aspectos da cultura quilombola

26
“ASPECTOS DA CULTURA QUILOMBOLA” Palestrantes: Téc. M.Sc. Maria Páscoa S. de Sousa Roberta Miliane Peres

Upload: marajoculturarts

Post on 16-Jan-2015

3.008 views

Category:

Education


10 download

DESCRIPTION

Apresentar aspectos da cultura das comunidades quilombolas de Salvaterra-PA

TRANSCRIPT

Page 1: Aspectos da cultura quilombola

“ASPECTOS DA CULTURA QUILOMBOLA”

Palestrantes: Téc. M.Sc. Maria Páscoa S. de Sousa Roberta Miliane Peres

Page 2: Aspectos da cultura quilombola

ASPECTOS DA CULTURA QUILOMBOLA

Cultura Quilombola????????????

O que é QUILOMBO? Quem sãos os QUILOMBOLAS?

O que é CULTURA, mesmo???

Page 3: Aspectos da cultura quilombola

Como definir a CULTURA QUILOMBOLA????

Populações Tradicionais

Pescadores ArtesanaisCaranguejeirosCamaroeiros

Artesões

Seringueiros

Extratores de madeira

Produtores de Farinha de mandioca

Vaqueiros

Pequenos Agricultores

Coletores de açaí, castanha de

andiroba, bacuri

Quilombolas

Page 4: Aspectos da cultura quilombola

Grupos, Povos ou Comunidades Tradicionais

DEFINIÇÃO LEGAL: (DECRETO LEI Nº 6.040, DE 07/02/2007)

Art. 3º, Alínea I – Povos e Comunidades Tradicionais: grupos culturalmente diferenciados, e que se reconhecem como tais, que possuem formas próprias de organização social, que ocupam e usam territórios e recursos naturais como condição para a sua reprodução cultural, social, religiosa, ancestral e econômica , utilizando conhecimentos, inovações e práticas gerados e transmitidos pela tradição.

DECRETO LEI Nº 6.040, DE 07/02/2007: Instituiu a Política Nacional de Desenvolvimento Sustentável dos Povos e Comunidades Tradicionais

Page 5: Aspectos da cultura quilombola

Grupos, Povos ou Comunidades Tradicionais

“o que faz um grupo social ser identificado como tradicional não é a localidade onde se encontra, [...] não é o local que define quem elas são, mas sim seu modo de vida e as suas formas de estreitar relações com a diversidade biológica, em função de uma dependência que não precisa ser apenas com fins de subsistência, pode ser também material, econômica, cultural, religiosa, espiritual, etc. (MOREIRA, 2007, p. 36)

Page 6: Aspectos da cultura quilombola

Porque Discutir Cultura Quilombola na Escola

Vasconcelos? LEI No 10.639, DE 9 DE JANEIRO DE 2003.

Altera a Lei no 9.394, de 20 de dezembro de 1996, que estabelece as diretrizes e bases da educação nacional, para incluir no currículo oficial da Rede de Ensino a obrigatoriedade da temática "História e Cultura Afro-Brasileira", e dá outras providências.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:

        Art. 1o A Lei no 9.394, de 20 de dezembro de 1996, passa a vigorar acrescida

dos seguintes arts. 26-A, 79-A e 79-B:

"Art. 26-A. Nos estabelecimentos de ensino fundamental e médio, oficiais e particulares, torna-se obrigatório o ensino sobre História e Cultura Afro-Brasileira.

§ 1o O conteúdo programático a que se refere o caput deste artigo incluirá o estudo da História da África e dos Africanos, a luta dos negros no Brasil, a cultura negra brasileira e o negro na formação da sociedade nacional, resgatando a contribuição do povo negro nas áreas social, econômica e política pertinentes à História do Brasil.

Page 7: Aspectos da cultura quilombola

§ 2o Os conteúdos referentes à História e Cultura Afro-Brasileira serão ministrados no âmbito de todo o currículo escolar, em especial nas áreas de Educação Artística e de Literatura e História Brasileiras.

§ 3o (VETADO)"

"Art. 79-A. (VETADO)"

"Art. 79-B. O calendário escolar incluirá o dia 20 de novembro como ‘Dia Nacional da Consciência Negra’.“

 Art. 2o Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.

Brasília, 9 de janeiro de 2003; 182o da Independência e 115o da República.

LUIZ INÁCIO LULA DA SILVACristovam Ricardo Cavalcanti Buarque

Page 8: Aspectos da cultura quilombola

Comunidades Tradicionais na Microrregião do Arari

40 comunidades remanescentes de quilombos (UNAMAZ e NAEA/UFPA), em nove municípios: Gurupá, Anajás, Curralinho, Bagre, Muaná, Ponta de Pedras, Cachoeira do Arari, Soure e Salvaterra (PDTS Marajó, 2007);

Pelo menos 18 estão no Município de Salvaterra

Page 9: Aspectos da cultura quilombola

Os quilombolas de Salvaterra (NCSA – Fascículo 7 Quilombolas da Ilha de Marajó -UNAMAZ/NAEA, 2006)

Comunidades

Quilombolas

BacabalBoa Vista

Caldeirão

Bairro Alto

MangueirasDeus AjudePau

Furado

Salvá

Campina/Vila União

Paixão

Providência

Siricari

1850

2002: 2.6000 pessoas ou 38% da população rural de Salvaterra

Page 10: Aspectos da cultura quilombola
Page 11: Aspectos da cultura quilombola

“ Minha bisavó, Augusta Dias, escrava refugiada, morava neste lugar Jutuba, com os filho libertos: Maria Bela (avó da relatora), Joaquim, Domingas, Eliziário e José Dias, o mais novo. Quando chegavo pra pegá rapazes pra ir pra Guerra do Paraguai [1864-1869], aí ela escondia os filho, vinha as cavalaria entrá nas casa pra levá os menino pra lutar na guerra.” (Estelina (Dias) Sarmento dos Santos, 85 anos – Comunidade Quilombola de Bairro Alto)

HISTÓRIA NÃO CONTADA, CULTURA NÃO PRESERVADA

Projeto de Pesquisa: Memória e História Social de Negros Fugidos territorializados nas cabeceiras do Rio Matupirituba: a Comunidade de Bairro Alto. (Rosa H. Sousa)

Page 12: Aspectos da cultura quilombola

Patrimônio Cultural: Saberes e Fazeres

Page 13: Aspectos da cultura quilombola

Patrimônio Cultural: Saberes e Fazeres

Page 14: Aspectos da cultura quilombola

Patrimônio Cultural: Saberes e Fazeres

Page 15: Aspectos da cultura quilombola

O Artesanato como Manifestação da Cultura

Artesanato e Cultura

Page 16: Aspectos da cultura quilombola

O Artesanato como Manifestação da Cultura

CULTURA E PATRIMÔNIO CULTURAL IMATERIAL

Page 17: Aspectos da cultura quilombola

O Artesanato como Manifestação do Patrimônio Cultural Imaterial

Convenção para a Salvaguarda do Patrimônio Cultural Imaterial (UNESCO, 2003)

Page 18: Aspectos da cultura quilombola

Manifestações da Cultura Imaterial

Page 19: Aspectos da cultura quilombola

PROJETO DE EXTENSÃO UNIVERSITÁRIA “MARAJOCULTURARTS: Cultura, Artesanato e Sustentabilidade Socioambiental nas Comunidades Quilombolas de Salvaterra-PA” (2012-2013)

EQUIPE DO PROJETO

Coordenadora: Téc. M.Sc. Maria Páscoa S. de Sousa

Prof.ª Gyanne Lima (Diretora da Faculdade de Biologia)

Roberta Miliane Peres (Bolsista/Biologia 2011)

Paulo José Silva (Voluntário/Biologia 2011)

Elisana dos S. Vasconcelos (Voluntária/Biologia 2011)

Ewerton N. da Silva (Voluntário/Biologia 2011)

Alan José A. Evangelista (Voluntário/Biologia 2012)

Jéssica Lorena Lima (Voluntário/Biologia 2012)

Universidade Federal do ParáCampus Universitário do Marajó-SoureFaculdade de Ciências Biológicas

Page 20: Aspectos da cultura quilombola

O PROJETO MARAJOCULTURARTS

OBJETIVO GERAL

Recuperar, difundir e preservar o patrimônio cultural, imaterial e natural das comunidades quilombolas do município de Salvaterra-Pa, consubstanciado nos processos e conhecimentos envolvidos nas atividades artesanais de produção de paneiros, cestos, peneiras e tipitis (confeccionados a partir de fibras naturais derivadas do tucumanzeiro, da jacitara, do inajazeiro, do guarumã, do miriti, do maracujá-do-mato e do cipó tracuá) e na confecção de cuias (a partir do fruto da cuieira/Crescencia cujete e de corantes naturais retirados de árvores como o cumatê.

Page 21: Aspectos da cultura quilombola

O PROJETO MARAJOCULTURARTS

Específicos: Recuperar por meio da promoção de oficinas, cursos e palestras os

conhecimentos tradicionais envolvidos na produção artesanal de cestaria (cestos, paneiros, peneiras e tipitis) e na confecção de cuias tingidas, envolvendo e tendo como principais ministrantes os griôs das próprias comunidades quilombolas como forma de prestigiar os conhecimentos e os saberes presentes nestas comunidades;

Formar novos mestres artesãos nas referidas comunidades a fim de preservar o conhecimento sobre a produção do artesanato em cestaria e no tingimento de cuias nestes locais;

Difundir o artesanato das comunidades quilombolas de Salvaterra através da promoção de oficinas e ou cursos de artesanato em cestaria e confecção de cuias nas escolas públicas do município de Salvaterra como estratégia para agregar valor (social e econômico) aos produtos artesanais destas comunidades;

Elaborar material técnico-científico (cartilhas, artigos, informativos) sobre a produção artesanal das comunidades quilombolas de Salvaterra;

Garantir a interação entre os estudantes do Curso de Biologia e os membros das comunidades tradicionais quilombolas do Marajó como forma de proporcionar o intercâmbio de conhecimentos entre os mesmos.

Page 22: Aspectos da cultura quilombola

O PROJETO MARAJOCULTURARTS

METAS Cadastrar os mestres artesãos das comunidades quilombolas

na área de cestaria e cuias;

Discutir a importância do artesanato como forma de prestigiar socialmente o patrimônio cultural destas comunidades através de palestras e seminários ;

Realizar 12 oficinas ou cursos sobre confecção de cestaria durante o ano de 2012 nas comunidades quilombolas, envolvendo os mestres artesãos das comunidades, estudantes do Ensino Médio da E.E.E.M. “Prof. Ademar Nunes de Vasconcelos”, estudantes do Ensino Fundamental das escolas das comunidades de Bairro Alto e Bacabal e demais membros da comunidade.

Realizar 04 oficinas de confecção de cuias (01 na comunidade de Bairro Alto, 01 na comunidade de Bacabal, 01 na Escola Ademar N. de Vasconcelos e 01 no Campus de Soure) durante o ano de 2012;

Page 23: Aspectos da cultura quilombola

O PROJETO MARAJOCULTURARTS

METAS

Produzir material técnico-científico sobre o artesanato quilombola (01 cartilha sobre a cestaria; 01 cartilha sobre a confecção de cuias; artigos científicos sobre a temática; mapeamento e descrição das espécies vegetais utilizadas na produção artesanal);

Formar 100 novos mestres artesãos, (em cestaria e confecção de cuias);Criar possibilidades e estratégias de geração de renda aos membros das comunidades a partir da produção artesanal;

Proporcionar a aproximação da Universidade Federal do Pará, por intermédio do Curso de Biologia, às comunidades tradicionais do Marajó.

Page 24: Aspectos da cultura quilombola

O PROJETO MARAJOCULTURARTS

 Público-Alvo:

Comunidades Quilombolas do Município de Salvaterra-Pa;

Estudantes do ensino médio da E.E.E.M. “Prof. Ademar Nunes de Vasconcelos” oriundos de comunidades quilombolas;

Comunidade em geral.

N° Estimado: 1.500 pessoas

Page 25: Aspectos da cultura quilombola

Referenciais ACEVEDO MARIN, Rosa Elisabeth. Terras de Herança de Barro Alto: Entre a fazenda da EMBRAPA e

a fazenda do americano – Salvaterra/PA. Belém: SEJU/UNAMAZ/UFPA /NAEA, 2005.

 

________. Comunidades Negras Rurais no Município de Salvaterra, Ilha de Marajó –Pa: Estudos e Intervenção sobre as condições de saúde e saneamento básico. Belém: UNAMAZ/UFPA-PROEX/NUMA, 2004.

ARAGON, Luis E. Ciência e Educação Superior na Amazônia: Desafios e oportunidades de cooperação internacional. Belém: Associação das Universidades Amazônicas –UNAMAZ / NAEA, 2001.

CARDOSO, Luis Fernando Cardoso e. A constituição local: direito e território quilombola em Bairro Alto, Ilha do Marajó, Pará. Luis Fernando Cardoso e Cardoso/ Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Filosofia e Ciências Humanas, Departamento de Ciências Sociais, Programa de Pós-graduação em Antropologia Social. Florianópolis-SC, 2008. Disponível<http://www.tede.ufsc.br/tedesimplificado//tde_busca/arquivo.phpcodArquivo=411>; acesso em 05/11/2010.

MELLO, Alex Fiúza de. A interiorização da universidade na Amazônia: um desafio nacional. In: Educação Brasileira, Brasília, v. 30, n. 60 e 61, p. 9-35, jan./dez. 2008. Disponível em <http://www.crub.org.br/admin/publicacoes/revista_60_61.pdf>; acesso em 15/11/2010.

________. Para construir uma universidade na Amazônia: realidade e utopia. Belém: EDUFPA, 2007.

NOGUEIRA, Cristiane Silva. Território de Pesca no Estuário Marajoara: Comunidades Quilombolas, Águas de Trabalho e Conflitos no Município de Salvaterra. (sem data). Dsiponível em <http://www.unamaz.org/UserFiles/file/publicações/SeminárioInternacional Águas da Pan Amazônia/Territorio de pesca-Cristiane Nogueira.pdf> ; aceso em 11/10/2010.

NOVA CARTOGRAFIA SOCIAL DA AMAZÔNIA. Comunidades Quilombolas da Ilha do Marajó. Série Movimentos Sociais, Identidade Coletiva e Conflitos. Belém/Rio de Janeiro, 2006 (Fascículo 7)

SACHS, Ignacy. Desenvolvimento includente, sustentável e sustentado. Rio de Janeiro: Garamond, 2008.

Page 26: Aspectos da cultura quilombola

Muito Obrigada!!!!

“O Homem vive da natureza, isto significa que a natureza é o seu corpo com o qual ele deve permanecer em processo constante, para não perecer. O fato de que a vida física e espiritual do homem se relaciona com a natureza não tem outro sentido senão o de que a natureza se relaciona consigo mesma, pois o homem é parte da natureza”. (Karl Marx)