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Edificações - Acústica 2011/2012 Página 1 Edificações 2011/2012 PROJECTO DE ACÚSTICA Docentes: Prof.º Fernando Henriques Prof.ª Maria Paulina Rodrigues Prof.º Luís Baltazar Discentes: Daniel Pereira nº27891 Joana Costa nº27768 Rafael Wong nº27399 8 de Junho de 2012

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Edificações - Acústica 2011/2012

Página 1

Edificações 2011/2012

PROJECTO DE ACÚSTICA

Docentes: Prof.º Fernando Henriques

Prof.ª Maria Paulina Rodrigues Prof.º Luís Baltazar

Discentes:

Daniel Pereira nº27891 Joana Costa nº27768

Rafael Wong nº27399

8 de Junho de 2012

Edificações - Acústica 2011/2012

Página 2

ÍNDICE

1. INTRODUÇÃO ........................................................................................................................ 4

2. DESCRIÇÃO GERAL DO EDIFÍCIO ............................................................................................ 4

3. ÍNDICE DE ISOLAMENTO SONORO A SONS DE CONDUÇÃO AÉREA ...................................... 4

3.1. CÁLCULO DOS ÍNDICES DE ISOLAMENTO SONORO A SONS DE CONDUÇÃO AÉREA ........ 7

3.1.1. MASSAS SUPERFICIAIS ................................................................................................... 7

3.1.2. CÁLCULO DO ÍNDICE D2m,nT,w ....................................................................................... 10

3.1.3. CÁLCULO DO ÍNDICE DnT,w ........................................................................................... 11

4. ISOLAMENTO ACÚSTICO A SONS DE PERCUSSÃO ............................................................... 12

4.1. CÁLCULO DO ÍNDICE L’nT,w ............................................................................................ 13

4.1.1. Massa Superficial do Pavimento - m ........................................................................... 13

4.1.2. Índice de Redução Sonora Devido ao Revestimento - ....................................... 14

4.1.3. K – Correcção Devido À Ocorrência De Transmissão Marginal ................................... 14

4.1.4. CÁLCULO DE L’nT,w DE CIMA PARA BAIXO ................................................................. 15

4.1.5. CÁLCULO DE L’nT,w DE BAIXO PARA CIMA ................................................................. 16

4.1.6. CÁLCULO DE L’nT,w PARA TRANSMISSÃO LATERAL ................................................... 16

4.2. VERIFICAÇÃO DOS VALORES DE L’nT,w ........................................................................... 17

5. TEMPO DE REVERBERAÇÃO - Tr .......................................................................................... 19

5.1. CÁLCULO DE Tr ................................................................................................................ 20

6. CONCLUSÕES ....................................................................................................................... 23

7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ........................................................................................... 24

PEÇAS DESENHADAS ................................................................................................................... 25

Edificações - Acústica 2011/2012

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ÍNDICE DE TABELAS Tabela 1 - Massas superficiais das paredes exteriores. ................................................................ 8

Tabela 2 - Rwi das paredes exteriores. ........................................................................................... 8

Tabela 3 - Massas superficiais das paredes que delimitam compartimentos. .............................. 9

Tabela 4 - Rwi das paredes que delimitam compartimentos. ........................................................ 9

Tabela 5 - Massas superficiais das paredes que delimitam fracções. ........................................... 9

Tabela 6 - Cálculo de D2m,nT,w. ................................................................................................. 10

Tabela 7 - Verificação do valor de D2m,nT,w.............................................................................. 10

Tabela 8 - Valor de DnT,w entre fracções. .................................................................................. 11

Tabela 9 - Verificação do valor de DnT,w. ................................................................................... 11

Tabela 10 – Valor de DnT,w entre fracção e zona comum. ......................................................... 11

Tabela 11 - Verificação do valor de DnT,w. ................................................................................. 11

Tabela 12 - Massa superficial do pavimento. .............................................................................. 14

Tabela 13 - tabela de valores de K. ............................................................................................. 14

Tabela 14 - Cálculo de L'nT,w de cima para baixo. ..................................................................... 15

Tabela 15 - Cálculo de L´nT,w de baixo para cima. ..................................................................... 16

Tabela 16 - Cálculo de L'nT,w para transmissão lateral. ............................................................. 16

Tabela 17 - Verificação do valor de L'nT,w de cima para baixo. ................................................. 17

Tabela 18 - Verificação do valor de L'nT,w de baixo para cima. ................................................. 17

Tabela 19 - Verificação do valor de L'nT,w para transmissão lateral. ........................................ 18

Tabela 20 - Massa superficial dos vão envidraçados. ................................................................. 18

Tabela 21 - Tr da sala. ................................................................................................................. 20

Tabela 22 - Tr do quarto 7.D.D.6. ................................................................................................ 20

Tabela 23 - Tr do quarto 7.D.D.7. ................................................................................................ 21

Tabela 24 - Tr do quarto 7.D.D.8. ................................................................................................ 21

Tabela 25 - Tr do quarto 7.D.D.10. .............................................................................................. 22

Edificações - Acústica 2011/2012

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1. INTRODUÇÃO

Com o presente trabalho pretende-se realizar um projecto do

comportamento acústico de uma fracção autónoma de um edifício de habitação multifamiliar, tendo como base o RRAE (Regulamento dos Requisitos Acústicos dos Edifícios – Decreto-Lei nº96/2008 de 9 de Junho) e o RGR (Regulamento Geral do Ruído – Decreto-Lei nº9/2007 de 17 de Janeiro).

A verificação das exigências regulamentares foi feita tendo como base as

soluções construtivas adoptadas no Projecto de Térmica, com o objectivo garantir que as mesmas também tenham um bom comportamento a nível acústico.

2. DESCRIÇÃO GERAL DO EDIFÍCIO

No presente trabalho analisou-se a fracção direita (T4), do piso 7 do bloco D,

lote 9, dum edifício de habitação multifamiliar que tem, na sua totalidade, 9 pisos destinados a habitação e 3 pisos subterrâneos destinados a estacionamento. O edifício em questão está localizado em Pampilhosa da Serra e tem uma área de implantação de 2.235,94 m2, ao nível do piso 1, e de 2.410,06 m2 ao nível do piso -1.

3. ÍNDICE DE ISOLAMENTO SONORO A SONS DE CONDUÇÃO AÉREA

Pode-se afirmar que, tendo em atenção a sua origem, os sons aéreos que são

necessários analisar para conceber o conforto acústico aos edifícios enquadram-se em dois grupos: sons de proveniência exterior e interior.

De uma forma muito generalizada, os sons de proveniência exterior devem-se, principalmente, à circulação rodoviária e ferroviária. No entanto, em determinados locais próximos de instalações aeroportuárias, de instalações industriais ou de divertimento público podem gerar-se campos sonoros exteriores significativamente incomodativos para os ocupantes dos edifícios que se encontram próximos dessas infra-estruturas.

Por sua vez, os sons interiores têm, maioritariamente, origem na utilização do próprio edifício, em múltiplas solicitações associadas ao seu uso pelos respectivos ocupantes ou a equipamentos instalados.

A caracterização do isolamento sonoro do edifício é efectuada através da obtenção dos índices DnT,w e D2m,nT,w.

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O índice DnT,w diz respeito ao isolamento sonoro a sons de condução área entre compartimentos de um fogo, como locais emissores, e quartos ou zonas de estar de outro fogo, como locais receptores.

Já o índice D2m,nT,w diz respeito ao isolamento a sons de condução aérea entre o exterior do edifício e quartos ou zonas de estar dos fogos.

Segundo o RRAE, estes índices são calculados através das seguintes expressões:

Sendo: R’w – índice de redução sonora (dB); V – Volume interior do compartimento (m3); T0 – Tempo de reverberação de referência (T0=0,5s para compartimentos de

habitação ou com dimensões comparáveis); A – Área total da envolvente (m2).

O índice de redução sonora é calculado através da seguinte expressão:

Para o cálculo do índice de isolamento sonoro, Rw, é necessário recorrer às seguintes equações:

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Onde R500Hz depende do valor de m (massa superficial do elemento em

kg/m2).

Quando se tratam de elementos duplos, isto é, paredes duplas com caixa-de-

ar e/ou lã mineral, ou quando se tratam de vidros duplos, o Rw tem de ser

incrementado.

Assim, ao valor determinado de R500Hz são somados 4 dB:

No caso dos elementos analisados serem elementos compostos é necessário calcular o índice de isolamento sonoro ponderado. Este tem em conta as diferentes massas superficiais, áreas e Rwi correspondentes a cada elemento constituinte do elemento composto.

O respectivo cálculo é obtido através da seguinte fórmula:

Já o valor do índice de transmissão marginal, ΔRw, depende do valor do Rw e é obtido da seguinte forma:

De forma a que o edifício em estudo verifique os requisitos mínimos exigidos pelo regulamento em vigor (RRAE) é necessário que o índice de isolamento sonoro a sons de condução aérea, para a envolvente exterior, responda aos valores impostos no artigo 5º, alínea a):

1 — Os edifícios e as suas fracções que se destinem a usos habitacionais ou que, para além daquele uso, se destinem também a comércio, indústria, serviços ou diversão, estão sujeitos ao cumprimento dos seguintes requisitos acústicos:

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a) O índice de isolamento sonoro a sons de condução aérea, D2m,nT,w, entre o exterior do edifício e quartos ou zonas de estar dos fogos deve satisfazer o seguinte:

i) D2m,nT,w ≥ 33 dB, em zonas mistas ou em zonas sensíveis reguladas pelas alíneas c), d) e e) do n.º 1 do artigo 11.º do Regulamento Geral do Ruído;

ii) D2m,nT,w ≥ 28 dB, em zonas sensíveis reguladas pela alínea b) do

n.º 1 do artigo 11.º do Regulamento Geral do Ruído;

Para este edifício foi considerada a sua implementação numa zona sensível. Assim sendo, a condição a respeitar será:

Em relação ao índice de isolamento sonoro a sons de condução aérea, DnT,w, o regulamento RRAE refere que se devem satisfazer os valores impostos no artigo 5º, alínea b), para que o edifício em estudo verifique os requisitos mínimos exigidos pelo regulamento em vigor:

O artigo 5º do RRAE refere ainda na alínea c) que, para o índice de isolamento sonoro a sons de condução aérea, DnT,w, entre locais de circulação comum do edifício, como locais emissores, e quartos ou zonas de estar dos fogos, como locais receptores, deve-se satisfazer a seguinte condição:

3.1. CÁLCULO DOS ÍNDICES DE ISOLAMENTO SONORO A SONS DE

CONDUÇÃO AÉREA

3.1.1. MASSAS SUPERFICIAIS

As massas superficiais dos elementos construtivos foram calculadas multiplicando a espessura de cada elemento pela respectiva massa volúmica, cujos valores foram retirados do ITE 12, ITE 50 e de algumas fichas técnicas.

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Onde:

mi – massa superficial do elemento construtivo (kg/m2);

e – espessura(m);

Mvolúmica – massa volúmica do material (kg/m3).

Neste cálculo separou-se a massa superficial das paredes em duas zonas distintas: a zona corrente da parede e a zona estrutural. A isso deve-se o facto dessas duas zonas serem constituídas por diferentes materiais, razão pela qual o valor da massa superficial varia.

Parede Exteriores

Material Espessura (m) Massa Volúmica

(kg/m3) Massa Superficial

(kg/m2)

Zon

a C

orr

ente

EPS 0,06 15 0,9

Tijolo x22 0,22 - 120

Estuque projectado 0,02 1200 24

ΣMs (kg/m2) 144,9

Zon

a Es

tru

tura

l EPS 0,6 15 9

Betão Armado (1% armadura) 0,22 2300 506

Estuque projectado 0,2 1200 240

ΣMs (kg/m2) 755

Tabela 1 - Massas superficiais das paredes exteriores.

Rwi (Paredes Exteriores)

Zona corrente 46,33

Zona Estrutural 28,65

Envidraçado 31,00

Tabela 2 - Rwi das paredes exteriores.

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Paredes que delimitam compartimentos

Material Espessura (m) Massa Volúmica

(kg/m3) Massa Superficial

(kg/m2) Zo

na

Co

rren

te estuque projectado 0,06 1200 72

tijolo 0,11 - 140

estuque projectado 0,02 1200 24

ΣMs (kg/m2) 236

Zon

a Es

tru

tura

l estuque projectado 0,06 1200 72

betão 0,11 2300 140

estuque projectado 0,02 1200 24

ΣMs (kg/m2) 236

Tabela 3 - Massas superficiais das paredes que delimitam compartimentos.

Rwi (Parede que delimitam fracções)

Zona corrente 48,93

Zona Estrutural 41,56

Envidraçado 31,00

Tabela 4 - Rwi das paredes que delimitam compartimentos.

Parede que delimitam fracções

Material Espessura (m) Massa Volúmica

(kg/m3) Massa Superficial

(kg/m2)

Zon

a C

orr

ente

Isolamento acústico 0,005 35 0,175

Tijolo x22 0,22 - 120

Estuque projectado 0,03 1200 36

ΣMs (kg/m2) 156,175

Zon

a Es

tru

tura

l Isolamento acústico 0,005 35 0,175

Betão Armado (1% armadura) 0,22 2300 506

Estuque projectado 0,03 1200 36

ΣMs (kg/m2) 542,175

Tabela 5 - Massas superficiais das paredes que delimitam fracções.

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3.1.2. CÁLCULO DO ÍNDICE D2m,nT,w

Tabela 6 - Cálculo de D2m,nT,w.

Elemento Compartimento D2m,n,T,w Factor I Valor final de

D2m,nT,w ≥28 dB

7.D.D.4 SALA 31,45 3 34,45 VERIFICA

7.D.D.6 QUARTO 30,17 3 33,17 VERIFICA

7.D.D.7 QUARTO 23,19 3 26,19 NÃO VERIFICA

7.D.D.8 SUITE 30,48 3 33,48 VERIFICA

7.D.D.10 SUITE 31,44 3 34,44 VERIFICA

Tabela 7 - Verificação do valor de D2m,nT,w.

De acordo com as verificações exigidas pela RRAE, segundo o artigo 5º, ponto

6, alínea a), o valor obtido para o índice de isolamento sonoro a sons de condução aérea, D2m,nT,w ou DnT,w’, deve ser acrescido do factor I no valor de 3 dB, de maneira a satisfazer o limite regulamentar.

Como se pode constatar, apenas um valor não verifica o limite regulamentar,

correspondente à parede exterior do Quarto 7.D.D.7.

Elemento Compartimento Rw Índice de redução

sonoro (R’w)

V (interior do

compartimento) (m3)

T0(s) Área total da envolvente

(m2) D2m,nT,w

Par

ede

Exte

rio

r 7.D.D.4 SALA 30,47 30,47 113,02 0,50 14,45 31,45

7.D.D.6 QUARTO 30,43 30,43 49,08 0,50 8,33 30,17

7.D.D.7 QUARTO 25,44 25,44 46,38 0,50 12,46 23,19

7.D.D.8 SUITE 30,47 30,47 60,02 0,50 9,56 30,48

7.D.D.10 SUITE 30,40 30,40 48,42 0,50 6,09 31,44

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3.1.3. CÁLCULO DO ÍNDICE DnT,w

Tabela 8 - Valor de DnT,w entre fracções.

Tabela 9 - Verificação do valor de DnT,w.

Tabela 10 – Valor de DnT,w entre fracção e zona comum.

Verificação

Elemento Compartimento DnT,w Factor I Valor final de DnT,w

≥48 dB

7.D.D.4 Sala 48,70 3 51,70 VERIFICA

Tabela 11 - Verificação do valor de DnT,w.

De acordo com as verificações exigidas pela RRAE, segundo o artigo 5º, ponto 1, alínea b), o valor obtido para o índice de isolamento sonoro a sons de condução aérea DnT,w’ entre fracções, deve ser igual ou superior a 50 dB. Como se pode observar nas tabelas de cálculo, esse valor não está verificado.

Isolamento sonoro entre fracções

Elemento Compartimento Rw ΔRw (dB) R'w Volume To Área total

da envolvente

DnT,w

7.D.D.4 Sala 46,13 3,00 43,13 113,02 0,5 20,76 45,54

Verificação

Elemento Compartimento DnT,w Factor I Valor

final de DnT,w

≥50 dB

7.D.D.4 Sala 45,54 3 48,54 NÃO

VERIFICA

Isolamento sonoro entre fracção e zona comum

Elemento Compartimento Rw ΔRw (dB) R'w Volume To Área da

envolvente DnT,w

7.D.D.4 Sala 46,09 3,00 43,09 113,02 0,5 9,94 48,70

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Por sua vez, o valor calculado para o índice de isolamento sonoro a sons de condução aérea entre a fracção em estudo e a zona comum está verificado, sendo o mesmo superior a 48 dB.

4. ISOLAMENTO ACÚSTICO A SONS DE PERCUSSÃO

Os sons de percussão resultam de uma acção de choque exercida directamente sobre um elemento de compartimentação qualquer. Esse efeito pode ser originado pela deslocação de pessoas, pela queda de objectos ou pelo arrastar de móveis.

O índice que caracteriza o isolamento acústico a sons de percussão é dado por

L’nT,w. Quanto mais baixo for o valor deste índice, melhor é o isolamento sonoro do elemento em análise.

De acordo com o artigo 2º, alínea d) do Regulamento dos Requisitos Acústicos

dos Edifícios (RRAE), o “Nível sonoro de percussão padronizado, L’nT” é o nível sonoro médio (Li) medido no compartimento receptor, proveniente de uma excitação de percussão normalizada exercida sobre um pavimento, corrigido da influência das condições de reverberação do compartimento receptor.

Este índice é calculado através da seguinte fórmula:

No entanto, como os ensaios acústicos não são possíveis de ser executados na fase de projecto dos edifícios, é necessário aplicar um método de cálculo simplificativo executado ao nível do projecto.

Este método tem a vantagem de ser rápido e simples de aplicar. No entanto,

apenas é aplicável na situação de percussão do elemento de separação directo, de cima para baixo.

O cálculo efectuado neste método simplificado é dado pela seguinte fórmula:

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Onde: - índice de redução sonora devido à existência de revestimento de piso; K - valor de correcção devido à ocorrência de transmissão marginal; V - volume do compartimento (m3); T0 - tempo de reverberação de referência (T0= 0,5s); m - a massa superficial do pavimento sem revestimento (Kg/m2).

Como este método apenas pode ser utilizado para sons transmitidos de cima para baixo, foram utilizadas duas aproximações para o de baixo para cima, e para as transmissões laterais entre dois compartimentos adjacentes do mesmo piso:

Segundo o artigo 5º, alínea e) do RRAE, para que o edifício verifique as exigências estabelecidas pelo regulamento, no interior dos quartos ou zonas de estar dos fogos, como locais receptores, o índice de isolamento sonoro a sons de percussão, L’nT,w, proveniente de uma percussão normalizada sobre pavimentos dos outros fogos ou de locais de circulação comum do edifício, como locais emissores, deverá ser satisfeita a seguinte condição:

4.1. CÁLCULO DO ÍNDICE L’nT,w

Para o cálculo do índice de isolamento sonoro a sons de percussão de cima para baixo, é necessário calcular as variáveis m, e K.

4.1.1. Massa Superficial do Pavimento - m

A massa superficial do pavimento é igual em todos os compartimentos pertencentes à fracção em estudo e foi calculada considerando apenas a laje, o isolamento acústico (Ethafoam 222-E) e a betonilha de regularização.

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Tabela 12 - Massa superficial do pavimento.

4.1.2. Índice de Redução Sonora Devido ao Revestimento -

O valor do índice de redução sonora devido ao revestimento de piso considerado foi de 18 dB, correspondendo a pavimento flutuante.

4.1.3. K – Correcção Devido À Ocorrência De Transmissão

Marginal

O valor de K é retirado de uma tabela que tem em conta o cruzamento entre a massa superficial média das paredes envolventes de cada compartimento, considerando-as homogéneas e não revestidas, e o valor da massa superficial do pavimento sem qualquer tipo de revestimento.

O valor de K a retirar da mesma tabela deve ser sempre o valor mais gravoso.

Tabela 13 - tabela de valores de K.

Pavimento

Material Espessura (m) Massa Volúmica (kg/m3) Massa Superficial (kg/m2)

Betonilha de regularização 0,06 1600 96

isolamento acústico 0,005 35 0,175

betão armado 0,25 2300 575

ΣMs (kg/m2) 671,175

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Para se obter o valor médio da massa superficial das paredes envolventes de cada compartimento é necessário, sempre que exista uma parede composta, fazer uma ponderação da massa superficial dos diferentes elementos que constituem a mesma.

Após o cálculo de todas as massas superficiais de paredes homogéneas e não revestidas, faz-se a média das mesmas através da seguinte expressão:

4.1.4. CÁLCULO DE L’nT,w DE CIMA PARA BAIXO

Tabela 14 - Cálculo de L'nT,w de cima para baixo.

Elemento

Massa superficial

homogénea das paredes ext. (kg/m2)

Massa superficial

homogénea das paredes int. (kg/m2)

Massa superficial

paredes (kg/m2)

Massa superficial pavimento

(kg/m2)

K ΔLw (dB)

Volume (m3)

T0 (s) L'nT,w

7.D.D.4 Sala 84,71 469,48 138,55 700 4 18 113,02 0,5 49,84

7.D.D.6 Quarto 84,71 412,10 124,20 700 4 18 49,08 0,5 53,46

7.D.D.7 Quarto 84,71 412,10 124,20 700 4 18 46,38 0,5 53,71

7.D.D.8 Suite 84,71 469,48 138,55 700 4 18 60,02 0,5 52,59

7.D.D.10 Suite 84,71 469,48 138,55 700 4 18 48,42 0,5 53,52

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4.1.5. CÁLCULO DE L’nT,w DE BAIXO PARA CIMA

Elemento

Massa superficial

homogénea das paredes ext. (kg/m2)

Massa superficial

homogénea das paredes int. (kg/m2)

Massa superficial

paredes (kg/m2)

Massa superficial pavimento

(kg/m2)

K ΔLw (dB)

Volume (m3)

T0 (s) L'nT,w

7.D.D.4 Sala 84,71 469,48 138,55 700 4 18 113,02 0,5 24,84

7.D.D.6 Quarto 84,71 412,10 124,20 700 4 18 49,08 0,5 28,46

7.D.D.7 Quarto 84,71 412,10 124,20 700 4 18 46,38 0,5 28,71

7.D.D.8 Suite 84,71 469,48 138,55 700 4 18 60,02 0,5 27,59

7.D.D.10 Suite 84,71 469,48 138,55 700 4 18 48,42 0,5 28,52

Tabela 15 - Cálculo de L´nT,w de baixo para cima.

4.1.6. CÁLCULO DE L’nT,w PARA TRANSMISSÃO LATERAL

Tabela 16 - Cálculo de L'nT,w para transmissão lateral.

Elemento

Massa superficial

homogénea das paredes ext. (kg/m2)

Massa superficial

homogénea das paredes int. (kg/m2)

Massa superficial

paredes (kg/m2)

Massa superficial pavimento

(kg/m2)

K ΔLw (dB)

Volume (m3)

T0 (s) L'nT,w

7.D.D.4 Sala 84,71 469,48 138,55 700 4 18 113,02 0,5 34,838

7.D.D.6 Quarto 84,71 412,10 124,20 700 4 18 49,08 0,5 38,461

7.D.D.7 Quarto 84,71 412,10 124,20 700 4 18 46,38 0,5 38,707

7.D.D.8 Suite 84,71 469,48 138,55 700 4 18 60,02 0,5 37,587

7.D.D.10 Suite 84,71 469,48 138,55 700 4 18 48,42 0,5 38,520

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4.2. VERIFICAÇÃO DOS VALORES DE L’nT,w

Elemento L'nT,w Factor I L'nT,w final

Verificação ≤60

7.D.D.4 Sala 49,84 -3 46,84 Verifica

7.D.D.6 Quarto 53,46 -3 50,46 Verifica

7.D.D.7 Quarto 53,71 -3 50,71 Verifica

7.D.D.8 Suite 52,59 -3 49,59 Verifica

7.D.D.10 Suite 53,52 -3 50,52 Verifica

Tabela 17 - Verificação do valor de L'nT,w de cima para baixo.

Elemento L'nT,w Factor I L'nT,w final

Verificação ≤60

7.D.D.4 Sala 24,84 -3 24,84 Verifica

7.D.D.6 Quarto 28,46 -3 28,46 Verifica

7.D.D.7 Quarto 28,71 -3 28,71 Verifica

7.D.D.8 Suite 27,59 -3 27,59 Verifica

7.D.D.10 Suite 28,52 -3 28,52 Verifica

Tabela 18 - Verificação do valor de L'nT,w de baixo para cima.

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Elemento L'nT,w

Factor I L'nT,w final

Verificação ≤60

7.D.D.4 Sala 34,84 -3 34,84 Verifica

7.D.D.6 Quarto 38,46 -3 38,46 Verifica

7.D.D.7 Quarto 38,71 -3 38,71 Verifica

7.D.D.8 Suite 37,59 -3 37,59 Verifica

7.D.D.10 Suite 38,52 -3 38,52 Verifica

Tabela 19 - Verificação do valor de L'nT,w para transmissão lateral.

Como se pode observar através das tabelas de cálculo, todos os valores de L’nT,w são verificados, pois são todos inferiores a 60 dB.

Há ainda que referir que, considerou-se que o tipo de vidro utilizado para os

vãos envidraçados seria vidro de quartzo. Através do documento ITE50 calculou-se a sua massa superficial.

Tabela 20 - Massa superficial dos vão envidraçados.

Para a massa superficial das portas, considerou-se que seriam portas de madeira maciça, para as quais se utilizou o valor de 61 kg/m2.

Tipo de vidro

Massa volúmica do

vidro (Kg/m3)

Espessura do vidro

(m)

Massa superficial do

vidro (kg/m2)

Vidro de quartzo

2200 0,012 26,4

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5. TEMPO DE REVERBERAÇÃO - Tr

Para calcular o tempo de reverberação nos compartimentos da fracção em

estudo, aplicou-se a fórmula de Sabine:

Onde:

V – volume interior do compartimento (m3);

S – superfície total dos paramentos envolventes da sala (m2);

- coeficiente de absorção sonora médio.

O valor do coeficiente de absorção sonora médio é calculado através da

seguinte expressão:

Sendo:

Si – superfície com coeficiente de absorção αi (m2);

αi – coeficiente de absorção sonora de cada elemento.

O valor de αi é retirado do documento ITE8. São retirados três valores de αi, correspondentes às frequências de 500Hz, 1000Hz e 2000Hz.

Depois de obtidos os valores de Tr médios para as três frequências diferentes, calcula-se um valor de Tr que tem de satisfazer a seguinte condição:

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5.1. CÁLCULO DE Tr

Volume da sala = 113,02 m3

Sala

Elementos α 500 α 1000 α 2000 Áreas α 500 médio

α 1000 médio

α 2000 médio

Tr 500

Tr 1000

Tr 2000

Tr médio

0,15*V^(1/3)

Tecto 0,1 0,05 0,04 21,34

0,057 0,044 0,060 2,59 3,34 2,47 2,80 0,73 NÃO

VERIFICA

Parede exterior

0,05 0,05 0,1 14,45

Paredes interiores

0,02 0,03 0,04 51,71

Porta 0,05 0 0,04 3,57

Pavimento 0,05 0,04 0,1 21,34

Envidraçado 0,18 0,12 0,07 10,50

Σ 122,9

Tabela 21 - Tr da sala.

Volume do quarto 7.D.D.6 = 49,08 m3

Tabela 22 - Tr do quarto 7.D.D.6.

Quarto 7.D.D.6

Elementos α

500 α 1000 α 2000 Áreas

α 500 médio

α 1000 médio

α 2000 médio

Tr 500 Tr

1000 Tr 2000

Tr médio

0,15*V^(1/3)

Tecto 0,1 0,05 0,04 10,19

0,051 0,042 0,057 2,08 2,50 1,85 2,14 0,55 NÃO

VERIFICA

Parede exterior

0,05 0,05 0,1 8,33

Paredes interiores

0,02 0,03 0,04 39,15

Porta 0,05 0 0,04 1,68

Pavimento 0,05 0,04 0,1 10,19

Envidraçado 0,18 0,12 0,07 5,46

Σ 75,0

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Volume do quarto 7.D.D.7 = 46,38 m3

Quarto 7.D.D.7

Elementos α

500 α

1000 α 2000 Áreas

α 500 médio

α 1000 médio

α 2000 médio

Tr 500

Tr 1000

Tr 2000

Tr médio

0,15*V^(1/3)

Tecto 0,1 0,05 0,04 18,71

0,053 0,042 0,060 1,39 1,75 1,23 1,46 0,54 NÃO

VERIFICA

Parede exterior

0,05 0,05 0,1 12,46

Paredes interiores

0,02 0,03 0,04 43,47

Porta 0,05 0 0,04 1,68

Pavimento 0,05 0,04 0,1 18,71

Envidraçado 0,18 0,12 0,07 5,46

Σ 100,5

Tabela 23 - Tr do quarto 7.D.D.7.

Volume do quarto 7.D.D.8 = 60,02 m3

Quarto 7.D.D.8

Elementos α

500 α

1000 α 2000 Áreas

α 500 médio

α 1000 médio

α 2000 médio

Tr 500

Tr 1000

Tr 2000

Tr médio

0,15*V^(1/3)

Tecto 0,1 0,05 0,04 22,83

0,058 0,043 0,061 1,7 2,26 1,59 1,85 0,59 NÃO

VERIFICA

Parede exterior

0,05 0,05 0,1 9,56

Paredes interiores

0,02 0,03 0,04 36,47

Porta 0,05 0 0,04 1,68

Pavimento 0,05 0,04 0,1 22,83

Envidraçado 0,18 0,12 0,07 5,46

Σ 98,83

Tabela 24 - Tr do quarto 7.D.D.8.

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Volume do quarto 7.D.D.10 = 48,42 m3

Tabela 25 - Tr do quarto 7.D.D.10.

Suite 7.D.D.10

Elementos

α 500

α 1000

α 2000 Áreas α 500 médio

α 1000 médio

α 2000 médio

Tr 500

Tr 1000

Tr 2000

Tr médio

0,15*V^(1/3)

Tecto 0,1 0,05 0,04 18,26

0,043 0,027 0,038 1,95 3,08 2,18 2,41 0,55 NÃO

VERIFICA

Parede exterior

0,05 0,05 0,1 6,09

Paredes interiores

0,02 0,03 0,04 44,73

Porta 0,05 0 0,04 1,68

Pavimento 0,05 0,04 0,1 18,26

Envidraçado 0,18 0,12 0,07 4,83

Σ 93,86

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6. CONCLUSÕES

Analisando os cálculos realizados, pode-se observar que nem todos os valores verificam as condições exigidas pelo RRAE para satisfazer os limites regulamentares.

Em relação ao índice de isolamento sonoro a sons de condução aérea, D2m,nT,w’, existe um valor referente ao compartimento 7.D.D.7 que não verifica a condição ≥28dB.????

Para o índice de isolamento sonoro a sons de condução aérea DnT,w, também existe um valor que não verifica a condição imposta pelo RRAE de ≥50dB, referente ao compartimento 7.D.D.4. ????

Quanto ao isolamento sonoro a sons de percussão L’nT,w, são verificadas todas as condições limites, de acordo com o regulamento em vigor.

Em relação ao cálculo do tempo de reverberação, observou-se que o mesmo não foi verificado para nenhum dos compartimentos pertencentes à fracção em análise. Tal já era previsto, uma vez que não foi tida em conta a presença de mobiliário no interior dos compartimentos, o que iria diminuir o valor de Tr médio.

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7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

RRAE - Regulamento dos Requisitos Acústicos dos Edifícios, Decreto de Lei

n.º96/2008 (09 de Junho de 2008);

Regulamento Geral do Ruído, Decreto-lei nº9/2007 (17 de Janeiro de 2007);

ITE8 – Acústica de edifícios, P. Martins da Silva, LNEC, Lisboa, 1995;

ITE 12 - Caracterização Térmica de paredes de Alvenaria, LNEC, Lisboa, 1986;

ITE 50 – Coeficientes de transmissão térmica de elementos da envolvente dos

edifícios, LNEC, Lisboa, 2006;

Apontamentos de acústica das aulas de Edificações.

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PEÇAS

DESENHADAS