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As tendências para o setor de mineração Os 10 principais desafios para as empresas no curto prazo 2012

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As tendências para o setor de mineraçãoOs 10 principais desafios para as empresas no curto prazo

2012

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2

Índice

Não está garoando, está chovendo ............................... 2

1. O custo de fazer negócios ......................................... 4

2. Caos no preço das commodities................................ 6

3. A batalha para manter os lucros ................................ 8

4. A inquietação dos stakeholders ............................... 10

5. As dores do mercado de trabalho............................ 14

6. Dilemas dos projetos de investimento ..................... 18

7. Financiamentos não convencionais ......................... 20

8. Os grandes ficam maiores ....................................... 22

9. Volatilidade é a nova estabilidade ............................ 24

10. Olimpíada legislativa ............................................. 26

Da concorrência à colaboração ................................... 28

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1 As tendências para o setor de mineração 2012

“À medida que as nações ao redor do mundo se

industrializam e as populações se esforçam para melhorar

seus padrões de vida, a mineração vem para assumir um

papel mais central no cenário mundial. Lá se foi a época

em que as conversas sobre preços de commodities eram

restritas aos analistas da indústria. Hoje, mineração é

notícia de primeira página todos os dias no mundo todo.

Para as empresas de mineração, essa maior visibilidade

vem com mais responsabilidade.”

Glenn Ives, líder da Deloitte para atendimento às empresas de mineração da região das Américas, Canadá

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As tendências para o setor de mineração 20122

Pode-se argumentar que as principais questões que a indústria de

mineração enfrenta tendem a permanecer praticamente inalteradas ao

longo do tempo. Embora isso possa ser, de fato, correto, não leva em

conta a dimensão das tendências de mudanças sociais, econômicas e

políticas que afetam o setor de mineração. Analisado de forma isolada, cada

desafio pode parecer familiar. No entanto, se analisado por meio de uma lente

macroeconômica e geopolítica, torna-se claro que as dificuldades que afligem a

indústria estão atingindo rapidamente um nível extremo e sem precedentes.

Não está garoando,está chovendo

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As tendências para o setor de mineração 2012 3

“A maioria das empresas baseia seus planos na suposição de que

suas previsões podem variar de 5% a 10% no próximo ano, não

que as coisas mudarão em 50%. Hoje, os fatores que influenciam

a indústria de mineração global estão se tornando mais extremos,

obrigando empresas a considerar cenários muito mais ambiciosos do

que antes.”

Philip Hopwood, líder global da Deloitte para o atendimento às empresas de mineração, Austrália

A inflação dos custos não é nova, mas é maior.

Mudanças nas políticas fiscal e do governo

vêm ocorrendo há anos, mas o volume dos

custos associados e sua imprevisibilidade estão

aumentando. A volatilidade dos preços das

commodities é maior do que nunca, em parte

devido à incerteza do mercado e às demandas,

sem precedentes, dos governos asiáticos e dos

consumidores. Questões em torno da

sustentabilidade, meio ambiente e direitos

humanos têm se transformado em episódios

mais frequentes de ativismo comunitário e

agitação social. A escassez de mão de obra

continua aumentando. O efetivo em caixa das

empresas tem aumentado, resultando em

expectativas crescentes por parte dos

acionistas. Portfólios de projetos de

investimento assumem um papel cada vez

mais relevante. E depois disso tudo, o

ambiente regulatório continua apertado.

Eventos que acontecem a cada 100 anos

também estão ocorrendo com uma

regularidade assustadora. Além dos efeitos de

longo prazo da crise financeira mundial que

continuam a repercutir nos Estados Unidos e

na Europa, os fenômenos meteorológicos

destrutivos estão cobrando o seu preço, do

terrível terremoto e tsunami no Japão a

inundações na Austrália e na Ásia.

À medida que essas forças globais convergem,

os executivos de mineração devem enxergar

além dos cenários tradicionais usados em seus

planejamentos. Para se preparar para os riscos

não previstos anteriormente, as empresas

devem começar a incorporar cenários mais

complexos em seu planejamento estratégico.

Elas também devem estar dispostas a buscar

soluções não convencionais para os desafios

convencionais, se realmente esperam resolver

algumas das questões mais endêmicas do

setor.

A edição de 2012 do estudo ”As tendências

para o setor de mineração” foi desenvolvida

especificamente para ajudar as empresas do

setor a atingir essas metas, gerenciando os

riscos atuais. Neste material, a rede global de

profissionais da Indústria de Mineração da

Deloitte mergulhou fundo para identificar não

só as principais tendências que o setor

enfrenta, mas também para descobrir as

práticas de liderança que as empresas podem

adotar para aproveitar as oportunidades e lidar

com os desafios. Algumas estratégias são

conhecidas e outras podem parecer menos

ortodoxas. De qualquer maneira, esperamos

que estas ideias provoquem discussão, sugiram

alternativas e ajudem a validar as definições

estratégicas no curto prazo.

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As tendências para o setor de mineração 20124

Com os preços das commodities

na maior alta de todos os

tempos, a produção acelerada

tornou-se o mantra da maioria

das empresas de mineração. O resultado é tão

oneroso quanto previsível: os custos estão

subindo. Grandes lucros têm alimentado

conflitos trabalhistas e levado os sindicatos a

exigir salários mais altos. Uma explosão de

novos impostos e royalties está empurrando

para cima os custos de conformidade

regulamentar. Em meados de 2011, o preço

de pneus de caminhão, sozinho, triplicou,

atingindo US$ 100.000 no mercado à vista1.

Os preços do setor de energia também estão

subindo. O valor de venda do petróleo do tipo

Brent Crude subiram 45% em comparação a

junho de 2011, ao mesmo tempo em que os

preços da eletricidade na África do Sul

aumentaram em 25%2.

Até os produtores de ouro, abençoados com

uma commodity que ultrapassou US$ 1.900

por onça em setembro de 2011, não deixaram

de ser afetados. No final do 1º trimestre, o

custo médio da produção de ouro subiu para

mais de US$ 620 por onça, marcando um

aumento de custo de 12,5%, comparado ao

mesmo período do ano anterior3.

Investimentos para aquisição de imobilizado,

da mesma forma, estão atingindo um novo

pico. Na pressa de produzir, as empresas de

mineração continuam a expandir em regiões

mais desafiadoras. Isso desencadeia ainda mais

gastos com equipamentos novos e de

substituição. Isso também exige investimentos

significativos de infraestrutura a longo prazo,

incluindo ferrovias, portos, habitações e

escolas. De fato, em algumas regiões de

mineração os investimentos em transporte,

água e energia deverão ser responsáveis por

82% dos gastos do projeto4. Para agravar a

situação, a incerteza política global e a

contínua volatilidade da moeda estão

provocando oscilações cambiais significativas e

imprevisíveis, dificultando extremamente a

contenção de custos em dólares.

Com bastante dinheiro à disposição, muitas

empresas de mineração podem absorver os

efeitos dos aumentos de custos. No entanto, a

maioria das organizações entende que isso não

representa uma estratégia sustentável. A

história mostra que com a queda de preços é

improvável que os custos dos insumos

diminuam em proporção equivalente. Como

resultado, o gerenciamento de custos continua

a ser uma prioridade crítica e impulsiona

empresas com visão de futuro a usar esse

tempo para instituir medidas de otimização e

eficiência a longo prazo em um esforço para

promover operações mais flexíveis no futuro.

O custo de fazer negócios1O que sobe nem sempre desce

“Os altos preços das commodities estão impulsionando a escassez de

equipamentos, mão de obra e outros insumos-chave, empurrando os

custos para cima. Isso significa que as empresas de mineração devem

andar em uma corda bamba, fazendo o equilíbrio entre reforçar os

volumes para atender à demanda e conter seus custos.”

Tony Zoghby, líder da Deloitte para atendimento às empresas de mineração, África do Sul

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As tendências para o setor de mineração 2012 5

Empresas de mineração possuem históricos contraditórios

de introdução de medidas de redução de custos enquanto

os preços das commodities aumentam. No entanto, as

empresas que se opõem às tendências históricas estão

percebendo os enormes benefícios, mesmo se os preços

das commodities se mantiverem elevados. A seguir estão

algumas estratégias a considerar:

• Entender as determinantes de custo. Na ausência

de uma clara compreensão da maneira pela qual as

flutuações de custos específicos afetam o EBITDA (lucros

antes de juros, impostos, depreciação e amortização,

na sigla em inglês), as empresas de mineração correm

o risco de serem surpreendidas por variações de

custo imprevisíveis. Aperfeiçoar o gerenciamento de

desempenho por meio de business intelligence (BI) pode

ajudar na análise de despesas por item para manter os

custos e as expectativas dos acionistas no rumo certo.

• Aperfeiçoar o gerenciamento de projetos de

investimentos. Para reduzir os riscos associados a

estouros em orçamentos – incluindo as flutuações

cambiais e as mudanças políticas do governo –, as

empresas devem exercer influência nas medidas além

da taxa de rendimento interno (Internal Rate of Return

– IRR) em seus planos de negócios na tentativa de

acelerar o período de retorno do investimento. Cada vez

mais se exige a preparação de um projeto sofisticado

de investimento que leve em conta a concorrência

de projetos de infraestrutura local (dentro e fora da

indústria) e que possa desviar os recursos de um

projeto.

• Melhorar a eficiência energética. À medida que

os custos de insumos como o diesel, a eletricidade e

outras energias aumentam, as empresas de mineração

precisam ter uma compreensão sólida da estimativa e

do atual uso de energia em todas as geografias, fases

do ciclo de vida, equipamentos e tipos de combustível.

Embora agregar esses dados possa ser desafiador,

especialmente quando as empresas operam sistemas

internacionais diferentes, é essencial obter uma visão

holística do uso da energia e criar flexibilidade em uma

combinação de matrizes, a fim de reduzir as despesas

correntes e o impacto das flutuações de custos futuros.

• Bloquear o fornecimento. As principais mineradoras

estão aproveitando o excepcional poder de barganha

de seus centros de aquisição de especialização para

assinar contratos de sourcing a longo prazo, direto

com os principais fornecedores. As empresas menores,

que não possuem esse poder de negociação, podem

se encontrar em nítida desvantagem, estimulando uma

nova tendência de consolidação.

• Gastar para economizar. Para reduzir os custos a

longo prazo, muitas empresas estão investindo em

automação (incluindo a perfuração autônoma) como

forma de reduzir as despesas trabalhistas e aumentar a

segurança do trabalhador. Outras estão se aproveitando

das atuais falhas no setor de transporte marítimo e

estão comprando navios com grandes descontos para

reduzir os custos futuros de transporte, diminuir os

custos de combustível com navios mais novos – que

consomem menos – ou reduzir a base de custo de suas

frotas, especialmente se elas foram compradas na alta

de mercado. Embora pairando na faixa dos US$ 50

milhões, os navios-cargueiros estão agora pela metade

do preço em relação há alguns anos.

Com os custos sob controle

“As empresas de mineração não podem se dar ao luxo de iniciar grandes projetos de

investimento sem entender o desenvolvimento da infraestrutura concorrente que

ocorre em cada país onde operam. A industrialização maciça está absorvendo os

recursos críticos em todo o mundo e ameaçando reduzir os custos de investimento a

níveis insustentáveis se gerenciados de forma inadequada.”

Jürgen Beier, especialista da Deloitte para o atendimento às empresas de mineração, Canadá

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As tendências para o setor de mineração 20126

Os preços das commodities

foram reajustados a um nível

superior ou estamos no topo

de uma bolha que está prestes

a estourar? A resposta a essa pergunta

determina se os atuais projetos de mineração

serão rentáveis ou não. Infelizmente, há falta

de muitos indicadores reais.

Por um lado, ninguém pode refutar a

movimentação dos mercados emergentes em

direção à industrialização. A demanda na

China, Índia e até mesmo em toda a África

vem aumentando em velocidade perigosa e as

previsões a longo prazo parecem apontar para

uma crescente demanda nas próximas

décadas. Só a China já responde por 37% da

demanda mundial por cobre e 44% da

demanda global por alumínio, números que

excederam o consumo total combinado dos

Estados Unidos, Europa Ocidental e Japão5.

Por outro lado, a estagnação dos Estados

Unidos, o mercado instável na zona do euro, a

instabilidade política e as taxas de juros na

Ásia continuam a causar danos aos preços das

commodities levando-as a um nível de

volatilidade sem precedentes. O comércio e a

especulação de commodities também estão

criando um deslocamento de curto prazo

entre a oferta física e a realidade das

demandas, ofuscando até mesmo os esforços

mais sérios para prever os movimentos dos

preços. Adicione a isso o enfraquecimento do

dólar americano, as medidas de ajuste

monetário do banco central da China e as

quedas divulgadas nas atividades de

construção do país, como também o

consumo de aço no final do 2º trimestre de

2011, e não é de se estranhar que os

observadores do setor fiquem frustrados.

Caos no preço das commodities 2Não há estabilidade de preços sem uma maior transparência

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As tendências para o setor de mineração 2012 7

O quadro fica ainda mais obscuro quando se

começa a equacionar a demanda da China.

Simplificando, ninguém sabe realmente a que

ritmo o país planeja se modernizar. Há

especulações de que a produção local de aço

tenha sido subestimada, embora as

quantidades exatas de commodities

armazenadas não sejam claras. Essa falta de

transparência se transfere também para outros

segmentos de mercado. Dado o volume da

população de trabalhadores emigrantes da

China, por exemplo, as estatísticas da

população de Pequim variam, sabidamente,

de 25 milhões de pessoas a 18 milhões.

Tomar decisões inteligentes neste ambiente de

mercado altamente incerto exige um nível de

previsão que falta a muitas empresas. Apesar

dos recursos de planejamento em cenários

ponderados, as empresas de mineração não

podem simplesmente incluir uma reserva para

todos os futuros possíveis. Uma opção

estratégica que pode ajudar é a Flexibilidade

Estratégica6, uma ferramenta que

complementa as técnicas tradicionais de

planejamento de cenário, definindo uma

estratégia que inclui ações apropriadas,

independentemente de qual dos cenários se

assemelham aos eventos reais. Embora essa

ferramenta possa não ser adequada para

todas as empresas de mineração, o

aperfeiçoamento das habilidades de

planejamento de cenário vai se tornar cada

vez mais crítico ao longo do tempo.

“O apetite voraz da China por commodities tem convencido muitos

analistas de que o país representa uma via de mão única em relação

à flutuação dos preços das commodities a longo prazo, apesar das

quedas previstas ao longo do caminho. Mas as coisas na China não

caminham em linha reta, e fazem esse tipo de previsão ser perigosa.”

Jeremy South, líder global da Deloitte para projetos de fusões e aquisições do setor de mineração, China

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As tendências para o setor de mineração 20128

Os lucros do setor de recursos

naturais têm sido tentadores

para os governos em todo o

mundo. Isso é particularmente

verdade em um momento em que tantas

nações continuam lutando para liquidar níveis

recordes de dívida. No ano passado, os

royalties de extração de minério aumentaram

na Austrália7, Chile, Peru, África do Sul, Gana,

Tanzânia e Burquina Faso, enquanto novos

impostos de exportação foram introduzidos

na Índia, Cazaquistão e Rússia. Na Indonésia,

a maior exportadora mundial de carvão

térmico por via marítima, as mineradoras

agora são obrigadas a ajudar o país a cumprir

seus compromissos de energia antes que eles

possam ter acesso aos lucrativos mercados de

exportação asiáticos. Ainda mais preocupante,

surgiram rumores de uma maior participação

do governo no setor de mineração entre

países tão diversos quanto Venezuela, África

do Sul, Guiné e Mongólia.

Particularmente, a tentativa de aumentar a

receita nacional agora se estende além da

introdução de uma nova legislação fiscal.

Além dos royalties de mineração, que tendem

a ser cobrados em relação às receitas ao invés

dos lucros, muitos governos começaram

a impor impostos superlucrativos, gratificações

por descobertas, aluguéis de recursos, taxas

de licenciamento, taxas ambientais e tarifas de

reconstrução. Em meio a esses níveis

crescentes de nacionalização de recursos,

alguns países estão ameaçando até mesmo

renegociar os acordos de estabilidade fiscal

existentes, lançando as projeções financeiras

da empresa de mineração à desordem e

aumentando o risco político.

A batalha para manter os lucros3O setor de mineração é alvo de impostos

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As tendências para o setor de mineração 2012 9

“Os governos em todo o mundo estão reavaliando sua abordagem

para o setor de mineração. Não se trata simplesmente dos impostos.

Trata-se dos governos se esforçando para ter uma maior participação

em todas as áreas da indústria. Conforme o tempo passa, isso pode

levar as mineradoras a tomar decisão de investir em regiões com base

não só em sua estabilidade política, mas também na estabilidade do

seu regime fiscal.”

Robert Noronha, diretor sênior, Índia

Para as empresas que já investiram em regimes

com potencial de instabilidade fiscal, este novo

nível de tributação está destinado a afetar a

lucratividade do projeto. Ao mesmo tempo, é

necessário estimular as empresas de mineração

a pensar muito sobre onde situar as suas

atividades futuras. Considerados a partir de uma

perspectiva internacional, os investimentos de

mineração são cada vez mais variáveis. Para

maximizar o retorno dos investidores e

administrar a incerteza política, as empresas

devem se engajar de forma mais consistente

com o modelo financeiro ao escolher as áreas

de competência. Para garantir que a

participação de todos os stakeholders seja

levada em conta, os modelos financeiros

também devem encontrar o equilíbrio

necessário entre o social, o econômico e o

ambiental.

As empresas também precisam se envolver na

esfera política para influenciar decisões do

governo. Isso amplia muito as atividades de

lobby. Ao falar a uma só voz, os executivos de

mineração podem encorajar os governos a

levar em conta os amplos efeitos de suas

políticas de tributação – não só receitas

nacionais de curto prazo, mas também

potenciais perdas a longo prazo, deveriam

fazer com que as empresas desviassem seus

investimentos para locais alternativos.

Exemplos de países que continuam a manter

os impostos sob controle, em um esforço para

atrair mais investimentos – incluindo

províncias canadenses, México, Colômbia e

Nigéria –, reforçam o argumento.

Isso não sugere a adoção de uma postura

agressiva ou combativa. Ao contrário, isso

requer uma abordagem proativa, de

colaboração, que ilustra a todos os

stakeholders a dimensão que as atividades de

mineração e os lucros de extração de minério

já contribuem para o bem-estar das

comunidades locais e da sociedade em geral.

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As tendências para o setor de mineração 201210

Como a atividade de mineração

chama a atenção internacional,

os stakeholders da indústria

encontram-se sujeitos a níveis

mais elevados de ativismo do que em

qualquer época anterior. Só em 2011, os

trabalhadores de mineração deixaram os

postos de trabalho na Austrália, África do Sul,

Indonésia, Chile e Argentina, apesar de que

muitos desses trabalhadores estão entre os

empregados mais bem remunerados do

mundo.

De forma similar, o envolvimento da

comunidade está em ascensão; além de exigir

maiores níveis de investimentos locais, a

comunidade espera um diálogo aberto e

transparente, compromissos sociais de longo

prazo e melhor atuação ambiental. Empresas

que não oferecem risco de enfrentar uma

oposição mais eloquente encontram

dificuldades na obtenção de aprovações de

projetos e até mesmo distúrbios semelhantes

aos que eclodiram em Papua Nova Guiné e

Peru no ano passado.

A administração ambiental, mais

recentemente reforçada pelo envolvimento de

celebridades internacionais e organizações

não-governamentais, também está cobrando

seu preço. À medida que mais projetos de

mineração passam à clandestinidade, as

empresas lutam para limitar o impacto sobre

os lençóis freáticos locais. Para evitar conflitos

com as comunidades em torno do uso da

água, cada vez mais as empresas devem dar

acesso aos fornecedores de águas costeiras,

obrigando o investimento em tecnologias

sofisticadas de bombeamento e usinas de

dessalinização. As preocupações em torno do

carbono também continuam em ritmo

acelerado, especialmente agora que os riscos

da energia nuclear estão de volta ao centro

das atenções, após a crise do reator nuclear

no Japão.

Em resposta, os órgãos de monitoramento e de

definição de normas continuam a apertar os

mandatos regulamentares. As empresas de

mineração devem agora cumprir várias

diretrizes importantes, como as do Conselho

Internacional de Mineração e Metais

(International Council of Mining and Metals –

ICMM), a Iniciativa Global de Divulgação de

Informações (Global Reporting Initiative – GRI),

a Convenção das Nações Unidas sobre Direitos

Humanos (que está endossando a adoção do

Free, Prior and Informed Consent – FPIC, o

princípio do consentimento livre, prévio e

informado), o Código Internacional de

Cianureto, a Iniciativa de Transparência das

Indústrias de Extração (Extractive Industries

Transparency Initiative – EITI) e uma série de

normas locais, como as diretrizes e3 Plus

(Environmental Excellence in Exploration, ou

Excelência Ambiental na Exploração, em

português) da Associação de Prospectores e

Desenvolvedores do Canadá (Prospectors and

Developers Association of Canada – PDAC). A

intensidade de implementação desses requisitos

e a falta de integração entre os diversos órgãos

de definição de normas está causando um

profundo efeito sobre a capacidade da

administração de acompanhar e cumprir todas

as suas expectativas de desempenho.

A inquietação dos stakeholders4A demanda pelo aumento da responsabilidade social

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As tendências para o setor de mineração 2012 11

Diante dessa pressão, as empresas de

mineração entendem claramente a

necessidade de adotar a sustentabilidade,

melhorando a eficiência energética e

aumentando a utilização da água. Uma

análise dos últimos relatórios anuais de

algumas das maiores empresas de mineração

do mundo revela que o meio ambiente, as

práticas de desenvolvimento sustentável e o

envolvimento da comunidade são prioridades

fundamentais. Na verdade, praticamente

todas as empresas de mineração no mundo

têm atuação semelhante.

Empresas líderes também estão reconhecendo

a necessidade de alterar as suas práticas de

negócios para atender os imperativos da

sustentabilidade, o que provocou a adoção de

novos modelos operacionais, estruturas de

governança e mensuração de riqueza.

No entanto, apesar desse foco, as expectativas

dos trabalhadores, comunidades locais,

ambientalistas, ONGs, analistas e, até mesmo,

os investidores continuam a se intensificar.

Para atender a essas demandas, as empresas

de mineração terão de integrar estratégias de

responsabilidade social corporativa (Corporate

Social Responsibility – CSR) com base em risco,

além de desenvolver e acompanhar KPIs (“Key

Performance Indicator” ou Indicador Chave de

Desempenho, em português) com o mesmo

cuidado utilizado para acompanhar a

produção. Até que a CSR seja reconhecida

como um risco direto aos negócios, as

empresas de mineração lutarão para minimizar

a probabilidade e os impactos financeiros

desses riscos.

“Os investimentos em responsabilidade social, em última análise, se

traduzem na capacidade de encorajar o desenvolvimento de projetos em

operação com mais rapidez ou evitar interrupções de produção causadas

pela agitação da comunidade. Evitar e administrar estas questões

também podem exigir que as empresas de mineração aproveitem

ferramentas de comunicação diversas, como as de mídias sociais.”

Eduardo Tavares Raffaini, líder para o atendimento às empresas de mineração, Brasil

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As tendências para o setor de mineração 201212

“Muitas vezes, o investimento de uma empresa de mineração

nas comunidades locais não abrange todo o espectro das

necessidades dos stakeholders. Em alguns casos, isso sinaliza

uma falha no vínculo entre as intenções de uma empresa e

os resultados. As comunidades estão se tornando cada vez

mais sofisticadas em suas estratégias de engajamento e agora

esperam que os investimentos vão além do mero compromisso

financeiro. Em vez disso, elas estão exigindo que os executivos

de mineração se envolvam em um diálogo significativo

para entender as necessidades dos seus cidadãos e incluam

representantes locais no processo de planejamento.”

Valerie Chort, líder para área de Sustentabilidade e Mudanças Climáticas da Deloitte, Canadá

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As tendências para o setor de mineração 2012 13

A urgência de uma responsabilidade social corporativa está

em ascensão nos programas empresariais e as empresas de

mineração estão encarando as iniciativas de

sustentabilidade com mais rigor do que no passado. Isso

leva à adoção de análises e abordagens mais sofisticadas

para responder às demandas crescentes dos stakeholders.

A seguir estão algumas estratégias a considerar:

• Criar sustentabilidade em sistemas de

gerenciamento de operações. Para otimizar a

inteligência de risco, empresas inovadoras estão

aumentando ou revisando os seus atuais sistemas e

estruturas de gerenciamento para se concentrar no

gerenciamento de operações. O objetivo é adotar

uma plataforma integrada e comum pela qual o meio

ambiente, a saúde e a segurança humana, a segurança

do processo, o envolvimento da comunidade, a

integridade dos ativos e o risco da empresa possam ser

gerenciados. Para ter sucesso, este tipo de estrutura

também deve ser apoiada por uma estrutura de

governança clara e funcional, um programa bem

integrado de segurança interna e um sistema de

gerenciamento de dados robusto.

• Ligar os investimentos na comunidade às

determinantes financeiras. Ao decidir sobre um

portfólio ideal de investimento em sustentabilidade,

as empresas de mineração devem levar em conta os

custos diretos/benefícios (criação de valor) e o valor

de mitigação de riscos como atrasos na construção,

no planejamento e nas operações, ações judiciais ou

cancelamento de um possível projeto (proteção de

valor). Para ajudar as empresas a colocar um valor nos

investimentos que minimizam o risco social, a agência

americana de financiamento, International Finance

Corporation (IFC), uniu-se à Deloitte e os participantes

líderes do setor de mineração para desenvolver uma

ferramenta que permite que as empresas do setor

articulem a variação razoável do valor presente

líquido de retorno sobre seus investimentos em

sustentabilidade8. Além de apoiar planos mais concretos

de investimento na comunidade, a ferramenta pode

ajudar a facilitar a tomada de decisões com mais

informações sobre as iniciativas proporcionando

retornos sociais mais valiosos.

• Analisar criticamente os compromissos. Concordar

com uma infinidade de normas e diretrizes de

responsabilidade social corporativa é fácil. Assegurar

o cumprimento eficaz é muito mais difícil e a ausência

de fidelidade afeta tanto a credibilidade quanto a

reputação. Antes de optar por tornar-se uma signatária,

as empresas de mineração devem rever os requisitos

de cada diretriz, a partir de uma perspectiva estratégica

e de risco informado, e ter uma razão explícita para

endossá-la. Elas também precisarão de um roteiro claro

para a implementação.

• Agilizar e melhorar a comunicação e a

divulgação. A divulgação de informações sobre

sustentabilidade é o ato de comunicar o desempenho

das atividades financeiras, ambientais, sociais e

de governança. Ela também envolve relatórios

normativos, como a divulgação de passivos

ambientais ou a apresentação obrigatória de relatórios

sobre gases de efeito estufa (GEE), bem como as

divulgações voluntárias, por exemplo, os relatórios

de responsabilidade corporativa. Para ser eficaz, no

entanto, essas divulgações de informações sobre

sustentabilidade devem atender às expectativas

dos diversos stakeholders, o que só é possível se as

empresas se comprometerem a agregar informações e

divulgá-las com credibilidade e de forma consistente em

todos os canais de comunicação: dos relatórios anuais,

de sustentabilidade e de conformidade regulamentar

aos reportes de análise gerencial de resultados e de

demonstrações financeiras. Elementos essenciais

incluem a adoção de uma estratégia “horizontal” para

a divulgação de informações sobre sustentabilidade

que se alinha às equipes de responsabilidade social

corporativa, relações com investidores, finanças e

recursos humanos e é apoiada por processos integrados

e um sistema de gerenciamento de dados robusto.

Soluções estratégicas de sustentabilidade

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As tendências para o setor de mineração 201214

Por trás de todos os volumes,

artigos, estatísticas e relatórios

escritos sobre talentos e a

escassez de competências que a

indústria de mineração enfrenta, encontra-se

um fato incontestável: simplesmente não há

pessoas suficientes para mover o crescimento

projetado de uma empresa de mineração. Em

2011, as despesas estimadas de investimento

em mineração foram de US$ 113.000

milhões, 50% acima dos níveis do ano

anterior9. Só na Austrália, as despesas de

investimento na indústria atingiram AUS$ 55,5

bilhões em 2010-11, subindo para AUS$ 73,7

bilhões em 2011-1210.

Dada a escassez de talentos-chave, cumprir

todos esses projetos pode ser quase

impossível. Com o passar dos anos, as lacunas

de competências se estendem a uma ampla

série de funções, desde designers de projetos

de investimentos e geólogos de mineração,

até motoristas de caminhão e operadores de

máquinas. Enquanto algumas empresas de

mineração têm se voltado para a tecnologia

como uma maneira de diminuir o impacto da

força de trabalho – incluindo caminhões sem

motorista, centros de operações remotos,

sistemas autônomos de transporte, operações

automatizadas da mina ao porto e controle de

segurança e sistemas de aquisição de dados

(SCADA, pela sigla em inglês) –, sozinhas essas

soluções não conseguem substituir a

necessidade de talentos qualificados.

Na verdade, o desafio é macroeconômico: a

escassez drástica de engenheiros em

geografias críticas fez pressão sobre os

trabalhadores existentes, resultando em uma

série de consequências generalizadas. Os

custos de mão de obra, já elevados, estão

subindo rapidamente, impulsionados em parte

por greves e protestos em regiões de

mineração ao redor do mundo. Em maio

passado, na África do Sul, por exemplo, a

National Union of Mineworkers (União

Nacional de Mineiros) exigiu um aumento

salarial de 14% para os garimpeiros11,

enquanto os salários de mineração na

Argentina aumentaram 33%, após uma greve

curta12. A rotatividade da mão de obra

também está subindo acentuadamente,

chegando a 40%13, alimentada em parte pela

competição predatória por talentos. Além

disso, com vários anos de vida itinerante em

seus currículos, os trabalhadores de minas

estão cada vez menos interessados em se

realocar para regiões distantes, onde novos

projetos estão prontos para operar, tornando

mais difícil para as empresas atrair e reter

talentos.

Dada a gravidade do desafio, é hora das

empresas de mineração resolverem a questão

de uma forma mais sistemática. Embora a

colaboração com universidades e o

financiamento de programas e estágios

continuem sendo ferramentas importantes em

seu arsenal, as empresas de mineração devem

agora buscar soluções a longo prazo, de

maior alcance e talvez menos convencionais,

ou compreenderem que estão diante de uma

iminente ruptura operacional.

As dores do mercado de trabalho5O preenchimento da precária lacuna de talentos

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As tendências para o setor de mineração 2012 15

“Como as minas continuam a ser localizadas em regiões muito

remotas, as empresas devem determinar como fazer desses locais

espaços mais atrativos para as famílias viverem. A experiência

mostra que os trabalhadores podem estar dispostos a pular de

galho em galho, de uma mina para outra, por curtos períodos de

tempo, mas eles não vão fazer isso para sempre. No entanto, se a

indústria de mineração colabora para construir comunidades mais

permanentes, com escolas, hospitais, habitação e a infraestrutura que

as famílias esperam, é mais provável que o resultado seja uma força

de trabalho mais estável.”

Tim Richards, líder local da Deloitte para o atendimento às empresas de mineração, Austrália

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As tendências para o setor de mineração 201216

A escassez de mão de obra tem atormentado a indústria

de mineração ao longo de décadas. No entanto, em

alguns aspectos, as empresas de mineração continuam a

responder da mesma maneira a cada ano, embora

esperem resultados diferentes. Certamente, as respostas

da indústria tradicional para a lacuna de talentos

permanecem válidas. Conforme o tempo passa,

recomenda-se soluções mais amplas. A seguir estão

algumas estratégias a considerar:

• Aplicar a ciência para o planejamento da força

de trabalho. Como a disputa por talentos aquece

todo o setor de mineração, o planejamento da força

de trabalho tornou-se cada vez mais sofisticado. As

empresas obrigadas a ganhar essa corrida são aquelas

capazes não só de identificar suas necessidades de

recursos globais, mas também de entender onde

encontrar capital humano. Isso vai além da necessidade

de substituir aposentados, de enfrentar as altas taxas de

rotatividade, do número de candidatos pós-graduados

e das lacunas de possíveis fornecedores em cada

geografia.

• Introduzir treinamento multifuncional na

indústria. As empresas de mineração precisam

de talentos; milhões de pessoas em todo o mundo

precisam de empregos. A indústria de mineração

pode reunir esforço para melhorar o conjunto

de competências de toda a indústria? Isso já está

acontecendo informalmente. Algumas empresas de

mineração começaram a treinar pessoas de outras

indústrias (por exemplo, automotivo e de manufatura).

Outras intensificaram os esforços de recrutamento em

países que não possuem uma indústria de mineração

desenvolvida (como a Irlanda), ou que continuam

a sofrer com o desemprego elevado. Outras ainda

estão esperando que o talento latente surja de regiões

de rápido crescimento na África e na Ásia, ou de

populações indígenas ou locais que já vivem em áreas

remotas. A contratação de talentos estrangeiros não é

a cura para todos os males: os governos ainda limitam

o número permitido de trabalhadores expatriados

dentro de suas fronteiras. Paralelamente, a indústria

de mineração não pode correr o risco de retirar

inteiramente os talentos de outros setores críticos.

No entanto, um movimento nesse sentido poderia

ser positivo, promovendo um maior investimento na

formação de competências, ao mesmo tempo que

a competição predatória por talentos não seria mais

incentivada.

• Formação de uma cultura global. Para atrair

talentos e reduzir a rotatividade, algumas empresas

de mineração começaram a desenvolver processos

globais para assegurar a consistência em seus pacotes

de remuneração, nas práticas de contratação e nas

condições de emprego. Este tipo de abordagem em

toda a empresa faz mais do que solidificar o plano de

negócio, mas também pode ajudar as empresas a se

diferenciar de seus concorrentes. Dando um passo à

frente, algumas empresas estão explorando maneiras de

construir comunidades desenvolvidas nos locais remotos

onde operam para atrair mais os trabalhadores e suas

famílias por prazos mais longos.

A busca por trabalhadores empenhados

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17 As tendências para o setor de mineração 2012

“Os empresários da indústria de mineração devem levar em

consideração uma maneira de atrair a Geração Y para o setor.

O que motivará as pessoas qualificadas a quererem trabalhar

na Mongólia ou em Papua Nova Guiné? Por um lado, a

solução pode estar na construção de relações mais fortes

com universidades e instituições de ensino superior para

incentivar um maior número de matrículas em programas

de engenharia de minas. Por outro, isso também exige

um esforço maior no combate a algumas das potenciais

percepções negativas associadas aos planos de carreira dentro

da indústria, não só entre os estudantes universitários, mas

talvez também entre as crianças que no futuro irão preencher

os programas de graduação.”

John Woods, sócio da Deloitte responsável pelo atendimento às empresas de mineração e metais, Reino Unido

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As tendências para o setor de mineração 201218

Como os países em todo o mundo

continuam fazendo pressão em

direção à industrialização maciça

e à renovação da infraestrutura,

o número de projetos de investimento em

todo o mundo está aumentando. Esse,

certamente, tem sido o principal case no setor

de mineração, já que os preços das

commodities continuam oscilando e a

diferença entre a oferta e a demanda

aumentando. Ao mesmo tempo, a diminuição

de ativos em todo o setor e a redução do

minério determinam as autorizações de

investimento no desenvolvimento e

exploração de novos projetos, particularmente

devido aos riscos de segurança em ascensão

relacionados ao envelhecimento das minas.

Mas a execução desse número significativo de

projetos de investimento fica mais difícil a

cada ano. As lacunas de talentos preocupam a

indústria, exemplificadas, neste caso, por uma

escassez global de designers de projeto.

Conseguir aprovação das comunidades leva

um tempo considerável, enquanto a

intervenção do governo em alguns países,

muitas vezes, atrasa a permissão e o

licenciamento de um rastreamento. E, embora

os custos crescentes façam com que seja

imperativo aumentar o financiamento de

novos projetos de investimento, o acesso

limitado ao financiamento está colocando

algumas empresas em posição nada invejável

de ter que voltar ao mercado para levantar

mais dinheiro – recursos financeiros que são

menos prováveis de estarem disponíveis,

devido ao não cumprimento dos prazos do

projeto e dos custos superiores aos previstos.

A infraestrutura deficiente em países do

mundo inteiro também prejudica a

capacidade das empresas de tornar os

projetos de investimento realidade e exige que

as mineradoras invistam em criações de

infraestrutura básica nos locais onde operam.

Isso está levando a uma onda de aumento de

custos que não é só associada à elevação das

despesas de engenharia, compras e

gerenciamento de construção (Engineering,

Procurement and Construction Management –

EPCM), como também com o simples custo

das estimativas de gastos com infraestrutura.

De acordo com a Merrill Lynch, só os

mercados emergentes investirão US$ 6

trilhões em infraestrutura nos próximos três

anos, desde estradas e ferrovias no Brasil e

usinas de energia na Índia e África do Sul até

a distribuição de água e desenvolvimento

ambiental na China14. Para complicar a

questão, a criação de uma infraestrutura

levará décadas, período durante o qual as

empresas continuarão a desviar recursos dos

projetos de mineração, agravando a escassez

de talentos.

Como resultado dessa tendência, as empresas

de mineração estão sendo forçadas a se

concentrar no gerenciamento dos principais

riscos, que, se concretizados, podem interferir

na capacidade de alcançar com segurança o

equilíbrio dos objetivos de produção. Isso inclui:

• Adotarogerenciamentoestratégicode

projetos e práticas de governança como

forma de administrar efetivamente os

principais riscos de projetos relacionados

ao portfólio. Isso inclui a compreensão e

o gerenciamento das mudanças globais e

locais em fatores críticos de sucesso, como

a necessidade de estratégias criativas de

fornecimento em cadeia para enfrentar a

falta de acesso aos recursos de construção

ou a necessidade de adquirir parceiros ou

fornecedores para aumentar a segurança do

Dilemas dos projetos de investimento6O risco do projeto aumenta à medida que a lacuna de oferta e demanda aumenta

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As tendências para o setor de mineração 2012 19

fornecimento, reduzir os custos e melhorar

a programação de insumos críticos para o

processo de desenvolvimento e extração das

minas.

• Levaremconsideraçãoamisturacriativa

de equipes alocadas em um projeto

proprietário.

• Manteracontinuidadenasrelaçõescomo

um fator-chave para ganhar permissão e

acesso ao desenvolvimento de recursos

locais.

• Realizarumaanáliseholísticadoscustos

de desenvolvimento das minas por meio

de grupos geográficos ou de produtos

para implementar medidas agressivas de

corte de custos, que inclui a racionalização

de fornecedores, o redesenho do modelo

operacional, as melhorias dos processos,

a intensificação da automação de TI, o

aperfeiçoamento da gestão comercial e a

renegociação de contratos importantes.

Ir além do Método do Caminho Crítico

(Critical Path Method – CPM) habitual

como uma ferramenta padrão para o

controle de projetos, concentrando-se no

que está caminhando de forma crítica. Por

exemplo, o desenvolvimento de acessos

terrestres e ferroviários ao porto é um ponto

crítico de muitos dos maiores projetos

de investimentos do mundo, obrigando

as empresas a adquirir habilidades para

desenvolver infraestrutura nas economias

em crescimento.

• Asseguraraentrega,tendotempopara

preparar o projeto de forma que ele tenha

êxito e rever o projeto na fase de construção

para analisar se ele atende aos requisitos do

plano de negócios original.

“Nos próximos anos, os custos crescentes, a escassez de talentos e os

projetos de infraestrutura da concorrência farão com que seja muito

difícil para as empresas de mineração concluir os seus projetos de

investimento dentro do prazo e do orçamento. Esses tipos de custos

e prazos superiores aos previstos podem criar riscos significativos

para as mineradoras, incluindo o perigo de assustar os potenciais

investidores. Para navegar neste desafio, as empresas devem adotar

soluções de gerenciamento de projetos de investimento mais

inovadoras, de olho na redução de custos por meio do aumento na

colaboração da indústria e maior automação.”

David Quinlin, líder da Deloitte para o atendimento às empresas de mineração na Europa, Suíça

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20

Armados de superlucros, como

resultado dos preços mais altos

das commodities, as empresas

de mineração parecem ter uma

série de opções de gastos, desde reforçar seus

dividendos até usar o dinheiro em caixa para

comprar de volta suas próprias ações. No

entanto, apesar do dinheiro que as empresas

têm em mãos, encontrar investimento

suficiente para impulsionar o crescimento

continua difícil. Isso explica por que muitas

empresas estão mantendo altas reservas de

caixa, numa tentativa de financiar o

crescimento futuro, envolver-se em aquisições

e/ou alocar em novos projetos de

investimento.

A cada ano que passa, torna-se claro que a

crise financeira global redefiniu as regras do

jogo dos financiamentos. Em muitas regiões

(exceto, talvez, na Austrália), a dívida continua

a ser alta e difícil de ser liquidada,

especialmente porque as empresas tentam

consolidar o seu crescimento se mudando

para territórios de maior risco, entrando em

alianças prematuras e investindo em

commodities que elas normalmente não têm.

Apesar da oferta pública inicial de ações da

Glencore na bolsa de Londres, os mercados de

ações também continuam duros na queda,

particularmente para empresas de

desenvolvimento e exploração. Os

investidores – ainda desconfiados da

volatilidade dos preços das commodities, da

crise da dívida entre as nações da OCDE

(Organização para Cooperação e

Desenvolvimento Econômico) e os fiascos de

governança muito divulgados – têm medo de

se envolver em qualquer projeto, a não ser os

melhores. Ao mesmo tempo, muitos estão

optando por investir em fundos negociados

nas bolsas de valores (Exchange-Traded

Funds – ETFs), desviando o capital para fora

dos cofres da empresa.

Financiamentos não convencionais7Novas fontes requerem níveis de conhecimento mais avançados

As tendências para o setor de mineração 2012

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As tendências para o setor de mineração 2012 21

Como resultado dessas tendências, o perfil de

financiamento para a indústria está mudando.

Algumas empresas estão se voltando para

opções alternativas, como participações

privadas, fundos soberanos, fundos de hedge,

financiamento de projetos e acordos com

negociação de commodities. Outras

continuam a buscar os empreendimentos em

conjunto (joint ventures) e fusões e aquisições.

E as empresas em quase todas as regiões

ainda contam com o apetite voraz dos

investidores asiáticos por minerais e recursos.

No entanto, apesar dos contínuos

investimentos chineses em destinos no

exterior, a China não consegue financiar toda

a indústria de mineração. Para atrair os fundos

necessários em longo prazo, as empresas

talvez tenham que olhar muito mais além do

que previam. Como as empresas de

mineração se expandem para as regiões mais

distantes do mundo suas fontes de

financiamento estão fazendo o mesmo,

colocando-as na posição desafiadora de

buscar financiamento em locais

desconhecidos, desde a Coreia e o Japão

até a Rússia.

A chave para o sucesso dessas iniciativas

depende da capacidade das empresas de

mineração de construir as relações de que

necessitam para ganhar acesso aos mercados

estrangeiros e, ao mesmo tempo, obter um

melhor conhecimento sobre essas regiões. Na

busca de fontes globais de receitas, o espólio

vai para as empresas que reservam com

antecedência um tempo para compreender os

mercados locais, adotam formas alternativas

de se fazer negócios e construam cases que

repercutam com financiadores desconhecidos.

“Muitas empresas orientais e asiáticas frequentemente têm dinheiro,

mas falta experiência. Por outro lado, as empresas ocidentais têm

experiência, mas não têm acesso. Assim, ambas as partes possuem

coisas para dar uma a outra. No entanto, as empresas de mineração

não podem esperar explorar essas oportunidades sem nenhuma

compreensão das culturas locais. Para crescer no futuro, elas

precisam se envolver com pessoas que podem ajudá-las a financiar

os seus projetos, não importa onde essas pessoas estejam localizadas

geograficamente.”

Kelly Allin, sócio da Deloitte, Comunidade dos Estados Independentes (CEI)

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Embora a diversificação geográfica

não seja novidade para a indústria

de mineração, à medida que as

empresas grandes ficam maiores

elas também estão diversificando em outras

direções. Algumas das estatais no mundo, por

exemplo, começaram a explorar os benefícios

da integração vertical em uma tentativa de

controlar o valor das commodities em toda a

cadeia – da extração do minério de carvão,

passando pela produção de aço chegando até

a geração de energia. Em um cenário um

pouco menos ambicioso, alguns produtores

estão se expandindo, adicionando funções de

negociação aos seus componentes de

comercialização, posicionando-os para

competir com os fundos de investimento

especializados em mineração e igualmente

com os fundos soberanos. Por sua vez, os

investidores da China continuam de olho nos

recursos globais, estimulando o contínuo

investimento chinês nos mercados em todo o

mundo.

Diminuir o acesso a depósitos, deteriorar as

classificações, aumentar a demanda global e

os elevados preços das commodities, tudo

isso serviu para intensificar o apetite das

empresas de mineração por riscos geográficos

e econômicos. Como resultado, essas

empresas estão se desviando das consagradas

nações de mineração como a África do Sul,

Austrália e Chile, para locais cada vez mais

remotos como a Eritreia, Papua Nova Guiné,

República Democrática do Congo, Libéria,

Afeganistão, Mongólia e Cazaquistão.

Grandes mineradoras, com acesso fácil ao

capital, estão ampliando a sua exposição aos

mercados internacionais por meio de

financiamento de novos projetos de

investimento e intensificando sua atividade

transacional. Os pequenos concorrentes, antes

na vanguarda da expansão global, agora

tornaram-se os principais alvos de aquisição,

após a crise da dívida que deixou muitos deles

em apuros. Isto é evidenciado por uma onda

de fusões e aquisições, ou seja, esvaziando o

mercado médio para alimentar o crescimento

de grandes empresas.

Os grandes ficam maiores8O risco se multiplica à medida que as empresas se diversificam

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As tendências para o setor de mineração 2012 23

Apesar do plano de negócios que pode ser

elaborado para o crescimento global, os riscos

são grandes. Poucas empresas possuem

competências internas para aumentar de

forma agressiva seus portfólios de projetos de

investimento ou operar em regiões

desconhecidas. As preocupações com

segurança aumentam à medida que as

mineradoras se deslocam para locais mais

remotos, penetram mais fundo no subsolo e

tentam novos métodos de exploração. O

nacionalismo de recursos também

desempenha um papel crescente,

contribuindo para uma maior incerteza

operacional.

Para combater esses riscos, as empresas de

mineração devem fazer mais do que melhorar

a sua compreensão dos idiomas e culturas

locais. Elas devem adequar os acordos de

financiamento para evitar o prejuízo financeiro

em caso de atrasos no projeto. Devem adotar

controles e sistemas internos padronizados

capazes de monitorar seus diversos

investimentos estrangeiros. Em alguns casos,

elas terão de melhorar suas medidas de

segurança para proteger seus funcionários e

ativos – uma medida que muitas já estão

adotando, confiando mais amplamente na

análise preditiva para identificar as atividades,

geografias e funções que representam os

maiores riscos de segurança. E, em todos os

casos, elas precisam de uma equipe com

habilidades e experiência para manter o

projeto em execução dentro do prazo, do

orçamento e alinhado com as previsões de

produção.

“Muitos dos conselhos para expandir as empresas precisam ser

difíceis de recusar: compreender suas exposições regulamentares;

focar na qualidade de seus ativos e reservas; integrar as operações

locais à sua cultura global; e implantar sistemas em toda a

empresa. No entanto, embora isso possa parecer simples, algumas

empresas ainda se defrontam com surpresas inesperadas ao investir

internacionalmente, o que provavelmente pode resultar em perda de

tempo, dinheiro e oportunidade.”

Trevear Thomas, líder para projetos de fusões e aquisições e para o setor de energia e recursos naturais, Estados Unidos

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As tendências para o setor de mineração 201224

Embora o planejamento de risco

exija que os executivos indaguem

sobre o futuro, tradicionalmente

não se exige que eles planejem as

ocorrências altamente improváveis.

Infelizmente, a incidência desses eventos está

prejudicando o planejamento dos cenários

convencionais. Dos efeitos generalizados da

crise financeira mundial e a instabilidade

política mundial até o tsunami no Japão e as

inundações na Austrália, Brasil e África do Sul,

as empresas de mineração se encontram

diante do inesperado, assustadoramente

habitual.

Embora esses eventos sejam raros, de alto

impacto e difíceis de prever, eles estão

encontrando o caminho certo nas agendas

corporativas, alimentados, em parte, por

conselhos de administração que temem por

problemas que nunca apareceram em seu

radar. Preparar-se para esses imprevistos,

sejam eles prenúncios de risco ou de

oportunidade, pode exigir mais de uma

licença criativa do que as empresas de

mineração estão acostumadas a se exercitar.

Em um determinado nível, o processo deve

começar considerando extremamente

improvável a vulnerabilidade da organização,

exceto os incidentes potencialmente

catastróficos, aqueles considerados os piores

cenários possíveis. O objetivo é desafiar as

hipóteses de negócio existentes, fazendo

perguntas que levam em consideração um

grande número de fontes, dos movimentos

geopolíticos aos padrões climáticos voláteis. O

que acontece, por exemplo, com os locais

remotos se os governos estrangeiros se

tornarem mais ditatoriais? Se grandes desafios

do sistema financeiro rapidamente

empurrarem os preços das commodities para

baixo? Se a demanda da China evaporar da

noite para o dia, talvez devido a uma crise

econômica oculta ou desastres climáticos

inesperados? Se a demanda por uma

commodity específica diminuir drasticamente?

Se as minas a céu aberto em um determinado

país forem alagadas? Se uma barragem de

dejetos entrar em colapso? Se as regiões

estiverem sujeitas a chuvas prolongadas,

terremotos, tsunamis ou erupções vulcânicas?

Se as fontes de água locais secarem?

Assim que as ramificações do pior cenário

possível forem compreendidas, o efeito

cascata que este tipo de evento geraria pode

então ser mapeado para identificar os riscos

complementares e as oportunidades

inesperadas que possam surgir. A partir daí, as

empresas de mineração podem desenvolver

planos de atenuação para interromper a

reação em cadeia de eventos antes mesmo de

ocorrerem. Observe que integrar esse

processo em procedimentos de planejamento

de risco existente pode ajudar na identificação

de novas oportunidades, facilitando assim a

transformação de um risco potencial em lucro.

Volatilidade é a nova estabilidade9O planejamento do imprevisível

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“Toda empresa precisa considerar quais incidentes podem causar

danos catastróficos às suas operações. Sem compreender os riscos, é

impossível atenuar os piores cenários. Para ser honesto, a maioria das

empresas de mineração já se engaja em sofisticados planejamentos

de cenários. Elas só precisam ampliar seu raciocínio, em um esforço

para antecipar e reagir a eventos mais extremos.”

Carl Hughes, líder mundial da Deloitte para atendimento às empresas do setor de energia e recursos naturais, Reino Unido

25 As tendências para o setor de mineração 2012

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As tendências para o setor de mineração 201226

Empresas de mineração não são

estranhas às pressões regulatórias.

Nos últimos anos, no entanto, as

nações em todo o mundo vêm

carregando suas “armas regulatórias”, e

muitas têm colocado a indústria de mineração

diretamente na sua mira.

Na Austrália, por exemplo, um novo esquema

de comercialização de emissões de carbono

terá como resultado grandes emissores

pagando um imposto de carbono que já está

definido para aumentar até 2015. A União

Europeia e a China planejam introduzir

esquemas semelhantes nos próximos anos.

Paralelamente, as mais rígidas

regulamentações de emissões introduzidas

pela Agência de Proteção Ambiental dos

Estado Unidos (Environmental Protection

Agency – EPA) estão contribuindo para o

fechamento de usinas a carvão em todo o

país, com estudos recentes que estimam que

a indústria de cinzas de carvão dos Estados

Unidos poderia perder US$ 110 bilhões em

atividade econômica e 300 mil empregos nos

próximos 20 anos15.

Preocupações em torno de suborno e

corrupção estão cada vez mais em primeiro

plano. A lei de suborno de 2010 do Reino

Unido (UK Bribery Act 2010), que entrou em

vigor em julho de 2011, introduz duas novas

infrações: subornar um funcionário público

estrangeiro e não conseguir impedir que uma

propina seja paga por alguém associado à

organização. Com aplicação extraterritorial,

este último caso significa que as empresas do

Reino Unido, bem como empresas

estrangeiras que fazem negócios nesse país,

são passíveis de serem processadas, não

importa onde o suborno é pago, a menos que

possam provar que têm procedimentos

adequados para evitar o suborno. À medida

que as empresas de mineração – um grande

número das quais estão listadas no Reino

Unido – se expandem para regiões menos

regulamentadas e potencialmente corruptas,

elas enfrentam um perigo ainda maior de

entrar em conflito com essas normas. Nesse

ínterim, a aplicação da lei de práticas de

corrupção estrangeira dos Estados Unidos (US

Foreign Corrupt Practices Act – FCPA) continua

com força total, particularmente em relação

às multas associadas que ajudam a aumentar

as receitas nacionais.

Olimpíada legislativa10Os países competem para se tornar os reguladores mais rígidos do mundo

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As tendências para o setor de mineração 2012 27

“Tem havido muito menos foco nas empresas de mineração do que nas empresas

de petróleo e gás, em relação à legislação antissuborno. Mas a resolução normativa

para tratar da corrupção está em ascensão e grupos de mineração em todo o mundo

apresentam alvos fáceis, especialmente no âmbito da legislação com alcance global,

como a Lei de Suborno do Reino Unido (UK Bribery Act). A pior resposta aos

desafios regulatórios é as empresas de mineração ficarem quietas e esperarem que algo

aconteça. Em vez disso, elas devem tomar medidas para implementar processos de

conformidade e políticas mais fortes.”

Flip Stander, sócio da Deloitte, Reino Unido

Duas disposições marcadas na lei Dodd-Frank

(Dodd-Frank Act) também ameaçam afetar as

empresas de mineração. O Artigo 1502 exige

que as empresas registradas na Security

Exchange Commision (SEC), orgão regulador

do mercado de capitais norte-americano,

divulguem informações quando utilizar em

seus produtos minérios de regiões de conflito,

originados da República Democrática do

Congo ou de seus nove países vizinhos – uma

regra que terá como resultado a solicitação de

fabricantes às empresas de mineração que

revelem a fonte de uma lista de metais

designados, incluindo ouro, tungstênio e

tântalo. O artigo 1504 exige que todas as

empresas do setor extrativo submetam as

produções anuais à SEC para divulgar todos

os pagamentos feitos aos governos pela

exploração comercial e o desenvolvimento de

petróleo, gás e recursos minerais.

Até os controles de exportação, que já

existem há décadas, estão sendo aplicados

com mais rigor. Equipamentos de mineração

com uso industrial legítimo, como brocas e

trocadores de calor, podem se enquadrar em

controles de produto ou de uso final, se

entendidos como de uso militar ou de

destruição em massa. Controles de destino,

incluindo as sanções contra os países-alvo,

também podem afetar as mineradoras à

medida que elas se expandem para locais

mais arriscados.

Essas tendências rígidas aumentam a

necessidade das empresas de mineração de

rever seus procedimentos de conformidade

regulamentar. Isso é especialmente importante

para as empresas que investem em

comunidades locais em todo o mundo.

Dependendo de como esses investimentos são

estruturados, os reguladores poderiam

entendê-los como subornos, em vez de

investimentos legítimos de apoio às empresas.

Para evitar esses riscos, as principais

organizações começaram a melhorar os seus

modelos antissuborno e a adoção de

procedimentos em toda a empresa que lhes

permitam utilizar os sistemas e programas

comuns para atender toda a sua gama de

requisitos regulamentares.

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As tendências para o setor de mineração 201228

Como as questões enfrentadas

pela indústria de mineração

chegaram a um novo e extremo

nível, tornou-se perfeitamente

claro que a resolução exige um novo tipo de

resposta. Sem dúvida, as soluções tradicionais

continuam críticas; para enfrentar os desafios

atuais da indústria, as empresas de mineração

devem continuar a controlar os custos,

melhorar o gerenciamento de projetos de

investimento, melhorar o seu planejamento de

cenários, fortalecer seus controles internos,

participar no planejamento mais focado da

força de trabalho e buscar muitas outras

soluções discutidas neste relatório.

Além dessas etapas, cada vez mais é de

responsabilidade dos executivos de mineração

ampliar sua competência, promovendo o

aumento da colaboração em suas próprias

organizações, entre os concorrentes da

indústria e junto às comunidades e governos

em todo o mundo.

A partir de uma perspectiva interna, pode

ajudar se a empresa começar a adotar

processos que sejam capazes de criar uma

cultura coesa entre diferentes localidades

internacionais. Esses tipos de processos

podem variar, desde práticas globais de

trabalho, programas de segurança do

trabalhador e cadeias de suprimento até

relatórios financeiros integrados, sistemas de

inteligência de negócios e práticas de

conformidade regulamentar. Não importa as

soluções adotadas, o objetivo final é o

mesmo: garantir práticas consistentes e

comunicação na empresa em todo mundo.

Da concorrência à colaboração

As questões que envolvem todo o setor exigem uma resposta de toda a indústria

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As tendências para o setor de mineração 2012 29

“As empresas que estão crescendo, particularmente por meio de aquisições,

frequentemente são desprovidas da sofisticação necessária para lidar com as suas

parceiras no exterior. Para superar os desafios comuns e perceber o lado positivo de

suas estratégias, elas precisam de controles completos capazes de monitorar suas

operações globais e integrar seus investimentos internacionais. Elas também precisam

entender que o sucesso, muitas vezes, depende de sua capacidade de compartilhar

informações e experiências com outras empresas de mineração.”

Kevin Ng, sócio da Deloitte, China

A partir de uma perspectiva externa, a

colaboração de toda a indústria também está

se tornando primordial. No lado positivo,

empreendimentos em conjunto (joint

ventures), parcerias e alianças deixam claro

que a colaboração entre as empresas já

ocorre, mas raramente é abordado no âmbito

da indústria. Ao se unirem por meio de

associações mais formais, as empresas de

mineração provavelmente podem colaborar

de forma mais eficiente para resolver

problemas regionais comuns, barreiras

regulatórias e otimizar valor a todos os

concorrentes do setor por meio de

infraestrutura compartilhada e investimentos

de logística. É particularmente importante que

as empresas percebam que o menor

denominador comum tende a afetar a

reputação de todo o setor. Reforçar a

colaboração pode ajudar a melhorar a atração

de talentos e melhorar as relações com a

comunidade, beneficiando todo o setor.

Por último, mas não menos importante, é

hora das empresas trabalharem em conjunto

para melhorar a relação com comunidades e

os governos em todo o mundo. A tarefa

exigirá um esforço significativo, as empresas

precisarão comunicar em conjunto as formas

em que elas trazem valor para as nações

individuais e a comunidade internacional.

Felizmente, a recompensa do esforço pode ser

profunda posicionando as empresas de

mineração como parceiros essenciais no

desenvolvimento de comunidades locais,

atenuando os danos ambientais e melhorando

a saúde e a segurança dos trabalhadores e de

suas famílias.

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As tendências para o setor de mineração 201230

“A cada ano que passa, as empresas de mineração precisarão

dedicar uma maior quantidade de tempo para melhorar as

relações com o governo e a comunidade. Isso é muito mais

do que um mero exercício de marketing. As comunidades

querem falar diretamente com os executivos e participar

de desenvolvimentos futuros propostos. Os governos

precisam entender a função que as empresas de mineração

irão desempenhar em suas regiões. Para ganhar uma licença

contínua para operar, essas empresas devem envolver as

comunidades locais mais intimamente do que antes. ”

Daniel Joignant, líder da Deloitte para atendimento às empresas do setor de energia e recursos naturais, Chile

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As tendências para o setor de mineração 2012 31

1 Bloomberg, 29 de junho de 2011. “Mining Truck Tires Pricier Than Porsches, Miami Condominiums”, por Elisabeth Behrmann. Acessado em www.bloomberg.com/news/2011-06-29/mining-truck-tires-pricier-than-porsches-miami-condominiums.html em 14 de setembro de 2011.

2 Reuters, 8 de junho de 2011. “A Analysis: Rising mining costs may trigger sector correction”, por Clara Ferreira-Marques e Sue Thomas. Acessado em www.reuters.com/article/2011/06/08/us-mining-costs-idUSTRE75711520110608 em 14 de setembro de 2011.

3 VM Group/Haliburton, junho de 2011. “BN AMRO Gold Mine Cost Report Q1 2011”. Acessado em www.virtualmetals.co.uk/pdf/ABNGCQ111.pdf em 15 de setembro de 2011.

4 Business Insider, 28 de maio de 2011. “Emerging Markets Are Going To Spend A Massive $6 Trillion on Infrastructure In The Next Three Years” por Frank Holmes. Acessado em www.articles.businessinsider.com/2011-05-28/ markets/30025727_1_market-countries-infrastructure-rmb em 31 de outubro de 2011.

5 Scotiabank Group, 24 de agosto de 2011. “Scotiabank Commodity Price Index”, por Patricia Mohr. Acessado em www.scotiacapital.com/English/bns_econ/bnscomod.pdf em 14 de setembro de 2011.

6 Deloitte Global Services Limited, 2011. “Emergence of the new geopolitical risk-oil price paradigm”. Acessado em https://www.deloitte.com/assets/Dcom-Global/Local%20Assets/Documents/ Energy_Resources/dtt_geopolitical_risk_oilprice_paradigm.pdf em 15 de setembro de 2011.

7 The Sydney Morning Herald, 6 de setembro de 2011. “O’Farrell to raise mining royalties” por Sean Nicholis e Anna Patty. Acessado em www.smh.com.au/nsw/ofarrell-to-raise-mining-royalties-20110905-1jubr.html em 31 de outubro de 2011.

8 IFC. “Financial valuation tool for sustainability investments”. Acessado em www.fvtool.com em 18 de setembro de 2011.

9 Commodities Now, 25 de setembro de 2010. “C Mine capex seen at new peak in 2011, lags metal demand”, por Karen Norton e Eric Onstad, Reuters. Acessado em www. commodities-now.com/news/metals-and-mining/3674-mine-capex-seen-at-new-peak-in-2011-lags-metal- demand.html em 19 de setembro de 2011.

10 Australian Bureau of Agricultural and Resource Economics and Sciences, maio de 2011. “Minerals and energy: Major development projects – April 2011 listing”, por Robert New, Allison Ball, Alan Copeland e analistas de commodity. Acessado em adl.brs.gov.au/data/warehouse/pe_abares99010544/ MEprojectsApril2011_REPORT.pdf em 19 de setembro de 2011.

11 Mineweb, 23 de maio de 2011. “South African gold and coal mines faced with 14% wage increase demand”, por Agnieszka Flak e Ed Stoddard, Reuters. Acessado em www.mineweb.com/ mineweb/view/mineweb/en/page504?oid=127691&sn=Detail em 19 de setembro de 2011.

12 Reuters, 16 de junho de 2011. “Workers lift strike at AngloGold’s Argentine mine”. Acessado em www.reuters.com/article/2011/06/16/idUKN1620782620110616 em 19 de setembro de 2011.

13 The Globe and Mail, 6 de julho de 2011. “Mine workers dig in on labour front”, por Brenda Bouw, Reuters.

14 Business Insider, 28 de maio de 2011. “Emerging Markets Are Going To Spend A Massive $6 Trillion on Infrastructure In The Next Three Years”, por Frank Holmes. Acessado em www.articles.businessinsider.com/2011-05-28/ markets/30025727_1_market-countries-infrastructure-rmb em 31 de outubro de 2011.

15 Mining.com, 16 de setembro de 2011. “First wave of coal plant closures due to EPA rules”, por Frik Els. Acessado em www. mining.com/2011/09/16/first-wave-of-coal-plant-closures-due-to-epa-rules/ em 21 de setembro de 2011.

Notas

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Para obter mais informações, entre em contato com um profissional de mineração da Deloitte:

Líder global de mineração

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+61 3 9671 6461

[email protected]

Carl D. Hughes

+44 20 7007 0858

[email protected]

Américas

Glenn Ives

+1 416 874 3506

[email protected]

Europa

David Quinlin

+41 44 421 6158

[email protected]

Contatos globais

África

Tony Zoghby

+27 1180 65130

[email protected]

CEI (Comunidade dos Estados

Independentes, antiga União Soviética)

Russell Banham

+7 495 787 0600 ext. 2107

[email protected]

América Latina

Maria de las Mercedes Ribet

+54 11 4320 2747

[email protected]

Líder global – Energia

e recursos naturais

Líderes regionais

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+1 416 874 3146

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+1 416 601 6147

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+56 2 7297308

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+56 2 729 7204

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+86 (10) 8520 7501

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Jeremy South

+86 10 8512 5683

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Independentes, antiga União Soviética)

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+7 495 787 0600 ext. 3094

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Cazaquistão

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+7 727 258 1340

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México

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+52 55 5080 6274

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+51 1 211 8562

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Estados Unidos

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