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É proibida a reprodução, total ou parcial, do conteúdo sem prévia autorização do autor da obra. Conheça Donald Trump, o presidente eleito dos Estados Unidos Sem experiência política, empresário venceu Hillary Clinton. Ele gosta de dizer que começou negócios com 'empréstimo' de seu pai. Do G1, em São Paulo O republicano Donald Trump, novo presidente eleito dos Estados Unidos é conhecido pelo temperamento explosivo e pelas declarações polêmicas. Sem experiência política anterior, o empresário bilionário, de 70 anos, conseguiu impor uma amarga derrota à ex-primeira-dama e ex-secretária de Estado americana, Hillary Clinton. Com discursos centrados nas frustrações e inseguranças dos americanos em um mundo em mutação, tornou-se a voz da mudança para milhões deles. Nascido em 14 de junho de 1946 no bairro nova-iorquino do Queens, Trump é o quarto dos cinco filhos de Fred Trump, um construtor de origem alemã, e Mary MacLeod, uma dona de casa de procedência escocesa. Desde criança ele mostrava um comportamento rebelde, tanto que seu pai teve que tirá-lo da escola aos 13 anos, onde havia agredido um professor, e interná-lo na Academia Militar de Nova York, com a esperança de que a disciplina militar corrigisse a atitude de seu filho. “Uma vez jogou um bolo de aniversário em todo mundo numa festa, outra vez jogou um apagador num professor, que ficou com o olho roxo. O pai de vez em quando recebia ligações da escola dizendo: o ‘Donald não está se comportando’. E ficava muito frustrado”, relatou o biógrafo Michael D'Antonio ao Jornal Nacional. Aparentemente, o pequeno Donald "era um valentão boca suja" que adorava "dizer palavrões a todo volume", segundo o médico Steve Nachtigall, de 66 anos, que sofreu com suas travessuras. Trump graduou-se em 1964 na academia, onde alcançou a patente de capitão e vislumbrava seu destino: "Um dia, serei muito famoso", comentou então ao cadete Jeff Ortenau. Em 1968, o hoje magnata formou-se em Economia na Escola Wharton da Universidade da Pensilvânia, e se transformou no favorito para suceder seu pai no comando da empresa familiar, Elisabeth Trump & Son, dedicada ao aluguel de imóveis de classe média nos bairros nova-iorquinos de Brooklyn, Queens e Staten Island. Trump assumiu em 1971 as rédeas da companhia, rebatizada como The Trump Organization, e se mudou para a Manhattan. Enquanto seu pai construía casas para a classe média, ele optou pelas torres luxuosas, hotéis, casinos e campos de golfe. Trump gosta de dizer que começou seus próprios negócios modestamente, com “um pequeno empréstimo de US$ 1 milhão” de seu pai.

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Conheça Donald Trump, o presidente eleito dos Estados Unidos Sem experiência política, empresário venceu Hillary Clinton. Ele gosta de dizer que começou negócios com 'empréstimo' de seu pai. Do G1, em São Paulo O republicano Donald Trump, novo presidente eleito dos Estados Unidos é conhecido pelo temperamento explosivo e pelas declarações polêmicas. Sem experiência política anterior, o empresário bilionário, de 70 anos, conseguiu impor uma amarga derrota à ex-primeira-dama e ex-secretária de Estado americana, Hillary Clinton. Com discursos centrados nas frustrações e inseguranças dos americanos em um mundo em mutação, tornou-se a voz da mudança para milhões deles. Nascido em 14 de junho de 1946 no bairro nova-iorquino do Queens, Trump é o quarto dos cinco filhos de Fred Trump, um construtor de origem alemã, e Mary MacLeod, uma dona de casa de procedência escocesa. Desde criança ele mostrava um comportamento rebelde, tanto que seu pai teve que tirá-lo da escola aos 13 anos, onde havia agredido um professor, e interná-lo na Academia Militar de Nova York, com a esperança de que a disciplina militar corrigisse a atitude de seu filho. “Uma vez jogou um bolo de aniversário em todo mundo numa festa, outra vez jogou um apagador num professor, que ficou com o olho roxo. O pai de vez em quando recebia ligações da escola dizendo: o ‘Donald não está se comportando’. E ficava muito frustrado”, relatou o biógrafo Michael D'Antonio ao Jornal Nacional. Aparentemente, o pequeno Donald "era um valentão boca suja" que adorava "dizer palavrões a todo volume", segundo o médico Steve Nachtigall, de 66 anos, que sofreu com suas travessuras. Trump graduou-se em 1964 na academia, onde alcançou a patente de capitão e vislumbrava seu destino: "Um dia, serei muito famoso", comentou então ao cadete Jeff Ortenau. Em 1968, o hoje magnata formou-se em Economia na Escola Wharton da Universidade da Pensilvânia, e se transformou no favorito para suceder seu pai no comando da empresa familiar, Elisabeth Trump & Son, dedicada ao aluguel de imóveis de classe média nos bairros nova-iorquinos de Brooklyn, Queens e Staten Island. Trump assumiu em 1971 as rédeas da companhia, rebatizada como The Trump Organization, e se mudou para a Manhattan. Enquanto seu pai construía casas para a classe média, ele optou pelas torres luxuosas, hotéis, casinos e campos de golfe. Trump gosta de dizer que começou seus próprios negócios modestamente, com “um pequeno empréstimo de US$ 1 milhão” de seu pai.

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Já nos anos 1980, tinha em construção diversos empreendimentos na cidade, incluindo a Trump tower, o Trump Plaza, além de cassinos em Atlantic City, em Nova Jersey. Casou-se pela primeira vez em 1977, com a modelo tcheca Ivana Zelníčková, com quem tem três filhos, e pela segunda vez em 1993, com a atriz Marla Maples, com quem tem uma filha. Em 2011, se casou com sua atual mulher, Melania Knauss, ex-modelo eslovena de 46 anos que cria seu filho Barron, de 10 anos. Ela foi colocada longe dos holofotes durante a campanha. Já seus filhos adultos, Ivanka, Donald Jr., Eric Tiffany participam da corrida eleitoral. Trump tem sete netos. Na começo da década de 90, três dos seus cassinos entraram falência por causa de dívidas, na tentativa de reestruturá-las. Em 1996, comprou os direitos dos concursos Miss USA, Miss Universo e Miss Teen, tornando-se seu produtor executivo. Oito anos mais tarde, tornaria-se figura pública ainda mais conhecida ao virar apresentador do programa “The Apprentice”, em que tinha o poder de demitir os participantes. Apesar de afirmar ter US$ 10 bilhões, sua fortuna foi estimada em US$ 4,5 bilhões pela Forbes. Em 2014, o Partido Republicano sugeriu que concorresse ao governo de Nova York, mas Trump disse que o cargo não lhe interessava. Trump mora em um triplex no topo da Torre Trump em Nova York, e viaja em seu Boeing 757 privado, que serve regularmente como pano de fundo para seus comícios. Cabelo tingido de loiro, impecavelmente vestido, ele fascina e horroriza. Quando uma dúzia de mulheres o acusaram de assédio e gestos sexuais impróprios, ele tratou todas de mentirosas. Trump não é dos mais fiéis a ideologia: foi democrata até 1987 e, em seguida, republicano (1987-1999), membro do partido da Reforma (1999-2001), democrata (2001-2009), e republicano novamente. Durante a sua carreira foi alvo de dezenas de processos civis relacionados aos seus negócios. Recusou-se a publicar seu imposto de renda - uma tradição para os candidatos à Casa Branca - e reconheceu que não tinha pago impostos federais durante anos, depois de informar enormes perdas de US$ 916 milhões em 1995. "Isto faz de mim uma pessoa inteligente", disse ele, mais uma vez causando enorme polêmica. Veja as propostas e ideias do candidato: Política Externa/Defesa Em um longo discurso sobre o assunto, Trump deixou claro que os EUA estarão sempre em primeiro lugar, mesmo que para isso precise sacrificar os interesses de seus aliados mais próximos. Ele reclama que os “amigos” estão dependentes demais dos EUA e que os rivais não mais respeitam ou se sentem ameaçados pelo país. Trump quer ampliar o poder militar dos EUA, afirmando que o país sob seu governo se tornaria tão poderoso e ameaçador que não sofreria ameaças de absolutamente ninguém. O candidato defende a adoção de táticas de tortura e diz que poderia aprovar técnicas ainda mais duras do que o “waterboarding”, um tipo de afogamento proibido atualmente.

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Ele diz ainda que os EUA precisam ser “imprevisíveis” e se diz aberto ao uso de armas nucleares, inclusive como reação a ataques terroristas como os ocorridos em Bruxelas, na Bélgica, no início de 2016. Trump também defende que o país se volte à sua própria defesa e que aliados como Japão e países europeus precisam investir mais em sua própria segurança e parar de depender da ajuda dos EUA. O candidato disse que pretende modernizar o arsenal nuclear, e prometeu buscar uma convivência pacífica com países como China e Rússia, mas garantiu que irá traçar um limite e responder duramente quando alguém o ultrapassar. Prometeu ainda impedir o avanço do islamismo radical trabalhando de perto com aliados no mundo muçulmano, mas cobrando respeito e gratidão dos países que forem ajudados pelos EUA. Economia A base econômica de Trump é a promessa de aumento de empregos, um de seus temas mais frequentes. Ele diz que os EUA deixarão de perder indústrias e empregos para a China e o México, e nesse sentido ameaça penalizar empresas que queiram deixar o país. Trump afirma que pretende aumentar impostos para quem o fizer ou para quem não empregar preferencialmente americanos e chegou a afirmar que quer “obrigar” a Apple a fabricar seus produtos nos Estados Unidos. Em relação a impostos, ele já prometeu aumentar a taxação dos ricos para diminuir a dos pobres, voltando atrás depois. Ele agora diz que pretende simplificar e reduzir impostos para todos os americanos e que também quer que empresas paguem menos. Trump promete ainda cortar muitos gastos do governo e sugeriu em entrevista à MSNBC que uma de suas primeiras ações para que isso seja alcançado poderia ser cortar o Departamento de Educação. Saúde Donald Trump promete revogar o Obamacare, a lei pela qual todo americano deve ter plano de saúde, em seu primeiro dia de mandato. Ele sinaliza em seu site que pretende seguir os princípios do livre mercado e diz que “o melhor programa social sempre será um emprego”. Por isso, acredita que a criação de mais empregos e a melhora da economia possibilitará que a grande maioria dos americanos pague por suas despesas de saúde sem depender do governo. O Medicaid seria centrado em cada estado, sem interferência do governo federal. Ele diz que a compra de seguros de saúde não deve ser obrigatória, mas que estes deverão ser oferecidos em todos os estados, sem restrições. Além dos seguros, que seriam dedutíveis do imposto de renda, Trump sugere a criação de Health Savings Acounts (HSAs), uma espécie de poupança específica para gastos com saúde e que pode beneficiar qualquer membro da família do titular, inclusive sendo herdada em caso de morte. O republicano também defende transparência nos valores cobrados por médicos, hospitais e instituições e a livre competição entre eles. As regras de livre mercado seriam aplicadas

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ainda aos fabricantes de medicamentos. Em sua declaração oficial sobre saúde, Donald Trump diz ainda que suas propostas para imigração ajudarão a desonerar o sistema, já que “providenciar atendimento médico a imigrantes ilegais nos custa cerca de US$ 11 bilhões por ano”. Educação Trump defende que o governo federal não interfira e a educação fique a cargo de cada estado. Ele diz também que o governo não deve lucrar com empréstimos estudantis, mas ainda não apresentou nenhum projeto sobre o assunto, dizendo apenas que irá “fazer algo muito inteligente em relação ao financiamento”. Trump também quer que escolas deixem de ser “zonas livres de armas”, e que pessoas possam portar armas dentro e ao redor delas. Segundo o candidato, escolas sem armas são “iscas” para ataques de pessoas com problemas mentais. Imigração Um dos pontos mais conhecidos do programa de Trump é a promessa de construir um muro na fronteira com o México, obrigando este país a pagar pela obra com ameaças de sanções, cobranças de dívidas e cortes de acordos comerciais. Ele afirma que “uma nação sem fronteiras não é uma nação” e promete ainda expulsar todos os imigrantes ilegais que já estão nos EUA, cerca de 11 milhões de pessoas, afirmando que aqueles que comprovarem ser “boas pessoas” serão aceitos de volta de forma legal. Trump também considera aumentar os custos de taxas de entrada no país e de vistos temporários e diz que irá acabar com o H-1B, um visto para não imigrantes que permite que empregados especializados sejam contratados temporariamente para determinados cargos por empresas americanas. O candidato diz que irá obrigar as empresas a empregar primeiro cidadãos americanos em qualquer situação, sem exceção. Em relação aos refugiados, Donald Trump acredita que os EUA não devem receber sírios, iraquianos e outros que venham de países de maioria muçulmana. Ele propôs, inclusive, uma proibição da entrada de qualquer muçulmano no país até que “se descubra o que está acontecendo”. Aborto O republicano já mudou de ideia mais de uma vez em relação ao direito ao aborto, com o qual concordava há alguns anos. Ele diz ter revisto sua posição e agora afirma que aceita o procedimento apenas em casos de risco de vida para a mãe, incesto ou estupro. Mas Trump acredita que a organização Planned Parenthood deve parar de realizar abortos e que destinar recursos públicos para a realização do procedimento é “um insulto às pessoas de consciência, no mínimo, e uma afronta a um bom governo”. Recentemente ele causou polêmica ao defender em entrevista à CNN “algum tipo de punição” para mulheres que abortassem caso o procedimento se tornasse ilegal. Horas mais tarde ele voltou atrás e disse que os médicos é que deveriam ser punidos, jamais as mulheres.

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Armas Trump é contra novas restrições ao porte de armas. Ele afirma que é preciso endurecer as leis para lidar com criminosos violentos e expandir tratamentos de saúde mental, embora não especifique como faria isso. Mas diz que os donos de armas que querem se defender devem ter seus poderes ampliados porque a polícia não consegue estar em todos os lugares o tempo todo. Trump defende ainda que não existam restrições ao tipo de armas que um cidadão pode comprar e diz que o sistema nacional de checagem de antecedentes falha ao não incluir registros criminais e de saúde mental em muitos estados. Mas ele diz que a maioria dos criminosos usa armas de outras pessoas e não passa por essas checagens e que, por isso, não é necessário “expandir um sistema quebrado”. Trump defende ainda que as licenças para porte de arma sejam válidas nacionalmente e faz uma comparação com carteiras de motorista, válidas nos 50 estados. “Se podemos fazer isso por dirigir – que é um privilégio e não um direito – então certamente podemos fazer pelo porte de armas, que é um direito e não um privilégio”. Meio ambiente/ Energia O republicano se diz “muito a favor” da energia nuclear e diz que irá trazer de volta a indústria do carvão “100%”. Ele afirma ainda que políticas de energia limpa e para reduzir as emissões de carbono iriam colocar em perigo empregos e as classes média e baixa. Em seu livro mais recente, “Crippled America”, ele escreveu que fontes de energia verde são “na verdade uma forma cara de fazer os abraçadores de árvores se sentirem bem com eles mesmos”. Também afirmou este ano que as alterações climáticas não são um dos maiores problemas mundiais. Há alguns anos o empresário chegou a questionar sua existência, citando em janeiro de 2014 a neve e o frio como provas de que o assunto era supostamente um farsa inventada pelos chineses. Fonte G1 (globo.com) *Com informações da AFP e da EFE. Trump confirma a construção de muro na fronteira dos EUA com o México Pedro Pardo / AFP

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No quinto dia de seu mandato, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou uma série de medidas no âmbito da "segurança nacional" que mostram sua determinação em cumprir as promessas feitas durante a campanha, inclusive as mais controversas. Nesta quarta-feira 25, Trump liberou um financiamento federal para a construção de um muro na fronteira com o México e assinou decretos sobre chamadas cidades "santuários", que se comprometeram a recusar prender imigrantes ilegais quando a sua detenção tem como objetivo deportá-los. Nos próximos dias, Trump também deve anunciar a proibição de entrada nos EUA para imigrantes, refugiados inclusive, de sete países afetados por conflitos recentes (a

maioria deles com protagonismo de Washington): Iêmen, Irã, Iraque, Líbia, Síria, Somália e Sudão. Durante as eleições de 2016, Trump se comprometeu a expulsar os imigrantes ilegais infratores e construir um muro na fronteira de 3,2 mil quilômetros entre os Estados Unidos e o México, ameaçando financiá-lo por meio dos 25 bilhões de dólares que os imigrantes mexicanos enviam anualmente para suas famílias. Familiares de vítimas de imigrantes ilegais foram convidados para o evento de anúncio das medidas. Nas palavras de Trump, esses mortos foram "vítimas de nossas fronteiras abertas". Em entrevista ao canal de televisão ABC News antes da assinatura da ordem executiva que autoriza a construção do muro, Trump reafirmou que os mexicanos vão pagar pela

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obra. "Em última análise, o pagamento vai sair do que está acontecendo com o México... e vamos ser de alguma forma reembolsados pelo México, como eu sempre disse", afirmou Trump. "Estou apenas dizendo que haverá um pagamento, será de uma forma, talvez uma forma complicada", afirmou. De acordo com Trump a construção terá início "em meses". "O que eu estou fazendo é bom para os Estados Unidos. Também vai ser bom para o México. Queremos ter um México muito estável, muito sólido", afirmou. Especialistas manifestaram sérias dúvidas quanto à eficácia do muro, o custo exorbitante e o risco de processos legais de tal medida, verdadeiro cavalo de batalha da direita e da extrema direita, a base eleitoral de Donald Trump. Até mesmo o secretário da Segurança Interna, o ex-general John Kelly, disse, durante sua recente audição de posse, que o muro na fronteira "pode não ser construído tão em breve". As "cidades santuário" são aquelas que se recusam a cooperar com o governo federal na busca por imigrantes ilegais. É o caso de San Francisco, por exemplo, na Califórnia. A partir de agora, essas cidades não receberão mais recursos federais. "O povo americano não vai mais ter de subsidiar esse desrespeito por nossas leis", afirmou o secretário de imprensa da Casa Branca, Sean Spicer, também nesta quarta-feira 25. Resposta do México Para o México, o governo Trump deve ser um desastre. À construção do muro, soma-se o iminente desastre para as indústrias que puderam prosperar com o Nafta, o acordo de livre-comércio da América do Norte. A primeira indústria a ser atingida deve ser a automobilística. Trump começou a desmontar o acordo de livre-comércio a golpes de Twitter, com ameaças de tarifas proibitivas a cada montadora com planos de criar fábricas no México. A Ford submeteu-se de imediato: anunciou que cancelaria um projeto de 1,6 bilhão em San Luis Potosí e construiria uma fábrica de 700 milhões no Michigan, dizendo-se “encorajada pelas políticas de crescimento do presidente eleito”. A Fiat Chrysler admite suspender a produção no México se Trump cumprir a promessa de criar uma sobretaxa, enquanto a GM e a Toyota resistem, esta última com respaldo do governo japonês e o argumento de ter investido bilhões e criado milhares de empregos nos EUA. O México delimitou as linhas vermelhas que não devem ser cruzadas em suas discussões com a administração Trump. Neste sentido, o país ameaçou deixar a mesa de negociações e romper com o Nafta, que Donald Trump quer renegociar. "Há linhas vermelhas muito claras que devem ser desenhadas desde o início", advertiu na terça-feira 24 o ministro da Economia mexicano, Ildefonso Guajardo, antes de uma reunião com autoridades americanas nesta quarta-feira 25 e na quinta-feira 26, ao lado do ministro mexicano das Relações Exteriores, Luis Videgaray.

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Quando perguntado se a delegação mexicana deixaria as negociações se a questão do muro e das remessas dos imigrantes mexicanos fossem colocadas sobre a mesa, Guadajardo afirmou na Televisa: "Absolutamente". *Com informações da AFP Uma das principais promessas de campanha do republicano Donald Trump, a de construir um “impenetrável, alto, poderoso e bonito” muro entre a fronteira dos EUA com o México, foi vista com maus olhos por muita gente. O que nem todos sabem, porém, é que parte do muro que separa os dois países já está de pé – e há mais de 20 anos. Entenda a proposta do muro que Trump quer erguer na fronteira com o México

A construção do Muro do México – também chamado de Muro fronteiriço Estados Unidos-México – começou em 1991, durante o governo de George Bush, o pai, mas foi intensificada em 1994, durante a Operação Guardião (Operation Gatekeeper, em inglês). Implementada durante a gestão de ninguém menos do que o democrata Bill Clinton, a medida visava impedir a imigração ilegal na região de San Diego, Califórnia, o ponto mais ocidental da fronteira entre México e EUA. Além de aumentar o muro, a Operação Guardião elevou o valor das multas aplicadas aos estrangeiros ilegais e liberou recursos para a Patrulha de Fronteira. Curioso é que a construção ocorreu em um momento de integração entre os países, contemporânea à criação do Tratado Norte - Americano de Livre Comércio (NAFTA, da sigla em inglês). Com a redução de custos no tocante à troca de mercadorias entre EUA, México e Canadá, o acordo teria aproximado as nações, muito embora seu caráter fosse econômico, e não social.

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Frederic J. Brown/AFP A maior parte do Muro do México, que não se trata de uma extensão contínua, concentra-se pela fronteira entre San Diego, nos EUA, e Tijuana, no México, mas há seções nos estados do Arizona, Novo México e Texas. Já nos locais onde não há barreiras físicas, estão presentes “barreiras invisíveis”, como câmeras de segurança e alarmes, além da atuação da Patrulha de Fronteira norte-americana. Atualmente, cerca de 30% da fronteira EUA - México - aproximadamente 930 quilômetros - conta com partes do muro. Mas se depender dos planos de Donald Trump, o número chegará a 100%. Lei da Cerca de Segurança Trump não foi o primeiro presidente com intenções de aumentar a barreira. Em 2006, o também republicano George W. Bush assinou a Lei da Cerca de Segurança (Secure Fence Act), que prevê a construção de mais 1.126 quilômetros do muro pela fronteira dos EUA com o México. Embora protestos e ações judiciais tenham impedido as obras na época, a legislação ainda existe, é válida e Trump poderá se apoiar nela para continuar com seus planos. O republicano espera que as obras sejam custeadas pelos próprios mexicanos, intenção já rebatida pelo presidente Enrique Peña Nieto, que, apesar de todas as polêmicas envolvendo o novo presidente dos EUA, disse estar disposto a trabalhar para ter uma boa relação com o governo Trump. ACORDO DE ASSOCIAÇÃO TRANSPACÍFICO (TPP) O Acordo de Associação Transpacífico estabeleceu uma área de livre-comércio entre doze países da Ásia, Oceania e América. O Acordo de Associação Transpacífico (TPP) estabeleceu o livre-comércio entre doze países da Ásia (Japão, Brunei, Malásia, Cingapura e Vietnã), Oceania (Austrália e Nova Zelândia), América do Norte (Estados Unidos, Canadá, e México) e América do Sul (Peru e Chile). O grupo reúne três grandes potências mundiais (Estados Unidos, Japão e

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Canadá) e países que possuem economias abertas, flexíveis e muito inseridas no comércio mundial, como alguns dos Tigres Asiáticos (Malásia e Cingapura) e países emergentes da América Latina, como o Chile e o México. Em razão da grande magnitude econômica desse acordo, ele tem sido considerado por muitos governantes e estudiosos como o maior acordo comercial do mundo no século XXI. O TPP pode alterar profundamente o desenvolvimento do comércio mundial, já que mais do que um simples acordo de cooperação comercial, ele objetiva garantir, entre outros itens,

A integração econômica entre os países-membros por meio da eliminação ou redução de tarifas e outras barreiras à circulação de bens, serviços e investimentos;

A criação de regras comuns de propriedade intelectual de produtos e tecnologias que protejam as inovações tecnológicas dos países-membros sem comprometer o desenvolvimento científico de outros países;

A padronização das leis trabalhistas, garantindo, assim, uma elevação dos padrões de trabalho nos países asiáticos para evitar a migração em massa de empresas atraídas por mão de obra barata;

O desenvolvimento de ações ambientais comuns que garantam o desenvolvimento sustentável das economias envolvidas nesse bloco econômico;

O aumento dos investimentos internos do bloco que favoreça o desenvolvimento econômico dos países e aumente a integração econômica entre eles. Como esse acordo atinge vários setores da economia dos países envolvidos, foram necessários quase dez anos de negociações secretas entre os países-membros do bloco para que se chegasse ao documento que o legitimou, assinado no dia 04 de Fevereiro de 2016. O conceito de um bloco que integrasse as economias do Pacífico surgiu em 2005 com a criação do Trans-pacific Strategic Economic Partnership (TPSEP) ou Pacific Four (P4) pela Nova Zelândia, Chile, Cingapura e Brunei. Em 2008, os Estados Unidos sinalizaram interesse em iniciar as negociações para se associar ao grupo. Por essa razão, o bloco conseguiu mais representatividade internacional e mais quatro países ingressaram nas negociações: Austrália, Malásia, Peru e Vietnã. Em dezembro de 2011, durante a Reunião Ministerial da Apec (Cooperação Econômica da Ásia e do Pacífico), foi divulgado um documento com os objetivos gerais do acordo para sistematizar as negociações até aquele momento, assim, mais dois países juntaram-se às negociações: Canadá e México. O Japão, em virtude da falta de apoio para a participação no bloco, só passou a fazer parte da negociação em 2013. Vários entraves dificultaram a aprovação do documento final para a criação desse bloco econômico, desde interesses individuais de cada país até a aprovação do documento pelo Congresso dos países envolvidos, principalmente dos Estados Unidos, que se encontravam divididos em relação à criação desse bloco econômico. Assim, o acordo só

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foi se efetivar em 2016, estabelecendo uma área de livre-comércio e uma série de ajustes e metas para a efetivação do tratado. Como o TPP ainda é recente, é muito cedo para determinar quais serão as consequências dele para os países envolvidos e para o comércio mundial, pois o seu sucesso depende do cumprimento de uma série de medidas econômicas, sociais e ambientais que não são tão simples de serem implementadas e dependerão das políticas governamentais implantadas. Apesar disso, as perspectivas econômicas para os países-membros são bastante otimistas. Acredita-se que, juntos, eles somam 40% de toda a economia mundial, um terço de todas as exportações mundiais, um mercado consumidor de cerca de 800 milhões de pessoas e movimentarão, até 2025, cerca de 223 bilhões de dólares por ano. Já para os demais países do mundo, a formação desse bloco econômico é vista com certa preocupação em face da grande representatividade econômica internacional de seus membros, que atualmente estabelecem relações com diversos países que não fazem parte do tratado. Uma possível consequência seria a diminuição das relações comerciais com os países que não fazem parte do bloco econômico, pois, em virtude da eliminação de tarifas e barreiras para a circulação de mercadorias proposta pelo TPP, será mais vantajoso realizar negócios entre os países do acordo. A criação desse bloco pode prejudicar também a recuperação econômica dos países europeus. Isso porque, com a criação do TPP, os seus países-membros acabam estreitando as relações entre eles e diminuindo as relações com os demais países do mundo, inclusive com os países europeus que dependem de uma maior interação econômica com os Estados Unidos e com os países do sudeste asiático para superar a crise econômica mundial, que teve consequências mais graves nesse continente. Além disso, o TPP é visto por muitos estudiosos como uma reação ao crescimento econômico chinês. Se o TPP obter sucesso, deverá limitar a influência da China na Ásia e diminuir a dominação dos produtos chineses no mercado global.

Manifestante com cartaz contra a aprovação do TPP que diz: “Pare o TPP, ameaça aos medicamentos acessíveis” *

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A elaboração desse acordo gerou diversas manifestações contrárias, pois apresenta pontos que podem atingir diretamente a qualidade de vida dos países integrantes, principalmente dos países desenvolvidos, como os Estados Unidos, Canadá e Japão. Entre os principais pontos criticados, estão os acordos sobre patentes, serviços prestados na internet e a padronização das leis trabalhistas, o que pode afetar tanto a oferta e a qualidade dos empregos quanto o valor dos salários. Dessa forma, embora pareça altamente vantajoso, o TPP pode afetar negativamente a economia dos outros países e alguns segmentos da população dos próprios países-membros. Para evitar serem afetados por esse acordo, as demais nações do mundo devem dinamizar a sua economia e fortalecer os laços econômicos entre si, buscando acordos econômicos multilaterais ou entre os países que desenvolvem algum tipo de atividade. Já a população dos países-membros desse acordo precisa pressionar os seus respectivos governos para evitar que os ajustes econômicos necessários para essa integração econômica resultem em queda na qualidade de vida da população ou dos seus direitos individuais. Trump determina saída dos EUA de acordo comercial com países do Pacífico Tratado estabelecia novas bases para as relações econômicas entre as 12 nações; essa é a segunda vez que o republicano invalida uma herança de Obama, que levou oito anos na negociação para fechar acordo com estados.

O presidente dos Estados Unidos Donald Trump cancelou nesta segunda-feira (23), por meio de decreto, a participação do país no Tratado Transpacífico de Comércio Livre (TPP, sigla em inglês), o mais importante acordo internacional assinado pelo ex-presidente Barack Obama, destinado a estabelecer novas bases para as relações comerciais e econômicas de 12 países do Oceano Pacífico, reduzindo tarifas e estimulando o comércio para impulsionar o crescimento. Além dos Estados Unidos, assinaram o acordo: Austrália, Brunei, Canadá, Chile, Japão, Malásia, México, Nova Zelândia, Peru, Cingapura e Vietnã. Com a medida tomada nesta segunda-feira, Trump começa – já no primeiro dia útil de seu mandato, após tomar tomar posse na sexta-feira (20) – a reconfigurar o papel do país norte-americano na economia global. Esta é a segunda vez que o novo presidente – ou os parlamentares do Partido Republicano – invalida uma herança deixada por Obama. A primeira foi o cancelamento do Obamacare, um programa de saúde aprovado pelo ex-presidente para estender atendimento médico a toda população americana. Esse legado deixado pelo ex-presidente começou a ser desmontado antes mesmo de Trump tomar posse, por iniciativa de congressistas republicanos. "Avisou" em campanha Durante a campanha, o presidente Trump já havia anunciado que iria abandonar formalmente a Parceria Transpacífico, por considerar o acordo ruim para os trabalhadores americanos. A parceria ainda não tinha sido aprovada pelo Congresso

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americano e agora, com a saída dos Estados Unidos, o acordo praticamente se inviabiliza, já que a parceria tinha como pressuposto o mercado americano. O posicionamento dos Estados Unidos no mercado global vai obrigar os países que têm comércio forte com o mercado americano a reavaliar suas estratégias. A administração Obama negociou arduamente o pacto comercial do Pacífico durante oito anos. A parceria foi finalmente assinada pelos chefes de estado dos 12 países em 12 de outubro de 2015. Obama, porém, nunca levou a proposta ao Congresso americano, com receio de que o pacto fosse rejeitado. Na época, Obama entendeu que uma derrota no Congresso seria pior do que deixar o acordo estaganado sem aprovação. Redirecionamento das tendências A saída dos Estados Unidos da parceria com os países do Pacífico representa uma inversão na tendência de décadas de política econômica internacional – executadas tanto por governos democratas quanto por republicano – de reduzir as barreiras comerciais e expandir o comércio em todo o mundo. Embora os candidatos muitas vezes tenham criticado acordos comerciais na campanha, aqueles que chegaram à Casa Branca, incluindo o presidente Barack Obama, acabaram ampliando o alcance dessas relações. "Estamos falando sobre isso há muito tempo", disse Trump, ao assinar o decreto formalizando a saída dos Estados Unidos do TPP. Para ele, a retirada do pacto comercial é "uma grande coisa para o trabalhador americano". Assessores de Trump afirmam que o novo presidente pretende avançar rapidamente na renegociação do Acordo de Livre Comércio da América do Norte (Nafta). A negociação do Nafta começou na gestão do presidente George Bush e o acordo foi levado ao Congresso pelo presidente Bill Clinton. Trump terá encontros com os mandatários do Canadá e do México, os dois principais parceiros do Nafta. O acordo tem sido um dos principais motores do comércio americano há quase duas décadas, mas há algum tempo tem sido questionado por, supostamente, diminuir a oferta de emprego e reduzir os salários do trabalhador norte-americano. Fonte: Último Segundo - iG @ http://ultimosegundo.ig.com.br/mundo/2017-01-23/trump-acordo-comercial.html OPINIÃO 5 motivos pelos quais Donald Trump será o próximo presidente dos Estados Unidos 27/07/2016 11:23 BRT | Atualizado 27/07/2016 11:23 BRT

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SARA D. DAVIS VIA GETTY IMAGES CHARLOTTE, NC - JULY 26: Republican presidential candidate Donald Trump listens to the cheers from an audience at the 117th National Convention of the Veterans of Foreign Wars of the United States at the Charlotte Convention Center on July 26, 2016 in Charlotte, North Carolina. One day after Democrat presidential candidate Hillary Clinton faced the same group, Trump promised a revision to health care for veterans. (Photo by Sara D. Davis/Getty Images) Amigo: Sinto muito por ser o portador de más notícias, mas fui direto com vocês no ano passado quando disse que Donald Trump seria o candidato republicano à Presidência. E agora trago notícias ainda mais terríveis e deprimentes: Donald J. Trump vai ganhar a eleição de novembro. Esse palhaço desprezível, ignorante e perigoso, esse sociopata será o próximo presidente dos Estados Unidos. Presidente Trump. Pode começar a treinar, porque você vai dizer essas palavras pelos próximos quatro anos: "Presidente Trump". Nunca na minha vida quis estar tão errado como agora. Vejo o que você está fazendo agora. Está sacudindo a cabeça loucamente - "Não, Mike, isso não vai acontecer!". Infelizmente, você está vivendo numa bolha anexa a uma câmara de eco, onde você e seus amigos vivem convencidos de que o povo americano não vai eleger um idiota como presidente. Você alterna entre o choque e a risada por causa dos últimos comentários malucos que ele fez, ou então por causa do narcisismo vergonhoso de Trump em relação a tudo, afinal de contas tudo tem a ver com ele. E aí você ouve Hillary e enxerga a primeira mulher presidente, respeitada pelo mundo, inteligente, preocupada com as crianças, alguém que vai continuar o legado de Obama porque isso é obviamente o que o povo americano quer! Sim! Outros quatro anos disso! Você tem de sair dessa bolha imediatamente. Precisa parar de viver em negação e encarar a verdade que sabe que é muito, muito real. Tentar se acalmar com fatos - "77% do eleitorado é composto por mulheres, negros, jovens adultos de menos de 35 anos;

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Trump não tem como ganhar a maioria dos votos de nenhum desses grupos!" - ou com a lógica - "as pessoas não vão votar num bufão, ou contra seus próprios interesses!" - é a maneira que seu cérebro encontra para te proteger do trauma. Como quando você ouve um estampido na rua e pensa "foi um pneu que estourou" ou "quem está soltando fogos?", porque não quer pensar que acabou de ouvir alguém sendo baleado. É a mesma razão pela qual todas as primeiras notícias e relatos de testemunhas sobre o 11 de setembro diziam que "um avião pequeno se chocou acidentalmente contra o World Trade Center". Queremos - precisamos - esperar pelo melhor porque, honestamente, a vida já é uma merda, e é difícil sobreviver mês a mês. Não temos como aguentar mais notícias ruins. Então nosso estado mental entra no automático quando alguma coisa assustadora está realmente acontecendo. As primeiras pessoas atingidas pelo caminhão em Nice passaram seus últimos momentos na Terra acenando para o motorista; elas acreditavam que ele tinha simplesmente perdido o controle e subido na calçada. "Cuidado!", elas gritaram. "Tem gente na calçada!" Bem, pessoal, não se trata de um acidente. Está acontecendo. E, se você acredita que Hillary Clinton vai derrotar Trump com fatos e inteligência e lógica, obviamente passou batido pelo último ano e pelas primárias, em que 16 candidatos republicanos tentaram de tudo, mas nada foi capaz de parar essa força irresistível. Hoje, do jeito que as coisas estão, acho que vai acontecer - e, para lidar com isso, primeiro preciso que você aceite a realidade e depois talvez, só talvez, a gente encontre uma saída para essa encrenca. Não me entenda mal. Tenho grandes esperanças em relação ao meu país. As coisas estão melhores. A esquerda ganhou a guerra cultural. Gays e lésbicas podem se casar. A maioria dos americanos têm uma posição liberal em relação a quase todas as questões: salários iguais para as mulheres; aborto legalizado; leis mais duras em defesa do meio ambiente; mais controle de armas; legalização da maconha. Uma enorme mudança aconteceu - basta perguntar ao socialista que ganhou as primárias em 22 Estados. E não tenho dúvidas de que, se as pessoas pudessem votar do sofá de casa pelo Xbox ou Playstation, Hillary ganharia de lavada. Mas as coisas não funcionam assim nos Estados Unidos. As pessoas têm de sair de casa e pegar fila para votar. E, se moram em bairros pobres, negros ou hispânicos, não só enfrentam filas maiores como têm de superar todo tipo de obstáculo para votar. Então, na maioria das eleições é difícil conseguir que pelo menos metade dos eleitores compareça às urnas. E aí está o problema de novembro -- quem vai ter os eleitores mais motivados e mais inspirados? Você sabe a resposta. Quem é o candidato com os apoiadores mais ferozes? Cujos fãs vão estar na rua das 5h até a hora do fechamento da última urna, garantindo que todo Tom, Dick e Harry (e Bob e Joe e Billy Joe e Billy Bob Joe) tenham votado? Isso mesmo. Este é o perigo que estamos correndo. E não se iluda. Não importa quantos anúncios de TV Hillary fizer, quão melhor ela se portar nos debates, quantos votos os libertários roubarem de Trump -- nada disso vai ser capaz de detê-lo.

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Você precisa parar de viver em negação e encarar a verdade que sabe que é muito, muito real. Eis as 5 razões pelas quais Trump vai ganhar: 1. A matemática do Meio-Oeste, ou bem-vindo ao Brexit do Cinturão Industrial. Acredito que Trump vá concentrar muito da sua atenção em quatro Estados tradicionalmente democratas do cinturão industrial dos Grandes Lagos -- Michigan, Ohio, Pensilvânia e Wisconsin. Estes quatro Estados elegeram governadores republicano desde 2010 (só a Pensilvânia finalmente elegeu um democrata). Nas primárias de Michigan, em março, mais eleitores votaram nos republicanos (1,32 milhão) que nos democratas (1,19 milhão). Trump está na frente de Hillary nas últimas pesquisas na Pensilvânia e empatado com ela em Ohio. Empatado? Como a disputa pode estar tão apertada depois de tudo o que Trump tem dito? Bem, talvez porque ele tenha dito (corretamente) que o apoio de Clinton ao Nafta (acordo de livre comércio da América do Norte) ajudou a destruir os Estados industriais do Meio-Oeste. Trump vai bater em Clinton neste tema, e também no tema da Parceria Trans-Pacífica (TPP) e outras políticas comerciais que ferraram as populações desses quatro Estados. Quando Trump falou à sombra de uma fábrica da Ford durante as primárias de Michigan, ele ameaçou a empresa: se eles realmente fossem adiante com o plano de fechar aquela fábrica e mandá-la para o México, ele imporia uma tarifa de 35% sobre qualquer carro produzido no México e exportado de volta para os Estados Unidos. Foi música para os ouvidos dos trabalhadores de Michigan. Quando ele ameaçou a Apple da mesma maneira, dizendo que vai forçar a empresa a parar de produzir seus iPhones na China e trazer as fábricas para solo americano, os corações se derreteram, e Trump saiu de cena com uma vitória que deveria ser de John Kasich, governador do vizinho Estado de Ohio. De Green Bay a Pittsburgh, isso, meus amigos, é o meio da Inglaterra: quebrado, deprimido, lutando. As chaminés são a carcaça do que costumávamos chamar de classe média. Trabalhadores nervosos e amargurados, que ouviram mentiras de Ronald Reagan e foram abandonados pelos democratas. Estes últimos ainda tentam falar as coisas certas, mas na verdade estão mais interessados em ouvir os lobistas do Goldman Sachs, que na saída vão deixar um cheque de gordas contribuições. O que aconteceu no Reino Unido com a Brexit vai acontecer aqui. Elmer Gantry é o nosso Boris Johnson e diz a merda que for necessária para convencer a massa de que essa é a sua chance! Vamos mostrar para TODOS eles, todos os que destruíram o Sonho Americano! E agora o Forasteiro, Donald Trump, chegou para dar um jeito em tudo! Você não precisa concordar com ele! Você nem precisa gostar dele! Ele é seu coquetel molotov pessoal para ser arremessado na cara dos filhos da mãe que fizeram isso com você! DÊ O RECADO! TRUMP É SEU MENSAGEIRO! E aqui entra a matemática. Em 2012, Mitt Romney perdeu por 64 votos no colégio eleitoral. Some os votos de Michigan, Ohio, Pensilvânia e Wisconsin. A conta dá 64. Tudo o que Trump precisa para vencer é levar os Estados tradicionalmente republicanos de Idaho à Geórgia (Estados que jamais votarão em Hillary Clinton) e esses quatro do cinturão industrial. Ele não precisa do Colorado ou da Virgínia. Só de Michigan, Ohio, Pensilvânia e Wisconsin. E isso será suficiente. É isso o que vai acontecer em novembro.

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2. O último bastião do homem branco e nervoso. Nosso domínio masculino de 240 anos sobre os Estados Unidos está chegando ao fim. Uma mulher está prestes a assumir o poder! Como isso aconteceu?! Diante da nosso nariz! Havia sinais, mas os ignoramos. Nixon, o traidor do gênero, nos impôs a regra que disse que as meninas da escola têm de ter chances igual de jogar esportes. Depois deixaram que elas pilotassem aviões de carreira. Quando mal percebemos, Beyoncé invadiu o campo no Super Bowl deste ano (nosso jogo!) com um exército de Mulheres Negras, punhos erguidos, declarando que nossa dominação estava terminada. Meu Deus! Este é apenas um olhar de relance no que se passa na cabeça do Homem Branco Ameaçado. A sensação é que o poder se lhes escapou por entre as mãos, que sua maneira de fazer as coisas ficou antiquada. Esse monstro, a "feminazi", que, como diz Trump, "sangra pelos olhos ou por onde quer que sangre", nos conquistou -- e agora, depois de aturar oito anos de um negro nos dizendo o que fazer, temos de ficar quietos e aguentar oito anos ouvindo ordens de uma mulher? Depois disso serão oito anos dos gays na Casa Branca! E aí os transgêneros! Você já entendeu onde isso vai parar. Os animais vão ter direitos humanos e uma porra de um hamster vai governar o país. Isso tem de acabar! 3. O problema Hillary. Podemos falar sinceramente, só entre nós? E, antes disso, permita-me dizer que gosto de Hillary -- muito -- e acho que ela tem uma reputação que não merece. Mas ela apoiou a guerra no Iraque, e depois disso prometi que jamais votaria nela de novo. Mantive essa promessa até hoje. Para evitar que um protofascista se torne nosso comandante-chefe, vou quebrar essa promessa. Infelizmente acredito que Hillary vá dar um jeito de nos enfiar em algum tipo de ação militar. Ela está à direita de Obama. Mas o dedo do psicopata Trump vai estar No Botão, e isso é o suficiente. Voto em Hillary. Vamos admitir: nosso maior problema aqui não é Trump -- é Hillary. Ela é extremamente impopular -- quase 70% dos eleitores a consideram pouco confiável e desonesta. Ela representa a política de antigamente: faz de tudo para ser eleita. É por isso que ela é contra o casamento gay num momento e no outro está celebrando o matrimônio de dois homens. As mulheres jovens são suas maiores detratoras, o que deve magoar, considerando os sacrifícios e batalhas que Hillary e outras mulheres da sua geração tiveram de enfrentar para que a geração atual não tivesse de ouvir as Barbara Bushes do mundo dizendo que elas têm de ficar quietas e bater um bolo. Mas a garotada também não gosta dela, e não passa um dia sem que um millennial me diga que não vai votar em Hillary. Nenhum democrata, e seguramente nenhum independente, vai acordar em 8 de novembro para votar em Hillary com a mesma empolgação que votou em Obama ou em Bernie Sanders. Não vejo o mesmo entusiasmo. Como essa eleição vai ser decidida por um único fator -- quem vai conseguir arrastar mais gente pra fora de casa e para as seções eleitorais --, Trump é o favorito. 4. O eleitor deprimido de Sanders. Pare de reclamar que os apoiadores de Bernie não vão votar em Clinton -- eles vão votar! As pesquisas já mostram que um número maior de eleitores de Sanders vai votar em Hillary este ano do que o de eleitores de Hillary que

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votaram em Obama em 2008. Não é esse o problema. O alarme de incêndio que deveria estar soando é que, embora o apoiador médio de Sanders vá se arrastar até as urnas para votar em Hillary, ele vai ser o chamado "eleitor deprimido" -- ou seja, não vai trazer consigo outras cinco pessoas. Ele não vai trabalhar dez horas como voluntário no último mês da campanha. Ele nunca vai se empolgar falando de Hillary. O eleitor deprimido. Porque, quando você é jovem, não tem tolerância nenhuma para enganadores ou embusteiros. Voltar à era Clinton/Bush para eles é como ter de pagar para ouvir música ou usar o MySpace ou andar por aí com um celular gigante. Eles não vão votar em Trump; alguns vão votar em candidatos independentes, mas muitos vão ficar em casa. Hillary Clinton vai ter de fazer alguma coisa para que eles tenham uma razão para apoiá-la -- e escolher um velho branco sem sal como vice não é o tipo de decisão arriscada que diz para os millennials que seu voto é importante. Duas mulheres na chapa -- isso era uma ideia boa. Mas aí Hillary ficou com medo e decidiu optar pelo caminho mais seguro. É só mais um exemplo de como ela está matando o voto jovem. 5. O efeito Jesse Ventura. Finalmente, não desconte a capacidade do eleitorado de ser brincalhão nem subestime quantos milhões de pessoas se consideram anarquistas enrustidos. A cabine de votação é um dos últimos lugares remanescentes em que não há câmeras de segurança, escutas, mulheres, maridos, crianças, chefes, polícia. Não tem nem sequer limite de tempo. Você pode demorar o tempo que for para votar, e ninguém pode fazer nada. Você pode votar no partido, ou pode escrever Mickey Mouse e Pato Donald. Não há regras, E, por isso, a raiva que muitos sentem pelo sistema político falido vai se traduzir em votos em Trump. Não porque as pessoas concordem necessariamente com ele, não porque gostem de sua intolerância ou de seu ego, mas só porque podem. Só porque um voto em Trump significa chutar o pau da barraca. Assim como você se pergunta por um instante como seria se jogar das cataratas do Niágara, muita gente vai gostar de estar no papel de titereiro, votando em Trump só para ver o que acontece. Lembra nos anos 1990, quando a população de Minnesota elegeu um lutador de luta livre para governador? Elas não o fizeram porque são burras ou porque Jesse Ventura é um estadista ou intelectual político. Elas o fizeram porque podiam. Minnesota é um dos Estados mais inteligentes do país. Também está cheio de gente com um senso de humor distorcido -- e votar em Ventura foi sua versão de uma pegadinha no sistema político. Vai acontecer o mesmo com Trump. Voltando para o hotel depois de participar de um programa da HBO sobre a convenção republicana, um homem me parou. "Mike", ele disse, "temos de votar em Trump. TEMOS que dar uma chacoalhada as coisas". Foi isso. Era o suficiente para ele. "Dar uma chacoalhada nas coisas". O presidente Trump certamente faria isso, e uma boa parcela do eleitorado gostaria de sentar na plateia e assistir o show. (Na semana que vem vou postar minhas ideias sobre os calcanhares de aquiles de Trump e como acho que ele pode ser derrotado.)