artigo pronto leandro

14
UNIVERSIDADE CATÓLICA DE BRASÍLIA Leandro Alves de Andrade Orientador: Luiz Antonio Rocha IMPORTÂNCIA DO DESENVOLVIMENTO MOTOR EM ESCOLARES Brasília 2011

Upload: elda-linos

Post on 25-Oct-2015

77 views

Category:

Documents


1 download

TRANSCRIPT

Page 1: Artigo Pronto Leandro

UNIVERSIDADE CATÓLICA DE BRASÍLIA

Leandro Alves de Andrade

Orientador: Luiz Antonio Rocha

IMPORTÂNCIA DO DESENVOLVIMENTO MOTOR EM ESCOLARES

Brasília

2011

Page 2: Artigo Pronto Leandro

1

Leandro Alves de Andrade

IMPORTÂNCIA DO DESENVOLVIMENTO MOTOR EM ESCOLARES

Artigo apresentado ao curso de

graduação em Educação Física da

Universidade Católica de Brasília,

como requisito parcial à obtenção do

título de Licenciado em Educação

Física.

Orientador: Prof. MSc. Luiz Antonio Rocha

Brasília

2011

Page 3: Artigo Pronto Leandro

2

Artigo de autoria de Leandro Alves de Andrade, intitulado “Aprendizagem e

desenvolvimento motor em escolares”, apresentado como requisito parcial para obtenção do

grau de Licenciado em Educação Física pela Universidade Católica de Brasília, em ,

defendida e aprovada pela banca examinadora abaixo assinada:

_______________________________________________

Prof. MSc. Luiz Antonio Rocha

Orientador

Educação Física – UCB

_______________________________________________

Prof.Dr. José Carlos Vidal

Examinador

Educação Física – UCB

_______________________________________________

Page 4: Artigo Pronto Leandro

3

LEANDRO ALVES DE ANDRADE

IMPORTÂNCIA DO DESENVOLVIMENTO MOTOR EM ESCOLARES

RESUMO: A coordenação motora está relacionada com vários aspectos da vida escolar e da

vida diária. Por isso, é importante procurar desenvolvê-la mais a partir de exercícios, pois

assim se está auxiliando não só os aspectos físicos, mas também outras áreas da vida. Este

artigo é uma revisão da literatura e o objetivo é demonstrar que inúmeros autores apontam

para a importância do desenvolvimento motor na faixa de idade escolar, principalmente de 7 a

11 anos. Foram descritas as fases de desenvolvimento infantil e de forma detalhada foram

apresentadas as subfases do estágio de desenvolvimento sensório-motor de Piaget, que vai de

0 a 2 anos.

Palavras-chave: coordenação motora; educação física; dificuldades de aprendizagem.

1 INTRODUÇÃO

A coordenação motora é um aspecto do desenvolvimento humano que está em

constante desenvolvimento, podendo passar por transformações a depender da condição de

vida e das situações. Quando nasce, o bebê vai aos poucos adquirindo movimentos corporais,

primeiro inconscientes, depois ele vai testando até adquirir o hábito daquele movimento. Essa

é a fase sensório-motora, porque tudo é aprendido pelo bebê a partir de sua percepção.

Depois, quando a criança já adquiriu firmeza para andar, para se deslocar para outros lugares

e realizar outras atividades, como pular corda, por exemplo, essas atividades já são associadas

a suas funções psicológicas, e a criança vive a fase psicomotora. À medida que vai crescendo,

ela vai desenvolvendo novas habilidades, tanto grossas como finas, embora sempre haja uma

diferença entre meninos e meninas, quando à realização de determinadas habilidades motoras.

Na escola, muitas vezes essas diferenças aparecem e até influenciam o rendimento das

crianças ou então as deixam retraídas, não querendo participar das aulas de educação física ou

de atividades recreativas. O objetivo deste trabalho é mostrar, por meio de uma revisão da

literatura, que inúmeros autores apontam para a importância do desenvolvimento motor e o

trabalho na faixa de idade escolar, principalmente dos 7 aos 11 anos.

2 CONCEITO E CARACTERÍSTICAS DO DESENVOLVIMENTO MOTOR

Page 5: Artigo Pronto Leandro

4

A palavra coordenação significa a “relação entre elementos que funcionam de modo

articulado dentro de uma totalidade coordenada” (FERREIRA, 2004, p. 545). Coordenação

motora é a capacidade que o corpo tem de realizar movimentos articulados entre si, como por

exemplo, pular, andar e outros. Qualquer movimento do corpo humano exige coordenação

motora.

Alguns sistemas do corpo humano participam dos movimentos motores. Por exemplo:

o sistema muscular, o sistema esquelético e o sistema sensorial. A interação desses sistemas

faz com que as ações e as reações sejam equilibradas (LOUREDO, 2011).

A coordenação motora integração econômica e harmoniosamente o sistema músculo-

esquelético, o sistema nervoso e o sistema sensorial, com a finalidade de produzir ações

motoras precisas e equilibradas e reações rápidas e adaptadas a situações que requerem o

seguinte: a medida de força que determina a amplitude e a velocidade do movimento; a

adequada seleção dos músculos que vão influenciar a orientação do movimento; a capacidade

de mudar rapidamente de tensão para relaxamento musculares, complementaram Kiphard e

Schilling (1970, apud LOPES et al., 2003).

Tubino (1979, apud SILVA; GIANNICHI, 1995, p. 20) confirma que a coordenação

motora é uma qualidade física que possibilita o homem ter consciência da execução, “levando

a uma integração progressiva de aquisições, favorecendo a uma ação ótima dos diversos

grupos musculares na realização de uma seqüência de movimentos com o máximo de

eficiência e economia.”

Segundo Newell (1985, apud GOMES, 1996), o termo “coordenação” muitas vezes é

utilizado como destreza, agilidade, controle motor e habilidade. Para esse autor, essa

"confusão" vem da diferença dos campos que investigam a coordenação: do ponto de vista

clínico, pedagógico, biomecânico, psicofisiológico, psicanalítico e outros. Por isso, diante

dessa complexidade, é necessário encontrar um conceito consensual, que possa ser usado em

todas as áreas, para facilitar os traços e as características do sujeito que possam ser avaliados

em escalas qualitativas ou quantitativas. Esse conceito é: a coordenação é uma ordenação e

organização de várias ações motoras voltadas para um objetivo ou para uma tarefa motora,

considerando que ela envolve graus e níveis de liberdade do movimento motor.

Louredo (2011) classifica a coordenação motora em dois tipos: coordenação motora

grossa e coordenação motora fina. A primeira envolve o desenvolvimento de habilidades

como chutar, correr, subir e descer escadas, pular e chutar. Essas atividades podem ser

desenvolvidas a partir de uma série de exercícios e atividades esportivas. Se houver déficit

nessas habilidades, vai haver dificuldades das crianças de praticar atividades esportivas. A

Page 6: Artigo Pronto Leandro

5

segunda envolve pequenos músculos, como os das mãos e os dos pés, em atividades com

pintar, desenhar, manusear objetos pequenos. A criança faz movimentos delicados e

desenvolve habilidades que vão lhe servir por toda a vida.

Mas existe a desordem motora. Ferreira et al. (2011) apresentam a definição de

desordem motora descrita pela Organização Mundial da Saúde (OMS), como um “um sério

comprometimento no desenvolvimento da coordenação motora, que não é explicável

unicamente em termos de retardo intelectual, global ou qualquer desordem neurológica

congênita ou adquirida específica (a não ser aquela que possa estar implícita na anormalidade

da coordenação). É usual que a inabilidade motora esteja associada a algum grau de

desempenho comprometido em tarefas cognitivas viso-espaciais” .

2.1 O processo de desenvolvimento motor

O desenvolvimento motor infantil é apresentado dentro do processo global de

desenvolvimento da criança. Piaget (apud BOCK et al., 2002) divide o desenvolvimento

infantil em quatro estágios: sensório-motor, de 0 a 2 anos, quando a vida mental é

praticamente só o exercício do aparelho reflexo, que o bebê vai aperfeiçoando com o tempo e

com o treino. Os movimentos começam a se tornar coordenados, com o bebê passando a

entender que se fizer determinado movimento pode atingir um objetivo mais distante; pré-

operatório, dos 2 aos 7/8 anos, quando a criança passa a se socializar. Ela ainda tem algumas

características limitadas, porque não estabeleceu trocas suficientemente equilibradas;

operacional concreta, dos 7/8 a 11/12 anos, quando a criança passa a desenvolver trocas

intelectuais, apresentando as seguintes características: estabelece relações de causa/efeito,

meio/fim; dá seqüência correta das idéias; trabalha com idéias sob dois pontos de vista e

forma conceitos e números mesmo na ausência do objeto concreto; operações formais, dos 12

anos em diante, com a criança passando para o pensamento formal abstrato.

Piaget descreveu o estágio sensório-motor por meio de seis subestágios

(EDUCATION & LIFE, 2011):

- o primeiro vai de 0 a 1 mês de vida, e a vida do bebê se limita só ao exercício do

aparelho reflexo inato, com movimentos mínimos. Esses movimentos ocorrem quando o bebê

recebe estímulos, como mal estar, alguma pressão e espirros, que desencadeiam uma série de

movimentos reflexos, que vão mudando rapidamente, à medida que o bebê vai crescendo;

- o segundo subestágio vai de 1 a 4 meses, e o bebê já inicia um processo de

assimilação funcional, começando com movimentos circulares do corpo do bebê que ele

descobriu por acaso e passa a fazer, aos poucos, de forma intencional. A repetição da ação faz

Page 7: Artigo Pronto Leandro

6

com que o esquema motor vá se consolidando e vá se desenvolvendo sua estrutura mais

elementar de ação. O bebê inicia imitações, começando a assimilar elementos vindos do

exterior, o que vai ampliando seus movimentos;

- o terceiro subestágio vai de 4 a 8 meses, e o bebê já desenvolve reações circulares

secundárias, que é a repetição da ação com a tendência de prolongar ou de reproduzir um

efeito que ele acha interessante;

- o quarto subestágio vai dos 8 aos 12 meses, e o bebê já deixa claro a intencionalidade

de seus movimentos, sendo também uma forma de reconhecer sua inteligência. Nesse estágio,

os movimentos proporcionam os meios para o bebê alcançar seu objetivo, pois seus esquemas

de ação já vão se integrando de forma coordenada, da mesma forma como são usadas na vida

adulta. O bebê consegue procurar objetos desaparecidos e esse progresso faz com que a

imitação evolua, levando o bebê a imitar os movimentos que ele vê nas pessoas, como

trejeitos dos olhos, da boca e outros.

- o quinto subestágio vai dos 12 aos 18 meses, e o bebê descobre novos meios para

alcançar o que deseja, como por exemplo, usar um bastão para alcançar um objeto. Mas ele

ainda não consegue observar mudanças de posição feitas fora de seu campo de visão;

- o sexto subestágio vai dos 18 aos 24 meses, e o bebê já começa a inventar novos

movimentos a partir de objetos, ou seja, eles percebem o objeto e imaginam o que pode ser

feito com eles no plano motor.

Dos 3 (idade pré-escolar) aos 6 anos (idade escolar), a criança fortalece a capacidade

motora adquirida, sendo capaz de realizar atividades motoras mais complexas, como por

exemplo: ela se veste sozinha, amarra seus sapatos, escova os dentes, pula corda e outras. A

criança também realiza movimentos com base na memória. A partir dos 6 anos, a criança

completa seu desenvolvimento físico, motor e psicológico (MEDIPEDIA, 2011).

O desenvolvimento motor ocorre de maneira contínua e alterada no comportamento

durante toda a vida, por meio da necessidade de realização das tarefas, da biologia do corpo

humano e da interação com o ambiente no qual se vive. Cada idade apresenta movimentos

com características específicas e com determinados comportamentos motores. Cada

movimento adquirido influencia o anterior (ANDRADE et al., 2004).

Os movimentos envolvem processos neurais específicos que vão desde a percepção de

seu estímulo até a realização da resposta. Louredo (2011) afirma que se pode verificar a

coordenação motora de um indivíduo desde pequeno. “A criança responde aos estímulos de

várias formas e cabe ao professor, nas primeiras séries, trabalhar a motricidade da criança.”

Toda vez que a criança vai realizando tarefas, como pintar dentro de espaços delimitados, ela

Page 8: Artigo Pronto Leandro

7

começa a desenvolver sua coordenação, o que vai aumentando na medida em que ela vai se

alfabetizando e ampliando sua capacidade motora.

3 ESTUDOS REALIZADOS EM FUNÇÃO DA COORDENAÇÃO MOTORA

É comum chamar pessoas de descoordenadas ou desajeitadas, quando elas dão

respostas que não correspondem à solicitação ou que têm alguma inadequação. Mas isso não

deve ser dito, mesmo que seja constatado, porque a coordenação motora está associada a

dificuldades de aprendizagem ou a disfunções anatomofisiológicas (SILVA; GIANNICHI,

1995).

Lopes et al. (2003) explicam que a coordenação motora pode ser observada em três

pontos de vista: o biomecânico, que se refere à forma ordenada dos impulsos de força na ação

motora e à ordenação motora em relação a diferentes direções; o fisiológico, que se refere aos

processos que regulam os movimentos de contração muscular; o pedagógico, que se refere ao

ordenamento das fases de um movimento e à aprendizagem de novas habilidades.

Lopes e Maia (1997) investigaram o desenvolvimento da capacidade de coordenação

corporal de crianças de idade escolar, com idade média de 8 anos. A amostra foi composta por

80 crianças de ambos os sexos, divididas em quatro grupos: G1, com o programa oficial por

duas horas; G2, com o programa oficial por três horas; G3, com um programa alternativo por

duas horas; G4, com um programa alternativo por três horas. O programa oficial foi composto

de “jogos”, e o alternativo foi composto por uma unidade didática baseada no basquetebol. Os

resultados não apresentaram diferenças significativas na interação dos fatores programa x

freqüência semanal x tempo; houve diferenças significativas nos fatores freqüência semanal x

tempo no salto lateral e transposição lateral. No grupo G4, a média dos resultados foi inferior

à dos outros; houve diferenças significativas na interação dos fatores programa x tempo no

item salto lateral. No fator tempo, houve diferenças significativas em todos os grupos nos

itens equilíbrio à retaguarda, salto lateral e salto monopedal. O resultado do programa oficial

foi superior ao do programa alternativo. Foram verificadas diferenças significativas na

expressão da capacidade de coordenação corporal das crianças que se submetem a programas

de educação física.

Pellegrini et al. (2010) avaliaram a aprendizagem de habilidades motoras finas e

grossas em pré-teste e pós-teste intercalados, em um grupo experimental de 54 crianças de 7 a

11 anos. Os objetivos eram identificar formas de intervenção no processo de escolarização

para atender as diferenças individuais de comportamento motor, identificar os componentes

Page 9: Artigo Pronto Leandro

8

motores que afetam a alfabetização e desenvolver procedimentos para avaliação do

desenvolvimento motor das crianças. As crianças da sala 1 praticaram e foram avaliadas

apenas pela habilidade motora grossa; as da sala 2, atividades habilidade motora fina; as da

sala 3, controle, praticaram e foram avaliadas pelas duas habilidades. Os resultados mostraram

que as crianças melhoraram significativamente tanto na coordenação motora grossa como na

fina. As crianças da sala controle foram melhores nos testes de coordenação motora grossa do

que as da sala 1, mas foram piores na coordenação motora fina do que as da sala 2. No teste

de coordenação motora fina, a mão preferida das crianças apresentou um resultado inferior

ao da mão não preferida.

Pellegrini et al. (2011) afirmam que, na escola, algumas crianças enfrentam

preconceitos porque apresentam incapacidade para desenvolver com sucesso alguma atividade

simples da vida cotidiana. Por isso, elas se isolam, não participam das atividades físicas e

recreativas e têm rendimento escolar baixo. As autoras investigaram um grupo de 111

meninos e 135 meninas de 9 e de 10 anos de idade e encontraram as seguintes características

de coordenação motora: 26 crianças foram identificadas com Transtorno do

Desenvolvimento da Coordenação; quase todas as crianças executaram com sucesso as

tarefas de equilíbrio; cerca de 10% de crianças teve dificuldade nas habilidades com bola e

15% teve grandes dificuldade com a destreza manual. Os resultados das meninas foram piores

nas categorias destreza manual e habilidades com bola. As dificuldades motoras dos meninos

foram na destreza manual.

Pelozim et al. (2009) analisaram o nível de coordenação motora em 145 escolares com

idade entre 9 e 11 anos, considerando: sexo, idade, prática esportiva extra-classe e Índice de

Massa Corporal (IMC). Os resultados evidenciaram que os meninos tinham melhor nível de

coordenação motora que as meninas; que crianças e jovens com sobrepeso/obesidade tinham

expressivo nível de baixa coordenação, independente da idade e da prática de esporte; que

crianças com baixo peso têm níveis mais elevados de coordenação motora; não houve

diferença de resultado entre as idades quanto aos níveis alto, normal e baixo; as crianças que

praticavam atividades esportivas além das aulas de educação física demonstraram resultados

ligeiramente melhores que os que não praticavam.

Brêtas et al. (2006) avaliaram as funções psicomotoras de 86 crianças com idade entre

6 e 10 anos, de ambos os sexos de uma escola pública. No estudo, foi utilizado um

instrumento para avaliar as funções motoras fina e grossa; a função perceptual (de adaptação

espacial, de memórias visual e tátil, discriminação direita/esquerda, grafismo, ritmo e

concentração) e a função de dominância lateral. Os resultados demonstraram que, na amostra

Page 10: Artigo Pronto Leandro

9

estudada, no geral, todas as atividades de coordenação motora fina foram feitas sem

dificuldade, com apenas um grupo apresentando falta de motricidade fina; na coordenação

motora grossa, na dinâmica corporal, na postura e no equilíbrio, o desempenho foi bom; na

adaptação e na orientação espacial houve dificuldades; houve poucas dificuldades na memória

visual e tátil; a maioria das crianças demonstrou bom ritmo espontâneo, mas dificuldades com

o ritmo codificado; foi demonstrado problemas no grafismo rítmico-perceptual, com o

tamanho irregular das formas gráficas.

Fontes Júnior (2007) explica que a área do desenvolvimento humano baseia-se na

observação e em trabalhos que buscam quantificar e a classificar o nível ou as etapas de

desenvolvimento de uma criança em relação às influencias do meio. A motricidade ou

movimento é muito importante para o desenvolvimento do ser humano, principalmente na

infância, que é a fase na qual ocorrem as maiores mudanças na pessoa. O desenvolvimento

motor é o termo usado para definir o nível de movimento da pessoa. O autor comparou 20

crianças do gênero masculino, de 7 a 11 anos de idade, divididas em 2 grupos de 10. O

primeiro grupo pratica ou praticou algum esporte por no mínimo um ano pratica e participa

das aulas de educação física na escola; o segundo só faz as aulas de educação física na escola.

A conclusão foi que a prática do esporte aumenta o acervo motor das crianças, mas deve-se

considerar o meio no qual a criança se encontra.

Rochael (2009) afirma que a educação psicomotora ajuda a criança a adquirir o estágio

de melhor desenvolvimento motor até o final da infância (7-11 anos), nos aspectos

neurológicos de maturação, nos planos rítmico e espacial, no plano da palavra e no plano

corporal. A psicomotricidade é importante para a pessoa e auxilia a verificar se um

determinado problema está no corpo, na área da inteligência ou na afetividade. Depois, são

definidas as atividades que devem ser desenvolvidas para superar o problema. As seguintes

atividades podem ser desenvolvidas: atividade tônica, para o equilíbrio; atividade

psicofuncional, para a lateralidade, a noção de corpo e a estruturação do espaço corporal;

atividade de relação, para a memória corporal.

Santos et al. (2011) analisaram diferenças no desenvolvimento da coordenação motora

em uma amostra de 60 crianças do sexo masculino e do sexo feminino, de 6 a 10 anos de

idade, divididas entre praticantes (G1) e não praticantes de natação (G2). Os resultados

indicam que 75% das crianças encontram-se com seu desenvolvimento normal, sem diferença

significativa entre os grupos e entre os gêneros. Também não foram encontradas diferenças

significativas entre os grupos nos testes de trave de equilíbrio, de salto lateral, de salto

monopedal e de transferência lateral sobre placas. A conclusão geral foi que não se encontrou

Page 11: Artigo Pronto Leandro

10

diferença significativa no desenvolvimento da coordenação motora entre crianças praticantes

e não praticantes de natação.

Derner (2009) analisou a coordenação motora de 53 crianças entre 9 e 10 anos de

idade, de ambos os sexos, e descreveu suas características motoras comparando gênero e

idade. As crianças foram avaliadas pelo Movemente Assessment Battery for Children

(MABC) para investigar alguma dificuldade de coordenação motora. No global, referente ao

sexo, as meninas tiveram mais dificuldades que os meninos nas habilidades motoras. Na

destreza manual, as meninas tiveram resultados melhores que os meninos. Na habilidade de

lançar e de receber o resultado dos meninos foi melhor, e no equilíbrio não houve diferença

significativa entre as idades nos dois sexos. A conclusão foi que as crianças apresentaram um

bom nível de coordenação motora para sua idade e que alguma diferença pode ser causada

pelos hábitos culturais.

Nunes et al. (2011) afirmam que a coordenação motora está relacionada com a função

de harmonização dos processos do movimento. É importante que as crianças tenham um

ambiente de estímulos que as prepare para elas usarem todas as suas capacidades. Eles

avaliaram a coordenação motora de 37 crianças de idade entre 9 e 10 anos, de escolas

diferentes, de ambos os sexos, em quatro tarefas: equilíbrio a retaguarda, saltos monopedais,

saltos laterais e transposição lateral. Os resultados foram: o G1 (escola 1) e o G2 (escola 1)

foram melhores que o G3 (escola 2) no equilíbrio; o G1 se sobressaiu nos saltos monopedais,

e o G3 foi o segundo; o G2 e o G3 foram semelhantes nos saltos laterais; os três grupos

tiveram desempenho semelhante na transposição lateral. O G1 foi o grupo que combinou

melhor as atividades que exigiam esses movimentos durante as aulas de educação física. A

conclusão foi que a escola 1 oferece mais experiências estimuladoras do que a escola 2.

Pinto e Cunha (1998) explicam que a partir dos 8 anos de idade, há uma melhora

significativa da criança no domínio dos impulsos e na quantidade de gestos colaterais; há

crescimento proporcional de todo o corpo; melhora do nível de força funcional e ação dos

membros; o sistema nervoso central apresenta um bom equilíbrio e o coração tem maior

possibilidade de trabalho. Diversos movimentos são bem desenvolvidos, como: o andar é

mais elástico e coordenado; a corrida é melhor, tem maior inclinação do tronco, maior

amplitude de passadas e coordenação entre braços e pernas; saltar é prazeroso, mas por falta

de maior estímulo pode ser prejudicado para sua formação de salto em altura e distância; o

lançar tem diferenças individuais e de sexo; o pegar necessita de bastante treino; as

habilidades motoras são determinadas pelas diferenças individuais e pelo treinamento; na

força, a musculatura abdominal e os membros superiores são menos desenvolvidos porque

Page 12: Artigo Pronto Leandro

11

são pouco solicitados; os membros inferiores são mais desenvolvidos por causa dos

movimentos de correr, saltar etc; a velocidade se desenvolve muito rápido, principalmente a

reação; a resistência se desenvolve mais rápido nas meninas; na coordenação, são observadas

grandes melhoras, pois a criança se torna apta a atividades esportivas diversas, a coordenação

motora é mais aguçada e há progressos notórios na estrutura básica do movimento, bem como

na fluência mecânica e rítmica. A conclusão foi que as atividades de tênis podem ser iniciadas

nessa fase e podem ser mais uma atividade nas aulas de educação física.

4 CONCLUSÃO

Pelo material pesquisado, ficou demonstrada a importância do desenvolvimento motor

da criança na idade escolar. Vários dos autores estudados comprovaram essa importância

através de estudos experimentais, apenas um resultado apresentado demonstrou resultados

semelhantes entre os que fazem e os que não fazem atividades esportivas além da educação

física.

A importância do desenvolvimento da coordenação motora na idade escolar foi

explicada em relação ao potencial de crescimento que a criança apresenta nessa faixa etária (7

a 11 anos), sendo a fase indicada para a introdução de atividades esportivas como tênis e

vôlei, além da educação física.

A escola deve oferecer um grande e variado número de estímulos, porque foi visto que

o ambiente contribui para o desenvolvimento motor da criança.

Além disso, ainda se deve considerar as condições de vida da criança fora da escola,

porque o aspecto cultural também pode contribuir para resultados mais baixos, como acontece

em alguns resultados das meninas, porque são oferecidas a elas atividades menos

estimuladoras.

REFERÊNCIAS

ANDRADE, Alexandro; LUFT, Caroline di Bernardi; ROLIM, Martina Kieling S. Barros. O

desenvolvimento motor, a maturação das áreas corticais e a atenção na aprendizagem motora.

Revista Digital. Buenos Aires, ano 10, n. 78, 2004. Disponível em: <www.efdeportes.com.>

Acesso em: 23 out 2011.

Page 13: Artigo Pronto Leandro

12

BOCK, Ana M. Bahia; FURTADO, Odair; TEIXEIRA, Maria de Lourdes T. Psicologias

uma introdução ao estudo de psicologia. 13. ed. São Paulo: Saraiva, 2002.

BRÊTAS, José Roberto; PEREIRA, Sônia Regina; CINTRA, Cíntia de Cássia et al.

Avaliação de funções psicomotoras de crianças de 6 a 10 anos de idade. Acta Paulista de

Enfermagem, ano 18, n. 1, 2006.

DERNER, Vanessa Helena. Coordenação motora em crianças de 9 e 10 anos. Monografia

(Graduação em Educação Física). 2009. Florianópolis. Universidade do Estado de Santa

Catarina. Disponível em: <www.pergamum.udesc.br> Acesso em: 5 nov 2011.

EDUCATION & LIFE. Desenvolvimento Cognitivo - Sensório Motor. Disponível em: <

www.psicologiaeducacional.org.br > Acesso em: 24 out 2011.

FERREIRA, Lúcio F.; NASCIMENTO, Roseane Oliveira; APOLINÁRIO, Marcos Roberto

et al. Desordem da coordenação do desenvolvimento motor. Disponível em: <www.diaa

diaeducação.pr.gov.br> Acesso em: 27 out 2011.

FONTES JÚNIOR, José Luiz Tanoeiro. Desenvolvimento motor: análise comparativa

entre crianças de 7 a 11 anos praticantes de esporte e não praticantes. Monografia

(Especialização em Pedagogia do Movimento Humano). Universidade do Estado do Pará.

Belém, 2007. Disponível em: < www.boletimef.org.> Acesso em: 2 nov 2011.

GOMES, Maria Paula Brandão Botelho. Coordenação motora, aptidão física e variáveis do

envolvimento. Dissertação (Mestrado em Educação Física.)1996. Universidade do Porto

LOPES, V.P.; MAIA, J.A .R.; SILVA, R.G. et al. Estudo do nível de desenvolvimento da

coordenação motora da população escolar (6 a 10 anos de idade) da Região Autônoma dos

Açores. Revista Portuguesa de Ciências do Desporto, 2003, v. 3, n. 1. Disponível em: <

www.fade.up.pt/rpcd/_arquivo/artigos...3.../1.5.investigacao.pdf> Acesso em: 27 out 2011.

LOPES, Vítor Pires; MAIA, José Antonio R. Efeitos do ensino no desenvolvimento da

capacidade de coordenação corporal em crianças de oito anos de idade. Revista Paulista de

Educação Física, ano 11, n. 1, 1997.

LOUREDO, Paula. Coordenação motora. Disponível em: <http://www.brasilescola.com/

biologia/coordenacao-motora.htm.> Acesso em: 27 out 2011.

MEDIPEDIA. Conteúdos de Saúde. Desenvolvimento psicomotor: a partir dos 3 anos.

Disponível em: < www.medipedia.pt › Acesso em: 27 out 2011.

Page 14: Artigo Pronto Leandro

13

NUNES, Aline Siqueira; KEMPER, Carlos; LEMOS, Carlos Augusto F. O efeito das aulas de

voleibol na melhora da coordenação motora de crianças de anos iniciais. Vivências, v. 7,

n.13, out 2011. Disponível em: <www.reitoria.uri.br> Acesso em: 7 nov 2011

PELLEGRINI, Ana Maria; SOUZA NETO, Samuel; BUENO, Flávia Cintra et al.

Desenvolvendo a coordenação motora no ensino fundamental. 2010. Disponível em: <

www.unesp.br/.../Desenvolvendo%20a%20coordenacao%20motora...> Acesso em: 27 out

2011.

PELLEGRINI, Ana Maria; SOUZA NETO, Samuel; HIRAGA, Cyntia et al. Dificuldades

motoras em crianças de 9-10 anos de idade: seriam os meninos mais descoordenados?

Disponível em: <www.unesp.br/prograd/PDFNE2006/artigos/.../dificuldades.pdf> Acesso

em: 27 out 2011.

PELOZIN, Fernanda; FOLLE, Alexandra; COLLET, Carine et al. Nível de coordenação

motora de escolares de 9 a 11 anos da rede estadual de ensino da cidade de Florianópolos.

Revista Mackenzie de Educação Física e Esporte, ano 8, n. 2, 2009.

PINTO, José Alberto; CUNHA, Flávio Henrique Gomes Cunha. O tênis como alternativa no

currículo escolar para crianças entre 8 e 12 anos. Motriz, v. 4, n. 1, 1998. Disponível em:<

www.rc.unesp.br> Acesso em: 6 nov 2011.

ROCHAEL, Luciene. A importância da psicomotricidade no processo da aprendizagem.

Disponível em: <http://psicologiaeeducacao.wordpress.com/2009/05/11/a-importancia-da-psi

comotricidade-no-processo-da-aprendizagem/> Acesso em: 29 out 2011.

SANTOS, Adriana Tolentino; ROCHA, Josiane Santos Brant; TOLENTINO, Marlúcia

Araújo et al. Desenvolvimento da coordenação motora: estudo comparativo entre

crianças praticantes e não praticantes de natação na cidade de Montes Claros, MG.

Disponível em: <http://www.efdeportes.com/efd141/coordenacao-motora-entre-praticantes-

de-natacao.htm> Acesso em: 27 out 2011.

SILVA, Renato de Oliveira; GIANNICHI, Ronaldo Sérgio. Coordenação motora: uma

revisão de literatura. Rev.Min. Educ. Fis., Viçosa, 3(2): 17-4 1, 1995.