artigo 4 o que é música - md ed 52

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Poderosa e sagrada, a música foi criada para louvar o Criador e todos os pensamentos gerados por ela devem ser inspirados no reino de Deus O QUE É MÚSICA? louvai 48 REVISTA MAIS DESTAQUE ILUSTRAÇÃO: ARTE SEVEN Lúcifer não criou a música e ela não teria nenhum sentido e importância para ele se não fosse parte da natureza divina e humana Társis Iraídes é pastor e Conselheiro Espiritual da Escola Bíblica da Rede Novo Tempo de Comunicação

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Page 1: Artigo 4   o que é música - md ed 52

Poderosa e sagrada, a música foi criadapara louvar o Criador e todos os pensamentos gerados por ela devemser inspirados no reino de Deus

O QUE É

MÚSICA?

louvai

48 REVISTA MAIS DESTAQUEILUSTRAÇÃO: ARTE SEVEN

Lúcifer não criou a música e ela não teria nenhum sentido e importância para ele se não fosse parte da natureza divina e humana

Társis Iraídes é pastor e Conselheiro Espiritual da Escola Bíblica da Rede Novo Tempo de Comunicação

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uantas vezes você já passou pela experiência de escu-tar lindas canções e ver lágrimas verterem? A música é a linguagem da alma. Existem sentimentos e pensa-mentos que só a música é capaz de despertar. Chama-

mos de música os sons e ritmos organizados em ideias ao longo do tempo, mas cada música possui uma linguagem especí�ica, o que deveria torná-la única. Digo isso porque a padronização dos estilos musicais nem sempre é bené�ica à própria música, por isso, como pressuposição, deveríamos procurar fazer de tudo um pouco, dentro dos limites de nossa fé em Cristo. É grande o desa�io da inovação, de um “Cântico Novo”. A música do homem é um assunto tão vasto quanto o estudo de sua própria mente e não podemos limitar sua compreensão a essas poucas linhas ou a artigos, nem reduzir sua grandeza ou menosprezar o seu valor e importância. Vamos analisar alguns conceitos fundamentais da música cristã. Veja:

1 - Música é o meio mais e�iciente escolhido por Deus para a condução dos nossos louvores até Ele. “É através da música que os nossos louvores se erguem Àquele que é a personi�icação da pureza e harmonia” (Mensagens Escolhidas, vol. 3, p. 334 e 335).

2 - É estética, a forma, o conduto e um recurso divino a �im de despertar nosso interesse e atenção. “… a música deve ter seu lugar em nossos cultos. Isto acrescentará o interesse nos mesmos” (Evangelismo, p. 150).

3 - Sentimentos e emoções expressos por meio de sons. “A mãe... não tem..., como o músico, de exprimir em melodia um belo sentimento” (A Ciência do Bom Viver, p. 378 e 379).

4 - É decoração e arte. “A música é excelente. As belas e graves notas do órgão... não podem deixar de impressionar a mente com profundo respeito e reverência” (O Grande Con�lito, p. 566).

5 - É um maravilhoso dom. “De todos os dons que Deus tem dado ao homem, nenhum é mais nobre… É com a língua que convencemos e persuadimos; com ela elevamos uma oração e oferecemos louvor a Deus…” (E Recebereis Poder, Meditação Matinal 1999, p. 216).

Outro dia vi um grande músico brasileiro em um programa de TV. O apresentador pediu que ele tocasse alguns de seus sucessos, e um dos músicos do programa o interrompeu para pedir sua música predileta. Ele cantou a letra de cabeça e com muito prazer. Enquanto o compositor dizia à produção que aquela música não deveria ter sido pedida, o baixista respondeu

prontamente: “É que essa é sua obra mais perfeita. Ocorreu aqui uma simbiose entre música e poesia”. Simbiose signi�ica que há uma inter-relação obrigatória entre os organismos envolvidos. Como já vimos, louvor não é música, mas quando falamos da “música divina”, pressupõe-se que existe uma relação íntima e obrigatória entre um elemento e outro.

A música não possui um �im em si mesma, não é o louvor e muito menos possui caráter intercessor. Também não é uma penitência para a salvação, apesar de muitos a considerarem assim inconscientemente. Ela deve conduzir, revestir e dar beleza aos nossos louvores.

Origem

A música é de origem celestial, possui muito poder e é sagrada. Por quê? Porque foi feita para louvar ao Senhor. A harmonia, pensamentos e sentimentos gerados por ela devem ser inspirados pelo céu. Quando cantamos com emoção e razão estamos prestando um grande auxílio aos cultos na casa de Deus, por isso, a música também é um instrumento espiritual. Esse instrumento, quando inundado pelo amor de Deus, não pode ser sobrepujado nem igualado e é certo que esse tipo de música é superior a qualquer outra em seus efeitos espirituais e à palavra falada em qualquer de suas formas. (Veja Mensagens Escolhidas, vol. 3, p. 334 e 335; Jó 38:4-7 e Ezequiel 28:12-13).

Existe uma mente superior que controla todos os elementos sonoros no universo. Outro aspecto muito importante é que não existe música sem um meio de propagação, muito menos sem o ser humano. Atentemos para as estruturas musicais que Cristo colocou em nós: a mente, o ouvido, os pulmões, os braços e os dedos, as pernas, entre outros. O ser humano nasceu para a música e vice-versa. Nesse sentido, ela é plenamente humana e existe por causa das pessoas e não o contrário.

Lúcifer não criou a música e ela não teria nenhum sentido e importância para ele se não fosse parte da natureza divina e humana. Cristo é o grande músico do universo, o maior e mais excelente, criador de todas as artes. É por isso que o inimigo abomina nossas músicas de adoração e nossas ofertas de louvor. Compete aos demônios impedir nossa adoração e desviá-la de quem realmente possui o merecimento de recebê-la: Cristo, “o Cordeiro que foi morto” (Apocalipse 5:12).

A música deve fazer bem à nossa alma, pois representa o amor e bondade divinos. “O amor de Cristo no coração é reve-

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Compete aos demônios impedir nossa adoração e desviá-la de quem realmente possui o merecimento de recebê-la: Cristo, “o Cordeiro que foi morto” (Apocalipse 5:12)

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Utilizar cantores simplesmente para atrair o público é um grande prejuízo para o evangelho

REPROVADO

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lado pela expressão de louvor” (Exaltai-o, Meditação Matinal, p. 85). Não falo simplesmente de prazer musical, mas de um bem �ísico, mental e espiritual. Toda produção humana é humana em sua essência: “Do homem são as preparações do coração…” (Provérbios 16:1). A música e a pregação são ações humanas, apesar de serem motivadas e movidas pelo poder e in�luência do Espírito Santo.

Propósito

Particularmente, gosto muito de marketing porque creio ter tudo a ver com o que faço. Outro dia estava em uma pizzaria e �iquei pensando em como criar um slogan para gravar deter-minada marca na mente das pessoas. A mídia faz isso todos os dias. Vende mentiras e dissemina a morte em lentos venenos. O maior desa�io e mais nobre propósito da música religiosa é gravar a verdade na mente das pessoas e ainda tem outro papel: conduzir adoradores ao grande doador da vida preparando-os para a eternidade.

Nos textos a seguir veremos que a música, além de ser um ministério, tem grande poder. “Há poder no ministério do cântico” (Conselhos aos Professores, Pais e Estudantes, p. 547). “A melodia do canto, derramando-se dos corações num tom de voz claro e distinto, representa um dos instrumentos divinos na conversão de almas” (Testemunhos Seletos, vol. 2, p. 195). “O ato de cantar é tanto uma adoração a Deus como o ato de pregar” (Mensagens Escolhidas, vol. 3, p. 333).

Muitas igrejas estão com a adoração destruída por falta de compreensão dessas verdades. As pessoas que mais pretendem falar de louvor e adoração não possuem o verdadeiro espírito do louvor. Mateus 21:16 diz: “... Pela boca dos meninos e das criancinhas de peito tiraste o perfeito louvor?” Qual é o signi-�icado desse verso? As crianças de peito são puras. Dependem totalmente da mãe para viver e estão constantemente grudadas em seu corpo. Esse é o sentido do louvor. O que vemos por aí é exatamente o contrário: pessoas amargas, birrentas, incom-preensíveis e controladoras representando um falso deus e

um falso evangelho. Não podemos �icar inventando conceitos sobre o ministério da música simplesmente por não saber o que fazer com ele. Todos nós possuímos obrigações impostas por Deus para exercer nesse santo ministério, e isso não deve ser negligenciado. Nossos conceitos devem ser fundamentados na palavra da verdade e não em modismos, pensamentos pessoais ou emoções.

Santidade X Prazer

O prazer estético que a música e outros vários elementos do culto, inclusive a pregação, causam no ser humano não de-vem ser confundidos com o poder de Deus. Não existe poder no prazer estético, contudo, por meio de músicas sublimes e envolventes, podemos encontrar com o Senhor do nosso culto e assim ter uma experiência real e verdadeira com Ele. Mais do que qualquer povo, os adventistas devem usar a música com propósito. Utilizar cantores simplesmente para atrair o público é um grande prejuízo para o evangelho. Devemos desenvolver o ministério da ministração do louvor. Satanás está tentando dizer que a falsa adoração está na música a �im de desviar-nos da verdade da falsa adoração. Ele não quer que sigamos can-tando verdades eternas.

Problemas musicais

A raiz dos problemas musicais do homem está dentro dele mesmo. É notório que o mercado da música tem criado forma-tos especí�icos para as pessoas, chegando até mesmo a criar e impor necessidades inexistentes. Esses formatos estão intima-mente relacionados às necessidades do ser humano. Geralmen-te, as pessoas imaginam que essas coisas saem da cabeça dos compositores ou das intenções das grandes gravadoras. Existe, porém, outra realidade. O compositor, empresário ou qualquer pessoa que tenha o mínimo de percepção, sabe que as músicas que mais fazem sucesso são as que conseguem re�letir o inte-rior das pessoas. Uma música é relevante quando descreve as realidades da vida. Essa é uma arma poderosa tanto para o bem quanto para o mal. É por isso que Ellen White diz: “Uniram-se num inspirado cântico de sublime eloquência e grato louvor” (História da Redenção, p. 125).

O medo é uma poderosa ferramenta nas mãos de Satanás. “Mas, quanto aos tímidos… a sua parte será no lago que arde com fogo e enxofre; o que é a segunda morte” (Apocalipse 21:8). Muitos querem promover o céu por meio do medo. O medo do juízo, da glória fulminante divina. Não estou falando de prepotência nem irreverência, mas de uma santa ousadia. Na cruz, Cristo escancara as portas da nossa relação com ele. É “con�iadamente” que devemos entrar em sua presença, diz Paulo. Não existe privilégio tão sublime e santo do que este. Sa-tanás é derrotado com as nossas canções de louvor, então, por que ele quer a nossa música sagrada? Por que ele quer nosso mais con�iante louvor? “A alma pode ascender para mais perto do céu nas asas do louvor... Cheguemos, pois, com reverente alegria a nosso Criador, com ‘ações de graças e voz de melodia’ (Isaías 51:3)” (Caminho a Cristo, p. 103 e 104).