historicamente, sempre que há alguma sentença 37
judicial determinando que a Unicamp precisa fazer qualquer desembolso, e isso já é líquido e 38
certo, independente do momento em que vá acontecer, a Aeplan incorpora como algo que vai 39
ser desembolsado, porque é uma despesa que vai acontecer de qualquer maneira. Em relação às 40
137
dúvidas do professor João Ernesto, dos senhores Ronaldo e Silvana, especificamente falando 1
da questão dos GTs gerados pelo GT do orçamento, como preside alguns deles, pode dizer que 2
trarão, em algum momento, uma propositura. Havia, por exemplo, uma proposta de revisão da 3
estrutura de GRs, e há um GT em andamento tratando disso. Haveria dois iniciadores do 4
processo de recolocação das GRs em seus valores mais originais. Um seria a melhoria da 5
situação e outro seria essa revisão. Com relação à melhoria, todos sabem como o país está 6
instável e como é difícil fazer qualquer aposta, e existe a outra parte que é da racionalização, 7
da questão das GRs. Esses grupos de trabalho estão ativos, e trarão os resultados em algum 8
momento para apreciação desta Casa. A questão específica da professora Grácia em relação ao 9
PQO. É espinhoso mesmo de se trabalhar, é algo histórico, já falaram que é outro tabu dentro 10
da Universidade, mas não vê outra maneira de superar sem colocar uma proposta de revisão de 11
como essa partição é feita. Acredita que não seja apenas o IA que tem incômodos em relação à 12
maneira como é calculado, mas é uma daquelas questões históricas que vêm trazendo e acolhe 13
a manifestação do IA em relação à questão de assimetria na ponderação do método de cálculo. 14
Em relação ainda à dúvida da conselheira Silvana, não entendeu a questão do adicional noturno, 15
porque não fizeram corte de 30%. Então, poderá tirar essa dúvida em algum outro momento. 16
Se esse adicional noturno se refere ao ITN, a PRDU fez checagem junto aos dirigentes se esse 17
incentivo estava seguindo o que consta na deliberação específica, no sentido de que deve ser 18
pago a todas as atividades vinculadas a ensino, no período noturno. Em relação à questão do 19
teto e da PEC que o conselheiro Diego colocou, o professor Marcelo vai comentar, mas pode 20
dizer, de antemão, que precisam entender que existem situações que estão sendo decididas fora 21
do âmbito da Universidade e que por mais que possa parecer que foi na base da canetada do 22
professor Marcelo ou o que for, não é dessa maneira. Assim como houve o aumento do 3,5%, 23
acha que é difícil para as pessoas entenderem que não foi uma decisão da Administração, ela 24
veio de fora, se não repassarem para o pagamento de quem é elegível, se caracterizaria como 25
uma apropriação indébita, então, precisam diferenciar o que foi decisão interna e decisões que, 26
infelizmente, vêm de fora. Algumas situações vêm de fora e também gostaria que não viessem, 27
como foi a questão de todo movimento que aconteceu na semana anterior [greve dos 28
caminhoneiros], por exemplo, que os coloca muito em dúvida como vai ser a questão de 29
arrecadação de ICMS no futuro. O MAGNÍFICO REITOR diz que também está preocupado 30
com a questão levantada pelo conselheiro Diego, mas algo importante sobre o teto, que tem 31
comentado sempre que possível, e inclusive o fez na posse do professor Wagner Romão, na 32
Adunicamp, é que se trata de um erro colocar uma categoria contra a outra com relação à 33
questão salarial. Acompanha pelo Facebook as manifestações, e é equivocado colocar essa 34
questão como centro do debate, em primeiro lugar porque as pessoas que estão no teto, e se 35
dedicaram à Universidade por 25, 30, 35 anos, estão sendo cortadas de uma carreira que elas 36
aceitaram e quiseram ter dentro de uma universidade pública de qualidade, que lhes prometeu 37
um salário digno, com uma carreira que foi construída de maneira absolutamente ética, 38
trabalhando pela força da universidade pública. Essas pessoas estão com seu salário cortado 39
com base em um teto absolutamente arbitrário e diferente do teto federal, diferente do teto de 40
138
outros estados. Todos aqueles que lutam e bradam tanto por isonomia deveriam olhar o que 1
acontece em outros estados, nas universidades federais. Considera que o teto é necessário, é 2
fundamental para que não tenham, de fato, o que pode ser chamado de supersalário, porém não 3
é o caso na Unicamp. E o que houve agora em janeiro foi uma situação muito clara: não houve 4
aumento de 3,5%, mas uma redução no corte desses salários, em alguns casos, a primeira e 5
única que ocorreu em quatro anos. As pessoas se esquecem de mencionar esse fato relevante. 6
Como também está bastante preocupado com a questão financeira, solicitou à Aeplan que 7
elaborasse a perspectiva do quanto seria o impacto se a PEC 5 for de fato aprovada. Ela prevê 8
um escalonamento de aumento: no primeiro ano, 70% do teto federal, no segundo 80%, no 9
terceiro 90%, e 100% no quarto ano. Considerando esse escalonamento, o impacto seria o 10
seguinte: primeiro ano zero, porque não muda nada, já que 70% é mais ou menos o que possuem 11
atualmente; segundo ano, 0,7%; terceiro ano, 1,6%; no último ano, 2,2%. Então, esse é o 12
impacto total do teto na folha de pagamento equivalente a abril de 2018, projetada para daqui a 13
quatro anos. O Conselheiro DIEGO MACHADO DE ASSIS pergunta se essa porcentagem 14
seria a porcentagem da folha ou porcentagem de comprometimento, que aumenta do 15
comprometimento da folha no orçamento. O MAGNÍFICO REITOR responde que aumenta em 16
2,2% o comprometimento da folha. O Conselheiro DIEGO MACHADO DE ASSIS pergunta 17
se o senhor Reitor sabe quanto aumenta do comprometimento da folha 1,5% de reajuste. O 18
MAGNÍFICO REITOR responde que R$26,5 milhões anuais. Basta dividir por R$170 milhões, 19
mais ou menos, que é a folha de pagamento, para encontrar o percentual. São 26,5 no ano, 170 20
vezes 13,3. No primeiro ano é zero. No segundo ano, R$1.244.448,00 mensal. No terceiro ano, 21
R$2.845.713,00 mensais. Quarto ano, R$3.790.234,00 mensais. Esse é o cálculo feito com a 22
folha atual. Claro que pode mudar dependendo de cargos etc., de aposentadorias e outras 23
questões. E, claro, há pessoas que podem chegar ao teto nesse período. Os dados podem depois 24
ser disponibilizados. Em seguida, diz que ficou um pouco preocupado com a fala do professor 25
João Ernesto. Acha que primeiro precisam diferenciar o que é orçamentário e o que não é. 26
Convênios, prestação de serviços e outras questões não podem ser incorporadas a salário, por 27
se tratar de recursos extraorçamentários. Além disso, a maioria dos docentes, em princípio, 28
pertence ao RDIDP, e existe uma regra muito clara para essas atividades extras. Se há docentes 29
que estão só fazendo isso, há algum problema na unidade, ou houve autorização do diretor ou 30
da congregação, mas não deveria haver, porque existe uma regra claríssima que não permite 31
mais de oito horas de trabalho fora da Universidade e tudo tem de passar pelas instâncias 32
competentes. Não pode haver docentes que só se dedicam a isso, como foi afirmado. O 33
Conselheiro JOÃO ERNESTO DE CARVALHO observa que a legislação do RDIDP abre bem 34
mais do que a possibilidade de oito horas. Há falhas que precisam ser revistas nessa deliberação, 35
porque ela menciona oito horas ao longo do texto mas no final abre para tudo. O MAGNÍFICO 36
REITOR diz que não é bem verdade isso. O Conselheiro JOÃO ERNESTO DE CARVALHO 37
diz que é preciso verificar a deliberação, porque já esteve até em sindicância em razão disso. 38
Pensava que era da forma como o senhor Reitor mencionou, oito horas no máximo. Mas a 39
deliberação estabelece oito horas em todos os pontos, e quando chega nos convênios e contratos 40
139
é indefinido. O MAGNÍFICO REITOR agradece a observação e em seguida submete à votação 1
a Primeira Revisão Orçamentária, que é aprovada com 59 votos favoráveis e 07 abstenções. O 2
MAGNÍFICO REITOR passa ao item 6, que trata da homologação do reajuste proposto pelo 3
Cruesp. Com base no que ouve e vê na internet, nas redes sociais, nas discussões, preparou um 4
comunicado que foi publicado hoje e que lerá para iniciar esta discussão: “Com o intuito de 5
dirimir eventuais dúvidas da comunidade acadêmica sobre o item da pauta do Conselho 6
Universitário que trata da homologação do reajuste salarial de 1,5% proposto pelo Conselho de 7
Reitores das Universidades Estaduais Paulistas – Cruesp, a Reitoria da Unicamp esclarece que 8
a instância responsável por definir e negociar com o Fórum das Seis os índices anuais de 9
reajuste salarial para docentes e funcionários das três universidades estaduais paulistas é o 10
Cruesp. O fato de o Conselho Universitário da Unicamp ter definido que deve homologar os 11
reajustes propostos pelo Cruesp não tira deste último o papel de decidir sobre as questões 12
salariais relativas às três universidades. Homologar significa reconhecer oficialmente, ou seja, 13
cabe aos Conselhos Universitários da Unicamp e da USP discutir, de acordo com a situação 14
orçamentária das universidades, se concordam ou não com os reajustes propostos pelo Cruesp. 15
O Conselho Universitário da Unicamp não tem o papel de deliberar novos índices de reajuste. 16
A submissão aos Conselhos Universitários dos reajustes propostos pelo Cruesp é uma medida 17
importante no sentido de dar transparência ao processo e preservar a saúde financeira das 18
universidades estaduais paulistas. Além de prevenir situações que coloquem em risco as 19
universidades, é fundamental que se discuta o que o índice proposto implica, em termos 20
financeiros, para permitir decisões conscientes e compartilhadas com a comunidade 21
universitária e a sociedade. Independentemente da homologação dos índices propostos, as 22
discussões entre o Cruesp e o Fórum das Seis continuam ocorrendo. Em outras palavras, a 23
homologação dos índices pelos Conselhos Universitários da Unicamp e da USP não implica 24
que as discussões sejam terminadas. Foi agendada uma conversa na quarta-feira, que foi 25
cancelada por causa do que ocorreu aqui na Unicamp, foi reagendada uma conversa para quinta-26
feira agora com o Cruesp e o Fórum das Seis. O Conselho Universitário da USP já homologou 27
o reajuste de 1,5% proposto para 2018. O índice foi aprovado em reunião realizada no dia 29 28
de maio, mesma data em que o Conselho Universitário da Unicamp deveria ter deliberado sobre 29
o assunto, mas foi impedido de fazê-lo em razão dos piquetes promovidos pelo movimento 30
sindical. Os trabalhadores da USP e da Unesp já receberam o aumento proposto em seu salário. 31
Já havia uma reunião entre o Cruesp e o Fórum das Seis agendada para o dia 30. Essa reunião 32
só foi cancelada pelo fato de o Conselho Universitário da Unicamp ter sido impedido de reunir-33
se no dia anterior. Há outra reunião entre Cruesp e Fórum das Seis agendada para esta semana. 34
No que se refere ao reajuste para 2018, o Cruesp foi claro em afirmar que a decisão de propor 35
um aumento de 1,5% representa um esforço das três universidades em buscar repor ao menos 36
o índice de inflação dos últimos anos, mesmo em um momento de grave crise. Embora o 37
reajuste de 1,5% não corresponda às expectativas de docentes e funcionários, sua aplicação terá 38
um impacto considerável sobre as despesas anuais da Unicamp, que aumentarão em cerca de 39
R$26,5 milhões. É fundamental, portanto, que o Conselho Universitário e a comunidade 40
140
acadêmica conheçam e discutam as ações que a Administração Central vem tomando para 1
equilibrar o orçamento da Unicamp com a preocupação de manter o poder aquisitivo dos 2
salários e a valorização e promoção dos quadros da Universidade”. Em resumo, homologar aqui 3
não significa que vão parar de discutir no Cruesp, até porque a discussão já estava marcada. 4
Homologar aqui significa que o Conselho Universitário está ciente do que esse índice 5
representa; que esses R$26,5 milhões representam muito pouco para cada indivíduo, mas para 6
a Universidade é um aumento considerável, no qual estão dispostos a apostar. Apostar que a 7
economia melhorará e terão as perspectivas de melhorar o equilíbrio financeiro da 8
Universidade, e que podem confiar que esse aumento não colocará em risco a Universidade, no 9
sentido de ficar inadimplente, ou não poder pagar salários, décimo terceiro, como ocorreu em 10
outras universidades públicas, inclusive do estado de São Paulo. Portanto, a ideia aqui é discutir 11
e informar o que isso implica. Um detalhe que tem comentado é que R$26,5 milhões significam 12
aproximadamente a contratação de 150 docentes, ou de 250 funcionários, ou 1.500 promoções. 13
Portanto, não é pouco dinheiro, mas é algo necessário. Sabem que individualmente é pouco, 14
mas no momento é o que é possível ser feito e por isso mesmo esta discussão no Conselho 15
Universitário é tão importante. O Conselheiro JOÃO LUIS SARAIVA MORAES ABREU diz 16
que às folhas 79 da pauta da Ordem do Dia, consta a Deliberação Consu-A-020/2017, de 17
26.09.2017, que dispõe sobre os procedimentos para a instituição de despesas de pessoal de 18
caráter permanente na Universidade. O artigo 1º estabelece que “a instituição de despesas de 19
caráter permanente com recursos orçamentários deverá ser aprovada por deliberação articulada 20
do Conselho Universitário”. O § 1º define que “para os fins previstos no caput deste artigo são 21
consideradas despesas de pessoal de caráter permanente, dentre outras, as seguintes”, e o inciso 22
IX cita reajustes salariais propostos pelo Cruesp. No § 3º, consta que “A proposta de instituição 23
da despesa deverá ser acompanhada dos seguintes documentos e manifestações: I - justificativa 24
para sua criação, com a indicação de seu escopo, abrangência e interesse público e institucional; 25
II - viabilidade orçamentária, com a indicação pormenorizada de seus impactos, reflexos e 26
implicações, com projeção para os exercícios seguintes; III - parecer da Comissão de 27
Orçamento e Patrimônio - COP”. Faz parte da COP, tem participado de todas as reuniões, e 28
quando leu isso se espantou, porque a Comissão não deliberou sobre esse assunto. Portanto, 29
não houve parecer da Comissão de Orçamento e Patrimônio, a proposta não está acompanhada 30
de uma justificativa para a sua criação, nem há viabilidade orçamentária e indicação 31
pormenorizada de seus impactos. Se seguirem neste Conselho visando votar isso neste 32
momento, sem esses pareceres, a ideia é que seguirão o exemplo que tanto criticam dos 33
representantes eleitos nas câmaras maiores do país, de alguns deputados, congressistas, do 34
princípio da lei que pega e da lei que não pega, da lei que cabe ao interesse. Se acham que hoje 35
isso vai servir a eles, então deixam de lado. E hoje poderiam estar deixando de lado o que 36
deliberaram há menos de nove meses, mas acha que não vão prosseguir dessa forma. Então, sua 37
noção aqui é de entenderem sua representatividade. Há nove meses, quando deliberaram sobre 38
essas três justificativas, fizeram isso à luz dos critérios da administração pública que são 39
estabelecidos pela Constituição. Princípios como o da legalidade, moralidade e da publicidade, 40
141
e por isso é muito importante que em suas decisões tenham, por exemplo, indicação 1
pormenorizada de seus impactos para fazê-las. Também o princípio da razoabilidade, que acha 2
que é um dos principais que está posto hoje aqui, e talvez também possam discutir em relação 3
às sessões em geral do Conselho. Ou desconsideram esses princípios e continuam com a decisão 4
de votar hoje, ou serão coerentes e entenderão a responsabilidade que possuem como 5
representantes. O senhor Reitor citou os dados, mas pergunta quantos conselheiros aqui têm 6
ciência real dessa medida, dos seus impactos no longo prazo, dos impactos para gestões 7
seguintes. Esses dados deveriam acompanhar uma reflexão e uma discussão com outros 8
conselheiros, com a comunidade acadêmica, para trazer uma decisão qualificada aqui, já que se 9
trata de decidir sobre uma despesa de caráter permanente. Há outras questões que surgem, por 10
exemplo por que 1,5%, e não 1% ou 2%. Para votar, precisam desses pareceres, segundo a 11
própria decisão anterior deste Conselho, caso contrário abrirão precedentes e questões 12
profundas. O primeiro precedente é o de deslegitimar decisões tomadas aqui, algo muito grave. 13
Outro precedente é de atropelar os órgãos deliberativos, como a COP, a Cepe, a CAD, e os 14
conselheiros que se esforçam nesses órgãos para buscar as melhores soluções para esta 15
Universidade. Além disso, abririam a possibilidade de anulação da decisão tomada hoje. Podem 16
consultar a Procuradora Geral, mas não é difícil perceber que entrariam em uma situação ilegal, 17
o que daria margem para anulação de qualquer decisão posta aqui. Isso o sindicato, com certeza, 18
tomará conta de fazê-lo, caso sigam dessa forma. Propõe a retirada de pauta imediata e solicita 19
que marquem uma sessão extraordinária da COP para que tragam o parecer para a próxima 20
reunião ordinária do Consu. Só depois de terem uma indicação pormenorizada dos impactos, 21
com reflexões, projeções para os exercícios seguintes, com parecer elaborado pela comissão 22
responsável por tratar essas questões, poderão iniciar as discussões políticas. O Conselheiro 23
JOÃO RAIMUNDO MENDONÇA DE SOUZA solicita a palavra à Adunicamp e ao STU. O 24
Professor WAGNER DE MELO ROMÃO diz que foi feita uma requisição formal à Reitoria 25
para poder se manifestar aqui. Recentemente foi eleito para a Adunicamp, pela chapa que 26
recebeu 603 votos em um pleito com pouco mais de mil votantes. Pede licença para fazer a 27
leitura de um texto que acabou de escrever, pois acha que organizam melhor as ideias com 28
textos, tentando pensar este momento de uma maneira um pouco mais ampla: “As universidades 29
paulistas passam por um momento importante de democratização e popularização, mas também 30
de dificuldades financeiras conhecidas. Tivemos uma forte expansão, nos anos 2000, com a 31
ampliação de dezenas de milhares de vagas realizada com a promessa de expansão do 32
financiamento público feita pelos governadores. Os custos previdenciários vêm crescendo de 33
maneira alarmante e a Universidade tem honrado as insuficiências financeiras, ou seja, o déficit 34
entre o valor arrecadado com contribuições previdenciárias e o valor pago a título de proventos 35
de aposentadorias e pensões, sem o devido aporte de recursos do governo estadual, conforme 36
prevê a Lei Complementar nº 1.010, de 2007, que criou a SPPrev. Os hospitais universitários 37
atendem toda a população pelo Sistema Único de Saúde e, é claro, devem fazê-lo, mas 38
infelizmente sem remuneração justa desse serviço pelo Sistema Único de Saúde. Esses são 39
apenas alguns dos inúmeros argumentos práticos pelos quais podemos sustentar que defender 40
142
a universidade pública é defender um orçamento público justo para a Universidade. Mas a 1
defesa da universidade pública e a defesa da carreira docente – algo que estava no lema da nossa 2
chapa vencedora dessas eleições na Adunicamp –, essas duas defesas são missões 3
indissociáveis. Portanto, é dever da Adunicamp também manifestar-se e pleitear ser ouvida 4
quando das decisões sobre progressões, contratações e gratificações, entre outros, mas 5
sobretudo nos momentos de discussão do reajuste salarial. Ora, a defesa da universidade 6
também passa pela garantia da constitucionalidade e da democracia nas relações trabalhistas na 7
Universidade. Nós entendemos que há urgente necessidade de preservação das instâncias de 8
negociação nesse tema, sobretudo no momento dos dissídios. Deste modo, nos pautamos no 9
decreto da autonomia universitária, que diz muito claramente eu seu artigo 3º que caberá ao 10
Cruesp definir a política salarial de seu pessoal docente e técnico-administrativo, de acordo com 11
o disposto no artigo 37 da Constituição Federal. O artigo 37 é aquele organiza a Administração 12
Pública direta e indireta de qualquer dos poderes da União, dos Estados, Municípios, e garante 13
em seu inciso VI a livre associação sindical e, no inciso X, garante a revisão geral anual, sempre 14
na mesma data e sem distinção de índices, a revisão dos salários. É nesse sentido que vimos 15
hoje solicitar a este Conselho Universitário a retirada de pauta do reajuste proposto pelo Cruesp 16
que se propõe hoje aqui homologar. E por um motivo muito simples. Não houve negociação. O 17
que houve, apenas, foi uma reunião entre o Cruesp e o Fórum das Seis, ocorrida no dia 17 de 18
maio, em que o Reitor da USP, em nome do Cruesp, propôs 1,5%. Isso sem sequer discutir as 19
razões pelas quais se chegou a esse valor sob a justificativa de que se tratava de um elemento 20
da vontade política do Cruesp e não de uma ‘decisão técnica’. Não houve negociação porque 21
não houve condições para que houvesse o reforço, com outros argumentos, da necessidade de 22
um reajuste de 12,56% que cubra as perdas dos anos recentes, ou mesmo uma eventual 23
contraproposta das entidades do Fórum das Seis ao Cruesp. Desse modo, essa homologação nos 24
parece uma decisão política prematura deste Conselho. Em respeito ao Conselho, não vou 25
questionar aqui uma Deliberação Consu tão recente como a 020, de 2017, mas permitam-me 26
questionar o momento em que esta homologação ocorre, sem que tenha sido dada a 27
oportunidade às entidades do Fórum das Seis e do próprio Cruesp em encontrar uma melhor 28
saída, uma saída de consenso para que saiamos desta data-base mais unidos, mais fortalecidos. 29
Nós, entidades sindicais, Reitoria, diretorias, estudantes e comunidades da USP, Unesp e 30
Unicamp em geral, precisamos estar mais unidos, pois nossa missão é maior, e para ela 31
precisamos estar todos juntos. Nossa missão é defender a universidade pública paulista, que 32
tem tanto dado à sociedade brasileira e que, em um momento de dificuldade política e 33
econômica, tem sido fortemente atacada pelo obscurantismo que grassa no país e por não termos 34
apresentado capacidade política de defendê-la a contento. Neste momento de crise, instituições 35
que sabem se proteger e que são fundamentais para a existência de uma boa sociedade, como, 36
por exemplo, o Judiciário, permanecem com seus benefícios e seus salários incólumes. Alguém 37
pode duvidar da necessidade da defesa da educação pública, sobretudo neste momento em que 38
a universidade se democratiza e se abre aos estudantes negros e negras, aos indígenas e acolhe 39
cada vez mais estudantes das escolas públicas? Todas as pessoas presentes aqui neste Conselho, 40
143
representantes das unidades da Unicamp, de docentes, técnico-administrativos e estudantes e, 1
sobretudo, a Reitoria da Universidade, precisamos estar juntos na defesa de mais recursos para 2
as universidades. Não é nada mais do que justiça que pedimos. Isso passa por nossa participação 3
no debate da Lei de Diretrizes Orçamentárias, a se realizar no plenário da Assembleia 4
Legislativa nos próximos dias. Há uma certa convulsão política conjuntural na Alesp e nós 5
avaliamos que, se estivermos bem organizados e atentos, poderemos obter ganhos importantes 6
para as universidades e para o bem da educação pública em São Paulo. Mas, para termos força, 7
precisamos ganhar as páginas dos jornais, as redes sociais e as ruas, em uma verdadeira 8
campanha de defesa da universidade pública. Essa é a prioridade da Adunicamp, neste momento 9
difícil, e precisamos de união e da força das entidades sindicais e das reitorias para essa defesa. 10
Deste modo, na busca por uma universidade unificada, em sua defesa, sua própria defesa, reitero 11
o nosso pedido de retirada de pauta da homologação dos 1,5% em nome da valorização de 12
nossas entidades sindicais e da democracia na regulação das relações de trabalho na 13
Universidade. Essa nos parece ser uma condição fundamental para mantermos uma convivência 14
harmônica e respeitosa entre nós”. O senhor MARCÍLIO VENTURA diz que é importante que 15
as entidades sindicais sejam ouvidas. Fará um pequeno histórico e depois o senhor José Luiz 16
tratará dos números. Observa que o pedido de retirada de pauta é inclusive para que avancem 17
na negociação entre Fórum das Seis e Cruesp. Há um questionamento dos 12,5%, mas ressalta 18
que esse não é um número aleatório, qualquer um que acompanhe as atividades da Universidade 19
e do Fórum das Seis sabe que o vêm apresentando há muito tempo. Esses 12,5% têm origem 20
em 2015, quando não atingiram a inflação; em 2016, quando tiveram a maior perda salarial, 21
que foi em torno de 7% em um ano, que é um absurdo; no 0% de 2017 e a inflação até chegar 22
a 2018. Então, essa perda acumulada gerou um número real. Foi dito há pouco pela Mesa que 23
seria uma apropriação indébita se não repassassem o reajuste para o teto. Entretanto, os 24
trabalhadores também estão sofrendo uma apropriação indébita, pois estão perdendo 11% do 25
seu salário. Para exemplificar, um trabalhador que ganha R$5 mil por mês deixa para a 26
Universidade financiar o futuro dela R$600 por mês. É muito dinheiro. Então, é a esses números 27
que precisam se ater, porque senão ficam falando que um está mentindo, outro está mentindo, 28
e o número tem de ser real, que é o 12,5%. Quando o Reitor da USP propôs isso, a partir de 29
2014, foram contra, e continuaram sendo contra quando foi aqui aprovada a Deliberação Consu-30
A-020/2017, muito bem lembrada pelo conselheiro João Luís, e que agora não estão seguindo. 31
Está à frente de um sindicato e precisam procurar o porquê das coisas para que possam ter 32
argumentos. Encontrou o Decreto nº 24.951, de 4 de abril de 1986, do Governo Montoro, que 33
não estabelece a necessidade de que o reajuste passe pelo Conselho Universitário; no Decreto 34
nº 26.914, de 15 de março de 1987, do Governo Quércia, também não; da mesma forma, o 35
decreto da autonomia, o Decreto nº 29.598, de 2 de fevereiro de 1989, também do Governo 36
Quércia, em nenhum momento coloca que teria de ser homologado no Conselho Universitário. 37
E da forma como está redigido na deliberação, não se fala em “homologação”. No documento 38
de negociação entre Fórum das Seis e Cruesp de 10 de abril de 1991, “ficou acordado que a 39
questão salarial, sua competência exclusiva é deste Fórum”. Então, é preciso esclarecer melhor 40
144
essas questões. Além disso, não podem continuar arrochando os salários internamente. Não 1
podem continuar não contratando, não aumentando salário e financiando a Universidade com 2
o salário dos trabalhadores, sem investimento em permanência estudantil, sem expansão de 3
vagas e uma série de questões. Lembra ainda que em 2005 o governo prometeu que quando os 4
campi de Limeira começassem a funcionar, seriam transferidos mais 0,05% do ICMS para os 5
cofres da Universidade. Entretanto, o funcionamento dos campi de Limeira está sendo custeado 6
pela Universidade. E o mais grave é a questão da Lei Complementar nº 1.010, de 1º de junho 7
de 2007, que criou a SPPrev. Concorda com o conselheiro João Luís que é a lei que pega e a lei 8
que não pega, porque a Lei nº 1.010, em seu artigo 27, estabelece que a insuficiência financeira 9
será coberta pelo Governo do Estado. Essa insuficiência financeira, em 2016, foi R$333 milhões 10
para a Unicamp, R$543 milhões para a Unesp e R$818 milhões para a USP. Arredondando, 11
R$1,7 bilhão. Então, pergunta por que não fazer uma proposta para que essa insuficiência 12
financeira venha para a Universidade, para que o percentual de Limeira seja repassado aos 13
cofres da Universidade. É um debate que precisam fazer. Entretanto, não podem continuar 14
arrochando os salários. A Reitoria sempre diz que precisam garantir o pagamento das 15
aposentadorias, mas o que garante a aposentadoria dos servidores do regime Esunicamp é a 16
Emenda nº 41, de 19.12.2003. De nada adianta lutar se os reitores, desde 2007, não buscam 17
mais verbas para a Universidade. É mais fácil arrochar aqui, falar que é falta de democracia, 18
ainda que tenham feito uma manifestação tranquila e a única coisa que solicitaram foi que o 19
assunto não fosse votado no Consu marcado para o dia 29 e fosse retirado de pauta. Hoje 20
puderam perceber que a retirada de pauta é mais do que lógica, já que não está sendo cumprido 21
nem o que o próprio Consu aprovou em setembro. Então, a proposta da retirada de pauta 22
continua e solicitam que a Reitoria faça um esforço de discutir com o Governo e a Assembleia 23
Legislativa a questão da insuficiência financeira e o repasse de 0,05% a Limeira. A partir de 24
então podem começar a conversar sobre o futuro desta Universidade, porque não adianta fazer 25
isso tirando o pão da mesa da maioria dos trabalhadores, que recebe entre R$4 mil e R$5 mil 26
por mês. Precisam ser tratados com dignidade, até porque os números mostram que a falta de 27
investimentos na Universidade nos últimos anos tem feito com que os funcionários prestem 28
concurso em outros locais, porque não há perspectiva, não há carreira, não há isonomia. 29
Precisam olhar para o futuro da Universidade. O senhor JOSÉ LUIZ PIO ROMERA diz que é 30
importante o debate no Conselho Universitário no sentido de que se abra mais diálogo em 31
relação à questão da data-base, porque a nova diretoria do sindicato tem feito essa discussão 32
orçamentária aqui desde setembro do ano passado, mostrando onde há recursos, e se não há, 33
contrapondo gastos que a Universidade faz em alguns setores em que não concordam, em 34
função de priorização da questão salarial. E sempre foi dito ao sindicato que no período da data-35
base haveria negociação. Desde o ano passado, a arrecadação já demonstrava uma evolução 36
melhor. No primeiro semestre do ano passado, em relação ao primeiro semestre de 2016, houve 37
um crescimento nominal de 3%; no segundo semestre de 2017 sobre o segundo semestre de 38
2016, foi 6,75%, ou seja, mais que o dobro do primeiro semestre. Mas ainda assim não foi 39
destinado nenhum centavo para a questão salarial, e toda a discussão feita nesse período, mesmo 40
145
com a evolução da arrecadação, afirmava que na data-base haveria negociação. Inclusive o 1
senhor Reitor os recebeu, em fevereiro deste ano, e quando expunham que estava crescendo a 2
arrecadação, que já era dado realizado, primeiro semestre 3%, segundo semestre 6,75%, 3
anualizando 4,6%, não destinou nada para o salário. Em janeiro continuou crescendo, 10%, 4
fevereiro 20% de crescimento, março teve uma queda, foi o único mês dos últimos 11 meses 5
em que houve queda, que foi uma sazonalidade. Abril continuou crescendo, a previsão da 6
Secretaria da Fazenda era R$8,082 bilhões, deu R$8,397 bilhões. Também superou a 7
expectativa. Portanto, no período da data-base, de maio do ano passado até abril deste ano, 8
houve um crescimento acumulado de 6,5%. Então, há recurso. Essa foi a polêmica no Fórum 9
das Seis com o Cruesp quando apresentaram 1,5%; a Adusp, Sintusp, Adunesp, Sintunesp, 10
Sintesp, STU e Adunicamp solicitaram a interrupção da reunião para que os reitores 11
conversassem e houvesse um aceno, ou uma mudança de índice. Os três reitores foram para 12
outra sala, e acharam que isso sinalizaria que estaria havendo uma negociação, mas para a 13
surpresa de todos voltaram com 1,5% novamente, dizendo que era para levar o índice para as 14
assembleias e que os reitores da Unicamp e da USP levariam já para o Conselho Universitário, 15
passando a impressão às entidades de que claramente não queriam negociar. Por isso desejam 16
que o Fórum das Seis e o Cruesp continuem negociando. Com base na questão da arrecadação, 17
analisam que há espaço no Orçamento para destinar mais do que 1,5%. Essa é a polêmica. Nesse 18
sentido, reitera a fala do professor Romão, da Adunicamp, e a do senhor Marcílio, do STU, pela 19
retirada de pauta da discussão e continuidade da negociação. É um momento em que precisam 20
dialogar e conversar muito, e é essa a intenção do sindicato. O MAGNÍFICO REITOR observa 21
que a fala do senhor José Luiz ignorou completamente os fatos deste mês. O pagamento que 22
terão de fazer é com recursos do futuro, não do passado. O senhor JOSÉ LUIZ PIO ROMERA 23
observa que o recurso é realizado. Está se referindo à arrecadação que já entrou em caixa. O 24
MAGNÍFICO REITOR lembra que estão com R$240 milhões de déficit. Não há caixa. O que 25
acaba acontecendo agora é uma situação em que terão uma crise sem precedentes. Não há 26
dúvida de que o ICMS vai cair em maio. O senhor JOSÉ LUIZ PIO ROMERA afirma que vai 27
crescer, já que o repasse do município cresceu 7% no acumulado. O MAGNÍFICO REITOR 28
pergunta se ele acha que de maio para junho vai crescer. O senhor JOSÉ LUIZ PIO ROMERA 29
responde que em maio cresceu 4% em relação ao ano passado e ia crescer mais, mas em maio 30
houve uma semana que causou reflexos. O MAGNÍFICO REITOR diz que a instabilidade 31
econômica e política são evidentes, não podem ignorar isso. O índice proposto de 1,5% já era 32
um risco, e a reunião ocorreu antes da greve de caminhoneiros. Se fosse hoje, proporia zero, e 33
acredita que os demais reitores fariam o mesmo. A Conselheira DIRCE DJANIRA PACHECO 34
E ZAN diz que a Faculdade de Educação apoia o pedido de retirada de pauta. A congregação 35
da Faculdade, reunida no dia 23 de maio, aprovou uma manifestação nesse sentido e o 36
argumento naquele momento era exatamente de que a proposta de deliberação no Consu do 37
reajuste dos servidores da Unicamp é um retrocesso para a autonomia universitária, que tem 38
como conquista histórica as negociações salariais realizadas entre o Fórum das Seis e o Cruesp. 39
Sabe que essa é uma pauta, por enquanto, vencida, foram voto vencido quando foram contrários 40
146
a essa deliberação, mas, além disso, na manifestação da congregação também se aponta para a 1
necessária continuidade das negociações, por considerar que elas não tinham sido concluídas 2
até essa data. Reitera os argumentos trazidos pelo conselheiro João Luís, e além da questão dos 3
documentos que ele diz faltar, também chama a atenção que no item da pauta é mencionada 4
“homologação” do reajuste. O professor Marcelo acabou de informá-los de que forma se 5
compreende a homologação, que é como um reconhecimento oficial, mas a deliberação 6
menciona “aprovação”. Então, acha que há uma questão que não está clara para o Conselho, se 7
estão homologando ou se estão aprovando o índice. E nesse sentido se segue a deliberação, o 8
texto da deliberação não tem essa possibilidade de interpretação de que a negociação continua; 9
é o encerramento da negociação. Em razão disso, reitera o pedido de retirada de pauta. O 10
MAGNÍFICO REITOR diz que repetirá um trecho do comunicado oficial, para que fique muito 11
claro este ponto: “A instância responsável por definir e negociar com o Fórum das Seis os 12
índices anuais do reajuste salarial para docentes e funcionários das três universidades paulistas 13
é o Cruesp”. Outra questão é que, independentemente da homologação dos índices propostos, 14
as discussões entre o Cruesp e o Fórum das Seis continuam ocorrendo. Em outras palavras, a 15
homologação dos índices dos Conselhos Universitários da Unicamp e USP não implica que as 16
discussões sejam terminadas, tanto é que está marcada outra conversa para a próxima quinta-17
feira. A Conselheira DIRCE DJANIRA PACHECO E ZAN solicita esclarecimento se 18
homologar e aprovar são a mesma coisa. O MAGNÍFICO REITOR diz que o índice é proposto 19
pelo Cruesp, mas esse índice precisa ser homologado e o gasto precisa ser aprovado pelo 20
Conselho Universitário. O índice ser homologado corresponde a uma aprovação do gasto. Estão 21
interconectados, naturalmente. A Conselheira TERESA DIB ZAMBON ATVARS observa que 22
a forma como a Administração convocou o Conselho Universitário é exatamente a forma como 23
o Cruesp deliberou. Lerá o segundo parágrafo do Comunicado Cruesp 01/2018: “A aplicação 24
do disposto neste comunicado está sujeita à homologação no âmbito dos respectivos Conselhos 25
Universitários, onde pertinente”. Portanto, quem leu o comunicado sabe que estão fazendo 26
aquilo que o Cruesp deliberou. O Conselheiro FLÁVIO RIBEIRO DE OLIVEIRA diz que traz 27
a posição da congregação do IEL, que é a seguinte. A congregação do IEL entende que o Consu 28
deve homologar o índice quando ele for definitivo, ao final das negociações. Uma vez que elas 29
ainda estão ocorrendo, que está havendo diálogo entre Cruesp e Fórum das Seis, entendem que 30
seria um atropelo, neste momento, o Consu homologar um índice que, em tese, poderia ser 31
alterado. Então, a proposta da congregação do IEL é pela retirada de pauta do ponto e que ele 32
retorne quando Cruesp e Fórum das Seis entenderem que as negociações estão concluídas. O 33
Conselheiro IURIATAN FELIPE MUNIZ pergunta se o Reitor ainda entende que é óbvio e 34
trivial o inciso IX da Deliberação Consu-A-020/17, que discutiram por várias vezes no dia da 35
aprovação. Mas colocará como avaliam se 1,5% é pouco ou muito, porque é uma questão de 36
referencial. A partir das preocupações do senhor Reitor, precisam saber se é muito. Pergunta se 37
seria a partir das prioridades da Unicamp, que inclui o aumento do teto, conforme foi colocado 38
ainda nesta reunião, que vai impactar em R$50 milhões por ano o orçamento. Questiona se seria 39
pouco, comparado com a prioridade, por exemplo, da isonomia, que custa R$100 milhões por 40
147
ano, o dobro do aumento do teto, e que até agora, na discussão, ninguém mencionou que isso é 1
importante, mas disseram que é importante a isonomia do teto com as federais. Entretanto, a 2
isonomia do piso dos funcionários com a USP significa um aumento de 22,5% para quem é do 3
nível médio ou superior na Unicamp e está no piso, e isso ainda não foi colocado como algo 4
importante para a Universidade. Questiona se 1,5% é pouco ou muito, comparado com a 5
inflação, cuja estimativa é de pelo menos 2,78% no índice do Dieese. Propõe que comparem 6
esse valor com o que foi a redução do quadro de trabalhadores, e podem pegar desde a referência 7
do arrocho salarial, porque há três anos recebiam 12,56% a mais, medindo pela inflação, ou 8
seja, o poder de compra era 12,56% maior. Ou podem comparar com todo o processo de 9
expansão das universidades, com o número de alunos, número de títulos aprovados, que quem 10
tem financiado é o corpo de funcionários, seja pelo seu número, pela redução de 10% do quadro, 11
constatada no começo do ano, ou pelo arrocho salarial de 12,56%, quase 13% nos últimos três 12
anos. O movimento sindical, as pessoas que entendem demandas que ajudam a Universidade e 13
a sociedade e o serviço público estão reivindicando que se preserve o poder de compra dos 14
salários. Essa é uma discussão que terão de fazer neste Consu, agora que ele está se propondo 15
a homologar e decidir política salarial, talvez seja o momento de ter uma política salarial, 16
porque ter de fazer greve para cada 0,01% de índice ou de aumento da inflação é uma falta de 17
planejamento da Universidade. Acreditam que é preciso contratar trabalhadores via concurso 18
público, esse problema é central. No Caism tem causado uma série de mudanças pela 19
recertificação, pela fusão de setores, pelo aumento de trabalho, tem propostas para vir ainda 20
sobre a reorganização do quadro funcional, mas não são discussões que seriam muito saudáveis 21
se fossem feitas. A preocupação de quem está propondo e tocando essas mudanças hoje é 22
economizar dinheiro, é cortar. O corte das GRs, por exemplo, não foi uma coisa que fez a 23
Universidade melhorar. Estão reivindicando que essa discussão sobre a política salarial, do jeito 24
que está sendo feita hoje, seja de responsabilidade executiva, que a Universidade entenda como 25
uma necessidade executiva, assim como entende a necessidade de reajustar pela inflação os 26
contratos terceirizados, nunca precisaram fazer greve para garantir que o fornecedor 27
recuperasse o desgaste da inflação no contrato da Unicamp. Isso a Universidade reconhece. 28
Então, querem que se reconheça essa discussão como executiva, por isso não é uma discussão 29
para o Conselho, é de responsabilidade do Reitor. E junto a isso tudo, desejam a democratização 30
das decisões. Estão em um Conselho Universitário onde os funcionários são 7 representantes 31
dentre os 75, são 8 mil funcionários em um quadro de 10 mil no total, são 2 mil docentes e 8 32
mil funcionários, e precisam melhorar a participação, a capacidade de ser ouvidos, de decidir 33
os rumos da Universidade. É preciso haver mais transparência. Dizem que a negociação 34
depende do Cruesp, mas também do Fórum das Seis. Uma negociação precisa de acordo. Se 35
chegarem na negociação ouvindo a posição apenas de um lado, abrem mão do processo 36
democrático – a Universidade é autocrática. E isso é muito ruim para um reitor que não gosta 37
de usar o poder da caneta. Então, precisam parar de usar os funcionários como caixa que vai 38
salvar o orçamento. É complicado ouvir que há muitos problemas aqui, mas que devem manter 39
a progressão do teto, e não manter o poder de compra do salário porque não há dinheiro, que o 40
148
valor do vale refeição não dá para manter, que é preciso assumir o trabalho de dois setores, que 1
o valor da gratificação também não vai dar para manter, mas que é muito importante subir o 2
teto salarial porque é diferente nas universidades federais. Então, isso é um impasse colocado, 3
é um conflito. Sinceramente, toda discussão que o Reitor insiste em fazer aqui soa cada vez 4
mais incoerente, inclusive porque pode falar que é uma decisão da Assembleia, e é mesmo, mas 5
não pode falar que é externo à Unicamp, porque vem aqui dizer que toda semana ele está na 6
Assembleia exigindo a aprovação do novo teto. Então, não adianta dizer que isso foi a Alesp 7
que decidiu. A Unicamp foi quem fez a Alesp decidir também. Acha que devem atender o que 8
é justo, e colocar a discussão sobre o financiamento do serviço público, da educação pública, 9
junto com a sociedade. Há renúncias fiscais gigantescas do governo para cobrar, que são 10
importantes na receita, há uma dinâmica de terceirizações que só serve para financiar 11
intermediário, e é algo cada vez mais bem-visto pelos governos que têm uma aprovação 12
beirando 0%, que estão aprovando legislações para ampliar a terceirização, e duvida que as 13
terceirizações economizam, por um princípio lógico, que em vez de remunerar um trabalhador 14
é preciso remunerar um intermediário também. Há a desvinculação de recursos ou receitas da 15
União, há grandes fortunas que não são taxadas. Esse problema com que a Unicamp é 16
preocupada, ou seja, com o desenvolvimento do estado e do país, precisa colocar para fora, 17
precisa disputar a sociedade para garantir que isso aqui funcione bem, seja em conjuntura de 18
crise, seja no momento em que conseguem expandir e melhorar os resultados. Deixa clara sua 19
indignação. Um vírgula cinco por cento é um número que se inventou, que parece bom, mas 20
não é colocado em termos de possibilidades orçamentárias, porque nesses termos, o próprio 21
Reitor colocou que deveria ser zero, que não há possibilidade de reajuste. Então, acha que é 22
preciso retirar de pauta, o Cruesp tem de se entender com o Fórum das Seis, precisam fazer uma 23
greve que politize a sociedade, que mostre o que está acontecendo, que conte para a sociedade 24
que o HC está com falta de insumos, com dificuldade de funcionamento, que no Caism há falta 25
de funcionários, sendo que para o HC nem se fala de falta de funcionário, que tudo são 26
demandas que a greve faz para defender o serviço público e tem reivindicado a condição de os 27
trabalhadores participarem, decidirem, e não serem tratados como caixa financiador das 28
dificuldades orçamentárias. Esse novo Reitor já deu zero de aumento uma vez, pergunta que 29
título ele vai merecer com essa política salarial que tem demonstrado. A Conselheira 30
CAROLINA BONOMI DE MENEZES GUERRA diz ter uma dúvida, porque há uma 31
fragilidade legal e continuaram com a discussão se irão retirar de pauta ou não. Pensa que 32
mereça uma orientação da PG sobre a questão que o conselheiro João Luis colocou. Outra 33
questão é pelo conflito de informações, porque o senhor Reitor leu o comunicado falando que 34
a homologação não isenta as negociações, mas no documento aqui fala que essa aplicação vai 35
depender da homologação dos conselhos universitários, então, a homologação é definir esse 36
1,5%. No vídeo da reportagem da manifestação da semana passada o senhor Reitor diz que já 37
queria colocar na próxima folha o 1,5%. Está contraditório o que o senhor está colocando aqui 38
com o que falou na semana passada. Acha que isso tem de ser melhor explicitado, porque o que 39
entendeu ao ler o documento do Cruesp era que ia ser aprovado 1,5% de aumento nos conselhos 40
149
universitários, então, existe um conflito que precisam discutir. O MAGNÍFICO REITOR diz 1
que a discussão é fundamental, depois comentarão o que o acadêmico João Luis colocou. Sobre 2
a questão específica, o reajuste proposto pelo Cruesp, acordado entre os três reitores, foi de 3
1,5%. Naturalmente, pode acontecer que haja discussão no Conselho Universitário e o reajuste 4
proposto seja zero. Porém, para tentar colocar na folha de pagamento dos funcionários de junho, 5
que era no quinto dia útil, discutiram isso inclusive com a USP, pediram para a DGRH rodar 6
duas folhas, uma com 0% e uma com 1,5% caso o reajuste fosse homologado no Consu da 7
semana passada. Se tivesse sido homologado, já dariam 1,5%, porque considera difícil chegar 8
na reunião com o Fórum das Seis e ele não aceitar o reajuste. Ou seja, se for para negociar, é 9
razoável pensar que se negociará para cima e não para baixo. Então, pelo menos 1,5% já estaria 10
na folha das pessoas e essa era a ideia de ter colocado o Consu na terça-feira passada, que 11
permitiria que a folha de pagamento já de junho incorporasse o reajuste, sem prejuízo da 12
negociação, da discussão que continuará a ocorrer. Isso já aconteceu na USP, foi homologado 13
na terça-feira, o pagamento lá já é com 1,5%, na Unesp também. Só aqui na Unicamp que não. 14
A Conselheira GLÁUCIA MARIA PASTORE diz que também concorda com seus colegas que 15
pediram a retirada de pauta desse item. Também saúda o professor Romão por sua fala pela 16
presidência da Adunicamp, porque olhando conjunturalmente, de fato, estão em uma crise 17
gravíssima de liderança. Os problemas afetam todas as nações, não há nação isenta de problema, 18
o que faz a diferença são as pessoas que conseguem achar soluções quando parece tudo perdido. 19
Há instituições brasileiras que precisam preservar a todo custo, seja Capes, seja CNPq, sejam 20
as universidades, em especial as de São Paulo. Acha que não aprovar ou não discutir esse índice 21
agora, ao contrário, fortalece a posição do senhor Reitor, porque ao dizer ao Cruesp o que o 22
pessoal da Unicamp acha, é muito mais importante do que concordar com um índice que, de 23
fato, é irrisório. Os funcionários não estão conseguindo pagar seus planos de saúde. É enorme 24
a lista de empréstimos consignados. Isso significa que as pessoas estão chegando naquela 25
situação dificílima em que não é possível sobreviver com o salário. E essa questão que parou o 26
país de norte a sul foi porque a Petrobras não se sensibilizou, fez de conta que não estava 27
acontecendo nada, ou seja, não é possível que em um país o valor da gasolina e do diesel seja 28
aumentado a cada semana. Essa loucura não foi interpretada corretamente, não houve 29
sensibilidade. Parece que a situação das universidades vai pelo mesmo caminho, já comentaram 30
que elas são baluartes, quando tudo rui, é o que deve segurar a situação. Então, é preciso 31
fortalecer a posição do professor Marcelo, porque na USP o desânimo está estabelecido, 32
perderam vários rankings, e várias outras coisas, sabem que a política lá colocada não deu certo. 33
Não devem deixar de exercer essa liderança. O senhor Reitor é jovem, cheio de vontade, já 34
viveu em outros ambientes, conhece ambientes federais, tem condições. Pede que não aceite 35
simplesmente o final da linha, porque não é. Essa crise proporciona a chance de que lideranças 36
reais, inteligentes, apareçam. Se não aparecer, é o fim de tudo. O Conselheiro ROBERTO LUIZ 37
DO CARMO diz que também solicita a retirada de pauta. Considera essa discussão que estão 38
tendo aqui importante em vários níveis. Um ponto importante que foi colocado pelos colegas 39
dos sindicatos é que o achatamento salarial é brutal. E esse achatamento tem uma implicação 40
150
imediata, e tem uma implicação futura que considera ainda pior, no sentido que coloca em risco, 1
no médio prazo – não está dizendo nem no longo prazo –, a própria sustentação da 2
Universidade, como uma universidade de ponta, de prestígio. O desestímulo que começam a 3
perceber é cada vez maior, cada vez mais evidente, e o pior de tudo é que esse momento é 4
justamente o momento em que a Universidade passa a ser mais acessível, a ser mais aberta para 5
a sociedade, o que é um contrassenso, uma contradição impossível de aceitar. Então, associado 6
a essa questão salarial, há o processo de inviabilização da carreira docente. Uma das poucas 7
certezas que tinham era que com o mérito do trabalho conseguiriam avançar na carreira, 8
conseguiriam com isso mostrar a efetividade e o reconhecimento do trabalho, e receberiam 9
através das promoções. E têm visto que, infelizmente, a limitação nas progressões traz uma 10
situação drástica dentro das unidades. Esse é um outro aspecto associado a todo esse contexto. 11
Nesse sentido, é muito importante continuar essa discussão, que não é só salarial. Sinceramente, 12
ainda não conseguiu entender bem qual é o sentido de homologar um índice que pode ser 13
modificado. Pensa que precisam abrir a discussão e tentar buscar alternativas. Não tem sentido 14
homologar esse índice nesse momento. Então, sua fala é no sentido de que retirem de pauta e 15
continuem as negociações, porque agora elas passaram a ter a característica de envolver o 16
Consu nas negociações salariais, então, precisam se adaptar a esse novo contexto. O 17
MAGNÍFICO REITOR diz que o único sentido que tem homologar um índice que pode ser 18
modificado é que os trabalhadores já podem se beneficiar de ter esse recurso. Pode ser pequeno 19
para alguns e pode ser significativo e necessário para outros. Se já está proposto e os colegas 20
da USP e da Unesp já o tem aprovado, não vê motivo também de não aprovar e continuar a 21
discussão, se ele pode ser modificado. Não faz questão de aprovar, podem retirar de pauta, mas 22
tanto se fala em isonomia, que o Cruesp tem de ser fortalecido, não vê por que também não 23
aprovar e que os trabalhadores da Unicamp tenham o direito a esse índice e não esperar alguns 24
meses. Hoje o ponto é só esse. É simples e direto. Não há, da parte da Administração, nenhum 25
esforço em aprovar ou não. É simplesmente uma questão de ter realmente a isonomia com os 26
outros trabalhadores, neste ponto específico que é o aumento nesse índice proposto. O 27
Conselheiro IURIATAN FELIPE MUNIZ diz que a Unesp não pautou e nem aprovou isso em 28
seu Conselho Universitário. O MAGNÍFICO REITOR concorda que não, a Unesp não tem isso 29
previsto em seus regimentos, mas será pautado lá também. O Conselheiro DIEGO MACHADO 30
DE ASSIS diz que o professor Marcelo colocou que discutir a questão do teto salarial é criar 31
um conflito entre categorias, e que é justo que quem se dedicou 25 ou 30 anos à Universidade 32
receba um salário digno, com o que tem total acordo, talvez não concordem muito, mas nesse 33
sentido sim. Acha que aqui o que está em questão não é um conflito entre categorias, até porque 34
não se pode dar por natural que existe um distanciamento tão grande entre as categorias, de que 35
a questão do teto atinge só uma delas. Na verdade, é de interesse de todo o funcionalismo do 36
Estado, de todas as categorias, só que, infelizmente, hoje, na prática, esse distanciamento é 37
muito grande, coloca cerca de 50% dos docentes da Unicamp no teto salarial, enquanto há 38
70,8% dos funcionários no piso salarial, e 70% desses funcionários englobam muitos 39
trabalhadores que estão aqui há 25, 30 anos também. No nível superior há aproximadamente 40
151
3.000 trabalhadores, 2.100 estão no piso salarial, ou seja, 2/3 deles, mantendo mais ou menos a 1
proporção dos 70%. E desses 2.000 que estão no piso, 837 têm mais de 25 anos de Casa. Isso 2
que estão discutindo aqui, não é um conflito entre categorias. Estão discutindo quais são as 3
prioridades. Isso falando na questão do piso, sem contar a questão da progressão da carreira dos 4
técnico-administrativos que está congelada há cinco anos, sem contar o vale alimentação que 5
está congelado há vários anos, sem contar o assédio moral, a pressão, a diminuição dos 6
funcionários nos setores que aumenta a quantidade de trabalho. São essas as prioridades que 7
estão trazendo para discussão. E acha engraçado porque quando o professor Marcelo passa o 8
dado do custo do reajuste de 1,5%, passa anualizado, e quando passou o dado do impacto da 9
PEC-05 passou por mês. Mas acha que foi só, talvez, uma diferença de como disse, mas colocou 10
por mês o impacto do 1,5% dividindo aqueles R$ 26,5 milhões colocados como a custar por 11
ano, o que resultou algo em torno de R$1,9 milhão por mês, sendo que é dito que é muito 12
dinheiro, então, também pode dizer que é muito dinheiro o impacto que ocorrerá depois do 13
primeiro ano da PEC-05, de R$1,2 milhão por mês. O MAGNÍFICO REITOR concorda que 14
tudo isso é muito dinheiro. O Conselheiro DIEGO MACHADO DE ASSIS diz que estão 15
discutindo quais são as prioridades. E sempre vem aquela ideia de o que é lei é preciso cumprir. 16
Os 3,5% que vieram de reajuste do salário do governador que implicou o teto é lei e cumprem; 17
se aprovada a PEC-05, é Assembleia Legislativa e cumprem. Mas é engraçado que todo esse 18
zelo pelo cumprimento da lei nunca acontece quando se discute o décimo terceiro, que é sempre 19
a ameaça na sala quando se discute que não tem dinheiro. Inclusive, hoje de manhã, o Reitor 20
deve se lembrar, houve uma conversa com trabalhadores que o abordaram na entrada da reunião 21
da Cepe e seu argumento em dado momento é que se der um reajuste maior não haverá dinheiro 22
para o décimo terceiro. É dessa diferenciação que o funcionário está cansado, e está cansado de 23
não ser tratado pela força da lei na reposição do salário, que pelo menos sabem que não existe 24
uma lei que obrigue a isso, mas a Universidade deveria encarar quase como força de reposição 25
salarial, que é um direito que deveria ser inalienável de qualquer trabalhador, manter o seu 26
poder de compra. É inegável, todos estão vendo o movimento de força da greve que estão 27
construindo com trabalhadores de vários setores. Inclusive, na semana passada, quando a 28
Unicamp estava vazia, quem veio para cá estava nessa manifestação em frente ao Consu, depois 29
da dispensa das atividades acadêmicas e administrativas em várias unidades, quem veio para a 30
Unicamp estava na manifestação do Consu mostrando sua indignação. A Reitoria e o Conselho 31
Universitário deveriam ter a sensibilidade para ouvir essas pessoas que estão lá embaixo desde 32
as 9h e que permanecem firmes. Considera irresponsabilidade virar moralmente as costas para 33
o que o pessoal está dizendo lá embaixo, e votar esse reajuste, apesar de todos os pedidos de 34
retirada de pauta que estão vindo de lá. Apesar de a Reitoria argumentar que a aprovação hoje 35
só significa pagar agora 1,5%, que não precisa esperar, em outros momentos poderia até ser 36
uma ameaça que pesasse, só que quando fazem a conta do que significa 1,5% no salário, é tão 37
pouco que, falando a verdade, faz pouca diferença 1,5 ou 0%, que no salário da maioria das 38
pessoas representa cerca de R$50. Preferem muito mais continuar a luta e garantir um reajuste 39
que, de fato, cubra as perdas, porque não se vendem tão barato e é por isso que a briga continua, 40
152
mesmo com toda essa ideia de que se não aprovar agora a folha vai vir com zero. Podem fazer 1
essa discussão com mais calma, retirar de pauta, passar pelo ritual normal que está previsto na 2
deliberação do Consu, passar pelas câmaras, vir acrescentado de justificativa, passar pela COP, 3
e após isso fazer essa discussão em outro patamar, quando a negociação com o Cruesp estiver 4
em outro estágio também, e quando os trabalhadores virem uma proposta que minimamente 5
possa cobrir um pouco as perdas dos últimos anos. O MAGNÍFICO REITOR pergunta se a 6
proposta é que o ajuste não seja aprovado. O Conselheiro DIEGO MACHADO DE ASSIS 7
responde que a proposta é de retirada de pauta. O Conselheiro RONALDO ALOISE PILLI diz 8
que os discursos estão se repetindo, há uma proposta de retirada de pauta, há um desrespeito à 9
solicitação do senhor Reitor de manter as falas dentro de um limite razoável, e propõe, como 10
questão de ordem, que votem imediatamente a retirada de pauta. O MAGNÍFICO REITOR 11
agradece a proposta, mas solicita aos próximos conselheiros que mantenham sua fala no limite 12
razoável de tempo. O Conselheiro ANTONIO JOSÉ DE ALMEIDA MEIRELLES diz que na 13
segunda-feira passada, na FEA, houve uma congregação, após a reunião da Reitoria com os 14
diretores, e naquela reunião não estava prevista essa discussão. Na Ordem do Dia discutiram 15
questões de reforma curricular, progressão docente, reestruturação administrativa, mas, no 16
Expediente, por reivindicação de um dos representantes de bancada, ela foi discutida, então, 17
não houve uma votação formal, mas a totalidade das pessoas que estavam presentes se 18
manifestaram por retirada de pauta, que era a posição que ia trazer para o Consu que não houve 19
terça-feira. Só está comunicando que foi essa a discussão que houve na Faculdade. Têm dois 20
problemas que talvez fosse necessário pensar com calma como resolver. Há um elemento 21
formal, jurídico, que talvez pudessem ouvir, porque, de fato, está escrito na deliberação algo 22
bastante claro, que teria de ter um parecer da COP, então, é uma questão relevante ter uma 23
opinião, se podem prosseguir com relação a isso. Discutiram muito, e um dos pontos firmado 24
na discussão do ano passado foi em relação ao aspecto democrático em colocar a matéria para 25
o Consu, de compartilhar a responsabilidade. Sente-se mais tranquilo de votar aqui por retirar 26
de pauta, porque compartilhou isso com a congregação da FEA. Quando presencia uma 27
discussão semântica sobre aprovar e homologar, fica em dúvida sobre o significado, porque ao 28
votar no Conselho Universitário e congregações democratiza, mas o papel de dizer sim ou não 29
é também algo de uma formalidade que não tem muito sentido. Precisariam definir melhor em 30
uma norma o significado de aprovar e homologar. Não sabe se resolve muito o problema, 31
porque ele foi criado no momento em que foi aprovado, e aqui não está escrito “homologar”, 32
está escrito “aprovar”. Não sabe se resolve muito falar que o Cruesp decidiu que devem 33
homologar, mas decidiram que devem aprovar. Existe um conflito que não lhe parecer ser 34
apenas semântico, e é em prol da transparência e, supostamente, em um nível de democracia 35
maior. Então, tem questões que já na primeira vez em que aplicam essa norma, não estão bem 36
resolvidas. Elas têm de ser resolvidas de alguma forma até para que não se encontrem em 37
situações onde não sabem direito o que fazer. Essa questão precisa ficar mais clara e iluminada. 38
Aponta para esse ponto levantado pelo aluno que é membro da COP também, e a questão do 39
significado exato do papel que cumprem aqui. Lendo a deliberação parece que estão aprovando 40
153
algo que lhe dá a sensação que tem um peso maior do que simplesmente a homologação. A 1
Conselheira FLÁVIA TELES DOS SANTOS diz que gostaria de discutir a proposta de reajuste 2
salarial de 1,5% pensando de maneira conjunta a situação da Universidade hoje e o que está 3
colocado para os trabalhadores, para os professores e para os estudantes. Acha que a situação 4
aqui, que inclusive já apareceu em algumas das falas dos conselheiros, é de um contexto em 5
que faltam funcionários e professores, de acordo com a demanda, em várias unidades – 6
inclusive o curso de Midialogia está prestes a fechar porque possui pouquíssimos professores. 7
É possível verificar essa situação em várias universidades, inclusive, muitas vezes estudantes 8
com bolsa trabalho cumprem funções que deveriam ser de um funcionário. A mesma coisa 9
ocorre com a área da saúde. Não sabe se os conselheiros aqui conhecem a situação da saúde, 10
mas parece que não. Os trabalhadores daquela área estão lá fora reivindicando melhorias, 11
porque a situação hoje é de trabalhadores em situações-limite dentro dos hospitais da 12
Universidade, que têm pacientes que dormem no chão. Há também a situação das empresas 13
terceirizadas que ganham salários muito precários e a Universidade lava suas mãos, fingindo 14
que esses trabalhadores não atuam aqui. Considera que homologar um reajuste salarial de 1,5% 15
é aceitar mais um elemento de precarização do trabalho dessas pessoas junto a todos esses 16
elementos que colocou. Precarizar a educação e a saúde significa tornar mais incerta a vida 17
desses trabalhadores. O projeto de precarização da educação e da saúde do Governo do Estado 18
de São Paulo é do PSB, o mesmo partido do prefeito da cidade que teve escândalos de corrupção 19
no início do ano, ampliando mais esse problema. O reajuste salarial precisa ser visto em 20
conjunto com essa situação. Solicita a retirada de pauta dessa proposta, porque são esses 21
trabalhadores que mantêm o funcionamento da Universidade, em conjunto com os professores 22
e estudantes, e são eles que devem decidir sobre cada centavo que entra aqui, e não esse 23
Conselho Universitário antidemocrático. Inclusive, eles estão ali embaixo para mostrar que 24
querem decidir sobre o reajuste salarial e sobre suas vidas. É engraçado o discurso do Reitor 25
que diz que para uns é preciso manter a qualidade da carreira, e para outros não tem dinheiro, 26
que a crise da Universidade deve ser descarregada em suas costas. Se votarem hoje esse reajuste 27
salarial irão ignorar a luta dos trabalhadores, e também a assembleia dos estudantes de ontem 28
que decidiu que vai colocar sua mobilização para defender os direitos desses trabalhadores. A 29
Conselheira GRÁCIA MARIA NAVARRO diz que tem uma comunicação da congregação do 30
Instituto de Artes, que solicita, em sua unanimidade, a retirada de pauta do item aumento 31
salarial. “Reiterando a importância de se esgotar as negociações salariais junto ao Cruesp e 32
Fórum das Seis e, aí sim, vir para manifestação no Consu. A congregação do IA o faz com uma 33
preocupação que não somente se limita à questão financeira, mas que está implicada com uma 34
questão mais ampla, que se refere ao financiamento da universidade pública, com a necessidade 35
de preservar a autonomia universitária das paulistas num contexto mais democrático de tomadas 36
de decisões. O faz também sem desconsiderar a imensa dificuldade financeira que temos 37
enfrentado, bem como os esforços da Administração Central da Unicamp em achar soluções 38
para superar a crise instaurada. Mas considerando que a busca de soluções para o financiamento 39
da Universidade não pode mais se circunscrever a sacrifícios internos dos servidores docentes 40
154
e não docentes da Unicamp, entendendo que esse recurso está esgotado e que a busca de 1
soluções deva ser direcionada ao Governo do Estado, a partir do próprio Cruesp e do Fórum 2
das Seis.” A Conselheira RACHEL MENEGUELLO diz que voltará ao documento que é uma 3
manifestação oficial da Reitoria sobre esse processo. Acompanha a preocupação que o 4
documento coloca, de reafirmar o reconhecimento de que quem decide índices salariais é o 5
Cruesp, não os conselhos universitários. Considera muito importante ter vindo da Reitoria. 6
Lembra-se da discussão que tiveram no ano passado com relação à inserção desse ponto na 7
deliberação do Consu que trata de despesas perenes da Universidade, e o quanto que esse ponto 8
em específico, que em última instância é um ponto político com implicações financeiras de 9
dinâmica externa, poderia, eventualmente, enfraquecer uma onda que já vinha acontecendo – 10
espera que isso se modifique – que é de enfraquecimento do próprio conselho de reitores frente 11
à falta de financiamento, às ações de governo. Então, ao ver essa manifestação da Reitoria, 12
reconhecendo que é o Cruesp quem decide, a tranquiliza, porque percebe que a Reitoria da 13
Unicamp está atenta a isso. Esse documento reconhece que esse é um risco, não da parte do 14
professor Marcelo, como reitor, mas de quaisquer outros que poderão vir, e que fazem parte do 15
Cruesp, sejam da USP, ou da Unesp, nenhuma pessoa em específico, mas a composição do 16
Cruesp é importante para isso. Então, fica mais tranquila sabendo que as reitorias reconhecem 17
que há algo a ser preservado, que é a negociação salarial. Esse reconhecimento do papel do 18
Cruesp na definição dos índices a leva ao segundo ponto, que é o fato de que, em última 19
instância, tanto faz homologar quanto aprovar – essa deliberação vem de fora. E o fato de não 20
terem documentos da COP, como o conselheiro João Luis colocou, não ter uma série de 21
insumos para que possam arbitrar sobre a pertinência ou não de um índice salarial, é próprio da 22
natureza do inciso IX da deliberação. Ele é o único que depende de movimentos políticos 23
externos. Não dá para a COP, a cada reunião que fizer, ou que os reitores terão daqui a dois 24
dias, fazer o tempo todo pareceres sobre isso. Acha que isso justifica a discussão que tiveram 25
em setembro do ano passado, de quanto esse inciso estava em lugar errado. As discussões que 26
estão tendo aqui hoje, as manifestações, os assuntos variados, as múltiplas falas sobre questões 27
que até extrapolam a própria negociação salarial, são indicadores do quanto essa questão não 28
deveria ser colocada dessa forma neste Conselho. Nas outras negociações salariais isso sempre 29
foi socializado, sempre discutiram, os reitores sempre trouxeram para cá o que o Cruesp decidia, 30
agora estão colocando mediante uma aprovação de algo que, em seu modo de ver, parece inócuo 31
a essa altura do campeonato. As folhas da USP e da Unesp já foram feitas, e estão precisando 32
de uma aprovação aqui para rodar a da Unicamp. Não sejam ingênuos, não acredita que o 33
professor Marcelo vá na quinta-feira conseguir tirar, por exemplo, 5% em outro índice salarial. 34
Isso não vai acontecer. Estão vendo como o país se encontra. A inocuidade desse debate todo a 35
leva a reafirmar aquilo que foi afirmado meses atrás, do quanto que esse inciso em uma 36
deliberação Consu tem lugar impróprio. Quem sabe um dia revertam essa decisão. Hoje se trata 37
de uma deliberação que precisam cumprir. Entretanto, pela manifestação que o Reitor faz 38
reconhecendo que tudo isso se resolve lá fora, se resolve no Cruesp, e mesmo assim traz para 39
cá uma discussão com essa multiplicidade de manifestações, de assuntos variados, de algo que 40
155
na verdade até os está inviabilizando de decidir o que é para decidir. Apoia a retirada de pauta, 1
da mesma maneira que seus colegas, mas, muito mais, além do fato de a negociação não ter 2
terminado, é o fato de que isso é impróprio para ser colocado como pauta. O MAGNÍFICO 3
REITOR diz que foi até colocado e divulgado no boletim, aquele documento que coloca o 4
Fórum das Seis junto com o Cruesp como os responsáveis por discutir a data-base. Não 5
apareceu em nenhuma discussão, em nenhum texto, que no momento em que o índice é 6
proposto, a primeira coisa que o Fórum das Seis faz é dizer que levará esse índice para sua base, 7
para as assembleias, para a discussão, porque quer ouvir os trabalhadores. Isso acontece, e é o 8
correto. As pessoas que estão representando os trabalhadores, os docentes e os estudantes, 9
devem ouvir suas categorias. Não vê problema em que o reitor ouça o que pensa seu respectivo 10
conselho universitário. O oposto não é contestado e é ouvido. E na reunião foi dito que já iriam 11
com o indicativo de greve, mas que era preciso ouvir a base. O reitor aqui de plantão, que hoje 12
é ele, e Administração como um todo, precisam ter o cuidado de garantir que haja recursos para 13
todas essas questões levantadas. É um dilema, é um drama. Não tem um reitor, uma pessoa que 14
não gostaria de dar 12,56% de reajuste salarial. Mas seria uma irresponsabilidade sabendo da 15
crise, sabendo que não cabe no orçamento da Unicamp. Não se trata de uma negociação de 16
mercado, é uma negociação séria, onde os índices estão claros, os dados estão transparentes, e 17
sabem da situação financeira em que se encontram as três universidades. Não é um discurso de 18
crise, é uma crise de fato. Supondo que tivessem um conselho de reitores populista, que 19
decidisse dar, por exemplo, 20% de aumento, o Conselho Universitário sabe que não é possível 20
e tem a obrigação de ouvir e homologar ou não aquele reajuste. É para proteção da 21
Universidade. Por outro lado, se escolherem um índice intermediário, por exemplo, de 3%, 5%, 22
tem de ficar claro para o Consu o que isso pode representar, e não é ameaça, basta fazer as 23
contas. A Unesp não pagou o décimo terceiro. Fazem as contas e sabem que é mais 24
irresponsabilidade por parte da Administração aceitar um índice e depois correr o risco de não 25
ter recursos para honrar o pagamento de décimo terceiro. E por isso é fundamental que o Consu 26
tenha consciência desse risco e que homologue esse risco. Para ele está claríssimo que se trata 27
de homologar o índice do Cruesp e aprovar a despesa. O Conselheiro JOÃO LUIS SARAIVA 28
MORAES ABREU diz que, se basta fazer as contas, então elas deveriam estar apresentadas, e 29
todos os conselheiros aqui concordam com isso. Não à toa deliberaram, há menos de nove 30
meses, que é necessária a indicação pormenorizada dos impactos junto à proposta. Claro que o 31
debate é necessário, foi muito bom, mas uma questão aqui é factual: seguir com a proposta 32
dessa forma incorre em ilegalidade e abre precedente de questões que vão contra o intuito de 33
cada conselheiro neste Conselho Universitário. Então, irá solicitar de forma bem clara a votação 34
nominal quando forem votar a retirada de pauta, para ficar claro quem apela pela lei que não 35
pega e quem apela para que a cumpram o devido legal. E também irá pedir que a proposta seja 36
posta como retirada de pauta ou revogação da Deliberação Consu-A-020, de 2017, porque essa 37
é a única forma de prosseguir dentro da legalidade. E não há problema em prorrogar uma 38
semana para obter dados, para uma discussão mais aprofundada, se possível para o Cruesp 39
poder negociar mais. Enquanto conselheiros, precisam ter essa responsabilidade. A Conselheira 40
156
TERESA DIB ZAMBON ATVARS, para esclarecer as coisas e para que possam caminhar no 1
sentido objetivo de uma deliberação, diz que não podem deliberar pela revogação de um assunto 2
que não está em pauta, ou seja, a revogação da deliberação. Se o conselheiro quiser apresentar 3
para a próxima reunião a revogação da deliberação, obviamente a Administração tomará as 4
medidas para analisar a adequação ou não da inclusão em pauta. O Conselheiro JOÃO LUIS 5
SARAIVA MORAES ABREU diz que retira a solicitação, não tinha ciência disso. A 6
Conselheira TERESA DIB ZAMBON ATVARS diz que o conselheiro, então, propõe, como 7
outros, a retirada de pauta com um adendo de que a votação seja nominal. Farão isso no instante 8
em que terminarem todas as inscrições que ainda estão pendentes. O Conselheiro PAULO 9
SÉRGIO FRACALANZA diz que ontem, após a reunião da congregação do Instituto de 10
Economia, houve um debate com alguns conselheiros do Consu e, obviamente, as visões a 11
respeito do futuro são muito divergentes. É evidente que a situação teve alguma melhora em 12
relação ao ambiente trágico em que viviam, é indubitável que houve alguma pequena 13
progressão. Basta ver, por exemplo, o Informe Aeplan de março, que apresenta dados 14
consolidados de janeiro e fevereiro: o comprometimento acumulado com folha com respeito às 15
receitas do Tesouro do Estado, que perfazia 101,09%, em janeiro e fevereiro foi de 93%, então 16
houve um recuo. Entretanto, se olharem para o comprometimento total acumulado, ainda estão 17
no índice de 115,24%, ou seja, a situação ainda é dramática. Sabe que o senhor Thiago assumiu 18
há pouco tempo, com encargos incríveis, mas teria sido interessante ter disponíveis os relatórios 19
de abril e maio, que fariam toda a diferença para uma discussão mais qualificada, sobretudo 20
quando observam resultados de março, quando houve uma queda. Se fecharem esse período, 21
com os dados que possuem até agora, verificam um crescimento de 4,6%, mas não fará 22
previsões, não tem nenhuma ideia do que será o futuro. A Conselheira TERESA DIB ZAMBON 23
ATVARS pergunta se o professor Paulo incluiu maio. O Conselheiro PAULO SÉRGIO 24
FRACALANZA responde que sim. Pegaram os dados, na verdade, de 1º de junho, que já tinha 25
um parcial de maio. A Conselheira TERESA DIB ZAMBON ATVARS observa que maio não 26
está fechado ainda. O Conselheiro PAULO SÉRGIO FRACALANZA confirma que maio não 27
está fechado, por isso é um dado parcial. Então, é difícil fazer a previsão, e seria muito cauteloso 28
em fazer qualquer tipo de previsão neste momento, até porque vivem um ciclo político adverso 29
e bastante atípico. Normalmente em épocas de eleições, sobretudo federais e estaduais, existe 30
um aumento da atividade econômica. Este ano, provavelmente, será diferente. Há uma 31
conturbação política inenarrável e é difícil fazer qualquer tipo de projeção. Se fizessem aqui 32
uma enquete, acredita que o Conselho se mostraria absolutamente dividido sobre o que o futuro 33
reserva. Haverá pessoas com uma visão mais otimista e outras com uma visão bastante 34
pessimista ainda, e esse é um impacto ponderável no momento em que precisam decidir um 35
índice de reajuste que terá efeitos futuros. Mas imagina que haja um consenso de que esta é 36
uma crise histórica, a maior que viveram na República brasileira, e que já se acumula uma 37
defasagem bastante expressiva em termos de reajuste. Considerando o impacto da inflação deste 38
ano para a próxima data-base, ela se torna ainda mais expressiva. E é claro que possuem a 39
sensibilidade de que os funcionários com salários mais baixos são os mais impactados pela 40
157
crise. Concorda com a professora Rachel que as negociações no âmbito do Cruesp não 1
produzirão um efeito diferente daquele que já foi sinalizado. Não tem nenhuma dúvida de que 2
a USP e a Unesp não vão conceder reajustes maiores do que 1,5%, inclusive já deve ter sido 3
difícil chegar a essa proposta. Fica receoso de que inviabilizem um acordo no Cruesp por conta, 4
sobretudo, da autonomia universitária, que exige uma negociação centralizada e que tem se 5
mostrado cada vez mais porosa. É bastante complicado para os conselheiros trazer essa 6
discussão para o Conselho Universitário, principalmente em um momento em que estão muito 7
divididos. A congregação do IE considerou que talvez fosse oportuno aprovar esses 1,5% agora, 8
já que é o que possuem, mas que tivessem, dentro da própria nota que a Reitoria propôs, uma 9
possibilidade de discutir, ao longo do ano, sobretudo se a situação melhorar. O segundo 10
semestre normalmente é melhor do que o primeiro, mas não sempre, e 2014 é um exemplo 11
dessa visão contrafactual, já que a crise atingiu em cheio justamente o segundo semestre 12
daquele ano. Mas se este ano seguir a tendência que geralmente ocorre, e se tiverem um 13
aumento da arrecadação de ICMS que chegue mais ou menos ao nível em que estão, de 4,6% 14
ou mais, teriam de fazer uma discussão mais qualificada. A congregação do Instituto pensou 15
uma proposta, que sabe que é completamente extemporânea neste momento, mas é apenas uma 16
proposta que não tiveram muito tempo para elaborar. O vale-alimentação, que não é reajustado 17
há vários anos, poderia ter um aumento de R$150, chegando assim a R$1 mil. Esse reajuste 18
faria com que tivessem uma despesa anualizada de R$18 milhões, o que corresponderia a 19
exatamente 1% de reajuste salarial. A questão interessante desse aumento, pensada na 20
congregação como uma medida alternativa, é que ele é linear. Dessa forma, para quem está no 21
piso – e o conselheiro Diego informou que 70% dos funcionários estão no piso, ou próximo 22
dele – isso representaria um aumento da ordem de 5 ou 6%, que somado a 1,5% de reajuste 23
corresponderia a 7,5%, chegando a um nível muito mais próximo dos 12,56%, com um impacto, 24
na verdade, menor do que 1,5%, ou o equivalente a um reajuste de 1%, dependendo da 25
categoria. Na verdade, o que está propondo é que avaliem a progressão das receitas ao longo 26
do tempo, e que conversem com base em uma proposta que não fira o acordo que possuem com 27
o Cruesp, permitindo algum avanço neste momento complicado, em um ano completamente 28
incerto, sobretudo para os segmentos de mais baixo salário. Então, a congregação do Instituto 29
de Economia, diferentemente de outras unidades cujos diretores aqui se manifestaram, não foi 30
contra a proposta da homologação, muito pelo contrário, mas imagina que essa negociação deve 31
continuar. Está aqui apresentando a proposta preliminar elaborada pela congregação, 32
considerando que há medidas interessantes que podem ser tomadas ainda neste ano com 33
impacto significativo sobre um conjunto de trabalhadores, e não está com isso sugerindo trocar 34
direito por benefícios, que podem ser retirados, mas, neste momento, poderia ser um argumento 35
mais palatável. A divisão, como vários aqui disseram, não faz o menor sentido no momento de 36
crise da Universidade. É claro que estarão divididos por várias questões e, futuramente, por 37
questões inclusive ainda mais críticas, mas acha que podem ter uma solução intermediária que 38
lhes permita eliminar um pouco do impasse. O Conselheiro JOÃO BATISTA DE MIRANDA 39
diz que se despede hoje do Consu, já que no próximo dia 25 se encerra sua gestão como 40
158
superintendente do Hospital de Clínicas. Agradece todo o apoio da Administração Central e do 1
Consu. Começou na superintendência como coordenador de administração, em 2009, e desde 2
então não lhe faltou apoio da Administração Central na condução do HC, tanto na gestão do 3
professor Tadeu quanto na do professor Marcelo. Por outro lado, infelizmente daqui de dentro 4
do Consu repetidas vezes saem comentários negativos sobre o HC que não são verdadeiros. 5
Não faltam insumos no HC. O Hospital trabalha a todo vapor, a não ser nos últimos 10 dias, em 6
razão da greve que assolou o país e que causou os transtornos que todos sabem. Ontem, tiveram 7
uma reunião em que consolidaram os números do HC. Com toda a crise por que o Brasil passou, 8
o HC não reduziu em nada a sua assistência, mantendo investimentos importantes tanto na 9
infraestrutura quanto no seu parque tecnológico. Esclarece que ninguém dorme no chão no 10
Hospital de Clínicas. Ele é um hospital público e preza pelo acolhimento dos seus pacientes, 11
pela humanização e pela qualidade do seu atendimento. O HC tem 405 leitos ativos, e este ano 12
estão completando a reposição de todas as camas. São camas extremamente confortáveis para 13
os pacientes e que facilitam muito seu atendimento pelo corpo de profissionais do HC – técnicos 14
de enfermagem, auxiliares, enfermeiros, médicos. Então, se precisarem do HC, podem ir até lá, 15
serão bem acolhidos e terão tratamento excepcional, de primeiríssima linha. Devem sentir 16
orgulho do Hospital que possuem. Isso não é desabafo, é informação: o HC é um dos melhores 17
hospitais públicos do Brasil. E 72% do seu orçamento é oriundo da Universidade. Recentemente 18
foi até a Secretaria de Estado em busca de mais recursos, e ouviu do coordenador econômico 19
que a Secretaria está com déficit este ano de R$1,5 bilhão e que não poderia ajudar, que o 20
Hospital terá de fazer o que precisa com os recursos que possui. E está fazendo. Em relação ao 21
tema que está sendo discutido, foram aqui colocadas muitas questões extremamente 22
interessantes e concorda com a maioria delas. Mas, no seu modo de entender, precisam 23
considerar primeiro o comunicado do Cruesp, que menciona exatamente o que estão dizendo 24
aqui: que o Brasil está em crise, há um déficit importante na reposição dos salários dos 25
funcionários, não é possível conceder mais que 1,5% de reajuste e vão continuar a negociação. 26
Sugere que essa proposta do professor Paulo seja levada para consideração do Cruesp na 27
próxima reunião. Possuem os dados da situação orçamentária da Universidade e acha que pode 28
dizer isso com certa autoridade porque tem negociado, nos últimos quatro anos, os índices de 29
reajuste dos funcionários Funcamp. E algo que ficou muito claro na última negociação é que os 30
funcionários aceitaram um reajuste menor do que aquele que foi negociado pela classe patronal. 31
Como administrador, tem grande satisfação em poder dizer que mesmo com essa crise o HC 32
não demitiu nenhum funcionário. Não foi concedido o reajuste ideal, mas nenhum funcionário 33
perdeu o principal, que era ter o seu trabalho e sua remuneração. Falaram com todos e todos 34
aceitaram, e assim que for possível, o reajuste também será reposto. Acha que é o que está 35
acontecendo com a Universidade. Duvida que aqui alguém tenha coragem de propor um 36
reajuste de 10%. Como administrador do HC, foi responsável, e pensa que é o que a 37
Universidade está fazendo. É claro que gostaria de ter 15, 20, 30% de aumento no seu salário. 38
Está com a sua livre-docência pronta há quatro anos, e não pôde fazer a progressão, está 39
esperando. É preciso ter responsabilidade e consciência de não há condições para isso. É essa a 40
159
posição que deve prevalecer neste Consu, e devem consultar a PG sobre a questão da 1
documentação. O Conselheiro JOÃO MARCOS TRAVASSOS ROMANO diz que após ouvir 2
todas as manifestações dos conselheiros e inclusive os comunicados lidos pela Reitoria, ainda 3
está bastante inclinado a apoiar a retirada de pauta. Primeiro porque não levou o assunto para 4
deliberação da congregação da Feec, ao contrário de outros colegas que aparentemente levaram 5
às suas congregações. Tratou do tema no Expediente, e os representantes de funcionários na 6
congregação leram um manifesto muito veemente contrário ao índice de 1,5%. Poucos colegas 7
atentaram para a importância de olhar a situação da Universidade, mas não houve uma reação 8
no sentido de aprovação do índice. Saiu de lá com a tendência de defender a retirada de pauta. 9
Considera boa a ideia do professor Antonio de que se esse for realmente o procedimento a ser 10
adotado a partir de agora, e é o que está escrito, que ampliem essa democratização, 11
possibilitando que os diretores levem a discussão para as unidades. Teria interesse até de ter 12
ouvido mais diretores e mais pareceres de congregações aqui. Além disso, ainda está um pouco 13
inseguro, e sabe que provavelmente vai deixar de estar depois que a PG se manifestar, mas 14
observou que os documentos lidos pelo professor Marcelo e pela professora Teresa, os quais já 15
havia lido pela internet, são um pouco diferentes. Não está provocando nem pondo em xeque, 16
mas há diferenças nos termos dos dois documentos. Estão homologando o índice, mas estão, 17
como diz a deliberação, aprovando uma despesa, e passa a impressão de que se trata de um 18
assunto resolvido, aprovaram essa despesa de 1,5% e ponto. Não fica explícito, nem sequer 19
implícito, que vai haver mais negociação, como se estivessem aprovando no mínimo 1,5%. 20
Acha que nem está aqui, mas seria algo que talvez desse mais tranquilidade. O conselheiro João 21
Luis se referiu a algo que será esclarecido pela PG, e a questão sobre o parecer da COP é 22
importante, porque se trata de um documento mesmo. Mas não gosta de ser convencido nem de 23
convencer os outros à custa de filigranas jurídicas. O professor Wagner citou que a data-base é 24
um momento em que a Universidade devia estar mais unida, mais fortalecida, em nome de uma 25
missão maior. Acha que o professor Marcelo tem toda condição de liderar esta Universidade 26
mais unida. Observa que o momento mais desagradável que teve enquanto diretor foi o do corte 27
de 30% nas GRs, quando ficou em evidência uma Universidade muito dividida, que teve 28
também afetadas as relações entre docentes e funcionários em diversas unidades. Não sabe qual 29
será o resultado da votação aqui hoje, se será ou não retirado o assunto de pauta, e se não for, 30
qual será a decisão, mas tem certeza de que haverá essa divisão. Em termos de negociação, acha 31
que há um fortalecimento se a iniciativa partir daqui. É preferível que a Reitoria se apresente 32
ao Cruesp para continuar a negociação, se não houver consenso no Consu, do que deliberarem 33
aqui por uma diferença muito pequena de votos e imporem o índice. Preocupa-se com essa 34
divisão, e já na reta final de sua gestão, deseja tentar contribuir para uma Universidade um 35
pouco mais unida em torno dos temas que verdadeiramente interessam. O MAGNÍFICO 36
REITOR passa a palavra para as professoras Marisa e Teresa, para que façam alguns 37
esclarecimentos. A Conselheira MARISA MASUMI BEPPU diz que tentará auxiliar a 38
compreensão de como a Aeplan e de certa maneira a PRDU participaram dando subsídios para 39
a questão das reuniões do Cruesp. Sempre é a Aeplan quem fornece os dados para as reuniões 40
160
de negociação do Cruesp. Neste ano, não foi diferente. O senhor Thiago está extremamente 1
sobrecarregado, porque talvez ainda ninguém imagine, mas estavam, duas semanas atrás, 2
reunidos para tentar verificar como introduzir emendas e algumas situações que sejam mais 3
favoráveis à Unicamp na LDO 2019, que está em pauta na Alesp. Sabe que as agendas se 4
superpõem bastante, além disso chegam novas demandas de como contabilizar um elemento 5
orçamentário ou outro, mas a Aeplan fez o trabalho bastante sério, técnico, de mensurar 6
impactos, verificar como estava a situação, e esses documentos, esses dados, existem e estão 7
muito bem contabilizados. Inclusive esse material foi utilizado para a reunião, então fica 8
incomodada quando alguém sugere que estão sem dados. O professor Marcelo já colocou em 9
outro momento que as equipes técnicas foram muito receosas em propor qualquer índice, e foi 10
justamente o parecer exarado pela COP acerca da revisão orçamentária que serviu como base 11
para o que foi levado como instrumento técnico para essa reunião. O professor Marcelo também 12
mencionou que por isso mesmo o índice colocado lá foi, pela equipe técnica, de zero. Mas, ao 13
mesmo tempo, entendem que os estudos e toda a discussão que hoje está aqui é exatamente 14
entre o técnico versus o político versus a realidade versus os desejos e versus várias outras 15
agendas que existem, inclusive as agendas aqui propriamente colocadas, pelo STU e pela 16
Adunicamp, e também o movimento que vivem sempre em anos pares, porque possuem a 17
agenda externa permeando a agenda interna da Universidade, a vontade de ter expressão e palco 18
partidários etc. Entendem tudo isso. O fato é que os dados existem, eles podem ser 19
compartilhados, as negociações não são feitas com base em achismos, e o 1,5% não foi uma 20
submissão ao Cruesp, foi um respeito às equipes técnicas, porque uma situação que levavam 21
com muita seriedade é olhar o índice de inflação. Isso até o fechamento de abril, que foi um 22
mês realmente estranho, em que houve deflação e o índice previsto anual caiu para 1,29%, se 23
não está enganada. A conclusão foi que esse índice traz um pouco de insegurança ainda, mas 24
pelo menos o índice com que fizeram todas as medidas desta gestão vai poder, de alguma 25
maneira, ser olhado, ser amparado. Mas, se há perdas – e isso também é uma questão de 26
discussão –, não entende que seja este o momento para avançarem em recuperações. Sabe que 27
é muito chato que as equipes técnicas e propriamente a PRDU, como presidência da COP, 28
tenham de se colocar de maneira tão conservadora. O conselheiro Diego utilizou a palavra 29
“cansado”, e realmente estão cansados. Porque fazem várias ações, nenhuma gestão publicou 30
tantos números quanto esta, e a sensação que possuem é que sempre faltam dados. Não será 31
contra o clamor de dados de ninguém, acha que precisam ter o máximo possível deles, mas é 32
muito importante que entendam como o andamento das negociações chegou dessa forma. 33
Entende também que há a questão de duas sessões anteriores do Consu que aprovaram a 34
Deliberação Consu-A-020/2017. Houve uma primeira aprovação, depois uma tentativa de 35
revogar, com base nesse ponto, mas a Gestão já colocou que a ideia era respeitar o Cruesp. 36
Então, apesar de ter sido colocada aqui a questão de uma suposta falta de documentações etc., 37
no entendimento da presidência da COP o Consu é sempre soberano, e existia uma intenção, 38
uma vontade dos reitores, e pode atestar principalmente que do professor Marcelo, de que 39
simetricamente a despesa pelo menos desse índice que já seria dado nas outras universidades 40
161
fosse homologado pelo Consu, porque acha justo que todos saibam dos impactos que isso 1
representa. Então, não foi bypassar, não se trata de fazer lei pegar ou não pegar, mas 2
simplesmente o entendimento de que este Conselho também já decidiu sobre questões 3
anteriores compreendendo uma particularidade de um momento. Entretanto, reitera que o 4
Consu é soberano. O que está sendo colocado aqui – e ressalta que a equipe técnica trabalhou 5
muito seriamente nesses dados, pode prestar todos os esclarecimentos das tabelas etc. – é que 6
achavam que era importante, simetricamente às outras universidades, com o andamento das 7
negociações, já poder colocar isso em folha para as pessoas, se essa for a vontade do Conselho 8
Universitário. Não tem qualquer filiação partidária e não concorda em vários momentos que a 9
Universidade seja utilizada como palco para isso. Acredita sim na manifestação política, na 10
forma pública e democrática das manifestações, mas possuem pontos de vista diferentes. Desde 11
o início de sua gestão à frente da PRDU, colocou que existem aqueles que acham que devem 12
fazer o mais confortável possível, que seria atender a todas as demandas. Entretanto, no futuro 13
terão o crash, e não consegue acreditar que indo para a frente do Palácio dos Bandeirantes ou 14
da Alesp reivindicar conseguirão as coisas. Prefere pensar talvez de maneira conservadora aos 15
olhos de alguns, talvez de maneira consequente demais, ou excessivamente técnica. Entende o 16
lado político, mas acha que este momento não cede espaço para que delonguem convulsões que 17
não são necessárias. Acha que a garantia das negociações foi aqui colocada claramente, todos 18
os dados numéricos que demandarem o senhor Thiago tem à disposição, e a COP é um 19
subconjunto deste Conselho. A Conselheira TERESA DIB ZAMBON ATVARS diz que um 20
dos pontos que lhe chamou a atenção em várias falas é que parece que não estão tratando da 21
pauta de hoje. Nela há dezenas de folhas que tratam da revisão orçamentária que mostram 22
exatamente qual é a realidade com a qual estão trabalhando, que não é a dos sonhos. A 23
conclusão do Informe Aeplan, apresentado à COP e posteriormente à CAD, é clara, como 24
consta às folhas 53: “Face ao exposto, destacamos a importância de manter todos os esforços 25
possíveis para atingir novamente o equilíbrio entre receita e despesa, buscando alternativas para 26
redução das despesas fixas antes do esgotamento das receitas financeiras. A Aeplan reforça a 27
necessidade de continuidade de adoção de medidas de contenção de gastos e melhor utilização 28
dos recursos da Universidade”. Portanto, o reajuste de 1,5% agrava o déficit orçamentário, e 29
ele vai se agravar se não trabalharem, mas a Administração tem trabalhado intensamente na 30
redução de despesas. Por isso faria a seguinte retificação na fala do professor Paulo: há os muito 31
otimistas, os muito pessimistas e há os realistas. E a realidade está se impondo. Seria muito 32
cômodo para esta Administração acatar o reajuste de 12,6%. O comprometimento com folha 33
anualizado está em torno de R$170 milhões, 12,6% de reajuste dá cerca de R$19 milhões por 34
mês, vezes 13,3, incluindo o décimo terceiro, representariam quase R$250 milhões. Pergunta 35
se os conselheiros consideram isso possível. Já existe um déficit de R$240 milhões ao qual 36
acrescentariam R$250 milhões, totalizando quase R$500 milhões. É o saldo bancário. Portanto, 37
acha que precisam olhar as questões do ponto de vista muito objetivo, e talvez uma grande 38
diferença entre o que está sendo discutido no Cruesp hoje e a prática anterior é que ali havia 39
uma espécie de leilão, os reitores jogavam para baixo, o Fórum jogava para cima, e iam fazendo 40
162
a conta até chegar a um valor. Não é mais possível trabalhar assim. Ouviram a COP antes, 1
ouviram a ponderação da Aeplan, e levaram o índice possível. Felizmente, as reuniões do 2
Cruesp são gravadas, e nela foi afirmado que o reajuste possível é 1,5% e continuarão a discutir 3
em cada universidade a pauta específica, e há várias pautas específicas para a Unicamp, 4
inclusive a que o professor Paulo sugere, que é o reajuste do vale-alimentação. A USP, por 5
exemplo, quando aprovou no seu Conselho o índice de 1,5%, propôs exatamente aquilo que o 6
professor Paulo propõe aqui, que é uma excelente ideia, e continuarão acompanhando a 7
evolução da arrecadação do ICMS. Portanto, votará contra a retirada de pauta em qualquer das 8
suas modalidades, porque acha que precisam pensar daqui para frente e não ficar discutindo 9
coisas que não vão se efetivar. Não é possível um reajuste maior do que 1,5%, e 1,5% já é um 10
risco, a pauta de hoje mostra isso. Acha que a proposta organizada pelo professor Paulo é 11
absolutamente pertinente e coerente com aquilo que discutiram no Cruesp. O MAGNÍFICO 12
REITOR diz que foi mencionada a questão, que é fundamental, dos 70% de servidores que 13
estão no teto. E sempre, ou quase sempre, não fazem um complemento que é importante: o 14
motivo pelo qual aconteceu isso e por que chegaram a essa situação. Houve um processo parcial 15
de busca da isonomia com a USP, em que foi feito um aumento dos pisos salariais da 16
Universidade, que variaram entre 15 a 25%, e se esqueceu daqueles trabalhadores que estavam 17
aqui há 20, 25 ou 30 anos. Então, houve um aumento do piso, que é uma discussão que está 18
consolidada, que é razoável, pois é importante ter a isonomia com a USP, porém aqueles 19
funcionários que estavam aqui há muitos anos tiveram o salário absolutamente achatado. Isso 20
é um desrespeito com esses funcionários que dedicaram a vida à Universidade. Precisam buscar 21
fazer esse desachatamento, mas todos sabem que a situação hoje ainda é dramática. O aumento 22
de 1,5%, que todos aqui reconhecem que é pequeno para as pessoas, já é difícil, então esse é o 23
dilema que vivem hoje. A questão está clara: o Cruesp vai continuar discutindo com o Fórum 24
das Seis, e é lá o fórum de discussão. Se fizerem uma correlação entre aquelas pessoas que 25
assinaram o pedido de Consu extraordinário para rediscutir essa questão, justamente com as 26
pessoas que se manifestaram aqui, ela é de 95%. Ou seja, há uma questão que é inerente, e é 27
legítima, não está criticando, mas que vai além dessa discussão, que é essencialmente, hoje, 28
financeira e política. Então, a questão da divisão aparece nesses momentos, é natural, mas ela 29
não vem da Administração. Realmente se trata de cautela neste momento complicadíssimo que 30
vivem. Destaca duas manifestações feitas aqui: do acadêmico João Luis, que comentará depois, 31
e do professor Paulo, que foi o único a colocar uma proposta concreta e viável. A professora 32
Rachel disse que a situação efetiva que possuem é essa, e pergunta de que maneira vão avançar. 33
Retirar de pauta vai apenas adiar o 1,5% no holerite dos trabalhadores. O conselheiro Diego 34
disse que o índice é irrelevante, mas não sabe se todos concordam, então como representante 35
dos trabalhadores ele deveria tomar esse cuidado específico. Em relação à manifestação do 36
conselheiro João Luis, há uma inconsistência, mas concorda com as colocações feitas por ele. 37
Acha que precisam ampliar essa discussão, colocar os números, debater, ir mais a fundo, ao 38
contrário de outras falas que afirmam que não cabe ao Consu discutir essa questão. Acha que 39
cabe e já externou sua visão sobre isso. Concorda com a posição do conselheiro João Luis de 40
163
que foi cometido um erro de procedimento. Solicitou um parecer da Aeplan, que foi enviado 1
para a PRDU, a professora Marisa encaminhou para ele, que utilizou esses dados na discussão, 2
e o parecer diz que neste momento não seria razoável ter um aumento, mas, de fato, não foi 3
pautado formalmente na COP, o que seria algo importante. É obviamente contrário à retirada 4
de pauta porque considera importante que tenham essa igualdade com USP, Unesp e com o 5
Cruesp, e acha que podem perfeitamente aqui no Conselho Universitário aprovar 6
condicionalmente a uma posterior aprovação na COP. Essa é uma ação que já foi feita diversas 7
vezes quando há esses erros de procedimento, e pessoalmente se responsabiliza por essa 8
questão. Mas a retirada de pauta tem precedência. Deixa claro que é absolutamente favorável 9
ao fortalecimento do Cruesp, pois sem ele estariam em uma situação ainda pior, pois as 10
universidades públicas, em particular as universidades públicas paulistas, estão sob ataque em 11
todas as frentes. Não é só financeiro, não é só econômico, não é só com este governo, mas 12
provavelmente com o governo que virá. E o fortalecimento do Cruesp é fundamental para o 13
fortalecimento de cada uma das universidades e do sistema de educação público paulista. 14
Apesar de muitos terem falado aqui que a Reitoria deveria buscar mais recursos, e que isso não 15
tem sido feito, afirma que isso tem sim ocorrido. Tem ido atrás de tudo o que é possível, seja 16
na Alesp, conversando com cada deputado – inclusive conquistaram os royalties do petróleo, 17
que não foi um trabalho fácil –, e estão trabalhando intensamente para conquistar outras ações 18
na LDO que são importantes. Foram realizadas dezenas de reuniões na SPPrev, na Secretaria 19
da Fazenda, falou pessoalmente com cada secretário, mas infelizmente sabem como é a política 20
no Brasil. Um dia foi solicitar recursos para um secretário que respondeu que ele tinha ido no 21
momento errado, pois seria destituído do cargo naquele mesmo dia. Visitou cada secretário de 22
governo, todos os deputados, o governador atual, o governador anterior, e chegou a ir com o 23
professor Miranda falar com o Presidente da República, para solicitar recursos para o HC. 24
Fizeram todo o possível para lutar por recursos para a universidade pública, por recursos para 25
a Unicamp. Fazem todas essas tratativas, mas a maior aposta é na área da Saúde. O professor 26
Miranda comentou que a área da Saúde não consegue atender e crescer da maneira que 27
precisaria porque ela está travada pelo orçamento da Universidade, que por sua vez se ressente 28
muito da área da Saúde, que é subfinanciada pelo Governo do Estado. Têm ido e lutado 29
semanalmente por esse recurso, portanto não é verdadeiro dizer que não vão atrás de recursos. 30
Lutam pela universidade pública e pelo fortalecimento do Cruesp. Ouviu diversas vezes aqui 31
que estão fazendo discurso da crise, mas não é discurso, possuem R$240 milhões de déficit. 32
Essa é a realidade. O Conselheiro ANTONIO JOSÉ DE ALMEIDA MEIRELLES pergunta se 33
não há problema em votarem sem o parecer da COP, já que a deliberação aprovada pelo 34
Conselho Universitário ano passado previa isso. O MAGNÍFICO REITOR responde que 35
podem aprovar condicionado à aprovação da COP. A doutora Fernanda pode esclarecer melhor, 36
mas isso já foi feito em diversas situações. A doutora FERNANDA LAVRAS COSTALLAT 37
SILVADO esclarece que essa previsão na Deliberação Consu, dos documentos que devem 38
compor a pauta para uma decisão, tem como finalidade que o Conselho Universitário tenha 39
todos os elementos para decidir sobre a criação ou não de uma despesa nova, permanente, de 40
164
pessoal. Se o Conselho Universitário já tem esses elementos para decisão, acredita que ele pode 1
tomá-la, até podendo avocar um parecer da COP, cujos membros são membros titulares do 2
próprio Conselho Universitário, e pelo artigo 48, alínea i dos Estatutos, ele poderia avocar esse 3
parecer. Na verdade, esse artigo fala até de avocação de decisões. Nesse caso não seria uma 4
decisão da COP, seria um parecer. Então, não vê problema que o Conselho delibere sobre esta 5
proposta, se entender que possui os elementos para a decisão. O MAGNÍFICO REITOR diz 6
que então o Consu, caso se sinta confortável com os elementos que tem, pode decidir. De 7
qualquer forma, agradece o conselheiro João e diz que realmente é um processo que vão 8
aprimorando. Essa discussão é rica, importante e naturalmente precisa ser feita. Não havendo 9
mais observações, primeiramente submete à votação a proposta de que a votação seja nominal, 10
que é rejeitada com 21 votos favoráveis, 37 contrários e 08 abstenções. Em seguida, submete à 11
votação a retirada de pauta, que é rejeitada com 28 votos favoráveis, 37 contrários e 01 12
abstenção. Em seguida, submete à votação a homologação do índice de 1,5% proposto pelo 13
Cruesp, sem detrimento da continuidade das discussões, seja no Cruesp com o Fórum das Seis, 14
e naturalmente com a negociação das pautas específicas nas diferentes universidades, em 15
particular aqui na Unicamp, que é aprovada com 33 votos favoráveis, 21 contrários e 12 16
abstenções. O MAGNÍFICO REITOR passa ao item 1 da Ordem do Dia Suplementar, da 17
Faculdade de Tecnologia, que trata: a) Proc. nº 37-P-15086/2017, da proposta de criação do 18
curso de graduação em Engenharia de Transportes, noturno, com 50 vagas, condicionada à 19
extinção do curso de tecnologia em Construção de Edifícios, noturno; e b) Proc. nº 37-P-20
23242/2009, que trata da proposta de extinção do curso superior de tecnologia em Construção 21
de Edifícios, noturno (curso 83), com 50 vagas, condicionada à criação do curso de graduação 22
em Engenharia de Transportes, noturno. Informa que este item precisa de dois terços dos votos 23
para aprovação. A Conselheira LUÍSA ANDRÉIA GACHET BARBOSA diz que a Faculdade 24
de Tecnologia solicitou a criação do curso de Engenharia de Transportes, primeiro, porque o 25
curso oferecido hoje, Tecnologia da Construção de Edifícios, está tendo muito baixa demanda 26
e há uma infraestrutura com laboratórios, professores, técnicos, que podem oferecer um curso 27
de engenharia. Procuraram um curso que não duplicasse outro existente no campus de 28
Campinas. Fizeram uma pesquisa e chegaram à conclusão de que a grande lacuna no mercado 29
é a de um profissional bem formado na área de Engenharia de Transportes. Apresentaram a 30
proposta para alguns profissionais da área, inclusive alguns de São Paulo da USP, e também da 31
USP de São Carlos, que analisaram a grade, deram algumas sugestões de disciplinas, porque o 32
curso de Engenharia de Transportes é comumente oferecido para a pós-graduação, mas não para 33
a graduação. Havia um curso na faculdade chamado Tecnologia em Estradas, e muitos docentes 34
já ministraram as disciplinas voltadas para o tema de rodovias, ou seja, já há um corpo docente 35
na área de Engenharia Civil, um pouco na área de Estradas, que poderiam vir a dar essas 36
disciplinas. Estão solicitando agora alguns docentes para disciplinas um pouco mais profundas 37
na parte de operacional, de transportes, para completar rodovias e ferrovias. Preferiram criar 38
um curso com uma grade mais próxima da realidade da Faculdade. Criaram o curso, solicitaram 39
o mínimo necessário de docentes e aproveitaram o máximo da infraestrutura. Com a procura 40
165
do curso poderiam evoluir e, assim como a comissão do Consu que avaliou o curso, poderiam 1
colocar outras disciplinas da parte de embarcados, em que entraria informatização e 2
telecomunicações. Dessa forma, teriam outros laboratórios que a faculdade ainda não tem, mas 3
isso seria em um segundo momento de evolução. Nesse primeiro, ficariam mais com a parte de 4
ferrovias e de rodovias, que já está consolidada. É importante ressaltar isso, pois aprovaram na 5
primeira pauta o fechamento de um curso na FT, e ela absorveu as 40 vagas desse curso e as 6
dividiu nos cursos restantes. Com isso colocaram mais alunos nas salas de aula, adicionando 7
um pouco mais de aulas para os professores ministrarem, dessa forma, estão aumentando as 8
tarefas. Com isso, não podem criar um curso novo de engenharia e sobrecarregar os docentes 9
ainda mais. Em um futuro próximo irão seguir as orientações da comissão, que era formada 10
pelo professor Alberto Serpa e mais dois docentes, e faria uma grade um pouco mais avançada, 11
voltada para a parte de embarcados. Esse é um assunto que vêm discutindo com bastante 12
cuidado na Cepe, por ser uma reestruturação dos cursos de graduação da Faculdade. Essa 13
reestruturação se iniciou em 2012, sob a direção do professor José Geraldo. Naquela época, 14
alguns cursos passaram de cursos de tecnologia para cursos de engenharia. O professor Marcelo 15
era pró-reitor de graduação e os auxiliou bastante na forma como fizeram a formação dos cursos 16
de engenharia, bastante enxutos, próximos do mínimo que o MEC exigia, de 3.600 horas, 17
colocando a parte de estágios, para fazer também para fora do país. O MAGNÍFICO REITOR 18
diz que ouviu algumas pessoas pedindo para que comente um pouco sobre a questão de 19
necessidade do quadro docente. Seria importante reafirmar o que será necessário, 20
eventualmente, e o que é solicitado. A Conselheira LUÍSA ANDRÉIA GACHET BARBOSA 21
diz que, inicialmente, estão solicitando cinco novos docentes, da seguinte forma: um docente 22
de cálculo, um de física, um que vai trabalhar com a parte de cálculo numérico e mais a parte 23
de logística, que estaria trabalhando nas duas áreas, e outros dois docentes para trabalhar na 24
parte de engenharia de transportes, tecnicamente falando. Tem as disciplinas que foram 25
colocadas, porque quando se cria um curso aqui em Campinas, a unidade tem um docente da 26
Física que vai dar aula de física no curso de engenharia. Na FT não. Tem o professor de física 27
da FT e um professor de cálculo. Não tem um professor do IFGW que presta serviço lá, então, 28
o docente de cálculo dá aula para todos os cursos que têm as disciplinas de cálculo, de 29
estatística, de álgebra linear e de geometria analítica. O curso de tecnologia tem a duração de 30
três anos e meio, e o de engenharia cinco anos e meio, então, é adicionado um ano de disciplinas 31
do bloco das básicas, sendo que é preciso pelo menos um professor de cálculo, porque haverá 32
cálculo 2, cálculo 3 e cálculo numérico, então, o professor que entrar agora vai ter esse bloco 33
de disciplinas sob sua responsabilidade. Como é tecnologia, ele não ministra física 3 nem 34
laboratório 1, 2, nem 3 e física. Para a engenharia precisará ministrar. O professor de transportes 35
atuará bastante nas disciplinas específicas e profissionalizantes de transportes, as quais não 36
possuem. As outras disciplinas de transporte, como já citou que têm, por seguir uma grade 37
próxima, não estão solicitando. Solicitarão a alguns professores que façam alguns cursos, se 38
atualizem, para aproveitar o corpo docente atual. Mas, para que algumas disciplinas, como o 39
professor Pilli comentou no Consu passado, mantenham a qualidade da Unicamp, precisarão de 40
166
pelo menos duas novas contratações. Estão tratando da criação de um curso de engenharia 1
dentro da Unicamp, e está solicitando duas contratações na área de básicas e duas novas 2
contratações na área de profissionalizante, e um que atenda um pouco da básica, que é cálculo 3
numérico, e um pouco da logística, que seria parte da logística do transporte. E estão solicitando 4
essas disciplinas de forma escalonada, não são cinco de uma única vez, elas podem ser 5
concedidas a partir de 2019 um professor, 2020, 2021, 2022 e 2023. Como estão em negociação, 6
a Administração pode apontar que não é possível contratar este ano, por exemplo, mas a partir 7
de 2019, a partir de 2020. Mas enxugou ao máximo esse pedido. Com menos de cinco 8
contratações terá muito problema na congregação da faculdade, porque estão absorvendo as 40 9
vagas do curso de Ambiental, que detestou a forma como fez, mas foi por voto de minerva que 10
teve de ficar com eles, porque metade da faculdade queria permanecer com o curso aberto e 11
metade não. Mas quis fechar o curso de dia. Já votaram o assunto, mas terá de arcar com a 12
responsabilidade de ter sala de aula com mais alunos e professor com mais aula. Há 72 docentes 13
na faculdade, dos quais nem todos são RDIDP, alguns são MS, mas ainda tem uma categoria 14
MTS, da qual não se pode exigir dedicação exclusiva, nem orientação de mestrado e doutorado. 15
Está aberta a ouvir propostas. O Conselheiro ALEXANDRE LEITE RODRIGUES DE 16
OLIVEIRA gostaria de saber se essas contratações docentes, mesmo escalonadas, vão ser 17
adicionadas, ou levadas em conta pela CVD, por exemplo, em novas rodadas de 18
descontingenciamento, ou será aquilo que tem sido discutido sobre promoção ou contratação, 19
se serão levantadas agora ou propostos mecanismos para liberação de recursos no ano que vem 20
e assim por diante e se essas vagas vão ser descontadas desse montante ou separadamente. 21
Porque são coisas muito diferentes, então, precisam levar em conta as demandas de todas as 22
unidades. Se for dentro e descontado da demanda anual de cada rodada de negociação para a 23
atribuição de contratações é uma coisa, se for separadamente é outra. A Conselheira GRÁCIA 24
MARIA NAVARRO diz que é absolutamente favorável à proposição do curso. No entanto, 25
precisa perguntar sobre a contratação de docentes que essa abertura demanda, se essa 26
contratação impactará na cobertura das demandas de docentes já apresentadas. Faz essa 27
colocação porque o IA corre o perigo de não conseguir abrir vestibular para o curso de 28
Comunicação Social - Midialogia pelo risco de não ter professor para colocar em sala de aula 29
já em 2019. Faz essa colocação não no intuito de ser contrária ao que a professora Luísa acaba 30
de apresentar, mas não pode deixar de considerar isso. É muito grave o que está acontecendo 31
no Instituto de Artes. O MAGNÍFICO REITOR diz que não há nenhuma demanda de caráter 32
excepcional, de necessidade de docente para os cursos que não tenha sido considerada e 33
atendida. Então, essa afirmação de que o curso corre o risco de não abrir porque não há docentes 34
é algo completamente fora de qualquer situação que possam aceitar na Universidade. Todas as 35
demandas e necessidades de docentes que têm chegado como de caráter excepcional para 36
manutenção dos cursos estão sendo analisadas pela CVD e atendidas. Tem aqui vários casos de 37
docentes e diretores que podem comprovar isso. A Conselheira GRÁCIA MARIA NAVARRO 38
diz que fica muito satisfeita com a colocação do professor Marcelo. De fato, têm apresentado 39
todas, mas as GRs, tudo que tem sido criado, não tem dado conta de cobrir o Instituto de Artes. 40
167
É como se houvesse lá dentro seis institutos menores. Mas agradece a colocação e seguirá 1
apresentando as demandas do instituto. A Conselheira TERESA DIB ZAMBON ATVARS fará 2
uma proposta muito objetiva. As pessoas que acompanham a evolução da FT ao longo de mais 3
de 10 anos, sabem que se trata de uma faculdade que se originou de um centro de tecnologia, 4
com os cursos de tecnologia e que, no passado, não tinha a ambição de criar pós-graduação e 5
de ser efetivamente uma faculdade com um padrão de cursos, ou de profissionalização, no 6
padrão que vinha tendo a Unicamp. Ela tinha muitos cursos de tecnologia, e esses cursos tinham 7
baixíssima demanda por vestibular. Isso significa para a Universidade manter um conjunto de 8
cursos com uma ineficiência, com um desperdício de professores que, em sua visão, é bastante 9
inadequado. Quando em 2008, que acha que começaram a discutir a pós-graduação, e 10
aprofundaram a discussão de o antigo Ceset se transformar em faculdade, criando os cursos de 11
pós-graduação, essa configuração foi caminhando na direção mais similar à de outras 12
faculdades e institutos da Unicamp. A FT continua nesse processo de aperfeiçoamento 13
institucional, e considera que as propostas que vieram para a pauta de hoje dão mais um passo 14
nessa direção. Extinguir um curso no qual há 50 vagas e que preenche menos do que 10 no 15
vestibular, que não tem demanda nenhuma, significa ter professores absolutamente 16
sobrecarregados com muitas aulas e efetividade nula, porque, às vezes, se forma um aluno por 17
ano. É nesse sentido que acha que deve ser entendida essa demanda da FT, caminhar na direção 18
de um aperfeiçoamento que ainda não existe e, portanto, suas demandas, e respondendo um 19
pouco ao professor Alexandre, não devem ser colocadas no bolo normal das demandas de 20
reposição. Em outros momentos a Universidade tomou essa decisão ou quando criou faculdade, 21
ou quando as faculdades se transformaram de departamento para faculdades, ou quando se 22
reestruturaram cursos no passado da FT, de graduação especificamente. Colocou-se como 23
deliberação do Consu certa demanda que foi sendo atendida na medida da necessidade e do 24
possível. É nessa direção que entende que essa proposta. Foi pró-reitora de pós-graduação na 25
época em que foi criado o primeiro curso de pós-graduação, foi gerado no antigo Ceset e 26
implantado depois da transformação em faculdade. Acha que estão aqui discutindo um 27
aperfeiçoamento institucional importante, de natureza acadêmica importante. Propõe que 28
equacionem essa questão do corpo docente de uma maneira adequada. Criar cursos sem dar as 29
condições para que ele funcione em sua plenitude não é adequado. Encontram-se em uma 30
situação orçamentária dificílima, não devem ignorar isso, mas talvez haja alternativas. Por 31
exemplo, estão falando aqui de professores de física e de cálculo. Talvez possam criar um 32
auxílio adicional para que algum professor de física e de cálculo queira ir. Ou seja, talvez 33
tenham outros mecanismos que não necessitem de cinco contratações, mas que eventualmente 34
de uma ou duas contratações. Propõe, como presidente da CVD, aprovar a proposta apresentada 35
e buscar soluções, se forem possíveis, e trazer ao Consu na próxima reunião alguma alternativa 36
possível que não efetivamente exija a contratação imediata de cinco professores, ou de três, ou 37
de dois. Talvez haja um professor de física que queira ministrar algumas aulas com um pequeno 38
adicional. Vê nessa proposta uma evolução importante de natureza acadêmica para a Faculdade 39
de Tecnologia. Com relação ao Instituto de Artes, irá se reunir o mais breve possível com a 40
168
professora Grácia, porque não podem, nesta Universidade, correr o risco de prejudicar a 1
graduação por falta de professores. Têm – e reportou isso na Cepe e na CAD hoje pela manhã 2
–, feito contratações. Então, se estão priorizando de modo equivocado, devem corrigir a 3
trajetória, mas não podem aceitar, em hipótese alguma, prejuízos à graduação ou à pós-4
graduação, por questões conjunturais. Compromete-se perante o Consu a buscar soluções 5
também para o Instituto de Artes. Não é fácil, precisam dizer algum “não”, dizer algum “sim”, 6
e ir navegando na crise. Queria fazer esse depoimento porque tem acompanhado, desde a época 7
da transformação do Ceset em FT, as dificuldades da faculdade, onde há algumas 8
particularidades, fruto de sua própria história, que ao longo do tempo precisam ir corrigindo e 9
qualificando. A Conselheira ELIANA MARTORANO AMARAL diz que, além de sua função 10
aqui, tem uma posição no Conselho Estadual de Educação, e o problema dos cursos de 11
tecnologia em ensino superior se repete em vários lugares, particularmente, os cursos de 12
tecnologia em período integral. A busca por cursos de ensino superior em tecnologia 13
normalmente tem muito mais público para cursos noturnos, e a FT sofre essa transformação. O 14
problema da aceitação no mercado de um título superior de tecnólogo, faz com que na FT 15
muitos alunos que fazem cursos de tecnologia deem um jeito de fazer uma faculdade de 16
engenharia para poderem, de fato, aproveitar o que aprenderam na Unicamp. Considera muito 17
séria a responsabilidade da Unicamp em ter esses cursos e as pessoas saírem para o mercado 18
procurando algum curso complementar. Reforça a discussão sobre a necessidade de cobertura, 19
de mais docentes, da possibilidade de contribuição de outras unidades, como a professora 20
Teresa colocou, isso foi discutido na CCG, sabem da dificuldade nesse momento de sobrecarga 21
para todos, mas salienta que a demanda é escalonada, não é um pedido de cinco docentes 22
iniciais, e acha que dá muito bem para a Universidade absorver um docente no curto prazo e 23
rever no ano que vem. Também participa da CVD e acha que isso é possível. O Conselheiro 24
PASCOAL JOSÉ GIGLIO PAGLIUSO, com relação à fala da professora Teresa, diz que um 25
tempo atrás o curso de Engenharia Física foi criado, quando houve uma discussão parecida em 26
termos de necessidade de docente e disciplinas oferecidas em diferentes unidades, inclusive em 27
Limeira. Várias soluções foram encontradas, o curso acontece, é um sucesso, e situações 28
particulares foram resolvidas no andamento. Idealmente, às vezes, os alunos têm de se deslocar 29
até Limeira, mas as coisas acontecem e o curso funciona muito bem. Em relação à 30
disponibilidade no IFGW para soluções alternativas, considera que são possíveis, sendo que 31
muitas vezes há aulas de física que são transmitidas, gravadas e disponíveis. Possuem um uso 32
do Moodle muito adequado e não seria impossível, em um primeiro momento, articular uma 33
aula do IFGW transmitida para lá com a presença de um PED local acompanhando. Já fizeram 34
isso para o curso de Engenharia Física, em outras disciplinas. Então, isso poderia ser utilizado 35
em uma situação emergencial e temporária, se necessário. Coloca o instituto à disposição. O 36
MAGNÍFICO REITOR diz que todos sabem que o timing para essa proposta não poderia ser o 37
pior possível, depois da aprovação da Primeira Revisão Orçamentária, da discussão da data-38
base. Acabaram de falar de crise, há a questão acadêmica, a questão prática, mas todos estão 39
com a questão na cabeça que é de falta de docentes, falta de funcionários, e o cobertor já deixou 40
169
de ser curto, ele é completamente inadequado. Essa é uma realidade que precisam enfrentar. 1
Por outro lado, criar um curso de engenharia contratando um docente por ano ao longo de cinco 2
anos é quase um milagre. Para a Unicamp, naturalmente, tem a questão levantada pela 3
professora Teresa: devem pensar no papel social da Universidade. A questão é séria, porque 4
estão disponibilizando recursos públicos com uma baixíssima eficiência no que diz respeito às 5
possibilidades que possuem. Na FT, há uma carreira que está em extinção e docentes que dão 6
muita aula que estão se aposentando também, e claro que os outros ficam sobrecarregados. Ou 7
seja, há outras complicações em jogo e também não é razoável imaginar que a FT inteira, por 8
cinco anos, vai parar de ter outras contratações porque criou um curso novo. Acha que é mais 9
do que razoável aprovar com esse eventual escalonamento a ser discutido e a ser colocado não 10
necessariamente nos cinco anos, mas com soluções intermediárias, com ideias etc., para pelo 11
menos sair da crise. Acha que a proposta precisa ser discutida como está colocada. A 12
Conselheira LUÍSA ANDRÉIA GACHET BARBOSA diz que, para a bancada dos alunos 13
também ficar tranquila na hora de votar, os alunos da faculdade também estão apoiando essa 14
proposta e estão bastante tranquilos com a criação desse curso, porque é uma reivindicação para 15
que um curso de engenharia seja criado no lugar do curso de tecnologia, justamente pela fala 16
da professora Eliana, que ao término de um curso de tecnologia eles se veem na necessidade de 17
fazer um curso de engenharia para se colocar dignamente no mercado de trabalho. O 18
Conselheiro ALEXANDRE LEITE RODRIGUES DE OLIVEIRA diz que quer deixar claro 19
que sua intervenção é mais reflexo da condição de diretor em fim de mandato e sentindo todas 20
as dificuldades correntes. Mas também lembra um pouco da proposta do curso de Fisioterapia, 21
que envolveria o IB e foi tirado, lógico, pela crise. Está falando sem autorização de ninguém da 22
FCM, mas lembrando que há outros embriões também importantes que considera que não 23
deveriam ser esquecidos para momentos mais oportunos, e que vão demandar número parecido 24
também. Mas o que queria ouvir, e a professora Teresa bem esclareceu, é um momento que traz 25
uma estratégia positiva na crise. Então, compreende e não é contra, absolutamente, acha que a 26
ideia é muito boa, a apoia como está, mas não podia deixar de levantar a preocupação. A 27
demanda de renovação de docentes nos cursos já estabelecidos é contínua, e cursos que muitas 28
vezes possuem alta demanda, como Medicina, com 120 alunos, e às vezes têm dificuldade de 29
ter o número de relação docente/aluno mais adequado. Então, vão se afastando, às vezes, um 30
pouco do ideal em alguns casos, mas também vêm possibilidades de novos cursos de outro lado. 31
A ideia é deixar registrado que precisam, como a professora disse, ir corrigindo o curso das 32
coisas e tentar chegar a um equilíbrio. O Conselheiro EDSON TOMAZ diz que tem uma dúvida 33
a respeito do que estão votando, porque no parecer da Cepe consta “sem garantias de novas 34
contratações”. Pergunta se irão votar o parecer da Cepe. O MAGNÍFICO REITOR responde 35
que votarão os pareceres da Cepe, mas está registrado que foi apresentada a demanda de cinco 36
docentes, e a professora Teresa colocou a questão de buscar alternativas. Imaginando que seja 37
aprovado, quando houver uma demanda da FT de contratação, ela pode ser tratada de maneira 38
excepcional, considerando essa discussão que foi colocada. Irá colocar em votação os itens A 39
e B juntos, naturalmente, porque ao aprovar a criação de um curso, se extingue o outro. Às 40
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folhas 29 da pauta está o parecer Cepe onde consta que é favorável à proposta de criação do 1
curso, sem garantia de contratações docentes. A criação do curso de Engenharia de Transportes 2
está condicionada ao fechamento do curso de Tecnologia. Então, é isso que irão colocar com a 3
discussão que foi feita aqui de possibilidades de contratação ao longo dos anos, mas, neste 4
momento, não podem dar garantias, e farão todo esforço possível para que se viabilize. Em 5
seguida, submete os pareceres 01 e 02 de 2018 da Cepe à votação, que são aprovados com 56 6
votos favoráveis e 04 abstenções. Nada mais havendo a tratar na Ordem do Dia, coloca para 7
ciência os itens do Expediente, como segue: A – Moções ao Consu - 01) Moção de 8
Congratulação pelo Dia Mundial da Saúde e aos Cientistas Brasileiros pelo avanço nas 9
pesquisas para criação da vacina contra o câncer, apresentada pela Câmara Municipal de 10
Hortolândia, aprovada na Sessão Ordinária de 16.04.18. 02) Moção da Congregação do IFCH 11
pela Revisão do Estatuto da Unicamp, em especial do Título X - Do Regime Disciplinar dos 12
Corpos Docente, Discente e Técnico e Administrativo, e pelo encerramento dos processos 13
disciplinares originados pela greve de 2016. B – 03) Proposta apresentada pela CGU de 14
metodologia de trabalho para alterações no Estatuto. C – 04) Proc. nº 01-P-16365/2017, 15
Proposta de criação da Comissão Assessora da Política de Combate à Discriminação baseada 16
em Gênero e/ou Sexualidade e da Secretaria de Atenção à Violência Sexual na Unicamp. D – 17
05) Proc. nº 01-P-3972/1999, da Comissão De Vagas Não Docentes - Indicação de membros 18
para compor a Comissão, conforme Inf. SG/CVND-004/2018. Como segue: Representação da 19
área de Biológicas: Titular: Prof. Dr. Orival Andries Júnior - FEF (mandato: 18.05.18 a 20
17.05.19); Suplente: Prof. Dr. João Ernesto de Carvalho - FCF (mandato: 1º.10.18 a 30.09.19); 21
Representação da área de Exatas: Titular: Prof. Dr. Pascoal José Giglio Pagliuso - IFGW 22
(mandato: 18.07.18 a 17.07.19); Suplente: Prof. Dr. Sérgio Luiz Monteiro Salles Filho - IG 23
(mandato: 18.07.18 a 17.07.19); Representação da área de Humanas e Artes: Titular: Prof. Dr. 24
Paulo Sérgio Fracalanza - IE (mandato: 08.07.18 a 07.07.19); Representação da área de 25
Tecnológicas: Titular: Prof. Dr. Alberto Luiz Serpa - FEM (mandato: 1º.08.18 a 31.07.19). E – 26
06) Proc. nº 01-P-20619/2003, do Conselho Superior do Hospital de Clínicas - Indicação de 27
membros para compor a Comissão, conforme Of. SHC-080/2018. Como segue: Indicação do 28
Prof. Dr. Alan Roger dos Santos Silva, como representante docente para compor o Conselho 29
Superior do Hospital de Clínicas, com mandato até 19.06.19, nos termos do inciso XII do artigo 30
4º da Deliberação Consu-A-10/2006. F – 07) Relatórios Semestrais da Câmara de 31
Administração e da Câmara de Ensino, Pesquisa e Extensão, referentes ao período de 1º.10.17 32
a 31.03.18, de acordo com o inciso IX do artigo 9º e inciso VI do artigo 10 do Regimento 33
Interno do Consu. Em seguida, o MAGNÍFICO REITOR diz que solicitou a membros do GT 34
referente ao item 4 do Expediente – Proc. nº 01-P-16365/2017 –, que trata da proposta de 35
criação da Comissão Assessora da Política de Combate à Discriminação baseada em Gênero 36
e/ou Sexualidade e da Secretaria de Atenção à Violência Sexual na Unicamp, que viessem aqui 37
para comentar um pouco sobre o trabalho. A Professora ANA MARIA FONSECA DE 38
ALMEIDA diz que o GT foi criado com o objetivo de elaborar uma proposta de política para 39
combater violência sexual e discriminação baseada em gênero e/ou sexualidade na Unicamp. 40
171
Ele foi composto por funcionários docentes e não docentes, assim como por uma estudante. 1
Estão presentes aqui, além dela, hoje, a professora Renata Cruz Soares de Azevedo, chefe do 2
ambulatório de atendimento especial do Caism, a professora Dora Maria Grassi Kassisse, 3
assessora do reitor, e a acadêmica Carolina Bonomi de Menezes Guerra, representante discente 4
no Consu e mestranda em Ciência Política. O trabalho do GT consistiu em ouvir a comunidade, 5
estudar dados e literatura sobre o tema e as políticas que vêm sendo implementadas pelo mundo, 6
inclusive no Brasil. Aproveita a oportunidade para agradecer aos membros do GT pelo 7
investimento no trabalho. Irá se deter aqui rapidamente e mais especificamente sobre a parte do 8
relatório relativo à violência sexual, que é um termo que abarca um espectro de situações, desde 9
estupro, que é o episódio que associam mais frequentemente ao termo, até situações de assédio 10
que não envolvem, necessariamente, violência física, passando por aquelas situações que não 11
supõem encontro presencial entre os envolvidos, como no caso em que alguém tem acesso a 12
fotos íntimas de uma pessoa e as dissemina sem autorização por algum meio, inclusive virtual. 13
Então, violência sexual é um problema corriqueiro, insidioso, que causa muito sofrimento a 14
todos os envolvidos. Há o sofrimento da vítima, que pode ser homem ou mulher, independente 15
da orientação sexual. Há o sofrimento daqueles que procuram socorrer e amparar os amigos, os 16
colegas, professores, autoridades universitárias. E há também o sofrimento daqueles que são 17
acusados quando não lhes é garantido o amplo direito de defesa que a legislação propugna. 18
Pesquisas sobre violência sexual em organizações complexas como a universidade mostram 19
que a recusa da instituição em reconhecer o problema, acolher vítimas, criar protocolos claros 20
para lidar com a questão, podem afetar muito mais pessoas do que esses que são envolvidos 21
diretamente com o problema, porque contribui para criar um ambiente de desconfiança e 22
insegurança. Esse ambiente, esse sofrimento afeta o trabalho das pessoas envolvidas, 23
diminuindo sua capacidade de se dedicar aos estudos e à pesquisa, de desenvolver relações 24
produtivas nas salas de aula, nos laboratórios, nos grupos de pesquisa. Esse não é, claro, um 25
problema só da Unicamp. Como talvez estejam acompanhando pela imprensa, universidades 26
de classe mundial são afetadas por episódios de violência sexual e há um movimento global 27
para o desenvolvimento de políticas e para o desenvolvimento de expertise para lidar com a 28
questão. Praticamente todas as universidades norte-americanas, canadenses, britânicas, alemãs, 29
francesas, australianas, construíram nos últimos anos políticas claras para combater violência 30
sexual. É o caso também de algumas universidades na América Latina e algumas outras 31
universidades brasileiras. Associações profissionais têm seguido o mesmo caminho, assim 32
como agências de fomento à pesquisa. A National Science Foundation, por exemplo, passou a 33
requerer, a partir de janeiro, que as instituições que sediam projetos apoiados por ela 34
comuniquem quando um beneficiário estiver sob investigação em casos de assédio sexual e que 35
esse beneficiário seja afastado do projeto, enquanto durar a investigação. Esse, tampouco, é um 36
problema novo, a própria Unicamp criou um GT deste tipo em 2007, para propor uma política 37
que orientasse as ações de enfrentamento e combate à violência sexual. Infelizmente, poucas 38
ações propostas por esse GT foram implementadas. Se isso tivesse sido diferente, a Unicamp 39
teria evitado muito sofrimento e teria acumulado uma experiência que a colocaria hoje em uma 40
172
posição de liderança com relação a essa questão, e teria inclusive condições de ajudar outras 1
instituições que estão enfrentando o problema. Mais importante que isso, a adoção de uma 2
política clara teria evitado o que está acontecendo hoje na comunidade que é o encaminhamento 3
espontâneo dos casos com ampla comunicação via redes sociais que, por sua vez, reverberam 4
na imprensa mais ampla, com exposição indevida de vítimas e julgamentos sumários de 5
acusados. Essa situação não se coaduna com os valores do GT. Em suas conclusões, esse 6
relatório propõe medidas simples e de muito baixo custo, que serão muito eficazes, dada a 7
experiência adquirida em outros espaços. Elas são medidas de baixo custo porque a Unicamp 8
já dispõe de serviços e equipamentos de alto nível, até aqui subutilizados, para contribuir com 9
essa questão. Então, com relação à proposta propriamente dita, ela é composta de três partes. 10
Primeiro, o GT propõe que haja um posicionamento claro da Universidade quanto à não 11
tolerância de práticas que envolvam os diferentes tipos de violência sexual. Em segundo lugar, 12
que seja criado um sistema centralizado e especializado para lidar com a questão, organizado 13
em dois níveis, uma comissão assessora de política, encarregada de pensar a política, e uma 14
secretaria de atenção à violência sexual, que disponha de uma pessoa especialmente treinada 15
para acolher membros da Universidade envolvidos nesses episódios de violência sexual, e que 16
ela possa também orientar e propor encaminhamentos para os casos específicos. Em terceiro 17
lugar, o GT propõe que se adotem regras e protocolos claros de encaminhamento informados 18
por ampla discussão prévia na comunidade para que tais regras e tais protocolos reflitam, de 19
fato, os princípios e valores que todos compartilham. Essas são as conclusões que gostariam de 20
compartilhar com os conselheiros, e também se colocar à disposição para esclarecer dúvidas, 21
tanto agora, como também nas unidades e em visitas e conversas com todos os segmentos que 22
possam ajudar a pensar em como evoluir a partir daqui. A Professora RENATA CRUZ 23
SOARES DE AZEVEDO diz que fará uma correção. Coordena, há 10 anos, o atendimento em 24
saúde mental das vítimas de violência, e não o serviço, que é coordenado pela professora Arlete 25
Maria dos Santos Fernandes. Nesses 10 anos, uma das variáveis que impactam, positiva ou 26
negativamente, na evolução do sofrimento relacionado à violência sexual, é o acesso 27
qualificado e escuta qualificada de acolhimento no momento em que essa violência acontece. 28
Então, a possibilidade de, dentro da Universidade, criar um espaço de cuidado para essas 29
pessoas é de fundamental importância para evitar um sofrimento maior do que aquele a que elas 30
já são submetidas quando vítimas de violência. O MAGNÍFICO REITOR diz que tem 31
acompanhado o GT que criou, tem conversado muito com as pessoas que dele participam, e 32
com diversos setores da comunidade. Também sabe, e deve confessar aqui, que ficou surpreso 33
que, infelizmente, esse não é um assunto que todos apoiam 100%. Há vários questionamentos 34
e, principalmente, uma questão, de novo, complicada, que é a criação de um órgão ligado à 35
Reitoria, que precisa cuidar de assuntos e que precisará de funcionários, quando tem unidades 36
que estão precisando. Sendo bem aberto, há essa dificuldade, que é intrínseca, que todos estão 37
vivendo com relação a recursos, então, por isso solicitou que elas viessem. E a ideia em colocar 38
no Expediente foi porque aqui há os diretores, e o GT está à disposição para ir às unidades, 39
discutir, comentar, mostrar a ideia, colocar quais são as possibilidades. Hoje há, essencialmente, 40
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pessoas que atendem, mas o atendimento não é feito por pessoas especializadas. Muitas vezes 1
um diretor tem de tomar ações sem saber direito como proceder, não há regras claras, não há 2
procedimentos claros. Há aqui a Ouvidoria, o Caism, o HC, o botão de pânico, diversos 3
mecanismos que não estão interconectados. Não se trata, em nenhum momento, de criar uma 4
polícia especializada em violência sexual, nem nada disso, é simplesmente dar um acolhimento 5
e um encaminhamento adequado a essas questões. Essa é um pouco a proposta inicial do grupo. 6
A ideia agora é consolidar essa proposta, discutir nas unidades, discutir com o DCE, com os 7
centros acadêmicos, com o STU e com todos os atores aqui da comunidade envolvidos para 8
aprimorar essa proposta. A Conselheira ROSMARI APARECIDA RIBEIRO parabeniza o 9
trabalho desse grupo e o esclarecimento trazido aqui. Considera de extrema importância tratar 10
desse assunto, trazer à pauta com todo cuidado que merece. E na propositura de se criar uma 11
comissão assessora não vê contemplados os colégios. Então, gostaria de incluir representantes 12
dos docentes e discentes dos colégios, para que realmente seja amplamente atendido esse 13
assunto, porque pode acontecer com as alunas ainda no ensino médio ou técnico. As mulheres 14
estão em todos os setores, e isso é importante. O MAGNÍFICO REITOR diz que se trata de 15
violência sexual de todos os tipos. A Conselheira CAROLINA BONOMI DE MENEZES 16
GUERRA diz que irá frisar alguns cuidados que precisam ter na implementação dessa política. 17
Precisam aumentar os diálogos com os movimentos sociais dentro da Universidade. Lembra-se 18
que, desde 2013, quando descobriu o serviço do Caism, que não era algo muito divulgado, 19
orientava as pessoas que a procuravam para obter informações. Isso porque existe um problema 20
crônico que é a falta de credibilidade na instituição – inclusive conversaram bastante sobre isso 21
no GT. Pensa que a efetividade dessa política se dará a partir do alargamento com os 22
movimentos sociais e com os coletivos feministas, coletivos de mulheres, LGBT, consciência 23
negra, para discutir como implementar essa política da melhor forma. Outra questão que 24
considera muito importante para que as pessoas voltem a acreditar na instituição como o local 25
que acolherará essas denúncias, porque é muito difícil, sendo que eles são variados e delicados, 26
é a preparação das pessoas que estarão nesse centro de acolhimento. Nesses últimos casos que 27
estão ocorrendo, essa rede de denúncias, principalmente no grupo da Unicamp – que acredita 28
que a gestão tem acompanhado –, todos a procuram sabendo que é membro do Conselho 29
Universitário e reclamam a forma que são tratados, por exemplo, pelos guardas ou por algum 30
funcionário ou professor. Considera que para isso dar certo precisam ter a formação. E isso não 31
inclui muito dinheiro, porque existe o Núcleo de Estudos de Gênero na Universidade, o Pagu, 32
que é conceituado há mais de 23 anos, que possui uma gama de pesquisadores que, inclusive, 33
dão diversas consultorias a lugares externos da Universidade para discutir esses temas. 34
Precisam sincronizar o que já existe na Universidade, para ampliar o atendimento. É uma das 35
questões que gostaria de discutir aqui para levar às unidades, aos professores, funcionários e, 36
principalmente, é necessário haver uma conversa com os coletivos, que organizaram a passeata 37
de duas semanas atrás, que têm um enorme leque de reivindicações que precisam incluir nessa 38
política. O Conselheiro FRANCISCO DE ASSIS MAGALHÃES GOMES NETO parabeniza 39
a iniciativa de criação do GT e o mesmo pelas conclusões, por ter se debruçado sobre esse 40
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assunto, que é de extrema importância e vem sendo negligenciado. Quando aparecem 1
problemas dessa natureza normalmente não têm orientação de como agir. Então, a primeira 2
coisa que deveriam fazer seria listar tudo que a Unicamp já oferece e divulgar para a 3
comunidade, para que as pessoas sejam atendidas da forma mais adequada possível e à medida 4
que outras ações propostas pelo GT forem sendo implantadas as informações referentes a essas 5
novas ações devem ser divulgadas também. Acha que ainda não divulgaram de forma 6
suficientemente clara tudo que a Unicamp oferece em apoio às pessoas que são vítimas desse 7
tipo de violência. A Conselheira CAMILA DE CAMARGO MODANEZ diz que os estudantes 8
reconhecem essa ação como uma iniciativa positiva da Administração. Com relação ao ato 9
ocorrido duas semanas atrás, organizado pelos centros acadêmicos, em que o DCE teve 10
participação, já obtiveram a resposta por meio da professora Dora e ontem, na assembleia geral, 11
foi encaminhada a ação dos estudantes quanto a isso. Estão organizando uma comissão de 12
estudantes que participam dos coletivos, dos centros acadêmicos, e também do DCE, para 13
conversar com a Administração e, logo em seguida, provavelmente na semana que vem, irão 14
solicitar uma reunião para que possam compreender o GT de forma mais detalhada, como 15
resposta do documento que entregaram ao professor Joaquim há duas semanas. O MAGNÍFICO 16
REITOR diz que há 10 inscritos no livro. Solicita a cada um que fale por dois minutos. O 17
Professor CARLOS HENRIQUE INACIO RAMOS diz que sua fala é de agradecimento e 18
despedida. A atual gestão do Instituto de Química se encerra em três semanas, então, esta é sua 19
última reunião do Consu. O professor Lauro Kubota, infelizmente, justamente nesta reunião, 20
não pôde vir, não sabia que haveria alteração do Consu, e já tinha um compromisso. Agradecem 21
o apoio recebido da Administração Central, do Reitor, da coordenadora geral, dos pró-reitores, 22
de todos os membros, que foi muito positivo. Também agradece à boa convivência com os 23
conselheiros, e o apoio ao Instituto de Química. O MAGNÍFICO REITOR agradece ao 24
professor Carlos e aproveita para agradecer ao professor Miranda, ao professor Lauro e 25
parabeniza pelas excelentes gestões. O Conselheiro LUIZ CARLOS KRETLY diz que tinha 26
alguns assuntos, mas fará apenas uma constatação de uma manifestação do Instituto de Biologia 27
em comemoração à data de 50 anos. Foi feito um mural muito bem elaborado sobre todas as 28
obras publicadas pelos docentes do instituto ao longo dessas últimas décadas. O mural é muito 29
bem elaborado do ponto de vista didático inclusive, e é um ponto importante que o IB realizou. 30
O Conselheiro SAMUEL ROCHA DE OLIVEIRA registra que ficou bastante satisfeito com a 31
resposta de um e-mail que enviou a todos os docentes de nível MS-5, coletou muita informação 32
sobre o dissídio, esse reajuste de 1,5%, ficou satisfeito com a resposta, então, registra esse 33
engajamento dos docentes que querem essencialmente uma estabilidade cada vez maior para 34
ter sua vida acadêmica fluindo normalmente e inclusive com vistas à titularidade. O Conselheiro 35
IURIATAN FELIPE MUNIZ diz que adoraria não estar comentando sobre um assunto, mas 36
precisa registrar uma situação. Na última sessão manifestou um problema que tem acontecido 37
entre os funcionários, que é o recebimento de cartas da Procuradoria Geral orientando a pessoa 38
a devolver um valor recebido a título de assistência social do GGBS no passado, alegando que 39
existem prováveis irregularidades na liberação da verba. Isso cria uma situação muito 40
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desagradável, em que o trabalhador, em uma situação de crise, se vê obrigado a devolver um 1
valor que havia recebido, até então tudo em ordem. A Reitoria alegou que há alguma 2
irregularidade sem apresentar o que é irregular, o que está sendo investigado, ou os resultados 3
dessa investigação, passando a exigir a devolução desses valores. O Reitor, na última sessão, 4
inclusive se sentiu desrespeitado, chegou a acusá-lo de que não leu carta nenhuma, que não 5
sabia do que estava falando. E no decorrer da discussão, solicitou que fosse lida a carta, porque 6
não estava de acordo a resposta da Reitoria com o que havia levantado. Quem acompanhou 7
ouviu a professora Teresa ler. Na oportunidade, disse que iria providenciar a carta para trazer, 8
e trouxe, se houver autorização para distribuição é só passar para os conselheiros, senão, pode 9
ler também. Mas a carta que a Reitoria leu para desqualificá-lo em sua intervenção, não é a 10
verdade. Então, trouxe aqui a carta que os funcionários receberam, muitos deles já estão 11
devolvendo os valores, não sabem a título de que, como vai ser tratado isso, qual é a perspectiva 12
de quanto vai se arrecadar, não existe uma explicação, e o processo continua caminhando. E a 13
carta que a Reitoria leu desconsidera a existência, e se estiver errado, gostaria de ser processado 14
por falsificação, porque tem aqui um documento assinado pelo Octacílio, que foi para a mão 15
dos funcionários, que é uma carta que fala claramente o que colocou em sua intervenção da 16
sessão passada, que o funcionário precisa devolver o valor. Na oportunidade, o Reitor se centrou 17
em desqualificá-lo, não colocou exatamente o que estava sendo investigado, falou que estava 18
sendo apurado, e continuam sem informação. Gostaria de colocar aqui que esse problema 19
persiste, e de cobrar uma postura mais séria. Se a Reitoria puder reconhecer que é um 20
conselheiro que não traz pautas desqualificadas ou levianas para qualquer fim que não seja a 21
defesa do interesse dos funcionários, agradeceria. Isso é importante, porque quem quiser ler a 22
Ata daquela sessão verá como foi tratado. Mais uma vez, reitera esse pedido e se dispõe a ler a 23
carta aqui. O MAGNÍFICO REITOR diz que o conselheiro pode ler. O Conselheiro IURIATAN 24
FELIPE MUNIZ diz que não irá ler a carta inteira porque é pessoal, vai ler o trecho pertinente. 25
“Conforme os documentos – a maior parte é semelhante ao texto que a professora Teresa leu – 26
em que pese o fato de os gestores do GGBS, na ocasião, terem deferido o benefício a vossa 27
senhoria, tal procedimento não atendeu às regras vigentes, conduta que está sendo devidamente 28
apurada e que acarreta a necessidade de regularização das diversas situações identificadas. 29
Nesse sentido, fica vossa senhoria notificado para, no prazo de 30 dias, contados do 30
recebimento deste, providenciar a devolução do montante apurado no total de n reais, mediante 31
proposta escrita de desconto em folha de pagamento, na forma do artigo 53 do Esunicamp, 32
limitado a 10% da remuneração mensal, ou depósito bancário identificado na agência 0207, 33
conta 43010749-1, do Banco Santander, em nome da Universidade Estadual de Campinas, a ser 34
comprovado por protocolo nesta Procuradoria. O não atendimento desta presente notificação 35
dentro do prazo assinalado implicará a tomada das medidas cabíveis.” Então, ou essa carta é 36
falsa ou acredita que o Reitor deve, pelo menos, uma gentileza pela forma como lhe respondeu 37
na última sessão. O MAGNÍFICO REITOR agradece, e diz que gostaria de ter uma cópia da 38
carta. A questão é que já receberam dezenas. Na discussão que tiveram da outra vez, colocou 39
claramente que a Procuradoria Geral, na carta, solicitava a devolução dos recursos ou a 40
176
explicação desse valor. Esta é uma carta parcial. O Conselheiro IURIATAN FELIPE MUNIZ 1
diz que é o trecho de uma carta. O MAGNÍFICO REITOR diz que é a segunda carta, não a 2
primeira. O Conselheiro IURIATAN FELIPE MUNIZ diz que essa foi a primeira carta que o 3
funcionário recebeu. O MAGNÍFICO REITOR diz que não foi. O Conselheiro IURIATAN 4
FELIPE MUNIZ solicita que o senhor Reitor explique o que está sendo investigado, porque a 5
questão não é quem pegou a carta. O MAGNÍFICO REITOR diz que a primeira carta pedia a 6
devolução dos recursos, sem especificar conta, sem especificar nada, ou uma explicação. Há 7
centenas de casos que explicaram e que foram acolhidos. Ou seja, as pessoas não inventaram a 8
explicação. A segunda carta, no caso daqueles esclarecimentos que não foram acolhidos, pois 9
a explicação não condizia, como, por exemplo, um caso de uma pessoa que pediu dinheiro para 10
o ortopedista do vizinho. Não pode. Explicou errado. Então, precisa devolver. Nesse caso, foi 11
mandada uma segunda carta pedindo a devolução dos recursos. Alguns casos não foram 12
acolhidos, mas a maioria sim. Há diversas situações. O objetivo final é simples: proteger o 13
próprio trabalhador, porque não há documentos comprovando a solicitação que ele fez. Basta 14
ter uma explicação que acolhem e arquivam. Não há nenhuma perseguição, constrangimento, 15
nada. Trata-se simplesmente da organização de alguns procedimentos de muitas pessoas que 16
não têm documentos comprobatórios. Então, volta a insistir para que o conselheiro Iuriatan 17
tome cuidado, porque essa carta está incompleta, não consta aqui nenhum título, e é a segunda 18
carta, não é a primeira carta que foi enviada. Pergunta onde consta a data da carta. Foi feito um 19
recorte, e isso não pode. Ao lhe entregar um documento, solicita que entregue inteiro. O 20
Conselheiro IURIATAN FELIPE MUNIZ diz que o documento foi expedido pelo Octacílio, e 21
não acha que deve ter de provar os documentos que ele assinou. O MAGNÍFICO REITOR diz 22
que o conselheiro está dizendo que ele mentiu. O Conselheiro IURIATAN FELIPE MUNIZ 23
diz que o Reitor disse que não leu a carta, aqui não está falando nada sobre justificativa. 24
Pergunta como o valor foi liberado, se não havia documento comprobatório. Porque as 25
informações que o senhor Reitor passou aqui não condizem, e não devem entrar na causa de 26
ver quem tem a prova porque são processos particulares, que expõem as pessoas. O 27
MAGNÍFICO REITOR diz que não quer expor as pessoas. O Conselheiro IURIATAN FELIPE 28
MUNIZ diz que não irá trazer aqui o documento que fulano de tal recebeu falando que precisa 29
devolver R$150, por exemplo. Pode encaminhar a data, acredita que esse seja o menor dos 30
problemas. Está trazendo uma fração de um documento porque quer preservar quem o recebeu. 31
O MAGNÍFICO REITOR diz que amanhã o conselheiro pode ir na Procuradoria Geral, e buscar 32
a pasta dessa pessoa em sigilo. Não há problema nenhum. O Conselheiro IURIATAN FELIPE 33
MUNIZ diz que há problema, porque irão identificar a pessoa, saberão quem o está informando. 34
Está sendo alegado que o patrimônio da Universidade foi distribuído de forma irregular, e como 35
conselheiro quer saber qual é a irregularidade, quanto está sendo arrecadado e por quê. Trata-36
se de um valor, estão cobrando dinheiro que uma pessoa recebeu um tempo atrás, e que é preciso 37
devolver milhares de reais, às vezes isso, da noite para o dia, senão irá sofrer medidas cabíveis. 38
Esse é um processo complicado que expõe, fragiliza o funcionário. Acha que são esses 39
subterfúgios da data dos documentos que a PG entrega, de falar que está acusando o Reitor de 40
177
qualquer mentira. Disse que havia lido um documento, no que foi rebatido. Até onde sabe não 1
existe esse negócio de segunda carta, a única carta que viu no processo que recebeu foi essa. Se 2
não tem explicação, é uma Reitoria que não tem transparência. A Conselheira TERESA DIB 3
ZAMBON ATVARS diz que há coisas que podem admitir no Conselho Universitário e outras 4
que não devem admitir. Uma delas é chamar o reitor e o vice-reitor de mentirosos. Deixa aqui 5
claramente, não quer criar constrangimento nenhum, apenas manifesta sua opinião. Não é 6
mentirosa. Leu um documento, que inclusive não estava assinado pelo “Octacílio”, mas pelo 7
Reitor, um ofício com número, encaminhado a todos os servidores que de alguma forma 8
receberam recursos do GGBS sem a devida aprovação do Consu, com uma denúncia no 9
Ministério Público, desde 2016, que ficou, em algum momento, sem apuração, e que esta 10
Reitoria está apurando. E para apurar solicitou a todos a explicação. Não há nada escondido 11
aqui. A doutora FERNANDA LAVRAS COSTALLAT SILVADO diz que essas cartas foram 12
enviadas para que os servidores pudessem esclarecer o motivo das despesas, que são variadas, 13
cada situação foi uma, desde medicamento até contratação de serviço, pagamento de conta, 14
pagamento de universidade. Estão sendo avaliadas pontualmente. Muitos benefícios foram 15
concedidos sem a devida documentação, e é isso que se pretende ao permitir ao servidor que se 16
justifique, ou seja, documentar. Vários documentos foram aceitos e estão sendo arquivados. 17
Outros ainda não foram apresentados, e alguns foram indeferidos. Entretanto, não é possível 18
ainda avaliar o montante que vai ser devolvido, porque isso ocorrerá só ao final de todo o 19
processo. O MAGNÍFICO REITOR diz que até agora há 67 justificativas acolhidas, 33 20
justificativas não acolhidas e 11 não apresentaram justificativa e pagaram. Está claro que a carta 21
pedia justificativa ou pagamento. Acha que as pessoas que estão enviando e colocando questões 22
ao conselheiro Iuriatan, não devem deixá-lo em uma situação complicada. A Conselheira 23
TERESA DIB ZAMBON ATVARS diz achar que esse assunto deveria ser tratado no âmbito 24
que estava sendo tratado, com discrição, sem expor pessoas, de forma profissional, porque 25
diferente de muitos casos a exposição fere as pessoas e, concretamente, não vai admitir ser 26
chamada no Conselho Universitário de “a professora Teresa mentirosa”. O Conselho e todos os 27
conselheiros merecem respeito. O MAGNÍFICO REITOR diz que não devem colocar a 28
discussão aqui. Passa o Expediente para frente. O Conselheiro DIEGO MACHADO DE ASSIS 29
retira sua inscrição. O Conselheiro GUILHERME ELIAS PESSANHA HENRIQUES solicita 30
a palavra ao professor Saran. O Professor PAULO SÉRGIO SARAN agradece ao professor 31
Guilherme pela passagem da palavra. Fará breves considerações e se despedirá aqui do 32
Conselho Universitário como diretor geral do Cotil, já que antecipou seu mandato de 02 de 33
dezembro para 02 de agosto, e o próximo Consu será depois. Foram quatro mandatos como 34
diretor do colégio, eleito consecutivamente, são 41 anos de Cotil completados no último mês 35
de abril, 38 anos entre FT, Ceset e FEL, a maior parte desse tempo atuou parcialmente na 36
Universidade, o que lhe permitiu também desenvolver sua carreira como engenheiro fora da 37
Unicamp, inclusive teve a honra de integrar a administração do saudoso prefeito Francisco 38
Amaral, pai da pró-reitora Eliana Amaral. Tem uma grande gratidão pelo colégio e pela 39
Unicamp. Foram muitas as realizações, inovações no colégio, projeção do colégio dentro e fora 40
178
da Universidade, várias homenagens recebidas, uma inclusive internacional, na cidade de Nova 1
Iorque, da Organização das Américas para a Excelência Educativa, em reconhecimento à 2
qualidade dos cursos do colégio, e um prêmio também pela gestão da direção. Da Câmara 3
Municipal de Limeira, as principais homenagens foram transformação do Cotil Arte em um 4
evento oficial da Secretaria Municipal de Cultura, moção pelos 50 anos do Cotil e o Título de 5
Cidadão Limeirense ao seu diretor. Seu mandato, como disse, foi antecipado. Haverá uma 6
consulta no próximo dia 25 de junho, com dois candidatos inscritos, o que também lhe traz uma 7
grande satisfação, por ser mais um indicativo de aprovação de suas gestões, já que os dois 8
pertencem, ou pertenceram, a suas gestões. Um deles é o atual diretor associado, que também 9
foi diretor administrativo por três anos, e o outro fez parte por cinco anos e meio, portanto quase 10
uma gestão e meia das quatro gestões que teve também como diretor associado e diretor 11
administrativo. Não houve nenhum candidato fora de suas equipes de trabalho. Isso o deixa 12
bastante satisfeito e estará representado na continuidade da direção, seja quem for o eleito. Fará 13
alguns agradecimentos, principalmente aos professores das carreiras especiais do Cotil, Cotuca, 14
do CEL, do Cepre, do magistério artístico do IA, da tecnologia, carreira MTS, que por seis 15
vezes consecutivas o elegeram como representante no Consu, foram 12 anos aqui, onde 16
alcançaram várias conquistas, entre elas, uma das principais, a passagem de celetistas para 17
estatutários de todos os professores das carreiras especiais. Seus últimos atos, um ano atrás, 18
quando ainda era representante dos professores das carreiras especiais, protocolou dois ofícios 19
na Reitoria, um que é uma luta antiga para que os colégios tenham assento no Consu, já que 20
eles foram criados pela lei que criou a Unicamp, e faziam parte por essa lei do Conselho 21
Universitário. Nessa proposta sugerem que façam uma recomposição do Conselho com os dois 22
diretores, Cotil e Cotuca, um ou dois funcionários, e mais um aluno, o que mantém o percentual 23
mínimo de 70% de docentes no Consu, como prevê a legislação. Outro ofício, também 24
protocolado em maio do ano passado, é uma luta antiga das carreiras especiais, para que sejam 25
oficialmente reconhecidos como docentes e incluídos nos Estatutos da Unicamp. Até hoje, 26
apenas a carreira do magistério superior consta dos Estatutos, e por isso, inclusive, muitas vezes 27
os docentes das carreiras especiais são chamados de professores e não docentes. E a explicação 28
dada, quando consultaram a Reitoria e a Procuradoria Geral, foi que a única carreira que está 29
nos Estatutos é a MS. Então, é uma reivindicação antiga, gostaria que o Magnífico Reitor 30
revisse esses ofícios protocolados. Agradece a todos os reitores desses quatro mandatos, 31
professor Brito, professor Tadeu duas vezes, professor Fernando Costa e agora, há pouco mais 32
de um ano, professor Marcelo Knobel, pelo apoio e pelo incentivo. Agradece a todos os pró-33
reitores integrantes e órgãos da Administração Central, PG, DGRH, DGA, SG, e muitos outros. 34
Como são muitas pessoas e muitos órgãos, pede permissão à professora Teresa Atvars, com 35
quem teve o privilégio de se relacionar profissionalmente a maior parte desses 15 anos e meio, 36
para, na pessoa dela, fazer um agradecimento a todos. Agradece a todos os diretores de todos 37
esses mandatos que compartilharam aqui com ele, aos conselheiros do Consu, professores, 38
funcionários, alunos do Cotil. E para encerrar cita um pequeno trecho de uma linda mensagem 39
de Madre Teresa de Calcutá: “Dê ao mundo o melhor de você, mas isso pode não ser o bastante. 40
179
Dê o melhor de você assim mesmo.” Acredita que tenha dado o melhor de si para o Cotil e para 1
a Unicamp. E pede a Deus que continue a lhe proteger. O MAGNÍFICO REITOR agradece 2
também toda a dedicação do professor Saran ao Cotil, todo seu esforço, e sentem o amor que 3
tem pela Unicamp, pelo colégio, na sua emoção, agora, neste momento de despedida aqui do 4
Consu. Parece incrível para quem está aqui no Consu que alguém fique triste em sair, mas 5
possuem o apego pela Universidade e acha que essa é a força que existe aqui. A Conselheira 6
CAROLINA BONOMI DE MENEZES GUERRA diz que consta do Expediente uma moção 7
que foi aprovada na congregação do IFHC sobre as punições, e notou que logo abaixo tem a 8
criação de um GT sobre as mudanças estatutárias. Já demonstrou em diversas reuniões sua 9
preocupação de ainda haver o inciso X na Universidade e acha que é muito oportuno falar sobre 10
ele, que era da época da ditadura, no meio dessa crise política que estão vivendo, principalmente 11
com os pedidos de intervenção militar. Inclusive, a professora Teresa colocou em outra 12
oportunidade acerca dos riscos que estão vivendo agora nessa democracia. Considera oportuno 13
falar sobre isso, porque é um inciso que ainda está regendo, está orientando as sindicâncias na 14
Universidade, que continuam ocorrendo. Não irá criar conflitos sobre a questão de anular as 15
sindicâncias, pois já fizeram os devidos encaminhamentos em outras instâncias. Há cerca de 16
vinte dias veio uma representante da OAB, porque a advogada da categoria tem dificuldade em 17
ter acesso a alguns processos. Encaminharam para a Comissão de Direitos Humanos da OAB, 18
para a Comissão de Direitos Humanos da Prefeitura de Campinas e também para a Anistia 19
Internacional, para tratar mais seriamente desses casos. Sua fala é no sentido de buscar 20
informações sobre esse GT que vai ser criado para a mudança estatutária, e solicitar 21
representação discente nele, porque, junto com a advogada, doutora Ana, fizeram algumas 22
discussões e algumas anotações sobre essa mudança e têm o interesse de participar. O 23
MAGNÍFICO REITOR responde que isso certamente será considerado, ou seja, haverá 24
representação discente. Nada mais havendo a tratar, declara encerrada a Sessão e, para constar, 25
eu, Ângela de Noronha Bignami, Secretária Geral, lavrei a presente Ata e solicitei a Cláudia 26
Masliaev que a digitasse para ser submetida à aprovação do Conselho Universitário. Campinas, 27
05 de junho de 2018. 28
NOTA DA SG: A presente Ata foi aprovada na 157ª SESSÃO ORDINÁRIA
DO CONSELHO UNIVERSITÁRIO, realizada em 07 de agosto de 2018,
sem alterações.