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FACULDADE DE TECNOLOGIA E CIÊNCIA – FTC
PÓS GRADUAÇÃO EM SISTEMAS CONSTRUTIVO DE EDIFICAÇÕES
DISCIPLINA: PLANEJAMENTO, GESTÃO E CONTROLE DE OBRA
PROF.: MSc. RICARDO GONÇALVES
KLEBER MARCELO BRAZ CARVALHO
CONTROLE TECNOLÓGICO EM OBRA DE ALVENARIA ESTRUTURAL
ITABUNA - BAHIA
JULHO/2012
LISTA DE FIGURAS
Figura 1: Quantidade de amostras por lote
Figura 2: Modulação de projeto
Figura 3: Prensa da CP Controle na obra
Figura 4: Resultado de ensaio de compressão
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO......................................................................................................04
1.1Justificativa ......................................................................................................04
1.2 Objetivos ........................................................................................................04
2. ALVENARIA ESTRUTURAL ..............................................................................05
2.1 Unidade..........................................................................................................05
2.2 Argamassa.....................................................................................................06
2.3 Groute............................................................................................................06
2.4 Armadura.......................................................................................................06
3. CONTROLE TECNOLÓGICO.............................................................................07
3.1 Controle Tecnológico em Obra de Alvenaria Estrutural..................................08
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS .................................................................................10
5. REFERÊNCIAS ...................................................................................................11
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1. INTRODUÇÃO
A alvenaria estrutural com blocos de concreto é um dos sistemas construtivos
mais utilizados no Brasil. Esse sistema que se caracteriza pelo uso de paredes como
principal suporte da edificação começou a se consolidar na década de 1980. Nesse
período, a demanda por moradias populares impulsionou a construção de
edificações com alvenaria estrutural, pouco baseada em técnicas e a falta de um
controle de qualidade dos materiais levou a alvenaria estrutural a ser denominado
um sistema para edificações de baixa renda.
A migração do uso do sistema também para padrões médios e o investimento
na pesquisa, no preparo e na certificação de produtos a partir da década de 1990,
mudaram o rumo do sistema para melhor. Essa migração foi devido à busca de
racionalidade e produtividade, garantidos com uso da alvenaria estrutural.
Foi nesse período que surgiram normas da Associação Brasileira de Normas
Técnicas (ABNT), garantindo a qualidade da alvenaria estrutural por meio requisitos
mínimos impostos pelas normas e outras exigências, como as regras de qualidade
que a própria Caixa Econômica Federal impõe sobre os projetos que financia.
1.1 Justificativa
O crescimento do uso de alvenaria estrutural demanda a exigência de
controle de seus processos construtivos, principalmente do bloco estrutural de
cimento.
1.2 Objetivos
O objetivo geral deste trabalho é apresentar os controles tecnológicos
realizados em obra de alvenaria estrutural financiada pelo programa Minha Casa,
Minha Vida (MCMV) em Itabuna/BA.
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Para alcançar o objetivo geral proposto, enumeram-se os seguintes objetivos
específicos deste trabalho:
a) Definir sistema construtivo em alvenaria de bloco de cimento estrutural;
b) Apresentar os controles tecnológicos preconizados pelas normas vigentes
e preconizados pela Caixa Econômica Federal (CEF);
c) Apresentar os controles tecnológicos na obra em estudo.
2. Alvenaria Estrutural
Conceitua-se de Alvenaria Estrutural o processo construtivo no qual os
elementos que desempenham a função estrutural são de alvenaria, sendo os
mesmos projetados, dimensionados e executados de forma racional (SABBATINI,
2003).
Na Alvenaria estrutural não se utilizam pilares e vigas, pois as paredes
chamadas de portantes compõem a estrutura da edificação e distribuem as cargas
uniformemente ao longo das fundações. A parede além da função estrutural é
também um elemento de vedação e deve conter os elementos hidráulicos e
elétricos. Desta forma, existe uma interdependência entre os vários projetos que
fazem parte de uma obra (arquitetônico, estrutural, instalações).
Os principais componentes empregados na execução de edifícios de
alvenaria estrutural são as unidades (tijolos ou blocos), a argamassa, o graute e as
armaduras (construtivas ou de cálculo). É comum também a presença de elementos
pré-fabricados como: vergas, contra-vergas, coxins, e assessórios, entre outros.
Em relação aos componentes, apresentam-se as principais funções de cada
um e as características desejáveis:
2.1 Unidade
As unidades são as principais responsáveis pela definição das características
resistentes da estrutura. Quanto ao material componente, as unidades mais
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utilizadas para edificações de alvenaria estrutural são: concreto, cerâmicas e sílico-
calcáreas.
Os blocos estruturais possuem resistências mínimas determinadas pela NBR
6136 – Blocos Vazados de Concreto Simples para Alvenaria Estrutural. Esta norma
determina os seguintes limites:
fbk maior que 6 MPa: blocos em parede externas sem revestimento;
fbk maior que 4,5 MPa: blocos em paredes internas ou externas com
revestimento.
2.2 Argamassa
A argamassa de assentamento possui as funções básicas de
solidarizar as unidades, transmitir e uniformizar as tensões entre as unidades de
alvenaria, absorver pequenas deformações e prevenir a entrada de água e de vento
nas edificações.
2.3 Graute
O graute é um concreto com agregados de pequena dimensão e fluído. Sua
função é propiciar o aumento da área da seção transversal das unidades ou
promover a solidarização dos blocos com armaduras posicionadas em seus vazios.
2.4 Armaduras
As armaduras serão envolvidas com graute para garantir o trabalho conjunto
com o restante dos componentes da alvenaria e tem como função absorver esforços
tração e/ou compressão.
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3. CONTROLE TECNÓLOGICO
O controle contínuo de produção da alvenaria é a maior garantia de obtenção
do grau de segurança estrutural exigido. Isto porque, ao se avaliar a resistência de
corpos de prova de alvenaria (prismas ocos e cheios) moldadas no canteiro de
obras, está se avaliando as características dos blocos, das argamassas e dos
grautes; o efeito conjunto destes materiais; a influência da mão de obra e a
influência das condições ambientais. Esta metodologia é aceita internacionalmente
como a mais completa e, quando bem conduzida, a mais conclusiva sobre o
desempenho estrutural de estruturas em alvenaria (CAMACHO, 1986)
No canteiro de obras, assim que os blocos são recebidos, devem ser
separadas amostras para cada lote, para que sejam encaminhadas a um laboratório
e ensaiadas. É importante que as amostras sejam coletadas aleatoriamente,
representando as características do lote, seguindo as quantidades estabelecidas
pela NBR 6136/94, de acordo tabela abaixo:
Número de blocos por lote
Até 2000020001 a 4000040001 a 6000060001 a 8000080001 a 100000
Número de blocosde amostra
Número de blocospara ensaio à compressão
910121315
678910
Figura 01: Quantidade de amostras por lote (NBR 6136, 1994)
Para o agente financiador da obra, Caixa Econômica Federal, o controle
exigido é o ensaio de resistência à compressão (NBR 12118, 2010). Os resultados
são apresentados mediante assinatura do responsável pela empresa do Controle
Tecnológico e do profissional responsável pelo projeto estrutural.
Outros tipos de controle para avaliação são: o prumo, a planicidade, a posição
e a perfeição geométrica dos vãos das paredes e o nivelamento dos referenciais de
horizontalidade (peitoris e fiada de apoio das lajes). Essas características em
conjunto dão uma perfeita medida da qualidade de execução dos serviços. A
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aceitação final da estrutura, após o cumprimento de todo o controle tecnológico,
pode então ser feita apenas pela avaliação da perfeição do prumo do edifício,
característica fundamental para o desempenho e a segurança estrutural e que deve
ser feita antes da execução dos revestimentos de fachada. Essa avaliação deve ser
realizada pelo corpo técnico da obra e em alguns empreendimentos com sistema de
gestão de qualidade, essa verificação é realizada em fichas de verificação de
serviços.
3.1 Controle Tecnológico em obra de alvenaria estrutural
A obra em estudo possui 496 unidades em sua segunda etapa e está
localizada na cidade de Itabuna/BA. O sistema construtivo é com bloco de cimento
estrutural. A produção do bloco é realizada na própria obra através de empresa
terceirizada com produção diária média de 3.500 blocos. A paginação do projeto é
composta com modulação conforme figura abaixo e resistência mínima de
compressão (fbk) de 5 MPa.
Figura 02: Modulação de projeto
A empresa contratada para o controle tecnológico é a CP Controle e Estudos
Tecnológicos que mantém um técnico na obra que faz o acompanhamento e
realização dos ensaios.
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Figura 03: Prensa da CP Controle na obra
De acordo com a produção diária são separadas 09 unidades como amostra
que serão preparadas para a realização de ensaio de compressão. Os valores
obtidos na prensa são enviados para a sede da empresa que emite o laudo do
ensaio.
Figura 04 – Resultado de ensaio de compressão
Os resultados assinados pelo responsável técnico do ensaio e pelo projetista
são enviados a Caixa Econômica Federal que através deste laudo e de visitas à
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obra fazem o controle tecnológico do bloco estrutural na obra. Os demais controles,
como prumo, são realizados pela equipe técnica da obra.
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS
O Monitoramento e Controle Tecnológico em obras de alvenaria estrutural é
um valioso instrumento nas relações bilaterais entre agente financiador e a empresa.
Dessa forma o agente tem meios qualitativos para análise da qualidade do sistema
utilizado. Além desta situação, a empresa deve se precaver com controles que não
estão sendo cobrados pelo agente, mas será percebido ao longo da obra ou no pós-
entrega. Como exemplo, o prumo da edificação que deverá ser checado a cada
pavimento. De acordo com a NBR 8798, há uma tolerância de 25 mm na altura total
do prédio para desalinhamento de parede. Esse tipo de controle é considerado
essencial para o desempenho estrutural. O desaprumo também incide nos custos,
elevando a quantidade de argamassa no revestimento.
O controle visual que pode atestar o prumo e também a correta paginação
dos blocos e espessura da argamassa de ligação dos blocos é realizado diariamente
por engenheiros, mestre de obra e encarregados.
Um controle que não é realizado, mas vamos propor a empresa é da
argamassa industrializada fornecida na obra em observância com o ensaio de tronco
de cone de Abrams. Nos demais procedimento a empresa tem obtido sucesso em
seus empreendimentos, principalmente no tocante a relação com o agente
financiador. Um parâmetro para isso são as mais de mil unidades que serão
contradas com a Caixa Econômica Federal ainda em 2012.
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5. REFERÊNCIAS
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. Blocos vazados de concreto
simples para alvenaria - Métodos de ensaio. NBR 12118. Rio de Janeiro, 2011.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. Blocos vazados de concreto
simples para alvenaria estrutural – Especificação. NBR 6136. Rio de Janeiro, 1994.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. Blocos vazados de concreto
simples para alvenaria com função estrutural. Determinação da resistência à
compressão. NBR 7184. Rio de Janeiro, 1992.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. Blocos vazados de concreto
para alvenaria. Retração por secagem. NBR 12117. Rio de Janeiro, 1991.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. Prismas de blocos vazados
de concreto simples para alvenaria estrutural – Preparo e ensaio à compressão.
NBR 8215. Rio de Janeiro, 1983.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. Cálculo de alvenaria
estrutural de blocos vazados de concreto. NBR 10837. Rio de Janeiro, 1989.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. Projeto e execução de obras
de concreto armado – Procedimento. NBR 6118. Rio de Janeiro, 1980.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. Execução e controle de
obras em alvenaria estrutural de blocos vazados de concreto – Procedimento. NBR
8798. Rio de Janeiro, 1985.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. Ensaio de compressão de
corpos de prova cilíndricos ou prismáticos de concreto – Método de ensaio. NBR
5739. Rio de Janeiro, 1994.
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CAMACHO, J. S. Alvenaria estrutural não armada – parâmetros básicos a serem
considerados no projeto dos elementos resistentes. Porto Alegre: UFRGS, 1986.
Dissertação (Mestrado em Engenharia Civil) – Universidade Federal do Rio Grande
do Sul, 1986.
SABBATINI, Fernando Henrique. Alvenaria estrutural: materiais, execução da
estrutura e controle tecnológico. Caixa Econômica Federal, 2003.36 p.
TAUIL, Carlos Alberto. Alvenaria estrutural - São Paulo: Pini, 2010.
YAZIGI, WALID. A Técnica de Edificar. 7. ed. São Paulo: Pini, 2006