Índice de pesquisa da 1ª turma recursal relaÇÃo … · penal – desacato a funcionÁrio...

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RELAÇÃO DE ADVOGADOS (E/OU PROCURADORES) CONSTANTES NESTA PAUTA: ÍNDICE DE PESQUISA DA 1ª TURMA RECURSAL ACLIMAR NASCIMENTO TIMBOÍBA-104 ADMILSON TEIXEIRA DA SILVA-12, 15, 61, 62, 93 ADRIANA ZANDONADE-6 ADRIANE ALMEIDA DE OLIVEIRA-78 ALAN ROVETTA DA SILVA-12, 15, 61, 62, 93 ALBA VALERIA ALVES FRAGA-28 ALESSANDRO BRUNO DE SOUZA DIAS-40 ALINE FELLIPE PACHECO SARTÓRIO-34, 41, 7, 72, 84 ALINE TERCI BAPTISTI-13 AMAURI PINTO MARINHO-100 ANA BEATRIZ LINS BARBOSA-30, 31, 32 ANA ELISA MOSCHEN-85 ANA LUIZA PEREIRA ALIPRANDI FAVORETTI-17 ANA ZELIA BLANC FARIAS-90 ANDRÉ CAMPANHARO PÁDUA-77 ANDRE COUTINHO DA FONSECA FERNANDES GOMES-100, 9 ANDRÉ DIAS IRIGON-12, 5, 52, 59, 66 ANDRE LUIZ PEREIRA-7 ANDRÉ PIMENTEL FILHO-2 ANDRÉ VINICIUS MARQUES GONÇALVES-73 ANDREA MONTANARI ROSA RANGEL-48 ANDRESSA MEIRA-17 ANTONIO JOSE PEREIRA DE SOUZA-95 ARMANDO VEIGA-1, 52, 56 AUGUSTO CESAR DA FONSECA ALMEIDA-96 AUGUSTO CÉSAR MOREIRA MARTINS-17 AURELIO FABIO NOGUEIRA DA SILVA-46 AVELINO EUGENIO MIRANDA-90 BENTO ADEODATO PORTO-29 Bernard Pereira Almeida-64 BRENO PAVAN FERREIRA-38 BRUNO BORNACKI SALIM MURTA-17 BRUNO MIRANDA COSTA-26, 38, 47, 80 BRUNO SANTOS ARRIGONI-68 CAMILLA GOMES DE ALMEIDA-65 CARLOS ALBERTO DE JESUS SANTOS-2 CARLOS MAGNO BARCELOS-9 CATARINE MULINARI NICO-85 CHRISTOVAM RAMOS PINTO NETO-50, 91 CLARENCE IIDAWALD GIBSON OVIL-69 CLARENCE ILDAWALD GIBSON OVIL-36, 58 CLAUDIA DAMM MARTINS-92 CLEBSON DA SILVEIRA-25, 37, 42, 91 CLEMILSON RODRIGUES PEIXOTO-46 CLEYLTON MENDES PASSOS-104 Dalton Santos Morais-36 DANIELLY DE OLIVEIRA NAZARIO-27 DAVID GUERRA FELIPE-23 DAYENNE NEGRELLI VIEIRA-90 EDER MAIFREDE CAMPANHA-29 EDGARD VALLE DE SOUZA-14 EDIVAN FOSSE DA SILVA-24 EDUARDO JOSE COSTA REIS-87

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RELAÇÃO DE ADVOGADOS (E/OU PROCURADORES) CONSTANTES NESTA PAUTA:

ÍNDICE DE PESQUISA DA 1ª TURMA RECURSAL

ACLIMAR NASCIMENTO TIMBOÍBA-104ADMILSON TEIXEIRA DA SILVA-12, 15, 61, 62, 93ADRIANA ZANDONADE-6ADRIANE ALMEIDA DE OLIVEIRA-78ALAN ROVETTA DA SILVA-12, 15, 61, 62, 93ALBA VALERIA ALVES FRAGA-28ALESSANDRO BRUNO DE SOUZA DIAS-40ALINE FELLIPE PACHECO SARTÓRIO-34, 41, 7, 72, 84ALINE TERCI BAPTISTI-13AMAURI PINTO MARINHO-100ANA BEATRIZ LINS BARBOSA-30, 31, 32ANA ELISA MOSCHEN-85ANA LUIZA PEREIRA ALIPRANDI FAVORETTI-17ANA ZELIA BLANC FARIAS-90ANDRÉ CAMPANHARO PÁDUA-77ANDRE COUTINHO DA FONSECA FERNANDES GOMES-100, 9ANDRÉ DIAS IRIGON-12, 5, 52, 59, 66ANDRE LUIZ PEREIRA-7ANDRÉ PIMENTEL FILHO-2ANDRÉ VINICIUS MARQUES GONÇALVES-73ANDREA MONTANARI ROSA RANGEL-48ANDRESSA MEIRA-17ANTONIO JOSE PEREIRA DE SOUZA-95ARMANDO VEIGA-1, 52, 56AUGUSTO CESAR DA FONSECA ALMEIDA-96AUGUSTO CÉSAR MOREIRA MARTINS-17AURELIO FABIO NOGUEIRA DA SILVA-46AVELINO EUGENIO MIRANDA-90BENTO ADEODATO PORTO-29Bernard Pereira Almeida-64BRENO PAVAN FERREIRA-38BRUNO BORNACKI SALIM MURTA-17BRUNO MIRANDA COSTA-26, 38, 47, 80BRUNO SANTOS ARRIGONI-68CAMILLA GOMES DE ALMEIDA-65CARLOS ALBERTO DE JESUS SANTOS-2CARLOS MAGNO BARCELOS-9CATARINE MULINARI NICO-85CHRISTOVAM RAMOS PINTO NETO-50, 91CLARENCE IIDAWALD GIBSON OVIL-69CLARENCE ILDAWALD GIBSON OVIL-36, 58CLAUDIA DAMM MARTINS-92CLEBSON DA SILVEIRA-25, 37, 42, 91CLEMILSON RODRIGUES PEIXOTO-46CLEYLTON MENDES PASSOS-104Dalton Santos Morais-36DANIELLY DE OLIVEIRA NAZARIO-27DAVID GUERRA FELIPE-23DAYENNE NEGRELLI VIEIRA-90EDER MAIFREDE CAMPANHA-29EDGARD VALLE DE SOUZA-14EDIVAN FOSSE DA SILVA-24EDUARDO JOSE COSTA REIS-87

ELADIR MONTENEGRO DE O. COUTO-49, 86ELIAS ASSAD NETO-57, 66ELYANDERSON AUGUSTO F. DE SOUZA-24EMANUEL DO NASCIMENTO-67EMILENE ROVETTA DA SILVA-12, 15, 61, 62, 93ERIKA SEIBEL PINTO-89ERIN LUÍSA LEITE VIEIRA-103, 11, 53, 77, 81EUSTÁQUIO DOMICIO LUCCHESI RAMACCIOTTI-31, 32EVANDRO ABDALLA-54FELIPE MORAIS MATTA-86FERNANDA ANDRADE SANTANA-103, 77FERNANDO CARLOS FERNANDES-60FREDERICO GUILHERME PICLUM VERSOSA GEISS-48GETULIO GUSMÃO ROCHA-17GRASIELE MARCHESI BIANCHI-38GUSTAVO CABRAL VIEIRA-19, 44, 72, 75HELTON TEIXEIRA RAMOS-89HENRIQUE SOARES MACEDO-19, 26, 68HILDA RODRIGUES MAIA-102INGRID MARTINS TASSAR-94ISAAC PAVEZI PUTON-47ISABELA ALMEIDA CHAVES-17Isabela Boechat B. B. de Oliveira-51IZAIAS CORREA BARBOZA JUNIOR-59, 79JALINE IGLEZIAS VIANA-38JAMILSON SERRANO PORFIRIO-101, 11, 16, 18JANICE MUNIZ DE MELO-87JOANA D'ARC BASTOS LEITE-105, 35, 8JOAO CARLOS DE GOUVEIA FERREIRA DOS SANTOS-35, 41, 43, 69, 98JOÃO ROBERT CUZZUOL PEREIRA-81JOSE ALCIDES BORGES DA SILVA-65JOSE GERALDO NUNES FILHO-88JOSE IRINEU DE OLIVEIRA-96JOSÉ LUCAS GOMES FERNANDES-10, 20JOSE RIBAMAR LIMA BEZERRA-92JUAREZ PIMENTEL MENDES JUNIOR-94JULIANA VIANNA GUERZET-94KARIME SILVA SIVIERO-98KELBERTH ALVES C. E. OLIVEIRA-89KELLY CRISTINA ANDRADE DO ROSARIO-51LAURA MELO CHEHAYEB-17LEANDRO F. SANTOS-71LEANDRO FREITAS DE SOUZA-104LENITA ALVAREZ DA SILVA TEIXEIRA-90Leonardo José Vulpe da Silva-86LEONARDO PIZZOL VINHA-30, 31, 32, 33LIANA MOTA PASSOS-29LIDIANE DA PENHA SEGAL-83LORENA MARCULANO-103LUCELIA GONCALVES DE REZENDE-39LUCIANA CAMPOS MALAFAIA COSTA-1, 55, 57, 64, 97LUCIANO MOREIRA DOS ANJOS-3LUCIANO PEREIRA CHAGAS-27Luis Guilherme Nogueira Freire Carneiro-22, 60, 70LUIZ CARLOS BARRETO-42LUIZ CLAUDIO SOBREIRA-49, 88

MARCELA REIS SILVA-46, 63, 79, 96MARCELO CARVALHINHO VIEIRA-25, 44MARCELO LUCIO GRILLO-46MARCELO MATEDI ALVES-30, 31, 32, 33MARCIA RIBEIRO PAIVA-65, 71Marco Aurélio Rangel Gobette-43Marcone de Rezende Vieira-60Marcos Figueredo Marçal-106, 82MARIA DA PENHA BARBOSA BRITO-3, 93, 95MARIA DAS GRACAS SOBREIRA DA SILVA-37MARIA DE CASTRO COURA-29MARIA DE FATIMA MONTEIRO-76MARIA REGINA COUTO ULIANA-99MARILENA MIGNONE RIOS-70, 97MARÍLIA PAULA MACEDO-82MARINA DE PAULA-53MATHEUS GUERINE RIEGERT-7, 85MICHAEL LEANDRO SOBREIRA-37MICHELA JACOMELI MARTINS-59MICHELE ITABAIANA DE CARVALHO PIRES-88MIRIAN TEREZA SILVEIRA-64NANCI APARECIDA DOMINGUES CARVALHO-92NEIDE DEZANE MARIANI-28, 33, 6NEILIANE SCALSER-49NEUSA MARIA MARCHETTI-39Nilma Pereira de Souza-92OLÍVIA BRAZ VIEIRA DE MELO-4, 63, 67OSWALDO HORTA AGUIRRE FILHO-90PEDRO INOCENCIO BINDA-23, 74RACHEL DODD MILITO-48RAFAEL COSTA DE SOUSA-48RAPHAEL DODD MILITO-48RAPHAEL JACCOUD VALORY SILVEIRA-48RAQUEL COSTA QUEIROZ-48RENATA PEDRO DE MORAES SENTO-SÉ REIS-15, 21, 62RODOLFO FERNANDES DO CARMO-17RODRIGO COSTA BUARQUE-40RODRIGO MARANGONI RUSCHI-48RODRIGO SALES DOS SANTOS-86Rodrigo Santolini Fitaroni-54RODRIGO SEBASTIÃO SOUZA-96RODRIGO STEPHAN DE ALMEIDA-14, 99ROGERIO SIMOES ALVES-89RONILCE ALESSANDRA AGUIEIRAS-98ROSEMBERG ANTONIO DA SILVA-34, 50, 73, 76, 8, 83ROZALINDA NAZARETH SAMPAIO SCHERRER-106SANDRA VILASTRE DE ARAUJO-4, 63SAULO NASCIMENTO COUTINHO-65SEBASTIAO EDELCIO FARDIN-24, 68SERGIO DE LIMA FREITAS JUNIOR-21, 5SIMONE LENGRUBER DARROZ ROSSONI-102, 105, 39, 58, 78, 84, 94SIRO DA COSTA-22, 46UBIRATAN CRUZ RODRIGUES-10, 101, 104, 13, 16, 17, 18, 20Valdeci José Tomazini-55Valdoreti Fernandes Mattos-103VANESSA MARIA BARROS GURGEL ZANONI-13

VANESSA PROFIRO NUNES-74VERA LUCIA FAVARES BORBA-98Vinícius de Lacerda Aleodim Campos-45, 54, 56, 61VINÍCIUS RIETH DE MORAES-85WELITON ROGER ALTOE-45, 60WILER COELHO DIAS-17

1ª Turma RecursalJUIZ(a) FEDERAL DR(a). ROGERIO MOREIRA ALVES

Nro. Boletim 2011.000080 DIRETOR(a) DE SECRETARIA AUGUSTO S. F. RANGEL

26/05/2011Expediente do dia

FICAM INTIMADAS AS PARTES E SEUS ADVOGADOS DOS ATOS ORDINATÓRIOS/INFORMAÇÕES DA SECRETARIANOS AUTOS ABAIXO RELACIONADOS

91001 - RECURSO/SENTENÇA CÍVEL

1 - 0000824-28.2009.4.02.5051/01 (2009.50.51.000824-0/01) DALTON DOS SANTOS (ADVOGADO: ARMANDO VEIGA.) xINSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: LUCIANA CAMPOS MALAFAIA COSTA.).E M E N T A

PREVIDENCIÁRIO. AUXÍLIO-DOENÇA. APOSENTADORIA POR INVALIDEZ. LAUDO MÉDICO PERICIALDESFAVORÁVEL. APOSENTADORIA POR IDADE. AUSÊNCIA DE REQUERIMENTO ADMINISTRATIVO. FALTA DEINTERESSE DE AGIR.A sentença extinguiu o processo sem resolução de mérito quanto à pretensão à aposentadoria por idade e julgouimprocedente o pedido de condenação do INSS a conceder auxílio-doença ou aposentadoria por invalidez.O autor não requereu administrativamente o benefício de aposentadoria por idade, sendo carecedor do direito de ação porfalta de interesse de agir.O perito nomeado pelo juízo diagnosticou genovaro bilateral, mas concluiu que a doença não causa incapacidadelaborativa. Não basta estar doente. É preciso que a doença incapacite o segurado ao trabalho.A divergência com atestados de médicos assistentes não invalida o laudo pericial. O atestado médico equipara-se a meroparecer de assistente técnico, de forma que eventual divergência de opiniões deve ser resolvida em favor do parecer doperito do juízo. De acordo com o Enunciado nº 8 da Turma Recursal do Espírito Santo, “o laudo médico particular é provaunilateral, enquanto o laudo médico pericial produzido pelo juízo é, em princípio, imparcial. O laudo pericial, sendoconclusivo a respeito da plena capacidade laborativa, há de prevalecer sobre o particular”. O médico assistente diagnosticae trata. Não lhe cabe averiguar a veracidade dos fatos narrados pelo paciente, mas acreditar (esta é a base da relaçãomédico-paciente), fazendo o diagnóstico nosológico e propondo o tratamento que considere mais indicado. Já o médicoperito se preocupa em buscar evidências de que a queixa de doença incapacitante é verdadeira. Por isso, o diagnósticoemitido pelo médico assistente não é fonte segura da existência da incapacidade para o trabalho.Recurso ao qual se nega provimento. Sem custas, nos termos do art. 4º, I, da Lei nº 9.289/96. O recorrente, emborasucumbente, está isento de custas e de honorários advocatícios por ser beneficiário da assistência judiciária gratuita.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, decide a Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciáriado Espírito Santo NEGAR PROVIMENTO ao recurso.

ROGERIO MOREIRA ALVESJuiz Federal da Turma RecursalRelator

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92001 - RECURSO/SENTENÇA PENAL

2 - 0000202-14.2007.4.02.5052/01 (2007.50.52.000202-9/01) MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL (PROCDOR: ANDRÉPIMENTEL FILHO.) x MAURICIO BARBOSA MOTTA (ADVOGADO: CARLOS ALBERTO DE JESUS SANTOS.).Processo nº 2007.50.52.000202-9/01

Recorrente : MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERALRecorrido : MAURICIO BARBOSA MOTTA

E M E N T APENAL – DESACATO A FUNCIONÁRIO PÚBLICO – FISCALIZAÇÃO À LEGISLAÇÃO TRABALHISTA - CONTEXTO DADISCUSSÃO – ACIRRAMENTO E EXALTAÇÃO DE ÂNIMOS – INEXISTÊNCIA DO ELEMENTO SUBJETIVO (DOLOESPECÍFICO) – RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO1. Trata-se de recursos interpostos pelo MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL em face da r. sentença que julgou improcedentea pretensão punitiva estatal e absolveu o acusado das imputações que lhe foram feitas na denúncia.2. Segundo o juízo de origem, a exigência da presença física do funcionário ofendido no mesmo ambiente em que o ofensoré construída pela doutrina com base em uma interpretação sistemática do próprio Código Penal, que prevê também a figurada injúria qualificada, em seu art.141, II, que diz respeito a injúria direcionada a funcionário público, em razão de suasfunções. Concluiu que o desacato encontra-se configurado quando as palavras ofensivas, de tom injurioso, são proferidasna presença do funcionário, com a intenção de humilhá-lo, com menoscabo, ficando excluído o crime contra aAdministração Pública se a ofensa não ocorrer pessoalmente, mas por outros meios, como o escrito, fax, telefone, podendoo ato, a depender das circunstâncias do caso, configurar a injúria qualificada. Observou que, como toda a conversa travadaentre acusado e ofendido se deu exclusivamente por telefone, não seria cabível aqui a imputação de desacato, consoantejurisprudência a que se reportou. Ainda que assim não fosse, registrou que os elementos dos autos não evidenciaram, naconduta do acusado, a intenção de humilhar ou diminuir a função pública do fiscal do trabalho, muito menos de ameaçá-lo,pois a infeliz menção ao episódio do assassinato dos fiscais do trabalho - feito apenas a título ilustrativo, em uma crítica àsuposta truculência dos fiscais, e não como uma ameaça - se deu já em um contexto de final de discussão acalorada entreréu e o agente público, onde não ficou claro quem teria iniciado o clima de descortesia.3. Em suas razões recursais, alega o recorrente, em síntese, que não há razão técnico-jurídica para a interpretação de queseria necessária, para o encaixe no tipo penal de desacato, da presença física do agressor, vez que até mesmo os CódigosPenais que expressamente exigem a “presença” do agressor admitem, por equiparação, a ofensa propter officium portelefone. Afirma que a alusão feita ao assassinato de fiscais do trabalho em Minas Gerais, bem como as demais palavrasofensivas e de desacato proferidas pelo réu demonstraram a inequívoca intenção de desrespeitar, desacatar e humilhar osfiscais do trabalho no exercício de suas funções, não podendo o ato ser qualificado como mera discussão, descortesia oupalavras de indignação. Aduz que o descontrole emocional, que parte da doutrina pátria entende excluir a caracterização docrime, não foi demonstrado nos autos, vez que, para tanto, exige-se o descontrole extraordinário, e não o mero nervosismoou estado de tensão, sob pena de abrir-se espaço para situações de flagrante desrespeito à condição de funcionáriopúblico, vez que o agressor, no mais das vezes, terá a “excludente” da exaltação. Sustenta que os fatos foram graves e seamoldam perfeitamente ao tipo do art. 331 do Código Penal, razão pela qual pugna pela reforma da sentença e pelaprocedência da pretensão punitiva formulada na denúncia de fls. 28/31.4. O tipo penal do art.331 do Código Penal assim está descrito: “Art.331. Desacatar funcionário público no exercício dafunção ou em razão dela: Pena – detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, ou multa.”5. Prevalece na jurisprudência pátria a interpretação restritiva dada pela doutrina ao tipo penal de desacato, exigindo apresença física entre ofensor e o funcionário público em certo ambiente, resumida na ementa de seguinte teor, cujosfundamentos são adotados como razões de decidir:“PROCESSUAL PENAL. REVISÃO CRIMINAL. ARTIGO 621, INCISO I, CPP. CABIMENTO. SENTENÇA. CONDENAÇÃO.DESACATO. VIA TELEFÔNICA. IMPOSSIBILIDADE. 1. A tipificação do crime de desacato pressupõe a ocorrência do fatona presença do funcionário, não se configurando se a ofensa foi irrogada via telefone. 2 . Revisão criminal procedente.Acórdão nº 2005.01.00.063883-0 de Tribunal Regional Federal da 1a Região, Segunda Seção, 27 de Junho de 20076. Na hipótese em apreço, a peça acusatória narra que uma funcionária da empresa Motta Distribuidora de Bebidas Ltda,diante da presença de auditores fiscais do trabalho em diligência na empresa, entrou em contato telefônico com oproprietário, ora acusado, e, em seguida, entregou o telefone celular ao agente fiscal Fábio, ocasião em que “o empresáriocomeçou a discutir de forma muito ríspida com o agente, preferindo palavras ofensivas, chegando até mesmo a se referir àmorte de três auditores fiscais do trabalho ocorrida em Minas Gerais. Ante o descontrole por parte do empresário, osagentes se retiraram da empresa e retornaram no dia seguinte, já acompanhados por policiais federais, oportunidade emque foram recebidos pela esposa do proprietário do estabelecimento, Sra. Patrícia Carvalho Pinha, a qual os atendeu deforma tranqüila, desculpando-se pelo ocorrido e fornecendo todas as informações solicitadas” (fl. 29).7. O depoimento do Fiscal do Trabalho Fábio Dinelli perante a autoridade policial (fls. 11/12) demonstra o contexto dadiscussão, sendo que, em juízo (fls. 143/144), disse que o réu, apesar de alterado, não proferiu nenhuma ofensa, emboratenha se referido ao assassinato dos fiscais em Minas Gerais:“QUE: durante a conversa telefônica o Sr. MAURÍCIO iniciou o diálogo de forma tranqüila; QUE: inicialmente o Sr.MAURÍCIO indagou ao declarante o porque de estarem ali e quem o havia autorizado em seu estabelecimento comercial;QUE: o declarante informou a MAURÍCIO as prerrogativas legais que lhe davam o direito de fiscalizar aqueleestabelecimento comercial; QUE neste momento MAURÍCIO alterou o seu tom de voz, e falando de forma agressiva e emalto tom, disse que “vocês são abusados e não estão acima da lei”, e disse ainda que “foi por isso que mataram três devocês em Minas”; QUE: o declarante informou a MAURÍCIO que estava apenas realizando o seu trabalho, quando o mesmoesbravejou: “trabalho porra nenhuma isso é uma palhaçada” (...)” (fls. 11/12)“(...) QUE o celular foi entregue à testemunha para que falasse com o réu; QUE o réu começou a “berrar” e argumentar queos fiscais não tinham autorização para ali estar, que eram abusados e que, por essa razão, é que fiscais como eles teriamsido mortos no Estado de Minas Gerais; QUE apesar de alterado, não proferiu nenhuma “ofensa”; (...) QUE a frase sobre oassassinato dos fiscais em Minas Gerais foi dita, do meio para o final da conversa; QUE o réu perguntou à testemunha oque esta fazia lá; QUE a testemunha esclareceu encontrar-se em diligência de fiscalização e ter adentrado noestabelecimento aberto; QUE a testemunha disse ao réu ter colhido o nome dos empregados e que necessitava entregar aoréu uma notificação e que a secretária se recusava a recebê-la; QUE este diálogo se deu antes da frase a respeito doassassinato dos fiscais em Minas Gerais.”

8. Os depoimentos prestados pela esposa do acusado nas esferas policial e judicial, inclusive confirmando a infeliz alusãodo esposo ao assassinato de fiscais em Minas Gerais, também oferecem um panorama acerca da discussão travada nomomento da diligência:“(...) QUE: MAURÍCIO pediu para falar com um dos fiscais; QUE: MAURÍCIO inicialmente perguntou quem eram os fiscais,recebendo a informação de que eram Fiscais do Ministério do Trabalho; QUE: MAURÍCIO solicitou aos fiscais queretornassem no dia seguinte quando estaria presente na empresa, informando ainda que os empregados ORLANDO eMARCELA não tinham autorização para assinar nenhum documento em nome da empresa; QUE: os fiscais insistiram,dizendo que estavam trabalhando dizendo que precisavam da assinatura de um empregado da empresa; QUE: MAURÍCIOinsistiu que retornasse no dia seguinte, explicando que a empresa estava fechada; QUE: os fiscais informaram que comohaviam (sic) empregados na empresa, a empresa estava aberta, portanto, a fiscalização estava regular; QUE: face a (sic)intransigência dos fiscais em retornar no dia seguinte, MAURÍCIO ficou nervoso e disse: ‘vocês têm mania de nos tratarcomo bandidos, nós trabalhadores, não bastou o episódio que aconteceu com vocês em Minas Gerais e continuam agindocom truculência”; (...); QUE: a depoente solicitou que MAURÌCIO se acalmasse, observando pelo teor da conversa, que oFiscal também estava com o ânimo exaltado; QUE em seguida encerrou-se a ligação com a informação de que os Fiscaisdo Trabalho retornariam a (sic) empresa no dia seguinte; (...) QUE: os fiscais falaram que haviam sido ameaçados de mortepor MAURÍCIO, afirmativa não aceita pela depoente que disse aos fiscais que estava com MAURÍCIO quando da ligação nodia anterior, observando que o mesmo não havia feito ameaça alguma; QUE: realmente MAURÍCIO havia feito umcomentário infeliz acerca do assassinato dos fiscais do trabalho em Minas Gerais, porém, nada que pudesse serinterpretado como uma ameaça, até por quê (sic), tanto MAURÍCIO quanto o fiscal estavam bastante nervosos, com osânimos alterados (...)” (fls. 17/18).“(...) QUE o sr. Maurício falou que era feriado, a empresa não estava funcionando, mas eles insistiam que por ter apenasum funcionário, a empresa estaria funcionando; (...); QUE o Maurício falou para os fiscais que os funcionários não tinhamautorização para assinar documento; QUE o Maurício chegou a falar para eles o respeitar, que eles ficam em cima de quemestá trabalhando e deveriam fiscalizar os bandidos, que comentou sobre a morte dos fiscais e que eles não precisavam agircom essa truculência e que em seguida desligaram o telefone; (...) (fls. 56/57).9. Em seu depoimento, disse o réu que “... em certa ocasião, sua fazenda foi visitada por fiscais do Ministério do Trabalhoacompanhados de Agentes da Polícia Federal, quatro caminhonetes cabines dupla, o que gerou um constrangimento para odepoente; que nessa fiscalização, os fiscais viram que todos os empregados estavam com EPI, devidamente registrados,mas mesmo assim foram solicitados diversos documentos; que posteriormente não houve nenhuma multa, porque segundoos fiscais estava tudo regularizado; que a ação na ocasião foi muito ostensiva e no entender do depoente foi violenta; queentão, por se considerar um pequeno empresário, dentro da lei, e por respeitar também os agentes fiscalizadores, entendeuque isso não daria o direito de usar de abuso e coação; que os fiscais teriam tentado coagir Marcela a assinar umdocumento; que durante o telefonema se lembrou do fato da fiscalização de sua fazenda e, ao conversar com os fiscais,sentindo a truculência destes a conversar com Marcela e com o depoente, se recorda que tais fatos acabaram por acirraros ânimos de ambos os lados; que, por telefone, acabou fazendo uma menção infeliz ao episódio que aconteceu em Goiásou Mato Grosso, não sabe ao certo, sobre o assassinato de fiscais do trabalho; que se recorda de ter dito que mesmo comaquele evento, os fiscais não aprenderam a ser mais educados e transigentes; que disse isso por telefone, ocasião em quea pessoal (sic) fica mais atrevida a dizer essas coisas, que considera que fez uma menção absurda e infeliz e por issotambém recorreu a Dr. Fachetti para conversar; que mencionou isso para o delegado e que considera não existir nenhumaameaça em suas palavras, apenas um desabafo naquele momento com o que estava acontecendo e com a lembrança dafiscalização realizada em sua fazenda; (...) que não quis, ao fazer menção ao assassinato dos fiscais do trabalho em outrosEstados, causar nenhuma ameaça àqueles fiscais que ali estavam em sua empresa; que apenas foi um desabafo infeliz...”(fls. 184/187).10. Registre-se que o juízo de origem colheu o depoimento do acusado (fls. 184/187) e constatou o tom de arrependimentoacerca de menção infeliz ao assassinato em Minas Gerais, bem como a sinceridade em suas palavras acerca daindignação e sentimento de injustiça que sentia naquele momento (fl. 205).11. Os elementos dos autos demonstram que o acusado limitou-se a criticar a atuação dos fiscais, não se encontrandosequer descritas quais foram as palavras utilizadas pelo denunciado e que, em tese, viriam a configurar o delito dedesacato. Não obstante a lamentável referência ao assassinato de fiscais de trabalho ocorrido em Minas Gerais, talcircunstância não constituiu qualquer ameaça e não possui a extensão que lhe atribui a peça acusatória.12. Mantenho a sentença por seus próprios fundamentos, o que faço com base no art. 46 da Lei 9.099/95, aplicávelsubsidiariamente aos Juizados Especiais Federais.13. Recurso conhecido e improvido.14. Custas na forma da lei. Condenação do recorrente ao pagamento dos honorários advocatícios, que fixo em 10% dovalor da condenação, com fulcro no art. 20, §3º, do CPC c/c art. 55 da Lei n. 9.099/95.

A C Ó R D Ã OVistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo, CONHECER E NEGAR PROVIMENTO AO RECURSOINOMINADO, na forma da ementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do presente julgado.

Alceu Maurício JuniorJuiz Federal Relator

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91001 - RECURSO/SENTENÇA CÍVEL

3 - 0001973-93.2008.4.02.5051/01 (2008.50.51.001973-6/01) JOSE CARLOS RODRIGUES DOS SANTOS (ADVOGADO:LUCIANO MOREIRA DOS ANJOS.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: MARIA DAPENHA BARBOSA BRITO.).E M E N T A

PREVIDENCIÁRIO. AUXÍLIO-DOENÇA. APOSENTADORIA POR INVALIDEZ. LAUDO MÉDICO PERICIAL CONCLUSIVO.QUESITOS COMPLEMENTARES DESNECESSÁRIOS.A sentença julgou improcedente o pedido de condenação do INSS a conceder aposentadoria por invalidez ouauxílio-doença porque o laudo pericial não atestou incapacidade para o trabalho. O autor interpôs recurso alegando anulidade da sentença, por ter indeferido indevidamente o requerimento de esclarecimento do perito, e sustentando acomprovação da incapacidade para o trabalho com base em atestados médicos.O perito diagnosticou doenças degenerativas da coluna lombar, mas não constatou sintomatologia no momento do examepericial. Ciente do laudo, o autor formulou rol de quesitos complementares, que basicamente indagavam sobre os sintomasdas doenças diagnosticadas. Na sentença, o requerimento de esclarecimentos do perito foi indeferido, porque os quesitosrepresentariam mero inconformismo com o resultado da perícia.Ao negar a persistência de sintomas das patologias diagnosticadas, o perito já esclareceu de maneira satisfatória ainexistência de incapacidade para o trabalho. Os quesitos propostos pelo autor não têm potencialidade de alterar aconclusão da perícia judicial. Abordam questões que não são indispensáveis para o julgamento da lide.O único quesito complementar que poderia ser pertinente indagou sobre os critérios objetivos de avaliação que permitiramao perito concluir pela inexistência de sintomatologia no momento da perícia. Entretanto, a resposta ao quesito 10 do autorjá esclareceu de maneira satisfatória os parâmetros que orientaram a conclusão do perito.Para ter direito ao auxílio-doença ou à aposentadoria por invalidez, não basta ao segurado comprovar estar doente: épreciso ficar comprovado que a doença tenha causado alterações morfopsicofisiológicas que impeçam o desempenho dasfunções específicas de uma atividade ou ocupação. Somente o médico detém conhecimentos técnicos para aquilatar se adoença diagnosticada inabilita o segurado para o trabalho. Não é contraditório o laudo pericial que diagnostica enfermidade,mas nega incapacidade para o trabalho.A divergência com atestados de médicos assistentes não invalida o laudo pericial. O atestado médico equipara-se a meroparecer de assistente técnico, de forma que eventual divergência de opiniões deve ser resolvida em favor do parecer doperito do juízo. De acordo com o Enunciado nº 8 da Turma Recursal do Espírito Santo, “o laudo médico particular é provaunilateral, enquanto o laudo médico pericial produzido pelo juízo é, em princípio, imparcial. O laudo pericial, sendoconclusivo a respeito da plena capacidade laborativa, há de prevalecer sobre o particular”. O médico assistente diagnosticae trata. Não lhe cabe averiguar a veracidade dos fatos narrados pelo paciente, mas acreditar (esta é a base da relaçãomédico-paciente), fazendo o diagnóstico nosológico e propondo o tratamento que considere mais indicado. Já o médicoperito se preocupa em buscar evidências de que a queixa de doença incapacitante é verdadeira. Por isso, o diagnósticoemitido pelo médico assistente não é fonte segura da existência da incapacidade para o trabalho.Recurso ao qual se nega provimento. O recorrente, embora sucumbente, está isento de custas e de honoráriosadvocatícios por ser beneficiário da assistência judiciária gratuita.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, decide a Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciáriado Espírito Santo NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO.

ROGERIO MOREIRA ALVESJuiz Federal da Turma RecursalRelator

4 - 0000556-71.2009.4.02.5051/01 (2009.50.51.000556-0/01) INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS(PROCDOR: OLÍVIA BRAZ VIEIRA DE MELO.) x LUZIA APARECIDA ALVES DA SILVA (ADVOGADO: SANDRAVILASTRE DE ARAUJO.).E M E N T A

PREVIDENCIÁRIO. APOSENTADORIA POR INVALIDEZ. AUXÍLIO-DOENÇA. COMPROVAÇÃO DE INCAPACIDADEPARA O TRABALHO NO PERÍODO ANTERIOR À PERÍCIA JUDICIAL.A sentença condenou o INSS a restabelecer o benefício de auxílio-doença desde a cessação, em 1º/3/2008, convertendo-oem aposentadoria por invalidez a partir de 1º/9/2009 (data da juntada do laudo pericial). O INSS interpôs recurso apenaspara desconstituir a condenação no pagamento de proventos retroativos ao período anterior à perícia judicial (1º/3/2008 a31/8/2009). Alegou que duas perícias médicas administrativas realizadas em 2008 negaram existência de incapacidadepara o trabalho, e que o perito do juízo não confirmou a data de início da incapacidade.O laudo das duas perícias administrativas registrou que a recorrida apresentou-se lúcida e sem sinais de descompensação(fls. 94/95). A perita do juízo diagnosticou esquizofrenia hebefrênica. Afirmou que a esquizofrenia é uma doença mental deevolução crônica e incapacitante desde o início dos primeiros sintomas e que a doença provavelmente teve início naadolescência. Não obstante, alegou não ser possível precisar a data de início da incapacidade. Não há documentos

contemporâneos que supram a lacuna do laudo pericial a fim de demonstrar com segurança que a doença, iniciada naadolescência, estava gerando sintomas incapacitantes no momento do requerimento administrativo e no período anterior àperícia judicial. A comprovação da incapacidade definitiva para o trabalho somente ficou seguramente delineada a partir doexame pericial judicial.Caso acolhida a tese de que a incapacidade para o trabalho estava consolidada desde o início da doença, a recorrida nãoteria direito ao benefício previdenciário, porque a incapacidade para o trabalho anterior à filiação previdenciária impede aconcessão de auxílio-doença, conforme art. 59, parágrafo único, da Lei nº 8.213/91.Embora o laudo pericial tenha sido juntado em 1º/9/2009, o exame pericial que confirmou a doença incapacitante foirealizado em 2/7/2009. Essa é a data de início da incapacidade comprovada.Recurso parcialmente provido para reformar a sentença, desconstituindo a condenação do INSS a pagar proventosretroativos ao período de 1º/3/2008 a 1º/7/2009.Ante a sucumbência recíproca, compensam-se os honorários advocatícios (art. 21 do CPC).

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, decide a Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciáriado Espírito Santo DAR PARCIAL PROVIMENTO ao recurso.

ROGERIO MOREIRA ALVESJuiz Federal da Turma RecursalRelator

FICAM INTIMADAS AS PARTES E SEUS ADVOGADOS DOS ATOS ORDINATÓRIOS/INFORMAÇÕES DA SECRETARIANOS AUTOS ABAIXO RELACIONADOS

5 - 0001288-86.2008.4.02.5051/01 (2008.50.51.001288-2/01) NEUZA MARIA BITENCOURT RAVANI (ADVOGADO:SERGIO DE LIMA FREITAS JUNIOR.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: ANDRÉ DIASIRIGON.).Processo nº 2008.50.51.001288-2/01

Recorrente : NEUZA MARIA BITENCOURT RAVANIRecorrido : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL – INSS

E M E N T A

RECURSO INOMINADO - PREVIDENCIÁRIO – AUXÍLIO-DOENÇA – APOSENTADORIA POR INVALIDEZ - EXISTÊNCIADE INCAPACIDADE LABORAL – APLICAÇÃO ANALÓGICA DO ART. 188, § 2º DA LEI 8.112/90 - RECURSOCONHECIDO E, NO MÉRITO, PROVIDO – SENTENÇA REFORMADA.

Trata-se de recurso inominado interposto pela autora, ora recorrente, em face da sentença que julgou improcedente apretensão externada na inicial desta ação, que pugnava pela concessão de auxílio-doença ou sua conversão emaposentadoria por invalidez. Sustenta a recorrente, em suas razões recursais, que, nada obstante o segundo peritonomeado pelo Juízo ter concluído não há incapacidade para a profissão de lavradora, encontra-se incapacitada total edefinitivamente para suas atividades habituais, em consonância com o disposto no primeiro laudo pericial judicial e demaislaudos particulares. Alega, também, que o fato de o primeiro perito ser seu médico particular não induz em suspeição;ademais, na oportunidade em que a exceção de suspeição foi oposta tal faculdade já se encontrava preclusa. Dessa forma,requer seja reformada a sentença proferida pelo juízo “a quo”, julgando-se procedente o pedido deduzido na inicial.O auxílio-doença, conforme se depreende do artigo 59, caput, da Lei 8.213/91, será devido ao segurado que, tendocumprido, quando for o caso, o período de carência exigido, ficar incapacitado para o seu trabalho ou para a sua atividadehabitual por mais de 15 (quinze) dias consecutivos. Já a aposentadoria por invalidez, por força do disposto no art. 42 domesmo diploma legal, uma vez cumprida, quando for o caso, a carência exigida, será devida ao segurado que, estando ounão em gozo de auxílio-doença, for considerado incapaz e insusceptível de reabilitação para o exercício de qualqueratividade que lhe garanta a subsistência, e ser-lhe-á paga enquanto permanecer nesta condição.O período de carência e a qualidade de segurado são incontroversos nos autos. A controvérsia cinge-se à aferição daincapacidade laboral da autora.No laudo técnico lavrado às fls. 129/131, foi constatada seqüela cicatricial em abdome inferior não incapacitante.Contudo, as perícias realizadas em âmbito administrativo pela autarquia previdenciária, nos anos de 2006, 2007 e 2008,constataram a presença de dor à pressão do sacro como seqüela da cirurgia realizada em 28.03.2006 (fl. 23), incapacidadeque perdurou até 20.05.2008 (fl. 104), quando o INSS a considerou apta para retornar às suas atividades habituais.Ora, o afastamento das atividades perdurou por prazo superior a 2 (dois) anos, caso em que deve ser aplicado por analogiao disposto no art. 188, §2º da Lei 8.112/90, com a conversão do auxílio-doença em aposentadoria por invalidez.Cumpre registrar que o magistrado não está adstrito ao laudo pericial, podendo formar a sua convicção com outroselementos ou fatos provados nos autos (CPC, arts. 131 e 736).

Deve-se atentar, igualmente, às condições pessoais desprivilegiadas da recorrente (é lavradora, com histórico laborallimitado e baixa instrução escolar) que tornam pouco provável, senão impossível, sua reinserção no mercado de trabalho,mormente quando cotejadas com o quadro clínico apresentadoMerece reparo, portanto, a sentença proferida pelo juízo “a quo”.Pelo exposto, conheço do recurso e a ele dou provimento para condenar o INSS a implantar o benefício de aposentadoriapor invalidez em favor da parte recorrente, no prazo de 30 dias, providenciando o pagamento dos atrasados a título deauxílio-doença, no período de 11/07/2007 a 09/01/2008 e de 22.04.2008 até a efetiva implantação da aposentadoria porinvalidez. Sobre as prestações vencidas incidem, até 30/06/2009, correção monetária e juros de mora à taxa de 1% ao mêsa partir da citação. Desta data em diante, aplicam-se os índices oficiais de remuneração básica e juros próprios dacaderneta de poupança (art. 5º da Lei 11.960/2009).Esclareço que não existem atrasados quanto à aposentadoria por invalidez, mas tão somente quanto ao auxílio-doença,sendo o acórdão constitutivo neste ponto. Ressalvo a possibilidade de nova perícia para avaliar a condição de invalidez daAutora.Sem custas, nos termos da Lei. Sem honorários advocatícios, tendo em vista o disposto no art. 55 da Lei 9.099/95.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo CONHECER DO RECURSO E A ELE DAR PROVIMENTO, naforma da ementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do presente julgado.

Bruno DutraJuiz Federal Relator

FICAM INTIMADAS AS PARTES E SEUS ADVOGADOS DOS ATOS ORDINATÓRIOS/INFORMAÇÕES DA SECRETARIANOS AUTOS ABAIXO RELACIONADOS

6 - 0007411-06.2008.4.02.5050/01 (2008.50.50.007411-8/01) DEPARTAMENTO NACIONAL DE INFRA-ESTRUTURA DETRANSPORTES - DNIT (PROCDOR: NEIDE DEZANE MARIANI.) x UNIÃO FEDERAL (PROCDOR: ADRIANAZANDONADE.) x ROGER TRISTAO PADUA FRIZZERA x JACELAYNE ARMINI PINHA x CAROLINA FRIZZERA xBEATRIZ LOUREIRO ROCHA x MIRIENE CRISTINA LIBERATO.E M E N T A

EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. CONTRIBUIÇÃO SOCIAL PARA PSS. ADICIONAL DE 1/3 DE FÉRIAS.O acórdão embargado decidiu que o DNIT tem legitimidade para a causa por ser responsável pela efetivação do descontoda contribuição social na folha de pagamento. O DNIT interpôs embargos de declaração alegando omissão do acórdãoquanto à alegação de que a autarquia não efetua o desconto, uma vez que a retenção na fonte é atribuição exclusiva doMinistério do Planejamento por via do SIAPE. Reconhecida a omissão do acórdão. Rejeitada, porém, a modificação daconclusão do acórdão. A alegação de que a retenção na fonte é diretamente promovida por órgão central não foicomprovada. A autarquia goza de autonomia administrativa e financeira, salvo prova em contrário.O embargante também questionou a omissão do acórdão em analisar a questão de mérito com enfoque no princípioconstitucional da legalidade. O juiz não está obrigado a se ater aos fundamentos indicados pelas partes. O acórdão expôsfundamentos bastantes para sustentar a decisão. Não há omissão a ser suprida. Há mera intenção de provocar o reexameda matéria decidida.Embargos de declaração improvidos.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, decide a Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciáriado Espírito Santo negar provimento aos embargos.

ROGERIO MOREIRA ALVESJuiz Federal da Turma RecursalRelator

7 - 0002279-36.2006.4.02.5050/01 (2006.50.50.002279-1/01) JESSE DEOCLECIO (DEF.PUB: ALINE FELLIPE PACHECOSARTÓRIO.) x EMPRESA BRASILEIRA DE CORREIOS E TELÉGRAFOS - ECT (ADVOGADO: MATHEUS GUERINERIEGERT, ANDRE LUIZ PEREIRA.).E M E N T A

EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. NULIDADE DA INTIMAÇÃO DA DEFENSORIA PÚBLICA PARA A SESSÃO DE

JULGAMENTO. AUSÊNCIA DE PREJUÍZO.A Defensoria Pública da União argüiu a nulidade do acórdão por não ter sido pessoalmente intimada da pauta dejulgamento. O art. 44, inciso I, da Lei Complementar 80/94 realmente prevê como prerrogativa dos membros da defensoriapública a intimação pessoal. Entretanto, a defensoria não explicou qual teria sido o prejuízo causado pela falta de intimação.A ausência de intimação não causa prejuízo porque a presença do defensor na sessão de julgamento é destituída desentido prático, uma vez que não há oportunidade para sustentação oral no julgamento informal da turma recursal. Segundoart. 249, § 1º, do CPC, “o ato não se repetirá nem se lhe suprirá a falta quando não prejudicar a parte”.Ademais, a pauta de julgamento foi entregue ao mesmo servidor credenciado pela defensoria para fazer a retirada dosautos com carga na secretaria da turma recursal, presumindo-se, com isso, que tenha dado ciência do documento aodefensor público.Embargos de declaração improvidos.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, decide a Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciáriado Espírito Santo NEGAR PROVIMENTO ao recurso.

ROGERIO MOREIRA ALVESJuiz Federal da Turma RecursalRelator

8 - 0011077-49.2007.4.02.5050/01 (2007.50.50.011077-5/01) INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS(PROCDOR: ROSEMBERG ANTONIO DA SILVA.) x NELSON MANOEL DA SILVA (ADVOGADO: JOANA D'ARC BASTOSLEITE.).E M E N T A

PREVIDENCIÁRIO. APOSENTADORIA POR TEMPO DE CONTRIBUIÇÃO COM PROVENTOS PROPORCIONAIS.CONTAGEM DE TEMPO DE CONTRIBUIÇÃO. ERRO MATERIAL DO ACÓRDÃO. CORREÇÃO. INEXISTÊNCIA DEPRECLUSÃO TEMPORAL.A sentença havia condenado o INSS a conceder aposentadoria com proventos integrais a partir da data de ajuizamento daação, 10/10/2007. O acórdão deu parcial provimento ao recurso do INSS para excluir a averbação de um determinadoperíodo de tempo de serviço. O voto do relator fundamentadamente demonstrou que, com a exclusão do período, osomatório do tempo de contribuição até 9/10/2007 (data anterior à DER considerada na sentença) ficava reduzido a 32anos, 2 meses e 22 dias. O mesmo voto, acolhido à unanimidade, também demonstrou fundamentadamente que o tempomínimo para aposentadoria proporcional com base na regra de transição correspondia a 32 anos, 7 meses e 8 dias. Comoo tempo de contribuição era inferior ao tempo mínimo para aposentadoria proporcional, o acórdão deveria ter negado odireito a esse benefício. Entretanto, em flagrante equívoco, o voto do relator considerou, no final da fundamentação, que osegurado havia completado 32 anos, 9 meses e 14 dias de tempo de contribuição até a DER, contrariando a si próprio, umavez que o mesmo voto havia demonstrado que o tempo de contribuição era de apenas 32 anos, 2 meses e 22 dias.Trata-se de erro material, que pode ser corrigido a qualquer tempo.O recorrido não questionou a existência de erro material no acórdão, mas pediu que o tempo de contribuição posterior aoajuizamento da ação fosse computado para efeito de concessão da aposentadoria com proventos proporcionais. É possívela contagem de tempo de contribuição durante a tramitação do processo judicial, desde que não haja alteração da naturezado benefício pretendido.O tempo de contribuição posterior ao ajuizamento da ação não pode ser negado pelo INSS, porque está cadastrado noCNIS: o último vínculo de emprego perdurou ininterruptamente entre 13/10/1997 e março/2008 (fl. 58). No atual estágio doprocesso judicial, exigir que o segurado formulasse novo requerimento administrativo de aposentadoria para poderaproveitar o tempo de contribuição superveniente ao primeiro requerimento somente seria razoável se houvesse dúvidasobre a efetiva existência do tempo de contribuição, mas não é esse o caso. Admissibilidade da inclusão do tempo decontribuição correspondente ao período de 10/10/2007 a 31/3/2008. Por conseguinte, o tempo de contribuição eleva-se de32 anos, 2 meses e 22 dias para 32 anos, 8 meses e 13 dias, atingindo o tempo mínimo para aposentadoria..A data de início do benefício não pode ser fixada em momento anterior ao termo final do tempo de contribuição. Com ocômputo do tempo de contribuição até 03/2008, a DIB não pode ser fixada na data de ajuizamento da ação. A citação doINSS consumou-se em 20/5/2008 (fl. 51). Esse ato processual pode ser considerado como substitutivo do requerimentoadministrativo. A data de início do benefício deve ser fixada na data da citação, quando o recorrido já havia completadotempo mínimo para aposentadoria.Reconhecido o erro material do acórdão, para considerar que, na data do ajuizamento da ação, o recorrido não haviacompletado tempo mínimo para aposentadoria com proventos proporcionais. Retificado o acórdão para reconhecer o direitoà aposentadoria com proventos proporcionais na data da citação, com DIB em 20/5/2008.

A C Ó R D Ã OVistos, relatados e discutidos estes autos, decide a Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciáriado Espírito Santo reconhecer o erro material do acórdão e retificá-lo.

ROGERIO MOREIRA ALVESJuiz Federal da Turma Recursal

Relator

9 - 0000201-58.2009.4.02.5052/01 (2009.50.52.000201-4/01) ARLETE LOPES BATISTA SANTOS (ADVOGADO: CARLOSMAGNO BARCELOS.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: ANDRE COUTINHO DAFONSECA FERNANDES GOMES.).E M E N T A

PREVIDENCIÁRIO. AUXÍLIO-DOENÇA. APOSENTADORIA POR INVALIDEZ. LAUDO MÉDICO PERICIALDESFAVORÁVEL.A perita nomeada pelo juízo diagnosticou tenosinovite no punho direito, mas descartou incapacidade para o trabalho,porque não constatou edema nem rigidez e a contração muscular e os movimentos no punho estavam livres.Estar acometido por doença ou em tratamento médico não garante direito ao benefício previdenciário. O que importa é arepercussão da doença na aptidão física e mental para o desempenho do trabalho. Não basta estar doente. É preciso que adoença incapacite o segurado para o trabalho.A divergência com atestados de médicos assistentes não invalida o laudo pericial. O atestado médico equipara-se a meroparecer de assistente técnico, de forma que eventual divergência de opiniões deve ser resolvida em favor do parecer doperito do juízo. De acordo com o Enunciado nº 8 da Turma Recursal do Espírito Santo, “o laudo médico particular é provaunilateral, enquanto o laudo médico pericial produzido pelo juízo é, em princípio, imparcial. O laudo pericial, sendoconclusivo a respeito da plena capacidade laborativa, há de prevalecer sobre o particular”. O médico assistente diagnosticae trata. Não lhe cabe averiguar a veracidade dos fatos narrados pelo paciente, mas acreditar (esta é a base da relaçãomédico-paciente), fazendo o diagnóstico nosológico e propondo o tratamento que considere mais indicado. Já o médicoperito se preocupa em buscar evidências de que a queixa de doença incapacitante é verdadeira. Por isso, o diagnósticoemitido pelo médico assistente não é fonte segura da existência da incapacidade para o trabalho.A falta de retorno ao emprego também não basta para comprovar incapacidade para o trabalho.Recurso ao qual se nega provimento. Sem custas, nos termos do art. 4º, I, da Lei nº 9.289/96. O recorrente, emborasucumbente, está isento de custas e de honorários advocatícios por ser beneficiário da assistência judiciária gratuita.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, decide a Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciáriado Espírito Santo NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO.

ROGERIO MOREIRA ALVESJuiz Federal da Turma RecursalRelator

10 - 0000159-06.2009.4.02.5053/01 (2009.50.53.000159-6/01) JOSÉ LOPES DE SOUZA (ADVOGADO: JOSÉ LUCASGOMES FERNANDES.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: UBIRATAN CRUZRODRIGUES.).E M E N T A

PREVIDENCIÁRIO. AUXÍLIO-DOENÇA. APOSENTADORIA POR INVALIDEZ. LAUDO MÉDICO PERICIALDESFAVORÁVEL.A sentença julgou improcedente o pedido de condenação do INSS a restabelecer o benefício de auxílio-doença NB522.734.863-0 desde 1º/6/2008 ou aposentadoria por invalidez. O autor interpôs recurso alegando o laudo é contraditório -porque diagnosticou a patologia, mas concluiu pela capacidade laborativa - e monossilábico. Argumentou que a obtençãode passe livre no transporte público reafirma a comprovação de que é portador de deficiência e incapaz de trabalhar. Alega,ainda, que se trata de pessoa idosa com 60 anos e sem escolaridade.Embora as respostas aos quesitos tenham sido lacônicas e pouco detalhadas, isso não afeta a validade do laudo pericial.Nos juizados especiais, os atos processuais são regidos pela simplicidade e pela informalidade (art. 2º da Lei nº 9.099/95),razão pela qual o laudo pericial não precisa conter fundamentação detalhada.Não há contradição no laudo pericial. Estar acometido por doença não garante direito ao benefício previdenciário. O queimporta é a repercussão da doença na aptidão física e mental para o desempenho do trabalho. Não basta estar doente. Épreciso que a doença incapacite o segurado para o trabalho.O reconhecimento de deficiência física pela entidade que emitiu passe livre no transporte público não vincula a períciajudicial.O fato de a perita ter analisado os laudos médicos particulares para tomar conhecimento do histórico clínico do recorrentenão a obriga a seguir a mesma conclusão firmada pelo médico assistente.Recurso ao qual se nega provimento. Sem custas, nos termos do art. 4º, I, da Lei nº 9.289/96. O recorrente, emborasucumbente, está isento de custas e de honorários advocatícios por ser beneficiário da assistência judiciária gratuita.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, decide a Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciáriado Espírito Santo NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO.

ROGERIO MOREIRA ALVESJuiz Federal da Turma RecursalRelator

11 - 0000927-29.2009.4.02.5053/01 (2009.50.53.000927-3/01) MARICEU JOSÉ GAMBARINI (ADVOGADO: JAMILSONSERRANO PORFIRIO.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: ERIN LUÍSA LEITEVIEIRA.).E M E N T A

PREVIDENCIÁRIO. AUXÍLIO-DOENÇA. APOSENTADORIA POR INVALIDEZ. LAUDO MÉDICO PERICIALDESFAVORÁVEL.A sentença julgou improcedente o pedido de condenação do INSS a conceder o benefício de auxílio-doença ouaposentadoria por invalidez desde 4/6/2009. O autor interpôs recurso alegando que a documentação carreada nos autoscomprova a incapacidade para o trabalho; que a perícia judicial foi realizada por médico que não é especialista emortopedia, mas em cardiologia; que já foi concedido auxílio-doença anteriormente em razão da mesma patologia.A avaliação da aptidão para o trabalho é questão técnica que deve necessariamente ser analisada por médico.Preferencialmente, o médico nomeado deve ser habilitado na especialidade médica pertinente à doença incapacitante daqual se queixa o segurado. Trata-se, porém, de mera preferência. Salvo casos excepcionais, o médico inscrito no órgão declasse competente tem habilitação técnica legal para opinar sobre questões de natureza clínica afetas a qualquerespecialidade. Não se tratando de quadro clínico complexo, a perícia médica pode ser conduzida por médico de qualquerespecialidade. A perita, especialista não só em Cardiologia, mas também em Clínica Médica e em Medicina do Trabalho,pode não ter habilitação técnica para conduzir o tratamento clínico da paciente, mas detém conhecimentos suficientes paraavaliar existência de incapacidade para o trabalho. O Médico do Trabalho tem plenas condições de aferir a repercussão doproblema lombar na aptidão laboral.A perita diagnosticou espondiloartrose ao nível da região lombar, mas concluiu que a doença não causa incapacidadelaborativa. Registrou exame de laségue negativo bilateralmente. Só o perito médico tem condições de, com base em exameclínico, aferir se a doença atingiu grau incapacitante.A anterior concessão de auxílio-doença não permite presumir que o estado de incapacidade para o trabalho tenhapersistido após a cessação do benefício.Não há nenhum laudo de médico assistente contemporâneo ao requerimento administrativo que confirme incapacidadepara o trabalho. O laudo à fl. 14 não pode ser considerado em virtude de a data estar ilegível. O laudo à fl. 35 é anterior aorequerimento. Não há divergência entre o laudo pericial e atestado de médico assistente.Recurso ao qual se nega provimento. Sem custas, nos termos do art. 4º, I, da Lei nº 9.289/96. O recorrente, emborasucumbente, está isento de custas e de honorários advocatícios por ser beneficiário da assistência judiciária gratuita.

A C Ó R D Ã OVistos, relatados e discutidos estes autos, decide a Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciáriado Espírito Santo NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO.

ROGERIO MOREIRA ALVESJuiz Federal da Turma RecursalRelator

12 - 0001498-11.2006.4.02.5051/01 (2006.50.51.001498-5/01) INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS(PROCDOR: ANDRÉ DIAS IRIGON.) x VALMERI PERES VARIAL (ADVOGADO: ADMILSON TEIXEIRA DA SILVA,EMILENE ROVETTA DA SILVA, ALAN ROVETTA DA SILVA.).E M E N T A

PREVIDENCIÁRIO. APOSENTADORIA POR INVALIDEZ. POSSIBILIDADE DE REABILITAÇÃO PROFISSIONAL. DATADE INÍCIO DO BENEFÍCIO. TEMPESTIVIDADE DO RECURSO.A sentença julgou procedente o pedido para condenar o INSS a conceder aposentadoria por invalidez desde a data dacessação do auxílio-doença, em 17/4/2006. O INSS interpôs recurso alegando que já houve reabilitação profissional epedindo, em último caso, que a DIB seja fixada na data da juntada do laudo pericial.A peça recursal foi tempestivamente protocolada, porém não foi prontamente juntada aos autos e acabou sendoequivocadamente devolvida pelo cartório ao recorrente. A demora na juntada aos autos não compromete a tempestividadedo recurso. O erro material na indicação do número de registro do processo também não afeta a validade da interposiçãoda petição recursal.O perito ortopedista atestou incapacidade total e permanente para a atividade habitual de motorista de caminhão, em razãode doença crônica da coluna lombar. Admitiu a possibilidade de reabilitação profissional. O perito neurologista confirmoudiagnóstico de epilepsia refratária a medicação específica (quesito 2.D do autor). Avaliou que o quadro de epilepsia não seencontrava controlado (quesito 19). Implicitamente considerou que o tratamento adequado da epilepsia cessaria o estadode incapacidade para o trabalho, que, assim, não seria definitivo.Segundo informação da perícia médica administrativa, o recorrido teria freqüentado curso de informática (fl. 94), sendoreabilitado para função de auxiliar de escritório (fl. 95). Sob o ponto de vista clínico, não pode ser descartada a possibilidadede o recorrido exercer essa função.A experiência profissional do recorrido limita-se à atividade de motorista de caminhão, conforme anotações em CTPS.

Entretanto, não há evidência de que suas condições pessoais o impeçam de exercer a profissão de auxiliar de escritório, aqual não demanda formação escolar elevada. Ademais, o recorrido tem apenas 44 anos de idade. Afastada ainsuscetibilidade de reabilitação profissional. Consequentemente fica prejudicada a concessão de aposentadoria porinvalidez.Apesar da conclusão da reabilitação profissional, o auxílio-doença não pode ser cessado, porque a perícia judicialconfirmou que a epilepsia ainda não estava totalmente controlada e que, enquanto esse controle não fosse alcançado, aincapacidade para o trabalho era total.O recorrente pediu para fixar a data de início do benefício na data da juntada do laudo pericial. A perícia mais antiga, commédico ortopedista, foi realizada em 28/2/2007 e confirmou incapacidade laboral em razão de doença na coluna vertebral.O perito não confirmou a data de início da incapacidade. A lacuna deixada pelo laudo pericial é suprida por atestado demédico assistente, que confirmava problema lombar na época da cessação do auxílio-doença. São admissíveis como fontede prova complementar os atestados de médico assistente que sejam contemporâneos ao momento do cancelamento dobenefício e que revelem dados convergentes com o laudo pericial.Recurso parcialmente provido para reformar a sentença, substituindo a condenação do INSS em conceder aposentadoriapor invalidez pela condenação a manter o auxílio-doença até nova perícia médica administrativa que comprove que aepilepsia está controlada.Ante a sucumbência recíproca, compensam-se os honorários advocatícios (art. 21 do CPC).

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, decide a Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciáriado Espírito Santo DAR PARCIAL PROVIMENTO AO RECURSO.

ROGERIO MOREIRA ALVESJuiz Federal da Turma RecursalRelator

13 - 0000006-41.2007.4.02.5053/02 (2007.50.53.000006-6/02) INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS(PROCDOR: UBIRATAN CRUZ RODRIGUES.) x BENIGNO PEREIRA (ADVOGADO: ALINE TERCI BAPTISTI, VANESSAMARIA BARROS GURGEL ZANONI.) x OS MESMOS.E M E N T A

PREVIDENCIÁRIO. APOSENTADORIA POR INVALIDEZ. DEFICIÊNCIA AUDITIVA. IMPOSSIBILIDADE DE TRABALHAREM AMBIENTE RUIDOSO. LIMITAÇÃO COMPATÍVEL COM A ATIVIDADE HABITUAL VIGENTE.A sentença condenou o INSS a conceder aposentadoria por invalidez na data da perícia judicial (1/9/2009). O INSS, aseguir denominado primeiro recorrente, interpôs recurso alegando a perda da qualidade de segurado e a inexistência deincapacidade para a atividade habitual de técnico em construção civil. O autor, a seguir denominado segundo recorrente,interpôs recurso pedindo que a DIB da aposentadoria por invalidez seja fixada em 21/10/2004, data da cessação doauxílio-doença.O segundo recorrente era técnico de construção civil. Trabalhou em canteiro de obras até 10/01/2001. Perdeu a qualidadede segurado em 16/3/2002. Para recuperar a filiação previdenciária, recolheu cinco contribuições mensais na qualidade desegurado contribuinte individual entre 05/2003 e 09/2003. Recebeu auxílio-doença no período de 06/11/2003 a 20/10/2004.O perito do juízo, em 2/7/2009, atestou deficiência auditiva e avaliou inaptidão do segundo recorrente para trabalhar emlocal ruidoso. Considerou que a perda auditiva não impediria o segundo recorrente de exercer a função de técnico de obrascivis, mas, com a idade de 56 anos e com a perda auditiva, ele não conseguiria ser recontratado por empresa deconstrução civil.A incapacidade para o trabalho limita-se a ambientes com ruído. A função de técnico de obras civis é invariavelmenteexercida em canteiro de obras, ambiente no qual é comum nível de pressão sonora superior ao limite de tolerância. Osegundo recorrente está incapacitado para essa atividade. Ocorre que, quando requereu o auxílio-doença, em 06/11/2003,não mais estava vinculado à previdência social na qualidade de segurado empregado, mas sim como contribuinte individual.A qualidade de segurado empregado foi perdida em 2002, bem antes do requerimento de auxílio-doença. Não há evidênciade que o trabalho que ensejou inscrição como contribuinte individual implicava exposição a ambiente barulhento. Tambémnão há prova de que a deficiência auditiva instalou-se quando o segundo recorrente ainda mantinha a qualidade desegurado empregado (antes de março/2002). No momento do requerimento de auxílio-doença, a atividade habitual nãomais era a de técnico de obras civis. Logo, a limitação funcional comprovada não caracteriza incapacidade para a atividadehabitual que vinculava o segundo recorrente à previdência social no momento do requerimento de auxílio-doença.Em 2/7/2009, quando foi realizada a perícia judicial que confirmou a limitação funcional, o perito relatou que o segundorecorrente estava exercendo trabalho braçal em propriedade rural. Trata-se de ambiente presumivelmente silencioso. Ainformação revela que o segundo recorrente, na prática, já está reabilitado em atividade compatível com sua limitaçãofuncional. É impertinente a concessão de aposentadoria por invalidez.Recurso do autor improvido. Recurso do INSS provido, para desconstituir a condenação a conceder aposentadoria porinvalidez.É inexigível a restituição de benefício previdenciário ou assistencial recebido em razão de tutela antecipada posteriormenterevogada (Enunciado 52 da Turma Recursal do Espírito Santo).Só há condenação em custas e honorários advocatícios quando o vencido é o recorrente (art. 55, caput, segunda parte, daLei nº 9.099/95). Descartada a condenação do recorrido sucumbente a pagar as verbas de sucumbência.

A C Ó R D Ã OVistos, relatados e discutidos estes autos, decide a Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciáriado Espírito Santo NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO DO AUTOR E DAR PROVIMENTO AO RECURSO DO INSS.

ROGERIO MOREIRA ALVESJuiz Federal da Turma RecursalRelator

14 - 0000017-39.2008.4.02.5052/01 (2008.50.52.000017-7/01) RUBENS MACHADO (ADVOGADO: EDGARD VALLE DESOUZA.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: RODRIGO STEPHAN DE ALMEIDA.).E M E N T A

PREVIDENCIÁRIO. APOSENTADORIA POR INVALIDEZ. PEDREIRO. EPILEPSIA. INAPTIDAO PARA TRABALHAR EMALTURA. LAUDO MÉDICO PERICIAL DESFAVORÁVEL. CONCLUSÃO DO PERITO NÃO VINCULA JUIZ.O perito do juízo diagnosticou epilepsia, mas concluiu que não há incapacidade para o exercício da atividade habitual depedreiro (fls. 40/47). Esclareceu que a restrição para o epiléptico trabalhar em locais altos ou perigosos decorre de medidade segurança imposta pela medicina do trabalho como forma de prevenir acidente em caso de crise convulsiva decorrentede uso irregular de medicação. Reafirmou que o recorrente pode realizar as funções de pedreiro, desde que não exposto alocais perigosos ou alturas (fls. 53/54). Confirmou que a epilepsia desencadeia crises convulsivas, que importam perda decontrole sobre o próprio corpo (quesito 3, fl. 43), e que a doença exige tratamento durante toda a vida.A conclusão exposta no laudo pericial não vincula o juiz (art. 436 do CPC). A limitação funcional atestada pelo peritoprejudica severamente o exercício da atividade profissional de pedreiro. É difícil imaginar que um pedreiro possa trabalharcom produtividade aceitável se não puder se sustentar em alturas (subindo em escadas ou equilibrando-se em andaimes ouapoios).As restrições funcionais que impeçam o trabalhador de atingir produtividade equivalente à média de rendimento alcançada,em condições normais, pelos trabalhadores da mesma categoria profissional são suficientes para caracterizar aincapacidade para o trabalho. Se a limitação funcional não impedir o segurado de exercer parcela das funções próprias daatividade habitual, mas implicar redução significativa da produtividade a ponto de inviabilizar auferir salário próximo daquelerecebido antes da doença, caracteriza-se a incapacidade para o trabalho.A possibilidade de reabilitação profissional não deve ser analisada exclusivamente sob o ponto de vista clínico e físico. Ascondições pessoais do segurado, tais como idade, grau de instrução e histórico de atividades, também são relevantes paraefeito de definir a real possibilidade de reingresso no mercado de trabalho. Em se tratando de trabalhador com 66 anos deidade, com experiência profissional de pedreiro e com grau de escolaridade de ensino médio incompleto (quesito 8, fl. 47), éimprovável a recolocação profissional em qualquer atividade. O recorrente, portanto, tem direito à aposentadoria porinvalidez com DIB na data da realização da perícia.Recurso provido para reformar a sentença, condenando o INSS a conceder aposentadoria por invalidez com DIB em18/3/2009. Sobre as prestações vencidas incidem, até 30/06/2009, correção monetária e juros de mora à taxa de 1% aomês a partir da citação. A partir de 30/06/2009, para efeito de correção monetária e de juros de mora, aplicam-se os índicesoficiais de remuneração básica e juros próprios da caderneta de poupança (art. 5º da Lei nº 11.960/2009).Antecipados os efeitos da tutela, para efeito de imediata implantação do benefício.Sem custas, nos termos do art. 4º, I, da Lei nº 9.289/96. Só haveria condenação em honorários advocatícios se o vencidofosse o recorrente (art. 55, caput, 2ª parte da Lei nº 9.099/95).

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, decide a Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciáriado Espírito Santo DAR PROVIMENTO AO RECURSO.

ROGERIO MOREIRA ALVESJuiz Federal da Turma RecursalRelator

15 - 0000167-52.2010.4.02.5051/01 (2010.50.51.000167-2/01) MARIA DA GLORIA PEREIRA (ADVOGADO: ADMILSONTEIXEIRA DA SILVA, EMILENE ROVETTA DA SILVA, ALAN ROVETTA DA SILVA.) x INSTITUTO NACIONAL DOSEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: RENATA PEDRO DE MORAES SENTO-SÉ REIS.).E M E N T A

PREVIDENCIÁRIO. INCAPACIDADE TEMPORÁRIA PARA O TRABALHO. NÃO CABE CONVERSAO DEAUXÍLIO-DOENÇA EM APOSENTADORIA POR INVALIDEZ.A sentença julgou parcialmente procedente o pedido para condenar o INSS a restabelecer o auxílio-doença a partir dacessação, em 17/8/2009. A autora interpôs recurso alegando que seu estado de incapacidade é definitivo, devendo serconcedida aposentadoria por invalidez.O laudo pericial é conclusivo no sentido de que a recorrente possui incapacidade temporária para exercer a atividadehabitual de costureira em razão de problema na coluna vertebral, sugerindo afastamento pelo prazo de três meses (fl. 55).Não há subsídio técnico isento que garanta que a incapacidade para o trabalho seja definitiva. Ainda é prematuro descartara possibilidade de recuperação da aptidão laboral.

O fato de a incapacidade para o trabalho ter sido constatada há quase três anos não autoriza presumir a irreversibilidade doestado de inaptidão laboral.O fato de a doença ser degenerativa indica a tendência de agravamento progressivo do quadro clínico, mas não constituifato suficiente para descartar de modo absoluto a possibilidade de cura.A viabilidade da reabilitação profissional trata-se de questão que só tem relevância quando constatada incapacidadedefinitiva para a atividade habitual. Havendo incapacidade temporária, presume-se a possibilidade de retorno para aatividade habitual.Recurso ao qual se nega provimento. Sem custas, nos termos do art. 4º, I, da Lei nº 9.289/96. A recorrente, emborasucumbente, está isenta de custas e de honorários advocatícios por ser beneficiária da assistência judiciária gratuita.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, decide a Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciáriado Espírito Santo NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO.

ROGERIO MOREIRA ALVESJuiz Federal da Turma RecursalRelator

16 - 0000351-36.2009.4.02.5053/01 (2009.50.53.000351-9/01) MADALENA MOURA MALANQUINI (ADVOGADO:JAMILSON SERRANO PORFIRIO.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: UBIRATANCRUZ RODRIGUES.).E M E N TA

PREVIDENCIÁRIO. AUXÍLIO-DOENÇA. DOENÇA PSIQUIÁTRICA. PERITO ESPECIALISTA EM CLÍNICA GERAL,CARDIOLOGIA E MEDICINA DO TRABALHO. HABILITAÇÃO TÉCNICA. VALIDADE DA PERÍCIA.A sentença julgou improcedente o pedido de condenação do INSS a conceder auxílio-doença ou aposentadoria porinvalidez, porque o laudo pericial judicial descartou a existência de doença incapacitante. O recorrente alegou que o estadode incapacidade definitiva encontra-se comprovado por laudos de médico assistente e que a perita não é especialista empsiquiatria. Requereu nova perícia na especialidade de psiquiatria.A avaliação da aptidão para o trabalho é questão técnica que deve necessariamente ser analisada por médico.Preferencialmente, o médico nomeado deve ser habilitado na especialidade médica pertinente à doença incapacitante daqual se queixa o segurado. Trata-se, porém, de mera preferência. Salvo casos excepcionais, o médico inscrito no órgão declasse competente tem habilitação técnica legal para opinar sobre questões de natureza clínica afetas a qualquerespecialidade. Não se tratando de quadro clínico complexo, a perícia médica pode ser conduzida por médico de qualquerespecialidade. A perita, especialista não só em Cardiologia, mas também em Clínica Médica e em Medicina do Trabalho,pode não ter habilitação técnica para conduzir o tratamento clínico da paciente, mas detém conhecimentos suficientes paraavaliar existência de incapacidade para o trabalho. O clínico geral tem plenas condições de aferir a repercussão doproblema de depressão na aptidão laboral. Desnecessária nova perícia com médico psiquiatra.Os autos estão instruídos com um único atestado de médico assistente sem data, que declarou que a recorrente continuavaem tratamento psiquiátrico em razão de depressão bipolar grave, não tendo condições de trabalhar. A divergência comatestado de médico assistente não invalida o laudo pericial. O atestado médico equipara-se a mero parecer de assistentetécnico, de forma que eventual divergência de opiniões deve ser resolvida em favor do parecer do perito do juízo. De acordocom o Enunciado nº 8 da Turma Recursal do Espírito Santo, “o laudo médico particular é prova unilateral, enquanto o laudomédico pericial produzido pelo juízo é, em princípio, imparcial. O laudo pericial, sendo conclusivo a respeito da plenacapacidade laborativa, há de prevalecer sobre o particular”. O médico assistente diagnostica e trata. Não lhe cabe averiguara veracidade dos fatos narrados pelo paciente, mas acreditar (esta é a base da relação médico-paciente), fazendo odiagnóstico nosológico e propondo o tratamento que considere mais indicado. Já o médico perito se preocupa em buscarevidências de que a queixa de doença incapacitante é verdadeira. Por isso, o diagnóstico emitido pelo médico assistentenão é fonte segura da existência da incapacidade para o trabalho.Recurso ao qual se nega provimento. A recorrente, embora sucumbente, está isenta de custas e de honorários advocatíciospor ser beneficiária da assistência judiciária gratuita.

A C Ó R D Ã OVistos, relatados e discutidos estes autos, decide a Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciáriado Espírito Santo NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO.

ROGERIO MOREIRA ALVESJuiz Federal da Turma RecursalRelator

17 - 0000435-37.2009.4.02.5053/01 (2009.50.53.000435-4/01) GILCLEBER RODRIGUES GOMES (ADVOGADO: ANALUIZA PEREIRA ALIPRANDI FAVORETTI, AUGUSTO CÉSAR MOREIRA MARTINS, BRUNO BORNACKI SALIM MURTA,WILER COELHO DIAS, ANDRESSA MEIRA, LAURA MELO CHEHAYEB, GETULIO GUSMÃO ROCHA, RODOLFOFERNANDES DO CARMO, ISABELA ALMEIDA CHAVES.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS(PROCDOR: UBIRATAN CRUZ RODRIGUES.).

E M E N T A

PREVIDENCIÁRIO. AUXÍLIO-DOENÇA. APOSENTADORIA POR INVALIDEZ. LAUDO MÉDICO PERICIALDESFAVORÁVEL.A sentença julgou improcedente o pedido de condenação do INSS a conceder auxílio-doença. O autor interpôs recursoalegando que as lesões no joelho esquerdo, embora não sejam incapacitantes para a maioria das pessoas, impedem-no detrabalhar, porque ele só possui aptidão para realizar trabalhos braçais. A atividade de ajudante de eletricista em áreaindustrial portuária implica suportar muito peso e trabalhar em andaimes, com risco de queda em razão da falta de equilíbriodecorrente da lesão no joelho. Invocou a aplicação do princípio da dignidade da pessoa humana.A perita nomeada pelo juízo relatou queixa de dor no joelho esquerdo, mas não confirmou se a queixa procedia. Ao final,concluiu pela inexistência de incapacidade para o trabalho. Não confirmou nenhuma limitação funcional, seja para carregarpeso, seja para trabalhar em altura.Não ficou comprovada incapacidade para o trabalho. Ficam prejudicadas as alegações concernentes à dignidade da pessoahumana e á insuscetibilidade de reabilitação profissional.Recurso ao qual se nega provimento. O recorrente, embora sucumbente, está isento de custas e de honoráriosadvocatícios por ser beneficiário da assistência judiciária gratuita.

A C Ó R D Ã OVistos, relatados e discutidos estes autos, decide a Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciáriado Espírito Santo NEGAR PROVIMENTO ao recurso.

ROGERIO MOREIRA ALVESJuiz Federal da Turma RecursalRelator

18 - 0000352-21.2009.4.02.5053/01 (2009.50.53.000352-0/01) LUIZ ANTONIO FORNACIARI (ADVOGADO: JAMILSONSERRANO PORFIRIO.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: UBIRATAN CRUZRODRIGUES.).E M E N T A

PREVIDENCIÁRIO. AUXÍLIO-DOENÇA. DOENÇA PSIQUIÁTRICA. PERITO ESPECIALISTA EM CLÍNICA GERAL,CARDIOLOGIA E MEDICINA DO TRABALHO. HABILITAÇÃO TÉCNICA. VALIDADE DA PERÍCIA.A sentença julgou improcedente o pedido de condenação do INSS a conceder auxílio-doença ou aposentadoria porinvalidez, porque o laudo pericial judicial descartou a existência de doença incapacitante. O recorrente alegou que o estadode incapacidade definitiva encontra-se comprovado por laudos de médico assistente e que a perita não é especialista empsiquiatria. Requereu nova perícia na especialidade de psiquiatria.A perita relatou a queixa de depressão e a alegação de uso de antidepressivos, mas ressalvou que a recorrente não exibiureceitas médicas. A perita não confirmou incapacidade para o trabalho.A avaliação da aptidão para o trabalho é questão técnica que deve necessariamente ser analisada por médico.Preferencialmente, o médico nomeado deve ser habilitado na especialidade médica pertinente à doença incapacitante daqual se queixa o segurado. Trata-se, porém, de mera preferência. Salvo casos excepcionais, o médico inscrito no órgão declasse competente tem habilitação técnica legal para opinar sobre questões de natureza clínica afetas a qualquerespecialidade. Não se tratando de quadro clínico complexo, a perícia médica pode ser conduzida por médico de qualquerespecialidade. A perita, especialista não só em Cardiologia, mas também em Clínica Médica e em Medicina do Trabalho,pode não ter habilitação técnica para conduzir o tratamento clínico da paciente, mas detém conhecimentos suficientes paraavaliar existência de incapacidade para o trabalho. O clínico geral tem plenas condições de aferir a repercussão doproblema de depressão na aptidão laboral. Desnecessária nova perícia com médico psiquiatra.Os autos estão instruídos com um único atestado de médico assistente, que relatou genericamente a manifestação desintomas depressivos e confirmou uso de substâncias psicotrópicas. A divergência com atestado de médico assistente nãoinvalida o laudo pericial. O atestado médico equipara-se a mero parecer de assistente técnico, de forma que eventualdivergência de opiniões deve ser resolvida em favor do parecer do perito do juízo. De acordo com o Enunciado nº 8 daTurma Recursal do Espírito Santo, “o laudo médico particular é prova unilateral, enquanto o laudo médico pericial produzidopelo juízo é, em princípio, imparcial. O laudo pericial, sendo conclusivo a respeito da plena capacidade laborativa, há deprevalecer sobre o particular”. O médico assistente diagnostica e trata. Não lhe cabe averiguar a veracidade dos fatosnarrados pelo paciente, mas acreditar (esta é a base da relação médico-paciente), fazendo o diagnóstico nosológico epropondo o tratamento que considere mais indicado. Já o médico perito se preocupa em buscar evidências de que a queixade doença incapacitante é verdadeira. Por isso, o diagnóstico emitido pelo médico assistente não é fonte segura daexistência da incapacidade para o trabalho.Recurso ao qual se nega provimento. A recorrente, embora sucumbente, está isenta de custas e de honorários advocatíciospor ser beneficiária da assistência judiciária gratuita.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, decide a Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciáriado Espírito Santo NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO.

ROGERIO MOREIRA ALVESJuiz Federal da Turma RecursalRelator

19 - 0011792-91.2007.4.02.5050/01 (2007.50.50.011792-7/01) INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS(PROCDOR: GUSTAVO CABRAL VIEIRA.) x TERESA LUCIA CARLINI BECALLI (ADVOGADO: HENRIQUE SOARESMACEDO.).E M E N T A

PREVIDENCIÁRIO. APOSENTADORIA POR IDADE. TRABALHADOR RURAL. MARIDO EXERCIA ATIVIDADE URBANAE RECEBE APOSENTADORIA COM RENDA SUPERIOR A UM SALÁRIO MÍNIMO. SEGURADA EXERCIA ATIVIDADECOMERCIAL PARALELAMENTE À ATIVIDADE RURAL. FALTA DE PROVA DA INDISPENSABILIDADE DO TRABALHORURAL PARA A SUBSISTÊNCIA DA FAMÍLIA.A jurisprudência dominante do STJ reconhece a qualificação do segurado especial mesmo quando outro membro da famíliaexerce atividade diversa da agrícola, mas ressalva que o exercício da atividade rural deve ser indispensável para asubsistência do trabalhador. Tal entendimento tem como norte o disposto no artigo 11, VII, § 1º da Lei 8.213/91, aoconceituar o regime de economia familiar como sendo aquele em que o trabalho dos membros da família é indispensável àprópria subsistência e exercido em condições de mútua dependência e colaboração. Assim, o fato de o cônjuge ter exercidoatividade urbana de motorista não necessariamente impediria a qualificação da recorrida como segurada especial, enquantoexercia individualmente a atividade rural, desde que ficasse comprovada a indispensabilidade do labor rural para asubsistência familiar.O marido é beneficiário de aposentadoria especial desde 1994. Em 2007, quando foi emitido o extrato com os dados dobenefício, a renda mensal da aposentadoria atingia R$ 704,97 (fl. 64). O salário mínimo na época correspondia a R$380,00. A renda do marido, portanto, equivalia a quase dois salários mínimos. Essa renda, superior ao salário mínimo,presume-se suficiente para assegurar a subsistência familiar. Não ficou comprovado que a atividade rural constituía aprincipal fonte de renda da família.A recorrida confessou no processo administrativo que tinha uma lanchonete na cidade durante período concomitante aoexercício da atividade rural (fl. 144). A recorrida alegou que a entrevista não respeitou o contraditório e a ampla defesa. Aalegação não prospera, porque a confissão foi prestada diretamente pela própria recorrida, que assinou o termo dedeclaração.Todas as três testemunhas ouvidas em justificação administrativa confirmaram que a recorrida possuía uma lanchonete,que ficava no centro da cidade e funcionava todo dia à noite e durante os finais de semana (fls. 178/184). A segundatestemunha declarou que quem tomava conta da lanchonete era o genro da recorrida, mas a terceira testemunha confirmouque a recorrida trabalhava pessoalmente no bar. A percepção de fonte de renda própria dissociada da atividade rural éincompatível com a qualidade de segurado especial.Recurso provido para reformar a sentença, desconstituindo a condenação do INSS a conceder aposentadoria.Só há condenação em custas e honorários advocatícios quando o vencido é o recorrente (art. 55, caput, segunda parte, daLei nº 9.099/95). Descartada a condenação do recorrido sucumbente a pagar as verbas de sucumbência.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, decide a Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciáriado Espírito Santo DAR PROVIMENTO AO RECURSO.

ROGERIO MOREIRA ALVESJuiz Federal da Turma RecursalRelator

20 - 0000563-91.2008.4.02.5053/01 (2008.50.53.000563-9/01) INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS(PROCDOR: UBIRATAN CRUZ RODRIGUES.) x MARIA CANDIDA DA SILVA (ADVOGADO: JOSÉ LUCAS GOMESFERNANDES.).E M E N T A

PREVIDENCIÁRIO. APOSENTADORIA POR IDADE. TRABALHADOR RURAL. SEGURADO ESPECIAL. INÍCIO DEPROVA MATERIAL CONTEMPORÂNEO. EXERCÍCIO DE ATIVIDADE URBANA PELO CÔNJUGE DURANTE CURTOSPERÍODOS.A recorrida completou a idade mínima para aposentadoria de trabalhador rural em 1998. A sentença considerou que arecorrida precisava comprovar 102 meses de atividade rural, considerando a carência exigida em 1998, embora orequerimento administrativo somente tenha sido formulado em 2008. Como início de prova material, admitiu a certidão decasamento e a ficha de matrícula de um filho em escola pública, dentre outros documentos. O recorrente questionou aexistência de início de prova material contemporâneo.A segunda via da certidão de casamento, embora lavrada em 2000, atesta que, na época da convolação das núpcias, em1969, o marido da recorrida se qualificava como lavrador. A informação tem fundamento em base de dados fidedigna,controlada por tabelião com fé pública, presumindo-se, pois, verdadeira. O fato de a segunda via da certidão ter sidolavrada posteriormente aos fatos a comprovar não prejudica, assim, a contemporaneidade do documento.Conjugada com a certidão de casamento há a ficha de matrícula de um filho da recorrida, em 1993, na qual tanto arecorrida quanto o marido estão qualificados como lavradores, residentes em um assentamento rural. Esse documento

reforça o início de prova material contemporâneo.O extrato do CNIS atribui ao marido da recorrida vínculos de emprego nos seguintes períodos: 20/5/1985 a 7/8/1985;24/3/1987 a 12/3/1990; 23/11/1990 a 21/5/1991; 7/10/1991 a 6/12/1991; 9/4/1992 a 27/4/1992; 10/10/1992 a 6/11/1992;1/8/1995 a 27/2/1997. Os vínculos posteriores a 1998 são irrelevantes, porque a recorrida só precisa comprovar atividaderural até a época em que completou a idade mínima para se aposentar. Quanto aos dois primeiros vínculos, na AracruzFlorestal, a recorrida afirmou que o marido trabalhava no corte de cana, ou seja, desempenhava atividade rural. O extratodo CNIS e os demais documentos não esclarecem se a atividade era rural ou urbana. Na dúvida, a qualidade de seguradaespecial da recorrida nesses dois períodos não pode ser descaracterizada. Quanto aos demais períodos, em que o maridoexercia atividade urbana, embora não possam ser computados em favor da recorrida como tempo de atividade rural desegurado especial, não impedem a concessão da aposentadoria. Afinal, são períodos curtos, na maior parte do tempo omarido não exerceu atividade urbana. A recorrida e o marido exerceram atividade exclusivamente rural durante mais de 102meses.Recurso ao qual se nega provimento. Sem custas, nos termos do art. 4º, I, da Lei nº 9.289/96. Condenação do recorrenteem honorários advocatícios, fixados em dez por cento do valor da condenação.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, decide a Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciáriado Espírito Santo negar provimento ao recurso.

ROGERIO MOREIRA ALVESJuiz Federal da Turma RecursalRelator

21 - 0000489-43.2008.4.02.5051/01 (2008.50.51.000489-7/01) INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS(PROCDOR: RENATA PEDRO DE MORAES SENTO-SÉ REIS.) x JOSE PAULO CASSAGO (ADVOGADO: SERGIO DELIMA FREITAS JUNIOR.).E M E N T A

PREVIDENCIÁRIO. APOSENTADORIA POR IDADE. TRABALHADOR RURAL. DOCUMENTO NOVO. FALTA DEINTIMAÇÃO DA PARTE CONTRÁRIA. NULIDADE DA SENTENÇA AFASTADA. INSCRIÇÃO NA PREVIDÊNCIA URBANA.COMPROVAÇÃO DE NÃO-EXERCÍCIO DE ATIVIDADE URBANA. TRABALHADOR DIARISTA. IDENTIDADE DETRATAMENTO COM SEGURADO ESPECIAL.Após a audiência de instrução e julgamento e antes da sentença, o recorrido apresentou vários documentos para formarinício de prova material. O recorrente arguiu a nulidade da sentença por ter considerado parte desses documentos semconceder prévia oportunidade para o réu se manifestar sobre eles. A admissão unilateral de documento novo caracterizacerceamento de defesa e ofensa ao contraditório. Entretanto, a maior parte dos documentos juntados após a audiência eque foram considerados na sentença já havia sido apresentada em anexo à petição inicial: certificado de dispensa deincorporação, certidão de casamento e carteira de filiação ao sindicato de trabalhadores rurais. Apenas o título eleitoral e asfichas de matrícula dos filhos constituem documento novo. Estes documentos novos, sem a concessão de préviaoportunidade de manifestação ao réu, não podem ser levados em consideração. Não obstante, a desconsideração dessesdocumentos não prejudica o início de prova material, porque os outros documentos que já haviam sido exibidos nomomento do ajuizamento da ação eram suficientes para formar indício de exercício de atividade rural. Decretação denulidade rejeitada.O recorrente alegou que o extrato do CNIS informou que o recorrido exerceu atividades de pedreiro e de empresário. Orecorrido admitiu o recolhimento de contribuições, mas negou ter exercido essas atividades. Era comum os trabalhadoresrurais, quando tinham condição financeira, optarem por se inscrever na previdência social urbana, visto que, antes daConstituição Federal de 1988, a previdência rural era menos vantajosa em matéria de benefícios. Para tanto, precisamdeclarar atividade urbana fictícia. Por isso, a inscrição na previdência urbana como contribuinte individual, isoladamenteconsiderada, não constitui segura fonte de prova do desempenho de atividade urbana. A prova testemunhal demonstrouque o recorrido nunca desempenhou atividade que não fosse de natureza rural. A realidade deve prevalecer sobre osregistros formais constantes da base de dados interna do INSS.O art. 143 da Lei nº 8.213/91 contempla tanto o segurado especial (inciso VII do art. 11) quanto o contribuinte individual (oinciso IV do art. 11 referia-se ao trabalhador autônomo e desde a Lei nº 9.876/99 foi consolidado no inciso V do art. 11, quese refere genericamente ao contribuinte individual, onde está incluído, na alínea g, o trabalhador eventual, o diarista).Assim, o direito à aposentadoria por idade sem recolhimento de contribuições não é exclusivo do segurado especial.Conseqüentemente, o fato de o recorrido ter trabalhador diarista não prejudica o direito ao benefício.Recurso improvido. Sem custas, nos termos do art. 4º, I, da Lei nº 9.289/96. Condenação do recorrente em honoráriosadvocatícios, arbitrados em dez por cento do valor da condenação.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, decide a Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciáriado Espírito Santo NEGAR PROVIMENTO ao recurso.ROGERIO MOREIRA ALVESJuiz Federal da Turma Recursal

Relator

22 - 0000630-62.2008.4.02.5051/01 (2008.50.51.000630-4/01) INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS(PROCDOR: Luis Guilherme Nogueira Freire Carneiro.) x ADENECI VICENTE EVA (ADVOGADO: SIRO DA COSTA.).E M E N T A

PREVIDENCIÁRIO. APOSENTADORIA POR IDADE. TRABALHADOR RURAL. INÍCIO DE PROVA MATERIAL. EMPREGORURAL. IDENTIDADE E TRATAMENTO COM SEGURADO ESPECIAL.O recorrido completou sessenta anos de idade em 2006. Requereu aposentadoria por idade em 2008. Para ter direito àaposentadoria, precisava comprovar 150 meses de atividade rural, conforme art. 142 da Lei nº 8.213/91.Como início de prova material, exibiu CTPS com anotação de vínculos de emprego rural nos seguintes períodos: 17/1/1985a 29/12/1997, 01/04/1998 a 30/8/2001. Outro vínculo de emprego rural, iniciado em 01/03/2002, não tem data de baixa naCTPS, mas o CNIS identificou a última remuneração em 12/2002. O somatório de todos esses períodos de emprego rural é,por si só, bastante para cobrir período equivalente à carência da aposentadoria.O art. 143 da Lei nº 8.213/91 contempla tanto o segurado especial (inciso VII do art. 11) quanto o empregado rural (inciso Ido art. 11) com o direito à aposentadoria sem recolhimento de contribuições. Esse direito, aliás, estava expressamentereconhecido no art. 58, II, da Instrução Normativa INSS/PRES nº 20/2007, ato normativo que vinculava o INSS no momentodo requerimento administrativo da aposentadoria.Recurso improvido. Sem custas, nos termos do art. 4º, I, da Lei nº 9.289/96. Condenação do recorrente em honoráriosadvocatícios, arbitrados em dez por cento do valor da condenação.

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Vistos, relatados e discutidos estes autos, decide a Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciáriado Espírito Santo NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO.

ROGERIO MOREIRA ALVESJuiz Federal da Turma RecursalRelator

23 - 0000375-61.2009.4.02.5054/01 (2009.50.54.000375-9/01) CECILIA JOSE DE JESUS SANTOS (ADVOGADO: DAVIDGUERRA FELIPE.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: PEDRO INOCENCIO BINDA.).E M E N T A

PREVIDENCIÁRIO. APOSENTADORIA RURAL POR IDADE. AUSÊNCIA DE INÍCIO DE PROVA MATERIAL.INADMISSIBILIDADE DE PROVA EXCLUSIVAMENTE TESTEMUNHAL. PERCEPÇÃO DE PENSÃO POR MORTEDECORRENTE DE ATIVIDADE URBANA. RECURSO IMPROVIDO.A recorrente completou 55 anos de idade em 6/2/2002 e requereu aposentadoria por idade no mesmo ano. O requerimentoadministrativo foi indeferido. A sentença julgou improcedente o pedido por falta de início de prova material.O trabalhador rural tem direito à aposentadoria por idade mesmo sem recolher contribuições, desde que comprove oexercício de atividade rural em número de meses idênticos à carência do referido benefício. Não basta comprovar acondição de trabalhador rural no momento imediatamente anterior ao requerimento de aposentadoria.A segunda via da certidão de casamento qualificou a recorrente como doméstica e o esposo como trabalhador braçal (fl.20). Trabalhador braçal não necessariamente é trabalhador rural. Ademais, está provado que o falecido marido trabalhavanuma serraria (fl. 117), onde não se pode desenvolver atividade rural. Assim, a informação constante da certidão decasamento não serve de indício de que a recorrente exercia atividade rural em regime de economia familiar.A recorrente somente se filiou ao sindicato de trabalhadores rurais em 7/2/2002, ou seja, apenas um dia depois decompletar a idade mínima para se aposentar. A filiação ao sindicato não constitui início de prova material contemporâneo.O instrumento particular de contrato de parceria agrícola lavrado em 2000 indica que a recorrente era meeira. Essedocumento serve de indício de atividade rural no momento iminente à consecução da idade mínima para aposentar, masnão serve de indício de atividade rural durante período equivalente à carência da aposentadoria. De acordo com a Súmulanº 34 da Turma Nacional de Uniformização de Jurisprudência dos Juizados Especiais Federais, “para fins de comprovaçãodo tempo de labor rural, o início de prova material deve ser contemporâneo à época dos fatos a provar”. O documentoressalva existência de contrato verbal entre as partes desde 1985. Nesse ponto, porém, o documento traduz meradeclaração sobre fato pretérito, que não perfaz início de prova material contemporâneo ao fato probando.As notas fiscais de compras de mercadorias (fls. 78/82) não fazem qualquer alusão ao exercício de atividade rural. Ohistórico escolar dos filhos não identifica a profissão da recorrente. Não se trata de início de prova material da condição delavradora.Desde 1977 a recorrente recebe pensão por morte decorrente de atividade urbana (fl. 114). O falecido marido trabalhavanuma serraria. A percepção de fonte de renda de origem urbana é incompatível com a qualidade de segurado especial.Não há início de prova material contemporâneo. A prova exclusivamente testemunhal é inadmissível (art. 55, § 3º, da Lei nº8.213/91).Recurso improvido. A recorrente, embora sucumbente, está isenta de custas e de honorários advocatícios por serbeneficiária da assistência judiciária gratuita.

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Vistos, relatados e discutidos estes autos, decide a Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciáriado Espírito Santo NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO.

ROGERIO MOREIRA ALVESJuiz Federal da Turma RecursalRelator

24 - 0000273-39.2009.4.02.5054/01 (2009.50.54.000273-1/01) MARIA VITALINA SILVA (ADVOGADO: EDIVAN FOSSE DASILVA, ELYANDERSON AUGUSTO F. DE SOUZA.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR:SEBASTIAO EDELCIO FARDIN.).E M E N T A

PREVIDENCIÁRIO. APOSENTADORIA RURAL POR IDADE. AUSÊNCIA DE INÍCIO DE PROVA MATERIAL.INADMISSIBILIDADE DE PROVA EXCLUSIVAMENTE TESTEMUNHAL. RECURSO IMPROVIDO.A recorrente completou 55 anos de idade em 8/9/2006. Requereu aposentadoria por idade em 14/11/2008. O requerimentoadministrativo foi indeferido. A sentença julgou improcedente o pedido por falta de início de prova material e também porquea inspeção judicial não constatou características marcantes de trabalhador rural.O trabalhador rural tem direito à aposentadoria por idade mesmo sem recolher contribuições, desde que comprove oexercício de atividade rural em número de meses idênticos à carência do referido benefício. Não basta comprovar acondição de trabalhador rural no momento imediatamente anterior ao requerimento de aposentadoria.Os instrumentos particulares de contrato de parceria agrícola lavrados em 2004 e em 2007 indicam que a recorrente erameeira no período de 13/7/2004 a 13/7/2009 (fls. 30 e 43). Esses documentos servem de indício de atividade rural nomomento iminente à consecução da idade mínima para aposentar, mas não servem de indício de atividade rural duranteperíodo equivalente à carência da aposentadoria. De acordo com a Súmula nº 34 da Turma Nacional de Uniformização deJurisprudência dos Juizados Especiais Federais, “para fins de comprovação do tempo de labor rural, o início de provamaterial deve ser contemporâneo à época dos fatos a provar”.A ficha assinada por enfermeira qualificou a recorrente como lavradora (fl. 51 e 66). Entretanto, a ficha foi assinada em2008, na iminência do requerimento administrativo de aposentadoria, e quando a idade mínima para aposentadoria já haviasido alcançada. Também não se trata de início de prova material contemporâneo.A certidão de nascimento dos filhos, o histórico escolar do filho e a certidão da justiça eleitoral não indicaram profissão darecorrente.A certidão de casamento, lavrada em 1969, qualificou o marido da recorrente como lavrador (fl. 47). Entretanto, eles sedivorciaram em 1992 (fl. 41), e, conforme depoimento pessoal da própria recorrente, estavam separados de fato desde trêsanos antes. Logo, não serve como início de prova material de exercício de atividade rural pela recorrente.O único documento contemporâneo à década de 1990 comprovou que a recorrente exerceu atividade de costureira, emempresa urbana, durante o período de 16/10/1996 a 30/4/1997 (fl. 11).Não há início de prova material contemporâneo. A prova exclusivamente testemunhal é inadmissível (art. 55, § 3º, da Lei nº8.213/91).Recurso improvido. A recorrente, embora sucumbente, está isenta de custas e de honorários advocatícios por serbeneficiária da assistência judiciária gratuita.

A C Ó R D Ã OVistos, relatados e discutidos estes autos, decide a Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciáriado Espírito Santo NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO.

ROGERIO MOREIRA ALVESJuiz Federal da Turma RecursalRelator

25 - 0003464-41.2008.4.02.5050/01 (2008.50.50.003464-9/01) INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS(PROCDOR: CLEBSON DA SILVEIRA.) x PEDRO ALVES (ADVOGADO: MARCELO CARVALHINHO VIEIRA.).E M E N T A

PREVIDENCIÁRIO. APOSENTADORIA POR TEMPO DE CONTRIBUIÇÃO COM PROVENTOS PROPORCIONAIS.REGRA DE TRANSIÇÃO. IDADE MÍNIMA. DIREITO ADQUIRIDO.A sentença condenou o INSS a conceder aposentadoria com proventos proporcionais na forma do art. 9º, § 1º, da EmendaConstitucional nº 20, mas o recorrido não cumpriu um dos requisitos previstos na regra de transição, qual seja, a idademínima de 53 anos na data de entrada do requerimento administrativo.Por outro lado, a sentença reconheceu que o recorrido havia completado mais de trinta anos de tempo de contribuição até16/12/1998, de forma de que tem direito adquirido à aposentadoria com proventos proporcionais na forma do art. 3º da EC20, sem exigência de idade mínima.Recurso parcialmente provido para reformar a sentença, para que a aposentadoria com proventos proporcionais sejaconcedida na forma do art. 3º da EC 20. Ante a sucumbência recíproca, compensam-se os honorários advocatícios (art. 21do CPC).Deferido o requerimento de antecipação de tutela, tendo em vista que o recorrido provou estar desempregado, tornandoainda mais necessários os proventos da aposentadoria para a garantia da subsistência.

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Vistos, relatados e discutidos estes autos, decide a Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciáriado Espírito Santo DAR PARCIAL PROVIMENTO ao recurso.

ROGERIO MOREIRA ALVESJuiz Federal da Turma RecursalRelator

26 - 0002695-33.2008.4.02.5050/01 (2008.50.50.002695-1/01) INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS(PROCDOR: BRUNO MIRANDA COSTA.) x MARIA DA PENHA DOMINICINI (ADVOGADO: HENRIQUE SOARESMACEDO.).E M E N T A

JUROS DE MORA. TERMO INICIAL. DATA DA CITAÇÃO. LEI NOVA. APLICAÇÃO IMEDIATA.A sentença fixou o termo inicial dos juros de mora na data de início do benefício, que coincide com a data de entrada dorequerimento administrativo. Os juros moratórios só começam a correr a partir do momento em que o devedor é constituídoem mora. Não existe lei que eleja o requerimento administrativo como instrumento de constituição em mora. De acordo como art. 219 do CPC, é a citação válida que constitui em mora o devedor. Aplicação da Súmula 204 do STJ: “Os juros de moranas ações relativas a benefícios previdenciários incidem a partir da citação válida”.A sentença fixou juros de mora à taxa de 1% ao mês, mesmo após o início da vigência da Lei nº 11.960/2009. Esta lei novamodificou a redação do art. 1º-F da Lei nº 9.494/97, passando a dispor em todas as condenações impostas à FazendaPública, independentemente de sua natureza e para fins de atualização monetária, remuneração do capital e compensaçãoda mora, haverá a incidência uma única vez, até o efetivo pagamento, dos índices oficiais de remuneração básica e jurosaplicados à caderneta de poupança. Segundo a orientação do Supremo Tribunal Federal, a referida lei tem aplicaçãoimediata sobre os processos pendentes (RE 559.445 – Rel. Ellen Gracie – DJe 10/06/2009; AI 761137 AgR/PR - Rel.Carmem Lúcia- DJ 24/9/2010; AI-AgR 767.094 – Rel. Ricardo Lewandowski; AI-AgR 776.497, Rel. Gilmar Mendes).Rejeitada a declaração incidental de inconstitucionalidade.Recurso provido para reformar a sentença, fixando o termo inicial dos juros de mora na data da citação e vinculando a taxade juros de mora e correção monetária, a partir de 30/06/2009, aos índices oficiais da caderneta de poupança.

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Vistos, relatados e discutidos estes autos, decide a Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciáriado Espírito Santo DAR PROVIMENTO AO RECURSO.

ROGERIO MOREIRA ALVESJuiz Federal da Turma RecursalRelator

27 - 0010971-87.2007.4.02.5050/01 (2007.50.50.010971-2/01) CAIXA ECONÔMICA FEDERAL (ADVOGADO: LUCIANOPEREIRA CHAGAS.) x DANIELLY DE OLIVEIRA NAZARIO (ADVOGADO: DANIELLY DE OLIVEIRA NAZARIO.).E M E N T A

RESPONSABILIDADE CIVIL. DANO MORAL. TITULAR VOLUNTARIAMENTE ABANDONA MOVIMENTAÇÃO DACONTA-CORRENTE. FALTA DE COMPROVAÇÃO DE SOLICITAÇÃO DE ENCERRAMENTO DA CONTA. DIREITO DOCONSUMIDOR. INVERSÃO DE ÔNUS DA PROVA INCABÍVEL QUANTO A FATO NEGATIVO.A recorrida alegou ter encerrado sua conta-corrente em meados de 2004. A recorrente negou ter recebido requerimento darecorrida nesse sentido. Com a manutenção da conta-corrente, foram sendo nela mensalmente lançadas a débito tarifas eencargos com juros. O saldo devedor da conta progressivamente evoluiu. A recorrente, então, promoveu a inscrição donome da recorrida na Serasa. A sentença declarou o encerramento da conta-corrente e a inexistência da dívida e condenoua recorrente a pagar indenização por dano moral arbitrada em R$ 9.300,00.A alegação de falta de prova do fato constitutivo do direito pode repercutir no julgamento do mérito, mas não caracterizainépcia da petição inicial. Questão processual rejeitada.A alegação de ausência de interesse de agir é manifestamente impertinente, porque se baseia em questões de mérito.Questão processual rejeitada.Em relações de consumo, cabe inversão do ônus da prova. A inversão judicial, porém, deve ser aplicada com cautela. Ela éineficaz "quando for além do razoável e chegar ao ponto de tornar excessivamente difícil ao fornecedor o exercício de suadefesa. Eventuais exageros dessa ordem transgrediriam a garantia constitucional da ampla defesa e conseqüentementecomprometeriam a superior promessa de dar tutela jurisdicional a quem tiver razão (acesso à justiça)" (DINAMARCO,Cândido Rangel. Instituições de Direito Processual Civil, vol. III. 3ª edição. São Paulo: Malheiros, 2003. nº 799, p. 80-81).No mérito, o recurso impugnou apenas a condenação em indenização por dano moral. Não foi questionada a declaração deinexistência da dívida e de encerramento da conta-corrente. Tantum devolutum quantum appellatum.

É materialmente impraticável para a recorrente produzir prova negativa de que a recorrida não solicitou o encerramento daconta bancária. Cabia à recorrida produzir prova testemunhal para suprir a falta de documento comprobatório da alegadasolicitação de encerramento da conta. A mera omissão reiterada do cliente em movimentar a conta bancária não comprovaa manifestação da intenção de encerrar o contrato bancário, sobretudo quando, antes da última movimentação bancáriadeliberada pela correntista, já havia saldo devedor na conta-corrente (fl. 107).A falta de comprovação de que a conta-corrente deveria ter sido encerrada em 2004 autoriza os sucessivos lançamentos adébito na conta em manutenção. Quanto aos juros, não incidiram apenas sobre o saldo devedor formado pelas tarifasmensais aplicadas após a paralisação tácita da movimentação da conta-corrente, mas também sobre a parcela do saldodevedor que já estava formado em 2/2/2004, antes de a recorrida abandonar a conta-corrente.Recurso provido para reformar a sentença, desconstituindo a condenação da recorrente em indenização por dano moral.Só há condenação em custas e honorários advocatícios quando o vencido é o recorrente (art. 55, caput, segunda parte, daLei nº 9.099/95). Descartada a condenação do recorrido sucumbente a pagar as verbas de sucumbências.

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Vistos, relatados e discutidos estes autos, decide a Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciáriado Espírito Santo DAR PROVIMENTO AO RECURSO.

ROGERIO MOREIRA ALVESJuiz Federal da Turma RecursalRelator

28 - 0005098-72.2008.4.02.5050/01 (2008.50.50.005098-9/01) INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS(PROCDOR: NEIDE DEZANE MARIANI.) x JOSEFA APARECIDA DE SOUZA (ADVOGADO: ALBA VALERIA ALVESFRAGA.) x OS MESMOS.E M E N T A

RESPONSABILIDADE CIVIL. DANO MORAL. INDEVIDA SUSPENSÃO DE PAGAMENTO DE REMUNERAÇÃO DESERVIDOR PÚBLICO. CONTA BANCÁRIA SEM PROVISÃO DE FUNDOS. ABALO DE IMAGEM PERANTEBENEFICIÁRIOS DE CHEQUES DEVOLVIDOS. NEXO DE CAUSALIDADE. RAZOABILIDADE DO VALOR DAINDENIZAÇÃO.A sentença condenou o INSS a pagar indenização por dano moral arbitrada. O INSS, primeiro recorrente, interpôs recursovisando eximir-se da indenização ou, ao menos, reduzi-la. A autora, segunda recorrente, interpôs recurso visando majorar aindenização para R$ 20.000,00.A segunda recorrente é servidora pública federal. Em 2005, sua remuneração bruta era de R$ 2.144,53. Na competência dejulho/2005, porém, recebeu apenas R$ 87,02. A motivação do desconto foi a falta ao serviço para participação emmovimento de greve. Ocorre que a segunda recorrente estava em gozo de licença médica. O primeiro recorrente alegouque a comunicação do novo período de licença somente chegou ao conhecimento do serviço de recursos humanos e àchefia da unidade de lotação da servidora após o fechamento da folha de pagamento de julho/2005. A segunda recorrenterecebeu a remuneração de julho/2005 com um mês de atraso.O primeiro recorrente não comprovou que a falha na comunicação do novo período de licença médica tenha decorrido deculpa exclusiva ou concorrente da servidora pública. A responsabilidade da Administração pelo prejuízo causado àservidora é objetiva, independe de culpa.A falta de pagamento da remuneração de julho/2005 fez com que a segunda recorrente ficasse privada de recursos paradespesas pessoais durante um mês. Nesse interregno, nove cheques que ela havia emitido para diferentes beneficiáriosforam devolvidos por insuficiência de provisão de fundos na conta bancária. O abalo de crédito não configura meroaborrecimento, mas efetivo transtorno à honra objetiva da pessoa.A falta de inscrição em cadastros de inadimplência em decorrência da devolução dos cheques não elimina a ocorrência dedano moral. A imagem da segunda recorrente foi concretamente abalada perante cada um dos beneficiários dos novecheques cujo pagamento foi recusado pelo banco.Está demonstrado o nexo de causalidade entre a falta de pagamento da remuneração e a devolução dos cheques. Todosos cheques foram emitidos na primeira quinzena do mês de agosto, quando a segunda recorrente nutria a frustradaexpectativa de que receberia do INSS o crédito em conta bancária.O valor da indenização por dano moral arbitrado na sentença, R$ 7.000,00, está razoável para cumprir as funções decompensação do abalo moral - a repercussão do abalo da imagem da segunda recorrente multiplicou-se perante váriosbeneficiários de cheques que ela emitiu sem provisão de fundos - e de efeito pedagógico contra o responsável pelo dano.Não há motivo nem para reduzi-lo nem para majorá-lo.Recursos improvidos. Ante a sucumbência recíproca, compensam-se os honorários advocatícios (art. 21 do CPC).

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Vistos, relatados e discutidos estes autos, decide a Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciáriado Espírito Santo negar provimento aos recursos.

ROGERIO MOREIRA ALVESJuiz Federal da Turma RecursalRelator

29 - 0002120-25.2008.4.02.5050/01 (2008.50.50.002120-5/01) UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO - UFRJ(PROCDOR: BENTO ADEODATO PORTO.) x LUCINEIA DAS GRAÇAS ALVES DO ESPIRITO SANTO (ADVOGADO:MARIA DE CASTRO COURA, LIANA MOTA PASSOS, EDER MAIFREDE CAMPANHA.).E M E N T A

RESPONSABILIDADE CIVIL. DANO MATERIAL. SUSPENSÃO DE CONCURSO PÚBLICO. RESSARCIMENTO DEDESPESAS COM VIAGEM SUPORTADAS POR CANDIDATO NÃO AVISADO A TEMPO.As provas do concurso público para provimento de vagas em cargos de Policial Rodoviário Federal estavam marcadas para9/12/2007, domingo. Na noite de sexta-feira, 7/12/2007, foi preso em flagrante um suspeito de vender as provas com asquestões resolvidas. As provas foram, então, canceladas por decisão da Polícia Rodoviária Federal. Ocorre que, na mesmanoite em que se divulgou na Internet a notícia da suspensão do concurso público, a recorrida viajou de ônibus em direção àcidade onde deveria realizar as provas. A sentença condenou a UFRJ a ressarcir as despesas com que a recorrida arcouna desnecessária viagem. A indenização foi arbitrada em R$ 294,47.O edital estipulou que a execução do concurso público cabia à Fundação Universitária José Bonifácio – FUJB, “porintermédio do Núcleo de Computação Eletrônica da Universidade Federal do Rio de Janeiro – NCE/UFRJ” (cláusula 1.1). Oedital não delimita as atribuições de cada uma das instituições. Diversas cláusulas as tratam em situação de igualdade(cláusulas 4.7.1, 4.13.5.1, 4.14.2, 6.3). Devem, assim, ser consideradas solidariamente responsáveis pelos atos inerentesao concurso público, apesar da literalidade da cláusula 1.1 do edital. Rejeitada a argüição de ilegitimidade passiva da UFRJpara a causa.A União – em cuja estrutura se encarta o órgão Polícia Rodoviária Federal –, assim como a FUJB, teriam responsabilidadesolidária pelas conseqüências da suspensão do concurso público. Em se tratando de responsabilidade solidária, pode ocredor livremente escolher demandar contra ambos os responsáveis ou apenas contra um deles. Rejeitada a argüição delitisconsórcio passivo necessário com a União e com a FUJB.A UFRJ não foi a responsável pela decisão de cancelar as provas. Entretanto, se houve vazamento de provas, aresponsabilidade por negligência no controle e guarda das informações sigilosas lhe cabe. Não exclui a responsabilidadesubjetiva por omissão a possibilidade de o caderno de questões ter sido extraviado por pessoa estranha ao corpo defuncionários da recorrente. Ficam prejudicadas as alegações de estrito cumprimento de dever legal, de inexistência de nexode causalidade, de responsabilidade exclusiva de terceiro (a pessoa que foi presa suspeita de vender as provas) e desuspensão do processo por questão prejudicial (a responsabilidade da organizadora do concurso independe da apuraçãoquanto à autoria do delito no processo criminal).A comunicação de cancelamento das provas ocorreu poucas horas antes da viagem da recorrida, que, em taiscircunstâncias, não estava obrigada a consultar a Internet para tomar ciência da notícia de suspensão do concurso público.Descartada a culpa da recorrida.Recurso ao qual se nega provimento. Sem custas, nos termos do art. 4º, I, da Lei nº 9.289/96. Condenação da recorrenteem honorários advocatícios, arbitrados em R$ 200,00.

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Vistos, relatados e discutidos estes autos, decide a Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciáriado Espírito Santo negar provimento ao recurso.

ROGERIO MOREIRA ALVESJuiz Federal da Turma RecursalRelator

30 - 0002041-46.2008.4.02.5050/01 (2008.50.50.002041-9/01) UNIÃO FEDERAL (PROCDOR: ANA BEATRIZ LINSBARBOSA.) x MARIA JOSE SCHMITT (ADVOGADO: MARCELO MATEDI ALVES, LEONARDO PIZZOL VINHA.).E M E N T A

SERVIDOR PÚBLICO. GDASST. GRATIFICAÇÃO GENÉRICA. EQUIPARAÇÃO ENTRE SERVIDORES ATIVOS EINATIVOS. MATÉRIA PACIFICADA NO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL.O recorrente alegou que a aposentadoria foi concedida na vigência da Emenda Constitucional nº 41/2003, quando já haviasido abolida a garantia constitucional da paridade entre servidores em atividade e aposentados. Esse fundamento dorecurso não foi articulado na contestação, tendo sido atingido pela preclusão. Trata-se de questão nova, que não pode serconhecida, porque o recurso inominado fica restrito às questões alegadas antes da sentença. Não é admissível inovar afundamentação da defesa na fase recursal.A questão está absolutamente pacificada na jurisprudência conforme julgamento do RE 572.052/RN pelo Supremo TribunalFederal: “RECURSO EXTRAORDINÁRIO. GRATIFICAÇÃO DE DESEMPENHO DE ATIVIDADE DE SEGURIDADESOCIAL E DO TRABALHO - GDASST, INSTITUÍDA PELA LEI 10.483/2002. EXTENSÃO. SERVIDORES INATIVOS.POSSIBILIDADE. RECURSO DESPROVIDO. I - Gratificação de desempenho que deve ser estendida aos inativos no valorde 60 (sessenta) pontos, a partir do advento da Medida Provisória 198/2004, convertida na Lei 10.971/2004, que alterou asua base de cálculo. II - Embora de natureza pro labore faciendo, a falta de regulamentação das avaliações de

desempenho, transmuda a GDASST em uma gratificação de natureza genérica, extensível aos servidores inativos. III -Inocorrência, na espécie, de violação ao princípio da isonomia. IV - Recurso extraordinário desprovido”.No julgamento do RE 597.154 RG-QO/PB, o Supremo Tribunal Federal autorizou as Turmas Recursais a adotar osprocedimentos relacionados à repercussão geral, incluindo a decisão de inadmissibilidade dos recursos extraordinários.Com a decisão proferida em última instância jurisdicional com repercussão geral, torna-se desnecessário aprofundar oexame de todas as questões suscitadas no recurso (ofensa à Súmula nº 339 do STF; ofensa a normas constitucionais: art.37; art. 2º; art. 61, § 1º, II, a; 169, § 1º; aferição do conteúdo do princípio da paridade, a fim de saber se a majoração dagratificação dos inativos em proporção superior à dos ativos é suficiente). Eventual insistência da recorrente poderácaracterizar recurso protelatório.A sentença fixou juros de mora à taxa de 1% ao mês, mesmo após o início da vigência da Lei nº 11.960/2009. Esta lei novamodificou a redação do art. 1º-F da Lei nº 9.494/97, passando a dispor em todas as condenações impostas à FazendaPública, independentemente de sua natureza e para fins de atualização monetária, remuneração do capital e compensaçãoda mora, haverá a incidência uma única vez, até o efetivo pagamento, dos índices oficiais de remuneração básica e jurosaplicados à caderneta de poupança. Segundo a orientação do Supremo Tribunal Federal, a lei que modifica taxa de jurosmoratórios tem aplicação imediata sobre os processos pendentes (RE 559.445 – Rel. Ellen Gracie – DJe 10/06/2009; AI761137 AgR/PR - Rel. Carmem Lúcia - DJ 24/9/2010; AI-AgR 767.094 – Rel. Ricardo Lewandowski; AI-AgR 776.497, Rel.Gilmar Mendes). Os juros da mora são regidos pela legislação em vigor nas épocas de incidências próprias (RE142.104/RJ, Rel. Marco Aurélio, DJ 05/02/1999).Recurso parcialmente provido para reformar a sentença quanto aos juros de mora, que, a partir de 30/06/2009, ficamatrelados aos índices oficiais da caderneta de poupança (art. 5º da Lei nº 11.960/2009).Considerando que a sucumbência do recorrido é ínfima, a recorrente deve responder por inteiro pelas despesas doprocesso (art. 21, parágrafo único, do CPC). Honorários advocatícios arbitrados em 10% do valor da condenação.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, decide a Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciáriado Espírito Santo DAR PARCIAL PROVIMENTO AO RECURSO.

ROGERIO MOREIRA ALVESJuiz Federal da Turma RecursalRelator

31 - 0000158-52.2008.4.02.5054/01 (2008.50.54.000158-8/01) UNIÃO FEDERAL (PROCDOR: ANA BEATRIZ LINSBARBOSA.) x ALCEBIADES VIANNA (ADVOGADO: MARCELO MATEDI ALVES, EUSTÁQUIO DOMICIO LUCCHESIRAMACCIOTTI, LEONARDO PIZZOL VINHA.).E M E N T A

SERVIDOR PÚBLICO. GDASST. GRATIFICAÇÃO GENÉRICA. EQUIPARAÇÃO ENTRE SERVIDORES ATIVOS EINATIVOS. PONTUAÇÃO NO PERÍODO DE 01/04/2002 A 30/04/2004. JUROS DE MORA. NORMA ESPECIAL.APLICABILIDADE DA LEI NOVA.Para os servidores ativos, a GDASST tinha como limites máximo e mínimo, respectivamente, 100 e 10 pontos (art. 5º da Leinº 10.483/2002). Não obstante, enquanto não fosse regulamentada a avaliação de desempenho, a GDASST deveria serpaga aos servidores ocupantes de cargos efetivos ou cargos e funções comissionadas e de confiança nos valorescorrespondentes a 40 pontos (art. 11 da Lei nº 10.483/2002). Em contrapartida, para as aposentadorias e pensões, a leipreviu o pagamento da gratificação em valor equivalente a 10 pontos (art. 8º, parágrafo único, da Lei nº 10.483/2002).Como a avaliação de desempenho individual não foi implementada, a gratificação manteve a natureza de vantagemgenérica, devendo ser estendida em igualdade de condições aos aposentados e pensionistas.Diferentemente do caso da GDATA, o STF não adotou como valor de referência para a gratificação estendida aosaposentados e pensionistas a pontuação equivalente a 10 pontos no período de 01/06/2002 a 30/04/2004. A decisãotomada no RE 572.052/RN abrangeu apenas o período decorrido a partir de 01/05/2004. Não se aplica, portanto, oEnunciado nº 44 da Turma Recursal do Espírito Santo (que não reconhece diferenças em favor dos aposentados epensionistas no período de 01/06/2002 a 30/04/2004), que se refere apenas à GDATA.A sentença aplicou juros de mora à taxa de 0,5% ao mês, seguindo a redação original da Lei nº 9.494/97. O recorrenteinvocou a aplicação imediata da Lei nº 11.960/2009 (superveniente à sentença) para atrelar os juros de mora à taxa deremuneração da caderneta de poupança. A caderneta de poupança é remunerada por taxa de juros mensal de 0,5%,aplicada sobre os valores atualizados pela TR (taxa referencial) na data de aniversário. Logo, a lei nova invocada pelorecorrente não modificou a taxa de juros prevista na sentença. Falta, nessa parte, interesse recursal. A lei nova modificouapenas a forma de correção monetária (taxa referencial), mas o recurso não impugnou especificamente essa questão.Tantum devolutum, quantum appellatum.Recurso improvido. Sem custas, nos termos do art. 4º, I, da Lei nº 9.289/96. Condenação do recorrente em honoráriosadvocatícios, arbitrados em dez por cento do valor da condenação.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, decide a Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciária

do Espírito Santo NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO.

ROGERIO MOREIRA ALVESJuiz Federal da Turma RecursalRelator

32 - 0000160-22.2008.4.02.5054/01 (2008.50.54.000160-6/01) UNIÃO FEDERAL (PROCDOR: ANA BEATRIZ LINSBARBOSA.) x IRACI RAMOS (ADVOGADO: LEONARDO PIZZOL VINHA, EUSTÁQUIO DOMICIO LUCCHESIRAMACCIOTTI, MARCELO MATEDI ALVES.).E M E N T A

SERVIDOR PÚBLICO. GDASST. GRATIFICAÇÃO GENÉRICA. EQUIPARAÇÃO ENTRE SERVIDORES ATIVOS EINATIVOS. PONTUAÇÃO NO PERÍODO DE 01/04/2002 A 30/04/2004. JUROS DE MORA. NORMA ESPECIAL.APLICABILIDADE DA LEI NOVA.Para os servidores ativos, a GDASST tinha como limites máximo e mínimo, respectivamente, 100 e 10 pontos (art. 5º da Leinº 10.483/2002). Não obstante, enquanto não fosse regulamentada a avaliação de desempenho, a GDASST deveria serpaga aos servidores ocupantes de cargos efetivos ou cargos e funções comissionadas e de confiança nos valorescorrespondentes a 40 pontos (art. 11 da Lei nº 10.483/2002). Em contrapartida, para as aposentadorias e pensões, a leipreviu o pagamento da gratificação em valor equivalente a 10 pontos (art. 8º, parágrafo único, da Lei nº 10.483/2002).Como a avaliação de desempenho individual não foi implementada, a gratificação manteve a natureza de vantagemgenérica, devendo ser estendida em igualdade de condições aos aposentados e pensionistas.Diferentemente do caso da GDATA, o STF não adotou como valor de referência para a gratificação estendida aosaposentados e pensionistas a pontuação equivalente a 10 pontos no período de 01/06/2002 a 30/04/2004. A decisãotomada no RE 572.052/RN abrangeu apenas o período decorrido a partir de 01/05/2004. Não se aplica, portanto, oEnunciado nº 44 da Turma Recursal do Espírito Santo (que não reconhece diferenças em favor dos aposentados epensionistas no período de 01/06/2002 a 30/04/2004), que se refere apenas à GDATA.A sentença arbitrou os juros de mora com base na taxa prevista na redação original do art. 1º-F da Lei nº 9.494/97: 6% aoano ou 0,5% ao mês. Entretanto, a Lei nº 11.960/2009 (data da publicação: 30/06/2009) modificou a redação do art. 1º-F daLei nº 9.494/97, passando a dispor em todas as condenações impostas à Fazenda Pública, independentemente de suanatureza e para fins de atualização monetária, remuneração do capital e compensação da mora, haverá a incidência umaúnica vez, até o efetivo pagamento, dos índices oficiais de remuneração básica e juros aplicados à caderneta de poupança.Essa lei nova tem aplicação imediata sobre os processos pendentes (Precedente: STF - RE 559.445 – Rel. Ellen Gracie –DJe 10/06/2009).Recurso parcialmente provido para reformar a sentença quanto aos juros de mora. Até 30/06/2009, mantém-se a sentençacom a aplicação da taxa de 0,5% ao mês. A partir de 30/06/2009, aplicam-se os índices oficiais próprios da caderneta depoupança.Considerando que a sucumbência da recorrida é ínfima, o recorrente deve responder por inteiro pelas despesas doprocesso (art. 21, parágrafo único, do CPC). Honorários advocatícios arbitrados em 10% do valor da condenação.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, decide a Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciáriado Espírito Santo DAR PARCIAL PROVIMENTO ao recurso.

ROGERIO MOREIRA ALVESJuiz Federal da Turma RecursalRelator

FICAM INTIMADAS AS PARTES E SEUS ADVOGADOS DOS ATOS ORDINATÓRIOS/INFORMAÇÕES DA SECRETARIANOS AUTOS ABAIXO RELACIONADOS

33 - 0002340-86.2009.4.02.5050/01 (2009.50.50.002340-1/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) INSTITUTO NACIONAL DOSEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: NEIDE DEZANE MARIANI.) x MARIA ASSUNCAO MACIEL TESSAROLO(ADVOGADO: MARCELO MATEDI ALVES, LEONARDO PIZZOL VINHA.).PODER JUDICIÁRIO SEÇÃO JUDICIÁRIA DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO1ª Turma Recursal - 1. Juiz Relator

PROCESSO: 0002340-86.2009.4.02.5050/01 (2009.50.50.002340-1/01)

E M E N T A

EMBARGOS DE DECLARAÇÃO – GDASS – PREQUESTIONAMENTO – DISPOSITIVOS CONSTITUCIONAIS NÃO

NECESSÁRIOS PARA A RESOLUÇÃO DA DEMANDA – SUCUMBÊNCIA RECÍPROCA – NÃO INCIDÊNCIA DEHONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS – EMBARGOS CONHECIDOS E PARCIALMENTE PROVIDOS.

Trata-se de embargos de declaração opostos pelo INSS em face do acórdão de fl. 78, que deu parcial provimento aorecurso inominado da autarquia previdenciária. Alega o embargante que não deve haver condenação em honorários, dianteda sucumbência recíproca. Aduz, ainda, que foram prequestionados os artigos 5º, 37, 40 e 61 da Constituição da Repúblicae que a Turma não se manifestou expressamente sobre tal assunto.Os embargos de declaração, nos termos do art. 535 do CPC, se limitam a suprir omissões, aportar clareza ou retificareventuais contradições existentes no bojo da decisão recorrida, nada mais. In casu, pela leitura das argumentações doembargante, verifica-se que este aponta a existência de omissão e contradição na decisão proferida por esta Turma.Analisando o teor do acórdão, verifica-se que foi estabelecida a forma para pagamento da GDASS, a partir de março de2007, limitando o pagamento da gratificação à data do início do primeiro ciclo de avaliação de desempenho individual einstitucional. Desta forma, ao recurso inominado do INSS foi dado parcial provimento, o que implica a sucumbênciarecíproca. Assim, assiste razão ao embargante. In casu, a autarquia previdenciária foi parcialmente vencedora em seurecurso inominado, sendo indevida a condenação em honorários sucumbenciais.O embargante também alega que houve omissão no acórdão prolatado no que tange aos prequestionamentos suscitados.Tal entendimento não deve prevalecer. Suscitar matéria constitucional que não interessou na solução da controvérsia,apenas para viabilizar a interposição de recurso para o órgão jurisdicional superior é atitude que demonstra mais um intuitoprotelatório do que um exercício da prerrogativa da indeclinabilidade do Poder Judiciário. Precedentes STJ (Resp.11465-0-SP, rel. Min. Demócrito Reinaldo, DJU 15-02-93).Assim, conheço dos presentes embargos e dou-lhes parcial provimento, apenas para excluir a condenação da autarquiaprevidenciária em honorários sucumbenciais. A ementa do referido acórdão passará a ter a seguinte redação:

“EMENTASERVIDOR PÚBLICO – GDASS – GRATIFICAÇÃO DE DESEMPENHO DE ATIVIDADE DE SEGURO SOCIAL –AUSÊNCIA DE CRITÉRIOS OBJETIVOS DE AFERIÇÃO DE DESEMPENHO – EXTENSÃO AOS INATIVOS –OBSERVÂNCIA DA LEI 11.901/2009 – RECURSO CONHECIDO E PARCIALMENTE PROVIDOTrata-se de recurso inominado, interposto pelo INSS, em face da sentença de fls. 47/53, em que a autarquia previdenciáriafoi condenada ao pagamento da GDASS à parte autora, nos termos em que foi paga aos servidores da ativa. Alega o INSSque a sentença deve ser reformada diante da legalidade e da constitucionalidade da distinção na forma de pagamento daGDASS entre servidores ativos e inativos.A GDASS - Gratificação de Desempenho de Atividade do Seguro Social foi instituída pela MP nº 146, de 01 de abril de2003, posteriormente, convertida na Lei nº 10.855, de 01 de abril de 2004, sendo paga àqueles que se aposentaram ou quetiveram a pensão instituída até 19/fev/2004 no importe de 30 (trinta) pontos (art. 16 da Lei 10.885/2004). Com a Lei nº11.907/2009, essa pontuação obtém uma variação entre 40 (quarenta) a 50 (cinquenta) pontos.A GDASS configura vantagem originalmente instituída em virtude do efetivo exercício das atribuições do cargo, conforme severifica do art. 11, §2º da Lei 10.855/2004. Porém, como ainda não há critérios objetivos de aferição de desempenho dosservidores, tem natureza genérica, devendo ser paga aos inativos no valor de 60 (sessenta) pontos e, com a edição da Leinº 11.501/2007, que alterou a Lei nº 10.885/2004 para incluir ao seu art. 11 o parágrafo 11, faz jus à GDASS no importe de80 (oitenta) pontos.Assim, o pagamento das diferenças será feito da seguinte forma: entre março/2007 e 30/06/2008, as diferenças entre 80pontos e 30 pontos do valor máximo da gratificação pertinente ao respectivo nível, classe e padrão aplicável à parterecorrida; entre 01/07/2008 e 30/06/2009, as diferenças entre 80 pontos e 40 pontos; entre 01/07/2009 e a data do início (enão a data da conclusão) do primeiro ciclo de avaliação de desempenho individual e institucional, as diferenças entre 80pontos e 50 pontos, conforme a Lei 11.901/2009.Recurso conhecido e parcialmente provido. Sentença parcialmente reformada.Custas ex lege. Sem condenação em honorários advocatícios ante a sucumbência recíproca.A C Ó R D Ã OVistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Srs. Juízes da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais daSeção Judiciária do Espírito Santo DAR PARCIAL PROVIMENTO AO RECURSO, na forma da ementa constante nosautos, e que passa a integrar o presente julgado.”

Embargos conhecidos e parcialmente providos.

A C Ó R D Ã OVistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo DAR PARCIAL PROVIMENTO AOS EMBARGOS DEDECLARAÇÃO, na forma da ementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do presente julgado.

ASSINADO ELETRONICAMENTE

Osair Victor de Oliveira JuniorJuiz Federal Relator

34 - 0003637-31.2009.4.02.5050/01 (2009.50.50.003637-7/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) ODIVALDO RODRIGUES DEAGUIAR (DEF.PUB: ALINE FELLIPE PACHECO SARTÓRIO.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS(PROCDOR: ROSEMBERG ANTONIO DA SILVA.).PODER JUDICIÁRIO SEÇÃO JUDICIÁRIA DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO

1ª Turma Recursal - 1. Juiz Relator

PROCESSO: 2009.50.50.003637-7/01E M E N T A

PREVIDENCIÁRIO – AUXÍLIO-DOENÇA – AUSÊNCIA DE INCAPACIDADE LABORAL – LAUDO MÉDICO PERICIAL –PREVALÊNCIA SOBRE LAUDO PARTICULAR – SENTENÇA MANTIDA – RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO.

1. Trata-se de recurso inominado interposto pela parte autora em face da sentença de fl. 145, que julgou improcedente oseu pedido de restabelecimento do benefício de aposentadoria por invalidez. Alega o recorrente, em suas razões recursais,que as limitações impostas pela moléstia somadas com suas condições pessoais demonstram a incapacidade laborativa.Pugna, por tais razões, pela reforma da sentença.2. Para o recebimento do auxílio-doença, mister se faz que o demandante atenda aos requisitos legais ditados pelo art. 59da Lei nº 8.213/91, quais sejam: ostentar a qualidade de segurado, atender a carência de 12 contribuições mensais e terconstatado a incapacidade para o exercício de sua atividade profissional por mais de 15 (quinze) dias consecutivos.3. Ao se analisar o conjunto probatório presente nos autos, verifica-se, consoante perícia médica judicial de fls. 116/122,que mesmo sendo portador de epilepsia e distúrbio psiquiátrico, o autor, que possui 46 anos de idade, não se encontraincapacitado para o trabalho (quesito 09). Afirma o expert, que do ponto de vista neurológico, a parta autora está apta parao trabalho, uma vez que suas crises estão controladas e seu exame físico é normal. Afirma, ainda, que o autor compareceuao exame consciente, alerta, colaborativo, sem déficit de memória, sons respiratórios normais e ritmo cardíaco normal.Diante do relato médico-pericial, entende-se que o recorrente não se encontra incapacitado para sua atividade habitual, qualseja, cobrador de ônibus.4. Vale ressaltar quanto aos laudos particulares apresentados, o teor do Enunciado 08 da Turma Recursal do EspíritoSanto: “O laudo médico particular é prova unilateral, enquanto o laudo médico pericial produzido pelo juízo é, em princípio,imparcial. O laudo pericial, sendo conclusivo a respeito da plena capacidade laborativa, há de prevalecer sobre o particular”.5. Não havendo incapacidade, não merecem guarida os argumentos expostos nas razões recursais.6. Sentença mantida. Recurso conhecido e improvido.7. Custas ex lege. Sem condenação em honorários advocatícios, uma vez que o recorrente é beneficiário da assistênciajudiciária gratuita.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Srs. Juízes da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais daSeção Judiciária do Espírito Santo, conhecer e, no mérito, NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO, na forma da ementaconstante dos autos, que passa a integrar o presente julgado.

ASSINADO ELETRONICAMENTE

Osair Victor de Oliveira JuniorJuiz Federal Relator

35 - 0004228-90.2009.4.02.5050/01 (2009.50.50.004228-6/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) ITAMAR NOCOLAU(ADVOGADO: JOANA D'ARC BASTOS LEITE.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR:JOAO CARLOS DE GOUVEIA FERREIRA DOS SANTOS.).PODER JUDICIÁRIO SEÇÃO JUDICIÁRIA DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO1ª Turma Recursal - 1. Juiz Relator

PROCESSO: 2009.50.50.004228-6/01

E M E N T A

PREVIDENCIÁRIO – AUXÍLIO-DOENÇA – AUSÊNCIA DE INCAPACIDADE LABORAL – LAUDO MÉDICO PERICIAL –PREVALÊNCIA SOBRE LAUDO PARTICULAR – RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO – SENTENÇA MANTIDA.

1. Trata-se de recurso inominado interposto pela parte autora em face da sentença de fls. 66/67 que julgou improcedente oseu pedido inicial de restabelecimento de auxílio-doença e posterior conversão em aposentadoria por invalidez. Afirma orecorrente, em suas razões recursais, que o laudo pericial do juízo deve ser anulado, tendo em vista a falta de examesespecíficos por parte do perito. O INSS apresentou contrarrazões, pugnando pela manutenção da sentença.2. A aposentadoria por invalidez, conforme o artigo 42 da Lei 8.213/91, será devida ao segurado que, estando ou não emgozo de auxílio-doença, for considerado incapaz e insusceptível de reabilitação para o exercício de atividade que lhegaranta a subsistência, e ser-lhe-á paga enquanto permanecer nesta condição. Já o auxílio-doença, será devido, conformeart. 59 da Lei 8.213/91, ao segurado que, tendo cumprido, quando for o caso, o período exigido de carência, ficarincapacitado para o seu trabalho ou para a sua atividade habitual por mais de 15 (quinze) dias consecutivos.3. Ao se analisar o conjunto probatório presente nos autos, verifica-se que o autor (52 anos de idade) possui transtornoafetivo bipolar, atualmente em remissão. Conforme laudo pericial (fls. 54/56) foi constatado que, no momento, o recorrentenão está incapacitado para o labor, apresentando-se lúcido e bem situado no tempo e no espaço. O perito ainda ressaltouque o autor encontra-se orientado globalmente, com memórias de fixação e evocação preservadas e sem alterações desensopercepção, não estando incapacitado para a sua função habitual de comerciante.

4. Com relação ao requerimento de anulação da perícia, vale ressaltar o teor do Enunciado 08 da Turma Recursal doEspírito Santo: “O laudo médico particular é prova unilateral, enquanto o laudo médico pericial produzido pelo juízo é, emprincípio, imparcial. O laudo pericial, sendo conclusivo a respeito da plena capacidade laborativa, há de prevalecer sobre oparticular”.5. Não havendo incapacidade laborativa, não merecem guarida os argumentos expostos nas razões recursais.6. Sentença mantida. Recurso conhecido e improvido.7. Custas ex lege. Sem condenação em honorários advocatícios, uma vez que o recorrente é beneficiário da assistênciajudiciária gratuita.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Srs. Juízes da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais daSeção Judiciária do Espírito Santo, conhecer e, no mérito, NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO, na forma da ementaconstante dos autos, que passa a integrar o presente julgado.

ASSINADO ELETRONICAMENTE

Osair Victor de Oliveira JuniorJuiz Federal Relator

36 - 0000240-27.2010.4.02.5050/01 (2010.50.50.000240-0/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) ADEIR MARINS RODRIGUES(ADVOGADO: CLARENCE ILDAWALD GIBSON OVIL.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS.PODER JUDICIÁRIO SEÇÃO JUDICIÁRIA DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO1ª Turma Recursal - 1. Juiz Relator

PROCESSO: 2010.50.50.000240-0/01E M E N T A

PREVIDENCIÁRIO – AUXÍLIO-DOENÇA – AUSÊNCIA DE INCAPACIDADE LABORAL – LAUDO MÉDICO PERICIAL –PREVALÊNCIA SOBRE LAUDO PARTICULAR – SENTENÇA MANTIDA – RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO.

1. Trata-se de recurso inominado interposto pela parte autora em face da sentença de fls. 53/54, que julgou improcedente oseu pedido de restabelecimento do benefício de auxílio-doença. Alega a recorrente, em suas razões recursais, que hádiversos laudos médicos nos autos que contrariam a perícia, atestando sua incapacidade. Pugna, por tais razões, pelareforma da sentença.2. Para o recebimento do auxílio-doença, mister se faz que o demandante atenda aos requisitos legais ditados pelo art. 59da Lei nº 8.213/91, quais sejam: ostentar a qualidade de segurado, atender a carência de 12 (doze) contribuições mensais eter constatado a incapacidade para o exercício de sua atividade profissional por mais de 15 (quinze) dias consecutivos.3. Inicialmente, cabe ressaltar que a Autarquia não contestou a presente ação. Porém, como há interesse público envolvido,não devem ser aplicados os efeitos da revelia. Infere-se do documento de fl.12, colacionado aos autos pela autora, que amesma começou a verter contribuições para a Previdência em 15/03/2006. Verifica-se assim, a princípio, que a autoradetém a qualidade de segurada e cumpriu a carência exigida para o recebimento do benefício, restando a ser examinada aincapacidade para o trabalho.4. Ao se analisar o conjunto probatório presente nos autos, verifica-se, consoante perícia médica judicial de fls. 37/41, quemesmo sendo portadora de sequela de osteoliemite de fêmur direito, com cicatrizes retráteis na face medial, lateral eanterior da coxa direita, a parte autora, que possui 66 anos de idade, não se encontra incapacitada para o trabalho (quesitos06, 07, 08 e 09). Afirma o expert que há boa mobilidade dos membros, sem sinais de infecção em atividade e sem alteraçãode força (quesito 06). Afirma, ainda, que a autora está em fase de remissão da doença, sem sinais flogísticos (sinaisinflamatórios) no momento pericial, e com boa mobilidade de quadril e joelhos. Diante do relato médico pericial, entende-seque a recorrente não se encontra incapacitada para sua atividade habitual, qual seja, a de costureira autônoma.5. Vale ressaltar quanto aos laudos particulares apresentados, o teor do Enunciado 08 da Turma Recursal do EspíritoSanto: “O laudo médico particular é prova unilateral, enquanto o laudo médico pericial produzido pelo juízo é, em princípio,imparcial. O laudo pericial, sendo conclusivo a respeito da plena capacidade laborativa, há de prevalecer sobre o particular”.6. Não havendo incapacidade, não merecem guarida os argumentos expostos nas razões recursais.7. Sentença mantida. Recurso conhecido e improvido.8. Custas ex lege. Sem condenação em honorários advocatícios, uma vez que a recorrente é beneficiária da assistênciajudiciária gratuita.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Srs. Juízes da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais daSeção Judiciária do Espírito Santo, conhecer e, no mérito, NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO, na forma da ementaconstante dos autos, que passa a integrar o presente julgado.

ASSINADO ELETRONICAMENTE

Osair Victor de Oliveira JuniorJuiz Federal Relator

37 - 0003940-45.2009.4.02.5050/01 (2009.50.50.003940-8/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) ELIANE ROGERIA COSTA(ADVOGADO: MICHAEL LEANDRO SOBREIRA, MARIA DAS GRACAS SOBREIRA DA SILVA.) x INSTITUTO NACIONALDO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: CLEBSON DA SILVEIRA.).PODER JUDICIÁRIO SEÇÃO JUDICIÁRIA DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO1ª Turma Recursal - 1. Juiz Relator

PROCESSO: 2009.50.50.003940-8/01E M E N T A

PREVIDENCIÁRIO – AUXÍLIO-DOENÇA – AUSÊNCIA DE INCAPACIDADE LABORAL – LAUDO MÉDICO PERICIAL –PREVALÊNCIA SOBRE LAUDO PARTICULAR – APOSENTADORIA NO ÂMBITO ESTADUAL – NÃO VINCULAÇÃO AORECEBIMENTO DO BENEFÍCIO JUNTO AO INSS – SENTENÇA MANTIDA – RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO.

1. Trata-se de recurso inominado interposto pela parte autora em face da sentença de fl. 54, que julgou improcedente o seupedido de restabelecimento do benefício de auxílio-doença. Alega a recorrente, em suas razões recursais, que o laudopericial não é conclusivo, pois o perito atesta o seu transtorno mental, entretanto afirma que está apta para o trabalho.Ademais, afirma que há diversos laudos particulares nos autos que contradizem o laudo pericial. Pugna, por tais razões,pela reforma da sentença.2. Para o recebimento do auxílio-doença, mister se faz que o demandante atenda aos requisitos legais ditados pelo art. 59da Lei nº 8.213/91, quais sejam: ostentar a qualidade de segurado, atender a carência de 12 (doze) contribuições mensais eter constatado a incapacidade para o exercício de sua atividade profissional por mais de 15 (quinze) dias consecutivos.3. Ao se analisar o conjunto probatório presente nos autos, verifica-se, consoante perícia médica judicial de fls. 36/38, quemesmo sendo portadora de transtorno mental, a parte autora, que possui 32 anos de idade, não se encontra incapacitadapara o trabalho (quesito 09). Afirma o expert que não há alterações do quadro psíquico que interfiram na capacidade laboralda parte autora. Afirma, ainda, que a autora apresenta-se com memória de fixação e evocação preservada, pensamentoagregado, de curso e conteúdo normal, sem alterações de sensopercepção. Diante do relato médico pericial, entende-seque a recorrente não se encontra incapacitada para sua atividade habitual, qual seja, auxiliar de enfermagem.4. Vale ressaltar quanto aos laudos particulares apresentados, o teor do Enunciado 08 da Turma Recursal do EspíritoSanto: “O laudo médico particular é prova unilateral, enquanto o laudo médico pericial produzido pelo juízo é, em princípio,imparcial. O laudo pericial, sendo conclusivo a respeito da plena capacidade laborativa, há de prevalecer sobre o particular”.5. Por fim, deve-se ressaltar que a aposentadoria concedida à parte autora no órgão estadual não vincula o recebimento debenefício previdenciário junto ao Regime Geral da Previdência Social (RGPS).5. Não havendo incapacidade, não merecem guarida os argumentos expostos nas razões recursais.6. Sentença mantida. Recurso conhecido e improvido.7. Custas ex lege. Sem condenação em honorários advocatícios, uma vez que a recorrente é beneficiária da assistênciajudiciária gratuita.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Srs. Juízes da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais daSeção Judiciária do Espírito Santo, conhecer e, no mérito, NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO, na forma da ementaconstante dos autos, que passa a integrar o presente julgado.

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Osair Victor de Oliveira JuniorJuiz Federal Relator

38 - 0003500-49.2009.4.02.5050/01 (2009.50.50.003500-2/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) LUCINEIA MACHADOCORREIA (ADVOGADO: GRASIELE MARCHESI BIANCHI, BRENO PAVAN FERREIRA, JALINE IGLEZIAS VIANA.) xINSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: BRUNO MIRANDA COSTA.).PODER JUDICIÁRIO SEÇÃO JUDICIÁRIA DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO1ª Turma Recursal - 1. Juiz Relator

PROCESSO: 2009.50.50.003500-2/01

E M E N T A

PREVIDENCIÁRIO – AUXÍLIO-DOENÇA – AUSÊNCIA DE INCAPACIDADE LABORAL – LAUDOS MÉDICOS PERICIAIS –LAUDO PARTICULAR – PROVA UNILATERAL – SENTENÇA MANTIDA – RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO.

1. Trata-se de recurso inominado interposto pela parte autora em face da sentença de fls. 108/109, que julgou improcedenteo seu pedido de restabelecimento do benefício de auxílio-doença e conversão em aposentadoria por invalidez. Alega arecorrente, em suas razões recursais, que está acometida de doença incapacitante que impede o exercício de suasatividades habituais. Pugna, por tais razões, pela reforma da sentença.2. Para o recebimento do auxílio-doença, mister se faz que o demandante atenda aos requisitos legais ditados pelo art. 59da Lei nº 8.213/91, quais sejam: ostentar a qualidade de segurado, atender a carência de 12 contribuições mensais e ter

constatado a incapacidade para o exercício de sua atividade profissional por mais de 15 (quinze) dias consecutivos.3. A parte autora, que possui 40 anos de idade, foi submetida a três perícias médicas. Na primeira perícia, com peritooftalmologista, foi diagnosticada a retirada do globo ocular esquerdo (evisceração). O expert afirmou ainda que a visão doolho direito encontra-se com campo visual normal e não há limitações para a sua atividade habitual, qual seja, agentecomunitário de saúde. A autora impugnou o laudo pericial, afirmando que deveria ser realizada nova perícia comespecialidade na área da doença ocupacional.4. A perita médica do trabalho (2ª perícia) diagnosticou glaucoma em olho esquerdo e afirmou que não existe incapacidadepara as atividades habituais. A recorrente impugnou novamente o laudo pericial reproduzindo a petição anterior.5. Na terceira e última perícia médica, realizada com perito psiquiatra, não foi constatado nenhum transtorno mental. Oexpert relatou, ainda, que a autora mantém suas habilidades psicofisiológicas inalteradas. Novamente, houve impugnaçãoao laudo médico pela parte autora.6. Merece destaque o fato de a parte autora já ter auferido auxílio-doença de 13/12/2008 a 01/03/2009 (fl. 40). Contudo, ofato de a Autarquia ter concedido o benefício no passado não quer dizer que a incapacidade persista.7. Diante dos relatos médicos periciais, entende-se que a recorrente não se encontra incapacitada para o exercício de suasatividades habituais. Vale ressaltar quanto aos laudos particulares apresentados, o teor do Enunciado 08 da TurmaRecursal do Espírito Santo: “O laudo médico particular é prova unilateral, enquanto o laudo médico pericial produzido pelojuízo é, em princípio, imparcial. O laudo pericial, sendo conclusivo a respeito da plena capacidade laborativa, há deprevalecer sobre o particular”.8. Não havendo incapacidade, não merecem guarida os argumentos expostos nas razões recursais.9. Sentença mantida. Recurso conhecido e improvido.10. Custas ex lege. Sem condenação em honorários advocatícios, uma vez que a recorrente é beneficiária da assistênciajudiciária gratuita.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Srs. Juízes da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais daSeção Judiciária do Espírito Santo, conhecer e, no mérito, NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO, na forma da ementaconstante dos autos, que passa a integrar o presente julgado.

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Osair Victor de Oliveira JuniorJuiz Federal Relator

39 - 0004216-76.2009.4.02.5050/01 (2009.50.50.004216-0/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) MARGARIDA MARIA DOSSANTOS (ADVOGADO: NEUSA MARIA MARCHETTI, LUCELIA GONCALVES DE REZENDE.) x INSTITUTO NACIONALDO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: SIMONE LENGRUBER DARROZ ROSSONI.).PODER JUDICIÁRIO SEÇÃO JUDICIÁRIA DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO1ª Turma Recursal - 1. Juiz Relator

PROCESSO: 2009.50.50.004216-0/01

E M E N T A

PREVIDENCIÁRIO – AUXÍLIO-DOENÇA – CONVERSÃO – APOSENTADORIA POR INVALIDEZ – INCAPACIDADEPARCIAL E TEMPORÁRIA – POSSIBILIDADE DE REABILITAÇÃO/READAPTAÇÃO – INTERVENÇÃO CIRÚRGICANÃO-OBRIGATÓRIA – RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO – SENTENÇA MANTIDA.

1. Trata-se de recurso inominado interposto pela parte autora contra a sentença de fls. 70/71, que julgou parcialmenteprocedente o pedido autoral, apenas para restabelecer o benefício de auxílio-doença, a partir da data da cessação indevida.Alega a recorrente, em suas razões recursais, que se encontra total e definitivamente incapacitada para exercer suasfunções laborativas, motivo pelo qual faria jus à percepção do benefício de aposentadoria por invalidez.2. Para a concessão da aposentadoria por invalidez, mister se faz que o demandante atenda aos requisitos legais ditadospelo art. 42 da Lei nº 8.213/91, quais sejam: ostentar a qualidade de segurado, atender a carência de 12 contribuiçõesmensais e ter sido constatada a incapacidade total e permanente para o exercício de atividade profissional que lhe garantaa subsistência, com insuscetibilidade de reabilitação.3. O laudo médico pericial produzido em juízo (fls.44/46) atestou que a autora (56 anos de idade) é portadora deinstabilidade lombossacra, o que gera a incapacidade parcial e temporária para a sua função habitual, qual seja, a decabeleireira. Afirma o expert que a mesma está temporariamente incapacitada para exercer suas atividades habituais,sendo que para recuperar sua capacidade laboral, a recorrente precisa se submeter a procedimento cirúrgico (quesitos 02,03 e 04). Porém, não há norma obrigando o segurado a se submeter a processo cirúrgico para reversão de quadro clínicoincapacitante. Nesse sentido, se a recuperação da parte autora apenas será possível mediante cirurgia, e não podendoobrigá-la a se submeter ao referido procedimento, considera-se devido o benefício de auxílio-doença até que a mesma sejareabilitada para outra função.4. Com efeito, à luz do art. 42 da Lei nº 8.213/91, vislumbro que a parte autora não faz jus ao recebimento de aposentadoriapor invalidez, uma vez que a mesma pode ser reabilitada para desempenhar outras atividades laborativas que secompatibilizem com sua enfermidade e sua realidade funcional, conforme afirma o expert no quesito 05. Desta forma, arecorrente tem direito ao recebimento do auxílio-doença, benefício já obtido judicialmente.

5. Ante o exposto, não lhe é devido o benefício de aposentadoria por invalidez, por não estarem preenchidos os requisitosnecessários à sua concessão.6. Recurso conhecido e improvido. Sentença mantida.7. Custas ex lege. Sem condenação em honorários advocatícios, uma vez que a recorrente é beneficiária de assistênciajudiciária.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Srs. Juízes da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais daSeção Judiciária do Espírito Santo, conhecer e, no mérito, NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO, na forma da ementaconstante dos autos, que passa a integrar o presente julgado.

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Osair Victor de Oliveira JuniorJuiz Federal Relator

40 - 0004992-76.2009.4.02.5050/01 (2009.50.50.004992-0/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) INSTITUTO NACIONAL DOSEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: RODRIGO COSTA BUARQUE.) x JOÃO FRANCISCO CIPRIANO PESSINI(ADVOGADO: ALESSANDRO BRUNO DE SOUZA DIAS.).PODER JUDICIÁRIO SEÇÃO JUDICIÁRIA DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO1ª Turma Recursal - 1. Juiz Relator

PROCESSO: 2009.50.50.004992-0/01

EMENTA

PREVIDENCIÁRIO – AUXÍLIO-DOENÇA – APOSENTADORIA POR INVALIDEZ – CONCESSÃO – INCAPACIDADEPARCIAL E DEFINITIVA – INCAPACIDADE TOTAL AFERIDA PELAS CONDIÇÕES PESSOAIS E PELA ATIVIDADEHABITUAL – RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO – SENTENÇA MANTIDA.

1. Trata-se de recurso inominado interposto pelo INSS em face da sentença de fls. 54/55, que julgou parcialmenteprocedente o pedido inicial de condenação à concessão do benefício de aposentadoria por invalidez, desde a data darealização da perícia médica judicial. Alega o recorrente, em suas razões recursais, que o recorrido não tem direito aobenefício concedido, pois não há incapacidade laborativa. Afirma, ainda, que na hipótese de se considerar o autor incapazpara sua atividade habitual, há a possibilidade de reabilitação para atividades que não demandem esforço físico.2. A aposentadoria por invalidez, conforme o artigo 42 da Lei 8.213/91, será devida ao segurado que, estando ou não emgozo de auxílio-doença, for considerado incapaz e insusceptível de reabilitação para o exercício de atividade que lhegaranta a subsistência, e ser-lhe-á paga enquanto permanecer nesta condição.3. O autor laborava como pedreiro, conforme documento de fl. 15. Este labor exige em demasia das condições físicas dotrabalhador, de forma a agravar a enfermidade do recorrido que, conforme a perícia do juízo (fls. 34/36), possui hérnialombar e labirintite. O expert afirma que pelo fato de a atividade laboral demandar esforços físicos, o autor se encontrasuscetível ao agravamento das doenças.4. Tendo em vista o fato de o recorrido sempre ter trabalhado em meio que requer força física, ter pouca instrução e estarcom 52 anos de idade, entende-se ser praticamente impossível a reabilitação do mesmo para o exercício de outraatividade, a qual necessariamente teria que ser de cunho braçal. Tudo isso deixa explícito o direito do recorrido aorecebimento do benefício de aposentadoria por invalidez, até porque seria imprópria uma reabilitação profissional parapessoa que detém as suas características dentro da conjuntura atual do mercado de trabalho.5. Não obstante o perito médico judicial ter concluído pela capacidade do recorrido para atividades que não demandemesforço físico, considera-se que o mesmo encontra-se incapaz definitivamente, por todos os argumentos acima expostos. OCódigo de Processo Civil, em seus artigos 131 e 436, permite ao juiz formar seu convencimento com outros elementos oufatos provados, não estando adstrito apenas à conclusão obtida pelo perito, desde que motive suas decisões, o que foi feitoacima.6. Ademais, cabe destacar que já foram concedidos ao recorrido sucessivos benefícios de auxílio-doença, conformedocumentos de fls. 11, 14, 18 e 22.7. Pelo exposto, houve o preenchimento dos requisitos para a percepção do benefício de aposentadoria por invalidez desdea data da realização da perícia médica judicial.8. Recurso conhecido e improvido.9. Custas ex lege. Condenação do Recorrente ao pagamento de honorários advocatícios fixados em 10% do valor dacondenação, nos termos do art. 55 da Lei nº. 9.099/95.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Srs. Juízes da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais daSeção Judiciária do Espírito Santo, conhecer e, no mérito, NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO, na forma da ementaconstante dos autos, que passa a integrar o presente julgado.

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Osair Victor de Oliveira JuniorJuiz Federal Relator

41 - 0006180-07.2009.4.02.5050/01 (2009.50.50.006180-3/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) FELIPE DE PAULA DAROCHA (DEF.PUB: ALINE FELLIPE PACHECO SARTÓRIO.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS(PROCDOR: JOAO CARLOS DE GOUVEIA FERREIRA DOS SANTOS.).PODER JUDICIÁRIO SEÇÃO JUDICIÁRIA DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO1ª Turma Recursal - 1. Juiz Relator

PROCESSO: 2009.50.50.006180-3/01EMENTA

EMBARGOS DE DECLARAÇÃO – AMPARO SOCIAL – INEXISTÊNCIA DE CONTRADIÇÃO – OCORRÊNCIA DE ERROMATERIAL – IMPOSSIBILIDADE DE OBTENÇÃO DE EFEITOS INFRINGENTES – FUNDAMENTAÇÃO DO ACÓRDÃOMANTIDA – EMBARGOS CONHECIDOS E PARCIALMENTE PROVIDOS.

1. Trata-se de embargos de declaração opostos pela parte autora em face do acórdão de fl. 193, que negou provimento aoseu recurso inominado. Alega o embargante que há contradição na decisão prolatada pela Turma, visto que afundamentação se assentou em uma premissa equivocada. Afirma que o valor obtido com o auxílio-doença (R$ 548,00)não é auferido por ele, mas pelo seu pai. Requer, assim, que sejam dados efeitos infringentes aos embargos.2. A Jurisprudência pátria, ao decidir questionamentos quanto às possibilidades de interposição dessa via recursal, assim jádecidiu: “Mesmo nos embargos de declaração com fins de prequestionamento, devem ser observados os limites traçadosno art. 535 do CPC (obscuridade, dúvida, contradição, omissão e, por construção pretoriana integrativa, a hipótese de erromaterial). Esse recurso não é meio hábil ao reexame da causa”. (STJ - Primeira Turma, Resp. 11465-0-SP, rel. Min.Demócrito Reinaldo, DJU 15-02-93).3. In casu, pela leitura das argumentações do embargante, verifica-se que este aponta a existência de contradição nadecisão proferida por esta Turma. Analisando o acórdão, verifica-se apenas a ocorrência de erro material, pois ondeconstou que a renda de R$ 548,00 (quinhentos e quarenta e oito reais) era proveniente do autor, deveria constar que talrenda era do genitor do requerente. Assim, corrijo o item 03 do referido acórdão, que passa a ser transcrito da seguinteforma:

3. A condição de deficiente do autor é fato incontroverso nos autos. No que tange ao requisito da miserabilidade, de acordocom o laudo socioeconômico (fls. 21/54), este não se encontra satisfeito, visto que a renda familiar advém do benefício deauxílio-doença do genitor do recorrente (fl. 26), no valor de R$ 548,00 (quinhentos e quarenta e oito reais), cumulado com ovalor de R$ 150,00 (cento e cinqüenta reais) obtido por meio da função de diarista exercida pela genitora. Mesmo sendo ogrupo familiar composto por três membros (pai - 49 anos, mãe - 48 anos e autor - 18 anos), a hipótese dos autos revela quenão é devido o benefício de prestação continuada, pois a renda per capita disponível para a família é superior a ¼ do saláriomínimo.

4. Esclareça-se que a correção do erro material acima não altera o teor do julgamento, visto que a renda per capita familiarcontinuará a ser a mesma.5. Embargos conhecidos e parcialmente providos, apenas para sanar erro material. Acórdão parcialmente reformado.ACÓRDÃO

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo, DAR PARCIAL PROVIMENTO AOS EMBARGOS DEDECLARAÇÃO, na forma da ementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do presente julgado.

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Osair Victor de Oliveira JuniorJuiz Federal Relator

42 - 0001814-56.2008.4.02.5050/01 (2008.50.50.001814-0/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) ELIEZER DE JEHOVAHSIZENANDO COUTINHO (ADVOGADO: LUIZ CARLOS BARRETO.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL -INSS (PROCDOR: CLEBSON DA SILVEIRA.).PODER JUDICIÁRIO SEÇÃO JUDICIÁRIA DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO1ª Turma Recursal - 1. Juiz Relator

PROCESSO: 2008.50.50.001814-0/01E M E N T A

PREVIDENCIÁRIO – APOSENTADORIA ESPECIAL – AGENTE NOCIVO: RUÍDO – MEDIÇÃO ACIMA DE 90 dB –UTILIZAÇÃO DE EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL – APLICAÇÃO DA SÚMULA Nº 09 DA TURMANACIONAL DE UNIFORMIZAÇÃO – VERIFICAÇÃO DE ATIVIDADE ESPECIAL EXERCIDA NO PERÍODO DE 14/10/1996A 05/07/2000 – TEMPO DE SERVIÇO PARA CONCESSÃO DE APOSENTADORIA ESPECIAL NÃO PREENCHIDO –RECURSO CONHECIDO E PARCIALMENTE PROVIDO – SENTENÇA REFORMADA.

Trata-se de recurso inominado interposto pela parte autora em face da sentença de fls. 91/93 que julgou improcedente seupedido de concessão de aposentadoria especial desde a data do requerimento administrativo. Alega o recorrente que, paraefeito de aposentadoria especial, não é preciso que o trabalhador fique exposto a agentes nocivos durante toda a jornadade trabalho, ou seja, basta configurar sua exposição de forma constante e não eventual, independentemente do número dehoras. Aduz, ainda, que o simples fornecimento de equipamento de proteção individual pelo empregador não exclui ahipótese de exposição aos agentes nocivos à saúde, devendo ser considerado todo o ambiente de trabalho.O benefício de aposentadoria especial foi instituído pela Lei 3.807, de 26/08/1960, destinado aos trabalhadores que laboramem condições peculiares, submetidos a certo grau de risco e comprometimento à saúde ou integridade física, para os quaisprescrevia a redução do tempo de serviço (quinze, vinte ou vinte e cinco anos de atividade) para a sua concessão. Osegurado deverá comprovar o tempo de trabalho e a exposição aos agentes nocivos previstos de forma permanente, nãoocasional nem intermitente, durante o exercício em atividades que prejudiquem a saúde ou integridade física pelo períodomínimo fixado.No caso dos autos, verifica-se que o Juízo a quo entendeu que os laudos técnicos apresentados pelo autor não servempara comprovar o tempo de atividade especial, por não terem fundamentação técnica e nem discriminar os níveis de ruídopara toda a jornada de trabalho. Considerou, ainda, que o uso de equipamentos de proteção individual atenua a percepçãodo ruído para nível inferior ao limite de tolerância (nível de redução estimado em 25 dB). Além disso, demonstrou que,mesmo que o período de 14/10/1996 a 28/05/2001 fosse considerado como atividade especial, o recorrente não faria jus àpercepção da aposentadoria, por não ter completado os 25 anos previstos em lei.O período de 16/02/1981 a 13/10/1996 foi considerado como de atividade especial pela própria autarquia previdenciária. Acontrovérsia cinge-se ao período de 14/10/1996 a 28/05/2001. Conforme se verifica do laudo técnico-pericial de fls. 24/25, osegurado esteve exposto, no período de 01/12/1989 a 31/10/1997, ao agente ruído (acima de 90 dB), de forma habitual epermanente, durante toda a sua jornada de trabalho. No período de 01/11/1997 a 05/07/2000, o engenheiro de segurançado trabalho também afirmou que o recorrente esteve exposto a condição insalubre (ruído acima de 90 dB), de modohabitual e permanente (fls. 27/28).A mera utilização de equipamento de proteção individual é irrelevante, porque, segundo a jurisprudência dominante, aindaque elimine a insalubridade no caso de exposição a ruído, não descaracteriza o enquadramento da atividade especial. Deveser aplicada, in casu, a Súmula nº 9 da Turma Nacional de Uniformização dos Juizados Especiais Federais: “O uso deEquipamento de Proteção Individual (EPI), ainda que elimine a insalubridade, no caso de exposição a ruído, nãodescaracteriza o tempo de serviço especial prestado.”Assim, o período de 14/10/1996 a 05/07/2000 (data do último laudo técnico-pericial) deve ser considerado como deatividade especial. Quanto ao período de 06/07/2000 a 28/05/2001, não há nos autos qualquer laudo que comprove aexposição ao agente nocivo “ruído”.Conforme o Decreto nº 3.048/99, em seu anexo IV, a exposição a ruído acima dos níveis permitidos em lei, garante aosegurado a aposentadoria com 25 anos de serviço. O recorrente comprovou a exposição a tal agente nocivo no período de16/02/1981 a 05/07/2000, ou seja, pelo tempo de 19 anos, 04 meses e 20 dias. Desta forma, não atingiu o tempo de serviçonecessário para a concessão do benefício pleiteado.Recurso conhecido e parcialmente provido apenas para considerar o tempo de 14/10/1996 a 05/07/2000 como de atividadeespecial.Sentença parcialmente reformada.Custas ex lege. Sem condenação em honorários advocatícios, já que somente devidos nos casos em que o recorrente évencido.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Srs. Juízes da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais daSeção Judiciária do Espírito Santo, conhecer e, no mérito, DAR PARCIAL PROVIMENTO AO RECURSO, na forma daementa constante dos autos, que passa a integrar o presente julgado.

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Osair Victor de Oliveira JuniorJuiz Federal Relator

43 - 0003048-73.2008.4.02.5050/01 (2008.50.50.003048-6/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) INSTITUTO NACIONAL DOSEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: JOAO CARLOS DE GOUVEIA FERREIRA DOS SANTOS.) x JOSE GUILHERMEKUSTER (ADVOGADO: Marco Aurélio Rangel Gobette.).PODER JUDICIÁRIO SEÇÃO JUDICIÁRIA DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO1ª Turma Recursal - 1. Juiz Relator

PROCESSO: 2008.50.50.003048-6/01E M E N T A

REVISÃO – APOSENTADORIA ESPECIAL – PAGAMENTO DAS DIFERENÇAS DEVIDAS NO PERÍODO DE01/02/2000 A 02/07/2002 – PRESCRIÇÃO – INOCORRÊNCIA – INTERPOSIÇÃO DE RECURSO ADMINISTRATIVO –SUSPENSÃO DO PRAZO PRESCRICIONAL – RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO – SENTENÇA MANTIDA

Trata-se de recurso inominado interposto pelo INSS contra a sentença de fls. 72/75, que julgou procedente o pedido autoral,

condenando a autarquia a pagar as diferenças decorrentes da revisão efetuada no benefício do recorrido, no que tange aoperíodo de 01/02/2000 a 02/07/2002. Alega o INSS que a prescrição quinquenal atingiu as parcelas do período pleiteado, oque impõe a reforma total da sentença. Em contrarrazões, o autor alega que interpôs recurso administrativo, o quesuspendeu o prazo prescricional. Aduz que, como não foi comunicado da decisão final da autarquia, seu prazo prescricionalnão voltou a correr.A aposentadoria do autor foi concedida em 01/02/2000. A revisão do benefício foi requerida administrativamente em03/07/2002 (fl. 11). A revisão foi deferida com efeitos retroativos à data da protocolização do requerimento, ou seja,03/07/2002. O prazo prescricional de 05 (cinco) anos começou a correr no dia 01/02/2000. Com a interposição derequerimento de revisão, em 03/07/2002, o prazo foi suspenso. Ficou suspenso até 14/09/2003, quando o INSS deferiu opedido de revisão. Foi suspenso novamente em 14/11/2003 ao ser protocolizado novo pedido, desta vez requerendo opagamento das diferenças do período de 01/02/2000 a 02/07/2002. Este segundo requerimento foi indeferido em17/12/2003, mas o ofício com o comunicado do indeferimento (Ofício 486/2005) apenas foi emitido em 11/04/2005 (fl. 16).Do indeferimento, o autor protocolou recurso, em 27/05/2005 (fl. 14) e não consta nos autos qualquer comunicado sobre adecisão deste recurso administrativo.Verifica-se que, desde a concessão do benefício até o ajuizamento da ação, o prazo apenas não ficou suspenso entre01/02/2000 a 02/07/2002 e entre 15/09/2003 a 13/11/2003, ou seja, 02 anos e 07 meses, não ocorrendo a prescriçãoquinquenal, como alega a autarquia previdenciária.Assim, faz jus o autor às diferenças decorrentes da revisão efetuada sobre os proventos auferidos no períodocompreendido entre 01/02/2000 e 02/07/2002.Recurso conhecido e improvido. Sentença mantida.Custas ex lege. Condenação do recorrente vencido ao pagamento de honorários, que ora fixo em 10 % sobre o valor dacondenação.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Srs. Juízes da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais daSeção Judiciária do Espírito Santo, conhecer e, no mérito, NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO, na forma da ementaconstante dos autos, que passa a integrar o presente julgado.

ASSINADO ELETRONICAMENTE

Osair Victor de Oliveira JuniorJuiz Federal Relator

44 - 0001263-76.2008.4.02.5050/01 (2008.50.50.001263-0/01) (PROCESSO ELETRÔNICO) ROBERTO TAVARES(ADVOGADO: MARCELO CARVALHINHO VIEIRA.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR:GUSTAVO CABRAL VIEIRA.).PODER JUDICIÁRIO SEÇÃO JUDICIÁRIA DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO1ª Turma Recursal - 3. Juiz Relator

PROCESSO: 0001263-76.2008.4.02.5050/01 (2008.50.50.001263-0/01)

E M E N T A

EMBARGOS DE DECLARAÇÃO – OMISSÃO – CONTRADIÇÃO – EXISTÊNCIA – APOSENTADORIA ESPECIAL –AGENTE NOCIVO “RUÍDO” – UTILIZAÇÃO DE EQUIPAMENTO DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL – SÚMULA Nº 09 DA TNU –EMBARGOS CONHECIDOS E PROVIDOS.

1. Trata-se de embargos de declaração opostos em face do acórdão de fls. 204/205, proferido pela Turma Recursal, porintermédio do qual aduz o autor que houve omissão e contradição na decisão colegiada. Alega que o fundamento utilizadona sentença esbarra nas provas dos autos. Além disso, aduz que o Enunciado nº 09 da Turma Nacional de Uniformizaçãodeve ser utilizado e que a Turma não se manifestou expressamente sobre tal Enunciado. Alega, ainda, que a decisão docolegiado é contraditória com a prova dos autos.2. Os embargos de declaração, nos termos do art. 535 do CPC, se limitam a suprir omissões, aportar clareza ou retificareventuais contradições existentes no bojo da decisão recorrida, nada mais. In casu, pela leitura das argumentações doembargante, verifica-se que este aponta a existência de omissão e contradição na decisão proferida por esta Turma.3. A Turma, por maioria, negou provimento ao recurso interposto pelo autor, mantendo a sentença prolatada pelo Juízo aquo por seus próprios fundamentos. A sentença (fls. 175/177) deixou claro que a atividade desempenhada pelo autor, apartir de 06/03/1997, não pode ser enquadrada como especial, pois o EPI utilizado reduzia a ação nociva do agente “ruído”para níveis inferiores ao limite de tolerância (fator de proteção: 21 dB até junho/1999 e 28 dB a partir de 01/07/1999). O MM.Juiz Relator, para o qual foi inicialmente distribuído o processo, deu provimento ao recurso do autor, entendendo que asimples informação técnica de que o fator de proteção auricular seria de 21 dB, não era prova cabal de que o nível de ruídofosse reduzido especificamente nesta medida. Invocou, assim, a aplicação do Enunciado nº 13 da Turma Recursal doEspírito Santo e a Súmula nº 09 da Turma Nacional de Uniformização.4. Durante a sessão de julgamento, ocorrida em 17 de dezembro de 2010, esta Turma confirmou a decisão do julgadormonocrático, divergindo do Juiz Relator. Ao assim fazer, incorreu em contradição com os demais julgamentos que abordamo mesmo assunto no âmbito do colegiado.5. O entendimento atual desta Turma Recursal é o de que a mera utilização de equipamento de proteção individual é

irrelevante, porque, segundo a jurisprudência dominante, ainda que elimine a insalubridade no caso de exposição a ruído,não descaracteriza o enquadramento da atividade especial. Deve ser aplicada, in casu, a Súmula nº 09 da Turma Nacionalde Uniformização dos Juizados Especiais Federais: “O uso de Equipamento de Proteção Individual (EPI), ainda que eliminea insalubridade, no caso de exposição a ruído, não descaracteriza o tempo de serviço especial prestado.”6. Verifica-se, assim, que houve contradição no acórdão anteriormente prolatado, razão pela qual devem ser conhecidos eprovidos os presentes embargos, mantendo-se integralmente o voto do MM. Juiz Federal Relator Dr. Fernando CesarBaptista de Mattos, exarado nos seguintes termos:

E M E N T ARECURSO INOMINADO – PREVIDENCIÁRIO – APOSENTADORIA POR TEMPO DE CONTRIBUIÇÃO – CONVERSÃOEM APOSENTADORIA ESPECIAL – EXPOSIÇÃO A RUÍDO – CARACTERIZAÇÃO DA ATIVIDADE ESPECIAL -APLICAÇÃO DAS SÚMULAS N. 09 DA TNU E N. 13 DA TURMA RECURSAL DO ESPÍRITO SANTO - RECURSOCONHECIDO E PROVIDO.1. Trata-se de recurso inominado interposto por ROBERTO TAVARES em face da r. sentença proferida peloExcelentíssimo Juiz Rogério Moreira Alves, que julgou improcedentes os pedidos formulados na inicial.2. Segundo o juízo de origem, o autor trabalhou na Companhia Vale do Rio Doce entre 20/04/1976 a 22/11/2005, tendo oINSS enquadrado como especial a atividade exercida até 05/03/1997 e que a matéria controvertida, portanto, seria apenaso enquadramento, como especial, da atividade exercida no período de 06/03/1997 a 31/08/2003. Constatou, porém, que oslaudos técnicos juntados aos autos esclareceram que o Equipamento de Proteção Individual – EPI utilizado a partir demarço de 1997 reduziu a ação nociva do agente ruído para níveis inferiores ao limite de tolerância de 90 dB(A), pois o fatorde proteção foi estimado em 21 dB(A) até junho/99 e em 28 dB a partir de 01/07/1999. Aduziu o juízo que, se o EPIfornecido é utilizado com êxito, reduzindo a percepção do ruído para níveis inferiores ao limite de tolerância, a atividadeespecial fica descaracterizada, nos termos do Enunciado n. 13 da Turma Recursal do Espírito Santo, razão pela qual aatividade exercida pelo autor a partir de 06/03/1997 não poderia ser enquadrada como especial.3. Em suas razões recursais, alega o recorrente que, consoante súmula n. 09 da TNU, o uso de EPI, ainda que elimine ainsalubridade do agente agressivo, não elimina o direito à contagem especial de tempo de serviço. Afirma que o Relatóriode Visita Técnica elaborado pelo INSS, que acompanha as razões de recurso, aponta que os EPI’s não eram devidamenteutilizados e que seu uso serviria apenas para mitigar os efeitos do ruído sobre a saúde do trabalhador, não havendo normalegal que impeça a contagem do tempo como especial.4. O Enunciado n. 13 da Turma Recursal do Espírito Santo, ao qual se reportou o juízo de origem, contém a seguinteredação: “Para que o uso de equipamento de proteção individual possa afastar a condição de insalubridade, computando-seo tempo de serviço como comum, é necessário que a redução ou eliminação de risco à saúde seja comprovada de formacabal”.5. Na hipótese em apreço, os laudos técnicos acostados à inicial informam que os níveis equivalentes (LEQ) a que oempregado estava exposto nos locais monitorados era de 94,0 dB(A) e que “o EPI utilizado a partir de março de 1997,conforme informações técnicas do fabricante, tinha as características a seguir relacionadas e reduziam a ação nociva doagente sobre a saúde e integridade física do empregado a níveis abaixo dos limites de tolerância porém não eliminaram apresença do agente no ambiente: Fabricante (...) Fator de proteção: 21 dB (A)” (fl. 45).6. Entende-se, contudo, que a simples informação técnica de que o fator de proteção do protetor auricular seja de 21 dB(A)não é prova cabal de que o nível de ruído seja reduzido especificamente nesta medida. Note-se que o Relatório de VisitaTécnica elaborado pelo próprio INSS, que acompanha as razões de recurso, aponta que o ambiente de trabalho era “altamente ruidoso com todos os equipamentos em funcionamento” com “ruídos instantâneos variando de 93 a 130 dB(A),que mesmo sendo utilizado protetor auricular tipo concha cedido pela empresa ao perito durante a visita, não foi possívelsuportar o ruído ambiente. Observamos que todos os trabalhadores no momento da visita utilizavam protetor auricular tipoconcha, com o agravante de que quase a todo momento afasta-lo (sic) da orelha para ouvir o que era falado por outrocolega através do walk-talk, o que não atende as normas de proteção auditiva...” .7. Não bastasse a constatação acima, efetuada pelo próprio INSS, adota-se o entendimento segundo o qual é prescindívela especificação do nível de atenuação dos equipamentos de proteção auricular, já que é pacífico o entendimentojurisprudencial de que o uso de equipamento de proteção individual, ainda que obrigatório, não desqualifica o tempo deserviço especial do segurado, nem exclui o direito à aposentadoria especial. O equipamento de proteção, seja individual,seja coletivo, tem o escopo de proteger a saúde do trabalhador, a fim de que não sofra lesões, mas não descaracteriza asituação agressiva ou nociva. Nesse sentido, encontra-se o disposto na Súmula nº 09 da Turma Nacional de Uniformização:“Ainda que o EPI elimine a insalubridade, no caso de exposição a ruído, não descaracteriza o tempo de serviço especialprestado.”8. Diante do que foi exposto e analisado, dou provimento ao recurso para converter a aposentadoria do autor emaposentadoria especial, com proventos integrais, devendo o benefício ser implementado no prazo de 30 (trinta) dias, sendoque a autarquia previdenciária deverá comprovar, nos autos, o atendimento da presente determinação judicial no mesmoprazo.9. Deverá o INSS, ainda, pagar as parcelas vencidas, não atingidas pela prescrição qüinqüenal, corrigidas monetariamente,acrescidas de juros de mora de 1% (um por cento) ao mês, desde a citação até 30/06/2009 (data da vigência da Lei11.960/2009), e, a partir dessa data, aplicam-se os índices oficiais de remuneração básica e juros aplicados à caderneta depoupança.10. Destaca-se, quanto a não liquidez deste decisum, o fato de que o réu possui maiores condições e facilidades naelaboração dos discriminativos dos valores em questão, já detentor dos elementos de cálculos. Tal posicionamentocoaduna-se com o entendimento consubstanciado no Enunciado nº 04 da Turma Recursal do Espírito Santo e 22 dasTurmas Recursais do Rio de Janeiro. Desta feita, após a apuração administrativa dos valores em comento, a serconsiderada como obrigação de fazer, na forma do art. 16 da Lei 10.259/2001, será então expedido o requisitório adequado.11. Sem custas, na forma da lei. Sem honorários advocatícios, nos termos do art. 55 da Lei n.º. 9.099/95 c/c o art. 1º da Lei

nº. 10.259/01.12. Prejudicado o pedido de antecipação de tutela formulado às fls. 199/204.

7. Embargos conhecidos e providos. Acórdão reformado.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo, CONHECER DOS EMBARGOS E DAR-LHES PROVIMENTO, naforma da ementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do presente julgado.

ASSINADO ELETRONICAMENTE

Osair Victor de Oliveira JuniorJuiz Federal Relator

45 - 0000021-11.2010.4.02.5051/01 (2010.50.51.000021-7/01) ALCIMAR GALACIO GALVÃO (ADVOGADO: WELITONROGER ALTOE.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: Vinícius de Lacerda AleodimCampos.).E M E N T A

PREVIDENCIÁRIO – AUXÍLIO-DOENÇA E/OU APOSENTADORIA POR INVALIDEZ – RECURSO TEMPESTIVO –INCAPACIDADE TOTAL E TEMPORÁRIA – AUTOR ESTÁ EM GOZO DE AUXÍLIO-DOENÇA – APOSENTADORIA PORINVALIDEZ INDEVIDA – SENTENÇA MANTIDA – RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO.

Trata-se de recurso inominado interposto pela parte autora em face da sentença de fls. 103/104, que julgou improcedente opedido de concessão à parte autora do benefício de aposentadoria por invalidez. Alega o recorrente, em suas razõesrecursais, que suas doenças degenerativas e irreversíveis o incapacitam definitivamente para o trabalho. Pugna, por taisrazões, pela reforma da sentença. O INSS apresentou contrarrazões alegando que o recurso do autor é intempestivo.Ademais, aduz que a incapacidade do recorrente é apenas temporária, sendo-lhe devido apenas o auxílio-doença, que jávem recebendo.Sabe-se que o auxílio-doença será devido ao segurado que, tendo cumprido a carência pela lei exigida, ficar incapacitadopara o seu trabalho ou para a sua atividade habitual por mais de 15 (quinze) dias consecutivos (artigo 59 da Lei 8.213/91).Já o art. 42 da mesma lei, diz: “A aposentadoria por invalidez, uma vez cumprida, quando for o caso, a carência exigida,será devida ao segurado que, estando ou não em gozo de auxílio-doença, for considerado incapaz e insusceptível dereabilitação para o exercício de atividade que lhe garanta a subsistência, e ser-lhe-á paga enquanto permanecer nestacondição”.Conforme o art. 4º, §§ 3º e 4º da Lei 11.419/2006, a partir da publicação das decisões no Diário Eletrônico do TRF da 2ªRegião, os prazos passaram a ser contados da seguinte forma: dia da disponibilização é o referente ao dia em que adecisão é lançada no site do TRF (28/09/2010, fls. 104-v). O dia da publicação é o dia posterior ao da disponibilização(29/09/2010). Já o dia do início da contagem dos prazos é o dia subsequente ao da publicação (30/09/2010). Portanto, orecurso inominado do autor é tempestivo, visto que foi interposto no dia 11/10/2010, último dia do prazo recursal.Ao se analisar o conjunto probatório presente nos autos, verifica-se consoante perícia médica judicial (fls. 83/84), que háconstatação de transtornos dos discos inverterbrais, e que tal quadro incapacita o autor de forma temporária. O expertinformou que o recorrente necessita de um prazo de 06 meses de recuperação. Afirmou, ainda, que no momento da perícia,o autor encontrava-se em gozo do benefício de auxílio-doença.Administrativamente, a Autarquia concedeu o benefício de auxílio-doença até 27/12/2010 (fl. 124). Já o perito judicialafirmou, em seu laudo de fls. 83/84, que a parte autora se recuperaria até 29/10/2010. Verifica-se, portanto, que oauxílio-doença concedido pelo INSS é capaz de suprir o período de incapacidade atestado, ultrapassando em dois meses operíodo de recuperação do autor.Diante da verificação de incapacidade temporária, restou comprovado que a parte autora não faz jus à aposentadoria porinvalidez.Sentença mantida. Recurso conhecido e improvido.Custas ex lege. Sem condenação em honorários advocatícios, uma vez que a parte autora é beneficiária da assistênciajudiciária gratuita.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Srs. Juízes da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais daSeção Judiciária do Espírito Santo, conhecer e, no mérito, NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO, na forma da ementaconstante dos autos, que passa a integrar o presente julgado.

46 - 0000974-43.2008.4.02.5051/01 (2008.50.51.000974-3/01) ANGELO FIRMINO CASSIANO (ADVOGADO: CLEMILSONRODRIGUES PEIXOTO, SIRO DA COSTA, MARCELO LUCIO GRILLO, AURELIO FABIO NOGUEIRA DA SILVA.) xINSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: MARCELA REIS SILVA.).E M E N T A

PREVIDENCIÁRIO – APOSENTADORIA RURAL POR IDADE – CONTRATAÇÃO CONTÍNUA DE EMPREGADOS –

FALTA DE QUALIDADE DE SEGURADO ESPECIAL – PERÍODO DE CARÊNCIA NÃO PREENCHIDO – SENTENÇAMANTIDA – RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO.

1. Trata-se de recurso inominado interposto pela parte autora em face da sentença de fls. 127/128, que julgou improcedenteo seu pedido de aposentadoria rural por idade. A parte recorrente alega que trabalha na zona rural desde 1960 e quetotaliza 22 anos de labor campesino. Aduz que na audiência estava nervoso, o que criou uma falsa imagem de insegurançae contradição quanto às datas citadas. Pleiteia, assim, a reforma da sentença. O INSS apresentou contrarrazões pugnandopela manutenção da sentença.

2. A aposentadoria rural por idade será devida quando houver a implementação de certos requisitos, quais sejam: idade (60anos para homens e 55 anos para mulheres) e exercício de atividade rural em regime de economia familiar pelo períodoexigido em lei, conforme disposições da Lei nº 8.213/91.3. O autor nasceu em 07/07/1946. Atingiu o requisito “idade” em 07/07/2006. Protocolou o requerimento administrativo em30/11/2006 (fl. 10), tendo seu pedido negado pela não caracterização como segurado especial, no período de 1965 a 1995.4. Compulsando os autos, verifica-se que foram juntados vários documentos: Carteira do Sindicato dos TrabalhadoresRurais de Guaçuí, constando admissão em 28/11/2006 (fl. 09-v); Declaração de Exercício de atividade rural, emitida peloSindicato dos Trabalhadores Rurais de Guaçuí, em 28/11/2006 (fl. 13); Comprovantes de pagamento de contribuição àFederação dos Trabalhadores na Agricultura do Estado, Sindicato e Confederação Nacional dos Trabalhadores naAgricultura (fls. 14 e 18); Certidão de Casamento, realizado em 30/07/1969, constando a profissão do autor como lavrador(fl. 15); Formal de partilha constando o autor como um dos herdeiros (fls. 19/22); Registro da propriedade rural em nome doautor com 27,2 ha (fls. 23/25); Contrato de Comodato, firmado em 26/07/1999, constando o autor como comodante (fls.74/75) e Aditivos (fls. 76/77); Contrato de Comodato, firmado em 20/03/2000, constando o autor como comodante (fls.79/80) e Aditivos (fls. 81/86).5. Conforme depoimentos colhidos em audiência, o autor afirmou que contratou empregados para a sua propriedade até oano de 1986. No processo administrativo junto ao INSS o autor afirmou que teve empregados até 1995. Quanto a este fatoas testemunhas foram contraditórias, uma afirmou que não sabia se havia empregados, e outra afirmou que o autortrabalha apenas com a ajuda da família há 10 ou 15 anos. Ademais, os documentos do INCRA dos anos 80 e início dosanos 90 demonstram a existência contínua de empregados. Assim, o período anterior a 1995 não pode ser consideradocomo regime de economia familiar, requisito essencial para a concessão de aposentadoria por idade como seguradoespecial.6. Constata-se que no advento da Lei 8.213, em 24 de julho de 1991, o autor não era considerado segurado especial, assimnão faz jus à aplicação da tabela progressiva de carências do art. 142 da Lei 8.213/91. Portanto, precisa comprovar 180meses de lide rural para fazer jus à concessão do benefício pleiteado.7. Considerando o período de janeiro/1995 até a data da entrada do requerimento administrativo (novembro/2006), o autorcompletou 143 meses como segurado especial, não cumprindo o requisito “carência” do benefício de aposentadoria ruralpor idade.8. Diante do exposto, não faz jus o autor ao benefício pleiteado.9. Sentença mantida. Recurso conhecido e improvido.10. Sem condenação em honorários advocatícios, tendo em vista o fato de o recorrente ser beneficiário da AssistênciaJudiciária Gratuita.

ACÓRDÃO

Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Srs. Juízes da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais daSeção Judiciária do Espírito Santo, NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO, na forma da ementa constante dos autos, quepassa a integrar o presente julgado.

47 - 0006885-39.2008.4.02.5050/01 (2008.50.50.006885-4/01) EURICO PEREIRA DA SILVA (ADVOGADO: ISAAC PAVEZIPUTON.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: BRUNO MIRANDA COSTA.).E M E N T A

PREVIDENCIÁRIO – APOSENTADORIA RURAL POR IDADE – COMPROVADA FILIAÇÃO SOMENTE APÓS A LEI8.213/1991 – PERÍODO DE CARÊNCIA NÃO PREENCHIDO – SENTENÇA MANTIDA – RECURSO CONHECIDO EIMPROVIDO.

1. Trata-se de recurso inominado interposto pela parte autora em face da sentença de fl. 54, que julgou improcedente o seupedido de aposentadoria rural por idade. A parte recorrente alega que começou a trabalhar na zona rural antes do adventoda Lei 8.213/1991, e que continuou o labor como trabalhador rural até 2008. Pleiteia, assim, a reforma da sentença porhaver preenchida a carência exigida legalmente. O INSS apresentou contrarrazões pugnando pela manutenção dasentença.2. A aposentadoria rural por idade será devida quando houver a implementação de certos requisitos, quais sejam: idade (60anos para homens e 55 anos para mulheres) e exercício de atividade rural em regime de economia familiar pelo períodoexigido em lei, conforme disposições da Lei nº 8.213/91.3. O autor nasceu em 15/01/1947. Atingiu o requisito “idade” em 15/01/2007. Protocolou o requerimento administrativo em16/01/2008 (fl. 41), tendo seu pedido indeferido por não ter completado o período de carência exigido para quem se filiouapós 24/07/1991.4. Compulsando os autos, verifica-se que foram juntados alguns documentos: Carteira de Trabalho e Previdência Social(fls. 18/21); Declaração dos Trabalhadores Rurais de Guarapari, firmada em 15/01/2008, atestando o exercício de atividade

rural de 1991 a 1993 (fls. 25) e Registro de Filiação ao Sindicato dos Trabalhadores Rurais, com admissão em 11/01/2008(fl. 26).5. Inexiste nos autos prova documental que demonstre o exercício de atividade rural pelo autor no período de 1991 a 1993.A única informação referente a este período consta da declaração extemporânea feita pelo Sindicato Rural em 15/01/2008,um dia antes da protocolização do requerimento administrativo junto ao INSS.6. Portanto, constata-se que no advento da Lei 8.213, em 24 de julho de 1991, o autor não era considerado seguradoespecial, assim não faz jus à aplicação da tabela progressiva de carências do art. 142 da Lei 8.213/91. Logo, precisacomprovar 180 meses de lide rural para fazer jus à concessão do benefício pleiteado.7. Ao verificar o extrato do CNIS do recorrente (fl. 38), constata-se que o mesmo exerceu atividade rural por 169 meses,pois laborou nos períodos entre 03/01/1994 a 26/03/2004 e 01/04/2004 a 11/01/2008, não cumprindo o requisito “carência”do benefício de aposentadoria rural por idade.8. Diante do exposto, não faz jus o autor ao benefício pleiteado.9. Sentença mantida. Recurso conhecido e improvido.10. Sem condenação em honorários advocatícios, tendo em vista o fato de o recorrente ser beneficiário da AssistênciaJudiciária Gratuita.

ACÓRDÃO

Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Srs. Juízes da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais daSeção Judiciária do Espírito Santo, NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO, na forma da ementa constante dos autos, quepassa a integrar o presente julgado.

48 - 0007209-34.2005.4.02.5050/01 (2005.50.50.007209-1/01) EMPRESA BRASILEIRA DE INFRA-ESTRUTURAAEROPORTUÁRIA - INFRAERO (ADVOGADO: ANDREA MONTANARI ROSA RANGEL, FREDERICO GUILHERMEPICLUM VERSOSA GEISS, RAFAEL COSTA DE SOUSA, RODRIGO MARANGONI RUSCHI.) x EDWARD HEMMINGDODD E OUTRO (ADVOGADO: RAQUEL COSTA QUEIROZ, RAPHAEL JACCOUD VALORY SILVEIRA, RAPHAELDODD MILITO, RACHEL DODD MILITO.) x OS MESMOS.E M E N T A

RESPONSABILIDADE CIVIL – ATO ILÍCITO COMETIDO – QUANTIFICAÇÃO DO DANO MORAL – SENTENÇAPARCIALMENTE REFORMADA APENAS NO QUE TANGE AO QUANTUM INDENIZATÓRIO – RECURSO DO AUTORCONHECIDO E IMPROVIDO – RECURSO DO RÉU CONHECIDO E PARCIALMENTE PROVIDO.

Trata-se de recursos inominados interpostos pela INFRAERO e pela parte autora em face da sentença de fls.220/229, quejulgou parcialmente procedente o pedido autoral, concedendo indenização por danos morais em favor do 1º autor, no valorde R$ 22.800,00 (vinte e dois mil e oitocentos reais) e julgando improcedente o mesmo pedido quanto à 2ª autora. Alega aINFRAERO, em suas razões recursais, que não é parte legítima, pois se houve algum dano, a responsabilidade é dacompanhia aérea. Aduz, ainda, que caso se mantenha a condenação, o dano deve ser classificado como “dano leve”, vistoque se refere exclusivamente à honra subjetiva do autor. Pugna, então, pela reforma da sentença. Por seu turno, a parteautora, em suas razões recursais, alega que a falha do serviço prestado pela INFRAERO e a situação vexatória pela qualpassou, alcançou também a sua esposa. Diante disso, requer que seja reconhecido o dano moral sofrido pela 2ª autora.Os autores embarcaram no aeroporto de Vitória com destino ao aeroporto do Galeão, no Rio de Janeiro, em 09/11/2004. O1º autor (85 anos de idade) é portador de neoplasia maligna, e a 2ª autora, que é sua esposa, sempre o acompanha. A áreade desembarque, no aeroporto do Galeão, deve ser acessada por uma escada, na qual os passageiros devem subir paraproceder ao desembarque. Para as pessoas portadoras de necessidades especiais, há um equipamento específico paratransporte em escadas rolantes. Entretanto, no desembarque dos autores, tal equipamento não estava funcionando.Perante essa situação, os funcionários da Empresa Ré, sugeriram carregar o 1º autor no “colo”, porém houve negativa porparte de sua esposa, visto que havia possibilidade de queda, o que agravaria suas lesões. Não havendo qualquer outrapossibilidade, os autores decidiram que o 1º autor subiria as escadas amparado pelos funcionários da empresa. Destaforma, o autor fez um esforço descomunal e impróprio, devido às suas condições físicas, para que o desembarque serealizasse.Verifica-se que a Empresa Ré alegou a ilegitimidade passiva, entretanto, esse argumento não merece prosperar. AINFRAERO é uma Empresa Pública prestadora de serviço público de administração aeroportuária e tem suas atividadesvinculadas pelo CDC. Desta forma, as atividades da recorrente são solidárias às atividades das companhias aéreas,quando existir nexo de causalidade com o serviço aeroportuário. In casu, resta comprovado tal nexo, existindo, assim,solidariedade entre a INFRAERO e a TAM. Desta forma, os autores tinham a faculdade de demandar em juízo qualqueruma delas (art. 25, § 1º, do Código de Defesa do Consumidor).Com efeito, compete à Empresa Ré verificar se as companhias aéreas estão cumprindo as regras de circulação pessoal.Portanto, cabia à INFRAERO averiguar se a TAM tinha ciência da “rota alternativa”. Ao que tudo indica tal fiscalização nãoaconteceu.Atento que a fixação do valor do dano moral tem duplo conteúdo, de sanção e compensação, e não pode ser fonte deenriquecimento sem causa, mas, por outro lado, deve ser arbitrado num valor que iniba a parte negligente de repetir talfalha, entendo que a quantia a ser devida pela Empresa Ré é de R$ 10.000,00 (dez mil reais).Por fim, cabe ressaltar que a indenização requerida pela 2ª autora não é devida, uma vez que não há dados nos autos quecomprovem que a mesma tenha sofrido algum dano. Nesse sentido, verifico que apenas o marido da autora estavadebilitado e precisou de auxílio. O fato de sua esposa ter se sensibilizado com os fatos ocorridos não ensejam dano moralindenizável.Por todo o exposto, merece reforma, em parte, a sentença apenas no que se refere ao quantum indenizatório.

Recurso conhecido e parcialmente provido. Sentença reformada.Custas ex lege. Sem condenação em honorários advocatícios.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo, NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO, na forma da ementaconstante dos autos, que fica fazendo parte integrante do presente julgado.

49 - 0005165-13.2003.4.02.5050/01 (2003.50.50.005165-0/01) PAULA REZENDE PERINI (ADVOGADO: NEILIANESCALSER.) x CAIXA ECONÔMICA FEDERAL (ADVOGADO: LUIZ CLAUDIO SOBREIRA, ELADIR MONTENEGRO DE O.COUTO.) x CONSELHO REGIONAL DE CORRETORES DE IMÓVEIS - CRECI.EMENTA

RESPONSABILIDADE CIVIL – INDENIZAÇÃO – INOCORRÊNCIA DE DANO MORAL – MERO ABORRECIMENTO –SENTENÇA MANTIDA – RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO.

1. Trata-se de recurso inominado interposto pelo autor em face da sentença de fls. 161/164, que julgou improcedente o seupedido de indenização por danos morais. Alega o recorrente, em síntese, que houve cerceamento de defesa pelo juízo aquo e, no mérito, alega que os fatos ocorridos lhe causaram transtornos e constrangimentos. A Caixa Econômica Federalapresentou contrarrazões, pugnando pela manutenção da sentença.2. O instituto da responsabilidade civil está previsto no artigo 927 do Código Civil de 2002, o qual possui a seguinte redação:“Aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e 187), causar dano a outrem, fica obrigado a repará-lo.”. Por sua vez, o artigo 186 domesmo diploma normativo dispõe como ato ilícito a ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, que violardireito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral.3. Preliminarmente, observa-se que não procede a alegação da recorrente de anulação da sentença por desrespeito aodireito de produção de provas. No caso em questão, não houve qualquer cerceamento ao direito de defesa, pois o fatonarrado poderia ser provado com provas documentais, não havendo qualquer necessidade de provas testemunhais. Alémdisso, o juiz de primeiro grau deu a oportunidade para a autora trazer novas provas aos autos, conforme despacho de fl.137.4. Alega a recorrente que houve atraso na devolução do valor referente à caução. Tal alegação, porém, não mereceprosperar, pois o reembolso demanda certo lapso de tempo e, mesmo assim, não foi comprovado qualquer prejuízo emrazão de tal fato que, por si só, não enseja indenização por danos morais.5. A autora não comprovou qualquer dano decorrente dos fatos narrados. Assim, não há que se falar em indenização, poiso dano é elemento essencial da responsabilidade civil. Não há dever de reparação quando inexistir prejuízo.6. A redação do art. 186 do Código Civil aduz: “Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência,violar direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito”. De acordo com tal redação,pode-se concluir que, para a caracterização de um ato ilícito, são necessários: a violação de um direito, no caso do danomoral, um direito da personalidade, e a ocorrência do dano. Observa-se, no caso em questão, que ocorreram merosaborrecimentos para a parte autora, os quais podem acometer qualquer pessoa durante a vida. A confusão desta ideiapoderia colocar em descrédito a própria concepção de responsabilidade civil, cabendo ao juiz, analisando o caso concreto,apontar se a reparação imaterial é cabível ou não. Nesse sentido, foi aprovado o Enunciado n. 159 do Conselho da JustiçaFederal na III Jornada de Direito Civil, pelo qual o dano moral não se confunde com os meros aborrecimentos decorrentesde prejuízo material.6. Sentença mantida. Recurso conhecido e improvido.8. Custas ex lege. Condenação do Recorrente ao pagamento de honorários advocatícios que ora fixo em R$ 200,00(duzentos reais).

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Srs. Juízes da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais daSeção Judiciária do Espírito Santo, conhecer e, no mérito, NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO, na forma da ementaconstante dos autos, que passa a integrar o presente julgado.

50 - 0001461-84.2006.4.02.5050/01 (2006.50.50.001461-7/01) INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS(PROCDOR: ROSEMBERG ANTONIO DA SILVA.) x FERNANDO GUIMARÃES (ADVOGADO: CHRISTOVAM RAMOSPINTO NETO.).E M E N T A

PREVIDENCIÁRIO – ATIVIDADE ESPECIAL – CONVERSÃO EM TEMPO DE SERVIÇO COMUM – TENSÃO ELÉTRICA –COMPROVAÇÃO ATRAVÉS DE PERFIL PROFISSIOGRÁFICO PREVIDENCIÁRIO – FATOR DE CONVERSÃO –DECRETO 2.172/97 – SENTENÇA PARCIALMENTE REFORMADA – RECURSO PARCIALMENTE PROVIDO.

1. Trata-se de recurso inominado interposto pelo INSS em face da sentença que julgou parcialmente procedente o pedidoautoral, para condenar o INSS a computar como tempo de serviço especial o período de 07/08/1978 a 28/05/1998, econvertê-lo em tempo de serviço comum, além de conceder aposentadoria por tempo de contribuição. Em suas razõesrecursais, o INSS alega que não havia, na atividade habitual do autor, nocividade capaz de caracterizá-la como especial,pois seu contato não era permanente com os serviços expostos à tensão superior a 250 volts. Afirma que a profissão de

cabista de empresa de telefonia não está contemplada pelo Decreto 53.831/64 como categoria profissional consideradaespecial. Aduz, ainda, que após 05/03/1997, o agente nocivo eletricidade deixa de caracterizar a atividade como especial,não possibilitando a aplicação do fator de conversão em tempo comum após essa data. Requer, portanto, a reforma dasentença para julgar improcedente o pedido autoral.2. O benefício de aposentadoria especial foi instituído pela Lei 3.807, de 26/08/1960, destinado aos trabalhadores quelaboram em condições peculiares, submetidos a certo grau de risco e comprometimento à saúde ou integridade física, paraos quais prescrevia a redução do tempo de serviço (quinze, vinte ou vinte e cinco anos de atividade) para a sua concessão.Com o advento do Decreto n.º 53.831, de 25/03/1964, foi estabelecida uma relação das atividades profissionais conformeos agentes químicos, físicos e biológicos, assim como um elenco de serviços e atividades profissionais classificadas comoinsalubres, penosas ou perigosas, enquadrando-se a exposição a tensões elétricas superiores a 250 volts como especial,para cuja concessão do benefício de aposentadoria, exigia-se, no mínimo, 25 anos de exercício.3. A atividade sujeita ao agente nocivo eletricidade, em tensão superior a 250 volts, é considerada perigosa, consoante odisposto no item 1.1.8 do quadro anexo ao Decreto nº 53.831/64: “operações em locais com eletricidade em condições deperigo de vida”, quanto aos “trabalhos permanentes em instalações ou equipamentos elétricos com risco de acidentes –eletricistas, cambistas, montadores e outros”. Compulsando os autos, verifica-se que o PPP (fls.33/34) comprova que oautor esteve exposto permanente e não ocasionalmente à tensão elétrica superior a 250 volts no período de 07/08/1978 a12/11/2003.4. Com base nessa comprovação, não procede a alegação recursal, pois se constatou que o autor mantinha contato com oagente “eletricidade”. Ademais, quando se trata de eletricidade, o risco de acidente independe do tempo de exposição aoagente nocivo. Quando há exposição a altas tensões elétricas, é visível o caráter de periculosidade, sendo que acaracterização em atividade especial não depende da exposição do segurado durante toda a jornada de trabalho, pois ocontato mínimo já oferece potencial risco de morte ao trabalhador.5. Além disso, o fato de a profissão não estar enquadrada no Decreto 53.831/64 não significa que a profissão do autor nãoera especial, pois como exposto abaixo, o rol das profissões era apenas exemplificativo, o indispensável era estar emcondição de trabalho que lhe expunha a tensão superior à definida por lei.

Trabalhos permanentes em instalações ou equipamentos elétricos com riscos de acidentes - Eletricistas, cabistas,montadores e outros.

Jornada normal ou especial fixada em lei em serviços expostos a tensão superior a 250 volts.

6. Por outro lado, prospera a alegação do INSS quando afirma que as disposições que classificavam o agente “eletricidade”como nocivo à saúde do trabalhador, só vigoraram até 05/03/1997. O Decreto n.º 2.172, de 05.03.1997, que se sucedeu aoDecreto acima comentado, ao regulamentar a Lei dos Benefícios Previdenciários, revogou expressamente os Decretos nº357, de 07/12/1991, nº 611, de 24/07/1992 e nº 854, de 02/07/1993. Assim, a eletricidade deixou de figurar na lista deagentes nocivos.7. Dito isso, deve ser considerado como especial o período compreendido entre 07/08/1978 a 05/03/1997, acolhendo a teseda autarquia federal quanto à aplicação do Decreto 2172/97, e suprimindo do cálculo laborado pelo juiz a quo o período de06/03/1997 a 28/05/1998 como sendo de atividade especial, passando a considerá-lo apenas como de atividade comum,sem aplicação do fator de conversão. Porém, verifica-se que essa diminuição não obstará a concessão do benefício deaposentadoria, pois mesmo após a redução, a parte autora terá contribuído por mais de 35 anos (39 anos e 22 dias).8. Sentença parcialmente reformada. Recurso conhecido e parcialmente provido.9. Custas ex lege. Sem condenação em honorários advocatícios, já que somente devidos nos casos em que o recorrente évencido, na forma do art. 55 da Lei nº 9.099/95 c/c o art. 1º da Lei nº 10.259/01.A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Srs. Juízes da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais daSeção Judiciária do Espírito Santo, conhecer e, no mérito, DAR PARCIAL PROVIMENTO AO RECURSO, na forma daementa constante dos autos, que passa a integrar o presente julgado.

51 - 0008941-79.2007.4.02.5050/01 (2007.50.50.008941-5/01) MAURILIO DA SILVA (ADVOGADO: KELLY CRISTINAANDRADE DO ROSARIO.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: Isabela Boechat B. B. deOliveira.).E M E N T A

PREVIDENCIÁRIO – APOSENTADORIA POR TEMPO DE CONTRIBUIÇÃO – CÔMPUTO DE ATIVIDADE ESPECIAL –NÃO COMPROVAÇÃO DE TODOS OS PERÍODOS PLEITEADOS – DOCUMENTOS CONTRADITÓRIOS NOS AUTOS–SENTENÇA MANTIDA – RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO.

1. Trata-se de recurso inominado interposto pela parte autora em face da sentença (fls.573/578) que julgou extinto oprocesso sem resolução de mérito quanto aos períodos que já haviam sido reconhecidos administrativamente, bem comojulgou parcialmente procedente o pedido para condenar o INSS a proceder à averbação, como tempo de serviço especial,dos seguintes períodos: 21/01/1974 a 11/03/1977, 01/04/1977 a 31/10/1977, 13/03/1988 a 20/09/1988. Condenou, ainda, àrevisão da RMI da aposentadoria por tempo de contribuição e ao pagamento das diferenças devidas. Em suas razõesrecursais, o autor alega que a sentença a quo deve ser reformada, visto que a decisão contraria os documentos juntadosaos autos, pois as provas demonstram claramente que todo o seu tempo de serviço se deu de forma insalubre.2. O benefício de aposentadoria especial foi instituído pela Lei 3.807, de 26/08/1960, destinado aos trabalhadores quelaboram em condições peculiares, submetidos a certo grau de risco e comprometimento à saúde ou integridade física, para

os quais prescrevia a redução do tempo de serviço (quinze, vinte ou vinte e cinco anos de atividade) para a sua concessão.Com o advento do Decreto n.º 53.831, de 25/03/1964, foi estabelecida uma relação das atividades profissionais conformeos agentes químicos, físicos e biológicos, assim como um elenco de serviços e atividades profissionais classificadas comoinsalubres, penosas ou perigosas.3. A sentença a quo não merece qualquer reparo. Foi julgado extinto o processo, sem resolução do mérito, quanto aosperíodos compreendidos entre 01/10/1961 a 30/12/1964, 01/01/1978 a 28/02/1982 e 05/03/1985 a 30/09/1986, por já teremsido reconhecidos pelo INSS como sendo de atividade especial. Constata-se que a autarquia federal já converteu osperíodos para o cômputo do exercício de atividade em condições especiais.4. Quanto à atividade laboral exercida como “colportor”, destaca-se que não há que caracterizá-la como atividade especial,visto que sua função era vender ou distribuir livros, especialmente bíblias, livros e tratados religiosos. Assim, não restaconfigurada à exposição a agentes nocivos.5. Os períodos compreendidos entre 01/09/1987 a 12/03/1988 e 21/09/1988 a 31/03/2003 não podem ser consideradoscomo de atividade especial, tendo em vista as contradições existentes nos documentos juntados aos autos. No formulárioDSS-8030 (fl. 36), consta a atividade do autor como “técnico em radiologia”, no período de 1987 a 2000. Já em outroformulário DSS-8030 (fl. 41) foi informada a atividade de “terapêutico holístico/fisioterapêutico”, no período de 1987 a 2003.6. É devido considerar os períodos entre 21/01/1974 a 11/03/1977, 01/04/1977 a 31/10/1977, e 13/03/1988 a 20/09/1988como de atividade especial, pois, em tais períodos, o autor se encontrou exposto a agentes biológicos.7. Sentença mantida. Recurso conhecido e improvido.8. Custas ex lege. Sem condenação em honorários advocatícios, uma vez que o recorrente é beneficiário da assistênciajudiciária gratuita.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Srs. Juízes da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais daSeção Judiciária do Espírito Santo, conhecer e, no mérito, NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO, na forma da ementaconstante dos autos, que passa a integrar o presente julgado.

52 - 0001948-17.2007.4.02.5051/01 (2007.50.51.001948-3/01) VALDIR CORREA DE OLIVEIRA (ADVOGADO: ARMANDOVEIGA.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: ANDRÉ DIAS IRIGON.).E M E N T A

PREVIDENCIÁRIO – APOSENTADORIA POR TEMPO DE SERVIÇO – CÔMPUTO DO TEMPO DE LABOR RURAL –IMPOSSIBILIDADE – NÃO CARACTERIZAÇÃO DO REGIME DE ECONOMIA FAMILIAR – SENTENÇA MANTIDA -RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO.

1. Trata-se de recurso inominado interposto pelo autor em face da sentença de fls. 109/110, que julgou improcedente opedido de concessão do benefício de aposentadoria por tempo de serviço com averbação de período rural. Alega orecorrente, em seu recurso, que laborou no meio rural, em regime de economia familiar, no período de 20/02/1966 a20/06/1973, perfazendo mais de 07 anos, e que, posteriormente, passou a desempenhar atividade urbana, tendo vertidocontribuições para a Previdência por aproximadamente 27 anos. Por entender presentes todos os requisitos para aaverbação do período rural, requer seja reformada a sentença.2. Verifica-se que o autor juntou aos autos, para comprovação do trabalho rural, os seguintes documentos: certidão deaquisição de imóvel rural, tendo seus pais como adquirentes, em 25/11/1950, com área total de 968.000 m², contendo duascasas de moradia e 10.000 cafeeiros (fl. 25); certidão de aquisição de imóvel rural, tendo seus pais como adquirentes, em19/04/1952, com área total de 242.000 m² e 2.000 cafeeiros (fl. 26); certidão de aquisição de imóvel rural, tendo seus paiscomo adquirentes, em 23/09/1960, com área total de 348.480 m², contendo casa, curral e moinho (fl. 27); ITR do ano de1972, onde a propriedade do pai é classificada como latifúndio para exploração; declarações de vizinhos contendo ainformação de que a área trabalhada pelo autor, junto com sua família, era de 193,5 ha (fls. 30/35).3. No Município de Afonso Cláudio (código 504.017), onde se situam os imóveis rurais, o módulo fiscal corresponde a 20ha, conforme Instrução Normativa nº 27, do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária – INCRA. Assim, aspropriedades rurais dos pais do autor possuem quase 10 módulos fiscais, o que, na referência atual, denota médiapropriedade.4. O autor, em seu depoimento pessoal, afirmou que trabalhou em uma das propriedades rurais de seus pais no período de20/02/1966 a 20/06/1973. Declarou que capinava, tirava leite, roçava pasto e que tomava conta de “companheiros”. Alémdisso, afirmou que o pai tinha 06 (seis) colonos nesta propriedade. Durante o depoimento, a Juíza a quo verificou queconstavam nos autos duas cópias do certificado de dispensa de incorporação do autor (fl. 14 e 76). Na cópia de fl. 14, aprofissão do autor não foi informada (“em branco”), enquanto que na cópia de fl. 76-verso, constava a profissão de“lavrador”. Questionado sobre tal fato, o autor apresentou a original do documento, que se encontrava rasurado e cominscrições a lápis no verso. O recorrente alegou desconhecer tal fato. Em vista do ocorrido, as cópias divergentes docertificado de dispensa de incorporação foram encaminhadas para o MPF, para as providências cabíveis.5. A testemunha do autor, em seu depoimento, afirmou que não havia colonos na propriedade em que o recorrentetrabalhava. Quando questionado sobre a afirmação do autor de que lá existiam 06 colonos, disse que conhecia apenas 02(dois) vaqueiros, que ele via passando com o gado. Afirmou que os pais do autor tinham outras propriedades e que nestashavia colonos.6. Pela análise dos documentos juntados aos autos verifica-se que o autor e sua família eram proprietários de grandeextensão de terra, com várias casas, grande plantação de café (12.000 pés) e empregados. Em que pese a parte autora teralegado labor rural desde 20/02/1966, quando contava com 14 anos de idade, até 20/06/1973, ocasião em que iniciou o seuvínculo urbano, resta demonstrado que a sua situação econômica não era similar a de um segurado especial, e que, para

fazer jus à averbação do tempo de labor campesino, deveria ter contribuído para a Previdência Social.7. Sentença mantida. Recurso conhecido e improvido.8. Custas ex lege. Sem condenação em honorários advocatícios, uma vez que o recorrente é beneficiário de assistênciajudiciária.

ACÓRDÃO

Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Srs. Juízes da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais daSeção Judiciária do Espírito Santo, NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO, na forma da ementa constante dos autos, quepassa a integrar o presente julgado.

FICAM INTIMADAS AS PARTES E SEUS ADVOGADOS DOS ATOS ORDINATÓRIOS/INFORMAÇÕES DA SECRETARIANOS AUTOS ABAIXO RELACIONADOS

53 - 0000411-09.2009.4.02.5053/01 (2009.50.53.000411-1/01) OSMAR VELOSO SOARES (ADVOGADO: MARINA DEPAULA.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: ERIN LUÍSA LEITE VIEIRA.).RECURSO N. 0000411-09.2009.4.02.5053/01 (2009.50.53.000411-1/01)RECORRENTE: OSMAR VELOSO SOARESRECORRIDO: INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL – INSSRELATOR: JUIZ FEDERAL AMÉRICO BEDÊ FREIRE JÚNIOR

EMENTA

RECURSO INOMINADO – PREVIDENCIÁRIO – APOSENTADORIA POR INVALIDEZ – INCAPACIDADE TOTAL AFERIDAPOR INTERMÉDIO DAS CONDIÇÕES PESSOAIS DO SEGURADO – DATA INICIAL DO BENEFÍCIO – RECURSOCONHECIDO E PARCIALMENTE PROVIDO – SENTENÇA REFORMADA.

ACÓRDÃO

Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Juízes da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais daSeção Judiciária do Espírito Santo, CONHECER e, no mérito, DAR PARCIAL PROVIMENTO AO RECURSO, na forma daementa constante dos autos, que passa a integrar o presente julgado.

AMÉRICO BEDÊ FREIRE JÚNIORJuiz Federal Relator

54 - 0001849-76.2009.4.02.5051/01 (2009.50.51.001849-9/01) ENI PADELA (ADVOGADO: EVANDRO ABDALLA, RodrigoSantolini Fitaroni.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: Vinícius de Lacerda AleodimCampos.) x OS MESMOS.RECURSOS Nº 2009.50.51.001849-9/01RECORRENTE(S): INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL – INSS e ENI PADELARECORRIDO(S): OS MESMOSRELATOR: JUIZ FEDERAL AMÉRICO BEDÊ FREIRE JÚNIOR

EMENTA

RECURSOS INOMINADOS – PREVIDENCIÁRIO – TEMPESTIVIDADE – AUXÍLIO-DOENÇA – INCAPACIDADE TOTAL ETEMPORÁRIA – DATA INICIAL – CESSAÇÃO DO BENEFÍCIO – CONVERSÃO PARA APOSENTADORIA PORINVALIDEZ – IMPOSSIBILIDADE – RECURSOS CONHECIDOS E IMPROVIDOS – SENTENÇA INTEGRALMENTEMANTIDA.

I. Insurgem-se as partes autora e ré em face da sentença proferida às fls. 196/198, que julgou parcialmente procedente opedido autoral e condenou o INSS ao restabelecimento do benefício previdenciário de auxílio-doença, desde 01.01.2009 até25.09.2010, ocasião em que a autora deverá ser submetida a nova perícia médica.

II. O INSS (primeiro recorrente), em razões de fls. 199/202, impugna a data fixada para o início do benefício previdenciário,ao sustentar que o marco original deve se basear na data da juntada do laudo pericial aos autos do processo.

III. A autora (segunda recorrente), de sua parte, em recurso de fls. 212/219, questiona, igualmente, a data inicial dobenefício, alegando que o termo inaugural deve ter por base a origem da incapacidade laborativa (12.04.2000), e pugna

pela caracterização da moléstia que a acomete como total e definitiva, razão pela qual requer a concessão do benefício deaposentadoria por invalidez. Alternativamente, requer a reabertura da instrução processual, para efeito de análise daimpugnação formalizada às fls. 187/191.

IV. Em sede de contrarrazões, a primeira recorrida sustenta a correção da fixação da data inicial do benefício, atéjulgamento do recurso inominado por ela manejado. Doutra vertente, o segundo recorrido suscita intempestividade dorecurso aviado pela parte autora, reafirma sua tese quanto à data de fixação da DIB e combate o pleito de concessão deaposentadoria por invalidez, sob o argumento de que a perícia judicial apenas apurou a incapacidade temporária para olabor.V. Preliminarmente, afasto a intempestividade do recurso da parte autora, pois, ao contrário do que noticiou o INSS emsuas contrarrazões, a segunda recorrente manejou o apelo inominado dentro do decênio fixado no artigo 42 da Lei9.099/95, tendo em vista a ausência de expediente forense nas seções judiciárias da Justiça Federal nos dias 01 e 02 denovembro de 2010, por força de feriados instituídos pela Lei 5.010/66�.

VI. No mérito, entendo que a sentença impugnada não merece quaisquer reparos. No tocante ao DIB, acertada a conclusãodo juízo quo, eis que, uma vez apurada por prova técnica a data do início da incapacidade, esta deve ser tomada comobase para a fixação do termo inicial da concessão/restabelecimento do benefício, deduzidos, à evidência, valoreseventualmente já creditados sob o mesmo título. Desta feita, considerando que o jusperito apontou 23.01.2007 como datada origem da incapacidade e, ainda, que a autora esteve em gozo de auxílio-doença até 31.12.2008, resta claro que a datainicial do restabelecimento do benefício deve pautar-se pela ocasião da suspensão administrativa de seu pagamento. Nestetópico, rejeito, pois, os recursos de ambas as partes.

VII. Quanto à pretensão de conversão do benefício de auxílio-doença em aposentadoria por invalidez, igualmente nãomerece acolhida o pleito recursal. Verifico que a perícia produzida nos autos concluiu pela incapacidade total e temporáriapara o labor, fixando em seis meses o tempo necessário para tratamento e recuperação da paciente periciada. Deste modo,a despeito de se tratar de moléstia qualificada como degenerativa, tal diagnóstico não induz à ilação necessária de que aparte não pode recuperar a capacidade para o labor. Entendimento contrário significaria equiparar os conceitos de doença eincapacidade, uma vez que o indivíduo pode padecer de doença (até mesmo de ordem incurável) e, ainda assim, deterplena capacidade para a execução de suas atividades laborativas habituais. Portanto, sendo certo que a perícia promovidaem juízo constitui mecanismo eficaz e eficiente para a comprovação da (in)capacidade do segurado e considerando queinexistem nos autos elementos capazes de infirmar a conclusão da prova técnica, entendo que deve ser mantida aorientação adotada pelo juízo a quo.

VIII. Finalmente, deixo de acolher o pleito de reabertura da instrução processual para fins de apreciação da impugnação aolaudo pericial de fls.187/191. A uma porque, na esteira da jurisprudência sedimentada nos tribunais superiores, omagistrado não está obrigado a manifestar-se sobre todas as alegações formuladas pelas partes, desde que já tenhamotivos suficientes a fundamentar sua decisão. E, a duas, e com maior relevo, porque não creio que o laudo de fls.136/137careça de esclarecimentos ou reparos, o que desautoriza a pretensão de reabertura da fase instrutória.

IX. Recursos conhecidos e improvidos. Sentença integralmente mantida.

X. Sem custas, na forma da lei. Sem condenação em honorários advocatícios, ante a sucumbência recíproca.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Juízes da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais daSeção Judiciária do Espírito Santo, CONHECER e, no mérito, NEGAR PROVIMENTO AOS RECURSOS, na forma daementa constante dos autos, que passa a integrar o presente julgado.

AMÉRICO BEDÊ FREIRE JÚNIORJuiz Federal Relator

55 - 0000008-46.2009.4.02.5051/01 (2009.50.51.000008-2/01) INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS(PROCDOR: LUCIANA CAMPOS MALAFAIA COSTA.) x DORCELINO MAGESKI (ADVOGADO: Valdeci José Tomazini.).RECURSO N. 2009.50.51.000008-2/01RECORRENTE: INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL – INSSRECORRIDO: DORCELINO MAGESKIRELATOR: JUIZ FEDERAL AMÉRICO BEDÊ FREIRE JÚNIOR

EMENTA

RECURSO INOMINADO – PREVIDENCIÁRIO – AUXÍLIO-DOENÇA E APOSENTADORIA POR INVALIDEZ –INCAPACIDADE TOTAL AFERIDA POR INTERMÉDIO DAS CONDIÇÕES PESSOAIS DO SEGURADO – RECURSOCONHECIDO E IMPROVIDO – SENTENÇA MANTIDA.

I. Trata-se de Recurso Inominado interposto pelo INSS, ora recorrente, em face da sentença de fls. 44/47, a qual julgouparcialmente procedente o pedido autoral e condenou a autarquia federal ao pagamento dos benefícios previdenciários deauxílio-doença e de aposentadoria por invalidez.

II. Em suas razões recursais, alega o INSS que o recorrido não faz jus ao benefício de aposentadoria por invalidez, hajavista que o laudo pericial produzido nos autos apenas apurou a incapacidade parcial e definitiva da parte, o que abririapossibilidade para a reabilitação em outra atividade laboral.

III. A aposentadoria por invalidez, conforme disposição constante do artigo 42 da Lei 8.213/91, será devida ao seguradoque, após cumprido, quando for o caso, o período de carência exigido, estando ou não em gozo de auxílio-doença, forconsiderado incapaz e insusceptível de reabilitação para o exercício de atividade que lhe garanta a subsistência, e ser-lhe-ápaga enquanto permanecer esta condição. Por sua vez, o auxílio-doença, conforme o artigo 59 da Lei 8.213/91, será devidoao segurado que, tendo cumprido, quando for o caso, o período de carência exigido, ficar incapacitado para o seu trabalhoou para a sua atividade habitual por mais de 15 (quinze) dias consecutivos.

IV. No presente caso, verifica-se que a controvérsia erige-se sobre o requisito da incapacidade laboral. A perícia judicial (fl.41) atestou que o recorrido (portador de hipertensão arterial sistêmica e de doença arterial coronariana) encontra-se total edefinitivamente incapaz para o labor braçal pesado, inclusive para a lavoura (trabalho habitual da parte), o que, sem umaanálise pormenorizada das demais circunstâncias dos autos, poderia induzir à precipitada conclusão de que o recorrido fazjus apenas ao auxílio-doença.

V. Todavia, após análise detida do caderno processual, é possível verificar que ao recorrido deve ser assegurado nãoapenas o restabelecimento do benefício de auxílio-doença, mas também a conversão deste em aposentadoria por invalidez,conforme bem registrou a sentença proferida pelo juiz a quo. Com efeito, as condições pessoais do recorrido, notadamentea idade avançada (61 anos) e o histórico de exercício de atividades rurícolas, fundamentam a concessão do benefício deaposentadoria por invalidez.

VI. Vale enfatizar que as referidas condições pessoais fazem com que se torne extremamente difícil (senão impossível)para o segurado obter uma vaga de emprego que não exija esforço físico, diante da conjuntura atual do mercado detrabalho, a qual, inegavelmente, privilegia os mais jovens e os que detêm maior e mais variada formação educacional eprofissional.

VII. Segue jurisprudência que corrobora o entendimento acima adotado: “[...] Ponderando-se, no caso, as condiçõespessoais da autora e constatando-se, desse modo, a sua total incapacidade para o exercício do trabalho, é de serconcedida aposentadoria por invalidez. 4. Levando em conta que o argumento apresentado pelo INSS, para negativa dobenefício pleiteado em juízo, somente consiste na possibilidade de alteração da atividade laboral exercida pela segurada,com ausência de esforço físico e de tensão nervosa, cumpre reconhecer que com a informação trazida pelos laudospericiais do juízo de fls. 42 e 52, e pela farta documentação anexada pela parte, que corrobora suas alegações, não hádúvida quanto ao reconhecimento da enfermidade incapacitante atestada nos autos passível de permitir o deferimento dobenefício. [...]” (Tribunal Regional Federal da 1ª Região – Segunda Turma – Processo n. 200101000003901 – Relatora:Juíza Federal NEUZA MARIA ALVES DA SILVA – Julgado em: 07/04/2010 – Publicado em: 13/05/2010). (Grifos nossos).

VIII. Quadra destacar que a conclusão obtida pelo juiz a quo, e ora confirmada no presente acórdão, encontra abrigo nosartigos 131 e 436 do Código de Processo Civil. Tais dispositivos autorizam o magistrado a formar seu convencimento combase em outros elementos ou fatos provados nos autos, não ficando seu juízo adstrito à conclusão firmada pelo perito,desde que observada a motivação da decisão.

IX. Recurso conhecido e improvido. Sentença mantida.X. Sem custas, na forma da lei. Condenação do INSS ao pagamento de honorários advocatícios fixados em R$ 200,00(duzentos reais).

ACÓRDÃO

Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Juízes da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais daSeção Judiciária do Espírito Santo, CONHECER e, no mérito, NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO, na forma da ementaconstante dos autos, que passa a integrar o presente julgado.

AMÉRICO BEDÊ FREIRE JÚNIORJuiz Federal Relator

56 - 0000459-71.2009.4.02.5051/01 (2009.50.51.000459-2/01) NADIR BARBOSA DOS SANTOS (ADVOGADO: ARMANDOVEIGA.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: Vinícius de Lacerda Aleodim Campos.).RECURSO N.° 2009.50.51.000459-2/01RECORRENTE: NADIR BARBOSA DOS SANTOSRECORRIDO: INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSSRELATOR: JUIZ FEDERAL AMÉRICO BEDÊ FREIRE JÚNIOR

E M E N T A

RECURSO INOMINADO. PREVIDENCIÁRIO. AUXÍLIO DOENÇA OU APOSENTADORIA POR INVALIDEZ. APTIDÃOPARA O TRABALHO ATESTADA POR PROVA PERICIAL REGULAR. RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO.SENTENÇA MANTIDA.

I. Cuida-se de Recurso Inominado interposto pela parte autora, ora recorrente, em face da sentença de fls. 79/80, quejulgou improcedente o pleito de concessão de auxílio doença ou de aposentadoria por invalidez, com base na conclusãotécnica apurada pelo(a) perito(a) do juízo no laudo de fl. 73.

II. Insurge-se a recorrente, sob o argumento de que a perita nomeada nos autos não detinha especialidade médicacompatível com o conhecimento técnico exigido para a análise da moléstia que, supostamente, a incapacita para o trabalhoe, ainda, de que não fora informada dessa especialidade no momento da nomeação, razão pela qual não teria tidooportunidade para impugnar o profissional indicado pelo juízo.

III. Consoante se extrai dos elementos dos autos, a recorrente noticia, na peça inaugural, que padece de “problemaspsiquiátricos” e de “dor lombar”. Deferida a prova técnica, verifica-se que a perícia produzida nos autos concluiu pelacapacidade da recorrente para o desempenho de atividades laborais, o que fundamenta o indeferimento dos benefíciosprevidenciários pleiteados.

IV. Nesse contexto, recordando que a perícia promovida em juízo constitui mecanismo eficaz e eficiente para acomprovação da (in)capacidade do segurado e considerando que inexistem nos autos elementos capazes de infirmar asassertivas do perito judicial, entendo que deve ser mantida a orientação firmada no laudo de fl. 73. Com efeito, não meparece plausível deferir os benefícios previdenciários pretendidos – seja de auxílio doença, seja de aposentadoria porinvalidez - se constatada a capacidade para o trabalho habitual da autora/recorrente, sendo certo que a existência deeventual patologia não implica, necessariamente, inaptidão para o labor.

V. Finalmente, no que tange à alegação de que o(a) perito(a) nomeado(a) não detém a especialidade médica supostamentecompatível com uma das doenças que acomete a recorrente, cumpre registrar que o ordenamento processual não prevêesta exigência, já que o registro nos quadros no Conselho Regional de Medicina – CRM habilita o profissional a aferir a(in)capacidade laborativa do paciente. A “especialidade” a que alude o artigo 145, §2º, do CPC deve ser vista de maneiraampla, tanto assim que o próprio dispositivo legal a relaciona à necessidade de registro no órgão profissional competente(que, no caso, é representado pelo Conselho Regional de Medicina – CRM), não sendo necessário, para que a períciatenha validade, que o médico comprove especialidade dentro da medicina supostamente compatível com a enfermidade deque padece o paciente.

VI. Recurso conhecido e improvido. Sentença integralmente mantida.

VII. Sem custas, na forma da lei. Sem condenação em honorários advocatícios, ante o deferimento da gratuidade de justiça(fl. 47).

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Juízes da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais daSeção Judiciária do Espírito Santo, CONHECER e, no mérito, NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO, na forma da ementaconstante dos autos, que passa a integrar o presente julgado.

AMÉRICO BEDÊ FREIRE JÚNIORJuiz Federal Relator

57 - 0000272-63.2009.4.02.5051/01 (2009.50.51.000272-8/01) IRASSUAI BRUSTOLON MUNIS (ADVOGADO: ELIASASSAD NETO.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: LUCIANA CAMPOS MALAFAIACOSTA.).RECURSO N.° 2009.50.51.00272-8RECORRENTE: IRASSUAI BRUSTOLON MUNISRECORRIDO: INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSSRELATOR: JUIZ FEDERAL AMÉRICO BEDÊ FREIRE JÚNIOR

E M E N T A

RECURSO INOMINADO. PREVIDENCIÁRIO. AUXÍLIO-DOENÇA E APOSENTADORIA POR INVALIDEZ. APTIDÃO PARA

O TRABALHO ATESTADA POR PROVA PERICIAL. AUSÊNCIA DE ELEMENTOS SUFICIENTES A INFIRMAR ACONCLUSÃO PERICIAL. RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO. SENTENÇA MANTIDA.

I. Cuida-se de Recurso Inominado interposto pela parte autora, ora recorrente, em face da sentença de fls. 71/72, quejulgou improcedentes os pleitos de restabelecimento do benefício previdenciário de auxílio-doença e de sua conversão emaposentadoria por invalidez, com base na conclusão técnica apurada pelo perito do juízo no laudo de fls. 59/60.

II. Insurge-se a recorrente, sob o argumento de que o laudo emitido pelo perito do juízo não se compatibiliza com sua realcondição de saúde, bem como desconsidera os demais elementos de prova produzidos nos autos.

III. No caso sob apreço, é possível verificar que a perícia produzida nos autos concluiu pela capacidade da recorrente parao desempenho de atividades laborais, o que fundamenta o indeferimento dos benefícios previdenciários pleiteados.

IV. Nesse contexto, recordando que a perícia promovida em juízo constitui mecanismo eficaz e eficiente para acomprovação da (in)capacidade do segurado e considerando que inexistem nos autos elementos capazes de infirmar asassertivas do perito judicial, entendo que deve ser mantida a orientação firmada no laudo de fls. 59/60. Com efeito, não meparece plausível deferir os benefícios previdenciários pretendidos – seja de auxílio-doença, seja de aposentadoria porinvalidez – se constatada a capacidade para o trabalho habitual da autora/recorrente, sendo certo que a existência deeventual patologia não implica, necessariamente, inaptidão para o labor.V. Por fim, verifica-se que a ausência de juntada da íntegra do processo administrativo da recorrente junto ao INSS nãoprejudica ou altera o resultado final da lide, uma vez que a parte teve oportunidade de colacionar aos autos todos osexames e receituários médicos de que dispunha para fazer prova em seu favor, os quais foram devidamente sopesadospelo magistrado a quo e por este relator no momento da prolação dos provimentos jurisdicionais.

VI. Recurso conhecido e improvido. Sentença mantida.

VII. Sem custas, na forma da lei. Sem condenação em honorários advocatícios, ante o deferimento da gratuidade de justiça(fl. 45).

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Juízes da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais daSeção Judiciária do Espírito Santo, CONHECER e, no mérito, NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO, na forma da ementaconstante dos autos, que passa a integrar o presente julgado.

AMÉRICO BEDÊ FREIRE JÚNIORJuiz Federal Relator

58 - 0001968-74.2008.4.02.5050/01 (2008.50.50.001968-5/01) JALMYR ROSA DA SILVA (ADVOGADO: CLARENCEILDAWALD GIBSON OVIL.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: SIMONE LENGRUBERDARROZ ROSSONI.).RECURSO N.° 0001968-74.2008.4.02.5050/01 (2008.50.5 0.001968-5/01)RECORRENTE: JALMYR ROSA DA SILVARECORRIDO: INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSSRELATOR: JUIZ FEDERAL AMÉRICO BEDÊ FREIRE JÚNIOR

E M E N T A

RECURSO INOMINADO. PREVIDENCIÁRIO. AUXÍLIO-DOENÇA OU APOSENTADORIA POR INVALIDEZ. APTIDÃOPARA O TRABALHO ATESTADA POR PROVA PERICIAL REGULAR. RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO.SENTENÇA MANTIDA.

I. Cuida-se de Recurso Inominado interposto pela parte autora, ora recorrente, em face da sentença de fls. 95/96, quejulgou improcedente o pleito de restabelecimento do benefício de auxílio-doença ou de concessão do benefício deaposentadoria por invalidez, com base na conclusão técnica apurada pelo perito do juízo no laudo de fls. 56/58.

II. Insurge-se o recorrente, sob o argumento de que o laudo emitido pelo perito do juízo não se compatibiliza com sua realcondição de saúde, bem como desconsidera os demais documentos médicos colacionados aos autos.

III. No presente caderno processual, é possível verificar que a perícia produzida nos autos concluiu pela capacidade dorecorrente para o desempenho de atividades laborais, o que fundamenta o indeferimento dos benefícios previdenciáriospleiteados.

IV. Nesse contexto, recordando que a perícia promovida em juízo constitui mecanismo eficaz e eficiente para acomprovação da (in)capacidade do segurado e considerando que inexistem nos autos elementos capazes de infirmar as

assertivas do perito judicial, entendo que deve ser mantida a orientação firmada no laudo de fls. 56/58. Com efeito, não meparece plausível deferir os benefícios previdenciários pretendidos – seja de auxílio-doença, seja de aposentadoria porinvalidez – se constatada a capacidade para o trabalho habitual do autor/recorrente, sendo certo que a existência deeventual patologia não implica, necessariamente, inaptidão para o labor.

V. Recurso conhecido e improvido. Sentença mantida.

VI. Sem custas, na forma da lei. Sem condenação em honorários advocatícios, ante o deferimento da gratuidade de justiça(fl. 45).

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Juízes da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais daSeção Judiciária do Espírito Santo, CONHECER e, no mérito, NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO, na forma da ementaconstante dos autos, que passa a integrar o presente julgado.

AMÉRICO BEDÊ FREIRE JÚNIORJuiz Federal Relator

59 - 0002414-74.2008.4.02.5051/01 (2008.50.51.002414-8/01) MARCELO DA SILVA CARDOSO (ADVOGADO: MICHELAJACOMELI MARTINS, IZAIAS CORREA BARBOZA JUNIOR.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS(PROCDOR: ANDRÉ DIAS IRIGON.).PROCESSO Nº 2008.50.51.002414-8/01RECORRENTE: MARCELO DA SILVA CARDOSORECORRIDO: INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSSRELATOR: DR. AMÉRICO BEDÊ FREIRE JÚNIOR

EMENTA

RECURSO INOMINADO – PREVIDENCIÁRIO – RESTABELECIMENTO DO BENEFÍCIO AUXÍLIO-DOENÇA ECONVERSÃO EM APOSENTADORIA POR INVALIDEZ – CONFIGURADA INCAPACIDADE TEMPORÁRIA PARAFUNÇÃO HABITUAL DO AUTOR - SOLDADOR OFICIALIZADO – REALIZAÇÃO DE PROCESSO DE REABILITAÇÃOPARA O EXERCÍCIO DE OUTRAS FUNÇÕES HÁBEIS A GARANTIR AO AUTOR SUBSISTÊNCIA – CAPACIDADECONFIGURADA PARA O EXERCÍCIO DAS FUNÇÕES PARA O QUAL FOI REABILITADO – RECURSO CONHECIDO E,NO MÉRITO, IMPROVIDO – SENTENÇA MANTIDA.

1. Trata-se de recurso inominado interposto pela parte autora, ora recorrente, em face da sentença de fls. 61/62, que julgouimprocedente o pleito autoral de restabelecimento do benefício de auxílio-doença e sua conversão em aposentadoria porinvalidez. Sustenta o recorrente, em suas razões recursais, que sua profissão habitual para o qual está incapacitado parciale temporariamente (soldador oficializado), lhe garante um salário bem superior ao piso salarial das profissões indicadas noPrograma de Reabilitação Profissional do INSS para as quais foi reabilitado.

2. O auxílio-doença, conforme se depreende do artigo 59, caput, da Lei 8.213/91, será devido ao segurado que, tendocumprido, quando for o caso, o período de carência exigido, ficar incapacitado para o seu trabalho ou para a sua atividadehabitual por mais de 15 (quinze) dias consecutivos. Já a Aposentadoria por Invalidez, por força do disposto no art. 42 domesmo diploma legal, a seu turno, uma vez cumprida, quando for o caso, a carência exigida, será devida ao segurado que,estando ou não em gozo de auxílio-doença, for considerado incapaz e insusceptível de reabilitação para o exercício deatividade que lhe garanta a subsistência, e ser-lhe-á paga enquanto permanecer nesta condição.

3. De acordo com o laudo pericial acostado às fls. 51/52, o recorrente possui artrose em coluna lombar de origemdegenerativa e cistos perineurais (cisto de Tarlov), o que o incapacita de forma parcial e temporária. O perito atesta ainda anecessidade de cirurgia para que o autor possa restabelecer sua capacidade laboral, informação esta colhida de diversoslaudos apresentados pelo recorrente (fls. 17/29) e também confirmada pelo próprio expert em resposta aos quesitos de nº6, 11 e 12.

4. Em sede de contrarrazões, o INSS alega ter o autor se submetido à Reabilitação (fl. 35) para que pudesse desempenharoutras funções enquanto não ocorresse o tratamento cirúrgico (auxiliar de almoxarife, embalador, repositor, apontador,porteiro, vigilante, auxiliar de estoque, serralheiro com restrição a sobrecarga do esqueleto axial e posição de pé por tempoprolongado – fl. 35), informação esta conhecida pelo autor que não se contrapõe a ela (reabilitação).

5. Em que pese à alegação do recorrente quanto à superioridade do piso salarial da profissão que exercia antes (soldadoroficializado) para as profissões para as quais foi reabilitado, entendo que o INSS não pode ser prejudicado na forma derestabelecer um benefício desnecessário, eis que agiu conforme seu dever expressamente contido em Lei, reabilitando osegurado ao exercício de funções que não prejudicarão sua enfermidade. Vale ressaltar que facultativa é a submissão dosegurado que necessita de cirurgia para que seja restabelecida sua capacidade laboral, conforme prega o art. 77 doDecreto 3.048/99, “O segurado em gozo de auxílio-doença está obrigado, independentemente de sua idade e sob pena de

suspensão do benefício, a submeter-se a exame médico a cargo da previdência social, processo de reabilitação profissionalpor ela prescrito e custeado e tratamento dispensado gratuitamente, exceto o cirúrgico e a transfusão de sangue, que sãofacultativos.”. Sendo assim, ante o cumprimento da reabilitação (fl. 35) de forma voluntária pelo autor, fica demonstrada aintenção do mesmo em se recuperar, pelo menos, para exercer outras funções, vindo a ser desnecessária a afirmação deque tais profissões não lhe garantem o mesmo piso salarial, pois o real escopo da reabilitação é a de capacitar o seguradoao exercício de outras funções de modo a lhe garantir subsistência, resultado este perfeitamente visível ante a conclusão dareabilitação e a quantidade de atividades laborativas para o qual foi habilitado.

6. Ante o exposto, conheço e NEGO PROVIMENTO ao recurso inominado, de modo a manter incólume a sentença deprimeiro grau, em todos os seus termos.

7. Sem condenação em honorários advocatícios, tendo em vista o fato de o recorrente ser beneficiário de AssistênciaJudiciária Gratuita.

ACÓRDÃO

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo CONHECER DO RECURSO E NEGAR PROVIMENTO AOMESMO, de forma a manter a sentença, na forma da ementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante dopresente julgado.

AMÉRICO BEDÊ FREIRE JÚNIORJuiz Federal Relator

60 - 0002006-83.2008.4.02.5051/01 (2008.50.51.002006-4/01) CLAUDIA AMARAL DA SILVA (ADVOGADO: WELITONROGER ALTOE, Marcone de Rezende Vieira, FERNANDO CARLOS FERNANDES.) x INSTITUTO NACIONAL DOSEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: Luis Guilherme Nogueira Freire Carneiro.).PROCESSO Nº 2008.50.51.002006-4/01RECORRENTE: CLAUDIA AMARAL DA SILVARECORRIDO: INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSSRELATOR: DR. AMÉRICO BEDÊ FREIRE JÚNIOR

EMENTA

RECURSO INOMINADO – PREVIDENCIÁRIO – CONCESSÃO DE APOSENTADORIA POR INVALIDEZ – AUSÊNCIA DEINCAPACIDADE LABORAL CONSTATADA PELO LAUDO PERICIAL – PREVALÊNCIA DA PERÍCIA JUDICIAL SOBREOS LAUDOS MÉDICOS PARTICULARES – RECURSO CONHECIDO E, NO MÉRITO, IMPROVIDO – SENTENÇAMANTIDA.

1. Trata-se de recurso inominado interposto pela parte autora, ora recorrente, em face da sentença de fls. 99/100, quejulgou improcedente o pleito autoral de concessão de aposentadoria por invalidez. Sustenta a recorrente, em suas razõesrecursais, que o laudo pericial não demonstra a realidade dos fatos que vem vivenciando, já que se encontra incapacitadapara o trabalho, conforme afirmam os diversos laudos particulares, razão pela qual deve o juiz basear seu convencimentonos mesmos, que atestam a sua real condição de saúde.

2. Mantenho a sentença por seus próprios fundamentos (art. 46, da Lei 9.099/95).

3. Primeiramente, quadra destacar que a aposentadoria por invalidez, por força do disposto no artigo 42, da Lei 8.213/91,será devida ao segurado que, uma vez cumprida, quando for o caso, a carência exigida, estando ou não em gozo deauxílio-doença, for considerado incapaz e insusceptível de reabilitação para o exercício de atividade que lhe garanta asubsistência, e ser-lhe-á paga enquanto permanecer nesta condição.

4. De acordo com o laudo médico pericial acostado às fls. 74/76, a autora possui transtorno depressivo que, em fasesagudas, pode gerar incapacidade, o que não é o caso da recorrente que se encontra com quadro psíquico estável e comhumor eutímico, estando apta a exercer sua atividade laboral. Afirma ainda o perito que, ocorrendo a evolução dossintomas, fator comum a esta patologia, a recorrente poderá controlar totalmente as crises com tratamento psiquiátrico epsicológico adequado e com o uso de medicamentos que controlam a doença (quesito do INSS, nº 13).

5. Não obstante a autora ter ficado em gozo do benefício de auxílio-doença de 10/01/2005 a 30/12/2005 e de 03/01/2007até 30/07/2007, o laudo pericial não atestou incapacidade no presente momento, razão pela qual nova concessão dobenefício à autora mostra-se desnecessária ante o estável quadro de saúde em que a mesma se encontra.6. Em que pese o fato de o julgador não estar adstrito à conclusão do laudo médico pericial, entendo que a perícia médicarealizada em juízo é forma eficaz e eficiente de se comprovar a incapacidade laboral do requerente, pois a produção deprova pericial, por médico indicado pelo Juízo, é prova hábil e legítima à constatação da veracidade do alegado. Ainda quepresentes os laudos particulares nos autos, a perícia judicial é de extrema importância para auxiliar o julgador em seu

convencimento quando os laudos médicos da parte requerente não puderem, eficientemente, comprovar aquilo que estásendo motivo de controvérsia pelas partes.

7. Ressalta-se ainda que, havendo laudos divergentes, como se vislumbra no presente caso, não há como considerar osdocumentos médicos particulares do autor em detrimento da conclusão do perito oficial, a menos que comprovada falhagrave no laudo oficial, ou quando os laudos particulares forem suficientes à comprovação do alegado, o que não ocorreu nahipótese vertente, excluindo-se, desse modo, a eventual necessidade de realização de uma nova perícia ou até mesmo acomplementação do laudo.

5. Desse modo, entendo que a recorrente se encontra apta para exercer atividades laborais.

6. Ante o exposto, conheço e NEGO PROVIMENTO ao recurso inominado, de modo a manter incólume a sentença deprimeiro grau, em todos os seus termos.

7. Sem condenação em honorários advocatícios, tendo em vista o fato de a recorrente ser beneficiária de AssistênciaJudiciária Gratuita.

ACÓRDÃO

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo CONHECER DO RECURSO E NEGAR PROVIMENTO AOMESMO, de forma a manter a sentença, na forma da ementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante dopresente julgado.

AMÉRICO BEDÊ FREIRE JÚNIORRelator

61 - 0002109-90.2008.4.02.5051/01 (2008.50.51.002109-3/01) NEIVAN ZUCOLOTTO (ADVOGADO: ADMILSONTEIXEIRA DA SILVA, EMILENE ROVETTA DA SILVA, ALAN ROVETTA DA SILVA.) x INSTITUTO NACIONAL DOSEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: Vinícius de Lacerda Aleodim Campos.).PROCESSO Nº 2008.50.51.002109-3/01RECORRENTE: NEIVAN ZUCOLOTTORECORRIDO: INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSSRELATOR: DR. AMÉRICO BEDÊ FREIRE JÚNIOR

EMENTA

RECURSO INOMINADO – PREVIDENCIÁRIO – CONCESSÃO DE APOSENTADORIA POR INVALIDEZ – AUSÊNCIA DEINCAPACIDADE LABORAL CONSTATADA PELO LAUDO PERICIAL – PREVALÊNCIA DA PERÍCIA JUDICIAL SOBREOS LAUDOS MÉDICOS PARTICULARES – RECURSO CONHECIDO E, NO MÉRITO, IMPROVIDO – SENTENÇAMANTIDA.

1. Trata-se de recurso inominado interposto pela parte autora, ora recorrente, em face da sentença de fls. 82/83, que julgouimprocedente o pleito autoral de concessão de aposentadoria por invalidez. Sustenta o recorrente, em suas razõesrecursais, que é portador de doenças ortopédicas crônicas e irreversíveis que geram severas limitações físicas para oexercício de qualquer atividade braçal (exerce atividade de lavrador meeiro), razão pela qual faz jus ao benefício pleiteadoem questão.

2. Mantenho a sentença por seus próprios fundamentos (art. 46, da Lei 9.099/95).

3. Primeiramente, quadra destacar que a aposentadoria por invalidez, por força do disposto no artigo 42, da Lei 8.213/91,será devida ao segurado que, uma vez cumprida, quando for o caso, a carência exigida, estando ou não em gozo deauxílio-doença, for considerado incapaz e insusceptível de reabilitação para o exercício de atividade que lhe garanta asubsistência, e ser-lhe-á paga enquanto permanecer nesta condição.

4. De acordo com o laudo pericial acostado à fl. 67/68, o autor possui discopatia degenerativa em coluna cervical e lombar,no entanto a doença não o incapacita para o seu labor (lavrador meeiro). Por fim, o perito afirmou que as crises lombaresocasionais estão relacionadas mais com as posturas viciosas e inadequadas do que com o esforço empreendido de formaadequada à sua atividade laboral, destacando ainda que a enfermidade pode ser controlada com tratamento ambulatoriale/ou fisioterápico, encontrados em rede pública (respostas aos quesitos do autor, de nº 1, 2 e 9).

5. Desse modo, é notório que o autor está apto para exercer sua atividade laboral no momento, ainda que a atividade exijatrabalho braçal, desde que cuide de sua postura, e faça o tratamento adequado.

6. Em que pese ao fato de o julgador não estar adstrito à conclusão do laudo médico pericial, entendo que a perícia médica

realizada em juízo é forma eficaz e eficiente de se comprovar a incapacidade laboral do requerente, pois a produção deprova pericial, por médico indicado pelo Juízo, é prova hábil e legítima à constatação da veracidade do alegado. Ainda quepresentes os laudos particulares nos autos, a perícia judicial é de extrema importância para auxiliar o julgador em seuconvencimento quando os laudos médicos da parte requerente não puderem, eficientemente, comprovar aquilo que estásendo motivo de controvérsia pelas partes.

7. Ressalta-se ainda que, havendo laudos divergentes, não há como considerar os documentos médicos particulares doautor em detrimento da conclusão do perito oficial, a menos que comprovada falha grave no laudo oficial, ou quando oslaudos particulares forem suficientes à comprovação do alegado, o que não ocorreu na hipótese vertente, excluindo-se,desse modo, a eventual necessidade de realização de uma nova perícia ou até mesmo a complementação do laudo.

8. Ainda, considerando-se a pouca idade do autor (44 anos) juntamente com o diagnóstico do laudo pericial (capacidadepara o labor), é possível averiguar que o recorrente não faz jus à aposentadoria por invalidez, haja vista não preencher orequisito necessário à concessão do benefício em questão.

9. Ante o exposto, conheço e NEGO PROVIMENTO ao recurso inominado, de modo a manter incólume a sentença deprimeiro grau, em todos os seus termos.

10. Sem condenação em honorários advocatícios, tendo em vista o fato de o recorrente ser beneficiário de AssistênciaJudiciária Gratuita.

ACÓRDÃO

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo CONHECER DO RECURSO E NEGAR PROVIMENTO AOMESMO, de forma a manter a sentença, na forma da ementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante dopresente julgado.

AMÉRICO BEDÊ FREIRE JÚNIORRelator

62 - 0000687-46.2009.4.02.5051/01 (2009.50.51.000687-4/01) INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS(PROCDOR: RENATA PEDRO DE MORAES SENTO-SÉ REIS.) x ABRAZ SARTORIO (ADVOGADO: ADMILSONTEIXEIRA DA SILVA, ALAN ROVETTA DA SILVA, EMILENE ROVETTA DA SILVA.).RECURSO DE SENTENÇA N.º 2009.50.51.000687-4/01RECORRENTE: INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSSRECORRIDO (S): ABRAZ SARTORIORELATOR: JUIZ FEDERAL AMÉRICO BEDÊ FREIRE JÚNIOR

EMENTA

PREVIDENCIÁRIO. AUXÍLIO-DOENÇA E APOSENTADORIA POR INVALIDEZ. INCAPACIDADE PARA AS ATIVIDADESQUE DEMANDAM ESFORÇO FÍSICO. CONDIÇÕES PESSOAIS INVIABILIZAM A REINSERÇÃO NO MERCADO DETRABALHO. INEXISTÊNCIA DE CONTRADIÇÃO ENTRE OS LAUDOS PERICIAIS. CADA LAUDO BUSCA RETRATAR ONÍVEL DE INCAPACIDADE NO MOMENTO EXATO DA CONSULTA.

I. Recurso inominado interposto pelo INSS em face de sentença que julgou parcialmente procedente o pedido da inicial, demodo a condenar a autarquia a restabelecer o benefício de auxílio-doença, bem como convertê-lo em aposentadoria porinvalidez. Em suas razões, sustenta que a sentença deve ser reformada e o pedido julgado totalmente improcedente, umavez que a incapacidade constatada é apenas parcial. Subsidiariamente, requer seja modificada a sentença na parte em quedetermina o restabelecimento do auxílio-doença. Contrarrazões às fls. 124/131.

II. Mantenho a sentença por seus próprios fundamentos, com fulcro no art. 46 da Lei 9.099/95.

III. O magistrado acertadamente considerou que, apesar de o perito ter concluído que a incapacidade do autor só abrangiaas atividades que exigiam esforço físico, as condições pessoais – idade avançada, experiência profissional limitada àatividade braçal, baixo grau de instrução e estado de saúde precário – tornavam praticamente impossível o retorno do autorao mercado de trabalho. Portanto, entendo que o segurado faz jus ao benefício de aposentadoria por invalidez.

IV. Quanto ao pedido de denegação do restabelecimento do auxílio-doença, também não assiste razão ao INSS. De fato, olaudo pericial do juízo (fls. 94/95) atestou que a incapacidade do autor teve início em 01.01.1995. Entretanto, não afirmouque, desde essa data, a incapacidade era total e definitiva. Isto porque os quesitos de número 09 e 10 visam perquirirtão-somente qual era o nível da incapacidade ao tempo do exame pericial. Portanto, não há qualquer divergência entre olaudo realizado nos autos da ação 2005.50.51.001433-6 e o elaborado nestes autos, tendo em vista que cada um delesretratou a incapacidade do autor no exato momento da consulta.

V. Recurso do INSS não provido. Sentença mantida.

VI. Sem custas (art. 4º, I, da lei 9.289/96). Condeno o recorrente ao pagamento de honorários advocatícios de R$ 500,00(quinhentos reais), com fulcro no do artigo 55, da Lei 9.099/95.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal dos JuizadosEspeciais Federais da Seção Judiciária do Espírito Santo, NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO, na forma da ementaconstante dos autos, que fica fazendo parte integrante do presente julgado.

AMÉRICO BEDÊ FREIRE JÚNIORRelator

63 - 0001562-50.2008.4.02.5051/01 (2008.50.51.001562-7/01) INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS(PROCDOR: OLÍVIA BRAZ VIEIRA DE MELO, MARCELA REIS SILVA.) x FRANCISCO DA SILVA DAVEL (ADVOGADO:SANDRA VILASTRE DE ARAUJO.).RECURSO N. 2008.50.51.001562-7/01RECORRENTE: INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSSRECORRIDO: FRANCISCO DA SILVA DAVELRELATOR: DR. AMÉRICO BEDÊ FREIRE JÚNIOR

EMENTA

RECURSO INOMINADO – PREVIDENCIÁRIO – RESTABELECIMENTO DE AUXÍLIO-DOENÇA E CONVERSÃO EMAPOSENTADORIA POR INVALIDEZ – PERDA DA VISÃO DO OLHO DIREITO ALIADA À HIPERTENSÃO ARTERIALSISTÊMICA – INCAPACIDADE LABORAL CONFIGURADA – REABILITAÇÃO INVIÁVEL DIANTE DA REALIDADEFUNCIONAL DO AUTOR, BEM COMO DIANTE DO FATO DE SEMPRE TER TRABALHADO COMO LAVRADOR –RECURSO CONHECIDO E, NO MÉRITO, IMPROVIDO – SENTENÇA MANTIDA.

1. Trata-se de Recurso Inominado interposto pela parte ré, ora recorrente, em face da sentença de fls. 220/223, que julgouprocedente o pedido autoral de restabelecimento do auxílio-doença e sua posterior conversão em aposentadoria porinvalidez. Sustenta o recorrente, em suas razões recursais, que a incapacidade do autor seria apenas parcial, de modo quenão se encontra ria incapacitado para todas as atividades laborativas, ao passo que a incapacidade total e definitiva para olabor é requisito primordial para a concessão da aposentadoria por invalidez, à qual o autor não faria jus.

2. A aposentadoria por invalidez, por força do disposto no artigo 42 da Lei n.º 8.213/91, será devida ao segurado que - umavez cumprida, quando for o caso, a carência exigida - estando ou não em gozo de auxílio-doença, for considerado incapaz einsusceptível de reabilitação para o exercício de atividade que lhe garanta a subsistência, e será paga enquantopermanecer nessa condição.

3. De acordo com o laudo pericial acostado à fl. 188, o autor possui incapacidade parcial e definitiva em decorrência dedoença vascular que resultou na perda da visão do olho direito (visão monocular). O juízo a quo julgou procedente o pedidodo autor, embasando esse resultado na realidade funcional do mesmo, isto é, no fato de estar incapacitado de exerceratividades na lavoura (seu trabalho habitual): tais como: capinar, plantar, carregar a colheita, adubar e aplicar remédio naplantação. Considerou também que o autor não pode ser reabilitado para desempenhar outros trabalhos, uma vez quesempre trabalhou na zona rural, o que, somado a sua deficiência, certamente torna improvável a recolocação no mercadode trabalho.

4. Por sua vez, o INSS, em sede de contrarrazões, aduz que a visão monocular não impediria o exercício do labor comolavrador. Ainda, como forma de fortalecer esse argumento, apresenta dados da Associação Brasileira dos Deficientes comVisão Monocular, que faz referências às atividades afetadas pela deficiência em questão, atividades essas que requerem otrabalho a uma curta distância dos olhos, como por exemplo: barbeiro, esteticista, barman, mecânico e cirurgião. Dessemodo, entende a autarquia previdenciária que a atividade habitual do autor (lavrador) pode ser normalmente exercidaapesar da visão monocular.

5. Não obstante o posicionamento do INSS, neste caso concreto, é preciso levar em conta que a perda da visão em um dosolhos decorreu da doença principal que acomete o autor, isto é, se trata, na realidade, de seqüela da enfermidade sistêmicade causa vascular (hipertensão arterial), como asseverou o perito no laudo complementar à fl. 201.

6. Quadra destacar que a hipertensão arterial sistêmica é doença grave, que acarretou ao autor, inclusive, a perda da visãode um dos olhos, o que evidencia a probabilidade de lhe ocasionar outros danos à saúde, além de outras complicaçõesinerentes à enfermidade em questão.

8. Ainda que o perito afirme que o autor pode ser reabilitado para o exercício de outras funções, devem ser sopesados os

fatores que envolvem a reinserção do mesmo no mercado de trabalho atual, como a pouca instrução, a idade avançada (54anos) e, em especial, a circunstância de sempre ter trabalhado na zona rural. Analisando esses elementos, entendo que areabilitação não seria eficaz, pois não alcançaria seu propósito principal, motivo pelo qual penso que deve ser mantida asentença que concedeu a aposentadoria por invalidez.

7. Pelo exposto, conheço e NEGO PROVIMENTO ao recurso inominado, de modo a manter incólume a sentença deprimeiro grau, em todos os seus termos.

8. Condenação do recorrente ao pagamento de honorários advocatícios ao recorrido, no valor de R$ 500,00 (quinhentosreais), nos termos do artigo 59, caput da Lei n. 9.099/1995.

ACÓRDÃO

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo CONHECER DO RECURSO E NEGAR PROVIMENTO AOMESMO, de forma a manter a sentença, na forma da ementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante dopresente julgado.

AMÉRICO BEDÊ FREIRE JÚNIORJuiz Federal Relator

64 - 0002918-17.2007.4.02.5051/01 (2007.50.51.002918-0/01) INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS(PROCDOR: LUCIANA CAMPOS MALAFAIA COSTA.) x TALITA DA SILVA PINHEIRO (ADVOGADO: Bernard PereiraAlmeida, MIRIAN TEREZA SILVEIRA.).RECURSO DE SENTENÇA N.º 2007.50.51.002918-0/01RECORRENTE: INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSSRECORRIDO (S): TALITA DA SILVA PINHEIRORELATOR: JUIZ FEDERAL AMÉRICO BEDÊ FREIRE JÚNIOR

EMENTA

PREVIDENCIÁRIO. APOSERNTADORIA POR INVALIDEZ. QUALIDADE DE SEGURADO. NÃO HÁ QUE SE FALAR EMPERDA DA QUALIDADE DE SEGURADO QUANDO O AFASTAMENTO DO TRABALHO SE DER POR MOTIVOINVOLUNTÁRIO (DOENÇA). DIB FIXADA NA MESMA DATA DO REQUERIMENTO ADMINISTRATIVO, EMOBSERVÂNCIA AO ART. 49, II, DA LEI 8.213/91.

I. Recurso inominado interposto pelo INSS em face de sentença que julgou procedente o pedido de concessão deaposentadoria por invalidez. Em suas razões, sustenta que a autora não logrou comprovar sua qualidade de segurada doRGPS na data do início da incapacidade, uma vez que, em 2006, durante entrevista administrativa no INSS, afirmou quehavia deixado de trabalhar há dois anos. Subsidiariamente, requereu que a DIB do benefício fosse fixada na mesma data daaudiência (20.09.2010). Contrarrazões às fls. 178/182.

II. Nos casos em que o segurado pára de trabalhar, só há efetiva perda da qualidade de segurado quando o afastamento sedá voluntariamente. Em outras palavras, se por motivo alheio à sua vontade o trabalhador não voltar a exercer a profissão –por exemplo: causa relacionada à doença incapacitante –, não poderá ser penalizado com a perda da qualidade desegurado. Logo, tendo em vista que, em audiência, restou claro que a autora só se afastou do trabalho devido ao seuestado de saúde precário, entendo que não houve perda da qualidade de segurado.

III. Neste sentido, confira-se a ementa de acórdão do STJ, in verbis:“PREVIDENCIÁRIO - APOSENTADORIA POR INVALIDEZ - PERDA DA QUALIDADE DE SEGURADO. 1. Não perde aqualidade de segurado o trabalhador que, por motivo de doença, deixa de recolher as contribuições previdenciárias. 2.Precedente do Tribunal. 3. Recurso não conhecido” (REsp n. 134.212/SP, 6ª T, Rel. Min. Anselmo Santiago, DJ de13/10/1998, p. 193).

IV. Quanto à DIB, esta não merece reparos, já que fora fixada na mesma data do requerimento administrativo, respeitandoo disposto no art. 49, II, da Lei 8.213/91.

V. Recurso do INSS não provido. Sentença mantida.

VI. Sem custas (art. 4º, I, da Lei 9.289/96). Condeno o recorrente ao pagamento de honorários advocatícios fixados em R$500,00 (quinhentos reais).

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal dos JuizadosEspeciais Federais da Seção Judiciária do Espírito Santo, NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO, na forma da ementaconstante dos autos, que fica fazendo parte integrante do presente julgado.

AMÉRICO BEDÊ FREIRE JÚNIORRelator

65 - 0000591-34.2009.4.02.5050/01 (2009.50.50.000591-5/01) INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS(PROCDOR: MARCIA RIBEIRO PAIVA.) x DIVINO JOSE RODRIGUES (ADVOGADO: SAULO NASCIMENTO COUTINHO,JOSE ALCIDES BORGES DA SILVA, CAMILLA GOMES DE ALMEIDA.).E M E N T A

RECURSO INOMINADO – PREVIDENCIÁRIO – JUROS DE MORA – CORREÇÃO DAS PARCELAS VENCIDAS –INCIDÊNCIA DA LEI Nº 11.960/09 – RECURSO CONHECIDO E PROVIDO

1. Trata-se de recurso inominado interposto pelo INSS em face da sentença de fls. 89/93, que julgou procedente o pedidoautoral de concessão de aposentadoria por invalidez. Alega o recorrente, em suas razões recursais, que a partir da vigênciada Lei nº 11.960/2009, as parcelas vencidas devem ser corrigidas pelos índices oficiais de remuneração básica e jurosaplicados à poupança.2. A citação do réu aperfeiçoou-se após 30/06/2009 (18/09/2009 – fl. 32), já na vigência da 11.960/2009. Referida leimodificou a redação do art. 1º-F da Lei nº 9.494/97, passando a dispor que em todas as condenações impostas à FazendaPública, independentemente de sua natureza e para fins de atualização monetária, remuneração do capital e compensaçãoda mora, incidem uma única vez, até o efetivo pagamento, os índices oficiais de remuneração básica e juros aplicados àcaderneta de poupança. Essa lei nova tem aplicação imediata sobre os processos pendentes (Precedente: STF - RE559.445 – Rel. Ellen Gracie – DJe 10/06/2009). Não há vício de inconstitucionalidade formal na referida lei, haja vista que opróprio Supremo Tribunal Federal tem admitido a aplicação da norma.3. Recurso conhecido e provido.4. Custas ex lege. Sem honorários advocatícios, já que somente devidos nos casos em que o recorrente é vencido, naforma do art. 55 da Lei nº 9.099/95 c/c o art. 1º da Lei nº 10.259/01.

A C Ó R D Ã OVistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo, por maioria, DAR PROVIMENTO AO RECURSO, na forma daementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do presente julgado.

66 - 0000274-33.2009.4.02.5051/01 (2009.50.51.000274-1/01) ACELES CORREIA MARQUES (ADVOGADO: ELIASASSAD NETO.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: ANDRÉ DIAS IRIGON.).RECURSO N. 2009.50.51.000274-1/01RECORRENTE: ACELES CORREIA MARQUESRECORRIDO: INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSSRELATOR: DR. AMÉRICO BEDÊ FREIRE JÚNIOR

EMENTA

RECURSO INOMINADO – PREVIDENCIÁRIO – RESTABELECIMENTO DO BENEFÍCIO DE AUXÍLIO-DOENÇA ECONVERSÃO EM APOSENTADORIA POR INVALIDEZ – LAUDOS MÉDICOS PARTICULARES ANTIGOS,PREVALECENDO A PERÍCIA JUDICIAL – CAPACIDADE PARA O LABOR CARACTERIZADA – INEXISTÊNCIA DECERECAMENTO DE DEFESA – RECURSO CONHECIDO E, NO MÉRITO, IMPROVIDO – SENTENÇA MANTIDA.

1. Trata-se de Recurso Inominado interposto pela parte autora, ora recorrente, em face da sentença de fls. 118/119, quejulgou improcedente o pedido de restabelecimento do auxílio-doença e sua posterior conversão em aposentadoria porinvalidez. Sustenta a recorrente, em suas razões recursais, que não teve melhoras clínicas, estando ainda acometida dasenfermidades que debilitam a sua saúde, razão pela qual faria jus ao benefício de auxílio-doença.

2. O auxílio-doença, conforme se depreende do artigo 59, caput, da Lei n.º 8.213/91, será devido ao segurado que, tendocumprido, quando for o caso, o período de carência exigido, ficar incapacitado para o seu trabalho ou para a sua atividadehabitual por mais de 15 (quinze) dias consecutivos. Já a aposentadoria por invalidez, por força do disposto no artigo 42 domesmo diploma legal, a seu turno, uma vez cumprida, quando for o caso, a carência exigida, será devida ao segurado que,estando ou não em gozo de auxílio-doença, for considerado incapaz e insusceptível de reabilitação para o exercício deatividade que lhe garanta a subsistência, e ser-lhe-á paga enquanto permanecer nesta condição.

3. Primeiramente, analisando o laudo pericial acostado à fl. 104, constata-se que a autora possui artrose incipiente lombar,entretanto, a doença não a incapacita para o labor. O juízo a quo julgou improcedente o pleito, baseando seuconvencimento na conclusão da perícia judicial. Por outro lado, a autora interpôs recurso alegando que o laudo pericial foiinconcludente, haja vista não ter citado as demais doenças que a debilitam, doenças essas constatadas pelos documentosmédicos particulares ás fls. 15/30.

4. No que se refere aos laudos médicos juntados aos autos pela parte autora (fl. 15/30), observo que o mais recente datade 02/05/2008 (fl. 18), sendo os demais documentos anteriores a essa data. Considerando-se então que a autora esteveem gozo do auxílio-doença até 30/10/2008 (fl. 77), os documentos particulares são ineficientes e ineficazes para acomprovação de seu estado debilitado no presente momento, assim, diante das conclusões do laudo médico pericial de15/05/2009, não é possível considerar os documentos particulares em detrimento da prova pericial produzida em juízo e,ainda, mais recente.

5. Logo, entendo que não houve cerceamento de defesa, já que a perícia judicial foi realizada dentro dos padrões, sendoconclusiva e clara quanto às respostas aos quesitos do autor, assim como quanto às respostas aos quesitoscomplementares (fl. 110). Vale ressaltar que não há a necessidade de realização de uma nova perícia, a menos que ficassecomprovada falha grave, o que não ocorreu na hipótese vertente.

6. Desse modo, considerando a constatação de capacidade para o labor, não faz jus a parte autora ao benefício deauxílio-doença, assim como também não deve ser acatado o argumento de cerceamento de defesa, conforme explanado.

7. Ante o exposto acima, conheço e NEGO PROVIMENTO ao recurso inominado, de modo a manter incólume a sentençade primeiro grau, em todos os seus termos.

8. Sem condenação em honorários advocatícios, tendo em vista o fato de a recorrente ser beneficiária de assistênciajudiciária gratuita.

ACÓRDÃO

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo CONHECER DO RECURSO E NEGAR PROVIMENTO AOMESMO, de forma a manter a sentença, na forma da ementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante dopresente julgado.

AMÉRICO BEDÊ FREIRE JÚNIORJuiz Federal Relator

67 - 0000176-14.2010.4.02.5051/01 (2010.50.51.000176-3/01) MAGALI BRASIL LIMA (ADVOGADO: EMANUEL DONASCIMENTO.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: OLÍVIA BRAZ VIEIRA DE MELO.).RECURSO N.° 2010.50.51.000176-3/01RECORRENTE: MAGALI BRASIL LIMARECORRIDO: INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSSRELATOR: JUIZ FEDERAL AMÉRICO BEDÊ FREIRE JÚNIOR

E M E N T A

RECURSO INOMINADO. PREVIDENCIÁRIO. AUXÍLIO DOENÇA OU APOSENTADORIA POR INVALIDEZ. APTIDÃOPARA O TRABALHO ATESTADA PELA PROVA PERICIAL. RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO. SENTENÇAMANTIDA.

I. Com razão a sentença, que julgou improcedente o pleito de concessão de auxílio doença ou de aposentadoria porinvalidez.

II. Pelo que se extrai dos autos, foi descoberta, em 2006, neoplasia maligna na mama direita da autora/recorrente, que sesubmeteu a cirurgia e, posteriormente, a tratamento com quimioterapia e radioterapia (fls. 13/24). Obteve o benefícioprevidenciário do auxílio doença, estendido algumas vezes (fls. 25/26), até que o último pedido de prorrogação, datado de08/09/2009, foi indeferido na esfera administrativa (fls. 27/28).

III. Da análise dos laudos médicos periciais produzidos na esfera administrativa, é possível perceber que ali se acompanhoua evolução da saúde da autora, tendo sido, inicialmente, reconhecida a incapacidade laborativa (fls. 33/34), mais tarde aincapacidade laborativa com sinais de recuperação (fls. 35/42) e, finalmente, o desaparecimento da inaptidão para otrabalho (fls. 43/44). Em relação às seqüelas da mastectomia parcial direita a que se submeteu a autora, os laudos em telamencionam a limitação para elevação do membro superior direito como moderada e, os últimos deles, como discreta ou

leve.

IV. Por sua vez, o laudo médico pericial produzido na seara judicial se reportou, também, a essa limitação, acrescentandoque a mesma é reversível e, enfim, asseverou que não existe incapacidade para o trabalho (vide quesitos 03 e 10 da autorae 06 do réu, fl. 47).

V. Nesse contexto, e recordando que a perícia promovida em juízo é mecanismo eficaz e eficiente para comprovar a(in)capacidade do segurado, bem como inexistindo nos autos elementos capazes de infirmar as assertivas do perito judicial,penso que deve ser seguida a conclusão do laudo de fl. 47. Não me parece plausível deferir os benefícios previdenciários –seja de auxílio doença, seja de aposentadoria por invalidez - se constatada a capacidade para o trabalho habitual daautora/recorrente, sendo certo que a existência de alguma limitação de movimento não implica, necessariamente, inaptidãopara o labor.

VI. Quanto ao fato de o perito não ser especialista, cumpre registrar que não existe essa necessidade, uma vez que oregistro nos quadros no Conselho Regional de Medicina – CRM habilita o profissional para aferir incapacidade laborativa dopaciente. A “especialidade” a que alude o artigo 145, § 2º, do CPC é vista de maneira ampla, tanto assim que o própriodispositivo legal a relaciona à necessidade de registro no órgão profissional competente, que, no caso, é o ConselhoRegional de Medicina - CRM, não sendo necessário, para que a perícia tenha validade, que o médico comproveespecialidade dentro da medicina supostamente compatível com a enfermidade de que padece o paciente.

VII. Recurso conhecido e improvido, ficando mantida a sentença.

VIII. Sem custas, na forma da lei, e sem condenação em honorários advocatícios, tendo em vista o deferimento deassistência judiciária gratuita (fl. 45).

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Juízes da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais daSeção Judiciária do Espírito Santo, CONHECER e, no mérito, NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO, na forma da ementaconstante dos autos, que passa a integrar o presente julgado.

AMÉRICO BEDÊ FREIRE JÚNIORRelator

68 - 0000274-58.2008.4.02.5054/01 (2008.50.54.000274-0/01) MARIA DAS GRAÇAS JONAS SILVA (ADVOGADO:BRUNO SANTOS ARRIGONI, HENRIQUE SOARES MACEDO.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS(PROCDOR: SEBASTIAO EDELCIO FARDIN.).RECURSO N. 2008.50.54.000274-0/01RECORRENTE: MARIA DAS GRAÇAS JONAS SILVARECORRIDO: INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSSRELATOR: DR. AMÉRICO BEDÊ FREIRE JÚNIOR

EMENTA

RECURSO INOMINADO – PREVIDENCIÁRIO – APOSENTADORIA POR INVALIDEZ/AUXÍLIO-DOENÇA –COMPROVAÇÃO DA INCAPACIDADE – NECESSIDADE DE INTERVENÇÃO CIRÚRGICA – ARTIGOS 101 DA LEI8.213/91 E 77 DO DECRETO 3.048/99 – QUALIDADE DE SEGURADO NÃO OBSTA A CONCESSÃO DO BENEFÍCIOPREVIDENCIÁRIO, DESDE QUE PRESENTES OS REQUISITOS PARA A CONCESSÃO DO MESMO, QUAIS SEJAM, AINCAPACIDADE E O CUMPRIMENTO DA CARÊNCIA – INTELIGÊNCIA DO ARTIGO 102, § 1º DA LEI 8.213/91 –RECURSO CONHECIDO E PROVIDO – SENTENÇA REFORMADA.

ACÓRDÃO

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo, por unanimidade, DAR PROVIMENTO AO RECURSO, na forma daementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do presente julgado.

AMÉRICO BEDÊ FREIRE JÚNIORJuiz Federal Relator

69 - 0003187-25.2008.4.02.5050/01 (2008.50.50.003187-9/01) SEBASTIANA REGONINI DELAI (ADVOGADO: CLARENCEIIDAWALD GIBSON OVIL.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: JOAO CARLOS DEGOUVEIA FERREIRA DOS SANTOS.).RECURSO N. 2008.50.50.003187-9/01RECORRENTE: SEBASTIANA REGONINI DELAIRECORRIDO: INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSSRELATOR: DR. AMÉRICO BEDÊ FREIRE JÚNIOR

EMENTA

RECURSO INOMINADO – PREVIDENCIÁRIO – RESTABELECIMENTO DE AUXÍLIO-DOENÇA – DEFERIMENTO DOPLEITO AUTORAL COM FUNDAMENTO NOS DOCUMENTOS PARTICULARES CARREADOS AOS AUTOS, HAJAVISTA SEREM CONCLUSIVOS QUANTO À ENFERMIDADE DA RECORRENTE E TEREM INCLUSIVE SERVIDO DEPARÂMETRO PARA A PERÍCIA JUDICIAL ATESTAR A ENFERMIDADE DA REFERIDA RECORRENTE, A DESPEITO DEA INDICADA PERÍCIA NÃO TER CONSTATADO INCAPACIDADE LABORAL – FUNDAMENTO NOS ARTIGOS 131 E 436DO CPC – RECURSO CONHECIDO E PROVIDO – SENTENÇA REFORMADA.

ACÓRDÃO

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo, por unanimidade, DAR PROVIMENTO AO RECURSO, na forma daementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do presente julgado.

AMÉRICO BEDÊ FREIRE JÚNIORJuiz Federal Relator

70 - 0002402-60.2008.4.02.5051/01 (2008.50.51.002402-1/01) ALCENIR MACHADO SALLES (ADVOGADO: MARILENAMIGNONE RIOS.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: Luis Guilherme Nogueira FreireCarneiro.).RECURSO N. 2008.50.51.002402-1/01RECORRENTE: ALCENIR MACHADO SALLESRECORRIDO: INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSSRELATOR: DR. AMÉRICO BEDÊ FREIRE JÚNIOR

EMENTA

RECURSO INOMINADO – PREVIDENCIÁRIO – CONCESSÃO DE APOSENTADORIA POR INVALIDEZ –COMPROVAÇÃO DE QUE O TRATAMENTO DAS ENFERMIDADES DO RECORRENTE E A REABILITAÇÃOPROFISSIONAL DO MESMO NÃO FORAM EFICAZES PARA AFASTAR SUA INCAPACIDADE, A DESPEITO DE APERÍCIA JUDICIAL NÃO TER CONSTATADO INCAPACIDADE LABORAL – FUNDAMENTO NOS ARTIGOS 131 E 436DO CPC – RECURSO CONHECIDO E PROVIDO – SENTENÇA REFORMADA.

ACÓRDÃO

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo, por unanimidade, DAR PROVIMENTO AO RECURSO, na forma daementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do presente julgado.

AMÉRICO BEDÊ FREIRE JÚNIORJuiz Federal Relator

71 - 0005900-07.2007.4.02.5050/01 (2007.50.50.005900-9/01) JOSÉ RODRIGUES PEREIRA (ADVOGADO: LEANDRO F.SANTOS.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: MARCIA RIBEIRO PAIVA.).RECURSO N. 2007.50.50.005900-9/01RECORRENTE: JOSÉ RODRIGUES PEREIRA

RECORRIDO: INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSSRELATOR: DR. AMÉRICO BEDÊ FREIRE JÚNIOR

EMENTA

RECURSO INOMINADO - PREVIDENCIÁRIO – ASSISTÊNCIA SOCIAL – BENEFÍCIO DE PRESTAÇÃO CONTINUADA –ART. 20 DA LEI 8.742/93 – APLICAÇÃO ANALÓGICA DO ARTIGO 34, PARÁGRAFO ÚNICO DO ESTATUTO DO IDOSO– RECURSO CONHECIDO E PROVIDO – SENTENÇA REFORMADA.

ACÓRDÃO

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo, por unanimidade, DAR PROVIMENTO AO RECURSO, na forma daementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do presente julgado.

AMÉRICO BEDÊ FREIRE JÚNIORJuiz Federal Relator

72 - 0006583-10.2008.4.02.5050/01 (2008.50.50.006583-0/01) INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS(PROCDOR: GUSTAVO CABRAL VIEIRA.) x DALILA GAVA (DEF.PUB: ALINE FELLIPE PACHECO SARTÓRIO.) x OSMESMOS.PROCESSO Nº 2008.50.50.006583-0/01RECORRENTE(S): INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL – INSS e DALILA GAVARECORRIDO(S): OS MESMOSRELATOR: DR. AMÉRICO BEDÊ FREIRE JÚNIOR

EMENTA

PREVIDENCIÁRIO – RESTABELECIMENTO DO BENEFÍCIO AUXÍLIO-DOENÇA E CONVERSÃO EM APOSENTADORIAPOR INVALIDEZ – INCAPACIDADE LABORAL TEMPORÁRIA – DIB FIXADA A PARTIR DA DATA DO REQUERIMENTOADMINISTRATIVO – JUROS DE MORA – LEI 11.960/09 – APLICABILIDADE RECONHECIDA – RECURSO DO INSSCONHECIDO E PARCIALMENTE PROVIDO – RECURSO DO AUTOR CONHECIDO E IMPROVIDO – SENTENÇAREFORMADA EM MÍNIMA PARTE.

1. Trata-se de recurso inominado interposto pela parte ré, ora primeira recorrente, em face da sentença de fls. 58/59, quejulgou parcialmente procedente o pleito autoral e concedeu o benefício de auxílio-doença. Sustenta o primeiro recorrente,em suas razões recursais, que a autora não possui qualquer incapacidade e, portanto, não faz jus ao benefícioauxílio-doença. A parte autora, doravante denominada segunda recorrente, apresentou recurso inominado pleiteando acondenação do INSS a pagar a aposentadoria por invalidez alegando que foi demonstrada a irreversibilidade do quadroclínico, além da baixa escolaridade e nível de instrução que afastam qualquer chance de reabilitação profissional em outraárea.

2. O auxílio-doença, conforme se depreende do artigo 59, caput, da Lei 8.213/91, será devido ao segurado que, tendocumprido, quando for o caso, o período de carência exigido, ficar incapacitado para o seu trabalho ou para a sua atividadehabitual por mais de 15 (quinze) dias consecutivos. Já a Aposentadoria por Invalidez, por força do disposto no art. 42 domesmo diploma legal, a seu turno, uma vez cumprida, quando for o caso, a carência exigida, será devida ao segurado que,estando ou não em gozo de auxílio-doença, for considerado incapaz e insusceptível de reabilitação para o exercício deatividade que lhe garanta a subsistência, e ser-lhe-á paga enquanto permanecer nesta condição.

3. Verifica-se inicialmente que a autora ajuizou ação alegando estar impossibilitada de exercer suas atividades laborais porser portadora de hidrocefalia submetida à derivação peritoneal (fl. 03). Conforme o laudo pericial, o Expert alega que ahidrocefalia foi tratada e não é responsável pelas queixas atuais da recorrida (quesito 02, fl. 29) e que não foi encontradonenhum déficit motor (quesito 13, fl. 29). Com base nestas informações, entende-se que a hidrocefalia não é responsávelpelos sintomas que debilitam a autora.

4. Vale frisar que o próprio perito judicial constatou que a recorrente é portadora de doença psiquiátrica (quesito 01, fl. 29) eque deveriam ter sido realizados exames de avaliação dos nervos oculomotores e da função labiríntica já que a autora

alega sentir tontura e outros sintomas (quesito 14, fl. 29). Porém, tal comando não foi observado, o que poderia acarretar nainsuficiência do laudo pela falta de exames pertinentes à comprovação da enfermidade da requerente. É sabido, contudo,que um novo laudo deve ser realizado apenas se constatada a sua essencialidade, com observância ao princípio daceleridade processual, no que tange ao sistema dos juizados especiais, o que não é verificado neste caso já que os laudosmédicos particulares juntados aos autos pela autora (fls. 49/56), que também incorrem em veracidade, são provas hábeis àcomprovação do estado debilitado da recorrida, ora também recorrente.

5. No que tange à conclusão acima feita para o restabelecimento de auxílio-doença, em que pese o fato de o perito judicialnão ter concluído pela incapacidade da recorrente, o Código de Processo Civil, em seus artigos 131 e 436, permite ao juizformar seu convencimento com outros elementos ou fatos provados, não estando adstrito apenas à conclusão obtida peloperito, desde que motive suas decisões, o que foi feito acima. Desta forma, enquanto esta permanecer inapta para oexercício de atividade que lhe garanta a subsistência, deve ser pago o benefício de auxílio-doença, conforme o raciocínioacima explanado.

6. Não procede, portanto, a alegação recursal da Autarquia Previdenciária de que a recorrida não está incapacitada para asatividades laborais. Entretanto, a incapacidade definitiva que concede o direito ao benefício aposentadoria por invalidez nãoresta efetivamente comprovada nos autos, desta forma, também não procede a alegação recursal da segunda recorrente,fazendo jus ao benefício de auxílio-doença segundo sentença proferida pelo juiz a quo (58/59).

7. No tocante aos juros de mora, a despeito do entendimento originalmente adotado por este magistrado, tenho por bemacompanhar a orientação majoritária delineada por este colegiado e consolidada no Enunciado n.º 54� da Turma Recursaldos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciária do Espírito Santo, razão pela qual acolho a aplicabilidade da alteraçãolegislativa engendrada no 1º-F da Lei n.º 9.494/97 com o advento da Lei n.º 11.960/09, inclusive às causas de naturezaprevidenciária.

8. Com efeito, na esteira na jurisprudência do Supremo Tribunal Federal�, a partir de 30.06.2009, impõe-se a aplicaçãoimediata dos índices oficiais da caderneta de poupança para efeito de cálculo de correção monetária e de juros de moraincidentes sobre as condenações pecuniárias impostas à Fazenda Pública, incluídas as verbas consideradas alimentares.Até esta data, mantém-se a fixação de juros, a partir da citação, na taxa de 1% (um por cento) ao mês, nos termos do art.406, do CC/02, e por analogia ao § 1º do art. 161, do CTN, e de correção monetária a partir do vencimento das parcelasdevidas.

9. Recurso do INSS conhecido e parcialmente provido. Recurso da parte autora conhecido e improvido. Sentençareformada em mínima parte. O benefício deverá ser implantado no prazo de trinta dias, contados da intimação destejulgado, devendo ser comprovado, no prazo de dez dias, após a implantação.

10. Sem custas, na forma da lei. Sem condenação em honorários advocatícios, eis que a parte autora é beneficiária deassistência judiciária gratuita (fl. 20) e o INSS obteve parcial provimento em seu recurso.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Juízes da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais daSeção Judiciária do Espírito Santo, CONHECER e, no mérito, NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO DA PARTE AUTORAe DAR PARCIAL PROVIMENTO AO RECURSO DO INSS, na forma da ementa constante dos autos, que passa a integrar opresente julgado.

AMÉRICO BEDÊ FREIRE JÚNIORRelator

73 - 0005671-13.2008.4.02.5050/01 (2008.50.50.005671-2/01) INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS(PROCDOR: ROSEMBERG ANTONIO DA SILVA.) x VILMA SOARES DOS SANTOS (ADVOGADO: ANDRÉ VINICIUSMARQUES GONÇALVES.).PROCESSO N.º 2008.50.50.005671-2/01RECORRENTE: INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL – INSSRECORRIDO: VILMA SOARES DOS SANTOSRELATOR: DR. AMÉRICO BEDÊ FREIRE JÚNIOR

EMENTAPREVIDENCIÁRIO - ASSISTÊNCIA SOCIAL - BENEFÍCIO DE PRESTAÇÃO CONTINUADA - LEI 8.742/93 - ESTATUTO

DO IDOSO - LEI 10.741/03 - BENEFICIO ASSISTENCIAL OU PREVIDENCIÁRIO PERCEBIDO POR MEMBRO DAFAMILIA NÃO INTEGRA O CÁLCULO DE RENDA PER CAPITA FAMILIAR – JUROS DE MORA – LEI 11.960/09 –APLICABILIDADE RECONHECIDA – RECURSO CONHECIDO E PARCIALMENTE PROVIDO – SENTENÇAREFORMADA EM MÍNIMA PARTE.

1. Conforme os termos do art. 20 da lei 8.742/93, Lei Orgânica da Assistência Social, o benefício de prestação continuada égarantido no valor de um salário mínimo mensal à pessoa portadora de deficiência e ao idoso com 70 (setenta) anos oumais que comprove não possuir meios de prover a própria manutenção e nem tê-la provida por sua família. Para efeitos deaplicação do citado dispositivo, considera-se portadora de deficiência a pessoa incapacitada para a vida independente epara o trabalho e, da mesma forma, considera-se incapaz de prover a manutenção do portador de deficiência ou idoso afamília cuja renda mensal per capita seja inferior a ¼ do salário mínimo.2. A Lei 10.741/03, por sua vez, além de reduzir o requisito idade para a concessão do benefício assistencial previsto naLOAS (65 anos), em seu art. 34 parágrafo único estabeleceu que o benefício de prestação continuada anteriormenteconcedido a qualquer dos membros componentes do grupo familiar não será computado para fins de cálculo da rendamensal familiar per capita a que se refere a citada Lei Orgânica.� � �3. De acordo com o que consta do laudo social à fl.30, vê-se que o pai da parte recorrida recebe aposentadoria por idade no valor de 01 (um) salário mínimo. No entanto, orecebimento deste benefício não afasta o direito da parte recorrida à obtenção do benefício assistencial, uma vez que deveser adotada uma interpretação sistemática do já apontado art. 34, § único do Estatuto do Idoso. Caso prevalecesse ainterpretação literal deste dispositivo, no sentido de que somente pode ser excluído o valor de benefício assistencial e nãode benefício previdenciário para fins de percepção do benefício previsto na LOAS, teríamos uma situação absolutamenteparadoxal, pois aquele que nunca contribuiu para a Previdência Social e recebe o benefício assistencial tem seu valorexcluído para fins de percepção do mesmo benefício por outro idoso da família, ao passo que aquele que contribuiu para oINSS e percebe, na velhice, aposentadoria de um salário mínimo, não teria tal possibilidade. Tal situação, além de violar oprincípio constitucional da igualdade, infringe, ainda, os limites da razoabilidade.

4. Além disso, não seria viável cogitar que apenas o benefício concedido a título de LOAS, um benefício que inclusive érevisto a cada dois anos e que não tem a mesma segurança de uma aposentadoria, é que poderia ser desconsiderado parafins de concessão de benefício assistencial, em detrimento de um benefício que é muito mais seguro e que demanda umvolume probatório maior.

5. Tal entendimento encontra-se consolidado pela Turma Nacional de Uniformização, no julgamento do incidente n.º2005.43.00.904018-4, bem como é adotado pelo E. Tribunal Regional Federal da 2ª Região: "(...) - A percepção debenefício previdenciário por outro membro da família não afasta a condição de miserabilidade. Inteligência da Lei nº10.741/2003, ao tratar do benefício de assistência social previsto na Lei nº 8.742/93 para a pessoa idosa. - Aplicação damesma regra quando se tratar de benefício assistencial concedido em razão de deficiência. A renda familiar de um saláriomínimo, percebida por um membro da família, independentemente da origem da receita, não poderá ser impedimento paraque outro membro, cumprindo os demais requisitos exigidos pela Lei nº 8.742/93, aufira o benefício assistencial, pois acondição econômica para a sobrevivência é exatamente igual àquela situação de que trata o parágrafo único do artigo 34 daLei nº 10.741/2003. - Assim, está caracterizada, plenamente, a dificuldade em prover dignamente a sua manutenção, peloque cabível a concessão do benefício assistencial pretendido. - Recurso desprovido." Processo: APELRE -Apelação/Reexame Necessário - 425035, Relator(a): Desembargador Federal André Fontes, TRF2, Órgão julgador:Segunda Turma Especializada. Fonte: DJU - Data::23/12/2008.6. O entendimento firmado acima também encontra guarida no Tribunal Regional Federal da 3ª Região, conforme a ementaque ora se transcreve: PROCESSO CIVIL. AGRAVO LEGAL (sic). BENEFÍCIO DE ASSISTÊNCIA SOCIAL. ART. 203, V,DA CF/88. PESSOA IDOSA. CONDIÇÃO DE POBREZA DEMONSTRADA. ARTIGO 34, PARÁGRAFO ÚNICO, LEI Nº10.741/03. - Satisfeitos os requisitos para a implementação do benefício de amparo assistencial. Demonstrado ser a autorapessoa idosa, bem como não ter condições econômicas de prover a sua manutenção nem de tê-la provida pela família. - Obenefício de prestação continuada, concedido a qualquer membro da família, não será computado para os fins do cálculoda renda familiar per capita a que se refere a LOAS (artigo 34, parágrafo único, da Lei nº 10.741/03 - Estatuto do Idoso),que deve ser estendido, por analogia, às hipóteses em que a renda familiar é constituída exclusivamente por benefícioprevidenciário. - Agravo legal a que se nega provimento. Processo: APELAÇÃO CÍVEL - 1329488, Relator(a): JUIZATHEREZINHA CAZERTA, TRF3, Órgão julgador: OITAVA TURMA. Fonte: DJF3 CJ2. DATA: 09/06/2009.7. Sendo assim, faz jus a parte autora, ora recorrida, ao benefício assistencial previsto na Lei 8.742/93, tendo em vista queo benefício previdenciário percebido por seu genitor não deve integrar o cálculo da renda per capita familiar.8. No tocante aos juros de mora, a despeito do entendimento originalmente adotado por este magistrado, tenho por bemacompanhar a orientação majoritária delineada por este colegiado e consolidada no Enunciado n.º 54� da Turma Recursaldos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciária do Espírito Santo, razão pela qual acolho a aplicabilidade da alteraçãolegislativa engendrada no 1º-F da Lei nº 9.494/97 com o advento da Lei n.º 11.960/09, inclusive às causas de naturezaprevidenciária.

9. Com efeito, na esteira na jurisprudência do Supremo Tribunal Federal�, a partir de 30.06.2009, impõe-se a aplicaçãoimediata dos índices oficiais da caderneta de poupança para efeito de cálculo de correção monetária e de juros de moraincidentes sobre as condenações pecuniárias impostas à Fazenda Pública, incluídas as verbas consideradas alimentares.

10. Por derradeiro, também merece provimento o recurso da autarquia previdenciária no tópico referente à fixação do termoinicial da mora para efeito de incidência de juros. Segundo orientação firmada na Súmula n.º 204 do Superior Tribunal deJustiça, nas ações relativas a benefícios previdenciários, os juros de mora devem incidir a partir da citação válida, razãopela qual merece reforma, neste ponto, a sentença impugnada.

11. Recurso conhecido e parcialmente provido. Sentença reformada em mínima parte.12. Sem custas, na forma da lei, e sem condenação em honorários advocatícios, ante o provimento parcial do recursoaviado.A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Juízes da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais daSeção Judiciária do Espírito Santo, por unanimidade, CONHECER e, no mérito, DAR PARCIAL PROVIMENTO AORECURSO, na forma da ementa constante dos autos, que passa a integrar o presente julgado.AMÉRICO BEDÊ FREIRE JÚNIOR�Relator

74 - 0000291-94.2008.4.02.5054/01 (2008.50.54.000291-0/01) INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS(PROCDOR: PEDRO INOCENCIO BINDA.) x GENAIR SILVA DE OLIVEIRA (ADVOGADO: VANESSA PROFIRO NUNES.).

RECURSO N. 2008.50.54.000291-0RECORRENTE: INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSSRECORRIDO: GENAIR SILVA DE OLIVEIRARELATOR: DR. AMÉRICO BEDÊ FREIRE JÚNIOR

EMENTA

PREVIDENCIÁRIO – ASSISTÊNCIA SOCIAL – BENEFÍCIO DE PRESTAÇÃO CONTINUADA – ART. 20 DA LEI 8.742/93 –APLICAÇÃO ANALÓGICA DO ARTIGO 34, PARÁGRAFO ÚNICO DO ESTATUTO DO IDOSO – AUSÊNCIA DEVIOLAÇÃO A DISPOSITIVOS LEGAIS OU CONSTITUCIONAIS – JUROS DE MORA – LEI 11.960/09 – APLICABILIDADERECONHECIDA – RECURSO CONHECIDO E PARCIALMENTE PROVIDO – SENTENÇA REFORMADA EM MÍNIMAPARTE

1. Trata-se de Recurso Inominado interposto pelo INSS em face da sentença de fls. 62/67, que julgou procedente o pedidode restabelecimento do benefício assistencial previsto na LOAS. Alega o recorrente que é ilegal a aplicação analógica doartigo 34, parágrafo único, da Lei 10.741/2003, devendo ser julgado improcedente o pedido autoral. Caso seja mantida adecisão recorrida, requer a reforma na fixação dos juros de mora, nos termos da redação dada pela Lei 11.960/2009 aoartigo 1º-F da Lei 9494/97. Não foram apresentadas contrarrazões recursais pela parte autora.

2. Nos termos do art. 20 da Lei 8.742/93, Lei Orgânica da Assistência Social, o benefício de prestação continuada égarantido no valor de um salário mínimo mensal à pessoa portadora de deficiência ou ao idoso com 70 (setenta) anos oumais que comprove não possuir meios de prover a própria subsistência e tampouco de tê-la provida por familiares. Paraefeitos de aplicação do citado dispositivo, considera-se portadora de deficiência a pessoa incapacitada para a vidaindependente e para o trabalho e, da mesma forma, considera-se incapaz de prover a manutenção do portador dedeficiência ou idoso aquela família cuja renda mensal per capita seja inferior a ¼ do salário mínimo.

3. No caso concreto, vislumbra-se que a controvérsia existente se pauta exclusivamente no requisito atinente à rendafamiliar per capita. Com efeito, a sentença recorrida deferiu o pedido autoral de concessão do benefício assistencial previstona LOAS, haja vista ter considerado que o benefício previdenciário percebido pelo cônjuge da recorrida, no valor de umsalário mínimo, não integra a renda familiar para fins de concessão do supracitado benefício assistencial, de modo querestaria caracterizado o enquadramento aos requisitos previstos na Lei 8.742/93, por ser a renda familiar nula.

4. Conforme consta do Relatório Social de fls. 25/28, a recorrida reside apenas com seu cônjuge, de forma que o núcleofamiliar é composto por duas pessoas. A única renda do referido núcleo é a aposentadoria auferida pelo cônjuge dasegunda recorrente (aposentadoria por invalidez em virtude de epilepsia). Estas informações extraídas do laudo socialdeixam claro que a mesma faz jus ao benefício assistencial pleiteado, em virtude de a única renda familiar ser o benefícioprevidenciário percebido por seu cônjuge, no valor de um salário mínimo, reitere-se.

5. O relatório social esclarece, ainda que a renda familiar atual é de R$310,00 em virtude de empréstimo feito pelo cônjugeda parte autora para realizar consertos urgentes na sua residência. Com relação á condição habitacional o laudo informaque a imóvel possui péssima infra0estrutura, péssima habitabilidade e o mobiliário é precário, sendo que o laudo fotográficode fls. 34/36 corroboram a referida informação.

6. Já está sedimentado nesta Turma Recursal e na jurisprudência que é possível a aplicação analógica do parágrafo único

do artigo 34 do Estatuto do Idoso, quando se tratar de benefício previdenciário percebido no valor de um salário mínimo,não devendo tal dispositivo se aplicar apenas para os casos de percepção de benefício de LOAS, o que possibilita aeliminação da renda auferida pelo cônjuge da recorrida para fins de cômputo de renda mensal familiar per capita, tornandoesta renda igual a zero e restando preenchido o requisito renda para a concessão do benefício.

7. Tal entendimento encontra-se consolidado E. Tribunal Regional Federal da 2ª Região: “(...) - A percepção de benefícioprevidenciário por outro membro da família não afasta a condição de miserabilidade. Inteligência da Lei nº 10.741/2003, aotratar do benefício de assistência social previsto na Lei nº 8.742/93 para a pessoa idosa. - Aplicação da mesma regraquando se tratar de benefício assistencial concedido em razão de deficiência. A renda familiar de um salário mínimo,percebida por um membro da família, independentemente da origem da receita, não poderá ser impedimento para queoutro membro, cumprindo os demais requisitos exigidos pela Lei nº 8.742/93, aufira o benefício assistencial, pois a condiçãoeconômica para a sobrevivência é exatamente igual àquela situação de que trata o parágrafo único do artigo 34 da Lei nº10.741/2003. - Assim, está caracterizada, plenamente, a dificuldade em prover dignamente a sua manutenção, pelo quecabível a concessão do benefício assistencial pretendido. - Recurso desprovido.”. (Tribunal Regional Federal da 2ª Região -APELRE – Apelação/Reexame Necessário – 425035, Relator (a): Desembargador Federal André Fontes, Órgão julgador:Segunda Turma Especializada. Fonte: DJU - Data:23/12/2008). (Grifos nossos).

8. Acerca da constitucionalidade da aplicação do artigo 34, parágrafo único, ao caso concreto, o E. Tribunal RegionalFederal da 3ª Região assim se manifesta: “PREVIDENCIÁRIO. BENEFÍCIO ASSISTENCIAL. ART. 203, V, DACONSTITUIÇÃO FEDERAL. ARTIGO 20 DA LEI Nº 8.742/93. IDOSO. ARTIGO 34 DA LEI Nº 10.741/2003. PRESENÇADOS REQUISITOS LEGAIS. CONCESSÃO. - O Plenário do Colendo Supremo Tribunal Federal declarou aconstitucionalidade da disposição contida no § 3º do artigo 20 da Lei nº 8.742/93 (ADIN nº 1.232-1-DF; DJ 01.06.2001). -Nos termos do parágrafo único do art. 34 da Lei nº 10.741/2003, a renda familiar de um salário mínimo, percebida por ummembro da família não poderá ser impedimento para que outro membro, cumprindo os demais requisitos exigidos pela Leinº 8.742/93, aufira o benefício assistencial, independentemente da origem da receita. Precedentes. - O Colendo SupremoTribunal Federal tem considerado que a aplicação da legislação superveniente (artigo 34, parágrafo único, do Estatuto doIdoso) ao caso concreto, não traduz violação ao artigo 203, V, da Constituição Federal ou à decisão proferida na ADIN nº1232-1, o que autoriza o exame da hipótese vertente à luz do mencionado dispositivo legal.(...).”. (Tribunal Regional Federalda 3ª Região - AC 200403990114779 - AC - APELAÇÃO CÍVEL – 928775 – Relatora: Juíza Diva Malerbi – Órgão julgador:Nona Turma – Julgado em: 18/02/2008 – Publicado em: 13/03/2008). (Grifos nossos).

9. As jurisprudências acima deixam explícito que é possível a aplicação analógica do artigo 34, parágrafo único, ao casoconcreto, não cabendo falar em ilegalidade ou inconstitucionalidade do uso desta interpretação, principalmente dos artigos194, parágrafo único; 203, caput (legalidade); artigo 194, III (seletividade e distributividade); artigo 195, § 5º (prévia fonte decusteio); artigos 2º e 44 (princípio da separação dos poderes); e artigo 203, V, todos da CR/88; do artigo 34, parágrafoúnico, da Lei 10.741/2003, e do artigo 20, §§2º e 3º da Lei n. 8.742/93, além dos termos do julgado da ADIn 1232/DF.

10. O entendimento da aplicação analógica do artigo 34, parágrafo único, do Estatuto do Idoso, guarda consonância com ospreceitos constitucionais, por concretizar dispositivos basilares da Carta Magna, tais como o artigo 3º, III (o qual apontacomo um dos objetivos fundamentais da República a erradicação da pobreza e a redução da desigualdade social), de modoque não há que falar em violação dos diplomas legais e dos princípios constitucionais suscitados pela autarquiaprevidenciária, até por restar claro que a situação de quem recebe o benefício da LOAS, nos moldes do que preconiza oparágrafo único do artigo 34 do Estatuto do Idoso, é semelhante à situação de quem percebe benefício previdenciário novalor de um salário mínimo, não cabendo haver distinção quando as situações são equivalentes, tendo em vista que issoviolaria outro princípio fundamental da Constituição de 1988: o princípio da igualdade.

11. No tocante aos juros de mora, a despeito do entendimento originalmente adotado por este magistrado, tenho por bemacompanhar a orientação majoritária delineada por este colegiado e consolidada no Enunciado n.º 54� da Turma Recursaldos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciária do Espírito Santo, razão pela qual acolho a aplicabilidade da alteraçãolegislativa engendrada no 1º-F da Lei n.º 9.494/97 com o advento da Lei n.º 11.960/09, inclusive às causas de naturezaprevidenciária.

12. Com efeito, na esteira na jurisprudência do Supremo Tribunal Federal�, a partir de 30.06.2009, impõe-se a aplicaçãoimediata dos índices oficiais da caderneta de poupança para efeito de cálculo de correção monetária e de juros de moraincidentes sobre as condenações pecuniárias impostas à Fazenda Pública, incluídas as verbas consideradas alimentares.

13. Recurso conhecido e parcialmente provido. Sem custas, na forma da lei. Sem condenação em honorários advocatícios,com base na regra disposta no artigo 55 da Lei 9.099/95.

ACÓRDÃOVistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo, por unanimidade, CONHECER e, no mérito, DAR PARCIALPROVIMENTO AO RECURSO, na forma da ementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do presentejulgado.

AMÉRICO BEDÊ FREIRE JÚNIORJuiz Federal Relator

75 - 0003000-17.2008.4.02.5050/01 (2008.50.50.003000-0/01) INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS(PROCDOR: GUSTAVO CABRAL VIEIRA.) x MARIA DA CONCEIÇÃO ALBANO.RECURSOS DE SENTENÇA N.º 2008.50.50.003000-0/01RECORRENTE: INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL – INSSRECORRIDA: MARIA DA CONCEIÇÃO ALBANORELATOR: JUIZ FEDERAL AMÉRICO BEDÊ FREIRE JÚNIOR

EMENTARECURSO INOMINADO. PREVIDENCIÁRIO. JUROS DE MORA. ART. 1º-F DA LEI 9.494/97. ALTERAÇÃO LEGISLATIVA.CAUSAS PREVIDENCIÁRIAS. APLICABILIDADE RECONHECIDA. INCIDÊNCIA. CITAÇÃO VÁLIDA. RECURSOCONHECIDO E PARCIALMENTE PROVIDO. SENTENÇA REFORMADA.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Juízes da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais daSeção Judiciária do Espírito Santo, por unanimidade, CONHECER e, no mérito, DAR PARCIAL PROVIMENTO AORECURSO, na forma da ementa constante dos autos, que passa a fazer parte integrante do presente julgado.

AMÉRICO BEDÊ FREIRE JÚNIORJuiz Federal Relator

76 - 0000879-79.2009.4.02.5050/01 (2009.50.50.000879-5/01) INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS(PROCDOR: ROSEMBERG ANTONIO DA SILVA.) x LEONEL FRANCISCO PINTO (ADVOGADO: MARIA DE FATIMAMONTEIRO.).RECURSO Nº 2009.50.50.000879-5/01RECORRENTE: INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL – INSSRECORRIDO: LEONEL FRANCISCO PINTORELATORA: DR. AMÉRICO BEDÊ FREIRE JÚNIOR

EMENTAPREVIDENCIÁRIO. AUXÍLIO-DOENÇA E APOSENTADORIA POR INVALIDEZ. INCAPACIDADE PARCIAL E DEFINITIVA.CONDIÇÕES PESSOAIS DESFAVORÁVEIS AO RETORNO AO MERCADO DE TRABALHO. JUROS DE MORA. LEI11.960/09. APLICABILIDADE RECONHECIDA. CITAÇÃO VÁLIDA. RECURSO CONHECIDO E PARCIALMENTEPROVIDO. SENTENÇA REFORMADA EM MÍNIMA PARTE

Trata-se de recurso inominado interposto pelo INSS em face de sentença que julgou procedente o pedido de concessão deauxílio-doença e posterior conversão em aposentadoria por invalidez. O recorrente afirma que, embora o magistrado nãoesteja adstrito ao laudo pericial, as conclusões do expert só podem ser afastadas por robusto conjunto probatório emsentido contrário, mesmo porque o laudo goza de presunção de legitimidade e legalidade. Requer ainda a aplicação do art.1º-F da Lei 9.494/97, com redação dada pela Lei 11.960/2009, bem como a fixação dos juros de mora a partir da citaçãoválida.

No que tange à concessão de aposentadoria por invalidez, a sentença deve ser mantida por seus próprios fundamentos(art. 46 da Lei 9.099/95). O juízo a quo, acertadamente, levou em consideração as condições pessoais do autor – idade (54anos), escolaridade (baixa) e histórico laboral (trabalhador braçal) – para demonstrar o quão improvável seria eventualreinserção no mercado de trabalho. Assim sendo, apesar de a perícia ter constatado que o autor se encontrava parcial edefinitivamente incapaz, as condições pessoais serviram para transformar a incapacidade em total, ante o infrutífero retornodo segurado ao mercado de trabalho.

No tocante aos juros de mora, a despeito do entendimento originalmente adotado por este magistrado, tenho por bemacompanhar a orientação majoritária delineada por este colegiado e consolidada no Enunciado n.º 54� da Turma Recursaldos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciária do Espírito Santo, razão pela qual acolho a aplicabilidade da alteraçãolegislativa engendrada no 1º-F da Lei n.º 9.494/97 com o advento da Lei n.º 11.960/09, inclusive às causas de naturezaprevidenciária.

Com efeito, na esteira na jurisprudência do Supremo Tribunal Federal�, a partir de 30.06.2009, impõe-se a aplicaçãoimediata dos índices oficiais da caderneta de poupança para efeito de cálculo de correção monetária e de juros de moraincidentes sobre as condenações pecuniárias impostas à Fazenda Pública, incluídas as verbas consideradas alimentares.

Por derradeiro, também merece provimento o recurso da autarquia previdenciária no tópico referente à fixação do termoinicial da mora para efeito de incidência de juros. Segundo orientação firmada na Súmula n.º 204 do Superior Tribunal deJustiça, nas ações relativas a benefícios previdenciários, os juros de mora devem incidir a partir da citação válida, razãopela qual merece reforma, neste ponto, a sentença impugnada.

Recurso conhecido e parcialmente provido.

Sem custas, na forma da lei. Sem condenação em honorários advocatícios, com base na regra disposta no artigo 55 da Lei9.099/95.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo, por unanimidade, CONHECER e, no mérito, DAR PARCIALPROVIMENTO AO RECURSO, na forma da ementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do presentejulgado.

AMÉRICO BEDÊ FREIRE JÚNIORRelator

77 - 0000404-17.2009.4.02.5053/01 (2009.50.53.000404-4/01) INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS(PROCDOR: ERIN LUÍSA LEITE VIEIRA.) x ANDERSON BATISTA DE SOUZA e ALYSON BATISTA RODRIGUES,representados por ELIZAMAR PEREIRA BATISTA (ADVOGADO: FERNANDA ANDRADE SANTANA, ANDRÉCAMPANHARO PÁDUA.).RECURSO N. 2009.50.53.000404-4/01RECORRENTE: INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSSRECORRIDO: ANDERSON BATISTA DE SOUZA E ALYSON BATISTA RODRIGUES, REPRESENTADOS PORELIZAMAR PEREIRA BATISTARELATOR: DR. AMÉRICO BEDÊ FREIRE JÚNIOR

EMENTA

RECURSO INOMINADO – PREVIDENCIÁRIO – CONCESSÃO DE PENSÃO POR MORTE – COMPROVAÇÃO DOESTADO DE DESEMPREGO POR OUTROS MEIOS QUE NÃO O DO REGISTRO EM ÓRGÃO PRÓPRIO DOMINISTÉRIO DO TRABALHO E DA PREVIDÊNCIA SOCIAL – AMPLIAÇÃO DA INTERPRETAÇÃO DO ARTIGO 15, § 2ºDA LEI 8.213/91 – RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO – SENTENÇA MANTIDA.

Trata-se de Recurso Inominado interposto pelo INSS, ora recorrente, em face da sentença de fls. 60/62, a qual julgouprocedente o pedido de concessão de pensão por morte. Aduz o recorrente, em suas razões, que não houve acomprovação da qualidade de segurado, tendo em vista a ausência de prova da situação de desemprego do de cujus àépoca de seu falecimento, não sendo possível a aplicação do disposto no artigo 15, § 2º da Lei 8.213/91.

O benefício de pensão por morte é devido ao conjunto de dependentes do segurado que falecer, aposentado ou não, nostermos do artigo 74 da Lei 8.213/91. Com efeito, a sua concessão não exige o recolhimento de número mínimo decontribuições (carência), conforme preceitua o art. 26, I, da Lei nº 8.213/91. Basta que o instituidor da pensão esteja filiado àPrevidência Social (qualidade de segurado) na data do óbito. Ressalta-se que a carência e qualidade de segurado sãoinstitutos distintos e independentes, de modo que o fato de a carência não ser necessária, não impede que se exija aqualidade de segurado como requisito para a concessão da pensão por morte.

No presente caso, verifica-se que o requisito controverso se pauta na presença ou não da qualidade de segurado por partedo de cujus à época de seu falecimento, para fins de percepção, por seus dependentes, de benefício de pensão por morte.

A sentença proferida pelo juiz a quo, a qual considerou que a condição de desempregado pode ser comprovada pelaausência de anotação na CTPS do segurado, para fins de ampliação do período de graça e consequente manutenção daqualidade de segurado, nos moldes do artigo 15, § 2º da Lei 8.213/91, deve ser mantida.

Isso porque o período de graça é direito fundamental do segurado, pelo fato de consagrar (especialmente na hipótese doartigo 15, § 2º da Lei 8.213/91) um dos pilares da Previdência Social, qual seja, a cobertura de contingências, deeventualidades, sendo o desemprego uma destas.

Numa situação de desemprego, por mais que não haja registro em órgão próprio do Ministério do Trabalho e do Ministérioda Previdência Social, havendo comprovação de ausência de anotação de vínculo empregatício na CTPS do segurado (eno presente caso verifica-se esta ausência, tendo em vista que a última anotação na CTPS do de cujus data de dezembro

de 2006 – fl. 44 –, sendo que o mesmo veio a óbito em 20/04/2008 – fl. 07), deve ser estendido o período de graça, parafins de manutenção da qualidade de segurado.

Vale salientar que esta situação de desemprego é corroborada pelo Cadastro Nacional de Informações Sociais – CNIS (fl.26), o qual também possui como último registro do segurado o vínculo que se findou em dezembro de 2006. É preciso terem mente que a aplicação do artigo 15, § 2º da Lei 8.213/91, valendo-se, para tanto, da análise da CTPS do segurado, nãoencontra objeção no caso em questão, até porque não se deve exigir dos dependentes do de cujus que comprovem o nãoexercício de atividade laboral por parte deste até o seu óbito, algo pouco factível, cabendo à autarquia previdenciária afastara mencionada CTPS como meio de prova da situação de desemprego, o que não ocorreu.

O raciocínio feito pela sentença e mantido por esta Relatoria encontra guarida na Súmula 27 da Turma Nacional deUniformização dos Juizados Especiais Federais, a qual dispõe que “A ausência de registro em órgão do Ministério doTrabalho não impede a comprovação do desemprego por outros meios admitidos em Direito.”.

A jurisprudência também se manifesta neste sentido: PREVIDENCIÁRIO. AGRAVO DE INSTRUMENTO. MANDADO DESEGURANÇA. TRABALHADOR URBANO. CONCEDIDA LIMINAR PARA DETERMINAR A CONCESSÃO DO BENEFÍCIOPREVIDENCIÁRIO DE AUXÍLIO-DOENÇA. ENFERMIDADE QUE SE INSTRALOU (sic) NO PERÍODO DE GRAÇA.CONDIÇÃO DE DESEMPREGADO VERIFICADA PELA INEXISTÊNCIA DE REGISTRO NA CARTEIRA DE TRABALHO.RECURSO PARCIALMENTE PROVIDO. 1. O INSS indeferiu pedido administrativo de auxílio-doença, sob a alegação deperda da qualidade de segurado. 2. Existência de prova documental no sentido de que desde 02/05/2001 o impetranteencontrava-se desempregado. 3. Manutenção da qualidade de segurado por 24 (vinte e quatro) meses, acrescido de mais12 (doze) meses, nos termos do artigo 15, §§ 1º e 2º, da Lei previdenciária. 4. O texto legal refere-se a (sic) comprovaçãodo desemprego através de registro no órgão próprio do Ministério do Trabalho. Esse órgão está por ser definido pelaAdministração Federal, não podendo esse impasse gerar prejuízo ao segurado, que se vê impedido de se beneficiar dacondição de segurado por mais 12 (doze) meses) (sic). 5. Necessidade de interpretar a lei como uma garantia e não comoum obstáculo para o segurado. Precedentes jurisprudenciais. 6. Comprovado o "fumus boni juris". Já o "periculum in mora"decorre do caráter alimentar de que se reveste o benefício. 7. Determinação de submissão do agravado a programa dereabilitação profissional, nos termos do artigo 62 da Lei nº 8.213/91, findo o qual deverá ser expedido o certificado previstono 'caput' do artigo 140 do Decreto nº 3.048/99, Regulamento da Previdência Social. 8. O auxílio-doença dever ser mantidoaté a conclusão do programa. Uma vez reabilitado, e comprovada nos autos a cessação da incapacidade, faculta-se aomagistrado rever a liminar. 9. Cominação de multa diária de R$ 100,00 (cem reais) para o caso de descumprimento daordem pelo INSS. 10. Agravo de instrumento parcialmente provido. (Tribunal Regional Federal da 3ª Região – Agravo deInstrumento n. 247972 – Órgão Julgador: Nona Turma – Relatora: Juíza convocada em auxílio Vanessa Mello – Julgadoem: 18/12/2006 – Publicado em: 31/01/2007). (Grifos nossos).

Verificando-se a comprovação do desemprego do segurado, o qual, no caso concreto, durou de dezembro de 2006 até oseu óbito, em abril de 2008, conforme se verifica pela ausência de anotações na CTPS do mesmo após aquela data, e peloCNIS deste, deve haver a incidência do artigo 15, § 2º da Lei 8.213/91, de modo a ser estendida a qualidade de seguradoaté fevereiro de 2009, em virtude do § 4º, artigo 15, do mesmo diploma normativo, possibilitando-se a concessão de pensãopor morte aos dependentes do de cujus.

Recurso conhecido e improvido. Sentença mantida. Sem custas, na forma da lei. Condenação do INSS ao pagamento dehonorários advocatícios no montante de R$ 500,00 (quinhentos reais), conforme previsão contida no artigo 20, § 4º, doCPC.

ACÓRDÃO

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo, por unanimidade, NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO, na formada ementa constante dos autos, a qual fica fazendo parte integrante do presente julgado.

AMÉRICO BEDÊ FREIRE JÚNIORJuiz Federal Relator

78 - 0000760-21.2009.4.02.5050/01 (2009.50.50.000760-2/01) JOSE BORGES (ADVOGADO: ADRIANE ALMEIDA DEOLIVEIRA.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: SIMONE LENGRUBER DARROZROSSONI.).RECURSO N. 2009.50.50.000760-2/01RECORRENTE: JOSÉ BORGESRECORRIDO: INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSSRELATOR: DR. AMÉRICO BEDÊ FREIRE JÚNIOR

EMENTA

RECURSO INOMINADO – PREVIDENCIÁRIO – CONCESSÃO DE PENSÃO POR MORTE – APLICAÇÃO DO DIPLOMANORMATIVO VIGENTE À ÉPOCA DO ÓBITO – AINDA QUE SE ADMITA A COMPROVAÇÃO DO ESTADO DEDESEMPREGO POR OUTROS MEIOS QUE NÃO O DO REGISTRO EM ÓRGÃO PRÓPRIO DO MINISTÉRIO DO

TRABALHO E DA PREVIDÊNCIA SOCIAL, NÃO HAVERIA A POSSIBILIDADE DE CONCEDER O BENEFÍCIOPLEITEADO, HAJA VISTA QUE O LAPSO TEMPORAL ENTRE A DATA DO ÚLTIMO VÍNCULO EMPREGATÍCIO E A DOÓBITO É SUPERIOR A 24 MESES, NÃO HAVENDO NO DECRETO N. 89.312/84 REGRAMENTO EQUIVALENTE AO DO§ 4º, ARTIGO 15, DA LEI 8.213/91, O QUAL PRORROGARIA A QUALIDADE DE SEGURADO ATÉ O 26º MÊS,CONTADO DO ÚLTIMO VÍNCULO DE EMPREGO – RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO – SENTENÇA MANTIDA.

Trata-se de Recurso Inominado interposto pela parte autora, ora recorrente, em face da sentença de fls. 84/86, a qualjulgou improcedente o pedido autoral, de concessão de pensão por morte. Alega o recorrente, em suas razões, que areferida sentença deve ser reformada, tendo em vista o princípio da dignidade da pessoa humana e os fins sociaispertinentes à demanda.

No presente caso, verifica-se que deve ser aplicado, para o deslinde da causa, o Decreto n. 89.312/84, o qual vigoravaquando do óbito do cônjuge do recorrente. O referido decreto trazia disposição equivalente ao artigo 15, § 2º da Lei8.213/91 (artigo 7º, § 1º, “e”), o qual dispõe sobre a necessidade de registro da situação de desemprego em órgão própriodo Ministério do Trabalho e da Previdência Social (sendo que a redação do decreto trazia apenas a necessidade de registroem órgão próprio do Ministério do Trabalho).

Caso a discussão dos presentes autos estivesse pautada apenas na necessidade de registro em órgão competente, parafins de manutenção da qualidade de segurado, não haveria óbice à concessão do benefício de pensão por morte, tendo emvista o entendimento desta Relatoria quanto à possibilidade de utilizar a CTPS do de cujus para comprovar a situação dedesemprego.

Todavia, o caso concreto demanda a análise de outra questão. O Decreto n. 89.312/84, ora aplicado, não trazia dispositivoreferente à data da perda da qualidade de segurado, conforme consta da Lei 8.213/91 (artigo 15, § 4º). Este artigo dispõeque “A perda da qualidade de segurado ocorrerá no dia seguinte ao do término do prazo fixado no Plano de Custeio daSeguridade Social para recolhimento da contribuição referente ao mês imediatamente posterior ao do final dos prazosfixados neste artigo e seus parágrafos.”. Por meio desta redação, conclui-se que a perda da qualidade de segurado,levando-se em consideração o acréscimo de 12 (doze) meses do artigo 7º, § 1º, “e” do Decreto supra (equivalente ao artigo15, § 2º, da Lei 8.213/91), ocorreria no 16º dia do 26º mês contado da data do último vínculo empregatício do de cujus, oque possibilitaria a manutenção da qualidade de segurado, com a consequente concessão do benefício.

Entretanto, não existia no Decreto n. 89.312/84 dispositivo equivalente ao artigo 15, § 4º da Lei 8.213/91, o que fez com queocorresse a perda da qualidade de segurado, considerando-se o acréscimo de 12 (doze) acima mencionado, em 31/01/84(24 meses após o último vínculo empregatício – 31/01/1982, conforme consta à fl. 16). Como o óbito ocorreu em05/03/1984 (fl. 22), não há que falar em manutenção da qualidade de segurado, não sendo devido o benefício de pensãopor morte.

Recurso conhecido e improvido. Sentença mantida. Sem custas, na forma da lei. Sem condenação em honoráriosadvocatícios, devido ao deferimento do benefício da Assistência Jurídica Gratuita (fl. 63).

ACÓRDÃO

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo, por unanimidade, NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO, na formada ementa constante dos autos, a qual fica fazendo parte integrante do presente julgado.

AMÉRICO BEDÊ FREIRE JÚNIORJuiz Federal Relator

79 - 0000425-62.2010.4.02.5051/01 (2010.50.51.000425-9/01) BELMIRO DOS SANTOS (ADVOGADO: IZAIAS CORREABARBOZA JUNIOR.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: MARCELA REIS SILVA.).RECURSO N. 2010.50.51.000425-9/01RECORRENTE: BELMIRO DOS SANTOSRECORRIDO: INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSSRELATOR: DR. AMÉRICO BEDÊ FREIRE JÚNIOR

EMENTA

RECURSO INOMINADO – PREVIDENCIÁRIO – CONCESSÃO DE PENSÃO POR MORTE – INEXISTÊNCIA DEDEPENDÊNCIA ECONÔMICA, NÃO TENDO SIDO CUMPRIDO O DISPOSTO NO ARTIGO 16, PARÁGRAFO 4º, DA LEI8.213/91 – IMPOSSIBILIDADE DE EXTENSÃO DA SUPRACITADA DEPENDÊNCIA – RECURSO CONHECIDO EIMPROVIDO – SENTENÇA MANTIDA.

Trata-se de recurso inominado interposto pela parte autora, ora recorrente, em face da sentença de fls. 72/74, a qual julgouimprocedente o pedido autoral de concessão de pensão por morte. Aduz o recorrente, em suas razões, que a dependência

econômica verificada para a concessão do benefício de pensão por morte à sua esposa, ora falecida, deveria ser estendidaao mesmo, pelo fato de a referida esposa ter convivido com o mencionado recorrente até o falecimento daquela.

O benefício de pensão por morte é devido ao conjunto de dependentes do segurado que falecer, aposentado ou não, nostermos do artigo 74 da Lei 8.213/91. Com efeito, a sua concessão não exige o recolhimento de número mínimo decontribuições (carência), conforme preceitua o art. 26, I, da Lei nº 8.213/91. Basta que o instituidor da pensão esteja filiado àPrevidência Social (qualidade de segurado) na data do óbito. Ressalta-se que a carência e qualidade de segurado sãoinstitutos distintos e independentes, de modo que o fato de a carência não ser necessária, não impede que se exija aqualidade de segurado como requisito para a concessão da pensão por morte.

O artigo 16 da Lei 8.213/91 traz o rol de pessoas que podem figurar como dependentes do segurado, e neste rol estãoincluídos os genitores do mesmo, os quais poderão receber o benefício de pensão por morte caso comprovem a existênciade uma relação de dependência econômica no que tange ao filho que veio a óbito (inciso II, conjugado com o parágrafo 4º,ambos do supracitado artigo).

No caso concreto, verifica-se que o recorrente não faz jus ao benefício previdenciário, tendo em vista não ter sidocomprovado o requisito atinente à dependência econômica. Com efeito, não há nos autos documentação a qual possibiliteenquadrar o mencionado recorrente como dependente econômico de seu falecido filho, sendo que a nota fiscal à fl. 40 nãopode, por si só, comprovar a alegada dependência, por não se tratarem, os bens comprados, de bens relacionadosdiretamente com o suprimento de necessidades básicas do ser humano, tais como alimentação, vestuário e medicamentos,os quais indicariam a existência de dependência econômica, por serem de uso corrente de todos.

Ademais, cabe salientar que apenas a genitora do de cujus recebia a pensão por morte referente a este, recebimentoefetuado até o óbito da mesma, o que leva à conclusão de que o recorrente não preencheu os requisitos para a concessãodo benefício em questão. Deve-se atentar para o fato de que o mesmo percebe aposentadoria por tempo de contribuiçãopela atividade de ferroviário desde 1978 (fl. 16), quase 10 (dez) anos antes do óbito de seu filho (fl. 37), o que indica aausência de dependência econômica.

Já a esposa do recorrente, já falecida, era doméstica, conforme consta de sua Certidão de Casamento à fl. 13, e obenefício de aposentadoria por idade que a mesma recebia desde 1983 foi concedido na categoria “contribuinte individual”(fl. 22), o que indica que a mesma não tinha condições de contribuir para a Previdência Social, dependendo de outrem paratal. Tudo isso demonstra a dependência econômica da genitora do de cujus, mas não a do genitor do mesmo, orarecorrente, não cabendo a concessão de pensão por morte a este, em virtude do óbito de seu filho.

Cabe mencionar que a extensão da dependência econômica requerida pelo recorrente, o que implicaria em estender asupracitada dependência da genitora do de cujus para o referido recorrente, não encontra guarida em nosso ordenamentojurídico, por ferir o disposto no artigo 195, § 5º, da CR/88 (o qual veda a extensão de benefício sem prévia fonte de custeio),e por considerar que a possibilidade de comprovação da dependência econômica pode ser aferida após o óbito dosegurado, o que não procede.

Recurso conhecido e improvido. Sentença mantida. Sem custas, na forma da lei. Sem condenação em honoráriosadvocatícios, ante o deferimento do benefício da Assistência Judiciária Gratuita (fl. 50).

ACÓRDÃO

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo, por unanimidade, NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO, na formada ementa constante dos autos, a qual fica fazendo parte integrante do presente julgado.

AMÉRICO BEDÊ FREIRE JÚNIORJuiz Federal Relator

80 - 0000515-10.2009.4.02.5050/01 (2009.50.50.000515-0/01) INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS(PROCDOR: BRUNO MIRANDA COSTA.) x GEANNE CASTELLO AMADO.RECURSO DE SENTENÇA N.º 2009.50.50.000515-0/01RECORRENTE: INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL – INSSRECORRIDO(A): GEANNE CASTELLO AMADORELATOR: JUIZ FEDERAL AMÉRICO BEDÊ FREIRE JÚNIOR

DECISÃO

Trata-se de recurso inominado interposto pelo INSS em face da sentença de fls. 32/35, na qual restou deferido o pleito deconcessão de pensão por morte à autora, ante o reconhecimento da situação de desemprego do instituidor do benefíciopara efeito de aplicação da extensão do período de graça prevista no §2º do artigo 15 da Lei n.º8.213/91. Aduz a autarquiaprevidenciária, em suas razões, que não houve demonstração da situação de desemprego através de registro em órgãopróprio do Ministério do Trabalho e do Ministério da Previdência Social, sendo certo que a ausência de anotação na CTPS

não constitui elemento suficiente à comprovação de tal circunstância.Considerando o entendimento adotado pela Terceira Seção do Superior Tribunal de Justiça, no julgamento de incidente deuniformização nos autos da Petição n.º 7115/PR�, decidem os Juízes da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federaisda Seção Judiciária do Espírito Santo, por unanimidade, CONVERTER O FEITO EM DILIGÊNCIA e determinar a intimaçãoda parte recorrida (autora) para que informe se pretende promover a produção de prova suplementar (documental,testemunhal, etc.), com vistas à comprovação da situação de desemprego do de cujus e de sua manutenção até a data doóbito.

Vitória - ES, 22 de abril de 2011.

AMÉRICO BEDÊ FREIRE JÚNIORJuiz Federal Relator

81 - 0000071-31.2010.4.02.5053/01 (2010.50.53.000071-5/01) INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS(PROCDOR: ERIN LUÍSA LEITE VIEIRA.) x DILMA MENDES FRAGA (ADVOGADO: JOÃO ROBERT CUZZUOLPEREIRA.).RECURSO N. 2010.50.53.000071-5/01RECORRENTE: INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSSRECORRIDO: DILMA MENDES FRAGARELATOR: DR. AMÉRICO BEDÊ FREIRE JÚNIOR

EMENTA

RECURSO INOMINADO – PREVIDENCIÁRIO – CONCESSÃO DE PENSÃO POR MORTE – EXISTÊNCIA DEDEPENDÊNCIA ECONÔMICA, TENDO SIDO CUMPRIDO O DISPOSTO NO ARTIGO 16, PARÁGRAFO 4º, DA LEI8.213/91 – RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO – SENTENÇA MANTIDA.

1. Trata-se de Recurso Inominado interposto pelo INSS, ora recorrente, em face da sentença de fls. 120/123, que julgouprocedente o pedido de concessão de pensão por morte. Aduz o INSS, em suas razões, que não há nos autos provamaterial de dependência econômica da recorrida em relação ao de cujus, seu filho, já que a autora sempre trabalhou, nãopreenchendo, desse modo, tal requisito.

2. O benefício de pensão por morte é devido ao conjunto de dependentes do segurado que falecer, aposentado ou não, nostermos do artigo 74 da Lei 8.312/91. Com efeito, a sua concessão não exige o recolhimento de número mínimo decontribuições (carência), conforme preceitua o art. 26, I, da Lei nº 8.213/91. Basta que o instituidor da pensão esteja filiado àPrevidência Social (qualidade de segurado) na data do óbito. Ressalta-se que a carência e qualidade de segurado sãoinstitutos distintos e independentes, de modo que o fato de a carência não ser necessária, não impede que se exija aqualidade de segurado como requisito para a concessão da pensão por morte.

3. O artigo 16 da Lei 8.213/91 traz o rol de pessoas que podem figurar como dependentes do segurado, e neste rol estãoincluídos os genitores do mesmo, os quais poderão receber o benefício de pensão por morte caso comprovem a existênciade uma relação de dependência econômica no que tange ao filho que veio a óbito (inciso II, conjugado com o parágrafo 4º,ambos do supracitado artigo).

4. No que tange ao fato da recorrente não ter apresentado provas documentais suficientes para a comprovação dedependência econômica, trazendo aos autos apenas documentos que comprovam que o ex-segurado morava na mesmaresidência (fls. 18,19 e 37), entendo que esta verificação possa ser feita também através de provas testemunhais (art. 22,§3º), o que foi feito no presente caso, onde ambas as testemunhas (fl. 118) confirmaram que a renda auferida pelo filhofalecido da autora era essencial e imprescindível para a manutenção da família.

5. Ainda que possa restar eventual dúvida sobre a prova de dependência econômica, cabe demonstrar entendimentoconsolidado pelo Superior Tribunal de Justiça, conforme a ementa que ora se transcreve: PREVIDENCIÁRIO. AGRAVOREGIMENTAL NO RECURSO ESPECIAL. PENSÃO POR MORTE. DEPENDÊNCIA ECONÔMICA. COMPROVAÇÃO.AGRAVO IMPROVIDO. 1. A Terceira Seção deste Superior Tribunal, no âmbito da Quinta e da Sexta Turma, já consolidouentendimento no sentido de que não se exige início de prova material para comprovação da dependência econômica demãe para com o filho, para fins de obtenção do benefício de pensão por morte. 2. Agravo improvido. Processo: AGRESP200602014106. Relator: ARNALDO ESTEVES LIMA. Órgão julgador: STJ, QUINTA TURMA. Fonte: DJE. DATA:03/11/2008.

PROCESSUAL E PREVIDENCIÁRIO. PENSÃO POR MORTE. DEPENDÊNCIA ECONÔMICA. COMPROVAÇÃO. INÍCIODE PROVA MATERIAL. INEXIGÊNCIA. A legislação previdenciária não exige início de prova material para comprovação dadependência econômica de mãe para com o filho segurado, sendo bastante a prova testemunhal lícita e idônea. Recursonão conhecido. Processo: AGRESP 200602014106. Relator: ARNALDO ESTEVES LIMA. Órgão julgador: STJ, QUINTATURMA. Fonte: DJE. DATA: 03/11/2008.

6. Pelas provas produzidas nos autos, verifica-se que restou comprovado o preenchimento do requisito da dependênciaeconômica.

7. Ante o exposto, conheço e NEGO PROVIMENTO ao recurso inominado, de modo a manter incólume a sentença deprimeiro grau, em todos os seus termos.

8. Condenação do recorrente ao pagamento de honorários advocatícios ao recorrido, no valor de R$ 500,00 (quinhentosreais), nos termos do art. 59, caput, da Lei 9.099/95.

ACÓRDÃO

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo CONHECER DO RECURSO E NEGAR PROVIMENTO AOMESMO, de forma a manter a sentença, na forma da ementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante dopresente julgado.

AMÉRICO BEDÊ FREIRE JÚNIORRelator

82 - 0000049-15.2006.4.02.5052/01 (2006.50.52.000049-1/01) RENATO NUNES BARBOSA (ADVOGADO: MARÍLIAPAULA MACEDO.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: Marcos Figueredo Marçal.).RECURSO N. 2006.50.52.000049-1/01RECORRENTE: RENATO NUNES BARBOSARECORRIDO: INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL – INSSRELATOR: DR. AMÉRICO BEDÊ FREIRE JÚNIOR

DECISÃO NOS EMBARGOS DE DECLARAÇÃO

Trata-se de Embargos Declaratórios opostos em face do acórdão de fls. 134/135 dos autos, por intermédio dos quais aduza parte autora, ora embargante, que houve omissão no acórdão impugnado quanto à condenação do INSS ao pagamentode honorários advocatícios e de custas processuais, tendo em vista o provimento do Recurso Inominado interposto peloembargante.

Os Embargos de Declaração, nos termos do art. 535 do CPC, limitam-se a suprir omissões, aportar clareza ou retificareventuais contradições existentes no bojo da decisão recorrida, nada mais.

No presente caso, verifica-se que, de fato, houve omissão por parte do acórdão quanto à menção à condenação ou não daautarquia previdenciária ao pagamento de honorários advocatícios à parte autora, bem como à condenação em custasprocessuais. Todavia, não há que falar na presença de caráter infringente nos Embargos opostos, haja vista que, conformepreconiza o artigo 55 da Lei 9.099/95, os honorários advocatícios sucumbenciais somente serão devidos em segundo grauquando a parte recorrente for vencida.

Desse modo, para que o INSS fosse condenado ao pagamento de honorários advocatícios, seria necessário que o mesmotivesse recorrido da sentença de fls. 110/120 e não tivesse logrado êxito na reforma da mesma. Entretanto, a mencionadaautarquia sequer recorreu, de modo a não ser aplicado ao caso concreto o disposto no dispositivo supracitado, o queimpede a condenação em honorários advocatícios.

Os presentes Embargos Declaratórios também não possuem caráter infringente no que tange à condenação em custasprocessuais, tendo em vista ser o INSS isento do pagamento das mesmas, conforme disposição contida no artigo 4º, I, daLei 9.289/96.

Ante o exposto, DOU PROVIMENTO aos Embargos de Declaração, ante a presença de omissão no acórdão de fls.134/135, o qual, a despeito de não ser devida a condenação do INSS ao pagamento de honorários advocatícios, tampoucode custas processuais, deveria ter se manifestado sobre a incidência ou não dos mesmos, por se tratar de matéria deordem pública. A omissão será suprida do seguinte modo:

Ao item 6 do acórdão será acrescentado o seguinte trecho: “Sem custas, na forma do artigo 4º, I, da Lei 9.289/96. Semcondenação em honorários advocatícios, haja vista a incidência do artigo 55 da Lei 9.099/95, o qual somente autoriza aconcessão destes quando a parte recorrente for vencida, o que não ocorre no caso concreto.”.

É a decisão.

AMÉRICO BEDÊ FREIRE JÚNIORJuiz Federal Relator

RECURSO N. 2006.50.52.000049-1/01RECORRENTE: RENATO NUNES BARBOSARECORRIDO: INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL – INSSRELATOR: DR. AMÉRICO BEDÊ FREIRE JÚNIOR

EMENTA

EMBARGOS DECLARATÓRIOS – OMISSÃO QUANTO À MANIFESTAÇÃO SOBRE A INCIDÊNCIA OU NÃO DEHONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS E DE CUSTAS PROCESSUAIS DEVIDOS PELO INSS – AUSÊNCIA DE EFEITOSINFRINGENTES, HAJA VISTA A INCIDÊNCIA DO ARTIGO 55 DA LEI 9.099/95, O QUAL AUTORIZA O PAGAMENTO DEHONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS APENAS QUANDO O RECORRENTE FOR VENCIDO, O QUE NÃO OCORRE NO CASOCONCRETO, POSTO TER O RECORRENTE OBTIDO ÊXITO COM A INTERPOSIÇÃO DO RECURSO, E PELODISPOSTO NO ARTIGO 4º, I, DA LEI 9.289/96, O QUAL ISENTA O INSS DO PAGAMENTO DE CUSTAS PROCESSUAIS.

ACÓRDÃO

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo, por unanimidade, DAR PROVIMENTO AOS EMBARGOS DEDECLARAÇÃO, na forma da ementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do presente julgado.

AMÉRICO BEDÊ FREIRE JÚNIORJuiz Federal Relator

83 - 0001000-44.2008.4.02.5050/01 (2008.50.50.001000-1/01) INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS(PROCDOR: ROSEMBERG ANTONIO DA SILVA.) x IRENY ROSA DE JESUS GONÇALVES (DEF.PUB: LIDIANE DAPENHA SEGAL.).PODER JUDICIÁRIOJUSTIÇA FEDERALSEÇÃO JUDICIÁRIA DO ESPÍRITO SANTOTURMA RECURSAL DOS JUIZADOS ESPECIAIS FEDERAIS

RECURSO N. 2008.50.50.001000-1/01RECORRENTE: INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS RECORRIDO: IRENY ROSA DE JESUSGONÇALVESRELATOR: DR. AMÉRICO BEDÊ FREIRE JÚNIOR

EMENTA

EMBARGOS DE DECLARAÇÃO – INEXISTÊNCIA DE OMISSÃO, CONTRADIÇÃO OU OBSCURIDADE – PAUTA DEAUDIÊNCIA – INEXISTÊNCIA DE INTIMAÇÃO PESSOAL DA DEFENSORIA PÚBLICA DA UNIÃO – ALEGAÇÃO DENULIDADE QUE NÃO SE RECONHECE – AUSÊNCIA DE PREJUÍZO – EMBARGOS REJEITADOS – ACÓRDÃOMANTIDO.

1. Cuida-se de Embargos de Declaração interpostos em face do acórdão de fl. 87 proferido pela Turma Recursal,por intermédio dos quais aduz a parte autora, ora embargante, que houve omissão por parte do acórdão impugnado no quetange à ausência de intimação pessoal da Defensoria Pública da União, sua patrona, acerca da pauta de julgamento dasessão extraordinária do dia 17.11.2010. Sustenta-se que a Defensoria Pública da União não foi intimada pessoalmentepara o julgamento do recurso inominado interposto, não tendo se manifestado a Turma Recursal quanto à possível afrontaaos artigos 5º, LXXIV e 134, ambos da CF.Os embargos de declaração, nos termos do art. 535 do CPC, limitam-se a suprir omissões, aportar clareza ou retificareventuais contradições existentes no bojo da decisão recorrida, nada mais.Todavia, a hipótese dos autos não caracteriza omissão, contradição ou obscuridade, não podendo prosperar o recursointerposto, uma vez que ausentes os requisitos previstos no art. 535 do CPC.4. De início, cumpre registrar que, nos termos da Portaria n. 03/2009 da Presidência da Turma Recursal do EspíritoSanto, a intimação da pauta da sessão de julgamento será feita “somente pela imprensa oficial, salvo nos casos ondehouver interesse do Ministério Público Federal”.Os embargos de declaração não merecem ser acolhidos, haja vista que o acórdão embargado não padece de omissãopassível do manejo da referida peça processual. No caso concreto, vislumbra-se que a embargante não comprovoueventual prejuízo sofrido ante a ausência de intimação pessoal da Defensora Pública da União.O §1º do artigo 249 do Código de Processo Civil assim dispõe: O ato não se repetirá nem se lhe suprirá a falta quando nãoprejudicar a parte. Este dispositivo consagra o princípio do prejuízo, do francês pas de nullité sans grief, o qual indica quenão há nulidade sem prejuízo.Dessa forma, não havendo prejuízo para a embargante, não há que falar em omissão por parte do acórdão, até porque apublicação da pauta de julgamento no Boletim Eletrônico da Justiça Federal (fl. 84) proporcionou ampla divulgação dareferida pauta, não tendo a embargante logrado êxito em comprovar ter sofrido qualquer prejuízo.Vale frisar que não houve violação a qualquer dispositivo constitucional ou legal quando da confecção do acórdãoembargado, em especial dos artigos 5º, LXXIV e do artigo 134, ambos da Constituição da República, até pelo fato de nãoter havido prejuízo para a defesa da embargante, tendo sido preservado o papel da Defensoria Pública de instituiçãoessencial à função jurisdicional do Estado, conforme preconiza o referido artigo 134 da CR/88.Embargos de declaração conhecidos e não providos, em razão da inexistência de vício a ser sanado, conforme o artigo 535do CPC.

A C Ó R D Ã OVistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo, por unanimidade, CONHECER e, no mérito, NEGARPROVIMENTO AO RECURSO, na forma da ementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do presentejulgado.

AMÉRICO BEDÊ FREIRE JÚNIORJuiz Federal Relator

84 - 0007306-29.2008.4.02.5050/01 (2008.50.50.007306-0/01) VALMI DUTRA CORDEIRO (DEF.PUB: ALINE FELLIPEPACHECO SARTÓRIO.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: SIMONE LENGRUBERDARROZ ROSSONI.).PROCESSO Nº 2008.50.50.007306-0/01EMBARGANTE: VALMI DUTRA CORDEIROEMBARGADO: INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSSRELATOR: JUIZ FEDERAL AMÉRICO BEDÊ FREIRE JÚNIOR

EMENTAEMBARGOS DE DECLARAÇÃO – INEXISTÊNCIA DE OMISSÃO, CONTRADIÇÃO OU OBSCURIDADE – INTIMAÇÃOPESSOAL DA DEFENSORIA PÚBLICA DA UNIÃO - ALEGAÇÃO DE NULIDADE QUE NÃO SE RECONHECE –AUSÊNCIA DE PREJUÍZO - EMBARGOS REJEITADOS – ACÓRDÃO MANTIDO.I. Cuida-se de Embargos de Declaração opostos em face do acórdão proferido pela Turma Recursal às fls. 115/116, por

intermédio dos quais aduz a parte autora, ora embargante, suposta omissão no julgado no que concerne à ausência deintimação pessoal do membro da Defensoria Pública da União acerca da pauta de julgamento da sessão extraordináriadeste colegiado do dia 17.11.2010. Sustenta-se que a Defensoria Pública da União não foi intimada pessoalmente para ojulgamento do recurso inominado interposto, não havendo manifestação expressa dos julgadores acerca de possível afrontaaos artigos 5º, LXXIV e 134, ambos da CF.II Os embargos de declaração, nos termos do art. 535 do CPC, limitam-se a suprir omissões, aportar clareza ou retificareventuais contradições existentes no bojo da decisão recorrida. Todavia, o acórdão embargado não veicula qualquerhipótese de omissão, contradição ou obscuridade, pelo que não merece prosperar o recurso aviado.III. De início, cumpre registrar que, nos termos da Portaria nº 03/2009 da Presidência da Turma Recursal do Espírito Santo,a intimação da pauta da sessão de julgamento será feita “somente pela imprensa oficial, salvo nos casos onde houverinteresse do Ministério Público Federal”.IV. Doutra parte, segundo art. 249, § 1º, do CPC, “o ato não se repetirá nem se lhe suprirá a falta quando não prejudicar aparte”. Este dispositivo consagra o princípio da ausência de nulidade sem prejuízo, do francês pas de nullité sans grief.Verifica-se, in casu, que a embargante não comprovou efetivo prejuízo advindo da ausência de intimação pessoal daDefensora Pública da União, notadamente porque há registro nos autos de comunicação do ato a servidor (qualificado nosembargos como estagiário) do órgão, consoante se extrai da certidão de fl.113. O art. 44 - I da LC 80/94, de fato, prevê aintimação pessoal como prerrogativa dos membros da Defensoria Pública. Entretanto, a alegação de nulidade vemdesacompanhada de demonstração de efetivo prejuízo à parte embargante, eis que a presença do defensor na sessão dejulgamento é destituída de sentido prático, porquanto não há oportunidade para sustentação oral no julgamento informal daturma recursal.V. Vale frisar, por fim, que não se vislumbra qualquer violação a dispositivo constitucional ou legal no bojo do acórdãoembargado, em especial aos artigos 5º, LXXIV e 134, ambos da Constituição da República, justamente em razão de não terse configurado qualquer prejuízo à defesa da embargante, tendo sido preservado, integralmente, o papel da DefensoriaPública como instituição essencial à função jurisdicional do Estado.VI. Embargos de declaração não providos, em razão da inexistência de vício a ser sanado, conforme disposição do artigo535 do CPC. Acórdão mantido.

A C Ó R D Ã OVistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Juízes da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais daSeção Judiciária do Espírito Santo, por unanimidade, CONHECER e, no mérito, NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO, naforma da ementa constante dos autos, que passa a integrar o presente julgado.

AMÉRICO BEDÊ FREIRE JÚNIORJuiz Federal Relator

85 - 0000292-57.2009.4.02.5050/01 (2009.50.50.000292-6/01) SATSUKO MARIA AUGUSTA KURASHIMA (ADVOGADO:CATARINE MULINARI NICO, ANA ELISA MOSCHEN.) x EMPRESA BRASILEIRA DE CORREIOS E TELÉGRAFOS - ECT(ADVOGADO: MATHEUS GUERINE RIEGERT, VINÍCIUS RIETH DE MORAES.).PROCESSO Nº 2009.50.50.000292-6/01RECORRENTE: SATSUKO MARIA AUGUSTA KURASHIMARECORRIDO: EMPRESA BRASILEIRA DE CORREIOS E TELÉGRAFOS - ECTRELATOR: DR. AMÉRICO BEDÊ FREIRE JÚNIOR

EMENTA

RESPONSABILIDADE CIVIL – DANOS MORAIS E DANOS MATERIAIS – ASSALTO À VIATURA DOS CORREIOS –CASO FORTUITO – EXCLUSÃO DO DEVER DE INDENIZAR DA ECT – SEM CONFIGURAÇÃO DE DANO MORAL ANTEA SIMPLES DEMORA DOS CORREIOS EM PRESTAR INFORMAÇÕES SOBRE O OCORRIDO À PARTE AUTORA –RECURSO CONHECIDO E, NO MÉRITO, IMPROVIDO – SENTENÇA MANTIDA.

1. Trata-se de recurso inominado interposto pela parte autora, ora recorrente, em face da sentença de fls. 57/58, que julgouimprocedente o pleito autoral de indenização por danos morais e danos materiais. O recorrente suscita, em suas razõesrecursais, que a ECT não se preocupou em comunicar o motivo de sua encomenda não ter chegado ao destino, de modoque se passaram 06 meses (entre o envio da mercadoria e a obtenção da informação) até que a empresa informasse que aencomenda não chegou por motivo de assalto, o que enseja o dano moral por ter gerado expectativa à parte que contavacom a entrega do produto.

2. Vale destacar que o juiz a quo julgou improcedente os pedidos da autora, por entender que o fato ensejador do extravioda correspondência deu-se por circunstâncias alheias ao réu (assalto à viatura dos correios), o que o exime do dever deindenizar.

3. É sabido que a empresa prestadora do serviço postal obriga-se a indenizar os danos materiais e morais advindos daineficiência na entrega da correspondência enviada (art. 5º, V, e 37, § 6º, da Constituição Federal, e art. 14, §§ 1º a 4º, doCDC). No entanto, a jurisprudência tem-se posicionado no sentido de entender que, ocorrendo o imprevisto por força maiorou caso fortuito, estaria afastada a responsabilidade do prestador de serviços.

4. Este entendimento encontra guarida no Tribunal Regional Federal da 2ª Região, conforme ementa que se ora se

transcreve: AÇÃO DE INDENIZAÇÃO – ECT – CORRESPONDÊNCIA NÃO ENTREGUE – SEDEX-NÃO CONFIGURADOO NEXO ETIOLÓGICO - CASO FORTUITO EXTERNO. -Nos termos do § 6º do art.37 da Constituição Federal de 1988, “Aspessoas jurídicas de direito público e as de direito privado prestadoras de serviços públicos responderão pelos danos queseus agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros, assegurando o direito de regresso contra o responsável nos casos dedolo ou culpa”; estando preteritamente regulada a responsabilidade civil no artigo 107 da Constituição Federal de 1967. - AEmpresa Brasileira de Correios e Telégrafos-ECT, na qualidade de prestadora de serviço público, submete-se à regra daresponsabilidade objetiva estabelecida no artigo 37,§ 6o. da Constituição Federal, bastando a comprovação do nexo causalentre o fato e o dano, para fazer surgir a obrigação de indenizar. -A Suprema Corte tem estabelecido os seguintes requisitos, para a configuração da mesma, a saber: a) o dano; b) ação administrativa; c) e o respectivo nexo causal; esclarecendoque a mesma pode ser excluída, total, ou parcialmente, por culpa da vítima (STF, RE 178806, DJ 30/6/95), bem como pelocaso fortuito , ou força maior (STF, RE 109615, DJ 2/8/96), ou por fato de terceiros ou da natureza (STJ, REsp 44500, DJ9/9/02).-Por outra banda, a meu juízo, não obstante as dissensões jurisprudenciais e doutrinárias (STF, RE 258726, DJ14/6/02), entendo que subsiste a responsabilidade objetiva, em se tratando de conduta omissiva (STF, RE 109615, DJ2/8/96), pelo princípio da efetividade máxima das normas constitucionais (STF, Adin 2596, DJ 27/9/02), devendo esta serapurada pela existência de um dever jurídico (STF, RE 372472, DJ 28/11/03) e, pela observância deste, nas circunstânciasfáticas, por um critério de razoabilidade (STF, RE 215981, DJ 31/5/02) inadmitindo-se a designada omissão genérica (STF,Ag.Rg AG 350.074, DJ 3/05/02). Por derradeiro, há que se vislumbrar um nexo etiológico entre a conduta, e o danoexperimentado (STF, RE 172025, DJ 19/12/96), sem o qual, não obstante a presença daqueles, inviabiliza-se oreconhecimento indenizatório (STJ, REsp 44500, DJ 9/9/02). -Estabelecidas estas coordenadas, e diante do quadrofático-processual, por sua vez, verifica-se correta a sentença. In casu, temos que a inabilitação no certame pela não entregado material, remetido através do SEDEX , decorreu do roubo à viatura em que portava os malotes da ré, entre eles omaterial da autora. -Com efeito, a jurisprudência tem-se posicionado no sentido de entender que em casos de assaltos,como caso fortuito externo, afastando assim a responsabilidade do Estado. -Assim sendo, entendo que diante doepigrafado, não resta configurado a existência de nexo etiológico entre o dano experimentado pelo autor, e a condutaimputada à Ré, eis que tal encomenda remetida através do serviço SEDEX da ré, não chegou ao destinatário por conta decaso fortuito externo ocorrido durante o transporte, o que inautoriza o acolhimento do recurso, restando prejudicada asdemais imprecações. - Recurso conhecido e desprovido. Processo: AC - APELAÇÃO CIVEL – 393221. Relator (a):Desembargador Federal POUL ERIK DYRLUND, TRF2. Órgão julgador: OITAVA TURMA ESPECIALIZADA. Fonte: DJU.Data: 31/08/2007. (grifei)

5. Desse modo, ainda que tenha havido uma expectativa frustrada da parte autora, não configura motivo suficiente paracaracterizar o dano moral.

6. No tocante a demora da ECT em prestar informações sobre o fato ocorrido à parte autora, verifica-se que, apesar de aautora ter alegado em sede recursal que houve uma demora de 06 meses entre o envio do produto e a obtenção dainformação, existem provas documentais nos autos às fls. 11/12, que comprovam a manifestação por parte dos Correios àdata de 16/05/2008, esta primeira relatando o processo de apuramento do pedido de informação, e em 19/08/2008, quandofoi obtida a informação de que o objeto não tinha seguido para devolução devido a um assalto à viatura dos Correios.

7. Deve-se salientar que, não existe nos autos prova de que a autora tivesse solicitado o pedido de informação à ré em dataconsideravelmente anterior à obtenção da resposta pelos Correios, e, ainda de que ficasse constatada a demora em lheprestar informações, esta não seria causa ensejadora à reparação por danos morais, haja vista às inúmeras procuras porinformações que a ré recebe diariamente, de modo que não seria cabível a mesma indenizar todos aqueles que não obtêmas devidas respostas no tempo que lhes convém. Desse modo, entendo que não houve dano moral, mas, sim, um meroaborrecimento por parte da autora.

6. Sem condenação em honorários advocatícios, tendo em vista o fato de a recorrente ser beneficiária de AssistênciaJudiciária Gratuita.

ACÓRDÃO

Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Juízes da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais daSeção Judiciária do Espírito Santo, CONHECER e, no mérito, NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO, na forma da ementaconstante dos autos, que passa a integrar o presente julgado.

AMÉRICO BEDÊ FREIRE JÚNIORRelator

86 - 0003304-84.2006.4.02.5050/01 (2006.50.50.003304-1/01) NIUZA MATIAS (ADVOGADO: FELIPE MORAIS MATTA,Leonardo José Vulpe da Silva.) x CAIXA ECONÔMICA FEDERAL (ADVOGADO: RODRIGO SALES DOS SANTOS,ELADIR MONTENEGRO DE O. COUTO.).RECURSO N. 2006.50.50.003304-1/01RECORRENTE: NIUZA MATIASRECORRIDO: CAIXA ECONÔMICA FEDERALRELATOR: DR. AMÉRICO BEDÊ FREIRE JÚNIOR

EMENTA

RECURSO INOMINADO – RESPONSABILIDADE CIVIL – CULPA EXCLUSIVA DA VÍTIMA – NÃO INCIDÊNCIA DARESPONSABILIDADE OBJETIVA, FUNDAMENTADA NO RISCO DO EMPREENDIMENTO, HAJA VISTA SE AFIGURARAO CASO CONCRETO O DISPOSTO NO ARTIGO 14, § 3º, DO CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR – RECURSOCONHECIDO E IMPROVIDO – SENTENÇA MANTIDA.

Trata-se de Recurso Inominado interposto pela parte autora, ora recorrente, em face da sentença de fls. 115/116, a qualjulgou parcialmente procedente o pedido autoral, de condenação do réu à retirada do nome daquela dos cadastrosrestritivos de crédito, bem como ao pagamento de valor pecuniário, a título de danos morais. Aduz a recorrente, em suasrazões, que não há culpa exclusiva da mesma, tendo em vista que esta apenas tomou ciência do furto do cheque quandoteve o seu crédito negativado; quando percebeu que alguém havia retirado uma folha de cheque do seu talonário.

Ademais, aduz que ainda que a mesma não tivesse realizado a comunicação do furto, a recorrida deveria ter conferido aassinatura presente no cheque emitido após o furto, para verificar que a referida assinatura não era a dela, não havendo,portanto, que falar em culpa exclusiva da vítima, e sim em culpa exclusiva da instituição financeira ou, no mínimo, culpaconcorrente.

Para a análise do caso concreto, deve-se trazer ao bojo deste acórdão o disposto no artigo 14, caput e parágrafo 3º, doCódigo de Defesa do Consumidor, os quais dispõem que: “Art. 14. O fornecedor de serviços responde, independentementeda existência de culpa, pela reparação dos danos causados aos consumidores por defeitos relativos à prestação dosserviços, bem como por informações insuficientes ou inadequadas sobre sua fruição e riscos. § 3° O for necedor de serviçossó não será responsabilizado quando provar: I - que, tendo prestado o serviço, o defeito inexiste; II - a culpa exclusiva doconsumidor ou de terceiro.”. Ressalte-se que o Superior Tribunal de Justiça, por intermédio da Súmula 297, já sedimentouque o Código de Defesa do Consumidor é aplicável às instituições financeiras.

No presente caso, verifica-se que a sentença proferida pelo juiz a quo deve ser mantida, tendo em vista que se amolda aocaso concreto o disposto no § 3º do artigo 14, CDC, por haver culpa exclusiva da vítima. Com efeito, houve demasiadademora por parte da recorrente em notificar a CAIXA quanto ao furto de seu talão de cheques, não possibilitando a esta quea mesma tomasse as providências necessárias para impedir que um terceiro fizesse uso de cheque da recorrente.

O cheque furtado foi devolvido em 27/09/2005 (fl. 16), tendo a recorrente efetuado o Boletim de Ocorrência apenas em20/10/2005 (fl. 17/17-v). A mesma, em suas razões, alega ter tomado ciência do furto apenas quando teve o seu créditonegativado; todavia, é dever do correntista verificar rotineiramente se o seu talonário não se encontra violado, tendo amesma faltado com o seu dever de diligência, não podendo tal desídia ser transferida para a instituição financeira, a qualnão podia ter noção do furto, tampouco tomar as providências para evitar fraude, senão com a pronta comunicação darecorrente.

Ressalte-se que a mesma mostrou-se incoerente em seus relatos, haja vista que em suas razões esta aduziu que apenasuma folha de cheque havia sido retirada de seu talonário. Porém, não é esta a informação que se extrai do Boletim deOcorrência à fl. 17/17-v, onde a recorrente relata que não furtaram apenas uma folha de cheque, mas o talão inteiro, o queforçaria ainda mais a mesma a informar a instituição financeira sobre o ocorrido, o que não foi feito.

Ademais, conforme vislumbra-se dos documentos de fls. 15 e 16 dos autos, o cheque furtado, o qual ocasionou a inserçãodo nome da recorrente nos cadastros de proteção ao crédito, foi apresentado ao Banco Banestes, de modo que a recorridanão teve como ter contato direto com o referido cheque, o que impossibilitou qualquer análise da assinatura presente nomesmo, a qual, por perícia grafotécnica (fl. 96), foi comprovada não ser a da recorrente, constatando-se a falsificação e ofurto.

Desse modo, não tendo a recorrente diligenciado junto à CAIXA logo quando ocorreu o furto, e não tendo esta acesso diretoao cheque furtado (o que possibilitaria análise para desvendar a falsificação efetuada), não há que falar em culpaconcorrente ou culpa apenas da mencionada instituição financeira, enquadrando-se o presente caso em culpa exclusiva davítima, nos moldes do artigo 14, § 3º do CDC.

Recurso conhecido e improvido. Sentença mantida. Sem custas, na forma da lei. Sem condenação em honoráriosadvocatícios, tendo em vista o deferimento da Assistência Judiciária Gratuita (fl. 134).

ACÓRDÃO

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo, por unanimidade, NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO, na formada ementa constante dos autos, a qual fica fazendo parte integrante do presente julgado.

AMÉRICO BEDÊ FREIRE JÚNIORJuiz Federal Relator

87 - 0004545-93.2006.4.02.5050/01 (2006.50.50.004545-6/01) DEPARTAMENTO NACIONAL DE INFRA-ESTRUTURA DE

TRANSPORTES - DNIT (PROCDOR: JANICE MUNIZ DE MELO.) x RONALDO ZORDAN (ADVOGADO: EDUARDO JOSECOSTA REIS.).RECURSO N. 2006.50.50.004545-6/01RECORRENTE: DEPARTAMENTO NACIONAL DE INFRA-ESTRUTURA DE TRANSPORTES - DNITRECORRIDO: RONALDO ZORDANRELATOR: DR. AMÉRICO BEDÊ FREIRE JÚNIOR

EMENTA

EMBARGOS DE DECLARAÇÃO – ALEGAÇÃO DE OMISSÃO DO ACÓRDÃO QUANTO À AUSÊNCIA DE ATUAÇÃOEFETIVA DE ADVOGADO NAS CONTRARRAZÕES RECURSAIS, OMISSÃO A QUAL TERIA ENSEJADO ACONDENAÇÃO INDEVIDA DA ORA EMBARGANTE AO PAGAMENTO DE HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS –INEXISTÊNCIA DA REFERIDA OMISSÃO – ENTENDIMENTO DA TURMA QUANTO À POSSIBILIDADE DECONDENAÇÃO EM HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS, AINDA QUE INTEMPESTIVAS AS CONTRARRAZÕES, DESDEQUE O RECORRIDO TENHA SIDO ASSISTIDO POR ADVOGADO NO PRIMEIRO GRAU –– EMBARGOS NÃOPROVIDOS – ACÓRDÃO MANTIDO.Cuida-se de Embargos Declaratórios opostos em face do acórdão de fls. 127/129, proferido pela Turma Recursal, porintermédio dos quais aduz a parte ré, ora embargante, que houve omissão quanto à inexistência de atuação efetiva deadvogado em favor do embargado, tendo em vista a intempestividade das contrarrazões apresentadas por este, sendoindevida a condenação do ora embargante ao pagamento de honorários advocatícios.

Os embargos de declaração, nos termos do art. 535 do CPC, limitam-se a suprir omissões, aportar clareza ou retificareventuais contradições existentes no bojo da decisão recorrida, nada mais.

Todavia, a hipótese dos autos não caracteriza omissão, contradição ou obscuridade, não podendo prosperar o recursointerposto, uma vez que ausentes os requisitos previstos no art. 535 do CPC.

Os presentes embargos declaratórios não merecem ser providos, ante a ausência de omissão passível do manejo dareferida peça processual. A decisão contida no acórdão impugnado, no que tange à condenação da ora embargante aopagamento de honorários advocatícios, em que pese a atuação intempestiva do recorrido nas contrarrazões recursais, estáem consonância com o entendimento preconizado pela Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais do Espírito Santo.

Com efeito, esta Turma Recursal possui o entendimento de serem devidos os honorários advocatícios, ainda queintempestivas ou ausentes as contrarrazões recursais, desde que o recorrido tenha sido assistido por advogado no primeirograu de jurisdição.

Esta atuação no primeiro grau está comprovada na Ata de Audiência às fls. 71/72, a qual confirma a atuação do advogadodo ora embargado, senhor Eduardo José Costa Reis (OAB/ES N. 7.972), o mesmo patrono que representou o mencionadoembargado em sede de contrarrazões (fl. 116).

Sendo assim, foi devida a condenação ao pagamento de honorários advocatícios, não cabendo falar em omissão por partedo acórdão devido à intempestividade das contrarrazões recursais.

Embargos não providos.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo, por unanimidade, NEGAR PROVIMENTO AOS EMBARGOS DEDECLARAÇÃO, na forma da ementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do presente julgado.

AMÉRICO BEDÊ FREIRE JÚNIORJuiz Federal Relator

88 - 0005975-12.2008.4.02.5050/01 (2008.50.50.005975-0/01) CAIXA ECONÔMICA FEDERAL (ADVOGADO: LUIZCLAUDIO SOBREIRA.) x JALUSA KARLLA DE ARAUJO E OUTRO (ADVOGADO: MICHELE ITABAIANA DE CARVALHOPIRES, JOSE GERALDO NUNES FILHO.) x JULIVER SILVA DE ARAUJO (ADVOGADO: MICHELE ITABAIANA DECARVALHO PIRES, JOSE GERALDO NUNES FILHO.) x OS MESMOS.RECURSO DE SENTENÇA N.º 2008.50.50.005975-0/01RECORRENTE (S): CAIXA ECONÔMICA FEDERAL E OUTROSRECORRIDO (S): JULIVER SILVA DE ARAÚJO E OUTRORELATOR: JUIZ FEDERAL AMÉRICO BEDÊ FREIRE JÚNIOR

EMENTA

CEF. SAQUE INDEVIDO DE FGTS. DANOS MATERIAIS. ANTES DA PROPOSITURA DE AÇÃO JUDICIAL, ÉPRESCINDÍVEL A TENTATIVA DE PRÉVIA RESOLUÇÃO DO CONFLITO POR VIA ADMINISTRATIVA. ART. 5º, XXXV,DA CF/88. JUROS DE MORA CONTADOS A PARTIR DO EVENTO DANOSO. SÚMULA 54 DO STJ.

I. Recursos inominados interpostos pela CEF e pelos autores em face de sentença que julgou, em parte, extinto o feito comfulcro no art. 267, VI, do CPC, e, em parte, procedente o pedido de ressarcimento por danos materiais.

II. Em seu recurso, a CEF sustenta que o presente feito carece de interesse de agir, uma vez que os autores nãorequereram administrativamente a apuração do saque do FGTS, antes de ajuizarem a ação.

III. Por sua vez, os autores, ora recorrentes, pleiteiam a reforma da sentença, para que os juros de mora sejam aplicados apartir da data do evento danoso (súmula 54 do STJ).

IV. Não assiste razão à CEF. O art. 5º, XXXV, da CF, prevê que a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesãoou ameaça a direito. Portanto, o ajuizamento de ação judicial não prescinde da prévia tentativa de resolução por viaadministrativa, já que toda lesão ou ameaça a direito deve ser repelida pelo Judiciário.

V. Por outro lado, merece acolhida a pretensão do recurso proposto pelos autores. Assim sendo, determino a aplicação dosjuros moratórios a partir do evento danoso, conforme súmula 54 do STJ.

VI. Recurso da CEF não provido. Recurso dos autores provido, para determinar a aplicação dos juros de mora a partir doevento danoso (súmula 54 do STJ).

VII. Sem condenação em honorários advocatícios (art. 29–C da Lei 8.036/90) e custas processuais (art. 24 –A da Lei9028/95).

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal dos JuizadosEspeciais Federais da Seção Judiciária do Espírito Santo, NEGAR PROVIMENTO ao recurso da CEF e DARPROVIMENTO ao recurso dos autores, na forma da ementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante dopresente julgado.

AMÉRICO BEDÊ FREIRE JÚNIORRelator

89 - 0010842-82.2007.4.02.5050/01 (2007.50.50.010842-2/01) CAIXA ECONÔMICA FEDERAL (ADVOGADO: ERIKASEIBEL PINTO.) x ARMANDO CAMPO DALL ORTO (ADVOGADO: HELTON TEIXEIRA RAMOS, ROGERIO SIMOESALVES, KELBERTH ALVES C. E. OLIVEIRA.).RECURSO DE SENTENÇA N.º 2007.50.50.010842-2/01RECORRENTE: CAIXA ECONÔMICA FEDERAL- CEFRECORRIDO (S): ARMANDO CAMPO DALL ORTORELATOR: JUIZ FEDERAL AMÉRICO BEDÊ FREIRE JÚNIOR

EMENTA

JUROS PROGRESSIVOS. CEF. FGTS. COMO DETERMINADO EM SENTENÇA, O VALOR A SER PAGO AO AUTORCONSISTIRÁ NA DIFERENÇA ENTRE O MONTANTE DEVIDO E O JÁ CREDITADO. SENTENÇA MANTIDA POR SEUSPRÓPRIOS FUNDAMENTOS. ART. 46 DA LEI 9.099/95.

I. Trata-se de recurso inominado interposto pela CEF em face de sentença que julgou procedente o pedido da inicial,determinando que se credite na conta vinculada ao FGTS do autor a diferença do valor apurado pela contadoria do juízo.Em suas razões, sustenta que o autor já recebeu a progressividade dos juros em sua conta do FGTS, devendo a sentençaser reformada e o pedido julgado improcedente. Contrarrazões às fls. 88/89II. Mantenho a sentença por seus próprios fundamentos, com base no art. 46 da Lei 9.099/95.III. A sentença prolatada em primeiro grau de jurisdição reconheceu que os juros progressivos foram, durante certo períodode tempo, aplicados corretamente e, por isso, determinou que o valor a ser pago ao autor consistisse na diferença entre omontante devido e o já creditado. Logo, não merece acolhida a alegação da CEF, pelo simples fato de os documentos defls. 51/56 retratarem apenas parte do período controvertido, o que não afasta por completo o direito do autor.IV. Recurso do CEF não provido. Sentença mantida.V. Sem condenação em honorários advocatícios (art. 29–C da Lei 8.036/90) e custas processuais (art. 24 –A da Lei9028/95).

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal dos JuizadosEspeciais Federais da Seção Judiciária do Espírito Santo, NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO, na forma da ementaconstante dos autos, que fica fazendo parte integrante do presente julgado.

AMÉRICO BEDÊ FREIRE JÚNIORRelator

FICAM INTIMADAS AS PARTES E SEUS ADVOGADOS DOS ATOS ORDINATÓRIOS/INFORMAÇÕES DA SECRETARIANOS AUTOS ABAIXO RELACIONADOS

90 - 0005402-42.2006.4.02.5050/01 (2006.50.50.005402-0/01) UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPIRITO SANTO - UFES(PROCDOR: OSWALDO HORTA AGUIRRE FILHO.) x TASA - TAVARES & SANTOS CONSERVADORA EADMINISTRADORA DE SERVIÇOS LTDA (ADVOGADO: LENITA ALVAREZ DA SILVA TEIXEIRA, DAYENNE NEGRELLIVIEIRA.) x MARTIN JOSE COVRE E OUTRO (ADVOGADO: ANA ZELIA BLANC FARIAS, AVELINO EUGENIOMIRANDA.).Processo nº 2006.50.50.005402-0/01

Recorrente : UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO - UFESRecorrido : MARTIN JOSÉ COVRE E OUTRO

E M E N T A

RECURSO INOMINADO – RESPONSABILIDADE CIVIL – DANO MATERIAL – FURTO DE VEÍCULO AUTOMOTOR NOESTACIONAMENTO DA UNIVERSIDADE – RESPONSABILIDADE SUBJETIVA – CONTRATAÇÃO DE SERVIÇO DEVIGILÂNCIA E CONTROLE DE ENTRADA E SAÍDA DE VEÍCULOS – CULPA IN VIGILANDO - RECURSO IMPROVIDO.

1. Trata-se de recurso inominado interposto pela UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO - UFES contra a r.sentença de fls. 179/182, que julgou procedente o pedido formulado na inicial, condenando a recorrente ao pagamento dedanos materiais no valor de R$ 14.000,00.2. Em suas razões recursais, sustenta a recorrente a inexistência de responsabilidade objetiva, bem como a deresponsabilidade subjetiva, ante a ausência de conduta culposa, pois não há o dever de vigilância do patrimônio deterceiros pela Universidade. Afirma que o campus universitário é local público que não pode ter acesso restringido a quemquer que seja, equivalendo às vias públicas, aduzindo, ainda, que não obtém qualquer vantagem na oferta das vagas deestacionamento.3. Acerca da responsabilidade da recorrente, adota-se o entendimento do STF a seguir transcrito: “Tratando-se de atoomissivo do poder público, a responsabilidade civil por esse ato é subjetiva, pelo que exige dolo ou culpa, em sentidoestrito, esta numa de suas três vertentes - a negligência, a imperícia ou a imprudência -- não sendo, entretanto, necessárioindividualizá-la, dado que pode ser atribuída ao serviço público, de forma genérica, a falta do serviço. II. - A falta do serviço-- faute du service dos franceses -- não dispensa o requisito da causalidade, vale dizer, do nexo de causalidade entre açãoomissiva atribuída ao poder público e o dano causado a terceiro (...)” (RE 382054/RJ, Relator Ministro Carlos Velloso, DJ01-10-2004 PP-00037, EMENT VOL-02166-02 PP-00330, RT v. 94, n. 832, 2005, p. 157-164, RJADCOAS v. 62, 2005, p.38-44, RTJ VOL 00192-01 PP-00356.4. O oferecimento de estacionamento com aparente segurança - circunstância evidenciada pela contratação de empresapara prestação de serviços de controle de fluxo de veículos e pessoas (fls. 38/52) e pela existência de cartão de controle deestacionamento (fl. 17) - atrai o dever de guarda e vigilância do patrimônio de terceiros. Restou comprovada nos autos ainfração da ré ao dever de diligência específico, no caso, a vigilância do veículo da parte autora, uma vez que osdocumentos de fls. 14/15 atestam que o veículo encontrava-se estacionado no pátio da UFES quando foi furtado, nãologrando êxito a União em demonstrar a configuração de qualquer excludente de responsabilidade.5. Pelo exposto, conheço do recurso e a ele nego provimento.6. Sem custas, na forma da lei. Honorários advocatícios devidos pela parte recorrente, que fixo em 10% do valor dacondenação, com fulcro no art. 20, §3º, do CPC c/c art. 55 da Lei n. 9.099/95.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo CONHECER DO RECURSO E A ELE NEGAR PROVIMENTO, naforma da ementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do presente julgado.

Bruno DutraJuiz Federal Relator

91 - 0006464-49.2008.4.02.5050/01 (2008.50.50.006464-2/01) INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS(PROCDOR: CLEBSON DA SILVEIRA.) x MARIA ANITA DOS SANTOS x ANA CRISTHINA SANTOS AMORIM(ADVOGADO: CHRISTOVAM RAMOS PINTO NETO.).Processo nº 2008.50.50.006464-2/01

Recorrente : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSSRecorrido : MARIA ANITA DOS SANTOS E OUTRO

E M E N T A

RECURSO INOMINADO - PREVIDENCIÁRIO – PENSÃO POR MORTE - QUALIDADE DE SEGURADO MANTIDA -RECURSO CONHECIDO E, NO MÉRITO, IMPROVIDO – SENTENÇA MANTIDA.

Trata-se de recurso inominado interposto pelo INSS em face de sentença que julgou procedente a pretensão externada nainicial desta ação, que pugnava pela concessão de pensão por morte. Sustenta a recorrente, em suas razões recursais, quenão restou comprovado nos autos que o de cujus seria alcoólatra durante todo o período em que ficou desempregado e quesua condição implicava em incapacidade laborativa; alega, em prosseguimento, que se o fato de uma pessoa ingerir bebidaalcoólica induzisse incapacidade para o trabalho teríamos que admitir que a maioria dos brasileiros encontra-seincapacitada, pois tem no álcool seu único lazer. Dessa forma, requer seja conhecido e provido o presente recurso.A pensão por morte é um benefício previdenciário devido ao conjunto dos dependentes do segurado que falecer (art. 74 daLei nº 8.213/91). A lei não exige carência para sua concessão, mas sim que exista a qualidade de segurado do instituidor,ao tempo do óbito. Em havendo mais de um pensionista, deverá ser rateada entre todos em partes iguais (art. 77 da Lei nº8.213/91).A controvérsia cinge-se à análise da qualidade de segurado do de cujus, aferida à época do óbito.Em especial, dois questionamentos se impõem: 1) se as contribuições vertidas em 2008 são aptas à restituição daqualidade de segurado do de cujus, supondo-se que tenha havido perda desta qualidade em 16/11/2004 e 2) seefetivamente há que se falar em perda da qualidade de segurado considerando que o de cujus deixou de exercer aatividade laboral em razão da incapacidade que deu causa ao afastamento (alcoolismo).Quanto ao primeiro pormenor, verifico que o óbito ocorreu em 31/03/2008 (fls.16) e que foram vertidas contribuições em07/03/2008 relativas aos meses de fevereiro e março do mesmo ano, consoante informação do INSS (fls. 19).A filiação, em se tratando de contribuinte individual, não decorre meramente do pagamento da primeira contribuição, masdo efetivo exercício de atividade remunerada, o que não restou evidenciado nos autos. Ademais, a contribuição de marçofoi recolhida em 09.04.2008, data posterior ao óbito do “de cujus”.Já em relação ao segundo questionamento, não se deve perder de vista que o instituidor gozou de auxílio-doença até30/09/2003, concedido em razão de acidente cuja relação com o alcoolismo não está devidamente estabelecida.Contudo, há documentos nos autos que evidenciam que na ocasião da cessação do auxílio-doença o de cujusencontrava-se incapacitado em razão do alcoolismo: a) declaração do Hospital da Polícia Militar atestando a internaçãopara tratamento da dependência química em 2003 (fls. 24); b) internação no ano de 2005 na Associação Obra de Amor,com o mesmo fim (fls. 25).Ademais, constam às fls. 57/58 laudo e exame de USG de 10.06.1997, com diagnóstico de pancreatite crônica e esteatosehepática, sinais iniciais associados ao desenvolvimento do alcoolismo.A par de toda a documentação acostada, os depoimentos prestados em audiência confirmam que o instituidor da pensãosofria de alcoolismo crônico, sendo incensurável a ilação de que em razão desta doença não possuía atividade laboral. Aprópria negativa ao requerimento administrativo de pensão por morte funda-se na constatação de que não houve efetivaprestação de serviços em data anterior ao óbito desde a cessação do benefício de auxílio-doença. (fls. 21)Aplicável o entendimento jurisprudencial de que mantém a qualidade de segurado aquele que deixou de exercer a atividadelaboral em razão da incapacidade que deu causa ao afastamento, em consonância com o Enunciado nº 26 da Súmula daAGU.Pelo exposto, conheço do recurso e a ele nego provimento.Sem custas nos termos da lei. Honorários advocatícios devidos pela recorrente, fixados em 10% sobre o valor dacondenação, com fulcro no art. 20, §3º, do CPC.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo CONHECER DO RECURSO E A ELE NEGAR PROVIMENTO, naforma da ementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do presente julgado.

Bruno DutraJuiz Federal Relator

FICAM INTIMADAS AS PARTES E SEUS ADVOGADOS DOS ATOS ORDINATÓRIOS/INFORMAÇÕES DA SECRETARIANOS AUTOS ABAIXO RELACIONADOS

92 - 0000265-74.2009.4.02.5050/01 (2009.50.50.000265-3/01) ANTONIA PAULA GODIO NOVAIS (ADVOGADO: CLAUDIADAMM MARTINS.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: NANCI APARECIDADOMINGUES CARVALHO.) x LAUDICEIA SILVA DO VALE (ADVOGADO: Nilma Pereira de Souza, JOSE RIBAMAR LIMABEZERRA.).A Turma Recursal, por maioria, vencido o MM. Juiz Federal Bruno Dutra, negou provimento ao recurso, mantendo asentença pelos seus próprios fundamentos (art. 46 da Lei nº 9.099/95). Votaram os MM. Juízes Federais Bruno Dutra, OsairVictor de Oliveira Júnior e Américo Bedê Freire Júnior.

FICAM INTIMADAS AS PARTES E SEUS ADVOGADOS DOS ATOS ORDINATÓRIOS/INFORMAÇÕES DA SECRETARIANOS AUTOS ABAIXO RELACIONADOS

93 - 0001932-92.2009.4.02.5051/01 (2009.50.51.001932-7/01) SEBASTIAO RODRIGUES DE MELO (ADVOGADO:ADMILSON TEIXEIRA DA SILVA, EMILENE ROVETTA DA SILVA, ALAN ROVETTA DA SILVA.) x INSTITUTO NACIONALDO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: MARIA DA PENHA BARBOSA BRITO.).Processo nº 2009.50.51.001932-7/01

Recorrente : SEBASTIAO RODRIGUES DE MELO

Recorrido : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL – INSS

E M E N T ARECURSO INOMINADO - PREVIDENCIÁRIO – PEDIDO DE CONCESSÃO DE AUXÍLIO-DOENÇA E POSTERIORCONVERSÃO EM APOSENTADORIA POR INVALIDEZ – AUSÊNCIA DE INCAPACIDADE LABORATIVA TOTAL –PROVA PERICIAL DESFAVORÁVEL – APLICAÇÃO DO ENUNCIADO N. 08 DA TURMA RECURSAL/ES - RECURSOCONHECIDO E, NO MÉRITO, IMPROVIDO – SENTENÇA MANTIDA.

Trata-se de Recurso Inominado interposto pela parte autora, ora recorrente, em face da sentença que julgou parcialmenteprocedente o pedido autoral, concedendo somente a implantação do benefício previdenciário de auxílio-doença. Sustenta orecorrente, em suas razões recursais, que, no caso, não houve devida atuação do perito judicial que o examinou, visto quea doença que o acomete é incapacitante de forma total e definitiva, segundo o que estaria provado nos laudos particularespresentes nos autos. Requer, assim, que se reforme a sentença guerreada e se conceda o benefício de aposentadoria porinvalidez.O auxílio-doença, conforme se depreende do artigo 59, caput, da Lei 8.213/91, será devido ao segurado que, tendocumprido, quando for o caso, o período de carência exigido, ficar incapacitado para o seu trabalho ou para a sua atividadehabitual por mais de 15 (quinze) dias consecutivos. Já a aposentadoria por invalidez, por força do disposto no art. 42 domesmo diploma legal, a seu turno, uma vez cumprida, quando for o caso, a carência exigida, será devida ao segurado que,estando ou não em gozo de auxílio-doença, for considerado incapaz e insusceptível de reabilitação para o exercício dequalquer atividade que lhe garanta a subsistência, e ser-lhe-á paga enquanto permanecer nesta condição.Na análise pericial (fls. 81–82), houve o diagnóstico, com base na anamnese, e em exame clínico, da examinada comoportadora de “cervicalgia” (resposta ao quesito “1” elaborado pelo Autor). Tal lesão, de origem degenerativa (resposta aoquesito “2” elaborado pelo INSS), foi avaliada como parcialmente incapacitante, de maneira definitiva, para o trabalho(resposta aos quesitos “9” e “10” do INSS). Afirma o jusperito que o periciando encontra-se incapacitado para a atividade demotorista de ônibus (a sua habitual), mas que há a possibilidade de se reabilitar o examinado para exercer outras atividadeslaborativas (resposta aos quesitos “12” e “13”). Desta forma, sustenta-se no laudo pericial a existência de incapacidadelaborativa permanente, mas parcial.Contra a alegação recursal de que há documento médico particular que ateste a incapacidade plena da recorrente, importadestacar a existência do Enunciado de nº 08 da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciária doEspírito Santo, de excepcional afastabilidade, que assim orienta: “O laudo médico particular é prova unilateral, enquanto olaudo médico pericial produzido pelo juízo é, em princípio, imparcial. O laudo pericial, sendo conclusivo a respeito da plenacapacidade laborativa, há de prevalecer sobre o particular”.Destarte, não há como negar que a prova obtida em Juízo foi satisfatoriamente conclusiva com fins de atestar a inexistênciade incapacidade laborativa total, o que afasta o cumprimento de um dos requisitos necessários para concessão dobenefício de aposentadoria por invalidez, fazendo jus o recorrente somente ao benefício de auxílio-doença, já concedido

pelo juiz prolator da sentença.Muito embora os requisitos elencados pela Lei 8.213/91 devam ser conjugados com a análise de outros aspectosrelevantes, como a condição socioeconômica, profissional e cultural do segurado, verifico que o recorrente, apesar de nãopossuir as melhores condições pessoais, ainda pode reempregar-se no mercado de trabalho em atividades compatíveiscom sua situação, sendo indevido o benefício de aposentadoria por invalidez.Pelo exposto, conheço do recurso e a ele nego provimento.Sem custas e honorários advocatícios em virtude de a recorrente fazer jus ao benefício da assistência judiciária gratuita.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo CONHECER DO RECURSO E A ELE NEGAR PROVIMENTO, naforma da ementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do presente julgado.

Bruno DutraJuiz Federal Relator

94 - 0001226-15.2009.4.02.5050/01 (2009.50.50.001226-9/01) DAIANE OLIVEIRA SILVA (ADVOGADO: JUAREZPIMENTEL MENDES JUNIOR, JULIANA VIANNA GUERZET, INGRID MARTINS TASSAR.) x INSTITUTO NACIONAL DOSEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: SIMONE LENGRUBER DARROZ ROSSONI.).Processo nº 2009.50.50.001226-9/01

Recorrente : DAIANE OLIVEIRA SILVA, DEVIDAMENTE REPRESENTADA POR SUA GENITORAMARIA RAIMUNDA PINTO DE OLIVEIRA.

Recorrido : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL – INSS

E M E N T ARECURSO INOMINADO - PREVIDENCIÁRIO – AUXÍLIO-DOENÇA E POSTERIOR CONVERSÃO PARAAPOSENTADORIA POR INVALIDEZ – PORTADOR DE DOENÇA MENTAL- NÃO COMPARECIMENTO INJUSTIFICADOÀ PERÍCIA NÃO ENSEJA, DE PRONTO, A EXTINÇÃO DO PROCESSO SEM JULGAMENTO DO MÉRITO– RECURSOCONHECIDO E PROVIDO – SENTENÇA REFORMADA.

Trata-se de Recurso Inominado interposto pela parte autora, ora recorrente, em face da sentença que julgou extinto oprocesso, sem resolução de mérito, com base no artigo 267, III, do CPC c/c artigo 51, I, da Lei 9.099/95, em razão do nãocomparecimento à perícia designada. Sustenta a recorrente, em suas razões recursais, que, no caso, a ausência decomparecimento à pericial não enseja a extinção do processo e que sequer houve intimação para a prestação de quaisqueresclarecimentos. Alega, ainda, que a recorrente é portadora de doença mental, encontrando-se sob efeito de medicaçãoforte, motivo pelo qual não se dirigiu à perícia. Dessa forma, requer a intimação do patrono da recorrente para justificar suaausência quando da realização da perícia médica e a designação de nova data para sua realização.A parte autora foi intimada em 29/06/2010 para que comparecesse à perícia judicial designada para o dia 06/07/2010,sendo advertida de que a ausência não comprovadamente justificada no prazo de 05 (cinco) dias ensejaria a extinção doprocesso.Em que pese a ausência de determinação legal quanto à necessidade de nova intimação para a prestação de quaisqueresclarecimentos, tenho que, no caso em tela, assiste razão à recorrente.Deve-se atentar ao fato de que se trata de perícia na área psiquiátrica, sendo comum, pelo que revela a experiência, aausência injustificada de pacientes portadores de doenças mentais às datas designadas.Não há que se falar em manifestação de falta de interesse processual superveniente, a ensejar a extinção do processo semjulgamento de mérito, pelo não comparecimento injustificado quando a parte é portadora de doença mental.Pelo exposto, conheço do recurso e a ele dou provimento para, de ofício, ANULAR A SENTEÇA proferida pelo juízo “a quo”,determinando que seja intimada a parte autora, ora recorrente, a justificar sua ausência e, aceitas as razões, seja agendadanova perícia médica na especialidade de psiquiatria.Sem custas, na forma da lei. Sem a condenação em honorários advocatícios, por força do art. 55 da Lei n. 9.099/95.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo conhecer e, no mérito, CONHECER DO RECURSO E A ELE DARPROVIMENTO na forma da ementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do presente julgado.

Bruno DutraJuiz Federal Relator

95 - 0000373-03.2009.4.02.5051/01 (2009.50.51.000373-3/01) OLINDA PEREIRA DE AVILA (ADVOGADO: ANTONIOJOSE PEREIRA DE SOUZA.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: MARIA DA PENHABARBOSA BRITO.).Processo nº 2009.50.51.000373-3/01

Recorrente : OLINDA PEREIRA DE ÁVILA

Recorrido : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL – INSS

E M E N T ARECURSO INOMINADO - PREVIDENCIÁRIO – PEDIDO DE CONCESSÃO DE AUXÍLIO-DOENÇA E POSTERIORCONVERSÃO EM APOSENTADORIA POR INVALIDEZ – AUSÊNCIA DE INCAPACIDADE LABORATIVA – PROVAPERICIAL DESFAVORÁVEL – APLICAÇÃO DO ENUNCIADO N. 08 DA TURMA RECURSAL/ES - RECURSOCONHECIDO E, NO MÉRITO, IMPROVIDO – SENTENÇA MANTIDA.

Trata-se de Recurso Inominado interposto pela parte autora, ora recorrente, em face da sentença que julgou improcedenteo pedido autoral, negando a implantação do benefício previdenciário de auxílio-doença. Sustenta a recorrente, em suasrazões recursais, que, no caso, não houve devida atuação do perito judicial que a examinou, visto que existiria, sim, deacordo com exames médicos juntados aos autos, incapacidade laborativa. Requer, assim, que se reforme a sentençaguerreada e se dê provimento ao pedido autoral.O auxílio-doença, conforme se depreende do artigo 59, caput, da Lei 8.213/91, será devido ao segurado que, tendocumprido, quando for o caso, o período de carência exigido, ficar incapacitado para o seu trabalho ou para a sua atividadehabitual por mais de 15 (quinze) dias consecutivos.Na análise pericial (fl. 118), houve o diagnóstico, com base na anamnese, em exame clínico, e em exames laboratoriais, daexaminada como portadora de “artrose lombar e discopatia degenerativa”, doença de natureza degenerativa (resposta aosquesitos “1” e “2” elaborados pelo INSS). Tal lesão, todavia, não foi percebida como incapacitante para a atividades habitualda examinanda, qual seja, auxiliar de serviços gerais (Resposta ao quesito “6”). Conclui, então, o jusperito pela ausência deincapacidade laborativa.Contra a alegação recursal de que há documento médico particular que ateste a incapacidade da recorrente, importadestacar a existência do Enunciado de nº 08 da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciária doEspírito Santo, que assim orienta: “O laudo médico particular é prova unilateral, enquanto o laudo médico pericial produzidopelo juízo é, em princípio, imparcial. O laudo pericial, sendo conclusivo a respeito da plena capacidade laborativa, há deprevalecer sobre o particular”.Destarte, não há como negar que a prova obtida em Juízo foi satisfatoriamente conclusiva com fins de atestar a inexistênciade incapacidade laborativa, o que afasta o cumprimento de um dos requisitos necessários para concessão do benefício deauxílio-doença, inexistindo, assim, mácula na sentença guerreada, que merece ser mantida.Por certo, o juiz não está adstrito ao laudo pericial, podendo formar a sua convicção com outros elementos ou fatosprovados nos autos. E, em seu art. 437, a lei processual não exige, mas, simplesmente, atribui ao juiz o poder dedeterminar a realização de nova perícia quando a matéria não lhe parecer suficientemente esclarecida. Na hipótese emapreço, após minuciosa análise das provas da causa, e com base no livre convencimento, este Juízo entende que omaterial probatório acostado aos autos sinaliza o desmérito da pleiteante ao pretendido benefício.Pelo exposto, conheço do recurso e a ele nego provimento.Sem custas e honorários advocatícios em virtude de a recorrente fazer jus ao benefício da assistência judiciária gratuita.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo CONHECER DO RECURSO E A ELE NEGAR PROVIMENTO, naforma da ementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do presente julgado.

Bruno DutraJuiz Federal Relator

96 - 0000501-23.2009.4.02.5051/01 (2009.50.51.000501-8/01) JOÃO BOSCO SARTORIO (ADVOGADO: JOSE IRINEU DEOLIVEIRA, RODRIGO SEBASTIÃO SOUZA, AUGUSTO CESAR DA FONSECA ALMEIDA.) x INSTITUTO NACIONAL DOSEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: MARCELA REIS SILVA.).Processo nº 2009.50.51.000.501-8/01

Recorrente : JOÃO BOSCO SARTORIO

Recorrido : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL – INSS

E M E N T ARECURSO INOMINADO - PREVIDENCIÁRIO – PEDIDO DE CONCESSÃO DE AUXÍLIO-DOENÇA OU APOSENTADORIAPOR INVALIDEZ – AUSÊNCIA DE INCAPACIDADE LABORATIVA TOTAL – REABILITAÇÃO PARA A FUNÇÃO DE VIGIAEM 11/07/2008– PRESUNÇÃO DE LEGITIMIDADE E VERACIDADE DOS ATOS ADMINISTRATIVOS- RECURSOCONHECIDO E, NO MÉRITO, IMPROVIDO – SENTENÇA MANTIDA.

Trata-se de Recurso Inominado interposto pela parte autora, ora recorrente, em face da sentença que julgou improcedenteo pedido autoral, que pugnava pela implantação do benefício previdenciário de auxílio-doença ou aposentadoria porinvalidez. Sustenta o recorrente, em suas razões recursais, que, no caso, o recorrido alega ter suspendido a concessão doauxílio-doença em virtude de o recorrente ter sido reabilitado para a função de vigia, mas que não há prova nesse sentido.Dessa forma, requer seja reformada a sentença de piso, julgando-se procedente o pedido deduzido na inicialO auxílio-doença, conforme se depreende do artigo 59, caput, da Lei 8.213/91, será devido ao segurado que, tendocumprido, quando for o caso, o período de carência exigido, ficar incapacitado para o seu trabalho ou para a sua atividadehabitual por mais de 15 (quinze) dias consecutivos. Já a aposentadoria por invalidez, por força do disposto no art. 42 domesmo diploma legal, a seu turno, uma vez cumprida, quando for o caso, a carência exigida, será devida ao segurado que,estando ou não em gozo de auxílio-doença, for considerado incapaz e insusceptível de reabilitação para o exercício deatividade que lhe garanta a subsistência, e ser-lhe-á paga enquanto permanecer nesta condição.A condição de segurado e o período de carência são incontroversos nos autos. Verifico assim, que a controvérsia gira emtorno da incapacidade da autora.Na análise pericial realizada em juízo (fls. 54/55), o recorrente foi examinado e diagnosticado como portador de“Espondilodiscoartrose lombar com hérnia discal”. Tal enfermidade, conforme explicitado, é de natureza degenerativa, nãose podendo precisar com segurança o seu início, fixando-se, entretanto, a data provável de 21/10/2005.Em prosseguimento, afirma o perito que não foi constatada a presença de incapacidade laborativa total, podendo orecorrente ser reabilitado para funções que não exijam a sobrecarga na coluna lombar, tais como vigia, porteiro,recepcionista, dentre outros (resposta ao quesito “12” formulado pelo recorrido).Com efeito, da análise dos laudos periciais administrativos (fls. 50/51), extrai-se a informação de que o recorrente já seencontra reabilitado para a função de vigia, não havendo que se falar em concessão de auxílio-doença, notadamenteporque entre a data de início da incapacidade (21/10/2005) e a reabilitação para a mencionada função (11/07/2008) orecorrente já havia gozado este benefício.Não é demais relembrar que, diferentemente dos particulares, os laudos periciais produzidos pelo INSS gozam dapresunção de legitimidade e veracidade, inerente aos atos administrativos, a qual somente pode ser elidida com provacontundente em sentido contrário.Pelo exposto, conheço do recurso e a ele nego provimento.Sem custas, nos termos da Lei. Sem honorários advocatícios em virtude de a recorrente fazer jus ao benefício daassistência judiciária gratuita.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo conhecer e, no mérito, CONHECER DO RECURSO E A ELENEGAR PROVIMENTO, na forma da ementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do presente julgado.

Alceu Maurício JuniorJuiz Federal Relator

97 - 0001238-26.2009.4.02.5051/01 (2009.50.51.001238-2/01) INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS(PROCDOR: LUCIANA CAMPOS MALAFAIA COSTA.) x MARIA CANDIDA CUSTODIO (ADVOGADO: MARILENAMIGNONE RIOS.).Processo nº 2009.50.51.001238-2/01

Recorrente : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL – INSS

Recorrido : MARIA CÂNDIDA CUSTODIO

E M E N T ARECURSO INOMINADO - PREVIDENCIÁRIO – APOSENTADORIA POR INVALIDEZ-INCAPACIDADE LABORATIVACOMPROVADA–RECURSO CONHECIDO E, NO MÉRITO, IMPROVIDO – SENTENÇA MANTIDA.

Trata-se de Recurso Inominado interposto pelo réu, ora recorrente, em face da sentença que julgou procedente o pedidoautoral, concedendo a implantação do benefício previdenciário de aposentadoria por invalidez. Sustenta o recorrente, emsuas razões recursais, que, no caso, não houve o preenchimento por parte da recorrida de um dos requisitos para aconcessão do referido benefício, qual seja a incapacidade laboral. Alega que o perito nomeado pelo Magistrado a quoconcluiu em seu laudo que a autora padece de incapacidade total e temporária apenas para a função habitual (do lar),mas que o laudo pericial estipulou um prazo de 06 (seis) meses para a recuperação total da parte autora. Requer, assim,que se reforme a sentença guerreada.O auxílio-doença, conforme se depreende do artigo 59, caput, da Lei 8.213/91, será devido ao segurado que, tendocumprido, quando for o caso, o período de carência exigido, ficar incapacitado para o seu trabalho ou para a sua atividadehabitual por mais de 15 (quinze) dias consecutivos. Já a Aposentadoria por Invalidez, por força no disposto no art. 42 domesmo diploma legal, a seu turno, uma vez cumprida, quando for o caso, a carência exigida, será devida ao segurado que,estando ou não em gozo de auxílio-doença, for considerado incapaz e insusceptível de reabilitação para o exercício deatividade que lhe garanta a subsistência, e ser-lhe-á paga enquanto permanecer nesta condição.O período de carência e a qualidade de segurado são incontroversos nos autos. A controvérsia cinge-se à aferição daincapacidade laboral da recorrente.Na análise pericial (fl. 40), a recorrente foi examinada e diagnosticada com cálculos renais múltiplos, constatando-se que amesma padece de incapacidade laboral total temporária, recuperável no prazo de 06 (seis) meses. Tal é o que se denota daresposta ao quesito 11 (doze) formulado pelo INSS (fls. 40).A recorrida, conforme costa em laudo médico particular, é portadora de Litíase Urinária de repetição, já havendo sidosubmetida a 07 (sete) procedimentos cirúrgicos urológicos desde abril de 1996. Nesse sentido, torna-se lícito concluir quea patologia apresentada é recorrente e que as intervenções cirúrgicas não impedirão o surgimento de novos cálculos renais.Ademais, levando-se em consideração suas condições pessoais, tais como a idade avançada (próxima dos 60 anos),ausência de experiência profissional, baixa instrução escolar e saúde debilitada, é inoperante sua reabilitação e poucoprovável a reinserção no mercado de trabalho.Importante frisar que “a valoração da documentação trazida pela parte autora, em cotejo com a conclusão da períciamédica realizada pela autarquia previdenciária, não implica ignorar a presunção de legitimidade dos atos administrativos,mas sim atentar para o quadro clínico do segurado, levando-se em conta as declarações médicas e exames realizados pelaparte requerente”.(Ag 194811, Desembargador Aluisio Gonçalves de Castro Mendes, TRF2, Primeira Turma Especializada,E-DJF2R - Data::01/02/2011 - Página::15/16)Pelo exposto, conheço do recurso e a ele nego provimento.Sem custas, nos termos da lei. Honorários advocatícios fixados em 10% sobre o valor da condenação, com fulcro no art.20, §3º, do CPC.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo CONHECER DO RECURSO E A ELE NEGAR PROVIMENTO, naforma da ementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do presente julgado.

Bruno DutraJuiz Federal Relator

98 - 0006948-64.2008.4.02.5050/01 (2008.50.50.006948-2/01) ABRAO CORREA CARVALHO (ADVOGADO: VERA LUCIAFAVARES BORBA, KARIME SILVA SIVIERO, RONILCE ALESSANDRA AGUIEIRAS.) x INSTITUTO NACIONAL DOSEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: JOAO CARLOS DE GOUVEIA FERREIRA DOS SANTOS.).Processo nº. 2008.50.50.006948-2/01

Recorrente : ABRÃO CORREA CARVALHO

Recorrido : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL – INSS

E M E N T ARECURSO INOMINADO - PREVIDENCIÁRIO – AUXÍLIO-DOENÇA – APOSENTADORIAPOR INVALIDEZ - AUSÊNCIA DEINCAPACIDADE LABORATIVA - ENUNCIADO N. 08 DA TURMA RECURSAL/ES - RECURSO CONHECIDO E, NOMÉRITO, IMPROVIDO – SENTENÇA MANTIDA.

Trata-se de Recurso Inominado interposto pela parte autora, ora recorrente, em face da sentença que julgou improcedenteo pedido autoral, negando a prorrogação do benefício previdenciário de auxílio-doença. Sustenta a recorrente, em suasrazões recursais, que, não obstante o perito judicial tenha atestado a incapacidade para exercício de sua atividade habitual(gerente comercial), não se encontra em condições de exercer qualquer atividade laboral. Requer, assim, que se reforme asentença e que ou que seja concedida a aposentadoria por invalidez ou a prorrogação do auxílio-doença.O auxílio-doença, conforme se depreende do artigo 59, caput, da Lei 8.213/91, será devido ao segurado que, tendocumprido, quando for o caso, o período de carência exigido, ficar incapacitado para o seu trabalho ou para a sua atividadehabitual, total e temporariamente, por mais de 15 (quinze) dias consecutivos, enquanto que a aposentadoria por invalidez,segundo o artigo 42 da Lei 8.213/91, será devida ao segurado, que, estando ou não no gozo do auxílio-doença, estiverincapacitado total e definitivamente para qualquer tipo de atividade que possa garantir a sua subsistência, e insusceptível derecuperação.Tanto a condição de segurado quanto o período de carência são incontroversos nos autos. Girando, assim, o pontocontrovertido em torno da incapacidade do Recorrente.Em seu laudo pericial de fls. 168/170, o perito judicial constatou que o recorrente é portador de “fibrilação atrial e flutteratriais revertidos” (quesito 01 do INSS), que diz respeito a uma anormalidade no ritmo cardíaco e uma freqüência arterialelevada, e, em resposta aos quesitos 09 e 10, verificou que o recorrente encontra-se estável clinicamente e que está emuso de medicações adequadas. Portanto, encontrando-se apto para as suas atividades laborativas habituais.Assim, não merecem prosperar os pedidos de prorrogação do auxílio-doença ou a concessão da aposentadoria porinvalidez.Contra a alegação recursal de que há documento médico particular que ateste a incapacidade da recorrente, importadestacar a existência do Enunciado de nº. 08 da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciária doEspírito Santo, de excepcional afastabilidade, que assim orienta: “O laudo médico particular é prova unilateral, enquanto olaudo médico pericial produzido pelo juízo é, em princípio, imparcial. O laudo pericial, sendo conclusivo a respeito da plenacapacidade laborativa, há de prevalecer sobre o particular”.Destarte, não há como negar que a prova obtida em Juízo foi satisfatoriamente conclusiva com fins de atestar a inexistênciade incapacidade laborativa, o que afasta o cumprimento de um dos requisitos necessários para concessão do benefício deauxílio-doença e da aposentadoria por invalidez, inexistindo, assim, mácula na sentença guerreada, que merece sermantida.Registre-se que a perícia foi realizada por profissional habilitado para tanto, sendo que a parte autora teve a oportunidadede apresentar quesitos e indicação de assistente técnico no momento oportuno, providências das quais se desincumbiu.Por certo, o juiz não está adstrito ao laudo pericial, podendo formar a sua convicção com outros elementos ou fatosprovados nos autos. Na hipótese em apreço, após minuciosa análise das provas da causa, e com base no livreconvencimento, este Juízo entende que o material probatório acostado aos autos sinaliza o desmérito da pleiteante aopretendido benefício.Pelo exposto, conheço do recurso e a ele nego provimento.Sem custas e honorários advocatícios em virtude de a recorrente fazer jus ao benefício da assistência judiciária gratuita.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo CONHECER DO RECURSO E A ELE NEGAR PROVIMENTO, naforma da ementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do presente julgado.

BRUNO DUTRAJuiz Federal Relator

99 - 0000610-68.2008.4.02.5052/01 (2008.50.52.000610-6/01) INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS(PROCDOR: RODRIGO STEPHAN DE ALMEIDA.) x SONIA BOTELHO DA ROCHA (ADVOGADO: MARIA REGINACOUTO ULIANA.).Processo nº 2008.50.52.000610-6/01

Recorrente: INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS

Recorrido: SÔNIA BOTELHO DA ROCHA

E M E N T A

RECURSO INOMINADO - PREVIDENCIÁRIO – APOSENTADORIA POR INVALIDEZ-INCAPACIDADE PARA OEXERCÍCIO DAS ATIVIDADES HABITUAIS CONSTATADA – CONSIDERADAS AS CONDIÇÕES PESSOAIS DOSEGURADO - RECURSO CONHECIDO E, NO IMPROVIDO, – SENTENÇA MANTIDA.

Trata-se de recurso inominado interposto pelo réu, ora recorrente, em face da sentença que julgou procedente a pretensãoexternada na inicial desta ação, que pugnava pela concessão de auxílio-doença com a devida conversão em aposentadoriapor invalidez. Sustenta o recorrente, em suas razões recursais, que a sentença proferida pelo juízo “a quo” desconsiderou aperícia médica realizada em juízo, onde ficou asseverado, de forma objetiva, que a parte autora não se encontraincapacitada para o exercício de suas atividades habituais. Alega que as lesões diagnosticadas são insuficientes paraincapacitar a recorrida, e que inexiste nos autos prova apta a afastar a conclusão do perito judicial. Dessa forma, requerseja reformada a sentença de piso, julgando-se improcedente o pedido deduzido na inicial.O auxílio-doença, conforme se depreende do artigo 59, caput, da Lei 8.213/91, será devido ao segurado que, tendocumprido, quando for o caso, o período de carência exigido, ficar incapacitado para o seu trabalho ou para a sua atividadehabitual por mais de 15 (quinze) dias consecutivos. Já a Aposentadoria por Invalidez, por força do disposto no art. 42 domesmo diploma legal, a seu turno, uma vez cumprida, quando for o caso, a carência exigida, será devida ao segurado que,estando ou não em gozo de auxílio-doença, for considerado incapaz e insusceptível de reabilitação para o exercício deatividade que lhe garanta a subsistência, e ser-lhe-á paga enquanto permanecer nesta condição.A condição de segurado e o período de carência são incontroversos nos autos. Verifico assim, que a controvérsia gira emtorno da incapacidade da autora.Na análise pericial realizada em juízo (fls. 53-57), a recorrente foi examinada e diagnosticada com espondilodiscoartrose,hérnia discal discreta em coluna lombar e coto de amputação traumática dos dedos, médio, indicador e polegar direitos, nãosendo constatado, todavia, impedimento que incapacitasse a examinada para as atividades habituais de trabalhadora rural.Tal é o que se denota da resposta ao quesito 05 (cinco) formulado pelo juízo.Em que pese a conclusão exarada pelo perito judicial e considerando que o juiz não está adstrito ao laudo pericial, podendoformar a sua convicção com outros elementos ou fatos provados nos autos, tenho que não assiste razão ao recorrente.É mister ressaltar que a patologia apresentada pela parte recorrida é degenerativa, adquirida em virtude de vários fatores derisco, sem contudo ter relação direta com quaisquer acidentes de trabalho conforme concluiu o perito em resposta aoquesito 03 (três) formulado pelo juízo.Destarte,não há que se falar em incompetência da justiça federal .As lesões na coluna apresentadas pela recorrida atestadas em diversos exames particulares, por óbvio, impedem oexercício das atividades habituais como trabalhadora rural, sendo o esforço físico um elemento crucial nas atribuiçõesdesse ofício. Ademais, o esforço físico tende a agravar as lesões já detectadas, como restou salientado pelo juízo “a quo”.Importante frisar que “a valoração da documentação trazida pela parte autora, em cotejo com a conclusão da períciamédica realizada pela autarquia previdenciária, não implica ignorar a presunção de legitimidade dos atos administrativos,mas sim atentar para o quadro clínico do segurado, levando-se em conta as declarações médicas e exames realizados pelaparte requerente”.(Ag 194811, Desembargador Aluisio Gonçalves de Castro Mendes, TRF2, Primeira Turma Especializada,E-DJF2R - Data::01/02/2011 - Página::15/16)Ademais, a recorrente já conta com 50 anos e, considerando as demais condições pessoais, notadamente o fato de sertrabalhadora rural e de baixa instrução escolar, é pouco provável sua reinserção no mercado de trabalho.Com efeito, forte corrente jurisprudencial encampada pelo STJ, tem entendido que para a concessão de aposentadoria porinvalidez devem ser considerados outros aspectos relevantes, além dos elencados no art. 42 da Lei 8.213/91, tais como, acondição socioeconômica, profissional e cultural do segurado. Segue aresto jurisprudencial:(...) Em face das limitações impostas pela idade (72 anos), bem como por ser o segurado semianalfabeto e e rurícola, seriautopia defender sua inserção no concorrido mercado de trabalho, para iniciar uma nova atividade profissional, pelo que fazjus à concessão de aposentadoria por invalidez. (...) (STJ, REsp 965.597/PE, Rel. Ministro Napoleão Nunes Maia Filho,Quinta Turma, julgado em 23/08/2007, DJ 17/09/2007 p. 355)É evidente, portanto, que a recorrente faz jus ao benefício de aposentadoria por invalidez, vez que o conjunto probatório,bem como a análise das condições pessoais da recorrida, direcionam a esse entendimento.Não merece reparo, portanto, a sentença proferida pelo juízo “a quo”.Pelo exposto, conheço do recurso e a ele nego provimento.Sem custas, na forma da lei. Honorários devidos pela parte recorrente, fixados em 10% sobre o valor da condenação, comfulcro no art. 20, §3º, do CPC.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo CONHECER DO RECURSO E A ELE NEGAR PROVIMENTO, naforma da ementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do presente julgado.

Bruno Dutra

Juiz Federal Relator

100 - 0001152-52.2009.4.02.5052/01 (2009.50.52.001152-0/01) INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS(PROCDOR: ANDRE COUTINHO DA FONSECA FERNANDES GOMES.) x JULIAN DA COSTA SERRAZINE(ADVOGADO: AMAURI PINTO MARINHO.).Processo nº 2009.50.52.001152-0/01

Recorrente : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL – INSSRecorrido : JULIAN DA COSTA SERRAZINE

E M E N T ARECURSO INOMINADO - PREVIDENCIÁRIO – PEDIDO DE CONCESSÃO DE AUXÍLIO-DOENÇA – ALTERAÇÃO DA DIBPARA A DII INDEVIDA– PARTE AUSENTE À PERÍCIA ADMINISTRATIVA - RECURSO CONHECIDO E, NO MÉRITO,PROVIDO – SENTENÇA REFORMADA.

Trata-se de Recurso Inominado interposto pela parte ré, ora recorrente, em face da sentença que julgou procedente opedido autoral para determinar a condenação da autarquia previdenciária na obrigação de pagar os meses retroativos,compreendidos entre a data do início da incapacidade (26/12/2007) e a data da concessão do benefício de auxílio-doença(19/06/2008). Sustenta o recorrente, em suas razões recursais, que a parte autora teve indeferido o requerimento deretroação da DIB em razão de não ter comparecido à perícia médica. Dessa forma, requer seja conhecido o presenterecurso, julgando-se improcedente a pretensão externada na inicial desta ação.A questão controvertida nos presentes autos cinge-se à aferição da presença do recorrido quando da realização da períciamédica administrativa.O autor, ora recorrido, alega ter sido impedido de participar da perícia médica administrativa agendada para o dia 31 dejaneiro de 2008 em razão de não portar documentos que comprovassem a qualidade de segurado.Solicitado o Contrato de trabalho à Secretaria de Educação do Governo Estadual – SEDU/ES, decorreram quatro meses atésua efetiva obtenção. Nesse período o autor teve seu requerimento indeferido.A autarquia previdenciária alega que o indeferimento ocorreu pela ausência à perícia médica, conforme apurado emprocedimento administrativo, ao passo que o recorrido compreende que o indeferimento deu-se em razão da demora naobtenção da documentação solicitada à SEDU.Nesse passo, tenho que assiste razão à autarquia previdenciária.Não é demais lembrar que o ato indeferitório do pleiteado benefício goza da presunção de legitimidade e veracidadeinerente aos atos administrativos, a qual somente pode ser elidida ante a presença de prova contundente em sentidocontrário.O documento colacionado às fls. 28, por si só, não faz prova inequívoca de que o recorrido, aos 31/01/2008, encontrava-sepresente à perícia médica designada. Trata-se de ficha de consulta aos dados cadastrais do trabalhador pela qual sãoinformados dados relativos ao número de inscrição, nome, data de nascimento, nacionalidade, dentre outros, constando naparte inferior direita rubrica do recorrido datada de 10/03/2009.Assim, afigura-se correta a concessão do benefício à parte autora apenas a partir de 16/06/2008, por ocasião do novorequerimento administrativo.Merece reparo, portanto, a sentença proferida pelo juízo “a quo”.Pelo exposto, conheço do recurso e a ele dou provimento.Sem custas, nos termos da Lei. Sem honorários advocatícios, em razão do disposto no art. 55 da Lei 9.099/95.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo CONHECER DO RECURSO E A ELE DAR PROVIMENTO, naforma da ementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do presente julgado.

Bruno DutraJuiz Federal Relator

101 - 0000748-95.2009.4.02.5053/01 (2009.50.53.000748-3/01) MARIA NILDE GONÇALVES VIEIRA (ADVOGADO:JAMILSON SERRANO PORFIRIO.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: UBIRATANCRUZ RODRIGUES.).Processo nº 2009.50.53.000748-3/01

Recorrente : MARIA NILDE GONÇALVES VIEIRA

Recorrido : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS

E M E N T A

RECURSO INOMINADO - PREVIDENCIÁRIO – AUXÍLIO-DOENÇA – APOSENTADORIA POR INVALIDEZ - AUSÊNCIADE INCAPACIDADE LABORAL – PERÍCIA DESFAVORÁVEL - RECURSO CONHECIDO E, NO MÉRITO, IMPROVIDO –SENTENÇA MANTIDA.

Trata-se de recurso inominado interposto pela autora, ora recorrente, em face da sentença que julgou improcedente apretensão externada na inicial desta ação, que pugnava pela concessão de auxílio-doença e sua conversão emaposentadoria por invalidez. Sustenta a recorrente, em suas razões recursais, que apresenta sérios problemas psiquiátricose que, não obstante a perícia médica tenha concluído que esta moléstia não a incapacita para o exercício de suasatividades (trabalhadora rural), encontra-se incapacitada para o exercício de qualquer atividade. Alega, ainda, que deveriater sido submetida à avaliação de um especialista na área de psiquiatria. Dessa forma, requer seja reformada a sentença depiso, julgando-se procedente o pedido deduzido na inicial.O auxílio-doença, conforme se depreende do artigo 59, caput, da Lei 8.213/91, será devido ao segurado que, tendocumprido, quando for o caso, o período de carência exigido, ficar incapacitado para o seu trabalho ou para a sua atividadehabitual por mais de 15 (quinze) dias consecutivos. Já a aposentadoria por invalidez, por força do disposto no art. 42 domesmo diploma legal, a seu turno, uma vez cumprida, quando for o caso, a carência exigida, será devida ao segurado que,estando ou não em gozo de auxílio-doença, for considerado incapaz e insusceptível de reabilitação para o exercício dequalquer atividade que lhe garanta a subsistência, e ser-lhe-á paga enquanto permanecer nesta condição.Desnecessária a análise da condição de segurado e do período de carência, já que constatada a capacidade do recorrente.Em exame realizado pelo perito judicial (fls. 49/50) a recorrente apresentou “fácies atípicas, lúcido, orientado; normocorado,TA 120/80 mmHg, ausculta cardiopulmonar normal, marcha normal, boa higiene corporal, bem situada no tempo e noespaço” (sic). Em que pese o quadro de depressão atestado, é indene de dúvidas que a aludida doença não incapacita arecorrente. Tal é o que se denota da resposta ao quesito 04 (quatro) formulado pelo juízo.Assim, muito embora tenha sido comprovado em laudo de pericial do juízo que a recorrente é portadora de doençapsiquiátrica, não restou demonstrada a incapacidade laborativa na ocasião da perícia e, tampouco, a impossibilidade dereabilitação, conclusões técnicas que inviabilizam a concessão dos benefícios requeridos pela autora.Contra a alegação recursal de que há documento médico particular que ateste a incapacidade plena da recorrente, importadestacar a existência do Enunciado de nº.8 da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciária doEspírito Santo, de excepcional afastabilidade, que assim orienta: “O laudo médico particular é prova unilateral, enquanto olaudo médico pericial produzido pelo juízo é, em princípio, imparcial. O laudo pericial, sendo conclusivo a respeito da plenacapacidade laborativa, há de prevalecer sobre o particular”.Quanto à alegação de que se faz necessária nova perícia em área especializada, trago à colação aresto jurisprudencial doTRF3, a cujo entendimento adiro:“Descabida a realização de perícia médica por especialista na mesma doença anteriormente diagnosticada, sob pena de senegar vigência à legislação que regulamenta a profissão de médico, que não exige especialização para o diagnóstico dedoenças ou para a realização de perícias. (TRF3, AC 200661140062868, Juiz Convocado Hong Hou Hen, TRF3 – NonaTurma, 13/08/2009)”Destarte, não há como negar que a prova obtida em Juízo foi satisfatoriamente conclusiva com fins de atestar a capacidadepara o trabalho, bem como, a inexistência de incapacidade laborativa, o que afasta o cumprimento de um dos requisitosnecessários para concessão dos benefícios pleiteados.Não merece reparo, portanto, a sentença proferida pelo juízo “a quo”.Pelo exposto, conheço do recurso e a ele nego provimento.Sem custas e honorários advocatícios, tendo em vista que a parte recorrente é beneficiária da assistência judiciária gratuita.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo CONHECER DO RECURSO E A ELE NEGAR PROVIMENTO, naforma da ementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do presente julgado.

Bruno DutraJuiz Federal Relator

102 - 0001236-59.2009.4.02.5050/01 (2009.50.50.001236-1/01) INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS(PROCDOR: SIMONE LENGRUBER DARROZ ROSSONI.) x SIRLENA QUIRINO ROCHA (ADVOGADO: HILDARODRIGUES MAIA.).Processo nº 2009.50.50.001236-1/01

Recorrente : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL – INSS

Recorrido : SIRLENA QUIRINO ROCHA

E M E N T ARECURSO INOMINADO - PREVIDENCIÁRIO – AUXÍLIO-DOENÇA – ART. 59 DA LEI 8.213/95 – INCAPACIDADE TOTALE PERMANENTE – DIB NA DATA DE CESSAÇÃO DO BENEFÍCIO – EXAMES PARTICULARES CORROBORAM LAUDOPERICIAL - RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO – SENTENÇA MANTIDA.

Trata-se de recurso inominado interposto pelo INSS em face da sentença de fls. 80/81, que julgou parcialmente procedenteo pedido efetuado pela parte autora de restabelecimento do benefício de auxílio-doença e conversão do benefício emaposentadoria por invalidez. Alega o recorrente, em suas razões recursais, que o perito não firmou a data de início daincapacidade, devendo ser alterada a DIB para o momento de realização da perícia judicial.A controvérsia cinge-se, assim, apenas à fixação da data de início da incapacidade laborativa.A partir da análise do laudo pericial, apresentado às fls. 44/45, verifica-se que a pericianda apresentou incapacidade laboraltemporária, por existir a possibilidade de reabilitação. No tocante ao período em que se iniciou a incapacidade para otrabalho da examinada, em resposta ao quesito “7” elaborado pelo INSS, o jusperito afirmou que “não há dados clínicos dapaciente para esta resposta (a data de início da incapacidade)”.Há que se acrescentar, todavia, que, assim como exposto pelo juiz a quo, o exame pericial não determinou que no períodoanterior à perícia inexistia a enfermidade incapacitante, mas tão somente deixou de emitir parecer conclusivo sobre oestado físico do periciando diante da ausência de documentos que o convencessem a esse respeito.O conhecimento do estado de incapacidade da recorrente no lapso temporal entre a cessação do benefício pela autarquiaprevidenciária e a data do laudo pericial foi possível mediante a apresentação dos exames médicos complementaresexarados dos autos às fls. 30-34, que, referentes aos períodos não alcançados pela análise pericial, de forma clara ecoerente corroboram o atestado no exame obtido em juízo. Desta forma, por estarem em consonância com o parecerjuspericial, tais provas foram aptas a evidenciar a manutenção do estado de incapacidade da recorrente mesmo após acessação do benefício de auxílio-doença, anteriormente por ela percebido.Cumpre salientar que o juiz não está adstrito ao laudo pericial, podendo formar a sua convicção com outros elementos oufatos provados nos autos. E, em seu art. 437, a lei processual não exige, mas, simplesmente, atribui ao juiz o poder dedeterminar a realização de nova perícia quando a matéria não lhe parecer suficientemente esclarecida. Na hipótese emapreço, após minuciosa análise das provas da causa, e com base no livre convencimento, este Juízo entende que omaterial probatório acostado aos autos atesta a persistência da incapacidade laborativa do recorrido quando da cessaçãodo benefício previdenciário, não havendo qualquer mácula na sentença de piso, que merece ser mantida.Sentença mantida. Recurso conhecido e improvido.Sem custas, na forma da lei. Condenação do recorrente ao pagamento de honorários advocatícios no valor de 10% sobre ovalor da condenaçao, com fulcro no art. 20, §3º, do CPC.A recorrida, às fls. 80/87, informa a este Juízo que foi concedida medida cautelar na sentença e que, não obstante, teve seubenefício cessado desde o mês de dezembro de 2010 em razão da “alta programada”.Não se pode presumir a recuperação da capacidade laborativa pura e simplesmente em razão do decurso de determinadoprazo, devendo o INSS restabelecer o benefício no prazo de 05 (cinco) dias, a ser comprovado nesse mesmo prazo,providenciando o pagamento dos atrasados devidos a partir da indevida cessação, com juros e correção monetária, nostermos da Lei nº 11.960/2009.A cessação deverá ser obrigatoriamente precedida de perícia a cargo da Autarquia Previdenciária.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo CONHECER DO RECURSO E A ELE NEGAR PROVIMENTO,mantendo-se a sentença, na forma da ementa constante nos autos, que passa a integrar o presente julgado.

Bruno DutraJuiz Federal Relator

103 - 0000472-64.2009.4.02.5053/01 (2009.50.53.000472-0/01) MARINETE RIGONI CONTE (ADVOGADO: FERNANDAANDRADE SANTANA, Valdoreti Fernandes Mattos, LORENA MARCULANO.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGUROSOCIAL - INSS (PROCDOR: ERIN LUÍSA LEITE VIEIRA.).Processo nº. 2009.50.53.000472-0/01

Recorrente : MARINETE RIGONI CONTE

Recorrido : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL – INSS

E M E N T ARECURSO INOMINADO - PREVIDENCIÁRIO – AUXÍLIO-DOENÇA – APOSENTADORIA POR INVALIDEZ – AUSÊNCIADE INCAPACIDADE LABORATIVA – LAUDO JUDICIAL DESFAVORÁVEL - RECURSO CONHECIDO E, NO MÉRITO,IMPROVIDO – SENTENÇA MANTIDA.

Trata-se de Recurso Inominado interposto pela parte autora, ora recorrente, em face da sentença que julgou improcedenteo pedido autoral, negando a implantação do benefício previdenciário de auxílio-doença e posterior conversão emaposentadoria por invalidez. Sustenta o recorrente, em suas razões recursais, que, no caso, não houve devida análise naatuação da perita judicial que a examinou e que se negou a analisar os exames apresentados pela recorrente. Diante doexposto requer que a sentença proferida pelo juízo a quo seja reformada, que seja concedida antecipação dos efeitos datutela, o restabelecimento do auxílio-doença desde a sua cessação em 30/04/2009 e posterior conversão paraaposentadoria por invalidez ou que seja declarada nula a perícia, uma vez que não foi realizada por uma especialista noproblema de saúde da recorrente.

O auxílio-doença, conforme se depreende do artigo 59, caput, da Lei 8.213/91, será devido ao segurado que, tendocumprido, quando for o caso, o período de carência exigido, ficar incapacitado para o seu trabalho ou para a sua atividadehabitual por mais de 15 (quinze) dias consecutivos. Já a Aposentadoria por Invalidez, por força no disposto no art. 42 domesmo diploma legal, a seu turno, uma vez cumprida, quando for o caso, a carência exigida, será devida ao segurado que,estando ou não em gozo de auxílio-doença, for considerado incapaz e insusceptível de reabilitação para o exercício deatividade que lhe garanta a subsistência, e ser-lhe-á paga enquanto permanecer nesta condição.

Na análise da perita judicial Drª. Sueli Oliveira Quinhonez (fls. 74/78), foi constado que a recorrente é portadora de“Espondiloartrose ao nível da coluna cervical e lombar”, de natureza degenerativa, mas que não acarreta incapacidadelaborativa para o exercício de qualquer atividade (resposta ao quesito 4c do Juízo). Baseou-se a perita judicial nos laudosmédicos e ressonância da cervical e lombar.

Contra a alegação recursal de que há documento médico particular que ateste a incapacidade da recorrente, importadestacar a existência do Enunciado nº. 08 da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciária doEspírito Santo, que assim orienta: “O laudo médico particular é prova unilateral, enquanto o laudo médico pericial produzidopelo juízo é, em princípio, imparcial. O laudo pericial, sendo conclusivo a respeito da plena capacidade laborativa, há deprevalecer sobre o particular”.

Quanto ao requerimento de anulação da perícia judicial, por não ter sido realizada por um médico especialista na área, aquestão já foi objeto de decisão do TRF1:

“PREVIDENCIÁRIO. CONCESSÃO DE AUXÍLIO-DOENÇA OU APOSENTADORIA POR INVALIDEZ. NÃO CABIMENTO.INEXISTÊNCIA DE INCAPACIDADE. DESNECESSIDADE DE NOMEAÇÃO DE MÉDICO ESPECIALISTA PARA SERPERITO DO JUÍZO. CERCEAMENTO DE DEFESA. INEXISTÊNCIA. 1. O laudo pericial judicial atestou que o segurado nãopossui qualquer incapacidade laborativa, o que impede a concessão dos pleiteados benefícios de auxílio-doença ouaposentadoria por invalidez. 2. Não há nulidade da perícia judicial quando esta é de lavra de profissional médico perito dojuízo que respondeu aos quesitos apresentados, mesmo não sendo especialista na área da doença alegada. O título deespecialista em determinada área da medicina não é requisito para ser perito médico do juízo, inexistindo cerceamento dedefesa na hipótese. 3. Recurso não provido.”

Destarte, não há que se contestar que as provas obtidas em juízo foram satisfatoriamente conclusivas com fins em atestara inexistência de incapacidade laborativa e conseqüente descumprimento dos requisitos necessários para concessão dobenefício de auxílio-doença, inexistindo, assim, mácula na sentença de piso, que merece ser mantida.

De acordo com o art. 436, do Código de Processo Civil, o juiz não está adstrito ao laudo pericial, podendo formar a suaconvicção com outros elementos ou fatos provados nos autos. E, em seu art. 437, a lei processual não exige, mas,simplesmente, atribui ao juiz o poder de determinar a realização de nova perícia quando a matéria não lhe parecersuficientemente esclarecida. Na hipótese em apreço, após minuciosa análise das provas da causa, e com base no livreconvencimento, este Juízo entende que o material probatório acostado aos autos é suficiente para o deslinde dacontrovérsia.

Pelo exposto, conheço do recurso e a ele nego provimento

Sem custas e honorários advocatícios em virtude de o recorrente fazer jus ao benefício da assistência judiciária gratuita.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo CONHECER DO RECURSO E A ELE NEGAR PROVIMENTO, naforma da ementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do presente julgado.

Bruno DutraJuiz Federal Relator

104 - 0000207-62.2009.4.02.5053/01 (2009.50.53.000207-2/01) TEREZA LEITE DA SILVA (ADVOGADO: ACLIMARNASCIMENTO TIMBOÍBA, CLEYLTON MENDES PASSOS, LEANDRO FREITAS DE SOUZA.) x INSTITUTO NACIONALDO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: UBIRATAN CRUZ RODRIGUES.).Processo nº 2009.50.53.000207-2/01

Recorrente : TEREZA LEITE DA SILVA

Recorrido : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL – INSS

E M E N T ARECURSO INOMINADO - PREVIDENCIÁRIO – PEDIDO DE CONCESSÃO DE AUXÍLIO-DOENÇA E POSTERIORCONVERSÃO EM APOSENTADORIA POR INVALIDEZ – PERDA DA QUALIDADE DE SEGURADO - RECURSOCONHECIDO E, NO MÉRITO, IMPROVIDO – SENTENÇA MANTIDA.

Trata-se de Recurso Inominado interposto pela parte autora, ora recorrente, em face da sentença que julgou improcedenteo pedido autoral, negando a implantação do benefício previdenciário de auxílio-doença. Sustenta a recorrente, em suasrazões recursais, que, no caso, não houve devida atuação do perito judicial que a examinou, visto que existiria, sim,possibilidade de atestar a presença da incapacidade laborativa à data do primeiro requerimento administrativo (02/08/2001).Requer, assim, que se reforme a sentença guerreada e se dê provimento ao pedido autoral.O auxílio-doença, conforme se depreende do artigo 59, caput, da Lei 8.213/91, será devido ao segurado que, tendocumprido, quando for o caso, o período de carência exigido, ficar incapacitado para o seu trabalho ou para a sua atividadehabitual por mais de 15 (quinze) dias consecutivos.No caso em tela são controversas a qualidade de segurado e o período de carência exigido pela legislação previdenciária.Consoante o art. 15, II, da Lei 8.213/91 perde a qualidade de segurado o trabalhador que deixa de contribuir para o sistemaprevidenciário após 12 meses da cessação das contribuições.Compulsando os autos, verifico que a última contribuição efetuada de maneira concomitante refere-se à competência11/2000 (fls. 21). Ainda que se considerem as parcas contribuições efetuadas em atraso no ano de 2001, a autora teriaperdido a qualidade de segurada no ano de 2002, desconsiderando-se o período de prorrogação a que faz jus aquele quese encontra desempregado (art. 15, § 2º), circunstância não comprovada nos autos.Em 12/07/2006 a recorrente verteu contribuições, na qualidade de autônoma, referentes às competências 06/2002,06/2003, 06/2004, 06/2005 e 06/2006, com o objetivo de readquirir a qualidade de segurada e também atender a carênciaexigida (fls. 52), em conformidade com o preceituado no parágrafo único do art. 24 da Lei 8.213/91.O ocorre que na hipótese de contribuições vertidas em atraso, considerando que a recorrente é contribuinte individual,incide o disposto no art. 27, II, da aludida lei, ou seja, somente será considerada para cômputo do período de carência adata do efetivo pagamento da primeira contribuição sem atraso.Assim, muito embora a qualidade de segurada tenha sido readquirida em 2006 a recorrente não logrou comprovar operíodo de carência. Não deve passar despercebido, igualmente, que a recorrente voltou a perder a qualidade de seguradaem 2007 considerando que sua última contribuição, nesse período, data de 12 de julho de 2006.A par do que já foi exposto, apesar de atestar a existência de incapacidade laborativa, o laudo pericial (fls. 65-69) não foiapto a aferir a data de início da doença (resposta ao quesito “5” elaborado pelo Juízo), apenas mencionando que os laudosmédicos contidos nos autos datam de 2008 e 2009 e que a própria autora afirmou estar sem trabalhar desde 2004.Quer seja fixado início da incapacidade em 2008, 2009 ou 2004, certo é que a recorrente em nenhuma dessas ocasiõesostentava a qualidade de segurada ou adimplia a carência exigida, sendo impossível afirmar pelo conjunto probatórioacostado aos autos que em 2001, quando tais requisitos encontravam-se preenchidos, a recorrente era incapaz.Pelo exposto, conheço do recurso e a ele nego provimento.Sem custas e honorários advocatícios em virtude de a recorrente fazer jus ao benefício da assistência judiciária gratuita.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo conhecer e, no mérito, CONHECER DO RECURSO E A ELENEGAR PROVIMENTO, na forma da ementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do presente julgado.

Bruno DutraJuiz Federal Relator

105 - 0003426-29.2008.4.02.5050/01 (2008.50.50.003426-1/01) LEIDIMAR EPIFANIO VITORIA (ADVOGADO: JOANAD'ARC BASTOS LEITE.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: SIMONE LENGRUBERDARROZ ROSSONI.).Processo nº 2008.50.50.003426-1/01

Recorrente : LEIDIMAR EPIFANIO VITÓRIA

Recorrido : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS

E M E N T A

RECURSO INOMINADO - PREVIDENCIÁRIO – AUXÍLIO-DOENÇA - AUSÊNCIA DE INCAPACIDADE LABORAL –PERÍCIA DESFAVORÁVEL - RECURSO CONHECIDO E, NO MÉRITO, IMPROVIDO – SENTENÇA MANTIDA.

Trata-se de recurso inominado interposto pelo autor, ora recorrente, em face da sentença que julgou improcedente apretensão externada na inicial desta ação, que pugnava pelo restabelecimento de auxílio-doença e, subsidiariamente, aconcessão de aposentadoria por invalidez. Sustenta a recorrente, em suas razões recursais, que apresenta artrose em suacoluna lombar e que, não obstante o perito tenha concluído que esta doença não a incapacita para o exercício de suasatividades, pela profissão da recorrente, qual seja auxiliar de serviços gerais, dificilmente irá reempregar-se no mercado detrabalho tendo em vista os sérios problemas de coluna que lhe acometem. Dessa forma, requer que seja reformada asentença de piso, julgando-se procedente o pedido deduzido na inicial.O auxílio-doença, conforme se depreende do artigo 59, caput, da Lei 8.213/91, será devido ao segurado que, tendocumprido, quando for o caso, o período de carência exigido, ficar incapacitado para o seu trabalho ou para a sua atividadehabitual por mais de 15 (quinze) dias consecutivos. Já a Aposentadoria por Invalidez, por força do disposto no art. 42 domesmo diploma legal, a seu turno, uma vez cumprida, quando for o caso, a carência exigida, será devida ao segurado que,estando ou não em gozo de auxílio-doença, for considerado incapaz e insusceptível de reabilitação para o exercício deatividade que lhe garanta a subsistência, e ser-lhe-á paga enquanto permanecer nesta condição.Desnecessária a análise da condição de segurado e do período de carência, já que constatada a capacidade da recorrente.Na análise pericial (fls.98/105), a recorrente foi examinada e diagnosticada com artrose na coluna lombar, entretanto, nãose contatou qualquer impedimento que incapacitasse a examinada para o exercício de seu ofício habitual, o de auxiliar deserviços gerais. Tal é o que se denota da resposta ao quesito 09 (nove) formulado pelo juízo (fls. 101).Muito embora os requisitos elencados pela Lei 8.213/91 devam ser conjugados com a análise de outros aspectosrelevantes, como a condição socioeconômica, profissional e cultural do segurado, verifico que a recorrente, apesar de nãopossuir as melhores condições pessoais, ainda pode se reempregar no mercado de trabalho em atividades compatíveiscom sua situação. E ainda que opte permanecer na profissão de auxiliar de serviços gerais, a artrose na coluna lombar nãoobsta o exercício das atividades laborativas habituais. Cabe salientar que a existência da doença não implicanecessariamente a caracterização de incapacidade laborativa.A prestação que ora se pleiteia somente deve ser paga quando efetivamente devida, sob pena de vilipendiar-se o equilíbriofinanceiro e atuarial do sistema previdenciário em desprestígio aos segurados incapazes que não possuem meios de provera própria subsistência e preenchem os requisitos legais.Não merece reparo, portanto, a sentença proferida pelo juízo “a quo”.Pelo exposto, conheço do recurso e a ele nego provimento.Sem custas e honorários advocatícios, tendo em vista que a parte recorrente é beneficiária da assistência judiciária gratuita.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo CONHECER DO RECURSO E A ELE NEGAR PROVIMENTO, naforma da ementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do presente julgado.

Bruno DutraJuiz Federal Relator

106 - 0000310-78.2009.4.02.5050/01 (2009.50.50.000310-4/01) EDEVALDO RODRIGUES (ADVOGADO: ROZALINDANAZARETH SAMPAIO SCHERRER.) x INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS (PROCDOR: MarcosFigueredo Marçal.).Processo nº 2009.50.50.000310-4/01

Recorrente : EDEVALDO RODRIGUES

Recorrido : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS

E M E N T A

RECURSO INOMINADO - PREVIDENCIÁRIO – APOSENTADRIA POR INVALIDEZ - AUSÊNCIA DE INCAPACIDADELABORAL – PERÍCIA DESFAVORÁVEL - RECURSO CONHECIDO E, NO MÉRITO, IMPROVIDO – SENTENÇAMANTIDA.

Trata-se de recurso inominado interposto pelo autor, ora recorrente, em face da sentença que julgou improcedente apretensão externada na inicial desta ação, que pugnava pela concessão de aposentadoria por invalidez. Sustenta orecorrente, em suas razões recursais, que apresenta sérios problemas de coluna que lhe acarretam dores, limitação eimpotência para o trabalho, conforme atestado nos laudos periciais particulares, não obstante o perito judicial tenhaconcluído pela ausência de tais patologias. Alega que a sentença proferida pelo juízo “a quo” considerou exclusivamente olaudo pericial judicial, sem avaliar os laudos particulares que consistem em importantes elementos de prova. E diante dohistórico patológico apresentado, alega que não se pode afastar o direito à percepção do benefício, pois não se encontraem condições de exercer suas atividades habituais. Dessa forma, requer seja reformada a sentença proferida pelo juízo “aaquo”, julgando-se procedente o pedido deduzido na inicial.A Aposentadoria por Invalidez, conforme se depreende do art. 42, da Lei 8.213/91, será devido ao segurado que, tendocumprido, quando for o caso, a carência exigida, estando ou não em gozo de auxílio-doença, for considerado incapaz einsusceptível de reabilitação para o exercício de atividade que lhe garanta a subsistência, e ser-lhe-á paga enquantopermanecer nesta condição.

O período de carência e a qualidade de segurado são incontroversos nos autos. A controvérsia cinge-se à aferição daincapacidade laboral do recorrente.Na análise pericial (fls. 28/30), o recorrente foi examinado, não sendo diagnosticada qualquer doença, lesão, seqüela,deficiência física ou mental. Tal é o que se denota da resposta ao quesito 01 (um) formulado pelo juízo (fls. 80). A períciaconclui, ainda, que inexiste incapacidade ortopédica para o trabalho habitual do recorrente (resposta ao quesito n.º 09formulado pelo juízo- fls. 29).O laudo pericial é claro ao afirmar que a parte autora não ostenta incapacidade laborativa. Os atestados médicosparticulares, por si só, não servem para afastar as conclusões da perícia judicial, tendo em vista o fato de serem produzidosunilateralmente. Nesse sentido, o enunciado N.º 08 desta Eg. Turma Recursal:O laudo médico particular é prova unilateral, enquanto o laudo médico pericial produzido pelo juízo é, em princípio,imparcial.O laudo pericial sendo conclusivo a respeito da plena capacidade laborativa, há de prevalecer sobre o particular.(DIO – Boletim da Justiça federal, 18/03/04, página 59)

Muito embora os requisitos elencados pela Lei 8.213/91 devam ser conjugados com a análise de outros aspectosrelevantes, como a condição socioeconômica, profissional e cultural do segurado, verifico que o recorrente, ainda podereempregar-se no mercado de trabalho em atividades compatíveis com sua situação. E ainda que opte por permanecer naprofissão de trabalhador avulso, conforme constatado no laudo pericial produzido em juízo, inexiste qualquer óbice.A prestação que ora se pleiteia somente deve ser paga quando efetivamente devida, sob pena de vilipendiar-se o equilíbriofinanceiro e atuarial do sistema previdenciário em desprestígio aos segurados incapazes que não possuem meios de provera própria subsistência e preenchem os requisitos legais.Não merece reparo, portanto, a sentença proferida pelo juízo “a quo”.Pelo exposto, conheço do recurso e a ele nego provimento.Sem custas e honorários advocatícios, tendo em vista que a parte recorrente é beneficiária da assistência judiciária gratuita.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Turma Recursal do JuizadoEspecial Federal da Seção Judiciária do Espírito Santo CONHECER DO RECURSO E A ELE NEGAR PROVIMENTO, naforma da ementa constante dos autos, que fica fazendo parte integrante do presente julgado.

Bruno DutraJuiz Federal Relator

Acolher os embargosTotal 1 : Dar parcial provimentoTotal 14 : Dar provimentoTotal 14 : Dar provimento ao rec. do autor e negar o do réuTotal 1 : Dar provimento ao rec. do réu e negar o do autorTotal 2 : Negar provimentoTotal 68 : Negar seguimento ao recursoTotal 1 : Rejeitar os embargosTotal 4 :