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UNIVERSIDADE SALVADOR - UNIFACS
ENGENHARIA MECÂNICA
GABRIEL GUSTAVO OLIVEIRA VIDAL
TRABALHO FINAL DE GRADUAÇÃO
PROCEDIMENTOS ENVOLVIDOS E BENEFÍCIOS DA
ASPERSÃO TÉRMICA COMO PROCESSO PARA
REVESTIMENTO DE SUPERFÍCIE
Salvador
2012
GABRIEL GUSTAVO OLIVEIRA VIDAL
TRABALHO FINAL DE GRADUAÇÃO
PROCEDIMENTOS ENVOLVIDOS E BENEFÍCIOS DA
ASPERSÃO TÉRMICA COMO PROCESSO PARA
REVESTIMENTO DE SUPERFÍCIE
Artigo apresentado à disciplina de Trabalho Final de Graduação da
Universidade Salvador – UNIFACS do curso de Engenharia
Mecânica, como requisito parcial para conclusão da disciplina.
Orientadora: Mirella Nagib de Oliveira Boery.
Salvador
2012
PROCEDIMENTOS ENVOLVIDOS E BENEFÍCIOS DA
ASPERSÃO TÉRMICA COMO PROCESSO PARA
REVESTIMENTO DE SUPERFÍCIE
Gabriel Gustavo Oliveira Vidal ([email protected])
Trabalho Final de Graduação – Mirella Nagib de Oliveira Boery
Resumo
O processo de Aspersão Térmica está baseado na necessidade de se aumentar a vida útil de
sistemas e peças. Este aumento de vida útil se dá através do tratamento dado em sua
superfície, o que possibilita melhor resistência à corrosão, abrasão, entre outros desgastes do
dia-a-dia. Aqui será desenvolvida uma revisão bibliográfica de todo o processo, desde a
preparação de superfície, que é de extrema importância para o procedimento ser confiável até
o processo de aspersão do extrato na superfície. Dividido em partes, este trabalho inicia-se
buscando dar entendimento ao processo de aspersão, mostrando, assim, os detalhes, os
principais processos e posteriormente sua importância no mercado industrial.
Palavras-chave: Aspersão Térmica. Resistência. Superfície.
Abstract
The Thermal Spray process is based on necessity to increase the life of parts and systems.
This increase in the life is through a surface treatment, which improves resistance to
corrosion, abrasion, among others wears. Here will be developed a literature review of all
process, from the preparation of the surface, which is extremely important for the procedure
becomes reliable until the process of spraying in the surface. Divided into parts, this work
begins trying to give understanding to the process of spraying, showing the details, the main
processes and subsequently its importance in the industrial market.
Keywords: Thermal Spraying. Resistance. Surface.
1. Introdução
Quando falamos em revestimentos para superfícies metálicas, logo imaginamos
finalidades como proteção contra corrosão ou metais de sacrifício, mas o avanço de pesquisas
no desenvolvimento de novos materiais trouxe novidades nessa área e atualmente é possível
realizar o revestimento com objetos de recuperação de superfícies, aumento da resistência ao
desgaste, isolamento térmico e elétrico, compatibilidade química, entre outros.
O desenvolvimento da tecnologia de Aspersão Térmica baseia-se na necessidade de se
aumentar a vida útil de sistemas e peças, em face ao elevado custo de componentes de
reposição aliado às vantagens de se recuperar peças, eliminando assim a substituição delas.
Com isto, deseja-se elevar o desempenho dos sistemas mecânicos em uso, cada vez mais
solicitados. Dentre seus parâmetros de trabalho mais importantes estão a pressão e a
temperatura. De acordo com a Companhia Brasileira de Petróleo, a concentração de enxofre
encontrada no petróleo brasileiro é extremamente elevada, fazendo que, com isso se tenha um
incremento na responsabilidade dos equipamentos para o seu processamento, devido a sua
capacidade de degradação. Em face desta informação, a utilização de revestimento estabelece
um conjunto de fatores que deve se completar entre si, como a necessidade tecnológica de que
sistemas e peças sejam projetados para operar de forma confiável e satisfatória, não
esquecendo a viabilidade econômica tanto na sua fabricação quanto na manutenção.
Os processos de aspersão térmica são especializados e tem larga utilização tanto na
fabricação quanto na manutenção. A natureza dos processos é sinergética, isto é, o número de
componentes e variáveis envolvidos é grande e, quando adequadamente escolhidos em
conjunto e devidamente aplicados, produzem um efeito muito maior do que quando
considerados individualmente. Cada componente ou variável deve ser bem entendido, para
permitir sua escolha e operação adequada, em cada processo em particular. Segundo
MARQUES (2003) as variações básicas nos processos de aspersão térmica referem-se ao
material a ser aplicado, ao método de aquecimento e ao método de aceleração das partículas
em direção ao substrato, conforme Figura 1. Os materiais podem ser fornecidos na forma de
vareta, arame, cordão (tubo de plástico contínuo) e pó, metais, óxidos, compostos
intermetálicos, cermets, plásticos orgânicos e alguns vidros podem ser depositados por uma
ou mais variações de processos.
Figura 1 Princípios da Aspersão Térmica. (Fonte: Castolin Eutectic).
Dentre as diversas tendências a que se propõe a ciência contemporânea, a busca por
meios mais eficientes para prevenir e remediar problemas de corrosão ou metais de sacrifício,
apresentam forte apelo acadêmico e tecnológico. A utilização da tecnologia de Aspersão
Térmica representa uma ferramenta de grande valia para aumentar a vida útil de sistemas e
peças.
Com isso, pretende-se neste trabalho esclarecer o processo de aspersão, mostrando
todo o método desde a preparação de superfície até a execução do procedimento, e assim
fundamentar a ideia de que a tecnologia é uma excelente forma de proteger superfícies
metálicas.
2. Desenvolvimento
2.1. Conceito
De acordo com SUCHARSKI et al (2011), a aspersão térmica consiste de um grupo de
processos nos quais partículas finamente divididas de materiais para revestimentos, metálicos
ou não metálicos, são depositadas sobre um substrato devidamente preparado, na condição
fundida ou semi-fundida, para formar uma camada superficial.
As partículas aquecidas são aceleradas por um gás comprimido, confinadas num feixe,
e dirigidas ao substrato. Ao se chocarem, as partículas se achatam e formam finas lentes, que
se conformam e aderem às irregularidades superficiais e entre si. (SUCHARSKI et al, 2011)
A depender do tipo de fonte de calor utilizada, o processo de Aspersão Térmica pode
ser divido em dois grupos, como é possível se verificar na Figura 2.
Figura 2 Fluxograma com as subdivisões do processo de Aspersão. (Fonte: PAREDES, 2009)
O sucesso no uso de revestimentos aspergidos termicamente depende basicamente de
sua aplicação cuidadosa, seguindo procedimentos bem estabelecidos, sendo que, em geral,
qualquer desvio leva a resultados não confiáveis. A preparação das superfícies constitui uma
etapa muito importante para a certificação de que o substrato (material base) irá ter a força de
adesão necessária para o procedimento de Aspersão (MENEZES, 2007). Com isso é possível
afirmar que todos os revestimentos termicamente aspergidos devem reunir uma série de
características básicas para a realização do procedimento, dentre elas:
O substrato;
Adesão do revestimento;
Estrutura do revestimento;
Os substratos sobre os quais os revestimentos termicamente aspergidos podem ser
aplicados incluem metais, óxidos, cerâmicos, vidros, polímeros e madeira, sendo que algumas
técnicas especiais podem ser necessárias para a sua aplicação (MARIANO, 2008). Cada
material para Aspersão deve obedecer a critérios em referência a um dado substrato, ou seja,
nem todo revestimento serve para todo substrato. Sendo assim, é necessário efetuar uma
preparação adequada nos substratos antes da aspersão propriamente dita, independentemente
do processo a ser utilizado. Essa preparação é essencialmente a mesma para cada processo, a
qual consiste em duas etapas básicas: limpeza da superfície para eliminar contaminantes e
obtenção de rugosidades para aumentar a área superficial efetiva, melhorando, assim, a
adesão.
Em suma, é possível classificar os revestimentos de acordo com processos de
aplicação em três grandes grupos:
Aqueles que envolvem fusão do metal e do material de aporte;
Aqueles que envolvem somente a fusão do material de aporte;
Aqueles que envolvem um processo de difusão.
Como foi dito anteriormente, é fundamental que sejam analisadas as mudanças
superficiais causadas por um ambiente ou por uma condição de trabalho, a fim de determinar
a seleção do material para o revestimento e seu processo de aplicação. Também é importante
garantir uma elevada aderência, baixa porosidade, facilidade de deposição e custo adequado
comparado às outras técnicas de proteção de materiais.
Ao se falar em elevada aderência, trata-se da força com a qual o revestimento estará
aderido ao substrato, dependendo diretamente da rugosidade de trabalho. A facilidade de
deposição irá depender também das interações químicas envolvidas, bem como uma afinidade
entre o material base e o revestimento (BENTO, 2000).
A estrutura e a química do depósito aspergido em ar são diferentes do material no
estado original. Estas diferenças são devidas à natureza progressiva do revestimento, à reação
com gases durante o processo e à atmosfera em contato com o material enquanto líquido. Por
exemplo, quando o ar ou o oxigênio são usados, óxidos podem ser formados incorporando-se
ao revestimento que, no caso dos metálicos, tendem a ser porosos e frágeis, com uma dureza
diferente do material original. A estrutura de revestimentos na condição dos aspergidos é
similar quanto à natureza lamelar, mas pode exibir diferentes características em função do
processo, dos parâmetros, da técnica e do material utilizado. A densidade do depósito varia
com a temperatura da fonte de calor empregada e com a velocidade das partículas no impacto
(PAREDES, 2009). A Figura 3 apresenta esquematicamente a seção transversal de uma
superfície aspergida termicamente.
Figura 3 Seção transversal de uma superfície aspergida termicamente (Fonte: MARQUES, 2003).
2.2. Aplicação final
A aplicação final determina as propriedades necessárias para o revestimento e o tipo
de consumível e equipamentos necessários. Revestimentos termicamente aspergidos tem sido
usados intensivamente na fabricação de componentes nas indústrias automotivas, de petróleo,
elétrica, eletrônica, geração de energia, e particularmente na aeroespacial (PAREDES, 2009).
Em manutenção, milhões de dólares tem sido economizados com o uso da aspersão térmica.
Este procedimento tem sido utilizado em oficinas, no campo e no revestimento de estruturas e
partes de equipamentos, economizando, assim, tempo e recursos.
2.3. Preparação da Superfície
2.3.1. Generalidades
Segundo Mariano (2008), a preparação da superfície é a etapa mais crítica da operação
de aspersão térmica, visto que a qualidade da adesão do revestimento está diretamente
relacionada com a limpeza e a rugosidade da superfície do substrato. A obediência rigorosa a
procedimentos padronizados de preparação da superfície é necessária para garantir o sucesso
na aplicação de revestimentos por aspersão térmica. Ressalta-se que, o tipo de material do
revestimento e do substrato são os principais fatores na determinação do processo e qualidade
da preparação necessária da superfície para se obter adesão suficiente a determinada
aplicação. Em partes sujeitas a fortes tensões mecânicas, é necessária uma inspeção prévia à
operação de revestimento para que se detectem falhas no metal base. Esta inspeção feita
normalmente através de ensaios não destrutivos. Falhas estruturais no metal base induzirão às
falhas similares no revestimento.
A Figura 4 apresenta um fluxograma com a sequência dos procedimentos envolvidos
na preparação de superfície, destacando os ensaios não destrutivos que se caracterizam por
inspecionar as condições de uso e operação da peça sem danificá-la, garantindo, assim, a
integridade da estrutura. Os outros procedimentos envolvidos são direcionados para que o
substrato seja bem fixado.
Figura 4 Fluxograma de preparação de Superfície. (Fonte: autoria própria)
2.3.2. Texturização
De acordo com Marques (2003), após a limpeza, vários métodos são usados para
produzir uma superfície mais adequada para a aderência do revestimento, tendo como
principais o jateamento abrasivo, o "macro enrugamento" (macroroughening) e a aplicação de
um revestimento de ligação. As combinações destes métodos também são empregadas,
incluindo jateamento abrasivo com subsequente aplicação de um revestimento de ligação e
usinagem seguida de jateamento abrasivo. A obtenção de uma rugosidade adequada é tão
importante quanto a limpeza. Durante a aspersão, as partículas fundidas ou semi-fundidas
formam "bolachas" quando se chocam com a superfície do substrato (MARQUES, 2003), e, a
medida que se resfriam e se contraem, precisam aderir a uma superfície que favoreça o
ancoramento mecânico.
Após efetuar a limpeza do substrato, é necessário prepará-la para apresentar uma
rugosidade apropriada a fim de proporcionar uma adesão que garanta a qualidade do
revestimento. A introdução da rugosidade correta fará com que esta não interfira na
rugosidade final do revestimento aspergido.
Rugosidade são irregularidades, isto é, pequenas saliências e reentrâncias que
caracterizam uma superfície. Estas irregularidades podem ser avaliadas com aparelhos
eletrônicos, a exemplo do rugosímetro. A rugosidade desempenha um papel importante no
comportamento dos componentes mecânicos, influenciando na:
Qualidade de deslizamento;
Resistência ao desgaste;
Possibilidade de ajuste do acoplamento forçado;
Resistência oferecida pela superfície ao escoamento de fluidos e lubrificantes;
Qualidade de aderência que a estrutura oferece às camadas protetoras;
Resistência à corrosão e à fadiga;
Vedação.
A grandeza, a orientação e o grau de irregularidade da rugosidade podem indicar suas
causas que, entre três outras, são: imperfeições nos mecanismos das máquinas-ferramenta;
vibrações no sistema peça-ferramenta; desgaste das ferramentas; o próprio método de
conformação da peça.
Nos casos em que o resultado é a superfície rugosa, ela é utilizada para aumentar a
aderência e a coesão entre as partículas do revestimento por geração de tensões superficiais de
contração, intertravamento de camadas, aumento da área de interação e descontaminação da
superfície. O grau de enrugamento necessário para produzir um revestimento resistente e
adequado depende do material aplicado, do processo e das condições de serviço da peça final.
2.3.3. Composição da superfície
A Figura 5 representa um perfil efetivo de uma superfície, a qual servirá de exemplo
para salientar os elementos que compõem a textura superficial, decompondo o perfil.
Tomando-se uma pequena porção da superfície, observam-se certos elementos que a
compõem e foram definidos abaixo, conforme Arantes (2003):
Figura 5 Telecurso 2000: Processo de Fabricação - Aula 18
Rugosidade ou textura primária
A rugosidade, ou erro micro geométrico, é o conjunto das irregularidades causadas
também pelo processo de produção, que são as impressões deixadas pela ferramenta (fresa,
pastilha, rolo laminador, etc.) ou até mesmo em processos não convencionais como
eletroerosão.
Ondulação ou textura secundária
É o conjunto das irregularidades causadas por vibrações ou deflexões do sistema de
produção ou do tratamento térmico.
Orientação das irregularidades
É a direção geral dos componentes da textura, e são classificados como:
Orientação ou perfil periódico - quando os sulcos têm direções definidas;
Orientação ou perfil aperiódico - quando os sulcos não têm direções definidas;
2.3.4. Medição da Rugosidade
A medição de rugosidade pode ser feita por varias técnicas utilizando equipamentos
destinados a este fim. A norma da ABNT NBR 6405 (1988) estabelece parâmetros de
rugosidade e ensaios para medição utilizando um sistema de apalpamento através de
dispositivos eletromecânicos, tendo como referência uma linha média chamada sistema “M”.
As diversas grandezas envolvidas na medição de rugosidade são mostradas através de
critérios de avaliação com o auxilio de tabelas:
linha média é definida como uma linha paralela à superfície, dentro do percurso
de medição lm, de modo que a soma das áreas superiores seja exatamente igual à das áreas
inferiores;
o percurso inicial lv é a extensão da primeira parte do trecho apalpado, projetado
sobre a linha média, não utilizado na avaliação. Este trecho tem por finalidade permitir o
amortecimento das oscilações elétricas e mecânicas iniciais do sistema de medição e a
centragem do perfil de rugosidade;
o percurso de medição lm é a extensão do trecho útil do perfil de rugosidade,
projetado sobre a linha média, usado diretamente na avaliação;
o comprimento de amostragem le é tomado como sendo um quinto do percurso de
medição e deve conter todos os elementos representativos da rugosidade e eliminar aqueles
inerentes ao perfil, daí ser de grande importância a sua escolha;
o percurso final ln é a extensão da última parte do trecho apalpado, projetado
sobre a linha média, não utilizada na avaliação. Este trecho tem por finalidade permitir o
amortecimento das oscilações elétricas e mecânicas finais do sistema de medição;
o percurso de apalpamento lt é a soma dos percursos inicial, de medição e final;
a rugosidade média Ra é a média aritmética dos valores absolutos das ordenadas
de afastamento dos pontos do perfil de rugosidade, em relação à linha média, dentro do
percurso de medição;
a rugosidade média Rz é a média aritmética dos 5 valores de rugosidade parcial Zi,
definida como a soma dos valores absolutos das ordenadas dos pontos de maior afastamento
acima e abaixo da linha média dentro de um comprimento de amostragem;
A tabela 1 abaixo expõe o processo de medição de rugosidade, identificando o
comprimento de amostra e o percurso de medição.
Tabela 1: Medição de Rugosidade
Fonte: MARQUES, Paulo; Apostila do Infosolda, 2003.
2.3.5. Critérios para avaliar Rugosidade
Um estudo eficaz para avaliar a rugosidade dentro de parâmetros aceitáveis é a
utilização do comprimento de amostragem (Cut Off), segundo a norma NBR 6405/1988.
Toma-se o perfil efetivo de uma superfície num comprimento lm, comprimento total
de avaliação. Chama-se o comprimento le de comprimento de amostragem. O comprimento de
amostragem nos aparelhos eletrônicos, chamado de Cut Off (le), não deve ser confundido com
a distância total (l t ) percorrida pelo apalpador sobre a superfície. É recomendado pela norma
ISO que os rugosímetro devam medir 5 comprimentos de amostragem e devem indicar o valor
médio, a Figura 2.5 ilustra os comprimentos de avaliação de rugosidade.
Figura 6 Telecurso 2000: Processo de Fabricação - Aula 18
A distância percorrida pelo apalpador deverá ser igual a 5 le mais a distância para
atingir a velocidade de medição lv e para a parada do apalpador lm. Com isso é possível
verificar que quando a ondulação é coberta pelo comprimento estipulado, a rugosidade é
maior neste perímetro (Figura 6 e Figura 7).
Figura 7 Telecurso 2000: Processo de Fabricação - Aula 18
2.3.6. Parâmetros de Rugosidade
Rugosidade média (Ra)
É a média aritmética dos valores absolutos das ordenadas de afastamento (yi), dos
pontos do perfil de rugosidade em relação à linha média, dentro do percurso de medição (lm).
Essa grandeza pode corresponder à altura de um retângulo, cuja área é igual à soma absoluta
das áreas delimitadas pelo perfil de rugosidade e pela linha média, tendo por comprimento o
percurso de medição (lm), conforme pode ser visto na Figura 8.
Figura 8 Telecurso 2000: Processo de Fabricação - Aula 18
Este parâmetro é conhecido como: Ra (roughness average) significa rugosidade
média; CLA (center line average) significa centro da linha média, e é adotado pela norma
inglesa. A medida é expressa em micro polegadas (in = microinch).
A norma NBR 8404/1984 de indicação do Estado de Superfícies em Desenhos
Técnicos esclarece que a característica principal (o valor) da rugosidade Ra pode ser indicada
pelos números da classe de rugosidade correspondente, conforme tabela 2.
Tabela 2 Classes de Rugosidade
Fonte: Telecurso 2000: Estudo de Superfície – Aula 30
Rugosidade total
Representa a mais profunda de um comprimento de onda vertical (do pico ao vale), a
Figura 9 mostra os pontos mais distantes e a profundidade relativa ao perfil da superfície de
uma peça.
Figura 9 Rugosidade Total (Fonte: Rebrac Instrumentos de Medição – Rugosidade)
2.4. Características dos revestimentos
Como em outros processos em engenharia, o desenvolvimento da Aspersão Térmica
provavelmente atingiu o estágio limite e qualquer melhoria na qualidade do revestimento será
gradual e dependerá de um entendimento dos fundamentos do processo que ocorrem durante a
formação do revestimento, sua influencia na microestrutura e o modo pelo qual ela controla as
propriedades.
A qualidade dos revestimentos em Aspersão Térmica depende de um grande numero
de variáveis como: material, distribuição do tamanho das partículas serem aspergidas,
velocidade de solidificação velocidade do fluxo, pressão, tipo de gás e características do
substrato (PAREDES, 2009).
Visando melhorar a qualidade, existe um esforço entre os pesquisadores no sentido de
desenvolver modelos por computador que aperfeiçoar os parâmetros do processo. Um
elemento essencial para criação destes modelos consiste em conhecer os fenômenos
envolvidos no impacto, deformação e solidificação das partículas aspergidas.
2.4.1. Macroestrutura
Os revestimentos aspergidos possuem características peculiares em termos de
estrutura, são compostos por depósitos de sucessivas camadas de gotículas liquidas que se
achatam e solidificam, resultando em uma estrutura conhecida como lentículas ou lamelar.
Quando ocorre o impacto destas partículas aceleradas sobre o substrato, estas se achatam em
forma de pequenas lentes e ao incidirem sobre o substrato, logo se resfriam a uma velocidade
extremamente alta e se ancoram mecanicamente sobre as irregularidades da superfície
(PAREDES, 2009).
O critério básico para qualquer processo de aspersão térmica, é que as partículas
devem se fundir completamente no jato, sem excessiva vaporização, permanecendo fundidas
até atingir o substrato. No impacto do substrato com o próprio revestimento, as partículas
podem estar parcialmente ou completamente liquidas isto por que, na pratica, um mesmo jato
resulta numa ampla faixa de distribuição de velocidades e temperaturas.
No impacto, as partículas sólidas irão repelir ou serão aprisionadas formando ligações
fracas com o resto do revestimento, este é um motivo porque os parâmetros de aspersão, para
grande maioria dos métodos de deposição, devem ser otimizados para que grande parte das
partículas seja fundida no jato (PAREDES, 2009).
A densidade do deposito aspergido está diretamente relacionada com a velocidade das
partículas e a temperatura da fonte de calor. Tanto a temperatura quanto a velocidade são
determinados por processos e parâmetros de Aspersão.
2.5. Processos
Uma vez realizada todas as inspeções necessárias na peça, é possível garantir a
integridade superficial, bem como a garantia de que o material se encontra em condições
satisfatórias para a realização dos processos de Aspersão Térmica.
2.5.1. Processos por combustão
Este grupo de processo utiliza o calor gerado pela queima de um gás combustível,
sendo que qualquer substância que se funda e não sublime à temperaturas inferiores à 2760°C,
pode ser aspergido por estes processos. Os materiais aplicados podem ser metais e ligas na
forma de arame, cordão ou pó e cerâmicos, na forma de vareta, cordão ou pó (PAREDES,
2009).
De forma sucinta a figura 10 exibe uma unidade de aspersão térmica por combustão e
seus componentes relevantes.
Figura 10 Unidade de Aspersão que utiliza filtros e pistola com controle de ar. (MARQUES, 2009.)
Segundo (MENEZES, 2007), é possível complementar o processo por combustão, o
processo combustion-arc consiste na introdução de uma pequena câmara de combustão
interna à pistola e anterior ao arco elétrico, que gera gases de combustão, com temperatura e
pressão elevadas o suficiente para gerar partículas de menos diâmetro e com maior
velocidade.
2.5.2. Aspersão Térmica a Chama Convencional - FS
Este processo também é conhecido como processo à chama oxiacetilênica, por ser uma
subdivisão do processo por combustão, utiliza o mesmo principio, a energia gerada pela
combustão de um gás combustível misturado com oxigênio é usada para fundir o material de
deposição que pode estar na forma de pó ou arame (sólido ou tubular) (PAREDES, 2009).
2.5.3. Aspersão Térmica a Chama Utilizando Pó
Geralmente neste processo existe a alimentação de gás de forma axial e de pó para a
pistola por gravidade, desta forma a partícula tem a menor velocidade no momento que
encontra a chama. Neste momento ocorre a fusão e um jato de ar comprimido projeta o
material de deposição sobre o substrato, por alcançar baixas velocidades as partículas têm
menor resistência adesiva e resistência à coesão e a superfície aspergida maior porosidade
(PAREDES, 2009).
A tocha deste processo esta ilustrada na figura 11, com toda sua estrutura detalhada.
Figura 11 Esquema da tocha de FS utilizando pó. (PAREDES, 2009)
2.5.4. Aspersão Térmica a Chama Utilizando Arame
O sistema de alimentação para aplicação de material na forma de vareta e arame pode
ser através de roletes que são movimentados por motor elétrico, motor pneumático ou por
turbina de ar. Este arame é alimentado de forma continua e é fundido no bocal por uma chama
de gás combustível que tem exclusivamente esta finalidade, após a fundição, para aspergir o
material é utilizado ar comprimido e devido à configuração do bocal o fluxo de ar faz com
que haja pulverização com maior velocidade.
Na figura 12 é possível identificar e observar os componentes relevantes em uma
tocha de aspersão que utiliza arame.
Figura 12 Esquema da tocha de FS utilizando arame. (Catálogo Geral de Aspersão Térmica).
2.5.5. Aspersão Térmica a Chama de Alta Velocidade – HVOF
O método HVOF utiliza combustível gasoso ou liquido, misturado com oxigênio,
utiliza-se variadas razões entre oxigênio e gás combustível, este método alcança altíssimas
temperaturas podendo passar dos 3.000°C (PAREDES, 2009). Perante essas altas
temperaturas o bocal e a câmara de combustão são refrigerados de forma constante,
normalmente com água.
Segundo MARQUES (2003), a combustão é feita dentro de uma câmara de alta
pressão conferindo ao material alta velocidade de saída na pistola. Existem duas formas de
AT de Alta Velocidade, são elas:
tipo convergente divergente: a alimentação do pó é realizada após a expansão dos
gases, que ao saírem da câmara de combustão estão com elevada energia cinética e térmica e
transportam as partículas ate o substrato.
tipo de pistola com câmara de venturi: a alimentação do pó é feita de forma
concêntrica ao bico da pistola. O pó passa por uma câmara de Venturi é aquecido e tem sua
velocidade aumentada, porem não chega ate seu ponto de fusão devido ao curto intervalo de
tempo em contato com a fonte de calor são apenas aquecidas e conferem um grande aumento
de energia cinética, no momento do impacto toda essa energia é transferida para o substrato
(cinética+impacto+elevado calor).
A figura 13 apresenta de forma clara e direta os dois tipos de pistola e suas diferenças
físicas.
(a)
(b)
Figura 13 Esquema de pistola tipo convergente divergente (a), esquema de pistola tipo câmara de Venturi
(b). (PAREDES, 2009)
2.5.6. Processo por Detonação - D-GUN
Este processo utiliza a energia proveniente da explosão da mistura oxigênio/acetileno,
em que esta energia é empregada para aquecer e dar propulsão ao material a ser aspergido na
superfície, neste método sempre em forma de pó (MARQUES, 2003). A tocha consiste numa
câmara de reação onde acontece a combustão e opera com água no resfriamento.
Para a detonação é utilizado uma mistura de oxigênio e gás combustível, normalmente
acetileno e o pó para o revestimento, como em um motor de combustão interna, seguidamente
da mistura de gases, através de uma centelha elétrica ocorre a detonação, controlada, de alta
pressão e temperatura. Concedendo as partículas altas temperaturas e aceleração enquanto são
expulsas da tocha indo de encontro à superfície onde ira se depositar.
Na Figura 14 é possível observar os componentes de suma importância para uma tocha
de detonação.
Figura 14 Esquema de tocha para Aspersão Térmica por Detonação. (PAREDES, 2009)
As partículas podem atingir 760 m/s na saída do cano e por ser um processo cíclico
apos cada explosão a câmara e o cano são purgados com pulsos de nitrogênio. A mistura pode
vir a atingir temperatura muito elevadas variando apenas a quantidade de gás combustível,
porém esta temperatura é controlada, geralmente é mantida na ordem de 3.300°C e a
temperatura do substrato é mantida em 150°C (PAREDES, 2009).
2.5.7. Processo por Plasma Spray - PS
Com o desenvolvimento de novas tecnologias e principalmente da indústria
aeroespacial foi essencial o desenvolvimento de novas tecnologias de fabricação e os
revestimentos empregados nos materiais não ficou fora de toda essa evolução. Observou-se
uma necessidade de temperaturas mais elevadas para revestimentos como carbetos e oxi-
ceramicos que exigem elevadas temperaturas para sua fusão.
Com isso criou-se o Aspersão Térmica por Plasma Spray (PS), plasma nada mais é
que gases a níveis energéticos superiores ao do estado gasoso (SUCHARSKI, 2011). Por se
comportar de uma forma que não pode ser explicado nem pela física e nem pela
termodinâmica, o plasma foi adotado como quarto estado da matéria, superando em valor
energético os estados, sólido, líquido e gasoso, respectivamente. Por esta razão neste processo
são usados materiais consumíveis exclusivos sob forma de pó.
Há dois métodos de formação do arco de plasma o arco transferido (PTA) e o não
transferido (APS), no primeiro o arco atinge a peça e fecha o circuito elétrico e no segundo o
arco é estabelecido e mantido entre o eletrodo e o orifício de saída, então o plasma é forçado
pelo gás e a peça não faz parte do circuito (PAREDES, 2009), como pode ser visto na Figura
15.
Figura 15 Esquema de formação do plasma. (PAREDES, 2009)
Dentre os processos que utilizam plasma, alem do arco transferido e não transferido,
existem outros métodos, são eles:
Aspersão Térmica por Plasma no Vácuo - VPS;
Aspersão Térmica por Plasma em Atmosfera Controlada - CAPS;
Aspersão Térmica por Plasma de Indução - RFPS.
2.5.8. Processo por Arco Elétrico - ASP
Este método utiliza o arco elétrico como fonte de energia para a fusão de dois arames,
de material de deposição, que são guiados ate o bico da pistola, onde se encontram em um
ponto onde é formada uma nevoa de gás. Ate o ponto de encontro os arames estão isolados, a
partir de uma diferença de potencial (ddp), os arcos se fundem e passam por uma zona de ar
comprimido que destaca o material fundido e o projeta sobre o substrato. Em certas
aplicações, visando reduzir oxidação o ar comprimido pode ser substituído por algum gás
inerte.
Com temperaturas muito elevadas variando entre 4.000°C e 6.000°C, sendo muito
maior que o ponto de fusão do material aspergido, é possível que ocorram superaquecimentos
e volatilização em algumas aplicações. (PAREDES, 2009) Afirma que devido a essas altas
temperaturas há a possibilidade da produção de áreas de reação química ou difusão ou ate
mesmo ambas, apos o impacto do substrato. Essas interações podem conferir ao revestimento
uma ótima resistência à adesão e à coesão. A Figura 16 mostra os equipamentos presentes
numa instalação de aspersão por arco elétrico.
Figura 16 Esquema de instalação para Aspersão por Arco Elétrico. (PAREDES, 2009)
Abaixo, na tabela 3, é possível observar um breve comparativo de produtividade entre
os métodos de Aspersão Térmica. É perceptível que maiores temperaturas e/ou maiores
velocidade proporcionam melhores coesões interlamelares e aderência.
Tabela 3: Comparativo entre processos de Aspersão
Fonte: PAREDES, Ramón; Aspersão Térmica 2009.
2.6. Principais Motivos para Aplicação
O processo de aspersão térmica foi fundamentalmente criado e dedicado para conferir
propriedades particulares à superfície que passa pelo processo, como a proteção de corrosão,
resistência ao desgaste, endurecimento superficial, lubricidade e reconstituição de superfícies,
o preenchimento por solda também é muito utilizado no lugar deste ultimo.
Este tipo de revestimento é possível aplicar em peças de qualquer dimensão, por se
tratar de um revestimento aplicado a “baixa” temperatura, não provoca alterações na estrutura
do substrato. Os desgastes mais sofridos por peças que passam por este processo são:
Desgaste por Abrasão;
Desgaste por Aderência;
Desgaste por Corrosão;
Desgaste por Oxidação;
Desgaste por Erosão;
Condutividade Elétrica;
Resistência Térmica;
Condutividade Térmica;
Processos Combinados.
Os substratos nos quais o revestimento térmico pode ser aspergido incluem metais,
óxidos, cerâmicas, vidros e a maioria dos plásticos, estão sendo extensivamente utilizados em
indústrias automotivas, de petróleo, elétricos, eletrônica, geração de energia e aeroespaciais.
Na área de manutenção esta ajudando muito na economia de recursos, usado tanto na oficina
como no campo, no revestimento de estruturas e equipamentos.
Na figura 17 é possível observar algumas aplicações da aspersão térmica (este
processo é normalmente aplicado em superfícies cilíndricas).
Figura 17 Processo de Aspersão na Área Industrial (Catálogo Geral de Aspersão Térmica – Castolin
Eutectic).
3. Conclusão
Conclui-se que, dentre os processos de proteção contra corrosão e outros processos
que deterioram a superfície de materiais, a aspersão térmica se mostra extremamente eficaz.
A preparação da superfície é essencial para que o resultado final se concretize perfeitamente.
Ressalta-se que, uma superfície mal preparada e consequentemente mal aspergida com toda
certeza prejudicará a peça em sua atividade.
Dentre as vantagens do procedimento, podemos ressaltar a possibilidade de utilizar o
revestimento sobre peças de qualquer dimensão, tendo em vista que, por ser aplicado em
temperatura não tão elevada quanto às demais, não provoca alterações na estrutura do
substrato e os poros do revestimento podem atuar como reservatório de lubrificantes.
Trata-se de um processo ainda pouco conhecido pelos estudantes de engenharia,
apesar de assemelhar-se muito ao processo de soldagem, popular entre os mesmos.
Além do mais, o custo benefício deste método é muito competitivo comparado a
outros métodos de proteção à corrosão. É muito utilizado em serviços de manutenção para
aumentar a vida útil de equipamentos, ou seja, é uma ótima solução para evitar a troca de
peças deterioradas, possibilitando o recondicionamento das mesmas e a diminuição dos gastos
de manutenção.
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