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0 AS DONAS DA HISTÓRIA Capítulo 14. Novela de Renan Fernandes. Escrita por Renan Fernandes. Personagens deste capítulo: Sônia Eriberto Nader Taís Neusa Fabiano Leandrinho Malu Júlia Gene Constantinopla Antônio Sérvia Cláudia Jaqueline André Lucas

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AS DONAS DA

HISTÓRIA Capítulo 14.

Novela de Renan Fernandes.

Escrita por Renan Fernandes.

Personagens deste capítulo:

Sônia Eriberto Nader Taís

Neusa Fabiano

Leandrinho Malu Júlia Gene

Constantinopla Antônio

Sérvia Cláudia

Jaqueline André Lucas

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AS DONAS DA HISTÓRIA CAPÍTULO 14

CENA 1. BAR 14 BIS. INT. DIA.

Continuação imediata da última cena do capítulo anterior.

Clima de tensão. Sônia não gosta da proposta de Nader, que a confundiu com

uma prostituta.

NADER — Se você soubesse as vantagens que teria

trabalhando comigo, com certeza mudaria de ideia!

SÔNIA — Pelo visto você ainda não se tocou, né? Eu não

sou uma ordinária... Eu não me equiparo a gentinha

feito você!

NADER — (enfurecido) Então quer dizer que você não

passa de uma dondoca?! (agarra-a) Mas sabe que

até que a madame tem porte!

SÔNIA — Será que você podia me soltar? Ou quer que eu

grite?

NADER — Pára de ficar na defensiva! Essa sua banca de

mulher certinha já ta enjoando! (acaricia o rosto

dela) Se você não quer ser gerenciada por mim, a

gente pode partir pra outra proposta! Que tal ser

a minha musa? Eu tenho certeza que você ia

adorar o cafetão aqui!

Enojada, Sônia o empurra com toda a sua força, fazendo-o bater as costas

nas cadeiras da mesa e cair com tudo no chão. Logo depois, ela joga a sua

caipirinha na face dele. Música de suspense. Nader se enfurece com a

mesma e se levanta com dificuldade. Eriberto, por sua vez, aproxima-se.

NADER — Sua vagabunda! Você machucou as minhas

costas, desgraçada!

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AS DONAS DA HISTÓRIA CAPÍTULO 14

SÔNIA — (descontrolada) Você veio me incomodar no pior

momento da minha vida!

Outros clientes observam a discussão.

SÔNIA — (fala alto/observa-os) E eu não vou tolerar ser

tratada como uma mercadoria sua, uma vadia que

você adestra!

NADER — (nervoso/aproxima-se) Essa sua prepotência já

passou dos limites! Agora você vai ver o que

acontece com quem me trata com tanta

indiferença!

No impulso, Nader mete um forte tapa no rosto de Sônia, e ela cai para

trás, nos braços de Eriberto.

ERIBERTO — Acabou a farra no meu estabelecimento!

(p/Nader) Se você não sair daqui, eu chamo a

polícia!

NADER — Quem se exaltou aqui foi essa piranha metida!

Ela que começou partindo pra ignorância!

ERIBERTO — (carrega Sônia até a cadeira/a vê chorando)

Então foi ela que começou? (encara Nader) Pois

muito bem... Se ela começou... (aproxima-se dele)

Sou eu que vou terminar!

Música de suspense. CLOSES alternados entre os dois. Eriberto avança em

cima de Nader e mete vários socos no rosto dele. Nader tenta revidar, mas

Eriberto pega o braço dele e o arremessa até a saída do estabelecimento.

Os clientes e Sônia apenas observam no canto. Por fim, Eriberto dá vários

pontapés em Nader, até fazê-lo cair na calçada da rua. Após isso, todos se

direcionam para a saída.

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AS DONAS DA HISTÓRIA CAPÍTULO 14

CENA 2. BAR 14 BIS. EXT. DIA.

Agora, Nader é focalizado tentando se levantar, limpando a sua ferida no

lábio e observando Eriberto sair do estabelecimento.

ERIBERTO — Você nunca mais apareça aqui! Lugar de bandido

é numa fossa bem imunda!

Logo, Sônia surge atrás de Eriberto, o olha admirada, e percebe que Nader

está armado com uma faca.

SÔNIA — (avisando) Cuidado! Ele ta armado!

Eriberto se surpreende, e Nader se levanta, mirando a sua faca nele.

NADER — Se lugar de gente feito eu é numa fossa imunda,

o seu é no quinto dos infernos!

Quando Nader vai avançar a arma branca, uma patrulha da polícia surge há

uma quadra da mesma rua do bar, que é de sentido único. Com medo, Nader

olha para Sônia, Eriberto e os clientes com ódio.

NADER — Foram salvos pela sorte, hein?! Mas tomara que

um dia alguém azarado consiga acabar com vocês!

Nisso, Nader sai correndo e desaparece na primeira esquina. A patrulha da

polícia passa na frente do bar, segue trajeto e atravessa a rua onde Nader

sumiu. Ele é focalizado escondido num beco do meio da quadra, e quando vê

que a polícia desapareceu, anda na calçada como se fosse um pedestre

normal.

CENA 3. BAR 14 BIS. INT. DIA.

Todos voltam para as suas respectivas mesas. Eriberto, por sua vez, coloca

as mãos sobre o rosto e logo observa que Sônia voltou a sentar na mesinha

do canto. Ele se aproxima.

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AS DONAS DA HISTÓRIA CAPÍTULO 14

SÔNIA — (envergonhada) Me perdoa! Eu não queria

causar constrangimento!

ERIBERTO — (senta-se) Bem que eu imaginei que você tava

passando por alguma dificuldade! Uma mulher

aparentemente tão elegante, tão fina, não viria se

embebedar de graça! E num bar de universitários!

SÔNIA — (começa a chorar) O meu mundo desmoronou

em menos de 4 horas! Tudo veio num conjunto de

revelações, de problemas!

ERIBERTO — (abraça-a) Fica calma! Eu já botei pra correr

aquele marginal! Ele nunca mais vai se metidar a

besta contigo!

SÔNIA — Antes fosse só isso que me atormenta! Eu

acabei de descobrir que o meu marido me enganou

a vida inteira! Eu perdi tudo, entende? Perdi a

minha alegria, a minha dignidade! (desvencilha-

se/encara-o) Perdi todos os motivos de viver. Só a

bebida mesmo pode me anestesiar!

Sensibilizado, Eriberto acaricia o rosto dela e enxuga as suas lágrimas.

ERIBERTO — Não fica assim, não! Essa virada na sua vida

pode ser positiva lá na frente! Não me leve a mal,

eu não tenho nada a ver com isso! Mas eu acredito

que a partir de hoje começa um novo ciclo pra

você! E não se preocupe, não! Eu tenho certeza de

que você ainda vai ter muitos motivos pra sorrir!

Tocada com as palavras de Eriberto, Sônia o encara com admiração. Logo,

começa a tocar a música Everyday-Phil Collins.

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AS DONAS DA HISTÓRIA CAPÍTULO 14

Sorrindo timidamente, Sônia abraça Eriberto novamente. Ele se sente

atraído, e ela fecha os seus olhos, sentindo-se protegida.

CENA 4. CASA DE FABIANO. SALA. INT. DIA.

Nervosa, Taís se levanta do sofá e encara Neusa. Fabiano e Leandrinho

apenas observam a discussão.

TAÍS — Você acha mesmo que eu devo satisfação da

minha vida?

NEUSA — Eu só quero saber... Onde você passou a noite?

TAÍS — Isso! Desconfie de mim! Fique imaginando que eu

fui fazer coisa errada! Procurar grana fácil,

profissão fácil!

NEUSA — Pára de ficar me enrolando! (pega-a pelo

colarinho) Você não tem o direito de fazer isso

com a sua mãe!

TAÍS — E você não tem o direito de se meter na minha

vida, me dar lição de moral! Tudo o que eu sofri no

estrangeiro me tornou independente. Eu tenho o

direito de fazer o que eu quero, e sem palpite dos

outros!

NEUSA — Mas enquanto você tiver na minha casa, você vai

ter que justificar as suas saidinhas, sim! Eu não to

aqui pra ser tratada como uma idiota!

TAÍS — (solta-se dela) Eu já fui muito clara! Eu pousei

na casa de uma amiga! O próprio Leandrinho

confirmou. Agora, se você não acredita na sua

filha, eu não posso fazer nada! ...

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AS DONAS DA HISTÓRIA CAPÍTULO 14

... É uma pena que você seja tão desconfiada!

Deveria ter sido assim antes de deixar eu viajar

com o Nader, não depois de ele me explorar nos

EUA e me transformar numa prostituta de uma

cafetina ordinária!

Neusa fica tocada com as palavras de Taís, e senta-se no sofá, começando a

chorar. Leandrinho, por sua vez, senta-se ao lado de sua tia e a abraça.

LEANDRINHO — Fica calma, ta?

Logo, Taís decide sair novamente de casa, e Fabiano, observando a tristeza

de sua mãe, corre atrás de sua irmã.

Corta imediatamente para...

CENA 5. CASA DE FABIANO. EXT. DIA.

CAM acompanha os passos de Taís e Fabiano, que saem do pátio da casa,

abrem o portão e se direcionam para a rua.

FABIANO — Espera, Taís!

Ele consegue alcançá-la e os dois param no meio da quadra.

FABIANO — O que ta acontecendo? Eu to te achando

estúpida demais ultimamente!

TAÍS — Desculpa, meu irmão! Mas é que essa marcação

cerrada da nossa mãe me sufoca! Eu preciso me

sentir relaxada, livre. Não prisioneira de um

passado negro que não volta mais!

FABIANO — Eu entendo o seu lado! Eu sei que você ta certa!

O problema é que a nossa mãe é cheia de

preconceitos...

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AS DONAS DA HISTÓRIA CAPÍTULO 14

... Ela tem medo que você volte àquela vida de

garota de programa, assim como não me aceita do

jeito que eu sou!

Taís fica sensibilizada, e começa a andar com o seu irmão.

TAÍS — Ela é uma ignorante. Não é à toa que caiu na

lábia do Nader! Ela e nosso pai pensaram que

aquele cafetão era bem-intencionado, quando na

verdade queria me envolver nesse esquema de

tráfico de mulheres! Ah, Fabiano... É por isso que

eu to revoltada! Até agora eu não consegui

concretizar os meus objetivos: me vingar do Nader

e da Constantine e encontrar um grande amor!

FABIANO — Depois da decepção do Codinome, você não se

envolveu com mais ninguém?

Taís fica receosa, pois sabe que Fabiano ama Lucas, com quem ela se

envolveu no capítulo anterior.

TAÍS — (mentindo) Não! Mas tudo bem! Eu vou procurar

manter a calma! Não me estressar mais com os

chiliques da dona Neusa!

FABIANO — (abraça-a) É isso mesmo! (observa o terminal

de ônibus) Quer ir comigo pra assistência técnica

lá no Rebouças? Assim a gente sai um pouco, bota

o papo em dia!

TAÍS — Tudo bem! O seu celular estragou?

FABIANO — A bateria ta com problema! Vou ver se lá eu

resolvo isso!

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AS DONAS DA HISTÓRIA CAPÍTULO 14

Nisso, os dois continuam andando abraçados, e Taís olha para o seu irmão

com culpa na consciência.

CENA 6. PARQUE BARIGUI. QUIOSQUE. EXT. DIA.

Júlia e Malu tomam uma água de coco e conversam no local.

MALU — (explicando-se) Eu espero que você agora

entenda que eu não tive culpa do Gene me agarrar

na agência! Ele me atraiu até lá, me envolveu!

JÚLIA — (dissimulada) É claro que eu entendo! A verdade

é que eu nunca admiti que o Gene era um

cafajeste. Mas eu vou ser bem sincera: eu sou

louca por ele, ele é meu e ninguém tem o direito de

tocá-lo!

MALU — Pelo que depender de mim, nunca mais eu chego

perto dele. Só vamos nos tratar da maneira mais

profissional possível!

JÚLIA — Isso é muito fácil de falar! (tirando a máscara)

Por isso, eu prefiro agir do que prometer...

(encara-a) Porque você não sai dessa campanha, e

vai trabalhar numa outra agência? Se o problema

for a multa da rescisão de contrato, eu banco!

Música de suspense. Malu não gosta da proposta.

MALU — Mas isso não tem sentido! Eu to fazendo a

campanha do shopping do meu padrinho! A melhor

campanha publicitária do ano da agência! Não acho

justo abandonar o barco por causa do seu ciúme!

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AS DONAS DA HISTÓRIA CAPÍTULO 14 JÚLIA — (enfurecida) Essa sua justificativa é vaga

demais! Por trás dessa aparência de mulher

profissional se esconde uma faceta ordinária! Eu

sei que você é louca pelo Gene, você o quer, e pra

isso será capaz das piores artimanhas!

MALU — (chocada) Você é louca!

JÚLIA — Não, Malu! Eu apenas enxergo longe! Se afasta

do meu caminho, sua vaca! Vai ser melhor pra você!

MALU — (levanta-se) Agora você ta extrapolando! Essas

suas ameaças, esse seu ciúme, tudo isso é a prova

viva do quanto você é patológica, clínica!

JÚLIA — (levanta-se/enfurecida) Eu não sou maluca!

Você cala a sua boca!

MALU — (provocando) Viu só? Por qualquer detalhe você

se excede! Esse seu descontrole vai te

prejudicar... Toma cuidado!

JÚLIA — Eu fiz a maior besteira da minha vida em te

propor uma trégua!

MALU — Mas quem criou o clima de guerra foi você! Eu

sempre fui na minha, tranqüila! Portanto, pare de

me culpar pelo seu casamento frustrado. A relação

entre eu e seu marido é estritamente profissional.

E contigo, minha cara, é nulo!

Logo, Malu toma um último gole da água de coco, e vai embora. Júlia fica por

lá, controlando o seu ódio.

CENA 7. MANSÃO DE SÉRVIA. SALA. INT. DIA.

Minutos depois, Malu abre a porta e estranha ao não ver ninguém.

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AS DONAS DA HISTÓRIA CAPÍTULO 14

MALU — Vó? Você ta aí?

Ela anda em todos os cantos da casa, até voltar para a sala e sentar no sofá.

MALU — (p/si) A dona Sérvia anda cheia de mistérios

ultimamente! O que será que ela foi fazer?

Som de suspense no final da cena.

CENA 8. FACHADA DA CLÍNICA ARCÁDIA. EXT. DIA.

Som de tensão. CAM abre no local e foca em Sérvia, que está de costas e

observando o a clínica de longe. Logo, ela avista Constantinopla entrando no

local, e vira para a frente da câmera.

SÉRVIA — (p/si) Ela foi ver o Antônio! É hoje que nós

vamos acertar os nossos ponteiros.

Corta imediatamente para...

CENA 9. CLÍNICA ARCÁDIA. RECEPÇÃO. INT. DIA.

O local está vazio, devido ao enterro do dono no capítulo anterior. Logo,

CAM focaliza Constantinopla vindo pela porta giratória e se direcionando

para os corredores. Lá atrás, Sérvia surge pelo mesmo local, e nota o vazio

fúnebre que paira.

Corta imediatamente para...

CENA 10. CLÍNICA ARCÁDIA. SALA DE ANTÔNIO. INT. DIA.

Antônio está sentado na sua cadeira, ainda abalado por Jaqueline e Cláudia

terem contado para Sônia que ele e a segunda foram amantes. De repente,

Constantinopla abre a porta sem sutileza e o assusta.

ANTÔNIO — (incomodado) Como você me achou aqui?

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AS DONAS DA HISTÓRIA CAPÍTULO 14

CONSTANTINOPLA — Eu te procurei em casa... Liguei pros seus

amigos, e deduzi que você veio se isolar no canto

do trabalho! Eu te conheço, sei que você adora

fugir dos problemas!

ANTÔNIO — (irônica) Que bela mãe observadora e

prestativa você é, hein? Mas vamos... Me conta o

que você quer de mim agora? Já não está

satisfeita com os 50 mil que eu te dei e que

acabaram ficando nas mãos do Nader?

CONSTANTINOPLA — Eu ia te contar a verdade... A minha ligação com

esse traficante de mulheres/

ANTÔNIO — Você é uma criminosa! E eu acabei entrando

nesse mundo do crime também. Graças a minha

burrice de te entregar a grana da chantagem que

você me fez e por ter me deixado influenciar pela

ideia da Sérvia de te sacanear!

CONSTANTINOPLA — (agacha-se à mesa/encara-o) Agora não

adianta se lamentar! Tudo o que aconteceu marcou

uma reviravolta nas nossas vidas... O dono da

clínica Arcádia descobriu que você tinha pegado o

dinheiro da conta conjunta de vocês pra me pagar,

impediu que o assaltante consumasse o seu plano e

da Sérvia de roubarem a quantia no local marcado,

e acabou morrendo num acidente de carro junto

com o bandido que vocês contrataram! Veja só

quantos acontecimentos... E agora, só pra te

avisar...

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AS DONAS DA HISTÓRIA CAPÍTULO 14

... O Humberto já foi enterrado... Esse não te

atrapalha mais! Portanto, meu filho, se dê por

satisfeito. O seu patrão não tem como te

desmascarar, você vai assumir a clínica Arcádia, o

Nader já não será mais problema, e eu não

pretendo te prejudicar!

De repente, Sérvia surge no local e assusta os dois presentes.

SÉRVIA — Mas eu pretendo!

Música de suspense. CLOSES alternados entre os três.

SÉRVIA — Dessa vez vocês foram longe demais! Eu to

estarrecida ao descobrir que vocês só

incriminaram o Humberto como seqüestrador da

Constantinopla pra impedir que a polícia

descobrisse o plano do assalto! Como eu pude ser

tão idiota de me envolver com dois bandidos feito

vocês?!

Som de suspense no final da cena.

CENA 11. REBOUÇAS. ASSISTÊNCIA TÉCNICA. EXT. DIA.

Taís e Fabiano acabam de sair do local e andam em sentido à praça Rui

Barbosa.

FABIANO — Pelo menos agora o meu celular ta novinho em

folha! Coisa tão simples, né? Era só trocar de

bateria/

TAÍS — (sorri) Verdade!

Nisso, os dois continuam andando normalmente, até que, do outro lado da

rua, Nader é focalizado indo em direção a eles.

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AS DONAS DA HISTÓRIA CAPÍTULO 14

Clima tenso. Taís o vê e se assusta. Nader levanta o seu olhar e também se

choca. Eles param no meio de seus caminhos, encarando-se de longe.

TAÍS — Eu não to acreditando, Fabiano!

FABIANO — (volta até ela) O que foi, Taís?

TAÍS — (indica) O Nader, é ele! (nervosa) Finalmente eu

vou pegar esse desgraçado!

Som de tensão. CAM foca na virada de Fabiano, que nota Nader no outro

lado da rua e depois volta a encarar Taís.

PRIMEIRO BREAK.

Tema de abertura: UNDER PRESSURE-QUEEN.

CENA 12. REBOUÇAS. RUAS LOCAIS. EXT. DIA.

Continuação imediata da última cena do bloco anterior.

Música de suspense. CLOSES alternados. Ao ver que Taís correrá atrás de

Nader, Fabiano a segue.

FABIANO — Calma, minha irmã, me espera!

Nisso, Nader decide fugir pela esquina da rua que ele estava. Por uma

quadra, esbarra em pessoas que vinham em sentido contrário, quase bate o

corpo num poste, desvia de um aglomerado de carro, e desaparece pela

próxima esquina. Lá atrás, CAM focaliza Taís e Fabiano. Ela corre

desesperada até a próxima esquina, olha para todos os lados e perde Nader

de vista.

TAÍS — (desesperada) Eu não to acreditando numa

coisa dessas! Aquele bandido de novo conseguiu

escapar das minhas mãos!

CAM gira em torno dela e de seu irmão, e Fabiano a abraça, ofegante.

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AS DONAS DA HISTÓRIA CAPÍTULO 14

FABIANO — Fica tranqüila, ta? É melhor a gente desistir!

TAÍS — (decidida) Mas é agora que eu vou até o fim! Se

eu não achar esse desgraçado hoje, eu não acho

nunca mais!

Por fim, ela continua andando pelas ruas à procura do vilão, e seu irmão é

obrigada a segui-la.

CENA 13. CLÍNICA ARCÁDIA. SALA DE ANTÔNIO. INT. DIA.

Antônio e Constantinopla continuam surpresos com a presença de Sérvia.

CONSTANTINOPLA — (nervosa) Não banque a santinha pra cima da

gente! Você sabe que tem uma parcela de culpa por

tudo o que aconteceu.

SÉRVIA — (aproxima-se) Não, Constantinopla... Eu nunca

tive essa ideia de planejar assaltar você. Eu só

sabia que você morria de medo de ser assaltada. O

Antônio é que consumou o plano!

ANTÔNIO — (levanta-se/vai até Sérvia) E você acha que

pode me prejudicar por causa disso? Conta tudo

pra Malu, então! Conta que eu planejei roubar a

grana que eu mesmo dei pra minha mãe!

SÉRVIA — (medrosa/encara-os) Eu não vou perder o meu

tempo com essa baixeza!

CONSTANTINOPLA — Porque sabe que pode se dar mal, né? Não só

por ser acusada de cúmplice do plano do assalto,

mas também por outros podres que eu desconheço.

Música de suspense. Antônio encara a sua mãe, e decide lhe revelar o

segredo de Sérvia.

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AS DONAS DA HISTÓRIA CAPÍTULO 14

ANTÔNIO — Agora que nós três estamos envolvidos nessa

trama, não precisamos mais de segredos! É isso

mesmo, mãe, a Sérvia tem um podre do passado, e

morre de medo da Malu descobrir!

SÉRVIA — (nervosa) Você não vai contar pra ela/

ANTÔNIO — O que me impede? Na medida que você se

envolveu no assalto à minha mãe, e que isso gerou a

conseqüência do meu patrão descobrir a armadilha

e acabar sendo morto num trágico acidente de

carro, a Constantinopla tem o direito de saber, por

exemplo, que a Malu não é a sua neta!

CAM foca na expressão chocada de Constantinopla.

CONSTANTINOPLA — Meu Deus!

ANTÔNIO — E não é só isso! Além de omitir isso da Malu,

ainda escondeu que a mãe dela é a Letícia, aquela

prostituta que eu me envolvi, e que o pai é o

Leonel, aquele traficante que se tornou amante

dela!

CONSTANTINOPLA — (esclarecida) Agora tudo ficou mais claro!

(p/Sérvia) Mas por que você nunca contou a

verdade pra Malu?

ANTÔNIO — Simplesmente porque o avô dela é o Cristiano, e

que a filha que ele procurou a vida inteira era

justamente a Letícia. Nisso, a Sérvia criou a Malu

como se fosse a sua neta pra garantir a herança do

Cristiano pra ela!

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AS DONAS DA HISTÓRIA CAPÍTULO 14

SÉRVIA — (enfurecida) Não distorça os fatos! Eu criei a

Malu porque ela sofreu aquele acidente de carro

que vitimou a mãe dela e o pai. E porque depois

desse incidente, ela perdeu a memória! Portanto,

seu ordinário, era muito melhor que ela nunca

soubesse do passado! Ainda mais que você foi

amante da mãe dela e praticamente ocasionou

aquele acidente!

CONSTANTINOPLA — Eu fiquei estarrecida! É impressionante... Você é

muito pior do que eu Sérvia! Armar aquele plano

contra mim por medo de eu descobrir que a Malu

não era a sua neta!

SÉRVIA — (chorando) Cala a boca! Você não tem dignidade

pra falar coisa alguma! Pensa que eu não ouvi a

conversa de vocês? Eu descobri que o Nader era

traficante de mulheres, e que vendia prostitutas

pra você! E o pior: que você armou pra ele me

assaltar, só com o intuito de se vingar pelo que eu

fiz! Agora, minha querida, você guarde o meu

segredo pra você! Senão todo mundo aqui sairá

perdendo! O Antônio perderá a Malu, você irá pra

cadeia, e eu serei desmoralizada!

CONSTANTINOPLA — (aproxima-se dela) Seria vantajoso te

chantagear! Mas eu não vou perder o meu tempo!

Apesar de que você agora vai ter que me aturar!

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AS DONAS DA HISTÓRIA CAPÍTULO 14

SÉRVIA — Não por muito tempo! (enxuga as lágrimas)

Porque nada do que você descobriu vai me impedir

de tomar uma decisão sábia!

CONSTANTINOPLA — (curiosa) Que decisão!

SÉRVIA — A de te demitir!

Som de suspense. CAM foca na expressão surpresa de Constantinopla,

enquanto Sérvia a encara com ódio e Antônio fica entre as duas,

observando.

CENA 14. BAR 14 BIS. INT. DIA.

Eriberto e Sônia continuam conversando.

ERIBERTO — Então o seu marido te traiu com uma amiga?

SÔNIA — Sim! O pior é que ela veio me visitar um dia

desses pra me entregar a bolsa que eu esqueci no

brechó da mãe dela e eu tive a burrice de convidá-

la pra jantar comigo! O meu marido chegou, jantou

conosco, e os dois hipócritas fizeram cena, como

se nunca tivessem se conhecido!

ERIBERTO — Nossa! É impressionante como existe gente

dissimulada nesse mundo!

SÔNIA — Pois é! (encara-a) Mas eu nem perguntei o seu

nome... Como é?

ERIBERTO — É Eriberto! Não preciso nem dizer que é um

prazer te conhecer. A gente já ta conversando

como se fossemos amigos de infância!

SÔNIA — (sorri) É verdade! Eu adorei te conhecer! E

posso ser sincera?

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AS DONAS DA HISTÓRIA CAPÍTULO 14

ERIBERTO — Deve!

SÔNIA — Eu não quero perder contato! Eu nunca me senti

à vontade com amigo nenhum, já com você, foi

amizade à primeira vista!

Começa a tocar a música Fast Car- Tracy Chapman. Os dois riem.

ERIBERTO — Que bom que você confiou em mim! (pega a mão

dela) Pode ter certeza de que nós nunca mais

vamos nos perder de vista!

Nisso, um clima de paixão surge entre eles, mas ambos disfarçam.

ERIBERTO — (levanta-se) Agora você me dá licença! Eu vou

voltar a atender os clientes!

SÔNIA — Tudo bem! Depois a gente conversa! Eu não

quero atrapalhar o seu trabalho!

ERIBERTO — (simpático) Não atrapalha!

Nisso, Sônia o observa se direcionar ao balcão e conversar com alguns

fregueses. CLOSE no seu olhar admirado. Por fim, CAM foca Eriberto a

olhando discretamente.

CENA 15. BRECHÓ LE FREAK. ATELIÊ. DIA.

CAM mostra, de cima, a porta do brechó se abrir e Jaqueline e Cláudia

surgirem. Lentamente, elas andam pelo local, e a luz do sol faz uma sombra

pela entrada, contrastando com o clima fúnebre. Logo, CAM foca no olhar

abatido de Jaqueline, que senta numa cadeira e fica pensativa.

Sensibilizada, Cláudia apenas observa.

CLÁUDIA — Eu sei que você tem todo o direito de ficar de

luto. Mas uma hora você vai ter que reagir.

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AS DONAS DA HISTÓRIA CAPÍTULO 14

JAQUELINE — (observa-a) Por enquanto, eu vou ficar

quietinha, no meu canto. Nem abrir o brechó eu

vou amanhã!

CLÁUDIA — (agacha-se a ela) Mas se você quiser, eu cuido

do negócio por enquanto. Não é problema nenhum

pra mim!

JAQUELINE — (feliz/acaricia os braços dela) Claro! Você

sempre tão cuidadosa, né? É um orgulho pra mim!

As duas sorriem, e Cláudia se levanta, observando a escuridão do local.

CLÁUDIA — Que clima mais pesado ficou aqui!

JAQUELINE — Pois é. Mas vai sair pra espairecer, Cláudia! Hoje

você ainda tem o dia de folga. Vai ser bom!

CLÁUDIA — Você vai ficar bem, sozinha?

JAQUELINE — Fica tranqüila. A sua mãe se garante!

CLÁUDIA — Ok.

Nisso, ambas se beijam e Cláudia sai de cena. Jaqueline, por sua vez,

levanta-se e se direciona até um armário. De lá, ela tira um álbum e vê fotos

de Humberto quando ele era adolescente. A música Feel-Robbie Williams

começa a tocar nesse instante.

JAQUELINE — (p/si) Um dia eu vou descobrir o que realmente

aconteceu com você, meu amor! Eu sei que Deus

não vai me abandonar nessa hora!

Por fim, ela dá um beijo no álbum.

CENA 16. RUA PEDRO IVO. EXT. DIA.

Cláudia anda pelo local e nota André atravessar a rua que separa o brechó

da casa dele.

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AS DONAS DA HISTÓRIA CAPÍTULO 14

ANDRÉ — (vendo-a) Cláudia!

CLÁUDIA — (corre até ele/abraça-o) André! Que bom te

ver hoje!

ANDRÉ — Faz tempo que a gente não se fala, né? Como

que você ta?

CLÁUDIA — Eu to mais ou menos! Essa morte do namorado

da minha mãe pegou todo mundo de surpresa! E o

pior de tudo é que a gente desconfia que o Antônio

tenha ligação com isso!

ANDRÉ — (chocado) Minha nossa! De novo esse cara ta

envolvido no seu caminho!

CLÁUDIA — Pra você ver!

ANDRÉ — Mas apesar de tudo, eu desejo tudo de bom pra

vocês! Você e a sua mãe merecem sossego,

felicidade!

CLÁUDIA — Os seus votos positivos já me alegram! É bom

demais ter um amigo como você!

Ambos sorriem, até que CAM se afasta deles e focaliza Lucas estacionando

a sua moto numa vaga da rua. Ele tira o capacete, desce e se aproxima dos

dois.

CLÁUDIA — (surpresa) Lucas? Ta tudo bem?

LUCAS — Cláudia... Eu queria tanto falar com você!

CLÁUDIA — Mas tem que ser agora?

LUCAS — Por favor... Não tem mais como adiar!

Som de suspense. Cláudia e André se encaram, surpresos. Lucas se mostra

apreensivo.

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AS DONAS DA HISTÓRIA CAPÍTULO 14

CENA 17. MANSÃO DE SÉRVIA. SALA. INT. TARDE.

Malu ouve a campainha tocar e corre pra atender. Ela se surpreende com a

presença de Gene.

MALU — (enfurecida) Mas como você tem a ousadia de

vir me incomodar?

GENE — (nervoso) A gente precisa se entender, Malu! Eu

vim aqui pra te pedir desculpa!

CLOSES alternados entre os dois.

CENA 18. CLÍNICA ARCÁDIA. SALA DE ANTÔNIO. INT. TARDE.

Constantinopla fica surpresa quando Sérvia a demite na frente de Antônio.

CONSTANTINOPLA — E você acha que as coisas são tão simples assim?

Por mais que você saiba alguns detalhes sórdidos

da minha vida, eu só deixo de trabalhar na sua

mansão com uma boa quantia!

SÉRVIA — Você nunca perde a oportunidade de me

extorquir, né? Tudo bem, eu pago o que você

quiser pra deixar eu e a minha neta em paz!

CONSTANTINOPLA — Ótimo! Porque senão eu te denuncio por

exploração. Ou pensa que eu não conheço os meus

direitos?!

ANTÔNIO — (nervoso) Maravilha! Resolvam as suas

pendências, parem de fazer escândalo e sumam da

minha frente!

SÉRVIA — Me trate com respeito!

CONSTANTINOPLA — A mim também!

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AS DONAS DA HISTÓRIA CAPÍTULO 14

ANTÔNIO — (gritando) Será que vocês não perceberam que

eu estou péssimo? Eu não quero mais ouvir a voz de

você duas... Fazendo-me o favor, desapareçam

dessa clínica!

CONSTANTINOPLA — (pega sua bolsa na mesa) Eu sumo mesmo!

Nunca fui tratada com tanto desprezo!

ANTÔNIO — Ah, não foi? Então minha cara, eu vou finalizar o

meu arsenal de gentilezas... Vá pra minha casa,

arrume as suas malas e desinfeta aquele ar

negativo que paira sobre você!

CONSTANTINOPLA — (surpresa) Como é que é? Mas filho...

ANTÔNIO — Eu to te expulsando da minha casa! Nunca mais

entre no meu caminho, porque mãe feito você eu

dispenso!

Som de suspense. Constantinopla controla o choro, Sérvia não disfarça a

satisfação e Antônio encara as duas com um olhar perturbado.

CENA 19. RUAS DE CURITIBA. EXT. TARDE.

Música de suspense. Nader continua andando pelas ruas, observando o seu

redor e se convencendo de que Taís o perdeu de vista. Mas quando chega

até uma rua com um beco, é surpreendida por ela, que pega o braço dele e o

prensa no local.

TAÍS — O que você pensou, hein, Nader? Que eu ia

deixar você escapar das minhas mãos pra sempre?

NADER — O que você ta fazendo aqui no Brasil, sua

pirainha?

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AS DONAS DA HISTÓRIA CAPÍTULO 14

TAÍS — (nervosa) Fica quieto! É hoje que a gente vai

acertar os nossos karmas!

Som de suspense. Nader fica surpreso com a iniciativa de Taís, e Fabiano é

focalizado os espiando por fora do beco.

FIM DO CAPÍTULO 14.