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118 ATA DA CENTÉSIMA QUINQUAGÉSIMA SEXTA SESSÃO ORDINÁRIA DO 1 CONSELHO UNIVERSITÁRIO DA UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS. 2 Aos cinco dias do mês de junho do ano de dois mil e dezoito, às treze horas, reuniu-se o 3 Conselho Universitário da Universidade Estadual de Campinas, em sua sede, no prédio da 4 Reitoria II, na Cidade Universitária “Zeferino Vaz”, em Barão Geraldo, Campinas, sob a 5 presidência do MAGNÍFICO REITOR, Professor Doutor MARCELO KNOBEL, e com o 6 comparecimento dos seguintes conselheiros: Adilton Dorival Leite, Alexandre Leite Rodrigues 7 de Oliveira, Amanda Oliveira da Silva, André Tosi Furtado, Angel Pontin Garcia, Antonio José 8 de Almeida Meirelles, Barbara Janet Teruel Mederos, Camila de Camargo Modanez, Carlos 9 Henrique Inacio Ramos, Carolina Bonomi de Menezes Guerra, Celso Akira Nishibe, Christiano 10 Lyra Filho, Cibele Granito Santana, Diego Machado de Assis, Dirce Djanira Pacheco e Zan, 11 Edson Tomaz, Eduardo Gurgel do Amaral, Eliana Martorano Amaral, Erich Vinicius de Paula, 12 Everardo Magalhães Carneiro, Fátima Regina Rodrigues Évora, Flávia Teles dos Santos, Flávio 13 Ribeiro de Oliveira, Francisco de Assis Magalhães Gomes Neto, Francisco Hideo Aoki, Gil 14 Guerra Junior, Gláucia Maria Pastore, Grácia Maria Navarro, Guilherme Elias Pessanha 15 Henriques, Iuriatan Felipe Muniz, João Batista de Miranda, João Ernesto de Carvalho, João 16 Luis Saraiva Moraes Abreu, João Marcos Travassos Romano, João Raimundo Mendonça de 17 Souza, Joaquim Antonio Graciano, Lucas Marques de Almeida, Luísa Andréia Gachet Barbosa, 18 Luiz Carlos Kretly, Marcio Alberto Torsoni, Márcio de Carvalho Saraiva, Maria Inês de Freitas 19 Petrucci dos Santos Rosa, Maria Isabel Pedreira de Freitas, Mariana Conceição da Costa, 20 Marina Sangoi de Oliveira Ilha, Marisa Masumi Beppu, Munir Salomão Skaf, Muriel de 21 Oliveira Gavira, Orival Andries Júnior, Osvaldir Pereira Taranto, Pascoal José Giglio Pagliuso, 22 Paulo Cesar Montagner, Paulo Sérgio Fracalanza, Rachel Meneguello, Roberto Luiz do Carmo, 23 Roberto Teixeira Mendes, Rodolfo Jardim de Azevedo, Ronaldo Aloise Pilli, Ronaldo Ferreira 24 dos Santos, Rosmari Aparecida Ribeiro, Samuel Rocha de Oliveira, Sérgio Luiz Monteiro 25 Salles Filho, Silvana Pinheiro Migliaccio, Teresa Dib Zambon Atvars, Vicente Hidalgo 26 Rodrigues Fernandes, Waldyr Luiz Ribeiro Gallo e Walkiria Hanada Viotto. Esteve presente 27 também o membro suplente da representação docente Gustavo Tenório Cunha e o membro 28 suplente da representação discente da pós-graduação Eduardo Hiroshi Tikazawa. Como 29 convidados especiais, compareceram os professores: Joaquim Murray Bustorff Silva, Paulo 30 Sergio Saran, Shirlei Maria Recco-Pimentel e Wagner de Melo Romão; a doutora Ana Carolina 31 de Moura Delfim Maciel; a doutora Fernanda Lavras Costallat Silvado; o doutor Andrei 32 Vinicius Gomes Narcizo; e os senhores Clayton Bianchini Levy, Edmar Yassuo Misuta, 33 Eduardo Hiroshi Tikazawa, Gilmar Dias da Silva, José Luiz Pio Romera, Marcílio Ventura, 34 Newton Pereira Amusquivar, Rodolfo de Nadai e Thiago Baldini da Silva. Justificaram 35 ausência à Sessão os seguintes conselheiros: Fernando Augusto de Almeida Hashimoto; Álvaro 36 de Oliveira D’Antona, sendo substituído pelo conselheiro Márcio Alberto Torsoni; Zigomar 37 Menezes de Souza, sendo substituído pelo conselheiro Angel Pontin Garcia; Alberto Luiz 38 Serpa, sendo substituído pelo conselheiro Waldyr Luiz Ribeiro Gallo; Alvaro Gabriel Bianchi 39 Mendez, sendo substituído pelo conselheiro Roberto Luiz do Carmo; Lauro Tatsuo Kubota, 40

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118

ATA DA CENTÉSIMA QUINQUAGÉSIMA SEXTA SESSÃO ORDINÁRIA DO 1

CONSELHO UNIVERSITÁRIO DA UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS. 2

Aos cinco dias do mês de junho do ano de dois mil e dezoito, às treze horas, reuniu-se o 3

Conselho Universitário da Universidade Estadual de Campinas, em sua sede, no prédio da 4

Reitoria II, na Cidade Universitária “Zeferino Vaz”, em Barão Geraldo, Campinas, sob a 5

presidência do MAGNÍFICO REITOR, Professor Doutor MARCELO KNOBEL, e com o 6

comparecimento dos seguintes conselheiros: Adilton Dorival Leite, Alexandre Leite Rodrigues 7

de Oliveira, Amanda Oliveira da Silva, André Tosi Furtado, Angel Pontin Garcia, Antonio José 8

de Almeida Meirelles, Barbara Janet Teruel Mederos, Camila de Camargo Modanez, Carlos 9

Henrique Inacio Ramos, Carolina Bonomi de Menezes Guerra, Celso Akira Nishibe, Christiano 10

Lyra Filho, Cibele Granito Santana, Diego Machado de Assis, Dirce Djanira Pacheco e Zan, 11

Edson Tomaz, Eduardo Gurgel do Amaral, Eliana Martorano Amaral, Erich Vinicius de Paula, 12

Everardo Magalhães Carneiro, Fátima Regina Rodrigues Évora, Flávia Teles dos Santos, Flávio 13

Ribeiro de Oliveira, Francisco de Assis Magalhães Gomes Neto, Francisco Hideo Aoki, Gil 14

Guerra Junior, Gláucia Maria Pastore, Grácia Maria Navarro, Guilherme Elias Pessanha 15

Henriques, Iuriatan Felipe Muniz, João Batista de Miranda, João Ernesto de Carvalho, João 16

Luis Saraiva Moraes Abreu, João Marcos Travassos Romano, João Raimundo Mendonça de 17

Souza, Joaquim Antonio Graciano, Lucas Marques de Almeida, Luísa Andréia Gachet Barbosa, 18

Luiz Carlos Kretly, Marcio Alberto Torsoni, Márcio de Carvalho Saraiva, Maria Inês de Freitas 19

Petrucci dos Santos Rosa, Maria Isabel Pedreira de Freitas, Mariana Conceição da Costa, 20

Marina Sangoi de Oliveira Ilha, Marisa Masumi Beppu, Munir Salomão Skaf, Muriel de 21

Oliveira Gavira, Orival Andries Júnior, Osvaldir Pereira Taranto, Pascoal José Giglio Pagliuso, 22

Paulo Cesar Montagner, Paulo Sérgio Fracalanza, Rachel Meneguello, Roberto Luiz do Carmo, 23

Roberto Teixeira Mendes, Rodolfo Jardim de Azevedo, Ronaldo Aloise Pilli, Ronaldo Ferreira 24

dos Santos, Rosmari Aparecida Ribeiro, Samuel Rocha de Oliveira, Sérgio Luiz Monteiro 25

Salles Filho, Silvana Pinheiro Migliaccio, Teresa Dib Zambon Atvars, Vicente Hidalgo 26

Rodrigues Fernandes, Waldyr Luiz Ribeiro Gallo e Walkiria Hanada Viotto. Esteve presente 27

também o membro suplente da representação docente Gustavo Tenório Cunha e o membro 28

suplente da representação discente da pós-graduação Eduardo Hiroshi Tikazawa. Como 29

convidados especiais, compareceram os professores: Joaquim Murray Bustorff Silva, Paulo 30

Sergio Saran, Shirlei Maria Recco-Pimentel e Wagner de Melo Romão; a doutora Ana Carolina 31

de Moura Delfim Maciel; a doutora Fernanda Lavras Costallat Silvado; o doutor Andrei 32

Vinicius Gomes Narcizo; e os senhores Clayton Bianchini Levy, Edmar Yassuo Misuta, 33

Eduardo Hiroshi Tikazawa, Gilmar Dias da Silva, José Luiz Pio Romera, Marcílio Ventura, 34

Newton Pereira Amusquivar, Rodolfo de Nadai e Thiago Baldini da Silva. Justificaram 35

ausência à Sessão os seguintes conselheiros: Fernando Augusto de Almeida Hashimoto; Álvaro 36

de Oliveira D’Antona, sendo substituído pelo conselheiro Márcio Alberto Torsoni; Zigomar 37

Menezes de Souza, sendo substituído pelo conselheiro Angel Pontin Garcia; Alberto Luiz 38

Serpa, sendo substituído pelo conselheiro Waldyr Luiz Ribeiro Gallo; Alvaro Gabriel Bianchi 39

Mendez, sendo substituído pelo conselheiro Roberto Luiz do Carmo; Lauro Tatsuo Kubota, 40

119

sendo substituído pelo conselheiro Carlos Henrique Inacio Ramos; Luiz Carlos Zeferino, sendo 1

substituído pelo conselheiro Marcelo Moraes Guzzo; Sávio Machado Cavalcante, sendo 2

substituído pela conselheira Muriel de Oliveira Gavira; João Frederico da Costa Azevedo 3

Meyer, sendo substituído pela conselheira Barbara Janet Teruel Mederos; Renato Huyda de 4

Luna Pedrosa, sendo substituído pela conselheira Maria Inês de Freitas Petrucci dos Santos 5

Rosa; Sofia Bonuccelli Heringer Lisboa, sendo substituída pela conselheira Flávia Teles dos 6

Santos; Cláudio José Servato, sendo substituído pela conselheira Silvana Pinheiro Migliaccio; 7

Claudiney Rodrigues Carrasco; e João Batista de Miranda. Havendo número legal, o 8

MAGNÍFICO REITOR dá início à Centésima Quinquagésima Sexta Sessão Ordinária do 9

Conselho Universitário da Universidade Estadual de Campinas, dando as boas-vindas ao diretor 10

da Faculdade de Educação Física, professor doutor Orival Andries Júnior, e ao diretor 11

associado, professor doutor Odilon José Roble, cujos mandatos são de 18.05.18 a 17.05.22; ao 12

diretor da Faculdade de Engenharia Química, professor doutor Edson Tomaz, e à diretora 13

associada, professora doutora Ângela Maria Moraes, cujos mandatos são de 23.05.18 a 22.05.22 14

e 1º.06.18 a 22.05.22, respectivamente; ao diretor da Faculdade de Engenharia Mecânica, 15

professor doutor Alberto Luiz Serpa, e ao diretor associado, professor doutor Waldyr Luiz 16

Ribeiro Gallo, cujos mandatos são de 27.04.18 a 26.04.22. Deseja excelente gestão a todos. 17

Informa que o processo nº 01-P-7426/1990, retirado de pauta da 155ª Sessão do Consu, que 18

trata da proposta de deliberação Consu que dispõe sobre o Programa de Professor Colaborador 19

e Pesquisador Colaborador, revogando a Deliberação Consu-A-06/06, não retornou por ainda 20

serem necessárias providências. É um assunto mais complexo do que inicialmente parecia e 21

estão estudando a melhor forma de redigir essa minuta. Informa ainda que o item 1 da Ordem 22

do Dia – Proc. nº 01 P-8776/2018 –, que trata das normas eleitorais para eleição da 23

representação dos servidores técnico-administrativos –, está vinculado ao item 2 da Ordem do 24

Dia Suplementar, que exige aprovação por quórum qualificado (2/3) por tratar de alteração 25

estatutária. Os dois itens deverão ser discutidos e votados em conjunto. Em seguida, submete à 26

apreciação a Ata da Centésima Quinquagésima Quinta Sessão Ordinária, realizada em 03.04.18. 27

Consulta se há observações. O Conselheiro ANTONIO JOSÉ DE ALMEIDA MEIRELLES diz 28

que às folhas 86, linhas 22, precisa ficar claro que não foi algo que ele falou, mas que o 29

conselheiro Diego falou sobre o que ocorreu na FEA. No dia não comentou nada, mas discorda 30

dessa fala sobre o processo de unificação de secretarias na FEA. Não foi exatamente isso que 31

aconteceu, nem foi ele quem falou isso. Não havendo outras observações, o MAGNÍFICO 32

REITOR submete à votação a referida Ata, que é aprovada com 05 abstenções. Passa à Ordem 33

do Dia, que contém 15 itens, ao Adendo à Ordem do Dia, com 02 itens, e à Ordem do Dia 34

Suplementar, também com 02 itens, informando que há destaques obrigatórios no item 01 da 35

Ordem do Dia – Proc. nº 01-P-8776/2018 –, proposta de deliberação Consu que dispõe sobre 36

as normas eleitorais que regulamentam as eleições da representação dos servidores técnico-37

administrativos junto ao Conselho Universitário, que é vinculado ao item 02 da Ordem do Dia 38

Suplementar – Proc. nº 01-P-8776/2018 –, proposta de deliberação Consu que altera o § 3º do 39

artigo 46 dos Estatutos e o § 3º do artigo 81 do Regimento Geral da Unicamp; no item 02 da 40

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Ordem do Dia – Procs. nº 33-P-22893/2002 e 01-P-4334/2018 – Extinção do Curso Superior 1

de Tecnologia em Saneamento Ambiental (FT) e redistribuição das 40 vagas na FT; item 05 – 2

Proc. nº 01-P-20911/2017 – Primeira Revisão do Orçamento 2018; no item 06, que trata da 3

homologação do reajuste proposto pelo Cruesp; e no item 01 da Ordem do Dia Suplementar – 4

Procs. nº 37-P-15086/2017 e Proc. nº 37-P-23242/2009, da Faculdade de Tecnologia. Pergunta 5

se há destaques por parte dos conselheiros. Não havendo, coloca em votação todos os itens não 6

destacados da Ordem do Dia e do Adendo à Ordem do Dia, sendo aprovados, por unanimidade, 7

os pareceres que subsidiaram os seguintes processos: C – Descontingenciamento de Vaga - 8

Carreira MS - Deliberação Consu-A-17/2017 - Para Aprovação - 03) do Instituto de 9

Geociências - Solicitação de descontingenciamento dos recursos referente à vaga nº 45 para 10

realização de concurso público para provimento de 01 (um) cargo de Prof. Dr. - nível MS-3.1 - 11

RTP - área de Climatologia - Depto. de Geografia - em substituição a docente que se aposentou 12

- Pareceres CVD-18/2018 e CAD-29/2018. D – Doação de Área à Unicamp - Para Aprovação 13

- 04) Proc. nº 01-P-4879/2006, aceitação de doação de área de 895,85 m² da Cemicamp à 14

Unicamp - Pareceres PG-590/2018, COP-Consu-04/2018 e CAD-40/2018. F – Congregações - 15

Para Aprovação - 07) Proc. nº 02-P-6466/2018, da Faculdade de Ciências Médicas - Eleições 16

da representação docente, servidores técnico-administrativos, residentes (médicos e não 17

médicos), discentes da graduação (Medicina e Fonoaudiologia) e pós-graduação, realizadas em 18

02 e 03.05.18 - Ad referendum da Congregação em 09.05.18. 08) Proc. nº 01-P-8963/1986, da 19

Faculdade de Engenharia Elétrica e de Computação - Eleições da representação discente da 20

graduação (Engenharia Elétrica e Engenharia da Computação) e da pós-graduação, realizadas 21

em 14 e 15.03.18 - Homologadas pela Congregação em 26.03.18. 09) Proc. nº 06-P-22

23990/2014, da Faculdade de Odontologia de Piracicaba - Eleições da representação discente 23

da graduação, realizadas em 13.03.18 - Homologadas pela Congregação em 25.04.18. 10) Proc. 24

nº 17-P-4494/2013, do Instituto de Artes - Eleições da representação discente, servidores 25

técnico-administrativos e docentes da carreira MA, realizadas em 02 e 03.05.18 - Ad 26

referendum da Congregação em 08.05.18. 11) Proc. nº 34-P-13555/1996, do Instituto de 27

Computação - Eleições da representação docente suplente (níveis MS-3 e MS-6) e 28

representação discente graduação e pós-graduação, realizadas de 24 a 26.04.18 - Aprovadas 29

pela Congregação em 02.05.18. 12) Proc. nº 10-P-18792/2001, do Instituto de Matemática, 30

Estatística e Computação Científica - Eleições complementares da representação suplente 31

docente, servidores técnico-administrativos, discente da graduação e da pós-graduação, 32

realizadas em 02 a 04.05.18 - Aprovadas pela Congregação em 10.05.18. G – Áreas de 33

Prestação de Serviços - Encerramento - Para Aprovação - 13) Proc. nº 02-P-22066/2014, da 34

Faculdade de Ciências Médicas - Área de prestação de serviços “Laboratório de Genética 35

Molecular” - Aprovado pela Congregação do FCM em 23.02.18 - Parecer CAD-41/2018. 14) 36

Proc. nº 07-P-31008/2012, do Instituto de Biologia - Área de prestação de serviços 37

“Biotecnologia Farmacêutica” - Aprovado pela Congregação do IB em 20.02.18 - Parecer 38

CAD-30/2018. H – Convênios, Contratos e Termos Aditivos - A Ser Celebrado - Para 39

Aprovação - 15) Proc. nº 29-P-2764/2018, da Faculdade de Engenharia Elétrica e de 40

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Computação - Termo Aditivo nº 07/2017 ao Convênio - Partes: Unicamp/Funcamp e Ericsson 1

Telecomunicações S.A. - Executores: Ricardo Ribeiro Gudwin e Christian Rodolfo Esteve 2

Rothenberg - Data de Assinatura: a ser celebrado - Vigência: 20 meses - Recursos: 3

R$496.664,00 - Resumo do Objeto: Execução de um projeto de cooperação técnico-científica, 4

envolvendo atividades de pesquisa e desenvolvimento de um sistema de controle autônomo de 5

robôs transportadores utilizando a arquitetura cognitiva MECA - Pareceres: PG e Caacc. 6

ADENDO À ORDEM DO DIA – A – Comissão de Atividades Interdisciplinares - CAI/Consu 7

- Alteração da Deliberação Consu-A-15/1989 - Para Aprovação - 01) Proc. nº 01-P-9046/1987, 8

proposta de Deliberação Consu que altera a Deliberação Consu-A-15/1989 - Deliberação 9

CAI/Consu-2/2018 e Pareceres PG-1203/2018 e CLN-11/2018. B - Convênios, Contratos e 10

Termos Aditivos - A Ser Celebrado - Para Aprovação - 02) Proc. nº 29-P-6285/2018, da 11

Faculdade de Engenharia Elétrica e de Computação - Convênio - Partes: Unicamp/Funcamp e 12

Instituto de Pesquisas Eldorado - Executores: Luis Geraldo Pedroso Meloni e Renato da Rocha 13

Lopes - Data de Assinatura: a ser celebrado - Vigência: 30 meses - Recursos: R$373.608,00 - 14

Resumo do Objeto: Execução do projeto de pesquisa: “Algoritmos e Protocolos de 15

Comunicação para Internet das Coisas, Redes Elétricas Inteligentes e Cidades Inteligentes” - 16

Pareceres: PG e Caacc. O MAGNÍFICO REITOR passa à discussão do item 1 da Ordem do 17

Dia – Proc. nº 01-P-8776/2018 –, que trata da proposta de deliberação Consu que dispõe sobre 18

as normas eleitorais que regulamentam as eleições da representação dos servidores técnico-19

administrativos junto ao Conselho Universitário e do item 02 da Ordem do Dia Suplementar – 20

Proc. nº 01-P-8776/2018 –, que trata da proposta de deliberação Consu que altera o § 3º do 21

artigo 46 dos Estatutos e o § 3º do artigo 81 do Regimento Geral da Unicamp. Solicita que a 22

Procuradoria Geral comece fazendo os esclarecimentos. A doutora FERNANDA LAVRAS 23

COSTALLAT SILVADO diz que a proposta passa a prever que os representantes de servidores 24

não docentes possam votar em até cinco candidatos nas eleições e não mais apenas em três. A 25

doutora ÂNGELA DE NORONHA BIGNAMI diz que além da adoção do processo eletrônico 26

de votação, antes os candidatos a representantes dos servidores se inscreviam ou para titular ou 27

para suplente, e as pessoas podiam votar em até três candidatos a suplente e três candidatos a 28

titular. A proposta é fazer como acontece nas outras categorias, isto é, as pessoas se inscrevem 29

e os mais votados são titulares e na sequência suplentes. Para isso, a proposta possibilita que 30

votem em até cinco e não só em três. Outra alteração é que o prazo para cancelamento da 31

candidatura, que antes era de sete dias, passou para três dias. O Conselheiro DIEGO 32

MACHADO DE ASSIS diz que a doutora Ângela os chamou para uma reunião onde a proposta 33

foi apresentada, e na ocasião colocaram algumas críticas, as quais considera importante citar 34

aqui no Consu também. A questão de não haver mais eleição separada para titular e suplente é 35

uma boa mudança, até porque não fazia nenhum sentido a pessoa pleitear um cargo de suplente 36

no Conselho Universitário, portanto essa é uma alteração até mais ou menos lógica. Entretanto, 37

essa decorrência de votar em cinco candidatos demanda ainda de um pouco de explicação do 38

porquê desse número. Parece um número mais ou menos aleatório, que não é resultado de uma 39

discussão sobre o modelo ideal de eleição. Mas a principal crítica é sobre a mudança para o 40

122

sistema eletrônico de votação. Não é a primeira vez que critica, neste Consu, o modelo da 1

eleição que está sendo implementado, e acha que agora é mais grave porque essa não é uma 2

demanda apresentada pelos servidores. Trata-se da eleição através da qual os servidores vão 3

escolher seus representantes, mas toda a sua organização, ainda mais ela sendo agora proposta 4

de forma eletrônica, passa à revelia das demandas dos servidores. Estranham o porquê de 5

aparecer essa questão da eleição eletrônica, primeiro para a eleição dos estudantes e agora para 6

os servidores, sem isso ter sido uma demanda da comunidade, uma reivindicação, ainda mais 7

no momento em que várias eleições ainda estão sendo realizadas em papel. Acabou de ser 8

realizada eleição para diretor do IQ e ela foi feita em papel, mesmo sendo candidato único. 9

Acha que o sistema eletrônico de alguma forma desorganiza mais o processo, inclusive no que 10

diz respeito à campanha que os servidores organizam para apresentar uma plataforma, para 11

apresentar o que significa a representação no Consu, e individualiza o voto. No sistema 12

eletrônico, às vezes o candidato que é mais conhecido, que trabalha em um local onde tem 13

bastante contato com outros servidores, por ser um sistema muito mais fugaz para quem está 14

votando, é mais fácil contrabalançar o peso da votação de uma forma mais despolitizada. Então, 15

acha que essa é uma perda que sofrem também com a implementação desse sistema. Outra 16

questão é em relação à segurança, ao sigilo do voto, uma vez que da forma como está sendo 17

proposto, cada um pode votar na sua estação de trabalho, pode até votar de casa. Em uma eleição 18

dos servidores, que tem um histórico de ter uma certa disputa, de apresentação de projetos 19

diferentes, existe um processo de pressão que pode acontecer no momento de votação porque 20

não está garantido o sigilo da cabine. Então, esse voto pode ser influenciado por outras pessoas, 21

o que é um processo de pressão a mais para o servidor. Outro problema que identificam é em 22

relação à participação de parte da categoria que tem menos acesso às tecnologias de informação 23

e comunicação, tem menos condição de entender o mecanismo do voto digital, e que pode ficar 24

impedida, de alguma forma, de participar do processo. Outro problema que observam está 25

ligado ao controle e auditoria do software. Uma recente publicação do professor Diego Aranha, 26

do IC, juntamente com outros pesquisadores, relatou a participação no processo de auditoria do 27

sistema de votação brasileiro, que já está há vários anos sendo utilizado, e apontou várias falhas. 28

Imaginam então um software com um controle, uma auditoria muito menor, a cujo código fonte 29

e processo de instalação nem sabem se possuem acesso. Então, essa auditoria fica prejudicada, 30

comprometendo a legitimidade dos resultados. Na Sessão que homologou a eleição dos 31

estudantes, que já aconteceu de forma eletrônica, criticou e volta a criticar a questão da 32

flexibilidade de extensão dos prazos da eleição por parte da comissão eleitoral. Considera isso 33

descabido, pois a comissão não pode ter prerrogativa, não pode mudar a regra com a eleição 34

em curso. O conselheiro Iuriatan e ele protocolaram um documento para que fosse apresentado 35

junto a esta pauta sobre a composição do Conselho Universitário, uma demanda que já 36

apresentaram na ocasião da discussão sobre o ingresso dos diretores do Cotil e do Cotuca ao 37

Conselho Universitário. Acham que ele deveria ser discutido conjuntamente a essa deliberação, 38

porque ela alteraria o número de representantes de servidores na representação do Consu. 39

Desejam entender por que esse documento não veio para a Sessão, já que ele inclusive foi 40

123

apresentado no prazo de inclusão de pauta. O Conselheiro JOÃO RAIMUNDO MENDONÇA 1

DE SOUZA diz que o conselheiro Diego fez uma série de considerações sobre essa proposta 2

de mudança para o voto eletrônico, e acha que introduzir uma tecnologia que facilite o processo 3

de votação e o processo de apuração não é o problema. A questão é um conceito de eleição em 4

que a discussão do que significa a representação, o que ela defende e quais as suas propostas 5

fica secundarizada em um ambiente extremamente individualizado no momento da votação, já 6

que a pessoa vota no seu computador, onde estiver. É importante, em todos os processos mais 7

gerais da Universidade, que exista uma zona eleitoral, um local até onde as pessoas se dirigem 8

para votar. Acha que um processo eleitoral que se propõe a ser eletrônico já tem de dar um 9

resultado na zona eleitoral, essa é a experiência que possuem das eleições gerais no país. Alguns 10

dias atrás foi realizada eleição para superintendente do Hospital de Clínicas, com candidato 11

único, mas não foi utilizado nenhum processo eletrônico. A experiência foi feita na eleição dos 12

estudantes, que tem uma outra particularidade, e agora a proposta é fazer na dos funcionários, 13

que é muito mais complexa. Na eleição da Cipa, votou duas vezes; manifestou isso aqui e depois 14

lhe disseram que havia um procedimento de confirmação do voto, mas seu voto foi dado duas 15

vezes, porque errou o primeiro e depois votou novamente. Depois lhe explicaram que é enviado 16

um e-mail que confirma o voto, mas se o sistema não consegue sequer que a pessoa identifique 17

a finalização do seu voto corretamente, existe algum problema nele. Não é contrário à ideia de 18

que utilizem a tecnologia no processo de votação, mas ao princípio que está sendo estabelecido. 19

Concorda com a ideia de montar uma chapa só com candidatos a titulares, pois como o 20

conselheiro Diego já comentou, não tem sentido alguém se candidatar para ser suplente, e às 21

vezes o suplente tem até mais votos que o titular. O novo procedimento padroniza a eleição dos 22

funcionários com a dos estudantes e a dos professores. No que tange a votar em cinco, tem a 23

mesma dúvida, porque a eleição elege sete representantes, e é preciso ter pelo menos um 24

representante de cada área, mas o processo eleitoral tem de respeitar uma certa ponderação. Se 25

há uma área com uma alta concentração de funcionários, onde a votação tende a ser mais 26

concentrada, quando se estabelece a possibilidade de votar em cinco, pode estar sendo indicada 27

uma tendência de maioria de uma determinada área. Então, seria importante refletir sobre isso, 28

porque a eleição tem de garantir que tanto na área de Ensino, como na Administração e Saúde, 29

haja equidade na disputa. O Conselheiro IURIATAN FELIPE MUNIZ reforça o que o 30

conselheiro Diego colocou sobre a proposta que fizeram, que chegou a ser aventada, e que foi 31

oriunda de uma retirada de pauta na ocasião em que os diretores do Cotil e Cotuca 32

reivindicavam assento no Conselho. Já houve outros aumentos anteriores, principalmente 33

decorridos da criação de outras unidades, portanto existe a possibilidade de compor a bancada 34

dos servidores com nove representantes. Já conversaram com outros representantes, e não 35

tinham muito tempo para fazer essa instrução da pauta, mas a ideia era que tivessem nove 36

representantes de funcionários e passassem para 10 representantes discentes. Poderia haver 37

mais um discente e mais dois funcionários, além dos diretores do Cotil e do Cotuca, e isso sem 38

desrespeitar o percentual previsto na LDB. A ideia era que isso já entrasse em vigor. O Conselho 39

aprovar um conjunto de normas vindo da Reitoria para estabelecer como os funcionários vão 40

124

eleger os seus representantes é o conceito de ingerência, porque logicamente quem tem de 1

definir como deve ser a representação dos técnico-administrativos são os próprios técnico-2

administrativos. O Consu pode acompanhar, pode exigir algumas coisas do edital, mas não pode 3

ser tirado do conjunto da organização do segmento a sua maneira de definir como ele é 4

representado aqui. Acha que o melhor processo para se fazer uma proposta dessa seria 5

estabelecer um fórum que reúne esses representantes, que coloca a categoria para discutir, e que 6

trabalhe com as mudanças a partir das demandas desse setor, porque tiveram diversos 7

problemas na eleição dos servidores, mas não é o fato de ser em papel que incomoda. Então, 8

estão atendendo demandas que para eles são estranhas. A Reitoria muitas vezes se propôs a 9

abrir mão do poder da caneta, mas pergunta se refazer a forma de definição da representação 10

dos servidores é ou não é usar o poder da caneta. Não seria tão difícil estabelecer um processo 11

de discussão da categoria, ou mesmo os representantes oferecerem um regimento para 12

apreciação do Conselho. Então, votará contra a proposta. O MAGNÍFICO REITOR diz que é 13

importante destacar alguns pontos. Esse assunto surgiu na própria Secretaria Geral, no sentido 14

de uniformizar as eleições de representantes de todas as categorias – discentes, docentes e de 15

funcionários técnico-administrativos. São todos representantes do Consu, não há nenhuma 16

ingerência. As eleições são organizadas pela Secretaria Geral, portanto partiu dela a ideia, e 17

desejam chegar até o fim desta Gestão com a possibilidade de haver eleição eletrônica para 18

reitor. Isso é uma demanda da comunidade, e estão organizando pouco a pouco eleições para 19

que isso aconteça. Já foi com a eleição discente, em várias unidades já aconteceu eleição de 20

diretor por meio eletrônico, e isso depende da unidade, já que não é a Secretaria Geral quem 21

realiza o processo. Algumas já optaram por fazer eletronicamente, outras ainda não. No caso 22

da eleição para a superintendência do HC, se tivesse sido solicitado apoio para fazer 23

eletronicamente, teria sido feito. Sobre o número cinco, esclarece que simplesmente 24

observaram que esse é um número que em geral é colocado nas demais eleições. Mas não há 25

problema nenhum continuar três, ser cinco, ser sete. Se for reprovada a alteração, continuará 26

sendo três. Sobre a questão do método, foram convidados para esta Sessão representantes do 27

CCUEC, que poderão explicar a questão do voto, do sigilo e tudo o mais. Foi criticada aqui a 28

questão de que cada um poderá votar na sua estação de trabalho, no seu computador etc., mas 29

observa que a discussão, as propostas, as ideias, não devem ocorrer no momento da votação, 30

pois isso configura boca de urna, algo proibido em qualquer eleição do país. Com a nova 31

metodologia, naturalmente se impede o controle dos locais, de contagem de quantos votaram 32

etc., o que na sua opinião e na de muitas pessoas pode fazer com que elas votem com mais 33

tranquilidade e mais liberdade. Com relação ao conhecimento sobre o voto eletrônico, critiquem 34

ou não, ele já existe no país há muitos anos, todas as pessoas sabem como funciona e 35

naturalmente está previsto ter a possibilidade de votar em alguns locais que são centralizados 36

para quem não tem acesso a computador. Simplesmente se organizam dois, três, quatro, cinco 37

locais onde as pessoas podem ir votar. Passa a palavra ao representante do CCUEC para que 38

explique sobre o software, a questão do sigilo etc. O senhor EDMAR YASSUO MISUTA diz 39

que na gestão anterior, quando isso tudo começou, foi montado um grupo de trabalho para a 40

125

escolha do software, tendo sido escolhido o Helios Voting. O grupo de trabalho foi constituído 1

por docentes da área de Computação, entre eles o professor José Raimundo de Oliveira, da 2

Feec, o professor Paulo Lício, do IC, o professor Diego Aranha, do IC, e o professor Ricardo 3

Dahab, do IC. Eles analisaram o Helios Voting, do qual o sistema eletrônico de votação da 4

Unicamp deriva. Toda a parte de segurança foi verificada e chegaram à conclusão de que o 5

sistema é seguro. Com relação à pergunta sobre auditoria de códigos, o código é aberto e está 6

disponível publicamente para a Unicamp. Qualquer dúvida, solicita que entrem em contato com 7

o Centro de Computação e poderão disponibilizar o código fonte sem problema algum. Outra 8

questão levantada é que a pessoa votou mais de uma vez na eleição, mas observa que o sistema 9

eletrônico envia um protocolo de votação, não se trata da confirmação. Ou seja, quando alguém 10

vota, o sistema demonstra que a pessoa votou, e manda um protocolo. Essa pessoa pode votar 11

mais de uma vez, porque esse é um mecanismo anticoação que o Helios Voting realiza. Se em 12

algum momento alguém for coagido a votar em determinado candidato, ele pode até fazer, mas 13

depois pode entrar no sistema de novo e votar no candidato de sua preferência, sendo que o que 14

vale é sempre o último voto. A Conselheira CAROLINA BONOMI DE MENEZES GUERRA 15

diz que no ano passado discutiram sobre processo da mudança das eleições para representantes 16

discentes e não foi um debate tranquilo, foi à revelia que um estudante colocou isso como pauta 17

e na assembleia foi definido não dar apoio às eleições on-line, diversos estudantes tiveram 18

problema para votar, inclusive, na época, foi preciso estender o prazo de votação porque não 19

havia sido atingido o quórum. Quando as eleições eram organizadas pela categoria, através das 20

eleições do DCE, conseguiam quórum na metade do primeiro dia. Então, há alguns limites 21

nessas votações on-line. Deixa registrado que não foi uma questão tranquila para a 22

representação discente, inclusive as pessoas ainda procuram os representantes discentes do 23

Consu, para colocar em pauta para que volte ao antigo sistema de votação. O MAGNÍFICO 24

REITOR diz que todas as alterações exigem mudança na cultura, na maneira de ver e de pensar. 25

O sistema é utilizado em milhares de lugares no mundo e funciona bem, é um sistema 26

conhecido, bem colocado, ou seja, é simplesmente uma questão de mudança cultural. A 27

Conselheira AMANDA OLIVEIRA DA SILVA diz que, além dos pontos colocados pela 28

acadêmica Carolina e também pelos funcionários, no que diz respeito à eleição discente 29

recentemente realizada no formato eletrônico, a questão da autonomia acaba sendo retirada dos 30

estudantes. Já foi colocado pelos funcionários que se enquadram nesse mesmo aspecto. Há a 31

questão das falhas, muitos estudantes foram privados do direito de voto porque o link não 32

chegou a alguns deles. A questão da adesão não foi tão grande quanto se afirmava, foi menor, 33

sendo que tiveram de prorrogar o processo eleitoral em dois dias. E foram privados também da 34

questão do debate político, porque os estudantes não estavam mobilizados. Não conseguiram 35

desenvolver um espaço para que os representantes discutissem. Pode haver situações em que 36

esse método seja efetivo, mas não nesse contexto, e acredita que para os funcionários também 37

não seja. É preciso analisar as questões também com base nas particularidades. O Conselheiro 38

IURIATAN FELIPE MUNIZ diz que seria interessante que pudessem deixar mais claro como 39

as pessoas podem ter acesso às chaves de cifragem, ao ambiente de execução do software, ao 40

126

código fonte. A eleição em papel é fácil porque todos conseguem imaginar o protocolo que 1

ocorre no transporte e na contabilização de votos dentro de uma caixa. Esse é um procedimento 2

em que a maior parte das pessoas, pela experiência de vida que tem, consegue sentir segurança. 3

Entretanto, será preciso trabalhar um protocolo cifrado, entre computadores, para que as 4

pessoas consigam reconhecer a legitimidade. E chama a atenção porque estão tentando 5

convencer as pessoas que votem dessa maneira porque é seguro o padrão de votação. Nem todos 6

os países do mundo admiram o sistema brasileiro de votação eletrônica. No caso da votação 7

dos funcionários, acha que não estão diante de um simples problema de cultura, estão 8

apresentando problemas concretos. A explicação que foi dada aqui para o caso em que no setor 9

de trabalho o chefe, de alguma forma, faz pressão para que votem em determinado candidato, 10

é que vai depender de o funcionário mudar seu voto depois. E não há como saber quem está 11

votando no computador. Todas essas questões são muito mais fáceis de ser resolvidas com uma 12

votação presencial, e demandam que seja assim, pois parece um processo mais legítimo. 13

Também acredita que faltam números para dizer que essa é apenas uma questão cultural. Na 14

maior parte dos países é permitido o trabalho de boca de urna, a discussão política no momento 15

do voto é permitida, existe um isolamento das seções eleitorais para evitar o constrangimento, 16

para garantir o sigilo do voto, mas ninguém impede que se converse sobre programa no dia da 17

votação. Na eleição como é feita hoje, o dia de votação é um dia em que quem vive a 18

Universidade sabe que os corredores lotam, fica cheia de papéis, há aproximação das pessoas 19

em seu local de trabalho para poder apresentar e discutir o que representa a candidatura. Tudo 20

isso desaparece quando a pessoa vota de sua casa ou do setor de trabalho, do lado do chefe. O 21

trabalho de boca de urna é importante na politização do processo. Não se trata de apego cultural, 22

é por experiência prática que sabem que na eleição a boca de urna não compromete a 23

tranquilidade do processo, ela é essencial. Não devem achar que boca de urna é crime, inclusive 24

porque muita gente boa faz boca de urna no dia da eleição, e conversa com seus eleitores e não 25

tem nada de errado nisso. Então, reivindica que se o processo eletrônico for homologado, que 26

incluam a liberação dos funcionários candidatos para que possam buscar os outros trabalhadores 27

fora do dia do voto, como foi colocado, para que possam fazer campanha, conversar sobre o 28

que significa a representação no Consu. Algumas unidades se preparam para liberar os 29

trabalhadores que são candidatos para fazerem essas discussões no dia da eleição, é um 30

momento importante, mas com o sistema eleitoral eletrônico não estão entendendo quando isso 31

acontecerá. Não sabe qual vai ser o momento de fazer essa discussão, caso não seja no dia da 32

votação. Não é favorável ao processo eletrônico, votará contrariamente, mas em se passando, 33

que votem a inclusão de um artigo que permita que haja um período previsto de campanha, uma 34

semana ou duas. Uma semana se gasta para passar no HC. Se tivessem a liberdade para discutir 35

um regimento eleitoral entre os funcionários e apresentar ao Consu, até para facilitar e unificar 36

os demais segmentos, os estudantes reivindicaram antes dele, os docentes têm isso mais 37

naturalmente porque no Conselho Universitário há uma predominância da sensibilidade 38

docente, então, para homogeneizar e parar com a discussão, todo segmento poderia apresentar 39

seu regimento, seu processo de votação; o Consu discute, homologa e organiza a eleição. 40

127

Porque uma coisa é organizar e eleição, outra é definir como deve ser organizada. Quem define 1

como a eleição dos funcionários deve ser organizada são os funcionários. Se tiverem os fóruns 2

e o processo para fazer isso, saem com uma proposta muito melhor do que essa que, a seu ver, 3

está sendo formada para atender aos anseios de unificação de conformidade com a Reitoria, não 4

com os funcionários. O Conselheiro LUCAS MARQUES DE ALMEIDA manifesta uma 5

preocupação que diz respeito à forma como esse tipo de decisão vem sendo tomada nos últimos 6

tempos. Inclusive, acredita que vários dos problemas que aconteceram nas eleições da 7

representação discente do ano passado têm ligação com o fato de o Consu tomar uma decisão 8

que deveria dizer respeito às categorias que elegem seus representantes. Não parece coerente 9

que um conselho que tem 70% de representação docente e apenas 15% de representação 10

discente ou de funcionários, tome decisões que dizem respeito à forma como vai ser eleita a 11

representação dessas categorias. Considera a forma como acontece algo bastante autoritário, o 12

que gera um problema, em sua opinião, de legitimidade das eleições, além de todos os 13

problemas referentes a afastamento dos estudantes do processo eleitoral, da mobilização de sua 14

representação. Com relação à questão da boca de urna, concorda com o que o conselheiro 15

Iuriatan colocou e pontua que o preocupa que não haja uma mobilização maior com a 16

possibilidade de assédio em local de trabalho e ao mesmo tempo tem uma preocupação com a 17

boca de urna, que é parte fundamental da forma como acontece a eleição de representação 18

sindical historicamente, porque, de maneira geral, não possuem formas de chegar até a grande 19

quantidade de estudantes e trabalhadores para a votação, não têm tempo de campanha em TV, 20

não há nenhum mecanismo que faça com que isso seja mais fácil de acontecer. Tendo o devido 21

isolamento da área de votação, a falta da boca de urna gerou no ano passado vários problemas 22

que tiveram para atingir o quórum mínimo da votação dos estudantes. O MAGNÍFICO 23

REITOR diz que é bom que haja divergências na maneira de pensar. A questão que foi colocada 24

do voto eletrônico, na questão da representação das diferentes categorias, tanto para o Conselho 25

Universitário como para as câmaras, como CCPG, CCG, estão caminhando, naturalmente, com 26

a aprovação do Conselho Universitário, no sentido de que haja um processo de levar para a 27

votação de reitor, que ocorre daqui a três anos, de maneira eletrônica. E isso é um processo que 28

está sendo continuamente aprimorado e a ideia é justamente que as diferentes categorias 29

utilizem o processo, que realmente se acostumem com essa maneira de votar, com as novidades 30

e dificuldades. Discorda completamente da opinião de que a maneira de votar mude o processo. 31

Ou seja, votar no papel implica que não é preciso se afastar duas semanas do trabalho para fazer 32

campanha, e votar eletronicamente é. Tratam-se de eventos completamente não 33

correlacionados. Mas, de qualquer maneira, respeita todas as opiniões. Sobre a legitimidade, 34

lembra que também foi decidido pelo Conselho Universitário, que é o órgão deliberativo 35

máximo da Universidade, que os votos recebidos tanto são legítimos que a categoria discente 36

está aqui representando os estudantes. O Conselheiro MARCIO DE CARVALHO SARAIVA 37

diz que é representante discente da pós-graduação. Aproveita o momento para falar um pouco 38

da experiência que tiveram nessas últimas eleições, que foi muito positiva. Não encontrou, 39

dentre aqueles com quem andou conversando na pós-graduação, dificuldades para utilizar o 40

128

sistema. Não chama de boca de urna, mas falaram sobre as propostas com semanas de 1

antecedência, fizeram vídeos, que enviaram através de diversos meios, fizeram panfletagem 2

para que pudessem hoje estar aqui como representantes da categoria, e não acha que por causa 3

da votação eletrônica foram prejudicados. Passando pelos laboratórios de pós-graduação, 4

conversando com os estudantes, não houve dificuldade. Essa maneira de votação que se está 5

sendo proposta não proíbe, por exemplo, deixar um computador nas unidades e uma pessoa 6

auxiliar caso o eleitor tenha dificuldade. É possível explicar como utilizar o sistema. No IC, por 7

exemplo, onde faz doutorado, há um computador que fica disponível para todos os funcionários 8

e estudantes e a pessoa pode acessar o sistema e fazer seu voto em sigilo. Caso alguém esteja 9

do lado e peça para a pessoa votar em determinado candidato, pode voltar lá e votar no 10

candidato que realmente gostaria e no momento que ela quiser. Ou seja, é possível o acesso 11

através de computadores disponíveis no dia da eleição, ou em alguns momentos, em alguns 12

horários. Os representantes podem ajudar até o momento da eleição, e os candidatos podem 13

estar lá por perto, até para panfletar, falar um pouco de suas propostas. A Conselheira CAMILA 14

DE CAMARGO MODANEZ diz que é representante discente pela graduação e falará a respeito 15

da experiência que tiveram com as eleições on-line. Havia uma crítica muito grande dos alunos 16

quanto à legitimidade das eleições da representação discente com o DCE por causa de listagens 17

de urnas que tinham 300 assinaturas e 330 votos, por exemplo, e, nesse caso, sentiram bastante 18

segurança no sistema. Houve uma grande adesão de alunos que nunca haviam votado antes nas 19

eleições, inclusive é um exemplo disso, nunca havia participado e hoje é coordenadora do DCE 20

e representante discente no Consu porque não acreditava no modo como as eleições eram feitas 21

aqui. Sabiam que havia um problema muito grande de democracia no processo eleitoral e é uma 22

crítica bastante grande que os estudantes fazem como um todo. Sabem da assembleia que se 23

posiciona contrariamente à mudança da forma de votar, mas acha que precisam dar um voto de 24

confiança para essa mudança porque é um processo mais democrático, mais legítimo, o código 25

é aberto, as pessoas podem ver como ele é feito, então não tem como questionar votar duas 26

vezes ou não. Entenderam muito bem como ele é feito, de votar duas vezes com um protocolo. 27

E as pessoas que não votaram foram as que não procuraram o e-mail que foi para o spam, 28

pessoas que não abriram o e-mail da DAC, que tinham problema de caixa lotada e não se 29

prepararam anteriormente. Então, acreditam que esclarecendo um pouco melhor como é o 30

processo como um todo, com uma certa antecedência, esse ano possa haver eleições de 31

representação discente com uma adesão bastante grande. Quanto ao quórum também, foi 32

expandido em dois dias o período de votação, mas nas eleições do DCE do ano passado mesmo 33

quase não conseguiram quórum. No terceiro dia eram cinco horas da tarde e estavam correndo 34

para conseguir e tornar a eleição legítima. Então, sabem que a falta de participação política dos 35

estudantes não foi apenas porque o método foi on-line, mas sim por um ano todo de baixa 36

participação política dos estudantes. Então, como representante discente, como coordenadora 37

do DCE, deixa seu voto de confiança às eleições da forma proposta e a todo o posicionamento 38

de seu grupo e de estudantes que estão representando no dia de hoje, de que foi um bom 39

processo, participação nova dos estudantes, com tendência a ser cada vez mais democrático. O 40

129

Conselheiro DIEGO MACHADO DE ASSIS diz ter ficado indignado com a fala do 1

representante da pós-graduação, quando disse que é natural as pessoas não saberem votar, 2

porque pode haver uma pessoa com boa vontade para ficar auxiliando seus amigos nesse 3

sentido. Parece que haverá muitos bons samaritanos que estarão andando com um laptop 4

ajudando seus colegas a votar “sem nenhuma pretensão”. Na verdade, isso reforça o argumento 5

de que essa eleição não garante o sigilo do voto, e acha que pode ser perigosíssimo, ainda mais 6

em um ambiente que vai eleger representantes para um órgão de decisão da Universidade, e que 7

há muitos interesses políticos que norteiam o processo eleitoral. Esse é o primeiro ponto. O 8

segundo é que o professor Marcelo sempre diz que estão implementando esse tipo de eleição 9

em um processo natural para chegar na eleição para reitor. Entretanto, não quer ser laboratório 10

para a eleição de reitor. Isso não pode ser uma experimentação para lá na frente consolidar um 11

sistema, consolidar uma cultura imposta, o que seria minimizar a importância da representação. 12

É dizer que todas as falhas, todos os problemas vão sendo corrigidos à medida em que se 13

experimenta. Todos que estão aqui são conselheiros universitários, inclusive, o poder de voto é 14

igual e não dá para dizer que a representação dos técnico-administrativos é menos importante, 15

que se estiver sujeita a falhas, que ocorram agora e não depois. O MAGNÍFICO REITOR diz 16

que não falou nada disso. Antes de fazer a crítica é importante prestar atenção no que disse, ou 17

seja, que é uma mudança gradativa na cultura da Universidade. O Conselheiro DIEGO 18

MACHADO DE ASSIS diz que deveriam começar a mudar na eleição de reitor. O 19

MAGNÍFICO REITOR diz que estão discutindo aqui justamente para isso. O Conselheiro 20

DIEGO MACHADO DE ASSIS diz que estão discutindo outras eleições. Outra questão é que 21

o código fonte é aberto, conhece o sistema de software, mas pergunta se conseguem 22

acompanhar todo o processo de instalação nos servidores, de compilação do código fonte, se 23

conseguem acompanhar todo o processo de comunicação de servidores. Porque não é porque 24

se tem um código aberto que vai garantir que é a mesma instalação que está na máquina. Acha 25

que se não for aberto um processo de auditoria é muito arriscado insistir nesse modelo. Existe 26

relação entre o sistema de eleição e o tempo de campanha, que é toda aquela discussão que 27

estavam fazendo sobre a boca de urna, o que ela significa, sem todos os estigmas que muitas 28

vezes vêm à cabeça quando se fala nisso, mas o que ela representa para hoje, como é feito o 29

processo de campanha e de propagação da campanha entre os funcionários. Mudar isso, colocar 30

um sistema espalhado de votação demanda uma campanha diferente. Outra questão é que 31

apresentaram uma proposta de composição do Conselho Universitário e ela não entrou na pauta. 32

Solicita uma explicação. O MAGNÍFICO REITOR, sobre essa questão, diz que esqueceu de 33

comentar, mas não tem só esse processo. Na verdade, está colocado inclusive no programa de 34

discussão de gestão o apoio para a representação, tanto dos diretores do Cotuca e do Cotil, só 35

que há também um processo que é a questão de como será feita a mudança. Ocorrerá uma 36

eleição da coordenadoria da Cocen que também acredita que possa haver uma representação, e 37

essa discussão, como um todo, dos representantes e da mudança de configuração do Conselho 38

Universitário entrará em conjunto em uma única discussão. Não cabe, neste momento de 39

discussão de mudança nas regras da eleição de representação dos servidores técnico-40

130

administrativos, mas será considerado e realizado. O Conselheiro IURIATAN FELIPE MUNIZ 1

diz que fez uma proposta de retirada de pauta e também sobre a possibilidade de submeter um 2

regimento a ser discutido entre os funcionários. O MAGNÍFICO REITOR diz que agora o 3

senhor Iuriatan está falando em retirada de pauta, não tinha colocado antes. O Conselheiro 4

IURIATAN FELIPE MUNIZ diz que queria abrir o fórum para tratar do regimento, o que 5

implica em retirar de pauta. O MAGNÍFICO REITOR diz que a retirada de pauta tem 6

precedência. O Conselheiro IURIATAN FELIPE MUNIZ propõe a retirada de pauta, 7

condicionando a constituição de um fórum entre os funcionários para compor um regimento 8

com o intuito de organizar a eleição da categoria. O MAGNÍFICO REITOR pergunta à 9

secretária geral se há tempo hábil para a normatização antes da eleição. A doutora ÂNGELA 10

DE NORONHA BIGNAMI responde que no Consu de agosto, no máximo, já precisa entrar a 11

norma com o edital, senão não dá tempo. A Conselheira TERESA DIB ZAMBON ATVARS 12

encaminha contra a proposta de retirada de pauta, pelas seguintes razões. Não estão tratando de 13

eleição para sindicatos, associações, diretorias de unidades, órgãos colegiados etc., mas de 14

eleição para os membros do Conselho Universitário. Esse assunto diz respeito ao Conselho 15

Universitário, exclusivamente. É absolutamente contra retirar de pauta para submeter uma 16

proposta de um fórum de sindicalistas. Isso não significa nenhum tipo de desrespeito às ações 17

centradas no âmbito do sindicato, ou no âmbito de colegiados externos ao Consu. Considera 18

esse assunto maduro para ser votado; eleições eletrônicas é um assunto trivial na vida da 19

população brasileira, e deve ser trivial no âmbito dos órgãos de competência desta 20

Universidade. Aquilo que o sindicato queira fazer em sua eleição, ou que o DCE queira fazer 21

na eleição do DCE, ou que os diretórios acadêmicos queiram fazer em seu âmbito interno, não 22

é um problema do Consu. Eleição de Conselho Universitário é sua questão. O Conselheiro 23

IURIATAN FELIPE MUNIZ diz que gostaria de deixar claro que quem fez a proposta é um 24

membro do Conselho Universitário, e gostaria de ser entendido como tal. Não está qualificando 25

a Mesa de qualquer coisa, não está dizendo que quem está falando é uma química, entende 26

como a presidência do debate. Ninguém falou a palavra “sindicato” nessa discussão. Então, 27

pede que se mantenham no nível da discussão entre conselheiros e entende que há maturidade 28

para o tema ser votado. O MAGNÍFICO REITOR submete à votação a retirada de pauta do 29

item 1 da Ordem do Dia, sendo rejeitada com 38 votos contrários, 20 favoráveis e 02 abstenções. 30

Dessa maneira, darão continuidade à discussão. Submete à votação a questão da mudança 31

estatuária, constante do item 2 da Ordem do Dia Suplementar – Proc. nº 01-P-8776/2018 –, que 32

trata de proposta de Deliberação Consu que altera o § 3º do artigo 46 dos Estatutos e o § 3º do 33

artigo 81 do Regimento Geral da Unicamp, de que na eleição da representação dos servidores 34

técnico-administrativos seja permitido aos pares votar em até cinco candidatos, e não mais em 35

três, que recebe 47 votos favoráveis, 01 contrário e 17 abstenções. Precisam de dois terços dos 36

votos, portanto, não foi aprovado. Mantém-se três. Colocará em votação a minuta da 37

deliberação. Manterão a minuta como acabaram de votar e onde constou cinco deve constar 38

três. O Conselheiro IURIATAN FELIPE MUNIZ diz que não entendeu como ficaria o 39

encaminhamento da proposta que fez, da cláusula que deveria ser incluída, sobre como fazer a 40

131

campanha. Porque se votarem como está, sua proposta não será incluída. O MAGNÍFICO 1

REITOR diz entender que a campanha faz parte do que será discutido depois pela comissão 2

eleitoral. Não é parte da deliberação aqui, nem do edital. O Conselheiro IURIATAN FELIPE 3

MUNIZ propõe que fique consolidado no texto o direito de o trabalhador ter duas semanas para 4

fazer campanha. O MAGNÍFICO REITOR diz que o conselheiro Iuriatan está propondo que 5

conste na minuta que os candidatos tenham duas semanas para fazer campanha, dessa forma, 6

submete a proposta à votação, que é rejeitada com 40 votos contrários, 11 favoráveis e 14 7

abstenções. Passa à votação da minuta da proposta das eleições de representação de servidores 8

técnico-administrativos, que é aprovada com 42 votos favoráveis, 10 contrários e 14 abstenções. 9

Na sequência, passa ao item 2 da Ordem do Dia – Proc. nº 33-P-22893/2002 e Proc. nº 01-P-10

4334/2018 –, que trata da extinção do curso superior de Tecnologia em Saneamento Ambiental 11

(FT) e redistribuição das 40 vagas na FT, nos termos do Parecer Cepe-128/2018, que é 12

favorável. A Conselheira LUÍSA ANDRÉIA GACHET BARBOSA diz que a solicitação é que 13

o curso integral de Saneamento Ambiental seja extinto, pois ele é oferecido também no período 14

noturno. Dessa forma, os alunos que desejam cursar não serão, de forma alguma, prejudicados. 15

As 40 vagas vão ser distribuídas na própria Faculdade de Tecnologia, tanto nos cursos de 16

período integral como nos cursos do noturno. Coloca-se à disposição para esclarecimentos. O 17

MAGNÍFICO REITOR diz que o assunto já foi amplamente debatido na CCG, depois na Cepe. 18

A Conselheira LUÍSA ANDRÉIA GACHET BARBOSA acrescenta que a solicitação da 19

faculdade se deu por causa da baixa demanda que vem sendo apresentada nos últimos anos. 20

Oferecem 40 vagas no período integral e, nos últimos anos, têm sido matriculados 4 alunos, 2 21

alunos no primeiro semestre. O curso tem três anos e têm dado aulas às vezes para dois alunos. 22

Tem bastante laboratório, usam bastante produto químico, e fica muito caro. Se alguém desejar 23

fazer o curso, pode fazer no período noturno que não haverá nenhum prejuízo para a sociedade 24

que deseja formar tecnólogos ambientais. O MAGNÍFICO REITOR diz que depois farão a 25

discussão complementar a esta, do item 1 da Ordem do Dia Suplementar. A Conselheira 26

RACHEL MENEGUELLO pergunta à professora Luísa quanto tempo tem esse curso, há 27

quanto tempo vem sendo notada a baixa demanda. Talvez a comissão pudesse ajudar. A 28

Conselheira LUÍSA ANDRÉIA GACHET BARBOSA diz que são dois assuntos diferentes. A 29

Conselheira RACHEL MENEGUELLO diz que são ligados, mas diferentes. A Conselheira 30

LUÍSA ANDRÉIA GACHET BARBOSA diz que o novo curso que está sendo proposto não 31

tem ligação com o curso de Ambiental. Fizeram um levantamento e perceberam que nos últimos 32

seis anos tem havido cerca de 10 alunos ou menos. O curso não tem tido procura. Em 2012, 33

houve a criação do curso de Engenharia Ambiental, na própria Faculdade de Tecnologia, e os 34

alunos com interesse na área Ambiental foram para esse curso, deixaram de optar pelo curso de 35

Tecnologia integral. Talvez, no futuro, também solicite a esta Casa o fechamento do curso de 36

Tecnologia Ambiental no noturno, o tempo vai dizer. O MAGNÍFICO REITOR submete à 37

votação a proposta de fechamento do curso e redistribuição das vagas na própria FT, sendo 38

aprovada por unanimidade. Passa ao item 5 – Proc. nº 01-P-20911/2017 –, que trata da Primeira 39

Revisão do Orçamento 2018, com Demonstrativo Receita/Despesa. A Conselheira MARISA 40

132

MASUMI BEPPU diz que a Primeira Revisão Orçamentária de 2018 já foi amplamente 1

discutida na COP e também já foi pautada na CAD. Basicamente os números a apresentar 2

constam às folhas 43 da Ordem do Dia. O resultado previsto, conforme os primeiros meses do 3

ano, é de um déficit de R$239 milhões no exercício, o que significa um déficit acumulado, 4

também com o déficit dos exercícios anteriores, de R$802 milhões, significando a corrosão do 5

saldo ou das reservas da Universidade. E também há previsão de que as despesas superem o 6

RTE, situando-se em cerca de 113%. A COP apreciou dois assuntos de suplementação. O 7

primeiro consta às folhas 72, que é uma suplementação de cerca de R$130 mil referente ao 8

aditivo dos contratos de limpeza. Toda vez que fazem qualquer investimento em estrutura, em 9

construção predial, já deveriam prever que essas despesas iriam onerar em algum momento a 10

Universidade. Também há a suplementação às folhas 49 referente ao Caism, que já foi 11

explicado na CAD de hoje, com a presença do diretor executivo do Caism, professor Luís 12

Otávio Sarian, e que foi uma proposta apresentada pelo próprio Caism, colocando de sua parte 13

a dificuldade de cumprir a PDO 2018. Havia solicitado uma suplementação de R$1,2 milhão, a 14

COP pediu um pouco mais de informações, inclusive da utilização do extraorçamentário, e 15

aprovou o valor referente até a segunda revisão a ser realizada em agosto ou setembro. Então, 16

esse montante de R$1,2 milhão foi revisado para R$986 mil. O Conselheiro RONALDO 17

ALOISE PILLI diz que sua dúvida é principalmente com relação às receitas de petróleo, que 18

estavam inicialmente previstas na PDO e agora foram deduzidas. Gostaria de entender um 19

pouco melhor as razões. A Conselheira GLÁUCIA MARIA PASTORE pergunta à professora 20

Marisa onde estão discriminadas as despesas contratuais, que tiveram um aumento. Outro ponto 21

é que não estão citados aqui os valores dos projetos especiais – há descrição do total, mas não 22

dos valores. Gostaria de saber quanto cada um desses projetos consumiu. Com relação às 23

sentenças judiciais, cujo valor alocado desde o início foi de cerca de R$10,400 milhões, e que 24

se mantém agora na revisão, já tendo passado quatro meses do exercício, gostaria de saber se 25

seria uma redistribuição do que está alocado para essa rubrica, considerando que há mais sete 26

meses pela frente, e provavelmente a PG ou a Reitoria tem uma previsão de execução dessas 27

sentenças. Entende que, por precaução, se deixe reservado, mas em consideração ao tempo à 28

frente, não sabe se não seria útil analisar e reaplicar ou reorganizar esse valor na revisão para 29

aquelas atividades que estão sendo mais prementes na Universidade. O Conselheiro JOÃO 30

RAIMUNDO MENDONÇA DE SOUZA diz que passaram por algumas decisões de cortes 31

neste Consu no sentido de ajuste orçamentário e, em seguida, irão discutir a questão do reajuste 32

salarial. Há o problema do reajuste, mas também a situação das condições de trabalho, da 33

estrangulação em muitos dos setores pela falta de funcionários, que é uma discussão que está 34

bastante presente nas várias áreas da Universidade, com destaque para a situação da área de 35

Saúde. A professora Teresa, hoje, na reunião da Cepe, afirmou que está havendo algum nível 36

de reposição, que isso tem sido aprovado na CAD, mas de forma insuficiente diante dos 37

problemas existentes. Por isso, algumas coisas soam estranhas do ponto de vista das prioridades 38

estabelecidas nos gastos, tendo em vista que houve ajustes e, quando se faz ajustes, é preciso 39

pensar como suprir a questão dos recursos humanos, como melhorar a qualidade do trabalho. 40

133

E, por exemplo, aumentou R$1,2 milhão nos plantões do Caism, sendo que esse recurso seria 1

muito melhor aproveitado se fosse gasto com concurso para a contratação de médicos e equipe 2

de enfermagem, que é onde está acontecendo o esgarçamento da condição de trabalho. Outra 3

questão é que se destina pouco mais de R$10 milhões para manutenção e obras. Gostaria de 4

saber como se define esse critério, no momento de avaliar a prioridade. Corta-se para discutir a 5

prioridade, mas junto com o corte já vêm os gastos, sem que haja um debate mais aprofundado 6

com a comunidade. São preocupações a registrar, porque há um problema de método de 7

funcionamento do planejamento dos gastos, porque para cortar se estabelece um tensionamento, 8

um debate, se corta 30% das gratificações dos trabalhadores e, sem mais nem menos, os gastos 9

aparecem sem que haja a possibilidade de debater o que é prioridade. O Conselheiro JOÃO 10

ERNESTO DE CARVALHO diz que no ano passado, quando houve aqueles cortes nas 11

gratificações, foi criada uma comissão que recebeu sugestões para novos cortes, ou para 12

implementar a economia da Unicamp. Gostaria de saber qual a atual situação dessa comissão e 13

das sugestões, porque existiam sugestões importantes. Uma delas era estender o corte de 30% 14

para todo ganho extra, principalmente o ganho que vem fora de folha de pagamento, e isso tem 15

causado problemas nas unidades, porque cortaram a GR de coordenador de pós-graduação, 16

coordenador de graduação, que trabalham diariamente pela unidade, enquanto há outros 17

docentes que passam o tempo todo fazendo prestação de serviço e tendo complementação 18

salarial. Não acha justo, e terão problemas depois, porque ninguém vai querer assumir esse tipo 19

de trabalho. Então, a Unicamp ganharia bastante em recursos se estendesse esses 30% para todo 20

ganho extra – prestação de serviço, consultoria, assessoria, Fucs, plantão, tudo aquilo que o 21

docente ganha extra. Essa é uma medida importante e justa, e que vai trazer bastante recurso 22

para a Universidade. Essa é sua proposta. O Conselheiro DIEGO MACHADO DE ASSIS diz 23

que apresentou uma demanda outras vezes aqui, na verdade, nunca teve esse dado muito 24

concreto, mas agora que estão trabalhando com revisão orçamentária, e na iminência da 25

aprovação da PEC 05/16, que é a proposta que mudaria o cálculo do teto salarial no 26

funcionalismo do Estado, gostaria de saber qual seria o impacto no orçamento da Unicamp com 27

a aprovação do aumento do teto. Seria importante constar esse dado para que possam trabalhar 28

mais realisticamente, até porque já foi aprovado em primeiro turno e talvez seja aprovado esta 29

semana ainda em segundo turno. A Conselheira GRÁCIA MARIA NAVARRO diz que sua 30

fala é na direção de previsões orçamentárias futuras. Em setembro de 2017, perguntou à Aeplan 31

quais eram os critérios e normas para elaboração do programa de qualificação orçamentária do 32

Instituto de Artes. Ao ter em mãos esses critérios, observaram, e já manifestaram neste 33

Conselho em 2017, que na pontuação dos índices de publicações o IA fica desprivilegiado. Para 34

artigos publicados em revistas arbitradas nacionais e internacionais é atribuído peso 1, para 35

livros publicados no Brasil ou no exterior é atribuído peso 1,5 e para as publicações 36

audiovisuais, composição musical, coreografias, escultura, fotografia, texto teatral e filmes é 37

atribuído peso 0,5. Então, as produções e formas de difusão de resultados que qualificam o 38

Instituto de Artes não o favorecem. Sendo assim, pede a revisão desses critérios para que a 39

unidade possa ter um programa de qualificação orçamentária que reconheça sua produção, e 40

134

que isso possa corrigir o orçamento desproporcional ao tamanho e a suas competências. A 1

Unicamp criou uma carreira artística para poder criar o IA e capacitar profissionais para a 2

docência em magistério superior, então, acredita que têm em potencial acolher as 3

especificidades de publicações do instituto e assim darão sequência à cabal implantação das 4

artes, de fato, como uma área de conhecimento na Universidade. Trata-se de um instituto 5

enorme, com seis departamentos, cinco cursos de graduação com diversas modalidades, além 6

de quatro programas de pós-graduação. Então, é inadiável a inclusão nos critérios de 7

qualificação orçamentária de itens que qualificam o instituto. O Conselheiro RONALDO 8

FERREIRA DOS SANTOS diz que, com relação ao que foi citado da situação das GRs que 9

foram reduzidas no ano passado e no início deste ano em 30%, lembra que na votação deixou 10

claro que queria uma revisão desse assunto, ou seja, quando começasse a melhorar a situação, 11

que retornassem as gratificações, tanto para a carreira Paepe, como para docentes e demais. Até 12

o momento, não houve esse retorno. Pensou que agora em junho houvesse um posicionamento, 13

já que seriam temporários e não definitivos os cortes das gratificações. Então, gostaria de saber 14

da Reitoria como está a situação de retomada das GRs de forma integral, retornar 15% e depois, 15

ao final do ano, que seria a nova revisão mais 15% para que todas as pessoas afetadas tivessem 16

uma visão melhor para o futuro. A Conselheira SILVANA PINHEIRO MIGLIACCIO apoia a 17

fala do professor João Ernesto. Fez alguns questionamentos para o Consu em relação ao grupo 18

de trabalho formado para discutir medidas de redução de despesas. Algumas sugestões foram 19

elencadas, inclusive isso está apontado no GT com valores. Considera muito importante que 20

esse relatório seja apresentado no Conselho Universitário porque, particularmente, e acredita 21

que grande parte da comunidade também, se sente indignada com uma reserva de recurso de 22

aumento de valor de plantão para o Caism em um momento em que se fala de redução e cortes 23

de despesas. Pensa que quem apoiou a atual gestão sabia da necessidade de se cortar gastos, 24

então, há um corte temporário de gratificação de representação e, por outro lado, ocorre uma 25

solicitação do valor do plantão do Caism. Deseja saber se houve aumento na demanda do 26

atendimento e se é proporcional à redução do quadro. Gostaria de saber também qual a 27

porcentagem do aumento de atendimentos no Caism em relação ao ano passado ou em relação 28

ao momento em que houve essa solicitação de aumento do valor do plantão docente no Caism. 29

Mencionará algumas sugestões que foram encaminhadas para o grupo de trabalho, inclusive 30

mensuradas, que acredita que serão apresentadas no relatório final pelo professor Sérgio. 31

Embora a metodologia utilizada tenha sido a de consenso, algumas situações que não tiveram 32

consenso ocorreram, porque dos cerca de 23 presentes, na maioria das vezes, uma ou duas 33

pessoas não concordaram com o que foi colocado, mas, a partir do momento em que o grupo 34

aceitou que seria indicado consenso ou não consenso, a regra valeu. Uma das sugestões 35

enviadas foi a respeito da auditoria da folha de pagamento. Isso impactaria em uma redução 36

prevista de R$14,300 milhões. Outra sugestão que representa uma economia de R$3,076 37

milhões foi referente aos valores que atualmente os funcionários que são comissionados da 38

Unicamp para órgãos externos não são repatriados para a Universidade. Inclusive, questionou 39

em um Conselho Universitário qual era a regra, se era assim mesmo que funcionava, porque 40

135

ouviu dizer – não irá afirmar – que existe uma regra que quando a pessoa vai comissionada para 1

outro órgão esse órgão que acata essa pessoa deveria restituir o salário desse funcionário para 2

a Universidade. Outra sugestão que percebe como possibilidade de utilização, refere-se a 3

pessoas comissionadas de outros órgãos da Universidade, que têm um custo anual de folha de 4

R$451.741,50, que poderia ser aplicado na valorização dos funcionários da carreira Paepe, 5

funcionários que vêm de órgãos externos que além de receber essa complementação salarial 6

alguns são designados em cargos de confiança. Poderiam rever essa questão que apresenta 7

impacto de economia. Em relação à redução dos 30% do incentivo do adicional noturno, 8

algumas áreas já fizeram uma adequação. Quer saber se conseguiram atingir os 30%, porque 9

essa porcentagem impacta em uma economia de R$1.575.593,00. Fazendo coro à fala do 10

conselheiro Ronaldo, recorda-se do voto proferido em relação ao congelamento temporário das 11

gratificações, em que existia uma meta de rever esse corte semestralmente. E também 12

ratificando o que o professor João Ernesto disse, todos os ganhos orçamentários e 13

extraorçamentários, teriam de ser incorporados na folha de pagamento fazendo parte do cálculo 14

do teto salarial. Também há essas questões que o professor João comenta, de vários convênios, 15

inclusive do antigo Fucs. Acha importante que comentem quanto já foi economizado na revisão 16

de contratos. São economias que poderiam ser feitas e volta a insistir na questão dos 17

comissionados, principalmente os que são de fora e estão exercendo função de confiança dentro 18

da Universidade e recebendo complementação salarial. São pessoas que, querendo ou não, tiram 19

a oportunidade de funcionários da carreira Paepe que têm condições de trabalhar e de ter 20

reconhecimento em sua vida funcional. A Conselheira TERESA DIB ZAMBON ATVARS diz 21

que na discussão que fizeram naquela ocasião, como resultado do grupo de trabalho que foi 22

presidido pelo professor Sérgio Salles, acha que todos se recordam, a CGU utilizou o relatório 23

e apresentou no Consu a proposta de criação de vários grupos de trabalho para estudar 24

particularidades de cada um dos assuntos. Não pôde trazer hoje o resultado desse conjunto de 25

grupos de trabalho, porque alguns já concluíram sua análise, a Reitoria já tomou providências 26

quando eram de sua competência, mas ainda há pendências, de modo que tentarão trazer para a 27

reunião do Consu de agosto, um relatório consolidado de cada grupo de trabalho, com o 28

detalhamento necessário para que possam entender o que é e o que não é possível fazer. A 29

conselheira Silvana se referiu a alguns deles, por exemplo, auditoria na folha, que parece um 30

assunto absolutamente trivial, mas não é. Há dificuldades imensas, apesar de que algumas 31

providências que dependiam exclusivamente da Administração já estão sendo tomadas, mas 32

trarão aqui o relatório do que já pôde ser feito e do que ainda está pendente de ser feito que, em 33

algum momento, tentarão viabilizar. Têm levantamento completo sobre os funcionários de fora 34

que trabalham aqui, que são os comissionados que vêm de fora para dentro, onde eles estão e 35

nenhum deles está na Reitoria. Existem vários casos de pessoas de dentro da Unicamp que 36

atuam fora com salário da Universidade, sobre os quais a Unicamp não tem nenhuma 37

ingerência, porque dependem de legislação vigente. Por exemplo, quando o Tribunal Regional 38

Eleitoral requisita um funcionário, com salário da Unicamp, ela é obrigada a ceder. Há muitos 39

casos de funcionários requisitados dessa forma para outros órgãos públicos. Esses são os casos 40

136

em que não podem se negar a ceder e tampouco se negar a pagar o salário. Informa, ainda, que 1

– e isso não estava nas demandas que foram apresentadas naquele momento – a DGA estará, 2

muito em breve, disponibilizando uma parte de um sistema complexo de contratos, de tal 3

maneira que todos possam ver quais estão vigentes, quais são os valores, com que empresa, 4

para fazer o quê. Trata-se de um sistema robusto de gestão de contratos. Acha que no final de 5

junho ou começo de julho, será disponibilizada a parte dos contratos que são administrados pela 6

DGA, limpeza, transporte etc. e, num segundo momento, estenderão para todos os convênios, 7

inclusive para os de pesquisa, até o final do ano. A ideia é ter a maior transparência possível 8

em todos os casos. Como última informação, no caso dos chamados cortes de GRs, o sindicato 9

entrou na Justiça de maneira contrária, havendo uma sentença judicial favorável à Unicamp 10

demonstrando a legalidade do processo, tendo em vista que GR não é salário, apesar de algumas 11

pessoas insistirem que é. O Conselheiro JOÃO RAIMUNDO MENDONÇA DE SOUZA diz 12

que o sindicato está tratando da discussão das liminares. É bom esclarecer, porque o mérito da 13

discussão não foi julgado ainda. A Conselheira TERESA DIB ZAMBON ATVARS diz que o 14

conselheiro tem razão. Primeiro houve uma liminar, onde consta uma descrição do mérito, e a 15

PG poderia informar como está o andamento no dia de hoje, mas a liminar que o sindicato 16

solicitou não foi concedida e na descrição do juiz há uma análise de mérito. A doutora 17

FERNANDA LAVRAS COSTALLAT SILVADO esclarece que a PG tomou ciência de que há 18

uma sentença de mérito na ação civil pública, mas ainda não foi publicada. O Conselheiro 19

RONALDO ALOISE PILLI diz que gostaria de uma explicação sobre os royalties do petróleo. 20

A Conselheira MARISA MASUMI BEPPU diz que a questão dos royalties está explicada nas 21

folhas 48 do documento, onde tem uma tabela que demonstra a maneira como os valores dos 22

royalties são divididos entre as universidades, ou seja, é feita de maneira não completamente 23

constante todos os meses, acaba acontecendo com maiores compensações em determinados 24

meses. E a forma de entendimento da SPPrev é que isso, como consta na LOA, dentro do 25

orçamento da SPPrev, também deveria ser relatado e contabilizado por lá. Então, na PDO 2018 26

foi feita a incorporação desse valor como orçamento da Unicamp, mas acharam por bem, para 27

harmonizar com a prática das outras duas universidades e da SPPrev, fazer a retirada desse valor 28

especificamente da receita e também na despesa. Em relação ao que disse a professora Gláucia, 29

concorda que a questão das despesas contratuais de aumento ocorreu em relação a revisões de 30

índices específicos. Existe um GT que trabalhou em cima de contratos especificamente, 31

presidido pelo professor Roberto Paes, da DEA, mas, boa parte dessas revisões de contrato, 32

com vistas à redução de despesas, ainda não surtiu efeito, porque não surtem efeito imediato, 33

mas dependem das negociações, então, esperam ver ao longo do tempo essa redução acontecer. 34

Na rubrica projetos especiais há os projetos listados, mas não há problema em colocar valores, 35

e acha que faz parte da questão da transparência. Com relação a sentenças judiciais, não sabe 36

se entendeu direito qual era a dúvida, mas, historicamente, sempre que há alguma sentença 37

judicial determinando que a Unicamp precisa fazer qualquer desembolso, e isso já é líquido e 38

certo, independente do momento em que vá acontecer, a Aeplan incorpora como algo que vai 39

ser desembolsado, porque é uma despesa que vai acontecer de qualquer maneira. Em relação às 40

137

dúvidas do professor João Ernesto, dos senhores Ronaldo e Silvana, especificamente falando 1

da questão dos GTs gerados pelo GT do orçamento, como preside alguns deles, pode dizer que 2

trarão, em algum momento, uma propositura. Havia, por exemplo, uma proposta de revisão da 3

estrutura de GRs, e há um GT em andamento tratando disso. Haveria dois iniciadores do 4

processo de recolocação das GRs em seus valores mais originais. Um seria a melhoria da 5

situação e outro seria essa revisão. Com relação à melhoria, todos sabem como o país está 6

instável e como é difícil fazer qualquer aposta, e existe a outra parte que é da racionalização, 7

da questão das GRs. Esses grupos de trabalho estão ativos, e trarão os resultados em algum 8

momento para apreciação desta Casa. A questão específica da professora Grácia em relação ao 9

PQO. É espinhoso mesmo de se trabalhar, é algo histórico, já falaram que é outro tabu dentro 10

da Universidade, mas não vê outra maneira de superar sem colocar uma proposta de revisão de 11

como essa partição é feita. Acredita que não seja apenas o IA que tem incômodos em relação à 12

maneira como é calculado, mas é uma daquelas questões históricas que vêm trazendo e acolhe 13

a manifestação do IA em relação à questão de assimetria na ponderação do método de cálculo. 14

Em relação ainda à dúvida da conselheira Silvana, não entendeu a questão do adicional noturno, 15

porque não fizeram corte de 30%. Então, poderá tirar essa dúvida em algum outro momento. 16

Se esse adicional noturno se refere ao ITN, a PRDU fez checagem junto aos dirigentes se esse 17

incentivo estava seguindo o que consta na deliberação específica, no sentido de que deve ser 18

pago a todas as atividades vinculadas a ensino, no período noturno. Em relação à questão do 19

teto e da PEC que o conselheiro Diego colocou, o professor Marcelo vai comentar, mas pode 20

dizer, de antemão, que precisam entender que existem situações que estão sendo decididas fora 21

do âmbito da Universidade e que por mais que possa parecer que foi na base da canetada do 22

professor Marcelo ou o que for, não é dessa maneira. Assim como houve o aumento do 3,5%, 23

acha que é difícil para as pessoas entenderem que não foi uma decisão da Administração, ela 24

veio de fora, se não repassarem para o pagamento de quem é elegível, se caracterizaria como 25

uma apropriação indébita, então, precisam diferenciar o que foi decisão interna e decisões que, 26

infelizmente, vêm de fora. Algumas situações vêm de fora e também gostaria que não viessem, 27

como foi a questão de todo movimento que aconteceu na semana anterior [greve dos 28

caminhoneiros], por exemplo, que os coloca muito em dúvida como vai ser a questão de 29

arrecadação de ICMS no futuro. O MAGNÍFICO REITOR diz que também está preocupado 30

com a questão levantada pelo conselheiro Diego, mas algo importante sobre o teto, que tem 31

comentado sempre que possível, e inclusive o fez na posse do professor Wagner Romão, na 32

Adunicamp, é que se trata de um erro colocar uma categoria contra a outra com relação à 33

questão salarial. Acompanha pelo Facebook as manifestações, e é equivocado colocar essa 34

questão como centro do debate, em primeiro lugar porque as pessoas que estão no teto, e se 35

dedicaram à Universidade por 25, 30, 35 anos, estão sendo cortadas de uma carreira que elas 36

aceitaram e quiseram ter dentro de uma universidade pública de qualidade, que lhes prometeu 37

um salário digno, com uma carreira que foi construída de maneira absolutamente ética, 38

trabalhando pela força da universidade pública. Essas pessoas estão com seu salário cortado 39

com base em um teto absolutamente arbitrário e diferente do teto federal, diferente do teto de 40

138

outros estados. Todos aqueles que lutam e bradam tanto por isonomia deveriam olhar o que 1

acontece em outros estados, nas universidades federais. Considera que o teto é necessário, é 2

fundamental para que não tenham, de fato, o que pode ser chamado de supersalário, porém não 3

é o caso na Unicamp. E o que houve agora em janeiro foi uma situação muito clara: não houve 4

aumento de 3,5%, mas uma redução no corte desses salários, em alguns casos, a primeira e 5

única que ocorreu em quatro anos. As pessoas se esquecem de mencionar esse fato relevante. 6

Como também está bastante preocupado com a questão financeira, solicitou à Aeplan que 7

elaborasse a perspectiva do quanto seria o impacto se a PEC 5 for de fato aprovada. Ela prevê 8

um escalonamento de aumento: no primeiro ano, 70% do teto federal, no segundo 80%, no 9

terceiro 90%, e 100% no quarto ano. Considerando esse escalonamento, o impacto seria o 10

seguinte: primeiro ano zero, porque não muda nada, já que 70% é mais ou menos o que possuem 11

atualmente; segundo ano, 0,7%; terceiro ano, 1,6%; no último ano, 2,2%. Então, esse é o 12

impacto total do teto na folha de pagamento equivalente a abril de 2018, projetada para daqui a 13

quatro anos. O Conselheiro DIEGO MACHADO DE ASSIS pergunta se essa porcentagem 14

seria a porcentagem da folha ou porcentagem de comprometimento, que aumenta do 15

comprometimento da folha no orçamento. O MAGNÍFICO REITOR responde que aumenta em 16

2,2% o comprometimento da folha. O Conselheiro DIEGO MACHADO DE ASSIS pergunta 17

se o senhor Reitor sabe quanto aumenta do comprometimento da folha 1,5% de reajuste. O 18

MAGNÍFICO REITOR responde que R$26,5 milhões anuais. Basta dividir por R$170 milhões, 19

mais ou menos, que é a folha de pagamento, para encontrar o percentual. São 26,5 no ano, 170 20

vezes 13,3. No primeiro ano é zero. No segundo ano, R$1.244.448,00 mensal. No terceiro ano, 21

R$2.845.713,00 mensais. Quarto ano, R$3.790.234,00 mensais. Esse é o cálculo feito com a 22

folha atual. Claro que pode mudar dependendo de cargos etc., de aposentadorias e outras 23

questões. E, claro, há pessoas que podem chegar ao teto nesse período. Os dados podem depois 24

ser disponibilizados. Em seguida, diz que ficou um pouco preocupado com a fala do professor 25

João Ernesto. Acha que primeiro precisam diferenciar o que é orçamentário e o que não é. 26

Convênios, prestação de serviços e outras questões não podem ser incorporadas a salário, por 27

se tratar de recursos extraorçamentários. Além disso, a maioria dos docentes, em princípio, 28

pertence ao RDIDP, e existe uma regra muito clara para essas atividades extras. Se há docentes 29

que estão só fazendo isso, há algum problema na unidade, ou houve autorização do diretor ou 30

da congregação, mas não deveria haver, porque existe uma regra claríssima que não permite 31

mais de oito horas de trabalho fora da Universidade e tudo tem de passar pelas instâncias 32

competentes. Não pode haver docentes que só se dedicam a isso, como foi afirmado. O 33

Conselheiro JOÃO ERNESTO DE CARVALHO observa que a legislação do RDIDP abre bem 34

mais do que a possibilidade de oito horas. Há falhas que precisam ser revistas nessa deliberação, 35

porque ela menciona oito horas ao longo do texto mas no final abre para tudo. O MAGNÍFICO 36

REITOR diz que não é bem verdade isso. O Conselheiro JOÃO ERNESTO DE CARVALHO 37

diz que é preciso verificar a deliberação, porque já esteve até em sindicância em razão disso. 38

Pensava que era da forma como o senhor Reitor mencionou, oito horas no máximo. Mas a 39

deliberação estabelece oito horas em todos os pontos, e quando chega nos convênios e contratos 40

139

é indefinido. O MAGNÍFICO REITOR agradece a observação e em seguida submete à votação 1

a Primeira Revisão Orçamentária, que é aprovada com 59 votos favoráveis e 07 abstenções. O 2

MAGNÍFICO REITOR passa ao item 6, que trata da homologação do reajuste proposto pelo 3

Cruesp. Com base no que ouve e vê na internet, nas redes sociais, nas discussões, preparou um 4

comunicado que foi publicado hoje e que lerá para iniciar esta discussão: “Com o intuito de 5

dirimir eventuais dúvidas da comunidade acadêmica sobre o item da pauta do Conselho 6

Universitário que trata da homologação do reajuste salarial de 1,5% proposto pelo Conselho de 7

Reitores das Universidades Estaduais Paulistas – Cruesp, a Reitoria da Unicamp esclarece que 8

a instância responsável por definir e negociar com o Fórum das Seis os índices anuais de 9

reajuste salarial para docentes e funcionários das três universidades estaduais paulistas é o 10

Cruesp. O fato de o Conselho Universitário da Unicamp ter definido que deve homologar os 11

reajustes propostos pelo Cruesp não tira deste último o papel de decidir sobre as questões 12

salariais relativas às três universidades. Homologar significa reconhecer oficialmente, ou seja, 13

cabe aos Conselhos Universitários da Unicamp e da USP discutir, de acordo com a situação 14

orçamentária das universidades, se concordam ou não com os reajustes propostos pelo Cruesp. 15

O Conselho Universitário da Unicamp não tem o papel de deliberar novos índices de reajuste. 16

A submissão aos Conselhos Universitários dos reajustes propostos pelo Cruesp é uma medida 17

importante no sentido de dar transparência ao processo e preservar a saúde financeira das 18

universidades estaduais paulistas. Além de prevenir situações que coloquem em risco as 19

universidades, é fundamental que se discuta o que o índice proposto implica, em termos 20

financeiros, para permitir decisões conscientes e compartilhadas com a comunidade 21

universitária e a sociedade. Independentemente da homologação dos índices propostos, as 22

discussões entre o Cruesp e o Fórum das Seis continuam ocorrendo. Em outras palavras, a 23

homologação dos índices pelos Conselhos Universitários da Unicamp e da USP não implica 24

que as discussões sejam terminadas. Foi agendada uma conversa na quarta-feira, que foi 25

cancelada por causa do que ocorreu aqui na Unicamp, foi reagendada uma conversa para quinta-26

feira agora com o Cruesp e o Fórum das Seis. O Conselho Universitário da USP já homologou 27

o reajuste de 1,5% proposto para 2018. O índice foi aprovado em reunião realizada no dia 29 28

de maio, mesma data em que o Conselho Universitário da Unicamp deveria ter deliberado sobre 29

o assunto, mas foi impedido de fazê-lo em razão dos piquetes promovidos pelo movimento 30

sindical. Os trabalhadores da USP e da Unesp já receberam o aumento proposto em seu salário. 31

Já havia uma reunião entre o Cruesp e o Fórum das Seis agendada para o dia 30. Essa reunião 32

só foi cancelada pelo fato de o Conselho Universitário da Unicamp ter sido impedido de reunir-33

se no dia anterior. Há outra reunião entre Cruesp e Fórum das Seis agendada para esta semana. 34

No que se refere ao reajuste para 2018, o Cruesp foi claro em afirmar que a decisão de propor 35

um aumento de 1,5% representa um esforço das três universidades em buscar repor ao menos 36

o índice de inflação dos últimos anos, mesmo em um momento de grave crise. Embora o 37

reajuste de 1,5% não corresponda às expectativas de docentes e funcionários, sua aplicação terá 38

um impacto considerável sobre as despesas anuais da Unicamp, que aumentarão em cerca de 39

R$26,5 milhões. É fundamental, portanto, que o Conselho Universitário e a comunidade 40

140

acadêmica conheçam e discutam as ações que a Administração Central vem tomando para 1

equilibrar o orçamento da Unicamp com a preocupação de manter o poder aquisitivo dos 2

salários e a valorização e promoção dos quadros da Universidade”. Em resumo, homologar aqui 3

não significa que vão parar de discutir no Cruesp, até porque a discussão já estava marcada. 4

Homologar aqui significa que o Conselho Universitário está ciente do que esse índice 5

representa; que esses R$26,5 milhões representam muito pouco para cada indivíduo, mas para 6

a Universidade é um aumento considerável, no qual estão dispostos a apostar. Apostar que a 7

economia melhorará e terão as perspectivas de melhorar o equilíbrio financeiro da 8

Universidade, e que podem confiar que esse aumento não colocará em risco a Universidade, no 9

sentido de ficar inadimplente, ou não poder pagar salários, décimo terceiro, como ocorreu em 10

outras universidades públicas, inclusive do estado de São Paulo. Portanto, a ideia aqui é discutir 11

e informar o que isso implica. Um detalhe que tem comentado é que R$26,5 milhões significam 12

aproximadamente a contratação de 150 docentes, ou de 250 funcionários, ou 1.500 promoções. 13

Portanto, não é pouco dinheiro, mas é algo necessário. Sabem que individualmente é pouco, 14

mas no momento é o que é possível ser feito e por isso mesmo esta discussão no Conselho 15

Universitário é tão importante. O Conselheiro JOÃO LUIS SARAIVA MORAES ABREU diz 16

que às folhas 79 da pauta da Ordem do Dia, consta a Deliberação Consu-A-020/2017, de 17

26.09.2017, que dispõe sobre os procedimentos para a instituição de despesas de pessoal de 18

caráter permanente na Universidade. O artigo 1º estabelece que “a instituição de despesas de 19

caráter permanente com recursos orçamentários deverá ser aprovada por deliberação articulada 20

do Conselho Universitário”. O § 1º define que “para os fins previstos no caput deste artigo são 21

consideradas despesas de pessoal de caráter permanente, dentre outras, as seguintes”, e o inciso 22

IX cita reajustes salariais propostos pelo Cruesp. No § 3º, consta que “A proposta de instituição 23

da despesa deverá ser acompanhada dos seguintes documentos e manifestações: I - justificativa 24

para sua criação, com a indicação de seu escopo, abrangência e interesse público e institucional; 25

II - viabilidade orçamentária, com a indicação pormenorizada de seus impactos, reflexos e 26

implicações, com projeção para os exercícios seguintes; III - parecer da Comissão de 27

Orçamento e Patrimônio - COP”. Faz parte da COP, tem participado de todas as reuniões, e 28

quando leu isso se espantou, porque a Comissão não deliberou sobre esse assunto. Portanto, 29

não houve parecer da Comissão de Orçamento e Patrimônio, a proposta não está acompanhada 30

de uma justificativa para a sua criação, nem há viabilidade orçamentária e indicação 31

pormenorizada de seus impactos. Se seguirem neste Conselho visando votar isso neste 32

momento, sem esses pareceres, a ideia é que seguirão o exemplo que tanto criticam dos 33

representantes eleitos nas câmaras maiores do país, de alguns deputados, congressistas, do 34

princípio da lei que pega e da lei que não pega, da lei que cabe ao interesse. Se acham que hoje 35

isso vai servir a eles, então deixam de lado. E hoje poderiam estar deixando de lado o que 36

deliberaram há menos de nove meses, mas acha que não vão prosseguir dessa forma. Então, sua 37

noção aqui é de entenderem sua representatividade. Há nove meses, quando deliberaram sobre 38

essas três justificativas, fizeram isso à luz dos critérios da administração pública que são 39

estabelecidos pela Constituição. Princípios como o da legalidade, moralidade e da publicidade, 40

141

e por isso é muito importante que em suas decisões tenham, por exemplo, indicação 1

pormenorizada de seus impactos para fazê-las. Também o princípio da razoabilidade, que acha 2

que é um dos principais que está posto hoje aqui, e talvez também possam discutir em relação 3

às sessões em geral do Conselho. Ou desconsideram esses princípios e continuam com a decisão 4

de votar hoje, ou serão coerentes e entenderão a responsabilidade que possuem como 5

representantes. O senhor Reitor citou os dados, mas pergunta quantos conselheiros aqui têm 6

ciência real dessa medida, dos seus impactos no longo prazo, dos impactos para gestões 7

seguintes. Esses dados deveriam acompanhar uma reflexão e uma discussão com outros 8

conselheiros, com a comunidade acadêmica, para trazer uma decisão qualificada aqui, já que se 9

trata de decidir sobre uma despesa de caráter permanente. Há outras questões que surgem, por 10

exemplo por que 1,5%, e não 1% ou 2%. Para votar, precisam desses pareceres, segundo a 11

própria decisão anterior deste Conselho, caso contrário abrirão precedentes e questões 12

profundas. O primeiro precedente é o de deslegitimar decisões tomadas aqui, algo muito grave. 13

Outro precedente é de atropelar os órgãos deliberativos, como a COP, a Cepe, a CAD, e os 14

conselheiros que se esforçam nesses órgãos para buscar as melhores soluções para esta 15

Universidade. Além disso, abririam a possibilidade de anulação da decisão tomada hoje. Podem 16

consultar a Procuradora Geral, mas não é difícil perceber que entrariam em uma situação ilegal, 17

o que daria margem para anulação de qualquer decisão posta aqui. Isso o sindicato, com certeza, 18

tomará conta de fazê-lo, caso sigam dessa forma. Propõe a retirada de pauta imediata e solicita 19

que marquem uma sessão extraordinária da COP para que tragam o parecer para a próxima 20

reunião ordinária do Consu. Só depois de terem uma indicação pormenorizada dos impactos, 21

com reflexões, projeções para os exercícios seguintes, com parecer elaborado pela comissão 22

responsável por tratar essas questões, poderão iniciar as discussões políticas. O Conselheiro 23

JOÃO RAIMUNDO MENDONÇA DE SOUZA solicita a palavra à Adunicamp e ao STU. O 24

Professor WAGNER DE MELO ROMÃO diz que foi feita uma requisição formal à Reitoria 25

para poder se manifestar aqui. Recentemente foi eleito para a Adunicamp, pela chapa que 26

recebeu 603 votos em um pleito com pouco mais de mil votantes. Pede licença para fazer a 27

leitura de um texto que acabou de escrever, pois acha que organizam melhor as ideias com 28

textos, tentando pensar este momento de uma maneira um pouco mais ampla: “As universidades 29

paulistas passam por um momento importante de democratização e popularização, mas também 30

de dificuldades financeiras conhecidas. Tivemos uma forte expansão, nos anos 2000, com a 31

ampliação de dezenas de milhares de vagas realizada com a promessa de expansão do 32

financiamento público feita pelos governadores. Os custos previdenciários vêm crescendo de 33

maneira alarmante e a Universidade tem honrado as insuficiências financeiras, ou seja, o déficit 34

entre o valor arrecadado com contribuições previdenciárias e o valor pago a título de proventos 35

de aposentadorias e pensões, sem o devido aporte de recursos do governo estadual, conforme 36

prevê a Lei Complementar nº 1.010, de 2007, que criou a SPPrev. Os hospitais universitários 37

atendem toda a população pelo Sistema Único de Saúde e, é claro, devem fazê-lo, mas 38

infelizmente sem remuneração justa desse serviço pelo Sistema Único de Saúde. Esses são 39

apenas alguns dos inúmeros argumentos práticos pelos quais podemos sustentar que defender 40

142

a universidade pública é defender um orçamento público justo para a Universidade. Mas a 1

defesa da universidade pública e a defesa da carreira docente – algo que estava no lema da nossa 2

chapa vencedora dessas eleições na Adunicamp –, essas duas defesas são missões 3

indissociáveis. Portanto, é dever da Adunicamp também manifestar-se e pleitear ser ouvida 4

quando das decisões sobre progressões, contratações e gratificações, entre outros, mas 5

sobretudo nos momentos de discussão do reajuste salarial. Ora, a defesa da universidade 6

também passa pela garantia da constitucionalidade e da democracia nas relações trabalhistas na 7

Universidade. Nós entendemos que há urgente necessidade de preservação das instâncias de 8

negociação nesse tema, sobretudo no momento dos dissídios. Deste modo, nos pautamos no 9

decreto da autonomia universitária, que diz muito claramente eu seu artigo 3º que caberá ao 10

Cruesp definir a política salarial de seu pessoal docente e técnico-administrativo, de acordo com 11

o disposto no artigo 37 da Constituição Federal. O artigo 37 é aquele organiza a Administração 12

Pública direta e indireta de qualquer dos poderes da União, dos Estados, Municípios, e garante 13

em seu inciso VI a livre associação sindical e, no inciso X, garante a revisão geral anual, sempre 14

na mesma data e sem distinção de índices, a revisão dos salários. É nesse sentido que vimos 15

hoje solicitar a este Conselho Universitário a retirada de pauta do reajuste proposto pelo Cruesp 16

que se propõe hoje aqui homologar. E por um motivo muito simples. Não houve negociação. O 17

que houve, apenas, foi uma reunião entre o Cruesp e o Fórum das Seis, ocorrida no dia 17 de 18

maio, em que o Reitor da USP, em nome do Cruesp, propôs 1,5%. Isso sem sequer discutir as 19

razões pelas quais se chegou a esse valor sob a justificativa de que se tratava de um elemento 20

da vontade política do Cruesp e não de uma ‘decisão técnica’. Não houve negociação porque 21

não houve condições para que houvesse o reforço, com outros argumentos, da necessidade de 22

um reajuste de 12,56% que cubra as perdas dos anos recentes, ou mesmo uma eventual 23

contraproposta das entidades do Fórum das Seis ao Cruesp. Desse modo, essa homologação nos 24

parece uma decisão política prematura deste Conselho. Em respeito ao Conselho, não vou 25

questionar aqui uma Deliberação Consu tão recente como a 020, de 2017, mas permitam-me 26

questionar o momento em que esta homologação ocorre, sem que tenha sido dada a 27

oportunidade às entidades do Fórum das Seis e do próprio Cruesp em encontrar uma melhor 28

saída, uma saída de consenso para que saiamos desta data-base mais unidos, mais fortalecidos. 29

Nós, entidades sindicais, Reitoria, diretorias, estudantes e comunidades da USP, Unesp e 30

Unicamp em geral, precisamos estar mais unidos, pois nossa missão é maior, e para ela 31

precisamos estar todos juntos. Nossa missão é defender a universidade pública paulista, que 32

tem tanto dado à sociedade brasileira e que, em um momento de dificuldade política e 33

econômica, tem sido fortemente atacada pelo obscurantismo que grassa no país e por não termos 34

apresentado capacidade política de defendê-la a contento. Neste momento de crise, instituições 35

que sabem se proteger e que são fundamentais para a existência de uma boa sociedade, como, 36

por exemplo, o Judiciário, permanecem com seus benefícios e seus salários incólumes. Alguém 37

pode duvidar da necessidade da defesa da educação pública, sobretudo neste momento em que 38

a universidade se democratiza e se abre aos estudantes negros e negras, aos indígenas e acolhe 39

cada vez mais estudantes das escolas públicas? Todas as pessoas presentes aqui neste Conselho, 40

143

representantes das unidades da Unicamp, de docentes, técnico-administrativos e estudantes e, 1

sobretudo, a Reitoria da Universidade, precisamos estar juntos na defesa de mais recursos para 2

as universidades. Não é nada mais do que justiça que pedimos. Isso passa por nossa participação 3

no debate da Lei de Diretrizes Orçamentárias, a se realizar no plenário da Assembleia 4

Legislativa nos próximos dias. Há uma certa convulsão política conjuntural na Alesp e nós 5

avaliamos que, se estivermos bem organizados e atentos, poderemos obter ganhos importantes 6

para as universidades e para o bem da educação pública em São Paulo. Mas, para termos força, 7

precisamos ganhar as páginas dos jornais, as redes sociais e as ruas, em uma verdadeira 8

campanha de defesa da universidade pública. Essa é a prioridade da Adunicamp, neste momento 9

difícil, e precisamos de união e da força das entidades sindicais e das reitorias para essa defesa. 10

Deste modo, na busca por uma universidade unificada, em sua defesa, sua própria defesa, reitero 11

o nosso pedido de retirada de pauta da homologação dos 1,5% em nome da valorização de 12

nossas entidades sindicais e da democracia na regulação das relações de trabalho na 13

Universidade. Essa nos parece ser uma condição fundamental para mantermos uma convivência 14

harmônica e respeitosa entre nós”. O senhor MARCÍLIO VENTURA diz que é importante que 15

as entidades sindicais sejam ouvidas. Fará um pequeno histórico e depois o senhor José Luiz 16

tratará dos números. Observa que o pedido de retirada de pauta é inclusive para que avancem 17

na negociação entre Fórum das Seis e Cruesp. Há um questionamento dos 12,5%, mas ressalta 18

que esse não é um número aleatório, qualquer um que acompanhe as atividades da Universidade 19

e do Fórum das Seis sabe que o vêm apresentando há muito tempo. Esses 12,5% têm origem 20

em 2015, quando não atingiram a inflação; em 2016, quando tiveram a maior perda salarial, 21

que foi em torno de 7% em um ano, que é um absurdo; no 0% de 2017 e a inflação até chegar 22

a 2018. Então, essa perda acumulada gerou um número real. Foi dito há pouco pela Mesa que 23

seria uma apropriação indébita se não repassassem o reajuste para o teto. Entretanto, os 24

trabalhadores também estão sofrendo uma apropriação indébita, pois estão perdendo 11% do 25

seu salário. Para exemplificar, um trabalhador que ganha R$5 mil por mês deixa para a 26

Universidade financiar o futuro dela R$600 por mês. É muito dinheiro. Então, é a esses números 27

que precisam se ater, porque senão ficam falando que um está mentindo, outro está mentindo, 28

e o número tem de ser real, que é o 12,5%. Quando o Reitor da USP propôs isso, a partir de 29

2014, foram contra, e continuaram sendo contra quando foi aqui aprovada a Deliberação Consu-30

A-020/2017, muito bem lembrada pelo conselheiro João Luís, e que agora não estão seguindo. 31

Está à frente de um sindicato e precisam procurar o porquê das coisas para que possam ter 32

argumentos. Encontrou o Decreto nº 24.951, de 4 de abril de 1986, do Governo Montoro, que 33

não estabelece a necessidade de que o reajuste passe pelo Conselho Universitário; no Decreto 34

nº 26.914, de 15 de março de 1987, do Governo Quércia, também não; da mesma forma, o 35

decreto da autonomia, o Decreto nº 29.598, de 2 de fevereiro de 1989, também do Governo 36

Quércia, em nenhum momento coloca que teria de ser homologado no Conselho Universitário. 37

E da forma como está redigido na deliberação, não se fala em “homologação”. No documento 38

de negociação entre Fórum das Seis e Cruesp de 10 de abril de 1991, “ficou acordado que a 39

questão salarial, sua competência exclusiva é deste Fórum”. Então, é preciso esclarecer melhor 40

144

essas questões. Além disso, não podem continuar arrochando os salários internamente. Não 1

podem continuar não contratando, não aumentando salário e financiando a Universidade com 2

o salário dos trabalhadores, sem investimento em permanência estudantil, sem expansão de 3

vagas e uma série de questões. Lembra ainda que em 2005 o governo prometeu que quando os 4

campi de Limeira começassem a funcionar, seriam transferidos mais 0,05% do ICMS para os 5

cofres da Universidade. Entretanto, o funcionamento dos campi de Limeira está sendo custeado 6

pela Universidade. E o mais grave é a questão da Lei Complementar nº 1.010, de 1º de junho 7

de 2007, que criou a SPPrev. Concorda com o conselheiro João Luís que é a lei que pega e a lei 8

que não pega, porque a Lei nº 1.010, em seu artigo 27, estabelece que a insuficiência financeira 9

será coberta pelo Governo do Estado. Essa insuficiência financeira, em 2016, foi R$333 milhões 10

para a Unicamp, R$543 milhões para a Unesp e R$818 milhões para a USP. Arredondando, 11

R$1,7 bilhão. Então, pergunta por que não fazer uma proposta para que essa insuficiência 12

financeira venha para a Universidade, para que o percentual de Limeira seja repassado aos 13

cofres da Universidade. É um debate que precisam fazer. Entretanto, não podem continuar 14

arrochando os salários. A Reitoria sempre diz que precisam garantir o pagamento das 15

aposentadorias, mas o que garante a aposentadoria dos servidores do regime Esunicamp é a 16

Emenda nº 41, de 19.12.2003. De nada adianta lutar se os reitores, desde 2007, não buscam 17

mais verbas para a Universidade. É mais fácil arrochar aqui, falar que é falta de democracia, 18

ainda que tenham feito uma manifestação tranquila e a única coisa que solicitaram foi que o 19

assunto não fosse votado no Consu marcado para o dia 29 e fosse retirado de pauta. Hoje 20

puderam perceber que a retirada de pauta é mais do que lógica, já que não está sendo cumprido 21

nem o que o próprio Consu aprovou em setembro. Então, a proposta da retirada de pauta 22

continua e solicitam que a Reitoria faça um esforço de discutir com o Governo e a Assembleia 23

Legislativa a questão da insuficiência financeira e o repasse de 0,05% a Limeira. A partir de 24

então podem começar a conversar sobre o futuro desta Universidade, porque não adianta fazer 25

isso tirando o pão da mesa da maioria dos trabalhadores, que recebe entre R$4 mil e R$5 mil 26

por mês. Precisam ser tratados com dignidade, até porque os números mostram que a falta de 27

investimentos na Universidade nos últimos anos tem feito com que os funcionários prestem 28

concurso em outros locais, porque não há perspectiva, não há carreira, não há isonomia. 29

Precisam olhar para o futuro da Universidade. O senhor JOSÉ LUIZ PIO ROMERA diz que é 30

importante o debate no Conselho Universitário no sentido de que se abra mais diálogo em 31

relação à questão da data-base, porque a nova diretoria do sindicato tem feito essa discussão 32

orçamentária aqui desde setembro do ano passado, mostrando onde há recursos, e se não há, 33

contrapondo gastos que a Universidade faz em alguns setores em que não concordam, em 34

função de priorização da questão salarial. E sempre foi dito ao sindicato que no período da data-35

base haveria negociação. Desde o ano passado, a arrecadação já demonstrava uma evolução 36

melhor. No primeiro semestre do ano passado, em relação ao primeiro semestre de 2016, houve 37

um crescimento nominal de 3%; no segundo semestre de 2017 sobre o segundo semestre de 38

2016, foi 6,75%, ou seja, mais que o dobro do primeiro semestre. Mas ainda assim não foi 39

destinado nenhum centavo para a questão salarial, e toda a discussão feita nesse período, mesmo 40

145

com a evolução da arrecadação, afirmava que na data-base haveria negociação. Inclusive o 1

senhor Reitor os recebeu, em fevereiro deste ano, e quando expunham que estava crescendo a 2

arrecadação, que já era dado realizado, primeiro semestre 3%, segundo semestre 6,75%, 3

anualizando 4,6%, não destinou nada para o salário. Em janeiro continuou crescendo, 10%, 4

fevereiro 20% de crescimento, março teve uma queda, foi o único mês dos últimos 11 meses 5

em que houve queda, que foi uma sazonalidade. Abril continuou crescendo, a previsão da 6

Secretaria da Fazenda era R$8,082 bilhões, deu R$8,397 bilhões. Também superou a 7

expectativa. Portanto, no período da data-base, de maio do ano passado até abril deste ano, 8

houve um crescimento acumulado de 6,5%. Então, há recurso. Essa foi a polêmica no Fórum 9

das Seis com o Cruesp quando apresentaram 1,5%; a Adusp, Sintusp, Adunesp, Sintunesp, 10

Sintesp, STU e Adunicamp solicitaram a interrupção da reunião para que os reitores 11

conversassem e houvesse um aceno, ou uma mudança de índice. Os três reitores foram para 12

outra sala, e acharam que isso sinalizaria que estaria havendo uma negociação, mas para a 13

surpresa de todos voltaram com 1,5% novamente, dizendo que era para levar o índice para as 14

assembleias e que os reitores da Unicamp e da USP levariam já para o Conselho Universitário, 15

passando a impressão às entidades de que claramente não queriam negociar. Por isso desejam 16

que o Fórum das Seis e o Cruesp continuem negociando. Com base na questão da arrecadação, 17

analisam que há espaço no Orçamento para destinar mais do que 1,5%. Essa é a polêmica. Nesse 18

sentido, reitera a fala do professor Romão, da Adunicamp, e a do senhor Marcílio, do STU, pela 19

retirada de pauta da discussão e continuidade da negociação. É um momento em que precisam 20

dialogar e conversar muito, e é essa a intenção do sindicato. O MAGNÍFICO REITOR observa 21

que a fala do senhor José Luiz ignorou completamente os fatos deste mês. O pagamento que 22

terão de fazer é com recursos do futuro, não do passado. O senhor JOSÉ LUIZ PIO ROMERA 23

observa que o recurso é realizado. Está se referindo à arrecadação que já entrou em caixa. O 24

MAGNÍFICO REITOR lembra que estão com R$240 milhões de déficit. Não há caixa. O que 25

acaba acontecendo agora é uma situação em que terão uma crise sem precedentes. Não há 26

dúvida de que o ICMS vai cair em maio. O senhor JOSÉ LUIZ PIO ROMERA afirma que vai 27

crescer, já que o repasse do município cresceu 7% no acumulado. O MAGNÍFICO REITOR 28

pergunta se ele acha que de maio para junho vai crescer. O senhor JOSÉ LUIZ PIO ROMERA 29

responde que em maio cresceu 4% em relação ao ano passado e ia crescer mais, mas em maio 30

houve uma semana que causou reflexos. O MAGNÍFICO REITOR diz que a instabilidade 31

econômica e política são evidentes, não podem ignorar isso. O índice proposto de 1,5% já era 32

um risco, e a reunião ocorreu antes da greve de caminhoneiros. Se fosse hoje, proporia zero, e 33

acredita que os demais reitores fariam o mesmo. A Conselheira DIRCE DJANIRA PACHECO 34

E ZAN diz que a Faculdade de Educação apoia o pedido de retirada de pauta. A congregação 35

da Faculdade, reunida no dia 23 de maio, aprovou uma manifestação nesse sentido e o 36

argumento naquele momento era exatamente de que a proposta de deliberação no Consu do 37

reajuste dos servidores da Unicamp é um retrocesso para a autonomia universitária, que tem 38

como conquista histórica as negociações salariais realizadas entre o Fórum das Seis e o Cruesp. 39

Sabe que essa é uma pauta, por enquanto, vencida, foram voto vencido quando foram contrários 40

146

a essa deliberação, mas, além disso, na manifestação da congregação também se aponta para a 1

necessária continuidade das negociações, por considerar que elas não tinham sido concluídas 2

até essa data. Reitera os argumentos trazidos pelo conselheiro João Luís, e além da questão dos 3

documentos que ele diz faltar, também chama a atenção que no item da pauta é mencionada 4

“homologação” do reajuste. O professor Marcelo acabou de informá-los de que forma se 5

compreende a homologação, que é como um reconhecimento oficial, mas a deliberação 6

menciona “aprovação”. Então, acha que há uma questão que não está clara para o Conselho, se 7

estão homologando ou se estão aprovando o índice. E nesse sentido se segue a deliberação, o 8

texto da deliberação não tem essa possibilidade de interpretação de que a negociação continua; 9

é o encerramento da negociação. Em razão disso, reitera o pedido de retirada de pauta. O 10

MAGNÍFICO REITOR diz que repetirá um trecho do comunicado oficial, para que fique muito 11

claro este ponto: “A instância responsável por definir e negociar com o Fórum das Seis os 12

índices anuais do reajuste salarial para docentes e funcionários das três universidades paulistas 13

é o Cruesp”. Outra questão é que, independentemente da homologação dos índices propostos, 14

as discussões entre o Cruesp e o Fórum das Seis continuam ocorrendo. Em outras palavras, a 15

homologação dos índices dos Conselhos Universitários da Unicamp e USP não implica que as 16

discussões sejam terminadas, tanto é que está marcada outra conversa para a próxima quinta-17

feira. A Conselheira DIRCE DJANIRA PACHECO E ZAN solicita esclarecimento se 18

homologar e aprovar são a mesma coisa. O MAGNÍFICO REITOR diz que o índice é proposto 19

pelo Cruesp, mas esse índice precisa ser homologado e o gasto precisa ser aprovado pelo 20

Conselho Universitário. O índice ser homologado corresponde a uma aprovação do gasto. Estão 21

interconectados, naturalmente. A Conselheira TERESA DIB ZAMBON ATVARS observa que 22

a forma como a Administração convocou o Conselho Universitário é exatamente a forma como 23

o Cruesp deliberou. Lerá o segundo parágrafo do Comunicado Cruesp 01/2018: “A aplicação 24

do disposto neste comunicado está sujeita à homologação no âmbito dos respectivos Conselhos 25

Universitários, onde pertinente”. Portanto, quem leu o comunicado sabe que estão fazendo 26

aquilo que o Cruesp deliberou. O Conselheiro FLÁVIO RIBEIRO DE OLIVEIRA diz que traz 27

a posição da congregação do IEL, que é a seguinte. A congregação do IEL entende que o Consu 28

deve homologar o índice quando ele for definitivo, ao final das negociações. Uma vez que elas 29

ainda estão ocorrendo, que está havendo diálogo entre Cruesp e Fórum das Seis, entendem que 30

seria um atropelo, neste momento, o Consu homologar um índice que, em tese, poderia ser 31

alterado. Então, a proposta da congregação do IEL é pela retirada de pauta do ponto e que ele 32

retorne quando Cruesp e Fórum das Seis entenderem que as negociações estão concluídas. O 33

Conselheiro IURIATAN FELIPE MUNIZ pergunta se o Reitor ainda entende que é óbvio e 34

trivial o inciso IX da Deliberação Consu-A-020/17, que discutiram por várias vezes no dia da 35

aprovação. Mas colocará como avaliam se 1,5% é pouco ou muito, porque é uma questão de 36

referencial. A partir das preocupações do senhor Reitor, precisam saber se é muito. Pergunta se 37

seria a partir das prioridades da Unicamp, que inclui o aumento do teto, conforme foi colocado 38

ainda nesta reunião, que vai impactar em R$50 milhões por ano o orçamento. Questiona se seria 39

pouco, comparado com a prioridade, por exemplo, da isonomia, que custa R$100 milhões por 40

147

ano, o dobro do aumento do teto, e que até agora, na discussão, ninguém mencionou que isso é 1

importante, mas disseram que é importante a isonomia do teto com as federais. Entretanto, a 2

isonomia do piso dos funcionários com a USP significa um aumento de 22,5% para quem é do 3

nível médio ou superior na Unicamp e está no piso, e isso ainda não foi colocado como algo 4

importante para a Universidade. Questiona se 1,5% é pouco ou muito, comparado com a 5

inflação, cuja estimativa é de pelo menos 2,78% no índice do Dieese. Propõe que comparem 6

esse valor com o que foi a redução do quadro de trabalhadores, e podem pegar desde a referência 7

do arrocho salarial, porque há três anos recebiam 12,56% a mais, medindo pela inflação, ou 8

seja, o poder de compra era 12,56% maior. Ou podem comparar com todo o processo de 9

expansão das universidades, com o número de alunos, número de títulos aprovados, que quem 10

tem financiado é o corpo de funcionários, seja pelo seu número, pela redução de 10% do quadro, 11

constatada no começo do ano, ou pelo arrocho salarial de 12,56%, quase 13% nos últimos três 12

anos. O movimento sindical, as pessoas que entendem demandas que ajudam a Universidade e 13

a sociedade e o serviço público estão reivindicando que se preserve o poder de compra dos 14

salários. Essa é uma discussão que terão de fazer neste Consu, agora que ele está se propondo 15

a homologar e decidir política salarial, talvez seja o momento de ter uma política salarial, 16

porque ter de fazer greve para cada 0,01% de índice ou de aumento da inflação é uma falta de 17

planejamento da Universidade. Acreditam que é preciso contratar trabalhadores via concurso 18

público, esse problema é central. No Caism tem causado uma série de mudanças pela 19

recertificação, pela fusão de setores, pelo aumento de trabalho, tem propostas para vir ainda 20

sobre a reorganização do quadro funcional, mas não são discussões que seriam muito saudáveis 21

se fossem feitas. A preocupação de quem está propondo e tocando essas mudanças hoje é 22

economizar dinheiro, é cortar. O corte das GRs, por exemplo, não foi uma coisa que fez a 23

Universidade melhorar. Estão reivindicando que essa discussão sobre a política salarial, do jeito 24

que está sendo feita hoje, seja de responsabilidade executiva, que a Universidade entenda como 25

uma necessidade executiva, assim como entende a necessidade de reajustar pela inflação os 26

contratos terceirizados, nunca precisaram fazer greve para garantir que o fornecedor 27

recuperasse o desgaste da inflação no contrato da Unicamp. Isso a Universidade reconhece. 28

Então, querem que se reconheça essa discussão como executiva, por isso não é uma discussão 29

para o Conselho, é de responsabilidade do Reitor. E junto a isso tudo, desejam a democratização 30

das decisões. Estão em um Conselho Universitário onde os funcionários são 7 representantes 31

dentre os 75, são 8 mil funcionários em um quadro de 10 mil no total, são 2 mil docentes e 8 32

mil funcionários, e precisam melhorar a participação, a capacidade de ser ouvidos, de decidir 33

os rumos da Universidade. É preciso haver mais transparência. Dizem que a negociação 34

depende do Cruesp, mas também do Fórum das Seis. Uma negociação precisa de acordo. Se 35

chegarem na negociação ouvindo a posição apenas de um lado, abrem mão do processo 36

democrático – a Universidade é autocrática. E isso é muito ruim para um reitor que não gosta 37

de usar o poder da caneta. Então, precisam parar de usar os funcionários como caixa que vai 38

salvar o orçamento. É complicado ouvir que há muitos problemas aqui, mas que devem manter 39

a progressão do teto, e não manter o poder de compra do salário porque não há dinheiro, que o 40

148

valor do vale refeição não dá para manter, que é preciso assumir o trabalho de dois setores, que 1

o valor da gratificação também não vai dar para manter, mas que é muito importante subir o 2

teto salarial porque é diferente nas universidades federais. Então, isso é um impasse colocado, 3

é um conflito. Sinceramente, toda discussão que o Reitor insiste em fazer aqui soa cada vez 4

mais incoerente, inclusive porque pode falar que é uma decisão da Assembleia, e é mesmo, mas 5

não pode falar que é externo à Unicamp, porque vem aqui dizer que toda semana ele está na 6

Assembleia exigindo a aprovação do novo teto. Então, não adianta dizer que isso foi a Alesp 7

que decidiu. A Unicamp foi quem fez a Alesp decidir também. Acha que devem atender o que 8

é justo, e colocar a discussão sobre o financiamento do serviço público, da educação pública, 9

junto com a sociedade. Há renúncias fiscais gigantescas do governo para cobrar, que são 10

importantes na receita, há uma dinâmica de terceirizações que só serve para financiar 11

intermediário, e é algo cada vez mais bem-visto pelos governos que têm uma aprovação 12

beirando 0%, que estão aprovando legislações para ampliar a terceirização, e duvida que as 13

terceirizações economizam, por um princípio lógico, que em vez de remunerar um trabalhador 14

é preciso remunerar um intermediário também. Há a desvinculação de recursos ou receitas da 15

União, há grandes fortunas que não são taxadas. Esse problema com que a Unicamp é 16

preocupada, ou seja, com o desenvolvimento do estado e do país, precisa colocar para fora, 17

precisa disputar a sociedade para garantir que isso aqui funcione bem, seja em conjuntura de 18

crise, seja no momento em que conseguem expandir e melhorar os resultados. Deixa clara sua 19

indignação. Um vírgula cinco por cento é um número que se inventou, que parece bom, mas 20

não é colocado em termos de possibilidades orçamentárias, porque nesses termos, o próprio 21

Reitor colocou que deveria ser zero, que não há possibilidade de reajuste. Então, acha que é 22

preciso retirar de pauta, o Cruesp tem de se entender com o Fórum das Seis, precisam fazer uma 23

greve que politize a sociedade, que mostre o que está acontecendo, que conte para a sociedade 24

que o HC está com falta de insumos, com dificuldade de funcionamento, que no Caism há falta 25

de funcionários, sendo que para o HC nem se fala de falta de funcionário, que tudo são 26

demandas que a greve faz para defender o serviço público e tem reivindicado a condição de os 27

trabalhadores participarem, decidirem, e não serem tratados como caixa financiador das 28

dificuldades orçamentárias. Esse novo Reitor já deu zero de aumento uma vez, pergunta que 29

título ele vai merecer com essa política salarial que tem demonstrado. A Conselheira 30

CAROLINA BONOMI DE MENEZES GUERRA diz ter uma dúvida, porque há uma 31

fragilidade legal e continuaram com a discussão se irão retirar de pauta ou não. Pensa que 32

mereça uma orientação da PG sobre a questão que o conselheiro João Luis colocou. Outra 33

questão é pelo conflito de informações, porque o senhor Reitor leu o comunicado falando que 34

a homologação não isenta as negociações, mas no documento aqui fala que essa aplicação vai 35

depender da homologação dos conselhos universitários, então, a homologação é definir esse 36

1,5%. No vídeo da reportagem da manifestação da semana passada o senhor Reitor diz que já 37

queria colocar na próxima folha o 1,5%. Está contraditório o que o senhor está colocando aqui 38

com o que falou na semana passada. Acha que isso tem de ser melhor explicitado, porque o que 39

entendeu ao ler o documento do Cruesp era que ia ser aprovado 1,5% de aumento nos conselhos 40

149

universitários, então, existe um conflito que precisam discutir. O MAGNÍFICO REITOR diz 1

que a discussão é fundamental, depois comentarão o que o acadêmico João Luis colocou. Sobre 2

a questão específica, o reajuste proposto pelo Cruesp, acordado entre os três reitores, foi de 3

1,5%. Naturalmente, pode acontecer que haja discussão no Conselho Universitário e o reajuste 4

proposto seja zero. Porém, para tentar colocar na folha de pagamento dos funcionários de junho, 5

que era no quinto dia útil, discutiram isso inclusive com a USP, pediram para a DGRH rodar 6

duas folhas, uma com 0% e uma com 1,5% caso o reajuste fosse homologado no Consu da 7

semana passada. Se tivesse sido homologado, já dariam 1,5%, porque considera difícil chegar 8

na reunião com o Fórum das Seis e ele não aceitar o reajuste. Ou seja, se for para negociar, é 9

razoável pensar que se negociará para cima e não para baixo. Então, pelo menos 1,5% já estaria 10

na folha das pessoas e essa era a ideia de ter colocado o Consu na terça-feira passada, que 11

permitiria que a folha de pagamento já de junho incorporasse o reajuste, sem prejuízo da 12

negociação, da discussão que continuará a ocorrer. Isso já aconteceu na USP, foi homologado 13

na terça-feira, o pagamento lá já é com 1,5%, na Unesp também. Só aqui na Unicamp que não. 14

A Conselheira GLÁUCIA MARIA PASTORE diz que também concorda com seus colegas que 15

pediram a retirada de pauta desse item. Também saúda o professor Romão por sua fala pela 16

presidência da Adunicamp, porque olhando conjunturalmente, de fato, estão em uma crise 17

gravíssima de liderança. Os problemas afetam todas as nações, não há nação isenta de problema, 18

o que faz a diferença são as pessoas que conseguem achar soluções quando parece tudo perdido. 19

Há instituições brasileiras que precisam preservar a todo custo, seja Capes, seja CNPq, sejam 20

as universidades, em especial as de São Paulo. Acha que não aprovar ou não discutir esse índice 21

agora, ao contrário, fortalece a posição do senhor Reitor, porque ao dizer ao Cruesp o que o 22

pessoal da Unicamp acha, é muito mais importante do que concordar com um índice que, de 23

fato, é irrisório. Os funcionários não estão conseguindo pagar seus planos de saúde. É enorme 24

a lista de empréstimos consignados. Isso significa que as pessoas estão chegando naquela 25

situação dificílima em que não é possível sobreviver com o salário. E essa questão que parou o 26

país de norte a sul foi porque a Petrobras não se sensibilizou, fez de conta que não estava 27

acontecendo nada, ou seja, não é possível que em um país o valor da gasolina e do diesel seja 28

aumentado a cada semana. Essa loucura não foi interpretada corretamente, não houve 29

sensibilidade. Parece que a situação das universidades vai pelo mesmo caminho, já comentaram 30

que elas são baluartes, quando tudo rui, é o que deve segurar a situação. Então, é preciso 31

fortalecer a posição do professor Marcelo, porque na USP o desânimo está estabelecido, 32

perderam vários rankings, e várias outras coisas, sabem que a política lá colocada não deu certo. 33

Não devem deixar de exercer essa liderança. O senhor Reitor é jovem, cheio de vontade, já 34

viveu em outros ambientes, conhece ambientes federais, tem condições. Pede que não aceite 35

simplesmente o final da linha, porque não é. Essa crise proporciona a chance de que lideranças 36

reais, inteligentes, apareçam. Se não aparecer, é o fim de tudo. O Conselheiro ROBERTO LUIZ 37

DO CARMO diz que também solicita a retirada de pauta. Considera essa discussão que estão 38

tendo aqui importante em vários níveis. Um ponto importante que foi colocado pelos colegas 39

dos sindicatos é que o achatamento salarial é brutal. E esse achatamento tem uma implicação 40

150

imediata, e tem uma implicação futura que considera ainda pior, no sentido que coloca em risco, 1

no médio prazo – não está dizendo nem no longo prazo –, a própria sustentação da 2

Universidade, como uma universidade de ponta, de prestígio. O desestímulo que começam a 3

perceber é cada vez maior, cada vez mais evidente, e o pior de tudo é que esse momento é 4

justamente o momento em que a Universidade passa a ser mais acessível, a ser mais aberta para 5

a sociedade, o que é um contrassenso, uma contradição impossível de aceitar. Então, associado 6

a essa questão salarial, há o processo de inviabilização da carreira docente. Uma das poucas 7

certezas que tinham era que com o mérito do trabalho conseguiriam avançar na carreira, 8

conseguiriam com isso mostrar a efetividade e o reconhecimento do trabalho, e receberiam 9

através das promoções. E têm visto que, infelizmente, a limitação nas progressões traz uma 10

situação drástica dentro das unidades. Esse é um outro aspecto associado a todo esse contexto. 11

Nesse sentido, é muito importante continuar essa discussão, que não é só salarial. Sinceramente, 12

ainda não conseguiu entender bem qual é o sentido de homologar um índice que pode ser 13

modificado. Pensa que precisam abrir a discussão e tentar buscar alternativas. Não tem sentido 14

homologar esse índice nesse momento. Então, sua fala é no sentido de que retirem de pauta e 15

continuem as negociações, porque agora elas passaram a ter a característica de envolver o 16

Consu nas negociações salariais, então, precisam se adaptar a esse novo contexto. O 17

MAGNÍFICO REITOR diz que o único sentido que tem homologar um índice que pode ser 18

modificado é que os trabalhadores já podem se beneficiar de ter esse recurso. Pode ser pequeno 19

para alguns e pode ser significativo e necessário para outros. Se já está proposto e os colegas 20

da USP e da Unesp já o tem aprovado, não vê motivo também de não aprovar e continuar a 21

discussão, se ele pode ser modificado. Não faz questão de aprovar, podem retirar de pauta, mas 22

tanto se fala em isonomia, que o Cruesp tem de ser fortalecido, não vê por que também não 23

aprovar e que os trabalhadores da Unicamp tenham o direito a esse índice e não esperar alguns 24

meses. Hoje o ponto é só esse. É simples e direto. Não há, da parte da Administração, nenhum 25

esforço em aprovar ou não. É simplesmente uma questão de ter realmente a isonomia com os 26

outros trabalhadores, neste ponto específico que é o aumento nesse índice proposto. O 27

Conselheiro IURIATAN FELIPE MUNIZ diz que a Unesp não pautou e nem aprovou isso em 28

seu Conselho Universitário. O MAGNÍFICO REITOR concorda que não, a Unesp não tem isso 29

previsto em seus regimentos, mas será pautado lá também. O Conselheiro DIEGO MACHADO 30

DE ASSIS diz que o professor Marcelo colocou que discutir a questão do teto salarial é criar 31

um conflito entre categorias, e que é justo que quem se dedicou 25 ou 30 anos à Universidade 32

receba um salário digno, com o que tem total acordo, talvez não concordem muito, mas nesse 33

sentido sim. Acha que aqui o que está em questão não é um conflito entre categorias, até porque 34

não se pode dar por natural que existe um distanciamento tão grande entre as categorias, de que 35

a questão do teto atinge só uma delas. Na verdade, é de interesse de todo o funcionalismo do 36

Estado, de todas as categorias, só que, infelizmente, hoje, na prática, esse distanciamento é 37

muito grande, coloca cerca de 50% dos docentes da Unicamp no teto salarial, enquanto há 38

70,8% dos funcionários no piso salarial, e 70% desses funcionários englobam muitos 39

trabalhadores que estão aqui há 25, 30 anos também. No nível superior há aproximadamente 40

151

3.000 trabalhadores, 2.100 estão no piso salarial, ou seja, 2/3 deles, mantendo mais ou menos a 1

proporção dos 70%. E desses 2.000 que estão no piso, 837 têm mais de 25 anos de Casa. Isso 2

que estão discutindo aqui, não é um conflito entre categorias. Estão discutindo quais são as 3

prioridades. Isso falando na questão do piso, sem contar a questão da progressão da carreira dos 4

técnico-administrativos que está congelada há cinco anos, sem contar o vale alimentação que 5

está congelado há vários anos, sem contar o assédio moral, a pressão, a diminuição dos 6

funcionários nos setores que aumenta a quantidade de trabalho. São essas as prioridades que 7

estão trazendo para discussão. E acha engraçado porque quando o professor Marcelo passa o 8

dado do custo do reajuste de 1,5%, passa anualizado, e quando passou o dado do impacto da 9

PEC-05 passou por mês. Mas acha que foi só, talvez, uma diferença de como disse, mas colocou 10

por mês o impacto do 1,5% dividindo aqueles R$ 26,5 milhões colocados como a custar por 11

ano, o que resultou algo em torno de R$1,9 milhão por mês, sendo que é dito que é muito 12

dinheiro, então, também pode dizer que é muito dinheiro o impacto que ocorrerá depois do 13

primeiro ano da PEC-05, de R$1,2 milhão por mês. O MAGNÍFICO REITOR concorda que 14

tudo isso é muito dinheiro. O Conselheiro DIEGO MACHADO DE ASSIS diz que estão 15

discutindo quais são as prioridades. E sempre vem aquela ideia de o que é lei é preciso cumprir. 16

Os 3,5% que vieram de reajuste do salário do governador que implicou o teto é lei e cumprem; 17

se aprovada a PEC-05, é Assembleia Legislativa e cumprem. Mas é engraçado que todo esse 18

zelo pelo cumprimento da lei nunca acontece quando se discute o décimo terceiro, que é sempre 19

a ameaça na sala quando se discute que não tem dinheiro. Inclusive, hoje de manhã, o Reitor 20

deve se lembrar, houve uma conversa com trabalhadores que o abordaram na entrada da reunião 21

da Cepe e seu argumento em dado momento é que se der um reajuste maior não haverá dinheiro 22

para o décimo terceiro. É dessa diferenciação que o funcionário está cansado, e está cansado de 23

não ser tratado pela força da lei na reposição do salário, que pelo menos sabem que não existe 24

uma lei que obrigue a isso, mas a Universidade deveria encarar quase como força de reposição 25

salarial, que é um direito que deveria ser inalienável de qualquer trabalhador, manter o seu 26

poder de compra. É inegável, todos estão vendo o movimento de força da greve que estão 27

construindo com trabalhadores de vários setores. Inclusive, na semana passada, quando a 28

Unicamp estava vazia, quem veio para cá estava nessa manifestação em frente ao Consu, depois 29

da dispensa das atividades acadêmicas e administrativas em várias unidades, quem veio para a 30

Unicamp estava na manifestação do Consu mostrando sua indignação. A Reitoria e o Conselho 31

Universitário deveriam ter a sensibilidade para ouvir essas pessoas que estão lá embaixo desde 32

as 9h e que permanecem firmes. Considera irresponsabilidade virar moralmente as costas para 33

o que o pessoal está dizendo lá embaixo, e votar esse reajuste, apesar de todos os pedidos de 34

retirada de pauta que estão vindo de lá. Apesar de a Reitoria argumentar que a aprovação hoje 35

só significa pagar agora 1,5%, que não precisa esperar, em outros momentos poderia até ser 36

uma ameaça que pesasse, só que quando fazem a conta do que significa 1,5% no salário, é tão 37

pouco que, falando a verdade, faz pouca diferença 1,5 ou 0%, que no salário da maioria das 38

pessoas representa cerca de R$50. Preferem muito mais continuar a luta e garantir um reajuste 39

que, de fato, cubra as perdas, porque não se vendem tão barato e é por isso que a briga continua, 40

152

mesmo com toda essa ideia de que se não aprovar agora a folha vai vir com zero. Podem fazer 1

essa discussão com mais calma, retirar de pauta, passar pelo ritual normal que está previsto na 2

deliberação do Consu, passar pelas câmaras, vir acrescentado de justificativa, passar pela COP, 3

e após isso fazer essa discussão em outro patamar, quando a negociação com o Cruesp estiver 4

em outro estágio também, e quando os trabalhadores virem uma proposta que minimamente 5

possa cobrir um pouco as perdas dos últimos anos. O MAGNÍFICO REITOR pergunta se a 6

proposta é que o ajuste não seja aprovado. O Conselheiro DIEGO MACHADO DE ASSIS 7

responde que a proposta é de retirada de pauta. O Conselheiro RONALDO ALOISE PILLI diz 8

que os discursos estão se repetindo, há uma proposta de retirada de pauta, há um desrespeito à 9

solicitação do senhor Reitor de manter as falas dentro de um limite razoável, e propõe, como 10

questão de ordem, que votem imediatamente a retirada de pauta. O MAGNÍFICO REITOR 11

agradece a proposta, mas solicita aos próximos conselheiros que mantenham sua fala no limite 12

razoável de tempo. O Conselheiro ANTONIO JOSÉ DE ALMEIDA MEIRELLES diz que na 13

segunda-feira passada, na FEA, houve uma congregação, após a reunião da Reitoria com os 14

diretores, e naquela reunião não estava prevista essa discussão. Na Ordem do Dia discutiram 15

questões de reforma curricular, progressão docente, reestruturação administrativa, mas, no 16

Expediente, por reivindicação de um dos representantes de bancada, ela foi discutida, então, 17

não houve uma votação formal, mas a totalidade das pessoas que estavam presentes se 18

manifestaram por retirada de pauta, que era a posição que ia trazer para o Consu que não houve 19

terça-feira. Só está comunicando que foi essa a discussão que houve na Faculdade. Têm dois 20

problemas que talvez fosse necessário pensar com calma como resolver. Há um elemento 21

formal, jurídico, que talvez pudessem ouvir, porque, de fato, está escrito na deliberação algo 22

bastante claro, que teria de ter um parecer da COP, então, é uma questão relevante ter uma 23

opinião, se podem prosseguir com relação a isso. Discutiram muito, e um dos pontos firmado 24

na discussão do ano passado foi em relação ao aspecto democrático em colocar a matéria para 25

o Consu, de compartilhar a responsabilidade. Sente-se mais tranquilo de votar aqui por retirar 26

de pauta, porque compartilhou isso com a congregação da FEA. Quando presencia uma 27

discussão semântica sobre aprovar e homologar, fica em dúvida sobre o significado, porque ao 28

votar no Conselho Universitário e congregações democratiza, mas o papel de dizer sim ou não 29

é também algo de uma formalidade que não tem muito sentido. Precisariam definir melhor em 30

uma norma o significado de aprovar e homologar. Não sabe se resolve muito o problema, 31

porque ele foi criado no momento em que foi aprovado, e aqui não está escrito “homologar”, 32

está escrito “aprovar”. Não sabe se resolve muito falar que o Cruesp decidiu que devem 33

homologar, mas decidiram que devem aprovar. Existe um conflito que não lhe parecer ser 34

apenas semântico, e é em prol da transparência e, supostamente, em um nível de democracia 35

maior. Então, tem questões que já na primeira vez em que aplicam essa norma, não estão bem 36

resolvidas. Elas têm de ser resolvidas de alguma forma até para que não se encontrem em 37

situações onde não sabem direito o que fazer. Essa questão precisa ficar mais clara e iluminada. 38

Aponta para esse ponto levantado pelo aluno que é membro da COP também, e a questão do 39

significado exato do papel que cumprem aqui. Lendo a deliberação parece que estão aprovando 40

153

algo que lhe dá a sensação que tem um peso maior do que simplesmente a homologação. A 1

Conselheira FLÁVIA TELES DOS SANTOS diz que gostaria de discutir a proposta de reajuste 2

salarial de 1,5% pensando de maneira conjunta a situação da Universidade hoje e o que está 3

colocado para os trabalhadores, para os professores e para os estudantes. Acha que a situação 4

aqui, que inclusive já apareceu em algumas das falas dos conselheiros, é de um contexto em 5

que faltam funcionários e professores, de acordo com a demanda, em várias unidades – 6

inclusive o curso de Midialogia está prestes a fechar porque possui pouquíssimos professores. 7

É possível verificar essa situação em várias universidades, inclusive, muitas vezes estudantes 8

com bolsa trabalho cumprem funções que deveriam ser de um funcionário. A mesma coisa 9

ocorre com a área da saúde. Não sabe se os conselheiros aqui conhecem a situação da saúde, 10

mas parece que não. Os trabalhadores daquela área estão lá fora reivindicando melhorias, 11

porque a situação hoje é de trabalhadores em situações-limite dentro dos hospitais da 12

Universidade, que têm pacientes que dormem no chão. Há também a situação das empresas 13

terceirizadas que ganham salários muito precários e a Universidade lava suas mãos, fingindo 14

que esses trabalhadores não atuam aqui. Considera que homologar um reajuste salarial de 1,5% 15

é aceitar mais um elemento de precarização do trabalho dessas pessoas junto a todos esses 16

elementos que colocou. Precarizar a educação e a saúde significa tornar mais incerta a vida 17

desses trabalhadores. O projeto de precarização da educação e da saúde do Governo do Estado 18

de São Paulo é do PSB, o mesmo partido do prefeito da cidade que teve escândalos de corrupção 19

no início do ano, ampliando mais esse problema. O reajuste salarial precisa ser visto em 20

conjunto com essa situação. Solicita a retirada de pauta dessa proposta, porque são esses 21

trabalhadores que mantêm o funcionamento da Universidade, em conjunto com os professores 22

e estudantes, e são eles que devem decidir sobre cada centavo que entra aqui, e não esse 23

Conselho Universitário antidemocrático. Inclusive, eles estão ali embaixo para mostrar que 24

querem decidir sobre o reajuste salarial e sobre suas vidas. É engraçado o discurso do Reitor 25

que diz que para uns é preciso manter a qualidade da carreira, e para outros não tem dinheiro, 26

que a crise da Universidade deve ser descarregada em suas costas. Se votarem hoje esse reajuste 27

salarial irão ignorar a luta dos trabalhadores, e também a assembleia dos estudantes de ontem 28

que decidiu que vai colocar sua mobilização para defender os direitos desses trabalhadores. A 29

Conselheira GRÁCIA MARIA NAVARRO diz que tem uma comunicação da congregação do 30

Instituto de Artes, que solicita, em sua unanimidade, a retirada de pauta do item aumento 31

salarial. “Reiterando a importância de se esgotar as negociações salariais junto ao Cruesp e 32

Fórum das Seis e, aí sim, vir para manifestação no Consu. A congregação do IA o faz com uma 33

preocupação que não somente se limita à questão financeira, mas que está implicada com uma 34

questão mais ampla, que se refere ao financiamento da universidade pública, com a necessidade 35

de preservar a autonomia universitária das paulistas num contexto mais democrático de tomadas 36

de decisões. O faz também sem desconsiderar a imensa dificuldade financeira que temos 37

enfrentado, bem como os esforços da Administração Central da Unicamp em achar soluções 38

para superar a crise instaurada. Mas considerando que a busca de soluções para o financiamento 39

da Universidade não pode mais se circunscrever a sacrifícios internos dos servidores docentes 40

154

e não docentes da Unicamp, entendendo que esse recurso está esgotado e que a busca de 1

soluções deva ser direcionada ao Governo do Estado, a partir do próprio Cruesp e do Fórum 2

das Seis.” A Conselheira RACHEL MENEGUELLO diz que voltará ao documento que é uma 3

manifestação oficial da Reitoria sobre esse processo. Acompanha a preocupação que o 4

documento coloca, de reafirmar o reconhecimento de que quem decide índices salariais é o 5

Cruesp, não os conselhos universitários. Considera muito importante ter vindo da Reitoria. 6

Lembra-se da discussão que tiveram no ano passado com relação à inserção desse ponto na 7

deliberação do Consu que trata de despesas perenes da Universidade, e o quanto que esse ponto 8

em específico, que em última instância é um ponto político com implicações financeiras de 9

dinâmica externa, poderia, eventualmente, enfraquecer uma onda que já vinha acontecendo – 10

espera que isso se modifique – que é de enfraquecimento do próprio conselho de reitores frente 11

à falta de financiamento, às ações de governo. Então, ao ver essa manifestação da Reitoria, 12

reconhecendo que é o Cruesp quem decide, a tranquiliza, porque percebe que a Reitoria da 13

Unicamp está atenta a isso. Esse documento reconhece que esse é um risco, não da parte do 14

professor Marcelo, como reitor, mas de quaisquer outros que poderão vir, e que fazem parte do 15

Cruesp, sejam da USP, ou da Unesp, nenhuma pessoa em específico, mas a composição do 16

Cruesp é importante para isso. Então, fica mais tranquila sabendo que as reitorias reconhecem 17

que há algo a ser preservado, que é a negociação salarial. Esse reconhecimento do papel do 18

Cruesp na definição dos índices a leva ao segundo ponto, que é o fato de que, em última 19

instância, tanto faz homologar quanto aprovar – essa deliberação vem de fora. E o fato de não 20

terem documentos da COP, como o conselheiro João Luis colocou, não ter uma série de 21

insumos para que possam arbitrar sobre a pertinência ou não de um índice salarial, é próprio da 22

natureza do inciso IX da deliberação. Ele é o único que depende de movimentos políticos 23

externos. Não dá para a COP, a cada reunião que fizer, ou que os reitores terão daqui a dois 24

dias, fazer o tempo todo pareceres sobre isso. Acha que isso justifica a discussão que tiveram 25

em setembro do ano passado, de quanto esse inciso estava em lugar errado. As discussões que 26

estão tendo aqui hoje, as manifestações, os assuntos variados, as múltiplas falas sobre questões 27

que até extrapolam a própria negociação salarial, são indicadores do quanto essa questão não 28

deveria ser colocada dessa forma neste Conselho. Nas outras negociações salariais isso sempre 29

foi socializado, sempre discutiram, os reitores sempre trouxeram para cá o que o Cruesp decidia, 30

agora estão colocando mediante uma aprovação de algo que, em seu modo de ver, parece inócuo 31

a essa altura do campeonato. As folhas da USP e da Unesp já foram feitas, e estão precisando 32

de uma aprovação aqui para rodar a da Unicamp. Não sejam ingênuos, não acredita que o 33

professor Marcelo vá na quinta-feira conseguir tirar, por exemplo, 5% em outro índice salarial. 34

Isso não vai acontecer. Estão vendo como o país se encontra. A inocuidade desse debate todo a 35

leva a reafirmar aquilo que foi afirmado meses atrás, do quanto que esse inciso em uma 36

deliberação Consu tem lugar impróprio. Quem sabe um dia revertam essa decisão. Hoje se trata 37

de uma deliberação que precisam cumprir. Entretanto, pela manifestação que o Reitor faz 38

reconhecendo que tudo isso se resolve lá fora, se resolve no Cruesp, e mesmo assim traz para 39

cá uma discussão com essa multiplicidade de manifestações, de assuntos variados, de algo que 40

155

na verdade até os está inviabilizando de decidir o que é para decidir. Apoia a retirada de pauta, 1

da mesma maneira que seus colegas, mas, muito mais, além do fato de a negociação não ter 2

terminado, é o fato de que isso é impróprio para ser colocado como pauta. O MAGNÍFICO 3

REITOR diz que foi até colocado e divulgado no boletim, aquele documento que coloca o 4

Fórum das Seis junto com o Cruesp como os responsáveis por discutir a data-base. Não 5

apareceu em nenhuma discussão, em nenhum texto, que no momento em que o índice é 6

proposto, a primeira coisa que o Fórum das Seis faz é dizer que levará esse índice para sua base, 7

para as assembleias, para a discussão, porque quer ouvir os trabalhadores. Isso acontece, e é o 8

correto. As pessoas que estão representando os trabalhadores, os docentes e os estudantes, 9

devem ouvir suas categorias. Não vê problema em que o reitor ouça o que pensa seu respectivo 10

conselho universitário. O oposto não é contestado e é ouvido. E na reunião foi dito que já iriam 11

com o indicativo de greve, mas que era preciso ouvir a base. O reitor aqui de plantão, que hoje 12

é ele, e Administração como um todo, precisam ter o cuidado de garantir que haja recursos para 13

todas essas questões levantadas. É um dilema, é um drama. Não tem um reitor, uma pessoa que 14

não gostaria de dar 12,56% de reajuste salarial. Mas seria uma irresponsabilidade sabendo da 15

crise, sabendo que não cabe no orçamento da Unicamp. Não se trata de uma negociação de 16

mercado, é uma negociação séria, onde os índices estão claros, os dados estão transparentes, e 17

sabem da situação financeira em que se encontram as três universidades. Não é um discurso de 18

crise, é uma crise de fato. Supondo que tivessem um conselho de reitores populista, que 19

decidisse dar, por exemplo, 20% de aumento, o Conselho Universitário sabe que não é possível 20

e tem a obrigação de ouvir e homologar ou não aquele reajuste. É para proteção da 21

Universidade. Por outro lado, se escolherem um índice intermediário, por exemplo, de 3%, 5%, 22

tem de ficar claro para o Consu o que isso pode representar, e não é ameaça, basta fazer as 23

contas. A Unesp não pagou o décimo terceiro. Fazem as contas e sabem que é mais 24

irresponsabilidade por parte da Administração aceitar um índice e depois correr o risco de não 25

ter recursos para honrar o pagamento de décimo terceiro. E por isso é fundamental que o Consu 26

tenha consciência desse risco e que homologue esse risco. Para ele está claríssimo que se trata 27

de homologar o índice do Cruesp e aprovar a despesa. O Conselheiro JOÃO LUIS SARAIVA 28

MORAES ABREU diz que, se basta fazer as contas, então elas deveriam estar apresentadas, e 29

todos os conselheiros aqui concordam com isso. Não à toa deliberaram, há menos de nove 30

meses, que é necessária a indicação pormenorizada dos impactos junto à proposta. Claro que o 31

debate é necessário, foi muito bom, mas uma questão aqui é factual: seguir com a proposta 32

dessa forma incorre em ilegalidade e abre precedente de questões que vão contra o intuito de 33

cada conselheiro neste Conselho Universitário. Então, irá solicitar de forma bem clara a votação 34

nominal quando forem votar a retirada de pauta, para ficar claro quem apela pela lei que não 35

pega e quem apela para que a cumpram o devido legal. E também irá pedir que a proposta seja 36

posta como retirada de pauta ou revogação da Deliberação Consu-A-020, de 2017, porque essa 37

é a única forma de prosseguir dentro da legalidade. E não há problema em prorrogar uma 38

semana para obter dados, para uma discussão mais aprofundada, se possível para o Cruesp 39

poder negociar mais. Enquanto conselheiros, precisam ter essa responsabilidade. A Conselheira 40

156

TERESA DIB ZAMBON ATVARS, para esclarecer as coisas e para que possam caminhar no 1

sentido objetivo de uma deliberação, diz que não podem deliberar pela revogação de um assunto 2

que não está em pauta, ou seja, a revogação da deliberação. Se o conselheiro quiser apresentar 3

para a próxima reunião a revogação da deliberação, obviamente a Administração tomará as 4

medidas para analisar a adequação ou não da inclusão em pauta. O Conselheiro JOÃO LUIS 5

SARAIVA MORAES ABREU diz que retira a solicitação, não tinha ciência disso. A 6

Conselheira TERESA DIB ZAMBON ATVARS diz que o conselheiro, então, propõe, como 7

outros, a retirada de pauta com um adendo de que a votação seja nominal. Farão isso no instante 8

em que terminarem todas as inscrições que ainda estão pendentes. O Conselheiro PAULO 9

SÉRGIO FRACALANZA diz que ontem, após a reunião da congregação do Instituto de 10

Economia, houve um debate com alguns conselheiros do Consu e, obviamente, as visões a 11

respeito do futuro são muito divergentes. É evidente que a situação teve alguma melhora em 12

relação ao ambiente trágico em que viviam, é indubitável que houve alguma pequena 13

progressão. Basta ver, por exemplo, o Informe Aeplan de março, que apresenta dados 14

consolidados de janeiro e fevereiro: o comprometimento acumulado com folha com respeito às 15

receitas do Tesouro do Estado, que perfazia 101,09%, em janeiro e fevereiro foi de 93%, então 16

houve um recuo. Entretanto, se olharem para o comprometimento total acumulado, ainda estão 17

no índice de 115,24%, ou seja, a situação ainda é dramática. Sabe que o senhor Thiago assumiu 18

há pouco tempo, com encargos incríveis, mas teria sido interessante ter disponíveis os relatórios 19

de abril e maio, que fariam toda a diferença para uma discussão mais qualificada, sobretudo 20

quando observam resultados de março, quando houve uma queda. Se fecharem esse período, 21

com os dados que possuem até agora, verificam um crescimento de 4,6%, mas não fará 22

previsões, não tem nenhuma ideia do que será o futuro. A Conselheira TERESA DIB ZAMBON 23

ATVARS pergunta se o professor Paulo incluiu maio. O Conselheiro PAULO SÉRGIO 24

FRACALANZA responde que sim. Pegaram os dados, na verdade, de 1º de junho, que já tinha 25

um parcial de maio. A Conselheira TERESA DIB ZAMBON ATVARS observa que maio não 26

está fechado ainda. O Conselheiro PAULO SÉRGIO FRACALANZA confirma que maio não 27

está fechado, por isso é um dado parcial. Então, é difícil fazer a previsão, e seria muito cauteloso 28

em fazer qualquer tipo de previsão neste momento, até porque vivem um ciclo político adverso 29

e bastante atípico. Normalmente em épocas de eleições, sobretudo federais e estaduais, existe 30

um aumento da atividade econômica. Este ano, provavelmente, será diferente. Há uma 31

conturbação política inenarrável e é difícil fazer qualquer tipo de projeção. Se fizessem aqui 32

uma enquete, acredita que o Conselho se mostraria absolutamente dividido sobre o que o futuro 33

reserva. Haverá pessoas com uma visão mais otimista e outras com uma visão bastante 34

pessimista ainda, e esse é um impacto ponderável no momento em que precisam decidir um 35

índice de reajuste que terá efeitos futuros. Mas imagina que haja um consenso de que esta é 36

uma crise histórica, a maior que viveram na República brasileira, e que já se acumula uma 37

defasagem bastante expressiva em termos de reajuste. Considerando o impacto da inflação deste 38

ano para a próxima data-base, ela se torna ainda mais expressiva. E é claro que possuem a 39

sensibilidade de que os funcionários com salários mais baixos são os mais impactados pela 40

157

crise. Concorda com a professora Rachel que as negociações no âmbito do Cruesp não 1

produzirão um efeito diferente daquele que já foi sinalizado. Não tem nenhuma dúvida de que 2

a USP e a Unesp não vão conceder reajustes maiores do que 1,5%, inclusive já deve ter sido 3

difícil chegar a essa proposta. Fica receoso de que inviabilizem um acordo no Cruesp por conta, 4

sobretudo, da autonomia universitária, que exige uma negociação centralizada e que tem se 5

mostrado cada vez mais porosa. É bastante complicado para os conselheiros trazer essa 6

discussão para o Conselho Universitário, principalmente em um momento em que estão muito 7

divididos. A congregação do IE considerou que talvez fosse oportuno aprovar esses 1,5% agora, 8

já que é o que possuem, mas que tivessem, dentro da própria nota que a Reitoria propôs, uma 9

possibilidade de discutir, ao longo do ano, sobretudo se a situação melhorar. O segundo 10

semestre normalmente é melhor do que o primeiro, mas não sempre, e 2014 é um exemplo 11

dessa visão contrafactual, já que a crise atingiu em cheio justamente o segundo semestre 12

daquele ano. Mas se este ano seguir a tendência que geralmente ocorre, e se tiverem um 13

aumento da arrecadação de ICMS que chegue mais ou menos ao nível em que estão, de 4,6% 14

ou mais, teriam de fazer uma discussão mais qualificada. A congregação do Instituto pensou 15

uma proposta, que sabe que é completamente extemporânea neste momento, mas é apenas uma 16

proposta que não tiveram muito tempo para elaborar. O vale-alimentação, que não é reajustado 17

há vários anos, poderia ter um aumento de R$150, chegando assim a R$1 mil. Esse reajuste 18

faria com que tivessem uma despesa anualizada de R$18 milhões, o que corresponderia a 19

exatamente 1% de reajuste salarial. A questão interessante desse aumento, pensada na 20

congregação como uma medida alternativa, é que ele é linear. Dessa forma, para quem está no 21

piso – e o conselheiro Diego informou que 70% dos funcionários estão no piso, ou próximo 22

dele – isso representaria um aumento da ordem de 5 ou 6%, que somado a 1,5% de reajuste 23

corresponderia a 7,5%, chegando a um nível muito mais próximo dos 12,56%, com um impacto, 24

na verdade, menor do que 1,5%, ou o equivalente a um reajuste de 1%, dependendo da 25

categoria. Na verdade, o que está propondo é que avaliem a progressão das receitas ao longo 26

do tempo, e que conversem com base em uma proposta que não fira o acordo que possuem com 27

o Cruesp, permitindo algum avanço neste momento complicado, em um ano completamente 28

incerto, sobretudo para os segmentos de mais baixo salário. Então, a congregação do Instituto 29

de Economia, diferentemente de outras unidades cujos diretores aqui se manifestaram, não foi 30

contra a proposta da homologação, muito pelo contrário, mas imagina que essa negociação deve 31

continuar. Está aqui apresentando a proposta preliminar elaborada pela congregação, 32

considerando que há medidas interessantes que podem ser tomadas ainda neste ano com 33

impacto significativo sobre um conjunto de trabalhadores, e não está com isso sugerindo trocar 34

direito por benefícios, que podem ser retirados, mas, neste momento, poderia ser um argumento 35

mais palatável. A divisão, como vários aqui disseram, não faz o menor sentido no momento de 36

crise da Universidade. É claro que estarão divididos por várias questões e, futuramente, por 37

questões inclusive ainda mais críticas, mas acha que podem ter uma solução intermediária que 38

lhes permita eliminar um pouco do impasse. O Conselheiro JOÃO BATISTA DE MIRANDA 39

diz que se despede hoje do Consu, já que no próximo dia 25 se encerra sua gestão como 40

158

superintendente do Hospital de Clínicas. Agradece todo o apoio da Administração Central e do 1

Consu. Começou na superintendência como coordenador de administração, em 2009, e desde 2

então não lhe faltou apoio da Administração Central na condução do HC, tanto na gestão do 3

professor Tadeu quanto na do professor Marcelo. Por outro lado, infelizmente daqui de dentro 4

do Consu repetidas vezes saem comentários negativos sobre o HC que não são verdadeiros. 5

Não faltam insumos no HC. O Hospital trabalha a todo vapor, a não ser nos últimos 10 dias, em 6

razão da greve que assolou o país e que causou os transtornos que todos sabem. Ontem, tiveram 7

uma reunião em que consolidaram os números do HC. Com toda a crise por que o Brasil passou, 8

o HC não reduziu em nada a sua assistência, mantendo investimentos importantes tanto na 9

infraestrutura quanto no seu parque tecnológico. Esclarece que ninguém dorme no chão no 10

Hospital de Clínicas. Ele é um hospital público e preza pelo acolhimento dos seus pacientes, 11

pela humanização e pela qualidade do seu atendimento. O HC tem 405 leitos ativos, e este ano 12

estão completando a reposição de todas as camas. São camas extremamente confortáveis para 13

os pacientes e que facilitam muito seu atendimento pelo corpo de profissionais do HC – técnicos 14

de enfermagem, auxiliares, enfermeiros, médicos. Então, se precisarem do HC, podem ir até lá, 15

serão bem acolhidos e terão tratamento excepcional, de primeiríssima linha. Devem sentir 16

orgulho do Hospital que possuem. Isso não é desabafo, é informação: o HC é um dos melhores 17

hospitais públicos do Brasil. E 72% do seu orçamento é oriundo da Universidade. Recentemente 18

foi até a Secretaria de Estado em busca de mais recursos, e ouviu do coordenador econômico 19

que a Secretaria está com déficit este ano de R$1,5 bilhão e que não poderia ajudar, que o 20

Hospital terá de fazer o que precisa com os recursos que possui. E está fazendo. Em relação ao 21

tema que está sendo discutido, foram aqui colocadas muitas questões extremamente 22

interessantes e concorda com a maioria delas. Mas, no seu modo de entender, precisam 23

considerar primeiro o comunicado do Cruesp, que menciona exatamente o que estão dizendo 24

aqui: que o Brasil está em crise, há um déficit importante na reposição dos salários dos 25

funcionários, não é possível conceder mais que 1,5% de reajuste e vão continuar a negociação. 26

Sugere que essa proposta do professor Paulo seja levada para consideração do Cruesp na 27

próxima reunião. Possuem os dados da situação orçamentária da Universidade e acha que pode 28

dizer isso com certa autoridade porque tem negociado, nos últimos quatro anos, os índices de 29

reajuste dos funcionários Funcamp. E algo que ficou muito claro na última negociação é que os 30

funcionários aceitaram um reajuste menor do que aquele que foi negociado pela classe patronal. 31

Como administrador, tem grande satisfação em poder dizer que mesmo com essa crise o HC 32

não demitiu nenhum funcionário. Não foi concedido o reajuste ideal, mas nenhum funcionário 33

perdeu o principal, que era ter o seu trabalho e sua remuneração. Falaram com todos e todos 34

aceitaram, e assim que for possível, o reajuste também será reposto. Acha que é o que está 35

acontecendo com a Universidade. Duvida que aqui alguém tenha coragem de propor um 36

reajuste de 10%. Como administrador do HC, foi responsável, e pensa que é o que a 37

Universidade está fazendo. É claro que gostaria de ter 15, 20, 30% de aumento no seu salário. 38

Está com a sua livre-docência pronta há quatro anos, e não pôde fazer a progressão, está 39

esperando. É preciso ter responsabilidade e consciência de não há condições para isso. É essa a 40

159

posição que deve prevalecer neste Consu, e devem consultar a PG sobre a questão da 1

documentação. O Conselheiro JOÃO MARCOS TRAVASSOS ROMANO diz que após ouvir 2

todas as manifestações dos conselheiros e inclusive os comunicados lidos pela Reitoria, ainda 3

está bastante inclinado a apoiar a retirada de pauta. Primeiro porque não levou o assunto para 4

deliberação da congregação da Feec, ao contrário de outros colegas que aparentemente levaram 5

às suas congregações. Tratou do tema no Expediente, e os representantes de funcionários na 6

congregação leram um manifesto muito veemente contrário ao índice de 1,5%. Poucos colegas 7

atentaram para a importância de olhar a situação da Universidade, mas não houve uma reação 8

no sentido de aprovação do índice. Saiu de lá com a tendência de defender a retirada de pauta. 9

Considera boa a ideia do professor Antonio de que se esse for realmente o procedimento a ser 10

adotado a partir de agora, e é o que está escrito, que ampliem essa democratização, 11

possibilitando que os diretores levem a discussão para as unidades. Teria interesse até de ter 12

ouvido mais diretores e mais pareceres de congregações aqui. Além disso, ainda está um pouco 13

inseguro, e sabe que provavelmente vai deixar de estar depois que a PG se manifestar, mas 14

observou que os documentos lidos pelo professor Marcelo e pela professora Teresa, os quais já 15

havia lido pela internet, são um pouco diferentes. Não está provocando nem pondo em xeque, 16

mas há diferenças nos termos dos dois documentos. Estão homologando o índice, mas estão, 17

como diz a deliberação, aprovando uma despesa, e passa a impressão de que se trata de um 18

assunto resolvido, aprovaram essa despesa de 1,5% e ponto. Não fica explícito, nem sequer 19

implícito, que vai haver mais negociação, como se estivessem aprovando no mínimo 1,5%. 20

Acha que nem está aqui, mas seria algo que talvez desse mais tranquilidade. O conselheiro João 21

Luis se referiu a algo que será esclarecido pela PG, e a questão sobre o parecer da COP é 22

importante, porque se trata de um documento mesmo. Mas não gosta de ser convencido nem de 23

convencer os outros à custa de filigranas jurídicas. O professor Wagner citou que a data-base é 24

um momento em que a Universidade devia estar mais unida, mais fortalecida, em nome de uma 25

missão maior. Acha que o professor Marcelo tem toda condição de liderar esta Universidade 26

mais unida. Observa que o momento mais desagradável que teve enquanto diretor foi o do corte 27

de 30% nas GRs, quando ficou em evidência uma Universidade muito dividida, que teve 28

também afetadas as relações entre docentes e funcionários em diversas unidades. Não sabe qual 29

será o resultado da votação aqui hoje, se será ou não retirado o assunto de pauta, e se não for, 30

qual será a decisão, mas tem certeza de que haverá essa divisão. Em termos de negociação, acha 31

que há um fortalecimento se a iniciativa partir daqui. É preferível que a Reitoria se apresente 32

ao Cruesp para continuar a negociação, se não houver consenso no Consu, do que deliberarem 33

aqui por uma diferença muito pequena de votos e imporem o índice. Preocupa-se com essa 34

divisão, e já na reta final de sua gestão, deseja tentar contribuir para uma Universidade um 35

pouco mais unida em torno dos temas que verdadeiramente interessam. O MAGNÍFICO 36

REITOR passa a palavra para as professoras Marisa e Teresa, para que façam alguns 37

esclarecimentos. A Conselheira MARISA MASUMI BEPPU diz que tentará auxiliar a 38

compreensão de como a Aeplan e de certa maneira a PRDU participaram dando subsídios para 39

a questão das reuniões do Cruesp. Sempre é a Aeplan quem fornece os dados para as reuniões 40

160

de negociação do Cruesp. Neste ano, não foi diferente. O senhor Thiago está extremamente 1

sobrecarregado, porque talvez ainda ninguém imagine, mas estavam, duas semanas atrás, 2

reunidos para tentar verificar como introduzir emendas e algumas situações que sejam mais 3

favoráveis à Unicamp na LDO 2019, que está em pauta na Alesp. Sabe que as agendas se 4

superpõem bastante, além disso chegam novas demandas de como contabilizar um elemento 5

orçamentário ou outro, mas a Aeplan fez o trabalho bastante sério, técnico, de mensurar 6

impactos, verificar como estava a situação, e esses documentos, esses dados, existem e estão 7

muito bem contabilizados. Inclusive esse material foi utilizado para a reunião, então fica 8

incomodada quando alguém sugere que estão sem dados. O professor Marcelo já colocou em 9

outro momento que as equipes técnicas foram muito receosas em propor qualquer índice, e foi 10

justamente o parecer exarado pela COP acerca da revisão orçamentária que serviu como base 11

para o que foi levado como instrumento técnico para essa reunião. O professor Marcelo também 12

mencionou que por isso mesmo o índice colocado lá foi, pela equipe técnica, de zero. Mas, ao 13

mesmo tempo, entendem que os estudos e toda a discussão que hoje está aqui é exatamente 14

entre o técnico versus o político versus a realidade versus os desejos e versus várias outras 15

agendas que existem, inclusive as agendas aqui propriamente colocadas, pelo STU e pela 16

Adunicamp, e também o movimento que vivem sempre em anos pares, porque possuem a 17

agenda externa permeando a agenda interna da Universidade, a vontade de ter expressão e palco 18

partidários etc. Entendem tudo isso. O fato é que os dados existem, eles podem ser 19

compartilhados, as negociações não são feitas com base em achismos, e o 1,5% não foi uma 20

submissão ao Cruesp, foi um respeito às equipes técnicas, porque uma situação que levavam 21

com muita seriedade é olhar o índice de inflação. Isso até o fechamento de abril, que foi um 22

mês realmente estranho, em que houve deflação e o índice previsto anual caiu para 1,29%, se 23

não está enganada. A conclusão foi que esse índice traz um pouco de insegurança ainda, mas 24

pelo menos o índice com que fizeram todas as medidas desta gestão vai poder, de alguma 25

maneira, ser olhado, ser amparado. Mas, se há perdas – e isso também é uma questão de 26

discussão –, não entende que seja este o momento para avançarem em recuperações. Sabe que 27

é muito chato que as equipes técnicas e propriamente a PRDU, como presidência da COP, 28

tenham de se colocar de maneira tão conservadora. O conselheiro Diego utilizou a palavra 29

“cansado”, e realmente estão cansados. Porque fazem várias ações, nenhuma gestão publicou 30

tantos números quanto esta, e a sensação que possuem é que sempre faltam dados. Não será 31

contra o clamor de dados de ninguém, acha que precisam ter o máximo possível deles, mas é 32

muito importante que entendam como o andamento das negociações chegou dessa forma. 33

Entende também que há a questão de duas sessões anteriores do Consu que aprovaram a 34

Deliberação Consu-A-020/2017. Houve uma primeira aprovação, depois uma tentativa de 35

revogar, com base nesse ponto, mas a Gestão já colocou que a ideia era respeitar o Cruesp. 36

Então, apesar de ter sido colocada aqui a questão de uma suposta falta de documentações etc., 37

no entendimento da presidência da COP o Consu é sempre soberano, e existia uma intenção, 38

uma vontade dos reitores, e pode atestar principalmente que do professor Marcelo, de que 39

simetricamente a despesa pelo menos desse índice que já seria dado nas outras universidades 40

161

fosse homologado pelo Consu, porque acha justo que todos saibam dos impactos que isso 1

representa. Então, não foi bypassar, não se trata de fazer lei pegar ou não pegar, mas 2

simplesmente o entendimento de que este Conselho também já decidiu sobre questões 3

anteriores compreendendo uma particularidade de um momento. Entretanto, reitera que o 4

Consu é soberano. O que está sendo colocado aqui – e ressalta que a equipe técnica trabalhou 5

muito seriamente nesses dados, pode prestar todos os esclarecimentos das tabelas etc. – é que 6

achavam que era importante, simetricamente às outras universidades, com o andamento das 7

negociações, já poder colocar isso em folha para as pessoas, se essa for a vontade do Conselho 8

Universitário. Não tem qualquer filiação partidária e não concorda em vários momentos que a 9

Universidade seja utilizada como palco para isso. Acredita sim na manifestação política, na 10

forma pública e democrática das manifestações, mas possuem pontos de vista diferentes. Desde 11

o início de sua gestão à frente da PRDU, colocou que existem aqueles que acham que devem 12

fazer o mais confortável possível, que seria atender a todas as demandas. Entretanto, no futuro 13

terão o crash, e não consegue acreditar que indo para a frente do Palácio dos Bandeirantes ou 14

da Alesp reivindicar conseguirão as coisas. Prefere pensar talvez de maneira conservadora aos 15

olhos de alguns, talvez de maneira consequente demais, ou excessivamente técnica. Entende o 16

lado político, mas acha que este momento não cede espaço para que delonguem convulsões que 17

não são necessárias. Acha que a garantia das negociações foi aqui colocada claramente, todos 18

os dados numéricos que demandarem o senhor Thiago tem à disposição, e a COP é um 19

subconjunto deste Conselho. A Conselheira TERESA DIB ZAMBON ATVARS diz que um 20

dos pontos que lhe chamou a atenção em várias falas é que parece que não estão tratando da 21

pauta de hoje. Nela há dezenas de folhas que tratam da revisão orçamentária que mostram 22

exatamente qual é a realidade com a qual estão trabalhando, que não é a dos sonhos. A 23

conclusão do Informe Aeplan, apresentado à COP e posteriormente à CAD, é clara, como 24

consta às folhas 53: “Face ao exposto, destacamos a importância de manter todos os esforços 25

possíveis para atingir novamente o equilíbrio entre receita e despesa, buscando alternativas para 26

redução das despesas fixas antes do esgotamento das receitas financeiras. A Aeplan reforça a 27

necessidade de continuidade de adoção de medidas de contenção de gastos e melhor utilização 28

dos recursos da Universidade”. Portanto, o reajuste de 1,5% agrava o déficit orçamentário, e 29

ele vai se agravar se não trabalharem, mas a Administração tem trabalhado intensamente na 30

redução de despesas. Por isso faria a seguinte retificação na fala do professor Paulo: há os muito 31

otimistas, os muito pessimistas e há os realistas. E a realidade está se impondo. Seria muito 32

cômodo para esta Administração acatar o reajuste de 12,6%. O comprometimento com folha 33

anualizado está em torno de R$170 milhões, 12,6% de reajuste dá cerca de R$19 milhões por 34

mês, vezes 13,3, incluindo o décimo terceiro, representariam quase R$250 milhões. Pergunta 35

se os conselheiros consideram isso possível. Já existe um déficit de R$240 milhões ao qual 36

acrescentariam R$250 milhões, totalizando quase R$500 milhões. É o saldo bancário. Portanto, 37

acha que precisam olhar as questões do ponto de vista muito objetivo, e talvez uma grande 38

diferença entre o que está sendo discutido no Cruesp hoje e a prática anterior é que ali havia 39

uma espécie de leilão, os reitores jogavam para baixo, o Fórum jogava para cima, e iam fazendo 40

162

a conta até chegar a um valor. Não é mais possível trabalhar assim. Ouviram a COP antes, 1

ouviram a ponderação da Aeplan, e levaram o índice possível. Felizmente, as reuniões do 2

Cruesp são gravadas, e nela foi afirmado que o reajuste possível é 1,5% e continuarão a discutir 3

em cada universidade a pauta específica, e há várias pautas específicas para a Unicamp, 4

inclusive a que o professor Paulo sugere, que é o reajuste do vale-alimentação. A USP, por 5

exemplo, quando aprovou no seu Conselho o índice de 1,5%, propôs exatamente aquilo que o 6

professor Paulo propõe aqui, que é uma excelente ideia, e continuarão acompanhando a 7

evolução da arrecadação do ICMS. Portanto, votará contra a retirada de pauta em qualquer das 8

suas modalidades, porque acha que precisam pensar daqui para frente e não ficar discutindo 9

coisas que não vão se efetivar. Não é possível um reajuste maior do que 1,5%, e 1,5% já é um 10

risco, a pauta de hoje mostra isso. Acha que a proposta organizada pelo professor Paulo é 11

absolutamente pertinente e coerente com aquilo que discutiram no Cruesp. O MAGNÍFICO 12

REITOR diz que foi mencionada a questão, que é fundamental, dos 70% de servidores que 13

estão no teto. E sempre, ou quase sempre, não fazem um complemento que é importante: o 14

motivo pelo qual aconteceu isso e por que chegaram a essa situação. Houve um processo parcial 15

de busca da isonomia com a USP, em que foi feito um aumento dos pisos salariais da 16

Universidade, que variaram entre 15 a 25%, e se esqueceu daqueles trabalhadores que estavam 17

aqui há 20, 25 ou 30 anos. Então, houve um aumento do piso, que é uma discussão que está 18

consolidada, que é razoável, pois é importante ter a isonomia com a USP, porém aqueles 19

funcionários que estavam aqui há muitos anos tiveram o salário absolutamente achatado. Isso 20

é um desrespeito com esses funcionários que dedicaram a vida à Universidade. Precisam buscar 21

fazer esse desachatamento, mas todos sabem que a situação hoje ainda é dramática. O aumento 22

de 1,5%, que todos aqui reconhecem que é pequeno para as pessoas, já é difícil, então esse é o 23

dilema que vivem hoje. A questão está clara: o Cruesp vai continuar discutindo com o Fórum 24

das Seis, e é lá o fórum de discussão. Se fizerem uma correlação entre aquelas pessoas que 25

assinaram o pedido de Consu extraordinário para rediscutir essa questão, justamente com as 26

pessoas que se manifestaram aqui, ela é de 95%. Ou seja, há uma questão que é inerente, e é 27

legítima, não está criticando, mas que vai além dessa discussão, que é essencialmente, hoje, 28

financeira e política. Então, a questão da divisão aparece nesses momentos, é natural, mas ela 29

não vem da Administração. Realmente se trata de cautela neste momento complicadíssimo que 30

vivem. Destaca duas manifestações feitas aqui: do acadêmico João Luis, que comentará depois, 31

e do professor Paulo, que foi o único a colocar uma proposta concreta e viável. A professora 32

Rachel disse que a situação efetiva que possuem é essa, e pergunta de que maneira vão avançar. 33

Retirar de pauta vai apenas adiar o 1,5% no holerite dos trabalhadores. O conselheiro Diego 34

disse que o índice é irrelevante, mas não sabe se todos concordam, então como representante 35

dos trabalhadores ele deveria tomar esse cuidado específico. Em relação à manifestação do 36

conselheiro João Luis, há uma inconsistência, mas concorda com as colocações feitas por ele. 37

Acha que precisam ampliar essa discussão, colocar os números, debater, ir mais a fundo, ao 38

contrário de outras falas que afirmam que não cabe ao Consu discutir essa questão. Acha que 39

cabe e já externou sua visão sobre isso. Concorda com a posição do conselheiro João Luis de 40

163

que foi cometido um erro de procedimento. Solicitou um parecer da Aeplan, que foi enviado 1

para a PRDU, a professora Marisa encaminhou para ele, que utilizou esses dados na discussão, 2

e o parecer diz que neste momento não seria razoável ter um aumento, mas, de fato, não foi 3

pautado formalmente na COP, o que seria algo importante. É obviamente contrário à retirada 4

de pauta porque considera importante que tenham essa igualdade com USP, Unesp e com o 5

Cruesp, e acha que podem perfeitamente aqui no Conselho Universitário aprovar 6

condicionalmente a uma posterior aprovação na COP. Essa é uma ação que já foi feita diversas 7

vezes quando há esses erros de procedimento, e pessoalmente se responsabiliza por essa 8

questão. Mas a retirada de pauta tem precedência. Deixa claro que é absolutamente favorável 9

ao fortalecimento do Cruesp, pois sem ele estariam em uma situação ainda pior, pois as 10

universidades públicas, em particular as universidades públicas paulistas, estão sob ataque em 11

todas as frentes. Não é só financeiro, não é só econômico, não é só com este governo, mas 12

provavelmente com o governo que virá. E o fortalecimento do Cruesp é fundamental para o 13

fortalecimento de cada uma das universidades e do sistema de educação público paulista. 14

Apesar de muitos terem falado aqui que a Reitoria deveria buscar mais recursos, e que isso não 15

tem sido feito, afirma que isso tem sim ocorrido. Tem ido atrás de tudo o que é possível, seja 16

na Alesp, conversando com cada deputado – inclusive conquistaram os royalties do petróleo, 17

que não foi um trabalho fácil –, e estão trabalhando intensamente para conquistar outras ações 18

na LDO que são importantes. Foram realizadas dezenas de reuniões na SPPrev, na Secretaria 19

da Fazenda, falou pessoalmente com cada secretário, mas infelizmente sabem como é a política 20

no Brasil. Um dia foi solicitar recursos para um secretário que respondeu que ele tinha ido no 21

momento errado, pois seria destituído do cargo naquele mesmo dia. Visitou cada secretário de 22

governo, todos os deputados, o governador atual, o governador anterior, e chegou a ir com o 23

professor Miranda falar com o Presidente da República, para solicitar recursos para o HC. 24

Fizeram todo o possível para lutar por recursos para a universidade pública, por recursos para 25

a Unicamp. Fazem todas essas tratativas, mas a maior aposta é na área da Saúde. O professor 26

Miranda comentou que a área da Saúde não consegue atender e crescer da maneira que 27

precisaria porque ela está travada pelo orçamento da Universidade, que por sua vez se ressente 28

muito da área da Saúde, que é subfinanciada pelo Governo do Estado. Têm ido e lutado 29

semanalmente por esse recurso, portanto não é verdadeiro dizer que não vão atrás de recursos. 30

Lutam pela universidade pública e pelo fortalecimento do Cruesp. Ouviu diversas vezes aqui 31

que estão fazendo discurso da crise, mas não é discurso, possuem R$240 milhões de déficit. 32

Essa é a realidade. O Conselheiro ANTONIO JOSÉ DE ALMEIDA MEIRELLES pergunta se 33

não há problema em votarem sem o parecer da COP, já que a deliberação aprovada pelo 34

Conselho Universitário ano passado previa isso. O MAGNÍFICO REITOR responde que 35

podem aprovar condicionado à aprovação da COP. A doutora Fernanda pode esclarecer melhor, 36

mas isso já foi feito em diversas situações. A doutora FERNANDA LAVRAS COSTALLAT 37

SILVADO esclarece que essa previsão na Deliberação Consu, dos documentos que devem 38

compor a pauta para uma decisão, tem como finalidade que o Conselho Universitário tenha 39

todos os elementos para decidir sobre a criação ou não de uma despesa nova, permanente, de 40

164

pessoal. Se o Conselho Universitário já tem esses elementos para decisão, acredita que ele pode 1

tomá-la, até podendo avocar um parecer da COP, cujos membros são membros titulares do 2

próprio Conselho Universitário, e pelo artigo 48, alínea i dos Estatutos, ele poderia avocar esse 3

parecer. Na verdade, esse artigo fala até de avocação de decisões. Nesse caso não seria uma 4

decisão da COP, seria um parecer. Então, não vê problema que o Conselho delibere sobre esta 5

proposta, se entender que possui os elementos para a decisão. O MAGNÍFICO REITOR diz 6

que então o Consu, caso se sinta confortável com os elementos que tem, pode decidir. De 7

qualquer forma, agradece o conselheiro João e diz que realmente é um processo que vão 8

aprimorando. Essa discussão é rica, importante e naturalmente precisa ser feita. Não havendo 9

mais observações, primeiramente submete à votação a proposta de que a votação seja nominal, 10

que é rejeitada com 21 votos favoráveis, 37 contrários e 08 abstenções. Em seguida, submete à 11

votação a retirada de pauta, que é rejeitada com 28 votos favoráveis, 37 contrários e 01 12

abstenção. Em seguida, submete à votação a homologação do índice de 1,5% proposto pelo 13

Cruesp, sem detrimento da continuidade das discussões, seja no Cruesp com o Fórum das Seis, 14

e naturalmente com a negociação das pautas específicas nas diferentes universidades, em 15

particular aqui na Unicamp, que é aprovada com 33 votos favoráveis, 21 contrários e 12 16

abstenções. O MAGNÍFICO REITOR passa ao item 1 da Ordem do Dia Suplementar, da 17

Faculdade de Tecnologia, que trata: a) Proc. nº 37-P-15086/2017, da proposta de criação do 18

curso de graduação em Engenharia de Transportes, noturno, com 50 vagas, condicionada à 19

extinção do curso de tecnologia em Construção de Edifícios, noturno; e b) Proc. nº 37-P-20

23242/2009, que trata da proposta de extinção do curso superior de tecnologia em Construção 21

de Edifícios, noturno (curso 83), com 50 vagas, condicionada à criação do curso de graduação 22

em Engenharia de Transportes, noturno. Informa que este item precisa de dois terços dos votos 23

para aprovação. A Conselheira LUÍSA ANDRÉIA GACHET BARBOSA diz que a Faculdade 24

de Tecnologia solicitou a criação do curso de Engenharia de Transportes, primeiro, porque o 25

curso oferecido hoje, Tecnologia da Construção de Edifícios, está tendo muito baixa demanda 26

e há uma infraestrutura com laboratórios, professores, técnicos, que podem oferecer um curso 27

de engenharia. Procuraram um curso que não duplicasse outro existente no campus de 28

Campinas. Fizeram uma pesquisa e chegaram à conclusão de que a grande lacuna no mercado 29

é a de um profissional bem formado na área de Engenharia de Transportes. Apresentaram a 30

proposta para alguns profissionais da área, inclusive alguns de São Paulo da USP, e também da 31

USP de São Carlos, que analisaram a grade, deram algumas sugestões de disciplinas, porque o 32

curso de Engenharia de Transportes é comumente oferecido para a pós-graduação, mas não para 33

a graduação. Havia um curso na faculdade chamado Tecnologia em Estradas, e muitos docentes 34

já ministraram as disciplinas voltadas para o tema de rodovias, ou seja, já há um corpo docente 35

na área de Engenharia Civil, um pouco na área de Estradas, que poderiam vir a dar essas 36

disciplinas. Estão solicitando agora alguns docentes para disciplinas um pouco mais profundas 37

na parte de operacional, de transportes, para completar rodovias e ferrovias. Preferiram criar 38

um curso com uma grade mais próxima da realidade da Faculdade. Criaram o curso, solicitaram 39

o mínimo necessário de docentes e aproveitaram o máximo da infraestrutura. Com a procura 40

165

do curso poderiam evoluir e, assim como a comissão do Consu que avaliou o curso, poderiam 1

colocar outras disciplinas da parte de embarcados, em que entraria informatização e 2

telecomunicações. Dessa forma, teriam outros laboratórios que a faculdade ainda não tem, mas 3

isso seria em um segundo momento de evolução. Nesse primeiro, ficariam mais com a parte de 4

ferrovias e de rodovias, que já está consolidada. É importante ressaltar isso, pois aprovaram na 5

primeira pauta o fechamento de um curso na FT, e ela absorveu as 40 vagas desse curso e as 6

dividiu nos cursos restantes. Com isso colocaram mais alunos nas salas de aula, adicionando 7

um pouco mais de aulas para os professores ministrarem, dessa forma, estão aumentando as 8

tarefas. Com isso, não podem criar um curso novo de engenharia e sobrecarregar os docentes 9

ainda mais. Em um futuro próximo irão seguir as orientações da comissão, que era formada 10

pelo professor Alberto Serpa e mais dois docentes, e faria uma grade um pouco mais avançada, 11

voltada para a parte de embarcados. Esse é um assunto que vêm discutindo com bastante 12

cuidado na Cepe, por ser uma reestruturação dos cursos de graduação da Faculdade. Essa 13

reestruturação se iniciou em 2012, sob a direção do professor José Geraldo. Naquela época, 14

alguns cursos passaram de cursos de tecnologia para cursos de engenharia. O professor Marcelo 15

era pró-reitor de graduação e os auxiliou bastante na forma como fizeram a formação dos cursos 16

de engenharia, bastante enxutos, próximos do mínimo que o MEC exigia, de 3.600 horas, 17

colocando a parte de estágios, para fazer também para fora do país. O MAGNÍFICO REITOR 18

diz que ouviu algumas pessoas pedindo para que comente um pouco sobre a questão de 19

necessidade do quadro docente. Seria importante reafirmar o que será necessário, 20

eventualmente, e o que é solicitado. A Conselheira LUÍSA ANDRÉIA GACHET BARBOSA 21

diz que, inicialmente, estão solicitando cinco novos docentes, da seguinte forma: um docente 22

de cálculo, um de física, um que vai trabalhar com a parte de cálculo numérico e mais a parte 23

de logística, que estaria trabalhando nas duas áreas, e outros dois docentes para trabalhar na 24

parte de engenharia de transportes, tecnicamente falando. Tem as disciplinas que foram 25

colocadas, porque quando se cria um curso aqui em Campinas, a unidade tem um docente da 26

Física que vai dar aula de física no curso de engenharia. Na FT não. Tem o professor de física 27

da FT e um professor de cálculo. Não tem um professor do IFGW que presta serviço lá, então, 28

o docente de cálculo dá aula para todos os cursos que têm as disciplinas de cálculo, de 29

estatística, de álgebra linear e de geometria analítica. O curso de tecnologia tem a duração de 30

três anos e meio, e o de engenharia cinco anos e meio, então, é adicionado um ano de disciplinas 31

do bloco das básicas, sendo que é preciso pelo menos um professor de cálculo, porque haverá 32

cálculo 2, cálculo 3 e cálculo numérico, então, o professor que entrar agora vai ter esse bloco 33

de disciplinas sob sua responsabilidade. Como é tecnologia, ele não ministra física 3 nem 34

laboratório 1, 2, nem 3 e física. Para a engenharia precisará ministrar. O professor de transportes 35

atuará bastante nas disciplinas específicas e profissionalizantes de transportes, as quais não 36

possuem. As outras disciplinas de transporte, como já citou que têm, por seguir uma grade 37

próxima, não estão solicitando. Solicitarão a alguns professores que façam alguns cursos, se 38

atualizem, para aproveitar o corpo docente atual. Mas, para que algumas disciplinas, como o 39

professor Pilli comentou no Consu passado, mantenham a qualidade da Unicamp, precisarão de 40

166

pelo menos duas novas contratações. Estão tratando da criação de um curso de engenharia 1

dentro da Unicamp, e está solicitando duas contratações na área de básicas e duas novas 2

contratações na área de profissionalizante, e um que atenda um pouco da básica, que é cálculo 3

numérico, e um pouco da logística, que seria parte da logística do transporte. E estão solicitando 4

essas disciplinas de forma escalonada, não são cinco de uma única vez, elas podem ser 5

concedidas a partir de 2019 um professor, 2020, 2021, 2022 e 2023. Como estão em negociação, 6

a Administração pode apontar que não é possível contratar este ano, por exemplo, mas a partir 7

de 2019, a partir de 2020. Mas enxugou ao máximo esse pedido. Com menos de cinco 8

contratações terá muito problema na congregação da faculdade, porque estão absorvendo as 40 9

vagas do curso de Ambiental, que detestou a forma como fez, mas foi por voto de minerva que 10

teve de ficar com eles, porque metade da faculdade queria permanecer com o curso aberto e 11

metade não. Mas quis fechar o curso de dia. Já votaram o assunto, mas terá de arcar com a 12

responsabilidade de ter sala de aula com mais alunos e professor com mais aula. Há 72 docentes 13

na faculdade, dos quais nem todos são RDIDP, alguns são MS, mas ainda tem uma categoria 14

MTS, da qual não se pode exigir dedicação exclusiva, nem orientação de mestrado e doutorado. 15

Está aberta a ouvir propostas. O Conselheiro ALEXANDRE LEITE RODRIGUES DE 16

OLIVEIRA gostaria de saber se essas contratações docentes, mesmo escalonadas, vão ser 17

adicionadas, ou levadas em conta pela CVD, por exemplo, em novas rodadas de 18

descontingenciamento, ou será aquilo que tem sido discutido sobre promoção ou contratação, 19

se serão levantadas agora ou propostos mecanismos para liberação de recursos no ano que vem 20

e assim por diante e se essas vagas vão ser descontadas desse montante ou separadamente. 21

Porque são coisas muito diferentes, então, precisam levar em conta as demandas de todas as 22

unidades. Se for dentro e descontado da demanda anual de cada rodada de negociação para a 23

atribuição de contratações é uma coisa, se for separadamente é outra. A Conselheira GRÁCIA 24

MARIA NAVARRO diz que é absolutamente favorável à proposição do curso. No entanto, 25

precisa perguntar sobre a contratação de docentes que essa abertura demanda, se essa 26

contratação impactará na cobertura das demandas de docentes já apresentadas. Faz essa 27

colocação porque o IA corre o perigo de não conseguir abrir vestibular para o curso de 28

Comunicação Social - Midialogia pelo risco de não ter professor para colocar em sala de aula 29

já em 2019. Faz essa colocação não no intuito de ser contrária ao que a professora Luísa acaba 30

de apresentar, mas não pode deixar de considerar isso. É muito grave o que está acontecendo 31

no Instituto de Artes. O MAGNÍFICO REITOR diz que não há nenhuma demanda de caráter 32

excepcional, de necessidade de docente para os cursos que não tenha sido considerada e 33

atendida. Então, essa afirmação de que o curso corre o risco de não abrir porque não há docentes 34

é algo completamente fora de qualquer situação que possam aceitar na Universidade. Todas as 35

demandas e necessidades de docentes que têm chegado como de caráter excepcional para 36

manutenção dos cursos estão sendo analisadas pela CVD e atendidas. Tem aqui vários casos de 37

docentes e diretores que podem comprovar isso. A Conselheira GRÁCIA MARIA NAVARRO 38

diz que fica muito satisfeita com a colocação do professor Marcelo. De fato, têm apresentado 39

todas, mas as GRs, tudo que tem sido criado, não tem dado conta de cobrir o Instituto de Artes. 40

167

É como se houvesse lá dentro seis institutos menores. Mas agradece a colocação e seguirá 1

apresentando as demandas do instituto. A Conselheira TERESA DIB ZAMBON ATVARS fará 2

uma proposta muito objetiva. As pessoas que acompanham a evolução da FT ao longo de mais 3

de 10 anos, sabem que se trata de uma faculdade que se originou de um centro de tecnologia, 4

com os cursos de tecnologia e que, no passado, não tinha a ambição de criar pós-graduação e 5

de ser efetivamente uma faculdade com um padrão de cursos, ou de profissionalização, no 6

padrão que vinha tendo a Unicamp. Ela tinha muitos cursos de tecnologia, e esses cursos tinham 7

baixíssima demanda por vestibular. Isso significa para a Universidade manter um conjunto de 8

cursos com uma ineficiência, com um desperdício de professores que, em sua visão, é bastante 9

inadequado. Quando em 2008, que acha que começaram a discutir a pós-graduação, e 10

aprofundaram a discussão de o antigo Ceset se transformar em faculdade, criando os cursos de 11

pós-graduação, essa configuração foi caminhando na direção mais similar à de outras 12

faculdades e institutos da Unicamp. A FT continua nesse processo de aperfeiçoamento 13

institucional, e considera que as propostas que vieram para a pauta de hoje dão mais um passo 14

nessa direção. Extinguir um curso no qual há 50 vagas e que preenche menos do que 10 no 15

vestibular, que não tem demanda nenhuma, significa ter professores absolutamente 16

sobrecarregados com muitas aulas e efetividade nula, porque, às vezes, se forma um aluno por 17

ano. É nesse sentido que acha que deve ser entendida essa demanda da FT, caminhar na direção 18

de um aperfeiçoamento que ainda não existe e, portanto, suas demandas, e respondendo um 19

pouco ao professor Alexandre, não devem ser colocadas no bolo normal das demandas de 20

reposição. Em outros momentos a Universidade tomou essa decisão ou quando criou faculdade, 21

ou quando as faculdades se transformaram de departamento para faculdades, ou quando se 22

reestruturaram cursos no passado da FT, de graduação especificamente. Colocou-se como 23

deliberação do Consu certa demanda que foi sendo atendida na medida da necessidade e do 24

possível. É nessa direção que entende que essa proposta. Foi pró-reitora de pós-graduação na 25

época em que foi criado o primeiro curso de pós-graduação, foi gerado no antigo Ceset e 26

implantado depois da transformação em faculdade. Acha que estão aqui discutindo um 27

aperfeiçoamento institucional importante, de natureza acadêmica importante. Propõe que 28

equacionem essa questão do corpo docente de uma maneira adequada. Criar cursos sem dar as 29

condições para que ele funcione em sua plenitude não é adequado. Encontram-se em uma 30

situação orçamentária dificílima, não devem ignorar isso, mas talvez haja alternativas. Por 31

exemplo, estão falando aqui de professores de física e de cálculo. Talvez possam criar um 32

auxílio adicional para que algum professor de física e de cálculo queira ir. Ou seja, talvez 33

tenham outros mecanismos que não necessitem de cinco contratações, mas que eventualmente 34

de uma ou duas contratações. Propõe, como presidente da CVD, aprovar a proposta apresentada 35

e buscar soluções, se forem possíveis, e trazer ao Consu na próxima reunião alguma alternativa 36

possível que não efetivamente exija a contratação imediata de cinco professores, ou de três, ou 37

de dois. Talvez haja um professor de física que queira ministrar algumas aulas com um pequeno 38

adicional. Vê nessa proposta uma evolução importante de natureza acadêmica para a Faculdade 39

de Tecnologia. Com relação ao Instituto de Artes, irá se reunir o mais breve possível com a 40

168

professora Grácia, porque não podem, nesta Universidade, correr o risco de prejudicar a 1

graduação por falta de professores. Têm – e reportou isso na Cepe e na CAD hoje pela manhã 2

–, feito contratações. Então, se estão priorizando de modo equivocado, devem corrigir a 3

trajetória, mas não podem aceitar, em hipótese alguma, prejuízos à graduação ou à pós-4

graduação, por questões conjunturais. Compromete-se perante o Consu a buscar soluções 5

também para o Instituto de Artes. Não é fácil, precisam dizer algum “não”, dizer algum “sim”, 6

e ir navegando na crise. Queria fazer esse depoimento porque tem acompanhado, desde a época 7

da transformação do Ceset em FT, as dificuldades da faculdade, onde há algumas 8

particularidades, fruto de sua própria história, que ao longo do tempo precisam ir corrigindo e 9

qualificando. A Conselheira ELIANA MARTORANO AMARAL diz que, além de sua função 10

aqui, tem uma posição no Conselho Estadual de Educação, e o problema dos cursos de 11

tecnologia em ensino superior se repete em vários lugares, particularmente, os cursos de 12

tecnologia em período integral. A busca por cursos de ensino superior em tecnologia 13

normalmente tem muito mais público para cursos noturnos, e a FT sofre essa transformação. O 14

problema da aceitação no mercado de um título superior de tecnólogo, faz com que na FT 15

muitos alunos que fazem cursos de tecnologia deem um jeito de fazer uma faculdade de 16

engenharia para poderem, de fato, aproveitar o que aprenderam na Unicamp. Considera muito 17

séria a responsabilidade da Unicamp em ter esses cursos e as pessoas saírem para o mercado 18

procurando algum curso complementar. Reforça a discussão sobre a necessidade de cobertura, 19

de mais docentes, da possibilidade de contribuição de outras unidades, como a professora 20

Teresa colocou, isso foi discutido na CCG, sabem da dificuldade nesse momento de sobrecarga 21

para todos, mas salienta que a demanda é escalonada, não é um pedido de cinco docentes 22

iniciais, e acha que dá muito bem para a Universidade absorver um docente no curto prazo e 23

rever no ano que vem. Também participa da CVD e acha que isso é possível. O Conselheiro 24

PASCOAL JOSÉ GIGLIO PAGLIUSO, com relação à fala da professora Teresa, diz que um 25

tempo atrás o curso de Engenharia Física foi criado, quando houve uma discussão parecida em 26

termos de necessidade de docente e disciplinas oferecidas em diferentes unidades, inclusive em 27

Limeira. Várias soluções foram encontradas, o curso acontece, é um sucesso, e situações 28

particulares foram resolvidas no andamento. Idealmente, às vezes, os alunos têm de se deslocar 29

até Limeira, mas as coisas acontecem e o curso funciona muito bem. Em relação à 30

disponibilidade no IFGW para soluções alternativas, considera que são possíveis, sendo que 31

muitas vezes há aulas de física que são transmitidas, gravadas e disponíveis. Possuem um uso 32

do Moodle muito adequado e não seria impossível, em um primeiro momento, articular uma 33

aula do IFGW transmitida para lá com a presença de um PED local acompanhando. Já fizeram 34

isso para o curso de Engenharia Física, em outras disciplinas. Então, isso poderia ser utilizado 35

em uma situação emergencial e temporária, se necessário. Coloca o instituto à disposição. O 36

MAGNÍFICO REITOR diz que todos sabem que o timing para essa proposta não poderia ser o 37

pior possível, depois da aprovação da Primeira Revisão Orçamentária, da discussão da data-38

base. Acabaram de falar de crise, há a questão acadêmica, a questão prática, mas todos estão 39

com a questão na cabeça que é de falta de docentes, falta de funcionários, e o cobertor já deixou 40

169

de ser curto, ele é completamente inadequado. Essa é uma realidade que precisam enfrentar. 1

Por outro lado, criar um curso de engenharia contratando um docente por ano ao longo de cinco 2

anos é quase um milagre. Para a Unicamp, naturalmente, tem a questão levantada pela 3

professora Teresa: devem pensar no papel social da Universidade. A questão é séria, porque 4

estão disponibilizando recursos públicos com uma baixíssima eficiência no que diz respeito às 5

possibilidades que possuem. Na FT, há uma carreira que está em extinção e docentes que dão 6

muita aula que estão se aposentando também, e claro que os outros ficam sobrecarregados. Ou 7

seja, há outras complicações em jogo e também não é razoável imaginar que a FT inteira, por 8

cinco anos, vai parar de ter outras contratações porque criou um curso novo. Acha que é mais 9

do que razoável aprovar com esse eventual escalonamento a ser discutido e a ser colocado não 10

necessariamente nos cinco anos, mas com soluções intermediárias, com ideias etc., para pelo 11

menos sair da crise. Acha que a proposta precisa ser discutida como está colocada. A 12

Conselheira LUÍSA ANDRÉIA GACHET BARBOSA diz que, para a bancada dos alunos 13

também ficar tranquila na hora de votar, os alunos da faculdade também estão apoiando essa 14

proposta e estão bastante tranquilos com a criação desse curso, porque é uma reivindicação para 15

que um curso de engenharia seja criado no lugar do curso de tecnologia, justamente pela fala 16

da professora Eliana, que ao término de um curso de tecnologia eles se veem na necessidade de 17

fazer um curso de engenharia para se colocar dignamente no mercado de trabalho. O 18

Conselheiro ALEXANDRE LEITE RODRIGUES DE OLIVEIRA diz que quer deixar claro 19

que sua intervenção é mais reflexo da condição de diretor em fim de mandato e sentindo todas 20

as dificuldades correntes. Mas também lembra um pouco da proposta do curso de Fisioterapia, 21

que envolveria o IB e foi tirado, lógico, pela crise. Está falando sem autorização de ninguém da 22

FCM, mas lembrando que há outros embriões também importantes que considera que não 23

deveriam ser esquecidos para momentos mais oportunos, e que vão demandar número parecido 24

também. Mas o que queria ouvir, e a professora Teresa bem esclareceu, é um momento que traz 25

uma estratégia positiva na crise. Então, compreende e não é contra, absolutamente, acha que a 26

ideia é muito boa, a apoia como está, mas não podia deixar de levantar a preocupação. A 27

demanda de renovação de docentes nos cursos já estabelecidos é contínua, e cursos que muitas 28

vezes possuem alta demanda, como Medicina, com 120 alunos, e às vezes têm dificuldade de 29

ter o número de relação docente/aluno mais adequado. Então, vão se afastando, às vezes, um 30

pouco do ideal em alguns casos, mas também vêm possibilidades de novos cursos de outro lado. 31

A ideia é deixar registrado que precisam, como a professora disse, ir corrigindo o curso das 32

coisas e tentar chegar a um equilíbrio. O Conselheiro EDSON TOMAZ diz que tem uma dúvida 33

a respeito do que estão votando, porque no parecer da Cepe consta “sem garantias de novas 34

contratações”. Pergunta se irão votar o parecer da Cepe. O MAGNÍFICO REITOR responde 35

que votarão os pareceres da Cepe, mas está registrado que foi apresentada a demanda de cinco 36

docentes, e a professora Teresa colocou a questão de buscar alternativas. Imaginando que seja 37

aprovado, quando houver uma demanda da FT de contratação, ela pode ser tratada de maneira 38

excepcional, considerando essa discussão que foi colocada. Irá colocar em votação os itens A 39

e B juntos, naturalmente, porque ao aprovar a criação de um curso, se extingue o outro. Às 40

170

folhas 29 da pauta está o parecer Cepe onde consta que é favorável à proposta de criação do 1

curso, sem garantia de contratações docentes. A criação do curso de Engenharia de Transportes 2

está condicionada ao fechamento do curso de Tecnologia. Então, é isso que irão colocar com a 3

discussão que foi feita aqui de possibilidades de contratação ao longo dos anos, mas, neste 4

momento, não podem dar garantias, e farão todo esforço possível para que se viabilize. Em 5

seguida, submete os pareceres 01 e 02 de 2018 da Cepe à votação, que são aprovados com 56 6

votos favoráveis e 04 abstenções. Nada mais havendo a tratar na Ordem do Dia, coloca para 7

ciência os itens do Expediente, como segue: A – Moções ao Consu - 01) Moção de 8

Congratulação pelo Dia Mundial da Saúde e aos Cientistas Brasileiros pelo avanço nas 9

pesquisas para criação da vacina contra o câncer, apresentada pela Câmara Municipal de 10

Hortolândia, aprovada na Sessão Ordinária de 16.04.18. 02) Moção da Congregação do IFCH 11

pela Revisão do Estatuto da Unicamp, em especial do Título X - Do Regime Disciplinar dos 12

Corpos Docente, Discente e Técnico e Administrativo, e pelo encerramento dos processos 13

disciplinares originados pela greve de 2016. B – 03) Proposta apresentada pela CGU de 14

metodologia de trabalho para alterações no Estatuto. C – 04) Proc. nº 01-P-16365/2017, 15

Proposta de criação da Comissão Assessora da Política de Combate à Discriminação baseada 16

em Gênero e/ou Sexualidade e da Secretaria de Atenção à Violência Sexual na Unicamp. D – 17

05) Proc. nº 01-P-3972/1999, da Comissão De Vagas Não Docentes - Indicação de membros 18

para compor a Comissão, conforme Inf. SG/CVND-004/2018. Como segue: Representação da 19

área de Biológicas: Titular: Prof. Dr. Orival Andries Júnior - FEF (mandato: 18.05.18 a 20

17.05.19); Suplente: Prof. Dr. João Ernesto de Carvalho - FCF (mandato: 1º.10.18 a 30.09.19); 21

Representação da área de Exatas: Titular: Prof. Dr. Pascoal José Giglio Pagliuso - IFGW 22

(mandato: 18.07.18 a 17.07.19); Suplente: Prof. Dr. Sérgio Luiz Monteiro Salles Filho - IG 23

(mandato: 18.07.18 a 17.07.19); Representação da área de Humanas e Artes: Titular: Prof. Dr. 24

Paulo Sérgio Fracalanza - IE (mandato: 08.07.18 a 07.07.19); Representação da área de 25

Tecnológicas: Titular: Prof. Dr. Alberto Luiz Serpa - FEM (mandato: 1º.08.18 a 31.07.19). E – 26

06) Proc. nº 01-P-20619/2003, do Conselho Superior do Hospital de Clínicas - Indicação de 27

membros para compor a Comissão, conforme Of. SHC-080/2018. Como segue: Indicação do 28

Prof. Dr. Alan Roger dos Santos Silva, como representante docente para compor o Conselho 29

Superior do Hospital de Clínicas, com mandato até 19.06.19, nos termos do inciso XII do artigo 30

4º da Deliberação Consu-A-10/2006. F – 07) Relatórios Semestrais da Câmara de 31

Administração e da Câmara de Ensino, Pesquisa e Extensão, referentes ao período de 1º.10.17 32

a 31.03.18, de acordo com o inciso IX do artigo 9º e inciso VI do artigo 10 do Regimento 33

Interno do Consu. Em seguida, o MAGNÍFICO REITOR diz que solicitou a membros do GT 34

referente ao item 4 do Expediente – Proc. nº 01-P-16365/2017 –, que trata da proposta de 35

criação da Comissão Assessora da Política de Combate à Discriminação baseada em Gênero 36

e/ou Sexualidade e da Secretaria de Atenção à Violência Sexual na Unicamp, que viessem aqui 37

para comentar um pouco sobre o trabalho. A Professora ANA MARIA FONSECA DE 38

ALMEIDA diz que o GT foi criado com o objetivo de elaborar uma proposta de política para 39

combater violência sexual e discriminação baseada em gênero e/ou sexualidade na Unicamp. 40

171

Ele foi composto por funcionários docentes e não docentes, assim como por uma estudante. 1

Estão presentes aqui, além dela, hoje, a professora Renata Cruz Soares de Azevedo, chefe do 2

ambulatório de atendimento especial do Caism, a professora Dora Maria Grassi Kassisse, 3

assessora do reitor, e a acadêmica Carolina Bonomi de Menezes Guerra, representante discente 4

no Consu e mestranda em Ciência Política. O trabalho do GT consistiu em ouvir a comunidade, 5

estudar dados e literatura sobre o tema e as políticas que vêm sendo implementadas pelo mundo, 6

inclusive no Brasil. Aproveita a oportunidade para agradecer aos membros do GT pelo 7

investimento no trabalho. Irá se deter aqui rapidamente e mais especificamente sobre a parte do 8

relatório relativo à violência sexual, que é um termo que abarca um espectro de situações, desde 9

estupro, que é o episódio que associam mais frequentemente ao termo, até situações de assédio 10

que não envolvem, necessariamente, violência física, passando por aquelas situações que não 11

supõem encontro presencial entre os envolvidos, como no caso em que alguém tem acesso a 12

fotos íntimas de uma pessoa e as dissemina sem autorização por algum meio, inclusive virtual. 13

Então, violência sexual é um problema corriqueiro, insidioso, que causa muito sofrimento a 14

todos os envolvidos. Há o sofrimento da vítima, que pode ser homem ou mulher, independente 15

da orientação sexual. Há o sofrimento daqueles que procuram socorrer e amparar os amigos, os 16

colegas, professores, autoridades universitárias. E há também o sofrimento daqueles que são 17

acusados quando não lhes é garantido o amplo direito de defesa que a legislação propugna. 18

Pesquisas sobre violência sexual em organizações complexas como a universidade mostram 19

que a recusa da instituição em reconhecer o problema, acolher vítimas, criar protocolos claros 20

para lidar com a questão, podem afetar muito mais pessoas do que esses que são envolvidos 21

diretamente com o problema, porque contribui para criar um ambiente de desconfiança e 22

insegurança. Esse ambiente, esse sofrimento afeta o trabalho das pessoas envolvidas, 23

diminuindo sua capacidade de se dedicar aos estudos e à pesquisa, de desenvolver relações 24

produtivas nas salas de aula, nos laboratórios, nos grupos de pesquisa. Esse não é, claro, um 25

problema só da Unicamp. Como talvez estejam acompanhando pela imprensa, universidades 26

de classe mundial são afetadas por episódios de violência sexual e há um movimento global 27

para o desenvolvimento de políticas e para o desenvolvimento de expertise para lidar com a 28

questão. Praticamente todas as universidades norte-americanas, canadenses, britânicas, alemãs, 29

francesas, australianas, construíram nos últimos anos políticas claras para combater violência 30

sexual. É o caso também de algumas universidades na América Latina e algumas outras 31

universidades brasileiras. Associações profissionais têm seguido o mesmo caminho, assim 32

como agências de fomento à pesquisa. A National Science Foundation, por exemplo, passou a 33

requerer, a partir de janeiro, que as instituições que sediam projetos apoiados por ela 34

comuniquem quando um beneficiário estiver sob investigação em casos de assédio sexual e que 35

esse beneficiário seja afastado do projeto, enquanto durar a investigação. Esse, tampouco, é um 36

problema novo, a própria Unicamp criou um GT deste tipo em 2007, para propor uma política 37

que orientasse as ações de enfrentamento e combate à violência sexual. Infelizmente, poucas 38

ações propostas por esse GT foram implementadas. Se isso tivesse sido diferente, a Unicamp 39

teria evitado muito sofrimento e teria acumulado uma experiência que a colocaria hoje em uma 40

172

posição de liderança com relação a essa questão, e teria inclusive condições de ajudar outras 1

instituições que estão enfrentando o problema. Mais importante que isso, a adoção de uma 2

política clara teria evitado o que está acontecendo hoje na comunidade que é o encaminhamento 3

espontâneo dos casos com ampla comunicação via redes sociais que, por sua vez, reverberam 4

na imprensa mais ampla, com exposição indevida de vítimas e julgamentos sumários de 5

acusados. Essa situação não se coaduna com os valores do GT. Em suas conclusões, esse 6

relatório propõe medidas simples e de muito baixo custo, que serão muito eficazes, dada a 7

experiência adquirida em outros espaços. Elas são medidas de baixo custo porque a Unicamp 8

já dispõe de serviços e equipamentos de alto nível, até aqui subutilizados, para contribuir com 9

essa questão. Então, com relação à proposta propriamente dita, ela é composta de três partes. 10

Primeiro, o GT propõe que haja um posicionamento claro da Universidade quanto à não 11

tolerância de práticas que envolvam os diferentes tipos de violência sexual. Em segundo lugar, 12

que seja criado um sistema centralizado e especializado para lidar com a questão, organizado 13

em dois níveis, uma comissão assessora de política, encarregada de pensar a política, e uma 14

secretaria de atenção à violência sexual, que disponha de uma pessoa especialmente treinada 15

para acolher membros da Universidade envolvidos nesses episódios de violência sexual, e que 16

ela possa também orientar e propor encaminhamentos para os casos específicos. Em terceiro 17

lugar, o GT propõe que se adotem regras e protocolos claros de encaminhamento informados 18

por ampla discussão prévia na comunidade para que tais regras e tais protocolos reflitam, de 19

fato, os princípios e valores que todos compartilham. Essas são as conclusões que gostariam de 20

compartilhar com os conselheiros, e também se colocar à disposição para esclarecer dúvidas, 21

tanto agora, como também nas unidades e em visitas e conversas com todos os segmentos que 22

possam ajudar a pensar em como evoluir a partir daqui. A Professora RENATA CRUZ 23

SOARES DE AZEVEDO diz que fará uma correção. Coordena, há 10 anos, o atendimento em 24

saúde mental das vítimas de violência, e não o serviço, que é coordenado pela professora Arlete 25

Maria dos Santos Fernandes. Nesses 10 anos, uma das variáveis que impactam, positiva ou 26

negativamente, na evolução do sofrimento relacionado à violência sexual, é o acesso 27

qualificado e escuta qualificada de acolhimento no momento em que essa violência acontece. 28

Então, a possibilidade de, dentro da Universidade, criar um espaço de cuidado para essas 29

pessoas é de fundamental importância para evitar um sofrimento maior do que aquele a que elas 30

já são submetidas quando vítimas de violência. O MAGNÍFICO REITOR diz que tem 31

acompanhado o GT que criou, tem conversado muito com as pessoas que dele participam, e 32

com diversos setores da comunidade. Também sabe, e deve confessar aqui, que ficou surpreso 33

que, infelizmente, esse não é um assunto que todos apoiam 100%. Há vários questionamentos 34

e, principalmente, uma questão, de novo, complicada, que é a criação de um órgão ligado à 35

Reitoria, que precisa cuidar de assuntos e que precisará de funcionários, quando tem unidades 36

que estão precisando. Sendo bem aberto, há essa dificuldade, que é intrínseca, que todos estão 37

vivendo com relação a recursos, então, por isso solicitou que elas viessem. E a ideia em colocar 38

no Expediente foi porque aqui há os diretores, e o GT está à disposição para ir às unidades, 39

discutir, comentar, mostrar a ideia, colocar quais são as possibilidades. Hoje há, essencialmente, 40

173

pessoas que atendem, mas o atendimento não é feito por pessoas especializadas. Muitas vezes 1

um diretor tem de tomar ações sem saber direito como proceder, não há regras claras, não há 2

procedimentos claros. Há aqui a Ouvidoria, o Caism, o HC, o botão de pânico, diversos 3

mecanismos que não estão interconectados. Não se trata, em nenhum momento, de criar uma 4

polícia especializada em violência sexual, nem nada disso, é simplesmente dar um acolhimento 5

e um encaminhamento adequado a essas questões. Essa é um pouco a proposta inicial do grupo. 6

A ideia agora é consolidar essa proposta, discutir nas unidades, discutir com o DCE, com os 7

centros acadêmicos, com o STU e com todos os atores aqui da comunidade envolvidos para 8

aprimorar essa proposta. A Conselheira ROSMARI APARECIDA RIBEIRO parabeniza o 9

trabalho desse grupo e o esclarecimento trazido aqui. Considera de extrema importância tratar 10

desse assunto, trazer à pauta com todo cuidado que merece. E na propositura de se criar uma 11

comissão assessora não vê contemplados os colégios. Então, gostaria de incluir representantes 12

dos docentes e discentes dos colégios, para que realmente seja amplamente atendido esse 13

assunto, porque pode acontecer com as alunas ainda no ensino médio ou técnico. As mulheres 14

estão em todos os setores, e isso é importante. O MAGNÍFICO REITOR diz que se trata de 15

violência sexual de todos os tipos. A Conselheira CAROLINA BONOMI DE MENEZES 16

GUERRA diz que irá frisar alguns cuidados que precisam ter na implementação dessa política. 17

Precisam aumentar os diálogos com os movimentos sociais dentro da Universidade. Lembra-se 18

que, desde 2013, quando descobriu o serviço do Caism, que não era algo muito divulgado, 19

orientava as pessoas que a procuravam para obter informações. Isso porque existe um problema 20

crônico que é a falta de credibilidade na instituição – inclusive conversaram bastante sobre isso 21

no GT. Pensa que a efetividade dessa política se dará a partir do alargamento com os 22

movimentos sociais e com os coletivos feministas, coletivos de mulheres, LGBT, consciência 23

negra, para discutir como implementar essa política da melhor forma. Outra questão que 24

considera muito importante para que as pessoas voltem a acreditar na instituição como o local 25

que acolherará essas denúncias, porque é muito difícil, sendo que eles são variados e delicados, 26

é a preparação das pessoas que estarão nesse centro de acolhimento. Nesses últimos casos que 27

estão ocorrendo, essa rede de denúncias, principalmente no grupo da Unicamp – que acredita 28

que a gestão tem acompanhado –, todos a procuram sabendo que é membro do Conselho 29

Universitário e reclamam a forma que são tratados, por exemplo, pelos guardas ou por algum 30

funcionário ou professor. Considera que para isso dar certo precisam ter a formação. E isso não 31

inclui muito dinheiro, porque existe o Núcleo de Estudos de Gênero na Universidade, o Pagu, 32

que é conceituado há mais de 23 anos, que possui uma gama de pesquisadores que, inclusive, 33

dão diversas consultorias a lugares externos da Universidade para discutir esses temas. 34

Precisam sincronizar o que já existe na Universidade, para ampliar o atendimento. É uma das 35

questões que gostaria de discutir aqui para levar às unidades, aos professores, funcionários e, 36

principalmente, é necessário haver uma conversa com os coletivos, que organizaram a passeata 37

de duas semanas atrás, que têm um enorme leque de reivindicações que precisam incluir nessa 38

política. O Conselheiro FRANCISCO DE ASSIS MAGALHÃES GOMES NETO parabeniza 39

a iniciativa de criação do GT e o mesmo pelas conclusões, por ter se debruçado sobre esse 40

174

assunto, que é de extrema importância e vem sendo negligenciado. Quando aparecem 1

problemas dessa natureza normalmente não têm orientação de como agir. Então, a primeira 2

coisa que deveriam fazer seria listar tudo que a Unicamp já oferece e divulgar para a 3

comunidade, para que as pessoas sejam atendidas da forma mais adequada possível e à medida 4

que outras ações propostas pelo GT forem sendo implantadas as informações referentes a essas 5

novas ações devem ser divulgadas também. Acha que ainda não divulgaram de forma 6

suficientemente clara tudo que a Unicamp oferece em apoio às pessoas que são vítimas desse 7

tipo de violência. A Conselheira CAMILA DE CAMARGO MODANEZ diz que os estudantes 8

reconhecem essa ação como uma iniciativa positiva da Administração. Com relação ao ato 9

ocorrido duas semanas atrás, organizado pelos centros acadêmicos, em que o DCE teve 10

participação, já obtiveram a resposta por meio da professora Dora e ontem, na assembleia geral, 11

foi encaminhada a ação dos estudantes quanto a isso. Estão organizando uma comissão de 12

estudantes que participam dos coletivos, dos centros acadêmicos, e também do DCE, para 13

conversar com a Administração e, logo em seguida, provavelmente na semana que vem, irão 14

solicitar uma reunião para que possam compreender o GT de forma mais detalhada, como 15

resposta do documento que entregaram ao professor Joaquim há duas semanas. O MAGNÍFICO 16

REITOR diz que há 10 inscritos no livro. Solicita a cada um que fale por dois minutos. O 17

Professor CARLOS HENRIQUE INACIO RAMOS diz que sua fala é de agradecimento e 18

despedida. A atual gestão do Instituto de Química se encerra em três semanas, então, esta é sua 19

última reunião do Consu. O professor Lauro Kubota, infelizmente, justamente nesta reunião, 20

não pôde vir, não sabia que haveria alteração do Consu, e já tinha um compromisso. Agradecem 21

o apoio recebido da Administração Central, do Reitor, da coordenadora geral, dos pró-reitores, 22

de todos os membros, que foi muito positivo. Também agradece à boa convivência com os 23

conselheiros, e o apoio ao Instituto de Química. O MAGNÍFICO REITOR agradece ao 24

professor Carlos e aproveita para agradecer ao professor Miranda, ao professor Lauro e 25

parabeniza pelas excelentes gestões. O Conselheiro LUIZ CARLOS KRETLY diz que tinha 26

alguns assuntos, mas fará apenas uma constatação de uma manifestação do Instituto de Biologia 27

em comemoração à data de 50 anos. Foi feito um mural muito bem elaborado sobre todas as 28

obras publicadas pelos docentes do instituto ao longo dessas últimas décadas. O mural é muito 29

bem elaborado do ponto de vista didático inclusive, e é um ponto importante que o IB realizou. 30

O Conselheiro SAMUEL ROCHA DE OLIVEIRA registra que ficou bastante satisfeito com a 31

resposta de um e-mail que enviou a todos os docentes de nível MS-5, coletou muita informação 32

sobre o dissídio, esse reajuste de 1,5%, ficou satisfeito com a resposta, então, registra esse 33

engajamento dos docentes que querem essencialmente uma estabilidade cada vez maior para 34

ter sua vida acadêmica fluindo normalmente e inclusive com vistas à titularidade. O Conselheiro 35

IURIATAN FELIPE MUNIZ diz que adoraria não estar comentando sobre um assunto, mas 36

precisa registrar uma situação. Na última sessão manifestou um problema que tem acontecido 37

entre os funcionários, que é o recebimento de cartas da Procuradoria Geral orientando a pessoa 38

a devolver um valor recebido a título de assistência social do GGBS no passado, alegando que 39

existem prováveis irregularidades na liberação da verba. Isso cria uma situação muito 40

175

desagradável, em que o trabalhador, em uma situação de crise, se vê obrigado a devolver um 1

valor que havia recebido, até então tudo em ordem. A Reitoria alegou que há alguma 2

irregularidade sem apresentar o que é irregular, o que está sendo investigado, ou os resultados 3

dessa investigação, passando a exigir a devolução desses valores. O Reitor, na última sessão, 4

inclusive se sentiu desrespeitado, chegou a acusá-lo de que não leu carta nenhuma, que não 5

sabia do que estava falando. E no decorrer da discussão, solicitou que fosse lida a carta, porque 6

não estava de acordo a resposta da Reitoria com o que havia levantado. Quem acompanhou 7

ouviu a professora Teresa ler. Na oportunidade, disse que iria providenciar a carta para trazer, 8

e trouxe, se houver autorização para distribuição é só passar para os conselheiros, senão, pode 9

ler também. Mas a carta que a Reitoria leu para desqualificá-lo em sua intervenção, não é a 10

verdade. Então, trouxe aqui a carta que os funcionários receberam, muitos deles já estão 11

devolvendo os valores, não sabem a título de que, como vai ser tratado isso, qual é a perspectiva 12

de quanto vai se arrecadar, não existe uma explicação, e o processo continua caminhando. E a 13

carta que a Reitoria leu desconsidera a existência, e se estiver errado, gostaria de ser processado 14

por falsificação, porque tem aqui um documento assinado pelo Octacílio, que foi para a mão 15

dos funcionários, que é uma carta que fala claramente o que colocou em sua intervenção da 16

sessão passada, que o funcionário precisa devolver o valor. Na oportunidade, o Reitor se centrou 17

em desqualificá-lo, não colocou exatamente o que estava sendo investigado, falou que estava 18

sendo apurado, e continuam sem informação. Gostaria de colocar aqui que esse problema 19

persiste, e de cobrar uma postura mais séria. Se a Reitoria puder reconhecer que é um 20

conselheiro que não traz pautas desqualificadas ou levianas para qualquer fim que não seja a 21

defesa do interesse dos funcionários, agradeceria. Isso é importante, porque quem quiser ler a 22

Ata daquela sessão verá como foi tratado. Mais uma vez, reitera esse pedido e se dispõe a ler a 23

carta aqui. O MAGNÍFICO REITOR diz que o conselheiro pode ler. O Conselheiro IURIATAN 24

FELIPE MUNIZ diz que não irá ler a carta inteira porque é pessoal, vai ler o trecho pertinente. 25

“Conforme os documentos – a maior parte é semelhante ao texto que a professora Teresa leu – 26

em que pese o fato de os gestores do GGBS, na ocasião, terem deferido o benefício a vossa 27

senhoria, tal procedimento não atendeu às regras vigentes, conduta que está sendo devidamente 28

apurada e que acarreta a necessidade de regularização das diversas situações identificadas. 29

Nesse sentido, fica vossa senhoria notificado para, no prazo de 30 dias, contados do 30

recebimento deste, providenciar a devolução do montante apurado no total de n reais, mediante 31

proposta escrita de desconto em folha de pagamento, na forma do artigo 53 do Esunicamp, 32

limitado a 10% da remuneração mensal, ou depósito bancário identificado na agência 0207, 33

conta 43010749-1, do Banco Santander, em nome da Universidade Estadual de Campinas, a ser 34

comprovado por protocolo nesta Procuradoria. O não atendimento desta presente notificação 35

dentro do prazo assinalado implicará a tomada das medidas cabíveis.” Então, ou essa carta é 36

falsa ou acredita que o Reitor deve, pelo menos, uma gentileza pela forma como lhe respondeu 37

na última sessão. O MAGNÍFICO REITOR agradece, e diz que gostaria de ter uma cópia da 38

carta. A questão é que já receberam dezenas. Na discussão que tiveram da outra vez, colocou 39

claramente que a Procuradoria Geral, na carta, solicitava a devolução dos recursos ou a 40

176

explicação desse valor. Esta é uma carta parcial. O Conselheiro IURIATAN FELIPE MUNIZ 1

diz que é o trecho de uma carta. O MAGNÍFICO REITOR diz que é a segunda carta, não a 2

primeira. O Conselheiro IURIATAN FELIPE MUNIZ diz que essa foi a primeira carta que o 3

funcionário recebeu. O MAGNÍFICO REITOR diz que não foi. O Conselheiro IURIATAN 4

FELIPE MUNIZ solicita que o senhor Reitor explique o que está sendo investigado, porque a 5

questão não é quem pegou a carta. O MAGNÍFICO REITOR diz que a primeira carta pedia a 6

devolução dos recursos, sem especificar conta, sem especificar nada, ou uma explicação. Há 7

centenas de casos que explicaram e que foram acolhidos. Ou seja, as pessoas não inventaram a 8

explicação. A segunda carta, no caso daqueles esclarecimentos que não foram acolhidos, pois 9

a explicação não condizia, como, por exemplo, um caso de uma pessoa que pediu dinheiro para 10

o ortopedista do vizinho. Não pode. Explicou errado. Então, precisa devolver. Nesse caso, foi 11

mandada uma segunda carta pedindo a devolução dos recursos. Alguns casos não foram 12

acolhidos, mas a maioria sim. Há diversas situações. O objetivo final é simples: proteger o 13

próprio trabalhador, porque não há documentos comprovando a solicitação que ele fez. Basta 14

ter uma explicação que acolhem e arquivam. Não há nenhuma perseguição, constrangimento, 15

nada. Trata-se simplesmente da organização de alguns procedimentos de muitas pessoas que 16

não têm documentos comprobatórios. Então, volta a insistir para que o conselheiro Iuriatan 17

tome cuidado, porque essa carta está incompleta, não consta aqui nenhum título, e é a segunda 18

carta, não é a primeira carta que foi enviada. Pergunta onde consta a data da carta. Foi feito um 19

recorte, e isso não pode. Ao lhe entregar um documento, solicita que entregue inteiro. O 20

Conselheiro IURIATAN FELIPE MUNIZ diz que o documento foi expedido pelo Octacílio, e 21

não acha que deve ter de provar os documentos que ele assinou. O MAGNÍFICO REITOR diz 22

que o conselheiro está dizendo que ele mentiu. O Conselheiro IURIATAN FELIPE MUNIZ 23

diz que o Reitor disse que não leu a carta, aqui não está falando nada sobre justificativa. 24

Pergunta como o valor foi liberado, se não havia documento comprobatório. Porque as 25

informações que o senhor Reitor passou aqui não condizem, e não devem entrar na causa de 26

ver quem tem a prova porque são processos particulares, que expõem as pessoas. O 27

MAGNÍFICO REITOR diz que não quer expor as pessoas. O Conselheiro IURIATAN FELIPE 28

MUNIZ diz que não irá trazer aqui o documento que fulano de tal recebeu falando que precisa 29

devolver R$150, por exemplo. Pode encaminhar a data, acredita que esse seja o menor dos 30

problemas. Está trazendo uma fração de um documento porque quer preservar quem o recebeu. 31

O MAGNÍFICO REITOR diz que amanhã o conselheiro pode ir na Procuradoria Geral, e buscar 32

a pasta dessa pessoa em sigilo. Não há problema nenhum. O Conselheiro IURIATAN FELIPE 33

MUNIZ diz que há problema, porque irão identificar a pessoa, saberão quem o está informando. 34

Está sendo alegado que o patrimônio da Universidade foi distribuído de forma irregular, e como 35

conselheiro quer saber qual é a irregularidade, quanto está sendo arrecadado e por quê. Trata-36

se de um valor, estão cobrando dinheiro que uma pessoa recebeu um tempo atrás, e que é preciso 37

devolver milhares de reais, às vezes isso, da noite para o dia, senão irá sofrer medidas cabíveis. 38

Esse é um processo complicado que expõe, fragiliza o funcionário. Acha que são esses 39

subterfúgios da data dos documentos que a PG entrega, de falar que está acusando o Reitor de 40

177

qualquer mentira. Disse que havia lido um documento, no que foi rebatido. Até onde sabe não 1

existe esse negócio de segunda carta, a única carta que viu no processo que recebeu foi essa. Se 2

não tem explicação, é uma Reitoria que não tem transparência. A Conselheira TERESA DIB 3

ZAMBON ATVARS diz que há coisas que podem admitir no Conselho Universitário e outras 4

que não devem admitir. Uma delas é chamar o reitor e o vice-reitor de mentirosos. Deixa aqui 5

claramente, não quer criar constrangimento nenhum, apenas manifesta sua opinião. Não é 6

mentirosa. Leu um documento, que inclusive não estava assinado pelo “Octacílio”, mas pelo 7

Reitor, um ofício com número, encaminhado a todos os servidores que de alguma forma 8

receberam recursos do GGBS sem a devida aprovação do Consu, com uma denúncia no 9

Ministério Público, desde 2016, que ficou, em algum momento, sem apuração, e que esta 10

Reitoria está apurando. E para apurar solicitou a todos a explicação. Não há nada escondido 11

aqui. A doutora FERNANDA LAVRAS COSTALLAT SILVADO diz que essas cartas foram 12

enviadas para que os servidores pudessem esclarecer o motivo das despesas, que são variadas, 13

cada situação foi uma, desde medicamento até contratação de serviço, pagamento de conta, 14

pagamento de universidade. Estão sendo avaliadas pontualmente. Muitos benefícios foram 15

concedidos sem a devida documentação, e é isso que se pretende ao permitir ao servidor que se 16

justifique, ou seja, documentar. Vários documentos foram aceitos e estão sendo arquivados. 17

Outros ainda não foram apresentados, e alguns foram indeferidos. Entretanto, não é possível 18

ainda avaliar o montante que vai ser devolvido, porque isso ocorrerá só ao final de todo o 19

processo. O MAGNÍFICO REITOR diz que até agora há 67 justificativas acolhidas, 33 20

justificativas não acolhidas e 11 não apresentaram justificativa e pagaram. Está claro que a carta 21

pedia justificativa ou pagamento. Acha que as pessoas que estão enviando e colocando questões 22

ao conselheiro Iuriatan, não devem deixá-lo em uma situação complicada. A Conselheira 23

TERESA DIB ZAMBON ATVARS diz achar que esse assunto deveria ser tratado no âmbito 24

que estava sendo tratado, com discrição, sem expor pessoas, de forma profissional, porque 25

diferente de muitos casos a exposição fere as pessoas e, concretamente, não vai admitir ser 26

chamada no Conselho Universitário de “a professora Teresa mentirosa”. O Conselho e todos os 27

conselheiros merecem respeito. O MAGNÍFICO REITOR diz que não devem colocar a 28

discussão aqui. Passa o Expediente para frente. O Conselheiro DIEGO MACHADO DE ASSIS 29

retira sua inscrição. O Conselheiro GUILHERME ELIAS PESSANHA HENRIQUES solicita 30

a palavra ao professor Saran. O Professor PAULO SÉRGIO SARAN agradece ao professor 31

Guilherme pela passagem da palavra. Fará breves considerações e se despedirá aqui do 32

Conselho Universitário como diretor geral do Cotil, já que antecipou seu mandato de 02 de 33

dezembro para 02 de agosto, e o próximo Consu será depois. Foram quatro mandatos como 34

diretor do colégio, eleito consecutivamente, são 41 anos de Cotil completados no último mês 35

de abril, 38 anos entre FT, Ceset e FEL, a maior parte desse tempo atuou parcialmente na 36

Universidade, o que lhe permitiu também desenvolver sua carreira como engenheiro fora da 37

Unicamp, inclusive teve a honra de integrar a administração do saudoso prefeito Francisco 38

Amaral, pai da pró-reitora Eliana Amaral. Tem uma grande gratidão pelo colégio e pela 39

Unicamp. Foram muitas as realizações, inovações no colégio, projeção do colégio dentro e fora 40

178

da Universidade, várias homenagens recebidas, uma inclusive internacional, na cidade de Nova 1

Iorque, da Organização das Américas para a Excelência Educativa, em reconhecimento à 2

qualidade dos cursos do colégio, e um prêmio também pela gestão da direção. Da Câmara 3

Municipal de Limeira, as principais homenagens foram transformação do Cotil Arte em um 4

evento oficial da Secretaria Municipal de Cultura, moção pelos 50 anos do Cotil e o Título de 5

Cidadão Limeirense ao seu diretor. Seu mandato, como disse, foi antecipado. Haverá uma 6

consulta no próximo dia 25 de junho, com dois candidatos inscritos, o que também lhe traz uma 7

grande satisfação, por ser mais um indicativo de aprovação de suas gestões, já que os dois 8

pertencem, ou pertenceram, a suas gestões. Um deles é o atual diretor associado, que também 9

foi diretor administrativo por três anos, e o outro fez parte por cinco anos e meio, portanto quase 10

uma gestão e meia das quatro gestões que teve também como diretor associado e diretor 11

administrativo. Não houve nenhum candidato fora de suas equipes de trabalho. Isso o deixa 12

bastante satisfeito e estará representado na continuidade da direção, seja quem for o eleito. Fará 13

alguns agradecimentos, principalmente aos professores das carreiras especiais do Cotil, Cotuca, 14

do CEL, do Cepre, do magistério artístico do IA, da tecnologia, carreira MTS, que por seis 15

vezes consecutivas o elegeram como representante no Consu, foram 12 anos aqui, onde 16

alcançaram várias conquistas, entre elas, uma das principais, a passagem de celetistas para 17

estatutários de todos os professores das carreiras especiais. Seus últimos atos, um ano atrás, 18

quando ainda era representante dos professores das carreiras especiais, protocolou dois ofícios 19

na Reitoria, um que é uma luta antiga para que os colégios tenham assento no Consu, já que 20

eles foram criados pela lei que criou a Unicamp, e faziam parte por essa lei do Conselho 21

Universitário. Nessa proposta sugerem que façam uma recomposição do Conselho com os dois 22

diretores, Cotil e Cotuca, um ou dois funcionários, e mais um aluno, o que mantém o percentual 23

mínimo de 70% de docentes no Consu, como prevê a legislação. Outro ofício, também 24

protocolado em maio do ano passado, é uma luta antiga das carreiras especiais, para que sejam 25

oficialmente reconhecidos como docentes e incluídos nos Estatutos da Unicamp. Até hoje, 26

apenas a carreira do magistério superior consta dos Estatutos, e por isso, inclusive, muitas vezes 27

os docentes das carreiras especiais são chamados de professores e não docentes. E a explicação 28

dada, quando consultaram a Reitoria e a Procuradoria Geral, foi que a única carreira que está 29

nos Estatutos é a MS. Então, é uma reivindicação antiga, gostaria que o Magnífico Reitor 30

revisse esses ofícios protocolados. Agradece a todos os reitores desses quatro mandatos, 31

professor Brito, professor Tadeu duas vezes, professor Fernando Costa e agora, há pouco mais 32

de um ano, professor Marcelo Knobel, pelo apoio e pelo incentivo. Agradece a todos os pró-33

reitores integrantes e órgãos da Administração Central, PG, DGRH, DGA, SG, e muitos outros. 34

Como são muitas pessoas e muitos órgãos, pede permissão à professora Teresa Atvars, com 35

quem teve o privilégio de se relacionar profissionalmente a maior parte desses 15 anos e meio, 36

para, na pessoa dela, fazer um agradecimento a todos. Agradece a todos os diretores de todos 37

esses mandatos que compartilharam aqui com ele, aos conselheiros do Consu, professores, 38

funcionários, alunos do Cotil. E para encerrar cita um pequeno trecho de uma linda mensagem 39

de Madre Teresa de Calcutá: “Dê ao mundo o melhor de você, mas isso pode não ser o bastante. 40

179

Dê o melhor de você assim mesmo.” Acredita que tenha dado o melhor de si para o Cotil e para 1

a Unicamp. E pede a Deus que continue a lhe proteger. O MAGNÍFICO REITOR agradece 2

também toda a dedicação do professor Saran ao Cotil, todo seu esforço, e sentem o amor que 3

tem pela Unicamp, pelo colégio, na sua emoção, agora, neste momento de despedida aqui do 4

Consu. Parece incrível para quem está aqui no Consu que alguém fique triste em sair, mas 5

possuem o apego pela Universidade e acha que essa é a força que existe aqui. A Conselheira 6

CAROLINA BONOMI DE MENEZES GUERRA diz que consta do Expediente uma moção 7

que foi aprovada na congregação do IFHC sobre as punições, e notou que logo abaixo tem a 8

criação de um GT sobre as mudanças estatutárias. Já demonstrou em diversas reuniões sua 9

preocupação de ainda haver o inciso X na Universidade e acha que é muito oportuno falar sobre 10

ele, que era da época da ditadura, no meio dessa crise política que estão vivendo, principalmente 11

com os pedidos de intervenção militar. Inclusive, a professora Teresa colocou em outra 12

oportunidade acerca dos riscos que estão vivendo agora nessa democracia. Considera oportuno 13

falar sobre isso, porque é um inciso que ainda está regendo, está orientando as sindicâncias na 14

Universidade, que continuam ocorrendo. Não irá criar conflitos sobre a questão de anular as 15

sindicâncias, pois já fizeram os devidos encaminhamentos em outras instâncias. Há cerca de 16

vinte dias veio uma representante da OAB, porque a advogada da categoria tem dificuldade em 17

ter acesso a alguns processos. Encaminharam para a Comissão de Direitos Humanos da OAB, 18

para a Comissão de Direitos Humanos da Prefeitura de Campinas e também para a Anistia 19

Internacional, para tratar mais seriamente desses casos. Sua fala é no sentido de buscar 20

informações sobre esse GT que vai ser criado para a mudança estatutária, e solicitar 21

representação discente nele, porque, junto com a advogada, doutora Ana, fizeram algumas 22

discussões e algumas anotações sobre essa mudança e têm o interesse de participar. O 23

MAGNÍFICO REITOR responde que isso certamente será considerado, ou seja, haverá 24

representação discente. Nada mais havendo a tratar, declara encerrada a Sessão e, para constar, 25

eu, Ângela de Noronha Bignami, Secretária Geral, lavrei a presente Ata e solicitei a Cláudia 26

Masliaev que a digitasse para ser submetida à aprovação do Conselho Universitário. Campinas, 27

05 de junho de 2018. 28

NOTA DA SG: A presente Ata foi aprovada na 157ª SESSÃO ORDINÁRIA

DO CONSELHO UNIVERSITÁRIO, realizada em 07 de agosto de 2018,

sem alterações.