aspectos juridicos da regulaÇao economica das aÇoes de vigilancia sanitaria

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  • 7/23/2019 ASPECTOS JURIDICOS DA REGULAAO ECONOMICA DAS AOES DE VIGILANCIA SANITARIA

    1/9

    ASPECTOS JURIDICOS DAREGULA

  • 7/23/2019 ASPECTOS JURIDICOS DA REGULAAO ECONOMICA DAS AOES DE VIGILANCIA SANITARIA

    2/9

    de interesse para a saUde e participar da prodw;lio de medica

    mentos, equipamentos, irnunobiol6gicos, hernoderivados e ou

    tros insumos."

    Com a edi91io da Lei n 9.782, de 26 de jane iro de 1999 (DOU de 27/0 1/1999),

    se definiu o Sistema Naciona1 de Vigi1ancia Sanitaria, tendo sido criada a Agencia

    Naciona1 de Vigi1ancia Sanititria

    3

    Suafinalidade e promover a defesa da saMe, tendo

    competencia para atuar par intermedio do controle sanititrio. Dentre as competmcias

    da ANVISA estlio as de normatizar, controlar e fiscalizar produtos, subst:lncias e

    s e r v i ~ o s de interesse

    p r

    a saUde (Art. 2, inciso III). Assirn, 6 pass ive a imposi9lio de

    certas obrigay5es as indUstrias do tabaco, desde que se tenha em conta a razoabilidade.

    2. A r e g u 1 a ~ i i o

    da

    vigiHincia sanitaria

    A

    fimr;ao

    regulat6ria exercida pela ANVISA engloba, como nas demais

    agencias, a

    r e g u l a ~ l i o

    normativa, a regula9ao executiva e a regulaylio judicante, cujas

    caracterfsticas sao a independencia (t6cnica), o poder normative, a direylio colegiada,

    composta

    par

    dirigentes com mandatos fixos e nao coincidentes com os mandatos

    politicos e receita propria, pela cobran9a

    da taxa de regula9ao.

    Incumbe

    a

    Ag6ncia regular OS produtos e servi90S que envolvam risco a saUde

    publica.

    Os objetos que devem ser regulados com i ~ t a s ao controle a n i ~ i t r i o sao, entre

    9utros, os cigarros, cigarrilhas, charutos e qualquer outre produto fumigeno, derivado

    ou nao do tabaco

    4

    .

    3 Autarquia sob o regime especial, vinculada ao Ministerio da SaUde, com scde e foro no Distrito Fede1al,

    prazo de durayao indeterminado e atuac;fio em to do o errit6rio nacional, com o 6rgao de rcgulayao,

    normatizay1Io, controle e fiscalizayao das atividadcs que ga rantam a assistt ncia suplementar a

    a-6de.

    A natureza de autafquia especial ecaracterizada por autonornia administrativa, financeira, patrimonial

    c de gestao de recursos humanos, autonomia nas suas decis(jes tecnicas e mandata fixo de scus

    dirigentes. Art. 37

    CR:

    A autonomia gerenci al, oryament

  • 7/23/2019 ASPECTOS JURIDICOS DA REGULAAO ECONOMICA DAS AOES DE VIGILANCIA SANITARIA

    3/9

    Art. 34. Os atos normativos

    de

    competencia

    da

    Agencia serao

    editados pela Diretoria Colegiada, so produzindo efeitos apos

    publica91io no Diar io Ofici al da Uniao.

    Paragrafo (mico. Os atos de alcance particular so produzirao

    efeito apos a correspondente notifica9iio.

    Art. 35. As minutas de atos normativos poderao ser submetidas

    a onsulta publica, formalizada

    por

    publica9iio no Diario Oficial

    da Uni[o, devendo as criticas e sugest5es merecer exame e

    permanecer

    a

    disposiyao do pUblico, nos termos do regimento

    interno.

    Nesse passo, o Regimento Interno

    da ANVISA

    (Portaria n 593,

    de

    25 de

    agosto de 2000, republicada no DOU de 22 de dezembro de 2000), dita:

    Art.

    Os

    atos normativos e ordimirios da

    ANVISA

    serao

    expresses sob a forma de:

    I -Atos

    da

    Diretoria Colegiada:

    a) Ata, consignando delibera96es da Diretoria Colegiada, como

    resultados de processes decis6rios de alcance interne e externo,

    assim como determinayfto de realizayao de audiSncias pllblicas

    e de consultas publicas;

    )

    e)

    Consulta l Ublica, decisOes que submetem documen to ou

    assunto a comentarios e sugestoes do publico geral".(n grifo)

    0

    problemae ue tal participa9a0 e ndispenS{tVel para que Sejam identificados

    os interesses

    em

    tensao e se

    captar a

    melhor

    maneira

    de ponderA-los para

    a

    busca do

    ponto 6timo. Sem isso, restam violados

    os

    principios republicano, democr3tico, do

    devido processo legal,

    da

    publicidade e

    da

    eficiencia.

    Logo seria inconstitucional entender que haveria urna autorizayiio

    re -

    gulamentar para afastamento da audiencia publica. No entanto numa interpre-

    tayiio conforme a

    Constituiyiio

    e no intuito

    de

    salvar o texto

    regularnentar

    sera

    inconstitucional apenas

    o

    ato normative que nao

    for

    previarnente subrnetido

    a audiencia publica e a coleta de opinioes quando envolvidos interesses

    de

    terceiros.

    Assim, conhecidos e ponderades os interesses, a AgSncia, dotada de

    especializa9iio e de proximidade com a realidade do mercado podera estabelecer

    norrnas reguladoras de produtos e serviyos de interesse para o controle de riscos

    a aUde da popula9ao, alcan9ados pelo Sistema Nacional de Vigiliincia Sanitaria.

    A

    competencia para estabelecer normas e padrOes

    abrange, entre outres hens

    e serviyos, nile apenas o produto final, mas tarnb6m as estruturas e demais insumos

    envolvidos

    na sua

    produyao e comercializayiio,

    de

    modo a se obter seguranr;a do

    produto final.

    ~ 3 4 : ' 2 : : - - - - - R e v i s t a

    d

    Difeito da Procuradoria Geral, Rio de Janeiro,

    (Enn;Ao

    EsPECIAL),

    2012

    Tal competilncia, assim, deve ser, por 6bvio, exercida nos lin1ites de sua

    finalidade (Lei n 9782/1999, art. 6), que, de resto, e o que ocorre em qualquer

    atividade administrativa

    6

    As ay5es de vigilancia sanitaria devern ser exercidas de

    modo a viabilizar a prote9iio da saude.

    Nao havendo rela91io entre competi ncia e finalidade havera desvio de poder.

    CAro TAcrm, quando trata dos efeitos nefastos dos vicios de abuso do poder

    normativo assevera:

    0 abuso do poder legislativo, quando excepcionalmente

    caracterizado, pelo exame de motivos, e vicie

    especial de

    inconstitucionalidade

    da

    lei pelo div6rcio entre o endere90

    real

    da norma

    atributiva

    da

    competencia e o uso ilicito que a

    coloca a serviyo de interesse incompativel

    com

    a sua legitima

    destinayao

    7

    ..

    )

    A Jurisprudencia

    da

    Suprema Corte norte-americana construiu,

    para a centenyiio

    de

    abusos desta natureza, o requisite do due

    process of law, o devido processo legal, como essencia de

    legalidade dos comandos da autoridade.

    Aplicado, originalmente, como garantia processual, o conceito

    se ampliou

    para

    alcanyar, pelo chamado substantive due process,

    o rem6dio contra as restriy5es de direitos e liberdades na via

    administrativa e legislativa.

    Foi, sobretudo, na avalia91io da legitim idade da interven9ao do

    peder pUblico no dominio econOmico e social que se aplicou

    o teste da racionalidade (rationaly test) e, a seguir, o padrao

    da razoabilidade (reasonableness, Standard) como aferi9iio

    da

    legalidade

    da

    legisla91io.

    )

    A proposito dos limites do poder de policia, que impor tando a sua

    incidencia

    em

    restriy5es a direitos individuais,

    sua

    utilizayiio niio

    deve ser excessiva

    ou

    desnecess3ria de modo a nao configurar

    urn abuso de poder.

    E que como se dita a

    li91io

    de Roger Bonnard, ' a medida de

    pollcia deve s er adequada ao jim de polici a a atingir, is to e a

    medida imposta ndo deve ser muito rigorosa s medida menos

    rigorosa e ujiciente."

    6 Cite-se a regulayfto dos limites de contaminantes, res(duos t6xicos, desinfetantes, metais pesados e

    outros que envolvam risco a saUde; cabe, tambem, a ANVISA promover a revisao e atualizayfto

    peri6dica da farmacopeia.

    7 TACITO, Caio,

    0 desvio de poder no controle dos atos administrativos, legislativos e jurisdicionais.

    emas

    de Direito PUblico (Estudo e Pareceres).Rio

    de Janeiro:

    Renova1;

    1 Volume, 1997,

    p.

    193.

    - ~ ~ : : - ~ ~ ~ - - - . _ _ _ , , . , . , .

    Revista de Direito da Procuradoria Geral, Rio de Janeiro, Emc:;:Ao

    Est ECIAL),

    2012

    343

  • 7/23/2019 ASPECTOS JURIDICOS DA REGULAAO ECONOMICA DAS AOES DE VIGILANCIA SANITARIA

    4/9

    Conforme o ensinamento de CARLos RoBERTO DE

    SIQUEIRA

    CASTR0

    8

    :

    0 papel da clausula due process of law', considerada

    sob o prisma isonOmico,

    e

    justamente o de impedir o

    abuso do poder normativo governamental, isto

    em

    todas

    as suas exteriorizayOes, de maneira a repelir os males

    da irrazoabilidade e da irracionalidade , ou seja, do

    destempero das instituiy5es governativas, que nao esta livre a

    atividade de criayao ou de concreylio das regras juridicas nas

    gigantescas burocracias contemporftneas Pode-se dizer, nesse

    sentido, que o princfpio de igualdade,

    em

    sua conjugas:ao

    com a cl:iusula do devido processo legal, desempenha,

    em

    nivel de controle merit6rio

    da

    legislas:ao, papel semelhante

    aquele desenvolvido pela teoria francesa do desvio de poder

    (detournement de pouvoir), no que concerne a aferis:ao

    da

    legalidade e da moralidade dos atos ditos discricionarios

    da Administras:ao Publica. Releva atentar, aqui,

    para

    a

    impiedosa necessidade de centrale jurisdicional

    sabre

    o

    merecimento das classificay5es normativas,

    em

    particular no

    quanta respeita

    a

    sua

    razoabilidade e racionalidade ' eis

    que nao e suficiente,

    para

    a validade dos atos materialmente

    lcgislativos, a simples observ&ncia do processo const itucional

    ou legal pertinente a ua formayao.

    No que concerne

    a

    produc;fio e comercializac;iio de produtos fumigenos, a

    finalidade nlio e nem pode ser- impedir ou inviabilizar a produyao au o consume

    de cigarros, que

    e

    uma atividade licita.

    0 objetivo das normas orientadoras deve envolver, apenas, a advertencia

    explicita quanta aos riscos que os produtos regulados podem oferecer, conforme

    8 CASTRO, Carlos Roberto de Siqueira._O devido processo legal e a razoabilidade das leis na nova

    Constituir;tio

    do

    Brasil.

    Rio de Janeiro: Forense, 1989,

    p.

    1591160.

    9 Neste ambito cite-se o entendimento do Eg. Supremo Tribunal Federal: "(..) Cumpre enfatizar, neste

    ponto, que a clausula

    do

    devido processo legal objeto de expressa proclamar;/io pelo

    art.

    LIV,

    da

    Constituir;iio, e que traduz

    um

    dos fimdamentos dogmdticos do principia da proporcionalidade -

    deve ser entendida, na abrang&ncia de sua nor;iio conceitual, niio s6 sob o aspecta meramente formal,

    que imp5e

    restrir;Oes

    de cardter ritual a tuar;/io do Fader PUblico, mas, sobretudo, em sua dimens/io

    material, que atua como decisivo obstdculo a

    edir;iio de

    atos legislativos revestidos de conteUdo

    arbitnirio ou irrazodvel.( . .)

    A essencia

    do subslantive due process of law

    reside na necessidade de proteger

    as

    direitos e as

    liberdades (. ..)contra qualquer modalidade

    de

    legislar;ao que se revele opressiva au destitulda do

    necessdrio coeficiente

    de

    razoabilidade" (n/grifo) EmAc6rdffoADINN I 922 E 1.976-DFRELATOR:

    MINISTRO MOREIRAALVES. Revis

    a

    Trimestral de Jurisprud&ncia. Vol. 176STF Brasllia, COJU,

    Imprensa Nacional: Abril de 200 l, p. 153/154.

    ~ ~ . . ._.

    , , . . , . , , ' = ~ - = ~ ' - - ~ ~ = . . . , . _ , . = = '

    344 Revista de Direitoda Procuradoria Geral, Rio de Janeiro,

    (Eon:;Ao

    EsPECIAL),

    2012

    previslio constitucional

    10

    , em seus 1,

    2

    e, espccialmente, o

    4

    do art. 220, bem

    como infraconstitucional, nos arts.

    6, go

    ego do C6digo de Defesa do Consumidor

    Deve ser assegurado o contraste necessaria avisibilidade inequivoca da informayao

    de prote91io

    saUde.

    Em outras palavras, ha varias possibilidades de se fornecer

    ''informaylio ostensiva''.

    2.2. e g u l a ~ a o Executiva

    A implementas:ao de politicas pode ou niio depender de atos normativos; nada

    impede que, na ausencia de normas regulat6rias, a intervenyao se de, diretamente, no

    caso concreto, por meio de atos ordinat6rios.

    Assim, a

    regulac;iio executiva

    envolve a pratica

    de

    atos de atribuiyao de direitos

    de ingresso no mercado , atos de :fiscalizayllo e

    de

    controle de preyos, seus reajustes

    e revis5es.

    Nesse passo, a ANVISA pode ate intervir, temporariamente, na administrac;ao

    de entidades produtoras, que sejam financiadas, subsidiadas

    au

    mantidas com recursos

    pUblicos, assim como nos prestadores de serviyos e ou produtores exclusives ou

    estrat6gicos para o abastecimento do mercado nacional.

    Frise-se, no entanto, que sua compet:ncia sc limita a produtos e serviyos que

    causem riscos

    a aUde

    e que, no caso dos derivados de tabaco, o objetivo

    e,

    apenas,

    informar tal risco e nao impedir o consumo on a publicidade, salvo no que concerne

    a

    venda a men ores (que, no caso em exame, nao se desenvolve pelaInternet).

    Pela via da regulayao executiva e possivel, mediante justificativa tecnica,

    temperar os excesses decorrentes da generalidade da norma, fixando uma interpretaylio

    adequada ao caso concreto. Afinal, a norma geral tende a dar tratamento ison6mico

    10 "Art. 220.

    .

    . ) 1 : Nenhuma lei conteriz dispositivo que passa c onstituir embarar;o a lena liberdade

    de

    informar;iio jornalfstica em qualquer veiculo de comunicar;/io social, observado o disposto no art.

    IV,V,X,X/Il e XIV.

    vedado toda e qualqu er censura de natureza politica, ideol6gica e artlstica. (

    ..

    )

    4. A propaganda comercial de abaca, bebidas alco6licas, agrot6xicos, medicamentos e terapias

    estard sujeita a

    restrir;Oes

    legais, nos termos

    do

    inciso II

    do

    pardgrafo anterior, e conterd, sempre que

    necessdrio, advertencia sabre as maleficios decorrentes de seu usa."

    11

    Lei

    no

    8.078 de 1990,

    art.

    6 Silo direitos bdsicos

    do

    consumidor: a proter;iio da vida,

    saUde

    e

    seguranr;a contra riscos provoc ados

    par

    prdticas no fornecimento

    de

    produtos e servir;os considerados

    perigosos au nocivos,

    .

    ..),

    III

    a informar;iio adequada e clara sabre as diferentes produtos e servir;os,

    com especijicar;Qo con-eta de quantidade, caracterfstic as, composir;/io, qual idade e

    prer;o,

    bem como

    sabre as riscos que apresentam.

    Art.

    8 .

    Os produtos e servir;os colocados no mercado de consumo niio acarretariio riscos a atlde

    au seguranr;a dos consumidores, exceto as considerados normals e previsiveis em decorrencia de

    sua natureza e fruir;tio, obrigando-se aos fornecedores, em qualquer hip6tese, a dar as informar;Oes

    necessdrias e adequadas a respeito.

    Parr.igrafo Unico, Em se tratando

    de

    produto industrial, ao abricante c abe pres ar as informar;Oes a que

    se refere este artigo, atraves de impressos apropriados que devam acompanhar o produto.

    Art.

    9 : 0

    fornece dor de produtos e servir;os potencialmente nocivos au perigosos a aUde ou seguranr;a

    deverd informar,

    de

    maneira ostensiva e adequada, a respeito da sua nocivi dade ou periculosidade, sem

    prejulzo da ador;iio de outras medidas cabiveis em cada caso concreto," (n/grifo).

    345

  • 7/23/2019 ASPECTOS JURIDICOS DA REGULAAO ECONOMICA DAS AOES DE VIGILANCIA SANITARIA

    5/9

    a situa96es que nem sempre se encontram num plano de igualdade. A interpreta9ao

    regulat6ria se presta, pais, a corrigir tais iniqiiidades e excesses no caso concreto, de

    olcio ou a requerimento do interessado.

    2.3. Rcgula9llo

    Judicante

    A regula9fio judicante se da pela solu9ilo extrajudicial de conflitos, sendo

    precedida de um a fase de conciliayao, com a indispenstivel identificayao dos interesses

    em tensao e dos conflitantes, na qual as partes tem o poder de encerrar o titigio; se

    frustrada, passa-se a fase de media9iio, com o regulador assumindo o papel de propor

    soluy5es; s6 em l1ltima instiincia passa-se a ase de arbitramento, com a imposiyao

    de uma decisao. Tal decisao opera a retroalimenta9ao do sistema, por forya da qual a

    experiencia do caso concreto pode se transformar em norma, que representa a visao

    prospectiva do regulador- o impacto da

    norma sabre

    casas futures e

    sabre

    o mercado;

    afinal, o regulador n[o se limita aos fatos ocorridos no passado e que envolvem apenas

    as partes. Tanto que lhe

    e

    dada, na pondera9ao entre custos e beneflcios

    da

    atividade

    regulat6ria, a possibilidade de ado9ao de acordos substitutivos, que melhor atendam

    o principio da proporcionalidade, indispensavel nos atos de restri9ilo de liberdade.

    Embora provocada pela ABIFUMO e pela propria consulente, a ANVISA

    nao considerou a possibilidade de, mesmo mantendo a norma, firmar tal acordo

    substitutive para viabilizar as alternativas menos onerosas e legalmente vilidas para

    implcmcntar as finalidades almejadas.

    2.4. Tipos de R e g u l a ~ i l o

    Conforme a atividade administrativa, vai ha ver diferentes

    tipos

    de regula9fio, a

    saber, de

    polfcia de servi9os ptlblicos

    de

    ordenamento economico

    e de

    ordenamento

    social.

    Em cada

    uma

    delas vai haver uma diferente

    i n t e r p r e t a ~ ~ o

    do conceito de

    "eficiencia", que orienta a finalidade a ser atendida e l a A d m i n i s t r a ~ a o Publica.

    A qui se vislumbra, tambern, adistin9llo nltidaentrejimnu la9fio e implementa9fio

    de pollticas publicas; a primeira cabe

    a

    n i ~ o pclo Ministerio da SaUde (envolvendo,

    ainda, o acompanhamento e a

    a v a l i a y ~ O

    da polltica e das diretrizes gerais do Sistema

    Nacional de Vigilancia Sanililda); a segunda, nitidamente de polfcia administrativa,

    pelaAgencia Nacionalde Vigilancia Sanitaria, cuja finalidade institucional e romover

    a prote9ao

    da

    saUde da.popula\)ao, por intermedio do contro e

    sanitaria

    da

    produriio e

    da comercta/iza9fio de

    produtos e serviros submetidos

    a

    igiliincia sanitaria.

    Tal competencia, como dito, abrange os ambientes, os processos, os insumos

    e as tecnologias relacionados a produ9li0 e comercializa9iio, bern como o ingresso da

    produyaO estrangeira por portos, aeroportos C de fronteiras.

    0

    objetivo e 0

    produto

    compatlvel com os objetivos

    dele

    esperados.

    Logo, no caso dos derivados

    de

    tabaco,

    nffo se espera que eles nao causem riscos a aUde, mas que, para a decisao

    de

    consumi

    los haja a advertencia "ostensivan.

    ~ R ~ ~ i ~ T e D G ; t ; d a P ; ~ t ~ ; d ~ ; ~ d e T a 7 t ; h ; , ~ ~

    Na coordena9ao do Sistema Nacional de Vigiliincia Sanitaria, cabe aANVISA

    estabelecer normas, propor, acompanhar e executar as politicas, as diretrizes e as

    ay5es de vigildncia sanitiria, sem, contudo, ir al6m dos limites fixados no marco

    regulat6rio, atendo-se a observar

    uma

    relayffo entre motivo existente, meio adequado

    e proporcional a inalidade

    da

    norma.

    3. Regula9ao de Policia

    Na

    ANVISA, M intensa regula9ao de policia, que busca a

    ejiciencia

    na

    seguram;a do administrado.

    sao

    estabelecidos condicionamentos com vistas a

    eficiencia da

    pessoa do fornecedor e sua estrutura ( equipamentos, direyao, corpo

    t6cnico), eficiSncia do seu produto, abrangendo

    a

    eficiSncia dos insumos par ele

    uti1izados,

    e

    da forma

    de

    apresentayao, de modo a viabilizar a informayao necessaria

    ao consumidor para orientar sua decisao de consumo.

    As t6cnicas de comercializayffo nffo relacionadas a seguran9a do produto -

    como

    e

    o caso do uso

    da

    internet para recebimento de pedidos - nao se encaixam nas

    .finalidades

    que justificam a competenc ia daANVISA. Ha, pois, ato ilegal por vfcio de

    competencia e de finalidade na ROC n 15.

    0 primeiro

    momento do

    exercicio

    do

    poder

    de

    po/lcia

    1

    e

    or

    meio da edi9iio

    de

    normas,

    que caracterizam

    a regulac;ao

    normativa; segue-se

    o

    consentimento

    de

    po/lcia (registro de empresas

    e

    produtos)

    a

    jiscaliza9fio

    de

    policia

    e a

    sam;:an

    e

    polcia

    das

    i n f r a ~ O e s apuradas mediante

    processo

    administrativo

    que

    tenha

    por base

    o

    auto de infrayao, a

    representayi:io

    ou a denlincia

    dos fatos

    irregulares. Pode a pena deixar de ser aplicada pela celebra9ao de acordos

    substitutivos, por meio de termos de compromisso de ajuste de conduta, que

    melhor atendam S interesses regulados. Afinal, nao

    e

    objetivo da regulayaO

    inviabilizar a prodw;:.ao e

    a

    comercializac;ao, mas, apenas, condiciona-las ao

    interesse geral.

    Aqui, o interesse

    e

    na correta informac;ao ao consumidor dos riscos do

    produto. Nao

    pode

    ser finalidade da norma regulat6ria a proibi9iio do consumo,

    uma vez que tal finalidade nfto se vislumbra

    nem

    na Constituiyao e nem nas leis,

    que reconhecem a existencia de produtos perigosos - porem lfcitos no mercado,

    impondo, apenas, a advertencia da presen9a

    de

    tal caracteristica (CF art. 220,

    l ,

    2 e 4 e C6digo

    de

    Defesa do Consumidor,

    em

    seus arts.

    6 , 8

    e

    9 ).

    Note-se que o C6digo

    de

    Defesa do Consumidor e orma geral sobre produ9ilo

    e consumo, bern como sobre prote9ao a

    allde- CF

    art. 24, V e

    XII-

    e que comporta

    12 "( ..)A Administrar; to PUblica exerce o poder de

    polfcia

    administrativa sobre

    todas

    as atividades e

    bens

    que afetam

    ou

    podem afetar a coletividade, com cotnpett ncin exclusiva e conconente das trt s esferas

    estatais dada a descentralizayao polftico-admJnistrativo decorrente do nosso sistema constitucional.( ..)"

    (Origem: TRF

    R

    Primeira Regio, Classe: AMS

    R

    Apelayao em Mandado de S e g u r a n ~ a 01362614.

    Processo: 199601362614 UF: BA 6rglio Julgador: Quarta Tunna, Data da decisllo: 29/02/2000

    Documento: TRF100098740,

    Fonte:

    DJ DATA: 04/08/2000 PAGINA:

    120,

    Relator(a): Juiz

    M ruo

    CESAR RIBEIRO),

  • 7/23/2019 ASPECTOS JURIDICOS DA REGULAAO ECONOMICA DAS AOES DE VIGILANCIA SANITARIA

    6/9

    uma norma supletiva, definindo nao s6 a autoridade especifica voltada ao atendimento

    de seus comandos-Lei n" 8.078/90, art.

    55

    -como explicitando os aspectos de cada

    segmento de mercado

    13

    0 consentimento abrange autorizaro funcionamento de empresas de fabricac;ao,

    distribuiy[o e importac;ao dos produtos, anuir com a importayao e exportac;ao dos

    produtos, conceder registros de produtos, segundo as normas de sua 3rea de atuac;ao,

    conceder e cancelar o certificado de cumprimento de boas pniticas de fabricaylio

    14

    .

    Inclui-se a necessidade de registro para itens que sejam aplic:iveis apenas a

    plantas produtivas e a mercadorias destinadas a mercados externos, desde que

    na:o

    acarretem riscos a aUde pUblica.

    Nafiscalizar;lio de policia,

    a Agencia poder:i apreender hens, equipamentos,

    produtos e utensilios utilizados para a prittica de crime contra a

    saUde

    publica. As

    atividades de vigil;lncia epidemiol6gica e de controle de vetores relativas a portos,

    aeroportos e fronteiras, sera:o executadas pela Ag@ncia, sob orientac;ao t6cnica e

    normativa do Ministerio da Saude". Cabe a ANVISA estabelecer, coordenar e

    monitorar os sistemas de vigildncia toxicol6gica e farmacol6gica.

    Na

    sanriio de po/icia

    a ANVISA, em caso de

    viola91io

    da legislayao pertinente

    ou

    de

    risco iminente

    a saUde,

    tern poder para interditar, como medida de vigil.ncia

    sanitaria,

    os

    locais de fabricac;ao, controle, importac;ao, armazenamento, distribuic;ao

    e venda de produtos e de presta91io de servi9os relativos a altde, proibir a fabrica91io,

    a importayl:lo, o armazenamento, a distribuic;ao e a comercializac;ao de produtos e

    insumos e cancelar a autorizac;ao de funcionamento e a autorizayao especial de

    funcionamento de empresas.

    A ANVISA pode, alem de multar e cassar registros, promover a alienayiio

    judicial de itens utilizados em pr:itica de crime, bern como requerer, em juizo, o

    bloqueio de contas bancitrias de titularidade da empresa e de seus proprietitrios e

    dirigentes, responsitveis pela autoria daqueles delitos, sendo tipicaregula91io judicante.

    13

    Sobre o tema ver SOUTO, Marcos Juruena Villela.

    Direito Administrativo da Economia.

    3. ed. Rio de

    Janeiro: Lumen Juris, 2003, pp. 320-326.

    14 0 poder de exigir a certi:ficayi'io de conformidade no dmbito do Sistema Brasileiro

    de C e r t i ~ c a y a o

    - SBC, de produtos e serviyos sob o regime de vigilncia ~ a n i t < i r i a s e ~ u n d o sua c ~ a s s ~ de n s ~ o o

    credenciamento, no fimbito do SINMETRO, dos laborat6nos de servtyos de ap01o dtagn6sttco e

    terapeutico e outros

    de

    interesse para o controle de riscos

    a

    aUde.

    da

    o p ~ l a y a o

    b e ~

    .como

    d a q u e ~ e s q ~ e

    impliquem a incorporayao

    de

    novas tecnologias, e dos laborat6nos pUbhcos de analise fiscal no amb.tto

    do SINMETRO foi suspenso pela Medida Provis6ria n" 2.134-25/2000, renumerada para Medtda

    Provis6ria no 2.190-34, de 23.08.2000.

    Al6m dos

    j< i

    citados, consideram-se serviyos submetidos ao

    controle e jiscaliza((iio sanitdria

    pela

    Agencia, aqueles voltados para a atenyffo ambulatorial, seja de o t ~ n a ou de emergencia, os

    e a . l i z a ~ o s em

    regime de intemayao, os servivos de apoio diagn6stico e terapeuttco, bem como

    a q u e l e ~

    que m ~ h q u e m

    a incorporayUo de novas tecnologias, as instalayOes fisicas, equipamentos, tecnologms,

    a m b t e n t ~ s

    e

    procedimentos envolvidos em todas as fases dos processos de produyao dos bens e produtos submettdos

    ao controle e fiscalizayao sanitaria, incluindo a destinavao dos respectivos residuos.

    15 A importavao de alimentos, de aditivos para alimentos.e de substancias destinadas a s e r e n ~ empregadas

    no fabrico de artigos, utensflios e equipamentos destmados a entrar em cantata com ahmentos, fica

    sujeita a analise de controle efetuada por amostragem, a criteria da autoridade sanitaria, no momenta de

    seu desembarque no pals.

    348

    R : ; ~ ; o C u ~ G e 7 7 J

    Ri;de

    c f f i ~ ~ . { ~ i ; E c i A L ) ,

    2012

    Para

    custeio

    das a96es de polfcia, a ANVISA pode cobrar a

    Taxa de

    Fiscalizar,:lio de Vigiliincia SanitGria,

    que tem como fato gerador a pnitica dos atos de

    sua competencia, sendo sujeitos passives

    as

    pessoas fisicas e juridicas que exercem

    atividades de fabrica91lo, distribui91io e venda de produtos e a presta9llo de servi9os

    supramencionados

    16

    .

    4.

    R e g u l a ~ a o

    nos S e r v i ~ o s

    de

    Interesse Geral, na Ordem Econ6mica e na

    Ordem Social

    Na regula

  • 7/23/2019 ASPECTOS JURIDICOS DA REGULAAO ECONOMICA DAS AOES DE VIGILANCIA SANITARIA

    7/9

    Entre essas caracteristicas, podemos citar a essencialidade

    do produto, a significativa concentrayao

    da

    oferta em cada

    classe terapeutica, a presenya do consumidor substitute,

    pais e

    o medico quem decide qual produto sera consumido, e a forte

    assimetr ia de informayffo. Tudo isto torn a o grau de substituiyao

    dos produtos por parte do consumidor praticamente inexistente,

    facilitando a imposi9iio de pre9o. Epar isso que a Agencia tern

    atuado no camp o econOmico da regulayffo desse mercad o .

    Dai ter a ANVISA atua9iio no monitoramento do mercado de medicamentos,

    componentes, equipamentos e insumos de saUde, empreendendo ay5es punitivas e

    educativas (em especial, com presta9iio de informa96es), atuando em conjunto com

    as PROCON's. Pode, no ambito da competencia fiscalizat6ria, requisitar informa96es

    e aplicar a

    pena

    prevista no art.

    26

    da Lei

    n

    8.884/94. Mas, frise-se, o objetivo

    da

    regula9a0 de medicarnentos

    e

    bern diverso dade derivados de tabaco.

    Note-se que, no ambito do ordenamento econ6mico, e nitida a distinyffo entre

    relaroes

    de

    onsumo

    voltadas

    a

    rote9iio do destinatitrio.final

    da

    cadeia produtiva, dada

    a sua hipossu:ficiSncia- e

    re Gf;:Oes empresariais-

    tuteladas pelo principia da isonomia

    de tratarnento da liberdade de oficio e expressiio (ai incluidos

    as

    criterios de coloca9iio

    de produtos no mercado e sua comunica9iio ao publico, podendo este ser objeto de

    condicionamentos - e nunca de proibiyao . Sao principios constitucionais distintos a

    defesa do con sumidor (CF,

    art.

    170, V) e a livre concorrencia (CF, art. 170, IV).

    No

    ordenamento social

    a atividade regul at6ria busc a a preservac;ao de hens e

    servic;os indispens8veis ao sustento da vida em

    sociedade-

    ex.: saUde, previdencia,

    educa9iio, pesquisa, preserva9iio ambiental, onde se inclui a compet encia daANVISA

    para fomentar e realizar estudos e pesquisas no campo da vigilfincia sanitaria.

    Cite-se, ainda, a competencia para manter sistema de informayao continuo e

    permanente para integra r suas atividades com as demais ac;Oes de saUde, com priori dade

    Us

    ac;5es

    de vigil.ncia epidemiol6gi ca e assistencia ambulatorial e hospitalar, monit orar

    e auditar os 6rgffos e entidades estaduai s, distrital e municipais, que integram o Sist ema

    Nacional de Vigilancia Sanitaria, incluindo-se

    as

    laborat6rios oficiais de controle de

    qualidade

    em

    saitde, coordenar e executar o controle

    da

    qualidade de bens e produtos,

    por

    meio de analises previstas

    na

    legislay[o sanitaria,

    ou

    de programas especiais de

    monitoramento

    da

    qualidade em saUde, fomentar o desenvolvimento de recursos

    hurnanos

    para

    o sistema e a cooperayao t6cnico-cientifica nacional e internacional.

    Cabe it

    ANVISA

    coordenar as a96es de vigilaucia sanitaria realizadas

    par

    todos as

    laborat6rios que compoem a rede oficial de laborat6rios de controle de qualidade em

    saUde. Nenhuma dessas competencias se afina com as normas editadas ern exame.

    Assim, a regula9ao deve ser sempre voltada a implementar uma politica publica

    fixada pela autoridade legitimada para tanto, nao cabendo ao regulador substitui-la;

    dai ser t6cnica. E mais, deve ser resultante de uma ponderayao entre os custos e os

    beneflcios da restri9iio it liberdade privada, niio se limitando aedi9iio de normas nem

    se confundindo com o poder regulamentar. 0 regularnento e ato politico e voltado

    350

    0 - ~ ~ '

    Revista

    de

    Direito

    da

    Procuradoria Geral,

    Rio de

    Janeiro,

    EmcAo

    EsPECIAL),

    2012

    para

    0 atendimento do interesse geral; a regulayao

    e

    apenas tecnica e destinada a

    interesses coletivos (setoriais).

    A regula9iio a cargo

    da

    ANVISA atua sabre interesses coletivos dai se

    vislumbrar fundamentos, motiva96es e finalidades distintas para cada tipo de

    fomecedor e de hens- produtos ou serviyos- colocados no mercado.

    0

    que se pode perceber e que a norma regulat6ria editada foi bern alem das

    finalidades dela esperadas e dos limites a ela impastos e, especialmente, dos criterios para

    a sua edi9ao. Nao bouve audiencia publicae nao houve motiva9iio tecnica, logo, niio pode

    haver regulayao eficiente para atendimento do interesse coletivo, conforme se

    verA.

    5. As

    ~ o e s imp1ementadas pelo Poder Publico

    Enquanto a r e g u l a ~ t [ o atua sabre o setor privado,

    em

    segmentos de interesse

    relevante nao se descarta a atuac;ao do Poder PUblico, destacando-se, para tanto, a

    c r i ~ t l l o de agencias executivas.

    Nesse passo, a Medida Provis6ria

    n

    33, de 19 de fevereiro de 2002, disp6e

    sabre o Sistema Nacional de Epidemiologia, de SaudeAmbiental e de Saitde Indigena,

    cria a Agencia Federal de Preven9iio e Controle de Doen9as - APEC e

    da

    outras

    providencias.

    Os

    sistemas nacionais de

    epidemiologia

    de

    saude ambiental

    e de

    saude

    indigena constituem conjuntos de ay5es e serviyos prestados

    por

    6rg[os e entidades

    pU.blicas federais, estaduais, dist ritais e municipais.

    Entende-se par epidemiologia o conjunto de a96es que proporciona o

    conhecimento, a detec9iioau preven9iio de qualquer mudan9a nos fatores determin antes

    e condicionantes de saUde individual ou coletiva, com a finalidade de recomendar e

    adotar as medidas de preven9ao e controle dos fatores de riscos, das doen9as e de

    outros agravos

    a

    allde.

    Define-se saUde

    ambiental

    como o conhecimento, a prevenyao e o controle

    dos processos, infiuencias e fatores fisicos, qufmicos e biol6gicos que exeryam

    ou

    possam exercer, direta

    ou

    indiretamente, efeito sabre a sallde humana,

    em

    especial

    naqueles relacionados a saneamento para controle de agravos

    a

    aUde, contaminante s

    ambientais, melhorias habitacionais para controle de agravos

    a

    saude, qualidade da

    agua para consume humano, desastres naturais e acidentes com produtos perigosos,

    vetores, reservat6rios e hospedeiros e animais pec;onhentos.

    Em relayao a todos os sistemas, compete

    a

    Uniiio definir a sua politica

    nacional, organizayao, normatizay[o e gestae, al6m de executar ay5es que suplantem

    a capacidade de resposta do nivel estadual do Sistema Unico de Sallde - SUS au que

    representem risco de disseminayao nacional.

    A formula91io da politi ca nacional cabe ao Minister io da Saitde.

    Para sua propositura e implementa9ao prop6e-se a cria9iio

    daAgencia

    Federal

    de Preven9ao e Controle de Doen9as- APEC - autarquia vinculada ao Ministerio da

    Saitde,

    com

    sede e foro no Distrito Federal, tendo prazo de dura9ao indeterminado,

    Revista

    de

    Direito

    da

    ~ ~

    de

    Janeiro,

    EmcAo

    EsPECIAL),

    2 0 U . . : 3 : : 5 ~ 1

    I

    . '

    I

    . '

    :

    I

  • 7/23/2019 ASPECTOS JURIDICOS DA REGULAAO ECONOMICA DAS AOES DE VIGILANCIA SANITARIA

    8/9

    atuayfto em todo o territ6rio nacional, sendo dotada de autonomia administrativa,

    financeira, patrimonial e de gestao de recursos humanos, nos termos de contrato de

    gestae a ser firmado, bern como nas suas decisOes t6cnicas.

    A APEC ten\ por finalidade institucional a promo9ao e prote9ao

    a saUde,

    mediante ayOes integradas de educayao,

    de

    prcvenyao c controlc de doenyas e outros

    agravos a

    aUde,

    hem como o atendimento integral a aiide dos povos indigenas, com

    vistas ameJhoria da quaJidade de vida da populayaO.

    A APEC tera as competencias e responsabilidades de autoridade sanitaria

    federal previstas na Lei

    n

    6.259, de 30 de outubro de 1975, complementando a

    atuayao dos Estados, coordenando e promovendo

    as

    atividades de educayao em saiide

    e mobilizayao social, de abrangencia nacional e regional; cabe-lhe supervisionar,

    controlar e fiscalizar, incluindo a permanente avaliayao dos sistemas estaduais de

    epidemiologia e de sallde ambiental, incluindo a questao do saneamento e controle

    das agressOes

    ao

    meio ambiente, que interfiram na saiide humana, monitoramento da

    qualidade de clgua para consume humano proveniente de sistemas de abastecimento

    publico, execu9ao de a9oes de forma complementaraatua9ao dos Estados.

    As compet&ncias da APEC na area de saiide indigena sao, basicamente, de

    proper, organizar, gerir e definir procedimentos para operacionalizayao

    do

    Sistema de

    SaUde Indigena, no ambito

    do

    SUS e executar a96es.

    Na linha

    das

    demais entidades definidas como

    Ag&ncias

    Executivas"

    no

    Programa

    de

    Reforma

    do

    Estado, a APEC sera dirigida por Diretoria, composta por

    brasileiros,

    de

    reputa9ao ilibada, indicados pelo Ministro de Estado da SaUde e

    nomeados pelo Presidente da Republica, alem de contar com uma Procuradoria-Geral

    e uma Auditoria Interna. Seu quadro de pessoal busca absorver servidores da Fundayao

    Nacional

    de

    SaUde - FUNASA e do Ministerio da Saude, e seus 6rgaos e entidades

    vinculadas que estavam em exercicio

    naFUNASAem 31

    de dezembro

    de

    2001.

    Embora se fixe urn limite para tal absoryao, sao criados diversos cargos e

    funyOes comissionadas

    U ~ c n i c a s

    a h ~ m das contratayOes tempor

  • 7/23/2019 ASPECTOS JURIDICOS DA REGULAAO ECONOMICA DAS AOES DE VIGILANCIA SANITARIA

    9/9

    logisticas humanisticas e financeiras de exercer as competf:ncias eventualmente

    usurpadas pela proposta em analise.

    A regula9ilo deve ser sempre voltada a implementar uma politiea publica

    fixada pela autoridade legitimada para tanto nilo cabendo ao regulador substituf-la;

    dai

    ser

    tecnica. E mais deve ser

    resultante

    de uma ponderac;ao

    entre os

    custos e

    as

    beneficios

    da

    restric;ao

    a

    iberdade privada nao se

    limitando

    a

    dic;ao de normas nem

    se confundindo com o poder regulamentar.

    A regula9ilo a cargo da ANVISA atua sabre interesses

    coletivos

    ao passo

    que

    as

    a96es da APEC

    silo

    voltadas

    ao

    atendimento

    de

    interesses difusos nao

    se

    vislumbrando

    em tese confiito

    de

    atribuic;Oes.

    ~ ~ ~ ~ ~ ~ ~ ~ ~ = ~ ~ ~ ~ ~

    354

    Revista

    de

    Direito

    da

    Procuradoria Geral Rio de Janeiro

    Enu;:Ao EsPECIAL),

    2012

    A COMPETITIVIDADE NO SETOR PORTUARIO E

    0 TRANSPORTE DE CARGAS DE TERCEIROS NOS

    TERMINAlS DE USO PRIVATIVO MISTO

    MARCOS JURUENA VILLELA SOUTO

    Procurador do Estado

    do

    Rio de Janeiro

    Regime jurfdico dos terminais mistos-Competenciado legislador

    para estabelecer o regime jurfdico das autoriza96es - Validade

    da deslegalizayao de materias para a definiyao tecnica pela

    agencia reguladora de requisitos para a obtenyao da autorizayilo

    - Possibilidade jurfdica

    de

    definiyao de mn criteria para

    estabelecimento de carga

    minim

    Possibilidade de o regulador

    fixar distiw;Oes de regimes entre o arrendamento de terminais

    publicos e os tenninais de uso priv tivo Impossibilidade de o

    regulador equiparar o terminal misto ao terminal de uso exclusivo

    A regulayilo deve buscar a competiyao entre os diversos tipos

    de operadores e

    niio

    preservar mn dos modelos da competiyao.

    A constituic;ao nao

    definiu

    o conteUdo e

    os

    requisitos para as

    autorizayoes podendo a lei faze-lo para alcan9ar tal objetivo de

    ampliac;ao

    de

    investimentos e

    de competic;ao

    para a eficiSncia.

    constitucionalidade da emenda

    a

    medida provis6ria e ilegalidade

    do

    condicionamento desproporcional impasto pelaANTAQ.

    Sum3rio: I Apresentac;ao; Desenvolvimento;

    1.

    0 domfnio

    da lei e o domfnio da regula9ao;

    2

    A reforma do estado e

    a consequente mudan9a de politica publica; 3 A missao da

    ANTAQ e das companhias docas na execuyiio das atividades

    portuarias;

    4

    Os objetivos e a metodologia regulat6ria;

    5

    0

    exercicio da competf:ncia normativa e as exigf:ncias trazidas

    pela norma; 6 A proposta de inova9iio legislativa; Conclusoes.

    I.

    Apresenta9iio

    Cuida-se de examinar a legalidade de norma que envolve a autoriza9iio para

    a explorac;ao de terminais de uso privativo misto com vistas

    a

    movimentac;ao de

    carga

    de terceiros.

    ~ ~ ~ ~ ~ ~

    evista

    de

    Direito

    d

    Procuradoria

    Gera1

    Rio de Janeiro

    Emc;Ao EsPECIAL),

    2012

    355

    I